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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA LOGÍSTICA COMO UM DIFERENCIAL COMPETITIVO NAS ORGANIZAÇÕES Por: Cláudia de Barros Ribeiro Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

LOGÍSTICA COMO UM DIFERENCIAL COMPETITIVO NAS

ORGANIZAÇÕES

Por: Cláudia de Barros Ribeiro

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

LOGÍSTICA COMO UM DIFERENCIAL COMPETITIVO NAS

ORGANIZAÇÕES

Apresentação de monografia à AVM

Faculdade Integrada como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Logística

Empresarial

Por: Cláudia de Barros Ribeiro

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente grata ao meu

bom DEUS pela oportunidade de vida

para a conquista de mais um sonho e a

minha família pela força em sempre me

incentivar na busca das realizações

pessoais que engrandecem e

dignificam a cada dia.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus

queridos pais Nilson Ribeiro e Emiliana

Ribeiro.

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RESUMO

A logística constitui uma ferramenta essencial para os gestores

conseguirem o sucesso ou a maximização do lucro do negócio que

administram, revelando-se um setor estratégico para toda e qualquer empresa.

Sob esse enfoque as empresas atuais direcionam seu foco no processo

logístico, aumentado a cada dia a sua preocupação e criando modificações de

atuações na Gestão da Cadeia de Suprimentos, fazendo uso dos recursos

logísticos, o que levará ao aumento da integração dos setores da empresa,

aplicando técnicas inovadoras, através dos mecanismos tecnológicos,

reduzindo os custos com a operação e aumentando a capacidade de

competitividade no mercado em que atuam.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi baseado no método de pesquisa bibliográfica, com

livros na área de Logística Empresarial e de sites da internet.

Quanto aos livros utilizados como bibliografia básica, podem ser citado

o de Logística Empresarial: o processo de integração da cadeia de

suprimentos dos autores Donald J. Bowersox e David J. Closs e o de

Armazenagem, controle e distribuição de Clóvis Pires Russo, que auxiliaram no

entendimento e desenvolvimento do assunto.

Os trabalhos desenvolvidos durante o curso de Pós–Graduação em

Logística Empresarial, foram fundamentais na aplicabilidade dos conceitos da

importância da logística como diferencial competitivo nas organizações.

As informações dos professores sobre consultas bibliográficas e as

anotações em sala de aula durante o período do curso foram ferramentas

importantes para a montagem deste trabalho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – Logística 10

1.1 – Conceito e história 12

1.2 – A Logística no Brasil 16

1.3 – Evolução da Logística 17

CAPÍTULO II - A Logística no Ambiente Empresarial 22

2.1 – A Logística Empresarial 22

2.2 – A Gestão da Cadeia de Suprimentos 24

2.3 – Os Recursos Logísticos 27

2.4 – As Ferramentas Logísticas 33

CAPÍTULO III – A Logística como diferencial competitivo 38

CAPÍTULO IV – Exemplos de empresas de sucesso 41

CONCLUSÃO 45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46

ÍNDICE 48

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INTRODUÇÃO

A logística é um tipo de atividade desenvolvida nas empresas com o

objetivo de tornar disponíveis produtos e serviços no local onde são

necessários e no momento em que são desejados, segundo a visão de

Bowersox; Closs (2001). A implementação das melhores práticas logísticas

tornou-se uma das áreas operacionais mais desafiadoras e interessantes da

administração nos setores público e privado. Dentro das empresas, o desafio é

coordenar o conhecimento específico de tarefas individuais numa ação

integrada e concentrada no atendimento ao cliente.

Para Novaes (2001) a logística aprimora os esforços de marketing,

criando condições de vantagem competitiva no mercado, agrega valor de lugar,

de tempo, de qualidade e de informação a cadeia produtiva e mais além,

elimina do processo tudo o que não tenha valor para o cliente, o que acarreta

somente custos e tempo improdutivo.

Este trabalho visa apresentar de forma ampla e modesta a

necessidade do uso da logística empresarial como forma de atingir o nível

elevado de serviço, aumentando nas empresas o nível de competitividade

devido à qualidade da gestão da cadeia de suprimentos. Em nenhum momento

houve a intenção de esgotar o assunto, mas sim de apresentar os conceitos,

sua história desde o nascimento no âmbito militar e a sua evolução até os dias

atuais. Depois o texto é envolvido particularizando a logística no ambiente

empresarial, fazendo destaque para o avanço na gestão da cadeia de

suprimentos, não se esquecendo do destaque para os recursos logísticos

apresentando as ferramentas e o que diz respeito aos softwares inovadores,

processos internos e externos e a importância do treinamento para todos os

envolvidos na área de logística.

Em seguida, o trabalho destaca o que há de mais comentado sobre

autores de renomes como Bowersox e Closs quanto aos planejamentos

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logísticos voltados para a criação de uma diferencial competitivo nas

organizações, a tecnologia envolvida e sua aplicabilidade, enfim são

mencionadas algumas empresas que se destacaram pelo sucesso dos seus

avanços logísticos, o que as tornaram diferentes e exemplos para outras

empresas ou para objeto de estudo.

A proposta deste trabalho é que, ao final da leitura, os leitores possam

perceber que as empresas necessitam cada vez mais modernizarem-se e

aplicarem de forma eficaz e eficiente os conceitos logísticos criando diferencial

que as tornem cada vez mais competitivos no mercado em que atuam.

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CAPÍTULO I

LOGÍSTICA

Durante todo o decorrer da história da humanidade, as lutas travadas

entre os homens podem chegar a um final vitorioso ou de derrota dependendo

da aplicabilidade correta ou não dos processos logísticos.

Apesar do conhecimento das atividades logísticas serem antigo, o

termo surgiu durante a Segunda Guerra Mundial, para nomear as atividades de

deslocamento de munições, recursos humanos e alimentos nos campos de

batalha. Ultimamente, com novos desenvolvimentos e necessidades de

investimentos militares, o termo logística ganha uma nova popularidade nas

estratégias no campo militar e empresarial.

Uma das origens da palavra pode ser encontrada na etimologia

francesa originada do verbo loger, que significa alojar. No âmbito militar seu

conceito foi aplicado com o objetivo de integrar os recursos disponíveis, o

tempo e os custos no campo de batalha. Mais tarde seu conceito foi ampliado

abrangendo áreas como armazenagem, estoque e transportes.

Antigamente a aplicação da logística nas operações militares era

tratada de forma discreta, já que se tratava de uma operação de apoio, o que

aconteceu de forma similar no ambiente empresarial.

Porém, nos últimos anos a logística vem aprimorando constantemente

a sua aplicação nas organizações tornando-se elemento primordial para a

formação da estratégia competitiva das empresas.

Antes era confundida com o transporte e armazenagem de produtos.

Hoje ela pode ser considerada como o ponto nevrálgico da cadeia produtiva

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integrada, atuando em estreita consonância como o moderno gerenciamento

da cadeia de suprimentos (NOVAES, 2001).

No Brasil, o conceito de logística empresarial é bastante recente, no

início dos anos 90, com a abertura comercial e acelerando em 1994 com a

estabilização da economia pelo Plano Real.

Segundo Fleury (2000) a logística é um verdadeiro paradoxo, pois é ao

mesmo tempo uma das atividades econômicas mais antigas é um dos

conceitos gerenciais mais modernos. Entretanto, somente num passado

recente é que as organizações empresariais reconheceram o impacto vital que

o gerenciamento logístico pode ter na obtenção da chamada vantagem

competitiva (CHRISTOPHER, 1997).

Para Fleury (2000), o que vem fazendo da logística um dos conceitos

gerenciais mais modernos são dois conjuntos de mudanças. O primeiro de

ordem econômica, dentro os principais, a globalização, o aumento das

incertezas nos mercados, a proliferação de produtos e as maiores exigências

de serviços. Em seu conjunto, esse grupo vem transformando a visão

empresarial sobre logística, que passou a ser vista não mais como uma

simples atividade operacional, mas sim como uma atividade estratégica, fonte

essencial para a vantagem competitiva. O segundo é a ordem tecnológica.

Enquanto as mudanças econômicas criam novas exigências competitivas, as

tecnologias tornam possível o gerenciamento eficaz e eficiente de operações

logísticas mais complexas e demandantes. A combinação das tecnologias

envolvendo informações, hardware, software, coletores de dados, simuladores,

programas e treinamentos dos operadores envolvidos com o processo

logístico, possibilita aperfeiçoar o gerenciamento logístico e consequentemente

aumentar o poder de competitividade nas empresas.

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Atualmente, a termo Logística é um dos mais utilizados nos diversos

ramos de atuação empresarial, passando a ser pronunciado por diversas

pessoas no seu dia-a-dia.

Por ser associada às mais diversa situação, a popularidade do termo

induz algumas pessoas a utilizarem apenas por hábito, referindo-se a

diferentes sentidos o que acaba afastando totalmente do seu significado

correto. Faz-se necessário a apresentação da sua origem e da evolução do

seu conceito através dos tempos.

1.1 – Conceito e História

A palavra “Logística” deriva do verbo loger, que significa alojar, prover.

Antes mesmo de estar ligada a atividades empresariais a Logística era

uma atividade exercida pelos militares. Na França, por exemplo, a palavra

Logística foi utilizada pela primeira vez, para definir a forma de administração e

distribuição de provisões às tropas.

Existem relatos datados de 480 A.C na atuação do exército na Grécia

antiga. Uma das grandes lendas na Logística, que inspirou grandes líderes

como Júlio César e Napoleão e que até hoje inspira as grandes empresas, foi

Alexandre O Grande, da Macedônia. Seu império alcançou diversos países,

incluindo a Grécia, Pérsia e Índia. Seu sucesso não foi um acidente. Ele foi

capaz de superar os exércitos inimigos e expandir seu reinado graças a fatores

como:

-inclusão da logística em seu planejamento estratégico;

-detalhado conhecimento dos exércitos inimigos, dos terrenos de

batalha e dos períodos de fortes intempéries;

-desenvolvimentos de alianças;

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-manutenção de um simples ponto de controle. Era ele quem

centralizava todas as decisões, era o ponto central de controle, gerenciando o

sistema logístico e incorporando-o ao plano estratégico.

O conceito sofre alterações no século XVII, quando o Barão Antonie

Henri Jomini, escrevendo o livro Sumário da Arte da Guerra, devido as suas

experiências ao lado de Napoleão Bonaparte, divide a arte da guerra em cinco

partes: estratégia, grande tática, logística, engenharia e táticas menores,

surgindo um dos primeiros conceitos formais da logística, “a arte de

movimentar exércitos”.

Na Segunda Guerra Mundial, ainda restrito ao âmbito militar, o

conceito de Logística passou a ter conotação extremamente importante nos

países aliados, como os europeus e os Estados Unidos. O planejamento

logístico permitia a perfeita administração das remessas de alimentos,

equipamentos e tropas às regiões conflagradas, através da utilização correta

dos meios de transportes. Com o fim da Segunda Grande Guerra, o conceito

de logística permaneceu como um modelo de análise e administração

integrada, que permitia aperfeiçoar o fluxo de materiais, desde a sua fonte

primária até as colocações nos pontos de vendas do produto final.

Na guerra do Iraque, segundo cálculos dos especialistas em assuntos

militares, para cada combatente americano no Iraque foram necessários outros

dois soldados envolvidos na logística.

Com o tempo, o conceito de logística sofreu várias modificações e vem

sendo tema de vários autores.

Bowersox; Closs (2001) afirmam que a logística de uma empresa é um

esforço integrado com o objetivo de ajudar a criar valor para o cliente pelo

menor custo total possível. A logística existe para satisfazer às necessidades

do cliente, facilitando as operações relevantes de produção e de marketing.

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Segundo Novaes (2004), logística é o processo de planejar, implementar

e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem

como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de

origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do

consumidor.

Segundo o site da Tigerlog (2011), os fatores abaixo são relevantes na

história recente da logística:

1901 – A logística é examinada pela 1ª vez sob o prisma acadêmico no

início do séc. XX através de um artigo de John Crowell, no artigo Reporto of

the Industrial Commission on the Farm Products, tratando dos custos e fatores

que afetavam a distribuição dos produtos agrícolas.

1916 – Arch Shaw em seu artigo An Approach to Business Problems

aborda os aspectos estratégicos da logística, no mesmo ano, L.D.H. Weld

introduziu os conceitos de utilidade de marketing (momento, lugar, posse) e de

canais de distribuição.

1927 – Ralph Borsodi, em sua obra The Distribution Age define o

termo logístico conforme utilizado hoje.

1941-1945 - Com a 2ª Guerra Mundial a logística tem um impulso em

evolução e refinamento.

Década de 50 – As empresas começam a enfatizar a satisfação do

cliente no lucro. Serviço ao cliente torna-se mais tarde a pedra fundamental da

administração da logística.

1956 – Artigo publicado pela Harvard Business School introduz o

conceito de análise de custo total na área de logística.

Início dos anos 60 – A Michigan State University e a The Ohio State

University são as primeiras faculdades a ministrar cursos de graduação em

Logística, devidamente reconhecido pelo Governo americano.

1963 – Criado o Nacional Council of Physical Distribution Management,

mais tarde mudado para Council of Logistics Management (CLM), primeira

organização a congregar profissionais de logística em todas as áreas com o

propósito de educação e treinamento.

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1976 – É publicado um estudo do CLM identificando os componentes

do custo de manutenção dos estoques e apresentando uma metodologia para

o seu cálculo.

1978 – A consultoria A. T. Kearney e o CLM publicam estudo

denominado Measuring Productivity in Physical Distribution, a primeira

avaliação completa do estado da arte da atividade de serviço ao Cliente nas

empresas americanas.

Anos 70 e 80 – Implementação de diversas técnicas em logística como

MRP, Kanban, JIT, etc., mostrando a eficácia das práticas logísticas e a

necessidade do relacionamento entre Logística, Marketing, Produção e outras

funções empresariais.

Década de 80 – grande aumento na utilização de computadores na

administração da logística. Artigo publicado por Graham Sharman, intitulado

The Rediscovery of Logistics aponta a necessidade de a alta administração

reconhecer a importância da administração logística.

Década de 90 – Formação dos mercados globais: MCE, NAFTA,

MERCOSUL, etc.

- Em 1991 o CLM dá uma nova definição para o conceito de logística:

Logística é o processo de planejar, implementar e controlar, com eficiência e a

custos mínimos, o fluxo e a estocagem de matérias-primas, materiais em

processo, produtos acabados e informações relacionadas, do ponto de origem

até o ponto do consumidor, com o objetivo de se assegurar aos requisitos dos

clientes.

- Em 1999, após um encontro internacional em Toronto, o órgão

explana uma nova definição: Logística é a parte do processo da cadeia de

suprimentos que planeja, implementa e controla o eficiente e efetivo fluxo e

estocagem de bens, serviços e informações relacionadas, do ponto de origem

ao ponto de consumo, visando atender os requisitos dos consumidores.

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1.2 - A LOGÍSTICA NO BRASIL

No Brasil, ainda segundo referências do site da Tigerlog (2011), a

história da Logística é ainda muito recente e podemos destacar os seguintes

fatos:

DÉCADA DE 70

- Desconhecimento do termo e da abrangência da logística;

- Informática ainda era um mistério e de domínio restrito;

- Iniciativas no setor automobilístico, principalmente nos setores de

movimentação e armazenagem de peças e componentes em função da

complexidade de um automóvel que envolvia mais de 20.000 diferentes SKUs;

- Fora de segmento automobilístico, o setor de energia elétrica definia

normas para embalagem, armazenagem e transporte de materiais;

- Em 1977 são criadas a ABAM – Associação Brasileira de

Administração de Materiais e a ABMM- Associação Brasileira de

Movimentação de Materiais, que não se relacionavam e nada tinham de

sinergético;

- Em 1979 é criado o IMAM- Instituto de Movimentação e Armazenagem

de Materiais.

DÉCADA DE 80

- Em 1980 surge o primeiro grupo de estudos de Logística, criando as

primeiras definições e diretrizes para diferenciar Transportes de Distribuição e

de Logística;

- Em 1982 é trazido do Japão o primeiro sistema moderno de logística

integrada, o JIT- Just in Time e o KANBAN, desenvolvidos pela Toyota;

- Em 1984 é criado o primeiro Grupo de Benchmarking em Logística;

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- Em 1984 a ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados cria um

departamento de logística para discutir e analisar as relações entre

Fornecedores e Supermercados;

- É criado o Palete Padrão Brasileiro, conhecido como PBR e o projeto

do veículo Urbano de Carga;

- Em 1988 é criada a ASLOG – Associação Brasileira de Logística;

- Instalação do primeiro Operador Logístico no Brasil (Brasildock’s).

DÉCADA DE 90

- Estabilização da economia a partir de 1994 com o Plano Real e foco

na administração dos custos;

- Evolução da microinformática e da Tecnologia de Informação, com o

desenvolvimento de software para gerenciamento de armazéns como o WMS -

Warehouse Management System, códigos de barras e sistemas de

Roteirização de Entregas;

- Entrada de 06 novos operadores logísticos internacionais (Ryder,

Danzas, Penske, TNT, MacLane, Exel) e desenvolvimento de mais de 50

empresas nacionais.

- ERP / ECR / EDI / DOT;

- Privatização de rodovias, portos, telecomunicações, ferrovias e

terminais de contêineres;

- ascensão do e-commerce.

1.3 – A Evolução da Logística

Com o término da Segunda Guerra Mundial, o conceito de logística

permaneceu como um modelo de análise e administração integrada, que

permitia otimizar o fluxo de materiais, desde a sua fonte primária até a

colocação nos pontos de vendas do produto final.

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Com a distribuição global, a produção internacional e a concorrência

mundial, a Logística alcançou um grande grau de importância na sociedade. A

crescente competitividade do mundo globalizado e o avanço tecnológico

principalmente na área da informação levaram as empresas a perceberem que

para atingir os seus objetivos de comercialização, a exemplo dos militares no

campo de batalha, era também necessária uma forte atuação por trás das

ações da linha de frente até então consideradas mais importantes, como por

exemplo, produção e vendas. O custo da mão-de-obra está caindo como

proporção do custo total da produção, assim como estão reduzindo os custos

de produção em geral, mas os custos de aquisição e distribuição

permaneceram mais ou menos e hoje são responsáveis por 30% das vendas.

Além disso, à medida que a qualidade e a funcionalidade vão ficando mais

padronizadas, a velocidade de resposta está se tornando particularmente

importante na seleção de um fornecedor.

A Logística engloba os processos de suprimentos, que faz a ligação com

os fornecedores, o de produção, relativo ao processo de transformação

realizado e o de distribuição de produtos acabados tendo como objetivo,

disponibilizar os produtos acabados aos clientes no local, no momento, na

quantidade e na qualidade adequados e, ainda, ao menor custo logístico total.

A Logística deixou de ter apenas um caráter operacional e passou a ter

um papel estratégico, para alcançar a vantagem competitiva. Ela pode ser de

forma direta, quando o produto é entregue na casa do consumidor ou de forma

indireta, o produto sendo exposto no ponto de venda, onde o consumidor

compra e retira a sua mercadoria.

A evolução da logística está dividida em cinco momentos:

No primeiro momento, há uma preocupação na redução dos custos

financeiros dos estoques ao longo da cadeia de suprimentos, porém cada setor

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procura otimizar suas atividades, mas não existindo a preocupação com o

resultado final.

No segundo momento, inicia-se uma tímida integração entre os setores,

mas restrita apenas a alguns setores.

No terceiro momento a prática pela integração entre os órgãos da

empresa torna-se mais positivo.

No quarto a integração é mais completa, onde todos procuram formar

parcerias, agregando mais valor ao produto final que será adquirido pelo

consumidor final.

No último momento, que corresponde à atualidade, a logística ocupa um

lugar de destaque, porque é vista como um meio de se obter vantagem

competitiva entre as empresas.

A Figura 1 abaixo consegue mostrar a evolução do processo da

logística, porém cabe sinalizar que em nenhum momento, as empresas

quando buscavam um novo foco para o período seguinte, esqueciam-se dos

processos vivenciados no momento anterior, mas sim, acumulavam os

conhecimentos adquiridos para a próxima fase, aumentando a sua bagagem

de experiências e tornando-se cada vez mais competitivas.

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Momento

da História

O que acontece no

ambiente das

organizações

Visão

Organizacional

Foco da Logística

1950/1960

Busca por escala de

produção, surge o

conceito de Lote

Econômico de Fabricação

de Compras.

Redução de

custos

constantes.

Gerenciamento dos

inventários

(preocupação com os

estoques).

1960/1970

Necessidade de

incremento das vendas.

Surgem os primeiros

supermercados.

Busca por

diferenciação

por serviço ao

cliente.

Distribuição física

(visando a criar

utilidade espacial).

1970/1980

Primeira crise do Petróleo

(1973). Movimento de

investimento de capitais.

Necessidade de

obter lucros para

remunerar os

capitais.

Processos produtivos,

visando reduzir os

tempos de ciclo e

minimizando estoques

em processo.

1980/1990

Competição acirrada

provocada pelo

crescimento de

participação das

empresas japonesas no

mercado mundial.

Busca por

melhorias nos

processos

produtivos

visando

certificação da

qualidade.

Integração dos

processos de

compras, produção e

distribuição.

1990/2000

Incremento da

globalização dos

mercados. Terceirização e

questões ambientais.

Competição

baseada em

rapidez de

resposta.

Processos de

gerenciamento

(visando criar utilidade

temporal).

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2000

Crises no processo de

globalização. Formulação

de alianças nas cadeias

produtivas. Ampliação dos

conceitos de

responsabilidade social e

ecológica.

Preocupação

com presença

local (instalação

física próxima

aos principais

mercados) e

rapidez de

respostas.

Processos flexíveis e

ágeis. Implantação de

sistemas logísticos de

resposta rápida.

Figura 1 – Sinopse da evolução dos sistemas logísticos (extraída de O

reverso da logística e as questões ambientais no Brasil. FILHO, Edelvino R.;

BERTÉ, Rodrigo, 2009, p.32).

Mesmo com todos esses parâmetros, não podemos deixa de destacar

que toda e qualquer prática visando à melhoria de qualquer setor dentro de

uma empresa ou numa empresa como um todo, depende da contribuição dos

profissionais envolvidos, sendo estes com características de competentes e

qualificados com dedicação constante.

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CAPÍTULO II

A LOGÍSTICA NO AMBIENTE EMPRESARIAL

2.1 – A Logística Empresarial

Após o conceito básico de Logística ser proliferado de forma gradual no

ambiente empresarial, a sua grande dimensão toma espaço quando surgem no

âmbito organizacional à necessidade de redução de custos e de melhorarias

no serviço de atendimento aos clientes, estes que a cada dia tornam-se cada

vez mais exigentes.

Neste contexto, a Logística passa a ser conhecida como a arte de

armazenar e transportar produtos. Atualmente ela envolve todas as atividades

relacionadas à armazenagem e movimentação de produtos e serviços desde o

ponto de aquisição da matéria-prima até a exposição do produto acabado no

ponto de venda para o consumidor final, utilizando equipamentos, instalações

e mão-de-obra adequada.

Com o avanço diário da sua aplicabilidade nas organizações, a Logística

Empresarial torna-se uma ferramenta fundamental nas empresas, integrando o

gerenciamento da cadeia de suprimentos, apoiando nas tomadas de decisões

e com isso levando as empresas a atenderem as expectativas dos

consumidores. E atingindo um conceito ainda maior da Logística Empresarial é

entender que através desta ferramenta, as empresas podem conseguir

desenvolver serviços especializados aos seus clientes, tornando-os fiéis,

impedindo às vezes a entrada de novos competidores e com isso tornando-se

mais competitiva no mercado.

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Segundo Júlio César (2010), no site O Portal do Administrador (2011), o

papel da Logística nas modernas organizações está dividido em dois grupos de

atividades:

Atividades Primárias: são essenciais para o cumprimento da função

logística, contribuindo para o custo total:

- Transportes: movimentação de produtos via rodoviário, ferroviário e

marítimo, grande peso no custo total da logística.

- Gestão de Estoques: dependendo do setor em que a empresa atua é

necessário trabalhar com um estoque mínimo, para amenizar a operação entre

a oferta e a demanda.

- Processamento de Pedidos: determina o tempo necessário para a

entrega de bens aos consumidores.

Atividades Secundárias: apóiam as atividades primárias na obtenção

dos níveis de bens requisitados pelos clientes.

- Armazenagem: envolve as questões relativas ao espaço para estocar

produtos.

- Manuseio de Materiais: movimentação de produtos no local de

estoque.

- Embalagem de Proteção: finalidade de proteger o produto.

- Programação de Produtos: lista de materiais e programação de

produção.

- Manutenção de Informação: possuir base de dados para o

planejamento e controle da logística.

Todos esses processos são essenciais para o desenvolvimento de uma

empresa que visa não somente manter-se no mercado, mas tornar-se um

diferencial, a partir de práticas competitivas. É justamente a logística que cria o

vínculo entre a empresa, os clientes e os seus fornecedores.

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Segundo Bowersox; Closs (2001) a logística existe para satisfazer as

necessidades dos clientes, facilitando as operações relevantes de produção e

marketing. Do ponto de vista estratégico, os executivos de logística procuram

atingir uma qualidade predefinida de serviço ao cliente por meio de uma

competência operacional que represente o estado-da-arte. O desafio é

equilibrar as expectativas de serviços e os gastos de modo a alcançar os

objetivos do negócio.

2.2 – A Gestão da Cadeia de Suprimentos

A Gestão da Cadeia de Suprimentos é o processo que visa gerenciar

estrategicamente os vários fluxos de uma operação logística interna e externa

numa empresa.

Segundo Bowersox; Closs (2001, p.37), vários executivos defendem o

ponto de vista de que a centralização da responsabilidade sobre todas as

atividades logísticas em uma única unidade organizacional estimula a

integração do processo. Esta percepção é errônea, pois enfatiza a estrutura

em detrimento da prática gerencial. A estrutura organizacional formal, por si só,

não é suficiente para garantir o desempenho logístico integrado. Muitas

empresas que se destacam pelo alto nível de integração entre suas operações

logísticas não apresentam uma estrutura organizacional totalmente

centralizada e hierarquizada, em que toda a responsabilidade recai em um

único executivo.

Ainda segundo Bowersox; Closs (2001), duas questões são importantes

ao considerar o desempenho logístico do ponto de vista da empresa. Em

primeiro lugar, todas as empresas necessitam de apoio e cooperação de várias

outras empresas para a consecução do seu processo logístico. Em segundo

lugar, quando forem utilizados especialistas externos em um sistema logístico,

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esses prestadores de serviços devem estar dispostos a se enquadrarem na

forma de trabalho de seus clientes, seja adaptando-se a suas diretrizes

empresariais, seja submetendo-se a certo nível de controle gerencial.

Para Campos; Brasil (2007), para que as metas estabelecidas neste

processo possam ser atingidas é necessária à lista dos seguintes grupos de

participantes:

- Fornecedores – são aqueles de quem são adquiridas as matérias-

prima e/ou insumos que são utilizados pela indústria de transformação para

chegar ao produto final;

- Empresa principal – é ela que transforma os insumos utilizados para a

obtenção do produto final, definindo quando e quanto produzir e responsável

pelo maior ganho se valor agregado ao produto.

- Distribuição e/ou varejo – é responsável por armazenar desde a

matéria-prima até o produto acabado.

- Transportadores – são responsáveis pela interligação entre

fornecedores, empresa principal, distribuidores, varejistas e clientes, com

eficiência e eficácia no tempo acordado.

- Clientes finais – ou também definidos com consumidores finais, é o

grupo que desperta toda a intenção de ser de uma empresa, sendo na

produção de um produto ou na prestação de um serviço. É neste grupo que

desembocam todos os demais.

Seguindo o conceito apresentados por Campos; Brasil (2007), a cadeia

de suprimentos é o processo dentro do qual um número qualquer de entidades

de negócios, que pode ser fornecedores, fabricantes, distribuidores ou

varejistas, forma uma cadeia com o objetivo de adquirir matérias-prima,

convertê-las em determinados produtos e, posteriormente, disponibilizar os

produtos acabados e/ou serviços ao cliente final.

Para Madeira (2005), algumas estratégias têm se mostrado essenciais

para o bom êxito do gerenciamento da cadeia de suprimento:

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- Contato direto com o consumidor final no sentido de conhecer em

profundidade os seus anseios;

- Serviços aos clientes mediante atendimento às suas consultas e

necessidades;

- Estudo atualizado do mercado para conhecer tendências no sentido de

harmonizar a oferta com a demanda;

- Atendimento aos pedidos dos clientes nos prazos preestabelecidos;

- Acompanhamento do volume de produção para poder regular

eventuais oscilações de demanda;

- Gerenciamento das parcerias no sentido de garantir desempenhos e

integração das estratégias competitivas;

- Desenvolvimento conjunto de produtos por meio de envolvimento de

fornecedores desde os estágios iniciais;

- Compatibilização da tecnologia para garantir acessos, níveis de

segurança, atualizações e alterações nos sistemas disponíveis.

Outro fator muito importante para a viabilização da gestão da cadeia de

suprimentos é o uso da Tecnologia da Informação (TI), que cria como

resultado final a redução nos custos logísticos.

A Tecnologia da Informação pode ser definida como o conjunto das

atividades e soluções através dos recursos da informática, para a geração do

uso da informação, auxiliando nos processos de execução das funções nos

diversos setores da empresa.

Para Coelho (2010), muitos parâmetros são levados em conta para

melhorar a cadeia de suprimentos e reduzir os custos logísticos:

- Redução dos números fornecedores, conseguindo uma parceria;

- Redução do número de terceirizados, para alcançar o mesmo objetivo;

- Estabelecer canais de distribuição e gestão partilhada de estoque com

fornecedores e clientes, compartilhando custos, lucros e riscos;

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- Realizar histórico e previsão de demanda, antecipando-se a escassez

e ajuste de estoque.

Quanto maior a interação entre fornecedor, empresa e clientes, maiores

as possibilidades de todos os participantes do processo estar envolvidos em

atingir um objetivo único final, oferecendo ao mercado o melhor produto ou

serviço.

2.3 – Os Recursos Logísticos

Segundo Bowersox; Closs (2001), a chave para se alcançar uma

logística de classe mundial é obter a integração das operações internas e

externas de uma empresa.

Para isso as empresas precisam investir em recursos materiais e de

pessoas e o resultado final será o alcance dos objetivos planejados

positivamente.

A seguir, os recursos logísticos na visão de Bowersox; Closs (2001):

a) Informação – O fluxo de informações é um fator de grande

importância nas operações logísticas. Os conjuntos básicos de

informações logísticas incluem pedidos de clientes e de ressuprimento,

necessidades de estoque, programação de atividades dos depósitos,

documentação de transporte e faturas. O custo decrescente da

tecnologia da informação, associado à sua maior facilidade de uso,

permite aos executivos de logística usar esta tecnologia, com o objetivo

de transferir e gerenciar informações eletronicamente, com maior

eficiência, eficácia e rapidez. A Figura 2 ilustra as atividades logísticas e

as decisões em cada nível de funcionalidade da informação.

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Planejamento

Estratégico

*Formulação de Alianças Estratégicas

*Desenvolvimento e aperfeiçoamento de capacitações e

oportunidades

*Análise do serviço ao cliente focada e baseada no lucro

Análise de Decisão

*Programação e roteamento de veículos

*Gerenciamento e níveis de estoque

*Configuração de redes/instalações

*Integração vertical versus terceirização

Controle Gerencial

*Mensuração financeira *Mensuração do serviço ao cliente

*Custo *Mensuração de produtividade

*Gerenciamento de ativos *Mensuração da qualidade

Sistema

Transacional

*Entrada de pedidos *Expedição

*Alocação de estoque *Formação de preço e emissão de faturas

*Separação de pedidos *Pesquisa entre clientes

Figura 2 – Funcionalidade da Informação (adaptação do livro de

Bowersox e Closs, 2001, p.177).

b) Previsões – São as projeções de valores ou quantidades

que provavelmente serão produzidas, vendidas e expedidas.

As previsões dividem-se por local, por quantidade de produto e por

período de tempo, com a finalidade de planejamento de operações

logísticas. Para desenvolver um processo integrado de previsão, os

executivos de logística devem considerar todas as possíveis fontes de

informações e as características dos possíveis usuários.

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Por meio das previsões, a empresa projeta metas comuns de valores,

com o objetivo de orientar todo o sistema logístico. As metas

estabelecem o “o que, onde e quando” das vendas dos produtos. A

finalidade é assimilar a maior quantidade possível de informações,

analisa-las e realizar previsões com a precisão desejada, em tempo

hábil.

Com o advento da comunicação e do processamento de informações

em alta velocidade, a um custo relativamente baixo, tornou-se

imperativo para os diferentes níveis gerenciais avaliar sua capacidade

de previsão. O aperfeiçoamento das previsões – por compartilhamento

de informações, análises meticulosas ou por desenvolvimento de

conhecimento especializado – resulta em significativas reduções de

estoques.

c) Estratégia de Estoque – As decisões que envolvem

estoques são de alto risco e de alto impacto. O comprometimento com

determinado nível de estoque e subsequente expedição de produtos

para mercados, em antecipação a vendas futuras, acarretam várias

atividades logísticas.

A falta de matérias-primas podem parar linhas de produção ou alterar

programações da produção, o que, por sua vez, aumenta os custos e a

possibilidade de falta de produto acabado. Já o estoque excessivo

também gera problemas: aumenta custos e reduz a lucratividade, em

razão de armazenagem mais longa, imobilização de capital de giro,

deterioração, custos de seguro e obsolência. Apesar do aumento e da

proliferação de produtos, os executivos de logística têm reduzido os

níveis do estoque operacional. A melhoria é devida à ênfase gerencial

que o assunto tem recebido e à adoção de estratégias baseadas em

prazos, por exemplo, o Just in Time (uma modalidade de suprimentos

em que fornecedores entregam materiais à medida que são consumidos

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na produção, proporcionando um investimento tendente a zero em

estoque).

d) Gerenciamento de Estoques – É o processo integrado pelo

qual são obedecidas as políticas da empresa e da cadeia de valor com

relação aos estoques. A abordagem reativa ou provocada usa a

demanda dos clientes para deslocar os produtos por meio de canais de

distribuição. Uma filosofia alternativa é a abordagem de planejamento,

que projeta a movimentação e o destino dos produtos por meio dos

canais de distribuição, de conformidade com a demanda projetada e

com a disponibilidade dos produtos. A abordagem híbrida é uma

combinação das duas primeiras, resultando numa filosofia de

gerenciamento de estoques que responde aos ambientes de mercado e

dos produtos.

e) Infraestrutura de Transporte – O transporte é uma

atividade importante na cadeia de agregação de valor da logística, pois

movimenta os produtos pelos diversos estágios de produção até o

consumidor final. A visão do profissional de logística em relação aos

serviços de transporte mudou extraordinariamente nos fim da década de

70 e no início da década de 80, as ofertas de serviços de transporte

eram restritas e as taxas eram relativamente fixas.

Atualmente, há uma ampla variedade de alternativas de transporte de

produtos e matérias-primas que jamais existiu antes. Uma empresa

pode, por exemplo, optar por contratar um serviço eventual de

transporte, ter seu próprio transporte ou fechar vários contratos com

diferentes transportadores especializados. As opções de serviço incluem

emissão de faturamento, disponibilidade de informações,

responsabilidade pelos produtos e serviços de coleta e entrega. As

transportadoras e os embarcadores têm agora flexibilidade para

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negociar a responsabilidade por todas as atividades relacionadas com o

transporte.

f) Gerenciamento de Transporte – O transporte é geralmente

a maior despesa individual na maioria das operações logísticas. Antes

do fim do regulamento nos EUA, os serviços de transporte eram

padronizados e inflexíveis, e havia limitadas possibilidades para

desenvolver vantagens competitivas. O fim da regulamentação expandiu

as ofertas de serviços e relaxou as restrições, permitindo que recursos

de transporte sejam efetivamente integrados em toda cadeia de valor.

Os executivos de logística devem saber os pormenores da economia de

transporte e da formação de preços e devem também saber tirar

proveito de novos serviços e capacidades, para conseguirem alcançar

reduções de custo.

g) Gerenciamento de Depósitos – O depósito é um lugar onde

são guardados estoques de materiais e de produtos. No entanto em

muitos projetos de sistemas logísticos, o depósito é considerado mais

uma instalação de processamento do que um local de guarda de

mercadorias. O principal problema em operações logísticas, nas últimas

décadas, tem sido a produtividade da mão-de-obra. O movimento de

matérias-primas, nas peças e produtos acabados, numa vasta rede de

instalações, faz da logística um processo que exige muita mão-de-obra.

A produtividade é definida como a razão do que é produzido sobre o que

é despendido. Para aumentar a produtividade, existem duas

possibilidades: conseguir aumento de produção com as mesmas

quantidades de insumos, ou aumentar a mesma produção com redução

de insumos.

h) Movimentação de Materiais – O manuseio de produtos é a

chave da produtividade dos depósitos por várias razões importantes.

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Primeiramente, a quantidade relativamente grande de mão-de-obra,

necessária ao manuseio de materiais, faz com que a produtividade geral

do depósito seja vulnerável a qualquer queda de desempenho de mão-

de-obra. Em segundo lugar, a natureza das atividades de manuseio de

materiais apresenta limitações no uso de avançadas tecnologias de

informação. Mesmo considerando que o uso de computadores propiciou

a introdução de novas tecnologias e capacidades, o manuseio de

materiais ainda é uma atividade preponderantemente manual. Em

terceiro lugar, há o fato de que, até recentemente, o manuseio de

materiais nunca foi administrado de maneira integrada com outras

atividades logísticas, nem mesmo recebeu atenção suficiente da alta

administração das empresas. Somente agora a tecnologia de

automação, com potencial para redução de mão-de-obra, está

ameaçando a atingir seu apogeu.

Considerando todas as atividades desempenhadas dentro dos

depósitos, o manuseio de materiais é aquela que mais consome mão-

de-obra. A mão-de-obra necessária à separação e ao manuseio de

produtos representa um dos componentes de custo de pessoal mais alto

no sistema logístico. A oportunidade para reduzir a intensidade da mão-

de-obra, e aumentar sua produtividade, reside nas novas tecnologias de

manuseio que estão emergindo atualmente.

A questão gerencial a ser considerada é saber se o projeto do sistema

de manuseio deve ser mecanizado, semiautomatizado ou baseado na

informação.

i) Embalagem – Este recurso tem um impacto relevante

sobre os custos e a produtividade dos sistemas logísticos. A embalagem

para uso na logística, incluindo embalagens individuais, embalagens

secundárias e outras embalagens, visa à facilidade de manuseio, a

proteção do produto e a comunicação de informações relevantes. A

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compra de materiais de embalagem, a execução de operações

automatizadas ou manuais de embalagem e a necessidade

subsequente de descartar a própria embalagem representam os custos

mais evidentes. O que não é imediatamente notado, contudo, é que os

custos de compra e de eliminação das embalagens são absorvidos

pelas empresas nas pontas extremas do canal de distribuição e que os

ganhos de produtividade gerados pela embalagem são diluídos por todo

o sistema logístico. Assim, o impacto da embalagem passa facilmente

despercebido ou é, no mínimo, subestimado.

2.4 – As Ferramentas Logísticas

Segundo Nogueira (2009), nas últimas décadas as empresas já

trabalham utilizando os princípios da logística, que dá o suporte necessário

para o bom desempenho do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Não

esquecendo que cada empresa precisa estudar e analisar a sua Cadeia de

Suprimentos para implementar as melhores práticas.

A logística quando bem estruturada traz alguns benefícios à empresa

como:

- redução do valor de estoque

- redução da falta de material

- melhoria no atendimento aos clientes

- aumento da eficiência operacional

- níveis de estoque mais focados com a realidade da demanda

-cumprimento dos prazos de entrega, por se obter maior velocidade.

Mesmo com a presença da tecnologia e dos softwares avançados, os

resultados positivos só serão alcançados se existirem profissionais treinados e

qualificados alimentando os sistemas com as informações necessárias.

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As ferramentas logísticas são de extrema importância para o fluxo das

operações, pois elas funcionam como uma espécie de auxílio na otimização do

Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos.

A seguir, algumas ferramentas logísticas, segundo Nogueira (2009) que

podem ser aplicadas de acordo com a realidade de cada empresa:

a) JIT – Just In Time

Surgiu no Japão, em meados da década de 70. É um

conjunto de técnicas de administração da produção, onde o

sistema produz a partir da demanda, produzindo em cada estágio

somente os itens necessários, nas quantidades necessárias e no

momento necessário.

b) Kanban

Metodologia de programação de compras, produção e

controle de estoques extremamente precisa e ao mesmo tempo

barata, utilizando-se de cartões que fazem o controle visual da

posição do estoque.

c) Cross-Docking

É a movimentação dos produtos através de um centro de

distribuição sem armazená-los por um longo tempo.

d) VMI – Vendor Managent Inventory

O VMI significa o inventário gerenciado pelo fornecedor.

O fornecedor passa a ser responsável por manter os níveis de

inventário do ciente em valores pré-estabelecidos.

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e) Condomínio ou Just-In-Sequence

Sistema de fornecimento onde os fornecedores estão

instalados nas imediações das empresas, abastecendo as

mesmas diretamente na linha de produção.

f) Consórcio Modular

Uma forma de processo produtivo onde consiste em uma

parceria entre empresa e fornecedores. Nesta parceria os riscos e

os investimentos são compartilhados.

g) Milk Run

É um sistema de coletas programadas de materiais, que

utiliza um único equipamento de transporte, normalmente de um

operador logístico, para realizar as coletas em um ou mais

fornecedores e entregar os materiais no destino final, sempre em

horários pré-estabelecidos.

h) Transit Point

É uma operação em que consiste atender a uma

determinada região, distante da fonte de abastecimento, onde um

veículo grande, as cargas são consolidadas e enviadas para um

local pré-determinado e repassadas para os carros menores,

facilitando a entrega aos clientes.

i) WMS – Warehouse Management System

É um Sistema de Gerenciamento de Armazéns onde é

possível integrar e processar as informações de localização de

materiais, controle e utilização da capacidade produtiva de mão-

de-obra com a emissão de diversos tipos de relatórios.

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j) RFID – Radio Frequency Identification

É um sistema que funciona com uma antena, um

transmissor e um decodificador. É utilizado para controle de

acesso, controle de tráfego de veículos, controle em aeroportos,

de containers e identificação de pallets.

k) GPS – Global Positioning System

É o processo de rastrear um objeto em movimento,

utilizando links de comunicação via satélites, que apontam a

posição de qualquer corpo na superfície terrestre.

l) Código de Barras

É um sistema que surgiu com a intenção de se criar um

mecanismo mais rápido e eficiente de entrada de dados. Este

processo exige aparelhos de leitura de código de barras

específicos como os leitores (caneta ótica, slot reader, pistola

laser, leitor CCD...), os decodificadores e as impressoras

especiais. Além disso, existe uma padronização mundial para a

leitura, dependendo do produto ou do objetivo da identificação.

m) EDI – Electronic Data Interchange

É uma tecnologia que permite a transmissão de dados

on-line com informação acurada e instantânea posição de

estoque.

Com a correta implantação deste sistema consegue-se a

redução de custos administrativos, de estoque e de desgaste com

clientes.

n) ECR – Efficient Consumer Response

É um conjunto de práticas desenvolvidas na empresa em

conjunto com distribuidores, varejistas, fabricantes, com o objetivo

de ganhar com a eficiência nas atividades operacionais e

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comerciais, prestando ao consumidor final um serviço de

qualidade.

Para Campos; Brasil (2007), colocar a logística como uma

ferramenta para transformar dificuldades em resultados financeiros positivos,

pode ser uma excelente maneira de adaptar-se às necessidades

demonstradas pelo mercado, visto o alto nível de exigência dos atuais

consumidores, aliado ao fato de que gerenciar adequadamente a cadeia de

suprimentos tem minimizados problemas de atendimento.

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CAPÍTULO III

A LOGÍSTICA COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO

Para Porter (1997), desenvolver uma estratégia competitiva é criar uma

fórmula ampla, determinando como uma organização irá concorrer em seu

respectivo nicho, quais devem ser suas metas e quais as políticas necessárias

para atingi-las.

A estratégia deve, então, expressar como as organizações utilizam suas

forças, potenciais e já existentes, para atingir os objetivos estabelecidos sem

deixar de considerar as mudanças ambientais que podem oferecer

oportunidades ou gerar ameaças à estratégia empresarial.

Uma logística eficaz coloca o produto certo, no local correto, no tempo

exato, no estado adequado e ainda com custos competitivos.

Uma logística competitiva possui as seguintes características:

- Maiores expectativas no atendimento dos serviços.

- Pedido sempre perfeito.

- Conectividade de informações em tempo real utilizando várias

ferramentas.

- Maior racionalização do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos

por meios de serviços compartilhados, com uso de tecnologias atualizadas.

Mesmo as empresas enfrentando grandes desafios reforçados pelo

processo de globalização, em que a concorrência tem ocupado lugar de

destaque, algumas empresas neste cenário de competição conseguem

sobressaírem no mercado em que atuam, pois desenvolvem uma

administração logística atualizada em condições de destaque no mercado.

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Para Campos; Brasil (2007), com base em alguns pontos e o estudo

feito pela Fundação Getúlio Vargas, é proposto a seguir um Decálogo para

uma logística eficiente, com o propósito de solidificar a ideia da transformação

da logística de centro de custos para fonte de lucros.

Decálogo para uma logística eficiente:

1) Conhecer bem o nível de serviço exigido pelo cliente: prazos, forma

de pagamento e tipo de produto envolvido.

2) Pessoal treinado.

3) Investimentos em tecnologia, equipamentos e movimentação de

estoques, frotas e áreas de armazenagem modernas (se a opção for

manter uma estrutura logística própria).

4) Investir em tecnologia da informação.

5) Desenvolver um indicador de desempenho para acompanhar e

melhorar o padrão de serviços.

6) Competência para desenvolver políticas diferenciadas de logística de

acordo com o produto e com o cliente.

7) Desenvolver a capacidade de segmentar o serviço logístico, com

soluções diferenciadas para cada etapa: transporte, armazenagem e

controle de dados (se necessário).

8) Possuir domínio dos processos e conhecimento das informações.

9) Construir um sistema de parcerias (seja na área de transportes ou na

de armazenagem) para terceirizar parte ou toda a logística em

momentos de necessidade de flexibilização de custos fixos ou

mesmo para operar em conjunto em determinadas regiões.

10) Prestar bom atendimento ao cliente, principalmente no que se refere

à informação sobre a carga que ele está esperando, e, obviamente,

cumprir o combinado.

Após esses levantamentos, vale destacar, que embora ainda haja muito

que estudar pesquisar, discutir, modificar e ser aprimorado na área logística

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para se chegar a um resultado positivo na gestão de uma cadeia logística, é

necessário mudar o foco somente na redução de custos e agregar a visão

racional e coerente ao longo prazo, na otimização dos processos produtivos e

na flexibilidade nos gerenciamentos dos processos, de acordo com a realidade

de cada empresa.

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CAPÍTULO IV

EXEMPLOS DE EMPRESAS DE SUCESSO

Depois de muitos estudos, observa-se que as empresas precisam

descobrir quais os componentes de valor que seus clientes apreciam e

procurar a realização de atitudes que se transformem no somatório de valores

perante seus clientes. Assim será possível identificar onde estão os gargalos

logísticos dos sistemas logísticos e planejar vários indicadores de desempenho

logísticos que servirão de apoio na gestão entre os setores internamente e

entre as empresas. As soluções das dificuldades da logística contribuirão para

a criação de uma maior competitividade da economia brasileira.

A seguir, algumas empresas que se tornaram diferencial na

aplicabilidade dos recursos logísticos, destacando-se em seu campo de

atuação pelo grau competitivo que alcançaram nos últimos anos.

LOJAS AMERICANAS

O destaque para o fator logístico desta empresa foi a deficiência

quanto a entrega dos seus produtos, já que a distribuição era totalmente

descentralizada.

O fornecedor era obrigado a fazer suas entregas em vários pontos de

venda, o que customiza em muito o gasto com pessoal voltado para o

recebimento, conferência e estocagem de mercadoria e sem contar com a falta

de organização, já que inicialmente tratava-se de venda de produtos

alimentícios, na época dominada pelas redes de supermercados.

Dois acontecimentos ajudaram a resolver os entraves logísticos:

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1) A criação dos centros de distribuição viabilizando as entregas dos

fornecedores, com isso obtendo melhores preços e mais agilidades

nos processos junto aos fornecedores.

2) A aquisição de um software de gestão empresarial, que além de

integrar diversos sistemas, permite o controle de estoques, antes

realizado isoladamente em cada uma das lojas.

LG

A fábrica coreana de produtos eletroeletrônicos LG começou sua

operação no Brasil em 1997. Surpreendentemente nos próximos seis anos

ocupou uma parcela significativa no mercado de vendas desses produtos com

empresas que há décadas já lideravam o ranking, como o caso da Sony,

Philips e Semp Toshiba. Algumas ações levaram a este destaque:

1) Treinamento de lojistas direcionado e efetuado pelos funcionários da

LG.

2) Sacrifícios de rentabilidade visando oferecer preços mais baixos que

os da concorrência.

3) Negociação persistente com varejistas com a participação direta do

presidente e do vice-presidente da subsidiária brasileira.

GRUPO PÃO DE AÇÚCAR

O maior grupo supermercadista brasileiro, mesmo tendo um moderno

gerenciamento da cadeia de suprimentos, recentemente passou por problemas

sérios de estrutura, ao analisar como não repassaria o aumento dos preços

dos fornecedores aos consumidores. A crise ajudou a relação entre o grupo e

alguns fornecedores, onde elegeu doze grandes empresas fornecedoras,

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dentre elas a Sadia, a qual merece destaque. Com relação à Sadia destacam-

se as seguintes modificações e consequências observadas:

1) Negociação persistente com varejistas com a participação direta do

presidente e do vice-presidente da subsidiária brasileira.

2) Redução em cerca de 30% nos custos operacionais decorrentes de

estocagem de produtos de fim de ano.

3) 93% dos pedidos passaram a chegar no tempo e nas condições

combinadas.

4) Redução de 50% no tempo médio de descarregamento dos produtos

em decorrência da alteração dos horários de entrega que passaram

a ser consensuais.

Avon

A multinacional americana Avon, a maior empresa de comercialização

de cosméticos porta a porta do Brasil deparou-se com problemas e soluções

relatados a seguir:

1) Excesso de formulários de pedidos de produtos preenchido

incorretamente pelas revendedoras, devido ao excesso de dados

não tão necessários. Os números de pedidos cancelados eram altos

devido à entrada incorreta dos dados no sistema. A racionalização

dos processos e a mudança no layout foram às soluções

encontradas.

2) A falta de produto no mercado era devido ao atraso de algumas

máquinas na linha de produção. A solução encontrada foi a

implantação do método kaisen, método de trabalho participativo

criado pelos japoneses visando a melhoria contínua dos processos.

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3) Deficiência nas vedações das embalagens. A solução foi o aumento

na frequência de ajustes nas máquinas destinadas ao fechamento de

tampas.

4) O alto número de casos de embalagens danificadas pela

acomodação incorreta nas caixas de papelão. Para a correção dessa

falha, foram utilizadas caixas separadas para cosméticos mais

frágeis e colocar nas caixas mantas de plásticos contendo bolhas de

ar.

5) Atraso no transporte entre as fábricas e os centros de distribuição. A

solução foi a instalação de rastreadores nos caminhões durante todo

o percurso, podendo acompanhar com precisão o momento da

chegada do produto, diminuindo as incertezas para revendedores e

clientes.

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CONCLUSÃO

O ambiente atual em que as empresas enxergam um cenário de

intensa competição com grande concorrência, obrigam as organizações a

darem atenção aos assuntos relacionados à interna estrutura organizacional

aprimorando seu desempenho.

O modelo pelo qual as organizações direcionavam suas ações, em um

passado não muito distante, era baseado essencialmente em produtividade.

Porém, o fenômeno da globalização de mercados e dos recursos produtivos,

um volume crescente de inovações tecnológicas, mudanças nos ciclos de vida

dos produtos e nos padrões comportamentais dos consumidores, aliados às

pressões ambientais significativas sobre as organizações, exigem uma

mudança de modelo, fazendo com que as organizações pautem suas condutas

em níveis de serviços mais elevados e, dessa forma, adicionem valor aos

produtos comercializados e, ainda, adotem sistemas logísticos de resposta

rápida.

Todos esses aspectos combinados conduzem as organizações à

atuação empresarial extremamente competitiva, exigindo suporte profissional e

planejamento dos seus sistemas de informações logísticas. A exigência de

sistemas logísticos flexíveis e de resposta rápida é fundamental para que as

organizações possam se adaptar rapidamente às mudanças ambientais,

adaptação que só é obtida com base em uma adequada estruturação dos seus

fluxos informacionais e físicos.

Os fluxos de informação, em função do elevado volume e da

necessidade de velocidade que apresentam atualmente, devem ser

considerados itens estratégicos para a sobrevivência das organizações nesse

novo modelo baseado em competitividade e não mais em produtividade.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Logística 10

1.1 – Conceito e história 12

1.2 – A Logística no Brasil 16

1.3 – Evolução da Logística 17

CAPÍTULO II

A Logística no Ambiente Empresarial 22

2.1 – A Logística Empresarial 22

2.2 – A Gestão da Cadeia de Suprimentos 24

2.3 – Os Recursos Logísticos 27

2.4 – As Ferramentas Logísticas 33

CAPÍTULO III

A Logística como diferencial competitivo 38

CAPÍTULO IV

Exemplos de empresas de sucesso 41

CONCLUSÃO 45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46

ÍNDICE 48