26
1.1. Revisão direcionada sobre Transformada de Laplace A transformada de Laplace é fundamental para o estudo dos sistemas de controle lineares e invariantes no tempo. As dinâmicas desses sistemas podem ser representadas por equações diferenciais no domínio do tempo que, em muitas das vezes, possuem difícil e penosa resolução no domínio do tempo. Por exemplo, integração e diferenciação, são substituídas por operações algébricas básicas no domínio da freqüência (plano complexo). Uma vez resolvida a expressão algébrica no domínio “s”, a resposta da equação diferencial no domínio do tempo é obtida através do uso das tabelas de transformadas de laplace ou pelas técnicas de expansão em frações parciais. Um exemplo de aplicação pode ser mostrado através de um sistema massa-mola-amortecedor. Esse sistema pode ser representado pela seguinte equação diferencial 2 2 d x(t) dx(t) M. B. K.x(t) F(t) dt dt , tirada da segunda lei de Newton F M.a , onde: M é a massa, B é o coeficiente de atrito e K a constante da mola e (a) é a aceleração resultante do sistema, x(t) é o deslocamento que o sistema sofre em função de t, devido à aplicação da força F(t), ou seja, 2 2 dx(t) d x(t) B. K.x(t) M. dt dt . A resolução desta equação no domínio s ou também conhecido como domínio da frequência, (Laplace plano complexo) se resume à resolução de uma equação simultânea do segundo grau da seguinte forma 2 Ms X(s) BsX(s) KX(s) F(s) (esse procedimento será visto adiante). Portanto, a relação entre o deslocamento sofrido pela massa X(s) devido à força aplicada F(s) é dada por 2 X(s).[Ms Bs K] F(s) , ou melhor, 2 1 X(s) F(s) Ms Bs K . Dada uma força aplicada F(s) obtemos um deslocamento X(s) em função dos parâmetros M (massa), B (atrito) e K (constante da mola). A resolução desse problema no domínio do tempo como resposta x(t) à força f(t) aplicada será a transformada inversa de Laplace de X(s), ou seja, 1 1 2 1 x(t) L X(s) L F(s) Ms Bs K que pode ser resolvido facilmente através do método de decomposição em frações parciais como será visto mais adiante. 1.1.1. Definição geral A transformada de Laplace é determinada através da multiplicação de uma função ou sinal linear f(t) pela função st e e integrando o produto, no intervalo de tempo compreendido entre (0, +), ou seja: s.t 0 F(s) f(t)e dt Obs. Consideraremos letras minúsculas para as funções no domínio do tempo e letras maiúsculas para as suas transformadas de Laplace (domínio da frequência) Esse procedimento fará com que uma função f(t), com t uma variável real positiva no domínio do tempo, seja convertida em uma função no domínio complexo com s uma variável complexa (a + jb) com -<a< e -<b<. O operador, transformada de Laplace, é dado pelo símbolo L e o operador transformada inversa de Laplace é dado pelo operador L -1

Transf. de Laplace

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Transf. de Laplace

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  • 1.1. Reviso direcionada sobre Transformada de Laplace

    A transformada de Laplace fundamental para o estudo dos sistemas de controle lineares e invariantes no tempo.

    As dinmicas desses sistemas podem ser representadas por equaes diferenciais no domnio do tempo que, em

    muitas das vezes, possuem difcil e penosa resoluo no domnio do tempo. Por exemplo, integrao e diferenciao,

    so substitudas por operaes algbricas bsicas no domnio da freqncia (plano complexo). Uma vez resolvida a

    expresso algbrica no domnio s, a resposta da equao diferencial no domnio do tempo obtida atravs do uso

    das tabelas de transformadas de laplace ou pelas tcnicas de expanso em fraes parciais.

    Um exemplo de aplicao pode ser mostrado atravs de um sistema massa-mola-amortecedor. Esse sistema pode

    ser representado pela seguinte equao diferencial

    2

    2

    d x(t) dx(t)M. B. K.x(t) F(t)

    dtdt , tirada da segunda lei de

    Newton F M.a , onde: M a massa, B o coeficiente de atrito e K a constante da mola e (a) a acelerao

    resultante do sistema, x(t) o deslocamento que o sistema sofre em funo de t, devido aplicao da fora F(t), ou

    seja,

    2

    2

    dx(t) d x(t)B. K.x(t) M.

    dt dt . A resoluo desta equao no domnio s ou tambm conhecido como domnio

    da frequncia, (Laplace plano complexo) se resume resoluo de uma equao simultnea do segundo grau da

    seguinte forma 2Ms X(s) BsX(s) KX(s) F(s) (esse procedimento ser visto adiante). Portanto, a relao entre o

    deslocamento sofrido pela massa X(s) devido fora aplicada F(s) dada por 2X(s).[Ms Bs K] F(s) , ou

    melhor, 2

    1X(s) F(s)

    Ms Bs K

    . Dada uma fora aplicada F(s) obtemos um deslocamento X(s) em funo dos

    parmetros M (massa), B (atrito) e K (constante da mola). A resoluo desse problema no domnio do tempo como

    resposta x(t) fora f(t) aplicada ser a transformada inversa de Laplace de X(s), ou seja,

    1 12

    1x(t) L X(s) L F(s)

    Ms Bs K

    que pode ser resolvido facilmente atravs do mtodo de decomposio

    em fraes parciais como ser visto mais adiante.

    1.1.1. Definio geral

    A transformada de Laplace determinada atravs da multiplicao de uma funo ou sinal linear f(t) pela funo ste

    e integrando o produto, no intervalo de tempo compreendido entre (0, +), ou seja:

    s.t

    0

    F(s) f (t)e dt

    Obs. Consideraremos letras minsculas para as funes no domnio do tempo e letras maisculas para as suas

    transformadas de Laplace (domnio da frequncia)

    Esse procedimento far com que uma funo f(t), com t uma varivel real positiva no domnio do tempo, seja

    convertida em uma funo no domnio complexo com s uma varivel complexa (a + jb) com -

  • A transformada de Laplace uma transformao linear. Dadas as funes f(t), f1(t) e f2(t) e se elas apresentam

    transformada de Laplace, ento:

    L[k.f (t)] k.L[f (t)]

    1 2 1 2L[f (t) f (t)] L[f (t)] L[f (t)]

    A seguir sero desenvolvidas as transformadas de Laplace de apenas algumas funes bastante usadas na teoria de

    controle.

    1.1.2. Funo exponencial e sua transformada

    A funo exponencial definida da seguinte forma:

    t

    f (t) 0 se t 0

    f (t) k.e se t 0

    onde k e so constantes reais.

    t t st ( s)t

    0 0

    L[f (t)] L[k.e ] k.e .e .dt k. e .dt

    Lembrando da teoria de clculo, podemos fazer uma troca simples e conveniente de variveis. Fazendo

    ( s).t u e derivando os dois membros temos du

    ( s).dt du dt( s)

    .

    Devido mudana de variveis, os limites de integrao tambm mudaro passando a ser;

    Para t = 0 u = 0 e para t = u = -

    Fazendo a troca de variveis temos:

    u u u

    0 0

    du k kL[f (u)] k. e .( ) . e .du .e

    0( s) ( s) ( s)

    0 0k k k 1 k k.[e e ] .[e e ] .( 1) .(0 1)( s) ( s) ( s) ( s) (s )e

    Portanto, t kL[k.e ]

    s

    Para a transformao efetuada, K um ganho e o inverso de , ou seja, 1

    uma constante de tempo.

    O grfico da funo 2tf (t) 4e mostrado a seguir: Observe que quando t=0 f(t) = 4 e quando t = f(t) = 0.

    Observe tambm que = 2 e o seu inverso 0,5 que a sua constante de tempo. Veja que para t igual a 5 valores

    de constante de tempo, ou seja, t = 2,5 seg, o valor da funo praticamente o valor que ela teria em t = , ou seja,

    f() = 0. Em geral podemos dizer que uma exponencial ao atingir um tempo em torno de quatro a cinco vezes a sua

    constante de tempo, o valor atingido praticamente o valor que ela teria para t = .

  • Grfico traado pelo software MATLAB.

    1.1.3. Funo degrau e sua transformada

    A funo degrau definida da seguinte forma:

    f (t) 0 se t 0

    f (t) k.u(t) se t 0

    onde k uma constante real e u(t) = 1 para t 0.

    A transformada de Laplace de k.u(t) (t 0) fica:

    (observe que a transformada de Laplace definida no intervalo (0,) uma vez que a converso feita para funes

    no tempo e pelo que sabemos at o momento, no existe tempo negativo).

    st st

    0 0

    L[f (t)] L[k.u(t)] k.e .dt k. e .dt

    Da mesma forma feita no item 1.3.2, podemos fazer uma troca tambm simples e conveniente de variveis. Fazendo

    s.t u e derivando os dois membros temos: du

    s.dt du dts

    .

    Os limites de integrao tambm mudaro passando a ser: para t = 0 u = 0 e para t = u = -

    Fazendo a troca de variveis temos:

    u u u

    0 0

    du k kL[f (u)] k. e . . e .du .e

    0s s s

    0 0k k k 1 k k.[e e ] .[e e ] .( 1) .(0 1)s s s s se

    Portanto, k

    L[k.u(t)]s

    Para a transformao efetuada, K um ganho e, se for igual a um, denominados de degrau unitrio. Esta funo e

    ostensivamente utilizada na teoria de controle.

    0 0.5 1 1.5 2 2.5 30

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    3.5

    4Grafico da funao exponencial decrescente

    Tempo (sec)

    Am

    plit

    ude

  • Observa-se tambm que para a funo degrau, =0, ou seja, a constante de tempo 1

    infinita, ou seja, a funo

    no parte de 0 e vai a 1 num determinado tempo ela j parte de 1 para t 0.

    Para descrevermos melhor a aplicao dessa funo nos sistemas, imagine uma balana de prato com indicao

    analgica e desejamos medir a massa de um certo material. Imagine que o instante em que o material colocado na

    balana seja t = 0, obviamente, a massa medida pela balana num tempo anterior colocao do tijolo no prato da

    balana ser 0. Veja que a partir de t = 0 o valor de massa colocado no prato da balana vale K e no modificar para

    todo t 0. Esse um exemplo de aplicao da funo u(t). A resposta da balana (considerada o sistema) ser a

    movimentao do ponteiro analgico em sua rgua graduada. Esse ponteiro sara de 0 (massa = 0) e a partir de t = 0

    comear a se deslocar at estabilizar no valor de K que a sua massa. Se retirarmos o material, tudo voltar a ser

    como antes.

    Os grficos da aplicao do material na balana f(t)=K.u(t) e da resposta da balana podem ser mostrados a partir

    dos grficos a seguir: As oscilaes no grfico de resposta da balana podero alterar dependendo dos valores de K,

    mas o valor final ser sempre K.

    -1 0 1 2 3 4 5 6 74

    4.2

    4.4

    4.6

    4.8

    5

    5.2

    5.4

    5.6

    5.8

    6Funao degrau unitario de valor K=5

    Tempo (sec)

    Am

    plit

    ude

  • Obs. h um costume geral em se dizer qual o peso de um dado produto, na verdade deveria ser qual a massa do

    produto, uma vez que, balana no mede peso mas sim massa, a gravidade anulada pelo prato da balana e a

    graduao, como todos ns sabemos em gramas).

    1.1.4. Funo rampa e sua transformada

    A funo rampa definida da seguinte forma:

    0 para t 0f (t)

    K.t para t 0

    A sua transformada de Laplace dada por, st st

    0 0

    L[f (t)] L[k.t] k.t.e .dt k. t.e .dt

    Fazendo u du

    u s.t t ento dts s

    Os limites de integrao ficam: para t = 0 u = 0 e para t = u = - , portanto,

    st u u

    20 0 0

    u du kk. t.e .dt k.. .e . . u..e .du

    s s s

    Dadas as duas funes u e uv e ( udv e .du ) contnuas e que possuem derivadas no intervalo (-,0), sabemos

    do clculo que (u.v) u '.v u.v' . Integrando os dois lados temos:

    0 0 0(u.v) u '.v u.v '

    (chamada integrao por partes). Dessa expresso podemos tirar que:

    0 0 0 0u.v ' (u.v) u '.v u.v u '.v

    0

    Substituindo o valor de v temos:

    u u u 0 0

    0 0u.e .du u.e e .du ( .e 0.e ) (e e ) (0 0) (0 1) 1

    0

    -1 0 1 2 3 4 5 6 70

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7Movimento do ponteiro da balana

    Tempo (sec)

    Am

    plit

    ude

  • O valor de .e 0 pois a expresso tt

    tt.e

    e

    quando t gera uma indeterminao que eliminada

    aplicando a regra de LHopital ficando t

    t

    d(t)

    1dtd e(e )dt

    e quando t vai a a expresso vai a zero. A expresso pode

    ser entendida da seguinte forma: quando t vai para o infinito, o denominador da expresso vai para o infinito muito

    mais rpido que o numerador, porisso, a expresso toda vai a zero.

    Logo, st

    0

    L[k.t] k. t.e .dt

    u

    2 2 20

    k k k. u..e .du .1

    s s s

    A transformada de Laplace da funo rampa tambm possui grande importncia na teoria de controle.

    1.1.5. Funo pulso e sua transformada

    Antes de determinarmos a transformada de Laplace da funo pulso, importante que falemos um pouco sobre um

    teorema da transformada de Laplace que diz sobre o deslocamento de uma funo no tempo a qual chamamos de

    funo transladada ou funo com retardo de tempo.

    Considere as seguintes funes no tempo, f(t) e f(t-). O efeito de um retardo de tempo na funo f(t) pode ser

    visto comparando os dois grficos a seguir.

    f(t) Sem retardo de tempo f(t-) Com retardo de tempo ( = 1seg)

    Considerando que u(t) a funo degrau unitrio e como essas funes no tempo s valem para t 0 ento

    podemos dizer que a funo sem retardo de tempo dada por f (t) f (t).u(t) e a funo com retardo de tempo

    dada por f (t ) f (t ).u(t ) .

    A transformada de Laplace da funo f (t ) dada por st

    0

    L[f (t ).u(t )] f (t ).u(t ).e .dt

    .

    Uma troca conveniente de variveis seria fazendo: t dt d .

    Os limites de integrao ficam: para para t 0 e para t e quando t 0

    Portanto, as integrais ficam:

    0st s( ) s( ) s( )

    0 0

    f (t ).u(t ).e f ( ).u( ).e .d f ( ).u( ).e .d f ( ).u( ).e .d

    s s s s

    0 0

    0 f ( ).u( ).e .e .d e . f ( ).u( ).e .d

    0 1 2 3 4 5 60

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    1Funao sem retardo de tempo

    Tempo (sec)

    Am

    plitu

    de

    0 1 2 3 4 5 6 70

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    1Funao com retardo de tempo de 1 seg

    Tempo (sec)

    Am

    plit

    ude

  • Como u( ) 1 para t 0 ento, s s s s s

    0 0

    e . f ( ).u( ).e d e . f ( ).e d e .F(s)

    Portanto,

    s.L[f (t )] e F(s)

    Funo Pulso

    A funo pulso definida como sendo 0

    0

    f (t) k para 0 t t

    f (t) 0 para t 0 e t t

    e pode ser desenvolvida

    analiticamente como sendo a subtrao de dois degraus unitrios de valor K defasados no tempo de um tempo t0, ou

    seja,

    0f (t) k.u(t) k.u(t t ) .

    Grfico da funo pulso.

    A transformada de Laplace da funo pulso ser dada por:

    0 0

    0 0

    s.t s.t

    L[f (t)] L[k.u(t) k.u(t t )] k.L[u(t)] k.L[u(t t )]

    1 1 Kk. k.e . (1 e )

    s s s

    1.1.6. Funo impulso e sua transformada

    Se fizermos o tempo t0 da funo pulso tender a zero mantendo a sua rea, a sua amplitude tender ao infinito e

    dessa forma definimos a funo impulso.

    0

    0

    st

    t 0 0

    kf (t) lim (1 e )

    s.t

    A funo impulso s existe no instante t = 0, portanto, ter valores iguais a zero para instantes de tempo maiores que

    zero. Pode-se dizer que um caso particular da funo pulso.

    A transformada de Laplace desta funo pode ser feita da seguinte forma:

    100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000-1.5

    -1

    -0.5

    0

    0.5

    1

    1.5

    Tempo

    Deg

    rau

    Degrau 1 em t=0 e Degrau -1 em t=250

    0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000-1.5

    -1

    -0.5

    0

    0.5

    1

    1.5Funao pulso

  • 00

    st

    t 0 0

    kL[f (t)] L lim (1 e )

    s.t

    se fizermos t0 tender a zero verificaremos que haver uma diviso de 0 por 0,

    ou seja, haver uma indeterminao. Para eliminarmos essa indeterminao utilizamos do clculo a regra de

    LHopital. Derivaremos a expresso tanto no numerador quanto no denominador em relao t0.

    0

    0

    0

    0 0 0

    stst

    . st0

    t 0 t 0 t 00)

    0

    d[k.(1 e )]

    k.( s e )dtlim lim lim(k.e ) kd s

    (s.tdt

    Quando k = 1, esta funo chamada de FUNO IMPULSO UNITRIO ou FUNO DELTA DE DIRAC e

    representada por (t) . A exemplo da funo degrau unitrio, a funo (t) tambm tem grande importncia no

    estudo da teoria de controle.

    Imagine o exemplo dado na seo 1.3.3, ao invs de colocarmos o material na balana e deixarmos ele l, colocamos

    o material e no espao mais curto de tempo possvel, retiramos esse material do prato da balana. Observa-se que

    ao colocarmos o material no prato e depois o retiramos, o ponteiro da balana atinge um determinado valor e depois

    retorna ao ponto de onde partiu. como se desse um murro rpido na balana e o ponteiro ir mais longe, na

    escala da balana, quanto maior for esse murro rpido.

    O grfico da aplicao do material na balana com f(t) = K.(t) e da resposta da balana so vistos a seguir: As

    oscilaes no grfico de resposta da balana podero alterar dependendo dos valores de K. No caso, K = 5 o mesmo

    considerado na seo 1.3.3.

    0 1 2 3 4 5 6 7-2

    -1

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7Movimento do ponteiro da balana

    Tempo (sec)

    Am

    plit

    ude

  • 1.1.7. Funes seno e co-seno e suas transformadas

    Funo Seno

    A transformada de Laplace da funo seno dada por

    s.t s.t

    0 0

    L[k.sen( .t)] k.sen( .t).e .dt k. sen( .t).e .dt

    Como j visto, podemos substituir sen( .t) por j. .t j. .te e

    2j

    , substituindo temos:

    j. .t j. .t j. .t s.t j. .t s.t ( s j. ).t ( s j. ).ts.t s.t

    0 0 0 0

    e e e .e e .e e ek. sen( .t).e .dt k. .e .dt k. .dt k. .dt

    2j 2j 2j

    (s j. ).t (s j. ).t

    0 0

    k ke .dt e .dt

    2j 2j

    Para a primeira parcela da expresso acima, se fizermos u (s j. )t ento

    dudu (s j. )dt dt

    (s j. )

    E os limites de integrao passam a ser para t 0 u 0 e para t u , substituindo temos:

    u u 0

    0 0

    k du k k k ke . e .du (e e ) (0 1)

    2j (s j.w) 2j.(s j. ) 2j.(s j. ) 2j.(s j. ) 2j.(s j. )

    Fazendo para a segunda parcela procedimento idntico obtemos k

    2j.(s j. )

    .

    Logo a expresso da transformada de Laplace para a funo seno fica:

    k k k 1 1 k s j. s j.L[k.sen( .t)] . .

    2j.(s j. ) 2j.(s j. ) 2j s j. s j 2j (s j. ).(s j. )

    2 2 2 2 2 2

    k 2.j. k.. k.

    2j s s s

    0 1 2 3 4 5 6 7-2

    -1

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7Movimento do ponteiro da balana

    Tempo (sec)

    Am

    plit

    ude

  • Exerccio proposto

    Determinar a transformada de Laplace da funo co-seno, sabendo-se que

    j. .t j. .te ecos( .t)

    2

    .

    O procedimento idntico ao utilizado para determinar L[k.sen( .t)] . Resposta: 2 2

    k.sL[k.cos( .t)]

    s

    1.1.8. Propriedades bsicas da transformada de Laplace (TL)

    As propriedades das transformadas de Laplace mostradas a seguir so de grande importncia na teoria de controle.

    1.1.8.1. Deslocamento no tempo

    Esta propriedade obtida pela insero de um retardo de tempo na funo temporal, j foi mostrada para que

    pudssemos calcular a transformada de Laplace da funo pulso no item 1.3.4.

    1.1.8.2. Multiplicao de f(t) por te

    .t .t s.t (s )t

    0 0

    L[e .f (t)] e .f (t).e .dt f (t).e .dt

    , observa-se que a transformada de Laplace de funo

    .te .f (t) nada mais do que substituir s por (s + ) na definio da transformada de Laplace, portanto, se

    L[f (t)] F(s) , ento .tL[e .f (t)] F(s )

    Esta propriedade importante em controle quando precisamos determinar as transformadas de Laplace de funes

    do tipo .t .te .sen( .t) ou e .cos( .t) utilizadas nas respostas de sistemas oscilantes com decaimento

    exponencial que tendem para um determinado valor. As transformadas de Laplace destas funes so dadas por:

    .t

    2 2L[e .sen( .t)]

    (s )

    .t

    2 2

    sL[e .cos( .t)]

    (s )

    1.1.8.3. Mudana da escala de tempo

    Na anlise de sistemas fsicos, s vezes conveniente a alterao da escala de tempo de uma dada funo

    temporal. Se em uma dada f (t) alterarmos a varivel tempo t para t

    ento a funo ser alterada para

    tf

    .

    s.t

    0

    t tL f f .e .dt

    fazendo 1t

    t

    1t .t , ento: 1s.t s. .t1 1)0 0

    tf .e .dt f t .e .d( .t

    Fazendo 1s. s e substituindo, temos: 1 1s.t s .t1 1 10 0

    tf .e .dt . f t .e .dt .F(s ) .F( s)

    Portanto, t

    L f .F( s)

  • Exemplo

    Comparemos as duas expresses a seguir:

    t

    t 0,5.t2t

    f (t) e e f e ou f 0,5.t e2

    t 1L[f (t)] Lf (t) L[e ] es 1

    t 2L f ou L f 0,5.t 2.F(2.s)

    2 2.s 1

    1.1.8.4. Teorema das derivadas

    A transformada de Laplace da derivada de uma funo f(t) dada por:

    dL (f (t) sF(s) f (0)

    dt

    Sendo f(0) a condio inicial de f(t) calculada em t = 0.

    Para demonstrar o teorema utiliza-se a integrao por partes:

    0 0 0 0u.v ' (u.v) u '.v u.v u '.v

    0

    Fazendo

    st st

    du f (t) du f(t) e

    dt

    v e (dv s.e dt)

    Substituindo os valores de u e v, temos:

    st st st

    0 0 0 0

    du.dv u.v v.du f (t).( s.e .dt) f (t).e (e ). f (t) .dt

    0 0 dt

    st stst

    0 0

    e e df (t).e .dt f (t). . f (t) .dt

    0s s dt

    s. s.0st

    0

    e e 1 dF(s) f ( ). f (0). f (t) .e .dt

    s s s dt

    1 1 d f (0) 1 dF(s) 0 f (0). .L f (t) .L f (t)

    s s dt s s dt

    Portanto, f (0) 1 d d

    F(s) .L f (t) s.F(s) f (0) L f (t)s s dt dt

    Logo: d

    L f (t) s.F(s) f (0)dt

    Se considerarmos condies iniciais nulas, temos f(0) = 0, ento: d

    L f (t) s.F(s)dt

    Exemplos:

  • Dada a expresso 3.td (e )

    dt

    determine a sua forma no domnio da frequncia com condio inicial igual a 1.

    3.td 1 s (s 3) 3L (e ) s. 1dt s 3 s 3 s 3

    Dada a equao diferencial d

    3. x(t) 5.x(t) 0dt

    com condio inicial x(0) = 2, determine a sua forma no domnio

    da frequncia.

    dL 3. x(t) 5.x(t) 0 3.[s.X(s) x(0)] 5.X(s) 0

    dt

    3.s.X(s) 3.x(0) 5.X(s) 0

    X(s).[3s 5] 3.x(0)

    3.x(0)X(s)

    3s 5

    Como x(0)=2, substituindo temos:

    6X(s)

    3s 5

    Se quisermos achar a expresso de x(t) teremos que determinar a transformada inversa de X(s), ou seja,

    1 6x(t) L3s 5

    (Este clculo ser visto mais adiante)

    Da mesma forma, a transformada de Laplace de uma derivada de ordem n, ser;

    nn n 1 n 2 n 3

    n

    dL f (t) s .F(s) s .f (0) s .f '(0) s .f ''(0) ...

    dt

    Se as condies iniciais forem nulas, ento teremos:

    nn

    n

    dL f (t) s .F(s)

    dt

    Como exemplo, a transformada de Laplace de

    2

    2

    df (t)

    dtser:

    22

    2

    dL f (t) s .F(s) s.f (0) f '(0)

    dt

    e se as condies iniciais forem nulas, ento:

    22

    2

    dL f (t) s .F(s)

    dt

    Exerccio resolvido

    Na equao diferencial a seguir ache a relao no domnio da frequncia entre X(s) e U(s) considerando as

    condies iniciais nulas.

    3 2

    3 2

    d d d dx(t) 4. x(t) 2 x(t) x(t) u(t) 5.u(t)

    dt dtdt dt

    Resoluo:

  • 3 2

    3 2

    3 2

    s .X(s) 4.s .X(s) 2.s.X(s) X(s) s.U(s) 5.U(s)

    X(s).[s 4.s 2.s 1] U(s)[s 5]

    X(s) s 5

    U(s) s 4.s 2.s 1

    Esta expresso tem o nome de funo de transferncia e ser vista mais adiante.

    Exerccios propostos

    Dada a equao diferencial a seguir, ache a relao no domnio da frequncia, entre F(s) e U(s) considerando

    condies iniciais nulas.

    2

    2

    d d df (t) 2. f (t) f (t) 3. u(t) u(t)

    dt dtdt

    Dada a equao diferencial

    2

    2

    d df (t) 2. f (t) 3.f (t) 0

    dtdt , cujas condies iniciais so f(0) = 2 e

    f(0) = 1. Determine a sua forma no domnio da frequncia.

    1.2. Tabela de transformadas de Laplace

  • 1.3. Reviso direcionada sobre transformada inversa de Laplace (TIL)

    Normalmente, em engenharia de controle clssico, utilizado o mtodo da decomposio em fraes parciais devido

    s relaes entre polinmios que normalmente so encontradas na teoria. Como j visto, as dinmicas dos sistemas

    de controle, regidas por equaes diferenciais, transforman-se em polinmios quando tratadas no domnio da

    frequncia (Laplace) da a grande utilizao do mtodo.

    1.3.1. Mtodo da decomposio em fraes parciais

    O mtodo se resume em expandir uma relao entre polinmios de maior ordem, em uma soma de relaes

    polinomiais, sendo o numerador uma constante e o denominador um polinmio do tipo (s+A)n, sendo (A) um nmero

    real ou complexo e (n) um inteiro positivo. Estas so as condies que normalmente encontramos em controle,

    obviamente, o rigor matemtico faz com que o mtodo seja muito mais abrangente.

    Para realizarmos a decomposio em fraes parciais precisamos decompor o polinmio do denominador em um

    produto de monmios de suas razes. Um problema seria a determinao dessas razes dependendo do grau do

    polinmio do denominador (para acharmos as razes igualamos o polinmio a zero). Para isso existem calculadoras

    cientficas que podem fazer esse trabalho. Entra-se com os coeficientes do polinmio e como resposta da

    calculadora, nos fornece as suas razes, reais ou complexas. Existem softwares como o MATLAB que tambm pode

    fazer isso.

    Por exemplo, o comando roots(A) do MATLAB sendo A um vetor definido pelo usurio com os coeficientes de um

    dado polinmio, nos retornar as razes desse polinmio complexas ou reais.

    Exemplo:

    Para o polinmio 5 4 3s 3s 5s 7s 8 0 (Observe que o coeficiente de grau dois deste polinmio zero)

    A = [1 3 5 0 7 8] (Os coeficientes so separados por espao em branco e o polinmio entre colchetes)

    roots(A)

    O MATLAB nos dar como resposta o seguinte resultado

    ans =

    -1.7217 + 1.7761i

    -1.7217 - 1.7761i

    0.6506 + 1.0493i

    0.6506 - 1.0493i

    -0.8577

    Divertimento para quando fizer um sbado chuvoso.

    Dado o produto de monmios das razes acima:

    [s (-1.7217 + j1.7761)].[[s (-1.7217 - j1.7761)].[s (0.6506 + j1.0493)].[[s (0.6506 + j1.0493i)].[s-(-0.8577)]

    Dando o segunte produto

    [s 1.7217 - j1.7761].[[s 1.7217 + j1.7761].[s 0.6506 - j1.0493].[[s

    0.6506 - j1.0493].(s + 0.8577)

    Tente chegar no polinmio dado como exemplo.

    Obs. Se necessrio, use uma calculadora e no precisa ser, necessariamente, em um sbado chuvoso.

  • Observa-se que nunca teremos uma raiz complexa isoladamente, ela sempre aparecer aos pares conjugados

    (mesma parte real, porm as partes imaginrias so iguais em mdulo e com sinais trocados) como pode ser

    observado no exemplo dado.

    Como o polinmio dado de grau cinco, obviamente, teremos cinco razes sendo quatro complexas (dois pares

    complexos conjugados) e uma raiz real.

    Obs. Dada uma relao entre polinmios, as razes do polinmio do numerador so chamadas de zeros e as razes

    do polinmio do denominador so chamadas de polos. bom se acostumar, pois esses termos so constantemente

    utilizados em controle.

    Seja uma relao de polinmios dada por B(s)

    F(s)A(s)

    Onde: A(s), B(s) so polinmios em s e o grau de B(s) sempre menor que o de A(s).

    Se a funo F(s) expandida em partes, ento:

    1 2 3 nF(s) F (s) F (s) F (s) ... F (s) e, portanto,

    1 1 1 1 11 2 3 nL [F(s)] L [F (s)] L [F (s)] L [F (s)] ... L [F (s)]

    1 2 3 nf (t) f (t) f (t) f (t) ... f (t)

    Porm para que possamos aplicar este mtodo numa funo do tipo B(s)

    F(s)A(s)

    , necessrio que o grau do

    polinmio B(s) seja menor que o grau do polinmio A(s). Se isto no ocorrer, necessrio dividir os polinmios com o

    objetivo de diminuir o grau do numerador. Qualquer funo racional B(s)

    A(s), onde B(s) e A(s) so polinmios, com

    o grau de B(s) menor que o grau de A(s), pode ser escrito como a soma de funes racionais (fraes parciais).

    As fraes parciais so, geralmente, transformadas de Laplace conhecidas de funes no tempo do tipo, exponencial,

    degrau, rampa, etc, j desenvolvidas no incio desta apostila.

    Quando fazemos a decomposio em fraes parciais de uma relao de polinmios, podemos encontrar trs

    situaes distintas para os polos dessa relao: razes reais e distintas; razes reais e iguais; razes complexas. Ser

    visto cada caso separadamente com exerccios de aplicao e propostos.

    1.3.1.1. Razes reais e diferentes

    Seja a funo 1 2 m

    1 2 n

    B(s) k.(s z ).(s z )...(s z )F(s)

    A(s) (s p ).(s p )...(s p )

    sendo m< n (inteiros positivos)

    k uma constante real.

    z zeros

    p polos

    Se os polos de F(s) so distintos, ento F(s) pode ser expandido em :

    1 2 n

    1 2 n

    B(s) a a aF(s) ...

    A(s) s p s p s p

    O coeficiente 1, 2, ..., nia i chamado de resduo do polo is p

  • O resduo ser dado pela expresso: i

    ii

    (s+p ).B(s)a =

    s pA(s)

    Aqui dispensamos a demonstrao deste resultado. Uma demonstrao poder ser encontrada na referncia

    Engenharia de Controle Moderno Katsuhiko Ogata 4 edio pag 28.

    Exerccio resolvido

    Determine a transformada inversa de Laplace da funo 2

    s 5F(s)

    s 5s 6

    Os polos ou as razes do denominador so p1 = -2 e p2 = -3.

    Decompondo o polinmio do segundo grau do denominador em dois monmios na forma 1 2(s p ).(s p ) , temos:

    s 5 s 5F(s)

    [s ( 2)].[s ( 3)] (s 2)(s 3)

    (Obs. Os polos so os valores de s que zeram o denominador)

    1 21 1 1 1s 5 a af (t) L [F(s)] L L L(s 2)(s 3) s 2 s 3

    1(s 2)(s 5) 2 5

    a 3s 2(s 2)(s 3) 2 3

    2(s 3)(s 5) 3 5 2

    a 2s 3(s 2)(s 3) 3 2 1

    Portanto, 1 1 1 2.t 3.ts 5 3 2f (t) L L L 3.e 2e

    (s 2)(s 3) s 2 s 3

    (veja a transformada de

    Laplace da funo exponencial).

    Exerccios propostos

    Determine a transformada inversa de Laplace das seguintes funes

    Lembre-se de que o clculo das razes somente para o denominador, ou seja, determinao dos polos.

    a)

    2

    2

    s 5F(s)

    s 7s 10

    b)

    2

    2

    s 3s 1F(s)

    (s 4s 3)(s 2)

    1.3.1.2. Razes reais e iguais (razes mltiplas)

    Seja a funo 1 2 m

    n

    B(s) k.(s z ).(s z )...(s z )F(s)

    A(s) (s p)

    sendo n < m (inteiros positivos)

    k uma constante real.

    z zeros

    p polos

    Se os polos de F(s) so mltiplos, ento F(s) pode ser expandido em:

  • 1 2 n

    2 n)

    B(s) a a aF(s) ...

    A(s) s p (s p) (s p

    Os resduos 1, 2, ..., nia i so obtidos da seguinte expresso:

    n i

    in i

    1 da B(s)

    s pn i ! ds

    sendo ai = 1, 2, ..., n

    Exerccio resolvido

    Dada a funo

    2

    3

    s 2s 3F(s)

    (s 1)

    , determine a sua f (t) dada pela sua transformada inversa de Laplace (TIL).

    21 2 31 1

    3 2 3

    s 2s 3 a a af (t) L [F(s)] L

    (s 1)(s 1) (s 1) (s 1)

    3 1 22

    13 1 2

    1 d 1 d 1a B(s) s 2s 3 .2 1

    s 1 s 1 s 13 1 ! 2! 2ds ds

    3 22

    23 2

    1 d 1 da B(s) s 2s 3 2s 2 0

    s 1 s 1 s 13 2 ! 1! dsds

    3 32 2

    33 3

    1 d 1a B(s) s 2s 3 ( 1) 2.( 1) 3 2

    s 1 s 13 3 ! 0!ds

    21 t 2 t t 2

    3 2 3 3

    s 2s 3 1 0 2 1 2f (t) L e t e e (1 t )

    (s 1) (s 1)(s 1) (s 1) (s 1) (s 1)

    A transformada inversa de Laplace de3

    2

    (s 1) obtida diretamente da tabela de transformadas fornecida (par

    nmero 8 da tabela ).

    Exerccios propostos

    Determine a transformada inversa de Laplace das seguintes funes

    a)

    3

    4

    s 2s 4F(s)

    (s 2)

    b)

    2

    3

    s 3s 1F(s)

    (s 1) .(s 2)

    (Observe que neste exerccio teremos uma combinao de razes distintas e razes

    mltiplas. O procedimento o mesmo)

    1.3.1.3. Razes complexas conjugadas

    Seja a funo1 2 m

    1 2 n

    B(s) k.(s z ).(s z )...(s z )F(s)

    A(s) (s p ).(s p )...(s p )

  • Suponhamos que um par de razes seja complexas conjugadas. bom relembrar que as razes complexas s

    aparecem aos pares, sendo uma conjugada da outra.

    Os procedimentos de clculo so idnticos aos dois processos anteriores, porm, as razes sero complexas

    conjugadas ao invs de reais.

    A visualizao atravs de exemplos tornar mais fcil o entendimento.

    Exerccios resolvidos

    Seja a funo

    3

    2

    s 2s 4F(s)

    s 4s 5

    . Determine a sua transformada inversa de Laplace.

    A sua transformada inversa dada por:

    31 1

    2

    s 2s 4L [F(s)] L

    s 4s 5

    Os polos da funo so: 2 j ficando:

    3 31 21 1 1

    2

    s 2s 4 s 2s 4 a aL L L

    (s 2 j).(s 2 j) s 2 j s 2 js 4s 5

    Como os polos so complexos conjugados, as constantes a1 e a2 tambm sero complexas conjugadas, vamos

    calcular a1 e a2 e mostrar essa afirmao.

    As razes so diferentes e no so mltiplas, ento, utiliza-se o mtodo para razes diferentes, s que agora as razes

    so complexas e no reais.

    3 3

    1(s 2 j).(s 2s 4) ( 2 j) 2.( 2 j) 4

    as 2 j(s 2 j).(s 2 j) 2 j 2 j

    3 2( 2 j) ( 2 j) .( 2 j) (4 4j 1).( 2 j) (3 4j).( 2 j) 6 11j 4 2 11j

    Logo,

    2

    12

    2 11j 4 2j 4 ( 2 13j) j 2j 13j 13 2ja . 6,5 j

    2j 2j j 22j

    um pouco trabalhoso, mas fcil. s fazer com ateno para no errar nas contas.

    Confirmando o clculo para a2.

    3 3

    2(s 2 j).(s 2s 4) ( 2 j) 2.( 2 j) 4

    as 2 j(s 2 j).(s 2 j) 2 j 2 j

    23 2 2 2( 2 j) ( 2 j). 1.(2 j) ( 2 j)( 1) .(2 j) ( 2 j).(2 j)

    (4 4j 1).( 2 j) (3 4j).( 2 j) 6 11j 4 2 11j

    2

    22

    2 11j 4 2j 4 ( 2 13j) j 2j 13j 13 2ja . 6,5 j

    2j 2j j 22j

    Confirmando que a2 o complexo conjugado de a1.

    Agora colocando a1 e a2 na forma polar temos: 1a 6,58.8,75 ou j.8,756,58.e e j.8,752a 6,58.e

    Substituindo os valores de a1 e a2 temos:

    3 j.8,75 j.8,751 1 j.8,75 (2 j).t j.8,75 (2 j).t

    2

    s 2s 4 6,58.e 6,58.eL L 6,58.[e .e e .e ]

    s 2 j s 2 js 4s 5

  • 2.t j.8,75 j.t j.8,75 j.t 2.t j.(t 8,75 ) j.(t 8,75 ) 2f (t) 6,58.e . e .e e .e 6,58.e . e e .2

    j.(t 8,75 ) j.(t 8,75 )2.t 2.te ef (t) 13,16.e . 13,16.e .cos(t 8,75 )

    2

    Nota-se, portanto, que o procedimento idntico ao de razes reais, exceto pela quantidade de clculos que,

    naturalmente, um pouco maior.

    Podemos adotar uma forma padro como se segue:

    Dada a funo 1 2k k

    F(s)s a jb s a jb

    expandida em fraes parciais com polos complexos, ento:

    1

    2

    k (s a jb).F(s) Ms a jb

    k (s a jb).F(s) Ms a jb

    Substituindo os valores de k1 e k2 na expresso de F(s) acima e trabalhando-a, como feito no exerccio anterior,

    ento, chega-se na seguinte expresso para f (t) .

    a.tf (t) 2M.e .cos(b.t )

    Outra maneira de resolver este tipo de transformada inversa de Laplace visualizar, na expresso dada, uma

    transformada de Laplace conhecida. Se conseguir enxergar importante pois evita muitas contas. Veja o exemplo a

    seguir:

    Encontre a transformada inversa de Laplace de 2

    2s 12F(s)

    s 2s 5

    .

    Se observarmos que 2 2 2s 2s 5 (s 1) 2 ento podemos colocar a expresso na forma:

    2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

    2s 12 2s 2 10 2(s 1) 10 (s 1) 2F(s) 2. 5.

    (s 1) 2 (s 1) 2 (s 1) 2 (s 1) 2 (s 1) 2

    Se verificarmos a tabela de pares de transformadas de Laplace, veremos que a primeira parcela a transformada de

    Laplace de t2.e .cos(2.t) (par n 21 da tabela) e a segunda parcela a transformada de Laplace de t5.e .sen(2.t)

    (par n 20 da tabela). Portanto, a funo

    1 t t tL (F(s)] f (t) 2.e .cos(2t) 5.e .sen(2t) e .[2cos(2.t) 5sen(2.t)]

    Pode-se perceber pela expresso que o grfico desta funo ser oscilante tendendo a zero quando o tempo tende a

    infinito devido exponencial decrescente. O grfico est mostrado abaixo.

  • Exerccios propostos

    Chegar na expresso a.tf (t) 2M.e .cos(b.t )

    b) 2

    4F(s)

    s 2s 8

    Observe que

    2 2s 2s 8 (s 2) 4

    c) 2

    s 5F(s)

    s 3s 3

    Para o exerccio (b) utilize uma casa decimal. Faa o exerccio substituindo diretamente na expresso padro e

    depois faa os clculos e confira com o resultado obtido, substituindo diretamente na expresso padro.

    Lembre-se que, mesmo para colocar os valores na expresso padro, deve-se calcular os polos da funo e as

    constantes k1 e k2.

    1.3.2. Clculo de resduos utilizando o MATLAB

    Para expresses muito complexas, a utilizao do MATLAB se torna importante. A seguir dado um exemplo de

    utilizao do software.

    Determinar os resduos da funo

    4 3

    6 5 4 3 2

    s 3s 1F(s)

    s 9s 42s +108s 147s 99s 26

    .

    Para termos uma idia da complexidade de clculo da transformada inversa de Laplace desta funo, obteremos, via

    MATLAB, os seus polos.

    Cdigo MATLAB

    A = [1 9 42 108 147 99 26];

    roots(A)

    A resposta do MATLAB ser:

    ans =

    -2.0000 + 3.0000i

    -2.0000 - 3.0000i

    -2.0000

    -1.0000

    -1.0000

    -1.0000

    0 1 2 3 4 5 6 7 8-1

    -0.5

    0

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    3.5

  • Observa-se que a funo possui um polo distinto em s = -2, um polo mltiplo em s = -1 e um par de razes complexas

    conjugadas em s = -2 j3. A determinao dos resduos de forma analtica torna-se uma operao bastante penosa.

    Utilizando o MATLAB para a determinao dos resduos teremos:

    Cdigo MATLAB

    A = [1 3 0 1]; (Coeficientes do polinmio do numerador)

    B = [1 9 42 108 147 99 26]; (Coeficientes do polinmio do denominador)

    [r,p,k]=residue(A,B)

    r vetor onde sero colocado os resduos;

    p vetor onde sero colocados os polos associados a cada resduo.

    k Uma constante real denominada ganho.

    A resposta fornecida pelo MATLAB ser:

    r =

    -0.0732 + 0.0070i

    -0.0732 - 0.0070i

    -0.5556

    0.7020

    -0.6600

    0.3000

    p =

    -2.0000 + 3.0000i

    -2.0000 - 3.0000i

    -2.0000

    -1.0000

    -1.0000

    -1.0000

    k =[ ]

    A decomposio em fraes parciais fica:

    2 3

    0,0732 j0,007 0,0732 j0,007 5556 0,702 0,66 0,30

    s 2 j3 s 2 j3 s 2 (s 1) (s 1) (s 1)

    Obs. O MATLAB considera a seqncia fornecida dos resduos, igual seqncia crescente dos expoentes do

    denominador.

    Achando a transformada inversa de Laplace de cada frao parcial obtemos a seguinte expresso no tempo:

    j.(174.5375) j.(174.5375)1 2.t t t 2 t0,735e 0,735e 0,3f (t) L 0,5556.e 0,702.e 0,66.t.e .t .e

    s 2 j3 s 2 j3 2

    2.t 2.t 2 tf (t) 1,47.e .cos(3.t 174,5) 0,5556.e (0,702 0,66.t 0,15.t ).e

    A ttulo de curiosidade, o grfico desta funo calculado pelo MATLAB :

  • 1.4. Teorema do valor final

    um teorema muito importante para a teoria de controle e relaciona o comportamento em regime estacionrio da

    funo no tempo f (t) ao comportamento de s.F(s) [lembre-se que s.F(s) a transformada de Laplace de d

    f (t)dt

    com condies iniciais nulas] nas proximidades de s = 0.

    Este teorema somente existir se existir limite da funo f (t) quando t , ou seja, somente se f (t) tender para

    um valor constante ou valor final ou valor de regime permanente, o teorema existir e ser vlido.

    Se todos os polos de s.F(s) estiverem no semiplano esquerdo do plano s (plano complexo), ou seja, somente se os

    polos de s.F(s) tiverem parte real negativa, a funo no tempo f (t) convergir para um determinado valor (as

    exponenciais sero decrescentes). Como observado na expresso a.tf (t) 2M.e .cos(b.t ) , a sua transformada

    de Laplace possui polos em s = a jb . Se a parte real fosse positiva a exponencial seria crescente e a funo

    divergiria no sendo aplicado o teorema do valor final.

    A demonstrao desse teorema feita fazendo a transformada de Laplace de d

    f (t)dt

    tender a zero, quando s0.

    ento:

    s.ts 0 s 0

    0

    dlim f (t) .e .dt lim s.F(s) f (0)

    dt

    Como s.t

    s 0lime 1

    (obs. Isso pode ser feito pois a integral em relao t e o limite em relao s)

    Portanto, s 0 s 0

    0

    dlim f (t) .dt f (t) f ( ) f (0) lim s.F(s) f (0)

    0dt

    Logo,

    s 0 s 0

    t

    f ( ) f (0) lims.F(s) f (0) f ( ) lims.F(s)

    Como f ( ) lim f (t) ento,

    t s 0lim f (t) lims.F(s)

    (este teorema ser bastante utilizado durante o curso)

    0 0.5 1 1.5 2 2.5 3-1.4

    -1.2

    -1

    -0.8

    -0.6

    -0.4

    -0.2

    0

    0.2

    0.4Grfico da funo f(t)

  • Exerccios resolvidos

    Seja a funo dada por 3 2

    2s 3F(s)

    s s 6s

    . Sabemos que essa funo possui polos em s = 2, s = -3 e um polo em s

    = 0, portanto, possui um polo (s = 2) no semiplano direito do plano s. A transformada inversa de F(s), ou seja, a

    funo f(t) associada, ir divergir e no convergir para um determinado ponto, para que seja vlido o teorema do valor

    final (TVF).

    Se calcularmos o TVF, teremos:

    3 2 2 2t s 0 s 0 s 0 s 0

    2s 3 s 2s 3 2s 3 3 1lim f (t) lim[s.F(s)] lims. lim lim

    s 6 2s s 6s s s 6 s s 6

    A transformada inversa de Laplace de F(s) 2.t 3.t7 1 1f (t) e e

    10 5 2

    . Como vemos, a exponencial 2.te far com

    que a funo divirja para e no convirja para 1

    2 como calculado pelo TVF. Portanto, quando a funo possui pelo

    menos um polo no semiplano direito do plano s (funes divergentes) o TVF fornecer valores incoerentes e sem

    qualquer fundamento.

    O grfico de f (t) fica:

    Veja agora este exemplo. Seja a funo 3 2

    2s 3F(s)

    s 5s 6s

    . Esta funo possui polos em s = -2 e s = -3 e um polo

    em s = 0, portanto, todos no semiplano esquerdo do plano s.

    Se calcularmos o TVF, teremos para esta funo:

    3 2 2 2t s 0 s 0 s 0 s 0

    2s 3 s 2s 3 2s 3 3 1lim f (t) lim[s.F(s)] lims. lim lim

    s 6 2s 5s 6s s 5s 6 s 5s 6

    e a transformada inversa de Laplace de F(s) 2.t 3.t1 1f (t) e e

    2 2

    . Fazendo t percebemos que f (t)

    tender a 1

    2 , como previsto pelo TVF (as duas exponenciais tendero a zero). O grfico de f (t) fica:

    0 1 2 3 4 5 6 7 8-1

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7x 10

    6

  • Exerccios propostos

    Verifique nas funes a seguir, a possibilidade de se calcular o valor f (t) em regime permanente (valor final) das

    seguintes funes no domnio s e, se for possvel, fazer o clculo do TVF e achar a transformada inversa de Laplace

    para conferir os valores em regime permanente quando t .

    a) 3 2

    3s 1F(s)

    s 5s 6s

    b) 2

    3s 16F(s)

    s.(s 4)

    c) 2

    3s 4F(s)

    s 1

    0 1 2 3 4 5 6 7 80

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7