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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A ARTE DA ESTÉTICA NA RECONSTRUÇÃO DA AUTO-ESTIMA Por: Maria Regina de Souza Olinda Orientadora Prof. Mary Sue Carvalho Pereira Rio de Janeiro 2009

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS … · influenciar negativamente o seu trabalho, a vida social e pessoal. ... um Arteterapeuta, vencendo-as, não podendo descartar a possibilidade

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A ARTE DA ESTÉTICA NA RECONSTRUÇÃO DA AUTO-ESTIMA

Por: Maria Regina de Souza Olinda

Orientadora

Prof. Mary Sue Carvalho Pereira

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A ARTE DA ESTÉTICA NA RECONSTRUÇÃO DA AUTO-ESTIMA

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre

– Universidade Candido Mendes como requisito parcial

para obtenção do grau de especialista em Arteterapia na

Educação e na Saúde

Por: Maria Regina de Souza Olinda

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RESUMO

Desde os primórdios a arte tem exercido importante papel, seja na pintura, no

desenho, na dança, na religião, na caça ou no amor. É fato que o homem tem

necessidade de se expressar artisticamente e utilizar essa mistura de conhecimento

com emoções e sentimentos para realizar determinadas habilidades.

A combinação de Estética e Arteterapia pode ser extremamente vantajosa na

recuperação da auto-estima, já que, através da arte o estado emocional da pessoa

tem grande poder de afetar a imagem pessoal, podendo contribuir enormemente

para construir um novo padrão de pensamento.

O presente trabalho tem por objetivo contribuir para uma análise da influência

da Arteterapia na estética, favorecendo, através do desenvolvimento da auto-estima

e do autoconhecimento a beleza sentida de dentro para fora em toda a sua

profundidade, para que o indivíduo desfrute de confiança em seu papel social

através da autoaceitação e autovalorização de suas potencialidades.

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METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de caráter científico, uma vez que as informações

buscadas para o desenvolvimento do mesmo foram buscadas em livros e artigos. A

natureza dos problemas determina a escolha do método em função do tipo de

problema estudado.

Esta monografia tem como proposta esclarecer a respeito da integração de

corpo mente e espírito na Estética, averiguando como a Arteterapia pode ser

utilizada para elevar a auto-estima através do processo de autoconhecimento,

trazendo a beleza de dentro para fora. Coração e razão no trabalho e na vida

pessoal, como a Programação Neurolinguística

Esta é uma pesquisa de caráter bibliográfico, já que a pesquisa foi realizada

através de fontes bibliográficas, com o objetivo de buscar a comparação entre o

posicionamento de renomados autores na vida profissional do indivíduo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 06

CAPÍTULO I – Os fundamentos da Arteterapia 08

CAPÍTULO II – A importância da auto-estima

para o indivíduo

21

CAPÍTULO III – A Arteterapia como recurso

aplicado á estética

30

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

ÍNDICE 42

FOLHA DE AVALIAÇÃO 43

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INTRODUÇÃO

Desde os primórdios a arte tem exercido importante papel, seja na pintura, no

desenho, na dança, na religião, na caça ou no amor. É fato que o homem tem

necessidade de se expressar artisticamente e utilizar essa mistura de conhecimento

com emoções e sentimentos para realizar determinadas habilidades.

A inspiração, estado de consciência que o artista atinge, o auxilia a dosar

razão e emoção para realizar suas melhores obras, sempre evocando a vivência e

a interpretação sensorial, emocional e intelectual da vida em todos os seus

aspectos.

A mulher moderna desempenha vários papéis na sociedade. Precisa ser boa

mãe, boa profissional, boa esposa, mas há ainda a exigência da aparência pessoal,

que possui grande relevância na nossa sociedade. Nunca a imagem pessoal foi tão

importante quanto na atualidade. O homem, por sua vez, luta para compreender o

seu novo papel na sociedade, perdido entre o masculino e o feminino e, com isso,

muitas vezes tem a sua auto-estima desestruturada, aliada ao conflito mental de que

ter vaidade e cuidar da estética ainda é algo feminino.

A mídia enaltece uma perfeição fora da realidade da população brasileira, e

que por não conseguir muitas vezes acompanhar esse ideal de beleza inalcançável

o indivíduo sente-se depressivo, fracassado, frustrado, abalado, a ponto de isso

influenciar negativamente o seu trabalho, a vida social e pessoal.

Recursos como a Estética e a Arteterapia mostram-se valiosos para que a

mulher explore melhor e com mais confiança a sua beleza e feminilidade. A

Arteterapia, por utilizar formas de expressão como música, pintura, teatro, literatura,

fotografia e dança, entre outras possibilidades de tratar conflitos internos, oferece

um acesso a novas descobertas sobre si mesmo, e auxilia a resgatar os valores

perdidos.

A combinação de Estética e Arteterapia pode ser extremamente vantajosa na

recuperação da auto-estima, já que, através da arte o estado emocional da pessoa

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tem grande poder de afetar a imagem pessoal, podendo contribuir enormemente

para construir um novo padrão de pensamento.

De nada adiantará uma terapia se o paciente estiver com uma imagem

inadequada ou negativa de si mesmo, de forma que a estética e a Arteterapia juntos

podem ajustar a imagem às qualidades interiores das pessoas. Afinal, atualmente o

profissional de estética possui um importante papel de utilizar seus conhecimentos

técnicos no resgate da auto-estima e de exploração da feminilidade e /ou

masculinidade do cliente.

Assim, este estudo visa contribuir para o trabalho a elevação da auto-estima

do indivíduo através da estética, considerando as técnicas e os recursos da

Arteterapia para modificar padrões negativamente interiorizados.

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CAPÍTULO I

OS FU�DAME�TOS DA ARTETERAPIA

A Arteterapia é um recurso terapêutico que atua psicologicamente, fazendo

uso das artes para a comunicação e a expressão de sentimentos. Através do

exercício da criatividade e das representações simbólicas dos elementos naturais, o

imaginário promove uma intensa vivência de sensações, pensamentos, intuição e

sentimentos, de modo que nem é preciso saber desenhar, pintar ou ter experiência

artística, basta estar motivado para desenvolver um trabalho e entrar em contato

profundo com as suas verdadeiras emoções.

Segundo Philippini (2002), dentre os principais objetivos da Arteterapia,

encontram-se:

• Autoconhecimento;

• Crescimento emocional;

• Desenvolvimento criativo;

• Estimular a imaginação e a fantasia;

• Melhorias diversas do foro psíquico;

• Desenvolvimento integral da pessoa.

A criatividade é imprescindível para uma vida saudável e equilibrada, pois

nos auxilia a encontrar soluções mais práticas para as adversidades da vida, além

de proporcionar alegria de viver e mais autoconfiança. O estímulo ao processo

criativo facilita a reparação de processos psíquicos, recriando uma nova realidade e

de mundos imaginado por si próprio e de um mundo possível. A arte amplia

sentimentos através do imaginário, com inúmeras descobertas e redescobertas.1

1 Matchell, M. Arteterapia. Terapia da Mulher -Psicoterapia Transpessoal e Terapias Alternativas para as mulheres. Disponível em: http://www.terapiadamulher.sagept.com/ArteTerapia.htm < acesso em 15/07/2009>

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Segundo Philippini (s/d) Picasso dizia que a arte é uma mentira que nos faz

atingir a verdade, e é por esta via da imaginação e da fantasia que será identificada

a verdade de si mesmo. A citada declaração de Picasso nos auxilia a perceber que a

Arteterapia é um tipo de psicoterapia que utiliza a expressão artística como cantar,

dançar, desenhar, pintar, esculpir, recitar, representar e escrever para revelar o que

está no inconsciente, facilitando e enriquecendo o processo terapêutico.

“Os processos criativos rompem com o modelo-referência, com

a realidade compreendida em essência e aparência, consciente

e inconsciente. Eles escapam às fórmulas porque não há mais

padrão referencial de normalidade indicando graus de

hierarquias, carências. Assim, arte é inseparável da vida, da

produção do mundo. Ela permeia as relações cotidianas,

inventando algo novo entre os seus componentes, novas

posturas e concepções encarnadas nas práticas, constituindo

na potência de contaminação que altera e encanta pelas

inusitadas possibilidades de produzir-se com e no mundo. A

arte de compor-se com o mundo, de transformar o cotidiano, de

romper com a repetição do Mesmo, de afetar-se pelas forças,

atribuindo um sentido para vida sempre diferente e inusitado”. 2

Para Paim (1994) a Arteterapia é similar aos processos terapêuticos

psicanalíticos pelo fato de sua metodologia utilizar em parte a livre associação das

idéias e a expressão espontânea, o que torna o atelier de Arteterapia uma

verdadeira ferramenta terapêutica de busca sobre si mesmo, e que pode ser

praticada em sessões individuais ou em grupo.

Conforme Philippini (2000) a Arteterapia funciona em três níveis:

2 KROEF,Ada Beatriz & GALLICCHIO,Gisele. Arte-terapia: uma arte das distribuições. Publicado em 01/05/2008. Disponível em: http://www.arscientia.com.br/materia/ver_materia.php?id_materia=471 < acesso em 14/07/2009>

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1°) O Nível Lúdico: Visa fazer renascer dentro de si a capacidade de

criatividade ao tomar contato com os próprios dons e brincar como crianças.

2º) O Nível Terapêutico: Os atos simbólicos e criativos provocam uma

libertação emocional que age nos níveis físico, psicológico e energético, permitindo

uma melhor expressão das emoções e sentimentos, o estímulo da imaginação e da

criatividade, o aumento da auto-estima e da confiança,da capacidade de expressão,

proporcionando um melhor autoconhecimento .

3º) O Nível Transformador: A arte terapêutica associa o processo de evolução

psicológica à criação artística. A arte e o ato criativo tomam suas origem dentro do

corpo e nos permitem converter as nossas pulsões arcaicas em matéria pura no

momento da sublimação.

Podemos concluir, então, que a Arteterapia proporciona a Transformação.

Não há qualquer necessidade de conhecimentos prévios das artes para se fazer

Arteterapia, pois o que se busca é a expressão livre das emoções e as tomadas de

consciência dos nossos padrões de comportamentos inconscientes, permitindo a

transformação. Inclusive, se uma paciente informa que pratica uma arte

regularmente, raramente essa arte deve ser praticada na sessão de terapia,

devendo-se dar preferência a modalidades artísticas que ela desconhece e muito de

vez em quando analisar obras que ela tenha feito em outras etapas da vida. 3

1.1 – As principais indicações da Arteterapia

Segundo Paim (1994) há uma grande diferença entre a arte praticada como

passatempo ou profissionalmente (que não cura) e a arte usada na Arteterapia. O

autor ressalta que grandes e amaldiçoados artistas como Dali, Van Gogh e Diaghilev

nunca conseguiram curar-se de suas doenças mentais, tendo, inclusive, a sua

genialidade atribuída à sua “loucura” para conseguir fazer tais obras. Esses artistas

poderiam ter tido a oportunidade de compartilhar as suas crises interiores ao lado de

3 Matchell, M. Op.Cit.

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um Arteterapeuta, vencendo-as, não podendo descartar a possibilidade de que se

tivessem praticado a Arteterapia poderiam não ter alcançado tamanha genialidade

em suas obras. No caso da arte terapêutica, a pessoa em sofrimento mental ou

existencial se encontra num espaço seguro sob o olhar do terapeuta.

Segundo Philippini (2000) a Arteterapia oferece um grande campo de ação

terapêutica e pode ser utilizada nos seguintes casos:

•Depressão;

•Perturbações da personalidade;

•Problemas afetivos;

•Estresse (incluindo estresse pós-traumático após doença, aborto, parto, etc),

ansiedade e fobias;

•Dependências químicas;

•Distúrbios alimentares como a anorexia e a bulimia;

•Crises existenciais resultantes de separação, divórcio, luto, mudança

profissional, etc.

•Procura voluntária de conhecimento de si mesmo ou de desenvolvimento

pessoal.

Philippini (2002) ressalta que a Arteterapia oferece a vantagem de poder ser

utilizada por todas as idades, sejam deficientes, psicóticos ou idosos. Alguns arte-

terapeutas especializam-se numa arte em particular, como a dança, as artes

plásticas, o teatro, pintura, desenho, modelagem, música, teatro, máscaras, dentre

outras. Tamanha variedade permite utilizar a arte adequada no momento certo da

terapia, de acordo com o que o caso exigir. Tudo dependerá do momento, da

pessoa e do que se passa com ela naquela fase de sua vida.

1.1.1- A Arteterapia para a mulher

Para Andrade (apud Carvalho,1995) toda ação terapêutica deve levar em

conta o tipo de ser humano a que se vai atender, para estabelecer uma estratégia de

terapia adequada e para que o paciente sinta-se em segurança e compreendido,

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pois a empatia entre a terapeuta e o paciente é fundamental para o sucesso do

tratamento.

O mundo da mulher é bem específico e clama por um tipo de atendimento

direcionado a elas. Em geral, as mulheres são muito intuitivas e mais familiarizadas

com as emoções por várias razões, sendo uma das principais o fato de serem

cíclicas devido a menstruação, o que ocasiona oscilações de humor. No hemisfério

cerebral direito se encontra alojada a nossa intuição e parte do nosso mundo

emocional, de modo que esta parte do cérebro funciona por analogia, associações

de idéias e símbolos, correspondendo normalmente a uma atividade inconsciente

que encontra-se bastante ativa nos artistas e nas pessoas criativas. 4

“É fundamental que as mulheres voltem a conectar-se com elas

mesmas e com o mundo criativo puramente feminino, para que

seja possível recriarem o seu interior e renascerem para uma

nova vida.Não conseguir insistir no seu próprio andamento,

preocupar-se em demasia com a opinião alheia, isolar-se da

sua própria revitalização, deixar envolver exageradamente na

domesticidade, no intelectualismo, no trabalho ou na inércia,

porque é esse o lugar mais seguro para quem perdeu os

próprios instintos”. 5

Para a referida autora os vários tipos de sofrimentos que uma mulher

enfrenta na sua existência tornam a Arteterapia um excelente método, por ser

criativa e simbólica, para ajudar a mulher a reapropriar-se de sua identidade, sendo

igualmente importante reservar à consulta um tempo para a expressão verbal, de

maneira a conversar sobre o que foi criado e sentido. A Arteterapeuta deve ser

capaz de criar uma relação de confiança com a sua paciente, para que esta sinta-se

livre para se expressar sem ser julgada, mas compreendida em todos os seus

sofrimentos e preocupações

4 Matchell, M. Op. Cit. 5 Matchell, M. Ibdem.

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1.1.2 – A Arteterapia para o homem

Segundo Paim (1994) o uso da expressão estética através do desenho,

pintura, modelagem, música, dança, construções, drama, foi sedimentado no

diagnóstico e no trabalho psicoterápico na Psicologia Clínica aproximadamente em

1940.6

De acordo com Bilbao & Cury (2006), para o universo masculino, que é bem

diferente do feminino, a Arteterapia oferece benefícios como:

• Melhora a comunicação consigo mesmo e com o outro;

• O cliente é ativo, cria nas sessões;

• O tempo do tratamento é menor, pois a atividade diminui o valor

desta;

• Favorece a busca da harmonia e do equilíbrio da vida;

• Facilita o diagnóstico através de imagens pictórias, sonoras, táteis e

cinestéricas.

• Aumenta a espontaneidade e a criatividade positivamente orientadas.

Bilbao & Cury (2006) advertem que há o risco de o cliente do sexo masculino

gostar do trabalho arteterapêutico a ponto de não querer parar, confundindo o

tratamento com o prazer da auto-expressão, pelo fato de os homens terem muita

dificuldade de verbalizar e demonstrar suas emoções no cotidiano. Assim, poderia

haver, ainda, risco de fixação na criação estética ao invés de no real; estimular o

imaginário sem produzir criações consistentes; fugir do real em direção à criação

estética para aprender a viver melhor.

6 BILBAO,Giuliana Gnatos Lima; CURY, Vera Engler. O artista e sua arte: um estudo fenomenológico Paidéia (Ribeirão Preto) vol.16 no.33 Ribeirão Preto Jan./Apr. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103863X2006000100012&script=sci_arttext&tlng=pt < acesso em 16/07/2009>

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“A imagem é veículo do Ser. Encontra-se no profundo da pessoa, no mundo de suas intuições, uma vida inteira a querer se expressar. De início, uma lenta e penosa gestação onde todo um universo de experiências começa a tomar forma. No momento exato, há uma ruptura definitiva e o Ser se manifesta em forma de imagem. Na imagem que há por trás das emoções a “voz do Ser” se faz ouvir. A compreensão do Ser, clareira do Ser, abrigou-se nessas imagens. Na emoção jaz uma imagem que busca exteriorizar-se e essa imagem assume ao mesmo tempo um caráter de significação e comunicação (voz e Ser). O mundo constitui sempre o horizonte para o qual ele está orientada. A imaginação imagina e se enriquece incessantemente de novas imagens, que, tateando nos labirintos de nossa psique, saem ao encontro de um mundo que bate do outro lado de nossa intimidade”. (GOUVÊA,1989:83)

De acordo com Gouvêa (1989) e Paim (1994), a Arteterapia, através da

estimulação da expressão, do desenvolvimento da criatividade, do sensorial, do tato,

da audição, da visão, do corpo, favorece, dentro do universo masculino:

• A liberação de emoções, de conflitos internos, de imagens perturbadoras do

inconsciente;

• Contato com ansiedades, conteúdos reprimidos, medos;

• Coordenação motora;

• Melhores soluções no dia a dia;

• O processo de individuação;

• Equilíbrio físico/ mental/ espiritual;

• Auto estima;

• Valores;

• Expressão dos sentimentos bloqueados;

• Perdão;

• Capacidade de entrega;

• Afeto / ternura;

• Autocrítica;

• Limites;

• Sexualidade / sensualidade;

• Quebra da armadura corporal;

• Produtividade, ideais de vida;

• Criança interior;

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• Bondade;

• Masculino X feminino;

• Intuição;

• Unidade do homem com a natureza;

• Fusão com a totalidade.7

Bilbao e Cury (2006) ressaltam que a Arteterapia apresenta duas linhas: A

Interpretativa (onde se interpreta todo material produzido) e a não Interpretativa

(onde o terapeuta não interpreta o conteúdo da criação, pois libera todos os nossos

fantasmas) Assim, no universo masculino a Arteterapia pode ser aplicada na

empresa ou instituições, diminuindo o stress; na escola (para trabalhar a

criatividade, as habilidades, o potencial; no consultório, trabalhando a integração de

si mesmo, o equilíbrio.

1.2-Como funciona a Arteterapia

Assistimos desde o século XX a um grande acúmulo de conhecimento

científico e tecnológico que, ao mesmo tempo em que proporcionou

desenvolvimento também apresentou fragmentação e isolamento do ser humano em

relação a si próprio e ao mundo que o cerca. A Arteterapia desponta como uma

intervenção individual ou grupal que permite ao indivíduo estabelecer pontes entre

seu mundo interno e o mundo que o rodeia.

Para Andrade (apud Carvalho, 1995) a Arteterapeuta é uma simples guia,

deve conhecer o seu papel e saber a sua posição no processo terapêutico que a

paciente inicia. Ela deve saber quando intervir e quando ficar retraída nesta relação

terapêutica, pois algumas vezes o silêncio vale mais do que mil palavras mo

processo.

De acordo com Kroef (2008) as manifestações artísticas não se reduzem a

documentários psíquicos, pois a arte não é uma representação estética que indica o

grau de consciência, conhecimento e integração social. Ela afirma a vida como obra

7 Bilbao & Cury. Op.Cit.

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de arte, e é essa abertura que torna a arte capaz de domesticar os territórios

existenciais, produzindo modos de existência estéticos e éticos.

A arteterapia submete o indivíduo a técnicas, procedimentos, prescrições,

interpretações e os processos criativos não visam a semelhança com um modelo

padrão. Eles produzem novas relações, novos modos existenciais e novos sentidos.

As criações não partem dos fundamentos baseados na identidade e semelhança

mas a singularidade afirma a diferença. Os processos criativos compõem um

cruzamento de multiplicidades coletivo, heterogêneo, e que não se restringe a

linguagens artísticas, ou seja, alguns processos artísticos são formas de

singularização, mas não são as únicas formas de criação.8

“Os processos são criativos ao quebrar com as reproduções de

valores, de idéias, de comportamentos, de relações de forças e

ao renunciar às representações nos mais diversos planos:

éticos, estéticos e políticos. Eles produzem novas maneiras de

constituir saberes e de se afetar nas relações de forças quando

embaralham códigos, diluem as esferas semióticas, geram

linhas de fuga, produzem modos de existência. A criação não

toma a arte como esfera isolada que representa o mundo, ela é

a produção do mundo como arte. As produções criativas

escapam dos limites territoriais, instituindo novos limiares,

novas aberturas, ou seja, trânsitos por novos territórios. A

criação desestabiliza o instituído, escapa à ordem regida pela

razão, mistura os códigos, produz novos sentidos, saindo dos

espaços de composição já conhecidos, reconhecidos e

interpretáveis”. 9

8 KROEF,Ada Beatriz & GALLICCHIO,Gisele. Arte-terapia: uma arte das distribuições. Publicado em 01/05/2008. Disponível em: http://www.arscientia.com.br/materia/ver_materia.php?id_materia=471 < acesso em 14/07/2009> 9 KROEF,Ada Beatriz & GALLICCHIO,Gisele. Ibdem.

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Os investimentos na arte-terapia objetivam a transformação do sujeito e do

mundo e a inclusão social do indivíduo. As técnicas usadas na Arteterapia são

baseadas na necessidade que o ser humano tem de se expressar e se relacionar,

sem privilegiar a expressão verbal, como ocorre nas psicoterapias tradicionais. Ao

representar em imagens suas experiências interiores, os pacientes podem falar de

temas que antes causavam medo ou ansiedade, e é através da expressão manual

que desenvolvem a verbalização e os afetos, falando de suas produções, obtendo

uma mudança em suas percepções e atitudes. A arte promove relaxamento e

equilíbrio das funções cognitivas e afetivas ao exercer o potencial humano da

criatividade, de acordo com as diferentes necessidades que serão avaliadas pelo

profissional.10

Diferentemente de um curso de pintura, modelagem ou qualquer outro no

campo das artes, o foco do trabalho é promover uma experiência lúdica e a

elaboração de conteúdos afetivos com as peças criadas. O cliente é acompanhado

pelo Arteterapeuta experiente e com ele constrói uma relação que amplia a

consciência e o autoconhecimento, possibilitando mudanças.

A formação do Arteterapeuta é muito específica. Não basta ser psicólogo e

gostar de arte ou ser artista arteeducador e gostar de trabalhar com pessoas com

dificuldades especiais.Além das matérias de arte e psicologia necessárias, a

formação compreende também um corpo teórico e metodológico próprios, que

abrange a história da Arteterapia, os processos psicológicos gerados no decorrer da

atividade artística e na observação de trabalhos de arte, conhecimento das relações

entre processos criativos e terapêuticos, diferentes materiais e técnicas,fundamentos

teóricos e metodológicos da abordagem, vivência pessoal e prática.11

Segundo a American Association of Art Therapy (Associação Americana de

Arteterapia):

10 Rodrigues, Santina. Arterapia. Disponível em: http://www.mamainfo.org.br/texto.asp?c=arteterapia < acesso em 17/07/2009> 11 Ciornai, Selma. Arteterapia- Criar e refletir em arte

http://www.portalfarmacia.com.br/farmacia/principal/conteudo.asp?id=1830v < acesso em 17/7/2009>

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“Por meio do criar em arte e do refletir sobre os processos e

trabalhos artísticos resultantes, pessoas podem ampliar o

conhecimento de si e dos outros, aumentar sua auto-estima,

lidar melhor com sintomas, estresse e experiências

traumáticas, desenvolver recursos físicos, cognitivos e

emocionais e desfrutar do prazer vitalizador do fazer

artístico”.12

.

Segundo Selma Ciornai a criatividade e as atividades artísticas podem ser

facilitadores e catalizadores do processo de resgate da qualidade de vida, tornando

a Arteterapia um caminho para que o indivíduo descubra possibilidades de

expressão para, através de técnicas e materiais artísticos, reconfigurar as suas

dificuldades de relacionamento com o outro e com o mundo.

Assim, a Arteterapia atende a qualquer pessoa que tenha problemas

emocionais ou psicológicos ou que queira saber mais sobre si próprio, que acha

difícil exprimir-se por palavras. Muitas vezes elas conseguem exprimir medos e

necessidades ocultos que normalmente nem tem consciência dando-lhes uma forma

visual com tintas, barro ou qualquer outro meio artístico no processo de cura, e que

muito ajuda a pessoa a reconhecer seus problemas e a redescobrir sua capacidade

criativa. É recebendo materiais diversos e conhecendo técnicas variadas que as

pessoas se expressam espontaneamente e resgatam o lado lúdico da infância,

muitas vezes abandonado na vida adulta.13

“Considero a Arteterapia como uma modalidade de

Psicoterapia Alternativa, quando engloba a idéia de alternância

como um adjetivo, no sentido que um adjetivo nos traz – o de

uma qualidade implícita. Ou seja, quando considera a

característica de alternância de um modo inclusivo. Novamente

a idéia fica implícita, nem sempre de um modo claro e explícito,

12 Rodrigues, Santina. Op. Cit; 13 Ciornai, Selma. Op. Cit.

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pois alternância enquanto adjetivo é uma condição que

considera a possibilidade de escolha entre alternativas que não

se excluem”. 14

Segundo Correa (2000) um processo de comunicação sobre o mundo interno

inclui a expressividade artística e a expressividade verbal, podendo-se escolher ora

uma ora a outra, conforme as conveniências das pessoas que vivenciam a

possibilidade de se expressarem. O funcionamento intelectual do ser humano inclui

a modalidade artística e a modalidade lógica, de modo que percebemos e

processamos as informações daquilo que vivemos, ora através da modalidade

direita, estabelecendo cruzamentos de informações, assimilando novas informações

e integrando-as às informações já registradas e acumuladas, e de um modo rápido,

simultâneo, visual e espacial, próprio de nosso lado artístico. Em outros momentos,

processamos as informações através da modalidade esquerda, em uma sequência

lógica e linear, sem curvas e rodeios. É o nosso lado científico cartesiano. Esta

liberdade que nos é conferida torna a comunicação artística mais imprevisível, mas

muito possível de ser vivida e descrita.

Contextualizar traz a idéia de efetuar ligação entre partes de um todo,

revelando um compromisso com a estética, com a harmonia e com o belo, o que

pressupõe uma articulação através de um trabalho artesanal e único. A Arteterapia

não possui uma teoria e metodologia própria, sendo necessário ao Arteterapeuta

lançar mão de sua própria criatividade, intuição e habilidade de expressão artística

para delinear procedimentos no processo terapêutico.15

“As técnicas artísticas em um contexto terapêutico ajudam as

pessoas que querem se conhecer a expressarem não apenas

aquilo que está presente em sua consciência, mas também

aquilo que está emergindo de seu inconsciente e que está à

14 Corrêa, Dircenéa De Lázzari .Arteterapia Humanista e Desenvolvimento Espiritual.III Simpósio de Psicologia do Triângulo Mineiro.Uberaba , 29 e 30 de setembro e 01 de outubro de 2000.Disponível em: http://www.ondetem.com/dircenea/Arteterapia.htm < acesso em 18/07/2009> 15Corrêa, Dircenéa De Lázzari .Ibdem.

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20

borda de sua pré-consciencia. Ao realizar um trabalho artístico,

seu autor revela uma imagem de seu mundo interno, como

resultado de seu trabalho de criação, constrói uma imagem

plástica, trazendo para o mundo externo a imagem que estava

internalizada e na dimensão do imaterial. Ao contemplar sua

própria obra, o autor entra em contato com características

essenciais que compõe a sua identidade. Ao usar recursos

artísticos, reconhece seus recursos internos, ou seu poder

criativo, revigorando o sopro de vida contido em si mesmo”.16

Assim, percebe-se que a expressão artística em um contexto terapêutico é

uma ponte para o autocohecimento, em que o ato criativo é sustentado pela

capacidade do indivíduo para simbolizar o que viveu, e essa capacidade de

simbolizar é um atributo inerente à natureza humana. Na Arteterapia o fazer artístico

não visa apenas um compromisso estético, mas a realização do potencial humano

com a busca de autoconhecimento, para que a própria pessoa encontre soluções

mais felizes para o seu viver. A obra produzida é um espelho do mundo interno de

seu autor, revelando suas características pessoais (possibilidades e limites), suas

potencialidades, a maneira como esta pessoa se organiza em seus relacionamentos

intrapessoal, interpessoal e com o Mundo.17

A obra artística é um registro da alma de seu autor, que se manifesta com

símbolos particulares do momento histórico de seu autor e particular ao contexto

terapêutico, cabendo ao Arteterapeuta transcodificar a linguagem contida na obra

em linguagem verbal, para que o autor identifique a vida que se transforma.

16 Corrêa, Dircenéa De Lázzari .Op.Cit. 17 Corrêa, Dircenéa De Lázzari .Ibdem.

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21

CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DA AUTO-ESTIMA PARA O INDIVÍDUO

A auto-estima é o suporte para todo ser humano e significa a cura de todas

as dificuldades e sofrimentos, já que é sempre o primeiro passo para a cura de

todas as doenças de ordem emocional e relacionamentos destrutivos e/ou

desgastantes.

A auto-estima forma-se na infância pela forma como as outras pessoas nos

tratam, e todas as experiências e recordações do passado exercem influência na

nossa auto-estima na vida adulta. Perde-se a auto-estima quando se passa por um

grande número de decepções, frustrações, situações de perda ou falta de

reconhecimento no que se faz. Tudo isso abala a força e estrutura emocional e gera

a falta de reconhecimento por si próprio.18

“Quando a auto-estima está baixa a pessoa sente-se

desajustada, insegura, com dúvidas do que realmente é e

possuída de um forte sentimento de incapacidade de realizar

ou concretizar algo. Não acredita que exista alguém que a

ame, de fazer aquilo que quer e gosta, de tratar de si,

desenvolvendo assim um sentimento de insegurança muito

profundo e desistindo facilmente de tudo aquilo que

começa.Como não sente amor por si própria aceita qualquer

tipo de relação para ter alguém ao seu lado, tornando-se desta

forma dependente de relações destrutivas e não encontrando

forças para sair delas”.19

18Shinyashiki,Roberto A importância da auto-estima.Disponível em: http://www.despertardamente.com/artigos/autoconhecimento/a-importancia-da-auto---estima.html < acesso em 18/07/2009>

19Shinyashiki,Roberto. Ibdem.

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22

A pessoa não tem consciência de sua forma de agir, mas sofre e manifesta

esse sofrimento sob a forma de angústia, choro, pesadelos, vazio, agressividade,

depressão e doenças. Muitos indivíduos procuram culpar os outros pelos seus

próprios erros, julgando qualquer crítica, mesmo que construtiva, como um ataque

pessoal e geralmente esses indivíduos tornam-se dependentes de relações

doentias.

O maior indicador de uma auto-estima baixa é uma intensa necessidade de

agradar, de não conseguir dizer não, sempre à espera de aprovação e

reconhecimento por tudo o que faz, com o desejo oculto de sentir-se importante para

as pessoas. No entanto, o vazio faz com que esse indivíduo não consiga se sentir

importante para si próprio.20

A auto-estima influencia a escolha dos relacionamentos. Aqueles com

elevado amor-próprio geram uniões saudáveis, criativas e harmoniosas, enquanto as

pessoas que sofrem com baixa auto-estima atraem relacionamentos destrutivos e

dolorosos. O amor-próprio forma uma barreira contra as relações destrutivas e

influencia tudo o que fazemos por ser o resultado do que acreditamos ser. Desta

forma, o autoconhecimento é de fundamental importância para aumentar a auto-

estima, confiar em si mesmo, acreditar na sua voz interior, respeitar os seus limites,

reconhecer os seus valores, expressar os seus sentimentos sem medo, sentir-se

competente e tornar-se independente da aprovação dos outros, o que de fato eleva

a auto-estima. Porém, trata-se de um processo gradual que exige muita dedicação

e conscientização.

A forma como nos sentimos acerca de nós mesmos afeta todos os aspectos

da maneira como agimos no trabalho, no amor, no sexo,no modo como atuamos

como pais, e até onde subiremos na vida, já que todas as reações aos

acontecimentos do cotidiano são determinadas por quem e pelo que pensamos que

somos.

20 Shinyashiki,Roberto. Op. Cit.

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23

Para Rhyne (1996) a auto-estima tem dois componentes: O sentimento de

competência pessoal e o sentimento de valor pessoal, sendo então a soma da

autoconfiança com o auto-respeito. Ela reflete a nossa capacidade de lidar com os

desafios da vida e o direito de respeitar e defender os próprios interesses e

necessidades. Ter uma auto-estima elevada é sentir-se confiante e adequado à vida,

merecedor. Já ter uma auto-estima baixa é sentir-se inadequado à vida, errado

como pessoa no mundo. Algumas pessoas apresentam uma auto-estima média, que

significa flutuar entre sentir-se adequado ou inadequado, certo ou errado,

manifestando essa inconsistência no comportamento, mas de forma muitas vezes

inconsciente.21

A capacidade de desenvolver uma autoconfiança e um auto-respeito é

inerente à nossa natureza, e o fato de estarmos vivos é a fonte do nosso direito de

lutar pela felicidade. Entretanto, muitos indivíduos sofrem de sentimentos de

inadequação, insegurança, dúvida, culpa e medo de uma participação plena na vida,

sentimentos esses que nem sempre são reconhecidos e confirmados de imediato.

Percebe-se, então, que a auto-estima é sempre uma questão de grau, pois

dificilmente alguém é totalmente carente de auto-estima ou totalmente incapaz de

desenvolver auto-estima. (RHYNE,1996)

“Desenvolver a auto-estima é desenvolver a convicção de que

somos capazes de viver e somos merecedores da felicidade e,

portanto, capazes de enfrentar a vida com mais confiança, boa

vontade e otimismo, que nos ajudam a atingir nossas metas e a

sentirmo-nos realizados. Desenvolver a auto-estima é expandir

nossa capacidade de ser feliz. Se entendermos isso,poderemos

compreender o fato de que para todos é vantajoso cultivar a

autoestima. Não é necessário que nos odiemos antes de

aprender a nos amar mais; não é preciso nos sentir inferiores

para que queiramos nos sentir mais confiantes. Não temos de

21 Covey,Stephen R. Os sete hábitos das pessoas muito eficazes.Disponível em: http://www.acasadoaprendiz.com/auto_ajuda_15.ht < acesso em 17/07/2009>

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24

nos sentir miseráveis para querer expandir nossa capacidade de

alegria”.22

Quanto maior a auto-estima, maior a probabilidade de sermos criativos em

nosso trabalho, mais ambiciosos nas experiências que esperamos vivenciar, sejam

emocionais, criativas ou espirituais, ou seja, maiores serão as de manter relações

saudáveis, a saúde, a vitalidade e a comunicabilidade. Quanto maior a nossa auto-

estima, mais respeito, benevolência e boa vontade o indivíduo apresenta, pois não

se sente estranhos e amedrontados no mundo.

Muitas pessoas procuram a autoconfiança e a auto-estima em todos os

lugares, menos dentro delas mesmas, fracassando em sua busca, já que a auto-

estima positiva pode ser entendida como uma conquista espiritual, de acordo com a

evolução da consciência.

“Quando avaliamos a verdadeira natureza da auto-estima,

vemos que ela não é competitiva ou comparativa, não se

expressa pela autoglorificação à custa dos outros, ou pelo ideal

de se tornar superior aos outros, ou de diminuir os outros para

se elevar. A arrogância e a superestima de nossas capacidades

são atitudes que refletem uma auto-estima inadequada, e não,

como imaginam alguns, excesso de auto-estima”.23

A auto-estima saudável é o fundamento da nossa capacidade de reagir ativa

e positivamente às oportunidades da vida, seja no trabalho, no amor e no lazer, e é

igualmente o fundamento da serenidade de espírito que torna possível desfrutar a

vida.

2.1-A relação entre autoconhecimento e auto-estima

22 Covey,Stephen R. Op. Cit. 23 Covey,Stephen R.. Ibdem.

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25

A maior parte das pessoas acredita que se conhece bem, mas se conhece

muito pouco. O autoconhecimento é fundamental para desenvolver o amor por si

mesmo e fortalecer a auto-estima, pois sem se conhecer interiormente ao resolverá

nada somente cuidar da pele, mudar o corte do cabelo, comprar roupas, carros,

eliminar alguns quilos, mas o caminho deve ser de dentro para fora.

Segundo Zago, percebemos que uma pessoa está bem com ela mesma não

pela roupa que está usando, o carro que está dirigindo, mas pelo brilho em seu

olhar, o sorriso, a paz em seu espírito, porque amar-se é condição básica para

elevar a auto-estima e é imprescindível identificar e exterminar os fatores que

impedem a elevação da auto-estima de um indivíduo.

Zago ressalta que a baixa auto-estima é percebida em algumas

características como insegurança, inadequação, perfeccionismo, dúvidas

constantes, incerteza do que se é, sentimento vago de não ser capaz, de não

conseguir realizar nada, muita necessidade de agradar, ser aprovada, reconhecida

porque a maioria das pessoas sente mais facilidade em identificar as coisas

negativas. Assim, de acordo com a referida autora, para aumentar o

autoconhecimento é preciso ter consciência de quem se é de verdade, avaliando os

pontos positivos e negativos, para, então, ser capaz de mudar o que incomoda ou

faz sofrer e valorizar o que tem de bom. Mais do que da aprovação dos outros, a

auto-estima depende da auto-aprovação, o que quer dizer que toda vez que algo

que dependa de outras pessoas não corresponder à expectativa de um indivíduo

com baixa auto-estima este se sentirá frustrado e sua auto-estima tenderá a

baixar.24

Segundo Zago isso ocorre porque a principal fonte de auto-estima está na

busca de aprovação e reconhecimento, sendo esse o caminho mais curto para se

machucar.O importante é desenvolver a consciência e o reflexo de quem você é a

pessoa interiormente.Ao reconhecer seus pontos negativos, poderá mudar um por

24Zago,Rosemeire.A importância do autoconhecimento. Disponível em: http://cyberdiet.terra.com.br/cyberdiet/colunas/031017_psy_autoconhecimento.htm<acesso em 17/07/2009>

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26

um, ao passo que reconhecendo os pontos positivos se sentirá mais confiante,

independente das críticas ou opiniões alheias, pois esse indivíduo acreditará ser

capaz de conseguir o que deseja, e, mesmo que ninguém o aprove, terá

autoconhecimento suficiente para se aprovar e se amar.25

2.2- A Influência da Arte na auto-estima

Pareyson (1966) destaca que o resultado artístico é um conteúdo expresso

em forma e, "precisamente porque o artista resolveu toda vontade expressiva,

significativa e comunicativa no fazer, no gesto formativo, na atividade operativa, por

isso tudo, em arte, até a coisa aparentemente irrelevante diz, significa, comunica

alguma coisa".

Segundo Andrade (1994) não podem ser feitas abstrações sobre o

conhecimento da arte ignorando sua característica essencial: a forma da criação

artística, unindo fazer e conhecer. O autor lembra que no fim do século XIX

psiquiatras revelaram interesse pelas produções plásticas dos insanos e começaram

a estudá-las, iniciando uma conexão entre arte e doença mental. Um pouco mais

tarde, entre os anos de 1876 e 1888, acreditava-se que os sintomas se associavam

ao conteúdo do trabalho artístico, apontando para uma direção diagnóstica dos

desenhos. Por volta de 1912, dois psiquiatras europeus, Emil, Kraepelin e Karl

Jaspers, observaram que os desenhos dos pacientes auxiliavam a entender a sua

psicopatologia. Em vista disso, as correspondências entre arte e mente continuaram

a ser investigadas pelos estudiosos da saúde mental.

Em 1900, Freud publicou a Interpretação dos Sonhos, dizendo que as

imagens oníricas remeteriam ao funcionamento psicológico inconsciente na medida

em que fossem traduzidas em termos de pulsões inconscientes, desejos reprimidos,

pela técnica psicanalítica da interpretação. Para Freud (1976), a arte é fruto de um

mecanismo através do qual os impulsos sexuais reprimidos são desviados para uma

meta alternativa de satisfação socialmente aceita, pelo mecanismo da sublimação.

25 Zago, Rosemeire. Op.Cit.

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27

Alguns avanços foram feitos do ponto de vista teórico psicanalítico no sentido

de compreensão da arte. Winnicott (1990) é uma figura de destaque nesse sentido,

por conceber que a vida cultural do homem é o equivalente adulto dos fenômenos

da criança, fazendo a relação da arte com o brincar. O autor elaborou várias

considerações sobre a importância do brincar e da criatividade para a saúde mental,

dando um passo além das considerações psicanalíticas que ficavam reduzidas à

noção de sublimação de instintos. Para o autor, o brincar reside no interjogo entre a

realidade psíquica e a externa, que mescla subjetividade e objetividade e afirma que

"o brincar é por si mesmo uma terapia" e "uma terapia de tipo profundo pode ser

efetuada sem trabalho interpretativo", mostrando a importância do brincar. Do ponto

de vista da criatividade, compreendia como "uma coisa em si", necessária a um

artista mais presente em toda pessoa que se inclina na apreensão da realidade

externa.

Segundo Philipini (1995), Jung descreveu o valor artístico e utilizou as

representações produzidas por seus pacientes nas sessões e, dentro dessa

abordagem junguiana a arteterapia facilita a compreensão e resolução de estados

afetivos conflituosos ao permitir a criação, pois o homem entra em contato com os

símbolos a serem compreendidos e transformados, o que torna a arte uma função

psíquica natural, com papel estruturante.

Na visão de Carl Rogers (1999), psicólogo humanista e fundador da

Abordagem Centrada na Pessoa, a criatividade está relacionada à força inerente ao

organismo em direção à saúde, quando um indivíduo encontra-se aberto à

experiência, emoções que antes se encontravam negadas à consciência, lidando

livremente com idéias e conceitos. Maslow (1973), outro psicólogo humanista,

entende a criatividade humana semelhante a visão de Rogers em que as pessoas

sadias satisfazem suas necessidades básicas motivadas para a realização de suas

capacidades e talentos, onde o auge seria um funcionamento pleno do indivíduo

com aumento da criatividade.

No entanto, Maslow (1973) diferentemente de Rogers (1999), define a

criatividade como característica de determinada etapa alcançada, não se

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28

restringindo às pessoas saudáveis. Maslow (1973) define as experiências criativas,

artísticas, como aquelas em que o indivíduo experimenta um "episódio de

individuação", que pode ser equiparado a "uma visita a um Céu pessoalmente

definido, do qual retorna depois à Terra ". A pessoa sente felicidade e realização nas

experiências, livre de bloqueios, medos, autocríticas, sendo, mais espontânea e

auto-confiante.

Há vários profissionais de renome internacional que utilizaram recursos

artísticos - pintura, escultura, música, dança, teatro - em contexto terapêutico,

fazendo surgir em meados do século XIX a arteterapia, baseada em teorias

psicológicas diversas e diferentes concepções de arte. A primeira delas é que a arte

é curativa, cicatrizante, gera auto-estima, encoraja a experimentação, desperta

novas habilidades e enriquece a vida, o que, por si só, já seria terapêutico.

Para Natalie Rogers (Apud Rogers, 1999) o processo criativo conduz ao

desenvolvimento dos potenciais e flexibilidade, além de oferecer oportunidade para

crescimento e mudança de forma agradável, tornando o processo psicoterápico e

criatividade ligados: o que é criativo é terapêutico e vice-versa, pois corpo, emoção

e espírito devem estar integrados no indivíduo saudável e o processo terapêutico

precisa oportunizar experiências que envolvam todos esses aspectos.

Uma grande personalidade no campo das arteterapias é o já citado autor

Rhyne (1996), que acredita que a experiência de criar em arte contribui para a

clareza de insight, partindo do pressuposto de que é naturalmente humano fazer

arte, muitas vezes abafada e bloqueada no processo natural de crescimento.

Segundo Pereira (1994) a atividade artística sintetiza elementos de percepção

e intuição e preocupa-se esteticamente com os modos de expressão que mais

favoreçam a mensagem. Então, ao mesmo tempo em que há o desprendimento de

padrões antigos e mergulho em associações novas, há um rigor estético. De acordo

com o autor, seus pacientes relataram mudanças no sono depois da arteterapia:

para uns, os pesadelos deixaram de existir e para outros a insônia diminuiu, o que o

levou a assinalar a possibilidade de mudanças no estado de consciência provocadas

pela arte.

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29

Para Andrade (1994) a arte é um meio de autoconhecimento que restabelece

a conexão do indivíduo com a alma. O caminho da arte possibilita contato com

emoções e intuições, mas requer coragem e curiosidade. A arte permite a solução

de problemas, amenização de sofrimentos, enfrentamento de perdas e um profundo

conhecimento de si. A conexão com a alma permite consciência dos propósitos

coletivos, exercitando a imaginação, de modo que o processo criativo traz benefícios

e pode modificar a confiança do criador, surgindo a partir do próprio fazer um poder

de conhecimento do mundo diferente do intelectual. Por isso, o fazer artístico, a

imaginação, a arte é um método.

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30

CAPÍTULO III

A ARTETERAPIA COMO RECURSO APLICADO

À ESTÉTICA

Por trabalhar com estética, sempre me deparei com Esteticistas dedicadas

aos seus Clientes e que, mesmo sem ter estudo específico, praticavam o

“Aconselhamento”, pois sabiam que a beleza é um processo de dentro para fora.

A própria Estética passou por uma transformação em que os profissionais

passaram a atuar como “Terapeutas em Estética”, angariando maior respeito e

prestígio junto a seus clientes e valorizando seus trabalhos. Foram deixando, pouco

a pouco, de ser coadjuvantes de aparelhos e de cosméticos, assumindo um

completo e importante papel na vida de seus Clientes.

No fundo, a visão tanto interior quanto exterior são facetas de uma mesma

unidade, já que um cliente que goza de pleno bem-estar, está harmonizado e em

processo de autoconhecimento tende a emanar essa beleza também via corpo,

proporcionando,externamente, a aparência almejada como um incremento na auto-

estima. A satisfação obtida induzirá a uma beleza interior, motivando o indivíduo a

continuar em seu processo de transcender ainda mais os seus potenciais. 26

Segundo Filho (2009) muitas vezes os clientes procuram nossos consultórios

focados apenas em obter resultados estéticos, o que funciona como uma porta de

entrada para uma proposta terapêutica que se amplia aos poucos, pois o anseio

inicial abre espaço para sadios questionamentos sobre a beleza interior que pode

ser agregada à beleza exterior recém obtida. Assim, afirma Filho (2009), a Terapia

em Estética é um importante instrumento a somar às demais técnicas da Terapia,

26FILHO,Henrique Vieira.Estética e Beleza Como Via Ao Holismo. Revista Terapia Holística.Publicado em 2009. Disponível em:http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/arteterapia-estetica/estetica-e-beleza/112-estetica-e-beleza < acesso em 17/07/2009>

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como a Arteterapia, vindo de encontro às necessidades de cada cliente de forma

integral.27

A união da Estética com a Arteterapia tem por objetivo refletir sobre a

importância da Arte como fator de promoção de Saúde e Transformação Social. A

Arteterapia deixa a criação em segundo plano para analisar o processo de criação

do paciente, fundamentada em Artes em todos os níveis e Técnicas de Terapias

como Psicologia, Psicanálise, etc. 28

“A arte é fundamental uma vez que a verbalização se estabelece

através do uso da expressão estética (desenho, pintura,

modelagem, música, dança, construções, drama) no diagnóstico

e no trabalho psicoterápico.A Arteterapia sempre esteve

presente no universo humano, desde os primórdios dos tempos,

como nas pinturas rupestres nas paredes das cavernas do

Homem primitivo,até os dias de hoje, nas diferentes

manifestações plásticas, promovendo formas de expressão,

comunicação, ritual, liberdade criativa e possibilidades de cura e

harmonia interior em um processo de estimulação de

idealizações rumo à concretização e realização através da

organização emocional. Durante esse processo, há uma

ativação da circulação da energia psíquica e física, o que nos

traz saúde e desenvolvimento em todos os sentidos”.29

Os materiais e técnicas são instrumentos que facilitam esse processo criativo

transformador do mundo interno e externo, conduzindo a ampliação da visão

consciente, abrindo possibilidades de realização de ideais.ou seja, o processo de

Arteterapia facilita a percepção dos órgãos sensoriais, integrando a intuição, os

27 FILHO,Henrique Vieira. Ibdem. 28 Ugne, Ana.Publicado por S.P.A.T. - Sociedade Portuguesa de Arte Terapia Dispnível em: http://www.arte-terapia.com/ < acesso em 18/07/2009> 29 Ugne, Ana. Ibdem.

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sentimentos inscritos na memória corporal e psíquica e o nível racional para o

discernimento das escolhas, prioridades e idéias.

A arte e a expressão vêm marcando épocas, gerações, acompanha o Homem

e age como agente curativo de nossos desequilíbrios, situações negativas em

nossos registros mentais, desenvolvendo a personalidade. Em geral, as dificuldades

pessoais e sociais são direcionadas para outras pessoas, e o processo

arteterapêutico auxilia a proximidade com o universo interior e também nessa

relação com o mundo, ampliando a compreensão, o que permite maior flexibilidade

no olhar para então melhor direcionar atitudes e pensamentos.30

“Quando encontramos a possibilidade de caminhar em direção

ao equilíbrio, autocompreensão e estima, ocorre maior

possibilidade de transformações da personalidade que está

sempre em processo de lapidação e evolução - pedra filosofal.

Dessa forma, os relacionamentos e toda a rede social também

se transformam rumo a uma melhor qualidade de vida nas

relações e na sociedade. Quem não sonha com uma sociedade

mais harmoniosa e saudável??? Essa possibilidade de

transformação pertence também ao estímulo e

comprometimento pessoal”.31

A Terapia pela Arte não se fixa nos limites clássicos da psicoterapia através

da linguagem artística. Cabe ao terapeuta o diagnóstico e a psicoterapia através da

arte. Porém, a arte tem desempenhado papel importante ao criar uma possibilidade

estética dentro do contexto terapêutico, o que permite que o terapeuta escolha sua

linguagem.

A Arterapia não se atém a questões estéticas, técnicas e acadêmicas e não

exige que se tenha habilidades especiais, já que a sua intenção é liberar o

inconsciente para desenvolver uma auto-análise, autoconhecimento, auto-estima,

mas é a Arte Terapia é um excelente recurso para pessoas que tem dificuldade em

30 Ugne, Ana. Op.Cit. 31 Ugne, Ana. Ibdem.

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aceitar-se fisicamente, pois ajuda o indivíduo a reconhecer seus problemas e a

redescobrir sua capacidade criativa, reconfigurando suas dificuldades de

relacionamento consigo mesmo, com o outro e com o mundo. Tudo isso torna a

associação entre estética e Arteterapia uma maneira de integrar a arte nos

processos de cura do nosso corpo, mente e alma, como um recurso para

desenvolver inteligência simbólica, emocional, corporal, intuitiva, criativa,

imaginativa, espiritual e filosófica. Ajuda na expressão dos potenciais criativos, na

manifestação da presença autêntica na sociedade.32

O indivíduo, através de seu corpo, sua voz, suas expressões faciais e todo

seu maquinário humano relê o mundo e se expõe a sua maneira. A Arteterapia parte

do pressuposto de concretizar, reler, entender e expor ao próprio ser humano ao que

ele ainda não viu, não concretizou. Isso significa que o Arteterapeuta é um

facilitador que busca, através da arte, ajudar o ser humano a tornar-se humano.

Como Esteticista, habituada a trabalhar com a visão estética e artística,

percebo que a Arteterapia tem me auxiliado a atender às reais necessidades das

clientes. Observo constantemente o crescimento da auto-estima, do

autoconhecimento e da qualidade de vida das clientes de forma geral.

A Arteterapia é uma terapia que utiliza a arte como forma de expressão. O

mais interessante é não ter nenhum compromisso com a estética, sendo o principal

objetivo possibilitar e facilitar a comunicação e o que importa é o significado do

trabalho e sua simbologia. Por isso, ela é excelente para aliviar o estresse, ajuda a

desenvolver o bem-estar, além de proporcionar uma melhora significativa na

qualidade de vida de muitas pessoas.

Nas sessões de Arteterapia o cliente pode realizar trabalhos de pintura,

modelagem, bordado, corte e costura, desenho, música, teatro, dança, entre outros,

e esse processo funciona como um excelente antidepressivo ao trabalhar a

expressão e a composição, favorecendo o contato com o interior, liberando

32 Ugne, Ana. Op.Cit.

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34

sentimentos e atitudes que podem ser desconhecidos, assim como a busca da

harmonia e do equilíbrio.

A Arteterapia lança mão de recursos artísticos em contextos terapêuticos de

prevenção, e que variam desde estresse e depressão até inibição e dificuldades de

aprendizagem, interferindo na realidade, desenvolvendo competências pessoais que

aprimoram a performance, o desempenho da pessoa, o que estabelece formas de

comunicação entre o real e o imaginário, transformando o ato criativo em expressão

produtiva. Durante o processo da Arteterapia as pessoas sentem-se importantes,

capazes e amadurecem, convivendo melhor consigo mesmas e com o grupo, sendo

a arte terapia muito importante para a renovação e auto-estima do ser humano que

passa a se valorizar mais em si mesmo.33

“A Arteterapia atua explorando problemas e potencialidades do

indivíduo pela expressão e comunicação não-verbal, desenvolve

habilidades físicas, emocionais e/ou de aprendizagem através

de experiências artísticas terapêuticas de linguagem variadas.

Baseia-se no princípio de que a expressão artística é reveladora

de conteúdos internos do indivíduo, que o faz através de

modelos simbólicos, livre de censura moral e racional.

Reconhece que o fazer artístico por si mesmo é terapêutico, em

relação aos diferentes materiais e recursos utilizados,

mobilizadoras de diversas funções orgânicas”.34

Zanrosso (2009) considera importante o papel da atividade criativa e

expressiva para o desenvolvimento pleno do ser humano, já que o uso da arte como

terapia implica que o processo criativo pode tanto reconciliar conflitos emocionais

como estimular crescimento pessoal, além do estímulo estímulo mental com o uso

33 Gomes, Flavia. Arteterapia. Jornal Live Today. Publicado em Outubro de 2008.Disponível em:http://beingsane.multiply.com/journal/item/56 < acesso em 17/07/2009> 34 Plaisant, Mariana. Arteterapia - Uma boa alternativa no tratamento contra a obesidade. Revista Oficina da Moda, publicado em fevereiro de 2009.Disponívelem:http://www.oficinadamoda.com.br/dica_moda.php?arteterapia__uma_boa_alternativa_no_tratamento_contra_a_obesidade&cod_dica_moda=737 < acesso em 17/07/2009>

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da criatividade, iniciando-se um processo de recuperação e manutenção da auto-

estima e da importância sócio-cultural do indivíduo, como parte de uma preservação

histórica e pessoal.35

A obesidade é um grave problema e cada vez mais comum em nosso país.

Segundo a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

cerca de 40% da população adulta brasileira está acima do peso. Muitos são os

tratamentos médicos para a obesidade, porém o que muitos desconhecem é a

importância de um acompanhamento terapêutico para essas pessoas.36

A aceitação da doença é a maior dificuldade dos pacientes, pois inclui uma

radical mudança de hábitos no combate à obesidade. Segundo Plaisant, o ganho de

peso é normalmente causado pela cultura do consumo de produtos industrializados

e pelo excesso de sedentarismo, e a terapia possibilita o encontro de novos

caminhos, para minimizar e dissolver os obstáculos emocionais que desvirtuam para

uma escolha errada, que nos prejudica fisicamente, diz a Psicóloga. 37

A Psicóloga Mariana Plaisant explica que para aqueles que não gostam de

fazer terapia, por não se sentirem bem conversando com um “estranho”, uma ótima

opção é a Arteterapia, pois na terapia normal o processo se dá através da interação

verbal. Já a Arteterapia trabalha com o fazer artístico, onde a comunicação, na

maioria das vezes, é não verbal. O instrumento é a construção artística”, diz

Plaisant. 38

Segundo Zanrosso (2009), o processo terapêutico através de músicas,

desenhos, colagem, artesanato, jogos, trabalhos corporais, faz parte da Arteterapia.

Um excelente acompanhamento terapêutico para o esvaziamento não só de gordura

35Zanrosso,Dayse Lurdes.O que é arteterapia. Disponível em: http://deysezanrosso.blogspot.com/2009/03/o-que-e-arteterapia.html < acesso em 17/07/2009>

36 Plaisant, Mariana. Op. Cit. 37 Plaisant, Mariana. Ibdem. 38 Plaisant, mariana. Ibdem.

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corporal acumulada, mas também da “gordura emocional” reprimida, considerando a

Arteterapia de grande ajuda no combate à obesidade e gordura localizada.39

39 Zanrosso, Dayse Lurdes.Op.Cit.

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37

CONCLUSÃO

Durante a nossa vida, com a nossa experiência, formamos o nosso próprio

olhar e criamos os nossos símbolos. Cada pessoa cria e exprime os seus

sentimentos e pensamentos refletindo a sua personalidade, e qualquer tipo de

criatividade capacita a pessoa a explorar o seu interior.

Muitas vezes não conseguimos palavras para expor as nossas experiências e

é aqui que a arte terapia pode auxiliar, através do processo de criação que indica o

estado de agora, revela os problemas, ajuda o indivíduo a se conhecer melhor e a

desenvolver várias capacidades pessoais.

O resultado do trabalho com os materiais não tem que ter valor estético,

sendo mais uma mediadora entre o cliente e o terapeuta a fim de revelar o seu

mundo interior. A Arteterapia pode ser realizada individualmente ou em diferentes

grupos e instituições como escolas, organizações empresariais, hospitais, clínicas e

outros, adaptando-se a cada ambiente e situação, possibilitando às pessoas

vivenciarem e se conhecerem num processo terapêutico.

A Arteterapia apresenta inúmeros benefícios, dentre eles a melhora da

comunicação consigo mesmo e com o outro; a independência do cliente, que cria

nas sessões; o tempo do tratamento é menor, pois a transferência é reduzida,

favorece a busca da harmonia e do equilíbrio da vida; facilita a leitura de material pré

e inconsciente através do processo criativo; aumenta a espontaneidade e a

criatividade.

A Terapia pela Arte não se fixa nos limites clássicos da psicoterapia. O arte

terapeuta trabalha com o sujeito individualmente, ou com grupos, desenvolvendo

práticas, dinâmicas, vivências que valorizam a Arte em todas as suas manifestações:

pintura, escultura, música, desenho, teatro, poesia, para interferir na realidade e

desenvolver competências pessoais, o que estabelecerá formas de comunicação

entre o real e o imaginário. Dessa forma, as pessoas aprendem a construir espaços

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e desfrutam o prazer de criar. O sujeito aprende a perceber sua obra com sua

beleza única.

As atividades desenvolvidas no processo de Arteterapia permitem trabalhar a

auto-imagem, a percepção da transformação, a superação de obstáculos, a

estimulação da desinibição, conduzem a uma integração com o mundo, instigando à

resolução de conflitos pessoais. Ocorre, então, um aperfeiçoamento na

comunicação do sujeito consigo mesmo e com os grupos com que interage,

desenvolvendo a personalidade e construindo um ambiente saudável.

Este trabalho procurou questionar se esse aperfeiçoamento não poderia ser

compreendido como a evolução espiritual que leva à beleza, através da arte, para

alcançar a verdade, a essência das coisas, encontrando respaldo em Psicólogos

como Zanrosso e a Psicóloga/Arteterapeuta Plaisant,que dedicaram estudos à

relação entre Estética/Obesidade/Arteterapia, além de um passeio histórico pela

introdução da arte nas terapias clássicas e seu desenvolvimento até os dias atuais.

A característica transformadora na vivência da arte e é confirmada por alguns

autores como Rhyne(1966), Andrade(1994), Frayne(1994), Maslow (1973), que

associam a arte à evolução espiritual, trazendo implícita a idéia de transformação.

Assim, houve uma transformação adaptativa, como no sentido descrito por Rogers

(1999) e que mostram como a criatividade é saudável, além da importância de seu

papel na saúde do indivíduo.Winnicott(1975), Maslow (1973), Rogers(1999),

Andrade (1994) e Rhyne(1996) afirmam, por exemplo, que a ausência da arte pode

estar associada à doença psicológica.

As características de autoconhecimento, transformação e ampliação da

consciência condizem com as afirmações de Arteterapeutas, Psicólogos,

constatando-se que a vivência da arte justifica o processo terapêutico e os

pressupostos dos Arteterapeutas sobre o seu poder terapêutico segundo variações

na profundidade da vivência do cliente, levando-se em conta as diferenças pessoais.

Assim, conclui-se que a Arteterapia é um veículo de mudança social, estabelecendo

padrões éticos sobre a interdependência da tríade bem, beleza e verdade,

considerando-se que beleza/estética e arte caminham juntas. Esse lado

desenvolvido pela arte remete a reflexões sobre o ser humano saudável.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO

06

CAPÍTULO I

OS FUNDAMENTOS DA ARTETERAPIA

08

1.1 –As principais indicações da Arteterapia 10

1.1.1- A Arteterapia para a mulher 11

1.1.2- A Arteterapia para o homem 13

1.2-Como funciona a Arteterapia 15

CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DA AUTO-ESTIMA PARA O INDIVÍDUO

21

2.1 -A relação ente autoconhecimento e auto-estima 24

2.2 – A influência da arte na auto-estima 26

CAPÍTULO III

A ARTE COMO RECURSO APLICADO Á ESTÉTICA

30

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

ÍNDICE 42

FOLHA DE AVALIAÇÃO 43

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes – UCAM, Projeto A Vez do

Mestre

Título da Monografia: A Arte da estética na reconstrução da auto-estima

Autor: Maria Regina de Souza Olinda

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

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Conceito Final: