9
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Viçosa – MG, maio de 2015 - 1 - Transformador Real Alexandre José Gonçalves, Daniela de Oliveira Silva, Iara Ribeiro da Silva, Gustavo de Oliveira Castro Trabalho referente à disciplina Eletrotécnica; Graduando em Engenharia Civil 5º período FACISA/UNIVIÇOSA; [email protected] Graduanda em Engenharia Civil 5º período FACISA/UNIVIÇOSA; [email protected] Graduanda em Engenharia Civil 5º período FACISA/UNIVIÇOSA; [email protected] Graduando em Engenharia Civil 5º período FACISA/UNIVIÇOSA Resumo a : A proposta principal deste artigo é descrever a funcionalidade dos transformadores reais, bem como demonstrar através de cálculos, a diferença entre os transformadores reais e ideais. Palavraschave: transformadores, espiras, corrente, bobinas, circuito Introdução Transformador é o conjunto de duas ou mais bobinas dispostas ao redor de um núcleo magnético com o objetivo de modificar valores de tensão e corrente alternadas sem modificar a frequência. Os enrolamentos são denominados “primários” e “secundários” em um transformador monofásico. No transformador trifásico, o terceiro enrolamento é denominado “terciário”. O núcleo é geralmente composto de material ferromagnético, ou em alguns outros casos, o núcleo é composto de ar. Um transformador ideal caracteriza-se por não ter fluxo disperso e não apresentar perdas no ferro (Histerese e Foucault). As resistências dos enrolamentos primário e secundário são nulas, em decorrência, não haverá perdas no cobre (Efeito Joule), nem quedas de tensão nos enrolamentos. Já um transformador ideal caracteriza-se por ter dispersão magnética e também apresentar perdas no ferro (Histerese e Foucault). Os enrolamentos primário e secundário apresentam resistências não nulas, em decorrência, haverá perdas no cobre (Efeito Joule), e quedas de tensão nos enrolamentos. Materiais e Métodos Durante a aula prática realizada no laboratório de Física, pertencente ao departamento de Engenharia da Univiçosa foram utilizados os seguintes materiais: Bobinas com os seguintes números de espiras: 300, 600, 900 e 1200; Amperímetro; Voltímetro; Núcleo de ferro; Chave liga-desliga; Fontes monofásica e trifásica; Cabos e conexões Lâmpada Os métodos utilizados foram os seguintes:

Trabalho - Transformador Real

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Transformadores reais

Citation preview

  • Faculdade de Cincias Biolgicas e da Sade Viosa MG, maio de 2015

    - 1 -

    Transformador Real

    Alexandre Jos Gonalves, Daniela de Oliveira Silva, Iara Ribeiro da Silva, Gustavo de Oliveira

    Castro

    Trabalho referente disciplina Eletrotcnica;

    Graduando em Engenharia Civil 5 perodo FACISA/UNIVIOSA; [email protected]

    Graduanda em Engenharia Civil 5 perodo FACISA/UNIVIOSA; [email protected]

    Graduanda em Engenharia Civil 5 perodo FACISA/UNIVIOSA; [email protected]

    Graduando em Engenharia Civil 5 perodo FACISA/UNIVIOSA

    Resumoa: A proposta principal deste artigo descrever a funcionalidade dos transformadores

    reais, bem como demonstrar atravs de clculos, a diferena entre os transformadores reais e

    ideais.

    Palavraschave: transformadores, espiras, corrente, bobinas, circuito

    Introduo

    Transformador o conjunto de duas ou mais bobinas dispostas ao redor de um ncleo

    magntico com o objetivo de modificar valores de tenso e corrente alternadas sem modificar a

    frequncia. Os enrolamentos so denominados primrios e secundrios em um transformador monofsico. No transformador trifsico, o terceiro enrolamento denominado tercirio. O ncleo geralmente composto de material ferromagntico, ou em alguns outros casos, o ncleo

    composto de ar.

    Um transformador ideal caracteriza-se por no ter fluxo disperso e no apresentar perdas

    no ferro (Histerese e Foucault). As resistncias dos enrolamentos primrio e secundrio so nulas,

    em decorrncia, no haver perdas no cobre (Efeito Joule), nem quedas de tenso nos

    enrolamentos.

    J um transformador ideal caracteriza-se por ter disperso magntica e tambm apresentar

    perdas no ferro (Histerese e Foucault). Os enrolamentos primrio e secundrio apresentam

    resistncias no nulas, em decorrncia, haver perdas no cobre (Efeito Joule), e quedas de tenso

    nos enrolamentos.

    Materiais e Mtodos Durante a aula prtica realizada no laboratrio de Fsica, pertencente ao departamento de

    Engenharia da Univiosa foram utilizados os seguintes materiais:

    Bobinas com os seguintes nmeros de espiras: 300, 600, 900 e 1200;

    Ampermetro;

    Voltmetro;

    Ncleo de ferro;

    Chave liga-desliga;

    Fontes monofsica e trifsica;

    Cabos e conexes

    Lmpada

    Os mtodos utilizados foram os seguintes:

  • Faculdade de Cincias Biolgicas e da Sade Viosa MG, maio de 2015

    - 2 -

    Inicialmente verificou-se se a corrente era de origem contnua ou alternada, utilizando o aparelho medidor na posio recomendada pelo fabricante, manejando-o com

    delicadeza;

    Em seguida tomou-se o cuidado de no colocar o ampermetro em paralelo com o circuito;

    Aps esses cuidados, montou-se um transformador elevador de tenso (110V), utilizando o ncleo de ferro e as observaes necessrias foram feitas. Neste caso o

    nmero de espiras secundrias foi maior que o nmero de espiras primrias;

    Finalmente montou-se um transformador abaixador de tenso (220V). Neste caso o nmero de espiras da secundria deve ser menor que o da primria.

    Durante a aula foram medidos os valores da tenso no primrio (Up), corrente no

    primrio (Ip), nmero de espiras no primrio (Np), tenso no secundrio (Us), corrente no

    secundrio (Is) e o nmero de espiras no secundrio (Ns).

    Os clculos necessrios para a elaborao das tabelas com os resultados foram obtidos

    atravs das seguintes frmulas:

    =

    = 2. . .

    = +

    =

    Onde:

    Np o nmero de espiras no primrio;

    Ns o nmero de espiras no secundrio;

    Vp a tenso no primrio;

    Vs a tenso no secundrio;

    Xl a reatncia indutiva;

    f a frequncia; L a indutncia da bobina;

    Z a impedncia indutiva;

    R a resistncia

    Is a corrente no secundrios

  • Faculdade de Cincias Biolgicas e da Sade Viosa MG, maio de 2015

    - 3 -

    Imagem 1 Parte dos equipamentos utilizados na aula

    Imagem 2 Lmpada conectado ao ampermetro

  • Faculdade de Cincias Biolgicas e da Sade Viosa MG, maio de 2015

    - 4 -

    Imagem 3 Transformador elevador de tenso

    Imagem 4 Transformador abaixador de tenso em funcionamento

  • Faculdade de Cincias Biolgicas e da Sade Viosa MG, maio de 2015

    - 5 -

    Imagem 5 Esquema de um transformador real

    Imagem 6 Esquema de um transformador ideal

    Referencial Terico

    A terminologia brasileira da Associao Brasileira de Normas Tcnicas define o

    transformador como: Um dispositivo que por meio da induo eletromagntica, transfere energia

    eltrica de um ou mais circuitos (primrio) para outro ou outros circuitos (secundrio), usando a

    mesma frequncia, mas, geralmente, com tenses e intensidades de correntes diferentes (NBR

    5356).

    Transformadores podem ser conceituados como equipamentos utilizados na transformao

    de tenso e corrente. Um transformador um dispositivo usado para aumentar ou diminuir a tenso

    em um circuito sem uma perda de potncia aprecivel (TIPLER e MOSCA, 2006). Os

    transformadores possuem enrolamentos em torno de ncleos de materiais ferromagnticos.

    O nmero de enrolamentos, ou seja, o nmero de espiras em cada enrolamento definir o

    transformador como um transformador abaixador ou elevador de tenso. Didaticamente o nmero

    de voltas nos enrolamentos so denominados e se referindo aos enrolamentos do primrio e do

    secundrio respectivamente e s diferenas de potenciais. O enrolamento transportando a potncia

    de entrada chamado de primrio, e o outro enrolamento chamado de secundrio (TIPLER e

    MOSCA, 2006).

    O transformador ideal no existe na prtica. Ele foi idealizado de modo a facilitar o

    entendimento do funcionamento deste equipamento eletromagntico. Para realizar o estudo do

    transformador ideal, que simplifica enormemente as equaes e a anlise matemtica dos

    problemas que envolvem este componente eltrico, estabelecem-se as seguintes suposies:

    Todo o fluxo deve estar confinado ao ncleo e enlaar os dois enrolamentos;

    As resistncias dos enrolamentos devem ser desprezveis;

    As perdas no ncleo devem ser desprezveis;

  • Faculdade de Cincias Biolgicas e da Sade Viosa MG, maio de 2015

    - 6 -

    A permeabilidade do ncleo deve ser to alta que uma quantidade desprezvel de fora magneto motriz necessria para estabelecer o fluxo (MARQUES e SAMBAQUI, 2010).

    Um transformador real apresenta perdas no seu funcionamento normal, associadas

    corrente que circula nos seus enrolamentos, bem como perdas decorrentes do fluxo varivel no

    seu circuito magntico (SANTOS, 2012).

    O funcionamento de um transformador se baseia em conceitos do eletromagnetismo que

    sero brevemente descritos a seguir:

    Lei de Ampre: A integral de linha sobre um caminho fechado do campo magntico B produzido por correntes proporcional corrente lquida que atravessa a superfcie limitada pelo caminho

    de integrao. Lei de Faraday: "A fora eletromotriz induzida num circuito a razo entre a variao do fluxo

    magntico e intervalo de tempo dessa variao."

    Lei de Lenz: O sentido de uma fora eletromotriz induzida que resultou da variao do fluxo concatenado tem um sentido tal que seu efeito magntico se ope variao de fluxo que deu

    origem a essa fora eletromotriz. (KOSOW, 2005). Nos transformadores reais as perdas provenientes de suas operaes devem ser

    consideradas e inseridas em todos os clculos. Essas perdas so chamadas de escoamento de potncia, tornando a potncia de sada do transformador diferente da potncia de entrada. Tais perdas so geralmente de quatro tipos: (STAUDT, 2009).

    1. Perda no cobre as perdas no cobre ocorrem devido ao aquecimento nos condutores dos enrolamentos do transformador, onde parte da energia acaba sendo dissipada na forma de

    calor. Essa perda proporcional ao quadrada da corrente de enrolamento e uma das formas

    de diminui-la utilizando condutores compostos;

    2. Correntes de Focault - so conhecidas como correntes parasitas. Estas correntes circulam no interior do ncleo do transformador quando este submetido a um fluxo variante no

    tempo, provocando perdas por efeito Joule. Esta perda proporcional ao quadrado da

    tenso aplicada no transformador e pode ser reduzida laminando-se o ncleo do

    transformador;

    3. Perdas por histerese - est associada reorganizao dos momentos magnticos atmicos do material ferromagntico que compe o ncleo do transformador. Cada vez que o ciclo

    de histereses percorrido, uma parcela de energia gasta para que estes momentos

    magnticos sejam realinhados. Para reduzir esse tipo de perda, recomenda-se utilizar

    materiais com caractersticas ferromagnticas apropriadas;

    4. Fluxo de disperso - os fluxos magnticos que concatenam com apenas um enrolamento e cujas trajetrias so definidas majoritariamente atravs do ar so denominados fluxos de

    disperso. Estes fluxos traduzem-se em uma indutncia prpria para ambas as bobinas e

    seus efeitos so representados pela adio de uma reatncia indutiva de disperso em srie

    com cada um dos enrolamentos.

    Resultados

    Durante a aula prtica que deu origem a esta pesquisa, alguns valores medidos foram

    informados, a fim de que de posse deles, os clculos pudessem ser feitos. Tais valores esto

    expressos nas tabelas 1 e 2.

  • Faculdade de Cincias Biolgicas e da Sade Viosa MG, maio de 2015

    - 7 -

    Tabela 1 Tenso de entrada 110V Medidos

    Tenso no

    primrio

    Corrente

    no

    primrio

    Nmero de

    espiras no

    primrio

    Tenso no

    secundrio

    Corrente no

    secundrio

    Nmero de

    espiras no

    secundrio

    U = 124 i = 0,55 N = 600 U = 224 i = 0,26 N = 1200

    U = 124 i = 0,04 N = 900 U = 41 i = 0,10 N = 300

    Tabela 2 Tenso de entrada 220V Medidos

    Tenso no

    primrio

    Corrente

    no

    primrio

    Nmero de

    espiras no

    primrio

    Tenso no

    secundrio

    Corrente no

    secundrio

    Nmero de

    espiras no

    secundrio

    U = 214 i = 0,03 N = 1200 U = 53 i = 0,12 N = 300

    U = 214 N = 300 N = 600

    De posse de tais dados e utilizando-se as frmulas j citadas, foi possvel obter os

    resultados que esto expressos nas tabelas 3 e 4, seguido dos clculos:

    Tabela 3 Tenso de entrada 110V Calculados

    Tenso no secundrio Corrente no secundrio Nmero de espiras no

    secundrio

    U = 248 i = 0,31 Ns = 1200

    U = 41,3 i = 0,051 Ns = 300

    Tabela 4 Tenso de entrada 220 V Calculados

    Tenso no secundrio Corrente no secundrio Nmero de espiras no

    secundrio

    U = 53,5 i = 0,067 Ns = 300

    U = 428 i = 0,53 NS = 600

    Concluses (Consideraes Finais)

    Aps comparao dos clculos feitos pelo grupo e as informaes passadas durante a aula,

    foi possvel verificar que a tenso inversamente proporcional corrente e diretamente

    proporcional ao nmero de espiras da bobina. Desse modo, para o transformador elevador de

    tenso tivemos que aumentar o nmero de espiras da bobina, acarretando a diminuio da

    corrente. No transformador abaixador de tenso, o processo inverso ao do transformador

    elevador, onde o nmero de espiras da bobina reduzido, e consequentemente a corrente

    elevada. Contudo, sem o uso de transformadores, a transmisso e a distribuio de energia em

    grande quantidade no seria vivel.

    Referncias Bibliogrficas

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 5356/1993 Transformadores de Potncia.

    KOSOW, I. L. Mquinas eltricas e transformadores. 15 ed. So Paulo: Editora Globo, 2005.

    SAMBAQUI, A. B. K. e MARQUES, L. S. B. Apostila de eletromagnetismo. Joinville, 2010.

    SANTOS, P. Caracterizao eltrica de um transformador monofsico didtico. Pato Branco,

    2012.

  • Faculdade de Cincias Biolgicas e da Sade Viosa MG, maio de 2015

    - 8 -

    STAUDT, T. Estudo de transformadores de corrente utilizados em instrumentao.

    Florianoplis, 2009.

    TIPLER, P. A. e MOSCA, G. Fsica para Cientistas e Engenheiros. Vol 1. 5 ed. Rio Janeiro:

    LTC, 2006.

  • Faculdade de Cincias Biolgicas e da Sade Viosa MG, maio de 2015

    - 9 -