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TUBERCULOSE POPULAÇÕES VULNERÁVEIS Teste, trate e cure www.dive.sc.gov.br/tuberculose O Tratamento Diretamente Observado (TDO) deverá ser realizado em todas as pessoas com tuberculose. O tratamento é feito por um período mínimo de seis meses, com tomadas diárias dos medicamentos e não pode ser interrompido. Além da medicação diária, é importante a coleta do exame de escarro ao final de cada mês. Tratamento Diretamente Observado Busca Ativa de Sintomáticos Respiratórios A associação medicamentosa adequada, as doses corretas e o uso por tempo suficiente são os princípios básicos para o tratamento da tuberculose, evitando a persistência bacteriana e o desenvolvimento de resistência aos fármacos e, assim, assegurando a cura do paciente. A esse princípio soma-se o Tratamento Diretamente Observado (TDO) como estratégia fundamental para o sucesso do tratamento. Nesse contexto, é importante estabelecer estratégias de enfrenta- mento em populações prioritárias definidas pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose, pelo risco elevado decorrente da situação de vulnerabilidade as quais estão expostas: • Pessoas vivendo com HIV/Aids • População indígena • População em situação de rua • População Privada de Liberdade É a atividade de saúde pública orientada a identificar precocemente pessoas com tosse por tempo igual ou superior a três semanas, consideradas como suspeitas de tuberculose pulmonar, visando à descoberta dos casos bacilíferos. A busca ativa de Sintomáticos Respiratórios (SR) deve ser realizada permanentemente por todos os serviços de saúde e tem sido uma estratégia recomendada internacionalmente. Realizar a busca ativa em populações com alto risco de adoecimento. Sugere-se que a busca seja feita em indivíduos com tosse por tempo igual ou superior a duas semanas, a fim de aumentar a sensibilidade da busca.

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TUBERCULOSE

POPULAÇÕES VULNERÁVEIS

Teste, trate e curewww.dive.sc.gov.br/tuberculose

O Tratamento Diretamente Observado (TDO) deverá ser realizado em todas as pessoas com tuberculose. O tratamento é feito por um período mínimo de seis meses, com

tomadas diárias dos medicamentos e não pode ser interrompido. Além damedicação diária, é importantea coleta do exame de escarro

ao final de cada mês.

Tratamento DiretamenteObservado

Busca Ativa de Sintomáticos Respiratórios

A associação medicamentosa adequada, as doses corretas e o uso por tempo suficiente são os princípios básicos para o tratamento da tuberculose, evitando a persistência bacteriana e o desenvolvimento de resistência aos fármacos e, assim, assegurando a cura do paciente. A esse princípio soma-se o Tratamento Diretamente Observado (TDO) como estratégia fundamental para o sucesso do tratamento.

Nesse contexto, é importante estabelecer estratégias de enfrenta-mento em populações prioritárias definidas pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose, pelo risco elevado decorrente da situação de vulnerabilidade as quais estão expostas:

• Pessoas vivendo com HIV/Aids

• População indígena

• População em situação de rua

• População Privada de Liberdade

É a atividade de saúde pública orientada a identificar precocemente pessoas com tosse por tempo igual ou superior a três semanas, consideradas como suspeitas de tuberculose pulmonar, visando à descoberta dos casos bacilíferos.

A busca ativa de Sintomáticos Respiratórios (SR) deve ser realizada permanentemente por todos os serviços de saúde e tem sido uma estratégia recomendada internacionalmente.

Realizar a busca ativa em populações com alto risco de adoecimento. Sugere-se que a busca seja feita em indivíduos com tosse por tempo igual ou superior a duas semanas, a fim de aumentar a sensibilidade da busca.

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População privada de liberdade

A tuberculose no sistema prisional é um desafio para a saúde pública. Por isso, é essencial que os profissionais de saúde e os gestores de saúde e de segurança comprometam-se com a imple-mentação de ações de controle da doença recomendadas pelos ministérios da Saúde e da Justiça. O risco da PPL de adoecer por tuberculose é 28 vezes maior do que a população em geral. • O cuidado e o tratamento são de responsabilidade direta do profissional de saúde e não devem ser delegados a profissionais de segurança, para evitar que a medicação seja usada como elemento de troca e/ou de pressão; • O acompanhamento do tratamento para as PPL, assim como para a população livre, deve constar de consulta mensal com bacilos-copias realizadas, no mínimo, no 2 º, 4 º e 6 º meses, aferição de peso e aconselhamento, visando à adesão ao tratamento; • O isolamento dos casos só é indicado para os casos identifi-cados no momento do ingresso na prisão, pelo período de 15 dias, e para os casos suspeitos ou confirmados de tuberculose resistente e falência de tratamento.

Tratamento em liberdade • O paciente deve ter em seu poder documento de encami-nhamento para dar continuidade em unidade de saúde extramu-ros, informando a data de início e o esquema de tratamento; • É importante conscientizá-lo sobre a importância da conti-nuidade do tratamento após o livramento; • A Unidade Penitenciária deverá comunicar a transferência do paciente à Vigilância Epidemiológica do município e o prontuário precisará ser encaminhado.

Pessoas em situação de ruaPessoas vivendo com HIV/Aids

A coinfecção é motivo de grande preocupação, pois resulta em taxas de mortalidade mais elevadas do que somente pelo HIV. Pessoas vivendo com HIV/Aids apresentam o risco de desenvol-ver tuberculose 28 vezes mais se comparado à população geral. Neste contexto, é importante estabelecer estratégias de enfren-tamento em populações prioritárias definidas pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose, pelo risco elevado advindo da situação de vulnerabilidade as quais estão expostas.

As ações prioritárias destinadas aos pacientes com tuberculose e às pessoas vivendo com HIV/Aids são: • Garantir acesso precoce ao diagnóstico da infecção pelo HIV por meio da oferta da testagem, preferencialmente utilizando o teste rápido; • Acesso oportuno ao tratamento antirretroviral; • Diagnóstico precoce da tuberculose ativa e tratamento oportuno.

• A vigilância dos contatos deve ser ampliada para todos os habitantes de um domicílio e, em alguns casos, estendida para outros núcleos familiares, recomendando-se que seja continua-da ao longo do ano; • É indicado o tratamento da infecção latente por tuberculose – ILTB para os contatos recentes de doentes de TB (caso índice bacilíferos ou não), com PT > 5mm, independentemente da idade e do estado vacinal, após ter sido afastada a possibilidade de tuberculose em atividade; • É imprescindível a colaboração do agente indígena de saúde em todas as ações de controle; • Aconselha-se a realização de cultura de escarro com a identi-ficação e teste de sensibilidade em todos os casos suspeitos de TB em maiores de 10 anos. Em crianças, o diagnóstico deve ser realizado com auxílio do sistema de pontuação para o diagnósti-co de TB, de acordo com as orientações contidas no Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil - 2011; • Recomenda-se a realização de exame radiológico no 2º e no 6º mês de tratamento para observar a evolução das lesões e evitar o tratamento inadequado de outras doenças ou sequelas de TB anteriores; • É comum observar alta mobilidade (nomadismo) entre alguns grupos étnicos, fato que traz dificuldades adicionais à realização do tratamento supervisionado. Por isso, para êxito do tratamen-to, é necessário que se desenvolvam estratégias adaptadas à realidade local.

A população indígena apresenta um risco três vezes maior de adoecer do que a população em geral. Para obter êxito nas ações de controle da TB nas áreas indígenas, deve-se levar em conta as seguintes particularidades:

Serão consideradas as pessoas provenientes, em sua maioria, dos segmentos populares; em situação de extrema exclusão social e vulnerabilidade e que fizeram da rua sua casa ou uma extensão dela. O risco em desenvolver a tuberculose é 32 vezes maior que a população em geral.Os PCT municipais e locais devem identificar as melhores estra-tégias para a abordagem dessa população, considerando o número de pessoas vivendo na rua, sua distribuição, característi-cas e rede de assistência e apoio disponível. Recomenda-se: • Mapear as instituições que configuram a Rede de Atendimen-to, incluindo instituições governamentais e não governamentais (abrigos, albergues, centros de convivência, casas de acolhida etc); • Envolver o maior número possível de atores sociais e de instituições, em todas as fases do atendimento; • Definir as unidades de saúde que serão referência para o atendimento, estabelecendo fluxo claro entre elas e as institui-ções da rede de proteção social. Sensibilizar e capacitar os profis-sionais de saúde que participam do programa; • O atendimento deve acontecer nos equipamentos do SUS, fazendo valer o direito da população aos cuidados de saúde; • Na abordagem, tanto para a busca ativa de casos quanto na visita espontânea às unidades de saúde, deve-se explicar a impor-tância de realização do exame de escarro por dois dias consecutivos; • O ideal é solicitar e/ou realizar baciloscopia, cultura, teste de sensibilidade e raios-x de tórax em todos que apresentarem tosse no primero encontro, sempre que possível.

População indígena