93
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPI ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS CLIENTES INTERNOS DO CARTÓRIO SANTOS Balneário Camboriú 2007

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CARINE MARTINS COPPI

ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS CLIENTES INTERNOS DO

CARTÓRIO SANTOS

Balneário Camboriú

2007

Page 2: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

CARINE MARTINS COPPI

ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS CLIENTES INTERNOS DO

CARTÓRIO SANTOS

Trabalho Parcial apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração com Habilitação em Marketing, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientadora: Profª. Ana Paula Sohn.

Balneário Camboriú

2007

Page 3: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

CARINE MARTINS COPPI

ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS CLIENTES INTERNOS DO

CARTÓRIO SANTOS

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração com Habilitação em

Marketing da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais Aplicadas.

Área de Concentração: Recursos Humanos

Balneário Camboriú, 30 de Outubro de 2007.

___________________________________

Profª. Ana Paula Sohn

Orientadora

____________________________________

Prof.

Avaliador

___________________________________

Prof.

Avaliador

Page 4: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

EQUIPE TÉCNICA

Estagiária: Carine Martins Coppi

Área de Estágio: Recursos Humanos

Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: Marilson Miguel Barreto dos Santos

Professora orientadora: Ana Paula Sohn

Page 5: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

DADOS DA EMPRESA

Razão Social: Cartório Santos

Endereço: Rua 500, nº. 211, bairro Centro, Balneário Camboriú/SC

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Recursos Humanos

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Marilson Miguel Barreto dos Santos

Carimbo do CNPJ da Empresa:

Page 6: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Itajaí, 30 de Outubro de 2007.

O Cartório Santos, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do

Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de Conclusão de Estágio

executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pela acadêmica Carine Martins

Coppi.

_________________________________

Marilson Miguel Barreto dos Santos

Page 7: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

Todos tentam realizar algo grandioso, sem reparar que a vida se compõe de coisas

pequenas.

Frank Clark

Page 8: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter dado forças e permitir terminar o curso.

Ao meu filho Matheus, por tantas noites não estar ao lado dele.

Ao meu marido Nereu, que cuidou de nosso filho nas horas em que estive ausente.

À minha mãe Hercília, por te me incentivado a não desisti do curso e à minha irmã

Cibeli, por ter me ajudado na hora que mais precisei.

À professora orientadora Ana Paula, por todos os ensinamentos e horas dedicadas

para que esse trabalho chegasse ao final.

A todos as pessoas e amigos, que acreditaram em mim.

Page 9: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

RESUMO

O tema desse trabalho abordou a utilização do endomarketing, visando estabelecer uma relação mais integrada dentro do Cartório Santos entre seus colaboradores, transmitindo responsabilidades a todos, e conscientizando-os dos objetivos finais do negócio. Neste contexto, o objetivo geral foi analisar o grau de satisfação dos clientes internos do Cartório Santos. Através de uma pesquisa exploratória com delineamento qualitativo e quantitativo, o método foi considerado um estudo de caso. A pesquisa foi realizada com base em dados coletados através de entrevista e a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes e fracos da organização e propostas sugestões de melhorias em relação à comunicação no Cartório Santos. Com base nos resultados da pesquisa, verificou-se que existe um baixo índice de satisfação em relação ao desempenho dos superiores e o plano de salários e benefícios oferecidos pelo Cartório Santos, além da pouca atenção dada pela empresa às idéias dos colaboradores. Verifica-se que muitos pontos são gerados pela ineficiência do processo de comunicação, resultado de conversas informais e da falta de reuniões e de uma postura mais atuante dos gerentes dos setores. As sugestões dadas ao Cartório abrangem a comunicação, o plano de desenvolvimento de carreira, a informatização dos processos, a realização de reuniões para os funcionários exporem suas idéias e sugestões de melhorias, o reconhecimento dos funcionários pelos superiores e uma reavaliação do plano de salários e benefícios. Palavras-chave: Endomarketing. Colaboradores. Comunicação.

Page 10: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

ABSTRACT

The subject of this work approached the use of the endomarketing, aiming to establish a relation more integrated inside the notary's office Santos between its collaborators, transmitting responsibilities to all, and showing them the final objectives of the business. In this context, the general objective was to diagnosis how is the perception of the internal customers about the notary's office Santos, analyzing the endomarketing as a tool in the attainment of the commitment and quality of the services. Through an exploratory research with qualitative and quantitative delineation, the method was considered a study of case. The research was based in the collected data through interviews and application of questionnaires, being observed the main strong and weak points of the organization and suggestions of improvements in relation to endomarketing in the Notary's office Santos. Based in the results of the research, it was verified a low index of satisfaction in relation to the performance of the superiors and the plan of wages and benefits offered for the notary's office Santos, beyond the little attention given to the ideas of the collaborators. It was verified that many points are generated by the inefficiency of the communication process, result of the informal talks, no meetings and an inoperating position of the sectors managers. The suggestions given to the notary's office enclose the communication, the development of a career plan, the computerization of the processes, the accomplishment of employee meetings to display ideas and suggestions of improvements, the employees recognition from the superiors and a reevaluation of the plan of wages and benefits.

Key Words: Endomarketing. Collaborators. Communication

Page 11: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Os três estilos de liderança .......................................................... 32

Quadro 2: Diferenças primárias entre gerentes e líderes .............................. 34

Quadro 3: Diferenças entre líderes e gerentes ............................................. 34

Quadro 4: Resumo das Teorias Motivacionais Clássicas ............................. 41

Quadro 5: Instrumentos e ações de endomarketing ..................................... 52

Page 12: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Atividades principais da administração de recursos humanos –

ARH ...............................................................................................................

24

Figura 2: As Teorias sobre Liderança ........................................................... 31

Figura 3: Componentes da motivação ........................................................... 39

Figura 4: Processo de motivação .................................................................. 40

Figura 5: O processo de comunicação .......................................................... 43

Figura 6: Sexo dos funcionários .................................................................... 60

Figura 7: Tempo de serviço ........................................................................... 60

Figura 8: Setor de trabalho dos funcionários ............................................... 61

Figura 9: Sentimento em trabalhar no Cartório Santos ................................. 62

Figura 10: Projeção para daqui há cinco anos .............................................. 63

Figura 11: Sentimento em trabalhar no Cartório Santos e projeção de

trabalho ..........................................................................................................

64

Figura 12: Imagem do Cartório Santos ......................................................... 65

Figura 13: Relacionamento entre as pessoas da equipe .............................. 66

Figura 14: Razões para trabalhar no Cartório Santos ................................... 67

Figura 15: Avaliação do gerente do setor ...................................................... 68

Figura 16: Atenção dada pela empresa às suas idéias ................................. 69

Figura 17: Reconhecimento pelo trabalho que executa ................................ 70

Figura 18: Satisfação em relação à política salarial ...................................... 71

Figura 19: Satisfação em relação ao ambiente físico da empresa ................ 72

Figura 20: Satisfação em relação às oportunidades de crescimento

profissional ....................................................................................................

73

Figura 21: Projeção em trabalhar no Cartório Santos e a satisfação em

relação às oportunidades de crescimento profissional ..................................

74

Figura 17: Satisfação em relação ao desempenho dos superiores .............. 75

Figura 18: Satisfação em relação à comunicação interna ............................. 76

Figura 19: Fatores que mais gosta no Cartório ............................................. 77

Figura 20: Fatores que menos gosta no Cartório .......................................... 78

Page 13: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 15

1.1 Cartório Santos ....................................................................................... 16

1.2 Situação Problema .................................................................................. 17

1.3 Objetivo geral e objetivos específicos ..................................................... 18

1.4 Justificativa .............................................................................................. 18

1.5 Organização do trabalho ......................................................................... 20

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................ ................................... 22

2.1 Administração de Recursos Humanos – ARH ........................................ 22

2.1.1 Funções da administração de recursos humanos ................................... 23

2.2 Liderança ................................................................................................. 27

2.3 Clima organizacional ............................................................................... 35

2.4 Motivação ................................................................................................ 37

2.5 Comunicação organizacional .................................................................. 42

2.5.1 Endomarketing ........................................................................................ 47

3 METODOLOGIA ..................................... ................................................ 55

3.1 Tipologia de pesquisa ............................................................................. 55

3.2 População e amostra .............................................................................. 56

3.3 Instrumentos de pesquisa ....................................................................... 56

3.4 Ferramentas de apoio ............................................................................. 57

3.5 Limitações da pesquisa ........................................................................... 57

4 RESULTADOS OBTIDOS .............................. ........................................ 58

4.1 Descrição das ações de comunicação no Cartório Santos ..................... 58

4.2 Resultados obtidos com a pesquisa realizada com os colaboradores .... 59

4.3 Pontos fortes e fracos ............................................................................. 78

4.4 Sugestões para a organização ................................................................ 79

Page 14: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................ ........................................ 82

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................ ............................... 84

APÊNDICE I ............................................................................................ 87

APÊNDICE II ........................................................................................... 89

Page 15: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

15

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, as organizações possuem um pacote de serviços quase iguais,

sendo que as diferenças apresentadas entre elas são a qualidade dos produtos e a

qualidade dos serviços. Como o quesito qualidade é buscado por todas as empresas

que querem sobreviver no mercado, a vantagem competitiva das organizações são

os colaboradores e seus talentos, e a maneira como estes colaboradores estarão

motivados, bem como o clima da organização que será um fator percebido pelos

clientes externos.

Por isto, funcionários motivados e um bom clima organizacional gerarão

resultados positivos e que acabarão transparecendo para seus clientes.

Também se torna indiscutível a crescente importância do setor de serviços na

economia nacional e internacional. No entanto, a qualidade dos serviços, apesar de

representar um item estratégico na competitividade das empresas, nem sempre é

considerada importante pelas organizações. As empresas focalizam os aspectos

relacionados aos processos de produção dos serviços sem uma preocupação maior

com a qualidade com que são realizados.

Verifica-se ainda que é dada uma atenção ainda menor, apesar de sua

relevância, à qualidade dos serviços internos, ou atividades de apoio, que são as

atividades de serviços prestados dentro das organizações aos próprios funcionários,

os quais constituem o conjunto de clientes internos.

Para Barbosa e Salles (2005), as organizações estão sempre preocupadas

em atender o público externo e acabam fechando os olhos para um mercado

extremamente importante: o público interno. Assim, surge o endomarketing, que

procura superar esta deficiência, tendo como objetivo principal motivar os

colaboradores para que atendam cada vez melhor aos clientes externos da

empresa.

Neste contexto, o presente trabalho apresentou um estudo dos instrumentos e

ações de comunicação, buscando maior comprometimento dos colaboradores

internos do Cartório Santos e melhorias na comunicação interna e no clima

organizacional.

O tema abordou a utilização do endomarketing, visando estabelecer uma

relação mais integrada entre seus colaboradores, transmitindo responsabilidades e

conscientizando-os dos objetivos finais do negócio.

Page 16: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

16

1.1 Cartório Santos

Em 16 de Novembro de 1959 foi instalado oficialmente o Cartório de Paz do

Distrito de Praia de Camboriú, município de Camboriú, tendo como titular o escrivão

nomeado Wilson Vieira dos Santos.

Em 20 de Julho de 1964, foi criado o município de Balneário Camboriú, razão

pela qual o Cartório de Paz foi elevado à categoria de Tabelionato - 2º Ofício, que

hoje tem como titular o Bel. Marilson Miguel Barreto dos Santos, exercendo a função

de Tabelião desde 30 de outubro de 1987, nomeado pelo então Governador do

Estado de Santa Catarina, Pedro Ivo Campos.

Na década de 60, o tabelionato encontrava-se situado na Terceira Avenida,

esquina com a Rua 904, em uma sala alugada de aproximadamente 180 m2 e

possuía em seu quadro de funcionários 8 colaboradores.

A atribuição principal do Tabelião ou Notário é lavrar escrituras públicas, que

são provas pré-constituídas. Tudo o que contém uma escritura pública é considerado

verdade para todos os efeitos, enquanto alguma sentença judicial não a declare

falsa. É, assim, um documento que dá segurança, eficácia e tranqüilidade. O

Tabelião, quando procurado para lavrar uma escritura pública, ouve o desejo das

partes, aconselha-as no sentido de conseguir a melhor solução jurídica para o que

pretendem, verifica o que é lícito, identifica as pessoas, avalia a sua capacidade

jurídica, cuida para que sejam satisfeitas eventuais exigências tributárias e se

traduza a vontade das partes no documento chamado escritura pública, lavrado no

seu livro de notas, o qual é lido às partes e, por fim, autenticado pelo Tabelião. A

cópia autêntica dessa escritura pública, chamada traslado ou certidão, conforme o

caso, revestida da referida presunção legal da verdade, vai fazer o efeito que dela se

espera, no mundo jurídico e dos negócios.

Qualquer negócio pode ser documentado em escritura pública. Alguns,

porém, são feitos obrigatoriamente, assim, por força da lei, atendendo a

considerações de ordem pública. Os atos mais freqüentes retratados em escritura

pública são: contratos de compra e venda de imóveis, contratos de doação de

imóveis, procurações, testamentos, hipotecas, reconhecimento de filhos e

emancipações.

Da boa atuação do Tabelião resulta a harmonia na sociedade, pois ele é o

confidente e conselheiro imparcial que procura conciliar os interesses às vezes

Page 17: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

17

antagônicos e, pela maneira com que procura prever todas as conseqüências

futuras do contrato na escritura pública, prevenindo discussões e litígios em torno da

matéria aí resolvida. Tudo o que aqui foi dito sobre o Tabelião vale também para os

que agem em nome dele e que têm o poder de assinar por ele, como os seus

substitutos, escreventes, atendentes, conferentes etc.

Os serviços oferecidos pelo cartório são: procuração, protesto de títulos,

reconhecimento de firma, testamento. O Cartório Santos está dividido nos seguintes

setores de prestação destes serviços:

• Setor de Escrituras, Reconhecimento, Protesto;

• Recepção;

• Setor de Serviços de Patrimônio da União.

Da década de 50 até os dias atuais, o Cartório Santos ganhou

reconhecimento no mercado pelos serviços prestados à comunidade, ampliou suas

instalações, contando hoje com sede própria na Rua 500, nº 211, no centro da

cidade de Balneário Camboriú, com um espaço físico de aproximadamente 400 m2.

Possui em seu quadro 20 colaboradores, que têm disponibilizado um sistema

informatizado de dados e informações, visando maior agilidade e segurança nos

documentos lavrados. Esta ampliação do cartório deve-se ao crescimento

populacional da região, e a demanda pelos serviços notariais.

1.2 Situação Problema

A motivação dos funcionários é um fator de grande diferencial nas

organizações, visto que funcionários bem motivados acabam sendo mais produtivos,

além de se ter um clima melhor e um ambiente de trabalho mais saudável. Parte

desta motivação advém da comunicação e de como ela ocorre nas empresas, visto

que os funcionários têm conhecimento sobre os valores e metas da organização,

bem como um feedback sobre seu desempenho, o rendimento da equipe, os pontos

que precisam ser melhorados e aqueles que estão em nível ótimo, ou seja, a

comunicação sobre todos os assuntos que envolvam a empresa.

O Cartório Santos desconhecia o grau de satisfação de seus clientes internos

quanto à comunicação. Verificou-se inicialmente que entre os setores do cartório não

Page 18: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

18

havia comunicação, o que acabava por gerar competição e barrar a continuidade de

muitos serviços que são iniciados por um setor e terminado por outro.

1.3 Objetivo geral e objetivos específicos

Objetivo geral

Analisar o grau de satisfação dos clientes internos do Cartório Santos.

Objetivos específicos

• Identificar as ações de comunicação adotadas pela organização.

• Descrever o processo de comunicação interna na organização.

• Avaliar a motivação e como o clima organizacional é percebido pelos

colaboradores.

• Propor ações de endomarketing.

1.4 Justificativa

A modernidade está acionando nas organizações, uma preocupação muito

grande com a qualidade, em virtude das exigências dos consumidores. É muito

comum as pessoas sentirem-se desmotivadas para o trabalho, em algum momento

de suas vidas; porém, quando recorrente, isso torna-se um problema, conforme

Bekin (2004).

A empresa precisa examinar as causas dessa desmotivação, sob pena de

perder o controle sobre a situação. A resposta é apenas uma: o cliente interno

precisa ser trabalhado para que tenha condições de repassar ao cliente externo tudo

aquilo que a empresa possui de melhor e que está aprimorando em nível de

processos e de produtos (CHIAVENATO, 2002).

Este foi um trabalho inédito para o Cartório Santos, pois não haviam trabalhos

científicos desenvolvidos nesta área de recursos humanos que visassem analisar as

ferramentas de comunicação e de endomarketing, pois as ações até então não

estão dando o resultado esperado, e os funcionários acabam criando certas

Page 19: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

19

barreiras de comunicação entre os setores do cartório, refletindo nos serviços

oferecidos pelo cartório para os clientes.

Destaca Violin (2005) que, em uma pesquisa realizada com duzentos e trinta

e oito colaboradores de sessenta e três empresas demonstrou alguns dados

interessantes relativos ao público interno. Os dados relataram que 73% (setenta e

três por cento) sentem falta de um canal efetivo de comunicação, desconhecem

políticas de premiação e crescimento, não sabem realmente o que a empresa

prioriza ou valoriza e o que se espera deles. Dos entrevistados, 92% (noventa e dois

por cento) confessaram já terem ficado constrangidos diante de um cliente, pelo fato

de não saber das condições de uma promoção realizada e destes, 14% (quatorze

por cento) descobriram por terceiros, familiares e amigos. 87% (oitenta e sete por

cento) sentem falta de alguém que lhes procure para saber sua opinião sobre um

novo produto, ou se possuem dúvidas a respeito de algum processo ou

procedimento na empresa. Cerca de 97% (noventa e sete por cento) revelaram ter

vontade de colaborar com opiniões a respeito das estratégias da empresa, mas que

nunca tiveram a oportunidade formal ou informal de ajudar.

Analisando os dados apresentados, pode-se concluir que, excluir

colaboradores das decisões da empresa e depois cobrar desempenho em vender

algum produto no qual não acreditam, é, no mínimo, injusto; afinal o chefe, gerente,

supervisor, enfim, terá o direito de exigir de seus colaboradores, o mesmo nível de

informação e ações que lhes foi repassado ou oferecido (VIOLIN, 2005).

Assim, o endomarketing busca nas organizações um maior entrosamento

entre os colaboradores, através da comunicação.

Um dos principais objetivos do endomarketing é facilitar e realizar trocas, construindo lealdade no relacionamento com o público interno, compartilhando os objetivos empresariais e sociais da organização, cativando e cultivando para harmonizar e fortalecer essas relações e melhorando, assim, sua imagem e seu valor de mercado (BEKIN, 2004, p.47).

As organizações que utilizam-se do endomarketing possuem colaboradores

mais interados nas tomadas de decisão e nos objetivos da organização.

Ao planejar e implementar uma estratégia de endomarketing, algumas

diretrizes devem ser observadas. Antes de tudo, o foco do endomarketing deve ser

reconhecido e aceito pela liderança. O empregado sente que as lideranças o

Page 20: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

20

consideram importante quando lhe é permitido participar do processo, tanto no

processo de pesquisa interna quanto no planejamento de seus ambientes de

trabalho, nas metas e descrição de suas tarefas, nas rotinas de informação e

feedback e nas campanhas externas (VILHENA, 2003).

Quanto à viabilidade, a empresa em estudo disponibilizou todas as

informações que se tornaram necessárias, permitindo que os funcionários

participassem da pesquisa e a administração acompanhou os resultados alcançados

e as propostas de melhorias.

Esta pesquisa foi importante para o Cartório Santos por ser um trabalho de

endomarketing que permitiu à empresa desenvolver ações de comunicação mais

eficazes e maior integração entre os setores, devido à falta de comunicação que

verificou-se atualmente na organização.

Foi um trabalho de grande importância para a acadêmica, que pode realizar

um feedback em relação à teoria estudada em sala de aula, visto que realizou uma

análise e propôs sugestões.

Para a Universidade do Vale do Itajaí, espera-se que este trabalho se torne

um referencial para pesquisas de outros acadêmicos, auxiliando como material de

consulta para outros trabalhos.

Salienta-se ainda a importância quanto ao desenvolvimento de trabalhos

realizados em cartórios, que apresentam a realidade deste segmento de mercado e

suas particularidades.

1.5 Organização do trabalho

A primeira parte do trabalho apresenta a introdução, o tema da pesquisa, bem

como a identificação dos objetivos a serem cumpridos, além da justificativa e da

apresentação do contexto do estágio.

O segundo capítulo apresenta o embasamento teórico de autores da área de

Recursos Humanos e as principais teorias que envolvem o tema liderança, clima

organizacional, motivação, comunicação organizacional e endomarketing, que

forneceu as teorias para a realização da pesquisa.

O terceiro capítulo refere-se à metodologia que foi utilizada para a coleta,

apresentação, e caracterização da pesquisa, definindo o delineamento que foi

utilizado.

Page 21: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

21

O quarto capítulo apresenta os resultados da pesquisa coletados pela

acadêmica através da aplicação de questionários aos funcionários do Cartório

Santos, bem como a análise dos dados e possíveis sugestões para a empresa.

O quinto capítulo apresenta as considerações finais da acadêmica acerca do

estudo realizado, bem como uma análise dos objetivos propostos que foram

alcançados durante o decorrer do trabalho.

Por fim, são apresentadas as referências bibliográficas dos autores citados no

trabalho e o apêndice, com o modelo do questionário que foi aplicado aos

funcionários que formaram a amostra.

Page 22: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

22

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A forma de gerir pessoas nas organizações vem passando por profundas

transformações. Atualmente, há um grande esforço em repensar o papel das

pessoas e das organizações nas relações de trabalho.

Neste contexto, a presente fundamentação embasará temas relacionados à

administração de recursos humanos, liderança, clima organizacional, motivação,

comunicação organizacional e endomarketing.

2.1 Administração de Recursos Humanos – ARH

A área de recursos humanos tem como objetivo principal administrar as

relações da organização com as pessoas que a compõe, consideradas, hoje em dia,

parceiras do negócio, e não meros recursos empresariais. (DECENZO; ROBBINS,

2001) Esse passou a ser o mais importante desafio interno das empresas, em plena

era da informação.

Na visão de Chiavenato (2000), a administração parece estar cada vez mais

flexível, estreitando o relacionamento com os colaboradores, e o estímulo à

criatividade está alcançando um considerável número de adeptos, podendo, deste

modo, apresentar impacto direto nos resultados obtidos pela empresa.

Embora as pessoas tenham sido sempre fundamentais no ambiente

empresarial, hoje elas desempenham um papel ainda mais central para a obtenção

da vantagem competitiva de uma empresa. (CHIAVENATO, 2000)

Conforme destaca Gil (1994), a administração de recursos humanos é o ramo

especializado da ciência da administração que envolve todas as ações que tem

como objetivo a integração do trabalhador no contexto da organização e o aumento

de sua produtividade.

Os recursos humanos da organização são introduzidos na organização

através do setor de recursos humanos, que tem como objetivo, após a seleção e

contratação, o treinamento e desenvolvimento de cada colaborador, buscando

apresentar claramente os objetivos da empresa. (GIL, 1994)

Conforme Chiavenato (2000), a administração de recursos humanos está

voltada para atender os interesses dos empregados e empregadores, estimulando

estes para alcançarem os objetivos da organização. O rendimento dos

Page 23: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

23

colaboradores está proporcionalmente ligado às condições de satisfação e

sobrevivência dos mesmos.

Verifica-se que Gil (1994) e Chiavenato (2000) abordam o conceito de

administração de recursos humanos voltado para os colaboradores internos das

organizações e a integração entre colaborador e empresa.

Neste contexto, o subcapítulo apresenta as funções desempenhas pela

administração de recursos humanos.

2.1.1 Funções da administração de recursos humanos

Quanto às funções, para Decenzo e Robbins (2001), a administração de

recursos humanos consiste em quatro funções básicas: (1) preenchimento de

cargos; (2) treinamento e desenvolvimento; (3) motivação; e (4) manutenção.

A Figura 1 apresenta as atividades principais da administração de recursos

humanos.

Page 24: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

24

Figura 1: Atividades principais da administração de recursos humanos. Fonte: Adaptado de Decenzo e Robbins (2001).

Conforme a figura 1, verifica-se que as quatro atividades de administração de

recursos humanos não existem isoladamente, pois também são afetadas por fatores

externos à organização.

Observando a figura 1, as atividades desempenhadas pela administração de

recursos humanos envolvem não somente o ambiente interno da organização, mas

também os fatores externos que têm interferência sobre os recursos internos da

empresa, tais como as tendências administrativas, os sindicatos, as leis trabalhistas.

Preenchimento de cargos • Planejamento estratégico • Recrutamento • Seleção

Treinamento e Desenvolvimento • Orientação • Treinamento do empregado • Desenvolvimento do empregado • Desenvolvimento da carreira

Manutenção • Segurança e saúde • Comunicações • Relações com os empregados

Motivação • Teorias de motivação e desenho do cargo • Avaliações de desempenho • Recompensas e remuneração • Benefícios dos empregados

Objetivos de

Recursos Humanos

Influências externas

Globalização Sindicatos de empregados (relações

trabalhistas)

Legislação federal Práticas

administrativas

Page 25: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

25

Destacam Decenzo e Robbins (2001) que as quatro atividades de

administração de recursos humanos não existem isoladamente. Em vez disso, são

bastante afetadas pelo que ocorre fora da organização. É importante reconhecer

estas influências ambientais, porque cada atividade realizada em cada um dos

processos de administração de recursos humanos é afetada direta ou indiretamente

por estes fatores externos, que são:

• legislação governamental: impacto das leis na administração de recursos

humanos nas organizações;

• sindicato: foram fundados e existem hoje para ajudar os trabalhadores a

lidarem com a administração de uma organização em nome de seus

associados para obter melhores salários e melhores condições de trabalho;

• globalização: a globalização reflete as operações internacionais de muitas

empresas, a melhoria contínua e a reengenharia se inter-relacionam. À

medida que o mundo muda, as empresas têm que competir com mais

empenho para manter sua posição;

• práticas administrativas: a última área de influência externa é o atual

pensamento de administração. Desde os primeiros departamentos de

pessoal, as práticas administrativas desempenharam um importante papel na

promoção das operações de administração de recursos humanos que hoje

existem;

• preenchimento de cargos: o recrutamento é um dos primeiros passos na

função de preenchimento de cargos, que só termina com a conclusão do

processo de seleção. O objetivo desta função, portanto, são localizar

empregados competentes e atraí-los para a organização;

• treinamento e desenvolvimento: nesta função, a administração de recursos

humanos tenta alcançar o objetivo de ter empregados competentes e

adaptados, que possuem as habilidades, capacidades e os conhecimentos

atualizados necessários para desempenhar suas tarefas com eficiência;

• motivação: em todas as atividades exigidas na função de motivação, os

esforços focalizam um objetivo principal, que é ter empregados competentes

e adaptados, com habilidades, capacidades e conhecimentos atualizados,

exercendo suas atividades com altos níveis de energia;

Page 26: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

26

• manutenção: se tempo e esforço forem empenhados nesta fase, a

administração de recursos humanos pode alcançar seu objetivo supremo de

ter empregados competentes, adaptados à cultura da organização, com

conhecimentos, habilidades e capacidades atualizados, exercendo suas

atividades com altos níveis de energia e dispostos a manter seu compromisso

e lealdade para com a empresa.

Percebe-se que os fatores externos, como a legislação governamental, o

sindicato e a reengenharia são os fatores externos que afetam as funções da

administração de recursos humanos, seja através das leis implantadas ou alteradas

pelo governo federal ou através das novas tendências mundiais que ditam novos

conceitos quanto à gestão das pessoas.

Por outro lado, têm-se as práticas administrativas, o preenchimento de

cargos, treinamento e desenvolvimento, a motivação e a manutenção, que são

atividades desempenhadas dentro de cada organização de maneira diferente,

conforme a política de cada empresa.

Na visão de Chiavenato (1999), os processos de gestão de pessoas são os

meios que o administrador utiliza para conduzir seus colaboradores, assim como,

utilizando-se das políticas e práticas de recursos humanos para administrar o

trabalho das pessoas. Assim, para Chiavenato (1999), pode-se resumir os processos

de gestão de pessoas em seis processos básicos:

• Processos de agregar pessoas: são os processos que o administrador

utiliza para adicionar novas pessoas à organização, incluindo recrutamento e

seleção de pessoas.

• Processos de aplicar pessoas: são processos que têm como objetivo

orientar e acompanhar o colaborador na atividade que irá realizar na

organização, incluindo o desenho de cargos na empresa, baseado na

avaliação e desempenho.

• Processos de recompensar pessoas: são processos que o administrador

utiliza para incentivar as pessoas à realização e satisfação de suas

necessidades individuais, incluindo recompensas, remuneração e benefícios.

Page 27: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

27

• Processos de desenvolver pessoas: são processos utilizados para

capacitar mais os colaboradores, incluindo treinamentos e programas de

mudança e desenvolvimento de carreiras.

• Processos de manter pessoas: processos utilizados para que se possa

criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para a prática das

atividades; incluem disciplina, higiene, segurança, qualidade de vida e

manutenção de relações sindicais.

• Processos de monitorar pessoas: são processos utilizados para que se

possa acompanhar as atividades realizadas e verificar os resultados

atingidos.

Decenzo e Robbins (2001) e Chiavenato (1999) reúnem todas as atividades

que a administração de recursos humanos tem responsabilidade nas organizações,

todas focando como objeto principal o colaborador. Verifica-se que a administração

de recursos humanos consiste em quatro funções internas, que são o preenchimento

de cargos, treinamento e desenvolvimento, motivação e manutenção; sendo que

quatro fatores externos têm influência sobre a administração de recursos humanos,

que são a globalização, sindicato, legislação federal e práticas administrativas.

A seguir, será abordado o tema liderança, que possui grande influência no

grau de satisfação e de comunicação dentro das organizações perante os

colaboradores.

2.2 Liderança

O ser humano se interessou pela natureza da liderança desde o início da

história. As primeiras pesquisas trataram de identificar as características que

separavam os líderes dos não-líderes, ou entre os líderes bem sucedidos e os não

sucedidos. (CHIAVENATO, 2000)

Ainda conforme Chiavenato (1994), o conceito de liderança é definido como

um fenômeno social que ocorre exclusivamente em grupos sociais, podendo ser

definida como uma influência interpessoal exercida numa dada situação e dirigida

através do processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais

objetivos específicos. A liderança é um tipo de influenciação entre as pessoas.

Page 28: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

28

Assim, percebe-se que através da liderança uma pessoa influencia a outra em

função dos relacionamentos existentes entre elas.

Na visão de Robbins (2003) o conceito de liderança é definido como o

processo de influência, pelo qual os indivíduos, com suas ações, facilitam o

movimento de um grupo de pessoas rumo a metas comuns ou compartilhadas.

Para Soto (2002) a liderança é uma parte importante da administração, mas

não é tudo. Os gerentes devem planejar e organizar, mas o papel primário de um

líder é influir nos demais para que tratem de alcançar com entusiasmo os objetivos

estabelecidos. Isto significa que os líderes fortes podem ser maus gerentes se os

erros de planejamento fizerem com que um grupo avance na direção errada.

Ainda para Soto (2002) o conceito de liderança é um processo de influência

nos demais para que trabalhem com entusiasmo para cumprir seus objetivos. Sem

liderança, as empresas seriam somente uma confusão de pessoas e máquinas, pois

é através da liderança que as pessoas são motivadas, sabem as metas que

precisam alcançar e como a empresa chegará no seu pleno desenvolvimento.

Para Bowditch e Buono (1997) o conceito de liderança pode ser considerado

como um processo de influência, geralmente de uma pessoa, através do qual um

indivíduo ou grupo é orientado para o estabelecimento ou atingimento de metas.

A liderança pode ser vista conforme alguns exemplos práticos. Soto (2002)

nos apresenta um destes exemplos:

Alguns autores entendem que a liderança é que A provoque B a fazer o que A deseja. Outros entendem que a liderança genuína ocorre quando B convence A a fazer algo que A deseja, porque é bom para B. Outros insistem que liderança é A estabelecer condições tais para que B possa se responsabilizar em fazer algo que ele e A acreditem que tenham de executar. Outros, ainda, opinam que só o fato de influenciar outra pessoa é, por si só, uma ação de liderança, prescindindo que A consiga ou não mudar a conduta de B, o que seria, em todo caso, uma amostra do grau de eficácia de liderança exercida e não a realidade da liderança em si mesma (SOTO, 2002, p.211).

O conceito de liderança pode ser interpretado de maneiras diferentes.

Enquanto a liderança pode estar relacionada à persuasão que o líder possui sobre

os demais, a liderança também pode ser definida como a atitude de fazer com que

os colaboradores já saibam as tarefas que devam fazer, sem a necessidade de

serem persuadidos.

Page 29: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

29

Conforme Vendramini (2000) a liderança é considerada a influência

interpessoal exercida pelo líder para modificar o comportamento dos indivíduos,

implicando mudança de preferências. Ela é uma interação entre os que exercem a

liderança e os seus seguidores. Estes consentem a autoridade, legitimando-a.

Drucker (1996) apud Araújo (2006) ressalta uma questão importante, ao

assegurar que para ser líder é necessário ter seguidores, pois sem eles a liderança

não existirá. O autor apóia a idéia de que não escolhemos ser líderes, mas somos

escolhidos. Por assim dizer, a liderança não é algo comprável ou possível de

aprendizado, ela é fruto de suas atitudes com aqueles que o cercam, completando

ainda que o líder eficaz não é alguém amado e admirado. É alguém cujos

seguidores fazem as coisas certas, enfatizando ainda que popularidade não é

liderança, e sim os resultados alcançados.

Para que o líder consiga seguidores, necessitará, conforme Soto (2002) de

uma liderança bem-sucedida que dependerá de comportamentos, habilidades e

ações apropriadas e não de características pessoais. Isto é um fato bastante

relevante, visto que o comportamento pode ser aprendido e modificado enquanto as

características pessoais são relativamente fixas. Os três tipos de habilidades que os

líderes utilizam são:

• habilidade técnica: refere-se ao conhecimento e capacidade de uma

pessoa em qualquer tipo de processo ou técnica. Alguns exemplos são as

habilidades que os contadores, engenheiros, digitadores e fabricantes de

ferramentas aprendem. Esta habilidade é a característica que distingue o

desempenho no trabalho operacional; mas, à medida que os empregados são

promovidos a cargos de liderança, as habilidades técnicas tornam-se

proporcionalmente menos importantes. Cada vez mais dependem das

habilidades técnicas dos seus subordinados e em muitos casos nunca

praticaram sequer algumas das habilidades técnicas que supervisionaram;

• habilidade humana: é a capacidade para trabalhar eficazmente com as

pessoas para obter resultados no trabalho em equipe. Nenhum líder de

qualquer nível hierárquico escapa à necessidade de possuir uma importante

habilidade humana. Esta é a parte principal do comportamento para a

liderança;

• habilidade conceitual: é a capacidade para pensar em termos de modelos,

marcos diferenciadores e relações amplas, como nos planejamentos

Page 30: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

30

estratégicos de longo prazo. Torna-se cada vez mais importante nos cargos

gerenciais superiores. A habilidade conceitual tem a ver com idéias, enquanto

a habilidade humana concentra-se nas pessoas e a habilidade técnica refere-

se a coisas.

O comportamento de liderança deve ajudar o grupo a atingir os objetivos, ou,

em outras palavras, a satisfazer suas necessidades. Assim, o indivíduo que possa

dar maior assistência e orientação ao grupo para que este atinja um estado

satisfatório tem maiores possibilidades de ser considerado seu líder.

Explica Silva (2001) que o líder reúne condições para organizar atividades

dos membros dos grupos através dos meios de satisfação. O líder surge porque é

capaz de sugerir, opinar, permitir sobre algo que um ou mais indivíduos estejam

querendo ver realizado, entre outros. Por sua vez, um líder encontra nos liderados

meios para realizar suas necessidades de líder, quais sejam: liderar, manipular,

ajudar pessoas, obter prestígio, reconhecimento, gratidão, vantagens econômicas e

financeiras, ou ainda, por representar poder, ameaça etc.

Conforme Soto (2002) a análise de habilidades ajuda a demonstrar por que

alguns chefes de setores às vezes têm um desempenho insatisfatório quando são

promovidos, verificando-se que muitas vezes o cargo que ocupam necessita de uma

maior habilidade conceitual em particular.

Quanto à liderança, pode-se afirmar que ela faz parte da personalidade de um

administrador. Um administrador deve ser também um verdadeiro líder. Para Silva

(1997) embora o administrador tenha o poder de admitir, promover, demitir e exigir

dos funcionários a prestação de serviços (por força de sua autoridade), ele terá

maior sucesso nos resultados de cada um se souber conduzi-los como um líder.

Destaca Chiavenato (1997) que as teorias da liderança podem ser

classificadas em três grandes grupos:

• Teorias de Traços de Personalidade.

• Teorias sobre Estilos de Liderança.

• Teorias Situacionais de Liderança.

Cada um desses grupos de teorias apresenta características e abordagens

próprias, conforme visualizado na figura 2.

Page 31: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

31

Figura 2: As Teorias sobre Liderança. Fonte: Adaptado de Chiavenato (1997).

Verifica-se na figura 2 que as Teorias de Traços de Personalidade são as

teorias mais antigas a respeito da liderança. Segundo essas teorias, o líder é aquele

que possui alguns traços específicos de personalidade que o distinguem das demais

pessoas, sendo que ele apresenta características marcantes de personalidade pelas

quais pode influenciar o comportamento das outras pessoas. Chiavenato (1997)

apresenta os traços de personalidade que definem o líder, resumindo alguns dos

principais traços:

• Traços físicos: energia, aparência, estatura e peso.

• Traços intelectuais: adaptabilidade, agressividade, entusiasmo e

autoconfiança.

• Traços sociais: cooperação, habilidades interpessoais e habilidade

administrativa.

• Traços relacionados com a tarefa: impulso de realização, persistência e

iniciativa.

Nas Teorias dos Traços de Personalidade, um líder deve inspirar confiança,

ser inteligente, perceptivo e decisivo para ter melhores condições de liderar com

sucesso. (CHIAVENATO, 1997)

Teorias de Traços de Personalidade

Teorias sobre Estilos de Liderança

Teorias Situacionais de Liderança

Adequação do comportamento do líder às circunstâncias da situação

Maneiras e estilos de comportamento adotados

pelo líder

Características marcantes de personalidade

possuídas pelo líder

Page 32: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

32

Existem diversos estilos de personalidades para os diferentes tipos de líderes.

A liderança não é apenas domínio de uns poucos membros da alta gerência, pois a

habilidade de se assumir responsabilidades é importante em todos os níveis de

gerenciamento. (CHIAVENATO, 1997)

O líder que supervisionava o cumprimento das ordens e regras definidas pela alta cúpula, agora passa a ser um servidor, uma ponte que facilita o alcance dos objetivos e procedimentos traçados, na sua maioria, pelos indivíduos da esfera organizacional. Para isso, busca-se o desenvolvimento do indivíduo na organização, não mais como um instrumento para captar recursos ou alcançar melhores resultados financeiros, mas sim, para concebê-lo como ser humano integral, cujas potencialidades podem e devem ser desenvolvidas com o intuito de torná-lo uma pessoa melhor, um indivíduo mais consciente, aproveitando suas experiências e respeitando sua individualidade, enfim, privilegiando seu crescimento como pessoa (VENDRAMINI, 2000, p.21).

Observando o exposto por Vendramini (2000), nota-se que todas as correntes

do pensamento administrativo tratam da liderança como uma forma de integrar os

interesses dos gerentes e dos empregados.

Entretanto, afirma Silva (1990) que é na Teoria Comportamentalista que esse

tema veio à tona através das experiências de Kurt Lewin. Em 1939, Lewin utilizou-se

de alguns padrões de liderança conhecidos, que foram a liderança autocrática, a

liderança democrática e a liderança liberal.

Conforme Chiavenato (1997) a principal teoria que procura explicar a

liderança por meio de estilos de comportamento, sem se preocupar com

características de personalidade, é a que se refere a três estilos de liderança, que

são: a autoritária, a liberal e a democrática; que podem ser resumidas conforme o

quadro 1.

Verifica-se que ambos os autores, Silva (1990) e Chiavenato (1997) destacam

os três estilos de liderança identificados inicialmente por Lewin, em 1939. Cada um

dos estilos de liderança apresenta características em relação à maneira de agir e

traços da personalidade do líder.

Autocrática Democrática Liberar ( laissez-faire)

Apenas o líder fixa as

diretrizes, sem nenhuma

participação do grupo.

As diretrizes são debatidas e

decididas pelo grupo,

estimulando e assistido pelo

líder.

Há liberdade completa para

as decisões grupais ou

individuais, com participação

mínima do líder.

Page 33: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

33

O líder determina as

providências e as técnicas

para a execução das tarefas,

cada uma por sua vez, à

medida que se tornam

necessárias e de modo

imprevisíveis para o grupo.

O próprio grupo esboça as

providências e as técnicas

para atingir o alvo, solicitando

aconselhamento técnico ao

líder quando necessário,

passando este a sugerir duas

ou mais alternativas para o

grupo escolher. As tarefas

ganham novas perspectivas

com os debates.

A participação do líder no

debate é limitada,

apresentando apenas

materiais variados ao grupo,

esclarecendo que poderia

fornecer informações desde

que fossem solicitadas.

O líder determina qual tarefa

cada um deve executar e

qual o seu companheiro de

trabalho.

A divisão das tarefas fica a

critério do próprio grupo e

cada membro tem liberdade

de escolher os seus

companheiros de trabalho.

Tanto a divisão das tarefas

como a escolha dos

companheiros fica totalmente

a cargo do grupo. Absoluta

falta de participação do líder.

O líder é dominador e

pessoal nos elogios e nas

críticas ao trabalho de cada

membro.

O líder procura ser um

membro normal do grupo, em

espírito, sem encarregar-se

muito de tarefas. O líder é

objetivo e limita-se aos fatos

em suas críticas e elogios.

O líder não faz nenhuma

tentativa de avaliar ou de

regular o curso dos

acontecimentos. O líder

somente faz comentários

irregulares sobre as

atividades dos membros

quando perguntado.

Quadro 1: Os três estilos de liderança. Fonte: Adaptado Chiavenato (1997, p.101).

A liderança lida com as mudanças em um mundo competitivo, em constantes

alterações. Os líderes eficazes lidam com estas mudanças, formulando uma visão

do futuro e estabelecendo uma direção para essa visão. Estas pessoas também têm

o poder de persuadir, inspirar e motivar os outros a forçar as mudanças úteis.

(SOTO, 2002)

Destaca Silva (2001) que existe diferença entre o gerenciamento e a

liderança, que reside nos termos dos objetivos organizacionais. A liderança é um

conceito mais amplo do que o gerenciamento, que é uma forma especial de

liderança e que busca o alcance dos objetivos organizacionais. Já a liderança ocorre

quando uma pessoa tenta influenciar o comportamento de um indivíduo ou grupo,

Page 34: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

34

quer seja por objetivos próprios ou por objetivos dos outros, e estes objetivos podem

ou não ser coerentes com os objetivos da organização.

Verifica-se que a liderança é parte do gerenciamento, na medida em que

enfatiza as atividades comportamentais dos indivíduos na organização.

O quadro 2 apresenta as diferenças primárias entre gerentes e líderes

eficazes, conforme Warren Bennis apud Silva (2001):

Gerentes Líderes

Administram as atividades.

Dão suporte às condições e pessoas.

Confiam nos controles.

Têm perspectiva de curto prazo.

Aceitam o status quo.

Perguntam como e quando.

Centram-se nos sistemas e estruturas

Inovam suas realizações.

Desenvolvem as pessoas.

Inspiram confiança.

Têm perspectiva de longo prazo.

Desafiam o status quo.

Perguntam o quê e por quê.

Centram-se nas pessoas.

Quadro 2: Diferenças primárias entre gerentes e líd eres. Fonte: Adaptado de Silva (2001).

Constata-se que os gerentes não são, necessariamente, líderes. Os líderes

apresentam características que fazem parte de sua personalidade.

O quadro 3, a seguir, mostra um estereótipo da diferença entre liderança e

gerenciamento, conforme Dubrin (2003).

Líder Gerente

Visionário

Passional

Criativo

Flexível

Inspirador

Inovador

Corajoso

Imaginativo

Experimental

Independente

Racional

Consultivo

Persistente

Solucionador de problemas

Firme em seus pensamentos

Analítico

Estruturado

Deliberado

Autoritário

Sólido

Quadro 3: Diferenças entre líderes e gerentes. Fonte: Adaptado de Dubrin (2003).

Page 35: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

35

O quadro 3 apresenta informações sobre as características que fazem parte

da personalidade de líderes e de gerentes, sendo que no atual ambiente de trabalho,

os gerentes devem ser líderes e os líderes devem ser bons gerentes. Isto porque os

colaboradores precisam ser inspirados e persuadidos, mas também necessitam de

assistência no desenvolvimento e manutenção de um local de trabalho que funcione

suavemente.

Destaca-se que o quadro 2, apresentado por Silva (2001) e o quadro 3, criado

por Dubrin (2003) apresentam as principais características sobre os líderes e

gerentes, sendo que Silva (2001) apresenta as principais ações tomadas pelos

gerentes e pelos líderes no dia-a-dia da organização, e o quadro 3, de Silva (2003)

destaca as principais características de personalidade entre gerentes e líderes.

A seguir, são apresentados os conceitos referente ao clima organizacional e

quais os fatores que são analisados em sua avaliação interna nas organizações.

2.3 Clima organizacional

O clima organizacional está ligado ao moral e à satisfação das necessidades

dos colaboradores, devendo-se ter em mente que os resultados podem ser

negativos ou positivos, visto que isto irá depender de como os participantes se

sentem em relação à organização.

O conceito de clima organizacional envolve fatores estruturais, como o tipo de organização, tecnologia utilizada, políticas da companhia, metas operacionais, regulamentos internos, além de atitudes e comportamento social que são encorajados ou sancionados através dos fatores sociais. Ele resulta de um complexo envolvimento de componentes relacionados com aspectos formais e informais da estrutura organizacional, dos sistemas de controle, das regras e regulamentos internos e das relações interpessoais existentes na organização (CHIAVENATO, 2002, p.242).

A análise do clima organizacional pode ser considerada como um instrumento

que, aplicado de forma consciente e metódica, pode trazer consistência em quase

todas as mudanças empresariais que busquem eficiência, eficácia e qualidade. É

preciso haver qualidade na vida pessoal e profissional dos colaboradores para que

haja qualidade nos produtos e serviços. (LUZ, 2005)

O comportamento, por sua vez, é influenciado pelo ambiente. Os aspectos

da organização que interferem e emitem as influências que contornam o clima são

Page 36: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

36

provenientes dos diferentes tipos de motivação dos participantes. (CHIAVENATO,

2002)

Conforme Bowditch e Buono (1997, p.235) “o clima organizacional é uma

medida de até que ponto as expectativas das pessoas, sobre como deveria se

trabalhar em uma organização, estão sendo cumpridas”. Enquanto a cultura

organizacional se ocupa da natureza das crenças e expectativas sobre a vida

organizacional, o clima é um indicador que verifica se essas crenças e expectativas

estão sendo concretizadas. É uma percepção resumida da atmosfera e do ambiente

da organização, e tem implicações na satisfação com o trabalho e a organização, no

desempenho, nos padrões de interação em grupos, e nos comportamentos de

afastamento.

Observando as idéias expostas por Chiavenato (2002) o clima organizacional

refere-se especificamente às propriedades motivacionais do ambiente interno de

uma organização, aos aspectos que provocam diferentes espécies de motivação em

seus participantes.

Na visão de Luz (2005, p.28) as pesquisas de clima organizacional buscam

saber a opinião dos funcionários quanto às seguintes variáveis: o trabalho realizado

pelos funcionários; salário; benefícios; integração entre os departamentos da

empresa; supervisão/liderança/estilo gerencial/gestão; comunicação;

treinamento/desenvolvimento/carreira/progresso e realização profissionais;

possibilidades de progresso profissional; relacionamento interpessoal; estabilidade

no emprego; processo decisório; condições físicas de trabalho; relacionamento da

empresa com os sindicatos e funcionários; participação; pagamento dos salários;

segurança no trabalho; objetivos organizacionais; orientação da empresa para

resultados; disciplina; imagem da empresa; estrutura organizacional; ética e

responsabilidade social; qualidade e satisfação do cliente; reconhecimento;

vitalidade organizacional; direção e estratégias; valorização dos funcionários;

envolvimento/comprometimento; trabalho em equipe; modernidade; orientação da

empresa para os clientes; planejamento e organização; fatores motivacionais;

fatores desmotivadores.

A pesquisa de clima organizacional é uma ferramenta bastante importante

para as organizações, pois consegue visualizar o grau de satisfação de seu público

interno. Mas, ela deve ser feita periodicamente, pois a satisfação das pessoas varia

conforme as situações do dia-a-dia. Através da pesquisa de clima é que a empresa

Page 37: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

37

poderá tomar medidas corretivas que estejam gerando insatisfação e até baixa

produtividade. (LUZ, 2005)

Para Bergamini e Coda (1997), a pesquisa de clima organizacional é um

levantamento de opiniões que caracteriza uma representação da realidade

organizacional consciente, uma vez que retrata o que as pessoas acreditam estar

acontecendo em determinado momento na organização enfocada.

O clima pode ser positivo ou negativo, ou seja, bom ou ruim. Ele é bom

quando predominam as atitudes positivas que dão ao ambiente de trabalho uma

tônica favorável. O baixo turn-over e o alto tempo de permanência na empresa são

bons indicadores desse tipo de clima.

Conforme Chiavenato (2002) o clima organizacional se torna alto quando

favorece as situações que propiciam satisfação das necessidades pessoais e

elevação da moral. É baixo e desfavorável em situações que proporcionam a

frustração daquelas necessidades. No fundo, o clima organizacional influencia o

estado motivacional das pessoas e é por ele influenciado: é como se houvesse certa

retroação recíproca entre o estado motivacional das pessoas e o clima

organizacional.

Observando as idéias expostas por Chiavenato (2002), torna-se fundamental

para as organizações avaliarem constantemente seu clima organizacional, visando

conhecer se o clima está favorável ou desfavorável e quais os fatores que o estão

afetando positiva ou negativamente, a fim de traçar ações corretivas que melhorem o

clima entre os colaboradores.

Neste sentido, um dos fatores que afetam o clima é a motivação dos

funcionários, que também pode sofrer influências que acabam gerando um clima

desfavorável. O tópico a seguir apresenta o conceito e quais os fatores que afetam a

motivação das pessoas.

2.4 Motivação

A motivação humana é um tema que vem polarizando as atenções dos

cientistas e estudiosos desde o início do século XX, quando oficialmente se tem

notícia das primeiras pesquisas e estudos científicos nessa área.

Conforme Marras (2000) a experiência da fábrica de Hawthorne, da General

Electric Company, de Chicago, nos Estados Unidos, no final dos anos 20 e começo

Page 38: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

38

dos anos 30, é tida como o primeiro dos experimentos e intervenção maior dos

cientistas do comportamento. O chamado Estudo Hawthorne foi planejado com o

intuito de verificar a existência de alguma relação entre as condições de trabalho e a

incidência de fadiga ou monotonia entre os empregados.

Mas, as conclusões deste estudo apontaram para outra direção, sendo

provado que a atenção dada ao trabalhador conseguia influir na sua produtividade.

Foi o passo inicial para que, por volta de 1950, se reiniciassem sérios estudos sobre

o processo motivacional. (MARRAS, 2000)

A explicação para a motivação é que as pessoas estão dispostas a se

esforçar no sentido de alcançar uma meta, porque isso satisfaz uma de suas

necessidades importantes. (MARRAS, 2000)

Para Bergamini e Coda (1997), quando se fala de motivação humana, parece

inapropriado que uma simples regra geral seja considerada como recurso suficiente

do qual se lança mão quando o objetivo é a busca de uma explicação ao mesmo

tempo mais abrangente e mais precisa sobre as possíveis razões que levam as

pessoas a agir.

“Motivação pode ser definida em termos de algum comportamento externo. As

pessoas que estão motivadas exercem um esforço maior para desempenhar uma

tarefa do que as pessoas que não o estão”. (DECENZO; ROBBINS, 2001, p.60)

Em todas as organizações, o sucesso depende do desempenho de seus

empregados, que é alcançado em decorrência de sua capacidade de realizar o

trabalho e de sua disposição em fazê-lo.

Para Barbosa e Salles (2005), entende-se por motivação a ação de incentivar

pessoas e equipes a trabalhar da melhor maneira possível, através da construção de

um ambiente favorável ao desempenho de suas aptidões.

Deeprose (1995) entende que motivar é incentivar pessoas e equipes a

trabalhar da melhor maneira possível, através da construção de um ambiente

favorável ao desempenho de suas aptidões. Com base nisto, há muitas maneiras

para um administrador influenciar o potencial de motivação interna de um

funcionário.

Chiavenato (1994) define que a motivação está contida dentro das próprias

pessoas e pode ser amplamente influenciada por fontes externas ao indivíduo ou

pelo seu próprio trabalho na empresa.

Page 39: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

39

Na visão de Decenzo e Robbins (2001), recrutamento, seleção e treinamento

geralmente focalizam apenas o lado da habilidade; assim, fica faltando um

ingrediente da maior importância, que é a disposição da pessoa. Assim, a motivação

é um processo de ativar esse potencial em todos os colaboradores da organização.

A satisfação das necessidades organizacionais e individuais, quando

atendidas, gera a motivação do empregado, que pode ser definida como a

disposição do indivíduo de exercer um esforço para alcançar os objetivos da

organização, condicionada pela capacidade desse esforço para satisfazer também

as necessidades individuais. (MARRAS, 2000)

Neste sentido, Decenzo e Robbins (2001), destacam que existem três

componentes: esforço, metas organizacionais e necessidades individuais,

representadas conforme a figura 3.

Figura 3: Componentes da motivação. Fonte: Adaptado de Decenzo e Robbins (2001, p.60).

Na figura 3, verifica-se que as necessidades individuais podem ser satisfeitas

sem a realização das metas organizacionais, como por exemplo uma pessoa ganhar

na loteria. Assim, o foco dos componentes da motivação apresentados no figura 2

estão focados apenas nas necessidades atendidas através do esforço do trabalho

numa organização.

O processo de motivação de um indivíduo começa com uma necessidade

não-satisfeita, que pode ser qualquer coisa que deseja-se, mas da qual se está

privado. A figura 4 mostra este processo de motivação. (DECENZO; ROBBINS,

2001)

Esforço exercido do

empregado

Metas organizacionais

alcançadas

Necessidades individuais satisfeitas

Fluxo do Processo

Page 40: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

40

Figura 4: Processo de motivação. Fonte: Adaptado de Decenzo e Robbins (2001, p.60).

De acordo com a figura 4, sempre que o indivíduo se encontra em um estado

de privação, com necessidades não-satisfeitas, isso resulta em tensão. A tensão tem

uma conotação negativa, apesar de que uma certa tensão é absolutamente

necessária. Em vez de se agruparem todas as formas de tensão em um único termo,

deve-se reconhecer tanto as formas positivas quanto as negativas, que são as

chamadas tensão funcional e a tensão disfuncional. Para Decenzo e Robbins

(2001), para que ocorra a motivação, deve-se ter a tensão funcional, pois é este

estímulo que dá energia para o indivíduo praticar ações.

Como as pessoas experimentam algumas necessidades não-satisfeitas e têm

o desejo de mudar essa situação, a tensão funcional que sentem as levará a assumir

um comportamento determinado. Assim, o esforço é a ação exterior da pessoa que

focaliza um objetivo específico. Essas ações são efetuadas para que os objetivos

exigidos possam ser alcançados. Se os esforços são bem sucedidos e o objetivo é

atingido, então espera-se que as necessidades sejam satisfeitas.

Portanto, na visão de Decenzo e Robbins (2001), pode-se afirmar que os

empregados motivados se encontram num estado de tensão. Para aliviar essa

tensão, eles se empenham em atividades organizacionais. Quanto maior a tensão,

maior o impulso para alcançar o alívio.

Por exemplo, quando se vê uma pessoa trabalhando com entusiasmo em

alguma atividade, pode-se concluir que está sendo impulsionada por um desejo de

alcançar alguma meta que percebe como valiosa.

Necessidade não-satisfeita

Tensão

aumentada

Tensão

diminuída

Esforço

Necessidade

satisfeita

Privação Tensão funcional x disfuncional

Comportamento externo

Consecução da meta

Estado de calma

Page 41: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

41

Destacam Barbosa e Salles (2005), que há várias maneiras de um gerente

influenciar o potencial de motivação interna de um funcionário. Uma dessa é

oferecer incentivos, que poderão ser traduzidos como recompensa e

reconhecimento, para estimular as pessoas a manterem um excelente desempenho,

ou caso este desempenho esteja abaixo do desejo, que ele melhore.

Estudos relacionados à motivação foram feitos por vários autores, dentre eles:

Abraham Maslow, Douglas McGregor, Federick Herzberg, David McClelland, J.

Stacey Adams e Victor Vromm, sendo resumidas suas teorias no quadro 4.

Teoria Autor Resumo

Hierarquia das necessidades Abraham Maslow

Existem cinco necessidades numa ordem hierárquica, da mais baixa à mais alta: fisiológicas, de segurança, de pertencimento, de estima e de auto-realização. A pessoa sobe pela hierarquia; quando uma necessidade é satisfeita, passa para a seguinte.

Teoria X – Teoria Y Douglas McGregor

Propõe dois conjuntos alternativos de suposições que os administradores têm sobre os seres humanos: motivações – uma, basicamente negativa, chamada teoria X; e a outra, basicamente positiva, chamada Teoria Y. McGregor argumenta que as suposições da Teoria Y são mais válidas do que as da Teoria X e que a motivação dos empregados seria maximizada concedendo-se aos trabalhadores maior envolvimento e autonomia no trabalho.

Motivação-Higiene Frederick Herzberg

Argumenta que os fatores intrínsecos do cargo motivam, enquanto os fatores extrínsecos apenas apaziguam os empregados.

Necessidades de Realização, Afiliação e Poder

David McClelland

Propõe que há três grandes necessidades em situações de local de trabalho: realização, afiliação e poder. Uma alta necessidade de realizar tem sido relacionada de forma positiva com o desempenho superior no trabalho, quando o cargo proporciona responsabilidade, feedback e desafio moderado.

Teoria da Eqüidade J. Stacey Adams

Uma pessoa compara seu índice de input/resultado com outros relevantes. Se há uma iniqüidade percebida, a pessoa aumentará seu comportamento, ou escolherá outra referência de comparação.

Teoria da Expectativa Victor Vroom

Propõe que a motivação é uma decorrência da valia (valor) dos relacionamentos esforço-desempenho e desempenho-recompensa.

Quadro 4: Resumo das Teorias Motivacionais Clássica s. Fonte: Adaptado de Decenzo e Robbins (2001, p.62).

A Teoria de Motivação mais conhecida é a Teoria das Necessidades de

Maslow, que trata das necessidades humanas.

Page 42: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

42

Afirmam Bergamini e Coda (1997), que a motivação vem das necessidades

humanas e não daquelas coisas que satisfazem a essas necessidades. Na

realidade, quanto mais intensamente motivada estiver uma pessoa, mais baixo será

o nível de satisfação associado com as necessidades em questão. A motivação é

uma energia, uma tensão, uma força, uma pressão, mas não tem papel ativo no

direcionamento real do comportamento.

A resposta relativa à motivação é dada em termos de forças ativas

impulsionadoras, traduzidas em palavras que designam desejo e receio, visto que o

indivíduo deseja poder, status e receia as ameaças à auto-estima. Todo indivíduo

possui metas e objetivos, cujo alcance gasta energia e o comprometimento de seu

tempo, dedicando-se a todas as coisas que julga capazes de levá-lo à conquista do

poder. (CHIAVENATO, 1994)

Assim, a motivação é um fator essencial de destaque nas organizações, pois

afetará de maneira direta na sua produtividade, principalmente quando os objetivos

pessoais do indivíduo estiverem sendo alcançados.

Para que a organização tenha conhecimento do grau de motivação de seus

colaboradores, é necessário que haja comunicação entre indivíduos e empresa, a

fim de que os objetivos da empresa sejam conhecidos e disseminados.

2.5 Comunicação organizacional

A comunicação é uma atividade administrativa que tem dois propósitos

principais que são proporcionar informação e compreensão necessárias para que as

pessoas possam conduzir-se nas suas tarefas e proporcionar as atitudes

necessárias que promovam motivação, cooperação e satisfação nos cargos. Estes

dois propósitos, em conjunto, promovem um ambiente que conduz a um espírito de

equipe e a um melhor desempenho nas tarefas.

Conforme Silva (2001) a comunicação é o processo de transmissão de

informações e o respectivo entendimento do significado. Ou seja, a comunicação

envolve o entendimento do que foi transmitido por todos os envolvidos no processo.

Para Robbins (2003), a comunicação envolve a transferência de significado

de uma pessoa para outra. Assim, se não houve nenhuma transmissão de

informações ou idéias, a comunicação não aconteceu. A comunicação, que é a

Page 43: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

43

transferência de significado, envolve um emissor, que transmite uma mensagem, e

também um receptor, que a compreende.

A comunicação facilita a motivação por esclarecer aos funcionários o que

deve ser feito, avaliar a qualidade do seu desempenho e orientar sobre o que fazer

para melhorá-lo. (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000)

Para Chiavenato (1997), a comunicação é importante no relacionamento entre

as pessoas e na explicação aos participantes inferiores das razões das orientações

tomadas. Os subordinados devem receber continuamente dos superiores um fluxo

de comunicações capaz de suprir-lhes as necessidades. Por outro lado, os

superiores devem receber dos subordinados um fluxo de comunicações capaz de

fornecer-lhes uma idéia adequada do que está acontecendo.

A figura 5 descreve o processo de comunicação, que é um modelo composto

de sete partes.

Figura 5: O processo de comunicação. Fonte: Adaptado de Robbins (2003).

As partes que formam o processo de comunicação, conforme Robbins (2003)

são:

• a fonte de comunicação ou emissor: início do processo de comunicação,

convertendo um pensamento ou mensagem em uma forma simbólica;

• a codificação: esta conversão é a codificação, ou seja, a conversão de

uma mensagem enviada em forma simbólica;

• a mensagem: é o produto físico concreto da codificação da fonte, ou seja,

aquilo que é comunicado;

Fonte Canal Receptor Decodificação Codificação

Mensagem Mensagem Mensagem Mensagem

Feedback

Page 44: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

44

• o canal: é o meio pelo qual a mensagem é transmitida;

• a decodificação: antes de a mensagem poder ser recebida, os símbolos

nela contidos devem ser traduzidos de uma forma que possa ser entendida

pelo receptor, ocorrendo a decodificação, que é a retradução da mensagem

enviada por um emissor;

• o receptor: é o destinatário a quem a mensagem é dirigida;

• o feedback: é a verificação do sucesso obtido na transferência das

mensagens, tais como originalmente pretendidas. Procura determinar se o

entendimento aconteceu.

As comunicações dentro das empresas não são perfeitas, pois são

transformadas ou alteradas ao longo do processo, o que faz com que o último elo,

ou seja, o recebedor da mensagem, quase sempre receba algo diferente do que foi

originalmente enviado, transformando a intenção do processo de comunicação.

(ROBBINS, 2003)

Chiavenato (1994) definiu a comunicação como um processo cíclico,

composto de cinco etapas:

• Emissor ou fonte: é a pessoa, coisa ou processo que emite a mensagem,

trata-se do ponto de origem da mensagem.

• Transmissor ou codificador: é quem transporta a mensagem devidamente

codificada através de algum canal até o receptor de que a recebe.

• Canal: é o espaço situado entre o transmissor e o receptor, que

geralmente constituem os dois pontos fisicamente distantes entre si.

• Receptor ou decodificador: é o equipamento que liga o canal ao destino.

Se a comunicação é oral, a recepção é garantida através de uma boa

audição.

• Destino: é a pessoa, coisa ou processo para o qual a mensagem é

enviada. Trata-se do destinatário da mensagem, que a recebe e compreende.

É a saída do sistema e que determina o seu grau de eficácia.

Em todo processo de comunicação está sempre presente algum grau de

ruído, que é um elemento intrometido no sistema e altamente prejudicial ao seu

funcionamento.

Page 45: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

45

Destaca Chiavenato (2002) que existem três problemas principais de

transformação da comunicação:

• omissão: significa a supressão de aspectos das mensagens, mantendo o

sentido da mensagem íntegro e inalterado. Pode ocorrer quando o recebedor

não tem capacidade suficiente para captar o conteúdo inteiro da mensagem e

somente recebe ou passa o que pode captar;

• distorção: significa uma alteração no sentido da mensagem em suas

passagens pelos diversos agentes do sistema. Pode ocorrer devido às

diferenças de interesses e de pontos de vista. As distorções ocorrem,

freqüentemente, tanto nas comunicações horizontais como nas verticais,

devido aos diferentes objetivos e valores das unidades organizacionais e dos

níveis organizacionais;

• sobrecarga: ocorre quando os canais de comunicação conduzem um

volume de informação maior do que a sua capacidade de processá-las. A

sobrecarga provoca omissão e contribui enormemente para a distorção.

As barreiras provocam perda de comunicação entre as pessoas, impedindo o

trânsito livre e aberto das mensagens. A remoção das barreiras e dos ruídos é

fundamental para se conseguir um ambiente de comunicação aberto entre as

pessoas.

Para Stoner e Freeman (1999, p.392), as barreiras à comunicação

interpessoal são:

• percepções diferentes: esta é uma das barreiras mais comuns. Pessoas

com conhecimento e experiências diferentes costumam perceber o mesmo

fenômeno a partir de perspectivas diferentes. O modo como percebemos uma

comunicação é influenciado pelas circunstâncias em que ela ocorre. Um

desentendimento entre colegas durante uma sessão de planejamento de um

grande projeto pode ser visto como coisa inevitável ou até mesmo saudável.

Se o mesmo desentendimento acontecer durante o discurso anual do

Conselho Administrativo aos empregados, ele pode ser visto de modo um

tanto diferente;

• diferenças de linguagens: as diferenças de linguagens estão em geral

relacionadas a diferenças nas percepções individuais. Para que uma

Page 46: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

46

mensagem seja adequadamente comunicada, as palavras devem significar a

mesma coisa para o emissor e o receptor;

• ruído: o ruído é qualquer fator que perturbe, confunda ou interfira de outro

modo na comunicação. Raramente a comunicação acontece em ambientes

totalmente livres de ruído, de modo que as pessoas aprendem a pôr de lado

muitas mensagens irrelevantes que recebem. O problema é que algumas

vezes elas também põem de lado a informação relevante. Uma pessoa

conversando ao telefone num escritório cheio de agitação pode não ouvir a

mensagem que a secretária está mandando de outro lado da sala;

• reações emocionais: as reações emocionais – raiva, amor, autodefesa,

ódio, ciúme, medo, vergonha – influenciam o modo de compreendermos a

mensagem dos outros e o modo como influenciamos os outros com nossas

mensagens;

• inconsistência nas comunicações verbais e não-verbais: pensamos na

língua como o meio primário de comunicação, mas as mensagens que

enviamos e que recebemos são fortemente influenciadas por fatores não-

verbais, como os movimentos do corpo, as roupas, a distância que está-se da

pessoa com que fala-se, postura, gestos, expressões faciais, movimentos dos

olhos e contato físico. Mesmo quando a mensagem é simples como um bom

dia, pode-se passar várias intenções diferentes através da comunicação não-

verbal.

Assim, verifica-se que a comunicação é feita através de gestos verbais ou

não-verbais, buscando passar as informações do modo mais claro possível,

superando as barreiras que venham a surgir.

O processo de comunicação dentro de uma organização é imprescindível,

pois é através desta que os relacionamentos ocorrem, seja entre subordinados e

subordinados, seja entre subordinados e gerência. Pela comunicação, os

funcionários sabem as metas que devem alcançar, as etapas do processo da

empresa que devem ser realizadas, o feedback quanto ao trabalho desempenhado,

ou seja, quanto mais clara e completa a comunicação, maior a motivação do

funcionário, pois estará consciente do seu papel na empresa.

Page 47: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

47

2.5.1 Endomarketing

Explica Brum (1998) que a palavra endomarketing, endo provém do grego e

quer dizer ação interior ou movimento para dentro. Endomarketing é, portanto,

marketing para dentro.

O endomarketing é uma decorrência da necessidade de se motivar pessoas

para os programas de mudanças que começaram a ser implementados, desde a

década de 50, no mundo inteiro. Desta época até os dias atuais, as empresas

tiveram tempo para encontrar as mais diversas maneiras de se comunicar com o

público interno, dando origem às técnicas hoje utilizadas.

Bekin (2004) define o endomarketing como as ações gerenciadas de

marketing eticamente dirigidas ao público interno (funcionários) das organizações e

empresas focadas no lucro, das organizações não-lucrativas e governamentais e

das do Terceiro Setor, observando condutas de responsabilidade comunitárias e

ambiental.

Conforme Marcondes (2007), o endomarketing existe dentro de grandes

organizações para atrair e reter seu primeiro cliente: o cliente interno, tentando com

essa estratégia obter significativos resultados para as empresas, e por conseqüência

atraindo e retendo clientes externos também. Afinal, funcionários insatisfeitos com as

condições de trabalho e com os próprios produtos lançados, irão fazer uma contra-

propaganda cada vez que multiplicam fora da empresa a sensação de

descontentamento que os dominam. E, caso estejam satisfeitos com a empresa,

este ato transpassa para o cliente externo. Essa atitude estratégica visa dar aos

funcionários uma noção da importância de um serviço orientado para atender aos

clientes, fazendo-os ter a capacidade de responder qualquer dúvida que surja dentro

da companhia, e isso inclui envolvimento, comprometimento, valorização e,

principalmente, qualificação do funcionário, visando assumir responsabilidades e

iniciativas, conhecendo todas as rotinas de serviço da empresa onde atuam.

Assim, verifica-se que o endomarketing é um processo cujo foco é alinhar,

sintonizar e sincronizar, para implementar e operacionalizar a estrutura

organizacional de marketing da empresa, que visa e depende da ação para o

mercado e a sociedade.

Destaca Brum (1998) que um programa de endomarketing bem feito é capaz

de tornar o funcionário um ser comprometido com a nova postura da empresa e com

Page 48: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

48

a modernidade, cada um em sua área de atuação e através do seu trabalho. Assim,

existem duas estratégias básicas relacionadas com a comunicação interna:

• A primeira focaliza a empresa, a visão da direção, os propósitos e os

objetivos gerais da organização. Os programas voltados para a mudança de

uma determinada cultura, que comunicam uma nova visão da empresa,

enquadram-se nesta categoria que visa modificar as atividades dos

colaboradores, promovendo o compromisso e a lealdade para com a

organização.

• A segunda estratégia focaliza a tarefa, pois refere-se à comunicação de

questões específicas relacionadas ao trabalho. Isso inclui não apenas a

comunicação sobre a tarefa, como também a coleta das opiniões dos

funcionários sobre formas de melhorar o desempenho e a adoção de novos

métodos de trabalho. Neste caso, os objetivos da administração estão muito

mais relacionados à melhoria da eficiência e da eficácia dos serviços ou dos

processos de produção.

Verifica-se que dentro de um contexto de endomarketing, a criatividade é a

condição necessária para se estabelecer a estratégia de aproximação da empresa

com o funcionário. Para isso, a criatividade deve ser encarada como um processo.

Na visão de Brum (1998), o profissional tem uma idéia, a desenvolve e cria

valor a partir dela. Esse processo também pode ser chamado de inovação. Qualquer

que seja o nome escolhido, descreve o cotidiano ideal para profissionais que

trabalham a comunicação, seja ela interna ou externa.

É possível encontrar criatividade em qualquer indivíduo. No entanto, nem

todas as pessoas sabem fazer uso de sua criatividade como profissão ou para

melhoria de processos técnicos e de gestão.

Destaca Brum (1998) que a geração de idéias não é a parte mais difícil do

endomarketing. O desafio está na continuidade do processo. Como um programa de

endomarketing acontece a longo prazo, os profissionais precisam se superar a cada

ano.

O planejamento para implantação de um programa de endomarketing deve

ser a curto prazo. Um planejamento estrutural, conceitual e criativo pode ser feito

para um, dois ou três anos, dependendo dos objetivos que se quer alcançar. O risco

Page 49: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

49

de tornar-se desatualizado existirá somente se as metas globais da empresa forem

mudadas, dando lugar a um novo planejamento.

Para Brum (1998), as principais fases de um planejamento de endomarketing

são:

• Fase I – Pesquisa e Diagnóstico: para o marketing externo, quem define o

que será oferecido ao mercado é o próprio mercado. Para o marketing

interno, a regra é a mesma. Nesta fase são feitas as pesquisas de clima,

capaz de tornar visível a realidade de uma empresa e os motivos que

determinam ações, atitudes e comportamentos por parte dos funcionários. A

opinião do público interno, derivada do clima existente na empresa, tem

continuidade, duração e intensidade. Quando se pesquisa como as pessoas

se sentem em relação à empresa e aos colegas e como reagem a essa

percepção, é preciso estar preparado para saber de aspectos até então

desconhecidos, numa visão real de toda a questão. A pesquisa é que orienta

toda a criação do programa. Sem ela, é impossível identificar os pontos de

ruptura e criar os mecanismos para capturar o conhecimento emanado do

processo em si.

• Fase II – Definição da Meta Global: a meta global será definir o que a

empresa pretende com esse programa. Como exemplos de metas, têm-se as

mais variadas, que vão desde aumentar a produtividade, melhorar a

qualidade do produto, conquistar a credibilidade internamente, lançar um novo

produto no mercado, melhorar o atendimento ao público, criar uma nova

cultura interna, até mesmo aumentar os lucros da empresa. O trabalho de

comunicação interna, se não estiver alicerçado em uma grande meta, acaba

perdendo o foco e tornando-se um festival de mensagens sem conceito.

Depois de definida a meta ou as grandes metas, o processo para atingi-las é

profundo e mexe com pessoas e seus sentimentos. Exige, portanto, toda uma

linguagem e um visual que passe a fazer parte do ambiente empresarial,

associando informações e desafios.

• Fase III – Criação dos Ícones de Comunicação Interna:

a) Slogan: a partir da meta global, deve-se criar o slogan do programa. Uma

frase que defina o desafio a ser enfrentado pelo público interno e que passe a

mensagem de compartilhamento de idéias, de futuro, de modernidade, enfim,

de algo novo e bom para todos. A expressão escolhida será a primeira frase

Page 50: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

50

de todas as falas da direção, a assinatura de todos os instrumentos visuais e

a chamada de todos os programas de integração de funcionários.

b) Marca ou Personagem: associada ao slogan, para representar um

programa de marketing interno, pode-se optar por uma marca ou

personagem. Na maior parte dos casos, as empresas optam pela marca,

retratando num símbolo gráfico o momento pelo qual está passando, no qual

a oportunidade de vivê-lo é um privilégio para o funcionário que deseja

crescer e se desenvolver como pessoa e como profissional. O ideal é que a

marca seja extremamente colorida, ou faça referência à cor da imagem

corporativa.

• Fase IV – Divisão do Público Interno: a imponente figura da pirâmide

continua sendo utilizada nas representações hierárquicas mais diversas,

como a Igreja, o Estado e as empresas. Apesar das inúmeras novidades

como, por exemplo, a consciência de que a melhor colocação para uma

pirâmide organizacional é de cabeça para baixo, de forma a distinguir o

cliente como a parte mais importante do negócio e não a direção da empresa,

além de outras evoluções ocorridas depois que as organizações começaram

a pensar em processos, essa figura ainda é a melhor forma de visualização e

segmentação do público interno. Assim, as referências em relação ao público

interno são feitas com base em uma pirâmide partida em três camadas

horizontais, onde na parte de cima está a direção, na parte do meio, as

chefias intermediárias e, na base, os funcionários comuns. Esse tipo de

divisão deve-se ao fato de que a segmentação excessiva do público interno

torna mais difícil o esforço de endomarketing. As três camadas são:

a) Direção: considerada a cabeça de todo o processo, este grupo é composto

pelo presidente e seus diretores, é da parte de cima da pirâmide, ou seja, da

direção da empresa, a responsabilidade de gerar as informações que serão

utilizadas no programa de endomarketing.

b) Chefias intermediárias: neste grupo encontram-se os gerentes e

supervisores. A eles será atribuída a responsabilidade de transmitirem as

mensagens geradas pelo primeiro grupo. Serão os intermediários entre a

parte de cima e a parte de baixo da pirâmide. É o grupo mais importante para

o programa, pois dele depende o sucesso das ações que serão propostas.

Por isso, é preciso atribuir a cada pessoa desse grupo o papel de agente de

Page 51: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

51

comunicação interna, de forma que se sinta parte do processo e que

compreenda a importância do papel que exerce para o alcance da grande

meta.

c) Pessoal de base: a base da pirâmide é composta por todos os

funcionários do chão de fábrica, do terminal de cargas, da parte interna do

balcão e das áreas administrativas. O esforço a ser feito com esse grupo será

sempre em nível de envolvimento emocional, fazendo com que o sentimento

do ‘vamos conseguir’ seja tão importante na vida de todos como o ar que eles

respiram. Ao se dividir o público interno, fica extremamente clara a

importância das pessoas que estão na base da pirâmide. Esse é o motivo

pelo qual muitos autores defendem a idéia de que, se o cliente é o objetivo

maior e quem o atende são funcionários de linha de frente (que não possuem

cargo de chefia), a pirâmide deve ser vista de forma invertida, ou seja, na

parte de cima devem estar os funcionários comuns e a eles deve ser dada a

importância máxima.

Com a divisão proposta, ficam evidentes as responsabilidades de cada grupo

e, principalmente, o fato de que serão necessários instrumentos específicos

para grupos específicos, a fim de que as mensagens sejam verdadeiramente

assimiladas e para que haja o engajamento real ao programa, principalmente

por parte das chefias intermediárias.

• Fase V – O Programa propriamente dito: a denominação de programa de

endomarketing é dada a um conjunto de ações e instrumentos criados,

produzidos e distribuídos com o objetivo de informar, integrar e encantar o

público interno. Um programa pode ser um conjunto de campanhas internas,

com objetivos diferentes, unidas por um conceito maior. O programa precisa

trabalhar a mudança centrada no conhecimento, gerando a crença. Os

instrumentos são os meios técnicos utilizados para repassar essas

informações. Esses meios podem ser os mais variados possíveis: visuais,

auditivos ou sensitivos. Para um melhor planejamento, os instrumentos

devem ser divididos em:

a) instrumentos de informação: são todos aqueles nos quais a empresa emite

a mensagem e o funcionário a recebe; são os materiais palpáveis;

Page 52: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

52

b) instrumentos de integração: são todos os momentos ou alternativas

ambientais colocados à disposição dos funcionários para que convivam entre

si e com a organização;

Uma empresa, ao planejar o seu programa, poderá optar por alguns desses

instrumentos, num número ideal capaz de atingir todo o público interno sem

confundi-lo.

• Fase VI – A Escolha de um Momento para o Lançamento do Programa:

colocar em prática o programa não significa simplesmente começar a

distribuir os instrumentos. O importante é fazer com que o público pare e

perceba que existe uma nova energia tomando conta da empresa. É preciso

um engajamento participativo na hora do lançamento. A empresa deve criar

mecanismos para que isso aconteça, permitindo a participação de todos ou

pelo menos das lideranças naturais existentes entre o público interno.

Os instrumentos e ações de endomarketing passam a ser canais oficiais de

comunicação na empresa; e a idéia é de que toda organização tenha um quadro

funcional moderno, centrado na informação contínua e que alcance isto com

instrumentos que gerem motivação e sejam educativos.

Os principais meios utilizados para aplicação de projetos de endomarketing

são apresentados no quadro 5, conforme Brum (1998).

INSTRUMENTO AÇÃO

Manual de vídeo de

integração à empresa

Busca apresentar a empresa para seus colaboradores, como por

exemplo, histórico, missão e princípios.

Manuais técnicos e

educativos

Utilizam-se de linguagem bastante clara e informações através de

figuras.

Material do programa,

acompanhamento

Com que todas as etapas do programa de endomarketing que devem

ser acompanhadas e discutidas.

Jornal interno

É aquele que foca o funcionário, publicando poesias elaboradas por

ele, foto de colaboradores, time de futebol, abordando sua vida na

empresa.

Jornal de parede Semelhante ao interno, mas afixado na parede, com maior visibilidade,

de rápida informação, sem esforço.

Cartazes motivacionais São de fácil memorização, sendo mais eficaz ao conter figuras e

cores.

Page 53: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

53

INSTRUMENTO AÇÃO

Cartazes informativos São mais sérios, práticos e menos emocionais, servem para

mudanças mais resistentes.

Painéis motivacionais e

decorativos

Objetivam atingir tanto o público interno no momento de sua chegada

à empresa, quanto o público externo que passa na rua.

Datas festivas e

aniversário dos

funcionários

Devem ser lembrados e acompanhados da assinatura da direção.

Tele e

videoconferências

Sendo possível a transmissão de informação simultânea para grupos

de público interno à distância.

Vídeos Vídeos informativos e motivacionais.

Clubes de leitura Incentivando à leitura e busca de aprendizado podendo ser

compartilhado com o grupo.

Grife interna Consiste em camisetas, bonés, podendo utilizar a marca e o slogan do

programa de endomarketing.

Intervenções teatrais Repassando conceitos, princípios, valores de forma criativa.

Mensagens virtuais De fácil assimilação, pois atingem consciente e inconsciente.

Valorização de

funcionário

Podem ocorrer em diversos níveis com recompensas em dinheiro e

promoções.

Ambientação Consiste na empresa que possui os mais variados recursos de

arquitetura e decoração.

Memória Para organizações com muitos anos de atuação, resgatando aspectos

de sua história para serem valorizados pelos seus funcionários.

Palestras Realização de palestras internas.

Videojornal

Trabalha em acelerar a construção ou consolidação de determinada

cultura, necessitando boa manutenção e trabalho profissional,

principalmente para se fazer o levantamento sobre os assuntos que

interessam e emocionam o público interno.

Correio eletrônico Para muitos empresários, este sistema é suficiente e substitui todos os

anteriores, sendo instrumento fundamental da comunicação.

Rádio interna Incentivando a motivação em primeiro lugar, para a participação dos

funcionários nas mais diversas campanhas.

Tv a cabo Serve na utilização em programas de comunicação interna,

transmitindo treinamentos e informações organizacionais.

Intranet Permite através de um sistema interno de dados o acesso rápido às

mais diversas informações sobre a empresa na qual trabalham.

Canais diretos entre

direção e funcionários

Concentram-se em: caixa postal (mala direta ao funcionário para envio

de sugestões à direção); cartas e cartões; presidente interativo

Page 54: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

54

(pergunta ao presidente; presidente ao vivo, em auditórios); gestão à

vista (quando a empresa presta conta aos funcionários); encontros

formais (café da manhã entre direção e colaborador); reuniões

relâmpago (para ser dada uma grande notícia) e reuniões de liderança

compartilhadas (incluindo funcionários, e chefia geral)

Quadro 5: Instrumentos e ações de endomarketing. Fonte: Adaptado de Brum (1998).

Para uma empresa implantar um programa de marketing interno, não é

preciso um grande investimento. É necessária apenas disposição e boa vontade,

com a certeza de que o endomarketing é uma ferramenta essencial para qualquer

empresa conquistar mais competitividade no mundo dos negócios. Os outros

ingredientes necessários para o sucesso desse programa a empresa já tem: os seus

próprios funcionários. (MARCONDES, 2007)

Fazer endomarketing não significa apenas criar uma frase determinando a

missão da empresa, colocá-la num quadro e pendurar na parede para que seja

visualizado pelos empregados. Seu objetivo principal detém-se em fortalecer as

relações internas da empresa, fazendo com que os funcionários em geral tenham

uma visão sincronizada sobre o negócio da empresa.

Assim, percebe-se que os conceitos de Brum (1998) e Marcondes (2007) se

completam, na medida em que o primeiro autor apresenta as ferramentas de

marketing interno e o segundo destaca que, com a utilização destas ferramentas a

empresa estará se tornando competitiva, visto que os funcionários se tornam mais

participativos e motivados, o que é considerado um fator de vantagem competitiva

perante as demais organizações.

Na visão de Barbosa e Salles (2005), o endomarketing utiliza recursos da

área de marketing, onde são realizadas campanhas promocionais para vender aos

funcionários, tais como a imagem da empresa, programas de saúde, pacotes de

benefícios variáveis, entre outros. Os instrumentos e conceitos trazidos do

marketing, como pesquisas, segmentação, missões e objetivos,campanhas

publicitárias internas, mala direta, promoções e campanhas de incentivos; fazem

parte das estratégias de endomarketing ou marketing interno, que procura

conquistar e manter funcionários satisfeitos, respeitando os limites da cultura da

organização.

Page 55: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

55

3 METODOLOGIA

Este capítulo apresenta a metodologia utilizada para a execução do trabalho,

demonstrando o tipo de pesquisa, bem como a forma que os dados foram coletados,

analisados e interpretados.

3.1 Tipologia de pesquisa

O método de pesquisa adotado foi um estudo de caso, visto que analisou o

ambiente interno do Cartório Santos, buscando identificar e solucionar problemas

organizacionais. Para Roesch (1999) o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa

que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto,

analisando uma situação específica. Tem como objetivo a compreensão,

proporcionando vivência da realidade por meio da análise e tentativa de solução de

um problema, procurando estabelecer relação entre a teoria e a prática. Ele é útil

quando o fenômeno em estudo não pode ser estudado fora do contexto no qual ele

naturalmente ocorre.

Foi realizada uma pesquisa exploratória, que segundo Cervo e Bervian (1983,

p.56) “os assuntos exploratórios não elaboram hipóteses a serem testadas no

trabalho, restringindo-se a definir objetivos e buscar maiores informações sobre

determinado assunto de estudo”.

A abordagem dos dados foi quantitativa e qualitativa. A pesquisa quantitativa,

conforme Roesch (1996), tem o propósito no projeto de obter informações sobre

determinada população, pois busca medir alguma coisa de forma objetiva, o

quantitativo é o observável e o mensurável, ou seja, significa quantificar dados na

forma de coleta de informações.

Para Cervo e Bervian (1996), uma pesquisa qualitativa pode ser caracterizada

como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características

situacionais apresentados pelos entrevistados em lugar da produção de medidas

quantitativas de características ou comportamentos.

Page 56: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

56

3.2 População e amostra

A população da pesquisa é definida como sendo a totalidade dos indivíduos

que se esteja analisando. Para Roesch (1996, p.61), “população é um grupo de

pessoas ou empresas que se interessa entrevistar ou questionar para o propósito

específico de um estudo”. A população deste trabalho foram todos os colaboradores

do Cartório Santos, localizado na cidade de Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

Já a amostra, para Marconi e Lakatos (1991, p.52), “é uma porção ou

parcela, convenientemente selecionada do universo/população”.

Como a amostra foi considerada pequena, foi considerada como censitária,

onde toda a população fez parte da pesquisa. Na visão de Malhotra (2001, p.301)

censo é a “enumeração completa dos elementos de sua população ou de objeto de

estudo”. O censo proporciona maior precisão no estudo dos fenômenos. Fizeram

parte desta pesquisa 20 colaboradores que fazem parte do quadro de funcionários

do Cartório Santos.

3.3 Instrumentos de pesquisa

Para a coleta dos dados foi adotado um questionário estruturado aplicado aos

colaboradores do Cartório Santos (Apêndice II). De acordo com Roesch (1999),

utiliza-se o questionário como um instrumento para coleta de dados onde se busca

mensurar alguma coisa. Nesse trabalho, o questionário aplicado foi elaborado com

base no modelo proposto por Mara Enélia Schmit (2003) em seu Trabalho de

Conclusão de Curso.

Também foi realizada uma entrevista com a administradora do Cartório

Santos (Apêndice I), que buscou identificar como a realizada a gestão dos recursos

humanos.

A acadêmica utilizou a técnica de observação participante no decorrer da

aplicação do questionário. Conforme Cervo e Bervian (1996), observar é aplicar

atentamente os sentidos a um objeto, para dele adquirir conhecimento claro e

preciso.

Os dados foram tabulados e apresentados através de gráficos com números

percentuais e absolutos.

Page 57: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

57

3.4 Ferramentas de apoio

A análise dos dados foi feita de forma comparativa e apresentada neste

trabalho através de gráficos do programa Excel, quadros e conclusões da

acadêmica.

3.5 Limitações da pesquisa

A limitação da pesquisa ocorreu na aplicação do questionário, pois muitos

funcionários preferem não expor suas opiniões a respeito da empresa, acreditando

que com isso poderiam se prejudicar perante a administração do Cartório. Dois

funcionários recusaram-se a preencher o questionário.

Page 58: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

58

4 RESULTADOS OBTIDOS

Este capítulo apresenta os resultados coletados através da entrevista

realizada com o gestor do Cartório Santos e a pesquisa com os colaboradores,

visando avaliar as ações de endomarketing praticadas pela organização.

4.1 Descrição das ações de comunicação do Cartório Santos

Para a descrição das ações de comunicação no Cartório Santos foi realizada

uma entrevista com a gerente do estabelecimento. Essa entrevista seguiu o roteiro

que está no Apêndice I desse trabalho. Como resultado, percebeu-se que a

comunicação entre os gerentes e responsáveis pelos setores do Cartório e seus

subordinados é falha, segundo a entrevistada. “Existe pouca comunicação entre o

gerente e o subordinado!”. Esta comunicação não é formalizada, o gerente passa as

informações por meio de conversas informais.

Entre os colaboradores percebe-se uma elevada comunicação, mas estas são

percebidas como, por muitas vezes, não sendo relacionadas ao trabalho, seja entre

os colaboradores do mesmo setor ou de setor diferentes.

Atualmente, o Cartório Santos não realiza ações de comunicação, e percebe-

se que, por falta de um processo formalizado, os trâmites referente à documentação

ou outras atividades desempenhadas pelo Cartório ficam prejudicadas, devido a esta

falta de formalização e estipulação de prazos para as atividades serem cumpridas.

O Cartório Santos não oferece aos seus recursos humanos um plano de

desenvolvimento de carreira, utilizando como benefício uma gratificação que não

consta na folha de pagamento como forma de motivar os colaboradores que

obtiveram um desempenho além do esperado. Os colaboradores são avaliados de

maneira informal conforme seu desempenho no dia-a-dia de trabalho pela

administração da organização.

“Motivação pode ser definida em termos de algum comportamento externo. As

pessoas que estão motivadas exercem um esforço maior para desempenhar uma

tarefa do que as pessoas que não o estão”. (DECENZO; ROBBINS, 2001, p.60)

Destacam Barbosa e Salles (2005), que há várias maneiras de um gerente

influenciar o potencial de motivação interna de um funcionário. Uma dessa é

oferecer incentivos, que poderão ser traduzidos como recompensa e

Page 59: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

59

reconhecimento, para estimular as pessoas a manterem um excelente desempenho,

ou caso este desempenho esteja abaixo do desejo, que ele melhore.

O Cartório não oferece treinamento aos seus colaboradores, somente na

primeira semana em que o funcionário ingressa na organização, e que é feito pelos

colaboradores do mesmo setor.

Os principais meios de comunicação utilizados pelo Cartório para o público

interno são reuniões e conversas informais. Os funcionários são monitorados por

câmeras, onde os administradores controlam a postura de cada um no desempenho

de suas atividades e que acaba também inibindo o bom humor no ambiente de

trabalho durante o horário de expediente.

Um dos principais objetivos do endomarketing é facilitar e realizar trocas, construindo lealdade no relacionamento com o público interno, compartilhando os objetivos empresariais e sociais da organização, cativando e cultivando para harmonizar e fortalecer essas relações e melhorando, assim, sua imagem e seu valor de mercado (BEKIN, 2004, p.47).

A organização em estudo não possui seus objetivos claramente definidos

entre os funcionários, estando esses objetivos somente entre os funcionários-chefe.

Também não é incentivado aos colaboradores para utilizarem a criatividade

buscando melhorar seu trabalho por parte do líder do setor, que tem autonomia para

lidar com seus subordinados.

Na visão de Chiavenato (1994), a liderança é um tipo de influenciação entre

as pessoas. Percebe-se que através da liderança uma pessoa influencia a outra em

função dos relacionamentos existentes entre elas.

Cada chefe no Cartório possui seu próprio perfil, sendo que alguns são mais

exigentes e outros já delegam mais responsabilidade a seus funcionários e lhes

cobram os resultados de maneira menos agressiva.

4.2 Resultados obtidos com a pesquisa realizada com os colaboradores

A seguir apresenta-se os resultados da pesquisa aplicada junto aos

colaboradores do Cartório.

A primeira parte do questionário identificou o perfil dos colaboradores do

Cartório Santos.

Page 60: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

60

A figura 6 apresenta o sexo dos funcionários do Cartório.

46%

54%

Masculino

Feminino

Figura 6: Sexo dos funcionários. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

Verifica-se no Cartório Santos que 54% dos funcionários são do sexo

feminino, enquanto que 46% são do sexo masculino.

Neste ramo de serviços não existe preferência por sexo, sendo avaliado o

grau de instrução e os cursos que o funcionário possui.

A figura 7 apresenta o tempo que o funcionário entrevistado trabalha no

Cartório.

23%

23%54%

Menos de 2 anos

De 3 a 5 anos

De 6 a 8 anos

Figura 7: Tempo de serviço. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

Page 61: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

61

Conforme a figura 7, 54% dos funcionários estão no Cartório Santos de seis a

oito anos; 23% estão há menos de dois anos e outros 23% estão de três a cinco

anos.

Verifica-se que a empresa em estudo demonstra ser um local estável para se

trabalhar, devido a maior concentração de funcionários estar na empresa de 6 a 8

anos (54%).

A figura 8 mostra o setor em que o funcionário que respondeu ao questionário

trabalha.

92%

0%

0%

8%

Setor de Escrituras,Reconhecimento eProtesto

Setor de Serviços dePatrimônio da União

Recepção

Outros

Figura 8: Setor de trabalho dos funcionários. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

De acordo com a figura 8, 92% dos funcionários que responderam ao

questionário trabalham no Setor de Escrituras, Reconhecimento e Protesto;

enquanto que 8% apontaram que trabalham em outro setor.

A segunda parte do questionário buscou avaliar a satisfação do funcionário

em relação ao ambiente interno do Cartório Santos.

A figura 9 mostra como os funcionários se sentem com seu trabalho no

Cartório.

Page 62: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

62

15%

31%39%

15% 0%

Super feliz

Feliz

Razoavelmentefeliz

Nem um poucofeliz

Muito infeliz

Figura 9: Sentimento em trabalhar no Cartório Santo s. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

Davis e Newstrom (1998) analisam a satisfação do trabalho como um

conjunto de sentimentos favoráveis ou desfavoráveis com os quais os funcionários

vêem seu trabalho.

Verifica-se com base na figura 9 que 39% dos funcionários apontaram estar

razoavelmente feliz em trabalhar no Cartório; 31% estão felizes; 15% estão nem um

pouco feliz; e outros 15% estão super felizes.

O Cartório Santos possui uma parcela considerável de funcionários que estão

felizes em trabalhar na organização, o que comprova com base nos autores Davis e

Newstrom (1998) que os funcionários estão satisfeitos com seu trabalho.

Page 63: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

63

A figura 10 mostra a percepção que o funcionário possui para daqui há cinco

anos em termos profissionais.

38%

8%

8%0%

16%

30%

Pretende exercer as mesmasatividades que vemexercendo hoje, inclusivecom a mesma carga horária

Pretende exercer as mesmasatividades que vemexercendo hoje, só que comcarga horária maior

Pretende exercer as mesmasatividades que vemexercendo hoje, só que comcarga horária menor

Estará aposentado, afastadodo Cartório

Pretende continuar noCartório, mas ocupando umoutro cargo/função

Muito provavelmente nãoestará mais no Cartório, templanos profissionais

Figura 10: Projeção para daqui há cinco anos. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

Conforme a figura 10, 38% dos colaboradores pretendem exercer as mesmas

atividades que vem exercendo hoje, inclusive com a mesma carga horária; 30%

destacam que muito provavelmente não estarão mais no Cartório, tendo outros

planos profissionais; 16% afirmam que pretendem continuar no Cartório, mas

ocupando outro cargo/função; 8% pretendem exercer as mesmas atividades que

vem exercendo hoje, só que com carga horária maior; e outros 8% pretendem

exercer as mesmas atividades que vem exercendo hoje, só que com carga horária

menor.

Apesar do descontentamento de alguns funcionários e de possuírem uma

projeção profissional em outra empresa, nota-se que os funcionários possuem

satisfação em trabalhar no cartório, além da pouca oferta do mercado de trabalho

Page 64: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

64

fazem com que muitos funcionários pretendam continuar na empresa para fazer

carreira.

A figura 11 mostra o cruzamento das respostas das figuras 9 e 10.

0

1

2

3

4

5

Super

feliz

Feliz

Razoa

velm

ente

feliz

Nem um

pou

co fe

liz

Muit

o inf

eliz

Pretende exercer as mesmasatividades que vem exercendohoje, inclusive com a mesmacarga horária

Pretende exercer as mesmasatividades que vem exercendohoje, só que com carga horáriamaior

Pretende exercer as mesmasatividades que vem exercendohoje, só que com carga horáriamenor

Estará aposentado, afastado doCartório

Pretende continuar no Cartório,mas ocupando outrocargo/função

Muito provavelmente não estarámais no Cartório, tem planosprofissionais

Figura 11: Sentimento em trabalhar no Cartório Sant os e projeção de trabalho. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

Conforme o gráfico 11, verifica-se que todos os funcionários que apontaram

estarem super felizes em trabalhar no Cartório pretendem exercer as mesmas

atividades que vem exercendo hoje, inclusive com a mesma carga horária.

Os funcionários que estão felizes apontaram que pretendem exercer as

mesmas atividades que vem exercendo hoje, inclusive com a mesma carga horária;

e outros destacaram que pretendem continuar no cartório, mas ocupando outro

cargo/função.

Os funcionários que apontaram estarem razoavelmente felizes têm projeção

de exercer as mesmas atividades que vem exercendo hoje, só que com carga

horária maior, pretendem exercer as mesmas atividades que vem exercendo hoje,

só que com carga horária menor; e outros afirmaram que muito provavelmente não

estará mais no Cartório, pois têm planos profissionais.

Page 65: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

65

Os funcionários que estão nem um pouco feliz destacaram que pretendem

continuar no cartório, mas ocupando outro cargo/função; outros afirmaram que muito

provavelmente não estará mais no Cartório, pois têm planos profissionais.

Nenhum funcionário apontou estar muito infeliz.

A figura 12 mostra a percepção dos funcionários em relação ao Cartório

Santos.

8%16%

76%

O Cartório Santos éum cartóriomoderno/dinâmico/atualizado

O Cartório Santos éum cartório que vemcrescendo,ganhando espaço nomercado catarinense

O Cartório Santosestá num processode desenvolvimentolento, precisaatualizar-serapidamente

Figura 12: Imagem do Cartório Santos. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

De acordo com a figura 12, 76% dos funcionários apontam que o Cartório

está num processo de desenvolvimento lento, e precisa atualizar-se rapidamente; e

16% afirmam que o Cartório vem crescendo e ganhando espaço no mercado

catarinense; e 8% destacam que o Cartório é moderno/dinâmico/atualizado.

Nesta questão, os funcionários apresentaram os seguintes comentários:

• O Cartório já foi modelo em informatização, mas atualmente está deixando

a desejar.

• Está sempre buscando modernização e atualização, pois os assuntos e

matérias sofrem constantes mudanças.

• Modernizar as estruturas, informatizar o atendimento.

Page 66: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

66

Segundo Fernandes (1996), a imagem da organização é a visão do

empregado em relação à sua organização de trabalho: a importância para a

comunidade, orgulho e satisfação pessoais de fazer parte da empresa.

Percebe-se que os funcionários estão bastante insatisfeitos com relação à

informatização dos processos administrativos, e em relação ao hardware e

equipamentos que o Cartório possui, devendo realizar investimentos a fim de

adquirir tecnologia mais avançada.

A figura 13 mostra a percepção dos funcionários em relação ao

relacionamento entre as pessoas da sua equipe.

8%

69%

15%

0%

8%

0%Excelente

Bom

Mais ou menos

Ruim

Muito ruim

Não sabe

Figura 13: Relacionamento entre as pessoas da equip e. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

Percebe-se através da figura 13 que 69% dos funcionários destacam que o

relacionamento entre as pessoas da sua equipe é bom; 15% destacam que esse

relacionamento é mais ou menos; 8% consideram o relacionamento entre as

pessoas da sua equipe como excelente; e outros 8% apontam como muito ruim o

relacionamento.

Para Chiavenato (1997), estes relacionamentos se fazem através da

comunicação, que se torna vital e importante para a administração e imprescindível

para o trabalho de grupo. Nas organizações mais bem-sucedidas do mundo, a

comunicação recebe a máxima prioridade. O preparo e desenvolvimento da equipe é

uma das principais responsabilidades dos gerentes. Saber preparar e saber manter

Page 67: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

67

preparada a equipe é uma habilidade gerencial extremamente importante para o

próprio gerente, para a sua equipe e, principalmente para a empresa.

Conforme entrevista com a gerente do Cartório, a comunicação entre os

funcionários é boa, o problema são as conversas informais entre eles durante o

horário de expediente, percebendo-se que o relacionamento entre os colaboradores

é muito bom.

A figura 14 mostra as razões que levaram o funcionário entrevistado a estar

fazendo parte da equipe de funcionários do Cartório Santos.

23%

16%8%8%

30%

15%

Foi a melhoroportunidadeprof issional que surgiu

É uma forma de memanter trabalhando,enquanto aguardoproposta/oportunidademelhorSempre tive o desejo deexercer algum tipo deatividade profissionalnum cartório como oCartório SantosO Cartório Santos éapenas um trampolimpara outras atividadesque pretendodesenvolverTrabalhar no CartórioSantos me garanteestabilidade ecrescimentoprof issionalOutra razão

Figura 14: Razões para trabalhar no Cartório Santos . Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

Com base na figura 14, verifica-se que 30% dos funcionários trabalham no

Cartório Santos por lhe garantir estabilidade e crescimento profissional; 23%

afirmam que foi a melhor oportunidade profissional que surgiu; 16% afirmam que é

uma forma de se manter trabalhando, enquanto aguarda uma proposta ou uma

oportunidade melhor; 8% destacam que sempre tiveram o desejo de exercer algum

tipo de atividade profissional num cartório como o Cartório Santos; outros 8%

afirmam que o Cartório Santos é apenas um trampolim para outras atividades que

pretendem desenvolver. Dos funcionários entrevistados, 15% alegaram outros

motivos de estarem fazendo parte da equipe de funcionários do Cartório Santos,

Page 68: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

68

entre eles: complemento salarial; e conhecimento, principalmente para Concurso de

Serventia Notarial.

A figura 15 apresenta a avaliação do funcionário ao gerente do seu setor.

15%8%

38%

31%

8% Excelente

Muito Bom

Bom

Regular

Ruim

Figura 15: Avaliação do gerente do setor. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

Conforme a figura 15, 38% dos funcionários avaliam o gerente do seu setor

como bom; 31% avaliam sua performance como regular; 15% avaliam o gerente do

seu setor como excelente; 8% como muito bom; e outros 8% o avaliam como ruim.

Para Soto (2002) a liderança é uma parte importante da administração, mas

não é tudo. Os gerentes devem planejar e organizar, mas o papel primário de um

líder é influir nos demais para que tratem de alcançar com entusiasmo os objetivos

estabelecidos. Isto significa que os líderes fortes podem ser maus gerentes se os

erros de planejamento fizerem com que um grupo avance na direção errada.

Verifica-se que a maior parte dos funcionários têm a percepção de que seus

gerentes tem uma avaliação entre boa, regular e ruim, o que comprova, pela

afirmação de Soto (2002), que os gerentes não planejam e organizar as atividades e

não influenciam de maneira eficiente seus subordinados.

A figura 16 mostra a satisfação dos funcionários em relação à atenção dada

pela empresa às suas idéias.

Page 69: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

69

8%23%

8%30%

23%8%

Muito satisfeito

Satisfeito

Mais ou menossatisfeito

Pouco satisfeito

Muito poucosatisfeito

Não sabe

Figura 16: Atenção dada pela empresa às suas idéias . Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

Percebe-se através da figura 16 que 30% dos funcionários estão pouco

satisfeitos em relação à atenção dada pela empresa às suas idéias; 23% afirmam

estar satisfeitos; outros 23% consideram-se muito pouco satisfeitos; 8% apontam

que estão satisfeitos em relação à atenção dada pela empresa às suas idéias;

outros 8% estão mais ou menos satisfeitos; e outros 8% não sabem avaliar qual sua

satisfação em relação à atenção dada pela empresa às suas idéias.

Para Chiavenato (2002) a organização bem-sucedida é aquela capaz de

coordenar o trabalho de indivíduos ou grupos que executam tarefas de maneira que

permita ao sistema total operar dentro de restrições, responder às demandas e tirar

vantagem das oportunidades que surgem nos ambientes, visto que estes fatores

ocorrem quando a organização é formada por líderes e grupos, onde destacam-se

novas idéias e propostas de melhorias.

Percebe-se que o Cartório Santos possui uma divisão entre os funcionários

que estão satisfeitos com a atenção dada às suas idéias e outros que encontram-se

insatisfeitos. Isto pode ocorrer devido ao cartório possui setores e chefes diferentes,

que possuem posturas diferentes. A idéia do autor Chiavenato (2002) é comprovada

pelos funcionários que encontram-se muito satisfeitos e satisfeitos.

A figura 17 mostra a satisfação dos funcionários em relação ao

reconhecimento pelo trabalho que executam.

Page 70: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

70

8%

30%

8%15%

31%

8%

Muito reconhecido

Reconhecido

Mais ou menosreconhecido

Poucoreconhecido

Muito poucoreconhecido

Não sabe

Figura 17: Reconhecimento pelo trabalho que executa . Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

Com base na figura 17; 31% dos funcionários são muito pouco reconhecidos;

30% têm a percepção que são reconhecidos; 15% afirmam serem pouco

reconhecidos; 8% são muito reconhecidos; outros 8% se consideram mais ou menos

reconhecidos; e 8% não souberam responder a essa questão.

Para Chiavenato (2002) a organização realiza certas coisas para e pelo

participante, remunerando-o, dá-lhe segurança e status; reciprocamente, o

participante responde trabalhando e desempenhando suas tarefas. A organização

espera que o empregado obedeça à sua autoridade e, por seu turno, o empregado

espera que a organização se comporte corretamente com ele e opere com justiça.

Percebe-se no Cartório Santos que, pela comunicação ser deficitária e essa

acontecer de maneira informal, a maior parte dos funcionários não considera-se

reconhecido pelo trabalho que executa, fato esse que acontece devido à postura do

líder, que não adota um processo de comunicação formal e que os elogios ocorram

de modo a valorizar os profissionais.

A figura 18 avalia a percepção do funcionário em relação à política salarial

adotada pelo Cartório Santos.

Page 71: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

71

0%

54%38%

8%Ótima

Boa

Regular

Ruim

Figura 18: Satisfação em relação à política salaria l. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

De acordo com a figura 18, 54% dos funcionários acreditam que a política

salarial adotada pelo Cartório Santos é boa; 38% a consideram regular; e 8% dos

funcionários apontam a política salarial como ruim.

Para a empresa, na visão de Chiavenato (1994) o sistema de remuneração

constitui um enorme investimento, enquanto para as pessoas constitui uma

importante e decisiva recompensa. As recompensas proporcionadas pela

organização enfatizam, principalmente, a excelência do desempenho das pessoas

no sentido de reforçá-la e mantê-la.

A política salarial da empresa é definida com base no mercado, havendo

reajustes de mercado. Como a organização não possui um plano de

desenvolvimento de carreira e de cargos e salários, a remuneração não estimula o

funcionário a galgar novos cargos e buscar promoções, por inexistir um

departamento de recursos humanos.

A figura 19 avalia a percepção do funcionário em relação ao ambiente físico

da empresa.

Page 72: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

72

0%

69%8%

23%Ótima

Boa

Regular

Ruim

Figura 19: Satisfação em relação ao ambiente físico da empresa. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

Percebe-se através da figura 19 que 69% consideram o ambiente físico do

cartório com bom; 23% afirmam que o ambiente físico é ruim; e 8% destacam que o

ambiente físico é regular.

Rodrigues (1994) afirma que a melhora no ambiente de trabalho envolve

mudanças físicas nas condições de trabalho como a modificação do local dos

equipamentos, o remanejamento de pessoal para outros locais da estrutura física,

entre outros; resultando assim na melhoria das condições de trabalho dos

funcionários, e trazendo mais satisfação na realização de seus serviços.

Muitos funcionários estão insatisfeitos devido à falta de equipamentos mais

modernos e de uma infra-estrutura que possa auxiliar o cliente e agilizar seu

atendimento nos setores do cartório, devendo ser retiradas senhas com numeração

distinta para cada setor e um espaço físico dividido, o que auxiliaria os processos de

trabalho.

A figura 20 mostra a percepção do funcionário em relação às oportunidades

de crescimento profissional no Cartório Santos.

Page 73: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

73

0%

39%

23%

38% Ótima

Boa

Regular

Ruim

Figura 20: Satisfação em relação às oportunidades d e crescimento profissional. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

De acordo com a figura 20, 39% dos funcionários acreditam que as

oportunidades de crescimento profissional no cartório são boas; 38% afirmam serem

ruins e para 23% dos funcionários as oportunidades de crescimento profissional são

regulares.

Bowditch e Buono (1997) analisam o desenvolvimento profissional como

sendo a parte de um processo consciente efetuado pelas organizações para

contribuir para a escolha de uma certa carreira profissional para cada funcionário,

para promover um ajuste salutar àquela escolha e para ajudar aquele indivíduo a

crescer e se tornar mais envolvido com aquele papel.

Este elevado índice de insatisfação se deve à organização não possuir um

plano de desenvolvimento de carreira para seus funcionários, o que seria um fator

motivacional e que estaria incentivando os funcionários a darem o máximo de seu

potencial a fim de obterem um retorno em forma de reconhecimento e promoção de

cargo.

A figura 21 destaca a projeção dos funcionários do cargo para daqui há cinco

anos e a satisfação em relação às oportunidades de crescimento profissional, ou

seja, o cruzamento das respostas da figura 10 e da figura 20.

Page 74: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

74

0

1

2

3

4

5

Ótima Boa Regular Ruim

Pretende exercer as mesmasatividades que vem exercendohoje, inclusive com a mesmacarga horária

Pretende exercer as mesmasatividades que vem exercendohoje, só que com carga horáriamaior

Pretende exercer as mesmasatividades que vem exercendohoje, só que com carga horáriamenor

Estará aposentado, afastado doCartório

Pretende continuar no Cartório,mas ocupando outrocargo/função

Muito provavelmente não estarámais no Cartório, tem planosprofissionais

Figura 21: Projeção em trabalhar no Cartório Santos e a satisfação em relação às

oportunidades de crescimento profissional. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

Verifica-se na figura 21 que, para os funcionários que acreditam que a

satisfação em trabalhar no Cartório é boa; a maior parte deles pretende exercer as

mesmas atividades que vem exercendo hoje, inclusive com a mesma carga horária;

um funcionário pretende exercer as mesmas atividades que vem exercendo hoje, só

que com carga horária maior; e outro funcionário muito provavelmente não estará

mais no cartório, pois tem planos profissionais, apesar de destacar que as

oportunidades de crescimento profissional serem boas.

Para os funcionários que apontam que as oportunidades de crescimento

profissional são regulares, esses tem a projeção de exercer as mesmas atividades

que vem exercendo hoje, só que com carga horária maior; outros pretendem

continuar no Cartório, mas ocupando outro cargo/função.

Alguns funcionários destacaram que às oportunidades de crescimento

profissional são ruins apesar de um funcionário afirmar que pretende exercer as

mesmas atividades que vem exercendo hoje, inclusive com a mesma carga horária;

outros pensam em pretende exercer as mesmas atividades que vem exercendo hoje,

Page 75: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

75

só que com carga horária menor, e outros destacam que muito provavelmente não

estarão mais no cartório, pois tem planos profissionais.

A figura 22 mostra a percepção do funcionário em relação ao desempenho do

seu superior no Cartório Santos.

8%

31%

53%

8%Ótima

Boa

Regular

Ruim

Figura 22: Satisfação em relação ao desempenho dos superiores. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

Verifica-se na figura 22 que 53% consideram o desempenho como regular;

31% apontam que esse desempenho é bom; 8% como ótimo; e outros 8% afirmam

que o desempenho é ruim.

Para que o líder consiga seguidores, necessitará, conforme Soto (2002) de

uma liderança bem-sucedida que dependerá de comportamentos, habilidades e

ações apropriadas e não de características pessoais. Isto é um fato bastante

relevante, visto que o comportamento pode ser aprendido e modificado enquanto as

características pessoais são relativamente fixas.

A maior parte dos funcionários destacam o desempenho do superior como

regular e ruim, devido à deficiência de comunicação que existe no ambiente interno

do Cartório Santos, a falta de reuniões entre a gerência a fim de avaliar a postura

que devem tomar para que as atividades internas sejam realizadas de maneira mais

eficiente e eficaz por seus subordinados, além de uma atuação, quando necessária,

mais rígida.

A figura 23 apresenta a percepção do funcionário em relação à comunicação

interna no Cartório Santos.

Page 76: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

76

0%

39%

38%

23%Ótima

Boa

Regular

Ruim

Figura 23: Satisfação em relação à comunicação inte rna. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

Verifica-se na figura 23 que 39% dos funcionários consideram a comunicação

interna no Cartório Santos como boa; 38% a avaliam como sendo regular e 23%

destacam que a comunicação interna no Cartório é ruim.

No ambiente do Cartório Santos, a comunicação refere-se ao

relacionamento entre os colaboradores e as trocas de informações relacionadas ao

trabalho, desempenhadas por um fluxo de comunicação.

A comunicação facilita a motivação por esclarecer aos funcionários o que

deve ser feito, avaliar a qualidade do seu desempenho e orientar sobre o que fazer

para melhorá-lo (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

Para Chiavenato (1997), a comunicação é importante no relacionamento entre

as pessoas e na explicação aos participantes inferiores das razões das orientações

tomadas. Os subordinados devem receber continuamente dos superiores um fluxo

de comunicações capaz de suprir-lhes as necessidades. Por outro lado, os

superiores devem receber dos subordinados um fluxo de comunicações capaz de

fornecer-lhes uma idéia adequada do que está acontecendo.

Conforme já destacado, a maior parte das conversas que ocorrem são

informais e não dizem respeito aos assuntos relacionados ao trabalho. Apesar da

administração ter instalado câmeras para inibir as brincadeiras que ocorrem durante

o expediente, percebe-se que devido à comunicação ser falha entre subordinados e

Page 77: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

77

líderes muitas atividades acabam sendo executadas de maneira errada e muitos

processos não possuem continuidade.

A figura 24 destaca o que o funcionário mais gosta em seu trabalho no

Cartório Santos.

0%

43%

29%

14%7%

7%

Amizade com oscolegas

Salários eBenefícios

Do horário

Função queexerce

Da empresa

Outros

Figura 24: Fatores que mais gosta no Cartório. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

Com base na figura 24, percebe-se que 39% dos funcionários destacaram

que mais gostam da função que ocupam no Cartório; 15% que gostam mais da

amizade com os colegas; outros 15% gostam da empresa; 8% gostam mais do

horário. Dos funcionários entrevistados, 23% apontaram que gostam de outros

fatores, tais como a comunicação com o público, e a amizade e o trabalho.

A figura 25 destaca o que o funcionário menos gosta em seu trabalho no

Cartório Santos.

Page 78: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

78

0%

43%

29%

14%7%

7%

Amizade com oscolegas

Salários eBenefícios

Do horário

Função queexecuta

Da empresa

Outros

Figura 25: Fatores que menos gosta no Cartório. Fonte: Dados coletados pela acadêmica.

Verifica-se na figura 25 que 43% dos funcionários apontam que o salário e

benefícios são os fatores que menos gostam no Cartório Santos; 29% apontam que

é do horário que menos gostam; 14% afirmam ser a função que executa; 7%

destacaram que o que menos gostam é da empresa; e 7% apontaram outros fatores,

como a falta de estabilidade.

A última questão abordou, com base no conhecimento dos funcionários, o que

os outros Cartórios fazem ou têm que deveria servir de exemplo para o Cartório

Santos:

• Atendimento setorizado e isolado, gerando maior privacidade no

atendimento ao cliente.

• Estrutura física.

• Maior cobrança dos funcionários.

• Atendimento personalizado e privativo para cada cliente, individualização

de setores.

• Triagem no atendimento aos clientes e melhores acomodações.

4.3 Pontos fortes e fracos

Com base nos resultados encontrados através do questionário, destacam-se

como pontos fortes:

• 46% consideram-se feliz e super feliz em trabalhar no Cartório Santos;

Page 79: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

79

• 70% pretendem continuar trabalhar no Cartório daqui há 5 anos;

• 77% apontam como excelente e bom o relacionamento entre as pessoas

da equipe;

• 69% destacam o desempenho do gerente de seu setor como bom e

regular;

• 46% sentem-se pouco reconhecidos e muito pouco reconhecidos pelo

trabalho que executam;

• 54% destacam ser boa a política salarial adotada pelo Cartório Santos;

• 69% acreditam ser bom o ambiente físico da empresa;

• 39% afirmam serem boas as oportunidades de crescimento profissional;

• 39% acham boa a comunicação interna.

Ainda com base nos resultados encontrados, os pontos fracos observados

foram:

• falta de um plano de comunicação na organização;

• plano de carreira e treinamento;

• 39% estão razoavelmente felizes em trabalhar no Cartório Santos;

• 76% destacam que o Cartório está estagnado ou num processo de

desenvolvimento lento;

• 53% dos funcionários estão pouco satisfeitos e muito pouco satisfeitos

com a atenção dada pela empresa às suas idéias;

• 53% apontam como regular o desempenho dos superiores;

• 43% afirmam que salários e benefícios são o que menos gostam.

4.4 Sugestões para a organização

Com base nos resultados encontrados e nos pontos fracos, sugere-se as

seguintes ações para o Cartório Santos.

Conforme entrevista realizada com a gerente do Cartório, que aponta que não

existe uma comunicação formalizada no Cartório; a primeira sugestão é desenvolver

uma campanha de comunicação interna, a fim de manter o funcionário informado

sobre as suas funções, objetivos, normas e procedimentos que devem ser seguidos.

Page 80: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

80

Esta campanha será divulgada através de folders eletrônicos, buscando dar dicas

que deverão ser seguidas pelos colaboradores.

O Cartório não possui um plano de cargos, salários, benefícios e

desenvolvimento de carreira, pois estes quesitos transmitem que a empresa está

estruturada em relação aos seus recursos humanos e lhe dá projeção de

crescimento de maneira igualitária perante os demais funcionários. Assim, a

segunda sugestão é a elaboração de um plano de carreira, que deverá ser

desenvolvido pelo profissional que atua na área de recursos humanos, a fim de

descrever os cargos dos funcionários e requisitos para o preenchimento de cargos, a

fim de ser divulgado entre os funcionários para que tenham conhecimento dos

requisitos que deverão preencher para ocupar cada uma das funções do Cartório

Santos.

Com base na opinião dos funcionários em relação à pouca atenção dada pela

empresa em relação às suas idéias, a terceira sugestão refere-se à realização de

reuniões com os funcionários quinzenais, a fim de serem discutidos os principais

pontos que tenham acontecido nas semanas anteriores, as metas, modificações nas

leis e na forma de serem realizados os processos. Será também um espaço para os

colaboradores exporem suas idéias e sugestões de melhorias, e criar uma relação

mais próxima entre gerentes e subordinados, buscando incorporar no Cartório um

senso maior de responsabilidade e postura no ambiente de trabalho.

A partir daí, poderá ser cumprida a quarta sugestão que é o reconhecimento

dos funcionários pelos superiores, sendo que o momento da reunião é uma

oportunidade para que isso aconteça. O caso contrário, em que o superior deverá

chamar a atenção do subordinado, deverá ser feito em uma reunião somente entre

as duas partes, a fim de não expor o funcionário na frente de seus colegas e causar-

lhe desmotivação perante o trabalho.

A pesquisa mostrou que 76% dos funcionários destacam que o Cartório está

estagnado ou num processo de desenvolvimento lento. A quinta sugestão é a

informatização dos processos internos do Cartório Santos, com a aquisição de

máquinas de computadores mais modernas e rápidas e a implantação de sistemas

de softwares desenvolvido para cartórios, a fim de agilizar os processos e manter um

controle mais preciso das atividades desenvolvidas no dia-a-dia da organização.

Com a tabulação dos questionários observou-se que 43% dos funcionários

afirmam que os salários e benefícios são o que menos gostam. A sexta sugestão é

Page 81: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

81

que seja revisto o plano de salários, juntamente com o plano de carreira proposto na

segunda sugestão, bem como, incorporar aos salários benefícios para os

colaboradores, visto que atualmente não existe nenhum benefício.

Sugere-se ainda a realização de trabalhos futuros na organização, como foco

também na área de recursos humanos, devido à falta de estruturação desse setor no

Cartório Santos.

Page 82: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

82

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As organizações que utilizam-se do endomarketing possuem colaboradores

mais interados nas tomadas de decisão e nos objetivos da organização. Assim, o

planejamento e a implementação mostram que o foco do endomarketing deve ser

reconhecido e aceito pela liderança. O empregado sente que as lideranças o

consideram importante quando lhe é permitido participar do processo, tanto no

processo de pesquisa interna quanto no planejamento de seus ambientes de

trabalho, nas metas e descrição de suas tarefas, nas rotinas de informação e

feedback e nas campanhas externas.

O que não se mede não se gerencia, e portanto, é necessário trabalhar com

fatos e dados. Avaliar as percepções dos funcionários sobre diferentes aspectos que

influenciam o seu bem-estar no trabalho, permite que as organizações possam

aprimorar continuamente a qualidade do ambiente de trabalho e,

conseqüentemente, a qualidade de vida no trabalho.

Com base nos resultados da pesquisa, verificou-se que existe um baixo índice

de satisfação em relação ao desempenho dos superiores e o plano de salários e

benefícios oferecidos pelo Cartório Santos, além da pouca atenção dada pela

empresa às idéias dos colaboradores. Verifica-se que muitos pontos são gerados

pela ineficiência do processo de comunicação, resultado de conversas informais e

da falta de reuniões e de uma postura mais atuante dos gerentes dos setores.

As sugestões dadas ao Cartório abrangem a comunicação, o plano de

desenvolvimento de carreira, a informatização dos processos, a realização de

reuniões para os funcionários exporem suas idéias e sugestões de melhorias, o

reconhecimento dos funcionários pelos superiores e uma reavaliação do plano de

salários e benefícios.

Com base no exposto, conclui-se que todos os objetivos propostos

inicialmente nesse trabalho foram alcançados, podendo a acadêmica conciliar a

teoria vivenciada em sala de aula durante o desenvolvimento da pesquisa na prática.

Para auxiliar no alcance do objetivo geral traçado nesse trabalho foi

fundamental a exploração da base teórica a respeito do endomarketing e temas

interligados; como a liderança, comunicação, público interno e até a própria história

e conceitos de Recursos Humanos. A metodologia caracterizou este trabalho para

atingir o objetivo, afinal, com o auxílio de questionários foi possível avaliar a

Page 83: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

83

percepção dos colaboradores sobre a comunicação interna no Cartório Santos,

buscando propor melhorias e alcançando, conseqüentemente, os objetivos

específicos.

As sugestões relacionadas neste trabalho foram apresentadas à

administração do Cartório, que estará estudando a viabilidade de implantação para o

primeiro semestre do ano de 2008.

Embora novas pesquisas sejam importantes nesta área, sugere-se para

desenvolvimento de futuros trabalhos relacionados ao plano de desenvolvimento de

carreira, a estruturação de um setor de Recursos Humanos no Cartório Santos, ou

ainda a elaboração de um manual de cargos e salários.

Page 84: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

84

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, Luis César G. Gestão de pessoas: estratégias e integração organizacional. São Paulo: Atlas, 2006. BARBOSA, André Ricardo de Alvarenga; SALLES, Mara Telles. Motivando e produzindo através do endomarketing. Disponível em: <http://www.aedb.br/seget>. Acesso em 01 ago. 2007. BEKIN, S.F. Endomarketing: como praticá-lo com sucesso. São Paulo: Prentice Hall, 2004. BERGAMINI, C.W; CODA, R. Psicodinâmica da Vida Organizacional: motivação e liderança. São Paulo: Atlas, 1997. BOWDITCH, J.L.; BUONO, A.F. Elementos de comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira, 1997. BRUM, Analisa de Medeiros. Endomarketing como estratégia de gestão. Porto Alegre: L&PM, 1998. CERVO, A.L.; BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 4.ed. São Paulo: Makron Books, 1996. ______. Metodologia científica: para uso dos estudantes universitários. 3.ed. São Paulo: MC Graw-Hill do Brasil, 1983. CHIAVENATO, I. Recursos humanos . 7.ed. São Paulo: Atlas, 2002. ______. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. _______. Teoria geral da administração. 5.ed. São Paulo: Makron Books, 1997. ______. Recursos humanos. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2000. ______. Administração de empresas: uma abordagem contingencial. 3.ed. São Paulo: Makron Books, 1994. DAVIS, K.; NEWSTROM, J.W. Comportamento humano no trabalho. São Paulo: Pioneira, 1998. DECENZO, D.A.; ROBBINS, S.P. Administração de recursos humanos. 6.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. DEEPROSE, D. Como valorizar e recompensar seus funcionários. Rio de Janeiro: Campus, 1995. DUBRIN, Andrew J. Fundamentos do comportamento organizacional. São Paulo:

Page 85: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

85

Pioneira, 2003. FERNANDES, E. Qualidade de Vida no Trabalho: como medir para melhorar. Salvador: Casa da Qualidade, 1996. GIL, A.C. Administração de recursos humanos: um enfoque profissional. São Paulo: Atlas, 1994. LUZ, R. Gestão do clima organizacional. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. MALHOTRA, N.K. Pesquisa de marketing: sua orientação aplicada. 3.ed. Porto Alegre: Bookmann, 2001. MARCONDES, Carolina. Endomarketing: a conquista do público interno. HSM on line, Editoriais, Marketing e Comunicação. São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www.hsm.com.br/editorias/marketing/endomarketing.php?marcabusca=endomarketing#marcabusca>. Acesso em 08 mar. 2007. MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Fundamentos da metodologia científica. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1991. MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 3.ed. São Paulo: Futura, 2000. MILKOVICH, George T., BOUDREAU, Jonh W. Administração de Recursos Humanos . São Paulo: Atlas, 2000. RODRIGUES, V.C. Qualidade de Vida no Trabalho. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 1994. ROBBINS, Stephen P. Administração: mudanças e perspectives. São Paulo: Saraiva, 2003. ROESCH, Sylvia Maria A. Projetos de estágio e de pesquisa em administração. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999. ______. Projetos de estágio do curso de administração . São Paulo: Atlas, 1996. SCHMITT, Mara Enélia. Sugestões de endomarketing para a Concessionária Marambaia Veículos. 2003. 94 f. Monografia (Curso de Administração dom Habilitação em Marketing). Universidade do Vale do Itajaí, Santa Catarina. SILVA, Adelphino Teixeira. Administração e controle. 10.ed. São Paulo: Atlas, 1997. SILVA, Sebastião Orlando. Estilos de administração: uma introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Didática e Científica, 1990. SILVA, Reinaldo O. Teorias da administração. São Paulo: Pioneira, 2001.

Page 86: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

86

SOTO, Eduardo. Comportamento organizacional: o impacto das emoções. São Paulo: Pioneira, 2002. STONER, James A.F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. VENDRAMINI, Patrícia. Liderança e Mudança Organizacional: as categorias essenciais do líder facilitador. 2000. 225 f. Tese (Programa de Pós-Graduação da Engenharia de Produção e Sistemas). Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina. Disponível em: <http://teses.eps.ufsc.br/Resumo.asp?1097>. Acesso em 11 abr. 2007. VILHENA, J.B. Ajudando a área de RH a fazer marketing, estratégia e humanismo. São Paulo, 2003. Disponível em: <http://www.institutomvc.com.br/end_line.html>. Acesso em 15 fev. 2006. VIOLIN, F.L. Cliente Interno: a diferença fundamental. 2005. Disponível em: <http://www.rh.com.br/ler.php.html>. Acesso em 15 fev. 2006.

Page 87: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

87

APÊNDICE I

Page 88: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

88

Roteiro para entrevista no Cartório Santos

1) Como ocorre o processo de comunicação na empresa entre os gerentes e

seus subordinados?

2) E o processo de comunicação entre colaboradores de setores diferentes?

3) E entre os colaboradores de um mesmo setor?

4) Quais ações de endomarketing utilizadas pelo Cartório Santos?

5) A administração do Cartório percebe como ponto fraco a comunicação entre

os colaboradores internos? Em quais momentos?

6) O que o cartório faz para motivar seus colaboradores?

7) Como é calculada a remuneração dos colaboradores, existe um plano de

carreira?

8) A empresa realiza treinamento? Em quais momentos, freqüência, público-

alvo, principais temas abordados?

9) Quais os principais meios de comunicação utilizados no Cartório Santos para

o público interno (informativos escritos, jornal interno, e-mails, reuniões,

conversas informais, palestras, cartazes informativos, mural interno)?

10) Como a administração percebe o relacionamento entre os colaboradores?

11) O Cartório Santos possui seus objetivos definidos? Quais são eles?

12) O Cartório incentiva seus funcionários a utilizarem a criatividade para

melhorar seu trabalho?

Page 89: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

89

APÊNDICE II

Page 90: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

90

PESQUISA MOTIVACIONAL

Esta pesquisa foi elaborada para que você possa, sigilosamente, relatar suas

experiências e opiniões, como membro da equipe do Cartório Santos. Os resultados

ajudarão a organização a criar um a ambiente de trabalho melhor para todos. Por

favor, seja honesto e claro, dando-nos a maior quantidade de detalhes que você

puder.

Esta é a oportunidade para você falar tudo o que pensa sobre o Cartório Santos.

Agradecemos antecipadamente a sua colaboração.

1)Tempo que trabalha no Cartório Santos:

( ) Menos de 2 anos ( ) de 3 a 5 anos ( ) de 6 a 8 anos

2) Sexo

( ) Masculino ( ) Feminino

3) Setor em que trabalha:

( ) Setor de Escrituras, Reconhecimento e Protesto ( ) Recepção

( ) Setor de Serviços de Patrimônio da União ( ) Outros

4) Como você se sente com seu trabalho no cartório?

( ) Super feliz ( ) Razoavelmente feliz ( ) Muito Infeliz

( ) Feliz ( ) Nem um pouco feliz

5) Imagine sua vida daqui há 5 anos. Em termos profissionais, você diria que:

( ) Pretende exercer as mesmas atividades que vem exercendo hoje, inclusive com

a mesma carga horária.

( ) Pretende exercer as mesmas atividades que vem exercendo hoje, só que com

carga horária maior.

( ) Pretende exercer as mesmas atividades que vem exercendo hoje, só que com

carga horária menor.

( ) estará aposentado, afastado do Cartório.

( ) Pretende continuar no Cartório, mas ocupando um outro cargo/função.

Page 91: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

91

( ) Muito provavelmente não estará mais no Cartório, tem planos profissionais.

6) Qual das afirmações abaixo mais se parece com a imagem que você tem do

Cartório:

( ) O Cartório Santos é um cartório moderno/dinâmico/atualizado.

( ) O Cartório Santos é um cartório que vem crescendo, ganhando espaço no

mercado catarinense.

( ) O Cartório Santos está num processo de desenvolvimento lento, precisa

atualizar-se rapidamente.

( ) O Cartório Santos está estagnado/parado no tempo.

Algum comentário ou sugestão?

___________________________________________________________________

_________________________________________________________________

7) O relacionamento entre as pessoas da sua equipe é:

( ) Excelente

( ) Bom

( ) Mais ou menos

( ) Ruim

( ) Muito ruim

( ) Não sabe

8) Sinceramente, qual é a razão por você estar fazendo parte da equipe de

funcionários do Cartório Santos?

( ) Foi a melhor oportunidade profissional que surgiu.

( ) É uma forma de me manter trabalhando, enquanto aguardo

proposta/oportunidade melhor.

( ) Sempre tive o desejo de exercer algum tipo de atividade profissional num

cartório como o Cartório Santos.

( ) O Cartório Santos é apenas um trampolim para outras atividades que pretendo

desenvolver.

( ) Trabalhar no Cartório Santos me garante estabilidade crescimento profissional

( ) Outra razão. Qual?

Page 92: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

92

___________________________________________________________________

_________________________________________________________________

9) Qual a avaliação que você dá ao seu gerente de setor?

( ) Excelente ( ) Bom ( ) Ruim

( ) Muito Bom ( ) Regular

10) Em relação à atenção dada pela empresa às suas idéias, você está:

( ) Muito satisfeito

( ) Satisfeito

( ) Mais ou menos satisfeito

( ) Pouco satisfeito

( ) Muito pouco satisfeito

( ) Não sabe

11) Você se sente reconhecido pelo trabalho que executa?

( ) Muito reconhecido

( ) Reconhecido

( ) Mais ou menos reconhecido

( ) Pouco reconhecido

( ) Muito pouco reconhecido

( ) Não sabe

12) Para finalizar, gostaria que você avaliasse o Cartório, considerando cada um dos

itens abaixo:

Política Salarial

( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim

Ambiente físico da empresa

( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim

Oportunidade de crescimento profissional

( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim

Page 93: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARINE MARTINS COPPIsiaibib01.univali.br/pdf/Carine Martins Coppi.pdf · a aplicação de questionários, sendo observados os principais pontos fortes

93

Desempenho de seus superiores

( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim

Comunicação Interna

( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim

13) O que você mais gosta em seu trabalho no Cartório Santos?

( ) Amizade com os colegas ( ) Função que executa

( ) Salário e Benefícios ( ) Da empresa

( ) Do horário ( )Outros.Quais? _________________

__________________________________________________________________

14) O que você menos gosta em seu trabalho no Cartório Santos?

( ) Amizade com os colegas ( ) Função que executa

( ) Salário e Benefícios ( ) Da empresa

( ) Do horário ( )Outros.Quais? _________________

__________________________________________________________________

15) De acordo com seu conhecimento, o que outros cartórios fazem ou têm que

deveria servir de exemplo para o Cartório Santos?

___________________________________________________________________

_________________________________________________________________