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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PROJETO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL (FAIXA ETÁRIA DE 03 A 06 ANOS) Autora: Paula Antonietta Smarrito Vilardo Orientadora: Fabiane Muniz Rio de Janeiro / 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NO

PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DA

CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL (FAIXA ETÁRIA DE

03 A 06 ANOS)

Autora: Paula Antonietta Smarrito Vilardo

Orientadora: Fabiane Muniz

Rio de Janeiro / 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NO

PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DA

CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL (FAIXA ETÁRIA DE

03 A 06 ANOS)

Apresentação de monografia

ao conjunto Universidade Candido

Mendes como condição prévia para

conclusão do curso de pós-

graduação em psicomotricidade.

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AGRADECIMENTOS

Devo agradecer a Deus e a toda

minha família, particularmente a meu

filho Enzo, como forma de

reconhecimento por toda generosa

compreensão e paciência recebidas

nos incontáveis dias e noites em que,

absorta em meus estudos e

pesquisas, deixei de compartilhar do

nosso precioso convívio familiar.

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DEDICATÓRIA

Dedico a todas as pessoas que

passaram e passam pela minha vida,

deixando força e conhecimento,

elementos decisivos desta obra.

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RESUMO Este trabalho surgiu para esclarecer o que a psicomotricidade pode

auxiliar no processo de desenvolvimento psicomotor da criança na faixa etária

de 03 a 06 anos. Oferece a visão do processo normal de desenvolvimento no

sentido de mostrar como os conflitos não-resolvidos ou as vivências

traumáticas durante esta época da infância podem ter repercussões imediatas

ou mesmo, se manifestar durante toda a vida do indivíduo, influindo em suas

atividades profissionais.

O desenvolvimento psicomotor está relacionado com o aprendizado,

devido a isso, se os elementos básicos da psicomotricidade (esquema corporal,

coordenação motora fina e ampla, lateralidade, orientação espacial, orientação

temporal e ritmo) encontram-se alterados, ou seja, mal constituídos, prejudicará

questões a respeito da aprendizagem.

Sendo a psicomotricidade uma ciência que tem por objeto o estudo do

homem através do seu corpo em movimento nas suas relações com seu

mundo externo e interno; consolida-se então, qualquer que seja a atitude, a

psicomotricidade está presente, é expressada através dos jogos e do desenho,

atuando com a finalidade de sanar e atenuar diversas patologias,

principalmente as alterações na alfabetização.

A educação psicomotora torna possível a ação preventiva durante a

educação infantil e promove a mobilização do corpo e agilização da mente,

com isso a criança é conduzida a sua consciência corporal e criatividade.

Portanto, aplicando-se a psicomotricidade na fase da educação infantil, se tem

a prevenção de distúrbios no desenvolvimento psicomotor e consequentemente

a resolução nas dificuldade escolares futuras.

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METODOLOGIA Pesquisa bibliográfica, explorativa, observação do objeto de estudo, a

partir de coleta e análise crítica. Interpretação das contribuições teóricas sobre

o tema proposto, bem como mostrar que a psicomotricidade, sendo uma

ciência que relaciona o ato motor a mente, pode atuar para um

desenvolvimento psicomotor da criança da faixa etária de 03 a 06 anos,

equilibrado. Demonstrar que uma ação psicomotora durante a educação

infantil, desenvolve a criatividade da criança.

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SUMÁRIO

Introdução 8 Capítulo I - A psicomotricidade. 10 Capítulo II – O desenvolvimento psicomotor infantil. 17 Capítulo III – A educação infantil (escola). 30 Capítulo IV – A avaliação psicomotora. 37 Capítulo V - Áreas psicomotoras. 48 Conclusão 54 Bibliografia 56 Índice 57

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INTRODUÇÃO

Este trabalho monográfico, em sua introdução procura explicitar que a

psicomotricidade é uma ciência com o objetivo de integrar a percepção e o

movimento, melhorando ou normalizando o comportamento global do indivíduo.

No primeiro capítulo são relatadas definições de grandes autores que

contribuiram no estudo da psicomotricidade e um breve histórico.

A seguir há um destaque em relação a psicomotricidade com a

afetividade e a socialização, percebe-se então que a atuação da

psicomotricidade no desenvolvimento afetivo e social, motor e cognitivo

propicia um caminho para a aprendizagem.

A psicomotricidade apresenta um papel fundamental na socialização,

que é de estabelecer um estilo de relação propício ao desenvolvimento global

do indivíduo.

Esse mesmo capítulo faz uma reflexão sobre a contribuição da

psicomotricidade e a ludicidade para a criança de 03 a 06 anos, e também uma

relação de tipos de brinquedos adequados à essa faixa etária; enfatizando o

lúdico, ou seja, jogos/brinquedos e o desenho como forma de comunicação e

de permissão à entrada na dimensão da criatividade possibilitando o

aprendizado. O jogo e o brinquedo favorece uma educação infantil adequada.

A criança ao brincar desencadeia a espontaneidade e a liberdade para a

fantasia; permite à criança assimilar a realidade externa à sua realidade

interna.

O segundo capítulo é o capítulo que diz respeito ao programa

psicomotor que é capaz de mobilizar o corpo e a mente infantil, desenvolvendo

a consciência corporal e a reflexão. Ainda nesse capítulo ocorre uma

explicação sobre a relação que a psicomotricidade tem com o desenvolvimento

infantil; a psicomotricidade apresenta a função de preparar os alunos para a

escolaridade e/ou melhorar os seus padrões defasados do desenvolvimento

psicomotor. E o objetivo de estudo da psicologia do desenvolvimento atual, que

consiste nos processos intra-individuais e ambientais que levam à mudanças

de comportamento. Há uma abordagem das etapas da evolução psicomotora

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onde são mencionadas as aquisições alcançadas por crianças de 03 à 06

anos. Uma evolução psicomotora normal permite à criança passar dos

movimentos globais aos mais específicos e dos movimentos espontâneos aos

movimentos conscientes.

O processo de aprendizagem permeia no capítulo três, evidenciando

que aprender a ler e escrever tornou-se uma capacidade indispensáveis para

que o indivíduo se adapte e se integre no meio social.

Para melhor compreensão é divulgado o trabalho da educação

psicomotora durante a educação infantil; acentuando-se os aspectos preventivo

e reeducativo à criança situada nesta fase. Ressalta-se o que a educação

infantil contribui para as futuras aprendizagens; e também o objetivo da escola

que é a integração da criança na sociedade facilitando o seu acesso ao mundo

dos adultos.

Cabe ainda salientar nesta introdução sobre a abordagem avaliativa,

durante o quarto capítulo. Uma avaliação bem sucedida junto à um diagnóstico

correto, reflete em uma terapia favorável para uma melhora global da criança.

Um roteiro de avaliação psicomotora é ilustrado neste mesmo capítulo,

como uma maneira de facilitar o terapeuta a averiguar como a criança se

comporta psicomotoramente.

Por fim, no capítulo cinco são citadas as áreas psicomotoras quanto ao

seu aspectos do desenvolvimento e algumas definições de ilustres autores.

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Capítulo I - A Psicomotricidade

Historicamente, o termo psicomotricidade apareceu pela 1a vez com

Dupré 1920; significando um entrelaçamento entre o movimento e o

pensamento. Já Aristóteles como pensador grego analisou a função da

ginástica para um melhor desenvolvimento do espírito.

A psicomotricidade é uma ciência que, por ter o homem como objeto de

seu estudo, engloba várias outras áreas: educacionais, pedagógicas e de

saúde.

É o estudo das áreas psicomotoras (esquema corporal, lateralidade,

coordenação motora ampla e fina, estruturação espacial e temporal),

expressada através do desenho e dos jogos. Sendo a psicomotricidade uma

ciência que procura educar o movimento, ao mesmo tempo em que desenvolve

as funções da inteligência, ela existe nos menores gestos e visando um maior

desenvolvimento afetivo, cognitivo e intelectual. (Coleção giramundo, 2003).

Objetivo da Psicomotricidade

Objetivo Geral

Integrar a percepção e o movimento melhorando ou normalizando o

comportamento geral do indivíduo.

Objetivos específicos

Ü Melhorar ou normalizar o comportamento geral do indivíduo

Ü Desenvolver um trabalho constante sobre todas as condutas do indivíduo

• Consciência do seu próprio corpo

• Desenvolvimento do equilíbrio

• Controle da inibição involuntária do respiração

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• Organização da expressão corporal e da orientação espaço temporal

Ü Melhorar as possibilidades de adaptação ao mundo exterior

Profissionais que atuam na Psicomotricidade:

Psicomotricista

Fonoaudiólogo

Fisioterapeuta

Terapeuta ocupacional

Professor de educação física

Pedagogo

Psicólogo

Musicoterapeuta

São profissionais que atuam na área da psicomotricidade, utilizam o

movimento corporal com o intuito de um desenvolvimento global (mente e

corpo) satisfatório.

1.1 - Definições sobre a Psicomotricidade

“A Psicomotricidade não é exclusiva de um

novo método ou de uma “escola” ou de uma

corrente de pensamento, nem constitui uma

técnica um processo, mas visa fins educativos

pelo emprego do movimento”

(Fonseca, 1988)

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“Psico significando os elementos do espírito

sensitivo, e motricidade traduzindo-se pelo

movimento, pela mudança no espaço em função

do tempo em relação a um sistema de referência”

(Defontaine,1980)

“A psicomotricidade consiste na unidade

dinâmica das atividades, dos gestos, das atitudes

e posturas, enquanto sistema expressivo,

realizador e representativo do “ser-em-ação” e da

coexistência com outrem”

(Jaques Chazaud, 1976)

1.2 - A relação da Psicomotricidade com a afetividade e a

socialização.

Considera-se a afetividade a primeira relação da criança que é

concebida entre mãe-filho, com a intenção de adquirir um vasto conhecimento.

É de suma importância a presença humana afetuosa no círculo da criança e

mais tarde essa relação ocorre da criança com outrem, portanto se dará o

processo de socialização, que também vem desde o início do desenvolvimento

psicomotor. É nesta relação e, ainda na comunicação com outrem que o

indivíduo se realiza. Sendo a socialização a função da boa evolução da

imagem do próprio corpo. E, com fundamentos afetivos, que o indivíduo torna-

se social ou seja participante ativos dentro de um grupo, quando há um

desenvolvimento de suas aptidões pessoais e uma consolidação de sua

imagem do corpo. Crianças com carências afetivas podem obter a recuperação

ou minimização de uma parte de seu atraso no plano funcional, através da

exploração de atividades lúdicas e do trabalho voltado para imagem do corpo.

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O papel da psicomotricidade na socialização é de estabelecer um

estilo de relação propício ao desenvolvimento e por outro lado a utilização do

grupo como meio de integração social. (Fonseca, 1988).

Ao desenvolver uma atividade em grupo a criança acessa seu

senso de companheirismo, aprende a conviver em sociedade, procurando

entender as regras e aceitá-las; tem a oportunidade assim para que no futuro

essa criança torna-se um adulto sociável.

1.3 - Relação de tipos de brinquedos para a

Psicomotricidade

Brinquedos de afeto (jogos afetivos)

São macios, gostosos de pegar, de aparência simpática, estes

brinquedos despertam, em todos que os vêem, uma vontade de acariciá-los e

abraçá-los; provocam aconchego e oferecem consolo à criança.

Bichinhos de pelúcia

Bonecos de bebês muito fofos

Bonecos de panos variados

Almofadas de formas e cores diversas

Brinquedos para o “faz-de-conta”. (jogos simbólicos)

Através dos jogos simbólicos o pensamento da criança evolui a

partir de suas ações. As crianças precisam vivenciar suas idéias em nível

simbólico para poderem compreender seus significados na vida real.

Mobiliário

Boneca com cabelo

Carro / Caminhão

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Fantoches

Carrinhos de bebê

Panelinha

Navio / Barco

Caixa com acessórios da vestimenta masculina e feminina

Brinquedos de Ação (jogos de ação)

Corda

Pneu

Peteca

Boliche

Bambolê

Bolas de cores e tamanhos diversos

Bandinha (jogos rítmicos)

Piano

Flauta

Xilofone

Tambor

Pandeiro

Reco-reco

Triângulos

2 coco

Agogô

Jogos Fantasmáticos

Tecidos de tamanhos e cores diferentes

Fantasias de bichinhos

Lençol (pode servir de cabana, de capa de super-herói)

Areia, argila e massinha

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1.4 - O jogo e o brinquedo com a Psicomotricidade

A psicomotricidade é expressada através do desenho e dos jogos

(brinquedos); os jogos são a oportunidade de desenvolvimento para a criança.

Jogando a criança experimenta, descobre, inventa, exercita e confere suas

habilidades. Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual que,

quando bem cultivado, irá contribuir, no futuro, para a eficiência e o equilíbrio

do adulto. O brinquedo facilita e enriquece a brincadeira, proporcionando

desafio, motivação e o aprender. O desempenho psicomotor da criança

enquanto brinca alcança níveis que só mesmo a motivação intrínseca

consegue.

Para que o brinquedo seja significativo para a criança é preciso

que tenha pontos de contato com sua realidade, ou seja, traduz o real para a

realidade infantil. Suaviza o impacto provocado pelo tamanho e pela força dos

adultos, diminuindo o sentimento de impotência da criança. Ao ver o brinquedo,

a criança é tocada pela sua proposta; reconhece umas coisas, descobre

outras, experimenta e reinventa; analisa, compara e cria. Sua imaginação se

desenvolve e suas habilidades também, com isso há um enriquecimento do

seu mundo interior, se comunica mais e pode, cada vez mais, participar do

mundo que a cerca. Nas dramatizações, a criança vive personagens diferentes,

alongando assim sua compreensão sobre os relacionamentos humanos.

As relações cognitivas e afetivas, conseqüentes da interação

lúdica, propiciam amadurecimento emocional e vão, pouco a pouco,

constituindo a sociabilidade infantil. Especialmente nos jogos grupais, a

interação acontece de maneira mais fácil, pois estimulada pela necessidade

que os elementos do grupo têm de alcançar determinadas metas no jogo, a lei

não deriva do poder ou da autoridade mas de regras, portanto, do jogo em si.

Conhecidas as normas, todos tem as mesmas oportunidades, e participam do

jogo, a criança aprende a aceitar regras, pois o desafio, está justamente, em

saber respeitá-las. Esperar sua vez, aceitar o resultado dos dados ou de outro

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fator de sorte são excelentes exercícios para lidar com frustrações e ao mesmo

tempo, elevar o nível de motivação.

Os jogos e os brinquedos estimulam a linguagem interna,

consequentemente há um aumento do vocabulário, a linguagem verbal torna-

se mais fluente e ocorre um maior interesse pelo conhecimento de palavras e

conceitos novos. Além da linguagem, os jogos estimulam a inteligência porque

faz com que solte a imaginação e a criatividade. A realização de uma

brincadeira possibilita à criança a desenvolver suas funções cognitivas

(atenção, concentração e memória). Os brinquedos, quando espontâneos, são

considerados de duas formas:

A nível de auto-expressão: estão as atividades livres

A nível de auto-realização: estão as atividades organizadas, ou seja,

que apresentam uma proposta portanto requer determinado

desempenho.

O brincar, por ser uma situação onde predomina o prazer sobre a

tensão, favorece o relacionamento. É brincando que a criança descobre o

desafio de andar com as próprias pernas e pensar com a própria cabeça,

assumindo a responsabilidades por seus atos, é na fase da educação infantil

que a criança é capaz de estruturar melhor suas ações e tornar-se

independente em relação aos cuidados maternos. É também nesta fase que

ela associa a criatividade lúdica e artística, apresenta a conceituação de jogo

simbólico e por volta dos 6 anos há inserção nos jogos de regras.

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Capítulo II – O Desenvolvimento Psicomotor Infantil

O desenvolvimento psicomotor da criança se dá através das

reações do ser humano ao ambiente que o cerca e as relações com os demais.

A criança desenvolve-se de maneira contínua.

A organização da motricidade passa pelas seguintes fases:

1a fase: Esta fase mostra que o recém-nascido apresenta condições

anotomo-fisiológicas dos reflexos. O reflexo constitui-se em uma modalidade

assimiladora, que se acomoda ao meio quando se põe em funcionamento:

a) Organização da estrutura motora

b) Organização do tônus de fundo

c) Organização da propriocepção

d) Desaparecimento das reações primitivas.

2a fase: Organização do plano motor

Há o aperfeiçoamento espaço temporal

3a fase: Automatização do adquirido

As aquisições motoras são automatizadas pela ação do sujeito

4a fase: Aperfeiçoamento e desenvolvimento de novas habilidades

motoras.

Fases do desenvolvimento da criança na faixa etária de 0 a 6 anos

Crianças compreendidas na mesma idade, podem comportar-se

de maneira diferentes isso ocorre devido às possibilidades físicas, às diferentes

maneiras de ser, ao meio e também ao ambiente familiar.

Ao nascer, o bebê apresenta reações automático-reflexas

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Primeiro mês, o olhar é o sentido que começa a ser trabalhado para que

possa distinguir cores e formas e até mesmo o olhar do outro

Segundo mês, o bebê já é capaz de sorrir e os rostos familiares são

reconhecidos, faz brincadeiras com as mão, surgindo o interesse pelas

pessoas e por si mesmo.

Terceiro mês, apresenta sons vocábulos mais prolongados estabelecendo a

primeira comunicação através do sorriso recíproco e sai do estágio de

reflexo mesmo se ainda não faz gestos intencionais.

Quarto mês, já se volta com a cabeça quando alguém o chama.

Quinto mês, a exploração espacial começa a constituir-se e consegue ver o

conjunto do corpo do outro, portanto, a apreensão é desenvolvida

Sexto mês e o sétimo, a criança utiliza o seu corpo e os objetos

Oitavo mês, a sua mãe já é personalizada e identificada.

Nono mês, mantém-se em pé com apoio.

1 ano, a criança anda com ajuda e sua linguagem passa a ser constituída

por três palavras.

2 anos, durante este período, é normal que ocorra imprecisão geral dos

movimentos e movimentos de controle manual deficientes

3 anos, a criança já consegue imitar um desenho sem muitos traçados e

tenta fazer um boneco mais aperfeiçoado.

4 anos, o conhecimento da criança para vestir-se e despir-se sozinha,

manusear a tesoura, o lápis, abotoar e desabotoar já é evidenciado.

5 anos, no início da educação infantil, adquire a precisão dos movimentos,

lentamente, e é através de atividades de pouco deslocamento.

6 anos, nesse momento, as dissociações manuais e digitais já se

afirmaram. (Fátima Alves, 2003)

O trabalho psicomotor beneficia a criança no controle de sua motricidade.

Um trabalho corporal bem realizado, sem punições , constitui a melhor ajuda a

uma criança incapaz de controlar-se.

Segundo Jean Piajet, os estágios do desenvolvimento psíquico da

criança se divide em quatro grandes períodos:

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1a ) da inteligência senório-motora (se estende até os dois anos

de idade)

2a ) pré-operatório do pensamento (se estende entre os dois e os

sete anos)

3a ) das operações concretas (se estende entre os sete e os 12

anos)

4a ) das operações formais (se estende na adolescência)

O desenvolvimento de uma criança é muito mais complexo do que parece,

para ser analisado é preciso ter em vista o conjunto da criança e de suas

condições de vida familiar.

É importante evidenciar que tanto psicologicamente como fisicamente o

desenvolvimento da criança é muito mais rápido no período do nascimento aos

seis anos de idade.

2.1 - Como o desenvolvimento infantil pode ser auxiliado

através da psicomotricidade

O desenvolvimento global da criança se dá através do movimento,

portanto, permite à criança explorar o mundo exterior através de experiências

concretas, e, é com essa exploração que ela desenvolve a consciência de si

mesmo e do mundo exterior. Para que haja uma boa desenvoltura, é

necessário que os pais, educadores e terapeutas envolvidos com a

psicomotricidade, estabeleçam situações favoráveis para que esta evolução

ocorra naturalmente, percorrendo todas as suas etapas.

É importante uma visão holística, pois o ser humano é completamente

indivisível, na qual alterações em qualquer uma das partes se refletem em

todas as outras e consequentemente nas suas funções. E também cada

criança é única. Crianças “normais” com a mesma idade comportam-se de

maneira diferente, elas podem ser mais atrasadas ou apresentam

desenvolvimento acima do esperado para determinada idade; isso dependerá

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do tipo de estimulação que proverá de condições de vida familiar,

principalmente da relação com os pais e da influência do meio ambiente, isso

faz o terapeuta refletir em como deve proceder na abordagem avaliativa, e não

realizar julgamentos errôneos e precipitados, porque o desenvolvimento de

uma criança é muito mais complexo do que parece ser.

Todo o desenvolvimento deve se dar de forma harmônica, copo e mente

de forma equilibrada; as funções do sistema nervoso (sensorial, motora, afetiva

e intelectual) evoluem juntas. E a afetividade na qual é a primeira relação que

se estabelece para a criança. A relação de afetividade entre mãe e filho e um

fator impulsonante de todo o desenvolvimento, o que faz com que a criança

busque cada vez mais o interesse por explorar o meio e adquirir conhecimento,

então quanto mais afeto maior será o seu conhecimento posterior.

A psicomotricidade se refere ao sensitivo e ao movimento, ela favorece a

evolução do desenvolvimento, pois o homem é munido de movimentos, de

sensações e de percepções; todo o seu conhecimento e saber é devido à

percepções carregadas em si e é através do movimento é que ela se auto-

descobre, vivendo em unidade com o mundo exterior. A estruturação e a

reestruturação do mundo é operada pela percepção, sensação e ação

(movimentos) que são dependentes à satisfação das necessidades biológicas,

afetivas, emocionais e cognitivas do homem.

O movimento humano reflete uma interligação dos processos emotivos e

intelectuais, sendo assim o homem utiliza o movimento para satisfazer as

necessidades que lhe são inerentes.

2.2 - Psicologia do desenvolvimento da criança de 3 a 6

anos

Inicialmente, os estudiosos de psicologia do desenvolvimento parecem

tê-la conceituado como estudo de mudanças de comportamento que ocorrem

em função do tempo. Mas o tempo, em si, não é uma variável psicológica. O

que pode causar mudanças no comportamento são os eventos que ocorrem

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durante determinado segmento de tempo. Da mesma forma, considerar que a

essência da psicologia do desenvolvimento é o estudo de mudanças que

ocorrem em função da idade cronológica não é adequado, pois ter 3 anos de

idade significa apenas que três anos decorrem entre o nascimento e o

momento atual. O tempo deve ser, para o psicólogo do desenvolvimento,

apenas uma escala conveniente na qual são ordenados aos comportamentos e

assimilados as mudanças. O que interessa à psicologia de desenvolvimento

são as mudanças de comportamento que ocorrem não em função do tempo,

mas em função de processos intra-organísticos e de eventos ambientais que

ocorrem de determinada faixa de tempo. Pode-se dizer então, que o objetivo de

estudo da Psicologia do Desenvolvimento atual consiste nos processos intra-

individuais e ambientais que levam a mudanças de comportamento.

A diferença entre as psicologias e a psicologia do desenvolvimento é

que a do desenvolvimento se caracteriza pelo interesse em mudanças de

comportamento que ocorrem durante um longo período enquanto que as

demais áreas da psicologia focalizam mudanças de comportamento geralmente

à curto prazo. O psicólogo do desenvolvimento freqüentemente se interessa

por estágios e seqüências ordenadas no desenvolvimento.

A criança no início da fase pré-escolar, apresentam segmentações que

começam a se estabelecer, durante sua organização psicomotora. Pode sentar

sobre um caixote e balançar alternadamente suas pernas, divertindo-se com o

movimento e o ruído. Mas ainda é repleta de sincinesias, ou seja, de

movimentos parasitas que interferem em sua realização prática, principalmente

nos movimentos musculares globais, contaminado a motricidade mais

específica. Só se libertará das sincinesias aos 7 anos, quando os dedos

alcançarão a prontidão necessária para a escrita, e também quando assumir o

domínio do que se quer realizar. (Rappaport, 1981).

Em se tratando da psicologia do desenvolvimento infantil, é difícil não

citar Freud que chocava a humanidade no início do século XX com suas

descobertas a respeito do desenvolvimento da personalidade da criança e com

a constatação de que certos acontecimentos vivenciados na infância eram os

determinantes principais de distúrbios de personalidade na idade adulta. Feud

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causou um impacto decisivo ao mostrar a importância dos primeiros anos de

vida na estruturação da personalidade, determinando o curso do seu

desenvolvimento futuro no sentido da saúde mental e da adaptação social

adequada ou da patologia. Apesar das críticas que hoje em dia possam ser

feitas à obra de Freud, seu nome continua presente entre os autores que mais

auxiliam a compreensão do desenvolvimento psicológico da criança.

A psicologia infantil, atualmente conceituada de maneira ampla, bem

como a ciência, ou aspectos da ciência, que pretende descrever e explicar os

eventos ocorridos no decorrer do tempo que levam a determinados

comportamentos emergentes durante a infância. Pretende, pois, explicar como

é que, a partir de um equipamento inicial (inato), o sujeito vai sofrendo uma

série de transformações decorrentes sua própria maturação (fisiológica

neurológica) que em contato com as exigências e respostas do meio físico e

social, levam à emergência desses comportamentos. Portanto, essa ciência

pretende:

- Observar e descrever os fenômenos (exemplo: choro, agressão,

linguagem, soluções de problemas)

- Explicar os fenômenos. Explica quais os processos subjacentes, quais

os mecanismos psicológico, internos, que atuam para possibilitar o

aparecimento destes fenômenos comportamentais.

Por conseguinte, a psicologia infantil pretende descrever e explicar o

processo de desenvolvimento da personalidade em termos de “como” e “por

que” aparecem certos comportamentos.

No momento atual da sociedade (onde o problema da criança vem

assumindo proporções cada vez mais graves), não há dúvida de que se torna

necessário uma intervenção do psicólogo infantil ao lado de outros

profissionais, para que os problemas comportamentais não evoluam ainda

mais, prejudicando de forma global a criança e resultando um adulto

socialmente ajustado. A divulgação das idéias da psicologia da criança junto

às famílias e a educação pode contribuir para que as crianças recebam um

tratamento mais adequado, diminuindo assim o índice de distúrbios

psicológicos na criança.

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2.3 - Etapas da Evolução Psicomotora

São mencionados as aquisições que podem ser alcançadas por crianças

que se encontram na faixa etária de 3 a 6 anos de idade.

3 anos

Ü Desenvolvimento Psicomotor.

• Alterna os és ao subir uma escada (padrão cruzado).

• Salta o último degrau.

• Anda na ponta dos pés.

• Pula com os dois pés.

• Equilibra-se momentaneamente sobre um dos pés.

Ü Atividade de vida diária.

• Ajuda a arrumar a casa .

• Segura a colher corretamente.

• Começa a utilizar o garfo.

• Come à mesa, mas necessita de ajuda.

• Vai ao banheiro sozinha.

• Tentar limpar-se após ir ao banheiro escova os dentes com ajuda.

• Usa um lenço adequadamente.

• Abotoa-se sozinha.

• Calça os sapatos e as meias.

• Segura o copo sem tocar na mesa.

Ü Desenvolvimento intelectual.

• Já é capaz de formar frases com três a quatro palavras.

• Emprega substantivos e verbos.

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Ü Comportamento social.

• Compreende ordens duplas.

• Demonstra preferência por alguma roupa.

Ü Evolução da linguagem.

• A linguagem está bem organizada, já usando frases.

Ü Evolução do desenho.

• Imita rabiscos em “V”.

• Imita rabiscos circulares (rabiscões).

• Risca traços verticais e horizontais.

Ü Destaque.

• Está descobrindo as diferenças entre sexos. É por isso que a menina para reafirmar que é do sexo feminino, repete o comportamento da mãe.

4 anos

Ü Desenvolvimento Psicomotor.

• Domina a corrida, corre e raramente tropeça.

• Corre e pula em um só pé.

• Salta sobre um e outro pé.

• Desce escada alternado os pés.

• É capaz de realizar movimentos isolados do corpo.

• Equilibra-se em um só pé, por mais ou menos oito segundos.

• Constrói tanto na dimensão vertical quanto na horizontal.

• Caminha sobre uma linha desenhada no chão.

Ü Atividades da vida diária.

• Usa o garfo adequadamente.

• Utiliza o guardanapo.

• Necessita de ajuda para tomar banho e enxugar-se.

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• Penteia os cabelos com auxílio.

• Escova os dentes corretamente.

• Lava as mão e o rosto.

• Abotoa e desabotoa a roupa.

Ü Desenvolvimento intelectual.

• Utiliza sentenças de cinco palavras.

• Repete pequenas músicas e versos.

• Discrimina sons pela intensidade.

• compreende 3 ordens.

• imita uma ponte de cubos

• Reconhece plurais.

• Identifica 4 objetos pelo seu uso.

• Nomeia pelo menos oito figuras.

• É capaz de identificar, classificar e comparar.

• Possui capacidade de raciocínio.

• Identifica os seus desenhos.

Ü Comportamento social.

• Gosta de fazer amigos.

• Responde a perguntas que necessitam compreensão e que exigem

conclusões lógicas.

• Brincadeira construtiva.

• Aprecia outra criança brincando.

• Ainda não se encontra apto a manter contato ativo com um grupo de

crianças.

Ü Evolução da linguagem.

• As crianças chegam aos 4 anos de idade usando a linguagem verbal de

forma bastante organizada, as frases contêm todos os elementos

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gramaticais e os diálogos apresentem uma relativa continuidade das

idéias.

Ü Evolução do desenho.

• As figuras são soltas, sem ligações entre si.

Ü Destaque.

• A instabilidade emocional marca a volta do pequeno rebelde de 2 anos

atrás. Ri e chora com a mesma facilidade. O relacionamento com os

pais é conturbado. Ao mesmo tempo que desafia a mãe, sente ciúme

dela com o pai.

5 anos

Ü Desenvolvimento Psicomotor.

• Passar de uma posição a outra sem perder o equilíbrio.

• Salta e pega uma bola sem auxílio.

• Salta alternando os pés.

• Saltita em um pé só.

• Anda para trás, sobre os calcanhares ou na ponta dos pés.

• Permanece em equilíbrio na ponta dos pés, por vários segundos.

• Desenvolvimento do esquema corporal.

• Domínio dos grandes músculos.

• Coordenação visual e motora em desenvolvimento.

Ü Atividade de vida diária.

• Gosta de auxiliar em tarefas domésticas.

• Ingere alimentos de texturas e temperaturas diferentes.

• Lava e enxuga o rosto e as mãos sem auxílio.

• Não precisa de auxílio quando vai ao banheiro.

• Coloca creme dental na escova, escova os dentes e lava a boca sem

auxílio.

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Ü Desenvolvimento intelectual.

• Utiliza sentenças de seis palavras.

• Reconhece e nomeia cores.

• Compreende três ordens.

• É capaz de copiar letras.

• Arma um quebra cabeça de 8 a 12 peças.

• Desenvolvimento do raciocínio, da associação de idéias e das

generalizações.

Ü Comportamento social.

• Gosta de proteger crianças menores e mais fracas.

• Brinca em pequenos grupos.

Ü Evolução da linguagem.

• Linguagem completa, capaz de realizar explicações com suas palavras.

Ü Evolução do desenho.

• Aparecem as construções de cenas com pouca organização.

Ü Destaque.

Confiança em si mesma e nos outros, é a marca dessa idade. Volta a

respeitar a autoridade dos pais, sendo obediente e prestativa.

6 anos

Ü Desenvolvimento psicomotor.

Recebe a bola, chutando-a.

Corre e pula para pegar a bola pula corda.

Salta do alto em um pé só.

Possui ritmo normal e precisão de movimentos.

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Caminha sobre um barra de equilíbrio.

Pode ficar na ponta dos pés de olhos fechados.

Ü Atividade de vida diária.

Utiliza o garfo e a faca corretamente.

Lava os mãos e o rosto antes das refeições.

Veste-se sozinho, mas não dá laços.

Ü Desenvolvimento intelectual.

Utiliza sentenças de sete palavras.

Conta pequenas histórias.

Discrimina palavras que terminem como mesmo som.

Início da aprendizagem formal da escrita.

Ü Comportamento social.

Não apresenta inibições ao ficar despido.

Ü Evolução da linguagem.

Linguagem completa, que a partir desta fase, as crianças vão apenas se

adaptando às regras de cada língua.

Ü Evolução do desenho.

As cenas do desenho mostram-se bem claras, porém ainda sem noções

de perspectiva visual.

Ü Destaque.

As diferenças sexuais já não parecem interessar, e meninos e meninas

tendem a brincar mais juntos.

Citar as etapas que diz a respeito sobre a evolução do desenho, foi de

grande valor pois o desenho infantil deve ser visto e analisado como uma

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maneira de expressar pensamentos, ou seja, como uma forma de linguagem.

Ao desenhar, primeiro a criança faz o desenho e depois diz o que significa o

que desenhou, na medida em que realiza o desenho, ela vai explicando o que

está desenhando. Por último, ela já será capaz de organizar mentalmente o

que vai fazer e antecipar verbalmente o que desenhará, após essas etapas

podemos averiguar que a criança está com sua linguagem verbal totalmente

organizada.

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Capítulo III – Educação Infantil (escola)

A escola tem como objetivo a integração da criança na sociedade

facilitando seu acesso ao mundo dos adultos. Em se tratando de educação

psicomotora, seu maior objetivo é conduzir a criança na educação infantil a

fazer o uso de seu corpo com a intenção de um desenvolvimento global

harmonioso.

Na educação infantil é divertido. Ali se faz novos amigos, há muito agito

e várias novidades. Porém também existem necessidades infantis que no dia-

a-dia na escola não são ou são muito pouco atendidas. A criança na escola

está sempre em plena estimulação porém é indispensável a cooperação da

família nesse momento.

O que as crianças precisam em seu lar:

1- A criança na escola infantil precisa constantemente de amizades,

embora nem sempre consiga. Ali, ela também necessita do que tem em casa: a

experiência de ser amada incondicionalmente, de ser aceita como é, não

precisando lutar pela aceitação ou suportar isso.

2- Todos gritam, pulam, correm por todo lado. A criança está num

ambiente de barulho constante, de muitos estímulos e muitas pessoas. Do que

ela precisa em casa? De uma atmosfera calma que permita concentração.

3- A pessoa de referência da criança pode não estar presente em outro

lugar, quando solicitada. E como a criança não pode depender dessa presença

em todas as circunstâncias, ela precisa, em casa, de atenção exclusiva, de

tempo com mamãe e papai só para ela.

4- As crianças na educação infantil se movimentam bastante, ficam

muito tempo ao ar livre e também correm nos ambientes fechados. Como

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geralmente elas não têm tempo para longas conversas, em casa elas precisam

de atenção, conversa e serem ouvidas calmamente.

5- Fora de casa, a criança tem de aprender regras de disciplina e de

ordem: cada brinquedo deve ser devolvido ao seu lugar de origem. Por isso,

em casa precisa especialmente de liberdade para estruturar sua ordem

particular. A criança também deve poder exercer sua compulsão de examinar e

pesquisar o porquê das coisas.

A escolha da escola para a criança é mais complicado do que apenas

verificar se encaixa no orçamento doméstico. Para uma eficaz escolha

devemos considerar alguns itens:

Agenda: A boa escola mescla as atividades. Depois de um trabalho que

exija concentração, a criança precisa de atividade motora.

Apoio: A escola precisa estimular a autonomia da criança, incentivá-la a

lavar as mãos, vestir a roupa, cuidar da mochila e guardar os brinquedos. O

cardápio das refeições deve ser elaborado com atenção de nutricionista.

Espaço: O ideal é que a escola tenha alguma área verde e parquinho

com brinquedos. As salas devem ser ventiladas e bem iluminadas e ter boa

acústica; os móveis não devem ter quinas.

Passeios: Para tornar o convívio mais agradável, é conveniente que a

escola promova viagens curtas e passeios.

Professores: Além de qualidade, quantidade é item importante no corpo

docente. Um professor pode cuidar de doze crianças, desde que tenha um

ajudante para auxiliar nas refeições e higiene.

Reuniões: Além de poder contar com comunicador freqüentes e

reuniões, os pais devem ser bem-vindos a toda hora, desde que não

atrapalhem a rotina das crianças.(revista Veja Especial, 1998)

Compreende-se que a escola que enfatiza a importância desses itens, é

uma escola que busca o bem-estar global de uma criança.

Durante o processo ensino-aprendizagem; frisa-se que escola tem o

objetivo do integração da criança na sociedade, facilitar o vivenciar do mundo

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exterior, adquirindo uma maior capacidade de tornar-se um adulto promissor.

Verificamos, porém, que este objetivo está cada vez mais esquecido. Ela tem

selecionado duramente as crianças que tem menos facilidade de aprender.

Muitas vezes são as que mais precisariam dela, pois são provenientes de um

meio sócio-econômico-cultural menos privilegiado.

A escola também segrega as crianças que já estão

suficientemente segregadas devido ao meio sócio-econômico-cultural. Acaba

reproduzindo os mesmos controles da sociedade e com isso “expulsa dos

meios de comunicação e cultura, crianças que têm maior dificuldade em se

comunicar.

Os professores são providos de programas, procedimentos de

ensino, materiais de instrução totalmente inadequados e desestimulantes e,

principalmente, carentes da flexibilidade necessária para adaptar os objetivos

do ensino às diferenças individuais dos alunos.

Freqüentemente, os professores se queixam de que seus alunos

não possuem estimulação necessária à alfabetização e que isto interfere no

ensino. Em vez de culpar seus alunos, os docentes devem procurar

desenvolver as capacidades dos mesmos, levando-os a sentirem a

necessidade de valorizarem os instrumentos da cultura e valorizar as

atividades que se relacionam com ela.

O relacionamento professor-aluno também é outro fator que pode

influenciar o processo de aprendizagem. As classes superlotadas também

podem dificultar o conhecimento mais individualizado que o educador poderia

ter em relação à sua classe.

A base que a escola dá, depende do que cada criança traz como

bagagem no momento da aprendizagem, e as diferenças encontradas acabam

ocasionado uma maior dificuldade daquela criança que já se acha defasada em

seu desenvolvimento.

A escola, entretanto, tem contas a ajustar com a sociedade, e

com as famílias em particular; tem que provar o quanto é eficiente e eficaz em

seus objetivos.

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A criança muitas das vezes apresentam dificuldades psicomotoras que a

escola sabe se essas dificuldades necessitam de tratamento em clínicas de

reeducação psicomotora e encaminhá-las a profissionais capacitados para um

respaldo terapêutico visando o progresso do aluno.

Houve um tempo em que as crianças iam para a escola com 6 ou

7 anos de idade, para começar a alfabetização. Numa fase seguinte, as

crianças passaram a ser matriculadas aos 4 anos. De dez anos para cá, a

idade despencou no Brasil e as crianças estão indo com 3 ou 2 anos, muitas

das vezes ainda com fralda. O maior motivo dessa antecipação, é o aumento

do número de mulheres no mercado de trabalho. Se antigamente as crianças

ficavam em casa sendo cuidadas por elas, hoje têm de ir para a escola

enquanto a mãe está trabalhando.

A maior parte do tempo que a criança fica na escola, ela está

brincando. Para isso, tem materiais os mais variados, como canetas coloridas,

tintas, massa de modelar e lápis cera. Uma das grandes diversões desse

período é voltar para casa com algum desenho ou colagem feito por ela

própria. Quando a escola é boa, a criança se diverte a ponto de querer voltar

no próximo dia, e pelos anos seguintes. Além do lado lúdico, ir a escola cedo

pode ser muito útil para o aprendizado da matemática e da alfabetização. As

crianças que fizeram a educação infantil apresentam um aprendizado superior,

principalmente em português e matemática, do que as que não freqüentaram.

A criança inserida na educação infantil está também acostumada

a esperar a vez na sala de aula, dividir o brinquedo com o colega, sentar-se na

hora que pedem, contar uma história quando pedido, expressar o que pensa

com confiança, falar em grupo, se sentir mais seguro no ambiente fora de casa,

mesmo pais muito presente não conseguiriam suprir todos esses benefícios.

Quando vão para a escola, as crianças dão o primeiro passo rumo ao mundo

exterior. Daí porque é preciso escolher um lugar de alta qualidade.

O primordial, na escolha da escola para a criança, antes de tudo é

que apresente como base para o ensino escolar, a Educação Psicomotora.

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3.1 - A importância da Psicomotricidade no processo de

aprendizagem.

Uma das formas de comunicação entre as pessoas é a escrita e a

leitura. Aprender a ler e escrever tornou-se uma capacidade indispensável para

que o indivíduo se adapte e se integre no meio social.

A psicomotricidade atua com a finalidade de atenuar e sanar diversas

patologias, principalmente os distúrbios de aprendizagem. É de grande

importância para o desenvolvimento global da criança, integra-la na sociedade

facilitando seu acesso ao mundo dos adultos.

O desenvolvimento psicomotor está relacionado com a

aprendizagem, com isso, quando os elementos básicos da psicomotricidade

encontram-se alterados, ou seja, mal constituídos prejudicará uma boa

aprendizagem. Através da educação psicomotora obtemos uma aprendizagem

adequada e um sistema intelectual organizado.

A educação psicomotora é, sobre tudo, a educação da criança

através de seu corpo e de seu movimento. A criança é vista em sua totalidade

e nas suas possibilidades que apresenta em relação ao meio ambiente. A

exploração do meio proporciona experiências concretas indispensáveis tanto

ao desenvolvimento intelectual quanto ao afetivo. Qualquer que seja a atitude,

a psicomotricidade está presente, é expressada através dos jogos (brincar) e

do desenho com o objetivo de melhorar o d% global do indivíduo.

A psicomotricidade desenvolve as capacidades básicas, aumenta

o potencial motor e intelectual e consequentemente diminui as dificuldades na

aprendizagem. Por tanto, aplicando a psicomotricidade na educação infantil,

temos a prevenção de distúrbios no d% psicomotores e consequentemente a

resolução de dificuldades escolares futuras.

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3.2 - A Educação Psicomotora atuando na Educação

Infantil

A educação psicomotora para Lapierre, é “uma ação

psicopedagógica que utiliza os meios da educação física com a finalidade de

normalizar ou melhorar o comportamento do indivíduo.

Sendo a educação psicomotora uma ação psicopedagógica ,

apresenta os seguintes objetivos:

• Normalizar ou melhorar o comportamento da criança.

• Facilitar as aprendizagens escolares.

• Promover o desenvolvimento de habilidades que serão solicitadas nas

aprendizagens escolares.

Esses objetivos são atingidos através de exercícios psicomotores

que devem proporcionar a criança a possibilidade de exploração de seu próprio

corpo e do mundo exterior. O mundo psicomotor surge também na escola.

A etapa da educação infantil que inicia aos 3 anos é na realidade, um

período de maturação intelectual e motor, na qual se apoiam as duas funções

esboçadas nos 2 primeiros anos.

A educação infantil que apresenta um enfoque de educação psicomotor

propicia a cada criança a desenvolver da melhor forma seu crescimento, tanto

no aspecto motor como no mental.

A educação psicomotora é, sobretudo, a educação da criança através do

seu corpo, utiliza o movimento para atingir aquisições mais elaboradas. Até

recentemente, a educação psicomotora constituía-se somente num recurso

reeducativo, hoje adotando-se do movimento a criança apresenta condições de

evolução de suas capacidades básicas. Qualquer que seja a atividade, a

psicomotricidade está presente.

O período da educação infantil, é onde a psicomotricidade deverá ser

desenvolvida em atividades motoras lúdicas enriquecedoras, proporcionado

uma compreensão para a criança de suas possibilidade e limitações reais e ao

mesmo tempo auxiliá-la a se expressar corporalmente com maior liberdade e

destreza; porém a prioridade é de uma percepção adequada de si mesma,

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permitindo à criança prosseguir a organização de sua imagem ao corpo. Na

sala de aula, o aluno busca um espaço para seu corpo, vivendo intensamente

cada momento. Se inibido de imediato haverá um bloqueio psicomotor, levando

ao isolamento. (Fátima Alves, 2003)

Portanto, ressalta-se a importância da escola em ter a presença de

professores capacitados na educação infantil que visem a representação e

expressão motora através da utilização psíquica e mental da criança ou seja,

que valorizem a educação psicomotora como base, na busca de experiências

bem-sucedidas e também para resolver dificuldades apresentadas por alguns

alunos, e que podem ser resolvidas na própria escola.

A escola maternal deve propiciar a cada criança o “poder” para

desenvolver da melhor forma suas próprias potencialidades. Nesta fase, a

atividade motora, traduz a expressão do movimento que deve ser feita, mas

para isso é fundamental que o tempo da criança seja respeitado, e o ponto de

partida para a psicomotricidade é a própria criança.

Salienta-se que a criança através da ação física da exploração do

ambiente adquire experiências concretas indispensáveis tanto ao

desenvolvimento intelectual quanto afetivo.

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Capítulo IV - A avaliação Psicomotora

4.1 - Avaliação Psicomotora: sua importância e

procedimento.

Durante a abordagem avaliativa o psicomotricista deverá

apresentar uma visão sistêmica da análise do avaliado. A avaliação é um

instrumento que aplicada adequadamente, contribuirá decisivamente para o

desenvolvimento global do potencial infantil. Avaliar um indivíduo é um critério

de caráter árduo, por isso deverá ser bem realizado para que não haja erros no

diagnóstico, pois a evolução do tratamento se dará em parte, a um diagnóstico

correto.

É através da avaliação psicomotora que o terapeuta terá acesso

ao histórico familiar, características do ambiente familiar, dados pessoais e do

desenvolvimento motor e suas dificuldades ou não.

O ideal que é a primeira entrevista seja com os pais para um

conhecimento maior da família. A primeira entrevista é a anamnese, que é a

parte da avaliação em que é informado sobre a identificação, a queixa principal,

o motivo da consulta, antecedentes pessoais e o desenvolvimento

neuropsicomotor; é onde o responsável responde a avaliação. Na anamnese

observa-se a dinâmica familiar, a relação dos pais e a relação dos pais com a

criança.

O avaliado deverá estar se sentindo bem e a vontade. A avaliação

deverá fluir de maneira adequada sem interrupções, pois influencia a

concentração desfavorecendo o seu resultado. (Fátima Alves 2003)

É de suma importância realizar a leitura corporal, de que maneira a

criança entra no “set” de tratamento. Sinalizar que não há previsão de término

do tratamento que dependerá da assiduidade da criança, de suas respostas à

terapia e também da família como co-terapeuta. É imprescindível verificar o

“eu” da criança e o que ela busca naquele momento, como a criança reage ao

ser avaliada, se timidez ou agressividade.

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A sessão de avaliação é de 60 minutos, mas é necessário no

mínimo duas avaliações e pós a início da terapia a criança estará em

observação constante. (Fátima Alves 2003)

O terapeuta observará de forma abrangente o comportamento da

criança, sua maneira de pensar, seus interesses e atuará positivamente para

que ela supere suas dificuldades. Promovendo um processo avaliativo de boa

qualidade para o desempenho infantil. Deve-se sempre observar a criança

esteja ela quieta pensativa ou brincando, ela está constantemente atuando

sobre a realidade.

Conversar com a criança também faz parte da avaliação; com o

intuito de captar seu modo de pensar de agir e reagir; fazendo-lhe perguntas

que estimulem o seu pensamento; e também auxiliem a percepção de suas

facilidades e dificuldades, mas sempre lembrando de respeitar as diferenças

culturais e sociais para que não haja erro de interpretação na abordagem

avaliativa.

Salienta-se a importância de avaliar suas áreas psicomotoras,

assim como sua saúde em geral para oferecer orientação familiar e a

possibilidade de encaminhamento à outros especialistas, se necessário.

A avaliação bem sucedida junto à um diagnóstico correto reflete

em uma terapia favorável para uma melhora global da criança.

4.2 – Avaliação psicomotora (roteiro)

Data da avaliação:

I - Identificação:

Nome:

Idade:

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Data de Nascimento:

Naturalidade:

Nacionalidade:

Endereço:

Telefone:

II - História Familiar:

Pai: Idade:

HPP:

Mãe: Idade:

HPP:

Outros:

III - História Patológica Pregressa

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IV - Escolaridade

Escola:

Queixa principal: (O motivo pelo qual ele foi encaminhado)

Outras queixas:

Observação (Alguns dados em função da queixa)

V - Antecedentes Pré-Natais:

- A criança foi: ( ) desejada ( ) planejada

- Raio X?

- Condições durante a gravidez:

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. Emocional

. Física

. Traumatismo

. Medicamentos

- Realizou Pré-natal?

VI – Antecedentes Peri-Natais:

- Parto:

( ) a termo ( ) pré-termo ( ) pós-termo

( ) cesário ( ) vaginal

- Em que condições:

( ) sofrimento fetal

( ) uso de fórceps

( ) induzido

- uso de encubadora: ( ) sim ( ) não

Tempo:

- Condições da criança

( ) anoxia ( ) chorou ( ) convulsão

( ) alergias ( ) vacinas

( ) Fez ou faz algum tratamento específico. Qual?

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Observação: (outros dados referentes aos antecedentes Peri-Natais)

VII – Antecedentes Pós- Natais:

- Aleitamento materno: ( ) sim ( ) não Tempo:

- Mamadeira: ( ) sim ( ) não Tempo:

- Chupeteio digital: ( ) sim ( ) não

- Chupeta: ( ) sim ( ) não

- Onicofagia: ( ) sim ( ) não

VIII – Dados sobre o desenvolvimento da linguagem.

- Balbuciou? Idade

- Falou? Idade

- Apresentou problemas na fala:

- Fala-se mais de uma língua em casa:

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IX – Dados sobre o desenvolvimento Motor

Sustentou a cabeça? Idade:

Rolou? Idade:

Rastejou? Idade:

Engatinhou? Idade:

De que forma engatinhou?

Ficou de pé? Idade:

Andou? Idade:

X - Sono

- Apresenta algum hábito para dormir

- Enurese noturna

XI – Equilibração

Equilíbrio estático:

- Pés juntos

- Em um pé só

- Só o pé direito

- Só o pé esquerdo

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- Colocar um pé diante do outro

Equilíbrio dinâmico:

- Marcha para frente

- Marcha para trás

- Salto nos dois pés

- Salto em um pé só

- Salto em outro pé

XII – Esquema corporal

- Nomeação das partes do corpo:

- Localização de partes do corpo:

- Desenho:

XIII – Coordenação

- Oculomanual

(dizer sobre a mão usada, com ou sem dificuldade)

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- Oculopedal

(dizer sobre o pé usado, com ou sem dificuldade)

- Dinâmica global

- Dinâmica manual

XIV – Lateralidade

- Mão

- Pé

- Olho

XV – Ritmo (reprodução)

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- Palmas:

- Marcha:

XVI – Motricidade facial

- Levantar as sobrancelhas:

- Franzir as sobrancelhas:

- Abrir e fechar os olhos rapidamente:

- Fechar um olho de cada vez ( ) D ; ( ) E

- Encher as bochechas:

- Encher uma bochecha: ( ) D ; ( ) E

XVII – Orientação espacial

- Relação espacial:

- Posição espacial:

XVIII – Orientação Temporal

(Noção de hoje, ontem, amanhã, dia, tarde, noite, antes, depois)

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Observações Gerais:

Terapeuta:

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Capítulo V - Áreas psicomotoras

5.1 Definições das áreas psicomotoras

• Esquema corporal

“O esquema corporal não é um

conceito inicial ou uma entidade biológica ou

física, mas o resultado e a condição da justa

relação entre o indivíduo e o próprio

ambiente.”

(H. Wallom)

• Lateralidade

“A lateralidade é a propensão que o ser

humano possui de utilizar preferencialmente

mais um lado do corpo do que outro em três

níveis mão, olho e pé.”

(Gislene Oliveira)

• Orientação espacial

“Orientar-se no espaço é ver-se e ver

as coisas no espaço em relação a si próprio, é

dirigir-se é avaliar os movimentos e adaptá-los

ao espaço. É, principalmente, estabilizar o

espaço vivido e desta forma poder situar-se e

agir correspondentemente.”

(Poppovic-1966)

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• Orientação temporal

“O espaço é um instantâneo tomado

sobre o curso do tempo e o tempo é o espaço

em movimento (...) o tempo é a coordenação

dos movimentos: quer se trate dos

deslocamentos físicos ou movimentos no

espaço, quer se trate destes movimentos

internos que são as ações simplesmente

esboçados ou reconstituídas pela memória,

mas cujo desfecho e objetivo final é também

espacial.”

(Jean Piajet)

• Ritmo

“É um dos conceitos mais importantes

da orientação temporal. O ritmo não envolve,

porém, somente as noções de tempo, mas

está ligado ao espaço também. O ritmo não é

movimento, mas o movimento é meio de

expressão do ritmo.

(Gislene Oliveira)

• Coordenação Motora Global

“Diz respeito à atividade dos grandes

músculos.”

(Gislene Oliveira)

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• Coordenação Motora Fina e Óculo Manual

“Diz respeito à habilidade e destreza

manual e constitui um aspecto particular da

coordenação motora global. É necessário que

haja também um controle ocular, isto é, a

visão acompanhando os gestos da mão.

Chamamos isto de coordenação óculo

manual.”

(Gislene Oliveira)

5.2 - As Áreas Psicomotoras - Aspectos do

desenvolvimento

Esquema corporal

Quando o esquema corporal é estruturado, a criança nesse momento

passa a ter consciência dele e da relação que é proporcionada com o meio

ambiente em que vive.

Segundo Jean Le Boulch “o esquema corporal pode ser considerado

como uma intuição de conjunto ou um conhecimento imediato que temos do

nosso próprio corpo, seja em posição estática ou em movimento, em relação as

diversas partes entre si e, sobretudo, nas relações com o espaço e os objetos

que o circundam”.

Portanto, a criança ao vivenciar estímulos sensoriais ela irá através do

corpo descobrir o mundo, experimentar sensações, expressar-se e perceber as

coisas que a cerca.

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Sendo o corpo, o ponto de referência que o ser humano possui para

conhecer e interagir com o mundo; ele servirá de base ao espaço e ao tempo

para um maior domínio de seus gestos e harmonia de movimentos.

O esquema corporal apresenta 3 etapas de desenvolvimento:

1a etapa – corpo vivido (até três anos de idade)

Essa etapa é dominada pela experiência vivida pela criança através da

exploração do meio.

Até o fim do primeiro ano de vida, o bebê estabelece ligações entre seus

movimentos e suas sensibilidades. No fim desta etapa, fala-se em imagem do

corpo, pois o seu se torna unificado e individualizado; a imagem corporal diz

respeito aos sentimentos do indivíduo em relação à estrutura de seu corpo.

2a etapa – corpo percebido ou descoberto (três a sete anos)

corresponde à organização do esquema corporal devido à “função

interiorização”. É nessa etapa que a criança é capaz de assimilar conceitos

como embaixo, acima, direita, etc, além das noções temporais.

3a etapa – corpo representado (sete a 12 anos) nesta etapa, observa-se

a estruturação do esquema corporal, pois já apresenta a noção do todo e das

partes de seu corpo, conhece as posições e mantém um maior controle e

domínio corporal. A partir daí, ela amplia e organiza seu esquema corporal.

Ritmo

Em nós, o ritmo está presente desde o nascimento através da

respiração, a primeira atividade do recém nato, e até antes na vida intra uterina

através dos batimentos cardíacos. Contudo, sabe-se que o ritmo é outro fator

da estruturação temporal que sustenta a adaptação do tempo.

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Lateralidade

A lateralidade é o predomínio funcional de um hemicorpo, determinado

pela supremacia de um hemisfério cerebral sobre o outro em relação a

determinados funções. É examinada a nível do olho, mão e pé. Não deve-se

confundir a lateralidade que é a dominância de um lado em relação ao outro a

nível de precisão com o conhecimento de direita/esquerda; este último faz

parte da estruturação espacial por refletir-se a situação dos seres e objetos.

Uma lateralidade bem definida diz respeito ao emprego de mão olho e

pé com eficiência e fluidez, à direita ou a esquerda sem a presença de

transtornos lingüísticos ou perceptivos motores.

Orientação espacial

É a capacidade de orientar-se movimentar-se adaptar-se no espaço,

tendo como ponto de referência o seu próprio corpo

Sendo a estruturação espacial uma tomada de consciência da situação

de seu corpo em um meio ambiente, isto é, do lugar e da orientação que pode

ter em relação às pessoas e aos objetos; tem-se como exemplo uma criança

que confundia as letras na leitura/escrita – d / b; q / p e no cálculo – 6 /9 e 418 /

841, também apresentará dificuldades em vestir-se e gestos sem harmonia.

Orientação temporal

A orientação temporal é a capacidade de se situar no tempo em função

da sucessão dos conhecimentos (antes, após, durante), dos intervalos (tempo

longo e tempo curto) da renovação cíclica de certos períodos (dias da semana,

meses do ano, estações) e do caráter irreversível do tempo (“já passou...não

se pode revivê-lo”).

Existem 2 tipos de tempo:

O tempo subjetivo – é aquele criado por nossa própria impressão,

variando conforme as pessoas e atividades do momento.

O tempo objetivo – é o tempo matemático, sempre idêntico, uma hora

dura sempre sessenta minutos.

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O tempo é emoção. O tempo, o corpo, espaço são três elementos

inseparáveis da psicomotricidade. O corpo realiza movimentos dentro de um

espaço e um tempo.

A criança aprende a noção de tempo quando entra na educação infantil,

ela espera para escovar os dentes, espera na forma, espera a mãe chegar

para ir embora e outras atividades escolares, com isso ressalta-se a

importância à respeito da psicomotricidade atuando como prevenção na escola.

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CONCLUSÃO Com base no estudo apresentado, averigua-se que a psicomotricidade é

de fundamental importância para conduzir a criança à uma eficácia do

desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo, melhorando seu aprendizado;

assim colaborando para um futuro mais equilibrado e promissor, tornando-a um

adulto mais feliz. Através de uma atitude precoce, desde a educação infantil,

podemos vislumbrar a possibilidade de que os preconceitos em relação às

crianças com déficit psicomotor não se perpetuem.

Vê-se que destruir preconceitos e, portanto, preventivamente impedir

esteriótipos, não é tarefa impossível. É trabalho árduo, lento, molecular mesmo.

É um trabalho de “educação psicomotora” na educação infantil ou seja precoce.

O ideal é usar a educação psicomotora como uma forma de reverter o prejuízo

em termos psicomotores dentro da educação infantil.

A educação psicomotora é usada como uma forma preventiva para que

a criança compreendida na educação infantil vivencie as etapas do

desenvolvimento psicomotor de maneira adequada. Ao enfocarmos a respeito

do desenvolvimento psicomotor, devemos considerar as reações do ser

humano ao ambiente que o cerca e as relações com os demais. A maior lei da

natureza, da vida e da educação é exteriorizar o interior e interiorizar o exterior,

elevando os dois processos a harmoniosa síntese.

Durante os seis primeiros anos de vida da criança são construídos e

desenvolvidos, sua maneira particular de ser e seus esquemas de relação com

o mundo e com as pessoas. As crianças vão construindo suas matrizes de

relação a partir de sua interação com o meio. Nesta fase a criança adquire

valores morais, por construí-los interiormente através da interação com o meio

ambiente. É também durante esta fase da educação infantil que há a

possibilidade real de desenvolvimento e aprendizagem.

Contempla-se que, com o movimento corporal e a exploração do mundo

ao seu redor a criança é beneficiada com experiências bem sucedidas que

facilitará um desenvolvimento global satisfatório.

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Acredita-se que a educação exerce um papel importante no sentido de

quebrar barreiras e estigmas consolidados em relação às crianças

desajustadas social e psicomotoramente, sendo mediadora no processo rumo

à uma sociedade inclusiva, mais justa e humana em que todos tenham

oportunidades iguais.

Espero que este trabalho venha contribuir para que a criança adquira

uma evolução psicomotora ajustada e que ajude os educadores a refletirem

sobre o auxílio que a psicomotricidade pode prestar nas primeiras

aprendizagens.

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BIBLIOGRAFIA

ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. Rio de Janeiro,

Wak Editora, 2003.

BIAGGIO, Angela M. Brasil. Psicologia do desenvolvimento 9a edição.

Petrópolis. Vozes,1988.

FONSECA, Vitor. Psicomotricidade: Filogênese, ontogênese e retrogênese.

2a edição. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998

LE BOULCH, Jean. Educação Psicomotora: psicocinética na idade escolar.

2a edição. Porto Alegre. Artes Médicas, 1988.

LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor do nascimento aos 6

anos. Porto Alegre. Artes médicas, 1982.

NICOLAU, Marieta Lúcia Machado. A educação pré-escolar: fundamentos e

didática. 2a edição. São Paulo: Ática, 1986.

OLIVEIRA, Gislene de Campos. Educação e reeducação num enfoque

psicopedagógico. Petrópolis, Rio de Janeiro. Vozes, 1997

RAPPAPORT, Clara Regina. Psicologia do desenvolvimento: Teorias do

desenvolvimento V.1. Clara Regina Rappaport, Wagner da Rocha Fiori,

Cláudia Davis São Paulo: E.P.U., 1981.

RAPPAPORT, Clara Regina. Psicologia do desenvolvimento: A idade Pré-

escolar V.3. Clara Regina Rappaport, Wagner da Rocha Fiori, Cláudia

Davis. São Paulo: E.P.U., 1981.

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ÍNDICE

Introdução 8

Capítulo I 10A psicomotricidade. 101.1 – Definições sobre a psicomotricidade. 111.2 – A relação da psicomotricidade com a afetividade e a socialização. 121.3 – Relação de tipos de brinquedos para a psicomotricidade. 131.4 – O jogo e o brinquedo com a psicomotricidade. 15 Capítulo II 17O desenvolvimento psicomotor infantil. 172.1 – Como o desenvolvimento infantil pode ser auxiliado através da psicomotricidade. 192.2 – A psicologia do desenvolvimento da criança de 3 a 6 anos. 212.3 – Etapas da evolução psicomotora. 23 Capítulo III 30A educação Infantil (escola). 303.1 – A importância da psicomotricidade no processo de aprendizagem. 343.2 – A educação psicomotora atuando na educação infantil. 35 Capítulo IV 37A avaliação psicomotora. 374.1 – Avaliação psicomotora: sua importância e procedimento. 374.2 – Avaliação psicomotora – Roteiro. 38 Capítulo V 48Áreas psicomotoras. 485.1 – Definições das áreas psicomotoras. 485.2 – Áreas psicomotoras – aspectos do desenvolvimento. 50

Conclusão 54

Bibliografia 56 Índice 57

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Universidade Candido Mendes

Projeto A Vez do Mestre

Pós-graduação “Lato Sensu”

A importância da psicomotricidade no processo de desenvolvimento psicomotor da criança na educação infantil (faixa etária de 03 a 06 anos). Autora: Paula Antonietta Smarrito Vilardo

Data da entrega:___________________

Avaliado por: ___________________________________ Grau: ___________

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Rio de Janeiro, ____ / ____ / ________

________________________________

coordenador do curso