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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE DA CULTURA ORGANIZACIONAL E SEUS ASPECTOS Renata Motta Vasconcellos Mônica Ferreira de Melo Orientadora Rio de Janeiro 2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

DA CULTURA ORGANIZACIONAL E SEUS ASPECTOS

Renata Motta Vasconcellos

Mônica Ferreira de Melo

Orientadora

Rio de Janeiro

2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

DA CULTURA ORGANIZACIONAL E SEUS ASPECTOS

Trabalho de conclusão de Pós-Graduação lato

sensu em Especialização em Gestão de Recursos

Humanos apresentado à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para a obtenção do

título de especialista em Gestão de Recursos

Humanos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela minha vida, aos

meus pais, minha querida e amada

filha Brenda que compartilhou comigo

muitos dias de estudo, ao meu amado

marido fonte de sabedoria e inspiração,

aos meus irmãos, amigos, e

professores.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho as pessoas mais

importantes da minha vida, minha querida

e amada filha Brenda e meu querido e

amado marido Helio Donin Jr.

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RESUMO

Não seria possível tratar da cultura organizacional sem mencionar o

tema comunicação, mudança organizacional, liderança e clima organizacional.

Inicialmente no capitulo 1 faremos uma abordagem conceitual, tentando

aprofundar o conhecimento ao tema. No capítulo 2 veremos em que medida

podemos estabelecer a correlação entre comunicação, e cultura

organizacional? Esta é a primeira questão que qualquer profissional com um

pouco de bom senso de coloca, ou seja, o que justifica a correlação? No

capitulo 3 o tema liderança, até que ponto a liderança pode influenciar na

cultura organizacional, comunicação,e clima das pessoas por ele lideradas? E

no capítulo 4 o tema pesquisado é clima organizacional trazendo uma reflexão

sobre a correlação entre os temas abordados neste trabalho.

Estas e outras questões pretendemos esclarecer a seguir.

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METODOLOGIA

Pretendo pesquisar livros e periódicos sobre o tema, fazer citações e

expor minhas próprias conclusões, baseadas na minha pesquisa e experiência

profissional.

Os livros mais pesquisados e que foram fonte de inspiração estão

relacionados nas referências bibliográficas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO 1 - Cultura uma abordagem conceitual 13

1.1- Da Cultura Organizacional em si 14

CAPÍTULO 2 - Comunicação e cultura Organizacional 20

CAPÍTULO 3 - Liderança 24

3.1- Processo de formação de liderança 25 CAPÌTULO 4 – Cultura 27

4.1 – Cultura e clima organizacional 27

4.2 – Cultura e clima em equipes interdisciplinares 29

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 42

ANEXOS 39

ÍNDICE 43

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INTRODUÇÃO

Antes de explanar sobre cultura organizacional é imprescindível

conceituar o termo organização.

Pode-se dizer que organização é um sistema de atividades

conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas onde, devido a

limitações pessoais, os indivíduos são levados a cooperarem uns com os

outros para alcançar certos objetivos que a ação individual isolada não

conseguiria. Portanto, as organizações se constituem nessa interação que faz

com que elas sejam dinâmicas e complexas, ou seja, um organismo vivo.

Assim, pode-se compreender porque a definição etimológica do termo é

organom = órgão.

Ao ingressar em um sistema organizacional produtivo, o indivíduo, o ser

humano, busca, de modo geral, satisfazer tanto suas necessidades de

pertencer a um grupo social quanto de se autorealizar.

No entanto, sabe-se que estes objetivos nem sempre são alcançados,

visto que existem inúmeros fatores que permeiam as relações de trabalho e

influenciam na satisfação dessas necessidades. Pode-se dizer, ainda, que um

dos fatores mais complexos e potentes nesse sentido é própria subjetividade

humana, ou seja, as motivações, interesses, valores, história de vida, modo de

relacionar-se, enfim a singularidade de cada sujeito que influencia o grupo

como um todo.

A subjetividade, o olhar de cada um, aparentemente um simples ato

mecânico, intrínseco a própria condição biológica do ser humano, é muito mais

que isso. É a partir da forma como olhamos as coisas e as pessoas que

definimos os outros e, ao mesmo tempo, nos definimos como indivíduos.

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Olhar, estabelecer relações com os outros, com o mundo é condição

fundamental de cidadania. O cidadão é aquele que, ao se identificar como ser

humano, cria um olhar diferenciado e ao mesmo tempo sintonizado com o que

está ao seu redor. Acaba adquirindo a possibilidade não só de olhar, mas de

concretizar esta capacidade em múltiplas perspectivas.

Falando de cultura não poderia deixar de mencionar as nossas múltiplas

raízes, todos nós trazemos, então um pouco (ou muito) dos tesouros do

passado e dos pressentimentos do futuro. Nosso olhar não é único, unificador.

É antes múltiplo, plural, pois é fruto das nossas mais diversas experiências e

vivências. Somos convidados a desenvolver um olhar que compreenda as mais

variadas facetas da existência humana.

Sendo assim, o relacionamento interpessoal e o clima dos grupos

podem trazer satisfações ou insatisfações pessoais ou grupais, repercutindo

na organização em sua totalidade.

Neste sentido é que o conjunto de preceitos, políticas administrativas,

valores e crenças é que dão forma ao modo especial e único de como as

pessoas agem e interagem dentro de uma organização e conseqüentemente

colaboram para o estabelecimento de uma cultura organizacional.

Para que se possa compreender e intervir melhor em uma organização

se faz necessário investigar e estudar sua cultura organizacional considerando

o contexto histórico e cultural em que ela está inserida. É importante pontuar

que existe uma interferência real da cultura nacional, regional e até mesmo

inter-regional na cultura da organização propriamente dita, que se dá nos

relacionamentos, padrões de conduta, forma de administração, enfim,

preceitos de cada organização.

Com uma visão inicial sobre organização podemos dizer que a cultura

organizacional compreende um conjunto de propriedades do ambiente de

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trabalho, percebidas pelos colaboradores, influenciando de forma efetiva o

comportamento.

Compreende além das normas internas, também o conjunto de normas

não escritas, que condicionam as atitudes tomadas pelas pessoas dentro da

organização, essas condutas refletem os valores que gosto de chamar ocultos

da organização, são os condicionamentos que o próprio grupo impõem ao

novo integrante.

Por este motivo, o processo de mudança é muito difícil, exigindo cuidado

e tempo. A mudança não é mais uma decisão de cada empresa, ela é uma

constante e não podemos evitá-la, nossas vidas e estas empresas estão sendo

levadas às mudanças, sejam estrategicamente planejadas ou causadas por

imprevistos da ambiente interno ou externo.

A grande maioria dos modelos estudados pela psicologia organizacional

foi desenvolvida, principalmente, nos EUA e em países da Europa Ocidental.

Tais modelos enfocam especialmente o indivíduo na organização, inserido em

contexto nacional ou cultural, e tentam explicar o comportamento

organizacional por meio dos valores e metas individuais (Torres, 1999;

Triandis, 1994).

Qualquer mudança feita em uma organização deve ser feita com a

participação de todos os funcionários. Porém me pergunto se as pessoas

inseridas nesta empresa, pessoas diferentes, com culturas diferentes, irão

reagir de forma diferente à nova cultura? Por isso insisto em dizer que esse

processo deve ser cuidadoso e gerido por profissionais qualificados para esta

tarefa.

Independentemente da necessidade ou interesse pelos processos de

mudança, o estudo da cultura organizacional traz a compreensão dos

fenômenos sociais que ocorrem na empresa, a partir de uma visão histórica e

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até antropológica que justificam as atitudes e comportamentos adotados pelas

pessoas, podendo minimizar os conflitos decorrentes das relações entre os

diversos níveis hierárquicos e facilitar o comprometimento das pessoas na

empresa.

O termo cultura organizacional, portanto, refere-se aos costumes,

tradições, mitos, crenças e valores existentes em uma organização, que

reunidos compõem o seu ambiente e o seu modo de funcionar enquanto

grupo.

O estudo da cultura empresarial tem grande validade, portanto, para o

diagnóstico e intervenção na empresa, por ser uma abordagem que se propõe

a conhecer os fatos através dos quais os sujeitos constroem o seu campo

psicológico no seu ambiente de trabalho.

Só um pequeno número de empresas tem um local ou uma

preocupação com o estudo da cultura empresarial. Apesar de sua grande

importância, a cultura não é assim tão fácil de ser percebida. Se analisarmos

criticamente cada empresa que já trabalhamos, perceberemos que

vivenciamos valores diferentes, relacionados com a maneira de cada empresa.

Esses valores podem ser bons e ruins. Variam desde alegria, pro-atividade,

motivação, compromisso, responsabilidade a medo, coerção, falta de

confiança, desrespeito, descaso, displicência, entre outros.

De um jeito ou de outro, essas empresas tinham seus valores

enraizados e pode ser que nem fossem documentados ou padronizados.

Infelizmente em poucos lugares, verifiquei a possibilidade se ter um diálogo

aberto sobre valores e culturas. Esses são simplesmente vivenciados por

quase todos os trabalhadores.

Embora não normatizados, e documentados, os valores decorrentes da

cultura de uma empresa, certamente são compreendidos.

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Em sua maioria trata-se de uma tradição mantida através de exemplos,

e acredito até por condicionamento. Tais valores são repassados de um

trabalhador para o outro, em todos os níveis hierárquicos das empresas.

Podemos dizer então que toda empresa tem a sua própria cultura,

mesmo até uma micro empresa familiar, e essa cultura pode ser determinante

para o sucesso ou o fracasso da empresa. As empresas com culturas fracas e

empobrecidas tendem a fracassar, mesmo que em muitos casos, oferecem

produtos e serviços de estimada qualidade.

E percebemos que as empresas que possuem uma cultura forte e rica

de valores positivos, enfrentam as diversas dificuldades e adversidades que

uma empreitada empresarial exige.

Entender, analisar, estudar a cultura da sua empresa, pode não ser fácil,

mas é fundamental.

No Brasil, o tema cultura organizacional ainda não é tratado de maneira

eficaz. O material teórico para pesquisa encontrados e produzidos aqui, são

em números pequenos e as escolas de Administração não enfatizam o tema.

Não seria possível tratar da cultura organizacional sem mencionar o tema

comunicação, mudança organizacional, liderança e clima organizacional.

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CAPÍTULO I

1- CULTURA - UMA ABORDAGEM CONCEITUAL

...Deus é maior que todos os obstáculos.

Teóricos como Schein (1991, Freitas) definem cultura organizacional

como “o modelo dos pressupostos básicos, que determinado grupo tem

inventado, descoberto ou desenvolvido no processo de aprendizagem para

lidar com os problemas de adaptação externa e integração interna. Uma vez

que os pressupostos tenham funcionado bem o suficiente para serem

considerados válidos, são ensinados aos demais membros como a maneira

correta para se perceber, se pensar e sentir-se em relação àqueles

problemas”. Percebe-se, então, a preocupação do autor em ir além de

comportamentos considerados observáveis, colocando a existência de

pressupostos que são inconscientes e que retratam o sentir e o pensar dos

membros de um determinado grupo.

Para este autor, a cultura esta enraizada no seio da organização e não

se pode mudá-la de uma hora para outra. Tal afirmação baseia-se no fato de

que muitos consultores e administradores, atualmente, defendem a idéia de

que deva “alterar” a cultura organizacional através, simplesmente, da “troca de

peças” por outras mais convenientes.

Gosto muito de usar o exemplo de uma árvore quando falo sobre cultura

em meus treinamentos, sempre ouço o mesmo comentário: “mudança não dá

certo, pau que nasce torto nunca se endireita”. Ouvimos sempre muitas frases

mortíferas e desanimadoras e como facilitadora ou instrutora devemos manter

o clima bem motivado, sugiro então que o grupo imagine uma árvore que

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cresceu torta para a direita, se puxarmos com toda força e de uma só vez para

a esquerda, ela provavelmente irá quebrar, porém se pegarmos um pequeno

galho, puxarmos e prendermos, esperamos um tempo, pegamos outro galho,

puxamos e prendermos de novo, esperamos novamente e repetimos o

processo inúmeras vezes até a árvore ficar direcionada da forma que

necessitamos. Esse processo demanda muito tempo, dedicação, paciência e

esforço de todos. Normalmente as pessoas conseguem entender que o

processo é lento, porém o resultado é garantido.

1.1- Da Cultura Organizacional em si

A maioria das abordagens, contudo, se mantêm afastados da verdadeira

face da Cultura organizacional, ou seja, do seu objetivo, das suas funções,

enfim, para que realmente ela serve. Isto ocorre em função de um ocultamento

por parte de várias correntes e seus membros.

Segundo Tavares (1991: p.6), através de técnicas antropológicas,

obtêm-se o afloramento e a compreensão dos fundamentos das resistências,

trabalhando-as via relativização dos paradigmas, e facilitando a aceitação de

novas configurações da cultura empresarial. Isso propicia a adaptação da

organização às necessidades ambientais em modificação.

Não pretendemos esgotar o tema, Já que isso não é possível, pois existem

diversas perspectivas de estudo e diversas matrizes culturais em torno do

mesmo.

Cada empresa, por exemplo, possui seu modelo cultural, que se atualiza

a cada mudança de gestor, de colaboradores, de estratégia, governos, época

etc. Pretendo enfatizar a importância do tema, a necessidade de se fazer à

leitura dos fenômenos utilizando a visão histórica da empresa e comunidade a

que ele pertence.

Chegava até a brincar, dizendo que na ausência de habilidade para se

fazer um manual de sobrevivência na selva.

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O conceito epistemológico da palavra trabalho e já é uma referência

importante para que se entenda o contexto que influenciou a relação de

produção no Brasil. O termo trabalho vem de tripaliar, que significava martirizar

com o tripálio, sendo este um instrumento utilizado para tortura. A partir de

então, pode-se perceber que o ato de trabalhar estava vinculado ao conceito

de sofrimento, de martírio. Para agravar mais ainda este aspecto, os nobres

não trabalhavam, o que tornava ainda mais estigmatizada a atividade de

trabalhar.

Somos ainda uma sociedade marcada pelo escravismo, pela cultura do

engenho, que deixa clara a existência de duas unidades funcionais que não se

encontram na tarefa: comandantes e comandados. Isto cria uma expectativa

de ação também segmentada, por ambas as partes, que dá origem a uma

modalidade de relação baseada em pressupostos do tipo manda quem pode,

obedece quem tem juízo, cujos efeitos que invariavelmente inviabilizam a

formação de times na empresa, dentre outros prejuízos.

Nas ultimas décadas muito tem se falado, discutido, prescrito e tentando

sobre o tema da mudança organizacional. No entanto, poucos testos

preocupam-se em definir o conceito, incerto por sua própria natureza. É incerto

pela dificuldade inerente em definir seus limites: o que não é mudança, em

uma organização? Quando se pode afirmar que começa e termina um

processo de mudança organizacional? Tudo o que as organizações fazem

desde sempre, para obter maior eficiência, por exemplo, não se constitui em

mudanças?

Por essas razões, muitos autores esquivam-se de apontar uma

definição do fenômeno, temendo o terreno conceitual pantanoso que terão que

enfrentar.

Mas esconder-se das mudanças não vai tornar a situação mais

confortável.

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Existem vários níveis e abordagens para a explicação do fenômeno e

todos concordam em um ponto: a mudança organizacional é um fato da vida

moderna e deve continuar a ser um imperativo, no futuro (Silva, 1999; Castells,

1999; Harvey, 1989).

A grande maioria dos modelos estudados pela psicologia organizacional

foi desenvolvida principalmente nos EUA e em grandes países da Europa

ocidental. Tais modelos enfocam especialmente o indivíduo na organização,

inserido em um contexto nacional e cultural, e tentam explicar o

comportamento organizacional por meio de metas individuais (Torres, 1999;

Triandis, 1994).

Como resultado dessa ênfase no indivíduo, boa parte da pesquisa em

psicologia organizacional realizada nas últimas décadas tem ignorado as

diferenças culturais e nacionais nos valores e crenças das pessoas, e como

essas diferenças culturais e nacionais nos valores e crenças das pessoas, e

como essas diferenças afetam o seu comportamento na organização e no

trabalho. Contudo, o rápido desenvolvimento no ambiente organizacional e a

globalização do mercado de trabalho não podem mais ser ignorados (Earley &

Erez, 1997).

Tais processos têm impacto direto nos membros da organização, na sua

motivação, comprometimento organizacional, desempenho e demais

resultados, fatores estes que como visto anteriormente contribuem para a

formação da cultura organizacional em que este membro está inserido.

Saraiva (1993) apresenta um modelo para cultura como sendo um

conjunto de atividades, lúdicas ou utilitárias, intelectuais e efetivas, que

caracterizam certo povo.

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Freitas (1991) defende que o estudo sobre a cultura organizacional é

revolucionador, porém, complexo e a define como um poderoso mecanismo

que visa formar condutas, homogeneizar maneiras de pensar e viver a

organização, introjetar uma imagem positiva da mesma, onde todos são iguais.

Para Freitas (1991) existem várias correntes e posicionamentos sobre o

que são culturas organizacionais e diferentes focos de pesquisas; uns tentam

compreender o fenômeno e outros tentam controlar o fenômeno. Mas, há um

consenso em relação a idéias de que a cultura organizacional é algo

compartilhado entre os funcionários como: as crenças os valores e que isto se

reflete no discurso, no comportamento, nos espaços físicos das empresas,

talvez interpretadas de diferentes maneiras.

Srour (1998) descreve a cultura organizacional como algo que é mais

sentido, que é percebido, de algo que é declarado, assumido, comprovado.

Para este autor a cultura organizacional é algo abstrato, que só conseguimos

decodificá-la se vivenciarmos o dia-a-dia da organização.

A cultura organizacional segundo Srour (1998) possui vida própria, e

embora Freitas (1991) concorde com esta postura, ela aborda a importância do

fundador como um dos responsáveis pela introdução desta, e afirma que, só,

com o passar dos anos e com a troca das lideranças, a cultura organizacional

vai criando sua autonomia. Para Srour (1998), assim como as famílias e as

comunidades, as organizações fabricam sua própria cultura.

A postura destes dois autores nos remete ao pensamento de Hall

(1982), que afirma que as organizações têm características próprias que

afetam o comportamento dos indivíduos no ambiente de trabalho, e para este

indivíduo manter o seu emprego é necessário que perceba estas

“características”, que Srour e Freitas chamam de cultura.

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Segundo Srour (1998), a cultura organizacional é a representação do

imaginário simbólico, ela é abstrata, mas não é invisível, pois ao refletir-se no

comportamento dos indivíduos, é claramente observável.

Concordando com Freitas (1991) o autor destaca que a cultura

organizacional é um processo de aprendizagem que visa padronizar

comportamentos e principalmente pensamentos. A necessidade de atingir os

objetivos determinados pela organização, seguirá uma regra, ou um costume

que irá “facilitar” o desempenho para alcançar os objetivos. A base “lógica” é

criada e formulada para os colaboradores agirem e pensarem da maneira que

a organização desejar.

É interessante pontuar a diferença que Srour (1998) faz entre clima e

cultura organizacional. O clima é pesquisado através do ânimo dos indivíduos

que estão vivendo dentro desta cultura, pois apesar destes estarem

trabalhando conforme as normas da organização, eles podem não estar

satisfeitos e sentirem-se usados, desprestigiados, isolados. O clima é o estágio

da satisfação que pode ser verificado em diversos níveis. Srour (1998) ainda

destaca a existência de vários micros climas dentro das organizações.

Assim como Freitas (1991), outra autora, Sidnéia Freitas (1997) também

ao abordar o tema cultura organizacional opta por fazer uma crítica ao modelo

tradicional. As idéias e o posicionamento desta autora são um “mix” do dia-a-

dia das organizações com uma revisão bibliográfica de autores que estudam a

antropologia organizacional e a teoria freudiana.

A autora demonstra-se simpatia às linhas de pesquisa que resgatam o

indivíduo dentro da organização, mas não se afasta do pensamento do

mercado. Sidnéia Freitas (1997) difere-se dos outros pesquisadores, pois dá

um destaque a comunicação, colocando-a em um patamar mais importante.

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O Exercício do poder está freqüentemente baseado na estratégia do

poder paranóico, que, segundo Foucaut (1993: p.214), se estrutura na

perspectiva do ver sem ser visto, criando uma atmosfera de vigilância e

punição. Baseia-se também na idéia de controle, estabelecendo o que é e

como deve ser feito, monitorando de muito perto o agir das pessoas, deixando

pouco espaço para a delegação e para a autonomia. Em termos gerais, este

modelo baseia-se no pressuposto de que os colaboradores trabalham pela

remuneração, não identificam a atividade profissional como fonte de prazer,

satisfação, realização e necessitam ser fiscalizados e cobrados

sistematicamente para que desenvolvam s atitudes pertinentes à sua função.

Ainda com relação ao exercício do poder, Tavares (1991: p.12), refere-

se à existência dos heróis místicos dentro da empresa, que agem orientados

por uma lógica parcial e simbólica na busca de serem percebidos como os

verdadeiros heróis da organização, dando-se mal quando ameaçam o lugar de

herói pertencente a um dos seus superiores, e agindo como irracionalidade

quando se sentem ameaçados em seu trono rei por algum dos pares ou

subordinados.

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CAPÍTULO II

2- COMUNICAÇÃO E CULTURA ORGANIZACIONAL

A comunicação e a cultura organizacional para muitos autores são

sinônimas, para outros, para uma possui suas especificidades, mas o que

nenhum autor discorda é que esses dois fenômenos são reflexos de uma

filosofia da administração.

Para diferenciarmos cultura e comunicação organizacional é

indispensável que se tenha claro o que se entende por cultura e por

comunicação, pois em algumas situações a cultura aparece com o mesmo

significado de comunicação, e em outros a momentos a comunicação é citada

como um instrumento que propaga e mantém a cultura. Embora não seja

exaustiva, acredito que seja de fundamental importância dissertar, pesquisar e

refletir sobre o tema.

A comunicação tem sido apresentada como um processo estratégico

para enfrentar mudanças organizacionais, planejar e enfrentar crises e facilitar

o estudo da cultura.

Em que medida podemos estabelecer a correlação entre comunicação,

poder e cultura organizacional? Esta é a primeira questão que qualquer

profissional com um pouco de bom senso se coloca, ou seja, o que justifica a

correlação? Em primeiro lugar, porque o poder é uma forma de comunicação

que tem códigos, sinais, símbolos, rituais que comunicam.

A comunicação como fonte, instrumento de poder tem claras

correlações com a cultura organizacional. Esta pode ser compreendida

enquanto um "conjunto de valores e pressupostos básicos expressos em

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elementos simbólicos, que em sua capacidade de ordenar, atribuir

significações, construir a identidade organizacional, tanto agem como elemento

de comunicação e consenso como instrumentaliza as relações de dominação"

(Fleury).

É no processo de investigação da cultura de uma organização que

identificamos aspectos formadores da identidade organizacional.

Não é possível dissociar os estudos da cultura organizacional dos próprios

conceitos de organização, que incluem desde as teorias clássicas da

administração, passando pela teoria contingencial, pela teoria da cognição

organizacional.

Neste sentido, até gostaria de dizer que há produções, inclusive em

língua portuguesas, muito interessantes, que começam a se preocupar com as

dimensões perdidas pela administração, tais como: admitir, por exemplo, os

estudos sobre inveja, sobre sofrimento no trabalho, sobre a vida do executivo

no qual a empresa investe, reciclam, facilita a vivência em outros países e

quando ele retorna determina "agora que você voltou, fique aí",

desconsiderando todo o potencial adquirido. Muitas vezes, este executivo não

se adapta mais à realidade de sua própria origem. É o sofrimento no trabalho,

o comportamento patológico. São dimensões que precisam começar a serem

colocadas.

Desavisadas e mal informadas, as organizações acreditam nos

chamados fazedores de cultura, que determinam dia e hora para iniciar a

mudança na cultura organizacional. Apresentam planos mirabolantes porque

vão mudar a cultura daquela empresa. E ninguém muda a cultura. A cultura se

transforma, há momentos, estágios de desenvolvimento de uma organização.

Existem estágios: nascimento, crescimento, maturidade, falecimento ou

renascimento, momentos propícios à mudança.

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Em primeiro lugar, o indivíduo não muda se não quiser e essas

mudanças não estão ao passo de um clique. Em segundo lugar, que mágicos

são esses que vão mudar comportamentos com fórmulas mágicas.

A sociedade é que se transforma ou não. O brasileiro vem se

transformando, com uma velocidade bem abaixo da qual necessitamos. Eu

diria que a nação começa a discutir um pouco mais a questão da corrupção,

por exemplo, apesar de achar que ainda não temos maturidade política. As

crianças hoje já discutem política com mais propriedade A opinião pública se

manifesta e começa a ser um pouco mais rigorosa. Somos iniciantes nas

questões éticas, mas começamos a discuti-las. São indícios de uma sociedade

em transformação, não que mudou totalmente. Nada se transforma com essa

rapidez que prometem. É possível gerenciar a mudança e não existem

modelos que nos dêem soluções mágicas.

A cultura organizacional deve ser analisada inicialmente pela cultura do

meio em que a empresa opera e pelas subculturas da empresa. Encontramos

conjuntos de subculturas que são culturas de pleno direito, com contornos

claramente definidos, ainda que não aceitos pela ótica do consenso.

Aos profissionais de comunicação compete elaborar com qualidade as

auditorias de cultura para podermos nos dirigir ao público interno,

considerando os valores mínimos que essa organização está compartilhando,

até para que se comunique de acordo com uma linguagem comum para que as

pessoas nos entendam, nos compreendam. Precisaremos também considerar

as nuances das tipologias de cultura, se aceitarmos que a cultura

organizacional é fragmentada.

Os valores são transmitidos por meio da comunicação. O indivíduo

comunica sua cultura a começar pela vestimenta que usa no trabalho,

passando por seus hábitos, suas atitudes. Ele está o tempo todo se

comunicando pelo olhar, pelo gesto, pela escrita, ele está, na verdade,

mostrando valores. Então a comunicação é, realmente, o melhor caminho para

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se estudar a cultura organizacional. É pela análise da comunicação de uma

empresa que percebemos o pensar e o sentir dessa organização.

É assim que vejo a correlação entre comunicação, poder e cultura

organizacional. Com interfaces que se destinam a estudar o poder

organizacional que não tem forma, mas que existe e determina nossa trajetória

profissional.

Para Sidnéia Freitas(1997), assim como para Kunsch(1999) a

comunicação é estratégica e é através dela que se conhece a cultura

organizacional. O que é perfeitamente compreensível. A dúvida fica na

seguinte questão: se a comunicação é estratégica a cultura também é; pois

para a autora as duas são sinônimas. E cultura estratégica não está em

sintonia com uma filosofia baseada na antropologia organizacional de Freitas.

Assumindo também uma postura eclética, encontra-se Kunsch (1999) que

utiliza como referência autores que vão de Drucker a Chanlat. Essa autora

aborda a questão da comunicação integrada nas organizações a partir de uma

visão da complexidade dos fenômenos que envolvem a sociedade.

A comunicação organizacional dá-se num ambiente que está

impregnado de mudanças ocasionadas pela globalização e pela revolução

tecnológica da informação, e segundo Kunsch (1999) para pensar a

comunicação integrada é imprescindível que se conheça o impacto que estas

mudanças nas organizações e na sociedade.

A globalização é um fenômeno que vem sendo discutido por vários autores e

existem divergências sobre sua interpretação.

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CAPÍTULO III

3- LIDERANÇA

Freqüentemente escutamos dizer que as organizações estão em

constante mudança. De fato, além de inevitáveis, as mudanças são

necessárias para revitalizar a gestão da liderança e o comportamento humano

no ambiente de trabalho. Saber lidar com as ocorrências emergenciais e

imprevisíveis que geram instabilidade ao plano de mudança é a chave para

atingir bons resultados nas tentativas de adequar o comportamento humano

aos grandes desafios organizacionais.

A liderança é o uso da influência para dirigir e coordenar as atividades

de um grupo organizado, assim como também a ocorrência de transações

mutuamente gratificantes entre líderes e colaboradores dentro de um contexto

situacional. Alguns dos erros, freqüentemente, acometidos no planejamento da

mudança relacionam-se com a capacidade do líder de influenciar as pessoas,

suas competências nas negociações e a sua capacidade pró-ativa em

antecipar possíveis ameaças na mudança.

3.1 - Processo de formação de lideranças

Neste texto pretendo contribuir com o entendimento da questão do por

que do fracasso de planos de mudança, salientando o processo de formação

de lideranças no ambiente de trabalho e os fatores psicológicos do

relacionamento interpessoal. Os comentários são colocados em termos gerais

abordando temas relacionados com a base emocional da liderança, o

comportamento organizacional, a liderança situacional e a pró-atividade.

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Um dos desafios da liderança é compatibilizar os objetivos

organizacionais com os dos grupos e das pessoas. Portanto, na formação de

liderança nos grupos organizados, os líderes devem facilitar o caminho para

que os objetivos comuns sejam atingidos de forma eficiente, assim como

apoiar e encorajar o atendimento das metas profissionais e pessoais, fazendo

com que os sentimentos de ganhos sejam compartilhados em toda a

organização.

A liderança é uma capacidade que pode ser desenvolvida pelas

pessoas, ela é institucionalizada como uma filosofia de trabalho. Nas diversas

abordagens da liderança (comportamentais, contingências e contemporâneas),

observa-se que o líder precisa de incorporar em seu comportamento

qualidades que fazem com que ele seja legitimado pelas pessoas como o guia

da busca dos bons resultados.

Das qualidades que o líder deve desenvolver, pouco têm se considerado

sobre as emoções no comportamento humano. A liderança situacional nos

indica que o líder desenvolve o seu estilo de acordo com as variáveis externas

do seu relacionamento com os colaboradores. Mas, o que dizer sobre a base

emocional do líder na tomada de decisões? Os problemas não estão na

realidade, mas na sua interpretação. As pessoas reagem às percepções da

realidade e não à realidade em si. Muitas vezes as situações de mudança são

enxergadas como ameaçadoras em detrimento às oportunidades de criar

alternativas para a solução de problemas. Neste sentido, um erro comum é

perceber a mudança como uma situação inoportuna e reagir na base da

conduta racional, desconhecendo as vantagens de retratar a realidade em

múltiplas alternativas de soluções.

A falta de uma liderança focada nas necessidades das pessoas é outro

dos erros, freqüentemente, acometidos. Não devemos esquecer que a base

das relações interpessoais encontra-se na capacidade de atingir os objetivos

traçados, preservando os interesses dos outros. Os líderes devem esclarecer o

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caminho e estruturar as estratégias de mudança, negociando aquilo que a

organização pretende atingir e oferecendo as condições ou meios necessários

para alcançar as metas e os objetivos dos colaboradores. Estes objetivos são

análogos entre si, mas se diferenciam quanto aos interesses particulares. Por

um lado, as organizações procuram otimizar custos e elevar a qualidade dos

seus produtos ou serviços, por outro, as pessoas procuram obter uma melhor

qualidade de vida.

Outro motivo do fracasso das mudanças refere-se à falta de capacidade

do líder em antecipar situações ameaçadoras. A gestão da liderança implica

em planejar a implementação da mudança e tentar trazer à tona as possíveis

situações que possam surgir.

Um erro, freqüentemente, acometido é a não exploração da situação

atual da organização, não questionando, por exemplo, sobre o que aconteceria

no caso de se aplicar uma determinada política ou de deixar de fazer ou não

inovar uma prática empresarial mantida ao longo dos anos. A pró-atividade é

um recurso muito usado no planejamento de mudança em organizações com

visão de futuro. Entretanto, aquelas que se eximem de praticar a pró-atividade,

além de perder uma boa lição de aprendizado, limitam as suas possibilidades

de serem eficientes e competitivas.

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CAPÍTULO IV

4 - CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL

O clima organizacional é de certa forma, o reflexo da cultura da

organização, ou melhor, dizendo, o reflexo dos efeitos dessa cultura na

organização como um todo.

Portanto, o clima organizacional influencia e é influenciado pelo

comportamento dos indivíduos na organização, no seu desempenho,

motivação e satisfação no trabalho.

Como mudanças na cultura organizacional são mais profundas, levam

mais tempo para acontecer. Já o clima é mais fácil de ser percebido e

apresentando uma natureza mais transitória, podendo ser administrado tanto a

curto quanto a médio prazo.

O Brasil é um país extremamente heterogêneo, com diferenças

ressaltadas pela sua extensão, pela influência de povos de inúmeros países,

pela grande miscigenação, somando ainda as diferenças regionais com suas

culturas próprias. Mesmo havendo essas subculturas de cada região, não seria

justo pensar a cultura nacional de forma fragmentada, mas sim como a

integração de todos esses traços culturais.

A influência da cultura nacional brasileira pode se dar de forma

diferente na cultura de cada organização. Quando os modelos e práticas de

gestão importados não apresentam respaldo em algum traço de cultura

nacional, pode ocorrer um conflito de pressupostos e valores culturais. Sendo

assim, ao propor mudanças em uma organização é imprescindível conhecer os

traços da cultura nacional. O que ocorre no caso de algumas multinacionais,

que apresentam dificuldades em reconhecer os valores que dão parâmetros ao

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modo de sentir, pensar e agir dos indivíduos que formam a organização,

baseando sua gestão em preceitos que não correspondem à realidade local.

De acordo com Freitas (1991), os conhecimentos dos traços brasileiros,

que são características gerais e comuns à maioria do povo brasileiro, são de

suma importância para realizar uma análise organizacional.

Os traços brasileiros que se destacam são: a hierarquia representada

pela tendência a centralização do poder dentro dos grupos sociais, o

distanciamento nas relações entre diferentes grupos sociais e a passividade e

aceitação dos grupos inferiores; o personalismo, que é caracterizado pela

sociedade baseada nas relações pessoais, a busca de proximidade e afeto nas

relações e o paternalismo; a malandragem incutida no típico “jeitinho brasileiro”

e a adaptabilidade e flexibilidade como meio de navegação social; o

sensualismo, caracterizado pelo gosto do erótico e do social nas relações

sociais; e, finalmente, o traço aventureiro que define o tipo que tem aversão ao

trabalho manual e metódico e é mais sonhador do que disciplinado.

Portanto, somente com o conhecimento desses traços culturais é

possível fazer uma adaptação dos modelos de gestão importados às

organizações brasileiras.

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4.1- Cultura e Clima em equipes interdisciplinares

Equipe pode ser entendida como um conjunto de pessoas que

trabalham na mesma área ou são reunidas para desempenhar uma ou mais

tarefas. Em geral, são formadas por um número reduzido de pessoas com

habilidades complementares, que confiam uma nas outras e estão

solidariamente comprometidas com a abordagem, os propósitos e os

resultados pretendidos. Em última estância uma equipe pode ser facilmente

definida: são pessoas fazendo algo juntas. O algo que uma equipe faz não é o

que torna uma equipe, é o juntos que interessa.

Os membros de equipes, além de suas próprias qualificações,

necessitam de outras habilidades para atuar em grupo, como por exemplo, ter

boas relações interpessoais.

A tendência atual é a formação de equipes interdisciplinares e de alto

desempenho, com membros treinados para desempenhar todas ou maior parte

das tarefas, não tendo um supervisor imediato e tomando decisões em

conjunto.

Organizar, capacitar e treinar equipes é muito útil, uma vez que o

conjunto tem maior quantidade de recursos, informação, habilidades e talentos

do que cada indivíduo que a forma, desenvolvendo tarefas que não poderiam

ser feitas isoladamente. A diversidade de recursos humanos possibilita o

desempenho de tarefas complexas com segurança e mais chances de

sucesso.

Os benefícios de formar equipes podem ser reduzidos quando estas não

têm autonomia para tomada de decisões, isto é, quando não lhe é confiada

significativas responsabilidades. Deve-se delegar real poder as equipes para

que estas ponham seu potencial em prática.

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A equipe discute e decide a distribuição de tarefas e o processo de

tomadas de decisão. A responsabilidade é um aspecto essencial ao bom

trabalho, que inspira o comprometimento e a confiança.

Na década de 70, foram identificados por alguns psicólogos que a

equipe possui quatro estágios de desenvolvimento, e a equipe teria que passar

por esses quatro estágios para serem bem sucedidas. Estes estágios são:

Formação: quando um grupo que ainda está aprendendo a lidar um com

o outro; período em que no mínimo de trabalho é realizado.

Tormenta: uma época de difícil negociação das condições sob as quais

a equipe deverá trabalhar junta, é uma prova de fogo.

Aquiescência: uma época na qual os papéis são aceitos, o sentido de

equipe se desenvolve e as informações são livremente compartilhadas. Nas

equipes de alto desempenho estes papéis não necessariamente são fixos.

Realização: quando níveis ótimos são finalmente alcançados em

produtividade, qualidade, tomada de decisão, alocação de recursos e

dependência interpessoal.

Estima-se que três quintos da extensão de um projeto de equipe, do

começo ao fim, sejam consumidos com os dois primeiros estágios, formação e

tormenta. O desafio da formação é dar ao grupo inerte de pessoas que não se

conhecem um ponta pé inicial coletivo. Eis algumas perguntas que um grupo

em formação que se destine a seguir um mínimo de dificuldades, deve

perguntar:

- Por que me pediram para participar desta equipe?

- De quem foi à idéia da formação desta equipe?

- Por que fomos agrupados?

- Quem são os membros e quais são suas qualificações?

- Como vou saber em que eles são bons e também fazê-los saber

acerca de minhas capacidades e características?

Qual deve ser o tamanho da equipe para que possa cumprir

rapidamente a sua meta?

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O mesmo se aplica à tormenta como um caminha para chegar ao

desenvolvimento da equipe, eis as perguntas que durante a tormenta precisam

ser respondidas para o grupo:

- O que se espera que consigamos como equipe?

- Quais os papéis e responsabilidades e como eles se relacionam com a

realização da meta?

- De quem cada um de nós precisa obter informações e para quem

nossas informações têm finalidade? Onde estão nossas conexões com o

mundo externo?

- Se tivermos dificuldades, a quem podemos recorrer para nos socorrer?

- Quem está no comando?

- Como aumentamos nossa capacidade de assumir riscos até que

cheguemos ao nível mais direto, mais criativo?

- Que pontos fortes cada um de nós trará para apoiar a realização de

nossa meta? Como podemos focalizar nossos pontos fortes para influenciar

atividades fora de nossa própria equipe?

Com o passar da tormenta chega-se a um novo alinhamento e aceitação

dos papéis na equipe. O sucesso experimentado durante o estágio de

aquiescência é um sucesso marcado por contradições de que o grupo se torna

mais forte a medida que os indivíduos cedem em suas defesas, reconhecem

pontos fracos e pedem ajuda das pessoas como forma de compensação.

Não há qualquer garantia que uma equipe consiga chegar até a

realização. A realização é um período de grande crescimento pessoal entre os

membros da equipe. Com o compartilhamento de experiências, sentimentos e

idéias de outros membros da equipe advém um novo nível de consciência o

sentido de se saber onde está os demais membros da equipe, um sentindo de

uma forte lealdade, mesmo para com os membros com os quais passa não ter

muita afinidade e uma boa disposição para achar uma maneira para contornar

qualquer desafio que surja. A realização significa intimidade. A intimidade

significa reconhecer a seriedade das necessidades individuais dos membros

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da equipe e então juntar tudo para se ajudar a assegurar que cada membro

tenha sucesso, com ajuda de todos os demais.

Observamos que as equipes tradicionais trabalham sozinhas, baseiam-

se no desempenho pessoal, não gostam de assumir riscos, e encontramos nas

equipes de alto desempenho e interdisciplinares pessoas que gostam de

trabalhar juntas, as recompensas baseiam-se no desempenho da equipe,

assuem riscos dentro dos limites, planejam juntos e possuem conhecimentos

amplos.

O cenário competitivo atual demanda das organizações um elevado

desempenho, o que pressupõe a existência de pessoas e equipes

interdisciplinares. Mas o que caracteriza equipes de alto desempenho?

Basicamente podemos dizer que o que caracteriza uma equipe de alto

desempenho é a responsabilidade que as equipes têm no dia a dia, de

gerenciar a si mesma a ao trabalho que fazem, com o mínimo de supervisão

Novos conhecimentos e tecnologias caracterizam mudanças aceleradas,

que trazem consigo uma busca constante à especialização. Uma pessoa

sozinha não mais poderá resolver a complexidade dos problemas

organizacionais. Sendo assim, surge o fenômeno da diferenciação

organizacional e uma conseqüente necessidade de integração entre

profissionais especializados em diversas áreas, que formam grupos de

trabalho.

Esses grupos de trabalho podem ser transitórios, isto é, formados para

executarem uma única tarefa, ou podem ser permanentes, ou seja para

assessorar projetos a longo prazo.

Contudo, na medida em que se forma uma equipe composta de

profissionais de formações diversas e que pertencem a grupos referenciais

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diferentes, se criam sub-culturas trazidas para dentro da instituição. Essas

características geram clima de instabilidade e não cometimento, pois a

formação da cultura numa equipe profissionalmente heterogênea é bem mais

lenta.

Nesses casos, a intervenção como meta operacional, requer esforço na

facilitação do desenvolvimento organizacional, ou seja, se deve criar condições

a partir das quais os conflitos são trazidos à tona pela equipe e

adequadamente conduzidos pelo interventor.

Esta é uma orientação moderna, corajosa e condizente com a realidade

organizacional, onde os conflitos devem ser tratados de forma natural,

oportunizando a solução dos problemas e ocasionando mudança no clima da

organização.

É importante ressaltar que não é tarefa fácil pesquisar e analisar o clima

e a cultura das organizações, pois isto exige o conhecimento da tecnologia

indispensável para tal. Esta tecnologia engloba a postura do pesquisador, o

conhecimento de uma metodologia, a escolha de técnicas apropriadas à

investigação, a seleção adequada das categorias de análise, o esclarecimento

dos objetivos da pesquisa e o reconhecimento, da gerencia e colaboradores,

no que se refere à importância da pesquisa para uma intervenção pontual e

eficaz. Outro ponto que deve ser analisado ao realizar a pesquisa são os

fatores externos à organização que fatalmente influenciam os clientes internos

e, conseqüentemente, no clima e na cultura da organização.

Ao considerar os fatores externos à organização, na pesquisa do clima e

cultura organizacionais, é necessário obter informações pertinentes e

percepções do mercado do qual a organização faz parte. No entanto, antes de

escolher os focos a serem incluídos na avaliação é necessário considerar os

objetivos do pesquisador e da organização ao solicitar a pesquisa. E somente

a partir disto é que os focos deverão ser selecionados para a avaliação.

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A seleção dos itens pertinentes à pesquisa poderá ser discutida com os

gestores da organização. Ao escolher e elaborar os instrumentos de pesquisa

é necessário considerar o grau de escolaridade dos colaboradores, o tempo

disponível para realizá-la e fazer o teste dos instrumentos com alguns

funcionários para corrigir possíveis falhas. A pesquisa deve atingir o máximo

de funcionários para não gerar angústia tanto no grupo que participou quanto

no que não fez parte da mesma.

Realizado o diagnóstico do clima organizacional, são sugeridas medidas

a serem implementadas na organização, pois se sabe que a produtividade da

mesma é também o resultado da motivação e estado de espírito dos indivíduos

que dela fazem parte. De nada adianta realizar uma pesquisa se não houver

uma devolução para todos os envolvidos no processo de coleta de dados e se

os seus resultados não forem utilizados para elaborar um plano de ação com

intuito de mudar os pontos negativos encontrados durante a análise.

Com esta medida garante-se também maior comprometimento e

seriedade nas pesquisas subseqüentes.

Como já foi visto anteriormente, as mudanças organizacionais

geralmente ocorrem devido a pressões externas sobre um de seus elementos,

tais como diretrizes governamentais, inovações tecnológicas e a forte

concorrência. Isso não quer dizer que as pressões internas não apresentam

responsabilidades sobre as mudanças, pois a insatisfação dos clientes

internos, a modificação nos processos de trabalho e a variação no estilo

gerencial podem influenciar no clima organizacional e futuramente promover

mudanças na cultura da organização.

No entanto, quando se fala em paradigmas culturais, deve-se levar em

conta que muitas vezes estes são adotados pelas organizações mesmo que

não estejam de acordo com o contexto expresso na sociedade. Chiavenato

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(1996) classifica três velhos paradigmas culturais que são: autocracia e

desconfiança, conformismo e individualismo. E afirma que esses ainda estão

presentes na maioria das organizações, constituindo-se em “barreiras sólidas”

à mudança e à inovação das empresas. Justifica essa afirmação ao dizer que

o paradigma cultural da autocracia considera os indivíduos/colaboradores

como subordinados destituídos de inteligência, iniciativa e criatividade. Já o

paradigma cultura do conformismo faz com que as pessoas se ajustem e

aceitem o status quo. E ainda o paradigma cultural do individualismo que,

segundo o autor, leva as pessoas a agir isoladamente do grupo, fragmentando

as tarefas e causando muitas vezes o confinamento social dos indivíduos na

organização. O individualismo faz com que as pessoas, muitas vezes,

esqueçam de levar em conta os objetivos da própria organização.

As mudanças culturais e organizacionais dependem basicamente da

mudança de paradigmas. Apesar de esta tarefa não ser fácil, jamais se deve

pensar que é impossível.

Pois as organizações são constituídas de seres humanos que estão em

constante desenvolvimento e que interagem entre si. E ao mesmo tempo em

que trazem sua própria cultura às organizações, assimilam a cultura vigente.

Essa inter-relação cultural pode transformar-se em uma nova cultura e por que

não, em mudanças de paradigmas.

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CONCLUSÃO

Muitas vezes tenta-se encontrar soluções mágicas para uma melhor

administração das organizações, mas na verdade não há.

Todas as propostas de gestão devem estar embasadas em um

conhecimento e compreensão mais profundos da organização a intervir.

Deve ficar claro que quando se fala em organizações, as mudanças

significativas não ocorreram a curto prazo. Isto acontece devido à dificuldade

natural de não só mudar a cultura vigente como conseguir administrar as

forças e influências externas à organização.

Refletir sobre cultura organizacional, clima, comunicação e liderança

significam rever vários fatores internos e externos que influenciam diretamente

no desenvolvimento das organizações.

Atualmente, estamos passando por questões de difícil entendimento, o

comportamento humano está cada dia mais diferente e avesso a cultura da

empresas, até para quem é da área de recursos humanos, torna-se um desafio

diário.

Percebi que o ser humano hoje, vem para a empresa com a certeza que

ela vai suprir as suas necessidades básicas, saúde, educação, moradia,

segurança e prazer, quando na realidade quem deveria suprir essas

necessidades era a sociedade a qual ele está inserido e ele mesmo.

Tenho certeza que o aumento da rotatividade nas empresas hoje, deve-

se também a esses fatos, pois o indivíduo, fica frustrado por não ter todas as

suas “vontades atendidas” e vive buscando a empresa ideal, aquela empresa

que vai realizar todos os seus sonhos e desejos.

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Na verdade ele projeta na empresa muitas coisas da sua vida particular

e esse gerenciamento é muito difícil, sempre ouvi de muitos empresários e até

consultores e palestrantes que o nosso problema pessoal deve ficar da porta

da empresa para fora, sempre discordei desse discurso, tento influenciar as

pessoas a gerenciar as questões profissionais e pessoais.

Ultimamente, contudo, posso até dizer recentemente, as pessoas estão

com muitas dificuldades em seus relacionamentos e isso vem se refletindo na

cultura da empresa, a velocidade das mudanças, e a banalização de alguns

valores da humanidade, torna as coisas cotidianas muito perecíveis e com isso

também os relacionamentos estão perecíveis, as pessoas em geral, não estão

conseguindo criar vínculos afetivos sólidos, ora, se não conseguimos

estabilizar a nossa vida pessoal, como ter uma vida profissional estável? Como

criar vínculo com uma empresa?

Fala-se da crise de talentos e gostaria de acrescentar que a crise

também é moral. Há muito tempo venho me questionando sobre o

desenvolvimento profissional no Brasil, em 1997 minha monografia de

graduação em administração de empresas, já tratava seriamente o assunto e

trazia como título “Treinamento, o que fazer com a falta de profissionais

qualificados”, dez anos atrás, e o assunto é cada vez mais atual. Vemos

diariamente as empresas quase se degladiando na busca de um profissional

que atenda suas necessidades mínimas de execução, isso sem levar em

consideração as questões psicológicas e comportamentais.

O indivíduo, chega à empresa sem a menor noção do que é ser

profissional, muitas vezes, o empresário se depara com questões éticas e até

de higiene, tendo o mesmo que educar seus funcionários para trabalhar.

E, por isso, volta-se a afirmar que é inviável adotar um modelo de

gestão, medidas em relação às políticas de recursos humanos ou promover

qualquer mudança organizacional se os gestores não tiverem conhecimento de

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que todo o investimento pode ser em vão se essa premissa não for

considerada.

Não há como negar que a investigação da cultura, da comunicação,

liderança e do clima organizacional é tarefa árdua e os profissionais da área

devem fazê-lo com muita seriedade, coerência, prudência e bom senso,

através de uma metodologia adequada à realidade para, com isso, evitar erros

e descrédito das novas propostas.

É preciso que os líderes sejam capazes de fortalecer a cultura da

empresa e criar um ambiente de trabalho sadio e eficaz. Capaz de gerenciar

sua equipe e mostrar o caminho a ser seguido e estimular sua equipe para

atingirem os objetivos da organização a qual estão inseridos, saber liderar é

um grande desafio, muito me preocupa a forma de como os líderes encaram

as suas atribuições, com essa enxurrada de livros sobre como ser um líder

eficaz e etc. parece que liderança virou moda, acho fundamental que um líder

estude e tenha um plano de desenvolvimento profissional estabelecido, desde

que isso não seja apenas modismo.

Justifica-se, portanto, novamente a impossibilidade de se adotar um

modelo de gestão pronto, como esses “pacotes” importados, sem considerar a

complexidade das organizações e o contexto sócio-político-economico e

cultural em que elas estão inseridas.

Hoje já existem em nosso contexto algumas empresas de consultoria

que trazem a idéia de um “pacote” meio aberto, pois apesar de terem uma

metodologia pré-moldada, é flexível a realidade de cada organização, esse

modelo é mais utilizado nas empresas de pequeno e médio porte, pois estas

não têm fôlego financeiro para investirem em novos modelos de gestão.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CALDAS, Miguel P e MOTTA, Fernando C. Prestes, Cultura organizacional e cultura brasileira. São Paulo: Atlas, 1997. CHIAVENATO, Idalberto. Os novos paradigmas: como as mudanças estão mexendo com as empresas. São Paulo: Atlas, 1996. FERREIRA, Ernando Monteiro. Diagnóstico organizacional para a qualidade e produtividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1994. FREITAS, de Maria Ester de. Cultura organizacional: formação, tipologias e impacto, São Paulo: Makron Books , 1991. FLEURY, Maria Tereza Leme e FISCHER, Rosa Maria (Org.). Cultura e poder nas organizações. São Paulo: Atlas, 1990. LUZ, Ricardo. Clima organizacional. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1995. MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal: treinamento em grupo. Rio de Janeiro. José Olympio, 1997.

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ANEXO l

Abaixo a intriga Pessoas desagregadoras podem prejudicar a equipe e a empresa. Policie-se Por Eugenio Mussak

Roberto Weigand No primeiro século antes de Cristo, os romanos, sob o comando de Júlio Cesar, dominam toda a Gália, região que hoje forma a França. Toda a Gália? Não, pois há uma aldeia que resiste bravamente ao invasor." Esse é o pano de fundo das aventuras de Asterix, o gaulês, obra dos franceses Goscinny e Uderzo. Os episódios são engraçados, inteligentes e sempre mantêm relação com um fato real da História. Os gauleses são praticamente invencíveis porque dispõem de duas armas espetaculares: uma poção mágica, que lhes dá força, e a grande união entre seus habitantes, apesar das diferenças de opinião e das brigas entre eles. Inconformado, Júlio Cesar tenta todas as estratégias para vencer os gauleses, em vão: legiões de soldados, armas modernas e até tentativas de suborno. Entretanto, uma vez a aldeia esteve muito próxima do fim. Não podendo vencê-los pela força -- pois tinham a poção mágica --, os romanos resolveram provocar sua desunião. Introduziram na aldeia um indivíduo ignóbil chamado Tulius Detritus, cuja competência era criar cizânia. Esse especialista em intrigas quase foi o responsável pelo fim da aldeia. Só não o foi porque os heróis perceberam e viraram o jogo, claro.

Empresas também têm seus Tulius Detritus, incapazes de doar um grama de boa vontade para a criação de um bom ambiente de trabalho. Suas ferramentas são a desconfiança, a indiferença, a ironia e o mau humor. E, quando chegam a cargos de chefia, acrescentam mais uma: a arrogância. Perigo à vista, pode ser o fim da aldeia! Não é necessário ser um grande especialista para entender a importância do clima organizacional. Trata-se da qualidade do ambiente interno, sentido pelas pessoas que ali trabalham, e que influi em seu comportamento, reflete na qualidade do trabalho e na percepção dos clientes.

Na empresa mais inovadora dos Estados Unidos, a Google, a capacidade de influir positivamente no clima ganha mais pontos do que a competência de gerar resultados técnicos. Por quê? A veia criativa depende de vários corações, e se algum pulsa fora do ritmo atrapalha o conjunto. Os engenheiros do Google desenvolveram um programa capaz de auxiliar a seleção de pessoas, o que inclui avaliar a capacidade que o candidato tem de conviver com a inovadora cultura de liberdade, a disposição de colaborar com a construção de um ambiente estimulante e com baixo nível de tensão, pré-requisitos para a concentração e a criatividade.

Um clima saudável aceita a diferença de opinião, a discussão acalorada e até um certo nível de estresse, mas repudia fatos desagregadores como assédio moral, intriga e estrelismos. Coisas assim não fazem parte da ordem do dia nas empresas que têm, em sua cultura, uma vantagem competitiva.

Eugenio Mussak é professor e consultor. E-mail: [email protected]

Site da Revista Você S.A - 04/02/2007

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ANEXO ll

Ainda tem muito blablablá Betânia Tanure, da Fundação Dom Cabral, diz que o pior pecado da gestão de pessoas no Brasil é a distância entre o discurso e a prática Por Maria Cláudia Santos, de Belo Horizonte (MG)

Nélio Rodrigues Foram quatro anos de pesquisas, 384 empresas brasileiras investigadas e mais de 1 700 executivos ouvidos. O resultado está no livro A Gestão de Pessoas no Brasil - Virtudes e Pecados Capitais, da Editora Campus/Elsevier, escrito pela pesquisadora e professora Betânia Tanure, da escola mineira Fundação Dom Cabral, em parceria com Paul Evans, PhD em gestão e psicologia organizacional, e Vladimir Pucik,professor da escola suíça IMD. O grupo observou de perto empresas que operam no Brasil, como ABN Amro Real, Braskem, BrasilPrev, Natura, Nokia e Samarco. Nesta entrevista, Betânia aponta os pecados e as virtudes da gestão de pessoas praticada aqui. Segundo ela, as empresas brasileiras ainda não fazem o que os americanos chamam de walk the talk, que é ter a prática alinhada ao discurso. "Publicamente, as organizações até reconhecem que os funcionários são seu maior patrimônio. No dia-a-dia, porém, eles são reduzidos às despesas com a folha de pagamento", diz a professora. Isto compromete a maior virtude do profissional brasileiro:a capacidade de mobilização. 1 - Qual é o raio X do momento atual da gestão de pessoas no Brasil? Ao contrário de outros países, que apresentam três estilos de gestão, encontramos quatro estilos nas empresas daqui. O primeiro é o que chamamos de estilo executor, no qual se enquadram 36% das empresas pesquisadas. Nelas, o ponto forte é o uso de ferramentas sofisticadas de recursos humanos. O segundo estilo, identificado em 35% dos casos, é denominado construtor.Nessas empresas, a área de RH implementa sistemas coerentes de seleção, treinamento e remuneração, num cuidado extremo com a estratégia do negócio. Já no terceiro tipo, que eu denomino parceiro de mudanças, o RH participa principalmente da mobilização das pessoas nos processos de transformação. Este traço é o que mais se destaca em 20% das empresas que operam no Brasil. O quarto e último estilo, observado no menor número de empresas — apenas 9% —, pode ser descrito como navegador, no qual as pessoas são de fato fundamentais para o sucesso da organização. O estilo executor não foi encontrado em empresas da Europa e dos Estados Unidos. Acredito que nosso histórico de importar modelos explique isso. Juntamos vários traços de fora aos específicos de nossa cultura.

2 - Algum estilo pode ser apontado como melhor ou mais adequado? Não, dependendo do momento ou do contexto, todos eles podem ser positivos ou negativos. A virtude de hoje pode se tornar o pecado capital de amanhã e impedir a evolução da empresa. No caso do estilo executor, por exemplo, o RH busca ferramentas de última geração, mas nem sempre os executivos da empresa estão de fato comprometidos com sua implantação. O construtor também tem seu lado "sombra" e pode se tornar um simples zelador das coisas que prega, ficando resistente às inovações. No caso do parceiro de mudanças, o lado negativo é a patologia do ziguezague.São tantas mudanças que pode faltar tempo para colocá-las em prática. Já nas empresas em que o estilo predominante é o navegador, o problema é que, sem uma direção bem estabelecida, pode-se perder o norte. O presidente precisa identificar na hora certa o fim do ciclo de um estilo e a necessidade de substituí-lo por outro.

3 - Algum estilo é mais promissor para quem quer deslanchar na carreira? Não, porque cada empresa pede um tipo de profissional. Natura, Braskem, ABN Amro Real e BrasilPrev, por exemplo, estão crescendo e propiciam posições cada vez mais desafiadoras aos seus executivos. O que as pessoas têm de perceber é que o conjunto de competências que as trouxe até determinada posição de sucesso não será o mesmo conjunto que as levará para outra posição no futuro. O mundo está mudando muito rapidamente. Aprimorar as competências é uma necessidade de todo profissional.

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4 - Quando o assunto é gerenciar pessoas, quais são as virtudes brasileiras? A adaptabilidade e a capacidade de lidar com os opostos, além da percepção do desenvolvimento. Nas organizações que operam no Brasil surge como ponto positivo o que denominamos estilo agridoce, um modelo de gestão que desafia por um lado, mas oferece suporte por outro. É uma característica encontrada aqui que demonstra equilíbrio. Um bom líder precisa saber tirar os liderados da zona de conforto, exigindo progressos, mas, por outro lado, deve "adocicar" o dia-a-dia deles com medidas compensatórias, como o investimento no seu desenvolvimento profissional. Mas a mais expressiva virtude é, sem dúvida, a paixão do brasileiro para se comprometer com projetos. Essa motivação, que eu chamo de brilho nos olhos, vem do lado dos líderes e dos liderados. Essa é uma vantagem das empresas brasileiras.

5 - E o pior pecado? É a diferença que existe entre o discurso e a prática, principalmente na importância dada às pessoas. No discurso, elas são fundamentais, porém há sempre um "mas". Esse pecado coloca em jogo a grande virtude dos profissionais daqui, que é o comprometimento. E acaba se somando a outro pecado capital: a sensação de "descartabilidade" das pessoas, muito presente hoje nas empresas.

6 - De onde vem essa sensação de ser dispensável? De mudanças radicais, como a internacionalização que quebrou a lealdade da empresa com o empregado. No passado, era comum encontrar um profissional com uma vida inteira de dedicação à mesma empresa. Hoje, não. O mercado, cada vez mais competitivo, gera grande rotatividade e, conseqüentemente, um maior distanciamento entre patrões e empregados.

7 - Algum outro pecado? Sim, a incapacidade de todos de lidar com a falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

8 - Os dirigentes entendem os prejuízos que esses pecados trazem? Nem sempre. A perda de lealdade ou de equilíbrio não ocorre no curto prazo. Digo que as empresas vivem no "cheque especial". Elas não têm mais fundos, mas não sentem isso imediatamente. Quando o problema é percebido, a reversão é difícil. O dramático é que tempos depois nos deparamos com executivos ocupados em apagar incêndios e em preencher apressadamente cargos vagos, sem tempo para se dedicar ao desenvolvimento das pessoas e da organização.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO 1 - Cultura uma abordagem conceitual 13

1.1- Da Cultura Organizacional em si 14

CAPÍTULO 2 - Comunicação e cultura Organizacional 20

CAPÍTULO 3 - Liderança 24

3.1- Processo de formação de lideranças 25 CAPÌTULO 4 – Cultura 27

4.1 – Cultura e clima organizacional 27

4.2 – Cultura e clima em equipes interdisciplinares 29

CONCLUSÃO 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39

ANEXOS 40

ÍNDICE 43

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ATIVIDADES CULTURAIS

OBS.:

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: Da cultura organizacional e seus aspectos

Autor: Renata Motta Vasconcellos

Data da entrega: 11/06/07

Avaliado por: Conceito: