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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

GUILHERME LUIZ SCHNEIDER

TGI – TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR

CAIXA TÉRMICA EXTEND

BALNEÁRIO CAMBORIÚ-SC, JUNHO DE 2009.

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GUILHERME LUIZ SCHNEIDER

TGI – TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR

CAIXA TÉRMICA EXTEND

Trabalho de Graduação

Interdisciplinar, apresentado como

requisito para a obtenção do título de

Bacharel em Design Industrial da

Universidade do Vale do Itajaí, Centro

de Ciências Sociais Aplicadas –

Comunicação, Turismo e Lazer,

realizado sob a orientação do

Professor Luiz Lima.

BALNEÁRIO CAMBORIÚ-SC, JUNHO DE 2009.

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AGRADECIMENTOS

Por este processo de aprendizagem, sou grato a todos os professores, os quais

obtive algum conhecimento, relacionado ao design ou a vida.

Ao Internacional de Porto Alegre, responsável por manter firmes meus laços com o

Rio Grande do Sul e a eterna saudade de casa.

A meus pais e familiares, agradeço por tudo. Do início, até onde chegarei, minha

gratidão.

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RESUMO

Este estudo apresenta todo o desenvolvimento de um projeto para criação de uma

caixa térmica para camping, norteado pela metodologia projetual sugerida por Bruno

Munari (1998). A definição dos critérios que nortearam o projeto ocorreu após a

aplicação de ferramentas de pesquisa de marketing que apontaram desejos e

necessidades dos praticantes do campismo no que envolve caixas térmicas e

conservação de alimentos e bebidas. O produto final tem como principais

propriedades a capacidade de organização interna, conservação da temperatura em

longos períodos, mobilidade e resistência.

Palavras-chave: caixa térmica, camping, temperatura, lazer

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ABSTRACT

This study presents the entire development of a project to create a thermal box for

camping, guided by the design methodology suggested by Bruno Munari (1998). The

definition of the criteria that guided the project occurred after the application of

instruments of marketing research which showed the desires and needs of

practitioners of camping involving thermal boxes and conservation of food and

beverages. The final product has as the main properties the internal organization,

temperature conservation for long periods, mobility and resistance.

Keywords: thermal box, camping, temperature, leisure.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS.................................................................................... 04

RESUMO....................................................................................................... 05

ABSTRACT................................................................................................... 06

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................... 12

2. METODOLOGIA DE PROJETO............................................................... 14

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................... 16

3.1 O Camping.............................................................................................. 16

3.2 Histórico................................................................................................... 16

3.3 Interesses de lazer.................................................................................. 17

3.4 Elementos básicos do Turismo............................................................... 18

3.4.1 Tipos de Turismo.................................................................................. 18

3.4.2 Turismo de Aventura............................................................................ 19

3.4.3 Comportamento do Turista de Aventura.............................................. 21

3.5 Necessidades do campista......................................................................22

3.6 Análise do mercado................................................................................. 23

4. PESQUISA DE CAMPO............................................................................ 25

5. CONCEITUAÇÃO..................................................................................... 26

5.1 Análise das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (FFOA)........ 26

5.2 Painéis Semânticos................................................................................ 27

5.2.1 Conceito............................................................................................. 27

5.2.2 Público-alvo......................................................................................... 28

5.2.3 Estilo de vida........................................................................................ 29

5.2.4 Tema visual.......................................................................................... 30

5.3 Briefing................................................................................................... 31

5.4 Problemática........................................................................................... 33

6. TÉCNICAS DE CRIATIVIDADE................................................................ 34

6.1 Ferramentas de projeto........................................................................... 34

6.2 Geração de alternativas......................................................................... 34

6.3 Modelo volumétrico................................................................................. 37

7. PROJETO.................................................................................................. 39

8. MEMORIAL DESCRITIVO........................................................................ 43

8.1 Função estético formal............................................................................ 43

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8.1.1 Cores.................................................................................................... 44

8.2 Função simbólica.....................................................................................45

8.3 Função Ergonômica................................................................................ 46

8.3.1 Usabilidade........................................................................................... 46

8.3.2 Adequações Antropométricas.............................................................. 47

8.3.3 Biomecânica........................................................................................ 50

8.3.4 Adequação fisiológica e ambiental....................................................... 53

8.3.5 Adequação cognitiva............................................................................ 53

8.3.6 Manual de instruções........................................................................... 54

8.4 Sistema Construtivo................................................................................ 55

8.4.1 Tampa da caixa.................................................................................... 57

8.4.2 Corpo da caixa e interior...................................................................... 57

8.4.3 Dobradiças........................................................................................... 58

8.4.4 Alça móvel............................................................................................ 59

8.4.5 Drenos.................................................................................................. 60

8.4.6 Revestimento da roda.......................................................................... 60

8.4.7 Estrutura da roda.................................................................................. 61

8.4.8 Sistema do eixo.................................................................................... 62

8.4.9 Embalagem divisória............................................................................ 62

8.5 Materiais e processos..............................................................................63

8.5.1 Termoplásticos..................................................................................... 64

8.5.1.1 Polipropileno...................................................................................... 64

8.5.1.3 Poliamida........................................................................................... 65

8.5.1.4 Poliuretano........................................................................................ 66

8.5.1.5 Borracha natural................................................................................ 66

8.5.1.6 Alumínio.............................................................................................66

8.5.2 Processos............................................................................................. 67

8.6 Função de Marketing............................................................................... 68

8.6.1 Produto................................................................................................. 68

8.6.2 Preço.................................................................................................... 68

8.6.3 Ponto de venda.................................................................................... 69

8.6.4 Promoção............................................................................................. 69

8.6.5 Marca.................................................................................................... 69

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9. CONCLUSÃO........................................................................................... 71

10. REFERÊNCIAS....................................................................................... 72

11. APÊNDICES............................................................................................ 74

12. ANEXOS.................................................................................................. 75

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mapa conceitual............................................................................. 13

Figura 2: Fluxograma de trabalho sugerido por Munari................................ 15

Figura 3: Características dos novos turistas.......................................………20

Figura 4: Dados demográficos da High Places de 1996 a 1999................... 20

Figura 5: Caixa térmica, fogareiro e frigobar para camping....................…...22

Figura 6: Caixa térmica, fogareiro e frigobar para camping.....……………... 24

Figura 7: Painel de conceito.......................................................................... 27

Figura 8: Painel de público-alvo.................................................................... 28

Figura 9: Painel de estilo de vida.................................................................. 29

Figura 10: Painel de tema visual................................................................... 30

Figura 11: Modelo de tabela de votação....................................................... 35

Figura 12: As 15 alternativas principais.........................................................36

Figura 13: Modelo volumétrico...................................................................... 37

Figura 14: Modelo volumétrico...................................................................... 37

Figura 15: Produto final................................................................................. 39

Figura 16: Produto final................................................................................. 39

Figura 17: Modelo e detalhamentos.............................................................. 40

Figura 18: Caixa aberta com detalhamento interno...................................... 41

Figura 19: Ambientação 1............................................................................. 42

Figura 20: Ambientação 2............................................................................. 42

Figura 21: A caixa tem como base da forma uma figura geométrica.......... 43

Figura 22: Configuração das cores............................................................... 45

Figura 23: Simulação de mobilidade, em escala........................................... 28

Figura 24: Encaixe da mão na pega lateral................................................... 48

Figura 25: Simulação de assento.................................................................. 49

Figura 26: Exemplos de manejo fino e grosseiro.......................................... 50

Figura 27: Abertura da tampa........................................................................51

Figura 28: Embalagens para isolamento de espaços................................... 51

Figura 29: Detalhe da alça móvel e da saída de água.................................. 52

Figura 30: Funcionalidades são identificadas por meio da forma............... 54

Figura 31: Vista explodida............................................................................. 56

Figura 32: Tampa da caixa............................................................................ 57

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Figura 33: Corpo da caixa............................................................................. 58

Figura 34: Dobradiça da tampa..................................................................... 59

Figura 35: Alça móvel.................................................................................... 59

Figura 36: Partes do dreno............................................................................ 60

Figura 37: Revestimento da roda.................................................................. 61

Figura 38: Estrutura da roda..........................................................................61

Figura 39: Sistema do eixo............................................................................ 61

Figura 40: Embalagem divisória.................................................................... 63

Figura 41: Logotipo da marca........................................................................70

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1. Introdução

O campismo foi definido inicialmente como tema da pesquisa em razão da

proximidade do aluno com o assunto. A escolha foi avalizada por uma pesquisa

preliminar, que apresentou o turismo e, por conseqüência, o campismo, como

setores em expansão.

Acompanhando outros setores da economia mundial, o turismo cresce e avança em

suas ferramentas e formas de atuação ano a ano. O IBGE (2008) apresentou um

estudo bastante detalhado acerca do turismo, tendo o ano de 2005, como base dos

dados e sendo o mais recente levantamento econômico do setor. A pesquisa traz o

valor adicionado (lucro) obtido pelo setor em 2005. As atividades características de

turismo geraram naquele ano, um valor adicionado de R$ 131,6 bilhões, que

representa um crescimento de 16,26% em relação ao ano anterior (2004), o que

demonstra a tendência de crescimento do mercado. O estudo ainda aponta a

exploração do turismo como geradora de 8.112.888 postos de trabalho em todo o

país.

Após uma pesquisa com mais de 100 praticantes de todo o país, chegou-se aos

problemas de conservação de temperatura dos alimentos e bebidas durante o

campismo, além da deficiência dos produtos ofertados ao mercado. Pode-se ainda

comprovar um número pequeno de produtos com esta finalidade, quando

comparados com outras áreas do campismo, como no caso dos produtos

relacionados ao sono.

Assim, este trabalho tem por objetivo apresentar uma alternativa para conservação

da temperatura de alimentos e bebidas de forma eficiente, em um recipiente

resistente ao transporte constante, de fácil manuseio, com boa mobilidade e

multifuncional, durante a prática do campismo.

Avalizado por esta tendência de crescimento, foi definido um método de pesquisa

dentro do qual foi realizada a pesquisa bibliográfica e de campo, onde foram

utilizadas uma série de ferramentas específicas para definir uma oportunidade de

projeto e um espaço no mercado. Os conceitos foram todos relacionados na figura 1,

sendo que os mais relevantes estão detalhados no item 2.

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Figura 1: Mapa conceitual

Fonte: Arquivo Pessoal

O mapa conceitual ilustra as idéias envolvidas em torno do tema central e que

mereceram atenção durante a pesquisa. Estes mapas são estruturadores de

conceitos e maneiras de organizá-los de forma hierárquica. Os mapas ainda

auxiliam no entendimento de um tema, destacando os aspectos e conexões mais

importantes a seu respeito (TAVARES, 2005).

Para que se atingisse o objetivo principal foi necessário:

- apresentar um produto identificado com os campistas;

- criar um objeto que, além da boa capacidade de conservação de temperatura,

apresente um diferencial no que diz respeito a organização de alimentos e bebidas

em seu interior;

- aplicar uma funcionalidade não convencional ao objeto, porém eficiente e atrativa.

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2. Metodologia de projeto

São praticamente nulas as chances de um projeto ser bem sucedido sem a

utilização de uma metodologia adequada e adaptada as necessidades do objetivo.

Para tanto, optou-se por seguir a metodologia proposta por Bruno Munari (1998), em

“Das coisas nascem coisas”.

O método de projeto não é mais do que uma série de operações

necessárias, dispostas em ordem lógica, ditada pela experiência. Seu

objetivo é o de atingir o melhor resultado com o menor esforço. (MUNARI,

1998, p. 10)

O autor apresenta de forma sistemática um método flexível que parte de um

problema, a partir do qual propõe que seja dissecado através de pesquisas e divisão

do problema em quantas partes forem necessárias, para que se tenha conhecimento

profundo acerca do tema, para que só aí o projetista parta para a resolução da

questão.

Apesar de apresentar uma estrutura fixa, Munari destaca que o método é flexível e

pode ser modificado no intuito de adaptar e melhorar em relação a determinada

atividade. Para a execução do método, além do sugerido por Munari, são utilizadas

ferramentas propostas por Mike Baxter (1998), Malhotra (2006) e Zikmund (2006).

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Figura 2: Fluxograma de trabalho sugerido por Munari.

Fonte: MUNARI, 1998.

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16

3. Revisão Bibliográfica

3.1 O Camping

Agregando elementos do turismo tradicional e de aventura, o camping foi o tema

escolhido para pesquisa. Conceitos fundamentados a respeito do que é camping,

são bastante escassos. Pode-se defini-lo como:

Estabelecimento comercial que aluga pequenos espaços de um só terreno

para ali serem instaladas barracas ou estacionados motor-homes e trailers.

Oferece infra-estrutura completa para alimentação, higiene, energia e

segurança. (OLIVEIRA, 2005, p. 171)

O campismo é uma prática com grande proximidade da natureza, onde o praticante

carrega consigo o seu abrigo, no caso a barraca, e que coloca o mesmo frente a

várias situações inesperadas, exigindo desenvoltura para resolver problemas de

forma eficaz e criativa.

A barraca é um abrigo que consiste basicamente em paredes de alguma espécie de

tecido ou lona que fica disposto sobre uma armação de cordas ou tubos

(MICHAELIS, 1998).

3.2 Histórico

A atividade do camping teria iniciado ainda na antigüidade, quando nas expedições

militares, os exércitos se abrigavam em tendas confeccionadas em tecidos e peles

de animais. Com o início do escotismo a prática ganhou essência educacional e

espalhou-se pela Europa. Outro fator que influenciou na disseminação do campismo

foi a Revolução Industrial que criou uma necessidade da população buscar um

contato com a natureza.

Já no Brasil, o camping teria suas raízes na Marinha de guerra, por volta de 1910,

quando trouxe o escotismo para o país. Até a década de 1960 era praticado de

forma bastante selvagem e somente em barracas. Em 1964 surgiu a primeira fábrica

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de trailers que viriam a se tornar com os motor-homes muito populares entre os

campistas de maior poder aquisitivo (PIVARI, 2008).

3.3 Interesses de Lazer

Para Dumazedier (2001), “O lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo

pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-

se e entreter-se, ou ainda para desenvolver sua informação ou formação

desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora

após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares ou

sociais”.

Camargo (1992) busca características comuns a atividade de lazer, entre elas a

gratuidade, prazer, liberação, entre outras. O mesmo autor divide os interesses de

lazer em categorias: atividades manuais, artísticas, físicas, intelectuais, associativas

e turísticas. Dentre estes interesses, o camping se enquadra em físicos e turísticos.

Turismo, hoje, é uma palavra usada de forma comum para definir qualquer tipo de

viagem ou visita a locais não comuns a nossa convivência diária. Mas a palavra tem

seus primeiros registros históricos datados de 1760, quando apareceu como tourism

e tourist (OLIVEIRA, 2005). Há várias fontes bibliográficas que atribuem o

nascimento do turismo há datas que antecedem a própria palavra, principalmente

aos primeiros Jogos Olímpicos, ocorridos em 776 a.C., na Grécia Antiga, quando

houve as primeiras viagens.

O turismo é um objeto de estudo de um sem número de pesquisadores e que se

revela bastante impreciso em função do vínculo que possui com diversos fatores e

outras áreas do saber o que acentua a dificuldade no seu entendimento (TRIGO,

2005). No livro Turismo e Desenvolvimento, Antônio Pereira Oliveira define o turismo

levando em conta dezenas de conceitos do mundo todo.

Dá-se o nome de turismo à atividade humana que é capaz de produzir

resultados de caráter econômico financeiro, político, social e cultural

produzidos numa localidade, decorrentes do relacionamento entre os

visitantes com os locais visitados durante a presença temporária de

pessoas que se deslocam de seu local habitual de residência para outros,

de forma espontânea e sem fins lucrativos. (OLIVEIRA, 2005, p. 36)

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18

Porém, outros autores tentam relacionar teorias e afirmam que a conceituação é

obscura e que não há uma teoria integradora a respeito do turismo (TRIGO, 2005).

3.4 Elementos básicos do turismo

Há 5 elementos que podem ser apontados como básicos para a prática do Turismo:

cama, caminho, compras, comida e carinho (OLIVEIRA, 2005). A cama reflete os

estabelecimentos que oferecem a hospedagem, como hotéis, resorts, flats e outros.

Caminho estaria relacionado as formas de acesso aos locais que são objetos do

Turismo. Compras são conseqüência das viagens, quando não são o motivo

principal. Já a comida representa 19,53% do faturamento do setor de turismo (IBGE,

2008) e também é ato contínuo a quem viaja, conhecer a culinária típica. Oliveira

coloca por último o carinho e o destaca como item mais importante. Seria a

capacidade de oferecer uma estada confortável ao turista, não só no que diz

respeita aos hotéis, mas a toda a estrutura turística do local.

3.4.1 Tipos de Turismo

Basicamente, o Turismo é dividido em duas modalidades: de lazer e de eventos. O

turismo de eventos significa aproximadamente 40% do turismo internacional e é

aquele que atrai pessoas dispostas não apenas a conhecer novos lugares, mas

também a participar de eventos relacionados a alguma área profissional, entidades

associativas, culturais e desportivas. De outro lado está o Turismo de lazer, que é o

mais comum e é praticado por pessoas que desejam conhecer novos lugares, visitar

pessoas e descansar (OLIVEIRA, 2005). E é justamente o turismo de lazer o foco de

pesquisa deste trabalho. O camping pode ser enquadrado como turismo de

aventura, já que reúne várias características da modalidade.

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3.4.2 Turismo de Aventura

O turismo de aventura acrescenta um adjetivo ao turismo que por si só evoca as

mais variadas associações. Aventura é definida como “incomum, cujo fim é incerto, e

que atrai as pessoas amantes do imprevisível” (MICHAELIS, 1998).

A incerteza de resultados, o perigo e a expectativa de ter de enfrentar

situações difíceis são fatores que se combinam para criar um desafio. Esse

desafio pode ser de natureza intelectual, moral, espiritual, emocional ou

física. (SWARTBROOKE... (et al.), 2003, p. 10)

Existe uma expectativa entre os aventureiros de que eles venham a se

beneficiar com sua experiência, e de que haja alguma recompensa

intrínseca. A participação em uma aventura é livre, isenta de coerção e,

nesse ponto, ela partilha algumas das características com o lazer.

(SWARTBROOKE... (et al.), 2003, p. 11)

[...] concluímos que grande parte das aventuras envolve a questão de fazer

ou experimentar algo novo. A novidade pode representar a parte

predominante da aventura, nos casos em que quase tudo é novo e diferente

[...].(SWARTBROOKE... (et al.), 2003, p. 12)

A aventura, portanto, ocorre quando os participantes voluntariamente se

colocam em uma posição em que acreditam estar dando um passo rumo ao

desconhecido, onde enfrentarão desafios e poderão descobrir ou adquirir

algo valioso a partir dessa experiência. (SWARTBROOKE... (et al.), 2003, p.

14)

No turismo de aventura, palavras tentam traduzir a modalidade: emoção, adrenalina,

entusiasmo, medo, passeio, rusticidade, desafio, novidade, elevação, terror,

expedição, inspiração, risco, conquista, sucesso e audácia (SWARTBROOKE.. (et

al.), 2003). Os praticantes de camping estão expostos de forma mais amena - que

em esportes como montanhismo ou rafting - a quase todos os fatores postos como

pré-requisito ao turismo de aventura.

Em franca ascensão, o turismo de aventura atrai uma proporção cada vez maior da

população, que busca atividades estimulantes, muito em função das características

do novo turista (SWARTBROOKE... (et al.), 2003).

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Na figura estão algumas características

Figura 0

Fonte: SWARTBROOKE... (et al.), 2003, p. 59.

Ao contrário do que pareça, a atitude e o estilo de vida são apontados como fator

determinante para a prática de esportes de aventura, bem mais do que a idade.

Portanto, um aposentado que seja

enquanto um jovem pode escolher uma via

comum a famílias como o camping (SWARTBROOKE... (et al.), 2003). A High

Places, uma das maiores operadoras de esportes de aventura da

gráfico que detalha e aponta as faixas etárias e sua participação em programas de

turismo de aventura, com destaque para as atividades leves, nas quais o

acampamento detém o maior índice de procura.

Figura 04: Dados demográficos etári

Fonte: SWARTBROOKE... (et al.), 2003, p. 61.

estão algumas características comuns aos turistas de aventura.

Figura 03: Características dos novos turistas.

Fonte: SWARTBROOKE... (et al.), 2003, p. 59.

Ao contrário do que pareça, a atitude e o estilo de vida são apontados como fator

determinante para a prática de esportes de aventura, bem mais do que a idade.

Portanto, um aposentado que seja fisicamente ativo pode se colocar em um rafting,

enquanto um jovem pode escolher uma viagem mais tranqüila para um destino

comum a famílias como o camping (SWARTBROOKE... (et al.), 2003). A High

Places, uma das maiores operadoras de esportes de aventura da

gráfico que detalha e aponta as faixas etárias e sua participação em programas de

turismo de aventura, com destaque para as atividades leves, nas quais o

acampamento detém o maior índice de procura.

: Dados demográficos etários dos clientes da High Places de 1996 a 1999.

Fonte: SWARTBROOKE... (et al.), 2003, p. 61.

20

turistas de aventura.

turistas.

Fonte: SWARTBROOKE... (et al.), 2003, p. 59.

Ao contrário do que pareça, a atitude e o estilo de vida são apontados como fator

determinante para a prática de esportes de aventura, bem mais do que a idade.

fisicamente ativo pode se colocar em um rafting,

em mais tranqüila para um destino

comum a famílias como o camping (SWARTBROOKE... (et al.), 2003). A High

Places, uma das maiores operadoras de esportes de aventura da Inglaterra tem um

gráfico que detalha e aponta as faixas etárias e sua participação em programas de

turismo de aventura, com destaque para as atividades leves, nas quais o

os dos clientes da High Places de 1996 a 1999.

Fonte: SWARTBROOKE... (et al.), 2003, p. 61.

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21

3.4.3 Comportamento do turista de aventura

O campista enquanto turista de aventura, além da necessidade do contato com a

natureza, têm outros poucos pontos em comum. Quanto às características de

personalidade é considerado de um grupo bastante heterogêneo em relação a

gostos e competências (SWARTBROOKE... (et al.), 2003).

Os aventureiros leves são motivados pela autodescoberta, a necessidade

de escapar da rotina da vida urbana e experimentar novos ambientes, o

prazer potencial, a novidade e a oportunidade de se socializar em um

ambiente controlado. De certa forma, podemos traçar paralelos entre o

aventureiro leve e o turista de massa, ficando a maior diferença por conta

do grau de participação em atividades de aventura: o primeiro grupo tem

participação esporádica ao passo que o segundo jamais participa.

[...].SWARTBROOKE... (et al.), 2003, p. 64)

O camping pode ser dividido em 3 tipos básicos de prática: organizado, selvagem e

bivaque (PIVARI, 2008).

O camping organizado é aquele no qual há a disposição do campista uma infra-

estrutura que lhe permite maior conforto, como banheiros, energia elétrica,

churrasqueiras, vigilância, entre outros. Já no camping selvagem, ao contrário do

organizado, não há nenhuma estrutura para sua prática, obrigando o campista a

improvisar tudo o que necessita e ainda o deixando com o compromisso de não

causar nenhuma alteração no local escolhido. Existem poucas áreas onde esta

modalidade de camping pode ser praticada. Em geral, parques públicos não

permitem o camping, restando como alternativas áreas particulares. Por sua vez o

bivaque é uma prática ainda mais ousada que o campismo selvagem. Aqui, o

praticante não carrega barraca, apenas um saco de dormir como abrigo. Há a

intenção de menor intervenção possível no ambiente visitado. Neste caso, o saco de

dormir utilizado é diferenciado e conta com impermeabilização no fundo, e acima

com um material que permita ao corpo transpirar, além do isolante térmico que

permite uso até mesmo em temperaturas negativas (PIVARI, 2008).

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3.5 Necessidades do campista

Quando deixa sua casa, mesmo deixando de lado o conforto do lar, o campista tem

necessidades que não podem ser deixadas de lado como alimentação, sono e

necessidades orgânicas. E para assegurá-las a indústria de acessórios tem as mais

diversas linhas de produtos no intuito de assegurar o mínimo conforto.

É através da alimentação que obtém-se o “combustível” que mantém o organismo

ativo e pronto para as tarefas. Para o campista que viaja sem o apoio de um veículo

e se desloca por lugares selvagens, existe a necessidade de uma minuciosa

projeção com o número de refeições e os respectivos alimentos. Nestes casos há a

preferência por alimentos prontos e pré-cozidos, além de frutas (Guia de Produtos

Trilhas e Rumos, 2008).

No caso de haver o apoio de um veículo, a preocupação também existe, porém há a

possibilidade de carregar mais peso e contar com melhor estrutura para preparação

destes alimentos. Para alimentar-se, o campista se utiliza de vários acessórios como

caixa térmica, fogareiro, frigobar, entre outros.

Figura 05: Caixa térmica, fogareiro e frigobar para camping.

Fonte: Arquivo pessoal.

Estes acessórios envolvidos com a alimentação no camping, estão relacionados a

conservação, armazenagem, transporte e preparação.

As caixas térmicas são comuns entre os praticantes de campismo estruturado,

servindo para simples transporte de alimentos e bebidas, até a conservação em

baixas temperaturas com o auxílio de gelo.

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O fogareiro é o fogão do campista. É um dos acessórios de camping que possui a

maior variedade de modelos e tamanhos. Sua alimentação pode ser o tradicional

gás butano, até outros combustíveis como álcool e querosene.

O frigobar oferece a possibilidade de se refrigerar bebidas e alimentos sem o auxilio

do gelo e até mesmo aquecê-los. O equipamento necessita de energia elétrica para

sua alimentação, que pode ser de um veículo ou da rede doméstica.

3.6 Análise do mercado

Para uma melhor compreensão do mercado que envolve a comercialização das

caixas térmicas no Brasil, foi realizada uma pesquisa em sites de vários fabricantes

do produto. São eles: Alladin, Coleman, Rubermaid e Invicta.

A Alladin é uma empresa brasileira tradicional que fabrica vários produtos que

envolvem conservação de temperatura. A marca trabalha com modelos bastante

simples, sem divisórias internas e sem funções adicionais.

A Coleman é uma empresa fundada nos Estados Unidos da América há mais de 100

anos e que possui hoje umas das mais completas linhas de produtos para

campistas. Há alguns anos encerrou as atividades de sua subsidiária brasileira,

sendo que os produtos que hoje estão no mercado nacional são trazidos ao país por

importadoras, portanto, sem garantia nem assistência técnica autorizada.

A Rubbermaid também é uma empresa norte americana, porém, além da grande

linha para camping, produz uma linha de produtos para a casa. A marca opera no

Brasil através da Nautika, que é uma empresa nacional e traz as caixas da

Rubbermaid, pelas quais é responsável pelo suporte em todo o país.

A Invicta é uma empresa nacional que fabrica caixas térmicas, mas tem como

principal produto sua linha de garrafas térmicas. Tem no mercado uma nova linha de

caixas térmicas onde explora um referencial estético mais moderno.

A figura 6 apresenta exemplos de produtos das marcas pesquisadas.

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Figura 06: Caixa térmica, fogareiro e frigobar para camping.

Fonte: Arquivo pessoal.

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4. PESQUISA DE CAMPO

Além de uma visão acerca do tema, os hábitos dos praticantes foram explorados

através de uma pesquisa de marketing estruturada em várias ferramentas e que

envolveu mais de 130 pessoas, o que leva ao final, quando é possível, com as

informações recolhidas, que se aponte a refrigeração e conservação de alimentos e

bebidas como problema de projeto, para posterior desenvolvimento.

O tema camping foi restrito primeiramente nas questões que envolvem o sono e a

alimentação através de uma pesquisa exploratória. Em uma pesquisa de mercado

observou-se uma quantidade muito menor de produtos direcionados a conservação

de alimentos e bebidas, numa relação média de 5 produtos relacionados ao sono

para cada 1 ligado a alimentos.

Em seguida, uma entrevista com uma nutricionista apontou necessidades diferentes

de temperatura para cada alimento, além dos riscos de contaminação por

microorganismos em função da água resultante do gelo derretido.

Em uma pesquisa realizada com 102 campistas de todo o Brasil via internet, foi

apontada uma maioria de campistas jovens, sendo que 33% dos pesquisados tem

entre 14 e 21 anos, além de outros 54% entre 22 e 31 anos.

Outra questão interessante trata do número de vezes ao ano que as pessoas

acampam. Apesar da grande maioria praticar apenas uma vez ao ano (46%), um

número significativo dos pesquisados (22%) disse que acampa mais de 3 vezes ao

ano, demonstrando a fidelidade do público a atividade. Além da fidelidade, os 75%

dos pesquisados que acampam com amigos mostram um público jovem, que ainda

não constituiu família e que busca no campismo mais diversão do que lazer. E, uma

das principais características dos acampamentos protagonizados por pessoas

jovens é a grande preocupação com o resfriamento de bebidas, fato este observado

pelo próprio pesquisador, e que acontece principalmente em caixas térmicas, o que

também foi comprovado pela pesquisa.

Quando a questão reflete os hábitos de consumo do campista, a pesquisa mostra

uma forte tendência da busca pelas lojas virtuais e a comodidade das grandes lojas,

além de não haver um apego a marcas, tanto que menos de 10% dos entrevistados

souberam dizer a marca do produto que possuem em casa.

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5. CONCEITUAÇÃO

De posse dos dados das pesquisas bibliográfica, de campo e marketing, o aluno

realizou a conceituação do projeto.

5.1 Análise das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (FFOA)

Esta ferramenta possibilita uma análise geral do produto em questão, no caso uma

caixa térmica, analisando quatro fatores: forças, fraquezas, oportunidades e

ameaças. Esta análise permite “aproveitar as oportunidades, usando as forças e

reforçando as fraquezas, sem se descuidar das ameaças, para evitar surpresas

desagradáveis” (BAXTER, 2003).

Forças - Público fiel - Item indispensável ao acampamento - Produto consagrado entre campistas

Fraquezas - Pouca funcionalidade - Baixa capacidade de conservação

Oportunidades - Criação - Pouca variedade no mercado - Preço é visto como questão de menor importância - Não existe marca sinônimo do produto - Produtos sem funções adicionais

Ameaças - Aparecimento de produtos importados com preço e qualidade baixa

De forma geral, as oportunidades se acumulam de forma evidente, principalmente

porque há pouca oferta de produtos do gênero no mercado, além de não haver uma

marca sinônimo do artigo, como ocorre em outras áreas, como de lâminas de

barbear.

E a principal ameaça é comum a muitos outros produtos, os artigos importados que

chegam ao país com baixa qualidade, tendo como principal atrativo o preço baixo.

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5.2 Painéis Semânticos

Os painéis semânticos visam demonstrar através de imagens, o universo do

produto. São imagens que simbolizam os conceitos que devem estar presentes no

produto final. Ao todo foram desenvolvidos quatro painéis que apresentam conceito

do produto, o público-alvo, outro com o estilo de vida, além do tema visual da caixa

térmica.

5.2.1 Conceito

No painel de conceito foram expostas algumas idéias básicas a respeito do produto

final.

Figura 07: Painel de conceito.

Fonte: Arquivo pessoal.

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Através da pesquisa foi possível apurar alguns desejos dos usuários, que

demonstram a vontade de encontrar no produto, facilidade na mobilidade,

simplicidade, segurança e de boa cognição.

5.2.2 Público-alvo

O painel que traz o público-alvo busca demonstrar através das imagens pessoas

que seriam potenciais compradoras do produto.

Figura 08: Painel de público-alvo.

Fonte: Arquivo pessoal.

O alvo principal em termos de público fica disposto nas camadas mais jovens da

população até a meia-idade, onde o desejo de diversão se divide com o de lazer.

Grupos de amigos, homens e mulheres, que nas horas vagas deixam grandes

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centros urbanos e buscam o contato com a natureza, também são lembrados no

painel.

5.2.3 Estilo de vida

Já no painel que representa um pouco do estilo de vida dos usuários, há uma

exposição de algumas características comuns ao público alvo.

Figura 09: Painel de estilo de vida.

Fonte: Arquivo pessoal.

O desejo do contato com ambiente rural e a natureza são fatores predominantes no

estilo de vida do público que é alvo deste produto. Seja no contato direto de uma

atividade mais radical até o simples convívio entre familiares ou amigos durante o

campismo.

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5.2.4 Tema visual

O painel que faz referência ao tema visual do produto busca apresentar algumas

características estéticas que devem estar presentes ao produto final.

Figura 10: Painel de tema visual.

Fonte: Arquivo pessoal.

A busca de um produto esteticamente envolvido no tema do trabalho, porém com

seu foco na funcionalidade, dispensando elementos meramente decorativos remete

as premissas da escola de arte Bauhaus, fundada na Alemanha em 1919 (TAMBINI,

1999). Le Corbusier também é citado com sua famosa chaise, uma das precursoras

na combinação de estética e ergonomia. A cadeira de plástico remete as inúmeras

aplicações do plástico e suas formas, que deve ser elemento predominante nos

materiais empregados na caixa térmica.

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5.3 Briefing

A palavra briefing é definida como uma “instrução resumida, geralmente antes de

alguma ação, que visa a preparar uma pessoa ou grupo para um determinado modo

de agir” (MICHAELIS, 1998). Assim, o briefing possibilita que antes de partir para o

projeto do produto propriamente dito, o designer monte uma espécie de mapa de

ação, onde pode encontrar os requisitos básicos que deverão estar presentes ao

produto final.

1 – Qual será sua principal função de uso?

A principal função será a conservação da temperatura dentro da caixa térmica, seja

ela quente ou fria, seguida de boa cognição, visando a organização de alimentos e

bebidas.

2 – Quais serão as possíveis funções secundárias deste produto?

Na pesquisa de marketing muitos entrevistados apontaram de forma espontânea a

utilização da caixa térmica como um banco, função secundária que deverá ser

incorporada formalmente a estrutura do produto.

3 – Quais são as características de usabilidade que ele deve ter?

Facilidade de transporte e de limpeza, além de facilidade na utilização da caixa.

4 – De acordo com o ambiente e o usuário do produto, quais serão as possíveis

características de sua composição (características dos materiais)?

Materiais de fácil limpeza, resistentes, leves e que possibilitem a aplicação das mais

diversas cores.

5 – De acordo com o estado do design, quais são os referenciais estéticos que o

produto deverá ter?

O produto terá referenciais que o liguem ao movimento iniciado pela escola

Bauhaus, tendo um cuidado estético, porém sem adornos desnecessários e

priorizando a funcionalidade.

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6- De acordo com a análise do Estado do Design, quais são as CARACTERÍSTICAS

POSITIVAS, que poderiam ser APROVEITADAS no produto. (Ex: funcionais,

ergonômicas, técnicas, econômicas, entre outras)?

Características de transporte através de alças e/ou rodas e materiais de

revestimento externo.

7- De acordo com a análise do Estado do Design, quais são as CARACTERÍSTICAS

NEGATIVAS, que poderiam se EVITADAS no produto. (Ex: funcionais, ergonômicas,

técnicas, econômicas, entre outras)?

Fragilidade apresentada pelas tampas, dificuldade no acondicionamento de

alimentos e bebidas, além da ausência de adequação ergonômica na grande maioria

dos produtos comercializados.

8- O produto sofrerá alguma influência ambiental, cultural, religiosa, geográfica,

entre outras?

A caixa térmica receberá influências ambientais por se tratar de um produto que

eventualmente fica exposto a intempéries e culturais no momento em que deve

manter uma relação estética com o estilo de vida de seus potenciais usuários.

9- Qual o perfil do consumidor do produto?

Essencialmente homens, com uma faixa etária que varia dos 18 aos 40 anos e que

apreciam o contato com a natureza e o acampamento entre amigos ou familiares. O

estilo de vida varia desde campistas “profissionais” até executivos.

10- Quais são os hábitos e atitudes dos consumidores em relação ao produto

(porque compram, quando compram e como compram)?

É um produto que é adquirido com a intenção de proporcionar tranqüilidade ao

campista no que diz respeito a conservação de alimentos e bebidas.

Compram no momento em que participam de um camping estruturado, com amigos

e/ou familiares e necessitam de local para acondicionamento adequado de alimentos

e bebidas.

Atualmente, os campistas estão migrando a compra deste produto para grandes

lojas de departamentos, mas ainda assim a pesquisa de marketing apontou uma

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divisão quase igual de pontos preferenciais de compra com as lojas especializadas

em artigos de camping.

11- Quais são os benefícios que o consumidor espera deste produto?

Os usuários buscam essencialmente uma forma de organizar alimentos e bebidas e

conservá-los pelo maior tempo possível.

5.4 Problemática

Ao final da pesquisa o aluno resumiu as necessidades resultantes em apenas uma

pergunta:

Durante o campismo, como conservar a temperatura de alimentos e bebidas de

forma eficiente em um recipiente resistente ao transporte constante, de fácil

manuseio, com boa mobilidade e multifuncional?

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6. TÉCNICAS DE CRIATIVIDADE

Definidos problema de projeto e conceitos necessários ao produto, as técnicas de

criatividade auxiliam na expressão das soluções apresentadas.

6.1 Ferramentas de projeto

O processo de geração de idéias foi baseado principalmente no Brainstorming

(OSBORN, 1996).

O brainstorming ou sessão de “agitação” de idéias é realizado em grupo

(...).

(...) O líder deve explicar qual é o problema. Por exemplo, ele poderá dizer:

Vamos procurar idéias para melhorar o abridor de garrafas. Também pode

lançar desafios ao grupo fazendo perguntas. (BAXTER, 1998, p. 66).

Como o trabalho foi individual, houve a necessidade de mudanças na ferramenta.

Com a problemática bem definida e o integrante ciente das necessidades que

envolvem o objeto a ser criado, gerou alternativas que trouxeram variadas opções

em torno da funcionalidade e estética possíveis a uma caixa térmica.

6.2 Geração de alternativas

Após a conclusão da pesquisa, interpretação e identificação da problemática

resultante, partiu-se para a geração de alternativas. Assim, foram apresentadas 15

alternativas de solução à problemática apresentada, dispostas na figura 12. O

processo de escolha ocorreu através de votação, onde foram escolhidas 5

alternativas principais que foram votadas de acordo com critérios pré-estabelecidos,

como inovação, estética, funcionalidade e complexidade.

Uma forma simples e democrática de selecionar as melhores idéias é pela

votação.

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(...) Essa votação também poderia ser feita em duas etapas. A primeira

seria para selecionar as 5 ou 10 melhores idéias, descartando-se as

demais. A segunda etapa serve para ordenar essas idéias e escolher uma

ou duas delas para serem desenvolvidas.

(...) Além do mais, alguns aspectos das idéias mais fracas podem ser

aproveitados para melhorar a idéia mais forte. Pode acontecer também que

algumas idéias descartadas durante o processo sejam recuperadas mais

tarde, quando aquela selecionada para o desenvolvimento, mostrar-se

inadequada durante esse desenvolvimento. (BAXTER, 1998, p. 82)

Figura 11 – Modelo de tabela de votação utilizada no processo individual.

Fonte: Arquivo pessoal.

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Figura 12: As 15 alternativas principais.

Fonte: Arquivo pessoal.

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Aplicado o processo de escolha por votação, a alternativa 15 foi a escolhida para

desenvolvimento.

6.3 Modelo volumétrico

Após definida a melhor solução de projeto à problemática apresentada, foi

necessária a construção de um modelo volumétrico para que se avaliasse de forma

mais fiel aspectos dimensionais, ergonômicos e estéticos do produto. Neste caso, o

modelo foi construído em escala 1:1, utilizando-se em toda a sua estrutura de

poliestireno expandido (EPS).

Figura 13: Modelo volumétrico.

Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 14: Modelo volumétrico.

Fonte: Arquivo Pessoal

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Realizados testes de mobilidade e ergonomia, apurou-se a necessidade de uma

redução total das dimensões do produto, principalmente em função da

impossibilidade de acomodação em porta malas de carros médios e do grande peso

que teria ao ter sua capacidade preenchida.

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7. PROJETO

Utilizando-se de softwares de modelagem 3d, é possível registrar o produto final,

isolado e em utilização durante a atividade de campismo.

Figura 15: Produto final.

Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 16: Produto final.

Fonte: Arquivo Pessoal

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Figura 17: Modelo e detalhamentos.

Fonte: Arquivo Pessoal

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Figura 18: Caixa aberta com detalhamento interno.

Fonte: Arquivo Pessoal

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Figura 19: Ambientação 1.

Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 20: Ambientação 2.

Fonte: Arquivo Pessoal

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8. MEMORIAL DESCRITIVO

O Memorial Descritivo detalha todas as características apresentadas pelo produto,

sejam elas estéticas, ergonômicas, de fabricação e materiais, até sua

funcionalidade.

8.1 Função estético formal

A função estética segue os preceitos identificados durante a pesquisa, buscando

referências na escola alemã Bauhaus, que teve como uma de suas principais

premissas o abandono de formas meramente decorativas, focando principalmente

na funcionalidade. Assim, todas as formas percebidas no objeto tem função definida,

o que resulta em um produto de linhas totalmente limpas e elegantes.

Gomes Filho (2000), afirma que a forma pode ser definida como a figura ou imagem

visível do conteúdo. A forma nos informa sobre a natureza da aparência externa do

objeto. Tudo que se vê possui forma. Para se perceber uma forma, é necessário que

existam variações, ou seja, diferenças no campo visual.

Figura 21: A caixa tem como base da forma uma figura geométrica.

Fonte: Arquivo Pessoal

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Partindo da classificação das formas de Dieter Mankau, em seus estudos sobre

estética formal (BURDEK, 2006), pode-se afirmar que o objeto tem uma

configuração contínua. Partindo de um cubo, a caixa térmica tem como forma

principal um corpo geométrico que por motivo de pregnância cognitivo-cultural é uma

forma bastante estável e que mesmo com significativas alterações, como ocorre nas

linhas orgânicas da tampa e com a inserção das rodas, pode permanecer

visualmente inalterada em nossa concepção mental.

8.1.1 Cores

As cores são fator de fundamental importância no processo de comunicação entre o

produto e o consumidor, porém, a percepção e apreciação das cores estão sujeitas

as mais inúmeras variáveis, não havendo regras rígidas para sua utilização

(BARROS, 2006).

A caixa térmica tem um tom de cinza aplicado em sua base, complementado por um

tom creme na tampa. O uso do cinza tem relação ao público tido como alvo.

Sabendo que é um público urbano com ligações amadoras com o campismo, o cinza

é um tom familiar já que é visto diariamente em aparelhos eletrônicos e de

informática. Outro fator buscado com a combinação entre o creme e o cinza é a

discrição e elegância do produto, que é complementada com a aparência metálica

da alça principal, que faz uma relação com a durabilidade dos metais, o que confere

uma sensação de durabilidade ao objeto. Este ajuste acaba por atingir também,

consumidores mais conservadores.

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Figura 22: Configuração das cores.

Fonte: Arquivo Pessoal

Na figura, a configuração das cores empregadas na estrutura da caixa térmica, além

do acabamento empregado na alça móvel.

8.2 Função simbólica

Diversas são as maneiras que o designer pode utilizar para que seu produto

comunique-se com o consumidor em potencial. De uma forma geral, utiliza-se de

cores e formas, para que através de uma convenção estabelecida, o produto tenha

significado intercultural (BÜRDEK, 2006).

Para que o produto desperte interesse no consumidor, há vários fatores

intervenientes no processo de comunicação e que estabelecem uma estratégia

persuasiva. Dentre eles, foi utilizado na caixa térmica Extend o processo de

repertório.

“Memória, referências, experiência de vida, conhecimento compõem o

repertório. É a partir deste repositório que a relação comunicativa se

estabelece. Só tem significado o que pode se relacionar com algo já

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conhecido. Para que se efetive um processo de comunicação, é necessário

que a mensagem tenha referências ao repertório que o interpretador partilha

com o gerador”. (BÜRDEK, 2006, p. 306)

Se o produto apresenta a inovação de uma tampa que serve como banco, por outro

lado, a base da estrutura mantém as linhas tradicionais de uma caixa térmica,

permitindo este processo de comunicação entre produto e consumidor, quando

permite o seu reconhecimento funcional (NIEMEYER, 2003).

O simbolismo de um tom de branco na tampa tem a função de distingui-la da base,

havendo um negativo na estrutura que indica o local de abertura. Em seu interior, o

branco com seu simbolismo de pureza e higiene é total.

8.3 Função Ergonômica

Aqui são avaliados os aspectos ergonômicos que envolvem a caixa térmica Extend.

A associação nacional inglesa de ergonomia, a Ergonomics Society, define a

ergonomia como o “estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho,

equipamento, ambiente e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de

anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas que surgem desse

relacionamento”.

Serão abordados na análise ergonômica aspectos referentes a usabilidade,

adequação antropométrica, adequação biomecânica, adequação fisiológica,

ambiental e adequação cognitiva.

8.3.1 Usabilidade

A caixa térmica Extend, apresenta soluções diferenciadas para a necessidade de

conservação de alimentos durante o campismo ou outras atividades que requeiram

também preservar a temperatura.

Primando por uma forma simples e de fácil compreensão, a caixa oferece como um

dos diferenciais a possibilidade do usuário assentar-se sobre a caixa, tendo para

isso a tampa projetada em um formato côncavo e que fornece conforto, sem o risco

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de quebra, fato comum a grande maioria das caixas e evento apontado por usuários

ainda na etapa de pesquisa. A tampa ainda mantém a característica comum a

muitas caixas de oferecer a possibilidade de acomodação de copos em sua tampa,

além de um espaço de dimensão maior que possibilita a colocação de uma

embalagem PET de refrigerante de 2 litros.

Em seu interior fica outro grande diferencial que é a possibilidade de isolar espaços.

Ao contrário da grande maioria dos produtos no mercado, a caixa Extend possui

duas embalagens que podem ter seu interior completo com água e após

congeladas, se encaixam no interior da caixa, proporcionando 3 espaços

segregados e sem troca de líquidos. Esta divisão possibilita que na mesma caixa o

usuário tenha de um lado bebidas cobertas com gelo, de outro carnes congeladas e

ainda alimentos secos em um terceiro espaço, tudo isto sem que haja contato da

água do degelo de um com outro, fator comum de contaminação alimentar. E, no

momento em que o gelo das embalagens divisórias retorna ao seu estado líquido, o

usuário ainda pode utilizá-la para beber.

Quando o foco é mobilidade, a caixa apresenta duas formas de transporte: pegas

laterais e a alça móvel. As pegas laterais servem para que o usuário consiga retirar

a caixa do chão, colocando-a no porta-malas do carro, por exemplo. Já a alça lateral

possibilita o transporte com o auxílio das rodas, de forma simples.

Para o uso da caixa, não há necessidade de um conhecimento prévio, sendo suas

funções de fácil leitura, porém acompanha o produto um manual de usuário com

detalhes sobre a limpeza e conservação correta.

8.3.2 Adequações Antropométricas

A antropometria trata das dimensões do corpo humano e no caso específico da

caixa Extend, foram utilizados princípios de antropometria estática e dinâmica. A

primeira trata do corpo parado e a segunda mede o alcance dos movimentos (IIDA,

2005). O produto foi projetado levando em conta sua utilização por 90% da

população, já que considerou para o projeto desde o percentil 5% feminino (1,54m),

até o 95% masculino (1,84m).

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A caixa Extend possibilita que, mesmo com um peso acima do confortável para

transporte por apenas uma pessoa, através de uma alça móvel e rodas, o usuário

possa mover a caixa com liberdade.

Figura 23: Simulação de mobilidade, em escala.

Fonte: Arquivo Pessoal

Na figura, a simulação eletrônica comprova a possibilidade de movimentação com

segurança pelos dois percentis extremos.

Outro ponto que envolve a antropometria é o encaixe da mão nas pegas que estão

negativadas na estrutura, lateralmente.

Figura 24: Encaixe da mão na pega lateral.

Fonte: Arquivo Pessoal

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O encaixe da mão se dá sem maiores problemas, sendo a abertura até maior que o

necessário, por uma questão estética.

Um dos diferenciais empregados na caixa é a possibilidade do usuário assentar-se

sobre a tampa.

Figura 25: Simulação de assento.

Fonte: Arquivo Pessoal

Na figura é possível observar com os bonecos a posição de assento. No percentil

95% a posição é perfeita, porém no percentil feminino 5% há a necessidade de

flexão dos pés para que toque o chão, resultado de uma diferença de 6cm. Porém,

por se tratar de um assento improvisado e que não será utilizado em longos

períodos, não há reflexo negativo no corpo (IIDA, 2005).

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8.3.3 Biomecânica

A biomecânica expõe as relações de força do usuário com o produto, além das

interações físicas. Toda a caixa foi projetada para evitar qualquer dano físico ao

usuário, tendo suas interações todas previstas.

Dentro da biomecânica podem ser apontad

grosseiro, sendo que o fino é aquele executado com a ponta dos dedos. O

movimento é transmitido essencialmente pelos dedos, enquanto a palma da mão e o

punho permanecem quase que imóveis. Já o manejo grosseiro é executado com o

centro da mão onde os dedos tem a função de prender o objeto que é movimentado

por punho e braço (IIDA, 2005)

Figura

A figura expressa alguns exemplos de manejo fino e grosseiro

vários pontos onde estes conceitos foram aplicados. Um dos exemplos fica na

tampa, que utiliza o manejo grosseiro em sua abertura, quando com a ajuda dos

dedos e da palma da mão é realizada uma carga que a abre.

biomecânica expõe as relações de força do usuário com o produto, além das

interações físicas. Toda a caixa foi projetada para evitar qualquer dano físico ao

usuário, tendo suas interações todas previstas.

Dentro da biomecânica podem ser apontadas duas espécies de manejo: o fino e o

grosseiro, sendo que o fino é aquele executado com a ponta dos dedos. O

movimento é transmitido essencialmente pelos dedos, enquanto a palma da mão e o

punho permanecem quase que imóveis. Já o manejo grosseiro é executado com o

entro da mão onde os dedos tem a função de prender o objeto que é movimentado

(IIDA, 2005).

Figura 26: Exemplos de manejo fino e grosseiro.

Fonte: Fonte: IIDA, 2005, p. 243.

A figura expressa alguns exemplos de manejo fino e grosseiro

vários pontos onde estes conceitos foram aplicados. Um dos exemplos fica na

tampa, que utiliza o manejo grosseiro em sua abertura, quando com a ajuda dos

dedos e da palma da mão é realizada uma carga que a abre.

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biomecânica expõe as relações de força do usuário com o produto, além das

interações físicas. Toda a caixa foi projetada para evitar qualquer dano físico ao

cies de manejo: o fino e o

grosseiro, sendo que o fino é aquele executado com a ponta dos dedos. O

movimento é transmitido essencialmente pelos dedos, enquanto a palma da mão e o

punho permanecem quase que imóveis. Já o manejo grosseiro é executado com o

entro da mão onde os dedos tem a função de prender o objeto que é movimentado

Exemplos de manejo fino e grosseiro.

A figura expressa alguns exemplos de manejo fino e grosseiro. A caixa apresenta

vários pontos onde estes conceitos foram aplicados. Um dos exemplos fica na

tampa, que utiliza o manejo grosseiro em sua abertura, quando com a ajuda dos

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Figura 27: Abertura da tampa.

Fonte: Arquivo Pessoal

A figura mostra o rebaixo na estrutura que indica o ponto exato para a realização da

carga – manejo grosseiro – que abre a tampa da caixa térmica.

Já no interior da caixa, há as duas modalidades de manejo, conforme a figura

demonstra.

Figura 28: Embalagens para isolamento de espaços.

Fonte: Arquivo Pessoal

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As embalagens que dividem os espaços da caixa apresentam o manejo grosseiro no

momento de utilizar a palma da mão para retirar o recipiente da caixa e o manejo

fino quando tem de fazer a abertura da tampa para retirada ou colocação de água.

Na frente da caixa estão a alça móvel e o dreno que possibilita a retirada da água

resultante do degelo.

Figura 29: Detalhe da alça móvel e da saída de água.

Fonte: Arquivo Pessoal

A alça móvel prende-se a estrutura através de um pequeno calço. Para que possa

movimentá-la, encaixam-se os dedos através do negativo da estrutura e com a

palma da mão basta aplicar uma força que a libertará do calço (manejo grosseiro),

possibilitando seu movimento. A alça utiliza um perfil de alumínio de tamanho pré-

determinado e que no ponto de pega teve seus cantos aparados deixando-o com um

formato cilíndrico e diâmetro de 1,91cm. A pega cilíndrica que forneceria mais

conforto teria 3,2cm de diâmetro, porém a diferença de 1cm não compromete a

segurança do usuário (IIDA, 2005). Pegas geométricas, como a utilizada neste caso,

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permitem grande flexibilidade antropométrica. A saída de água – em branco – exige

um manejo fino para sua abertura.

8.3.4 Adequação fisiológica e ambiental

A adequação fisiológica trata de conceitos que devem ser adaptados ao usuário

como temperatura, ruído, vibração, iluminação, entre outros. Porém, a caixa térmica

Extend não apresenta mecanismos ou peças relacionadas e nem exige esforços que

justifiquem mecanismos de prevenção de danos ao corpo humano.

Os materiais selecionados para a aplicação no produto levaram em conta os fatores

ambientais, possibilitando que o produto seja exposto a intempéries climáticas e

variações de temperatura sem que perca suas características. O polietileno de alto

impacto (PEMD) estrutura a base do produto e as partes metálicas são de alumínio,

o que o torna passível de utilização em ambientes litorâneos, sem que haja risco de

corrosão.

8.3.5 Adequação cognitiva

As adequações cognitivas envolvem processos mentais na execução de uma tarefa

ou na utilização de um produto, como a percepção, memória, raciocínio e resposta

motora, entre outros. A caixa térmica Extend apresenta uma linguagem simples que

não exige grandes experiências para seu uso. A utilização do produto está explicita

em detalhes da forma.

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Figura 30: Funcionalidades são identificadas por meio da forma.

Fonte: Arquivo Pessoal

A figura ilustra todas as funcionalidades da caixa que ficam evidenciadas através

das suas linhas da forma e que possibilitam uma leitura facilitada, sendo facilmente

reconhecidas.

8.3.6 Manual de instruções

Não havendo processos complexos de utilização que exijam detalhamento, no

interior da caixa haverá um manual de instruções com dicas de utilização e limpeza,

além de algumas recomendações.

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Manual de instruções

Características

Este produto é isolado termicamente por espuma de PU (poliuretano) entre as

paredes e é ideal para conservar gelados bebidas e alimentos.

Dicas de Limpeza

Tanto para limpeza externa ou interna, utilize apenas pano ou esponja de espuma

macia com água e detergente doméstico neutro.

Dicas

» Gele previamente os alimentos e bebidas. Esta iniciativa aumenta

consideravelmente o tempo de conservação da temperatura.

» O uso de gelo junto aos produtos auxilia na conservação da temperatura.

» Utilize as embalagens divisórias de espaço, separando bebidas e alimentos secos,

evitando o contato de alimentos com a água do degelo.

Recomendações Importantes

» Encha o produto o máximo que puder, evitando espaços vazios.

» Em uso, mantenha seu produto fechado. Abra-o somente para servir.

» Fora de uso, guarde seu produto aberto, para evitar odores residuais.

» Evite exposição prolongada ao sol.

» Não mergulhe o produto na água, pois pode danificar a espuma isolante e

prejudicar a performance do produto.

8.4 Sistema Construtivo

Quase todo o sistema construtivo envolve polímeros que são a base das formas e

estrutura da caixa térmica Extend. Na vista explodida é possível visualizar todas as

peças que compõe o produto. Para os detalhes de construção e desenho técnico,

vide Anexo 1.

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Figura 31: Vista explodida.

Fonte: Arquivo Pessoal

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No total, são 14 peças diferentes que compõe a caixa e que estão detalhadas

abaixo, onde estão indicados os materiais escolhidos e respectivo processo de

fabricação. Todos os materiais mencionados tem suas folhas de dados técnicos

junto ao Apêndice.

8.4.1 Tampa da caixa

A tampa da caixa oferece a opção do usuário sentar-se sobre ela. Assim houve a

necessidade de utilização de um polímero resistente.

Figura 32: Tampa da caixa.

Fonte: Arquivo Pessoal

Partindo deste princípio de resistência, optou-se pela Poliamida 6.6, fornecida pela

Rhodia (Technyl Star AFX) e que possibilita a pigmentação desejada. O processo de

produção utilizado é a injeção.

8.4.2 Corpo da caixa e interior

O corpo da caixa é composto por dois materiais. Externamente é utilizado o

polietileno de alta densidade H502, fornecido pela Braskem, e que fornece boa

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resistência a impactos e intempéries e é indicado para produtos com paredes finas

produzidos por injeção. Internamente a opção foi pelo polipropileno H502, também

da Braskem, com elevada rigidez e resistência a variações de temperatura, moldado

por termoformagem.

Figura 33: Corpo da caixa.

Fonte: Arquivo Pessoal

Já a união entre as duas partes acontece pela adição de poliuretano expandido

fornecido pela Basf, no caso o Elastopor H, que além de ótimo desempenho isolante

tem grande capacidade de aderência.

8.4.3 Dobradiças

Para a articulação da tampa, são utilizadas dobradiças de poliamida reforçada com

fibra de vidro e com pino central e parafusos em aço inox.

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Figura 34: Dobradiça da tampa.

Fonte: Bakelitsul.

O modelo 1705, fornecido pela Bakelitsul, tem travamento no ângulo de 120º e após

aberta suporta até 25 kg de peso contrário.

8.4.4 Alça móvel

Buscando um material resistente, passível de calandragem e usinagem, o alumínio

foi escolhido para utilização na alça móvel.

Figura 35: Alça móvel.

Fonte: Arquivo Pessoal

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Para a fabricação da alça será utilizado um perfil de alumínio maciço que passa por

um processo de calandragem para que se dê a forma, além de usinagem no centro

para formação da área de pega.

8.4.5 Drenos

Os drenos que possibilitam a retirada de líquidos do interior da caixa são injetadas

em polipropileno fornecido pela Braskem, o CP 202, que são unidos a caixa através

de solda de ultrasom.

Figura 36: Partes do dreno.

Fonte: Arquivo Pessoal

8.4.6 Revestimento da roda

O revestimento da roda utilizou de borracha natural que oferece boa resistência ao

deslocamento em terrenos acidentados, além de suavizar o deslocamento das

rodas.

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Figura 37: Revestimento da roda.

Fonte: Arquivo Pessoal

A forma é dada através da injeção e a fixação na base da roda através de soldagem

por ultrasom.

8.4.7 Estrutura da roda

A estrutura da roda é toda em polietileno de ultra alto peso molecular – PEUAPM

UTEC 6541, da Braskem - com grande resistência a abrasão e auto-lubrificante, o

que possibilita o seu deslizar no eixo sem que haja desgaste do material.

Figura 38: Estrutura da roda.

Fonte: Arquivo Pessoal

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8.4.8 Sistema do eixo

O sistema do eixo é todo em alumínio, sendo que as peças são fabricadas sob

medida para esta aplicação, à exceção dos parafusos que são fornecidos pela Ciser.

Figura 39: Sistema do eixo.

Fonte: Arquivo Pessoal

8.4.9 Embalagem divisória

A embalagem utilizada para realizar a divisão do espaço interno da caixa é

produzida com polipropileno H603, fornecido pela Braskem, pelo processo de sopro.

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Figura 40: Embalagem divisória.

Fonte: Arquivo Pessoal

O H603 tem boa resistência, além de não transferir sabor, sendo este, fator de vital

importância já que a água utilizada em seu interior deve ser passível de consumo

após o degelo. Para a tampa, o material escolhido é o polipropileno CP241 que

possui bom nível de rigidez para suportar as variações de temperatura.

8.5 Materiais e processos

A caixa térmica Extend além de ter materiais determinados de acordo com cada

aplicação para que se tenha o melhor desempenho dentro de suas necessidades,

também tem quase todos os seus componentes recicláveis. Apenas as dobradiças

de baquelite e o revestimento térmico, de poliuretano expandido, não oferecem a

possibilidade de reutilização.

Todos os materiais e processos de fabricação estão dispostos abaixo e tem como

base de conhecimento o site do Laboratório de Design e Seleção de Materiais da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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8.5.1 Termoplásticos

São polímeros que amolecem e fundem quando aquecidos e endurecem quando

resfriados. Devido a esse comportamento, essas resinas podem ser moldadas por

injeção, por extrusão ou por outras técnicas, facilitando que o resíduo da produção

seja reutilizado. Na fabricação da caixa térmica Extend, foram utilizados

polipropileno, polietileno, poliamida e poliuretano. Abaixo estão listadas as peças da

caixa de acordo com o material e seu equivalente comercial com as características

básicas. As folhas de dados técnicos com todos os detalhes do produto estão junto

ao apêndice.

8.5.1.1 Polipropileno

Material: PP H 502C (Braskem)

Utilizado em: Interior da caixa

O H 502HC é um homopolímero de baixo índice de fluidez especialmente

desenhado para aplicações que necessitam elevadíssima rigidez e tenacidade com

boa processabilidade. Este produto é passível de utilização junto a produtos que

entrem em contato com alimentos e é de fácil limpeza.

Material: PP CP 241 (Braskem)

Utilizado em: Tampa da embalagem divisória

O CP 241 é um copolímero, de alto índice de fluidez para uso geral. Indicado para

injeção de peças com boa resistência. Esta resina apresenta excelente

processabilidade e produtividade com bom balanço rigidez/impacto e é indicada para

fabricação de tampas com rosca.

Material: PP H 603 (Braskem)

Utilizado em: Corpo da embalagem divisória

O H 603 é uma resina de polipropileno de baixo índice de fluidez, aditivada para uso

geral e para moldagem por sopro. O H 603 apresenta boa processabilidade e

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resistência do fundido, ótimo balanço de rigidez/impacto e baixa transferência de

sabor e odor.

7.5.1.2 Polietileno

Material: PEAD IE59U3 (Braskem)

Utilizado em: Corpo da caixa (externo)

A resina IE59U3 é um Polietileno de Alta Densidade, homopolímero, para moldagem

por injeção. Confere ao produto elevada resistência ao impacto e boa rigidez,

associadas à boa processabilidade. Contém aditivo antioxidante e estabilizante à

luz. Indicada para peças de grandes dimensões, que requeiram alta resistência

mecânica e estejam expostas às intempéries.

Material: PEUAPM UTEC 6541 (Braskem)

Utilizado em: Estrutura da roda

UTEC6541 é um Polietileno de Ultra Alto Peso Molecular. Seu elevado peso

molecular resulta em propriedades únicas a este polímero como altíssima resistência

à abrasão e ao impacto, e baixo coeficiente de fricção, o que o torna um material

auto-lubrificante.

8.5.1.3 Poliamida

Material: Technyl Star™ AFX (Rhodia)

Utilizado em: Tampa da caixa

O Technyl Star™ AFX apresenta um desempenho igual aos plásticos especiais de

engenharia mesmo em temperaturas elevadas. Excelente acabamento de superfície,

mesmo com preenchimento de 60% de fibra de vidro preenchida e com a

capacidade de corresponder às propriedades mecânicas dos metais com outros

benefícios, como a redução de peso, o que possibilita a resistência da tampa a

ponto de suportar uma pessoa sobre ela.

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8.5.1.4 Poliuretano

Material: Elastopor H (Basf)

Utilizado em: Isolamento térmico e união do corpo da caixa

O isolante Elastopor® H, apresenta níveis de condutividade térmica baixíssimos

quando comparado a isolantes convencionais. Possui ótimas propriedades

mecânicas e de aderência, e tem múltiplas utilidades. Sua capacidade isolante não

se perde, mesmo após longo tempo de uso.

8.5.1.5 Borracha natural

Somente o revestimento da roda é composto por borracha natural. A borracha

natural (NR) é obtida por coagulação do látex de árvores do gênero Hevea

brasiliensis (Seringueira). Os compostos de borracha natural tem propriedade que

possibilitam que tenha uma grande variedade de aplicações.

8.5.1.6 Alumínio

O alumínio foi utilizado em todo o sistema do eixo, além da alça móvel e tem a

leveza como uma de suas principais características. O aspecto externo do alumínio,

um bom acabamento apenas com sua aplicação pura. O metal permite uma ampla

gama de aplicações de tintas e outros acabamentos, mantendo sempre o aspecto.

O alumínio oferece uma excepcional resistência a agentes externos, intempéries,

raios ultravioleta, abrasão e riscos, proporcionando elevada durabilidade, inclusive

quando usado na orla marítima e em ambientes agressivos. Suas propriedades

mecânicas facilitam sua conformação e possibilitam a construção de formas

adequadas aos mais variados projetos. Uma das principais características do

alumínio é sua alta reciclabilidade. Mesmo depois de muitos anos de vida útil, o

alumínio pode ser reaproveitado.

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8.5.2 Processos

Processo: termoformagem

Onde foi utilizado: interior da caixa.

O processo de transformação plástica através da termoformagem consiste em

aquecer chapas de plástico e através de calor e sucção a peça desejada é formada

em alto e baixo relevo, em torno de um molde.

Processo: injeção

Onde foi utilizado: Tampa e área externa do corpo da caixa, tampa da embalagem

divisória interna, estrutura e revestimento das rodas.

Consiste em introduzir a composição polimérica em uma matriz através de um fuso

ou êmbolo. Após o resfriamento esta matriz é aberta e a peça pode ser retirada. É o

mais comum, e também o mais rápido entre os processos de moldagem, sendo

geralmente aplicável a materiais termoplásticos.

Processo: sopro.

Onde foi utilizado: corpo da embalagem divisória interna.

Processo que visa a obtenção de peças ocas através da insuflação de ar no interior

de um segmente de tudo, recém injetado ou extrudado no interior do molde.

Processo: calandragem.

Onde foi utilizado: alça móvel.

Consiste na passagem de chapas, vigas, tubos, entre outros, entre cilindros,

conferindo a estes uma deformação estrutural.

Processo: usinagem (torneamento)

Onde foi utilizado: alça móvel.

Processo mecânico de usinagem destinado a obtenção de superfícies de revolução

com o auxílio de uma ou mais ferramentas monocortantes. Para tanto, a peça gira

em torno do eixo principal de rotação da máquina e a ferramenta se desloca

simultaneamente.

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8.6 Função de Marketing

O marketing, utilizado como um complemento as funções do design, tem como

prioridade, identificar necessidades de públicos e mercados, buscando entregar-lhes

uma solução adequada. O público-alvo fica definido entre pessoas jovens até 45

anos, praticantes eventuais do campismo, e que tenham sua vida fixada em centros

urbanos. O produto busca atender algumas demandas destes usuários, identificadas

em pesquisa, como a possibilidade de assentar-se sobre a caixa e separar os

alimentos em seu interior. Estes diferenciais são os pontos principais de comparação

com produtos semelhantes.

O composto mercadológico sugerido por McCarthy (1997) propõe que se trabalhe

dividindo o composto em 4: produto, preço, praça e promoção, definindo o

planejamento desta forma.

8.6.1 Produto

Como preceitos principais, o produto deve apresentar qualidade e se relacionar

adequadamente com as necessidades de seu público, fator trabalhado na caixa

térmica Extend, quando buscou atender as demandas identificadas nas pesquisas

de marketing.

8.6.2 Preço

O preço não diz respeito somente ao valor em si, mas também ao que representa

frente ao usuário e a sociedade, sendo necessário que se avaliem questões como

preço líquido, preço de atacado, varejo com desconto, entre outros.

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8.6.3 Ponto de venda

Devem ser analisados os canais de distribuição do produto e as formas com que o

consumidor final terá acesso a ele. As pesquisas apontam uma forte tendência de

consumo que migra das lojas especializadas em campismo para grandes lojas de

departamento e sites na internet.

8.6.4 Promoção

O composto promocional avalia a propaganda e todas as formas de divulgação do

produto. Por estar ligado a um público relativamente jovem e urbano, com ligação à

tecnologia, a divulgação em sites ligados a área é de extrema importância. Outras

formas de atingir o público ocorrem através de exposição em feiras ligadas ao

campismo, publicação em revistas de esportes e com ligação ao público-alvo.

8.6.5 Marca

O produto não apresenta nenhuma indicação externa a marca do produto, contendo

apenas a logomarca gravada no interior da caixa. Houve a opção pela não exibição

da marca em função da busca pela discrição do produto.

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Figura 41: Logotipo da marca.

Fonte: Arquivo Pessoal

A criação do logotipo envolve somente a palavra Extend, do inglês, que significa

estender, alongar, ampliar, fazendo referência a ampliação de funções do produto. O

logotipo tem a palavra Extend, que se utiliza da fonte Sansation, em negrito, com

leves alterações, além de uma linha inferior que ultrapassa o alinhamento da

palavra, relacionando ao aumento de funções do produto em relação a similares do

mercado. As cores fazem referência a camuflagem utilizada no exército – verde e

marrom -, além de já estarem associadas na sociedade a esportes ligados a

natureza.

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9. CONCLUSÃO

Sendo o campismo um assunto em que há afinidade, o processo de pesquisa e

criação tornou-se uma atividade prazerosa e que rendeu conhecimentos técnicos

que permitiram a concepção de um produto que atende os anseios dos praticantes

da atividade.

A percepção obtida durante todos os quatro anos de curso, que o design é uma

atividade multidisciplinar e que só alcança bons resultados quando aliada a outras

inúmeras áreas de conhecimento, se confirmou na execução deste trabalho final de

curso. Conhecimentos de processos de fabricação, materiais e ferramentas de

marketing são apenas alguns exemplos de conhecimentos indispensáveis a

concepção de um produto relevante. O resultado de todo o processo de projeto é a

caixa térmica Extend, um produto adaptado a realidade atual e que traz em si,

demandas reais dos praticantes amadores do campismo e que buscam o contato

com a natureza em meio a sua rotina urbana.

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10. REFERÊNCIAS

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Bauhaus e a teoria de Goethe. São Paulo: Senac, 2006.

BAXTER, Mike. Projeto de produto: Guia Prático para o design de novos

produtos. São Paulo: Edgard Blücher, 1998.

BÜRDEK, Bernhard E. Design: história, teoria e prática do design de produtos.

São Paulo: Edgard Blücher, 2006.

CAMARGO, Luiz Octávio de Lima Camargo. O que é lazer. São Paulo: Editora

Brasiliense, 1992.

CATÁLOGO de Produtos. Trilhas e Rumos. Rio de Janeiro, set. 2008.

DUMAZEDIER, Joffre. Lazer e Cultura Popular. São Paulo: Perspectiva, 2001.

GOMES FILHO, João. Gestalt do Objeto: sistema de leitura visual da forma. São

Paulo: Escrituras, 2000.

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11. APÊNDICES

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12. ANEXOS