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0 UNIVERSIDADE DO CONTESTADO CURSO DE PEDAGOGIA SUZAMARA MARIA STACHELSKI A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO AFETIVO, COGNITIVO E EMOCIONAL DE CRIANÇAS DE 4 A 5 ANOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL, DO CEI PROFESSOR PARDAL NO MUNICIPÍO DE CAÇADOR-SC CAÇADOR 2009

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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO CURSO DE PEDAGOGIA

SUZAMARA MARIA STACHELSKI

A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO AFETIVO, COGNITIVO E EMOCIONAL DE CRIANÇAS DE 4 A 5 ANOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL, DO CEI

PROFESSOR PARDAL NO MUNICIPÍO DE CAÇADOR-SC

CAÇADOR 2009

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SUZAMARA MARIA STACHELSKI

A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO AFETIVO, COGNITIVO E EMOCIONAL DE CRIANÇAS DE 4 A 5 ANOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL, DO CEI

PROFESSOR PARDAL NO MUNICIPÍO DE CAÇADOR-SC

Trabalho de Conclusão de curso apresentado como exigência para obtenção do titulo de licenciado em Pedagogia, da Universidade do Contestado, campus de Caçador, sob orientação da Professora Msc. Sonia de Fátima Gonçalves.

CAÇADOR 2009

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A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO AFETIVO, COGNITIVO E EMOCIONAL DE CRIANÇAS DE 4 A 5 ANOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL, DO CEI

PROFESSOR PARDAL NO MUNICIPÍO DE CAÇADOR

SUZAMARA MARIA STACHELSKI

Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao processo de avaliação pelo Professor Orientador de TCC para a obtenção do Título de:

Licenciado em PEDAGOGIA

E aprovada na sua versão final em _______(data), atendendo às normas da legislação vigente da Universidade do Contestado e Coordenação do Curso de Pedagogia.

_____________________________________________

Prof. Ms. Sonia de Fátima Gonçalves Orientador do TCC

_____________________________________________ Prof. Ms. Paulo Roberto Gonçalves Coordenador do Curso Pedagogia

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Dedico este trabalho a Deus, a minha filha e a mim

mesmo por mais essa conquista na minha vida, pois só

eu sei o quanto custou para chegar ate aqui.

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“Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem

aprender a fazer o caminho caminhado, sem aprender a

refazer, a retocar o sonho”.

“Paulo Freire”

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado força para conseguir concluir mais uma

etapa da minha vida, por ter me iluminado nas horas difíceis.

Ao meu esposo Vanderlei e minha filha Karoline, que se tornaram

essenciais, pela compreensão, paciência e incentivos em todos os momentos.

Aos mestres que nos mostraram os caminhos do saber com seus

conhecimentos para nossa formação.

Á minha orientadora, Sonia de Fátima Gonçalves pela dedicação, suas

sugestões e companheirismo nesta caminhada.

As minhas amigas de curso com quem dividi minhas angustias, tristezas,

alegrias e pela paciência em ouvir meus desabafos.

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo pesquisar a importância da música no desenvolvimento cognitivo, afetivo e emocional da criança durante o período da Educação Infantil, tendo em vista que é por intermédio da música que se desenvolve na criança a sensibilidade, a percepção, a observação, a atenção, a autoconfiança, o raciocínio, a criatividade, a auto-estima, a linguagem, a socialização, a expressão corporal e verbal, é esse conjunto de habilidades que fica na criança e a capacita a desempenhar qualquer função em sua vida. No contexto escolar, a música tem a finalidade de ampliar e facilitar a aprendizagem, pois o educando aprende a ouvir de maneira ativa e refletida, a música não é apenas uma associação de sons e palavras, mas um instrumento que desperta o indivíduo, sua mente e seu corpo para um processo de aprendizagem mais prazeroso, a música transforma o ato de aprender em atitude de prazer no cotidiano do aluno e do professor, ela é capaz de desenvolver a percepção auditiva e quanto maior for o exercício da sensibilidade para os sons, maior será a capacidade da criança para desenvolver sua atenção e memória. Palavras chaves: Música, educando, aprendizagem

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ABSTRACT

This study aimed to investigate the importance of music on cognitive, affective and emotional child during the period of early childhood education, given that it is through music that develops in the child's sensitivity, perception, observation, attention, self-confidence, reasoning, creativity, self-esteem, language, socialization, body language and verbal, is this set of skills that is in the child and enables him to play any role in his life. In the school context, the music is intended to expand and facilitate learning because the student learns to listen actively and reflected, the music is not just a combination of sounds and words, but a tool to awaken the individual, his mind and your body to a learning process more enjoyable, the music becomes the act of learning in an attitude of pleasure in daily student and teacher, she is able to develop listening skills and the higher the exercise sensitivity to the sounds the greater the child's ability to develop attention and memory. Key words: Music, teaching, learning

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9 2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 14 2.1 A MÚSICA E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ........................................ 14 2.2 O PAPEL DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO ............................................................. 18 2.3 A MUSICALIZAÇÃO NA SOCIEDADE ................................................................ 19 2.4 A MUSICALIZAÇÃO COMO ELEMENTO MOTIVADOR DA APRENDIZAGEM . 21 2.5 A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ............................... 24 2.2.1 Desenvolvimento cognitivo/ lingüístico ....................................................... 26 2.2.2 Desenvolvimento psicomotor ....................................................................... 26 2.2.3 Desenvolvimento sócio-afetivo ..................................................................... 27 2.6 A MUSICALIZAÇÃO COMO FORMA DE COMUNICAÇÃO ................................ 29 2.7 A INTELIGÊNCIA MUSICAL – CONTRIBUIÇÕES DE HOWARD GARDNER ... 30 2.8 A MÚSICA COMO MEIO DE INTEGRAÇÃO DO SER ....................................... 32 3 ANALISE DOS RESULTADOS E DISCUSSAO .................................................... 35 3.1 ANALISE DAS ENTREVISTAS DOS PROFESSORES ...................................... 35 3.2 ANALISE DAS PERGUNTAS DOS PAIS ............................................................ 40 4 RELAÇAO DA MUSICA COM A FORMAÇAO ACADEMICA ............................... 45 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 48 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 50 APENDICES ............................................................................................................. 52 ANEXOS ................................................................................................................... 56

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1 INTRODUÇÃO

A aprendizagem através da musicalização além de promover o gosto e o

senso musical favorece a expressão artística. Formando o ser humano com uma

cultura musical desde criança, sendo capaz de usufruir da música, analisá-la e

compreendê-la.

A música como um instrumento capaz de despertar inúmeros sentimentos,

pode ser um elo das diversas áreas de conhecimento, favorecendo e facilitando a

aquisição dos saberes, proporcionando assim aos apreendentes melhora na auto-

estima, equilíbrio emocional e autoconhecimento, tornando-os mais perceptivos para

a compreensão e elaboração dos conceitos (HOWARD, 1984; MARTINS, 1985;

GAINZA, 1988 e FERREIRA, 2002).

Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos

rítmicos, são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela

atividade musical, além de propiciar a vivência de elementos estruturais dessa

linguagem.

A criança através da brincadeira relaciona - se com o mundo que a cada dia

descobre e é dessa forma que faz música: brincando. Receptiva e curiosa, ela

pesquisa materiais sonoros, descobre instrumentos, inventa melodias e ouve com

prazer a música de todos os povos. Cantando, tocando ou dançando, a música de

boa qualidade proporciona diversos benefícios para as crianças e é uma grande

aliada no desenvolvimento saudável da criançada. De forma ativa e contínua, a

aprendizagem musical integra prática, reflexão e conscientização, encaminhando a

experiência para níveis cada vez mais elaborados.

A música no desenvolvimento da criança representa uma importante fonte

de estímulos, equilíbrio e felicidade para a criança. Assim, na Educação Infantil os

fatos musicais devem induzir ações, comportamentos motores e gestuais (ritmos

marcados caminhando, batidas com as mãos, e até mesmo falados), inseparáveis

da educação perceptiva propriamente dita.

Até o primeiro ano de vida, as janelas escancaradas são as dos sentidos.

Contar histórias, pôr música na vitrola, agarrar e beijar, brincar com a fala são

estímulos que ajudam o aperfeiçoamento das ligações neurais das regiões

sensoriais do cérebro.

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Gardner (1995) admite que a inteligência musical esteja relacionada à

capacidade de organizar sons de maneira criativa e à discriminação dos elementos

constituintes da Música. A teoria afirma que pessoas dotadas dessa inteligência não

precisam de aprendizado formal para colocá-la em prática. Isso é real, pois não está

sendo questionado o resultado da aplicação da inteligência, mas sim a

potencialidade para se trabalhar com a música.

Se todos nascem potencialmente inteligentes, a musicalidade e a

musicalização intuitiva são inerentes a todo ser humano. No entanto, apenas uma

porcentagem da população as desenvolve. Embora o incentivo ambiental familiar e a

iniciação na infância sejam positivos, não são essenciais na formação musical.

Outros fatores podem ser estímulos favoráveis ao desenvolvimento da inteligência

musical: a escola, os amigos, os meios de comunicação.

Musicalidade é a tendência ou inclinação do indivíduo para a música.

Quanto maior a musicalidade, mais rápido será seu desenvolvimento, costuma

revelar-se na infância e independe de formação acadêmica.

É nesse contexto que a Educação Musical entra como um importante

mediador no desenvolvimento de habilidades físicas, mentais, verbais, sociais e

emocionais, tendo como característica própria à liberdade de criar e adaptar. É um

trabalho de desenvolvimento global que possibilita a criança usar toda sua

capacidade para uma aprendizagem de acordo com seu ritmo, tendo como ponto de

partida, seu próprio corpo.

A Educação Infantil é a porta de entrada para a linguagem musical, que é

trabalhada no sentido de contribuir para que o processo de crescimento e

conhecimento do mundo aconteça de um modo sensível e harmônico.

O contato da criança com a música deve ser bem organizado, de modo a

possibilitar aquisição de capacidades possíveis e necessárias ao seu

desenvolvimento pleno. É por intermédio da música que se desenvolve na criança a

sensibilidade, a percepção, a observação, a atenção, a autoconfiança, o raciocínio, a

criatividade, a auto-estima, a linguagem, a socialização, a expressão corporal e

verbal, é esse conjunto de habilidades que fica na criança e a capacita a

desempenhar qualquer função em sua vida, pois por meio de cantigas e de ações

existentes nas músicas, ela aprende que alegrias e tristezas, conquistas e perdas,

coragem e medo podem ocorrer, mas também podem ser resolvidos.

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A música estimula o desenvolvimento psicológico da criança, pois contribui

significativamente para que as crianças possam reestruturar suas emoções,

alcançando um equilíbrio natural. Facilita também a liberação das fantasias, da

imaginação, a criatividade, e através destas a criança pode se tornar um ser mais

feliz.

A observação da espontaneidade da criança frente à música pode

proporcionar excelente material de estudo a cerca de seu desenvolvimento

cognitivo, afetivo e motor, assim como a indiferença a uma estimulação musical

pode ser uma reação concreta e significativa a uma situação vivencial insatisfatória.

Tendo experiências musicais trabalhadas criativamente nos primeiros anos de vida,

muito provavelmente o adulto se realizará como Ser Humano, de forma prazerosa.

Através da música as crianças exaltam seus sentimentos e também desabafam suas

angústias.

Os conteúdos musicais dentro da Educação Infantil são desenvolvidos em

forma de brincadeiras, jogos e dramatizações. É comum ainda, utilizar músicas

ligadas a temas de interesse. Brincadeiras de roda são as mais trabalhadas, pois

são atividades recreativas que envolvem o corpo, o som, o ritmo e o movimento,

levando a criança a uma identificação sociocultural, conscientizando-as e

conduzindo-as à aceitação natural de si mesma e com relação aos colegas,

formando a noção de ―nós‖.

Essas atividades dão oportunidade à criança de manifestar suas alegrias,

suas virtudes, seus medos e frustrações, seus desejos e suas angústias, de forma

permissível socialmente, dando asas à sua imaginação, dividindo suas fantasias

com o outro.

A música na escola permite o fortalecimento das relações humanas como a

amizade, companheirismo, troca de carinho e afeto, sentimentos e valores que

acompanham uma pessoa em toda sua vida. É um trabalho lúdico onde a fantasia

se faz presente, entrando em contato com várias sensações, facilitando o alcance de

objetivos com resultados altamente compensadores.

Musicalização é um processo cognitivo e sensorial que envolve o contato

com o mundo sonoro e a percepção rítmica, melódica e harmônica. Ela pode ocorrer

intuitivamente ou por intermédio da orientação de um profissional.

No contexto escolar, a música tem a finalidade de ampliar e facilitar a

aprendizagem, pois o educando aprende a ouvir de maneira ativa e refletida.

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A boa música harmoniza o ser humano, trazendo-o de volta a padrões mais

saudáveis de pensamento, sentimento e ação.

Dentro desta perspectiva o professor poderá utilizar a música em todos os

momentos de sua aula, e não só para quebrar a rotina ou para acalmar a criançada.

Através da música o educador cria um ambiente favorável para que seus alunos

aprendam com entusiasmo.

Sendo assim, foi necessário pesquisar a partir deste trabalho, qual a

influência da música no desenvolvimento da criança de 4 a 5 anos na Educação

Infantil da ACEIAS da creche do bairro Santa Catarina do município de Caçador.

A música na educação infantil trabalhada através de atividades diversas de

movimento (danças, gestos, jogos, relaxamento, brincadeiras, interpretações...)

fazendo com que as crianças tenham um contato mais íntimo com a música,

oportuniza momentos de criatividade que podem ser a chave para que a música não

seja vista apenas como uma combinação de sons, mas como uma das mais belas

artes e como um meio privilegiado de favorecer a alfabetização, que é antes de tudo

uma alfabetização corporal (BARRETO, 2000).

É necessário que os professores se reconheçam como sujeitos mediadores

de cultura dentro do processo educativo e que levem em conta a importância do

aprendizado da música no desenvolvimento e formação das crianças como

indivíduos produtores e reprodutores de cultura. Só assim poderão procurar e

reconhecer todos os meios que têm em mãos para criar, à sua maneira, situações

de aprendizagem que dêem condições às crianças de construir conhecimento sobre

música. A música é um instrumento facilitador do processo de ensino aprendizagem,

portanto deve ser possibilitado e incentivado o seu uso em sala de aula.

A música não substitui o restante da educação, ela tem como função atingir

o ser humano em sua totalidade. A educação tem como meta desenvolver em cada

indivíduo toda a perfeição de que é capaz. Porém, sem a utilização da música não é

possível atingir a esta meta, pois nenhuma outra atividade consegue levar o

indivíduo a agir. A música atinge a motricidade e a sensorialidade por meio do ritmo

e do som, e por meio da melodia, atinge a afetividade.

A musicalidade é um meio de comunicação mais fácil para conquistar,

expressar e aproximar, além de ajudar na construção do conhecimento, na

desinibição e medo, abrindo possibilidades de exploração e descoberta.

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Também é através da musicalização que a criança pode expressar seus

sentimentos, emoções, desenvolver o senso artístico e crítico, despertando na

criança, grande satisfação, uma vez que, está envolvida de caráter lúdico e

desafiador.

Pensando neste sentido fez-se necessário desenvolver uma pesquisa de

campo e bibliográfica com a intenção de buscar entre os professores de Educação

Infantil a importância que a música tem para o desenvolvimento das crianças. Visto

este tema ter tal importância que está para ser aprovado em Lei para que educando

de Educação Infantil e anos iniciais façam uso da música em suas disciplinas, com o

objetivo de pesquisar qual a importância da música no desenvolvimento cognitivo,

afetivo e emocional da criança durante o período da Educação Infantil.

O presente trabalho está organizado em introdução, capitulo I que trata da

fundamentação teórica relacionada ao tema de pesquisa, capitulo II onde é

apresentado o resultado da pesquisa realizada com professores, pais e profissionais

da área e o capitulo III que apresenta uma relação do tema com a formação

acadêmica no curso de pedagogia, e para finalizar a conclusão.

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2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 A MÚSICA E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

A presença da música na vida dos seres humanos é incontestável. Ela tem

acompanhado a história da humanidade, ao longo dos tempos exercendo as mais

diferentes funções, ela é uma linguagem universal, que ultrapassa as barreiras do

tempo e do espaço. Apesar dessas diferentes funções e situações entre muitas

outras, a música acompanha os seres humanos em praticamente todos os

momentos de sua trajetória neste planeta, nunca uma geração viveu tão

intensamente a música como as atuais.

Atualmente existem diversas definições para música. Mas, de um modo

geral, ela é considerada ciência e arte, na medida em que as relações entre os

elementos musicais são relações matemáticas e físicas; a arte manifesta-se pela

escolha dos arranjos e combinações. Houaiss apud Bréscia (2003, p. 25) conceitua

a música como ―[...] combinação harmoniosa e expressiva de sons e como a arte de

se exprimir por meio de sons, seguindo regras variáveis conforme a época, a

civilização, etc.‖.

Já Gainza (1988, p.22) ressalta que: ―A música e o som, enquanto energias

estimulam o movimento interno e externo no homem; impulsionam-no ‗a ação e

promovem nele uma multiplicidade de condutas de diferentes qualidade e grau‖.

De acordo com Weigel (1988, p. 10) a música é composta basicamente por:

Som: são as vibrações audíveis e regulares de corpos elásticos, que se

repetem com a mesma velocidade, como as do pêndulo do relógio. As vibrações

irregulares são denominadas ruído.

Ritmo: é o efeito que se origina da duração de diferentes sons, longos ou

curtos.

Melodia: é a sucessão rítmica e bem ordenada dos sons.

Harmonia: é a combinação simultânea, melódica e harmoniosa dos sons.

De acordo com Wilhems apud Gainza (1988, p. 36):

Cada um dos aspectos ou elementos da música corresponde a um aspecto humano específico, ao qual mobiliza com exclusividade ou mais

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intensamente: o ritmo musical induz ao movimento corporal, a melodia estimula a afetividade; a ordem ou a estrutura musical (na harmonia ou na forma musical) contribui ativamente para a afirmação ou para a restauração da ordem mental no homem.

A educação deve ser vista como um processo global, progressivo e

permanente, que necessita de diversas formas de estudos para seu

aperfeiçoamento, pois em qualquer meio sempre haverá diferenças individuais,

diversidade das condições ambientais que são originários dos alunos e que

necessitam de um tratamento diferenciado. Neste sentido devem-se desencadear

atividades que contribuam para o desenvolvimento da inteligência e pensamento.

A criança precisa ser sensibilizada para o mundo dos sons, pois, é pelo

órgão da audição que ela possui o contato com os fenômenos sonoros e com o som.

Quanto maior for à sensibilidade da criança para o som, mais ela descobrirá as suas

qualidades. Portanto é muito importante exercitá-la desde muito pequena, pois esse

treino irá desenvolver sua memória e atenção.

FARIA (2001), define que a música é um importante fator na aprendizagem,

pois a criança desde pequena já ouve música, a qual muitas vezes é cantada pela

mãe ao dormir, conhecida como ‗cantiga de ninar. Na aprendizagem a música é

muito importante, pois o aluno convive com ela desde muito pequeno.

A música quando bem trabalhada desenvolve o raciocínio, criatividade e

outros dons e aptidões, por isso, deve-se aproveitar esta tão rica atividade

educacional dentro das salas de aula.

A música e a dança atuam no corpo e despertam emoções, neste sentido

elas equilibram o metabolismo, interfere na receptividade sensorial e minimiza os

efeitos de fadiga ou leva a excitação do aluno.

Para STABILE citado por ESTEVÃO (2002, p. 34) ―a música e a dança

permitem a expressão pelo gesto e pelo movimento, que traz satisfação e alegria‖.

―A criança aprende e se desenvolver através dela‖.

A expressão musical desempenha importante papel na vida recreativa de

toda criança, ao mesmo tempo em que desenvolve sua criatividade, promove a

autodisciplina e desperta a consciência rítmica e estética. A música também cria um

terreno favorável para a imaginação quando desperta a faculdade criadora de cada

um. A educação pela música proporciona uma educação profunda e total.

FARIA (2001, p. 24), ―A música como sempre esteve presente na vida dos

seres humanos, ela também sempre está presente na escola para dar vida ao

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ambiente escolar e favorecer a socialização dos alunos, além de despertar neles o

senso de criação e recreação‖.

A escola, enquanto espaços institucionais para transmissão de

conhecimentos socialmente construídos, possam se ocupar em promover a

aproximação das crianças com outras propriedades da música que não aquelas

reconhecidas por elas na sua relação espontânea com a mesma.

Cabe aos professores criar situações de aprendizagem nas quais as

crianças possam estar em relação com um número variado de produções musicais

não apenas vinculadas ao seu ambiente sonoro, mas se possível também de

origens diversas, como, de outras famílias, de outras comunidades, de outras

culturas de diferentes qualidades: folclore, música popular, música erudita e outros.

As atividades musicais nas escolas devem partir do que as crianças já

conhecem desta forma, se desenvolve dentro das condições e possibilidades de

trabalho de cada professor.

FARIA (2001, p. 4), ―A música passa uma mensagem e revela a forma de

vida mais nobre, a qual, a humanidade almeja, ela demonstra emoção, não

ocorrendo apenas no inconsciente, mas toma conta das pessoas, envolvendo-as

trazendo lucidez à consciência‖.

A música como qualquer outra arte acompanha historicamente o

desenvolvimento da humanidade e pode se observar ao analisar as épocas da

história, pois em cada uma, ela está sempre presente. A música é algo constante na

vida da humanidade, pode-se comprovar isto, em todos os registros da trajetória da

história.

As crianças sabem que se dança música, isto é, que a dança está

associada à música, e geralmente sentem grande prazer em dançar. Se os

professores levarem isso em conta e considerarem como ponto de partida o

repertorio atual de sua classe (os das crianças e o próprio) e puderem expandir este

repertório comum com o repertório do seu grupo cultural e de outros grupos, criando

situações em que as crianças possam dançar, certamente estarão contribuindo

significativamente para a formação das crianças. (ESTEVÃO, 2002, p. 33).

A música na vida do ser humano é tão importante como real e concreta, por ser um elemento que auxilia no bem estar das pessoas. No contexto escolar a música tem a finalidade de ampliar e facilitar a aprendizagem do educando, pois ensina o indivíduo a ouvir e a escutar de maneira ativa e refletida.

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DUCORNEAU (1984), o primeiro passo para que a criança aprenda a

escutar bem consiste em permitir que ela faça experiências sonoras com as

qualidades do som como o timbre, a altura e a intensidade, depois disso, estará em

posição de escuta.

A criança que consegue desenvolver pouco a pouco a apreciação sensorial

aprende a gostar ou não de determinados sons e passa a reproduzi-los e a criar

novos sons, desenvolvendo sua imaginação. A boa música harmoniza o ser

humano, trazendo-o de volta a padrões mais saudáveis de pensamento, sentimento

e ação.

A música afeta de duas maneiras distintas no corpo do indivíduo:

Diretamente, com o efeito do som sobre as células e os órgãos, e indiretamente,

agindo sobre as emoções, que influenciam numerosos processos corporais

provocando a ocorrência de tensões e relaxações em várias partes do corpo. Para

GAINZA (1988), ―a música é um elemento de fundamental importância, pois

movimenta, mobiliza e por isso contribui para a transformação e o desenvolvimento‖.

STEFANI (1987). A música afeta as emoções, pois as pessoas vivem

mergulhadas em um oceano de sons. Em qualquer lugar e qualquer hora respira-se

a música, sem se dar conta disso.

A música é ouvida porque faz com que as pessoas sintam algo diferente,

se ela proporciona sentimentos, pode-se dizer que tais sentimentos de alegria,

melancolia, violência, sensualidade, calma e assim por diante, são experiências da

vida que constituem um fator importantíssimo na formação do caráter do indivíduo.

A música deve ser considerada uma verdadeira 'linguagem de expressão',

parte integrante da formação global da criança. Deverá ela estar colaborando no

desenvolvimento dos processos de aquisição do conhecimento, sensibilidade,

criatividade, sociabilidade e gosto artístico. Caso contrário perder-se-á na forma de

simples atividade mecânica, com a mera reprodução de cantos, sem a interação da

criança com o verdadeiro momento de criação musical.

Sendo a Escola a instituição responsável pela formação cultural da criança,

cabe a ela também proporcionar esse conhecimento, não só da música popular

como também das músicas folclórica, clássica e erudita. .

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2.2 O PAPEL DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO

Snyders (1992) comenta que a função mais evidente da escola é preparar os

jovens para o futuro, para a vida adulta e suas responsabilidades. Mas ela pode

parecer aos alunos como um remédio amargo que eles precisam engolir para

assegurar, num futuro bastante indeterminado, uma felicidade bastante incerta. A

música pode contribuir para tornar esse ambiente mais alegre e favorável à

aprendizagem, afinal ―propiciar uma alegria que seja vivida no presente é a

dimensão essencial da pedagogia, e é preciso que os esforços dos alunos sejam

estimulados, compensados e recompensados por uma alegria que possa ser vivida

no momento presente‖ (SNYDERS, 1992, p. 14).

Além de contribuir para deixar o ambiente escolar mais alegre, podendo ser

usada para proporcionar uma atmosfera mais receptiva à chegada dos alunos,

oferecendo um efeito calmante após períodos de atividade física e reduzindo a

tensão em momentos de avaliação, a música também pode ser usada como um

recurso no aprendizado de diversas disciplinas. O educador pode selecionar

músicas que falem do conteúdo a ser trabalhado em sua área, isso vai tornar a aula

dinâmica, atrativa, e vai ajudar a recordar as informações. Mas, a música também

deve ser estudada como matéria em si, como linguagem artística, forma de

expressão e um bem cultural.

A escola deve ampliar o conhecimento musical do aluno, oportunizando a

convivência com os diferentes gêneros, apresentando novos estilos, proporcionando

uma análise reflexiva do que lhe é apresentado, permitindo que o aluno se torne

mais crítico. Conforme Mársico (1982, p.148) ―[...]. Uma das tarefas primordiais da

escola é assegurar a igualdade de chances, para que toda criança possa ter acesso

à música e possa educar-se musicalmente, qualquer que seja o ambiente sócio-

cultural de que provenha‖. As atividades musicais realizadas na escola não visam a

formação de músicos, e sim, através da vivência e compreensão da linguagem

musical, propiciar a abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de

emoções, ampliando a cultura geral e contribuindo para a formação integral do ser.

A esse respeito Katsch e Merle-Fishman apud Bréscia (2003, p.60) afirmam que ―[...]

a música pode melhorar o desempenho e a concentração, além de ter um impacto

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positivo na aprendizagem de matemática, leitura e outras habilidades lingüísticas

nas crianças‖.

Além disso, como já foi citado anteriormente, o trabalho com musicalização

infantil na escola é um poderoso instrumento que desenvolve, além da sensibilidade

à música, fatores como: concentração, memória, coordenação motora, socialização,

acuidade auditiva e disciplina.

Conforme Barreto (2000, p. 45): Ligar a música e o movimento, utilizando a

dança ou a expressão corporal, pode contribuir para que algumas crianças, em

situação difícil na escola, possam se adaptar (inibição psicomotora, debilidade

psicomotora, instabilidade psicomotora, etc.). Por isso é tão importante a escola se

tornar um ambiente alegre, favorável ao desenvolvimento.

Gainza (1988) afirma que as atividades musicais na escola podem ter

objetivos profiláticos, nos seguintes aspectos:

Físico: oferecendo atividades capazes de promover o alívio de tensões

devidas à instabilidade emocional e fadiga;

Psíquico: promovendo processos de expressão, comunicação e descarga

emocional através do estímulo musical e sonoro;

Mental: proporcionando situações que possam contribuir para estimular e

desenvolver o sentido da ordem, harmonia, organização e compreensão.

Para Bréscia (2003, p. 81) ―[...]‖. ―O aprendizado de música, além de

favorecer o desenvolvimento afetivo da criança, amplia a atividade cerebral, melhora

o desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar socialmente o indivíduo‖.

2.3 A MUSICALIZAÇÃO NA SOCIEDADE

A espécie humana esteve sempre ligada a um conjunto de complexos

fenômenos sonoros, mais ou menos harmônicos, que causam ao homem sensações

variadas de prazer (FRETGMAN, 1990).

A forma cativante como a musicalização participa em nossa vida também

não pode impedir a análise dos seus usos na sociedade e na escola. De acordo com

Haach (1995, p.92) é necessário:

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Auxiliar os jovens e todas as pessoas a compreenderem as muitas influências da música no comportamento humano e as várias funções da música na sociedade, de forma que possam usar com magnificência da música mais afetivamente nas necessidades e desafios de suas próprias vidas diárias.

Dessa forma, a análise dos usos e funções da musicalização na sociedade

passa a fazer parte do processo educativo, visando à superação de uma concepção

ingênua sobre que objetivos que subjazem aos mais diversos fazeres musicais, pois

a musicalização está presente em diversas situações da vida humana. Existem

músicas para dormir, para dançar, para acalmar. Nestes diversos contextos, a

criança entra normalmente em contato com a cultura musical desde os primeiros

anos de idade, aprendendo de forma assistemática suas tradições culturais.

A musicalização, para o ser humano, é uma forma de energia que

movimenta todo ser – emoção, mente, corpo – e, por sua vez, provoca todo tipo de

reações. Estas reações, ou respostas são distintas em cada indivíduo e,

dependendo do grau de conhecimento e experiências musicais, serão mais, ou

menos significativas.

Brennan, (1993, p. 187) destaca que:

Uma boa música nos ajuda a conservar a saúde. O tipo de música que escolhemos estará diretamente relacionado com o tipo de energia que compõe o se campo de energia e ao tipo de aprendizado pessoal que você estiver fazendo num determinado momento. Precisamos ter liberdade para escolher o tipo de música de que gostamos e para usar da maneira que quisermos.

O ser humano normal, não é uma ilha e, portanto, normalmente está se

relacionando com as demais pessoas e o meio ambiente, valendo-se para tanto, da

fala, da escrita e da linguagem corporal plástica e musical. Portanto, a música

sempre fez parte da vida dos homens em sociedade.

Atualmente, a linguagem musical é estudada e analisada em diferentes

aspectos: como terapia, como reação importante entre certos comportamentos da

sociedade e o consumismo, como recurso dos meios de comunicação de massa,

como meio de sensibilização na educação de deficientes auditivos e como auxiliar

em psicoterapia (FRETGMAN, 1990).

Todos os estímulos sonoros provenientes da natureza, desde o canto manso

ou voraz das águas que passam, ao canto dos pássaros, tudo propicia o

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desenvolvimento de habilidades perceptivas que contribuem para o desenvolvimento

do processo de comunicação e expressão da criança.

Nicolau (1987, p 162), ressalta neste sentido que:

(...) cabe a Educação Musical, propor o que fazer e como fazer para desenvolver a linguagem sonora musical. Para isso, coloca à disposição das pessoas, atividades apoiadas na expressão corporal e na oralidade, atividade que envolve o som e o ritmo, estimulando a discriminação auditiva, o senso rítmico e a expressão vocal.

2.4 A MUSICALIZAÇÃO COMO ELEMENTO MOTIVADOR DA APRENDIZAGEM

Quando falamos em musicalização, logo outro pensamento nos vem à

cabeça, quase que instantaneamente, ou seja, pensamos em diversão, alegria,

prazer... Só coisas boas. Então porque não associar à música ao contexto escolar?

Trazer alegria para o cotidiano escolar, levando as crianças a compreenderem a

aprendizagem também pode se dar através da maravilhosa combinação melódica e

harmônica de sons dentro da sala de aula.

Martins (1985, p. 47) afirma que ―Educar musicalmente é propiciar à criança

uma compreensão progressiva da linguagem musical, através de experimentos e

convivência orientada.‖

Pelo exposto até o presente momento, é possível afirmar que a

musicalização serve como uma forte aliada, uma importante ferramenta, para que,

nós educadores, possamos transformar a tão ente diante educação formal,

preconizada pelo sistema escolar, em conteúdos mais alegres, divertidos e, por

conseqüência, mais atrativos para nossos alunos (NARDELLI, 2000).

Devemos trabalhar principalmente com o ―produto‖ que temos em

abundância, que são crianças, verdadeiros músicos em potencial.

A música sempre esteve associada às tradições, e às culturas de cada época. Atualmente, o desenvolvimento tecnológico aplicado às comunicações vem modificando consideravelmente as referenciam musicais da sociedade pela possibilidade de uma escuta simultânea de toda produção mundial por meio de discos, fitas, rádios, televisão, computador, jogos eletrônicos, cinema, publicidade, etc. (BRASIL, 1997, p. 79).

Nos dias atuais, em vista dos avanços tecnológicos estão cada vez mais

presentes no cotidiano de nossos alunos os meios eletrônicos e, sendo assim os

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Centros de Educação torna-se pouco ou nada interessante, somente com quadro e

giz, livros, lápis, cadernos e conteúdos arcaicos. Portanto, é de fundamental

importância que os professores, estruturem estratégias de intervenção significativas,

para que não continue ficando aquém das expectativas dos alunos da pós-

modernidade.

A Educação Musical (Musicalização) como meio privilegiado de mediação

desperta na criança, grande satisfação, uma vez que, está envolvida de caráter

lúdico e desafiador. Segundo Nicolau (1987, p. 162):

Os estímulos sonoros do ambiente que nos cerca são intensos e a criança, desde seus primeiros anos de vida, já reage a eles mediante balbucios, gritos e movimentos corporais: é o modo de ela se manifestar diante dos sons; ela ouve, capta a sua direção e identifica as vozes das pessoas. Ela penetra progressivamente no mundo dos sons e, quanto mais adequados forem os estímulos sonoros, melhor ela captará o ambiente que a rodeia.

Tanto a criança de condições psíquicas normais como a portadora de

necessidades educativas especiais, pode ser estimulada pela música, que se torna a

perspectiva que defendemos neste trabalho, um valioso recurso para a

aprendizagem em geral. Sabe-se através de pesquisas realizadas, que crianças

cegas, surdas, imperativas e deficientes mentais, encontram na musicalização,

valiosa fonte de satisfação de interesses específicos e de necessidades gerais

(FRETGMAN, 1990; BECKER, 2003 e BOLL, 2005),.

Rosa (1990, p.19) comenta que ―(...) a criança se desenvolve integralmente

com a musicalização e a modifica constantemente, transformado-a pouco a pouco,

numa resposta estruturada‖.

Através da sua expressão corporal e gestual a criança exprime e revela seus

sentimentos, sua ansiedades, necessidades, alegrias, tristezas e através de

exercícios musicais ativos (KREPSKY, 2005), terá condições de caminhar para

socialização e desenvolver sua sensibilidade para os mais diversos elementos

musicais, como melodia, ritmo, harmonia, forma, cores sonoras e movimento.

Há uma série de habilidades e qualidades que podem ser estimuladas com a

prática de canto e do instrumento musical. A musicalização desenvolve a

concentração e o raciocínio, estimula a influência e a desenvoltura e trabalha

profundamente sobre a coordenação motora, promovendo um maior controle sobre

os movimentos corporais (NARDELLI, 2000; BECKER, 2003; KREPSKY, 2005 e

BOLL, 2006).

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Ninguém consegue gostar do que não conhece. Portanto, é preciso que a

criança tenha contato de maneira sistemática, porém espontânea com diferentes

formas de expressão musical e aprenda a apreciá-las a partir do seu ISO. O ISO, de

acordo com Fretgman (1990), é a unidade sonora individual, que trazemos como

herança genética.

De acordo com esta perspectiva, planejar aulas com música implica em

definições objetivas, as quais se baseiam na receptividade musical comum a todo

ser humano e no universo musical a que a criança ou jovem pertence. Portanto,

qualquer proposta de ensino que considere essa diversidade precisa abrir espaço

para o aluno trazer música para sala, acolhendo-a, contextualizando-a e oferecendo-

a como obras que possam ser significativas para o seu desenvolvimento pessoal em

atividades de apreciação e produção.

Com toda a certeza, a diversidade permite ao aluno a construção de

hipóteses sobre o lugar de cada obra no patrimônio musical da humanidade,

aprimorando sua condição de avaliar a qualidade das próprias produções e as dos

outros.

Para que a aprendizagem da música possa ser fundamental na formação de cidadãos é necessário que todos tenham a oportunidade e participar ativamente como ouvintes, interpretes compositores e improvisadores, dentro e fora da sala de aula. Envolvendo pessoas de fora da sala, no enriquecimento de ensino e promovendo a interação com os grupos musicais e artísticos, as localidades, a escola contribui também para que os alunos se tornem ouvintes sensíveis, amadores, talentosos ou músicos profissionais (BRASIL, 1998, V.6)‖.

Ao que tudo indica, é importante que o educador propicie um ambiente rico

na diversidade de materiais e estimule a criança a manuseá-los constantemente.

Esses materiais devem ser trabalhados em atividades significativas (BARRETO,

2000).

Neste sentido, os educadores, devem promover um ensino que respeite a

natureza social da música, contribuindo para fazê-lo musical apoiado em práticas

musicais autênticas, sentidas enquanto processo e que possam ser analisadas

criticamente em relação aos significados musicais.

Os modernos Pedagogos musicais destacaram a importância fundamental

do ritmo, elemento ativo da música; privilegiam as atividades em que a criança tem

oportunidades de se expressar e de criar. Rosa (1990 p.113) menciona que:

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(...) se tivesse que sintetizar, empregando apenas uma palavra, a essência desse risco é interessante período que atravessa a pedagogia musical o conceito de integração, pois no meu entender o momento em que estamos vivendo é de adição e síntese, mais que de descoberta, música e sociedade, música e tecnologia, música e ambiente acústico, música e educação artística, educação em geral, educação pré-escolar e educação permanente.

Se a musicalização fala da existência, a diversidade de experiências

humanas traduzidas na música das diferentes culturas e das diferentes expressões

musicais da própria cultura poderá aproximar-nos do conhecimento mais profundo

da música e da própria humanidade.

Gainza (1988, p.110-112) contribui de maneira significativa para a questão

que estamos a abordar, quando comenta que é:

Difícil e complicada a tarefa do pedagogo. Um duplo compromisso - perante o homem e perante sua cultura – exige que viva no presente compartilhando e compreendendo o mundo exterior e as inquietações espirituais de seus alunos, sem descuidar da sua ancestral missão, aquela que consiste em preservar a cultura, rastreando no passado as essências vivas e resgatáveis desse mesmo homem que hoje o preocupa.

Para uma visão cognitivista o conhecimento musical se inicia por meio da

interação com o meio ambiente, através de experiências concretas, que aos poucos

levam à abstração. Na perspectiva que defendemos neste trabalho, a musicalização

abrange tudo que selecione ao mundo dos sons, sempre e quando estiverem

organizados de forma agradável aos ouvidos, de tal maneira que mobilizem o

espírito e a sensibilidade de quem escuta.

2.5 A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por seu poder criador e liberador, a música torna-se um poderoso recurso

educativo a ser utilizado na Pré-Escola. É preciso que a criança seja habituada a

expressar-se musicalmente desde os primeiros anos de sua vida, para que a música

venha a se constituir numa faculdade permanente de seu ser.

A música representa uma importante fonte de estímulos, equilíbrio e

felicidade para a criança. Assim, na Educação Infantil os fatos musicais devem

induzir ações, comportamentos motores e gestuais (ritmos marcados caminhando,

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batidos com as mãos, e até mesmo falados), inseparáveis da educação perceptiva

propriamente dita. Até o primeiro ano de vida, as janelas escancaradas são as dos

sentidos. ―A criança está aberta para receber‖, diz Muszkat. Contar histórias, pôr

música na vitrola, agarrar e beijar, brincar com a fala são estímulos que ajudam o

aperfeiçoamento das ligações neurais das regiões sensoriais do cérebro.

Gardner (1995) admite que a inteligência musical esteja relacionada à

capacidade de organizar sons de maneira criativa e à discriminação dos elementos

constituintes da Música. A teoria afirma que pessoas dotadas dessa inteligência não

precisam de aprendizado formal para colocá-la em prática. Isso é real, pois não está

sendo questionado o resultado da aplicação da inteligência, mas sim a

potencialidade para se trabalhar com a música. Musicalidade é a tendência ou

inclinação do indivíduo para a música. Quanto maior a musicalidade, mais rápido

será seu desenvolvimento. Costuma revelar-se na infância e independe de formação

acadêmica. Musicalidade é um processo cognitivo e sensorial que envolve o contato

com o mundo sonoro e a percepção rítmica, melódica e harmônica. Ela pode ocorrer

intuitivamente ou por intermédio da orientação de um profissional. Se todos nascem

potencialmente inteligentes, a musicalidade e a musicalização intuitiva são inerentes

a todo ser humano. No entanto, apenas uma porcentagem da população as

desenvolve. Grandes nomes considerados gênios da música iniciaram seus estudos

na infância, Mozart, Beethoven, Bach, Carlos Gomes e Villa Lobos, entre outros

iniciaram seus estudos tendo como mestres os seus respectivos pais.

Embora o incentivo ambiental familiar e a iniciação na infância sejam

positivos, não são essenciais na formação musical. Outros fatores podem ser

estímulos favoráveis ao desenvolvimento da inteligência musical: a escola, os

amigos, os meios de comunicação. Talento e conhecimento caminham sempre

juntos e um depende do outro. Quanto maior o talento mais fácil se torna o

conhecimento. Quanto maior o conhecimento, mais se desenvolve o talento.

Para Bréscia (2003) a musicalização é um processo de construção do

conhecimento, que tem como objetivo despertar e desenvolver o gosto musical,

favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do

prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção,

autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização e afetividade, também

contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de movimentação.

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As atividades de musicalização permitem que a criança conheça melhor a si

mesmas, desenvolvendo sua noção de esquema corporal, e também permitem a

comunicação com o outro. Weigel (1988) e Barreto (2000) afirmam que atividades

podem contribuir de maneira indelével como reforço no desenvolvimento cognitivo/

lingüístico, psicomotor e sócio-afetivo da criança, da seguinte forma:

2.2.1 Desenvolvimento cognitivo/ lingüístico

A fonte de conhecimento da criança são as situações que ela tem

oportunidade de experimentar em seu dia a dia. Dessa forma, quanto maior a

riqueza de estímulos que ela receber melhor será seu desenvolvimento intelectual.

Nesse sentido, as experiências rítmicas musicais que permitem uma participação

ativa (vendo, ouvindo, tocando) favorecem o desenvolvimento dos sentidos das

crianças. Ao trabalhar com os sons ela desenvolve sua acuidade auditiva; ao

acompanhar gestos ou dançar ela está trabalhando a coordenação motora e a

atenção; ao cantar ou imitar sons ela esta descobrindo suas capacidades e

estabelecendo relações com o ambiente em que vive.

2.2.2 Desenvolvimento psicomotor

As atividades musicais oferecem inúmeras oportunidades para que a criança

aprimore sua habilidade motora, aprenda a controlar seus músculos e mova-se com

desenvoltura. O ritmo tem um papel importante na formação e equilíbrio do sistema

nervoso. Isto porque toda expressão musical ativa age sobre a mente, favorecendo

a descarga emocional, a reação motora e aliviando as tensões. Qualquer movimento

adaptado a um ritmo é resultado de um conjunto completo (e complexo) de

atividades coordenadas. Por isso atividades como cantar fazendo gestos, dançar,

bater palmas, pés, são experiências importantes para a criança, pois elas permitem

que se desenvolva o senso rítmico, a coordenação motora, fatores importantes

também para o processo de aquisição da leitura e da escrita.

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2.2.3 Desenvolvimento sócio-afetivo

A criança aos poucos vai formando sua identidade, percebendo-se diferente

dos outros e ao mesmo tempo buscando integrar-se com os outros. Nesse processo

a auto-estima e a auto-realização desempenham um papel muito importante.

Através do desenvolvimento da auto-estima ela aprende a se aceitar como é com

suas capacidades e limitações. As atividades musicais coletivas favorecem o

desenvolvimento da socialização, estimulando a compreensão, a participação e a

cooperação. Dessa forma a criança vai desenvolvendo o conceito de grupo. Além

disso, ao expressar-se musicalmente em atividades que lhe dêem prazer, ela

demonstra seus sentimentos, libera suas emoções, desenvolvendo um sentimento

de segurança e auto-realização.

É importante salientar a importância de se desenvolver a escuta sensível e

ativa nas crianças. Mársico (1982) comenta que nos dias atuais as possibilidades de

desenvolvimento auditivo se tornam cada vez mais reduzida, as principais causas

são os predomínios dos estímulos visuais sobre os auditivos e o excesso de ruídos

com que estamos habituados a conviver. Por isso, é fundamental fazer uso de

atividades de musicalização que explorem o universo sonoro, levando as crianças a

ouvir com atenção, analisando, comparando os sons e buscando identificar as

diferentes fontes sonoras. Isso irá desenvolver sua capacidade auditiva, exercitar a

atenção, concentração e a capacidade de análise e seleção de sons.

O educador também pode gravar sons e pedir para que as crianças

identifiquem cada um, ou produzir sons sem que elas vejam os objetos utilizados e

pedir para que elas os identifiquem, ou descubram de que material é feito o objeto

(metal, plástico, vidro, madeira) ou como o som foi produzido (agitado, esfregado,

rasgado, jogado no chão). Assim como são de grande importância às atividades

onde se busca localizar a fonte sonora e estabelecer a distância em que o som foi

produzido (perto ou longe). Para isso o professor pode pedir para que as crianças

fiquem de olhos fechados e indiquem de onde veio o som produzido por ele, ou

ainda, o professor pode caminhar entre os alunos utilizando um instrumento ou outro

objeto sonoro e as crianças vão acompanhando o movimento do som com as mãos.

Posteriormente o educador pode trabalhar os atributos do som:

Altura: agudo, médio, grave.

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Intensidade: forte, fraco.

Duração: longo, curto.

Timbre: é a característica de cada som, o que nos faz diferenciar as vozes e

os instrumentos.

Os atributos do som podem ser trabalhados por meio de comparação,

diferenciando um som agudo de um grave, forte de um fraco, ou longo de um curto.

Mas é mais interessante o uso de jogos musicais, como por exemplo, o Jogo do

Grave e Agudo (baseado no Morto Vivo, só que usa um som agudo para ficar em pé

e um grave para abaixar, o som pode ser produzido por um instrumento, por apitos

com alturas diferentes ou pela voz).

O jogo de Esconde - Esconde onde as crianças escolhem um objeto a ser

escondido, e uma delas se retira da classe enquanto as outras escondem o objeto. A

criança que saiu retorna para procurar o objeto e as outras devem ajudá-la a

encontrar produzindo sons com maior intensidade quando estiver perto, e menor

intensidade quando estiver longe. O som poderá ser produzido com a boca, palmas,

ou da forma que acharem melhor. Essa brincadeira leva a criança a controlar a

intensidade sonora e desenvolve a noção de espaço.

Para trabalhar a noção de duração o educador pode pedir para que as

crianças desenhem o som. Não é desenhar a fonte sonora, mas sim descrever a

impressão que o som causou, se foi demorado ou breve, ascendente ou

descendente. Por fim, para se trabalhar o timbre o educador pode pedir para que

uma criança fique de costas para a turma enquanto estes cantam uma canção, ao

sinal do professor todos param de cantar e apenas uma criança continua, a que

estava de costas deve adivinhar quem continuou. Estas são apenas sugestões,

existem diversos outros jogos que podem ser realizados.

Através dessas atividades o educador pode perceber quais os pontos fortes

e fracos das crianças, principalmente quanto à capacidade de memória auditiva,

observação, discriminação e reconhecimento dos sons, podendo assim vir a

trabalhar melhor o que está defasado. Bréscia (2003) ressalta que os jogos musicais

podem ser de três tipos, correspondentes às fases do desenvolvimento infantil:

Sensório-Motor (até os dois anos): São atividades que relacionam o som e

o gesto. A criança pode fazer gestos para produzir sons e expressar-se

corporalmente para representar o que ouve ou canta. Favorecem o desenvolvimento

da motricidade.

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Simbólico (a partir dos dois anos): Aqui se busca representar o significado

da música, o sentimento, a expressão. O som tem função de ilustração, de

sonoplastia. Contribuem para o desenvolvimento da linguagem.

Analítico ou de Regras (a partir dos quatro anos): São jogos que envolvem

a estrutura da música, onde são necessárias a socialização e organização. Ela

precisa escutar a si mesma e aos outros, esperando sua vez de cantar ou tocar.

Ajudam no desenvolvimento do sentido de organização e disciplina.

A duração das atividades deve variar conforme a idade da criança,

dependendo de sua atenção e interesse. Além disso, vale lembrar que é preciso

respeitar a forma de expressão de cada um, mesmo que venha a parecer repetitivo

ou sem sentido. É importante que a criança sinta-se livre para se expressar e criar.

2.6 A MUSICALIZAÇÃO COMO FORMA DE COMUNICAÇÃO

A aprendizagem através da musicalização além de promover o gosto e o

senso musical ele favorece a expressão artística. Formando o ser humano com uma

cultura musical desde criança, sendo capazes de usufruir da música, analisá-la e

compreendê-la.

O educador poderá trabalhar a música nas áreas da educação: na

comunicação, expressão, etc. facilitando a aprendizagem, tornando assim o ensino

de forma mais agradável para a criança, fazendo com que a criança fixe

determinados assuntos com facilidades, de uma forma agradável.

O denominado período preparatório beneficia-se do ensino da linguagem

musical quanto às atividades propostas contribuem para o desenvolvimento da

coordenação viso motora, da imitação de sons e gestos, da atenção e percepção, do

raciocínio, da expressão corporal (KREPSKY, 2005). Nardelli (2000) comenta que a

simples atividade de cantar uma música proporciona à criança o treinamento de uma

série de aptidões importantes, para a aprendizagem de um modo em geral. Por isto,

afirma que ―A escola que canta, encanta‖, propondo inúmeras paródias para se

trabalhar os conteúdos na educação infantil, no ensino fundamental e médio.

A criança constrói conhecimento a partir da interação com o meio em que

ela vive com as pessoas que a cercam. Assim, a educação musical exige um

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trabalho quando se trata de formar um grupo. O trabalho em grupo é complexo, pois

deve preservar a expressividade de cada elemento envolvido, pois muitas vezes fica

difícil duas ou mais pessoas se entenderem com maneiras de pensar

completamente diferentes. Portanto o educador deve estar atento às formas de

expressão das crianças e quando necessário estiver interferindo, promovendo a

conciliação incentivando o respeito mutuo.

A criança se comunica principalmente através do corpo e, cantando ela

torna-se o seu próprio instrumento. Portanto, as atividades com a musicalização

podem contribuir de maneira significativa para que o indivíduo aprenda na

sociedade, aspectos importantes de comportamento, como a gentileza, disciplina,

respeito (NARDELLI, 2000).

Nicolau (1.987, p. 162) ressalta que:

Os estímulos sonoros do ambiente que nos cerca são intensos e a criança, desde seus primeiros anos de vida, já reage a eles mediante os balbucios, gritos e movimentos corporais: é o modo de ela se manifestar diante dos sons; ela houve, capta a sua direção e identifica as vozes das pessoas. Ela penetra progressivamente no mundo dos sons e, quanto mais adequados forem os estímulos, melhor ela captará o ambiente que a rodeia.

O trabalho com a linguagem musical deve ser interessante para ambos

(educador e educando), e isto só acontecerá se houver uma conscientização cada

vez maior da importância de se respeitar à expressividade infantil e de criar

oportunidades que a criatividade esteja presente na sala de aula.

2.7 A INTELIGÊNCIA MUSICAL – CONTRIBUIÇÕES DE HOWARD GARDNER

A teoria das inteligências múltiplas sugere que existe um conjunto de

habilidades, chamadas de inteligências, e que cada indivíduo as possui em grau e

em combinações diferentes. Segundo Gardner (1995, p. 21): ―Uma inteligência

implica na capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são

importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural‖. São, a princípio,

sete: inteligência musical, corporal-cinestésica, lógico-matemática, lingüística,

espacial, interpessoal e intrapessoal. A inteligência musical é caracterizada pela

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habilidade para reconhecer sons e ritmos, gosto em cantar ou tocar um instrumento

musical.

Gardner (1995) destaca ainda que as inteligências são parte da herança

genética humana, todas se manifestam em algum grau em todas as crianças,

independente da educação ou apoio cultural. Assim, todo ser humano possui certas

capacidades essenciais em cada uma das inteligências, mas, mesmo que um

indivíduo possua grande potencial biológico para determinada habilidade, ele precisa

de oportunidades para explorar e desenvolvê-la. ―Em resumo, a cultura circundante

desempenha um papel predominante na determinação do grau em que o potencial

intelectual de um indivíduo é realizado‖ (GARDNER, 1995, p, 47). Sendo assim, a

escola deve respeitar as habilidades de cada um, e também propiciar o contato com

atividades que trabalhem as outras inteligências, mesmo porque, segundo o autor,

todas as atividades que realizamos utilizam mais do que uma inteligência.

Ao considerar as diferentes habilidades, a escola está dando oportunidade

para que o aluno se destaque em pelo menos uma delas, ao contrário do que

acontece quando se privilegiam apenas as capacidades lógica-matemática e

lingüística. Além disso, na avaliação é preciso considerar a forma de expressão em

que a criança melhor se adapte.

Campbell; Campbell; Dickinson (2000, p.147) ao comentarem sobre a

inteligência musical, resumem os motivos pelos quais ela deve ser valorizada na

escola:

Conhecer música é importante.

A música transmite nossa herança cultural. É tão importante conhecer

Beethoven e Louis Armstrong quanto conhecer Newton e Einstein.

A música é uma aptidão inerente a todas as pessoas e merece ser

desenvolvida.

A música é criativa e auto-expressiva, permitindo a expressão de nossos

pensamentos e sentimentos mais nobres.

A música ensina os alunos sobre seus relacionamentos com os outros,

tanto em sua própria cultura quanto em culturas estrangeiras.

A música oferece aos alunos rotas de sucesso que eles podem não

encontrar em parte alguma do currículo.

A música melhora a aprendizagem de todas as matérias.

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A música ajuda os alunos a aprenderem que nem tudo na vida é

quantificável.

A música exalta o espírito humano.

2.8 A MÚSICA COMO MEIO DE INTEGRAÇÃO DO SER

Há muito vem se estudando a relação entre música e saúde, conforme

Bréscia (2003, p. 41): ―A investigação científica dos aspectos e processos

psicológicos ligados à música é tão antiga quanto às origens da psicologia como

ciência‖. A autora cita ainda os benefícios do uso da música em diversos ambientes

como hospitais, empresas e escolas.

Em alguns hospitais a música tem sido utilizada antes, durante e após

cirurgias, os resultados vão desde pressão sangüínea e pulso mais baixos, menos

ansiedade, sinais vitais e estados emocionais mais estáveis, até menor necessidade

de anestésico.

Em empresas o meio mais procurado para se fazer música é o canto coral,

pois esta é uma atividade que permite a integração e exige cooperação entre seus

membros, além de proporcionar relaxamento e descontração. Na opinião de Faustini

apud Bréscia (2003, p.61):

A necessidade social do homem de ser aceito por uma organização e de pertencer a um determinado grupo para o qual contribua com seu tempo e talento, é amplamente satisfeita pela participação num grupo coral. Além disso, este grupo lhe dará grande satisfação e prazer em suas realizações artísticas, beneficentes, religiosas, e desenvolverá nele orgulho sadio, por estar sua pessoa relacionada a um excelente grupo.

Cantar é uma atividade que exige controle e uso total da respiração,

proporcionando relaxamento e energização. Fregtman apud Gregori (1997 p. 89)

comenta que: ―O canto desenvolve a respiração, aumenta a proporção de oxigênio

que rega o cérebro e, portanto, modifica a consciência do emissor‖. A prática do

relaxamento traz muitos benefícios, contribuindo para a saúde física e mental. De

acordo com Barreto e Silva (2004, p. 64): ―O relaxamento propicia o controle da

mente e o uso da imaginação, dá descanso, ensina a eliminar as tensões e leva à

expansão da nossa mente‖.

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Assim como as atividades de musicalização a prática do canto também traz

benefícios para a aprendizagem, por isso deveria ser mais explorada na escola.

Bréscia (2003) afirma que cantar pode ser um excelente companheiro de

aprendizagem, contribui com a socialização, na aprendizagem de conceitos e

descoberta do mundo. Tanto no ensino das matérias quanto nos recreios cantar

pode ser um veículo de compreensão, memorização ou expressão das emoções.

Além disso, o canto também pode ser utilizado como instrumento para pessoas

aprenderem a lidar com a agressividade.

O relaxamento propiciado pela atividade de cantar também contribui com a

aprendizagem. Barreto (2000, p. 109) observa que: ―O relaxamento depende da

concentração e por isso só já possui um grande alcance na educação de crianças

dispersivas, na reeducação de crianças ditas imperativas e na terapia de pessoas

ansiosas‖. Comenta ainda que crianças com problemas de adaptação geralmente

apresentem respiração curta e pela boca, o que dificulta a atenção concentrada, já

que esta depende do controle respiratório.

As atividades relacionadas à música também servem de estímulo para

crianças com dificuldades de aprendizagem e contribuem para a inclusão de

crianças portadoras de necessidades especiais. As atividades de musicalização, por

exemplo, servem como estímulo a realização e o controle de movimentos

específicos, contribuem na organização do pensamento, e as atividades em grupo

favorecem a cooperação e a comunicação. Além disso, a criança fica envolvida

numa atividade cujo objetivo é ela mesma, onde o importante é o fazer participar,

não existe cobrança de rendimento, sua forma de expressão é respeitada, sua ação

é valorizada, e através do sentimento de realização ela desenvolve a auto-estima.

Bréscia (2003, p.50) afirma que:

Crianças mentalmente deficientes e autistas geralmente reagem à música, quando tudo o mais falhou. A música é um veículo expressivo para o alívio da tensão emocional, superando dificuldades de fala e de linguagem. A terapia musical foi usada para melhorar a coordenação motora nos casos de paralisia cerebral e distrofia muscular. Também é usada para ensinar controle de respiração e da dicção nos casos em que existe distúrbio da fala.

Já que a música comprovadamente pode trazer tantos benefícios para a

saúde física e mental porque a escola não a utiliza mais? Incluí-la no cotidiano

escolar certamente trará benefícios tanto para professores quanto para alunos. Os

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educadores encontram nela mais um recurso, e os alunos se sentirão motivados, se

desenvolvendo de forma lúdica e prazerosa. Como já foi comentado, ―a música

ajuda a equilibrar as energias, desenvolve a criatividade, a memória, a

concentração, autodisciplina, socialização, além de contribuir para a higiene mental,

reduzindo a ansiedade e promovendo vínculos‖. (BARRETO e SILVA, 2004).

Gregori (1997) explica que harmonia, em música, é uma combinação de

sons simultâneos que acompanha a melodia e é construída de acordo com o gosto

do compositor. No cotidiano, inclusive na escola, também se deve buscar

harmonizar a síntese dialética corpo/ mente, pois esta também deve propiciar uma

maior tomada de conhecimento da consciência corporal, promovendo o equilíbrio do

ser e contribuindo para sua integração com o meio onde vive, e a música pode

contribuir para isto segundo os avanços das neurociências.

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3 ANALISE DOS RESULTADOS E DISCUSSAO

A pesquisa foi realizada através de abordagem quantitativa que segundo

Carvalho, 2003, quando os dados são coletados através de questionários e

formulários o tratamento estatístico vai permitir uma análise adequada dos

resultados, e na seqüência a analise qualitativa, que ainda segundo Carvalho, 2003,

a análise quantitativa deve ser seguida sempre de uma analise qualitativa

relacionada aos pressupostos teóricos que orientam a pesquisa.

A população/amostra objeto deste estudo foram professores que atuam na

Educação Infantil do CEI Professor Pardal, mantido pela ACEIAS do município de

Caçador, escolhidos aleatoriamente, sendo 02, e pais, voluntários, que tenham filhos

que freqüentam a educação infantil, num total de 10.

A analise dos resultados foi realizada através de abordagem quantitativa,

partindo dos dados obtidos através dos questionários e qualitativa, com analise

descritiva dos resultados com relação à teoria.

Na seqüência apresenta-se a analise dos resultados obtidos no decorrer da

pesquisa:

3.1 ANALISE DAS ENTREVISTAS DOS PROFESSORES

A pesquisa foi realizada no Centro de Educação Infantil Professor Pardal

com professores do Pré II e Pré III, onde estudam crianças da Educação Infantil com

idade de 4 e 5 anos, o objetivo foi pesquisar ―qual a importância da música no

desenvolvimento cognitivo, afetivo e emocional da criança durante o período da

Educação Infantil.

A pesquisa realizada foi iniciada questionando: ―você acha importante

trabalhar música na escola‖? As professoras responderam que sim, pois cantando

também se aprende, as crianças se expressam melhor e seus movimentos

melhoram bastante.

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Para Bréscia (2003, p. 81) ―[...]‖. ―O aprendizado de música, além de

favorecer o desenvolvimento afetivo da criança, amplia a atividade cerebral, melhora

o desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar socialmente o indivíduo‖.

Em seguida questionou-se: ―você tem conhecimento que está para ser

aprovada a Lei ‗Obrigatoriedade de aula de música nas escolas‘‖? Uma professora

respondeu não ter conhecimento sobre esta lei, a outra respondeu que sim,

perguntei o que pensava a respeito? Respondeu que ajudará no desenvolvimento do

aluno.

É o que define a Lei n.º 11.769, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula

da Silva e publicada no Diário Oficial da União. Esta lei coloca que as escolas

públicas do país terão três anos para inserir no currículo da educação básica o

ensino da música.

Segundo a Folha de S. Paulo, a Casa Civil informou que Lula vetou o artigo

que previa que os professores tivessem formação específica na área. Marcelo

Soares Pereira da Silva, diretor de Concepções e Orientações Curriculares para a

Educação Básica do MEC (Ministério da Educação), disse que a lei vale para o

ensino fundamental e médio, mas as definições sobre em quantos anos o ensino de

música será ministrado e com que periodicidade vai caber aos conselhos estaduais

e municipais de Educação, em parceria com os governos locais. A proposta é de

autoria da senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) e altera a LDB (Lei de Diretrizes e

Bases da Educação), que já determina o aprendizado de arte nos ensinos

fundamental e médio, mas sem especificar o conteúdo. Segundo o relator do texto

na Comissão de Constituiçao e justiça (CCJ), Deputado Leonardo Picciani (PMDB-

RJ), "o projeto está em consonância com os princípios constitucionais relativos à

educação, à família, à criança e ao adolescente".

Num terceiro momento perguntei: ―no seu processo de Ensino qual a

contribuição da música na Educação Infantil‖?

Criança adora brincar e ‗aprende brincando‘, sendo que a maioria das

brincadeiras vem acompanhada com uma música. Exemplo: galinha choca, ciranda

cirandinha etc. ela também contribui na comunicação da criança, seus estímulos,

sua coordenação motora, postura, desenvolve melhor a linguagem e a atenção.

Para STABILE apud ESTEVÃO (2002, p. 34) ―a música e a dança permitem

a expressão pelo gesto e pelo movimento, que traz satisfação e alegria‖. ―A criança

aprende e se desenvolver através dela‖.

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A expressão musical desempenha importante papel na vida recreativa de

toda criança, ao mesmo tempo em que desenvolve sua criatividade, promove a

autodisciplina e desperta a consciência rítmica e estética. A música também cria um

terreno favorável para a imaginação quando desperta a faculdade criadora de cada

um. A educação pela música proporciona uma educação profunda e total.

FARIA (2001, p. 24), ―A música como sempre esteve presente na vida dos

seres humanos, ela também sempre está presente na escola para dar vida ao

ambiente escolar e favorecer a socialização dos alunos, além de despertar neles o

senso de criação e recreação‖.

A escola, enquanto espaços institucionais para transmissão de

conhecimentos socialmente construídos, possam se ocupar em promover a

aproximação das crianças com outras propriedades da música que não aquelas

reconhecidas por elas na sua relação espontânea com a mesma.

Cabe aos professores criar situações de aprendizagem nas quais as

crianças possam estar em relação com um número variado de produções musicais

não apenas vinculadas ao seu ambiente sonoro, mas se possível também de

origens diversas, como, de outras famílias, de outras comunidades, de outras

culturas de diferentes qualidades: folclore, música popular, música erudita e outros.

As atividades musicais nas escolas devem partir do que as crianças já

conhecem desta forma, se desenvolve dentro das condições e possibilidades de

trabalho de cada professor.

Perguntei também: ―qual sua sugestão para trabalhar a música com seus

alunos‖?

Realizando um show de calouros, conforme o projeto realizado tem músicas

variadas, em uma música pode-se trabalhar a matemática, por exemplo, ouvir uma

música com os alunos, em seguida pedir para eles contarem a estória sobre a

mesma, na hora da dança, durante as atividades de relaxamento, etc.

Snyders (1992) comenta que a função mais evidente da escola é preparar os

jovens para o futuro, para a vida adulta e suas responsabilidades. Mas ela pode

parecer aos alunos como um remédio amargo que eles precisam engolir para

assegurar, num futuro bastante indeterminado, uma felicidade bastante incerta. A

música pode contribuir para tornar esse ambiente mais alegre e favorável à

aprendizagem, afinal ―propiciar uma alegria que seja vivida no presente é a

dimensão essencial da pedagogia, e é preciso que os esforços dos alunos sejam

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estimulados, compensados e recompensados por uma alegria que possa ser vivida

no momento presente‖ (SNYDERS, 1992, p. 14).

Além de contribuir para deixar o ambiente escolar mais alegre, podendo ser

usada para proporcionar uma atmosfera mais receptiva à chegada dos alunos,

oferecendo um efeito calmante após períodos de atividade física e reduzindo a

tensão em momentos de avaliação, a música também pode ser usada como um

recurso no aprendizado de diversas disciplinas. O educador pode selecionar

músicas que falem do conteúdo a ser trabalhado em sua área, isso vai tornar a aula

dinâmica, atrativa, e vai ajudar a recordar as informações. Mas, a música também

deve ser estudada como matéria em si, como linguagem artística, forma de

expressão e um bem cultural.

Perguntei também: ―você considera a música um recurso pedagógico para

auxiliar os professores no processo de Ensino Aprendizagem na Educação Infantil‖?

Sim, tanto é que a música está integrada no nosso processo de Ensino

Aprendizagem e faz parte do nosso planejamento diário, ele é um dos meios, não só

durante a Educação Infantil, passou daí se perde todo o trabalho feito com a criança

desde o berçário. A música acalma e relaxa as crianças.

Pedi para as professoras descrever a interação aluno/aluno e

professor/aluno quando utilizado ou não a música na Educação Infantil.

Quando trabalha música há uma grande socialização em ambas as partes.

O professor tem que gostar de cantar, porque as crianças exigem muito, com a

música ambos passam a socializar-se melhor e interagir de forma positiva durante

as atividades.

Depois pedi para que elas descrevessem brevemente uma atividade que

elas costumavam realizar com seus alunos.

Ginástica corporal;

Colocar músicas que explorem o corpo;

Malhação do Leão, onde as crianças irão movimentar-se de acordo com a

música,

A dança da cadeira, para trabalhar a concentração dos alunos.

―Para que a aprendizagem da música possa ser fundamental na formação

de cidadãos é necessário que todos tenham a oportunidade e participar ativamente

como ouvintes, interpretes compositores e improvisadores, dentro e fora da sala de

aula. Envolvendo pessoas de fora da sala, no enriquecimento de ensino e

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promovendo a interação com os grupos musicais e artísticos, as localidades, a

escola contribui também para que os alunos se tornem ouvintes sensíveis,

amadores, talentosos ou músicos profissionais (BRASIL, 1998, V.6)‖.

Segundo Nicolau (1987, p. 162) ―Os estímulos sonoros do ambiente que nos

cerca são intensos e a criança, desde seus primeiros anos de vida, já reage a eles

mediante balbucios, gritos e movimentos corporais: é o modo de ela se manifestar

diante dos sons; ela ouve, capta a sua direção e identifica as vozes das pessoas.

Ela penetra progressivamente no mundo dos sons e, quanto mais adequados forem

os estímulos sonoros, melhor ela captará o ambiente que a rodeia.‖

Segundo (KREPSKY, 2005) Através da sua expressão corporal e gestual a

criança exprime e revelam seus sentimentos, sua ansiedades, necessidades,

alegrias, tristezas e através de exercícios musicais ativos, terá condições de

caminhar para socialização e desenvolver sua sensibilidade para os mais diversos

elementos musicais, como melodia, ritmo, harmonia, forma, cores sonoras e

movimento.

Há uma série de habilidades e qualidades que podem ser estimuladas com a

prática de canto e do instrumento musical. A musicalização desenvolve a

concentração e o raciocínio, estimula a influência e a desenvoltura e trabalha

profundamente sobre a coordenação motora, promovendo um maior controle sobre

os movimentos corporais (NARDELLI, 2000; BECKER, 2003; KREPSKY, 2005 e

BOLL, 2006).

O denominado período preparatório beneficia-se do ensino da linguagem

musical quanto às atividades propostas contribuem para o desenvolvimento da

coordenação viso motora, da imitação de sons e gestos, da atenção e percepção, do

raciocínio, da expressão corporal (KREPSKY, 2005). Nardelli (2000) comenta que a

simples atividade de cantar uma música proporciona à criança o treinamento de uma

série de aptidões importantes, para a aprendizagem de um modo em geral. Por isto,

afirma que ―A escola que canta, encanta‖, propondo inúmeras paródias para se

trabalhar os conteúdos na educação infantil, no ensino fundamental e médio.

Cantar é uma atividade que exige controle e uso total da respiração,

proporcionando relaxamento e energização. FREGTMAN apud GREGORI (1997 p.

89) comenta que: ―O canto desenvolve a respiração, aumenta a proporção de

oxigênio que rega o cérebro e, portanto, modifica a consciência do emissor‖. A

prática do relaxamento traz muitos benefícios, contribuindo para a saúde física e

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mental. De acordo com Barreto e Silva (2004, p. 64): ―O relaxamento propicia o

controle da mente e o uso da imaginação, dá descanso, ensina a eliminar as

tensões e leva à expansão da nossa mente‖.

3.2 ANALISE DAS PERGUNTAS DOS PAIS

1. Você costuma acompanhar as atividades que são realizadas no CEI com

seu (sua) filho (a)?

SIM

NÃO

Sim 82%

Não 18%

As atividades musicais realizadas na escola não visam à formação de

músicos, e sim, através da vivência e compreensão da linguagem musical, propiciar

a abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções, ampliando a

cultura geral e contribuindo para a formação integral do ser. A esse respeito Katsch

e Merle-Fishman apud Bréscia (2003, p.60) afirmam que ―[...] a música pode

melhorar o desempenho e a concentração, além de ter um impacto positivo na

aprendizagem de matemática, leitura e outras habilidades lingüísticas nas crianças‖.

Além disso, como já foi citado anteriormente, o trabalho com musicalização

infantil na escola é um poderoso instrumento que desenvolve, além da sensibilidade

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à música, fatores como: concentração, memória, coordenação motora, socialização,

acuidade auditiva e disciplina. Conforme Barreto (2000, p.45):

Ligar a música e o movimento, utilizando a dança ou a expressão corporal, pode contribuir para que algumas crianças, em situação difícil na escola, possam se adaptar (inibição psicomotora, debilidade psicomotora, instabilidade psicomotora, etc.). Por isso é tão importante a escola se tornar um ambiente alegre, favorável ao desenvolvimento.

2. Você costuma cantar com seu ( sua ) filho ( a) em casa?

Sim

Não

Ás vezes

Sim 88%

Não 6%

Ás vezes 6%

O denominado período preparatório beneficia-se do ensino da linguagem

musical quanto às atividades propostas contribuem para o desenvolvimento da

coordenação viso motora, da imitação de sons e gestos, da atenção e percepção, do

raciocínio, da expressão corporal (KREPSKY, 2005). Nardelli (2000) comenta que a

simples atividade de cantar uma música proporciona à criança o treinamento de uma

série de aptidões importantes, para a aprendizagem de um modo em geral. Por isto,

afirma que ―A escola que canta, encanta‖, propondo inúmeras paródias para se

trabalhar os conteúdos na educação infantil, no ensino fundamental e médio.

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3. Que tipo de música?

Sert. Inf.

Outros

Inf. Outr.

Infantil

Sert. Outr.

Sertanejo

Sertanejo e Infantil 25%

Outros 25%

Infantil e outros 17%

Infantil 17%

Sertanejo e outros 8%

Outros 8%

4. Você acha que a musica é importante no desenvolvimento das crianças?

Sim

Sim 100%

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FARIA (2001), define que a música é um importante fator na aprendizagem,

pois a criança desde pequena já ouve música, a qual muitas vezes é cantada pela

mãe ao dormir, conhecida como ‗cantiga de ninar. Na aprendizagem a música é

muito importante, pois o aluno convive com ela desde muito pequeno.

5. Você considera importante os professores trabalharem com música no

CEI?

Sim

Sim 100%

Gainza (1988) afirma que as atividades musicais na escola podem ter

objetivos profiláticos, nos seguintes aspectos:

Físico: oferecendo atividades capazes de promover o alívio de tensões

devidas à instabilidade emocional e fadiga;

Psíquico: promovendo processos de expressão, comunicação e descarga

emocional através do estímulo musical e sonoro;

Mental: proporcionando situações que possam contribuir para estimular e

desenvolver o sentido da ordem, harmonia, organização e compreensão.

Para Bréscia (2003, p. 81) ―[...]‖. ―O aprendizado de música, além de

favorecer o desenvolvimento afetivo da criança, amplia a atividade cerebral, melhora

o desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar socialmente o indivíduo‖.

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6. Seu filho (a) costuma cantar as músicas que aprende na escola em casa?

Sim

Sim 100%

Gregori (1997) explica que harmonia, em música, é uma combinação de

sons simultâneos que acompanha a melodia e é construída de acordo com o gosto

do compositor. No cotidiano, inclusive na escola, também se deve buscar

harmonizar a síntese dialética corpo/ mente, pois esta também deve propiciar uma

maior tomada de conhecimento da consciência corporal, promovendo o equilíbrio do

ser e contribuindo para sua integração com o meio onde vive, e a música pode

contribuir para isto segundo os avanços das neurociências.

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4 RELAÇAO DA MUSICA COM A FORMAÇAO ACADEMICA

O curso de Pedagogia ajudou a entender que a utilização da música, sem

dúvida é uma estratégia bastante importante para os professores de praticamente

todas as disciplinas, principalmente para as disciplinas de Português, Artes,

Matemática, Filosofia, Didática, Psicologia da Educação, entre outras, pois através

da música cria-se um elo de comunicação e aproximação com seus alunos.

Vários aspectos do programa de ensino podem ser abordados através da

música, tais como: estilo de narrativa, ortografia, coesão, regras gramaticais,

raciocínio, criatividade, concentração, coordenação motora, movimento do corpo,

tudo isso ajuda a melhorar o desempenho escolar dos alunos e contribui para

integrar socialmente o indivíduo entre outros. O importante é estimular a criatividade

e a sensibilidade dos estudantes.

A identificação dos alunos com as músicas utilizadas em sala de aula é

fundamental para que se obtenha sucesso com esta estratégia, portanto, o professor

deve estar atento para que as músicas escolhidas sejam coerentes com o gosto

musical da faixa etária de seus alunos.

Outro aspecto que pode ser explorado com a utilização da música em sala

de aula é o da discussão de problemáticas sociais, despertando o sentido de

cidadania e de participação do jovem em sua comunidade, afinal, a missão do

educador não se resume em passar informações acadêmicas simplesmente, mas

também em contribuir para a formação de cidadãos conscientes e participantes.

O estudo da história da música não pode ser dissociado do contexto cultural.

Cada cultura possui seus próprios tipos de música, com estilos totalmente

diferentes, abordagens e concepções do que é a música e do papel que ela deve

exercer na sociedade.

Como toda filosofia nasce de um contexto social, político, religioso, enfim

cultural, e toda manifestação artística traz suas idéias vigentes, seja de âmbito

literário ou filosófico, a abordagem da música se mostra oportuna e imprescindível,

tendo em vista ser ela uma linguagem universal, humana e estar ligada ao contexto

histórico-cultural de cada povo, de cada sociedade.

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Platão diz ―a música é um meio mais poderoso do que qualquer outro, tem

ritmo e a harmonia. Ela enriquece esta ultima, confere-lhe a graça e ilumina aquele

que recebe uma verdadeira Educação. (Meloteca, 2009).

Aristóteles diz: ―A música tem poder de formar a personalidade e podem-se

distinguir os diferentes gêneros, determina à melancolia, a moleza, este encoraja o

autodomínio e desperta o entusiasmo‖. Meloteca,2009).

Para que é que havemos de falar?...É melhor cantar, não sei por quê... O

canto, quando a gente canta de noite, é uma pessoa alegre e sem medo que entra

de repente no quarto e o aquece a consolar-nos. Fernando Pessoa.

(http://www.meloteca.com/citacoes-filosofia.htm)

A música é freqüentemente definida como a linguagem universal. Uma

linguagem incrivelmente direta que transpõe língua e lógica, que fala diretamente

com a alma. A matemática por sua vez é a ciência do raciocínio lógico e abstrato.

Ela envolve uma permanente procura da verdade. É rigorosa e precisa. Trabalhar de

maneira diferenciada a matemática, tendo em vista que é uma das disciplinas que

mais causa espanto dentro de uma escola a música auxilia na dificuldade dos

alunos.

Piaget faz menção à importância desse tipo de atividade no desenvolvimento

dos alunos, percebendo a atividade lúdica como o berço obrigatório das atividades

intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de entretenimento para

gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o

desenvolvimento intelectual (Piaget & Greco, 1974.).

Para Vigotsky (1991), o professor-mediador desempenha o papel

fundamental de promover a discussão entre e com os aprendizes que interagem uns

com os outros, trocando informações, experiências e construindo determinado

conhecimento. Dá-se, então, o processo cooperativo de aprendizagem, tendo este

mediador o poder de atuar na Zona de Desenvolvimento Proximal do aluno, já que

aquilo que a criança consegue fazer com a ajuda do outro seria muito mais indicativo

do seu desenvolvimento mental do que o que faz sozinha.

Com a realização do curso de pedagogia, pode-se perceber a relação que o

tema tem com as diferentes disciplinas oferecidas, todas dizem respeito ao processo

ensino-aprendizagem do aluno, em cada disciplina é possível através dos seus

conteúdos fazer uma relação de como incluir a música no contexto escolar, visando

ao desenvolvimento pleno do educando.

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Inclusive a grade curricular do próprio curso oferece a disciplina de

musicalidade, onde a mesma trabalha a fundamentação teórica da importância da

musica na sala de aula.

De acordo com (ESTEVÃO, 2002, p. 33).

A música na vida do ser humano é tão importante como real e concreta, por ser um elemento que auxilia no bem estar das pessoas. No contexto escolar a música tem a finalidade de ampliar e facilitar a aprendizagem do educando, pois ensina o indivíduo a ouvir e a escutar de maneira ativa e refletida.

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5 CONCLUSÃO

Através de estudo e pesquisa realizada evidenciou-se que as diversas áreas

do conhecimento podem ser estimuladas com a prática da musicalização. De acordo

com esta perspectiva, a música é concebida como um universo que conjuga

expressão de sentimentos, idéias, valores culturais e facilita a comunicação do

indivíduo consigo mesmo e com o meio em que vive. Ao atender diferentes aspectos

do desenvolvimento humano: físico, mental, social, emocional e espiritual, a música

pode ser considerada um agente facilitador do processo educacional. Nesse sentido

faz-se necessária a sensibilização dos educadores para despertar a conscientização

quanto às possibilidades da música para favorecer o bem-estar e o crescimento das

potencialidades dos alunos, pois ela fala diretamente ao corpo, à mente e às

emoções.

A musicalização é uma forma de energia que movimenta todo o ser

emoção, mente, corpo – e por sua vez, provoca todo o tipo de reações. Estas

reações ou respostas são distintas em cada indivíduo despertando grande

satisfação num caráter lúdico e desafiador tanto para o educador, quanto para o

educando.

Ao término desta pesquisa foi possível constatar que a musicalização é

realmente um instrumento pedagógico e que os educadores consultados utilizam a

musicalização sim, como instrumento pedagógico. A utilização da música como um

elemento que motiva a aprendizagem é um exemplo de ferramenta que desmistifica

a maneira, muitas vezes, estática e monótona do cotidiano escolar e que pode

facilitar e enriquecer o processo de ensino e de aprendizagem, em um mundo de

incertezas.

Trabalhar a partir do cotidiano é oportunizar a cada criança viver, construir e

aprimorar-se do conhecimento de maneira lúdica através das canções pelas

interações constantes, vai além das expectativas e dos objetivos propostos, pois

possibilita aos alunos que passem pelas diversas áreas de conhecimento,

relacionando-se sempre com seu exterior, resultando assim na participação das

crianças com entusiasmo em todas as atividades.

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Portanto, é importante, que se proporcionem experiências musicais

criativamente desde os primeiros anos de vida, para que tenhamos futuramente um

adulto que viva de forma saudável e prazerosa, principalmente em uma região com

um acentuado número de pessoas diagnosticadas com depressão. A alegria vivida e

incorporada na infância, ao que tudo indica, se ascenderá como mágica na fase

adulta, facilitando o equilíbrio psicossomático.

No contexto escolar, a música tem a finalidade de ampliar e facilitar a

aprendizagem, pois o educando aprende a ouvir de maneira ativa e refletida.

Qualquer trabalho que possibilite o incentivo à criatividade da criança exige

esforço e, mais ainda competência. A musicalização é uma estratégia de

intervenção, que pode facilitar a formação integral do ser humano. A observação da

espontaneidade da criança frente à música pode proporcionar excelente material de

estudo de seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor, assim como a indiferença

a uma estimulação musical pode ser uma reação concreta e significativa a uma

situação insatisfatória.

A musicalização provoca movimentação (interna ou externa) e, portanto, ao

ser trabalhada de forma criativa, estimula maiores respostas por parte das crianças,

que se tornam agentes neste processo, ao invés de meros consumidores, na medida

em que despertar o prazer na criança em criar soluções originais é fazer nascer o

homem mais preparado e feliz em construir um hoje e um amanhã melhor, mais

inclusivo e solidário.

A música não é apenas uma associação de sons e palavras, mas um

instrumento que desperta o indivíduo, sua mente e seu corpo para um processo de

aprendizagem mais prazeroso.

A música transforma o ato de aprender em atitude de prazer no cotidiano do

aluno e do professor.

Ela é capaz de desenvolver a percepção auditiva e, quanto maior for o

exercício da sensibilidade para os sons, maior será a capacidade da criança para

desenvolver sua atenção e memória.

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APENDICES

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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO

CURSO DE PEDAGOGIA

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO – TCC

ACADEMICA : SUZAMARA STALCHESKI

Este questionário faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso do curso de

pedagogia com o objetivo de Pesquisar qual a importância da música no desenvolvimento

cognitivo, afetivo e emocional da criança durante o período da Educação Infantil.

PERGUNTAS PARA OS PAIS

1. Você costuma acompanhar as atividades que são realizadas no CEI com seu

(sua ) filho (a)?

( ) Sim

( ) Não

2. Você costuma cantar com seu ( sua ) filho ( a) em casa?

( ) Sim

( ) Não

3. que tipo de música?

( ) Sertaneja

( ) Infantil

( ) Funk

( ) Outros.

4. Você acha que a musica é importante no desenvolvimento das crianças?

( ) Sim

( ) Não

5. Você considera importante os professores trabalharem com música no CEI?

( ) Sim

( ) Não

6. Seu filho (a) costuma cantar as músicas que aprende na escola em casa?

( ) Sim

( ) Não

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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO

CURSO DE PEDAGOGIA

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO – TCC

ACADEMICA : SUZAMARA STALCHESKI

Este questionário faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso do curso de

pedagogia com o objetivo de Pesquisar qual a importância da música no desenvolvimento

cognitivo, afetivo e emocional da criança durante o período da Educação Infantil.

PERGUNTAS PARA PROFESSORES

1. Você acha importante trabalhar música na escola?

( ) Sim

( ) Não

Por quê?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

2. Você tem conhecimento de que esta para ser aprovada a Lei ―Obrigatoriedade de aula de

música nas escolas‖?

( ) Sim

( )Não

O que você pensa a respeito dessa Lei?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

3. No seu processo de Ensino qual a contribuição da música na Educação Infantil?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

4. Qual sua sugestão para trabalhar a música com seus alunos?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

5. Você considera a música um recurso pedagógico para auxiliar os professores no

processo de Ensino Aprendizagem na Educação Infantil?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

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6. Descreva a interação aluno /aluno e professor/aluno quando utilizado ou não a música na

Educação Infantil?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

7. Descreva brevemente uma atividade que você costuma realizar com seus alunos

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

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ANEXOS

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LULA SANCIONA LEI QUE OBRIGA ENSINO DE MÚSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Da Redação Em São Paulo As escolas públicas do país terão três anos para inserir no currículo da educação básica o ensino da música. É o que define a Lei n.º 11.769, sancionada nesta última segunda-feira (18) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União. Segundo a Folha de S. Paulo, a Casa Civil informou que Lula vetou o artigo que previa que os professores tivessem formação específica na área.

Marcelo Soares Pereira da Silva, diretor de Concepções e Orientações Curriculares para a Educação Básica do MEC (Ministério da Educação), disse que a lei vale para os ensinos fundamental e médio, mas as definições sobre em quantos anos o ensino de música será ministrado e com que periodicidade vão caber aos conselhos estaduais e municipais de Educação, em parceria com os governos locais. A proposta é de autoria da senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) e altera a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), que já determina o aprendizado de arte nos ensinos fundamental e médio, mas sem especificar o conteúdo. Segundo o relator do texto na CCJ, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), "o projeto está em consonância com os princípios constitucionais relativos à educação, à família, à criança e ao adolescente". Ensino fundamental e médio tem três anos para acrescentar a disciplina música no currículo Portal MEC - Assessoria de Comunicação Social | 26.8.2008 | 10h57

Todas as escolas públicas e particulares do Brasil terão de acrescentar, no prazo de três anos, mais uma disciplina na grade curricular obrigatória. A Lei nº 11.769, publicada no Diário Oficial da União no dia 19, altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) — nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 — e torna obrigatório o ensino de música no ensino fundamental e médio. A música é conteúdo optativo na rede de ensino, a cargo do planejamento pedagógico das secretarias estaduais e municipais de educação. No ensino geral de artes, a escola pode oferecer artes visuais, música, teatro e dança.

Com a alteração da LDB, a música passa a ser o único conteúdo obrigatório, mas não exclusivo. Ou seja, o planejamento pedagógico deve contemplar as demais áreas artísticas. Até 2011, uma nova política definirá em quais séries da educação básica a música será incluída e em que freqüência.

―A lei não torna obrigatório o ensino em todos os anos, e é isso que será articulado com os sistemas de ensino estaduais e municipais‖, explica Helena de Freitas, coordenadora-geral de Programas de Apoio à Formação e Capacitação Docente de Educação Básica no Ministério da Educação. ―O objetivo não é formar músicos, mas oferecer uma formação integral para as crianças e a juventude. O ideal é articular a música com as outras dimensões da formação artística e estética.‖

O MEC recomenda que, além das noções básicas de música, dos cantos cívicos nacionais e dos sons de intrumentos de orquestra, os alunos aprendam cantos, ritmos, danças e sons de instrumentos regionais e folclóricos para, assim, conhecer a diversidade cultural do Brasil.

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O desafio que surge com a nova lei é a formação de professores. Segundo os dados mais recentes do Censo da Educação Superior, de 2006, o Brasil tem 42 cursos de licenciatura em música, que oferecem 1.641 vagas. Em 2006, 327 alunos formaram-se em música no Brasil. História — O ensino de música nas escolas brasileiras iniciou-se no século 19. A aprendizagem era baseada nos elementos técnico-musicais e realizada, por exemplo, por meio do solfejo. No fim da década de 1930, no entanto, Antônio Sá Pereira e Liddy Chiaffarelli Mignone buscaram inovações. Sá Pereira defendia a aprendizagem pela própria experiência com a música; Chiaffarelli propunha jogos musicais e corporais e o uso de instrumentos de percussão.

Naquela época, Heitor Villa-Lobos (1887-1959) ganhava destaque. Em 1927, três anos depois de conviver com o meio artístico parisiense, ele voltou ao país e apresentou, em São Paulo, um plano de educação musical. Em 1931, o maestro organizou uma concentração orfeônica chamada Exortação Cívica, com 12 mil vozes. Após dois anos, assumiu a direção da Superintendência de Educação Musical e Artística, quando a maioria de suas composições se voltou para a educação musical. Em 1932, o presidente Getúlio Vargas tornou obrigatório o ensino de canto nas escolas e criou o curso de pedagogia de música e canto. Em 1960, projeto de Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro para a Universidade de Brasília (UnB) deu novo impulso ao ensino da música, com a valorização da experimentação. A idéia era preservar ―a inocência criativa das crianças.‖ Duas décadas depois, a criação da Associação Brasileira de Educação Musical e da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (Abrace) contribuiu para a formação de professores no ensino das linguagens artísticas em várias universidades. No ensino de música, a experiência direta e a criação são enfatizadas no processo pedagógico.

Na década de 1990, o ensino de artes passou a contemplar as diferenças de raça, etnia, religião, classe social, gênero, opções sexuais e o olhar mais sistemático sobre outras culturas. O ensino passou a ter valores estéticos mais democráticos.

Atualmente, a aprendizagem musical deve fazer sentido para o aluno. O ensino deve se dar a partir do contexto musical e da região na qual a escola está situada, não a partir de estruturas isoladas. Assim, busca-se compreender o motivo da criação e do consumo das diferentes expressões musicais

Presidência da República Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 11.769, DE 18 DE AGOSTO DE 2008.

Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

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Art. 1o O art. 26 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do seguinte § 6o:

―Art. 26. ..................................................................................

§ 6o A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2o deste artigo.‖ (NR)

Art. 2o (VETADO)

Art. 3o Os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas nos arts. 1o e 2o desta Lei.

Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 18 de agosto de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Fernando Haddad