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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A REALIDADE DOS CONSELHOS ESCOLARES EM BELFORD ROXO Por: Deçulina da Conceição Pereira de Assis Santos Orientadora Prof.ª Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O primeiro capítulo fala de gestão escolar democrática, pois ... seguintes autores Heloísa Luck, ... construir uma escola que

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A REALIDADE DOS CONSELHOS ESCOLARES

EM BELFORD ROXO

Por: Deçulina da Conceição Pereira de Assis Santos

Orientadora

Prof.ª Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A REALIDADE DOS CONSELHOS ESCOLARES

EM BELFORD ROXO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Administração e Supervisão

Escolar.

Por: Deçulina da Conceição Pereira de Assis

Santos

.

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AGRADECIMENTOS

Aos amigos que me incentivaram aos

meus professores e em especial a

Zeneide .

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DEDICATÓRIA

. Dedico ao meu pai que não teve o

prazer de me ver concluindo esta etapa

da minha vida, a minha mãe que sempre

me apoiou, meu marido e filha pela

paciência nos momentos de ausência.

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RESUMO

O trabalho foi realizado com base na realidade nas escolas de Belford

Roxo onde o Conselho Escolar esta tendo uma nova chance de ser

implementado com a ajuda dos técnicos da Secretária Municipal de Educação

que estão sendo qualificado através da Ufscar com o curso de Formação

Continuada a Distância em Conselhos Escolares – Ufscar/ MEC (Programa

Nacional de Fortalecimento em Conselhos Escolares. A gestão democrática é

um marco de que o Conselho Escolar está atuando dentro da unidade o

fortalecimento da gestão pedagógica se dá através do envolvimento de todos,

trabalhando coletivamente, sendo corresponsável no aprimoramento do

processo pedagógico, estabelecendo diálogo permanente, sabendo ouvir,

sugerir e estimular os demais colaboradores.

O objetivo principal é estabelecer os objetivos gerais e específicos

da unidade, propor metas a serem atingidas assim como acompanhar a

elaboração dos conteúdos curriculares e a proposta pedagógica, tem como

função avaliar o desempenho dos alunos, do corpo docente e da equipe

escolar como um todo.

O principal entrave do Conselho Escolar não funcionar nas escolas

é o medo que alguns tem gestores de perder o controle da situação, o que

ocorre quando a gestão não é democrática pois numa gestão democrática a

direção articular, mobilizar, motivar e coordenar, descentralizando assim a

responsabilidade com os alunos, pais, professores e funcionário lhes

proporcionado experiências e conhecimentos, buscando sempre agregar mais

valores às funções e pessoas dos quais participa.

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METODOLOGIA

A pesquisa do atual trabalho se deu através do dia a dia das escolas do

município de Belford Roxo onde me senti incomodada ao ver que a maiorias

das Unidade Escolar não tinha os Conselhos Escolares atuantes, sendo assim

comecei a questionar e indagar alguns diretores e saber porque em algumas

unidades os Conselhos deu certo e estava atuando e em outras ele teve seu

inicio e não foi levado a frente.

Li alguns livros e fiz questionários para alguns diretores responderem,

colocando suas experiências, por ter feito o curso de Formação Continuada a

Distância em Conselhos Escolares (Programa Nacional de Fortalecimento em

Conselhos Escolares), tive acesso a material de pesquisa das Secretária

Municipal de Educação e das escolas onde vi a real situação e necessidades

da implantação dos Conselhos e as vantagens daquelas que já havia

implantado e que os Conselhos estavam atuando.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - Gestão Escolar 11

CAPÍTULO II - Projeto Político Pedagógico 17

CAPÍTULO III – Conselho Escolar 24

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 40

ÍNDICE 42

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INTRODUÇÃO

A presente monografia tem como tema "A implantação dos

Conselhos Escolares dentro do Município de Belford Roxo" e como título “ A

realidade dos Conselhos Escolares no Município de Belford Roxo” ao enfatizar

a natureza do trabalho, busca-se saber como vem se dando o processo de

implementação dos Conselhos Escolares e de escolha dos seus componentes,

saber também as características fundamentais e inerentes ao trabalho dos

gestores e dos membros do Conselho. Desta forma, pretende-se investigar in

loco as atividades realizadas e o porque de algumas unidades não ter colocado

em pratica o Conselho Escolar e outras estarem funcionado sem problemas e

até transformando a vida da comunidade no entorno da escola.

A pesquisa se deu pela curiosidade de saber por que alguns

gestores conseguem criar e trabalhar nas suas unidades de ensino juntos ao

Conselho Escolar, outro tentam começar e não conseguem dar continuidade e

outros nem começam. Sabendo da grande importância da formação dos

Conselhos escolares para o município me senti tentar em realizar esse

trabalho.

O primeiro capítulo fala de gestão escolar democrática, pois

sabemos que cada escola tem visão, missão, cultura metas, estratégias,

instrumentos, problemáticas e desafios específicos e que cada dia que passa

fica mais difícil trabalhar com uma gestão tradicional e centralizadora, hoje

devemos trabalhar com as diferenças e aproveitar ao máximo o potencial de

cada um, coisa que se o gestor não for democrático não tem como fazer uma

boa parceria com os membros do Conselho.

O segundo capítulo dediquei ao Projeto Político Pedagógico, pois ele

é peça fundamental para todo o trabalho da escola e na prática nos mostrar

uma forma de organizar o trabalho pedagógico visando uma melhor

administração política e pedagógica, procurando não deixar cair na rotina as

atividade docente e discente assim como também manter uma gestão

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participativa com os membros da unidade e da comunidade do entorno da

instituição.

No terceiro capítulo falo do Conselho Escolar e como está

funcionando no município de Belford Roxo, indo a loco para ver qual a

verdadeira realidade e os entraves que impedem de que seja posto em prática.

Estes problemas motivaram a busca de respostas para as seguintes questões

Quais as dificuldades de implementação de uma gestão

democrática?

Quais as dificuldades de implementação do Conselho Escolar?

Uma gestão autoritária dificulta as relações coletivas na escola?

Quais processos que podem viabilizar uma gestão democrática e

participativa?

Neste sentido, e tendo como prioridade à descentralização do poder,

e a perspectiva democrática de gestão, pretendemos:

Apontar caminhos para a descentralização da Educação, através da

Criação do Conselho Municipal de Educação.

Descrever a importância da gestão democrática para a criação de

espaços mais participativos;

Estabelecer diferenças entre o estilo de liderança autoritário e a

gestão democrática;

Identificar as dificuldades de implementação de espaços

democráticos na escola.

Buscando aprofundar no tema em estudo e tendo como subsídio os

seguintes autores Heloísa Luck, Wolmer Ricardo Tavares, Casemiro de

Medeiro Campos, Roberto Giancaterino e documentos: Proposta Pedagógica

de Belford Roxo, Regimento Escolar de Belford Roxo, Nova Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional — LDB/1996 e os PCNs que apresentam

princípios educativos e uma proposta de articulação entre objetivos, conteúdos,

orientações didáticas e critérios de avaliação, buscando contribuir para o

aperfeiçoamento da prática pedagógica, sem criar novas disciplinas ou se

revestir de caráter de obrigatoriedade e que nos auxiliaram a responder nossas

interrogações optamos pelos seguintes procedimentos: Entrevista, analise

documental,aprofundamento teórico.

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A pesquisa de campo foi realizada com Técnicos, Diretores e

Secretária de Educação do Município de Belford Roxo. Com certeza as

informações obtidas no diálogo nos deu a oportunidade de verificar “in loco” o

que os Técnicos e os demais envolvidos no processo educativo pensam sobre

a gestão democrática e as dificuldades encontradas para criação do Conselho

Escolar nas unidades sobre a atual proposta de educação da Secretária do

Município e do MEC. Todos os dados selecionados nos serviram não só como

atividade acadêmica, mas como elaboração de um referencial teórico para a

construção de uma escola democrática e participativa. Esperamos com isso

estar contribuindo para a decodificação das organizações escolares, para a

prática de pensar no agir político-administrativo, assegurando mudanças que

contribuam para efetivação de uma escola que privilegie a ação coletiva dos

envolvidos.

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CAPÍTULO I

GESTÃO ESCOLAR DEMOCRATICA

...Deus é maior que todos os obstáculos.

O mundo está mudando numa velocidade muito grande e o gestor

tem que estar em constante estado de atualização, pois a escola necessita de

mudanças permanentes levando toda sua comunidade e o seu corpo docente a

mudar suas atitudes principalmente em sala de aula, pois o mundo fora dos

muros da escola está cada dia mais atrativo. Um dos maiores desafios é

construir uma escola que seja ao mesmo tempo de qualidade e democrática

pois se a gestão estiver baseada no conhecimento ela terá como modelo a

gestão da competência, a escola tem que ser um espaço de dialogo, de vida e

de troca de experiência, permitindo assim uma vivência coletiva entre família,

alunos, funcionários, professores e gestores. Lembrando sempre que um

gestor democrático respeita e faz com que a sua comunidade escolar respeite

a individualidade de cada um sem que haja discriminação. Uma boa gestão

pode ser descrita por três palavras: autonomia, participação e autocontrole.

A autonomia tem como característica permitir a escola buscar

soluções próprias que se adéquam a realidade e as necessidades dos alunos e

de sua comunidade no entorno tendo que considerar os diferentes agentes

sociais e as muitas interfaces e interdependências que fazem parte da

organização educacional.

A participação pode ser exercida em diferentes níveis e deixa com

que a comunidade possa a ajudar na tomada de decisões e na captação de

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recursos junto com todos que queiram o bom desenvolvimento da escola para

que haja participação é necessário que se demonstre interesse de ajuda. Pode-

se ter participação em todos os momentos dentro do planejamento escolar.

O autocontrole se dá nesse momento no poder da tomada de

decisão, sabendo-se que para o gestor essa é uma atividade que se evidencia

diariamente podendo-se dizer que ele é a autoridade máxima dentro da escola.

Hoje um gestor tem que estar antenado e motivado pois além das

competências administrativa ele tem que ter a competência pedagógica,

incluindo o domínio dos recursos didáticos, pedagógicos e o conhecimentos de

métodos, técnicas e habilidades em administração geral, as escolas

necessitam de gestores proativos , motivados para a vida e para o trabalho.

Ainda hoje encontramos muitos gestores de escolas públicas indicados por

políticos, não havendo uma participação da comunidade e do corpo docente,

sabemos que essa técnica já está ultrapassada para os dias de hoje, pois

ainda encontramos gestores rudimentares que ainda vê a escola como era

antigamente, onde a função do diretor era zelar pelo bom funcionamento de

sua escola. Ser gestor hoje é um grande desfio principalmente em Belford

Roxo que tem uma constante pressão do meio, as dificuldades e as mudanças

constante no cotidiano escolar, além do sistema educacional e da sociedade,

tem que ser um líder sem deixar se influenciar pelo fato de que foi indicado

para estar a frente do processo, muito já tem se falado em eleição para diretor,

mais essa realidade ainda não é vivida por nosso município.

1.1- Liderança

Segundo Augusto Cury. “O maior líder é aquele que reconhece sua

pequenez, extrai força da sua humildade e experiência da sua fragilidade.”

Liderança é, pois, um conceito complexo que abrange um conjunto

de comportamentos, atitudes e ações voltado para influenciar pessoas e

produzir resultados, levando em consideração a dinâmica das organizações

sociais e do relacionamento interpessoal e intergrupal no seu contexto,

superando ambiguidade, contradições, tensões, dilemas que necessitam ser

mediados a luz de objetivos organizacionais elevados. Com relação a essa

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prática pelo diretor escolar, amplos estudos têm indicado que, no

enfrentamento dos inúmeros dilemas, ambivalências, tensões e dificuldades

por ele enfrentadas, o seu sucesso se assenta sobre seu entusiasmo proativo,

orientado por valores educacionais consistentes e sólidos, tendo como foco o

desenvolvimento de uma cultura de aprendizagem significativa na escola

(REYNOLDS,2001).

Existem dois estilos de lideranças muito conhecido: autoritário e

democrático.

No estilo autoritário temos uma liderança centralizada, centrada no

gestor onde são tomadas decisões individuais, desconsiderando a opinião dos

outros ele é dominador e pessoal nos elogios e nas criticas, determina as

providências e as técnicas de como serão realizadas as tarefas, se refere

sempre na primeira pessoa e acha que o seu planejamento ira garantir o

sucesso do trabalho dos demais.

No estilo democrático temos uma liderança compartilhada,

participativa ou consultiva, onde todas as tomadas de decisões e ações são

realizadas de forma coletiva compartilhada entre todos os membros, os

próprios membros da escola determinam as providências e as técnicas de

como serão realizadas as tarefas, solicitando aconselhamento do líder quando

necessário, que deverá dar sugestões para que seja colocada em discussão

para que seja escolhida coletivamente a melhor maneira de se realizar a tarefa.

Além do estilo autoritário e democrático existe muitos outros estilos

de liderança como: Estilo Visionário, Estilo Conselheiro, Estilo Relacional, Estilo

Pressionador, Estilo Dirigista, etc..Estilo de liderança: sempre foi complexo, por

estar diretamente condicionado com as reações do comportamento humano,

mas é imprescindível que seja situacional, flexível e adapta.

O verdadeiro líder, tem que liderar a si mesmo, coisa que hoje em

dia neste mundo tão conturbado, cheio de tribulações, problemas e tanta

dificuldades é um grande desafio as mudanças estão cada dia mais rápidas.O

líder deve assumir comportamentos e atitudes para influenciar pessoas visando

a realização dos objetivos elaborados para o bom funcionamento da escola,

motivando sua equipe a desenvolver um bom relacionamento e trabalho com a

sua equipe. Eis algumas das características de um líder: focaliza as pessoas,

apoia-se em ações de confiança, adota perspectivas de médio e longo prazo, é

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original, deixa com que todos sejam ouvidos, aceita a diversidade aproveitando

sua energia para promover inovação, ele delega funções coisa que se não

tivermos uma gestão democrática isso não acontecerá, pois o chefe diferente

do líder administra focalizando o sistema estabelecido, apoia-se em ações de

controle, adotam perspectivas de curto prazo, fazem-se ouvir, rejeita a

diversidade preferindo a regularidade fica com todo o poder, pois só ele é o

detentor de tudo e sabemos que o sucesso ou o fracasso depende de quem

está liderando a instituição, deve-se multiplicar os lideres para que o sucesso

seja cada vez maior. Ser um líder exige do gestor, muita humildade, disciplina,

respeito e compromisso com a Unidade Escolar e com a comunidade de

colaboradores dos mais diferentes tipos, por isso liderar uma escola é

conseguir gerenciar uma equipe de pessoas para que se atinja os objetivos

propostos pela Unidade Escolar.

1.2- Gestão participativa e democratica.

Sabemos que no Brasil enfrentamos muitas dificuldades sociais,

econômicas e culturais e cabe ao gestor gerenciar as desigualdades para que

não haja distinção e discriminação dentro de sua Unidade Escolar. Para que a

gestão escolar seja participativa ela necessita de princípios e características

especificas pois a escola tem algumas funções que desenvolvem a apropriação

dos saberes, procedimentos atitudes e valores por parte do aluno, a escola

deve ter como organizador o gestor e como mediador o professor, nesse

processo cada pessoa é responsável pelo seu comportamento e seu

desempenho dentro da escola quando se tem uma gestão participativa e

democrata, predomina a autonomia e a disciplina fatos esse que ajudam muito

para o progresso da unidade escolar. O trabalho educacional demanda um

trabalho coletivo e integrado com os membros de todos os segmentos da

unidade pressupondo que a realização desse trabalho nos leva a uma gestão

participativa e consiste no envolvimento de todos que fazem parte direta e

indiretamente do processo educacional, todos participam nas tomadas de

decisões,( que deverá ser feita através de reuniões com o conselho escolar

que devera ter como membro um representante de cada segmento da unidade

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e da comunidade), elaboração do Projeto Político Pedagógico, monitoramento

das atividades realizadas na unidade e avaliações, buscando assim a melhoria

dos resultados no processo pedagógico.

São características do líder democrático: saber o que fazer, sem

perder a tranquilidade, interessa-se pelo bem do grupo, facilitar a interação do

grupo, dar oportunidades para que os outros se promovam e se realizem, ser

agradável, cuidar da sua aparecia pessoal, não passar por cima do grupo,

enfrentar as dificuldades, assumindo os riscos sem colocar a culpa nos outros,

etc.

Administrar de forma participativa consiste em compartilhar as

decisões que afetam a escola, não apenas com funcionários, mas também com

a comunidade que participa do seu dia a dia valorizando sua capacidade de

tomar decisões e resolver problemas, aprimorando a satisfação e a motivação

no trabalho, contribuindo para o melhor desempenho de seus objetivos. A meta

da administração participativa é construir uma escola participativa em todas as

sua dimensões.

1.3- Gestão pedagógica

Como já falamos anteriormente hoje o gestor não pode ser limitado

como antigamente, onde só se visava o bom funcionamento da unidade,

gestão democrática não caminha sozinha, precisamos compreender as

variáveis que interferem no processo do ato de ensinar e aprender, pois só

assim poderemos saber a real importância do seu papel dentro da escola. A

gestão pedagógica ultrapassa discussões e reflexões, necessita gerar e tomar

decisões, implica num comprometimento da equipe escolar, tendo uma visão

geral de onde se quer chegar, incentivando os envolvidos no processo a

pensar, analisar, redimensionar, planejar, superar os obstáculos e executar,

cada membro da equipe técnico pedagógica se torna um facilitador no

processo ensino aprendizagem.

Segundo Libâneo “A principal função social e pedagógica da escola

é assegurar o desenvolvimento das capacidades cognitivas, operativa, sociais

e morais, pelo seu empenho na dinamização do currículo, no desenvolvimento

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do processo do pensar na formação da cidadania participativa e na formação

ética...”.

O fortalecimento da gestão pedagógica se dá através do

envolvimento de todos, trabalhando coletivamente, sendo corresponsável no

aprimoramento do processo pedagógico, estabelecendo diálogo permanente,

sabendo ouvir, sugerir e estimular os demais colaboradores.

Seu objetivo principal é estabelecer os objetivos gerais e específicos

da unidade, propor metas a serem atingidas assim como acompanhar a

elaboração dos conteúdos curriculares e a proposta pedagógica, tem como

função avaliar o desempenho dos alunos, do corpo docente e da equipe

escolar como um todo. O regimento escolar e o projeto político pedagógico são

peças fundamentais na unidade escolar, pois eles serão o norte que todos

terão que seguir para se obter um resultado planejado e com sucesso, isso

claro após terem sido bem elaborado de acordo com a realidade da

comunidade escolar levando em conta do entorno escolar e o Conselho

Escolar será fundamental para articular, mobilizar, motivar e coordenar,

descentralizando assim a responsabilidade com os alunos, pais, professores e

funcionário lhes proporcionado experiências e conhecimentos, buscando

sempre agregar mais valores às funções e pessoas dos quais participa.

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CAPÍTULO II

PROJETO POLITICO PEDAGOGICO

VEIGA (2001) define o Projeto Político Pedagógico assim:

É um instrumento de trabalho que mostra o que

vai ser feito, quando, de que maneira, por quem para

chegar a que resultados. Além disso, explicita uma filosofia

e harmoniza as diretrizes da educação nacional com a

realidade da escola, traduzindo sua autonomia e definindo

seu compromisso com a clientela. É a valorização da

identidade da escola e um chamamento à responsabilidade

dos agentes com as racionalidades interna e externa. Esta

idéia implica a necessidade de uma relação contratual, isto

é, o projeto deve ser aceito por todos os envolvidos, daí a

importância de que seja elaborado participativa e

democraticamente. (p.110)

É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar

durante determinado período de tempo. É político por considerar a escola

como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e

críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os

rumos que ela vai seguir. É pedagógico porque define e organiza as atividades

e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem.

Juntando as três dimensões, o PPP ganha a força de um guia que indica a

direção a seguir não apenas para gestores e professores mas também

funcionários, alunos e famílias,.

O primeiro passo para elaboração do projeto político pedagógico da

escola é mobilizar a comunidade escolar e analisar em que contexto a escola

está inserida, deve ser levando em conta a diversidade que existe dentro de

sua comunidade, não existe pessoas iguais, logo não podemos ter escolas e

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comunidades iguais, cada uma tem suas peculiaridades, por isso não temos

um modelo de projeto para todas as escolas, cada escola deve elaborar o seu

projeto lembrando que essa elaboração não é responsabilidade apenas do

gestor, muito pelo contrário numa gestão democrática todos os professores,

funcionários, representantes de alunos e da comunidade devem fazer parte da

elaboração do projeto, assumindo sua parte na responsabilidade do projeto.

Todo projeto pressupõe rupturas com o presente e planos para o futuro. É ele

que indicará a direção, o norte, os rumos da escola. Retrata a cara da escola,

sua identidade como é compreendido por OLIVEIRA (1990). O Projeto Político

Pedagógico é um documento elaborado coletivamente por todos os segmentos

da unidade escolar e da comunidade, que define a identidade da escola e

indica caminhos para que os alunos tenha um ensino de qualidade. O projeto

pedagógico da escola deve se apoiar no desenvolvimento de uma consciência

crítica e cidadã; no envolvimento da comunidade interna e externa da escola;

na participação e na cooperação das várias esferas de governo; e na

autonomia, responsabilidade e criatividade como processo e como produto do

projeto.

A proposta pedagógica da Escola Participativa fundamenta-se em

princípios éticos e morais de igualdade e qualidade. Essa escola importa-se

com a liberdade de expressão no processo de formação do homem

democrático, ao mesmo tempo em que oferece suporte para uma visão sócio-

interacionista da produção do conhecimento, que considera que os

conhecimentos são uma construção histórica da humanidade e,como tal,

possuem um componente ideológico. Não são verdades absolutas e estão,

portanto, em permanente construção e transformação.

De acordo com a Lei 9394/96 fica estabelecido que:

Título IV, artigo 12:

“Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as

do seu sistema de ensino, terão incumbências de:

I – Elaborar e executar sua Proposta Pedagógica;

Título IV, artigo 13:

“Os docentes incumbir-se-ão de:

I – Participar da elaboração da Proposta Pedagógica do

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estabelecimento de ensino;

II – Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a Proposta

Pedagógica do estabelecimento de ensino”.

Embora a LDB tenha vindo para normatizar os procedimentos e

estabelecer responsabilidades, acreditamos que, embutida nesses artigos,

esteja a necessidade de uma democratização do espaço escolar, onde os

profissionais tenham vez e voz, no sentido de atenuar os problemas de

comunicação, autoritarismo, insatisfação que resultavam, muitas das vezes,

no fracasso escolar do aluno.

A construção ou re-construção do Projeto Político Pedagógico deve

passar por um processo de reflexão e avaliação e amplas discussões no

interior das escolas, sem, no entanto, nos esquecermos de: que sociedade

queremos ajudar a formar? Quais os valores que devemos desenvolver? Que

tipo de cidadãos queremos formar? Que realidade tem à nossa frente?

O Projeto Político Pedagógico, não deve ser um documento para

cumprir uma determinação legal ou para ser engavetado e escondido, ele é

um documento inacabado em constante construção, e deve ser visto como

um avanço educacional que contribui de forma significativa para o processo

de democratização dos espaços públicos, e como resultado do diálogo entre

os diversos segmentos da comunidade escolar a fim de organizar e planejar o

trabalho administrativo-pedagógico, buscando soluções para os problemas

diagnosticados.

É um instrumento de trabalho que define princípios filosóficos,

políticos, racionaliza e organiza ações, harmoniza as diretrizes da educação

nacional com a realidade da escola, otimiza recursos materiais e financeiros,

facilita a continuidade administrativa, mobiliza diferentes setores inclusive a

comunidade na busca de objetivos comuns, permitindo acompanhamento e

avaliação permanentes pelos envolvidos.

O PPP, além de ser uma obrigação legal, deve traduzir a visão, a

missão, os objetivos, as metas e as ações que determinam o caminho do

sucesso e da autonomia a ser trilhado pela instituição escolar. Na construção

do PPP deve ser Considerada a legislação vigente e orientada, sobretudo,

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pelo Parecer CEE 405/2004, a escola, representada pelos diferentes

segmentos que constituem sua comunidade, diagnostica a realidade

administrativo-pedagógica, social, estrutural e educacional e, a partir dos

dados resultantes do diagnóstico, traça objetivos, propõe metas, planeja

ações para que, ao longo de um período letivo, alcance sucesso na

aprendizagem do aluno. Fazer o PPP implica em planejamento de todas as

atividades no âmbito escolar, execução das ações previstas, avaliação do

processo e retomada. Isto somente é possível se instituída a prática do

registro e da reflexão sobre ele.

2.1- Estrutura do Projeto Político Pedagógico.

Na Estrutura do Projeto Político Pedagógico deverá conter alguns itens

importantes para sua elaboração tais como:

Apresentação do Projeto Político Pedagógico; Relatar como o Projeto

nasceu. Contar um pouco desse trabalho: o tempo transcorrido entre o ideal e

o começo de sua colaboração, as dificuldades encontradas, os objetivos e os

resultados alcançados.

História da escola – identificação; resumir a história da Escola, seu

ideal e de seus fundadores, desde o início até hoje. Colocar a identificação da

Escola: designação, mantenedores, endereço, atos jurídicos de legalização

dos cursos, enfim, aqueles dados que a identificam.

Apresentação da visão da missão e dos objetivos da escola;

Apresentar uma síntese sobre a visão adotada pela Escola sobre os

seguintes tópicos: Visão de mundo e do homem – Visão de sociedade e de

cultura – Visão de conhecimento – Visão da escola e dos conteúdos –

Missão. Devem ser colocados alguns objetivos gerais, não de conteúdos e

sim de ideais.

Fundamentos filosóficos (valores); nesse item, a escola deve explicitar

o tipo de cidadão que deseja formar e para qual sociedade. Devem-se

explicitar quais os valores que serão enfatizados e vivenciados

prioritariamente durante o processo educativo.

Fundamentos sócio-antropológicos: retrata a realidade sociocultural

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vivida pela comunidade e experimentada no contexto escolar. A veracidade

dessa realidade se dará através de pesquisa. Possibilitando a reflexão e a

transformação, tanto das práticas educativas quanto das práticas sociais. No

primeiro momento deve ser realizada uma reflexão por parte de toda a equipe

com relação ao que se conhece ou pensamos sobre nossos alunos, como: O

que sabemos de nossos alunos? Conhecemos a sua realidade de vida? O

que sabemos da comunidade? Qual a importância deste conhecimento para

o nosso trabalho do dia a dia? Após essa indagações fazer uma pesquisa de

campo e refletir sobre os dados coletados e inserir no PPP a real

necessidade da comunidade escolar.

Fundamentos epistemológicos (conhecimentos); trata-se da

construção do conhecimento. Aqui, a escola vai definir a sua linha

pedagógica e desenvolverá a sua argumentação de acordo com a Proposta

Curricular do Município.

Fundamentos didático-pedagógicos; nesse item, será descrito qual é o

papel do conhecimento, do aluno e do professor que têm como foco de

trabalho a educação, a interdisciplinaridade e a contextualização devem ser a

nova marca para a educação brasileira.

Os pressupostos citados anteriormente identificarão a escola

agora a escola vai explicitar o que ela oferecerá em termos de: Conteúdo;

Currículo; Metodologia; Critérios de Avaliação; Professor; Aluno; Disciplina;

Administração; Equipe Pedagógica; Sala de Leitura; Sala de Recursos;

Relação com a comunidade.

Considerações Finais; os fundamentos estabelecidos nesse

documento serão os indicadores e norteadores do rumo para a intervenção

pedagógica praticada na Escola, buscando responder as exigências em todos

os níveis: o social, o político,o tecnológico e o ético, criando assim boas

condições de formar cidadãos consciente, critico e feliz.

Projeto setoriais, disciplinares e mini-projetos; nesse item são

relacionado todos os projetos realizados por todos os setores da escola tais

como: Educação Infantil; Ensino Fundamental; Bralf; Mais Educação; Escola

Aberta; Informática; Educação Física; etc. Nesses projetos devem constar os

seguintes itens: Identificação do setor; Introdução; Diagnóstico; Objetivos;

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Metodologia; Conteúdos; Avaliação do setor.

Anexos; deverá constar a Matriz Curricular vigente e Projetos

Especiais a serem desenvolvidos.

2.2- ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO DO PPP.

A elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP) não sugere só

ações e meios, mas também as finalidades sociopolíticas pretendidas.

Descreve, também, o processo de acompanhamento e avaliação para que se

possa verificar se o planejamento está adequado, quais os objetivos que não

foram atingidos, quais as metas que não foram alcançadas e quais ações

precisam ser redimensionadas.

As ações fundamentadas, através da elaboração do PPP necessitam

perpassar por algumas etapas significativas em sua composição. São elas;

os marcos referenciais, o diagnostico, a programação e a avaliação. A partir

dessas etapas, o PPP deve refletir a realidade educacional explicitando seus

componentes.

Ao elaborar e executar o seu PPP a escola deverá destacar:

Ø Os fins e objetivos do trabalho pedagógico,

buscando a garantia da igualdade de tratamento, do

respeito às diferenças, da qualidade do atendimento e da

liberdade de expressão;

Ø A concepção da criança, jovem e adulto, seu

desenvolvimento e aprendizagem;

Ø As características da população a ser atendida e

da comunidade na qual se insere;

Ø O regime de funcionamento;

Ø A descrição do espaço físico, das instituições e dos

equipamentos;

Ø A relação de profissionais, especificando cargos,

funções, habilitações e níveis de formação;

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Ø Os parâmetros de organização de grupos e relação

professor/aluno;

Ø A organização do cotidiano de trabalho com as

crianças, jovem e adulto;

Ø A proposta de articulação da escola com a família

e a comunidade;

Ø O processo de avaliação, explicitando suas

práticas, instrumentos e registros;

Ø O processo de planejamento geral.

O PPP deverá estar consonante com as leis vigentes (Lei 9394/96;

11.274/06; Estatuto da Criança e do Adolescente, Resoluções do CME

002/98; 03/99 e 06/99; Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil, para o

Ensino Fundamental de nove anos, a Educação de Jovens e Adultos – EJA,

Diretrizes Municipais para Inclusão da História e Cultura Afro-Brasileira e

Indígena no Sistema Municipal, Lei 10639/03.

Toda escola deve definir a identidade da comunidade escolar onde

está inserida, além de revelar seu compromisso com a sociedade, utilizando-

se das linhas filosóficas, epistemológicas, didático-pedagógicas, onde as

famílias possam escolher a escola, partindo dos seus princípios e

características, pois como já foi dito anteriormente não existe escola igual

cada uma tem suas próprias linhas. Este é um processo fundamental para o

êxito da escola: a valorização do diagnóstico e da avaliação ele precisa ser

completo o suficiente para não deixar dúvidas sobre essa rota e flexível o

bastante para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos alunos.

Pois, é, nessa construção que se articula toda a estrutura organizacional de

uma Unidade Escolar.

Como diz Libâneo (2001), a participação é

fundamental por garantir a gestão democrática da escola,

pois é assim que todos os envolvidos no processo

educacional da instituição estarão presentes, tanto nas

decisões e construções de propostas (planos, programas,

projetos, ações, eventos) como no processo de

implementação, acompanhamento e avaliação.

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Capitulo III

O Conselho Escolar

Conselho vem do latim Consilium. Por sua vez,

consilium provém do verbo consulo/ consulere

significando tanto ouvir quanto submeter algo a uma

deliberação de alguém quanto submeter algo a uma

deliberação de alguém após uma ponderação refletida,

prudente e de bom senso. Trata-se, pois, de um verbo

cujos significados postulam a via de mão dupla: ouvir e

ser ouvido. Obviamente a recíproca adição se compõe

com o ver e ser visto e, assim sendo, quando um

Conselho participa dos destinos de uma sociedade ou de

partes destes,o próprio verbo consulere já contém um

princípio de publicidade. (Cury, 2000, p.47)

O primeiro passo a ser dado é a convocação de todos os segmentos

para ser feita uma eleição, escolhendo assim dois representante de cada

segmento (um para ser o titular e o outro para ser o suplente, para que as

reuniões não fiquem desfalcadas caso aconteça algum imprevisto com o

representante titular) e ser formado então o Conselho Escolar, após a

escolha deverá ser elaborado um Regimento Interno do conselho Escolar,

que deverá estar em consonância com a legislação em vigor e considerar as

normas dos respectivos Conselhos e Secretarias municipais e estaduais de

educação, para definir as ações importantes que ocorrera dentro da escola

com a comunidade, em seguida verificar se a escola já possui o Projeto

político Pedagógico caso não tenha orientar para que seja elaborado um e se

já tiver cabe então ao conselho avaliá-lo e promover alterações caso

necessário, inserir os adendos para o ano vigente não necessitando fazer um

novo PPP.

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3.1- Função e atribuições do Conselho Escolar.

Os Conselhos Escolares tem várias funções como: Deliberativa,

Consultiva, fiscal e mobilizadora. As escolas tem autonomia e os membros do

Conselho Escolar podem se fazer presentes e decidir sobre aspectos

administrativo, financeiro e pedagógico sendo assim um instrumento de

gestão da própria escola se achar necessário, cada tipo de conselho tem sua

função especifica:

Deliberativos além de apresentar propostas, “ele decide sobre o

Projeto-político-Pedagógico e outros assuntos da escola,garantem a

elaboração de normas internas e o cumprimento das normas dos sistemas de

ensino e decidem sobre a organização e o funcionamento geral das escolas,

propondo a direção as ações a serem desenvolvidas. Elaboram normas

internas da escola sobre questões referentes ao seu funcionamento nos

aspectos pedagógico, administrativo ou financeiro”.

Consultivos não toma decisões apenas é consultado em relação aos

problemas da escola, tem como função sugerir soluções que poderá ou não

ser encaminhada e acatada pela direção.

Fiscal avalia e garante o cumprimento das normas da escola,

acompanha as ações pedagógica, administrativa e financeira.

Mobilizador promove a participação, de forma integrada de todos os

segmentos e da comunidade local em diversas atividades e reuniões tudo

gerando melhoria da qualidade social da educação. O conselho também

monitora os dirigentes escolares, assegurando a qualidade do ensino, pode

estabelecer metas, planos educacionais, o calendário escolar e aprovar o

projeto pedagógico da escola.

Também é sua função estimular a cultura da comunidade, do povo, da

vida cotidiana das crianças e dos jovens no projeto e no trabalho pedagógico

da escola. A escola precisa integrar o saber e a cultura da comunidade para

que não seja uma escola discriminatória.

São atribuições do Conselho Escolar: verificar o que a escola

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necessita, assessorar as necessidades financeiras da escola, orientar o

diretor em decisões a serem tomadas pela escola, fiscalizar a gestão

pedagógica, administrativa e financeira da escola, marcar e promover

reuniões e assembleias convocando toda comunidade escolar e local que

fazem parte do conselho para elaborar ou reelaborar o Projeto-Político-

Pedagógico da Unidade Escolar.

“Tudo o que a gente puder fazer no sentido de

convocar os que vivem em torno da escola, e dentro da

escola, no sentido de participarem, de tomarem um pouco

o destino da escola na mão, também. Tudo o que a gente

puder fazer nesse sentido é pouco ainda, considerando o

trabalho imenso que se põe diante de nós que é o de

assumir esse país democraticamente”.

Paulo Freire

O sentido do Conselho Escolar é assegurar que toda

comunidade seja envolvida em todas as decisões importantes tomadas pela

escola, por isso deve ser formado por todos os segmentos da comunidade

escolar e da comunidade do entorno: pais, alunos, professores, direção e

demais funcionários, o Conselho Escolar foi criado para favorecer a gestão

democrática da escola básica, tem como carta magna _ A constituição de

1988 _ em seu artigo 206, assumidos no art. 3º da Lei nº 9.394/96 (Lei de

Diretrizes e Base da Educação Nacional – LDB) e com o Plano Nacional de

Educação( PNE).

SAVIANI (1991, p. 29) enfatiza, a necessidade do

conhecimento científico, colocando a escola como

mediadora entre o saber popular e o saber erudito, no

sentido de sua superação. Pela mediação da escola, dá-

se a passagem do saber espontâneo ao saber

sistematizado, da cultura popular à cultura erudita. O

saber popular seria o ponto de partida e o saber científico

o ponto de chegada.

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É na escola que ocorre a socialização do conhecimento, cuja

comunidade escolar de alunos, na maioria das vezes, são provenientes das

classes sociais menos favorecidas, que muitas vezes encontra nela, seu

único acesso ao conhecimento científico.

Os membros do Conselho Escolar devem se reunir periodicamente,

para que juntos todos decidam o que deverá ser feito e as propostas a serem

aprovadas, essa reunião deverá ser realizada com representantes de todos

os segmentos caso não seja possível, deverá estar presente a metade mais

um dos representantes, para que possa ser realizada as votações, com

registro em ata da votação e de todas as decisões tomadas e em seguida

deverá se fazer uma assembleia geral para ser colocada as decisões que

foram analisadas e tomadas pelo conselho a disposição da comunidade

escolar,

3.2- Organização do Conselho Escolar em Belford Roxo.

Existe uma lei municipal que regulamenta o funcionamento do

Conselho Escolar que foi criada em 14 de dezembro de 2007 a Lei nº 1.151 –

“Dispõe sobre a criação de Conselho Escolares nas Unidades de Ensino da

Rede Municipal de Belford Roxo e dá outras providências.”

Os Conselhos Escolares estão organizados de forma colegiada, na

seguinte composição: Diretor, 01 representante da Equipe Técnico-

Pedagógica, 01 representante do Corpo Docente, 01 representante do Corpo

Discente, 01 representante dos trabalhadores em educação não-docente

(técnico-administrativo e apoio), 01 representante de Pais e/ou responsáveis,

01 representante da comunidade, 01 representante dos estimuladores (nas

Unidades onde estes fazem parte da estrutura). Para cada representação

haverá um suplente por titular. Nas Unidades onde houver representantes de

outros segmentos, existindo interesse em sua participação, os mesmos

poderão participar da constituição do Conselho Escolar, respeitada a

proporcionalidade, o(a) diretor (a) da escola é membro nato do Conselho

Escolar, não sendo obrigatoriamente o presidente do mesmo.

Hoje estou atuando na Secretaria Municipal de Educação de Belford

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Roxo e mesmo sabendo que desde 2004 quando foi criado O programa de

fortalecimento dos conselhos do MEC, focado nas escolas públicas de

educação básica - níveis infantil, fundamental e médio, só agora em 2011 é

que a maioria das escolas do município de Belford Roxo onde atuo

começarão a se preocupar em formar o Conselho Escolar em suas unidades,

isso por que membros da Secretária Municipal de Educação, fizeram

reuniões com gestores e orientadores e visitas as Unidades Escolares para

ativar e até orientar como formar um conselho, muitos gestores deixaram

adormecer e outros nem haviam formado o Conselho, porém há exceções

tem escolas que desde que foi cobrada a implementação dos conselhos,

colocaram em prática e estão em pleno exercício e colhendo bons frutos até

hoje. Temos exemplo de escola que pela intervenção do Conselho Escolar

junto ao prefeito conseguiu realizar obras de manutenção sem que houvesse

a intervenção da diretora diretamente, o grupo como representante do

Conselho se fez escola e conseguiram o beneficio.

É muito importante que a escola junto com o conselho escolar não

tenha dificuldade em trabalhar as diferenças que existe no seu grupo social

dentro da escola, valorizando e integrando o saber do estudante junto com o

patrimônio cultural de sua comunidade respeitando a história de vida de cada

criança. Cada pessoa é diferente por isso é preciso respeitar e cultivar as

diferenças para que as pessoas possam decidir, pensar e tornar-se livres e

responsáveis. Cada pessoa é de um determinado tempo e espaço com sua

própria cultura e isso nós não podemos negar, a escola tem que respeitar o

saber, o conhecimento que o aluno traz consigo e o patrimônio cultural da

comunidade e não trabalhar esses conhecimentos como simples

informações. Não se justifica a determinação de valores e ou conhecimento

de uma pessoa ou grupo social sobre outro utilizando-se de opressão

ideológica porque reforça a diferença social e nega a educação para a

emancipação do cidadão e a escola no cumprimento de sua função

emancipadora é indispensável para que o cidadão tenha uma presença

critica e inovadora no seu tempo e lugar.

Os Conselhos de Educação, FUNDEB e CAE têm características que

são comuns, todos são organizados na forma de órgãos colegiados, mas

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cada um tem seu funcionamento de acordo com sua especificidade o que não

pode ser esquecido nem confundido pelos gestores e por seus membros.

Cabe ao CME regulamentar as questões referentes à rede municipal de

ensino e a rede particular que tenham Educação Infantil. O CME tem funções:

deliberativa, propositiva, mobilizadora, deliberativa, normativa, o Conselho do

FUNDEB tem função deliberativa e o CAE tem função deliberativa e

fiscalizadora.

Cabe ao Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social

do Fundo de manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos profissionais da Educação - FUNDEB acompanhar a

repartição, transferência e aplicação dos recursos financeiros do FUNDEB,

supervisionar o censo escolar anual e participar da elaboração da proposta

orçamentária anual. O Conselho do FUNDEB tem função deliberativa.

Cabe ao Conselho Municipal de Alimentação Escolar - CAE fiscalizar a

aplicação dos recursos transferidos e zelar pela qualidade dos produtos,

desde a compra até a distribuição nas escolas, assim como as práticas

sanitárias e de higiene. O CAE tem função deliberativa e fiscalizadora. Como

são organizados na forma de colegiado, a escolha dos Conselheiros é feita

da seguinte forma: São três as Representações: o Executivo, o Legislativo e

a Sociedade Civil Organizada. O Executivo e o Legislativo são indicados

pelos Representantes das Pastas. Na Sociedade Civil, há uma inscrição que

é feita pelas entidades que querem participar indicando alguém para o

assento no Conselho e depois a própria entidade faz uma assembleia em seu

estabelecimento, onde é escolhido o seu representante, essa escolha é

enviada para o Conselho através de Ata da Reunião realizada por esta

entidade.

O Conselho Escolar no Município de Belford Roxo não possui

personalidade jurídica. Cada Unidade Escolar possui sua Unidade Executora,

nomeada por AAE (Associação de Apoio à Escola), composta por todos os

segmentos da escola, com titulares e suplentes, porém dissociada do C.E. Os

Conselhos Escolares são consolidados se reúnem regularmente, exercendo

suas funções deliberativa, consultiva, fiscal e mobilizadora, foi criado através

da Lei 1151 de 2007, onde as funções dos conselheiros, bem como a sua

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composição estão definidas e especificadas nesta lei. A periodicidade das

reuniões do Conselho Escolar na maioria das unidades é que se organizem

com agendamento anual para as reuniões ordinárias mensais. Os Conselhos

Escolares estão organizados de forma colegiada, tendo um representante

nos diferentes segmentos (equipe escolar e comunidade local) cada

segmento é representado por um titular e o seu suplente. O segmento mais

participativo é o de pais, a participação dos conselheiros por categorias pode

ser classificada como: Segmento pais: Boa, Segmento discente: Boa,

Segmento docente: Regular , Segmento apoio: Boa, Segmento comunidade:

Boa, Segmento técnico-pedagógico: Boa. O perfil de pais ou responsáveis

que tem participado, em geral, do Conselho Escolar é bastante diversificado.

A maioria é mulheres, em torno dos 30 anos, escolaridade fundamental,

morenas ou negras.

A Secretária Municipal de Educação de Belford Roxo tem

implementado ações concretas para fortalecer os Conselhos Escolares junto

com os técnicos que estão sendo capacitados no Programa Nacional de

Fortalecimento dos conselhos Escolares fase I e II.

Ø Foi realizado um Fórum Municipal sobre Conselho

Escolar;

Ø Realização de eleição e posse de conselheiros

escolares;

Ø Criação de um Setor de Mobilização Social pela

Educação e o Conselho Escolar,

Ø Visitas da SEMED Móvel às unidades Escolares

para oferecer suporte em diversas áreas, sobretudo na

interação família-escola-comunidade.

Ø Suporte técnico às Unidades Escalares que

necessitem de apoio em relação à implementação e

fortalecimento dos conselhos escolares.

Ø Participação no II Fórum do Conselho Escolar da

Baixada Fluminense.

O principal papel do Conselho Escolar é participar de fato da

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elaboração do PPP da escola e atuar de forma significativa no

acompanhamento da aprendizagem dos alunos. Em Belford Roxo quase

todas as unidades já implantaram, porém ainda existem Conselhos Escolares

com pouca participação e isso ocorre porque os Conselheiros, assim como a

Comunidade Escolar ainda não percebeu a “força” que tem o Conselho

Escolar e sua importância junto a Gestão Democrática, Os Conselhos

Escolares estão sendo implementados e os técnicos da SEMED Belford Roxo

que estão participando da Fase I e II do Curso de Formação, já pensam nas

formações para os conselheiros que deverão acontecer no 2º semestre/2012.

Ainda não foi possível ver benefícios, mas acredito que assim que os

Conselhos Escolares estiverem a pleno vapor teremos e veremos muitos

benefícios, como: A melhoria da qualidade da Educação com a elevação do

IDEB e Eleições para Diretor.

3.3- PLANO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL PELA EDUCAÇAO –

PMSE EM BELFORD ROXO.

O Plano de Mobilização Social pela Educação, criado em 2008 pelo

Ministro da Educação Fernando Haddad, tem por objetivo chamar as famílias

para uma grande parceria com o MEC na busca de maior qualidade na

Educação Nacional.

Pesquisas internacionais têm mostrado o quanto é importante a

participação das famílias na educação das crianças, fator este que eleva a

qualidade da aprendizagem e os índices, no caso brasileiro, o IDEB.

Logo, a relação família-escola-comunidade é algo imprescindível para

uma sociedade que deseja estar antenada com as novas posturas e

exigências que se requer do cidadão do século XXI.

O Plano de Mobilização Social pela Educação, ligada precipuamente à

área pedagógica, deve ser desenvolvido, sempre que possível, em regime

de colaboração com os sistemas de ensino; e de forma articulada com os

Programas do MEC.

Entretanto, é preciso que fique patente que o PMSE é desenvolvido,

na maioria das vezes, de forma voluntária e apartidária. O escopo maior do

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PMSE é que a sociedade se aproprie dessa ferramenta para participar

efetivamente da educação.

O Plano de Mobilização Social pela Educação foi lançado em Belford

Roxo pela Assessora do Ministro da Educação, profª Linda Goulart, no ano

de 2009, com a presença do então Secretário de Educação, William Campos,

representantes de associações de Moradores, lideranças religiosas, Escolas

Municipais, Gestores Municipais, professores , pais e a REMEC-RJ.

No entanto, o Plano de Mobilização Social pela Educação não se

expandiu naquela gestão. Algumas boas ações foram realizados, mas de

forma pontual, não tendo a visibilidade necessária para todo o Município e o

MEC.

Agora, no meio do quarto bimestre de 2012, outra tentativa está sendo

empreendida, no sentido de se reativar a Mobilização no Município. Para

tanto, a Coordenação Nacional do Plano, encaminhará, ao Município, 3000

exemplares da Cartilha, Acompanhem a Vida Escolar de Seus Filhos.

Propomos, para 2012, as seguintes ações para a implementação do

PMSE no Município:

Ø Reuniões de sensibilização com gestores e equipe

pedagógica;

Ø Encontros setorizados de Pais de alunos das

Escolas Municipais;

Ø Revitalização das reuniões de pais;

Ø Revitalização das reuniões pedagógicas com

enfoque no diálogo família-escola-comunidade;

Ø Reuniões setorizadas com gestores e lideranças

religiosas e associações de moradores;

Ø Publicação da Cartilha do MEC com logotipo do

Município;

Ø Criação do Dia Municipal de Mobilização Social

pela Educação;

Ø Divulgação do PMSE no Município;

Ø Fomentar a criação de comitês pelos Municípios,

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ligado a um Comitê de base encabeçado pela SEMED;

Ø Promoção de Palestras, Encontros e ações

mobilizadoras em prol da educação de qualidade no

Município.

3.4- O Programa de Fortalecimento dos Conselhos Escolares

no Estado do Rio de Janeiro.

A fim de implementar a política da gestão pública nas escolas públicas,

o MEC criou, no seu Segundo Encontro de Fortalecimento, em Brasília, no

ano de 2010 o Grupo de Articulação de Fortalecimento dos Conselhos

Escolares – GAFCE; aqui no Rio de Janeiro, acrescentamos a sigla do

Estado: GAFCE-RJ.

Integram este grupo os municípios que possuem mais de 150 mil

habitantes. Sua missão é implementar a fortalecer os Conselhos escolares

nos municípios do Estado do Rio de Janeiro, aqueles não integram o

GAFCE-RJ, e prestar assistência técnica até mesmo aos municípios

integrantes do Grupo Articulador.

Ficamos estarrecidos ao perceber o quanto ainda havia por fazer no

Estado. O quanto ainda é tênue essa política entre nós.

Para alcançarmos nosso objetivo, usamos a estratégias de realizações

de fóruns regionais, pois nosso escopo maior seria a realização de um Fórum

Estadual do Conselho Escolar, abarcando dos os 92 municípios fluminenses.

A existência, naquele momento, da Representação do MEC no Estado,

favoreceu enormemente as ações do GAFCE-RJ, e possibilitou atendermos

a diversas demandas dos municípios em relação à ajuda técnica sobre a

Gestão Democrática nas Escolas Públicas. Realizamos, então, diversas

visitas por quase todo o Estado.

Itaboraí foi o primeiro município, no Estado, a promover um grande

encontro voltado para a implantação do Conselho Escolar.

Em seguido aconteceu o Primeiro Fórum dos Conselhos Escolares da

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Baixada Fluminense, que se tornou o modelo para os demais que se

seguiriam, pois contou com a participação efetiva e articulada dos treze

municípios que integram a região.

A partir desta importante e emblemática realização, outras regiões do

Estado, tendo como exemplo esta conquista, realizaram seus fóruns

regionais também. Todos sempre bem frequentados e bem prestigiados, não

somente pela Coordenação Nacional do Programa, como também pelas

autoridades municipais e comunidade escolar.

Hoje, depois de um ano da criação do Grupo Articulador, podemos

assegurar que 65% do Estado está implementando essa política.

De acordo com a Coordenação Nacional, O Estado do Rio de Janeiro

tornou-se o Estado onde essa política está se desenvolvendo com maior

dinamismo e em números reais. Surge, então, diante deste avanço,

destacado para todo o País, durante o Terceiro Encontro Nacional do

Programa, quando o Estado do Rio teve participação de relevância,

apresentando sua experiência pioneira e bem-sucedida, a necessidade de

formação para técnicos de secretarias e conselheiros escolares.

Algumas Universidades, além da UnB, estão, em parceria com o MEC,

ofertando curso a distância para formação desses conselheiros, pois a

demanda aumenta a cada dia por esse tipo de serviço para o qual os

técnicos devem estar habilitados adequadamente.

No Estado do Rio de Janeiro, há essa lacuna, pois ainda não há essa

formação disponibilizadas em nossas Universidades. Nossas demandas têm

sido atendidas pela UnB, pela Universidade Federal do Rio Grande Norte e

pela Universidade Federal de São Carlos.

Teríamos mais um ganho incrível se houvesse, em nosso Estado, uma

formação oferecida por uma universidade local, uma vez que possuímos

conhecimentos, experiências exitosas, peculiares, e inovadoras nesse

campo.

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3.5- Formação Continuada a Distância em Conselhos

Escolares – Ufscar/ MEC (Programa Nacional de

Fortalecimento em Conselhos Escolares.

O curso foi dividido em duas fases A Ufscar (Universidade Federal de

São Carlos) ofertou 800 vagas para fase I e 500 para fase II essas vagas

deveriam ser priorizada para os diretores, professores e técnicos das

Secretárias Municipais de Educação que fizessem parte de municípios que

aderiram ao PAR. A estrutura do curso de extensão seguiu orientação da

SEB/MEC as duas fases se completam , sendo que a primeira é pré requisito

para cursar a segunda. A primeira vez que o curso foi oferecido foi entre

novembro de 2009 e setembro de 2010 para os diretores, professores e

técnicos das Secretárias Municipais de Educação de São Paulo.

Para a viabilização virtual do curso, foram criados três espaços distinto

no ambiente de aprendizagem moodle, hospedados no servidor da Ufscar. O

primeiro foi denominado “ambiente coletivo” onde constam orientações gerais

do curso, em segundo espaço foi hospedado as “vinte salas de atividades”

(salas de aulas virtuais), disponíveis apenas na primeira fase do curso; em

média havia 40 alunos / cursista por sala. Por último criou-se o terceiro

espaço, com “nove salas de atividades” (salas de aulas virtuais) com em

média 40 alunos também.

Além do acompanhamento virtual, que foi feito pelo ambiente de

aprendizagem moodle, a coordenação geral abril um espaço para debates e

fóruns e chats neste ambiente. As atividades são realizadas em média de

seis por caderno e por fase e ter no mínimo 75% de presença virtual para

poder ser certificado. Os cursitas que tiverem dificuldades na execução das

atividades conta com a “recuperação paralela” e com a “recuperação final”.

O curso mostra as reais angustias e anseios enfrentados pelas

diversas Secretarias Municipais de Educação, e podemos nos apropriar de

materiais que nos serve de conteúdo no aspecto social como: conhecimento

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de direitos e deveres, de legislação, do funcionamento da administração

pública, além da capacidade de utilizar ferramentas de informática

participando e interagindo em grupos de discussão presenciais e virtuais.

O foco do curso está em contribuir com as discussões sobre a

importância dos Conselhos Escolares nas instituições e promover o

fortalecimento dos Conselhos Escolares existentes.. eles são compreendidos

como espaço coletivos de deliberação, assumindo a perspectiva de órgãos

corresponsável pela gestão administrativa e pedagógica das escolas embora

cumpram, em muitos casos, o mero papel de aprovação da prestação de

contas, órgão responsável por medidas disciplinares etc.

Desde 2011os técnico da Secretária Municipal de Educação de Belford

Roxo tem sido beneficiado com o curso de Formação Continuada a Distância

em Conselhos Escolares – Ufscar/ MEC (Programa Nacional de

Fortalecimento em Conselhos Escolares e já é planejado o mesmo curso

para os representantes dos Conselhos Escolares de todas as unidades para

2013.

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Conclusão

O resultado da pesquisa foi satisfatório pois percebemos

que o Mec está investindo pesado na formação de técnicos e de conselheiros

para que a gestão democrática seja o objetivo geral e final de todas as escolas

seja elas da rede Federal, Estadual, Municipal e Particular e que cada vez mais

os Conselhos Escolares estão sendo fortalecidos, e que para esse objetivo ser

alcançado será utilizada a estratégias de realizações de fóruns regionais, pois

maior objetivo do GAFCE será a realização de um Fórum Estadual do

Conselho Escolar, abarcando os 92 municípios fluminenses. O Rio de Janeiro

apesar da grande demanda para formação de conselheiros ainda não tem

nenhuma Universidade que ofereça esse curso, algumas Universidades, além

da UnB, estão, em parceria com o MEC, ofertando curso a distância para

formação desses conselheiros, pois a demanda aumenta a cada dia por esse

tipo de serviço para o qual os técnicos devem estar habilitados

adequadamente.

No Estado do Rio de Janeiro, essa formação é disponibilizadas pela

UnB, pela Universidade Federal do Rio Grande Norte e pela Universidade

Federal de São Carlos.

As Secretárias de Educação estão tendo um grande ganho com a

oferta que as Universidades estão proporcionando aos municípios pois o curso

de Formação Continuada a Distância em Conselhos Escolares ofertado pela

Ufscar/ se faz presente no Programa Nacional de Fortalecimento em

Conselhos Escolares e no município de Belford Roxo para 2013 já esta sendo

planejado o mesmo curso para os representantes dos Conselhos Escolares de

todas as unidades escolares.

O foco do curso está em contribuir com as discussões sobre a

importância dos Conselhos Escolares nas instituições e promover o

fortalecimento dos Conselhos Escolares existentes, eles são compreendidos

como espaço coletivos de deliberação, assumindo a perspectiva de órgãos

corresponsável pela gestão administrativa e pedagógica das escolas embora

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cumpram, em muitos casos, o mero papel de aprovação da prestação de

contas, órgão responsável por medidas disciplinares etc.

O Conselho Escolar no município de Belford Roxo foi criado através da

Lei 1151 de 2007, onde as funções dos conselheiros, bem como a sua

composição estão definidas e especificadas nesta lei. O Plano de Mobilização Social pela Educação, têm mostrado o

quanto é importante a participação das famílias na educação das crianças,

fator este que eleva a qualidade da aprendizagem e os índices, no caso

brasileiro, o IDEB. , sempre que possível, em regime de colaboração com os

sistemas de ensino; e de forma articulada com os Programas do MEC.

Tomamos conhecimento que o PMSE é desenvolvido, na maioria

das vezes, de forma voluntária e apartidária e que seu maior objetivo é que a

sociedade se aproprie dessa ferramenta para participar efetivamente da

educação.

Sabemos que o trabalho educacional demanda um trabalho coletivo

e integrado com os membros de todos os segmentos da unidade escolar

pressupondo que a realização desse trabalho nos leva a uma gestão

participativa e consiste no envolvimento de todos que fazem parte direta e

indiretamente do processo educacional, todos participam nas tomadas de

decisões, da elaboração do Projeto Político Pedagógico, do monitoramento das

atividades realizadas na unidade e avaliações, buscando assim a melhoria dos

resultados no processo pedagógico.

As atribuições do Conselho Escolar são: verificar as necessidades da

escola, assessorando nas suas necessidades financeiras, orientando o diretor

em decisões a serem tomadas, fiscalizando a gestão pedagógica,

administrativa e financeira da escola, marcando e promovendo reuniões e

assembleias convocando toda comunidade escolar e local que fazem parte do

conselho para elaborar ou reelaborar o Projeto-Político-Pedagógico da Unidade

Escolar. A escola tem autonomia para decidir os sistemas de ensino garantida

e prevista pela Lei de Diretrizes e Base de acordo com suas peculiaridades.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - Gestão Escolar 11

1.1- Liderança 12

1.2- Gestão participativa e democratica. 14

1.3- Gestão pedagógica 15

CAPÍTULO II - Projeto Político Pedagógico 17

2.1- Estrutura do Projeto Político Pedagógico. 20

2.2- Elaboração e Execução do PPP. 22

CAPÍTULO III – Conselho Escolar 24

3.1- Função e atribuições do Conselho Escolar. 25

3.2- Organização do Conselho Escolar em Belford Roxo. 27

3.3- Plano de Mobilização Social Pela Educaçao – Pmse - Em

Belford Roxo. 31

3.4- O Programa de Fortalecimento dos Conselhos Escolares no

Estado do Rio de Janeiro. 33

3.5- Formação Continuada a Distância em Conselhos Escolares –

Ufscar/ MEC (Programa Nacional de Fortalecimento em Conselhos

Escolares). 35

CONCLUSÃO 37

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BIBLIOGRAFIA 40

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