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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - fe.usp.br · em cursos do Pronatec/EJA 10:45 ... pela universidade e pelo Movimento em escolas do campo; ... Político Pedagógico e o currículo da escola

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Reitor: Prof. Dr. Marco Antonio Zago Vice-Reitor: Prof. Dr. Vahan Agopyan PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO Pró-Reitor: Prof. Dr. Carlos Gilberto Carlotti Jr.

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA Pró-Reitor: Prof. Dr. José Eduardo Krieger FACULDADE DE EDUCAÇÃO Diretora: Profa. Dra. Belmira Amélia de Barros Oliveira Bueno Vice-Diretora: Profa. Dra. Diana Gonçalves Vidal COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO Presidente: Prof. Dr. Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira Vice-Presidente: Prof. Dr. Julio Roberto Groppa Aquino

Área de concentração Estado, Sociedade e Educação Coordenação: Profa. Dra. Sônia Maria Portella Kruppa Vice-coordenação: Prof. Dr. Rubens Barbosa de Camargo Docentes: Adriana Bauer Afranio Mendes Catani Carmen Sylvia Vidigal Moraes Claudia Pereira Vianna Doris Accioly e Silva Gladys Beatriz Barreyro José Marcelino de Rezende Pinto Lisete Regina Gomes Arelaro Lucia Emília Nuevo Barreto Bruno Maria Clara Di Pierro Ocimar Munhoz Alavarse Roberto da Silva Romualdo Luiz Portela de Oliveira Rosangela Gavioli Prieto Rubens Barbosa de Camargo Sandra Maria Zakia Lian Sousa Sonia Maria Portella Kruppa Vitor Henrique Paro

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1º Seminário de Intercâmbio de Pesquisas da Área de Concentração Estado, Sociedade e Educação

COMISSÃO ORGANIZADORA Coordenação Profa. Dra. Maria Clara Di Pierro Pós-graduandas: Angélica Kuhn, Carolina Bessa, Gabriela Thomazinho, Iracema Santos do Nascimento, Luciene Amorim PROMOÇÃO Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo Programa de Pós-Graduação em Educação REALIZAÇÃO Área de Concentração Estado, Sociedade e Educação

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1º Seminário de Intercâmbio de Pesquisas da Área de Concentração Estado, Sociedade e Educação – 1 e 2/4/2016

PROGRAMAÇÃO

Sexta-Feira 01/04/2016 sala 124

14:00 | 14:30 - ABERTURA Saudação do Presidente da Comissão de Pós-Graduação Prof. Dr. Mauricio Pietrocola Histórico da Área de Concentração

Sexta-Feira 01/04/2016 sala 141

14:30 | 17:30 - RODA DE CONVERSA 1 - Políticas de Ensino Superior Coordenadora: Profa. Dra. Nathalia Cassetari 14:30 - Rodada de apresentação 15:00 - Gabriella de Camargo Hizume - A acreditação de cursos de graduação nos espaços de educação superior: um estudo sobre os espaços Europeu e do Mercosul 15:15 - Ana Amélia Chaves Teixeira Hadashi - Processos de individuação, trajetórias juvenis e a evasão nos cursos de graduação da USP 15:30 - Ruy de Deus e Mello Neto - Programa Universidade para Todos: egressos, estratégias e mercado de trabalho 15:45 - Camila Yuri Santana Ikuta - Qualidade no PROUNI: um estudo a partir do SINAES 16:00 - Comentários da coordenadora e do pós-doutorando Ruy de Deus e Mello Neto 16:30 - Debate

Sexta-Feira 01/04/2016 sala 139

14:30 | 17:30 - RODA DE CONVERSA 2 - Análises da expansão do ensino médio e superior Coordenadora: Profa. Dra. Carmen Sylvia Vidigal de Moraes

14:30 - Rodada de apresentação 15:00 - Ana Paula Corti - À deriva: um estudo sobre a expansão do ensino médio no Estado de São Paulo 15:15 - Maria Flávia Batista Lima - O processo de expansão das licenciaturas do IFSP 15:30 - Luciene Amorim Antonio - Expansão da educação profissional no IF 15:45 - Flávio Batista Ferreira - A expansão e diferenciação da Universidade nos novos campi de USP, UNESP e UNICAMP 16:00 - Marli Ferreira de Souza - Projeto Bolsa Universidade: expansão do ensino superior pela via do setor privado no Estado de São Paulo 16:15 - Mary Grace Pereira Andrioli - Desenvolvimento de recursos de tecnologia assistiva em Institutos Federais 16:30 -Comentários da coordenadora 17:00 – Debate

Sexta-Feira 01/04/2016 sala 137

14:30 | 17:30 - RODA DE CONVERSA 3 - Movimentos sociais, educação do campo e pedagogia libertária Coordenação: Profa. Dra. Doris Accioly e Silva

14:30 - Rodada de apresentação 15:00 - Rodrigo Rosa da Silva - Anarquismo, ciência e educação: Francisco Ferrer Guardia e a rede de militantes e cientistas em torno do ensino racionalista

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15:15 - Stella Verzolla Tangerino - Educação no cursinho popular como expressão e construção política e social emancipadora 15:30 - Maria Inês Escobar da Costa - Contribuição da ESALQ/USP para o agronegócio brasileiro: uma análise do discurso 15:45 - Aline Angelo - A trajetória de trabalho docente de egressos dos cursos de licenciatura em educação do campo em Minas Gerais 16:00 - Breno Trajano - Políticas públicas de educação do campo para jovens e adultos: um olhar sobre o Estado de São Paulo 16:15 - Comentários da coordenadora e do Professor Rodrigo Rosa da Silva 17:00 – Debate

Sexta-Feira 01/04/2016 Auditório EA

19:00 | 20:30 - PAINEL DOS GRUPOS DE PESQUISA Coordenador: Prof. Dr. Rubens Camargo

19:00 - Prof. Dr. Vitor Henrique Paro - GEPAE 19:15 - Profa. Dra. Cláudia P. Vianna - EDGES 19:30 - Prof. Dr. Ocimar Alavarse - GEPAVE 19:45 - Profa. Dra. Lisete Arelaro - CEPPE 20:00 - Prof. Dr. Roberto da Silva - GT Privação de liberdade 20:15 - Prof. Dr. Rubens Camargo - Observatório da Remuneração Docente 20:30 - Profa. Dra. Carmen Sylvia Vidigal Moraes - GPTE 20:45 - Debate

Sábado 02/04/2016 sala 111

09:00 | 12:00 - RODA DE CONVERSA 4 - Políticas de educação de jovens e adultos e de educação profissional Coordenadora: Profa. Dra. Maria Clara Di Pierro

9:00 - Rodada de apresentação 9:15 - Carolina Bessa Ferreira de Oliveira - Educação nas prisões: responsabilidade da universidade pública? 9:30 - Luis Felipe Serrão - Exames para certificação de conclusão de escolaridade: os casos do Encceja e do ENEM 9:45 - Roberto Catelli Jr. - Políticas de certificação por meio de exames nacionais para a EJA: um estudo comparado entre Brasil, Chile e México 10:00 - Rosilene Vieira - A inadequação da oferta de EJA sob a perspectiva dos educandos: um estudo de caso na rede municipal de São Paulo 10:15 - Angélica Kuhn - Estudo de casos de centros públicos de EJA 10:30 - Sandra Maria Glória da Silva - Integração entre educação profissional e EJA em cursos do Pronatec/EJA 10:45 - Neila Pedrotti Drabach - Relações entre trabalho, educação e desenvolvimento: o Pronatec como política de formação da força de trabalho no contexto atual 11:00 - Comentários da coordenadora 11:15 – Debate

Sábado 02/04/2016 sala 113

09:00 | 12:00 - RODA DE CONVERSA 5 - Direito ao ensino fundamental com equidade e qualidade Coordenadora: Profa. Dra. Adriana Bauer

9:00 - Rodada de apresentação 9:20 - Ariane Faria dos Santos - Análise da distribuição de Opportunity to learn para a educação brasileira

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9:40 - Gabriela Thomazinho - O Programa Bolsa Família e a redução da desigualdade educacional em suas múltiplas dimensões 10:00 - Iracema Santos do Nascimento - Gestão e estrutura escolar para o ensino de leitura literária nos anos iniciais do Ensino Fundamental 10:20 - José Quibao Neto - Condições de trabalho docente em escolas particulares na cidade de São Paulo 10:40 - Comentários da coordenadora 11:00 – Debate

Sábado 02/04/2016 sala 115

09:00 | 12:00 - RODA DE CONVERSA 6 - Direito à educação infantil Coordenadora: Profa. Dra. Lisete Arelaro

09:00 - Rodada de apresentação 09:20 - Thais Andrea Carvalho de Figueiredo Lopes - A expansão da educação infantil no Brasil por meio do Proinfância 09:40 - Maria Aparecida Guedes Monção - Gestão democrática na educação infantil: o compartilhamento da educação da criança pequena 10:00 - Janaína Vargas de M. Maudonnet - Movimentos sociais e infância: um estudo sobre Fóruns de educação infantil no Brasil 10:20 - Cláudia Oliveira Pimenta - Iniciativas municipais de avaliação da qualidade da educação infantil em curso no Brasil 10:40 - Comentários da coordenadora 11:00 – Debate

Sábado 02/04/2016 Saguão Superior do Bloco B - Afresco

12:00 | 13:00 - ENCERRAMENTO Danças circulares sagradas (LabArte)

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1º Seminário de Intercâmbio de Pesquisas da Área de Concentração Estado, Sociedade e Educação – 1 e 2/4/2016

TRABALHOS APRESENTADOS - RESUMOS A TRAJETÓRIA DE TRABALHO DOCENTE DE EGRESSOS DOS CURSOS DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO EM MINAS GERAIS

Aline Aparecida ANGELO

Universidade do Estado de Minas Gerais Orientador(a): Profa. Dra. Sonia Maria Portella Kruppa

[email protected]

Nos últimos quatorze anos assistimos ao crescimento de ações governamentais no âmbito das políticas públicas para a educação do campo, em virtude do embate travado pelo Movimento da Educação do Campo na agenda educacional brasileira. Entre as ações desse Movimento a formação de professores constitui numa experiência desenvolvida em diversas instituições de ensino superior (IES), desde 1998, através de cursos de Pedagogia da Terra e Licenciatura em Educação do Campo. Considerando que a proposta de formação de professores para a Educação do Campo é a transformação da escola e que diversos profissionais formados pelos referidos cursos encontram-se atuando como docentes, proponho nesta pesquisa analisar o trabalho docente de egressos em escolas públicas do campo. Especificamente busco compreender quais são os sentidos do trabalho docente para os egressos e como estes articulam as concepções políticas (e de saberes) veiculados pela universidade e pelo Movimento em escolas do campo; e analisar o Projeto Político Pedagógico e o currículo da escola em que atuam, a fim de verificar a existência de proposições afins com o Movimento da educação do campo nesses documentos. Para viabilizar essa proposta de pesquisa proponho realizá-la com egressos do Curso de Licenciatura em Educação do Campo, turma 2008, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE/UFMG). A coleta de dados será realizada por meio de análise de documentos disponíveis na universidade sobre os cursos, entrevistas com os egressos e observações em seu ambiente de trabalho. Pretendo discutir os dados com base em contribuições de autores vinculados ao materialismo histórico dialético tais como: Antônio Gramsci, István Mészáros, Karl Marx e demais autores que discutem a temática da educação do campo. A pesquisa encontra-se em estado inicial, em que a pesquisadora realiza revisões de literatura sobre a temática em questão e imersão nas leituras do referencial teórico proposto. Os primeiros dados da pesquisa serão obtidos no segundo semestre de 2016.

Palavras-chave: Trabalho docente, Educação do Campo, Escolas do campo.

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PROCESSOS DE INDIVIDUAÇÃO, TRAJETÓRIAS JUVENIS E A EVASÃO DE ALUNOS DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA USP (SÃO PAULO), INGRESSANTES VIA VESTIBULAR, NOS

ANOS DE 2002, 2003 E 2004

Ana Amélia Chaves Teixeira ADACHI Orientador(a): Prof. Dr. Romualdo Luiz Portela de Oliveira

[email protected]

Este trabalho se atém ao estudo da evasão de alunos no campo do ensino superior brasileiro, tendo como objetivo identificar a experiência universitária que favoreceu a evasão de alunos, ingressantes via Vestibular, nos anos de 2002, 2003 e 2004, nos cursos de graduação da USP, oferecidos na cidade de São Paulo. Também busca delinear os caminhos percorridos pelos jovens universitários diante desta situação. A proposição se apresenta frente à necessidade de a universidade bem qualificar seus estudantes, garantindo um bom número em termos de seus diplomados. Pesquisas recentes, sobretudo em âmbito nacional, vêm sendo realizadas (MEC, 1996; Peixoto, Braga e Bogutchi, 1999; PRG-USP, 2004; Adachi, 2009, etc.) para dimensionar e qualificar esta questão. A evasão no campo do ensino superior brasileiro se tornou um problema de política pública recente. Assim, na segunda metade da década de 1990, o MEC em parceira com grande parcela das universidades públicas brasileiras realizou um macro estudo que definiu uma fórmula comum de cálculo bem como definiu a evasão como sendo a saída definitiva do aluno de seu curso de origem sem concluí-lo (MEC, 1996). O estudo realizado pela intitulada Comissão Especial para o Estudo da Evasão nas Universidades Brasileiras quantificou os índices de evasão, mas não avançou em um conhecimento mais aprofundado deste fenômeno, a partir de uma proposição de análise com viés mais qualitativo. Em 2004, a pedido da Pró-Reitoria de Graduação, foi finalizado um estudo acerca da evasão na USP. Em diálogo com este trabalho, esta pesquisa desdobra análises da evasão, procurando identificar suas causas, esboça motivos elencados pelos estudantes e verifica os caminhos percorridos pelos jovens evadidos dos cursos de alta evasão desta universidade. Para tanto, foi levantado o total de vagas de transferências internas e externas oferecidas pela USP no período de 2002 a 2006; foram selecionados sete cursos de alta evasão para averiguar índices finais da evasão e mapear as formas deste comportamento na USP. Ainda pretende-se entrevistar estudantes, concluintes e não-concluintes, para identificar as razões para o desligamento do curso e os caminhos percorridos pelos ex-alunos em suas trajetórias de vida dentro da universidade. Os resultados parciais identificados até o momento nos permitem concluir que: a evasão é alta em cursos cuja nota de ingresso e relação candidatos por vaga é mais baixa entre todas as carreiras da USP; a incidência da evasão é mais forte no início do curso de graduação; a evasão no turno noturno é predominantemente mais alta que a das respectivas carreiras oferecidas no período diurno; as mulheres tendem mais a concluir que os homens; a classificação no Vestibular e as características socioeconômicas do alunado não interferem nas chances de conclusão do curso; e a idade e a existência de titulação anterior ao ingresso constituem fatores que afetam as chances de conclusão da graduação na USP.

Palavras-chave: Evasão, Ensino Superior, USP, Trajetórias juvenis, Processos de individuação.

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À DERIVA. UM ESTUDO SOBRE A EXPANSÃO DO ENSINO MÉDIO NO ESTADO DE SÃO PAULO (1991-2003)

Ana Paula CORTI

Instituto Federal Tecnológico de São Paulo Orientador(a): Profa. Dra. Maria Clara Di Pierro

[email protected]

A pesquisa investigou a expansão do ensino médio no estado de São Paulo no período entre 1991 e 2003, buscando compreender sua dinâmica e suas características. O crescimento das matrículas no ensino médio público foi intensificado na década de 1980, mas foi nos anos 1990 que atingiu seu ápice, produzindo a escola média massificada. Entretanto, os anos 1990 são conhecidos pela focalização das políticas no ensino fundamental, etapa para a qual convergiram os esforços governamentais, bem como a agenda da pesquisa educacional. Enquanto isso, o ensino médio vivia o maior período do seu crescimento. Os impactos desse processo foram enormes para a rede estadual, que incorporou em número crescente um grupo social relativamente novo – adolescentes, jovens e adultos – que por sua vez experimentavam mutações importantes nos processos de socialização num contexto de crise do Estado, das políticas sociais e do emprego. A pesquisa se debruçou sobre as seguintes questões: Como se deu a expansão do ensino médio no estado de São Paulo, num contexto adverso em termos das políticas educacionais? Qual foi a configuração social e histórica na qual o ensino médio foi expandido? Quais foram as medidas tomadas para absorver a expansão? Para elucidar o fenômeno foram utilizadas cinco estratégias metodológicas: 1) entrevistas exploratórias com gestores educacionais; 2) levantamento e análise de dados estatísticos sobre a movimentação das matrículas; 3) análise de dados sobre o financiamento educacional; 4) levantamento em dois grandes jornais de circulação estadual de 1991 a 2003 e 5) pesquisa documental sobre as ações e os programas governamentais. A análise permitiu identificar dois períodos distintos no processo de expansão do ensino médio: 1991 a 1994 e 1995 a 2003. Entre 1991 e 1995 o crescimento das matrículas foi mais intenso, chegando a 50,4%. Foram anos em que o estado de São Paulo viveu o ápice da “onda jovem” e um aumento significativo nos concluintes do ensino fundamental. Houve enorme pressão por vagas públicas no ensino médio, gerando um cenário de escassez. A partir de 1995 o ritmo de crescimento das matrículas diminuiu, acompanhado de uma desaceleração da “onda jovem”. O que caracterizou o período de 1995 a 2003 foi a mudança no padrão da oferta de ensino médio, com a implementação de uma política educacional sistêmica na rede estadual, marcada pela racionalização administrativa, criação de mecanismos de planificação da oferta escolar com centralização decisória e fortalecimento de uma burocracia interna. A matrícula automática eliminou a concorrência entre as escolas da rede estadual. De forma geral, se concluiu que as políticas educacionais tiveram papel secundário na expansão do ensino médio paulista. Maior importância pode ser atribuída ao aumento da demanda social que pressionou pela extensão da escolaridade, para além do ensino fundamental obrigatório, pressão essa ligada ao contexto demográfico e econômico e à evolução interna do atendimento educacional que foi resultado de expansões anteriores.

Palavras-chave: Ensino Médio, Rede Estadual, Expansão escolar, políticas públicas. Publicações: CORTI, A. P. O ensino médio em São Paulo: a expansão das matrículas nos anos 1990. Revista Educação & Realidade. Ensino Médio e Juventudes, v. 41, n. 1, 2016, p. 41-68.

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ESTUDO DE CASOS DE CENTROS PÚBLICOS DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Angélica KUHN

Orientador(a): Profa. Dra. Maria Clara Di Pierro [email protected]

A pesquisa tem por objetivo identificar e analisar centros públicos que ofertam exclusivamente a modalidade EJA e que, contrastando com a tendência dominante no país, têm atraído numeroso contingente de matrículas. Pretende-se identificar em tais centros públicos os fatores que contribuem para a organização da oferta pública de educação de qualidade aos jovens e adultos analfabetos ou pouco escolarizados. O estudo analisa três centros públicos, um na cidade de São Paulo, um em Campinas (SP) e um no Rio de Janeiro, a fim de levantars os fatores que contribuem para a configuração singular da oferta e os seus resultados educativos. Cada estudo de caso segue um protocolo de pesquisa, que caracteriza as unidades educativas a partir dos seguintes aspectos: perfil socioeconômico e cultural dos educandos; perfil dos educadores em relação às condições de trabalho e oportunidades de formação continuada; as instalações físicas; a assistência aos estudantes (transporte, alimentação, saúde e materiais didáticos); o currículo e as propostas pedagógicas; a flexibilidade da organização dos tempos e espaços de aprendizagem; a gestão escolar; o comportamento das matrículas, fluxo e rendimento escolar, bem como os índices de certificação e o custo-aluno. Para tanto, utilizamos a modalidade de pesquisa conhecida como estudo coletivo ou estudo de casos múltiplos (ANDRE, 2005; ALVES-MAZZOTTI, 2006), que Robert E. Stake (1983) denomina estudo de caso coletivo. Neste tipo de pesquisa há o entendimento de que dada a complexidade do mundo social e a natureza do conhecimento, o pesquisador estuda alguns casos conjuntamente para investigar um dado fenômeno em profundidade. A coleta de dados se dá por meio de pesquisa de campo com uso dos seguintes instrumentos: análise documental, entrevistas, levantamento de dados quantitativos, observação in loco. Os dados são analisados a partir de referencial teórico que busca compreender a história e a atualidade da educação escolar de jovens e adultos e as possíveis propostas para a adequação da oferta às necessidades e possibilidades de escolarização dos jovens e adultos analfabetos ou pouco escolarizados. Inicialmente, tomamos como referência a relação entre Estado e educação, de Beisiegel (1974; 1997; 1999); a análise das transformações ocorridas na educação de jovens e adultos, de Di Pierro e Haddad (2015); as políticas públicas para a educação de jovens e adultos no Brasil, a partir dos estudos de Di Pierro (2008; 2010; 2012 ); o reconhecimento das especificidades da EJA, de Soares (2014) e a educação de jovens e adultos sob a ótica do direito de todos à educação pública de qualidade, de Arroyo (2005). Os resultados preliminares indicam que os centros públicos analisados apresentam maior flexibilidade em relação a organização curricular, dos tempos e espaços escolares e foco exclusivo nas questões relacionadas à modalidade, o que possibilita uma abordagem pedagógica mais apropriada para o acolhimento da diversidade dos estudantes, contribuindo para que possam conciliar melhor o estudo e as intermitências da vida adulta como o trabalho e a família.

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos (EJA), Centros Públicos de EJA, Políticas públicas de EJA, matrículas na EJA, Evasão escolar

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ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DE OPPORTUNITY TO LEARN PARA A EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Ariane Faria dos SANTOS Orientador(a): Profa. Dra. Sandra Maria Zákia Lian Souza

[email protected] Esta pesquisa tem por objetivo realizar estudo empírico que possibilite compreender a distribuição das oportunidades de aprendizagem dos alunos nos diferentes grupos socioeconômicos e étnico-raciais, assim como nas diversas regiões/ estados brasileiros e buscará responder as seguintes questões: “Qual é a distribuição de Opportunity to Learn para estudantes na educação brasileira, principalmente em termos de processos dentro da escola e salas de aula? Será que esta distribuição varia entre estudantes no início do seu ciclo de ensino (5º ano) ou no fim (9º ano)?”. O referencial teórico está alicerçado i) no conceito de Opportunity to Learn (OTL) e ii) na discussão a respeito do papel dos fatores extra e intraescolares sobre o aprendizado dos alunos. O conceito de OTL é discutido a partir de três perspectivas: i) como conceito de pesquisa ii) como indicador educacional e iii) como instrumento de política pública (MCDONNELL, 1995). Além disso, na medida em que o conceito de OTL foi pouco trabalhado na literatura nacional, são estabelecidas possíveis relações e semelhanças do conceito com importantes campos teóricos das pesquisas em educação no Brasil, a saber, a literatura sobre i) justiça social, ii) direito à educação de qualidade e iii) equidade. A discussão a respeito do papel dos fatores extra e intraescolares pretende compreender qual a influência desses elementos sobre o aprendizado dos alunos, a fim de delimitar quais os mais importantes. Dessa análise, concluiu-se que os fatores relacionados ao ensino (SOARES, 2007) a saber, i) o conhecimento; ii) experiência; iii) envolvimento do professor; iv) clima da classe; v) gestão da classe; e vi) gestão da matéria são os que mais influenciam a aprendizagem e conseguem combater as diferenças originárias do nível socioeconômico e cultural. Após a discussão teórica, apresenta-se o modelo multinomial – utilizado na pesquisa para aferir as OTL dos alunos do 5º e 9º do Ensino Fundamental da educação brasileira. Os primeiros resultados levam em considerações a estatística descritiva de algumas das variáveis presentes no modelo. Tais resultados parciais demonstram que os alunos pertencentes aos níveis socioeconômicos mais baixos (classe D ou E) possuem menor acesso a OTL do que os pertencentes aos níveis socioeconômicos mais altos (classe A1 ou A2). Isso significa, em termos práticos, que os alunos dos níveis socioeconômicos mais baixos, quando comparados aos alunos de nível socioeconômico mais alto, possuem professores i) com menores níveis de escolaridade; ii) que declaram gastar menos tempo da aula com atividades de ensino e aprendizagem e iii) que declaram cumprir uma porcentagem menor do currículo escolar. Além disso, os professores dos alunos de níveis socioeconômicos mais baixo também possuem menor expectativa dos seus alunos concluírem estudos nas etapas posteriores. Outro achado foi que a porcentagem de professores que NUNCA realizam algumas atividades pedagógicas também é maior entre os professores dos alunos das classes mais baixas.

Palavras-chave: Opportunity to Learn, Direito à educação de qualidade, Equidade, SAEB.

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO DO CAMPO PARA OS JOVENS E ADULTOS: UM OLHAR SOBRE O ESTADO DE SÃO PAULO

Breno Trajano de ALMEIDA

Orientador(a): Profa. Dra. Maria Clara Di Pierro [email protected]

A pesquisa visa analisar a implementação das políticas públicas para a educação do campo destinadas aos jovens e adultos no Estado de São Paulo, no âmbito do Programa Nacional de Educação do Campo (PRONACAMPO), especificamente em seu Eixo III – Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional. A educação no campo, “cuja referência dominante continuava a ser a cultura urbana” (Di PIERRO & ANDRADE, 2004, p. 253), apresentava a constatação mais corriqueira de que a educação escolar que se dirige aos vários pontos da imensidão do território brasileiro, é uma educação descontextualizada e, por sê-lo, é também colonizadora. De acordo com Caldart (2012), a Educação do Campo representa uma concepção político-pedagógica voltada para dinamizar a ligação dos seres humanos com as condições da existência social, de forma a contemplar a relação com a terra, o meio ambiente, os diversos saberes, a memória coletiva, os movimentos sociais. Ainda sobre essa concepção, Arroyo (1999) afirma que a Educação do Campo nomeia um fenômeno da realidade brasileira atual, protagonizado pelos trabalhadores do campo e suas organizações. Molina (2004) reitera que os movimentos sociais e sindicais rurais organizaram-se e desencadearam-se um processo nacional de luta pela garantia de seus direitos, articulando as exigências do direito à terra com as lutas pelo direito à educação. Respondendo a estes movimentos, o Ministério da Educação lançou, em 2013, o PRONACAMPO, com o escopo de oferecer apoio técnico e financeiro aos estados, municípios e Distrito Federal na construção de uma política destinada aos povos do campo. Dentre as ações apresentadas no PRONACAMPO, o Eixo III, destinado à Educação de Jovens e Adultos, objetiva apoiar as redes de ensino para a ampliação da oferta desta modalidade com qualificação profissional, com a utilização da proposta pedagógica do programa Saberes da Terra e o apoio à inclusão social dos jovens e trabalhadores do campo. Uma consulta exploratória junto à SECADI revela a ausência da parceria da União com o Governo do Estado de São Paulo na realização do PRONACAMPO. Pesquisas demostram que o principal motivo que leva ao desencontro de políticas públicas são as diferenças partidárias, gerando competição político-eleitoral entre os governos das diferentes instâncias. (ABRUCIO, 2005; VIEIRA, 2011). Para desenvolvimento do objetivo proposto, o trabalho de pesquisa envolverá a revisão documental junto aos bancos de dados dos órgãos oficiais. Será realizada também uma coleta de dados dividida em dois momentos: coleta das informações que estão disponíveis nos sites oficiais e do contato via e-mail com todos os municípios do Estado de São Paulo que possuem ações do Eixo III do PRONACAMPO. Neste segundo momento será realizada uma coleta de dados in loco nesses municípios da amostra. A revisão bibliográfica acompanhará todo o processo de pesquisa.

Palavras-chave: Educação do Campo; Políticas públicas; Educação de Jovens e Adultos.

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A QUALIDADE NO PROUNI: UM ESTUDO A PARTIR DOS RESULTADOS DE AVALIAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR (SINAES)

Camila Yuri Santana IKUTA

Orientador(a): Profa. Dra. Gladys Beatriz Barreyro [email protected]

A pesquisa investigou a questão da qualidade dos cursos do Programa Universidade para Todos (ProUni), uma política educacional implementada em 2005, que realiza a concessão de bolsas de estudos para estudantes de cursos de graduação e sequenciais de formação específica em instituições de ensino superior privadas brasileiras. O objetivo geral foi realizar uma análise em torno da qualidade dos cursos que ofereceram bolsas pelo ProUni, a partir dos resultados de avaliação de cursos do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), mais precisamente do Conceito Preliminar de Curso (CPC). O referencial teórico da pesquisa foi construído a partir de uma revisão bibliográfica que abrangeu os seguintes temas: a trajetória da educação superior brasileira, especialmente no período compreendido entre os anos 2000-2015; o histórico das políticas de avaliação, em especial o SINAES; a discussão conceitual sobre qualidade da educação superior; e o debate quanto à política do Programa Universidade para Todos. Foram utilizados procedimentos metodológicos quantitativos, a partir de uma análise de dados sobre os cursos que ofertaram bolsas pelo ProUni no município de São Paulo-, no primeiro semestre de 2014, em relação aos resultados do Conceito Preliminar de Curso (CPC), considerado o indicador oficial de avaliação da qualidade dos cursos superiores brasileiros. Os dados sobre o ProUni foram obtidos junto ao Ministério da Educação e os resultados do CPC por meio de divulgação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Verificou-se que, no caso do grupo de cursos ProUni selecionados para a análise, nem sempre apresentam-se resultados ligados à baixa qualidade (considerando como referência de qualidade o CPC). Foi constatado que há concentração desses cursos de forma predominante na faixa 3 do indicador, considerada satisfatória; entretanto, há menos cursos na faixa 4 e um número bastante reduzido na faixa 5, que são consideradas como as faixas que possuem maior relação com os critérios de qualidade exigidos. Foi identificada, também, uma parcela menor de cursos com ausência de conceito ou de reconhecimento, o que pode trazer incertezas sobre a qualidade ofertada. Além disso, a correspondência com os critérios de qualidade utilizados mostrou-se desigual quando foram consideradas variáveis como o grau acadêmico (bacharelados e tecnólogos), o tipo de bolsa ofertada (integral ou parcial) e a área de enquadramento dos cursos. Diante do quadro analisado, foi realizada uma discussão que problematizou os limites e possibilidades identificados nos critérios de qualidade e avaliação exigidos aos cursos que participam do ProUni, considerando o levantamento bibliográfico realizado sobre os temas relacionados.

Palavras-chave: Programa Universidade para Todos (ProUni), Educação Superior, Avaliação.

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EDUCAÇÃO NAS PRISÕES: RESPONSABILIDADE DA UNIVERSIDADE PÚBLICA? Carolina Bessa Ferreira de OLIVEIRA

Orientador(a): Prof. Dr. Roberto da Silva [email protected]

A pesquisa tem como objetivo principal investigar a responsabilidade da Universidade Pública, como ente estatal, a partir de seu tripé constituinte e indissociável “ensino, pesquisa e extensão”, em relação à política pública de educação nas prisões. Toma-se como campo de análise o Estado de São Paulo e como marcos normativos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, vigente desde 1996, e a publicação das Diretrizes Nacionais para a oferta de educação a jovens e adultos em situação de privação de liberdade em estabelecimentos penais, pelo Conselho Nacional de Educação, em 2010. A hipótese inicial é de que a Universidade Pública brasileira tem demonstrado cumprir seu papel em relação à dimensão da pesquisa, no que tange a educação nas prisões, no entanto, não tem implementado ações de ensino e de extensão. Considera-se que a Universidade Pública, como ente estatal, deve manter permanente articulação com a sociedade, suas demandas e problemas, dentre os quais se encontram as prisões e a política pública de educação nas prisões, e contribuir na esfera que lhe é própria, ainda que, por si só, não os resolva. Nesse sentido, incluiriam-se as práticas de ensino, pesquisa e extensão de educação nas prisões, imbuídas do princípio da autonomia universitária, em uma esperada relação mediada com a sociedade. A abordagem teórica utilizada referencia-se em autores que desenvolvem conceitos e tecem reflexões sobre o Estado, as políticas públicas, a educação e a sociedade, tais como Bárbara Freitag, Celina Souza, Norberto Bobbio e Paulo Freire. Recorre-se à metodologia de pesquisa qualitativa, com foco no Estado de São Paulo, a partir do levantamento bibliográfico e documental, a fim de contextualizar o estado da arte e identificar produções acadêmicas sobre o tema, livros, dados publicados por órgãos governamentais e não governamentais. Além disso, são utilizados questionários, direcionados a professores e pesquisadores vinculados a Universidades Públicas estaduais e federais no Estado de São Paulo, para que se possam levantar informações sobre práticas de ensino, pesquisa e extensão de educação nas prisões existentes ou não no Estado, desde a publicação, em 2010, das citadas Diretrizes Nacionais.

Palavras-chave: Educação, Prisões, Universidade pública.

INICIATIVAS MUNICIPAIS DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO INFANTIL EM CURSO NO BRASIL: CARACTERÍSTICAS E CONTRIBUIÇÕES PARA A GARANTIA DO DIREITO À

EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS PEQUENAS Cláudia Oliveira PIMENTA

Orientador(a): Profa. Dra. Sandra Maria Zákia Lian Souza [email protected]

A presente pesquisa tem como objetivo identificar e analisar iniciativas municipais de avaliação da qualidade da educação infantil, em curso no país, com principal atenção para os municípios paulistas, com vistas a compreender suas potencialidades e seus limites em contribuir para a garantia do direito à educação das crianças pequenas. O referencial teórico é composto pelo arcabouço legal – legislação e documentos norteadores da educação infantil (BRASIL, 1996, 1998, 2000, 2002, 2006, 2009, 2010; CAMPOS e ROSEMBERG, 1995, 2009); pela literatura nacional que trata da qualidade oferecida para essa

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etapa educacional (CAMPOS, FÜLLGRAF e WIGGERS, 2006; SUSIN, 2010; CAMPOS et al, 2011; CORREIA, 2013; COSTA, 2014; entre outros); bem como por proposições de avaliação da educação infantil desenvolvidas em outros países (NAYEC, 2008, 2015; BONDIOLI, SAVIO, 2012; GARCIA, 2012; MYERS, 2011; HARMS, 2013, TAYLER, 2014; entre outros). De acordo com esses referenciais, a garantia do direito das crianças a uma educação pública de qualidade só poderá se concretizar na medida em que o poder público: ampliar substancialmente o acesso; investir na carreira e na formação dos profissionais; investir na infraestrutura e nos materiais pedagógicos; implementar processos de supervisão administrativa e pedagógica das instituições públicas e conveniadas; elaborar propostas pedagógicas/currículos que levem em conta a construção de uma identidade própria para educação infantil; primar pela interação entre o cuidar e o educar; compreender a criança como sujeito de direitos; respeitar a diversidade cultural, regional e local; criar mecanismos de avaliação e autoavaliação das diferentes instâncias; compreender a avaliação da criança como de responsabilidade exclusiva dos estabelecimentos educacionais. Com base nesses referenciais estamos construindo indicadores para apoiar as análises de iniciativas desenvolvidas por 44 municípios paulistas, cujas informações foram fornecidas pelas secretarias municipais de educação, via e-mail, entre os meses de novembro de 2015 e fevereiro de 2016. Os resultados parciais revelam que o principal foco das iniciativas analisadas é o desenvolvimento das crianças. Entretanto, há municípios que avaliam, além das crianças, processos e insumos relativos à educação infantil, e, ainda, aqueles que avaliam o desempenho/ perfil dos professores. Os instrumentos/procedimentos avaliativos utilizados pelos municípios, de forma combinada ou isolada, são variados: os Indicadores da Qualidade na Educação Infantil; visitas de acompanhamento e/ou monitoramento das instituições, por parte das secretarias e/ou de empresas por elas contratadas; análise de documentos/registros escolares; sondagens; reuniões com as equipes escolares e/ou com os pais; aplicação de questionários e/ou realização de entrevistas com as equipes dos estabelecimentos, pais e funcionários; autoavaliação dos profissionais das instituições; mapas de habilidades; e, ainda, testes aplicados aos alunos para avaliar habilidades de leitura, escrita e matemática.

Palavras-chave: Educação Infantil, Avaliação da qualidade, Direito à educação.

EXPANSÃO E DIFERENCIAÇÃO DA UNIVERSIDADE NOS NOVOS CAMPI DE USP, UNICAMP E UNES

Flávio Batista FERREIRA Orientador(a): Profa. Dra. Gladys Beatriz Barreyro

[email protected] Este trabalho tem como objetivo analisar em que medida a política de expansão das universidades públicas estaduais paulistas, em novos campi, favoreceu alterações nessas instituições, constituindo um processo de diferenciação. A pesquisa engloba a análise de aspectos da transição de fases de desenvolvimento da educação superior (Trow, 2005), buscando definir dimensões que possam apresentar indícios de diferenciação, entendendo que novas missões/funções ou modos de organização podem surgir no interior das instituições, coexistindo com estruturas e práticas anteriores, constituindo o que Kerr (1982) definiu como multiversidade. Considerando-se, ainda, o modelo de metarregulação de Barroso (2006), buscaremos desvendar como os mecanismos de ajustamento da política de expansão das universidades em novos campi procurou atender às pressões por ampliação de

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funções e alteração da concepção de universidade. Portanto, analisar as dinâmicas de alterações institucionais operadas pela política universitária do Estado de São Paulo, e suas implicações no interior das universidades públicas estaduais, é uma questão relevante, pois se trata de um centro de reconhecimento internacional que representa parcela significativa da produção científica e formação de doutores. Um olhar sobre as alterações em características definidoras da concepção de universidade nos novos campi de USP, UNICAMP e UNESP, e em que medida elas estão se diferenciando, pode abrir um importante campo de investigação que aponte para os rumos da educação superior no Brasil.

Palavras-chave: Educação Superior, Universidade, Expansão, Diferenciação, Multiversidade.

O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E A REDUÇÃO DA DESIGUALDADE EDUCACIONAL EM SUAS MÚLTIPLAS DIMENSÕES

Gabriela Thomazinho Clementino SAMPAIO Orientador(a): Romualdo Luiz Portela de Oliveira

[email protected] A pesquisa busca compreender como a questão educacional está inserida no desenho do Programa Bolsa Família por meio da perspectiva da desigualdade educacional. Para analisar em que medida o programa reduz as múltiplas dimensões da desigualdade educacional enfrentadas pelos seus participantes, a pesquisa tem três objetivos específicos: discutir o papel da educação no desenho do Bolsa Família; diagnosticar a desigualdade educacional ainda enfrentada pelos beneficiários do programa; compreender os efeitos (diretos e indiretos) do Bolsa Família sobre as dimensões da desigualdade educacional. O primeiro objetivo foi realizado a partir da apresentação do debate em torno da condicionalidade de educação, da premissa básica sobre a qual ela se baseia, e as principais críticas. A premissa do programa é a de que o acesso aos serviços de educação promoverá o corte do ciclo intergeracional de pobreza vivido pelos beneficiários. Porém, já é consenso na área de educação que apenas o acesso não basta para a promoção da igualdade. O segundo objetivo foi realizado a partir de um diagnóstico das desigualdades educacionais enfrentadas pelas crianças e adolescentes beneficiários do Bolsa Família em três dimensões: do acesso, de tratamento e de conhecimento. Dentre as três dimensões, a desigualdade de acesso é a menor. No Ensino Fundamental ela é mínima, e no Ensino Médio um pouco maior. Já nas dimensões do tratamento e do aprendizado, o diagnóstico foi feito pela comparação da situação de escolas Maioria Bolsa Família e do resto das escolas da rede pública. As escolas Maioria Bolsa Família são aquelas que têm mais de 50% de seus estudantes beneficiários do programa. Esse diagnóstico evidenciou que há desigualdades substanciais entre esses dois grupos de escolas quando se considera as dimensões do tratamento e do aprendizado. Por fim, foram analisados os impactos e efeitos do programa sobre as três dimensões da desigualdade a partir de uma revisão da literatura, encontrando que os efeitos do programa se dão principalmente sobre a dimensão do acesso. Existem ainda poucos estudos que analisam a dimensão do tratamento, mas alguns apontam para mudanças institucionais na atenção dada a essas crianças. Os estudos não são conclusivos sobre efeitos positivos quanto ao aprendizado. A pesquisa deve prosseguir com um estudo de campo na rede municipal de Osasco para compreender as políticas educacionais que visam a redução das desigualdades

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enfrentadas pelos beneficiários do Bolsa Família, principalmente para verificar se há uma mudança no tratamento dado aos beneficiários.

Palavras-chave: Desigualdade educacional; Bolsa Família; Avaliação de políticas públicas.

A ACREDITAÇÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO NOS ESPAÇOS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR: UM ESTUDO SOBRE O ESPAÇO EUROPEU DE EDUCAÇÃO SUPERIOR E O ESPAÇO REGIONAL DE

EDUCAÇÃO SUPERIOR DO MERCOSUL Gabriella de Camargo HIZUME

Orientador(a): Profa. Dra. Gladys Beatriz Barreyro [email protected]

Objetiva-se com esta pesquisa trazer a lume a discussão sobre a acreditação de cursos de graduação nos Espaços de Educação Superior (EES), notadamente no Espaço Europeu de Educação Superior e no Espaço Regional de Educação Superior do Mercosul, identificando e analisando tanto suas características comuns como suas idiossincrasias. Serão focados os contextos que ensejaram a formação dos EES, a função exercida neles pelos processos de acreditação, os processos de acreditação em si, os atores envolvidos e suas competências, a natureza do ditame de acreditação e seus efeitos no tocante à mobilidade acadêmica e ao reconhecimento de diplomas de cursos acreditados para a circulação de profissionais qualificados. Para isto, parte-se de documentos referentes ao Processo de Bolonha e ao Sistema Arcu-Sul, especialmente os emanados da Associação Europeia para a Garantia da Qualidade da Educação Superior (ENQA) e da Rede de Agências Nacionais de Acreditação (RANA). Por se tratar de um estudo interdisciplinar e considerando que ambos os Espaços de Educação Superior ainda estão em formação, resgatamos Lakatos e Marconi (2003) no sentido de que, de um modo geral, nas investigações, nunca se adota apenas um método ou uma técnica de pesquisa, mas todos os necessários, que sejam apropriados para o caso em tela; desta feita, o que se apresenta por ora consiste numa primeira proposta metodológica. Para a análise da função dos processos de acreditação nos Espaços de Educação Superior, optou-se pela comparação por se entender que o objeto eleito para estudo só se torna um problema de pesquisa se se partir desta perspectiva. Para tanto, ponderou-se que os Espaços foram ensejados, semelhantemente, por processos integracionistas e de internacionalização da educação superior fomentados pela globalização, não obstante possuam características próprias advindas de âmbitos políticos e históricos distintos. Ademais, de acordo com Pronko (2006), a comparação tem se mostrado importante ferramenta de conhecimento por permitir a apreensão de realidades erigidas para além da seara nacional e voltadas para a instituição de políticas públicas transnacionais de harmonização. Neste viés, a comparação será utilizada como forma de confrontar os Espaços a fim de suscitar reflexões sobre as variáveis que permeiam os processos de acreditação neles instituídos e não apenas como forma de listar as semelhanças e diferenças. Além de Pronko, esta escolha se baseou em autores como Marcel Detienne e Marc Block, entre outros. A coleta de dados será feita, inicialmente, de forma indireta, utilizando-se pesquisa documental e bibliográfica. Na constituição do corpus documental, será dada especial ênfase aos documentos emanados da RANA e ENQA, relativos ao Sistema Arcu-Sul e ao Processo de Bolonha.

Palavras-chave: Acreditação, Educação Superior, Espaços de Educação Superior, Processo de Bolonha, Sistema Arcu-Sul.

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GESTÃO E ESTRUTURA ESCOLAR PARA O ENSINO DE LEITURA LITERÁRIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Iracema Santos do NASCIMENTO Orientador(a): Prof. Dr. Vitor Henrique Paro

[email protected] O trabalho procura analisar aspectos de gestão e estrutura escolar que influenciam o ensino de leitura literária nos anos iniciais do ensino fundamental, com pesquisa de campo desenvolvida em escola pública da rede estadual na periferia da zona sul da capital paulista. Os dados empíricos abrangem observação de práticas de ensino de leitura literária em salas de aula do 1º ao 5º ano; análise do acervo literário utilizado em sala de aula e das políticas públicas que o destinam à escola; entrevistas com professoras regentes e outros profissionais da unidade (diretora, professora coordenadora, professor adaptado na biblioteca). Serão destacados aspectos como: gestão pedagógica e planejamento; formação de professores; espaço e estrutura física; acervo literário; avaliação. O estudo ampara-se em pressupostos teóricos de variados campos científicos fundamentados nas perspectivas sociohistórica e sociointeracionista, que convergem quanto à concepção de educação como apropriação da cultura (PARO, 2010; 2011); da escola e do professor como local e agente privilegiados para potencializar os processos de mediação e internalização por meio dos quais o ser humano se desenvolve imerso na cultura (VIGOTSKI, 2010); da linguagem como prática social, produção e produto da atividade humana, constitutiva dos sujeitos em interação (SMOLKA, 2012); da leitura como prática social de produção de sentidos (R. CHARTIER; GOULEMOT, 2009), como possibilidade de ampliação de horizontes e repertórios, de novas formas de dizer, ver e ler o mundo (GERALDI, 2013) e como objeto passível de aprendizado na escola (SOARES, 2006; HÉBRARD, 2009). As análises (ainda em curso) dos dados coletados revelam, de modo geral, que as políticas das últimas décadas priorizam muito o objeto livro (grande quantidade e diversidade de acervo literário é enviada à escola, tanto pelo Governo Federal como pelo Governo Estadual) e pouco as mediações (BUTLEN, 2013). Diante de questões de estrutura (falta de espaço, falta de funcionários), a decisão da gestão da escola foi priorizar organização em detrimento dos usos e mediações do objeto livro. Priorizou-se catalogação, tombamento e todo o tratamento típico de biblioteconomia (sem os recursos adequados para isso) em lugar de facilitar o uso do espaço (biblioteca) e do objeto livro pelos sujeitos (professoras e alunos). Ao que parece, há um desencontro entre o discurso da rede (de valorização da leitura), as propostas do material didático (que priorizam o trabalho com escrita em detrimento da leitura), as avaliações externas (focadas na escrita), a formação de professores (que não prioriza o trabalho com leitura) e a visão/trajetória das professoras, que não aprenderam a trabalhar com a leitura visando à formação leitores polivalentes e capazes de construir sentido(s) para os textos lidos.

Palavras-chave: Leitura literária, anos iniciais; Leitura literária, gestão e estrutura escolar; Leitura literária, ensino e aprendizado.

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MOVIMENTOS SOCIAIS E INFÂNCIA: UM ESTUDO SOBRE FÓRUNS DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL

Janaína Vargas de Moraes MAUDONNET Orientador(a): Profa. Dra. Lisete Regina Gomes Arelaro

[email protected] Nas duas últimas décadas houve um notável avanço legal na Educação Infantil no Brasil. Todavia, ao mesmo tempo que pesquisadores concordam com esses avanços, os mesmos vêm apontando o distanciamento entre os preceitos legais e o cotidiano vivido nas instituições educativas (ROSEMBERG, 2002; CORREA, 2003; CAMPOS, 2006; HADDAD, 2006; ARELARO, 2012). Um dos principais desafios da área é o acesso, em especial no segmento creches, que atende crianças de 0 a 3 anos de idade. Para além da falta de vagas, a fragmentação entre creche e pré-escola, as tensões que envolvem o currículo para a área e a falta de uma formação de educadores coerente com a especificidade dessa etapa educativa têm sido alguns dos desafios enfatizados nas pesquisas. Para enfrentar esses desafios e garantir que os avanços legais sejam vivenciados no cotidiano das instituições de Educação Infantil, diversos fóruns - municipais, regionais e estaduais - emergiram no país, especialmente no final da década de 1990, e se constituíram como movimentos sociais autônomos. O objetivo dessa pesquisa é compreender como esses movimentos sociais têm desempenhado seu papel na defesa dos direitos das crianças e na proposição de políticas públicas para a infância. Para tanto, essa pesquisa, por meio de metodologia quantiqualitativa, terá duas fases. A primeira envolve a realização de mapeamento dos Fóruns no território nacional. Esse mapeamento se justifica pela falta de conhecimento sobre onde se localizam esses movimentos, quem são os atores que os compõem e suas principais estratégias de atuação. Sua realização se dará por meio da Metodologia “Bola de Neve”. Em seguida, far-se-á uma pesquisa empírica em um Fórum Municipal de Educação Infantil. Pretende-se analisar a história desse movimento; os princípios defendidos coletivamente; a natureza de sua mobilização; posicionamentos, disputas, tensões e contradições internas; as estratégias empregadas para a obtenção dos objetivos propostos e as dinâmicas de interlocução com o poder público e com outros movimentos sociais. Como abordagem teórica serão utilizadas as teorias norte-americanas da Ação Coletiva na qual se destacam Charles Tilly (1999); Sidney Tarrow (2009) e David Meyer (2007). Entre as contribuições dos autores, ressalta-se a perspectiva de movimento social enquanto sujeito social coletivo, que precisa ser analisado em seu contexto histórico e conjuntural, de modo a compreender como organizam e orientam suas ações. O projeto está em fase de levantamento dos Fóruns Municipais, Regionais e Estaduais de Educação Infantil existentes no país. Foi realizada busca ativa por esses movimentos através de mídias eletrônicas e pretende-se confrontar os dados encontrados junto aos Fóruns Estaduais, de modo a iniciar o mapeamento por meio de entrevistas com seus representantes. Ancorada no pressuposto de que a democracia exige participação social na gestão das políticas públicas e na garantia dos direitos de cidadania, essa pesquisa é relevante por analisar modos de organização social e formas de participação. Além de não haver nenhum estudo, até o momento, sobre fóruns Estaduais, Regionais e Municipais de Educação Infantil.

Palavras-chave: Movimentos sociais, Educação Infantil, Fóruns de Educação Infantil.

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CONDIÇÕES DE TRABALHO DOCENTE EM ESCOLAS PARTICULARES NA CIDADE DE SÃO PAULO: REMUNERAÇÃO, JORNADA, CONTRATAÇÃO E CARREIRA

Jose Quibao NETO Orientador(a): Prof. Dr. Rubens Barbosa de Camargo

[email protected] A pesquisa objetiva analisar as condições de trabalho de professores na rede básica de ensino privado, por meios dos aspectos: salário, jornada de trabalho, carreira docente e formas contratuais. As referências temporais da pesquisa são as implementações do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) e da Lei do Piso, lei nº 11.738/2008, que instituiu o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) e jornada específica para docentes das redes básicas públicas. Nossa hipótese inicial é que mesmo estas referências legais sendo específicas para professores de escolas públicas, as leis também impactaram o trabalho docente dos professores da rede privada, pois esta precisou manter de alguma forma a atratividade nos aspectos apontados sobre condição de trabalho docente. Para realização da pesquisa, será utilizado métodos quantitativos e qualitativos. Busca-se com o trabalho sistematizar e coletar dados de órgãos oficiais (PNAD/IBGE e RAIS/TME) para análise, bem como documentos oficiais das entidades sindicais de professores do ensino básico privado e legislação pertinente às condições de trabalho destes. Também se utilizará dados coletados em 10 escolas privadas da capital paulista, além de entrevistas com professores, diretores e advogados sindicais da categoria. A análise contemplará o cruzamento dos dados obtidos e terá como referência autores que estudam o tema. Além disso, esta pesquisa fará parte da pesquisa nacional sobre remuneração docente (CAPES/OBEDUC), contribuindo para entender, sob o ponto de vista das condições de trabalho apontadas, alguns elementos que caracterizam o trabalho docente nas escolas particulares, questão ainda pouco estudada.

Palavras-chave: Trabalho docente, Setor privado, Educação Básica, rede particular de São Paulo.

ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DA EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ATRAVÉS DO IFMA

Luciene Amorim ANTONIO Orientador(a): Profa. Dra. Carmen Sylvia Vidigal Moraes

[email protected] A proposta do trabalho é analisar o processo de expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, através de algumas ações implementadas pelo IFMA (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão) em campi localizados no interior do Estado, mais precisamente nos municípios de Zé Doca, Buriticupu e Santa Inês. A atualidade do tema faz-se sentir pela intensa produção nacional e internacional sobre a relação educação e trabalho, frente aos novos desafios do capitalismo, nas mais diversas áreas do conhecimento. Destarte, torna-se fundamental refletir sobre a principal política pública voltada para a educação profissional em nosso país, em termos de sua execução e resultados. O percurso investigativo consiste na análise, em perspectiva histórica e sociológica, das diretrizes que regem os Institutos Federais e dos demais documentos oficiais que regulamentam as políticas de educação profissional e sua pertinência e relevância à democratização do ensino e inclusão social, tendo por referencial teórico as categorias de

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escola unitária e emancipação em Antonio Gramsci. O objetivo geral é analisar a política pública de educação profissional desenvolvida pelo IFMA, a partir de algumas de suas práticas, tendo como referenciais os conceitos de emancipação e inclusão social. Os objetivos específicos são: - conhecer os documentos que norteiam a prática educativa do IFMA (base Legal, diretrizes curriculares, projetos educacionais, práticas curriculares, dentre outros); - identificar os diversos programas e projetos desenvolvidos pelo IFMA buscando observar sua adequação às diretrizes legais, os arranjos produtivos locais e à responsabilidade social; - verificar as práticas educativas no que diz respeito a operacionalização da superação da dicotomia teoria e prática na educação profissional, com vistas à (re)construção de saberes e autonomia intelectual, ética e de ação; - analisar comparativamente os dados sociais e educacionais dos alunos e egressos dos campi estudados, buscando traçar uma relação entre conhecimento, mundo do trabalho e inclusão social. Será feita pesquisa de natureza qualitativa, com levantamento documental e bibliográfico, seguido de aplicação de questionários e entrevistas à comunidade escolar (docentes, egressos e gestores). A abordagem teórica será o materialismo histórico dialético, a partir dos conceitos de emancipação (Karl Marx) e escola unitária (Gramsci).

Palavras-chave: Expansão, Institutos Federais, IFMA, Emancipação.

EXAMES PARA CERTIFICAÇÃO DE CONCLUSÃO DE ESCOLARIDADE: OS CASOS DO ENCCEJA E DO ENEM

Luis Felipe Soares SERRAO Ação Educativa

Orientador(a): Prof. Dr. Ocimar Munhoz Alavarse [email protected]

A pesquisa investigou se e em que medida o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) se configuraram como alternativa à educação escolar para conclusão da educação básica, de modo a ampliar as oportunidades educacionais para o público da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Manteve-se como hipótese auxiliar que ambos funcionaram como mecanismos de ampliação das oportunidades para parcela importante do mesmo público, estivesse ele regularmente atendido no ensino regular/convencional ou fora do alcance de ações educativas tradicionais. À luz da literatura sobre análise de políticas públicas, buscou-se explorar dados sobre diferentes etapas desses dois programas por meio de: revisão das produções recentes sobre o tema; análise de legislação vigente, documentos e posicionamentos oficiais relativos à concepção e à implementação desses programas; entrevistas semiestruturadas junto a gestores diretamente relacionados à criação e às reformulações desses programas; e da análise de bancos de microdados de edições desses programas. O recorte temporal utilizado para o Encceja foi entre 2002 e 2010 e para o Enem, entre 2002 e 2012. Resultados alcançados: Encceja e Enem se mostraram atrativos a jovens e adultos interessados em retomar suas trajetórias educacionais para ascender profissionalmente ou mesmo ingressar no ensino superior ou técnico e se tornaram progressivamente convidativos a estados e municípios já que não implicavam em grandes esforços humanos ou financeiros. A análise sobre o Enem mostrou que a maioria de participantes que solicitaram a certificação não estava estudando e, dentre aqueles que estudavam e também solicitaram a certificação, a maioria estava na escola regular.

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Tais dados reforçaram tanto a hipótese de os exames funcionarem como alternativa complementar à escolarização quanto a hipótese auxiliar, indicando que os exames possivelmente estariam, no momento da pesquisa, auxiliando também na correção da distorção idade-série/ano no ensino regular. A análise sobre o Encceja revelou que estados aparentemente desinteressados na EJA utilizaram-no como forma de reduzir investimentos (inclusive financeiros) na modalidade e, ao mesmo tempo, estados focados no aprimoramento dessa modalidade utilizaram-no como estratégia complementar de elevação de escolaridade; já outros utilizaram as matrizes de referência do exame na formulação de materiais didáticos e formação de professores da modalidade, resultado inesperado e que necessita de maiores estudos.

Palavras-chave: Política educacional; Educação de Jovens e Adultos; Avaliação da educação; Exame Nacional para Certificação de Jovens e Adultos (Encceja); Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Publicações: SERRAO, L. F. S.; CATELLI JR., R.; GISI, B. Encceja: cenário de disputas na EJA. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos RBEP-INEP, v. 94, p. 721-744, 2013. SERRAO, L. F. S.; CATELLI JR, R.. O Encceja no cenário das políticas de Educação de Jovens e Adultos no Brasil. In: CATELLI, R; HADDAD, S.; RIBEIRO, V. (Org.). A EJA em xeque: desafios das políticas de educação de jovens e adultos no século XXI. 1 ed. São Paulo: Global, 2014, p. 77-158.

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O COMPARTILHAMENTO DA EDUCAÇÃO DA CRIANÇA PEQUENA

Maria Aparecida Guedes MONÇÃO Universidade Cidade de São Paulo (UNICID) Orientador(a): Prof. Dr. Vitor Henrique Paro

[email protected] O trabalho teve como objetivo estudar em que medida pode efetivar-se, nas instituições de educação infantil, uma gestão democrática que possibilite o compartilhamento da educação e do cuidado da criança pequena entre educadores e famílias. Além disso, buscou-se analisar a interação entre família e Centro de Educação Infantil (CEI), com vistas a identificar a especificidade da administração educacional nesse segmento. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada por meio de um estudo de caso de cunho etnográfico. A pesquisa empírica ocorreu em um CEI da rede municipal de São Paulo, instituição pública que atende crianças de 0 a 4 anos. Os procedimentos técnicos para a efetivação do estudo empírico conjugaram a observação participante, a entrevista semiestruturada e a análise documental. Foram entrevistados: professoras, coordenadora pedagógica, diretora, agente técnico de educação, agente escolar, auxiliar de limpeza, auxiliar de cozinha, supervisora de ensino e famílias, totalizando 40 entrevistas. A coleta e a organização dos dados pautaram-se em três eixos analíticos: 1) a relação entre professoras e crianças; 2) a relação entre professoras e equipe de gestão; e 3) a relação entre educadores e famílias. Constatou-se, no âmbito do CEI pesquisado, um contexto educacional complexo, envolto em práticas autoritárias e pouco atentas às crianças e a suas necessidades. As tensões nas relações entre professoras e crianças, entre professoras e equipe de gestão e entre professoras e familiares evidenciaram um panorama institucional denso, com disputas de poder e ausência de um projeto pedagógico coletivo, mostrando quanto ainda estamos distantes de uma gestão democrática que realmente possibilite a educação integral das crianças e seu compartilhamento por CEI e famílias. A relação entre familiares e educadores ainda é conflituosa, com muitos problemas de comunicação e a predominância de uma visão

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negativa das professoras a respeito das famílias. De modo geral, a participação dos familiares das crianças no CEI é pequena – especialmente no Conselho de CEI – e eles pouco se pronunciam nas reuniões, adotando uma postura passiva, de escuta. Por fim, ao considerar a faixa etária das crianças que frequentam o CEI, as quais demandam constante atuação dos adultos para auxiliá-las no processo de conhecer o mundo e a si mesmas, concluiu-se que o compartilhamento da educação e do cuidado da criança assume uma natureza diferente da dos outros segmentos educacionais, tornando necessário o diálogo permanente entre famílias e educadores para socializar, negociar e decidir sobre a educação da criança, configurando-se esta como a especificidade da gestão nas instituições de educação infantil.

Palavras-chave: Gestão Educacional Democrática, Educação Infantil, Compartilhamento da Educação da Criança Pequena. Publicações: MONÇÃO, Maria Aparecida Guedes. O compartilhamento da educação das crianças pequenas nas instituições de educação infantil. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n.157, p.652-679, julho 2015. ________. Cenas do cotidiano na educação infantil: desafios da integração entre cuidado e educação. Revista Educação e Pesquisa da FEUSP (Em fase de editoração). _________. Gestão Democrática na Educação Infantil a partir da ótica dos professores e equipe de gestão. Cadernos ANPAE, Olinda, n.22, p.1-15, abril 2015.

O PROCESSO DE EXPANSÃO DAS LICENCIATURAS NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO: MOTIVAÇÕES E CARACTERÍSTICA

Maria Flávia Batista LIMA Orientador(a): Profa. Dra. Gladys Beatriz Barreyro

[email protected] A temática da pesquisa compreendeu a análise da política de expansão das licenciaturas no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), no contexto da educação profissional e no marco da política governamental de criação dos Institutos Federais (IFs). Teve como objetivo geral o estudo dos principais motivos e características do processo de criação de cursos destinados à formação de professores em um modelo institucional que, tradicionalmente, ofertou cursos de nível técnico. A fundamentação teórica envolveu a análise de revisão bibliográfica sobre as políticas e os modelos de formação de professores no Brasil, assim como um estudo sobre as transformações e as características da rede federal profissional tecnológica. A pesquisa utilizou procedimentos metodológicos quantitativos e qualitativos. Inicialmente, com o levantamento e a análise de dados estatísticos da expansão das licenciaturas nos IFs, a partir dos Microdados do Censo da Educação Superior do INEP. Posteriormente, com a realização de pesquisa de campo no IFSP. Nessa etapa, foram coletados dados sobre os percursos e as características que envolveram a construção das licenciaturas nesse contexto, com a análise dos seguintes materiais: documentos governamentais, legislação e depoimentos de alguns profissionais entrevistados nessa instituição. Verificou-se que as licenciaturas foram criadas, nos Institutos Federais, com a justificativa de falta de professores para atuação nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, principalmente nas áreas de Ciências e Matemática. Os documentos governamentais destacaram um potencial espaço de formação nas instituições da rede federal profissional, devido à estrutura física e a equipe de profissionais qualificados lotados nessas instituições. Constatou-se também que a oferta de licenciaturas foi um movimento iniciado antes mesmo da criação dos IFs, no caso do campus São Paulo do IFSP. Esses cursos tiveram início ainda no

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CEFET-SP, sobretudo, a partir de 2007. A criação dessas primeiras licenciaturas possui relação com a reforma da oferta do ensino médio técnico integrado, do fim da década de 1990, pois esta medida diminuiu o panorama de aulas da chamada formação geral na instituição. Desta forma, a proposta de criação de licenciaturas teve o objetivo também de evitar uma possível ociosidade dos professores que antes atuavam sobretudo nas disciplinas de formação geral do ensino médio. Os dados analisados apontaram, entretanto, que não faltaram aulas para os docentes nos anos 2000; ao contrário, o número de aulas foi ampliado com a criação das licenciaturas e de outros cursos. Todavia, o desenvolvimento das licenciaturas envolve um processo em construção na instituição, pois implica a ampliação de espaços, a contratação de profissionais e a aquisição de materiais específicos aos cursos. O modelo de formação ressalta os conhecimentos específicos dos cursos, pois ainda há poucas discussões em torno das questões propriamente pedagógicas.

Palavras-chave: Licenciaturas, Expansão da Educação Superior, Institutos Federais.

CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ – ESALQ/USP PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: UMA ANÁLISE DE DISCURSO

Maria Ines Escobar da COSTA Orientador(a): Profa. Dra. Lisete Regina Gomes Arelaro

[email protected] Este artigo objetiva discutir e analisar a função da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ/USP no contexto do Agronegócio brasileiro, a partir da análise do discurso oficial, expresso nas mídias digitais e impressas. A ESALQ/USP nasce com intenção explícita de atuar em um seguimento da sociedade e liderar a produção de conhecimento na área agronômica. É uma das escolas formadoras da Universidade de São Paulo que está diretamente relacionada com o desejo de formação das elites dirigentes de São Paulo e do país, reverenciada em seu hino como “a Gloriosa”. Paula (2002) afirma encontrar várias aproximações entre a concepção humboldiana/alemã e a paulista de universidade. No entanto é ainda no período de sua fundação, em uma de suas escolas de origem, aquela ligada ao campo, que se verificou um forte traço do modelo de universidade napoleônico/francês onde há uma preocupação com ensino e a pesquisa, mas fundamentalmente com a formação profissional de alto nível. A então Escola Agrícola Prática de Piracicaba (posteriormente ESALQ) já tinha seu modus operandi ligado à formação profissional; e com a Reforma Universitária de 1968 sofre influência pesada da concepção norte americana, o que se tratando do campo agrícola tem implicações relacionadas à chamada Revolução Verde, que foi a disseminação de pacotes tecnológicos e práticas agrícolas em países menos desenvolvidos durante as décadas de 60 e 70. A introdução dos pacotes tecnológicos americanos provocou aumento na produtividade de países não industrializados como o Brasil. E as fundações como Ford e Rockfeller passaram a atuar pesadamente nos países da América Latina, inaugurando serviços de extensão rural, determinando a pesquisa agrícola nas universidades e influenciando no desenvolvimento de instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). A modernização da agricultura brasileira não pode ser compreendida sem a indução do Estado, pois ele criou as condições para a internalização da produção de máquinas e insumos para a agricultura através de um sistema de pesquisa, assistência técnica e extensão rural, fornecendo-se as bases para a difusão do novo padrão produtivo. (ALENTEJANO, 2012 apud Associação Brasileira de Reforma Agrária, 2007). A criação da ESALQ faz parte da história da

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agricultura do Brasil, principalmente seu protagonismo na chamada Modernização Conservadora, como símbolo de formação de elite para o comando de um mundo rural moderno e vitorioso. A inserção do agronegócio na pesquisa científica brasileira, entendendo-a como uma face do capital global no processo de acumulação sobre os bens naturais e sobre a agrobiodiversidade, tem sido pouco estudada pela academia. É fundamental perceber o agronegócio como força de influência na sociedade, que possui estratégias de hegemonia através do ensino e da pesquisa. Assim, há de se recuperar o sentido da universidade pública; reconhecer a contribuição da ESALQ para o agronegócio brasileiro é desvelar a face acadêmica das relações capitalistas “no campo e no campus”. A ESALQ de fato é gloriosa em seu propósito, cabe repensar se o propósito se coaduna aos interesses nacionais em toda sua complexidade.

Palavras-chave: Agronegócio, ESALQ, Universidade.

PROJETO BOLSA UNIVERSIDADE: EXPANSÃO DO ENSINO SUPERIOR PELA VIA DO SETOR PRIVADO NO ESTADO DE SÃO PAULO (2003-2014)

Marli Ferreira de SOUZA Orientador(a): Profa. Dra. Maria Clara Di Pierro

[email protected]

O objetivo geral desta pesquisa é analisar, dentro do atual panorama de expansão do ensino superior em instituições privadas no Brasil, o Projeto Bolsa Universidade, considerando a parceria das IES privadas com o Programa Escola da Família e suas repercussões na expansão e privatização no ensino superior paulista. Para isso, nos propomos historiar, descrever e analisar a implementação do Projeto Bolsa Universidade no período de 2003 a 2014, bem como investigar seu financiamento, identificando as fontes e montantes de recursos públicos transferidos para as IES. Para atender a estes objetivos, estão sendo realizadas entrevistas com gestores da Secretaria Estadual de Educação que respondem pelo Programa e pelo Projeto na Coordenadoria de Gestão da Educação Básica (CGEB), Diretoria de Projetos Especiais (DPE), Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) e seus interlocutores nas IES. Outro instrumento da pesquisa tem sido a análise documental, realizada pela pesquisadora, em documentos oficiais referentes às políticas, projetos e programas e sua regulamentação, como decretos, convênios, manuais operacionais, estatísticas, dados de financiamento e relatórios. A metodologia compreende também reunião de documentos oficiais do Programa e do Projeto, tais como estatísticas de sua evolução, análise dos convênios, reunião de dados de financiamento e execução financeira do PEF. Até o presente momento foram realizadas as seguintes ações: a revisão bibliográfica (inclusive dos estudos anteriores sobre o Programa) e de referenciais teóricos que orientam as análises; o estabelecimento de contatos com gestores do Projeto junto à Secretaria de Estado da Educação, com vistas a obter sua colaboração com a pesquisa; a reunião de documentos oficiais do Programa e do Projeto, de estatísticas de sua evolução, análise de convênios, reunião de dados de financiamento e execução financeira do projeto, tendo a legislação, relatórios, estatísticas e auditoria. Para a análise do processo de implementação do Projeto Bolsa Universidade e dos resultados da política, utilizarei como apoio os conceitos de Rua (1998), autora que entende as políticas como um conjunto de procedimentos destinados à resolução pacífica de conflitos em torno da alocação de bens e recursos públicos.

Palavras-chave: Privatização, Ensino Superior, Bolsa Universidade.

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O DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA EM INSTITUTOS FEDERAIS

Mary Grace Pereira ANDRIOLI Orientador(a): Profa. Dra. Rosangela Gavioli Prieto

[email protected] Além de um crescente reconhecimento da relevância da Tecnologia Assistiva, como meio de garantir a autonomia e a participação social e acadêmica das pessoas com deficiência, também tem sido incentivado nos textos legais o desenvolvimento de projetos e pesquisas nesta área, diante da escassez de recursos ou muitas vezes do seu alto custo para aquisição via importação. Na mesma direção, alguns Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, instituições que passaram por forte momento de expansão na rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, têm apresentado algumas produções a respeito, em projetos de pesquisa e/ou extensão, como forma de favorecer o desenvolvimento de competências profissionais e acadêmicas de seus alunos. Assim, é possível que também tenham algum potencial para se constituir como contribuição na constituição do campo de pesquisa em Tecnologia Assistiva. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é mapear e descrever o desenvolvimento de recursos de Tecnologia Assistiva em Institutos Federais, buscando identificar tais produções quanto ao tipo, adaptações para pessoas com deficiência, disseminação do conhecimento, condições para sua produção e perfil dos pesquisadores. Para atender aos propósitos da pesquisa, optou-se pela metodologia de abordagem qualitativa, considerando uma primeira etapa de análise documental a partir de fontes disponibilizadas publicamente pelas próprias instituições e aplicação de entrevistas semiestruturadas com as equipes envolvidas nos projetos. Até o momento foi possível constatar que há produções nestas áreas em vários Institutos Federais, com destaque para o IFRS, um dos três institutos do estado do Rio Grande do Sul, uma vez que este possui como bandeira política o desenvolvimento de ações e pesquisas na área de Educação Especial e busca articular iniciativas semelhantes em um trabalho em rede. Tem predominado, entretanto, iniciativas de pesquisas desenvolvidas em campi que possuem pesquisadores com afinidades com estes temas, nas mais diversas áreas, especialmente às tecnológicas. Inicialmente percebe-se pouca difusão e compartilhamento das informações relacionadas a pesquisas nestas áreas e pouco se sabe a respeito de como estas têm contribuído com o público-alvo para as quais se destinam.

Palavras-chave: Tecnologia Assistiva, Instituto Federal, Política pública, Educação Profissional.

RELAÇÕES ENTRE TRABALHO, EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO: O PRONATEC COMO POLÍTICA DE FORMAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO NO CONTEXTO ATUAL

Neila Pedrotti DRABACH Orientador(a): Profa. Dra. Carmen Sylvia Vidigal Moraes

[email protected] A pesquisa visa analisar o processo de construção do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e emprego (Pronatec), aprovado pela Lei 12.513/2011, e o seu desenvolvimento, a partir de estudos de caso em duas instituições educacionais, uma pública e outra privada, situadas no Estado do Rio Grande do Sul. Busca-se compreender quais as relações entre formação profissional, trabalho e desenvolvimento econômico que perpassam essa política e

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quais suas implicações na configuração da Educação Profissional, enquanto modalidade de ensino, no contexto atual. A pesquisa tem como base teórica os estudos marxistas na área de trabalho e educação, apoiando-se em autores que analisam as relações entre trabalho, qualificação e educação. A metodologia da investigação tem como base abordagem qualitativa, fazendo-se uso de entrevistas semiestruturadas com os gestores envolvidos na construção e na gestão das ações do Pronatec em âmbito nacional; entrevistas semiestruturadas com gestores e docentes das instituições investigadas; aplicação de questionários a estudantes em curso e egressos; análise de projetos pedagógicos de curso; análise de documentação referente ao Pronatec produzida em âmbito nacional e institucional. Os dados relativos à oferta de cursos pelo Programa, até o final de 2014, revelam que já foram realizadas 8,1 milhões de matrículas e destinados mais de 14 bilhões de reais para as instituições de ensino participantes. Do total de matrículas, 72% foram realizadas em cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), que se caracterizam por serem cursos rápidos, entre 160 e 400 horas, e por exigirem baixa escolaridade como pré-requisito. O público que acessou as matrículas é majoritariamente feminino (67%), de cor preta ou parda (60%) e sem a educação básica concluída (55%). Quanto aos recursos, mais de 70% foram executados pelas instituições educacionais privadas, em sua maioria instituições pertencentes ao Sistema Nacional de Aprendizagem (SNA), com destaque para o SENAI e o SENAC. A ação que mais recebeu recursos, cerca de 50% do montante, foi a Bolsa-formação, a qual e oferece matrículas gratuitas em cursos técnicos, para estudantes de ensino médio e trabalhadores, em cursos FIC. A partir destes dados, observa-se que o Programa tem contribuído para o crescimento da oferta de educação profissional através de cursos que não favorecem a elevação da escolaridade. A predominância de cursos FIC recupera a lógica do Decreto Federal nº 2.208/97, revogado em 2004, que proibia a oferta de cursos de formação profissional integrados à educação básica e tinha como norte o desenvolvimento de competências voltadas à adaptação do trabalhador ao mercado de trabalho. Além disso, o Programa tem recuperado o protagonismo das instituições privadas, em especial as instituições do SNA, que havia sido atenuado com a ampliação da Rede Federal de educação profissional, a partir de 2008, e a implantação do Programa Brasil Profissionalizado nas redes estaduais, a partir de 2007, retomando a centralidade do projeto do empresariado na orientação das políticas de formação profissional, o qual tem sido hegemônico, historicamente. Embora todas as matrículas realizadas pelo programa sejam gratuitas, esses dados apontam para uma forma de privatização da educação profissional, na qual a oferta é gratuita, mas o conteúdo e o seu desenvolvimento são orientados pelos interesses privados.

Palavras-chave: Pronatec, Qualificação profissional, Desenvolvimento, Trabalho e educação, Relação público-privada.

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POLÍTICAS DE CERTIFICAÇÃO POR MEIO DE EXAMES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UM ESTUDO COMPARADO ENTRE BRASIL, CHILE E MÉXICO

Roberto CATELLI Orientador(a): Profa. Dra. Maria Clara Di Pierro

[email protected] A pesquisa tem como objetivo compreender, a partir de uma perspectiva comparada, as políticas públicas de certificação de jovens e adultos por meio de exames nacionais para pessoas jovens e adultas desenvolvidas no Brasil, Chile e México. A análise leva em conta também a inserção dessas políticas em uma governança internacional, mediada por organismos como o Banco Mundial, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), responsável pela organização das Conferências Internacionais de Educação de Adultos (CONFINTEA). A escolha desses três países como objeto de pesquisa justifica-se pela presença de exames nacionais de certificação, bem como pela existência de grandes contingentes de jovens e adultos que não concluíram a educação básica nesses países, e são potenciais demandantes de exames de certificação. Em todos eles, observamos dificuldades em avançar na ampliação da certificação da educação básica para jovens e adultos e em cumprir as metas propostas por cada país ou em acordos internacionais. Em face do problema construído, definimos como objeto de investigação, em uma perspectiva comparada, o Exame Nacional de Certificação da Conclusão da Educação de Jovens e Adultos (ENCCEJA), no Brasil, a modalidade flexível no âmbito do programa Chilecalifica, no Chile, e o sistema de exames nacionais para jovens e adultos organizados pelo Instituto Nacional para la Educación de Adultos (INEA), no México. Colocamos como preocupação central da pesquisa compreender em que medida a decisão de investimento na criação de exames nacionais de certificação conseguiu cumprir o papel de reduzir as desigualdades ao promover a conclusão da educação básica para jovens e adultos. Buscamos, também, elementos para explicitar para quais sujeitos sociais esses exames parecem efetivamente funcionar como caminho para alcançar a certificação da educação básica. Foram ainda levantadas indagações sobre o sentido dessas políticas, analisando em que medida elas se limitam a uma estratégia de elevação de escolaridade com baixos investimentos sem investir na qualidade da educação oferecida para jovens e adultos. A metodologia é de base quantitativa, com levantamento estatístico, e também qualitativa, servindo-se de pesquisa documental e pesquisa de campo, com entrevistas semiestruturadas.

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Exames nacionais de certificação, Encceja, Enem, Chilecalifica, Inea. Publicações: CATELLI JR, Roberto; GISI, Bruna ; SERRAO, Luis . ENCCEJA: Cenário de disputas na EJA. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos RBEP­INEP, v. 94, p. 721­744, 2013. CATELLI JR, Roberto; HADDAD, S. ; RIBEIRO, Vera Masagão ; PIERRO, M. C. ; SERRAO, Luis ; CARREIRA, D. ; ANDRADE, E. R. ; FREITAS, M. V. . A EJA em xeque. 1. ed. São Paulo: Global Editora; Ação Educativa, 2014. v. 1. 230p CATELLI JR, Roberto; RIBEIRO, Vera Masagão ; HADDAD, S. . A avaliação da EJA no Brasil: insumos, processos, resultados. Relatos de Pesquisa, v. 39, p. 5­53, 2015.

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ANARQUISMO, CIÊNCIA E EDUCAÇÃO: FRANCISCO FERRER Y GUARDIA E A REDE DE MILITANTES E CIENTISTAS EM TORNO DO ENSINO RACIONALISTA (1890-1920)

Rodrigo Rosa da SILVA Orientador(a): Profa. Dra. Lúcia Emilia Nuevo Barreto Bruno

[email protected] A tese tem como objetivo investigar as concepções de ciência dos anarquistas e seu papel na construção de uma metodologia e prática de educação. Tomamos como referência para nosso estudo a Escuela Moderna de Barcelona (1901-1906), fundada pelo catalão Francisco Ferrer y Guardia (1859-1909), com o auxílio de diversos colaboradores. Analisamos os livros escolares da editora Publicaciones de la Escuela Moderna. Também nos dedicamos a compreender o processo de organização da Liga Internacional pela Educação Racional da Infância, que envolveu alguns dos mais renomados cientistas da época. Compreendemos a atuação educacional de Ferrer como parte de um projeto político amplo que inclui a escola, a propaganda por meio da imprensa, a atuação sindical e a difusão científica. Nesse processo Ferrer y Guardia mobilizou vários colaboradores. Destacamos suas relações com militantes e cientistas anarquistas, como Piotr Kropotkin, Élisée Reclus, Clemência Jacquinet, Paul Robin, Jean Grave e Charles-Ange Laisant. Verificamos as influências do pensamento anarquista nas práticas pedagógicas da Escuela Moderna e a formação de uma rede de militantes e cientistas em torno do ensino racionalista no início do século XX. As fontes de pesquisas foram publicações da época e documentos pessoais como cartas e manuscritos. A Escola Moderna tornou-se inspiração para outros projetos educativos em muitas cidades do mundo e o matemático e anarquista Charles-Ange Laisant (1841-1920) foi um dos responsáveis pela concepção e difusão do Racionalismo Pedagógico.

Palavras-chave: Anarquismo; Educação libertária; Francisco Ferrer y Guardia; Ciência; Escola Moderna.

A INADEQUAÇÃO DA OFERTA DE EJA SOB A PERSPECTIVA DOS EDUCANDOS POTENCIAIS E REAIS: UM ESTUDO DE CASO NA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO

Rosilene VIEIRA Orientador(a): Profa. Dra. Lisete Regina Gomes Arelaro

[email protected] A pesquisa tem como tema as relações de disputa e contradição entre as dimensões da oferta e da demanda no campo das políticas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), sob a perspectiva das pessoas que compõem as demandas potencial, expressa, bem como dos educandos dos cursos de EJA, a partir da realização de estudo de caso na rede municipal de São Paulo. De abordagem qualitativa, será realizada com a utilização de pesquisa bibliográfica, documental e de campo, junto a órgãos centrais do Governo Municipal, membros da comunidade escolar das unidades escolares, atores da sociedade civil, como representantes dos movimentos sociais ligados à EJA e do poder judiciário, que estejam diretamente relacionados ao tema do estudo e, sobretudo, aos sujeitos a quem se direciona tal política. O objetivo é identificar quais são os fatores direta ou indiretamente relacionados às políticas educacionais que têm incidido na diminuição sistemática das matrículas em EJA no município de São Paulo, frente a permanência de uma demanda potencial não atendida por essa modalidade de ensino. No processo de análise dos dados obtidos, a fundamentação teórica será constituída por autores do campo da EJA, especificamente, e pelos estudos de Paulo Freire e Antônio Gramsci sobre a relação entre Estado e Sociedade Civil.

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Política educacional, Direito à educação.

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PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS: EGRESSOS, ESTRATÉGIAS E MERCADO DE TRABALHO

Ruy de Deus e Mello NETO Orientador(a): Prof. Dr. Afrânio Mendes Catani

[email protected] Apresentando resultados da pesquisa de doutorado do autor, esse trabalho objetiva discutir as estratégias adotadas pelos bolsistas pernambucanos do Programa Universidade Para Todos (ProUni) e seus familiares, numa realidade influenciada pela nova possibilidade de acesso ao ensino superior, sendo observado o papel deste nível de ensino na vida de indivíduos que, pelo histórico familiar e pelas desigualdades sociais e econômicas, não teriam essa oportunidade. Por meio de dados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes, do Censo da Educação Superior, do Censo Escolar e do Exame Nacional do Ensino Médio, foi possível o mapeamento do perfil médio do estudante bolsista do ProUni, bem como dos demais estudantes matriculados em instituições privadas de ensino superior. Posteriormente, com base em 22 entrevistas em profundidade com estudantes bolsistas pernambucanos e 13 com seus pais, observou-se, por meio da análise de narrativas, a autopercepção destes indivíduos diante da nova realidade de entrada no ensino superior. Os resultados mostraram que o perfil do bolsista do ProUni é único na educação superior privada, bem como é destacável que se trata possivelmente de uma primeira geração na família com acesso ao ensino superior. Em função do recorte adotado pelo programa, do rigoroso processo seletivo, do perfil socioeconômico diferenciado e do desempenho escolar destacado, o bolsista possui estratégias próprias para lidar com a vivência na educação superior e para conviver com familiares. O processo seletivo do ProUni caracteriza o bolsista como alguém que “venceu”, apesar das dificuldades. Ele chega ao ensino superior com um acúmulo de capital escolar que dificilmente não o colocará em posição de destaque. Além disso, ele é marcado pela ruptura com uma provável trajetória de insucesso educacional, que afeta duplamente seu ingresso na educação superior: por um lado, marca-o como alguém que superou um processo que excluiu todos os seus familiares da educação superior; por outro, constrói um habitus que o coloca como “ponto fora da curva” tanto na família, quanto na vivência da educação superior. Assim, ao mesmo tempo em que o bolsista se caracteriza como distante da família, ele não se percebe como alguém totalmente adaptado ao universo da educação superior. Desse modo, ele possui uma luta em dois campos – a educação superior e a familiar. O processo de adaptação ao ensino superior passou necessariamente pela identificação de limites que possa diferenciá-lo dos demais estudantes. Para tanto, os bolsistas buscaram estratégias, enquanto grupo, para se impor no jogo da educação superior e, ao mesmo tempo, se sentirem pertencentes àquele novo espaço social. A estratégia ao lidar com os conflitos familiares é permitir aos pais a manutenção do papel de dominante do espaço social, criando uma espécie de barreira entre os seus mundos: o dominado pelos pais e aquele em que vivem e trabalham.

Palavras-chave: ProUni, Ensino Superior, Estratégias, Habitus. Publicações: MELLO NETO, R. D.; MEDEIROS, H. A. V.; CATANI, A. M. Percepções de bolsistas ProUni acerca do pertencimento ao ensino superior privado. Linhas Críticas (UnB), v. 20, p. 583-603, 2014.

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INTEGRAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM CURSOS PRONATEC EJA

Sandra Maria Glória da SILVA Orientador(a): Profa. Dra. Carmen Sylvia Vidigal Moraes

[email protected] Esta proposta de pesquisa tem por objetivo analisar o processo de integração entre Educação Profissional (EP) e Educação de Jovens e Adultos (EJA) em cursos Proeja e Pronatec EJA técnico integrado ofertados no Centro Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica em Minas Gerais (CEFET-MG) no período de 2007 a 2016. O Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja) teve entre seus fundamentos “a integração entre trabalho, ciência, técnica, tecnologia, humanismo e cultural geral” (BRASIL, 2007, p. 12). Quando as pesquisas sobre o Proeja começaram a ser concluídas e possivelmente subsidiar mudanças nesse Programa ele foi perdendo evidência a partir da criação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Desde a tramitação do Projeto de Lei nº 1.209/2011 o Pronatec tem recebido várias críticas de educadores, pesquisadores, entidades e sindicatos educacionais. Os principais aspectos apontados foram a utilização de recursos públicos para financiar cursos em instituições privadas e a pouca atenção destinada à integração entre EP e EJA. Importa verificar que concepções de integração curricular orientam o planejamento e a execução de cursos Proeja e Pronatec EJA técnico integrado. Optou-se pelo CEFET-MG campus Belo Horizonte por ser instituição que tem experiência na oferta de cursos técnicos integrados, vivenciou a implementação de cursos Proeja e oferece cursos técnicos integrados em horário noturno. As perguntas por meio das quais se podem verificar as lacunas do conhecimento em que se insere a proposta são: “De que modo professores, técnicos em assuntos educacionais e alunos percebem a integração curricular em cursos Proeja e Pronatec EJA técnico integrado? Como a experiência adquirida por docentes e equipe pedagógica na implementação de cursos Proeja tem sido aproveitada na execução de cursos Pronatec EJA técnico integrado? Qual o perfil socioeconômico de alunos ingressantes e concluintes desses cursos, uma vez que a oferta é destinada prioritariamente aos alunos da EJA, mas não exclusivamente?” A resposta a essas perguntas implica um esforço para responder a uma questão mais ampla que norteia a pesquisa ora proposta, a saber: de que maneira ocorre o processo de integração entre Educação Profissional e Educação de Jovens e Adultos em cursos Proeja e Pronatec EJA técnico integrado ofertado no CEFET-MG? Para se atingir os objetivos propostos pretende-se: a) selecionar no campus Belo Horizonte cursos Pronatec EJA técnico integrado que também tenham sido ofertados no âmbito do Proeja; b) analisar o plano de curso, o projeto pedagógico, o currículo dos cursos investigados; c) entrevistar professores que lecionam nesses cursos e também tenham lecionado em cursos Proeja; d) entrevistar técnicos em assuntos educacionais que acompanharam a implementação de cursos Proeja e Pronatec EJA; e) investigar alunos matriculados nos cursos selecionados especialmente os ingressantes e os concluintes; f) acompanhar reuniões de planejamento e avaliação dos cursos selecionados, bem como aulas teóricas e práticas ofertadas aos alunos.

Palavras-chave: Currículo integrado, Proeja, Pronatec EJA.

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EDUCAÇÃO NO CURSINHO POPULAR COMO EXPRESSÃO E CONSTRUÇÃO POLÍTICA E SOCIAL EMANCIPADORA

Stella Verzolla TANGERINO Orientador(a): Profa. Dra. Sônia Maria Portella Kruppa

[email protected] Foucault singulariza em seu A Ordem do Discurso (1996, p. 8-10) que “em toda sociedade a produção do discurso é controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de procedimento que tem por função conjurar seus poderes e perigos, dominar seus acontecimentos aleatórios, esquivar sua pesada e temível materialidade”. Assim “(...) o discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mas aquilo por que e pelo que se luta, o poder do qual nos queremos apoderar.” A prática para o ensino no âmbito do Cursinho Popular é um espírito pedagógico que se faz a poder de resistências, de dissidências, de “subversões”, traduzido em uma gramática de escassez. De tempo. De recursos. De expectativas. Em geral, tem-se o domínio dos formatos de cursinhos pré-vestibulares comerciais, os quais não contemplam grande parte da população. O cursinho popular procura conceber uma leitura da sociedade em suas várias manifestações, como ferramenta para entender a realidade e, por conseguinte, para a construção da cidadania e de uma sociedade democrática e plural, acenando como instrumento alternativo e original não apenas de inclusão ou de preparo para o vestibular, mas, sobretudo, de um trabalho de empoderamento do estudante. Trata-se de democratizar um conhecimento disponível a rigor apenas a quem pode pagar por ele. A partir de uma metodologia descritiva, bibliográfica e experimental, é nossa proposta, então, examinar, avaliar e compreender essa estrutura propondo novas formas de intervenção social inscritas na dialética do ato de “denúncia do mundo que se desumaniza e o anúncio de um mundo que se humaniza.” (GADOTTI, 1996, p. 732).

Palavras-chave: Educação Popular, Estado, Cursinho popular, Pedagogia social, Emancipação. Publicações: TANGERINO, Stella Verzolla; "Contra a Pedagogia da Exclusão – Direitos, Identidades e Democracia: um desenho sobre o Cursinho Popular Florestan Fernandes (Butantã, São Paulo-SP).", p. 55-60 . In: Anais do VIII Semana de Ciências Sociais UNIFESP - Educação com o Recorte de Combate às Opressões [Blucher Social Science Proceedings, v.2, n.1]. São Paulo: Blucher, 2016. ISSN 2359-2990.

A EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL POR MEIO DO PROINFÂNCIA Thais Andrea Carvalho de Figueirêdo LOPES

Orientador(a): Profa. Dra. Lisete Regina Gomes Arelaro [email protected]

Essa pesquisa analisa o funcionamento do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil - PROINFÂNCIA, abrangendo as dimensões políticas e pedagógicas do programa. Têm como fundamentação teórica os estudos e pesquisas nas áreas da história e da política de educação infantil, tomando por base autores como Kramer (1982), Kishimoto (1988), Kuhlmann Jr. (1998), Correa (2002), Arelaro (2005), Faria (2005), Nascimento (2008), além de autores que examinam as relações de colaboração entre os entes federados na educação, Farenzena (2000), Pinto (2007, 2014), Cury (2008), Oliveira e Santana (2010), Saviani (2010), Gouveia, Pinto e Corbucci (2011), Oliveira (2012), Dourado (2013), dentre outros. Em conformidade com uma abordagem qualiquantitativa, estão sendo coletados dados no MEC e FNDE e serão verificadas informações de dirigentes municipais de educação sobre o

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programa por meio de questionários. Sabe-se que foram construídas 8.728 novas unidades em todo o país a partir de 2007 a 2014 e que os recursos do programa atingiram o montante de R$9.252.297.149, 24. E para averiguar como está ocorrendo à implementação das unidades educacionais construídas com recursos financeiros oriundos do referido programa, serão realizadas visitas a esses locais. Considerando a necessidade de assegurar o disposto em relação ao direito das crianças a uma educação de qualidade, os resultados dessa pesquisa podem contribuir para a melhoria da qualidade do programa, tendo em vista que o PROINFÂNCIA pode ser conceituado como uma ação importante, no sentido da União cooperar técnica e financeiramente com os municípios, que têm hoje a obrigação exclusiva de atender a demanda de educação das crianças pequenas.

Palavras-chave: Direito à educação, Política educacional, Educação Infantil, Proinfância.