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Unidade 6 Cheque Profª Roberta C. de M. Siqueira Direito Empresarial III ATENÇÃO: Este material é meramente informativo e não exaure a matéria. Foi retirado da bibliografia do curso constante no seu Plano de Ensino. São necessários estudos complementares. Mera orientação e roteiro para estudos. 1

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Unidade 6Cheque

Profª Roberta C. de M. SiqueiraDireito Empresarial III

ATENÇÃO: Este material é meramente informativo e não exaure a matéria. Foi retirado da bibliografia do curso constante no seu Plano de Ensino. São necessários estudos complementares. Mera orientação e roteiro para estudos.

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6.1 Previsão Legal

Lei do Cheque – Lei n. 7.357/ 1985

Lei Uniforme do Cheque – Decreto n. 57.595/1966.

Resoluções do Banco Central do Brasil, tomadas por deliberação do Conselho Monetário Nacional, e as Circulares do Banco Central do Brasil.

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6.2 Conceito É uma ordem de pagamento incondicional, em

dinheiro e à vista, contra uma instituição financeira (sacado).

O SACADOR (correntista) dá uma ordem de pagamento à vista, de determinada quantia, para que o SACADO (banco) entregue o valor ao BENEFICIÁRIO (credor, pode ser o próprio sacador).

O cheque NÃO admite aceite, considerando-se não escrita qualquer declaração neste sentido Lei n. 7.357/85 - art. 6º.

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Art . 6º O cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer declaração com esse sentido.

Art . 18 O endosso deve ser puro e simples, reputando-se não escrita qualquer condição a que seja subordinado. § 1º São nulos o endosso parcial e o do sacado. § 2º Vale como em branco o endosso ao portador. O endosso ao sacado vale apenas como quitação, salvo no caso de o sacado ter vários estabelecimentos e o endosso ser feito em favor de estabelecimento diverso daquele contra o qual o cheque foi emitido.

Art . 29 O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por aval prestado por terceiro, exceto o sacado, ou mesmo por signatário do título.

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O sacado (banco) NÃO possui obrigação cambial e não garante o pagamento da cártula.

O sacado só paga o título se o sacador possuir fundos junto a ele (conta-corrente com o valor depositado). Também NÃO pode endossar, nem avalizar o título (art. 18, §2º e 29).

É um título de crédito de modelo vinculado – só é cheque o documento emitido pelo banco, em talonário específico, com numeração própria, seguindo os padrões fixados pelo Banco Central.

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NATUREZA JURÍDICA

Título de crédito impróprio meio de pagamento

Título de crédito próprio

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PRESSUPOSTOS PARA EMISSÃO:

Lei do Cheque, art. 4º:§ 2º - Consideram-se fundos disponíveis:a) os créditos constantes de conta corrente bancária não subordinados a termo;b) o saldo exigível de conta corrente contratual;c) a soma proveniente de abertura de crédito.

FUNDOS: saldo disponível limite contratual (cheque especial)

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6.3 Requisitos O cheque é um título padronizado que deve

obedecer à Resolução n. 885/83 do Banco Central, além dos requisitos contidos no art. 1º da Lei n. 7.357/1985:

a) Denominação “cheque” inserta no título (cláusula cambiária);

b) Ordem pura, simples e incondicional de pagamento de determinada quantia – a indicação deve ser feita em algarismos e por extenso. Em caso de divergência prevalece o valor mencionado por extenso (art. 12).

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c) Identificação da instituição financeira que deve pagar;

d) Lugar de pagamento (suprível);e) Data e lugar de emissão – local em que

o emitente se encontra no momento da emissão (suprível). Prevalece o que está escrito no título, em caso de divergência, art. 2º, I.

f) Assinatura do emitente (que está devidamente identificado no título).

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Art . 1º O cheque contêm: I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto

do título e expressa na língua em que este é redigido;

II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada;

III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado);

IV - a indicação do lugar de pagamento; V - a indicação da data e do lugar de emissão; VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu

mandatário com poderes especiais. Parágrafo único - A assinatura do emitente ou a de

seu mandatário com poderes especiais pode ser constituída, na forma de legislação específica, por chancela mecânica ou processo equivalente.

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Art . 2º O título, a que falte qualquer dos requisitos enumerados no artigo precedente não vale como cheque, salvo nos casos determinados a seguir: I - na falta de indicação especial, é considerado lugar de pagamento o lugar designado junto ao nome do sacado; se designados vários lugares, o cheque é pagável no primeiro deles; não existindo qualquer indicação, o cheque é pagável no lugar de sua emissão; II - não indicado o lugar de emissão, considera-se emitido o cheque no lugar indicado junto ao nome do emitente.

Art . 12 Feita a indicação da quantia em algarismos e por extenso, prevalece esta no caso de divergência. lndicada a quantia mais de uma vez, quer por extenso, quer por algarismos, prevalece, no caso de divergência, a indicação da menor quantia.

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6.4 Características Em princípio, não há limites de endossos nos títulos

de crédito (Lei 9.311/1996, no art. 17, que instituiu a CPMF, proibiu mais de um endosso).

O cheque é transmissível por endosso.

Pode trazer a cláusula “não à ordem” – não circulará por endosso, porém poderá circular por cessão civil de crédito (arts. 21 a 25), destacando-se no caso, a ausência de imunidade do cessionários, ainda que seja um terceiro de boa-fé, às exceções pessoais que o emitente venha a suscitar.

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Art . 21 Salvo estipulação em contrário, o endossante garante o pagamento. Parágrafo único - Pode o endossante proibir novo endosso; neste caso, não garante o pagamento a quem seja o cheque posteriormente endossado.

Art . 22 O detentor de cheque "à ordem’’ é considerado portador legitimado, se provar seu direito por uma série ininterrupta de endossos, mesmo que o último seja em branco. Para esse efeito, os endossos cancelados são considerados não escritos. Parágrafo único. Quando um endosso em branco for seguido de outro, entende-se que o signatário deste adquiriu o cheque pelo endosso em branco.

Art . 23 O endosso num cheque passado ao portador torna o endossante responsável, nos termos das disposições que regulam o direito de ação, mas nem por isso converte o título num cheque ‘’à ordem’’.

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Art . 24 Desapossado alguém de um cheque, em virtude de qualquer evento, novo portador legitimado não está obrigado a restituí-lo, se não o adquiriu de má-fé. Parágrafo único - Sem prejuízo do disposto neste artigo, serão observadas, nos casos de perda, extravio, furto, roubo ou apropriação indébita do cheque, as disposições legais relativas à anulação e substituição de títulos ao portador, no que for aplicável.

Art . 25 Quem for demandado por obrigação resultante de cheque não pode opor ao portador exceções fundadas em relações pessoais com o emitente, ou com os portadores anteriores, salvo se o portador o adquiriu conscientemente em detrimento do devedor.

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É vedada a emissão, pagamento e compensação de cheque cujo valor ultrapasse R$100,00 sem a identificação do beneficiário (Lei n. 9.069/95, art. 69) – cheque sem ser nominal.

Observações importantes:

Com relação aos TÍTULOS ATÍPICOS, o CC permitiu a emissão de títulos ao portador;

Em caso de ENDOSSO EM BRANCO, o título é transformado em documento ao portador, uma vez que poderá circular por mera tradição.

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Art. 69 (Lei n. 9.069/95) . A partir de 1º de julho de 1994, fica vedada a emissão, pagamento e compensação de cheque de valor superior a R$ 100,00 (cem REAIS), sem identificação do beneficiário.

Parágrafo único. O Conselho Monetário Nacional regulamentará o disposto neste artigo.

Art . 39 O sacado que paga cheque ‘’à ordem’’ é obrigado a verificar a regularidade da série de endossos, mas não a autenticidade das assinaturas dos endossantes. A mesma obrigação incumbe ao banco apresentante do cheque a câmara de compensação.

Parágrafo único. Ressalvada a responsabilidade do apresentante, no caso da parte final deste artigo, o banco sacado responde pelo pagamento do cheque falso, falsificado ou alterado, salvo dolo ou culpa do correntista, do endossante ou do beneficiário, dos quais poderá o sacado, no todo ou em parte, reaver a que pagou.

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O SACADO (banco) tem a obrigação legal de verificar a regularidade da cadeia de endossos. Entretanto, o banco não pode verificar a autenticidade das assinaturas, até porque tal medida seria inviável na maioria das vezes.

Outra característica importante é a autonomia relativa do cheque – segundo o STJ, permite-se, em situações excepcionais, que o devedor discuta a causa debendi.

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6.5 Modalidades Além do cheque comum, podem ser elencadas

algumas modalidades específicas de cheque:

• CHEQUE IRREGULAR: não preenche os requisitos secundários (se não preencher os requisitos formais é nulo). Ex.: cheque sem fundos.

• CHEQUE PÓS-DATADO OU PRÉ-DATADO: traz data posterior àquela em que efetivamente emitido. É popularmente chamado de pré-datado.

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• CHEQUE CRUZADO (arts. 44 e 45) - possibilita a identificação da pessoa em favor de quem o título foi liquidado (possui 2 traços paralelos e transversais no anverso do título). O cruzamento garante que o cheque só pode ser pago a um banco ou a um cliente do banco, mediante crédito em conta, o que evita seu desconto na boca do caixa.

• CHEQUE VISADO (art. 7º) – aquele em que o banco confirma, mediante assinatura no verso do título, a existência de fundos suficientes para pagamento do valor mencionado. O visto do banco não se confunde com o aceite.

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Art . 44 O emitente ou o portador podem cruzar o cheque, mediante a aposição de dois traços paralelos no anverso do título. 1º O cruzamento é geral se entre os dois traços não houver nenhuma indicação ou existir apenas a indicação ‘’banco’’, ou outra equivalente. O cruzamento é especial se entre os dois traços existir a indicação do nome do banco. § 2º O cruzamento geral pode ser convertido em especial, mas este não pode converter-se naquele. § 3º A inutilização do cruzamento ou do nome do banco é reputada como não existente.

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Art . 45 O cheque com cruzamento geral só pode ser pago pelo sacado a banco ou a cliente do sacado, mediante crédito em conta. O cheque com cruzamento especial só pode ser pago pelo sacado ao banco indicado, ou, se este for o sacado, a cliente seu, mediante crédito em conta. Pode, entretanto, o banco designado incumbir outro da cobrança. § 1º O banco só pode adquirir cheque cruzado de cliente seu ou de outro banco. Só pode cobrá-lo por conta de tais pessoas. § 2º O cheque com vários cruzamentos especiais só pode ser pago pelo sacado no caso de dois cruzamentos, um dos quais para cobrança por câmara de compensação. § 3º Responde pelo dano, até a concorrência do montante do cheque, o sacado ou o banco portador que não observar as disposições precedentes.

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Art . 7º Pode o sacado, a pedido do emitente ou do portador legitimado, lançar e assinar, no verso do cheque não ao portador e ainda não endossado, visto, certificação ou outra declaração equivalente, datada e por quantia igual à indicada no título. § 1º A aposição de visto, certificação ou outra declaração equivalente obriga o sacado a debitar à conta do emitente a quantia indicada no cheque e a reservá-la em benefício do portador legitimado, durante o prazo de apresentação, sem que fiquem exonerados o emitente, endossantes e demais coobrigados. § 2º - O sacado creditará à conta do emitente a quantia reservada, uma vez vencido o prazo de apresentação; e, antes disso, se o cheque lhe for entregue para inutilização.

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• CHEQUE ADMINISTRATIVO (art. 9º, III) – aquele emitido por um banco contra ele mesmo, para ser liquidado em uma de suas agências. O banco é ao mesmo tempo emitente e sacado. Deve ser necessariamente nominal.

• CHEQUE PARA SER CREDITADO EM CONTA (art. 46) – aquele que o sacado não pode pagar em dinheiro, por expressa proibição colocada no anverso do título pelo próprio emitente, consistente na colocação da expressão “para ser creditado em conta” ou da menção ao número da conta do beneficiário entre os traços do cruzamento.

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Art . 9º O cheque pode ser emitido: I - à ordem do próprio sacador; II - por conta de terceiro; III - contra o próprio banco sacador, desde que não ao portador.

Art . 46 O emitente ou o portador podem proibir que o cheque seja pago em dinheiro mediante a inscrição transversal, no anverso do título, da cláusula ‘’para ser creditado em conta’’, ou outra equivalente. Nesse caso, o sacado só pode proceder a lançamento contábil (crédito em conta, transferência ou compensação), que vale como pagamento. O depósito do cheque em conta de seu beneficiário dispensa o respectivo endosso. § 1º A inutilização da cláusula é considerada como não existente. § 2º Responde pelo dano, até a concorrência do montante do cheque, o sacado que não observar as disposições precedentes.

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Cheque Pré-datado ou Pós-datado É o cheque emitido para ser pago numa data futura. A

denominação correta seria cheque pós-datado.

O cheque será sempre uma ordem de pagamento à vista (art. 32), devendo ser considerada NÃO ESCRITA qualquer menção em sentido contrário eventualmente colocada na cártula.

Apresentado o cheque ANTES da data combinada, o banco efetuará o pagamento. O banco não tem responsabilidade alguma, mas aquele que apresentou o cheque antes da data. Houve um ACORDO entre as partes, podendo ensejar a responsabilidade civil, conforme Súmula 370 do STJ.

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Art . 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não- estrita qualquer menção em contrário. Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação.

Súmula 370 STJ. Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.

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6.6 Prazo de Apresentação Deve ser apresentado para pagamento, a contar do DIA DA

EMISSÃO, no prazo de 30 dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago (na mesma praça de pagamento), e 60 dias quando em praça diversa (art. 33).

Prazo de apresentação NÃO SE CONFUNDE com prazo de prescrição. Funciona como o prazo de protesto dos demais títulos, destinando-se a garantir o direito de execução contra os codevedores do título (art. 47).

A apresentação fora do prazo implica a PERDA DO DIREITO DE REGRESSO contra os coobrigados e também contra o emitente, se havia fundos até aquela data e depois não mais.

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Art. 33 O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior. Parágrafo único - Quando o cheque é emitido entre lugares com calendários diferentes, considera-se como de emissão o dia correspondente do calendário do lugar de pagamento.

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Art . 47 Pode o portador promover a execução do cheque:

I - contra o emitente e seu avalista; II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo hábil e a recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia de apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de compensação. § 1º Qualquer das declarações previstas neste artigo dispensa o protesto e produz os efeitos deste. § 2º Os signatários respondem pelos danos causados por declarações inexatas.

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§ 3º O portador que não apresentar o cheque em tempo hábil, ou não comprovar a recusa de pagamento pela forma indicada neste artigo, perde o direito de execução contra o emitente, se este tinha fundos disponíveis durante o prazo de apresentação e os deixou de ter, em razão de fato que não lhe seja imputável. § 4º A execução independe do protesto e das declarações previstas neste artigo, se a apresentação ou o pagamento do cheque são obstados pelo fato de o sacado ter sido submetido a intervenção, liquidação extrajudicial ou falência.

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Perda do prazo de apresentação pode gerar a perda do direito de execução contra o próprio emitente e não apenas o codevedor: quando o emitente prova que tinha fundos suficientes durante o prazo de apresentação, mais deixou de tê-los por motivos alheios à sua vontade (art. 47, §3º).

A PERDA do prazo de apresentação NÃO IMPEDE o pagamento do cheque pelo banco sacado. Apenas depois de transcorrido o prazo prescricional é que a instituição financeira não poderá mais receber nem processar o título (art. 35, § único).

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Art . 35 O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de contra-ordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato. Parágrafo único - A revogação ou contra-ordem só produz efeito depois de expirado o prazo de apresentação e, não sendo promovida, pode o sacado pagar o cheque até que decorra o prazo de prescrição, nos termos do art. 59 desta Lei.

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6.7 Prescrição e Cobrança O cheque possui EXECUTIVIDADE (art. 585, I do

CPC).

A apresentação do cheque pode ser comprovada (art. 47, II): pela declaração do sacado escrita sobre o

cheque pela declaração da câmara de compensação, e pelo protesto.

A EXECUÇÃO do cheque pode ser movida contra o emitente e seus avalistas e/ou endossantes e avalistas (art. 47).

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Súmula 600 do STF. Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária.

A execução (ação cambial) fundada em cheque prescreve:

a) Em 6 meses - do portador contra o sacador, endossantes e avalistas, a contar do prazo de apresentação.

b) Em 6 meses - de um obrigado ao pagamento do cheque contra outro, contados do dia em que pagou ou que foi demandado.

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O cheque prescrito NÃO pode mais ser executado. Porém são cabíveis outras ações:

a) AÇÃO DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO ou de LOCUPLETAMENTO contra o emitente ou demais coobrigados (art. 61) – prescreve em 2 anos contados a partir do término do prazo prescricional. Ação cambial, mas de rito ordinário.

b) AÇÃO DE COBRANÇA OU MONITÓRIA (art. 1.102 A, CPC) - cabe ao portador provar a relação causal que originou o título (art. 62). Não é ação cambial, portanto, o devedor pode discutir a causa que originou a dívida e opor qualquer exceção contra o autor da demanda - prazo de prescrição de 5 anos, CC, art. 206, §5º, III.

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Art . 61 A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros obrigados, que se locupletaram injustamente com o não-pagamento do cheque, prescreve em 2 (dois) anos, contados do dia em que se consumar a prescrição prevista no art. 59 e seu parágrafo desta Lei.

Art . 62 Salvo prova de novação, a emissão ou a transferência do cheque não exclui a ação fundada na relação causal, feita a prova do não-pagamento.

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É possível a propositura de ação monitória lastreada em cheque prescrito.

Súmula 299 STJ. É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.

Art. 1.102.a (CPC) - A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou de determinado bem móvel.

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6.8 Sustação O pagamento do cheque pode ser sustado

em dois casos: revogação ou contraordem (art. 35) e oposição (art. 36).

a) CONTRAORDEM OU REVOGAÇÃO: é a revogação do cheque, por carta ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato (art. 35) e só produz efeitos APÓS o prazo de apresentação.

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Ato exclusivo do emitente. Se não há contraordem, o cheque pode

ser pago, inclusive, após o decurso do prazo legal de apresentação, desde que ANTES do prazo prescricional.

b) OPOSIÇÃO: é a sustação do pagamento do cheque feita pelo emitente ou por legítimo possuidor, podendo ser realizada mesmo DURANTE o prazo de apresentação e desde que baseada em razão relevante, como, por exemplo, roubo, furto ou extravio do título (art. 36).

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Pode ser feita pelo portador legitimado.

Infundada sustação = efeitos penais de emissão de cheque sem fundos = crime de estelionato (CP, art. 171, §2º, VI).

Emissão de cheque = concordância circulação do crédito.

BANCO SACADO: NÃO cabe julgar relevância da razão apresentada; deve apenas garantir a eficácia do ato. Banco NÃO pode condicionar sustação à apresentação de BO. Basta comunicação escrita do emitente.

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Art . 35 O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de contra-ordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato. Parágrafo único - A revogação ou contra-ordem só produz efeito depois de expirado o prazo de apresentação e, não sendo promovida, pode o sacado pagar o cheque até que decorra o prazo de prescrição, nos termos do art. 59 desta Lei.

Art . 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao sacado, por escrito, oposição fundada em relevante razão de direito. § 1º A oposição do emitente e a revogação ou contra-ordem se excluem reciprocamente. § 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo oponente.

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6.9 Aspectos Criminais

Fraude no pagamento por meio de cheque (art. 171, §2º, VI, do CP):

Emitir cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustrar o pagamento. A pena é de reclusão, de um a cinco anos e multa.

É necessário que tenha havido MÁ-FÉ na emissão do cheque (Súmula 246 do STF).

Súmula 246. Comprovado não ter havido fraude, não se configura o crime de emissão de cheque sem fundos.

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O foro competente é o do local em que se situa o BANCO SACADO, pois o crime só se consuma quando o banco recusa o pagamento e não pela simples emissão do cheque (Súmulas 244 do STJ e 521 do STF).

Súmula 521, STF. O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.

O PAGAMENTO do valor do cheque sem fundos antes do início da ação penal impede sua propositura (Súmula 554 do STF).

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Page 45: Unidade 6 Cheque Profª Roberta C. de M. Siqueira Direito Empresarial III ATENÇÃO: Este material é meramente informativo e não exaure a matéria. Foi retirado

Estelionato comum mediante falsificação de cheque (art. 171, caput):

Nessa modalidade o agente FALSIFICA cheque de terceiro para obter uma vantagem ilícita.

O estelionato absorve o crime de falsificação de documento (Súmula 17 do STJ).

O foro competente é o da obtenção da vantagem ilícita (Súmula 48 do STJ).

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