Upload
duongdiep
View
218
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
U N I V E R S I D A D E D O V AL E D O I T A J A Í CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS C U R S O D E A D M I N I S T R A Ç Ã O
Michele Branco Müller
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO
Análise do Processo de Concessão de Crédito na Empresa Polipetro
Administração Financeira
ITAJAÍ (SC) 2008
MICHELE BRANCO MÜLLER
Trabalho de Conclusão de Estágio
ANÁLISE DO PROCESSO DE CONCESSÃO DE CRÉDITO NA EMPRESA
POLIPETRO
Trabalho de conclusão de estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.
ITAJAÍ – SC, 2008
Dedico este trabalho a todos que participaram ativamente, ou não, de seu desenvolvimento, e que de alguma forma me encorajaram, me deram apoio e força.
Agradeço primeiramente aos meus pais por terem me dado a vida e me mostrado o caminho certo. Ao meu namorado Carlos, pela ajuda e dedicação. Ao professor Anacleto Laurino Pinto pelos ensinamentos e conhecimentos compartilhados. E a todos que nestes anos de faculdade colaboraram para que o sonho de se formar, enfim, se tornasse realidade. Meu sincero muito obrigado.
"Existem derrotas, mas não existe o sofrimento. Um verdadeiro guerreiro sabe que ao perder uma batalha está melhorando sua arte de manejar a espada. Saberá lutar com mais habilidade no próximo combate".
Paulo Coelho
EQUIPE TÉCNICA
a) Nome do estagiário
Michele Branco Müller
b) Área de estágio
Administração Financeira
c) Supervisor de campo
Silvio Conegundes de Souza
d) Orientador de estágio
Prof. Anacleto Laurino Pinto
e) Responsável pelos Estágios em Administração
Prof. Eduardo Krieger da Silva
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
a) Denominação social
Polipetro Distribuidora de Combustíveis Ltda
b) Endereço
Rodovia Antônio Heil, 1670, Km 03, bairro Itaipava, Itajaí/SC
c) Setor de desenvolvimento do estágio
Financeiro
d) Duração do estágio
240 horas
e) Nome e cargo do orientador de campo
Silvio Conegundes de Souza – Diretor Financeiro
f) Carimbo e visto da empresa
AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA
Itajaí, 07 de Abril de 2008.
A empresa POLIPETRO DISTRIBUIDORA DE COMBUSTÍVEIS LTDA,
pelo presente instrumento, NÃO autoriza a Universidade do Vale do Itajaí –
UNIVALI, a publicar em sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio
executado durante o Estágio Supervisionado, pela acadêmica MICHELE BRANCO
MÜLLER.
_______________________________________
Silvio Conegundes de Souza
RESUMO
No passado havia a troca de mercadorias, o escambo, que posteriormente se modificou para a troca de papel moeda, cheques, cartões de crédito, boletos bancários, e a preocupação se resumia em como vender mais sem perder a certeza do recebimento. Com o objetivo principal de avaliar riscos com relação ao mercado de um modo geral, a análise de crédito surge para minimizar o risco de se perder um provável bom negócio, se a recusa for indevida, ou o prejuízo, caso a concessão também tenha sido equivocada. A pesquisa teve como base as avaliações formativas que se baseiam em estudos de processos, diagnósticos de possíveis falhas e sugestões para sua reformulação, utilizando métodos qualitativos para análise dos dados, os quais foram coletados por meio de entrevistas com diretores financeiros, analistas de crédito e através de observação participante. Com o desenvolvimento do trabalho observou-se alguns fatos relevantes para melhora do desempenho dos processos de análise de crédito, tais como: implantação do limite de crédito; a importância da análise de índices financeiros para melhor diagnóstico; o sistema de bloqueio do limite do cliente caso este esteja com duplicatas vencidas; uma base de dados interligando o cadastro do cliente com suas principais informações financeiras. Os resultados finais da análise do trabalho apontam para uma melhoria continua dos processos de análise de crédito da empresa, tendo ampla visão do que se deseja alcançar, uma concessão de crédito segura e eficaz. PALAVRAS-CHAVE: Crédito; Análise de Crédito; Finanças
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Representação gráfica do fluxo de caixa ........................................... 19
Figura 2 – Aplicação dos 5 c´s de crédito ........................................................... 24
Figura 3 – Processo de concessão de crédito, método de credit scorring ......... 44
Figura 4 – Organograma Polipetro ...................................................................... 60
Figura 5 – Etapas do processo de concessão de crédito .................................... 66
Gráfico 1 – Porcentagem de faturamento de vendas por categoria de clientes... 63
Quadro 1 – Classificação de limites e documentos necessários ......................... 64
Quadro 2 – Relação de dívidas empresa N ......................................................... 68
Quadro 3 – Quadro comparativo .......................................................................... 75
LISTA DE SIGLAS
CNPJ – Cadastro nacional de pessoa jurídica
DOAR – Demonstração das origens e aplicações de recursos.
PCT – Participação de capital de terceiros.
CE – Composição do endividamento.
IPL – Imobilização do patrimônio liquido.
PCR – Índice de participação de contas a receber.
PE – Índice de participação dos estoques.
LG – Liquidez geral.
LC – Liquidez corrente.
LS – Liquidez seca.
LI – Liquidez imediata.
PMRE – Prazo médio de rotação dos estoques.
PMRV – Prazo médio de recebimento de vendas.
PMPC – Prazo médio de pagamento das compras.
GA – Giro do ativo.
RSV – Retorno sobre as vendas.
RSA – Retorno sobre o ativo.
RSPL – Retorno sobre o patrimônio liquido.
IET – Índice de endividamento total.
IA – Índice de alavancagem.
EFSAT – Índice de endividamento financeiro sobre o ativo total.
RG – Registro geral.
CPF – Cadastro de pessoas físicas.
SPC – Serviço de proteção ao crédito.
DRE – Demonstrativo de resultado do exercício.
CND – certidão negativa de débitos.
RFB – Receita federal do Brasil.
CPD-EN – Certidão positiva de débitos com efeitos negativos.
INSS – Instituto nacional do seguro social.
PGFN – Procuradoria geral da fazenda nacional.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 13 1.1 Problema de Pesquisa ........................................................................ 14 1.2 Objetivos .............................................................................................. 15 1.2.1 Objetivo geral ..................................................................................... 15
1.2.2 Objetivos específicos ......................................................................... 15
1.3 Aspectos Metodológicos .................................................................... 16 1.3.1 Caracterização da pesquisa ............................................................... 16
1.3.2 População e Amostra ......................................................................... 16 1.3.3 Coleta de dados .................................................................................. 16
1.3.4 Tratamento e análise de dados ........................................................... 17
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA ..................................................................... 18
2.1 A Administração ................................................................................... 18
2.2 Administração Financeira ................................................................... 19 2.2.1 O administrador financeiro .................................................................. 20
2.3 Administração de Caixa ...................................................................... 22
2.3.1 Fluxo de caixa .................................................................................... 22
2.4 Política de Crédito ............................................................................... 24 2.4.1 O analista de crédito: perfil e competências ....................................... 26
2.4.2 Análise e decisão de crédito .............................................................. 27
2.4.3 Os 5 C´s de crédito ............................................................................. 28
2.4.4 Análise cadastral ................................................................................. 32
2.4.5 Demonstrativos financeiros ................................................................. 33
2.4.6 Índices ................................................................................................. 35
2.4.7 Credit scoring ...................................................................................... 47
2.4.8 Limite de crédito ................................................................................. 49
2.4.9 Risco de crédito ................................................................................... 50
2.5 A política de Cobrança ........................................................................ 53 2.5.1 Contas a receber ................................................................................. 54
2.5.2 Títulos e documentos de cobrança ..................................................... 56
2.5.3 A Inadimplência ................................................................................... 57
2.5.4 Administração de contas a pagar ........................................................ 59
3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO ................................ 61 3.1 Caracterização da empresa ................................................................. 61
3.1.1 O Grupo Vibrapar ................................................................................ 61
3.1.2 Polipetro ............................................................................................. 62
3.2 Resultados da pesquisa ...................................................................... 65
3.2.1 Classificação de clientes ..................................................................... 66
3.2.2 Classificação de limites e documentos necessários ........................... 67
3.2.3 Processo de concessão de crédito ..................................................... 69
3.2.4 Análise das amostras e dados coletados ........................................... 70
3.2.5 Síntese do processo adotado pela empresa versus recomendações
Literárias ........................................................................................... 78
3.3 Sugestões ............................................................................................. 82
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 84
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ...................................................... 86
1 INTRODUÇÃO
O mundo vive a era do capitalismo. A necessidade crescente de se manter
no mercado exige das organizações posturas rígidas e inovadoras frente aos
desafios do mercado. Administrar um negócio, seja um modesto empreendimento
ou uma grande sociedade anônima, envolve muitas funções diferentes.
Pode-se verificar nas teorias administrativas, desde as propostas
apresentadas por Taylor, uma evolução para modelos mais elaborados, para uma
busca de conceitos que contemplem a organização em toda a sua complexidade.
Mesmo com toda a complexidade de uma organização, é finanças que faz
com que tudo aconteça: É o que dirige todo o resto, que atende às necessidades
da empresa, seja para financiar seu crescimento ou para atender às operações do
dia a dia. No passado havia a troca de mercadorias, o escambo, que
posteriormente se modificou para a troca de papel moeda, posteriormente surgiram
os cheques, cartões de crédito, boletos bancários, e a preocupação se resumia em
como vender mais sem perder a certeza do recebimento.
Perante essa incerteza foi criada a análise de crédito, que de forma
objetiva e seguindo procedimentos, analisa dados de forma a obter maior
segurança na concessão do crédito. É um processo dispendioso para lojistas que
vendem a prazo, pois além dos altos custos de operacionalização, muitas vezes os
critérios não são utilizados de formas padronizadas, gerando insegurança nas
vendas. Embora as Instituições Financeiras sejam as maiores usuárias de soluções
voltadas para automação de crédito, várias empresas estão começando a
implementar sistemas de análise, controle e gerenciamento.
É dessa forma que abordou-se a análise de crédito na empresa Polipetro
Distribuidora de Combustíveis com bandeira consolidada no mercado. Empresa a
qual busca atender seus clientes com o menor custo e maior segurança no que diz
respeito à análise e concessão de crédito.
14
1.1 Problema de Pesquisa
A preocupação com o aumento da inadimplência fez com que várias
empresas desenvolvessem critérios específicos para a concessão de crédito, e
optassem por designar um setor próprio para tal função. Assim que estabelecido
seus critérios para concessão de crédito, a empresa necessitava desenvolver
procedimentos para efetivamente analisar os pedidos e concluir a liberação do
crédito.
Neste contexto, o crédito com um enfoque jurídico, o inadimplemento das
obrigações, a análise e concessão de crédito, têm cada vez mais se tornando livres
e claras maneiras de proteger o negócio contra imprevistos de mercado.
Centa (2004, p.9) faz a seguinte ênfase a respeito da evolução da análise
de crédito: A economia mundial, globalizada, levou as empresas a reavaliarem seus riscos com relação ao mercado de um modo geral. Antigamente os fornecedores ficavam a uma quadra da empresa, os cliente iam a um estabelecimento para comprar, as vendas eram anotadas em cadernos, e os riscos do não-recebimento eram muito pequenos. Hoje isto é impossível, as empresas compram e vendem no mundo todo, pode-se comprar qualquer coisa pela internet, sem que as pessoas saibam jamais quem esta do outro lado da linha. Assim, o risco do não-recebimento é muito maior, e o mercado viu-se obrigado a criar ferramentas de análise que superem este não conhecimento.
Com o advento de cheques, cartões de crédito e compras on-line surgiu
uma preocupação antes não pensada: para quem dar crédito, e como se certificar
de que a confiança será retribuída com o devido pagamento do bem?
Uma decisão errada na concessão de crédito pode levar a dois tipos de
prejuízos, de acordo com Provar (2000, p.270); “a perda de um provável bom
negócio, se a recusa for indevida, ou a um prejuízo, caso a concessão também
tenha sido equivocada”.
Dentro deste contexto, apresentou-se o problema de pesquisa: Uma
análise criteriosa pode minimizar o risco na concessão de crédito?
O presente trabalho definiu as metodologias e caminhos para uma
concessão de crédito rápida, clara e eficiente.
15
1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo geral
O objetivo geral da pesquisa foi analisar e sugerir melhorias no que diz
respeito aos processos de análise e concessão de crédito na empresa Polipetro.
1.2.2 Objetivos específicos
Para atingir o objetivo geral proposto, definiram-se os seguintes objetivos
específicos:
• determinar o perfil de clientes da organização;
• verificar os procedimentos de coleta de dados para análise;
• identificar as deficiências quanto a análise dos dados para a liberação do
crédito;
• determinar possíveis pontos de melhoria no processo de análise e
concessão do crédito;
1.3 Aspectos Metodológicos
Este item trata da metodologia referente ao instrumento proposto.
Apresenta-se a caracterização da pesquisa, a tipologia do estágio, a coleta de
dados e o tratamento e análise dos dados. Roesh (2006, p.60), ressalta que: Entender a natureza de um problema para que se possa controlar o
ambiente. A fonte das questões de pesquisa é centrada em problemas e
preocupações das pessoas e o propósito é gerar soluções potenciais
para os problemas humanos.
16
1.3.1 Caracterização da pesquisa
O presente trabalho teve como propósito a Avaliação Formativa, que
segundo Roesch (2006, pg. 70), “implica um diagnóstico do sistema atual e
sugestões para sua reformulação; por isso requer certa familiaridade com o
sistema e, idealmente, a possibilidade de implementar as mudanças sugeridas e
observar seus efeitos.”
Conforme afirma Patton apud Roesch (2006, p. 61), “as avaliações
formativas baseiam-se em estudos de processo, avaliação de implementação e
estudo de caso, por isso, usam primariamente métodos qualitativos.”
1.3.2 População e amostra
Andrade (1997, p.134) cita que “a quantidade total dos elementos
componentes do fenômeno denomina-se universo ou população.” A autora
descreve ainda que uma parcela de quantidade retirada do universo denomina-se
amostra, que deve ser representativa do universo.
Neste trabalho, a população foi composta por dois analistas de crédito do
setor administrativo da empresa a ser estudada, além de seu diretor financeiro.
A amostra foi representada por dois processos de análise de crédito,
ambos do mês de Dezembro de 2007.
1.3.3 Coleta de dados
A coleta de dados foi feita por observação participante, onde, conforme
Roesch (2006, p.162), “ocorre quando o pesquisador tem permissão para realizar a
sua pesquisa na empresa e todos sabem a respeito de seu trabalho”.
Oliveira (1999, p.183) afirma que, “para a obtenção de dados podem ser
empregados três procedimentos: pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e
contatos diretos”.
17
Os dados foram coletados, também, através de documentos da
organização, histórico e entrevistas em grupos de funcionários visando determinar
os obstáculos e facilidades dos processos além de pontos de melhoria nos
mesmos.
1.3.4 Tratamento e análise de dados
Para Oliveira (1999, p.184) a “análise e interpretação dos dados
constituem o núcleo central da pesquisa, uma vez manipulados os dados e obtidos
os resultados”.
Roesch (2006, p.168) faz a seguinte observação a respeito da
interpretação de dados: Na pesquisa de caráter qualitativo, o pesquisador, ao encerrar sua coleta de dados, se depara com uma quantidade imensa de notas de pesquisas ou depoimentos, que se materializam na forma de textos, os quais terá de organizar para depois interpretar.
De acordo com Roesch (2006, p.169), “a coleta de dados por observação
traz o pesquisador até o local onde o evento esta acontecendo [...], o método da
observação permite ao pesquisador analisar com profundidade e detalhe os
eventos; descrever o que aconteceu e como aconteceu. A autora discorre ainda
que a pessoa do pesquisador é o instrumento de pesquisa, no caso da observação,
afirmando a importância do pesquisador ser sensível e capaz de ler mensagens
não verbais.
Os dados foram tratados de forma a se fazer uma comparação dos
processos da empresa com a literatura pesquisada, a fim de determinar os pontos
fortes e fracos do processo de análise, propondo melhorias para sanar os mesmos.
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA
Este capítulo consiste em levantar e abordar teorias, fazendo uma revisão
das bibliografias já existentes, tratando a administração como área de atuação e
ciência, o papel do administrador e a eficiência dos processos de análise e
concessão de crédito.
2.1 A Administração
Administração é o alcance de metas organizacionais de maneira eficaz e
eficiente por meio de planejamento, organização, liderança e controle de recursos
organizacionais (DAFT, 2005, p.5).
Uma das primeiras abordagens de administração é a abordagem clássica,
que inclui a Administração científica, idealizada pelo engenheiro Taylor (1856-
1915). Henry Fayol foi outro engenheiro que se inscreveu como expoente da
abordagem clássica da Administração. O estilo de Fayol é esquemático e bem
estruturado. É dele a clássica divisão das funções do administrador em planejar,
organizar, coordenar, comandar e controlar (MOTTA, 1982, p.11).
Reis (2007) afirma que administração trata, desde seus primórdios, de
organizar o trabalho de forma racional. A partir do final do século XIX, começou a
adquirir o status de ciência, com as tentativas de aplicação de métodos científicos
ao estudo e aprimoramento do trabalho, assim como ao desempenho do
trabalhador.
Maximiano apud Reis (2000, p. 20), sugere que "a administração é o
processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e utilização de
recursos".
Reis (2000, p. 21) faz, ainda, a seguinte ênfase sobre Administração:
A administração se caracteriza como uma atividade meio; não é um fim em si mesma. Administrar diz respeito ao desempenho da organização como um todo, em um determinado contexto. Desempenho, por sua vez, está relacionado aos conceitos de eficácia, eficiência e efetividade. Eficácia é a capacidade de realizar objetivos, eficiência é utilizar produtivamente os recursos, efetividade é realizar a coisa certa para transformar a situação existente.
19
Na visão de Reis (2000, p. 21), “os conceitos e técnicas de administração
devem servir para que as organizações alcancem o desempenho que desejam”. O
autor cita as seguintes funções administrativas:
• planejamento – diz respeito às decisões sobre objetivos, ações futuras e
recursos necessários para realizar objetivos;
• organização – compreende as decisões sobre a divisão de poder, traduzido
em autoridade, tarefas e responsabilidades entre pessoas e na divisão de
recursos para realizar as tarefas;
• direção ou coordenação – trata de ativar as pessoas para atingir os objetivos
propostos e proporcionar o sentido de missão;
• controle – abrange as decisões sobre a compatibilidade entre objetivos
esperados e resultados alcançados;
Reis (2007) finaliza afirmando que não existem fórmulas pré-estabelecidas
para a administração das organizações. Cada uma encontra, a partir das
indicações gerais, as maneiras mais adequadas ao seu desempenho. No entanto,
já existe um corpo teórico bastante extenso em administração e muito esforço pode
ser economizado se os membros das organizações – em particular seus dirigentes
– se dedicarem a estabelecer procedimentos a partir da teoria existente.
2.2 Administração Financeira
Tradicionalmente, a função da área financeira na empresa tem sido
administrar, de modo centralizado, todos os seus recursos financeiros.
Gitman (1997) diz que pode-se definir finanças como a arte e a ciência de
administrar fundos. Praticamente todos os indivíduos e a organização obtêm
receitas ou levantam fundos, gastam ou investem. Finanças ocupa-se do processo,
instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre
pessoas, empresas e governo.
Sanvicente (1980) destaca que a função da administração financeira é
assessorar a empresa como um todo, proporcionando-lhe os recursos monetários
exigidos.
20
Segundo Hoji (2000), a Administração Financeira tem como objetivo a
maximização do valor econômico das empresas e, desta forma, aumentar a
riqueza de seus proprietários. Os proprietários de empresas privadas esperam um
retorno do investimento proporcional ao risco assumido por meio de geração de
resultados. Assim, uma empresa pode ser visualizada como um sistema que
proporciona o aumento dos recursos nela investidos.
Conforme Sanvicente (1987), existe a necessidade de coordenação
financeira em diversas áreas da empresa, pois um dos objetivos da administração
financeira é de minimizar a aplicação de recursos em ativos correntes,
maximizando assim a rotação dos recursos aplicados.
A área de finanças é ampla e dinâmica. Afeta diretamente a vida de todas
as pessoas e todas as organizações, financeiras ou não financeiras, privadas ou
publicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos (GITMAN, 1997).
Segundo Sanvicente (1980), uma das maneiras de se caracterizar a
função financeira de uma empresa consiste em categorizar as áreas que exigem a
tomada de decisões pelos executivos responsáveis.
Por fim, Gitman (1997) afirma que a dimensão e a importância da função
da Administração Financeira dependem do tamanho da empresa. Em pequenas
empresas, a função financeira é geralmente exercida pelo departamento de
contabilidade. À medida que a empresa cresce, a importância da função financeira
conduz, em geral, à criação de um departamento próprio, dirigido pelo vice-
presidente de finanças e diretamente subordinado ao presidente ou ao executivo
principal da empresa.
2.2.1 O administrador financeiro
Diante da importância da administração dentro da organização, se faz
necessária a presença de um individuo que coordene todos os esforços, sendo a
ponte entre os processos administrativos e a organização. Assim, torna-se
importante fazer uma análise de como esse administrador pode se tornar o
principal elemento capaz de manter as organizações competitivas e rentáveis,
através da gestão do conhecimento.
21
Referindo-se à pessoa do administrador, Drucker (1992, p.7) destaca que,
nos primórdios da história da administração, ele era definido como sendo alguém
“responsável pelo trabalho de outros”. O autor ressalta que isso bastava naquela
época, já que distinguia as funções de um gerente da função do “dono”. Entretanto,
afirma ele, a definição nunca satisfez, já que, desde o começo, “havia pessoas
numa empresa, muitas vezes em cargos de responsabilidade, que pertenciam à
administração mas não eram responsáveis pelo trabalho de outras pessoas” .
Barnard apud Maximiano (2000) afirma que, nesse novo século, o essencial
do trabalho do administrador se resume a três principais responsabilidades:
• desenvolver e manter um sistema de comunicação com a organização
informal, como estratégia para possibilitar a eficácia da organização formal;
• promover a formação e manutenção de um sistema de recursos
humanos, incluindo a motivação das pessoas, por meio de incentivos eficazes;
• formular e definir os propósitos, objetivos e fins da organização, o que
inclui a doutrinação do pessoal operacional com os propósitos gerais e as grandes
decisões, de modo que eles permaneçam coesos e capazes de tomar decisões
finais, detalhadas, de maneira coerente.
Gitman (1997) descreve ainda as principais oportunidades de carreira em
administração financeira, dando uma prévia do que vem a ser os cargos e
principais funções do profissional de administração financeira:
• analista financeiro: Responsável principalmente pela preparação e
análise dos planos financeiros e orçamentários da empresa;
• analista/gerente de orçamentos de capital: Responsável pela avaliação e
recomendação de propostas de investimentos em ativos;
• gerente de caixa: Responsável por manter e controlar os saldos diários
de caixa da empresa;
• analista/gerente de crédito: Administra a política de crédito da empresa
por meio da análise e avaliação das solicitações de crédito.
O principal papel do Administrador Financeiro é o relativo à tesouraria da
empresa, ou seja, cuidar efetivamente do dinheiro, sua entrada e saída, e
logicamente preservar o retorno exigido pelos acionistas. Neste sentido é
necessário buscar um pleno entendimento da Administração de Caixa da empresa
e o Custo ao qual este fluxo está submetido (KUSTER, 2002).
22
2.3 Administração de Caixa
A administração do caixa compreende uma tarefa de suma importância para
a empresa. A grande maioria dos fracassos empresariais tem fortalecido a
convicção de que a principal razão da chamada mortalidade precoce das pequenas
e médias empresas é a falta da habilidade gerencial de seus administradores [...].
Empresa alguma poderá crescer ou mesmo sobreviver, sem um gerenciamento
adequado na área administrativa. É essencial a essa função administrativa o
conhecimento dos procedimentos financeiros e contábeis disponíveis, bem como a
sua melhor utilização para o acompanhamento, controle, ajuste e projeção dos
resultados da empresa (KUSTER, 2002).
Segundo Lima (1980, p.50), “a administração de caixa condiciona a situação
de liquidez da empresa, representada pela sua capacidade de pagar, nos prazos
certos, todos os compromissos assumidos, utilizando os recursos que se formam,
em cada período”.
Santos (2001) destaca que a correta distribuição dos recursos da empresa
depende da necessidade que o administrador financeiro tem de apurar a situação
da empresa em determinados períodos (diariamente ou semanalmente), onde uma
das ferramentas de maior destaque é o fluxo de caixa que pode fornecer as
informações necessárias para o administrador financeiro.
2.3.1 Fluxo de caixa
O Fluxo de Caixa é o instrumento financeiro que permite ao administrador
monitorar a evolução do equilíbrio ou desequilíbrio entre a entrada e a saída de
dinheiro durante um período determinado, possibilitando a adoção antecipada de
medidas que possibilitem assegurar a disponibilidade de recursos para o
atendimento das necessidades de caixa (KUSTER, 2002).
Provar (2000) define fluxo de caixa como sendo um conjunto de entradas
(+) e saídas (-) de dinheiro do caixa, ao longo do tempo.
23
Figura 1 – Representação gráfica de fluxo de caixa. Fonte: Provar 2000, p.24.
Segundo Santos (2001, p.57), “o fluxo de caixa é um instrumento de
planejamento financeiro que tem por objetivo fornecer estimativas da situação de
caixa da empresa em determinado período de tempo à frente”.
Para Silva (1999), o fluxo de caixa é considerado pelos analistas como um
dos principais instrumentos de análise, proporcionando a visualização do processo
de circulação do dinheiro na empresa. A análise do fluxo de caixa ajuda no
entendimento da origem e do destino do dinheiro que transitou pela empresa,
sendo o administrador de caixa responsável pela comparação entre o fluxo previsto
e o realizado, objetivando localizar eventuais variações e suas causas.
Pode-se afirmar, segundo Gitman (1997) que o fluxo de caixa mantém a
solvência da empresa, analisando e planejando o fluxo de caixa para satisfazer as
obrigações e adquirir os ativos necessários ao cumprimento dos objetivos da
empresa. O administrador financeiro adota o regime de caixa para reconhecer as
receitas e despesas que efetivamente representam entradas e saídas de caixa.
Conforme Yoshitake & Hoji (1997, p.156), “o objetivo da projeção de fluxo
de caixa é assegurar a disponibilidade de fundos sob as mais variadas condições
econômicas e obter o máximo retorno dos excessos de caixa”.
“As projeções de caixa da empresa têm várias finalidades. A principal
delas é informar a capacidade que a empresa tem para liquidar seus
compromissos financeiros a curto e longo prazo”, afirma Santos (2001, p.57). O
autor especifica ainda que “os principais fatores determinantes do formato do fluxo
de caixa são o prazo de cobertura, sua utilização e a disponibilidade de recursos
humanos e materiais a serem alocados a sua implantação e operação”.
24
A seguir relacionam-se alguns aspectos que se destacam na elaboração
do fluxo de caixa, conforme Santos (2001, p.60):
• prazo de cobertura e período de informação: Um fluxo de caixa projeta o
saldo de caixa para um horizonte de tempo (semana, mês, ano etc.), chamado
prazo de cobertura;
• grau de detalhamento das entradas e saídas de caixa: Os dados sobre
entradas e saídas de caixa podem ser apresentados de forma resumida ou
detalhada. À medida que aumenta o número de funções do fluxo de caixa, ele
precisará ter maior nível de detalhamento para as entradas e saídas;
• grau de precisão: O grau de precisão dos dados do fluxo de caixa varia
em função de seu prazo de cobertura;
• Funções do fluxo de caixa: O fluxo de caixa deve ser apenas um
instrumento de planejamento financeiro. Outras funções como controle da
inadimplência, controle bancário, ou mesmo controle de gastos não devem ser
objeto do fluxo de caixa.
Kuster (2002) afirma que quando elaborado em períodos, o fluxo de caixa
deve compreender um resumo do cronograma das despesas e investimentos, das
receitas previstas e épocas de realizações, dos pagamentos parciais ou totais de
obrigações, bem como de novas obrigações a contratar, possibilitando prever:
• as projeções das entradas e saídas de recursos;
• os períodos deficitários e superavitários da projeção;
• os resultados finais por períodos.
2.4 Política de Crédito
De acordo com Paiva (1997, p.3), “a palavra crédito deriva do latim
credere que significa acreditar, confiar”.
Schrickel apud Centa (2004) define crédito como sendo todo ato de
cessão temporária de parte do patrimônio a terceiro com a expectativa de que esta
parcela volte à sua posse integralmente, pós decorrido o tempo estipulado.
25
Em outras palavras, o crédito pode ser entendido como sendo o direito de
receber o que se emprestou, em termos jurídicos, “o crédito é um direito do credor
à prestação, é o poder de exigir a realização da prestação debitória, com recurso,
se necessário, aos meios coercitivos de tutela jurídica” (NORONHA, 2003, p.51).
Centa (2004) destaca o conceito de crédito da seguinte forma:
• crédito é lógica, bom senso, é um raciocínio;
• crédito é confiança;
• crédito requer garantia e conhecimento;
• crédito implica em aceitar riscos.
Crédito não significa apenas a cessão de patrimônio. É uma relação de
confiança entre duas partes. A empresa deve ceder créditos a um cliente, que vai
adquirir produtos e/ou serviços, porém deve também fazer concessões e acreditar
que seus fornecedores não irão deixar de cumprir suas obrigações (CENTA, 2004).
No varejo, conforme Provar (2000) o crédito pode ser entendido como a
transferência de recursos de uma empresa para o cliente, mediante promessa de
pagamento futuro, de forma que o mesmo possa adquirir produtos (ou serviços).
Silva (1997, p. 68) faz a seguinte observação a respeito do crédito: O crédito possibilita às empresas aumentarem seu nível de produtividade, estimula o consumo influenciando na demanda, ajuda as pessoas a obter moradia, bens e até alimentos e facilita a execução de projetos para os quais as empresas não disponham de recursos próprios suficientes.
Em outra ótica tem-se que a Política de Crédito estabelece os princípios a
serem utilizados nas operações de crédito, ou operações ativas, influencia e é
influenciada pela Política Financeira e diz respeito à escolha de um público-alvo e
de condições para a contratação dessas operações de crédito.
Santos (2001, p.36) faz a seguinte afirmação quanto às diretrizes de uma
política de crédito: As diretrizes de uma política de crédito comercial tem por objetivo atingir determinadas metas financeiras e comerciais. Desse modo a política de crédito comercial da empresa está subordinada a suas estratégias de marketing e finanças, ou seja, quanto melhor for a situação financeira da empresa, mais liberdade ela terá para estabelecer sua política de crédito. Nesse caso, ela não precisara seguir os padrões de crédito do setor em que atua, podendo aproveitar todo o potencial de ganho do mercado.
26
A política de crédito de uma empresa, por meio de seus diversos
elementos, afeta de modo significativo sua participação no mercado, seu capital de
giro, sua situação de caixa e sua rentabilidade. O autor afirma que o principal efeito
de uma política de crédito é seu impacto sobre a lucratividade da empresa.
(SANTOS, 2001)
2.4.1 O analista de crédito: perfil e competências
A análise e concessão de crédito nas empresas requer um profissional
capacitado para tomar as decisões necessárias no que diz respeito a análise de
dados e posterior liberação do bem.
O analista de crédito, na visão de Reis (2007), tem como tarefa analisar o
perfil de um cliente, com o objetivo de emitir um parecer sobre sua situação e então
decidir se este merece ou não o crédito solicitado. Analisando o perfil desse cliente
em potencial, é possível ter bons indicadores se será um bom pagador, ou se será
um cliente inadimplente.
Blatt (2003) afirma que o papel do analista de crédito é chave para os
lucros de uma empresa. Suas políticas afetam vendas, necessidades financeiras e,
finalmente, a saúde do credor. O autor explica que o analista de crédito tem uma
grande responsabilidade para com as vendas, o fluxo de caixa, os níveis de lucro e
a completa saúde financeira da empresa.
O maior desafio do analista de crédito, segundo Blatt (2003), consiste em
exercer seu julgamento enquanto se confronta com todas estas considerações
conflitantes. Este profissional tem uma grande responsabilidade para com as
vendas, o fluxo de caixa, os níveis de lucro e a completa saúde financeira da
empresa.
Experiência prática representa a primeira ferramenta em um conjunto de
gerenciamento de um analista, conforme Blatt (2003). Julgamento combinado com
análise financeira e creditícia fornecem um segundo instrumento de administração.
O autor enfatiza ainda que métodos científicos, tais como pontuação de crédito,
coeficientes e análise de fluxo de caixa e outras técnicas, funcionam como uma
terceira ferramenta.
27
O analista deve ser capaz e desejar fazer pressupostos baseados
solidamente. Freqüentemente, ele deve confiar no registro dos pagamentos da
conta do cliente e em outros dados históricos para inferir se sua empresa receberá
o crédito. As experiências favoráveis de outros credores podem indicar que o
credor também será pago oportunamente (BLATT, 2003).
Por fim, Weston e Brigham (2000) explicam que os analistas de crédito
devem confiar em seu conhecimento adquirido e em seu instinto, para tomar as
decisões de crédito.
2.4.2 Análise e decisão de crédito
Schrickel apud Centa (2004) descreve que a análise de crédito não se
resume apenas a pequenas empresas, com capital baixo, ao qual pode ir a falência
rapidamente pelo não cumprimento de suas obrigações. De acordo com os bancos,
o principal objetivo de uma análise de crédito é o de identificar os riscos nas
situações de empréstimo, evidenciar conclusões quanto à capacidade de
pagamento do tomador e fazer recomendações relativas à melhor estruturação e
tipo de empréstimo a conceder, à luz das necessidades financeiras do solicitante,
dos riscos identificados e mantendo, adicionalmente, sob perspectiva a
maximização dos resultados da Instituição concedente.
Centa (2004, p. 9) faz a seguinte observação a respeito da importância da
análise de crédito: Quando vendemos queremos receber nosso dinheiro de volta e, quando compramos, queremos receber aquilo que compramos. Não basta ter um contrato dando-nos toda a segurança que iremos receber se na data acordada nosso cliente não nos paga e nosso fornecedor não entrega a mercadoria.
De acordo com Reis (2007), a análise de crédito consiste em atribuir
valores a um conjunto de fatores que permitam a emissão de um parecer sobre
determinada operação de crédito. Para cada fator individual é emitido um valor
subjetivo (positivo ou negativo). Se o conjunto de fatores apresentar valores
positivos em maior número do que os negativos, a tendência é de que o parecer
seja favorável à concessão do crédito, senão o analista não deve concedê-lo.
28
A análise de crédito, conforme Centa (2004), procura identificar os riscos
nas situações de crédito, riscos estes, ligados aos conceitos dos cinco C´s
(Caráter, Capacidade, Capital, Colateral e Condições).
Por fim, Gitman (1997) explana que quando uma empresa é contratada por
um cliente que solicita crédito, o departamento de crédito começa o processo de
avaliação, exigindo que o solicitante preencha vários formulários de informações
acerca de suas referências financeiras e de crédito.
A seguir analisa-se individualmente o conceito dos cinco C´s bem como
todos os procedimentos e dados necessários para a analise, decisão e concessão
de crédito.
2.4.3 Os 5 C´s de crédito
As informações que são necessárias para a análise subjetiva da
capacidade financeira dos tomadores são tradicionalmente conhecidas como “C’s
do Crédito”: Caráter, Capacidade, Capital, Colateral e Condições.
Figura 2 – Aplicação dos C’s do crédito. Fonte: Adaptado de ASSAF NETO e SILVA, 1997.
29
2.4.3.1 Caráter
No contexto geral, trata-se da vontade do cliente de pagar suas contas, o
que traduz sua índole, ética e senso moral. Mesmo sendo uma característica
essencialmente subjetiva, uma forma de apurá-la é obter informações junto a
bancos e cartórios de títulos e protestos.
Segundo Schrickel (2000, p. 48), “este é o “C” de crédito mais importante,
tendo em vista que independente do montante emprestado, este se refere à
capacidade que o tomador tem em repagar o empréstimo”.
Pode-se dizer, de acordo com Provar (2000), que caráter refere-se
basicamente, a intenção do tomador de crédito de efetuar os pagamentos a que se
comprometeu.
Centa (2004, p.10) define caráter em poucas palavras: “a Intenção de
cumprir com o prometido”.
“Os dados históricos de pagamentos e quaisquer causas judiciais
pendentes ou concluídas contra o cliente seriam utilizados na avaliação do seu
caráter” (GITMAN, 1997, p.696).
Centa (2004, p. 10) afirma que: Sempre se deve avaliar o passado, as pessoas, e empresas, que são representadas por pessoas, se possuem lisura de caráter, sempre cumprem suas obrigações, e se enfrentam adversidades, não assumem compromissos que não tem condições de cumprir. De nada adiante uma pessoa utilizar um veículo caro, novo, se ele esta com busca e apreensão.
Essas informações versam sobre a conduta do cliente no que diz respeito
à pontualidade e constância com que tem liquidado seus títulos e obrigações.
2.4.3.2 Capacidade
A capacidade se refere à habilidade de pagar. Para Schrickel (2000),
capacidade e caráter se confundem em certos aspectos. Com o processo de
industrialização o sistema econômico ficou mais complexo.
30
Gitman (1997) explica que capacidade é o potencial do cliente para quitar
o crédito solicitado. A análise dos demonstrativos financeiros, com ênfase especial
nos índices de endividamento, são geralmente utilizados para avaliar a capacidade
do solicitante de crédito.
“Em outras palavras, está relacionada com a habilidade de cumprir com a
obrigação” (CENTA, 2004, p.10). O autor enfatiza que: Não basta ter vontade de pagar. As pessoas, e as empresas, têm de ter condições de pagar. Se as vendas caíram, se o produto deixou de ter aceitação, se a época de vendas é de baixa não basta vontade, a empresa tem de ter condição financeira para efetuar o pagamento.
Pode-se dizer, em outras palavras, que reflete a competência da gestão
dos administradores e o próprio grau de especialização da produção e
comercialização da empresa. A capacidade de gestão está relacionada ao
desempenho da empresa, e a sua pontualidade mediante suas obrigações.
2.4.3.3 Capital
Capital se refere na conversão de negócios em renda. Segundo Schrickel
(2000, p. 52), ”é mais importante toda a análise do balanço patrimonial, do que só o
Capital Social”. Não é só o Patrimônio Líquido, é a estrutura econômico-financeira
da empresa. As análises de balanço e a geração de valor da empresa. Decisórias.
Se as linhas de crédito disponíveis e os recursos próprios da empresa forem
insuficientes, é bem provável que o insucesso da empresa seja grande.
Gitman (1997, p.696), esclarece, quanto ao estudo do capital das
empresas, que: Refere-se ao estudo do patrimônio da empresa. Ele estende-se desde a provisão de receitas e despesas, passando pelos investimentos no ativo permanente, pelo comportamento das contas no balanço patrimonial, pelo prazo das obrigações, até à análise da qualidade dos ativos. Em síntese, a solidez financeira do solicitante, conforme indicado pelo patrimônio liquido da empresa.
Centa (2005, p.11) define Capital como sendo a análise do perfil
empresarial e da rentabilidade do patrimônio liquido da empresa.
31
2.4.3.4 Colateral
Em síntese, demonstra a capacidade do cliente em oferecer garantias
colaterais, espécie de segurança adicional necessária à concessão do crédito que
atenua o risco da operação. As garantias reais são o direito especial de garantia
sobre móveis ou imóveis, além da promessa de contra-prestação, tais como
Alienação Fiduciária, Hipoteca, Penhor Mercantil, Caução, Ações, Cédula
Hipotecária, Certificado de Depósito, Debêntures, Duplicatas, Letras de Câmbio,
Letra Hipotecária, Nota Promissória, Título de Dívida etc.
Naturalmente, quanto maior esse montante, maior será a probabilidade de
se recuperar o valor creditado, no caso de inadimplência, salienta Gitman (1997).
Segundo Schrickel (2000, p.55), ”[...] o ideal é nunca relacionar o colateral
com os pontos fracos dentro do elemento caráter”, pois incluirá riscos que não
devem ser assumidos pelo banco, e sim aos elementos capital, capacidade e
condições para minimizar os pontos fracos do tomador de recursos para estes
elementos.
Por fim, o exame do balanço patrimonial e a avaliação de ativos em
conjunto com o levantamento de pendências judiciais podem ser usados para
estimar os colaterais (GITMAN).
2.4.3.5 Condições
Schrickel (2000, p. 53) define que “as condições dizem respeito ao cenário
micro e macroeconômico em que o tomador, no caso a empresa, está inserido”.
Provar (2000, p.273) define como fatores externos (macroeconômicos), as
variáveis como risco país, taxa de juros, atividade econômica, estão
correlacionados. Toda a negociação de crédito com empresas deve levar em conta
o contexto atual e as perspectivas futuras da economia. É certo que os
emprestadores de recursos tendem a ser mais liberais em momentos de
recuperação econômica e mais cautelosos em momentos recessivos.
32
2.4.4 Análise cadastral
A obtenção de informações cadastrais da empresa, dos sócios/dirigentes,
e do grupo empresarial é iniciada no momento em que o cliente e o concessor de
crédito firmam seu primeiro contato. Caso o cliente já mantenha relações com o
concessor, as informações requerem somente uma atualização. As informações de
referências são pesquisadas diretamente junto às fontes mencionadas pelo
postulante ao crédito, tais como instituições financeiras com que mantêm
operações e fornecedores.
2.4.4.1 Ficha cadastral
Conforme Santos (2001, p.40), as empresas utilizam os mais variados
métodos para conceder um crédito, mas, atualmente, o critério dominante para
aprovação de crédito é através de análise de um cadastro da empresa candidata à
compra a prazo.
2.4.4.2 Ficha cadastral de pessoa jurídica
A ficha cadastral dos clientes de uma empresa deve conter todas as
informações necessárias para a análise de crédito do cliente. Para que tenham
utilidade, entretanto, estas informações devem ser constantemente verificadas e
atualizadas. Assim, as fontes complementares de informação, como Serviços de
Proteção ao Crédito, Associações Comerciais e Instituições Financeiras, vão
acabar sendo usadas apenas no processo de controle da veracidade das
informações cadastrais.
Como bem sintetiza Berni (1999, p.26), “o que de fato interessa é saber
como a empresa opera, qual sua real situação física, quais os investimentos e
perspectivas, e ainda quais são seus riscos e situações limites.” Importante
também será conhecer-se qual sua necessidade de recursos, onde empregá-los e
qual o retorno desejado.
33
O cadastro de pessoa jurídica visa levantar dados a respeito da empresa
candidata a receber o crédito. O levantamento dessas informações é de suma
importância para se conhecer a empresa, analisar o risco da concessão do crédito
e do possível não recebimento do bem ou valor cedido.
Leoni (1998, p.47) destaca as principais informações a serem apuradas no
cadastro de pessoa jurídica:
• razão social: Identifica a empresa. Consta do Contrato Social;
• nome fantasia: também identifica a empresa, as vezes é bem mais
conhecido e importante que a própria razão social;
• dados sobre localização: endereço, cidade, estado;
• atividade e ramo: descreve o ramo de atividade da empresa;
• CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica): é um número único que
identifica uma pessoa jurídica junto à Receita Federal Brasileira (órgão do
Ministério da Fazenda), necessário para que a pessoa jurídica tenha
capacidade de fazer contratos e processar ou ser processada;
• patrimônios;
• faturamento: mensal e/ou anual;
• dados contábeis, balanços e balancetes;
• dados sobre os sócios: a saúde financeira da empresa esta diretamente
ligada a de seus sócios;
• referências em geral: fornecedores, clientes, concorrência.
2.4.5 Demonstrativos financeiros
As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a
empresa, de acordo com regras contábeis. São um conjunto de dados,
subdivididos em diversas categorias gerados pelos contabilistas. Através destes
dados é possível para os analistas calcular índices que comparados com índices
de outras empresas do mesmo ramo de atividade, permite extrair informações
sobre a situação econômica e financeira da empresa, que são de grande
importância para a tomada de decisões.
34
Silva (1997, p. 181) faz a seguinte afirmação quanto a análise de
demonstrativos financeiros: Podemos conceituar a análise de demonstrativos financeiros como sendo a análise das informações obtidas através das demonstrações financeiras, com intuito de compreender e avaliar aspectos como: (1) a capacidade de pagamento da empresa através da geração de caixa, (2) capacidade de remunerar os investidores gerando lucros compatíveis com suas expectativas, (3) nível de endividamento, motivo e qualidade do endividamento, (4) políticas operacionais e seus impactos na necessidade de capital de giro da empresa e (5) diversos outros fatores que atendam ao propósito do objetivo da análise.
Para Gitman (1997), é importante exigir que o candidato ao crédito
apresente suas demonstrações financeiras dos últimos anos, a empresa se
habilitará para analisar sua situação de liquidez, atividade, endividamento e
lucratividade.
Marion (1998) define demonstrações financeiras como relatórios
devidamente elaborados e solicitados pelos diversos usuários da empresa. As
demonstrações financeiras variam de empresa para empresa. Dependendo do
ramo de atividade, as informações tendem a ser extensas ou reduzidas.
Os componentes do balanço patrimonial são os ativos circulantes, os quais
se transformam mais rapidamente em dinheiro, em caixa, prestando-se para
assegurar a capacidade da empresa em pagar seus compromissos (BULGACOV,
1999).
Marion (1998) descreve a Demonstração das Origens e Aplicações de
Recursos (DOAR) como a figura do Capital Circulante Líquido no início e no final
do exercício, indicando as modificações na posição financeira da companhia
decorrentes da política financeira da entidade ou da diretoria.
Neves (1998) conceitua a Demonstração das Origens e Aplicações de
Recursos como uma demonstração capaz de identificar todas as modificações
financeiras como as aquisições e aplicações de novos recursos ocorridas em curto
prazo pela empresa.
Leoni (1998) enfatiza que o co-relacionamento estabelecido entre grupos
de contas do Balanço patrimonial e do demonstrativo de resultado do exercício de
uma empresa fornece relevantes subsídios para os aspectos contábeis,
econômicos e financeiros. O autor afirma ainda que os dados fornecem a avaliação
do potencial da empresa, com referência aos créditos, seu grau de liquidez a curto
prazo, bem como a capacidade da empresa de saldar seus compromissos.
35
2.4.6 Índices
Índice é a relação entre contas das demonstrações financeiras que
objetiva evidenciar determinado aspecto da situação econômica e financeira de
uma empresa.
Centa (2004) esclarece que para a análise de índices, utiliza-se o conceito
de que se a empresa eventualmente fechasse suas portas hoje, o que aconteceria
aos seus credores, clientes e fornecedores, ou seja, a visão de uma situação
estática no momento em que tem o resultado do calculo do índice.
Silva (1997, p. 207) define índices como segue: Relações entre contas ou grupos de contas das demonstrações financeiras, que têm por objetivo fornecer-nos informações que não são fáceis de serem visualizadas de forma direta nas demonstrações financeiras.
Leoni (1998, p. 75) faz a seguinte observação sobre os índices financeiros: Índices financeiros representam o resultado das relações estabelecidas entre grupos ou contas do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício, permitindo a comparação de vários exercícios, para avaliação do comportamento econômico-financeiro da companhia nos exercícios desejados. Através deles pode-se estabelecer a tendência presente e a futura quanto ao comportamento de suas atividades econômicas.
O autor cita ainda que, apesar da contribuição fornecida pelos índices
financeiros, é importante destacar que os mesmos normalmente se referem ao
passado, quando para o analista o mais importante é saber o presente e ter uma
expectativa do futuro.
2.4.6.1 Índices de estrutura
De acordo com Silva (1997, p. 213), “os índices de estrutura são aqueles
que relacionam a composição de capitais (próprios e de terceiros), que medem os
níveis de imobilização de recursos e que buscam diversas relações na estrutura da
divida de empresa”. Conforme o autor, estes índices estão ligados a decisões
financeiras de financiamento e de investimento.
Segundo Leoni (1998, p. 75), os índices estruturais “avaliam a empresa no
sentido de se conhecerem os aspectos relativos à composição do passivo no
balanço (capital próprio e de terceiros), no que tange a estrutura patrimonial, bem
36
como os níveis de imobilização dos recursos”. O autor afirma ainda, que quanto
mais inferior for o percentual em relação aos índices, melhor será a estruturação do
capital da empresa.
2.4.6.1.1 Participação de capital de terceiros (PCT)
Para Silva (1997, p. 213), “o índice de participação de capitais de terceiros
indica o percentual de capital de terceiros em relação os patrimônio liquido,
retratando a dependência da empresa em ralação aos recursos externos”.
PCT= Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo x 100
Patrimônio Liquido
Leoni (1998) afirma que a participação de capital de terceiros demonstra a
participação de capital de terceiros em relação aos recursos dos
sócios/proprietários da companhia.
2.4.6.1.2 Composição do endividamento (CE)
Silva (1997) define a composição do endividamento como sendo a
indicação de quanto da dívida total da empresa deverá ser paga a curto prazo, ou
seja, as obrigações de curto prazo comparadas com as obrigações totais.
CE= Passivo Circulante x 100
Passivo Circulante+Exigível a Longo Prazo
2.4.6.1.3 Imobilização do patrimônio liquido (IPL)
É a razão entre ativo permanente e o patrimônio líquido, indicando quanto
do patrimônio líquido está aplicado no ativo permanente.
37
IPL = Ativo permanente x 100
Patrimônio líquido
Os principais pontos a serem observados pelo analista, com relação ao
índice de imobilização, são, de acordo com Silva (1997):
• como variou o patrimônio liquido no período;
• ocorrência de reavaliação de ativos no período;
• participação de investimentos, imobilizado e diferido no ativo
permanente.
O autor destaca que o índice de imobilização envolve importantes
decisões estratégicas da empresa, quando a expansão, compra, aluguel ou leasing
de equipamentos.
Leoni (1998, p. 76) sintetiza a imobilização do patrimônio liquido como
sendo “a quantidade de recursos próprios que a companhia aplicou no ativo
permanente”.
2.4.6.1.4 Índice de participação de contas a receber (PCR)
PCR = Contas a receber
Ativo circulante
Conforme Santos (2001, p. 24), este índice “mostra a participação da
carteira de duplicatas da empresa sobre o total do capital de giro. Quando é muito
alto pode significar que a empresa está adotando uma política agressiva de crédito
comercial, ou que ela enfrenta alto índice de inadimplência”.
2.4.6.1.5 Índice de participação dos estoques (PE)
PE = Estoques
Ativo circulante
38
Conforme Santos (2001), este índice representa o peso dos estoques em
relação ao capital de giro. Um índice elevado pode significar excessiva
imobilização em estoques, ou, ainda, um pequeno volume de contas a receber.
2.4.6.2 Índices de liquidez
Conforme Santos (2005, p. 14), os índices de liquidez “mostram a
capacidade da empresa em gerar fundos para amortizar as despesas de curto e de
longo prazos”.
Os índices de liquidez visam fornecer uma medida, ou melhor, um
indicador da capacidade de a empresa pagar suas dividas, a partir da comparação
entre os direitos realizáveis e as exigibilidades (SILVA, 1997).
Leoni (1998, p. 77), faz a seguinte observação a respeito dos índices de
liquidez: Os índices de liquidez fornecem uma visão da capacidade de a empresa saldar suas obrigações nos prazos determinados, quanto maior os índices, maior será a capacitação para saldar seus compromissos.
Conforme Santos (2001), os índices de liquidez podem ser utilizados para
avaliação situacional da empresa, permitindo um acompanhamento de seu capital
de giro através da evolução histórica do mesmo ou em comparação com outras
empresas do ramo. Esses índices permitem prever a capacidade financeira da
empresa para liquidar seus compromissos financeiros no vencimento, fornecendo
uma indicação de sua capacidade de manter seu capital de giro no volume
necessário à realização de suas operações.
Centa (2005, p.94), citando Everson Carlin, discorre liquidez como sendo
“a capacidade de transformar-se em espécie, ou seja, a capacidade de um item do
ativo transformar-se em numerário em um curto espaço de tempo”.
Os índices de liquidez somente contribuem para diagnosticar a efetiva
situação financeira da empresa, de acordo com Santos (2005), se:
• for observado o descasamento entre os prazos de recebimentos das
duplicatas a receber e de pagamento das dividas circulantes;
• os estoques incluídos no ativo circulante referirem-se a produtos
acabados e de rápida conversão em caixa;
39
• forem analisadas a qualidade das decisões de créditos por meio do
índice de liquidez das duplicatas e as perdas históricas com devedores
duvidosos;
• forem verificadas quais são as taxas de juros embutidas nas contas a
pagar ao fornecedores e nos empréstimos bancários.
O autor finaliza afirmando que caso essas recomendações não sejam
observadas os índices de liquidez podem informar uma capacidade de pagamento
que efetivamente não existe.
2.4.6.2.1 Liquidez geral (LG)
A liquidez geral, de acordo com Leoni (1998), demonstra quanto a
empresa possui de ativo circulante somado ao realizado a longo prazo para cada
real da divida total com terceiros.
Silva (1997, p. 221), sintetiza o índice de liquidez geral como sendo
“quanto a empresa possui em dinheiro, bens e direitos realizáveis a curto e a longo
prazo, para fazer face às suas dívidas totais”.
LG = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
Resumidamente, Santos (2005, p. 15) define índice de liquidez geral como
sendo “a capacidade da empresa de pagar suas obrigações totais com seus ativos
de curto e longo prazo.” O autor exemplifica que se a empresa finalizar suas
atividades naquele momento, deveria pagar todas as suas dividas com seu
dinheiro mais seu realizável.
2.4.6.2.2 Liquidez corrente (LC)
Conforme Santos (2001), o índice de liquidez corrente indica a capacidade
da empresa para liquidar seus compromissos financeiros de curto prazo. Como ele
estabelece a relação entre ativo circulante e passivo circulante, quanto maior for o
índice, melhor será a situação financeira da empresa.
40
LC= Ativo circulante
Passivo circulante
Centa (2004, p.96) descreve que o índice de liquidez corrente aponta o
volume de recursos disponíveis para a cobertura de compromissos correntes, ou
seja, se a empresa fechar suas portas hoje, o dinheiro e os direitos que ela tem a
receber a curto prazo são suficientes para pagar suas dividas de curto prazo.
Leoni (1998) resume liquidez corrente como a capacidade da empresa
para saldar seus compromissos a curto prazo.
2.4.6.2.3 Liquidez seca (LS)
Segundo Sanvicente (1987), este índice de liquidez corresponde a uma
tentativa de sanar as deficiências do índice de liquidez corrente, pois desconsidera
os estoques de seu cálculo, que é reconhecidamente o ativo circulante de menor
liquidez.
Leoni (1998) diz que a liquidez seca determina quanto a empresa possui
de caixa, bancos, títulos negociáveis e duplicatas a receber a curto prazo para
fazer frente a exigibilidade também a curto prazo.
LS = Ativo circulante - Estoque
Passivo circulante
Para Centa (2004, p.97), “mede a capacidade de cobertura dos
compromissos de curto prazo, independente da utilização dos estoques”.
2.4.6.2.4 Liquidez imediata (LI)
Centa (2004) aponta como sendo o volume de recursos disponíveis para
cobertura de compromissos correntes, ou seja, o dinheiro que ela possui em caixa,
disponível, é suficiente para pagar suas dividas de curto prazo. Preferencialmente,
o resultado desta equação deve ser superior a 1,00. Assim, se o valor da
41
disponibilidade for maior do que o valor das dividas, haverá saldo para honrar os
compromissos.
LI= Disponibilidades + Aplicações Temporárias
Passivo Circulante
Segundo Sanvicente (1987), este índice é o mais satisfatório que
representa a liquidez de uma empresa, pois vem comparando as obrigações de
vencimento a curto prazo, com o que a empresa possui em caixa e também o que
ela pode transformar imediatamente em dinheiro (aplicações, letras de câmbio,
etc).
2.4.6.3 Índices de rotação
Silva (1997, p. 229) afirma que: Os índices de rotação constituem-se em categoria de elevada importância para o analista. O balanço da empresa representa sua situação patrimonial em determinado momento, isto é, como se fosse uma fotografia que mostra algo de forma estática, sem refletir sua mobilidade, seu dinamismo. A empresa, em suas operações, compra, fabrica, estoque, vende e recebe, no processo dinâmico e continuo. Estes índices têm grande contribuição na interpretação da liquidez e rentabilidade da empresa, a metida que serve de indicadores dos prazo médios de rotação de estoques, recebimento das vendas e pagamentos das compras. Por tanto, estes prazo constitui-se no alicerce básico para determinação do ciclo financeiro.
2.4.6.3.1 Prazo médio de rotação dos estoques (PMRE)
Para Silva (1997, p. 230), “o prazo médio de rotação dos estoques indica
quantos dias, em média, os produtos ficam armazenados na empresa antes de
serem vendidos. O volume de estoque mantido por uma empresa decorre de seu
nível de venda e de sua política de estocagem”.
PMRE = Estoque médio x Dias do período considerado
Custo Mercadoria Vendida
42
Cabe lembrar que, em razão de trabalhar-se na fórmula de cálculo de
PMRE com os estoques das datas de encerramento dos balanços, caso a empresa
tenha algum tipo de sazonalidade em suas atividades, o resultado obtido poderá
carregar alguma distorção. O ideal seria que se tivesse estoques mensais para o
cálculo da média (SILVA, 1997).
2.4.6.3.2 Prazo médio de recebimento de vendas (PMRV)
Na visão de Silva (1997), o prazo médio de recebimento das vendas indica
quantos dias, em média, a empresa leva para receber suas vendas. O autor afirma
que o volume de duplicatas a receber é decorrência de dois fatores básicos:
• montante de venda a prazo;
• prazo concedido aos clientes para pagamento.
PMRV = Média do período das Dulplicatas a Receber x Dias do período
Vendas liquidas + Impostos sobre vendas
As vendas a prazo devem seguir uma política de crédito adotada pela
empresa que seja adequada a seu tipo de atividade. Há diferenças fundamentais
nos padrões para concessão de credito utilizados por empresas diferentes,
especialmente quando atuantes em ramos de atividades diferentes (SILVA, 1997).
2.4.6.3.3 Prazo médio de pagamento das compras (PMPC)
O prazo médio de pagamento das compras indica quantos dias, em média,
a empresa demora para pagar seus fornecedores (Silva 1997).
PMPC = Média do período dos Fornecedores x Dias do período
Compras
43
Silva (1997, p. 234), faz a seguinte observação a respeito dos
fornecedores: Os valores relativos a conta de fornecedores são obtidos facilmente das demonstrações financeiras, exceto o saldo inicial para o primeiro período, o qual deve ser solicitado a empresa. Os dias do período também não apresentam maior dificuldade. Por outro lado, é necessário calcular o valor das compras. Nas empresas comercias o calculo dos valores das compras é mais simples do que nas empresas industriais.
Leoni (1998, p. 79) esclarece que “a empresa deverá estar atenta para
obter maior prazo de pagamentos, menor prazo de renovação de estoques e
menor prazo de recebimento de vendas.” De acordo com o autor, desta forma a
empresa ficará menos carente dos recursos que implementam suas atividades.
2.4.6.4 Índices de retorno
Certamente, o lucro é o principal fator de estimulo e uma das formas de
medir o êxito de uma empresa.
Para Silva (1997), os índices de retorno (lucratividade ou rentabilidade)
indicam qual o retorno que a empresa está propiciando. O autor cita ainda que,
através destes índices é possível levantar o retorno sobre as vendas,
investimentos, capital próprio etc.
2.4.6.4.1 Giro do ativo (GA)
O giro do ativo estabelece a relação entre as vendas efetuadas no período
e os investimentos totais da empresa (SILVA, 1997).
GA = Vendas liquidas
Ativo Total
Leoni (1998) define como sendo a comparação entre o faturamento da
empresa e os recursos investidos.
44
2.4.6.4.2 Retorno sobre as vendas (RSV)
Silva (1997, p. 240) descreve retorno sobre as vendas como sendo: O índice que compara o lucro liquido em relação as vendas liquidas do período, fornecendo o percentual de lucro que a empresa esta obtendo em relação ao seu faturamento.
RSV = Lucro liquido x 100
Vendas liquidas
Para Leoni (1998, p. 77) o retorno sobre as vendas é o “percentual
apurado pela empresa em suas vendas após as deduções de seus custos e
despesas”.
2.4.6.4.3 Retorno sobre o ativo (RSA)
O índice de retorno sobre o ativo indica a lucratividade que a empresa
propicia em relação aos investimentos totais (SILVA, 1997).
RSA = Lucro Liquido x 100
Ativo total
Leoni (1998, p. 77) define de forma sucinta como sendo “o percentual
ocorrido considerando-se a lucratividade obtida em relação ao capital investido”.
2.4.6.4.4 Retorno sobre o patrimônio liquido (RSPL)
O retorno sobre o patrimônio liquido traduz de forma percentual, quanto a
empresa obteve de lucro em relação ao capital próprio investido no exercício
(LEONI, 1998).
45
RSPL = Lucro Liquido x 100
Patrimônio liquido – lucro liquido
Para Silva (1997), este índice indica quanto de lucro os acionistas e
proprietários estarão obtendo em relação ao capital investido no período.
2.4.6.5 Índices de endividamento
Santos (2005, p. 77) descreve índices de endividamento, da seguinte
forma: Os índices de endividamento mostram a proporção do total de ativos financiados por dividas ou capital de terceiros (passivos). [...] Os índices de endividamento são considerados satisfatórios quando se verifica que aumentos ou reduções de endividamento geram contrapartida de aumento nas margens de lucratividade (operacional e liquida).
Pode-se dizer que estes índices indicam o quanto a empresa está
endividada, ou seja, o montante oriundo de empréstimo que está sendo usado para
a geração de lucros. Índices que interessam tanto a credores da empresa, quanto
aos seus administradores.
2.4.6.5.1 Índice de endividamento total (IET)
Mede a proporção de ativos totais financiados pelos credores da empresa.
Quanto mais alto o valor desse índice, maior o volume relativo de capital de outros
investidores usado para gerar lucros na empresa.
IET = Passivo total
Ativo total
Para Santos (2005, p. 16), o índice de endividamento total “mostra a
participação de recursos de terceiros no financiamento do ativo ou investimentos
totais”.
46
2.4.6.5.2 Índice de alavancagem (IA)
De acordo com Santos (2005, p. 16), o índice de alavancagem “mostra a
proporção entre dividas e capital dos proprietários no financiamento dos ativos”.
IA = Passivo total
Patrimônio liquido
2.4.6.5.3 Índice de endividamento financeiro sobre o ativo total (EFSAT)
Silva (1997, p. 249) faz o seguinte comentário a respeito do índice de
endividamento financeiro sobre o ativo total: Indica a participação do passivo financeiro no financiamento do ativo da empresa, mostrando a dependência da empresa junto a instituições financeiras. O ativo total representa a totalidade dos recursos aplicados na empresa, enquanto a divida financeira representa os recursos provenientes de bancos ou outras fontes financeiras.
EFSAT = DD + IF + TLP + DIV + ELP x 100
AT
Sendo: DD = Duplicatas descontadas;
IF = Instituições financeiras;
TLP = Transferências do longo prazo para o passivo circulante;
DIV = Dividendos, imposto de renda e outros;
ELP = Exigível a longo prazo;
AT = Ativo total.
Pode-se concluir que o endividamento financeiro sobre o ativo total é
obtido pela divisão do passivo financeiro pelo ativo total. (SILVA, 1997)
47
2.4.7 Credit scoring
Um computador se torna capaz de realizar uma análise de crédito com
base em um histórico de informações sobre determinado cliente através de um
processo de análise discriminante aplicada às decisões de crédito denominado
credit scoring.
Coradi (2002, p. 15) discorre quanto à técnica de Credit Scoring, da
seguinte maneira: A técnica para o tratamento de avaliação de créditos massificados é chamada em inglês "credit scoring". O "credit scoring" é um processo através do qual a informação sobre um candidato que deseja obter crédito é convertida em um valor numérico, o "score". Esse valor é uma medida da qualidade de crédito desse candidato. O processo envolve cálculos estatísticos que definem o candidato como tendo um risco de crédito "bom" ou "ruim", dentro das regras de negócio estabelecidas pelo banco ou pela empresa de cartões de crédito que irão conceder ou não o crédito.
De acordo com Santos (2003, p.74), “o modelo do credit scoring propicia
agilizar a decisão na concessão do crédito.”
Segundo Coradi (2002), a enorme expansão das atividades comerciais
que se seguiram a guerra mundial e em especial, ao grande crescimento das
operações de crédito, criaram um ambiente propício para o desenvolvimento das
técnicas de "credit scoring" nos Estados Unidos. O uso dessas técnicas se
acelerou com as ações de companhias de financiamento, bancos comerciais e,
mais tarde, através da crescente popularidade dos cartões de crédito.
As decisões de concessão de crédito são tomadas por meio de
procedimentos impessoais e padronizadas obtendo-se a pontuação total do cliente,
que representa o seu risco potencial de inadimplência. Essa análise pode ser
observada na figura 3.
48
Figura 3 – Processo de concessão de crédito, método de Credit Scoring. Fonte: SOUZA e CHAIA, 2000.
A decisão sobre a concessão de crédito no processo de “credit scoring”, de
acordo com Blatt (2002), utiliza uma amostra de fichas cadastrais de clientes com
histórico conhecido, sendo estudada e separada em dois grupos: o grupo que o
credor considera "bom" e o grupo considerado "mau”. Definido o conceito de bom e
mau (ou, mais exatamente, o "tipo de cliente que estamos interessados em obter
ou conservar" e o "tipo de cliente com o qual preferimos não trabalhar"), estuda-se
cada grupo de acordo com suas características de idade, renda, propriedades,
situação profissional etc., de forma a obter seu perfil. Isto feito monta-se um
modelo estatístico (através da análise discriminante), que nos possibilitará tomar,
no futuro, decisões de crédito mais objetivas e, num modelo consistente, mais
aderentes à política de crédito da empresa e, comprovadamente, de menor risco
do que as obtidas com os métodos tradicionais.
Coradi (2002, p.15) afirma, a respeito dos processos de análise de crédito,
que: Os processos de análise de crédito tendem a se desenvolverem e se aprimorarem ainda mais, e estas técnicas, ao incorporarem modelos estatísticos dinâmicos, permitem que um software aprenda sobre como separar bons clientes de maus, isto é, aqueles que pagam suas contas em dia daqueles que atrasam um pouco mas pagam e do outro grupo que não paga de modo algum.
49
Nos anos mais recentes, conforme discorre Coradi (2002), uma empresa
americana desenvolveu várias técnicas baseadas em inteligência artificial para
tratar conjuntos de crédito massificado e suas recuperações. Ela se focaliza
naquelas contas que estão inadimplentes por 180 dias ou mais e já foram lançadas
a prejuízo. Conforme afirma o autor, cerca de US$ 300 bilhões são lançados a
prejuízo todos os anos nos Estados Unidos e apenas 10% a 15% são recuperados,
contudo, com o uso da inteligência artificial e modelagens matemáticas
sofisticadas, uma porcentagem maior está sendo recuperada.
2.4.8 Limite de crédito
Em geral, os processos de determinação de limites de crédito são
diferentes entre empresas. As revisões constantes do limite de crédito dos clientes
são tão importantes quanto a determinação inicial deste limite, pelo menos uma
vez por ano o cliente deve ser revisto através de uma avaliação crítica global.
Segundo Santos (2001), para que a empresa possa minimizar o risco
proveniente das vendas a prazo, ela deve estabelecer um limite máximo de vendas
compatível com o patrimônio e com o volume de vendas da empresa candidata ao
crédito.
A fixação de um valor mínimo de crédito é praticada porque a empresa
vendedora incorre em custos fixos (emissão dos documentos de cobrança, tarifa
bancaria para a cobrança etc.) para realizar uma operação de crédito (SANTOS,
2001, p.41). O autor afirma ainda que a justificativa para o estabelecimento de um
valor mínimo de crédito é que o lucro gerado por uma operação de venda de
crédito precisa cobrir os custos adicionais gerados pela venda, já que esses custos
precisam ser cobertos pelo lucro gerado pela operação que lhes deu origem.
Leoni (1998, p.108) aponta algumas conceituações sobre limite de crédito
a seguir descritas:
• limite operacional: montante ou valor das mercadorias que podem ser
liberadas de acordo com a direção da empresa, limitações de caixa ou de
estoques;
50
• limite de competência: valor máximo que os responsáveis podem
outorgar de crédito para determinada empresa, e/ou grupo, somando-se os valores
ou mercadorias já liberadas e ainda não vencidas ou pagas;
• limite total: é o valor máximo de risco que um cliente ou grupo poderá
manter com a empresa; é aprovado pela diretoria ou estabelecimento como limite
máximo de competência;
• limite rotativo: valor fixado dentro do limite de competência, para
determinado cliente e/ou grupo a ser utilizado por filiais/agências, sem a
necessidade de consultas, porem dentro de prazos previamente estabelecidos;
• limite de compra ou limite liberado: valor do crédito fixado por
compra/operação dentro do limite de competência referente ao atendimento
realizado por filiais ou agências.
Para fechar todo o processo de estabelecimento de um limite de crédito,
Leoni (1998) cita o crédito consolidado, que é o demonstrativo de todos os créditos
concedidos pagos, a vencer, das empresas/grupo e das pessoas físicas que
constituem as empresas/grupos, bem como das garantias oferecidas anteriormente
(liquidadas). Instrumento que mede a performance global de determinada
empresa/grupo conclusiva para a tomada de decisão.
2.4.9 Risco de crédito
Risco é a probabilidade de perda. O risco de crédito é a probabilidade do
tomador não honrar seus compromissos no vencimento. O risco de crédito é
diferente do risco da operação, mas mantém um relacionamento direto com a
operação que deu origem ao crédito. Se houver erro na forma da contratação, da
garantia recebida e outras variáveis que são utilizadas na decisão de se deferir o
crédito. Todavia não se decide pensando que o tomador não vai honrar seus
compromissos.
O risco se refere a tudo que pode ocorrer fora do que foi previsto
anteriormente. Para Paiva (1997, p. 5), ”cada pessoa possui uma atitude frente ao
risco e isso permite se dizer que alguém é mais arrojado, moderado ou
conservador”.
51
O risco não pode ser confundido com incerteza. Em finanças risco e
incerteza têm conceitos diferentes, assim, segundo Paiva (1997), pode-se dizer
que:
• risco existe e pode ser mensurado a partir de dados históricos do
tomador, assim a concessão do crédito se faz a partir de premissas conhecidas e
aceitáveis;
• incerteza é quando a decisão de crédito é feita de forma subjetiva, pois
os dados históricos não estão disponíveis.
Segundo Santos (2003, p. 72), “toda vez que uma instituição financeira [...]
vende um crédito está automaticamente comprando um risco com todos os efeitos
bons e ruins que a transação envolve“.
Para Santos (2003, p. 73) ”o monitoramento da situação macroeconômica
é fundamental para a adequada gestão do risco, além de disso, o credor tem que
conhecer a quem pertence à empresa”, o setor da atividade econômica que atua. A
inflação, a taxa de juros, flutuações cambiais, concorrência, e outros fatores devem
ser usados em modelagens estatísticas que permitam prever o risco.
2.4.9.1 Garantias exigidas
No estabelecimento de uma política de crédito, a empresa deve definir
quais serão as situações em que irá exigir algum tipo de aval, ou garantia, para
aprovar a concessão do crédito. Assim como as informações adicionais exigidas
para se efetuar a análise de crédito, o pedido de garantia não pode obedecer um
critério subjetivo, que varia de acordo com a situação. De maneira geral, a
obtenção de algum tipo de garantia indica que o cliente conseguiu convencer
alguém de sua capacidade de honrar os compromissos.
Garantia significa, segundo Centa (2004), como sendo o risco de uma
operação de crédito coberta por um documento ou bem, ou seja, caso não haja o
cumprimento da obrigação, o credor irá utilizar este documento ou bem para
recuperar os recursos que investiu na empresa, ou na pessoa física.
Pinho apud Centa (2004) cita alguns tipos de garantias para pessoas
jurídicas:
52
• aval: pessoas físicas ou jurídicas. Quando alguém assina como aval em
uma operação de crédito, esta pessoa passa a ser responsável solidariamente da
mesma, ou seja, caso o devedor não cumpra a obrigação, o avalista fica obrigado
ao cumprimento da obrigação no lugar do mesmo;
• penhor mercantil: na operação de crédito, existe a possibilidade de uma
empresa penhorar bens como forma de garantir uma operação de credito, por
exemplo, se a empresa penhorar parte de seu estoque, este estoque está
garantindo uma operação de crédito e, a cada movimentação, ela deve comunicar
ao credor a troca do mesmo. Muitas instituições preferem esse tipo de garantia, em
função da facilidade maior de vender estas mercadorias para efetuar o pagamento
de dívidas;
• alienação fiduciária: trata-se de um registro em que um bem é
categorizado como alienado ao um terceiro. Normalmente automóveis, caminhões
e outros veículos são alienados fiduciariamente, o que significa, juridicamente, que
o bem está alienado a um terceiro, mas em confiança (fidúcia) quem utiliza é o
devedor;
• Hipoteca: neste caso, um imóvel é dado em garantia de uma operação
de credito, e o registro de imóveis é notificado que existe um gravame sobre o
mesmo, ou seja, caso a empresa venha a vender o imóvel, o Cartório do Registro
de Imóveis notificará o comprador que existe uma divida vinculada ao mesmo;
portanto, caso o devedor não pague a divida, o imóvel poderá ser transferido ao
credor;
• fianças: a fiança é uma espécie de aval e pode ser dada por uma
instituição financeira a uma empresa. Normalmente, em operações de credito
pessoa jurídica, a fiança é exigida para operações de credito internacionais, pois
caso o devedor não pague sua divida, o credor tem mais facilidade para cobrar de
uma instituição financeira do que do credor individual.
Leoni (1998) discorre sobre garantias, citando:
• reserva de domínio: trata-se de transação mercantil, em que se observa
que, contratualmente, o objeto da venda, em questão, fica vinculado aos
pagamentos e na posse do devedor. Quando do término da relação contratual, o
bem vinculado é liberado;
53
• caução: o caução é o penhor de títulos de crédito. Difere quanto à
natureza dos bens. É instituído sobre bens incorpóreos (o direito representado pelo
título de crédito);
• anticrese: a anticrese é o direito real sobre imóvel alheio, e a sua
principal característica é que, quando pactuada, confere ao credor o recebimento
do bem imóvel do devedor, podendo auferir frutos e rendimentos durante a
vigência contratual, de forma direta ou indireta;
• novação: a figura da novação é regida pelo Código Civil Brasileiro
ocorrendo quando: 1) o devedor contrai com o credor nova dívida, para extinguir e
substituir a anterior; 2) o devedor for substituído por um novo devedor; 3) o credor
for substituído por outro, ficando o devedor desobrigado com o anterior;
• cessão de créditos: ocorre quando alguém cede um direito creditório a
outrem como forma de pagamento de uma obrigação.
2.5 A Política de Cobrança
A política de cobrança da empresa compreende os procedimentos
adotados para cobrar as duplicatas a receber quando elas vencem. A eficiência da
política de cobrança pode ser avaliada parcialmente, observando o nível dos
inadimplentes ou incobráveis. Normalmente, segue-se um roteiro para cobrança,
começando por envio de carta, depois telefonema, logo em seguida visitas
pessoais, uso de agências de cobrança e, por fim, protesto judicial.
Na visão de Martins et al (1986), as políticas de cobrança são definidas
objetivando o recebimento dos diversos valores a receber nas suas respectivas
datas de vencimento. A empresa deve procurar estabelecer uma política de
cobrança equilibrada, pois uma política de cobrança mais rígida levará a uma
redução da inadimplência, mas conseqüentemente resultará numa redução das
vendas, desta forma a empresa deve procurar equilibrar estes fatores, definindo o
método mais adequado para a empresa.
Segundo Gitman (1997), a política de cobrança da empresa compreende
os procedimentos adotados para cobrar as duplicatas a receber quando elas
vencem. A eficiência da política de cobrança na empresa pode ser avaliada
54
parcialmente, observando-se o nível dos inadimplentes ou incobráveis. Esse nível
depende não só da política de cobrança, mas também da política em que se
baseou a concessão de crédito.
Leoni (1998) destaca cobrança como sendo o termômetro, aferição final,
quanto às vendas, à concessão dos créditos e quanto à situação econômica e
financeira existente no mercado de atuação.
Sanvicente (1980) destaca que a política de cobrança existe para que as
vendas já efetuadas efetivamente transformem-se em recebimentos.
2.5.1 Contas a receber
Berti (1999) conceitua valores a receber como direitos a receber dos
clientes, num determinado período de tempo, correspondente à prestação de
serviços ou venda de produtos, normalmente retornados por meio de dinheiro.
Hoji (2000, p.129) faz a seguinte afirmação quanto às contas a receber: As contas a receber são geradas pelas vendas a prazo, que são feitas após a concessão de crédito. As vendas a prazo geram riscos de inadimplência e despesas com análise de crédito, cobrança e recebimento, mas alavancam as vendas. As vendas a prazo são condições necessárias para aumentar o nível de operações e o giro dos estoques e, assim, ganhar a escala e maximizar a rentabilidade. As compras e vendas a prazo são operações comerciais normais entre as empresas, e são chamados créditos mercantis. Mesmo as empresas de prestação de serviços, primeiro prestam serviços e depois recebem. A concessão de crédito para consumidores finais pessoas físicas é chamada crédito ao consumidor. Antes de efetivar a venda para um novo cliente, deve ser feita uma análise minuciosa e criteriosa de seus dados cadastrais. Venda a prazo efetuada sem os devidos cuidados tem grande possibilidade de se tornar um valor não recebível.
Segundo Martins et al (1986), é comum que os valores a receber de uma
empresa representem parte significativa de seus ativos circulantes, exercendo
influência direta em sua rentabilidade.
Para Sanvicente (1987), a utilização do crédito como método de venda e
pagamento é um dos mecanismos mais comuns em utilização atualmente no
mercado e também, é comum sua utilização como arma de concorrência entre
empresas.
55
Ainda conforme Sanvicente, a possibilidade de usufruir dos serviços ou
produtos sem contrapartida imediata, o pagamento será preestabelecido entre as
partes para um momento futuro, onde a utilização dos produtos ou serviços já
estiverem proporcionando rentabilidade ao cliente. Neste ponto, pode-se citar como
fonte de financiamento para tal negociação, o próprio crédito que a empresa
consegue junto a seus diversos fornecedores.
2.5.1.1 Pagamentos antecipados
Desconto é um abatimento no preço de venda efetuado, quando os
pagamentos de compras forem feitos à vista ou a prazo reduzido. Os descontos
financeiros são dados objetivando o incremento das vendas atraindo novos clientes
ou incentivando volumes maiores de vendas – e, também, a redução de
necessidades de caixa através de uma diminuição do prazo médio de cobrança.
Esta política afeta o nível de investimento em valores a receber por supor uma
redução das vendas a prazo e o nível das despesas gerais de crédito,
principalmente a de devedores duvidosos.
Segundo Sanvicente (1980), o último elemento que costuma ser associado
a administração de contas a receber é a política de concessão de descontos
antecipados para pagamento dentro de um prazo especificado, geralmente
significando um recebimento mais rápido para a empresa do que a média do
período de crédito concedido e utilizado por muitos outros clientes.
De acordo com Martins et al (1986, p. 330), “[...] desconto financeiro pode
ser definido como um abatimento no preço de venda efetuado quando os
pagamentos das compras realizadas forem feitos à vista ou, a prazos bem curtos”.
Do ponto de vista da empresa que oferece o desconto, segundo
Sanvicente (1980), ele pode ser considerado como um estímulo para maiores
vendas, mas é fundamental lembrar que mais importante do que isso talvez seja a
possibilidade de acelerar os recebimentos das vendas.
No entendimento de Sanvicente (1980) economicamente a empresa será
beneficiada pelo desconto se a diferença entre sua taxa efetiva e o custo dos
recursos de terceiros a curto prazo for inferior a margem de contribuição do produto
(excluído o desconto do preço de venda), isto porque, analisado apenas o
56
desconto em si mesmo, ele precisa obrigatoriamente ser maior do que o custo dos
recursos que podem ser obtidos no mercado financeiro.
Sanvicente (1980) afirma que a taxa de desconto para produzir seus
resultados deve levar uma comparação favorável por margem significante, entre o
custo dos recursos a curto prazo, vigente no mercado financeiro, e a taxa
representativa da não utilização do desconto (como custo para o comprador). Esta
última deve ser bastante superior ao primeiro para que o desconto seja realmente
utilizado e a empresa vendedora atinja os seus objetivos.
Portanto, conforme afirma Sanvicente (1980), ao ser manipulada esta
variável com o objetivo de aumentar a velocidade de recebimento das contas de
clientes (e a liquidez da empresa), o resultado dependerá da composição em
termos desses tipos de clientes. O importante é reconhecer que essa política não
melhorará automaticamente a liquidez da empresa.
2.5.2 Títulos e documentos de cobrança
Antes de tratar-se propriamente da cobrança, devem-se descrever, de
maneira geral, os principais títulos e documentos de cobrança.
Leoni (1998) destaca:
• cheque: ordem de pagamento a vista. Deve, quando da apresentação
para pagamento e compensação, ser pago contra apresentação.
• duplicata: titulo formal com característica puramente comercial, em
decorrência da compra e venda de mercadorias ou prestação de serviço.
2.5.2.1 Tipos de procedimentos de cobrança
Para uma empresa é de extrema importância utilizar meios para cobrar os
títulos não pagos.
Para Gitman (1997), vários tipos diferentes de cobranças costumam ser
empregados. Se uma conta não for paga na data de vencimento, com a passagem
do tempo os esforços de cobrança tornam-se mais pessoais e rigorosos.
57
Gitmam destaca os procedimentos básicos na ordem normalmente
seguida:
• carta: alguns dias após o vencimento de uma duplicata, a empresa
normalmente envia uma carta cortês, lembrando o cliente de sua obrigação;
• telefonemas: se as cartas não surtirem efeito pode-se ligar para o cliente
e insistir para que o pagamento seja feito imediatamente;
• visitas pessoais: enviar um vendedor ou um cobrador ao cliente pode ser
um procedimento muito eficiente de cobrança;
• agências de cobrança: uma empresa pode transferir as duplicatas
incobráveis à uma agência de cobrança ou a um escritório de advocacia, para
receber seus créditos;
• protesto judicial: esse é o passo mais severo no processo de cobrança,
sendo uma alternativa ao uso de uma agência especializada em cobrança. O
protesto judicial não só é caro, como pode forçar o devedor a requerer concordata,
reduzindo a possibilidade de negociações futuras com ele sem garantir o
recebimento final da importância devida.
2.5.3 A Inadimplência
Há uma enorme preocupação das empresas fornecedoras de crédito em
relação à possibilidade de os seus clientes não efetuarem o pagamento no prazo
determinado. Quando o cliente não realiza o pagamento na data estabelecida, ele
passa a ser denominado inadimplente. A ocorrência do inadimplemento pode se
dar quando a prestação não for realizada pelo devedor, neste caso, trata-se de
inadimplemento absoluto, ou, quando for realizada imperfeitamente,
caracterizando, assim, o inadimplemento relativo da obrigação.
Segundo Provar (2000), o termo inadimplente refere-se ao devedor que
inadimple, que não cumpre no termo convencionado suas obrigações contratuais.
Provar (2000) afirma que a inadimplência se apresenta de varias formas,
não só no pagamento de carnês de crediário. Os cheques devolvidos pelos bancos
por falta de fundos – sejam eles pré-datados, ou não – também causam sérios
problemas as empresas.
58
Em um estudo sobre a inadimplência, o Instituto Sebrae (2006) levantou
suas principais causas:
• dificuldades financeiras pessoais, que impossibilitam o cumprimento de
suas obrigações;
• desemprego;
• falta de controle nos gastos;
• compras para terceiros;
• atraso de salário;
• comprometimento de renda com outras despesas;
• redução de renda;
• doenças;
• uso do dinheiro com outras compras;
• má fé.
O risco de inadimplência, segundo Santos (2003, p. 17), ”pode ser
determinado por fatores internos e externos. O risco total de crédito é função direta
desses dois fatores”. Entre os fatores internos podem-se destacar profissionais
desqualificados; controles de riscos inadequados, ausência de modelos
estatísticos; concentração de crédito com clientes de alto risco; e fatores externos
são de natureza macroeconômica.
Ainda citando a pesquisa feita pelo Sebrae (2006), apresenta-se algumas
regras preventivas para reduzir a inadimplência:
• exigir a apresentação de documentos pessoais: R.G. e CPF, confirmando
a assinatura que consta nos mesmos;
• não aceitar que o cliente diga o número do R.G. e CPF, mas sim solicitar
a apresentação dos documentos na hora da compra à vista (se for paga com
cheque) ou parcelada;
• solicitar comprovante de residência: contas de água, luz, telefone etc.;
• requerer comprovante de renda: recibo de pagamento, declaração de
imposto de renda, carteira de trabalho;
• efetuar a confirmação de dados do cliente por telefone fixo (confirmação
de residência, de emprego ou de uma referência);
• consulta ao SPC - Serviço de Proteção ao Crédito, SERASA, usecheque,
telecheque, entre outros;
59
• trabalhar com cartões de crédito e de débito, pois as taxas cobradas
pelas administradoras são compensadas pela garantia de recebimento dos valores
e aumento nas vendas. Há também uma forte tendência no mercado para a
popularização dos cartões de débito e crédito.
Provar (2000) conclui que a inadimplência possui muitas causas, mas que
sem dúvida muitas delas estão ligadas a fatores vinculados ao desempenho de
toda economia. O desemprego, se elevado, contribui para o aumento do numero
de carnês em atraso. Por outro lado, a inadimplência, quando elevada, também
influência a economia, provocando concordatas e falências. Além disso, é claro, o
aumento do risco induz à elevação das taxas de juros, que passam a incorporar
uma taxa de risco maior.
2.5.4 Administração de contas a pagar
Conforme Reis et al (2000), a administração de contas a pagar constitui a
tarefa de gerir e controlar os pagamentos dos compromissos assumidos pela
empresa, onde esta configura uma importante parte a administração financeira e, é
vital para a empresa.
De acordo com Reis et al (2000), a imagem da empresa não fica
desvalorizada com uma estratégia estabelecida para brigar por abatimento nas
taxas de juros ou, pedir um prazo maior para efetuar o pagamento sem cobranças
adicionais etc.
Para Reis et al (2000), a tarefa da administração de contas a pagar dividi-
se da seguinte forma:
• contratação: corresponde ao ato de efetuar a emissão de um pedido de
compra ou a contração de um contrato de fornecimento;
• efetivação: acontece no momento em que o fornecedor entrega o
material ou conclui o serviço;
• validação: é a fase de conferência do material entregue, ou serviço
efetuado para a verificação da conformidade do mesmo;
• processo de contas a pagar: é o processo de confrontar os pedidos e os
documentos de efetivação e validação para que possa ser autorizado o
pagamento;
60
• pagamento: é a fase da efetivação e comprovação do pagamento pela
tesouraria.
Alem dessas tarefas, Reis et al (2000) destacam as seguintes funções de
contas a pagar de uma organização:
• montar o processo de pagamento antes da data de vencimento,
detectando e corrigindo eventuais divergências;
• controlar todos os contratos firmados que requeiram pagamentos em
datas predeterminadas, inteirando-se dos seus cálculos e atualizações;
• manter sistemático contato com fornecedores internos e externos, de
forma a facilitar a comunicação (geralmente, a grande vantagem nas negociações
de encargos financeiros se consegue neste nível, ou no nível imediatamente
superior);
• preparar, para a Tesouraria, posição diária e semanal dos compromissos
a liquidar, para efeito do fluxo de caixa operacional;
• estar sempre atento para as vantagens financeiras estratégicas em pagar
ou postergar determinado compromisso.
Segundo Reis et al (2000), o profissional de contas a pagar é de
fundamental importância para a organização, pois dele depende todo o controle de
desembolsos da organização e, conseqüentemente, a rentabilidade da mesma.
Pode-se concluir que o objetivo da administração de contas a pagar é,
segundo Reis et al (2000): Assegurar que todos os pagamentos correspondentes às aquisições de recursos (pagamentos estes que diminuem a riqueza da empresa), só sejam efetuados após a constatação da autenticidade e exatidão das respectivas fases de contratação, efetivação e validação.
3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO
Este capítulo é reservado para a demonstração do trabalho de campo,
iniciado pela caracterização da empresa, apresentação dos resultados e
conclusões.
3.1 Caracterização da Empresa
A empresa estudada será a Polipetro, empresa do Grupo Vibrapar. O foco
deste trabalho será a Matriz de Itajaí, localizada a Rodovia Antônio Heil, 1670, Km
03, bairro Itaipava, Itajaí/SC
Para melhor entendimento será tratado a seguir o Grupo como um todo,
sendo dada ênfase a filial de Itajaí posteriormente.
3.1.1 O Grupo Vibrapar
A trajetória do grupo Vibrapar começa em 1975. Atuando inicialmente na
revenda e transporte de combustível, com a abertura do mercado passou a realizar
distribuição de derivados de petróleo.
O grupo Vibrapar atua fortemente no setor energético em atividades como:
Transporte, Distribuição e Refino de Petróleo.
O Grupo é composto pelas empresas:
• Viabrasil: É a rede de postos do grupo Vibrapar. Desde 1975 atende o
mercado varejista de combustíveis. São mais de 1.500 colaboradores.
• Univen Petróleo: Fundada em 1992. Empresa privada com autorização
para refinar petróleo e produzir combustíveis, naftas e solventes. Adquirida pelo
grupo Vibrapar em 1997, atuando nos segmentos de Solventes Especiais tais
como Hexano Grau Alimentício Especial, Unirrás LDP, Solvente Azeotrópico U-
670, Heptano, Solvente U 60/110, e no de Combustíveis, como a Gasolina A, Óleo
Diesel e GLP.
62
• Gpetro: Fundada em 1997 está localizada em Embu - SP, atua no setor
de distribuição de combustíveis para o mercado varejista, com uma capacidade de
armazenagem de mais de 2 milhões de litros. Os principais produtos
comercializados são o diesel, o álcool e a gasolina.
• Midas Elastômeros do Brasil: Realiza a reciclagem de materiais
pneumáticos atendendo empresas que acompanham as novas exigências de
mercado, como o comprometimento com a qualidade do meio ambiente.
• Petronossa: Fundada em 1997 está localizada em Sorocaba (SP), atua
no setor de distribuição de combustíveis para o mercado varejista, com uma
capacidade de armazenagem de mais de 1 milhão de litros. Os principais produtos
comercializados são o diesel, o álcool e a gasolina.
• Refine (Refinaria do Nordeste): Empresa em etapa de contrução. Será
localizada a 33 quilômetros de Recife-PE no complexo industrial de Suape. É uma
refinaria de petróleo de porte médio, com capacidade de produção inicial, estimada
em 5 mil barris de óleo bruto por dia. No segundo ano, haverá ampliação para 30
mil barris/dia, atendendo exclusivamente o mercado pernambucano. Serão
gerados 300 empregos diretos e 900 indiretos. Este investimento está orçado em
US$ 295 milhões (cerca de R$ 855 milhões). Parte dos recursos está sendo
negociada com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) e o Banco do Nordeste, sendo o restante capital próprio. Já foram gastos
US$ 2,5 milhões em estudos para viabilizar o empreendimento.
• Transvem: Fundada em 1997, direcionada para o transporte de
combustíveis.
3.1.2 Polipetro
3.1.2.1 Histórico
A Polipetro foi fundada em Janeiro de 1995. Originalmente foi homologada
na Junta Comercial com a composição acionária de dois grupos empresariais de
Santa Catarina: ÁVILA e A. NUNES.
63
Iniciou suas operações comerciais em Março de 1996 com a primeira
venda de combustível (30 m³ de óleo diesel) para os Postos A. Nunes.
Hoje a Polipetro atua em mais de 140 postos de abastecimento
revendendo produtos de excelente qualidade e assegurando sua posição de
destaque no mercado de combustíveis.
3.1.2.2 Ramo de atividade
A Polipetro exerce atividades de distribuição de combustíveis líquidos
derivados do petróleo, álcool e outros produtos para utilização automotiva.
3.1.2.3 Missão Corporativa
Atender com excelência e ética, comprometidos com o social e o meio
ambiente, as necessidades dos clientes, revendedores e consumidores finais,
fornecendo produtos e serviços de qualidade superior.
3.1.2.4 Visão Corporativa
Através da qualidade dos produtos e serviços prestados, pretende-se a
consolidação da empresa nos outros estados da região Sul e Sudeste, servindo
como ícone de referência no setor no qual atua, sendo auto sustentável com
crescimento progressivo e duradouro.
1.4 Estrutura organizacional da Empresa
Para descrever a estrutura organizacional da matriz da empresa Polipetro
Distribuidora de Combustíveis utilizou-se a figura do organograma (Figura 4).
64
Figura 4 – Organograma Polipetro Fonte: Arquivos da empresa.
3.1.2.5 Unidades
A Polipetro possui uma Matriz e sete filiais, além dos 140 postos de
combustíveis.
• Matriz: Rodovia Antônio Heil, nº 1670, km 3, Bairro Itaipava, Itajaí-SC;
• Filial 1: Estrada Geral Santa Cruz, s/nº, Bairro Alto Biguaçu, Biguaçu-SC;
• Filial 2: Rua Manoel Florentino Machado, nº 298, Centro, Imbituba-SC;
• Filial 3: Rodovia BR 116, s/nº, Bairro Parada 28, Canoas-RS;
• Filial 4: Rodovia BR 280, Km 46, Guaramirim/SC;
• Filial 5: Rua João Batista Pessine, nº 509, sala 3, Bairro Centro, Itupeva/SP
• Filial 6: Rua Dr. Eli Volpato, nº 600, sala 5, Bairro Chapada, Araucária/PR
• Filial 7: Rodovia BR 277, Km 351, Bairro Jardim das Américas,
Guarapuava/PR
3.1.2.4 Produtos
A empresa tem como produtos:
• gasolina comum;
• gasolina aditivada;
65
• oleo dielsel comum;
• óleo diesel marítimo;
• óleo diesel aditivado;
• álcool etílico hidratado carburante;
• lubrificantes.
3.1.2.5 Objetivos organizacionais
A empresa define como Objetivos organizacionais, para crescimento e
lucratividade, os seguintes:
• exercer as atividades referentes ao ramo de combustíveis com
responsabilidade e eficiência;
• desenvolver outras fontes de energia;
• atender satisfatoriamente os clientes;
• promover a qualidade nos serviços;
• gerar novos empregos;
• incentivar o esporte e a cultura;
• interagir com o 4º Setor (Social).
3.2 Resultados da Pesquisa
Os dados coletados foram analisados para permitir a classificação dos
clientes, a identificação da documentação necessária, a análise dos processos de
concessão de crédito e a posterior sugestão de melhorias.
Para uma análise mais detalhada e eficaz sobre o processo de análise e
concessão de crédito é necessário dividir, por categorias, os grupos que compõem
o quadro de clientes da Polipetro Distribuidora de Combustíveis Ltda.
Esta divisão tem por objetivo além de classificar os grupos que compõe o
quadro de clientes da empresa, demonstrar o prazo médio de recebimento
atualizado da empresa, como também o quanto cada categoria de cliente
representa no faturamento total de vendas da empresa, para que com todos os
dados analisados, seja possível verificar falhas e propor melhorias.
66
3.2.1 Classificação de clientes
Para uma análise mais detalhada e eficaz sobre o processo de análise e
concessão de crédito é necessário dividir, por categorias, os grupos que compõem
o quadro de clientes da Polipetro Distribuidora de Combustíveis Ltda.
3.2.1.1 Bandeira Polipetro
São os clientes que comercializam apenas a marca Polipetro e a possuem
estampada em todas as fachadas, bombas e banner´s. Com exceção dos produtos
vendidos nas lojas de conveniência, todo o restante deverá ser adquirido, com
exclusividade. Esta exclusividade é garantida através de um contrato denominado
CVM (Contrato de Venda Mercantil) que estabelece, durante um período pré-
acordado, quais serão os direitos, deveres e garantias que os postos filiados
possuem. Entre estes direitos estão a garantia de posse e uso de testeiras e
bombas, fornecidas pela companhia, bem como a manutenção das mesmas,
quando necessário.
O maior dever do filiado é o de respeitar a exclusividade e o cumprimento
de metas estabelecidas com relação à quantidade de combustíveis e lubrificantes
movimentados pelo estabelecimento. Como garantia pelo investimento efetuado e
pelo crédito concedido, a Polipetro solicita aos contratantes uma garantia
hipotecária. Geralmente, é hipotecado o próprio terreno do posto. Quando isto não
é possível, outro imóvel que pertença ao proprietário deve ser oferecido como
garantia.
3.2.1.2 Bandeira branca
Estes clientes não possuem vínculo comercial com nenhuma distribuidora,
podendo efetuar suas compras livremente. Nestes casos, a Polipetro exige garantia
apenas dos clientes que, na compra de combustíveis e lubrificantes, ultrapassam o
limite de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) por mês. Esta garantia se dá em forma de
hipoteca sobre um imóvel do comprador.
67
3.2.1.3 Consumidores finais: combustível
Poderá ser vendido combustível para qualquer empresa, sem limitação de
valores e/ou quantidades (vinculado à aprovação do cadastro), desde que a
mesma não comercialize o produto, utilizando-o apenas para consumo próprio.
Neste perfil enquadram-se empresas que utilizam geradores e maquinários a
diesel, que possuam frota de caminhões, tratores e/ou barcos de pesca.
3.2.1.4 Consumidores finais: lubrificante
Para estes clientes também não existem restrições com relação à
quantidade e valores adquiridos (vinculado à aprovação do cadastro). Porém, estes
produtos poderão ser comercializados em qualquer tipo de estabelecimento que
atenda aos setores automotivo e náutico.
O gráfico 1 demonstra quanto cada categoria de cliente representa no
faturamento total da empresa no período analisado de Janeiro a Dezembro de
2007.
60%
10%
26%
4%
Bandeira PolipetroBandeira BrancaCF: CombustivelCF: Lubrificantes
Gráfico 1 – Porcentagem de faturamento de vendas por categoria de clientes. Fonte: Arquivos da empresa. 3.2.2 Classificação de limites e documentos necessários
A empresa determina escalas de limites de crédito para os clientes
aprovados, e a utiliza também, para determinar os principais documentos para
cada análise, conforme quadro abaixo:
68
LIMITE ATÉ: DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA
R$1.500,00
Contrato social, CNPJ, inscrição estadual, referências
comercias (3 no mínimo) e Equifax/Serasa.
R$3.000,00
Contrato social, CNPJ, inscrição estadual, Equifax/Serasa,
balanço patrimonial, referências comercias (5 no mínimo).
R$15.000,00
Contrato social, CNPJ, inscrição estadual, Equifax/Serasa,
balanço patrimonial, imposto de renda dos sócios, referências
comercias (5 no mínimo) e referências bancárias.
> R$40.000,00
Contrato social, CNPJ, inscrição estadual, Equifax/Serasa,
balanço patrimonial, imposto de renda dos sócios,
comprovante de residência, RG e CPF dos sócios, registro da
ANP e garantia real, referências comercias (5 no mínimo) e
referências bancárias.
Quadro 1 – Classificação de limites e documentos necessários Fonte: Arquivos da empresa.
A partir do momento em que um pedido é fechado, o departamento
financeiro faz a solicitação de documentos, para analisar e liberar a venda. São
eles:
• ficha cadastral da pessoa jurídica (Anexo 1) e as fichas cadastrais das
pessoas físicas dos sócios (Anexo 2), que contém todas as referências comerciais
e bancárias para se saber o conceito, a pontualidade e os limites de crédito dos
clientes em outras empresas;
• documentos dos sócios, tais como RG, CPF;
• imposto de renda dos sócios, para se verificar a declaração de bens, não
somente para eventual execução de garantias, mas para saber o potencial do sócio
em uma eventual necessidade de capital e principalmente, se a atividade gera
lucro;
69
• contrato social e as alterações que podem ser utilizados para
conhecimento do capital social da empresa, sócios, participação de capital, imóveis
entre outras informações relevantes;
• balanço patrimonial, que retrata a posição patrimonial da empresa em
determinado momento, composta por bens, direitos e obrigações; Permite calcular
a receita bruta que dividida pelos doze meses e por 2,5 (custo médio da gasolina)
dará a litragem aproximada do posto;
• as planilhas de análise de DRE (Demonstrativo do Resultado do
Exercício) que demonstra o resultado obtido pela empresa no período e demais
relatórios com indicadores financeiros, como patrimônio líquido e fluxo de caixa.
3.2.3 Processo de concessão de crédito
O processo de análise de crédito na Polipetro já começa no departamento
comercial. Representantes vão de posto em posto oferecer serviços e parcerias,
fazendo contatos e conhecendo futuros clientes. A partir do momento em que um
pedido é fechado, o representante encaminha o cliente à empresa, onde o
departamento financeiro lhe solicitará os documentos necessários para que se faça
a análise, a aprovação do cliente e posterior liberação da venda.
Com a ajuda do próprio representante, o setor de cadastro determina o
perfil inicial do cliente. Essa ajuda é muito importante, tendo em vista que, os
representantes possuem bastante conhecimento do mercado, muitas vezes já
conhecem o cliente, além de ter conhecimento da estrutura das empresas dos
clientes.
Feita essa classificação, o setor de cadastro entrega ao cliente a ficha
cadastral, onde os documentos necessários serão requisitados.
Com os documentos entregues, da-se o inicio da análise.
Primeiramente é verificado se os dados informados da empresa conferem
com as informações da Receita Federal do Brasil e com o Sintegra, por meio do
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, o CNPJ.
Em seguida são feitas análises do Contrato Social, para verificar os sócios,
capital e bens da empresa.
70
A etapa seguinte consiste na consulta de possíveis restrições da empresa
e das partes relacionadas, como outras empresas que compõem o conglomerado,
diretores e sócios. São realizadas consultas em empresas como a Equifax e
Serasa (Anexo 3) visando verificar possíveis protestos, cheques devolvidos e
pendências financeiras.
Por fim, são consultadas as referências comerciais e bancárias, a fim de
se ter um conhecimento a respeito do limite do cliente em outras empresas,
histórico de pagamento, cheques devolvidos etc.
Pode-se resumir o processo de análise de crédito da Polipetro, conforme
figura abaixo:
PEDIDO
EFETUADO
CLASSIFICAÇÃO DO CLIENTE E LIMITE
INICIAL
SOLICITAÇÃO DE DOCUMENTOS DE
ACORDO COM O LIMITE INICIAL
ANÁLISE DOS DOCUMENTOS
FICHA CADASTRAL
CONTRATO SOCIAL
RECEITA FEDERAL E SINTEGRA
SERASA E EQUIFAX
BALANÇO PATRIMONIAL
E DRE
REFERÊNCIAS COMERCIAIS E BANCÁRIAS
Figura 5 – Etapas do processo de concessão de crédito Fonte: Arquivos da empresa.
3.2.4 Análise das amostras e dados coletados
Para analisar os métodos utilizados pela empresa Polipetro, na análise e
liberação de crédito, foram escolhidas, de forma aleatória, dois processos já
concluídos, um negado, e um aprovado. O intuito foi avaliar os procedimentos de
análise e concessão de crédito adotados pela empresa, e comparar com as
recomendações propostas pela literatura pesquisada, verificando-se, assim,
possíveis erros e propor as melhorias necessárias.
71
3.2.4.1 Amostra I – Processo negado
A análise do processo de concessão de crédito da empresa N iniciou-se
com o interesse da empresa em comprar lubrificantes.
Foram solicitados os documentos pertinentes aos limites inferiores a
R$3.000,00, porém, os documentos entregues pelo cliente foram:
• ficha cadastral Pessoa Jurídica;
• RG e CPF, do sócio majoritário e cônjuge;
• comprovante de residência do sócio majoritário;
• imposto de renda do sócio majoritário.
Analisando o recibo do Imposto de Renda foi possível verificar que o sócio
majoritário da empresa N possuía outras 10 empresas, com participações de 70 a
90% do capital social.
Em um primeiro momento, e com os documentos disponíveis, foram
consultadas cada uma das empresas, inclusive as outras na qual o sócio possuía
participação, além de seu CPF e de seu cônjuge. Não constava nenhuma restrição
para os CPF consultados, porém, foram constatadas pendências para os CNPJs
das empresas, conforme mostra o quadro 2.
EMPRESA RESTRIÇÕES
PERÍODO VALORES (R$)
Empresa 1 4 cheques s/ fundos Novembro/2006 -
Empresa 2
1 cheque s/ fundo
3 títulos protestados
Novembro/2006
Julho/2007
785,00
Empresa 3 3 cheques s/ fundo Outubro/2006 -
Empresa 4
30 cheques s/ fundo
12 títulos protestados
6 pendências financeiras
Janeiro/2007
Julho/2006
Novembro/2006
-
244.608,00
184.115,00
Empresa 5
20 cheques s/ fundo
1 título protestado
Janeiro/2007
Fevereiro/2006
-
67,00
Empresa 6
14 cheques s/ fundo
243 títulos protestados
35 pendências financeiras
Julho/2007
Janeiro/2007
Outubro/2007
-
1.575.387,00
329.657,00
72
Empresa 7
12 cheques s/ fundo
1 título protestado
Janeiro/2007
Março/2006
-
113,00
Empresa 8
16 cheques s/ fundo
90 títulos protestados
1 pendência financeira
Julho/2007
Fevereiro/2007
Setembro/2007
-
983.465,00
288,00
Empresa 9
3 cheques s/ fundo
33 títulos protestados
1 pendência financeira
Dezembro/2006
Agosto/2005
Março/2007
-
273.930,00
3.404,00
TOTAL: 3.592.415,00 Quadro 2 – Relação de dívidas empresa N Fonte: Arquivos da empresa (baseado em consultas ao Serasa)
As empresas possuíam um total de 103 cheques sem fundos, 383 títulos
protestados e 43 pendências financeiras, com dividas em vários bancos como
Besc, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Unibanco, Santander, além de
empresas de telefonia e outros distribuidores de combustíveis, tal como a Esso.
O cadastro foi negado de forma correta, tendo em vista a quantidade de
dívidas, inclusive com outros distribuidores, o que leva a crer que estaria efetuando
a compra com a Polipetro por já estar negativada em outras empresas.
Conseqüentemente, as informações comerciais não foram satisfatórias.
3.2.4.2 Amostra II – processo aprovado
O processo de análise da Empresa A, foi um processo de revisão de
cadastro, pois a empresa já havia sido aprovada para compra de lubrificantes e
com limite máximo de R$1.500,00. O cliente solicitou revisão para comprar
combustível, com limite de R$50.000,00.
As informações comerciais e bancárias foram retiradas do cadastro
anterior. Os documentos solicitados foram, de acordo com a tabela 1, os
necessários para limites acima de R$40.000,00, porém o cliente entregou:
• ficha cadastral;
• cartão de CNPJ da Receita Federal;
• tela de consulta do Sintegra;
73
• declaração de firma mercantil individual;
• imposto de renda de pessoa física do proprietário;
• balancete da empresa;
• balanço patrimonial.
As referências comerciais e bancárias foram classificadas como
satisfatórias, com a pontualidade como maior característica da empresa. Nas
consultas de Serasa não constaram nenhum tipo de título protestado, cheque sem
fundos ou pendências financeiras.
O processo foi finalizado e aprovado levando em conta as informações
levantadas e o histórico de pagamento do cliente quando possuía o limite de
R$1.500,00.
Porém, ficou evidente a superficialidade das informações analisadas, onde
não foi utilizado nenhum tipo de cálculo de índices financeiros para comprovar a
saúde financeira da empresa de forma concreta, não somente por informações
dadas pelo próprio cliente e sites de consultas.
3.2.4.2.1 cálculo dos índices como instrumento de análise
Para verificar a “saúde” financeira da empresa A, foram selecionados 12
índices:
• composição do endividamento;
• participação do capital de terceiros;
• rentabilidade do ativo;
• imobilização do PL;
• giro do ativo;
• índice de liquidez corrente;
• índice de liquidez imediata;
• índice de liquidez seca;
• índice de liquidez geral;
• prazo médio de estoques;
• prazo médio de recebimento;
• prazo médio de pagamento.
74
Os índices serão calculados com base no balanço Patrimonial e no
Demonstrativo de Resultado do Exercício fornecidos pela empresa A (Anexos 4 e
5).
3.2.4.2.1.1 Composição do endividamento (CE)
Este índice indica quanto a empresa possui de obrigações de curto prazo
em relação às obrigações totais.
CE= Passivo Circulante x 100 = 47.453,33 + 0 x 100 = 100%
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo 47.453,33
O resultado do cálculo indica que a empresa possui 100% das obrigações
vencendo a curto prazo, ou seja, nos próximos 12 meses seguintes a data do
balanço. Isso demonstra que a empresa terá pouco tempo para juntar recursos e
quitar suas dívidas.
3.2.4.2.1.2 Participação de capital de terceiros (PCT)
O índice de participação de capital de terceiros indica quanto a empresa
usou de capital de terceiros em relação ao capital próprio.
PCT= Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo x 100 = 47.453,33 + 0 x 100 = 53,72%
Patrimônio Liquido 88.329,63
O valor encontrado indica que, para cada R$100,00 de capital próprio a
empresa tomou R$53,72 de capital de terceiros. Neste índice quanto maior o valor
encontrado menor a liberdade da empresa em termos de decisões financeiras e
maior a dependência aos financiadores externos.
75
3.2.4.2.1.3 Retorno sobre o ativo (RSA)
O índice de retorno sobre o ativo indica a lucratividade que a empresa
propicia em relação aos investimentos totais.
RSA = Lucro Liquido x 100 = 103.329,53 x 100 = 76,09% Ativo total 135.782,96
O resultado de 76,09% indica que, para cada R$100,00 investidos, a
empresa gera um retorno de R$76,09. Um bom resultado, tendo em vista que a
empresa gera de lucro, mais da metade do valor investido.
3.2.4.2.1.4 Imobilização do patrimônio liquido (IPL)
É a razão entre ativo permanente e o patrimônio líquido, indicando quanto
do patrimônio líquido está aplicado no ativo permanente.
IPL = Ativo permanente x 100 = 15.759,47 x 100 = 17,84%
Patrimônio líquido 88.329,63
O índice de imobilização destaca quanto do patrimônio liquido a empresa
investiu no ativo permanente, ou seja, quanto maior o resultado, mais a empresa
terá investido no ativo permanente não sobrando muito recurso ao ativo circulante.
O resultado indica que para cada R$100,00 a empresa investiu R$17,84
no ativo permanente, sobrando R$82,16 para o ativo circulante. Um valor
considerável, pois como foi mostrado anteriormente, a empresa possui 100% das
dívidas vencendo a curto prazo, e necessitará de recursos em caixa para quitar
suas obrigações.
3.2.4.2.1.5 Giro do ativo (GA)
O giro do ativo estabelece a relação entre as vendas efetuadas no período
e os investimentos totais da empresa, ou seja, a comparação entre o faturamento e
os recursos investidos.
76
GA = Vendas liquidas = 2.191.792,41 = 16,41 Ativo Total 135.782,96
Com este resultado pode-se identificar que a empresa vendeu R$16,41
para cada R$1,00 investido, sendo assim, o valor de vendas foi 16,41 vezes maior
do que o valor investido no período.
3.2.4.2.1.6 Liquidez corrente (LC)
O índice de liquidez corrente indica a capacidade da empresa de liquidar
seus compromissos financeiros de curto prazo.
LC= Ativo circulante = 120.023,49 = 2,53
Passivo circulante 47.453,33
O resultado encontrado indica que a empresa possui R$2,53 de recursos
realizáveis a curto prazo para cada R$1,00 de dívidas vencíveis a curto prazo.
Sendo assim, a empresa conseguirá saldar suas dividas de curto prazo com uma
folga de R$1,53, ou seja, se a empresa fechar suas portas hoje, o dinheiro e os
direitos que ela tem a receber a curto prazo são suficientes para pagar suas dividas
de curto prazo.
3.2.4.2.1.7 Liquidez imediata (LI)
Este índice mensura a capacidade da empresa de pagar suas obrigações
de curto prazo com seus recursos de caixa e aplicações financeiras de liquidez
imediata.
LI= Disponibilidades + Aplicações Temporárias = 86.485,46 = 1,82 Passivo Circulante 47.453,33
77
O resultado do índice em questão indica que para cada R$1,00 de dívidas
de curto prazo, a empresa possui R$1,82 em caixa disponível para quitar essas
dividas, ou seja, a empresa consegue quitar suas dividas e ainda sobrariam R$0,82
em caixa.
3.2.4.2.1.8 Liquidez seca (LS)
O índice de liquidez seca indica quanto à empresa possui de ativo liquido,
menos os estoques, para quitar suas dividas de curto prazo.
LS = Ativo circulante – Estoque = 120.023,49 - 33.495,31 = 1,82 Passivo circulante 47.453,33
Este resultado demonstra que a empresa possuía R$1,82 de ativo liquido
para cada R$1,00 de dividas de curto prazo, havendo uma sobra de R$0,82.
3.2.4.2.1.9 Liquidez geral (LG)
O índice de liquidez geral indica a capacidade da empresa de pagar suas
dividas totais com os valores de seu ativo realizáveis a curto e longo prazo.
LG = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo = 120.023,49 + 0 = 2,53
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo 47.453,33 + 0
O índice demonstra que para cada R$1,00 de dividas totais (de curto e
longo prazo), a empresa dispõe de R$2,53 de investimentos de curto e longo prazo
para quitá-las, ou seja, ao pagar todas suas dividas, a empresa ainda irá dispor de
R$1,53 para cada R$1,00 de dívidas.
78
3.2.5 Síntese do processo adotado pela empresa versus recomendações literárias
Após o término da análise das amostras, foi possível comparar os
procedimentos adotados pela empresa com os propostos pela literatura
pesquisada, conforme mostra o quadro abaixo.
RECOMENDAÇÕES LITERÁRIAS PROCEDIMENTOS ADOTADOS PELA EMPRESA
1) A empresa deve possuir uma
política de crédito definida,
estabelecendo os princípios a serem
utilizados nas operações de crédito, ou
operações ativas. A política de crédito
de uma empresa, por meio de seus
diversos elementos, afeta de modo
significativo sua participação no
mercado, seu capital de giro, sua
situação de caixa e sua rentabilidade.
O autor afirma que o principal efeito de
uma política de crédito é seu impacto
sobre a lucratividade da empresa.
(SANTOS, 2001)
A empresa possui uma política de
crédito definida, com procedimentos
pré-estabelecidos pela alta gerência.
2) O analista de crédito, na visão de
Reis (2007), tem como tarefa analisar
o perfil de um cliente, com o objetivo
de emitir um parecer sobre sua
situação e então decidir se este
merece ou não o crédito solicitado.
Com um departamento de análise de
crédito, a empresa conta com
profissionais capacitados em
constante aperfeiçoamento.
79
3) As informações que são
necessárias para a análise subjetiva da
capacidade financeira dos tomadores
são tradicionalmente conhecidas como
“C’s do Crédito”: Caráter, Capacidade,
Capital, Colateral e Condições,
conforme são descritas:
− Centa (2004) define caráter em
poucas palavras: “a Intenção de
cumprir com o prometido”.
− Gitman (1997) explica que
capacidade é o potencial do cliente
para quitar o crédito solicitado. A
análise dos demonstrativos financeiros,
com ênfase especial nos índices de
endividamento, são geralmente
utilizados para avaliar a capacidade do
solicitante de crédito.
− Centa (2005) define Capital como
sendo a análise do perfil empresarial e
da rentabilidade do patrimônio liquido
da empresa.
− Colateral demonstra a capacidade
do cliente em oferecer garantias
colaterais, espécie de segurança
adicional necessária à concessão do
crédito que atenua o risco da
operação.
− Schrickel (2000,) define que “as
condições dizem respeito ao cenário
micro e macroeconômico em que a
empresa, está inserida”.
A empresa não utiliza por completo a
ferramenta dos 5 c´s de crédito,
conforme explicado abaixo:
C´s utilizados pela empresa:
− Caráter: é verificado através de
seus representantes e referências
comercial informadas na ficha
cadastral.
− Colateral: a empresa utiliza
bens dos compradores (empresa ou
sócios) como garantias de
pagamentos nas compras acima de
R$50.000,00 em média.
− Condições: é verificado com
base no conhecimento de mercado
dos diretores financeiro e comercial.
C´s não utilizados pela empresa:
− Capacidade: a empresa não
adota a utilização de índices
financeiros não tendo uma forma de
mensurar a capacidade da empresa,
dando ênfase ao caráter, onde,
conforme Schrickel (2000) ambos se
correlacionam.
− Capital: a empresa utiliza
formas de medir a rentabilidade,
estimando a margem de contribuição
de mercado com relação ao volume
de vendas, e não analisando
demonstrativos financeiros.
80
4) Quanto à análise cadastral,
Santos (2001, p.40) afirma que, as
empresas utilizam os mais variados
métodos para conceder um crédito,
mas, atualmente, o critério dominante
para aprovação de crédito é através de
análise de um cadastro da empresa
candidata à compra a prazo.
A empresa possui e utiliza fichas
cadastrais em formulários específicos
para a coleta de dados e anotações
de informações.
5) As demonstrações financeiras são
de suma importância para se ter uma
análise de crédito criteriosa e confiável.
Para Gitman (1997), é importante
exigir que o candidato ao crédito
apresente suas demonstrações
financeiras dos últimos anos, a
empresa se habilitará para analisar sua
situação de liquidez, atividade,
endividamento e lucratividade.
Os demonstrativos financeiros como
balanço patrimonial, demonstrativo de
resultado do exercício (DRE),
balancete entre outros, estão na lista
de documentos a serem solicitados
aos clientes candidatos ao crédito,
porém nem sempre são fornecidos e
muitas vezes não estando de acordo
com as regras contábeis.
6) Silva (1997, p. 207) discorre sobre
índices financeiros como sendo as
relações entre contas ou grupos de
contas das demonstrações financeiras,
que têm por objetivo fornecer
informações que não são fáceis de
serem visualizadas de forma direta nas
demonstrações financeiras, e devido a
isso são de suma importância para que
se tenha um conhecimento mais amplo
da saúde financeira da empresa
candidata ao crédito.
Dentre todos os índices enumerados
pelos autores, onde se destacam os
índices de composição do
endividamento, de participação do
capital de terceiros, de rentabilidade
do ativo, de imobilização do
patrimônio liquido, do giro do ativo, de
prazo médio de estoques, a empresa
não os utiliza para a tomada de
decisão.
81
7) A respeito da técnica de Credit
Scoring, Coradi (2002, p. 15) afirma
que, é um processo através do qual a
informação sobre um candidato que
deseja obter crédito é convertida em
um valor numérico, o "score". Esse
valor é uma medida da qualidade de
crédito desse candidato. O processo
envolve cálculos estatísticos que
definem o candidato como tendo um
risco de crédito "bom" ou "ruim", dentro
das regras de negócio estabelecidas
pelo banco ou pela empresa de
cartões de crédito que irão conceder
ou não o crédito.
A empresa não utiliza o sistema de
Credit Scoring, porém já efetuou
estudos e já criou projetos para a
implantação do sistema para o
próximo ano.
8) O limite de crédito segundo Santos
(2001), serve para que a empresa
possa minimizar o risco proveniente
das vendas a prazo, ela deve
estabelecer um limite máximo de
vendas compatível com o patrimônio e
com o volume de vendas da empresa
candidata ao crédito.
A empresa estipula um limite de
crédito no ato do cadastro, conforme
tabela descrita no item 3.2.2 deste
trabalho.
9) Na visão de Martins et al (1986), as
políticas de cobrança são definidas
objetivando o recebimento dos
diversos valores a receber nas suas
respectivas datas de vencimento. A
A empresa adota políticas de
cobrança, com setor especifico para
tal, com procedimentos como
cobrança via telefone,
correspondência e departamento
82
empresa deve procurar estabelecer
uma política de cobrança equilibrada,
pois uma política de cobrança mais
rígida levará a uma redução da
inadimplência, mas conseqüentemente
resultará numa redução das vendas,
desta forma a empresa deve procurar
equilibrar estes fatores, definindo o
método mais adequado para a
empresa.
jurídico terceirizado.
10) Para pagamentos antecipados é de
uso de muitas empresas oferecer
descontos, onde segundo Sanvicente
(1980), ele pode ser considerado como
um estímulo para maiores vendas, mas
é fundamental lembrar que mais
importante do que isso talvez seja a
possibilidade de acelerar os
recebimentos das vendas.
Devido à modalidade de venda (pelos
fornecedores ou clientes) e ao risco
de mercado, os pagamentos são
antecipados (antes do recebimento da
mercadoria), porém sem descontos
ou abatimentos.
Quadro 3 – Quadro comparativo. Fonte: Análise das amostras e referencias bibliográficas.
Com base neste quadro comparativo, foram feitas as sugestões para a
empresa se adequar às diretrizes propostas pela literatura pesquisada.
3.3 Sugestões
Analisados os dados coletados foi possível identificar fatos e ocorrências a
serem revistos pela empresa:
83
• os documentos solicitados aos clientes são necessários para a análise e
liberação do crédito, e para tanto, são de suma importância, onde a análise não
deve prosseguir enquanto todos os documentos solicitados não forem entregues;
• todos os documentos solicitados devem ser atuais. Demonstrativos
financeiros devem ter como base o último período apurado; Consultas a sites do
Serasa, Sintegra, Receita Federal entre outros, devem ser feitos no momento da
análise;
• para atender as solicitações de aumento de limite, para clientes já
cadastrados, todos os documentos pertinentes à análise devem ser solicitados e
entregues pelo cliente novamente, com os dados atualizados;
• solicitar ao cliente a CND (Certidão Negativa de Débito), serviço este
oferecido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB, o qual possibilita ao
contribuinte solicitar uma certidão e, se não houver restrições, emitir
automaticamente a CND ou CPD-EN (Certidão Positiva de Débitos com efeitos
Negativos). Esta certidão comprova a regularidade da empresa em relação às
contribuições previdenciárias e as contribuições devidas, por lei, a terceiros,
incluindo as inscrições em Dívida ativa do INSS, não abrangendo tributos federais
administrados pela RFB e à Dívida Ativa da União administrada pela Procuradoria-
Geral da Fazenda Nacional (PGFN), objeto de certidão conjunta PGFN/RFB.
• os demonstrativos financeiros exibem a situação econômico-financeira
da empresa, e são importantes para se ter uma análise mais criteriosa. Para que
esta análise seja confiável e correta, o balanço deverá estar de acordo com o § 1º
do artigo 176 da Lei 6.404/76, que diz que as demonstrações de cada exercício
devem ser publicadas com a indicação dos valores correspondentes das
demonstrações do exercício anterior, para fins de comparação (BRASIL, Lei n
6404, de 15 de Dezembro de 1976);
• o cálculo dos índices financeiros e sua interpretação dão uma visão mais
ampla da situação econômico-financeira da empresa, e por isso, são ferramentas
importantes para se ter uma análise completa. Portanto, o ideal é solicitar que o
pretendente ao crédito forneça as duas últimas demonstrações contábeis,
possibilitando, assim, analisar a evolução dos respectivos índices financeiros e
econômicos.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em um mundo de negócios em rápida mutação, o sucesso depende de
informação confiável e objetiva. É justamente essa a grande utilidade da análise de
crédito, o qual visa medir riscos do negócio analisando documentos com o objetivo
de reduzir as perdas, tanto quanto alavancar as vendas.
Dentro deste contexto, foi apresentado o problema de pesquisa, onde era
questionado se uma análise criteriosa pode minimizar o risco na concessão do
crédito. Com o objetivo geral de analisar o processo de análise de crédito na
empresa Polipetro Distribuidora de Combustíveis Ltda, através de métodos
qualitativos, utilizando as avaliações formativas, comparando-os com os
procedimentos sugeridos pela literatura pesquisada.
Durante a pesquisa, foi possível observar que as diretrizes adotadas pela
empresa atingem o objetivo de sua estratégia financeira, onde de forma bem clara
o seu padrão de crédito acompanha o padrão do setor a qual esta inserida no
mercado, uma vez que ao fazer uma análise de forma incorreta, além de causar
impacto diretamente em sua lucratividade, afetará sua participação no mercado.
Estas diretrizes são definidas pelo conceito de experiência prática, do
conhecimento de mercado e clientes.
A pesquisa utilizou como amostras dois processos retirados dos arquivos
da empresa, um o qual a análise de crédito foi aprovada e o limite liberado, e outro
o qual o cadastro foi negado. Tendo como amostras estes dois processos iniciou-
se a análise dos procedimentos adotados pela empresa, onde se verificou que a
mesma possui um setor de análise de crédito bem estruturado, com forte interação
com os representantes, a área comercial e a área financeira, utilizando formulários
próprios para cadastro, e designando profissionais capacitados para a função.
Utilizando a literatura pesquisada como base, e comparando-a aos
procedimentos adotados pela empresa foi possível notar pontos de melhoria tais
como a requisição de novos documentos, a importância de os mesmos serem
confiáveis, bem como estarem de acordo com as normas que os regem.
85
Ao analisar os procedimentos adotados pela empresa, e compará-los a
literatura estudada, foi possível verificar falhas, tais como a análise ser feita mesmo
com documentos faltantes, a utilização de dados desatualizados, a não requisição
de documentos para as alterações de limite, a análise de documentos que não
estão de acordo com as normas, além de não se utilizar os cálculos de índices
financeiros para se verificar a situação econômica/financeira da empresa.
No geral, os resultados obtidos foram satisfatórios, o qual a empresa
utilizará para compor novos modelos de gestão que cubram as falhas apontadas
neste trabalho.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho cientifico: elaboração de trabalhos na graduação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
BERTI, Anélio. Análise do Capital de Giro Teoria e Prática. São Paulo: Ícone,
1999.
BERNI, Mauro Tadeu. Operação e concessão de credito: os parâmetros para a
decisão de credito. São Paulo: Atlas, 1999.
BLATT, Adriano. Credit scoring. 2003. Disponível em:
<http://www.equifax.com.br/cmn_mat.asp?MAT_COD=36&MAT_ANO=2002>.
Acesso em: 20 Março 2007.
BULGACOV, Sergio. Manual de gestão empresarial. São Paulo: Atlas, 1999.
CENTA, Sérgio Alexandre. Análise de Crédito. 2. ed. Curitiba: Ibpex, 2004.
CORADI, Carlos Daniel. Crédito e inteligência artificial. 2002. Disponível em:
<http://www.equifax.com.br/cmn_mat.asp?MAT_COD=42&MAT_ANO=2002>.
Acesso em: 20 de Março 2007.
DAFT, Richad L. Administração. 6.ed. São Paulo: Pioneira, 2005.
DRUCKER, Peter F. Introdução à Administração. 3. ed. São Paulo: Pioneira,
1992.
PROVAR. Finanças no varejo: Gestão operacional - Exercícios práticos com
respostas / – 2. ed. – São Paulo: Atlas, 2000.
87
GITMAN, Lawrence J.. Princípios da Administração Financeira. 7. ed. São
Paulo: Harbra, 1997.
HOJI, M. Administração financeira: uma abordagem prática a matemática
financeira aplicada, estratégias financeiras, análise, planejamento e controle
financeiro. São Paulo: Atlas, 2000.
KUSTER, Edison; NOGACZ, Nilson D. Coleção Gestão Empresarial: Administração Financeira. Vol IV: Gazeta do Povo, 2002. Disponível em
<http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/financas/3.pdf>. Acesso em 25 Abr. 2007,
13:45:00.
LIMA, J. G. de. Administração financeira. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1980.
LEONI, Geraldo; LEONI, Evandro Geraldo. Cadastro, crédito e cobrança. 3.ed.
1998.
MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 8.ed. São Paulo: Atlas, 1998.
MARTINS, E.; ASSAF NETO, A. Administração financeira: as finanças das
empresas sob condições inflacionárias. São Paulo: Atlas, 1986.
MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Teoria Geral da Administração. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 2000.
NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo E. V. Contabilidade Avançada e análise das demonstrações financeiras. 7.ed.Frase, São Paulo, 1998.
NORONHA, Fernando. Direito das obrigações. São Paulo: Saraiva, 2003.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia cientifica: projetos de
pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. 2.ed. São Paulo:
Pioneira, 1999.
88
PAIVA, Carlos Alberto de Carvalho. Aministração do Risco de Crédito. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 1997.
RECEITA FEDERAL DO BRASIL – Ministério da Fazenda - Governo Federal.
Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br>. Acesso em 13 de Maio de
2008 às 13h40min.
REIS, C. D.; VITTORATO NETO, J. Manual de gestão e programação financeira de pagamentos. São Paulo: Edicta, 2000.
REIS, Liliane G. da Costa. Administração: Noções Gerais, Conceitos básicos.
2007. Disponível em: <
http://www.rits.org.br/gestao_teste/ge_testes/ge_mat01_adm_admtxt.cfm>. Acesso
em 15 de Abril de 2007.
ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e pesquisa em Administração: Guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e
estudos de caso. 3. ed. São Paulo: Atlas,2006.
SANVICENTE, Antônio Zorato. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas,
1987.
SANVICENTE, Antônio Zorato. Administração Financeira. São Paulo: Atlas,
1980.
SANTOS, Edno Oliveira dos. Administração financeira da pequena e média
empresa. São Paulo: Atlas, 2001
SANTOS, José Odálio dos. Análise de crédito: empresas e pessoas físicas. 2. ed.
São Paulo: Atlas, 2003.
89
SANTOS, José Odálio dos. Avaliação de empresas: um guia prático. São Paulo:
Atlas, 2005.
SCHRICKEL, Wolfgang Kurt. Análise de crédito: concessão e gerência de
empréstimos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
SEBRAE. Inadimplência: Como evitar e resolver. 2006. Disponível em: <
http://www.sebraemg.com.br/arquivos/parasuaempresa/saibamais/inadimplencia_c
omo_evitar_resolver_2.pdf>. Acesso em 25 de Fevereiro de 2007.
SILVA, José Pereira da. Análise financeira das empresas. 4 ed. São Paulo:
Atlas, 1999.
SILVA, José Pereira da. Gestão e análise de risco de crédito. São Paulo: Atlas,
1997.
VIBRAPAR. Disponível em: < http://www.vibrapar.com.br>. Acesso em 05 de
Janeiro de 2008.
WESTON, J. Fred; BRIGHAM, Eugene F. Fundamentos da Administração Financeira. São Paulo: Makron Books, 2000.
YOSHITAKE, M.; HOJI, M. Gestão de tesouraria: controle e análise de transações
financeiras em moeda forte. São Paulo: Atlas, 1997.
ANEXOS
91
ANEXO I - Ficha Cadastral de Pessoa Jurídica (Frente)
92
ANEXO I - Ficha Cadastral de Pessoa Jurídica (Trás)
93
ANEXO II - Ficha Cadastral de Pessoa Física (Frente)
94
ANEXO II - Ficha Cadastral de Pessoa Física (Trás)
95
ANEXO III – Tela de Consulta do Serasa
96
ANEXO IV – Demonstrativo do Resultado do Exercício da Empresa A
Fonte: Dados extraídos dos demonstrativos contábeis originais
97
ANEXO V – Balanço Patrimonial da Empresa A
Fonte: Dados extraídos dos demonstrativos contábeis originais
98
DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO
A POLIPETRO DISTRIBUIDORA DE COMBUSTIVEIS LTDA declara, para
os devidos fins, que a estagiária MICHELE BRANCO MÜLLER, aluna do Curso de
Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CECIESA/Gestão da
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, cumpriu com a carga horária prevista
para o período de administração, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no
projeto de estágio e respeitou nossas normas internas.
Itajaí, 07 de abril de 2008.
_______________________________________ Silvio Conegundes de Souza
99
ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS
__________________________________________
Michele Branco Müller
Estagiário
__________________________________________
Silvio Conegundes de Souza
Supervisor de campo
__________________________________________
Prof. Anacleto Laurino Pinto
Orientador de estágio
__________________________________________
Prof. Eduardo Krieger da Silva
Responsável pelos Estágios em Administração