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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 1 Unidade Auditada: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Exercício: 2012 Processo: 23072002477201312 Município: Belo Horizonte - MG Relatório nº: 201305969 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DE MINAS GERAIS _______________________________________________ Análise Gerencial Senhor Chefe da CGU-Regional/MG, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201305969 e 201305976, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual encaminhada pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS a qual consolida as informações sobre a gestão do seu HOSPITAL DAS CLÍNICAS. 1. Introdução Os trabalhos de campo conclusivos foram realizados no período de 15/04/2013 a 24/04/2013, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela Unidade Auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames. 2. Resultados dos trabalhos

Unidade Auditada: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS@download/file/RA... · ... análises e consolidação de ... Apesar de o gestor informar, em resposta à Solicitação de

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Unidade Auditada: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Exercício: 2012 Processo: 23072002477201312 Município: Belo Horizonte - MG Relatório nº: 201305969 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DE MINAS GERAIS

_______________________________________________ Análise Gerencial Senhor Chefe da CGU-Regional/MG,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201305969 e 201305976, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual encaminhada pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS a qual consolida as informações sobre a gestão do seu HOSPITAL DAS CLÍNICAS.

1. Introdução

Os trabalhos de campo conclusivos foram realizados no período de 15/04/2013 a 24/04/2013, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela Unidade Auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.

2. Resultados dos trabalhos

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Verificou-se na Prestação de Contas da Entidade a existência das peças e respectivos conteúdos exigidos pela IN/TCU nº 63/2010 e pelas DN/TCU nº 119/2012, nº 121/2012 e nº 124/2012. Em acordo com o que estabelece o Anexo IV da DN-TCU-124/2012, c/c o disposto em Ata do Tribunal de Contas da União que define a customização do escopo de atuação da CGU em relação às prestações de contas ordinárias das universidades federais e dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia, e em face dos exames realizados, efetuamos as seguintes análises:

2.1 Avaliação da Conformidade das Peças

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas neste item, consideraram-se as seguintes questões de auditoria: (i) a UFMG elaborou todas as peças a ela atribuídas pelas normas do Tribunal de Contas da União para o exercício de referência? (ii) as peças contemplam os formatos e conteúdos obrigatórios nos termos da DN TCU nº 119/2012, da DN TCU nº 124/2012 e da Portaria TCU nº 150/2012? A metodologia da equipe de auditoria consistiu na análise censitária de todos os itens que compõem o Relatório de Gestão e as peças complementares. A partir dos exames do Processo nº 23072.002477/2013-12, concluiu-se que a Entidade elaborou todas as peças a ela atribuídas pelas normas do Tribunal de Contas da União para o exercício de 2012. Além disso, as peças contemplam os formatos e conteúdos obrigatórios, nos termos da DN TCU nº 119/2012 e nº 124/2012 e da Portaria TCU nº 150/2012. ##/Fato##

2.2 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas, nesse item considerou-se a seguinte questão de auditoria: os resultados quantitativos e qualitativos da gestão, em especial quanto à eficácia e eficiência dos objetivos e metas físicas e financeiras planejados ou pactuados para o exercício, foram cumpridos? A metodologia da equipe de auditoria consistiu na análise das ações orçamentárias de maior materialidade da Universidade, responsáveis por 63,4% da despesa executada, no âmbito da UFMG, e 28,7% referente ao Hospital das Clínicas - HC, excluindo-se os gastos com pessoal e encargos sociais, sintetizadas nos quadros a seguir:

Quadro 01 – Execução de ações orçamentárias - UFMG ÓRGÃO 26238 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

PROGRAMA 2032 – EDUCAÇÃO SUPERIOR, GRADUAÇÃO, PÓS-GRADUAÇÃO, ENSINO PESQUISA E EXTENSÃO

AÇÃO 20RK – FUNCIONAMENTO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS

Exercício Meta (unidade) Previsão Execução Execução/

Previsão (%)

2012 Física (aluno matriculado) 25.061 29.333 117,0

Financeira (em R$1,00) 228.188.002,00 202.305.201,27 88,6

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AÇÃO 8282 - REESTRUTURAÇÃO E EXPANSÃO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS - REUNI

Exercício Meta (unidade) Previsão Execução Execução/

Previsão (%)

2012 Física (vaga disponibilizada) 851 100 11,7

Financeira (em R$1,00) 97.222.783,00 78.295.529,57 80,5

Fonte: Sigplan

Quadro 02 – Execução de ações orçamentárias - HC UG 153261 – HOSPITAL DAS CLINICAS DA UFMG

PROGRAMA 2032 – EDUCAÇÃO SUPERIOR, GRADUAÇÃO, PÓS-GRADUAÇÃO, ENSINO PESQUISA E EXTENSÃO

AÇÃO 4086 – FUNCIONAMENTO DOS HOSPITAIS DE ENSINO FEDERAIS

Exercício Meta (unidade) Previsão Execução Execução/

Previsão (%)

2012 Física (unidade mantida) 1 1 100,0

Financeira (em R$1,00) 39.325.056,00 24.256.218,01 61,6

Fonte: Sigplan

Conforme análise crítica constante do Relatório de Gestão de 2012, item 4.1, a Universidade informou, em relação à Ação 8282, referente ao Reuni, que a dotação prevista, no valor de R$ 23.862.025,00 não se efetivou, pois incorporou crédito extraordinário, decorrente da Medida Provisória nº 598/12, publicada em 27/12/2012, posteriormente bloqueado pela Secretaria de Orçamento Federal – SOF. Em relação à meta prevista de 851 vagas, o MEC as registrou equivocadamente, fato explicativo da execução física em baixo percentual. No período 2008-2012, todavia, a UFMG ofereceu 2.066 novas vagas, correspondentes a 98,3% do pactuado. No tocante à Ação 4086, o mesmo Relatório esclareceu que a previsão orçamentária contemplou também recursos na fonte 281, relativos a convênios com o Governo do Estado de Minas Gerais, mas que não se concretizaram, não havendo, entretanto, maiores prejuízos ao Hospital. Concluiu-se, portanto, considerando-se as explicações apresentadas pela Universidade, que não ocorreram distorções significativas nos resultados obtidos ao longo do exercício na execução das ações orçamentárias analisadas. ##/Fato##

2.3 Avaliação dos Indicadores de Pessoal Instituídos pela UJ

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas, nesse item considerou-se a seguinte questão de auditoria: os indicadores da UFMG atendem aos critérios de completude, comparabilidade, confiabilidade, acessibilidade e economicidade? A metodologia da equipe de auditoria consistiu na análise dos indicadores apresentados no Relatório de Gestão referente ao exercício de 2012. No item 6.1.8 do mencionado Relatório de Gestão, a Entidade apresentou os seguintes Indicadores Gerenciais sobre Recursos Humanos: - Acidentes de Trabalho,

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- Rotatividade Interna, - Exclusões versus Reposição do Quadro e - Capacitação. Tais indicadores atendem os critérios de completude, comparabilidade, confiabilidade, acessibilidade e economicidade. Apesar de o gestor informar, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201305969/02, de 05/04/2013, que “esses indicadores tem levado os órgãos da Pró-reitoria de Recursos Humanos a promoverem ações preventivas e planejadas para médio e longo prazos”, a Universidade ainda não dispõe de série histórica ou de conclusões quantitativas e qualitativas daí decorrentes sobre a gestão de recursos humanos, tendo informado que iniciará “a sua elaboração a partir desse ano.” ##/Fato##

2.4 Avaliação da Gestão de Pessoas

A auditoria realizada sobre a gestão de recursos humanos da Universidade Federal de Minas Gerais teve o objetivo de avaliar o quadro de pessoal, bem como a regularidade de pagamentos na área de pessoal ativo e inativo, especialmente quanto ao cumprimento da legislação sobre admissão, remuneração, cessão e requisição de pessoal, concessão de aposentadoria e pensão. A metodologia da equipe de auditoria foi diferenciada conforme o item. Quanto à força de trabalho, foi realizada a confirmação das informações prestadas no Relatório de Gestão da Entidade com a subsequente análise. Quanto à remuneração de pessoal estatutário (ativos, inativos e pensionistas), foi realizada uma análise censitária no Siape a partir de ocorrências pré-estabelecidas (cruzamento entre os registros no Siape e a legislação de pessoal das unidades). Essas ocorrências foram verificadas junto ao gestor durante a gestão de 2012. Quanto aos registros no sistema corporativo, foi realizada uma amostragem de todos os registros de admissão, aposentadoria, reforma ou pensão no Sisac. Para avaliar os controles internos administrativos da gestão de pessoas, foram aplicados testes de observância e substantivos, bem como utilizaram-se as seguintes técnicas de auditoria: indagação escrita, entrevista, análise de registros e documentos e observação das atividades e condições. Esta avaliação buscou contemplar a observação à legislação sobre admissão, remuneração, cessão e requisição de pessoal, bem como a concessão de aposentadorias e pensões, considerando os elementos do sistema de controles internos administrativos da unidade de recursos humanos. Em consulta ao Siape e com base nas informações extraídas do Relatório de Gestão de 2012 da Universidade, as quais foram consideradas consistentes pela equipe de auditoria, verificou-se que o quadro de pessoal da UFMG estava assim constituído no final do exercício de 2012: Quadro 03 – Força de trabalho da UFMG – Situação apurada em 31/12/2012

Tipologias dos Cargos Lotação Efetiva

Ingressos em 2012

Egressos em 2012

1 Servidores em cargos efetivos (1.1+1.2) 7.143 286 341

1.1 Membros de poder e agentes políticos 0 0 0

1.2 Servidores de carreira (1.2.1+1.2.2+1.2.3+1.2.4) 7.143 286 341

1.2.1 Servidores de carreira vinculada ao órgão 7.132 284 340

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1.2.2 Servidores de carreira em ex. descentralizado 8 1 0

1.2.3 Servidores de carreira em exercício provisório 3 1 1

1.2.4 Servidores requisitados de outros órgãos e esferas 0 0 0

2 Servidores com contratos temporários 278 209 152

3 Servidores sem vínculo com a Adm. Pública 0 0 0

TOTAL DE SERVIDORES (1+2+3) 7.421 495 493

Fonte: Relatório de Gestão 2012-UFMG

Quadro 04 - Quantidade de Servidores por Faixa Etária

Tipologias dos Cargos

Faixa Etária

Até 30 De 31 a 40 De 41 a 50 De 51 a 60 Acima de

60

1 Provimento de cargo efetivo 466 1.351 2.080 1.997 487

2 Provimento de cargo em comissão 55 135 423 348 73

Fonte: Relatório de Gestão 2012-UFMG Quanto à força de trabalho disponível, de acordo com o mencionado quadro do Relatório de Gestão, houve um aumento de 74,92% nos custos com servidores em contratos temporários de 2011 para 2012. Questionada por meio da Solicitação de Auditoria nº 201305969/02, de 05/04/2013, a UFMG justificou esse aumento nos seguintes termos:

“De acordo com informações extraídas da fita espelho do Siape, no que se refere aos contratos temporários de docentes da UFMG, nota-se que o número de professores substitutos reduziu de 181 (em dezembro de 2011) para 173 (em dezembro de 2012). No entanto, o número de professores visitantes aumentou de 20 (em dezembro de 2011) para 50 (em dezembro de 2012), assim como o número de professores temporários aumentou de 14 (em dezembro de 2011) para 55 (em dezembro de 2012). Dessa forma, o aumento relatado nos custos com servidores em contratos temporários na UFMG decorreu principalmente do acréscimo, em 2012, do número dos seus professores visitantes e temporários.”

Segunda a Entidade, a terceirização ocorre de forma mais abrangente e relevante no Hospital das Clínicas, tendo em vista dificuldades para a lotação do corpo de servidores, devido ao número reduzido de vagas autorizadas para concurso e às dificuldades decorrentes do aumento de complexidade dos procedimentos médicos. A Entidade espera que a adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares –EBSERH, criada pela Lei nº 12.550/2011, resulte em mais agilidade e flexibilidade para a administração de pessoal. Consta no Relatório de Gestão:

“O processo de diagnóstico do Hospital das Clínicas para a assinatura do contrato entre a UFMG e a EBSERH foi concluído em março de 2013 e será encaminhado para aprovação do Conselho Administrativo da empresa. Concomitantemente será submetido à aprovação pelos órgãos deliberativos do HC e da UFMG, Conselho Diretor e Conselho Universitário, respectivamente. Após aprovação dos órgãos citados o contrato será assinado e serão iniciados os processos para realização dos concursos públicos a fim de substituir os funcionários terceirizados.”

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Ainda em relação à força de trabalho disponível, a Entidade informou que 382 servidores da carreira de magistério e 625 técnico-administrativos recebem abono de permanência e possuem tempo para aposentadoria, o que corresponde a 13,5% da lotação efetiva da UFMG. No que concerne à análise crítica da Universidade sobre a situação da sua gestão de recursos humanos, exigida pelo Tribunal de Contas da União, a Entidade informou, na data de 25/04/2013, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201305969/02:

“O dimensionamento da força de trabalho na UFMG ainda está no início e com a implantação neste ano do Registro Eletrônico de Ponto essa atividade deverá se desenvolver com maior agilidade. A UFMG tem procurado executar com a maior frequência possível, concursos públicos tanto para contratação de docentes quanto para técnico-administrativos a fim de repor o quanto antes perdas referentes a desligamentos e aposentadorias.”

Em relação aos custos de pessoal da UFMG, apresentados no quadro A.6.6 do Relatório de Gestão referente ao exercício de 2012, ressalta-se a redução de 9,54% nos custos da UFMG com servidores ocupantes de cargos do grupo direção e assessoramento superior e de funções gratificadas de 2011 para 2012. Para verificar a conformidade dos pagamentos e concessões de aposentadorias e pensões, foram analisadas 63 tipologias de falhas a partir do Acompanhamento Permanente da Gestão durante 2012, tendo a UFMG registrado casos em 25 delas, conforme quadro a seguir. As ocorrências acatadas parcialmente pelo gestor serão tratadas em item específico na parte de "Achados de Auditoria" deste Relatório de Auditoria Anual de Contas – Exercício 2012:

Quadro 05 – Tipologias de Falhas Identificadas

Descrição da ocorrência Quantidade

de servidores relacionados

Quantidade de ocorrências

acatadas totalmente pelo gestor

Quantidade de ocorrências

acatadas parcialmente pelo gestor

01) Servidores com desconto de faltas na Folha, sem o respectivo registro no Cadastro.

13 13 0

02) Servidores com registro de falta ao serviço no Cadastro, sem o respectivo desconto na Folha.

1 1 0

08-A)Servidores com parcela de devolução ao erário interrompida ou prazo e/ou valor alterados - Servidor.

222 36 186

08-B) Servidores com parcela de devolução ao erário interrompida ou prazo e/ou valor alterados -Pensão.

5 3 2

12) Servidores com ingresso no cargo efetivo após 25/11/95 recebendo quintos.

3 2 1

13-A) Pensionista por dependência econômica com outro(s) vínculo(s) no Siape.

1 0 1

14-C) Pensionista, filha maior solteira que também é servidora pública aposentada, no Siape.

2 2 0

14-D) Pensionista, filha maior solteira que também tem outro vínculo de pensão no qual seu estado civil não é solteira.

1 1 0

16) Servidores aposentados proporcionalmente que recebem as vantagens dos art. 184 ou 192.

3 1 2

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Descrição da ocorrência Quantidade

de servidores relacionados

Quantidade de ocorrências

acatadas totalmente pelo gestor

Quantidade de ocorrências

acatadas parcialmente pelo gestor

21) Servidores/ Instituidores com ocorrência no Siape de aposentadoria com provento proporcional e que estão recebendo provento integral.

2 2 0

24) Pagamento de parcelas asseguradas judicialmente, sem o devido cadastramento no Sicaj.

10 10 0

33) Servidores/Instituidores/Pensionistas com remuneração superior ao Teto (com rubrica sem incidência para abate teto).

1 1 0

35) Pensões concedidas após 19/02/2004 cadastradas no Siape em Tipos menores que 52.

2 1 1

37) Servidores e pensionistas com somatório de remuneração/pensão/superior ao limite estabelecido no inciso XI, artigo 37, CF, com pagamento na base Siape.

2 2 0

40) Servidores com devolução do adiantamento de férias nos últimos 5 anos, em valor inferior ao recebido.

59 54 5

41) Pagamento de adiantamento de férias sem o respectivo desconto nos três meses subsequentes ao mês do recebimento da antecipação.

1 0 1

52) Instituidores de pensão sem pensionista ou com pensionista excluído.

13 13 0

55) Pagamento de Grat.Natalina/13º salário (nov-2011), com base de cálculo acrescida de valor superior a 30% em relação ao considerado para o cálculo da antecipação da Grat.Natalina/13º salário.

5 5 0

56) Rubricas com valor informado, sequência 01 a 05, no mês de novembro, incidindo para o cálculo da gratificação natalina e 13º salário.

5 5 0

57) Rubricas com valor informado, no mês de novembro, não incidindo para o cálculo da gratificação natalina e 13º salário.

7 7 0

58) Aposentados com fundamento sem paridade. 8 8 0

62) Instituidores de pensão com datas de ingresso no SPF, cadastro no Siape e óbito, muito próximas ou iguais.

2 2 0

63) Instituidor de pensão com datas de ingresso no SPF posterior à data de óbito.

1 1 0

64) Servidores que obtiveram reajuste salarial superior a 200% entre 2008 e 2011.

53 53 0

65) Servidores que obtiveram devolução de faltas com valores maiores do que o descontado nos últimos 05 anos.

2 2 0

66) Servidores aposentados pela EC 41 ou posterior com valor do VB informado.

100 100 0

Fonte: Siape/DW

Durante os trabalhos de auditoria anual de contas do exercício de 2012, constataram-se falhas de natureza formal na gestão de recursos humanos, notadamente quanto ao cadastro de servidores, sem impacto na gestão da Universidade. Constatou-se, em decorrência do exame de dispensas de licitação realizadas pela Entidade, a ocorrência do descumprimento do regime de dedicação exclusiva por docente da UFMG.

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Quanto à atuação na gestão de pessoal, observou-se que a Universidade não cumpriu os prazos previstos no art. 7º da IN/TCU nº 55/2007, para cadastramento no Sistema SisacNet do Tribunal de Contas da União, e posterior disponibilização ao respectivo órgão de controle interno, das informações pertinentes aos atos de admissão, aposentadoria e pensão emitidos em 2012. Observou-se, portanto, a desconformidade apresentada no quadro a seguir, que será tratada em item específico na parte de "Achados de Auditoria" deste Relatório de Auditoria Anual de Contas – Exercício 2012:

Quadro 06 – Sistema Corporativo

Análise de processos cadastrados no Sisac/TCU

Tipo de Ato Quantidade total

Quantidade analisada

% analisado

Cumpriu prazo

Não cumpriu

prazo

% da amostra que descumpriu o

prazo

ADMISSÃO 578 90 15% 54 36 40%

APOSENTADORIA 255 51 20% 29 22 43%

PENSÃO 59 6 10% 6 0 0%

TOTAL 892 147 16,5% 89 58 39% Fonte: SisacNet

No que concerne ao quadro A.6.11 apresentado no Relatório de Gestão da Universidade, requereu-se à UFMG, mediante Solicitação de Auditoria n° 201305969/11, de 29/04/2013, que justificasse a dificuldade na separação dos dados relativos à “concessão de aposentadoria”, “concessão de pensão civil’ e “alteração do fundamento legal de ato concessório”, tendo em vista que os dados não foram apresentados conforme tópicos explicitados pelo Tribunal de Contas da União. Em resposta, por meio do Ofício DAP/UFMG Nº 1211/2013, de 03/05/2013, a Instituição informou:

“Encontramos dificuldades em levantar separadamente o quantitativo das concessões iniciais e alterações, tendo em vista que o próprio Portal TCU não possibilita consulta utilizando filtros mais específicos. No dia 05/02/2013, após contato telefônico com o Sr. Leonardo, Técnico em Informática da Sefip, fizemos uma solicitação protocolada sob o nº 1360160684767, mas até o momento não fomos atendidos.”

Ainda relativamente ao quadro A.6.11, requereu-se à UFMG, por meio da Solicitação de Auditoria n° 201305969/11, de 29/04/2013, que justificasse a quantidade total de atos de admissão (548) e concessão de aposentadoria (582) cadastrados na coluna “De 31 a 60 dias”, tendo em vista que, de acordo com a amostra analisada (147 atos analisados, do universo de 892 atos), houve descumprimento do prazo previsto no art. 7º da IN/TCU nº 55/2007, para cadastramento no Sistema SisacNet do TCU, de 39% da amostra. A UFMG informou, mediante Ofício DAP/UFMG nº 1211/2013, de 03/05/2013, que não dispõe de tais dados e que, ainda por meio do protocolo nº 1360160684767, solicitou ao TCU que disponibilizasse tais informações para preenchimento do quadro.

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Em relação à avaliação de controles internos da área de gestão de pessoas, apresenta-se a análise a seguir. a) Adoção da metodologia Coso pelo TCU para avalição dos controles internos: O Tribunal de Contas da União, a partir da edição da Instrução Normativa nº 63/2010, que disciplina as peças constituintes dos processos de contas da administração pública federal, especialmente por meio de Decisões Normativas e Portarias, que orientam quanto aos conteúdos dos relatórios de gestão (para o exercício de 2012, a matéria é regida pela DN nº 119/2012 e Portaria nº 150/2010), introduziu a obrigação de que as unidades jurisdicionadas avaliassem, em seus relatórios de gestão, os controles internos, com base nos conceitos definidos pelo órgão privado norte-americano Committee Of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission - Coso (Comitê das Organizações Patrocinadoras), metodologia posteriormente incorporada pela International Organisation of Supreme Audit Institutions – Intosai (Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores), entidade à qual o TCU é filiado. b) Sumário da estrutura conceitual da metodologia Coso: Em 1992, o Coso publicou o documento denominado Internal Control – Integrated Framework (Controle interno – modelo integrado), conhecido também como Coso I, lançando as bases conceituais de como deveriam ser estruturados os controles internos das organizações. O Coso II surgiu em 2004, com a publicação sob o título Enterprise Risk Management – Integrated Framework (Gerenciamento de riscos corporativos – modelo integrado), desdobrando e aprofundando, de maneira holística, as concepções de risco. O ponto de partida é que os gestores deveriam estar aptos a responder positivamente, com razoável nível de segurança, às seguintes questões, relativamente à organização: a) se os objetivos propostos são alcançados, considerando-se a eficácia e eficiência das operações; b) se os relatórios produzidos internamente são confiáveis; c) se as normas são cumpridas. Propôs-se, então, que a organização deveria estruturar controles internos, atentando-se especialmente para os componentes (1) ambiente de controle, (2) avaliação de risco, (3) procedimentos de controle, (4) informação e comunicação e (5) monitoramento. b.1) Ambiente de controle Conceito associado à cultura organizacional, pela difusão entre todos os agentes da necessidade de implantação de controles, assimilados como um valor institucional a ser defendido. Espelha-se na conduta ética dos integrantes da organização. A detecção de um bom ambiente de controle faz-se pela verificação das estruturas de governança (prestações de contas por parte dos gestores), instituição de código de ética, sistemas de correição ou simples ações de conscientização.

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b.2) Avaliação de risco Risco é a possibilidade de ocorrer um evento que prejudica a consecução de um objetivo. Nesse tópico, entretanto, a definição conceitual mais importante é o de objetivo. Os gestores são responsáveis por estabelecer os objetivos para a organização e a eles associarem a probabilidade teórica aceitável para o insucesso ou, em outras palavras, o risco a que se dispõem correr pelo não atingimento de determinado objetivo. Assim, os objetivos com menor probabilidade aceita de insucesso serão os prioritários. Conclui-se, portanto, que, nesse contexto, a análise de risco culminará em hierarquização de objetivos ou de prioridades. O estabelecimento de objetivos deve perpassar todos os departamentos, seções ou setores da organização, sempre que a célula administrativa tiver um gestor. Os objetivos da alta administração serão em nível mais gerais, nas categorias: estratégicos, operacionais, de comunicação ou de conformidade. Os objetivos dos setores básicos serão proporcionais à sua responsabilidade, de cunho mais específico, mas em sintonia com os objetivos gerais da organização. Por exemplo, objetivo do departamento de gestão de pessoas de eliminar pagamentos incorretos deverá alinhar-se a objetivos gerais operacionais ou de conformidade. b.3) Procedimentos de controle Aqui também há ligação com a avaliação de risco. Os gestores devem identificar os eventos negativos que poderiam comprometer o cumprimento dos objetivos, a partir de deduções das possibilidades de desfecho das situações ou observação dos acontecimentos anteriores. Uma vez identificado o evento de risco que se pretende reduzir a possibilidade de ocorrência, deverão ser adotados procedimentos de controle, como resposta da organização, a exemplo de segregação de funções, estabelecimento de alçada dos agentes (limitação de competência ou atribuições), definição de tarefas a serem homologadas por instância superior, regramento para segurança de informações ou treinamento de funcionário, se a ocorrência do evento decorrer de incapacidade técnica. b.4) Informação e comunicação O conceito de informação relaciona-se com a questão fundamental acerca da confiabilidade dos relatórios a subsidiar a tomada de decisão por parte dos gestores. A princípio, para que os eventos de risco possam ser rapidamente detectados, seria mais eficaz uma estrutura circular e radial para o fluxo de informações do que uma simples estrutura linear. A boa comunicação na organização assenta-se também no bom relacionamento interpessoal e na confiança entre gestores e agentes. Um ambiente de competição hostil, por exemplo, poderia levar os agentes a reter informações, com óbvios prejuízos à organização. É imperativo também que os gestores transmitam com clareza os objetivos organizacionais adotados de modo a engajar todo o corpo funcional. b.5) Monitoramento É a contínua crítica quanto à capacidade dos procedimentos de controle, e da própria estrutura de controle, em assegurar o atingimento dos objetivos, com vistas à constante revisão de tais procedimentos. Não se pode deixar de ter em mente, todavia, a máxima de que o custo do controle não deve ser maior que o do risco a ser reduzido.

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c) Situação verificada: A Pró-Reitoria de Recursos Humanos da UFMG – PRORH, assim como os demais setores da Universidade, não adotou a metodologia Coso, se considerados os aspectos formais preconizados. Não obstante, por meio da Solicitação de Auditoria nº 201305969/06, de 09/04/2013, requereu-se à PRORH posicionamento acerca do organograma, quantitativos de pessoal, programação de objetivos e procedimentos de controle, envolvendo questões recorrentes da gestão de pessoas na Administração Federal. As informações prestadas são reproduzidas a seguir, resumidamente, segregadas por assunto: Atribuições

“O Departamento de Desenvolvimento de Recursos Humanos (DRH), órgão da Pró-reitoria de Recursos Humanos da UFMG, é responsável pelas atividades de seleção, acompanhamento, dimensionamento, capacitação e avaliação de desempenho dos servidores da UFMG.”

Instrumentos utilizados para identificação dos riscos e pontos críticos relacionados à concessão de benefícios e pagamento de pessoal

“O Departamento de Administração de Pessoal (DAP), já há algum tempo, tem como meta minimizar ao máximo possíveis erros na concessão de benefícios e pagamento de pessoal. Com esse objetivo, além de não manter pessoal terceirizado envolvido em processos de pagamento, implantou uma sistemática de auditorias internas que, mensalmente, de acordo com o cronograma do Siape, procura detectar possíveis incorreções em análise de processos e lançamentos de dados no sistema Siape. Esses controles internos vêm sendo aperfeiçoados e se mostram cada vez mais eficientes.”

Medidas corretivas adotadas no caso de identificação de irregularidades detectadas na concessão de direitos

“A abertura do processo administrativo de ampla defesa, a apuração dos valores pagos indevidamente, o acerto da situação cadastral e o ressarcimento ao erário, quando for o caso, são procedimentos utilizados pelo Departamento de Administração de Pessoal (DAP) para corrigir irregularidades identificadas na área de pessoal. No entanto, as auditorias internas, principalmente nas áreas de cadastro e pagamento, são vistas como procedimentos essenciais para detectar com antecedência irregularidades ou concessão indevida de direito. Outro procedimento importante é o treinamento dos servidores recém-contratados por aqueles mais experientes da equipe.”

Independência de instâncias (segregação de funções) entre aquele que reconhece direito a ser pago e o que promove o pagamento

“O DAP, pela disposição de seu organograma, cuja estrutura possui seis divisões setoriais, além da Diretoria e das Assessorias Técnica, de Informática e de Assuntos Judiciais, evita que o mesmo servidor que analisa o pedido/processo e concede o direito (Divisão de Cadastro e de Aposentadoria e Pensão), seja o mesmo que processa a inclusão/alteração na folha de pagamento (Divisão de

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Pagamento). São setores distintos, com diferentes gestores e equipe de servidores próprios, que trabalham subsidiando a atividade do outro no processamento mensal da folha. Além disso, são realizadas mensalmente auditorias internas nas áreas de cadastro e pagamento, com o objetivo de detectar previamente alguma concessão ou pagamento indevido.”

Identificação das necessidades e promoção de treinamento sobre legislação

“A partir da publicação de nova legislação ou mesmo alterações de normas e rotinas da área de pessoal, estudos são realizados internamente e em se detectando a necessidade de treinamentos, esses são elencados e encaminhados ao Departamento de Desenvolvimento de Recursos Humanos (DRH) que, dentro de seu planejamento semestral, programa a execução das capacitações pertinentes com treinamentos realizados internamente à UJ. Também cursos fora da UJ são feitos para atender à demanda de capacitação dos servidores da área de pessoal.”

Reconhecimento de direito com fulcro no devido embasamento legal

“O reconhecimento e a concessão do direito na área de pessoal são baseados na legislação federal publicados no Diário Oficial da União ou divulgados por meio de resenhas de matérias, notas técnicas e orientações normativas publicadas pela Secretaria de Gestão Público do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SEGEP). Persistindo dúvidas a respeito de determinada matéria, é realizada consulta diretamente ao setor jurídico da SEGEP e Ministério da Educação. Além disso, decisão judicial deferida ao servidor é outra forma de concessão de direito que a UFMG tem o dever de cumprir.”

Prévio pronunciamento da área jurídica para reconhecimento de direito

“Uma vez detectado a possibilidade de determinado direito na área de pessoal, a Divisão de Legislação do DAP faz uma primeira análise da sua legalidade, comunica a alta administração e solicita um parecer da Procuradoria Jurídica (AGU) da UFMG. Caso o parecer não seja conclusivo, é montado um processo e encaminhado para o Setor Jurídico da SEGEP ou do Ministério da Educação para parecer final.”

Verificação periódica de possível acumulação indevida de cargos, empregos e funções públicas

“A UFMG possui a Comissão Permanente de Acumulação de Cargos, Emprego e Funções (COPAC) criada exatamente para apurar possível acumulação indevida de cargos, empregos e funções públicas dos servidores estatutários da instituição. Quer seja por cruzamentos da RAIS ou por denúncias várias, a COPAC abre um processo administrativo para cada caso e, após os trâmites burocráticos, conclui pela licitude ou não do caso. Ainda neste ano, a Pró-reitoria de Recursos Humanos passará a aplicar, anualmente, a todos os seus servidores ativos (docentes e técnico-administrativos), questionário para declaração do servidor quanto à sua situação com relação à possível acumulação indevida de cargos, empregos e funções públicas.”

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Controle de cumprimento da jornada de trabalho

“A Portaria nº 043, de 11 de maio de 2012, do Magnífico Reitor da UFMG, considerando o que determina o art. 1º do Decreto nº 1.867, de 17 de abril de 1996, instituiu o controle eletrônico de ponto no âmbito de toda a UFMG. Após o período de implantação de todo o processo (contratação de empresa especializada, instalação dos aparelhos (REP), implantação do sistema informatizado, publicação do regulamento interno, cadastramento biométrico e reuniões com os servidores), no dia 08 de abril deste ano, a UFMG finalmente iniciou o controle de assiduidade de seus servidores técnico-administrativos através do Registro Eletrônico de Ponto. Ajustes finos ainda estão sendo realizados e até o início de maio próximo espera-se que todo o sistema esteja pleno funcionando.”

Acompanhamento sistemático de decisões judiciais concessivas de direito

“Foi criada no DAP a Assessoria de Assuntos Judiciais cujo objetivo principal é subsidiar a Procuradoria Federal com informações e documentos para atuar na defesa da UFMG em processos judiciais. Além disso, o referido setor de posse de toda documentação exigida pela Portaria MPOG 17/2001, inclusive dos Pareceres de Força Executória enviados pelo órgão jurídico, encaminha aos setores responsáveis para inclusão no Sicaj o cumprimento da decisão judicial. Também foi instituído o Sistema de Controle e Acompanhamento de Ações Judiciais – DPCAJ, que através do controle informatizado registra e acompanha passo a passo os procedimentos internos para o cumprimento das decisões concessivas de direito.”

Acompanhamento sistemático da legislação de pessoal e orientações normativas de órgãos centrais

“A Divisão de Legislação do DAP acompanha as alterações na legislação federal por meio da leitura no Diário Oficial da União, pelas resenhas de matérias e notas técnicas publicadas em meio eletrônico pela Secretaria de Gestão Público (SEGEP) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e site da Presidência da República. Persistindo dúvidas a respeito de determinada matéria, é realizada consulta diretamente ao setor jurídico da SEGEP. A Assessoria Técnica do DAP atualiza o Manual de Normas de acordo com as mudanças na legislação e disponibiliza as rotinas para Pró-Reitoria de Recursos Humanos divulgar no site eletrônico para toda comunidade universitária.”

Processo interno sistemático para identificação e correção de irregularidades detectadas na concessão de direitos

“A realização de reuniões semanais pela equipe de gestores do Departamento e as auditorias internas promovidas pelos setores envolvidos na execução, são as principais medidas preventivas adotadas para identificação e tomada de decisão para sanar as irregularidades detectadas na área de pessoal.”

Rotinas usadas para assegurar que as atividades/procedimentos sensíveis sejam feitas tempestivamente (check-list, instrução normativa, etc.)

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“As atividades e procedimentos relacionados à gestão de pessoas comumente são analisados e avaliados quanto ao grau de importância de sua consecução. Se a ação for para reparar algum erro administrativo, tem alta prioridade; se for para implantar ou alterar alguma rotina devido à mudança de legislação, também tem alta prioridade. Se for para prover melhorias, a sua prioridade é relativizada com outras atividades já inerentes aos processos implantados. Os procedimentos relativos à administração de pessoal estão normatizados e, recentemente, a CNDP (Comissão Nacional de Dirigente de pessoal) publicou um Manual de Normas de Pessoal das Instituições Federais de Ensino, que, inclusive, teve como base discussões feitas nos últimos anos em encontros realizados na UFMG com a participação de várias instituições. Quando há identificação de inconformidades em atividades/procedimentos, inicialmente é verificado se já existe normas (rotinas) estabelecidas para aqueles casos e, em caso positivo, se elas foram seguidas corretamente ou se há necessidade de atualizá-las. Caso não haja normas (rotinas) já implantadas é verificado a necessidade de sua criação e as devidas ações são tomadas. A elaboração de cronogramas para a execução de atividades/procedimentos, bem como o acompanhamento e atualização desses cronogramas, são ações comuns de serem executadas pela PRORH e seus órgãos.”

d) Propostas para adequação à metodologia Coso: Com base nos esclarecimentos da PRORH, conclui-se que existem elementos de controle sobre suas ações, como identificação de riscos, definição de objetivos e rotinas de verificação, afinal o setor é responsável pelo pagamento de quase 7.500 servidores ativos e mais de 5.000 inativos. Para adequar-se à metodologia Coso, todavia, considerando-se os conceitos de ambiente de controle, avaliação de risco, procedimentos de controle, informação e comunicação e monitoramento, devem ser adotadas as seguintes medidas: d.1) estabelecimento, formalização e divulgação dos objetivos e metas, os primeiros qualitativos e as segundas quantitativas, a partir da identificação de riscos. Os principais objetivos, via de regra, serão para solucionar os problemas de primeira ordem, em gama proporcional à capacidade operacional do setor; d.2) embora seja dos gestores a responsabilidade pelo estabelecimento dos objetivos, estes podem ser levantados com a participação de todo o corpo funcional, inclusive no assentamento de procedimentos de controle, por meio de seminários internos. Tal conduta fortalece o ambiente de controle e a comunicação interna. Esta proposta é meramente sugestiva, dada a autonomia dos gestores para adoção de métodos à conveniência da instituição; d.3) estabelecimento, formalização e divulgação de procedimentos de controle que visem assegurar o cumprimento dos objetivos traçados. A descrição formal dos procedimentos deve ser em grau de detalhamento suficiente para que os agentes consigam executá-los; d.4) ajustamento dos objetivos da PRORH a objetivos de maior nível da Reitoria ou Universidade (estratégicos, operacionais, de comunicação ou de conformidade);

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d.5) implantação de rotina de monitoramento dos procedimentos de controle, no sentido de avaliar-lhes a suficiência em garantir o atingimento dos objetivos. ##/Fato##

2.5 Avaliação da Gestão de Passivos sem Previsão Orçamentária

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas, nesse item consideraram-se as seguintes questões de auditoria:

(i) houve passivos assumidos pela UFMG sem prévia previsão orçamentária de créditos ou de recursos?

(ii) quais os esforços dispendidos pela Universidade para minimizar ou evitar a ocorrência de passivos nessas condições?

(iii) estão definidos em normativos internos os responsáveis pelo tratamento dos passivos sem prévia dotação orçamentária?

(iv) existe avaliação de risco para os passivos contingentes em função da série histórica ou outro processo?

(v) são adotadas medidas compatíveis com os riscos identificados? (vi) o reconhecimento de passivos por insuficiência de créditos está registrado

conforme a legislação vigente (Nota Técnica STN nº 2.309/2007)? (vii) existem indicadores que possibilitem o gestor identificar fragilidades no

processo? (viii) o gestor atua no atendimento das determinações e recomendações anteriores?

A metodologia da equipe de auditoria consistiu na avaliação, utilizando o Siafi Gerencial, da movimentação de todas as contas do Passivo que se relacionam a passivos assumidos pela UFMG sem prévia previsão orçamentária de créditos ou de recursos. Não foram encontrados valores registrados nas contas contábeis pertinentes. Assim, foram consideradas consistentes as informações apresentadas no Relatório de Gestão da UFMG, referente ao exercício de 2012, item 5.1, de que não houve reconhecimento de passivos por insuficiência de créditos ou recursos durante o exercício sob exame. ##/Fato##

2.6 Avaliação da Estrutura e da Atuação da Auditoria Interna

A fim de atender o estabelecido pela Corte de Contas nesse item, consideraram-se as seguintes questões de auditoria: (i) a independência da Auditoria Interna e sua posição no organograma da entidade; (ii) a existência de uma política formalizada no regulamento/estatuto/regimento da entidade para: definir a missão, a autoridade e a responsabilidade da Auditoria Interna; delimitar a atuação dos trabalhos da Auditoria Interna, evitando que desempenhe tarefas de gestão administrativa, próprias de gestores; estabelecer as normas que devem ser seguidas pelos auditores internos a fim de evitarem conflitos de interesses e favorecer a imparcialidade e a objetividade nos resultados dos trabalhos; (iii) a adequação do planejamento (Paint) das atividades da Auditoria Interna às fragilidades detectadas na avaliação dos riscos realizada pelo gestor e/ou pela própria Auditoria Interna; (iv) a aderência das atividades efetivamente realizadas pela Auditoria Interna no exercício, constantes no Raint, com relação às planejadas; (v) a atuação da Auditoria Interna no assessoramento à alta administração, de forma a contribuir para o alcance dos resultados quanto à economicidade, à eficiência e à

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eficácia da gestão, com destaque para a pertinência e tempestividade das ações corretivas propostas para os desvios gerenciais identificados; (vi) a aplicação do princípio de segregação de funções, evitando-se que a Auditoria Interna desempenhe tarefas de gestão administrativa, próprias de gestores; (vii) a atuação da Auditoria Interna em trabalhos de avaliação dos controles internos administrativos da UFMG; e (viii) a estrutura disponível na Auditoria Interna e sua adequação às necessidades. A metodologia da equipe de auditoria consistiu na análise dos seguintes documentos: Regimento Interno da Auditoria, Estatuto da Universidade, Relatório de Gestão referente ao exercício anterior, trabalhos realizados por esta Controladoria – avaliação da Auditoria Interna e análise do Paint 2013 -, do Raint 2012 e da versão final do Paint 2013. A independência da auditoria interna está diretamente relacionada ao nível de reporte dos trabalhos e, de acordo com as melhores práticas, um nível de reporte adequado é considerado essencial para que os trabalhos sejam conduzidos com plena autonomia em relação à alta administração. Após análise das normas que tratam do assunto no âmbito da Universidade, verificou-se a devida vinculação da auditoria como órgão de assessoramento do Conselho Universitário da UFMG, conforme previsto no artigo 15, § 3º, do Decreto nº 3.591/2000. Quanto à existência de política formalizada no regulamento/estatuto da Entidade, constatou-se que o regimento interno atual foi aprovado por meio da Resolução n° 02, de 08/06/2006, e que sua missão está descrita no sítio da Instituição. No que tange a atuação da Auditoria Interna - Audin, não foram verificados atos de gestão praticados pela Auditoria e nem ações que levassem ao entendimento que não é feita a segregação de funções. A auditoria deve auxiliar a organização a alcançar seus objetivos, adotando uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliação e melhoria da eficácia dos processos de gerenciamento de riscos, de controle, e governança corporativa. Neste sentido, verificou-se, no Paint 2013, a preocupação da Auditoria Interna em abordar temas de risco institucional como, por exemplo, a análise da folha de pagamento. A fim de verificar que os recursos de auditoria interna foram apropriados, suficientes e eficazmente aplicados para o cumprimento do planejamento aprovado, constatou-se que 100% das ações previstas no Paint 2012 foram executadas, além de 13 outras ações que não tinham sido contempladas no planejamento para o exercício de 2012, mas sua necessidade ocorreu ao longo do exercício. Por outro lado, se considerada a metodologia do COSO, os trabalhos da Audin relativos à avaliação dos controles internos administrativos da Universidade são incipientes, podendo ser aprimorados no sentido de evitar as falhas através de procedimentos de controle bem estruturados para cada setor. Em relação ao desenvolvimento de competências, cabe informar que o corpo técnico da Audin é formado por sete auditores: seis auditores com o curso de especialização em auditoria externa e um com especialização em administração financeira. Além disso, quatro auditores estão cursando regularmente o Mestrado Profissional em Administração e dois auditores estão cursando disciplinas isoladas do Mestrado em Administração Pública.

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Diante do exposto, conclui-se que a Auditoria Interna da UFMG possui estrutura adequada e a alta administração da Universidade é consciente da importância desta Unidade para a Instituição. ##/Fato##

2.7 Avaliação do Cumprimento das Determinações/Recomendações do

TCU

A CGU optou por incluir a avaliação do cumprimento dos acórdãos para a Universidade, considerando a seguinte questão de auditoria: caso haja uma determinação específica do TCU à CGU para ser verificada na Auditoria Anual de Contas junto à UFMG, a mesma foi atendida? A metodologia consistiu no levantamento de todos os acórdãos nos quais haja determinação para a Universidade e seja atribuída à CGU a verificação do atendimento da respectiva deliberação.

Verificou-se que, no exercício de 2012, não foram emitidos acórdãos para a UFMG com determinação para a Controladoria efetuar verificações sobre o atendimento da deliberação. ##/Fato##

2.8 Avaliação do Cumprimento das Recomendações da CGU

A CGU optou por incluir a avaliação do cumprimento das suas recomendações considerando a seguinte questão de auditoria: a UFMG mantém uma rotina de acompanhamento e atendimento das recomendações emanadas pela CGU especialmente quanto: à instauração de TCE, à apuração de responsabilidade e ao fortalecimento do controle interno administrativo? A metodologia consistiu no levantamento de todas as recomendações pendentes de anos anteriores ou emitidas durante a gestão 2012, com posterior verificação do seu atendimento. O quadro a seguir demonstra os resultados da análise.

Quadro 07 – Status das recomendações da CGU

Status UFMG HC

Total % RA 243907

RA 254456

RA 201108929

RA 201203449

RA 201108978

RA 201203463

Atendida 3 0 7 11 0 1 22 37,9 Não

atendida 12 1 6 16 1 0 36 62,1

Total 15 1 13 27 1 1 58 100,0

Diante do exposto, observa-se que das recomendações em que o gestor teve ciência, há um percentual de pendência de 62,1%. A maior parte das recomendações não atendidas refere-se a ações na gestão de recursos humanos que ensejaram abertura de processos judiciais cuja conclusão independe da ação da Universidade. ##/Fato##

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2.9 Avaliação da Carta de Serviços ao Cidadão

A CGU optou por incluir a avaliação da Carta de Serviços ao Cidadão, considerando as seguintes questões de auditoria: (i) a unidade possui carta de serviço ao cidadão nos moldes do Decreto nº 6.932/2009? (ii) a unidade avalia o seu desempenho com relação à prestação de serviços ao cidadão? (iii) a unidade realiza pesquisa de satisfação junto aos usuários dos serviços e os resultados desta pesquisa é subsídio relevante para reorientar e ajustar os serviços prestados? A metodologia consistiu na avaliação da Carta de Serviço ao Cidadão, conforme prescreve o Decreto nº 6.932/2009 e na análise de documentos fornecidos pela UFMG e pelo HC/UFMG sobre as avaliações implementadas. A partir dos exames aplicados, concluiu-se que a UFMG presta serviços ao cidadão, possui a referida carta. Esta ainda não se encontra nos moldes previstos no Decreto n° 6.932/2009, mas está sendo adequada, conforme informações da Entidade. Cabe ressaltar também que a avaliação/pesquisa de satisfação dos serviços realizada pela Universidade precisa ser aprimorada, exceto no âmbito do Hospital das Clínicas, que já possui processo satisfatório de avaliação dos serviços. ##/Fato##

2.10 Avaliação do CGU/PAD

A CGU optou por incluir a avaliação do Relatório de Correição, considerando as seguintes questões de auditoria: (i) existe estrutura de pessoal e tecnológica capaz de gerenciar os procedimentos disciplinares instaurados e a devida utilização do Sistema de Gestão de Processos Disciplinares - CGU-PAD? (ii) a UFMG está registrando as informações referentes aos procedimentos disciplinares instaurados no sistema CGU-PAD? A metodologia consistiu na avaliação do Relatório de Correição fornecido pelo sistema CGU-PAD. A partir dos exames aplicados, verificou-se que a UFMG incluiu, no Processo de Contas, o Relatório de Correição a partir do CGU-PAD. Observou-se ainda que os processos instaurados foram registrados no CGU-PAD e que a estrutura de pessoal e tecnológica é suficiente para gerenciamento e o devido uso do sistema. ##/Fato##

2.11 Avaliação do Parecer da Auditoria Interna

A CGU optou por incluir a avaliação do parecer de auditoria considerando a seguinte questão de auditoria: o parecer de auditoria contém todos os elementos previstos, conforme consta na DN/TCU nº 124/2012? A metodologia consistiu na avaliação do Parecer de Auditoria encaminhado no Processo de Contas nº 23072.002477/2013-12.

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A partir dos exames aplicados, concluiu-se que o parecer de auditoria continha todos os elementos previstos. ##/Fato##

2.12 Avaliação do Conteúdo Específico do Relatório de Gestão

A CGU optou por incluir a avaliação do conteúdo específico no Relatório de Gestão, considerando a seguinte questão de auditoria: a UFMG incluiu os conteúdos específicos, conforme determina a DN TCU nº 119/2012? A metodologia consistiu na avaliação do Conteúdo Específico do Relatório de Gestão referente ao exercício de 2012. A DN TCU nº 119/2012 estabeleceu, como conteúdo específico para as Universidades Federais, que fossem apresentados os indicadores estipulados na Decisão TCU nº 408/2002 – Plenário, os quais foram devidamente incluídos no Relatório de Gestão, item 12.1. Os dados brutos constantes daquele Relatório, utilizados para cálculo dos indicadores, revelaram-se confiáveis, pois: - as informações referentes a alunos foram fornecidas pelo Departamento de Registro e Controle Acadêmico, a partir das fichas de matrículas eletrônicas; - as informações financeiras foram extraídas do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – Siafi; - as informações de pessoal foram extraídas do Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos – Siape. Ademais, a mesma base de dados é utilizada pela UFMG para alimentar o sistema denominado PING-IFES, utilizado pelo MEC para rateio orçamentário entre as Universidades Federais, sendo que os dados e indicadores de desempenho são mutuamente auditados pelas próprias instituições, a fim de assegurar transparência e fidedignidade das informações. ##/Fato##

2.13 Ocorrência com dano ou prejuízo Achados da Auditoria - nº 201305969 - Pagamentos indevidos na folha de pessoal em decorrência de aplicação inadequada da legislação. 3. Conclusão

Eventuais questões formais que não tenham causado prejuízo ao erário, quando identificadas, foram devidamente tratadas por Nota de Auditoria e as providências

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corretivas a serem adotadas, quando for o caso, serão incluídas no Plano de Providências Permanente ajustado com a UFMG e monitorado pelo Controle Interno. Tendo sido abordados os pontos requeridos pela legislação aplicável, submetemos o presente relatório à consideração superior, de modo a possibilitar a emissão do competente Certificado de Auditoria.

Belo Horizonte/MG, 18 de Julho de 2013.

Relatório supervisionado e aprovado por:

_____________________________________________________________ Chefe da Controladoria Regional da União no Estado de Minas Gerais

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_______________________________________________ Achados da Auditoria - nº 201305969 1 Educação Superior - Graduação, Pós-Graduação, Ensino, Pesquisa e Extensão

1.1 Funcionamento das Universidades Federais

1.1.1 ORIGEM DO PROGRAMA/PROJETO

1.1.1.1 INFORMAÇÃO Informação básica das principais ações sob responsabilidade da UFMG. Fato Trata-se das informações básicas das principais ações executadas pela Universidade Federal de Minas Gerais. No levantamento dessas informações, foram considerados os critérios de materialidade, relevância e criticidade, além da vinculação finalística à missão da UFMG, com extensão correspondendo a 63,4% do total das despesas executadas, excluindo-se os gastos com pessoal e encargos sociais, conforme quadro a seguir:

Quadro 01 – Informações básicas de ações orçamentárias

Programa Ação Finalidade Forma de

implementação

Representatividade

(%)

2032 – Educação Superior – Graduação, Pós-Graduação, Ensino, Pesquisa e Extensão

20RK - Funcionamento das Universidades Federais

Garantir o funcionamento das Instituições Federais de Ensino Superior – IFES a fim de formar profissionais de alta qualificação para atuar nos diferentes setores da sociedade, capazes de contribuir para o processo de desenvolvimento nacional, com transferência de conhecimento pautada em regras curriculares.

Não informada no cadastro de ações

45,7

8282 - Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni)

Possibilitar a elevação da mobilidade estudantil, a criação de vagas, especialmente no período noturno, e o completo aproveitamento da estrutura física e de recursos humanos existentes, otimizando a relação aluno/docente e o número de concluintes dos cursos de graduação.

Não informada no cadastro de ações

17,7

##/Fato##

1.1.1.2 INFORMAÇÃO

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Informação básica da Ação Orçamentária 20RK - Funcionamento das Universidades Federais. Fato A Ação 20RK - Funcionamento das Universidades Federais tem por finalidade garantir o funcionamento das Instituições Federais de Ensino Superior – IFES, a fim de formar profissionais de alta qualificação para atuar nos diferentes setores da sociedade, capazes de contribuir para o processo de desenvolvimento nacional, com transferência de conhecimento pautada em regras curriculares. Esta Ação se insere no contexto do Programa 2032 – Educação Superior – Graduação, Pós-Graduação, Ensino, Pesquisa e Extensão. A implementação da Ação se dá de forma direta pela Universidade, mediante despesas que compreendem: desenvolvimento de ações para assegurar a manutenção e o funcionamento dos cursos nas Instituições Federais de Ensino Superior, manutenção de serviços terceirizados, pagamento de serviços públicos e de pessoal ativo, manutenção de infraestrutura física por meio de obras de pequeno vulto que envolvam ampliação/reforma/adaptação e aquisição e/ou reposição de materiais, inclusive aqueles inerentes às pequenas obras, observados os limites da legislação vigente, aquisição de material bibliográfico e promover subsídios para estudos, análises, diagnósticos, pesquisas e publicações científicas, bem como as demais contratações necessárias ao desenvolvimento de suas atividades. Para avaliação da Ação 20RK, foi efetuada amostragem não probabilística, considerando os critérios de materialidade, relevância e criticidade, além de vinculação finalística à missão da UFMG. Os exames realizados foram voltados para a verificação da regularidade dos processos licitatórios, no âmbito da execução da Ordem de Serviço nº 201207674, relativa ao Acompanhamento Permanente da Gestão de 2012 da UFMG, sendo que a profundidade contemplou os seguintes elementos: - motivação da contratação; - modalidade, objeto e valor da contratação; - fundamentação da dispensa ou inexigibilidade; e - regularidade do processo avaliado. ##/Fato##

1.1.2 INSPEÇÃO FÍSICA DA EXECUÇÃO

1.1.2.1 INFORMAÇÃO Fato No âmbito da OS nº 201211759, que tratou da verificação de termos de cooperação, foram realizados exames de auditoria para verificar a execução do objeto de Termo de Cooperação, registrado no SIAFI sob o nº 637352, no valor total de R$3.826.200,00, firmado entre a Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG e a Diretoria do Fundo Nacional de Saúde – FNS/MS, cujo Plano de Trabalho foi aprovado pela Portaria SE/MS nº 739/2008.

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O referido Termo de Cooperação, com vigência de 19/12/2008 a 30/12/2014, apresenta como objeto a realização do “Seminário de Acompanhamento da Implantação do Pró -Saúde I e II”, contemplando: a) como objetivos gerais e específicos: - acompanhar a implementação do programa pró-saúde; -organizar e realizar seminários regionais, estaduais e nacionais; -produzir material bibliográfico; e -fazer manutenção da página do programa na web. b) como público alvo: 287 cursos do pró-saúde I e 89 do pró-saúde II; c) como metas físicas: - realização dos seminários, - produção do material bibliográfico; e - site na web do programa, tendo manutenção. A UFMG, por sua vez, celebrou com a Fundação de Desenvolvimento de Pesquisa - FUNDEP, em 31/12/2008, o Contrato nº 49/2008 para execução do plano de trabalho aprovado e transferiu a totalidade dos recursos para a Conta Corrente nº 950635-7, da Agência nº 1615-2 do Banco do Brasil, em nome da FUNDEP. No âmbito da contratada, o objeto do Contrato passou a ser conhecido como Projeto FUNDEP nº 14.473. O resumo da execução financeira, até a conclusão dos trabalhos de campo desta auditoria, está apresentado no quadro a seguir e demonstra saldo de R$2.016.362,26. Contudo, o prazo final para execução do objeto da Portaria SE/MS nº 739/2008 foi alterado para 31/12/2014.

Quadro 02 – Projeto Pró-Saúde – Portaria nº 739/2008 (em reais)

Rubricas Aprovado Liberado Outros

Créditos Gastos Empenhos

Saldo disponível

001 Pessoal 41.867,85 41.867,85 0,00 3.932,32 3.804,68 34.130,85

007 Material de Consumo

60.000,00 60.000,00 0,00 1.984,32 0,00 58.015,68

050 Operações Financeiras

0,00 0,00 568.020,70 0,00 0,00 568.020,70

091 O.Servs. Terc. Pes. Jurídica

982.290,00 982.290,00 0,00 463.177,20 0,00 519.112,80

094 O.Servs. Terc. Pes. Física

2.423.574,00 2.423.574,00 0,00 1.607.081,37 55.698,73 760.793,90

245 Passagens/Diárias

200.000,00 200.000,00 0,00 187.245,40 5.130,05 7.624,55

1050 Operações Financeiras

0,00 0,00 29.699,43 0,00 0,00 29.699,43

1091 Outros Serv. Terc. Pes. Jur.

118.468,15 118.468,15 0,00 79.503,80 0,00 38.964,35

Total 3.826.200,00 3.826.200,00 597.720,13 2.342.924,41 64.633,46 2.016.362,26

Fonte: Planilha disponibilizada pela Fundep demonstrando a relação das despesas. ##/Fato##

1.1.2.2 INFORMAÇÃO

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Fato No âmbito da OS nº 201211759, que tratou da verificação de termos de cooperação, foram realizados exames de auditoria para verificar a execução do objeto de Termo de Cooperação, registrado no SIAFI sob o nº 637141, no valor total de R$1.310.000,00, firmado entre a Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG e a Diretoria do Fundo Nacional de Saúde – FNS/MS, cujo Plano de Trabalho foi aprovado pela Portaria SE/MS nº 669/2008. A Proposta nº 17217.9850001/08-003 foi apresentada ao Ministério da Saúde com a seguinte descrição de projeto: “Demanda e qualidade do Programa Saúde da Família (PSF) na região metropolitana de Belo Horizonte, um estudo epidemiológico de base populacional”. Conforme consta no Item 20 do Plano de Trabalho, o objetivo geral do projeto é avaliar o Programa Saúde da Família no município de Belo Horizonte, considerando o período compreendido entre 2003 (início da implantação do PSF na área de estudo) e 2008. Já seus objetivos específicos são: 1) examinar a relação entre a demanda (necessidades de saúde para serviços de atenção primária e a oferta desses serviços entre 2003 e 2008; 2) comparar os níveis e distribuição de acessibilidade, porta de entrada, vínculo, integralidade e satisfação do usuário; 3) estabelecer associação entre cobertura PSF e indicadores da qualidade da atenção; 4) estabelecer uma nova linha de base sobre a demanda, acessibilidade, e qualidade da atenção primária entre os residentes no município de Belo Horizonte para monitorar mudanças no percurso de tempo, com a pretensão de repetir o inquérito em 2010. Ainda conforme o citado Plano de Trabalho, este projeto teria a duração de 12 meses e seria acompanhado mediante a emissão de relatórios, os quais deveriam conter: - Relatório 1: Análise descritiva de usuários e não usuários; - Relatório 2A: análise espacial dos atributos dos usuários e não usuários dados de avaliação individual; - Relatório 2B: Análise de demanda; - Relatório 3: Análise temporal. Em 31/12/2008, por meio do Contrato nº 36/2008, publicado no Diário Oficial em 07/01/2009, a UFMG realizou a contratação da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa – FUNDEP para a execução do projeto. No âmbito da contratada, o objeto do Contrato passou a ser denominado Projeto FUNDEP nº 14.470. A totalidade dos recursos, no montante de R$1.310.000,00, foi liberada pelo Fundo Nacional de Saúde em 01/04/2009. Mas, a vigência do Termo de Cooperação vem sendo prorrogada, prevendo-se atualmente a sua finalização somente em 31/12/2013. ##/Fato##

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1.1.2.3 CONSTATAÇÃO Falta de estimativa dos custos operacionais da UFMG para execução dos objetos relativos aos Projetos das Portarias de Descentralização de Créditos do Ministério da Saúde nº 669/2008 e nº 739/2008 e aplicação de percentuais sobre o valor total destas avenças contrariam disposições da Portaria Interministerial MP/MF/CGU nº 127/2008, vigente à época. Fato No âmbito da OS nº 201211759, que tratou da verificação dos gastos realizados com os recursos dos Termos de Cooperação firmados por meio das Portarias SE/MS nº 669/2008 e nº 739/2008, constatou-se que a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa - Fundep providenciou indevidamente, com base na Resolução nº 10, de 30/11/1995, do Conselho Universitário da UFMG, o recolhimento da taxa de 12% sobre os valores totais dos repasses feitos pelo Fundo Nacional de Saúde - FNS/MS. A UFMG repassou para a Fundep a totalidade dos recursos recebidos das citadas portarias, com base nos Contratos nº 36/2008 e nº 49/2008, para que esta administrasse financeiramente os projetos dos planos de trabalhos aprovados. Nos projetos básicos dos serviços contratados, consta a seguinte determinação para a Fundep: "dar cumprimento ao que dispõe a Resolução nº 10/95 do Conselho Universitário mediante depósito na conta única do Tesouro Nacional dos percentuais estabelecidos." A Resolução nº 10/1995, emitida pelo Conselho Universitário, estabelece os critérios para a prestação de serviços no âmbito da UFMG:

Art. 1º - A prestação de serviços por servidores docentes, técnicos e administrativos, no âmbito das Unidades, Órgãos Suplementares e Complementares da Instituição, reger-se-á pelas normas Integrantes desta Resolução. Parágrafo único – Para efeito desta Resolução, conceitua-se como prestação de serviços as atividades de transferência à comunidade do conhecimento gerado e instalado na Instituição, incluindo-se nesse conceito as assessorias e consultorias, bem como os cursos de extensão ou de especialização, nos termos das respectivas Resoluções. (grifo nosso).

Nesta Resolução, também são definidos os percentuais a serem aplicados, conforme segue:

Art. 9º - Do total do valor da prestação de serviços, um percentual de 2% (dois por cento) será destinado à Universidade, para as atividades de fomento acadêmico e de formação e treinamento de recursos humanos.(grifo nosso) Art. 10 – Do total do valor da prestação de serviços, um mínimo de 10% (dez por cento) será destinado à Unidade Acadêmica ou Órgão Suplementar. (grifo nosso)

Por conta dessa obrigação, a Fundep recolheu os valores de R$157.200,00 e R$459.144,00 mediante Guia de Recolhimento da União - GRU, nos dias 02/06/2009 e 27/05/2009, respectivamente, utilizando os recursos dos termos de cooperação das

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citadas portarias. Constatou-se, portanto, que a realização desse tipo de despesa, às custas de recursos oriundos de termos de cooperação, é indevida, com base no seguinte: 1º) a Portaria Interministerial MP/MF/CGU nº 127/2008, vigente à época, veda em seu artigo 39, inciso I, a realização de despesas a título de taxa de administração, gerência ou similar; 2º) tal despesa não está prevista nas cláusulas dos termos de cooperação, fugindo aos respectivos objetos pactuados; e 3º) por se tratar de recursos do Fundo Nacional de Saúde, portanto do SUS, a aplicação na área de educação configura desvio de finalidade.

##/Fato##

Causa Aplicação indevida de percentuais, previstos nos artigos 9º e 10 da Resolução nº 10/2005, do Conselho Universitário da UFMG, sobre os valores totais dos projetos que são financiados pelo Fundo Nacional de Saúde mediante termos de cooperação. Diretor da Faculdade de Medicina - assinou os contratos que continham custos operacionais em percentuais indevidos. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio dos itens 3 e 8 da Solicitação de Auditoria nº 6, de 12/09/2012, a UFMG foi instada a se manifestar sobre a situação apontada. A Entidade, mediante o Ofício nº 224/2012/GECON , de 21/09/2012, prestou os seguintes esclarecimentos:

O Parágrafo Único do Artigo Primeiro da Resolução nº 10/95 estabelece o seguinte: 'Para efeito desta Resolução, conceitua-se como prestação de serviços as atividades de transferência à comunidade do conhecimento gerado e instalado na Instituição, incluindo-se nesse conceito as assessorias e consultorias, bem como os cursos de extensão ou de especialização, nos termos das respectivas Resoluções'. Ações como essas desenvolvidas para execução das Portarias nº 669 e nº 739/2008 não fazem parte da missão estrita da universidade, mas sim uma política de governo na qual o Ministério da Saúde contou com o serviço da UFMG, por meio da transferência de seu conhecimento. Assim, a Universidade Federal de Minas Gerais, com base na Resolução n° 10/1995 de seu Conselho Universitário, considerou que, por haver transferência de conhecimento para a comunidade, os projetos deveriam ser classificados como Prestação de Serviço, fazendo jus ao ressarcimento pelo uso de sua infraestrutura. Nesse ínterim, a Decisão nº 1.646 de 2002 do TCU, artigos 8.2.6, 8.2.7 e 8.2.6 determina que seja recolhido à conta única da UFMG os recursos arrecadados a título das taxas da Resolução nº 10/95.

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Por meio do Ofício GR nº 160/2013, de 11/03/2013, após a Reunião de Busca Conjunta de Soluções, realizada na CGU-Regional/MG, em 08/03/2013, a UFMG apresentou a seguinte manifestação complementar:

Tendo recebido o Relatório de Acompanhamento da Gestão [Relatório Preliminar de Auditoria nº 201211759] que contém os resultados dos exames realizados nos Termos de Cooperação firmados entre o Fundo Nacional de Saúde (FNS) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), venho apresentar a V. Sª. as ações adotadas por esta Universidade em face dos pontos levantados, bem como prestar esclarecimentos adicionais, para, ao final, solicitar reconsideração do teor [desta constatação]. (...) No Item 1.1.1.11, que trata da aplicação dos percentuais devidos à Unidade em razão da aplicação da Resolução nº 10/95, do Conselho Universitário da UFMG, a expressão "Taxa de Administração" revela-se inadequada, já que contempla os custos operacionais dos projetos. [grifos deles] Além disso, a análise da CGU com relação a esse item considerou que a UFMG apresenta projetos ao FNS/MS, "buscando angariar recursos financeiros para sua execução". O esclarecimento desse ponto requer, antes, a explicitação do conceito de Atividade de Extensão acatado por esta Universidade e sua regulamentação prática, bem como o contexto da realização dessas atividades e a utilização dos instrumentos jurídicos adequados. [grifo deles] Inicialmente, a UFMG não pode furtar-se ao desempenho de atividades extensionistas, sob pena de comprometer seus objetivos constitutivos, em função do que se segue: "A Extensão Universitária, sob o princípio constitucional de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, é um processo interdisciplinar educativo, cultural, científico e político que promove a interação transformadora entre universidade e outros setores da sociedade. (Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras, 2010)." Nessa perspectiva, a Extensão é, ao lado do Ensino e da Pesquisa, uma das dimensões essenciais da atividade acadêmica. O Conselho Universitário/UFMG, ao regulamentar tal atividade, assim dispõe, na Resolução nº 10/95: "Art. 2º A prestação de serviços deverá ser aprovada, acompanhada e avaliada pela Câmara Departamental e pelo Colegiado Superior da Unidade ou respectivo Conselho Diretor, conforme o caso, sendo considerada parte integrante da atividade do servidor, sem prejuízo das demais atividades acadêmicas e funcionais." Nesse mesmo sentido, a UFMG estabelece, no seu Regimento Geral, as diretrizes para a realização das atividades extensionistas:

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"Art. 83. A extensão, atividade acadêmica identificada com os fins da Universidade, é processo educativo, cultural e científico, articulado com o ensino e a pesquisa, de forma indissociável, ampliando a relação entre a Universidade e a sociedade. Parágrafo único. As atividades de extensão se dão sob a forma de programas, projetos, cursos, prestação de serviços, assessorias e consultorias, nas áreas técnica, científica, artística e cultural. Art. 84. As atividades de extensão ficarão a cargo das Unidades e seus Departamentos, ou outros órgãos, devendo integrar os respectivos planos de trabalho." Entendido o contexto em que se inserem as Atividades Extensionistas no fazer universitário, resta esclarecer que as atividades de extensão podem ocorrer tanto no âmbito da indústria e dos meios produtivos em geral, quanto associadas às políticas públicas. Neste último caso, concretiza a dimensão relevância social, que é exigida das Universidades. [grifo deles] Assim, a participação da UFMG em editais do FNS/MS e de outros Ministérios outro papel não assume, na realidade, senão o de dar curso ao cumprimento da sua missão institucional, ao praticar o ensino, a pesquisa e a extensão de forma indissociável. Outro ponto levantado pela auditoria da CGU trata da relação jurídica entra a UFMG e um órgão público, quando este é o demandante dos trabalhos relacionados a um projeto extensionista. Esse instrumento é o Termo de Cooperação. O Ministério da Saúde demanda à Universidade um trabalho para o qual ela está capacitada, por dominar a expertise que não pode ser exercida pelo mercado. Assim, há interesse recíproco, como requer o instrumento jurídico e como foi demonstrado. Isso obriga a UFMG, zelosa de seu patrimônio, a incluir a recomposição de suas instalações e equipamentos no custo operacional dos projetos, visando a garantir que sua infraestrutura permaneça adequada ao exercício do que a sociedade lhe cobra. Não tendo outro instrumento a não ser o Termo de Cooperação com órgãos públicos, em prevalecendo a restrição em tela, a UFMG estaria impedida de participar da implantação de políticas públicas da Área de Saúde e outras. Além disso, se prevalecer a interpretação adotada pela CGU, isso implicará devolução, pela Faculdade de Medicina, do valor de R$616.344,00 (seiscentos e dezesseis mil e trezentos e quarenta e quatro reais) ao FNS/MS, bem como o levantamento de todos os casos de aplicação da Resolução nº 10/95, do Conselho Universitário/UFMG, firmados com o MS. Tal devolução revela-se impossível, pois os referidos recursos foram depositados na Conta Única do Tesouro Nacional, revertidos à própria estrutura que os gerou - ou seja, à Escola de Medicina da UFMG - e gastos de acordo com as regras vigentes na Administração Pública, não havendo forma legal para serem devolvidos. Por essa razão, apresento a V.Sa. o pedido de reconsideração do respectivo item.

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É importante ressaltar, a propósito que as ações empreendidas pela Faculdade de Medicina/UFMG são voltadas à Saúde Pública, uma vez que os diversos Departamentos dessa Unidade Acadêmica trabalham em sintonia com as melhores práticas de Saúde, inclusive ao dar suporte a Serviços que mantêm convênio exclusivamente com o Sistema Único de Saúde (SUS). [grifos deles] Registre-se, também, que as atividades de extensão tanto são decisivos instrumentos de políticas públicas quanto contribuem para o efetivo aperfeiçoamento do ensino e da pesquisa, enfim, da construção da Universidade, como ferramentas do pleno desenvolvimento nacional. Dadas as razões expostas, tenho certeza de que a CGU saberá reconhecer as razões de pedido, ora encaminhado, de reconsideração (...).

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A análise da equipe de auditoria foi dividida em duas partes: 1º) Quanto à manifestação apresentada por meio do Ofício nº 224/2012/GECON , de 21/09/2012. A UFMG considera regular a cobrança dos apontados percentuais por classificar os termos de cooperação firmados com o Fundo Nacional de Saúde – FNS/MS como atividades de transferência de conhecimento gerado e instalado na Instituição, conforme previsto no artigo 1º da Resolução nº 01/1995, e que, portanto, fariam “jus ao ressarcimento pelo uso de sua infraestrutura”. Realmente, os serviços prestados por servidores docentes, técnicos e administrativos da UFMG no âmbito dos projetos das Portarias SE/MS nº 669 e nº 739/2008 são atividades de transferência de conhecimento, classificáveis como de extensão. Isso não foi contestado pela equipe de auditoria em seu relato. O que se está ressalvando é o fato que a aplicação de taxas (ou percentuais, como queiram) nos valores repassados pelo FNS/MS, advindos de transferências voluntárias, não encontra amparo na legislação vigente. Conforme relatado, a Portaria Interministerial MP/MF/CGU nº 127/2008, vigente à época, vedava em seu artigo 39, inciso I, a realização de despesas a título de taxa de administração, gerência ou similar. Portanto, a aplicação dos percentuais previstos na Resolução nº 10/1995, para os casos em tela, fere a legislação que estabelece normas sobre transferências voluntárias. Assim como descumpre os pactos firmados com o FNS/MS, na medida em que tais despesas, de ressarcimento à UFMG pelo uso de sua infraestrutura, não estavam autorizadas nas cláusulas e planos de trabalho dos termos de cooperação. É importante salientar, ademais, que houve interesse recíproco na consecução dos objetos dos termos de cooperação firmados com o FNS/MS. Os projetos foram apresentados pela UFMG por demanda do Ministério da Saúde, visando angariar recursos financeiros para a execução dos objetos pactuados. Essas pactuações, formalizadas por meio dos denominados 'termos de cooperação', foram aprovadas mediante portarias específicas do Ministério da Saúde. Conforme consta no artigo 1º do Decreto nº 6.170/2007, termo de cooperação é um instrumento no qual um órgão da administração pública federal direta transfere créditos para outro órgão ou entidade

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federal da mesma natureza, celebrando, assim, um ajuste/acordo de interesse recíproco na execução do objeto pactuado. Com relação à citada Decisão nº 1.646, de 2002 do TCU, itens 8.2.6, 8.2.7 e 8.2.8, a Corte de Contas determinou, respectivamente: que se fizesse o imediato recolhimento de todos os recursos recebidos pela prestação de serviços com arrecadação por parte da Fundep; que se encaminhasse os comprovantes; e que se providenciasse o recolhimento permanente à conta única. Esses itens, apontados pela UFMG, foram baseados no inciso II.3-f, que diz respeito ao efetivo recolhimento à conta única da remuneração devida à Universidade. Porém, neste inciso não é possível verificar o fato gerador dos recolhimentos devidos pela Fundep. Não obstante, no inciso II.3-e, onde consta sobre a cláusula contratual referente à remuneração devida à Universidade, é possível identificar claramente este fato gerador, conforme segue:

“- adotar as providências necessárias ao exato cumprimento do art. 164 § 3o da Constituição, dos arts. 56, 57 e 60 a 63 da Lei 4.320/64 e do art. 2o do Decreto 93.872/86, de forma a ser promovida a efetiva transferência à conta única da Universidade, nos prazos fixados em contrato, da parcela devida à instituição e às unidades acadêmicas como ressarcimento ou remuneração pela participação na prestação de serviços cuja arrecadação financeira esteja a cargo da Fundep (...) - incluírem nos contratos celebrados relativos a prestação de serviços cláusula que estabeleça o mecanismo a ser adotado para recolhimento à conta única da remuneração devida à UFMG, (...); 43. Os inúmeros contratos pelos quais a Fundep intervém na prestação remunerada de serviços a terceiros não incluem em seus termos a previsão de recolhimento dos valores devidos à Universidade como ressarcimento da cessão de seus recursos e instalações para a realização das atividades dos contratos. Tal previsão de ressarcimento contida no art. 6o da Lei 8958/94 é regulamentada pela Resolução nº 10/95 do Conselho Universitário da UFMG, cujos arts. 9o e 10 prevêem o recolhimento de parcelas do valor arrecadado a título de remuneração da UFMG. (...).” (grifo nosso)

Portanto, em análise à Decisão TCU nº 1.646/2002, fica claro que só é devido o recolhimento estabelecido na Resolução nº 10/1995, quando forem prestados serviços remunerados, com arrecadação financeira a cargo da Fundep, sendo prestados com cessão de seus recursos e instalações da UFMG para a realização destes serviços. Depreende-se que a citada Decisão 1.646/2002 não tem relação com a prestação de serviços decorrentes de transferências voluntárias, no caso desta constatação, recursos advindos de termos de cooperação. 2º) Quanto à manifestação apresentada por meio do Ofício GR nº 160/2013, de 11/03/2013. A UFMG destaca a importância das atividades de extensão, explicando que são indissociáveis das de pesquisa e de ensino. Argumenta que houve um equívoco da equipe de auditoria ao tratar a cobrança do percentual de 12% como “Taxa de Administração”, quando na verdade seriam “custos operacionais”, a serem legitimamente cobrados, inclusive argumentando que, “em prevalecendo a restrição em

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tela, a UFMG estaria impedida de participar da implantação de políticas públicas da Área de Saúde e outras”. Em que pese os argumentos da UFMG, em especial quanto à possível existência de “custos operacionais” com a execução dos projetos, a legislação referente a Termos de Cooperação expressamente proíbe qualquer tipo de gasto que não esteja relacionado ao projeto em questão e com a sua devida identificação. Nesse sentido, a legislação proíbe a cobrança de taxas ou percentuais de qualquer tipo, conforme já comentado. À medida que são cobrados percentuais sobre o valor total do projeto, independentemente se os ditos percentuais são chamados ou não de taxas, fica descaracterizada a individualização do gasto, a qual é necessária para que seja viabilizada a análise e a aprovação das contas. A simples aplicação de percentuais impossibilita a afirmação, categórica, de que os gastos realizados pertencem realmente ao projeto correspondente do termo de cooperação. Por isso a equipe de auditoria relatou que a execução desses percentuais no valor total dos projetos, na realidade, configurariam desvio de finalidade, por se tratar de recursos do Fundo Nacional de Saúde, portanto do SUS, que estariam sendo direcionados para a área de educação. Por todo o exposto, conclui-se que não é aplicável os termos da Resolução nº 10/1995, expedida pelo Conselho Universitário da UFMG, aos serviços prestados para realização de objetos previstos em termos de cooperação.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Efetuar gestões com o Fundo Nacional de Saúde visando formalizar, nos termos de cooperação, as estimativas dos custos operacionais da UFMG que envolvam a execução do objeto pactuado, incluindo-os, sintetizados por natureza de despesa, na previsão orçamentária da avença. Recomendação 2: Orientar formalmente a fundação de apoio para restituir à UG/Gestão-Repassadora as eventuais sobras dos recursos financeiros transferidos no âmbito de convênio ou contrato firmado para a execução de objeto pactuado em termos de cooperação, quando da prestação de contas prevista no art. 11 da Lei nº 8.958/1994, de modo a não contrariar o disposto no art. 3º do Decreto nº 825/1993. Recomendação 3: Abster-se de determinar às fundações de apoio o recolhimento de valores a título de percentuais baseados no disposto nos artigos 9º e 10 da Resolução nº 10/1995 do Conselho Universitário, quando os recursos advierem de termos de cooperação pactuados pela Universidade. 1.1.3 FORMALIZAÇÃO LEGAL

1.1.3.1 CONSTATAÇÃO Impropriedades na realização das Dispensas de Licitação nº 51/2012 e nº 68/2012, tais como: fracionamento de despesa, contratação de empresa cujo sócio é servidor da UFMG, pagamento efetuado sem consulta prévia no Sicaf, bem como execução do serviço em data anterior à formalização da contratação. Fato

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No âmbito da OS nº 201308119, que tratou de Auditoria de Acompanhamento Permanente da Gestão de 2012 na área de procedimentos licitatórios na UFMG, verificou-se que, em relação ao Projeto “OFICINA PARA TODOS”, foram realizadas as Dispensas de Licitação nº 51/2012 e nº 68/2012 para contratação de serviços de realização de uma oficina de fotografia e de edição de imagens para serem exibidas em exposição e curadoria desta. Entretanto, foram constatadas as seguintes impropriedades na execução dos procedimentos: a) Fracionamento de despesas. O processo relacionado à Dispensa nº 51/2012 (Processo nº 23072.029544/2012-06) apresenta dois orçamentos iniciais das empresas Mangá Ilustração e Design Gráfico e Camaleão Comunicação, nos quais são apresentadas três etapas: oficinas de fotografia; edição das imagens para serem exibidas em exposição e curadoria desta; e edição de jornal com as fotos realizadas. No entanto, neste processo de dispensa foram contratadas apenas as oficinas de fotografia, enquanto a curadoria foi contratada por meio da Dispensa nº 68/2012 (Processo nº 23072.029544/2012-57), ambas da empresa [A informação aqui contida foi suprimida por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei] Ltda., CNPJ [A informação aqui contida foi suprimida por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei], pelo valor de R$ 8.000,00, cada. À fl. 6 do processo relacionado à Dispensa nº 68/2012, é apresentada a “Justificativa para Realização da Curadoria da Exposição” que traz o seguinte texto:

“Atendendo aos objetivos do Projeto OFICINA PARA TODOS, como: Ampliar a abrangência das atividades do Centro Cultural UFMG em torno de sua localização, [...] e principalmente dando continuidade ao Treinamento/Oficina de Fotografia dada aos comerciantes e comerciários do entorno do Centro Cultural UFMG [...]” (grifo nosso)

Restou evidenciado que os objetos de tais contratações, tendo em vista os orçamentos iniciais apresentados e a justificativa retro mencionada, guardam relação entre si, constituindo-se em etapas de um mesmo projeto. Desta forma, a contratação das etapas de um mesmo projeto em processos distintos configura fracionamento da despesa para adoção de dispensa de licitação, ao invés da realização do devido procedimento licitatório para a totalidade do valor do objeto a ser licitado. b) Contratação de empresa cujo sócio é servidor da UFMG, em desacordo com o disposto no art. 9º, inciso III, da Lei nº 8.666/93.

A empresa [A informação aqui contida foi suprimida por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei] Ltda. possui como sócia, desde 15/12/2005, a servidora da UFMG, CPF ***.541.346-**, professora da Instituição, no regime de dedicação exclusiva desde 2006.

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Dessa forma, a referida contratação contrariou o disposto no art. 9º, inciso III, da Lei nº 8.666/93, o qual prevê o seguinte:

“Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários: (...) III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação.”

c) Pagamento à empresa [A informação aqui contida foi suprimida por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei] Ltda. sem a devida consulta prévia ao Sistema Sicaf.

Verificou-se que nos processos de dispensa analisados não consta a verificação da situação da habilitação jurídica e da regularidade fiscal da empresa [A informação aqui contida foi suprimida por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei] Ltda. no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf, antes da realização dos pagamentos das referidas dispensas.

d) Execução do serviço em data anterior à formalização da contratação.

Na Dispensa nº 68/2012, o pedido de material/serviços data de 20/09/2012 (fl. 5) e o folder da exposição traz que a sua abertura ocorreu no dia 14/09/2012, portanto seis dias antes da autorização para início do processo de dispensa. ##/Fato##

Causa Falhas nos controles internos do setor de licitações no que se refere ao planejamento da contratação, ocasionando fracionamento das despesas e execução do serviço em data anterior à formalização da avença, à prévia consulta ao Sicaf, de forma a verificar a habilitação jurídica e a regularidade da empresa, bem como se ela possui como sócio servidor da Entidade. Diretora do Centro Cultural da UFMG – aprovou a compra direta de serviços sem a realização do devido procedimento licitatório. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201300361/03, de 19/03/2013, a Diretora do Centro Cultural UFMG, por meio do Ofício Of.010/2013, de 04/04/2013, apresentou a seguinte manifestação:

Item a “Primeiramente informamos que o Centro Cultural UFMG não possui comissão de licitação, por falta de funcionários, estando limitado, portanto, apenas à execução das modalidades licitatórias de Dispensa Licitatória e Inexigibilidade. Entendemos, apesar da relação dos dois objetos, que não houve fracionamento de despesas e enquadramento equivocado da modalidade licitatória, uma vez que o Sistema SIAFI classifica as despesas em subitens de naturezas diferentes:

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- 339039-48 – Serviço de Seleção e Treinamento (página 18 da Dispensa. nº 51/2012);

- 339039-79 – Serviço de Apoio Administrativo, Técnico e Operacional (páginas 1 e 2 da Dispensa. nº 68/2012).”

Item b “Apesar da colaboração da senhora [...] nas atividades, na qualidade de professora especialista na área demandada pelo projeto do Centro Cultural, não era de conhecimento do Centro Cultural UFMG que ela participasse do quadro societário da empresa [A informação aqui contida foi suprimida por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei] Ltda. até o recebimento desta ordem de serviço. E como as atividades contratadas eram realizadas aos sábados, não vimos nenhum empecilho na sua colaboração, pelo contrário, vimos como benefício ao projeto por se tratar de uma profissional renomada e reconhecida internacionalmente na área de fotografia. Quanto a contratação da empresa [A informação aqui contida foi suprimida por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei] Ltda. ME, no processo de Dispensa 51/2012 foi a empresa que apresentou o menor preço para a execução dos trabalhos. E no processo 68/2012, como o Sr. [...] proprietário da empresa [A informação aqui contida foi suprimida por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei] que ministrou o treinamento, bem como acompanhou todo o trabalho artístico desenvolvido pelos alunos e que seriam expostos, a monitoria/curadoria da exposição como sequência do trabalho era o mais adequado do que contratar uma empresa que não conhecia o histórico do curso, conhecimento das obras, etc.”

Item c “Relativo à verificação da situação da empresa [A informação aqui contida foi suprimida por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei] Ltda. ME no SICAF no processo nº 51/2012, fizemos a consulta das certidões negativas conforme páginas 6, 7, 9 e 10 do mesmo. Quanto à dispensa nº 68/2012 realizamos a consulta das certidões anexadas no processo nº 51/2012 que estavam ainda vigentes, porém equivocadamente não as anexamos ao processo. E conforme orientação do DLO/UFMG, nas hipóteses em que não é exigido contrato, em substituição à prova de regularidade junto ao SICAF, poderão ser apresentadas as Certidões de regularidade junto FGTS, INSS e certidão conjunta de quitação de tributos federais e dívida ativa da União. A empresa [A informação aqui contida foi suprimida por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei] Ltda. ME não é cadastrada no SICAF.

Item d

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“Tendo em vista que a Diretoria ao final da Oficina de Fotografia juntamente com os participantes já tinha a intenção de realizar a exposição, concordaram em dar sequência aos trabalhos, com agendamento da exposição para o período de 21 de setembro a 19 de outubro de 2012. Devido a compromissos da diretora do centro Cultural e da coordenadora das atividades, [...], a abertura do evento foi antecipada. Não houve, entretanto, tempo hábil para a realização do processo na data antecipada”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Item a Em que pese a alegação da Diretora do Centro Cultural de que as despesas referem-se a subitens diferentes no Siafi, a justificativa da Dispensa nº 68/2012 (no sentido de tratar-se de continuidade das oficinas de fotografia) e a própria alegação do Centro Cultural (a contratação da empresa [A informação aqui contida foi suprimida por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei] que ministrou o treinamento seria o mais adequado para a monitoria/curadoria da exposição como sequência do trabalho) convergem no sentido de que os dois serviços deveriam ser contratados da mesma empresa, o que poderia e deveria ter sido efetuado em um só procedimento licitatório. Neste caso, como os valores envolvidos superam o estabelecido no inciso II do art. 24 da Lei n° 8.666/93, não deveria ter sido utilizada a dispensa de licitação, mas, sim, ter sido realizado o devido procedimento licitatório. Ademais, um dos requisitos para que se caracterize o fracionamento de despesas é que os objetos licitados separadamente pudessem ser realizados concomitantemente, o que seria perfeitamente viável para o caso em tela. Ressalta-se que, na hipótese de o Centro Cultural não possuir recursos humanos/técnicos para conduzir uma aquisição na modalidade adequada, deve-se buscar alternativas ou apoio em outros setores da Universidade. Item b

A Diretora do Centro Cultural da UFMG alega, em sua manifestação, que desconhecia o fato de a servidora de CPF ***.541.346-** participar do quadro societário da empresa [A informação aqui contida foi suprimida por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei] Ltda. Contudo, consta do processo da Dispensa nº 51/2012 o curriculum vitae da servidora (fl.14), o qual menciona expressamente o vínculo institucional dela com a UFMG. O art. 9º, inciso III, da Lei nº 8.666/93 proíbe a participação de servidor como licitante, como pessoa física ou por meio de pessoa jurídica com que este se relacione, em processos licitatórios do órgão a que estiver vinculado. O entendimento desta Controladoria é corroborado pelo Tribunal de Contas da União, conforme se depreende da leitura do Acórdão nº 934/2011 – Plenário, que versa sobre licitações conduzidas pela Universidade Federal do Espírito Santo - UFES e vencidas pela empresa [...], cujo sócio era, na ocasião dos certames, servidor da Universidade:

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“Ao contrário do que argumentam os responsáveis, na instrução inicial não se afirmou que o Sr. [...] teria participado do pregão como administrador-geral. Afirmou-se que ele era sócio-cotista da empresa, condição suficiente para que fosse vedada sua participação em licitações promovidas pela Universidade no período em que estivesse a ela vinculado. (...) 13. Para Marçal Justen Filho, ‘as vedações do art. 9º retratam derivação dos princípios da moralidade pública e isonomia. A lei configura uma espécie de impedimento, em acepção similar à do direito processual, à participação de determinadas pessoas na licitação. (...) O impedimento abrange aqueles que, dada a situação específica em que se encontram, teriam condições (teoricamente) de frustrar a competitividade, produzindo benefícios indevidos e reprováveis para si ou terceiro’. Ainda segundo o autor, ‘também se proíbe a participação [em licitações] de empresas cujos sócios, administradores, empregados, controladores, etc., sejam servidores ou dirigentes dos órgãos contratantes. Essa vedação reporta-se ao princípio da moralidade, sendo necessário pressuposto da lisura da licitação e contratação administrativas’ (Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. São Paulo, Dialética, 2002, p. 131/133)”.

Item c Esclarece-se que, embora a consulta ao Sicaf possa ser dispensada na etapa de contratação da empresa, ela é obrigatória no momento do pagamento, de acordo com § 1º do art. 3º da Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 02/2010 que dispõe o seguinte:

“previamente à emissão de nota de empenho, à contratação e a cada pagamento a fornecedor, a Administração realizará consulta ao Sicaf para identificar possível proibição de contratar com o Poder Público e verificar a manutenção das condições de habilitação”.

Item d A manifestação do Centro Cultural evidencia a realização do serviço antes da formalização do processo de contratação do serviço. Tal fato corrobora a integração dos serviços contratados separadamente, confirmando o fracionamento de despesa. Cumpre ressaltar que a execução de serviço previamente à formalização do processo de compra e à emissão do empenho configura contratação verbal, o que é vedado pelo parágrafo único do art. 60 da Lei nº 8.666/93. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Orientar formalmente os setores responsáveis pela realização de compras na UFMG a aperfeiçoar o planejamento das compras e das contratações de serviços de mesma natureza a serem realizados ao longo do exercício, de forma a evitar o fracionamento de despesas, observando os limites estabelecidos pelos incisos I e II, do art. 24, da Lei nº 8.666/93, e, ainda, o disposto no § 5º do art. 23 da mesma lei. Recomendação 2: Orientar formalmente os setores responsáveis pela realização de compras na UFMG a atentar-se, em licitações futuras, ao impedimento da participação de servidores como licitante, como pessoa física ou por meio de pessoa jurídica com

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que este se relacione, em processos licitatórios do órgão ou entidade a que este servidor estiver vinculado, conforme previsto no art. 9º, inciso III, da Lei nº 8.666/93. Recomendação 3: Orientar formalmente os setores responsáveis pela realização de compras na UFMG a realizar consulta ao Sicaf previamente à emissão de nota de empenho, à contratação e a cada pagamento a fornecedor, em atendimento ao § 1º do art. 3º da Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 02/2010. Recomendação 4: Orientar formalmente os setores responsáveis pela realização de compras na UFMG a não aceitarem a execução de serviço sem prévio empenho, de forma a não descumprir o parágrafo único do art. 60 da Lei nº 8.666/93. 1.2 Reestruturação e Expansão das Universidades Federais

1.2.1 ORIGEM DO PROGRAMA/PROJETO

1.2.1.1 INFORMAÇÃO Informação básica da Ação Orçamentária 8282 - Reestruturação e Expansão das Universidades Federais. Fato A Ação 8282 - Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) tem por finalidade possibilitar a elevação da mobilidade estudantil, a criação de vagas, especialmente no período noturno, e o completo aproveitamento da estrutura física e de recursos humanos existentes, otimizando a relação aluno/docente e o número de concluintes dos cursos de graduação. Esta Ação se insere no contexto do Programa 2032 – Educação Superior – Graduação, Pós-Graduação, Ensino, Pesquisa e Extensão. A implementação da Ação se dá de forma direta pela Universidade, mediante despesas que compreendem: apoio a planos de reestruturação e expansão, elaborados pelas universidades federais, no exercício de sua autonomia, que visem o aumento do número de estudantes, a redução da evasão, o completo aproveitamento da estrutura instalada e a adequação e modernização da estrutura acadêmica e física das instituições, por meio de obras de pequeno vulto, incluindo reforma, construção, aquisição de equipamentos, materiais e serviços, e às necessidades de manutenção identificadas pelas Instituições Federais de Ensino Superior. Para avaliação da Ação 8282, foi efetuada amostragem não probabilística, considerando os critérios de materialidade, relevância e criticidade, além de vinculação finalística à missão da UFMG. Os exames realizados foram voltados para a verificação da regularidade dos processos licitatórios, no âmbito da execução da Ordem de Serviço nº 201207674, relativa ao Acompanhamento Permanente da Gestão de 2012 da UFMG, sendo que a profundidade contemplou os seguintes elementos: - motivação da contratação; - modalidade, objeto e valor da contratação; - fundamentação da dispensa ou inexigibilidade; e - regularidade do processo avaliado.

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##/Fato##

1.2.2 FORMALIZAÇÃO LEGAL

1.2.2.1 CONSTATAÇÃO Inclusão de profissionais desnecessários e de mobiliário indevido como itens da planilha orçamentária para execução da obra do Memorial da Anistia Política do Brasil. Fato No âmbito da OS nº 201308119, que tratou de Auditoria de Acompanhamento Permanente da Gestão de 2012 na área de procedimentos licitatórios na UFMG, verificou-se que, em novembro de 2012, foi realizada a Concorrência nº 06/2012 – DO (Processo nº 23.072.045.443/2012-23). Este processo teve como objeto a construção do Memorial da Anistia Política do Brasil, que teve como vencedora do certame a Construtora JRN Ltda., CNPJ 00.501.041/0001-61, pelo valor de R$ 15.973.999,57. Em 06/12/2012, foi firmado o Contrato nº 24/2012 referente a esta concorrência. Mediante análise da planilha orçamentária apresentada pela empresa, verificou-se a inclusão de itens que poderiam ser suprimidos:

a) Engenheiro mecânico: não existe na obra licitada qualquer especificidade que demonstre a necessidade de inclusão deste profissional na administração local da contratada. A previsão é de que o mesmo trabalhe durante seis meses na obra a um custo total de R$ 97.182,85.

b) Encarregado de concreto: todo concreto a ser utilizado na obra é usinado, não

sendo necessário, portanto, o encarregado de concreto, pois sua preparação é toda realizada na usina de concreto. A previsão é de que o mesmo trabalhe durante oito meses na obra a um custo total de R$ 52.969,11.

c) Os itens 34.09.01 – Poltrona para auditório e 34.09.02 – Armário deslizante não

são considerados materiais de construção, mas, sim, mobiliário, podendo, portanto, ser adquiridos por meio de licitação específica pela Universidade, o que economizaria, no mínimo, o valor referente ao LDI computado pela construtora na aquisição destes itens (R$ 141.641,22), conforme descrito em planilha a seguir.

Quadro 03 – Preços apresentados pela Construtora

Item Descrição Preço sem LDI (R$)

LDI (R$) Preço Final (R$)

34.09.01 Poltrona para auditório com revestimento 100% poliéster, cor preta, madeiras no padrão imbuia, ref. Linha KAS 003 – ômega – Kastrup ou equivalente

120.813,00 32.970,63 153.807,03

34.09.02 Armário deslizante com capacidade para 1260 metros de prateleira para caixa box 8820 unid. com movimentação elétrica ou eletrônica, ref. Space

397.915,00 108.670,59 506.585,59

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Flex da OFC ou equivalente TOTAL 518.728,00 141.641,22 660.392,62

##/Fato##

Causa Falhas nos controles internos do setor de orçamentos que incluiu itens excessivos na planilha e itens que deveriam ser comprados separadamente. Superintendente de Infraestrutura e Manutenção – autorizou a realização da concorrência com inclusão de profissionais desnecessários e de mobiliário que deveria ser comprado separadamente.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício Nº 40/2013 – SCC – SIM – SIM/UFMG, de 04/04/2013, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201300361/03, de 04/04/2013, o Superintendente de Infraestrutura e Manutenção da UFMG se manifestou: Item “a”

“Engenheiro Mecânico: por se tratar de uma obra onde serão fornecidos e instalados dois elevadores, além de contar com um sistema de ar condicionado, faz-se necessária a presença de responsável técnico qualificado pelo tempo necessário à execução das instalações e aos testes em tais equipamentos.”

Item “b”

“Encarregado de Concreto: a estrutura dos prédios anexos, do reservatório e parte do Coleginho, por ser executada em concreto, requer, dado o grande volume, a presença do encarregado para qualificação e controle do material, tanto no recebimento quanto na utilização.”

Item “c” “A inclusão das poltronas dos auditórios e dos arquivos deslizantes na licitação da obra do Memorial, conforme orientação da equipe de Obras da UFMG durante a elaboração do Caderno de Encargos da obra, em questão, deve-se aos motivos abaixo elencados: Trata-se de um equipamento/mobiliário fixo ao piso, sendo de essencial importância a integração de aquisição e instalação quando da execução da obra, os quais foram analisados pela PJ e compõem o escopo da licitação. As questões técnicas que justificam a contratação integrada são com relação ao processo de fixação, recomposição de acabamento do piso nos trechos de instalação e a necessidade de instalações elétrica e de lógica (arquivos deslizantes com controle de acesso). Os arquivos deslizantes interferem na execução da parte civil, por se tratar de uma fixação no piso, dos trilhos metálicos para o deslizamento do arquivo, e tais trilhos não são fornecidos separadamente. Se a instalação desses equipamentos

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fosse feita a posteriori, os custos seriam maiores em função das adaptações, ao passo que desta forma, tais custos já estão a cargo da empresa contratada. Os arquivos deslizantes foram contemplados em virtude da destinação única do pavimento térreo que é de servir como um tipo de museu-cofre para os documentos relacionados à anistia política brasileira. Neste ambiente, a climatização será controlada para garantir a conservação dos documentos de valor inestimável.

A função fim do ambiente é ser um arquivo seguro e amplamente monitorável, haja vista que o arquivo em questão prevê acesso restrito e codificado, desta forma a não inclusão definitiva do arquivo impossibilitaria o uso do ambiente conforme projetado.”

Após o recebimento do Relatório Preliminar nº 201308119, o Superintendente de Infraestrutura e Manutenção, manifestou-se, por meio do Ofício nº 184/2013 – SIM-UFMG, de 24/06/2013, em relação às recomendações: Recomendação 1:

“O termo aditivo já está sendo realizado conforme solicitação da fiscalização [...].”

Recomendação 2: “Após a supressão dos itens do contrato iniciaremos os processos licitatórios dos armários e das poltronas.”

Após o recebimento do Relatório Preliminar nº 201305969 (Auditoria de Contas – Exercício 2012), o Superintendente de Infraestrutura e Manutenção, manifestou-se, por meio do Ofício nº 222/2013 – SIM-UFMG, de 10/07/2013, em relação às recomendações:

“Com relação a este item, foram apresentadas recomendações para firmar termo aditivo ao Contrato nº 24/2012, de forma a suprimir os seguintes itens constantes da planilha orçamentária: 50.01.04 – Engenheiro Mecânico, 50.03.02 – Encarregado de Concreto, 34.09.01 – Poltrona para auditório e 34.09.02 – Armário deslizante, observando-se o disposto no art. 65, inciso I, alíneas ‘a’ e ‘b’, e § 1º do mesmo artigo, da Lei nº 8.666/93, o que já está sendo realizado. Foi recomendada, também, a realização de licitação específica para aquisição das poltronas para auditório e dos armários deslizantes do Memorial da Anistia Política do Brasil, em observância ao princípio da economicidade, o que será acatado.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Item “a” Não há necessidade de que a instalação de elevadores e do sistema de ar condicionado seja supervisionada por um engenheiro mecânico. Na planilha orçamentária, há previsão de que o elevador seja instalado pela empresa fornecedora e no detalhamento do sistema de ar condicionado está prevista a supervisão de engenheiro (item 29.6.4 da planilha orçamentária). Ademais, há previsão, na referida planilha, de consultoria para ar

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condicionado (item 55.02.02) e consultoria para elevadores (item 55.02.03), perfazendo um total de R$ 15.404,51, o que indica uma sobreposição de atividades. Ressalta-se também que tal posicionamento coaduna-se com o entendimento da própria UFMG, como demonstrado a seguir. A Construtora JRN Ltda., também responsável pela construção do Centro de Atividades Acadêmicas – CAD 3, enviou, em 29/11/2012, ofício à Universidade Federal de Minas Gerais solicitando termo aditivo ao seu contrato. Neste documento é solicitada a inclusão de engenheiro mecânico por um período de oito meses com a seguinte justificativa:

“É certo que o escopo do projeto contempla instalações mecânicas (elevadores e climatização) e para a execução destes serviços é necessário o acompanhamento de um profissional da área de engenharia mecânica de acordo com a lei 5.194/66, pois estes serviços demandam acompanhamento técnico especifico e o engenheiro civil não tem competência nem atribuição para executar este tipo de serviço. Salientamos ainda que o engenheiro civil jamais pode executar uma obra com instalações mecânicas sem acompanhamento de um profissional do ramo, haja visto que caso o mesmo aceite esta condição, estará infringindo o Artº 47 da lei de Contravenção Penal sendo passível a pena de 15 dias a 3 meses de reclusão. Salientamos que de acordo com Acórdão do TCU 325/2007 diz: ‘Como exemplo, a administração local, a mobilização/desmobilização e a instalação do canteiro, são itens que, embora não representem serviços unitários, são custos diretos e devem ser apropriados como tais no orçamento da obra, pois decorrem diretamente da sua execução. Não obstante a própria Universidade considera este profissional fundamental para execução do contrato, haja visto que no edital CC 06/2012 cujo objeto é a Construção do Memorial da Anistia na planilha orçamentária contempla o engenheiro mecânico por um período de 6 meses com valor mensal de R$ 12.722,60 (..). É importante salientar que a obra da Anistia tem o preço estimado quase 2,5 (duas vezes e meia) menor que a obra do Centro de Atividades Acadêmicas. Diante disto, fica evidente a necessidade deste profissional na obra.”

A Universidade, em 18/01/2013, nega a inclusão deste profissional na planilha orçamentária da obra com a seguinte argumentação:

“Os serviços tanto de instalação de elevadores como de instalação de ar condicionado foram considerados subempreitados e em seus preços estão contemplados o acompanhamento com profissionais especializados das empresas executoras dos mesmos. Saliento ainda que os itens 55.02.01 a 55.02.03 da planilha de administração da obra contemplam custos com consultoria para a execução e recebimento de instalação de ar condicionado, elevadores e plataformas. Além disso, não houve nenhum fato superveniente após a licitação que justifique a inclusão desse profissional na planilha da obra.”

Item “b” O controle da qualidade do concreto será feito por laboratório a ser contratado, conforme previsto no item 55.01.01 da planilha orçamentária (ensaio de resistência à

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compressão simples do concreto). Ademais, é atribuição do mestre de obras o acompanhamento do recebimento e lançamento do concreto. Também em relação a este profissional cabe mencionar o pronunciamento da Universidade em relação à obra do CAD3 que possui volume de concretagem quase três vezes superior ao da obra do Memorial da Anistia. Ofício da Construtora JRN de 29/11/2012 – Justificativas para inclusão do encarregado de concreto:

“A obra do CAD 3 possui um quantitativo expressivo do insumo de concreto. Por isso é necessário que exista um encarregado de concreto a fim de conferir a chegada do concreto usinado na obra, executar a rastreabilidade do mesmo (através da rastreabilidade sabemos aonde o concreto de cada lote está lançado na edificação), conferência do slump, molde do corpo-de-prova (CP) e acompanhamento da concretagem propriamente dita, tudo de acordo com a NBR 6180 e correlatas. Frisamos que a obra do Memorial da Anistia apesar de ser um contrato bastante menor ao CAD 3, possui este profissional contemplado na planilha, solicitamos o aditamento do mesmo em nosso contrato.”

Negativa de inclusão deste item pela Universidade, em 18/01/2013:

“É certo que o volume de concreto dessa obra é alto, tomando por base apenas um número puro, mas saliento que esse volume é distribuído ao longo de um tempo maior, o que faz com que o volume deva ser observado com outra ótica. Além disso, não houve nenhum fato superveniente após a licitação que justifique a inclusão desse profissional na planilha da obra.”

Item “c” Tanto as poltronas quanto o arquivo deslizante são fixados ao piso posteriormente à sua execução, não tendo interferências no andamento da obra. Ademais, ambos são fixados pela própria empresa fornecedora do mobiliário, que inclusive fornece garantia deste serviço. Em relação às recomendações, verificou-se que a Universidade já está tomando providências para atendê-las.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Firmar termo aditivo ao Contrato nº 24/2012, de forma a suprimir os seguintes itens constantes da planilha orçamentária: 50.01.04 - Engenheiro Mecânico, 50.03.02 - Encarregado de Concreto, 34.09.01 - Poltrona para auditório e 34.09.02 - Armário deslizante, observando-se o disposto no art. 65, inciso I, alíneas "a" e "b", e § 1º do mesmo artigo, da Lei nº 8.666/93. Recomendação 2: Realizar licitação específica para aquisição das poltronas para auditório e dos armários deslizantes do Memorial da Anistia Política do Brasil, em observância ao princípio da economicidade. 1.2.3 OPORTUNIDADE DA LICITAÇÃO

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1.2.3.1 CONSTATAÇÃO Erro no julgamento da proposta técnica da empresa vencedora da Concorrência nº 01/2012 - DO. Fato No âmbito da OS nº 201308119, que tratou de Auditoria de Acompanhamento Permanente da Gestão de 2012 na área de procedimentos licitatórios na UFMG, verificou-se que, em junho de 2012, foi realizada a Concorrência tipo técnica e preço nº 01/2012 – DO (Processo nº 23.072.025.713/2012-80). Este processo teve como objeto o serviço de apoio ao acompanhamento e fiscalização da obra do Centro de Atividades Didáticas das Ciências Exatas – CAD3, que teve como vencedora do certame a empresa Contécnica Consultoria Técnica Ltda., CNPJ 24.699.100/0001-16, pelo valor de R$ 2.727.205,98. Para julgamento da proposta técnica foram verificadas documentações que pontuavam em três grandes itens: Tempo de Atuação da Empresa no Mercado, Experiência Específica da Licitante e Equipe Técnica, sendo este último o de maior peso.

Para pontuação deste item, foram considerados dois critérios: Tempo de Experiência Profissional e Experiência na Área de Atuação de cinco profissionais a serem contratados para o acompanhamento e a fiscalização da obra citada.

Para o cargo de arquiteto, foi determinado, conforme item 8.2 do Edital, a seguinte pontuação para o critério tempo de experiência profissional:

- acima de 20 anos: 100 %; - entre 15 e 19 anos: 70 %; - entre 8 e 15 anos: 50 %; - inferior a 8 anos: 0 %. A empresa vencedora do certame apresentou para este cargo, o arquiteto CPF ***.953.417-**, que, conforme Carteira de Trabalho constante às folhas 1.679 a 1.688 do processo, possuía o seguinte tempo de experiência profissional comprovada como arquiteto:

- Banco Nacional – Funcionário de 03/09/1979 a 02/03/1993 – Comprovada a função de arquiteto de 01/06/1984 a 01/11/1987 (1.248 dias)

- Contécnica – Arquiteto de 26/09/2005 a (sem data de saída) – Documento autenticado em 23/03/2009 (1.274 dias)

Comprovação total: 2.522 dias = 6 anos e 332 dias

Conforme os critérios estabelecidos pelo edital da licitação, este profissional receberia a pontuação de 0% mas, no entanto, recebeu 100% neste critério, o que corresponderia há mais de 20 anos de experiência profissional comprovada.

Ressalta-se que este arquiteto pode possuir um tempo de experiência profissional maior do que o apontado anteriormente. No entanto, com os documentos constantes do processo, este é o tempo que a comissão de licitação deveria ter considerado para atribuição de pontuação à empresa no certame.

Tal situação demostra erro na apuração do tempo de serviço do profissional, o que poderia ter beneficiado a empresa vencedora do certame, além de o serviço ser prestado por profissional sem a devida qualificação exigida no edital.

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Na execução do contrato, o mesmo erro se repetiu. Para o cargo de engenheiro supervisor, a empresa Contécnica apresentou o currículo do engenheiro CPF ***.798.446-** (em substituição ao engenheiro CPF ***.944.146-**). À fl. 3.717 do processo, é apresentada a contagem de tempo de experiência profissional deste engenheiro. Nesta contagem, é considerado o tempo de trabalho como supervisor técnico das empresas Colina Conservadora Nacional Ltda., Planer Sistemas e Consultoria Ltda., Probank Ltda. e Adservis Multiperfil Ltda. sem a demonstração de que se trata de supervisão técnica de serviço de engenharia. Ademais, na carteira de trabalho deste engenheiro não consta a data de saída dele da empresa Planer, considerada na planilha de contagem de tempo como sendo 19/12/2002. Novamente, verificou-se que foi atestado o tempo de experiência profissional sem a devida comprovação, em desacordo com o previsto em edital. Em consulta ao Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS, verificou-se que existe recolhimento de INSS pela Planer para o engenheiro CPF ***.798.446-** até dezembro de 2011. Ressalta-se que, em consulta ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais – CREA-MG, no período de 18/6/2003 a 16/4/2009, quando o engenheiro citado era supervisor técnico da empresa Adservis Multiperfil Ltda, no município de Nova Lima, não foi efetuada nenhuma anotação de responsabilidade técnica para o profissional. Portanto, com a experiência efetivamente comprovada, este profissional não poderia exercer o cargo de supervisor técnico nas mesmas condições do profissional apresentado para esta função durante o procedimento licitatório. Além disso, verificou-se, às fls. 1.756 a 1.762 do processo, cópias autenticadas de algumas folhas da carteira de trabalho do engenheiro eletricista CPF ***.395.296-** com a finalidade de comprovar tempo de experiência na profissão. Notou-se que às fls. 1.760 e 1.761 constam cópias das mesmas páginas da carteira de trabalho do profissional, páginas 16 e 17. No entanto, a fl. 1.760 traz o preenchimento da página 16 com o vínculo deste profissional com a empresa CBR Construtora Ltda. e a página 17 está em branco, enquanto a fl. 1761 traz o preenchimento da página 16 com o vínculo deste profissional com a empresa CBR Construtora Ltda. (semelhante à fl. 1760) e a página 17 está preenchida com o vínculo do referido engenheiro com a empresa Contécnica Consultoria Técnica Ltda. Ressalta-se que a data de contratação do profissional pela Contécnica foi 01/11/2011 e a autenticação do Serviço Notarial do 3º Ofício Triginelli nos documentos constantes às fls. 1760 e 1761 ocorreu em 05/06/2012. Ademais, os selos de fiscalização do cartório possuem numerações sequenciais, o que demonstra que estas folhas foram autenticadas ao mesmo tempo. Tal situação caracteriza um indício do cometimento de uma possível fraude documental que não foi apontada pela comissão de licitação da UFMG durante o processo licitatório.

##/Fato##

Causa

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Adoção de critério subjetivo, pela comissão de licitação, para atribuição de pontos à proposta técnica, em desacordo com a previsão editalícia e com o princípio do julgamento objetivo. Superintendente de Infraestrutura e Manutenção – homologou o processo licitatório, concordando com o critério subjetivo utilizado pela comissão de licitação. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício Nº 023/2013 – SIM/UFMG, de 19/03/2013, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201300361/02, de 08/03/2013, o Superintendente de Infraestrutura e Manutenção se manifestou:

a) Em relação ao arquiteto: “Para verificar o atendimento do disposto na alínea “c” do inciso V do subitem 6.2 a Comissão não contabiliza dias corridos de trabalho em carteira ou em outro documento comprobatório de tempo da experiência profissional, mas o tempo que se conta a partir do primeiro registro das atividades na função específica. Como o primeiro registro na função de arquiteto foi em 01/06/84 permanecendo o profissional na função de arquiteto à data de abertura da licitação, considerou-se que o Arquiteto tem mais de 20 anos de experiência profissional, motivo pelo qual a Empresa recebeu nota máxima neste item. Outrossim, há de se considerar que na área da arquitetura nem sempre os profissionais estão vinculados a qualquer empresa específica e atuam de forma autônoma por vários anos sem, com isso, perder o tempo de experiência como arquitetos.”

b) Em relação ao engenheiro supervisor: “Quando um engenheiro é indicado para ser supervisor técnico para trabalhar em atividades de apoio à fiscalização e supervisão de obras, não é necessário que ele prove que já exerceu tal atividade anteriormente. Qualquer engenheiro pode ser indicado para tal função. Quando o Edital menciona ‘tempo de experiência na atividade específica’ se refere à atividade de engenharia civil, de arquitetura, de engenharia elétrica etc. e não necessariamente ao cargo para o qual o profissional foi indicado para composição da equipe técnica que laborará nos serviços, mesmo porque, seria incoerente fazer tal exigência se o subcritério definido como ‘Experiência na Área de Atuação’ (inciso III do subitem 8.2.1), que tem peso maior (0,6 décimos) que o do tempo de experiência (0,4 décimos), prevê que a avaliação do profissional dar-se-á pela comprovação de sua atuação em ‘supervisão, fiscalização ou execução de obras prediais’. Assim, um engenheiro civil pode ter atuado durante toda sua vida profissional como executor de obras e ser indicado em uma licitação de técnica e preços para exercer o cargo de supervisor ou de consultor técnico. Quanto ao tempo de experiência profissional, reafirmamos o disposto no item sobre o arquiteto, pois, no entender desta Comissão, a apuração de tempo de serviço dá-se a partir da comprovação do ingresso do profissional na atividade de engenharia e sua permanência na mesma, não importando se houve lapsos de tempo em registros formais, porque o profissional pode, a qualquer tempo, atuar em sua atividade independentemente de estar vinculado a qualquer empresa. Não se trata de contagem de tempo com a exigida para fins de aposentadoria. Outrossim, a falta da data de saída do Profissional da empresa Planear é questão trabalhista de atribuição do Ministério do Trabalho e do Emprego.”

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Por meio do Ofício nº 116/2013 – SIM/UFMG, de 21/05/2013, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201308119/09, de 13/05/2013, o Superintendente de Infraestrutura e Manutenção se manifestou, em relação à carteira de trabalho do engenheiro eletricista:

“(...) ficou demonstrado no processo que a Comissão de Licitação ao analisar a documentação referente à comprovação de vínculo do profissional para com a empresa Licitante restou demonstrado com a cópia devidamente autenticada por tabelião de documento que valida a exigência do edital. Haja vista que a documentação não fora autenticada no âmbito desta Universidade e a inabilitação da empresa não encontrava respaldo pois a documentação exigida foi apresentada, sendo desconsiderado o que foi entregue em excesso de forma a buscar uma maior competitividade quando da apresentação das propostas, zelando assim pelos princípios que regem as licitações públicas.”

Após o recebimento do Relatório Preliminar nº 201308119, o Superintendente de Infraestrutura e Manutenção, manifestou-se, por meio do Ofício nº 184/2013 – SIM-UFMG, de 24/06/2013, em relação às recomendações:

“Recomendação 1: Já notificamos o Departamento que é responsável pelas compras de forma a assegurar a não ocorrência de procedimentos desta natureza. Recomendação 2: A notificação à Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais acerca dos indícios de fraude na autenticação dos documentos será formalizada o quanto antes por esta Universidade. E em complemento à apuração foi feita diligência junto à empresa a respeito da comprovação do registro do profissional e nos foi apresentado como comprovante as GEFIPs comprovando a veracidade do registro do profissional. Recomendação 3: As solicitações estão sendo encaminhadas à empresa para as devidas providências.”

Após o recebimento do Relatório Preliminar nº 201305969 (Auditoria de Contas – Exercício 2012), o Superintendente de Infraestrutura e Manutenção, manifestou-se, por meio do Ofício nº 222/2013 – SIM-UFMG, de 10/07/2013, em relação às recomendações:

Recomendação 1: “Preliminarmente, esclareço que esta Administração acatou esta recomendação, ao orientar formalmente o setor de licitação para que os próximos editais de licitação passem a contar com critérios mais objetivamente detalhados para melhor compreensão dos mesmos, evitando qualquer dúvida na sua interpretação [...] Cabe ressaltar que esta Administração considera que não houve erro no julgamento das propostas apresentadas à Concorrência nº 01/2012, por entender que o julgamento ocorreu estritamente de acordo com os critérios previstos no Edital de Licitação. O que ocorreu foi que os critérios não estavam claros o suficiente para refletirem a situação fática das ações legitimamente adotadas pela Comissão de Licitação, respaldada pela prática e isenta de danos ao erário, conforme ora se comprovará.

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Quando o Edital solicitou a apresentação de cópia da CTPS, contratos e outras formas de comprovação, pretendeu confirmar o ingresso do profissional no exercício da atividade uma vez habilitado junto ao CREA e sua permanência na mesma, independentemente se houve ou não lapsos de tempo nessa atuação verificados pelas comprovações apresentadas à licitação pelos licitantes. Reconhecemos que esta metodologia não está explícita no Edital, mas também o Edital não explicitou que a contagem do tempo de experiência de profissionais liberais, como arquiteto e engenheiro eletricista, seria contabilizado pelo somatório de dias comprovadamente apurados através de documentos de vínculo empregatício formal e outros, como o faz a previdência social para apurar tempo de serviço para fins de aposentadoria, qual seja o somatório de dias de trabalhos ininterruptos comprovados. Então, faz-se necessário que a UFMG detalhe melhor o seu Edital, o que será feito. Não obstante a necessidade de aperfeiçoar o edital, é preciso reconhecer que a Comissão não pode ter cometido erro ao julgar usando a metodologia que usou, pois se restringisse o julgamento ao critério proposto pela CGU, estaria agindo com excesso de zelo e rigorismo exacerbado, extrapolando os critérios do edital, e por consequência, prejudicando a obtenção da melhor proposta. Ressaltamos que profissionais de engenharia e arquitetura não perdem sua experiência profissional por não comprovarem durante algum tempo seu vínculo empregatício ou de prestação de serviços. Ou seja, não há perda de experiência profissional pelo profissional liberal que não comprova, por algum tempo, vínculo formal com o mercado de trabalho. Para comprovar a tese de que não houve erro, informo que ainda que a Comissão de Licitação adotasse, no julgamento da proposta, o mesmo critério recomendado para a contagem do tempo de experiência do arquiteto, empregado da Contécnica Consultoria Técnica Ltda., o resultado da licitação seria o mesmo. Isto porque o arquiteto comprovou 10 anos de atividade e não seis conforme consta do Relatório 201305969: - Banco Nacional – Funcionário de 03/09/1979 a 02/03/1993 – Comprovada a função de arquiteto de 01/06/1984 a 01/11/1987, o que corresponde a 1.247 dias - Contécnica – Arquiteto de 26/09/2005 a 06/06/2012 (data da licitação, pois não há data de saída na CTPS, porque permanece na empresa), o corresponde a 2.445 dias. Comprovação total: 3.692 dias = 10 anos.

Desta forma, se fossem contabilizados no julgamento da proposta técnica os dez anos de serviços apurados conforme a metodologia ora recomendada, ou seja, por dias corridos constantes nas carteiras de trabalho, aplicar-se-ia o percentual de 50% (e não zero como apontado pela CGU), conforme disposto na alínea a.4 do inciso I do subitem 8.2.1 (abaixo transcrito) implicando em 2 pontos nesse quesito com a empresa atingindo nota final 98.

8.2.1. Subcritérios para avaliação de cada profissional: I – Subcritério Tempo de Experiência Profissional = 0,4 (quatro décimos).

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Na avaliação deste Subcritério serão consideradas as seguintes porcentagens a serem aplicadas sobre a pontuação máxima atribuída para cada um dos cargos ou especialidades, de acordo com o tempo de

experiência nas atividades respectivas, conforme adiante especificado: a.4) Arquiteto acima de 20 anos: 100 %; entre 15 e 19 anos: 70 %; entre 8 e 15 anos: 50 %; Inferior a 8 anos: 0 %.

Outrossim, salienta-se ainda que o julgamento não prejudicou nenhuma outra licitante nem a Administração, pois, mesmo que se tivesse sido atribuída nota zero para o quesito “tempo de experiência profissional” para o arquiteto, a Contécnica Consultoria Técnica Ltda. Obteria nota final 96 que é superior ao mínimo exigido para a classificação de proposta técnica e, independentemente disso ainda assim seria vencedora do certame, visto que no julgamento das propostas de preços as demais licitantes foram desclassificadas pelos motivos elencados na Ata de Julgamento de Propostas de Preços (fl. 3.449), conforme transcrição a seguir:

“Após análise minuciosa de todas as propostas apresentadas, a Comissão constatou que: 1- A empresa Leme Engenharia Ltda. apresentou em sua proposta, item 01.03.03, G03003, salário de R$ 1.174,58, abaixo do piso estabelecido na Convenção Coletiva de Trabalho 2011/2012, registrada no TEM, sob o n. MG003549/2011; estando em desacordo com o exigido no inciso XIV, parágrafo Sexto, Cláusula Segunda da Minuta Contratual, Anexo II do Edital. 2- A empresa Engesolo Engenharia Ltda. apresentou em sua proposta, item 01.03.03, G03003, salário de R$ 1.169,29, abaixo do piso estabelecido na Convenção Coletiva de Trabalho 2011/2012, registrada no TEM, sob o n. MG003549/2011; estando em desacordo com o exigido no inciso XIV, parágrafo Sexto, Cláusula Segunda da Minuta Contratual, Anexo II do Edital.

3- A empresa Gérance Gerenciamento e Consultoria Ltda. apresentou em sua proposta, na Equipe de Apoio, cargo de Secretária, salário de R$ 1.125,00, abaixo do piso estabelecido na Convenção Coletiva de Trabalho 2011/2012, registrada no TEM, sob o n. MG003549/2011; estando em desacordo com o exigido no inciso XIV, parágrafo Sexto, Cláusula Segunda da Minuta Contratual, Anexo II do Edital. 4- A empresa Concremat Engenharia e Tecnologia S/A apresentou em sua proposta, item 01.03.03, G03003, salário de R$ 1.262,77, abaixo do piso estabelecido na Convenção Coletiva de Trabalho 2011/2012, registrada no TEM, sob o n.

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MG003549/2011; estando em desacordo com o exigido no inciso XIV, parágrafo Sexto, Cláusula Segunda da Minuta Contratual, Anexo II do Edital. 5- As exigências do edital foram atendidas a contento pela empresa Contécnica Consultoria Técnica Ltda”

Concluindo, consideramos que não há erro a ser imputado à Comissão de Licitação, pois esta julgou com objetividade e de acordo com os critérios estabelecidos no Edital. O Edital, entretanto, merece reforma para permitir maior clareza na interpretação da documentação, o que será adotado a partir das próximas licitações.”

Recomendação 2: “Preliminarmente, esclareço que a hipótese de fraude foi totalmente afastada com a constatação, pela UFMG, da veracidade do registro profissional na CTPS do engenheiro, pois foram apresentadas as Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social - GFIP que comprovaram o tempo de trabalho do engenheiro tais como constam do documento apresentado à Comissão de Licitação. Tais guias GFIP foram encaminhadas à CGU, por meio do Of.SIM nº 184/2013. É inegável, entretanto, que o Cartório de Notas autenticou indevidamente um documento, o qual se tornou ocioso no processo, razão porque a Comissão de Licitação o desconsiderou. Ressalto que a comprovação pela GFIP demonstrou que a Comissão de Licitação acatou a fotocópia correta da CTPS do profissional e que tal incidente não trouxe qualquer mancha à lisura dos procedimentos adotados pela Comissão de Licitação, ou qualquer prejuízo ao resultado da licitação e ao erário. A UFMG notificará a Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais acerca do problema causado pela autenticação incorreta feita pelo Cartório de Notas, para que os fatos sejam apurados.”

Recomendação 3: “Não obstante as argumentações apresentadas acima, no critério outrora vigente nos editais de licitação para a contagem de tempo de experiência dos profissionais, a UFMG acatou esta recomendação e já vem adotando as providências pertinentes.” Recomendação 4: “Pelos motivos elencados neste documento, especialmente a comprovação documental do alegado, a explicitação de que a Comissão de Licitação julgou sem extrapolar os critérios previstos no edital, que não houve erro e sim divergência na interpretação de critérios, a demonstração de que não haveria mudança no resultado do certame, ainda que tivessem sido adotados os critérios recomendados; que não houve qualquer prejuízo ao erário e, ainda, que estão sendo adotadas todas as recomendações para aperfeiçoamento dos trabalhos da Comissão, entendemos que esta recomendação de nº 4 tornou-se ináplicável ao caso em tela.”

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##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em relação ao tempo de experiência profissional, cabe registrar o previsto no inc. V do item 6 do edital da Concorrência nº 01/2012 – DO:

“V - Equipe Técnica: apresentação da relação da equipe técnica mínima que efetivamente atuará na execução dos serviços, observado o disposto no inciso XVII do subitem 5.2, com definição da função a ser exercida por cada integrante com a apresentação de currículos dos profissionais.

(...) c) O tempo de experiência profissional deverá ser comprovada por cópia autenticada de: CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social do profissional, contrato de prestação de serviços ou outro documento comprobatório.”

A regra descrita na manifestação do Superintendente de Infraestrutura e Manutenção não consta do edital, ou seja, que será computado o tempo de experiência profissional a partir da data do primeiro registro na função específica. Se assim fosse, poder-se-ia estar igualando dois profissionais que iniciaram suas carreiras na mesma data, sendo que um trabalhou na profissão exigida pelo certame apenas por um ano, tendo mudado de atividade em seguida, com um outro que sempre trabalhou na mesma profissão. Ademais, para os casos de profissionais que trabalharam como autônomos, o edital permite a apresentação de outros documentos para comprovação da experiência profissional, além da carteira de trabalho. A comissão de licitação deve-se pautar sempre nos documentos apresentados pelos licitantes e de acordo com os requisitos previstos no edital do certame, em cumprimento aos princípios do julgamento objetivo e da vinculação ao instrumento convocatório insertos no caput do art. 3º da Lei nº 8.666/93, e, em caso de dúvida, efetuar diligências para esclarecer ou complementar a instrução do processo, nos termos do § 3º do art. 43 da Lei nº 8.666/93. Dessa forma, não cabe à comissão de licitação interpretar ou extrapolar a situação fática apontada nos documentos dos licitantes em detrimento das regras contidas no edital do certame, sob pena de ferir os já mencionados princípios do julgamento objetivo e da vinculação ao instrumento convocatório. No caso da carteira de trabalho, ressalta-se que o fato de o documento não ter sido autenticado pela Universidade não a elide da responsabilidade de se verificar a veracidade dos documentos apresentados por licitantes, diante de indícios de irregularidades, as quais, se confirmadas, acarretariam não só a inabilitação do licitante no certame, mas também a incidência das sanções administrativas e penais previstas na Lei nº 8.666/93. Em relação às recomendações, verificou-se que: Recomendação 1: a Universidade informou que a atendeu, mas não apresentou a comprovação do atendimento, com a efetivação da orientação aos servidores. Apresentou, tão-somente, ofício do Superintendente de Infraestrutura e Manutenção para o Pró-Reitor de Administração solicitando que este efetuasse a referida orientação. Ademais, é importante frisar que a Comissão de Licitação deve se basear sempre e apenas nos documentos apresentados pelos licitantes, no momento do certame. Neste sentido, ressalta-se o caso do arquiteto, em que não há como considerar que ele trabalhava na empresa Contécnica até a data de 06/06/2012 (data de entrega das

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propostas técnicas). A cópia da carteira de trabalho apresentada pela empresa na licitação foi autenticada em cartório em 23/03/2009 e, portanto, baseada em documentos, não haveria como a Comissão de Licitação afirmar que o profissional trabalhava na empresa após a data da autenticação do documento. Recomendação 2: Cumpre ressaltar que o fato de a empresa ter comprovado o vínculo do profissional não exime a Universidade de acompanhar a apuração dos fatos pela Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais e aplicar, se for o caso, sanção administrativa ao licitante, pois este não afastou o indício de fraude documental. Recomendação 3: já estão sendo realizadas ações para o seu atendimento. Recomendação 4: não foi afastada pela Universidade as impropriedades apontadas.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Orientar formalmente o setor de licitações para que, nas análises das propostas das licitantes, se atenha a julgá-las segundo os critérios previstos no edital e, em caso de dúvidas, realize diligências as empresas a fim de esclarecer ou complementar a instrução do processo, em observância aos princípios do julgamento objetivo e da vinculação ao instrumento convocatório, inscritos no caput do art. 3º da Lei nº 8.666/93, bem como do disposto no § 3º do art. 43 da mesma lei. Recomendação 2: Dar ciência à Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais acerca dos indícios de fraude na autenticação dos documentos constantes às fls. 1.760 e 1.761 do processo relativo à Concorrência nº 01/2012 - DO e acompanhar o resultado da apuração, visando aplicar eventual sanção administrativa ao licitante, caso confirmado o indício de fraude. Recomendação 3: Solicitar à empresa Contécnica Consultoria Técnica Ltda. que apresente documentação complementar que comprove o tempo de experiência profissional solicitada em edital para o arquiteto CPF ***.953.417-** e para o engenheiro civil ***.798.446-**. Caso não seja feita a comprovação, solicitar a troca dos profissionais e aplicar penalidade por descumprimento contratual, nos termos do disposto na Cláusula Sétima do Contrato nº 18/2012. Recomendação 4: Promover a apuração de responsabilidades, nos termos do caput do art. 143 da Lei nº 8.112/90, acerca da conduta relacionada aos erros cometidos no julgamento das propostas técnicas da Concorrência nº 01/2012 - DO. 1.2.4 INSPEÇÃO FÍSICA DA EXECUÇÃO

1.2.4.1 CONSTATAÇÃO Superdimensionamento da quantidade de mão de obra, na licitação e respectiva contratação de empresa para execução da obra do Centro de Atividades Didáticas das Ciências Exatas, ocasionando superfaturamento. Fato

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No âmbito da OS nº 201308119, que tratou de Auditoria de Acompanhamento Permanente da Gestão de 2012 na área de procedimentos licitatórios na UFMG, verificou-se que, durante análise da planilha do Contrato nº 018/2012, fruto da Concorrência nº 01/2012-DO/SIM/UFMG, verificou-se um superdimensionamento em relação à quantidade de mão de obra orçada e contratada, no que se refere aos engenheiros, ao técnico de segurança do trabalho e à assessoria de apoio, de acordo com os fatos a seguir apresentados: 1 - No âmbito dos engenheiros contratados, realizou-se uma comparação entre os quantitativos de mão de obra constantes do Contrato nº 019/2012, o qual foi celebrado entre a empresa Construtora JRN Ltda. e a UFMG para execução da obra de “construção do Centro de Atividades Didáticas das Ciências Exatas – CAD – 3 com área aproximada de 10.874,24m2” e os quantitativos de mão de obra constantes do Contrato nº 018/2012, o qual foi celebrado entre a empresa Contécnica Consultoria Técnica Ltda. e a UFMG para execução do serviço de apoio à fiscalização e supervisão da obra citada. A partir da comparação entre as planilhas dos contratos, verificou-se que foram contratados mais engenheiros para fiscalizar a obra do que para executá-la, conforme quadro a seguir:

Quadro 04 – Comparação entre a quantidade de mão de obra (nível superior e técnico) entre a execução da obra e à sua fiscalização

Planilha da obra – Contrato nº 019/2012 Planilha da fiscalização – Contrato nº 018/2012

Item Descrição Quant. Item Descrição Quant.

50.01.01 Engenheiro de Produção 1 01.01.01 Engenheiro supervisor 1

50.01.02 Engenheiro de instalações 1 01.01.02 Engenheiro civil 1

50.02.01 Técnico em edificações 2 01.01.03 Consultor técnico (sênior) 1 *

50.02.02 Técnico eletricista 1 01.01.04 Arquiteto (sênior) 1 **

50.02.03 Técnico em segurança do

trabalho 2 01.01.05

Engenheiro eletricista júnior

1

- - - 01.02.01 Técnico em edificações 1

- - - 01.02.02 Técnico em medição

planejamento 1

- - - 01.02.03 Técnico em segurança do

trabalho 1

* Consta na planilha que este funcionário trabalharia apenas 20 horas semanais;

** Consta na planilha que este funcionário trabalharia apenas nos últimos três meses (as built).

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Verificou-se que houve um superdimensionamento na quantidade de mão de obra de nível superior (engenheiros, consultor técnico e arquiteto) da empresa de fiscalização, pois esta foi superior àquela contratada para construção da obra. Destarte, foram estimados três engenheiros para fiscalização, enquanto para construção foram contratados apenas dois. Para fins de cálculo do superfaturamento efetivo e potencial identificados na planilha contratada ocasionados por este superdimensionamento, conservadoramente, foi considerada a mesma quantidade de mão de obra de nível superior, retirando o engenheiro com menor salário mensal, qual seja, o engenheiro eletricista júnior. Assim, para os 20 meses de contratação, este superdimensionamento do quantitativo de engenheiros gerou um superfaturamento potencial na planilha contratada de R$349.069,79. Ainda em relação ao engenheiro eletricista, não se constatou a execução de serviços de instalações elétricas nas seis primeiras medições da obra (competência 10/2012 a 03/2013). No entanto, foram medidos no contrato de fiscalização e pagos, indevidamente, os serviços deste profissional no valor de R$83.875,83, conforme Planilha da 6ª Medição acumulada, a qual foi elaborada pela empresa fiscalizadora no Relatório nº 05, referente ao período de 21/01/2013 a 20/02/2013. 2 - Outro exemplo de superdimensionamento se refere à equipe de apoio discriminada no Contrato nº 018/2012. Esta foi superior à utilizada na contratação pelo Governo do Estado de Minas Gerais para fiscalização das obras de reforma e modernização do Estádio Governador Magalhães Pinto – “Mineirão”, conforme Termo de Referência consultado, em 10/05/2013, no sítio eletrônico: www.copa.mg.gov.br/novomineirao, com valor inicial de R$ 10.850.000,00 (Pregão Presencial nº 002/2011, Processo de compra nº 1631002 000078/2011), conforme apresentado a seguir:

Quadro 05 – Comparação entre a quantidade de mão de obra da equipe de apoio entre a planilha orçamentária do edital do Pregão Presencial nº 002/2011 e do

Contrato nº 018/2012

Planilha orçamentária do edital do Pregão Presencial nº 002/2011

Planilha da fiscalização – Contrato nº 018/2012

Item Descrição Quant. Item Descrição Quant.

1.5 Assessoria de Apoio 01.03 Equipe de Apoio

1.5.1 Sec. Administrativa 1 01.03.01 Gerente Administrativo 1

1.5.2 Auxiliar administrativo 1 01.03.02 Auxiliar administrativo 1

- - - 01.03.03 Secretária 1

- - - 01.03.04 Auxiliar de serviços

gerais 1

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Considerando os 20 meses de contratação, este superdimensionamento do quantitativo de mão de obra da equipe de apoio gerou um superfaturamento potencial na planilha contratada de R$152.094,82, sendo R$119.681,16 referentes ao gerente administrativo e R$32.413,66 ao auxiliar de serviços gerais. Ademais, de acordo com a Planilha da 6ª Medição acumulada, a qual foi elaborada pela empresa fiscalizadora no Relatório nº 05, referente ao período de 21/01/2013 a 20/02/2013, o superfaturamento efetivo correspondente a estes profissionais representou R$32.416,47, sendo R$26.248,41 referentes ao gerente administrativo e R$6.168,06 ao auxiliar de serviços gerais. Ressalta-se que, após a Entidade apresentar, em sua justificativa, as atividades desempenhadas pelos integrantes da equipe de apoio, considerou-se que as funções de gerente administrativo, auxiliar administrativo e secretária poderiam ser agrupadas em apenas um cargo. Assim, verificou-se que o superdimensionamento do quantitativo de mão de obra da equipe de apoio gerou um superfaturamento potencial na planilha contratada de R$159.574,88 referentes ao auxiliar administrativo e à secretária, considerando os 20 meses de contratação. 3 – Em relação ao técnico de segurança do trabalho, cabem os esclarecimentos descritos a seguir. De acordo com o Contrato nº 019/2012, celebrado para execução da obra de “construção do Centro de Atividades Didáticas das Ciências Exatas – CAD – 3”, foram contratados 02 técnicos de segurança do trabalho. No contrato de fiscalização nº 018/2012, verificou-se a contratação de um Técnico em Segurança do Trabalho para apoiar na fiscalização do Contrato nº 019/2012. As Normas Regulamentadoras – NR do Ministério do Trabalho e Emprego, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos e entidades públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. A Delegacia Regional do Trabalho - DRT, nos limites de sua jurisdição, é o órgão regional competente para executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho e ainda a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. A NR 4 se refere aos serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho - SESMT. O seu quadro II – “dimensionamento dos SESMT” informa que independente do grau de risco, os estabelecimentos com até 50 empregados não são obrigados a terem em seus quadros a presença de técnicos de segurança do trabalho. Sendo assim, a contratação de um técnico em segurança do trabalho para compor a equipe de apoio à fiscalização mostra-se desnecessária, pois onera o contrato, contrariando o princípio da economicidade. Cumpre salientar a importância da presença dos dois técnicos de segurança na obra em epígrafe, conforme já consta da planilha vencedora. No entanto, esta é uma responsabilidade da empresa contratada para execução da obra e não da empresa contratada para apoiar a sua fiscalização, conforme dispõe o art. 70 da Lei nº 8.666/93:

“Art. 70 - O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.”

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Ressalta-se que a responsabilidade do construtor no que diz respeito à solidez e segurança da obra é objetiva, conforme dispõe o art. 618 do Código Civil Brasileiro. Ademais, em relação à fiscalização do cumprimento das disposições legais referentes à segurança e à medicina do trabalho, o art. 11 da Lei nº 10.593, de 06/12/2002, dispõe que tal atribuição compete ao Auditor-Fiscal do Trabalho. Considerando os 20 meses de contratação desnecessária deste técnico em segurança do trabalho, houve um superfaturamento potencial na planilha contratada de R$142.121,34 e um efetivo de R$36.670,56, conforme Planilha da 6ª Medição acumulada, a qual foi elaborada pela empresa fiscalizadora no Relatório nº 05, referente ao período de 21/01/2013 a 20/02/2013. Por fim, diante do exposto, considerando os 20 meses de contrato, verificou-se um superfaturamento potencial de R$643.285,95 e um superfaturamento efetivo de R$152.962,86, ocasionado pelo pagamento de remuneração aos profissionais apontados durante as seis primeiras medições da obra (competência 10/2012 a 03/2013), conforme demonstrado a seguir:

Quadro 06 – Superdimensionamento da mão de obra durante os 20 meses de contrato

Superdimensionamento da mão de obra

Superfaturamento potencial verificado na

planilha contratada (R$)

Superfaturamento efetivo * (R$)

Engenheiros 349.069,79 83.875,83

Técnico de segurança no trabalho 142.121,34 36.670,56

Apoio administrativo 152.094,82 32.416,47

TOTAL 643.285,95 152.962,86

* Fonte: Planilha da 6ª Medição acumulada, a qual foi elaborada pela empresa fiscalizadora no Relatório nº 05, referente ao período de 21/01/2013 a 20/02/2013. ##/Fato##

##/Fato##

Causa A Entidade informou, em sua justificativa, que não possuía experiência para este tipo de contratação, sendo feita uma consulta preliminar ao mercado para aferi-la. Entendimento da Entidade no sentido de que o quantitativo de mão de obra alocado para execução do Contrato nº 018/2012 era necessário para garantir a qualidade e o regular andamento da obra do CAD 3. Responsável pela planilha orçamentária: elaborou a planilha orçamentária superdimensionada em relação aos quantitativos da mão de obra. Engenheiro fiscal do contrato: aprovou indevidamente as medições referentes às mãos de obras superdimensionadas, principalmente no que se refere ao pagamento do engenheiro eletricista.

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Ordenador de despesa: autorizou os pagamentos indevidos, principalmente no que se refere ao pagamento do engenheiro eletricista. Superintendente de Infraestrutura e Manutenção: Homologou o processo licitatório concordando com o superdimensionamento da quantidade de mão de obra. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 122/2013 – SIM – UFMG, de 23/05/2013, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201308119/09, de 13/05/2013, o Superintendente de Infraestrutura e Manutenção informou o seguinte em relação à mão de obra de nível superior e técnico:

“O Departamento de Obras da UFMG é responsável pela execução e fiscalização das obras contratadas através de licitações junto ao mercado privado e pelas obras Laboratoriais executadas diretamente pela FUNDEP. O mesmo faz parte da Superintendência de Infraestrutura e Manutenção da UFMG, com os seguintes departamentos:

1) – Departamento de Projetos; 2) – Departamento de Orçamento; 3) – Departamento de Manutenção e Infraestrutura; 4) – Departamento de Obras; 5) – Assessoria Administrativa.

Atualmente o Departamento de Obras é constituído por apenas três funcionários do quadro permanente da Universidade, sendo obrigado a buscar no mercado, através da realização de Licitações Publicas a complementação de seu quadro técnico. A despeito disso fiscaliza atualmente a execução de aproximadamente R$ 150.000.000,00 de obras contratadas. É nesse contexto de carência de pessoal próprio que faz-se necessário o contrato 018/2012, firmado entre a UFMG e a empresa Contécnica Consultoria Técnica Ltda.

A CGU [, na Solicitação de Auditoria] nº 201308119/09, conclui a partir da analise dos quadros acima, que houve uma superestimativa da quantidade de mão de obra de nível superior da empresa de fiscalização. Baseia-se na comparação dos dois quadros onde no da esquerda aloca parte da mão de obra definida no item 50 da planilha de preços da Construtora JRN Ltda, denominada ADMINISTRAÇÃO LOCAL, especificamente os itens 50.01 e 50.02. Esses itens incluindo LDI perfazem um total de R$ 1.329.683,49. Ocorre que a ADMINISTRAÇÃO da Construtora JRN Ltda, relativa à obra do CAD 3, contratada com a UFMG, inclui também o item A01 da PLANILHA de LDI, correspondente a ADMINISTRAÇÃO CENTRAL, no valor de 8,03% da PLANILHA DE CUSTOS DIRETOS, ou seja, R$ 2.373.577,39. Desta forma o custo da ADMINISTRAÇÃO da empreiteira JRN para execução da obra do CAD 3 é a soma das parcelas ADMINSITRAÇÃO LOCAL (R$

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1.329.683,49) + ADMINISTRAÇÃO CENTRAL (R$ 2.373.577,39) totalizando R$ 3.703.260,88. As cópias das planilhas de custos referidas acima seguem em anexo [as planilhas foram apresentadas à equipe de auditoria]. O valor do contrato nº 018/2012, para apoio a fiscalização da obra do CAD 3, firmado com a Contécnica Consultoria Técnica Ltda, é de R$ 2.727.205,98, sendo, portanto, inferior ao da ADMINISTRAÇÃO da obra do CAD3. Além dos valores acima apresentados é importante acrescentar que a Construtora JRN apresentou à fiscalização da UFMG, documento com justificativas técnicas para o primeiro termo aditivo da obra, que também segue em anexo [o referido documento foi apresentado à equipe de auditoria]. Nele a Construtora reivindica a criação dos itens 50.01.03 – Engenheiro Civil Gestor do Contrato, 50.01.04 – Engenheiro de Medição, 50.01.05 – Engenheiro Mecânico, 50.01.06 – Engenheiro Eletrônico, 50.02.04 – Equipe de topografia, 50.02.05 – Equipe para controle tecnológico para o solo, dentre outros. Os itens solicitados pretendiam aumentar a ADMINISTRAÇÃO LOCAL da Construtora, relativamente à pessoal de nível superior e técnico, em R$ 1.884.161,24. A resposta da fiscalização a esta solicitação de aditivo, da Construtora JRN, também segue em anexo e em relação aos itens acima citados concluiu que todos eles estavam já incluídos no item A01 da PLANILHA de LDI ou não foram julgados pertinentes. A iniciativa da Construtora JRN na verdade pretendia “cobrar” por serviços de engenharia já remunerados pelo LDI, mas declara a utilização/necessidade dos profissionais solicitados através de sua justificativa para o termo aditivo. Na verdade o Know-How e a “inteligência” da Construtora estão majoritariamente em sua ADMINISTRAÇÃO CENTRAL, incluindo as atividades de engenharia de suprimentos, orçamento e planejamento de obras, engenharia de segurança do trabalho, compatibilização de projetos de arquitetura e engenharia, responsabilidade técnica por obras, etc.

A ADMINISTRAÇÃO LOCAL da obra tem funções ligadas à produção no seu sentido mais restrito e delegação de algumas competências por parte da direção da Construtora. Finalizando informamos que o principal Responsável Técnico da Construtora JRN Ltda, pela obra de construção do CAD 3, é seu diretor Engº [...], remunerado através do LDI. (ART segue em anexo) [o referido documento foi apresentado à equipe de auditoria].

No que se refere às atividades do engenheiro eletricista nos quadros da Contécnica Consultoria Técnica Ltda, contrato 018/2012, desde o inicio da montagem do canteiro da obra do CAD 3 contratada com a empresa Construtora JRN Ltda, esclarecemos que:

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A estratégia de execução que a UFMG elaborou para construção da obra do CAD 3 consta basicamente de três pilares. 1) - Garantir através da elaboração de uma minuciosa planilha orçamentária e uma correta coleta de preços de insumos no mercado, as condições financeiras necessárias para que a empreiteira, que viesse a ganhar a licitação para execução da obra, tivesse como ofertar materiais e serviços conforme especificações constantes do Edital. 2) – Garantir a qualidade dos projetos executivos da obra. 3) – Garantir a qualidade dos processos executivos da obra observando rigorosamente as “NORMAS REGULADORAS” para segurança e saúde dos trabalhadores, observados os aspectos de preservação ambiental, conforme recomendações contidas no Manual de Fiscalização de Obras Públicas do TCU e do Manual de Obras Públicas-Edificações do Ministério do Planejamento, disponível no site do ComprasNet. Essa estratégia consta do projeto básico da Concorrência 01/2011, especialmente de seu item “9-Dos projetos, memorial descritivo e planilha de serviços e quantitativos”, do anexo IV.C-Caderno de Encargos/Memorial Descritivo dos Projetos Complementares e do anexo IV.D-Especificações Técnicas de Materiais de Instalações. No anexo IV.C, definimos como objeto do contrato da empreiteira a elaboração de projetos executivos de estrutura metálica (item 01.05.03, da planilha da JRN), hidráulico sanitário incluindo recirculação de água de reuso (item 01.05.04), ar condicionado (item 01.05.05), cabeamento estruturado, circuito fechado de TV, sonorização e multimeios (item 01.05.06) e de prevenção e combate a incêndio (item 01.05.07). A empreiteira contratou empresas especializadas para elaboração dos projetos a serem recebidos pela UFMG e sua consultoria de apoio à fiscalização, Contécnica Consultoria Técnica Ltda. Para isso consta do objeto do contrato 018/2012, em sua clausula primeira, parágrafo quinto, item I, “alínea a” e “alínea h”:

‘a – Inteirar-se da concepção global do Projeto de Engenharia desenvolvido para implantação da obra em questão, do que está estabelecido no Edital, Projeto Básico, Memorial Descritivo, Cadernos de encargos etc. de contratação da obra do CAD 3, bem como, das condições especiais de execução estipuladas para execução do Empreendimento de modo a apoiar a Contratante para exercer com segurança as atividades de supervisão e fiscalização da execução das obras e demais atividades de supervisão e fiscalização da execução das mãos de obras e demais atividades abrangidas no escopo da contratação’ ‘h – Compatibilização de projetos: verificar as atividades relativas a execução recebimento e compatibilização dos projetos executivos a cargo da empreiteira contratada para execução da obra”. Com isso responsabilizamos a empreiteira e a consultoria de apoio à fiscalização da UFMG pelo conjunto de projetos executivos da obra.’

Para garantir a observância das especificações de materiais o item “9-Dos projetos, memorial descritivo e planilha de serviços e quantitativos” define:

“9.4.- O memorial Descritivo (Anexo IV.B), as especificações técnicas (Anexos IV.D e IV.F), definem o padrão de acabamento e qualidade da edificação e a aplicação dos diversos materiais a ser empregados. A condição de similaridade de materiais permitida pela lei, não deve ser objeto de diminuição do padrão de acabamento da obra, ficando entendido que a planilha de serviços e quantitativos da UFMG (Orçamento) já contempla no preço da obra a aplicação da linha de materiais especificada nos projetos e demais anexos.

9.4.1.- Quando for de interesse da Contratada a apresentação de materiais e/ou serviços

equivalentes ou similares aos já especificados pela UFMG, deverá comunicar à

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Fiscalização com antecedência mínima de 90 (noventa) dias a sua intenção. Neste caso submeterá às suas custas os materiais similares ou equivalentes ofertados, aos ensaios necessários e/ou previstos no Anexo IV.C a IV.F (cadernos de encargos/cadernos de especificações técnicas).

9.4.2. Caberá à Fiscalização a análise dos ensaios realizados nos materiais propostos pela CONTRATADA e a aceitação ou não dos mesmos, de modo a garantir a qualidade da edificação.

9.4.3. Quando para a apresentação de materiais similares ou equivalentes aos já especificados pela UFMG, não existirem ensaios previstos nas normas técnicas da ABNT ou similares internacionais, a Contratada deverá demonstrar que tais materiais atendem às necessidades de funcionalidade, resistência, durabilidade, acabamento, capacidade e medidas, tudo em conformidade ao pressuposto nos projetos. Além disso a Contratada deverá demonstrar que os preços são equivalentes aos dos materiais especificados pela Universidade”.

Como podemos observar do exposto acima, tanto à atividade de execução dos projetos executivos, a cargo da empreiteira, bem como da eventual substituição de especificação de materiais constantes dos projetos e cadernos específicos são iniciados com a obra ou logo após a conclusão dos projetos. Para confirmação do acima indicado (para o contrato de nº 18/2012), aqui indicamos o constante no contrato com a Empreiteira de nº 019/2012, no ANEXO IV.C – CADERNO DE ENCARGOS/MEMORIAL DESCRITIVO DOS PROJETOS COMPLEMENTARES – CAD 3 (parte integrante do contrato nº 019/2012), em seu item 3 (instalações Elétricas, Cabeamento Estruturado, Sistema de CFTV, Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas), sub – itens 3.6 (Características Gerais do Sistema de Cabeamento Estruturado), 3.7 (Sistema de CFTV – Circuito Fechado de Imagem de Segurança) e em seu item 4 (instalações Multimeios – Sistemas de Áudio e Vídeo dos Auditórios), que para estes itens /sub-ítens, os mesmos especificam:

‘Os projetos para as instalações de Redes Estruturadas (sub-ítem 3.6.1), Sistema de CFTV (sub-ítem 3.7) e Instalação de Multimeios (item 4), partes integrantes deste Processo de compras, são básicos, devendo a CONTRATADA, no prazo máximo de 90 (noventa) dias após a assinatura do contrato, apresentar projeto executivo, elaborado por Empresa especializada, devidamente registrada no CREA / MG, com fornecimento de Anotação de Responsabilidade Técnica específica (ART). A CONTRATANTE, durante a elaboração do projeto executivo, pela CONTRATADA, acompanhará seu desenvolvimento, no que se refere aos parâmetros e diretrizes técnicas que estarão sendo adotados, para agilização de sua efetiva análise e aprovação final, quando da entrega dos mesmos.’

Pelo exposto verifica-se que uma das atribuições iniciais da Gerenciadora (contrato nº 18/2012), no que se refere a instalações para o complexo do CAD 3, prioritariamente direciona-se ao acompanhamento por profissional qualificado (Engenheiro Eletricista), do desenvolvimento dos projetos executivos conforme constante em itens específicos do ANEXO IV.C, com recebimento dos mesmos respaldando as alterações técnicas solicitadas, em caderno, para entrega final à Contratante (UFMG), para posterior liberação para execução pela Empreiteira. Também se torna necessário juntamente com o recebimento efetivo destes projetos a sua devida compatibilização com demais projetos de instalações, tais como para ar condicionado, hidro-sanitários e prevenção e combate a incêndio. Segue anexo [o referido documento foi apresentado à equipe de auditoria] relatório de atividades do engenheiro eletricista elaborado pela Contécnica, desenvolvidas na obra do CAD3.”

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Por meio do Ofício nº 122/2013 – SIM – UFMG, de 23/05/2013, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201308119/09, de 13/05/2013, o Superintendente de Infraestrutura e Manutenção informou o seguinte em relação à equipe de apoio:

“Com relação à superestimativa da equipe de apoio, cabe ressaltar que nossa análise restou prejudicada por desconhecermos a realidade da contratação e da execução do parâmetro utilizado, qual seja, apoio à fiscalização da obra do Mineirão. Para que pudéssemos fazer qualquer juízo a respeito seria necessário conhecer a totalidade da planilha de serviços, objeto e regras contratuais, tanto do apoio à fiscalização quanto da execução da obra. Além do relatado acima, não temos conhecimento sequer se houve realmente um contrato que abrangesse toda execução e um contrato que encampasse todo o serviço de apoio à fiscalização para a totalidade da obra de reforma do estádio. Podemos, somente, esclarecer os elementos técnicos orçamentários que justifiquem a previsão, por parte desta Universidade, da equipe de apoio composta pelos profissionais listados na planilha, o que faremos a seguir. Para nos orientarmos quanto ao delineamento de nossa planilha de orçamentos na definição das equipes e demais elementos necessárias à execução dos serviços de apoio à fiscalização foi feita uma consulta preliminar ao mercado para aferir como este se comportava quando se tratava de contratação de apoio à fiscalização de obras. Definimos, a priori e precariamente, apenas uma equipe técnica para cobrir todos os trabalhos envolvidos no processo de fiscalização. (cópia da solicitação em anexo) [o referido documento foi apresentado à equipe de auditoria]. Como essa seria a primeira vez que a UFMG contrataria uma empresa de apoio à fiscalização, indicamos ainda que a equipe sugerida poderia ser alterada conforme a experiência da própria empresa contatada. Quando da análise à resposta das empresas convidadas a apresentar proposta para execução do serviço de apoio à fiscalização da obra do CAD3 pudemos identificar, de forma clara, a presença de uma equipe de apoio compatível à prevista no orçamento elaborado pela UFMG (propostas anexas) [o referido documento foi apresentado à equipe de auditoria]. Tendo em vista o grande volume de trabalho que não se encaixam nas atribuições dos profissionais diretamente ligados à técnica da Fiscalização e exigidos da empresa de apoio, tornou-se clara a necessidade de contratação desses profissionais para fazer frente a essa responsabilidade. Podemos, ainda, listar as atividades de responsabilidade desses profissionais:

Gerente Administrativo: - Verificar toda a documentação jurídico-fiscal da empresa

fiscalizada junto aos órgãos municipais, estaduais e federais; - Verificar toda a documentação técnica da empresa fiscalizada; - Verificar toda a documentação jurídico-fiscal e técnica das

empresas sobcontratadas, no que couber; - Verificar a execução da distribuição de vale transporte a todos

os funcionários da empresa fiscalizada; - Verificar a execução da distribuição de cesta básica a todos os

funcionários da empresa fiscalizada;

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- Executar a verificação do recolhimento de FGTS e INSS dos funcionários da empresa fiscalizada;

- Acompanhar a folha de pontos e atestados de saúde (admissional e demissional) dos funcionários da empresa fiscalizada;

- Proceder a todo trabalho administrativo da própria fiscalizadora; - Elaborar as medições da própria fiscalizadora.

Auxiliar Administrativo:

- Auxiliar o Gerente Administrativo na coleta de dados da empresa fiscalizada;

- Fazer a cópia de toda a documentação. Secretária:

- Elaborar a ata de todas as reuniões entre UFMG, fiscalizadora e empresa fiscalizada;

- Secretariar a empresa fiscalizadora. Auxiliar de Serviços Gerais:

A nomenclatura desse cargo seguiu aquela utilizada em canteiros de obras, trata da pessoa responsável pela limpeza do escritório e da elaboração de café conforme previsto na convenção coletiva da categoria de funcionários da Indústria da Construção Civil. Utilizando ainda de fundamentação para justificar a existência deste profissional adotamos o manual de Obras Públicas-Edificações da Secretaria de Estado da Administração e Patrimônio Ligada à Secretaria de Logistica e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão onde é preceituado no capítulo “Prática Geral de Construção” no subitem 3.4.3 e abaixo transcrito:

‘3.4.3 A Contratada manterá organizadas, limpas e em bom estado de higiene as instalações do canteiro de serviço, especialmente as vias de circulação, passagens e escadarias, refeitórios e alojamentos, coletando e removendo regularmente as sobras de materiais, entulhos e detritos em geral.’

Por meio do Ofício nº 122/2013 – SIM – UFMG, de 23/05/2013, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201308119/09, de 13/05/2013, o Superintendente de Infraestrutura e Manutenção informou o seguinte em relação ao técnico de segurança do trabalho:

“O Departamento de Obras não dispõe, em seu quadro permanente, de técnicos e engenheiros de segurança do trabalho. O SESMT/FUNDEP organizado para a execução das obras laboratoriais contratadas com a FUNDEP responde apenas pelo seu quadro de operários e a filosofia que levou sua organização é fruto da experiência coletiva da UFMG/FUNDEP, através de seus vários órgãos competentes, que se sucederam ao longo dos últimos seis anos. Os bons resultados obtidos nos levaram a reproduzir nos novos empreendimentos, agora licitados, essa experiência exitosa que inevitavelmente resulta na redução do número de acidentes e por consequência na preservação da saúde e na integridade dos trabalhadores envolvidos. É importante observar

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ainda que esse empreendimento ocorre em três locais distintos o que agrava o risco potencial à comunidade da UFMG que circula no entorno do empreendimento nesse trecho do CAMPUS. A CGU [...] considera desnecessária a existência de um técnico de segurança do trabalho no quadro da Contécnica Consultoria Técnica Ltda, objeto do contrato 018/2012. Sobre essa opinião temos as seguintes considerações a fazer: Sobre o Contrato nº 18/2012, está claro em sua Cláusula Primeira que “O OBJETO DO CONTRATO É A CONTRATAÇÃO DE EMPRESA DE ENGENHARIA PARA OS SERVIÇOS DE APOIO À FISCALIZAÇÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DE CONSTRUÇÃO DO CENTRO DE ATIVIDADES DIDÁTCAS DAS CIÊNCIAS EXATAS – CAD – 3, COM ÁREA APROXIMADA DE 10.874,24 m2”. A seguir e referente ao contrato 018/2012, em seu Parágrafo Quinto - CONSTITUEM OBRIGAÇÕES ESPECÍFICAS DA CONTRATADA, relativamente à segurança do trabalho:

I – “Apoiar a Contratante na supervisão da execução da obra em todas as suas fases exigindo da empresa contratada e de sua(s) eventual(ais) empreiteira(s) o fiel cumprimento das Normas Técnicas Brasileiras (ABNT), Normas Reguladoras do Ministério do Trabalho, das Especificações Técnicas da Contratante, Códigos e Regulamentos pertinentes ao objeto do Contrato. Para tanto, deverá ter as seguintes atribuições e postura:” grifo nosso.

Alínea c – Segurança do trabalho: controlar, segundo as normas brasileiras, as principais atividades da obra e seu entorno;

Alínea d – Exercer as atividades que envolvem o controle do treinamento recebido

pelo conjunto dos trabalhadores da obra do CAD 3, bem como, a sistemática de acompanhamento periódico das discussões envolvendo acidentes do trabalho, sua prevenção e planejamento da execução das atividades que envolvem maior risco;

Alínea e – Desempenhar as atividades relativas ao acompanhamento diário da

segurança dos trabalhadores, envolvendo dentre outras atividades, a execução de cimbramentos e escoramentos, montagem e desmontagem de andaimes, plataformas de segurança, telas de proteção, uso correto dos EPIs etc., tudo conforme as normas brasileiras vigentes.

Alínea j – Ter permanente preocupação com o meio ambiente e fomentar na contratada

a consciência ecológica e ambiental, de acordo com a legislação, normas e regulamentos vigentes, tendo como objetivo, a preservação e a regeneração do meio ambiente.

III – “Contribuir para que a Contratante tenha uma atuação integrada com a construtora

contratada, abrangendo todas as atividades relacionadas ao escopo pretendido, mediante as seguintes atribuições:”

Alínea b – Aprovar a organização do Canteiro de Obra, bem como as normas e

procedimentos operacionais que disciplinarão os trabalhos assegurando a minimização de transtornos para as áreas em operação;

Alínea h – Atuar junto à Empreiteira Contratada de modo a manter o Canteiro de

Obras permanentemente limpo e que os resíduos de obra e lixo sejam destinados aos locais previamente aprovados pelos Órgãos Ambientais,

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bem como o fiel cumprimento das determinações legais e trabalhistas sobre as Normas de Segurança e Medicina do Trabalho e a utilização de dispositivos de proteção do pessoal (EPI’s) e dos equipamentos;

As citações contratuais acima referidas definem inequivocamente a visão que a UFMG consolidou ao longo da implantação do seu campus da Pampulha. Nesse sentido a presença do Técnico de Segurança do Trabalho nos quadros da Contécnica Consultoria Técnica Ltda, torna-se necessário para a fiscalização da segurança dos trabalhadores da Construtora JRN Ltda e não só de seu próprio efetivo. A razão para assim pensarmos é que existem visões contraditórias e muitas vezes conflitantes entre o ritmo da execução da obra, função da existência de cronogramas físico-financeiros, e a necessidade de se garantir a segurança dos trabalhadores. O Manual de Obras Públicas-Edificações disponível no site do Comprasnet – No capitulo Pratica Geral de Construção, em seu item 3.4.9 e no Anexo 3-Fiscalização, em seu item 3.1, confirma o entendimento que a UFMG tem sobre a pratica da segurança do trabalho e prescreve:

“O Contratante realizará inspeções periódicas no canteiro de serviço, a fim de verificar o cumprimento das medidas de segurança adotadas nos trabalhos, o estado de conservação dos equipamentos de proteção individual e dos dispositivos de proteção de máquinas e ferramentas que ofereçam riscos aos trabalhadores, bem como a observância das demais condições estabelecidas pelas normas de segurança e saúde no trabalho”.

“O Contratante manterá desde o início dos serviços e obras até o seu recebimento definitivo, a seu critério exclusivo, uma equipe de Fiscalização constituída por profissionais habilitados que considerar necessários ao acompanhamento e controle dos trabalhos”.

Defendemos que essas inspeções periódicas, para serem efetivas, precisam ser diárias, mais do que isso, permanentes, porque de uma maneira geral as atividades executivas mais perigosas na construção civil se sucedem de forma rápida exigindo providencias muitas vezes imediatas para se evitar acidentes. Estabelece-se assim uma dicotomia de interesses entre patrões e empregados. Atualmente as principais campanhas movidas pelos sindicatos dos trabalhadores da construção civil, obviamente além da questão salarial, priorizam a segurança no trabalho, conforme previsão em convenção coletiva do trabalho, no caso de Belo Horizonte/MG. Atividades que envolvem, por exemplo, a montagem de formas para a execução de concreto armado exige trabalho em altura, elevação de materiais acima do nível do solo, muitas vezes dependendo estritamente da força humana, em condições de proximidade com o perímetro da área construída. Nesses casos a montagem de andaimes, de guarda corpos, de cabos guia e uso adequado dos equipamentos de proteção individual-EPI e coletiva, demandam atenção permanente não só dos trabalhadores, que deverão ter recebido treinamento adequado para realização desses trabalhos, bem como dos técnicos de segurança do trabalho e engenheiros de segurança. Os setores mais modernos da economia brasileira tem tido em seus investimentos envolvendo obras de construção civil uma atitude diferente das

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que conhecemos no passado recente. Contratantes têm obrigado seus empreiteiros, através de auditorias e fiscalizações especializadas em segurança no trabalho a caminharem na direção do “acidente zero” ou do “risco mínimo”. De uma postura resistente e contemplativa os construtores têm sido obrigados a assumirem uma postura proativa, preventiva com objetivo de minimizar a ocorrência de acidentes do trabalho/doenças ocupacionais. A título de ilustração da política que o SESMT/FUNDEP vem adotando nas obras a seu cargo na UFMG, com a orientação de seu Departamento de Obras, apresentaremos abaixo informações e gráficos relativos às atividades de prevenção aos acidentes de trabalho: (Fonte SESMT/FUNDEP)

‘O índice relativo de acidentes mede a porcentagem de funcionários da contrução civil da FUNDEP que sofreram acidentes de trabalho. No gráfico temos uma série histórica de 2008 a 2013. Nele podemos ver uma redução drástrica deste percentual, que em 2008 era de 15 % e em 2013 (até o mês de abril) é de 0,61%, ou seja, uma redução de 24,59 vezes.

O decréscimo deste índice relativo se deve a implantação, fiscalização e cumprimento da legislação e de medidas de segurança adotadas pelo SESMT, listadas abaixo: I - atuação constante dos Técnicos de Segurança do Trabalho (TST), quanto ao cumprimento das normas de segurança e o uso dos EPI’s durante a realização das tarefas; II - implantação de 02 treinamentos introdutórios, um com o TST no 1° dia de trabalho do novo funcionário e outro no SESMT: 2008- 97 colaboradores treinados, totalizando 582 horas de treinamento; 2009 -208 colaboradores treinados, totalizando 1.248 horas de treinamento; 2010- 344 colaboradores treinados, totalizando 2.064 horas de treinamento; 2011- 507 colaboradores treinados, totalizando 3.042 horas de treinamento; 2012- 284 colaboradores treinados, totalizando 1.704 horas de treinamento; 2013- 192 colaboradores treinados, totalizando 1.536 horas de treinamento.

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III - efetiva participação de Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança e Médico do Trabalho nos DDS e inspeções diárias nos canteiros de obra:

IV - elaboração da APR – Analise Preliminar de Risco - paras as atividades de risco elevado, sendo este documento atrelado ainda à PT – Permissão para Trabalho, que é dada apenas para funcionários que foram trinados para executar aquela tarefa: 2008 foram realizadas 32 APR´s; 2009 foram realizadas 43 APR´s; 2010 foram realizadas 49 APR´s; 2011 foram realizadas 41 APR´s; 2012 foram realizadas 37 APR´s; 2013 foram realizadas 12 APR´s. V – implantação da RIS–Relatório de Inspeção de Segurança no fim de 2010, com indicação de responsável e de prazos para sanar as irregularidades ali apresentadas: 2010 foram realizadas 19 RIS; 2011 foram realizadas 93 RIS; 2012 foram realizadas 115 RIS; 2013 foram realizadas 52 RIS. VI - implantação das CIPA’s, cujos membros integrantes são treinados para o auxilio das atitudes prevencionistas nos canteiros de obras: 02 CIPA´s na obra da FACE; 02 CIPA´s na obra da Escola de Engenharia; 01 CIPA na obra do CAD 1; 01 CIPA na obra do CAD 2; 02 CIPA´s na obra do CTE; 01 CIPA da obra da Química e ICEX; VII - realização das SIPAT´s – Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho - contendo palestras educativas e preventivas sobre acidentes de trabalho: 02 SIPAT´s na obra da FACE; 02 SIPAT´s na obra da Escola de Engenharia; 01 SIPAT na obra do CAD 1; 01 SIPAT na obra do CAD 2; 02 SIPAT´s na obra do CTE;’

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A conclusão da analise, do conjunto das medidas preventivas apontadas acima, pelo SESMT/FUNDEP, significou uma redução expressiva no numero de acidentes de trabalho em suas obras na UFMG.”

Após o recebimento do Relatório Preliminar, o Superintendente de Infraestrutura e Manutenção, manifestou-se, por meio dos Ofícios nº 184/2013 – SIM-UFMG, de 24/06/2013, e nº 222/2013 – SIM-UFMG, de 10/07/2013, no sentido de que já estava adotando providências para cumprir as recomendações propostas. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em relação à mão de obra de nível superior e técnico A comparação da quantidade de mão de obra (nível superior e técnico) entre a execução e à sua fiscalização foi realizada apenas em termos quantitativos para os custos diretos, pois, em relação a estes, a base de cálculo (valor total do objeto contratado) não irá influenciar e a quantidade de mão de obra pode ser mensurada. A equipe de auditoria, bem como a Entidade, não têm como avaliar a quantidade de mão de obra empregada na administração central, pois, se isto fosse possível, esta deveria constar na planilha como custos diretos. Com relação ao item “administração central” de 5%, utilizado pela empresa fiscalizadora, a equipe de auditoria não o considerou superdimensionado, tanto que não fez referência a este item no fato apontado. Ademais, as bases de cálculo são diferentes, e assim sendo não é correta a comparação em termos de valores apresentada pela Entidade. A “administração central” é custo indireto, não sendo objeto de medição específica, pois faz parte do LDI. Em relação à justificativa apresentada pela Entidade, indicando a recusa de termo aditivo solicitado pela construtora, em relação ao item administração local, pois aqueles profissionais já estavam incluídos no item “administração central”, cabem os seguintes esclarecimentos: o TCU, em prol do princípio da transparência, empreendeu diversas determinações aos órgãos da Administração Pública determinando que fosse incluído tudo aquilo que fosse possível de quantificação direta na planilha orçamentária. O prazo previsto inicialmente para execução da obra e, por consequência, da fiscalização foi de 20 meses e os profissionais de nível superior informados nas duas planilhas (obra e fiscalização) foram medidos mensalmente para todo o período, com exceção do consultor e do arquiteto. Na justificativa em relação à equipe de apoio, menciona-se que foram disponibilizadas propostas que serviram de base para elaboração da planilha orçamentária utilizada na licitação. Nestas propostas, constam dois orçamentos onde é apresentada a participação deste profissional para apenas 12 meses da obra. Diante do exposto, a equipe considera a “administração local” como custo direto que deve ser medido e fiscalizado quantitativamente em relação à efetiva mão de obra disponibilizada para prestação dos serviços. Logo, comparando a planilha da obra com a da fiscalização, verificou-se que houve um superdimensionamento na quantidade de mão de obra de nível superior (engenheiros, consultor técnico e arquiteto) para apoio à fiscalização da obra do CAD 3. Em relação à equipe de apoio

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O Contrato de Fiscalização nº 018/2012, utilizado pela equipe de auditoria na comparação, teve como valor inicial R$ 10.850.000,00 e como objeto a contratação de serviços técnicos especializados de apoio ao Estado de Minas Gerais nas atividades de fiscalização da execução das obras de reforma e modernização do Estádio Governador Magalhães Pinto – “Mineirão”. O objeto do contrato compreendeu ainda as seguintes ações da empresa fiscalizadora:

“a) implantação de um Escritório de Gerenciamento de Projetos capaz de gerir e monitorar o progresso da obra, nas disciplinas de gestão de projetos que forem aplicáveis, e por meio de práticas e ferramentas customizadas às necessidades do Estado de Minas Gerais na sua posição de Poder Concedente das obras de modernização do Mineirão; b) controle do impacto das mudanças de especificações e processos construtivos nos prazos previstos para as obras; c) redução de conflitos e desconformidades por meio da fiscalização e da atuação contínua na execução do empreendimento; d) garantia da compatibilidade entre os diversos projetos componentes do empreendimento; e) redução de atrasos e desvios por meio da fiscalização contínua da qualidade; f) supervisão e verificação do planejamento das atividades do projeto; g) integração entre os envolvidos no empreendimento, por meio da gestão efetiva da comunicação e da documentação; h) informação atualizada, organizada e disponível (transparência), além de comunicação independente para rápida tomada de decisão; i) identificação antecipada e mitigação de riscos; j) controle integrado sobre o progresso dos serviços; k) verificação e apresentação de parecer sobre a qualidade da obra, abrangendo a verificação do atendimento às especificações de projeto, avaliando a totalidade da execução dos serviços realizados na OBRA; l) acompanhamento e cobrança, junto à responsável pela execução das obras, da implantação das medidas mitigadoras e de proteção ambiental previstas no âmbito do Licenciamento Ambiental; m) acompanhamento e verificação das condições de segurança de trabalho durante as obras, sugerindo melhorias, quando for o caso; n) verificação do preenchimento dos Requisitos da FIFA pela SPE.”

Em que pese a justificativa apresentada pela Entidade, referente ao desconhecimento sobre a abrangência do contrato de apoio à fiscalização envolver a totalidade da obra, a equipe de auditoria considera esta informação desnecessária em função da atividade desempenhada pela equipe de apoio. O fato de o valor do contrato de fiscalização do “Mineirão” superar em aproximadamente quatro vezes o contrato de fiscalização do CAD 3 já é um fator mais do que conservador para que ele seja utilizado na comparação. A Entidade afirma que não possuía experiência na elaboração de orçamento para este objeto e que, por conseguinte, se baseou em orçamentos fornecidos pelas empresas em uma consulta preliminar ao mercado. Esta ação poderia ocasionar uma superestimativa, pelas empresas, de quantidades de itens necessários prevendo uma possível contratação futura. Salienta-se que o preço base da licitação deve seguir a mediana do Sinapi (observando a LDO correspondente), subsidiariamente e sucessivamente, o Sicro ou outros sistemas aprovados pela Administração, e, por último, a cotação de mercado,

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tendo como parâmetro o mínimo de três cotações, em observância ao Acórdão TCU nº 3.272/2001 – Plenário. Outro fato a ser observado é a inexistência desta equipe de apoio no item “administração local” da obra do CAD 3, mesmo possuindo um corpo técnico maior do que o da fiscalização. Salienta-se que a construtora solicitou, em 29/11/2012, tal inclusão por meio de um termo aditivo e este foi negado pelo fiscal do contrato, em 18/01/2013, após a negativa do setor de orçamento, que se baseou no argumento de que tais profissionais já estavam contempladas no item “administração central” do LDI. Ressalta-se que não constam em contrato nem em edital as atividades da equipe de apoio, no entanto estas foram apresentadas pela Entidade em sua justificativa. A equipe de auditoria considera, após a análise da justificativa, que as funções de gerente administrativo, auxiliar administrativo e secretária poderiam ser agrupadas em apenas um cargo de denominação a ser definida pela Entidade, minimizando o ônus para a Administração. Ademais, conforme entendimento da própria Entidade, quando negou o termo aditivo em relação à obra do CAD 3, esta mão de obra já estaria contemplada no item “administração central” do LDI. Assim, verificou-se que o supedimensionamento do quantitativo de mão de obra da equipe de apoio gerou um superfaturamento potencial na planilha contratada de R$159.574,88 referentes ao auxiliar administrativo e à secretária, considerando os 20 meses de contratação. Em relação ao técnico de segurança do trabalho Em que pese a justificativa da Entidade, foram contratados, pela construtora responsável pela execução da obra, 02 técnicos de segurança do trabalho em atendimento às Normas Regulamentadoras – NR do Ministério do Trabalho e Emprego. Ademais, é a Delegacia Regional do Trabalho - DRT, nos limites de sua jurisdição, o órgão regional competente para executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho e, ainda, a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. Salienta-se que, na justificativa da Entidade em relação à equipe de apoio, menciona-se que foram disponibilizadas propostas que serviram de base para elaboração da planilha orçamentária utilizada na licitação e consta um orçamento onde a participação deste técnico não é apresentada. Diante do exposto, verificou-se que a contratação de um técnico em segurança do trabalho para compor a equipe de apoio à fiscalização, em tempo integral na obra, mostrou-se desnecessária, pois onera o contrato, contrariando o princípio da economicidade e eficiência. A fim de dar maiores subsídios ao superdimensionamento constatado pela equipe de auditoria, foi realizada consulta a contratos de fiscalização, firmados nos anos de 2012 e 2013, por outras entidades envolvendo obras correspondentes, porém com áreas superiores à do CAD3. Verificou-se que o contrato celebrado pela UFMG teve valor superior, quando comparado aos demais, levando em consideração a área que seria fiscalizada, conforme apresentado a seguir:

Quadro 07 - Comparação entre contratos de fiscalização celebrados por outras entidades

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Obra Área (m²) Valor da

Obra (R$)

Prazo de execução (meses)

Valor do Contrato de Fiscalização

(R$) CAD 3 – UFMG 10.874,24 37.442.493,71 20 2.727.000,00 Edifício Acadêmico – Campus Guarulhos – UNIFESP

20.767,82 51.310.138,62 18 2.595.840,00

Implantação do Campus São Bernardo do Campo – UFABC

38.258,44 75.000.000,00 ¹

18 4.136.043,37 ²

Centro de Empreendedorismo – SEBRAE/MG

15.615,00 56.051.395,99 30 1.512.120,60

¹ - Valor aproximado. ² - Valor estimado pela entidade, pois o pregão ainda não ocorreu. Fonte: Comprasnet e papéis de trabalho da OS 201216572 (Sebrae/MG) Diante do exposto pela Entidade, considerando os 20 meses de contrato, verificou-se um superfaturamento potencial de R$650.766,01, existente na planilha contratada, e um superfaturamento efetivo de R$188.901,60, ocasionado pelo pagamento de remuneração aos profissionais apontados durante as seis primeiras medições da obra (competência 10/2012 a 03/2013), conforme demonstrado a seguir:

Quadro 08 – Superdimensionamento da mão de obra durante os 20 meses de contrato*

Superdimensionamento da mão de obra

Superfaturamento potencial verificado

na planilha contratada (R$)

Superfaturamento efetivo ** (R$)

Engenheiro eletricista júnior 349.069,79 83.875,83

Técnico de segurança no trabalho 142.121,34 36.670,56

Auxiliar administrativo 79.787,44 15.954,91

Secretária 79.787,44 17.498,94

TOTAL 650.766,01 154.000,24

*Fonte: planilha vencedora utilizada na contratação (Contrato nº 018/2012 - base abril/2012 – assinada em 06/06/2012).

** Fonte: Planilha da 6ª Medição acumulada, a qual foi elaborada pela empresa fiscalizadora no Relatório nº 05, referente ao período de 21/01/2013 a 20/02/2013.

Salienta-se que, conforme já informado no fato, “Para fins de cálculo do superfaturamento efetivo e potencial identificados na planilha contratada ocasionados por este superdimensionamento, conservadoramente, foi considerada a mesma quantidade de mão de obra de nível superior, retirando o engenheiro com menor salário mensal, qual seja, o engenheiro eletricista júnior.”. Sendo assim, prudencialmente, foi retirado este profissional para efeitos de cálculo do superfaturamento efetivo e potencial.

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Cumpre salientar que os superfaturamentos foram ocasionados pelo superdimensionamento da quantidade de mão de obra e reflete uma divergência técnica de entendimento entre este órgão de controle e a Entidade. Sendo assim, mesmo que no entendimento desta equipe exista superfaturamento, não cabe à empresa o ressarcimento dos valores já efetuados indevidamente, em virtude da comprovação da atuação destes profissionais, desde o início do contrato, por meio de relatórios técnicos e uma visita “in loco” realizada pela equipe de auditoria ao canteiro de obras. Ademais, também não foi apontada responsabilização dos agentes da UFMG pelos pagamentos já realizados, tendo em vista que não foram identificados, na auditoria, má-fé ou dolo em suas condutas, mas, sim, divergências de entendimento técnico em relação ao quantitativo de membros da equipe de fiscalização da obra. Por fim, a UFMG informou que, após a reunião de busca conjunta de soluções, realizada entre este órgão de controle e a Universidade, providenciará o atendimento às recomendações e apresentou documentos que comprovam o envio destas diretrizes aos órgãos da Entidade responsáveis pela implementação das medidas corretivas. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Promover a readequação contratual em favor da Administração e a correspondente suspensão dos pagamentos, no âmbito do Contrato nº 018/2012, especificamente em relação aos itens 01.01.05 - "engenheiro eletricista", 01.02.03 - "técnico em segurança do trabalho", 01.03.02 - "auxiliar administrativo" e 01.03.03 - "secretária" da planilha vencedora da licitação, bem como dos contratos nos quais sejam identificados superfaturamentos ocasionados pelo superdimensionamento do quantitativo de mão de obra, sob pena de responsabilidade solidária dos agentes responsáveis pelos pagamentos indevidos, em observância ao disposto no art. 65, inciso I, "b", da Lei nº 8.666/1993 e aos princípios da economicidade e da eficiência previstos no caput dos artigos 37 e 70 da Constituição Federal de 1988. 1.2.4.2 CONSTATAÇÃO Pagamento de remunerações da mão de obra, no âmbito do Contrato nº 018/2012, em valores inferiores aos destacados na proposta da contratada. Fato No âmbito da OS nº 201308119, que tratou de Auditoria de Acompanhamento Permanente da Gestão de 2012 na área de procedimentos licitatórios na UFMG, verificou-se que, após a comparação entre a planilha vencedora utilizada na contratação (Contrato nº 018/2012 - base abr/2012 – assinada em 06/06/2012) e as consultas ao Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS (consulta - “Trabalhadores – consulta por nome”), foram identificados pagamentos de remunerações da mão de obra pela Contécnica Consultoria Técnica Ltda., CNPJ 24.699.100/0001-16, a seus funcionários em valores inferiores ao contratado e pago pela UFMG à Contécnica, conforme apresentado a seguir:

Quadro 09 - Valor Contratado por mês na execução do Contrato nº 018/2012 x Valor efetivamente pago por mês

Descrição (A) Salário

Mensal Contratado pela

(B) Salário Mensal

Pago pela

(A) – (B)

(R$) Diferença com LDI (34%) e encargos

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UFMG (R$) Contécnica*

(R$)

(80,04%)

(R$)

Engenheiro Supervisor

13.500,00 7.500,00 6.000,00 14.475,22

Engenheiro Civil 9.500,00 7.000,00 2.500,00 6.031,34

Consultor técnico (20 h/mês)

15.800,00 Não houve - -

Arquiteto (não será contratado todos os meses)

7.000,00 Não houve - -

Engenheiro Eletricista Júnior

7.000,00 6.000,00 1.000,00 2.412,54

Técnico em Edificações

2.850,00 2.800,00 50,00 120,63

Técnico em medição

planejamento 2.850,00 2.800,00 50,00 120,63

Técnico em medição

planejamento 2.850,00 2.800,00 50,00 120,63

Técnico em segurança do

trabalho 2.850,00 2.000,00 850,00 2.050,66

Gerente administrativo

2.400,00 1.800,00 600,00 1.447,52

Auxiliar administrativo

1.600,00 954,00 646,00 1.558,50

Secretária 1.600,00 1.600,00 - -

Auxiliar de serviços gerais

650,00 630,00 20,00 48,25

TOTAL 70.450,00 35.884,00 11.766,00 28.385,90

Fonte: Consultas ao Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS (consulta - “Trabalhadores – consulta por nome”).

Salienta-se que a documentação (folha analítica de pagamento por funcionário), apresentada pela empresa nas medições, já comprovava a realização do pagamento a menor da contratada para seus funcionários. No entanto, a fiscalização realizada pelo engenheiro fiscal, CPF ***.872.526-**, aprovou tais medições (até a competência 03/2013 – referente à 6ª medição).

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Desconsiderando o mês em que foram efetuadas as contratações, tendo em vista que os pagamentos foram realizados proporcionalmente aos dias trabalhados, a equipe de auditoria fez a comparação entre o valor efetivamente pago aos funcionários e o valor contratado de apenas 06 meses (outubro de 2012 a março de 2013). Sendo assim, o prejuízo efetivo estimado, isto é, o valor pago incorretamente pela empresa e aceito indevidamente pelo fiscal do contrato da UFMG foi de R$170.315,40. Ressalta-se que o Tribunal de Contas da União considera ilegal tal prática, determinando que tais pagamentos sejam restituídos, pois constituem sobrepreço/superfaturamento e ferem cláusulas contratuais (Acórdãos TCU nºs 1233/2008, 2632/2007, 1535/2008, 2646/2007, 1949/2007, 1570/2009, 2000/2010, 2477/2010 e 3042/2010, todos do Plenário). Ademais, nestes casos o TCU preceitua que deve ser feita a readequação do contrato a favor da Administração sob pena de responsabilidade solidária dos agentes responsáveis pelos pagamentos indevidos. Por oportuno, transcreve-se, a seguir, excerto do Acórdão TCU nº 1233/2008 - Plenário.

“9.2.3. com relação à fiscalização dos contratos de serviços de consultoria, assessoria, supervisão e gerenciamento de obras e atividades conduzidas pela autarquia: [...] 9.2.3.2. verifique a compatibilidade entre os salários efetivamente pagos pelas contratadas aos trabalhadores alocados ao DNIT e aqueles constantes em demonstrativo de formação de preço ou planilha com essa finalidade, vinculados ao instrumento contratual; 9.3. alertar ao Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT que o pagamento de salários em nível inferior ao da proposta oferecida na licitação constitui causa para o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato em favor da Administração, devendo as medidas cabíveis ser adotadas imediatamente à constatação de que os salários efetivamente pagos pelas contratadas aos trabalhadores alocados ao DNIT são inferiores aos consignados nas propostas apresentadas na licitação, sob pena de responsabilidade solidária dos responsáveis pelos pagamentos indevidos;”

Por fim, como o contrato prevê uma vigência de 20 meses, o prejuízo potencial de tal contratação é de aproximadamente R$567.718,00 até o final da avença, desconsiderando as prorrogações muito comuns em obras de engenharia civil. Salienta-se que tal valor representa 20,82% do contratado.

##/Fato##

Causa Falha nos controles internos do Departamento de Obras que gerou a aprovação indevida das medições pelo engenheiro fiscal do contrato e o pagamento pelo ordenador de despesas. Fiscal do contrato: aprovou as medições indevidas, apresentadas pela empresa contratada, contendo salários pagos aos funcionários em valores inferiores aos constantes do contrato.

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Ordenador de Despesas: autorizou o pagamento dos valores relativos às medições indevidas, apresentadas pela empresa contratada, contendo salários pagos aos funcionários em valores inferiores aos constantes do contrato. Superintendente de Infraestrutura e Manutenção: Nomeou o fiscal do contrato e não acompanhou adequadamente seu trabalho. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 116/2013 – SIM – UFMG, de 21/05/2013, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201308119/09, de 13/05/2013, o Superintendente de Infraestrutura e Manutenção apresentou a seguinte justificativa:

“A situação apresentada no item 27 pela Controladoria Geral da União foi verificada anteriormente pela fiscalização a qual tomou a cautela de verificar a legitimidade de a UFMG interferir na relação entre os profissionais contratados e a empresa contratada para a fiscalização da obra do CAD 3. Esta cautela se deve pela necessidade de se buscar a melhor forma e a melhor técnica para a execução e fiscalização das obras desta Universidade, tarefa esta que estamos em pleno aprendizado e evolução. Quando nos deparamos com a situação relatada pelo questionamento apresentado buscamos a orientação mais adequada e atualizada a respeito da matéria. Sendo avaliada como a postura mais adequada ao nosso escopo de contratação e a manifestação mais recente por nós identificada o Acórdão do TCU TC 010.327/2009m, principalmente nos fragmentos que abaixo transcrevo:

“Objeto do recurso 11.1. A principal questão debatida nos recursos diz respeito a saber se os salários informados pelas empresas em suas propostas de preço apresentam ou não caráter vinculante – ou seja, se as empresas estão ou não obrigadas a pagar a seus empregados o exato valor informado nas planilhas de composição de custos unitários que apresentaram na licitação.” “14. Demais itens – o caráter vinculante ou não dos salários informados na licitação 14.1. Os demais itens impugnados referem-se a determinações para a glosa imediata de pagamentos considerados indevidos (e levantamentos, para glosas futuras, de períodos e outros contratos não analisados na auditoria), resultantes da diferença entre os salários informados nas propostas que as recorrentes apresentaram na licitação e aqueles que foram efetivamente pagos a seus empregados, segundo dados do Cadastro Nacional de Informações Sociais-CNIS, obtidos junto ao Ministério da Previdência Social. 14.2. Adianta-se que esse tema está em análise também no TC-014.508/2007-5. Referido processo foi posto em pauta para julgamento na sessão de 11/5/2011, mas o Procurador-Geral do MP/TCU formulou

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pedido de vista, “a fim de melhor examinar importante controvérsia jurídica contida nos autos”, qual seja, saber se “o fato de a empresa contratada remunerar seus empregados segundo valores inferiores aos que constaram de sua proposta oferecida na licitação constitui dano à Administração contratante”. Cópia do parecer do MP/TCU consta da peça 74, p. 26-29. 14.3. O tema é abordado por ambos os recorrentes, cujos argumentos, no conjunto, podem ser assim sintetizados: a) os ajustes em questão têm natureza de contrato de gerenciamento de obra pública, e não de simples fornecimento de mão de obra especializada. Atende à necessidade da Administração de fiscalizar e acompanhar suas obras sem ter que dispor de uma vasta gama de servidores que, em um segundo momento, ficariam ociosos; b) a engenharia consultiva é uma atividade técnica e intelectual complexa, em que a interação de várias especialidades é imperiosa. Nesse ramo, o corpo de profissionais é da empresa contratada, que responde pela qualidade técnica dos serviços prestados. Nos ajustes em exame, contrata-se o serviço de consultoria especializada, e não a alocação de mão de obra ou de profissionais específicos. Contrata-se a empresa, e não simplesmente as pessoas envolvidas; c) o fato de a estrutura de medição dos serviços estar baseada em “homens/mês” não autoriza presumir que os contratos sejam de locação de mão de obra. Trata-se apenas de métrica universalmente utilizada como forma padrão dos serviços de consultoria. Os contratos de fornecimento de mão de obra não oferecem riscos aos contratados, remunerados que são pelo seu custo e um adicional de lucro. Nos contratos de fiscalização, ao contrário, compete ao particular otimizar sua estrutura, para oferecer serviços de qualidade e ao menor custo possível; d) a publicação de todo edital de licitação pública é antecedida da elaboração de um orçamento detalhado do que se pretende contratar, orçamento este que conterá o preço aceitável pela Administração e a composição de seus custos unitários. A importância dessa composição tem a ver com o exame da aceitabilidade dos preços propostos, de forma a coibir tanto os preços abusivos quanto os inexequíveis. A exigência de apresentação do orçamento das licitantes e sua decomposição de preços unitários é também relevante para o exame de eventuais “jogos de planilha”, que resultem em um preço total aceitável, mas que contenha itens unitários desviados da realidade do mercado; e) tal exigência não tem como causa, porém, a futura vinculação dos preços unitários ofertados àqueles que serão efetivamente pagos pelas contratadas a seus fornecedores e prestadores de serviços. Nem o edital nem os termos de contrato criaram essa vinculação. Tanto que se for verificada uma oscilação do preço dos insumos que for considerada usual ou dentro de uma álea ordinária, o contratado seguirá sendo obrigado a prestar os serviços na forma e preços pactuados, sem direito

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a indenizações ou aumentos de valores, salvo pelo reajuste anual a que se refere o art. 40, XI, da Lei de Licitações. Assim, se, por exemplo, o salário de um engenheiro sofre acréscimos por conta do advento do dissídio coletivo, a remuneração paga pela Administração ao contratado permanecerá inalterada até o advento do reajuste anual. Ao contrário dos contratos para fornecimento de mão de obra, os contratos em questão não têm seus reajustes coincidentes nem em época nem em valores com os aumentos verificados nos salários; f) cada empresa possui um sistema próprio de cálculo de seus custos, que varia conforme sua capacidade de se organizar, planejar, estimar seus custos e operar dentro dessas estimativas. Ao responder a um chamamento da Administração, cada empresa precisa ter em mente os custos que incorrerá para fornecer o serviço licitado e após, em uma operação de engenharia reversa, “encaixar” seu próprio custo na estrutura de preços predeterminada pela Administração licitante (o que viabiliza a comparação objetiva das propostas). No entanto, é evidente que em uma contratação complexa como a tratada nestes autos, inúmeras particularidades na composição de custos de cada empresa acabam sendo ignoradas pelo edital; g) com efeito, é virtualmente impossível à Administração Pública espelhar em um edital todos e cada um dos custos incidentes em uma contratação do porte da operada pelo Ministério da Integração Nacional. Da mesma forma, não se conhece edital de licitação que, ao prever a apresentação dos salários previstos, indique campo para todas as contingências decorrentes da contratação de um profissional. Ainda assim, o edital em questão alertou aos licitantes que o valor proposto deveria suportar todas as despesas que incidissem ou viessem a incidir na execução dos serviços, de forma que o licitante não poderá reclamar no futuro que a Administração impediu a cotação de alguma despesa que era inerente à execução do contrato; h) daí se concluir que os contratos em questão envolvem naturais riscos ao contratado, sendo certo que o custo para a contratante e o salário pago pelas contratadas a seus empregados são coisas bastante distintas. Fosse o objeto da contratação reduzido a contratar profissionais a um preço certo e determinado e disponibilizá-los à Administração pelo referido valor, seria o ajuste de mera disponibilização de mão de obra, e não de prestação de serviços. Fosse assim, e houvesse a vinculação exigida pelo Tribunal, a estrutura das propostas das contratadas seriam bem diferentes da apresentada; i) a ideia de vincular contratualmente os salários previstos em proposta e o efetivo pagamento de funcionários deve ser amplamente discutida e estudada, pois as repercussões operacionais são enormes para as empresas. Cita-se o exemplo de uma empresa que mantenha três contratos distintos com o MI, alocando três engenheiros distintos, mas do mesmo nível. A cada reajuste de um dos contratos a empresa teria que reajustar o salário do engenheiro a ele vinculado, mas não poderia reajustar os dos outros dois engenheiros, por estarem vinculados a avenças diversas. No entanto, a legislação trabalhista determina que

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todos os funcionários de mesmo nível e categoria tenham os mesmos salários; j) no caso presente, nem o edital, nem a proposta, nem o contrato vincularam a “tarifa mensal” ao salário efetivamente pago aos empregados alocados ao ajuste. 14.4. Na análise do tema, enfatiza-se que os contratos em exame, de engenharia consultiva, diferenciam-se nitidamente dos contratos para fornecimento de mão de obra. Nestes, a data base de salários adotada na proposta é usualmente considerada como termo inicial de contagem dos reajustes contratuais, assim como a variação dos salários em cada data base é refletida diretamente no reajuste do contrato. Nos ajustes em questão, diferentemente, não há qualquer vínculo do período e do montante de reajuste do contrato com a variação de salários ocorrida na vigência do contrato (de cinco anos, no caso). É o contratado quem deve assumir os riscos de eventuais diferenças entre as variações salariais que ocorrerem em cada período de apuração e o reajuste que lhe será proporcionado pelo índice contratual preestabelecido. 14.5. Ademais, as empresas de consultoria consultiva contam (é natural que contem) com corpo mais estável de empregados, comparativamente às empresas de locação de mão de obra, e de alta especialização. Com isso, é mesmo esperado que prestem serviços a diferentes órgãos, em uma sucessão de contratos ou mesmo em contratos simultâneos, valendo-se de um mesmo corpo técnico (embora não necessariamente dos mesmos técnicos), sujeito, pelas regras do regime celetista, aos princípios da equiparação salarial e da irredutibilidade de vencimentos. 14.6. Assim, procede o argumento de que a vinculação ao salário ofertado em cada um dos múltiplos certames de que uma mesma empresa participa (simultânea ou sucessivamente) traria dificuldades operacionais de grande relevo, pois técnicos distintos, de igual qualificação, trabalhando em contratos diversos, não poderiam receber salários diferenciados (observadas as regras próprias do instituto da equiparação, previstas no art. 461 da CLT). Da mesma forma, se ao término de um contrato com maior salário a empresa, por contingências de mercado, vencesse nova licitação com proposta de salário inferior, não poderia fazê-lo sem o comprometimento de sua própria remuneração, ante o princípio da irredutibilidade de salários. Situação ainda mais complexa se daria quando um mesmo técnico, de alta qualificação mas demandado em tempo apenas parcial, fosse alocado a mais de um contrato simultaneamente, trabalhando parcelas do mês em cada um. 14.7. Essas dificuldades apenas realçam a necessidade de que o tema seja apreciado com o devido detalhamento. E é o que, entende-se, tenha sido feito nos autos do TC-014.508/2007-5, notadamente no parecer do MP/TCU cuja cópia consta deste processo (peça 74, p. 26-29). 14.8. Acata-se o entendimento expresso pelo MP/TCU no referido parecer, cujos principais fundamentos podem ser assim sintetizados (o

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que não dispensa, contudo, a consideração, na íntegra, do citado estudo, pela inter-relação das teses desenvolvidas): a) a composição de custos apresentada na licitação é demonstrativa do preço a ser cobrado da Administração pelos bens e serviços contratados, mas não dos custos que serão incorridos pelo contratado para cumprir o objeto; b) a apresentação da planilha é necessária como meio de viabilizar a comparação objetiva das propostas em disputa, a análise da compatibilidade dos preços ofertados na licitação com os praticados no mercado e o exame de futuros pleitos de reajustes contratuais. Não, porém, para vincular o contratado quanto aos custos unitários, sujeitos a oscilações próprias da dinâmica do mercado; c) o contrato por empreitada é celebrado por preço fixo; a retribuição do contratado se dá mediante o preço avençado, e não por uma margem de lucro. Se, de um lado, o empreiteiro assume os riscos de eventuais variações de preço dos materiais e da mão de obra, de outro tem a garantia de receber remuneração prévia e precisamente definida; d) fixado o preço do contrato, variações normais do custo dos insumos constituem riscos do negócio, a serem suportados pelas partes. Assim como variações que elevem o preço devem ser assumidas pelo contratado, a Administração, por outro lado, não poderá reivindicar ganhos oriundos de reduções havidas dentro da dinâmica normal dos preços. Essas oscilações ordinárias motivam, tão somente, a aplicação de reajustes anuais, segundo índices setoriais ou globais, conforme disponha o edital da licitação e o contrato; e) a proposta formulada na licitação vincula o contratado, mas quanto aos aspectos relacionados à própria contratante, tais como os preços que serão cobrados da Administração, as especificações dos materiais que serão empregados, as características dos serviços que serão prestados, as técnicas empregadas, o ritmo de execução etc. Não quanto ao preço de insumos a serem adquiridos de terceiros. Caso contrário, estar-se-ia ajustando estipulações em favor de terceiros (os fornecedores dos insumos) e de difícil conformação: “se a empresa contratada, ao ser citada, proceder ao pagamento da diferença apurada pelo TCU aos seus funcionários [ou a outros fornecedores, conforme o caso], ainda assim poder-se-ia falar em descumprimento da cláusula contratual e em dano à Administração?”; f) uma vez que tenha obtido o menor preço oferecido na licitação e que este seja compatível com o mercado, a Administração não atende ao interesse público ao expropriar o contratado de vantagens conseguidas como resultado de seu esforço e de seus méritos; g) em resumo, as planilhas de custos servem à avaliação de exequibilidade das propostas oferecidas na licitação, à comparação com os preços de mercado e como parâmetro para aferição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato se este for alcançado por eventos

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imprevisíveis, não representando um compromisso do contratado sobre o quanto ele vai gastar na aquisição dos insumos necessários, incluída aí a mão de obra; h) fosse o caso de o Poder Público firmar contrato que não corresponda a essa regra geral, estabelecendo fórmula específica de retribuição do contratado, isso deveria ser objeto de explícita disposição do edital, e não de mera dedução a partir da composição de custos oferecidas pelo licitante; i) por tudo isso, a referência do sobrepreço deve ser preferencialmente o valor de mercado, e não eventuais diferenças, a menor, entre o valor dos insumos cotados e aqueles efetivamente adquiridos, e que se situem dentro de margens de oscilação naturais do mercado. 14.9. Por essas razões, opina-se pelo provimento do presente recurso, com a consequente exclusão dos subitens 9.1.1.3, 9.1.2, 9.1.3 e subitens, 9.1.4 e 9.1.5 do acórdão recorrido. 14.10. Pondera-se, no entanto, pela conveniência de que o presente feito seja apreciado em consonância com o TC 014.508/2007-5, no sentido de que as decisões adotadas guardem conformidade de entendimentos, eis que relativas a contratos envolvendo o mesmo projeto de integração do Rio São Francisco, versando sobre a mesma tese jurídica.” “CONCLUSÃO 15. Da análise antecedente conclui-se pelo provimento dos recursos quanto: ... b) a não caracterização, como sobrepreço, da diferença entre os salários pagos pelas recorrentes a seus empregados e os valores que constaram de suas propostas no certame, o que resulta na exclusão dos itens 9.1.1.3, 9.1.2, 9.1.3 e subitens, 9.1.4 e 9.1.5.

Como viés de interpretação e de gerenciamento deste contrato adotamos a premissa de que trata-se de um contrato de escopo, com objeto definido e objetivo traçado. Não se refere a um contrato de prestação de serviços por meio de postos de trabalho. Informamos que, preventivamente, já estamos questionando a empresa sobre o fato e não pagaremos além do praticado pelas empresas junto a seus funcionários, de maneira a proporcionar o contraditório e minimizar o aumento do valor que eventualmente venha a ser ressarcido à Administração. Com relação ao valor de R$ 48.738,92 (quarenta e oito mil, setecentos e trinta e oito reais e noventa e dois centavos), pagos irregularmente conforme entendimento da CGU, serão descontados na fatura subsequente à decisão a respeito do contraditório a ser apresentado pela empresa Contratada.”

Após o recebimento do Relatório Preliminar, o Superintendente de Infraestrutura e Manutenção, manifestou-se, por meio dos Ofícios nº 184/2013 – SIM-UFMG, de

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24/06/2013, e nº 222/2013 – SIM-UFMG, de 10/07/2013, em relação às recomendações:

“Recomendação 01: A verificação está sendo feita e passará a fazer parte da rotina desta Universidade para os contratos de mesma natureza. Recomendação 02: Os Termos Aditivos já estão sendo realizados. Recomendação 03: Os valores ressarcidos já estão sendo levantados e serão descontados da próxima fatura, de forma a restabelecer a regularidade de execução.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em que pese a justificativa apresentada pela Entidade, deve ser ressaltado o dever de fiscalizar e acompanhar os contratos, de forma a não dar causa a que a Administração venha a ser responsabilizada solidariamente por encargos previdenciários (Lei 8.666/1993, § 2º, art. 71) ou subsidiariamente por encargos trabalhistas (Súmula 331 do TST) resultantes da execução deste contrato. Neste sentido, a equipe concorda com o gestor que, em respeito ao princípio da supremacia do interesse público e agindo de forma prudencial e conservadora, manifestou-se proativamente sobre o fato de que não pagaria à empresa além dos valores desembolsados por esta para remunerar seus funcionários, de maneira a proporcionar o contraditório e minimizar o aumento do valor que eventualmente venha a ser ressarcido à Administração. A Entidade informou que, após o questionamento desta equipe, buscou orientação mais adequada e atualizada a respeito da matéria, encontrando o Acórdão TCU nº 2215/2012 – Plenário (publicado em 22/08/2012). Entretanto, com relação a este acórdão, cabe como consideração inicial a sua inaplicabilidade automática a todos os contratos de engenharia consultiva, conforme expressamente disposto no voto do Ministro Relator Walton Alencar Rodrigues, a seguir transcrito:

“Tal conclusão não se aplica, entretanto, de forma automática, a todos os contratos de engenharia consultiva. Necessário, em cada contratação, avaliar o método orçamentário, a composição do orçamento estimativo de preços e os critérios de medição e pagamento eleitos pela Administração, entre outros, para concluir pela ocorrência ou inocorrência do vínculo entre os salários declarados e os efetivamente pagos pela consultora.”

Seguindo o acórdão supracitado, a Entidade informou que partiu da premissa de que o contrato em tela trata-se de um contrato de escopo, com objeto definido e objetivo traçado, não se referindo a um contrato de prestação de serviços por meio de postos de trabalho. Salienta-se a extensa jurisprudência contrária ao entendimento do Acórdão TCU nº 2215/2012 – Plenário indicado pela Entidade, na qual o Tribunal de Contas da União considerou ilegal tal prática, determinando que tais pagamentos fossem restituídos, pois constituem sobrepreço/superfaturamento e ferem cláusulas contratuais (Acórdãos TCU nºs 1233/2008, 2632/2007, 1535/2008, 2646/2007, 1949/2007, 1570/2009, 2000/2010, 2477/2010 e 3042/2010, todos do Plenário).

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Observa-se que o contrato em questão, de R$2.727.206,00, refere-se eminentemente a contratação de mão de obra especializada que representa 91,92% (R$2.506.955,82) de todo o contrato. Ainda com relação à afirmativa anterior, vale lembrar que o motivo para desclassificação de todas as outras licitantes durante a Concorrência nº 001/2012 foi justamente o não atendimento ao piso salarial da categoria referente à secretária da equipe de apoio que representava apenas 2,15 % (R$65.615,26) do total da planilha orçamentária da licitação (R$3.047.231,90). Salienta-se que a licitação foi do tipo “técnica e preço” e no julgamento da proposta técnica o item “equipe técnica” teve o peso de 60% (item 8, do edital), reforçando que a contratação referia-se essencialmente a mão de obra especializada. Observa-se ainda que foram exigidos, no edital da Concorrência nº 001/2012, os seguintes itens em relação à mão de obra: Na proposta técnica

• a qualificação de cada um dos membros da equipe técnica, com a apresentação dos respectivos currículos profissionais (item 5, inciso XVII);

• a declaração dos membros autorizando sua inclusão na equipe e comprometendo-se a participar efetivamente dos trabalhos (item 6, inciso I, letra “a”).

Na proposta de preços • todos os custos com a mão-de-obra direta/indireta, equipe técnica multidisciplinar e

demais profissionais necessários, encargos sociais trabalhistas e previdenciários (item 7, inciso I, letra “a”);

• planilha com a composição detalhada do custo da mão de obra (salários, encargos com seus respectivos percentuais, adicionais, se devidos, impostos com seus percentuais etc) (item 7, inciso I, letra “b”);

• na planilha deveria constar o valor do preço-hora de cada tipo de profissional, a quantidade de horas estimadas para cada um e os respectivos valores totais(item 7, inciso I, letra “b”).

No preço • Nos preços propostos pela licitante, deverão estar incluídos ou destacados todos os

custos com a mão-de-obra direta e indireta, equipe técnica multidisciplinar e demais profissionais necessários (item 10).

Outrossim, consta no inciso XIV, do parágrafo sexto, da cláusula segunda, do Contrato nº 018/2012, como obrigações e responsabilidades da empresa contratada cumprir rigorosamente a Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria (ou dissídio, acordo ou termo aditivo) quanto a reajuste de salários, prazos para pagamento de salários e adiantamentos de salários. Diante do exposto, a despeito da existência de um acórdão em sentido contrário à jurisprudência predominante no TCU, a UFMG deve buscar o ressarcimento da diferença identificada entre o valor contratado pela Administração e o valor efetivamente pago a título de remuneração pela empresa Contécnica Consultoria Técnica Ltda., após uma análise criteriosa de toda documentação de pagamento, em observância ao princípio da prudência.

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Por fim, a UFMG informou que, após a reunião de busca conjunta de soluções realizada entre este órgão de controle e a Universidade, providenciará o atendimento às recomendações e apresentou documentos que comprovam o envio destas diretrizes aos órgãos da Entidade responsáveis pela implementação das medidas corretivas. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Realizar a verificação de todos os contratos e documentação de pagamento correspondente que envolvam a prevalência da contratação de mão de obra, em vigor na Entidade, dando ciência à CGU-Regional/MG do resultado de tal verificação, de forma a certificar a não ocorrência de pagamento pelas contratadas de remunerações em valores inferiores ao destacado na proposta vencedora da licitação, em observância ao disposto nos artigos 62 e 63 da Lei nº 4.320/64 e nos artigos 66 e 67 da Lei nº 8.666/93. Recomendação 2: Firmar termo aditivo ao Contrato nº 018/2012 e aos contratos nos quais sejam identificados pagamentos pelas contratadas de remunerações em valores inferiores aos destacados nas propostas vencedoras das licitações, em observância ao disposto no art. 65, inciso I, "b", da Lei nº 8.666/93, sob pena de responsabilidade solidária dos agentes responsáveis pelos pagamentos indevidos, a teor do disposto no art. 8º da Lei nº 8.443/92. Recomendação 3: Efetivar as providências cabíveis, após uma análise criteriosa de toda documentação de pagamento, para obter o ressarcimento da diferença identificada entre o valor contratado pela Administração e o valor efetivamente pago a título de remuneração pela empresa Contécnica Consultoria Técnica Ltda., CNPJ 24.699.100/0001-16, no âmbito da execução do Contrato nº 018/2012. Em caso de insucesso em relação ao ressarcimento por acordo administrativo, adotar providências no âmbito do Contrato nº 018/2012 com vistas à instauração da tomada de contas especial para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano, em observância ao disposto no art. 8º da Lei nº 8.443/92. 2 Programa de Gestão e Manutenção do Ministério da Educação

2.1 Pagamento de Pessoal Ativo da União

2.1.1 ORIGEM DO PROGRAMA/PROJETO

2.1.1.1 INFORMAÇÃO Informação básica da Ação Orçamentária 20TP - Pagamento de Pessoal Ativo da União. Fato A Ação 20TP - Pagamento de Pessoal Ativo da União tem por finalidade garantir o pagamento de espécies remuneratórias devidas aos servidores e empregados ativos civis da União. A implementação se dá de forma direta pela Universidade. Esta Ação se insere no contexto do Programa 2109 - Programa de Gestão e Manutenção do Ministério da Educação.

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Para avaliação da Ação 20TP, foi efetuada amostragem não probabilística, considerando os critérios de materialidade, relevância e criticidade, além de vinculação finalística à missão da UFMG. Os exames realizados foram voltados para a verificação da regularidade dos pagamentos a servidores, aposentados e beneficiários de pensão. ##/Fato##

2.1.2 PROVIMENTOS

2.1.2.1 CONSTATAÇÃO Descumprimento, pela Universidade, dos prazos previstos no art. 7° da IN/TCU n° 55/2007. Fato No exercício de 2012, houve 578 atos de admissão, 255 concessões de aposentadoria e 59 concessões de pensão na unidade examinada. Em consulta aos registros do Sistema de Apreciação e Registro dos Atos de Admissão e Concessão do Tribunal de Contas da União - Sisac/TCU, para uma amostra de 16,5% do total de atos de pessoal da UFMG,- 147 atos analisados, do universo de 892 atos-, observou-se que a Entidade descumpriu os prazos previstos no art. 7º da IN/TCU nº 55/2007 para os atos discriminados nos quadros a seguir.

Quadro 10 – Processos cadastrados no TCU de forma intempestiva ADMISSÃO

Número de Controle Data do ato (1) Registro no

Sisac (2) Dias entre (1)

e (2)

10791701-01-2012-000301-7 19/04/12 03/08/12 106

10791701-01-2012-000235-5 28/03/12 13/08/12 138

10791701-01-2012-000102-2 17/02/12 04/05/12 77

10791701-01-2012-000524-9 24/09/12 13/12/12 80

10791701-01-2013-000217-0 03/05/12 15/04/13 347

10791701-01-2012-000208-8 12/03/12 13/08/12 154

10791701-01-2012-000299-1 05/04/12 01/08/12 118

10791701-01-2012-000519-2 02/10/12 12/12/12 71

10791701-01-2012-000297-5 23/03/12 01/08/12 131

10791701-01-2012-000352-1 01/08/12 03/10/12 63

10791701-01-2012-000371-8 25/07/12 26/10/12 93

10791701-01-2012-000516-8 09/10/12 12/12/12 64

10791701-01-2012-000242-8 01/03/12 19/06/12 110

10791701-01-2013-000078-9 20/12/12 22/02/13 64

10791701-01-2012-000191-0 22/02/12 29/05/12 97

10791701-01-2012-000284-3 05/04/12 18/07/12 104

10791701-01-2012-000512-5 05/10/12 11/12/12 67

10791701-01-2012-000361-0 19/06/12 15/10/12 118

10791701-01-2012-000232-0 26/01/12 13/08/12 200

10791701-01-2012-000026-3 03/01/12 15/04/13 468

10791701-01-2013-000065-7 20/12/12 28/02/13 70

10791701-01-2013-000038-0 17/12/12 19/02/13 64

10791701-01-2012-000531-1 24/09/12 18/12/12 85

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Número de Controle Data do ato (1) Registro no

Sisac (2) Dias entre (1)

e (2)

10791701-01-2012-000169-3 28/03/12 13/08/12 138

10791701-01-2012-000072-7 18/01/12 13/04/12 86

10791701-01-2012-000211-8 05/03/12 10/08/12 158

10791701-01-2013-000057-6 20/12/12 21/02/13 63

10791701-01-2012-000222-3 10/04/12 22/08/12 134

10791701-01-2013-000081-9 21/12/12 28/02/13 69

10791701-01-2013-000058-4 20/12/12 21/02/13 63

10791701-01-2012-000499-4 03/09/12 06/12/12 94

10791701-01-2013-000075-4 26/12/12 28/02/13 64

10791701-01-2012-000495-1 28/08/12 06/12/12 100

10791701-01-2012-000219-3 14/05/12 22/08/12 100

10791701-01-2012-000497-8 13/08/12 06/12/12 115

10791701-01-2013-000110-6 19/12/12 25/02/13 68 Fonte: SisacNet

Quadro 11 – Processos cadastrados no TCU de forma intempestiva

APOSENTADORIA

Número de Controle Data do ato (1) Registro no SISAC (2)

Dias entre (1) e (2)

10791701042013000006 09/11/12 17/01/13 69

10791701042012005238 23/04/12 18/07/12 86

10791701042013000010 12/11/12 não disp. -

10791701042012005505 17/04/12 21/08/12 126

10791701042012004541 16/02/12 23/05/12 97

10791701042012000561 04/06/12 21/08/12 78

10791701042013000036 12/11/12 20/02/13 100

10791701042012004266 21/03/12 não disp. -

10791701042012003820 15/02/12 não disp. -

10791701042012000531 07/05/12 08/08/12 93

10791701042012004258 30/01/12 19/04/12 80

10791701042012005777 02/04/12 11/09/12 162

10791701042012008210 21/09/12 não disp. -

10791701042012004533 12/03/12 22/05/12 71

10791701042012006803 28/06/12 29/10/12 123

10791701042012004479 23/03/12 não disp. -

10791701042012008431 27/08/12 04/12/12 99

10791701042012005491 16/05/12 10/08/12 86

10791701042013000047 12/11/12 21/02/13 101

10791701042012005262 23/04/12 08/08/12 107

10791701042012004096 30/01/12 não disp. -

10791701042012005670 18/05/12 21/08/12 95

Fonte: SisacNet

Ademais, para os 43 casos de aposentadoria relacionados a seguir, houve demora no envio dos processos físicos à CGU-Regional/MG, considerando a data de recebimento

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por este órgão de controle interno. Pela amostra realizada, a UFMG leva, em média, 123 dias para encaminhar o processo físico ao Controle Interno, após o cadastro da ficha no Sisac/TCU. Vale registrar que não é possível proceder à análise dos atos de aposentadoria com base apenas na ficha Sisac, sendo necessária a disponibilização ao Órgão de Controle Interno dos documentos comprobatórios.

Quadro 12 – Envio de processos para o Controle Interno

Número de Controle Data do ato

(1) Registro no

Sisac (2)

Dias entre (1)

e (2)

Data de recebimento do processo físico

na CGU (3)

Dias entre (1) e (3)

10791701042013000006 09/11/12 17/01/13 69 15/04/13 157

10791701042012004606 12/04/12 28/05/12 46 19/10/12 190

10791701042012003715 02/01/12 29/02/12 58 15/10/12 287

10791701042012006447 21/09/12 19/10/12 28 03/12/12 73

10791701042012004070 27/02/12 23/03/12 25 12/11/12 259

10791701042012004169 27/02/12 11/04/12 44 02/10/12 218

10791701042012005920 16/07/12 30/08/12 45 08/11/12 115

10791701042012005823 20/07/12 24/08/12 35 19/12/12 152

10791701042012006811 21/09/12 19/11/12 59 01/02/13 133

10791701042012000000 03/10/12 08/11/12 36 15/04/13 194

10791701042012005238 23/04/12 18/07/12 86 19/12/12 240

10791701042012005971 16/07/12 04/09/12 50 03/12/12 140

10791701042012005505 17/04/12 21/08/12 126 19/12/12 246

10791701042012004541 16/02/12 23/05/12 97 03/10/12 230

10791701042013000036 12/11/12 20/02/13 100 15/04/13 154

10791701042013000914 17/12/12 10/01/13 24 15/04/13 119

10791701042012004827 01/06/12 04/07/12 33 01/11/12 153

10791701042012005572 13/07/12 14/08/12 32 01/11/12 111

10791701042012004266 21/03/12 não disp. - 09/10/12 202

10791701042012003820 15/02/12 não disp. - 25/05/12 100

10791701042012000531 07/05/12 08/08/12 93 01/04/13 329

10791701042012000715 15/10/12 06/11/12 22 15/04/13 182

10791701042012005394 19/06/12 09/08/12 51 19/12/12 183

10791701042012008210 21/09/12 não disp. - 19/02/13 151

10791701042012004533 12/03/12 22/05/12 71 20/07/12 130

10791701042012006803 28/06/12 29/10/12 123 19/12/12 174

10791701042012004479 23/03/12 não disp. - 02/07/12 101

10791701042012004649 10/04/12 31/05/12 51 02/10/12 175

10791701042012003758 07/02/12 05/03/12 27 01/06/12 115

10791701042012000757 29/10/12 22/11/12 24 15/4/13 168

10791701042012004738 23/04/12 21/06/12 59 19/12/12 240

10791701042012005564 28/6/12 13/08/12 46 06/02/13 223

10791701042012004061 06/02/12 27/03/12 50 02/10/12 239

10791701042012008431 27/08/12 04/12/12 99 23/01/13 149

10791701042012005491 16/05/12 10/08/12 86 06/02/13 266

10791701042012004428 23/03/12 26/04/12 34 03/09/12 164

10791701042012003669 20/01/12 29/02/12 40 27/04/12 98

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Número de Controle Data do ato

(1) Registro no

Sisac (2)

Dias entre (1)

e (2)

Data de recebimento do processo físico

na CGU (3)

Dias entre (1) e (3)

10791701042013000047 12/11/12 21/02/13 101 15/04/13 154

10791701042012004290 20/03/12 19/04/12 30 06/02/13 323

10791701042012005262 23/04/12 08/08/12 107 24/09/12 154

10791701042013000022 27/12/12 29/01/13 33 15/04/13 109

10791701042012004096 30/01/12 não disp. - 24/09/12 238

10791701042012005670 18/05/12 21/8/12 95 01/11/12 167 Fonte: SisacNet e protocolo de recebimento de processos da CGU-Regional/MG ##/Fato##

Causa Fragilidades no dimensionamento e na atribuição de tarefas aos servidores da área de recursos humanos para o registro de atos de pessoal no Sisac. Pró-Reitor de Recursos Humanos – não providenciou o cadastro e o envio tempestivo ao órgão de Controle Interno dos atos listados. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio da Solicitação de Auditoria nº 201305969/03, de 05/04/2013, requereu-se à Universidade que justificasse o descumprimento do prazo previsto no art. 7° da IN/TCU n° 55/2007, para encaminhamento à CGU/Regional/MG dos atos de admissão e aposentadoria apontados, bem como a demora no envio dos processos físicos ao referido órgão de Controle Interno para análise. Em resposta, mediante Ofício DAP/UFMG nº 914/2013, de 15/04/2013, a Diretora-Geral do DAP informou, em relação aos atos de admissão:

“Dos 41 atos de admissão que descumpriram o prazo de 60 dias para o envio da ficha Sisac, 25 são referentes aos professores substitutos. A tramitação destes processos é normalmente mais complexa, devido às características dessa contratação, muitas vezes imprevista, em consequência de uma licença médica, acidente, falecimento e outras situações de urgência que dificultam a substituição do professor efetivo e torna menos ágil a seleção e contratação do candidato. Os demais 16 processos são de servidores efetivos, que como pode ser observado, atrasaram poucos dias do prazo previsto, aproximadamente 10 dias. Isso ocorreu também devido ao atraso na tramitação do processo e muitas vezes em razão do cronograma de fechamento da folha de pagamento. (...) As fichas dos servidores [***.516.616-** e ***.396.966-**], por falta de documentação completa, ficou em atraso e já enviamos na semana passada.”

Quanto aos processos de aposentadoria, a Diretora-Geral do DAP acrescentou:

“Com o objetivo de agilizar o envio de processos à Controladoria-Geral da União/MG, no ano de 2012 os procedimentos dessa rotina foram alterados,

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tornando a movimentação de processos mais rápida e simples. Acreditamos que, mesmo com o grande volume de processos que anualmente são gerados pelas admissões, aposentadoria, pensões e outros, será possível cumprir o art. 7º da Instrução Normativa TCU n° 55/2007. No caso dos processos de aposentadoria, o procedimento anterior gerava alto custo para a Universidade, uma vez que era providenciada para cada processo encaminhado para CGU/MG uma cópia de inteiro teor, e quando o processo retornava à UFMG, a cópia era simplesmente eliminada e transformada em lixo reciclável. A partir de fevereiro de 2012, foi introduzida a digitalização de documentos, um procedimento menos complexo que o anterior, mas que exigiu treinamento e percepção da rotina pelos servidores envolvidos nas tarefas. Esta fase demorou um pouco para ser efetivada, visto que exigiu também uma adaptação dos recursos de informática disponíveis.”

Em complemento, a Diretora-Geral do Departamento de Administração de Pessoal da Pró-Reitoria de Recursos Humanos informou, por meio de documento sem número enviado em 29/04/2013:

“Além do volume exagerado de processos e uma equipe pequena de servidores, contribuiu para o atraso do envio de processos físicos o longo período de greve dos servidores da UFMG (aproximadamente 4 meses). Mesmo assim, foram digitalizados naquele ano cerca de 1190 processos, um montante considerável levando em consideração as adversidades enfrentadas pelos gestores da UFMG em 2012.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em que pese a Universidade relatar dificuldades operacionais em função da complexidade dos processos de contratação de professores substitutos, da greve, da escassez de servidores e da implantação do processo de digitalização de documentos na Entidade, constatou-se o descumprimento do prazo previsto no art. 7° da IN/TCU n° 55/2007, para encaminhamento ao Controle Interno de 39% do total de atos analisados da amostra da auditoria. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Cadastrar no SISAC e disponibilizar para o órgão de controle interno, no prazo de 60 dias, as informações pertinentes aos atos de admissão, aposentadoria e pensão, conforme determinado no art. 7° da IN/TCU n° 55/2007. 2.1.3 CONSISTÊNCIA DOS REGISTROS

2.1.3.1 CONSTATAÇÃO Pagamentos indevidos na folha de pessoal em decorrência de aplicação inadequada da legislação. Fato

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Analisaram-se os dados da folha de pagamento de todos os servidores da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, no âmbito do Acompanhamento Permanente da Gestão de 2012, com vistas a avaliar a gestão de pessoas, por meio da observância à legislação sobre remuneração, cessão, requisição de pessoal, bem como sobre a concessão de aposentadorias, reformas e pensões. Assim, por intermédio da aplicação dos exames de auditoria pela equipe, no Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos do Poder Executivo Federal –Siape, abrangendo o período de 01/01/2007 a 31/06/2012, foram encontradas as seguintes ocorrências: 1) Servidores com parcela de devolução ao erário interrompida ou prazo e/ou valor alterados.

Relacionaram-se os casos de servidores e pensionistas com desconto a título de indenização e reposição ao erário e que em determinado momento, entre janeiro de 2007 a dezembro de 2012, tiveram a parcela de devolução ao erário interrompida. Foram relacionados inicialmente 227 servidores. Após a apresentação de documentação pela Unidade, informando as providências adotadas para correção das ocorrências, restaram 186 servidores e dois pensionistas que ainda não tiveram o restabelecimento dos ressarcimentos devidos.

Quadro 13 – Relação de CPF descaracterizados CPF descaracterizado

***.572.306-** ***.233.716-** ***.173.926-** ***.243.396-** ***.608.866-**

***.485.156-** ***.903.186-** ***.721.406-** ***.934.476-** ***.319.936-**

***.398.376-** ***.169.906-** ***.088.006-** ***.882.866-** ***.747.396-**

***.886.426-** ***.213.396-** ***.902.536-** ***.690.416-** ***.902.106-**

***.729.426-** ***.366.416-** ***.247.506-** ***.403.186-** ***.370.646-**

***.247.026-** ***.267.926-** ***.466.706-** ***.544.146-** ***.861.526-**

***.985.116-** ***.911.556-** ***.265.186-** ***.159.436-** ***.813.886-**

***.431.416-** ***.759.786-** ***.754.926-** ***.186.616-** ***.229.676-**

***.814.016-** ***.027.986-** ***.416.306-** ***.396.316-** ***.242.506-**

***.152.906-** ***.386.766-** ***.424.286-** ***.670.746-** ***.612.726-**

***.349.566-** ***.668.206-** ***.094.826-** ***.267.086-** ***.777.466-**

***.094.916-** ***.637.806-** ***.107.036-** ***.417.846-** ***.591.316-**

***.263.336-** ***.757.006-** ***.365.226-** ***.901.026-** ***.560.836-**

***.208.416-** ***.650.446-** ***.520.726-** ***.352.636-** ***.528.576-**

***.616.806-** ***.848.897-** ***.466.176-** ***.128.356-** ***.801.766-**

***.033.076-** ***.333.096-** ***.809.936-** ***.900.656-** ***.990.716-**

***.050.016-** ***.903.126-** ***.095.776-** ***.204.086-** ***.698.406-**

***.077.306-** ***.468.206-** ***.501.816-** ***.558.176-** ***.113.586-**

***.640.196-** ***.311.256-** ***.092.616-** ***.397.586-** ***.317.496-**

***.944.696-** ***.907.926-** ***.175.366-** ***.470.166-** ***.073.766-**

***.219.026-** ***.615.126-** ***.166.006-** ***.733.046-** ***.034.796-**

***.677.046-** ***.718.456-** ***.085.176-** ***.308.916-** ***.042.836-**

***.428.446-** ***.468.706-** ***.735.506-** ***.724.666-** ***.576.176-**

***.548.396-** ***.659.206-** ***.885.796-** ***.584.246-** ***.571.086-**

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CPF descaracterizado

***.408.186-** ***.147.616-** ***.236.526-** ***.890.086-** ***.820.026-**

***.500.606-** ***.427.696-** ***.961.796-** ***.824.256-** ***.039.606-**

***.607.586-** ***.198.886-** ***.090.306-** ***.043.406-** ***.131.306-**

***.806.526-** ***.775.726-** ***.518.696-** ***.778.406-** ***.097.406-**

***.855.516-** ***.748.543-** ***.031.966-** ***.921.296-** ***.053.846-**

***.859.506-** ***.456.766-** ***.023.206-** ***.463.296-** ***.102.346-**

***.864.416-** ***.944.776-** ***.198.536-** ***.525.116-** ***.062.376-**

***.890.346-** ***.250.956-** ***.432.106-** ***.421.936-** ***.201.796-**

***.677.276-** ***.167.476-** ***.587.116-** ***.051.116-** ***.391.976-**

***.585.116-** ***.757.656-** ***.800.366-** ***.906.306-** ***.527.036-**

***.761.936-** ***.847.286-** ***.789.396-** ***.486.546-** ***.561.866-**

***.536.156-** ***.356.136-** ***.734.486-** ***.598.276-** ***.497.388-**

***.854.566-** ***.270.646-** ***.472.086-** ***.667.056-** ***.247.546-**

***.465.766-** ***964.206-** ***580.156-** - -

Fonte: Siape DW

2) Servidores com ingresso no cargo efetivo após 25/11/1995 recebendo quintos. Constatou-se que o servidor de CPF ***.457.356-**, recebeu indevidamente os valores referentes a quintos, em desacordo com a Medida Provisória nº 1.195, de 25/11/1995, uma vez que teve a data de ingresso no serviço público posterior a 25/11/1995, não cumprindo, desse modo, o pré-requisito necessário à percepção da vantagem. 3) Recebimento de pensão por dependência econômica com outro vínculo no Siape. Ao relacionar o pagamento de pensão concedida em razão de dependência econômica a pensionista com outro vínculo remunerado registrado no Siape, constatou-se o pagamento de pensão ao beneficiário de CPF ***.510.076-** que teve descaracterizada a dependência econômica em razão de possuir outro vínculo remunerado no Siape, contrariando o entendimento do Tribunal de Contas da União exposto no Acórdão nº 1124/2007 - 2ª Câmara. Salienta-se que a ocorrência foi motivo de questionamento por ocasião da Auditoria de Contas de 2011 e o procedimento de ressarcimento ao erário dos valores recebidos indevidamente não foi concluído. 4) Servidores aposentados proporcionalmente que recebem as vantagens do artigo 184 ou 192 da Lei nº 8.112/90. Identificaram-se 02 servidores com ocorrência de aposentadoria com proventos proporcionais recebendo a vantagem prevista no artigo 192 da Lei nº 8.112/90. A UFMG informou sobre as providências adotadas para correção da ocorrência, entretanto os servidores CPF ***.502.976-** e ***.545.866-** continuam recebendo a rubrica referente ao artigo 192, inciso I, da Lei nº 8.112/90. Salienta-se que em relação ao servidor de CPF ***.502.976-**, a ocorrência foi motivo de questionamento por ocasião da Auditoria de Contas de 2011, e a UFMG ainda não promoveu a suspensão do pagamento da rubrica e o ressarcimento dos valores recebidos indevidamente.

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5) Pensões concedidas após 19/02/2004, cadastradas no Siape em tipos menores que 52. Por meio da análise de dados extraídos no Sistema Siape DW identificou-se o pagamento de pensão cadastrada com fundamento distinto daqueles normatizados pela Segep ao beneficiário de CPF ***.313.456-**. Salienta-se que essa ocorrência foi motivo de questionamento por ocasião da Auditoria de contas de 2011, e a UFMG ainda não promoveu o acerto da tipologia e o ressarcimento dos valores pagos indevidamente. 6) Servidores com adiantamento de férias nos últimos 05 anos, em valor inferior ao recebido. O foco deste exame foi verificar a regularidade das rubricas de devolução de adiantamento de férias nos últimos 05 anos aos servidores da UFMG. Dos servidores relacionados, não foram efetuadas as devoluções relativas aos servidores de CPF ***.088.556-**, ***.521.686-**, ***.911.388-**, ***.177.357-** e ***.295.396-**. 7) Pagamento de adiantamento de férias sem o respectivo desconto nos três meses subsequentes ao mês de recebimento da antecipação. Verificou-se que o servidor de CPF ***.088.556-** recebeu valores relativos a antecipação de férias, porém não teve o respectivo desconto da restituição de férias nos três meses subsequentes. O período considerado no levantamento levou a efeito os pagamentos realizados no mês de dezembro/2011, cujos descontos não foram realizados nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2012. O quadro a seguir detalha, por tipo de falha, o quantitativo de ocorrências e o impacto financeiro eventualmente apurado:

Quadro 14 – Impacto financeiro estimado Ocorrências Quant. Impacto financeiro no exercício (R$)

Servidores com parcela de devolução ao erário interrompida ou prazo e/ou valor alterados.

186 810.877,44

Servidores com parcela de devolução ao erário interrompida ou prazo e/ou valor alterados-Pensão.

02 22.376,66

Servidores com ingresso no cargo efetivo após 25/11/1995 recebendo quintos.

01 3.214,80

Recebimento de Pensão por dependência econômica com outro vínculo no Siape.

01 96.028,75

Servidores aposentados proporcionalmente que recebem as vantagens do artigo 184 ou 192.

02 2.025,73

Pensões concedidas após 19/02/2004, cadastradas no Siape em Tipos menores que 52.

01 Para se mensurar o valor, deverá ser feito novo ato pela UFMG.

Servidores com adiantamento de férias nos últimos 05 anos, em valor inferior ao recebido.

05 9.753,47

Pagamento de adiantamento de férias sem o respectivo desconto nos três meses subsequentes ao mês de recebimento da antecipação.

01 4.306,97

Total do impacto financeiro no exercício

948.583,82

Fonte: Siape DW

##/Fato##

Causa

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Falhas nos controles internos administrativos da Pró-Reitoria de Recursos Humanos devido à falta de capacitação dos servidores responsáveis pelo lançamento dos pagamentos e pelo cumprimento de legislação na área de pessoal, bem como a ausência de sanções aos agentes responsáveis pela impulsão dos processos administrativos nos casos de morosidade. Pró-Reitor de Recursos Humanos: Não implementou ferramentas de controle para evitar as seguintes ocorrências: - pagamento do benefício de pensão a filho maior inválido com vínculo no Siape, fato que descaracteriza a dependência econômica; - interrupção do desconto de parcelas de devolução ao erário; - pagamento das vantagens do artigo 184 ou 192 da Lei nº 8.112/90 a servidores aposentados proporcionalmente; - cadastramento de pensões concedidas após 19/02/2004 em tipos menores que 52; - pagamento de adiantamento de férias nos últimos 05 anos, em valor inferior ao recebido; - ausência de desconto do adiantamento de férias nos três meses subsequentes ao mês do recebimento da antecipação; - pagamento da vantagem de quintos a servidores com ingresso no cargo efetivo após 25/11/1995. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Mediante Ofício nº 38273/2012/CGU-MG/CGU-PR, de 21/12/2012, e Solicitação de Auditoria nº 201305969/07, de 10/04/2013, requereu-se à Universidade justificar as constatações apontadas. 1) Com relação aos servidores com parcela de devolução ao erário interrompida ou prazo e/ou valor alterados: Por intermédio do Ofício nº 1913/2012-UFMG/DAP, de 31/08/2012, o Pró-Reitor de Recursos Humanos da UFMG informou com relação aos servidores relacionados no quadro 13 deste relatório:

“A UFMG irá encaminhar brevemente ao Comitê Interministerial do TCU, manifestação escrita sobre o ressarcimento de valores na tentativa de realizar conciliação e encerrar os conflitos existentes com relação à reposição ao erário.”

Posteriormente, através do OFÍCIO DAP/UFMG nº 918/2013, de 17/04/2013, a Diretora Geral do Departamento de Administração de Pessoal esclareceu:

“Até o momento a UFMG não obteve resultados esperados na tentativa de realizar conciliação perante o Comitê Interministerial do TCU sobre os conflitos

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existentes em relação à reposição de valores ao erário. Diante disso, a Administração Central da UFMG decidiu pela retomada dos processos administrativos de ampla defesa e novo cronograma de atividades será montado para os 182 servidores citados pela CGU/MG.”

O Pró-Reitor de Recursos Humanos da UFMG complementou as informações por intermédio do Ofício PRORH nº 063/2013, de 26/04/2013:

“A UFMG, através do Dr. [...], Presidente da Câmara Interministerial de TCU, órgão criado pela AGU, aguardou o agendamento da reunião junto ao TCU. A reunião encontra-se agendada para o dia 16/05/13 quando será discutido com o Ministro José Jorge a aplicação da Súmula nº 106 do TCU aos servidores em atividade. O núcleo da controvérsia está na aplicação da Súmula 106 do TCU, que ao analisar individualmente o ato de aposentadoria, isenta o servidor do ressarcimento caso a Instituição regularize o pagamento da rubrica conforme orientação contida em Acórdão específico do servidor. Ocorre, que em Acórdãos de Prestação de Contas, como exemplo o nº 4.160/2009 – 2ª Câmara, aquela Corte de Contas vem determinando o ressarcimento aos casos considerados análogos. O tratamento diferenciado para o servidor ativo e o inativo tem provocado o descumprimento do princípio da impessoalidade e, consequentemente, desequilíbrio nas relações institucionais o que prejudica a harmonia e continuidades dos serviços públicos aqui exercidos. Considerando que a audiência encontra-se marcada para o dia 16/05/13, a UFMG solicita que seja concedida dilatação de prazo para que possamos responder ao questionamento com dados atualizados e esclarecedores.”

Sobre os demais servidores relacionados, a Diretora Geral do Departamento de Administração de Pessoal informou, por meio do Ofício DAP/UFMG nº 221/2012, de 01/02/2013:

“Com relação aos servidores de CPF ***.561.866-** e ***.497.388-**: “Apesar das várias tentativas realizadas pela UFMG por meio dos Correios, e-mail e telefonemas, ainda não conseguimos localizar os interessados. Estamos providenciando a convocação através de jornal de grande circulação para que o processo de inscrição na dívida ativa possa prosseguir.”

A respeito dos servidores de CPF ***.247.546-** e ***.465.766-**:

“A interrupção da restituição ao erário ocorreu em razão da exclusão dos servidores de [CPF ***.247.546-** e ***.465.766-**] da folha de pagamentos no momento da Concessão da Licença para Tratar de Interesses Particulares. O correto seria continuar com o ressarcimento por meio da GRU, o que não ocorreu. O servidor de [CPF ***.465.766-**] restituiu parte da dívida, restando ainda R$ 17.939,75 que serão cobrados brevemente por meio da GRU. Quanto à servidora de [CPF ***.247.546-**], informamos que a interessada foi notificada quando da concessão de sua licença, mas não liquidou o débito. Vamos retomar o processo e notificar novamente a interessada.”

Sobre os pensionistas de CPF ***964.206-** e ***580.156-**:

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“Quanto aos pensionistas de [CPF ***964.206-** e ***580.156-**], as providências devidas ainda necessitam ser retomadas com vistas ao ressarcimento ao erário.”

2) Servidores com ingresso no cargo efetivo após 25/11/1995 recebendo quintos: Por meio do Ofício DAP/UFMG nº 221/2012, de 01/02/2013, a Diretora Geral do Departamento de Administração de Pessoal informou o seguinte:

“A servidora de [ CPF ***.457.356-**] foi notificada do pagamento indevido da incorporação de chefia e da necessidade de reposição ao erário através do Ofício nº 142/2013, sendo concedido a oportunidade da ampla defesa e o contraditório. O pagamento da vantagem de quintos à servidora ocorreu em razão do equívoco na interpretação do art. 2º da Medida Provisória nº 1480, de 05/06/1996, que alterou os arts. 3º e 10º da Lei nº 8.911/94, a incorporação de quintos se dava a cada 12 meses de efetivo exercício em funções de chefia. Em 04/07/1996, a referida MP foi reeditada, passando a vigorar com a seguinte redação:

‘Art. 2º Os arts. 3º e 10º da Lei nº 8.911, de 11 de julho de 1994, passam a vigorar com a seguinte redação: Art.3º Para os efeitos do disposto nos parágrafos do art. 62 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, o servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia ou assessoramento, em cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial, previstos nesta Lei, incorporará a sua remuneração, a cada doze meses de efetivo exercício, e a partir do quinto ano, a importância equivalente a um décimo.’

A servidora ingressou na Universidade em 29/07/1996, data posterior à publicação da MP, e exerceu função gratificada no período de 27/12/1996 a 26/12/1997, não tendo, portanto, completado os requisitos para incorporação de chefia.”

Posteriormente, a Diretora Geral do Departamento de Administração de Pessoal informou, por meio do OFÍCIO DAP/UFMG Nº 918/2013, de 17/04/2013:

“A irregularidade apontada pela CGU/MG foi caso único ocorrido na UFMG, um equívoco operacional, visto que este procedimento não é realizado pela área de pessoal. O processo de ampla defesa foi aberto e o ressarcimento ao erário será cobrado dentro da maior brevidade possível. A interessada foi notificada por meio do Ofício 142/2013 da necessidade de realizar o ressarcimento ao erário. No entanto, a Procuradoria Federal orientou que nova notificação seja enviada, uma vez que não ficou provado o efetivo recebimento da correspondência por falta de assinatura no ‘“AR”’. Em razão do exposto, a interessada será notificada novamente.”

3) Recebimento de pensão por dependência econômica com outro vínculo no SIAPE: A Diretora Geral do Departamento de Administração de Pessoal se manifestou, por meio do Ofício DAP/UFMG nº /2013, de 15/04/2013, nos seguintes termos:

“O processo de ampla defesa ainda não foi concluído tendo em vista que a notificação anterior foi devolvida pelo Correio com a informação de que o

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beneficiário de pensão mudou-se. O beneficiário foi novamente notificado através do Ofício UFMG/DAP nº 0615, de 19/03/2013, e estamos cumprindo prazo para o interessado apresentar o recurso administrativo.”

4) Servidores aposentados proporcionalmente que recebem as vantagens do artigo 184 ou 192 da Lei nº 8.112/90: Atendendo aos questionamentos, a Diretora Geral do Departamento de Administração de Pessoal prestou, por meio do OF.DAP/UFMG nº 221/2012, de 01/02/2013, os seguintes esclarecimentos:

“O processo de ampla defesa relativo ao servidor de [CPF ***.502.976-**] foi encaminhado à Procuradoria Federal em janeiro de 2013 para análise e Parecer final. No que diz respeito à correção do ato de aposentadoria do servidor, informamos que o mesmo somente poderá ocorrer após a conclusão do processo de ampla defesa. A interessada [CPF ***.545.866-**] está sendo notificada, permitindo assim o contraditório e a ampla defesa, conforme determinou a justiça.”

Posteriormente, a Diretora Geral do Departamento de Administração de Pessoal acrescentou, por intermédio do Ofício DAP/UFMG nº 918/2013, de 17/04/2013, as seguintes informações:

“A respeito do servidor [ CPF ***.502.976-**]: O processo administrativo da ampla defesa foi concluído e o ressarcimento ao erário será implantado na folha de pagamento do mês de maio de 2013. Sobre o servidor [CPF ***.545.866-**]: O processo de ampla defesa encontra-se na Procuradoria Federal para emissão de Parecer final, impossibilitando a apresentação da documentação solicitada. Após fechamento da folha de pagamento, mensalmente são realizadas auditorias internas dos lançamentos processados no Siape, bem como das rotinas executadas. A Divisão de Cadastro deste Departamento está realizando a alimentação do histórico de PCA para todos os servidores com data de aposentadoria anterior a 16/12/1998. Após a conclusão desta atividade, será processada a revisão e atualização dos fundamentos legais de aposentadoria dos servidores. Desta forma, identificaremos as possíveis inconsistências relacionadas a essa constatação.”

5) Pensões concedidas após 19/02/2004, cadastradas no Siape em tipos menores que 52: Sobre esse assunto, a Diretora Geral do Departamento de Administração de Pessoal informou, por meio do Ofício DAP/UFMG nº 221/2012, de 01/02/2013, o seguinte:

“O processo da ampla defesa da pensionista [CPF ***.313.456-**] ainda não foi concluído. A notificação retornou com a justificativa que a beneficiária estava ausente nos três momentos que o funcionário do Correios tentou fazer a entrega.”

6) Servidores com pagamento de adiantamento de férias nos últimos 05 anos, em valor inferior ao recebido:

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A Diretora Geral do Departamento de Administração de Pessoal se manifestou, por meio do Ofício DAP/UFMG nº 918/2013, de 17/04/2013, nos seguintes termos:

“Para os servidores [CPF ***.088.556-**], [CPF ***.521.686-**], [CPF ***.911.388-**], [CPF ***.177.357-**], [CPF ***.295.396-**], os processos administrativos de ampla defesa e recuperação de crédito ainda não encerraram.”

7) Pagamento de adiantamento de férias sem o respectivo desconto nos três meses subsequentes ao mês do recebimento da antecipação: Por intermédio do Ofício DAP/UFMG n°221/2012, de 01/02/2013, a Diretora Geral do Departamento de Administração de Pessoal informou:

“A servidora [CPF ***.088.556-**] foi notificada em agosto de 2012. Apresentou recurso administrativo e estamos aguardando parecer da Procuradoria Federal para processar o acerto financeiro.”

Posteriormente, por meio do Ofício DAP/UFMG n° 918/2013, de 17/04/2013, acrescentou:

“O início do ressarcimento ao erário está previsto para a folha de pagamento no mês de maio de 2013, visto que concluímos o processo de ampla defesa.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno 1) Com relação aos servidores com parcela de devolução ao erário interrompida ou prazo e/ou valor alterados: Em relação aos servidores elencados no quadro 13, ainda não foram incluídas rubricas de desconto referentes ao ressarcimento ao erário, uma vez que a UFMG aguarda o término dos processos de ampla defesa. 2) Servidores com ingresso no cargo efetivo após 25/11/1995 recebendo quintos: A UFMG reconheceu a falha apontada, todavia, até o momento não promoveu a correção dos dados no Siape, tampouco iniciou o ressarcimento dos valores pagos indevidamente. 3) Recebimento de pensão por dependência econômica com outro vínculo no Siape: A UFMG não procedeu à verificação no Siape dos possíveis vínculos apresentados pelo beneficiário no momento da concessão da pensão, contrariando a legislação que rege a matéria. A Entidade reconheceu a irregularidade do pagamento, no entanto, o procedimento de ressarcimento ao erário dos valores recebidos indevidamente não foi concluído. 4) Servidores aposentados proporcionalmente que recebem as vantagens do artigo 184 ou 192 da Lei nº 8.112/90: Quanto ao servidor de CPF nº ***.502.976-**, a UFMG informou a conclusão do processo administrativo da ampla defesa. Todavia, em consulta ao Siape, verificou-se

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que não foi suprimido o pagamento da vantagem do artigo 192, I, tampouco foi implantado o ressarcimento ao erário dos valores recebido indevidamente. Em relação ao servidor de CPF nº ***.545.866-**, ainda não foram incluídas rubricas de desconto referentes ao ressarcimento ao erário, tampouco providenciadas as alterações cadastrais no Siape, uma vez que a UFMG aguarda o término do processo de ampla defesa. 5) Pensões concedidas após 19/02/2004, cadastradas no Siape em tipos menores que 52: A UFMG reconheceu a falha apontada, todavia, até o momento não promoveu a alteração da tipologia da pensão no Siape, tampouco iniciou o ressarcimento dos valores pagos indevidamente. Salienta-se que essa ocorrência foi motivo de questionamento no Relatório de Auditoria de Contas de 2011, e a Entidade ainda não promoveu a correção da falha apontada. 6) Servidores com pagamento de adiantamento de férias nos últimos 05 anos, em valor inferior ao recebido: Em relação aos servidores de CPF ***.088.556-**, CPF ***.521.686-**, CPF ***.911.388-**, CPF ***.177.357-**, CPF ***.295.396-**, a UFMG aguarda o término do processo de ampla defesa para promover o desconto referente ao ressarcimento ao erário. 7) Pagamento de adiantamento de férias sem o respectivo desconto nos três meses subsequentes ao mês do recebimento da antecipação: A UFMG informou que concluiu o procedimento de ampla defesa, todavia, não promoveu o desconto referente ao ressarcimento ao erário. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Promover o lançamento no Siape dos descontos relativos aos ressarcimentos, de forma a adequar as informações de descontos e as ocorrências lançadas no sistema, observando-se o direito ao contraditório e à ampla defesa, relativos aos servidores relacionados no quadro 13 deste Relatório. Recomendação 2: Promover o lançamento no Siape dos descontos relativos aos ressarcimentos, de forma a adequar as informações de descontos e as ocorrências lançadas no Siape, observando-se o direito ao contraditório e à ampla defesa, relativos aos pensionistas de CPF nº ***964.206-** e nº ***580.156-**. Recomendação 3: Cessar o pagamento da rubrica referente aos quintos à servidora de CPF nº ***.457.356-**, observando-se o direito ao contraditório e à ampla defesa, de acordo com os prazos da Lei nº 9.784/1999. Recomendação 4: Promover o levantamento dos valores pagos indevidamente, a título de pagamento de VPNI, à servidora de CPF nº ***.457.356-**, para fins de ressarcimento ao erário, observando-se o direito ao contraditório e à ampla defesa, bem como o disposto no art. 46 da Lei nº 8.112/1990. Recomendação 5: Promover o ressarcimento ao erário, observando-se o direito ao contraditório e à ampla defesa, bem como o disposto no art. 46 da Lei nº 8.112/1990,

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dos valores pagos indevidamente a título de pensão por dependência econômica ao beneficiário de CPF nº ***.510.076-**. Recomendação 6: Encaminhar cronograma informando o andamento do processo de ressarcimento ao erário relativo ao recebimento indevido de pensão pelo beneficiário de CPF nº ***.510.076-**. Recomendação 7: Retificar a tipologia do lançamento do benefício de pensão relativo ao beneficiário de CPF nº ***.510.076-**. Recomendação 8: Promover o ressarcimento ao erário, observando-se o direito ao contraditório e à ampla defesa, bem como o disposto no art. 46 da Lei nº 8.112/1990, dos valores pagos indevidamente a título de adiantamento de férias aos servidores de CPF ***.088.556-**, CPF ***.521.686-**, CPF ***.911.388-**, CPF ***.177.357-** e CPF ***.295.396-**. Recomendação 9: Promover o ressarcimento ao erário, observando o disposto no art. 46 da Lei nº 8.112/1990, dos valores pagos indevidamente a título de adiantamento de férias ao servidor de CPF ***.088.556-**. 2.1.3.2 CONSTATAÇÃO Descumprimento do regime de dedicação exclusiva por docente da Universidade Federal de Minas Gerais. Fato Identificou-se que a servidora de CPF ***541.346-**, ocupante de cargo de Professor em regime de dedicação exclusiva, foi contratada para oferecer serviços por meio da Empresa [A informação aqui contida foi suprimida por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei] Ltda. ME, CNPJ [A informação aqui contida foi suprimida por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei], no âmbito do Projeto OFICINA PARA TODOS, promovido pelo Centro Cultural da UFMG. A contratação foi objeto das dispensas de licitação nº 68/2012 e nº 51/2012, documentadas nos processos 23072.029544/2012-57 e 23072.0295/2012-06, respectivamente. Consta na proposta da empresa a apresentação da servidora como a coordenadora do projeto. De acordo com o Decreto nº 94.664/87, os professores do Magistério Superior enquadrados no regime de dedicação exclusiva estão impedidos de exercer outra atividade remunerada, sendo ela pública ou privada. Entretanto, o parágrafo primeiro, do artigo 14, deste mesmo Decreto, traz algumas exceções, conforme transcrito a seguir:

“§ 1º No regime de dedicação exclusiva admitir-se-á: a) participação em órgãos de deliberação coletiva relacionada com as funções de Magistério; b) participação em comissões julgadoras ou verificadoras, relacionadas com o ensino ou a pesquisa; c) percepção de direitos autorais ou correlatos;

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d) colaboração esporádica, remunerada ou não, em assuntos de sua especialidade e devidamente autorizada pela instituição, de acordo com as normas aprovadas pelo conselho superior competente”

Salienta-se que a UFMG utiliza a Resolução nº 10/95, de 30/11/95, que “estabelece os critérios para a prestação de serviços no âmbito da UFMG” como norma norteadora para a concessão de autorização para o exercício de atividades de colaboração esporádica por docentes submetidos ao regime de dedicação exclusiva. ##/Fato##

Causa Falhas nos controles internos do setor de pessoal no que tange à verificação do cumprimento do regime de dedicação exclusiva pelos docentes da UFMG. O Pró-Reitor de Recursos Humanos: Não implementou medidas suficientes para esclarecer e ou regularizar a situação de descumprimento do regime de dedicação exclusiva identificada. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio da Solicitação de Auditoria nº 201305969/08, de 11/04/2013, requereu-se à Instituição justificativas para a ausência de norma específica onde se defina, entre outros critérios, o que a instituição considera esporádico e relevante para permitir, em caráter de exceção, o exercício de outra atividade pela servidora de CPF ***541.346-**. Mediante Ofício PRORH nº 063/2013, de 26/04/2013, o Pró-Reitor de Recursos Humanos apresentou as seguintes justificativas:

“A UFMG entende que a Resolução nº 10/95, de 30/11/95, atende à normatização necessária para regulamentar a prestação de serviços de seus servidores docentes e técnico-administrativos. Portanto, é de entendimento da administração da UJ que não há “...ausência de norma especifica onde se defina, entre outros critérios, o que a instituição considera esporádico e relevante para permitir, em caráter de exceção, o exercício de outra atividade...”. No caso [da servidora CPF ***.541.346-**], a UFMG irá providenciar a abertura de processo de sindicância para averiguação e providências referentes ao caso.”

Após o recebimento do Relatório Preliminar nº 201305969 (Auditoria de Contas – Exercício 2012), o Pró-Reitor de Recurso Humanos, por meio do Ofício PRORH 368/2013, de 10/07/2013 informou:

“Para verificar se a atividade desenvolvida pela docente [CPF ***541.346-**] no Projeto Oficina Para Todos, pela qual foi remunerada pela Empresa [A informação aqui contida foi suprimida por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei] Ltda., deve ser identificada como descumprimento das condições do regime de dedicação exclusiva, foi instaurado o processo investigativo nº 23072.008200/2013-95. A investigação deverá estar concluída no decorrer dos próximos 30 dias, sendo por ela responsável a Unidade Correcional da Pró-Reitoria de Recursos Humanos da UFMG. O

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resultado da investigação será imediatamente comunicado à Equipe de Auditoria da Controladoria Geral da União no Estado de Minas Gerais.”

O Reitor acrescentou, mediante o Ofício GR.nº 493/2013, de 25/06/2013: “Em atenção à Recomendação 3, Constatação 2.1.3.2 do Relatório em epígrafe, informo que tomarei todas as providências necessárias para a elaboração de norma interna específica com a conceituação de atividade esporádica e definição de critérios objetivos para se permitir, em caráter de exceção, o exercício dessas atividades pelos docentes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em regime de dedicação exclusiva. Esclareço que tais normas serão submetidas à apreciação e aprovação do Conselho Universitário da UFMG.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno O exercício de atividades remuneradas por docentes submetidos ao regime de dedicação exclusiva é expressamente vedado pelo Decreto nº 94.664/87 em seu art. 14, bem como pela pacífica jurisprudência do Tribunal de Contas da União manifestada em vários dos seus acórdãos, tais como o Acórdão TCU nº 1.651/2005 - 2ª Câmara, transcritos a seguir: - Decreto nº 94.664/87:

“Art. 14. O Professor da carreira do Magistério Superior será submetido a um dos seguintes regimes de trabalho: I – dedicação exclusiva, com obrigação de prestar quarenta horas semanais de trabalho em dois turnos diários completos e impedimento do exercício de outra atividade remunerada, pública ou privada; II - tempo parcial de vinte horas semanais de trabalho. §1º No regime de dedicação exclusiva admitir-se-á: a) participação em órgãos de deliberação coletiva relacionada com as funções de Magistério; b) participação em comissões julgadoras ou verificadoras, relacionadas com o ensino ou a pesquisa; c) percepção de direitos autorais ou correlatos; d) colaboração esporádica, remunerada ou não, em assuntos de sua Especialidade e devidamente autorizada pela instituição, de acordo com as normas aprovadas pelo conselho superior competente.”

- Acórdão TCU nº 1.651/2005 - 2ª Câmara:

“(...) 2. O professor da carreira do magistério superior, submetido ao regime de dedicação exclusiva, não pode se dedicar, de forma continuada, a qualquer outra atividade, admitindo-se apenas, em caráter eventual, a sua participação em atividades estranhas ao magistério superior e desde que no âmbito da própria Universidade em que está lotado. 3. Deve ser observada a vedação à realização de outras atividades de caráter não esporádico pelos docentes que atuam naquelas instituições em regime de dedicação exclusiva, devendo essa vedação alcançar inclusive a prestação de serviços, remunerados ou não, para as fundações de apoio àquelas instituições. 4.Os professores que desejarem, sempre sem prejuízo de sua jornada de trabalho normal na instituição federal de ensino

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superior a que servem, exercer outras atividades de caráter não esporádico deverão optar, quando juridicamente possível e do interesse da Administração, pelo regime parcial de 20 horas semanais ou pelo regime integral de 40 horas semanais sem exclusividade de dedicação, com a consequente perda do acréscimo remuneratório devido à dedicação exclusiva.”

Ademais, o Acórdão do TCU nº 414/2004 - Plenário, publicado no DOU em 20/04/2004, prevê o ressarcimento ao erário dos valores indevidamente recebidos pelos servidores em regime de dedicação exclusiva que teriam outros vínculos empregatícios. A UFMG informou que irá providenciar a abertura de processo de sindicância para averiguação e providências quanto ao descumprimento do regime de dedicação exclusiva pela servidora de CPF ***541.346-**. Todavia, sobre a deficiência de normatização das atividades que se enquadrem nos critérios de esporadicidade e relevância, a Universidade entende que a Resolução nº 10/95, de 30/11/1995, atende à normatização necessária. Salienta-se que o Relatório da CGU nº 253446, relativo ao Acompanhamento da Gestão de 2011, recomendou a elaboração de norma interna específica aprovada pelo Conselho Superior competente da UFMG com a conceituação de atividade esporádica e definição de critérios objetivos para se permitir, em caráter de exceção, o exercício dessas atividades pelos seus docentes em regime de dedicação exclusiva. No entanto, a Universidade mantém o posicionamento contrário em relação à edição da norma. Posteriormente, por meio do Ofício PRORH 368/2013, de 10/07/2013, a UFMG informou a abertura do processo investigativo nº 23072.008200/2013-95 para averiguar a situação de descumprimento de dedicação exclusiva da servidora. E, mediante o Ofício GR nº 493/2013, de 25/06/2013, o Reitor informou que tomará as providências necessárias para a elaboração da norma interna objetivando a conceituação de trabalho esporádico e definição dos critérios específicos para a permissão do exercício de atividades pelos docentes em regime de dedicação exclusiva. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Apurar, mediante o devido processo legal e observado o direito ao contraditório e à ampla defesa, o descumprimento do regime de dedicação exclusiva pela servidora de CPF nº ***541.346-**. Recomendação 2: Promover as medidas administrativas necessárias para ressarcir ao erário os valores pagos à servidora de CPF nº ***541.346-** a título de vantagem relativa ao regime de dedicação exclusiva, durante o período em que for apurado o seu descumprimento. Recomendação 3: Elaborar norma interna específica aprovada pelo Conselho Superior competente da UFMG, com definição de atividade esporádica com regras claras de procedimentos a serem seguidos, a fim de se permitir, em caráter de exceção, o exercício de dedicação exclusiva pelos docentes da UFMG.

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_______________________________________________ Achados da Auditoria - nº 201305976 1 Educação Superior - Graduação, Pós-Graduação, Ensino, Pesquisa e Extensão

1.1 Funcionamento dos Hospitais de Ensino Federais

1.1.1 ORIGEM DO PROGRAMA/PROJETO

1.1.1.1 INFORMAÇÃO Informação básica das principais ações sob responsabilidade do Hospital das Clínicas. Fato Trata-se das informações básicas das principais ações executadas pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. No levantamento dessas informações, foram considerados os critérios de materialidade, relevância e criticidade, além da vinculação finalística à missão do Hospital das Clínicas, com extensão correspondendo a 28,7% do total das despesas executadas pelo HC, excluindo-se os gastos com pessoal e encargos sociais, conforme quadro a seguir:

Quadro 01 – Informação básica da ação governamental

Programa Ação Finalidade Forma de implementação

Represen-tatividade

% 2032 – Educação Superior – Graduação, Pós-Graduação, Ensino, Pesquisa e Extensão

4086 - Funcionamento dos Hospitais de Ensino Federais

Assegurar condições de funcionamento dos Hospitais de Ensino.

Não informada no cadastro de ações

28,7

Fonte: Sigplan ##/Fato##

1.1.1.2 INFORMAÇÃO Informação básica da Ação Orçamentária 4086 - Funcionamento dos Hospitais de Ensino Federais. Fato A Ação 4086 - Funcionamento dos Hospitais de Ensino Federais tem por finalidade assegurar condições de funcionamento dos Hospitais de Ensino. Esta Ação se insere no contexto do Programa 2032 – Educação Superior – Graduação, Pós-Graduação, Ensino, Pesquisa e Extensão. A implementação da Ação se dá de forma direta pelo Hospital das Clínicas, mediante despesas que compreendem: manutenção das atividades para o funcionamento e melhoria da qualidade dos serviços hospitalares prestados à comunidade, bem como

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restauração/modernização das edificações/instalações, com vistas a um adequado estado de uso, por meio de obras de pequeno vulto que envolvam ampliação/reforma/adaptação e aquisição e/ou reposição de materiais, inclusive aqueles inerentes às pequenas obras, observados os limites da legislação vigente. Para avaliação da Ação 4086, foi efetuada amostragem não probabilística, considerando os critérios de materialidade, relevância e criticidade, além de vinculação finalística à missão do Hospital das Clínicas. Os exames realizados foram voltados para a verificação da regularidade dos processos licitatórios, no âmbito da execução da Ordem de Serviço nº 201207679, relativa ao Acompanhamento Permanente da Gestão de 2012 do HC, sendo que a profundidade contemplou os seguintes elementos: - motivação da contratação; - modalidade, objeto e valor da contratação; - fundamentação da dispensa ou inexigibilidade; e - regularidade do processo avaliado. ##/Fato##

1.1.2 FORMALIZAÇÃO LEGAL

1.1.2.1 CONSTATAÇÃO Ausência de base de preços que permitiria análise consistente dos valores ofertados pelas licitantes no Pregão Eletrônico nº 46/2011. Fato No âmbito da OS nº 201308121, que tratou de Auditoria de Acompanhamento Permanente da Gestão de 2012 na área de procedimentos licitatórios no Hospital das Clínicas, verificou-se que em maio de 2012, foi realizado o Pregão Eletrônico nº 46/2011 (Processo nº 23.072.017.629/2011-10). Este processo teve como objeto a aquisição parcelada de material de órtese e prótese, com 27 empresas vencedoras do certame. Antes da realização do pregão, foram solicitadas cotações de preços para todos os 233 itens licitados. No entanto, verificou-se que nem todos apresentavam três cotações. Esta ausência de base de dados se refletiu, neste processo, em falta de parâmetros para o Hospital das Clínicas julgar os preços apresentados pelos licitantes, conforme demonstrado na planilha de preços a seguir que compara os preços estimados e os contratados.

Quadro 02 – Comparativo de preços estimados e contratados Item

Valor Estimado

(R$)

Empresa Contratada

Nº Descrição Nome Valor

Unitário (R$)

210 Conjunto de 2 parafusos mandibulares 2,8 x 10 mm

2.507,75 Synthes 2.168,94

211 Conjunto de 2 parafusos mandibulares 2,8 x 12

2.507,75 Synthes 2.168,94

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mm

212 Conjunto de 2 parafusos mandibulares 2,8 x 14 mm

4.197,94 Synthes 2.168,94

213 Conjunto de 2 parafusos mandibulares 2,8 x 16 mm

3.052,87 Synthes 2.168,94

214 Conjunto de 2 parafusos mandibulares 2,8 x 18 mm

2.660,81 Synthes 2.168,94

215 Parafuso mandibular 2,8 x 23 mm 2.015,00 Synthes 1.520,00

216 Parafuso mandibular 3,1 x 10 mm 1.384,26 Synthes 1.520,00

217 Parafuso mandibular 3,1 x 12 mm 5.500,81 Synthes 2.168,94

218 Parafuso mandibular 3,1 x 14 mm 8.808,13 Synthes 2.168,94

219 Parafuso mandibular 3,1 x 16 mm 22.350,32 Synthes 2.168,94

220 Parafuso mandibular 3,1 x 18 mm 4.620,25 Synthes 2.168,94

221 Placa 4 furos, reta, extend 11.109,54 Synthes 1.885,25

222 Placa 4 furos, reta, extend long 4.997,17 Synthes 1.885,25

223 Placa 6 furos, reta 2.734,25 Synthes 1.885,25

224 Placa 6 furos, reta, extend 3.371,08 Synthes 1.885,25

225 Placa 8 furos, reta 3.229,87 Synthes 1.885,25

226 Placa 10 furos , reta 3.229,87 Synthes 1.885,25

227 Tela 7 x 14 furos 8.800,38 Synthes 6.250,00

228 Tela 14 x 14 furos 8.800,38 Synthes 6.250,00

229 Placa 4 furos, reta 5.996,69 Synthes 1.885,25

Da leitura do quadro anterior, destacam-se os seguintes aspectos: Item nº 212 – Conjunto de 2 parafusos mandibulares 2,8 x 14 mm: Foi cotado o valor de R$ 4.197,94 para este item, 37,5% maior do que o cotado para o conjunto de 2 parafusos mandibulares 2,8 x 16 mm e 93,5% maior do que o valor contratado para este item. Item nº 219 – Parafuso mandibular 3,1 x 16 mm: Foi cotado o valor de R$ 22.350,32 para este item, 383,7% maior do que o cotado para o parafuso mandibular 3,1 x 18 mm e 930,5% maior do que o valor contratado para este item.

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Item nº 221 – Placa 4 furos, reta, extend: Foi cotado o valor de R$ 11.109,54 para este item, 489,3% maior do que o valor contratado.

##/Fato##

Causa Ausência de controles internos na Seção de Licitações e Compras que identificassem as fragilidades nas cotações de preços para realização do Processo Licitatório. Diretor do Hospital das Clínicas – aceitou os preços propostos na licitação sem embasamento consistente para tal.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício OF.DIR-HC/UFMG Nº 120/13, de 08/03/2013, e em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201300304/04, de 28/02/2013, a Diretora Administrativa do HC/UFMG se manifestou:

“(...)Item 212 - Na pesquisa de mercado foram apresentados os seguintes preços: R$ 3.598,00 pela empresa GE e R$ 4.797,88 pela empresa Synthes. O preço estimado foi calculado pela média dos preços obtidos na pesquisa, sendo portanto R$ 4.197,94. A empresa vencedora do certame para este item finalizou cotando a R$ 2.168,94 (empresa Synthes). Item 219 – Apesar dos esforços não conseguimos cotação de outras empresas na pesquisa de mercado realizada. Somente a empresa Synthes apresentou proposta na pesquisa de mercado com o valor de R$ 22.350,32. No final da licitação o item foi contratado a R$ 2.168,94. Item 221 - Na pesquisa de mercado foi apresentado preço de R$ 3.952,00 pela empresa GE e R$ 18.267,00 pela empresa Synthes. O preço estimado foi calculado pela média dos preços obtidos na pesquisa, sendo, portanto, R$ 11.109,54. A empresa Synthes venceu o certame cotando a R$ 1.885,25, valor final de aquisição. Ressaltamos que o preço médio das licitações realizadas pelo HC/UFMG é baseado em ampla pesquisa de mercado realizada junto aos fornecedores do ramo de atividade. Apesar do esforço da Administração, dependendo do objeto, a pesquisa pode não ser obtida com grande número de fornecedores quando se trata de materiais muito específicos. Além disso, outros fatores dificultam na composição do preço médio da licitação tais como:

• As empresas não têm interesse em fornecer preços para composição de

pesquisa de mercado. Acreditamos que um dos fatores para esta conduta é o grande volume de cotações que lhes são encaminhadas pelos diversos órgãos da administração pública;

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• Muitas empresas apresentam orçamentos com os preços muito discrepantes e fora da realidade do mercado, ora excessivos ora inexequíveis, comprometendo a pesquisa e a definição do valor estimado;

• Algumas empresas que apresentam orçamentos não estão habilitadas a fornecer para o serviço público federal em função da documentação exigida na licitação;

• Por se tratar de um hospital de grande porte o HC/UFMG realiza diversos

pregões anualmente e, consequentemente, diversas pesquisas de mercado. Devido ao grande volume de itens licitados, os fornecedores recebem diversas solicitações de preços ao mesmo tempo, tanto desta instituição como dos demais órgãos e alegam não possuir estrutura administrativa suficiente para atender às cotações de preços.

Inobstante as dificuldades ora apontadas, a Administração vem aprimorando o processo de composição do preço médio de mercado, implantando ferramentas previstas na literatura que possibilitam melhor análise da composição do preço, além da busca em sítios do governo e outras instituições.”

Após o recebimento do Relatório Preliminar, o Diretor Geral do HC/UFMG, manifestou-se, por meio do Ofício OF.DIR-HC/UFMG Nº 380/13, de 10/06/2013, em relação às recomendações:

“Será encaminhado pela Diretoria do HC/UFMG ofício a Seção de Licitações e Compras orientando aos funcionários quanto a:

• Necessidade de aprimoramento das pesquisas de preços, utilizando como

ferramenta além dos preços obtidos junto aos fornecedores, a utilização de sítios de licitações de entidades públicas onde constam atas de registro de preços;

• Análise comparativa dos preços propostos que servirão para compor o preço médio estimado da licitação a fim de evitar distorções, excluindo os discrepantes.

Ressaltamos que no caso em questão, processo de aquisição de órteses e próteses, para a homologação do processo a Seção de Compras se baseia nos preços dos materiais que estão listados na Tabela de Procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Aqueles que não constam na tabela são adquiridos de acordo com os preços praticados no mercado, mas tendo como base de comparação os valores da última compra realizada pelo HC.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno É de conhecimento desta Controladoria a dificuldade dos órgãos públicos na obtenção de cotações de preços com os fornecedores. No entanto, esta formação de preços inicial torna-se extremamente necessária na avaliação dos valores apresentados pelos licitantes, sem ela não há como a administração julgar o preço como inexequível ou superestimado. Ademais, no caso do Pregão Eletrônico nº 46/2011 a cotação dos demais itens já demonstrava distorção em relação aos outros itens cotados.

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Em relação às recomendações, verificou-se que o Hospital já está tomando providências para atendê-las. Ressalta-se que as bases de preços utilizadas como parâmetros devem estar explícitas no processo licitatório.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Orientar formalmente o setor de licitações para que aprimore as suas cotações de preços realizando pesquisas não só com fornecedores, mas também nos sítios de licitações de entidades públicas. Recomendação 2: Realizar, após o levantamento de preços, comparativos entre os preços dos itens de especificações similares, visando detectar distorções, de forma a garantir a obtenção da proposta mais vantajosa para a Administração, consoante disposto no caput do art. 3º da Lei nº 8.666/93. 1.1.2.2 CONSTATAÇÃO Contratação indevida de fundação de apoio vinculada à Universidade para realização de obra. Fato No âmbito da OS nº 201308121, que tratou de Auditoria de Acompanhamento Permanente da Gestão de 2012 na área de procedimentos licitatórios no Hospital das Clínicas, verificou-se que em novembro de 2012, foi realizada a Dispensa de Licitação nº 278/2012 (Processo nº 23.072.019.324/2012-15). Este processo teve como objeto a execução do projeto complementar de reestruturação do serviço de Pronto Atendimento do HC/UFMG – Ala Norte, cuja contratada foi a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa – Fundep, CNPJ 18.720.938/0001-41, fundação de apoio vinculada à UFMG. A contratação perfez o valor total de R$ 1.436.953,90, sendo R$ 1.336.701,30 para execução do objeto e R$ 100.252,60 para pagamento de despesas administrativas com o contrato. O ajuste firmado com a Fundep para a reforma do Pronto Atendimento está em desacordo com o disposto no § 2º do art. 1º da Lei nº 8.958/94 que proíbe a contratação de fundação de apoio para realização de obras desta natureza. Ademais, constataram-se as seguintes falhas na formalização e execução da obra: a) Ausência de parecer jurídico no processo, em desacordo com o disposto no inc. VI e

parágrafo único do art. 38 da Lei nº 8.666/93. b) O contrato explicita o valor das despesas administrativas (R$ 100.252,60) sendo

omisso em relação ao valor referente à execução do objeto (R$ 1.336.701,30), o que contraria o disposto no inciso III do art. 55 da Lei nº 8.666/93. Ressalta-se que o parágrafo único da cláusula primeira do contrato prevê que “as especificações, condições, forma e prazos constam no projeto mencionado e seus anexos, parte integrante do presente contrato.” No entanto, não se verificou qualquer anexo ao referido contrato.

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c) Por meio do Ofício OF.DIR-HC/UFMG Nº 120/13, de 08/03/2013, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 20130304/04, de 28/02/2013, a Diretora Administrativa do HC/UFMG informou que, anteriormente à contratação, a Fundep já havia adquirido a totalidade do material elétrico, das bancadas, prateleiras, divisórias e piso em granito, 80% do material hidrossanitário, além de ter executado 70% da instalação elétrica e 60% da instalação hidrossanitária. Tal situação configura contratação verbal, o que é vedado pelo parágrafo único do art. 60 da Lei nº 8.666/93.

d) Os itens da planilha orçamentária não foram devidamente detalhados, contrariando o

disposto no inciso II do § 2º do art. 7º da Lei nº 8.666/93. e) A planilha orçamentária constante no processo, às fls. 14 a 16, apresenta a estimativa

de custos da reforma. Como total do item 13 – Despesas Indiretas é apresentado o valor de R$ 200.719,50, no entanto, somando os subitens constantes deste item chega-se ao valor de R$ 18.000,64:

Adequação do elevador do HC para apoio à obra .................... R$ 11.199,48 Máquinas e ferramentas ............................................................. R$ 3.372,72 EPI – Equipamentos de Segurança ............................................ R$ 3.428,44 TOTAL ...................................................................................... R$ 18.000,64

Por conseguinte, somando todos os itens chegam-se aos seguintes valores:

- Considerando o item 13 como sendo R$ 200.719,50: R$ 1.181.587,44 - Considerando o item 13 como sendo R$ 18.000,64: R$ 982,668,58

Em nenhum dos dois casos, tem-se o valor contratado (que é o total apresentado nesta planilha) de R$ 1.336.701,30. Instada a se manifestar, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 20130304/04, de 28/02/2013, o Hospital das Clínicas por meio de sua Diretora Administrativa informou:

“(...) Ao elaborar a planilha desta 3ª etapa da obra tinha havido uma junção indevida com a etapa que estava sendo executada, tendo sido impressa e entregue como sendo a real. Após esta constatação a equipe de engenharia fez as devidas correções, encaminhando à FUNDEP a planilha correta. Entretanto, por esquecimento, não enviou a mesma para a instrução dos autos do processo. Esclarecemos que as etapas da reforma são bastante semelhantes o que levou a este equívoco. Informamos que a instrução do processo de contratação via dispensa de licitação será saneada, ao tornarmos sem efeito o documento de fls 14/16 do processo administrativo com a juntada da planilha alterada (...).”

Observou-se, no entanto, que a planilha alterada apresentada pela Entidade ainda apresentava pequenas distorções em sua totalização, tanto em relação especificamente ao item 1, quanto ao somatório total da planilha.

##/Fato##

Causa

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Falha da Seção de Licitações e Compras pela dispensa de licitação, que não atentou para as disposições legais. Diretor do Hospital das Clínicas – contratou a Fundep para execução da obra, em desacordo com o disposto no § 2º do art. 1º da Lei nº 8.958/94.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício OF.DIR-HC/UFMG Nº 120/13, de 08/03/2013, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 20130304/04, de 28/02/2013, a Diretora Administrativa do HC/UFMG se manifestou: Em relação à contratação da Fundep:

“Justificamos a contratação da Fundep para a execução da etapa final da obra pelas razões abaixo elencadas: 1 - A Fundep, através de seu quadro técnico, conhece os projetos, especificações e o estágio de execução de cada uma das etapas da obra. Qualquer construtora que eventualmente substituísse a Fundep na execução das obras citadas acima, gastaria tempo e cobraria por ele para conhecer as particularidades de cada uma, onerando o erário público. 2 - Existe também a divisão de responsabilidade técnica entre os engenheiros da Fundep e os de qualquer empreiteira. Isso é inconveniente do ponto de vista da segurança e integridade das obras, bem como geraria custos extras para o Hospital das Clínicas, pois, uma eventual construtora cobraria do Hospital para auditar projetos e obras desconhecidos e assumir solidariamente a responsabilidade técnica pelas mesmas. 3 - A Fundep já havia adquirido 100% do material elétrico e executado 70% do serviço relativo à instalação elétrica com uma equipe treinada e conhecedora das instalações existentes no HC. Repassar o material e principalmente a execução do trabalho é tecnicamente inviável. Imaginemos uma construtora, sem o conhecimento das instalações do HC, ser contratada para concluir tal serviço correndo o risco de provocar algum desligamento de energia e comprometendo o atendimento aos pacientes internados. Para as instalações hidrossanitárias já tinham sido adquiridos 80% do material e executados 60% do serviço, valendo a mesma consideração da área elétrica. Além disto, outros materiais já haviam sido adquiridos em sua totalidade, tais como bancadas, prateleiras, divisórias e piso em granito. 4 - Em se tratando de construção civil, qualquer interrupção da execução gera custos indiretos para o contratante, nesse caso o Hospital, e geraria custos relativos à paralisação e retomada dos serviços, os quais seriam pagos pelo Hospital, onerando o erário público. 5 - Além dos aspectos eminentemente ligados ao aumento de custos com cada obra em função de sua descontinuidade, há também a deteriorização inexorável de uma obra inconclusa em função do tempo.

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É importante ressaltar também que a referida reforma está sendo executada em etapas por absoluta necessidade de manter o Pronto Atendimento em funcionamento e atendendo aos pacientes que o procuram, considerando a impossibilidade de transferência destes pacientes para outras unidades de saúde de Belo Horizonte, devido ao alto grau de complexidade que os casos atendidos no HC/UFMG requerem, e ainda que as etapas da obra são indissociáveis e necessárias à plena utilização do Hospital naquelas dependências.”

Item “a”

“A ausência do parecer jurídico neste processo está vinculada ao advento do Acórdão 2.731/2008 TCU - Plenário, em virtude das diversas determinações nele contidas a serem adotadas pelas IFES - Instituições Federais de Ensino Superior, especialmente no que concerne ao relacionamento com suas respectivas fundações de apoio. Dentre as quais, in casu, cabe destacar a medida relacionada no item 9.2.29, qual seja a de vetar a transferência para as fundações de apoio de recursos destinados à execução de obras ou serviços de engenharia, tendo em vista o não-enquadramento desta atividade no conceito de desenvolvimento institucional, nos termos da jurisprudência firmada por aquele Tribunal. Não obstante, à Universidade Federal de Minas Gerais foi concedida medida liminar no Mandado de Segurança nº 27.779, impetrado pela UFMG junto ao Supremo Tribunal Federal, contra as determinações contidas no Acórdão 2.731/2008 do Tribunal de Contas da União, inclusive em relação à contratação direta da FUNDEP – Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa para a execução de obras de engenharia ou a celebração de convênios e/ou contratos com objetivos semelhantes, e outros projetos visando a apoiar ações, atividades e projetos destinados à promoção do desenvolvimento institucional. A Direção do Hospital das Clínicas, ciente de sua responsabilidade social, não poderia permitir a paralisação das etapas finais de uma obra durante os procedimentos de retomada de realização de licitações, além de incorrer em todos os inconvenientes citados na resposta ao item anterior, e assim, levou o assunto ao Reitor. O Reitor, então, considerando o relevante interesse público e social na realização e conclusão desta obra, bem como os prejuízos que ele tem o dever de evitar, considerou pertinente autorizar sua conclusão. Este ato administrativo significou para o HC/UFMG a garantia da celeridade e economicidade tendo em vista o tempo e a disponibilidade de recursos necessários para alcançar os resultados pretendidos com o planejamento de modernização de suas instalações a partir dos financiamentos aprovados e o zelo pela coisa pública.”

Item “b”

“O parágrafo único citado acima prevê que o apoio a ser prestado pela Contratada (FUNDEP) consiste na execução dos serviços, cujas especificações,

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condições, forma e prazos ‘constam no projeto mencionado e seus anexos, parte integrante do presente contrato’. O referido projeto faz parte do Processo 23072.019324/2012-15, uma vez que é parte integrante do Contrato.”

Por meio do Ofício OF.DIR-HC/UFMG Nº 313/2013, de 15/05/2013, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201308121/06, de 13/05/2013, a Diretora Administrativa do Hospital das Clínicas se manifestou: Item “c”

“Conforme justificativa colocada no referido ofício a obra do Pronto Atendimento foi dividida em etapas por absoluta necessidade de manter o serviço aberto e atendendo aos pacientes. A etapa que faz parte do processo de contratação ora analisado é a terceira e última, ou seja, é a etapa de conclusão. Antes dela tivemos as outras duas etapas, que foram contempladas em outro projeto junto à FUNDEP, cujo prazo legal venceu em dezembro de 2012. Assim, este novo processo de contratação foi feito apenas para contemplar a finalização da obra e as compras informadas já tinham sido feitas neste projeto que terminou. É preciso que fique claro que não são obras estanques e sim um projeto único que foi dividido em etapas para sua execução.”

Item “d”

“Os itens da planilha orçamentária são estimados e agrupados de forma geral apenas para a elaboração do contrato com a FUNDEP. A FUNDEP para elaborar os processos de compras dos materiais e a contratação de mão de obra para executar os serviços recebe a solicitação devidamente detalhada em seus quantitativos e especificação dos materiais. Como exemplo pode-se citar: - Instalações hidrosanitárias – neste item serão especificados para compras todos os tubos e conexões necessárias às instalações de água e esgoto; - Louças, metais e acabamentos – neste item estão incluídos nos vasos sanitários, torneiras, barra de apoio, etc.”

Item “e”

“Por um lapso desta diretoria foi encaminhada novamente a planilha com erro sem a revisão feita pelo setor de engenharia. Segue a nova planilha que contempla uma modificação no valor estimado da instalação do ar condicionado que é de R$ 200.200,00. Assim, a totalização do grupo passa de R$ 478.441,17 para R$ 478.641,17. Outro erro constatado foi referente ao item 1- Serviços Preliminares, onde o valor foi arredondado de R$85.075,23 para R$85.075,00. Assim, na nova planilha estes vinte e três centavos não foram contemplados na totalização final.”

Após o recebimento do Relatório Preliminar, o Diretor Geral do HC/UFMG, manifestou-se, por meio do Ofício OF.DIR-HC/UFMG Nº 380/13, de 10/06/2013, em relação às recomendações:

“Informamos que a Administração irá formalizar tais recomendações ao setor responsável pela elaboração dos contratos com a fundação de apoio. Entretanto,

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ressaltamos que essa contratação se deu exclusivamente para permitir a conclusão da obra de reforma do Pronto Atendimento. Ressaltamos também que as próximas obras a serem executadas no Hospital deverão ser licitadas para empresas construtoras e não mais para a fundação de apoio, em obediência ao disposto no Decreto 7423/2010.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em relação à contratação da Fundep: É de se concordar que o conhecimento tanto da obra que será executada quanto do local é primordial para o bom andamento da empreitada. No entanto, tal conhecimento é suprido por adequado projeto básico que explicite todas as informações essenciais e pela divisão das etapas da obra que possibilite trabalhos das empresas com a mínima interferência de uma na outra. Ademais, não há previsão legal para referida contratação, sendo, portanto, indevida. Item “a” O fato de haver sido concedida pelo STF medida liminar contra as determinações contidas no Acórdão 2.731/2008 do TCU não exime a Universidade de instruir os processos de dispensa de licitação com o devido parecer jurídico, o qual, inclusive, poderia ser contrário à contratação desejada. Ademais, a função primordial da Procuradoria Jurídica é garantir que o desenvolvimento da universidade esteja amparado pela legislação. Cabe ressaltar que o referido Acórdão é anterior a Lei 12.349/2010 que alterou a Lei 8.958/94 em relação ao entendimento sobre a atuação das fundações de apoio na melhoria da infraestrutura das universidades, sendo, portanto, a realização desta obra contrária à disposição legal. Item “b” O fato de existir no processo um projeto apresentado pela Fundep para execução do contrato não exime a Universidade de, pelo menos, indicar no contrato em que páginas do processo estão o referido projeto citado como anexo à avença. Item “c” A resposta da Entidade confirma a contratação verbal, ou seja, a Fundep já realizava a 3ª etapa da obra mesmo antes da assinatura do contrato. Item “d” A resposta da Entidade confirma que não houve detalhamento dos itens anteriormente à contratação da Fundep, conforme disposição legal. Esta situação pode significar um dimensionamento indevido do montante a ser gasto, pois não há como prever o gasto total de uma obra sem detalhar cada item a ser executado. Item “e”

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Embora os itens apresentassem erros em valores insignificantes monetariamente, é necessário que a planilha reflita exatamente o que se pretende contratar, conforme já argumentado no item anterior. Em relação às recomendações, verificou-se que o Hospital já está tomando providências para atende-las.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Incluir, em todos os contratos vigentes com fundação de apoio, e também nos futuros contratos firmados, anexo contendo os valores repassados referentes aos projetos, bem como a forma pela qual serão realizados estes pagamentos e as despesas administrativas. Recomendação 2: Orientar formalmente o setor responsável a efetuar contratação de fundação de apoio para execução de obras somente nos casos expressamente permitidos em lei, em cumprimento ao disposto no § 2º do art. 1º da Lei nº 8.958/94. Recomendação 3: Orientar formalmente o setor responsável a solicitar o parecer jurídico na realização de processos licitatórios, conforme o disposto no inc. VI e no parágrafo único do art. 38 da Lei nº 8.666/93. Recomendação 4: Orientar formalmente o setor responsável, para os casos de obras que necessitem ser realizadas parceladamente, a providenciar a elaboração de projetos básicos que contemplem detalhadamente toda a obra e as etapas nas quais sua execução será dividida, inclusive com orçamentos gerais e divididos, de forma a atender o disposto no inc. IX do art. 6º da Lei nº 8.666/93. Recomendação 5: Orientar formalmente o setor responsável para que elabore detalhadamente as planilhas orçamentárias antes da realização dos processos licitatórios para execução de obras e prestação de serviços, em observância ao disposto no § 2º, inciso II, do art. 7º da Lei nº 8.666/93.

Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Certificado: 201305969 Unidade Auditada: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Exercício: 2012

Processo: 23072.002477/2013-12

Município - UF: Belo Horizonte - MG

_______________________________________________

Foram examinados os atos de gestão dos responsáveis pelas áreas auditadas,

especialmente aqueles listados no art.10 da IN TCU nº 63/2010, praticados no período

de 01/01/2012 a 31/12/2012.

Os exames foram efetuados por seleção de itens, conforme escopo do trabalho

definido no Relatório de Auditoria Anual de Contas constante deste processo, em

atendimento à legislação federal aplicável às áreas selecionadas e atividades

examinadas, e incluíram os resultados das ações de controle realizadas ao longo do

exercício objeto de exame, sobre a gestão da unidade auditada.

Em função dos exames aplicados sobre os escopos selecionados,

consubstanciados no Relatório de Auditoria Anual de Contas nº 201305969, proponho

que o encaminhamento das contas dos agentes listados no art. 10 da IN TCU nº 63/2010

seja como indicado a seguir, em função da existência de nexo de causalidade entre os

atos de gestão de cada agente e as constatações correlatas discriminadas no Relatório de

Auditoria.

1. Regular com ressalvas a gestão do(s) seguinte(s) responsável(is)

1.1. CPF ***.983.176-**:

Cargo: Diretor do Hospital das Clínicas no período de 01/01/2012 a 31/12/2012.

Referência: Relatório de Auditoria número 201305976, itens 1.1.2.1 e 1.1.2.2

Fundamentação:

De acordo com o art. 14 do Regimento do Hospital das Clínicas, aprovado por meio da

Resolução Complementar nº 01/04, de 29/01/2004, compete ao Diretor do Hospital das

Clínicas atuar como principal autoridade administrativa da Unidade, supervisionando as

atividades didáticas, científicas e assistenciais e dirigindo os serviços administrativos,

incluindo pessoal, finanças e patrimônio.

Diante do exposto, a certificação pela regularidade com ressalvas fundamenta-se, em

especial, pelas seguintes condutas do gestor:

a) aceitar os preços propostos no Pregão Eletrônico nº 46/2011 sem embasamento

consistente para tal, falha que teve como causa a ausência de controles internos na

Seção de Licitações e Compras que identificassem as fragilidades nas cotações de

preços para realização do certame;

b) contratar, conforme Contrato nº 766/2012, publicado em 27/12/2012, a Fundep para

execução de obra, em desacordo com o disposto no § 2º do art. 1º da Lei nº 8.958/94.

1.2. CPF ***.437.756-**:

Cargo: Diretor da Faculdade de Medicina no período de 01/01/2012 a 31/12/2012.

Referência: Relatório de Auditoria número 201305969, item 1.1.2.3

Fundamentação:

A Portaria nº 53, de 08/04/2010, delegou competência aos dirigentes da Unidades

Acadêmicas, para, no âmbito das respectivas Unidades Gestoras: arrecadar receitas e

autorizar despesas observados os limites orçamentários; celebrar contratos decorrentes

de licitação, de sua dispensa ou de inexigibilidade, assinar termos de cessão de uso de

espaço, e assinar acordos, convênios e ajustes previstos nos incisos I, II e III do

parágrafo único do art. 4º e no art. 5º da Resolução nº 10 do Conselho Universitário, de

23/10/1997.

Diante do exposto, a certificação pela regularidade com ressalvas fundamenta-se, em

especial, pelo fato de o Diretor da Faculdade de Medicina ter assinado os Termos de

Cooperação nº 637141, celebrado em 17/12/2008, e nº 637352, celebrado em

19/12/2008, bem como os termos aditivos que prorrogaram suas vigências até

31/12/2013 e 30/12/2014 respectivamente, que continham custos operacionais em

percentuais indevidos sobre os valores totais dos projetos que foram financiados pelo

Fundo Nacional de Saúde.

1.3. CPF ***.610.606-**:

Cargo: Superintendente de Infraestrutura e Manutenção no período de 01/01/2012 a

31/12/2012.

Referência: Relatório de Auditoria número 201305969, itens 1.2.2.1, 1.2.3.1, 1.2.4.1 e

1.2.4.2

Fundamentação:

Compete ao Superintendente de Infraestrutura e Manutenção, conforme Portaria nº 36,

de 27/04/2011, entre outros, (I) autorizar a realização, no âmbito da Superintendência de

Infraestrutura e Manutenção, de despesas em geral e do respectivo pagamento; (II)

autorizar a realização de ajustes, contratos, concorrências, convites, pregões e tomadas

de preços, por conta das dotações previstas no Orçamento da Reitoria, no âmbito do

Departamento de Manutenção e Operação da Infraestrutura (DEMAI) e do

Departamento de Obras (DO) da Superintendência de Infraestrutura e Manutenção; (IV)

acompanhar a execução orçamentária, bem como visar e supervisionar empenhos dos

Departamentos vinculados à Superintendência de Infraestrutura e Manutenção, e,

também, determinar providências de ordem econômica e financeira que julgar

necessárias; (V) designar os membros, determinar as atribuições e acompanhar os

trabalhos das Comissões incumbidas de instrução de Processos de Licitação; (VIII)

assinar contratos decorrentes de licitação, ou de sua dispensa ou inexigibilidade. No

âmbito de competência da Superintendência de Infraestrutura e Manutenção; (XI)

supervisionar e preparar todo o expediente que envolva receita e despesa no âmbito da

Superintendência de Infraestrutura e Manutenção, submetendo-o ao Reitor, para

despacho final.

Diante do exposto, a certificação pela regularidade com ressalvas fundamenta-se, em

especial, nas seguintes condutas do gestor:

a) autorizar a realização da Concorrência nº 06/2012 – DO com inclusão de

profissionais desnecessários e de mobiliário que deveria ser comprado separadamente,

ocorrência ocasionada por falhas nos controles internos do Setor de Orçamentos;

b) ratificar, no ato de homologação da Concorrência nº 01/2012 – DO, a adoção

indevida de critério subjetivo, pela comissão de licitação, para atribuição de pontos à

proposta técnica, em desacordo com a previsão editalícia e com o princípio do

julgamento objetivo;

c) ratificar, no ato de homologação da Concorrência nº 01/2012 – DO, na qual houve o

superdimensionamento da quantidade de mão de obra necessária para prestação dos

serviços, o entendimento da área técnica da Superintendência de Infraestrutura e

Manutenção no sentido de que a mão de obra alocada para execução do Contrato nº

018/2012 era necessária para garantir a qualidade e o regular andamento da obra do

CAD 3;

d) não acompanhar adequadamente a execução das atribuições do fiscal nomeado no

âmbito do Contrato nº 018/2012, o que ocasionou, a partir de falhas nos controles

internos do Departamento de Obras, a aprovação indevida das medições pelo fiscal do

contrato e o respectivo pagamento pelo ordenador de despesas.

1.4. CPF ***.772.886-**:

Cargo: Pró-Reitor de Recursos Humanos no período de 01/01/2012 a 28/02/2012.

Referência: Relatório de Auditoria número 201305969, item 2.1.3.1

Fundamentação:

A Portaria nº 34, de 22/03/2010, estabeleceu as competências do Pró-Reitor de Recursos

Humanos da UFMG. Entre elas destacam-se, conforme art. 1º, conceder adicionais e

vantagens, tais como: ajuda de custo; adicionais de férias, noturno, por atividades

insalubres, perigosas ou penosas; férias; alteração e manutenção de regime de trabalho;

auxílios pré-escolar, natalidade, funeral e reclusão; gratificação de Raios-X; gratificação

natalina; incorporação, revisão e atualização de Cargo de Direção ou Função

Gratificada, ou demais Cargos Comissionados; horário especial para servidor estudante

e para servidor portador de deficiência; indenização de transporte; licenças; pensão

civil; progressão vertical e horizontal de docente; progressões; e afastamentos.

Compete, ainda, de acordo com o art. 2º, assinar documentos e atos administrativos, tais

como: contratos, designação de dependente para fins de pensão, homologação de

concursos públicos, isenção de imposto de renda na fonte, termo de posse, designação,

substituição e dispensa gratificada, recondução, reversão, remoção e portarias de

nomeação de servidores técnico-administrativos. Os artigos 8º, 9º e 10º da citada

portaria, definem também como competência do cargo, respectivamente, praticar os atos

necessários à correta apuração de créditos passíveis de cobrança e inscrição em Dívida

Ativa; coordenar, orientar e supervisionar, no âmbito da Prorh, a tramitação dos

processos de apuração de débitos passíveis de cobrança e inscrição em Dívida Ativa;

assinar os atos administrativos necessários e pertinentes a cada fase do processo

administrativo de apuração de débitos no âmbito dos Departamentos subordinados à

Prorh.

Diante do exposto, a certificação pela regularidade com ressalvas fundamenta-se, em

especial, pelo fato de o Pró-Reitor de Recursos Humanos não ter implementado

ferramentas de controle para evitar as seguintes ocorrências:

- pagamento do benefício de pensão a filho maior inválido com vínculo no Siape, fato

que descaracteriza a dependência econômica;

- interrupção indevida do desconto de parcelas de devolução ao erário;

- pagamento indevido das vantagens do artigo 184 ou 192 da Lei nº 8.112/90 a

servidores aposentados proporcionalmente;

- cadastramento de pensões concedidas após 19/02/2004 em tipos menores que 52;

- pagamento de adiantamento de férias nos últimos 05 anos, em valor inferior ao

recebido;

- ausência de desconto do adiantamento de férias nos três meses subsequentes ao mês

do recebimento da antecipação;

- pagamento indevido da vantagem de quintos a servidores com ingresso no cargo

efetivo após 25/11/1995.

1.5. CPF ***.635.186-**:

Cargo: Pró-Reitor de Recursos Humanos no período de 29/02/2012 a 31/12/2012.

Referência: Relatório de Auditoria número 201305969, item 2.1.3.1

Fundamentação:

A Portaria nº 16, de 01/03/2012, estabeleceu as competências do Pró-Reitor de Recursos

Humanos da UFMG. Entre elas destacam-se, conforme art. 1º, conceder adicionais e

vantagens, tais como: ajuda de custo; adicionais de férias, noturno, por atividades

insalubres, perigosas ou penosas; férias; alteração e manutenção de regime de trabalho;

auxílios pré-escolar, natalidade, funeral e reclusão; gratificação de Raios-X; gratificação

natalina; incorporação, revisão e atualização de Cargo de Direção ou Função

Gratificada, ou demais Cargos Comissionados; horário especial para servidor estudante

e para servidor portador de deficiência; indenização de transporte; licenças; pensão

civil; progressão vertical e horizontal de docente; progressões; e afastamentos.

Compete, ainda, de acordo com o art. 2º, assinar documentos e atos administrativos, tais

como: contratos, designação de dependente para fins de pensão, homologação de

concursos públicos, isenção de imposto de renda na fonte, termo de posse, designação,

substituição e dispensa gratificada, recondução, reversão, remoção e portarias de

nomeação de servidores técnico-administrativos. Os artigos 8º, 9º e 10º da citada

portaria, definem, também, como competências do cargos, respectivamente, praticar os

atos necessários à correta apuração de créditos passíveis de cobrança e inscrição em

Dívida Ativa; coordenar, orientar e supervisionar, no âmbito da Prorh, a tramitação dos

processos de apuração de débitos passíveis de cobrança e inscrição em Dívida Ativa;

assinar os atos administrativos necessários e pertinentes a cada fase do processo

administrativo de apuração de débitos no âmbito dos Departamentos subordinados à

Prorh.

Diante do exposto a certificação pela regularidade com ressalvas fundamenta-se, em

especial, pelo fato de o Pró-Reitor de Recursos Humanos não ter implementado

ferramentas de controle para evitar as seguintes ocorrências:

- pagamento do benefício de pensão a filho maior inválido com vínculo no Siape, fato

que descaracteriza a dependência econômica;

- interrupção indevida do desconto de parcelas de devolução ao erário;

- pagamento indevido das vantagens do artigo 184 ou 192 da Lei nº 8.112/90 a

servidores aposentados proporcionalmente;

- cadastramento de pensões concedidas após 19/02/2004 em tipos menores que 52;

- pagamento de adiantamento de férias nos últimos 05 anos, em valor inferior ao

recebido;

- ausência de desconto do adiantamento de férias nos três meses subsequentes ao mês

do recebimento da antecipação;

- pagamento indevido da vantagem de quintos a servidores com ingresso no cargo

efetivo após 25/11/1995.

Esclareço que os demais agentes listados no art. 10 da IN TCU nº 63, constantes

das folhas 02 a 23 do processo, que não foram explicitamente mencionados neste

certificado têm, por parte deste órgão de controle interno, encaminhamento proposto

pela regularidade da gestão, tendo em vista a não identificação de nexo de causalidade

entre os fatos apontados e a conduta dos referidos agentes.

Belo Horizonte/MG, 18 de Julho de 2013.

_____________________________________________________________

Chefe da Controladoria Regional da União no Estado de Minas Gerais - Substituto

Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Relatório: 201305969 Exercício: 2012 Processo: 23072.002477/2013-12 Unidade Auditada: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Município/UF: Belo Horizonte/MG

1. Em conclusão aos encaminhamentos sob a responsabilidade da Controladoria-Geral da União quanto à prestação de contas do exercício de 2012 da Unidade acima referenciada, expresso opinião sobre o desempenho e a conformidade dos atos de gestão dos agentes relacionados no rol de responsáveis, a partir dos principais registros e recomendações formulados pela equipe de auditoria.

2. No que diz respeito ao cumprimento das Ações Governamentais sob a responsabilidade da Unidade, destacam-se os resultados obtidos na realização do Programa 2032 – Educação Superior – Graduação, Pós-Graduação, Ensino, Pesquisa e Extensão, na Ação 20RK – Funcionamento das Universidades Federais, visto que a meta física atingida foi de 117%, e na Ação 8282 – Reestruturação/Expansão das Universidades Federais, que apresentou um cumprimento de meta física de 11,7%. Em relação a esta Ação, verificou-se que a meta prevista foi superdimensionada no orçamento da unidade, o que explica o baixo percentual de execução física verificado.

3. Os resultados dos trabalhos de auditoria identificaram, por meio de constatações, impropriedades que impactaram a gestão da Unidade, relacionadas, principalmente, à área de contratações, tendo sido verificadas situações tais como a falta de estimativa dos custos operacionais para execução de objetos relativos a termos de cooperação; e impropriedades na realização de processos licitatórios relacionadas ao fracionamento de despesa, à contratação de empresa cujo sócio é servidor da UFMG, à execução de serviço em data anterior à formalização do contrato, a erro no julgamento de proposta técnica de empresa vencedora de Concorrência, à ausência de base de preços na realização de licitação, à inclusão de profissionais desnecessários e de mobiliário indevido como itens de planilha orçamentária, e à contratação indevida de fundação de apoio vinculada à Universidade para realização de obra. Também constaram do relatório de auditoria outras constatações relacionadas a pagamentos indevidos na folha de pessoal em decorrência de aplicação inadequada da legislação e ao descumprimento do regime de dedicação exclusiva.

4. Dentre as causas relacionadas às constatações, na área de contratações, cita-se a aplicação indevida de percentuais sobre os valores totais dos projetos que são financiados mediante termos de cooperação para custear as despesas operacionais dos citados projetos; as falhas nos controles internos do Setor de Licitações, do Setor de Orçamentos e do Departamento de Obras no que se refere ao planejamento da contratação; a adoção de critério subjetivo quando da fase de julgamento nas contratações públicas realizadas, em desacordo com a previsão editalícia e com o princípio do julgamento objetivo; a aprovação e a autorização de pagamento de medições superdimensionadas; e a contratação de fundação de apoio para a execução de obra em desacordo com a legislação. Na área de pessoal, as causas se referem à necessidade de capacitação, principalmente no que tange ao conhecimento da legislação; à ausência de aplicação de penalidade nos casos de morosidade no andamento dos processos administrativos; e às falhas nos controles internos no que tange à verificação do cumprimento do regime de dedicação exclusiva e à implementação de medidas eficientes para regularizar a situação de descumprimento do citado regime.

Parecer de Dirigente do Controle Interno

5. Assim, recomendou-se ao gestor instituir/aprimorar os controles internos na área de contratações, principalmente para que as estimativas dos custos operacionais que envolvam a execução de objeto pactuado sejam incluídas na previsão orçamentária da avença; orientar formalmente a fundação de apoio para restituir as eventuais sobras dos recursos financeiros transferidos no âmbito de convênio ou contrato firmado; orientar formalmente o setor de contratações no sentido de aperfeiçoar o planejamento das aquisições; promover a apuração de responsabilidades em relação a erros cometidos no julgamento de propostas técnicas; firmar termo aditivo para regularizar os contratos nos quais foram identificados pagamentos de mão de obra em valores inferiores aos previstos nas propostas licitadas; adotar providências para o ressarcimento da diferença identificada entre o valor contratado e o efetivamente pago a título de remuneração de mão de obra, inclusive com a instauração de tomada de contas especial, se necessário; e orientar o setor de contratações para que contrate fundação de apoio somente nos casos expressamente permitidos em lei. Para as situações verificadas na área de pessoal, recomendou-se a apuração dos valores pagos indevidamente e consequente ressarcimento ao erário, a adequação dos lançamentos no SIAPE e a cessação de pagamentos comprovadamente irregulares; e a apuração do descumprimento do regime de dedicação exclusiva por parte dos servidores da Universidade, com a adoção de providências para o ressarcimento da vantagem percebida indevidamente durante o período de descumprimento verificado.

6. Em relação às recomendações do Plano de Providências Permanente formuladas pela Controladoria-Geral da União, verificou-se que, de um saldo de 58 recomendações, restam 36 pendentes (62%), cuja implementação continuará sendo acompanhada pela CGU. Ressalta-se que as pendências concentram-se, em sua maioria, em apontamentos relacionados à gestão de recursos humanos, os quais ensejaram o ajuizamento de ações judiciais, cuja conclusão independente da ação da Universidade.

7. Quanto aos controles internos administrativos, podem ser mencionadas como ações positivas a estruturação da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas com segregação de competências e funções; a adoção de uma sistemática de auditorias internas para detectar possíveis incorreções em análise de processos e lançamentos de dados no SIAPE; e a existência de Comissão específica para verificar possíveis acumulações de cargos públicos. Foram propostas sugestões de melhoria quanto ao estabelecimento, formalização e divulgação de procedimentos de controle que visem assegurar o cumprimento dos objetivos da Universidade, assim como a implantação de uma rotina de monitoramento destes procedimentos, no sentido de avaliar se estão sendo suficientes.

8. Assim, em atendimento às determinações contidas no inciso III, art. 9º da Lei n.º 8.443/92, combinado com o disposto no art. 151 do Decreto n.º 93.872/86 e inciso VI, art. 13 da IN/TCU/n.º 63/2010 e fundamentado no Relatório de Auditoria, acolho a proposta expressa no Certificado de Auditoria conforme quadro a seguir:

CPF Cargo Proposta de

Certificação Fundamentação

***.983.176-** Diretor do Hospital das Clínicas no período de 01/01/2012 a 31/12/2012.

Regular com Ressalvas

Relatório de Auditoria nº 201305976, itens 1.1.2.1 e 1.1.2.2.

***.437.756-** Diretor da Faculdade de Medicina no período de 01/01/2012 a 31/12/2012

Regular com Ressalvas

Relatório de Auditoria nº 201305969, item 1.1.2.3.

***.610.606-** Superintendente de Infraestrutura e Manutenção no período de 01/01/2012 a

Regular com Ressalvas

Relatório de Auditoria nº 201305969, itens 1.2.2.1, 1.2.3.1, 1.2.4.1 e 1.2.4.2.

31/12/2012.

***.772.886-** Pró-Reitor de Recursos Humanos no período de 01/01/2012 a 28/02/2012.

Regular com Ressalvas

Relatório de Auditoria nº 201305969, item 2.1.3.1.

***.635.186-** Pró-Reitor de Recursos Humanos no período de 29/02/2012 a 31/12/2012.

Regular com Ressalvas

Relatório de Auditoria nº 201305969, item 2.1.3.1.

- Demais gestores integrantes do Rol de Responsáveis

Regularidade Relatório de Auditoria Anual de Contas nº 201305969.

9. Desse modo, o processo deve ser encaminhado ao Ministro de Estado supervisor, com vistas à obtenção do Pronunciamento Ministerial de que trata o art. 52, da Lei n.º 8.443/92, e posterior remessa ao Tribunal de Contas da União.

Brasília/DF, de julho de 2013.

JOSÉ GUSTAVO LOPES RORIZ Diretor de Auditoria da Área Social