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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM PROCESSO DE AQUISIÇÕES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS Por: Michelangelo Nunes Baldanzi Orientador Prof. Nelsom Magalhães Rio de Janeiro 2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · prática da integração das cadeias de suprimentos e a adoção do sistema Just in Time, que transformaram o relacionamento entre

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

PROCESSO DE AQUISIÇÕES NA CADEIA DE

SUPRIMENTOS

Por: Michelangelo Nunes Baldanzi

Orientador

Prof. Nelsom Magalhães

Rio de Janeiro

2011

ii

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

PROCESSO DE AQUISIÇÕES NA CADEIA DE

SUPRIMENTOS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Engenharia de

Produção.

Por: . Michelangelo Nunes Baldanzi

iii

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado

oportunidade de vencer mais essa

etapa e a todos meus familiares que

sempre me deram apoio para nunca

desistir.

iv

DEDICATÓRIA

.....dedica-se a minha esposa e a minha

irmã pela compreensão e apoio durante

tudo o curso .

v

RESUMO

O objetivo deste trabalho é fazer um estudo sobre como uma gestão de suprimentos bem

integrada pode ser decisiva para o sucesso do projeto. Tendo em vista os inúmeros

processos que envolvem a cadeia de suprimentos, integrá-los requer planejamento,

coordenação e constante acompanhamento de seus resultados. Sendo a gestão de

aquisições uma das mais relevantes áreas do gerenciamento de projetos, serão apresentados

aspectos de todos os integrantes da cadeia de suprimentos e os pontos em que podem ser

interligados com a área de aquisições. Tudo isto, através da metodologia bibliográfica, foi

devidamente fundamentado com obras literárias de diversos autores peritos no assunto que

será apresentado. Sua finalidade também é apresentar como a globalização impulsionou a

prática da integração das cadeias de suprimentos e a adoção do sistema Just in

Time, que transformaram o relacionamento entre a organização e seus fornecedores e no

conceito da logística e da estocagem, que antes eram vistos como geradores de custos e

hoje são tratados como recursos estratégicos pelas organizações. E como uma cadeia bem

integrada, do subfornecedor até o consumidor final, torna a organização mais flexível, com uma

melhor capacidade de se adaptar as mudanças do mercado e promove uma redução dos

custos, dando a organização uma vantagem competitiva perante as concorrentes.

vi

METODOLOGIA

O intuito deste trabalho é mostrar e explicar como a cadeia de suprimentos bem

integrada pode ser determinante para o sucesso do projeto e gerar uma vantagem

competitiva para a organização. Por isto, a metodologia, quanto aos fins, que melhor se

enquadra no propósito deste estudo é a explicativa (VERGARA, 2005).

Para a fundamentação deste estudo e para a comparação dos conceitos

apresentados por diversos autores, foram feitas consultas em diversas obras literárias, logo,

a metodologia utilizada, quanto aos meios, foi a bibliográfica. Sem estas referências

literárias seria impossível a elaboração e a sustentação deste trabalho (VERGARA, 2005).

vii

SUMÁRIO INTRODUÇÃO ... .................................................................................................................................. ... 1

CAPÍTULO I - LOGÍSTICA ... .............................................................................................................. ... 2

CAPÍTULO II - GESTÃO DE AQUISIÇÃO ... ....................................................................................... 6

CAPÍTULO III - GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ... ...................................................... ....9

CONCLUSÃO ... .................................................................................................................................. .....2 3

BIBLIOGRAFIA ... ................................................................................................................. .. 26

viii

LISTA DE FIGURAS Figura 1: Integração dos setores ... ........................................................................................ 04

Figura 2: Sistema de planejamento das necessidades de materiais ... ................................ .. 11

Figura 3: Os fluxos do ISCM ... .............................................................................................. 20

As figuras acima citadas foram adaptadas baseando-se em dados retirados da bibliografia citada.

ix

LISTA DE SIGLAS

EDI - Electronic Data Interchange (Intercâmbio Eletrônico de Dados)

ISCM - Integrated supply chain management (Gerenciamento integrado da cadeia de

suprimentos)

JIT - Just-in-time

SCM - Supply Chain Management (Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento)

1

INTRODUÇÃO

As organizações precisam ter processos eficazes, rápidos e flexíveis, com

capacidade para se adaptarem rapidamente as mudanças do mercado. Quando se trata de

cadeia de suprimentos, estas qualificações são primordiais, visto que com a globalização as

barreiras geográficas foram derrubadas e as organizações que conseguem disponibilizar

seus produtos, em qualquer parte do mundo, no tempo correto e com as adaptações

necessárias conseguem se manter competitivas no mercado.

A cadeia de suprimentos envolve a logística que será adotada pela empresa, a área

de aquisições e todos os integrantes destes processos, inclusive a produção. Integrar todos

estes participantes faz com que esta cadeia se torne mais produtiva e competitiva frente as

necessidades do mercado. Porém, implantar e coordenar um projeto em que se tenha esta

integração não é tarefa fácil, pois é preciso que se tenha fornecedores qualificados, flexíveis

e dispostos a trabalharem em conjunto com a organização, isto inclui compartilhar

informações e investimentos. Além disto, tem de haver um sistema capaz de absorver todo

este fluxo de informações, integrar os setores do projeto e interligá-los com o fornecedor.

Por isto, esta integração que é tão discutida nas organizações, se mal implantada e

administrada pode acarretar o fim do projeto e prejudicar a imagem da organização. O

gestor do projeto deve fazer uma série de avaliações, considerando diversos aspectos que

serão apresentados ao longo deste trabalho antes de implantar um sistema integrado.

Este estudo tem como objetivo analisar todos os participantes que integram a cadeia de

suprimentos, com ênfase na área de aquisições, suas atividades e como estas, quando bem

integradas, podem ser decisivas para o sucesso do projeto. Estas questões são de extrema

relevância, pois mostram todas as etapas que devem planejadas e coordenadas pelo gestor

do projeto. Além disto, mostrará todos os processos da gestão de aquisições, como estes

podem variar de acordo com o sistema adotado pela organização e como é feita a sua

integração com os demais membros da cadeia de suprimentos.

Este trabalho tem como foco a gestão de aquisições, por isto esta área será

amplamente analisada, suas estratégias, os sistemas disponíveis, a conduta ética do gestor

de aquisições e etc. Assim como, as transformações ocorridas neste setor com as

mudanças dos conceitos de estoque e do relacionamento entre a organização e os

fornecedores. Os outros integrantes da cadeia de suprimentos, também serão estudados,

porém será feita uma abordagem apenas direcionada as suas integrações com o setor de

aquisições, ou seja, serão apresentados os aspectos relacionados a integração da cadeia

de suprimentos.

2

CAPITULO I

LOGÍSTICA

A logística possui origem militar, era utilizada pelos militares durante as guerras com

o objetivo de fazer com que a tropa e os equipamentos estivessem nos seus devidos

lugares na hora correta. Antigamente, quando a logística chegou ao Brasil, em 1970, era

vista apenas como um meio de transportar e distribuir cargas. Hoje, as empresas já

perceberam que a logística vai muito além do simples transporte de cargas, é composta de

vários aspectos que determinam o sucesso da organização e que juntos formam o sistema

logístico.

Por esta atividade passam todos os fluxos de materiais e de informações que

interligam o pedido do cliente até o fornecedor e vice-versa. Fazer com que o produto que o

cliente deseja esteja a sua disposição, em perfeito estado, no prazo acordado e com o

menor custo possível para a empresa são os grandes desafios enfrentados pelos gestores

de logística.

A logística é composta de três dimensões, são elas: Dimensão de atividades,

dimensão de domínios e dimensão de fluxos. Na dimensão de atividades fazem parte os

processos administrativos, de engenharia, gerenciamento e operacional, ou seja, nela estão

incluídas as emissões e acompanhamento dos pedidos, previsões da demanda, as

transformações e especificações do material e etc. Na dimensão de domínios estão

incluídas as tomadas de decisão, a gestão de recursos e fluxos e o modelo organizacional.

É nesta dimensão que os fluxos de entrada e saída de informações e materiais são

controlados, as decisões em relação a pedidos, prazos e distribuições serão tomadas. E

compõe a dimensão de fluxos os suprimentos, o serviço ao cliente, a transformação e a

distribuição, ou seja, é a parte responsável na preparação e transformação da matéria-

prima para que esta esteja pronta para suprir as necessidades da empresa (BERTAGLIA,

2003).

Além disto, existem cinco pontos básicos que norteiam a logística que são a

movimentação das informações, o custo, a movimentação dos produtos, o tempo e o nível

de serviços. A movimentação das informações está relacionada ao fluxo de dados do cliente

até o fornecedor e desde o fornecedor até o cliente, ou seja, é um fluxo de mão dupla. O

custo deve ser controlado e observado em cada etapa, a fim de evitar um gasto dispensável

com transporte e interrupções no fluxo do produto. A movimentação dos produtos pode ser

interna, quando o produto é deslocado dentro da própria fábrica, e externa quando o produto

é transportado de um local para o outro (de fabricantes para lojistas, distribuidores para

armazéns e etc.). O tempo é o período entre o pedido de compra do cliente e a entrega do

produto para o mesmo, este tempo está associado ao custo do transporte e a satisfação do

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cliente. E por fim, o nível de serviço representa a satisfação do cliente, sua percepção de

valor em relação ao valor pago pelo produto e o serviço realizado.

1.1. Integrantes da cadeia logística

Alguns setores de uma organização estão diretamente envolvidos com o processo

logístico, por isto é importante que o gestor do projeto conheça cada um deles e suas

atividades relacionadas a logística afim de reduzir os custos e maximizar os resultados

positivos.

O setor comercial da organização é quem inicia o processo logístico. É ele que

descobre os desejos do cliente e auxilia o setor de marketing a elaborar as pesquisas de

mercado para descobrirem as reais necessidades dos clientes. Com estas informações,

juntam os resultados das pesquisas com as observações feitas pela equipe que atua na

área comercial e conseguem captar o produto que o cliente necessita e qual o valor

percebido por ele neste determinado produto. A percepção de valor é uma equação entre o

que aquele produto representa para o cliente em relação ao seu custo, sua durabilidade e

confiabilidade.

Com a definição das reais necessidades dos clientes, o processo logístico entra na

área de atuação do setor industrial que é quem define quais os materiais serão utilizados

para a construção do produto e a tecnologia necessária.

Após esta fase, entra em cena um dos mais importantes integrantes da cadeia

logística: O fornecedor. O conceito do fornecedor que apenas entregava o pedido feito para

a empresa, e esta possuía inúmeros fornecedores, já foi ultrapassado. Hoje, os

fornecedores são parceiros das organizações, participam do desenvolvimento do produto,

fazem contratos de exclusividade e etc. E as empresas, por sua vez, diminuíram

consideravelmente o número de fornecedores e aprofundaram o relacionamento com seus

fornecedores preferenciais, transformando-os em parceiros. Para que esta parceria dê certo,

o uso da informática é fundamental para facilitar o fluxo de informações e otimizar todo o

processo; assim como o uso do custeio por atividade, pois assim o administrador tem como

saber ao certo o custo real de cada parte da operação, o que facilita a identificação e o

reparo de custos elevados e desnecessários; é essencial que se exija dos fornecedores as

certificações das normas ISO, como uma forma de manter o padrão de qualidade toda a

operação (BERTAGLIA, 2003).

Todos esses aspectos são fundamentais para que a parceria entre fornecedores e

compradores dê certo e que o conceito de JIT seja utilizado da maneira correta. Assim, as

organizações podem manter seus estoques quase zerados e mesmo assim, terem

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disponíveis os materiais que precisam, no prazo necessário. Por isto, esta integração é tão

importante, o fornecedor deve acompanhar as vendas feitas pela empresa e os pedidos

recebidos, assim terá um controle do que terá que ser fornecido e em quanto tempo. Desta

forma, a empresa pode reduzir seus custos com estoque e o fornecedor tem condições de

entregar o pedido em um mínimo espaço de tempo.

Uma outra parte integrante da cadeia logística é a área administrativa e financeira da

empresa. A transformação da logística, com a adoção do JIT e o aumento do

relacionamento com os fornecedores, fez com que a movimentação financeira da empresa

seja mais rápida. A redução de custos com estoque, a agilização dos pedidos dos clientes

(gerando mais receita) e a parceria com os fornecedores permitem que a organização tenha

mais recursos em caixa e uma liquidez maior. Além disto, permite ao administrador ter um

fluxo de caixa mais seguro, já que vai estar integrado com os fornecedores e um melhor

planejamento dos custos com materiais.

Cliente

Setor Comercial Setor de Marketing

Setor administrativo Setor industrial

Fornecedores

Distribuição física Figura 1: Integração dos setores

(Adaptado de BERTAGLIA, 2003).

E por fim, temos a distribuição física que envolve os meios de transportes utilizados e

a localização da fábrica e dos fornecedores. O local escolhido para a instalação da fabrica

deve ser estratégico e estar de acordo com o mercado em potencial, visando reduzir os

custos com transporte e facilitar a movimentação da carga. Antigamente, as empresas

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possuíam depósitos enormes para o armazenamento dos estoques, hoje com a redução do

estoque as organizações utilizam o mínimo possível os depósitos, e muitas vezes, utilizam

até carros e caminhões como locais de armazenagem, assim aproveitam a mobilidade

destes transportes e evitam o desperdício de espaço. O meio de transporte a ser utilizado é

escolhido de acordo com a distância a ser percorrida, o peso, perecibilidade, custo e o prazo

de entrega do produto. O transporte pode ser ferroviário, para matéria-prima e de baixo valor

agregado, rodoviário, para produtos acabados e semi-acabados, aeroviários, produtos de

alto valor agregado, hidroviários, produtos de alto e baixo valor agregado e dutoviário, para

gases, líquidos e minérios. E também pode ser utilizado o transporte multimodal, que é

quando se faz uso de mais de um meio de transporte para transportar a carga.

1.2. O presente e o futuro da logística

Com a globalização, as barreiras territoriais foram derrubadas proporcionando a

extensão do mercado das organizações. Isto fez com que as empresas reorganizassem

suas fábricas e seu sistema logístico, pois precisam disponibilizar seus produtos em

diversos países, com o menor custo possível e mantendo um padrão de qualidade. Para isto

é necessário o uso de sistemas de informação para controlar e interligar todas as unidades

da organização, a atualização e o acompanhamento constante dos horários dos transportes

disponíveis e a administração da diferença de fuso horário entre um país e outro.

Além disto, é necessário levar em consideração as necessidades e exigências dos

clientes. Pois, o produto que satisfaz um cliente brasileiro, pode não satisfazer um cliente

australiano. Portanto, as enormes cargas de produtos padronizados que eram transportadas

devem dar lugar a pequenas cargas de produtos personalizados. A população de cada país

possui sua cultura e hábitos que devem ser pesquisados, analisados e respeitados pela

empresa. Isto exige uma mobilidade maior da fábrica e flexibilidade do sistema logístico, que

deve ser capaz de disponibilizar produtos diferentes, em países diversos, no tempo

necessário e com o custo reduzido (MOURA, 2003).

A logística pode ser utilizada como estratégia pela organização através de um

diferencial competitivo, ou seja, a forma com que as empresa se diferencia das demais.

Esse diferencial pode ser em relação a qualidade, quando o cliente percebe e paga um valor

maior pelo produto fornecido pela empresa do que o valor que é pago pelo produto das

outras empresas. Para isto, é preciso que se tenha um sistema logístico capaz de fazer com

que o produto chegue com este nível de qualidade em qualquer parte do mundo. O

diferencial de confiabilidade está associado ao cumprimento do pedido (prazo, quantidade

de material e produtos) por parte da empresa ao cliente. Com isto, a empresa adquiri a

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confiança do cliente o que gera valor para a organização. Porém, é preciso que a logística

esteja bem integrada e coordenada para que não ocorra imprevistos e atrasos na entrega do

produto. Tem o diferencial pelo custo, quando a empresa consegue disponibilizar um

produto para o cliente com um preço abaixo do preço de mercado. Para isto, é necessário a

manutenção dos preços dos fornecedores e a utilização de um meio de transporte que

atenda as exigências de baixo custo da organização. O diferencial por flexibilidade que é a

capacidade da empresa de produzir produtos personalizados e entregá-los, mesmo em

pequena quantidade, dentro do tempo e do custo estimado. Neste caso, a logística precisa

estar preparada e adaptada para o transporte de pequenas cargas para diversos lugares. E

por fim, o diferencial por inovação que é a capacidade da empresa perceber as

necessidades dos clientes e produzir e disponibilizar produtos inovadores. Para isto, a

logística tem de estar organizada para distribuir diferentes produtos para diferentes lugares,

visto que o que é uma inovação em um país, pode não ser no outro.

Para que se possa ter um sistema logístico eficaz e estratégico é fundamental que se

utilize indicadores de desempenho, pois é a forma de se saber se os objetivos estão sendo

alcançados e estabelecer novas metas de melhorias. Estas metas devem estar de acordo com

a forma com que a empresa quer se diferenciar das demais, ou seja, a empresa que

pretende ter competitividade pelo custo tem que criar metas relacionadas a redução dos

custos e ter um rígido controle de cada etapa do processo logístico.

Além disto, deve-se levar em conta as necessidades e opinião dos clientes, saber o

que eles necessitam, o que acham do serviço prestado pela empresa e em que nível está este

serviço em relação ao que é prestado pela concorrência. Depois, para a criação de metas é

importante que não sejam fáceis demais e nem impossíveis de serem alcançadas, as metas

devem ter um grau de dificuldade mediano para motivar os funcionários e contribuir para

a melhora das operações da organização (MOURA, 2003).

Todas as medidas apresentadas são válidas para um bom funcionamento do sistema

logístico, porém cabe ao gestor do projeto verificar quais técnicas e ferramentas melhor se

encaixam nas necessidades e objetivos da organização.

7

CAPITULO II GESTÃO DE AQUISIÇÃO

O setor de aquisições de uma organização tem uma função essencial e estratégica,

pois é o responsável pela compra da matéria- prima ou dos produtos que serão vendidos

aos clientes. Por isto, cabe ao comprador fazer com que esta operação seja lucrativa ao

invés de gerar apenas custos para a organização.

Com o novo conceito de logística e a adoção de conceitos como o JIT, a gerência de

suprimentos passou por transformações, suas funções e atividades foram ampliadas. A

maneira como o estoque é mantido e controlado também foi modificado, pois não se pode

mais manter altos níveis de estoque, devido ao alto custo, mas não se pode ter o estoque

extremamente reduzido para que não se comprometa a produção. Cabe ao gestor de

aquisições verificar quais níveis de estoque devem ser praticados e controlá-los.

O sistema de informações utilizado pelo setor de aquisições e o relacionamento com

os fornecedores também sofreram modificações. Hoje, o sistema utilizado é integrado com

os demais participantes da cadeia logística e até com os fornecedores que acompanham os

níveis de estoque. E o relacionamento entre o comprador e o fornecedor deixou de ser

apenas uma transação comercial e se transformou em um relacionamento mais amplo e

duradouro.

Os objetivos da gerência de aquisições devem estar de acordo com os objetivos e o

posicionamento da organização, para isto é preciso que o gestor esteja sempre atualizado e

integrado com os demais setores da empresa. De acordo com as atividades e estratégias da

organização o comprador dará prioridade a uma determinada característica do fornecedor e

do material a ser adquirido, tudo depende de que tipo de necessidade do cliente a empresa

pretende suprir.

O gestor de aquisições interage diretamente com os outros setores da empresa,

troca informações, recebe pedidos, elabora relatórios e etc. Com o a área de qualidade

recebe informações a respeito das características dos produtos a serem adquiridos; para a

área de produção envia documentos com os prazos de entrega dos fornecedores e a

previsão de novas compras; do marketing recebe dados sobre os novos produtos

disponíveis no mercado, os concorrentes e os preços praticados por eles; para a

contabilidade envia os custos do material adquirido, o orçamento e os prazos e as condições

de pagamento; com a área de engenharia recebe pedidos de pesquisa de fornecedores e

preços de novos materiais e quantidade e materiais a serem adquiridos; e para o setor

jurídico envia informações a respeito dos fornecedores e cópias dos contratos de prestação

de serviços. Para o projeto funcionar plenamente é necessário que todos os setores estejam

interligados entre si, formando uma grande teia de dados em pró do objetivo organizacional.

8

2.1. Formas de aquisição

Com as novas necessidades do mercado globalizado, a forma de adquirir os

produtos passou por algumas transformações e ganhou novas ferramentas. Uma das

formas mais utilizadas pelas empresas que possuem um relacionamento de confiança com

seus fornecedores é o EDI, uma tecnologia eletrônica de transmissão de dados. Através de

um programa próprio o pedido que é feito pelo cliente é enviado diretamente para o

fornecedor, sem a necessidade de documentos físicos. Assim, evita-se o desperdício de

tempo, acelera o processo de compra, reduz os custos e fortalece o relacionamento do

cliente com o fornecedor. Desta forma, o fornecedor passa a conhecer mais as

necessidades do comprador e muitas vezes o auxilia no processo de criação ou no

produtivo. E o comprador se sente mais seguro em reduzir seus níveis de estoque, pois

sabe que quando este atingir um determinado limite, o fornecedor será acionado e entregará

o pedido, dentro de suas especificações, no prazo acordado (DIAS & COSTA, 2003).

A internet é outro meio de comunicação muito utilizado pelas empresas para

realizarem suas operações, entre elas, os pedidos de compra. Possui inúmeras vantagens

como o baixo custo de implantação e manutenção, a facilidade do acesso por todos e de

qualquer parte do mundo, a utilização em tempo real e etc. Porém, sua segurança é baixa,

visto que existem inúmeros programas e pessoas mal intencionadas que invadem e-mails e

computadores alheios, o que pode distorcer os dados enviados e recebidos pelo comprador ou

fornecedor e prejudicar as operações da empresa.

Os cartões de crédito, antes utilizados apenas por pessoas físicas e pequenas

empresas, hoje ganhou espaço nas transações de compras das grandes organizações. O

chamado cartão empresarial oferece, através de suas administradoras, uma série de

vantagens e prazos maiores para os seus usuários. Além disto, permitem um controle mais

eficaz sobre as compras, com relatórios detalhados com o nome do fornecedor, data de

compra e valor do produto. Possibilitam também, o parcelamento das compras e assim,

permitem a extensão do ciclo financeiro da organização.

Os leilões também são utilizados como uma forma de aquisição pelas organizações.

Por ser um processo mais longo e mais trabalhoso, normalmente, só é empregado para

grandes aquisições. Oferece vantagens para a empresa, pois torna o processo de compras

mais transparente e confiável, os preços se tornam mais competitivos e passa a conhecer

novos fornecedores e opções de produtos. E o fornecedor, recebe a oportunidade de

comercializar seus produtos para a organização ou integrar sua relação de fornecedores em

potencial. O leilão permite que, respeitando o poder de barganha, os fornecedores de

diferentes estruturas possam competir igualmente, basta que cumpram com as exigências

estabelecidas no edital pela organização. Cabe ao gestor de aquisições verificar qual o

método melhor se enquadra nas necessidades de compra da empresa naquele momento.

9

2.2. Estratégias de aquisição

A estratégia de aquisição que a organização vai adotar tem que estar de acordo com

os seus objetivos e o relacionamento que possui com seus fornecedores. Algumas

empresas optam por comprar a maioria dos produtos dos fornecedores, neste caso a

organização ganha mais mobilidade, porém se torna mais dependente dos fornecedores. Já

outras organizações preferem fabricar a maioria dos seus produtos, desta forma ela se torna

responsável por uma série de processos produtivos, mas não depende tanto dos

fornecedores. Alguns aspectos, como a demanda, devem ser analisados na hora da decisão

sobre qual estratégia deve ser adotada, não é vantagem para a empresa montar uma

fabrica, comprar equipamentos e contratar funcionários para a fabricação própria de

produtos que possuem uma demanda baixa ou que só serão comercializados em um curto

período de tempo. Assim como, algumas organizações quando não querem produzir

produtos de alto valor financiam a estruturação do fornecedor para que este se torne

responsável pela fabricação do determinado produto, neste caso o fornecedor passa a ser

um parceiro comercial (DIAS & COSTA, 2003).

As duas estratégias principais de aquisição são a verticalização e a horizontalização.

A verticalização era mais utilizada antigamente, onde a empresa produzia toda a matéria

prima utilizada na fabricação de seus produtos, ou seja, ela era responsável pela fabricação

da maioria dos itens integrantes do seu produto. Possui diversas vantagens: A tecnologia

utilizada fica em poder da empresa e evita a utilização pela concorrência, manutenção dos

padrões de qualidade, possui autonomia para alterar qualquer aspecto da produção e não

depende dos fornecedores. Porém, também possui inúmeras desvantagens, pois terá que

fazer um alto investimento para montar e manter uma fábrica capaz de produzir todos os

itens que necessita, terá que contratar mais pessoas e aumentar o espaço físico da

empresa. Além disto, ainda corre o risco de perder o foco no negócio principal da empresa,

já que terá a responsabilidade de cuidar de diversos processos produtivos.

A horizontalização é a estratégia mais adotada atualmente, nela as empresas

compram tudo o que podem de fornecedores, assim como terceirizam os serviços. Esta

estratégia ganhou força com a transformação de fornecedores em parceiros e sua

integração na cadeia logística e de suprimentos. Suas vantagens estão relacionadas a

redução do custo, pois não necessita investir na instalação da fábrica, em equipamentos e

nem em funcionários para a produção. Além disto, pode comprar dos fornecedores apenas a

quantidade necessária para atender a demanda daquele determinado período, sem se

preocupar se produção vai ser interrompida e acarretará em prejuízos para a empresa. Com

a aquisição de materiais de terceiros a empresa só terá que se preocupar com o seu

10

negócio principal, o que faz com que os gestores possam se dedicar mais em aperfeiçoar os

processos da empresa, pesquisar e implantar novas tecnologias e etc. Apesar destas

vantagens, esta estratégia também apresenta suas desvantagens, pois como os produtos são

produzidos por terceiros a empresa corre o risco de sua tecnologia ficar exposta aos

concorrentes, ou seja, ela perde o controle sobre quem tem acesso as tecnologias utilizadas na

fabricação de seus produtos.

O ideal é que a organização encontre um equilíbrio entre a estratégia de

verticalização e a de horizontalização. De forma que fabrique apenas o que é essencial para o

negócio principal da empresa, pois assim não corre o risco de expor sua tecnologia e

gasta apenas o necessário com o processo produtivo. Da mesma maneira que pode

terceirizar os demais serviços, este é um método de extrair o melhor de cada estratégia de

acordo com as necessidades e objetivos da empresa.

Se tratando de alguns equipamentos, móveis ou imóveis o gestor de aquisições tem

a opção de alugá-lo ao invés de comprá-lo. Também existe uma prática muito comum no

mercado empresarial que é o arrendamento mercantil, nele um arrendador adquiri o produto

que a empresa deseja do fornecedor e o aluga para a empresa. Assim, a organização não

precisa investir uma grande quantia para comprar o bem, não é responsável pela sua

atualização e nem corre o risco dele se tornar obsoleto. O problema é que a empresa

dependerá do arrendador para utilizar o bem e corre o risco do mesmo não renovar o

contrato de arrendamento mercantil, suspendendo assim a parceria comercial entre eles.

Esta opção indicada para bens que serão utilizados por um período determinado.

2.3. Aquisição de materiais

Existem diversos processos que podem ser utilizados para a aquisição de materiais.

Um dos principais é a solicitação de compras, que é um documento onde constam os dados

do solicitante, as características e a quantidade do material a ser adquirido. Este formulário

pode ser preenchido por qualquer setor ou funcionário da empresa e é entregue ao setor de

aquisições. Este, analisa o formulário, cumpre os procedimentos do setor e encaminha o

pedido para o fornecedor. É um método simples e eficaz, porém devido o seu acesso ser

livre para todos, só deve ser utilizado para compras de materiais de baixo valor.

O planejamento das necessidades de materiais é feito através do computador que é

alimentado com todos os materiais necessários para a fabricação do produto e com a

demanda estimada. A partir disto, o sistema verifica se o material que há em estoque vai ser

capaz de suprir a demanda informada, caso negativo é emitido um pedido de compras dos

materiais que estão em níveis baixos de estoque ou é feito um pedido de fabricação para os

11

materiais fabricados na própria empresa. Para que este sistema funcione, é necessário que o

sistema seja bem alimentado com os dados da árvore do produto, ou seja, com a relação de

todos os materiais e suas quantidades necessárias para a fabricação do produto. Assim, basta

o gestor de aquisições acompanhar diariamente este sistema para saber o que, quando e

quanto deve comprar de cada material.

Estimativa de demanda

Dados dos materiais do produto

Sistema de planejamento

Quantidade de material

Verificação do estoque

Quantidade

Pedido de compras

necessária

em

Material adquirido

ou fabricado

Produção liberada

Pedido de fabricação

Fornecedor Produção Relatório do processo

Figura 2: Sistema de planejamento das necessidades de materiais.

(Adaptado de BERTAGLIA, 2003).

12

Atualmente, um método muito utilizado pelas organizações é o JIT, just in time, pois

com ele é possível reduzir os custos com estoque e os pedidos de compra só são feitos

quando existe há necessidade de fabricar o produto. Com este processo, a gestão de

suprimentos se torna mais flexível e dinâmica, já que os pedidos são feitos de acordo com a

demanda. Porém, para adotar este método é preciso que a empresa tenha fornecedores de

confiança e que estejam integrados com sua cadeia de suprimentos, pois só assim eles

poderão acompanhar a previsão da demanda e garantir que o material chegue no tempo

necessário (FRANCISCHINI & GURGEL, 2002).

O sistema de reposição periódica consiste no pedido de compras que é feito sempre

com um intervalo de tempo pré-determinado, ou seja, um determinado produto é comprado

com uma freqüência anteriormente definida, de acordo com a sua demanda. Normalmente, os

produtos que são adquiridos por este método são aqueles essenciais para a produção, por

isto precisam estar sempre disponíveis em estoque. A quantidade a ser adquirida é de acordo

com a quantidade ainda existente no estoque, isto quer dizer que tem de haver sempre

uma quantidade pré-determinada daquele produto no estoque.

Já o sistema de reposição contínua emite o pedido de compras quando o nível do

material em estoque atinge um determinado limite. Sua diferença para o sistema de

reposição periódica é que nele não existe um intervalo de tempo pré-determinado para a

emissão do pedido, basta que o nível de estoque atinja o seu limite que o pedido é

disparado. Este sistema também é muito utilizado pelas fábricas, pois é uma forma de

manter sempre um estoque disponível, evitando assim a interrupção da produção. A

quantidade do pedido é determinada de acordo com a demanda do produto.

Nos contratos de fornecimento a organização faz um acordo com o fornecedor para

que este lhe forneça um determinado produto, dentro das especificações pedidas, no preço

acordado e conforme suas necessidades. Este sistema utiliza o EDI, uma forma de

aquisição que foi apresentada anteriormente para interligar a organização ao fornecedor.

Assim, quando existe a demanda do produto um pedido de compra é enviado ao fornecedor

que disponibiliza o produto para a empresa dentro de um tempo pré-definido. Desta forma, a

organização mantém uma parceria com o fornecedor e garante as condições de compras

determinadas no contrato em todos os seus pedidos feitos no período de sua vigência.

E por fim, o método do caixeiro viajante, que era muito utilizado antigamente, mas

que está cada vez mais sendo substituído por métodos mais eficazes. Nele, um vendedor do

fornecedor visita uma carteira de clientes frequentemente e verifica quais produtos devem ser

pedidos. Este sistema, além de custoso para o fornecedor, pode ser prejudicial a

organização que tem que esperar pelo vendedor para poder fazer seus pedidos.

13

2.4. Aquisição de bens patrimoniais

O processo de aquisição de bens patrimoniais é mais complexo do que o de

materiais, devido ao alto valor envolvido nestas operações. Normalmente trata-se da

aquisição de novos imóveis, a criação de novas filiais, a estruturação de novos projetos,

equipamentos e etc.

O contrato é o principal meio utilizado para a aquisição de bens patrimoniais, pois

nele são incluídas diversas cláusulas que tornam a operação mais segura para a

organização e para o fornecedor. Também são incluídos aspectos como prazos para a

entrega do bem, formas de pagamento, garantias, multas por quaisquer irregularidades ou

quebra do contrato e etc. É válido lembrar que qualquer contrato tem que estar de acordo com

a legislação vigente do país aonde a transação for feita.

Existem diversos tipos de contratos, os principais são: Contrato em aberto, contrato

de fornecimento de serviços, contrato de intenção de compra, contrato por cotas de

fornecimento e contrato de fornecimento em conta corrente. Nos contratos em aberto a

empresa e o fornecedor definem o preço unitário, assim como as demais especificações, e

firmam um contrato, porém não estipulam um prazo e nem a quantidade a ser entregue pelo

fornecedor. Desta forma, toda vez que a empresa necessita daquele produto, faz uma

solicitação para o fornecedor e só negociam o prazo para a entrega, já que as demais

condições foram pré-definidas no contrato. Este tipo de contrato é muito utilizado pela

indústria automobilística. Nos contratos de fornecimento de serviço o objeto do contrato é

um serviço que o fornecedor irá prestar para a organização. Estes contratos são utilizados

para o fornecimento de diversos tipos de serviços e contratados por empresas de todos os

segmentos. Os contratos de intenção de compra são pouco utilizados e só são vistos em

setores muito específicos e que envolvem bens de alto valor. Nele, o fabricante desenvolve

um novo produto, apresenta-o a empresa e esta faz um contrato de intenção de compra,

pagando um adiantamento, e o fornecedor informa o prazo máximo para a entrega do bem.

Porém, a empresa possui um período em que ela pode desistir da intenção compra ou

ratificá-la. Nos contratos por cota de fornecimento a empresa assumi o compromisso de

comprar uma determinada quantidade mínima do produto com um intervalo de tempo,

também, pré-determinado. Este contrato é utilizado em mercados que a demanda é maior

do que a oferta, assim a empresa tem a garantia que durante a vigência do contrato terá

uma quantidade mínima disponível. E o contrato de fornecimento em conta corrente ocorre

quando o fornecedor junta as compras de um determinado período da empresa e cobra em

uma única fatura. É utilizado para compras de pequeno valor, porém freqüentes. E por

empresas de diversos segmentos (FRANCISCHINI & GURGEL, 2002).

14

Para a aquisição de equipamentos é necessária uma maior integração entre o gestor

de aquisições e o setor solicitante do equipamento. Pois, somente um especialista no

assunto pode avaliar se as especificações do equipamento vão atender as necessidades da

empresa e das opções disponíveis do mercado qual trará mais vantagens para a empresa.

Os equipamentos podem ser adquiridos por um projeto especial, ou seja, o

fornecedor fabrica o equipamento de acordo com as necessidades da organização. Assim, a

empresa é que vai informar quais as características e especificações que deseja no

equipamento. É um processo bem mais complexo e custoso para a organização, por isto a

parte técnica da empresa deve definir cada item integrante do equipamento, levando em

consideração o rendimento, segurança, vida útil e etc. Também deve-se analisar propostas de

diversos fornecedores para que se possa escolher o mais vantajoso e negociar as

condições existentes no contrato. E este deve ter uma série de itens a serem analisados

minuciosamente, os principais são:

Transporte e Instalação - Quem fará o transporte e a instalação do equipamento?

Licença de Funcionamento - Quem será responsável por obter as licenças necessárias

para o funcionamento do equipamento.

Treinamento - O fornecedor vai oferecer treinamento para o pessoal da empresa?

Manutenção - O fornecedor se responsabiliza pela manutenção do equipamento? Por

quanto tempo? Quem fará o transporte para a manutenção?

Penalidades - Quais serão as penalidades se uma das partes não cumprir com as

cláusulas contratuais?

Garantia - Quais o tempo da garantia do equipamento? Qual o prazo máximo para que os

reparos sejam feitos?

Condições de Pagamento - Como será feito o pagamento? Em quais casos o mesmo

poderá ser suspenso?

Porém, na maioria das vezes os equipamentos adquiridos são padronizados, ou seja, a

empresa escolhe um equipamento que já é fabricado pelo fornecedor, sendo assim não é

possível que se faça muitas alterações nas suas características. Cabe a organização

verificar qual que melhor se enquadra nas suas necessidades e qual fornecedor oferece o

melhor custo - benefício. Este tipo de aquisição de equipamento é mais barato para a

empresa, porém muitas vezes o equipamento, por não ter sido fabricado de acordo com

suas necessidades, não irá atender todas as suas exigências.

15

2.5. A parceria entre a organização e o fornecedor

Com a transformação do fornecedor em parceiro, o que era apenas uma transação

comercial se transformou em um relacionamento confiável e duradouro. Com a adoção da

horizontalização pelas organizações, cada vez mais este tipo de relacionamento é

procurado e incentivado pelas organizações. Existem quatro etapas deste relacionamento,

que se inicia com a abordagem convencional, onde a maior preocupação é o preço. Nela o

fornecedor ainda é visto como um adversário que requer cuidados e desconfianças, por isto

faz-se cotação com diversos fornecedores, todas as condições são amplamente negociadas

e os produtos são verificados minuciosamente. Depois, passa-se para a abordagem da

qualidade, nesta etapa a organização prioriza a qualidade do produto, com isto elimina os

fornecedores que oferecem produtos de baixa qualidade, reduzindo assim a quantidade de

fornecedores. Nesta fase, a confiança entre o fornecedor selecionado e a organização

aumenta, é o início do relacionamento. A terceira etapa é a da integração operacional, nela

o fornecedor e a organização fazem investimentos juntos em pesquisas e o fornecedor

participa do projeto de criação do produto, conhece os processos e as necessidades da

empresa e etc. E a quarta etapa é da integração estratégia, nela fornecedor e organização

compartilham da mesma engenharia, gerenciam os processos juntos e o nível de qualidade

se iguala. O fornecedor passa a ser um parceiro de negócio da organização (DIAS &

COSTA, 2003).

O tipo de relacionamento existente na quarta etapa chama-se comakership. Se

atinge este ponto quando há confiança mútua entre o fornecedor e a organização, um

conhece e integra os processos do outro e o nível de qualidade do que está sendo fornecido é

assegurado. Porém, para atingir este grau de relacionamento não é fácil e nem de forma

rápida, é preciso tempo para ambos se conhecerem e alguns fatores precisam ser

analisados. Pois, para que a parceria dê certo, os objetivos e as prioridades dos dois

precisam estar de acordo, portanto tem que haver uma sincronia e identificação do que é

oferecido pelo fornecedor com as necessidades da organização.

Primeiramente, a organização deve avaliar seus fornecedores para verificar qual

deles tem o perfil do parceiro que necessita. As empresas costumam analisar os seguintes

aspectos dos fornecedores: Qualidade, flexibilidade, custo, capacitação gerencial e

financeira, instalações e pontualidade. Em qualidade avalia-se se o fornecedor possui o

nível de qualidade exigido pela empresa, se tem certificações da ISO, se possui programas

de melhoria contínua, e etc. A organização acompanha durante um determinado período as

operações do fornecedor para verificar se está ocorrendo melhorias, se as falhas estão

sendo reparadas e se o nível de qualidade é constante. Na flexibilidade verifica-se a

capacidade do fornecedor de se adaptar a novas exigências e necessidades.

16

Fornecedor e organização precisam possuir a mesma velocidade de adaptação para

que o último não perca oportunidades do mercado em razão da pouca flexibilidade do seu

fornecedor. Este aspecto é de extrema relevância, visto que as necessidades do mercado

mudam cada vez mais depressa. No custo a organização avalia se o preço cobrado pelo

fornecedor está de acordo com o mercado e se o seu custo pode ser reduzido. A

empresa analisa cada processo do fornecedor e compara com os do mercado, a fim de

verificar onde se pode diminuir o custo. O resultado desta análise é apresentado ao

fornecedor e cabe a ele fazer as alterações necessárias, muitas vezes com a ajuda da

organização, para que seu custo chegue ao nível esperado. A organização também deve

analisar a capacitação gerencial e financeira do fornecedor, informando-se de como é a

estrutura organizacional do fornecedor, os responsáveis pela tomada de decisão e as suas

condições financeiras. O fornecedor deve ter capital de giro suficiente para atender os

pedidos da organização e ter condições de fazer possíveis investimentos. As instalações

do fornecedor também devem ser verificadas pela organização, o fornecedor deve possuir

condições mínimas para fabricar produtos de qualidade, deve ter capacidade de

armazenamento e de deslocação interna dos materiais, sem danificá-los. E por último,

pontualidade, o fornecedor deve ser capaz de cumprir os prazos acordados com a

organização. Sem isto, não é possível que se forme uma parceria comercial.

Após a análise dos aspectos apresentados acima, a organização começa a criar um

relacionamento com o fornecedor que atendeu a todas as suas exigências. Normalmente,

algumas propostas de melhorias são oferecidas ao fornecedor para que ele se torne mais

eficaz e a organização o ajuda na implantação destas melhorias. Os resultados destas

mudanças são acompanhados pela organização que verifica se o fornecedor superou suas

deficiências ou se ainda está com as mesmas falhas. Nessa fase, já existe uma integração e

confiança entre as partes.

Quando a organização e o fornecedor já estão no mesmo nível de qualidade,

começam as negociações para a formação da parceria. As cláusulas do contrato são

amplamente discutidas e negociadas, alguns aspectos são fundamentais em contratos de

parceria do negócio. Devem ser definidas questões como se o produto fornecido vai ser

exclusivo para a organização, se os custos do fornecedor estarão disponíveis para a

empresa, qual será a forma de comunicação utilizada entre eles, até que ponto estarão

integrados, quais as punições para quem descumprir o contrato e etc.

Este tipo de relacionamento é ótimo para ambas as partes, porém deve-se analisar

minuciosamente cada etapa do processo de parceria para se fazer uma escolha acertada do

parceiro de negócio e assim, evitar futuros problemas e prejuízos.

17

2.6. A ética e o gestor de aquisições

Como nas demais profissões o gestor de aquisições deve realizar suas funções

dentro da legislação vigente e dos padrões éticos e morais. Como a área de aquisições lida

com operações de altos valores e que muitas vezes é a única responsável pela tomada de

decisão e escolha do fornecedor, surgem uma série de questionamentos e estratégias para

tornar as operações as mais transparentes possíveis. A maioria das empresas cria um

código de ética que todos os seus funcionários precisam seguir e uma série de normas a

serem seguidas pelos funcionários da área de aquisições. Um dessas normas é.o gestor

preencher um relatório onde justifica a escolha de um determinado fornecedor ao invés dos

demais, junto a este relatório é anexado os orçamentos e demais documentos fornecidos por

todos que estavam participando da cotação.

Para a organização é muito difícil manter o controle do que foi comprado porque era

realmente vantajoso para a organização ou por motivos que fogem aos padrões éticos.

Principalmente, em compras de baixo valor, pois estas normalmente não passam por um

rigoroso critério e nem envolvem a participação de outros setores. As empresas, como um

meio de inibir os comportamentos antiéticos, faz com que seus funcionários, quando são

admitidos, assinem um termo de compromisso de conduta ética que permite que sejam

demitidos por justa causa caso violem alguma cláusula existente no código de conduta.

Além da preocupação com o setor de aquisições, a organização também precisa ficar atenta

aos demais setores técnicos que determinam o que deve ser comprado para o gestor de

aquisições, e este muitas vezes se vê em uma posição difícil, visto que algumas solicitações de

compra são muito específicas, só permitindo que o produto seja adquirido de um único

fornecedor. O gestor de aquisições deve sempre ponderar entre o que é necessidade e o

que pode estar excedendo os limites das especificações.

No mercado empresarial são muitos os comentários dos famosos “presentes” que

são recebidos pelos setores de aquisições. Esta prática era muito comum antigamente, e

ainda é existente em milhares de empresas, porém cada vez mais é eliminada por

organizações sérias. Em fábricas e indústrias os “presentes” dos fornecedores são

estendidos a área técnica. Por mais que os profissionais não deixem que estas lembranças

interfiram no processo decisório, éticamente, não é bom para a imagem dos profissionais, do

setor, da organização e nem do fornecedor. A organização deve definir o que e até qual valor

as lembranças são aceitáveis e o que deve ser feito com as mesmas. Algumas

empresas permitem a prática das lembranças, até um determinado valor, e que elas fiquem

com o setor de aquisições, outras sorteiam as lembranças entre os funcionários da empresa ou

doam para alguma instituição de caridade.

18

Além disto, a organização também deve definir normas em relação a divulgação das

informações da empresa. Como o gestor de aquisições é o responsável pela compra de

matéria-prima e de produtos que ainda vão ser lançados no mercado pela organização, o

profissional deve ser ético e não revelar detalhes do novo produto, materiais utilizados na sua

fabricação e etc. O chamado vazamento de informações prejudica a empresa, pois seus

concorrentes recebem informações privilegiadas de produtos que ainda serão lançados e

cria um clima de desconfiança dentro da empresa. Também é antiético o gestor divulgar o

orçamento recebido de um fornecedor para outro fornecedor que ainda está elaborando a sua

proposta (MARTINS & ALT, 2006).

Algumas normas de conduta são essenciais para o gestor de aquisições, são elas

transparência, interesses, imparcialidade e confiabilidade, escolhendo os fornecedores de

forma transparente e com base em aspectos justificáveis, não exercendo outra atividade

profissional que conflite com os interesses da organização, sendo imparcial em relação aos

fornecedores, respeitando as normas da organização em relação ao recebimento de presentes,

não divulgando as informações da empresa, guardando com cuidado os dados confidenciais.

19

CAPITULO III

GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

O gerenciamento da cadeia de suprimentos é a integração do sistema logístico da

empresa. Utilizando a tecnologia toda a cadeia logística é administrada e controlada através

deste sistema. Mais conhecido como SCM, supply chain management, revolucionou a parte

operacional e estratégica da empresa, proporcionando ao gestor ter uma visão de cada

etapa do processo logístico, e assim identificar as falhas, sincronizar as operações e

planejar as melhorias a serem implantadas. Com ele, o conceito da redução do número dos

fornecedores e o aumento do relacionamento entre a organização e o fornecedor ganharam

força e integrou totalmente as operações entre eles. Além disto, alterou a forma como eram

feitas as aquisições da empresa, a comunicação entre a produção e o setor de aquisições e

a distribuição dos produtos.

Com o SCM a organização pode reduzir seus custos, diminuir a quantidade de

material em estoque, acelerar o processo logístico e assim, satisfazer mais o cliente. È óbvio

que cada empresa terá o seu foco em algum processo da cadeia de suprimentos, de acordo

com o seu ramo de atuação, ou seja, uma indústria terá como objetivo principal o processo

que envolve a aquisição de materiais (custo, prazo de entrega e etc.), o material estar

disponível para a produção no tempo necessário e com o menor custo possível. Já uma

empresa que venda produtos pela internet, irá se dedicar mais ao processo de distribuição,

visto que o fator tempo de entrega é decisivo na hora da tomada de decisão do cliente.

Independente do mercado em que atuam, as organizações devem criar cadeias de

suprimentos flexíveis, para que possam se adaptar rapidamente a diferentes demandas e as

mudanças do mercado.

3.1. Gerenciamento integrado da cadeia de suprimentos

O gerenciamento integrado da cadeia de suprimentos é mais amplo e abrangente do

que a cadeia de suprimentos. No ISCM, integrated supply chain management, existe a

integração total de todos os envolvidos nas operações da empresa, desde os

subfornecedores, passando pelos atacadistas até o cliente. É como se fossem vários

subsistemas integrados em um único sistema capaz de controlar todos os processos da

empresa. Através dele é possível acompanhar todas as informações de cada etapa, o

andamento dos materiais e o valor envolvido em cada operação. Com o ISCM, a área

financeira da empresa também está integrada, pois com ele é possível se ter a informação

financeira do valor envolvido em cada processo (MARTINS & ALT, 2006).

20

Desta forma, a organização tem controle total de suas operações, desde a matéria-

prima no subfornecedor até o produto no consumidor final. Porém, para a sua implantação é

preciso que se tenha um relacionamento confiável e duradouro com seus fornecedores e

estes com os subfornecedores. Todos os elos desta cadeia precisam estar no mesmo nível,

sincronizados e com os mesmos objetivos; alterações ou falhas de algumas das partes vai

prejudicar todos os integrantes da cadeia e desarmonizar as operações. Para que este

sistema funcione, é necessário que todos os participantes estejam dispostos a integrarem

suas informações, adequarem seus processos e operações e se estruturarem para o ISCM.

Esta estrutura precisa ser bem sólida, capaz de coordenar todo o fluxo de informações que

é proveniente de todos os integrantes e o fluxo de materiais que é unidirecional.

Além disto, o sistema utilizado deve ser de alta capacidade e as organizações

participantes devem possuir a mesma capacidade de adaptação, senão o sistema pode

torna toda a operação inflexível e demorada. O ISCM quando bem estruturado e implantado, é

uma excelente oportunidade de melhora dos processos e resultados de todos os seus

integrantes, porém quando mal utilizado pode prejudicar as operações e sujar a imagem dos

seus participantes, além dos prejuízos financeiros.

Subfornecedor Fornecedor

Fluxo de informações

Organização Fluxo de materiais

Atacadista

Varejista

Consumidor final

Figura 3: Os fluxos do ISCM

(Adaptado de PIRES, 2004.)

21

3.2. Abastecimento

O sistema de abastecimento da organização integra diversos setores, desde o

marketing até o de aquisições. Este sistema é determinante para os resultados da empresa,

pode auxiliá-la na redução de custos e no tempo do processo produtivo ou tornar o processo

lento e custoso para a organização. Sua administração é de responsabilidade da área de

aquisições, que é quem seleciona e negocia com os fornecedores, acompanha o prazo de

entrega do pedido e verifica se tudo o que foi solicitado foi entregue dentro das

especificações pedidas.

A maioria das empresas ainda opera com estoque e quando este chega a um

determinado nível, é feito um pedido de reposição para o fornecedor. Mas as empresas que

adotaram o sistema JIT só são abastecidas quando há a demanda da produção, o material

recebido vai direto para a produção. Por isto, que para se adotar este sistema tem que se ter

muita confiança e integração com o fornecedor, pois uma falha ou uma entrega fora do

prazo prejudica toda a produção. Alguns aspectos são fundamentais e devem ser

analisados antes de se fazer um contrato de JIT com o fornecedor: Primeiro a empresa tem

que analisar quais materiais podem ser adquiridos por JIT e quais são vitais para o

funcionamento da empresa e precisam de estoque, além disto tem que se calcular o que

gera menos custo se é manter o material em estoque ou pagar pela rápida entrega no JIT.

Depois, o gestor de aquisições deve selecionar o fornecedor em conjunto com a área

técnica que verifica se o candidato tem condições produtivas de trabalhar com o JIT e como

será feita a integração e a comunicação entre eles. O terceiro aspecto é o transporte, unir

entrega rápida com frete barato é uma combinação difícil, a organização e o fornecedor

devem entrar em um acordo sobre qual será o meio de transporte utilizado e qual será o seu

custo e os meios viáveis de diminuir o seu valor. E por fim, precisam combinar os horários

que serão feitas as entregas, levando-se em consideração os horários em que o trânsito fica

mais congestionado, em que é permitido a circulação de caminhões nas vias rápidas e os

horários de recebimento de material da organização. Estes são apenas alguns aspectos que

devem ser analisados pelas empresas, pois a implantação do sistema JIT requer pesquisa,

coordenação e cooperação contínua de ambas as partes (MARTINS & ALT, 2006).

3.3. Recebimento

Após todo o processo de abastecimento, o gestor precisa planejar como vai ser feito

o recebimento do material pela organização. Para isto, deve-se levar em consideração os

recursos disponíveis pela empresa, quando o material será utilizados e as suas

necessidades. Existem cinco aspectos que devem ser analisados para que o material seja

22

recebido da maneira correta. Um desses pontos são os recursos tecnológicos, quais

deles serão utilizados para se controlar os materiais que estão sendo recebidos, os mais

utilizados são os leitores de código de barra, os sistemas integrados onde os colaboradores

tem acesso a relação de material (com suas respectivas especificações) que foi pedido ao

fornecedor, e etc. O gestor precisa verificar quais destas ferramentas são mais viáveis e

facilitam o processo de recebimento de acordo com as necessidades da empresa. O

segundo aspecto é a carga e descarga, para isto a organização precisa disponibilizar o

equipamento necessário para cada tipo de material, pois um produto mais sensível não

pode ser descarregado com uma empilhadeira. Deve-se planejar como será feita a descarga

do material, conforme as particularidades do material que será recebido e dos equipamentos

disponíveis na empresa. O terceiro aspecto é o espaço físico onde o produto vai ser

recebido, tem que haver espaço para a verificação do material, trânsito livre para a

distribuição do mesmo, seja para o estoque ou diretamente para a produção, e para o

estacionamento dos veículos. O quarto aspecto é o dos recursos humanos, a organização

precisa dispor de funcionários capacitados para o recebimento do material e esses devem

ser bem treinados em relação a tecnologia que irão utilizar para conferir e informar os dados

do material que receberam. E o último aspecto é sobre a normalização, a empresa tem que

criar normas dos procedimentos que serão realizados pelos seus funcionários, a fim de que

recebimento tenha um padrão de qualidade. Estes aspectos são fundamentais para que o

material seja recebido de maneira eficaz, principalmente, se a empresa utiliza o JIT.

3.4. Armazenagem

A armazenagem do estoque, antigamente, era feita em grandes depósitos. Hoje, com

a adoção do JIT pela maioria das empresas e com o conceito de se ter a menor quantidade

de estoque possível, a armazenagem é feita nas próprias fábricas ou em armazéns com

uma localidade estratégica. Estes locais devem ter a estrutura necessária para acomodar os

produtos que serão armazenados, ou seja, devem ser montados de acordo com as

necessidades e especificações dos materiais que serão estocados. Os armazéns podem ser

semi-automatizados, quando ainda existe a participação do homem para verificar aonde o

material vai ser armazenado e para fazer a sua locomoção. E também podem ser totalmente

automatizados, quando o sistema é que determina o melhor local do armazém para estocar

aquele determinado material, de acordo com as suas especificações, seu transporte interno

é feito por esteiras distribuição, são armazenados em porta-paletes e depois são retirados

automaticamente, quando há necessidade. A função do funcionário é apenas alimentar e

controlar o sistema.

23

CONCLUSÃO

Com o intuito de gerar um maior controle, redução de custos, redução no prazo de

entrega, melhoria na qualidade das entregas, facilidade na gestão dos pedidos, fez com que

as empresas adotassem o conceito de logística empresarial, a partir dos anos 50 e 60. Mas

foi a partir dos anos 80 que a logística passa a atuar de forma revolucionaria juntamente

como o processo de globalização e o ingresso da informática e a introdução dos

computadores de uma forma mais atuante nas empresas. Nos últimos seis anos os

processos logísticos sofreram o impacto do avanço da tecnologia. Softwares acoplados a

aparelhos de GPS (sistema de geoposicionamento, que mostra a localização exata de

materiais em movimento) tornaram possível saber, em tempo real, onde estão exatamente

estoques e mercadorias. Surgiram também armazéns inteligentes, dotados com sistemas de

radiofreqüência e leitores de códigos de barras. Programas lêem essas informações e

indicam a ordem em que os produtos devem ser retirados das prateleiras. Somando esses

avanços com plataformas tecnológicas, torna-se viável a várias empresas fechar negócios

pela Internet. A logística é à parte da gestão responsável pelos recursos, equipamentos e

informações na execução de todas as atividades dentro de uma empresa. Ë também o principal

responsável para assegurar a quantidade, qualidade e prazo de entrega dos produtos.

No processo de aquisições, temos o sistema de gestão de estoque, que planeja e controla os

níveis de estoque com eficiência nos cálculos de estoque mínimo, calculo do lote de

suprimentos, calculo de estoque máximo, no recebimento do material, identificação e

armazenamento de material e manter a organização do almoxarifado.

O sistema de fluxo do material é determinado através das necessidades dos clientes frente

aos fornecedores. O fluxo pode ser caracterizado como continuo e sincronizado, que são

determinados de acordo com as necessidades perante o cliente e o fornecedor.

O serviço ao cliente tem como objetivo fornecer vantagens substanciais de valor agregado

para toda a cadeia de suprimentos.

Para uma empresa consistente, é necessário ter a capacidade de oferecer um serviço

básico e que equilibre disponibilidade, desempenho operacional e confiabilidade.

A logística existe como o único propósito de fornecer a clientes internos e externos entregas de

produtos de forma correta e no prazo certo. Portanto, o serviço prestado ao cliente é o

elemento essencial no desenvolvimento de uma estratégica logística.

24

A estratégia baseada no atendimento de pedido perfeito tem como objetivo aperfeiçoar o

desempenho, o qual tem por finalidade fazer tudo o que seja necessário para satisfazer ao

cliente. Isso requer recursos financeiros e humanos substancias para que haja retorno em

termos de lealdade por parte do cliente. Quando os clientes são cooperativos, é possível

prestar serviços de valor agregado que proporcionem um desempenho superior. O

atendimento com zero defeito esta relacionado com a execução de um serviço básico de

nível mais elevado. A logística existe com o único propósito de fornecer a clientes internos e

externos entregas de produtos corretas no prazo certo. Portanto o serviço prestado ao

cliente é o elemento essencial no desenvolvimento de uma estratégica logística.

A partir do momento que uma empresa prestadora de serviço consegue estabelecer e

montar um bom sistema informatizado e semi-automático de ressuprimento consegue

também atender melhor seus funcionários e clientes da organização. O cliente como parte

integrante de todo o processo da prestação de um serviço percebe e avalia a qualidade em

cada uma das etapas do processo, e a simples falta de um suprimento ou recurso

patrimonial no decorrer do processo pode afetar de forma negativa a percepção do cliente

sobre o serviço que está sendo oferecido.

A logística nesse momento entra como uma filosofia, pois permite integrar as funções

administrativas com as ferramentas de marketing e de planejamento para o oferecimento de

um produto ao menor custo possível, dentro das expectativas do cliente no menor tempo

possível. Para implementar uma estratégia de marketing, é essencial analisar todas as

atividades relacionadas com o processo de conquista e manutenção de clientes que

podem ser desenvolvidas como estratégia central.

O objetivo principal da logística é reduzir os custos e maximizar os lucros da organização, o

qual é alcançado através da agilidade de informação e flexibilização no atendimento de

entrega dos produtos aos consumidores.

O processo logístico é essencial para satisfazer o cliente e ganhar vantagem competitiva,

melhorando a qualidade do serviço que a logística fornece aumentando a satisfação do

cliente, de forma a apoiar a sua lealdade. Com isso, por sua vez, leva ao aumento da

participação do mercado e uma maior margem de lucro. E ao mesmo tempo, focaliza as

reais necessidades do cliente eliminando custos de serviços não valorizados, tornando os

produtos e serviços mais atraentes no mercado.

Este trabalho teve como foco, abranger os principais processos de aquisições e

sua evolução com o passar do tempo, de forma que possamos ter uma real identificação

da necessidade das mudanças ocorridas no processo de aquisições.

25

BIBLIOGRAFIA

BAILY, Peter et.al. Compras: Princípios e administração. São Paulo: Atlas, 2008.

BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento.

São Paulo: Saraiva, 2003.

DIAS, Mario; COSTA, Figueiredo. Manual do comprador. 3. ed. São Paulo: Edicta, 2003.

FLEURY, Paulo Fernando. Avaliação da organização logística em empresas da cadeia

de suprimento de alimentos: indústria e comércio. In: Logística Empresarial. São Paulo:

Atlas, 2000.

FRANCISCHINI, Paulino G; GURGEL, Floriano do Amaral. Administração de materiais e do

patrimônio. São Paulo: Pioneira, 2002.

MARTINS, Petrônio Garcia; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de materiais e

recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva 2006.

MOURA, Reinaldo A. et.al. Atualidades na logística. São Paulo: IMAN, 2003.

PIRES, S. R. I. Gestão da Cadeia de suprimentos (Supply Chain Management):

conceitos, estratégias e casos. São Paulo: Atlas, 2004.

REZENDE, Denis Alcides; ABREU, Aline França. Tecnologia da informação: aplicada a

Sistemas de Informação Empresarial. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2003.

VERGARA, Sylvia. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 6.ed. São Paulo:

Atlas, 2005.

26

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ii

AGRADECIMENTO iii

DEDICATÓRIA iv

RESUMO v

METODOLOGIA vi

SUMÁRIO vii

LISTA DE FIGURAS E TABELAS viii

LISTA DE SIGLAS ix

INTRODUÇÃO 1

CAPÍTULO I

LOGÍSTICA 2

1.1 – Integrantes da cadeia logística 3

1.2 - O presente e o futuro da logística 5

CAPÍTULO II

GESTÃO DE AQUISIÇÃO 7

2.1 - Formas de aquisição 8

2.2 - Estratégias de aquisição 9

2.3 - Aquisição de materiais 10

2.4 - Aquisição de bens patrimoniais 13

2.5 - A parceria entre a organização e o fornecedor 15

2.6 - A ética e o gestor de aquisições 17

27

CAPÍTULO III

GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 19

3.1 - Gerenciamento integrado da cadeia de suprimentos 19

3.2 - Abastecimento 21

3.3 - Recebimento 21

3.4 – Armazenagem 22

CONCLUSÃO 23

BIBLIOGRAFIA 25

ÍNDICE 26

28

FOLHA DE AVALIAÇÃO

NOME DA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MANDES に FACULDADE INTEGRADA

AVM

TÍTULO DA MONOGRAFIA: PROCESSO DE AQUISIÇÕES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS

AUTOR: MICHELANGELO NUNES BALDANZI

DATA DA ENTREGA:

AVALIADO POR: CONCEITO: