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Ilustrações de Hotélio Ernesto
Uma história de Graça Alberto
A elefanta, o leão e o coelho
Uma história de Graça Alberto
Ilustrações Hotélio Ernesto
Coordenação: Dany Wambire
Colecção: Histórias da quarentena
Número: 03
Este conto foi extraído da colectânea “À volta da fogueira”, volume III, publicado pela Associação Kulemba, em 2018.
Ilustrações de Hotélio Ernesto
Uma história de Graça Alberto
A elefanta, o leão e o coelho
Era uma vez uma elefanta que tinha quatro filhos e o seu vizinho era o
leão. Um dia, a elefanta disse aos seus filhos:
— Meus filhos, olhem que aqui na zona há um animal que anda a matar
os outros animais.
Todos ficaram assustados e o primeiro filho perguntou ao seu coração.
— Se eu sair, o que me vai acontecer?
Na verdade, a mãe já tinha explicado aos filhotes que ninguém podia
sair sem antes verificar o que havia lá fora. O primeiro filho ignorou a
advertência e foi morto pelo leão. Este puxou-o pela orelha até à sua
casa e pediu ao amigo coelho para que lhe cozinhasse a carne, após o
que o leão partiu novamente para a caça.
Quando o leão voltou, viu que no caril já não havia orelhas, o coelho já as
tinha comido. Então, o leão perguntou ao coelho:
— Amigo, para onde foram as orelhas deste animal?
— Este animal não tinha orelhas — respondeu o coelho.
— Mas como não tinha orelhas? Eu trouxe-o aqui puxando-o pelas
orelhas.
— Não tinha orelhas. Se não acreditas em mim, vamos perguntar aos
familiares deste animal morto.
No início, o leão hesitou, mas, como queria tirar tudo a limpo, acabou
por aceitar. Partiram e acharam a mãe do elefante morto. Fizeram-lhe a
pergunta e a mãe do elefante morto respondeu:
— Ele era meu filho, mas não tinha orelhas.
— Mas, minha senhora, é possível um animal nascer sem orelhas? —
insistiu o leão.
— O que eu posso dizer mais, hein? É possível, sim. Se ele tivesse orelhas
poderia perceber a advertência que eu lhe fiz e não estaria morto.
A seguir, a mãe do elefante morto abriu a porta e mostrou os outros
filhos, dizendo:
— Os filhos que têm orelhas estão aqui, são e salvos, porque
conseguiram ouvir-me.
O leão ficou envergonhado e o coelho ganhou razão.
Chegou a HorA DE AGrADEcEr:
À amiga Graça Alberto , a nossa contadora de história
Ao tio Hotélio Ernesto, o nosso ilustrador
Próxima história: A princesa que não ria
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