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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O MODELO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL DO BANCO DO BRASIL Por: GUILHERME ZENHA SILVEIRA Orientador Prof. Ana Paula Ribeiro Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O MODELO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

SUSTENTÁVEL DO BANCO DO BRASIL

Por: GUILHERME ZENHA SILVEIRA

Orientador

Prof. Ana Paula Ribeiro

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O MODELO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

SUSTENTÁVEL DO BANCO DO BRASIL

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão em Instituições Financeiras

Por: Guilherme Zenha Silveira

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AGRADECIMENTOS

aos amigos da turma k138.

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DEDICATÓRIA

dedico ao meu pai por ser sempre um

grande incentivador.

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RESUMO

Os problemas sociais brasileiros como má distribuição de renda, baixa

qualificação da mão de obra, desemprego e baixos indicadores sócio-

econômicos presentes em todas as regiões país estão se agravando ao longo

do tempo, havendo a necessidade cada vez maior da intervenção de agentes

privados e públicos para atuarem na melhoria da qualidade de vida das

pessoas e criando um ambiente propício para o desenvolvimento de regiões

que estão em situação de precariedade.

Neste cenário destaca-se o Banco do Brasil como um ator muito

importante, que através do seu modelo de desenvolvimento regional

sustentável tem conseguido um grande êxito na geração de emprego e renda

gerando desenvolvimento em várias localidades.

Atuando em parcerias com diversos atores do mercado, investindo em

qualificação e apostando em projetos viáveis de acordo com as características

e cultura das localidades em que atua, seguindo uma metodologia e estratégia

muito eficientes vem influenciando as economias locais de forma abrangente e

consistente alcançado o objetivo de atingir o desenvolvimento regional

sustentável.

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METODOLOGIA

O método utilizado para desenvolver este trabalho foi baseado em pesquisa

bibliográfica, leitura de jornais e leitura de documentos corporativos do Banco

do Brasil.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A Evolução e Objetivos do Modelo

de desenvolvimento regional sustentável do

Banco do Brasil 10

CAPÍTULO II - Visões da Estratégia DRS 15

CAPÍTULO III – Metodologia da Estratégia de DRS 27

CAPITULO IV - Resultado do Modelo de DRS 40

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA 48

ÍNDICE 50

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INTRODUÇÃO

Os diversos problemas sociais, econômicos e políticos que tem se

agravado ao longo do tempo geraram uma desigualdade social muito alta, não

havendo dessa forma uma sustentabilidade efetiva. Para haver uma

sustentabilidade concreta é necessário que haja uma parceria entre o ente

público e o privado visando o atendimento das necessidades e

desenvolvimento das camadas mais pobres.

Assim o uso do desenvolvimento econômico como forma de tirar as

pessoas da pobreza é um fator decisivo na geração de emprego e renda bem

como de estabilidade econômica reduzindo os conflitos sociais e melhorando

os indicadores de desenvolvimento do país.

Nesse contexto se acentua a necessidade de implantar de forma

urgente praticas de desenvolvimento de desenvolvimento sustentável em

escala global, nacional e regional visando o atendimento das necessidades

presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem

suas necessidades.

A disseminação das práticas de desenvolvimento regional sustentável

surge como uma estratégia moderna e recomendada para ações que buscam

a redução da pobreza em determinadas regiões.

Nesse cenário destaca-se o Banco do Brasil que a partir de 2003

mudou seu planejamento estratégico, sua missão e crenças, explicitando o seu

papel de fomento do desenvolvimento regional sustentável no Brasil. Como

fruto desse reposicionamento o Banco lança sua estratégia de

desenvolvimento regional sustentável.

O desenvolvimento regional sustentável é uma estratégia negocial que

busca impulsionar o desenvolvimento sustentável das regiões onde o banco

está presente, mobilizando os agentes econômicos, sociais e poiliticos, para o

apoio ás atividades produtivas economicamente viáveis, socialmente justas e

ambientalmente corretas, sempre observando e respeitando a diversidade

cultural do contexto de atuação.

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A estratégia prevê a elaboração de um amplo diagnóstico em que se

deve abordar todos os fatores que influenciam direta e indiretamente o

contexto a ser trabalhado. Encontra-se nesse diagnóstico os pontos fortes e

fracos bem como as ameaças, oportunidades e potencialidades da

organização, da comunidade ou dos participantes.

Uma região que detém um baixo nível de qualificação, de capacitação

técnica para o desempenho das atividades pode inviabilizar a intervenção e,

dado território. Visando a superação desse desafio o plano DRS tem como

uma de suas premissas básicas a implementação de ações de capacitação e

desenvolvimento dos integrantes intervindo na formação dos atores sociais

desde estágios elementares como a alfabetização até etapas

profissionalizantes constituída por curso técnicos e comportamentais.

Os frutos desse posicionamento do banco com relação a sua

estratégia de desenvolvimento regional sustentável já podem ser observadas

em todas as regiões do país atendidas pelo programa. A geração de emprego

e renda bem como o desenvolvimento técnico dos participantes tem sido uma

constante nas comunidades contempladas melhorando dessa forma os

indicadores sociais e econômicos de forma ampla pelo país.

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CAPÍTULO I

A EVOLUÇÃO E OBJETIVOS DA VISÃO DE

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL DO

BANCO DO BRASIL

Ao longo de sua existência, o Banco do Brasil, contém

significativos exemplos de iniciativas voltadas ao desenvolvimento e à redução

das desigualdades sociais. Como agente financeiro do governo, o Banco do

Brasil tem apoiado e desenvolvido programas na busca de caminhos para a

construção de um país socialmente mais justo, incentivando e promovendo a

divulgação de conhecimentos, metodologias, tecnologias sociais e praticas de

promoção de cidadania. Todas as iniciativas guardam a marca de seu tempo,

refletindo a visão da instituição e de seu quadro funcional sobre a sociedade

no momento de sua concepção.

1.1 – Conceito de Desenvolvimento Regional Sustentável

O conceito de desenvolvimento ainda é utilizado por muitos, inclusive

governos, como sinônimo de crescimento econômico. Contudo, nas últimas

décadas, o conceito de desenvolvimento vem sendo relacionado cada vez

mais com os conceitos de sustentabilidade e de desenvolvimento humano.

Para Sérgio Buarque (2002), o desenvolvimento sustentável é um

processo que leva a um contínuo aumento da qualidade de vida com base

numa economia eficiente e competitiva, com relativa autonomia das finanças

públicas combinado com a conservação dos recursos naturais e do meio

ambiente.

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Para Tânia Zapata (2007), o desenvolvimento regional representa uma

estratégia intencional dos atores de uma localidade no sentido de promover

mudanças para melhorar a qualidade de vida da população. Busca construir

um modelo de desenvolvimento com mais participação, protagonismo,

equidade social e sustentabilidade ambiental, a partir das potencialidades e

vocações produtivas locais.

Desenvolvimento Regional Sustentável é uma estratégia negocial do

Banco do Brasil, que busca impulsionar o desenvolvimento sustentável das

regiões onde o BB está presente, por meio da mobilização de agentes

econômicos, políticos e sociais, para práticas de apoio a atividades produtivas

economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente corretas,

sempre observada e respeitada a diversidade cultural. (Banco do Brasil, 2009).

1.2 – O Histórico do Desenvolvimento Regional Sustentável no

Banco do Brasil

Desde a década de 80, o Banco do Brasil vem fomentando a atividade

de desenvolvimento regional sustentável através de diversas medidas em

várias áreas diferentes de abrangência.

De acordo com histórico traçado pelo programa de certificação interna

do Banco do Brasil (2008), já na década de 80 foram criados programas

específicos como o Fundo de Desenvolvimento Comunitário - FUNDEC, o

Fundo de Incentivo à Pesquisa e o Programa de Apoio à Micro e Pequenas

Empresas – MIPEM. Além de terem sido criadas também a Fundação Banco

do Brasil e o primeiro Centro Cultural do Banco do Brasil no Rio de Janeiro.

Na década de 90 as principais atividades de fomento do Banco foram:

• Criação do PRONAF – Programa nacional de Fortalecimento da

Agricultura Familiar, pelo Governo Federal, em que o BB passa

a ser o principal agente financeiro;

• Criação de produtos específicos voltados para o desenvolvimento

do meio rural, como o BB RURAL RÁPIDO, o PRONAF

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AGREGAR que alterou totalmente o crédito rural, passando a

permitir a exploração de todo o potencial da propriedade rural

familiar e a agregação de valor aos produtos e serviços e o BB

AGRICULTURA ORGÂNICA;

• Desenvolvimento de novos mecanismos de comercialização de

produtos agropecuários, como o Leilão Eletrônico, o Balcão de

Agronegócios e Cédula de Produto Rural.

No inicio do século XXI o Banco do Brasil fez uma revisão na sua

estrutura criando pilares negociais e em 2003, dentro de um contexto de uma

política pública de bancarização e de democratização do acesso ao crédito, do

Banco Popular do Brasil e da Estratégia de Desenvolvimento Regional

Sustentável.

A Estratégia de Desenvolvimento Regional Sustentável surgiu a partir

da necessidade de se trabalhar uma série de questões que estavam na pauta

das discussões nacionais e mundiais, como o crescente passivo ambiental em

nível mundial e as desigualdades sociais.

O momento político era favorável, com a priorização do Programa

Fome Zero, pelo Governo Federal, o apoio à agricultura familiar e à reforma

agrária e o desenvolvimento de ações voltadas para a inclusão social e a

geração de trabalho e renda.

Nesse contexto, aumentou a cobrança, por parte do Governo Federal,

por atuações mais efetivas das empresas estatais nessas áreas, com foco em

trabalhos que contribuíssem para o desenvolvimento de regiões menos

assistidas.

Havia orientações no sentido de se ampliar a carteira de crédito para

investimento produtivo em todo o País, a necessidade de aumentar a base de

clientes do BB (inclusão bancária) e a preocupação com a possibilidade de

elevação da inadimplência.

Nesse contexto, surge a Estratégia Negocial de Desenvolvimento

Regional Sustentável com o desafio de mobilizar agentes econômicos, políticos

e sociais, de forma a impulsionar o desenvolvimento sustentável,

primeiramente, nas regiões menos assistidas dos estados do Norte, do

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Nordeste e dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri, priorizados em função dos

seus baixos indicadores sócio-econômicos.

Em 2005, como forma de incrementar e expandir a implementação da

Estratégia Negocial DRS, foi criada a Gerência Executiva de Desenvolvimento

Regional Sustentável, vinculada diretamente à Presidência do Banco do Brasil,

demonstrando a relevância e o interesse da Organização pelo tema.

Em 2007, foi aprovada a criação dos Segmentos de Mercado DRS nas

Superintendências, com o objetivo de aumentar a atuação do BB no

desenvolvimento regional sustentável, gerando oportunidades negociais e

buscando potencializar a utilização dos recursos locais (naturais, humanos e

sociais), em sintonia com os direcionamentos estratégicos da Empresa.

Em 2008, visando ampliar o foco estratégico da empresa no segmento

da “base da pirâmide”, o Conselho de Administração do Banco do Brasil

aprovou a criação da Diretoria Menor Renda (Diren). Ao integrar as operações

dos Correspondentes Bancários, do Banco Popular do Brasil e da Estratégia

DRS, a Diren além de buscar maior sinergia na implementação das estratégias

de relacionamento definidas para o segmento menor renda, tem por objetivo

desenvolver produtos e serviços e realizar ofertas adequadas a esse público.

1.3 Objetivos do DRS do Banco do Brasil

O DRS do Banco do Brasil tem por objetivo a geração de trabalho e

renda e adoção de práticas que permitam um salto de qualidade nos

indicadores de desenvolvimento social e ambiental, com soluções

sustentáveis, inclusivas e participativas, sempre em conjunto com parceiros,

num processo chamado de concertação.

De acordo com o livro de instruções codificadas 440 (2009), a

concertação estimula os envolvidos a criarem soluções e conduzir o

desenvolvimento regional sob a ótica da sustentabilidade, agregando

assistência técnica, novas tecnologias, capacitação, consultoria, em todos os

elos da cadeia de valor.

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O resultado que se espera alcançar é o desenvolvimento sustentável

das regiões envolvidas, com a redução do analfabetismo a eliminação do

trabalho infantil e do trabalho forçado, a capacitação profissional, o acesso à

informação e à informatização, entre outros.

Dessa forma, segundo Andrade (2007, p.37), a estratégia de DRS

propõe-se a promover a inclusão social, por meio da geração de trabalho e

renda, democratizar o acesso ao crédito, impulsionar o associativismo e o

cooperativismo, contribuir para a melhora dos indicadores de qualidade de

vida, solidificar os negócios com micro e pequenos empreendedores rurais e

urbanos, formais ou informais.

Dentro dessa perspectiva são trabalhadas mais de 100 atividades

produtivas diferentes, como sistemas agroflorestais, turismo, artesanato,

cerâmica marajoara, aqüicultura, fruticultura, calçados, cotonicultura,

confeções, ovinocaprinocultura, apicultura, horticultura, pecuária de corte e

leiteira, floricultura, mandiocultura, atividades extrativistas, avicultura e

reciclagem de resíduos sólidos (Banco do Brasil, 2009)

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CAPÍTULO II

VISÕES DA ESTRATÉGIA DE DRS

Todo o processo metodológico de implementação da Estratégia

Negocial DRS, na estruturação das atividades produtivas, baseia-se em cinco

visões: Visão negocial, visão de futuro, visão de abrangência, visão de cadeia

de valor e visão participativa

2.1 – Visão negocial

Grandes problemas, em nível mundial, têm absorvido a atenção de

governos e instituições internacionais, como as Nações Unidas e o Banco

Mundial, que juntos têm trabalhado na busca de soluções. Nesse contexto,

empresas do mundo todo estão cada vez mais conscientes da sua

responsabilidade e da necessidade de mudar suas estratégias corporativas no

sentido de, igualmente, contribuir para a sustentabilidade do planeta e,

conseqüentemente, garantir a sua própria sustentabilidade (Silva, 2006).

O Banco procura por meio da estratégia DRS, além de materializar

compromissos assumidos em sua estratégia corporativa, estabelecer um novo

patamar de relacionamento com a sociedade, disponibilizando sua

competência organizacional, desenvolvendo, mobilizando e integrando

recursos humanos, físicos e financeiros, de forma a colaborar para o

desenvolvimento do país, auxiliando na dinamização da economia das regiões

onde atua e na estruturação/abertura de novos mercados (Programa de

certificação interna em DRS.

De acordo com Andrade (2007), trabalhar com visão negocial, numa

empresa cidadã que acredita no desenvolvimento regional sustentável exige,

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porém, uma nova postura. A visão imediatista do resultado no curto prazo deve

ceder lugar a um planejamento de oferta de produtos e serviços, no médio e

longo prazos, pois as oportunidades de negócio podem estar exatamente em

acompanhar a trajetória do cliente, seu crescimento e conseqüente superação

de obstáculos.

Assim, na atuação em DRS, o tradicional papel de agente financeiro do

Banco do Brasil amplia-se para considerar, além das variáveis econômico-

financeiras, as variáveis sociais, ambientais e culturais na decisão de apoio a

toda a cadeia de valor de determinada atividade produtiva.

2.2 – Visão de futuro

A visão de futuro é normalmente apresentada como um enunciado que

descreve em detalhe como organização deseja estar no futuro e quer ser

reconhecida. Sendo uma projeção das oportunidades futuras do negócio da

organização, pressupõe uma concentração de esforços na sua busca.

De acordo com o Programa de certificação interna (2008), na

estratégia negocial DRS, agir com visão de futuro significa estimular todos os

envolvidos no processo, especialmente os beneficiários e parceiros da

atividade, a definirem onde querem chegar (que situação projetam para a

atividade produtiva), procurando, nessa construção, ter presente o ambiente

em que vivem (relações sociais e ambiente natural).

É importante ressaltar que a visão de futuro deverá representar um

desafio que os estimule no sentido de empreender os esforços necessários

para que os objetivos almejados sejam atingidos, com foco na sustentabilidade

da atividade produtiva e na sua maior competitividade sistêmica.

É forçoso reconhecer, entretanto, que o desenvolvimento sustentável,

pela sua complexidade no tocante ao necessário equilíbrio entre as dimensões

econômicas, sociais e ambientais, precisa ser visto numa perspectiva de longo

prazo.

Assim, qualquer estratégia que tenha por objetivo o desenvolvimento

sustentável de determinada região exige um planejamento onde coexistam

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objetivos e ações, interdependentes ou não, com perspectivas de curto, médio

e longo prazos (livro de instruções codificadas 440, 2009).

2.3 – Visão de abrangência

De acordo com Livro de instruções codificadas 440 (2009), para

facilitar a operacionalização da estratégia negocial DRS estabeleceu-se como

regra geral, a jurisdição da agência como o menor território a ser considerado

para abrangência dos planos de negócios DRS. Quando a atividade

transcende as fronteiras da jurisdição, o trabalho de implementação do DRS

poderá ser realizado de forma integrada, envolvendo várias agências

circunvizinhas, no apoio a uma determinada cadeia produtiva. Tal situação é

comum em grandes centros urbanos ou municípios onde há mais de uma

agência.

Nessas situações, em que as agências atuam no DRS de forma

integrada, a Superintendência e a Gerência Regional de Varejo assumem o

papel de coordenação para integrar estes processos e definir a forma de

atuação e o papel de cada agência no desenvolvimento das atividades

identificadas (Programa de certificação interna em DRS, 2008).

Outra situação possível, que foge à regra da jurisdição como sinônimo

de território, a ser trabalhada no DRS, ocorre no caso da jurisdição da agência

abranger uma área territorial muito grande, como nos estados do norte e do

centro-oeste. Nesses casos, admite-se que a área atendida pelo Plano de

Negócios DRS seja inferior à jurisdição da dependência.

O mesmo se aplica às situações em que barreiras geográficas, sócio-

culturais, políticas ou institucionais impeçam a formação de laços de identidade

entre os diferentes públicos envolvidos.

De acordo com livro de instruções codificadas 440 (2009), sempre

serão determinantes para se definir a abrangência da ação em DRS:

• A capacidade de gerar impacto sobre os indicadores socioeconômicos

da região em que se atua;

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• A capacidade de promover a dinamização da economia local; e

• A capacidade de geração de resultados que permitam uma relação

custo-benefício favorável para a intervenção na localidade.

2.4 – Visão de cadeia de valor

De acordo com o Programa de certificação interna em DRS (2008),

até meados do século passado, a visão de competitividade era bastante

segmentada. Produtores preocupavam-se em produzir mais e melhor.

Beneficiadores limitavam-se a aprimorar os seus processos industriais, em

busca de maior eficiência e qualidade de seus produtos. Comerciantes

limitavam-se a comprar bem e vender melhor, de forma a auferir maiores

lucros.

Clientes e consumidores não eram respeitados nem indagados sobre

suas preferências. O fenômeno da globalização, com a abertura dos mercados

e o aumento da competitividade em nível mundial, fez com que os velhos

paradigmas de competitividade se tornassem obsoletos e a visão, antes

segmentada, se tornasse insustentável.

Aos poucos, verificou-se que a ineficiência de uns, contribuía para o

insucesso dos outros. A má qualidade dos produtos tornava a indústria de

derivados pouco competitiva quando exposta ao mercado internacional. As

margens de lucro do comerciante ficavam também comprometidas, em virtude

da precária agregação de valor no processo industrial.

A partir dessa percepção, observa-se que os processo de organização

dos agentes do processo produtivo começam a evoluir e, em função da forma

como se organizam esses agentes, surgem os Aglomerados Produtivos, os

Arranjos Produtivos Locais (APL) ou somente Arranjos Produtivos e as

Cadeias Produtivas ou Sistemas Produtivos.

Os Aglomerados são agrupamentos de agentes econômicos, políticos

e sociais, que atuam em diferentes fases do processo produtivo de uma

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atividade produtiva, numa comunidade, com vínculos frágeis de interação,

cooperação, aprendizagem e pouca sinergia (Cartilha DRS, 2009).

Os Arranjos Produtivos Locais são agrupamentos de agentes

econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo território, que

atuam em diferentes fases do processo produtivo, operando em atividades

produtivas correlacionadas, e que apresentam vínculos expressivos de

interação, cooperação e aprendizagem (Cartilha DRS, 2009).

Segundo a cartilha DRS (2009), As Cadeias ou Sistemas Produtivos

são conjuntos de todas as etapas do processo produtivo de um determinado

produto ou serviço, realizadas por agentes de aglomerados econômicos e/ou

arranjos produtivos locais, formando redes complexas com altos índices de

articulação, cooperação e aprendizagem, sem limitação territorial.

A visão de competitividade passou a conviver, assim, com uma visão

mais integrada e holística da cadeia produtiva em que a atividade se insere.

Compreendeu- se a interdependência entre os diferentes elos dessa cadeia,

produção, armazenagem, transporte, beneficiamento, comercialização e a

necessidade de estreita articulação entre eles para o sucesso no mercado

global (Programa de certificação interna em DRS, 2008).

Surgiram câmaras setoriais e assemelhadas e as próprias políticas

públicas passaram a incidir sobre as necessidades da cadeia, ao invés de se

dirigirem especificamente à indústria ou à produção.

De acordo com o programa de certicação interna (2008), nessa linha,

outros fatores do entorno das cadeias produtivas mostraram-se capazes de

contribuir para uma maior competitividade sistêmica, como o crédito, o sistema

tributário, o sistema regulatório, o sistema inovativo e de formação (pesquisa,

desenvolvimento, capacitação e assistência técnica), o sistema de

certificações, a rede de fornecedores de bens, equipamentos e serviços, os

sistemas de comunicação, a malha de laboratórios e centros tecnológicos, o

sistema de difusão do conhecimento (universidades e escolas técnicas), dentre

outros, ou seja, os ambientes institucional e organizacional que envolvem a

atividade.

Da mesma forma, foram observados os impactos e influências que as

características constitutivas da cadeia de distribuição (empresas de logística,

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redes de atacadistas e varejistas, redes de consumidores etc.) causavam no

desempenho das cadeias produtivas.

Com isso, chegou-se ao conceito de cadeia de valor da atividade como

forma de entender esse conjunto de fatores com vistas a atingir-se elevados

graus de competitividade sistêmica.

O conceito de cadeia de valor pode ser compreendido, portanto, como

sendo um conjunto articulado de atividades/operações econômicas, técnicas,

comerciais e logísticas que se inicia com o fornecimento de insumos (matéria

prima) para a produção de determinado produto até a sua entrega ao

consumidor final (livro de instruções codificadas 440, 2009)

Abrange, assim, a cadeia produtiva (da matéria-prima ao

produto/serviço), a cadeia de distribuição (do produto/serviço ao consumidor

final), bem como todos os elementos, não descritos na forma de

atividades,situados no entorno das cadeias e que influenciam direta e

indiretamente a competitividade sistêmica da mesma, ou seja, todo o ambiente

institucional e organizacional que envolve a atividade.

São agentes de uma cadeia valor os governos, agentes de regulação,

instituições de pesquisa, de desenvolvimento, de capacitação e de assistência

técnica, instituições financeiras, agências certificadoras, centros tecnológicos,

sistema tributário, rede de fornecedores de bens, equipamentos e serviços,

sistemas de comunicação, universidades e escolas técnicas, empresas

públicas e provadas, cooperativas.

Com a cadeia de valor totalmente articulada, decisões estratégicas

fundamentais tornam-se mais nítidas e as decisões de investimentos podem

ser vistas da perspectiva do seu impacto na cadeia global, ampliando a

competitividade sistêmica da mesma.

2.5 – Visão participativa

Para a estratégia DRS, a promoção do desenvolvimento regional

sustentável não é tarefa exclusiva de governos, empresas ou qualquer outra

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organização, de forma individual, mas sim do conjunto da sociedade em todas

as suas formas de manifestação. Reconhecer esse fato implica a

compreensão e a aceitação de que as forças da sociedade, unidas, terão

maiores possibilidades de mudar a realidade dos espaços em que as pessoas

vivem e se desenvolvem (Oliveira, 2007).

De acordo com o programa de certificação interna em DRS (2009),

essa é a essência do conceito de concertação proposto pela metodologia de

DRS, por meio da qual o Banco do Brasil se posiciona no processo de

desenvolvimento do país como parceiro que quer somar esforços, contribuir

com as iniciativas já existentes e fazer parte de novas iniciativas de

desenvolvimento sustentável que possam ser construídas coletivamente.

A concertação, pressupõe parceria, articulação e mobilização de atores

socioeconômicos, intervenientes diretos ou indiretos da atividade produtiva, da

área governamental, da iniciativa privada e/ou sociedade civil, com ou sem fins

lucrativos, em prol de um objetivo comum que é o desenvolvimento sustentável

de determinada região (Livro de instruções codificadas 440, 2009).

Um dos desafios deste processo está em buscar a convergência de

interesses reais, aparentemente antagônicos, de forma a harmonizá-los. O

papel do Banco do Brasil na estratégia DRS não se limita, portanto, a sua

vocação como agente de crédito, mas, também, como catalisador de ações,

fomentando, articulando e mobilizando agentes econômicos, sociais e

ambientais para a construção conjunta e participativa de um Plano de

Desenvolvimento Sustentável, onde todos se beneficiem (cartilha DRS, 2009).

2.6 – Gestão da estratégia DRS

De acordo com Barros (2007), o processo de gestão deve abrigar

obrigatoriamente um conjunto de tarefas que procurem garantir a aplicação

eficaz de todos os recursos disponibilizados pela organização, visando atingir

os objetivos e metas estabelecidos. A gestão visa à otimização do

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funcionamento das organizações por meio da tomada de decisões racionais e

fundamentadas na coleta e tratamento de dados e informação relevante.

O conceito de gestão está, portanto, diretamente, relacionado à arte,

ação, ciência ou processo de administrar ou gerenciar. A gestão pode ser

considerada como sendo a arte de pensar, de decidir e de agir, de fazer

acontecer, de obter resultados.

O processo de gestão da Estratégia DRS consiste no

acompanhamento dos Planos de Negócios DRS, de forma a garantir a

preservação dos capitais investidos, o equilíbrio entre as dimensões da

sustentabilidade, a promoção da geração de trabalho e renda de forma

sustentável, inclusiva e participativa, o respeito ao meio ambiente e às

diversidades culturais (Programa de certificação interna em DRS, 2008).

Em suma, visa garantir a implementação das ações programadas, de

forma efetiva e eficiente, contribuindo, assim, para a qualificação da estratégia,

para a minimização dos riscos e para a maximização dos resultados tanto para

o BB como para os parceiros, beneficiários, meio ambiente e a sociedade

como um todo.

2.7 – Planejamento

Para que os objetivos propostos pelo DRS sejam alcançados e

produzam os resultados pretendidos, é preciso organizar e mobilizar os

parceiros para a aplicação da metodologia do DRS. Isso se dá mediante

processo de articulação e harmonização de interesses, à luz de um

planejamento estratégico participativo (Barros, 2007).

O planejamento estratégico participativo é uma ferramenta de trabalho

utilizada para tomar decisões e organizar as ações de forma lógica e racional,

a fim de garantir os melhores resultados e a concretização dos objetivos de

uma sociedade, com os menores custos e no menor prazo possível. O

planejamento representa uma forma de a sociedade exercer o poder sobre o

seu futuro (Silva, 2006).

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23

Esse exercício de planejamento coletivo estimula a aprendizagem

social e requer novas habilidades gerenciais e de interação social. Uma vez

iniciado o processo de implementação do DRS, os atores sociais deverão

ocupar o seu espaço, tomar decisões e planejar ações prioritárias.

Nesse espaço, o Banco passa a ser mais um parceiro, com suas

responsabilidades de articulador e animador, papel que pode e deve ser

alternado entre os demais parceiros e agentes do desenvolvimento regional.

Segundo o Programa de certificação interna em DRS (2008), o papel

do Banco é de grande relevância, afinal, cabe a ele apresentar a

metodologia,despertar o interesse e mobilizar a sociedade. Isso implica manter

postura ética e segura na condução dos trabalhos, evitando sob todas as

formas o risco de imagem que uma eventual descontinuidade da estratégia

negocial DRS pode acarretar. Nesse sentido, somente será possível obter

resultados efetivos sob a ótica da sustentabilidade, com a aplicação da

Metodologia DRS, mediante o compromisso de permanente concertação com

os parceiros.

O planejamento participativo implica co-responsabilidade,

compromisso e sentimento de pertencimento. Se a estratégia negocial DRS for

conduzida sob essa premissa desde o seu início, a probabilidade de acerto e

de sucesso torna-se grande e o risco de fracasso, além de pequeno, será

suportado coletivamente, permitindo aprendizado, correções e recomeço

(Silva, 2007).

2.8 – Governança

De acordo com o código de governança do Banco do Brasil (2009),

governança corporativa é um conceito de gestão das organizações que

abrange assuntos relativos ao poder de controle e de direção de uma empresa,

bem como as formas e esferas de seu exercício e aos diversos interesses de

natureza empresarial. Envolve os relacionamentos entre acionistas e cotistas,

conselho de administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal.

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Ao adotar boas práticas de governança corporativa, o Banco do Brasil

demonstra que sua administração se compromete com a transparência, a

prestação de contas, a equidade e a responsabilidade socioambiental,

suportadas pela utilização de ferramentas de monitoramento que alinham o

comportamento dos executivos aos interesses dos acionistas e da sociedade

(Programa de certificação interna em DRS, 2008).

Com o propósito de envolver todos os executivos na definição de

estratégias e na aprovação de propostas para os diferentes negócios do BB,

as decisões, em qualquer nível da empresa, são tomadas de forma colegiada.

Dentro da mesma lógica, ações voltadas para o desenvolvimento de

uma região, para que sejam legítimas, devem contar com o envolvimento das

pessoas que vivem e trabalham, desde a elaboração das propostas, passando

pela implementação e acompanhamento dos resultados.

De acordo com Silva (2006), para construir o desenvolvimento,

portanto, é necessário o desenvolvimento do capital social local, com a

participação efetiva dos seus atores, aliada à confluência de fatores que

contemplam as questões políticas, social, econômicas, ambientais e culturais

.O Capital Social representa a inter-relação de pessoas (Capital Humano) e

Instituições organizadas no território. Uma região possui um bom nível de

Capital Social quando seus membros são atuantes, integrados, se comunicam

e articulam para agir sobre sua própria realidade.

2.9 – DRS integrado

Quando da abordagem referente à visão de abrangência da Estratégia

DRS, os planos de negócios podem ser desenvolvidos de forma integrada, ou

seja, várias agências situadas em um mesmo território podem se unir para,

juntamente com os parceiros locais, desenvolverem ações conjuntas em prol

do desenvolvimento sustentável.

Por ser uma estratégia negocial, o DRS deve ser desenvolvido na

jurisdição das agências, onde são efetivamente efetuados os seus negócios,

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25

independentemente do número de municípios que compõem esta jurisdição,

verificando sempre a cadeia de valor da atividade, seus agentes e

intervenientes.

De acordo com o programa de certificação interna (2008), a integração

de planos de negócios DRS obedece à mesma lógica, só que neste caso a

região abrangida pelo plano extrapola a jurisdição de uma única agência. A

metodologia deve se adaptar à realidade e não o inverso, uma vez que a

dinâmica das atividades não está, necessariamente, circunscrita esses limites.

A jurisdição de uma agência pode ser comparada ao menor território

onde a metodologia deve ser aplicada, uma vez que ela funciona como um

fator de logística da implementação da estratégia negocial DRS.

A situação inversa se dá nos centros urbanos, onde há mais de uma

agência atuando em uma mesma região. Nesses casos, o raciocínio é

semelhante, visto que, se para realizarmos nossos negócios num município

temos que contar com mais de uma agência é plausível dizer que esse

fracionamento é uma necessidade para que toda a praça seja coberta pela

nossa atuação bancária.

Logo, a implementação da estratégia DRS também deverá obedecer a

essa lógica. A integração de Planos de Negócios DRS corresponde, portanto, a

ações coordenadas para que planos em implementação ou em

desenvolvimento, relativos a uma mesma atividade ou atividades afins, possam

ser articulados entre agências, definindo-se ações comuns e individuais.

As ações comuns podem, assim, ser realizadas com ganhos

significativos de escala, a visão sistêmica das atividades produtivas é ampliada

e o risco de insucesso é reduzido.

2.10 – O DRS E O ATINGIMENTO DE METAS DAS AGÊNCIAS

A Estratégia Negocial DRS, apesar de estar embasada em uma Visão

de Futuro de longo prazo, tem grande potencial para a geração de resultados

tanto no curto, no médio, quanto no longo prazo.

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Segundo Oliveira (2007), o objetivo maior que é o desenvolvimento

sustentável de uma região, que se pretende alcançar com a implementação da

estratégia DRS, só se viabilizará no longo prazo. Entretanto, por se tratar de

um processo, as várias ações definidas para se atingir o objetivo proposto

apresentarão resultados à medida que forem sendo executadas. Em outras

palavras, a estratégia é de longo prazo, mas as ações podem ser de curto,

médio ou longo prazo.

Como a estratégia não busca resultados apenas econômicos,

resultados sociais e ambientais são igualmente valorizados e mapeados de

forma a garantir o equilíbrio entre os pilares da sustentabilidade (Barros, 2007).

Quantidade de famílias atendidas, percentual de ações concluídas,

número de objetivos e ações por Plano de Negócios, percentual de ações por

natureza (econômico, social, ambiental), número de parceiros envolvidos, são

exemplos de indicadores que são acompanhados para compor o plano de

meta das agências (Programa de certificação interna em DRS, 2008).

A estratégia DRS faz parte do dia-a-dia das dependências do Banco,

ao lado dos demais negócios e atividades. Entretanto, em razão de suas

particularidades, tem sido percebida como um diferencial para a atuação

negocial, ampliação da base de clientes, rentabilização de carteiras, mitigação

de riscos e fidelização de clientes, contribuindo, assim, não apenas para que a

dependência pontue nos itens relativos à estratégia, como também no alcance

das metas estabelecidas para o quesito DRS.

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27

CAPÍTULO III

METODOLOGIA DA ESTRATÉGIA DE DRS NO BANCO

DO BRASIL

O modelo dos Planos DRS desenvolvido pelo BB se inicia com a

descrição dos cenários. A orientação é fazer uma análise de conjuntura e

descrever o cenário em que está inserida a atividade, assim como as

condições reais e atuais da cadeia de valor daquela atividade produtiva,

naquela região, ressaltando as perspectivas de mudanças/transformações na

realidade das pessoas envolvidas em direção a um quadro desejado da

atividade.

No caso dos planos de negócios DRS, as ações são

elaboradas/construídas pelos integrantes da equipe DRS e representam, na

maioria das vezes, a forma de participação desses diversos atores no

processo. Devem ser incluídas no plano DRS todas as ações previstas, tanto

as que são de responsabilidade do BB quanto às dos parceiros. Serão

definidas tantas ações quantas sejam necessárias para que cada objetivo seja

alcançado, não havendo limitação de ações por objetivo. Caso uma ação

contribua para o atendimento de mais de um objetivo, ela deve ser registrada

naquele que tenha maior aderência; ou pode ser registrada naquele objetivo

que tenha maior impacto nas metas a serem alcançadas.

Um grande avanço na modelo metodológico desenvolvido pelo Banco

do Brasil para os planos DRS é a definição de metas e indicadores juntamente

com objetivos e ações. Dessa forma é possível monitorar e avaliar o alcance

do trabalho. Esse tipo de olhar é muito importante quando se quer realmente

atingir objetivos, pois se não há definições, o monitoramento e a avaliação

ficam prejudicados.

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Na elaboração dos planos de negócios DRS são registradas as ações

e, além de outros dados, são também registrados a data prevista para início, o

número de dias previstos para sua duração e a meta, representada pela

situação atual, situação final e a sua unidade de medida. As metas

representam o detalhamento quantitativo dos objetivos e das ações e devem

ser informadas em números absolutos.

3.1 – Etapas da metodologia DRS

Para colocar a Estratégia DRS em movimento, foi desenvolvida uma

metodologia própria composta de oito etapas que são:

Sensibilização/capacitação, escolha das atividades produtivas, formação das

equipes DRS, diagnóstico, plano de negócio DRS, análises, implementação,

avaliação e monitoramento (Programa de certificação interna em DRS, 2009).

3.1.1– Sensibilização e Capacitação

Para a implementação de uma estratégia de desenvolvimento

sustentável, os atores sociais devem estar sensibilizados e dispostos a

participar, com seus conhecimentos, habilidades e competências específicas,

de um processo de concertação, identificando-se desafios comuns e

pactuando-se compromissos.

Um dos significados do verbo sensibilizar é “tornar-se sensível à ação

da luz ou de outro agente qualquer” (Dicionário Aurélio, 1999). Essa definição

contempla o espírito da Estratégia DRS, pois, mais do que se comover, como o

termo pode sugerir, é preciso reagir às situações que de alguma forma

impedem o desenvolvimento sustentável.

Segundo Oliveira (2007) busca-se, nesta fase do processo, chamar a

atenção de todos os envolvidos para o contexto das atividades produtivas em

uma determinada região - seus pontos fortes, pontos fracos, ameaças e

oportunidades, de forma a motivá-los para a ação, buscando alternativas para

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as ameaças ou problemas identificados, bem como formas de aproveitar as

oportunidades que podem transformar essa realidade.

Para lidar, porém, com os desafios do desenvolvimento, como a

desigualdade social, os impactos ambientais, bem como identificar as

oportunidades negociais que permeiam esse contexto, é preciso estar situado

historicamente em relação a esses fatos, conhecê-los e capacitar-se para a

ação.

De acordo com Barros (2007) a capacitação não se limita ao

conhecimento e manejo da metodologia DRS. Ela vai além, pois, envolve o

conhecimento da realidade e o desenvolvimento de competências que

possibilitem implementar ações de intervenção nessa realidade. Além de saber

o que e como fazer, o que pressupõe conhecimentos e habilidades, é preciso

querer fazer, o que envolve atitudes. E, como visto até aqui, este deve ser um

processo de aprendizagem coletiva. O papel do indivíduo é importante e

necessário, mas precisa estar articulado com o todo.

Para apoiar o processo de capacitação e instrumentalizar a ação em

Desenvolvimento Regional Sustentável, a Universidade Corporativa Banco do

Brasil, desenvolve treinamentos presenciais e a distância, acessíveis ao

público interno e externo. Com isso busca sensibilizar funcionários e parceiros

para que, juntos, possam ajudar a construir uma nova página na história deste

País (UniBB, 2009).

A capacitação dos funcionários, porém, não se encerra nesses cursos,

uma vez que o DRS atrai para si uma série de temas correlatos que

necessitam ser apreendidos.

3.1.2– Escolha das atividades produtivas

Uma vez sensibilizados e capacitados para a ação, os diversos atores

envolvidos na estratégia DRS devem escolher um ponto de partida para atuar.

A escolha da atividade produtiva é fundamental para o êxito da

estratégia. Por essa razão deve estar coerente com o objetivo da estratégia

negocial DRS de impulsionar o desenvolvimento sustentável das regiões onde

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a empresa está presente, para apoio àquelas atividades que sejam ou que

tenham potencial para se tornar economicamente viáveis, socialmente justas e

ambientalmente corretas, observada e respeitada a diversidade cultural.

Segundo Oliveira (2007), toda a cadeia de valor da atividade produtiva

deve ser considerada no momento da sua escolha. Ser eficiente apenas na

produção não é suficiente para garantir sobrevivência em um mercado

altamente competitivo, como observado nos tempos atuais. O foco restrito na

produção pode gerar desequilíbrios entre oferta e demanda, qualidade

oferecida e satisfação percebida pelos consumidores, benefícios gerados e

impactos nos meios de produção, não raramente comprometendo os

resultados futuros pelo esgotamento dos recursos antes disponíveis.

Há que se considerar, portanto, além da produção, os processos de

distribuição, o mercado, as limitações ambientais, o fornecimento de insumos,

a legislação vigente, a infra-estrutura existente, ou seja, numa proposta de

desenvolvimento sustentável não é possível considerar apenas a produção

sem viabilizar a comercialização, nem tampouco será possível pensar em

comercialização sem que se tenha clara noção do processo de distribuição, e

assim por diante (Programa de Certificação Interna em DRS, 2008).

No final da cadeia está o consumidor, que igualmente deve ser

considerado para que se saiba quais são as suas expectativas, o preço que

estará disposto a pagar pelos produtos provenientes da atividade, os valores

agregados que aprecia, etc.

Em suma, o processo é complexo e precisa ser analisado e entendido

para que se possa construir um plano de desenvolvimento que contribua para

a melhoria da competitividade de toda a cadeia.

Segundo Barros (2007), o tecido produtivo local é formado por diversas

atividades produtivas. Trabalhar apenas uma cadeia certamente não é

suficiente para tornar o desenvolvimento de uma região sustentável. Porém,

como esse não é um processo de curto prazo, a proposta consiste em

estruturar cada uma das cadeias identificadas no local, de forma gradativa,

para que os ganhos sejam constantes e crescentes.

É importante ressaltar que a escolha de atividades produtivas, a serem

trabalhadas com foco em DRS, é feita com a participação de todos os atores

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envolvidos, ou seja, não é uma decisão só do BB. Todo o processo de

desenvolvimento regional sustentável só atingirá seus objetivos se for

construído de forma participativa.

De acordo com o Programa de Certificação Interna em DRS (2008),

Outra característica da proposta de DRS do BB é considerar o

desenvolvimento como sendo um movimento endógeno, possível de ser

empreendido pelos atores locais a partir de seu poder, ou seja, os atores locais

devem ser os protagonistas do processo de mudança.

“Trata-se de uma estratégia e de um processo intencional dos atores,

das pessoas de um determinado território, para, a partir de seus ativos, de

suas potencialidades e vocações, construir um projeto de desenvolvimento

com mais participação social, mais eqüidade e sustentabilidade” (Zapata,

2007).

Nesse sentido, o foco das ações de DRS está nas atividades

produtivas existentes ou latentes, na capacidade de mobilização e de

organização dos atores, na utilização dos recursos disponíveis e na valorização

dos saberes das pessoas do lugar. Por certo, as soluções para a maioria dos

problemas que dificultam o desenvolvimento local estão ao alcance das

pessoas que ali vivem e que, no momento em que se unem, abrindo mão de

comportamentos individualistas, passam a perceber o poder que têm de

transformar a sua própria realidade (Oliveira 2007).

Não se trata, portanto, necessariamente, de buscar soluções de fora

ou de introduzir novas atividades, mas de repensar, sob a ótica da cadeia de

valor, com visão de futuro, visão participativa e visão negocial, as atividades

existentes.Não significa, também, ignorar as ações já desenvolvidas, mas sim

identificar oportunidades de aperfeiçoamentos e de agregação de valor em

cada etapa dos processos envolvidos, observadas a vocação e a cultura local.

3.1.3– Equipe de trabalho DRS

A formação de equipes é fator importante para o sucesso da estratégia

de desenvolvimento regional sustentável. Essa equipe deve ser diversificada,

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representativa e atuante. O interesse comum da sociedade e o

comprometimento de seus representantes, atuando efetivamente no processo,

é que irá possibilitar o alcance dos objetivos.

Constituir uma equipe DRS significa, para os parceiros, legitimar o seu

papel na busca do desenvolvimento sustentável, garantindo-lhes o poder

necessário para transformar sua realidade. É fator crítico para a continuidade

dos trabalhos e reconhecimento de que o DRS só faz sentido se acolhido pelos

atores locais (Oliveira, 2007).

De acordo com o Livro de instruções codificadas 440 (2009), a equipe

DRS é formada por diversos os atores, principalmente por lideranças e

representantes das diversas classes de beneficiários como produtores,

beneficiadores, comerciantes, consumidores dentre outros. Essa equipe não

tem um número limitado de participantes. Prevalece o critério de

representatividade e a participação nos trabalhos. Além disso, sua composição

é dinâmica, com a possibilidade de inclusão de outros atores ao longo do

processo ou participação em determinados momentos como consultores,

palestrantes, orientadores ou mesmo na condição de novos parceiros.

A Equipe DRS pode ainda evoluir para um Fórum ou Comitê Gestor do

DRS, reforçando com isso seu caráter permanente e contribuindo para a

consolidação da governança democrática territorial.

3.1.4– Diagnóstico DRS

O diagnóstico em DRS é utilizado para retratar essa realidade

utilizando dados estatísticos oficiais e considerando a visão empírica dos

cidadãos do lugar e daqueles representantes de entidades/organizações que,

de uma forma ou outra, influenciam o desenvolvimento daquela atividade

produtiva.

As percepções que as pessoas do lugar têm normalmente refletem a

realidade, mas, como a finalidade é utilizar essas informações para embasar a

tomada de decisões num processo de planejamento, os dados devem ser

precisos.

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De acordo com o livro de instruções codificadas 440 (2009), esse

processo deve ser planejado e, embora seja um “retrato” da realidade, deve

caracterizar também essas relações e não apenas os dados estatísticos que

elas produzem. O modelo de diagnóstico DRS desenvolvido pelo BB está

estruturado da seguinte forma:

• Identificação da atividade – informações sobre os produtos gerados,

agentes intervenientes e abrangência da atividade;

• Aspectos econômico-financeiros – dados quantitativos sobre

produção/ produtividade, preços praticados, receitas e despesas,

informações sobre insumos e recursos financeiros utilizados na

atividade;

• Aspectos técnicos – informações sobre fluxo dos processos

produtivos e tecnologias utilizadas;

• Infra-estrutura – informações sobre meios utilizados no processo,

compreendendo, dentre outros, energia, recursos hídricos,

armazenagem,transporte;

• Mercado – descrição da dinâmica, tamanho, formas de distribuição e

comercialização, identificando principais compradores e concorrentes

e níveis de concentração;

• Aspectos sociais – informações relacionadas com a identificação de

demandas por ações ligadas, dentre outras, à educação, saúde, mão

de obra e instituições direta ou indiretamente envolvidas na atividade;

• Aspectos ambientais – informações relacionadas com eventuais

impactos ambientais, positivos e/ou negativos, provocados pela

atividade produtiva;

• Identificação de ameaças – são os fatores externos e desfavoráveis à

atividade sobre os quais os agentes produtivos não têm influência;

• Identificação de oportunidades – são os fatores externos favoráveis à

atividade sobre os quais os agentes produtivos não têm influência;

• Identificação de pontos fortes – são os fatores internos à atividade

sobre os quais os agentes produtivos podem exercer influência e

representam diferenciais favoráveis;

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• Identificação de pontos fracos – são os fatores internos à atividade

sobre os quais os agentes produtivos podem exercer influência e

representam diferenciais desfavoráveis;

• Identificação das fontes consultadas – fontes onde foram obtidas as

informações para realização do diagnóstico.

3.1.5 - Plano de Negócios DRS

Nessa fase, embasados no diagnóstico realizado, os atores sociais

com a coordenação da equipe de trabalho DRS têm a oportunidade de

repensar as atividades produtivas e projetar ações de desenvolvimento

daquela atividade, sob a ótica da sustentabilidade e com visão de cadeia de

valor.

O Plano de Negócios DRS precisa contemplar ações para as

dimensões econômicas, sociais e ambientais, de modo a criar sinergia, onde

uma dimensão possa alimentar a outra continuamente gerando um círculo de

realimentação em constante movimento. Naturalmente, sempre observando e

respeitando a cultura local (Livro de instruções codificadas 440, 2009).

Na elaboração dos planos de negócios DRS são registradas as ações

e, além de outros dados, são também registrados a data prevista para início, o

número de dias previstos para sua duração e a meta, representada pela

situação atual, situação final e a sua unidade de medida. As metas

representam o detalhamento quantitativo dos objetivos e das ações e devem

ser informadas em números absolutos (Oliveira, 2007).

A sinergia é relevante em todo o processo de DRS, pois indica uma

associação simultânea de vários fatores (pessoas, instituições, governos,

empresas e recursos) que contribuam para a implantação de ações

coordenadas e direcionadas para objetivos comuns.

Os atores locais também precisam estar atentos às variáveis

ambientais, sócio-culturais, econômicas, tecnológicas e organizacionais, para

que se possa estabelecer mecanismos de equilíbrio e controle sobre essas que

são as chamadas variáveis do desenvolvimento.

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Segundo Oliveira (2007) é o momento para os parceiros expressarem

seus sentimentos, desejos, vontades e de pensarem em meios viáveis de

contemplá-los, tomando decisões, definindo objetivos, metas e ações e

responsabilidades para materializar as possíveis visões sobre o

desenvolvimento local.

De acordo com Barros (2007), trata-se de escolher ações que

permitam intervir na realidade. Mas, uma intervenção com o sentido de tomar

parte voluntariamente para executar uma ação, que será coletiva e não uma

interferência externa, uma intromissão. Por isso, se o objetivo é a

transformação, a melhoria do estado atual em que as coisas se

encontram.Antes, é necessário envolver os atores que serão beneficiados

pelas ações para que eles reconheçam a existência dos problemas e o mais

importante, se disponham a fazer algo para resolvê-los.

Ou seja, é preciso validar as informações obtidas com a aplicação do

diagnóstico bem como as ações sugeridas para o plano de negócios DRS. Isso

tudo somente será possível mediante efetiva e organizada participação das

pessoas e entidades/instituições da região.

3.1.6 – Análises e pareceres

De acordo com livro de instruções codificadas 440 (2009), uma vez

elaborado o Plano de Negócios DRS, o Banco do Brasil disponibiliza, aos

parceiros, análises técnicas, em três níveis:

• Análise técnica da atividade quando esta estiver vinculada ao

agronegócio, na qual será considerada a viabilidade técnica do plano de

negócios DRS, a partir da verificação de aspectos relacionados à

compatibilidade entre as tecnologias utilizadas e os índices de produtividade

esperados, a adequação da infra-estrutura existente, a adequação dos custos

de produção e orçamentos, as condições de mercado previstas e adequação

dos preços, as premissas adotadas para a projeção de receitas, a existência e

adequação de assistência técnica e a necessidade ou não de licenciamento

ambiental.

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Parecer da agência, fundamentado e conclusivo, à semelhança do

procedimento rotineiro adotado no encaminhamento de propostas a instâncias

superiores, manifestando-se a respeito da pertinência/consistência das

informações prestadas, do comprometimento dos parceiros com as ações

propostas, da viabilidade e capacidade de execução das ações, das

perspectivas de negócios, da aderência aos objetivos do DRS, acrescentando

outras informações/ações julgadas relevantes e que ainda não tenham sido

abordadas.

• Análise de aderência do Plano de Negócios às premissas da Estratégia

DRS e aos requisitos expressos pelas visões participativas, de abrangência, da

cadeia de valor, de futuro e negocial, bem como a consonância com a

estratégia de atuação do Banco na região.

• Análise de risco da atividade e do Plano de Negócios na estruturação

da cadeia de valor da atividade escolhida, a partir da análise dos aspectos

formais, sociais, ambientais, econômicos e financeiros relacionados.

Se necessário, poderá ser indicada a apresentação do processo para

reanálise, quando houver o entendimento de que poderão ser tomadas

medidas, que possam mitigar o risco da atividade, haja vista que o relatório de

análise apresenta as justificativas para o risco atribuído.

Recomendações estratégicas poderão ser formalizadas para condução

da implementação do Plano de Negócios DRS, a partir de uma visão em nível

estadual da atividade no sentido de alinhar as ações da agência à estratégia

da Super para o desenvolvimento da atividade nesta dimensão.

Essa etapa da metodologia visa, ainda, contribuir para a avaliação do

estado geral da atividade, tal como apresentado no Diagnóstico e no Plano de

negócios DRS, e auxiliar no estabelecimento de parâmetros que tornem a

atividade viável, por meio de ações que minimizem os riscos e/ou

potencializem as oportunidades.

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3.1.7– Implementação

A etapa de implementação corresponde à materialização de tudo o

quanto foi planejado nas etapas anteriores do processo. Para que a

implementação do plano de negócios DRS tenha êxito é fundamental a

mobilização e o comprometimento dos componentes da equipe DRS para

garantir a realização das ações que foram planejadas e, por conseqüência, o

atingimento dos objetivos (Livro de Instruções codificadas 440, 2009).

O processo de implementação não tem momento pré-definido para

começar, uma vez que as ações podem ser iniciadas mesmo antes da

conclusão do Plano de Negócios DRS.

A equipe de trabalho DRS pode buscar formas de viabilizar os

treinamentos necessários antes mesmo que o plano DRS esteja concluído.

Para a execução das ações, a equipe de Trabalho DRS deve definir a forma de

acompanhamento e avaliação, a partir de parâmetros por ela estabelecidos.

Esse acompanhamento é de suma importância para que a metodologia

DRS possa ser ajustada, aprimorada e realimentada, dentro de seu

pressuposto básico, que é o de ser um processo de atuação dinâmico e

construtivista.

3.1.8– Monitoramento e avaliação

Durante a implementação, o Plano de Negócios DRS deve ser

monitorado e avaliado constantemente. É importante estabelecer pontos de

controle periódicos para que os rumos possam ser redirecionados, caso

necessário.

Segundo Oliveira (2007), o monitoramento objetiva acompanhar a

aplicação da estratégia DRS sob as diversas perspectivas que a envolvem,

considerando o seu gerenciamento, sua operacionalização, execução das

ações programadas e planejamento de novas ações, bem como o

relacionamento entre os parceiros e alterações nas conjunturas interna e

externa.

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A avaliação, por sua vez, visa aumentar a eficiência e eficácia dos

planos de negócios DRS em qualquer de suas fases (diagnóstico,

planejamento, implementação e gerenciamento das atividades).

A confrontação dos resultados obtidos em cada uma das fases com o

que foi planejado permite identificar acertos e erros e processar eventuais

ajustes na estratégia de DRS, com o objetivo de alcançar os resultados

esperados.

3.2 – Outras metodologias para o DRS

De acordo com Silva (2006), a partir de meados da década de 90,

verificou-se no Brasil um grande impulso ao desenvolvimento local/regional,

vindo de diversas frentes. Ampliou-se o debate sobre o tema, criaram-se

programas de apoio ao desenvolvimento local e, sobretudo, começaram a

proliferar experiências concretas em diferentes lugares do País.

Um aspecto a destacar, nesse processo, é a construção do

desenvolvimento regional como perspectiva consciente para os atores sociais

diretamente envolvidos e atuantes, e não como característica que um

observador externo atribui a determinadas ações.

As abordagens sobre o desenvolvimento regional passaram a

apresentar, portanto, um diferencial significativo que é a busca de uma ação

territorializada em que não se trata apenas de realizar um projeto, no sentido

usual, mas de criar estratégias de atuação, com ações continuadas, a partir da

mobilização dos diferentes atores atuantes e presentes nos territórios.

É nesse contexto que a discussão do tema sustentabilidade passa a

ser inserido ao tema desenvolvimento local/regional/territorial. Apesar de essas

características estarem presentes em diversos casos, as iniciativas de

desenvolvimento regional sustentável em curso, no Brasil, são bastante

diferenciadas quanto às metodologias, às ênfases temáticas e à abrangência

geográfica.

De acordo com o programa de certificação interna em DRS (2008), há

também uma variada gama de termos e designações em uso, segundo

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diversos enfoques ou núcleos de fomento institucional. Fala-se em

metodologias participativas para desenvolvimento socioeconômicos, GESPAR-

Gestão Participativa para o Desenvolvimento Local, DEL-Desenvolvimento

Econômico Local (DEL), DLIS-Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável,

ZOPP, Agendas 21 locais, em Arranjos Produtivos Locais, em redes de sócio-

economia solidária sob bases locais dentre outas.

As várias metodologias utilizadas não diferem muito umas das outras e

se definem, na maior parte das vezes, como de indução ou apoio: sua

implementação não é “em si mesmo” o desenvolvimento local, mas um fator

visto como facilitador de processos de mudança cuja condução caberia aos

atores locais das comunidades, das organizações da sociedade civil, do setor

produtivo, das instâncias de governo (SILVEIRA, 1997).

Segundo programa de certificação interna em DRS (2009), a despeito

da diversidade, há elementos que, em maior ou menor grau, estão presentes

em todas as formulações e iniciativas em torno do desenvolvimento local.

Pode-se destacar: a ênfase na cooperação emancipadora e na aprendizagem

(formação de capital social e humano); o foco nos micro empreendimentos e

seus suportes (microcrédito, capacitação, integração a cadeias produtivas); a

gestação de novos arranjos socioprodutivos ancorados no território; a

articulação intersetorial de políticas públicas; a constituição de esferas

decisórias com participação direta de atores sociais e, mais amplamente, a

perspectiva do protagonismo local.

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40

CAPÍTULO IV

RESULTADOS DO MODELO DRS DO BANCO DO

BRASIL

Desde a implementação do atual modelo de desenvolvimento

regional sustentável, o Banco do Brasil vem se destacando cada vez mais no

plano nacional e internacional devido aos resultados obtidos em todo território

brasileiro. A cada ano aumentam o numero de famílias atendidas, o número de

recursos investidos pelo banco e por seus parceiros gerando inúmeros casos

de sucesso, melhorando a qualidade de vida e gerando desenvolvimento em

todas as regiões do Brasil.

4.1 – Casos de sucesso

De acordo com a cartilha DRS (2009), dentre os casos de sucesso

gerado pelo modelo de DRS do Banco do Brasil se destacam a apicultura no

Vale do Jequitinhonha (MG), Bovinocultura no Vale do Ipanema - PE,

caprinocultura em Quixadá - CE, ovinocapricultura em Monteiro - PB,

fabricação de artefatos de cerâmica em Nazaré - BA e floricultura em Pilões –

PB, citados a seguir.

4.1.1– Apicultura no Vale do Jequitinhonha

Depois de um diagnóstico apurado e uma cuidadosa concertação entre

os vários parceiros do DRS, a estratégia de Desenvolvimento Regional

Sustentável optou por trabalhar com a apicultura na região de Itamarandiba.

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41

Os frutos já começaram a aparecer. Há um processo de transformação

da realidade, com aumento de produção, agregação de valor ao produto,

fortalecimento do associativismo, capacitação e acesso às novas tecnologias.

4.1.2- Bovinocultura no Vale do Ipanema

A baixa produção de leite, comparada à média nacional, foi um dos

fatores que levou o Banco do Brasil e parceiros, por meio da estratégia de

Desenvolvimento Regional Sustentável, a atuar no desenvolvimento de toda a

cadeia de valor da atividade leiteira de Pernambuco.

O Plano de Negócios DRS do Vale do Ipanema está em sintonia com

essa realidade, atuando nos municípios de Buíque, Caetés, Capoeiras,

Ibimirim, Pedra, Tupanatinga e Venturosa, com forte tradição na produção de

leite e localizados na região que compõe a principal bacia leiteira do estado.

Para isso, o Banco do Brasil conta com a parceria das Prefeituras dos

municípios envolvidos, além da EMBRAPA Gado de Leite - Minas Gerais,

Fetape – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de

Pernambuco, Fiepe – Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco,

Bom Leite e Nutrir (Empresas para comercialização), IPA – Instituto de

Pesquisas Agronômicas e MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário, entre

outros.

4.1.3 - Caprinocultura em Quixadá

O fortalecimento da caprinocultura no Ceará, com visão empresarial,

tecnologia e crédito, se traduz num aumento de oferta quantitativa e qualitativa

de carne, leite e pele, produtos com demanda em expansão, gerando trabalho

e renda no campo, contribuindo para a redução do fluxo migratório do campo

para as cidades.

Esse é o objetivo deste Plano de Negócios DRS. Organizados e com

apoio do BB e parceiros, agricultores familiares são capazes de superar as

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dificuldades e trazer crescimento para a região, em consonância com a

sustentabilidade ambiental.

São parceiros do Banco do Brasil nesse Plano DRS: Acocece –

Associação dos Criadores de Ovinos e Caprinos do Estado do Ceará,

Associação Comercial e Industrial de Quixadá, Associação Municipal Boa

Água, BNB – Banco do Nordeste do Brasil, Emater - CE, Fazenda Chorolândia,

Prefeitura Municipal de Quixadá, Sebrae, Sindicato dos Produtores Rurais de

Quixadá, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibaretama e Sintace –

Sindicato dos Técnicos Agrícolas do Estado do Ceará, entre outros.

4.1.4- Ovinocapricultura em Monteiro

O Plano DRS de Monteiro, no Sertão do Cariri, apóia a

ovinocaprinocultura visando o fortalecimento dessa atividade produtiva e o

incremento da renda dos envolvidos.

No Plano de Negócios DRS elaborado estão previstas, dentre outras

ações, a instalação de incubadora de negócios para identificação de mercado

para distribuição dos novos produtos, a capacitação técnica de produtores e a

elevação do padrão do rebanho dos caprinocultores identificados, em que se

destaca a utilização de um recurso chamado de “Bode Móvel” (laboratório

veterinário e inseminação artificial).

Atualmente os parceiros estão envolvidos com ações para colocar

parte da produção no mercado privado. Para isso, estudos de mercado foram

elaborados pelo Parque Tecnológico da Paraíba, bem como criação e registro

de marca, além da produção de embalagens. Os mercados focados são,

principalmente, Campina Grande e João Pessoa.

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4.1.5 - Fabricação de artefatos de cerâmica em Nazaré

No distrito de Maragogipinho, município a 54 km de Salvador, fica o

que é considerado o maior centro de produção de cerâmica artesanal da Bahia

e um dos maiores pólos da cerâmica artesanal da América Latina.

Os produtos produzidos são expostos em feiras, eventos e exposições.

Visando melhorar a qualidade dos produtos, a usina de processamento de

argila recebeu energia e houve aproveitamento dos chamotes (cacos de

cerâmica).

Para reduzir o impacto ambiental e os custos da produção, foi

implementada ação de doação de madeira para utilização nos fornos das

olarias como fonte de energia e a formação de viveiros florestais.

Com o objetivo de aperfeiçoar a forma de acondicionamento das

peças, os associados foram capacitados na produção de embalagens

utilizando sobras de madeira e com o objetivo de adotar práticas de

conservação ambiental, foram promovidas palestras sobre a utilização

sustentável dos recursos hídricos.

4.1.6 - Floricultura em Pilões

Pilões, município situado no Estado da Paraíba, se localiza na micro

região do Brejo Paraibano. O BB e parceiros, por meio da estratégia de

Desenvolvimento Regional Sustentável – DRS, destacam a atividade de

floricultura dessa região.

Atuando com a visão de cadeia de valor, o Plano de Negócios DRS de

Pilões visa fortalecer a atividade da floricultura no município, com o aumento

da produtividade e estruturação da produção e comercialização de flores.

Para isso, investe em ações de capacitação dos produtores rurais e

fortalecimento do associativismo. Umas das principais ações desenvolvidas é a

capacitação dos produtores no manejo de adubos, fertilizantes e agrotóxicos

(defensivos agrícolas) e nas áreas de plantio e embalagens.

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No plano DRS realizado em Pilões, o Banco do Brasil tem a parceria

da Cooperativa dos Floricultores do Estado da Paraíba, Emater - PB,

Fundação Banco do Brasil, Prefeitura Municipal de Pilões, Projeto Cooperar e

Sebrae, entre outros.

4.2– Mandiocltura na Bahia

Segundo a Rede social (2009), um dos últimos projetos aprovados

para o primeiro semestre de 2009 é um projeto de mandiocultura que tem por

objetivo a instalação de uma indústria prevista para abril 2010, para a

produção de fécula, carboidrato, extraído da raiz da mandioca, usado na

produção de alimentos e indústria química com investimentos sociais de cerca

de R$ 4 milhões de reais.

Serão envolvidos não só o município de Vitória da Conquista mas

também todos os municípios dessa região baiana totalizando cerca de 2200

famílias atendidas.

A unidade fabril vai atender diretamente 2,2 mil agricultores em 17

municípios baianos. A produção anual de mandioca dos agricultores é em

média de 44 mil toneladas de raiz.

A capacidade diária de processamento das raízes será de 100

toneladas que resultará em 25 toneladas de fécula. A partir do quinto ano a

previsão é de alcançar 17 mil toneladas por ano.

Em cinco anos o BB em parceria com o SEBRAE, EMBRAPA,

BNDES, Ministério do trabalho, ministério do desenvolvimento e a Petrobras já

destinaram juntos mais de R$ 10 milhões à cadeia produtiva de mandioca na

Bahia.

4.3– DRS em números

Ao analisarmos os números do ano de 2007 e compararmos com os

números das metas e resultados de 2009, percebemos uma sensível evolução

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em todos os quesitos analisados, demonstrando a importância e o peso do

programa de DRS para o Banco do Brasil que cresce ano a ano.

4.3.1– Resultados no Brasil

No primeiro semestre de 2007 os principais números de acordo com a

tabela abaixo, foram:

Tabela 1 – Dados do Programa DRS em 2007

Brasil Agências

Habilitadas Planos de

Negócios DRS Municípios Envolvidos*

Famílias Envolvidas*

Créditos Programados BB* (R$

mil)

TOTAL 3.496 2.999 3.302 271.739 1.228.693.919 Fonte:Superintendência de Varejo e Governo,2007

No primeiro semestre de 2009 os principais números de acordo com a

tabela abaixo foram:

Tabela 2 – Dados do Programa DRS em 2009

Brasil Agências

Habilitadas Planos de

Negócios DRS Municípios Envolvidos*

Famílias Envolvidas*

Créditos Programados BB* (R$

mil)

TOTAL 3.979 5.038 2.693 1.286.403 6.333.145.802 Fonte: Banco do Brasil,2009

Ao analisarmos os dados de acordo com os quesitos apresentados

chegamos a algumas conclusões precisas sobre a evolução de 2007 para

2009.

As agências habilitadas a elaborar os planos de negócios DRS

cresceram cerca de 13,82% no período. Os planos de negócios em elaboração

e aprovados tiveram uma variação positiva de 67% no período analisado.

Os municípios envolvidos em 2009 diminuíram cerca de 15,90% com

relação a 2007, porém as famílias envolvidas tiveram um aumento de cerca de

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373% no mesmo período. Os recursos programados BB cresceram cerca de

415% ao longo dos dois últimos anos.

Percebe-se que apesar dos números de municípios abrangidos ter

diminuído no período, o numero de famílias atendidas e os recursos

programados para a execução dos planos DRS, aumentaram quase 400%

demonstrando com o aumento da capacitação das agências somado ao

aumento dos recursos, é possível atender um número de famílias cada vez

maior se aproximando cada vez mais do objetivo final do DRS.

4.3.2 – Resultados nas Regiões

Os principais resultados nas regiões brasileiras no primeiro semestre de

2009, de acordo com a tabela abaixo são:

Tabela III – Dados do programa DRS por região em 2009

Regiões Agências

Habilitadas %

Planos de Negócios DRS

%

Municípios Envolvidos

%

Famílias Envolvidas

%

Créditos Programados BB* (R$

mil) %

Sul 20 19 21 17 19 Sudeste 37 32 26 38 32

Centro-Oeste 8 14 8 6 13 Nordeste 29 25 37 32 25

Norte 6 10 8 7 11 Total 100 100 100 100 100

Fonte: Banco do Brasil,2009

Ao analisarmos a tabela percebe-se que a região sudeste é a que mais

se destaca em todos os itens observados na analise. A região detém o maior

número de agências habilitadas, o maior numero de planos de negócios DRS

em elaboração, o maior número de famílias envolvidas e o maior numero de

recursos destinados a execução dos planos.

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CONCLUSÃO

Os graves problemas sociais e econômicos brasileiros tem sido alvo de

preocupação por parte do Banco do Brasil desde a década de 80. O banco

através de atuações consistentes tem buscado ao longo do tempo contribuir

significativamente para a melhoria de qualidade de vida das regiões do Brasil

como um todo.

O modelo de desenvolvimento regional sustentável do Banco detém

uma estratégia que busca garantir a aplicação eficaz dos recursos aplicados,

que através de suas visões definidas e de um planejamento que mobiliza os

parceiros e harmoniza interesses para a efetiva aplicação da metodologia DRS

tem conseguido resultados significativos.

A metodologia de DRS do banco além de definir os objetivos e ações

também define indicadores de monitoramento e avaliação dos projetos,

podendo dessa forma fazer uma avaliação e correções eficientes de eventuais

desvios, reduzindo a chance de fracasso do projeto.

Pelo fato dos números modelo de desenvolvimento regional

sustentável estar presente nas metas das agencias, as ações de DRS ganham

em capilaridade. As agências de uma mesma região podem atuar em conjunto

ganhando também escala..

O Banco do Brasil nos últimos anos tem colecionado inúmeros casos

de sucesso em todas as regiões do Brasil e se tornando referencia em práticas

de desenvolvimento regional sustentável.

Os casos de sucesso se espalham em diversas atividades produtivas

diferentes privilegiando sempre a vocação e a cultura da região atendida. A

cada ano o número de famílias atendidas, o numero de recursos investidos, o

numero de agentes habilitados a promover ações de Desenvolvimento

sustentável bem como o numero de parceiros institucionais tem aumentado de

forma significativa evidenciando dessa forma a seriedade e consistência do

modelo e sua influencia para o desenvolvimento do país..

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BIBLIOGRAFIA

BANCO DO BRASIL. Disponível em http://bb.com.br. Acesso em 02 jun.09.

BARROS, Ricardo de Faria. Desenvolvimento Regional Sustentável: A

Experiência do Banco do Brasil. Brasília: UNB, 2007. 196p.

BUARQUE, Sergio. Construindo o Desenvolvimento Local Sustentável.

Rio de Janeiro: Garamond, 2002.

CARTILHA DRS. Brasilia: UNIBB, 2009. 10p.

LIVRO DE INSTRUÇÕES CODIFICDAS 440. Disponível em

http://intranet.bb.com.br. Acesso em 01 jun. 2009

OLIVEIRA, Letícia Andrade. A Responsabilidade Social e o

Desenvolvimento Regional Sustentável no Banco do Brasil. Porto Alegre:

UFRGS, 2007. 53p.

PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO INTERNA EM DRS. Brasília: UNIBB, 2008.

174p.

REDE SOCIAL. Brasília: Fundação Banco do Brasil, 2009. 8p.

SILVA, Christian Luiz Da. Desenvolvimento Sustentável: Um modelo

integrado, analítico e adaptativo. Petrópolis: Vozes, 2006. 176p.

SUPERINTENDENCIA DE VAREJO E GOVERNO. Disponível em

http://intranet.bb.com.br. Acesso em 05 jun. 09.

UNIBB. Disponível em http://www.unibb.com.br. Acesso em 06 jun. 2009

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ZAPATA, Tânia. Marco Conceitual do Desenvolvimento Regional

Sustentável. Brasília: Gerência de Desenvolvimento Regional Sustentável,

2007.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A EVOLUÇÃO E OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO

REGIONAL SUSTENTÁVEL DO BANCO DO BRASIL 10

1.1 – Conceitos de desenvolvimento regional sustentável 10

1.2 – O histórico do desenvolvimento regional

Sustentável do Banco do Brasil 11

1.3 – Objetivos de DRS no Banco do Brasil 13

CAPITULO II

VISÕES DA ESTRATÉGIA DE DRS 15

2.1 – Visão negocial 15

2.2- Visão de futuro 16

2.3- Visão de abrangência 17

2.4- Visão de cadeia de valor 18

2.5- Visão participativa 20

2.6- Visão da estratégia 21

2.7- Planejamento 22

2.8- Governança 23

2.9- DRS integrado 24

2.10-DRS e as metas das agências 25

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CAPITULO III

METODOLOGIA DA ESTRATÉGIA DE DRS 27

3.1 – Etapas da metodologia DRS 28

3.1.1 – Sensibilização e capacitação 28

3.1.2 –Escolha das atividades produtivas 29

3.1.3 – Equipe de trabalho DRS 31

3.1.4 – Diagnóstico DRS 32

3.1.5 – Planos de negócios 34

3.1.6 – Análises e pareceres 35

3.1.7 – Implementação 37

3.1.8 – Monitoramento e avaliação 37

3.2 – Outras metodologias 38

CAPITULO IV

RESULTADOS DO MODELO DE DRS DO BANCO DO

BRASIL 40

4.1 – Casos de sucesso 40

4.1.1 - Apicultura no Vale do Jequitinhonha 40

4.1.2 - Bovinocultura no Vale do Ipanema 41

4.1.3 - Caprinocultura em Quixadá 41

4.1.4 - Ovinocapricultura em Monteiro 42

4.1.5 - Fabricação de artefatos de cerâmica

em Nazaré 43

4.1.6 - Floricultura em Pilões 43

4.2 - Mandiocltura na Bahia 44

4.3 – DRS em números

4.3.1 – Resultados no Brasil 45

4.3.2 – Resultados nas regões 46

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 48

ÍNDICE 50

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