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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O Líder Nato O Mito Desejável Orientadora Aleksandra Sliwowska Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS … de partida o livro Minutos de Liderança de John C. Maxwell que ... que todo esse aparato para formar ... liderança como a arte de “libertar

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O Líder Nato

O Mito Desejável

Orientadora

Aleksandra Sliwowska

Rio de Janeiro

2010

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O Líder Nato

O Mito Desejável

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Empresarial.

Por: Michela Cordeiro de Melo

3

AGRADECIMENTOS

Aos meus familiares, aos meus pais em

especial, aos amigos tão especiais, aos

meus gestores e colegas de trabalho

que continuam somando o meu

conhecimento na área; e aos meus

professores que em algum momento

em suas aulas me enriqueceram com

seus conhecimentos e experiência de

vida.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu pai que tem

sido um grande exemplo de gestor de

micro empresa e que pude perceber e

acompanhar sua trajetória desde os meus

cinco anos de idade onde desfolhava

seus livros sobre assuntos como abrir seu

negócio. Aprendi com sua experiência de

vida a ter determinação; a dar valor a atos

de empreendorismo e a sonhar com o

meu próprio negócio.

5

RESUMO

O trabalho apresentado tem como ponto de partida a ênfase no papel

importante da liderança na organização. É discorrido durante todo o texto o

papel do líder; seus atributos e qualificações. A questão relevante levantada é

se o líder nato é um mito ou uma necessidade.

No primeiro capítulo são levantados conceitos de liderança de grandes

líderes e estudiosos; iniciando-se no tempo da administração clássica com

Taylor, Ford e Fayol; suas observações foram de grande valia e até hoje são

lembrados como grandes colaboradores da administração. Outros líderes com

seus conceitos também foram abordados como Peter Drucker; Idalberto

Chiavenatto; James Hunter; Max De Pree e Rensis Likert.

No segundo capítulo a figura do líder na história é explorado. Aqui os

estilos de liderança dos grandes líderes são levantados e analisados. Podem

ser vistos os seguintes estilos: líder funcional e autocrático, baseado em seu

trabalho por tarefas na Escola Clássica; o líder social; motivado que a Escola

de Relações Humanas aponta; o líder burocrático que o Webber defende; o

líder funcional com a Escola de Sistemas; mas com um quesito diferente que o

do líder funcional da Escola Clássica – a automação; e o líder estratégico que

aborda cenários para criação de projetos.

No terceiro capítulo são abordadas as lideranças inspiradoras e suas

contribuições em um estudo mais detalhado que o capítulo anterior; e aqui

também são destacadas lideranças brasileiras.

No quarto e último capítulo destaca-se a figura do Líder Nato; a

importância de sua liderança para os dias atuais e que o Líder Nato não é um

mito, mas um desafio a ser conquistado.

6

METODOLOGIA

Os métodos que levam ao problema proposto tiveram como principal

ponto de partida o livro Minutos de Liderança de John C. Maxwell que

direcionou o assunto da importância da liderança. O estudo foi delimitado a

partir do pensamento de Peter Drucker que dizia que a liderança pode ser nata

ou aprendida. Para a construção do estudo foi utilizado livros da área

administrativa e artigos em sites sobre dados históricos e dados de entrevistas

de especialistas da área.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................... 08

CAPÍTULO I - Conceitos de Liderança ................................................. 10

CAPÍTULO II - A figura do Líder na história .......................................... 16

CAPÍTULO III - Lideranças Inspiradoras e suas contribuições ............. 19

CAPITULO IV - O Líder Nato: O Mito Desejável ................................... 42

CONCLUSÃO ......................................................................................... 45

FONTES PESQUISADAS ...................................................................... 47

ANEXOS ................................................................................................. 49

ÍNDICE .................................................................................................... 58

FOLHA DE AVALIAÇÃO ......................................................................... 59

8

INTRODUÇÃO

Os líderes estão por toda parte! Conscientes ou não estão por ai liderando,

seja em famílias; em exércitos; em empresas; em círculos de amizades, eles

estão liderando. Todos somos capazes de prover direcionamento a outras

pessoas. Todos nós possuímos capacidade de liderar em algumas situações.

Muitos autores defendem essa idéia de que o líder se faz na ocasião; para

atender a alguma necessidade. A diferença do líder situacional e o líder nato

está que pra um a liderança é forçada, para outro a liderança é um estilo de

vida. E eu faço parte do grupo que quero o diamante, a melhor parte, e apesar

de difícil, não é utopia.

O mercado exigente caminha para um mundo de super-heróis. Se antes

tínhamos lideres especializados em sua área, hoje, temos líderes

multifuncionais. Ele precisa ser completo; mais que um gestor de pessoas, um

líder que precisa dar resultados, conhecer bem o cliente e o mercado e estar

de bem com a vida. E o grande erro de percepção está em enfatizar os talentos

e qualificações do líder mais do que seu caráter; do que seu dom para

liderança. Os líderes parecem iguais em seus currículos todos cheios de

qualificações e experiências. O que diferenciaria um líder 'completo' de um líder

nato? Eis uma questão que precisa ser sempre levantada para que a empresa

não perca o foco na sua busca constante de se ter a melhor liderança.

Com uma boa liderança as equipes darão ótimos resultados; serão

equipes motivadas, produzindo bons relacionamentos com os clientes, e a

empresa passaria para a equipe a ser sua segunda casa - um lugar seguro,

motivante e que ele gosta de estar; tudo isso porque o bom líder promoveu.

Podemos falhar na escolha de liderados, mas devemos evitar falhar na

escolha de um líder. Está nas mãos dele todo o ambiente e os bons resultados

9

das equipes. O desejo humano é viver em paz, em equilíbrio, em harmonia; e

um bom líder cria esse ambiente e faz seus liderados profissionais melhores.

Para achar um líder nato o principal investimento a se ter são de análises

constantes e foco para se conseguir ter estes líderes. Os resultados da

experiência profissional de um gestor o qualificam, mas observar a sua equipe

e seu jeito de viver revelam que tipo de líder ele é de fato.

Convido você a ler nestas páginas algo que você já deva saber, mas que

com a correria dos tempos modernos perdemos o foco.

"Gerenciar é fazer direito as coisas;

liderar é fazer as coisas certas." (Peter Drucker)

10

CAPÍTULO I

CONCEITOS DE LIDERANÇA

"A arte da direção de empresas não se ensina como as matemáticas,

no esvaziamento abstrato dos números,

senão como a medicina, observando e praticando." (Henry Mintzberg)

O que significa liderança para os principais gurus da administração?!

Muitos se assemelham em seus conceitos, mas cada um deles traz sua

contribuição singular.

Fayol foi o primeiro a definir as funções básicas do Administrador:

planejar, organizar, controlar, coordenar e comandar - POCCC. Depois com as

contribuições da Abordagem Neoclássica da Administração os princípios foram

retrabalhados e são conhecidos como Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar

(PODC).

Para Taylor a liderança partia de um conhecimento prático, onde o líder

é altamente especializado a fim de maximizar a produção. Só quem domina o

que faz consegue fazer bem e liderar uma equipe.

Já Peter Drucker (1996) enfatiza que “Liderança é um relacionamento de

influência de pensamentos, crenças e comportamentos. É um relacionamento

de visão, valores e responsabilidades compartilhados. Liderança não é um

cargo.” E que "O líder eficaz não é alguém amado e admirado. É alguém cujos

seguidores fazem as coisas certas. Popularidade não é liderança. Resultados

sim!”. Drucker defendeu que não existe liderança sem seguidores; que o líder

se faz quando há a necessidade dele; mas em seus últimos anos de vida ele

repensou o que é ser um líder e confirmou o seu pensamento sobre

11

popularidade e carisma. Em sua última entrevista a impressa americana Peter

Drucker polemizou ao dizer que ‘não acredita em líderes’; mas a pergunta que

surgiu foi – que líderes? Ele deixou claro que não acredita nos líderes que as

escolas, faculdades e instituições formam; que todo esse aparato para formar

grandes líderes é muito mais complicado do que aparenta ser. Ele deixou bem

claro seu desprezo por líderes carismáticos, porque até mesmo essa qualidade

não indica boa liderança; quantos líderes carismáticos e quantos erros

cometidos por estes líderes como Hitler, Stallin e Mao.

O autor brasileiro Idalberto Chiavenato (2004) diz que “A palavra

administração significa a função que se desenvolve sob o comando de outro;

um serviço que se presta a outro. O administrador não é o que faz, mas o que

faz fazer. Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar

o uso dos recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de

maneira eficiente e eficaz”.

Chiavenato enfatiza o ato de administrar como ciência social, ele diz que

“a administração faz as coisas acontecerem através das pessoas em conjunto

para permitir que as organizações alcancem sucesso em suas estratégias e

operações. Na realidade, a administração não é uma ciência exata, mas uma

ciência social, pois ela lida com negócios e organizações basicamente através

de pessoas e de conceitos.”

Para o James Hunter (2004) em seu livro O Monge e o Executivo

estabelece a liderança como uma “a habilidade de influenciar pessoas para

trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como

sendo para o bem comum.” Partindo do pressuposto de que o líder deve

procurar servir seus liderados, compartilhando seus problemas, indicando o

caminho e fazendo-os sentir-se bem.

Max De Pree (1989), gestor da norte-americana Herman Miller Inc., faz

uma outra abordagem da liderança, colocando a ênfase na liberdade dos

subordinados e na serviciência dos líderes. Na verdade, este autor considera a

liderança como a arte de “libertar as pessoas para fazerem o que se exige

12

delas de maneira mais eficiente e humana possível”. Max De Pree considera

ainda que a primeira responsabilidade de um líder é a definição da realidade e

a última é agradecer; entre as duas deverá tornar-se um servidor da

organização e dos seus membros - é o contraste entre os conceitos de

propriedade e de dependência. Desta forma, a medida de uma boa liderança

encontra-se nos seus seguidores: quando estes atingem o seu potencial,

alcançam os resultados pretendidos e estão motivados, tornando-se o sinal de

uma boa liderança.

O autor do best seller Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes,

Stephen Covey (2008), durante sua apresentação no HSM ExpoManagement

disse: “A liderança é o poder de comunicar às pessoas o potencial de cada

uma delas, é saber incentivar as pessoas a encontrarem a própria voz, o seu

próprio caminho”. Essa frase fantástica resume o conceito de liderança, e nos

faz pensar na importância da figura do líder no mundo dos negócios, mas

líderes não existem somente no universo corporativo, eles também se

destacam em áreas como: esporte, música, dança, teatro, religião, literatura,

enfim, uma série de outros universos paralelos, nos quais a presença do líder é

fundamental.

Estilos de Liderança

Dentre as teorias sobre estilo de liderança, destaca-se: 1) a Teoria dos

Traços, que enfoca os estilos de liderança a partir das qualidades pessoais do

líder que o qualificam para a função. Foi uma das primeiras teorias levantadas

e acreditaram nela até descobrir que alguns líderes com êxito na função não

tinham alguns traços de personalidade listados nesta teoria, concluindo que

não existe nenhum traço universal que possa prever a liderança em qualquer

situação. Aqui temos a figura do líder nato. 2) Teoria do Comportamento,

segundo a qual ser líder não é uma questão de possuir uma combinação de

características, mas sim comportar-se como tal, aqui a liderança pode ser

aprendida e aplicada. Aqui se vê a inclusão do intelecto adquirido, o líder não

13

era mais aquele com traços de personalidade, mas agora o líder poderia ser

levantado pela ciência, pelo conhecimento. O líder é fabricado. 3) Teoria

Situacional onde a compreensão da liderança se dá conhecendo e analisando

o contexto interno e externo. Nesta teoria o líder pode assumir diferentes

padrões de liderança de acordo com a situação. Aqui o enfoque não é mais no

líder e sim na organização e na situação; o líder é uma mescla de todos os

estilos de liderança que são aplicados conforme a necessidade. O líder é um

camaleão.

Para Rensis Likert (1975) os estilos de liderança são: Autoritário

Coercitivo; Autoritário Benevolente; Consultivo; e Participativo, conforme a

figura abaixo:

(Fonte: Conexão Mercado)

14

Para Chiavenato (2004) os estilos de liderança são:

• Liderança autocrática: Na Liderança autocrática o líder é focado

apenas nas tarefas. Este tipo de liderança também é chamado de

liderança autoritária ou diretiva. O líder toma decisões individuais,

desconsiderando a opinião dos liderados.

• Liderança democrática: Chamada ainda de liderança participativa ou

consultiva, este tipo de liderança é voltado para as pessoas e há

participação dos liderados no processo decisório.

• Liderança liberal ou Laissez faire: Neste tipo de liderança as pessoas

tem mais liberdade na execução dos seus projetos, indicando

possivelmente uma equipe madura, auto-dirigida e que não necessita de

supervisão constante. Por outro lado, também pode ser indício de uma

liderança negligente e fraca, onde o líder deixa passar falhas e erros

sem corrigi-los.

• Liderança servidora: também podendo ser chamada de liderança

motivadora, o líder influencia pessoas para trabalharem motivadas,

servindo seus liderados, apoiando, indicando o caminho e fazendo-os

sentir-se bem.

• Liderança delegadora: o líder aqui define as responsabilidades para

realização das tarefas e da liberdade de ação para a equipe. Em geral,

esse tipo de líder traz grandes desafios para sua equipe, uma vez que

esta se encontra preparada para superar-se.

• Liderança coaching: liderança onde o líder assume a postura de um

treinador, fornecendo instruções claras e descrevendo métodos para sua

equipe. Em geral, a equipe é motivada, mas ainda falta confiança e

competências.

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Há uma unanimidade em não apontar um estilo de liderança altamente

eficaz. Todos os estilos em algum momento da gestão o líder faz uso.

Importante tomar consciência de quando se deve usar cada estilo de liderança

(vide tabela abaixo).

Tabela 1

Estilo de Liderança Quando usar

Autocrática Quando se tem de tomar decisões urgentes

Democrática Quando em reuniões diárias ou mensais de equipes

Liberal Quando a equipe não necessita de acompanhamento em

um determinado processo; aqui permite a pró-atividade da

equipe a fim de terem liberdade para tomar decisões

Servidora Quando a equipe precisa de apoio, de motivação

Delegadora Quando a equipe já preparada precisa de maiores desafios

Coaching Quando a equipe precisa aprender, fornecendo instruções

claras e descrevendo métodos

(Fonte: Estudos da Gerência Renault. 2009)

16

CAPÍTULO II

A FIGURA DO LIDER NA HISTÓRIA

"Você pode medir um líder pelo tamanho

dos desafios que ele assume.

Ele sempre procura algo do próprio tamanho."

John C. Maxwell

Em toda história tivemos ótimas contribuições que agregaram valor a fim

de construírem um gestor melhor para seu papel dentro da organização. Sabe-

se que o papel de liderança desponta desde os primórdios, mas como ciência;

alvo de estudos e qualificações a função do administrador começou mesmo

com os estudos e experiências na Administração Clássica.

A administração começou com a ênfase nas tarefas, com a

administração científica de Taylor, definindo assim uma liderança autocrática. A

seguir, a preocupação básica passou para a ênfase na estrutura com a teoria

clássica de Fayol que trouxe a reflexão das reais funções do administrador, o

POCCC que ate hoje serve de base para a administração. Com a teoria

burocrática do sociólogo alemão Max Weber as empresas passaram a

racionalizar o processo de trabalho. A reação humanística surgiu com a ênfase

nas pessoas na teoria comportamental e na teoria do desenvolvimento

organizacional; tendo como principal ingrediente para um bom gerenciamento a

motivação. A ênfase no ambiente surgiu com a Teoria dos Sistemas. Todas as

teorias contribuíram significativamente para a teoria administrativa, marcando

um gradativo passo no desenvolvimento da administração.

Abaixo se encontram listados o estilo de líder nos períodos das teorias e

abordagens da administração na história.

17

Tabela 2.1

Abordagens Estilo

Taylorismo Autocrático

Fordismo Especializado

Fayol Administrador

Webberismo Burocrático

Comportamentalismo Social

Behaviorismo Manipulador

Teoria dos Sistemas Sistêmico

Neoclassicismo Estratégico

(Tabulação Própria – 2010)

No Taylorismo o líder é funcional; há a busca da especialização. Taylor

desenvolveu princípios e técnicas de eficiência; o líder almejado por Taylor era

o líder eficiente. E para isso deveria ter seleção e treinamento de pessoal;

salários altos e custos baixos de produção; identificação a melhor maneira de

executar tarefas e cooperação entre administração e trabalhadores.

No Fordismo o líder é especializado; aquele que pensava, analisava,

planejava e decidia tudo sem usar quase nada do conhecimento ou da

criatividade de seus funcionários, portanto havia uma concentração das

tomadas de decisões em suas mãos.

Fayol foi quem definiu o papel dos gerentes; para ele o líder é

administrador; um executivo. Fayol com seus estudos também enfatizou as

funções da empresa e separou a administração das demais áreas; o papel do

líder não é ser especialista e se envolver em detalhes técnicos da produção; o

papel do líder é administrar a empresa como um todo.

Já o Weber enfatiza a importância do líder burocrático, defendendo a

idéia do líder não ser um líder carismático para que não comprometesse sua

18

liderança autocrática. Esse gestor tem sua liderança pautada em formalidades

como diretrizes como missão, visão e cultura da própria empresa; que por ora

geraria e direcionaria as pessoas a terem profissionalismo uma vez que estão

sendo direcionadas a se comportarem exatamente como a organização requer.

O tipo ideal de líder burocrático para Weber possui três características:

formalidade, impessoalidade e profissionalismo.

Na teoria comportamental através da experiência de Hawtorne,

estudiosos como Elton Mayo e Maslow começam a levantar a figura do líder

social. A ênfase nas tarefas e na estrutura é substituída pela ênfase

comportamental; ênfase no sistema social como um todo que inclui pessoas e

suas necessidades, sentimentos e atitudes e seu comportamento em grupo.

Dentro da teoria comportamental há o Behaviorismo que traz a figura do líder

manipulador, que coibi comportamentos indesejados e estimula trazendo a

idéia de recompensa se o individuo fizer conforme a organização deseja

Na Teoria dos Sistemas, o líder é o líder sistêmico que analisa algo a

partir do todo ao invés de particularidades; interagindo com as outras partes da

empresa e com ambientes externos (fatores ambientais; política; economia e

etc) já que essa teoria é vista como um conjunto de partes interagentes e

interdependentes. O líder aqui precisa tem uma visão integrada da

organização e do processo administrativo.

Já na Teoria Neoclássica que abrange várias teorias, destaca-se a

estratégia. Estratégias de Porter (diferenciação; liderança do custo e liderança

de foco); estratégias de marketing de Kotler (4Ps = produto; praça; preço,

promoção) . O líder aqui tem o papel estratégico.

19

CAPÍTULO III

LIDERANÇAS INSPIRADORAS E SUAS

CONTRIBUIÇÕES

"Unir-se é um bom começo, manter a união é um progresso,

e trabalhar em conjunto é a vitória." (Henry Ford)

Grandes foram os ensinamentos de algumas lideranças; e muitos dos

seus conceitos perduram até hoje; obviamente que o papel do gestor a cada

dia assume uma postura melhor; há uma evolução continua, e podemos

aprender muito ainda olhando para o passado. Foram grandes líderes para o

seu tempo e suas contribuições de um profundo valor.

Seria altamente produtivo ter como alvo de estudo todos os grandes

líderes; mas para delimitar o presente trabalho somente alguns foram

selecionados; não por serem os melhores, mas porque estão inseridos no

contexto da administração e há material e estudos destes disponíveis para

análises.

Se atualmente chegamos à função de líder mais qualificado é graças

aos nossos Pais da Teoria da Administração. Não se pode dizer que há um

modelo de liderança ideal. Mas com certeza, todos de alguma forma enfatizam

pontos importantes que todo líder em algum momento de sua gestão deva

possuir. Abaixo na Tabela 2 a visualização geral das teorias da administração e

exemplos de algumas lideranças inspiradoras que serão mencionadas neste

capítulo mais detalhadamente.

20

Tabela 3 - Visualização Geral das Teorias da Administração

Período: Abordagens e principais lideranças inspiradoras:

Século XVII Teoria Clássica (Taylor, Ford, Fayol, Sloan, Simon)

Década de 30 Teoria Humanística (Maslow, Hesberg)

Década de 50

Teoria Estruturalista (Max Webber)

Teoria Comportamental (Mayo;, Douglas McGregor, Chester Barnard, Likert)

Teoria Neoclássica (Peter Drucker; Mintzberg)

Década de 70 Teoria Sistêmica (Deming, Champy; Hammer)

Década de 80 Teoria Contingencial (Chandler)

Década de 90 Teorias Atuais (Porter, Kotler)

(Tabulação Própria, 2010)

Enquanto que Taylor e Ford olhava para a administração como base na

área produtiva, Fayol olhava para a gestão. E dentro dessa mesma linha temos

o Webber que olhava também para a gestão, mas com restrições a área

produtiva, onde os funcionários não deviam participar das tomadas de decisões

e não eram encorajados a serem pró-ativos. Hoje vivemos numa mistura

destes dois conceitos, onde precisamos olhar para a área produtiva e também

para a área de gestão e ainda fazer que elas se interajam. Um gestor não tem

sucesso sem sua equipe; e nenhuma equipe funciona sem liderança. Os dois

são complementares e importantes. A administração de Taylor teve lá seus

erros; as criticas do sindicato quanto ao tratamento de seus subordinados, mas

é dele vinda à essência vital, a saber, de uma organização: todo o processo

precisa ter base e a base de uma organização são seus funcionários e seu

sucesso direcionado através da missão, valores e cultura da organização. Já

Ford teve o grande erro de administração ao pensar que a empresa não

precisa de gerentes. E Fayol neste mesmo tempo vem suprir a ausência de

foco na gerência; ele direcionou seus trabalhos para a gestão e levantou

pontos importantes para a organização; é dele os primeiros princípios básicos

para a gerência.

21

Com Mayo, McGregor, Maslow e Herzberg já se pode visualizar a

atenção voltada para a equipe; sua motivação, sua importância. Eles

enfatizaram a motivação como fator diferencial e competitivo da organização.

Mayo através de suas experiências constatou que os funcionários desejavam

pertencer a um grupo e ser considerados como membros significativos do

mesmo; e a produtividade aumentou porque os trabalhadores conseguiram um

sentimento maior de valor pessoal. Já McGregor elaborou as Teorias X e Y,

diferenciando equipes, onde uma é preguiçosa e imatura e a outra responsável

e motivada. Ele acreditava que os gerentes podiam motivar os funcionários

identificando-os dentro destes dois grupos. A visão tradicional, a teoria X,

sugere que os gerentes devem coagir, controlar e ameaçar os funcionários

para poder motivá-los. A teoria Y já acredita que as pessoas são capazes de

ser responsáveis. Elas não precisam ser coagidas ou controladas pelo gerente

para se ter um bom desempenho. O que podemos aprender com McGregor é

de que o líder precisa conhecer sua equipe para saber motivá-la e cobrá-la

sem rigidez. Maslow salientou um dos estudos mais difundidos, a Teoria da

Hierarquia das Necessidades; indo do mais primitivo e imaturo para o mais

civilizado e maduro: Necessidades fisiológicas como sobrevivência;

Necessidades de Segurança como proteção; Necessidades de sociais como a

necessidade de pertencer a um lugar; Necessidades de estima como a auto-

realização. Nem todos têm a mesma motivação e querem atingir o degrau das

necessidades de estima; aqui vemos a posição clara que um líder busca. Já

Herzberg tentou enfatizar as motivações com foco somente no ambiente de

trabalho, onde classificou como dois níveis: o da motivação e satisfação que

são as necessidades pessoais e de auto-realização; e o da insatisfação que

são das necessidades básicas, como as fisiológicas e de segurança. Mas

Herzberg chegou a concluir que a organização não é um sistema fechado

como pensara ao delimitar seu estudo de motivação dentro do ambiente de

trabalho, mas que Maslow tinha razão e necessidades vindas de fora do

contexto da organização influenciava na motivação para o trabalho.

22

(Fonte: Tabulação própria, 2010)

Saindo destes dois momentos, administração cientifica e administração

por motivação, surge a era da administração por estratégia; a figura da

organização descentralizada; da redução de custos; da visão a longo prazo; do

foco no cliente e no trabalho em equipe. Aqui vemos grandes nomes como

Alfred Du Pont que através do estudo de casos focalizando quatro empresas:

Du Pont, General Motors, Standard Oil e Sears, Roebuck. & Co. mostra como

as grandes empresas só podem funcionar com grandes hierarquias e diretores

profissionais, enfatizou inovação em suas estratégias; onde não se deve copiar

fórmulas passadas, mas sim criar uma estratégia única para a organização em

seu contexto.

O Alfred P. Sloan levantou algumas questões como foco de seu

trabalho; 1) Clientes; seus produtos eram feitos para os clientes; 2) Decisões;

buscava o consenso nas reuniões e encarava tal atividade de máxima

importância, uma vez que é difícil tomar decisões certas; 3) Mudança; a

organização deve mudar, entende-se aqui como inovar para melhor, afim de se

obter desenvolvimento organizacional.

Administração Científica

(Taylor, Fayol e

Ford)

Foco em Tarefas

Administração por motivação

(Teoria das Relações

Humanas)

Foco nas Pessoas

Administração por Estratégia

Foco nos

Relacionamentos

Momentos importantes da Administração

23

Outro líder inspirador foi o Chester Barnard, pensador do Behaviorismo,

criador da Teoria da Cooperação que tem como alvo de estudo a autoridade e

liderança. O líder para Barnard era aquele que tinha como função primordial

ser um bom comunicador para assegurar o propósito da organização; para ele

o líder precisa ter técnica e moral.

Já Herbert A. Simon influenciado pela teoria das relações humanas diz

que o administrador precisa conhecer os mecanismos motivacionais para poder

dirigir adequadamente as pessoas, e que isso não basta, cada pessoa precisa

tomar decisões de forma racional e consciente, as quais vão gerar

comportamentos ou ações. Para ele o homem é visto como homem

administrativo, por ser um tomador de decisões racionais. Nesta concepção, os

trabalhadores opinam, decidem e colaboram para a solução de problemas. É

dele a teoria da tomada de decisões o que lhe conferiu em 1978 o prêmio

Nobel de economia. Essa teoria envolve seis elementos (o tomador de decisão,

os objetivos, preferências, estratégias, situação, e resultado).

Já Edwards Deming, criador da Teoria de Qualidade Total (TQM);

elaborou 14 princípios para gestão (Propósito; Adotar nova filosofia; Inspeção

em massa nula; Não buscar contratos só por causa do preço baixo; Melhoria

de processos; Treinamentos; Formar lideranças; Não ter medo; Quebrar

Barreiras; Não exortar; Eliminar metas arbitrárias; Incentivar o orgulho de se

trabalhar; Investir na educação; Comprometimento e tomadas de decisão da

alta administração) todos esses princípios tinham o mesmo propósito –

contribuir para a qualidade total da organização. É dele a melhoria da

qualidade combinada com o baixo custo que criou uma nova demanda

internacional para os produtos japoneses.

Gary Stanley Becker, ganhador do Prêmio Nobel da Economia no estudo

em que a família é a base da economia; enfatizou a importância do capital

humano como fator fundamental de produção. Os líderes precisam olhar para

os grandes ensinamentos da família que investe em capital humano, algo que

os governos não fazem; como quando os pais investem em educação e saúde

24

dos filhos. A grande lição de Becker está no investimento do capital humano,

sem ele não há geração de riqueza.

Já o Henry Mintzberg nasceu para polemizar; é dele o pensamento que

em faculdades ou MBA não formam gerentes; que estes se formam com a

experiência. Ele ousou em atacar um ponto que por experiência também

temos noção. Nos estudos de Mintzberg é levantado alguns papéis gerenciais,

são eles: O líder precisa ser interpessoal (influente e ter boa rede de contados);

o líder precisa ser comunicativo (precisa informar com sucesso); e o líder

precisa saber tomar decisões (ser empreendedor ao criar soluções, ser

mediador diante os conflitos, ser um administrador de recursos e ser um bom

negociador para mediar interesses). É enfatizado aqui que o líder não se cria

só com conhecimento, mas precisam de conhecimento, experiência e traços de

personalidade para a função de gerência.

James Champy um dos autores da reengenharia traz como ponto de

partida a inovação para quebra de paradigmas abandonando assim velhos

processos para a organização se reestruturar se adequando ao novo, as novas

mudanças. Aquela velha departamentalização é substituída, favorecendo o

trabalho em equipes com ênfase em processos e clientes. A gerência delega

responsabilidade para as equipes de processos e delega também poder na

tomada de decisões. Aqui se observa a necessidade de um líder que seja um

alto executivo que motiva o uso de ferramentas. Esse líder é um gerente que

juntamente com sua equipe de colaboradores dedicados diagnosticam o

processo existente e supervisionam a implementação deste. Entende-se que

não é a empresa que aplica a reengenharia aos processos, mas as pessoas,

que após serem selecionadas e organizadas através de um gestor procuram

inovar e organizar suas tarefas. Para o sucesso da reengenharia uma liderança

potencial é de fundamental importância, pois sem o líder não haverá uma

motivação da força interna para ‘reinventar’ a empresa.

John P. Kotter não foge a regra do seu tempo e encara a mudança como

um papel importante para o sucesso de uma organização. E para esta

mudança ele sugere cincos iniciativas bem práticas que o gestor deve tomar

25

(colocar a crise em evidência; fixar metas altíssimas; difundir informações

sobre a fragilidade diante a concorrência; treinar os funcionários para que

saibam contornar crises com clientes, fornecedores e outros gestores; dar

informações sobre as oportunidades futuras que a organização está perdendo).

Mas o líder não obterá sucesso se não tiver trabalho em equipe. Para Kotter o

líder precisa ter poder, experiência, credibilidade e capacidade de liderança.

Ele ainda diferencia a gerencia e a liderança dentro do contexto mudança -

gerenciar a mudança é mante-la sob controle; liderar é impulsionar o processo

de transformação; é ser o agente da mudança.

Mary Parker Follett da década de 20 entendeu bem os limites da

Administração Científica. Ela estava à frente do seu tempo e suas idéias foram

rejeitadas em sua época. Em uma época em que os patrões e empregados

viviam em conflitos e distantes; Follet trabalhou com a idéia de discussão

aberta entre a equipe e seu gestor para que o trabalho fosse realizado em

equipe. Propondo que tanto o empregado como o gestor são capazes de atingir

o seu ápice de desenvolvimento e evolução quando assume responsabilidades.

Seu trabalho foi admirado pelo Japão, pela forma humana com que se

importava e conduzia pessoas. Suas principais idéias levantadas foram a

comunicação, transparência, liderança, criatividade e a visão de transformar

conflitos em algo produtivo. Neste último ponto Follet foi incrivelmente

visionária ao utilizar o conflito como ferramenta para o desenvolvimento de

pessoas, sugerindo que em vez de condená-lo, deveríamos trabalhá-lo a nosso

favor. E conclui dizendo que a solução está com as próprias pessoas que se

encontram envolvidas no conflito.

Michael Hammer criador da reengenharia enfatiza que a organização

deve estar livre dos conceitos da divisão tradicional, mas lamenta que isso

trouxe a idéia de demissões em massas. Hammer diz que a organização que

adota a visão de processos é a que está progredindo. E o líder tem como

principal característica para o sucesso de se trabalhar com processos é o

trabalhar em equipe. Hammer também se tornou pioneiro ao alertar sobre os

efeitos que a mudança de comportamento dos consumidores teria sobre as

26

empresas. Tornando-se necessário aproximar a organização do cliente, criando

bons relacionamentos.

Michael Porter expressa bem o momento da administração em estar

mergulhada na estratégia. Porter é a maior autoridade mundial em estratégia

competitiva; as cinco forças por ele levantadas são (rivalidade entre os

concorrentes; poder de barganha dos clientes, porder de barganha dos

fornecedores; ameaça de novos entrantes e ameaça de produtos substitutos).

Com estas cinco forças Porter faz a organização olhar para dentro de si, olhar

para fora, analisar todos os pontos, trabalhar os pontos fracos e manter os

fortes. Para isso, a liderança precisa de conhecimento; possuir uma

comunicação forte para criar relacionamentos com toda a sua cadeia produtiva

a fim de ter um produto ou serviço diferenciado, com maior valor que o da

concorrência. Para Porter o melhor líder é aquele que sabe comunicar as

estratégias para sua equipe e sabe da importância de sempre estar

comunicando novamente as estratégias para não perder o foco.

Philip Kotler, criador da bíblia do marketing, aposta na inovação, na

qualidade e no cliente. Kotler diz que a organização falhará se não inovar e

também é provável que falhe se inovar também, fazendo um paralelo com os

produtos e serviços, ele diz que muitos produtos falham, e quando não, são

copiados pelos concorrentes. Então, a diferenciação se dará com estratégias

de inovação, qualidade e no valor ao cliente. O líder para Kotler é o líder

empreendedor; inovador; sempre aberto para novos conhecimentos e

buscando agregar valor ao serviço, produto e ao cliente. O líder precisa

monitorar cenários para identificar expectativas dos clientes a fim de que as

estratégias dêem bons resultados. Gerenciam-se processos, negócios e

lideram-se pessoas.

Peter Drucker além de ser reconhecido como ícone da administração

moderna, uma de suas maiores características é a de ser um líder de visão de

futuro. Drucker sempre tinha seus olhos voltados para um tempo que ainda

surgiria e ele se acostumou a anteceder o futuro com seus pensamentos. Para

Drucker a líder precisa de conhecimento atualizado; o que ele sabe hoje

27

amanhã se tornará obsoleto; o líder precisa ter tomada de ação e o líder

precisa ser líder de equipe produzindo pessoas que se sintam responsáveis e

comprometidas. Drucker diz que a sabedoria do líder está em escutar primeiro,

falar depois; ressaltando aqui que o que a organização tem de valor maior são

as pessoas.

Rensis Likert como Drucker enfatizou as pessoas como detentoras dos

sucessos da organização. Seus estudos foram baseados em experiências e

análises que indicaram que a liderança e a prática de sua gestão é o caminho

para o sucesso. É dele o estudo sobre os estilos de liderança que podem ser

Autoritário Coercivo; Autoritário Benevolente, Consultivo, e Participativo.

Para Tom Peters a liderança é o elemento mais importante no mundo

dos negócios. O líder deve ser um apaixonado, entusiasmado, comprometido,

deve ter metas e buscar fazer a diferença, deve ser perfeccionista e inovador.

A empolgação de Peters remete ao líder que veio para fazer barulho, e deixar

de ser como todos iguais e ser incomum; próprio; único. O líder para Peters é

cheio de energia. Para ele a liderança é o atributo que tem a maior demanda e

a menor oferta no mercado. O líder para ele precisa ser multifuncional;

atualizado e investir em relacionamento.

Vale ressaltar que neste capítulo os líderes foram selecionados por suas

contribuições históricas na área da administração; muitos foram selecionados

por estarem incluídos na gestão humanista o que se adéqua ao tema proposto

do estudo, e outras lideranças foram selecionadas por já terem sido abordadas

em listas de grandes líderes da história como gurus da administração;

conforme por exemplo, no site http://www.historiadaadministracao.com.br e nos

estudos de Maximiano (2010) que abordam grandes lideranças inspiradoras.

28

Tabela 3.1 – Líderes e Suas Contribuições

0ome Grande Ensinamento

Frederick Winslow Taylor,

Pai da Administração

Científica

- Os líderes são responsáveis pela especialização de

sua equipe. O líder deve punir ou recompensar sua

equipe. Só quem domina o que faz consegue fazer

bem. As funções básicas pra ele são planejar e

controlar

Jules Henry Fayol, Pai da

Administração Clássica

- Fez a ligação entre a estratégia e a teoria empresa-

rial e sublinhou a necessidade de aprofundar a gestão

e cultivar qualidades de liderança. As funções básicas

do administrador são: POC (planejar, organizar, con

trolar, coordenar e comandar); e os quatorze princí-

pios básicos de gerência são: a divisão do trabalho, a

autoridade, a disciplina, a unidade de comando, a

unidade de direção, a subordinação do interesse in-

dividual ao interesse comum, a remuneração, a cen-

tralização, a cadeia de autoridade, a ordem, a eqüi-

dade, a estabilidade no emprego, a iniciativa e a

moral.

Henry Ford, fundador da

Ford

- Adotou a teoria do consumismo como a chave para

a paz. Enfatizou a produção em massa a baixo custo

com salários altos. Errou ao acreditar que uma em-

presa não precisasse de gerentes e de gerência, ape-

nas do “dono-empresário”.

Max Webber, sociólogo

alemão

- Criou a teoria da burocracia que se baseia nos prin-

cípios da hierarquia e da autoridade de comando

como forma de liderança ideal não permitindo a

participação dos funcionários de posição inferior nas

decisões.

29

George Elton Mayo,

fundador do movimento das

relações humanas

- Administração centrada no indivíduo e sua subjeti-

vidade como fatores determinantes da produtividade.

Aqui já começou a se ver na organização equipes

formadas por pessoas que precisavam ser motivadas.

Douglas McGregor, pai da

teoria X e Y

- Há a liderança autoritária (Teoria X), onde a equipe

é preguiçosa e imatura

- Há a liderança participativa (Teoria Y), onde a equi-

pe busca realização profissional e são responsáveis

Abraham Maslow, autor da

Pirâmide das Necessidades

- O líder está entre a base e a alta-cúpula e deve ser

gestor entre essas duas partes; observando a teoria

das necessidades e trabalhando com as necessidades

da equipe e da alta-cúpula.

Frederick Herzberg - Criou ferramentas de análise de estímulo baseada

em sua teoria sobre motivação humana

- Enfatizou que a motivação ao trabalho vinha do

próprio ambiente interno.

Chester Barnard, (1886-

1961) presidente da

companhia de telefones Bell

- Os líderes devem obter autoridade tratando seus

subordinados com respeito e competência. Ele propôs

duas formas de convencer subordinados a coopera-

rem: incentivos tangíveis e persuasão. Parte da res-

ponsabilidade do líder consiste em dar enfoque aos

valores morais da empresa.

O papel da liderança é “inspirar uma decisão pessoal

de cooperar, através da criação de fé”.

Herbert Alexander Simon,

consultor do governo e da

NASA; pai do behaviorismo

- A teoria da tomada de decisões nasceu com Simon.

O líder deve tomar suas decisões da melhor maneira

possível e providenciar para que todos na sua

organização também as tomem de maneira efetiva.

30

Alfred Dupont - A estratégia deve preceder a estrutura. Teorizou o

conceito de descentralização nos anos 60 e 70. Ele

afirmava que não se pode fazer o trabalho de hoje

com métodos de ontem e permanecer nos negócios

amanhã.

Alfred P. Sloan, presidente

da General Motors por 30

anos

- Foi um líder que teve a administração controlada

por orçamentos, sistemas de contratação, relatórios de

vendas a fim de se obter as melhores decisões. Inven-

tou a noção de empresa descentralizada e multidivi-

sonal para responder bem a mudanças para que haja o

desenvolvimento organizacional.

Edwards Deming, (1900 –

1993) estatístico

- Criador da teoria TQM (Teoria de Qualidade Total)

que revolucionou a gestão no Japão. Os japoneses

aprenderam a lição, mas o Ocidente ignorava os em-

sinamentos de Deming. Só quarenta anos depois, pe-

rante a ameaça japonesa, é que os ocidentais abriram

os olhos para a necessidade da gestão da qualidade.

Gary Stanley Becker, (1930

- economista

- Surpreendeu em aventurar-se no campo social sobre

os estudos de investimento em capital humano e

discriminação racial. Ele ganhou o Prêmio Nobel de

Economia pelo seu estudo: A família é a base da

economia. Ele defende o caráter essencial da família

para a criação de economias saudáveis e sustentáveis.

Henry Mintzberg,

especialista mundial em

estratégia

- A aprendizagem de liderança não está no aprendi-

zado individual, mas sim no coletivo, na experiência.

. O líder precisa ser influente e ter boa rede de

contados; o líder precisa ser comunicativo; o líder

precisa ser empreendedor ao criar soluções, ser

mediador diante os conflitos, ser um administrador de

recursos e ser um bom negociador para mediar

interesses.

31

James Champy, um dos

fundadores da reengenharia

- O líder tem o papel máximo na reestruturação dos

processos

- O líder delega responsabilidade para as equipes e

delega também poder na tomada de decisões.

John P. Kotter, especialista

em liderança

- A função primária do líder é produzir a mudança.

Sua atuação é em três áreas fundamentais: estabelecer

a direção estratégica da empresa; comunicar essas

metas aos recursos humanos; e motivá-los e inspirá-

los para que sejam cumpridas.

Mary Parker Follett,

profeta da gestão

- Visionária para o seu tempo; enfatizou a importân-

cia do trabalho em equipe e o gerenciamento dos

conflitos. Peter Drucker a intitulou como profeta do

gerenciamento

Michael Hammer, criador

da reengenharia

- Com os seus conceitos ele enfatizou a gestão por

processos. O líder precisa ter seu trabalho focado no

cliente. O novo líder é um arquiteto organizacional e

um visionário.

Michael Porter, especialista

em estratégia

- O líder precisa ser estratégico e trabalhar para

modernizar a organização

- O líder precisa ser um bom comunicador para que

as suas estratégias sejam bem entendidas por todos.

Philip Kotler, um dos pais

do marketing

- O líder precisa ter foco em uma cadeia de estraté-

gias que inclui relacionamentos com clientes, forne-

cedores, visão de mercados e conhecimento da

concorrência. O líder é alguém diferenciado

Peter Drucker, pai da

gestão moderna

- O líder precisa estar sempre atualizado. Ter visão a

longo prazo e dar o valor máximo as pessoas da

organização. E para se ter uma boa liderança na

equipe precisa escutar primeiro e falar depois.

32

Rensis Likert,(1903 – 1981)

Ph.D. em psicologia na

Universidade de Columbia

- Através dos seus estudos ele elaborou estilos de

liderança e gerência (Autoritário Coercivo; Auto-

ritário Benevolente, Consultivo, e Participativo)

Tom Peters - Líder é aquele que sabe delegar; porque o líder não

sabe de tudo e precisa de pessoas que suprem suas

faltas

(Fonte: Tabulação própria, 2010)

Lideranças inspiradoras brasileiras

Os líderes brasileiros merecem um destaque especial por fazerem parte

da nossa história. Foram selecionados líderes com perfis empreendedores e

que se destacaram em suas gestões.

Ao tratar de grandes líderes brasileiros começamos pelo tempo do

império, no segundo reinado, onde Irineu Evangelista de Souza, o Barão de

Mauá, foi para seu tempo o líder de hoje. Ele esteve muito a frente do seu

tempo, mostrando uma veia empreendedora incrível. Ele não teve nenhum

guru de administração na sua época que tivesse passado alguma idéia de

liderança. Ele mais do que outros, mostrou traços de liderança, de saber o que

fazer, de tomadas de decisão sem ser influenciado por qualquer tipo de teorias

ou de grandes líderes. Faz-se notório lembrar que existiam líderes, mas que a

informação era transmitida a passos lentos devido à inexistência do mundo

globalizado de hoje que possui informações a velocidade da luz. O Barão

trabalhou com o conceito de descentralização da organização, buscava ter em

seu quadro de funcionários pessoas altamente qualificadas, e por isso,

concedia salários altos. Instigava seus funcionários a delegarem

responsabilidades formando equipes pró-ativas e com tomadas de decisão. E o

Barão de Mauá foi mais fundo, ele fermentava em seus funcionários a terem

33

seu próprio negócio e não só os apoiava, mas também concedia recursos. Seu

estilo de liderança foi liberal, ousado, com uma política salarial direcionada a

talentos. Ele foi um empreendedor nato; teve oito das dez maiores empresas

do Brasil. Se tornou um dos maiores símbolos de modernidade e

desenvolvimento econômico do Brasil. Com 30 anos se tornou o homem mais

rico do Brasil e entre suas realizações podemos destacar a fundação do Banco

do Brasil, a Construção da primeira ferrovia brasileira e a criação do Estaleiro

Mauá em Niterói. E entre tantas qualidades, o Barão de Mauá, também revelou

traços de valorização as pessoas como seres humanos; em vários exemplos

sobre a escravidão da época, revelou ideais de justiça e respeito ao próximo.

Jorge Gerdau acredita que lucro e ética podem trilhar o mesmo caminho

do desenvolvimento. Gerdau é um empreendedor, busca qualidade e se mostra

um empresário atual que se importa com a responsabilidade social. Como todo

brasileiro que vive em cenários de instabilidade política, ele é flexível e um

gerenciador de conflitos que busca ajustar o cenário externo para o interno.

Para Gerdau a liderança é um comportamento pessoal; e que o líder precisa

saber onde está e aonde quer chegar; construindo metas constantes; e precisa

saber gerenciar os recursos para fazer as coisas acontecerem. O líder precisa

ser visionário - todo sonho deve ter uma cota de utopia. Para Gerdau o

empreendedor precisa tomar decisões e tomar riscos, precisa ser determinado

e ter atitude sendo pró-ativo e ter muita disciplina para fazer muitas análises;

para ele o empreendedor brasileiro precisa ter planos B e C. O grande sucesso

de sua liderança está no compromisso com a qualidade; esse foco é tão vital

em sua vida que criou o Programa Nacional de Qualidade e também foi um dos

fundadores do Movimento Brasil Competitivo.

Marcel Telles tem uma liderança altamente dinâmica e jovial, e não é de

surpreender que ele goste de trabalhar com jovens que ambicionam a carreira

e tem força para competitividade agressiva que vivemos nos tempos atuais.

Para Telles o segredo para o sucesso é montar boas equipes; e para isso ele

tem como lema 'você é o chefe do negócio'; ele busca embutir nas mentes de

seus funcionários que eles não só fazem parte do negócio, mas que eles são

também o patrão; precisam agir como tais. Com isso, aplica-se o conceito de

34

meritocracia; não só tendo como resultado remuneração variável; mas ele

enfatiza que uma organização precisa de transparência nas metas, avaliação

constante e feedback com as equipes. Todos precisam ser valorizados e se

sentirem valorizados. A agressividade da competição quase chega a limites

extremos como recompensa para os 'vencedores' e perdas para os que não

conseguiram atingir as metas. Mas em grande parte o Telles acertou; ele

aposta nos jovens, cheios de motivação e força e os dá oportunidade,

acreditando nos talentos destes.

Abílio Diniz é um centralizador como todo estrategista no posto de

liderança. Sua liderança é firme e apesar das grandes vitórias, Diniz age com

cautela e assume os riscos com muito cuidado. Ele veio de uma experiência de

liderança paternalista e até deixou que a empresa sofresse pelos seus erros se

ausentando das decisões. Atualmente, faz parte de uma liderança cooperativa

em forma de conselho, onde todos assumem riscos e tomam decisões juntos.

E disse a si mesmo que nunca mais se ausentaria caso percebesse que a

empresa tivesse tomando decisões erradas. Diniz tem um site

(http://abiliodiniz.uol.com.br) onde pode se ver claramente como é comprome-

tido com a liderança. Ele reuniu assuntos importantes para o líder, como

ferramentas essenciais para o líder; controle do stress; conselhos aos jovens

para construir uma boa carreira; a importância da atividade física; e até

conselhos de como se alimentar. Abílio Diniz é um brasileiro de valor; que tem

muita experiência para passar e muita coisa importante para ensinar. Num

mundo capitalista onde dizem que tudo tem seu preço, encontramos lideranças

como a de Diniz - lideranças baseadas em verdadeiros valores.

Luiza Helena Trajano tem como principal ponto de sua liderança a

gestão humanista; ela dá um grande valor aos relacionamentos e busca criar

na organização um ambiente onde as pessoas trabalhem felizes e ainda assim

possam dar muito lucro. Essa conclusão vem de seu pensamento sobre a

observação de outros exemplos de empresas, onde tinha as que davam muito

lucro e as pessoas não eram felizes; e as que não davam lucro e as pessoas

eram felizes. O desafio que propôs a si mesma era criar uma empresa que

desse lucro e ainda assim as pessoas fossem felizes. O sucesso de sua

35

organização foi tão impactante na sociedade que Harvard fez um estudo sobre

as lições que a Magazine Luiza pode oferecer ao mundo dos negócios, são

eles: 1) Agilidade nas decisões; 2) Liderança forte e carismática; 3)

Funcionários fiéis; 4) Preservação da cultura; e 5) Ousadia e Pioneirismo. Luiza

Helena aposta na intuição para gestão de sua liderança; alinhada com

conhecimento de mercado e estratégias ela ainda busca a intuição porque até

o momento não falhou. Sua liderança em foco de gestão de pessoas busca

qualificação de seus funcionários porque a evolução destes acompanha as

estratégias de negócios da empresa. Ela acredita e investe nas pessoas

porque são elas que movem o Magazine Luíza.

Pedro Passos também monta o time que atua e promove a gestão de

qualidade, ele participa da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ) e tem como

principal foco na liderança o relacionamento; tendo em vista que todo o

trabalho da Natura vem de uma cadeia de relacionamentos com fornecedores,

clientes e funcionários. Para Passos o líder precisa ter sua liderança pautada

em pessoas, porque a empresa é um organismo vivo e que esta tem seu papel

na sociedade na área do campo social; daí vem a importância que a Natura dá

a sustentabilidade. Para ele os principais papéis da liderança é disseminar e

preservar valores e formar lideranças. A Natura cresceu tanto que está tendo

um projeto sério de formação de líderes. O objetivo desse projeto chamado de

Processo de Engajamento é elaborar um Plano de Desenvolvimento Individual

para cada líder, em que as expectativas pessoais são cruzadas com as

estratégias de negócios da companhia. Passos acredita que o líder precisa de

técnica, empreendedorismo, mas ele ressalta que busca o objetivo comum,

autonomia, integridade e que acredite nas mesmas coisas que a empresa

propõe fazer. Ele reconhece que há organizações que tem lideres que dita

ordens e controla e outros líderes que não só motivam, mas inspiram a equipe.

E ele acredita que o perfil mais ideal para as empresas de hoje e do futuro é o

perfil de liderança inspiradora.

O perfil moderno da liderança é possuir o traço do empreendedorismo, e

nisso se destaca também o David Neeleman. Empreendedor e caçador de

desafios, ele adota como principio básico de sua liderança a gestão voltada

36

para o relacionamento com os clientes. Tendo em vista que seu produto

vendido é o serviço. O importante para ele é inovar sempre; isso traz o perfil de

líder inquieto que está sempre tendo um turbilhão de idéias. Para Neeleman a

empresa construirá uma marca positiva se a liderança conseguir tratar os

funcionários e clientes como as pessoas mais importantes. Ele também prioriza

a qualidade dos serviços; tudo que venha a sair errado é passível de correção

imediata para que não ocorra novamente. Ele ressalta a importância de saber

contratar, o funcionário precisa estar fortemente engajado, mas caso, mesmo

sendo treinado este não corresponder dessa maneira faz-se necessário sua

demissão para não fermentar toda a equipe.

O brasileiro tem muito que se orgulhar, e Silvio Santos é um exemplo de

superação. É o exemplo de traços de personalidade de líder sem qualquer

influência de técnica. E ele venceu. Desde o inicio Silvio Santos foi perspicaz,

engajado em atitudes de marketing ele soube vender muito bem seus produtos.

Na vida de Silvio Santos pode se ver com clareza que muito trabalho abre

portas de oportunidades, e foi isso que aconteceu para ser o pontapé inicial de

sua trajetória de sucesso; através de locução na rádio. No livro A Fantástica

História de Silvio Santos por Arlindo Silva, este diz que Silvio Santos era um

homem de sorte e narra vários momentos que ele viveu. Em muitas vezes o

líder também é uma pessoa de sorte. Silvio Santos diz que o líder tem que

tomar decisões com sensatez e equilíbrio, pensando em muitas famílias que

ele sustenta. Sua gestão é fortemente influenciada pela sua vida, suas raízes

humildes; por isso, sua gestão é humanista.

Antonio Maciel Neto enfatiza que a figura do líder na empresa é de muita

importância. Para ele a empresa só tem sucesso se houver líderes eficazes em

todos os níveis da organização. E só se constrói a verdadeira liderança

conciliando resultados econômicos, sociais e ambientais. O líder precisa atuar

de forma aberta, democrática, inspiradora e motivadora, ajudando a promover

o desenvolvimento da cultura de excelência e as relações de qualidade. Outro

ponto levantado por ele é desenvolver o trabalho em equipe; não há muito êxito

em fazer o gol sozinho, trabalhando com o time e para o time se obtém maior

produtividade. Mas ele tem algo diferente a ensinar, Maciel aborda a

37

importância de se ter um RH como mentor que dê referências e ajude a

mostrar caminhos e a tomar decisões; um mentor que desenvolve lideranças.

Bernardinho, técnico da seleção brasileira de vôlei, coleciona vitórias,

mas diz que as vitórias são fruto de uma liderança dedicada. Seus principais

princípios são: 1) Buscar a excelência; 2) Buscar novos desafios sempre; 3) O

líder é inquieto e sempre busca o máximo de cada um de sua equipe; 4) Você

nunca é o melhor, você está o melhor; 5) Ter um plano de ação e buscar

melhorias dele; 6) Não ter medo de errar ou perder; 7) Aceitar os erros e

aprender com eles. Bernardinho é dinâmico; elétrico e sempre está com os

pensamentos a mil por hora focando sempre em melhorias no seu trabalho, e

para isso requer planejamentos constantes. Um dos grandes segredos da

liderança verdadeira é dar um valor imensurável a sua equipe e dar valor a ela

como se fosse sua família. Em suas palestras Bernardinho sempre apresenta

sua equação simples de seu modelo de liderança que é: Trabalho + Talento =

Sucesso. Ele informa que a ordem dos fatores altera o produto. E que trabalho

e dedicação tem de vir antes do talento. Uma das características fortes de

liderança que Bernardinho passa em seus ensinamentos é o de se ter

coragem. Precisa de coragem para tomadas de decisão; precisa de coragem

para conversar com sua equipe e apontar erros e trabalhá-los. Só um líder de

coragem não tem medo de conversar com sua equipe. Bernardinho tem o perfil

do líder atual - é altamente competitivo. E um líder competitivo sempre quer

mudanças para o crescimento; sempre busca a vitória e sempre tenta aprender

com os erros.

Alex Dias tem em sua gestão a exclusão de qualquer atitude rígida, já

que trabalha com profissionais que requer liberdade para criação e

desenvolvimento de idéias. Inovação é a palavra chave para sua organização.

Sua liderança é transparente e busca trabalhar bem com a diversidade;

aprendendo a somar com as diferenças. Feedback é a palavra não só no

contexto de Tecnologia da Informação, mas sim também com seus

profissionais e clientes. Ele criou um ambiente de trabalho divertido e relaxante

que traz a imagem de que confia nos seus profissionais; eles podem se divertir

e relaxar no horário de trabalho sem qualquer tipo de cobrança, e mesmo

38

assim eles serão responsáveis e entregarão seus projetos com perfeição. Alex

Dias ressalta a importância de se ter boa comunicação; é importante passar

sempre mensagens para garantir o foco, motivação, criatividade e inovação em

todo trabalho.

Bernardo Hees não foge do perfil de liderança atual que busca a gestão

de pessoas como estratégia vital em seus negócios. Ele busca ouvir o que os

seus funcionários têm a dizer. E muitas das soluções foram encontradas ali.

Ele diz que um líder sempre precisa ter metas e desafios e sempre manter a

busca por melhorar suas fraquezas. A grande missão de um líder para ele é

formar pessoas; trabalhar com as melhores pessoas. E enfatiza que o líder

precisa de muita dedicação e ética para se manter com foco. Hees tem

consciência que trabalha para ser campeão e é motivado pra isso; e quando

chega onde se quer, ele se lança a desafios maiores acreditando que tem essa

capacidade de realização. Para ele o líder precisa se identificar com os valores

e a cultura da companhia, assim será feliz integralmente.

A palavra que resume o trabalho do Luiz Eduardo Falco, presidente da

Oi, é a criatividade. Com isso, ele revolucionou a telefonia móvel do Brasil, e

criou um leque de benefícios para seus clientes. Benefícios jamais imaginados.

E o grande desafio para administrar no mercado tão competitivo é ter como

diferencial o seu time de trabalho; que realmente, é a sua força de trabalho. Ele

diz que a diferença no ramo de telecomunicações não é o software, nem o

hardware, mas sim o peopleware. Ele também é um líder que trabalha com

gestão de pessoas. Seu jeito de liderar é ágil, agressivo e ambicioso; daí vem

suas idéias sempre inovadoras.

Roberto Marinho teve como missão de vida informar, educar e entreter.

Foi um empreendedor principalmente no campo social onde sempre se

preocupou em contribuir para melhorias do povo brasileiro. Isso transparece

também em sua gestão onde buscava nunca demitir, mas sempre dar novas

oportunidades e acreditar no ser humano. O seu modo de liderar foi singular,

nada de muito impactante; mas o que o diferenciava dos demais era no jeito

39

calmo e seguro subtraindo toda e qualquer liderança rígida. A ordem de sua

vida foi sempre estar em movimento e com novos projetos.

Samuel Klein tem como mensagem de vida a superação. Suas

experiências o fizeram ter seus olhos voltados para pessoas simples; e ele viu

nesse nicho de mercado a oportunidade para comercializar seus produtos. O

líder precisa passar confiança para sua equipe; mas o Klein foi mais longe

desenvolveu o método de crédito de confiar em seu cliente mesmo este não

tendo crédito no mercado. Para as Casas Bahia o crédito é uma ciência

humana e não exata. Concedendo crédito a pessoas que nenhuma empresa

daria crédito, Samuel Klein quis contribuir para a realização de pequenos

sonhos destes brasileiros sem oportunidades. Seus atributos mais importantes

são dedicação e perseverança. Com o seu estilo de vida busca motivar seus

funcionários e reconhece que não construiu sozinho o império. Humildade é

uma qualidade que cultiva para uma melhor comunicação com suas equipes e

clientes.

Abaixo um resumo de algumas lideranças brasileiras e suas principais

contribuições.

Tabela 3.3 – Líderes Brasileiros e Suas Contribuições

0ome Grande Ensinamento

Barão de Mauá, o

empreendedor

- Ousadia nos projetos, prudência e uma grande preocupação

em gerir bem os recursos trouxeram o perfil do líder

empreendedor.

Jorge Gerdau, o homem

de aço

- O líder precisa ter três competências: a técnica, a humana e

a conceitual.

- A cultura, a missão e valores são de suma importância, é

fundamental que um líder conheça e incorpore os valores da

organização

40

Marcel Telles, empresa

Ambev

- Desenvolveu nas equipes a cultura de dono, para que cada

funcionário lute pelo seu negócio como se fosse teu.

Abílio Diniz; grupo Pão

de Açúcar

- O líder precisa antes de tudo muito transpiração; esforço e

dedicação

- O líder precisa tomar decisões corretas no momento

adequado

Luiza Helena Trajano;

empresa Magazine

Luiza

- Um bom líder deve ter a crença profunda no potencial de

desenvolvimento do ser humano. Pensando nesse princípio,

a executiva orienta seus líderes a incentivar e extrair os

melhores talentos dos colaboradores.

Pedro Passos; empresa

Natura

- O líder deve ter autonomia, integridade e acreditar nas

mesmas coisas que a empresa se propõe a fazer, buscar esse

alinhamento de valores

David <eeleman,

companhia aérea Azul

- A liderança precisa ser inovadora e adequada ao cliente

Silvio Santos

apresentador de Tv

- O líder precisa ser empreendedor e saber comunicar

Antonio Maciel <eto,

engenheiro mecânico,

presidente da Ford

- O líder precisa ter disciplina e estratégia. E cada um da

deve saber seu papel na equipe.

Bernardinho, técnico da

seleção de vôlei

masculina

- Característica primordial do líder: saber motivar. Ele

enfatiza metas como de suma importância, mas que precisa

de bom planejamento para atingi-las. A vontade de se

preparar tem que ser maior do que a vontade de vencer. Seu

tema central é A Busca da Excelência

Alex Dias, presidente da

Google no Brasil

- O poder de decisão precisa ser democratizado, pulverizado,

diluído. Todos precisam ser ouvidos.

41

Bernardo Hees,

presidente da ALL

(América Latina

Logística)

- O líder precisa no meio de tanta informação do dia-a-dia

ouvir seus funcionários e buscar manter boa comunicação

- O líder precisa de dedicação e ética para não perder o foco

Luiz Eduardo Falco,

presidente da Oi

- O líder precisa ser agressivo para ser competitivo e

alcançar suas metas

- O líder precisa inovar sempre e para isso precisa ser

estratégico

Roberto Marinho,

fundador da rede Globo

- O líder precisa se um otimista nato

- O líder precisa ser ético

Samuel Klein, fundador

das Casas Bahias

- O líder precisa ter simplicidade para falar a mesma língua

com seus funcionários e clientes

(Fonte: Tabulação própria, 2010)

42

CAPITULO IV

Líder Nato: O Mito Desejável

"A liderança é uma poderosa combinação

de estratégia e caráter.

“Mas se tiver de passar sem um,

que seja estratégia.” (Norman Schwarzkopf)

A importância da liderança está na cultura do ser humano enquanto for

inerente a vida humana o homem como ser social. Não se vive sem liderança!

Há momentos que somos lideres, em outros, liderados. Para muitos um fardo

pesado passar pela responsabilidade de liderar; para alguns, algo natural ou e

gratificante. A escola da vida revela líderes; os ensinos técnicos buscam formar

líderes e a verdadeira busca é a união destes dois pontos importantes na

liderança, que traria o resultado de gestores com traços de liderança se

aprimorando com as técnicas.

O líder nato em si não se basta, como também o líder formado por

centros de ensino não são suficientes. Mas dentre os dois tipos de líderes só

se pode formar um; o líder através da técnica; porque traços de liderança,

personalidade não se ensina, só se revela, colabora para irradiar sua vocação.

As organizações para não sofrerem muitos riscos contratam líderes com

experiência; outra fuga também adotada pelas empresas são a busca por

trainee que os isentam de obrigações trabalhistas e ainda conseguem colher

jovens aspirantes a lideranças.

Líderes como Henry Mintzberg defendem a idéia de que faculdades não

formam líderes; ele diz que faculdades ou MBA não formam gerentes; que

43

estes se formam com a experiência. E líderes atuais como Pedro Passos que

já procuram em líderes a diferenciação pelo senso comum, por traços de

personalidade.

As características principais que não devem faltar em um líder são;

porque todas as demais coisas são passiveis de aprendizado:

• Responsabilidade

• Tomada de decisão

• Valor às pessoas

• Dedicação

Responsabilidade porque o líder precisa entender a responsabilidade da

função; e há líderes que são demagogos e delegam a responsabilidade a sua

equipe transferindo a responsabilidade a seus funcionários com a

argumentação de fermentar a pró-atividade e desafios. O líder precisa ser líder

responsável, caminhando junto com a sua equipe, orientando-a e

incentivando-a. O líder precisa se manter presente. Ao delegar o líder se

ausenta.

Tomada de decisão é senão um dos ou o quesito mais importante que

falta aos líderes. Isso porque há a sombra da dúvida se as decisões tomadas

terão resultados negativos; se tornando muito mais cômodo a inércia que

transferiria a tomada de decisão para circunstâncias ou para outras pessoas;

podendo ser até a própria equipe. Na tomada de decisão aflora se o líder é

corajoso e responsável.

Valor às pessoas resulta em uma fonte que não se finda, como uma

semente que tivesse sido plantada, regada, cuidada e que madura sempre

dará bons frutos. Descobriu-se finalmente que nem tudo tem preço e não há

maior agregação de valor ao negócio que o cultivo de bons relacionamentos;

sejam eles com funcionários, fornecedores ou clientes. E para a construção de

relacionamentos o líder precisa valorizar as pessoas como pessoas; para tanto

precisa conhecê-las e estabelecer convívio para o crescimento da relação.

44

Dedicação, o sonho de todo empregador! Um líder dedicado é alguém

que gosta do que faz. Um líder dedicado é alguém com conhecimento técnico.

Um líder dedicado está chamando a responsabilidade para si. Um líder

dedicado é disposto e cheio de energia. Um líder dedicado está motivado. A

dedicação revela que o líder encontrou a paz em sua área profissional.

De tudo que se pode ler sobre o assunto de liderança nos parece que o

tempo atual está trazendo o líder como ser humano e não como máquina

como sempre foi exigido. Os verdadeiros valores da liderança não podem ser

aprendidos. Ele está no intimo de cada um. Na experiência de vida que cada

um traz ao longo de sua caminhada. A diferenciação de um Líder Nato para

um líder comum são os valores que ele carrega. Não são os resultados de

sucesso medidos em números, mas são transformações que causou em

pessoas, atitudes que perdurou todo o seu processo de trabalho e que resultou

em uma cadeia altamente produtiva. Não há projeto de maior longo prazo que

o cultivo de relacionamentos; só um Líder Nato consegue trabalhar bem com

pessoas.

O Líder Nato não é utopia, é um sonho que buscamos transformar em

realidade. Seja com treinamentos, motivações. Sempre estamos querendo

despertar no outro sua liderança particular tão cheias de valores essenciais a

vida. Estamos na busca do excelente. E o Líder Nato é o líder excelente

pautado por pilares que não poderão ser desfeitos; faz parte dele; é seu estilo.

É o sonho que toda organização busca. E não podemos deixar que esta visão

seja apenas um sonho. O Líder Nato é uma meta a ser alcançada e o

diferenciamos dos demais como sendo um gestor que se dedica a sua equipe

como a si próprio.

45

CONCLUSÃO

"O líder faz aquilo que é certo

e não aquilo que é conveniente." (Bernardinho)

A figura do Líder Nato sempre causou polêmica e muitos estudiosos não

chegaram a concluir sobre este assunto. Mas a verdade é que há situações

imprevisíveis e se antes o foco da liderança foi voltada para as tarefas; e

depois voltada para cenários; e mais depois disto, voltada para clientes e

relacionamentos, o momento atual nos empurra a lideranças mais humanas.

Não passa a ser mais um diferencial um líder possuir graduações, MBA e etc;

isto é um quesito comum a quase todos. Logo surge a idéia de traços de

personalidade, do ‘algo a mais’; dos verdadeiros valores. E o Líder Nato não é

se não uma pessoa que leva sua experiência de vida e valores aprendidos para

o seu âmbito de trabalho.

Esta mudança de perfil de líder se dá porque atualmente mais do que

em outras épocas as lideranças precisam estar pautadas em relacionamentos.

Os clientes; a sua equipe e todos aqueles que fazem parte da sua cadeia

produtiva possuem um valor imensurável. E essa é a mensagem que um líder

tem de passar para sua empresa, para suas equipes, para seus clientes; e para

todos com quem se relaciona. E nenhum líder tem condições de fazer isto se

não tiver valores bem estruturados; valores que estão à frente de seus

diplomas e experiências em outras gestões.

A nova geração de profissionais vem com muito mais conhecimento,

visão estratégica, senso competitivo e objetivos individuais. Estes fatores

influem significativamente na forma de lidar com as pessoas. O gestor de hoje

46

precisa lidar com os diferentes aspectos da motivação humana, como

remuneração, reconhecimento e auto-realização. Mas a qualificação também

de nada adianta se a pessoa não tiver atitude de líder. Determinadas

características da liderança eficaz aparentam ser onipresentes e permanentes.

As características essenciais, a condição sine qua non dos líderes eficazes do

futuro, em grande parte, serão as mesmas que sempre foram. Aqui está a

figura como que subliminar do Líder Nato.

Neste estudo não se preocupou em trabalhar pontos extremos como as

figuras distantes que muitos estudiosos apontam como chefe x líder; ou

gerente x líder. Isso porque em muitas ocasiões o ser humano numa posição

de liderança pode ser conveniente que tenha de ser autocrático como um

‘chefe’, ou motivador e orientador como um líder. O Líder Nato é um destes

pontos extremos colocado pela história. Os estudiosos sempre quiseram

suprimir o emocional nos atos do ser humano alegando que isto e sinal de

fraqueza. E como alguns líderes tiveram sucesso mesmo não possuindo traços

de liderança, engavetaram o perfil de Líder Nato.

Torna-se muito difícil apontar um perfil de líder ideal ou o mais certo; a

diversidade de perfis não deve dividir e excluir algum deles (só se deve excluir

o perfil de líder tirano que abusa da autoridade com seu excesso de poder),

mas a maturidade se faz necessário para que se valorize o que cada perfil

pode e deve ser trabalhado. Não podemos excluir o que nos faz humanos. Não

podemos separar o homem social, o homem emocional e o homem

profissional. Não se vive em parte. O líder precisa ousar ser completo e o Líder

Nato é o que mais reunirá características para chegar nesta condição e por

isso deve ser valorizado.

47

FONTES PESQUISADAS

• MAXWELL. John C. Minutos de Liderança. Editora Thomas Nelson

Brasil: RJ, 2008.

• BOYETT. Joseph Boyett e Jimmie. O Guia dos Gurus. Editora Campus:

RJ, 1999. 2ª edição.

• PRYWES. B. Joseph White & Yaron. A Natureza da Liderança:

Conheça as 5 qualidades dos grandes líderes. Editora Campus: RJ.

2007. 1ª edição.

• Site: Instituto de Liderança do Brasil. http://www.ilb.org.br/index2.asp.

Acessado em 13 de março de 2010.

• CHIAVENATO, Idalberto. História da Administração. Editora Saraiva:

SP. 2008. 1ª edição.

• COLLINS, Jerry I. Porras e James. Feitas para Durar: Práticas Bem-

Sucedidas de Empresas Visionárias. Editora: Rocco: SP. 1995. 1ª

edição.

• LIKERT, Rensis. A Organização Humana. Editora: Atlas; SP.1975

• Site: História da Administração.

http://www.historiadaadministracao.com.br. Acessado em 17 de março

de 2010.

• CHIAVENATO, Idalberto. Administração: Teoria, Processo e Prática..

Editora Saraiva: SP. 2004. 1ª edição.

48

• BATEMAN, Scott A. Shell e Thomas S. Administração: Construindo

Vantagem Competitiva. Editora Atlas: SP. 1998. 1ª edição.

• CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos Novos Tempos. Editora

Campus: SP. 2004. 2ª edição.

• Site: O Portal da Administração. http://www.administradores.com.br.

Acessado em 21 de março de 2010.

• HUNTER, James C. O Monge e o Executivo. Editora: Sextante: SP.

2004. 1ª edição.

• PREE, Max De. Liderar é uma arte: vencendo a crise e a inércia com

uma administração inovadora. Editora: Best Seller, SP. 1989.

• JUSTUS, Sérgio Augusto de Andrade e Roberto. O Empreendedor:

Como se tornar um lider de sucesso. Editora: Laurosse do Brasil; SP:

2007.

• MAGALHÃES. Ricardo Jordão. Quebra Tudo. Editora: Original; SP.

2005. 1ª edição.

• Site: Conexão Mercado.

http://www.conexaomercado.com.br/VerMateria.aspx?id=86. Acessado

em 03 de abril de 2010.

• MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Teoria Geral da Administração –

Da revolução urbana à revolução digital. Editora: Atlas, SP. 2010. 6

edição.

• ARAUJO, Luis César G. de. Teoria Geral da Administração –

Aplicação e resultados nas empresas brasileiras. Editora: Atlas, SP.

2007.

49

ANEXOS

ANEXO I – ENTREVISTA

Entrevista com Abílio Diniz

O Grupo Pão de Açúcar pretende abrir 10 000 vagas este ano. Nesta entrevista, Abílio Diniz, presidente do conselho de administração do grupo, fala do profissional que a empresa procura e das características que valoriza num líder

Fabiana Corrêa, Revista Você S/A 08/03/2010

ABÍLIO DINIZ, presidente do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar, faz planos

de expandir sua rede e anunciou investimento 5 bilhões de reais para os próximos três anos.

Boa parte desse valor será destinada à abertura de lojas e supermercados no Norte e no

Nordeste.

Neste ano, o grupo pretende contratar 10 000 profissionais. Aos 73 anos, o executivo dá

expediente diário na sede da empresa, na zona sul de São Paulo. Em entrevista à VOCÊ S/A,

Abílio diz que participa da escolha dos principais executivos do grupo e conta quem é o

profissional que o Pão de Açúcar procura.

O Pão de Açúcar anunciou investimento de 5 bilhões de reais e boa parte desse

montante vai para o norte e nordeste. Como serão contratados os profissionais para

essas regiões?

No processo de expansão, há espaço para gente que já está lá e também para quem quer uma

nova experiência de trabalho e de vida. Temos feito esforços para acolher quem quer se

desenvolver em outra região e para quem deixou o Nordeste ou o Norte e agora quer voltar.

Nós valorizamos o interesse de sair do eixo Rio-São Paulo, mas o importante não é a região

onde se está. Queremos criar condições para que as pessoas tenham oportunidades em

qualquer trajetória que desenvolvam aqui dentro do grupo.

Essa expansão vai exigir um profissional diferente do que você procura para o sudeste?

50

Não. O conhecimento dos hábitos, dos costumes e da cultura local facilita o entendimento dos

negócios e a adaptação, mas o que faz a diferença nesse processo é o alinhamento do

profissional aos nossos valores.

O que você espera que seus executivos façam fora do ambiente de trabalho?

Procuro inspirar as pessoas que estão próximas a mim a adotar hábitos saudáveis. Acredito

que o segredo de uma boa gestão é manter o equilíbrio entre alimentação, amor, atividade

física, espiritualidade, controle do estresse e autoconhecimento. O bom gestor deve se cercar

de uma equipe consistente e perseverante. Um líder não pode exercer seu papel sozinho. Ele

precisa ter uma equipe que o admire e que tenha os mesmos objetivos.

Há um perfil mais adequado para trabalhar no grupo?

Nem sempre uma pessoa reúne as mesmas qualidades de outra na mesma posição. Falando

por mim, elegi algumas questões que julgo fundamentais: determinação - algo que sempre digo

é saber onde é o norte, qual rumo a pessoa está seguindo - e disciplina. Sou uma pessoa de

rotinas, que cumpre a agenda, e acho importante que o líder tenha a inteligência de organizar

sua rotina e saber priorizar. Objetividade e transparência para que possa estabelecer relações

de confiança, inconformismo para corrigir o que está errado e controle do estresse também

estão nesta lista.

Você escolheu um executivo financeiro para ocupar a presidência do grupo num futuro

próximo. Por que é tão importante ter essa bagagem para o posto?

A questão técnica é menos relevante nessa escolha. Um líder deve ser uma pessoa que

consegue equilibrar vários papéis com uma visão macro sobre o negócio e condições de

decidir sobre a estratégia da empresa, para que ela dure. Foi isso que busquei ao

profissionalizar o grupo em 2003. A chegada do Claudio Galeazzi [que foi consultor e é

presidente do grupo há dois anos] foi um passo decisivo, pois ele atuou diretamente na

preparação do seu sucessor [Enéas Pestana, vice-presidente executivo do grupo, que fez

carreira na área financeira]. Essa escolha tem mais a ver com o potencial e a competência

como líder e, no caso do Enéas, isso ficou muito claro em vários momentos da empresa, além

da sua atuação estratégica decisiva na compra do Ponto Frio e na associação com as Casas

Bahia.

Há diferenças entre o perfil do profissional que está numa empresa de capital aberto e o

de uma empresa fechada?

Um bom profissional não depende disso. Competência, capacidade de organização,

proatividade, preocupação com gestão de pessoas, estruturação de processos e de trabalho

são essenciais em um profissional capacitado. Com a entrada na bolsa, profissionalizei o grupo

com pessoas do mercado. Isso contribuiu para a estruturação dos processos, da forma de

trabalho e da transparência na gestão da empresa.

51

ANEXO II– ENTREVISTA

Entrevista com Peter Drucker: Liderança é conversa fiada Em sua última longa entrevista à imprensa americana, concedida à Rádio

Pública Nacional, Peter Drucker - o mais respeitado pensador dos negócios -,

morto em novembro do ano passado, refletiu sobre os temas que consumiram

a maior parte de sua existência de 95 anos. Discorreu sobre as vantagens da

democracia, enveredou pelo futuro do capitalismo mundial e pela necessidade

de haver equilíbrio entre os interesses de acionistas e consumidores. Uma de

suas declarações, porém, revelou-se particularmente surpreendente. Inquirido

sobre a necessidade de as escolas de negócios formarem futuros líderes,

afirmou não ser essa sua missão. “Toda essa conversa sobre líderes é uma

bobagem muito perigosa”, disse. “É tudo conversa fiada.” EXAME publica com

exclusividade, a seguir, os melhores trechos da entrevista:

Desde a publicação de seu livro A Prática da Administração, há 50 anos, o senhor vem

formando administradores. Qual seria sua mensagem fundamental para o homem de

negócios do século 21?

Sempre faço três perguntas, não importa se o interlocutor representa uma empresa, igreja ou

universidade. Também não importa se ele é americano, alemão ou japonês. A primeira é: Qual

é o seu negócio? O que você está tentando fazer? O que o diferencia dos demais? Segunda:

Qual a sua definição de resultado? Terceira: Quais são suas principais competências? E o que

elas têm a ver com os resultados? É só isso. Não há diferença significativa entre o século atual

e o último, exceto que hoje o número de empresas é muito maior.

Existem hoje inúmeras escolas de negócios incumbidas de formar novos líderes. Elas

estão dando conta dessa tarefa?

É um erro afirmar que as escolas de negócios formam líderes. Sua tarefa consiste em formar

medíocres competentes para que realizem um trabalho competente. Pode-se dizer o mesmo

das faculdades de medicina. Sua função não é formar líderes, mas médicos que matem o

menor número possível de pacientes. Permita-me dizer com toda a sinceridade: não acredito

em líderes. Toda essa conversa sobre líderes é uma bobagem muito perigosa. É tudo conversa

fiada. Entristece-me constatar que, encerrado o século 20, com líderes como Hitler, Stálin e

52

Mao, as pessoas ainda estejam em busca de quem as comande, apesar de todo esse mau

exemplo. Acho que tivemos carisma demais nos últimos 100 anos.

Já que o senhor se mostra tão cético em relação à liderança carismática, qual sua

opinião sobre a atual era de presidentes de empresas estelares? O que o senhor pensa

dos supersalários pagos aos executivos americanos?

Tenho idade para me lembrar de Franklin Delano Roosevelt e de Harry Truman. Embora

Roosevelt tenha sido um grande líder, Truman foi o melhor presidente que os Estados Unidos

já tiveram, e o que mais fez pelo país. Ele não gostava de visibilidade. Ao contrário, todos

achavam que ele não era grande coisa, inclusive ele mesmo. Portanto, não vejo muito sentido

nessa história de super-CEOs. Quanto aos altos salários, acho que são escandalosos. JP

Morgan, que não era de forma alguma avesso ao dinheiro, disse em 1906 que qualquer

empresa onde o alto escalão ganhasse mais de 20 vezes o salário médio dos empregados não

poderia ser bem administrada. Ele se recusava a investir nesse tipo de negócio. Essa é ainda

uma regra útil.

Qual a sua avaliação do atual papel dos Estados Unidos no mundo?

Felizmente, já não somos mais os dominadores. Ainda dominamos do ponto de vista militar,

mas não mais politicamente ou economicamente. Com a ascensão da China, da Índia e da

União Européia, estamos nos tornando rapidamente apenas outra potência. E isso será difícil

de aceitar, principalmente porque desfrutamos de 30 anos de ilusões de grandeza. Não porque

fôssemos fortes, mas porque os outros eram fracos. Está surgindo uma economia mundial em

que não somos nem sequer a potência principal. Esse lugar caberá, provavelmente, à União

Européia. Teremos de aprender a ser uma entre cerca de 12 nações importantes. O papel dos

Estados Unidos no mundo será cada vez mais semelhante ao de outras nações.

Em 1993, o senhor escreveu A Sociedade Pós-Capitalista. Seria possível explicar o

significado do termo - e quando chegaremos lá, se é que isso acontecerá algum dia?

A sociedade de hoje já é, em boa parte, pós-capitalista. Vivemos em uma sociedade da

informação. Não há nada mais fácil do que ganhar dinheiro hoje em dia, contanto que você

disponha da informação correta. Isso não acontecia no passado. Quem quer que tenha um

computador pessoal, e não há quem não tenha um nos países desenvolvidos, tem acesso

direto a todas as informações do mundo. Essas pessoas estão aprendendo a utilizá-las. Não

me refiro à minha geração. Tenho 95 anos. Refiro-me à geração do meu neto. Nessa

sociedade do conhecimento, a concorrência não se baseia no dinheiro que se tem, e sim na

capacidade de tornar o conhecimento produtivo. Nós, americanos, por enquanto, estamos na

dianteira desse processo. Mas não por muito tempo.

53

O senhor exprime grande confiança nos mercados livres, mas sempre teve reservas em

relação ao capitalismo. Com o advento da sociedade do conhecimento, seus temores em

relação a ele teriam se tornado irrelevantes?

Os mercados livres têm limitações severas, mas são infinitamente melhores do que qualquer

alternativa, principalmente porque são muito rápidos em se corrigir. Quando cometem erros, e

não são poucos, eles mesmos se corrigem. Uma economia, uma sociedade ou uma

organização exigem que se agrade a gregos e troianos. Uma das principais tarefas da

administração consiste em equilibrar os resultados de curto prazo com os de longo prazo, em

saber lidar com o mercado atual e com as inovações que vão surgindo. A administração tem

como missão estabelecer o equilíbrio entre as diferentes expectativas das partes envolvidas. A

primeira parte não é o acionista. É o consumidor. Se você não satisfizer o consumidor, nada

mais resta a fazer. O capitalismo corre sempre o risco de pender para o lado do acionista. O

trabalho da liderança consiste em restaurar o equilíbrio sempre que necessário, porque ele

oscila.

Qual a sua opinião sobre o futuro do governo e o seu papel na sociedade pós-

capitalista?

Uma das coisas que você aprende quando chega à minha idade é não fazer previsões. Vejo

com ceticismo qualquer instituição que não imponha limitações e restrições severas ao poder.

Sou cético em relação ao poder. Não há mal político maior do que poder sem autoridade. O

governo precisa se limitar, se restringir e se ater àquelas atividades que lhe são próprias. Há

inúmeras coisas que o governo não pode fazer, porque seu desempenho é fraco. O governo

existe para fixar normas. Quando ele se mete a fazer coisas, geralmente fracassa pela simples

razão de que não consegue abrir mão delas facilmente. Ele se apega a elas e se recusa a

largá-las, até levá-las ao desastre total, e ainda assim insiste em não soltá-las. Nos últimos 30

anos, reduzimos as funções do governo de modo que ele voltasse a fazer aquilo que faz bem,

embora ainda hoje faça coisas demais.

Há muita inquietação em relação ao destino do mundo. Em que direção o senhor acha

que ele está caminhando?

A crença no progresso que herdamos do século 18 não mais existe. A crença em um mundo

dominado pela civilização ocidental está chegando ao fim. As potências emergentes - China e

Índia - não são de forma alguma ocidentais, tampouco pretendem se ocidentalizar, como fez o

Japão há 150 anos. Não compreendemos esse novo mundo. Não sabemos em que medida a

União Européia será de fato uma união de países ou se continuará a ser uma vaga

confederação de nações. Não sabemos em que direção caminha o Mercosul. Estamos em um

período de transição tão crítico quanto o século 18 antes das guerras napoleônicas. É tudo

quanto sabemos. O mundo não será dominado por nenhuma outra grande potência. Muitos de

nós ainda vivemos um mundo - o de 1960 - em que os Estados Unidos eram a única grande

potência e a única economia que funcionava. Hoje a União Européia é maior. A China está

54

tentando criar uma zona de livre comércio que será maior do que os Estados Unidos, tanto em

termos de produção quanto de consumo. Teremos de aprender a conviver num mundo

diferente e de valores diferentes. Nesse mundo, a informação - e não o poder - manterá o

Ocidente coeso.

O senhor teve uma vida longa e refletiu muito sobre o modo de vivê-la. Agora, aos 95

anos, o que tem a dizer sobre a vida após a morte? Como o senhor vê esse momento de

transição cada vez mais próximo?

Sou um cristão muito tradicional. Ponto final. Não penso nessas coisas. Disseram-me que não

me cabe pensar nisso. Minha função é dizer apenas “sim, senhor”.

Link: Portal EXAME - 10/02/2006

55

ANEXO III– ENTREVISTA

James Champy

O guru da reengenharia ressurge sem grandes idéias

Quando lançou o livro "Reengenharia- Revolucionando a Empresa" em 1993,

junto com James Champy, o consultor e professor MIT, Michael Hammer foi

alçado ao pódio dos mais celebrados gurus da administração moderna. Os

conceitos que ele ajudou a criar sobre reengenharia e renovação de processos

nas companhias se espalharam pelo mundo e, na década de 90, inspiraram

uma verdadeira legião de seguidores. Hammer chegou a ser apontado pela

revista Time, como uma das 25 personalidades mais influentes da América.

Depois do sucesso de seu best-seller, Hammer lançou mais dois livros voltando ao tema: "Além

da reengenharia" e "A revolução da Reengenharia- Um guia prático". Se por um lado, acalmou

os fans, por outro, deixou para os mais críticos a sensação de que não seria mais capaz de

escrever algo tão impactante como sua primeira obra. Em dezembro passado, no entanto, ele

rompeu o silêncio de anos para lançar "A Agenda" (editora Campus), que já está entre os mais

vendidos na área de administração.

"A Agenda" é um livro bem mais simples e direto que os anteriores, mas para muitos ainda não

é a tão aguardada "cartilha Hammer" para as organizações do século 21. Foi recebido com

certo desapontamento pela crítica especializada internacional. O que rege este novo trabalho

do autor é a organização das companhias na era da economia voltada para o cliente. "Fique

sério ou caia fora", proclama Hammer, que reaparece como defensor da ordem e da disciplina

contra o caos que reina no conturbado universo da venda de produtos.

A polêmica desta vez está nas suas críticas à improvisação, à fé cega em líderes carismáticos,

aos criativos, que chama de "free thinkers" e aos espíritos empreendedores, que, na sua

opinião, podem atrapalhar os processos e regras nas empresas. Para exemplificar suas

teorias, ele buscou exemplos práticos em grandes corporações americanas como a IBM e GE

Capital. Michael Hammer concedeu uma entrevista ao Valor, por e-mail, onde comenta o novo

trabalho, fala sobre a organização ideal e faz uma breve reflexão sobre a reengenharia, que,

56

para muitos especialistas, foi mal interpretada provocando uma onda de "downsizings" radicais.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

Valor: A principal mensagem de "A Agenda" parece ser a crescente importância do

relacionamento das empresas com seus clientes. Existe alguma estratégia realmente

inovadora nessa questão?

Hammer: Está cada vez mais difícil obter uma vantagem no mercado por meio de liderança de

produto ou inovações tecnológicas, pois os concorrentes podem duplicá-los facilmente.

Colocando de outra forma, a inovação tecnológica é uma condição para o sucesso, mas não é

suficiente. A forma de se diferenciar dos concorrentes é aperfeiçoando o relacionamento com

os clientes, oferecendo mais valor e tornando suas vidas mais confortáveis.

Valor: No livro, o Sr. fala muito sobre gerentes que defendem tanto seu território que

acabam tendo uma visão muito limitada do todo da companhia. Como seria, na sua

opinião, uma estrutura organizacional ideal?

Hammer: A organização atual precisa ser gerenciada como uma espécie de matriz. Por um

lado, cada indivíduo pertence a um departamento de pessoas com os mesmos tipos de

habilidades, que se reporta a um administrador responsável pelo desenvolvimento dessas

pessoas. No entanto, aquele departamento não é o local de trabalho daquelas pessoas. O

trabalho em si é realizado por pessoas atuando nas equipes de processo. A equipe como um

todo se reporta a um proprietário de processo, responsável pelo projeto, medição e melhoria do

processo. No entanto, esse sistema não terá os conflitos tão familiares encontrados nas

estruturas tradicionais de matrizes, pois os administradores de departamento e os proprietários

de processos devem ser medidos com base nas mesmas metas, conduzindo à consistência e

ao alinhamento a toda a organização.

Valor: Em vários momentos de "A Agenda" , o Sr. defende a ordem e classifica os

"pensadores livres e os espíritos empreendedores" como agentes que podem até

prejudicar as regras e a disciplina dos processos de trabalho. O Sr. não acha este

pensamento um tanto conservador, já que o que mais se fala hoje, é sobre a importância

dos talentos criativos para bater a concorrência?

Hammer: Criatividade não é um sinônimo para caos. Os indivíduos em uma organização

precisam ser criativos para desenvolver novos produtos e programas de marketing. No entanto,

a criatividade individual precisa ser posicionada dentro de um contexto estruturado, em um

processo disciplinado mais amplo. De outra maneira, os esforços e a criatividade dos

indivíduos serão simplesmente desperdiçados. Como um executivo definiu para seu pessoal de

desenvolvimento de produto, " quero que sejam criativos sobre o produto, não sobre o

processo " .

57

Valor: Qual será o papel da liderança na estrutura organizacional do século 21?

Hammer: A liderança é hoje mais importante do que nunca. Em organizações tradicionais, as

pessoas simplesmente cumpriam ordens. Agora, no entanto, as pessoas precisam estar

inspiradas e a tarefa de suprir essa inspiração cabe à liderança. Isso exige um conjunto distinto

de habilidades e um novo tipo de estilo. O líder antigo era um tomador de decisões e um

despachante de ordens. O novo líder é um arquiteto organizacional e um visionário.

Valor: O Sr. acredita que os conceitos descritos em "A Agenda " podem ser aplicados

efetivamente no dia-a-dia de uma empresa? É possível sair da teoria para a prática?

Hammer: Todas as idéias de "A Agenda" foram desenvolvidas a partir das coisas que as

empresas faziam na prática; elas não são teoria. O que fiz foi organizá-las como um conjunto

de princípios para tornar mais fácil para os administradores entenderem e colocarem em

prática.

Valor: O livro "A Agenda" ainda pode gerar o mesmo impacto que a introdução da idéia

da reengenharia provocou nos anos 90?

Hammer: Apesar de ser improvável que "A Agenda" venda tanto quanto "Reengenharia-

Revolucionando a Empresa", um grande número de companhias está implementando muitas

das idéias contidas no livro. Acredito que ele terá um impacto importante sobre a maneira pela

qual as empresas são gerenciadas na prática.

Valor: Depois de tantos anos, o Sr. acredita quer seu conceito sobre reengenharia foi

aplicado de forma eficaz nas empresas? Ele ainda é válido hoje?

Hammer: A reengenharia ainda é válida hoje, assim como há dez anos, mas ela precisa ser

complementada com as idéias que descrevi em "A Agenda" . Admito que algumas companhias

implementaram a reengenharia eficazmente e outras não.

(Fonte: Valor Econômico)

58

INDICE

FOLHA DE ROSTO ..................................................................................... 02

AGRADECIMENTO ...................................................................................... 03

DEDICATÓRIA............................................................................................ 04

RESUMO...................................................................................................... 05

METODOLOGIA .......................................................................................... 06

SUMÁRIO .................................................................................................... 07

INTRODUÇÃO ............................................................................................ 08

CAPÍTULO I

CONCEITOS DE LIDERANÇA .................................................................... 10

1.1 – Estilos de Liderança ........................................................................... 12

CAPÍTULO II

A FIGURA DO LÍDER NA HISTÓRIA ..........................................................

16

CAPÍTULO III

LIDERANÇAS INSPIRADORAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES ....................

19

CAPÍTULO IV

O LÍDER NATO – O MITO DESEJAVEL ................................................... 42

CONCLUSÃO ........................................................................................... 45

FONTES PESQUISADAS......................................................................... 47

ANEXOS ...............................................................................................

49

ÍNDICE ........................................................................................................ 58

59

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: O Líder Nato – O Mito Desejável

Autor: Michela Cordeiro de Melo Matrícula: k213633

Data da entrega:

Avaliado por: Aleksandra Sliwowska Conceito: