39
Aos professores e funcionários da Universidade Anhembi Morumbi, pelo incentivo e ajuda na realização do trabalho. Para garantir uma execução de obra sem a ocorrência de acidentes se trabalho, deve-se sempre aliar dois fatores: a conscientização dos funcionários nela envolvidos, e o cumprimento das leis de trabalho, sendo focadas neste trabalho as leis e medidas recomendadas para proteção coletiva em edifícios. A conscientização dos funcionários é fator determinante no combate aos acidentes pessoais, normalmente ocasionados pela falta de uso de equipamentos de proteção individuais e coletivos. Esta conscientização deverá ser foco das atenções da dirigência da obra, e a sua conquista poderá ser feita de diversas formas, como palestras, treinamentos, cartazes, avisos, fiscalização rigorosa, advertências e concursos de segurança. Por fim, a obra deverá respeitar as medidas obrigatórias de proteção coletiva, que previamente são planejadas nos PCMAT’s das obras (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil), PCMAT’s estes que deverão respeitar as normas brasileiras NR18 (condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) e NR 26 (Sinalização de Segurança). Neste trabalho, serão analisadas as medidas obrigatórias ou recomendadas na construção de um edifício, desde a fundação, até a sua conclusão, passando pela execução de estrutura, execução de fachada, alvenaria e acabamentos. Serão analisadas também medidas de proteção aos trabalhadores que estão submetidos aos perigos de equipamentos de alto risco e perigos de doenças provocadas pelo meio físico do canteiro de obras. Como complementação a este trabalho, será feita uma entrevista com a Técnica de segurança do Trabalho Cláudia Cavalcanti, da empresa Regra Sistema da Construção Ltda, para comentar sobre as medidas impostas, sua eficácia e as estatísticas mais freqüentes em obras. Palavra-chave: Conscientização, Palestras, Sinalização, Medidas de Proteção vii To guarantee an execution of construction without the occurrence of work accidents, it must always be united two factors: the awareness of the employees in involved ones,

Tudo sobre construção civil

Embed Size (px)

Citation preview

Aos professores e funcionários da Universidade Anhembi Morumbi, pelo incentivo e ajuda na realização do trabalho.

Para garantir uma execução de obra sem a ocorrência de acidentes se trabalho, deve-se sempre aliar dois fatores: a conscientização dos funcionários nela envolvidos, e o cumprimento das leis de trabalho, sendo focadas neste trabalho as leis e medidas recomendadas para proteção coletiva em edifícios. A conscientização dos funcionários é fator determinante no combate aos acidentes pessoais, normalmente ocasionados pela falta de uso de equipamentos de proteção individuais e coletivos. Esta conscientização deverá ser foco das atenções da dirigência da obra, e a sua conquista poderá ser feita de diversas formas, como palestras, treinamentos, cartazes, avisos, fiscalização rigorosa, advertências e concursos de segurança. Por fim, a obra deverá respeitar as medidas obrigatórias de proteção coletiva, que previamente são planejadas nos PCMAT’s das obras (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil), PCMAT’s estes que deverão respeitar as normas brasileiras NR18 (condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) e NR 26 (Sinalização de Segurança). Neste trabalho, serão analisadas as medidas obrigatórias ou recomendadas na construção de um edifício, desde a fundação, até a sua conclusão, passando pela execução de estrutura, execução de fachada, alvenaria e acabamentos. Serão analisadas também medidas de proteção aos trabalhadores que estão submetidos aos perigos de equipamentos de alto risco e perigos de doenças provocadas pelo meio físico do canteiro de obras. Como complementação a este trabalho, será feita uma entrevista com a Técnica de segurança do Trabalho Cláudia Cavalcanti, da empresa Regra Sistema da Construção Ltda, para comentar sobre as medidas impostas, sua eficácia e as estatísticas mais freqüentes em obras.

Palavra-chave: Conscientização, Palestras, Sinalização, Medidas de Proteção vii

To guarantee an execution of construction without the occurrence of work accidents, it must always be united two factors: the awareness of the employees in involved ones, and the fulfilment of the laws of work, being focos in this work the laws and measures recommended for collective protection in buildings. The awareness of the employees is determinative factor in the combat to the casualties, normally caused for the lack of equipment use of the individual protection (EPI’s). This awareness will have to be focus of attentions of the engineers of the construction, and its conquest could be made through diverse forms, as lectures, training, posters, acknowledgments, rigorous fiscalization, warming and competitions of security. Finally, the construction will have to respect the obligator measures of collective protection, that previously are planned in the PCMAT’s of the constructions (Program of Conditions and Environment of Work in the Industry Of the Civil Construction), PCMATs these that will have to respect Brazilian’s norm NR18 (Condition and Environment of work in the Industry of the Construction) and NR26 (Signaling of Security). In this work, the obligator or recommended measures in the construction of building will be analyzed, since the foundation, until its conclusion, passing for the execution of the structure, execution of façade, masonry and finishing. They will also be analyzed measured of protection the

workers who are submitted to the dangerous of equipment of high risk and dangerous of illnesses provoked for the environment of seedbed of constructions. As complementation to this work, an interview with a Technician of Security of the Work Claudia Cavalcanti, of the company Regra Sistema na Construção Ltda, to comment on the imposed measures, its effectiveness and the statisticians most frequent in construction.

Key Words: Awareness, lectures, Signaling, measures protection viii

Ilustração 1 Demonstrativo de placas de sinalização de segurança 20Ilustração 2 Escoramento de solos instáveis 26Ilustração 3 Esquema de proteção de periferia de talude 27Ilustração 4 Esquema de passarela de transposição 27Ilustração 5 Proteção de arranques 29Ilustração 6 Empurrador de bancada de serra circular 31Ilustração 7 Coifa protetora de serra circular 31Ilustração 8 Protetor de motor 31Ilustração 9 Placas de aviso de alta periculosidade 32Ilustração 10 Proteção periférica – varandas 32Ilustração 1 Proteção contra queda de pessoas – escadas 3Ilustração 12 Proteção contra queda de pessoas – vãos de lajes 3Ilustração 13 Proteção contra queda de pessoas – poço de elevadores 34Ilustração 14 Bandejas de proteção 34Ilustração 15 Esquematização de utilização de bandejas primárias e secundaria35Ilustração 16 Detalhe de fixação da mão-francesa na laje 35Ilustração 17 Esquematização de utilização de bandejas primárias e secundária36Ilustração 18 Esquema de proteção de periferia de laje para concretagem 37Ilustração 19 Esquema lateral e frontal do elevador cremalheira 38Ilustração 20 Esquema vertical de uma grua 38Ilustração 21 Gruas Ascensionais 39Ilustração 2 Telas de fachada 40LISTA DE FIGURAS Ilustração 23 Peças estruturais metálicas presas na cobertura de edifícios.................... 40

LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Mapa de riscos por atividades.......................................................................25

APR – Análise Preliminar de Riscos CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho DDS – Diálogo Diário de Segurança DRT – Direção Responsável Técnica EPC – Equipamento de Proteção Coletiva EPI – Equipamento de Proteção Individual NR – Norma Regulamentadora PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Industria da Construção Civil PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes xi LISTA DE SÍMBOLOS xii

SUMÁRIO p.

1.  INTRODUÇÃO 1 2.  OBJETIVOS 2 2.1  Objetivo Geral 2 2.2  Objetivo Específico 2 3. MÉTODO DE TRABALHO3 4  JUSTIFICATIVA 4 CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS6 5.1 RISCOS AMBIENTAIS 6 5.1.1  Riscos físicos 7 5.1.2  Riscos Químicos 8 5.1.3  Riscos Biológicos 8 5.1.4  Riscos ergonômicos 8 5.1.5 Riscos de acidentes 9 5 DESCRIÇÃO E LOCALIZAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS NA

TRABALHO 10  6 ESTUDO DE CASO 15 6.1 ENTREVISTA COM TÉCNICO DE SEGURANÇA15 6.2 CONSCIENTIZAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS 17 5.2 MAPA DE LEVANTAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS E ACIDENTES DE 6.3 Medidas de Proteção coletiva em Edifícios ...................................... 24

6.4 Canteiro de obras 25 6.5 Fundação e terraplanagem 26 6.5.1 Escoramento de solos instáveis 26 6.5.2 Periferia de talude 27 6.5.3 Passarela de transposição 28 6.5.4 Execução de tubulões 28 6.5.5 Proteção de arranque (pontas de ferro) 29 6.6 Estrutura e transporte de pessoas e cargas 30 6.6.1 Atividades em centrais de forma e armação 30 6.6.2 Atividades em altura (proteções contra quedas)33 6.6.3 Bandejas primárias e secundárias 35 6.6.4  Concretagens 37 6.6.5 Elevadores cremalheiras e gruas 38 6.7  Fachada 40 6.7.1  Tela fachadeira 40 6.7.2  Balancins 41 7 ANÁLISE DOS RESULTADOS 43 8  CONCLUSÕES 44 xiii REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 45

1. INTRODUÇÃO

Os estudos e leis trabalhistas vêm sofrendo um constante processo de evolução, principalmente desde o início da revolução industrial, quando grupos sindicalistas começaram a se fortalecer e se comunicar. Desde a sua implantação, no Governo do ex. Ministro Marcondes Filho até hoje, as leis referentes à segurança do trabalho estão cada vez mais rigorosas e a ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais é cada vez menor. Mas para haver uma eficácia maior no combate a esses males, é necessária uma política de educação ao trabalhador, de modo que este passe a compreender, obedecer e cooperar com as normas pré-estabelecidas. De tal modo, a conscientização, através de treinamentos, palestras, concursos de segurança cartazes e afins são um dos fatores determinantes para um decorrer dos serviços da obra sem a ocorrência de prejuízos físicos ao trabalhador. Para haver uma política de segurança bem implantada, cabe à dirigência da obra garantir um contínuo planejamento e desenvolvimento de ações, desde a elaboração do PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho Na Indústria da Construção Civil) e cumprimento de suas medidas previstas, até a garantia de obediências de seus trabalhadores, principalmente na utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), bem como a realização de todas as medidas coletivas na lei. Entende-se como medidas de proteção coletiva toda e qualquer medida prevencionista que faça parte do corpo do prédio em construção, ou medida tomada que visa a proteção de um conjunto de trabalhadores, que foge ao “kit” de proteção individual do mesmo (botas, capacetes e cintos, entre outros). Somente a união entre leis, dirigentes e trabalhadores é que irá minimizar os riscos humanos, garantindo a qualidade da segurança do trabalho na obra, que para além dos benefícios pessoais e sociais, influi em uma maior produtividade nos serviços. Neste trabalho serão desenvolvidos dois dos principais fatores na prevenção de acidentes, já mencionados anteriormente: as medidas capazes de conscientizar o funcionário e as medidas de proteção coletiva em edifícios.

2. OBJETIVOS

O principal objetivo desta pesquisa é demonstrar as medidas obrigatórias de proteção coletiva na construção de edifícios

2.1 Objetivo Geral

Informar e ilustrar a importância da segurança do trabalho na construção de edifícios, da prevenção de acidentes, e redução de doenças ocupacionais.

2.2 Objetivo Específico

Demonstrar métodos capazes de conscientizar os trabalhadores envolvidos na obra sobre a questão da segurança, tanto a individual quanto a coletiva.

3. MÉTODO DE TRABALHO

Este trabalho será desenvolvido por meio de referências bibliográficas, consulta a leis em vigor e do levantamento de dados e fotos específicas das proteções em obras atualmente em fase de construção. Será feita uma entrevista com um técnico de segurança para avaliar as medidas impostas, sua eficácia e as estatísticas de acidentes em obras.

“A vida humana tem certamente um valor econômico. E um capital que produz e4 JUSTIFICATIVA os atuários e matemáticos podem avaliá-lo. Mas a vida do homem possui também um imenso valor afetivo e um valor espiritual inestimável, que não se pode pagar com todo dinheiro do mundo. Nisto consiste, sobretudo, o valor da prevenção, em que se evita o valor da perda irreparável de um pai, de um marido, de um filho, enfim, daquele que sustenta o lar proletário e preside os destinos de uma família. A prevenção é como a saúde. Um bem no qual só reparamos quando o acidente e a moléstia chegam.” ( Marcondes Filho, 1943).

O trecho acima é retirado de um depoimento do ex-ministro Marcondes Filho, no governo de Getúlio Vargas, em cuja gestão foram elaboradas as leis trabalhistas brasileiras, e estas palavras são a síntese da motivação que gerou o trabalho a seguir.

Em tempos onde se discute a desigualdade social como nos dias de hoje, é inadmissível que o capital prevaleça sobre o bem-estar do trabalhador, no que se refere à sua segurança pessoal. Discutir segurança do trabalho é discutir sobre justiça social, e aplicá-la é garantir um futuro ao trabalhador e sua família, sem imprevistos de danos físicos ou mesmo mortes.

Por outro lado, Cesarino Jr (Apud Pacheco Junior, 1995) salienta:

“...As medidas de higiene e segurança do trabalho, sob certo ponto de vista pode considerar-se que barateiam a produção, embora aparentemente trazendo maior ônus ao empregador, pois é geralmente conhecido quanto aos acidentes de trabalho e as moléstias profissionais representam de perdas em horas de trabalho e indenizações.”

Em síntese, a aplicação das leis de prevenção de acidentes, para além dos benefícios sociais, influi em uma maior produtividade dos serviços e previne maiores custos com indenizações, caso venha a ocorrer um acidente.

5 DESCRIÇÃO E LOCALIZAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS

O programa de prevenção de riscos ambientais (P.P.R.A) tem como principais objetivos a identificação e antecipação dos riscos ambientais do empreendimento, atuando de acordo com a norma brasileira NR18, procurando minimizar a incidência de acidentes,

garantindo assim a preservação da saúde integridade física dos trabalhadores. Em função dos riscos ambientais levantados, serão implantadas medidas de controle nas diversas áreas atingidas, conforme mapa de riscos ambientais. O planejamento e riscos das ações devem consistir em um treinamento específico para cada função a ser executada pelo trabalhador ( cursos exigidos para trabalhos de alto risco, como operação em gruas, elevadores cremalheiras, trabalhos relacionados à elétrica, etc), eleição da CIPA, com registro no DRT ( departamento responsável técnico), registros de acidentes, e por fim, investigação de acidentes, causas apuradas e medidas propostas. Com a estrutura montada acima, o P.P.R.A está pronto para atuar na profilaxia dos acidentes de trabalho, sendo avaliado e constantemente revisado pela CIPA, que deverá acompanhara sua execução, e avaliar a obra em questão, podendo ou não efetuar concursos internos de segurança. Estes concursos internos têm por finalidade estimular a prática de prevenção de acidentes de trabalho, redução das taxas de freqüência dos mesmos, fornecer parâmetros para a avaliação das administrações das obras, evitar a maculação da imagem da empresa em questão e penalidades do Ministério do trabalho.

5.1 RISCOS AMBIENTAIS

Previstos no P.P.R.A, podemos dividir os riscos ambientais em 5 principais categorias: riscos físicos, riscos químicos, riscos biológicos, ergonômicos e riscos de acidentes. De acordo com o médico do trabalho Dr. Juan Canet Font, da empresa Gafisa S/A, em revista interna da empresa, serão mostradas as principais conseqüências destes riscos ambientais para a saúde do trabalhador.

5.1.1 Riscos físicos

Podem-se dividir os riscos físicos na construção em sete principais categorias: ruídos, vibrações, calor, radiações não ionizantes, radiações ionizantes e umidade. São encontrados na maior parte do canteiro, sendo os ruídos e vibrações mais presentes nas proximidades de maquinário pesado, fundações cravadas, e locais de concretagem. As radiações estão presentes na armação, com o uso de máquinas de solda e insolação por exposição excessiva ao sol. Calor pode tanto ter a ver com exposição excessiva ao sol, como presença em ambientes não ventilados, como é o caso de fundações estilo tubulões, onde existem também problemas ligados à umidade. Esta última está relacionada a ambientes expostos constantemente à ação da água, como vestiários, e lavatórios e locais de contato direto com o solo. Segundo Font, as principais conseqüências possíveis de cada risco físico, causadoras de problemas físicos as trabalhadores são:

Os ruídos podem ter como conseqüências físicas, o cansaço, irritações nos ouvidos, dores de cabeça, diminuição da audição, aumento da pressão arterial, problemas do aparelho digestivo, taquicardia e perigo de infarto.

As vibrações podem ter como conseqüências físicas, o cansaço,l irritações, dores nos membros, na coluna, doença do movimento, artrite, problemas no aparelho digestivo, lesões ósseas, circulatórias e dos tecidos moles.

O calor pode ter como conseqüências físicas, o aumento da pulsação, irritações, internação, prostração térmica, choque térmico, fadiga térmica, perturbações das funções digestivas, hipertensão.

• Radiações não ionizantes

As radiações não ionizantes podem ter como conseqüências físicas, queimaduras, lesões nos olhos, lesões na pele, e em outros órgãos. Como exemplo podemos citar a exposição excessiva ao sol

• Radiações ionizantes

As radiações ionizantes podem ter como conseqüências físicas, alterações celulares, câncer, fadiga, problemas visuais e acidentes do trabalho. Não afeta diretamente a construção civil, como exemplo podemos citar as partículas alfa, beta, raios-X, entre outros.

• Umidade

A umidade como conseqüências físicas, doenças no aparelho respiratório, quedas, doenças de pele e doenças circulatórias.

5.1.2 Riscos Químicos Pode-se dividir os riscos químicos em quatro principais categorias: poeiras incômodas, fumos metálicos, poeiras alcalinas e névoas, gases e vapores. Os riscos químicos se encontram por todo o canteiro de obra, e são resultado de agentes nocivos presentes na atmosfera da obra, principalmente em locais onde se manuseiam substâncias de pequena granulometria, como cimento, cal, areias, substâncias estas que podem ser inaladas ou mesmo ser absorvidas por via cutânea.

5.1.3 Riscos Biológicos Em obras é comum encontrar bacilos, bactérias, fungos, parasitas, vírus, protozoários, insetos, aranhas, escorpiões, raros e cobras. Estes seres vivos podem trazer como conseqüências físicas ao trabalhador, doenças como tuberculose, brucelose, malária, febre amarela, entre outras. As ações dos agentes penetram nas vias cutâneas e respiratórias.

5.1.4 Riscos ergonômicos Pode-se dividir os riscos ergonômicos em dois sub-itens.

• Trabalho físico pesado, postura incorreta, posição incomoda, transporte e levantamento manual de material de peso: tem como conseqüências o cansaço, dores

musculares, fraqueza, hipertensão arterial, diabetes, úlcera, doenças nervosas, alterações no sono, problemas de coluna, acidentes;

• Riscos excessivos, jornada prolongada e outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico: tem como conseqüências o cansaço, dores musculares, hipertensão arterial, diabetes, úlcera, doenças nervosas, alterações no sono, asma, tensão, ansiedade, medo, comportamento estereotipado.

5.1.5 Riscos de acidentes Podem-se dividir os riscos referentes a este item em 5 principais sub itens: arranjo físico deficiente, máquinas sem proteção, ligações elétricas deficientes, ferramentas defeituosas, EPI e EPC inadequados.

• Arranjo físico deficiente: Os arranjos físicos deficientes podem ter como conseqüências os acidentes e desgaste físico excessivo;

• Máquinas sem proteção: As máquinas de corte como serra circular e serra policorte, sem proteção, podem ser responsáveis por acidentes graves, principalmente mutilações e cegueira, uma vez que podem projetar objetos contra os olhos do trabalhador;

• Ligações elétricas deficientes: As ligações elétricas deficientes podem ter como conseqüências, curtos-circuitos, choques elétricos, incêndio, queimaduras, acidentes fatais;

• Ferramentas defeituosas:

Ferramentas defeituosas podem ser responsáveis por acidentes e mutilações, principalmente nos membros superiores;

• EPI’s e EPC’s inadequados ou inexistentes: A falta ou usos inadequados dos equipamentos de segurança, tanto individuais como coletivos podem trazer como conseqüências acidentes e doenças ocupacionais, como infecções, cegueira, problemas auditivos, quedas de níveis de materiais, entre outros.

5.2 MAPA DE LEVANTAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS E ACIDENTES

Será mostrado a seguir um resumo dos principais serviços em obras de construção de edifícios, e os principais agentes/riscos causadores de acidentes/doenças ocupacionais, mapa este que é um guia para execução das medidas de proteção coletiva (EPC) e equipamentos pra proteção individual (EPI). O levantamento dos dados referentes a este mapa foram colhidos em 3 diferentes PCMAT’s de diferentes empreendimentos e construtoras, da obra Portal de são Francisco (Cconstrutora Gafisa S/A), obra Spazzio dell’Aqua (construtora Gafisa S/A) e condomínio Praça Villa-Lobos (construtora Hochtief do Brasil).

ESCAVAÇÃO MANUAL  Umidade Uso de botas de borracha com cano alto X

ESCAVAÇÃO MANUAL  SoterramentoProteçãoes laterais  X

ESCAVAÇÃO MANUAL  Doenças infecciosas

Utilização de EPI's (botas, luvas, capacete, óculos e vestiáario impermeável) X

ESCAVAÇÃO MANUAL  queda de nível alto Proteger as bordas das escavações, utilização de escadas X

Deslizamento ou soterramento de terra sobre a vala de escavação

Locação de escavação com taludes devidamente dimensionados; proteger redes de abastecimento, tubulações e vias públicas; dispor de saída rápida para funcionários; utilização de cinto de segurança com cabo guia

CHOQUE ELÉTRICO Cabos elétricos aéreos e subterrâneos

Verificar a existência de cabos  no local a ser escavado X

EXECUÇÃO DE FORMAS Acidentes de queda de nível

Guarda corpo nas periferias das lajes; proteger vãos e espaços vazios; utilização dos EPI's; facilitar os acessos (rampas, escadas); bandejas primárias e secundárias

SERRA CIRCULAR Acidentes diversos

Uso correto dos EPI's; carpinteiro treinado e exclusivo; não permitir a retirada de protetores da serra

EXECUÇÃO DE FORMAS Acidentes com ferramentas pessoais

Utilização de botas e capacete; uso de cinto portas‐ferramentas X

ARMADURAS EXPOSTAS Acidentes Proteger as pontas de ferragens verticais   X

ARMAÇÃO Queda de nível alto

Utilização de cinto de segurança atado a um cabo guia X

TRANSPORTE E MANUSEIO DE FERRAGENS acidentes

Utilizar luvas protetoras, ombreiras e óculos de segurança; observar fiação elétrica, aéreo ou pelo piso (risco de choque elétrico)

Riscos químicos

Utilização de EPI's ( botas, luvas, capacete, vestiário adequado) X

CONCRETAGEM (VIBRAÇÃO) Riscos físicos

Além dos acima mencionados, utilização de protetores auriculares X X

CONCRETAGEM Queda de nível alto

Utilização de cinto de segurança, protetores de borda de laje; bandejas primárias e secundárias

ALVENARIA (MARCAÇÃO) Riscos de acidentes; riscos químicos

Uso de cinto de segurança na borda da laje; uso de luvas de látex X

ALVENARIA (ELEVAÇÃO) Riscos de acidentes; riscos químicos

Uso de cinto de segurança na borda da laje; uso de luvas de látex; travamento provisório da alvenaria

OPERAÇÃO DE BETONEIRA Poeira

Manter ventilação natural ou artificial; utilização de máscara X

SOLVENTES E ÁCIDO MURIÁTICO Gases e vapores

Utilização de EPI's ( máscara contra poeira e máscara contra gases); ventilação natural ou artificial

CIMENTO Produtos químicos

Utilização de EPI's (luva de látex); proibição do uso de solventes para lavagem das mãos após a jornada de trabalho, limpeza rigorosa corporal e troca de vestiário

Ruídos. iluminação deficiente

Utilização de protetor auricular; instalação elétrica adequada X X

Queda de nível alto

Instalação de guarda corpo rígido; uso de cinto de segurança atado a cabo guia X X

COLOCAÇÃO DE VIDROS E SERVIÇOS DE FACHADAS Queda de material

Área embaixo dos serviços deverá ser isolada e interditada; uso de tela fachadeira

Arranjo físico inadequado

Organização e distribuição de equipamentos e máquinas a fim de evitar acidentes e liberar o tráfego de pessoas

Máquinas e equip. sem proteção

Proibição de retirada de proteção de equipamentos; não improvisar ferramentas X X

Temperatura excessiva

Uso de vestimenta especial, ventilação forçada, turnos curtos de trabalho X X

Caldeira para derretimento de piche (impermeabilização)

Instalar a caldeira em local isolado e devidamente sinalizado; extintores de pó químicos próximos

SERVIÇOS DE SOLDA E CORTE A OXI‐ACETILENO Radiações ionizantes

Utilização de óculos de proteção com lentes escuras; proteção com anteparos em locais de trânsito de pessoas

Bactérias, fungos e vírus, insetos

Drenagem periódica; limpeza constante; uso de botas de borracha; uso de piso plurigoma (vestiários); lavagem de caixa de água

Arranjo físico inadequado

Manter bancada estável, apoiada sobre piso nivelado e não escorregadio, afastada de trânsito de pessoas

Operações de corte, desforma

Utilização dos EPI's; locais de riscos de quedas devidamente sinalizados e isolados; madeiras para corte ou desforma com os pregos retirados, assim como arames e fitas

Poeira

Ventilação natural ou forçada; utilização de máscara contra poeira X X

UTILIZAÇÃO DE GESSO E FORRO DE PAREDES Poeira

Ventilação natural ou forçada; utilização de máscara contra poeira X X

COLAS E TINTAS Gases e vapores

Ventilação natural ou forçada; utilização de máscara contra gases X X

Corpos estranhos nos olhos

Utilização de óculos de segurança X

Incêndio, explosão e inalação de produtos químicos

Ventilação natural ou forçada; sinalizar o local de risco de incêndio; extintores espalhados pelo canteiro; verificação de instalações elétricas

Tabela I - Mapa de riscos por atividades (Gafisa, 2004)

A tabela mostra os principais serviços em execução de edifícios que acarretam grandes riscos à saúde e integridade física dos funcionários. Os itens com X assinalado no campo destinado às proteções coletivas são o foco desta pesquisa e terão tratamento mais detalhado no decorrer da mesma, onde as medidas de proteção coletivas serão assinaladas individualmente de acordo com as etapas da obra.

6 ESTUDO DE CASO

Como complementação a este trabalho, será mostrada a seguir uma entrevista feita com um técnico de segurança do trabalho Cláudia Silveira Calvacante, credencial nº SP/ 010799.9, da empresa MPD Engenharia Ltda, trabalhou na empresa REGRA Sistema da Construção Ltda, empresa subcontratada da HOCHTIEF do Brasil para executar a obra Condomínio Parque Villa-Lobos (Marginal Pinheiros). Cláudia Cavalcante tem como experiência profissional não só a empresa atual, como também as empresas ADOLPHO LINDERBERG E ODEBRECHT.

Como estudo de caso, será mostrado as principais atividades realizadas em edifícios, e as medidas de proteção que devem ser adotadas para cada atividade, segundo a NR18. Foram utilizadas fotos de uma obra atualmente em construção (obra Office Tamboré – MPD Engenharia), e artigos e fotos do PCMAT da empresa Gafisa.

6.1 ENTREVISTA COM TÉCNICO DE SEGURANÇA

1) Quais os benefícios para a sua empresa e que importância esta dá para as medidas de proteção coletiva?

“ Temos como benefícios a melhoria contínua dos serviços, qualidade de vida dos colaboradores, maior produtividade em obra, em função da falta de ausência dos trabalhadores por afastamento médico causado por indenização. Principalmente, temos um pensamento focado no bem estar do trabalhador, que através das medidas adotadas poderá trabalhar mais tranqüilo e ter uma vida útil de trabalho mais duradoura.”

2) Quais os tipos de acidentes que estas previnem? E quais são os mais usuais segundo a sua experiência?

“ Os acidentes que estas previnem são principalmente os relacionados às quedas de níveis superiores a 2,0 metros (de trabalhadores ou materiais), prevenção de mutilações por parte de máquinas pesadas ou de corte, combate á infecções bacteriológicas e prevenção de danos físicos aos colaboradores por agentes nocivos de obra. Os mais usuais são sem dúvida a queda de materiais de alto nível, que podem ser fatais, se caírem sobre algum trabalhador e mutilações derivadas de uso incorreto de máquinas de corte. Os acidentes fatais ocorrem geralmente da queda de pessoas de alto nível e queda de materiais.”

3) Como é feito o planejamento das medidas de segurança em sua empresa, e quando é elaborado?

“ Antes da execução da obra foi elaborado uma espécie de manual de segurança, PCMAT, que continha o resumo de todas as medidas necessárias para a futura obra. Um capítulo deste é destinado ao PPRA, onde é feito um levantamento de todos os riscos relacionados à obra, para futuro planejamento de ações. São eleitos os membros da CIPA, para estes serem os responsáveis pela fiscalização e ação nas medidas, e efetuarem reuniões mensais para discussão das mesmas e sua eficácia. No decorrer da obra, o PCMAT poderá sofrer modificações, e são efetuados os APR’s (análise preliminar de riscos), que são levantamentos de riscos por responsabilidades.”

4) Quais as mediadas mais adotadas pela empresa para conscientização dos colaboradores da obra?

“Na empresa temos placas de sinalização, treinamentos, D’s (diálogos diários de segurança) com os encarregados, que serão responsáveis por transmitir o conteúdo para seus funcionários. Temos ainda treinamentos específicos por função e integração dos funcionários novos, onde muitas vezes convidamos alguns colaboradores de obra para serem palestrantes e falarem sobre suas experiências pessoais específicas. Por fim, existe, existe uma eleição dos membros da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), são efetuados os APR’s (Análise Preliminar de Risco), é feito um planejamento para prevenção e sugeridas futuras soluções, e fiscalização rigorosa dos técnicos de segurança.”

5) Que assuntos são abordados no treinamento, quanto tempo demora?

“Cada treinamento deve ter uma carga horária Mínima de 2 horas. Reuniões ordinárias de CIPA são mensais. São abordados como temas o uso correto e obrigatório dos EPI’s temas como higiene e saúde, organização e limpeza, equipamentos de proteção coletiva (EPC ), sinalização e fiscalização. São chamados também profissionais da área para fazerem um curso específico de brigada de incêndio, onde são dadas informações e procedimentos a serem tomados em caso de incêndio.”

6) Quem executa as medidas de proteção? “A empresa possui dois carpinteiros gerais para executar proteções de pequeno porte, como fechamento de pequenos vãos, pequenas passarelas e corrimãos. Medidas de segurança de grande porte são responsabilidades das empresas contratadas, com cláusula específica no contrato, que as obriga a respeitar as normas de segurança, e executar as proteções coletivas referentes ao seu serviço, com a ameaça de corte nos pagamentos e suspensão nos serviços. Temos ainda na obra, médico de meio período e enfermeira período integral, para pequenos acidentes e más-disposições, sendo os feridos mais graves encaminhados para hospitais mais próximos.”

7) Em sua opinião a norma brasileira é bem estruturada para garantir a segurança dos trabalhadores? È exigente demais ou deficiente? Em que itens poderiam melhorar?

“ A norma brasileira é exigente e bem estruturada, tendo ainda por qualidades ser bem auto-explicativa e dar uma boa orientação para o curso das obras. No entanto, ela não possui uma flexibilidade que muitas vezes é necessária para a obra, principalmente no que se refere a prazos. Ela diz que é preciso fazer, mas não dá um prazo flexível, para a obra poder, por exemplo, estudar uma forma econômica de executar as proteções. Mas no geral, ela é uma boa aliada do bem estar do trabalhador, e embora seja severa com o empregador, acaba por também ser aliada.”

6.2 CONSCIENTIZAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS

Um dos maiores inimigos da segurança do trabalho nas obras é a falta de interesse e colaboração dos trabalhadores. Segundo Dias Campos (Apud Zocchio, 2000, pág 25). É

desnecessário ressaltar a importância da educação na prevenção de acidentes de trabalho, muito embora não se possa atribuir-lhe a responsabilidade integral na solução do problema.” Falta de uso do cinto de segurança, capacete, retirada de utensílios de proteção em equipamentos de alto risco (como serras circulares) em prol de uma maior rapidez de serviço, são alguns dos erros mais freqüentes em obras, que podem resultar em acidentes. Várias são as formas de sensibilizar os funcionários para o problema, dentre elas as mais usadas são; palestras, treinamentos, integrações de trabalhadores novos, cartazes espalhados pelo canteiro, quadros de avisos, jornais periódicos, Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT), concursos internos nas empresas sobre segurança e principalmente fiscalização rigorosa. Ainda Segundo Dias Campos ( Apud Zocchio, 2000, pag 26), “A educação visando a prevenção de acidentes deve buscar a formação de consciência prevencionista, reforçando a tônica, através de repetições e palestras, usando de recursos audiovisuais e, particularmente, fazendo a fiscalização ambiental para garantir a continuidade das práticas prevencionistas adotadas.”

6.2.1 Treinamento e Palestras Presenciei um treinamento sobre segurança do trabalho, obrigatório por lei, efetuado antes do início dos serviços do funcionário, deve conter os seguintes itens:

• Equipamentos de Proteção Individual(EPI) O técnico de segurança faz a demonstração do uso correto dos EPI’s (bota de couro ou borracha (de cano alto ou baixo, dependendo da situação), cinto de segurança para trabalhos em altura, luva de borracha ou PVC, capacete, óculos de segurança, protetor auricular, máscara contra poeira, protetor facial, ombreira e capa de chuva).

• Equipamentos de proteção Coletiva (EPC) Demonstração da forma correta de construção e manutenção das proteções individuais e coletivas nos edifícios (Como bandejas primárias e secundárias, proteções em poços de elevadores, em aberturas de piso, proteções de periferia, corrimãos de escadas, escadas provisórias e rampas de acesso, instalações elétricas, funcionamento e restrições de máquinas e equipamentos), previamente planejadas no PCMAt da obra.

• Riscos Ambientais Conscientização dos funcionários sobre os riscos existentes na construção civil (riscos químicos, físicos, riscos biológicos e riscos ergonômicos)

• Acidentes de trabalho Alertar aos funcionários sobre conseqüência dos acidentes de trabalho, apresentando-lhes dados estatísticos, bem como formas de evitá-los.

• Primeiros socorros Orientação sobre as primeiras medidas a serem tomadas perante a ocorrência de um acidente como técnicas de salvamentos e transporte de vítimas.

• Combate á incêndio Orientação sobre riscos de incêndio , importância da prevenção, agentes extintores treinamentos de retirada coletiva e práticas de combate ao fogo.

Treinamentos específicos são exigidos por lei para execução de determinados serviços, dentre eles: a) Serviços elétricos: Curso SENAI para capacitar o funcionário a lidar com energia elétrica; b) Guincho: Curso para guincheiros para sinalização de operação, movimentação de cargas suspensas, proteção das cargas ao serem içadas, cabos de aço e demais medidas de segurança. c) Elevadores cremalheiras: Curso de sinalização de operação, movimentação de cargas, cabos de aço e demais medidas de segurança.

Para uma maior eficiência no combate aos acidentes de trabalho, o treinamento deverá ocorrer antes da execução dos serviços, bem como deverá haver palestras periódicas.

6.2.2 Cartazes e quadros de aviso Com o intuito de fazer permanecer o tema da segurança do trabalho no cotidiano do trabalhador da obra, os cartazes, quadros de aviso e jornais periódicos são importantes ferramentas de persuasão.

Fig. 1) - Demonstrativo de placas de alerta ao uso de equipamentos de proteção individual. Fonte: PCMAT da obra Portal São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A

As figuras acima mostram modelos das principais placas de campanha de segurança, no que se refere ao uso de proteção individual. Devem ser colocadas em locais estratégicos, conforme descrito abaixo:

• Uso obrigatório de máscara de respiração: As placas de aviso de uso obrigatório de máscaras de respiração devem ser colocadas próximo ás betoneiras, às queimas de cal, recintos fechados de pintura e aplicação de gesso, à locais de aplicação de carpete ou outros materiais que necessitam de aplicação de cola, bem como locais onde são efetuados corte de tijolos e cerâmicas.

• Uso obrigatório de capacetes As placas de aviso de uso obrigatório de capacetes devem ser colocadas principalmente na entrada da obra, sendo reforçada a idéia por todo o empreendimento. Não deverá ser permitida a entrada do trabalhador que não trouxer consigo este equipamento.

• Uso obrigatório de protetor auricular As placas de aviso de uso obrigatório de protetor auricular devem ser colocadas próximo às serras circulares, policortes, em obras com fundações em estacas cravadas, em todos os procedimentos repetitivos ruidosos em obras e colocar avisos nas caixas de máquinas muito ruidosas (como por exemplo, pistolas pregadeiras, marteletes, pistola finca pinos, materiais elétricos, etc)

• Uso obrigatório de luvas As placas de aviso de uso obrigatório de luvas devem ser colocadas próximas a locais de fechamentos de alvenarias, concretagens, cargas e descargas de materiais, locais de preparação de ferramentas, locais de lavagem de pastilhas e locais que passarão por processo de impermeabilização.

• Uso obrigatório de botas As placas de aviso de uso obrigatório de botas de borracha devem ser colocadas próximas a locais onde há excesso de umidade e pelo canteiro, principalmente durante a fundação, locais a serem concretados. As placas de aviso de uso obrigatório de botas de couro deverão ser colocadas em todo o empreendimento, sendo vetada a entrada de trabalhador que não use.

• Uso obrigatório de óculos de segurança e/ou protetor facial As placas de aviso de uso obrigatório de óculos de segurança e/ou protetor facial devem ser colocadas em pedestais próximos aos serviços com entalhadoras, serviços de chapisco, emboço, reboco de paredes e tetos, serviços relacionados a gesso, concretagens, vibradores, lavagem de pastilhas. Devem também conter avisos equipamentos de alto risco de manuseio, como serras circulares, policortes e máquinas elétricas.

• Uso obrigatório de cinto de segurança As placas de aviso de uso obrigatório de cinto de segurança deverão ser colocadas em pedestais próximo das beiradas das lajes em execução, afixar nos balancins, divulgar para serviços de montagem de elevadores, gruas, elevadores cremalheiras e outros que implicam trabalhos em alturas elevadas e que tem o risco de quedas em altura.

6.2.3 Padronização das placas de sinalização As placas de sinalização, cartazes e quadros de aviso devem respeitar a norma NR26, específica para o tema, que determinas as cores a serem empregadas em cada tipo. Segundo a norma NR26, as cores empregadas para cartazes de segurança na construção civil são: vermelho, amarelo, branco, preto, verde e devem ser usadas da seguinte maneira:

• Vermelho é empregado para identificar: - caixa de alarme de incêndio, hidrantes, bombas e todos os demais itens referentes a combate a incêndio; - portas de saídas de emergência;

- nas luzes a serem colocadas em barricadas, tapumes de construções e quaisquer outras obstruções temporárias; - em botões interruptores de circuitos elétricos para paradas de emergência.

• Amarelo: Significa “Cuidado” ou “Alerta”. É empregado para identificar: - corrimãos, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas que apresentem risco;

- bordas desguarnecidas de aberturas no solo, e de plataformas que não possam ter corrimãos; - meios-fios, onde haja necessidade de chamar atenção;

- vigas colocadas a baixas alturas;

- cabines, caçambas, guindastes, escavadeiras, cremalheiras, bomba para lançamento de concreto, etc; - fundos de letreiros e avisos de advertência;

- uso obrigatório de equipamentos de segurança

• Branco: O branco será empregado em: - passarelas e corredores de circulação, por meio de faixas (localização e largura); - localização e coletores de resíduos

- localização e bebedouros

• Preto: É empregado para indicar as canalizações de inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade ( ex: óleo lubrificante, asfalto, óleo combustível, alcatrão, piche, etc.).

• Verde: é a cor que caracteriza “segurança”. É empregado para identificar: - caixas de equipamento de socorro de urgência;

- caixas contendo máscaras contra gases;

- macas;

- quadros para exposição de cartazes, boletins, avisos de segurança

- localização de EPI; caixas contendo EPI;

Para melhor eficácia no uso coletivo dos equipamentos de segurança e na execução de todos os elementos de proteção coletiva, é necessária a existência de um encarregado de segurança de presença constante na obra, que zelará em campo pela eficiência das medidas adotadas.

6.3 Medidas de Proteção coletiva em Edifícios

Entende-se por proteção coletiva toda e qualquer medida protecionista que faça parte do corpo do prédio em construção, ou a medida tomada que visa a proteção de um conjunto de trabalhadores, que foge aos equipamentos de proteção individual (EPI’s) dos

mesmos. São exemplos de proteção coletiva (EPC’s) em edifícios os seguintes utensílios: bandejas primárias e bandejas secundárias, proteções de poço de elevador e proteções de abertura de piso, proteções de periferia (como gradil e tela), corrimãos e guarda-corpo provisório de escadaria, instalações provisórias de obra e proteções de máquinas de alto risco (como gruas e máquinas de corte). Pode-se dividir as medidas de proteção coletiva em cinco principais sub-itens:

• anteiro de obra: serão algumas medidas que deverão ser tomadas para minimizar os riscos de contaminação química e biológica dos trabalhadores, bem como organização para evitar acidentes;

• Fundação e terraplanagem: serão analisados neste item os escoramentos necessários, as proteções de periferias de taludes, os detalhamentos das passarelas de transição e proteções dos arranques;

• Estrutura e transporte de pessoas e cargas: serão analisadas as proteções coletivas nas montagens de formas, nas armações, nas proteções de periferia de laje para concretagem, as proteções necessárias nos equipamentos de transporte de pessoas e materiais , bem como elevador de obra, proteções coletivas contra quedas de altura, como bandejas primárias e secundárias, telas e plataformas de proteção. Serão vistos ainda proteções de escadaria, com corrimãos e guarda corpo, iluminação de emergência e proteção contra incêndios;

• Fachada: Serão analisados os detalhamentos de andaimes suspensos mecânicos pesados e andaimes suspensos leves, proteções e equipamentos para trabalhos em altura; Para descrição detalhada de cada tópico acima, foram analisadas não só as medidas obrigatórias impostas por lei na norma NR18, mas também medidas aconselháveis de proteção coletiva, medidas estas de uso comum em obras. Deste modo, para os capítulos que se seguem, não só serão mostradas medidas da norma, mas também medidas impostas por normas internas de construtoras de grande porte como as empresas Gafisa e Hochtief.

6.4 Canteiro de obras

Neste item foram analisados diversos cuidados a serem tomados na organização de canteiros e no cuidado com o trabalhador, de modo a evitar a contaminação e acidentes em obras. As principais medidas a serem tomadas em canteiros de obra são: - Limpeza constante do canteiro de obra, principalmente vestiários, banheiros, refeitórios, a fim de evitar a proliferação de bactérias, fungos, insetos, ratos, escorpiões, evitar doenças de pele nos banheiros e vestiários, e doenças provocadas por contato com animais portadores; - Contratar funcionários com a carteira de vacinação em dia, ou vaciná-los na contratação, principalmente nas doenças nas quais eles são grupo de risco, como o tétano ( pois estão em contato com a terra e metais enferrujados), gripe (pois irão trabalhar expostos em dias de frio e chuva), dengue, entre outras; - Controle constante de materiais armazenados, poças de água, afim de evitar o surgimento do mosquito

portador da dengue; -Ventilação natural ou forçada em banheiros e vestiários, de acordo com a norma NR18; - Piso higiênico e lavável nos refeitórios e banheiros, de caimento perfeito para os ralos (opcional o uso de plurigoma nos banheiros a fim de evitar o contato dos pés com água suja); - Fornecer e estocar materiais de limpeza e higiene do trabalhador;

- Chuveiros eletricamente aterrados, para evitar choques elétricos;

- Possuir água potável na proporção de 100 l/trabalhador (previsão diária), proporção está presente na norma NR18; - Limpeza periódica da caixa d água, evitando a ploriferação de insetos, baratas, mosquitos da dengue, ou ainda ratos que através desta podem transmitir Leptospirose; - Organização de canteiro de obra, separando materiais e maquinários do tráfego constante de trabalhadores (vestiários, refeitórios, grêmio, etc); - Isolamento e demarcação de áreas de risco de quedas de material e da projeção vertical do alcance da grua; - Manter desobstruídas as passagens de trabalhadores pela obra;

- Iluminação adequada em locais de tráfego de trabalhadores;

6.5 Fundação e terraplanagem

Neste item serão contemplados os seguintes sub-itens: - Escoramento de solos instáveis;

- Periferia de taludes;

- Passarela de transposição;

- Execução de tubulões;

- Proteção de arranques (pontas de ferro);

- Cuidados referentes a choques elétricos

6.5.1 Escoramento de solos instáveis De acordo com a norma brasileira NR18, taludes instáveis das escavações com profundidade superior a 1,25m, devem ter a sua estabilidade garantida por estruturas dimensionadas para este fim, tendo que respeitar ainda outro item que diz que o material retirado não poderá ser depositado a distância inferior a metade da profundidade. Para saber ao certo o tipo de escoramento e dimensões deste, deverá ser requisitado um consultor de solos, pois estes variam com o tipo e características de cada solo, bem como características do tipo de corte feito. Tal escoramento pode ser feito de diversas maneiras, dependendo principalmente da forma como o solo está disposto, desde que no final esteja garantida a impossibilidade de movimentação do solo. Um dos métodos usados para escoramento de solo é o muro de

arrimo, de custo mais elevado, mas de eficácia e durabilidade maior, sendo usado normalmente para escoramentos de grandes proporções, e de grande durabilidade. Patamares intermediários em forma de degraus são utilizados para suavizar a altura e inclinação de taludes, não sendo a forma mais segura de fazê-lo, mas é muito utilizada para apresentar um custo baixo. Desta forma, um possível desmoronamento superior do solo iria encontrar sucessivos obstáculos em forma de degraus, evitando a incidência direta no trabalhador.

Fig.2) –escoramentos de solos instáveis com risco de desmoronamento Fonte: PCMAT da obra Portal de São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A

A figura 2 apresenta um exemplo de escoramento de dois taludes próximos entre si. Neste exemplo, tábuas ou pranchas são usados como paredes e temos um escoramento feito por caibros ou mesmo pranchas, fixando as duas paredes na vertical.

6.5.2 Periferia de talude

Fig.3) –esquema de proteção de periferia de talude Fonte: PCMAT da obra Portal de São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A

Assim como se sucede na periferia das lajes e varandas, é necessário proteger as periferias de taludes contra quedas de objetos e pessoas. Conforme esquema acima na figura 3, tal proteção deve ser construída da seguinte forma: pontaletes, guardacorpo, rodapé e entelamento. Para proteção de queda de objetos, é utilizado um rodapé rente ao solo (normalmente é empregada tábua de 2ª de 1” por 8”), e entelamento entre os pontaletes (tela de nylon ou similar). De acordo com norma NR18, pontaletes devem ter uma distância máxima de 1,5m, e neles presos 2 linhas de guarda-corpos, uma à distância de 0,7m, outra à 1,2m de altura, altura esta mínima de proteção.

6.5.3 Passarela de transposição

Fig. 4) –esquemade passarela de transposição Fonte: PCMAT da obra Portal de São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A

A passarela de transposição é composta por duas proteção contra quedas de altura e um assoalho que permite a transposição do obstáculo. As proteções contra quedas de altura tem constituição semelhante ao item anterior (proteção de taludes), sendo assim formadas por um rodapé de altura igual a 20cm, tela normalmente de nylon, ambos presos à pontaletes distanciados a 1,5m entre si. Em guarda-corpos, temos 2 linhas de proteção, uma a altura de 0,7m, outra a altura 1,2m. Altura mínima para proteção em questão.

6.5.4 Execução de tubulões Um dos tipos de fundação mais usados no Brasil, os tubulões vêm na contramão de toda a preocupação existente quanto à saúde e integridade física dos trabalhadores. Feito de forma rudimentar, sem utilização de tecnologias, apenas mão de obra barata, o tubulão é usado justamente por ter custo baixo e por na ter leis restritivas severas por parte do ministério do trabalho. Será a forma de fundação estudada neste trabalho, pois as fundações profundas não apresentam grandes riscos, uma vez que o trabalho é feito por intermédio de maquinários (sendo o risco no manuseio do maquinário, perigo de queda de algumas peças componentes, e riscos de edificações vizinhas, que poderão sofrer graves danos), as fundações de sapatas e blocos só apresentam riscos no controle de taludes e manuseio de ferramentas. Desta forma, os principais cuidados a serem tomados na execução de tubulões são: - Estudo prévio do tipo de solo, de suas características como resistência, presença de gases; - Estudo prévio da existência de tubulações subterrâneas, tanto elétricas como hidráulicas; - A exigência do encamisamento do tubulão fica a critério do engenheiro especializado em fundações (de acordo com a norma NR18); - Possuir funcionário atento ao bem estar do parceiro quando este estiver em profundidade, pois as temperaturas são elevadas e podem provocar desmaios, problemas de pressão e ataques cardíacos, e poderá ainda ocorrer a presença de gases, que em pouco tempo causam desmaios, coma e morte dos funcionários; - Utilização de corda em perfeito estado e gancho com trava de segurança para segurar o balde vindo do fundo do tubulão; - Utilização de vestimenta adequada de botas para evitar contato contínuo do trabalhador com ambientes hostis à saúde; - Utilização de todos os equipamentos de proteção individual;

- Proteção temporária dos tubulões enquanto estes estiverem abertos e não concretados.

6.5.5 Proteção de arranque (pontas de ferro) Este item, proteção de arranques, não só estará presente na etapa das fundações, após a concretagem das estacas, sapatas ou tubulões, com também em todas as lajes, após a concretagem dos pilares. Como elemento de ligação de pilares de andares inferiores ou superiores são deixadas normalmente entre 0,5 a 1,0m de armadura exposta após a concretagem das lajes ou fundações. Esta armadura exposta é de alto rido para o trabalhador, devido à sua extremidade irregular (normalmente cortante, havendo entre outros riscos físicos a possibilidade de contaminação por doenças como tétano) e de fina bitola (em caso de trabalhador, a possibilidade de penetração dos arranques no corpo do mesmo é elevada).

Fig.5) – esquema de proteção de arranques Fonte: Obra Office Tamboré – MPD Engenharia,2008

Para evitar tais problemas, existem protetores plásticos á venda ajustáveis a todas as bitolas de armaduras, protetores estes que isolam as superfícies cortantes do meio físico de trabalho e aumentam a área da seção transversal (não havendo assim penetração da armadura no corpo do trabalhador em caso de queda), conforme fig.5.

6.6 Estrutura e transporte de pessoas e cargas

Pode-se dividir os riscos relacionados à execução de estrutura em quatro principais itens: - Centrais de forma e armação;

- Atividades em alturas ( proteções contra quedas);

- Concretagens;

- Bandejas primárias e secundárias

- Elevadores cremalheiras e gruas

6.6.1 Atividades em centrais de forma e armação Diversos são os riscos para os trabalhadores envolvidos neste item, dentre eles: - riscos físicos: ruídos e vibrações sonoras (que tem como fonte geradora a cerra circular e policorte para ferro), bem como risco de contato e ferimento com o disco o disco da serra circular e policorte, choque

elétrico e incêndio; -riscos químicos como poeiras (que tem como fonte geradora a madeira em corte)

- riscos ergonômicos decorrentes de uma postura incorreta no transporte manual de cargas; Dentre os itens acima citados, o único que envolve medidas de proteção coletiva são os riscos físicos, uma vez que os outros apenas dependem do uso de equipamentos de proteção individual.

6.6.1.1 Serra circular e policorte Dois dos equipamentos de maior risco de mutilação de trabalhadores na obra, a serra circular e policorte tem que ser rodeada de diversas precauções para atenuar sua periculosidade, dentre elas: - Somente trabalhador especializado pode operar a serra circular e policorte, sendo que estas deverão dispor de uma chave de ignição, evitando assim o uso por parte dos funcionários não habilitados e treinados; - Utilização de empurrador na bancada de corte, minimizando assim a necessidade das mão no corte da peças, tornando mais difícil o acidente físico;

Fig. 6)-empurrador na bancada de serra circular Fonte: PCMAT da obra Portal de São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A

- Ter a carcaça do motor aterrada eletricamente, evitando assim riscos de choques elétricos; - Utilização de coifa protetora na serra circular (que durante a utilização deverá estar sempre apoiada na mesa), protegendo o trabalhador contra estilhaços de madeira, e coletor de serragem, afim de evitar o acúmulo de serragem, diminuindo o risco de incêndio.

Fig.7) –coifa protetora de serra circular Fonte: Obra Office Tamboré (MPD Engenharia,2008)

- Dispor de biombo de proteção na serra policorte, para limitar a projeção de estilhaços de ferro (que no caso tem maior risco que estilhaços da serra circular); - Não deixar motor exposto, dispondo de protetor para evitar contato do motor com as pernas do trabalhador;

Fig.8) –protetor de motor Fonte: PCMAT da obra Portal de São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A

- Manter sempre as serras em bom estado, substituindo os discos quando necessário; - Manter a limpeza da área de trabalho, a fim de evitar o ferimento nos pés;

- Manter instalado junto à serra circular e policorte, extintor de pó químico e de água pressurizada, para combater incêndio; - Dispor de condutor de cabos elétricos, para evitar contato acidental e incêndio;

- Manter na área de carpintaria, cartazes e avisos alusivos de equipamentos de proteção individual, conforme figura abaixo.

Fig. 9) –demondtrativo de placas de aviso em locais de alta periculosidade, como serra circular e policortes, e os devidos equipamentos de segurança a serem utilizados. Fonte: PCMAT da obra Portal de São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A

6.6.2 Atividades em altura (proteções contra quedas)

Fig.10) –proteções contra quedas de objetos e pessoas – varandas Fonte: PCMAT da obra Portal de São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A

Fig.1) – proteções contra quedas de pessoas – escadas Fonte: Obra Office Tamboré – MPD Engenharia, 2008

Fig.12) – proteções contra queda de pessoas e objetos – vão de laje Fonte: PCMAT da obra Portal de São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A

As três proteções acima mostradas, contra quedas em altura em periferia de laje e varandas, guarda-corpo em escadas e proteção contra quedas em vãos de lajes, todas tem a mesma constituição, pois todas estão englobadas no mesmo item da norma. Desta forma, temos como proteção de queda de objetos um rodapé de 20cm de altura (que normalmente é usada uma tábua de 2ª) e telas de nylon, ambos presos à pontaletes distanciados 1,5m entre si. Presos aos pontaletes estão duas linhas de guarda-corpo nas respectivas alturas de 0,7 e 1,2m, sendo esta última a altura mínima para as proteções em questão.

Fig.13) –proeções contra quedas e pessoas e objetos – poço do elevador Fonte: Obra Office Tamboré (MPD Engenharia,2008)

A figura acima apresenta a proteção contra queda de objetos e pessoas em posso de elevadores. Tal proteção poderá ser feita com madeiramento e tela, respeitando as mesmas características e medidas dos três itens acima.

6.6.3 Bandejas primárias e secundárias

Fig.14) –bandejas de proteção

Fonte: Catálogo do fabricante – Grupo Locguel

Na figura acima pode-se ver montagens das mãos francesas de suporte de bandejas, montagem esta que no caso é feita através de chumbamento de ganchos na estrutura, serão estes ganchos metálicos que suportarão o peso da bandeja.

Fig.15) –esquematização de utilização de bandejas primárias e secundárias Fonte: Obra Office Tamboré (MPD Engenharia,2008)

De acordo com a norma, deve ser instalado no primeiro andar uma bandeja primária, de dimensões maiores que as demais. A bandeja é composta por mãos francesa, uma plataforma de 2,5m e 1,4m, composta normalmente por tábuas de 2ª, apoiadas sobre as mãos-francesas, e uma plataforma a 45° de 1,2m, que pela economia normalmente é composta por madeirit.

Fig.16) –detalhamento da fixação da mão-francesa na laje

Fonte: PCMAT da obra Spazzio Del’Aqua – Vila Leopoldina – Construtora Gafisa S/A

A figura acima mostra a fixação das mãos-francesas na laje, que podem ser feitas de duas formas distintas: através de ganchos concretados nas lajes (conforme figura) ou por parabouts, que são parafusos de alta resistência que pode ser fixados na laje concretada.

Fig.17) – esquematização de utilização de bandejas primárias e secundárias Fonte: Obra Office Tamboré (MPD Engenharia,2008)

Como pode-se ver, a bandeja é composta pela plataforma horizontal, com as dimensões acima descritas, e uma plataforma diagonal a 45° do plano horizontal, de 1,2m para ambas as bandejas.

6.6.4 Concretagens Já forma abordados nos itens anteriores diversos cuidados que devem ser tomados inclusive durante as concretagens, como proteções contra quedas em altura, guarda-corpos periféricos, fechamento de poços de elevadores, fechamento de vãos nas lajes, proteções de arranques, e serão salientados mais pela frente, nos itens referentes a equipamentos de alto risco como cremalheiras e gruas, cuidados como isolamento de áreas embaixo de transporte vertical, e outros. A maior parte dos cuidados a serem tomados durante as concretagem são de característica pessoal, como uso de equipamentos EPI, como botas, luvas, protetor auricular, e cinto. Resta então apenas salientar neste item três precauções a serem tomadas para um decorrer de

concretagem seguro: - na medida do possível, dispor de tábuas para caminho de circulação de trabalhadores sobre ferragens e concreto;