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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A INCLUSÃO DO DEFICIENTE VISUAL NO ENSINO SUPERIOR
Por: Guiomar Penha da Hora
Orientador
Mª. DINA LÚCIA CHAVES ROCHA
Rio de Janeiro
2010
1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A INCLUSÃO DO DEFICIENTE VISUAL NO ENSINO SUPERIOR
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Docência do
Ensino Superior
Por: Guiomar Penha da Hora
3
DEDICATÓRIA
...O que para muitos passa a ser um
empecilho na vida, para outros é um
desafio a ser vencido. Qual seria a sua
postura diante de uma adversidade?
Para todos aqueles que enfrentam seus
infortúnios com bravura, sendo deficientes
ou não.
4
RESUMO
A dificuldade do deficiente visual em adquirir a formação acadêmica, ministrada
no 3º grau devido a pouca ou nenhuma preocupação com este tipo de aluno
nas universidades e na adequação ao ministrar as aulas, faz-se necessário o
estudo do condicionamento dessas instalações e metodologia de ensino como
parte para melhoria dos ensinamentos e conhecimentos práticos de uma vida
acadêmica como de todos os outros discentes.
5
METODOLOGIA
A metodologia utilizada ocorreu através de referências bibliográficas, livros
específicos e sites relativos à deficiência visual.
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I - ANATOMIA DO OLHO HUMANO
1.1 Desenvolvimento Ocular
1.2 A saúde ocular durante a vida educacional
1.3 Cegueira
CAPÍTULO II – LEI E DIRETRIZES BÁSICAS (LDB 9394/96)
2.1 LEGISLAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
2.2 CRIMINALIZAÇÃO DO PRECONCEITO
CAPÍTULO III – Um NOVO OLHAR PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL
3.1 Breve histórico
3.2 Estratégias para educação de alunos especiais
3.3 Recursos para uso em sala de aula
CONCLUSÃO
7
INTRODUÇÃO
Segundo a Profª DE MASI (2002), o compromisso com a formação do
cidadão com deficiência visual exige uma prática educacional voltada a
compreensão da realidade social dos direitos e das responsabilidades em
relação a sua vida pessoal e comunitária.
As questões éticas, culturais e de socialização devem ser amplamente
observadas e trabalhadas pelo educador dentro de um ambiente que inspire
confiança mútua, estimule o intercâmbio de informações, a liberdade e a
independência para a aquisição de conhecimento.
Isto não implica e nem possui a significação que a instituição necessite
criar disciplinas específicas para a formação de pessoa com deficiência visual,
mas, que a incorpore em seus objetivos o conhecimento e os conceitos básicos
sobre a cegueira e o cego, conferindo-lhes o direito a igualdade de
oportunidades, o exercício da cidadania, enfim, saber que o aluno com
deficiência visual igualmente aos demais é sujeito de direitos e deveres; como
tal possui a equidade na construção de sua cidadania.
A escassez de aprofundamento no assunto desperta curiosidade,
inquietações e não raro provocam grande impacto no mundo acadêmico. A
abordagem ocorre de maneira pouco natural e pouco espontânea porque os
docentes não sabem como proceder em relação aos deficientes visuais. Os
mesmos manifestam dificuldade de proximidade e comunicação pois não
sabem ao certo o que fazer e como fazer. É necessário que se quebrem tabus,
explicitando os conflitos e dialogando de acordo com a situação.
Os educadores devem estabelecer um relacionamento cordial e
receptivo, dialogar naturalmente, evitando a comunicação gestual e visual na
interação com esses alunos. Estar atento à prática da super proteção e
principalmente combater a atitudes discriminatórias.
Somente assim, será possível assimilar novas atitudes, procedimentos
e posturas.
8
CAPÍTULO I
A ANATOMIA DO OLHO HUMANO
O CONCEITO
Segundo Rocha (1987) os olhos são extensões periféricas do
cérebro, devendo ser muito bem conservados.
A visão é o mais importante dos cinco sentidos. Proporciona um meio
de compreensão do mundo que nos rodeia facilitando, simultaneamente a
comunicação. Os órgãos sensoriais da visão são os olhos: detectam a luz e
enviam impulsos nervosos ao cérebro, que são interpretados como imagens “já
vistas”. A função fisiológica dos olhos é a captação de luz, decodificando-a,
permitindo ao homem identificar seu meio ambiente e facilitar sua convivência
junto a este: quando o globo ocular recebe os impulsos nervosos originários do
meio as vias ópticas os conduzem ao córtex visual ao lobo occipital onde
ocorrerá a compreensão e a interpretação dos focos luminosos, atribuindo
formas bem mais definidas às imagens.
Os globos oculares estão alojados dentro de cavidades ósseas
denominadas órbitas, compostas de partes dos ossos frontal, maxilar,
zigómatico, esfenóide, etmóide, lacrimal e palatino. Ao globo ocular encontram-
se associadas estruturas acessórias: pálpebras, supercílios (sobrancelhas),
conjuntiva, músculos e aparelho lacrimal, de acordo com Brunner (2006).
Conforme Uzuniam (2004), qualquer olho funciona como uma máquina
fotográfica. Na frente do olho existe uma córnea, membrana epitelial
protetora transparente. A seguir, há um músculo liso, a íris, que funciona
como se fosse um diafragma de máquina fotográfica. Ao contrair a
musculatura da íris, aumenta-se a pupila, um orifício de grande diâmetro, e,
ao se relaxar a musculatura, a pupila diminui de diâmetro. A variação do
diâmetro da pupila regula a quantidade de luz que incide no interior do olho.
Em seguida, vem uma lente, o cristalino, ligada a músculos que regulam a
9sua curvatura, o que é importante para o mecanismo de focalização de
objetos. Junto com a córnea e com líquidos que existem no olho, essa lente
constitui o meio a ser atravessado pela luz, no caminho em direção a uma
camada pigmentada, denominada retina.
Na retina, dois tipos de células que contém pigmentos em seu interior
chamam a atenção: os cones e os bastonetes. Os bastonetes existem em
maior quantidade na periferia da retina e são estimulados com luz de baixa
intensidade. É freqüente dizer que são usados para visão no escuro e não
registram cores. Os cones, por sua vez, ocorrem principalmente na região
central da retina e seu estímulo depende de altas intensidades luminosas,
reconhecem cores e diz-seque são células utilizadas quando há claridade.
As modificações energéticas geradas através do estímulo de pigmentos são
transmitidas a células sensitivas,cujos prolongamentos se reúnem formando
o nervo óptico.O nervo óptico dirige-se ao cérebro, mais precisamente ao
lobo occipital, onde as informações são decodificadas e as imagens são
reconhecidas.
1.1 - Desenvolvimento ocular
De acordo com Asbury (1990), o tamanho definitivo do olho é
alcançado entre sete e oito anos de idade.
Segundo Du Gas (1988) o olho humano se desenvolve no primeiro ano
devida de forma rápida. Tal crescimento diminui progressivamente até o 3º
ano, que marca a maturidade anatômica ocular. A maturidade visual é atingida
no 6º ano de vida.
Na adolescência o crescimento ocular cessa e com isso a estabilização
das capacidades sensoriais e os primeiros fatores básicos da motivação
humana são o hedonismo e o idealismo. O primeiro explica que o homem não
ama a dor e o desconforto, mas o prazer e o conforto. Eis aí a razão dos
conselhos acerca de como tornar agradáveis as condições e o ambiente de
10trabalho, a fim de que aquele fator seja satisfeito, resultando no aumento da
motivação.
1.2 - Cegueira
A cegueira é uma alteração grave ou total de uma ou mais funções da
visão que afeta de modo irremediável a percepção de cores, tamanhos,
distância, posições, movimentos em um campo mais ou menos abrangente.
Pode ocorrer desde o nascimento (cegueira congênita) ou
posteriormente (cegueira adventícia) comumente conhecida como adquirida em
conseqüência de causas orgânicas ou acidentais.
● Cegueira congênita: Hipertensão arterial, diabetes mellitus, histórico
genético (glaucoma);
●Cegueira adventícia (adquirida): Traumas, produtos químicos, dentre
outros.
Muitas vezes a perda da visão ocasiona a extirpação do globo ocular e
a conseqüente necessidade do uso de prótese em um ou em ambos os olhos.
A prevenção da cegueira exige ações específicas nos níveis de
atenção a saúde primária, secundária e terciária.
Segundo Harrison’s (1974) a primeira causa de cegueira no mundo é a
hipovitaminose A e as áreas onde prevalecem são países subdesenvolvidos.
Em áreas tropicais, onde se insere o Brasil a abundância de carótenos
ricos em vitamina A, não há educação nutricional o suficiente para a população
para que consumirem esse tipo de alimento.
No Brasil é considerado cego é considerado cego quando possui
acuidade visual < 0,1.
1.3 - A saúde ocular durante a vida educacional
11A Organização Mundial da Saúde (OMS) ressalta a importância de
oferecer assistência oftalmológica para todos, usando a tecnologia apropriada
de acordo com a realidade social apresentada.
Conforme Leavell e Clark (1978) o diagnóstico precoce e o tratamento
imediato tem como finalidades:
● Evitar contaminação de terceiros, caso a moléstia seja transmissível;
● Curar ou estacionar o processo evolutivo da doença a fim de evitar
complicações ou seqüelas;
● Evitar a invalidez.
Serão apresentados exames básicos na avaliação funcional da visão
conforme Pagliuca (1997):
Na avaliação funcional da visão considera-se: acuidade visual, campo
visual e o uso eficiente da visão.
● Acuidade visual: É a distância de um ponto ao outro em uma linha
reta por meio do qual um objeto é visto. Pode ser obtido através da utilização
de escalas e a partir daí confere um padrão de normalidade da visão.
Na pré-escola utilizam-se figuras como casa, bola, carro, entre outras.
A leitura correta das figuras apontadas em todas as linhas é considerada a
visão perfeita (na escala =1).
A aferição é realizada individualmente em cada olho e por convenção,
inicia-se pelo olho direito.
Pode-se utilizar também a escala Snellen através da Carta E como
também é chamada, sendo muito utilizada em locais onde os sistemas de
atendimento oftalmológico apresentam precariedade. A escala é graduada em
décimos e a capacidade de enxergar a letra “E” é classificada como visão = 1,
ou seja, visão total.
● Campo Visual: É a amplitude e a abrangência do ângulo da visão em
que os objetos são focalizados.
● Uso do potencial da visão: É definida em termos da qualidade e do
aproveitamento do potencial de visão de acordo com as condições de
estimulação e de ativação das funções visuais.
12
CAPÍTULO II
LEI DAS DIRETRIZES BÁSICAS – LDB
Baseado em Carneiro (2008), segue parte da lei em educação
especificamente no que tange alunos ditos ”especiais”.
2.1 LEI nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
TÍTULO I
Da Educação
Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da
sociedade civil e nas manifestações culturais.
§ 1º. Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve,
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprO II
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos
princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por
finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
13IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.
§ 2º. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à
prática social.
(...)
CAPÍTULO V
Da Educação Especial
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular
de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
§ 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na
escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação
especial.
§ 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou
serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos
alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino
regular.
§ 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado,
tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com
necessidades especiais:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específicos, para atender às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o
nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar
para os superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível médio ou
superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino
regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
14IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva
integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que
não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante
articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que
apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou
psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão
critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos,
especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de
apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.
Parágrafo único. O Poder Público adotará, como alternativa
preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades
especiais na própria rede pública regular de ensino, independentemente do
apoio às instituições previstas neste artigo.
2.2 CRIMINALIZAÇÃO DO PRECONCEITO
Art.8º Constitui crime previsível com reclusão de 1 a 4 anos e multa:
I Recusar, suspender, procrastinar,cancelar ou fazer cessar sem justa causa a
inscrição do aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau
público ou privado, por motivos derivados da deficiência que porta
II Obstar, sem qualquer causa o a acesso de alguém a qualquer cargo público
por motivos derivados de suas deficiência.
15
CAPÍTULO III
3.1 BREVE HISTÓRICO
De acordo com Fanjúl (2009), a primeira escola para cegos foi fundada
em Paris em 1784 por Valentin Haüy que criou uma escrita que consistia em
fazer o visível se tornar tangível.
Na sua escola, para a leitura, adoptou o alfabeto vulgar, que
se traçava em relevo na expectativa de que as letras fossem
percebidas pelos dedos dos cegos. Para a escrita (redacções e provas
ortográficas), serviu-se de caracteres móveis. Os alunos aprendiam a
conhecer as letras e os algarismos, a combinar os caracteres para
formar palavras e números e a construir frases.
Porém eram meros instrumentos tipográficos que não funcionavam de
fato.
O problema da educação dos cegos só ficou satisfatoriamente
resolvido com a invenção e adoção do Sistema Braille - processo de
leitura e escrita por meio de pontos em relevo hoje empregado no
mundo inteiro.
Um de seus discípulos, Luís Braille, que perdera a visão aos 3
anos de idade aperfeiçou o sistema, que além das letras passou a
contar com números e notas musicais.
Com o impulso dado pelo sistema Braille surgiram na Europa
diversas escolas para deficientes visuais, algumas notáveis com a
inglesa Saint. Dunstan, que enfatizava os aspectos psicológicos dos
alunos. A seguir são criadas classes especiais também em escolas
públicas, sendo a primeira delas fundada nos EUA em 1900, a
Perkison School, de Boston, conseguiu um efeito extraordinário com
uma educação primorosa.
16
Segundo Birner(2004), o sistema Braille é muito fácil de
aprender:sua base, em sela de seis pontos que possibilta 69
combinações diferentes para representar letras do alfabeto, sinais de
pontuação, números, notas musicais, símbolos químicos, etc
A UNESCO participou ativamente do esforço para a unificação
do sistema Braille e difusão do material didático. Muitas escolas para
deficientes visuais foram surgindo em todo o mundo.
No Brasil a primeira instituição especializada foi o Imperial
Instituto de Meninos Cegos, fundado em 1854 pelo Imperador D.PedroII
Hoje, Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro.
A campanha nacional da educação para cegos ocorreu em
1973, substituída pelo Centro Nacional de Educação Especial
(CENESP). Hoje, Secretaria Especial de Educação. Outras instituições
brasileiras para o deficiente visual são: a Fundação para Livro do
Cego fundada em 1946 e atualmente denominada Fundação Dorina
Nowill Para Cegos e Instituto Padre Chico, ambos em São Paulo;
Instituto São Rafael em Belo Horizonte; Instituto Santa Luzia em
Porto Alegre e o Instituto dos Cegos na Bahia.
As tendências pedagógicas modernas referentes à educação
do deficiente visual prescrevem sua integração ao sistema
educacional desde o pré-escolar até a universidade, com o objetivo
principal de combate da autocomiseração.
17
3.2 Estratégias de Educação de Alunos Especiais
Baseado no livro Cláudia Werneck (1999) Muito prazer, eu
existo, apresenta-se alguns tópicos acerca da deficiência no geral
(física e auditiva) e especificamente para o deficiente visual.
Muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando
encontram com o portador de alguma deficiência: tal comportamento
é natural, pois todos nós podemos nos sentir desconfortáveis diante
do “diferente”.
As pessoas com alguma deficiência são como você: tem os
mesmos sonhos, direitos, sentimentos e receios.
● Não finja que a deficiência não existe. Ela existe e você
precisa levá-la na em sua devida consideração. Não subestime as
possibilidades, nem superestime as dificuldades, e vice-versa;
● As pessoas deficientes tem o direito, podem e querem tomar
suas próprias decisões e assumir as responsabilidades por suas
escolhas. Ter uma deficiência não as caracterizam como melhores ou
piores do que as ditas “normais”;
● Você não deve ter receio de fazer ou dizer algo errado: aja
com naturalidade. Caso ocorra alguma situação embaraçosa, uma
dose de delicadeza e humor nunca falham.
● Sempre se identifique e faça com que a pessoa perceba que
você se dirija à ela especificamente.
● Ao auxiliar no momento de sentar-se você deve guiá-la até a
cadeira e colocar a mão dela sobre o encosto da cadeira. Deixe que a
mesma se acomode sozinha.
● Fale em tom de voz natural: muita das vezes as pessoas se
comunicam em tons mais elevados. Lembre-se: ela é deficiência
visual, e não auditiva, por isso não há sentido em gritar.
18
● Quando for deixar o recinto, avise.
3.3 Salas de Recursos
As salas de recursos são criadas e instaladas em
estabelecimentos de ensino regular, de acordo com os critérios
estabelecidos pelo órgão central de educação, contando com um
professor especializado à disposição da unidade escolar onde a
mesma se encontra instalada.
Conforme DE MASI (2002), neste tipo de atendimento, o aluno
cego ou portador de visão subnormal, após avaliação educacional e
desenvolvimento de atividades introdutórias, pode ser encaminhado a
uma classe comum correspondente ao seu nível de adiantamento,
recorrendo à sala de recursos quando encontrar dificuldades de
aprendizagem decorrentes de problemas impostos por sua limitação
visual, cuja solução seja inviável através dos recursos utilizados pelo
professor do ensino regular. Embora o processo educativo do aluno
se desenvolva na classe comum em que está matriculado, este
poderá recorrer à sala de recursos sempre que necessitar de
materiais ou equipamentos, suplementação de aulas através de
material didático que facilite a concretização do aprendizado, ou
ainda, para o desenvolvimento de atividades específicas como
atividades da vida diária, orientação e mobilidade, treinamento da
visão residual, datilografia braille e informática, dentre outras
atividades.
O sucesso de alunos com deficiência pode ficar comprometido pela
falta de recursos e soluções que os auxiliem na superação de
dificuldades funcionais no ambiente da sala de aula e fora dele. É o
que se observa nas escolas, a partir das situações e necessidades
específicas destes alunos, cujo aprendizado e a realização de
19
atividades próprias da rotina escolar, junto com toda a turma, são
desafiadores para eles, seus familiares, colegas e professores. Os
recursos e as alternativas disponíveis são considerados algo caro e
pouco acessível para todos. Por isso, torna-se necessário disseminar
esse conhecimento e fomentar a produção de tecnologias assistivas.
É neste contexto que pretendemos apresentar alguns exemplos de
soluções simples e de diversas modalidades de recursos tecnológicos.
A professora que busca a resolução de problemas funcionais, no
dia a dia da escola, mesmo sem o saber, produz tecnologia
Assistiva. Por exemplo, ao engrossar o lápis para facilitar a
preensão e a escrita ou ao fixar a folha de papel com uma fita
adesiva para possibilitar que não deslize com a movimentação
involuntária do aluno. Ou ainda, ao projetar um assento e um
encosto de cadeira que garanta estabilidade postural e favoreça o
uso funcional das mãos. Ao fazer isso, a professora cria soluções e
estratégias, a partir do reconhecimento de um universo particular.
Assim, a tecnologia assistiva deve ser compreendida como
resolução de problemas funcionais, em uma perspectiva de
desenvolvimento das potencialidades humanas, valorização de
desejos, habilidades, expectativas positivas e da qualidade de vida.
20
CONCLUSÃO
Inúmeras são as deficiências originárias da ineficácia preventiva podendo
abranger aspectos psicológicos, fisiológicos e sociais. A deficiência visual traz
consigo conseqüências múltiplas, podendo envolver dano estéticos, de
sociabilização, impedimento físico, constituindo na verdade uma síndrome.
Suas causas são muitas, podendo se apresentar de forma congênita ou
adventícia (adquirida).
As políticas públicas que envolvem tais questões ainda são ineficazes e
extremamente prematuras, necessitando de ajustes: desde a conscientização
que o deficiente é um ser humano como qualquer outro até a sua plena
liberdade de expressão.
Deverá ocorrer por parte das políticas públicas de educação maiores
campanhas, de conscientização tanto para o deficiente, assim como para os
docentes, que é possível adquirir conhecimentos múltiplos em parceria sem
sobrepor e discriminar o aluno dando à ele suporte e subsídios para que possa
acompanhar e concluir a sua carreira pretendida.
Assim sendo deve-se questionar: qual a sua postura diante das adversidades
mostradas durante o decorrer da vida?
21
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Classificação da Perda da visão (OMS).
Anexo 2 >> UFF cria escola de inclusão para preparar futuros
profissionais no trato com as diferenças.
22
ANEXO 1
CLASSIFICAÇÃO DA PERDA DE VISÃO (OMS)
A OMS adota a seguinte classificação:
Quadro 1 – Classificação da Perda da visão (OMS)
(Escala Optométrica Decimal de Snellen)
GRAU DE PERDA
DE VISÃO
ACUIDADE VISUAL (com ambos os olhos e
melhor correção óptica possível)
Máxima menor que Mínima igual ou maior que
1
visão subnormal
6/18 (metros)*
3/10 (0,3)
20/70 (pés)
6/60
1/10 (0,1)
20/200
2
visão subnormal
6/60
1/10 (0,1)
20/200
3/60
1/20 (0,05)
20/400
3
cegueira
3/60
1/20 (0,05)
20/400
1/60 (capacidade de contar
dedos a um metro)
1/50 (0,02)
5/300
4- cegueira 1/60 (capacidade de contar
dedos a um metro)
1/50 (0,02)
5/300
Percepção de luz
5- cegueira Não percebe luz
9- Indeterminada ou não especificada
CID 2000.
* A fração 6/18 metros significa que o indivíduo vê a seis metros o que
normalmente se veria a 18 metros. O mesmo ocorrendo com 20/70 pés, ele vê
a 20 pés o que seria visto a 70 e assim sucessivamente conforme proposto na
23tabela. Apesar da conversão em metros e decimal, os oftalmologistas utilizam
com maior freqüência a expressão da acuidade visual medida em pés e,
algumas vezes, em decimal, conforme proposto na escala de Snellen.
24
ANEXO 2
UFF CRIA ESCOLA DE INCLUSÃO PARA PREPARAR FUTUROS
PROFISSIONAIS NO TRATO COM AS DIFERENÇAS.
Em 2009, a Escola da Inclusão, um projeto da pró-reitoria de Extensão
da Universidade Federal Fluminense (UFF), começou em julho a preparar
alunos de graduação de vinte licenciaturas oferecidas pela universidade, tanto
para o uso de Linguagem e Códigos utilizados por pessoas com dificuldade de
comunicação.
A coordenadora do projeto, a profª Cristina Delou, doutora em
Educação tem a expectativa de que esses alunos, futuros professores, da 5ª
série ao 3º ano do 2º grau, consigam passar seus conhecimentos.
Nesta primeira versão da Escola de Inclusão os alunos foram divididos
em três grupos, colocados em três salas diferentes onde eram ministradas
aulas de libra, braille e a terceira sala se concentrava no desenvolvimento de
matérias didáticos acessíveis e facilitadores do aprendizado.
A graduação que despontou foi o curso de Biologia: uma das alunas
recém-formada e já lecionando, apresentou aos estudantes o modelo de tecido
celular criado por ela, utilizando material carnavalesco: miçangas, além de cola
e gel, para que os portadores de deficiência visual percebem de forma concreta
e conceitualmente e diferenciassem o que eram células longas como a do
tecido muscular; células muito agrupadas como as do tecido epitelial e células
mais esparsas como as do tecido conjuntivo.
25
Referências Bibliográficas
- amigosdolivro.com.br. Acesso em: 17-02-2010.
- bengalalegal.com.br. Acesso em: 17-02-2010.
- CARNEIRO, Moacir Alves. LDB fácil: leitura crítica e compreensiva, artigo a
artigo. 15., ed, São Paulo: Vozes, 2008.
- CHAVES C.S.; Pagliuca L.M.F. Atenção Primária de Enfermagem
Promovendo a Saúde Ocular em Escolas. Revista Pediatria Moderna. v.8,
São Paulo: LTDA,1997.
- DE MASI, Ms. Ivete. FDNC Programa Nacional de Apoio à Educação de
Deficientes Visuais Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial,
2002.
- DU GAS, Enfermagem Prática. 4., ed. Editora Guanabara,1988.
- FANJÚL, Pedro Zurita. Pensando em Braille. REVISTA pensar o livro. nº 7,
Espanha: CERLALC,2009.
- HARRISON’S. Medicina Interna 6., ed. São Paulo: Guanabara Koogan ,1974.
- ibc.gov.br. Acesso em: 17-02-2010.
- LEAVELL, H.R.; CLARK, G.E. Medicina Preventiva, ed. McGraw-Hill do Brasil,
São Paulo: 1978.
- MCCRAKEN, Thomas. Novo Atlas do Corpo Humano. Rio de Janeiro Visor,
2001.
26- ROCHA, H; Ensino Sobre a Problemática da Cegueira, Prevenção,
Recuperação, Reabilitação. Belo Horizonte: 1987.
- SMELTZER, Suzane C.; BARE, Brenda G. Tradução Tratado de Enfermagem
Médico-Cirúrgica. 10., ed., v.4, Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2006.
- Uff.com.br. Acesso em: 10-02-2010
- UZUNIAN, Armênio; BIRNER, Ernesto: Biologia. Volume único 2., ed. São
Paulo: Harbra, 2004.
- WERNECK, Cláudia. Muito prazer, eu existo. 4., ed, Rio de Janeiro: WVA
1995.
27
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 1
AGRADECIMENTO 2
DEDICATÓRIA 3
RESUMO 4
METODOLOGIA 5
SUMÁRIO 6
INTRODUÇÃO 7
CAPÍTULO I
A ANATOMIA DO OLHO HUMANO 8
1.1 Desenvolvimento Ocular 9
1.2 Cegueira 10
1.3 A saúde ocular durante a vida educacional 11
CAPÍTULO II
LEI DAS DIRETRIZES BÁSICAS – LDB 12
2.1 Lei nº 9.394, de 20 de dezembro 12
2.2 Criminalização do preconceito 14
CAPÍTULO III
3.1 Um breve histórico 15
3.2 Estratégias de Educação
para Alunos Especiais 17
3.3 Salas de Recursos 18
CONCLUSÃO 20