62
1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE GESTÃO AMBIENTAL DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E INDUSTRIALIZAÇÃO - ESTUDO DA APLICAÇÃO DE LEIS NA IMPLANTAÇÃO DE INDÚSTRIAS PARA GARANTIR O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UM ESTUDO DE CASO Por: Bianca Gregorio Ribeiro Orientador Professora: Vera Agarez Rio de Janeiro 2009

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

1

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO AMBIENTAL

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EINDUSTRIALIZAÇÃO - ESTUDO DA APLICAÇÃO DE

LEIS NA IMPLANTAÇÃO DE INDÚSTRIAS PARAGARANTIR O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UM

ESTUDO DE CASO

Por: Bianca Gregorio Ribeiro

Orientador

Professora: Vera Agarez

Rio de Janeiro

2009

Page 2: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

2

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO AMBIENTAL

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E INDUSTRIALIZAÇÃO -ESTUDO DA APLICAÇÃO DE LEIS NA IMPLANTAÇÃO DE

INDÚSTRIAS PARA GARANTIR O DESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVEL: UM ESTUDO DE CASO

Apresentação de monografia à UniversidadeCândido Mendes como condição prévia paraa conclusão do curso de pós – graduação“Lato Sensu” em Gestão Ambiental.

Por: Bianca Gregorio Ribeiro

Rio de Janeiro

2009

Page 3: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

3

AGRADECIMENTOS

À Georgina Gregorio Ribeiro que foi meu pai e minhamãe e sempre lutou por mim;

À Ana Luiza Moreira Diniz, minha amiga e irmã poropção e escolha e que sempre acreditou em mim;

A todos aqueles que me ajudaram na minhacaminhada.

Page 4: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha mãe que sempreesteve ao meu lado em todos os momentos e atodas as outras pessoas que acreditaram em mim econtribuíram para o meu crescimento.

Page 5: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

5

RESUMO

O Estado do Rio de Janeiro atualmente atravessa um período de francodesenvolvimento industrial com a implantação de vários empreendimentossituados principalmente na Zona Oeste da capital. Tais empreendimentosviabilizam o desenvolvimento social e econômico da região, contudo osimpactos causados no ambiente não podem ser desprezados e sendo assim,este trabalho de pesquisa tem como objetivo analisar alguns instrumentoslegais para a proteção e preservação do meio ambiente na busca dodesenvolvimento sustentável. Além disso, vamos mostrar algumas ações emedidas tomadas pelas próprias empresas para minimizar os danos emaximizar a qualidade de vida. Para tanto, vamos apresentar como estudo decaso o maior projeto em construção na América Latina: a implantação doComplexo Siderúrgico da ThyseenKrupp Siderúrgica do Atlântico.

Palavras-chave: desenvolvimento sustentável, industrialização, instrumentoslegais e medidas mitigatórias.

Page 6: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

6

METODOLOGIA

A elaboração do presente estudo foi baseada na pesquisa de textos e livros dediversos autores a cerca do conceito de desenvolvimento sustentável comoforma de se alcançar a melhoria social, econômica e cultural da população,levando-se em consideração a preservação do meio ambiente. Por se tratar deum conceito novo e ainda em desenvolvimento, buscamos informações deautores diferentes buscando complementar e fundamentar o nosso próprioentendimento sobre o tema.

Além disso, como este trabalho apresenta um estudo de caso, outra fonte depesquisa muito importante e largamente consultada foi o Estudo Prévio deImpacto Ambiental - EPIA - do empreendimento com informações sobre ainstalação, operação, impactos, medidas de caráter mitigatório e ações decompensação para a preservação dos recursos naturais.

Por fim, para efeito de obter dados atualizados sobre a região em estudo, sitesde instituições de pesquisa também foram consultados.

Page 7: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – Desenvolvimento Sustentável 09

CAPÍTULO II – A Crescente Industrialização da Zona Oeste

do Rio de Janeiro 17

CAPÍTULO III – Informações sobre o Empreendimento da TKCSA 22

CAPÍTULO IV – Projetos Governamentais 32

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 58

BIBLIOGRAFIA CITADA 59

ANEXOS 40

ÍNDICE 60

Page 8: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

8

INTRODUÇÃO

Este artigo busca analisar os instrumentos legais para a proteção e

preservação do meio ambiente no processo de desenvolvimento sustentável.

O Estado do Rio de Janeiro, mais especificamente a cidade do Rio de Janeiro

é notadamente conhecida pelas suas belezas naturais e pelos contrastes

sócio-econômicos característicos de países em desenvolvimento. A cidade

possui ecossistemas de Mata Atlântica, zona costeira e manguezais de grande

relevância ecológica. Sendo assim, nos parece que a escolha para sediar a

Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento

Sustentável - Rio 92- foi mais que acertada. Agora, 17 anos depois a cidade se

esforça em conciliar o desenvolvimento representado pela busca da

industrialização e novas tecnologias com a preservação dos seus recursos

naturais.

Neste trabalho, consideramos as condições sociais, econômicas e ambientais

de uma área específica da cidade: a Zona Oeste, que além de abrigar o já

consolidado Distrito Industrial de Santa Cruz, também engloba a Baía de

Sepetiba. Ambas as áreas vem sofrendo com a industrialização e a

conseqüente exploração do meio ambiente e atualmente as mesmas são alvo

da implantação de vários empreendimentos.

Desta forma, para analisarmos a eficácia da legislação para reduzir e ou evitar

impactos ambientais causados pela instalação de usinas, indústrias e portos

vamos usar como exemplo e estudo de caso a construção do maior Complexo

Siderúrgico na América Latina, a Usina da ThyssenKrupp Companhia

Siderúrgica do Atlântico, doravante chamada de TKCSA.

Page 9: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

9

CAPÍTULO I

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Atualmente existem vários modelos de desenvolvimento, entretanto um deles

se destaca por ser o mais divulgado, não só pela mídia, mas também pelos

acadêmicos. Estamos falando do desenvolvimento sustentável que segundo

Brundtland é “aquele que visa atender as necessidades do presente sem

comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem suas próprias

necessidades” (BRUNDTLAND, 1991).

1.1- O Surgimento da Expressão Desenvolvimento

Sustentável

Para entender melhor o significado da expressão desenvolvimento sustentável

é necessário remontarmos ao ano de 1945, quando da criação da Organização

das nações Unidas (ONU). Nos primeiros anos de existência os temas

principais eram a paz, os direitos humanos e o desenvolvimento equitativo. A

questão ambiental ainda não se caracterizava como uma preocupação comum

e prioritária para as nações.

Contudo, em julho de 1972 ocorre a conferência das Nações Unidas sobre

Meio Ambiente. Tal evento, também conhecido como Conferência de

Estocolmo, trouxe pela primeira vez na agenda internacional, a preocupação

com o crescimento econômico em detrimento do meio ambiente. Verificou-se

Page 10: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

10

então que o modelo tradicional de crescimento econômico levaria ao

esgotamento total dos recursos naturais, e, por conseguinte, colocaria a vida

no planeta em risco.

A conferência de Estocolmo é um marco para “o despertar” da consciência

ecológica mundial e o seu principal resultado foi a “Declaração sobre o

Ambiente Humano”, também conhecida como a “Declaração de Estocolmo”

que enfatiza o direito, tanto das gerações presentes, quanto das futuras, ao um

meio ambiente não poluído.

Em 1980, o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente)

publicou um documento chamado de “Uma Estratégia Mundial para a

Conservação.” Este documento reafirma uma postura crítica ao modelo de

desenvolvimento utilizado pelos países industrializados. Mais tarde, em 1987 a

Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD),

também chamada de “Comissão Brundtland”, recomendou a criação de uma

nova carta ou declaração universal sobre a proteção ambiental e o

desenvolvimento sustentável, nasce então, o Relatório Brundtland.

O Relatório Brundtland é publicado com o título de Nosso futuro Comum, sob a

coordenação da Primeira-Ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland e

aponta para a falta de compatibilidade entre o desenvolvimento sustentável e

os níveis de produção e de consumo vigentes. Este documento define o

desenvolvimento sustentável como aquele que busca atender as necessidades

das gerações presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras

de suprir suas próprias necessidades.

De acordo com Brundtland trata-se de “um sistema político que assegure a

efetiva participação dos cidadãos no processo decisório; um sistema

econômico capaz de gerar excedentes e know-how técnico em bases

confiáveis e constantes; um sistema social que possa resolver as tensões

causadas por um desenvolvimento não equilibrado; um sistema de produção

que respeite a obrigação de preservar a base ecológica do desenvolvimento;

um sistema tecnológico que busque constantemente novas soluções e um

sistema administrativo flexível capaz de se autocorrigir” (BRUNDTLAND,1991).

Page 11: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

11

Alguns anos depois, o marco definitivo foi em 1992 com a Conferência das

Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD /

UNCED) realizada na cidade do Rio de Janeiro. Também chamada de “Cúpula

da Terra” essa Conferência caracterizou-se como o maior encontro

internacional de cúpula de todos os tempos, contando com a participação de

175 países e 102 chefes de estado e de governo. Tal conferência ficou

conhecida como ECO-92, ou simplesmente Rio-92.

Entre os muito temas tratados na Rio-92 destacam-se: a desertificação, o

desmatamento, a poluição, a chuva ácida e o crescimento populacional. Além

da Conferência oficial patrocinada pela ONU, ocorreu em paralelo, o Fórum

Global 92, promovido pelas entidades da sociedade civil organizada. O Fórum

contou com a participação de mais de 10 mil representantes de Organizações

Não-Governamentais (ONGs). Um dos documentos produzidos pelo Fórum foi

a “Carta Terra”.

Outro documento produzido pela Rio-92, cujo objetivo era propor um modelo de

desenvolvimento comprometido com a preservação da vida no planeta, foi a

Agenda 21, caracterizando-se por um detalhado programa de ação de

preservação do meio ambiente e de desenvolvimento.

Após a Rio 92, em março de 1997, ocorreu a Rio + 5 cujo intuito era avaliar os

resultados práticos obtidos com os tratados assinados em 1992. Várias

organizações e redes da sociedade civil organizada participaram deste evento

buscando revisar os progressos específicos em direção ao desenvolvimento

sustentável, além de identificar ações, valores, metodologias e novas

oportunidades para a implementação do mesmo.

Em tal ocasião, os participantes concluíram que os resultados eram ainda

muito pequenos e que a colocação de ações mais práticas era indispensável,

além das grandes proclamações de princípios. Na avaliação de Leonardo Boff,

se a Rio-92 não trouxe grandes encaminhamentos políticos objetivos, serviu

para despertar uma cultura ecológica, uma preocupação universal com o

destino comum do planeta. “Temos uma nova percepção da Terra como

Page 12: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

12

imensa comunidade da qual somos parte e parcela, membros responsáveis

para que todos possam viver em harmonia”. 1

Ainda de acordo com o Relatório Brundtland, o desenvolvimento sustentável

passa por uma nova filosofia que combina eficiência econômica, justiça e

inclusão social e proteção dos recursos naturais. O relatório trás um conjunto

de princípios globais para orientar a questão do meio ambiente e do

desenvolvimento. Seu objetivo principal é estabelecer uma parceria global com

novos níveis de cooperação entre os Estados. Para alcançar o tão necessário

desenvolvimento sustentável e a conseqüente melhoria da qualidade de vida

para todos é necessário que as nações eliminem ou pelo menos reduzam os

seus atuais padrões insustentáveis de produção e consumo, além de

incentivarem políticas demográficas adequadas.

1.2- Algumas Projeções

É importante enfatizar que as mudanças no atual modelo de desenvolvimento

são urgentes, pois de acordo com dados das próprias Nações Unidas, a

demanda atual por recursos naturais ultrapassa em quase um terço o que o

planeta tem capacidade de fornecer. A organização World Wide Fund (WWF

em seu relatório Planeta Vivo publicado em 2008 conclui que o “atual nível de

consumo coloca em risco a futura prosperidade do planeta com impacto no

custo de alimentos, água e energia”2. O relatório explica que se a demanda

mundial por recursos naturais continuar a aumentar no ritmo atual, até os

próximos 30 anos (entre 2030 e 2040) serão necessários dois planetas para

manter o mesmo estilo de vida.

O relatório traz dois indicadores da saúde da Terra. Um deles é o Índice

Planeta Vivo que reflete o estado dos ecossistemas do planeta. Baseado nas

1 Leonardo Boff em entrevista a Elias Fagardo. In Estado de São Paulo, Caderno Espacial, 6 dejunho de 1993, p.2.2 James Leape, diretor da WWF Internacional. In Relatório Planeta Vivo 2008.

Page 13: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

13

populações mundiais de 1.686 espécies, como peixes, aves, répteis e

mamíferos, esse indicador apresentou uma redução de quase 30% em 35

anos.

Outro índice medido no relatório é a Pegada Ecológica, que evidencia a

extensão e o tipo de demanda humana por recursos naturais e sua pressão

sobre os ecossistemas. A média individual mundial é de 2,7 hectares globais

por ano, enquanto que é o índice recomendado no relatório para garantir uma

vida sustentável é de 2,1 hectares.

Os países com maior impacto no planeta são os Estados Unidos e a China,

que, juntos, representam cerca de 40% da pegada ecológica mundial.

Já os países em desenvolvimento, como o Brasil, que ainda possuem mais

recursos ecológicos do que consomem “sofrem primordialmente com o

crescimento populacional que vem a ser o causador da maior parte dos

problemas de preservação do meio ambiente”3.

Sendo assim, o desenvolvimento econômico desses países é condição

essencial para melhoria da qualidade de vida e para a preservação dos

recursos. Segundo Donaire (1999) “trata-se de um espírito de responsabilidade

comum como processo de mudança no qual a exploração de recursos

materiais, os investimentos financeiros e as rotas de desenvolvimento

tecnológico deverão adquirir sentidos harmônicos”. Em outras palavras, o

desenvolvimento sustentável não impede o progresso, pelo contrário, ele é um

instrumento para se alcançar a tão almejada justiça social através do uso

racional dos recursos naturais.

1.3- As Dimensões do Desenvolvimento Sustentável

Sachs apud Campos (2001) apresenta cinco dimensões do que se pode

considerar desenvolvimento sustentável a seguir:

3 Princípio 9 da Declaração de Estocolmo.

Page 14: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

14

A sustentabilidade social: é a criação de um processo de

desenvolvimento sustentado por uma civilização com maior equidade na

distribuição de renda de forma a diminuir as diferenças entre os padrões

de vida das diversas classes sociais.

A sustentabilidade econômica: esta deve ser alcançada através do

gerenciamento e alocação mais eficientes dos recursos e de um fluxo

constante de investimentos públicos e privados.

A sustentabilidade ecológica: para se alcançar este nível de

desenvolvimento sustentável é necessário o aumento da capacidade de

utilização dos recursos e a conseqüente diminuição do desperdício. É

necessário considerar ainda a limitação do consumo de combustíveis

fósseis e de outros recursos e produtos esgotáveis, a redução da

geração de resíduos e da poluição, através da conservação da energia,

dos recursos e da reciclagem.

A sustentabilidade espacial: esta deve ser dirigida para a obtenção de

uma configuração rural-urbana mais equilibrada e uma melhor

distribuição territorial da ocupação humana e das atividades

econômicas.

A sustentabilidade cultural: trata-se da busca por raízes endógenas de

processo de modernização e de sistemas agrícolas integrados, que

facilitam a geração de soluções específicas para o local, os

ecossistemas, a cultura e a área.

1.4- Medindo o Desenvolvimento Sustentável

A busca pelo desenvolvimento sustentável é um processo e a própria

construção do conceito é uma tarefa em andamento e muito longe do fim. Além

disso, os modelos tradicionais de medição econômica não conseguem medir tal

Page 15: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

15

desenvolvimento. O exemplo mais latente é o Produto Interno Bruto (PIB) que

mede a receita total de uma determinada região. Contudo, como considera

apenas os aspectos monetários, o PIB não reflete outros aspectos como a

divisão da riqueza entre as classes sociais e os impactos causados ao meio

ambiente.

Sendo assim, começaram a surgir alguns métodos para tentar medir o

desenvolvimento sustentável. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

medido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)

não é o que se pode chamar de um índice de sustentabilidade, mas ajudou a

dimensionar novos métodos. Um exemplo é o Indicador de Progresso Genuíno

(GPI- em Inglês) que baseado no cálculo do PIB agrega outras informações. O

GPI é calculado pelas seguintes organizações não governamentais: Redefining

Progress (Redefinindo o Progresso) e a Friends of the Earth (Amigos da Terra).

O GPI mede informações como:

Distribuição da receita: analisa o quanto do PIB vai para as classes

menos favorecidas.

Nível educacional: quanto mais alto o nível educacional, maior o índice

GPI.

Exaustão de recursos: mede as perdas de recursos naturais, como o

desmatamento e extrações.

Degradação ambiental em longo prazo: considera os custos gerados por

problemas ligados às mudanças climáticas, lixo nuclear, buraco na

camada de ozônio e poluição.

Os índices são basicamente usados para países ou regiões, contudo as

empresas também têm tentado trabalhar o conceito de desenvolvimento

sustentável através do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa

de Valores de São Paulo que contempla os dados das ações adotadas pela

empresas para mitigar seus impactos ao meio ambiente.

Apesar de estarmos ainda no estágio de construção de um modelo recente

para o desenvolvimento, para se alcançar essa meta, ou seja, o

Page 16: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

16

desenvolvimento sustentável é necessário um esforço conjunto e ininterrupto

dos cidadãos, das comunidades, das empresas e do poder público, com

políticas e ações ambientais consistentes. É um trabalho de conscientização

de todos uma vez que dependemos de uma convivência harmônica com o meio

ambiente para a própria manutenção de nossa vida no planeta.

Para a consecução desse objetivo, ou seja, a concretização do ideal de

desenvolvimento sustentável do planeta, o cidadão, pela atuação do poder

público, vem criando uma estrutura de organização que orienta e possibilita o

desenvolvimento das cidades de forma equilibrada com o meio ambiente. A

cobrança da sociedade se dá por medidas de planejamento público,

promulgação de uma legislação ambiental eficiente, a fiscalização de seu

atendimento, bem como o contínuo monitoramento e controle do setor público

e privado.

Sendo assim, para analisar o papel do poder público e a eficiência de sua

atuação na busca do desenvolvimento sustentável, apresentaremos no próximo

capítulo o processo de desenvolvimento e industrialização na Zona Oeste do

Município do Rio de Janeiro. Esta crescente industrialização, que faz parte de

uma política estadual voltada para o “fortalecimento dos municípios e a

diversificação das atividades econômicas”4, se concentra sobre tudo em duas

áreas próximas: o Distrito Industrial de Santa Cruz e a Baía de Sepetiba.

4 Sergio Cabral Filho, Governador do Estado do Rio de Janeiro, In Revista Jornal Atual, julho de2009, p.7. (anexo 2).

Page 17: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

17

CAPÍTULO II

A CRESCENTE INDUSTRIALIZAÇÃO DA ZONA

OESTE DO RIO DE JANEIRO

A Zona Oeste do Rio de Janeiro é uma zona potencial de expansão, pois ainda

apresenta espaços urbanos inexplorados e variedade de recursos ambientais.

Além disso, abriga grandes empreendimentos já instalados e /ou em processo

de instalação, somados a uma boa interação com os municípios limítrofes. Um

bom exemplo de tais características é o bairro de Santa Cruz, situado na Área

de Planejamento 5 (AP 5) e que abriga um Distrito Industrial em franca

expansão.

2.1- Breve Histórico e Características

Apesar de se tratar de uma região bastante carente, com renda média de R$

212,21 no ano de 2000, inferior à média da cidade do Rio de Janeiro na mesma

época (aproximadamente R$ 600,00), a área de Santa Cruz é uma área urbana

em expansão e seu Distrito Industrial, localizado nas margens da Baía de

Sepetiba, desempenha um importante papel no desenvolvimento econômico do

Estado do Rio de Janeiro (ver foto 1 anexo 1).

Page 18: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

18

O desenvolvimento das áreas de baixada do território fluminense ocorreu até

meados do século XVIII em função da plantação de cana-de-açúcar e pecuária.

Por volta do século XVII, os jesuítas se mudaram para a fazenda Santa Cruz

com os indígenas tupiniquins. Tal fazenda era considerada o maior

estabelecimento agrícola da região ao redor da cidade do Rio de Janeiro

chegando a apresentar uma área de cerca de 2.100 Km2. Os jesuítas foram

expulsos em 1759 pelo Marques de Pombal e a fazenda foi transformada por

Dom João VI em Fazenda Real de Santa Cruz. Na época da expulsão, os

jesuítas possuíam 8.000 cabeças de gado e 1.200 cavalos em 22 currais.

Os jesuítas desempenharam um importante papel no desenvolvimento da

região, uma vez que realizaram obras de engenharia de grande impacto, como

por exemplo, a abertura de canais e a construção de diques e pontes no Rio

Guandu, além de sedimentarem a principal via de ligação terrestre com a área

central da cidade - Estrada Real da Fazenda de Santa Cruz.

Por volta da segunda metade do século XIX, o adensamento da Zona Oeste se

deu com a construção da estação da estrada de ferro D. Pedro II em Campo

Grande, bairro vizinho à Santa Cruz. Em 1915, Campo Grande desempenhava

um papel de centro de comércio regional graças ao surgimento dos bondes

elétricos. Além do comércio, a citricultura desempenhou um papel importante

desde o início do século XX até meados da década de 40. A Av. Brasil foi

aberta em 1946 e a zona oeste foi definitivamente incorporada à malha urbana

da cidade do Rio de Janeiro. A estrada Rio-Santos, enfim, interligou toda a

faixa litorânea sul fluminense, trazendo o turismo para a região. O entorno da

cidade do Rio de Janeiro sofreu uma grande expansão a partir da década de

50, com a criação de nucleamentos urbanos na região metropolitana do Rio de

Janeiro.

Nos anos 70 houve a fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara,

consolidando o crescimento da Zona Oeste, apoiado no setor industrial com a

criação dos Distritos Industriais da Santa Cruz e Campo Grande. Como

exemplo de importantes indústrias instaladas em Santa Cruz na época,

podemos destacar a FCC (Fábrica Carioca de Catalizadores), a Usina

Page 19: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

19

Termoelétrica que integra Furnas Centrais Elétricas S.A., a Cosigua

(Companhia Siderúrgica da Guanabara) e a Casa da Moeda. Esta última com

uma área construída de 110.000 m2 e 12 prédios, formando um verdadeiro

parque industrial.

Do ponto de vista da segurança do país, o local engloba também a Base Aérea

de Santa Cruz, considerada o maior complexo aero estratégico de defesa

aérea e aero tático da América do Sul.

Assim como o turismo, outra importante atividade econômica na região é a

pesca e a aqüicultura na Baia de Sepetiba. Contudo, em decorrência da

poluição das águas e do sedimento do fundo da Baia, da contaminação de

animais capturados, da perda de habitats em função das alterações ambientais

e da sobre pesca, os pescadores artesanais foram bastante prejudicados.

No que se refere ao planejamento da cidade, como resultado de estudos

urbanísticos iniciados na década de 70, o município do Rio de Janeiro delimitou

Áreas de Planejamento, Regiões Administrativas e Bairros. A Região

Administrativa de Santa Cruz (XIX RA), composta pelos Bairros de Paciência,

Santa Cruz e Sepetiba, é uma das 5 regiões administrativas da Área de

Planejamento 5 do município, em conjunto com as Áreas de Planejamento de

Bangu, Campo Grande, Realengo e Guaratiba.

Em relação à ocupação da área, de acordo com dados do Instituto Pereira

Passos – IPP, na RA (Região Administrativa) de Santa Cruz as áreas naturais

ocupam apenas 10% dos seus 164,05 km², respondendo as áreas urbazinadas

e/ou alteradas por 90% de sua área territorial. O campo antrópico- qualquer

vegetação alterada pelo homem- é o que ocupa maior parcela, seguido das

áreas destinadas às culturas e pastagens e das áreas urbanas consolidadas.

Em comparação com as Regiões Administrativas de Campo Grande e

Guaratiba, Santa Cruz é a que possui menos percentual de áreas naturais. Em

Campo Grande tais áreas representam 21,5%, enquanto que em Guaratiba o

percentual sobe para 50%. No município do Rio de Janeiro como um todo as

áreas naturais somam 29,8% contra 12% em Santa Cruz.

Page 20: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

20

A gradativa transformação da AP 5 pela pressão urbana trouxe à RA de Santa

Cruz problemas de habitações irregulares. Em 2004, a RA de Santa Cruz

possuía 45% de seus habitantes vivendo em favelas ou loteamentos irregulares

e clandestinos. De acordo com os levantamentos do Instituto Urbanístico

Pereira Passos, o crescimento das favelas na região de Santa Cruz e Barra da

Tijuca foi de aproximadamente 19% ao ano na segunda metade dos anos 90,

contra uma taxa geral de 3,5% no município do Rio de Janeiro.

Apesar do problema de habitação acima descrito que pode ser somado à

precariedade do sistema de transporte, abastecimento de água e saneamento

básico, à carência de espaços verdes e ao alto nível de poluição da Baía de

Sepetiba, a Área de Planejamento 5 é considerada uma área propícia a

expansão urbana, em função, por exemplo, da proximidade com a Região

Metropolitana, eixos viários, estradas de ferro e distritos industriais.

2.2- Principais Projetos em Andamento

Dentre os projetos mais relevantes no Distrito Industrial e na Baía de Sepetiba,

podemos citar os seguintes:

Cosigua: este projeto compreende a ampliação em 50% da unidade

siderúrgica de Santa Cruz e a implantação de uma nova unidade

industrial para a fabricação de aços especiais para a indústria

automobilística e aços para a construção civil. A capacidade de

produção atingirá 1,8 milhão de toneladas por ano, enquanto que a nova

unidade produzirá 800 mil toneladas por ano.

Construção do terminal de exportação de grãos no Porto de Itaguaí

(antigo Porto de Sepetiba) e ligação ferroviária em bitola métrica no

trecho entre Barra Mansa e o porto (terceiro trilho). A Companhia Vale

do Rio Doce é a responsável por tal projeto orçado em US$ 100 milhões

Page 21: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

21

para o terminal, cuja capacidade de exportação será de 10 milhões de

toneladas por ano até 2010. Já o terceiro trilho está orçado em US$ 35

milhões.

Construção da usina 2 da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), cuja

capacidade de produção chegará a 5 milhões de placas de aço.

Porto Sudeste: a empresa LLX do Grupo EBX está iniciando a

implantação deste complexo portuário que tem um investimento inicial

estimado em US$ 380 milhões e prevê a movimentação de 25 milhões

de toneladas/ano. De acordo com a LLX, o terminal deverá entrar em

operação no final de 2010 e vai movimentar inicialmente minério de

ferro.

Usiminas: esta empresa adquiriu o terreno da antiga mineradora Ingá

em leilão, por R$ 72 milhões, com o compromisso de primeiramente

continuar com a descontaminação da área, iniciada em 2007, eliminado

o maior passivo ambiental do Estado do Rio de Janeiro. Além disso,

após a remoção dos resíduos, a região será transformada num terminal

portuário. O investimento total é de R$ 1 bilhão e o Porto da Ilha da

Madeira, como será chamado, terá capacidade de escoar 25 milhões de

toneladas de minério/ano, com previsão para entrar em operação entre

fins de 2013 e início de 2014.

Além de tais projetos acima citados, há ainda a construção do maior projeto da

América Latina, a implantação do Complexo Siderúrgico da TKCSA no Distrito

Industrial de Santa Cruz. Devido as suas proporções, abrangência e

importância econômica e social para a área onde se situa, tal projeto têm

grande relevância na apresentação deste estudo e o mesmo será mostrado

como um estudo de caso para ilustrar os mecanismos usados pela legislação

brasileira para a proteção dos recursos naturais no inevitável processo de

desenvolvimento econômico e tecnológico. Sendo assim, vamos dedicar um

capítulo a parte para tecermos considerações mais detalhadas sobre o

empreendimento, as medidas de controle, os aspectos legais e as ações

adotadas pelo empreendedor para reduzir os impactos ao meio ambiente.

Page 22: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

22

CAPÍTULO III

INFORMAÇÕES SOBRE O EMPREENDIMENTO DATKCSA

O empreendimento da TKCSA trata-se da maior obra em andamento naAmérica Latina e por ser tão extensivo afeta várias regiões no seu entorno.

3.1- Localização e Classificação.

O empreendimento que está em fase de implantação é compreendido pela

usina siderúrgica e suas unidades auxiliares localizadas numa área de

aproximadamente 767 hectares no Distrito Industrial de Santa Cruz, junto à

Baía de Sepetiba e às margens dos canais de São Francisco e do Guandu no

município do Rio de Janeiro como é ilustrado na foto 2 no anexo 1.

A seleção do local para a implantação do empreendimento decorreu da

avaliação de vários fatores, tais como: a localização dentro de um distrito

industrial consolidado, condições de implantação de um futuro terminal

portuário próprio para recebimento de carvão e coque e para a exportação de

placas de aço.

O empreendimento estudado caracteriza-se como uma atividade industrial

(indústria de transformação), classificada de acordo com a CNAE-IBGE

(Classificação Nacional de Atividades Econômicas – Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística) como indústria siderúrgica integrada pertencente à

metalurgia básica.

Page 23: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

23

3.2- O Processo de Produção – Breves Considerações

Quando estiver pronta, a Usina da TKCSA terá com finalidade a produção de

placas de aço a partir da redução de minério de ferro a ser fornecido por minas

de propriedade da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) localizadas no

território nacional. A produção está destinada a atender ao mercado Europeu e

Norte Americano com 5 milhões de tonelada por ano.

A usina será constituída de unidades de produção, unidades auxiliares,

unidades de apoio à produção, unidades administrativas, uma termelétrica,

utilidades, um ramal ferroviário interno e um terminal portuário para

recebimento de matérias primas e escoamento da produção.

Em linhas gerais, a produção das placas será baseada na redução de minério

de ferro pelo processo convencional em Alto Forno. A rota tecnológica para a

produção do aço corresponde à preparação da carga metálica em unidade de

sinterização para ser processada em Altos Fornos obtendo-se o ferro gusa em

fase líquida.

O gusa é posteriormente refinado por processo de “sopro de oxigênio” sobre

um banho de metal líquido e, posteriormente, um refino secundário por

desgaseificação ou por adições na panela. Por fim, o metal líquido - aço - é

lingotado em placas de lingotamento contínuo.

É importante enfatizar que neste estudo não estamos interessados nas

especificidades do processo de produção do aço, mas sim no empreendimento

como um todo e nos seus conseqüentes impactos sociais e ambientais, assim

como nas ações para evitar os danos ao meio ambiente.

3.3- Descrição da Etapa de Implantação

Page 24: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

24

As obras de implantação da usina compreendem duas fases. A primeira

contempla a construção das instalações temporárias e de infra-estrutura geral,

tais como: canteiro de obras, sistema de drenagem de águas pluviais

(coincidindo com o sistema definitivo para a etapa de operação da usina),

sistema viário interno, sistema temporário de abastecimento de energia e de

água; sistema de coleta de efluentes sanitários domésticos, entre outros.

A segunda fase engloba a construção de instalações auxiliares definitivas da

usina, incluindo todas as instalações prediais e os serviços de montagem

mecânica, elétrica e de instrumentação das unidades de produção. Como

exemplos de tais unidades podemos citar: a Coqueria, os Alto Fornos, a Aciaria

e a Usina Termelétrica.

Em termos ambientais, ainda dentro desta segunda fase, a construção mais

relevante é a implantação dos sistemas de controle da qualidade ambiental

compostos por:

Estação de Tratamento de Efluentes Industriais – ETEI do Alto Forno;

Estação de Tratamento de Água –ETA;

Rede de coleta, armazenamento e bombeamento de efluentes

domésticos;

Sistema de Drenagem Pluvial;

Sistema de Despoeiramento e Tratamento de Gases;

Separadores de Água-Óleo – SAO;

Bacias de decantação;

Depósito Intermediário de Resíduos (DIR).

O Sistema de Controle da Qualidade Ambiental é importante não só na etapa

de implantação, mas também na etapa de operação uma vez que os aspectos

ambientais relacionados a ambas as fases foram levantados com base nos

processos e tarefas associados às mesmas e com a seguinte classificação:

Page 25: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

25

Aspectos ambientais associados a processos e tarefas relativas à

produção de placas e seus subprodutos;

Aspectos ambientais associados a processos e tarefas relativas às

operações unitárias auxiliares; e

Aspectos ambientais associados a processos e tarefas relativas às

operações unitárias referentes a sistemas de controle da qualidade

ambiental.

O anexo 3 traz um resumo das principais medidas de controle ambiental

adotadas para o empreendimento tanto durante a instalação, quanto na fase de

operação. As medidas buscam o controle das emissões, dos efluentes hídricos

e dos resíduos sólidos. Como exemplo de emissões podemos citar os gases

de combustão gerados na Coqueria onde o carvão e o minério de ferro são

tratados. Já como exemplo de efluente hídrico temos os óleos e graxas

gerados nas oficinas dos Altos Fornos onde o aço é produzido. Para

representar os resíduos sólidos gerados na Aciaria (onde o aço é tratado

quimicamente) e na Termelétrica (que vai produzir energia a partir dos gases

oriundos do próprio processo de produção do aço) temos materiais diversos

tais como: lama, lodo, borrachas, madeiras, papéis e isolantes, entre outros.

Dentre as principais medidas de controle podemos citar o sistema de

despoeiramento que utiliza filtros do tipo manga para conter os materiais

particulados. Como exemplos de alternativas usuais de disposição temos: a

segregação na fonte, reuso, coleta seletiva, reprocessamento, estocagem

temporária, entre outras.

É importante salientar que além das medidas ora descritas, o empreendedor

também desenvolve outras ações visando não só o cumprimento da legislação

ambiental vigente, mas também a melhoria do meio ambiente. Tais medidas,

descritas mais adiante, vão desde o controle da qualidade do ar, até ações

sociais buscando o desenvolvimento da população afetada pela obra.

Page 26: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

26

3.4- Legislação Ambiental

Uma política coerente para o meio ambiente deve estabelecer, organizar e fomentar a

preservação e o progresso da vida humana. Tal política deve considerar os fatores

ecológicos, sociais e econômicos, além da análise das motivações individuais e

coletivas que representam as necessidades e aspirações da população. Para a sua

eficácia, a política do meio ambiente deve estar calcada na legislação que representa

um instrumento fundamental para o gerenciamento das áreas urbanas e rurais, além

de promover a qualidade de vida e a melhoria do meio ambiente.

A proteção ambiental é, hoje, no Brasil, uma Política Nacional (PNMA), tendo sido

instituída pela Lei Federal n° 6938 de 31 de agosto de 1981 e regulamentada pelo

Decreto n°99274, de 6 de junho de 1990, que perpassa os três níveis de governo – a

União, os Estados e os Municípios5, articulando-os por meio de um sistema

institicional, o Sistema Nacional de Meio Ambiente- SISNAMA, que congrega os

órgãos ambientais e seus conselhos sociais- o CONAMA (Conselho Nacional de Meio

Ambiente), a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República (SEMAM/PR),

o órgão executor, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis (IBAMA), como também todos os demais órgãos responsáveis pelo

ordenamento territorial de uso dos recursos naturais. Desta forma, fica garantida a

transversalidade da política ambiental, inserindo em todos os processos de tomada de

decisões o meio ambiente como variável a ser considerada e avaliada.

Além da já mencionada PNMA, o meio ambiente é elevado à categogia

constitucional em 1988 com a promulgação da Constituição Federal. A CF/88

estabelece no caput do artigo 225 que a proteção do meio ambiente é um

dever tanto do Poder Público como da coletividade, estabelecendo em seus

parágrafos e incisos os princípios, as diretrizes e instrumentos de gestão

ambiental para o desenvolvimento sustentado das presentes e futuras

gerações.

5 As normas da política ambiental federais, estaduais e municipais que incidem no Rio deJaneiro, respectivamente são: Lei Federal n° 6938/81; Decreto Lei Estadual n°134/75 e LeiMunicipal n° 105/77.

Page 27: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

27

Desta forma, frente a possibilidade concreta de um determinado

empreendimento causar impactos ambientais significativos, ou ainda a hipótese

de planos de controle, mitigação e compensação serem insufucientes para

proteger o meio ambiente, qualquer pessoa ou instituição pública, em especial

o Ministério Público têm legitimidade para impugnar estudos de impacto

ambiental (EIA) e/ou licenças emitidas, além de denunciar práticas ambientais

danosas.

3.5- Aspectos Legais Relacionados à TKCSA

Mais especificamente em relação ao empreendimento da TKCSA, como se

trata de uma obra ou atividade potencialmente causadora de significativa

degradação a primeira etapa para a implantação do projeto é a elaboração do

prévio estudo de impacto ambiental. Tal exigência está expressa no inciso IV

do artigo 225 da CF/88.

O estudo prévio de impacto ambiental (EIA ou EPIA) é o termo genérico para a

realização de estudos que visam fundamentar o licenciamento ambiental

levando em conta a atividade e os riscos intrínsecos à mesma. Desta feita, o

EIA está disciplinado pela Resolução CONAMA n° 01/86 e pelo artigo 2° da

Resolução CONAMA n° 237/97.

Além do seu caráter preventivo, o EIA é um procedimento de direito público e

como acentua o professor José Afonso da Silva este estudo realiza-se

“mediante um procedimento de direito público, cuja elaboração há que atender

as diretrizes estabelecidas na legislação e nas que, em cada caso, forem

fixadas pela autoridade competente” (SILVA, 1998).

Pela dimensão, o empreendimento da TKCSA elaborou três estudos de

impacto ambiental, a saber: o do terminal portuário, o dos serviços de

dragagem na bacia de evolução do terminal portuário e o da usina siderúrgica.

Os EIAs levaram em consideração os efeitos sinérgicos dos estudos em

Page 28: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

28

paralelo, evitando assim a análise individual do impacto de cada instalação e

atividade.

Respeitando as etapas de implantação, o próximo passo é o licenciamento

ambiental que constitui um dos instrumentos da PNMA, consoante o disposto

no inciso IV do artigo 9° da Lei Federal n° 6.938 de 31 de agosto de 1981. O

licenciamento ambiental é um procedimento administrativo por meio do qual o

órgão ambiental competente autoriza a localização, instalação, ampliação,

modificação e operação de atividades e empreendimentos utilizadores de

recursos ambientais considerados efetiva ou potencialmente poluidores.

O desafio de todos os envolvidos no licenciamento ambiental quer seja a

comunidade, o poder público ou o setor privado, foi alcançar o equilíbrio entre a

implantação da usina da TKCSA, que traz desenvolvimento econômico e social,

e a proteção do meio ambiente. A conclusão do órgão ambiental foi pela

viabilidade do empreendimento, com a inclusão de diversas condicionantes

aplicáveis as licenças ambientais, além de medidas compensatórias

estabelecidas pelo SNUC – Sistema Nacional de Unidade de Conservação.

A Lei Federal 9.985 de 18 de julho de 2000 que instituiu o SNUC pode ser

considerada como um dos instrumentos da PNMA, uma vez que regulamenta a

criação, implantação e gestão de unidades de conservação, além de prever

normas que tratam da compensação financeira a ser destinada pelo

empreendedor ao se submeter ao processo de licenciamento ambiental de

atividade de significativo impacto ambiental.

De acordo com o SNUC, a compensação dar-se-á por meio de implantação e

manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral. Outra

medida imposta pela lei é a destinação por parte do empreendedor de recursos

nunca maiores que 0,5% dos custos totais previstos para a implantação do

projeto, durante o processo de licenciamento6. A avaliação dos impactos

ambientais é o instrumento que determinará a obrigatoriedade e o montante

dos recursos destinados à compensação ambiental.

6 Lei Federal n° 9.985, artigo 36.

Page 29: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

29

Pela celebração do Termo de Compromisso de Compensação Ambiental entre

o órgão ambiental e o empreendedor, foi possível efetivar a destinação

adequada dos recursos, que são repassados de acordo com o cronograma

estabelecido autoridade competente. Além disso, a empresa desenvolve vários

projetos sócios ambientais junto das comunidades da região.

O complexo siderúrgico da ThyssenKrupp CSA que está sendo construído em

Santa Cruz no Rio de Janeiro conta com uma usina termelétrica (Power Plant)

que produzirá energia a partir do reaproveitamento dos gases gerados no

processo de produção de aço. Tal produção de energia será capaz de atender

mais que o dobro do que precisa para atender as necessidades da siderúrgica.

Atualmente apenas dois países utilizam o sistema de reaproveitamento de

gases oriundos dos alto-fornos: Japão e China. O Brasil será o primeiro país da

America Latina a empregar uma turbina de gás natural adaptada para produzir

gás metalúrgico. Sendo assim, o sistema contribuirá para a redução das

emissões de poluentes na atmosfera. É necessário ressaltar que a TKCSA

venderá o excedente para o Sistema Integrado Nacional (SIN).

Outro projeto da TKCSA está ligado à preservação e monitoramento do

mangue que cerca toda a margem do terminal portuário – cerca de três

hectares e meio. A primeira fase foi concluída com o apoio do IBAMA e

compreende a coleta de resíduos e dejetos trazidos pela água da Baía de

Sepetiba, além da remoção de material lenhoso. Alguns resíduos foram

encaminhados para a reciclagem e o material lenhoso foi picado antes de ser

devolvido para o mangue, para auxiliar na vertilização (ver fotos 4 e 5 no anexo

1).

Segundo a especialista em mangue, Flavia Mochel, a taxa de regeneração das

plantas é de 100% e até esta etapa não houve a necessidade de replantio.

Para avaliar o resultado do projeto a TKCSA assinou um convênio com a

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. A partir de um bioindicador

natural, as evoluções da população de besouros, especialistas poderão avaliar

o trabalho de recuperação de toda área que já apresentava degradação.

Além disso, a TKCSA está contribuindo para a melhoria direta das

comunidades no seu entorno. Prova disso é o projeto De Olho na Pista. Os

Page 30: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

30

bairros de Itaguaí e Santa Cruz ganharam ruas pavimentadas, calçadas e

sinalização de transito, proporcionando vias mais seguras, reduzindo o risco de

acidentes. Outra nuance do projeto está na busca de inserção do tema

segurança no trânsito na comunidade. Sendo assim, as escolas no entorno são

o ponto de partida inicial. O programa tem três etapas: uma voltada para os

motoristas, outra para as escolas e uma terceira focada nas questões de infra-

estrutura e sinalização. Duas escolas já estão participando: Roberto Coelho e

Japão e a previsão e de que o programa atenda a mais 3 mil crianças de dez

escolas.

Outra ação social praticada pela empresa foi a doação de duas embarcações

para a Capitania dos Portos de Itacuruçá, no município de Mangaratiba. O

modelo dos barcos segue o mesmo adotado pela Marinha do Brasil e serão

utilizados na fiscalização do tráfego aquaviário na região da Baía de Sepetiba.

Em novembro de 2008, a Associação de Pescadores Artesanais de Sepetiba

(APAS) inaugurou uma peixaria como parte do projeto Atravessando o

Atravessador.

Em Agosto de 2007, a TKCSA financiou a compra e a regularização do um

imóvel antigo em Sepetiba de forma que o mesmo sirva de entreposto para os

pescadores da região. As obras contam com equipamentos e infra-estrutura. O

motivo do desenvolvimento de tal projeto foi a atuação desfavorável dos

atravessadores que desvalorizavam o produto com o intuito de reduzir os

preços para a compra com o objetivo de revender o produto com preços mais

altos em outros mercados. Além disso, o pescador ainda se via obrigado a abrir

mão de quase 50% do valor do pecado, já que o atravessador abatia as taxas

de gelo e transporte. Com o entreposto aproximadamente 100 pescadores

vendem seu pescado e estima-se que 1500 pescadores da região sejam

beneficiados. A APAS aguarda ainda a liberação do Selo de Qualidade de

forma a permitir a exportação dos seus produtos. Já existe uma parceria com o

Mercado de Peixes São Pedro, em Niterói, e com uma rede de supermercados

no Rio de Janeiro.

Já no âmbito dos possíveis impactos durante a fase de operação do

empreendimento, a TKCSA inaugurou em janeiro de 2009 estações de

Page 31: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

31

monitoramento da qualidade do ar. As estações foram implantadas em três

escolas, duas em Santa Cruz e uma em Itaguaí. As estações coletam dados

sobre poluentes atmosféricos em intervalos de uma hora, que são transmitidos

automaticamente à área de Meio Ambiente da empresa e repassados à Feema

via Internet. Através dessas informações, será possível comparar as

características atmosféricas do ar antes e depois do funcionamento da

siderúrgica (ver foto 3 anexo 1).

Como a qualidade do ar está sendo medida, é possível conhecer outras fontes

de emissão e adotar melhores controles durante a fase de operação da Usina.

É sabido que os veículos movidos a diesel e gasolina são responsáveis por

mais de 60% da poluição atmosférica na região. Com a instalação das

estações é possível determinar se a poluição do ar é oriunda da TKCSA ou de

fontes externas, através da modelagem matemática da dispersão atmosférica.

Em caso de problema com a qualidade do ar, a fonte poluente é identificada e

os procedimentos necessários para corrigir os desvios são avaliados.

Cada estação ocupa uma área de 5m x 6m e possui um container de 3m x 4m,

para abrigar os analisadores importados dos Estados Unidos e da França, e

uma torre com sensores meteorológicos. A tabela 7 no anexo 3 traz os

principais parâmetros monitorados.

Resumindo, desde que a TKCSA se instalou em Santa Cruz a mesma gerou

impactos, porém as suas ações tentam minimizar problemas e melhorar a

qualidade de vida das comunidades no seu entorno. Trata-se de um

empreendimento que busca valores para alcançar o desenvolvimento

sustentável de uma maneira socialmente responsável.

Page 32: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

32

CAPÍTULO IV

PROJETOS GOVERNAMENTAIS

Assim como medidas estão sendo tomados pelo empreendedor, o Poder

Público Federal, Estadual e Municipal também têm elaborado planos e ações

para a área onde o empreendimento se situa, assim como as áreas sob

influência do mesmo.

O Artigo 5º da Lei nº 6938/81 estabelece que as diretrizes da Política Nacional

de Meio Ambiente serão formuladas em normas e planos destinados a orientar

a ação da Administração Pública federal, estadual e municipal. Seu parágrafo

único define que estes planos deverão compatibilizar-se entre si, assim como

também com os empreendimentos públicos e particulares a serem instalados.

Nos próximos itens, apresentaremos os planos e programas federais, estaduais

e municipais que possuam interface com o empreendimento em instalação.

4.1- Planos e Programas do Governo Federal

No momento o Governo Federal está envolvido em uma obra de infra-estrutura

para melhorar o sistema rodoviário que dá acesso à área do empreendimento.

O Ministério dos Transportes, através do DNIT – Departamento Nacional de

Infra-Estrutura de Transportes, tem como um dos projetos inseridos no

Page 33: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

33

Programa de Recuperação de Rodovias a duplicação da Rodovia BR-101/RJ,

concernente ao trecho Avenida Brasil – Itacuruçá que, atualmente, encontra-se

com 30km de pista simples da BR-101/RJ até a cidade de Mangaratiba – no

distrito Itacuruçá, passando pelo Porto de Itaguaí. Objetiva-se a duplicação e

restauração deste trecho, construção de passarelas e do viaduto de acesso ao

porto, visando à melhoria do escoamento de cargas, fortalecendo a logística de

transportes entre os vários núcleos urbanos e distritos industriais, reduzindo os

custos de transportes e aumentando a produtividade do Porto de Itaguaí.

Outro projeto que pode ter papel fundamental na conexão do Porto com a

malha rodoviária é a implantação do hoje denominado Arco Rodoviário no Rio

de Janeiro. Arco Rodoviário Metropolitano: esta é uma obra de infra-estrutura que faz

parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. O arco

consiste de um sistema viário que vai ligar o Complexo Petroquímico do Rio de

Janeiro (Comperj) em Itaboraí ao Porto de Itaguaí atravessando a Baixada

Fluminense. No total o arco terá 145 km e está orçado em R$ 928 milhões. O primeiro

trecho compreendendo 25 km da BR-493, que vai do entroncamento com a BR-101,

em Manilha, ao entroncamento com a BR-116, na localidade de Santa Guilhermina. O

segundo trecho, da BR-116, com 22 km, vai do entroncamento com a BR-040 em

Saracuruna, distrito de Duque de Caxias, ao entroncamento com a BR-493, em Santa

Guilhermina, e já pronto. O terceiro trecho é o que precisa ser construído. Com 70,9

km, ele vai do entroncamento da BR-040 (Rio-Juiz de Fora), em Duque de Caxias, ao

acesso ao Porto de Itaguaí, na BR-101, cortando as rodovias BR-040, BR-465 (antiga

Rio – São Paulo), BR-116 (via Dutra) e BR-101 (Rio – Santos).

4.2- Planos Nacionais

Em 03 de Julho de 2002 o Ministério do Meio Ambiente – MMA declarou a

realização de uma oficina de trabalho para a elaboração do Programa Nacional

de Proteção do Ambiente Marinho, que consta no Plano Nacional de

Page 34: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

34

Gerenciamento Costeiro, frente às atividades baseadas em terra na região do

Atlântico Sudoeste.

Foi realizado um encontro em Florianópolis que contou com representantes

estaduais do Gerenciamento Costeiro, órgãos de licenciatura ambiental,

saneamento e ONGs.

Foram definidas estratégias para o desdobramento das linhas de ação em

projetos piloto a serem, apresentados ao Fundo Global para o Meio Ambiente –

GEF e outras agências por intermédio do Programa das Nações Unidas para o

Meio Ambiente – PNUMA.

A região focalizada, de 3.500 km, aproximadamente, se estende do Cabo de

São Tomé – RJ à Península Valdés, na Argentina. Para o Programa Nacional

foram selecionadas áreas que deverão implantar projetos piloto, entre elas está

a Baía de Sepetiba – RJ.

Outro programa de âmbito nacional é o Programa Global de Gestão de Água

Lastro – GloBalast - da Organização Marítima Nacional – IMO. Tal

organização pertence ao sistema das Nações Unidas e vem desenvolvendo

desde de 2000 o GloBalast com recursos de US$ 10,19 milhões – US$ 7,39

milhões do Fundo para o Meio Ambiente Mundial e US$ 2,8 milhões dos países

participantes – o programa vem sendo adotado como projeto piloto nos Portos

de Itaguaí, no Rio, Ilha Kharg (Irã), Dalian (China), Saldanha (África do Sul),

Bombaim (Índia) e Odessa (Ucrânia).

Uma das ações que estão sendo feitas é o levantamento de todos os seres

vivos presentes nas regiões daqueles portos, cujo objetivo é identificar

espécies exóticas ou outras que possam ser captadas com a água de lastro e

criarem problemas em outra região onde ela for despejada.

O objetivo é elaborar um plano de gerenciamento de água de lastro,

considerando que, muitas vezes, os organismos carreados na água de lastro

conseguem sobreviver à longa travessia oceânica e, ao serem despejados no

porto de destino do navio, se adaptam ao novo ambiente se proliferando e em

Page 35: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

35

alguns casos eliminado as espécies nativas. Calcula-se que diariamente cerca

de 7 mil espécies são transportadas de algum lugar para outro na água de

lastro.

4.3 - Planos e Programas do Governo Estadual

Dentre os principais projetos de cunho ambiental do Governo no Estado

podemos mencionar o acordo de cooperação celebrado entre os Governos do

Brasil e Alemanha.

O Governo do Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Estado de

Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano – SEMADUR, será parceiro do

banco alemão KFW (Kreditanstalt Für Wiederaufbau Entwicklungsbank) num

investimento de R$ 40 milhões para a revitalização de uma das florestas de

maior biodiversidade do planeta: a Mata Atlântica.

Os investimentos serão alocados em ações de recuperação ambiental,

implementação de unidades e conservação, fiscalização e monitoramento e

prevenção e combate a incêndios florestais.

Mais especificamente em relação ao empreendimento da TKCSA, o Governo

do Estado desenvolveu o Projeto Gêmeos. A TKCSA é a primeira empresa a

participar do desafio do projeto estadual que prevê a inclusão da variável do

desenvolvimento sustentável no crescimento econômico, social e ambiental do

Estado.

O Projeto Gêmeos busca ampliar suas ações em conjunto com a iniciativa

privada, incentivando a cooperação mútua, do Governo e do empreendedor, de

maneira que os resultados se reflitam na sociedade.

Os principais focos de atuação do projeto se concentram no incentivo a

melhorias locais, tais como a qualificação de mão-de-obra e o uso de produtos

Page 36: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

36

e serviços de produtores da região, além da melhora da infra-estrutura e

investimentos sócio-ambientais. Assim, o Estado do Rio de Janeiro passa a

liderar a transformação do crescimento econômico em desenvolvimento

sustentável no país, com o fortalecimento da relação de parceria com a

iniciativa privada e a garantia de aplicação de recursos para o desenvolvimento

da região.

A TKCSA é o projeto piloto do Projeto Gêmeo. Para a inauguração do projeto

foram levantados em torno de 30 temas relevantes e 05 subtemas foram

votados como mais urgentes, os quais poderão ser trabalhados em um curto

prazo e que terão alta capacidade de geração de valor para a sociedade, ao

empreendimento da TKCSA e ao Governo do Estado.

4.4- Planos e Programas do Governo Municipal

O Projeto do Parque Ecoturístico da Zona Oeste é um dos projetos ambientais

do município cujas ações principais são o saneamento, a revitalização das

praias, instalação de cais pesqueiro e equipamentos de lazer.

A execução do projeto será feita por módulos nos seguintes trechos da orla:

Pedra de Guaratiba – da foz do Rio Piraquê – Cabuçu até Ponta Grossa; Saco

do Piaí – de Ponta Grossa até a Ponta do Ipiranga; e, finalmente, Sepetiba –

que completa a orla até a Ilha da Pescaria.

No estudo publicado no Rio Estudos em 29 de novembro de 2004 são

apresentadas três linhas principais de atuação: saneamento básico,

acessibilidade e uso e ocupação do solo. A primeira tem o objetivo de

recuperar a balneabilidade da Baía de Sepetiba, o que potencializaria, além do

turismo, a atividade pesqueira local. A facilidade de acesso funcionaria como

Page 37: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

37

fator de atração de visitantes de outras regiões. Já a última linha deve

impulsionar a valorização do solo e, conseqüentemente, a economia local.

Sendo assim, a principal intervenção prevista na parte de saneamento é a

canalização do esgoto domiciliar de mais de um milhão e meio de habitantes

para estações de tratamento. Uma das atividades que seriam beneficiadas com

o saneamento é a pesca, que atualmente produz dez toneladas de pescado por

dia.

Além disso, o Projeto prevê a reurbanização e reforma dos principais eixos

viários que dão acesso ao local. Entre as ações estão a pavimentação

adequada, modernização da iluminação e da sinalização e da sinalização e a

construção de passeios e acostamentos

Por fim, para a revitalização do solo, o projeto pretende melhorar as condições

de renovação das águas da Baía de Sepetiba, a troca da areia contaminada e

o reassentamento da população que ocupa favelas da região. Já aliando o

turismo ao lazer, serão construídos parques ao longo de toda a orla, além de

uma marina, um pólo náutico, um cais pesqueiro e um teleférico, que terá a

função de integrar as Áreas de Proteção Ambiental da região.

Page 38: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

38

CONCLUSÃO

A industrialização é um processo natural e irreversível. Isto fica claro se

analisarmos a história da ocupação da Zona Oeste do Rio de Janeiro, que ao

longo dos séculos vem sendo povoada e explorada e ainda sim representa

uma área propícia para expansão que vêm atraindo investimentos de grande

porte e importância para o Estado e para o País.

Por outro lado, a região também possui recursos naturais que precisam ser

preservados. Para tanto, a Constituição de 1988 e a PNMA fornecem as

ferramentas legais que incorporam o desenvolvimento sustentável aos

princípios básicos do ordenamento legal pátrio. É através das leis que o

Governo pode estabelecer regras e normas para a construção e a operação de

atividades potencialmente poluentes considerando o bem estar da coletividade.

Em outras palavras, o dever de zelar pela preservação do meio ambiente é

responsabilidade dos governos federal, estadual e municipal.

Apesar de todo um arsenal de leis para nortear o desenvolvimento sustentável,

controlando as atividades e inclusive exigindo medidas compensatórias o

desenvolvimento e a industrialização da Zona Oeste do Rio de Janeiro

carecem de outras armas. Para alcançar o ideal sustentável é necessário um

alto nível de participação de todos os atores sociais que fazem parte do

processo. Neste caso estamos falando da participação das comunidades que

vivem no entorno dos empreendimentos, além é claro da participação das

empresas.

Trata-se, pois, de um desafio: conciliar o desenvolvimento econômico e a

expansão urbana sem causar danos ambientais com melhora da qualidade de

vida da população. Entendemos que para obter êxito neste processo uma

mistura de fatores é necessária: políticas governamentais eficientes para a

proteção do meio ambiente, participação da sociedade e responsabilidade

social empresarial. E de acordo com a nossa interpretação o processo pelo

qual passa o Rio de Janeiro, mais especificamente a Zona Oeste de sua capital

reflete estes fatores que sem os quais não é possível alcançar o

desenvolvimento econômico que é a principal causa da degradação ambiental.

Page 39: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

39

Desta forma, é essencial assegurar condições básicas para todos os indivíduos

de modo a incutir valores que preconizam a proteção da natureza e a

preservação da mesma para esta e para as próximas gerações.

Page 40: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

40

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Fotos e mapas;

Anexo 2 >> Reportagem;

Anexo 3 >> Tabelas de Medidas de Controle e Tabela de Monitoramento da Qualidadedo Ar;

Page 41: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

41

ANEXO 1

FOTOS E MAPAS

Foto 1- Distrito Industrial

Page 42: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

42

Foto 2- Localização do Empreendimento

Page 43: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

43

Foto 3 – Ponto de medição da qualidade do ar

Fotos 4 – Manguezal

Page 44: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

44

Foto 5- Manguezal

Page 45: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

45

ANEXO 2

REPORTAGEM

Revista Atual – Ano III – n°4 – Julho/09 – p.7

Mensagem do Governador do Estado do Rio de Janeiro Sérgio CabralFilho

Parabéns, Itaguaí!

O projeto de desenvolvimento sustentável de nosso governo pressupõe ofortalecimento dos municípios e a diversificação das atividades econômicas.Assim, haverá oferta de oportunidades para a população conquistar, cadavez mais, elevação nos padrões de qualidade de vida.

A implantação de novos projetos na região da Baía de Sepetiba se encaixanessa perspectiva de atrair para a Região da Costa verde empreendimentospúblicos e privados. 0 secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia,Indústria e Serviços, Julio Bueno, disse que os projetos da Petrobras, Usi-minas, CSN, LLX, Gerdau e Docas, para implantar terminais portuários nacidade, seguem seus cronogramas normalmente. Entre os trâmites para aimplantação do empreendimento está o licenciamento ambiental,obrigatoriamente. Na região, será instalado um estaleiro da Marinha, paraconstruir submarinos convencionais e nucleares, em parceria com a França.Também a Companhia Docas do Rio prepara edital para licitar uma área de1,5 milhões de metros quadrados, destinada à instalação de estaleiros paraa construção de plataformas e navios de grande porte.

O grupo de trabalho que aprovou esses empreendimentos foi coordenadopela secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria eServiços e formado pelas secretarias de Ambiente e de Transportes, pelaFederação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), pela Agência Nacionalde Transportes Aquaviários (Antaq) e pela Companhia Docas do Rio deJaneiro.

Page 46: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

46

Outros empreendimentos serão implantados, em virtude da construção doArco Metropolitano. Esse projeto estruturante permitirá a exploração dopotencial do Porto de Itaguaí e criará uma alternativa de desenvolvimentosocial e econômico, uma vez que induzirá novos empreendimentos naregião. Foram iniciados os trabalhos de terraplenagem em 20 quilômetros. Olicenciamento ambiental de um trecho de 77 quilômetros está liberado.Paralelamente, todas as obras - cerca de 90 pontes e viadutos - estãoliberadas para construção; algumas das quais, inclusive, sendo montadasem diversos pontos do traçado.

O vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, disse que,em 2010, o Arco estará operando. Sua construção faz parte do Programa deAceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, e está orçada emcerca de R$ 800 milhões.

Na verdade, estão sendo programados ainda mais investimentos no sistemade transportes de cargas e de passageiros que funciona em nosso estado.Por causa da realização da Copa de 2014, no Brasil, o governo federalprevê investimentos de R$ 38 bilhões no sistema de transporte. Mais de R$15 bilhões vão para a construção de 55 quilômetros de linha férrea e R$ 5bilhões serão investidos em corredores de ônibus, ampliação do metrô,melhorias nos acessos aos estádios e aeroportos. No Rio de Janeiro, osrecursos serão aplicados no sistema de barcas da cidade, que vai ganharnovos infra-estruturar. Estamos negociando com o ministro das Cidades,Márcio Fortes, e com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, umgrande plano ou pacto da mobilidade para atender grandes capitais daregião, como Rio e São Paulo, onde se pretende investir cinco bilhões dedólares em infra-estrutura de trilhos. A idéia é levar o metrô até a Barra daTijuca e, ao mesmo tempo, trabalhar na Linha 3, que ligará Niterói a SãoGonçalo e Itaboraí, segundo o secretário de Transportes, Julio Lopes.

Definitivamente, a descontaminação do terreno onde funcionou a ingáMercantil está assegurada, como disse a secretária de Ambiente, MarileneRamos. Em parceria com a Usiminas, o governo demoliu o galpão onde eraestocado o minério causador do desastre ecológico de 2007, na Baía deSepetiba. No local, a Usiminas construirá seu terminal portuário para suprirnecessidades na exportação de minério de ferro, com investimentosestimados em R$ 1 bilhão. Com previsão para entrar em operação entre finsde 2013 e inicio de 2014, esse terminal deverá gerar cerca de 500 empregosdiretos, durante sua construção. Quando as operações iniciarem, serãogerados 230 empregos diretos e outros 100 indiretos.

Page 47: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

47

Não existe dúvida de que o município de Itaguaí vem sendo contempladopelo desenvolvimento. Também é certo que, em todas as regiões do Estadodo Rio, a estratégia de estabelecer parcerias com os governos municipais,os governos de outros estados, o governo federal e a iniciativa privada temassegurado muitas conquistas para o cidadão fluminense.

Page 48: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

48

ANEXO 3

TABELAS DE MEDIDAS DE CONTROLE

Tabela 1- Medidas de controle de emissão – etapa de instalação

Fonte Medida de Controle Medida de Controle

Emissão de gases por veículosautomotores.

Programa de manutenção preventiva

Emissão de material particulado portrânsito de veículo.

Programa de umectação as vias nãopavimentadas. Lavagem de viaspavimentadas.

Emissão de material particulado porarraste eólico.

Umectação das áreas com soloexposto.

Lavagem de vias pavimentadas.

Umectação de pilhas com materialpulverulento seco.

Page 49: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

49

Tabela 2- Medidas de controle de emissão – etapa de operação

Área Fonte Medida de Controle

PÁTIO DEESTOCAGEM

Recebimento emanuseio de materiais

Recebimento porcaminhões; virador devagões; torre detransferência; correias.

Sistema de Aspersão

Pilhas Arraste eólico Sistema de Aspersão

SINTERIZAÇÃO

Máquina de Sinter Máquina de Sinter Despoeiramentoprimário

Recebimento dematérias primas

Transferência; britagem Despoeriamentosecundário

Dosagem Transferência; silos

Produtos Britagem; peneiramento

COQUERIA

Preparação do carvão Britagem; peneiramento Sistema de desp. –filtromanga.

Baterias de coque Carregamento Exaustão pela própriabateria.

Desenfornamento Exaustão pela própriabateria.

Gases de combustão Reator semi-seco e filtromanga.

Apagamento a úmido Apagamento Coletor inercial.

ALTO FORNO

Alto Forno Gás de Alto Forno Ciclone; lavador Venturi.

Page 50: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

50

Topo Sistema de desp. –filtromanga.

Casa de Estocagem Transferência e silos. Sistema de desp. –filtromanga.

Casa de Corrida Furo de gusa evazamento.

Sistema de desp. –filtromanga.

Injeção de finos decarvão

Moinho; transferências. Sistema de desp. –filtromanga.

ACIARIA

Conversor Sopro de oxigênio. Desp. Primário –precipitador eletrostático

Transferência de metallíquido.

Manuseio de metallíquido

Transferência de metallíquido.

Dessulfuração Dessulfuração eremoção de escória.

Refino Refino, silo de aditivos.

GERAL

Emissão de gases porveículos automotores.

Programa demanutenção preventiva.

Emissão de materialparticulado por trânsitode veículos.

Programa de umectaçãode vias nãopavimentadas.

Emissão de materialparticulado por arrasteeólico.

Lavagem de viaspavimentadas.

Page 51: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

51

Tabela 3- Medidas de controle de efluentes hídricos- etapa de instalação

Fonte Medida de Controle

Esgoto sanitário Sistema de banheiro químico

Transporte por caminhão;bombeamento para sistema de esgotoexterno.

Sólidos em suspensão - drenagem Sistema de drenagem.

Canaleta e galeria de decantação.

Vegetação nos taludes.

Óleos e graxas (oficinas) Caixas separadoras.

Page 52: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

52

Tabela 4 – Medidas de controle de efluentes hídricos – etapa de operação

Área Medida de Controle

PÁTIO DE ESTOCAGEM

Esgoto sanitário Rede de esgotamento sanitário;transporte por tubulação para sistemade tratamento de esgoto externo.

Pilhas de estocagem Sistema de drenagem; canaletas egalerias de decantação.

Óleos e graxas (oficinas) Caixas separadoras de água e óleo(SAO).

Águas pluviais Sistema de drenagem.

Canaletas e galerias de decantação.

SINTERIZAÇÃO

Esgoto sanitário. Rede de esgotamento sanitário;transporte por tubulação para sistemade tratamento de esgoto externo.

Óleos e graxas (oficinas) Caixas separadoras de água e óleo(SAO).

Águas pluviais Sistema de drenagem

Canaletas e galerias de decantação.

Águas de resfriamento Sistema de recirculação.

Sistema de resfriamento de água.

COQUERIA

Esgoto sanitário. Rede de esgotamento sanitário;transporte por tubulação para sistemade tratamento de esgoto externo.

Page 53: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

53

Óleos e graxas (oficinas) Caixas separadoras de água e óleo(SAO).

Águas pluviais Sistema de drenagem.

Canaletas e galerias de decantação.

Águas de resfriamento Sistema de recirculação.

Sistema de resfriamento de água.

ALTO FORNO

Óleos e graxas (oficinas) Caixas separadoras de água e óleo(SAO).

Esgoto sanitário. Rede de esgotamento sanitário;transporte por tubulação para sistemade tratamento de esgoto externo.

Águas pluviais Sistema de drenagem.

Canaletas e galerias de decantação.

Águas de resfriamento Sistema de recirculação.

Sistema de resfriamento de água.

Sistema de limpeza de gases Sistema de decantação; sistema detratamento de lama (filtro)

ACIARIA

Óleos e graxas (oficinas) Caixas separadoras de água e óleo(SAO).

Esgoto sanitário. Rede de esgotamento sanitário;transporte por tubulação para sistemade tratamento de esgoto externo.

Águas pluviais Sistema de drenagem.

Canaletas e galerias de decantação.

Águas de resfriamento Sistema de recirculação.

Sistema de resfriamento de água.

Page 54: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

54

LINGOTAMENTO

Óleos e graxas (oficinas) Caixas separadoras de água e óleo(SAO).

Esgoto sanitário. Rede de esgotamento sanitário;transporte por tubulação para sistemade tratamento de esgoto externo.

Águas pluviais Sistema de drenagem.

Canaletas e galerias de decantação.

Águas de resfriamento Sistema de recirculação.

Sistema de resfriamento de água.

Águas de remoção de carepa Sistema de decantação.

Page 55: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

55

Tabela 5- Medidas de controle de resíduos sólidos – etapa de instalação

FonteQuantidade

Gerada (t/a)

ALTERNATIVAS USUAIS DE

DISPOSIÇÃO

Resíduos de Construção(madeiras,concreto,ferragens,sucatas metálicas,borrachas, cabos, isolantes,

etc.)

7.000Segregação na fonte;

estocagem temporária.

Reuso, reprocessamento,

disposição final na forma da

Resíduo de papéis/papelão,

embalagens plásticas, etc.1.300

Segregação na fonte;

estocagem temporária.

Resíduo de alimentação(refeitórios,

restaurante)

Segregação na fonte;

Reprocessamento.

Aterro Sanitário.

Resíduos de sanitários Aterro Sanitário.

Materiais contaminados comóleo,graxas, tintas, solventes,etc.

2.500 Segregação na fonte;

estocagem temporária.

Resíduo de óleo usado 300 Segregação na fonte;

estocagem temporária.

Refino na forma da Resolução

CONAMA 09/93.Resíduo de Serviço e Saúde

(ambulatório)

0,05 Segregação na fonte;

coleta seletiva

Disposição final conforme

Resolução CONAMA 283/01Lâmpadasfluorescentes,baterias,

pneumáticos.

- Segregação na fonte;

Estocagem temporária.

Reprocessamento.

Page 56: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

56

Tabela 6 - Medidas de controle de resíduos sólidos – etapa de operação

FonteQuantidade

Gerada (t/a)

ALTERNATIVAS USUAIS DE

DISPOSIÇÃOPÁTIO DE ESTOCAGEMBorrachas, papéis e papelões5 Segregação na fonte;

estocagem Temporária.

Reprocessamento / Aterrosanitário.Resíduos domésticos 1 Aterro Sanitário

SINTERIZAÇÃOPó / lama dos Sistemas de

Despoeiramento1.600

Estocagem temporária;

reprocessamento na usina;

Materiais Refratários 3.600 Estocagem Temporária;

comercialização; aterro.

Borrachas, madeira,papéis,

papelões, isolantes, etc.

200 Segregação na fonte;

estocagem temporária.Materiais contaminados com 530 Segregação na fonte;

estocagem temporária.graxas, tintas, solventes, etc.

Materiais metálicos 400 Segregação na fonte;

estocagem temporária.Resíduos domésticos 170 Aterro Sanitário

COQUERIA

Pó / Lama dos Sistemas de

Despoeiramento

80Estocagem Temporária;

reprocessamento na usina;Materiais Refratários 320 Estocagem temporária;

Comercialização;Borrachas, madeira, papéis,

papelões, isolantes, etc.

150 Segregação na fonte;

estocagem temporária.

Materiais contaminados com 170 Segregação na fonte;

estocagem temporária.graxas, tintas, solventes, etc.

Page 57: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

57

Tabela 7 – Parâmetros de monitoramento da qualidade do ar

Partículas totais em

suspensão

Partículas inaláveis Dióxido de enxofre

Óxido de nitrogênio Monóxido de carbono Hidrocarbonetos totais

Ozônio Benzeno, tolueno e

xileno

Direção do vento

Velocidade do vento Temperatura

atmosférica

Umidade relativa do ar

Precipitação

pluviométrica

Radiação solar total Pressão barométrica

Materiais metálicos 210 Segregação na fonte;

estocagem temporária.

Page 58: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

58

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAVALCANTI, Clovis (org.). Desenvolvimento e Natureza: Estudos parauma Sociedade Sustentável. INPSO/FUNDAJ, Instituto de Pesquisas Sociais,Fundação Joaquim Nabuco, Ministério da Educação, Governo Federal, Recife,Brasil, 1994.

DINIZ, Clélio C.; LEMOS, Mauro B. (org.). Economia e Território. BeloHorizonte: Editora UFMG, 2005.

Estudo de Impacto Ambiental da Usina Siderúrgica da CSA- CompanhiaSiderúrgica do Atlântico, outubro, 2005.

REVISTA JORNAL ATUAL, Itaguaí, 2009, p. 7,11,12,13,14,15,16,17,24,27.

VEIGA,José Eli da. Desenvolvimento Sustentável – O Desafio do SéculoXXI. Rio de Janeiro: Editora Garamond,2007.

KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Gestão Ambiental: um enfoque no

desenvolvimento sustentável. Texto retirado da internet:

www.ambientebrasil.com.br, acesso em 20/04/09.

www.rio.rj.gov.br/ipp, ícone Coleção Estudos Cariocas, Instituto Pereira

Passos/ Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro – 2002, acesso em 25/05/09.

www.ibge.gov.br, ícone Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, Brasil -

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/ Ministério do Planejamento –

2008, acesso em 13/05/09.

Page 59: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

59

BIBLIOGRAFIA CITADA

BRUNDTLAND,G.H. (coord.). Nosso Futuro Comum. (Relatório Brundtland).Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 2a .ed., Rio deJaneiro: FGV,1991.

Leonardo Boff prega a ecologia da libertação, entrevista a Elias Fagardo. InEstado de São Paulo, Caderno Espacial, 6 de junho de 1993, p.2.

James Leape, diretor da WWF Internacional. In Relatório Planeta Vivo 2008.Texto retirado da Internet: www.g1.com.br. Para WWF, mundo precisará de“duas Terras” para manter consumo, 1 – 2 p., acessado em 23/09/08.

Texto retirado da Internet: www.silex.com.br/leis/normas/estocolmo.htm.Declaração de Estocolmo sobre o Ambiente Humano (Princípio 9 daDeclaração de Estocolmo), acessado em 15/04/09.

DONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999.

CAMPOS, L. M. S. SGADA – Sistema de gestão e avaliação dedesempenho ambiental: uma proposta de implementação. 2001. Tese(Doutorado em Engenharia da Produção) – Universidade Federal de SantaCatarina. Florianópolis.

Sergio Cabral Filho, Governador do Estado do Rio de Janeiro, In Revista JornalAtual, julho de 2009, p.7. (anexo 2).

MEDAUAR, Odete (org.). Coletânea de Legislação Ambiental / ConstituiçãoFederal. 7a edição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008.

SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 2a ed. São Paulo:Malheiros,1998.

Page 60: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

60

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTOS 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 09

1.1- O Surgimento da Expressão Desenvolvimento Sustentável 09

1.2- Algumas Projeções 12

1.3- As Dimensões do Desenvolvimento Sustentável 13

1.4- Medindo o Desenvolvimento Sustentável 14

CAPÍTULO II

A CRESCENTE INDUSTRIALIZAÇÃO DA ZONA OESTE DO RIO DE

JANEIRO 17

2.1- Breve Histórico e Características 17

2.2- Principais Projetos em Andamento 20

CAPÍTULO III

INFORMAÇÕES SOBRE O EMPREENDIMENTO DA TKCSA 22

3.1- Localização e Classificação 22

3.2- O Processo de Produção – Breves Considerações 23

Page 61: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

61

3.3- Descrição da Etapa de Implantação 24

3.4- Legislação Ambiental 26

3.5- Aspectos Legais Relacionados à TKCSA 27

CAPÍTULO IV

PROJETOS GOVERNAMENTAIS 32

4.1- Planos e Programas do Governo Federal 32

4.2- Planos Nacionais 33

4.3- Planos e Programas do Governo Estadual 35

4.4- Planos e Programas do Governo Municipal 36

CONCLUSÃO 38

ANEXOS 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 58

BIBLIOGRAFIA CITADA 59

ÍNDICE 60

FOLHA DE AVALIAÇÃO 62

Page 62: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2009-07-31 · 1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato sensu” instituto a vez do mestre gestÃo ambiental

62

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E INDUSTRIALIZAÇÃO- ESTUDO DAAPLICAÇÃO DE LEIS NA IMPLANTAÇÃO DE INDÚSTRIAS PARA

GARANTIR O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UM ESTUDO DECASO

Autor: Bianca Gregorio Ribeiro

Data da entrega:

Avaliado por: Professora Vera Agarez

Conceito:

Rio de Janeiro, de julho de 2009.