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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ-UNOCHAPECÓ Curso de Pós-Graduação Nutrição-Humana Roberta Lamonatto Taglietti Avaliação nutricional de pacientes em tratamento de hemodiálise atendidos em uma clínica renal de Chapecó-SC. Chapecó – SC, 2011.

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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ-UNOCHAPECÓ

Curso de Pós-Graduação Nutrição-Humana

Roberta Lamonatto Taglietti

Avaliação nutricional de pacientes em tratamento de hemodiálise atendidos em uma clínica

renal de Chapecó-SC.

Chapecó – SC, 2011.

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ROBERTA LAMONATTO TAGLIETTI

Avaliação nutricional de pacientes em tratamento de hemodiálise em idade adulta atendidos

em uma clínica renal de Chapecó-SC.

Projeto de Monografia apresentada ao Curso de Pós-graduação - Nutrição Humana, nível de Especialização da Unochapecó como parte dos requisitos para o desenvolvimento da Monografia e obtenção de título de Especialista em Nutrição-Humana. Professor Orientador: Gabriela Corrêa Souza

Chapecó – SC, Abr. 2011

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Dedico este trabalho a todos que contribuíram para sua realização.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus por ter nos dado força e coragem para nunca desistir perante às

dificuldades encontradas no decorrer deste trabalho.

A minha família, pelo carinho, compreensão e incentivo durante o estudo.

À orientadora, Gabriela Corrêa Souza por todo conhecimento transmitido e por acreditar em

meu trabalho.

Clinica Renal do Oeste pela oportunidade de concretizar mais um importante passo em minha

vida acadêmica.

A Nutricionista Aline e Estagiária Julia pelo auxilio na coleta de dados

À toda a equipe da Clínica Renal: médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, pela

atenção recebida e colaboração prestada ao meu trabalho.

A FUMDES pelo incentivo financeiro.

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RESUMO

Introdução: Calcula-se que 33% dos pacientes renais crônicos apresentam desnutrição leve a

moderada e 6 a 8% deles, desnutrição grave, existindo uma variação entre 20-50% de

presença de desnutrição na população com doença renal crônica. Sua etiologia é multifatorial,

sendo a ingestão alimentar insuficiente, o catabolismo aumentado, as alterações hormonais, a

inflamação e as doenças associadas os principais fatores causais da desnutrição em pacientes

em hemodiálise.

Objetivo: Determinar o diagnóstico nutricional de pacientes com insuficiência renal crônica

em hemodiálise na Clínica Renal do Oeste localizada na cidade de Chapecó-SC.

Métodos: Foram incluídos no estudo 46 pacientes. O estado nutricional foi avaliado através

do uso de parâmetros bioquímicos e antropométricos e a história clinica foi investigada por

meio do prontuário eletrônico disponível na Clínica onde o estudo foi realizado.

Resultados: Os resultados mostraram que a média do índice de massa corporal (25,04 ± 4,65

Kg/m²) nos pacientes estudados, ficou acima do preconizado pela Organização Mundial de

Saúde. A adequação de peso e da prega cutânea tricipital também foram maiores, 110,71% e

126,68%, respectivamente, o que representa classificação de sobrepeso. Entretanto, a

adequação da circunferência muscular do braço (CMB) revela valores que classificam a

maioria dos pacientes como eutróficos. Os níveis de albumina sérica e a contagem total de

linfócitos (CTL) estão dentro dos valores de normalidade. Entretanto, quando consideramos o

estado nutricional dos pacientes observamos que a prevalência de desnutrição foi maior pelos

métodos bioquímicos, albumina e CLT, com mesma proporção de desnutridos (36,95%), que

foi superior a prevalência observada pelo método antropométrico da CMB com 34,78%.

Conclusão: A classificação do estado nutricional apresentou grande variação de acordo com

os diferentes parâmetros nutricionais utilizados e exige maiores estudos a fim de determinar

métodos adequados para avaliação desta população assim como definição de pontos de corte

específicos para pacientes em hemodiálise.

Termos de indexação: Avaliação Nutricional; Hemodiálise; Insuficiência Renal Crônica.

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ABSTRACT

Introduction: It is estimated that 33% of chronical renal patients have mild to moderate

malnutrition and 6 to 8% of them severe malnutrition. There is a range between 20-50% of

malnutrition in chronic kidney disease. Its etiology is multifactorial, and insufficient food

intake, increased catabolism, hormonal changes, inflammation and associated diseases are the

main causal factors of malnutrition in hemodialysis patients.

Objective: To determine the nutritional status of patients with chronic renal failure on

hemodialysis therapy in a renal clinic in Chapecó-SC.

Methods: The study included 46 patients. Nutritional status was evaluated by using

biochemical and anthropometric measures and clinical history were investigated through

electronic records available at the clinic where the study was conducted.

Results: The results showed that the mean of the body mass index (25.04 ± 4.65 kg / m²) in

the patients studied was above the recommended by World Health Organization. The

adequacy of weight and triceps skinfold were also higher, 110.71% and 126.68% respectively,

which indicates overweight. However, the measures of arm muscle circumference (AMC)

reveal values that classified the most part of patients as eutrophic. The levels of serum

albumin and total lymphocyte count (TLC) are within the normal ranges. However, when

considered the patients nutritional status, biochemical methods, albumin and TLC showed the

same proportion of undernourished people (36.95%), that was higher than the malnutririon

prevalence observed by anthropometric method of AMC (34.78%).

Conclusion: The nutritional status classification showed large variations according to

different nutritional parameters and requires further studies to determine appropriate methods

of evaluation to this population as well as define specific cutoff points for hemodialysis

patients.

Indexing terms: Nutritional Assessment; Hemodialysis, Chronic Renal Failure.

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LISTA DE ABREVIATURAS

BIA Bioimpedância Elétrica

CB Circunferência Braço

CMB Circunferência Muscular do Braço

CTL Contagem Total de Linfócitos

DEXA Absortometria de Raios X de Dupla Energia

DRC Doença Renal Crônica

HD Hemodiálise

IMC Índice de Massa Corporal

NKF-K/DOQI Clinical Practice Guidelines for Nutrition in Chronic Kidney Disease

OMS Organização Mundial de Saúde

PCT Prega Cutânea Tricipital

IRC Insuficiência Renal Crônica

IRCT Insuficiência Renal Crônica Terminal

PNA Equivalente protéico do aparecimento do Nitrogênio Total

KTV Índice de eficiência dialítica em Hemodiálise

CA Circunferência Abdominal

MC Massa Corporal

CMB Circunferência Muscular do Braço

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LISTA DE QUADROS E GRÁFICOS

Quadro 1. Estadiamento da doença renal crônica.

Quadro 2. Protocolo do Estudo.

Quadro 3. Classificação do estado nutricional com base índice de massa corporal (IMC).

Quadro 4. Classificação Nutricional de Pacientes em Tratamento Dialítico através de

parâmetros antropométricos em uma Clínica Renal da Cidade de Chapecó-SC/ Abr.201.

Quadro 5: Classificação Nutricional de Paciente em Tratamento Dialítico pela

Circunferência Abdominal em uma Clínica Renal da Cidade de Chapecó-SC/ Abr.2011.

Quadro 6. Distribuição dos pacientes desnutridos de acordo com os diferentes parâmetros

nutricionais utilizados em uma Clínica Renal da Cidade de Chapecó-SC/ Abr.2011.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Características demográficas e clínicas dos pacientes em hemodiálise da Clínica do

Oeste da Cidade de Chapecó Abr. 2011

Tabela 2: Parâmetros bioquímicos dos pacientes em hemodiálise da Clínica do Oeste da

Cidade de Chapecó Abr. 2011.

Tabela 3: Dados antropométricos dos pacientes em hemodiálise da Clínica do Oeste da

Cidade de Chapecó Abr. 2011.

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SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS..............................................................................................7

LISTA DE QUADROS E GRÁFICOS................................................................................8

LISTA DE TABELAS...........................................................................................................9

1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................11

1.1 Insuficiência Renal Crônica .....................................................................................11 1.2 Estágios e Sintomas da Insuficiência Renal Crônica................................................12 1.3 Tratamento................................................................................................................13 1.4 Cuidados Nutricionais ao paciente renal crônico em hemodiálise ...........................14 2 OBJETIVOS ...............................................................................................................17

2.1 Objetivo Geral ..............................................................................................................17 2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................17 3 METODOLOGIA.......................................................................................................18

3.1 Delineamento do Estudo...........................................................................................18 3.2 Definição da População-Alvo...................................................................................18 3.3 Amostra ....................................................................................................................18 3.4 Fatores de exclusão...................................................................................................18 3.5 Variáveis...................................................................................................................19

3.5.1 Variáveis sócio-demográficas...........................................................................19 3.5.2 História clínica e dados bioquímicos................................................................19 3.5.3 Peso e Estatura..................................................................................................20 3.5.4 Circunferência Abdominal (CA) ......................................................................21 3.5.5 Prega cutânea do tríceps (PCT) ........................................................................22 3.5.6 Circunferência do Braço (CB)..........................................................................22 3.5.7 Circunferência Muscular do Braço (CMB) ......................................................23 3.5.8 Classificação do estado nutricional com base na prega cutânea tricipital (PCT), circunferência do braço (CB) e circunferência muscular do braço (CMB)......................23 3.5.9 Massa Corporal.................................................................................................23 3.5.10 Classificação do Estado Nutricional, de acordo com a adequação da Massa Corporal para Idosos.........................................................................................................24

3.6 Protocolo do estudo ..................................................................................................24 3.7 Análise Estatística ....................................................................................................25 3.8 Aspectos Éticos ........................................................................................................25 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................................26 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................34

REFERÊNCIAS..........................................................................................................35 ANEXO 1.....................................................................................................................39 ANEXO2.......................................................................................................................41

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1 INTRODUÇÃO

A Insuficiência Renal Crônica (IRC) constitui a fase final de evolução de muitas

nefropatias; em alguns casos, por suas características evolutivas subclínicas, somente é

diagnosticada com o aparecimento de sintomas urêmicos. É caracterizada como uma

síndrome complexa conseqüente à perda, geralmente lenta e progressiva, da capacidade

excretória renal. (SCHOR; AJZEN, 2005). Quando isto acontece, tem-se uma condição

exigente de tratamento substitutivo da função renal. Como opção de tratamento tem-se a

diálise peritoneal, hemodiálise ou o transplante renal, sendo a hemodiálise a modalidade de

diálise predominantemente utilizada para tratamento destes pacientes (KAMIMURA;

AVESANI; DRAIBE, 2009).

Dados parciais de 2009 do censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia mostram que

no Brasil, em maio de 2009, existiam 660 unidades de diálise no país, com um total anual de

77.589 mil pacientes em tratamento sendo que este número reduziu quando comparado aos

valores do ano anterior que eram de 87.044 mil pacientes, o que para o censo parece pouco

provável e exige revisões em relação aos dados publicados (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

NEFROLOGIA, 2009).

1.1 Insuficiência Renal Crônica

A doença renal crônica tem elevada morbidade e mortalidade. A incidência e a

prevalência da IRC em estágio terminal (IRCT) têm aumentando progressivamente, a cada

ano. Conforme a Sociedade Brasileira de Nefrologia as principais doenças reportadas como

causa de IRCT em pacientes incidentes são hipertensão arterial e diabetes (SESSO et al.,

2008). Existem outras causas da doença renal crônica que podem ser listadas como:

glomerulonefrites, decorrentes de inflamação crônica dos rins, rins policísticos, pielonefrite e

doenças congênitas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2009).

Os fatores de risco para o desenvolvimento da DRC são hiperlipidemia, obesidade,

doenças cardiovascular, tabagismo, inatividade física, envelhecimento, presença de

proteinúria, história familiar de DRC, diabetes mellitus materna, baixo peso ao nascer, baixo

peso para a idade gestacional, afro descendência e a pobreza (GORDAN, 2006; LEADERER

OUSEPH, 2007).

A evolução da doença renal pode ocorrer independentemente da presença do fator

causal inicial. Assim, insultos renais intensos causados por glomerulonefrites graves,

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hipertensão arterial severa, diabetes melitos não-controlado, lesões renais auto-imunes

causadas pelo lúpus eritematoso sistêmico, vasculites e também as doenças hereditárias quase

sempre evoluem com esclerose glomerular e atrofia tubular, com perda total da função renal,

levando o paciente à diálise ou ao transplante renal. Durante a evolução da doença, um

número progressivamente menor de néfrons segue funcionando adequadamente (SCHOR;

JZEN, 2005).

1.2 Estágios e Sintomas da Insuficiência Renal Crônica

Os néfrons remanescentes que seguem com funcionamento adequado adaptam-se a

condição de redução do número de néfrons e aumentam de tamanho, com acentuado aumento

da depuração por néfrons. Os néfrons adaptados aumentam a capacidade do rim de adiar o

desenvolvimento da uremia, todavia esta adaptação leva a perda desses néfrons exigindo uma

terapia substitutiva da função dos néfrons como a hemodiálise. (GOLDMAN; AUSIELO,

2005).

A IRC é dividida em estágios de acordo com o grau de função renal, medido pela

filtração glomerular (NATIONAL KIDNEY FOUDATION, 2000; ROMÃO JÚNIOR, 2004).

Conforme figura abaixo:

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Quadro 1. Estadiamento da Doença renal Crônica.

Estadiamento da Doença Renal Crônica

Estágio Filtração Glomerular Características

>90ml/min/1,73 m²

>90ml/min/1,73 m² -Início de lesão renal -Função renal ainda normal

2

0

3

60-89ml/min/1,73 m² -Insuficiência renal leve -Início de perda da função renal -Uréia e creatinina normais -Sem sinais e sintomas clínicos

30-59ml/min/1,73 m² -Insuficiência renal moderada -Uremia discreta -Paciente clinicamente ainda bem

4 15-29ml/min/1,73 m² -Insuficiência renal severa

-Uremia avançada, fraqueza, anemia, mal estar, sintomas digestivos.

5 <15ml/min/1,73 m² -Insuficiência renal terminal ou dialítica. -Rins sem controle do meio interno.

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-Sem função renal -Função renal norma Individuo com risco de DRC

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1.3 Tratamento

A DRC na maioria dos pacientes evolui para estágios mais avançados, nos quais se faz

necessário o emprego de uma terapia substitutiva como a hemodiálise (HD), a diálise

peritoneal (DP) e o transplante renal. Aproximadamente 90% dos tratamentos realizados é a

hemodiálise, embora o tipo de terapia a ser aplicado seja escolhido pela avaliação do contexto

clínico e familiar do paciente e sua preferência pelo método terapêutico. (KAMIMURA;

AVESANI; DRAIBE, 2009).

A hemodiálise é um processo que remove solutos acumulados em pacientes com

perda total ou quase total da função renal. Ocorre pela difusão do soluto do sangue em uma

solução salina fisiológica que é separada do sangue por uma fina membrana permeáveis, o

principal componente da diálise (NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, 2006).

1.4 Cuidados Nutricionais ao paciente renal crônico em tratamento de hemodiálise

Calcula-se que 33% dos pacientes apresentam desnutrição leve a moderada e 6 a 8%

deles, desnutrição grave, existindo uma variação entre 20-50% de presença de desnutrição na

população com doença renal crônica (Sarkar SR et. al, 2005). Sua etiologia é multifatorial,

sendo a ingestão alimentar insuficiente, o catabolismo aumentado, as alterações hormonais, a

inflamação e as doenças associadas os principais fatores causais da desnutrição em pacientes

em hemodiálise (RAMÍREZ; A. F e TORRES, 2010).

Atualmente a intervenção dietética visa não somente o controle da sintomatologia

urêmica e dos distúrbios hidroeletrolíticos, mas atua também em doenças correlatas como o

hiperparatireoidismo secundário, a Desnutrição Energético Portéica e nas várias alterações

metabólicas apresentadas por estes pacientes, além das exigências particulares quanto a

orientações nutricionais específicas a condição de hemodiálise (SCHOR; AJZEN, 2005).

Segundo Cano e Chauveau (2007), além da diminuição do consumo alimentar, das

alterações metabólicas de proteínas e energia, das condições hormonais, e da perda de

aminoácidos, peptídeos, glicose, ferro e vitaminas hidrossolúveis, o estado inflamatório tem

sido destacado como um fator fortemente associado com a condição nutricional desses

pacientes. Desta forma, tem sido sugerida a existência de dois tipos de desnutrição em

pacientes em diálise (KAMIMURA; AVESANI; DRAIBE, 2009).

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A do Tipo I estaria associada à síndrome urêmica, sendo caracterizada,

principalmente, por ingestão alimentar reduzida, diminuição modesta dos níveis séricos de

albumina, gasto energético inalterado e ausência de co-morbidades e de inflamação. Este tipo

de desnutrição aparentemente pode ser revertido com a melhora da diálise e com suporte

nutricional adequado (KAMIMURA; AVESANI; DRAIBE, 2009).

Na desnutrição do Tipo II, é freqüente a presença de co-morbidades associadas como

inflamação, aumento do catabolismo protéico e aumento do gasto energético. Neste tipo de

desnutrição o aumento na oferta de nutrientes e de energia não se mostra suficiente para

reverter o quadro apresentado (KAMIMURA; AVESANI; DRAIBE, 2009).

Em contraposto, a obesidade que, é um fator de risco bem estabelecido para doença

cardiovascular (CVD) na população em geral, é apontada em alguns estudos epidemiológicos

como sendo vantajosa com relação à sobrevida de pacientes em tratamento de hemodiálise.

Este fenômeno tem sido referido como “epidemiologia reversa” (HUNG, 2009).

Alguns autores chamam a atenção que a vantagem na sobrevida de pacientes com peso

acima da normalidade é limitada para aqueles com massa muscular normal ou elevada

(BEDDHU. et al. 2003). Portanto, observa-se que esse fenômeno ainda promove grandes

questionamentos e controvérsias, necessitando de mais evidências a esse respeito. Diante

desses fatos, o estado nutricional dos pacientes em hemodiálise tem despertado grande

interesse, justificado pela relação direta com a morbidade e mortalidade (KALANTAR-

ZADEH et al, 2006).

Para Bayo et al. (2006), a conduta nutricional para pacientes em tratamento dialítico

inclui, dentre muitas alternativas para o tratamento nutricional, a criação de estratégias para

melhorar a qualidade da alimentação objetivando prevenir a desnutrição e corrigir

anormalidade da homeostase mineral e iônica.

Na identificação do estado nutricional de pacientes em hemodiálise, a avaliação

nutricional correta desponta como fator determinante no tratamento nutricional, uma vez que

permite a determinação do seu real estado nutricional e seus possíveis prejuízos e benefícios

no prognóstico do doente renal crônico (KAMIMURA, AVESANI; DRAIBE, 2009).

A avaliação nutricional é estruturada por diferentes métodos, sendo cada método

caracterizado por um objetivo e destinado a grupos específicos ou condições específicas

delimitadas por faixa etária, sexo, estado patológico e/ou físico. Sendo assim, alguns métodos

são elaborados ou selecionados para a avaliação de condições específicas, entretanto, para

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muitas condições não existe um protocolo ideal de avaliação como é o caso da avaliação

nutricional de pacientes renais. A realização da avaliação nutricional não seria apenas o

diagnóstico de desnutrição, mas também uma maneira de identificar pacientes que apresentam

maior risco de sofrer complicações associadas ao estado nutricional, sendo, desta forma, um

instrumento tanto prognóstico como diagnóstico (Locatelli et al, 2002).

Após vasta revisão bibliográfica pode-se observar que, o estado nutricional dos

pacientes em hemodiálise tem despertado grande interesse dos pesquisadores, justificado pela

relação direta com a morbidade e mortalidade (RAMÍREZ; A. F e TORRES, 2010). Sendo

assim, o estado nutricional de pacientes submetidos à hemodiálise em uma Clínica Renal de

Chapecó-SC, por meio da avaliação nutricional, com coleta de dados antropométricos,

bioquímicos e registro da história clínica, permitirá a abordagem de aspectos nutricionais

inerentes à condição de hemodiálise, uma vez que se considera o estado nutricional como

preditivo de mortalidade de pacientes com IRC e em processo de hemodiálise.

Desta forma, este estudo traz consigo a expectativa de alguns esclarecimentos a cerca

da condição nutricional de paciente em tratamento dialítico, considerando que os estudos mais

recentes, expressam uma necessidade de avaliação e reflexão, por meio de dados

especialmente nutricionais obtidos desta população dialisada com o intuito de que, mesmo a

longo prazo, estes resultados e conclusões sejam aplicados ao tratamento dietético de

pacientes em hemodiálise. Considerando esta reflexão, estes dados e observações podem ser

úteis na melhora da qualidade de vida desta população, quando se refere ao estado nutricional

e em conseqüência a um conforto e uma resposta mais satisfatória em relação a sua condição

clínica.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Determinar o diagnóstico nutricional de pacientes com insuficiência renal crônica em

hemodiálise na Clínica Renal do Oeste localizada na cidade de Chapecó-SC.

2.2 Objetivos Específicos

• Descrever o estado nutricional de pacientes com IRC em hemodiálise através de

parâmetros clínicos, antropométricos e bioquímicos;

• Correlacionar o diagnóstico nutricional com tempo de diálise, coomorbidades,

eficiência da diálise (cálculo do KTV).

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3 Metodologia

3.1 Delineamento do Estudo

Estudo observacional, transversal, do tipo descritivo.

3.2 Definição da População-Alvo

Este estudo foi desenvolvido em uma clínica de nefrologia - Clínica Renal do Oeste,

na cidade de Chapecó-SC. A mesma possui 145 pacientes em diálise, 135 transplantados e

150 pacientes em tratamento conservador. Pacientes em tratamento substitutivo hemodiálise

de ambos os sexos, pacientes clinicamente estáveis e que assinarem o termo de consentimento

(ANEXO 1).

3.3 Amostra

O total de pacientes em tratamento dialítico na clínica em questão é de 145. Sendo o

total da amostra coletada 46 pacientes para comporem o grupo de estudo os pacientes que

preencheram os critérios de inclusão descritos abaixo:

• Idade igual ou maior que 18 anos;

• De ambos os sexos;

• Em processo de hemodiálise;

• Clinicamente estáveis;

• Assinatura do termo de consentimento livre esclarecido (Anexo2).

3.4 Fatores de exclusão

Foram excluídos do estudo pacientes que apresentarem quaisquer das características

descritas abaixo:

• Infecções recentes (menores que 3 meses);

• Uso de corticosteróides;

• Portadores de insuficiência cardíaca;

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• Portadores de doença pulmonar grave;

• Internações hospitalares nos últimos 3 meses.

3.5 Variáveis

3.5.1 Variáveis sócio-demográficas

Dados sócio-demográficos foram coletados: sexo, idade, cor, estado civil, escolaridade

e profissão.

3.5.2 História clínica e dados bioquímicos

Foram coletados dados referentes à história clínica do paciente como o tempo de

tratamento, data de início do tratamento, medicações utilizadas e história nutricional do

sistema de registro de histórico digital de pacientes atendidos na clínica em questão, sendo

utilizados para este estudo os exames dos 3 últimos meses como referência para análise. Os

exames laboratoriais que foram avaliados são: albumina sérica, contagem total de linfócitos e

transferrina.

Para cálculo e classificação Nutricional quanto a contagem total de linfócitos (CLT)

em porcentagem foi utilizado como valor de referência para classificação o proposto por

Waitzberg, 2001 com a seguinte fórmula para cálculo.

Classificação do estado nutricional a partir da contagem total de linfócitos, albumina

sérica e transferrina sérica

Parâmetro Adequado Desnutrição Leve

Desnutrição Moderada

Desnutrição Grave

CTL (mm³) > 1.500 1.201 – 1.500 800 – 1.200 < 800

Albumina (g/dL) > 3,5 3,0 – 3,5 2,4 – 2,9 < 2,4

Transferrina (g/dL) > 200 150 - 200 100 - 150 < 100

Fonte: WAITZBERG, 2001.

CTL: %LINFÓCITOS X LEUCÓCITOS ÷÷÷÷ 100

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3.5.3 Peso e Estatura

A estatura foi medida com antropômetro vertical milimetrado acoplado a balança. O

paciente foi posicionado com os pés descalços, em pé, com as costas retas, pernas e

calcanhares juntos, e braços estendidos ao longo do corpo. O peso foi obtido em balança

eletrônica após a hemodiálise. Peso (Kg) e altura (m) serão utilizados para cálculo de IMC

(Kg/m²) como referência aos com os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), 1995

e 1998 e em seguida para cálculo de adequação de peso ideal.

IMC = peso (Kg)

Altura² (m)

Classificação do estado nutricional com base índice de massa corporal

IMC Classificação

< 16,0

16,0 - 16,9

17,0 - 18,4

18,5 - 24,9

25,0 - 29,9

30,0 - 34,9

35,0 – 39,9

Igual ou >40,0

Desnutrição Grau III

Desnutrição Grau II

Desnutrição Grau I

Eutrófico

Pré-obesidade

Obesidade I

Obesidade II

Obesidade III

Fonte: Organização Mundial Saúde (OMS), 1995 e 1998.

Classificação do estado nutricional com base índice de massa corporal para Idosos

Valor de IMC Estado Nutricional

<22

22-27

> 27

Desnutrição ou Magreza

Eutrofia

Sobrepeso ou excesso de peso

Fonte: Lipschitz, D.A.1994

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21

Para cálculo da adequação de peso (%) foi utilizado como valor de referência para

classificação o proposto por Blackburn, 1977 com a seguinte fórmula para cálculo.

Adequação de peso (%) = peso atual x 100

peso ideal

Classificação do Diagnóstico Nutricional pela adequação de peso

Adequação de peso (%) Classificação

< ou = 70

70,1┤80

80,1┤90

90,1┤110

110,1┤120

>120

Desnutrição grave

Desnutrição Moderada

Desnutrição Leve

Eutrofia

Sobrepeso

Obesidade

Fonte: Blackburn, 1977

3.5.4 Circunferência Abdominal (CA)

Estudos recentes têm recomendado a medida isolada da circunferência da cintura,

tendo em vista que sua medida independe da altura, correlaciona-se fortemente com o IMC e

parece redizer melhor o tecido adiposo visceral que a Relação Cintura Quadril (RCQ)

(CUPARI, 2005).

A circunferência abdominal foi aferida com uma fita métrica inelástica, sendo

realizada com o paciente em pé, sendo que a fita métrica circundou o indivíduo no ponto

médio entre a última costela e a crista ilíaca, sendo a leitura realizada no momento da

expiração. A circunferência abdominal (CA) foi coletada para definir ou identificar possível

risco de complicações metabólica conhecendo as características em relação a doenças

metabólicas relacionadas à DRC.

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22

Classificação do risco de complicações metabólicas associadas a obesidade de acordo

com a circunferência abdominal

Risco de Complicações

Homem

Mulher

Elevado

≥ 94 cm

≥ 80 cm

Muito Elevado

≥ 102 cm

≥ 88 cm

Fonte: OMS, 1998.

3.5.5 Prega cutânea do tríceps (PCT)

A prega cutânea tricipital, foi aferida no ponto médio entre o acrômio e o olecrano da

parte posterior do antebraço esquerdo (ou não dominante) ou no lado oposto ao acesso

vascular, com o braço flexionado junto ao corpo, formando ângulo de 90°. Após identificação

do ponto médio, foi aferida a prega cutânea com o braço relaxado com a utilização de

adipômetro clínico com sensibilidade de 0,1mm, pressão das mandíbulas de 10g/mm,

amplitude de leitura de 80 mm como tamanho de eixo maior de 29 cm e eixo menor de 17 cm.

A aferição das pregas cutâneas foi realizada 3 vezes sendo utilizada como medida para

cálculo a média das 3 aferições.

3.5.6 Circunferência do Braço (CB)

A circunferência do braço foi aferida com uma fita métrica inelástica, com variação de

1 mm, sobre o ponto médio do braço, localizado na posição central, entre o extremo do ombro

(processo acromial) e o ponto mais extremo do ombro (processo olecrânio), com o braço

flexionado. No local identificado, a fita métrica foi posicionada em torno do braço, estendido

e relaxado, com a palma das mãos voltadas para a lateral do corpo, certificando-se que a fita

métrica foi posta de forma firme e sem comprimir os tecidos do braço. A leitura será realizada

no ponto em que a fita ultrapassou a marca zero, com aproximação de 0,1 cm, conforme

método descrito por Cuppari (2002).

% Adequação da CB = (CB atual em cm ÷ valor no percentil 50 em cm) x 100

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23

3.5.7 Circunferência Muscular do Braço (CMB)

Para cálculo de Circunferência Muscular do Braço e porcentagem da Circunferência

do Braço foi utilizado como valores de referência para classificação o proposto por Frisancho

1981 com as seguintes fórmulas:

CMB: CMB (cm) = CB (cm) – {3,14 x [PCT (mm) ÷ 10]}

Para cálculo de porcentagem de adequação da circunferência muscular do braço foi

utilizado como valores de referência para classificação o proposto por Blackburn e Thornton,

(1979) com a seguinte fórmula:

3.5.8 Classificação do estado nutricional com base na prega cutânea tricipital (PCT),

circunferência do braço (CB) e circunferência muscular do braço (CMB).

(%) do ideal Classificação

< 70%

80 – 70%

90 – 80%

110 – 90%

120 – 110%

> 120%

Desnutrição Leve

Desnutrição Moderada

Desnutrição Grave

Adequado

Excesso de peso

Obesidade

Fonte: BLACKBURN e THORNTON, 1979.

3.5.9 Massa Corporal

Para cálculo nutricional da adequação da massa muscular em porcentagem foi

utilizado como valor de referência para classificação o proposto por Blackbum e Thornton,

1979 com a seguinte fórmula para cálculo:

Adequação da Massa Corporal (%) = MC atual x 100

MC ideal

% Adequação da CMB: (CMB (cm) ÷ valor no percentil 50 (cm)) x 100

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24

3.5.10 Classificação do Estado Nutricional, de acordo com a adequação da Massa

Corporal para Idosos

Adequação da MC (%) Estado Nutricional

≤ 70

70,1-80

80,1-90

90,1-110

110,1-120

>120

Desnutrição Grave

Desnutrição Moderada

Desnutrição leve

Eutrofia

Sobrepeso

Obesidade

Fonte: Blackbum e Thornton, 1979.

3.6 Protocolo do estudo

A coleta de dados foi iniciada através da busca ativa no sistema de registro clínico dos

pacientes. Dados bioquímicos e clínicos foram coletados neste momento (anexo 1) e avaliação

de fatores de inclusão e exclusão foram analisados. Os pacientes selecionados foram

convidados a participar do estudo e termo de consentimento livre e esclarecido (anexo 2) foi

assinado por aqueles que concordaram em participar da pesquisa. Após as etapas acima

descritas foi realizada, na própria clínica, após sessões de hemodiálise, a entrevista e a

avaliação antropométrica. Ao final da coleta, os dados foram tabulados e submetidos à análise

estatística.

Lista de pacientes em hemodiálise

Dados Bioquímicos e Clínicos /Fatores de

inclusão/exclusão

Entrevista e TCLE

Dados Antropométricos

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25

3.7 Análise Estatística

Os dados foram armazenados em banco de dados no programa Excel e analisados

através do programa SPSS, versão 18.0. Variáveis contínuas com distribuição normal

foram descritas como média ± desvio padrão e variáveis categóricas expressas como

percentuais e freqüências relativas. Para as variáveis categóricas foi utilizado teste Qui-

quadrado ou Exato de Fisher. O coeficiente de correlação de Pearson ou Spearman foi

utilizado para analisar associações entre os diversos parâmetros. O nível de significância

considerado foi p < 0,05.

3.8 Aspectos Éticos

Todos os pacientes incluídos neste estudo ou seus responsáveis assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido (Anexo 2). Os procedimentos do estudo foram submetidos

ao comitê de ética da Universidade Comunitária Regional de Chapecó – UNOCHAPECÓ.

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26

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

De um total de 145 pacientes no programa de hemodiálise da Clínica Renal do Oeste,

82 pacientes foram inicialmente selecionados para participarem deste estudo. Entretanto,

durante a coleta de dados, 36 pacientes foram excluídos devido a não concordância em

participar da pesquisa, não compreensão do que se tratava o estudo em questão, ou por dados

incompletos no sistema da clínica, restando assim um grupo de 46 pacientes, o que

corresponde a uma perda de 68,27% dos pacientes em hemodiálise da Clínica Renal do Oeste.

Os dados referentes às características demográficas e clínicas dos pacientes são

apresentados na Tabela 1. Dos 46 pacientes selecionados para o estudo 59% (n=27)

pertenciam ao sexo masculino. A idade média encontrada foi de 55 ± 15,1 anos e a doença de

base que apresentou maior prevalência foi o Diabetes Mellitus. O índice de eficiência

dialítica, que estima a eficiência dialítica através da cinética da uréia está adequado na

população estudada, já que o valor recomendado é ≥ 1,3.

Tabela 1. Características demográficas e clínicas dos pacientes em hemodiálise da Clínica do

Oeste da Cidade de Chapecó Abr. 2011.

Variáveis Pacientes

Idade (anos) 55 ± 15,1

Sexo masculino 27 (59%)

Etnia (não brancos) 24 (52%)

Escolaridade (fundamental incompleto) 28 (61%) Tabagismo 7 (15%)

Doença de base Hipertensão 19 (41%) Idiopática 16 (34,8%) Diabetes 7 (15,2%)

Tempo de Hemodiálise (meses) 39 ± 47,94 KT/V 1,33 ± 0,34

Média ± DP = Média e Desvio Padrão; Kt/V = índice de eficiência dialítica.

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27

Na análise dos parâmetros bioquímicos (Tabela 2), podemos observar que a albumina

sérica (3,61 ± 0.34 g/dl), transferrina (237,24 ± 69,61 g/dl) e cálcio (9,25 ±1,00 mg/dl)

encontram-se dentro do valores limites para paciente com doença renal crônica. Por outro

lado considerando os valores médios da creatinina (8,54 ± 2,58 mg/dl), uréia pós-diálise

(44,15 ± 16,92 mg/dl), potássio (6,12 ± 5,32 mEq/L) e fósforo (5,46 ±1,51 mg/dl) observa-se

valores acima dos limites de normalidade recomendados, evidentemente pela própria doença

renal crônica.

A albumina, considerada um importante indicador do estado nutricional, é um

determinante da morbimortalidade em pacientes com insuficiência renal crônica. Um estudo

multicêntrico, que avaliou variáveis relacionadas com a sobrevida dos pacientes em diálise,

mostrou que níveis de albumina sérica inferiores a 2,5g/dL estavam associados a maior risco

de mortalidade, tanto na população em hemodiálise como em diálise peritoneal. Contudo,

aspectos como alterações na sua distribuição corporal, resposta lenta às intervenções

nutricionais, e o seu papel potencial como uma proteína negativa de fase aguda da resposta

inflamatória, podem limitar o seu uso como único marcador do estado nutricional (SANTOS

et al, 2004). Entretanto, alguns estudos na literatura não encontraram nenhuma correlação dos

níveis séricos de albumina com parâmetros antropométricos (SANTOS et al, 2004).

Já está bem estabelecido que a albuminemia tem associação direta com mortalidade

em pacientes em tratamento hemodialítico, independente de fatores inflamatórios. No entanto,

até o momento, não há evidências de que a correção dos seus níveis séricos possa melhorar a

sobrevida dos pacientes em hemodiálise (SANTOS et al, 2004).

Níveis elevados de fósforo e potássio estão relacionados, independentemente, com o

aumento da mortalidade e morbidade em 20 a 40% desta população. Além destes fatores a

hiperfosfatemia está envolvida com o desenvolvimento de aterosclerose, doença cardíaca e

outras complicações freqüentes em pacientes com doença renal crônica (CASTRO et al 2010).

Estudos demonstram correlação direta entre hiperpotassemia ou hipercalemia e a adequação

no processo dialítico, níveis de hematócrito, ganho de peso interdialítico e a morbimortalidade

de pacientes com doença renal crônica. Marks et al (2001) mostraram que a principal causa de

mortalidade de pacientes em hemodiálise foi cardiovascular e que a média do ganho de peso

interdialítico e do potássio sérico foram maiores no grupo que foi a óbito.

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28

Tabela 2. Parâmetros bioquímicos dos pacientes em hemodiálise da Clínica do Oeste da

Cidade de Chapecó Abr. 2011.

Parâmetro Bioquímico Média ±±±± DP

Linfócitos (mm³) 25,58 ±7,38

Leucócitos 7025,76 ±2682,89

Albumina (g/dl) 3,61 ± 0.34

Creatinina (md/dl) 8,54 ±2,58

Uréia Pré (mg/dl) 134,26 ±36,13

Uréia Pós (mg/dl) 44,15 ±16,92

Transferrina (g/dl) 237,24 ±69,61

Potássio (mEq/L) 6,12±5,32

Cálcio (mg/dl) 9,25±1,00

Fósforo (mg/dl) 5,46±1,51

Na Tabela 3 são apresentados os dados referentes às características antropométricas.

Pode-se verificar que a média do índice de massa corporal (25,04 ± 4,65Kg/m²) dos pacientes

em estudo ficou acima dos valores recomendados pela Organização Mundial de Saúde (18,5 a

24,99 Kg/m²). A adequação de peso e da prega cutânea tricipital também foram maiores,

110,71% e 126,68%, respectivamente, o que representa classificação de sobrepeso de acordo

com Blackburn, 1977. Em contraposto, a adequação da CMB revela valores que representam

eutrofia de acordo com a classificação proposta por BLACKBURN e THORNTON, 1979.

Tabela 3. Dados antropométricos dos pacientes em hemodiálise da Clínica do Oeste da

Cidade de Chapecó Abr. 2011.

Antropométricas Média ±±±± DP

Peso (kg) 79,48 ± 12,98

Adequação de peso (%) 110,71±19,89

IMC (kg/m²) 25,04 ± 4,65

Adequação da CMB (%) 97,52 ± 21,52

PCT (%) 126,68 ± 56,88

Circunferência Abdominal 87,69 ±17,14

Média ± DP = Média e Desvio Padrão; m = metro; IMC = Índice de Massa Corporal; PCT

= Prega Cutânea Tricipital; CMB = Circunferência Muscular do Braço.

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29

O questionamento em relação ao método a ser utilizado para avaliação nutricional traz

consigo as referências atuais que consideram outros fatores como massa muscular e não mais

somente massa corporal total para definição de conduta nutricional. Desta forma, a avaliação

nutricional não pode ser restrita a massa corporal total como é utilizada no IMC; exige ainda a

utilização de medidas de identificação de massa muscular a qual não pode ser mencionada

sem a adequação de métodos indicados para avaliação desta composição. Quando

comparamos pacientes em hemodiálise por até dois anos e com aqueles que realizavam diálise

há mais de dois anos, não foi observada diferença estatisticamente significativa em nenhuma

das variáveis antropométricas estudadas (dados não apresentados).

Conforme apresentado no gráfico 1, houve um predomínio de indivíduos com

adequado estado nutricional quando o parâmetro utilizado foi contagem total de linfócitos

(CLT) e albumina sérica. Quando utilizamos o IMC 43,47% dos pacientes apresentavam

eutrofia, seguido pela CMB com 39,13% e PCT com 2,17%. Considera-se ainda que a

associação de variados métodos de avaliação nutricional como parâmetros bioquímicos,

antropométricos e clínicos possibilitam a definição de um diagnóstico nutricional mais

preciso, o qual nosso estudo permitiu a identificação de desnutrição acima de 10% em todos

os métodos como supunha a hipótese do estudo. Destaca-se a desnutrição como não

prevalente em todos os métodos, incluindo a referência para avaliação muscular, onde a

desnutrição e a eutrofia apresentam pequena diferença estatística entre si tendo maior

representatividade o estado de sobrepeso.

Ampla variação na classificação do estado nutricional confirma as indicações

bibliográficas onde não existe um único método de avaliação nutricional para pacientes com

doença renal crônica, mas sim a combinação de diversos métodos a fim de definir um

diagnóstico nutricional mais preciso e de maior relevância para adequação e estabelecimento

da conduta nutricional para pacientes em tratamento dialítico.

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30

Gráfico 1: Classificação Nutricional de Pacientes em Tratamento Dialítico através de

parâmetros antopometricos em uma Clínica Renal da Cidade de Chapecó-SC/ Abr.2011.

20

10 10

5

16

12

21

12

24

0

5

10

15

20

25

30

IMC CMB PCT

Variáveis

Fre

qu

ên

cia

(%

)

Eutrofia

Desnutrição

Sobrepeso

A obesidade ou o sobrepeso tem sido citado como sendo vantajosa com relação à

sobrevida de pacientes em tratamento de hemodiálise (HUNG, 2009). A qual se tornaria

interessante em situações em que a massa muscular é normal ou elevada (BEDDHU. et al.

2003). As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade entre os pacientes

em tratamento dialítico, seguido por infecções. Recentemente, Kalantar-Zadeh et al.

demonstraram o efeito independente do aumento do percentual de gordura corporal na

melhora da sobrevida desses pacientes, mesmo depois de análise estatística de ajustamento

para a massa muscular e a inflamação. Assim, os efeitos protetores do excesso de peso em

pacientes de hemodiálise permanecem discutíveis e precisam ser testados com um estudo

prospectivo adequadamente projetado (HUNG, 2009).

No gráfico 2 está representada a classificação nutricional em relação a circunferência

abdominal (CA), onde por este método a prevalência de classificação do risco muito elevado

de complicações metabólicas associadas a obesidade é de 37% e risco elevado é de 17%, ou

seja, mais da metade da população estudada apresenta algum risco para o desenvolvimento de

doenças metabólicas. Outros fatores a serem considerados são as comorbidades que

acompanham o tratamento dialítico desta população como o diabetes e a hipertensão. Como já

são citadas na literatura, estas comorbidades associadas ao sobrepeso aumentam os riscos de

complicação no tratamento dialítico e consequentemente a morbimortalidade desta população.

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31

Desta forma, faz-se uma discussão em relação ao sobrepeso ser citado por algumas pesquisas

como fator protetor para estes pacientes mesmo que estes estejam com sua massa muscular

preservada, uma vez que o sobrepeso está também associado a um risco aumentado de

desenvolver resistência à insulina, que pode contribuir para compensação acelerada, qual é a

principal causa de morte entre pacientes em hemodiálise.

Gráfico 2: Classificação Nutricional de Paciente em Tratamento Dialítico pela Circunferência

Abdominal em uma Clínica Renal da Cidade de Chapecó-SC/ Abr.2011

46%

17%

37%

Sem Risco

Elevado

Muito Elevado

Por outro lado, a desnutrição é uma complicação clínica freqüente nos pacientes em

programa de diálise. Sua prevalência, entretanto, varia muito entre os diversos centros de

diálise. Em parte, isso é explicado por diferenças nas características dos pacientes atendidos.

Todavia, o principal fator responsável por essas diferenças parece estar relacionado com os

critérios utilizados para estabelecer o diagnóstico de desnutrição (MORAES, et al, 2011). A

variação nos percentuais de pacientes desnutridos de acordo com os diferentes parâmetros

nutricionais utilizados são apresentados no gráfico 3. A desnutrição apresentou-se com maior

prevalência pelos métodos bioquímicos de classificação que foram albumina e CLT com

mesma proporção de desnutridos (36,95%) e pelo método antropométrico da CMB (34,78%).

Ainda não existe consenso sobre a melhor maneira para diagnosticar desnutrição nos

pacientes em diálise. Alguns métodos utilizam critérios subjetivos, tornando o diagnóstico

extremamente dependente da experiência do observador. Conseqüentemente, pacientes que

preenchem os critérios de desnutrição através de uma escala de avaliação, podem ser

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considerados apenas em risco nutricional ou até mesmo eutróficos, quando outros parâmetros

de avaliação são utilizados (CASTRO et al 2010).

Gráfico 3. Distribuição dos pacientes desnutridos de acordo com os diferentes parâmetros

nutricionais utilizados em uma Clínica Renal da Cidade de Chapecó-SC/ Abr.2011

5

16

12

17 17

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

IMC CMB PCT CLT Albumina

Variáveis

Fre

qu

ên

cia

(%

)

Desnutrição

A desnutrição protéico-energética é comum em pacientes em estágio final da doença

renal e em terapia substitutiva como a hemodiálise, sendo considerado um fator preditor de

morbidade e mortalidade, onde a terapia de hemodiálise assume um risco significativo para

deterioração do estado nutricional (Bossola, et al., 2005). Por outro lado, a desnutrição na

população dialisada gera muitas discussões acerca do tratamento e sobrevida dos pacientes

submetidos a este tratamento. Os fatores listados para a desnutrição nesta população são

multifatoriais e geram muitas controvérsias em relação as suas causas e conseqüências para o

tratamento dialítico. A literatura pertinente ao assunto retrata a desnutrição na hemodiálise

como um coadjuvante na eficiência do tratamento assim como na morbi-mortalidade desta

população.

Segundo Kuhlman et al, (2007) a intervenção nutricional precoce pode permitir

prevenção e melhora da desnutrição nestes pacientes. O estado nutricional energético-

protéico no início do tratamento dialítico pode ser considerado um bom indicador de

longevidade, desta forma, os esforços e o acompanhamento nutricional durante o tratamento

deve ser permanente a fim de manter uma ingestão adequada de nutrientes (OLIVEIRA,

2010). Estudos que analisaram a freqüência de alimentação e alterações do estado nutricional,

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tanto em hemodiálise e diálise peritoneal, encontraram entre 6% e 10% dos casos de

desnutrição grave e 30% a 35% de desnutrição leve a moderada. (MORAES, et al, 2011).

Estudo realizado no Instituto de Nefrologia de Taubaté, Taubaté, SP em avaliação de

252, onde 148 (58,7%) eram do sexo masculino e 104 (41,3%) do sexo feminino. A idade

média dos pacientes foi de 55,9 ± 14,6 anos e o tempo de diálise de 39,7 ± 21,1 meses. A

avaliação nutricional mostrou 31 (12,3%) pacientes classificados como desnutridos, 68 (27%)

como risco nutricional, 72 (28,6%) como eutróficos, 53 (21%) como sobrepeso e 28 (11,1%)

como obesos (CASTRO et al. 2010). Em nosso estudo a desnutrição não se mostrou

prevalente em nenhum método atropométrico utilizado, apresentando maior freqüência de

desnutrição em métodos mais direcionados a avaliação muscular e bioquímica as quais podem

ser ditas como mais sensíveis a pequenas alterações nutricionais e, as quais inspiram cuidados

dietéticos precoces e justifica a utilização de métodos de avaliação nutricional conjugados no

estabelecimento do tratamento nutricional de pacientes em hemodiálise.

No estudo de Oliveira et al (2010) a prevalência de desnutrição na população em

estudo foi muito variável (12,1 a 94,8%), dependendo do método utilizado para o diagnóstico.

Na literatura, a prevalência de desnutrição encontrada é de 25-80% e esta variabilidade deve-

se a diferentes critérios utilizados para o diagnóstico do estado nutricional.

Uma questão importante em relação ao IMC, o parâmetro antropométrico mais

utilizado, é que limite deve ser aplicado para diagnosticar desnutrição na população em

diálise. No trabalho de Beddhu et al, verificou-se que em uma população de 50.732 pacientes

em diálise, 7,98% apresentavam IMC < 18,5 kg/m2 e em 46% o IMC foi igual ou superior a

25 kg/m2. A escolha do ponto de corte para IMC em 18,5 kg/m2 na população em diálise

pode ser questionada, uma vez que pacientes com IMC interior a 22 kg/m2, já parecem ter um

maior risco de mortalidade. No presente estudo, verificou-se que o percentual de adequação à

prega cutânea tricipital foi um método que evidenciou uma prevalência muito alta de

desnutrição, mesmo em pacientes nos quais a avaliação por todos os outros parâmetros foi

normal. A adequação da CMB ao percentil 50 detectou 43,1% de desnutrição.

Por fim, pode-se considerar que é possível que o pequeno número de pacientes que

participaram deste estudo tenha sido um fator limitante na observação de diferenças

estatisticamente significativas em diversas comparações feitas ao longo deste trabalho.

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34

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A classificação do estado nutricional dos pacientes que participaram deste estudo

apresentou uma grande variação de acordo com os diferentes parâmetros nutricionais

utilizados.

O uso do IMC mostrou-se como eficiente método para identificação de

sobrepeso/obesidade, entretanto não foi um bom indicador para desnutrição. Mesmo

indicando em baixas proporções a desnutrição este é um método importante que deve ser

adotado para avaliação de pacientes em hemodiálise considerando sua relação com nos

índices de mobimortalidade considerando também os valores limitantes para classificação de

desnutrição nesta população.

A avaliação considerando a PCT e CMB demonstraram grande eficiência na

identificação de estado de desnutrição nesta população sendo mais prevalente na avaliação da

PCT.

Em relação aos parâmetros bioquímicos observa-se que estes identificaram um

percentual elevado de desnutrição no grupo estudado tanto pela média albumina sérica como

pela contagem total de linfócitos (CLT). Entretanto, mesmo com a utilização de métodos de

exclusão que citavam infecções recentes e internações entre outros fatores que podem

influenciar nos parâmetros bioquímicos estes métodos podem ter sofrido influência de fatores

não nutricionais os quais podem não ter sido controlado com eficiência suficiente para evitar

fatores de confusão.

Desta forma, pode-se dizer que a determinação do perfil nutricional desta população é

difícil considerando a necessidade da associação de variados métodos de avaliação nutricional

não sendo suficientemente confiável a utilização de apenas um método para avaliação.

Contudo, para melhor avaliação deste grupo, faz-se necessário um conjunto de

parâmetros de avaliação que incluam além da antropometria e parâmetros bioquímicos a

avaliação subjetiva global e avaliação da ingestão alimentar. Entretanto, é importante a

realização de mais estudos a fim de determinar quais índices devem ser utilizados nesta

população de pacientes e quais os pontos de corte que devem ser utilizados nesta população.

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REFERÊNCIAS

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Beddhu S, Pappas LM, Ramkumar N, Samore M. Effects of body size and body composition

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ANEXO 1

PLANILHA DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

Identificação Informações

Nome:

Idade:

Sexo: M ( ) F ( )

Cor

Escolaridade

Profissão

Estado civil

Tempo de Hemodiálise:

Idade de Início de Tratamento:

Nº de Sessões de Hemodiálise Semanais:

Etiologia da IRCT

Comorbidades: ( )Diabetes ( ) HAS ( ) Dislipidemias ( )cardiopatia ( )

Outras

Tabagista ( ) Sim ( ) Não

Medicação Utilizada

Alergias alimentares

Doenças Metabólicas

Aversões Alimentares

Apetite /Momento ( ) Normal ( ) Inapetência ( )

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PARA PACIENTES EM HEMODIÁLISE

Dados Antropométricos Acompanhamento dos Dados Bioquímicos

Dados Resultado Data Exames Resultados Data

Peso seco Linfócitos (mm³)

Estatura Leucócitos

Ganho de peso

Interdialítico

Hemoglobina (g/dl)

DCT Hematócrito (%)

Albumina (g/dL)

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CB Creatinina (mg/dl)

CA Uréia mg/dl pós dialise

IMC Uréia mg/dl pré-diálise

CMB Transferrina (g/dL)

CTL (%)(mm³) Potássio mEq/L

Cálcio (mg/dl)

Glicose (mg/dl)

Fósforo (mg/dl)

KT/V

PA

SEMIOLOGIA NUTRICIONAL PARA DIAGNÓSTICO DE DESNUTRIÇÃO

Sinais Físico Sim Não

Fáceis ----------

• Alterações na Cavidade Oral (coloração língua)

• Anemia/ Desidratação/ Icterícia/Febre

• Atrofia Temporal

• Atrofia Bola de Bichat

Massa Muscular no Pescoço, Tórax, Dorso e Membros Superiores ---------

• Atrofia nas regiões da fúrcula esternal, supra, infraclavicular

• Atrofia das musculaturas paravertebrais

• Atrofia da musculatura do pinçamento

Exame do Abdome ---------

• Umbigo em Chapéu / Abdome escavado

Membros Inferiores ---------

• Atrofia da musculatura das coxas

• Atrofia da musculatura das panturrilhas

Pesquisa de Edemas

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ANEXO 2

UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ – UNOCHAPECÓ

LATO SENSU-NUTRIÇÃO HUMANA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

O Senhor (a) está sendo convidado (a) para participar, como voluntário, em uma

pesquisa. Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de autorizar o estudo

e uso de seus dados, assine no final deste documento, que está em duas vias. Uma dela é sua e

outra é do pesquisador.

Título do projeto:

Avaliação Nutricional de Pacientes em tratamento de hemodiálise atendidos em uma Clínica

Renal de Chapecó-SC.

Pesquisadora:

Roberta Lamonatto Taglietti

Telefone para contato:(49) 88095539

Orientador: Gabriela Corrêa Souza

O Objetivo desta pesquisa é conhecer o estado nutricional de pacientes submetidos ao

tratamento de hemodiálise.

A sua participação na pesquisa consiste em autorizar a coleta de dados para avaliação

nutricional, sendo a coleta realizada pelos pesquisadores, sem qualquer prejuízo ou

constrangimento para o pesquisado. Os procedimentos aplicados por esta pesquisa não

oferecem risco a integridade moral, física, mental ou efeitos colaterais do paciente.

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43

Estes dados como peso, altura e medidas de pregas cutâneas ( medida de gordura corporal)

serão coletados em dia de hemodiálise após a sessão na clínica Renal do Oeste.

As informações obtidas através da coleta de dados serão publicações e para elaboração de

trabalho final e será garantido a você participante da pesquisa que sua identidade será

preservada e será mantido o anonimato. Não existem riscos para os envolvido neste estudo e

que se caso não queira mais fazer parte da pesquisa, favor entrar em contato pelo telefone

acima citados e este termo será retirado sem implicar ou gerar prejuízos ao seu tratamento.

Este termo de consentimento livre e esclarecido é feito em duas vias, sendo que uma

delas ficará em poder do pesquisador e outra com o sujeito participante da pesquisa.

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu, _______________________________________________, RG

________________________________ CPF_________________________________, abaixo

assinado, autorizo o estudo com meu familiar. Fui devidamente informado e esclarecido pelo

pesquisador sobre a pesquisa e, os procedimentos nela envolvidos, bem como os benefícios

decorrentes da participação. Foi me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer

momento.

Local: _________________________________________ Data ____/______/_______.

Nome e assinatura do sujeito:

______________________________________________________________