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2.3. Fatores de Risco e comportamento do suicida O suicídio é um problema com várias causas. É um ato que está ligado a fatores biológicos e psicológicos, associados ao contexto socioeconômico. Entretanto, tal ato não é uma ação com mecanismos bem esclarecidos, sendo diversos os fatores de risco, exigindo uma compreensão num complexo paradigma social e comportamental. Os fatores de risco gerais incluem: Transtornos mentais (os quais estão presentes em mais de 90% daqueles que cometem o suicídio); Antecedentes familiares; Sexo e idade; Relações familiares; Traumas, tal como abuso físico e sexual; Abuso de substâncias; Problemas físicos (principalmente os que causam invalidez e/ou dor crônica); Situação Social desfavorável (pobreza, desemprego) Além dos fatores de risco já mencionados, existem ainda problemas psíquicos, como ansiedade, impulsividade, transtornos de humor, transtornos afetivos, baixa autoestima, sentimentos de desesperança e solidão, sofrimento intenso, frustrações, estresse, esquizofrenia, e psicopatologias em geral, que agravam a situação. Nesse nível destaca-se a depressão, que é fator de alto risco para suicídio, e que está cada vez mais presente na vida das pessoas. Outro importante fator de risco são os conflitos familiares. A falta de apoio familiar e a ausência de afeto mais as dificuldades de relacionamento e comunicação familiares, muitas vezes estão por trás dos comportamentos suicidadas. Embora não haja uma característica geral para identificar intenções suicidas, os sinais de alerta do comportamento suicida são principalmente: Falta de interesse pelo próprio bem-estar; Desânimo e baixa autoestima; Falta de concentração; Declínio de produtividade no trabalho ou na escola; Alterações no padrão do sono e de alimentação;

Trabalho Psicologia Juridica (1)

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2.3. Fatores de Risco e comportamento do suicida

O suicídio é um problema com várias causas. É um ato que está ligado a fatores biológicos e psicológicos, associados ao contexto socioeconômico. Entretanto, tal ato não é uma ação com mecanismos bem esclarecidos, sendo diversos os fatores de risco, exigindo uma compreensão num complexo paradigma social e comportamental. Os fatores de risco gerais incluem:

Transtornos mentais (os quais estão presentes em mais de 90% daqueles que cometem o suicídio);

Antecedentes familiares; Sexo e idade; Relações familiares; Traumas, tal como abuso físico e sexual; Abuso de substâncias; Problemas físicos (principalmente os que causam invalidez e/ou dor crônica); Situação Social desfavorável (pobreza, desemprego)

Além dos fatores de risco já mencionados, existem ainda problemas psíquicos, como ansiedade, impulsividade, transtornos de humor, transtornos afetivos, baixa autoestima, sentimentos de desesperança e solidão, sofrimento intenso, frustrações, estresse, esquizofrenia, e psicopatologias em geral, que agravam a situação. Nesse nível destaca-se a depressão, que é fator de alto risco para suicídio, e que está cada vez mais presente na vida das pessoas.Outro importante fator de risco são os conflitos familiares. A falta de apoio familiar e a ausência de afeto mais as dificuldades de relacionamento e comunicação familiares, muitas vezes estão por trás dos comportamentos suicidadas.

Embora não haja uma característica geral para identificar intenções suicidas, os sinais de alerta do comportamento suicida são principalmente:

Falta de interesse pelo próprio bem-estar; Desânimo e baixa autoestima; Falta de concentração; Declínio de produtividade no trabalho ou na escola; Alterações no padrão do sono e de alimentação; Preocupação com temas de morte e violência; Súbita melhoria no humor depois de um período de depressão e Promiscuidade súbita ou aumentada.

Embora por vezes, um suicídio consumado ou uma tentativa de suicídio se apresente como algo totalmente surpreendente ou chocante, inclusive para os familiares e pessoas mais próximas, existe geralmente sinais como esses, que são premonitórios e motivos de alerta.

2.4. Suicídio: uma questão de saúde pública

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Estimativas apontam que, ao ano, quase um milhão de pessoas morrem em decorrência de suicídio. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), esta é uma das causas de morte mais frequentes em diversos países no mundo.

No Brasil, são registradas 10 mil mortes por ano, com uma taxa de 4,8 a cada 100 mil habitantes, em 2008. Diante desses dados, desde a década de 90 que os especialistas na área de saúde mental já pensam e tratam o suicídio como sendo uma questão de saúde pública. 

No Brasil, a questão foi de fato assumida como uma “questão de saúde pública” em dezembro de 2006, quando o então ministro da Saúde, Saraiva Felipe, assinou uma portaria instituindo um programa de Prevenção ao Suicídio. De acordo com a coordenação do Programa, dois fatores principais levaram a questão para a esfera da saúde pública: o aumento mundial da mortalidade por suicídio e o fato de o suicídio provocar danos sociais. Nessa portaria do Ministério da Saúde estavam previstas campanhas para informar à sociedade que o suicídio é um problema de saúde que pode ser prevenido, intervenções nos casos de tentativas de morte, educação dos profissionais de saúde, entre outros.

No entanto, vemos que muitas dessas intenções até hoje ainda não saíram do papel. Apesar dos dados, o país não investe em estratégias de prevenção como deveria. O tema suicídio ainda é visto como um tabu e não existem campanhas sendo veiculadas na televisão, como as que alertam sobre a transmissão de doenças. Faltam serviços ou muitas vezes eles não são oferecidos da maneira adequada e mais eficiente.

O suicídio, porém, é altamente evitável. Ao contrário de muitos outros problemas relacionados à saúde, temos disponíveis as ferramentas que podem reduzir significativamente a perda trágica da vida pelo suicídio. Com uma ação conjunta para reconhecer e tratar deste sério problema bem como assumir o compromisso para intervenções eficazes, apoiadas por vontade e recursos políticos, a prevenção de suicídio de forma global é possível, ao contrário de outras questões de saúde das quais não temos as “ferramentas” em mãos.