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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS 0440420 MAPEAMENTO GEOLÓGICO RELATÓRIO PARCIAL ÁREA 7 (MINAS GERAIS) DISCENTES: MARIA THEREZA AKEMI GUIMARÃES YOGI N°USP: 7179058 NAOMI KIKUCHI BERNSTEIN 7993209 TATIANA AYUMI NUMADA 7579610 DOCENTES: PROF. DRA. ADRIANA ALVES PROF. DR. MARCOS EGYDIO DA SILVA PROF. DR. MARIO DA COSTA CAMPOS NETO SÃO PAULO SP JULHO - 2015

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO...mapas de base para guia em campo (topográfico, de rodovias e estradas principais, e de imagens de satélite), mapa geológico parcial e final, descrições

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

0440420 – MAPEAMENTO GEOLÓGICO

RELATÓRIO PARCIAL – ÁREA 7 (MINAS GERAIS)

DISCENTES: MARIA THEREZA AKEMI GUIMARÃES YOGI N°USP: 7179058

NAOMI KIKUCHI BERNSTEIN 7993209

TATIANA AYUMI NUMADA 7579610

DOCENTES: PROF. DRA. ADRIANA ALVES PROF. DR. MARCOS EGYDIO DA SILVA

PROF. DR. MARIO DA COSTA CAMPOS NETO

SÃO PAULO – SP

JULHO - 2015

mariocamposneto
Realce
O relatório está bom mas poderia estar bem melhor.As descrições macroscópicas deixam a desejar e na microscópica não se destaca a textura e microestrutura fundamentais nessas rochas, onde a composição mineraloógica é pouco variável.Explorar mais o metamorfismo.NOTA 8,0 (OITO E ZERO)

1

Sumário 1. INTRODUÇÃO E LOCALIZAÇÃO DA ÁREA ............................................................... 2

2. OBJETIVOS ........................................................................................................................ 3

3. GEOLOGIA REGIONAL ................................................................................................... 3

3.1. Nappe Socorro-Guaxupé ........................................................................................ 4

3.2. Terreno Andrelândia ................................................................................................ 5

3.3. Nappe Lima Duarte .................................................................................................. 5

3.4. Sistema de Nappes Carrancas .............................................................................. 6

4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................ 6

5. RESULTADOS ................................................................................................................... 8

5.1. Caracterização das unidades identificadas em campo ............................................ 8

5.2. Caracterização petrográfica ........................................................................................ 13

6. DISCUSSÃO E COMENTÁRIOS .................................................................................. 24

6.1. Deformação .............................................................................................................. 24

6.2. Condições de metamorfismo .............................................................................. 24

7. PRÓXIMAS ETAPAS ...................................................................................................... 25

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 25

9. ANEXOS (DESCRIÇÕES DAS LÂMINAS) ................................................................. 25

2

1. INTRODUÇÃO E LOCALIZAÇÃO DA ÁREA

A disciplina de mapeamento geológico tem como objetivo introduzir o

aluno às técnicas de mapeamento, orientando-o na interpretação e produção

de mapas geológicos de terrenos complexos, apresentando rochas de

diferentes tipos deformadas e metamorfisadas. O trabalho final apresentado

pelo aluno é produto de duas etapas de campo: uma primeira etapa de

reconhecimento geral da área de estudo; e uma segunda, visando contemplar

toda a área, levando em conta as interpretações resultantes da primeira etapa,

as quais poderão ser melhor investigadas. Além disso, antes e após cada fase

de campo é realizado um trabalho de escritório no qual são confeccionados

mapas de base para guia em campo (topográfico, de rodovias e estradas

principais, e de imagens de satélite), mapa geológico parcial e final, descrições

petrográficas em microscópio e discussões.

A área de mapeamento localiza-se a 85 km do munícipio de Carrancas -

MG, a sudeste da cidade de Lavras – MG (Figura 1). Mais precisamente entre

as coordenadas UTM 500000 e 506000 na direção leste-oeste e 7638000 e

7634000 na direção norte-sul, perfazendo no total uma área de 36km².

mariocamposneto
Realce
Introdução geral do mapemanto geológico. Qual seria a introdução deste relatório?

3

Figura 1: Localização da área de mapeamento (delimitada no quadrado no lado esquerdo

superior da imagem).

2. OBJETIVOS

O objetivo da disciplina 0440420 – Mapeamento Geológico é familiarizar

o aluno com as técnicas de mapeamento geológico em terrenos complexos,

com ampla diversidade de rochas submetidas à deformação e metamorfismo. É

considerada uma disciplina de caráter integratório e de extrema importância no

curso de Geologia. Como objetivos específicos, espera-se que o aluno torne-se

capaz de confeccionar mapas em softwares, integrar e interpretar dados de

campo com descrições petrográficas em microscópio, e, além disso, realizar o

mapeamento das unidades litológicas em campo de forma mais abrangente e

efetiva, a fim de se obter um mapa mais detalhado possível.

3. GEOLOGIA REGIONAL

A área de se localiza na borda sul do cráton São Francisco, na região de

contato com o Sistema Orogênico Tocantins Meridional (Figura 2), mais

precisamente com a nappe Carrancas. Este orógeno registra episódios de

mariocamposneto
Comentário do texto
UM mapa topográfico,ou rodoviário, com os acessos é muito melhor que a imagem Google
mariocamposneto
Realce
Muito incompleta e desatualizada. Nada sobre a borda sul cratônica, nada sobre os trabalhos fundamentais de Trouw e colaboradores.

4

subducção e colisão neoproterozóicos, do fechamento do paleo-oceano

Goianides, oriundo da quebra do Rodínia. Representa a convergência da placa

Sanfranciscana sob a placa Paranapanema (Marangoni, 1994). A descrição

feita abaixo do Orógeno Tocantins meridional se baseia em Campos Neto et al.

(2004) e Coutinho (2012).

Figura 2: Mapa geológico simplificado do Orógeno Tocantins Meridional, retirado de Campos

et. al. (2004).

3.1. Nappe Socorro-Guaxupé

Corresponde a lasca com cerca de 15 km de idade neoproterozóica,

ambiente de orógeno interno. Organiza-se numa pilha alóctone de três

unidades distintas: Unidade Granulítica Basal, Unidade Diatexítica

Intermediária, Unidade Migmatítica Superior (Campos Neto e Caby, 2000). A

estrutura se fragmenta em dois lobos, Guaxupé ao norte e Socorro ao Sul,

separadas por rampas laterais de alto ângulo. Os granulitos da primeira

apresentam assinatura química cálcio-alcalina e composição intermediária,

com assinatura toleítica nos granulitos máficos. Na unidade intermediária

mariocamposneto
Realce
Marangoni nunca falou nada disso.

5

predominam rochas formadas a partir da fusão por quebra da biotita de fontes

metaluminosas e peraluminosas. Os migmatitos da unidade superior possuem

mesossomas com assinaturas químicas e isotópicas de metagrauvacas e de

metapelitos, os primeiros oriundos da denudação de arco magmático

neoproterozóico.

3.2. Terreno Andrelândia

O Terreno Andrelância é um sistema de nappes de alta pressão, estiradas

e transportadas para ENE e NE, sotopostas à Nappe Socorro-Guaxupé. As

nappes superiores são: Três Pontas- Varginha, Pouso Alto e Klippe Carvalhos.

São de alta pressão e temperatura, ocorrem a WSW. Consistem em granulitos

com bandamento composicional herdado de uma estratificação sedimentar. As

nappes inferiores são de alta pressão, são elas Aiuruoca-Andrelândia e Carmo

da Cachoeira. A base destas é composta por quartizitos com intercalações de

micaxistos e quantidades subordinadas de gnaisses calciossilicáticos. Em

escala regional, há o Xisto Santo Antônio (rutilo-granada-biotita plagioclásio

quartzo xisto), com ca. de 750 m, no interior de rutilo-aluminossilicato-granada-

biotita xistos com 2000 m de espessura. No topo há quartzitos impuros e uma

sequencia rítmica xisto-quartzítica. Corpos lenticulares de rochas metabásicas

e calciossilicáticas são comuns nos metapelitos. O Xisto Santo Antônio e os

cianita-granada gnaisses granulíticos apresentam assinatura química de

grauvacas, com área fonte em ambiente de margem ativa.

3.3. Nappe Lima Duarte

Esta nappe é cavalgada a sudeste pela Nappe Aiuruoca-Andrelândia, é o

terreno oriental do sistema orogênico. O limite sul é a Zona de Cisalhamento

Rio Preto. Difere do Terreno Andrelândia no conteúdo litológico, no

metamorfismo e na infraestrutura antiga incorporada. Quartizitos muito grossos

com textura milonítica, em lascas espessas de até 750 metros, com

predominância de ortoquartzitos e restritas formações ferriferas bandadas.

Nesse quartzito há imbricações de sillimanita-granada-biotita gnaisses

6

migmatíticos, com intercalações esparsas de gnaisses calciossilicáticos. O

pacote metassedimentar encontra-se, a sul, descolado sobre extensa unidade

migmatítica (Migmatitos Rio Preto). Não há informações sobre a idade de

deposição.

3.4. Sistema de Nappes Carrancas

Consiste numa sequência metassedimentar organizada em quatra

escamas de cavalgamento com infraestrutura gnáissica engajada e sotoposta

às nappes Lima Duarte e Aiuruoca-Andrelândia. As quatro escamas são:

Nappe Luminárias, Klippe Carrancas, Alóctone Serra da Bandeira e Alóctone

Mestre de Deus. É formado por muscovita xistos grafitosos localmente

porfiroblásticos (granada-estaurolita-cianita-cloritóide) – Formação Campestre -

com intercalações de quartizitos e muscovita quartzitos placosos com mica

esverdeada – Formação São Tomé das Letras – que compõe o Grupo

Carrancas. A infraestrutura é composta por biotita gnaisses granodioríticos com

bandamento fino e hornblenda-biotita gnaisses, ambos com corpos

metaultramáficos que delimitam as principais zonas de cavalgamento e

recobrem gnaisses antigos da borda sul do cráton São Francisco. A idade de

deposição da pilha metassedimentar pode ser admitida como do

Neoproterozóico. O metamorfismo aumenta de norte para sul, da fácies xisto-

verde a fácies anfibolito.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Na etapa de trabalho pré-campo, os mapas da área de mapeamento

foram confeccionados com base na folha SF-23-X-C-I-3 – Itumirim, do IBGE, e

imagens de satélite. O mapa geológico foi confeccionado no Software ArcMap

10.2.2 do ArcGIS em conjunto com o Sotware QGIS 2.8 ‘Wien’. A fim de

oferecer mais informações, o mapa topográfico foi sobreposto pelo mapa

geológico que contém as litologias, os pontos dos afloramentos feitos em

campo e as medidas de foliação. O Datum usado é a Universal Transversa de

Mercator - Córrego Alegre 23 S e a escala são de 1:25000.

7

Na etapa de campo, foram realizados cinco dias de trabalho de na área,

entre os dias 28 de março e 2 de abril de 2015. Em campo os pontos foram

descritos priorizando-se a descrição dos diferentes litotipos e pacotes

metassedimentares, suas atitudes e coordenadas UTM, anotadas na caderneta

de campo. As medidas das atitudes foram feitas com bússola de estrato para

geólogo do tipo Clar. Foi realizada também coleta de amostras, estas

identificadas com o número do ponto em que foram coletadas sob a forma

ITU.VII.N° da amostra referente ao ponto em campo. Foram utilizados os

seguintes equipamentos: martelo de geólogo; lupa; bússola Clar; GPS Garmin;

máquina fotográfica Pentax Optio M40 para o registro de feições importantes;

walkie-talkie.

Após a etapa de campo, as amostras coletadas foram enviadas para

laminação e foi realizada outra etapa de trabalhos no Laboratório de

Informática Geólogica para confecção de tabela de pontos, mapa geológico

parcial, relatório e perfil geológico da área. Para tal foram utilizadas as

informações obtidas em campo e modelos digitais de terreno do tipo SRTM 1

Arc-Second Global.

Os contatos do mapa geológico foram definidos usando como base as

descrições feitas em campo, atitudes estruturais das camadas, o modelo digital

de terreno, a bibliografia consultada e algumas informações obtidas por outros

grupos nas áreas adjacentes.

Cada integrante realizou a descrição petrográfica de três amostras. As

amostras descritas foram escolhidas de acordo com a relevância para o

mapeamento. A petrografia macroscópica foi feita a olho nu, com o auxílio de

lupa, já as análises microscópicas foram feitas nos microscópios do laboratório

de microscopia óptica do IGc-USP (modelo Olympus BX-40). A seguir, foram

obtidas fotos de seção delgada a partir da câmera Leica modelo MC170 HD

acoplada ao microscópio Zeiss modelo Axioplan 2, com o auxílio do Software

Leica LAS (Leica Application Suíte) Versão 4.4.0. A descrição teve como foco a

mineralogia principal e acessória, estrutura, textura e microestruturas das

amostras.

8

Finalmente, compilando as informações obtidas em campo e em

laboratório, com a ajuda dos professores e da literatura, fez-se uma pertinente

discussão sobre as litologias encontradas e o contato entre elas, processos de

deformação, grau metamórfico, paragênese, texturas minerais, além da relação

temporal entre os minerais metamórficos e a deformação que ocorre na região.

Os resultados estão apresentados no mapa geológico, mapa de pontos, perfis,

fichas de descrições de seção delgada e fotos.

5. RESULTADOS

Na primeira etapa de campo foi possível subdividir as rochas observadas

em campo em cinco unidades principai, as quais se encontram descritas e

exemplificadas por fotos no item a seguir.

5.1. Caracterização das unidades identificadas em campo

TERRENOS TTG

Unidade composta por rochas quartzo-feldspáticas, deformadas ou não.

Na primeira etapa de mapeamento não foram encontrados afloramentos

frescos desta unidade, apenas saprólitos em voçorocas e barrancos. Em um

afloramento foi possível observar bolsões com extensiva alteração caulínica.

Esta será melhor caracterizada na segunda etapa de campo.

SEQUÊNCIA METAVULCANOSSEDIMENTAR

Unidade aflorante na porção nordeste da área de mapeamento.

Composta por rochas ultramáficas serpentinizadas e bolsões métricos de

rochas máficas intrudidos em rochas quartzo-feldspáticas muito alteradas.

Estrutura em geral foliada. Há também rochas de coloração branco-esverdeada

fruto de intensa alteração hidrotermal.

mariocamposneto
Realce

9

UNIDADE QUARTZÍTICA

Sequência metassedimentar composta, predominantemente, por

muscovita quartzitos com intercalações de muscovita-clorita xisto e barras

definidas em campo como ortoquartzíticas (Figura 5), estas barras possuem

em geral espessura métrica e comprimento decimétrico, são mais abundantes

na porção norte da unidade, tornando-se menos frequentes para sul. Como

litotipo subordinado temos níveis compostos quase exclusivamente por

muscovita quartzito ou muscovita-clorita-quartzo xisto, no entanto o que

predomina é a intercalação (Figuras 3 e 4). A foliação principal da rocha possui

direção geral NW-SE com mergulho para SW e passou por fases de

deformação posteriores. O contato é tectônico com as unidades aflorantes ao

norte (sequência vulcanossedimentar e embasamento TTG) e gradacional com

a unidade de xistos aflorante a sul.

Figura 3: Nível de xisto intercalado em muscovita quartzito.

10

Figura 4: Nível de xisto intercalada em muscovita quartzito.

11

Figura 5: Barras ortoquartzíticas vistas da estrada principal.

GRAFITA-MUSCOVITA XISTOS

Esta unidade de rochas metapelíticas aflora predominantemente no topo

da Serra dos Carrapatos e ao Sul. É composta predominantemente por

intercalações de grafita-muscovita xistos (Figura 6) com foliação centimétrica a

subcentimétrica, localmente porfirobláticos, intercalados com quantidades

subordinadas de muscovita quartzitos. Os porfiroblástos, quando presentes,

são de estaurolita ou granada (Figura 7). O contato entre as lentes ricas em

muscovita quartzito e o restante da unidade é gradacional. O trend estrutural da

foliação principal é NW-SE e mergulho para SW. Na porção oeste da unidade é

possível observar figuras de interferência formadas por múltiplas fases de

deformação, o que não é tão evidente a leste. O contato com as demais

unidades, tanto a sul quanto a norte, é gradacional.

mariocamposneto
Realce
Barras "de espessuras métricas e comprimento decimétrico"?
mariocamposneto
Comentário do texto
O que é isso? Que foliação é essa?

12

Figura 6: Grafita-muscovita xisto apresentando crenulação e algumas lentes mais quartzosas.

13

Figura 7: Grafita-muscovita xisto com pseudomorfos de porfiroblastos. Notar também nível

quartzoso na parte superior da imagem.

BIOTITA XISTOS

Unidade metapelítica aflorante na porção sul da região de mapeamento.

Difere-se da outra unidade de xistos pela presença de biotita na composição

mineralógica e o contato com este também é gradacional. Este pacote não

pode ser melhor caracterizado na primeira etapa de campo, ficando esta para

ser feita na segunda etapa.

5.2. Caracterização petrográfica

SEQUÊNCIA METAVULCANOSSEDIMENTAR

Foram descritas duas amostras desta unidade (ITU.VII.49 e ITU.VII.50-D).

A primeira (Figuras 8 e 9) é uma amostra de uma rocha metaultramáfica de

granulação muito fina e textura decussada, composta por cerca de 90% de

14

serpentina, sendo assim um serpentinito. Foram observados pseudomorfos de

um mineral não identificado, completamente substituído por agregados de

serpentina e talco. Como mineralogia acessória há também minerais opacos de

hábito granular com coronas compostas por agregados muito finos de clorita.

Na matriz da rocha há também agregados de carbonato em quantidades muito

subordinadas. Foram observados também grãos de rutilo como mineral traço. A

outra amostra (Figuras 10 e 11) descrita é de uma rocha composta

majoritariamente por quartzo (cerca de 70%), com cerca de 7% de cianita (sob

a forma de cristais fraturados a boudinados) e 25% de material micáceo

(predominantemente sericita e fuchsita, o que dá à amostra de mão cor

levemente esverdeada a verde-água), de estrutura orientada e textura

granoblástica. O material micáceo ocorre preenchendo fraturas e presente no

contato entre os grãos e os leitos orientados de quartzo.

Figura 8: Pseudomorfo substituído por talco e serpentina e opacos manteados por clorita.

15

Figura 9: Agregados carbonáticos na matriz.

Figura 10: Cristais de quartzo com extinção ondulante e cristais de cianita fraturados, com contatos preenchidos por sericita e fuchsita.

16

Figura 11: Detalhe de cristal de cianita na lâmina ITU-VII-50D.

UNIDADE QUARTZÍTICA

Foram descritas duas amostras de quartzito e duas de xisto. Ambos os

quartzitos descritos possuem textura granoblástica com granulação de muito

fina e grãos de quartzo com contatos lobados ou poligonizados, evidencia de

recristalização. A amostra ITU.VII.31 (Figura 12), descrita em campo como

ortoquartzito , é composta por cerca de 90% de quartzo. Possui também cerca

de 8% de muscovita em sua composição. Essa muscovita se concentra em

níveis submilimétricos insipientes juntamente com esparsos cristais muitos

finos de feldspato. Estes níveis estão levemente crenulados, o que indica uma

fase de deformação posterior. A amostra ITU.VII.32 (Figuras 13, 14 e 15) é de

um quartzito menos puro, descrito em campo como muscovita quartzito. É

composta por cerca de 77% de quartzo e também por muscovita e cianita. A

muscovita se concentra em níveis submilimétricos e define a foliação principal.

Os cristais de cianita são porfiroblásticos, medindo cerca de 1,5mm na direção

do eixo c. Estes cristais se encontram em geral boudinados, alguns exibindo

também deformação (vide esboço micrográfico em anexo).

Ambas as amostras de xistos descritas (ITU.VII.21B e ITU.VII.26) são

compostas majoritariamente por muscovita e grafita, com quantidades

ausentes ou muito subordinadas de quartzo. Possuem granulação muito fina e

17

textura lepidoblástica. Em amostra de mão é possível notar em ambas que a

foliação principal está dobrada. A lamina ITU.VII.26 (Figuras 17 e 18) possui

ainda cerca de 8% de minerais opacos não deformados, esses minerais

apresentam hábito tabular e são concordantes com a foliação principal da

rocha. Na mineralogia acessória há turmalina de granulação muito fina, em

cristais oblíquos à foliação principal. Dobras intrafoliais são representadas por

cristais de muscovita dobrados dentro da foliação principal, o que indica que a

foliação principal é pelo menos uma S2. A foliação principal foi afetada por

outros dois eventos de deformação (D3 e D4), o que é evidenciado por figuras

de interferência entre dois padrões de dobramento. A outra amostra (Figura 16)

apresenta zircão em quantidade acessória sob forma de grãos levemente

arredondados dispersos na rocha. Nesta amostra a foliação principal é um

padrão de crenulação, nela se desenvolve ainda uma nova superfície no plano

axial da crenulação. Há porções com desenvolvimento de uma foliação mais

apertada parela à deformação de apenas um dos flancos da crenulação, as

quais definem uma nova foliação que pode ser vista a olho nu e formam uma

foliação do tipo S.

Figura 12: Lâmina ITU.VII. 31

18

Figura 13: Porfiroblasto de cianita deformado, onde é possível inferir cinemática da deformação.

Figura 14: Porfiroblasto de cianita boudinado.

19

Figura 15: Foliação marcada por muscovita na lâmina ITU.VII.32.

Figura 16: Foliação principal crenulada com formação de superfície ainda irregular nos planos axiais.

20

Figura 17: Foliação S2 exibindo duas fases de deformação.

Figura 18: Dobra intrafolial marcada por muscovita.

GRAFITA-MUSCOVITA XISTOS

Foram descritas três amostras desta unidade (ITU-VII-13ª – Figura 19,

ITU-VII-13B – Figuras 20 e 21; e ITU-VII-66 – Figuras 22 e 23). Todas estas

apresentavam uma textura lepidoblástica marcadas pela muscovita e grafita na

foliação principal. Também apresentavam uma textura porfiroblástica,

apresentando respectivamente, porfiroblastos de granada, porfiroblastos de

pseudomorfos de estaurolita e porfiroblastos de pseudomorfos que

21

provavelmente era a estaurolita, mas a possibilidade de ser granada não pode

ser descartada, uma vez que o formato do mineral não está evidente. A

amostra ITU-VII-66 é a única que apresenta leitos com uma textura

granoblástica (Qtz) e que se alternam com a textura lepidoblástica

predominante. Compilando todas estas amostras, foi possível verificar três

fases de deformação. Todavia, apenas na amostra ITU-VII-66 foi possível

verificar estas três fases, enquanto nas outras restantes havia uma foliação

principal e uma crenulação incipiente marcada por muscovita, grafita e/ou

quartzo. Outro diferencial da amostra ITU-VII-66 é que foi a única a apresentar

cloritas concordantes com a foliação principal e cloritoides concordantes, mas

discordantes na sua maioria, sendo estes minerais de grande importância para

inferir condições de metamorfismo que serão descutidas mais a frente. Os

minerais opacos ocorreram em uma relevante porcentagem na amosta ITU-VII-

13B, sendo, em sua maioria, concordantes com a foliação principal.

Figura 19: Crenulação marcada por muscovita e grafita.

22

Figura 20: Porfiroblasto de pseudomorfo com foliação interna discordante da foliação principal.

Figura 21: Porfiroblasto de pseudomorfo com hábito provável de estaurolita com foliação amoldada.

23

Figura 22: Cristal de cloritóide bem formado discordante à foliação principal.

Figura 23: Porfiroblasto de pseudomorfo com foliação interna concordante com a foliação principal.

24

6. DISCUSSÃO E COMENTÁRIOS

6.1. Deformação

Todas as lâminas descritas apresentam pelo menos duas fases

deformacionais visíveis. A presença de cristais de muscovita representando

dobras intrafoliais (vide lâmina ITU.VII.26), indica que a foliação principal é, no

geral, uma S2. Esta foliação principal (S2) está crenulada nas lâminas

ITU.VII.13A, 13 B, 21B e 66. A clivagem oriunda desta crenulação pode ser

interpretada como o início de uma foliação S3, gerada por um evento

deformacional D3, o qual se manifesta também por meio de dobramento da

foliação principal na lâmina ITU.VII.26. Na mesma, uma fase de deformação D4

é sugerida por padrão de interferência entre duas fases de dobramento de S2.

Aliadas às descrições em lâminas, as observações em campo também

permitem inferir múltiplas fases de deformação, como, por exemplo, o padrão

de interferência do tipo domos e bacias observado em alguns afloramento de

metapelitos, na porção sudoeste da área.

6.2. Condições de metamorfismo

A maioria das assembléias mineralógicas descritas em lâmina e em

campo aponta para uma condição de equilíbrio em fácies xisto verde. Embora

poucas amostras com clorita tenham sido descritas em lâmina, em campo este

mineral foi encontrado tanto em xistos intercalados na unidade quartzítica,

como também nas unidades de grafita-muscovita xisto. A ausência de

assembléias mineralógicas indicativas de fácies anfibolito (presença de

estaurolita) é também um indicativo de equilíbrio em fácies xisto verde. No

entanto, na lâmina ITU.VII.66 e 13 B, há pseudomorfos de porfiroblastos que,

devido ao hábito, poderiam ser cristais de estaurolita. Assim, caso esta

hipótese seja verdadeira a rocha teria atingido condições de fácies anfibolito.

Na lâmina ITU.VII.66, a presença de cristais bem formados de cloritóide

discordantes à foliação sugere possível retrometamorfismo em equilíbrio na

fácies xisto verde.

mariocamposneto
Realce
Cianita em fácies xisto verde - condições báricas?

25

7. PRÓXIMAS ETAPAS

As próximas etapas compreenderão a segunda etapa de campo – com a

descrição dos afloramentos ainda não visitados e também aqueles não

conclusivos, coleta de amostras das principais unidades e realização do mapa

de pontos. A etapa de escritório posterior a essa corresponderá à descrição

petrográfica detalhada feita por microscopia, realização do mapa geológico final

com as unidades e limites melhor definidos, além das pricipais feições

estruturais a nível da escala do mapa.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Campos Neto, M.C., Basei, M.A.S., Vlach, S.R.F., Caby, R., Szabó, G.A.J. &

Vasconcellos, P., 2004. Migração de orógenos e superposição de

orogêneses: um esboço da colagem Brasiliana no sul do Cráton do São

Francisco, SE-Brasil. Geologia USP, Série Científica, 4(1): 13-40.

Coutinho, L., 2012. Estrutura, litoestratigrafia e metamorfismo do Grupo

Carrancas na frente orogênica da Faixa Brasília Meridional. Dissert.

Mestrado, IGc-USP, Prog.Mineralogia e Petrologia, 141pp e anexos.

Quéméneur, J.J.G., Ribeiro, A.,Trouw, R.A.J., Paciullo, F.V.P & Heilbron, M.,

2002. Geologia da Folha Lavras. Projeto Sul de Minas, Etapa I, Capítulo

7. COMIG, UFMG, UFRJ,UERJ: 259-319

9. ANEXOS (DESCRIÇÕES DAS LÂMINAS)

Autor: Tatiana Ayumi Numada

I – IDENTIFICAÇÃO DA AMOSTRA

N° ITU.VII.66

Nome da rocha: Qtz -Ms-Gr xisto com Chl e Ctd.

II – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Cor/Índice de cor: Rocha de coloração cinza clara cintilante

Estrutura: Foliada e crenulada.

Textura: Lepidoblástica (Gr e Ms) com porções granobláticas (Qtz).

Granulação (mm): Inequigranular seriado fina com Qtz de aproximadamente 0,4mm.

Composição mineralógica (% volume): Gr (40%), Ms (35%) e Qtz (25%).

III – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Textura: Lepidoblástica (Gr e Ms) com leitos granoblásticas (Qtz); Porfiroblastica

(Pseudomorfo).

Granulação (mm): Porfiroblastos de pseudomorfo substituído por mica fina de

aproximadamente 3mm e com matriz de aproximadamente 0,25mm.

Composição Mineralógica estimada:

Essenciais (% volume) Comentários

Grafita (35%) Marca a foliação principal

Estaurolita? Granada? Pseudomorfo, mineral substituído por muscovita fina, apresenta foliação principal internamente.

Quartzo (25%) Granular, Qtz fino agregado em lentes.

Muscovita (27%) Marca a foliação principal, a foliação antiga e a crenulação.

Cloritóide (5%) Tabular, concordantes com a foliação principal,mas discordantes na maioria, dispersa em toda a lâmina.

Clorita (5%) Tabular, concordante coma foliação principal, bordas serrilhadas em alguns grãos.

Acessórios Opacos alongados, prismáticos, com bordas angulares, dispersos na lâmina.

Descrição/Caracterização sucinta: A lâmina apresenta uma textura lepidoblástica

predominante, caracterizada pela grafita e muscovita marcando todas as foliações e

crenulação. Há uma textura granoblástica marcada pelo quartzo fino, provavelmente

recristalizado. Essa textura está concentrada nos níveis de quartzo que se alternam com a

outra textura citada. A clorita é um importante mineral que se encontra concordante com a

foliação principal, já o cloritóide está concordante, mas discordante em sua maioria e é um

mineral bem preservado. Ao todo, foi possível observar três foliações, sendo a última,

incipiente, de crenulação. Foi visto um pseudomorfo totalmente substituído por uma mica fina

e o formato do antio mineral pode ser interpretado como granada ou estaurolita, isso é, não

foi possível definir.

Condições de formação estimadas: Se pseudomorfo foi uma estaurolita, então as condições

alcançaram a Fácies Anfibolito, tendo possivelmente, o Ctd -> St. Mas se considerarmos

apenas a clorita, cloritoide, muscovita, e quartzo, então pode-se dizer que as condições

chegaram até a Fácies Xisto Verde.

Relações de temporaneidade relativa entre os minerais na textura:

Estágio Mineral

Sn-1 Grafita e Muscovita

Sn Grafita, Muscovita, pseudomorfo (Granada ou Estaurolita?), Quarzto e Clorita.

Sn+1 Grafita e Muscovita

Pós metamorfismo Cloritóide

Autor: MARIA THEREZA A. G. YOGI

I – IDENTIFICAÇÃO DA AMOSTRA

N° ITU.VII.50-D

Nome da rocha: Cianita-sericita quartzito com fuchsita.

II – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Cor/Índice de cor: coloração esverdeada.

Estrutura: Orientada.

Textura: Granoblástica.

Granulação: Arcabouço Médio (1,5mm) em matriz muito fina (0,1mm).

Composição mineralógica (% volume): Quartzo (65%), matriz fina micácea (35%).

Observações: Matriz da rocha composta por minerais de granulação muito fina (micáceos de

cor esbranquiçada e verde-água – pode compreender muscovita e fuchsita). O arcabouço é

composto por quartzo com textura de deformação, de granulação fina a média e cianita de

granulação fina.

III – DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Textura: Granoblástica.

Granulação (mm): Arcabouço Médio (1,5mm) em matriz muito fina (0,1mm).

Composição Mineralógica estimada:

Essenciais (% volume) Comentários

Quartzo (70%) Extinção ondulante, bandas de deformação, forma o arcabouço, contatos saturados.

Sericita (20%) Matriz muito fina, micácea, que engloba os grãos de quartzo e cianita.

Cianita (5%) Cristais com bordas arredondadas, por vezes fraturados, onde o material micáceo que forma a matriz pode preencher as fraturas.

Muscovita/fuchsita (5%) Alguns filossilicatos da matriz que ocorrem com granulação maior, apresentam birrefringência alta.

Acessórios (% volume)

Rutilo (traço) Forma prismática e losangular as vezes.

Epidoto (traço) Um grão.

Descrição/Caracterização sucinta: Rocha de composição predominantemente quartzosa, com

estrutura orientada e textura granoblástica. A matriz é muito fina e de coloração

esbranquiçada a verde água, composta por sericita e muscovita. Arcabouço composto por

grãos de quartzo em granulação média com bordas de deformação retilíneos. Foram

observados grãos de rutilo e epidoto como minerais traço. Alguns cristais de cianita foram

boudinados.

Condições de formação estimadas: Rocha que passou por alteração hidrotermal e condições

de pressão de pelo menos 3kbar (devido à presença da cianita), se considerada temperatura

de 450°C.

Relações de temporaneidade relativa entre os minerais na textura:

Estágio Mineral

Pré-metamórfico Opaco, pseudomorfos.

Sin-metamórfico Serpentina, carbonato,talco, clorita.

Pós-S2 Carbonato, clorita.

Autor: NAOMI KIKUCHI BERNSTEIN

I – IDENTIFICAÇÃO DA AMOSTRA

N° ITU.VII.49

Nome da rocha: Serpentinito.

II – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Cor/Índice de cor: Rocha de coloração cinza escura.

Estrutura: Maciça.

Textura: Decussada de granulação muito fina.

Granulação (mm): Matriz (<0,1mm), opacos (0,2mm).

Composição mineralógica (% volume): Serpentina (90%), carbonato (5%), opacos (5%).

Observações:

III – DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Textura: Decussada.

Granulação (mm): Matriz (<0,1mm), opacos (0,2mm).

Composição Mineralógica estimada:

Essenciais (% volume) Comentários

Serpentina (90%) Granulação muito fina, principal componente da rocha, textura decussada.

Acessórios (% volume)

Opaco (4%) Granulação maior que a da matriz, cristais manteados por borda reacional de clorita.

Carbonato (3%) Localmente como agregados muito finos na matriz, há também cristais maiores aparentemente metamórficos.

Talco (2%) Pseudomorfo de outro mineral o qual não foi identificado. Pseudomorfos com cerca de 0,5mm de comprimento.

Clorita (1%) Borda de reação em minerais opacos.

Descrição/Caracterização sucinta: Rocha meta-ultramáfica com estrutura maciça e textura

decussada, em granulação muito fina. A rocha é composta por cerca de 90% de serpentina e

como minerais acessórios observamos minerais opacos, clorita, rutilo, talco e carbonato. O

talco aparece como pseudomorfo de outro mineral e os opacos são manteados por agregados

muito finos de clorita. Há carbonato tanto em grãos aparentemente metamórficos quanto em

agregados intersticiais na matriz. Condições de formação: Rocha ultramáfica hidrata que

sofreu metamorfismo de fácies xisto verde, evidenciado pela presença de talco.

Condições de formação estimadas: Rocha meta-ultramáfica hidratada que sofreu

metamorfismo de fácies xisto verde, evidenciado pela presença de talco.

Relações de temporaneidade relativa entre os minerais na textura:

Estágio Mineral

Pré-metamórfico Opaco, pseudomorfos.

Sin-metamórfico Serpentina, carbonato,talco, clorita.

Pós-S2 Carbonato, clorita.

Autor: MARIA THEREZA A. G. YOGI

I – IDENTIFICAÇÃO DA AMOSTRA

N° ITU.VII.32

Nome da rocha: Cianita-muscovita quartzito.

II – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Cor/Índice de cor: bege alaranjado escuro.

Estrutura: Orientada/foliada.

Textura: fina lepidogranoblástica, orientação marcada por minerais micáceos de cor levemente

esverdeada.

Granulação (mm): Muito fina (até 0,1mm)

Composição mineralógica (% volume): Quartzo (83%), mica branca (10%), cianita (7%).

Observações:

III – DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Textura: Lepido-granoblástica com porfiroblástos boudinados de cianita.

Granulação (mm): Matriz: 0,05-0,1mm; porfiroblastos de cianita com até 1,5mm de

comprimento.

Composição Mineralógica estimada:

Essenciais (% volume) Comentários

Quartzo (77%) Subidioblástico, contato entre os grãos é retilíneo a poligonizado, compõem a matriz, alguns com birrefringência amarelada.

Cianita (7%) Porfiroblástos fraturados (boudinados), birrefringência de alguns é alta, nas bordas ocorrem cristais de epidoto-clinozoizita, alguns parecem dobrados nas terminações.

Muscovita (15%) Ocorrem definindo a orientação como finas lentes, por vezes mais contínuas; maioria deve ser muscovita alterada.

Acessórios (% volume)

Turmalina (1%) Alguns cristais de turmalina aparecem no meio da matriz.

Descrição/Caracterização sucinta: Rocha com estrutura foliada definida pela orientação dos

cristais de cianita e muscovita e por uma suave elongação dos cristais de quartzo. Textura

lepidogranoblástica porfiroblástica, com granulação da matriz fina e porfiroblástos boudinados

de cianita com cerca de 1,5mm de comprimento. A matriz é composta por grãos de quartzo

levemente alongados com contatos retilíneos a poligonizados. Como mineral acessório foi

observado turmalina.

Condições de formação estimadas: Metarenito impuro metamorfisado. A presença de

porfiroblastos de cianita indica estágios de pressão mais elevada(pelo menos 3 kbar, a

temperatura de aproximadamente 450°C), o fraturamento e aspecto dobrado de alguns destes

cristais, a orientação dos minerais micáceos e a birrefringência amarelada do quartzto

sugerem que a rocha passou por pelo menos dois estágios de deformação.

Relações de temporaneidade relativa entre os minerais na textura:

Estágio Mineral

Pré-metamórfico Quartzo.

Sin-metamórfico Quartzo, muscovita, turmalina, cianita.

Pós-metamórfico Muscovita retro-metamórfica.

Autor: NAOMI KIKUCHI BERNSTEIN

I – IDENTIFICAÇÃO DA AMOSTRA

N° ITU.VII.31

Nome da rocha: ms-quartzito

II – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Cor/Índice de cor: bege claro

Estrutura: Foliada com orientação definida por leitos de muscovita e elongação de grãos de

quartzo.

Textura: lepido-granoblástica de granulação muito fina

Granulação (mm): 0,1mm

Composição mineralógica (% volume): Quartzo (90%), muscovita (10%)

Observações: Fraturas preenchidas por material avermelhado.

III – DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Textura: granoblástica com leitos orientados de grãos de quartzo em granulação muito fina de

até 2mm intercalados com leitos insipientes lepidoblásticos dados pela orientação dos cristais

de muscovita de espessura submilimétrica.

Granulação (mm): Quartzo: 0,1mm em média, muscovita: 0,1mm.

Composição Mineralógica estimada:

Essenciais (% volume) Comentários

Quartzo (90%) Textura de cristalização, grãos com contatos lobados e extinção ondulante, birrefringência amarelada. Grãos levemente alongados definem a foliação.

Muscovita (8%) Hábito tabular, leitos insipientes definem a foliação da rocha.

Feldspato(2%) Aparece em granulação muito fina junto aos leitos de muscovita

Acessórios (% volume)

Zircão (traços)

Descrição/Caracterização sucinta: Rocha composta por cerca de 90% de quartzito, com

estrutura granoblástica dada por orientação de leitos compostos por quartzo em granulação

fina. A rocha alterna leitos granoblásticos de quartzo de até 2mm com leitos lepidoblásticos

insipientes submilimétricos de muscovita. Observa-se junto aos níveis de muscovita esparsos

cristais de feldspato em granulação muito fina. Observa-se crenulação insipiente nos leitos de

muscovita, o que indica que essa rocha passou por pelo menos duas fases de deformação. O

contato entre os cristais de quartzo são lobados.

Condições de formação estimadas: Meta-arenito que passou por pelo menos duas fases de

deformação. A crenulação insipiente nos leitos de muscovita evidencia o segundo evento

deformacional.

Relações de temporaneidade relativa entre os minerais na textura:

Estágio Mineral

Pré-metamórfico Quartzo, feldspato (?).

Sin-metamórfico Muscovita, quartzo.

Pós-metamórfico -

Autor: NAOMI KIKUCHI BERNSTEIN

I – IDENTIFICAÇÃO DA AMOSTRA

N° ITU.VII.26

Nome da rocha: Gr-ms xisto com turmalina

II – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Cor/Índice de cor: rocha de coloração acinzentada

Estrutura: Foliada com xistosidade orientada por leitos lepidoblásticos de muscovita

Textura: lepidoblástica de granulação fina

Granulação (mm): 0,5mm

Composição mineralógica (% volume): Muscovita (70%,) Grafita (30%)

Observações:

III – DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Textura: Lepidoblástica dada pela orientação de muscovita e minerais opacos em leitos de até

3mm.

Granulação (mm): Muscovita: (0,05mm), grafita (0,01mm), opacos (0,1mm), turmalina

(0,05mm

Composição Mineralógica estimada:

Essenciais (% volume) Comentários

Muscovita (70%) Marca a foliação principal da rocha (S2). Localmente observa-se cristais de muscovita dobrados dentro da foliação principal (S1).

Grafita (10%) Granulação muito fina. Concentra-se em leitos lepidoblásticos de até 3mm, marcando bandamento composicional.

Opaco (8%) Hábito tabular, cristais não deformados que acompanham a foliação principal da rocha.

Acessórios (% volume)

Quartzo (5%) Grãos esparsos e deformados, extinção ondulante.

Turmalina (5%) Cristais não deformados oblíquos à foliação principal da rocha.

Descrição/Caracterização sucinta: Rocha metapelítica de estrutura foliada, textura

lepidoblástica e granulação fina, composta majoritariamente por muscovita e grafita. A

foliação principal da rocha (S2) é dada por leitos lepidoblásticos de grafita e muscovita,

minerais opacos tabulares não deformados acompanham esta foliação, o teor de quartzo é

inferior a 10%. Como mineral acessório temos turmalina, em cristais idiomórficos oblíquos a S2.

Dentro da foliação principal é possível observar raros cristais de muscovita dobrados (S1). S2

passou por mais dois eventos deformacionais (D3 E D4), oblíquos entre sí.

Condições de formação estimadas: Rocha metapelítica que passou por sucessivas fases de

deformação e metamorfismo de fácies xisto verde. Evidencia: ausência de minerais de grau

metamórfico mais elevado.

Relações de temporaneidade relativa entre os minerais na textura:

Estágio Mineral

S1 Muscovita dobrada intra-S2.

S2 Muscovita, grafita, opacos e quartzo.

Pós-S2 Turmalina.

Autor: Maria Thereza Akemi Guimarães Yogi

I – IDENTIFICAÇÃO DA AMOSTRA

N° ITU.VII.21B

Nome da rocha: Grafita-muscovita xisto

II – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Cor/Índice de cor: Cinza escura e branca.

Estrutura: Foliada (xistosidade).

Textura: Lepidoblástica.

Granulação (mm): Equigranular muito fina (aproximadamente 0,01 mm)

Composição mineralógica (% volume): Muscovita (80%) e grafita (20%).

Observações: Em amostra de mão é possível observar que a foliação está dobrada. Há níveis

mais claros pobres em grafita, onde predomina muscovita.

III – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Textura: Lepidoblástica formada pelos cristais de muscovita.

Granulação (mm): de aproximadamente 0,01 a 0,05 mm; equigranular muito fina.

Composição Mineralógica estimada:

Essenciais (% volume) Comentários

Muscovita (68%) Subidioblástica, em algumas partes bem dobrada; há níveis em que ela se encontra sem grafita e melhor recristalizada.

Grafita (32%) Ocorre como lentes em níveis ricos em grafita, paralelos à orientação dos cristais de muscovita (foliação), em alguns locais ocorre mais concentrada.

Acessórios

Zircão Grãos levemente arredondados, dispersos e com halos pleocróicos.

Descrição/Caracterização sucinta: Grafita-muscovita xisto muito fino e deformado, com níveis

de cor mais clara mais pobre em grafita. A Sn é o padrão de crenulação. Uma nova superfície

ainda irregular se desenvolve nos planos axiais da foliação. Há faixas com desenvolvimento de

foliação mais “apertada” paralela à deformação de apenas um dos flancos da crenulação, que

define uma nova foliação que pode ser vista a olho nu e forma foliação em S.

Condições de formação estimadas: Pela assembleia mineralógica não é possível definir fácies

de metamorfismo. Pela textura pode-se deduzir mais de um estado de deformação.

Relações de temporaneidade relativa entre os minerais na textura:

A muscovita é o mineral que define todos os estágios de deformação.

Autor: Tatiana Ayumi Numada

I – IDENTIFICAÇÃO DA AMOSTRA

N° ITU.VII.13B

Nome da rocha: Gr- Ms xisto com Pseudomorfo de St ou Sill.

II – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Cor/Índice de cor: Rocha de coloração cinza clara cintilante

Estrutura: Foliada e crenulada.

Textura: Lepidoblástica (Gr e Ms) e Porfiroblástica com porfiroblastos de pseudomorfos que

foram substituídos por mica fina, e matriz de grafita e muscovita.

Granulação (mm): Porfiroblastos de aproximadamente 3mm e matriz de aproximadamente

0,2mm.

Composição mineralógica (% volume): Gr (50%), Ms (45%) e Pseudomorfo (5%).

Observações: Foi visto um porfiroblasto de um mineral que já foi totalmente substituído. Este

porfiroblasto está com a cor branca em amostra de mão.

III – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Textura: Lepidoblástica (Gr e Ms); Porfiroblastica com pseudomorfos(St ou Sill?) e matriz fina

de Ms e Gr.

Granulação (mm): Porfiroblastos de pseudomorfo substituído por mica fina de

aproximadamente 4mm e com matriz de aproximadamente 0,3mm.

Composição Mineralógica estimada:

Essenciais (% volume) Comentários

Grafita (36%) Marca a foliação principal, alternando com a Muscovita, estrutura em microlitons e arcos poligonais de crenulação

Estaurolita? Sillimanita? (5%)

Pseudomorfo, mineral substituído por muscovita fina, apresenta formato em caixão bem preservado.

Muscovita (39%) Marca a foliação principal, alternando com a grafita, estruturas em microlitons e arcos poligonais de crenulação.

Tabular, concordantes com a foliação principal,mas discordantes na maioria, dispersa em toda a lâmina.

Opacos (20%) Acompanha a foliação principal e a deformação na crenulação em microlitons, incluso no porfiroblasto, prismáticos.

Acessórios Turmalina subarredondada, dispersas na lâmina.

Descrição/Caracterização sucinta: Rocha com estrutura foliada xistosa definida pela orientação

dos cristais de muscovita e e grafita que marcam uma textura lepidoblástica. Outra importante

tetura é porfiroblástica com matriz de granulação fina e porfiroblastos de pseudomorfos

,substituídos totalmente por uma mica fina, de aproximadamente 4mm. Matriz composta

majoritariamente por muscovita e grafita com cerca de 20% de minerais opacos que

acompanham a foliação principal. A rocha está intensamente crenulada, os opacos também se

encontram deformados pela crenulação. Os porfiroblastos estão muito alterados

(pseudomorfos) e não é possível definir com certeza qual o mineral original, suspeita-se que

seja estaurolita, estes estão contornados pela foliação principal e apresentam foliação interna.

Condições de formação estimadas: O formato do pseudomorfo pode indicar a seção basal de

St ou Sill, mas consultando a bibliografia descrita para a área, pode-se considerar que o

mineral antigo foi uma St, já que Sill estaria em uma temperatura muito alta, contariando o

esperado. Sendo assim, pode-se definir como condições de fácies Anfibolito.

Relações de temporaneidade relativa entre os minerais na textura:

Estágio Mineral

Pré- Sn Estaurolita

Sn Grafita, Muscovita,opacos

Sn+1 Opacos, muscovita e grafita

Autor: Tatiana Ayumi Numada

I – IDENTIFICAÇÃO DA AMOSTRA

N° ITU.VII.13A

Nome da rocha: Grt- Gr- Ms xisto com Qtz.

II – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Cor/Índice de cor: Rocha de coloração avermelhada e cinza cintilante.

Estrutura: foliada e intensamente crenulada.

Textura: Lepidoblástica (Ms) e Porfiroblástica com porfiroblastos de granada.

Granulação (mm): Porfiroblastos de aproximadamente 4mm e matriz fina de

aproximadamente 1mm.

Composição mineralógica (% volume): Gr (35%), Ms (50%) e Grt (15%).

Observações: Em amostra de mão não foi visto Qtz, amostra bem alterada com cavidades em

hábito de Grt.

III – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Textura: Lepidoblástica (Gr e Ms) com bandas milimétricas paralelas a foliação e contínuas de

muscovita xisto sem grafita; Porfiroblastica com porfiroblastos de Grt.

Granulação (mm): Porfiroblastos de Grt de aproximadamente 5mm e com matriz de

aproximadamente 1mm de Ms,Gr e Qtz.

Composição Mineralógica estimada:

Essenciais (% volume) Comentários

Muscovita (45%) Marca a foliação principal, tabular.

Grafita (20%) Alterada, estirada, acompanham a foliação principal.

Granada (20%) Porfiroblasto muito alterado, discordante com a foliação, inclusão de quartzo

Quartzo (5%) Granular, recristalizado dentro da Grt, extinção ondulante, com uns níveis granoblásticos de qtz recristalizado que acompanha a foliação principal.

Descrição/Caracterização sucinta: A lâmina apresenta uma foliação principal marcada por

muscovita e grafita que também marcam uma textura lepidoblástica, a qual possui uma

variação representada por bandas milimétricas paralelas à foliação e contínuas, de muscovita

sem grafita. Esta foliação foi intensamente crenulada e porfiroblastos de granada podem ser

indicados como pré-crenulação, já que nota-se perturbações na orientação de crenulação

devido a orientação variável da foliação crenulada, que amoldava os porfiroblastos. A

crenulação também possui um bandamento diferenciado e incipiente de muscovita ou de

quartzo, continuamente, na clivagem de crenulação.

Condições de formação estimadas: Na lâmina as condições seriam Fácies Xisto Verde. É

importante ressaltar que a amostra está muito alterada, assim como o afloramento visto em

campo.

Relações de temporaneidade relativa entre os minerais na textura:

Estágio Mineral

Sn Muscovita, Grafita

Sn+1 (crenulação incipiente)

Quarzto e Muscovita.

Observação A granada é pré-crenulação, mas em relação à foliação principal, pode ser anterior ou posterior a esta, já que o porfiroblasto corta esta foliação e não foi possível observar foliação interna nos grãos.