Trabalho Unopar O Serviço Social é o Idoso (01) !!!

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/30/2019 Trabalho Unopar O Servio Social o Idoso (01) !!!

    1/6

    1- Introduo.

    O trabalho ora apresentado visa proporcionar um estudo da compreensodo processo de envelhecimento no Brasil, e as alteraes do perfil demorbidade mais dispendioso da populao idosa e justificando as doenasmais caras e os seus custos, no impacto na Poltica de sade do Sistemanico de Sade - SUS. Ressaltando a importncia da intersetorialidade comas outras polticas pblicas sociais, analisando os conflitos desse modo deenvelhecimento nas principais polticas alm da interveno do profissional deservio Social, nesse sistema de Sade Pblica. Lembrando ainda, que aspoliticas pblicas so atreladas aos momentos histricos, econmicos e

    sociais do Pas. Ora avanam segundo os mais variados interesses e orarecuam refletindo fragmentao e desorganizao dos movimentos sociais.Graas reforma Sanitria e aos movimentos sociais por melhoria daassistncia sade, que culminou na Constituio de 1988 a constituiocidad que colocou no seu texto, no artigo 196, a sade como direito doCidado e dever do estado. Alm do mais cita pela primeira vez, o idosocomo cidado em seus artigos 203, 229 e 230. Pois segundo Souza (2001),existe uma tendncia otimista do Servio Social, j que h uma preocupaocom o Controle Social da Poltica de Sade e o Potencial de contribuio que

    a populao pode proporcionar. Considerando que o nosso cdigo de ticaapresenta ferramentas fundamentais para p trabalho dos Assistentes sociaisna sade. Destacam-se entre seus 11 princpios fundamentais:

    Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbtrio e doautoritarismo

    Posicionamento em favor da equidade e justia social, que assegureuniversalidade de acesso aos bens e servios relativos aos programas epoliticas sociais, bem como sua gesto democrtica.

    Articulao com os movimentos de outras categorias profissionais que

    partilhem dos princpios deste cdigo e com a luta geral dos trabalhadores.Compromisso com a qualidade dos servios prestados populao e com

    o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competncia profissional.

    Estar articulado e sintonizado ao movimento dos trabalhadores e deusurios que lutam pela real efetivao do SUS;

    Facilitar o acesso de todo e qualquer usurio aos servios de sadena Instituio, bem como de forma critica e criativa no submeter aoperacionalizao de seu trabalho aos rearranjos propostos pelosgovernos que descaracterizam a proposta original do SUS;

    Tentar construir e/ ou efetivar, conjuntamente com outrosprofissionais, espaos nas unidades de sade que garantam aparticipao popular nas decises a serem tomadas. Bem como

  • 7/30/2019 Trabalho Unopar O Servio Social o Idoso (01) !!!

    2/6

    levantar discusso e defesa da participao critica tambm dosfuncionrios nesses espaos;

    Estar sempre disposto a procurar reciclagem, buscar assessoriatcnica e sistematizar o trabalho desenvolvido, bem como estaratento sobre a possibilidade de investigaes sobre temticasrelacionadas sade.

    2- Desenvolvimento.

    A politica nacional do Idoso, a Politica Nacional de Sade da PessoaIdosa, e o Estatuto do Idoso so dispositivos legais que norteiam aes,sociais e de sade, garantem os direitos das pessoas idosas e obrigam oEstado na proteo dos mesmos, conforme prev a constituio Federal de1988. Porm sabido que a efetivao de uma politica publica requer aatitude consciente, tica e cidad dos envolvidos e interessados em viverenvelhecendo de modo mais saudvel possvel. Estado, profissionais dasade, assistentes sociais, idoso e sociedade em geral so todoscorresponsveis por esse processo. Deve ficar claro ainda, para a sociedadeque os problemas decorrentes do envelhecimento da populao umaquesto que extrapola a esfera familiar e a responsabilidade individual, paraalcanar o mbito pblico, aqui entendido como Estado (nas suas diversasreas), as organizaes governamentais e os diferentes segmentos sociais. A

    politica nacional de sade do idoso tem as seguintes diretrizes:

    Promoo do Envelhecimento saudvel;

    Manuteno da capacidade funcional;

    Assistncia s necessidades de sade do idoso;

    A reabilitao da capacidade funcional comprometida;

    A capacitao de recursos humanos especializados;

    Apoio ao desenvolvimento de cuidados informais; e

    Apoio a estudos e pesquisas.Agustini, em seu livro introduoao direito do idoso, apresenta a preocupao

    crescente da legislao brasileira no que diz respeito ao cidado idoso, situando-osem relao aos seus direitos na velhice. A constituio brasileira de 1988 foi aprimeira a tratar o idoso e a velhice como um problema social, avanando para almda assistncia previdncia e assegurando proteo na forma de assistncia social.Entretanto, o autor claro ao explicitar sua preocupao em separar o direito velhice e a proteo a velhice. Entende o primeiro como uma variante do direito vida e, portanto, mais abrangente e integral do que o direito social de proteo

    velhice. O desafio lanado para todos aqueles implicados no processo deenvelhecer, ou seja, aos seres humanos que pretendem vivenciar da melhor formapossvel e desejvel as etapas da vida, o de fazer com que as normas, que

  • 7/30/2019 Trabalho Unopar O Servio Social o Idoso (01) !!!

    3/6

    possuem validade formal e tica e que, portanto so legais e legitimas, passemtambm a ter validade ftica e tenham eficcia. (p.142).

    2.1- A compreenso do processo de envelhecimento no Brasil.

    O processo de envelhecimento em nosso pas no se da de modo igual paratodos. A velhice, como qualquer etapa do ciclo de vida, determinada pela inserode Classe Social. Pelas questes de Gnero, raa e etnia, demarcando experinciasde envelhecimento heterogneas no interior de nossa sociedade. Porem surge anecessidade de entender que envelhecer com dignidade no e umaresponsabilidade individual, (conforme discutimos anteriormente), mas semresponsabilidade coletiva. Implica no s a criao de Politicas Pblicas, comotambm a garantia de acesso dos idosos a essas polticas. Investigar a percepodas pessoas com mais de 60 anos de idade sobre seu processo de envelhecimentoconstitui uma contribuio capaz de redimensionar o impacto do fenmeno deagrizalhamento. Justifica-se pelo fato desse processo de envelhecimento brasileiro seruma realidade prxima de repercusso marcante sobre as polticas sociais eeconmicas do pas que requerem do Enfermeiro e dos profissionais da rea desade e assistncia social uma compreenso de vida sensvel aliada a competnciatcnica, comunicacional e poltica capaz de auxiliar a sociedade a resgatar asrelaes interpessoais e familiares.

    Para Birren e Schroots (1996), a definio do processo de envelhecimento pode

    ser compreendida a partir de trs subdivises:

    Envelhecimento primrio;

    Envelhecimento secundrio; e

    Envelhecimento tercirio.

    Para Birren e Schroots (1996), o envelhecimento primrio, tambmconhecido como envelhecimento normal ou senescncia, atinge todos os humanosps-reprodutivos, pois esta uma caracterstica gentica tpica da espcie. Este tipode envelhecimento atinge de forma gradual e progressiva o organismo, possuindoefeito cumulativo. O indivduo nesse estgio est sujeito concorrente influncia devrios fatores determinantes para o envelhecimento, como exerccios, dieta, estilode vida, exposio a evento, educao e posio social. Para Netto (2002), oenvelhecimento primrio geneticamente determinado ou pr-programado, sendopresente em todas as pessoas (universal). Hershey (1984 in Spirduso, 2005), afirmaque o envelhecimento primrio referente s mudanas universais com a idadenuma determinada espcie ou populaes, sendo independente de influnciasambientais e doena. Para Birren e Schroots (1996), o envelhecimento secundrioou patolgico, refere-se a doenas que no se confundem com o processo normal

    de envelhecimento. Estas enfermidades variam desde leses cardiovasculares,cerebrais, at alguns tipos de cancro (este ltimo podendo ser oriundo do estilo devida do sujeito, dos fatores ambientais que o rodeiam, como tambm de

  • 7/30/2019 Trabalho Unopar O Servio Social o Idoso (01) !!!

    4/6

    mecanismos genticos). O envelhecimento secundrio referente a sintomasclnicos, onde esto includos os efeitos das doenas e do ambiente (SPIRDUSO,2005). O envelhecimento secundrio o envelhecimento resultante das interaesdas influncias externas, e varivel entre indivduos em meios diferentes. Oenvelhecimento secundrio tem como caracterstica o fato de decorrer de fatoresculturais, geogrficos e cronolgicos (NETTO, 2002).Spirduso (2005) diz-nos que,embora as suas causas sejam distintas, o envelhecimento primrio e secundriointeragem fortemente. O autor ressalta que o stress ambiental e as doenas podempossibilitar a acelerao dos processos bsicos de envelhecimento, podendo estesaumentar a vulnerabilidade do indivduo ao stress ambiental e a doenas. J oenvelhecimento tercirio ou terminal , para Birren e Schroots (1996), o perodocaracterizado por profundas perdas fsicas e cognitivas, ocasionadas pelo acumulardos efeitos do envelhecimento, como tambm por patologias dependentes da idade.

    2.2 - O bem estar saudvel e a motivao fsica e psicolgica no sistema de

    envelhecimento.

    Observa-se que atualmente h uma grande procura pela busca da sade e do bemestar fsico e psicolgico da populao idosa atravs das atividades fsicas, essasque podem prevenir e tratar inmeras doenas advindas com a idade, ondeproporciona inmeros benefcios, objetivando segundo Dantas e Oliveira(2003,p.129-130)

    Melhorar as condies musculares (fora e resistncia) articulares(mobilidade).

    Melhorar a flexibilidade..

    Prevenir e melhorar as condies cardiorrespiratrias bem como a circulaoperifrica.

    Prevenir a descalcificao ssea (osteoporose).

    Melhorar a postura, a coordenao motora e o equilbrio.

    Desenvolver a autoconfiana, a autoimagem e a socializao, quando osexerccios so feitos em grupo.

    Manter e promover a independentizao.

    Contudo, nem todos os exerccios podem ser repassados para o idoso, deve seanalisar o perfil, o condicionamento desses, e segundo Dantas e Oliveira (2003) de fundamental importncia uma avaliao de um medico, de um fisioterapeutae de um profissional de educao fsica antes de qualquer atividade.

    Assim, as atividades dinmicas recreativas e em grupo, bem como a ginasticalocalizada, musculao, e caminhadas vo trazer a ludicidade e o prazer para oidoso que esta praticando, seguido da promoo da sade, do lazer e de umaestabilidade emocional e social que de suma importncia na vida de qualquerpessoa, essencialmente quando esta se encontra na terceira idade.

  • 7/30/2019 Trabalho Unopar O Servio Social o Idoso (01) !!!

    5/6

    2.3 - Reflexo sobre as alteraes do perfil de morbidade mais dispendioso,

    justificando suas aes em diferentes nveis na rea da sade.

    O crescimento do nmero de idosos e as implicaes desse crescimento

    na construo de um novo perfil epidemiolgico de ateno sade,caracterizando um perodo de transio epidemiolgica, em que enfermidadesinfecto-parasitarias coexistem com elevao da prevalncia de doenas crnico-degenerativas (Baer, Campino e Cavalcanti 2000), refletem-se em mudanas naestrutura da ateno de cuidados hospitalares e na consequente elevao doscustos de ateno mdico hospitalar.

    Observa-se que, as taxas de hospitalizaes aumentam com a idade,bem como o numero de doenas crnicas, onde so destinados em mdia R$1.794.798.747,00 representando 27,8% do total gastos, com as internaes deidosos e essas autorizaes para as mesmas so maiores em relao s demaisfaixas de idade. As doenas persistentes e crnicas nesses casos podemos citaro diabete, a depresso, a insuficincia cardaca a osteoporose, a doenapulmonar obstrutiva cnceres em suas diversas modalidades, as sndromesdemenciais e outros.

    3 - Concluso.

    O Brasil, como a crescente populao de idosos precisou desenvolver e

    empreender politicas que agregassem e inclussem essa parcela significativa denossa populao. Os programas sociais e de sade devem buscar responder anecessidade premente de desmistificar os preconceitos a respeito da velhice,ancorados na moderna cincia do envelhecimento, para a construo decondies scia culturais propicias para uma velhice digna e prazerosa. Assimconstruiremos um pais constitudo de cidados, pessoas includas e acolhidasem politicas sociais e de sade, no importando a sua faixa etria.

    A politica nacional do idoso, a politica nacional de sade da pessoa idosa,e o estatuto do idoso, bem como o pacto pela vida, so instrumentos que

    garantem a proteo a esse grupo populacional, agregando-os na condio decidados que, como os demais merecem uma ateno digna e saudvel,considerados parceiros ativos do desenvolvimento dessas politicas.

    A perspectiva de que os sujeitos do processo de envelhecimento tenhamcomo vivencia-lo da melhor forma possvel e desejvel. Da o grande desafio daequipe de sade, dos profissionais do servio social, entre outros, passa a ser ocuidado com a pessoa idosa, vislumbrando a especificidade e amultidimensionalidade do ser que envelhece e do processo de envelhecimentohumano.

    A questo social e da sade do idoso, face sua dimenso, exige umapolitica ampla e expressiva que suprima ou, pelo menos, amenize a cruel

  • 7/30/2019 Trabalho Unopar O Servio Social o Idoso (01) !!!

    6/6

    realidade que espera aqueles que conseguem viver at idades mais avanadas.Exige, principalmente, uma politica que seja factvel. Aps tantos esforosrealizados para prolongar a vida humana, seria lamentvel no se possibilitar ascondies adequadas para vive la com dignidade. O avano da experincia devida saudvel gera perspectivas de desenvolvimento para a fase tardia do ciclode vida, o que significa que o perfil biopsicossocial do ser humano passa a exigirnovos enfoques culturais, sociais e de sade. A sociedade brasileira foi capaz deproduzir leis avanadas e que, se colocadas realmente em prtica, mostrar que,nos constitumos de fato numa sociedade que no s preza seus idosos, comolhes devolve o direito a ter direito

    4 - Referncia Bibliogrfica

    -BATISTA, A. S. et al. Envelhecimento e dependncia: desafios para aorganizao da proteo social. Braslia: MPS/SPPS, 2008. (Coleo PrevidnciaSocial, v. 28).

    -MORANDINI, J. A velhice: uma abordagem social e jurdica. In: PASQUALOTTI, A.;PORTELLA, M. R.; BETTINELLI, L. A. Envelhecimento humano: desafios eperspectiva. Passo Fundo: UPF, 2004. p. 288-310.

    - Poltica Nacional do Idoso- Declarao dos Direitos Humanos- Programa Nacionalde Direitos Humanos. Imprensa Nacional; 1998.

    - Estatuto do Idoso. Lei n 10471, de 1 de outubro de 2003. 1 ed, 2reimp. Braslia:Ministrio da Sade; 2003.

    - Portaria 2528/GM, de 19 de outubro de 2006. Aprova a Poltica Nacional de Sadeda Pessoa Idosa. Braslia. Ministrio da Sade; 2006.

    -Brasil. Constituio (1988). Constituio da Repblica Federativa do Brasil:promulgada em 5 de outubro de 1988.

    - Lei n. 10.741, de 10 de outubro de 2.003. Estatuto do Idoso de 07 de junho de1993. Dispe sobre a profisso de Assistente Social e da outras providencias.