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TRABALHO SOBRE HIPERMÍDIA

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Page 1: TRABALHO SOBRE HIPERMÍDIA

FACULDADE DE EXCELÊNCIA EDUCACIONAL DO RIO GRANDE DO NORTESISTEMA PARA INTERNET

Disciplina: Técnica de Hipermídia e Multimídia

Prof.: Rudson

LILIAN MATIAS DE OLIVEIRAResumo da História dos Hipertexto

Natal/RNFEV/2008

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Resumo da História de Hipertexto

1- Insuficiência dos sistemas lineares de conteúdo

té a invenção dos sistemas dinâmicos baseados no conceito de hipertexto, o registro e o acesso à informação seguiam o paradigma do texto impresso, que remonta aos primeiros manuscritos. Esse sistema desenvolveu-se com a publicação de livros impressos (o primeiro seria o Diamond Sutra, no

ano 868, na China) e foi profundamente aperfeiçoado, em 1440, com a invenção os tipos móveis, por Johannes Gutenberg, inaugurando a era da imprensa, com a possibilidade da produção de livros e publicações periódicas em escala.

AApesar de essencial para a proliferação de obras científicas e literárias que se seguiu à Renascença, e também para a difusão dos ideais democráticos e a formação de uma “opinião pública”, ao longo do século 18, a comunicação baseada em textos impressos não satisfez completamente as necessidades de acesso à informação com a rapidez e a versatilidade requeridas frente a grande um volume de dados e sua dispersão em diferentes fontes e contextos.

De forma geral, o acesso à informação nos sistemas impressos organizava-se por meio de recursos de indexação, que consistem no elenco de conteúdo por meio de listas de tópicos em ordem alfabética, tabelas, glossários, entre outras formas de sumarização. Esse tipo de disposição de informações segue uma ordem linear, com seqüência predeterminada de acesso aos dados. Tal ordem é necessariamente determinada pelo autor e restringe a maneira de acessar-se o conteúdo, ao desconsiderar necessidades seletivas do leitor na construção de seu próprio “percurso” de leitura.

No início do século 20, correntes filosóficas e lingüísticas já previam uma mudança radical na forma de aquisição de conhecimento ao considerar a significação como um processo que se realiza na recepção, e não na produção dos signos. Isto é, a representação reside fora do discurso, ou pelo menos escapa a ele. Essas reflexões mudaram a forma de se conceber os atos de “ler” e “escrever”, forçando uma revisão conceitual no paradigma do texto impresso e abrindo caminho para novas formas de se conceber, organizar e imaginar os processos de significação.

O paradigma emergente estaria baseado na percepção de que o produto dos processos comunicacionais é algo heterogêneo, mutável, interativo e que, em última instância, não tem natureza não-autoral, na medida em que se transforma e renova a cada leitura e re-leitura. Para representar tais características, os conteúdos significativos deveriam ser alocados em um espaço virtual, interligado por nós permanentemente acessíveis aos leitores, e não mais restritos ao papel ou outro suporte físico qualquer.

2- Surgimento e avanço dos sistemas de hipertexto e hipermídia

annevar Bush é considerado o primeiro a descrever hipertextos em 1945 no artigo "As we May Think" onde antecipava a idéia de seleção por associação em lugar de seleção por indexação, baseado no mecanismo da inteligência humana. Ele disse: "A mente humana não trabalha por

indexação, e sim por associação". Com essa declaração ele definiu essencialmente a seleção e ligação existentes no sistema de hipermídia atual. Antecipou também a mistura de diferentes meios para representar o conhecimento humano, a habilidade de operar à distância, comparado aos mecanismos de anotação.

VNo seu clássico artigo, introduz uma máquina para montar e catalogar notas num sistema de textos on-line e de gráficos. Seu MEMEX continha uma vasta biblioteca com notas pessoais, fotografias e projetos. Possuía inúmeras telas e uma facilidade para estabelecer uma ligação entre dois pontos quaisquer na biblioteca. Seu sistema usava microfilmes e fotocélulas.

Bush antecipou a explosão de informação e estava motivado no desenvolvimento de suas idéias pela necessidade de mais formas naturais de apoio na recuperação de informação.

ouglas Engelbart, do Stanford Research Institute, foi influenciado pelas idéias de Bush, duas décadas mais tarde. Em 1963, Engelbart escreveu "A Conceptual Framework for the Augmentation of Man’s Intellect". Seu sistema proposto H-LAM/T (Human Using Language , Artfacts and

Methodology, no qual êle é Trained). incluído o uso humano como um elemento fundamental.D

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Cinco anos mais tarde, implementou NLS (oN Line System) onde o computador armazena todas especificações, planos, desenhos, programas, documentos, reportagens, memorandos, etc. As consoles eram muito sofisticadas para a época, criando múltiplas janelas, e incluíam imagens de televisão e uma variedade de tipos de entrada incluindo a melhor das invenções de Engelbart : o mouse. NLS introduziu o conceito multi pessoas conversando/escrevendo distribuídas e o conceito de uma interface de uso comum - UIS (User Interface System) englobando uma série de serviços.

O sistema jornal em NLS, foi um caminho muito usado para aproveitar a contribuição dos usuários. A inserção de um comentário podia ser distribuído para outros através da especificação de uma lista de colegas para a distribuição, quem receberia pelo e-mail com as informações adicionais, como: data, autor, assunto, etc, que seriam usados para montar a trajetória da história do documento. Engelbart experimentou criar perfeita relação de amizade usuário que existiu no seu tempo.

urante o período de desenvolvimento do sistema de Engelbart, Ted Nelson desenvolveu suas próprias idéias dando ênfase na criação de um ambiente literário unificado em escala global. Nelson criou o termo hipertexto. Em seu sistema Xanadu, o espaço de armazenamento é salvo por uso

sucessivo de ligações. O sistema é otimizado para reconstruir as versões originais dos documentos. O maior tento do projeto Xanadu estava na facilidade do processo revolucionário de acessar parte da literatura mundial on-line.

DA diferença da conexão entre conteúdos proposta pelo Xanadu e a concepção dos links atuais é que a fonte da união entre os dois pontos também é identificável na tela, com a vantagem de que, se o texto for alterado, o sistema procura os caracteres remanescentes e mostra o novo link aos caracteres na nova posição. Assim, não se perdem as ligações, caso a versão do texto tenha sido alterada. Nelson baseou-se e ampliou a idéia da edição de pedaços de filmes, que resultam em um conjunto diferenciado. No seu sistema, qualquer pessoa, de qualquer lugar, poderá sobrepor links, comentários, etc., ao conteúdo inicial,sendo gerada uma lista de versões do documento inicial. Isso inclui até mesmo as notas pessoais inseridas marginalmente ao texto e, no caso de vídeos, a inclusão de cenas da preferência individual.

O formato do Xanadu define uma grande diferença entre o usuário interativo e o servidor dos dados, dando mais ênfase a estes últimos. Em particular, grande atenção é dada aos direitos autorais. O “back-end” do sistema Xanadu tem sido implementado no UNIX, e está disponível em várias formas. Um imperfeito “front end” para Xanadu está também disponível pela Sun Workstation . Podemos dizer que Bush, Engelbart e Nelson formam a geração de vanguarda.

andall Trigg escreveu a primeira tese PhD sobre hipertexto. Em sua tese, ele descreve seu sistema Textnet aceitando como entrada textos não lineares, nos quais os documentos são organizados como pedaços primitivos de texto conectados com ligações tipadas para formar a rede similar, por vários

caminhos, para uma rede semântica. O desafio de seu sistema de hipertexto era ser um suporte de ajuda. A idéia estava em expandir o modelo local que tinham para um nível de rede de multi computadores. Os nós são datados e contem a assinatura do autor, a palavra-chave (para acesso indexado), estado da informação e a lista das ligações indo e vindo para esse objeto ( que pode ser apenas modificado pelo autor).

RNa década de 80, surge a segunda geração de sistemas de hipermídia, normalmente baseadas em estações de trabalho, não distante da estrutura dos primeiros trabalhos em hipertexto. Como exemplos podemos citar: Notecards, Intermedia, KMS. Essa geração de sistemas se baseia nos mesmos conceitos da primeira geração, entretanto, a tecnologia da estação de trabalho permite muito mais interações com o usuário com suporte para gráficos e nós de animação. Fazem também em grande quantidade o uso de rotinas gráficas da estrutura de rede para auxiliar na navegação. Mas é interessante notar que estes sistemas são geralmente voltados para usuários solitários ou para pequenos grupos de trabalho e conseqüentemente, não suporta trabalho colaborativo na mesma proporção como os da geração anterior. Os atuais sistemas de hipertexto podem ser classificados basicamente como :

Sistemas de abertura de hipertexto. Como uma principal característica, estes sistemas guardam a informação do link separadamente da informação do nó.

Sistemas de fechamento de hipertexto. A informação do link é guardada no nó .

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3- A Internet e a hipermídia redefinem a natureza do ensino a distância

Internet não alterou apenas a cultura educacional, mas também redimensionou uma forma de ensino que já era bem conhecida, o ensino a distância (EAD), cujas origens remontam aos anos 30 do Século XIX, de forma estruturada. A rigor, o ensino a distância enquanto característica de

aprendizagem autônoma do estudante, se estabelece quando se imprimem os primeiros livros e, com eles, um padrão de acesso ao conhecimento independente da presença de algum professor. Mas, como formato estruturado de cursos remotos, segundo Peters (2001), surge com os registros de lições de estenografia em cartões postais, na Inglaterra, na época referida. Mais tarde, em 1856, os primeiros cursos completos foram estruturados na Alemanha, de lingüística e conversação, através de cartas que continham exercícios cujas soluções seriam dadas nas aulas seguintes. Ao longo da década de 70 do Século XX, compatível com as necessidades de massificação da educação formal, foram montadas universidades a distância, em especial na Alemanha e na Inglaterra8, que desenvolveram modelos principalmente baseados na tecnologia papel, difundida através do correio convencional. Kramer (1999) salienta a característica do ensino a distância, tendo sua implantação de forma massificada, ao longo do século XX, principalmente nas áreas ligadas aos cursos profissionalizantes. O mesmo vai acontecer no Brasil, quando em 1941 são criados o Instituto Universal Brasileiro e o Instituto Radiotécnico Amador, com cursos de datilografia e radiotécnica por correspondência, conhecidos através de seus anúncios divulgados em revistas, que traziam depoimentos e fotografias de alunos.

A

No final dos anos 90, entretanto, os relatos de uso de ensino a distância já incorporam experiências com uso de videoconferências, primeiro através de transmissão por satélite e depois através de Internet. Ao longo desse período, começam a ser desenvolvidos ambientes virtuais de ensino-aprendizagem, cuja navegação hipertextual aos poucos foi agregando também múltiplas mídias (hipermídia), ferramentas de comunicação e compartilhamento de conteúdos previamente produzidos, estratégias de ensino- aprendizagem síncronas e assíncronas, abordagens pedagógicas especificamente desenvolvidas para a Internet e outras, adaptadas na pesquisa educacional convencional. Graças ao novo ambiente tecnológico, onde ganhou novo formato e novas possibilidades, Ensino a distância torna-se uma expressão cultuada nos níveis de planejamento da educação profissional e também no ensino acadêmico.

O novo EAD contém a natureza múltipla e a potencialidade dos computadores, de interação e comunicação, além de estender a alunos e professores o universo da representação e acesso hipermediático. Como parte de um apanhado histórico sobre ensino a distância as possibilidades abertas pela popularização do uso dos computadores, Peters (2001) refere-se a características importantes dos hipertextos e da hipermídia para o ensino a distância: a facilidade de localização e acesso às informações e a existências de camadas, às quais os estudantes vão acessando, de acordo com seu desejo de aprofundamento no assunto e também como ferramentas para levar os alunos a comportamentos mais autônomos e ativos em relação ao seu próprio aprendizado, dando-se, por exemplo, a atitudes inovadoras, como o browsing (uma “folheada” aleatória pelas telas) despretensioso para estimular a curiosidade, de forma a chegar a um saber estruturado, pelo método exploratório associativo, que seria característico do estudo por hipertextos.

Um outro tipo de browsing, igualmente possibilitado pelas novas estruturas hipertextuais, segundo ele, é a busca direcionada a um determinado objetivo, que leva os estudantes não desviar sua atenção das múltiplas possibilidades de navegação, desenvolvendo a habilidade de escolha, dentre os links, daqueles que têm mais probabilidade de levar ao objetivo desejado.

É exatamente a estrutura hipertextual, viabilizada e fermentada pelo desenvolvimento de eficientes ferramentas da informática, que viabiliza o que o professor Peters (2001) chamou de comunidade de construção de conhecimento (knowledger building community). Indicando (sem declinar a data e o local) a origem da idéia de uso compartilhado de informações em um projeto de pesquisa de um grupo de pesquisadores em microbiologia, que desejavam informar-se mutuamente sobre os resultados da pesquisa, o autor define o resultado do hipertexto conjunto como: “um arquivo central de cuja montagem todos participavam” (Peters, 2001. p. 241), uma idéia que vem sendo aperfeiçoada nos chamados ambientes educacionais virtuais, através de espaços para aprendizado colaborativo, através da produção coletiva de textos, desenhos e mesmo da resolução de problemas matemáticos.

Cabe ainda salientar a ergonomia dos hipertextos em relação ao que o mesmo autor (Peters, 2001) refere

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como uma das questões mais importantes do ensino a distância, ao longo de toda a sua história: a preocupação em estabelecer uma postura de diálogo com os estudantes. Por sua natureza interativa, as estruturas de informação hipertextuais são compatíveis com a oferta à participação ativa do aluno, o que pode implicar, desde seu planejamento, a conscientização, pelo professor, da postura do diálogo e da interlocução.

Desde o tempo em que a comunicação se estabelecia através de correspondência convencional, a preocupação com o diálogo esteve presente na procura por estilos mais flexíveis de apresentação de conteúdos, seja através da busca da coloquialidade (conversação); da produção de textos atraentes graficamente e auto-instrutivos; seja através de tutorias de aconselhamento ou mesmo de fitas de áudio e vídeo, integradas ao material impresso.

O elemento “diálogo”, segundo o autor, na estrutura do ensino a distância, teve importância fundamental nas experiências bem sucedidas e deveria – como de fato ocorreu – ser dramaticamente potencializado através das áudio e videoconferências. Entre outras naturezas pedagógicas, diz Peters (2001), o diálogo tele-educativo transforma a relação eucoisa em relação eu-tu, e, portanto, em uma relação sujeito-sujeito, o que é particularmente importante para minimizar a o anonimidade entre a massa de alunos e o professor distante. Em termos antropológicos e filosóficos, ressalta a importância do diálogo como ferramenta de autoconhecimento e autocertificação, citando Pöggeler e a tese: “Dialogo, logo existo” (p. 81).

As transmissões interativas (através do formato videostreaming com participação dos alunos através de chat), talvez se constituam, atualmente, em uma espécie de pré-história das potencialidades do que poderá ser, no futuro, o diálogo virtual, áudio-visual, em tempo real, de múltiplas vias (professor-aluno, alunoprofessor, aluno-aluno), do ensino a distância. Integrados através de estratégias pedagógicas flexíveis e criativas e de um planejamento capaz de integrar a potencialidade dos bancos de dados em hipermídia e da interatividade em tempo real, os futuros programas de EAD talvez possam cumprir a promessa que historicamente vem sendo reafirmada pelos idealizadores das novas formas de pensar, documentar e representar o mundo, hipertextualmente.

Referências Consultadas

Internet:

Contexto histórico e reflexões sobre hipertextos, hipermídia e sua influência na cultura e no ensino do Século XXIUniversidade do Rio Grande do Sul http://www.cinted.ufrgs.br/renote/mar2004/artigos/10-contexto_historico.pdf

História das Hipermídia Universidade de São Paulo/ICMCwww.edcasadaarvore.com.br/jlhipermidia/trabalhos/historia_hipermidia/historia.pdf -

Hipermídia e Multimídia - Histórico e Tendências Universidade de São Paulo/PCShttp://www.pcs.usp.br/~pcs722/97/page2.htm