65
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Por: Denise Alves do Couto Furtado Andrade Orientador Prof. Jean Alves Rio de Janeiro 2011 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

ACESSO À JUSTIÇA

Por: Denise Alves do Couto Furtado Andrade

Orientador

Prof. Jean Alves

Rio de Janeiro

2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

2

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

ACESSO À JUSTIÇA

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Direito

processual civil

Por: Denise Alves do Couto Furtado Andrade

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

3

AGRADECIMENTOS

.... a Cristo a Virgem santíssima, meu

marido Marcelo, meu pai e mãe, meus

irmãos.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

4

DEDICATÓRIA

.....dedico a Cristo e A virgem santíssima,

ao meu amado pai, e querida mãe

ambos são as colunas que me sustentam,

meu amado Marido, e meus queridos

irmãos.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

5

RESUMO

O objetivo desse trabalho é abordarmos o acesso à justiça, com seus

inúmeros problemas tanto de sua morosidade como de salientar a falta de

informação dos cidadões que acompanham a justiça Brasileira. Buscando

solucionar este problema a Constituição de 1988 com a Emenda nº 45

alcançou a idéia de um judiciário mais célere e econômico por intermédio do

do art. 98, inc.I juizados especiais Lei nº 9.099 de 1995, objetivando assim,

diminuir custos, reduzir a morosidade e garantir de forma mais adequada a

pacificação das controvérsias. Com essa verificação compreender o

funcionamento e limitações dos processos analisados. Abordou-se a

proposição de mudanças que garantissem a aplicação e a eficácia das

medidas.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

6

METODOLOGIA

O trabalho proposto, que parte de um estudo crítico, foi elaborado

através de leitura de livros, jornais, doutrina e jurisprudência.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

1. Histórico 09

2. Direito processual civil 13

2.1 Princípios do processo civil 14

3.Conceitos e princípios do acesso a justiça 17

3.1 Princípios do acesso a justiça 18

3.2 conceitos do acesso a justiça 19

4. Acesso a Justiça e o código de processo civil 20

5. Acesso a justiça no âmbito constitucional 27

5.1 Acesso a justiça como Direito fundamental 30

6. Acesso a Justiça e sua Limitação 32

6.1 Morosidade da Justiça e Juizados 33

6.2 A Lei n.º 9.099, de 1995 e Lei n.º 10.259 de 2001. 37

6.3 A Lei 1.060, de 1950. 37

7. As Três ondas de Cappelletti 38

7.1. Projeto de Lei no Senado nº 166 de 2010. 40

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

8

INTRODUÇÃO

O acesso à justiça é um direito pelo qual se depende o exercício de todos

os outros direitos, que dependem da intervenção do estado. É, um direito

fundamental e direito humano essencial e basilar. Porém, a sua concretização

depende superação dos fatores que o limitam

No Brasil, como em muitos países, o acesso à justiça é preocupação

constante da sociedade que busca de forma contínua o ingresso no judiciário.

Na verdade, a plena capacidade civil e o exercício de direitos sociais e

individuais assegurados na Constituição, encontra -se na desigualdade sócio-

econômica, a qual dia após dia se distancia da igualdade jurídico-formal .o

acesso à justiça está em crise, porque a grande maioria da população,

constituída de pessoas carentes, e sem informação sobre seus direitos, têm

medo de buscar a tutela jurisdicional. Assim, simplesmente terminam por

renunciar seus direitos ou buscá-los sem o respaldo do Poder Judiciário.

Persistindo a impressão de que a Justiça serve melhor às pessoas mais

influentes,uma parte da sociedade brasileira, está com a idéia de que a Justiça

é parcial . Com destino de atender somente aos interesses dos grandes

proprietários.

No entanto, a democratização dos serviços da justiça passa pela análise de

fatores não só jurídicos, mas também sociais, culturais e econômicos.

Aproximando o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Advocacia do cidadão

comum, de baixo poder aquisitivo, sem nível de escolaridade, é a melhor forma

de promover a cidadania, ampliando o acesso à justiça.

Os Juizados Especiais no Brasil, aliada às técnicas alternativas de solução

dos conflitos ,tal como a conciliação, tem evidenciado que a descentralização

da justiça traz resultados.

Com tudo, objetivando de reduzir a distância entre o cidadão e a Justiça, é

necessário salientar todos os fatores que dificultam o acesso à justiça,

apresentando o modelo da uma Justiça mais célere e ao alcance de todos.

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

9

1. Histórico

O Movimento acesso à justiça e antigo tal como a história da luta

dos homens pelos seus direitos fundamentais.

Na antiga Grécia, começa a se formalizar a expressão isonomia,

considerando a evolução de seus conceitos e foi a base para importantes

discussões acerca do direitos humanos.Embora não existisse na Grécia antiga

uma unidade jurídica e política,salvo nos tempos de Alexandre ,o grande.Muito

antes de surgir o pensamento socrático a escola pitagórica já se utilizava de

um quadrado para simbolizar a justiça,pela absoluta igualdade entre seus

lados.

Aristóteles veio a revolucionar o pensamento filosófico e jurídico de

seu tempo e formular o que hoje conhecemos por teoria da justiça.

Reformulando assim os conceitos matemáticos de igualdade e proporção. Foi

também o primeiro pensador a admitir a possibilidade de o magistrado adaptar

a lei ao caso concreto. De fato o acesso a justiça na Grécia antiga, não mais

seguia a proporcionalidade de acordo com a religião,mas com a cidadania

englobada no conceito grego de cidadania. Eram as assembléias que julgavam

os litígios, restando aqueles cidadões especializados garantir a execução das

decisões assemblares. Da mesma forma não havia dificuldade ao acesso dos

cidadões a justiça, em Atenas eram nomeados dez advogados para prestar

assistência jurídica aos carentes.

No Direito romano, foi marcado pela luta de classes na participação

do poder.

No período da realeza (aproximadamente século VIII até 510 A.C),

a disputa do poder se deu entre a peble e os gentiles. A peble marcou por

conquistas paulatinas,culminando com a possibilidade de um pebleu ingressar

nas magistraturas,enquanto os patrícios jamais obtiveram ingresso nas

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

10

magistraturas plebéias.

O período da República também revelou luta pela

preponderância na comitia centuriata, órgão formado dentre aqueles que

pagavam impostos em prestavam serviços militar,agrupados em cinco classes

divididas de acordo com seu patrimônio, com funções eleitorais ,legislativas e

judiciárias.

O período do principado ( 82 a.C até 284 d.C) foi marcado por

uma profunda alteração na expansão militar romana, fez com que houvesse

uma reforma na organização militar,dando aos generais o poder de livremente

recrutar soldados e receber seu juramento, criando uma vinculação entre

estes.no Principado, o poder passou a ser exercido pelas lideranças militares,

gozando da lealdade dos soldados.

O Dominato ( 284 d.C até 568 d.C) foi marcado por verdadeiro

regime de absolutista de poder, o que nos faz perceber um grande retrocesso

político.Ocorre, que com a jurisdição pode ser percebido avanço institucional .

num primeiro momento, a autotutela complementada pela intervenção

religiosa do estado, que se restringia a distinguir a violência legítima da

ilegítima. Após, as vinganças particulares foram sendo substituídas pela

conciliação e arbitragem, ora facultativa e após obrigatória. O último momento

da evolução da jurisdição romana é quando o Estado afasta o emprego da

justiça privada e passa, por funcionários seus, ao resolver os conflitos de

interesse e impor executoriedade ás suas sentenças , esse foi o monopólio

estatal da jurisdição.É um marco histórico.

O Direito medieval foi marcado pela luta da igreja Católica,

representada pela escola dos Glosadores e dos Pós Glosadores, pela

Supremacia da Europa.essa batalha gerou a rediscussão do direito Romano

basicamente elaborando glosas ao que mais tarde chamou de Corpus Iuris

Civilis( Código), sem dúvida um Direito nacional.a predominância nessa época

dós católicos acarretou em pluralidade de ordem jurídica, com a inserção do

Direito Canônico.tornando-se mais tarde, essa jurisdição soberana sobre as

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

11

demais,e o indivíduo a passou a ter como maior atributo a fé, a qual era medida

pelas autoridades eclesiásticas.

Mesmo que de forma absolutamente precária tendo em vista o

conceito dos dias de hoje, o acesso a justiça era limitado a possibilidade do

indivíduo comparecer aos ordálios (juízo de Deus),que eram provas de

habilidades água, fogo.. era a única intervenção permitida as partes nos

processos canônicos, nos quais a verdade era confiada ao jogo de força, de

sorte.não apenas a condição litigante era prejudicada ,mais a própria

submissão dos indivíduos ao soberano os reduzia a uma condição de quase

escrava.Os servos eram ligados ao Senhor que lhe devia obediência por ser

ele o que ditava as leis e decretos de seu feudo, lhe devia boa parte de sua

produção por estar plantada em terras de sua propriedade,preposto da igreja e

de Deus.

Com a crise da igreja católica, surge o período do Renascimento,

onde, no Direito, predominou a escola jusnaturalista,chamada de “arma de

combate”, uma vez que o instrumental teórico envolvido era justamente o

necessário para se legitimar a ascensão da nova classe e do novo estado.A

Revolução gloriosa, o movimento de independência das colônias

estadunidenses da Inglaterra e a revolução francesa foram marcantes para

que passasse da discussão jurídica a condição natural do homem.Grandes

declarações de direito e assim que se chamavam pois não instituíam

direitos,apenas proclamavam e garantiam aqueles já inerentes a própria

“natureza humana” invertendo a ordem jurídica inclusive pondo a discussão a

cerca do acesso a justiça.o pensamento jusnaturalista mais marcante e a

atomização da sociedade,a plena individualização. O Direito medieval não

permitia a fluência das mercadorias conforme as necessidades da classe que

as impulsionava, de maneira que o novo direito burguês devia dar novos

delineamentos ao comércio,á propriedade e os contratos, adequando seus

sujeitos de forma mais livre, dando –lhes legitimidade jurídica para exercício de

tais direitos,outrora não reconhecidos.

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

12

O acesso à justiça, teve um grande avanço em relação ao período

medieval,mas a igualdade formal apenas era a garantia de uma nova forma de

exploração,que se adequava mais as novas formas de produção.

O renascimento marcou a ascensão da burguesia ao poder, assim

como se fez nítida a contradição entre o capital e o trabalho.

O positivismo contrariando as formas próprias que foram arautos de

suas reivindicações, a burguesia “fecha as portas à interpretação”, e inaugura

a escola que viabiliza sua manutenção no poder, resgatando todo o Ímpeto

apologético e normativista de seus antecessores eclesiástico e sua escola dos

glosadores.

A linha de pensamento Marxista, foi fundamental para o conceito de

acesso a justiça , foi o principal teórico da materialização do direito,ainda que

persista o sistema capitalista de produção e a luta de classes,uma gama

imensa de correntes no direito surge com noções alternativistas, semiológicas

e críticas, inovando e ganhando espaço redesenhando a ciência do Direito e

do Estado.

Mesmo com imensa resistência da burguesia, muitas foram as

vitórias da classe dos trabalhadores, e o acesso a justiça e a materialização do

direito vieram a se manifestar primeiramente pelo Direito do trabalho (CLT

1943), em seguida com a constituição federal de 1988, foi reconhecida a

função social da propriedade, e o novo Código Civil (2002) já reconhece a

função social dos contratos gerando com isso, a entrada do Brasil neste

movimento de reforma.

1

1 FONTAINHA, Fernando de Castro: Acesso a Justiça. .Rio de Janeiro. ed. Lumen Juris 2009.p. 19-26.

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

13

2- Direito Processual Civil

Não há como se falar de acesso a justiça, sem falar previamente as linhas do

direito processual civil.

O Direito Processual Civil é um conjunto de princípios e leis que regulamentam

o exercício da jurisdição quanto às lides de natureza civil, como tais entendidas

todas as lides que não são de natureza penal e as que entram na órbita das

jurisdições especiais.

O Direito Processual Civil se divide em processo de conhecimento, processo

de execução e processo cautelar. No primeiro o processo de conhecimento é

para que seja reconhecido um direito, no segundo, o direito já está

reconhecido, seja pela existência de um processo anterior já julgado ou por um

título extrajudicial, e o pedido é para que seja cumprido esse direito

forçadamente. No processo cautelar tem como objetivo resguardar um direito

para que no decorrer do processo principal este não perca a sua integridade.

Tendo em vista que o direito processual civil é um conjunto de princípios de

acordo com a definição citada enumeremos alguns dos princípios basilares do

processo civil:

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

14

2.1-Princípios do Processo Civil

Princípio da Imparcialidade do Juiz

Para que o processo seja justo e tenha validade é preciso que o juiz atue de

forma imparcial, não exibir-se de forma tendenciosa para qualquer das partes.

O juiz está entre as partes e acima delas, esta é a primeira condição para que

possa exercer a sua função dentro do processo. A imparcialidade do juiz é

pressuposto para que a relação processual se instaure precisamente.

Principio da Igualdade

As partes autor e réu e seus advogados devem ter igual tratamento pelo juiz.

Esse princípio encontra seus traços fundamentais no art. 5.° da CF. As partes e

os procuradores devem merecer tratamento igualitário, para que tenham as

mesmas oportunidades de fazer valer em juízo as suas razões.

Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa

Todas as partes no processo devem ter direito de se manifestar sobre o

processo e de se defender- se de todas as afirmações que lhe forem

imputadas.

Princípio da Disponibilidade e da Indisponibilidade

O poder é a liberdade que as pessoas têm de exercer ou não seus direitos.

Em direito processual tal poder é configurado pela possibilidade de apresentar

ou não sua pretensão em juízo, bem como de apresentar da maneira que

melhor lhes aprouver e renunciar a ela ou a certas situações processuais.

Denomina-se princípio da disponibilidade processual.sendo quase absoluto no

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

15

processo civil, mercê da natureza do direito material que se visa atuar. Sofre

limitações quando o próprio direito material é de natureza indisponível, por

prevalecer o interesse público sobre o privado.

Princípio Dispositivo e Princípio da Livre Investigação das Provas Verdade Formal e Verdade Real O princípio dispositivo consiste na regra de que o juiz depende, na instrução da causa, da iniciativa das partes quanto às provas e às alegações em que se fundamentará a decisão. Mesmo quando, no processo civil, se confiava exclusivamente no interesse das partes para o descobrimento da verdade, tal critério não poderia ser seguido nos casos em que o interesse público limitasse ou excluísse a autonomia privada. Princípio da Economia e Instrumentalidade processual Se o processo é um instrumento, não pode exigir um dispêndio exagerado com relação aos bens que estão em disputa. E mesmo quando não se trata de bens materiais deve haver uma necessária proporção entre fins e meios, para equilíbrio do custo-benefício. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição Esse princípio indica a possibilidade de revisão, por via de recurso, das causas já julgadas pelo juiz de primeiro grau que corresponde à denominada jurisdição inferior. Trazendo , assim, um novo julgamento, por parte dos órgãos de segundo grau O princípio do duplo grau de jurisdição traz na possibilidade de a decisão de primeiro grau ser injusta ou errada, daí decorrendo a necessidade de permitir sua reforma em grau de recurso. Princípio da Publicidade O princípio da publicidade nos diz que todos os atos devem ser públicos e notório a todos, constitui uma garantia do indivíduo no tocante ao exercício da jurisdição. A presença do público nas audiências e a possibilidade do exame dos autos, fiscalização popular sobre a obra dos magistrados, promotores públicos e advogados. Como se diz, o povo é o juiz dos juízes.

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

16

Princípio da lealdade processual No processo, é reprovável que as partes dele se sirvam faltando ao dever de

honestidade, boa-fé, agindo deslealmente e empregando artifícios fraudulentos.

a finalidade suprema do processo é a eliminação dos conflitos existentes entre

as partes, possibilitando a estas respostas às suas pretensões, mas também

para a pacificação geral na sociedade e para a atuação do direito, por isso que

se exige de seus usuários a dignidade que corresponda aos seus fins. O

princípio que impõe esses deveres de moralidade e probidade a todos aqueles

que participam do processo (partes, juízes e auxiliares da justiça; advogados e

membros do Ministério Público).

Princípio do Acesso a Justiça

Princípio do acesso a justiça, da Ação, ou princípio da demanda, indica a atribuição à parte da iniciativa de provocar o exercício da função jurisdicional. É a ação o direito de acessar os órgãos jurisdicionais, visando à satisfação de uma pretensão. A jurisdição é inerte , para a sua movimentação, exige a provocação da parte interessada. O princípio pressupõe a possibilidade de que todos, indistintamente, possam pleitear as suas demandas junto aos órgãos do Poder Judiciário, desde que obedecidas as regras estabelecidas pela legislação processual para o exercício do direito.

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

17

3.CONCEITO E PRINCÍPIOS DO ACESSO A JUSTIÇA

3.1 Princípios Não podemos antes de uma possível conceituação deixar de abordar, a

base, ou seja, os principais princípios que nos informam o acesso a justiça; de

acordo com Cappelletti, que são o da acessibilidade, o da operosidade, da

utilidade e da proporcionalidade.

A acessibilidade é a condição objetiva do sujeito de direitos de fato

penetrar na justiça, ou seja, seu acesso. Ele visa garantir que não haverá

restrição de acesso à justiça A falta de informações, o excessivo rigor no

estabelecimento da legitimação e as barreiras materiais (custos) do processo

tendem a ser superados por esse princípio.

Já o princípio da operosidade prepõe que o desempenho dos sujeitos

processuais deve buscar a forma mais produtiva possível para garantir a

realização da justiça, quanto a seus instrumentos e institutos.

O princípio da utilidade versa que a justiça possa conceder a parte

vencedora, no momento da violação, o direito material reivindicado. Tudo

aquilo que ele tenha a receber de uma forma rápida e proveitosa com menos

sacrifício para o vencido.

A proporcionalidade ao acesso a justiça é quando uma decisão

controvertida a ser proferida, diante de um conflito entre interpretações e

normas se de prioridade a um princípio ou uma lei em detrimento de outra, ou

seja, a figura do magistrado escolhe o quer for mais satisfativo e justo para

resolução.

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

18

3.2 Conceitos

Primeiramente, acesso à Justiça é um direito fundamental e

constitucional. Está expresso no artigo 5º, Inciso XXXV, da Constituição da

República Federativa do Brasil de 1988:

"a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a

direito".2

A Constituição quer garantir, principalmente, a eficácia das decisões

judiciais em benefício das partes do processo, ricos ou pobres,

indiscriminadamente.

O acesso a justiça é o meio pelo qual as pessoas podem reivindicar seus

direitos e resolver seus litígios sob as promessas do Estado. Deve ser

igualmente acessível a todos, devendo produzir resultados que sejam

individuais e socialmente justos.

Sendo preciso salientar o conceito do tema tratado. Quando se pensa em

acesso à justiça, tem-se uma visão estreita do tema, limitando-se apenas ao

seu aspecto formal, o de ter a possibilidade de ingressar em juízo para

defender um direito de que se é titular. Este aspecto, e de suma importância

pois , sem ingressar com a ação, é impossível obter a realização do direito

ameaçado ou violado corresponde ao conceito de acesso à justiça em sentido

formal, mas não alcança o seu sentido material, ou seja, o acesso a um

processo e a uma decisão justa aplicada pelo Juiz.

2Constituição Federal 1988. FONTAINHA, Fernando de Castro: Acesso a Justiça. .Rio de Janeiro.ed. Lumen Juris 2009.p.26-33.

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

19

Em verdade, o direito processual nada mais é do que um instrumento a

serviço da realização do direito material ou, seja aplicação da justiça. E aí que

entra o acesso à justiça, pois precisamos de um instrumento que nos garanta

que, em caso de violação ou simples ameaça de violação de direitos, temos

aonde recorrer podemos exigir o cumprimento forçado da norma violada ou a

atuação da sanção pelo descumprimento.Neste sentido, que não basta ter a

mera possibilidade de reclamar pela violação de um direito, mas é necessário

que a apreciação desta questão seja feita de forma ágil e justa, sem restringir

contudo, a garantia do contraditório e ampla defesa.

De forma mais precisa vejamos alguns conceitos de acesso a justiça;

A partir destas premissas, podemos buscar a conceituação de acesso à justiça dos autores o mestre Mauro Cappelletti 3

“O direito ao acesso efetivo tem sido progressivamente reconhecido como sendo de importância capital entre os novos direitos individuais e sociais, uma vez que a titularidade de direitos é destituída de sentido, na ausência de mecanismos para a sua efetiva reivindicação. O acesso à justiça pode, portanto, ser encarado como requisito fundamental – o mais básico dos direitos humanos – de um sistema jurídico moderno e igualitário que pretenda garantir, e não apenas proclamar os direitos de todos”.

3 CAPPELLETTI, Mauro e GARTH, Bryant. Trad.: Ellen Gracie Northfleet. Acesso à justiça. Porto Alegre:Sergio Antonio Fabris Editor, 1988.p.71 -83.

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

20

Nesse sentido, Cândido Rangel Dinamarco diz que:4

“Falar em instrumentalidade do processo ou em sua efetividade significa, no contexto, falar dele como algo posto à disposição das pessoas com vistas a fazê-las mais felizes (ou menos infelizes) mediante a eliminação dos conflitos que as envolvem, com decisões justas. Mais do que um princípio, o acesso à justiça é a síntese de todos os princípios e garantias do processo, seja a nível constitucional ou infraconstitucional , seja em sede legislativa ou doutrinária e jurisprudencial. Chega-se à idéia do acesso à justiça, que é o pólo metodológico mais importante do sistema processual na atualidade, mediante o exame de todos e de qualquer um dos grandes princípios.”

Por fim, um conceito simples e de fácil entendimento, trazido pelo mestre Alexandre Freitas Câmara:5

“(...) A garantia do acesso à justiça (ou, como preferimos, do acesso à ordem jurídica justa) deve ser uma garantia substancial, assegurando-se assim a todos aqueles que se encontrem como titulares de uma posição jurídica de vantagem e que possam obter uma verdadeira e efetiva tutela jurídica a ser prestada pelo judiciário(...). A garantia de acesso à ordem justa, assim, deve ser entendida como a garantia de que todos os titulares de posições jurídicas de vantagem possam ver prestada a tutela jurisdicional, devendo esta ser prestada de modo eficaz, a fim de se garantir que a já referida tutela seja capaz de efetivamente proteger as posições de vantagem mencionadas.”

4 DINAMARCO, Cândido Rangel. A instrumentalidade do Processo. 8a ed. São Paulo: Malheiros, 2003. p.372 5 CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, ed.14º., Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006.p.34

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

21

Para José da Silva Pacheco, “o acesso à justiça é direito de ação, de 6natureza pré-processual, pública constitucional, que se dirige ao Estado”,

através dos órgãos do Poder Judiciário (art. 92, CF), entre os quais os

tribunais, juízes dos estados e Distrito Federal, inclusive os juizados especiais

(art. 98, I), a que, na esfera de sua competência, couber o exercício da

jurisdição.

Assim, por meio dos conceitos citados o acesso a justiça é a busca de uma

justiça para todos, independentemente de qualquer condição social, não basta

simplesmente a garantia formal da defesa dos direitos e o de acesso aos

tribunais, mas a garantia de proteção material desses direitos, assegurados a

todos os cidadãos.

6 PACHECO, José da Silva. Evolução do Processo Civil Brasileiro: desde as origens até o advento do novo milênio. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1999 p.217.

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

22

4- ACESSO À JUSTIÇA E O CÓDIGO DE PROCESSO

CIVIL

Em primeiro lugar, devemos dar determinada relevância que o acesso à justiça

não é apenas limitado ao direito ao processo ou possibilidade de ingresso em

juízo, mas também ao resultado objetivo que se pretende.

Vale citar novamente o professor Cappelletti e Garth;7

“A expressão “acesso à justiça” é reconhecidamente de

difícil definição, mas serve para determinar duas

finalidades básicas do sistema jurídico , o sistema pelo

qual as pessoas podem reivindicar seus direitos e/ou

resolver seus litígios sob os auspícios do Estado.

Primeiro, o sistema deve ser igualmente acessível a

todos; segundo, ele deve produzir resultados que sejam

individual e socialmente justos”

Como podemos observar , o acesso à justiça e a buscar medidas que

garantam a sua fruição, há algum tempo tem sido o que impulsiona as

reformas na legislação processual, isso em virtude da necessidade do

Estado em oferecer aos cidadãos o direito de acesso ou ingresso em juízo,

assim como prestar à todos que buscam a tutela jurisdicional do Estado como

uma resposta satisfativa.

7 CAPPELLETTI; GARTH. Op. Cit. apud ABREU, Gabrielle Cristina Machado. Duração Razoável do Processo como Elemento Constitutivo do Acesso à Justiça: novas perspectivas após a emenda constitucional n.° 45, de 25 de dezembro de 2004. Florianópolis: Conceito Editorial, 2008. p. 2

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

23

Nas palavras de Cândido Rangel Dinamarco8 “a Lei n. 5.925 de 1º de

outubro de 1973 foi portadora de uma série grande de retoques, alterando

perto de uma centena de dispositivos do Código”

Durante toda a sua vigência, da sua promulgação até os dias de hoje, o

Código de Processo Civil sofreu inúmeras alterações em seus artigos,

realizadas através de leis, com intuito de melhorar e simplificar as regras do

tramite processual e com isso garantindo a efetividade da prestação da tutela

judicial. Mas , se costuma atribuir a expressão “Reforma do Código de

Processo Civil” ao movimento de reformas iniciado em 1990 até hoje.

De início , é de certo frisar , que a reforma constitucional, de 1988, atingiu o

sistema processual brasileiro. A Constituição da República vislumbrou

princípios e garantias voltados à tutela constitucional do processo, trazendo a

garantia do contraditório no processo civil, e até mesmo em processo

administrativo, a exigência constitucional de motivação das decisões

judiciais.

A etapa inicial da reforma foi impulsionada pela comissão

revisora, presidida pelo, Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, sendo

este grupo responsável pela a elaboração de vários de anteprojetos de lei

que propunham reformas no Código de Processo Civil.

8 DINAMARCO, Cândido Rangel. A Reforma do Código de Processo Civil. 1ª Ed. São Paulo: Malheiros, 1995. p. 24. DINAMARCO, Cândido Rangel. A Reforma do Código de Processo Civil. 1ª Ed. São Paulo: Malheiros, 1995. p. 30.

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

24

As alterações mais importantes, nesta fase inicial, de 1994 e 1995, no que

tange especificamente ao processo de execução,

Como nos diz Cândido Rangel Dinamarco foram as

seguintes: “a previsão dos efeitos da desistência da

execução sobre os Embargos já opostos; a possibilidade

da suspensão parcial da execução; cominação de multa

por atentado à dignidade da justiça; instituto do ônus de

levar ao registro a penhora incidente sobre imóvel;

definição do termo inicial para fluência do prazo de

oposição dos embargos.”

Sendo relevante lembrar, que a criação das tutelas antecipadas e

específicas nos mostra a maior novidade realizada neste período com as

de medidas de coerção para se cumpri atos judiciais, gerando

uma melhor efetividade. Neste período, foi dada uma relevante importância da

ampliação do acesso da população ao poder judiciário através da

regulamentação de dispositivos da constituição, como o Código de Defesa do

Consumidor, Estatuto da Criança e do Adolescente, as ações coletivas, os

Juizados Especiais, dentre outros , que permitiram o acesso ao judiciário a

população pobre.

A segunda onda reformista do Código de Processo Civil,

Começou no ano de 2001 com a promulgação da Lei 10.352, que trouxe

modificações pertinentes aos recursos.E, ainda neste ano, a Lei 10.358, que

reconheceu a existência e eficácia das decisões mandamentais.

Com isso, as modificações mais relevantes deste período, foram

as oriunda da Lei 10.444/2002, que, suprimiu o processo de

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

25

execução autônomo nas sentenças condenatórias em obrigações de fazer e

não fazer ou de dar coisa certa ou incerta

No ano 2003,Poder Executivo, por iniciativa do Ministro da Justiça Márcio

Thomaz Bastos, criou a Secretaria de Reforma do Judiciário.

.

No de 2004, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário fizeram o Pacto de

Estado em favor de uma justiça mais Rápido e democrática. O texto enumera

11 compromissos que serão adotados pelos poderes com intuito de tornar o

Judiciário mais eficiente e acessível à todos.

E com a Emenda Constitucional n.º 45/2004, que trouxe ao rol de direitos e

garantias fundamentais temas como celeridade, acesso planejamento de

políticas judiciais, como do inciso LXXVIII, do artigo 5º da Constituição

Federal, versa que “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são

assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a

celeridade de sua tramitação”, iniciando pelo legislador um movimento para a

implementação uma reforma constitucional e infraconstitucional visando uma

inovadora concepção jurídica.

Sendo está previsão legal trazendo à terceira onda de reformas

do processo . Uma das primeiras leis provenientes desse movimento foi a Lei

N.° 11.187, de 2005.

Trazendo um Processo Civil, que evita protelar , a interposição de agravos. A

lei determina como regra, que os agravos serão julgados apenas no momento

da apelação, depois término do processo.

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

26

Ainda tivemos a Lei n.° 11.276/06 que estabelece a súmula impeditiva de

recursos, sobre a impossibilidade de interposição de recurso contra decisão de

juiz de primeira instância que esteja em conformidade com matéria já sumulada

pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça.

A Lei 11.277/06 autoriza o juiz a julgar de imediato a ação, dispensando a

citação do réu, caso a matéria controvertida seja exclusivamente de direito e já

tenha sido objeto de decisões anteriores tramitadas no mesmo juízo e julgadas

improcedentes.A Lei 11.280/06 trouxe para acelerar o julgamento dos litígios.

A Lei 11.232/2005, que representou a unificação entre os processos de

conhecimento e processo de execução de sentença.Sendo a mais importante

etapa no processo de modernização do direito processual civil, porque acabou

com a autonomia do processo de execução das sentenças, tornando-o

uma fase seguinte, do processo de cognição, o que certamente

agilizou o procedimento de execução, evitando atos repetitivos, estimulando o

imediato e voluntário cumprimento da sentença, com o objetivo de dar maior

efetividade na prestação jurisdicional.

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

27

5- ACESSO A JUSTIÇA NO ÂMBITO CONSTITUCIONAL

.

Dispõe o art. 5.º, XXXV, da Constituição Federal que 9“a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.

Kazuo Watanabe nos assinala que:10

“o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, inscrito no art. 5.º, XXXV, da CF, não assegura, apenas, o acesso formal aos órgãos judiciários, mas sim o acesso à justiça que propicie a efetiva e tempestiva proteção contra qualquer forma de denegação da justiça e também o acesso à ordem econômica

Fulcra Alexandre de Moraes10 que:11

“o Poder Judiciário, desde que haja plausibilidade da ameaça ao direito, é obrigado a efetivar o pedido de prestação judicial requerido pela parte de forma regular, pois a indeclinabilidade da prestação judicial é princípio básico que rege a jurisdição, uma vez que a toda violação de um direito responde uma ação correlativa, independentemente de lei especial que a outorgue.”

A Constituição é vasta em preceitos e disposições que fundamentam

o direito de acesso à justiça. Iniciando pelo art. 1.º, III, que estabelece, como

fundamento da República, a dignidade da pessoa humana. Ora, sem a via

aberta do Judiciário, nenhuma pessoa terá reconhecida, em um todo, sua

dignidade, quando prejudicada em seus direitos.

Já no art. 3.º, incisos I, III e IV, e no art. 5.º, caput, a CF estabelece

que constitui objetivo fundamental da República é a construção de uma

sociedade livre, justa e solidária, com a pobreza e a marginalização e

promovendo o bem da coletividade, que são iguais perante a lei, sem

preconceitos, sexo, raça, cor, idade e quaisquer outras formas de

9 Constituição Federal 1988. 10 WATANABE, Kazuo. Controle Jurisdicional (Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional no sitema jurídico brasileiro). São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 1980. p.106. 11 MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 15.ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.p.105.

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

28

discriminação. Trata-se do princípio da isonomia, já previsto nas constituições

anteriores, mas com grande fortalecimento na CF de 1988.

O art. 5.º ainda contempla o direito de petição em defesa de direitos

– inciso XXXIV, a, o processo e decisão pela autoridade judiciária competente

– inciso LIII, o devido processo legal , inciso LIV , o contraditório e a ampla

defesa, seja no processo judicial, ou no administrativo inciso LV. Assegurou,

ainda, a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos que

comprovarem vulnerabilidade de recursos inciso LXXIV.

Contudo, a teor do § 2.º do art. 5º da CF/88, os direitos e garantias

expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e

princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República

Federativa do Brasil seja parte.

Já § 3.º, do art. 5.º, acrescido pela Emenda Constitucional n.º 45,

dispõe que se o decreto legislativo que referenda o texto do tratado, for

aprovado pelo quorum e forma de votação das emendas constitucionais (art.

60, § 2.º), o tratado terá força constitucional.

E mais, a Emenda Constitucional n.º 45 de 2004, acrescentou o

inciso LXXVIII ao art. 5.º da Constituição que dispõe que “a todos, no âmbito

judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os

meios que garantam a celeridade de sua tramitação.”

Assim, agora, “o direito ao processo no prazo razoável” passou a ser

uma garantia constitucional (art. 5.º LXXVIII)”.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

29

A Emenda Constitucional n.º 45, explica Paulo Bonavides: 12

“Essa Emenda criou o Conselho Nacional de Justiça e Conselho Nacional do Ministério Público, e instituiu a chamada “súmula vinculante”[...]. Extinguiu os Tribunais de Alçada, ampliou a competência da Justiça do Trabalho, deu autonomia administrativa às Defensorias Públicas, previu a justiça itinerante [...] e a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias, podendo os Tribunais de Justiça , os Tribunais do Trabalho e os Tribunais Regionais Federais funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras Regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. “

12 BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. Ed. Malheiros. 23ª ed, São Paulo, 2008.p.683.

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

30

5.1 O ACESSO A JUSTIÇA COMO DIREITO FUNDAMENTAL

O acesso à justiça e os direitos fundamentais, o mestre Leonardo

Greco nos diz o seguinte:

“Antes de assegurar o acesso à proteção judiciária dos

direitos fundamentais, deve o Estado investir o cidadão

diretamente no gozo de seus direitos ficando a proteção

judiciária, através dos tribunais, como instrumento

sancionatório, no segundo plano acionável, apenas

quando ocorrer algumalesão ou ameaça a um desses

direitos”.13

E como vislumbra Cappelletti e Bryan Garth: ” o acesso à justiça pode ser

encarado como o requisito fundamental o mais básico dos direitos humanos de

um sistema jurídico moderno e igualitário que pretenda garantir, e não apenas

proclamar os direitos de todos.” ou seja, é que quando um cidadão tem seu

acesso à justiça de modo pleno, significa que o mesmo não só adentrou nas

edificações do Tribunal de Justiça e sim, que teve o seu acesso à justiça,

satisfeitos sem deixar lacunas.

O acesso à justiça, como direito fundamental é também constitucional, pois

consta na nossa constituição de 1988 no inciso LXXIV do Art.5º. Art. 5º Todos

são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos

brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à

vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 13 GRECO,Leonardo. Acesso à Justiça no Brasil. Revista do Curso de Direito da UNIVALE- Universidade do Vale do Rio Doce, nº 1.Governador Valadares . UNIVALE,1998, p. 70. CAPPELLETTI, Mauro. GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Tradução por Ellenm Gracie Northfleet. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris, 1988. P 165.

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

31

seguintes: LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos

que comprovarem insuficiência de recursos; E pela data de criação da

Constituição podemos visualizar que esta previsão foi declarada há mais de

vinte e cinco anos, e por incrível que possam parecer muitos os entes

federativos, estes não se amoldaram, para estarem prontos para prestarem a

necessária assistência jurídica tão necessária no caso dos vulneráveis, tudo

isto se encontra relatado na Carta Magna.

O professor Leonardo Greco relata outro sim que “O Acesso á Justiça não

estará concretamente assegurado se o Estado não oferecer a todos a

possibilidade de receber aconselhamento jurídico a respeito de seus direitos”

Pelo descrito o acesso a justiça é um direito de todos e para todos integrantes

da sociedade.

Nos relata o Professor Leonardo Greco,14 realmente esta conexão existe, no

acesso à justiça aos pobres e a todos os cidadãos que tenham necessidade de

acionar a justiça e que não possuam meios financeiros para fazê-lo e

realmente um acesso à justiça de modo eficaz, tem que ser levado a efeito em

um tribunal que seja pertencente ao poder estatal, não servindo para isto, um

Tribunal não pertencente ao sistema governamental, e tem ainda que ser

provido de imparcialidade em seus julgamentos e ter de maneira prévia a

competência para dar a solução ou resolver quaisquer questões, lides ou

causas que tenham suas ligações com a legalidade e que sejam protegidos

dentro dos trâmites legais e que tenham o consentimento da lei e tenham seus

atos ratificados pelo juiz. Isto ficará mais eficiente e funcional se os cidadãos

forem conscientizados e esclarecidos quanto a seus direitos e que o Estado

tenha lhe dado todas as condições na efetivação dos seus direitos quanto ao

acesso à justiça; e se caso houver alguma disposição em contrário que o

órgão estatal policie e que faça valer os direitos do cidadão sem nenhuma

hesitação ou atrasos por parte do Estado, pois a Constituição assegura isto

pelo seu art.5º § 2º e ss. Conforme consta na Constituição Federal de 1988, È

claro reconhecer que o acesso à justiça possui diante de suas realizações 14 GRECO, Leonardo. Estudos de Direito Processual. Campos dos Goytacazes. Ed. Faculdade de Direito de Campos, 2005. , p. 205-6

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

32

barreiras que podem ser econômicas, geográficas, e burocráticas em relação à

proteção que o Estado deve proporcionar ao cidadão os seus direitos como é

o acesso à justiça.

6. ACESSO A JUSTIÇA E SUA LIMITAÇÃO .

Cândido R. Dinamarco ensina-nos que:15

“as tradicionais limitações ao ingresso na Justiça, jurídicas ou de fato (econômicas, sociais) são óbices graves à consecução dos objetivos processuais e, do ponto-de-vista da potencial clientela do Poder Judiciário, constituem para cada qual um fator de decepções em face de esperanças frustradas e insatisfações que se perpetuam; para a sociedade, elas impedem a realização de práticas pacificadoras destinadas ao estabelecimento de clima harmonioso entre os seus membros; para o Estado, é fator de desgaste de sua própria legitimidade e a dos seus intuitos e do seu ordenamento jurídico”.

Podemos afirmar que fatores externos ao processo são capazes

de limitar o acesso à justiça. Essas limitações ao acesso à justiça localizam-se,

principalmente, nas áreas processual, organizacional e econômico-financeira.

O obstáculo econômico-financeiro, é qualquer dificuldade que

passe um cidadão,quando necessita do uso do judiciário,decorrente de uma

relação social.Fazendo que muitas pessoas deixem de procurar a solução

para as controvérsias devido as custas processuais.

No caso do sistema organizacional as pessoas se mobilizam por

direitos próprios e individuais, mas tal não ocorre no caso de demandas de

direitos não-tradicionais, como direito ao meio ambiente.

15 DINAMARCO, Cândido Rangel. A instrumentalidade do Processo. 8a ed. São Paulo: Malheiros, 2000.p.274.

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

33

Vislumbrando assim os Direitos difusos entende-se que é o

interesse de um determinado grupo, entre as quais não há um vínculo jurídico

ou de fato de um grupo menos determinado de pessoas. Estes interesses

difusos como referente ao meio ambiente, pode ser incluído, à categoria do

interesse público. A titularidade pertencendo a todos e a ninguém.

Com os direitos coletivos, os interesses difusos são indisponíveis

condizendo que a satisfação ou a lesão dos mesmos a toda a coletividade.

Por fim o obstáculo processual deve haver mais reforma e

elaboração de novas leis e redução de custas e simplificação dos pedidos,para

sim evitar barreiras.

Certas, limitações ao acesso à justiça são intrínsecas no sistema

processual. As dificuldades para obtenção dos resultados prometidos pela

atividade jurisdicional, podem ser enraízadas nos próprios instrumentos

processuais que sistema coloca à disposição dos usuários, na possibilidade de

excluir o problema.

São barreiras de cunho processual e que repercutem deforma no

sistema de acesso à justiça. Podem eles provir da propositura da ação ou por

todo percurso da relação processual, até sua extinção através sentença

terminativa e definitiva.

As inúmeras possibilidades de recursos cabíveis no curso de uma

ação podem configurar uma limitação endoprocessual.

6.1 MOROSIDADE DA JUSTIÇA E JUIZADOS

Um dos grandes problemas ligados a falta de efetividade do acesso a

justiça está ligado a questão na demora do julgamento dos processos.no que o

Judiciário brasileiro e comprovam que muitos são os pontos que precisam ser

melhorados, um deles a pouca contratação de profissionais(concursados ou

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

34

não) a falta e aparelhamento do órgão para atender a demanda cada vez mais

crescente e os altos custos que o trâmite processual acarreta para os

indivíduos que buscam do Estado uma solução para os seus litígios.

Segundo Cintra, Grinover e Dinamarco16, “o tempo é inimigo da

efetividade pacificadora, pois a permanência de situações indefinidas constitui

fator de angústia e infelicidade pessoal. “

A Emenda Constitucional n.º 45 acrescentou o inciso LXXVIII ao art.

5.º da Constituição que dispõe que “a todos, no âmbito judicial e administrativo,

são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a

celeridade de sua tramitação”.

16 CINTRA, Antonio Carlos de Araújo, GRINOVER, Ada Pellegrini, DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 13.ª ed. São Paulo: Malherios, 1997. p..45.

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

35

Sobre esse inciso do art. 5.º, José Afonso da Silva observa:

“Nesse signo razoável duração do processo se tem um

aceno ao princípio da razoabilidade, cuja textura aberta

proporciona ponderações que podem reduzir, em muito,

os objetivos que o texto em comentário visa a alcançar –

e, assim, diria que se teria uma ponderação aberta, por

não estar sopesando dois valores ou dois objetos, mas

apenas verificando se o juiz teve, ou não, razões para

demorar sua decisão, levando-se em conta a carga de

trabalho que pesava sobre ele. É aqui que a garantia de

celeridade da tramitação tem sua importância, já que o

que se tem não e uma garantia abstrata da celeridade,

mas o dever de preordenar meios para ser alcançada.17”

17 SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição. 6.ª ed. São Paulo: Malheiros, 2009, p. 177.

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

36

Nos ensina João Baptista Herkenhoff: 18“se a conciliação é aceita por um dos

litigantes porque se sinta espremido e pressionado, inclusive pela lentidão da

Justiça, tal conciliação não humaniza, mas violenta a pessoa.”

E aumentando os custos para as partes e pressiona os vulneráveis

economicamente a abandonar suas causas, ou aceitar acordos por valores

muito inferiores àqueles a que teriam direito.

Com tudo, a morosidade no julgamento das lides pelo Poder Judiciário

causa sentimentos de desconforto, frustração e a perda da credibilidade do

Poder Judiciário pela sociedade que alcançar a eficaz atuação do Estado

investido em sua função jurisdicional.Gerando efeitos extremamente danosos

para sociedade, podendo retomar à prática da justiça particular ou pessoal,

como nos tempos antigos onde a lei do “olho por olho, dente por dente.

18 HERKENHOFF, João Batista. O Direito Processual e o Resgate do Humanismo. Rio de Janeiro: Tex Ed., 1997, p.147.

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

37

6.2 A Lei n.º 9.099, de 1995 e Lei n.º 10.259 de 2001.

Nos fala sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, em que o processo, “orientar-se-á pelos critérios de oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando sempre que possível, a conciliação ou transação” (art. 2.º).

Os juizados são de suma importância para a ampliação do acesso à justiça, já que superam os fatores econômicos e burocráticos da Justiça Comum.

Em 2001, sancionada a Lei n.º 10.259, criando os Juizados Especiais Federais, com finalidade de viabilizar, também, a solução simplificada de pequenas causas no âmbito da Justiça Federal.

6.3 A Lei 1.060, de 1950.

A garantia do artigo 5.º, LXXIV, assistência jurídica integral e

gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos, não revogou a de

assistência judiciária gratuita da Lei n.º 1060, de 1950, aos necessitados, de

certo que, para obter basta uma declaração, feita pelaparte interessada, de

que sua situação financeira não permite vir a Juízo sem prejuízo da sua

manutenção ou de sua família.

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

38

7- AS TRÊS ONDAS DE CAPPELLETTI

O professor Cappelletti19 pretende propor reformas e possíveis

decisões, que possam melhorar e modificar e aduzir suas três ondas por uma

observação do acesso a justiça ao longo dos anos, percebidas em diversos

países.

Assim, a primeira onda foi percebida a fim de superar, os obstáculos

econômicos ao acesso a justiça dos mais necessitados.

Em suma, o litigante necessitado de acesso à Justiça o Sistema

Judicare, que resultou sistema através do qual assistência judiciária é

estabelecida como um direito para todas as pessoas que se enquadrem nos

termos da lei, em que os advogados particulares seriam pagos pelo Estado. O

objetivo desse sistema é proporcionar aos litigantes de baixa renda a mesma

representação (em juízo) que teriam se pudessem pagar um advogado. Assim,

também, com advogados remunerados pelos cofres públicos, com um objetivo

diverso do sistema judicare, o que reflete sua origem no Programa de Serviços

Jurídicos do Office of Economic Opportunity, de 1965, em que os serviços

jurídicos são prestados por "escritórios de vizinhança", atendidos por

advogados pagos pelo governo e encarregados de promover os interesses dos

pobres, enquanto classe.

A segunda onda vem com objetivo de romper com as barreiras

organizacionais de acesso a justiça,é necessário primeiro romper com a idéia

dispositiva de processo, segundo o qual o processo é coisa das partes e a

ninguém mais interessa.Sendo necessário contemplar interesses de

titularidade coletiva , comunitárias e até classista. A. onda diz respeito às

reformas necessárias para a legitimação à tutela dos “interesses difusos”,

19 FONTAINHA, Fernando de Castro: Acesso a Justiça. .Rio de Janeiro. ed. Lumen Juris 2009.p. 61-77.

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

39

especialmente os respeitantes aos consumidores e os pertinentes à higidez

ambiental, abarcados, na Constituição Brasileira, pela ação civil pública.

Por fim a terceira onda nos traz a “deformalização das

controvérsias”, isso nos faz perceber que falamos e agimos muito mais do que

pequenas medidas, dos atos processuais, dos procedimentos, enfim de

qualquer reforma tendente a tornar o Direito processual mais eficaz e moderno.

Essa onda nos faz identificar que não visa exclusivamente às instituições não

judiciais. Incluindo a advocacia, judicial e extrajudicial, por meio de advogados

particulares ou público, mais vai além. Esse enfoque ao acesso a justiça, seus

métodos consiste em não esquecer as duas últimas ondas, mas tratá- lás como

um aperfeiçoamento e possibilidades para cada vez mais melhorar o acesso a

justiça pela sociedade.

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

40

7.1-Projeto de Lei no Senado nº 166 de 2010.

O projeto de lei que cria um novo Código de Processo Civil, aprovado

pelo Senado Federal vem sendo anunciado como a grande solução para

combater a morosidade dos processos judiciais.

O ministro Luiz Fux20, , salienta que a comissão tinha como desafios

"resgatar a crença no Judiciário e tornar realidade a promessa constitucional de

uma Justiça pronta e célere". De acordo com o ministro, as alterações devem

reduzir em pelo menos 50% o tempo de duração de um processo, atingindo

70% nos chamados "contenciosos de massa". Apesar de boas intenções,

dificilmente o novo código reduzirá, por si só, o tempo de duração dos

processos.

O processo no Brasil onera muito tempo. Embora a morosidade seja

um fato notório, não existem dados estatísticos confiáveis, elaborados em

escala nacional e com a utilização de critérios científicos, acerca do tempo

médio de duração de um processo judicial. Esse fato impede a identificação

precisa das principais causas da morosidade.

Com isso, torna-se praticamente impossível encontrar soluções devidas

e certas para combater tais problemas e reduzir o tempo de espera pela tutela

jurisdicional do estado na figura do juiz.

De certo não há dados seguros a evidenciar quais regras precisam ser

alteradas, reformadas ou definitivamente eliminadas do sistema processual,

nem o que precisa ser introduzido para melhorar os serviços judiciais.

O Código atual está em vigor há quase 40 anos e já foi alterado por

20 artigo do jornal Valor Econômico.Ricardo Quass Duarte é mestre em direito pela USP e pela Columbia University,

advogado de Trench, Rossi e Watanabe Advogados.

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

41

aproximadamente mais de 60 leis. Se fosse ele a principal causa da

morosidade, o problema certamente já teria sido solucionado anteriormente,

ainda que de forma parcial. A morosidade do processo civil não é causada por

um único fator. As situações são complexas e envolve múltiplas e

heterogêneas causas, não só de cunho processual, mas também de ordem

política, estrutural, econômica e social do acesso a justiça .

A realidade de um fórum nos deixa claro que se não houver impulso de

advogados e partes o processo fica totalmente parado, no aguardo da prática

de atos para seguir adiante, como a juntada de uma petição, um envio

conclusão, a expedição de uma guia ou a publicação de uma decisão.

Não basta reformar a lei se, na prática forense, em decorrência da falta de

estrutura do Poder Judiciário, o processo fica amontoado nas pilhas que se

formam nos cartórios. De nada adianta criar institutos processuais modernos e

apurados, se na realidade do dia a dia representam apenas mais etapas e

rotinas burocráticas a serem seguidas pelos serventuários da justiça.

Em suma o projeto de novo Código preveja diversos institutos que

realmente podem trazer benefícios à duração das demandas, como a

simplificação do procedimento, o incidente de resolução de ações repetitivas e

os mecanismos de uniformização e estabilização da jurisprudência.

Por fim além do beneficio que pode vir a trazer é imprescindível que se

diagnostiquem as principais mazelas da lei atual e que se combatam outras

causas, principalmente as de natureza estrutural e social.

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

42

CONCLUSÃO

De acordo com a monografia apresentada, podemos concluir que o

acesso a justiça ganha destaque real na sociedade,por trazer a realidade das

pessoas.Ainda que a busca por meios eficazes de realização de direitos não

seja o objetivo final de muitos que sonham com um mundo melhor, para este

fim temos que observar os avanços no sentido de ampliar o acesso a justiça

.como uma verdadeira guerra de posições contra as formas de revolução da

sociedade.Para remediarmos essa guerra de posições temos que reconhecer

que o acesso a justiça é um problema em movimento, um problema que se

apresenta como necessidade de resolução de várias mazelas do mundo da

classe pobre ,contra o acesso pelas classes altas do poder.

Nesse ponto temos que transformar de forma radical a sociedade, temos

que enfrentar os problemas de acesso a justiça não só na sociedade Brasileira,

mas em todo o mundo. Democratizando o poder judiciário, trazendo maior

integração entre a justiça e o cidadão, sendo também necessária a reforma

processual, e a implantação de mais Defensorias Públicas para tornar mais

amplo o acesso ao poder judiciário pela sociedade. Propondo a modernização,

racionalização e desburocratização dos instrumentos colocados à disposição

das partes e do Juiz para que se vivencie um movimento de mudança dos

aplicadores do direito, que estes abandonem as técnicas e formalismo, para

ousar de outros mecanismos, como a mediação judicial como via possível para

tão almejada paz social, uma vez que garante a decisão em tempo ágil e com

menor desgaste entre as partes.

O acesso à justiça vem da democracia participativa e buscando alcançar

a igualdade material de direitos e não apenas a mera igualdade formal.Com

Constituição Federal de 1988 no art. 5º, encontra-se o (art. 5º, inc. XXXV, da

CF/88) e à duração razoável do processo (art. 5º, inc. LXXVIII, da CF/88). veio

a consolidar essa preocupação, exibindo extenso rol que visam a maior

efetividade de direitos e garantias frisados ali.

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

43

Mesmo com todo esse empenho, persiste o problema da inacessibilidade

à Justiça no Brasil. Não por inércia da legislação e da Constituição , mas por

uma questão de Justiça social ou seja, de uma construção moral e política

com igualdade de direitos e na solidariedade coletiva para o desenvolvimento

da justiça.

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

44

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA FONTAINHA, Fernando de Castro: Acesso a Justiça. .Rio de Janeiro. ed. Lumen Juris 2009

CAPPELLETTI, Mauro e GARTH, Bryant. Acesso à justiça (Tradução de Ellen Gracie Northfleet) . Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1988.

DINAMARCO, Cândido Rangel. A Instrumentalidade do Processo. 12.ª ed. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2005.

BERMUDES, Sérgio. A Reforma do Judiciário pela Emenda Constitucional n.º 45. Rio de Janeiro: Forense, 2005.

BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. Ed. Malheiros. 18.ª

ed. São Paulo, 2006.

MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Manual do Processo de Conhecimento. 3ª ed.. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.

CINTRA, Antonio Carlos de Araújo, GRINOVER, Ada Pellegrini, DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 13.ª ed. São

Paulo: Malherios, 1997. LIMA, Francisco Meton Marques de. Reforma do Poder Judiciário –

Comentários iniciais à EC 45/2004. São Paulo: Ed.Malheiros, 2004. SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição. 6.ª ed. São

Paulo: Malheiros, 2009.

LENZA, Pedro. Teoria Geral da Ação Civil Pública. São Paulo: RT, 2008.

Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

45

THEODORO JR, Humberto. O Processo Civil Brasileiro no Limiar do Novo Século. Rio de Janeiro: Forense, 2003.

TUCCI, José Rogério Cruz. Questões Práticas de Processo Civil. São

Paulo: Atlas, 1998. WATANABE, Kazuo. Controle Jurisdicional (Princípio da inafastabilidade

do controle jurisdicional no sistema jurídico brasileiro). São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 1980.

Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

46

Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

47

Page 48: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

48

Page 49: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

49

Page 50: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

50

Page 51: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

51

Page 52: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

52

Page 53: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

53

Page 54: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

54

Page 55: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

55

Page 56: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

56

Page 57: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

57

Page 58: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

58

Page 59: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

59

Page 60: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

60

Page 61: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

61

Page 62: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

62

Page 63: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

63

Page 64: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

64

Page 65: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ACESSO À JUSTIÇA Apresentação de monografia à Universidade

65