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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR Curso de Engenharia Ambiental PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS NA PLANTA INDUSTRIAL DA EMPRESA CERÂMICA TUPY LTDA Ac: Gilmar Vedvotto Junior Orientador: George Luiz Bleyer Ferreira, M.Sc Itajaí, Julho/2013

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U N I V E R S I D AD E D O V AL E D O I T AJ AÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

DA TERRA E DO MAR Curso de Engenharia Ambiental

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS NA

PLANTA INDUSTRIAL DA EMPRESA CERÂMICA TUPY LTDA

Ac: Gilmar Vedvotto Junior

Orientador: George Luiz Bleyer Ferreira, M.Sc

Itajaí, Julho/2013

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U N I V E R S I D AD E D O V AL E D O I T AJ AÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

DA TERRA E DO MAR Curso de Engenharia Ambiental

TRABABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS NA

PLANTA INDUSTRIAL DA EMPRESA CERÂMICA TUPY LTDA

Gilmar Vedvotto Junior

Monografia apresentada à banca examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Ambiental como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Ambiental.

Itajaí, Julho/2013

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DEDICATÓRIA

Quero dedicar esse trabalho primeiramente aos meus pais, Gilmar e Liliane, a minha

madrasta Sandra, ao meu padrasto Zezinho, ao meu irmão Thiago e minha irmã Thainá, que

sempre me apoiaram durante a minha trajetória nos momentos fáceis e nos difíceis, e aos

amigos que também sempre estiveram comigo.

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iii

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer aos meus pais pela confiança, incentivo e acima de

tudo pelo grande apoio prestado durante essa trajetória, sem vocês nada disso teria

acontecido.

A todos meus familiares que me deram apoio durante esses anos.

Ao meu orientador George Luiz Bleyer Ferreira M.Sc, pela oportunidade, amizade, atenção

e conhecimentos compartilhados durante todo o trabalho.

Aos membros da banca examinadora Rafaela Picolotto Esp. e Alexandre de Sá Oliveira

M.Sc pela pronta aceitação de avaliar o trabalho, e por todo o conhecimento repassado no

decorrer da graduação.

Agradeço a empresa Cerâmica Tupy Ltda. pela oportunidade de desenvolvimento deste

trabalho em suas dependências, assim como os dados fornecidos e todo auxílio prestado.

Aos amigos que estiveram comigo no começo dessa empreitada: Marcão, Forigo, Marlon,

Luiz Fellipe, Luiz Geraldo, Gian e aos amigos que fiz em meu retorno a vida universitária:

André, Gabriel, Jonas, Márcio, Carlos Reis, Victor, Carlos Souza, Vitor (Cipó), Léo, contém

comigo sempre.

E não poderia deixar de lembrar dos meus grandes amigos do Oeste: Marcello, Matheus,

Calliari, Tetti, Lipe, Miguelão, Cissi, Dimas, Gustavo, Ismael, Léo, Amarildo, Samuel, Nardi,

Cidamar e Renan (Motoqueiro fantasma), por me proporcionarem sempre as melhores férias

da minha vida.

Aos amigos do Porco Selvagem Sport Club, aquele abraço.

Enfim, a todos vocês meu sincero agradecimento.

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RESUMO

A indústria de cerâmica vermelha é um dos setores que apresenta um grande crescimento

no país, muito pelo fato do setor da construção civil estar cada vez mais aquecido, no Brasil

os grandes eventos esportivos que teremos nos próximos anos como a copa do mundo de

2014 e as olimpíadas de 2016, ajudam no crescimento deste setor. O Vale do Rio Tijucas é

uma das regiões que mais sofre influência desse setor, possuindo uma grande quantidade

de empresas instaladas, gerando assim muitos empregos. O presente trabalho teve como

principal objetivo a identificação e proposta de técnicas de sustentabilidade aplicáveis à

indústria da cerâmica vermelha, fazendo com que o processo produtivo se torne mais limpo

e eficiente. Foram feitos o mapeamento do processo produtivo e a elaboração de

indicadores de desempenho ambiental através de visitas a empresa e utilização de notas

fiscais. Com o mapeamento do processo produtivo, identificou-se todas as entradas e

saídas do processo produtivo, sendo elaborados assim os indicadores de desempenho

ambiental, que levaram em consideração, consumo de energia elétrica, óleo diesel, água e

serragem. Em relação às técnicas de sustentabilidade, a busca deu-se principalmente

através de trabalhos e pesquisas já realizadas para esse, ou ate mesmo para outros setores

mais que possam ser adaptados ao esse. As técnicas escolhidas para o desenvolvimento do

trabalho foram: energia solar, captação de água da chuva, ventilação e iluminação natural,

cinturão verde, lava pneus e kit de emergência para derramamentos de óleo, assim foi

possível a elaboração de uma planta industrial mais sustentável com a aplicação dessas

técnicas, a fim de melhorar o desempenho ambiental da empresa.

Palavras-chaves: Técnicas de sustentabilidade, Cerâmica vermelha, Indicadores de

desempenho ambiental.

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v

ABSTRACT

The red ceramic industry is one of the sectors that presents a major growth in Brazil, a lot for

the fact that the construction industry is increasingly heated. The "Vale do Rio Tijucas” is one

of the regions that most suffers the influence of this sector, having a lot of established

companies, thereby creating plenty of jobs. The present work aimed to identify the

sustainability techniques applicable to the red ceramic industry, making the production

process becomes more clean and efficient.The mapping of the production process and the

establishment of indicators were made in the company, through visits and use of invoices.

With the mapping of the production process, there was the idea of all inputs and outputs of

the production process and can therefore be made an analysis and preparation of

environmental performance indicators, which took into consideration, consumption of

electricity, diesel, water and sawdust. Regarding sustainability techniques, the search was

mainly through works and researches already conducted for this, or even to other sectors

that may be more suited to this. The techniques used for the development of the work were:

solar power, rain water harvesting, natural ventilation and lighting, green belt, wash tires and

emergency kit for oil spills, so it was possible to design an industrial plant more sustainable

the application of these techniques in order to improve the environmental performance of the

company.

Keywords: Technical of sustainability, Red ceramic, environmental performance indicators.

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SUMÁRIO

Dedicatória ............................................................................................................................ ii

Agradecimentos ..................................................................................................................... iii

Resumo ................................................................................................................................ iv

Abstract ................................................................................................................................. v

Sumário ................................................................................................................................ vi

Lista de Figuras .................................................................................................................... ix

Lista de Quadros .................................................................................................................. xi

Lista de Tabelas ................................................................................................................... xii

Lista de Abreviatura ............................................................................................................. xiv

1 Introdução ....................................................................................................................... 1

1.1 Contextualização ..................................................................................................... 1

1.2 Justificativa .............................................................................................................. 3

1.3 Problemas de pesquisa ........................................................................................... 3

1.4 Pergunta de Pesquisa ............................................................................................. 3

1.5 Objetivos ................................................................................................................. 4

1.5.1 Geral ................................................................................................................ 4

1.5.2 Específicos ....................................................................................................... 4

2 Fundamentação Teórica ................................................................................................. 5

2.1 Cerâmica vermelha .................................................................................................. 5

2.1.1 Aspectos e Impactos Ambientais ...................................................................... 7

2.2 Desenvolvimento sustentável .................................................................................. 9

2.2.1 Organizações Sustentáveis ............................................................................ 11

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2.3 Mapeamento de processos produtivos .................................................................. 12

2.3.1 Identificação de Entradas e Saídas ................................................................ 13

2.4 Indicadores de desempenho .................................................................................. 14

2.4.1 Indicadores de Desempenho Ambiental ......................................................... 16

2.4.2 Categorias de Indicadores .............................................................................. 17

2.5 Plantas industriais sustentáveis ............................................................................. 18

2.5.1 Técnicas Sustentáveis .................................................................................... 21

2.6 Determinação de Viabilidade Econômico-financeira Método PayBack ................... 29

3 Metodologia .................................................................................................................. 30

3.1 Classificação de pesquisa ..................................................................................... 30

3.2 Definição de Pesquisa ........................................................................................... 31

3.3 Caracterização da área de estudo ......................................................................... 31

3.4 Elaboração de instrumentos de coleta e interpretação .......................................... 32

3.4.1 Mapeamento do Processo Produtivo e Identificação de Entradas e Saídas do

Processo....................................................................................................................... 32

3.4.2 Elaboração de Indicadores de Desempenho .................................................. 33

3.4.3 Identificação e Proposta de Técnicas Sustentáveis ........................................ 34

3.4.4 Elaboração de uma Planta Industrial mais Sustentável para Empresa Cerâmica

Tupy Ltda...................................................................................................................... 35

4 Resultados e Discussão ............................................................................................... 36

4.1 Mapeamento do processo produtivo ...................................................................... 36

4.2 Identificação das entradas e saídas do processo .................................................. 38

4.2.1 Extração de Matéria prima .............................................................................. 38

4.2.2 Preparação da Massa ..................................................................................... 40

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4.2.3 Extrusão das Tavelas ..................................................................................... 43

4.2.4 Corte e Secagem ............................................................................................ 45

4.2.5 Queima ........................................................................................................... 47

4.2.6 Expedição ....................................................................................................... 49

4.3 Elaboração de Indicadores de Desempenho Ambiental ......................................... 49

4.3.1 Indicador de Desempenho Ambiental Referente ao Consumo de Energia

Elétrica 51

4.4.2 Indicador de Desempenho Ambiental Referente ao Consumo de Óleo Diesel ..... 52

4.3.2 Indicador de Desempenho Ambiental Referente ao Consumo de Água.......... 54

4.3.3 Indicador de Desempenho Ambiental Referente ao Consumo de Serragem .. 55

4.4 Identificação e Proposta de Alternativas Sustentáveis ........................................... 56

4.4.2 Sistema de Captação de Água da Chuva ....................................................... 60

4.4.3 Ventilação e Iluminação Natural ..................................................................... 66

4.4.4 Controle de Material Particulado ..................................................................... 67

4.4.5 Kit de Emergência de Vazamento e Derramamento de Óleo e Derivados ...... 70

4.5 Elaboração de uma Planta Industrial mais Sustentável para Empresa Cerâmica

Tupy Ltda. ........................................................................................................................ 71

5 Considerações finais .................................................................................................... 72

5.1 Considerações Sobre os Objetivos ........................................................................ 72

5.2 Recomendações para Trabalhos Futuros .............................................................. 74

6 Referências .................................................................................................................. 75

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Exemplo de processo produtivo ideal. ................................................................... 13

Figura 2: Tipos de entradas e saídas de um processo produtivo. ........................................ 14

Figura 3: Categorias de indicadores de acordo com a norma NBR ISO 14031. ................... 17

Figura 4: Módulo solar utilizado no projeto. .......................................................................... 23

Figura 5: Área utilizada no sistema de captação de água da chuva. .................................... 26

Figura 6: Cálculo da área de contribuição de acordo com a Norma NBR 10844/89. ............ 27

Figura 7: (1) Lanternin (2) tijolo vazado................................................................................ 28

Figura 8: Tavela modelo H7. ................................................................................................ 32

Figura 9: Fluxograma do processo produtivo das tavelas. ................................................... 37

Figura 10: Jazida para extração de matéria prima ............................................................... 39

Figura 11: Depósito interno de matéria prima. ..................................................................... 40

Figura 12: Pilha de material misturado. ................................................................................ 41

Figura 13: Caixão alimentador. ............................................................................................ 42

Figura 14: Eletroímã. ........................................................................................................... 42

Figura 15: Cilindro laminador. .............................................................................................. 43

Figura 16: Misturar. .............................................................................................................. 44

Figura 17: Extrusão.............................................................................................................. 44

Figura 18: Corte. .................................................................................................................. 45

Figura 19: Secagem natural. ................................................................................................ 46

Figura 20: Secador. ............................................................................................................. 46

Figura 21: Tavelas prontas para serem inseridas no pré forno. ........................................... 47

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Figura 22: Forno. ................................................................................................................. 48

Figura 23: Saída do forno. ................................................................................................... 48

Figura 24: Expedição dos produtos acabados. .................................................................... 49

Figura 25: Indicador de desempenho ambiental referente ao consumo de energia elétrica. 52

Figura 26: Indicador de desempenho ambiental referente ao consumo de óleo diesel. ....... 53

Figura 27: Indicador de desempenho ambiental referente ao consumo de água. ................ 55

Figura 28: Indicador de desempenho ambiental referente ao consumo de serragem. ......... 56

Figura 29: Área de implantação do projeto de captação de energia solar. ........................... 57

Figura 30: Demarcação de local para instalação de lanternim. ............................................ 67

Figura 31: Modelo de lava pneus utilizado na proposta. ...................................................... 68

Figura 32: Local para implantação do cinturão verde. .......................................................... 69

Figura 33: Exemplos de tambores a serem usados no Kit. .................................................. 70

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Princípios básicos de uma planta industrial sustentável. ..................................... 19

Quadro 2: Benefícios obtidos com empreendimentos sustentáveis em relação aos três

pilares da sustentabilidade................................................................................................... 20

Quadro 3: Entradas e saídas do processo. .......................................................................... 33

Quadro 4: Exemplos de indicadores de desempenho operacional. ...................................... 34

Quadro 5: Entradas e saídas na extração da matéria prima. ............................................... 38

Quadro 6: Entradas e saídas na preparação da massa. ...................................................... 40

Quadro 7: Entradas e saídas no processo de extrusão. ....................................................... 43

Quadro 8: Entradas e saídas nos processos de corte e secagem........................................ 45

Quadro 9: Entradas e saídas no processo da queima. ......................................................... 47

Quadro 10: Entradas e saídas na expedição. ...................................................................... 49

Quadro 11: Proposta de indicadores de desempenho ambiental. ........................................ 50

Quadro 12: Indicador de desempenho ambiental referente ao consumo de energia elétrica.

............................................................................................................................................ 51

Quadro 13: Indicador de desempenho ambiental referente ao consumo de óleo diesel. ...... 53

Quadro 14: Indicador de desempenho ambiental referente ao consumo de água. ............... 54

Quadro 15: Indicador de desempenho ambiental referente ao consumo de serragem. ........ 55

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Números da cerâmica vermelha. ............................................................................ 6

Tabela 2: Exemplos de aspectos e impactos ambientais. ...................................................... 8

Tabela 3: Especificações dos modelos fotovoltaicos da empresa Suntech Power. .............. 22

Tabela 4: Relação potência e valor dos modelos fotovoltaico da Suntech Power. ............... 22

Tabela 5: Coeficiente de escoamento superficial. ................................................................ 25

Tabela 6: Coeficiente de Runoff para telhados cerâmicos e de metal. ................................. 25

Tabela 7: Precipitação média histórica entre 1961 e 1990. .................................................. 26

Tabela 8: Produção de tavelas no período de janeiro a dezembro de 2012. ........................ 50

Tabela 9: Quantidade de módulos utilizados assim como seu custo. ................................... 58

Tabela 10: Relação do consumo e gasto da empresa com energia elétrica. ........................ 58

Tabela 11: Cálculo do PayBack do projeto. ......................................................................... 59

Tabela 12: Área utilizada no projeto de captação de água da chuva. .................................. 60

Tabela 13: Dimensionamento da cisterna. ........................................................................... 61

Tabela 14: Diâmetro do condutor vertical. ............................................................................ 62

Tabela 15: Tipo de material dos condutores. ....................................................................... 63

Tabela 16: Diâmetro dos condutores verticais. .................................................................... 63

Tabela 17: Determinação do diâmetro do condutor vertical. ................................................ 64

Tabela 18: Orçamento referente a materiais para instalação do sistemas de captação de

água da chuva. .................................................................................................................... 64

Tabela 19: Orçamento referente à mão de obra. ................................................................. 65

Tabela 20: Custo total do projeto. ........................................................................................ 65

Tabela 21: Consumo de água da empresa referente ao ano de 2012. ................................. 65

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Tabela 22: Determinação do retorno do investimento através do método PayBack ............. 66

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LISTA DE ABREVIATURA

ABNT - associação brasileira de normas técnicas

ACEVALE - Associação das Cerâmicas do Vale do Rio Tijucas e Camboriú

ASBEA - Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura

CBCS - Comitê Brasileiro de Construção Sustentável

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

CNI – Confederação Nacional da Indústria

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBDA – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura

ICA – Indicador de Condição Ambiental

IDA – Indicador de Desempenho Ambiental

IDG – Indicador de Desempenho de Gestão

IDO – Indicador de Desempenho Operacional

INEE – Instituto Nacional de Eficiência Energética

ISO – Organização Internacional para Padronização

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SECTME - Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia das Minas e Energia

WCED - Word Comission on Enviromental and Development

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1

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Segundo Medeiros (2006) os materiais cerâmicos são utilizados pelo homem desde

4000 a.c, sendo que eles possuem grande destaque devido à durabilidade apresentada e

pelo fato de que a matéria prima utilizada para sua produção existe em grande abundância

na terra. Indícios apontam os povos romanos como os primeiros a utilizarem esse tipo de

produto da forma que ele é utilizado ainda hoje, ou seja, através do processo queima da

argila.

Steil (2000) descreve que a partir do século XIX o setor passou a ter a sua produção

alavancada, o que antes era feito de forma manual e artesanal, passou a ser feito com o

auxílio de máquinas moldadoras que eram movidas por força animal, surgindo assim os

primeiros tijolos “industrializados”, pouco tempo mais tarde os animais foram substituídos

por máquinas a vapor e possibilitando assim, o aumento significativo da produção. Pode-se

considerar esse fato como sendo o primeiro grande salto para a indústria da cerâmica

vermelha, pois possibilitou a fabricação de peças especiais e dos tijolos ocos ou furados.

Com a vinda de imigrantes europeus para o Brasil, também foi trazida a tecnologia

da produção de tijolos, tavelas e telhas, que através de organizações familiares, contribuiu

para o surgimento das pequenas olarias em diversas regiões do país. Inicialmente, os

oleiros imigrantes, por motivos de sobrevivência, ingressaram na agricultura, e somente num

segundo momento, houve o exercício da profissão. Em Santa Catarina a cerâmica vermelha

também é ancestral e foi introduzida no estado, primeiro pelos imigrantes açorianos que

chegaram à região litorânea. Mais tarde, os alemães e italianos levaram essa cultura para

outras regiões. Por isso mesmo, hoje em dia as olarias distribuem-se em maior extensão em

algumas regiões estado, até pela necessidade de abastecimento da demanda catarinense

(SECTME, 1990).

Oliveira (1993) lembra que mesmo com produtos concorrentes, os materiais

cerâmicos, ainda hoje são largamente empregados na construção civil, isso acontece,

graças à resistência mecânica e durabilidade desses materiais, evitando assim, a

deterioração por agentes externos, trazendo vantagens de uso e qualidade nas edificações.

Porém, não se podem desprezar as ameaças que rondam os produtos de cerâmica

vermelha em função do aprimoramento e desenvolvimento de novos materiais, como por

exemplo, os blocos de concreto que estão sendo muito utilizados.

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2

Pauletti (2001) diz que as indústrias de cerâmica vermelha no Brasil, bem como em

Santa Catarina, evoluíram muito pouco em relação ao passado, em função de uma série de

fatores econômicos e culturais. Diferentemente dos outros mercados, as empresas

brasileiras, na sua grande maioria, continuam com o processo produtivo artesanal,

produzindo em pequena escala, obtendo um lucro baixo no negócio, e consequentemente,

tendo dificuldades para investir na automatização do processo, tornando assim o processo

produtivo menos eficiente e resultado num maior desperdício de matérias primas.

Porém, nas últimas décadas o mercado tem demonstrado interesse por produtos

ambientalmente sustentáveis e pelo desenvolvido de processos industriais que tomem em

consideração a minimização dos impactos ambientais quer em termos de consumos (água,

energia, matérias primas) quer em termos de saídas (emissões gasosas, líquidos, ruído,

resíduos, etc.). Esta pressão ambiental é proveniente de várias partes interessadas como a

comunidade local, entidades governamentais, parceiros de negócio, clientes, colaboradores,

instituições públicas, etc. Assim a busca pela otimização do processo produtivo se torna

essencial, buscando uma maior eficiência produtiva e a redução de impactos ambientais

(MEDEIROS, 2006).

Para isso, é necessário que essas empresas adotem soluções mais sustentáveis,

desde sua fase de implantação (novas plantas), ou a substituição de algumas técnicas

previamente utilizadas, por outras que tornem os processos produtivos mais limpos e

eficientes. Segundo a CNI (2002) as indústrias brasileiras planejavam privilegiar cinco

áreas: procedimentos para redução de perdas e resíduos de materiais e produtos acabados;

conservação de energia; melhoria de projeto, design e embalagem; treinamento de mão de

obra para gestão ambiental; e implantação de sistemas de gestão ambiental.

Em Santa Catarina, a Região do Vale do Rio Tijucas, possuí uma grande quantidade

de cerâmicas instaladas, como na grande dos municípios brasileiros que possuem esse tipo

de empreendimento, a maioria das empresas é de pequeno ou médio porte e familiar, sendo

passada de geração para geração sem ter uma mudança significativa no tipo de processo

produtivo utilizado. Através deste trabalho a ser realizado na Cerâmica Tupy, será feito um

mapeamento do processo produtivo desta empresa, seguido de elaboração de indicadores

de desempenho, que mostraram quais etapas do processo podem ser melhoradas ou não.

Com isso surge à ideia da pesquisa por alternativas sustentáveis que possam ser aplicados

no setor em questão, onde serão definidas quais dessas alternativas podem ser adaptadas

no processo industrial da cerâmica Tupy, onde posteriormente será elaborada uma proposta

de planta industrial que tornará a empresa mais eficiente e sustentável, tanto

ambientalmente quanto economicamente.

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1.2 JUSTIFICATIVA

É de conhecimento de todos que as atividades industriais geram um impacto

significativo no meio ambiente, na economia, na saúde e na produtividade das pessoas.

Plantas industriais consomem consideráveis índices de energia, eletricidade, água e

recursos naturais que poderiam ser reduzidos de forma significativa através da aplicação de

propostas de tecnologias sustentáveis.

O desenvolvimento de alternativas sustentáveis se torna essencial para qualquer

setor produtivo, tendo vista que todos utilizam algum tipo de recurso natural que hoje em dia

estão cada vez mais escassos. Entre esses setores produtivos que utilizam uma grande

quantidade de recursos naturais, se encontra o setor da cerâmica vermelha, que tem como

matéria prima base argila, que é um recurso natural abundante, mas mesmo assim não

renovável. Com isso a busca por uma maior eficiência produtiva através do desenvolvimento

alternativas sustentáveis nas plantas industriais é primordial para que as empresas se

mantenham competitivas no mercado consumidor, e forneçam um produto que cada vez

cause menos impacto ambiental negativo.

1.3 PROBLEMAS DE PESQUISA

A grande maioria das olarias na região do Vale do Rio Tijucas possui um processo

produtivo muito arcaico, que resulta em um maior consumo de recursos naturais, perda de

qualidade do produto e por consequência um menor lucro aos empresários. A empresa

cerâmica Tupy Ltda, já apresenta o processo produtivo mais modernizado, com processos

mais automatizados, sendo inclusive uma das mais modernas da região, mesmo assim,

algumas alternativas podem torná-la mais eficientes. O problema de pesquisa deste trabalho

é racionalizar o uso de recursos naturais na cerâmica Tupy Ltda, através de uma proposta

de planta industrial mais sustentável, tornando assim os processos industriais mais limpos e

eficientes.

1.4 PERGUNTA DE PESQUISA

Como identificar e implantar técnicas de sustentabilidade em uma indústria

cerâmica?

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1.5 OBJETIVOS

1.5.1 Geral

Elaborar uma proposta de modelo de planta industrial sustentável para a Cerâmica

Tupy Ltda.

1.5.2 Específicos

Mapear o processo produtivo da empresa identificando suas entradas e saídas;

Elaborar indicadores de desempenho ambiental;

Identificar e propor técnicas de sustentabilidade aplicáveis à indústria de cerâmica

vermelha;

Elaborar uma planta industrial sustentável para a empresa com aplicação das

técnicas propostas.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 CERÂMICA VERMELHA

Pauletti (2001) sita que a palavra cerâmica é derivada do grego “kerameikos”, que

quer dizer “feito de terra”. A cerâmica vermelha é chamada assim, porque possui coloração

avermelhada no produto final, em função do tipo de matéria prima utilizada, a argila. Com a

denominação de cerâmica vermelha, incluem-se produtos como o tijolo e suas variações,

telhas, tavelas entre outros, e geralmente é formado por um grupo de produtos mais

rústicos. Também é conhecida como cerâmica estrutural, graças à utilização na estrutura de

edificações. A indústria de cerâmica vermelha ou estrutural é classificada como indústria de

transformação no ramo de atividades denominado transformação de materiais não

metálicos.

Segundo Steil (2000) os produtos de cerâmica vermelha tiveram seu

desenvolvimento com os povos onde a falta de pedra para as construções era constante.

Porém, foram os romanos, que implementaram novas técnicas e aprimoraram a fabricação

da cerâmica como atividade industrial, através do crescimento das grandes construções

nessa época. Praticamente toda a Europa herdou as práticas trazidas pelos povos antigos,

tais como romanos, bizantinos, árabes, entre outros, que influenciaram fortemente no estilo

das construções nesses continentes.

O produto apresenta muitas qualidades, fazendo com que seu uso na construção

civil seja bastante difundido e tenha uma importância significativa no setor. Segundo Oliveira

(1993), as principais vantagens dos produtos de cerâmica vermelha do ponto de vista do

usuário final, pode ser relacionada como:

Possibilidade de serem utilizados em grande variedade de usos funcionais;

Possuem durabilidade e elevada resistência mecânica;

Apresentam estrutura leve, resultando em menor custo para as fundações;

Material não combustível;

Possuem boas características de isolamento térmico e acústico;

Existem em abundância na maioria das regiões do país, sendo geralmente, mais

econômicos que os outros componentes de mesma finalidade;

Exigem pequenas ou nenhuma manutenção;

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Não oferecem dificuldades para treinar mão de obra para utilização;

Nas condições climáticas brasileiras apresentam boas condições de conforto

ambiental.

No Brasil essa atividade está distribuída por todo país, muito com micro e pequenas

empresas, quase sempre de organização simples e familiar, um aspecto importante a ser

resaltado que como se trata de um setor bastante tradicional, existe uma grande resistência

em relação a mudanças. Levantamentos mostram que existem cerca de 7 mil unidades

produtivas, que contem em uma média de 25 a 30 empregados, somando entre 250 a 300

mil empregos diretos. Essa atividade movimenta em torno de 10 milhões de toneladas de

matérias primas ao mês, com reflexos nas vias de transportes, e no meio ambiente de lavra

de argila, podendo assim causar impactos ambientais e sociais em algumas regiões. Esse

setor tem um faturamento aproximado de 18 bilhões de reais por ano, o que o torna um

setor muito importante para a economia (SEBRAE, 2008).

Ainda segundo o SEBRAE (2008) os principais produtos desse setor se destacam os

tavelas (utilizado em lajes), tijolos, telhas e em pequena escala os tubos cerâmicos. A

produção destes produtos cresce cada dia mais devido ao grande aquecimento da

construção civil, muito em função dos eventos esportivos que irão ocorrer no país, como a

copa do mundo de 2014 e as olimpíadas de 2016 e também aos programas habitacionais

financiados pelo governo, é o caso do minha casa minha vida. A Tabela 1 mostra alguns

números em relação à produtividade do setor:

Tabela 1: Números da cerâmica vermelha.

Produto Produção/Mês (Nº de Peças)

Tavelas/Tijolos 4.000.000.000

Telhas 1.300.000.000

Tubos 325,5Km

Fonte: Sebrae (2008)

Geralmente esse tipo de empresa, esta localizada ao longo de bacias dos principais

rios que cortam os municípios. Nas margens desses rios, é encontrada a argila de

composição mineralógica, em forma sedimentar ou aluvionar, adequada à fabricação dos

produtos estruturais, também o fato de não haver a necessidade de trazer a matéria prima

de outra região faz com que esses locais se tornem mais viáveis. A localização geográfica

das cerâmicas é determinada basicamente por dois fatores principais: a posição da jazida

(em função da grande quantidade de matéria-prima processada); e a posição dos centros

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consumidores. É indispensável, também, que haja disponibilidade de infraestrutura básica

necessária à operacionalização da indústria, tal como: energia elétrica, telefone, água,

sendo indispensável à utilização desses recursos para qualquer setor produtivo (SUDENE &

ITEP, 1988).

Segundo a ACEVALE (2012) o número estimado de indústrias de materiais de

cerâmica vermelha no Estado de Santa Catarina é de 800 empresas, que estão espalhadas

pelas Regiões Oeste, Sul e na Região dos Vales dos Rios Itajaí e Tijucas, sendo essas as

Regiões mais representativas em relação a números de empresas, a grande maioria dessas

empresas ainda funciona praticamente de forma artesanal, sem praticamente nenhuma

inovação tecnológica. Só para se ter uma ideia a Região do Vale do Rio Tijucas possuí

aproximadamente 80 empresas, tornando esse setor muito importante para a economia

local.

Pauletti (2001) sita o exemplo da Região Sul do Estado, alguns municípios como, por

exemplo, Morro da Fumaça e Sangão, a cerâmica vermelha representa quase que 80% da

economia desses municípios. Ainda segundo o autor, os principais problemas existentes no

setor que são comuns a maioria das empresas de pequeno porte, e estão ligados a uma

falta de planejamento, e um grande desperdício de matéria prima, energia e combustível.

2.1.1 Aspectos e Impactos Ambientais

A norma ISO 14.001 (ABNT 2004), define aspecto ambiental como: “elemento das

atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio

ambiente". O conceito empregado pela norma, não é tão amplo para definição de aspectos

ambientais, pois não só as organizações, mas também grande parte das atividades

humanas têm elementos que podem interagir como o meio ambiente, caracterizando assim

aspectos ambientais. Basicamente aspecto ambiental pode ser entendido como as ações

humanas que interagem com ambiente, causando impacto ambiental, onde uma mesma

ação pode assumir vários aspectos e causar diferentes impactos.

Moura (2006) mostra como exemplo o setor de produção de uma determinada

indústria, que utiliza recursos naturais em seu processo, acaba gerando efluentes e resíduos

(aspecto ambiental), resultando assim frequentemente em impactos ambientais, por eles

causados. Um exemplo de impacto seria a contaminação da água e do solo através de um

lançamento de algum tipo de efluente, ou seja, um aspecto ambiental pode causar um

impacto ambiental.

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Segundo a definição trazida pela Resolução n.º 001/86 do CONAMA (Conselho

Nacional de Meio Ambiente), Artigo 1º, o impacto ambiental é: qualquer alteração das

propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma

de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,

afetam:

I – A saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II – As atividades sociais e econômicas;

III – A biota;

IV – As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V – A qualidade dos recursos ambientais.

Ou seja, impactos ambientais podem ser definidos como qualquer alteração (efeito)

causada (ou que pode ser causada) no meio ambiente pelas atividades da empresa quer

seja esta alteração benéfica ou não.

A norma ISO 14.001 (ABNT 2004) traz também alguns exemplos de aspectos e

impactos ambientais, como são descritos na tabela abaixo:

Tabela 2: Exemplos de aspectos e impactos ambientais.

Aspecto Impacto

Geração de resíduos sólidos Alteração da qualidade do solo

Consumo de energia elétrica Esgotamento de recursos naturais

Geração de efluentes líquidos Alteração da qualidade do corpo d'água

Emissões atmosféricas Alteração da qualidade do ar

Consumo de água Esgotamento de recursos naturais

Consumo de combustível Esgotamento de recursos naturais

Emissão de ruído Incômodo do bem estar

Fonte: ISO 14.001/04.

É de fundamental importância para qualquer setor produtivo, conhecer os aspectos e

impactos ambientais relacionados com a sua atividade. Um cuidado especial deve ser dado

aos aspectos ambientais, sendo que conhecendo os aspectos ambientais eles podem ser

controlados antes de causar um dado ao ambiente, ou seja, um impacto.

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O setor da cerâmica vermelha pode causar diversos tipos danos ao meio ambiente,

pois no processo de extração, beneficiamento e produção dos tijolos, cerâmicas e afins, são

realizadas diversas ações que podem causar impactos ao meio ambiente e a sociedade.

De acordo com Silva et al. (1993), a atividade de extração desenvolvida no Brasil

está voltada principalmente para a produção de matérias-primas para a construção civil,

como areia e brita e a argila. Os autores comentam ainda que apesar das explorações

minerais serem muito importantes para a construção civil, os impactos por eles produzidos

não podem ser deixados de lado, tendo em vista que ele causa uma grande modificação da

paisagem.

Ainda segundo os autores no processo de extração da argila, por exemplo, é

realizada a supressão da vegetação posterior extração da mesma, podendo causar erosão

do solo e a alteração da paisagem. Na medida em que o solo vai sendo retirado, o lençol

freático torna-se mais vulnerável, facilitando assim, a contaminação das águas, caso

ocorram derramamentos de óleo ou derivados provenientes das máquinas que atuam no

local.

Grigoletti (2001) diz que além dos impactos acima descritos, pode ocorrer ainda

emissão de poeira, causada pelo fluxo de veículos no local como caminhões, a geração de

impactos visuais, com o acúmulo de resíduos provenientes da produção de cerâmica e

retirada do solo para a fabricação dos materiais e ainda, a ocorrência de ruídos e vibrações

causadas pelos maquinários utilizados na extração, produção e transporte do material

produzido, gerando assim uma degradação no ambiente trabalhado.

Sobre a degradação na exploração mineral, esta ocorre quando a exploração é

exercida sem técnicas adequadas, e isso tem provocado grandes consequências e prejuízo

ao meio ambiente, como por exemplo, a poluição visual e sonora, a ameaça às edificações,

áreas desmatadas, o surgimento de erosões e outros problemas causados à paisagem

(SUZUMURA & SOUZA, 2012).

2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O termo desenvolvimento sustentável está cada vez mais presente no ambiente

empresarial. A definição mais utilizada é do relatório da Comissão Brundtland (WCED,

1987), a qual considera que o desenvolvimento sustentável deve satisfazer às necessidades

da geração presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Essa

definição deixa claro um dos princípios básicos de sustentabilidade, a visão de longo prazo,

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uma vez que os interesses das futuras gerações devem ser analisados e levados em

consideração (OLIVEIRA; CLARO; AMÂNCIO, 2012).

Segundo Silva (2004), embora esta definição tenha sido vaga, ela trouxe uma

mensagem bastante positiva e simples, propondo a busca de um equilíbrio entre os níveis

de desenvolvimento e a quantidade existente de recursos naturais para que o

desenvolvimento ocorresse sem prejudicar o ambiente natural ou as gerações futuras. Este

relatório consolidou a ideia de que era necessário um esforço comum e planetário para que

o rumo do modelo de desenvolvimento econômico fosse corrigido.

Segundo o mesmo relatório uma série de medidas deve ser tomada pelos países

para promover o desenvolvimento sustentável. Entre elas:

Limitação do crescimento populacional;

Garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) em longo prazo;

Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas;

Diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com uso de

fontes energéticas renováveis;

Aumento da produção industrial nos países não industrializados com base em

tecnologias ecologicamente adaptadas;

Controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores;

Atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia).

Almeida (2002) diz que a maioria dos estudos afirma que desenvolvimento

sustentável é composto de três dimensões que se relacionam: econômica, ambiental e

social. A dimensão econômica inclui não só a economia formal, mas também as atividades

informais que proveem serviços para os indivíduos e grupos e aumentam, assim, a renda e

o padrão de vida dos mesmos. A dimensão ambiental ou ecológica estimula empresas a

considerarem o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente, na forma de utilização

dos recursos naturais, e contribui para a integração da administração ambiental na rotina de

trabalho. A dimensão social consiste no aspecto social relacionado à qualidade dos seres

humanos, como suas habilidades, dedicação e experiências, abrangendo tanto o ambiente

interno da empresa quanto o externo.

Ainda segundo o autor, nos dias atuais esse novo mercado já demonstra, mesmo

que de maneira tímida, porém crescente, que as empresas mais sustentáveis, ou seja,

aquelas que se preocupam com variáveis que possam impactar o seu negócio e que

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efetivamente contribuem para a preservação da vida para as gerações futuras, são mais

valorizadas quando comparadas com aquelas que não têm esse tipo de postura. Prova

dessa realidade é a criação de alguns índices utilizados por investidores em busca de

oportunidade de investimento, priorizando empresas que foram classificadas como

sustentáveis, após criterioso processo de seleção.

Devido a todos esses fatores elencados, as empresas estão em busca de soluções

mais sustentáveis para seus negócios, com isso elas conseguem transmitir para seus

consumidores um maior comprometimento com as questões ambientais, fazendo com que o

seu produto seja visto com bons olhos pela sociedade. Porém isso é um grande desafio

para as empresas, sendo que a busca por soluções não é tão simples, e às vezes pode se

tornar inviável economicamente para as pequenas e até médias empresas.

2.2.1 Organizações Sustentáveis

Segundo Almeida (2002) as organizações sustentáveis são aquelas que

desenvolvem suas práticas e estratégias gerenciais a fim de serem economicamente

viáveis, mantendo-se competitivas no mercado, produzindo de maneira a não agredir o meio

ambiente e contribuindo para o desenvolvimento social da região e do país onde atuam.

Ainda segundo o autor o desafio consiste em colocar os conceitos de

desenvolvimento sustentável em prática. Scharf (2004) concorda com esta afirmação, pois

justifica que o desenvolvimento sustentável envolve uma mudança na cultura da

organização, de seus colaboradores e demanda tempo e recursos financeiros.

A organização sustentável, para Holliday, Schmidheiny e Watts (2002), deve ir além

do modelo tradicional de retorno sobre os ativos financeiros e de criação de valor para os

acionistas e clientes. Também envolve o sucesso da comunidade e das partes interessadas.

Ela reforça os seus ambientes naturais e culturais, para que sejam tão preciosos quanto seu

portfólio tecnológico e as habilidades de seus empregados.

Para Bidone e Morales (2004) essas organizações realizam ações que promovam o

aumento da qualidade de vida e bem-estar de todos os seus públicos interessados

(stakeholders) em suas atividades, produtos e serviços. Essa definição se aplica a diferentes

tipos de empresas, do setor público ou privado, independente de sua atividade ou área de

atuação.

Os autores dizem também que a empresa interessada em se posicionar no mercado

como uma organização sustentável deve, necessariamente, incluir em seus objetivos, além

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do cuidado com o meio ambiente e do bem-estar dos stakeholders, a constante melhoria

de sua imagem e a qualidade de seus serviços. Sendo assim, a sustentabilidade de uma

empresa dependerá, basicamente, de sua capacidade de estabelecer um equilíbrio entre a

sua competitividade no mercado e a sua relação com o meio ambiente.

A tendência crescente, quanto ao valor da sustentabilidade na gestão das

organizações aponta para a necessidade de se acelerar a adoção dos princípios de

sustentabilidade e de estabelecer suas práticas em conformidade com o perfil de atuação da

empresa e as demandas dos diversos tipos de público que com ela interage.

Entretanto, os princípios de sustentabilidade só conseguem agregar valor para as

empresas se aplicados de maneira integrada a um conjunto de estratégias que envolvam

suas questões internas e que englobem as diversas dimensões da sustentabilidade.

Almeida (2002) define esses princípios como:

Sustentabilidade social: que todas as pessoas tenham direito a uma renda digna de

acordo com suas necessidades básicas;

Sustentabilidade ambiental: na qual se utilizam os recursos naturais que são

renováveis e limita-se o uso dos recursos não renováveis;

Sustentabilidade econômica: através do crescimento econômico;

Sustentabilidade cultural: a qual garante a continuidade das tradições e pluralidade

dos povos.

2.3 MAPEAMENTO DE PROCESSOS PRODUTIVOS

O mapeamento de processo é uma ferramenta de visualização completa e

consequente compreensão das atividades executadas num determinado processo produtivo,

assim como da inter-relação entre elas e o processo. Através do processo de mapeamento

torna-se mais simples determinar onde e como melhorar o processo.

Segundo Soliman (1998), o mapeamento de processo é uma técnica usada para

detalhar o processo de negócios focando os elementos importantes que influenciam o seu

comportamento atual.

Villela (2000) diz também que o mapeamento de processos é uma ferramenta

gerencial analítica e de comunicação que tem a intenção de ajudar a melhorar os processos

existentes ou de implantar uma nova estrutura voltada para processos.

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Para Hunt (1996), esta análise estruturada de processos permite, ainda, reduzir

custos no desenvolvimento de produtos e serviços, falhas de integração entre sistemas e

promover melhoria de desempenho organizacional, além de ser uma excelente ferramenta

para o melhor entendimento dos processos atuais e eliminação ou simplificação dos que

necessitam de mudanças.

Além das vantagens citadas acima, o mapeamento dos processos também ganha

importância por sua função de registro e documentação histórica da organização, pois,

geralmente o que acontece nas pequenas e médias empresas, é que os funcionários mais

antigos das organizações tem o domínio das informações, sendo que quando eles se

desligam, esse conhecimento adquirido em muitos anos acaba sendo perdido, ou seja, com

tudo documentado esse problema não existiria.

2.3.1 Identificação de Entradas e Saídas

Segundo Conti (1993) um processo geralmente é definido como alguma atividade

organizada para gerar uma saída (output) pré-estabelecido de acordo com atividade, tendo

como ponto de partida uma entrada (input), necessária. Podem-se ver os processos como

um fluxo de trabalho com inputs, como matérias primas, equipamentos e insumos em

geração gerando outputs, que podem ser tanto produtos como serviços claramente definidos

ou algum tipo de subproduto que não é desejada para a saída. A Figura 1 mostra o que

seria um processo produtivo ideal, onde tudo que entra (input) sofre uma transformação

através do processo produtivo, e saí (output) em forma de produto sem gerar nenhum tipo

de rejeito ou resíduos.

Figura 1: Exemplo de processo produtivo ideal.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Ferreira (2011) define que o processo produtivo, tem as entradas (matéria prima) e

saídas (produto acabado). Define também entradas que servem como insumos da

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produção, mais que não necessariamente saíram com o produto acabado e outras saídas

que não necessariamente serão o próprio produto. Abaixo a Figura 2, mostra essa situação

exemplificada:

Figura 2: Tipos de entradas e saídas de um processo produtivo.

Fonte: Ferreira (2011).

Onde:

E1: Entradas que vão fazer parte do produto;

E0: Entradas que não fazem parte do produto;

S1: Saídas desejadas, produtos ou subprodutos;

S0: Saídas não desejadas, resíduos, sucatas e efluentes.

2.4 INDICADORES DE DESEMPENHO

Nos dias atuais, as empresas entendem que melhorar a qualidade, aumentar a

produtividade, reduzir custos, e consequentemente aumentar o grau de satisfação do

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cliente, representa uma visão moderna de mercado globalizado e de competitividade. A

flexibilidade e os desejos pelas mudanças substituem a tradicional produção em massa,

baseadas em contextos relativamente previsíveis, os quais não existem mais.

Mafra (1999) diz que a busca da qualidade é o atendimento às necessidades dos

clientes, com decisões tomadas com base em dados e fatos. Conduzir a empresa para a

satisfação dos clientes significa entender a qualidade do ponto de vista do cliente, nas suas

dimensões da qualidade do produto/serviço e qualidade no atendimento. A moderna gestão

da qualidade tem sua estrutura baseada em decisões, fatos, dados e informações

quantitativas. A mensuração na cadeia da decisão é o elemento fundamental. Deste

entendimento vêm à máxima: "que aquilo que não pode ser medido, não pode ser avaliado"

e, consequentemente, não há como decidir sobre ações a tomar. Neste contexto é que

surgem os indicadores de desempenho, elemento chave num programa de qualidade total,

cuja função é evidenciar a necessidade de ações de melhoria, e verificar se as ações

implementadas estão produzindo os efeitos desejados, bem como a tendência dos mesmos.

Alguns autores descrevem indicadores como: Aqueles que medem diretamente os

desempenhos relacionados às necessidades dos clientes e dos diferentes processos da

empresa (SEBRAE, 1995).

É tudo aquilo que se quer medir, ou seja, é a representação quantificada de uma

informação (OLIVEIRA et al, 1995).

São elementos que medem níveis de eficiência e eficácia de uma organização, ou

seja, medem o desempenho dos processos produtivos, relacionados à satisfação dos

clientes (DE ROLT, 1998).

Segundo Mafra (1999), os indicadores de desempenho podem ser utilizados para:

Controle: as medições ajudam a reduzir as variações, como por exemplo, controle

dos lotes de matéria prima;

A auto avaliação: as medidas podem ser usadas para avaliar quão bem está se

comportando o processo e determinar as melhorias a serem implementadas;

Melhoria contínua: as medidas podem ser utilizadas para identificar fontes de

defeitos, tendências de processos e prevenção de defeitos, determinar a eficiência e

efetividade dos processos, bem como as oportunidades para sua melhoria;

Avaliação administrativa: sem medir não há certeza de que se está agregando

valor, e se está sendo efetivo e eficiente.

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2.4.1 Indicadores de Desempenho Ambiental

Segundo Gasparini (2003) os indicadores de desempenho ambiental visam

demonstrar as práticas organizacionais no sentido de minimizar os impactos ao meio

ambiente decorrentes de suas atividades. Esses indicadores referem-se ao uso de recursos

naturais demonstrados em valores monetários e em valores absolutos de quantidade ou

consumo, considerando também as iniciativas de gerenciamento ambiental, os impactos

significativos relacionados ao setor da atividade e as respectivas ações de minimização.

Ainda segundo a autora apesar dos indicadores de desempenho ambiental ocupar

um nível estratégico no sistema de avaliação da qualidade ambiental, eles são apenas

consequência do resultado do processo produtivo da organização e de seu sistema de

gerenciamento ambiental. Eles também refletem a qualidade do processo produtivo e os

resultados ambientais da organização, devendo ser dinamizados e construídos prevendo-se

o tempo necessário para que as melhorias possam ser analisadas.

Alexandre (1997) define indicadores ambientais como medidas diretas ou indiretas

que possibilitam a interpretação de um conjunto de parâmetros, transformando-o numa

linguagem acessível ao público, sobre as condições ambientais.

Para Díaz-Moreno (1999), os indicadores ambientais são considerados conceitos

instrumentais que devem estar agregados a objetivos da sociedade, no entanto torna-se

indispensável à colaboração de cientistas e técnicos, para analisar os dados ambientais,

bem como de políticos e instituições que deles se utilizam para propor políticas ambientais

oportunas.

Os indicadores ambientais segundo Tibor & Feldman (1996) e Reis (1996), podem

ser divididos de várias formas:

Indicador absoluto: São indicadores que informam os dados básicos sem análise

ou interpretação;

Indicador relativo: São indicadores que comparam os dados com outros

parâmetros;

Indicador indexado: São indicadores que são indexados ao uso de fatores

equivalentes, utilizando-se de bases cientificas. Menos utilizados, pois são de difícil

interpretação;

Indicador agregado: São indicadores que coletam dados ou informações do mesmo

tipo, mas de fontes diferentes, e descritos como um valor combinado;

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Indicador ponderado: São indicadores que mostram a importância relativa de um

indicador em relação a outro.

Segundo Kuhre (1998), os indicadores ambientais deverão ser apropriados e

informarem os aspectos mais importantes da organização, tais como: impactos e efeitos.

Por isso devem ser somente usados indicadores ambientais que diretamente ou

indiretamente medem esses aspectos. Os aspectos mais importantes ou significantes

devem ser usados para ajudar a selecionar indicadores apropriados.

Reis (1996), diz que as organizações devem utilizar números reduzidos de

indicadores ambientais que sejam relevantes, úteis e de fácil compreensão para avaliar o

seu desempenho ambiental. O autor ainda considera que os indicadores ambientais devem

ser consistentes com a política, serem práticos e econômicos, tecnologicamente viáveis,

objetivos e neutros, verificáveis, reproduzíveis e comparáveis.

2.4.2 Categorias de Indicadores

A norma NBR ISO 14031 (ABNT, 2004) descreve duas categorias gerais de

indicadores a serem considerados na condução de uma Avaliação de Desempenho

Ambiental – ADA são elas:

Indicador de Condição Ambiental (ICA);

Indicador de Desempenho Ambiental (IDA).

Figura 3: Categorias de indicadores de acordo com a norma NBR ISO 14031.

Fonte: Fiesp (2003).

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Os Indicadores de Desempenho Ambiental – IDA são classificados em dois tipos:

Indicadores de Desempenho de Gestão – IDG: fornecem informações relativas a

todos esforços de gestão da empresa que influenciam positivamente no seu

desempenho ambiental, por exemplo, reduzindo o consumo de materiais e/ou

melhorando a administração de seus resíduos sólidos, mantendo os mesmos valores

de produção.

Indicadores de Desempenho Operacional – IDO: proporcionam informações

relacionadas às operações do processo produtivo da empresa com reflexos no seu

desempenho ambiental, tais como o consumo de água, energia ou matéria-prima.

Já os Indicadores de Condição Ambiental – ICA fornecem informações sobre a

qualidade do meio ambiente onde se localiza a empresa industrial, sob a forma de

resultados de medições efetuadas de acordo com os padrões e regras ambientais

estabelecidos pelas normas e dispositivos legais.

2.5 PLANTAS INDUSTRIAIS SUSTENTÁVEIS

As plantas industriais sustentáveis têm por definição a preservação e redução dos

resíduos pelo desenvolvimento de tecnologias limpas, a utilização de materiais recicláveis

ou reutilizáveis, a utilização de resíduos como materiais secundários, entre outros fatores.

Estas propostas devem aprofundar a sustentabilidade, na constante avaliação

comparada das implicações ambientais, nas diferentes resoluções técnicas, econômicas e

sociais aceitas e devem levar em conta, durante a concepção de produtos e serviços, todas

as condicionantes que os determinem por todo seu ciclo de vida.

Credidio (2008) diz que as plantas sustentáveis se preocupam com o uso racional

dos recursos naturais, pois o setor da construção civil é uma das atividades humanas que

mais afetam o meio ambiente, sendo responsável pelo consumo de 55% de madeira, 40%

dos recursos naturais e 34% do consumo de água. Existe também uma preocupação quanto

às quantidades de resíduos que são gerados durante a execução da edificação, que são

descartados de maneira incorreta e muitas vezes em locais inadequados. O que as

pesquisas confirmam é que 68% da massa total de resíduos sólidos são provenientes dos

canteiros de obras.

Para Pinheiro (2006) a sustentabilidade e sua aplicação junto às plantas industriais

requerem uma visão integral, onde os inúmeros aspectos sejam considerados, sistêmicos e

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interdisciplinar, devida sua complexidade, por envolver vários olhares que conversam

entre si. Para isso, a cada novo projeto, se inicia uma busca um estudo sobre as

implicações e são proposto soluções associadas à gestão racional de energia, água, de

resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Procura-se identificar a trajetória de cada elemento

utilizado na construção e principalmente dos impactos que poderão ser causados durante

esta trajetória, e então buscarem opções que os minimize.

Recentemente foi criado o Comitê Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS),

uma organização sem fins lucrativos, focado no setor da construção civil e suas inter-

relações com indústrias de materiais de construção, o governo, o setor financeiro e a

sociedade civil. Esse comitê tem como objetivo contribuir para a promoção do

desenvolvimento sustentável por meio da geração e disseminação do conhecimento da

cadeia produtiva da construção civil de seus clientes e consumidores (CBCS, 2012).

Segundo Ceotto (2008) o CBCS, a Associação Brasileira dos Escritórios de

Arquitetura (ASBEA), entre outras instituições, apresentam diversos princípios básicos para

as plantas industriais sustentáveis, dentre os quais estão destacados no Quadro 1 a seguir:

Quadro 1: Princípios básicos de uma planta industrial sustentável.

Princípios básicos para uma planta industrial sustentável

Aproveitamento de condições naturais locais.

Qualidade ambiental interna e externa.

Redução do consumo energético.

Redução do consumo de água.

Reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos.

Gestão sustentável da implantação da obra.

Adaptar-se as necessidades atuais e futuras dos usuários.

Introduzir inovações tecnologias sempre que possível e viável.

Uso de matérias-primas que contribuam com a eco-eficiência do processo.

Educação ambiental: conscientização dos envolvidos no processo.

Não provocar ou reduzir impactos no entorno – paisagem, temperaturas e concentração de calor, sensação de bem-estar.

Utilizar o mínimo de terreno e integrar-se ao ambiente natural.

Implantação e análise do entorno.

Fonte: Ceotto (2008)

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Um empreendimento sustentável também podem agradar alguns valores em

relação aos três pilares da sustentabilidade: social, ambiental e econômico, isso pode ver

visto no Quadro 2 abaixo:

Quadro 2: Benefícios obtidos com empreendimentos sustentáveis em relação aos três pilares da sustentabilidade.

Benefícios em relação aos três pilares da sustentabilidade

Benefícios

sociais

A sustentabilidade desenvolve a economia local através da geração de emprego e

renda para os moradores do entorno, além de gerar empregos diretos e indiretos

durante as obras e depois do edifício pronto, gera benefícios através de impostos

pagos e promove a integração de ocupantes (do edifício) com sua vizinhança e

uma adequação arquitetônica com seu entorno, além de um criterioso

planejamento do sistema de transportes, de comunicação, energia empregada,

reutilização de água, políticas públicas etc.

Benefícios

ambientais

Observa-se que empreendimentos sustentáveis podem ser concebidos e

planejados para que suprimam menores áreas de vegetação, aperfeiçoem o uso

de materiais, gerem menos emissões de resíduos durante sua fase de construção;

demandem menos energia e água durante sua fase de operação; sejam duráveis;

flexíveis e passiveis de requalificação e possam ser amplamente reaproveitados e

reciclados no fim de seu ciclo de vida. Muitos dos benefícios ambientais se

traduzem em ganhos econômicos, com a redução de custos de construção, uso e

operação e manutenção das edificações.

Benefícios

econômicos

Aumento da eficiência no uso de recursos financeiros na construção, a oferta de

um retorno financeiro justo aos empreendedores, acionistas e clientes finais, a

indução de aumento na produtividade de trabalhadores por estarem em um

ambiente saudável e confortável.

Fonte: Ceotto (2008).

Segundo Loyola (2011) as vantagens de uma planta industrial sustentável, não se

refletem em benefícios apenas ao meio ambiente, essa plantas podem trazer melhorias

inclusivo no desempenho dos próprios funcionários. Ainda segundo a autora pode existir um

aumento de produtividade do funcionário de 2% a 16%, isso pelo fato do ambiente possuir

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um melhor conforto térmico, iluminação adequada entre outros fatores, o índice de faltas

e atrasos ao trabalho também diminui consideravelmente.

2.5.1 Técnicas Sustentáveis

Para o desenvolvimento das plantas sustentáveis acima citadas, faz-se necessário a

utilização de algumas estratégias para torna-las mais eficientes. Abaixo serão citados alguns

exemplos de estratégias que podem ser utilizadas.

2.5.1.1 Energia Fotovoltaica

No que se refere a potencial energético, podemos afirmar que o Brasil detém um

enorme potencial de exploração de diversas matrizes energéticas, desde as não renováveis

até as renováveis, dentro das renováveis um exemplo é o grande potencial hidroelétrico

brasileiro que é bem explorado, porém, outras fontes poderiam ser mais exploradas, como a

energia eólica e a energia solar.

Falando um pouco mais da energia solar ou fotovoltaica, de acordo com Wald

(2009), ela foi desenvolvida para sanar três problemas principais quanto ao uso de energia

renovável:

Encontrar uma energia renovável que seja economicamente viável;

Transferir a energia do lugar onde é produzida para os lugares onde é utilizada;

Converter esta energia em formas adequadas para consumo.

A energia solar, fruto da conversão direta de radiação solar em eletricidade, é a

forma que tem apresentado o desenvolvimento mais notável nos últimos anos. Zeweibel

(2008) afirma que o potencial de energia solar é inesgotável, a energia do sol que atinge a

terra em 40 minutos equivale ao consumo de energia elétrica do mundo todo em um ano.

Segundo Forbes (2009), o Brasil possuí uma capacidade de produção de energia

fotovoltaica de 200 a 250 watts por metro quadrado, o que demonstra um potencial bem

elevado.

As indústrias estão utilizando o sistema de geração fotovoltaica de duas formas:

isoladamente ou em cogeração. Quando estão localizadas em regiões mais remotas, que

não contam com o fornecimento de energia elétrica convencional ou até mesmo em grandes

centros urbanos mais buscam uma fonte de energia alternativa, as empresas costumam

utilizar o sistema isolado. Neste caso, a energia gerada deve ser parcialmente armazenada

em baterias e o excesso de energia gerado durante períodos de elevada radiação solar, ou

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de baixo consumo, pode ser armazenado, para uso durante a noite, por exemplo,

(CHAVAGLIA NETO, 2010).

Ainda segundo Chavaglia Neto (2010) a outra situação possível envolve a utilização

de um sistema de geração fotovoltaico como uma fonte de eletricidade conectada e

combinada com a rede elétrica em cogeração. Neste tipo de sistema, o consumidor utiliza

primariamente a energia gerada localmente em painéis fotovoltaicos e qualquer diferença

entre o consumo e a geração local é fornecida ou consumida pela rede de energia o uso de

baterias.

Abaixo serão descritas as características de alguns painéis solares pré-selecionados

para o estudo da marca Suntech Power:

Tabela 3: Especificações dos modelos fotovoltaicos da empresa Suntech Power.

Características elétricas STP050D012 STP065D012 STP135D012

Potência máxima (Watt) 50 65 135

Potência (Watt por dia) 250 325 675

Tensão de máxima potência (Volts) 17,4 17,6 17,5

Corrente de máxima potência (Amper) 2,93 3,69 7,71

Corrente nominal (Amper) 0,59 0,74 1,54

Corrente curto-circuito (Amper) 3,13 4,11 8,2

Tensão em circuito aberto (Volts) 21,8 21,8 22,3

Dimensões Peso (kg) 6,4 6,2 12

Altura (mm) 665 665 676

Largura (mm) 631 771 1482

Espessura (mm) 30 30 35

Existem diversos modelos de módulos solares no mercado, e com o passar dos anos

eles estão se tornando cada vez mais eficientes e resistentes. Foram escolhidos os módulos

solares da empresa Suntech Power por ela ser considerada a maior fabricante de módulos

solares de silício cristalino do mundo, com uma capacidade de produção de 2GW ao ano

(SUNTECH POWER, 2013).

Abaixo a relação dos custos unitários dos módulos solares e a potência máxima

levando em consideração o funcionamento de 5 horas diárias de cada modelo:

Tabela 4: Relação potência e valor dos modelos fotovoltaico da Suntech Power.

Modelo Potência (Watts dia) Valor (R$/Un)

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STP050D-12/MEA 250 549,00

STP065D-12/SEA 325 769,00

STP135D-12/TEA 675 990,00

Para a escolha do modelo a ser utilizado na empresa, foram feitas pesquisas

bibliográficas e orçamentos com empresas especializadas nestes tipos de equipamentos,

porem notou-se que os modelos são muito parecidos, mudando algumas questões

relacionadas à instalação, capacidade de gerar energia e alguns outros fatores. Para este

trabalho o modelo escolhido foi o STP135D-12/TEA da empresa Suntech Power, que é

reconhecida como uma das melhores do mercado, optou-se por esse modelo, pois ele tem a

capacidade de gerar até 655 Watts de energia por dia em apenas uma unidade, sendo que

o mesmo possuí uma garantia de 25 anos. A Figura 4 abaixo apresentando o modelo de

módulo solar que será utilizado no estudo:

Figura 4: Módulo solar utilizado no projeto.

Com a definição do modelo, é possível calcular quantas unidades podem ser

instaladas de acordo com a necessidade da empresa, esses cálculos serão apresentados

no capitulo 4.

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2.5.1.2 Sistema de Captação de Água de Chuva

O aproveitamento de águas da chuva para uso doméstico, irrigação, criação de

animais e outras finalidades é uma realidade antiga que tem tido uma crescente aplicação

em várias localidades do mundo. Em algumas regiões devido à falta deste recurso, a água

da chuva é praticamente a única forma de se ter acesso à água, já em outras esta prática é

usada como forma de preservar os mananciais superficiais e as águas subterrâneas

(SOUZA JUNIOR, 2011).

De acordo com May (2004) o crescimento da população mundial aliado aos usos

impróprios da água tem levado os cenários de degradação desse recurso, porém, a

disseminação de informações referente ao risco de escassez de água tem aumentado a

conscientização da população com relação à sua utilização. Sendo assim, sistemas que

buscam o uso racional da água são cada vez mais aplicados, como é o caso dos sistemas

de aproveitamento de água de chuva. No Brasil, a região Nordeste é uma das localidades

que mais utiliza se dessa técnica, tendo em vista a falta deste recurso em algumas

localidades.

Existem vários aspectos positivos no uso de sistemas de aproveitamento de água da

chuva, pois estes possibilitam reduzir o consumo de água potável diminuindo os custos de

água fornecida pelas companhias de abastecimento, minimizar riscos de enchentes e

também preservar o meio ambiente reduzindo a escassez de recursos hídricos (MAY, 2004).

Porém, Tomaz (2004) diz que para um bom funcionamento de um sistema de

aproveitamento de água de chuva depende essencialmente da quantidade de água que

pode ser captada e utilizada para o atendimento da demanda, sendo este atendimento

função das características pluviométricas da região, da área impermeável de captação e do

volume do reservatório de armazenamento. A demanda a ser atendida é crucial e deve ser

mensurada de forma adequada para possibilitar menor gasto com a implantação do sistema

e melhor aproveitamento da água captada e armazenada

2.5.1.2.1 Volume Possível de Captação

Para determinar o volume possível a ser captado pelo sistema, é utilizada a seguinte

equação:

fatordeconverção [Eq.1]

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V = Volume anual de chuva aproveitável (m³);

P = Precipitação média anual (mm/ano);

A = Área de contribuição (m²);

c = Coeficiente de escoamento superficial da cobertura (adimensional);

fatordeconverção = Eficiência do sistema de captação, levando em conta o descarte do

escoamento inicial variando de 0,50 a 0,90.

O valor do coeficiente de escoamento superficial da cobertura depende do tipo de

cobertura existente no local, para isso existe o coeficiente Runoff. Esse coeficiente é

utilizado, pois o volume de água a ser captado está diretamente relacionado ao tipo de

cobertura existente. A Tabela 5 apresenta alguns valores do coeficiente:

Tabela 5: Coeficiente de escoamento superficial.

Superfície Coeficiente c

Telhados 0,70 a 0,95

Pavimentos 0,40 a 0,90

Via macadamizadas 0,25 a 0,60

Vias e passeios apedregulhados 0,15 a 0,30

Quintais e lotes vazios 0,10 a 0,30

Parques, jardins, gramados dependendo da declividade 0,00 a 0,25

Já a Tabela 6, apresenta valores para dois tipos de telhados de acordo com Runoff,

telhados cerâmicos e telhados corrugados de metal:

Tabela 6: Coeficiente de Runoff para telhados cerâmicos e de metal.

Telhado de captação Coeficiente de Runoff

Telhas Cerâmicas 0,8 - 0,9

Telhas Corrugadas de Metal 0,7 - 0,9

De acordo com Tomaz (2003) adotar uma perda de 20% na água captada da chuva,

corresponde a uma boa estimativa, com isso o coeficiente de Runoff a ser utilizado é 0,8.

O volume de água a ser captada depende do índice pluviométrico da região onde

está localizada a empresa cerâmica Tupy. Com isso será utilizada a precipitação média

anual (mm/ano) no município de Tijucas, SC, que está apresentada na Tabela 7 a seguir:

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Tabela 7: Precipitação média histórica entre 1961 e 1990.

Mês Precipitação (mm)

Jan 175,9

Fev 198,8

Mar 181,2

Abr 103,4

Mai 105,9

Jun 100

Jul 95,3

Ago 109,8

Set 127,9

Out 127,7

Nov 130,2

Dez 146,3

Média 133,53

Total (mm/ano) 1602,4

Fonte: INMET

A área do telhado a ser utilizada, é a própria área fabril da empresa, tendo em vista

que existe uma área de contribuição muito grande, sendo favorável a implantação do

projeto. Abaixo a área de contribuição demarcada:

Figura 5: Área utilizada no sistema de captação de água da chuva.

Fonte: Google Earth.

A área de contribuição para a captação de água da chuva é obtida utilizando a

Norma NBR 10844/89, apresentada abaixo:

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Figura 6: Cálculo da área de contribuição de acordo com a Norma NBR 10844/89.

Fonte: Norma NBR 10844/89.

Onde:

A = área de contribuição (m²);

a = largura (m);

h = altura da tesoura (m);

b = comprimento (m).

2.5.1.2.2 Dimensionamento da Cisterna

Para do dimensionamento da cisterna, foi utilizado o Método dos Dias Consecutivos

Sem Chuva. Debastiniani (2008) diz que esse método avalia o número máximo de dias sem

chuva, que pode ocorrer em um determinado período de tempo T, sendo assim possível

dimensionar uma cisterna para suprir a demanda durante os períodos mais secos.

O cálculo para a realização deste método ocorrerá da seguinte forma (ALCÂNTARA

apud CHOW):

[Eq.3]

Onde:

V = Volume da cisterna (m³);

C = Consumo de água (m³/dia);

c = Coeficiente de escoamento superficial;

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D = Dias sem chuva.

2.5.1.3 Ventilação e Iluminação Natural

Segundo Toledo (1999) ventilação natural é como o próprio nome já diz, é o

fenômeno da movimentação de ar no interior das edificações sem o auxilio de nenhum

sistema mecânico, ocorrendo apenas pela diferença de pressão do ar, que pode ocorrer por

ação dos ventos ou diferença de densidade do ar devido à diferença de temperatura no

interior e exterior das edificações, sendo que para existir esses processos se faz necessária

a existência de aberturas para que o ar flua.

Frota e Schiffer (2003) dizem que a ventilação natural é capaz de proporcionar a

renovação do ar de um ambiente e a velocidade do ar é capaz de proporcionar um maior

conforto térmico nas pessoas que ali estão. Ainda segundo os autores, em regiões de clima

quente úmido, como no Brasil, a ventilação natural é a estratégia mais simples para

promover o conforto térmico quando a temperatura interna se torna elevada. As autoras

ainda consideram a ventilação natural uma técnica muito importante, tendo em vista que

assim o consumo de energia com sistemas mecânicos e ar condicionado é reduzido

substancialmente.

Figura 7: (1) Lanternin (2) tijolo vazado.

Fonte: Google imagens.

Já em relação ao aproveitamento de luz natural, Ferreira (2011) diz que tanto é uma

opção mais sustentável, como também uma opção bem rentável, uma vez que desta forma

se utiliza menos energia elétrica na rede, porém, porém ela tem que ser aproveitada de

forma correta para que não aqueça demais o ambiente interno e não cause problemas com

reflexos e outras situações. Uma das técnicas muito utilizadas nas indústrias é a utilização

de telhas translucidas que acabam ajudando na iluminação durante o dia.

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2.5.1.4 Implantação de Cinturão Verde

A implantação de cinturão verde é uma técnica muito utilizada em muitas empresas

para a minimização de impactos causados pelas mesmas em sua vizinhança. Essa técnica

consiste no plantio de árvores no entorno de suas instalação, formando como o próprio

nome já diz um cinturão verde, que acaba ajudando no micro clima da região e com as

espécies ali presentes. Um dos grandes exemplos é a montadora japonesa Toyota, que se

utilizada desse artifício em algumas de suas plantas fabris. Em sua montadora instalada em

Sorocaba, SP, a empresa está fazendo o mesmo, na sua fase inicial do projeto foram

plantadas mais de 80 mil árvores em seu terreno. A empresa utiliza se de uma metodologia

chamada Miyawaki que é famosa pela rapidez com que as árvores crescem, sendo que uma

floresta que levaria ate 200 anos para se formar com essa técnica leva em média 20 anos,

ou seja, um tempo muito menor (TOYOTA, 2013).

2.6 DETERMINAÇÃO DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA MÉTODO

PAYBACK

A viabilidade econômico-financeira consiste na verificação se a execução do projeto

se torna viável a empresa num determinado período de tempo.

Segundo Gitman (1997), para encontrar o período de payback divide-se o

investimento inicial pela entrada de caixa anual. O valor encontrado será o período de tempo

necessário para o valor do investimento inicial do projeto ser recuperado, a partir das

entradas de caixa. Por ser um método simples ele possui limitações. Por não considerar o

valor do dinheiro no tempo, pode resultar numa análise que não representa a realidade.

Para definição se o método se torna viável ou não, é necessário estipular o tempo

que o equipamento será trocado ou sofrerá uma grande manutenção. Sendo assim o projeto

se torna viável se o tempo de payback for menor que o tempo estipulado para manutenção

ou troca do equipamento.

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3 METODOLOGIA

3.1 CLASSIFICAÇÃO DE PESQUISA

Gil (2002) diz que todo é qualquer tipo de classificação se faz mediante a algum tipo

de critério, com relação às pesquisas não é diferente, sendo que é usual classifica-las de

acordo com o objetivo geral. É possível classificar as pesquisas em três grandes grupos:

exploratórios, descritivas e explicativas, cada uma com suas características.

Para este trabalho, o tipo de pesquisa utilizada será a exploratória. A caracterização

de estudo como pesquisa exploratória normalmente ocorre quando há pouco conhecimento

sobre a temática a ser elaborada, ou quando existe algo que possa ser modificado através

da pesquisa. Por meio de estudo exploratório, busca-se conhecer com maior profundidade o

assunto, de modo a torná-lo mais claro ou construir questões importantes para a condução

da pesquisa (GIL, 2002).

Ainda segundo Gil (2002) uma característica interessante da pesquisa exploratória

consiste no aprofundamento de conceitos preliminares sobre determinada temática não

contemplada de modo satisfatório anteriormente. Assim, contribui para o esclarecimento de

questões superficialmente abordadas sobre o assunto.

Ao se referir à pesquisa exploratória, Andrade (2002) ressalta algumas finalidades

primordiais, como: proporcionar maiores informações sobre o assunto que se vai investigar,

facilitar a delimitação do tema de pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a formulação

das hipóteses; ou descobrir um novo tipo de enfoque sobre o assunto.

Em relação à natureza de pesquisa, ela pode ser considerada como pesquisa

aplicada, que tem como objetivo gerar conhecimento para uma aplicação prática relacionada

à solução de problemas específicos. Esse tipo de pesquisa se caracteriza também por

envolver os interesses da empresa cerâmica Tupy Ltda, afim de melhoras seus processos

fabris (SILVA & MENEZES, 2005).

Quanto aos meios de investigação, a pesquisa pode ser classificada como

bibliográfica e de campo, tendo em vista que para o desenvolvimento do trabalho, serão

utilizados trabalhos já realizados sobre o assunto em questão e assim será proposta uma

planta industrial sustentável, para a empresa. Já em relação à classificação de pesquisa de

campo, é necessária devido aos dados que serão levantados na própria olaria em questão,

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sendo através do mapeamento de processos e da elaboração de indicadores de

desempenho.

Ainda segundo a pesquisa, do ponto de vista dos procedimentos técnicos, ela pode

ser classificada como: bibliográfica, documental e estudo de caso. Bibliográfica e

documental, pois ela envolvera trabalhos já realizados sobre o tema em questão, como já foi

dito no item acima. Já em relação a um estudo de caso, pois ela envolvera uma proposta de

desenvolvimento de uma planta industrial sustentável, através de trabalhos já realizados em

algumas empresas e também da que será realizada na Cerâmica Tupy (SILVA &

MENEZES, 2005).

3.2 DEFINIÇÃO DE PESQUISA

Este trabalho tratasse de uma pesquisa aplicada a empresa Cerâmica Tupy Ltda,

com interesse prático em torna-la mais ambientalmente correta com aplicações de técnicas

sustentáveis; também como quali-quantitativa sendo que a maioria das informações foram

obtidas através de números e informações analisadas; pesquisa bibliográfica, sendo que

utiliza-se de algumas metodologias já aplicadas em outras empresas; e estudo de caso por

se tratar de um trabalho feito na empresa em questão.

3.3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O presente trabalho foi realizado na empresa Cerâmica Tupy Ltda, localizada no

município de Tijucas, SC, fazendo parte da região do Vale do Rio Tijcucas. Está região se

caracteriza por tem uma grande influência do setor cerâmico, principalmente a cerâmica

vermelha. Os principais municípios que compõem essa atividade são: Tijucas, Canelinha e

São João Batista, a população aproximada desses três municípios, fica em torno de 68 mil

habitantes (IBGE, 2012).

A Cerâmica Tupy Ltda é uma empresa familiar que foi fundada no ano de 1953, por

Sperandio Tomazi, com mais dois filhos: Luiz Tomazi e Mário Sperandio Tomazi e seu genro

Francisco Nicolau, sendo está uma das mais antigas da região. Hoje a empresa possuí uma

capacidade de produção de aproximadamente 1,5 millhões de tavelas por mês. Tavelas são

blocos estruturais utilizados para a construção de lajes. Para a produção dessa quantidade

de tavelas é necessário o consumo de aproximadamente 150 m³ de argila por dia, que são

extraídas de jazidas da própria empresa. Ela atente todo o mercado de Santa Catarina e

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Paraná, sendo que os principais clientes são: construtoras, materiais de construção entre

outras empresas do ramo da construção civil. Possuí área construída de aproximadamente

14.500 m² com galpões parcialmente fechados, sendo que o modelo de forno utilizado por

ela é o continuo, diferentemente da maioria das cerâmicas da região. O único produto da

empresa são as tavelas estruturais, sendo fabricadas nos seguintes modelos: H7, H8, H10,

H12 e H16.

Figura 8: Tavela modelo H7.

Fonte: Google imagens.

3.4 ELABORAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE COLETA E INTERPRETAÇÃO

Com base nos objetivos propostos no estudo, se faz de necessários a elaboração de

instrumentos de coleta e interpretação dos dados obtidos, a seguir serão apresentados os

instrumentos para cada objetivo levantado.

3.4.1 Mapeamento do Processo Produtivo e Identificação de Entradas e Saídas do

Processo

O mapeamento de processos foi elaborado através de visitas a empresa

acompanhada por técnicos responsáveis pelo processo produtivo da mesma. Através das

visitas, foi elaborado um fluxograma o qual a empresa não possuía. Neste fluxograma foi

realizada uma análise completa do processo necessário para a produção de tavelas

cerâmicas.

O estudo de entradas e saídas dos processos contempla todas as matérias primas e

insumos que são utilizadas em cada etapa da produção de tavelas. É importante essa

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análise para verificar quais aspectos ambientais podem estar relacionadas com cada

etapa, sendo possível assim minimizar seus impactos.

Em relação às entradas e saídas, elas serão apresentadas como no quadro abaixo:

Quadro 3: Entradas e saídas do processo.

ENTRADAS

PROCESSO

SAÍDAS

1. 1.

2. 2.

... ...

Fonte: Elaborado pelo autor.

3.4.2 Elaboração de Indicadores de Desempenho

Através do mapeamento do processo produtivo da empresa, foram gerados dados

referentes às entradas e saídas de todo o processo produtivo, a partir desses dados é

possível à elaboração de indicadores de desempenho, esses indicadores foram

elaboradores de acordo com a Norma ISO 14031 (ABNT, 2004), referente a avaliação de

desempenho ambiental (ADA).

3.4.2.1 Seleção de Indicadores

A Norma ISO 14031 (ABNT, 2004) classifica os indicadores em dois grandes grupos:

indicador de desempenho ambiental e indicador de condição ambiental, sendo que para

esse trabalho o tipo de indicador a ser utilizado será o de desempenho ambiental. Esse

indicador ainda se divide em dois sub grupos: indicador de desempenho operacional e

indicador de desempenho de gestão. O utilizado será indicador de desempenho operacional.

Os indicadores de desempenho operacional relacionam-se diretamente com:

Entrada de materiais (matéria-prima; recursos naturais, materiais processados,

reciclados e/ou reutilizados);

Fornecimento de insumos para as operações da indústria;

Projeto, instalação, operação (incluindo situações de emergência e operações não

rotineiras) e manutenção das instalações físicas e dos equipamentos;

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Saídas (principais, produtos, subprodutos, materiais reciclados e reutilizados),

serviços, resíduos (sólidos, líquidos, perigosos, não perigosos, recicláveis,

reutilizáveis), e emissões (emissões para a atmosfera, efluentes para água e solo,

ruído) resultantes das operações;

Distribuição das Saídas resultantes das operações.

Com base no item acima, podemos citar alguns exemplos de indicadores de

desempenho operacional:

Quadro 4: Exemplos de indicadores de desempenho operacional.

Foco da avaliação de desempenho Exemplo de indicador

Materiais

Materiais usados / produto

Materiais ou matéria-prima reciclados ou reutilizados

Embalagens descartadas ou reutilizadas / produto

Energia

Tipo de energia usada / ano ou por produto ou serviço

Tipo de energia gerada com subprodutos ou correntes de processo

Água Água consumida/ano ou por produto

Água reutilizada/ano ou por produto

Resíduos

Resíduos/ano ou por produto

Resíduos perigosos, recicláveis ou reutilizáveis produzidos / ano

Resíduos perigosos eliminados devido à substituição de material

Efluentes líquidos Volume de efluente orgânico / produto

Volume de efluente inorgânico/ produto

Emissões

Emissões atmosféricas prejudiciais à camada de ozônio

Emissões de gases de efeito estufa, em CO2 equivalentes / ano ou produto

Ruído Nível de ruído

Fonte: Fiesp (2003).

3.4.3 Identificação e Proposta de Técnicas Sustentáveis

Através de pesquisas bibliográficas e estudos já realizados, foram analisadas as

principais técnicas sustentáveis que poderiam contribuir para o desenvolvimento de uma

planta industrial sustentável. Essas técnicas são relacionadas a um melhor desempenho

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ambiental, seja com a utilização de energias alternativas, sistema de captação de água da

chuva e técnicas para minimizar a poeira.

Em relação ao dimensionamento do sistema de captação de águas da chuva foram

utilizados os requisitos descritos na Norma NBR 15.527/07.

3.4.4 Elaboração de uma Planta Industrial mais Sustentável para Empresa Cerâmica

Tupy Ltda

Posteriormente a identificação de técnicas sustentáveis aplicáveis à indústria

cerâmica, foi elaborada uma planta industrial com a aplicação das técnicas sustentáveis pré-

selecionadas no item anterior.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo, serão apresentando os resultados referentes ao mapeamento de

processos produtivos, levantamento de entradas e saídas; elaboração de indicadores de

desempenho ambiental; identificação e proposta de técnicas sustentáveis que possam ser

aplicáveis a industria cerâmica e por fim o desenvolvimento de uma planta industrial mais

sustentável com base nas técnicas pré selecionas.

4.1 MAPEAMENTO DO PROCESSO PRODUTIVO

O mapeamento do processo produtivo da empresa Cerâmica Tupy Ltda, foi realizado

mediante a realização de visitas técnicas a empresa para a verificação de todos os

processos da mesma. Essas visitas eram sempre supervisionadas por funcionários que

detinham o conhecimento técnico sobre os processos, com isso foi possível elaborar um

fluxograma contendo todas as etapas do processo produtivo das tavelas cerâmicas. O

mapeamento teve início na extração da matéria prima e acompanhando o fluxo lógico teve

fim na etapa de expedição do material acabado.

O mapeamento de processos tem como principal objetivo o auxilio nas questões

relacionas a entradas e saídas, sendo que com o fluxograma pronto e possível ter uma

visão mais ampla de todas as etapas do processo. No mapeamento de processos só foram

identificados os processos ligados diretamente a produção de tavelas cerâmicas, não foram

levados em consideração atividades como financeiro, almoxarifado entre outras.

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Material recuperado

Extração de

matéria prima

Transporte

matéria prima

Depósito de

matérias primas

Caixão

alimentador

Eletroímã

Laminador

Maromba/Bomba

de vácuo

Caixão

alimentador

“Pilha” de

material

homogeneizado

Corte

Área de

descanso

Pré-forno

Forno

Expedição Estoque Aterro

(terraplanagem)

Cliente

Figura 9: Fluxograma do processo produtivo das tavelas.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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4.2 IDENTIFICAÇÃO DAS ENTRADAS E SAÍDAS DO PROCESSO

Como na elaboração do fluxograma de processos, para o levantamento de dados

relacionados à identificação de entradas e saídas, é necessário ser feito um

acompanhamento do processo da empresa para poder identificar todos os materiais e

insumos que são utilizados em cada etapa do processo. Para esse levantamento, o

fluxograma foi dividido em etapas dos processos e assim analisando as entradas (inputs) e

saídas (outputs) de cada etapa, tendo assim uma melhor visualização dos mesmos.

4.2.1 Extração de Matéria prima

Quadro 5: Entradas e saídas na extração da matéria prima.

Entradas (Input) Processo Saídas (Outputs)

Óleo diesel

Extração de matéria prima

Emissões atmosféricas

Óleo lubrificante Óleo usado

Óleo hidráulico Óleo queimado

Argila bruta Ruído

Argila

Óleo diesel

Transporte de matéria prima

Emissões atmosféricas

Óleo lubrificante Óleo usado

Óleo hidráulico Óleo queimado

Resíduos de pneus

Fonte: Elaborado pelo autor.

O processo de produção de tavelas inicia na extração de matéria prima. A matéria

prima é extraída em cavas próprias localizadas nos municípios da região de Tijucas, SC,

essa extração é feita com o auxílio de retro escavadeiras que extraem o material das cavas

e carregam os caminhões caçamba que levaram os materiais para a empresa.

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Figura 10: Jazida para extração de matéria prima

Fonte: Autor do trabalho.

O transporte dos materiais até a empresa ocorre através de frota própria de

caminhões caçamba.

Após o transporte, os materiais são depositados em pátios no interior da empresa

para um período de “descanso” que dura em torno de 6 meses, esse tempo é necessário

para que através de agentes como o sol, a chuva e outros fatores, a argila perca algumas

impurezas, tornando o material mais “puro”. São utilizados 4 tipos de argilas na produção de

tavelas: preta, média, ribanceira e vermelha.

Após esse período de descanso, a argila pré-misturada é encaminhada para o

interior da empresa, em um lugar coberto para que ela não sofra influência da chuva que

pode aumentar assim a sua umidade. Depois disso é feita a mistura das argilas de acordo

com a receita fornecida pelos técnicos.

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Figura 11: Depósito interno de matéria prima.

Fonte: Autor do trabalho.

4.2.2 Preparação da Massa

Quadro 6: Entradas e saídas na preparação da massa.

Entradas (Input) Processo Saídas (Outputs)

Óleo diesel

Caixão alimentador I

Emissões atmosféricas

Óleo lubrificante Óleo usado

Óleo hidráulico Óleo queimado

Argila bruta Ruído

Energia Argila

Óleo lubrificante Pilha da material

homogeneizada

Óleo usado

Energia Argila homogeneizada

Argila

Óleo lubrificante

Caixão alimentador II

Óleo usado

Argila homogeneizada Argila homogeneizada

Energia

Óleo lubrificante Laminador

Óleo usado

Argila homogeneizada Argila laminada

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Energia Ruído

Fonte: Elaborado pelo autor.

Com o auxílio de uma máquina retro escadeira, o material é colocado no caixão

alimentador, posteriormente através de correias transportadoras, esse material é

encaminhado para outra “pilha”, onde o material já está mais homogeneizado. Depois desse

processo, o operador de máquina abastece outro caixão alimentador que encaminha o

material para o restante do processo. Ainda nesta etapa um funcionário é incumbido de

retirar restos de materiais orgânicos presentes na argila, como galhos, folhas entre outros.

Figura 12: Pilha de material misturado.

Fonte: Autor do trabalho.

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Figura 13: Caixão alimentador.

Fonte: Autor do trabalho.

Depois de o material estar pré homogeneizado ele é encaminhado por uma correia

transportadora para o restante do processo, essa correia possuí um eletroímã onde são

retirados materiais metálicos que possam comprometer a qualidade do produto e causar

danos aos equipamentos nas etapas seguintes.

Figura 14: Eletroímã.

Fonte: Autor do trabalho.

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43

No cilindro laminador ocorre à trituração de pequenas rochas que estão presentes

na argila, o material passa no meio dos cilindros que tem essa função. Essa etapa também

contribui para uma melhor mistura das argilas, deixando-as mais lisas.

Figura 15: Cilindro laminador.

Fonte: Autor do trabalho.

4.2.3 Extrusão das Tavelas

Quadro 7: Entradas e saídas no processo de extrusão.

Entradas (Input) Processo Saídas (Outputs)

Argila laminada

Maromba/Bomba a vácuo

Óleo usado

Energia Resíduos de graxa

Água Filetes de tavelas

Óleo lubrificante

Graxa

Fonte: Elaborado pelo autor.

O material chega a maromba com certa umidade, se o material estiver muito seco é

necessária à dosagem de água para deixa-lo mais úmido, evitando assim problemas com a

qualidade das tavelas. Junto com a maromba existe também a caixa de vácuo que é

responsável por deixar a argila sem espaços vazios, fornecendo assim uma melhor liga ao

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material. Materiais com defeito são encaminhados para o caixão alimentador através de

correias transportadoras e retornam para o processo produtivo.

Figura 16: Misturar.

Fonte: Autor do trabalho.

Figura 17: Extrusão.

Fonte: Autor do trabalho.

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4.2.4 Corte e Secagem

Quadro 8: Entradas e saídas nos processos de corte e secagem.

Entradas (Input) Processo Saídas (Outputs)

Energia

Corte

Arame

Arame Óleo usado

Óleo lubrificante Tavela úmida

Filetes de tavelas

Tavela úmida Área de descanso

Tavela úmida

Resíduos de tavela

Fonte: Elaborado pelo autor.

Após a retirada do ar na caixa de vácuo, o material passa pelo molde, deixando

pronto para o corte. O corte é feito respeitando as normas da ABNT, como dimensões,

resistência e outros.

Figura 18: Corte.

Fonte: Autor do trabalho.

Passada a etapa do corte, as tavelas são postas em “vagões” onde permanecem por

um período de descanso. Nesta etapa elas são encaminhadas para o secador onde

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permanecem por aproximadamente 30 horas, esse secador recebe uma parte do calor do

formo através de dutos, ajudando assim na secagem dos mesmos.

Figura 19: Secagem natural.

Fonte: Autor do trabalho.

Figura 20: Secador.

Fonte: Autor do trabalho.

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4.2.5 Queima

Quadro 9: Entradas e saídas no processo da queima.

Entradas (Input) Processo Saídas (Outputs)

Energia

Pré-forno

Emissões atmosféricas

Calor Resíduos de tavela

Tavela úmida Tavela seca

Serragem

Forno

Tavela queimada

Energia Resíduos de tavela

Tavela seca Cinzas

Emissões atmosféricas

Fuligem

Fonte: Elaborado pelo autor.

Depois de passar pelo secador, as tavelas são encaminhadas através do vagões ao

pré forno, este possuí uma temperatura entre 40 °C a 60°C, está etapa serve para deixar o

material praticamente sem umidade, pronto assim para passar pelo processo de queima.

Figura 21: Tavelas prontas para serem inseridas no pré forno.

Fonte: Autor do trabalho.

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Após todo o processo produtivo as tavelas são encaminhadas ao formo para a

última etapa de produção. O forno é em forma de túnel e possuí aproximadamente 90

metros de comprimentos e o material “caminha” lentamente em seu interior até chegar ao

fim, isso leva aproximadamente 17 horas. A temperatura no interior pode chegar a 1000

graus e a alimentação do forno é feita com serragem. O forno tem a capacidade de

processar 30 vagões a cada 12 horas.

Figura 22: Forno.

Fonte: Autor do trabalho.

Figura 23: Saída do forno.

Fonte: Autor do trabalho.

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4.2.6 Expedição

Quadro 10: Entradas e saídas na expedição.

Entradas (Input) Processo Saídas (Outputs)

Óleo diesel

Expedição

Emissões atmosféricas

Óleo hidráulico Óleo usado

Óleo lubrificante Óleo queimado

Ruído

Fonte: Elaborado pelo autor.

Com o fim do processo produtivo, as tavelas estão prontas para serem

encaminhadas para os clientes em todo o Estado e algumas regiões do Paraná.

Figura 24: Expedição dos produtos acabados.

Fonte: Autor do trabalho.

4.3 ELABORAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO AMBIENTAL

Segundo Gasparini (2003) a utilização de indicadores de desempenho ambiental tem

por objetivo demonstrar as práticas organizacionais no sentido de minimizar os impactos ao

meio ambiente decorrentes de suas atividades. Com a utilização de indicadores de

desempenho ambiental, as empresas visam o uso mais eficiente de matérias primas e

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insumos (energia elétrica e argila, por exemplo), sendo que com esses indicadores, as

organizações podem focar nos processos onde ocorrem as maiores “perdas” e assim

minimiza-las

A coleta de dados quantitativos foi realizada no período de Janeiro a Dezembro de

2012, por meio de relatórios de controle interno da empresa, como planilhas, formulários e

etc.

Para a elaboração dos indicadores foi estabelecida uma unidade funcional básica.

Neste caso foi utilizado a unidade milheiros de tavelas produzidas (equivale a 1000 tavelas)

como denominador da relação dos indicadores propostos, é utilizada essa unidade para

facilitar, devido a grande quantidade de tavelas que são produzidas. Para numerador dessa

relação foram utilizados os valores de consumo de matérias primas e insumos relacionados

à fabricação de tavelas.

Os indicadores selecionados são apresentados no Quadro 11 a seguir:

Quadro 11: Proposta de indicadores de desempenho ambiental.

Indicadores de Desempenho Ambiental

Consumo de energia elétrica (kWh/milheiro)

Consumo de óleo diesel (litros/milheiro)

Consumo de água (m³/milheiro)

Consumo de serragem (m³/milheiro)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Os indicadores propostos ajudam a monitorar o desempenho ambiental da empresa

em relação ao consumo de matérias primas e insumos que são utilizados no processo

produtivo.

Como já foi dito anteriormente, foram utilizados os dados referentes ao ano de 2012,

a tabela abaixo apresenta os dados referentes à produção:

Tabela 8: Produção de tavelas no período de janeiro a dezembro de 2012.

Mês/Ano Tavelas produzidas

(Milheiro)

jan/12 1402,2

fev/12 1355,5

mar/12 1448,9

abr/12 1402,2

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mai/12 1448,9

jun/12 1402,2

jul/12 1448,9

ago/12 1448,9

set/12 1402,2

out/12 1448,9

nov/12 1402,2

dez/12 1075,0

Média 1390,5

Fonte: Cerâmica Tupy Ltda.

Para a obtenção da produção mensal, foram utilizados os dados fornecidos pela

empresa. A empresa possuí uma média diária de 60 vagões que passam pelo forno, cada

vagão possuí aproximadamente 820 tavelas, com isso chegamos aproximadamente 50.000

tavelas por dia, com uma perda de aproximadamente 1%. Contudo, no final do mês de

dezembro e inicio de janeiro, é realizada a manutenção dos equipamentos, com isso a

empresa não produz todos os dias. Podemos observar que as maiores produções estão

relacionadas aos meses que possuem 31 dias tendo em vista que a empresa produz todos

dos dias da semana em turno integral. No ano foram produzidos aproximadamente 18.000

milheiros de tavelas, com média de 1.390,5 milheiros por mês.

4.3.1 Indicador de Desempenho Ambiental Referente ao Consumo de Energia

Elétrica

A energia elétrica é um dos principais insumos utilizados pela empresa tendo em

vista que boa parte do maquinário utiliza se da mesma, com isso o monitoramento do

consumo se torna se importante, tendo em vista que assim é possível identificar os meses

onde a empresa teve os maiores consumos. Abaixo os indicadores de desempenho

referentes à energia elétrica:

Quadro 12: Indicador de desempenho ambiental referente ao consumo de energia elétrica.

Mês/Ano Consumo de Energia

Elétrica (kWh) Tijolos Produzidos

(Milheiro) Indicador de Desempenho Ambiental (kWh/milheiro)

jan/12 82.868 1.402 59,10

fev/12 58.319 1.355 43,03

mar/12 95.534 1.449 65,93

abr/12 106.804 1.402 76,17

mai/12 94.473 1.449 65,20

jun/12 105.544 1.402 75,27

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jul/12 92.752 1.449 64,01

ago/12 100.878 1.449 69,62

set/12 101.624 1.402 72,47

out/12 88.160 1.449 60,84

nov/12 92.332 1.402 65,85

dez/12 103.085 1.075 95,89

Média 93.531 1.391 68,00

Fonte: Elaborado pelo autor.

Para uma melhor visualização, os resultados serão apresentados também em forma

de gráficos:

Figura 25: Indicador de desempenho ambiental referente ao consumo de energia elétrica.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Observa se que o mês de dezembro é o que apresenta o maior consumo de energia

elétrica em relação à produção com 95,89 kWh/milheiro, isso pode ser explicado pelo fato

da empresa estar parada para manutenção, sendo que a mesma não produz mais os

equipamentos em sua maioria ficam ligados para testes e ajustes. O mês de fevereiro pelo

contrário apresenta um resultado bem abaixo com 43,03 Kwh/milheiro, isso pode significar

que empresa foi mais eficiente nesse período, com perdas e retrabalhos menores em

relação aos outros meses.

4.4.2 Indicador de Desempenho Ambiental Referente ao Consumo de Óleo Diesel

O óleo diesel também é um insumo muito utilizado pela empresa, tanto no

maquinário que faz a extração da matéria prima e leva até a empresa, quanto nas máquinas

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utilizadas para o preparo da matéria prima. Existe também na empresa um gerador de

energia elétrica movido a óleo diesel, esse gerador é utilizado nos horários de pico onde a

empresa não pode utilizar a energia da rede.

Quadro 13: Indicador de desempenho ambiental referente ao consumo de óleo diesel.

Mês/Ano Consumo de Óleo

Diesel (Litros) Tijolos Produzidos

(Milheiro) Indicador de Desempenho

Ambiental (Litros/Milheiro)

jan/12 42.000 1.402 29,95

fev/12 20.000 1.355 14,76

mar/12 50.000 1.449 34,51

abr/12 30.000 1.402 21,39

mai/12 30.000 1.449 20,70

jun/12 30.000 1.402 21,39

jul/12 30.000 1.449 20,70

ago/12 40.000 1.449 27,61

set/12 40.000 1.402 28,53

out/12 39.000 1.449 26,92

nov/12 40.000 1.402 28,53

dez/12 20.000 1.075 18,60

Média 34.250 1.391 24,47

Fonte: Elaborado pelo autor.

Para uma melhor visualização os resultados serão apresentados em forma de

gráfico, a Figura 26 apresenta os resultados:

Figura 26: Indicador de desempenho ambiental referente ao consumo de óleo diesel.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Em relação ao consumo de óleo diesel, observamos que o mês de março

apresentou o maior consumo de óleo diesel com 34,51 L/milheiro, nesse mês possivelmente

houve um aumento na extração de matérias primas ou até mesmo a utilização de matéria

prima de jazidas mais distantes, fazendo com que o consumo de óleo diesel pelos

caminhões aumentasse, possíveis quedas de energia também podem explicar esse

resultado, sendo necessária assim a utilização do gerador a óleo. Já o mês de fevereiro é

que o apresenta o menor consumo de óleo diesel com 14,76 L/milheiro, ou seja, menos da

metade do que foi utilizado no mês de março sendo.

4.3.2 Indicador de Desempenho Ambiental Referente ao Consumo de Água

A água não é um insumo muito utilizado no processo produtivo, ela é utilizada

apenas quando existe a necessidade de umedecer a argila quando ela está muito seca, isso

serve para que ela não se torne muito quebradiça. Mesmo assim a empresa possuí um

consumo considerável, com média de aproximadamente 140 m³/mês.

Quadro 14: Indicador de desempenho ambiental referente ao consumo de água.

Mês/Ano Consumo de Água

(Litros) Tijolos Produzidos

(Milheiro) Indicador de Desempenho

Ambiental (Litros/Milheiro)

jan/12 211.000 1.402 150,48

fev/12 115.000 1.355 84,84

mar/12 145.000 1.449 100,07

abr/12 215.000 1.402 153,33

mai/12 170.000 1.449 117,33

jun/12 125.000 1.402 89,15

jul/12 117.000 1.449 80,75

ago/12 120.000 1.449 82,82

set/12 144.000 1.402 102,70

out/12 97.000 1.449 66,95

nov/12 113.000 1.402 80,59

dez/12 94.000 1.075 87,44

Média 138.833 1.391 99,70

Fonte: Elaborado pelo autor.

Abaixo o gráfico da Figura 27, apresentam os resultados de forma a se obter uma

melhor visualização:

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Figura 27: Indicador de desempenho ambiental referente ao consumo de água.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Os meses de janeiro e abril são os que apresentam os maiores resultados em

relação aos indicadores, com média de 150,48 e 153,33 L/milheiro. Isso pode ser explicado

por períodos de maior estiagem, assim existe a necessidade de utilizar mais água para

umedecer a matéria prima, já o mês de outubro é o mês que apresenta o menor consumo

de água por milheiro com 66,95 L/milheiro, isso pode representar um período com mais

chuvas sendo menos necessário a utilização de água no preparo da matéria prima.

4.3.3 Indicador de Desempenho Ambiental Referente ao Consumo de Serragem

A serragem é um importante insumo utilizado na empresa, sendo a matéria prima

que abastece o forno. Essa matéria prima é um resíduo da indústria madeireira, ou seja,

acaba tendo uma destinação mais correta. A empresa consume uma média de

aproximadamente 2.600 m³ de serragem por mês.

Quadro 15: Indicador de desempenho ambiental referente ao consumo de serragem.

Mês/Ano Consumo de

Serragem (m³) Tijolos Produzidos

(Milheiro) Indicador de Desempenho Ambiental (m³/Milheiro)

jan/12 2.842 1.402 2,03

fev/12 2.631 1.355 1,94

mar/12 1.966 1.449 1,36

abr/12 1.582 1.402 1,13

mai/12 2.510 1.449 1,73

jun/12 2.510 1.402 1,79

jul/12 2.527 1.449 1,74

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ago/12 3.258 1.449 2,25

set/12 3.401 1.402 2,43

out/12 3.604 1.449 2,49

nov/12 3.003 1.402 2,14

dez/12 1.839 1.075 1,71

Média 2.639 1.391 1,89

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 28: Indicador de desempenho ambiental referente ao consumo de serragem.

Fonte: Elaborado pelo autor.

O mês que apresenta o maior consumo de serragem é o mês de outubro com 2,49

m³/milheiro, ou seja, nesse mês a empresa teve um desempenho ambiental ruim em relação

aos outros. Esses valores mais elevados podem estar representados por uma serragem que

esteja mais úmida e assim não possuí uma boa queima. Já o mês de abril apresenta o

menor valor com 1,13 m³/milheiro, ou seja, uma serragem de melhor qualidade tendo um

maior poder de queima e mais constante.

4.4 IDENTIFICAÇÃO E PROPOSTA DE ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS

Cada vez mais as empresas estão em busca por alternativas sustentáveis para

implantar em seu processo produtivo, muito pelo fato de uma maior conscientização

ambiental e também em função do retorno financeiro. Com isso várias técnicas são

utilizadas nos diferentes setores industriais, neste item serão apresentadas as técnicas que

sejam mais viáveis e que possam ser utilizadas na indústria de cerâmica vermelha.

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4.4.1.1 Implantação de um Sistema Fotovoltaico

Na implantação do sistema de captação de energia solar deve-se observar a direção

e o grau de inclinação. Elas devem estar voltadas para o Norte (para regiões localizadas no

hemisfério Sul) ou para o Sul (para regiões localizadas no hemisfério Norte). Outro aspecto

é o grau de inclinação correto para cada região que são: de 0 a 8 graus: Amazonas, Norte

do Tocantins, Rio Grande do Norte, Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Paraíba; de 8 a 16

graus: Pernambuco, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Norte de Goiás, Bahia,

Alagoas, Sergipe, Distrito Federal e Norte de Minas; de 16 a 24 graus: Mato Grosso do Sul,

Sul de Goiás, Minas, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Norte do Paraná; de 24 a 32

graus: Sul do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. Sendo que para um bom

funcionamento do sistema, os módulos solares devem estar limpos e livres de sobreamento.

O modelo de painel solar escolhido, já foi apresentado no capítulo 2 deste trabalho, a

escolha foi feita através de pesquisas bibliográficas e informações com fornecedores dos

mesmos.

4.4.1.2 Área de Implantação dos Módulos Solares

Sabendo que o modelo escolhido para o sistema foi o STP135D-12/TEA e possuí

altura de 676 mm e largura de 1482 mm é possível calcular quantas unidades de módulos

solares podem ser instalados no local pré-selecionado. Figura 29 abaixo apresenta o local:

Figura 29: Área de implantação do projeto de captação de energia solar.

Fonte: Google Earth.

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Sabendo que essa área possuí 2.511 m² e cada modulo solar tem

aproximadamente 1 m², é possível ser feita a instalação total de 2.511 módulos solares,

contudo, neste projeto serão utilizados 1.500 módulos solares, tendo em vista que o

investimento neste tipo de energia ainda não ser tão “barato”.

A Tabela 9 apresenta o investimento necessários com a aquisição dos módulos

solares, entretanto, não está sendo considerado outros investimentos necessários no projeto

como: instalação, fiação necessária, suportes para os equipamentos entre outros.

Debastinani (2008) através de pesquisas com profissionais especializados nesse área,

existe um acréscimo de aproximadamente 20% em relação ao valor do módulos solares.

Tabela 9: Quantidade de módulos utilizados assim como seu custo.

Unidades Modelo Valor Unit. R$ Valor Total R$ (placas)

1.500 STP135D-12/TEA 990,00 1.485.000,00

Fonte: Elaborado pelo autor.

Acrescentando os 20% necessários para a instalação dos módulos solares

chegaremos a R$ 1.782.000,00.

4.4.1.2.1 Consumo de Energia Elétrica

A empresa possuí uma média de 90.000 kW por mês de consumo de energia

elétrica, isso gera um custo de aproximadamente R$ 25.000,00 por mês apenas com a

fatura. Esse resultado foi feito levando se em consideração o custo de R$ 0,30 por kW/h da

energia elétrica. Levando em conta que o sistema tem a capacidade de produzir 30.375 kW

por mês e o preço do kW/h é de R$ 0,30, pode ser economizado R$ 9.112,20 por mês ou

R$ 109.350,00 por ano. Abaixo os dados mais detalhados de consumo e despesas com

energia elétrica durante o ano de 2012:

Tabela 10: Relação do consumo e gasto da empresa com energia elétrica.

Mês/Ano Consumo de Energia Elétrica

(kWh) Gasto (R$)

jan/12 82.868 R$ 24.860,40

fev/12 58.319 R$ 17.495,70

mar/12 95.534 R$ 28.660,20

abr/12 106.804 R$ 32.041,20

mai/12 94.473 R$ 28.341,90

jun/12 105.544 R$ 31.663,20

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jul/12 92.752 R$ 27.825,60

ago/12 100.878 R$ 30.263,40

set/12 101.624 R$ 30.487,20

out/12 88.160 R$ 26.448,00

nov/12 92.332 R$ 27.699,60

dez/12 103.085 R$ 30.925,50

Fonte: Cerâmica Tupy Ltda.

A empresa possuí um consumo elevado de energia elétrica, sendo assim o projeto

de captação de energia solar não atenderá 100% essa demanda. De acordo com o

consumo do ano de 2012, o projeto terá a capacidade de atender entre aproximadamente

30 a 50% da demanda total, sendo que o custo para atender 100% o consumo da empresa

seria muito elevado.

4.4.1.2.2 Determinação de Viabilidade Econômico-financeira Método

PayBack

Como é possível verificar, a implantação do sistema de captação de energia solar

trará uma economia considerável nas contas de energia elétrica da empresa, contudo, é

necessário avaliar se esse investimento se torna viável para a empresa. Uma das premissas

para que esse investimento se torne viável é que o tempo de retorno do capital investido tem

que ser menor que 25 anos, que é o tempo de vida útil dos equipamentos de captação de

energia solar.

Tabela 11: Cálculo do PayBack do projeto.

Retorno de investimento avaliado pelo método PayBack

Investimento inicial (R$) 1.782.000,00

Receita Anual (R$) 109.350,00

Payback (anos) 16,3

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como observamos o sistema de captação de energia solar que tem capacidade para

atender até 50% da energia elétrica consumida pela empresa, se torna viável tendo em vista

que o retorno do investimento se dará em 16,3 anos e a “vida útil” dos equipamentos é de

25 anos, ou seja, num período de aproximadamente 9 anos a empresa usufruiria de lucros

com o projeto

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4.4.2 Sistema de Captação de Água da Chuva

4.4.2.1 Implantação de sistema de captação de água da chuva

Para a implantação de um sistema de captação de água da chuva na empresa

Cerâmica Tupy é necessária à realização de algumas etapas para verificar a viabilidade

financeira da implantação do projeto, com isso as seguintes etapas foram realizadas:

4.4.2.1.1 Volume Possível de Captação

A Tabela 12 a seguir apresenta a área de contribuição que será analisa na proposta.

Tabela 12: Área utilizada no projeto de captação de água da chuva.

Telhado Comprimento (m) Largura (m) Altura (m) Área Total (m²)

Área 1 145 18 3,0 2511

Fonte: Elaborado pelo autor.

Com a obtenção dos dados da área de contribuição 2.511 m² e a precipitação anual

de 1602,4 mm, é possível calcular o volume médio de água de chuva a ser captado. Para

isso foi utilizada a Equação 1, sendo que o coeficiente de escoamento superficial utilizado

foi 0,8, de acordo com o recomendado por Tomaz (2003), esse valor considera um descarte

dos primeiros 20 minutos do escoamento superficial.

Aplicando-se a Equação 1, temos os seguintes valores:

V= Volume anual de água de chuva aproveitável (m³);

V= P(mm/ano) x A (m2) x c x nfatordeconverção Eq. 1

Logo;

V= 1602,4 (mm/ano) * 2511 (m²) * 0,8 * 0,8

V= 2.575,12 m³/ ano V= 214,59 m³/mês

4.4.2.1.2 Dimensionamento da Cisterna

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A área onde será instalada a cisterna foi escolhida por não impedir qualquer

expansão da empresa e por ficar próxima a entrada onde será proposta a instalação de um

lava pneus para os caminhões, onde será utilizada parte desta água captada.

Na empresa existe uma torre com uma caixa d’ água, será aproveitado o espaço

inferior da mesma para a construção da cisterna que terá formato cúbico.

Para o projeto ser eficiente, a cisterna tem que ter um dimensionamento suficiente

para que não falte água durante os períodos de seca. Para a realização dos cálculos, foram

utilizados dos dados do mês de abril de 2012, que representa o mês de maior consumo no

ano, com média de 7,17 m³/dia e um total de 215 m³. Com esses dados e possível obter o

volume mínimo da cisterna através da utilização da Equação 3:

V = 7,17 (m³/dia) x 0,8 x 15 = 86,04 m³ [Eq.3]

Com o valor de volume mínimo que a cisterna deve ter, é possível fazer o

dimensionamento da mesma e assim verificar qual projeto se enquadra melhor no local

definido para o mesmo.

Como foi dito anteriormente, a empresa possuí um espaço propício para a

construção da cisterna, tornando assim mais fácil a elaboração do projeto. Como o local já

existe as dimensões de comprimento e largura é necessário identificar qual a altura

necessária para que o reservatório tenha espaço suficiente para armazenar no mínimo

86,04 m³. Abaixo proposta de dimensionamento da cisterna:

Tabela 13: Dimensionamento da cisterna.

Dimensionamento da cisterna

Altura 3,5 m

Largura 7 m

Comprimento 4 m

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.4.2.1.3 Dimensionamento de Condutores

O dimensionamento dos condutores depende basicamente da vazão de água

captada que o telhado poderá despejar, sendo assim é importante um dimensionamento

correto para que os condutores suportem essa carga, ou seja, não sejam sub

dimensionados ou superdimensionados, assim perdendo a sua eficiência.

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Para isso, é seguido o padrão estabelecido pela Norma NBR 10844/89, que

determina os parâmetros a serem utilizados. Foram dimensionados os condutores verticais,

calhas e condutores horizontais.

A vazão de água captada no telhado é obtida através da seguinte equação:

[Eq.4]

Onde:

Q = Vazão (L/s)

i = intensidade pluviométrica (mm/h);

A = área de contribuição (m²)]

Onde:

Q = 120 (mm/h) * 2511 (m²)/3600 = 83,7 (L/s) ou 5.022 (L/min)

O numero de condutores verticais deve ser de um a cada 375 m² de área de

captação para que não haja transbordo das calhas. Como a área total é de 2.511 m², o

número de condutores necessários será de 7.

Para o cálculo do diâmetro dos condutores verticais é necessário saber a área que

cada um irá atender e a intensidade pluviométrica adotada. Para esse trabalho foi utilizada

uma intensidade pluviométrica de 120 mm/h com período de retorno de 5 anos de acordo

com Anexo 1. Com os dados da área apresentados acima é a intensidade pluviométrica

escolhida, é possível definir o diâmetro do condutor vertical de acordo com a Tabela 14

abaixo:

Tabela 14: Diâmetro do condutor vertical.

Diâmetro (mm)

Vazão (L/s)

Área do telhado

Chuva 150 mm/h Chuva 120 mm/h

50 0,57 14 17

75 1,76 42 53

100 3,78 90 114

125 7,00 167 212

150 11,53 275 348

200 25,18 600 760

Fonte: NBR 10844/89.

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Com a uma área a ser atendida de 375 m² e intensidade pluviométrica de 120

mm/h o diâmetro de condutor vertical necessário será de 200 mm.

Em relação aos condutores horizontais, foi adotado o mesmo tempo de duração de 5

minutos de chuva intensa. Como já foi visto, de acordo com área para captação, o volume

possível de ser captado é bom. Para o dimensionamento dos condutores horizontais os

cálculos são praticamente os mesmos, sendo inserido mais um parâmetro, no caso a

rugosidade do material do condutor. O valor da rugosidade (n) foi obtido através da Tabela

15 abaixo e do tipo de material que será utilizado nos condutores, plástico e/ou alumínio,

sendo assim o coeficiente de rugosidade é de 0,011 e a declividade horizontal de 4%.

Tabela 15: Tipo de material dos condutores.

Material n

Plástico, fibrocimento, aço, metais não-ferrosos 0,011

Ferro fundido, concreto alisado, alvenaria revestida 0,012

Cerâmica, concreto não-alisado 0,013

Alvenaria de tijolos não-revestida 0,015

Fonte: NBR 10844/89.

Para determinar o diâmetro a ser utilizado nos condutores horizontais, é necessário

seguir um roteiro estabelecido pela NBR 10844/89, que apresenta uma relação entre a

declividade e vazão para as áreas determinadas no projeto. A Tabela 16 apresenta esses

valores:

Tabela 16: Diâmetro dos condutores verticais.

Diâmetro interno (mm)

n = 0,011

0,50% 1% 2% 4%

1 2 3 4 5

1 50 32 45 64 90

2 75 95 133 188 267

3 100 204 287 405 575

4 125 370 521 735 1.040

5 150 602 847 1.190 1.690

6 200 1.300 1.820 2.570 3.650

7 250 2.350 3.310 4.660 6.620

8 300 3.820 5.380 7.590 10.800

Fonte: NBR 10844/89.

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Com a definição da área onde será instalado o sistema de captação de água da

chuva e o auxílio da tabela acima, é possível identificar o diâmetro necessário para o

condutor vertical do projeto.

Tabela 17: Determinação do diâmetro do condutor vertical.

Telhado Área Total (m²) Q (L/s) Q (L/min) D (mm)

Área 1 2511 83,7 5022 250

Fonte: Elaborado pelo autor.

Por fim será apresentada a quantidade de condutores necessários para a

implantação do projeto.

4.4.2.1.4 Orçamento de Materiais e Mão de Obra

Com o dimensionamento dos condutores e da cisterna é possível fazer uma

estimativa de custos para a implantação do sistema.

Os orçamentos foram realizados com a cooperativa de mão de obra COEEM que

será responsável pela construção da cisterna e instalação do sistema de captação de águas

da chuva e com empresa de matérias de construção para cotação dos materiais. Os

orçamentos de materiais foram feitos com a Balaroti materiais de construção e em relação

as calhas de alumínio com as calhas Mendes.

Tabela 18: Orçamento referente a materiais para instalação do sistemas de captação de água da chuva.

Orçamento de materiais

Material Qtde - Unidade Custo unitário (R$) Custo total (R$)

Tubo PVC Tigre 200 mm 5 192,5 962,5

Calha em alumínio 250mm 145 - 2.045

Tubo PVC Tigre 250 mm 25 205,8 5.145

Bomba BC - 91s 1cv 1 686,90 686,9

Joelho 90graus PVC 250mm 14 189,9 2.658,6

Cimento 20 20,97 419,4

Total 11.917,4

Fonte: Elaborado pelo autor.

Não foram considerados valores referentes a tijolos para a construção da cisterna

tendo em vista que a empresa produz os mesmos também. A seguir orçamento referente à

mão de obra para instalação da calha/condutores e construção da cisterna:

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Tabela 19: Orçamento referente à mão de obra.

Mão de Obra Custo (R$)

Instalação da cisterna 1.500

Instalação da calha/condutores 1.000

Fonte: Elaborado pelo autor.

A mão de obra foi orçada com uma cooperativa de mão de obra localizada no

município de Itajaí, SC chamada COEEM, que juntamente com o valor da mão de obra fez a

estimativa de materiais necessários para a execução da obra.

Tabela 20: Custo total do projeto.

Custo Total do Projeto

Materiais 11.917,40

Mão de obra 2.500

Total 14.417,40

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.4.2.1.5 Consumo de Água

Com todos os dados relacionados a volume a ser captado, é possível analisar qual a

receita que será obtida com a implantação do sistema de captação de água da chuva. O

consumo apresentado abaixo está relacionado apenas a processos produtivos, regas de

jardim entre outros, não sendo contabilizado o consumo de água potável pelos funcionários.

A empresa apresenta do consumo médio de 140 m³/mês e um gasto total do ano de R$

5.947,62.

Tabela 21: Consumo de água da empresa referente ao ano de 2012.

Mês/Ano Consumo de Água (m³) Gasto (R$)

jan/12 211 R$ 753,27

fev/12 115 R$ 410,55

mar/12 145 R$ 517,65

abr/12 215 R$ 767,55

mai/12 170 R$ 606,90

jun/12 125 R$ 446,25

jul/12 117 R$ 417,69

ago/12 120 R$ 428,40

set/12 144 R$ 514,08

out/12 97 R$ 346,29

nov/12 113 R$ 403,41

dez/12 94 R$ 335,58

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Fonte: Elaborado pelo autor.

Tendo em vista os dados apresentados anteriormente em relação ao volume

possível de ser captado que é de aproximadamente 215 m³/mês, observa se que o mesmo

atende as necessidades da empresa em relação ao consumo.

4.4.2.1.6 Determinação de Viabilidade Econômico-financeira Método

PayBack

Como observamos, o sistema de captação de água da chuva pode trazer uma

economia significativa para a empresa, com uma economia anual em torno de R$ 6.000,00.

Para verificar se a instalação do sistema se torna viável para a empresa é utilizado o método

PayBack para determinar em quanto tempo o sistema se paga.

Tabela 22: Determinação do retorno do investimento através do método PayBack

Retorno de investimento avaliado pelo método PayBack

Investimento inicial (R$) 14.417,40

Receita Anual (R$) 5.947,62

Payback (anos) 2,4

Fonte: Elaborado pelo autor.

Tendo em vista que o sistema tem capacidade para atender toda a demanda o

mesmo se torna viável, tendo em vista que o prazo de aproximadamente 2 anos para se

pagar é relativamente curto.

4.4.3 Ventilação e Iluminação Natural

No processo produtivo das tavelas, a ventilação é essencial tendo em vista o período

de “cura” da argila pós-produção. A empresa já possuí algumas técnicas para auxiliar na

ventilação, como grandes portas e áreas abertas. Para complementar esse sistema, a

construção de lanternis no setor de secagem das tavelas seria interessante, sendo que com

uma maior circulação de ar, a secagem seria mais rápida favorecendo assim o processo

como um todo.

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Para a construção do lanternim a mão de obra utilizada será dos próprios

funcionários da empresa, sendo assim os custos só estariam relacionados as materiais.

Inclusive a empresa já possuí lanternim instalado em outro galpão.

Figura 30: Demarcação de local para instalação de lanternim.

Fonte: Google Earth.

Em relação à iluminação natural, a empresa já utiliza em alguns dos seus barracões

as telhas translucidas, a proposta será a instalação das mesmas em locais onde não

existem e também uma melhor eficiência nos locais que já possuem, com a maximização do

usa dessa técnica.

4.4.4 Controle de Material Particulado

Segundo Grigoletti (2001) uns dos aspectos ambientais relacionados à cerâmica

vermelha é a emissão de poeira pelos caminhões que transportam a matéria prima. Muito

pela localização das jazidas para extração de matéria prima estar em regiões onde as

estradas não possuírem calçamentos, e assim esse material fica preso aos pneus. Com isso

algumas alternativas podem ser tomadas para que as regiões no entorno da cerâmica não

sofram com o excesso de poeira.

4.4.4.1 Instalação de Lava Pneus para Caminhões

O sistema de lava pneus é utilizado por varias ramos indústrias, sendo que existem

vários modelos de acordo com a necessidade de cada cliente. Existem modelos mais

sofisticados que contam com jatos de água para a melhor remoção do material e os mais

simples onde os caminhões passam em um formato de “espelho d’ água” para a remoção do

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material, esses menos eficientes tendo em vista que alguns materiais ainda ficam presos

aos pneus.

Para a empresa foi escolhido o modelo mais simples, tendo em vista que os

automatizados tem um valor razoavelmente alto, tornando se assim inviável para a empresa.

Com isso o modelo de lava pneus escolhido foi como no modelo abaixo:

Figura 31: Modelo de lava pneus utilizado na proposta.

Fonte: Autor do trabalho.

Depois da escolha do modelo, foi solicitado um orçamento para analisar qual o

investimento seria necessário para a instalação do lava pneus. Esse orçamento foi

elaborado pela empresa Ecotec Engenharia e Consultoria Ltda, a fim de apresentar uma

proposta para a empresa relacionando o custo envolvido no projeto. O orçamento foi feito

através de estimativas de materiais que serão utilizados no projeto e mão de obra para

execução do mesmo, com isso chegamos ao valor de R$ 8.500,00. Para a empresa foi

proposto um lava pneus com dimensões de 8 metros de comprimento com 4 metros de

largura, possibilitando o transido dos caminhões carregados e outros maquinários. O projeto

conta com a rampa de acesso dos caminhões, decantador onde será possível retirar a argila

excedente e separador de água e óleo, tendo em vista o trânsito de caminhões e assim

podendo ocorrer pequenos vazamentos.

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4.4.4.2 Implantação de Cinturão Verde

Como foi dito no Capitulo 2 a empresa Toyota é uma das empresas que mais se

utilizada dessa técnica em suas fábricas. Mais deixando de lado as comparações, tendo em

vista que a Toyota é uma multinacional com grande poder econômico, a proposta será a

implantação de um cinturão verde no entorno na empresa Cerâmica Tupy Ltda, com foco

nas áreas próximas a residências. Essa técnica contribui para a minimização de aspectos

como a dispersão de material particulado e ruído, que podem causar alguns impactos a

vizinhança.

Para o desenvolvimento da proposta a espécie escolhida foi o Eucalipto, mesmo ela

sendo uma espécie exótica ela apresenta um crescimento muito rápido, tornando assim o

projeto mais eficiente em curto prazo. O que favorece também em relação ao Eucalipto é o

fato dele poder atingir até 70 metros de altura, favorecendo o controle do material

particulado.

Abaixo local proposto para o plantio das árvores:

Figura 32: Local para implantação do cinturão verde.

Fonte: Google Earth.

Com a definição do local e a quantidade de árvores necessárias para o projeto, é

possível identificar o custo desse projeto. O custo unitário da muda de Eucalipto é de R$

0,30 em média, como serão plantadas aproximadamente 450 mudas, o custo total será de

R$ 135,00. O plantio seria feito com espaçamento de 3 x 3 metros entre mudas e será

através de uma ação com os próprios colaboradores e assim não teria custo nessa questão.

Essa participação dos colaboradores ainda se torna interessante, pois mostra a eles o

quanto é importante essas ações relacionadas ao meio ambiente.

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70

4.4.5 Kit de Emergência de Vazamento e Derramamento de Óleo e Derivados

Como foi observado nos indicadores de desempenho ambiental, a empresa utiliza

uma grande quantidade de óleo diesel todos os meses, com uma média de 35.000 litros,

que são utilizados para o abastecimento dos maquinários além do abastecimento do

gerador de energia elétrica. A empresa possuí um reservatório para 15.000 litros de óleo,

contudo, esse reservatório já atende as exigências quanto a possíveis vazamentos e

sinistros, sendo que ele está instalado em um local impermeável é que tem capacidade para

armazenar esse combustível caso ele vaze. Com isso o kit terá a finalidade do atendimento

a pequenos vazamentos e derramamentos, exclusivamente nos caminhões e maquinários

pesados.

A utilização do kit é relativamente simples, sendo que algumas empresas já se

utilizam deste artifício. Consiste na instalação de tambores, com serragem armazenadas,

nas áreas onde a maior movimentação de veículos. A serragem é um material que tem a

capacidade de adsorver o contaminante, com isso impede a sua infiltração no solo que pode

causar a contaminação do mesmo e do lençol freático.

Para a implantação do kit de emergência, a empresa teria como despesa somente a

aquisição de tinta para a pintura dos tambores, sendo que esses a empresa já possuí em

seu depósito. Essa cor que se tem como exemplo na Figura 31, é descrita pela Resolução

Conama 275/01, onde a cor laranja representa resíduos perigosos. Serão instalados 4 kit’s

em locais estratégicos ao longo das áreas de depósitos. Posteriormente a ocorrência de

sinistros, esse material contaminado será encaminhado a aterros industriais, onde terão um

destino adequado.

Figura 33: Exemplos de tambores a serem usados no Kit.

Fonte: Google imagens.

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71

4.5 ELABORAÇÃO DE UMA PLANTA INDUSTRIAL MAIS SUSTENTÁVEL PARA

EMPRESA CERÂMICA TUPY LTDA.

A elaboração de um modelo de planta industrial sustentável para a empresa

cerâmica Tupy Ltda. é importante, pois se torna mais fácil à visualização das técnicas

sustentáveis propostas. Nela as técnicas propostas foram dispostas de acordo com os locais

que possibilitam um maior aproveitamento das áreas fabris disponíveis para instalação dos

mesmos. As técnicas propostas foram: energia fotovoltaica, captação de água da chuva,

cinturão verde, lava pneus, kit de emergência para derramamentos e vazamentos de óleo e

ventilação e iluminação natural.

Em relação à ventilação e iluminação natural, como a empresa já possuí grandes

aberturas laterais que auxiliam nas mesmas. Em relação aos ventos de acordo com

Amarante et al.(2001), os ventos predominantes na região onde a cerâmica se encontra são

os sudoestes e sul, sendo assim as aberturas que a empresa possuí auxiliam bastante na

circulação do ventos pelo interior da fábrica. A instalação do lanternin no telhado localizado

na área de descanso das tavelas auxiliaria ainda mais nessa questão.

A proposta de planta industrial mais sustentável se encontra no Apêndice 1.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como principal objetivo propor a implantação de técnicas

sustentáveis na planta industrial da empresa Cerâmica Tupy Ltda. A proposta teve inicio

com o mapeamento do processo produtivo da empresa, seguido da identificação de

entradas e saídas, elaboração de indicadores de desempenho ambiental, identificação de

técnicas sustentáveis aplicáveis aos processos produtivos da mesma e por fim com a

elaboração de um modelo de planta industrial com a aplicação das técnicas selecionadas.

5.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS OBJETIVOS

Os objetivos específicos foram atingidos no decorrer na pesquisa, o primeiro objetivo,

que consiste em mapear o processo produtivo e identificar as entradas e saídas de cada

processo da empresa. Esse objetivo foi atingido com a realização de visitas técnicas a

empresa. Para uma melhor visualização do processo produtivo, foi elaborado um fluxograma

com símbolos simples que apresentou a sequência lógica do processo. Os processos foram

divididos em seis etapas distintas: extração da matéria prima, preparação da massa,

extrusão das tavelas, corte e secagem, queima e expedição, sendo que essa divisão em

subprocessos auxiliou na identificação das entradas e saídas dos mesmos. Na identificação

de entradas e saídas, foi possível analisar quais os principais insumos utilizados na

produção, quais resíduos são gerados nas etapas do processo produtivo e assim por diante.

O segundo objetivo específico foi alcançado com a elaboração de indicadores de

desempenho ambiental, nessa etapa os indicadores sugeridos foram em relação ao

consumo de energia elétrica, consumo de água, consumo de serragem e consumo de óleo

diesel. A elaboração de indicadores de desempenho ambiental serviu para identificar

possíveis “falhas” no sistema, ou seja, meses onde, por exemplo, a empresa consome uma

quantidade maior de serragem para produzir a mesma quantidade de produtos, possuindo

assim uma menor eficiência ambiental e econômica. Com isso a empresa pode identificar

possíveis falhas no seu processo e assim corrigi-las.

O terceiro objetivo específico foi alcançado com a identificação e proposta de

implantação de técnicas sustentáveis no processo produtivo da empresa, a utilização

dessas técnicas serve para que a empresa tenha uma economia na utilização de insumos

da produção e como consequência um melhor desempenho ambiental. As principais

técnicas propostas foram: captação de água da chuva, geração da energia elétrica através

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de sistema fotovoltaico, ventilação e iluminação natural, controle de material particulado e

kit de emergência para vazamento e derramamento de óleo. Com isso se tornou possível a

elaboração de uma planta industrial mais sustentável para a empresa.

Com relação ao último objetivo específico proposto por este trabalho, foi atingido

com a elaboração de uma planta industrial onde foram introduzidas as técnicas sustentáveis

definidas no objetivo numero três. A disposição das propostas deu-se pelos locais que

apresentassem a melhor possibilidade e necessidade de instalação dos mesmos, como por

exemplo, o kit de emergência para vazamentos nos locais onde existe a maior

movimentação de maquinários, possibilitando assim a ocorrência de pequenos vazamentos.

Todas as propostas tem o intuito de tornar a empresa mais sustentável, com o

aproveitamento de água da chuva, a geração de energia elétrica através de sistema

fotovoltaico, e todos os demais propostos.

Como o objetivo geral do trabalho era a proposta de uma planta industrial mais

sustentável para a empresa cerâmica Tupy. pode se afirmar que o mesmo foi atingido

mediante a apresentação do mapeamento do processo produtivo da empresa e relação de

entradas e saídas do mesmo, elaboração de indicadores de desempenho ambiental, e

identificação e proposta de técnicas sustentáveis aplicáveis a cerâmica vermelha. Através

dos itens citados, foi possível elaborar um modelo de planta que seja mais sustentável para

a empresa, que gere uma maior economia de recursos naturais e que possa minimizar

possíveis impactos ambientais que poderiam ser causados.

A principal dificuldade para a realização do trabalho deu-se pela busca de soluções

que sejam mais ambientalmente corretas para a empresa. Grande parte da dificuldade

também está relacionada ao investimento necessário para a implantação dessas técnicas,

pois algumas se tornam inviáveis para a empresa. Como a empresa já possuía algumas

técnicas implantadas isso dificultou um pouco mais. Algumas das técnicas já utilizadas na

empresa são: coleta seletiva, iluminação e ventilação natural entre outras. Porém apesar

das dificuldades encontradas a realização deste trabalho serve como experiência para

futuras atividades profissionais, sendo que muitas dessas técnicas utilizadas podem ser

facilmente adaptadas a outros setores produtivos. Para a empresa esse trabalho se torna

importante tendo em vista que as propostas fornecidas, podem trazer de médio a longo

prazo muitos benefícios ambientais e econômicos a ela.

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5.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Com base nos resultados e conclusões obtidas com o desenvolvimento deste

trabalho, as recomendações para a elaboração de trabalhos futuros que possam dar

continuidade ao tema são:

Aplicação da técnica de produção mais limpa nos processos indústrias da

cerâmica vermelha.

Esta recomendação objetiva-se a analisar quais etapas do processo produtivo da

cerâmica vermelha podem ser melhoradas, desde uma maior eficiência na utilização dos

recursos como energia elétrica e argila.

Identificação de matérias primas alternativas que possa compor o produto

juntamente com a argila.

Devido a grande demanda pela argila na região, a busca por matérias primas

alternativas que possam ser incorporadas ao produto. A utilização de alguns resíduos de

outros processos produtivos poderia ser analisada e assim verificar a viabilidade técnica e

econômica dos mesmos.

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APÊNDICE 1

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ANEXOS

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INTENSIDADE PLUVIOMÉTRICA I (mm/h)

PARA CHUVAS INTENSAS NO BRASIL (Duração t = 5 min)

(TABELA 5 NBR 10844/89):

Local Intensidade pluviométrica (mm/h)

Período de retorno (anos)

1 5 15

1 - Alegrete/RS 174 238 313 (17)

2 - Alto Itatiaia/RJ 124 164 240

3 - Alto Tapajós/PA 168 229 267 (21)

4 - Alto Teresópolis/RJ 114 137 (3) -

5 - Aracaju/SE 116 122 126

6 - Avaré/SP 115 144 170

7 - Bagé/RS 126 204 234 (10)

8 - Barbacena/MG 156 222 265 (12)

9 - Barra do Corda/MA 120 128 152 (20)

10 - Bauru/SP 110 120 148 (9)

11 - Belém/PA 138 157 185 (20

12 - Belo Horizonte/MG 132 227 230 (12)

13 - Blumenau/SC 120 125 152 (15)

14 - Bonsucesso/MG 143 196 -

15 - Cabo Frio/RJ 113 146 218

16 - Campos/RJ 132 206 240

17 - Campos do Jordão/SP 122 144 164 (9)

18 - Catalão/GO 132 174 198 (22)

19 - Caxambu/MG 106 137 (3) -

20 - Caxias do Sul/RS 120 127 218

21 - Corumbá/MT 120 131 161 (9)

22 - Cruz Alta/RS 204 246 347 (14)

23 - Cuiabá/MT 144 190 230 (12)

24 - Curitiba/PR 132 204 228

25 - Encruzilhada/RS 106 126 158 (17)

26 - Fernando de Noronha/FN 110 120 140 (6)

27 - Florianópolis/SC 114 120 144

28 - Formosa/GO 176 176 217 (20)

29 - Fortaleza/CE 120 156 180 (21)

30 - Goiânia/GO 120 178 192 (17)

31 - Guaramiranga/CE 114 126 152 (19)

32 - Iraí/RS 120 198 228 (16)

33 - Jacarezinho/PR 115 122 146 (11)

34 - João Pessoa/PB Pessoa/PB 115 140 163 (23)

35 - Juaretê/AM 192 240 288 (10)

36 - Rodovia PresidenteDutra/RJ 122 164 174 (14)

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37 - Lins/SP 96 122 137 (13)

38 - Maceió/AL 102 122 174

39 - Manaus/AM 138 180 198

40 - Natal/RN 113 120 143 (19)

41 - Nazaré/PE 118 134 155 (19)

42 - Niterói/RJ 130 183 250

43 - Nova Friburgo/RJ 120 124 156

44 - Olinda/PE 115 167 173 (20)

45 - Ouro Preto/MG 120 211 -

46 - Paracatu/MG 122 233 -

47 - Paranaguá/PR 127 186 191 (23)

48 - Paratins/AM 130 200 205 (13)

49 - Passa Quatro/MG 118 180 192 (10)

50 - Passo Fundo/RS 110 125 180

51 - Petrópolis/RJ 120 126 156

52 - Pinheiral/RJ 142 214 244

53 - Piracicaba/SP 119 122 151 (10)

54 - Ponta Grossa/PR 120 126 148

55 - Porto Alegre/RS 118 146 167(21)

56 - Porto Velho/RO 130 167 184(10)

57 - Quixeramobim/CE 115 121 126

58 - Resende/RJ 130 203 264

59 - Rio Branco/AC 126 139 (2) -

60 - Rio de Janeiro/RJ (Bangu) 122 156 174(20)

61 - Rio de Janeiro/RJ(Ipanema) 119 125 160(15)

62 - Rio de Janeiro/RJ(Jacarepaguá) 120 142 152(6)

63 - Rio de Janeiro/RJ(Jardim Botânico) 122 167 227

64 - Rio de Janeiro/RJ(Praça XV) 120 174 204(14)

65 - Rio de Janeiro/RJ(Praça SaenzPeña) 125 139 167 (18)

66 - Rio de Janeiro/RJ(Santa Cruz) 121 132 172(20)

67 - Rio Grande/RS 121 294 222(20)

68 - Salvador/BA 108 122 145(24)

69 - Santa Maria/RS 114 122 145(16)

70 - Santa Maria Madalena/RJ 120 126 152(7)

71 - Santa Vitória do Palmar/RS 120 126 152(18)

72 - Santos/SP 136 198 240

73 - Santos-Itapema/SP 120 174 204(21)

74 - São Carlos/SP 120 178 161(10)

75 - São Francisco do Sul/SC 118 132 167(18)

76 - São Gonçalo/PB 120 124 152(18)

77 - São Luiz/MA 120 126 152(21)

78 - São Luiz Gonzaga/RS 158 209 253(21)

79 - São Paulo/SP (Congonhas) 122 132 -

Page 102: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Gilmar Vedvotto Junior.pdf · universidade do vale do itajaÍ centro de ciÊncias tecnolÓgicas da

86

80 - São Paulo/SP (Mirante Santana) 122 172 191(7)

81 - São Simão/SP 116 148 175

82 - Sena Madureira/AC 120 160 170(7)

83 - Sete Lagoas/MG 122 182 281(19)

84 - Soure/PA 149 162 212(18)

85 - Taperinha/PA 149 202 241

86 - Taubaté/SP 122 172 208(6)

87 - Teófilo Otoni/MG 108 121 154(6)

88 - Teresina/PI 154 240 262(23)

89 - Teresópolis/RJ 115 149 176

90 - Tupi/SP 122 154 -

91 - Turiaçu/MG 126 162 230

92 - Uaupés/AM 144 204 230(17)

93 - Ubatuba/SP 122 149 184(7)

94 - Uruguaiana/RS 120 142 161(17)

95 - Vassouras/RJ 125 179 222

96 - Viamão/RS 114 126 152(15)

97 - Vitória/ES 102 156 210

98 - Volta Redonda/RJ 156 216 265(13)

Fonte: NBR 10844/89