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UNIVERSIDADE DE SOROCABA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE MBA EM GESTÃO DE PESSOAS Marília Martin A INFLUÊNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL NO ATENDIMENTO AO CLIENTE Sorocaba/SP 2010

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UNIVERSIDADE DE SOROCABA

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE MBA EM GESTÃO DE PESSOAS

Marília Martin

A INFLUÊNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL NO ATENDIMENTO

AO CLIENTE

Sorocaba/SP

2010

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Marília Martin

A INFLUÊNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL NO ATENDIMENTO

AO CLIENTE

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como exigência parcial para

obtenção do certificado de Especialista

em Gestão de Pessoas, da Universidade

de Sorocaba.

Orientadora:

Profª Ms. Vanise F. Almeida Imamura

Sorocaba / SP

2010

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Marília Martin

A INFLUÊNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL NO ATENDIMENTO

AO CLIENTE

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como exigência parcial para

obtenção do certificado de Especialista

em Gestão de Pessoas, da Universidade

de Sorocaba.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________

_____________________________

_____________________________

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Dedico este trabalho à minha família, que não me deixa desistir

nunca e me serve como alicerce para tudo na vida.

À minha querida avó Aurora e à minha estimada prima Cristina,

que me iluminam do céu, para eu percorrer meu caminho em paz.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos professores que trilharam meu caminho nessa etapa do MBA,

contribuindo com discussões, questionamentos e esclarecimentos sobre assuntos

que antes eu desconhecia. Além de ser agradecida aos colegas de curso que se

tornaram muito importantes no decorrer do ano, e me inspiraram por diversas vezes.

Agradeço também aos meus amigos que ouviram meus desabafos, minhas

dúvidas e me fizeram sentir orgulhosa pelo passo que estava dando. Muito obrigada

Patrícia, Franciele, Ricardo, Kelly, Gabriel, Renata, Bruno, Cinthia, Nayara, Leandro,

Bruna, Edicléia e tantos outros que participaram direta e indiretamente deste

trabalho.

Pai, Mãe, Fábio e tia Leni, saibam que sem vocês nada disso teria

acontecido. Agradeço eternamente o carinho de vocês!

Sobretudo, agradeço ao apoio constante e à paciência da minha orientadora,

professora Vanise, que nunca deixou de acreditar em mim. Se não fosse pela

esperança que ela depositou em mim, dificilmente eu chegaria onde cheguei.

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“O degrau de uma escada não serve simplesmente

para que alguém permaneça em cima dele;

Destina-se a sustentar o pé de um homem pelo tempo

suficiente para que ele coloque o outro um pouco mais alto.”

Thomas Huxley

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RESUMO

Este trabalho espera contribuir como ferramenta acadêmica para novas pesquisas,

através de um estudo sobre a influência que o clima organizacional pode ter ao visar

o atendimento ao cliente, sendo refletido e percebido por todos os envolvidos no

processo (clientes internos/ externos, stakeholders). Por meio de teorias e exemplos,

o assunto pôde ser retratado desde sua conceituação até as possíveis alternativas,

quando o clima desfavorável é detectado em uma empresa. A abrangência do tema

foi delimitada ao utilizar-se da área da Hotelaria como pano de fundo para as

situações aqui citadas. Trata-se de uma pesquisa exploratória de natureza

qualitativa. Alguns termos como sustentabilidade humana, resiliência, comunicação

não-violenta (CNV), programação neurolinguista (PNL) e atenção cuidadosa foram

apresentadas como alternativas de combate à problemática sugerida. Como

resultado desse estudo foi possível constatar a necessidade que os gestores têm em

se manter perceptivos e atuantes, já que as relações interpessoais no ambiente de

trabalho podem surtir efeitos tão abrangentes que o próprio consumidor é afetado

diretamente.

Palavras-chave: Clima organizacional. Atendimento ao Cliente. Valorização do

Capital Humano.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Tipos de climas organizacionais. 13

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9 1. CLIMA ORGANIZACIONAL COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA .... 11

1.1 Compreensão e Tipologia de Clima Organizacional ............................. 11

1.2 Cultura Organizacional versus Clima Organizacional ........................... 14 2. ATENDIMENTO AO CLIENTE NA ÁREA DE PRESTAÇÃO DE

SERVIÇOS .................................................................................................16 2.1 A Busca pela Excelência no Atendimento ..............................................16

2.2 Setor Hoteleiro e o Atendimento ao Cliente ......................................... 17

2.3 Insatisfação de Clientes ....................................................................... 19

3. GESTÃO DE PESSOAS VISANDO O ATENDIMENTO AO CLIENTE ... 21

3.1 A Gestão Humanista ............................................................................ 21

3.2 Influências do Clima Desfavorável ....................................................... 23

3.3 Ações Estratégicas para uma Gestão Favorável ..................................24

3.3.1 Sustentabilidade humana .......................................................... 25

3.3.2 Resiliência ................................................................................. 26

3.3.3 Comunicação não-violenta (CNV) ............................................. 27

3.3.4 Programação neurolinguistica (PNL) ......................................... 29

3.3.5 Atenção cuidadosa .................................................................... 30

CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 34

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 35

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INTRODUÇÃO

Com a valorização do fator humano pelas empresas do mercado atual,

faz-se necessário estudar temas relacionados a essa tendência, como as

relações humanas no ambiente de trabalho e suas características.

Este trabalho espera contribuir através de um estudo sobre a influência

que o clima organizacional pode ter ao visar o atendimento ao cliente, sendo

refletido e percebido por todos os envolvidos no processo (clientes

internos/externos, stakeholders). Neste trabalho clima organizacional é

entendido como a interação entre os envolvidos numa organização, levando-se

em conta a sua cultura e a sua forma de reflexão. Essa relação surge através

das interações humanas como a comunicação entre funcionários, contatos

profissionais com fornecedores, negociação com cliente final e designação de

tarefas entre chefias e subordinados.

O clima organizacional é um fator presente em todas as empresas, pois

independe da vontade de seus criadores, basta haver pessoas se relacionando

para que isso se transforme em um clima favorável ou desfavorável de

trabalho. Trata-se aqui da diferenciação entre os tipos de clima e a partir desse

preceito, a influência que os mesmos desempenham em uma empresa.

Sabe-se que o comportamento humano gera resultados inesperados,

portanto o clima de uma empresa é um assunto delicado a ser tratado, ainda

mais quando o relacionamos com o atendimento ao cliente. O envolvimento de

pessoas com histórias diferentes, valores diversos e expectativas distintas

torna a Gestão de Pessoas um desafio. O maior obstáculo da modernidade é

equilibrar os interesses corporativos (financeiros) com os interesses pessoais

(motivacionais).

A análise desta problemática possibilita minimizar os conflitos

comportamentais, já que os mesmos acabam por alterar o atendimento ao

cliente. Cada problema interno como desmotivação, abusos de poder ou

disputas entre os membros da equipe, pode acarretar uma série de falhas em

relação ao processo e ao tratamento do consumidor. O sucesso da

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implantação de uma conduta de trabalho adequada vincula-se ao

comprometimento da instituição, que deve transmitir a sua importância de

maneira transparente a todos, dos auxiliares até a gerência.

Será que a pressão interna e a desmotivação podem ser sentidos pelos

clientes da empresa? Quais são as alternativas para se reverter um clima

tenso? Essas e outras questões servem de ponto de partida para a efetiva

pesquisa aqui elaborada.

Em relação a metodologia adotada nesta monografia, foi escolhido um

estudo exploratório, através de pesquisa bibliográficas em livros, trabalhos

acadêmicos e artigos virtuais. A escassez de bibliografia que abordasse temas

como clima organizacional, atendimento e gestão humanista foi determinante

para a utilização de artigos e textos publicados somente na internet.

Através de conhecimentos teóricos e práticos, este trabalho acadêmico

pode adotar uma característica de servir como ferramenta para os gestores que

se preocupam com a qualidade do ambiente profissional, e principalmente com

a satisfação de seus clientes.

Baseando-se em autores como Chiavenato (1996, 2003) e Bispo (2006),

os capítulos com o cunho administrativo trazem os conceitos e teorias

utilizados no mercado atual. A compreensão sobre clima organizacional, sua

diferenciação em relação à cultura organizacional e como foi optado dividir a

tipologia estudada podem ser encontradas a partir do primeiro capítulo.

Já no segundo capítulo procurou-se entender a definição de atendimento

ao cliente, segundo Carvalho (1999), além de utilizar o setor hoteleiro como

base de compreensão do setor de prestação de serviços e a busca da

excelência almejada pelas empresas atuais.

Para finalizar, adotou-se o conceito de Carl Rogers (na obra “Terapia

Centrada no Cliente”, de 1951) em relação à Gestão Humanista para

compreender a gestão de pessoas relacionada com o atendimento ao cliente.

Também focou-se na influência que o clima desfavorável tem dentro das

organizações e algumas possíveis ações estratégicas e contemporâneas que

os gestores podem adotar. O fato de serem contemporâneas faz com que as

mesmas ainda não possam ser encontradas facilmente em fontes bibliográficas

externas, sendo assim, concretizam-se através de leituras e percepções da

autora e de seus autores aqui consultados.

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1. CLIMA ORGANIZACIONAL COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA

1.1 Compreensão e Tipologia de Clima Organizacional

Estudar e aplicar todos os novos conceitos de permeiam a

Administração de Recursos Humanos (ARH) tem sido um desafio constante

para os profissionais e interessados da área. Este é um ramo tão abrangente e

tão constantemente atualizado, que deve-se sempre ampliar o raciocínio

relacionado à gestão de pessoas.

Neste estudo procurou-se delimitar uma ramificação específica da ARH,

aquela que compreende o ambiente em que os funcionários estão inseridos e

suas inter-relações, mais conhecido como “Clima Organizacional”.

O clima organizacional dentro de uma empresa não é algo simples de

ser analisado, porque ele se apresenta de forma dúbia em diversos momentos,

dificilmente se mostra de forma clara aos olhos dos administradores que

procuram avaliá-lo e entendê-lo. Dessa maneira, é difícil conceituar de uma

única maneira esse termo que será tão utilizado neste estudo.

Ele se origina dentre as tradições (valores) que cada um dos envolvidos

traz para dentro da equipe. Além disso, reflete a história dos tipos de pessoas

que a organização atrai, dos seus processos de trabalho, das modalidades de

comunicação e também reflete a história de quem exerce a autoridade dentro

do sistema, o que permite sua mutação constante.

Primeiramente, deve-se entender que todos os envolvidos nos

processos de uma organização procuram um ajustamento com a empresa, ou

seja, satisfazer suas necessidades e ainda assim manter o equilíbrio com o

ambiente. A frustração dessas necessidades é uma das grandes causadoras

dos conflitos internos, e por muitas vezes é ocasionada pelas chefias e o seu

mal gerenciamento de problemas.

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Esse equilíbrio, ou ajustamento, é uma vertente extremamente individual

e temporal, pois é impossível encontrar as mesmas necessidades em todas as

pessoas num mesmo período de tempo. O ajustamento correto das

necessidades pode ser entendido como saúde mental e subentende-se como

sendo a sensação de bem estar consigo, com os demais e a capacidade de

enfrentar as demandas da vida.

Chiavenato afirma que é deste conceito de saúde mental e de bem estar

que surge a definição de clima organizacional. “Está intimamente relacionado

com o grau de motivação dos participantes” (2003, p.106), descreve o autor,

sendo que a satisfação dos empregados torna o processo organizacional mais

produtivo e agradável. A baixa motivação/ satisfação gera desinteresse, apatia

e pode chegar ao extremo de agressividade e tumulto.

Partindo deste preceito, neste trabalho adotou-se a definição de clima

organizacional como sendo a forma de interação entre todos os funcionários e

a empresa, seja essa interação positiva ou negativa, refletindo a percepção de

cada indivíduo em relação ao todo.

Existem inúmeros tipos e subtipos de clima organizacionais, portanto a

classificação de somente alguns deles se deve a um fator meramente didático

e sistemático.

Alguns autores, como Luz (2003), Souza (1978) e Bispo (2006),

adotam formas distintas de nomear os tipos de clima, porém, na realidade,

pouco se diferem quando analisados em relação aos significados das

classificações.

Neste trabalhou adotou-se a nomenclatura de Bispo (2006), em que se

classifica clima organizacional em três etapas: “desfavorável” (também

conhecido como clima tenso), “mais ou menos” (ou equilíbrio mediano) e

“favorável” (como sendo um clima tranqüilo).

Sabe-se que as organizações buscam sempre o melhor resultado, a

eficiência dos seus colaboradores e a obtenção de produtos ou serviços de

qualidade. Todavia, dificilmente conseguem manter seu clima organizacional

no nível ideal, ou seja, no clima favorável.

Isso ocorre pela alta diversidade de culturas individuais (etnia, idade,

sexo, grau de escolaridade, etc.) encontradas numa equipe e a administração

incorreta de conflitos e problemas. A partir do momento em que o gestor nota

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que suas equipes encontram-se no clima desfavorável, faz-se necessário um

planejamento estratégico voltado à melhoria, e que o plano de ação seja efetivo

e imediato. A permanência dos colaboradores em um clima desfavorável por

muito tempo pode ser um fator irreversível para a empresa.

Abaixo estão divididos os tipos de clima organizacional encontrados em

uma empresa, segundo Bispo (2006):

Fonte: Bispo (2006). Figura – Tipos de climas organizacionais.

Deve-se entender o clima desfavorável (ou tenso) como um ambiente

que não propicia nenhuma motivação e aproveitamento dos colaboradores,

podendo até ser prejudicial em muitos casos.

Já o clima mais ou menos (ou mediano) é aquele onde não se tem

fatores suficientemente bons para uma melhoria na qualidade e satisfação do

funcionário, mas também não o deprecia. Não é considerado ideal, pois após

um tempo estagnado, o funcionário tende a procurar alternativas que o

satisfaçam mais do que a função atual, e se a empresa não está preparada

para atendê-lo acaba por desmotivá-lo ou perdê-lo para a concorrência.

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O clima favorável (ou tranqüilo) comporta-se como o ideal, já que não

provoca a abstenção do funcionário e tampouco a falta de comprometimento do

mesmo. Tendo um clima favorável, a empresa consegue conquistar e

desenvolver seus colaboradores a ponto de melhorar sua qualidade, evitar

conflitos e, principalmente, superar as expectativas de seus clientes.

Relacionar os resultados de um clima favorável ou desfavorável com a

satisfação de seu cliente tornou-se o rumo deste estudo, já que não podemos

esquecer que relações interpessoais ocorrem constantemente em um ambiente

organizacional, sejam elas entre colegas, setores, fornecedores ou até mesmo

com clientes externos.

O atendimento ao cliente será melhor detalhado no próximo capítulo,

porém deve-se compreender desde já a correlação entre os temas, sendo que

um funcionário inserido em um ambiente desfavorável torna-se um péssimo

representante da empresa, podendo frustrar ou impedir uma venda de sucesso.

1.2 Cultura Organizacional versus Clima Organizacional

Mais um desafio encontrado nesta pesquisa foi a de diferenciar dois

termos muito encontrados na ARH: Cultura Organizacional e Clima

Organizacional. A seguir encontra-se a linha de pensamento adotada.

Ao pesquisar a bibliografia relacionada à cultura organizacional, verifica-

se que, em geral, os conceitos encontrados são muito parecidos ou se

complementam, deixando mais complexa a diferenciação entre os termos.

Para Chiavenato (1996), a cultura organizacional consiste em padrões

de comportamentos que são obtidos e transmitidos ao longo do tempo,

caracterizando a própria. Portanto, é a ‘bagagem’ (valores, tradições, políticas,

etc.) que a empresa carrega e transmite a todos os seus funcionários.

Constitui o modo institucionalizado de pensar e agir que existe em uma

organização. A essência da cultura de uma empresa é expressa pela maneira

como ela faz seus negócios, a maneira como ela trata seus clientes e

funcionários, o grau de autonomia ou liberdade que existe em suas unidades

ou escritórios e o grau de lealdade expresso por seus funcionários com relação

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à empresa. A cultura organizacional representa as percepções dos dirigentes e

funcionários da organização e reflete a mentalidade que predomina na

organização. Por esta razão, ela condiciona a administração das pessoas.

Já o clima organizacional influencia direta e indiretamente nos

comportamentos, na motivação, na produtividade do trabalho e também na

satisfação das pessoas envolvidas com a organização, como afirma Luz

(2003). É de certa forma, o reflexo da cultura da organização em cada

indivíduo.

O clima organizacional também demonstra o perfil esperado de seus

colaboradores. Cada novo empregado espera ter o apoio da empresa e

atender seus desejos econômicos, sociais e emocionais. Através da percepção

que tiver, este funcionário produzirá uma ou outra imagem do clima da

organização em sua mente. As empresas atraem ou mantêm pessoas que se

ajustam ou não em seus padrões de comportamento, que por muitas vezes são

perpetuados através da história da organização.

Como mudanças na cultura organizacional são mais profundas, levam

mais tempo para acontecer. Já o clima é mais fácil de ser percebido e

transitório, o que permite uma modificação se necessária.

Conclui-se, portanto, que a cultura organizacional é o conjunto de

valores e políticas da empresa, e o clima organizacional pode ser entendido

como o efeito que essa cultura exerce em cada indivíduo, podendo destoar ou

harmonizar entre os colaboradores.

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2. ATENDIMENTO AO CLIENTE NA ÁREA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

2.1 A Busca pela Excelência no Atendimento

Visto que o clima organizacional tem sua origem nas pessoas que

formam o ambiente de trabalho, deve-se lembrar também, que esse mesmo

clima se reflete nas pessoas que são atendidas por essas empresas. Portanto,

vale entender como o atendimento ao cliente externo ocorre e como o clima da

empresa interfere nas relações estabelecidas.

Toda empresa deve manter um canal direto e positivo com seu cliente,

independente do ramo que trabalha. “Atender o cliente” vem sendo modificado

nos últimos anos, já que anteriormente não se pensava que o atendimento é

uma ferramenta estratégica da empresa.

Dificilmente encontra-se algum autor que defina o conceito dessa

expressão tão usada nos meios empresariais, isso porque já se supõe que

todos, alguma vez, já estiveram no papel de ‘cliente’ e sabe como gostaria de

ter sido atendido na ocasião.

Entretanto, o atendimento ao cliente está diretamente ligado aos

negócios que uma organização pode ou não realizar, de acordo com suas

normas e regras. O atendimento estabelece dessa forma uma relação de

dependência entre o atendente, a organização e o cliente (CARVALHO, 1999)

Adotando a postura de utilizar o atendimento em prol do sucesso da

organização, diz-se que muitos gestores encontraram o meio mais sólido de

marketing e de fidelização, já que através de uma experiência extremamente

agradável na hora da venda faz com que o cliente além de retornar, divulgue a

empresa positivamente.

Estudos demonstram que, para a maioria das pessoas, a qualidade do

serviço é mais importante do que seu preço, concluindo-se que os

consumidores estão dispostos a pagar mais por serviços de qualidade.

A qualidade do atendimento ao cliente reflete a eficiência e a eficácia de

toda a organização, ou seja, da sua cultura, da sua integração, das relações e

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trabalho, de sua capacidade gerencial, da motivação de seus profissionais, da

consciência da importância do trabalho em equipe.

Os gerentes devem orientar os profissionais que trabalham direta ou

indiretamente com o cliente de que forma procurar despertar a consciência, o

respeito, o reconhecimento, e o pronto atendimento ao cliente.

Pode-se dizer que para a obtenção de um atendimento de qualidade é

necessária uma iniciativa de longo prazo, que exige mudança e reestruturação

organizacional. Elevar o nível de conscientização da equipe dirigente é pré-

requisito para dar início e continuidade à iniciativa.

Para se obter realmente sucesso no atendimento ao cliente, a busca da

excelência no atendimento deve-se tornar uma obsessão eterna. É preciso que

todas as pessoas na organização concentrem suas energias e seu entusiasmo

em não apenas acertar, mas também melhorar. O atendimento ao cliente,

conseqüentemente, torna-se um tema predominante por toda a empresa,

constantemente debatido, revisado, desafiado e o seu êxito sempre

comemorado (FERREIRA & SGANZERLLA, 2000).

2.2 Setor Hoteleiro e o Atendimento ao Cliente

A prestação de serviços utiliza essencialmente os fatores humanos para

desempenhar e oferecer um produto que agrade àqueles que o procuram.

Aperfeiçoar as ações e reações dos membros da equipe faz com que a

empresa se prepare para prestar os serviços da melhor forma possível, sempre

almejando superar as expectativas de seus clientes.

Como argumenta Serra (2005), na área da Hotelaria utiliza-se muito do

fator humano e das visões dos clientes (internos e externos) como ferramentas

de serviço, já que as ações do cotidiano profissional são reflexos da

personalidade única de cada membro da equipe.

Nos estudos sobre o Fordismo, diz-se que o problema em se contratar

um funcionário é que além de braços e pernas, ele vem com uma cabeça, o

que mostra como as características internas de cada ser humano influem no

processo onde a empresa o está colocando. O conhecimento interno e o

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ambiente fazem com que as ações e, principalmente, as reações sejam

bastantes diferentes para cada membro da equipe das empresas.

No setor hoteleiro distinguem-se os hotéis através de categorias,

variando suas estruturas e serviços disponibilizados (normalmente, como base,

utiliza-se o Guia 4 Rodas). Porém, nota-se atualmente, que pela alta

concorrência no mercado turístico o público tornou-se extremamente exigente e

formador de opinião. Dito isso, os gestores hoteleiros iniciaram uma busca pelo

diferencial que conquista e mantém sua ocupação elevada: a excelência no

atendimento aos seus hóspedes.

Nos dias atuais, não basta oferecer prédio, decoração e alimentação de

qualidade, também faz-se necessário investir na equipe, no treinamento e na

valorização das pessoas, para que seja plausível atender o grau de exigência

determinado por clientes e investidores.

Um clima organizacional desfavorável em um ambiente hoteleiro pode

ser um fator drástico à permanência da empresa no mercado, pois a pressão e

a insatisfação interna tornam a rotina de trabalho algo impossível de ser

desempenhado de forma acolhedora e eficiente. Quando trabalha-se com a

expectativa humana e com fatores subjetivos, como um sorriso acolhedor ou

um atendimento prestativo, impõe-se que o funcionário esteja em sua plenitude

para não transparecer o caos.

São diversos os exemplos encontrados dentro de uma empresa hoteleira

que demonstrem o quanto é importante que os gestores avaliem e melhorem o

clima encontrado em sua unidade.

Através de pesquisas de clima organizacional, as grandes empresas do

ramo conseguem ter uma dimensão da situação encontrada na organização,

mas ter a informação não é o suficiente para uma mudança de clima. Deve-se

sempre levar em consideração fatores como: a empresa está passando por

alguma crise financeira; os funcionários têm passado por alguma situação

estressante a qual não estavam preparados; foi inserido algum procedimento

ou funcionário-chave que possa ter ocasionado a insatisfação e o clima

desfavorável já foi percebido anteriormente, sendo traçado algum plano de

reversão do quadro. Estes são alguns questionamentos que os gestores devem

responder ao analisar a situação encontrada em sua organização.

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Na hotelaria, particularmente, são sentidas certas pressões que fazem

com que um clima mediano possa tornar-se desfavorável rapidamente. A

jornada de trabalho, onde não se goza de finais de semana e feriados, vem

sendo muito discutido pelos gestores hoteleiros, pois sabe-se que um

funcionário que tem sua saúde mental e social preservadas, acaba sendo mais

produtivo e comprometido.

Além da jornada, também se tem notícia do abuso do jargão “o cliente

sempre tem razão”, tornando o funcionário impotente diante de diversas

situações em que o cliente exige algo fora dos parâmetros possíveis de

atendimento do funcionário. A irritação (e até a má educação) dos clientes faz

com que o funcionário não desempenhe seu serviço de forma positiva,

trazendo agravantes para ele dentro da empresa, quando a mesma não sabe

reconhecer as dificuldades encontradas pelo nível operacional.

A competição e a busca desenfreada pelo reconhecimento interno

também são fatores que desestabilizam o clima de uma empresa, seja ela no

ramo hoteleiro ou não.

Segundo acredita Serson (2000), na Hotelaria busca-se sempre um

profissional polivalente, ou seja, com múltiplas qualidades. Espera-se do

colaborador características muitas vezes antagônicas, como seriedade e

simpatia. Isso faz com que o perfeccionismo esperado no ramo torne cada vez

mais difícil encontrar empresas que consigam manter o clima favorável entre

seus funcionários.

2.3 Insatisfação de Clientes

As empresas estão investindo milhões de Reais por ano para melhorar o

encantamento do cliente, porém, boa parte destes investimentos é inútil

quando não administrado de forma coerente.

Para compreender como diminuir ou anular a insatisfação do cliente,

deve-se primeiramente entender a origem do problema. Muitas vezes procura-

se somente a resolução e não a causa da insatisfação, fazendo com que o

ciclo torne a acontecer em um futuro próximo.

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Percebe-se a insatisfação do cliente através de queixas, documentadas

ou não, feições e gestos de desaprovação, críticas aos funcionários da linha de

frente ou simplesmente pela queda de retorno dos clientes. Ao notar que um

desses episódios vem ocorrendo na organização, deve-se buscar uma

explicação, podendo ela ser momentânea ou acumulativa.

Pesquisas revelam que a maior parte das reclamações envolvendo

atendimento ao cliente surgiu a partir de um treinamento ineficaz ou por causa

de um conflito interno mal gerenciado. Ser humano atendendo ser humano é

uma variável em que a subjetividade torna-se determinante para a efetividade

da ação. Portanto, na hotelaria é primordial que os gestores atentem-se à

origem de seus problemas de atendimento, lembrando que o clima encontrado

na organização pode determinar o caos ou o sucesso.

Normalmente as empresas, ao receber uma pesquisa de satisfação

negativa, fazem um plano de abordagem mais enérgica e agradável ao cliente,

esquecendo também de valorizar a equipe de funcionários de teve contato com

esse cliente. Por diversas vezes, foi a falta de motivação interna que tornou o

atendimento daquele cliente insatisfatório, podendo ser revertido de formas

brandas e contínuas, através das ações relatadas no próximo capítulo deste

estudo.

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3. GESTÃO DE PESSOAS VISANDO O ATENDIMENTO AO CLIENTE 3.1 A Gestão Humanista

A ARH vem sendo estudada por diversas linhas de pensamento,

podendo adotar características mais mecanicistas ou mais humanas. Através

das pesquisas e do estudo feito no curso de MBA de Gestão de Pessoas, a

autora decidiu seguir uma linha de análise em que a valorização do humano se

sobrepusesse à obtenção de capital financeiro. Para isso, o capítulo que se

inicia irá relacionar os termos já apresentados neste texto com a gestão

humanista.

Baseando-se na idéia do pensador americano Carl Rogers - criador da

Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) - em sua obra “Terapia Centrada no

Cliente”, de 1951, a gestão de pessoas humanista é aquela em que procura-se

trabalhar com as necessidades e talentos de cada indivíduo em prol da

organização. O psicólogo traçou uma linha de trabalho que foca o indivíduo

como principal canal para os processos, sendo assim, valorizando e

potencializando o capital humano em suas mais diversas faces.

Justificando de forma clara a importância de se investir no chamado

capital humano, Serra (2005, p.11) afirma que “produtos e serviços com

qualidade superior só podem vir de funcionários com alto nível de qualificação,

inseridos num excelente processo”. Conforme afirma a autora, a qualificação

das pessoas depende do “sistema educacional (...) e do que as empresas

fazem em prol da educação e do treinamento das pessoas/empregados para

transformá-los em profissionais capacitados” (p.79).

Antigamente, valorizar o humano na gestão das empresas era uma

virtude do gestor ou um cinismo corporativo que surgia embalado em festas de

fim de ano ou em discursos institucionais. Hoje, considerar o humano na

gestão passou a ser competência essencial para garantir o fator mais

fundamental da competitividade e, conseqüentemente, da perenidade

empresarial: a agilidade de adaptação.

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A expectativa quanto aos seus empregados e parceiros é que eles se

comportem como células vivas e sensíveis – e não como peças inertes de

engrenagem- capazes de contribuir com críticas e sugestões para aumentar

sua eficiência e competitividade. Entretanto, essa vivacidade da organização

propõe o desafio de manter os indivíduos em constante motivação e

comprometimento, o que tem sido um dos maiores problemas para os grandes

administradores da atualidade.

Valorizar o humano sem comprometer o lucro é o cenário ideal para as

empresas, porém ainda é uma visão utópica, já que cada membro da equipe

traz suas peculiaridades e características que tornam a homogeneidade muito

difícil, e portanto criando uma necessidade constante de meios motivacionais

diferenciados. A diversidade cultural é uma constante e deve ser encarada

como ferramenta que agrega valores à organização, e torna a gestão

humanística uma vertente estratégica.

Para compreender a quão complexa a diversidade cultural é, pode-se

entender o termo como sendo a variedade e convivência de idéias (regras

morais), características (crenças, comportamentos, valores) ou elementos

diferentes dentro de um mesmo ambiente e/ou situação. Hanashiro (2007)

discorre sobre o assunto em um capítulo específico em sua obra, enumerando

a variabilidade encontrada no meio empresarial quanto à diversidade cultural.

Encontra-se diversidade em todas as camadas da sociedade, seja ela

através de nações, regiões, idades, sexo ou filosofia de vida. Quando

transportamos esse conceito para o meio empresarial, acentua-se a obrigação

do respeito mútuo e da dificuldade em harmonizar o ambiente formado por

mentes tão distintas.

Saber equilibrar a cobrança do mercado em obter lucro e a humanização

da gestão é um obstáculo atual das empresas, ainda mais em um mundo

globalizado que faz a diversidade cultural e a concorrência serem agravantes

para os donos de grandes organizações.

O clima organizacional encontrado nas empresas modernas pouco se

relaciona com os encontrados em décadas passadas, já que o modelo de

gestão vem se adaptando com o passar do tempo. A preocupação com o ser

humano dentro da organização vem sendo encarada como ambígua, já que

quando bem sucedida trás a potencialização da empresa, e quando mal

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sucedida torna-se um grande empecilho para todos os envolvidos no processo.

No decorrer da história da ARH, enfrentou-se diversos desafios,

modificando inclusive o formato de estudo desses fenômenos. Todavia, nunca

encontrou-se um cenário tão amplo de opções para se gerenciar pessoas, e

também nunca fez-se tão necessária a consciência psicológica dos indivíduos

em relação ao trabalho. Hoje em dia, facilmente encontramos empresas

grandes e com tecnologia de ponta, mas com o seu capital humano tão

desvalorizado que acaba por colocar em risco a permanência da empresa no

mercado, caso não descubra que o “motor” que faz o desenvolvimento da

organização se encontra nas habilidades humanas.

3.2 Influências do Clima Desfavorável

A compreensão quanto a necessidade de tornar sua empresa um local

agradável de produzir faz com que os gestores busquem formas de mudanças

positivas no mercado.

Sabe-se que o comportamento humano pode ser condicionado

parcialmente quando está sob as condições ideais, portanto a criação dessas

condições é que faz com que a gestão de pessoas adote um caráter mais

estratégico e ao mesmo tempo humanista, possibilitando um acesso mais

linear entre gestores e colaboradores.

Como visto anteriormente, a manutenção de um clima organizacional

desfavorável pode ocasionar resultados inesperados e negativos para a

organização, tanto em relação aos conflitos e insatisfações internas, quanto a

expectativa e atendimento do cliente.

Ao perceber que atender bem o cliente é algo motivador, surge a

sensação de trabalho bem feito, de respeito às pessoas, de interesse pelo ser

humano e minimiza-se os efeitos negativos que um clima desfavorável pode

refletir perante o cliente externo.

Algumas situações são notadas ao atestar o clima desfavorável presente

em uma organização, tais como: alta rotatividade de funcionários, absenteísmo,

avaliação de desempenho decrescente, greves, conflitos interpessoais,

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desperdícios materiais, aumento de queixas médicas, etc. Estes são fatores

explícitos de que o ambiente organizacional está tenso e propício a falhas e

insatisfações.

Sabe-se que a desmotivação gera o descontentamento e a banalização

da cultura organizacional, além de diminuir a qualidade e a produtividade da

empresa. Quando isso é transportado para o setor de prestação de serviços,

acentua-se a gravidade do clima desfavorável percebido nas ações rotineiras

da equipe.

O clima desfavorável torna a relação empresa-cliente tensa, pois um

funcionário que representa sua empresa na linha de frente dificilmente

conseguirá desempenhar a sua função sem que seja influenciado pelo caos

encontrado na empresa.

Um cliente satisfeito sai da relação empresarial com a sensação que a

organização é um local estruturado, idôneo e que detém ferramentas

necessárias para o desempenho positivo de seus colaboradores. Ao se deparar

com a desmotivação de um funcionário, o cliente conclui que aquele não é um

local propício para bons negócios e nem que irá sair dessa transação satisfeito.

Os gestores de pessoas, independente do nível hierárquico que se

encontram, devem olhar para os benefícios que surgem com uma gestão mais

humanista, apesar de mais morosa, ela também surtirá em sucesso financeiro

e mercadológico.

3.3 Ações Estratégicas para uma Gestão Favorável Não é fácil a tarefa de um gestor que detecta um clima tenso em seu

estabelecimento. Ele deve traçar planos realistas e imediatistas, além de treinar

seu olhar crítico para a organização com um todo.

Este estudo não tem a pretensão de formular a trajetória de sucesso de

uma empresa que se encontra em um clima desfavorável, apenas encontram-

se aqui alternativas possíveis para a dissolução dessa tensão organizacional,

podendo ser adotadas inclusive por empresas em que o clima não esteja tão

crítico quanto o descrito nos capítulos anteriores.

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O rumo que cada empresa toma varia muito quanto às suas políticas,

normas e cultura, porém algumas ações podem ser pertinentes a toda e

qualquer organização que vê a Gestão de Pessoas como uma ferramenta

estratégica de mercado.

A seguir dividem-se algumas ações que são sugeridas como formas

contemporâneas de se obter um clima favorável em uma organização. Desta

forma, caracterizam a dificuldade de serem encontradas em fontes

bibliográficas externas e foram concretizadas através de leituras e percepções

da autora e de seus autores aqui consultados.

3.3.1 Sustentabilidade humana

Um termo discutido na atualidade é a “sustentabilidade humana”

(MARTIN, 2010), sendo aquele que abrange fatores psicossociais e não

somente ecológicos, como popularmente se pensa. Ao estudar o

comportamento humano no ambiente de trabalho não deve-se esquecer a

dificuldade de equilibrar os objetivos corporativos com os objetivos pessoais.

Somente priorizando as intenções é que se podem alinhar os desejos, e assim

cultivar uma empresa com um clima favorável ao desenvolvimento.

A palavra sustentabilidade remete a algo que deve ser sustentado,

preservado ou mantido, e quando analisado pelo prisma social, pode ser

entendido como a manutenção de valores e princípios que possibilitem a

convivência entre os indivíduos.

Para compreender esse conceito de sustentabilidade é imprescindível

pensar na palavra “bem-estar.” O bem-estar tem um caráter pessoal, e surge

através da manutenção dos valores, das amizades, das relações, enfim, tudo

aquilo que permite a pessoal crescer e se sentir bem no decorrer de sua vida.

O conjunto que acompanha o bem-estar é formado pelo autoconhecimento, o

respeito e a responsabilidade.

Autoconhecimento, por ser a mais clara forma de consciência sobre

seus próprios valores e barreiras, sobre como se sentir bem e motivado. O

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respeito surge como pilar, pois mesmo aqueles que não tendem a desenvolver

sua sociabilidade estão direta ou indiretamente relacionados a outros seres, e

isso implica interações respeitosas, para que as ações não se sobreponham às

vontades. E, por fim, a responsabilidade, pois é através dela que é possível

desenvolver a atenção e assumir suas posições e pensamentos, interagindo

com os demais e possibilitando um crescimento ordenado do coletivo.

Primeiramente, as pessoas devem estar atentas ao fato de que toda e

qualquer relação humana está sujeita a crises e frustrações. Todavia é através

desses momentos críticos que criam-se ferramentas para chegar aos objetivos

comuns. Somente utilizando do autoconhecimento e da responsabilidade com

os demais é que pode-se alcançar o ajuste entre os indivíduos, estejam eles se

relacionando de forma pessoal ou profissional.

A idéia empresarial trazida pela sustentabilidade humana é a que os

gestores cientes de seus papéis, passam a colaborar com o equilíbrio entre as

relações humanas realizadas dentro do seu âmbito de atuação, ou seja, eles se

tornam responsáveis pela manutenção dos valores individuais sem a

sobreposição de quaisquer fatores que possam causar conflitos.

Dentro de uma empresa de clima tenso, a característica da

sustentabilidade humana que deve prevalecer de maneira imediata é a de

respeito, pois a falta de compromisso e de valorização faz com que as pessoas

deixem de se importar com as outras, tornando o quadro mais difícil de ser

revertido.

3.3.2 Resiliência

Atualmente resiliência é utilizada no mundo dos negócios para

caracterizar pessoas que têm a capacidade de retornar ao seu equilíbrio

emocional após sofrer grandes pressões ou estresse, ou seja, são dotadas de

habilidades que lhes permitem lidar com problemas sob pressão ou estresse

mantendo o equilíbrio. Explica-se a utilização do termo resiliência, que provém

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do latim, do verbo resilire, pois significa "voltar para trás" ou "voltar ao estado

natural".

O assunto resiliência, inclusive, vem sendo tema para discussões

acadêmicas, como pode ser encontrado no estudo de Alves (2010).

Os profissionais cientes das dificuldades do mercado, devem procurar

adotar algumas medidas típicas de pessoas resilientes, tais como: promover as

mudanças necessárias para atingir seus objetivos e os da empresa, manter as

competências e habilidades diante das adversidades, antecipar crises, prever

adversidades e se preparar para elas, além de ter firmeza de propósito e

manter a integridade sempre.

Desta forma, resiliência deve ser compreendida como a capacidade do

indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de

situações adversas - choque, estresse, etc. - sem entrar em surto psicológico.

E quando inseridos em um ambiente profissional desfavorável, os resilientes

são os que conseguem sobreviver às adversidades e promover mudanças

necessárias.

3.3.3 Comunicação não-violenta (CNV)

Um dos principais motivos causadores de conflitos e crises é a

comunicação. Quando exercida de forma dominadora e agressiva a

comunicação torna-se um poderoso fator de tensão e frustração. Por isso

adota-se, atualmente, um processo chamado “Comunicação Não-Violenta”

(CNV), que visa um padrão de argumentação e de troca de informações muito

mais humano.

No começo dos anos sessenta, em sintonia com o movimento dos

direitos civis americano, Rosenberg começou a trabalhar como orientador

educacional em escolas e universidades que abandonavam a segregação

racial, processo este que não pôde ser chamado de transição pacífica. Durante

este período tenso, porém frutífero, Rosenberg providenciava arbitragem e

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treinamento em técnicas comunicativas. Foi neste pano de fundo que

desenvolveu um método comunicativo chamado comunicação não-violenta.

As contribuições teóricas e práticas de Rosenberg são amplamente

utilizadas nas áreas de mediação e definição dos conflitos mundiais e são

usadas por alguns mediadores em seu trabalho, o que permite um relação com

este estudo de clima organizacional desfavorável.

Comunicação não-violenta significa escutar e se expressar de maneiras

a conectar as pessoas, buscando uma convivência que funcione para todos.

Pode ser uma forma de diálogo interno, para aumentar a compreensão e

atuação pessoal.

Uma presunção básica da comunicação não-violenta é que atrás de tudo

que uma pessoa diga existe uma razão, uma necessidade com a qual

poderíamos até raciocinar sobre se a entendêssemos (apesar de isto não

significar que precisemos gostar do que foi dito).

Aprender a alinhar as necessidades de cada um e compartilhar as

nossas quando estamos nos expressando são elementos que auxiliam a

comunicação não-violenta a alcançar seu propósito.

Segundo Marshall Rosenberg - em seus estudos iniciados na década de

60 -, é na maneira como falamos e ouvimos os outros que está a chave para o

problema das desavenças e discórdias.

A comunicação não-violenta serve para conectar-se consigo mesmo e

com outras pessoas de modo mais completo e profundo, além de resolver

conflitos e engajar as pessoas.

Uma empresa que passa por dificuldades de clima organizacional deve

utilizar da comunicação não-violenta em todos os momentos, principalmente

aqueles em que conflitos diretos são notados.

Saber comunicar-se de forma branda e respeitosa é a melhor forma de

se obter o que quer, pois dificilmente um subordinado deixará de atende uma

solicitação que lhe foi feita de forma agradável. Isso também pode ser

transportado para as relações de atendimento ao cliente, já que é inevitável o

conflito de idéias nessa relação, e comunicando-se corretamente, a resolução

do problema será encontrada mais rapidamente.

Um estudo mais aprofundado sobre o assunto pode ser encontrado em

Bornia (2010).

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3.3.4 Programação neurolinguistica (PNL)

Tem sido grande a busca por alternativas modernas e eficientes para

desenvolver toda a capacidade humana nos dias atuais. Com isso, surgiram

diversos estudos que abrangem tanto a área da Psicologia quanto a área de

Recursos Humanos para a potencialização dos recursos.

Uma dessas alternativas aqui estudadas é a PNL (Programação

Neurolinguística), já que a mesma possibilita uma reação do indivíduo em

relação ao mundo muito mais coerente e sensível.

A PNL ainda não é considerada uma ciência (mas baseia-se em termos

psico-científicos), e consiste em técnicas de conhecimento da mente e das

emoções humanas, podendo alcançar uma comunicação mais direta e

completa com as outras pessoas (informações obtidas no site da Associação

de PNL).

Foi desenvolvida por Richard Bandler e John Grinder, na Universidade

da Califórnia, através de diversos estudos e baseando-se em grandes

conhecedores da psique. Bandler e Grinder (inicialmente com a obra The

Structure of Magic, 1975) observaram pessoas consideradas vencedoras em

sua área de atuação e descobriram como elas atuavam para ultrapassar os

obstáculos que levam ao sucesso. Mapearam os processos mentais utilizados

por essas pessoas e ensinaram os mesmos padrões a outras pessoas para

que as estratégias fossem traçadas e alcançadas por elas. A técnica pode ser

utilizada tanto na vida pessoal quanto na profissional. (SOCIEDADE Brasileira

de PNL, 2008)

A PNL surge para aqueles que tenham interesse em desenvolver sua

capacidade de auto-controle e de influência própria em relação ao mundo.

Sendo um praticante das técnicas, é possível encarar as dificuldades com um

olhar mais positivo, sabendo tirar proveito de toda e qualquer situação

enfrentada. Além de possibilitar o aproveitamento mais concreto das grandes

oportunidades no decorrer da vida.

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Um gestor que utilize a PNL como ferramenta na sua equipe encontra

formas mais eficazes atingir os indivíduos quando a mudança de clima

organizacional se faz necessária. A comunicação entre os envolvidos torna-se

mais clara e o resultado esperado (clima tranqüilo) é alcançado mais

facilmente.

3.3.5 Atenção cuidadosa

Pouco se encontra sobre esse termo “atenção cuidadosa” nas

bibliografias consultadas, porém foi um conceito muito discutido durante o MBA

de Gestão de pessoas e a autora entende que esta ferramenta também deve

ser incluída nas ações estratégicas aqui traçadas. Para tanto, optou-se por

colocá-la de acordo com a citação da estudiosa no assunto.

A compreensão de atenção cuidadosa esbarra no vocábulo zelo, como

sendo um possível sinônimo, já que este significa basicamente ‘cuidar’. Porém,

o termo atenção cuidadosa transcende esse significado simplista de zelo,

sendo diferenciado por Imamura (2008, pag. 60) em relação à perspectiva

adotada pelo indivíduo, conceituando-se em “como oferecê-lo (o cuidado) a

partir do que eu percebo que o outro precisa, e não a partir do que eu acho que

o outro precisa”.

Portanto a principal forma de se utilizar a atenção cuidadosa é através

da percepção da necessidade do outro e a empatia entre os indivíduos, e não

somente cuidar de forma zelosa os demais.

A atenção cuidadosa deve ser adotada em todos os âmbitos da vida,

porém este estudo a relaciona quanto ao ambiente profissional, tornando-a

capaz de possibilitar uma convivência mais harmoniosa e sensata entre os

funcionários de uma organização.

Quando a tensão e o caos são percebidos em uma empresa, a primeira

forma de combate que os gestores devem utilizar é a atenção cuidadosa,

exatamente para descobrir o foco do problema e assim poder eliminar os

fatores de riscos de forma efetiva.

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Ter a percepção aguçada quanto às necessidades alheias não é fácil, e

por isso deve ser encarada por todos os envolvidos como um treinamento

constante e determinado. O clima que antes se encontrava desfavorável, passa

a ser encarado positivamente pelos envolvidos, se os mesmos perceberem que

aquela situação tensa é algo temporário, modificável e notável para seus

gestores.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A busca atual por alternativas que sanem os problemas existentes nas

grandes empresas fez com que surgisse a necessidade de um estudo

acadêmico, que levantasse conceitos e teorias sobre a Gestão de Pessoas,

mais especificadamente sobre a influência do clima organizacional

desfavorável em relação ao atendimento ao cliente.

Baseando-se nos pensamentos dos autores citados nesta obra, teceu-se

um novo cenário de discussão, ao relacionar o cliente externo e sua percepção

quanto ao clima interno das empresas.

Não se pode negar o fato da subjetividade estar muito presente na

relação consumidor-empresa, já que é um processo onde estão envolvidas

pessoas com expectativas e interesses distintos, podendo surtir uma satisfação

ou uma insatisfação, dependendo do nível de interação atingido.

Contanto, pode-se chegar ao entendimento que essa relação tão

conturbada esconde, muitas vezes, a sua real origem. Fala-se então do clima

organizacional desfavorável, aquele que traz a tensão, a frustração, a

desmotivação e o caos como sentimentos constantes no ambiente de trabalho.

Outro ponto discutido neste texto é o atendimento ao cliente, desde sua

conceituação até os fatores causadores de insatisfação ao consumidor,

principalmente na área de prestação de serviços. Para tanto, a autora optou

por exemplificar com a Hotelaria o resultado que um clima tenso (desfavorável)

obtém perante suas relações com o cliente externo.

Quando há uma tensão ou frustração interna, o funcionário não se

compromete e tampouco se motiva a cumprir sua função de forma agradável,

sendo assim, percebido pelo consumidor.

Para justificar o caminho que o estudo optou, vê-se logo a citação do

termo Gestão Humanista, que compreende uma vertente de ARH que preza

pela valorização do capital humano, podendo assim obter o seu melhor

desempenho e envolvimento.

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O gestor que preocupa-se com o bem-estar de seus funcionários, com a

resolução dos conflitos – que inevitavelmente – surgem, e com a mudança de

paradigmas negativos que o clima pode causar, é um profissional consciente e

atualizado, passivo da morosidade do lucro, porém atento às tendências do

mercado globalizado em que está inserido.

Também se falou nas ações estratégicas: sustentabilidade humana,

resiliência, atenção cuidadosa, programação neurolinguistica e comunicação

não-violenta; todas possíveis de serem utilizadas pelas empresas que

necessitam modificar seu clima desfavorável ou mediano, pois somente

detectar o clima não é suficiente para revertê-lo.

Cada ação permite um caminho estratégico a ser almejado, e optar pela

ação conjunta dessas alternativas é o plano ideal que as empresas humanistas

podem determinar para sua gestão.

Sem a pretensão de concluir o assunto, até mesmo pela sua

complexidade, pretende-se que a finalidade desta monografia seja entendida

como sendo uma ferramenta acadêmica que abre a oportunidade para a

abordagem de novos assuntos relacionados à Gestão de Pessoas.

Em suma, nota-se a importância de uma análise teórica e prática quanto

as relações interpessoais que ocorrem em um ambiente de trabalho, já que as

mesmas são refletidas por todo o processo empresarial, podendo ser um fator

determinante ao sucesso de uma organização.

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BIBLIOGRAFIA ALVES, Camila Ferreira. Resiliência no trabalho: Pessoas orientadas pela oportunidade. Monografia (MBA em Gestão de Pessoas) - Sorocaba: UNISO, 2010. BISPO, C. A. F. Um novo modelo de pesquisa organizacional. Revista Produção, São Paulo, v. 16, n. 2, p. 258-273, maio/ago. 2006. BORNIA, Bruna Cristina. Comunicação Não Violenta na Gestão de Pessoas. Monografia (MBA em Gestão de Pessoas) - Sorocaba: UNISO, 2010. CARVALHO, Pedro Carlos de. Administração mercadológica. 1.ed. Campinas: Editora Alínea. 1999. CHANLAT, Jean-François (coordenação). O Indivíduo na Organização -Dimensões Esquecidas – v. III. São Paulo: Atlas, 2007. CHIAVENATO, Idalberto. Administração de recursos humanos: fundamentos básicos – 5 ed. – São Paulo: Atlas, 2003 _______________. Os novos paradigmas: como as mudanças estão mexendo com as empresas. São Paulo: Atlas, 1996. FERREIRA, Sérgio; SGANZERLLA, Silvana. Conquistando o Consumidor. São Paulo: Gente, 2000. HANASHIRO, Darcy Mitiko Mori; TEIXEIRA, Maria Luisa Mendes; ZACCARELLI, Laura Menegon (org). Gestão do fator humano: uma visão baseada em stakeholders. São Paulo: Saraiva, 2007. IMAMURA, Vanise F. de Almeida. Hospitalidade, dádiva e atenção cuidadosa: potencializando a sociabilidade na gestão de pessoas. Dissertação (Mestrado em Hospitalidade) - São Paulo: Universidade Anhembi Morumbi, 2008.

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