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UNIDADE DE RECUPERAÇÃO PÓS- ANESTÉSICA (URPA) Maria da Conceição Muniz Ribeiro

UNIDADE DE RECUPERAÇÃO PÓS- ANESTÉSICA · Definição É um setor do Centro Cirúrgico onde são dispensados cuidados intensivos após anestesia e cirurgia. A fim de minimizar

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UNIDADE DE

RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA

(URPA)

Maria da Conceição Muniz Ribeiro

O primeiro relato sobre a

existência de uma sala de

recuperação pós-anestésica foi

em 1801 na Inglaterra.

Florence Nightingale, em

1863, já previa a necessidade de

que os pacientes operados

fossem agrupados para facilitar

seu atendimento nas primeiras

horas pós-operatórias.

A partir de 1920 após a

Segunda Guerra Mundial,

muitos hospitais europeus e

norte-americanos planejam a

instalação da sala de

recuperação anestésica.

Somente em 1942, nos

Estados Unidos da América,

utilizaram pela primeira vez o

termo sala de recuperação

anestésica e teve seus objetivos

específicos delineados.

No Brasil, apesar de já

fazer parte das previsões das

unidades cirúrgicas desde de

1977, pela Portaria 400.

A obrigatoriedade da sala

de Recuperação Pós-

Anestésica somente foi

estabelecida em 1993 por

Decreto Federal, com a

Resolução CFM nº1363/93.

Definição

É um setor do Centro Cirúrgico onde são

dispensados cuidados intensivos após anestesia

e cirurgia. A fim de minimizar as prováveis

complicações decorrentes da anestesia.

O tempo de permanência do paciente neste

setor varia em média de 1 a 6 horas.

Finalidade

Oferecer suporte ao paciente na fase de recuperação

da anestesia, até que os reflexos protetores estejam

presentes, os sinais vitais voltem a normalidade e seja

recuperado a consciência.

Prevenir ou tratar possíveis complicações resultantes

do ato anestésico ou cirúrgico

Estabelecer medidas para aliviar a dor pós-operatória.

Proporcionar ao paciente atendimento seguro, em se

tratando de um local provido de recursos materiais

específicos e humanos, preparados para a prestação da

assistência neste período, considerado crítico.

Localização

A URPA deve estar integrada no Centro

Cirúrgico, próximo aos elevadores, para facilitar

a remoção dos pacientes.

Centro Cirúrgico e URPA da Maternidade Leila Diniz- RJ

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS

BÁSICOS DE UMA URPA

Duas saídas de oxigênio com fluxômetros

Uma saída de ar comprimido

Uma fonte de aspiração a vácuo

Um foco de luz

Tomadas elétricas de 110 e 220 watts

Monitor cardíaco

Oxímetro de pulso

Esfignomanômetro

Ventiladores mecânicos

Carrinho de parada

ROTINAS DE ADMISSÃO E ALTA

DOS PACIENTES NA URPA

Identificaçãoo Nome do pacienteo Número do registro geralo Idadeo Sexoo Procedência (clínica de origem)o Cirurgia e equipe cirúrgicao Anestesia e anestesiologistao Horário de chegada

Obs.: Quando o enfermeiro da URPA recebe um

paciente ele deve pedir um resumo dos problemas na

SO e dos que podem surgir no período de

recuperação.

NORMAS DE ASSISTÊNCIA NA

URPA Avaliação inicial, pontos a serem observados:

Respiração

Coloração da pele e temperatura

Necessidade de instalação de O2, drenagem, aspiração de

secreções e outros.

Infusões

Posição e mobilidade

Nível de consciência

Ferida operatória

Dor, força muscular

Extremidades (unhas e lóbulos das orelhas)

Após a avaliação inicial do estado do pacientedevemos:

Posicionar adequadamente o paciente, de acordo

com o tipo de cirurgia e anestesia, atentando para as

manobras de segurança (grades levantadas, macas

com freios acionados, entre outros.)

Manter VAS desobstruídas

Instalar O2 sob nebulização contínua

Verificar os sinais vitais de 15 em 15 minutos na

primeira hora e de 30 em 30 minutos nas horas

seguintes.

Observar o nível de consciência e conter o paciente

agitado.

Observar e registrar dados coletados

relacionados a:

Curativos cirúrgicos;

Cateterizações venosas e arteriais;

Reflexos;

Drenos com conexões corretamente ligadas;

Sondas com conexões corretamente ligadas,

tipo e volume do material eliminado;

Eliminações: tipo e volume, manter diurese

horária, indicando sempre que for desprezada;

Implementar balanço hídrico.

Aquecer o paciente.

Proceder a monitorização se necessário.

Proceder a montagem da PVC e PAM, se

necessário.

Observar a prescrição médica.

Coletar materiais para exames e encaminhar,

quando necessário.

Executar outros procedimentos de caráter

institucional.

Obs.: A avaliação do paciente se dá continuamente

até o momento de sua alta da URPA; Como

instrumento desta avaliação é comumente utilizado

o ÍNDICE DE ALDRETE E KROULIK

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PELO

ÍNDICE DE ALDRETE E KROLIK

Atividade

Muscular

Movimenta os quatro membros

Movimenta dois membros

É incapaz de mover os membros voluntariamente ou sob comando

2

1

0

Respiração É capaz de respirar profundamente ou de tossir livremente

Apresenta dispnéia ou limitação da respiração

Tem apnéia

2

1

0

Circulação PA em 20% do nível pré-anestésico

PA em 20 – 49% do nível anestésico

PA em 50% do nível pré-anestésico

2

1

0

Consciência Está lúcido e orientado no tempo e espaço

Desperta, se solicitado

Não responde

2

1

0

Saturação de O2 É capaz de manter saturação de O2 maior que 92% respirando em

ar ambiente

Necessidade de O2 para manter saturação maior que 90%

Apresenta saturação de O2 menor que 90%, mesmo com

suplementação de oxigênio

2

1

0

SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO

Os oxímetros de pulso medem a saturação

da hemoglobina baseando-se na pulsação do

sangue arterial.

Os valores normais da saturação de

oxigênio no ar ambiente de pessoas:

Jovem e saudável deve ser de 98% a 100%

Idoso tem possibilidade de estar com valores abaixo da faixa dos 90%

Fumante intenso e/ou portador de grave doença pulmonar podem apresentar níveis abaixo dos 80%

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DE CRIANÇAS DE

(0 – 12 ANOS) PELO ÍNDICE DE STEWARD

Vias Aéreas Tosse ou chora

Apresenta boa manutenção/respira facilmente

Requer manutenção

2

1

0

Consciência Está desperto

Responde a estímulos verbais ou táteis

Não responde

2

1

0

Movimentação Movimenta os membros intencionalmente

Faz movimentos não – intencionais

Não se movimenta

2

1

0

ALTA DA URPA

O paciente recebe alta da URPA quando o enfermeiro detectar aestabilidade das condições orgânicas do paciente, levando em contadiversos aspectos.

Saturação de oxigênio dentro dos limites de normalidade;

Orientação do paciente no tempo e no espaço

Ausência de sangramento ativo da ferida operatória;

Ausência de retenção urinária;

Inexistência de queixa álgica ou manutenção da dor sob

controle;

Estabilidade de sinais vitais;

Ausência de náuseas e vômitos

Presença de atividade e força muscular;

Presença de sensibilidade cutânea após bloqueio motor;

Valor da escala de Aldrete e Kroulik entre 8 e 10