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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES FACULDADE AVM INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU O Papel do Orientador Educacional no Ensino Fundamental Por: Alessandra Pessanha Orientadora Profa. Flávia Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

FACULDADE AVM INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

O Papel do Orientador Educacional no Ensino Fundamental

Por: Alessandra Pessanha

Orientadora

Profa. Flávia

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

FACULDADE AVM INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

O Papel do Orientador Educacional no Ensino Fundamental

Monografia apresentada à

Universidade Cândido Mendes –

UCAM, como requisito parcial para a

obtenção do grau de Especialista em

Orientação Educacional e Pedagógica

, sob a orientação do Profa Flávia.

RIO DE JANEIRO

2012

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Aos meus pais.

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AGRADECIMENTOS

A todos os outros que passaram pela minha vida e que, de

alguma forma deram suas contribuições.

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“Primeiro mude a si mesmo para que então possa mudar o

mundo.”

Ghandi

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RESUMO

PESSANHA, Alessandra. O Papel do Orientador Educacional no Ensino Fundamental. 2012. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós Graduação em Orientação Educacional e Pedagógica) – Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro, 2012. O referido trabalho de conclusão de curso tem por objetivo realizar um aprofundamento do tema: O Papel do Orientador Educacional no Ensino Fundamental. Apresentar ao leitor uma reflexão quanto ao papel do orientador educacional, no que se refere à teoria e a prática, e a sua capacidade de enfrentar os desafios e mudanças na educação. A realização deste trabalho salienta o compromisso e o desafio de se praticar verdadeiramente o paple do orientador educacional no ensino fundamental nas escolas públicas. Este trabalho está dividido em três capítulos. No primeiro contexto a nossa justificativa, o porquê de nossa pesquisa e do tema, qual o método que usamos, e que abordagem qualitativa e pesquisa bibliográfica e sua trajetória no Brasil. No segundo capítulo destacamos sobre as funções do orientador educacional e suas concepções teóricas, fazendo um apanhado sobre perfil e objetivos no ambiente escolar, não deixando de ressaltar a importância do planejamento participativo e a construção do projeto pedagógico ensino – aprendizado do aluno. Certificou-se que o papel do orientador educacional precisa de mais treinamentos, projetos pedagógicos e programas destinados a cada segmento do ensino, ainda é uma realidade muito distante, observa-se, no âmbito escolar, uma prática autoritária e conservadora, voltada apenas para apenas para a parte burocrática administrativa e colocando em segundo plano a ação progressiva, participativa, que busque uma ação transformadora no cotidiano escolar. Em virtude das muitas contradições encontradas, concluímos que a partir do momento em que a escola abrir as portas à participação e elaboração efetiva de suas ações, na(s) prática(s) do orientador educacional. Compreendemos como perspectiva de promover a inclusão, a orientador educacional propõe dar uma nova em face de escola, por meio do respeito e do exercício da tolerância na diversidade sócio-cultural, e assim proporcionar oportunidade iguais na sociedade brasileira. Palavras chave: Orientador Educacional. Ensino Fundamental. Ensino Público.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ____________________________________________ 07 CAPÍTULO I – A Trajetória da Orientação Educacional No Brasil _________________________________________________ 11 CAPÍTULO II – Asfunções do Orientador Educaccional ____________________________________________________________ 16 2.1 Funções e Atribuições: Ensino Fundamental.........................................22 2.2 Aspectos Legais do O. E. no Contexto Educacional..............................24 2.3 Princípios e Objetivos da Orientação Educacional................................25 2.4 Objetivos da Orientação Educacional.....................................................27 CAPÍTULO III O Orientador Educacional no Ensino Fundamental.....................................................................31 3.1 Perfil do aluno e professor.......................................................................32 3.2 Os Parâmetros Curriculares Nacionais...................................................33 3.3 Fundamental II - 6º ao 9º ano (ANTIGA 5ª a 8ª SÉRIE)............................34 3.4 Professor....................................................................................................34 3.5 Funções......................................................................................................34 3.6 Características Pessoais...........................................................................35 3.7 Requisitos básicos....................................................................................36 3.8 Ambiente de trabalho................................................................................36 3.9 Ensino Fundamental de 9 anos................................................................36 3.10 Objetivos e finalidades...........................................................................38 CONSIDERAÇÕES FINAIS ______________________________ 40 REFERÊNCIAS ___________________________________________ 42

ANEXO ___________________________________________________ 45 FOLHA DE AVALIAÇÃO _________________________________ 49

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INTRODUÇÃO

Em uma instituição escolar, o orientador educacional é um dos profissionais

da equipe de gestão. Ele trabalha diretamente com os alunos, ajudando-os em seu

desenvolvimento pessoal; em parceria com os professores, para compreender o

comportamento dos estudantes e agir de maneira adequada em relação a eles; com

a escola, na organização e realização da proposta pedagógica; e com a

comunidade, orientando, ouvindo e dialogando com pais e responsáveis.

Grinspun (2003) informa que apesar da remuneração semelhante,

professores e orientadores têm diferenças marcantes de atuação. O profissional de

sala de aula está voltado para o processo de ensino-aprendizagem na

especificidade de sua área de conhecimento, como Geografia ou Matemática.

Como também informa Grinspun (2003) que já o orientador não tem currículo

a seguir. Seu compromisso é com a formação permanente no que diz respeito a

valores, atitudes, emoções e sentimentos, sempre discutindo, analisando e

criticando.

Revista Nova Escola (2012) informa em uma de suas edições que embora

esse seja um papel fundamental, muitas escolas não têm mais esse profissional na

equipe, o que não significa que não exista alguém desempenhando as mesmas

funções.

Para Haddad (2009) informa que embora qualquer educador pode ajudar o

aluno em suas questões pessoais. O que não deve ser confundido com as funções

do psicólogo escolar, que tem uma dimensão terapêutica de atendimento. O

orientador educacional lida mais com assuntos que dizem respeito a escolhas,

relacionamento com colegas, vivências familiares.

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Este trabalho de conclusão de pós e de pesquisa tem por finalidade apresentar a

importância do orientador educacional através da prática no ensino fundamental

tendo influência o ensino público.

O plano de pesquisa é importante por permitir a oportunidade de estudar e

apresentar da melhor forma possível de detalhamento uma prática educacional de

grande relevância, podendo assim estar contribuindo para o desenvolvimento das

instituições e com isso de seus funcionários, alunos e da comunidade local.

Para a comunidade, a importância desta monografia consiste em desenvolver

um trabalho que irá propiciar informação e/ou conhecimento e também consiste no

fato de que com o desenvolvimento da instituição e do ensino, toda a sociedade se

beneficia, visto que a prática da orientação educacional irá trazer maior e melhor

benefício e maior oferta de trabalho para os funcionários da comunidade e

profissionais da área.

Para a instituição, talvez a instituição provavelmente não conhecerá meu

trabalho de conclusão de curso, mas a importância desta pesquisa se dá pelo fato

da organização ter o conhecimento de forma objetiva de uma prática educacional

que poderá contribuir bastante para uma melhor orientação permitindo alocar de

forma educativa e consciente para que assim atinja seus professores, alunos e aos

pais.

O objetivo deste trabalho é disseminar a visibilidade profissional que está em

uma pós-graduação, como também do papel do orientador educacional, a fim de

que, seja possível compreender os fatores que estruturam uma instituição de ensino

público que utilize este prática no ensino fundamental.

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A grande dificuldade do Orientador Educacional de ainda não ser praticada

como planejamento nas instituições de ensino público, já que a educação é diretriz

do ensino fundamental onde as instituições seriam laboratórios-modelo para um

programa à prática.

Na delimitação podemos informar com base no exposto acima estaremos

trabalhando o tema: o papel do orientador educacional no ensino fundamental

através do ensino fundamental, uma análise sobre a prática de uma instituição do

ensino público, no estudo de caso a instituição de ensino estudada será “X”.

A metodologia utilizada segue Vergara (2007) a elaboração ou organização é

um dos instrumentos da investigação que não é fácil, necessita de tempo, mas é

uma etapa importante no planejamento da pesquisa. A documentação deste trabalho

está em citar os documentos já lidos ou a serem consultados, com as devidas

referências.

Citando ainda Vergara (2007) quanto à metodologia, a monografia pode ser

conceitual e teórica, calcada em pesquisa bibliográfica, ou envolver coleta de dados

(ECO, 1989). Recomenda-se, contudo, que a pesquisa tenha suporte empírico, o

que não implica necessariamente modelagem econométrica.

Quanto aos fins, a pesquisa será definida como explicativa e informativa, e

visando tornar o assunto abordado bem compreendido, esclarecendo de que forma

o assunto abordado poderá contribuir para os fins a que se propõe.

No primeiro capítulo informará sobre a trajetória da orientação educacional no

Brasil, subdividindo nos seguintes itens a formação do orientador educacional; o

papel do orientador educacional e o orientador como profissional da educação, no

segundo capítulo apresenta as funções do orientador educacional com suas

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respectivas subdivisões: a orientação educacional e a escola; a orientação

educacional e a família do aluno; a orientação educacional e o lazer do aluno e a

orientação educacional no ensino fundamental e finalizando no terceiro capítulo

demonstrar os princípios éticos na orientação do orientador educacional e seus

fundamentos da orientação educacional.

Este trabalho foi desenvolvido através de pesquisas em livros que falem sobre

Orientador Educacional e Ensino Fundamental, e através da minha vivência

atuantes nesta área, que é um exemplo prático do meu estudo.

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CAPÍTULO I – A TRAJETÓRIA DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL

Segundo Frangella (2008) Orientação educacional: ressignificando seu papel

no cotidiano escolar trata-se da atividade de orientação remete a questões que

entrecruzam funções não tão claras quanto aparentam ser. Afinal, o que é ser

orientador? Cabe a ele a tarefa de orientar. Recuperando o sentido lato destas

palavras no Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, encontra-se:

Orientação - ato ou arte de se orientar; direção, rumo, guia, impulso. Orientar - determinar os pontos cardeais em; marcar por meio de orientação; ajustar ou adaptar à direção dos pontos cardeais; guiar; dirigir; encaminhar; indicar o rumo a; reconhecer a situação em que se acha para se guiar no caminho; reconhecer, examinar com cuidado diferentes aspectos.

Frangella (2008) informa que a significação da palavra traz consigo a visão

que se tem, na escola, do que vem a ser orientação: não permitir que haja desvios

do caminho traçado, que os pontos cardeais estabelecidos sejam de fato a

orientação segura que permita esse caminhar. Assim, tratar de orientação – como

também de outras funções pedagógicas não diretamente ligadas à docência –

envolve discutir relações de poder e controle na escola.

A Orientação Educacional tem sua história de desenvolvimento atrelada à da

Psicologia, que data do século XVI e procurava através de psicotécnicas traçar

aptidões correlacionadas a atividades específicas Grinspun (1992). Seu

desenvolvimento como função específica dentro do contexto escolar se dá no rastro

dos avanços da Psicologia; no entanto, é preciso considerar que a noção sempre se

fez presente na Educação, tendo em vista que a educação em si se propõe à

orientação do ser. Até a década de 1920, a Orientação Educacional no Brasil

constituía-se de atividades esparsas e isoladas, em que se fazia presente o cunho

de aconselhamento, ligado a uma moral religiosa. A partir da década de 1920, com o

desenvolvimento urbano-industrial, houve a necessidade de formação para essa

nova realidade de trabalho. O ensino profissional foi sendo implementado e, com

ele, a Orientação Educacional, serviço que poderia adotar uma linha de

aconselhamento vocacional.

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Nas linhas de Frangella (2008) apresenta as leis orgânicas de 1942 a 1946

são marcos no desenvolvimento da Orientação Educacional: a preocupação com a

qualificação profissional se atrelava à redefinição político-econômica em curso,

comprometendo os diferentes setores da economia com a formação do seu

trabalhador, o que desembocou na criação do Senai e do Senac. Nesse contexto, a

Orientação Educacional ganhou visibilidade e foi legalmente instituída, tornando-se

obrigatória no ensino secundário, primando aí pela orientação vocacional.

No período pós-1964, durante a ditadura militar, o curso de Pedagogia sofreu

reformulações para adequar-se aos princípios vigentes na época. Alterou-se a

formação do técnico generalista e foram criadas as habilitações. Após um núcleo

comum de matérias relacionadas aos fundamentos da Educação, haveria a opção

por uma das habilitações possíveis ao pedagogo, aprofundando os conhecimentos

numa determinada área: Supervisão, Orientação, Administração, disciplinas das

matérias pedagógicas foram às habilitações criadas nessa reformulação.

Segundo Frangella (2008) diz que essa divisão, fruto de uma divisão técnica

do trabalho escolar, contribuiu para que a Orientação Educacional entrasse num

movimento de profissionalização; a criação das associações de supervisores e

orientadores data da década de 1970. Inseridos numa concepção tecnicista da

Educação, caberia a eles o controle sobre o processo que se desenvolve na escola,

de forma a assegurar sua eficiência; enredavam-se cada vez mais em atividades de

cunho burocrático.

Em Frangella (2008) informa que na década de 1980/90, vivia-se uma

efervescência em torno da atuação/formação docente. O ponto central do embate

estava na defesa da docência como base da formação. Como esta era a

fundamentação da base comum nacional proposta para o curso de Pedagogia, a

polêmica girava em torno da identidade do curso, dos sujeitos formados neles e dos

saberes dessa formação. Ao defender a docência como base da formação, o

movimento de educadores opôs-se frontalmente às habilitações. A Anfope

(Associação Nacional de Profissionais da Educação) se organizou, com base na

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defesa da ampliação do papel do docente, assumindo este a direção do processo

educativo como um todo. Isso se deu também com a adesão do movimento de

supervisores e orientadores educacionais, antes organizados em entidades próprias.

Não sem embates, mas por vontade da grande maioria das forças regionais, as

associações de supervisores e orientadores educacionais se extinguiram; seus

membros passaram a fazer parte da Anfope como profissionais da Educação,

reiterando a defesa dos postulados desta.

A partir de então, as funções de supervisor e orientador ficaram

descaracterizadas. A problematização em torno da questão é grande. Libâneo

(1996, 1998, 1999, 2000, 2006) discutiu as ideias defendidas pela Anfope, que

centralizavam na docência a identidade do curso de Pedagogia e do pedagogo.

Refutava essa posição, diferenciando o docente do pedagogo strictu sensu, como

ele chamava o profissional a ser formado, distinguindo-o a partir da explicitação das

diferenças entre o trabalho pedagógico e o trabalho docente. Sustentava seus

argumentos na demonstração que fez da necessidade da atuação de profissionais

da educação em funções não diretamente docentes. Defendia então que, por

questões conceituais, a Pedagogia poderia abranger a docência, mas não se reduzir

a tal aspecto.

Libâneo (2000); Libâneo; Pimenta (1999) e Pimenta (1996) refutam a ideia da

docência como fundamento de identidade do curso de formação dos profissionais da

Educação. Argumentam que essa defesa incita uma descaracterização do curso e

dos saberes pedagógicos, reduzindo-os à docência, numa compreensão do

pedagógico em geral como metodológico.

Frangella (2008) diz que contudo, as atuais Diretrizes Nacionais para

Pedagogia (2006) a definem como curso de licenciatura plena, superando a

fragmentação da visão de especialista x docente e a problemática das habilitações,

reforçada também pela definição de que as atividades docentes incluem a

participação em ações de planejamento e gestão em espaços escolares e não-

escolares. Assim, vê-se – em consonância com as propostas defendidas pela

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Anfope – que a formação deve abranger a complexidade do fazer pedagógico,

ampliando a concepção de docência, sendo necessário que esta se sustente sobre

uma sólida formação.

Em Frangella (2008)informa que embora diante desse horizonte histórico de

desenvolvimento das funções do orientador, encontramo-nos hoje num momento de

busca por uma reconceitualização do que vem a ser orientador. A busca por uma

ressignificação desses papéis no contexto escolar e na formação docente revela a

importância dessas funções no cotidiano escolar. Isso é percebido no Projeto de Lei

838/07, do deputado Marcos Montes (DEM-MG), em tramitação na Câmara, que

obriga as instituições de pré-escola, ensino fundamental e ensino médio com 300 ou

mais alunos a manter um profissional da educação de nível superior habilitado em

Orientação Educacional. Escolas menores poderão dividir o tempo do mesmo

profissional.

Contudo, é preciso ter em vista que esse movimento é recente; ainda hoje, a

visão do que vem a ser orientação está atrelada aos significados construídos

historicamente: o de um profissional que atua sobre um outro. Essa visão, ainda tão

presente no cotidiano escolar, indica caminhos de uma hierarquização do trabalho

no cotidiano escolar a partir da condição de ser possuidor ou não de alguns

conhecimentos. Nesse modelo, o orientador, ao se debruçar sobre esse cotidiano

em desenvolvimento, analisa-o e o altera, como se só ele fosse capaz de enxergar

as dificuldades encontradas e de propor alternativas a elas.

Em Frangella (2008) acrescenta que se for importante à defesa de

profissionais da educação que desenvolvam trabalho pedagógico não docente nas

escolas, é preciso ter claro também que o que se espera deles é um trabalho de

ação compartilhada, para além do aconselhamento ou orientação profissional. Sem

pretender esvaziar o trabalho da Orientação Educacional, o que se faz premente é

repensá-lo sob novas bases, no desafio da constante construção dialógica,

considerando que esse outro – professor-aluno (sujeito, com história, construtor de

conhecimentos) – é um ser com experiência e saberes que constrói a partir da sua

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história. Pensar outro modo de olhar esse outro é ele estabelecer um verdadeiro

diálogo na emergência de pensar novas formas de atuação, em que a educação não

seja democrática apenas naquilo que ambiciona desenvolver com os alunos, mas

seja gerada num fazer-se também democrático.

“O trabalho do orientador encontra-se numa condição de atuação diferente do professor em sala de aula, mas essa diferença não implica desigualdade de condições de pensar o trabalho em que ambos estão envolvidos e para o qual convergem suas ações. Assim, é preciso assumir que a tarefa de orientador se insere num projeto coletivo, em que os trabalhos, sem perda da especificidade das funções e serviços, articulem-se em vista da mesma finalidade e dos mesmos objetivos educacionais. É nesse sentido que “setorizar” a escola é atender às especificações do trabalho, sem desagregá-lo ou dividi-lo em seus propósitos; é nesse sentido que setorizar não é sectarizar, mas compreender que o conjunto se faz pelos elos comuns da pluralidade.”

(Rangel, 1999, p. 94).

“Encarar o cotidiano como processo em que os conhecimentos, avanços e retrocessos são tecidos no interior dos múltiplos saberes e experiências que o permeiam é condiçãosine-qua-non para que a Orientação Educacional se constitua a partir de uma posição solidária de coordenação em que ninguém é proprietário de um conhecimento, mas sim responsável por um dos fios necessários à tessitura de unir o tapete de saberes e fazeres que só existirá com a troca/trançado de todos os fios necessários.”

(Alves & Garcia, 1999, p. 141).

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CAPÍTULO II – AS FUNÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

Segundo Kroth (2008) apresenta as competências e atribuições do orientador

educacional encontram-se com o seguinte dilema: até que ponto estará o orientador

realmente consciente do seu papel, dos seus direitos e dever?

Kroth (2008) informa que a consciência de si, e da realidade concreta que o

cerca, o conhecimento de seu papel frente a esta realidade, vão dar validade e

significação à história do homem. No entanto, o homem nasce dentro de um mundo

já interpretado e criado. Este fato propicia certa alienação e despreocupação com a

análise e reflexão deste mundo.

Segundo Lück (1982, p.16) informa que:

“o homem se torna acrítico, mais receptor que

transmissor, mais paciente que agente. É

necessário interferir neste contexto. Sendo assim,

cabe à educação, estimular e promover a formação

da consciência, ou seja, estabelecimento de

identidade pessoal do homem e compreensão de

seu relacionamento com o mundo. Este processo

não pode ser considerado acabado e sim entendido

como dinâmico e um constante “ dever ser”. Deve

despojar-se de preconceitos e subjetividade. “

A autora cita alguns elementos que interferem na formação da consciência:

• intencionalidade – predisposição do indivíduo de compreender,

interpretar e explicar os fatos;

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• capacidade perceptiva – quanto mais adequada e objetiva for a

capacidade de percepção, maior será a correspondência da

consciência com o fato real;

• operações mentais – determinam a superioridade, flexibilidade e nível

de conscientização;

• historicidade e temporalidade – estabelecem o espírito da consciência

e do ato consciente;

• julgamento moral – os valores formam parte primordial da consciência

que a pessoa elabora de si e do seu mundo.

Mosquera (1978) afirma que a vida autêntica inicia quando nos negamos a

permanecer na alienação e na desumanização e caminhamos rumo a uma vida

consciente, autêntica e mais humana. O processo educativo deve ter como função

primordial à formação da consciência do indivíduo, entendida como conscientização

do homem enquanto homem e não orientado por uma ideologia política. Não se trata

de doutrinação, mas sim ensinar a pensar e não, o que pensar. Deve possibilitar ao

homem aumento de sua capacidade e liberdade de escolha.

Kroth (2008) acrescenta conforme as citações acima, o homem tendo uma

maior consciência de si torna-se um ser crítico, atuante e transformador do mundo

que o cerca sendo importante a observação de tudo o que está ao ser redor.

Algumas vezes a atuação do Orientador Educacional é comprometida pela imagem

formada ao longo dos anos. Isto se torna mais sério quando se sabe que a

consciência de si não é feita isoladamente, mas através de relações. Por outro lado,

o Orientador deve ter o cuidado de não ser o doutrinador, no sentido de determinar a

consciência crítica dos alunos.

Ainda nas palavras de Kroth (2008) o sentimento de identidade do homem

inicia quando ele concebe o mundo exterior como coisa separada e independente

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dele, quando começa a tomar consciência de si mesmo, como sujeito de suas

ações, quando é capaz de dizer, EU SOU.

Referindo-se ao papel do Orientador Educacional, Silva (1981, p.27),

relaciona a partir da posição de diversos autores, alguns dos papéis a ele atribuídos,

tais como:

• “Especialista – prioridade ao aconselhamento

psicopedagógico.

• Generalista – orientação de grupo, registro de

alunos, sessões de aula, aplicação de testes,

organização de classes, fichas cumulativas, etc.

• Monitor – orientação centrada no aluno.

• Assessor – orientação centrada no contexto.

• Consultor e assessor – assessoramento de

pessoas e pequenos grupos, consultando

professores, diretores, pais e outros.

• Agente de mudança – revisão crítica.

• Profissional de ajuda – ajuda, assessoramento.

• Catalizador – o indivíduo realizando seu próprio

papel.

• Conselheiro e guia pessoal do aluno.

• Agente de informações sobre oportunidades

educacionais e ocupacionais.

• Orientador da vocação do aluno.

• Mediador entre comunidade escolar e familiar.

• Membro do grupo profissional.”

Kroth (2008) a identidade do Orientador Educacional como um profissional e o

seu posicionamento frente à vida são fatores que caracterizam o desencadeamento

do processo de Orientação.

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Se toda identificação profissional pressupõe reforço de valoração, supõe-se

que o Orientador Educacional vivencie valores pessoais na sua atuação. Crenças,

valores, atitudes da pessoa, ao serem associados com elementos comportamentais

comuns a uma determinada profissão, delineiam um perfil profissional.

Na medida em que houver maior coerência entre os valores pessoais e

expectativas sociais, a identidade profissional é mais consciente. Neste sentido,

quanto mais clara e precisa a definição das metas da profissão, mais objetivo e

definido será o desempenho deste profissional.

Segundo Kroth (2008) o Orientador Educacional, por sua vez, está confuso.

Talvez essa confusão se deva às razões históricas de seu surgimento ou razões

funcionais pelo fato de sua classe ser considerada uma subclasse dentro da classe

maior do magistério, gerando assim conflitos de papéis.

Dá-se o conflito de papéis quando o Orientador Educacional não consegue

realizar o que é de sua competência e realiza atividades incompatíveis com sua

formação.

O posicionamento do Orientador Educacional deve incluir uma ética

profissional, debatendo questões práticas, capazes de suscitar-lhe operações de

pensamento que o desafiam e levam à reflexão e à pesquisa em busca de uma

autêntica identidade apoiada em valores significativos.

Para Kroth (2008) diversas experiências auxiliam no levantamento desta

hipótese e acredita-se que o espaço existe, basta que os profissionais se disponham

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realmente. Cabe enfatizar que o desempenho do papel do educador faz com que

sua proposta seja, efetivamente, na educação.

Segundo Kroth (2008) apresenta que em toda a ação do Orientador

Educacional é necessária uma reflexão contínua sobre a realidade que o cerca,

possibilitando-lhe um posicionamento profissional mais adequado. Ter sempre

presente em suas atividades os princípios que servem de suporte ao processo de

orientação, levando-o a uma ação mais consistente e coerente.

O Orientador Educacional, muitas vezes, não tem condições de realizar todas

as tarefas que lhes são pertinentes, correndo o risco de tornar-se generalista, ou de

esvaziar sua ação, a ponto de torná-la irrelevante na escola. De acordo com Saviani

(1980), “... a especialidade no campo educacional, como toda especialidade, só faz

sentido na medida em que a área básica não seja perdida de vista... a especificidade

da Orientação Educacional é apenas... a divisão no plano de educação...”.

Orientadores Educacionais são antes de tudo, educadores, e a finalidade de

toda e qualquer ação orientadora é educativa. Se a escola é uma instituição que tem

por finalidade ensinar bem à totalidade dos alunos que a procuram, Orientador

Educacional têm por função fundamental mobilizar os diferentes saberes dos

profissionais que atuam na escola, para que a escola cumpra a sua função: que os

alunos aprendam.

Partindo da condição comum de educadores, cada um desempenha tarefas

específicas, capacitado pela habilitação específica, cujo sentido é dado pelos fins

comuns.A investigação sobre a realidade vivencial do aluno e sua percepção desta

realidade deve ser o ponto de partida e o fio condutor do processo pedagógico.

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O Orientador Educacional que, através da investigação sobre a realidade,

percebe que no processo de ensino-aprendizagem estão em jogo inúmeras

relações, compreende que as relações na escola não são um fim em si mesmo, mas

meio para que o aluno aprenda e amplie o seu conhecimento sobre “relações de

ajuda”, passando a trabalhar as diferentes relações, que podem influenciar para que

o aluno aprenda.

Segundo Kroth (2008) o desenvolvimento de uma concepção crítica de

educação comprometida com a realidade social e com sua transformação não

prescinde do planejamento. Planejar envolve, em sua base, compreender a

realidade em todos os seus desdobramentos, tanto de tempo, quanto de espaço.

Segundo Lück (1991, p.22)

“Planejar a Orientação Educacional implica delinear

o seu sentido, os seus rumos, a sua abrangência e

as perspectivas de sua atuação. Vale dizer que

esse planejamento envolve antes de tudo, uma

visão global sobre a natureza da Educação, da

Orientação Educacional e de suas possibilidades de

ação”.

Durante a década de 80, o sentido da Educação e da Orientação Educacional

foi questionado, a tal ponto que grande parte das obras publicadas na área

evidenciaram um resultado muito maior de menosprezo ao papel da escola como

agente de Educação e de estabelecimento da anti-orientação educacional do que de

explicitar sua natureza e configurar as possibilidades de sua atuação.

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Na definição da anti-orientação, o que se observou foi a construção de uma

visão negativa e de uma generalizada atitude de desconsideração a tudo quanto o

orientador educacional realizava nas escolas e a tudo quanto era definido na

literatura a respeito. Assim, as funções da Orientação Educacional passaram a ser

condenadas por serem vistas como tecnicistas, simplistas e limitadas em sua visão e

alcance.

Kroth (2008) declara que de fato, as ações da área tinham horizontes limitados

e necessitavam de revisão que viesse a dar à Orientação Educacional um sentido

diferente, mais comprometido com a escola com um todo e com a realidade social

do aluno. Como resultado, a Orientação Educacional ganhou um discurso político

para direcionar seu trabalho, mas perdeu a força da ação. É importante, ter em

mente, que de nada valem as boas idéias, se não vierem a revestir ações que as

ponham em prática.

Para Kroth (2008) informa que a Orientação Educacional tem certas funções

(ações) clássicas a serem desempenhadas no contexto pedagógico em que estejam

inseridas, funções essas cujo sentido não é estático, mas sim, transforma-se

continuamente, em razão da interação múltipla de variados fatores, que ocorre no

processo dinâmico da prática social pedagógica.

2.1 Funções e Atribuições: Ensino Fundamental

Em Kroth (2008) a Orientação Educacional no Ensino Fundamental tem duas

tarefas distintas a executar. São elas: uma correspondente as quatro primeiras

séries e a outra, às quatro últimas séries.

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As atribuições do Orientador Educacional no Ensino Fundamental são:

•Desenvolver junto ao educando, crianças que, são um trabalho de adaptação dos

mesmos no ambiente escolar;

•Desenvolver nos educandos, atitudes de otimismo e admiração com o mundo que

os cerca;

•Propiciar atividades que favoreça a socialização, a confiança em si e nos outros, a

iniciativa e a criatividade dos educandos;

•Deve dirigir as vistas dos educandos para os horizontes do mundo, para que

descubram, com encanto, o próximo, em movimento de distanciamento dos dois

centros que são o lar e a escola;

•Habituá-los a viver e a conviver no ambiente escolar para que no mesmo se

ajustem e melhor revejam suas potencialidades, a fim de melhor serem atendidos e

orientados;

•Observar os educandos quanto às suas peculiaridades de comportamento e

temperamento, com a cooperação dos professores;

•Nas últimas quartas séries de Ensino Fundamental, o Orientador deve dedicar-se

com mais afinco à exploração e desenvolvimento das aptidões e preferências do

educando. Vê-se, então, a necessidade de se intensificar o funcionamento das

atividades extras-classes, bem como as oportunidades de visitas, excursões e

estágios, para que aptidões e preferências tenham mais oportunidades de se

manifestarem e se desenvolverem;

•Revelar profissionalmente, o mundo do trabalho, uma vez que o educando, deva

fazer a opção de curso profissionalizante;

•Cuidados que fazem necessários como a educação sexual e a formação moral, pois

existe o advento da crise pubertária e o despertar do espírito crítico.

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2.2 Aspectos Legais do Orientador Educacional no Contexto Educacional

Kroth (2008) a Orientação Educacional no Brasil nem sempre aconteceu de

forma sistemática na escola. Encontram-se suas raízes na Lei Orgânica do Ensino

Industrial de 30 de janeiro de 1942 e no Decreto Lei nº 4244 de 04 de abril de 1942

que estabelece as diretrizes para a Orientação Educacional como função de

encaminhar os alunos nos estudos e na escolha da profissão, sempre em

entendimento com sua família. Porém, em seu artigo 50, a Orientação Educacional é

concebida como um processo de adaptação do sujeito ao meio visando os

problemas dos alunos, seus desvios que perturbam a vida da escola.

Com o passar dos anos, o Orientador Educacional continuou a dirigir sua

atenção ao aluno “irregular”, tendo que, “corrigir, encaminhar, isto é, adaptar o aluno

a rotina da escola, ao invés de dirigir a sua ação ao processo integral de

desenvolvimento da atividade educativa. Desta forma, se efetivava as intenções do

Decreto Lei nº 4073/42 que reduz as funções da Orientação Educacional às

atividades isoladas do contexto da escola, reduzindo-a a um veículo escolar

repudiado por alunos e professores.”

Em dezembro de 1968, em Brasília, foi aprovada a Lei nº 5564 que provê

sobre o exercício da profissão do Orientador Educacional. A promulgação da Lei em

21 de dezembro de 1968 significou um avanço na definição e profissionalização do

Orientador Educacional.

Kroth (2008) até a década de 70, em todo nosso país, a Orientação

Educacional se apoiou num referencial basicamente psicológico reforçando a

ideologia de aptidões. Com a Lei 5692/71, a Orientação Educacional passa a ser

obrigatória no Ensino de 1º e 2º graus, para atender o objetivo de “qualificação para

o trabalho” e de “sondagem de aptidões”. O artigo 10 refere-se: “Será instituída

obrigatoriedade a Orientação Educacional nas escolas, incluindo Aconselhamento

Vocacional, em cooperação com os professores, a família e a comunidade”.

Nas palavras de Kroth (2008) a partir das determinações desta lei, a

Orientação Educacional desenvolve a sua prática nas escolas, baseada no

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autoconhecimento, nas relações pessoais, sondagem de aptidões e interesses,

informações sobre as profissões e mercado de trabalho. As técnicas de

aconselhamento, entrevistas, aplicação de testes, inventário de interesses,

sociogramas, atendimentos a problemas disciplinares pautam a ação cotidiana do

Orientador Educacional.

Portanto, em 26 de setembro de 1973, é assinado o Decreto nº 72.846

regulamentando a Lei nº 5.564, de 21 de dezembro de 1968 que provê sobre o

exercício da profissão de Orientador Educacional.

DECRETO Nº 72.826 – DE 26 DE SETEMBRO DE 1973 (vide texto na

íntegra no anexo)

2.3 Princípios e Objetivos da Orientação Educacional

Nas palavras de Kroth (2008) ver o educando em sua realidade bio-psico-

social, com todo o respeito e consideração, a fim de que, a partir dessa realidade, se

possa erigir uma personalidade ajustada, segura de si e compreensiva.

Em reforço ao primeiro princípio, respeitar o educando em sua realidade,

qualquer que ela seja.

Realizar trabalho de orientação, sem criar dependências, mas orientar para a

autoconfiança, independência, autonomia e cooperação.

Em se querendo que o educando seja independente e respeitador, sensibilizá-

lo para a necessidade de também respeitar os seus semelhantes.

O trabalho de Orientação exige o maior número possível de informes a respeito

do educando, o que deve ser diligenciado por todos os meios.

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Assistir todos os educandos, desde os mais aos menos carentes, bem como os

que não revelarem carências.

Em Kroth (2008) dar ênfase aos aspectos preventivos do comportamento

humano, uma vez que é muito mais fácil evitar um acidente do que se recuperar do

mesmo. Este princípio guarda analogia com outro de natureza médica e que diz: “um

grama de prevenção vale mais que uma tonelada de curas”. Assim, o ideal será a

Orientação Educacional agir, preferencialmente, de maneira profilática do que

curativa.

Estabelecer um clima de confiança e respeito mútuo, incentivando a procura

espontânea do Serviço de Orientação Educacional, logo que a dificuldade ou uma

dúvida surja na vida do educando, antes que a mesma tome vulto e desoriente.

Procurar envolver todas as pessoas com o processo de educação, como

diretor, professores, pais, serventes, etc., para que todos cooperem com a

Orientação Educacional, no sentido de ajudá-la a melhor ajudar o educando.

Parafraseando Kroth (2008) a Orientação Educacional deve ter muito cuidado

em formular juízos a respeito do educando, não esquecendo que este é um ser em

evolução, em marcha para a maturidade e que uma série de fatores pode estar

influenciando-o para que ocorra o comportamento anormal que tem apresentado.

Kroth (2008) a Orientação Educacional deve ser levada a efeito como um

processo contínuo e não como ação esporádica dos momentos em que faltarem

professores ou que surgirem dificuldades maiores. Deve ser trabalho planejado para

todo o ano letivo, sem aquelas características de tapa-buraco.

A Orientação Educacional tem de trabalhar em estreito entendimento com a

direção. Jamais em sentido de subserviência ou petulância, mas em sentido de

cooperação, compreensão e respeito mútuo.

A Orientação Educacional não deve se envolver em pequenas questões entre

educandos e professores. Ocorrências conflitivas de pouca intensidade são, até

certo ponto, naturais. Assim, problemas que não ultrapassem certos limites devem

ser deixados para que os próprios professores os resolvam.

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Para Kroth (2008) a Orientação Educacional deve agir, também, como órgão de

estudo e de pesquisa de medidas que levem à superação de dificuldades de

natureza disciplinar, não devendo, porém nunca, funcionar como “órgão

disciplinador”. Deve, sim, agir como órgão que leve todos a tomarem consciência do

grave problema da disciplina, que está inutilizando o trabalho de muitas escolas.

Ressaltar que a Orientação Educacional precisa dar muita atenção ao serviço

de anotações, que deve ser o mais perfeito possível, a fim de que dados a respeito

de um educando estejam sempre a mão e atualizados.

A Orientação Educacional deve estar aberta para a realidade comunitária, a fim

de que o seu trabalho esteja articulado com o meio, para melhor ajudar o educando

a integrar-se no mesmo.

A Orientação Educacional deve esforçar-se para criar na escola um clima de

comunidade e sensibilizar a todos, quanto à necessidade de que cooperem em suas

atividades, com entusiasmo, respeito e solidariedade.

Kroth (2008) a Orientação Educacional não deve esquecer-se de estimular ao

máximo a iniciativa do educando, principalmente, através de atividades extraclasse,

empenhando-a na realização com verdadeiro engajamento, que ajudará na

explicitação de suas virtualidades, na conquista da autoconfiança e na revelação de

suas capacidades de liderança.

2.4 Objetivos da Orientação Educacional

Orientar o educando em seus estudos, a fim de que os mesmos sejam mais

proveitosos.

Como complementação do primeiro objetivo, ensinar a estudar. É

impressionante a quantidade de educandos de todos os níveis que se perdem nas

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obrigações escolares por não saberem estudar, com desperdício de tempo e

energia.

Segundo Kroth (2008) este objetivo é dos mais importantes e cuja efetivação

deveria ter início no Ensino Fundamental e continuar por todos os níveis de ensino.

Ensinando o educando a estudar em função do nível de ensino que estivesse

cursando, pois muitos fracassos escolares são devido ao fato do educando não

saber estudar, com desperdício de tempo e esforço, conduzindo, o educando a

abandonar os estudos. Assim, é importante, que desde o início da escolaridade

intelectual, a Orientação Educacional ensine o educando a estudar, através de

sessões destinadas a todos os educandos de uma classe.

Discriminar aptidões e aspirações do educando, a fim de melhor orientá-lo para

a sua plena realização.

Auxiliar o educando quanto ao seu autoconhecimento, à sua vida intelectual e à

sua vida emocional.

Segundo Kroth (2008) orientar para o melhor ajustamento na escola, no lar e na

vida social em geral. É fundamental a interação entre educando e professor,

educando e seus colegas, bem como educando e sua família. É importante,

também, que o educando saiba manter um comportamento adequado nas atividades

fora da escola e do lar.

Kroth (2008) formar o cidadão que alimente dentro de si um sentimento de

fraternidade universal, capaz de fazê-lo sentir-se irmão, companheiro e amigo de

seu semelhante em todas as circunstâncias da vida.

Segundo Kroth (2008) trabalhar para a obtenção de um melhor cidadão, por

parte do educando, para que este seja um membro integrado, dinâmico e renovador

no seio da sociedade. Enfim, desenvolver ação para que se obtenha o cidadão

consciente, eficiente e responsável.

Levar a efeito melhor entrosamento entre escola e educando, com benefícios

compensadores quanto à disciplina, formação do cidadão e rendimento escolar.

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Prestar assistência ao educando nas dificuldades em seus estudos ou

relacionamento com professores, colegas, pais ou demais pessoas.

Levar cada educando a explicar e desenvolver suas virtualidades.

Prevenir o educando com relação a possíveis desajustes sociais, que sempre

estão eclodindo na sociedade, como fruto de uma dinâmica negativa de

desagregação social.

Segundo Kroth (2008) possibilitar aos professores melhor conhecimento dos

educandos, oferecendo, assim, maiores probabilidades de entrosamento positivo

entre ambos e mais adequada ação didática por parte dos professores, a fim de ser

obtido maior rendimento escolar.

Segundo Kroth (2008) sensibilizar, de forma crescente, professores,

administradores e demais pessoas que trabalham na escola, para que queiram

melhorar suas perspectivas atuações, visando à melhor formação do educando.

Realizar trabalho de aproximação da escola com a comunidade, a fim de

proporcionar ao educando maiores oportunidades de conhecimento do meio e

desenvolvimento comportamental de cidadão participante.

Para Kroth (2008) favorecer a educação religiosa, com suas perspectivas

transcendentais, mas desvinculada do compromisso sócio-ideológico... O bem que a

religião infunde pode levar a efeito, na busca da melhoria do funcionamento de

qualquer regime, sem apelos ao ódio e destruição.

Trazer a família para cooperar de maneira mais esclarecida, eficiente e

positivista na vida do educando.

Proporcionar vivências que sensibilize o educando para os valores que se

deseja incorporar no seu comportamento.

Nas linhas de Kroth (2008) trabalhar para instaurar na escola um ambiente de

alegria, satisfação e confiança para que se estabeleça um clima descontraído,

evitando os temores, frustrações e humilhações.

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Incentivar práticas de higiene física e mental, procurando conscientizar o

educando em relação à importância e valor da saúde, que pode ser cuidada e

preservada individualmente, educando por educando.

Desenvolver admiração e respeito pela natureza, evitando depredá-la em

quaisquer de seus aspectos: paisagem, fauna e flora.

Para Kroth (2008) desenvolver atividades de lazer, podendo, algumas delas,

em caso de necessidade, transformar-se em atividades profissionais. Neste

particular, orientar o emprego adequado e higiênico de horas de folga.

Trabalhar para uma adequada formação moral do educando, imbuindo-o de

valores éticos necessários para uma vida digna, humana e coerente, em que o

respeito ao próximo deve ser o motivo principal.

Favorecer a educação social e cívica do educando, sensibilizando-o para a

cooperação social e deveres comunitários. Neste particular, incentivá-lo para a

melhoria da estrutura e funcionamento da vida social, sem a marca de destruição,

alertando-o, pois em relação a certos movimentos de fundo comunitário que pregam,

em nome do bem, o ódio, a morte, a violência e a destruição.

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CAPÍTULO III – O ORIENTADOR EDUCACIONAL NO

ENSINO FUNDAMENTAL

Segundo a orientadora Selva Chaves (2010):

“A Orientação Educacional é um serviço integrante ao processo educativo. Sua ação planejada consiste em orientar e acompanhar o aluno em seu processo de desenvolvimento frente às mudanças biológicas, psíquicas e sociais, possibilitando o outro a ser, a crescer harmoniosamente no seu meio social e escolar e assim prepara a pessoa humana para o exercício consciente de sua cidadania.”

Segundo Gonçalves (2009) no ensino fundamental as funções e atribuições

do orientador educacional tem duas tarefas distintas e executar. São elas: uma

correspondente as quatro primeiras séries e a outra, ás quatro últimas séries.

As atribuições do Orientador Educacional no Ensino Fundamental são:

• Desenvolver junto ao educando, crianças que, são um trabalho de adaptação dos

mesmos no ambiente escolar;

• Desenvolver nos educandos, atitudes de otimismo e admiração com o mundo

que os cerca;

• Propiciar atividades que favoreça a socialização, a confiança em si e nos outros,

a iniciativa e a criatividade dos educandos;

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• Deve dirigir as vistas dos educandos para os horizontes do mundo, para que

descubram, com encanto, o próximo, em movimento de distanciamento dos dois

centros que são o lar e a escola;

• Habituá-los a viver e a conviver no ambiente escolar para que no mesmo se

ajustem e melhor revejam suas potencialidades, a fim de melhor serem atendidos

e orientados;

• Observar os educandos quanto às suas peculiaridades de comportamento e

temperamento, com a cooperação dos professores.

Segundo Gonçalves (2009) nas últimas quartas séries de Ensino

Fundamental, o Orientador deve dedicar-se com mais afinco à exploração e

desenvolvimento das aptidões e preferências do educando. Vê-se, então, a

necessidade de se intensificar o funcionamento das atividades extras-classes, bem

como as oportunidades de visitas, excursões e estágios, para que aptidões e

preferências tenham mais oportunidades de se manifestarem e se desenvolverem;

Revelar profissionalmente, o mundo do trabalho, uma vez que o educando, deva

fazer a opção de curso profissionalizante.

Cuidados que fazem necessários como a educação sexual e a formação

moral, pois existe o advento da crise pubertária e o despertar do espírito crítico.

3.1 Perfil do aluno e professor

O perfil do aluno enfatiza o desenvolvimento de sua integralidade e o

exercício da cidadania, discriminando as aprendizagens em cada área de

conhecimento, visando ao domínio dos conteúdos programáticos e às competências

básicas.

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3.2 Os Parâmetros Curriculares Nacionais

Segundo Gonçalves (2009) compreender a cidadania como participação

social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais,

adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às

injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito; posicionar-se de

maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando

o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas; conhecer

características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais

como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e

pessoal e o sentimento de pertinência ao País; conhecer e valorizar a pluralidade do

patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros

povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em

diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras

características individuais e sociais; perceber-se integrante, dependente e agente

transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles,

contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente; desenvolver o

conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas

capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de

inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no

exercício da cidadania; conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando

hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo

com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva; utilizar as

diferentes linguagens verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal como meio

para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das

produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes

intenções e situações de comunicação; saber utilizar diferentes fontes de informação

e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos; questionar a

realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los,utilizando para isso

o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica,

selecionando procedimentos e verificando sua adequação.

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3.3 FUNDAMENTAL II - 6º ao 9º ANO (ANTIGA 5ª a 8ª SÉRIE)

Para Gonçalves (2009) os alunos do 6º ao 9º ano são crianças passando por

transformações físicas e intelectuais, deparando-se com o início do mundo da

adolescência. É uma fase de desenvolvimento afetivo-emocional, de adaptação a

novos convívios sociais, de transições.

3.4 Professor

Em Gonçalves (2009) educar é uma prática processual que vai além de ter o

domínio sobre determinado assunto e repassar informações a quem está

aprendendo. O professor deve estar preparado para exercer essa função conforme

as particularidades de cada ambiente em que atua, levando em consideração o

desenvolvimento do estudante ao longo do aprendizado. Independente do setor

educacional em que atua (educação infantil, ensino fundamental, técnico ou

superior), esse profissional é a chave de acesso ao conhecimento. Qualquer

formação passa pelo processo de aprendizagem e o professor é a figura

fundamental para que isso aconteça.

3.5 Funções

• Elaborar planejamentos de aulas, estabelecendo cronogramas periódicos de

atividades e definindo o conteúdo a ser repassado à turma;

• Adaptar-se às necessidades e particularidades de cada turma de forma a

adequar a forma de ensino da matéria de acordo com o perfil dos alunos;

• Realizar e corrigir avaliações para acompanhar o desenvolvimento dos

alunos;

• Estar pronto para esclarecer dúvidas e sempre se colocar à disposição para

auxiliar os alunos em sala de aula;

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• Estimular o convívio social e o trabalho em equipe por meio de atividades em

grupo;

• Reforçar o conteúdo teórico com exercícios práticos que ilustrem a matéria;

• Seguir metodologias de ensino próprias;

• Manter-se atualizado e desenvolver o conhecimento com cursos,

especializações e leitura;

• Exercer liderança sem exageros, prezar por um bom relacionamento com os

alunos e manter a disciplina em sala de aula;

• Respeitar as regras da instituição de ensino em que atua.

3.6 Características Pessoais

• Um bom professor precisa ser paciente e interessado em práticas

pedagógicas;

• Ter raciocínio ágil e dinamismo em sala de aula, além de boa capacidade de

comunicação;

• Gostar de lidar com pessoas e de compartilhar conhecimento;

• Ser um leitor assíduo e curioso;

• Exercer a profissão com segurança e ser autoconfiante.

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3.7 Requisitos básicos

Segundo Gonçalves (2009) para lecionar, é necessário ter formação em curso

superior de pedagogia ou em um curso que conceda o grau de licenciatura na área

em que o profissional deseja atuar.

3.8 Ambiente de trabalho

A sala de aula é um ambiente que necessita de disciplina, tanto por parte do

professor quanto por parte dos alunos. O comportamento varia de acordo com o

perfil de cada turma.

3.9 Ensino Fundamental de 9 anos

Segundo Gonçalves (2009) diz em uma abordagem histórica e conceitual que

a criança sempre existiu, mas infância não. O mundo pré ±moderno não tem uma

noção de infância. As crianças imaginam, falam, fantasiam, colecionam, reconstroem

e inventam, produzindo umas culturas infantis, que lhes é própria, contemporânea.

Neste sentido, é importante proporcionar nos trabalhos realiza dos com as crianças,

momentos de brincadeira que estimulem estas habilidades.

Na escola é preciso estabelecer que o trabalho pedagógico favoreça a

experiência do cotidiano com o conhecimento cientifico, pois a educação reúne o

conhecimento, a arte, e a vida cotidiana.

Educação infantil e ensino fundamental são freqüentemente separados, no

entanto, na visão da criança não há divisão, fato que deve ser pensado pelos

envolvidos com a educação, a fim de se promover um ensino sem fragmentações.

Segundo Gonçalves (2009) é necessário que a prática pedagógica seja

planejada, e que os profissionais desta área consigam ver, entender e lidar com as

crianças como crianças e não apenas como estudantes. A inclusão de crianças de

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seis anos no ensino fundamental requer dialogo e alternativas curriculares claras e

condizentes as necessidades desta faixa etária.

BASES LEGAIS

Em Gonçalves (2009) fundamentado nas necessidades sociais e

educacionais, busca-se fazer mudanças na proposta curricular para se chegar há um

melhor resultado no ensino brasileiro, visando promover a formação crítico-reflexiva

do individuo.

O ensino fundamental de nove anos, já havia sido idealizado pela Lei de

Diretrizes e Bases da Educação ± Lei nº 9394/1996, e pela Lei nº 10172/2001, que

institui o Plano Nacional de Educação, onde prevê a ampliação do ensino

fundamental para incorporar as crianças de 6 anos, assim que se universalizasse o

ensino entre as faixas de 7 a 14 anos.

Para legalizar essa ampliação, foi instituída a Lei nº 11274/2006, que alterou

a redação dos artigos 29, 30, 32, e 87 da Lei 9394/96. Através desses artigos,

tornou-se obrigatório a ampliação e matrícula do ensino fundamental às crianças de

6 anos.

No artigo 5º, estabelece-se prazo para sua implantação obrigatoriamente ate

2010.

Partindo desse documento legal, tem-se estudado e fixado normas para

definir o currículo dessa nova matriz estudantil, como a resolução CNE/SEB nº

3/2005 que define as nomenclaturas dos ciclos a partir do ensino de nove anos.

O parecer CNE/SEB nº 18/2005, que prevê há necessidade de um período de

transição onde devem coexistir ambas as formas de organização, a seriada e os

ciclos, visando à adequação do aluno.

Além dos pareceres e resoluções da CNE/SEB, outros documentos

regulamentam o currículo do ensino fundamental dos nove anos tais como:

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• A Constituição Federal;

• As orientações gerais para a ampliação do ensino fundamental de nove

anos;

• Publicação pelo ministério da educação e cultura;·

• Os projetos políticos pedagógicos;·

• Os parâmetros curriculares;·

• As diretrizes curriculares nacionais.

3.10 Objetivos e finalidades

Segundo Gonçalves (2009) a implantação de um ensino obrigatório de nove

anos iniciando aos seis anos de idade pode contribuir para uma mudança na

estrutura e na cultura escolar. Não se trata de transmitir para as crianças de seis

anos, os conteúdos da primeira série, mas de construir uma nova proposta

curricular, que considere as singularidades deste aluno.

Em Gonçalves (2009) o objetivo de um maior numero de anos de ensino

obrigatório, é assegurar a todas as crianças um tempo mais longo de convívio

escolar, maiores oportunidades de aprender e, com isso uma aprendizagem mais

ampla. É claro que este aumento de tempo não garante uma maior aprendizagem,

mas sim o emprego adequado e eficaz deste tempo.

O cuidado na seqüência do processo de aprendizagem das crianças de seis

anos de idade implica o conhecimento e a atenção as suas particularidades etária,

sociais e psicológicas. As orientações pedagógicas, por sua vez, devem estarem

atentas a essas particularidades, a fim de que as crianças sejam respeitadas como

sujeitos do processo ensino-aprendizagem.

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Sobre a busca da qualidade do ensino publico Libâneo, Olívia e Mirza

afirmam que:

“Em todas as reformas educativas, a partir da década de 80, a questão da qualidade aparece como tema. [...] a educação de qualidade é aquela mediante a qual a escola promove, para todos, o domínio dos conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas indispensáveis ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos, bem como a inserção no mundo e a constituição da cidadania também como poder de participação, tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa e igualitária” (2006, p.117-118)

Para Gonçalves (2009) projetar um novo currículo, no contexto do Ensino

Fundamental de nove anos, significa falar de crianças em processos das diferentes

linguagens, não apenas da escrita e da fala. Precisa-se considerar as

particularidades e as formas de comunicação, características do desenvolvimento

infantil, expressas na fala egocêntrica, no faz de conta, entre outras, e presente no

processo de formação de conceitos, que se inicia no pensamento sincrético na

infância e se estende até o domínio dos conceitos científicos na adolescência.

Nas linhas de Gonçalves (2009) significa, ainda fala na construção da

identidade que se constitui no exercício da compreensão sobre os sentimentos, nas

diversas formas de expressões da idéia, na interação com o grupo, na internalização

de regras e valores no âmbito das relações sociais e na pratica do dialogo entre as

diferenças, pois é na relação entre os indivíduos, mediados pela cultura, que se

constitui a identidade de cada sujeito.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho foi de suma importância, uma vez que nos deu a

oportunidade de aprofundarmos nossos conhecimentos em relação à competência e

ações do orientador educacional frente ao ensino público.

Revela-se, na participação do orientador educacional, um exercício ampliado

de novas concepções assumidas no plano social, principalmente entre os segmentos

populares que desejam maior presença nas decisões e elaboração de projetos

sociais, tendo como objetivo a garantia de acesso a escola de qualidade a todos.

Porém as propostas de participação popular no âmbito dos processos de gestão das

instituições esbarram em alguns movimentos nas relações de poder que se

expressam, influenciadas por condicionamentos político-ideológicos que se

contrapõem ao modelo proposto.

Visto que a escola é um espaço marcado por contradições, relações de poder

favoráveis à manutenção dos valores hegemônicos, a busca do papel do orientador

educacional ainda perpassa por novos caminhos que precisam ser refletidos numa

dimensão acadêmica favorável à sua compreensão. É impossível mudar a escola,

promover a gestão democrática mediante discursos populistas, quando não é

possível ainda alcançar um nível de conscientização do papel do orientador

educacional na prática e de seu comprometimento com o processo de mudanças.

É de fundamental importância que se estabeleça à articulação entre a escola

e a comunidade que a serve, pois a escola não é um órgão isolado e suas ações

devem estar voltadas para as necessidades comunitárias com muito trabalho,

dedicação, participação para se chegar ao objetivo da educação que é promover o

homem dentro de seu contexto social e político.

Ao longo deste estudo percebemos a importância e a necessidade de se

construir coletivamente um projeto pedagógico da escola em cada segmento possa

ter seu orientador educacional. Todos devemos entender que o papel do orientador

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educacional também é sinônimo de projeto coletivo, que só pode ser viabilizado se o

conjunto de todos os grupos que lidam com a educação-governo, escolar e

sociedade – estiveram dispostos a participar de forma compartilhada, pois ela é

materializada a partir de duas concepções a de que é composta pela

responsabilidade coletiva; e a de que depende da vontade individual de transformar

a própria consciência, autocrítica e humildade para aceitar a diferença como

condição para o diálogo em conjunto.

Entende-se que foi a partir da Lei 9.394/96, art. 12. Inciso I, de Diretrizes e

Bases da Educação, que possibilitou certa autonomia da escola para criar o seu

projeto pedagógico. Com vistas à melhoria a qualidade do ensino.

Em conclusão, visão política e a capacidade de dialogar com as comunidades

escolar e local são essenciais. O papel do orientador educacional é um dos fatores

determinantes para o inter-relacionamento dessas comunidades e de sucesso

escolar. As escolas que vêm apresentando melhor desempenho têm orientadores

proativos e dedicados à escola. Eles sempre estão presentes durante os

planejamentos, fornecendo apoio e participação. Ao mesmo tempo, ouvem seus

pares e valorizam suas contribuições. Eles são abertos à participação e ao diálogo.

O comprometimento do líder e a vontade de envolver toda a comunidade escolar são

decisivos. Sempre que isso acontece, estabelece-se uma forte coesão na equipe

escolar. Nas escolas onde os líderes demonstram confiança na equipe de

funcionários, o desempenho geral é superior. O trabalho do orientador educacional

está ligado ao projeto pedagógico do gestor escolar, em uma boa parceria, é

sucesso garantido.

O educador deve estar sempre em constante busca pelo aprimoramento de

seus conhecimentos, para que possa atuar com segurança favorecendo um ensino-

aprendizado de qualidade.

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REFERÊNCIAS

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GONÇALVES, Clarisse Macedo. Ensino fundamental. Disponível em: <pt.scribd.com/doc/52061399/31/ENSINOFUNDAMENTAL.>. Acesso em 05 jul. 2012.

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HADDAD, Clice Capelossi. O Papel do orientador educacional frente à defasagem de aprendizagem em leitura e escrita, 2009. Disponível em: <http://www.infoeducativa.com.br/imprimir.asp?id=165>. Acesso em 02 jul. 2012.

KROTH, Lídia Maria. Competências e atribuições do Orientador Educacional. Disponível em: www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrD=1072. Acesso em 29 jun. 2012.

LEVENFUS, Rosane S. Psicodinâmica da escolha profissional. Porto Alegre, 1997.

LIBÂNEO, J.C. Orientação educacional e emancipação das camadas populares: a pedagogia crítico-social dos conteúdos culturais. Prospectiva. Porto Alegre, 2 (13) 19-27, out.1984.]

MELO, S. M. M. Orientação educacional: do consenso ao conflito. Campinas, S.P.: Papirus, 1994.

MILET, R.M.L. Uma orientação que ultrapassa os muros da escola. Revista Ande, n. 10, 1987.

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NEVES, Ilka De Guittes; SIQUEIRA, Olgair Krob. Nova dinâmica de orientação educacional. 6. ed., rev. e ampl. Porto Alegre: Globo, 1979. NEIVA, Kathia C .Entendendo a orientação profissional. São Paulo, Paulus, 1995.

PASCOAL, M. A orientação educacional no Brasil: uma discussão crítica. Poíesis pedagógica Revista do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Goiás.v.3, n. 3 e 4, 2005 e 2006.

GRINSPUN, Mirian Paura Sabrosa Zippin. Quem é e o que faz o orientador educacional. Revista Nova Escola, 2003. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/orientador-educacional/orientador-educacional-424364.shtml>. Acesso em 29 jun. 2012.

PIMENTA. S. G. Uma proposta de atuação do orientador educacional na escola pública. Tese de doutorado. PUC-SP, 1985.

PIMENTA. S. G. O pedagogo na escola pública. São Paulo: Cortez, 1988.

PIMENTA. S. G. Orientação vocacional e decisão: estudo crítico da situação no Brasil. São Paulo: Loyola, 1981.

PLACCO, V. M. N. S. Formação e prática do educador e do orientador. Campinas, SP: Papirus, 1994.

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RAPPAPORT, Clara R. Escolha, vocação e adolescência & A infância da escolha. In: Escolhendo a profissão. São Paulo: Ática, 2002, p.7-10 e 32-36. SOARES, Dulce Helena Penna, A Escolha Profissional: do Jovem ao Adulto.São Paulo: Summus, 2002.

VASCONCELLOS, C. S. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002.

VILLON, I.G. Orientação educacional e a comunidade. In: GRINSPUN, M.P.S. (Org.) A prática dos orientadores educacionais. São Paulo: Cortez, 1994.

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ANEXO

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DECRETO Nº 72.826 – DE 26 DE SETEMBRO DE 1973

O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 81,

item III da Constituição, decreta:

Art. 1º - Constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao

educando, individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º e 2º graus,

visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando

e integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o

para o exercício das opções básicas.

Art. 2º - O exercício da profissão de Orientador Educacional é privativo: I – Dos

licenciados em Pedagogia, habilitados em Orientação Educacional, possuidores de

diplomas expedidos por estabelecimentos de ensino superior oficiais ou

reconhecidos. II – Dos portadores de diplomas ou certificados de Orientador

Educacional obtidos em cursos de pós-graduação, ministrados por estabelecimentos

oficiais ou reconhecidos, devidamente credenciados pelo Conselho Federal de

Educação. III – Dos diplomados em Orientação Educacional por escolas

estrangeiras, cujos títulos sejam revalidados na forma da lei em vigor.

Art. 3º - É assegurado ainda o direito de exercer a profissão de Orientador

Educacional: I – Aos formandos que tenham ingressado no curso antes da vigência

da Lei nº 5692/71, na forma do art. 63, da Lei nº 4024, de 20 de setembro de 1961,

até a 4ª série do ensino de 1º e 2º graus. II – Aos formandos que tenham ingressado

no curso antes da vigência da Lei nº 5692/71, na forma do art. 64, da Lei 4024, de

20 de setembro de 1961, até a 4ª série do ensino de 1º grau.

Art. 4º - Os profissionais de que tratam os artigos anteriores, somente poderão

exercer a profissão após satisfazer os seguintes requisitos: I – Registro dos diplomas

ou certificados no Ministério da Educação e Cultura. II – Registro profissional no

órgão competente do Ministério da Educação e Cultura.

Art. 5º - A profissão de Orientador Educacional, observadas as condições

previstas neste regulamento, se exerce, na órbita pública ou privada, por meio de

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planejamento, coordenação, supervisão, execução, aconselhamento e

acompanhamento relativo às atividades de Orientação Educacional, bem como por

meio de estudos, pesquisas, análises, pareceres compreendidos no seu campo

profissional.

Art. 6º - Os documentos referentes ao campo de ação profissional de que trata

o artigo anterior só terão validade quando assinados por Orientador Educacional,

devidamente registrado na forma desse regulamento.

Art. 7º - É obrigatório à citação do número de registro de Orientação

Educacional em todos os documentos que levam sua assinatura.

Art. 8º - São atribuições privativas do Orientador Educacional:

a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de

Orientação Educacional em nível de: - Escola – Comunidade

b) Planejar e coordenar a implantação do Serviço de Orientação Educacional

dos órgãos do Serviço Público Federal, Estadual, Municipal e Autárquico; das

Sociedades de Economia Mista, Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.

c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao

processo educativo global.

d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do

educando.

e) Coordenar o processo de informação profissional e educacional com vistas à

orientação vocacional.

f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao

conhecimento global do educando.

g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a

outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial.

h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.

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i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional,

satisfeitas as exigências da legislação específica de ensino.

j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.

k) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional.

Art. 9º - Competem, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições:

a) Participar no processo de identificação das características básicas da

comunidade.

b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar;

c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola;

d) Participar na composição, caracterização e acompanhamento de turmas e

grupos;

e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos;

f) Participar do processo de encaminhamento e acompanhamento dos alunos

estagiários;

g) Participar no processo de integração escola-família-comunidade;

h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional.

Art. 10º - No preenchimento de cargos públicos, para os quais se faz mister

qualificação de Orientador Educacional, requer-se, como condição essencial, que os

candidatos hajam satisfeito, previamente, as exigências da Lei nº 5564, de 21 de

dezembro de 1968 e deste regulamento.

Art. 11º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas

as disposições em contrário. (D.O. U. de 27-9-1973) A Lei 9394/96 mantém as

propostas anteriores”.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia: O Papel do Orientador Educacional no Ensino

Fundamental.

Autora: Alessandra Pessanha

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

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