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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA NAS EMPRESAS DE
PEQUENO PORTE
Por: Elisa Moreira Machado
Orientador
Prof. Sérgio Majerowick
Rio de Janeiro
2010
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA NAS EMPRESAS DE
PEQUENO PORTE
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Finanças e
Gestão Corporativa
Por: Elisa Moreira Machado
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha família, meus
amigos pelo interesse no
desenvolvimento deste trabalho.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a meus pais pelo
incentivo e compreensão durante o tempo
dos meus estudos.
RESUMO
Registros do SEBRAE (Sistema Brasileiro de Apoio às micro e pequenas
empresas apontam que as micro e pequenas empresas, empregam mais
pessoas em relação as grandes empresas. No decorrer do tempo muitas
dessas empresas não sobrevivem e encerram suas atividades com pouco
tempo de vida devido as pressões do dia-a-dia. Cerca de 71% das micro e
pequenas empresas abertas anualmente no Brasil fecham antes de completar
cinco anos, de acordo com dados do Sebrae.
Muitos empresários afirmam que o principal motivo para o fechamento de
suas atividades seria a instabilidade econômica;dificuldade de linhas de crédito
muitas vezes por ter taxas de juros altíssimas e queda do poder aquisitivo.
Os motivos acima relacionados tem bastante relevância para o insucesso
das atividades de uma micro ou pequena empresa mas não é o principal. Em
recentes pesquisas realizadas pelo Sebrae, constatou-se que o principal motivo
para o encerramento das atividades das micro e pequenas empresas no Brasil
é a falta de planejamento, tanto financeiro como estratégico. Estas empresas
estão fadadas a falta de informações e até de preparo de seus
administradores, o que tornam-nas vulneráveis. O tema do presente trabalho
parte da importância do Fluxo de Caixa como instrumento de gerenciamento
financeiro, a forma como propõe-se a contribuir para a gestão da pequena
empresa, oferecendo uma ferramenta de controle financeiro.O fluxo de caixa
permite estimar as operações a serem realizadas pela empresa, facilitando a
análise e decisão de comprometer recursos, de selecionar linhas de crédito
menos onerosas, de determinar o quanto a empresa dispõe de capital próprio,
bem como utilizar as disponibilidades da melhor forma. O presente estudo foi
direcionado para as micro e pequenas empresas do setor comercial.
METODOLOGIA
O estudo se caracteriza pela pesquisa bibliográfica com enfoque teórico,
utilizando dados coletados através de consultas em livros, artigos, teses e
internet.
O objeto de estudo delimita-se a descrever a importância do fluxo de
caixa nas micro e pequenas empresas do setor comercial.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Conceitos e Aspectos Globais 09
CAPÍTULO II- A Gestão e a Importância do Fluxo de Caixa 14
CONCLUSÃO 24
BIBLIOGRAFIA 26
ÍNDICE 27
FOLHA DE AVALIAÇÃO 28
8
INTRODUÇÃO
No atual cenário econômico social as micro e pequenas empresas são
de vital importância para a economia do país. Entretanto por muitas delas
serem geridas por seus sócios passam a não contar com um sistema de gestão
eficaz, muitas vezes por desconhecimento, levando assim ao insucesso do
negócio.
O fluxo de caixa contribui positivamente para o sucesso pois possibilita o
planejamento e o controle dos recursos financeiros.
As constantes mudanças tanto na política como nos negócios,
impulsiona as organizações à busca de qualidade nas informações gerenciais,
o que se transformou em elemento determinante para a sua sobrevivência e
continuidade no mercado.
O presente trabalho seve apenas para nortear a serventia deste valioso
instrumento de extrema utilidade para diversos fins, dada a sua simplicidade e
abrangência, principalmente no que diz respeito aos aspectos financeiros que
envolvem o dia-a-dia da empresa. Independente do porte, seja grande ou
pequena, indústria, comércio ou prestadora de serviços, não é possível
gerenciá-la sem o acompanhamento do fluxo de caixa, principalmente em
virtude da urgência para a tomada de decisões e assim por diante.
9
CAPÍTULO I
CONCEITOS E ASPECTOS GLOBAIS
1.1- FLUXO DE CAIXA
O termo “caixa” engloba todas as “”disponibilidades monetárias” da
empresa, quer que se encontrem sob a forma de dinheiro, saldo bancário ou
até mesmo aplicações financeiras de livre movimentação, ou seja, engloba
todos aqueles recursos financeiros dos quais a empresa pode lançar mão para
efetuar pagamentos de despesas ou compromissos. Segundo SEBRAE-MG,
fluxo de caixa defini-se como todas as previsões e o registro do movimento de
entrada e saída de dinheiro de uma empresa, órgão governamental ou mesmo
de uma família, mostra a posição líquida de caixa necessária para um certo
período.
As informações contidas se utilizadas em conjunto com os demais
demonstrativos contábeis, podem auxiliar os seus usuários, sejam eles
empresários, investidores, credores, etc. a:
- avaliar a geração futura de caixa para pagamento de obrigações, despesas
correntes e lucros ou dividendos aos sócios;
- identificar as futuras necessidades de financiamento;
- compreender as razões de possíveis diferenças entre o resultado e o fluxo de
caixa líquido originado das atividades operacionais;
- evidenciar o efeito das operações e das transações de investimentos e
financiamentos sobre a posição financeira da empresa.
O presente demonstrativo propicia ao administrador financeiro a
Elaboração de um planejamento mais adequado.
10
Além disso, ao elaborar um fluxo de caixa o empresário terá uma visão
de futuro próximo, ou seja, uma idéia de como a situação financeira estará no
período analisado. Com essa tranqüilidade, ele pode antecipar algumas
decisões importantes como a redução de despesas sem o comprometimento
do lucro, o planejamento de investimentos, a organização de promoções para
desencalhe de estoque, o planejamento de petição de empréstimos, a
negociação para uma dilatação de prazo com fornecedor e outras medidas
para que possíveis dificuldades financeiras possam ser evitadas ou
minimizadas.
A empresa deve apresentar seus fluxos decorrentes das atividades
operacionais, de investimento e de financiamento da forma que seja mais
apropriada a seus negócios. A classificação por atividade proporciona
informações que permitem ao usuário avaliar o impacto de tais atividades sobre
a posição financeira da entidade e o montante de seu caixa e equivalentes de
caixa. Essas informações podem também ser usadas para avaliar a relação
entre essas atividades. Uma única transação pode incluir fluxos de caixa
classificados em mais de uma atividade. Por exemplo, quando o desembolso
de caixa para pagamento de um empréstimo inclui tanto os juros como o
principal, a parte dos juros pode ser classificada como atividade operacional,
mas a parte do principal deve ser classificada como atividade de financiamento.
1.2- MICRO E PEQUENA EMPRESA
Ainda hoje há muitos conceitos acerca da definição da pequena e micro
empresa, devido a uma grande quantidade de critérios, tanto por parte da
legislação específica, como por parte de instituições financeiras oficiais e
órgãos representativos do setor, ora baseando-se no valor do faturamento, ora
no número de pessoas ocupadas, ora em ambos. A utilização de conceitos tão
diferenciados decorre do fato de que a finalidade e os objetivos das instituições
que promovem seu enquadramento são distintos.
11
Há vários conceitos de Micro, Pequena e Média Empresa no Brasil e no
Mundo. Em geral, eles levam em consideração critérios quantitativos, como
número de empregados ou faturamento anual bruto. As duas principais normas
que estabelecem classificações de firmas segundo o porte empresarial são a
Resolução GMC nº 59/98 do MERCOSUL e o Estatuto da Microempresa e
Empresa de Pequeno Porte (Lei 9.841/99).
A resolução no âmbito do Mercosul, além de servir como norte para a
elaboração de políticas comuns aos Estados que participam, teve seus critérios
quantitativos adotados pelo Brasil para orientar as linhas de financiamento à
exportação. Já o Estatuto das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte é
o principal marco legal do tema no Brasil e visa a servir como referência para a
elaboração de políticas que respeitem o tratamento jurídico diferenciado e
simplificado, determinado pela Constituição Federal em seus artigos 170 e 179.
As principais características detectadas nas micro e pequenas empresas
são:
- quantidade pequena de capital;
- a mão de obra concentra proprietários, sócios, membros da família;
- registros contábeis com poucas informações;
- utilização de mão de obra pouca qualificada ou desqualificada;
- baixo investimento em informações tecnológicas;
- maior dificuldade de financiamentos de capital de giro.
Com todas essas características as micro e pequenas empresas vêm
aumentando significativamente sua geração de receita e de postos de
trabalhos. As MPE’s vem aumentado também significativamente sua
representatividade no setor de comércio e serviços, em função de menor
volume de investimento e de requisitos de qualificação profissional mais baixos.
12
Segundo dados do IBGE, no ano de 2000 existiam cerca de 4,1 milhões
de empresas no Brasil, onde as MPE respondem por cerca de 98% deste total.
Em relação ao mercado de trabalho, existiam cerca de 30,5 milhões de
trabalhadores no Brasil, nas empresas formais, onde as MPE respondem por
cerca de 45% deste total, sendo que na indústria a participação era de 46.20%,
no comércio 79.73%, e nos serviços 28.96%.
No que concerne especificamente à participação no setor de comércio e
serviços, o IBGE afirma que, no ano de 2001, as PME ocupavam cerca de 7,3
milhões de pessoas, representando 95,5% do total de empresas deste setor. O
estudo constatou que, das 2 milhões de MPEs, 1,1 milhão era do tipo
empregadora e 926,8 mil do tipo familiar. Com relação ao setor industrial,
dados do Cadastro Central de Empresas do IBGE, ano base 2000, apontam
que existiam quinhentas e cinqüenta mil micro e pequenas empresas,
empregadoras de 46% da mão-de-obra formal.
Em 2000, 16.016 empresas exportaram, das quais 63,7% eram micro e
pequenas empresas, tendo participado com 12,4% no valor total exportado.
O quadro abaixo sintetiza os critérios adotados para o enquadramento de
micro e pequenas empresas no Brasil.
Critério de enquadramento Valor da Receita Número de pessoas ocupadas
Lei nLei nLei nLei nºººº 9.841 de 05/10/19999.841 de 05/10/19999.841 de 05/10/19999.841 de 05/10/1999 Microempresas Empresas de pequeno porte
Até 244 mil reais Empresas de pequeno porte De 244 mil reais a 1,2 milhões de reais
SebraeSebraeSebraeSebrae Microempresas Empresas de pequeno porte
Até 9
De 10 a 49
BNDS ( critérios de países o
MERCOSUL para fins creditícios)
Microempresas
Empresas de pequeno porte
Até 400 mil dólares (cerca de 940 mil reais) De 400 mil dólares a 3,5 milhões de dólares (cerca de 8,2 milhões de reais)
Fontes: Brasil. Lei nº 9841, de 5 de outubro de 1999. Institui o estatuto da microempresa e da empresa de pequeno porte, dispondo sobre o tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido previsto nos artigos 170 e 179 da Constituição Federal. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 6 out.1999. p.1. Col. 1; SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
13
1.3 - CONTABILIDADE GERENCIAL
Definimos Contabilidade como um sistema de informações, cujo método
de trabalho consiste, simplificada mente, em coletar, processar e transmitir
dados sobre a situação econômico-financeira de uma entidade em determinado
momento e sua evolução em determinado período, seus objetivos sintetizam-se
na produção de informações úteis a diversos interessados, que podem ser
usuários internos e externos à empresa. Internamente auxilia no processo de
tomada de decisões, externamente os mais interessados são investidores,
credores e governo.
A Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como
um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já
conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos,
na análise financeira, se balanços etc. colocados numa perspectiva diferente,
num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e
classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em
seu processo decisório.
A legislação vigente no Brasil permitem que as micro e pequenas
empresas operem sem ter contabilidade devidamente organizada. Isto significa
que seus administradores ou proprietários estão operando completamente “as
cegas”, sem a mínima noção sobre os fatos econômicos-financeiros. Isto
contribui para um mau gerenciamento e é causadora da maioria dos casos de
insolvência e falência.
A Contabilidade Financeira é uma ramificação da Contabilidade Geral,
praticada especialmente pelos gestores financeiros, baseada especialmente
nas formas de se controlar um fluxo de caixa que envolve as disponibilidades
em moedas correntes (nacionais e estrangeiras), as contas a receber e a
pagar, os investimentos de capital de giro em títulos e valores mobiliários e as
formas de captação de recursos financeiros para suprir o fluxo de caixa
negativo.
14
CAPÍTULO II
A GESTÃO E A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA
Com base na percepção que os empresários não dispõem de muitas
alternativas quando se propõem a analisar, estudar e aperfeiçoar seu
instrumento de liquidez, seu fluxo de caixa diário. Mostraremos a seguir a
importância do fluxo de caixa.
O empresário, ao gerenciar seu dia-a-dia se depara com a necessidade
de ter um instrumento de planejamento e controle de sua liquidez, que se
constitui no fluxo de caixa projetado. No que se refere ao instrumento é
importante entender que dispor de recursos que permitam tornar o nível de
acerto do fluxo é algo importante e que traz benefícios para toda empresa,
contudo o sucesso na gestão só se dará se o mesmo for considerado um
instrumento gerencial da empresa.
O fluxo de caixa é um instrumento que relaciona as entradas e saídas
(desembolsos) de recursos monetários de uma empresa em determinado
intervalo de tempo, trata-se de um instrumento tático e estratégico na gestão.
O Fluxo de Caixa é indispensável para uma sinalização dos rumos
financeiros dos negócios. Através de sua elaboração é possível prognosticar
eventuais excedentes ou escassez de caixa, determinando-se medidas
saneadoras a serem tomadas. Para se manterem em operação, as empresas
devem liquidar corretamente seus vários compromissos, devendo como
condição básica apresentar o respectivo saldo em seu caixa nos momentos
dos vencimentos. A insuficiência de caixa pode determinar cortes nos créditos,
suspensão de entregas de materiais e mercadorias, e ser causa de uma séria
descontinuidade em suas operações.É muito comum em uma situação crítica
de falta de liquidez de uma empresa a priorização do caixa,
15
empresas tentando evitar a falência colocam-se desesperadamente nas mãos
do fluxo de caixa para perseguir a saída de sua dificuldade.
Dentro de uma visão estratégica de negócios, se define como uma
perseguidora de resultados positivos que permitam retribuir ao empresário seu
investimento.
Em algumas empresas o fluxo de caixa é visto apenas como um
instrumento tático, a ser utilizado no dia-a-dia apenas. Em outras, ele na
verdade tem alcance maior, que poderíamos chamar de utilização estratégica
do fluxo de caixa nos negócios da empresa. Vamos ver a diferença entre as
duas abordagens:
- Abordagem tática: É aquela que se referencia ao fluxo de caixa como um
instrumento de utilidade restrita e acompanhamento. Ele aparece como
cumpridor de determinações mais amplas e complexas. Decisões tomadas
durante certo momento podem ser alteradas e mesmo revertidas com relativa
rapidez. Incentivar vendas a vista, negociar atrasos de pagamentos, alterar
prazos de faturamento e mesmo reduzir o nível de pedidos de compras para
poder contornar uma dificuldade circunstancial de caixa podem ser exemplos
de ações táticas. Tal abordagem é adequada e necessária, embora não seja a
única nem mesmo a mais importante.
- Abordagem estratégica: É aquela que afeta o nível de negócios da empresa
não só a curto prazo, mas também, e principalmente, a longo prazo. Tem efeito
sobre questões ligadas às decisões realmente estratégicas da empresa. Um
exemplo de utilidade estratégica está ligado a certas multinacionais que
elaboram fluxo de caixa para um período de longo prazo para avaliar sua
capacidade de pagar financiamentos também a longo prazo e mesmo
direcionar investimentos que estejam ou não gerando liquidez.
16
2.1 FILOSOFIA DE GESTÃO DE CAIXA
Definir não quer dizer burocratizar . A grande vantagem da definição é
que se evita que conflitos desnecessários ocorram por falta de critérios no
tratamento de situações rotineiras. Em algumas empresas relativamente
estruturadas, diz respeito a como tratar atrasos de clientes. Ficou evidenciado
que por não terem regras claramente definidas, cada cliente, dependendo de
seus conhecimentos junto ao fornecedor, tinha tratamento que poderia ser mais
ou menos favorecido, dependendo de sua própria esperteza em termos de
prorrogação de faturas vencidas e cobranças de juros. Isto não deve acontecer
numa empresa pois desmoraliza completamente a admintração.
2.2 FLUXO DE CAIXA COMO INSTRUMENTO GERENCIAL DA EMPRESA
Geração de caixa é algo fundamental na organização, em seu estágio
inicial, em seu desenvolvimento e mesmo no momento de sua extinção. Afinal
as decisões empresariais buscam, de alguma forma, demonstrar a geração de
caixa que possam trazer, seja um projeto de investimento isolado, ou um caso
de fusões e aquisições.
Um instrumento gerencial é aquele que permite apoiar o processo
decisório da organização, de maneira que ela esteja orientada para os
resultados pretendidos. Considerar o fluxo de caixa de uma organização um
instrumento gerencial não significa que ela vai prescindir da contabilidade e dos
relatórios gerenciais por ela gerados. Considerar o fluxo de caixa como
instrumento que traz subsídios para o processo decisório já é um grande passo
para os gestores.
2.3 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL, DE BENS DE CAPITAL, DO
ACIONISTA E FINANCEIRO.
17
Um fluxo de caixa não adequadamente estruturado leva a empresa a não
entender, não analisar e não decidir adequadamente sobre sua liquidez.
Inicialmente , é importante distinguir, quanto ao usuário da informação, os
seguintes aspectos:
- Fluxo de caixa da Tesouraria: Disponível em termos de informações previstas
e realizadas com base em entradas de cobranças ou vendas a vista e em
compromissos a cumprir. Bastante detalhado para que tenha utilidade prática.
Seu nível de precisão é diário, sua projeção tem por objetivo dispor dos valores
de entradas e saídas que possam ser acompanhados diariamente quando
obtido o realizado.
- Fluxo de caixa Contábil: Subproduto das demonstrações contábeis. Dessa
maneira, feitas as movimentações entre contas, deduzidos os valores que não
representam efetiva entrada ou saída de caixa, são obtidas informações
referentes geração de liquidez. Em termos práticos, normalmente, as
organizações gerenciam seu fluxo de caixa diário de tesouraria e integram as
informações com o fluxo de caixa gerado pelas demonstrações financeiras.
A formatação definida pelo FASB (Financial Accounting Standards Board
), leva em conta que as operações sejam assim classificadas no plano de
contas do fluxo de caixa:
- Fluxo de caixa das operações
- Caixa recebido de clientes
- Caixa pago aos fornecedores e funcionários
- Dividendos recebidos de afiliadas
- Juros recebidos
- Juros pagos
- Impostos pagos
- Seguros recebidos
= fluxo de caixa líquido das operações
- Fluxo de caixa dos investimentos
18
- Resultados com venda de ativos permanentes
- Gastos com bens de capital
- Pagamentos por aquisições de participações acionárias
= fluxo de caixa dos investimentos
- Fluxo de caixa das operações de financiamento
- Empréstimos sob linha de crédito obtida
- Pagamentos de contratos de leasing
- Amortizações de empréstimos de longo prazo
- Pagamentos de dividendos
= Fluxo de caixa dos financiamentos
Acréscimos do fluxo de caixa
Saldo de caixa no início do período
Saldo de caixa no final do período
2.4 FLUXO DE INFORMAÇÕES E O SISTEMA DE INFORMAÇÕES
O fluxo de informações para a gestão de caixa é algo que deve ser
planejado pela empresa, trata-se de elemento de grande importância qualitativa
e de otimização de resultados com diminuição de riscos. Deve-se separar o
fluxo de informações em interno e externo:
- Interno: Ligado fundamentalmente a geração e gerenciamento do fluxo de
caixa. Quanto mais integrados forem os sistemas, menor a possibilidade de
erros e maior economia de tempo.
- Externo: Informações variadas, desde cotações de operações, crédito de
cobranças, índices etc.
A intervenção da legislação fiscal na Contabilidade, tem trazido
problemas para o mundo inteiro mas acentuando-se mais no Brasil. A
resolução de tais problemas vem sendo feita de várias formas, algumas
mantêm registros paralelos para obter informações gerenciais pelo regime de
19
competência, eliminando distorções causadas pela legislação. Outras
empresas se voltam quase que exclusivamente para informações de caixa,
criando um sistema independente, em que prevalecem critérios distintos dos
estabelecidos pela legislação fiscal.
2.5 FORMAS DE APRESENTAÇÃO
2.5.1 Método Direto
Está baseado no regime de caixa, ou seja, procura apresentar todos os
pagamentos e recebimentos ocorridos no período considerado,
independentemente dos mesmos se referirem a operações apropriáveis ao
resultado de períodos anteriores ou posteriores. É o método mais utilizado por
apresentar informações mais precisas sobre a efetiva movimentação de
valores numerários.
2.5.2 Método Indireto
No formato indireto realiza-se uma reconciliação do resultado líquido, por
meio de adições ou subtrações, para chegar-se ao caixa líquido resultante das
operações. Na apuração do movimento de caixa originário das operações,
deve se levar em consideração, também, os acréscimos ou diminuições nos
ativos e passivos circulantes operacionais.
2.6 AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE REGIME DE CAIXA E DE
COMPETÊNCIA
20
Regime de Competência
- Reconhece a receita quando ocorre a venda, com entrega da mercadoria ou
prestação do serviço.
- Reconhece despesa quando incorrida, independente de ter sido paga ou não.
Regime de Caixa
- São as datas de recebimentos e pagamentos que determinam os registros.
Se uma loja de móveis vende uma TV por R$ 1.200,00, o regime de
competência reconhece, na data da compra, a receita de R$ 1.200,00, embora
o cliente tenha dado de entrada em espécie R$ 300,00 mais o restante a ser
pago em três prestações mensais de R$ 300,00 :
· Regime de competência – receita de R$ 1.200,00;
· Regime de caixa - receita de R$ 300,00.
No lado das despesas, essas diferenças entre caixa e competência
também ocorrem.
2.7 - PLANEJAMENTO DO FLUXO DE CAIXA
A implantação de um conjunto de informações úteis, práticas e
econômicas propõem a disposição de um mecanismo para estimar as futuras
entradas e saídas (desembolsos) de caixa da empresa.
O Fluxo de Caixa é um dos instrumentos mais eficientes de
planejamento e controle financeiro, o qual poderá ser elaborado de diferentes
maneiras, conforme as necessidades e conveniências da empresa, a fim de
permitir que se visualize os futuros ingressos de recursos e os respectivos
desembolsos.
Um bom planejamento deverá indicar as necessidades de numerário para
21
cumprimento de todos os deveres financeiros arcados pela empresa
considerando seus prazos.Com esses dados em mãos o administrador poderá
viabilizar o planejamento com antecedência, atentando-se para eventuais
problemas que possam surgir em virtude das reduções de receita ou aumento
no volume dos pagamentos.
O fluxo de caixa demonstra sua importância em vários setores de uma
empresa, por exemplo, ao evitar grandes desembolsos para um período onde a
entrada de numerário sejam baixos. O planejamento permite ao administrador
financeiro verificar se poderá realizar aplicações a curto prazo com base na
liquidez.
2.8 ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA
Não é difícil encontrar empresas em que a preocupação técnica é alta,
com recursos técnicos adequados para a projeção de valores e pouca
preocupação com a análise das informações antes de tomar decisões. A
análise facilita o processo e podem melhorar o entendimento do instrumento e
sua melhor utilização. Muitos aspectos da análise podem ser feitos
concomitantemente, de maneira unificada, ou mesmo durante a montagem dos
dados; entretanto, por uma questão meramente didática, a análise foi separada
em análise de consistência, análise comparativa e análise de otimização.
2.8.1 Análise de consistência
Tem uma preocupação básica, assegurando que as informações estejam
todas lá no modelo, e são adequadas. A entrada de dados ocorre da maneira
desejada. A pretensão consiste em levantar “questões” para aprofundar a
análise em questões que possam implicar em erros ou incorreções.
22
2.8.2 Análise Comparativa
Como saber se um fluxo de caixa está melhor ou pior? Melhorando ou
piorando? Qual a velocidade da mudança? Para isso, comparações
sumarizadas são importantes para as empresas. Dentre elas, devem ser
destacadas:
- comparações com o mês anterior;
- comparações com o ano anterior;
- comparações com o plano de negócios, etc.
2.8.3 Análise de Otimização
Uma vez feitas as análises anteriores, é importante buscar a otimização
dos resultados. Significa dizer que se pretende alcançar os melhores
resultados em termos de geração de caixa, tanto no fluxo operacional como no
fluxo dos acionistas, no fluxo do permanente e mesmo no fluxo financeiro.
23
CONCLUSÃO
Após o desenvolvimento destra trabalho concluí que o fluxo de caixa é
um instrumento de controle que tem por objetivo auxiliar o empresário a tomar
decisões sobre a situação financeira da empresa. Consiste num relatório
gerencial que informa toda movimentação de dinheiro (entradas e saídas),
portanto é extremamente importante para as empresas, é essencial para que
as mesmas tenham sucesso, que sem o fluxo de caixa as empresas ficam
impossibilitadas de se planejar, de se ter uma administração sadia, concluí
também que o desconhecimento do empresário da existência desta ferramenta
tão eficaz para um melhor desempenho de sua empresa afeta de modo muito
importante a gestão do negócio, hoje uma lei torna obrigatório a apresentação
deste controle, certamente as empresas tende a melhorar seus controles, seu
planejamento, e conseqüentemente a saúde financeira. Com certeza os
empresários no decorrer do tempo não atenderão simplesmente a legislação
apresentando este controle, mais terão o fluxo de caixa como uma ferramenta
necessária no seu dia a dia.
O resultado de uma empresa é presumivelmente uma função de vários
fatores. No caso das micro, pequenas empresas o impacto de fatores
ambientais representam um especial desafio para o seu sucesso. A atenção
especial as dificuldades dessas empresas são destacadas devido a suas bases
limitadas de recursos e pelo padrão de comportamento predominante em
grande parte dos empresários de MPE’s.
Tendo reconhecido a importância social e econômica das MPE’s, este
trabalho trata da problemática da pequena empresa e recomenda a
implantação e uso da ferramenta gerencial aqui comentada com o fim de
amenizar as possíveis restrições causadas pela falta de informação gerencial
durante o processo decisório. Todavia, lembra que a implantação de tal
24
ferramentas depende, principalmente, da vontade do empresário e da
capacitação técnica do profissional contábil que lhe assiste.
A principal característica das ferramenta recomendada é o respeito às
limitações das MPE’s que se expressa tanto na falta de recursos financeiros
para investimento em tecnologia de informação (T.I) quanto na capacidade de
compreensão de técnicas
administrativas e gerenciais modernas.
Ao explorar o universo da pequena empresa compreende-se que não
somente pela sua participação econômica ou pela sua contribuição social, mas
sua importância também é real porque elas representam, para muitos, uma
oportunidade e realização de sonhos.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
- FREZATTI, Fábio. Gestão do Fluxo de Caixa Diário. Como dispor de um
instrumento fundamental para o gerenciamento do negócio: São Paulo: Atlas,
1997.
- CAMPOS FILHO, Ademar. Demonstração dos fluxos de caixa: uma
ferramenta indispensável para administrar sua empresa: São Paulo:
Atlas,1999.
- MARION, José Carlos. Contabilidade Básica: 8 Edição São Paulo: Atlas.
2008
- ASSAF NETO, Alexandre e Silva, Cesar Augusto Tibúrcio. Administração do
capital de giro. São Paulo: Atlas, 1995
- HORNGREN, Charles T.; SUNDEM, Gary L.; STRATTON, Willian O.;
Contabilidade Gerencial. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
-ABRANTES, José Serafim. Educação Continuada. Revista Brasileira de
Contabilidade, Brasília, nº 109, p 4 – 6, janeiro/fevereiro 1998.
- http://www.webartigos.com/articles/10246/1/A-Importancia-Do-Fluxo-De-
Caixa-Nas-Empresas/pagina1.html#ixzz0wOC56Vk8
- http:// www.sebrae.com.br
- IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. Introdução a Teoria da Contabilidade: para o
nível de graduação. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
- SOLOMON, S. A. Grande Importância da Pequena Empresa: A Pequena Empresa nos Estados Unidos e no Mundo. Rio de Janeiro: Nórdica, 1986.
- REIS, Arnaldo. Demonstrações Contábeis - Estrutura e Análise. São Paulo :
Saraiva, 2006.
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/microempresa/microempresa
2001.pdf
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
CONCEITOS E ASPECTOS GLOBAIS 09
1.1 Fluxo de Caixa 09
1.2 Micro e Pequenas Empresas 10
1.3 Contabilidade Gerencial e Financeira 12
CAPÍTULO II- A Gestão e a Importância do Fluxo de Caixa 15
2.1 Filosofia do Fluxo de Caixa 16
2.2 O Fluxo de Caixa como instrumento gerencial da empresa 16
2.3 Fluxo de Caixa Operacional, de bens de capital, do acionista
e financeiro 16
2.4 Fluxo de Informações e o Sistema de Informações 18
2.5 Formas de Apresentação 19
2.5.1 Método Direto 19
2.5.2 Método Indireto
2.6 As principais diferenças entre Regime de Caixa e De Competência 19
2.7 Planejamento do Fluxo de Caixa 20
2.8 Análise do Fluxo de Caixa 21
2.8.1 Análise de Consistência 21
2.8.2 Análise Comparativa 22
2.8.3 Análise de Otimização 22
CONCLUSÃO 23
BIBLIOGRAFIA 25
ÍNDICE 26
FOLHA DE AVALIAÇÃO
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