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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO RAFAEL RICARDO ROSA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO PRÁTICAS DE CONSULTORIA: UM ESTUDO PARA UNI JUNIOR Administração Geral ITAJAÍ (SC) 2009

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

RAFAEL RICARDO ROSA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

PRÁTICAS DE CONSULTORIA: UM ESTUDO PARA UNI JUNIOR

Administração Geral

ITAJAÍ (SC) 2009

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RAFAEL RICARDO ROSA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

PRÁTICAS DE CONSULTORIA: UM ESTUDO PARA UNI JUNIOR

Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAÍ – SC, 2009

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Ao Profº. Dr. Luiz Carlos da Silva Flores, um excelente professor, orientador e profissional. Ao Profº.M.Sc. Eduardo Krieger e as empresas que tornaram esta pesquisa viável. A Uni Júnior – Orientação Empresarial, pela oportunidade de estágio. A equipe Uni Júnior por todo o apoio, atenção e experiências vivenciadas. Agradeço a minha família por tudo que fizeram e fazem por mim. Agradeço a meus amigos pelo apoio e companheirismo de todas as horas. A todos os professores e mentores que tive a honra de conhecer e aprender.

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“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem...”

Fernando Pessoa

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do Estagiário

Rafael Ricardo Rosa

b) Área de Estágio

Administração Geral

c) Professor Responsável pelos Estágios

Prof. Eduardo Krieger da Silva, MSc.

d) Supervisor da Empresa

Prof. Luiz Carlos da Silva Flores, Dr.

e) Professor orientador

Prof. Luiz Carlos da Silva Flores, Dr.

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão Social:

UNI JÚNIOR – ORIENTAÇÃO EMPRESARIAL

b) Endereço:

Rua Uruguai, nº. 586 / 2º piso

c) Setor de Desenvolvimento do Estágio:

Administração, Consultoria.

d) Duração do Estágio:

240 horas

e) Nome e Cargo do Supervisor da Empresa:

Luiz Carlos da Silva Flores – Professor Responsável da Uni Júnior

f) Carimbo e visto da Empresa:

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Resumo

A consultoria remonta a origem das relações humanas, na reflexão em busca de uma resposta através do mais adequado conselho, ou de forma mais complexa de um parecer. Foi somente no século XX que a consultoria passou a ganhar os moldes de atividade hoje bem definida e caracterizada. Constituindo a transição do conhecimento e da experiência de um homem em prol de um objetivo humano. O problema de pesquisa deste trabalho é identificar os fatores ambientais que facilitam/dificultam a implementação de práticas de consultoria na Uni Júnior. Assim, o objetivo geral deste trabalho é descrever práticas de consultoria para Uni Júnior. Quanto aos objetivos específicos, buscou-se: caracterizar a Empresa Júnior – Uni Júnior; descrever as práticas atuais de consultoria adotadas pela Empresa Júnior; identificar as empresas de consultoria Benchmarking da região; identificar as melhores práticas de consultoria; descrever padrão de excelência da Uni Júnior. Esta pesquisa tem caráter exploratório-descritivo, delineada pelo método qualitativo. Os participantes da pesquisa compreendem: as empresas de consultoria da região do Vale do Itajaí. Foram utilizadas como técnicas de coleta de dados, questionário e roteiro de entrevista. Verificou-se outros modelos de consultoria e, com base nestes, os principais fatores que facilitam/dificultam a implementação de um modelo de consultoria para Uni Júnior. Como resultado do trabalho foram descritas práticas de consultoria recomendando sua implementação na Uni Júnior. PALAVRAS-CHAVE: Empresa Júnior. Consultoria Empresarial. Benchmarking.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Etapas de desenvolvimento do projeto................................................. 18

Figura 2: Passos do processo de Benchmarking................................................. 40

Figura 3: Processos de gerenciamento de escopo.............................................. 46

Figura 4: Estrutura organizacional por projetos................................................... 52

Figura 5: Empresa A............................................................................................ 55

Figura 6: Empresa B............................................................................................ 56

Figura 7: Empresa C............................................................................................ 57

Figura 8: Empresa D............................................................................................ 58

Figura 9: Modelo atual de consultoria Uni Júnior................................................. 60

Figura 10: Comparativo Empresa de Consultoria x Uni Júnior............................ 61

Figura 11: Modelo de consultoria desenvolvido para Uni Júnior.......................... 62

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LISTA DE SIGLAS

ACII – Associação Comercial e Industrial de Itajaí

CDL – Câmara dos Dirigentes Lojistas

CECIESA – Gestão – Centro de Ciências Sócias Aplicadas – Gestão

CNJE – Confédération Nationale des Junior-Entreprises

CPRES – Central de Prestação de Serviços – Gerência de Extensão

CRA/SC – Conselho Regional de Administração / Santa Catarina

DCE – Diretório Central de Estudante

ENEjr – Encontro Nacional de Empresas Júnior

ESSEC – École Supérieure des Sciences Économiques et Commerciales

FEJESP – Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo

GQT – Gestão da Qualidade Total

IUT – Instituto Universitário de Tecnologia

MIPs – Manuais de Implantação de Produtos

OSM – Organização, Sistemas e Métodos

PMI – Project Management Institute

PMO – Project Management Office

PTC – Proposta Técnica Comercial

SEDEER – Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda

TI – Tecnologia da Informação

TQC – Total Quality Control (Controle da Qualidade Total)

TQM – Total Quality Management (Gerenciamento da Qualidade Total)

Univali – Universidade do Vale do Itajaí

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 11

1.1 Problema de Pesquisa e Justificativa.................................................. 13

1.2 Objetivo Geral e Objetivos Específicos............................................... 14

1.3 Aspectos Metodológicos....................................................................... 14

1.3.1 Caracterização da Pesquisa.................................................................... 14

1.3.2 Contexto e Participantes da Pesquisa..................................................... 16

1.3.3 Procedimentos e Instrumentos de Coleta de Dados................................ 17

1.3.4 Tratamento e Análise dos Dados............................................................. 18

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................... 20

2.1 Evolução Teórica da Organização........................................................ 20

2.1.1 Organização............................................................................................. 25

2.1.2 Administração.......................................................................................... 27

2.1.3 Organização, Sistemas e Métodos.......................................................... 28

2.1.4 Consultoria Empresarial........................................................................... 31

2.2 Qualidade Total...................................................................................... 33

2.3 Benchmarking........................................................................................ 37

2.4 Gestão de Projetos................................................................................ 41

3 CONSULTORIA UNI JÚNIOR................................................................. 47

3.1 Empresa Júnior...................................................................................... 47

3.1.1 Histórico................................................................................................... 47

3.1.2 Uni Júnior................................................................................................. 51

3.2 Benchmarking das Empresas de Consultoria..................................... 54

3.3 Processo Atual de Consultoria Uni Júnior.......................................... 59

3.4 Desenvolvimento Modelo de Consultoria Uni Júnior......................... 62

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 66

APÊNDICES............................................................................................ 69

ANEXOS.................................................................................................. 75

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS................................................... 80

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1 INTRODUÇÃO

O fracasso ou sucesso de uma organização é determinado pelos seus

clientes, pela sua percepção em relação à empresa e a conseqüente imagem que

transmite para a sociedade, mantendo seus clientes satisfeitos, a empresa eleva

consideravelmente suas chances de sobrevivência.

Nos últimos anos o serviço de consultoria vem observando um expressivo

crescimento no mercado de atuação. Segundo Oliveira (1999) o segmento de

prestação de serviços de consultoria é o que mais tem crescido no mundo. Essa

realidade traz consigo um desafio para aquele que ingressa no ramo de consultoria,

que é descobrir e traçar o perfil organizacional ideal que deve ter o consultor e a

empresa de consultoria para se ajustar no ambiente de mercado. Assim, o principal

objetivo de um consultor é atingir um nível de satisfação máximo, o que se torna

uma forma de medir o desempenho da empresa.

Satisfazer o cliente torna-se então principal meta das empresas e, com este

objetivo, a idéia da melhoria contínua está conquistando cada vez mais espaço na

cultura das organizações que desejam manter seus serviços ou produtos atualizados

em relação às constantes mudanças impostas pelo mercado.

Hoje é comum a busca pela melhoria contínua e por padrões de excelência

para melhor atender e oferecer produtos e serviços que supram as necessidades do

mercado consumidor.

O Benchmarking, que segundo Spendolini (1994), é um processo contínuo e

sistemático de avaliação de produtos, serviços e processos de trabalho, de

organizações que reconhecidamente utilizam as melhores técnicas com a finalidade

de melhoria organizacional. Dessa forma exige um processo mais estruturado,

permitindo avaliar, através da comparação dos serviços da empresa com os da

organização que representa as melhores práticas.

Dessa forma surgem empresas de consultoria ou escritórios de projetos (PMO

– Project Management Office) nas mais diversas áreas. Estes são hoje em dia uma

das estruturas organizacionais mais estudadas pelas empresas, dos mais diversos

portes e segmentos. Seu modelo pode variar de acordo com a maturidade da

empresa, mas em geral sugere uma administração centralizada do portfólio de

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projetos da organização, oferecendo um ponto único de contato e de apoio a

decisão. Além disso, dependendo da forma que for implantado, o PMO ainda

proporciona suporte metodológico e coaching aos próprios gerentes de projeto.

Neste segmento é possível encontrar empresas de orientação júnior, que são

associações civis sem fins lucrativos e com fins educacionais, formada por alunos do

ensino superior, tendo como objetivo promover a melhor experiência de mercado

aos graduandos da instituição à qual ela é vinculada. A fim de garantir um excelente

aprendizado, todo o trabalho executado tem o acompanhamento e a orientação de

um professor da área de conhecimento, visto que esses trabalhos são prestados

como consultoria a todo tipo de empresas, embora o mercado maior seja o das

Micro e Pequenas Empresas.

Existem no Brasil cerca de 750 empresas juniores com mais de 23 mil universitários

envolvidos. Elas são representadas por nove federações estaduais, que juntas

formam a Rede Brasil Júnior. Cada federação tem o seu estatuto padrão, mas todas

procuram seguir o mesmo modelo conforme dados divulgados no Guia de Empresas

Juniores (2005), do site Universia – rede de universidades. Mais de 50% são nas

áreas de humanas, com destaque para os cursos de Administração, Economia e

Contabilidade. São estimados 2000 projetos de consultoria, principalmente para

Micro e Pequenas Empresas, desenvolvidos a cada ano por empresas júnior

envolvendo em média 25 universitários, levando à estimativa de quase 15.000

empresários juniores.

Assim, o propósito deste trabalho de estágio é propor modelo de

consultoria com base nas melhores práticas avaliadas pelo uso da ferramenta

Benchmarking e os fatores que influenciam a Uni Júnior – Orientação Empresarial,

na adoção de práticas de consultoria e escritório de projetos.

Assim, pretende-se fomentar o crescimento pessoal e profissional do aluno

membro. Dessa forma, além de atingir seu próprio objetivo, a empresa júnior

contribui para o desenvolvimento do empreendedorismo em sua região e também

acaba por ter reduzidos custos operacionais e de tributação, podendo oferecer

serviços de qualidade a um custo baixo.

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1.1 Problema de Pesquisa e Justificativa

Uma das maiores dificuldades vivenciadas pelas empresas atualmente é a

falta de um padrão de excelência para oferecer melhores produtos e serviços que

atendam as necessidades do mercado consumidor. Este é um dos principais

desafios que deve ser vencido pelas grandes empresas.

Este trabalho de estágio foi realizado na Uni Júnior, que atua na área de

serviços de consultoria, sendo um mercado competitivo, e tem a obrigação de fazer

de seu papel na resolução e orientação de empresas e seus clientes, para isso,

desenvolve projetos nas áreas: organizacional, mercadológica, logística, financeira,

pesquisa de indicadores e eventos para os acadêmicos do Centro de Ciências

Sociais Aplicadas.

Através da realização de estudos, utilizou-se a ferramenta Benchmarking para

busca de padrões de excelência em serviços de consultoria para aplicação na Uni

Júnior, identificando os principais pontos que podem influenciar positiva ou

negativamente a empresa. Com isso define-se o problema de pesquisa: Quais os

fatores ambientais que facilitam/dificultam a implementação de práticas de

consultoria na Uni Júnior?

Para tanto, foi necessário comparar as empresas localizadas no Vale do

Itajaí, visando melhorar os serviços prestados pela Uni Júnior bem como suas

práticas em um processo contínuo de avaliação do desempenho corrente, de fixação

de objetivos futuros e de identificação de áreas de aperfeiçoamento e mudança.

A Uni Júnior tem interesse nesta pesquisa porque foi descreverá um novo

modelo de consultoria, baseado na formatação de um modelo próprio de prestação

do serviço de consultoria. Sendo a pesquisa interessante também para o acadêmico

por ser na área em que atua e por ser uma pesquisa com tema ainda não estudado

ou pouco estudado, o que é de interesse para o curso de Administração e para

Univali.

Este estágio tem valor para a Uni Júnior, bem como para o curso de

Administração e a Univali, por ser o primeiro na área a tratar de consultoria por

escritórios de projetos e futuramente, servirá de fonte para novos trabalhos.

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A viabilidade está caracterizada pelo acesso as informações e as pessoas da

própria empresa em que o acadêmico trabalha. Apresenta baixo custo para sua

realização, sendo este incorporado nos custos operacionais da empresa.

1.2 Objetivo Geral e Objetivos Específicos

O objetivo geral deste trabalho de estágio é descrever novas práticas de

consultoria para Uni Júnior.

Para isso, definem-se os seguintes objetivos específicos:

Caracterizar a Empresa Júnior – Uni Júnior.

Descrever as práticas atuais adotadas pela Empresa Júnior.

Identificar as empresas de consultoria Benchmarking da região.

Identificar as melhores práticas de consultoria.

Descrever padrão de consultoria Uni Júnior.

1.3 Aspectos Metodológicos

Esta seção trata da metodologia que foi utilizada para o desenvolvimento

deste trabalho, descrevendo a caracterização da pesquisa, a tipologia do estágio, a

população e a amostra, instrumento de coleta de dados e o tratamento e análise dos

dados.

1.3.1 Caracterização da Pesquisa

Este trabalho de estágio tem caráter descritivo, por ser realizado em uma área

na qual há pouco conhecimento acumulado e por expor características de uma

determinada população, que consiste em uma tradução precisa dos fatos,

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considerando explicações alternativas destes fatos e uma conclusão baseada

naquela explicação que pareça ser a mais congruente com os fatos, tendo uma

abordagem qualitativa.

Sedo realizada a investigação exploratória que á a área na qual existe pouco

conhecimento acumulado e sistematizado, já que a pesquisa é descritiva e expõe

características de determinada população ou determinado fenômeno (VERGARA,

2005).

A tipologia utilizada foi a pesquisa-diagnóstica, que visando o diagnóstico

interno ou do ambiente, possibilitando referenciais de excelência, comparação com

os competidores, avaliação de pontos fracos e fortes (ROESCH, 1999).

O método utilizado foi o qualitativo, pois busca descrever conjunto de práticas

de consultoria. Considerando que há uma relação entre o mundo objetivo e a

subjetividade do sujeito que não pode ser traduzida em números, justificando por ser

uma forma mais adequada para entender a natureza de um fenômeno social, neste

caso específico de escritórios de projetos (RICHARDSON, 1999).

A pesquisa qualitativa tem como objetivo situações complexas ou

estritamente particulares. Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa

podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de

certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos

sociais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em

maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento

dos indivíduos. A pesquisa qualitativa é a compreensão detalhada dos significados e

características situacionais apresentadas pelos entrevistados (RICHARDSON,

1999).

Quanto aos fins do estágio, que é a busca da prática excelência em

consultoria e caracteriza-se por ter tipologia de uma pesquisa-diagnóstica, visando a

exploração do ambiente, levantamento e definição de problemas que possibilitem

referências de excelência e comparação com os competidores, avaliando pontos

fracos e fortes inerentes a empresa (ROESCH, 1999).

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1.3.2 Contexto e Participantes da Pesquisa

Neste item definem-se os participantes/informantes da pesquisa e o contexto

de sua realização, sendo a população ou universo o conjunto de elementos que

possuem determinadas características (RICHARDSON, 1999).

Nas pesquisas científicas, em que se quer conhecer algumas características

de uma população, sendo comum observar apenas uma amostra de seus elementos

e, a partir dos resultados dessa amostra, obter valores aproximados, ou estimativos,

para as características populacionais de interesse.

A técnica de amostragem utilizada nesta pesquisa foi amostragem não

aleatória, procurando gerar amostras que de alguma forma representem

razoavelmente bem a população de onde foram extraídas (BARBETTA, 1999).

Sendo a população o conjunto de elementos que formam o universo de nosso

estudo e observados de passivamente (BARBETTA, 1999), ou seja, é a soma de

todos os elementos com características comuns compartilhadas, formando o

universo, sendo que a amostra é um subgrupo dos elementos selecionados para

participação no estudo.

Dessa forma, o tipo de amostragem é a não-aleatória, sendo a amostra que

representa razoavelmente bem o universo estudado, pois as empresas de

consultoria serão convidadas a participarem da pesquisa e fornecerem dados dos

processos de trabalho.

Com relação à amostra podemos destacar que as empresas foram escolhidas

de forma não-probabilística, tendo como limitação a quantidade de empresas no

Vale do Itajaí. A amostra não-probabilística é aquela obtida a partir de algum tipo de

critério específico que obrigue a pré-seleção dos participantes (FREITAS et al,

2000).

A população da pesquisa é caracterizada pelos gestores de empresas

prestadoras de serviços de consultoria, no total são quatro empresas de pequeno

porte e atuação regional, entre 3 a 5 consultores, que serão convidados a participar

desta pesquisa para fins de comparação de práticas utilizadas em escritórios de

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projetos. Serão selecionadas pela sua localização, ou seja, devem estar situadas no

Vale do Itajaí.

1.3.3 Procedimentos e Instrumentos de Coleta de Dados

Os dados utilizados neste trabalho foram obtidos através de fontes primárias

e secundárias. Fontes primárias são dados que não foram antes elaborados,

estando em posse dos pesquisadores, sendo coletados com o propósito de atender

as necessidades específicas da pesquisa em andamento (MATTAR, 2002).

Para coleta de dados primários foram utilizados questionários, caracterizados

por uma série de questões apresentadas ao respondente por escrito, para obtenção

de dados por perguntas, para fins de descrição e medição de características sendo

aplicado via e-mail. Também, foi utilizado método de entrevista, que é um

procedimento no qual se fazem perguntas a alguém que, oralmente, responde.

Sendo está realizada por visita as empresas de consultoria.

A entrevista é uma técnica demorada que requer muita habilidade do

entrevistador. Tem o objetivo de entender o significado que os entrevistados

atribuem a questões e situações em contextos que não estruturados, partindo de

suposições do pesquisador (ROESCH, 1999).

Utilizou-se como estratégia para coleta de dados a elaboração do

questionário juntamente com o orientador deve-se prever um pré-teste, a escolha

não-aleatória das empresas e o envio dos questionários para resposta das

empresas.

A pesquisa foi realizada com o uso de questionário elaborado, encaminhado

as empresas de consultoria de forma eletrônica, via e-mail. E utilizada entrevista em

empresas de fácil acesso ao pesquisador, onde o estagiário realizou visita nas

empresas e aplicou entrevista com os gestores, objetivando o enriquecimento da

pesquisa.

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1.3.4 Tratamento e Análise de Dados

Os dados foram organizados por processos e analisados de forma descritiva,

pois, de acordo com o objetivo do trabalho de estágio, pretende-se explorar as

melhores práticas de serviços de consultoria empresarial e estabelecer o melhor

modelo para aplicação na área de consultoria.

Os dados foram apresentados de forma textual, correlacionando-os ao

referencial teórico obtido, além da utilização de tabelas, gráficos e figuras e de

outros documentos anexos como questionário aplicado em entrevista, com intuito de

proporcionar um melhor entendimento ao leitor.

Segundo Alves (2003, p.65) a análise de dados que compreendeu agrupar os

dados escolhidos durante a pesquisa, exigindo do pesquisador realizar os

procedimentos de classificação, organização e interpretação das informações.

Segue fluxograma dos procedimentos, conforme Figura 1:

Entrevista

Questionário

Objetivos

Definir as empresas de

consultoria Benchmark

Levantamento

empresas Benchmark

Descrição práticas de

consultoria atuais Uni Júnior

Organizar dados e

análises comparativas

Identificar práticas

consultoria para Uni Júnior

Descrever modelo

Uni Júnior

Elaborar

Relatório Final

Figura 1: Etapas de desenvolvimento do projeto. Fonte: Elaborado pelo estagiário.

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O desenvolvimento do projeto seguiu o fluxograma de procedimentos

detalhado na página anterior, para fins de melhor utilização dos recursos

necessários para a conclusão de cada etapa, de forma a manter a organização do

projeto e a execução das atividades programadas. As atividades planejadas dessa

forma facilitou o desenvolvimento do projeto, tanto na busca de informações quanto

na aplicação de teorias relacionadas, tanto à área da Administração quanto à área

de aplicação deste projeto. Servindo de forma sistematizada como base do projeto,

assim, iniciará a seguir a fundamentação teórica para este estudo.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A fundamentação teórica está organizada em tópicos. Primeiramente,

abordar-se a evolução da teoria das organizações, destacando a administração, a

OSM (Organização, Sistemas e Métodos) e a consultoria organizacional. Seguido de

conceituação de Qualidade Total, seus conceitos e ferramentas. Descrever-se a

Qualidade Total, seu conceito e ferramentas. Destacar-se a utilização da ferramenta

Benchmarking, seu conceito, aplicação, vantagens e como aplicar para a melhoria

do gerenciamento de projetos de consultoria, que será mais bem detalhado com

conceitos, com ênfase na consultoria e escritórios de projetos, que são objeto de

estudo deste trabalho.

2.1 Evolução Teórica da Organização

Os conceitos administrativos são marcados pela evolução contínua de seus

primeiros estudos, que buscam a adaptação do homem à máquina, tornando mais

uma peça utilizada pela Escola de Relações Humanas até os dias de hoje. Fatores

como estrutura, pessoal e funcionamento são diferentes em cada organização,

mesmo que produzam o mesmo produto ou forneçam o mesmo serviço. E para

compor uma organização é necessário itens como pessoas, tecnologia e

informações.

As variáveis mencionadas foram objeto de abordagens que procuraram

solucionar questões organizacionais. A Escola Clássica foi uma das primeiras

tentativas de análise organizacional, seguida por sucessoras como a Escola de

Relações Humanas, de abordagem estruturalista, sistêmica e contingencial

(ARAÚJO, 2001).

Taylor, precursor da administração científica, foi o que mais contribuiu para os

estudos de Organização, Sistemas e Métodos, principalmente para fins da

racionalização e simplificação do trabalho (ARAÚJO, 2001).

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Preocupado com a metodologia, observou-se quatro elementos essenciais da

administração científica que são a base do que se convencionou chamar de

taylorismo (TAYLOR, 1999). Também introduziu o conceito de divisão do trabalho e

descaracterizou a subordinação a um só chefe.

Henry Fayol contribuiu diferentemente de Taylor. Administrar é prever,

organizar, comandar, coordenar e controlar (FAYOL apud ARAUJO, 2001).

Concentrou suas preocupações na organização e no comando, tendo grande

influência sobre Organização, Sistemas e Métodos. E também elaborou 14

princípios da administração, que são: divisão do trabalho, autoridade, disciplina,

unidade de comando, unidade de direção, subordinação dos interesses particulares

ao interesse geral, remuneração, centralização, hierarquia, ordem, eqüidade,

estabilidade do pessoal, iniciativa e união do pessoal.

Há contradições entre Taylor e Fayol, como a supervisão funcional de Taylor

a qual Fayol é contra, pois prefere algo mais autoritário como a unidade de comando

e os demais pensamentos diferem por experiências vivenciadas em patamares

hierárquicos diferentes.

A OSM foi a que mais utilizou a Escola Clássica, principalmente na

simplificação e à análise de estruturas.

Com o surgimento da Escola de Relações Humanas em 1927, aconteceram

experiências em função da necessidade de analisar a relação da produtividade com

a iluminação no local do trabalho. O homem era visto como parte isolada e suas

funções poderiam ser influenciadas por movimentos dispendiosos e ineficientes na

execução do trabalho, fadiga e deficiências do ambiente físico (MOTTA apud

ARAÚJO, 2001).

Mary Parker Follet é considerada fundadora da Escola de Relações Humanas

e diz que, “foi a primeira a pesquisar e analisar a motivação humana partindo de

valores individuais e sociais” (LODI, 1987).

A ação administrativa tem como objetivo conseguir a integração das pessoas

e a coordenação de suas atividades. Neste sentido foram elaborados quatro

princípios que tratam da evolução da teoria das organizações, citados por Araújo em

seu livro, que são: contato direto, planejamento, relações e processo.

A Lei da Situação é outra contribuição citada por Araújo, que somada aos

quatro princípios gera um novo conceito que diz que “uma pessoa não deve dar

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ordens à outra pessoa, porém ambas devem concordar em receber ordens da

situação, deixando-se prevalecer o momento.”

Neste conceito entende-se que o momento alertará sobre a atitude a ser

tomada na situação que é vivenciada, alterando o conceito de liderança, passando a

existir equilíbrio na relação chefe-subordinado.

Douglas McGregor contribui com a teoria das organizações lançando

conceitos como a Teoria X e a Teoria Y, revelando as dimensões exatas da Escola

de Relações Humanas e da Escola Clássica.

A Escola de Relações Humanas recebeu críticas severas, a maior delas diz

respeito à análise do comportamento das pessoas nas organizações. A expressão

estruturalismo é uma síntese dos conceitos da Escola Clássica, defensora da

organização formal e a Escola de Relações Humanas, defensora da organização

informal, que tiveram contribuição de Max Weber em direção a burocratização das

organizações (ARAÚJO, 2001).

A crítica estruturalista, não se limita à constatação da existência de conflitos

na organização (ARAÚJO, 2001). Neste sentido, relaciona variáveis como: formal e

informal, o campo dos grupos informais, a organização e seu ambiente, recompensa

material e social, e a criação de fábricas, igrejas, prisões e escolas (ETZIONI apud

ARAÚJO, 2001).

O grande mérito dado aos estruturalistas é o equilíbrio que pretenderam aos

estudos das organizações, não tomando partidos e sim visando à organização de

um modo geral.

Começamos a mover-nos em direção à resolução do dilema da psicologia

social por meio da abordagem dos sistemas abertos (KATZ; KAHN, 1987). Nesta

abordagem é dada ênfase à relação estrutura-meio, a primeira sendo a organização

e a outra a que lhe dá suporte. Sem entradas contínuas a estrutura termina por se

deteriorar e a forma de se manter a estrutura aberta é fortalecer sua principal fonte

motivadora que são seus recursos humanos. Assim, apontam as principais

características dos sistemas abertos como sendo: a importação de energia, a

transformação, os sistemas como ciclo de eventos, a entropia negativa, entrada de

informação, feedback negativo e processo de codificação, estado firme e

homeostase dinâmica, diferenciação e eqüifinalidade (KATZ; KAHN, 1987).

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A entrada, a transformação, a saída e o feedback são características

analíticas que necessitam estar presentes em qualquer processo de análise e

razoável magnitude (ARAÚJO, 2001).

Acrescentam como pontos importantes da perspectiva sistêmica da

organização a compreensão dos conceitos sobre papéis, normas e valores. Dessa

forma papéis, normas e valores compõem a filosofia do sistema e merecem maior

cuidado analítico do profissional (MOTTA apud ARAÚJO, 2001).

O sistema aberto precisa de atualização constante de informação do

ambiente, em relação à natureza do meio, quanto à qualidade e quantidade dos

insumos disponíveis e quanto à eficácia ou adequação dos produtos ou respostas da

organização ao ambiente. Este ciclo é denominado “feedback” e é indispensável a

organização no ambiente em que opera.

O sistema tem relação direta com o ambiente. Existem conotações diferentes

para sistemas. Porém, há duas definições que podemos identificar o uso

diferenciado e a relação com a OSM.

O sistema tem o objetivo de estabelecer relação de coordenação, orientação

técnica, de forma sistêmica, entre órgãos que exercem atividades-meios, que

maximizam oportunidades de coordenação nas atividades-meios, de apoio ou de

suporte. O sistema é um conjunto de partes coordenadas para realizar um conjunto

de finalidades, só que com um objetivo determinado, qualquer que seja a atividade

exercida, meio ou fim (ARAÚJO, 2001).

A abordagem da contingência diz que as condições ambientais causam

transformações no interior das organizações, o que provoca o fenômeno

organizacional. Uma característica de maior relevância da abordagem da

contingência é a de que não se alcance um alto nível de sofisticação organizacional

com a aplicação de um só modelo de dinâmica. Assim não existe uma só forma de

tornar uma organização eficiente e eficaz.

Os estudiosos Lawrence e Lorsch realizaram uma pesquisa sobre a

confrontação organização versus ambiente. Onde se preocupavam com as

características que deveriam ter as empresas para enfrentar com eficiência as

diferentes condições externas e tecnológicas (ARAÚJO, 2001). A pesquisa tinha o

objetivo de ampliar a abordagem de sistemas abertos a problemas de estruturas

organizacionais e de prática administrativa. O estudo resultou na identificação de

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dois aspectos básicos da problemática organizacional, que são a diferenciação e a

integração.

A diferenciação parte da relação que cada subsistema da organização tem

unicamente com o que lhe é relevante. E a integração refere-se ao processo gerado

por pressões vindas do ambiente global da organização (ARAÚJO, 2001).

Segundo os estudiosos citados, os principais meios de integração

encontrados nas empresas são: um sistema formal de coordenação para assegurar

a integração, o relacionamento administrativo direto entre unidades, hierarquia

administrativa, utilização de grupos interfuncionais em um ou mais níveis de

administração e provisão para relações especiais entre indivíduos e criação de uma

unidade de integração (ARAÚJO, 2001).

São estabelecidas as bases para a teoria da contingência estrutural

(DONALDSON, 1998), dizendo que:

A teoria da contingência estabelece que não haja uma estrutura organizacional única que seja altamente efetiva para todas as organizações. (...) Há diversos fatores contingenciais: estratégia, incerteza com relação às tarefas e tecnologia (...). Essas características refletem a influência do ambiente.

Uma forma encontrada para transmitir a relação de causa e efeito entre a

teoria e a prática foi categorizar os vários movimentos teóricos.

A evolução teórica é dada pela denominação, ideologia, meios e resultantes

que decorrem do esforço que temos no reflexo da prática organizacional dada pelos

componentes estruturais, comportamentais, tecnológicos (equipamentos e

conhecimentos) e estratégicos.

A evolução de OSM é útil para as organizações por dar melhor configuração

para cada ferramenta revelando a possibilidade para seu progresso e adaptação.

Na teoria das organizações, existe uma tendência dos limites tradicionais das

estruturas organizacionais. Que surgem das novas gestões organizacionais, que

transferem a essência organizacional para a análise dos processos.

A função de OSM perdeu espaço, pois era vista como algo de pouca

importância e que dava ênfase exagerada à conformação estrutural sem privilegiar a

análise processual, assim era delegada para pessoas de menor poder decisório.

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Surgiram outras abordagens que buscavam expandir a capacidade das

organizações de competir, vencer, garantir espaços e sobreviver. Dessa forma

padrões foram quebrados pela introdução de novas ferramentas em OSM.

Para os dias de hoje o componente estratégico já não é suficiente. Quem

detiver meios e modos de trabalhar e entender a informação estará à frente

(ARAÚJO, 2001).

2.1.1 Organização

A teoria das organizações procura substituir uma série de suposições, que

poderiam ser chamadas mais precisamente de crenças, pressentimentos, e às

vezes, até mitos ou superstições, por um conjunto coerente de estruturas

conceituais.

Estes conceitos devem ser utilizados e compreendidos de forma adequada

para ajudar o indivíduo a explicar o passado que, por sua vez, ajuda a compreender

o presente e prever o futuro. Causando influência sobre os acontecimentos e pouca

perturbação do inesperado.

A organização é o agrupamento de atividades necessárias para atingir os

objetivos da empresa e a atribuição de cada agrupamento a um executivo com

devida autoridade para atingir tais atividades (KOONTZ; O’ DONEL, 1978).

Uma compreensão adequada do conceito da teoria da organização traz e

permite ao indivíduo o desempenho da tarefa analítica de administrador, que permite

identificar as variáveis-chave da situação, prever resultados que sejam prováveis a

quaisquer alterações realizadas nas variáveis e selecionar o que pode e deve

influenciar nessas variáveis.

A organização pode sofrer influências de variáveis através de seus indivíduos

e ambiente, no primeiro explicado pela sua capacidade e papel exercido seja na

liderança, nas relações de grupo ou em seus sistemas e estruturas, e no segundo

envolvido pelo ambiente econômico, físico e tecnológico. Estes fatores são apenas

alguns que podem influenciar na eficiência da organização.

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Estes pontos permitem ao administrador beneficiar-se, tanto nas

organizações quanto na vida, progredindo por saber o que deve saber ou o que tem

que saber fazer.

Em épocas mais modernas, o estudo do funcionamento das organizações era

abordado em três perspectivas diferentes, sendo elas: o indivíduo, a organizações e

sua forma e os sistemas e interações dentro das organizações. E essas

perspectivas afetam-se entre si.

A organização é entendida como uma rede de tomada de decisões onde a

eficiência desta rede depende da articulação de diversos fatores estruturais e

comportamentais, incluindo recursos financeiros, técnicos e pessoais (MOTTA,

1986).

Assim, as pessoas, o comportamento e associação destas fazem parte de um

grande sistema de relações sociais do qual a empresa individual formalmente

organizada é apenas um subsistema (KOONTZ; O’ DONNEL, 1978).

A existência das organizações e sua influência no ambiente resultaram em

enormes aumentos do padrão de vida e do poder mundial. Isto ilustra o vasto poder

econômico, social e político que cada nação possui separadamente. Sendo muito

mais do que meros instrumentos para produção de bens e serviços.

Pode-se afirmar que a sociedade que conhecemos desenvolveu-se mediante

a criação de organizações capazes de fornecer bens e serviços de que necessita.

Estas são guiadas pelas decisões de uma ou mais pessoas, fazendo-se necessário

a existência de administradores. Que com seus conhecimentos alocam recursos

escassos para fins alternativos e competitivos, determinando a relação meio-fim.

A existência de administradores e a necessidade de tal se fazem cada vez

mais presente na sociedade, pois as decisões individuais proporcionam grande

repercussão na sociedade, isso pelo fato de haver certa complexidade crescente da

sociedade e no tamanho cada vez maior das organizações. A eficiência como um

principio, sendo a organização eficiente a partir do momento que atingi seus

objetivos, sendo estes adversos a custos unitários, financeiros ou materiais,

abrangendo também satisfações grupais e individuais e contribuição da empresa a

comunidade (KOONTZ; O’ DONNEL, 1978).

Isto gera uma necessidade crítica da sociedade com relação a

administradores mais eficientes. São três as características comuns a todas as

organizações, sendo elas: comportamento, estrutura e processos.

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As relações entre estratégia, estrutura e ambiente podem ser vistas a partir

de duas perspectivas: a organização reage a seu ambiente, o processo de

formulação da estratégia tem que levar em conta o ambiente no qual a organização

opera no momento e no qual estará operando no futuro. E a organização age antes

porque o processo de formulação da estratégia envolve a escolha do ambiente em

que a organização operará mais em longo prazo.

Com a definição de estratégias as organizações podem escolher aquelas

partes do ambiente externo com as quais tem mais relações e que, portanto,

exercerão mais influência. Assim a estratégia de uma organização é influenciada

pelas oportunidades e ameaças de seu ambiente externo, por objetivos, valores e

crenças de seus membros e por seus pontos fortes e fracos.

A análise do ambiente é o processo de identificação de oportunidade,

ameaças, forças e fraquezas que afetam a empresa no cumprimento da sua missão

(KOONTZ; O’ DONNEL, 1978), sendo assim:

Oportunidades são situações externas aproveitadas adequadamente pelas

empresas que podem influenciá-la positivamente.

Ameaças são situações externas minimizadas ou evitadas pela empresa,

que podem afetá-la negativamente.

Forças são características da empresa que podem ser potencializadas para

aperfeiçoar seu desempenho.

Fraquezas são características da empresa que devem ser minimizadas

para evitar influência negativa sobre seu desempenho.

De acordo com o conceito de Planejamento Estratégico, a sobrevivência e o

sucesso da empresa dependem única e exclusivamente de sua sintonia com

ambientes externo e interno. Tornando vital o monitoramento contínuo de ambos.

2.1.2 Administração

As organizações existem para alcançar algum propósito, alguém precisa

definir essa missão e os meios para sua realização. A administração é esse alguém.

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A função do planejamento, que abrange a definição das metas de uma organização,

o estabelecimento de uma estratégia global para alcançar essas metas e o

desenvolvimento de uma hierarquia completa de planos para integrar e coordenar

atividades (ROBBINS, 2002).

Os gerentes são responsáveis também pela concepção da estrutura

organizacional. Esta função é chamada de organização, que é a determinação das

tarefas que serão realizadas, quem irá executá-las, como agrupá-las, quem se

reportará, a quem e quem tomarão as decisões (ROBBINS, 2002).

Toda organização contém pessoas, e é tarefa gerencial dirigi-las e coordená-

las. Esta é a função de direção ou liderança que é quando os gerentes motivam os

funcionários, dirigem as atividades dos outros, selecionam o canal de comunicação

mais eficaz ou solucionam conflitos entre os membros, que estão envolvidos na

liderança (ROBBINS, 2002).

A função final desempenhada pelos gerentes é o controle, que é a fixação

das metas, formulação dos planos, definição dos arranjos estruturais e a contratação

das pessoas, treinadas e motivadas. Para garantir que as coisas caminhem como

deve, a administração precisa monitorar o desempenho da organização. O

desempenho real deve ser comparado com as metas previamente fixadas. Esse

processo de monitorar, comparar e corrigir constitui a função de controle (ROBBINS,

2002).

2.1.3 Organização, Sistemas e Métodos

Esta é uma área muito vasta e com diversas correntes, as quais se associam

a disciplina de TI (Tecnologia da Informação), a métodos produtivos, medidas de

desempenho, desenvolvimento organizacional e a gestão de processos produtivos e

empresarias. A OSM é uma atividade administrativa com o objetivo de obter a

melhor produtividade possível dos recursos humanos, materiais e tecnológicos, com

a utilização de técnicas científicas envolvendo aspectos comportamentais e

instrumentais, seja no ambiente interno ou externo a empresa.

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Desde as épocas mais remotas existiu a organização como atividade

contínua e permanente, isso porque o homem sempre procurou racionalizar e

simplificar suas ações para conseguir maior rendimento ou máximo de bem-estar

com o mínimo de esforço (MIRANDA, 1980).

A organização da empresa definiu-se como a ordenação e agrupamento de

atividades e recursos, que visam alcançar objetivos e resultados estabelecidos.

Sendo esta uma estrutura formada por um conjunto ordenado de responsabilidades,

autoridades, comunicações e decisões tomadas por unidades organizacionais de

uma empresa.

Pode-se entender a organização como uma relação de deveres ou funções

para a consecução de objetivos específicos, determinando a boa organização, e

desta haverá contribuições para o sucesso administrativo de uma empresa

(LUPORINI; PINTO, 1985).

O termo “organização” é freqüentemente empregado como sinônimo de

arrumação, ordenação e eficiência. Porém, no campo de atuação, a organização

deve ser vista como um quadro estrutural de cargos, definidos por títulos, atribuições

básicas, responsabilidades, relações formais, nível de autoridade e aspectos

culturais. Assim podem-se definir organização como uma estrutura que visa atender

as necessidades reais e os objetivos estabelecidos de forma integrada com a

organização informal e as estratégias estabelecidas na empresa e com a utilização

da OSM nas atividades organizacionais (ARAÚJO, 2001), poder-se-á:

Projetar a criação, união ou eliminação de unidades, bem como

acompanhar a respectiva execução das mesmas;

Descrever e definir o objetivo e as funções de cada uma das unidades

empresariais;

Divulgar, nos níveis competentes, os trabalhos desenvolvidos em OSM;

Implantar e acompanhar in loco os trabalhos desenvolvidos por OSM;

Elaborar, emitir e divulgar as normas, regulamentos e manuais necessários;

Estudar os ciclos organizacionais;

Analisar as alternativas de ação para promover a maturidade

organizacional;

Avaliar impactos ou desgastes provenientes das ações e dos ciclos; e

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Estruturar as formas e necessidades de treinamento de pessoal visando o

desenvolvimento.

Sistemas é um conjunto de partes integradas e interdependentes que forma

um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função. Sistemas

são definidos como um conjunto de eventos funcionalmente entrelaçados e

organizados de forma a alcançar objetivos preestabelecidos (LUPORINI; PINTO,

1985).

Esta vem sendo utilizada freqüentemente por pesquisados e analistas que

vêem as organizações como sistemas, aumentando gradualmente a instituição de

órgãos e companhias sobre enfoque sistêmico. Um conceito na visão da

Administração seria sistemas como um conjunto de atividades interligadas de forma

que todas estejam em uma relação direta, de maneira a possibilitar que

determinados objetivos sejam alcançados, como identificar todos os sistemas que

ocorrem na empresa, canalizar todas as forças e energias estabelecer sistemas de

controle e avaliação, crias sistemas de retroalimentação, etc.

Com a utilização da OSM em atividades de sistemas pode-se realizar análise

de viabilidade econômica, elaboração de cronogramas, avaliação de equipamento,

análise e definição de amplitude, definição e estruturação dos dados a nível

operacional, das atividades dos sistemas de informação, definição e estruturação

das informações.

O método é definido como o caminho ordenado e sistemático para se chegar

a um fim. Este caminho é estudado como um sistema ou processo em nível

operacional, tático, estratégico e filosófico, ocorrendo nos três últimos processos

intelectuais. Este é entendido como uma abordagem de qualquer problema mediante

análise prévia e sistemática de todas as vias possíveis de acesso à solução.

O método é a forma lógica de ordenar procedimentos, com a finalidade de

desenvolver seqüências operacionais mais simples e eficazes (LUPORINI; PINTO,

1985).

Por processo intelectual entendemos que é uma abordagem de qualquer

problema mediante análise prévia e sistemática de todas as vias possíveis de

acesso à solução. E processo operacional é a maneira lógica de organizar a

seqüência das diversas atividades para chegar ao fim almejado, ou seja, é a

ordenação da ação.

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Na prática, consiste em avaliar, analisar e estudar os vários métodos

disponíveis, identificando, explicando e justificando as limitações, principalmente as

implicações e possíveis resultados de suas utilizações. Sendo a aplicação do

método através de processos e técnicas, não buscando soluções, mas estudando a

melhor maneira de abordar determinados problemas empresariais em seu estado

atual de conhecimentos.

A OSM pode ser utilizada em atividades de métodos como racionalização do

trabalho, definição da movimentação de documentos, fluxo de decisões dos

sistemas, modificações dos métodos de trabalho, municiamento da empresa com

ferramentas de análise e gestão, atualização de técnicas administrativas e dos

sistemas de trabalho.

Assim, ao desenvolver as estruturas de recursos e de operações na empresa,

definir procedimentos, rotinas, métodos, é estabelecida uma padronização na

análise administrativa, que envolva aspectos organizacionais e de planejamento.

2.1.4 Consultoria Empresarial

A consultoria empresarial surgiu de uma contingência mercadológica. Da

necessidade, não só das pequenas, mas também das grandes empresas que em

virtude do seu foco de atuação não conseguem gerir, por exemplo, os setores

financeiros, precisando de alguém capacitado e com experiências para atender esta

necessidade, operacionalizando, planejando, dirigindo, treinando, ou até

implantando uma ferramenta de trabalho. Aliado a tudo isto está à reengenharia e o

downsizing que reduziu o quadro e inovou o pensar organizacional.

Para Oliveira (1999, p.21) “consultoria é um processo interativo de um agente

de mudanças externo à empresa, o qual assume a responsabilidade de auxiliar os

executivos e profissionais da referida empresa nas tomadas de decisões, não tendo,

entretanto, o controle direto da situação”.

A consultoria empresarial por ser um segmento muito amplo e dinâmico tem

uma tendência de crescimento muito grande por muitos motivos. No Brasil, por não

haver divulgação e nem incentivo, pouco se fala de consultoria para empresas que

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estão enfrentando algum tipo de dificuldade ou para os novos empreendedores que

surgem todo dia. Uma empresa antes de abrir as portas necessita muito mais do que

apenas o serviço do contador que é de regularização da documentação.

Se houvesse uma divulgação e uma conscientização por parte dos executivos

e profissionais, a tendência se aceleraria de maneira espantosa. Os problemas

enfrentados pelas consultorias empresariais são em relação ao comportamento do

alto escalão que prejudicam o processo de planejamento e as resistências

(WEINBERG, 1990; BLOCK, 1991).

Os sentimentos passam e mudam quando é expresso diretamente,

necessitando o consultor ter habilidade de tratar a organização com autenticidade,

com todos colocando diretamente em palavra o que estão sentindo. Só então a

resistência poderá ser vencida. Assim os fatores que contribuem para o sucesso da

consultoria estão envolvidos com o nome da empresa, a metodologia do trabalho e

reputação do consultor (BLOCK, 1991).

O consultor é conhecido como aquele que trabalha numa consultoria e que

através dela vende o seu serviço de consultor. Mas na verdade sempre que você for

chamado para expressar uma opinião ou responder a alguma dúvida, por mais

simples que seja como, por exemplo, informar a localização de uma rua, você está

dando consultoria, isto é, você esta desempenhando um papel de consultor.

Um consultor é uma pessoa que está em posição de ter alguma influência

sobre o indivíduo, um grupo ou uma organização, mas que não tem poder direto

para produzir mudanças ou programas de implementação (BLOCK, 1991).

Oliveira (1999, p.133) completa este conceito acrescentando que o consultor

empresarial é um agente de mudança externo que assume responsabilidades de

ajudar a empresa-cliente, mas não tem o controle direto da situação.

Assim o consultor empresarial interage com as empresas buscando atingir os

objetivos propostos, influenciando nas decisões da organização, sem poder e

controle direto para produzir mudanças ou programas de implementação.

Existem dois tipos de consultores, o interno e o externo. O consultor interno

age diretamente na empresa tendo ele conhecimento total dos processos, maior

facilidade de interação com os funcionários e acesso aos dados necessários para

seu trabalho, porém sua avaliação pode ser afetada pelo fato de ser funcionário da

empresa. O consultor externo não tem tanto acesso quanto o interno e não conhece

tão bem os processos, mas sua avaliação quanto os procedimentos da empresa não

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são afetados, pois ele tem uma maior visão do ambiente da empresa do que o

consultor interno.

São três os tipos de consultoria (OLIVEIRA, 1999), sendo: por pacote,

artesanal e especializada. A consultoria:

Por pacote – transferência de fortes estruturas de metodologias e de

técnicas administrativas, sem a preocupação da adequação à realidade

atual ou esperada pela empresa-cliente.

Artesanal – atende às necessidades da empresa-cliente por meio de um

projeto baseado em metodologia e técnicas administrativas

especificamente estruturadas, tendo sustentação de outras abordagens e

modelos aplicados em outras empresas.

Especializada – atua em um ou poucos assuntos dentro de uma área de

especialização.

Estes com aporte a qualidade total, que será descrita a seguir.

2.2 Qualidade Total

Os processos e modelos que fazem parte do universo da gestão da qualidade

possibilitam o incessante aprimoramento das empresas, que a todo instante são

impelidas a alterar suas sistemáticas e procedimentos na tentativa de obter maiores

níveis de competitividade.

A gestão da qualidade abrange uma visão macro da existência humana,

influenciando modos de pensar e agir. Não significando apenas o controle da

produção, a qualidade intrínseca de bens e serviços, o uso de ferramentas e

métodos de gestão, ou a assistência técnica adequada.

O conceito de qualidade total ou gestão da qualidade passou a significar

modelo de gerenciamento que busca a eficiência e a eficácia organizacional.

Qualidade é um conceito espontâneo e intrínseco a qualquer situação de uso de

algo tangível. Estamos freqüentemente avaliando e sendo avaliados no ato de

gerarmos e recebermos os elementos que compõem a interação e os atos de

consumo presentes em nossa vida.

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A ampliação da abrangência da qualidade nas atividades organizacionais

pode também ser percebida em responsabilidades que se agregaram à área, como

qualidade ambiental e qualidade de vida, ética e valores, hoje imprescindíveis e

objeto de regulamentações nacionais e internacionais e de normas diversas,

mostrando a crescente conscientização da sociedade, que impõem demandas e

exerce pressões complementares.

Há várias classificações para os diversos períodos ou eras da qualidade

sendo elas inspeção, controle estatístico da qualidade, garantia da qualidade e

gestão estratégica da qualidade, descritas a seguir.

O controle da qualidade limita-se à inspeção e às atividades restritas. As

atividades de inspeção se transformaram rapidamente em um processo

independente e associado ao controle da qualidade. A inspeção 100%, ou seja, a

inspeção em todo o lote de produção se manteve inalterado durante muitos anos,

apesar da necessidade e aplicação, em diversos momentos, de inspeções parciais e

por amostragem, mas sem metodologia estruturada nem procedimentos confiáveis,

sendo vista como fora das responsabilidades do departamento de inspeção.

Controle estatístico da qualidade passa por dois níveis que são: controle de

processo e amostragem. Ao estruturar organizadamente as etapas que compõem a

realização de um trabalho ou tarefa, incluindo o seu fluxo, insumos, atividades

realizadas e produtos gerados, é possível obter muitas informações sistematizadas e

perceber pontos críticos, oportunidades de melhoria e, principalmente, as variações

ou flutuações devidas a causas normais e anormais ou específicas. O controle do

processo foi o fundamento para o desenvolvimento das técnicas para controle

estatístico da qualidade.

Uma empresa precisa garantir qualidade que atenda aos requisitos dos

consumidores. Ainda segundo Ishikawa (1993) garantia da qualidade significa

garantir a qualidade de um produto para que o consumidor possa comprá-lo com

confiança e usá-lo por um longo período de tempo (ISHIKAWA, 1993).

A inclusão das técnicas de amostragem propiciou um grande avanço nos

processos da qualidade, promovendo a rápida disseminação de cursos e a evolução

dos procedimentos, visando aplicações cada vez mais confiáveis. Por motivos

técnicos, econômicos, de prazo ou até quantitativos, realizar inspeções completas

em todos os produtos fabricados é impraticável. Assim a amostragem é utilizada,

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pois apresentou resultados mais confiáveis quando os métodos estatísticos e os

procedimentos associados amadureceram suficientemente.

Por volta do final da II Guerra Mundial, a qualidade já conquistara seu lugar e

passou a ser uma disciplina bem aceita no ambiente organizacional, com técnicas

específicas e resultados efetivos, com profissionais especializados e bem

caracterizados na especialidade. Na segunda metade da década de 50, o Total

Quality Control (TQC) tornou mais amplo o conceito de qualidade.

O TQC (SHIBA, 1997), tem foco em:

Abordar a qualidade desde a fase do projeto de desenvolvimento do

produto, incluindo os aspectos funcionais e atributos de desempenho;

Envolver todos os funcionários, de todos os níveis hierárquicos, assim

como fornecedores e clientes, nos processos de melhoria da qualidade,

objetivando o comprometimento e a confiança recíproca;

Manter e aperfeiçoar as técnicas clássicas da qualidade existentes.

O TQC requer que todos os colaboradores participem das atividades de

melhoria da qualidade. Para os japoneses há também o Total Quality Management

(TQM), uma abordagem gerencial baseada na participação de todos, dirigida para a

satisfação do consumidor e dos membros da organização e da sociedade.

Qualidade Total são todas aquelas dimensões que afetam a satisfação das

necessidades das pessoas e, por conseguinte a sobrevivência da empresa, sendo

estas a qualidade, custo, entrega, moral e segurança (CAMPOS, 2004).

Os instrumentos na profissão se expandiram, onde quatro elementos distintos

passaram a fazer parte desta nova era: quantificação dos custos da qualidade,

controle total da qualidade, engenharia da confiabilidade e zero efeito.

Os custos da qualidade estão ligados aos elementos que compunham os

investimentos necessários para se ter qualidade, classificados por categorias e

processos envolvidos, desde o projeto até suas fases finais do ciclo de vida de um

produto, evoluindo em diversas abordagens.

Tornou-se prática usual analisar os elementos que participam dos custos da

não-qualidade, ou seja, as conseqüências em perdas quantificadas que podem

comprometer sensivelmente o desempenho de uma organização.

A qualidade total, por meio de suas diversas terminologias, teve percepção

importante e ampliou o escopo de atuação da qualidade no ambiente organizacional.

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Todos os departamentos passaram a ser responsáveis pelo sucesso de

empreendimento, tendo, a alta administração, apenas a responsabilidade de

controlar a integração entre as áreas e sua sinergia.

Os princípios da gestão da qualidade total (GQT) foram enfim assimilados

pela maioria das organizações, a qualidade passou a ser discutida e o mercado

passou a valorizar quem possuía e a punir organizações apenas focadas nos

processos clássicos de controle da qualidade.

O planejamento da qualidade é definido pelas características da qualidade a

serem agregadas ao produto ou ao serviço em cada processo interno, de forma a

garantir a satisfação das necessidades do cliente (CAMPOS, 2004).

Assim tornou-se essencial a abordagem estratégica da qualidade, tendo

importância os seguintes pontos:

Não são os fornecedores do produto, mas aqueles para quem eles servem

– os clientes, usuários e aqueles para quem eles servem – que têm a última

palavra quanto a até que ponto um produto atende às suas necessidades e

satisfaz suas expectativas;

A satisfação relaciona-se com o que a concorrência oferece;

A satisfação, relacionada com o que a concorrência oferece, é conseguida

durante a vida útil do produto, e não apenas na ocasião da compra;

É preciso um conjunto de atributos para propiciar o máximo de satisfação

àqueles a quem o produto atende.

A principal diferença entre a abordagem do início do século XX e a atual é

que a qualidade agora está relacionada às necessidades e aos anseios dos clientes.

Seja qual for o porte da empresa, observam-se programas de qualidade e de

melhoria de processos na maioria dos setores econômicos. Não importa fazer o

melhor produto com os melhores processos, se o que se faz não vai ao encontro do

consumidor, razão de ser de todos os processos organizacionais.

A similaridade funcional dos produtos é cada vez maior, até mesmo de

desempenho. É preciso estar sintonizado com os colaboradores, pois a qualidade

hoje está associada muito mais à percepção de excelência nos serviços, onde o

elemento humano e sua qualidade representam o grande diferencial

contemporâneo. Assim, prover treinamento adequado pode significar o êxito do

empreendimento.

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2.3 Benchmarking

A técnica do Benchmarking começou a ser utilizada na Segunda Guerra

Mundial, apesar de suas origens serem ainda mais antigas. Nesta época era comum

os aliados capturarem equipamentos inimigos para analisar seus desempenhos e tê-

los como objetivo para seus próprios equipamentos, utilizando a informação obtida

para neutralizar e superar o inimigo, ou seja, estabelece objetivos em função de um

referencial conhecido. (PALADINI, 1994)

Benchmarking é como um processo de avaliação do produto frente aos

líderes do mercado, através de características que permitam comparação

(MARTINS; LAUGENI, 2001).

“Benchmarking é o processo contínuo de avaliação de produtos, serviços e

práticas, em comparação com as concorrentes mais fortes ou com aquelas

companhias reconhecidas como líderes da indústria” (CAMP apud SHIBA;

GRAHAM; WALDEN, 1997, p.283).

The Quality Glossary apud Paladini (1994, p.145) complementa:

Um processo de melhoria no qual uma organização mede seu desempenho pela comparação com companhias consideradas “as melhores em sua classe”, determinando como estas empresas alcançaram estes níveis de performance e utilizando estas informações para melhorar seu próprio desempenho.

Utiliza-se o termo Benchmarking competitivo, enfatizando que esta técnica

não é utilizada apenas entre organizações adversárias, mas também como forma de

aprendizado e comparação com empresas não concorrentes (SLACK, 1996). O

principal objetivo da técnica, além de estabelecer padrões de desempenho, é

estimular a criatividade, fazer com que as empresas reflitam a respeito de como

podem satisfazer plenamente seus clientes, expandindo horizontes, através do

conhecimento das técnicas de outras empresas, concorrentes ou não, adaptando-as

ao seu processo produtivo, em busca da excelência.

As organizações prestadoras de serviços devem conhecer o seu ramo de

atuação, analisando seus pontos fortes e fracos, com a meta de ser o melhor, o

referencial daquele ramo (PALADINI, 1994). O Benchmarking pode então ser

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aplicado como uma metodologia que determina padrões de qualidade a serem

alcançados ou superados.

São dez etapas para aplicação do Benchmarking: diagnóstico de mercado,

diagnóstico do serviço, diagnóstico da empresa, seleção de características, seleção

do processo de análise, área de abrangência da análise, procedimentos de análise,

planejamento da ação, desenvolvimento das ações e realimentação (PALADINI,

1994).

O Benchmarking começou com uma necessidade de informação e desejo de

aprender depressa como corrigir um problema empresarial. Assim, foram escolhidos

padrões para ilustrar os quatro tipos básicos de estudos: internos, competitivos,

funcionais e genéricos, que são descritos como (PALADINI, 1994):

a) Benchmarking Interno – o objetivo é identificar os padrões internos de

desempenho.

b) Benchmarking Competitivo – o objetivo é identificar informações específicas

sobre os produtos, processos e resultados de negócios de seus concorrentes

e depois comparar com aquelas mesmas informações de sua própria

organização.

c) Benchmarking Funcional – o objetivo é identificar as melhores práticas em

qualquer tipo de organização que estabeleceu uma reputação de excelência

na área específica sujeita ao Benchmarking.

d) Benchmarking Genérico – focaliza-se em processos de trabalho excelentes, e

não nas práticas de negócios de uma organização ou indústria em particular.

As organizações usam o Benchmarking com uma variedade de propósitos.

Algumas organizações posicionam o Benchmarking como parte de um processo

geral de solução de problemas, com a obrigação clara de aperfeiçoamento

organizacional. Outras posicionam o Benchmarking mais como um mecanismo

proativo, para mantê-las informadas das práticas mais modernas de negócios.

Através do Benchmarking, uma empresa consegue identificar as

oportunidades de melhoria e, pró - ativamente, dirigir os seus esforços para se tornar

a melhor das melhores.

Existem passos para se dar início ao processo de benchmarking. É preciso

determinar o que será usado como referência, pressupondo-se que haja consenso

quanto aos passos seguintes serem dirigidos à coleta dos dados disponíveis.

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Podendo ser feito por meio de pesquisas bibliográficas, contatos com fontes e

pessoas internas.

É importante, entretanto, compreender as fases genéricas e sua base lógica.

O processo de benchmarking consiste em cinco fases. O processo se inicia com

uma fase de planejamento e prossegue através de análise, integração, ação e

finalmente maturidade.

Na fase de planejamento, o objetivo é a realização das investigações de

benchmarking. Os passos essenciais são aqueles de qualquer desenvolvimento de

um plano – o quê, quem e como (CAMP, 1993):

O que deve ser usado como marco de referência? Toda função que

uma empresa tem ou entrega no produto.

Com quem ou o que iremos comparar? Existem concorrentes diretos em

produtos.

Como são coletados os dados? Existe um processo.

A fase de análise deve envolver uma cuidadosa compreensão das práticas

correntes nos seus processos, bem como daquelas dos seus parceiros. Afinal, o

processo de benchmarking é uma análise comparativa. Aquilo que se deseja é uma

compreensão do desempenho interno, a partir da qual possa avaliar as forças e

fraquezas.

Integração é o processo que usa as descobertas do benchmarking para fixar

as metas operacionais das mudanças, que envolve um planejamento cuidadoso

para incorporar novas práticas à operação e assegurar que as descobertas sejam

incorporadas a todos os processos formais de planejamento.

O primeiro passo é obter aceitação operacional e gerencial para descobertas

do benchmarking. Estas descobertas precisam ser comunicadas a todos os níveis

organizacionais para se obter apoio, comprometimento e senso de propriedade.

Existe um processo de benchmarking contendo dez passos a seguir para

estruturar um trabalho de benchmarking (CAMP, 1993), conforme segue, Figura 2:

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Planejamento

Análise

Integração

Ação

Maturidade

2. Identificar empresas comparativas

3. Determinar método de coleta de dados e efetuar a coleta

1. Identificar o que marcar para referência

4. Determinar a “lacuna” corrente de desempenho

5. Projetar futuros níveis de desempenho

6. Comunicar descobertas de marcos de referência e obter aceitação

7. Estabelecer metas funcionais

8. Desenvolver planos

9. Implementar ações específicas e monitorar progressos

10. Recalibrar marcos de referência

- Posição de liderança atingida

- Práticas plenamente integradas aos processo

Figura 2: Passos do processo de benchmarking Fonte: Adaptado de Camp, Robert C., 1993, p16

A chave do processo será a conversão das descobertas do benchmarking em

uma declaração de princípios operacionais ao qual a organização pode se obrigar e

pelos quais serão julgadas as ações para mudança.

Esses princípios informam a organização de que existem regras pelas quais

irá se aperfeiçoar para satisfazer as necessidades dos clientes e finalmente atingir a

superioridade.

As descobertas do benchmarking e os princípios operacionais nelas baseados

devem ser convertidos em ações específicas de implementação, além disso, é

preciso que haja medições e avaliações de realizações periódicas. As pessoas que

de fato executam as tarefas do trabalho são as mais capacitadas para determinar

como as descobertas podem ser incorporadas ao processo.

Seguindo todos esses passos finalmente será alcançado o estado de

maturidade que é quando as melhores práticas estiverem incorporadas a todos os

processos da empresa, assegurando assim a superioridade. A maturidade também é

alcançada quando o benchmarking se torna uma faceta permanente, essencial e

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autodesencadeada do processo gerencial. Ele se torna institucionalizado. É feito em

todos os níveis apropriados da organização e não apenas por especialistas.

Existem alguns passos comprovados para se dar início ao processo de

benchmarking. É preciso determinar o que será usado como referência,

pressupondo-se que haja consenso quanto aos passos seguintes serem dirigidos à

coleta dos dados disponíveis. Podendo ser feito por meio de pesquisas

bibliográficas, contatos com fontes e pessoas internas.

2.4 Gestão de Projetos

Dentre as muitas definições existentes sobre o que é um projeto, a mais

correta a seguir seria a que explica em poucas palavras o que é um projeto. A

definição adotada pelo PMI - Project Management Institute (Instituto de

Administração de Projetos), diz ser o projeto: “um esforço temporário empreendido

para criar um produto ou serviço único”.

Antigamente a maioria dos projetos estava relacionada com poder, religião ou

construção de grandes monumentos. Este relacionamento evoluiu com o passar dos

tempos e hoje o que importa para um projeto é o seu custo e o tempo que

ocasionara este custo.

Os projetos de hoje podem ser de curta duração, empreendimentos baratos

de alguns dias que necessitem de recursos mínimos ou projetos de médio ou longo

prazo que representem ambição, estendendo-se por muitos anos e que exigem

grandes recursos financeiros e materiais, níveis de técnica, científica e

administração complexa.

Projeto trata-se de um empreendimento com objetivo bem definido, que

consome recursos e opera sob pressões de prazos, custos e qualidade( KERZNER,

2006).

Porém todos os projetos, independente de seu tamanho, apresentam

características comuns como empreendimentos independentes, propósito e

objetivos distintos e duração limitada. Ainda em sua maioria, apresentam também

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características como datas determinadas para início e conclusão, recursos próprios,

administração e estruturas administrativas próprias (KEELLING, 2002).

O projeto geralmente é planejado, financiado e administrado como atividade

distinta, estando separado da rotina, podendo ser planejado, monitorado e

controlado. Assim permanece separado de operações rotineiras que

sobrecarreguem as atividades a serem realizadas sem envolvimentos com

operações de longo prazo, facilitando a distribuição de pessoal, know-how

especializado, recursos financeiros e materiais, atenderem custos e avaliar

resultados.

As perspectivas e objetivos são outra distinção importante de projetos e

atividades que reside na natureza do escopo do projeto e nos objetivos finais. Com

ênfase diferente a perspectiva do projeto sendo definida, limitada pelo tempo e

recursos e os objetivos do projeto são mais específicos.

Dentre as características e benefícios da gestão de projetos podemos

destacar a simplicidade de propósito, clareza e escopo, controle independente,

facilidade de medição, flexibilidade de emprego, motivação e moral da equipe, estilo

de administração e liderança, desenvolvimento individual, segurança, mobilidade e

facilidade de distribuição (KEELLING, 2002).

É infinita a gama de projetos em operação, abrangendo os assuntos mais

diversos. Também favorecido pelo desenvolvimento e transferência de tecnologia

sofisticada para administração de projetos, tornando-a poderoso instrumento de

transformação e crescimento no desenvolvimento de rotinas e sistemas

organizacionais.

Para condução de um projeto é necessário capacitação em todas as áreas da

administração, exigindo aplicação, disciplina e técnica para projetos de curto prazo.

Pedindo um tipo específico de gerente e foco da atividade gerencial, estando ligado

a fatores que favoreçam a sobrevivência, crescimento, retorno de longo prazo sobre

o investimento, atendimento de objetivos que necessitem de estratégias flexíveis e

perspectivas de longo prazo. Tendo como principais fatores o prazo limitado do ciclo

de vida do projeto e o progresso passo a passo. Sendo a liderança e

desenvolvimento da equipe em termos de atividade, planejamento e controle.

As características de um gerente de projetos não podem ser desenvolvidas

no cargo, visto que ele dispõe de pouco tempo para tanto (KEELLING, 2002). Dessa

forma o gerente deve ser:

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1. O centro em torno do qual gira toda a atividade;

2. O elo entre stakeholders internos e externos e as organizações;

3. Regulador do progresso, velocidade, qualidade e custo;

4. Líder e motivador do pessoal do projeto;

5. Comunicador e negociador em todas as coisas relacionadas ao projeto; e

6. Controlador de finanças e outros recursos.

As opiniões sobre características das quais os gerentes de projetos devem

dispor, porém poucos têm dúvida de que sejam diferentes em aspectos importantes

que estejam ligados a administração de esforços contínuos.

O projeto é dotado de uma série de fases que vai de sua concepção até seu

ponto de conclusão, tendo cada fase suas próprias características e necessidades.

À medida que avança os recursos e tempo despendido aumentará, assim como

diminuirão o prazo e recursos restantes (KEELLING, 2002).

Compreender o ciclo de vida de um projeto é importante para obter o sucesso

na gestão de projetos, ocorrendo em progressão lógica os acontecimentos, sendo

preciso planejar e administrar devidamente cada fase do projeto. Este também se

caracteriza como um instrumento de qualidade, por meio das expectativas

estabelecidas entre uma fase e outra, e aos seus produtos, fornecendo pontos de

referência que confirmem sua qualidade.

O ciclo de vida do projeto compreende comumente as fases de conceituação,

planejamento, implementação e conclusão, descritas a seguir (KEELLING, 2002).

A conceituação é o ponto de partida, consciência de alguma necessidade ou

desejo de desenvolvimento ou melhoria. Onde as metas preliminares, custos

benefícios, viabilidade e perspectivas avaliadas inicialmente, objetivando alcançar

áreas problemáticas, abordagens alternativas e modos de superar a dificuldade

encontrada. Aqui se busca formar a proposta do projeto para buscar a aprovação de

diretores ou outros grupos que de algum modo afetem o projeto. Quando aceito, o

projeto passa por uma reavaliação minuciosa da ação, utilidade, viabilidade e risco,

oferecendo recomendações de como o projeto deve continuar.

Na fase de planejamento as idéias sobre objetivos e aspectos do plano

recebem as considerações finais, sendo revistos os objetivos e melhor esclarecidos,

passando-se a planejar a estrutura do projeto e iniciando a escolha de um gerente

de projetos e equipe de especialistas. Assim os objetivos para a missão do projeto e

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as atividades componentes ficam claros e mensuráveis, e os planos de atividade,

finanças e recursos são integrados e desenvolvidos pelo padrão de comunicação,

normas de qualidade, segurança e administração.

Esses planos proverão análises periódicas de progresso, estruturas de

subordinação e a possibilidade de revisão baseados em tempo e pontos

estratégicos. Conclui-se a fase de planejamento e passasse a fase de

implementação do projeto que está próxima ao começo da fase de conclusão

(KEELLING, 2002).

Após esta fase começa-se a implementação ou execução do projeto que é

quando os planos são postos em operação, onde cada atividade é monitorada,

controlada e coordenada para alcançar os objetivos do projeto, estando diretamente

associada à eficiência do trabalho à qualidade dos planos formulados, à eficácia da

administração, tecnologia, liderança e controle. Nesta fase os passos são analisados

e revistos apenas quando necessário.

Depois de terminada todas as fases anteriores, realizam a conclusão do

projeto e a entrega, atribuindo deveres e responsabilidades de acompanhamento

podendo existir em alguns casos uma avaliação posterior para calcularmos a

continuidade dos efeitos do projeto depois que os resultados estiverem em prática

por um período razoável de tempo.

Segundo PMBOK®, para gerenciar projetos são necessárias a aplicação de

conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às suas atividades, com o

objetivo de atender o propósito para o qual está sendo executado. Dessa forma é

proposta oito áreas de conhecimento que é escopo, tempo, custo, qualidade,

recursos humanos, comunicações, risco e aquisições. Todas estas áreas são de

responsabilidade de uma nona área denominada integração. Essas áreas

descrevem os conhecimentos e as boas práticas relacionadas ao gerenciamento de

projetos com bases em processos que as compõem, como gerenciamento do

escopo, do tempo, do custo, da qualidade, dos recursos humanos, das

comunicações, dos riscos, das aquisições e da integração.

O gerenciamento do escopo do projeto refere-se ao trabalho que deve ser

realizado para entregar um produto, serviço ou resultado com as características e

funções especificadas (SOTILLE et al, 2007). Esta engloba os processos

fundamentais para assegurar que sejam executadas as atividades estritamente

necessárias à realização do projeto. Esta consiste em cinco etapas que são:

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iniciação, planejamento do escopo, definição do escopo, verificação do escopo e

controle das alterações do escopo.

A segunda etapa é o gerenciamento do tempo do projeto que inclui processos

necessários para assegurar a conclusão do projeto no prazo previsto, composto

pelas seguintes etapas: definição das atividades, seqüenciamento das atividades,

estimativa de duração das atividades, elaboração do cronograma e controle do

cronograma.

A terceira etapa diz respeito ao gerenciamento de custos do projeto que

possui processos necessários para garantir que o projeto seja concluído dentro do

orçamento aprovado, que consiste em planejamento dos recursos, estimativa de

custos, orçamento de custos e controle dos custos.

Concluída esta etapa passar-se a gerenciar a qualidade do projeto,

assegurando que satisfaça as necessidades para as quais foi criada, envolvendo o

planejamento da qualidade, garantia da qualidade e controle da qualidade.

Dentre estas etapas existe também o gerenciamento de recursos humanos

que são os processos para empregar de forma mais eficaz o pessoal envolvido no

projeto, que consiste em planejamento organizacional, formação da equipe e

desenvolvimento da equipe.

O gerenciamento das comunicações garante geração, coleta, divulgação e

disposição final apropriada das informações do projeto pelo planejamento das

comunicações, distribuição das informações, relatório de desempenho e

encerramento administrativo.

O gerenciamento de riscos do projeto é um processo sistemático de

identificação, análise e respostas a riscos do projeto para maximizar a probabilidade

e as conseqüências de eventos positivos e minimizar a probabilidade e as

conseqüências que eventos adversos possam trazer aos objetivos do projeto,

formado pelo planejamento do gerenciamento de riscos, identificação de riscos,

análise qualitativa de riscos, análise quantitativa de riscos, planejamento de

respostas a riscos e monitoração e controle de riscos.

O gerenciamento das aquisições inclui processos necessários para a

aquisição de bens e serviços externos para cumprir o projeto. Formada pelo

planejamento das aquisições, planejamento da solicitação, a solicitação

propriamente dita, seleção das fontes, administração do contrato e encerramento do

contrato.

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A integração é ponto final onde são realizados os processos finais para

assegurar que os vários elementos do projeto sejam adequadamente coordenados.

Consistem nos seguintes passos: elaboração do plano do projeto, execução do

plano do projeto e controle integrado das alterações. Este último ponto é

considerado pelo PMI uma das maiores e mais importantes preocupações do

gerente de projetos.

Ao gerenciar um projeto, o grande desafio da equipe do projeto é definir os

produtos e/ou serviços relacionados aos seus objetivos, que serão entregues ao

patrocinador ou cliente do projeto. Estes produtos ou serviços são denominados

deliverables, traduzidos como subprodutos, resultados principais, entregáveis ou

entrega.

Os processos de gerenciamento de escopo e suas principais entradas estão

demonstrados na figura 3 a seguir, que representa os cinco passos de

gerenciamento de escopo, bem como suas principais entradas e saídas e a forma

como as etapas se comunicam entre si, formando ciclo de processos do escopo de

projeto.

Figura 3: Processos de gerenciamento de escopo Fonte: Adaptado de Xavier, Carlos M. da Silva, 2006, p36

Como visto, o escopo do projeto consiste em um conjunto de subprodutos

que devem ser gerados para que o sistema de informação seja entregue, tendo

como preocupação fundamental, definir e controlar o que está, ou não, incluído no

escopo do projeto.

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3 CONSULTORIA UNI JÚNIOR

Neste item caracterizará a empresa, pela sua história, evolução, classificação

(empresa júnior), estrutura organizacional, missão, visão, clientes, stakeholders,

bem como o Manual de Excelência Uni Júnior. Descreveremos também os

processos atuais como: iniciar um projeto ou realizar evento.

3.1 Empresas Júnior

Neste item será abordado o histórico de empresas júnior, seu surgimento em

e crescimento deste movimento. Após, será direcionado o foco para a empresa

júnior em questão, motivo deste estudo.

3.1.1 Histórico

O termo empresa júnior surgiu em 1967, pouco antes da revolução estudantil

francesa de 1968, na École Supérieure des Sciences Économiques et Commerciales

(ESSEC) em Paris quando alguns estudantes decidiram fundar uma empresa para

prestar serviços de consultoria.

Tendo-se em vista que em 1969 já existia mais de 20 empresas juniores na

França (MATOS, 1997), a necessidade de coordenação das atividades destas

instituições levou à criação da Confédération Nationale des Junior-Entreprises

(CNJE), o que acabou por consolidar a vocação das empresas juniores francesas.

Esta vocação seria [...] trazer uma nova visão crítica e uma abordagem

diferenciada aos problemas e atividades de uma empresa, além de colocar em

prática proposição concretas de ação (CODA, 1992).

Cabe destacar aqui a diferenciação nesta época no âmbito do sistema

educacional francês entre as Grandes Escolas, por um lado, e os IUT’s (Institutos

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Universitários de Tecnologia) e as Faculdades, por outro. Neste ponto em particular

não existia nas Grandes Escolas a tradição de pesquisa e por isto eram vistas por

muitos como que não fazendo parte da “Universidade”. (RODRIGUES, 1998)

É importante observar que tanto o público alvo inicial das empresas júnior

francesas como o relacionamento com as instituições de ensino mudou

significativamente a partir da segunda metade dos anos 70 e primeira metade dos

anos 80.

Ainda de acordo o ambiente que estimulou as características que hoje estão

presentes nas empresas juniores francesas pode ser entendido a partir da estrutura

de mercado da economia francesa, a conjuntura do mercado de trabalho e a

estrutura educacional vigente (MATOS, 1997).

Deve ser destacado que embora a colocação deste autor seja corroborada

frente aos aspectos mais importantes que a Confédération Nationale des Junior-

Entreprises (CNJE) salientava como pontos para sua reflexão no final da década de

90: emprego, educação superior e empresas (RODRIGUES, 1998), um aspecto tal

como a “conjuntura do mercado de trabalho” não parece ter sido tão relevante no

surgimento e desenvolvimento inicial das empresas júnior na França.

Estudantes da ESSEC Business School, localizada em Paris na França,

conscientes da necessidade de complementar de forma prática a formação

acadêmica obtida, criaram uma associação sem fins lucrativos a qual denominaram

de Junior-Entreprises, que tinha como objetivo aplicar o conhecimento teórico

através de práticas provenientes do confronto direto com a realidade empresarial.

Como a ESSEC sendo uma empresa de comércio, a Empresa Júnior vinculada a ela

oferecia às empresas pesquisas e estudos executados por estudantes nas áreas de

marketing e finanças.

Após dois anos havia na França mais de 20 Empresas Júnior em atividade

que fundaram a Confédération Nationale des Junior-Entreprises (CNJE), com os

seguintes objetivos: promover e representar o movimento Empresa Júnior na

França, protegendo e defendendo a marca/patente Empresa Júnior com a finalidade

de assegurar a qualidade dos estudos realizados por estas associações. Na década

de 80 já havia mais de cem Empresas Juniores fazendo parte da CNJE, o

movimento já tinha se estendido para outras áreas e países como Espanha, Bélgica,

Holanda, Portugal e outros.

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A confederação francesa é a maior e mais antiga confederação européia e a

Junior ESSEC a mais antiga Empresa Júnior atuando nas áreas de marketing e

finanças, contando com uma média de 130 projetos por ano e mais de cem clientes

como 3M e o Citibank.

O Brasil é o país fora da Europa que possui o maior número de Empresas

Juniores. O conceito de Empresa Júnior chegou ao Brasil por volta de 1987, quem

teve esta iniciativa foi então o diretor da Câmara de Comércio Franco-Brasileira, Sr.

João Carlos chaves. Conhecedor e entusiasta da experiência francesa disseminou

junto a estudantes de Administração de Empresas, a idéia de organizar associações

parecidas com as existentes na França e aplicá-las em faculdades brasileiras. A

idéia era unir conhecimentos teóricos e aplicá-los de forma prática em uma Empresa

Júnior que propiciasse a vivência real do mercado.

Para desenvolver esta atividade no Brasil foram necessárias visitas as

Empresa Juniores francesas com o objetivo de entender o funcionamento,

estudando seus estatutos e regimentos, tendo em vista sempre o desenvolvimento

de um modelo que fosse adequado à realidade do Brasil. Os pioneiros desta

atividade no Brasil foram os estudantes da Fundação Getúlio Vargas, iniciando suas

atividades em 1989, o qual oferecia serviços nas áreas de organização e métodos,

finanças, marketing e recursos humanos.

Após algum tempo muitas outras instituições adotaram a prática de Empresas

Juniores, criando novas empresas ligadas às instituições de ensino. Até meados de

1990, foram criadas mais cinco Empresas Juniores, dentre as quais quatro eram de

faculdades de engenharia. No mesmo ano as sete Empresas Juniores fundaram a

FEJESP (Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo), com

objetivos semelhantes aos da CNJE francesa.

O movimento Empresa Júnior cresceu e em 1995 haviam dezesseis estados

representados no III ENEjr (Encontro Nacional de Empresas Júnior), firmaram

compromisso de criar a Confederação Brasileira de Empresas Juniores, que iniciaria

seu exercício no ano de 1996.

Segundo o Estatuto da FEJESP (Federação das Empresas Juniores do

Estado de São Paulo), conforme consta no cap. II – Da Definição da Empresa

Júnior, At. 3º, Parágrafo 2, inciso I a Empresa Júnior é definida como uma

associação civil, sem fins lucrativos, constituída e gerida exclusivamente por

estudantes de graduação da faculdade ou universidade onde está localizada e tem

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como objetivo principal propiciar a oportunidade aos estudantes de aplicar e

aprimorar os conhecimentos teóricos adquiridos no decorrer do curso. Sendo assim,

os estudantes perdem automaticamente a condição de membros da Empresa Júnior

ao concluírem os seus cursos de graduação.

Tem finalidade de promover atividades instrutivas e científicas de acordo com

os preceitos de estudo, pesquisa e extensão universitária da instituição vinculada. A

principal atividade da se em forma de projetos de consultoria orientados por

docentes, valorizando estudantes e docentes da instituição. Isso também representa

um benefício à universidade a qual a Empresa Júnior está inserida, pois facilita, por

meio desta associação, a formação de parcerias. Dessa forma, a Empresa Júnior

apresenta-se com um grande potencial de agente fomentador de parcerias entre as

mais diversas esferas acadêmicas e destas com a sociedade em geral.

A Empresa Júnior propicia ao acadêmico maior contato com o mercado de

trabalho e com a realidade social, desenvolvendo o aprendizado e o intercâmbio

entre universidade e sociedade.

Constituída por um conjunto de normas que orientam e definem sua

finalidade, estas descritas num documento sob forma de estatuto social. Qualquer

sociedade sem fins lucrativos necessitam de um documento desta natureza para

serem constituídas. São órgãos administrativos desta associação: a assembléia

geral, o conselho administrativo e a diretoria executiva.

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3.1.2 Uni Júnior

Para atingir sua finalidade, a Empresa Júnior desenvolve atividades como a

execução de projetos de consultoria e/ou assessoria, palestras, seminários, cursos

ou qualquer outra atividade voltada aos estudantes ou ao meio empresarial. Sendo

estas acompanhadas por um profissional orientador.

A missão da Uni Júnior, conforme o Manual de Gestão é “promover o

desenvolvimento pessoal e profissional do acadêmico CECIESA – Gestão por meio

da prestação de serviços às organizações e empreendedores da região, bem como

fomentar a transferência do conhecimento entre universidade e setor público e

privado”.

Tem como visão, segundo o Manual de Gestão Uni Júnior, “ser lembrada

como sinônimo de qualidade no desenvolvimento de projetos de consultoria,

pesquisa e eventos.

A Uni Júnior é coordenada por dois professores responsáveis que, auxiliados

pelo gerente controlam todos os procedimentos e o andamento dos processos

desenvolvidos pelos estagiários como recursos humanos, financeiro e eventos.

Sendo o marketing de responsabilidade de todos.

Em cada projeto é designado um Consultor Júnior que coordenara todo o

projeto com o apoio e envolvimento dos demais consultores, como também haverá

suporte por parte dos professores responsáveis Uni Júnior e outros docentes

envolvidos no projeto.

A estrutura organizacional por projetos é representada na página a seguir,

Figura 4. Nesta estrutura pode-se identificar um professor responsável geral,

seguido pelo cargo de gerente júnior e pelos estagiários responsáveis das áreas

financeiras, recursos humanos e eventos, bem como a participação de outros

professores no processo de consultoria, seguidos pelos projetos desenvolvidos.

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Professor Responsável

Gerente Junior

Finanças RH Eventos

Projeto 1

Projeto 2

Projeto n

Professores

Consultores

Figura 4: Estrutura organizacional por projetos Fonte: Adaptado do Manual de Gestão Uni Júnior

São caracterizados como clientes todos aqueles que estão localizados na

região de abrangência, que necessitem e venham procurar prestação de serviços de

consultoria nas áreas em que a Uni Júnior esteja atuando.

Os stakeholders são pessoas ou grupos que têm interesse pela organização,

podendo ser funcionário, fornecedores, governo, comunidade, grupos de proteção

ambiental, etc (KOTLER, 1998). Para a Uni Júnior, segundo o Manual de Eventos,

stakeholders são todos que influenciam a Uni Júnior no desenvolvimento de

projetos, tendo relação direta – órgãos da UNIVALI, ou indireta, os quais, segundo o

Manual de Gestão Uni Júnior, estes estão relacionados na página a seguir.

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Univali

- Gestão de Eventos – Gerência Extensão

- Central de Prestação de Serviços (CPRES) – Gerência de Extensão

- Financeira – Secretaria Executiva

- Recursos Humanos – Secretaria Executiva

- Direção CECIESA

- Coordenação do Curso de Administração

- Coordenação do Curso de Logística

- Professores apoiadores

- TI – Secretaria Executiva

- Logística – Secretaria Executiva

- Compras – Secretaria Executiva

Clientes

- Empresas da região

- Acadêmicos – Univali

- Professores – Univali

- Comunidade

- Empreendedores

Uni Júnior

- Estagiários – Consultores Juniores

- Professor responsável

- Professor marketing

- Estagiários voluntários

- Free lancers

- Estágio obrigatório

Parceiros

- Prefeitura Municipal de Itajaí/SEDEER

- ACII – Associação Comercial e Industrial de Itajaí

- CDL – Câmara dos Dirigentes Lojistas

- CRA/SC – Conselho Regional de Administração

- Revista Portuária

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- TV Univali – Programa Gestão Moderna

- DCE – Diretório Central de Estudante

Demais instruções estão descritas no Manual de Gestão Uni Júnior, composto

pelos itens a seguir:

Responsabilidade da Administração

Sistema da Qualidade

Análise Crítica de Contrato

Aquisição

Controle de Produto Fornecido pelo Cliente

Controle de Processo

Inspeção

Situações de Inspeção

Controle de Produto Não - conforme

Ação Corretiva e Preventiva

Controle de Registros de Qualidade

Auditorias Internas de Qualidade

Gestão de Pessoas.

3.2 Benchmarking das Empresas de Consultoria

Com a realização de entrevistas escritas com responsáveis e colaboradores

das empresas de consultoria da região do Vale do Itajaí e outras, foram coletados

dados para caracterização, aprofundamento do tema e comparação das práticas

realizadas pelas empresas, e de como essas estão atuando no mercado, assim

como seus processos de atendimento ao cliente, cadastros, desenvolvimento de

projetos, conclusão de relatórios e apresentação dos projetos de consultoria, que

são oferecidos a empreendedores que queiram abrir um novo negócio ou micro e

pequenos empresários com necessidades de melhoramento em seus processos,

serviços e produtos. Dessa forma são apresentados a seguir quadros com as

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características das empresas de consultoria pesquisadas e análises referente às

mesmas.

Tipo de Consultoria

Abertura de projeto

Apresentação de

proposta

Feedback

Desenvolvimento de

projeto

Finalização e entrega

Pós-venda

Especializada

Mini-projeto (trabalhos complexos)

Projeto simples (produto/serviço,

custos e forma de pagamento)

Reunião com entrega de projeto

escrito com representantes da

empresa

Duas ou três pessoas

Formato científico simplificado

Controle de andamento

Semanal em reunião ou por telefone

Apresentação de projeto escrito em

reunião

Antecipação

Contato com o cliente para apresentar

soluções

Empresa A

Figura 5: Empresa A Fonte: Pesquisa realizada pelo acadêmico

A empresa pratica consultoria especializada, com um ou poucos assuntos de

uma área de conhecimento. Seus projetos são direcionados a complexidade do

trabalho a ser realizado, classificado como Mini-projeto e Projetos Simples. A

proposta escrita é apresentada aos representantes da empresa-cliente em reunião.

Para o desenvolvimento dos projetos são usados em média de duas a três pessoas,

desenvolvendo o projeto no formato Científico Simplificado e mantendo um controle

de andamento das etapas. O feedback é feito semanalmente ou por telefone,

dependendo da ocasião. A apresentação do projeto final é de forma escrita, onde

constam o relatório e os dados da consultoria encomendada. No pós-venda a

empresa procura ter antecipação, prevendo qualquer erro que possa ter nas

análises finais ou aplicação do trabalho final, assim entra em contato com o cliente já

com as soluções a serem apresentadas para correção do projeto.

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Tipo de Consultoria

Abertura de projeto

Apresentação de

proposta

Feedback

Desenvolvimento de

projeto

Finalização e entrega

Pós-venda

Pacote

Especializada

Registro do cliente

Formulário de necessidades

Via formulário ou carta comercial

Sujeito a negociações

Diagnóstico de situação

Reunião de lançamento projeto

Relatórios e plano de ação

Reuniões quando necessárias

Ao final de cada dia para o gerente do

projeto

Reunião de encerramento informando

situação inicial e atual

Não possui

Está em elaboração

Empresa B

Figura 6: Empresa B Fonte: Pesquisa realizada pelo acadêmico

A empresa pratica dois tipos de consultoria, por pacote e especializada. Por

pacote, que é a consultoria já definida e a especializada que é por assuntos de uma

área de conhecimento. A abertura do projeto dar-se-á pelo registro do cliente e

preenchimento de uma ficha com as necessidades a serem supridas pela

consultoria. A proposta é apresentada via formulário ou carta comercial, ambos

sujeito a negociações. O desenvolvimento do projeto é realizado primeiramente com

diagnóstico da situação da empresa, é realizada uma reunião de lançamento onde

são apresentados relatórios e planos de ação e marcadas outras reuniões caso

necessário. Ao final de cada dia é dado feedback ao gerente do projeto, este gerente

é escolhido pela empresa-cliente, que faz parte da empresa e tenha certa autonomia

e conhecimento da empresa. A finalização e entrega do projeto é realizada em uma

reunião onde é informada a situação inicial da empresa e a atual. A empresa ainda

não possui pós-venda, mas esta em elaboração.

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Tipo de Consultoria

Abertura de projeto

Apresentação de

proposta

Feedback

Desenvolvimento de

projeto

Finalização e entrega

Pós-venda

Especializada

Diagnóstico de necessidades

Pesquisa sobre a empresa

Proposta personalizada

Em reunião

Não possui modelo definido

Acompanhamento por relatório de

visita

Reunião estabelecidas em

cronograma iniciadas com feedback

Reunião com executivo ou proprietário

da empresa

Parte integrante do produto vendido

Parte do processo de mudanças

Entre 30 a 60 dias (treinamento)

Entre 60 a 120 dias (consultoria)

Empresa C

Figura 7: Empresa C Fonte: Pesquisa realizada pelo acadêmico

A empresa pratica consultoria especializada, que é a consultoria por áreas de

conhecimento. A abertura do projeto dar-se-á pelo diagnóstico das necessidades e

pesquisa sobre a empresa-cliente, dessa forma oferecendo uma proposta

personalizada. Esta é apresentada em reunião com a empresa-cliente. Os projetos

desenvolvidos não possuem modelo definido e seus acompanhamentos são feitos

por relatórios de visitas. O feedback é dado logo no inicio das reuniões

estabelecidas em cronograma. Para a finalização e entrega do projeto é feita uma

reunião com executivos ou proprietários da empresa onde é apresentado o relatório

final do projeto e suas propostas. O pós-venda é parte integrante do produto final e

parte das mudanças a serem realizadas. O prazo de feedback é diferenciado pois,

depende do tipo de serviço contratado, consultoria ou treinamento. Conforme

descrito no quadro.

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Tipo de Consultoria

Abertura de projeto

Apresentação de

proposta

Feedback

Desenvolvimento de

projeto

Finalização e entrega

Pós-venda

Pacote

Especializada

Procedimentos e formulários padrão

(PTC)

Realizada pré-auditoria quando

necessário

Em reunião

Projeto aprovado é dado inicio ou

continuidade aos trabalhos

Fundamentado em MIPs

Controle pela gerência de projetos

Momentos programados conforme

plano de projeto e sempre ao final

Verificação de melhoramento

Adaptado MIPs para próximo projeto

Reunião de lições aprendida

Avaliação de satisfação do cliente

realizada pela Gerência de Marketing

Empresa D

Figura 8: Empresa D Fonte: Pesquisa realizada pelo acadêmico

A empresa pratica dois tipos de consultoria e trabalha em unidades de

negócio. Por pacote, que é a consultoria já definida. Especializada, que é a

consultoria por áreas de conhecimento. A abertura de projeto é feita por

procedimentos e formulários padrões denominados PTC (Proposta Técnica

Comercial) e pré-auditoria realizada na empresa quando necessário. O

desenvolvimento do projeto é determinado em MIPs (Manuais de Implantação de

Produtos) e controlado pela gerência de projetos. O feedback é feito em momentos

programados conforme o plano de projeto e sempre ao final de cada etapa, este é

realizado pelo coordenador do projeto. Na finalização do projeto é realizada uma

verificação de melhoramento e feita adaptações aos MIPs para os próximos

projetos, além disso, é feita uma reunião de lições aprendidas no decorrer do

desenvolvimento do projeto. Na pós-venda é realizada uma avaliação de satisfação

do cliente pela Gerência de Marketing.

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3.3 Processo Atual de Consultoria Uni Júnior

Para iniciar um projeto, é necessário que haja contato de um cliente

interessado na prestação de serviços oferecidos pela Uni Júnior, estando qualquer

estagiário (Consultor Júnior) apto a realizá-lo, posteriormente passando as

informações para os professores responsáveis.

Quando um cliente busca os serviços da Uni Júnior, há o atendimento por

parte dos presentes, esses podendo ser professores ou consultores juniores,

contando na maioria das vezes com a participação dos professores responsáveis

pela Uni Júnior, dois consultores juniores e mais um professor da área de interesse.

Após este primeiro encontro é realizado um cadastro do cliente onde constarão os

dados para contato.

Neste primeiro contato é estudada a necessidade do cliente e feito um

levantamento de dados para analisar se há possibilidade de realização do projeto

visando o tempo para realização, viabilidade, recursos disponíveis e coerência da

idéia apresentada, e se está na área de atuação ou abrangência da Uni Júnior. Após

esse primeiro contato os professores e consultores reúnem-se para discutir melhor a

proposta de trabalho e então o gerente executivo retorna o contato com o cliente

marcando nova reunião, para melhor detalhar o projeto, definir os termos de contrato

e a forma de pagamento, neste segundo contato já há a presença do professor da

área de interessa, o qual dará uma visão mais ampla da possibilidade de realização

do projeto e um melhor entendimento do mercado em que será desenvolvido o

projeto.

Após esses primeiros contatos é montado o projeto, apresentado para o

cliente e se este estiver de acordo então é posto em prática o projeto. Durante o

projeto é dado um feedback continuo para o cliente e ao final é realizada

apresentação dos resultados e também, relatório final no qual consta todo o decorrer

do projeto e os dados referentes à consultoria solicitada.

Segue na próxima página modelo para melhor visualização dos processos de

consultoria realizados pela Uni Júnior.

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Busca do cliente pelos

serviços

Atendimento do clienteProfessor responsável

Consultor júnior

Cadastro do cliente

Avaliação do projeto

Reunião de aprovação com o

cliente

Professor responsável

Consultor júnior

Professor da área de interesse

Apresentação do projeto e

contrato

Desenvolvimento do projeto e

finalização

Ficha de cadastro

Apresentação do relatório final

(escrito e visual)

Projeto com especificações

Contrato com condições

F

E

E

D

B

A

C

K

Figura 9: Modelo atual de consultoria Uni Júnior Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Foi observado que o modelo atual de consultoria da Uni Júnior está

estruturado, porém existem processos que devem ser revistos e melhorados como a

necessidade de documentos de controle nas etapas que necessitarem.

A Uni Júnior pratica a consultoria artesanal, que é a consultoria que atende as

necessidades do cliente tomando como base outros trabalhos realizados. Fazendo

um comparativo com as empresas de consultoria da região, nota-se que o cadastro

de clientes não é realizado, não existe formulário padronizado a ser preenchido com

os contatos ou com a descrição das necessidades da empresa a serem atendidas. É

realizado um diagnóstico da empresa antes de apresentar o projeto, este é montado

em um modelo de conhecimento técnico onde são utilizadas ferramentas de gestão

no desenvolvimento do projeto, porém não há documento de controle para registro

desses diagnósticos.

A proposta é apresentada em reunião com os clientes, onde está presente o

professor responsável pela Uni Júnior ou o professor da área de conhecimento do

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projeto, juntamente com o consultor júnior responsável pelo projeto. A proposta

contém as especificações do projeto, prazos, forma de pagamento, etc.

O desenvolvimento do projeto é feito, dependendo do projeto de consultoria

ou pesquisa, por dois consultores juniores ou pela equipe Uni Júnior

respectivamente. Não existem controles de andamento do projeto, modelos para

controle de atividades, prazos ou recursos utilizados.

O feedback é realizado em alguns projetos por etapa, outros somente ao final

do projeto. Ao término do projeto é feito um relatório e apresentado aos clientes de

forma escrita e visual. Após isto, não é realizado pós-venda com os clientes.

Assim, perante as demais empresas, para efeito de comparação temos:

Tipo de

Consultoria

Abertura de

projeto

Apresentação de

proposta

Feedback

Desenvolvimento

de projeto

Finalização e

entrega

Pós-venda

Especializada

Mini-projeto

Projeto simples

Reunião

Formato científico

2 a 3 pessoas

Semanal

Projeto escrito

em reunião

Contato cliente

apresentando soluções

Pacote

Especializada

Registro do cliente

e necessidades

Formulário ou carta

comercial

Diagnóstico, lançamento

projeto, relatórios e plano

de ação

Diário

Reunião

Situação inicial e atual

Em elaboração

Especializada

Diagnóstico e pesquisa

empresa

Proposta personalizada

Reunião

Modelo indefinido

Acompanhamento

relatório de visita

Reuniões programadas

Reunião proprietários

empresa

Parte integrante

Pacote

Especializada

Procedimentos e

formulários padrão

Pré-auditoria

Reunião

MIPs

Gerência de projetos

Reuniões programadas

Reunião de

melhoramentos e lições

aprendida

Avaliação de satisfação do

cliente

Empresa A Empresa CEmpresa B Empresa D

Pacote

Cadastro de Cliente

Visita de Diagnóstico

Reunião

Projeto Científico

Ralatórios

Reuniões

Reunião de Apresentação

de Relatório

Em elaboração

Uni Júnior

Figura 10: Comparativo Empresas de Consultoria x Uni Júnior Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Dessa forma é sugerido a Uni Júnior:

Criação de um modelo de cadastro para clientes Uni Júnior;

Criação de um modelo de documento de diagnóstico;

Criação de um modelo de controles de acompanhamento do projeto,

controle de atividades, datas e recursos utilizados

Controle e realização de feedback por etapa, estabelecendo um meio de

comunicação (pessoal, telefone, e-mail);

Realização de pós-venda pelos consultores Uni Júnior;

Desenvolvimento de modelo de consultoria Uni Júnior.

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A seguir será descrito modelo de consultoria proposto para Uni Júnior.

3.4 Desenvolvimento Modelo de Consultoria Uni Júnior

Este item apresentará um novo modelo de consultoria proposto para a Uni

Júnior, resultante do processo de análise das empresas benchmarking,

necessidades da empresa júnior, o modelo teórico de Araújo (1999), bem como o

modelo conceitual de escritório de projetos citados no referencial teórico.

Com base no modelo de intervenção do consultor empresarial citado por

Araújo (1999), que apresenta um método detalhado de ação em uma empresa-

cliente, será proposto um novo modelo de consultoria para Uni Júnior, onde será

possível ver o ciclo de execução de consultoria ideal, composto pelas etapas

desenhadas na figura a seguir. A primeira coluna corresponde aos processos, a

segunda ao feedback e a terceira coluna corresponde as ferramentas utilizadas em

cada processo, assim como os participantes de cada processo descritos na quarta

coluna.

Processo IIdentificação de entrada

Processo IIAuditoria de posição

Processo IIIPlanejamento

Processo IVAção, acompanhamento e

avaliação

Processo VConclusão

Atendimento do Cliente

Apêndice II (Cadastro de Cliente)

Visita ao Cliente

Apêndice III (Diagnóstico)

Cronograma e Procedimentos

Elaboração de Contrato

Anexo I (Proposta de serviço)

Aplicação de Pesquisa

Desenvolvimento do Projeto

Apêndice IV (Controle de projeto)

Relatório Final

Apresentação

(Modelo Científico)

F

E

E

D

B

A

C

K

Apêndice V

Cliente / consultores júnior

Professor responsável /

consultores júnior

Cliente / professor responsável /

consultores júnior

Consultores júnior

Cliente / professor responsável /

consultores júnior

Figura 11: Modelo de consultoria desenvolvido para Uni Júnior. Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

O ciclo é composto por cinco processos, baseados no modelo de Araújo

(1999), adaptado para cinco etapas, descritas a seguir.

O Processo I é a identificação de entrada do projeto, onde é efetuado um

cadastro com os dados do cliente conforme Apêndice II. Realizado o atendimento do

cliente, quando este busca os serviços de consultoria, pelo consultor júnior, com

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preenchimento de documento de cadastro do cliente, para fins de fácil consulta aos

dados do cliente registrado.

O Processo II é a auditoria de posição, onde é realizada uma visita ao

cliente, pelo consultor júnior e professor responsável, para identificação das

necessidades e área onde será aplicada a consultoria, sendo registrados os dados

levantados nesta visita em um documento de diagnóstico conforme Apêndice III.

O Processo III corresponde ao planejamento do projeto, onde será definido o

escopo do projeto com cronograma e procedimentos. Elaborado um contrato de

prestação de serviço pelos consultores juniores e professor responsável, onde

constam todos os detalhes a serem trabalhadas, forma de pagamento, cronograma

e descrição do produto a ser entregue, conforme modelo Anexo I.

O Processo IV é a ação, ou seja, colocar em prática o que foi estabelecido

no contrato, mais acompanhamento e avaliação para atendimento das necessidades

do cliente; nesta etapa devem-se registrar todas as ações realizadas pelos

consultores juniores e professor responsável, conforme documento Anexo IV.

O Processo V é a conclusão do projeto, onde é feito um relatório final e

preparada apresentação do projeto, análise dos dados, efeito da consultoria e

sugestões. Este é realizado pelos consultores juniores do projeto e o professor

responsável.

Neste ciclo de cinco processos é realizado o feedback por etapa conforme

Anexo V. E todos os documentos citados são arquivados na pasta do cliente,

identificada com o nome do mesmo, para fins de consulta.

Para aplicação deste modelo devem ser respeitadas e seguidas todas as

etapas descritas no modelo de consultoria descrito na Figura 11.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As empresas buscam o serviço de consultoria como forma de auxílio aos

seus processos diários, que visem o curto ou o longo prazo. Assim, muitas

empresas terceirizam este tipo de serviço, buscando as consultorias como forma de

avaliação e criação de novos processos, ou até mesmo desenvolvimento de

estruturas que dêem base a empresa contratante.

As empresas de consultoria buscam oferecer e desenvolver serviço confiável

e com qualidade na geração dos resultados utilizando-se de modelos de

gerenciamento de projetos que visem melhor análise e aplicação dos recursos

utilizados e apresentação dos resultados, dando suporte no desenvolvimento do

projeto. Possibilitando o alcance dos objetivos estabelecidos e estando bem

direcionado ao mercado, atuando com a colaboração de profissionais de formação

específica da área.

Surgem empresas de consultoria das mais diversas áreas e que atendam as

mais diversas necessidades do mercado atual. Dentre estas está a Uni Júnior,

empresa de consultoria júnior, vinculada a Universidade do Vale do Itajaí - Univali,

que conta com a colaboração de consultores em formação nas áreas de ciências

sociais aplicadas e gestão, que podem aplicar seus conhecimentos adquiridos em

sala através de consultorias prestadas a pequenas, médias e grandes empresas da

região, sendo vista como um escritório de projetos.

Este trabalho teve por objetivo descrever práticas de consultoria utilizadas por

outras empresas por meio da comparação e descrição de suas práticas, que

serviram de referência para a criação de práticas de consultoria para serem

utilizadas na Uni Júnior, estabelecendo padrão de excelência em seus serviços.

Os objetivos foram alcançados e estão representados na descrição do

processo atual da Uni Júnior, o resultado das pesquisas com as empresas de

consultoria e pesquisa bibliográfica de modelos de consultoria de projetos e o

modelo de consultoria elaborado pelo acadêmico para a Uni Júnior.

Os fatores ambientais que facilitam a implementação de um modelo de

consultoria são: mercado aceita bem a consultoria; os concorrentes ajudam a Uni

Júnior; a marca Univali, que é reconhecida; e o conhecimento dos professores

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podendo ser realizada qualquer consultoria na área de gestão. Os fatores

ambientais que dificultam a implementação de um modelo de consultoria são:

vinculo com a Univali (burocracia); formação dos componentes da equipe Uni Júnior;

tabela de preços da Univali.

Com base neste levantamento, os aspectos metodológicos foram adequados

permitindo o desenvolvimento deste trabalho, possibilitando a aplicação de

questionários e entrevistas com as empresas de consultoria, seus donos e/ou

sócios, que forneceram dados para comparação das práticas utilizadas,

possibilitando alcançar um resultado próximo ou exato ao modelo ideal para este

tipo de serviço.

Tendo como base um referencial teórico do assunto que é a consultoria,

principalmente a prestada por Empresas Junior, sendo as principais obras utilizadas

ou as mais utilizadas: Benchmarking: o caminho da qualidade total; Gerenciamento

de Projetos; Manual de Consultoria Empresarial: conceitos, metodologia e práticas;

Gestão de Projetos: as melhores práticas, que deram suporte para o

desenvolvimento deste trabalho e o referencial de Oliveira (1999) utilizado para a

montagem de modelo de consultoria para a Uni Júnior.

Os resultados foram conseguidos por meio da aplicação de questionário via

e-mail e entrevista pessoal, gravada em áudio. Por meio destes foi possível analisar

as práticas de cada empresa e compará-las para montar o modelo de consultoria

para Uni Júnior.

Então foi elaborada seqüência de práticas de consultoria demonstradas na

Figura 10 que sugere a implementação integral pela Empresa Júnior, treinando os

seus os componentes da equipe atual e que seja colocada no programa de

integração de novos componentes. A realização de estudo para pós-venda que

complemente este modelo, medindo o nível de satisfação dos clientes para com o

serviço de consultoria realizado.

Dessa forma, ficou claro o que uma consultoria necessita para fornecer seus

serviços. Tornando-se viável a proposição de modelo de consultoria. Podendo ser

constantemente estudado e buscado aperfeiçoamentos para o modelo, assim como

outros trabalhos que o complementem.

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68

SHIBA, S; GRAHAM, A.; WALDEN, D. TQM: quatro revoluções na gestão da qualidade. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1996.

SOTILLE, Mauro Afonso et al. Gerenciamento do escopo em projetos. 3º ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007.

SPENDOLINI, Michael J. Benchmarking. Tradução de Kátia Aparecida Roque. São Paulo: Makron Books, 1994.

TAYLOR, Frederick W. Princípios de administração científica. 8. Ed. São Paulo: Atlas, 1999.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2005.

WEINBERG, Gerald M. Consultoria – o segredo do sucesso; Tradução Bárbara Theoto Lambert. São Paulo: McGraw-Hill: [Newstec], 1990.

XAVIER, Carlos M. da Silva. Gerenciamento de Projetos: Como definir e controlar o escopo do projeto. São Paulo: Saraiva, 2006.

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69

APÊNDICES

Apêndice I – Modelo de Entrevista / pg. 70

Apêndice II – Cadastro de Cliente / pg. 71

Apêndice III – Diagnóstico / pg. 72

Apêndice IV – Controle de Projeto / pg. 73

Apêndice V – Feedback / pg. 74

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MODELO DE ENTREVISTA

Questionário

Perfil do respondente: Empresa: _________________________________________________________ Região de atuação: _________________________________________________ Nome:____________________________________________________________ Função na empresa: ________________________________________________ Tipo de consultoria: ( ) Por Pacote ( ) Artesanal ( ) Especializada Intervenção da Consultoria: Contato com cliente

1. São feitos registros de contatos? Quem faz este registro? É utilizado algum software de apoio?

2. São realizados controles de atendimento dos clientes? É utilizado algum software de apoio?

3. Como é dado feedback para os clientes, caso não seja possível atende-lo no momento e/ou após o trabalho realizado?

Elaboração da proposta cliente

1. Como é feita a proposta para o cliente? 2. É realizada uma pré-auditoria (visita) de conhecimento? 3. A proposta é apresentada para aprovação?

Projeto da execução do serviço

1. Como é elaborado o projeto (Modelo PMI? Outro? Não tem modelo definido.)

2. Existem controles e acompanhamentos do andamento? 3. São feitos feedback para o cliente?

Custos do projeto

1. Como é orçado o projeto? O que é levado em consideração: tempo, complexidade, tipo do trabalho,.., ?...

2. como é realizada a cobrança? Acompanhamento e avaliação

1. Após o trabalho realizado, é feita alguma reunião de avaliação com a equipe? Com o cliente?

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Uni JúniorO r i e n t a ç ã o E m p r e s a r i a l CADASTRO DE CLIENTE

Dados cadastrais CNPJ

CPF RG

Razão social/nome

Nome comercial

Ramo de atividade

Endereço

Nº.

Bairro

Complemento

CEP Cidade UF

E-mail da empresa (ou próprio do cliente)

Nome do contato

Cargo

Telefone

Fax Celular

Atuação

□ Local □ Estadual □ Interestadual □ Internacional

Objetivo

□ Consultoria □ Auditoria □ Pesquisa

Prazo (pretendido)

□ Imediato □ 2 meses □ 4 meses □ (__) meses

Visão geral (empresa) _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Visão específica (objetivos da consultoria/auditoria) _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Uni Júnior Professor consultor

________________________________________________

Consultor Júnior

________________________________________________

Próximo contato (data e hora)

Responsável Contato (professor/consultor júnior)

Visita ao cliente (data e hora)

Professor consultor Consultor júnior

Como ficou sabendo da Uni Júnior? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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72

Uni JúniorO r i e n t a ç ã o E m p r e s a r i a l DIAGNÓSTICO

Nome da Empresa

Endereço Completo

Telefone Fax E-mail

( ) ( )

Nome do Responsável ou Contato da Empresa

Porte da Empresa

( ) Pequeno ( ) Médio ( ) Grande Porte

Mercado de Atuação

Região de Atuação

Situação da Empresa

______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

Necessidades Identificadas

______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

Ação de intervenção

______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

Áreas a serem trabalhadas

______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

Pessoas envolvidas no processo Empresa

______________________________________

Uni Júnior

______________________________________

Necessidades atendidas

______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

Observações

______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

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73

Uni JúniorO r i e n t a ç ã o E m p r e s a r i a l CONTROLE DE PROJETO

Cliente

Projeto

Data Início Data Fim Quantidade de horas

Dias a serem trabalhados

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

Período do dia

( ) Matutino ( ) Vespertino ( ) Noturno

Responsáveis do projeto

Prof. Responsável

Estagiário 1

Estagiário 2

Controle de projeto

Atividade realizada Material utilizado Data

______________________________ ______________________________ ______________________________

_______________________________ _______________________________ _______________________________

____/____/______

______________________________ ______________________________ ______________________________

_______________________________ _______________________________ _______________________________

____/____/______

______________________________ ______________________________ ______________________________

_______________________________ _______________________________ _______________________________

____/____/______

______________________________ ______________________________ ______________________________

_______________________________ _______________________________ _______________________________

____/____/______

______________________________ ______________________________ ______________________________

_______________________________ _______________________________ _______________________________

____/____/______

______________________________ ______________________________ ______________________________

_______________________________ _______________________________ _______________________________

____/____/______

______________________________ ______________________________ ______________________________

_______________________________ _______________________________ _______________________________

____/____/______

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Uni JúniorO r i e n t a ç ã o E m p r e s a r i a l FEEDBACK

Cliente

Meio de Feedback

( ) Telefone ( ) Webmail ( ) Pessoalmente Telefone

________________________

E-mail

_________________________

Responsável

________________________

Responsável Feedback – Empresa

Responsável Feedback – Uni Júnior

Feedback Agendado

Dia Hora Pessoa contato Etapa

____/____/______ ____:____ ________________ ________________

_________________________________ _________________________________

____/____/______ ____:____ ________________ ________________

_________________________________ _________________________________

____/____/______ ____:____ ________________ ________________

_________________________________ _________________________________

____/____/______ ____:____ ________________ ________________

_________________________________ _________________________________

____/____/______ ____:____ ________________ ________________

_________________________________ _________________________________

Feedback Realizado

Dia Hora Etapa

____/____/______ ____:____ ____________________________________________________ ____________________________________________________

____/____/______ ____:____ ____________________________________________________ ____________________________________________________

____/____/______ ____:____ ____________________________________________________ ____________________________________________________

____/____/______ ____:____ ____________________________________________________ ____________________________________________________

____/____/______ ____:____ ____________________________________________________ ____________________________________________________

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ANEXOS

Anexo I – Proposta de Serviço / pg. 76

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ANEXO I

PROPOSTA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

(Nº protocolo)/(ano)

((NNOOMMEE DDOO PPRROOJJEETTOO))

Cliente: (Nome empresa)

(Nome contratante)

Itajaí, (mês) de (ano).

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INTRODUÇÃO

Descrição do segmento. Conceito do mercado. Breve descrição da empresa.

PROPOSTA

2. Propósito

Objetivo do trabalho / Etapas do trabalho /Recursos necessários para o trabalho

3. Cronograma de trabalho

Tempo: Duração do projeto. Pessoas envolvidas: Quantidade de pessoas envolvidas. Local: De realização do projeto.

FASE/ETAPA Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa n

(Nome) Fase 1

(Nome) Fase 2

(Nome) Fase 3

(Nome) Fase n

Observações.

Consultores envolvidos: - Nome. - Nome.

4. Investimento para os Serviços Prestados

Valores em Reais e formas de pagamento.

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ACEITAÇÃO DA PROPOSTA

Cliente: De acordo: __________________________________

Uni Júnior - Orientação Empresarial:

________________________________ ______________________________ Prof. Responsável Nome

Responsável UNI JÚNIOR Gerente UNI JÚNIOR

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DECLARAÇÃO

A empresa Uni Júnior – Orientação Empresarial declara, para devidos fins,

que concorda com o projeto de estágio apresentado pelo (a) estagiário (a) Rafael

Ricardo Rosa, aluno (a) do curso de Administração do Centro de Educação Superior

de Ciências Socais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí, e se propõe a

oferecer as condições necessárias para o bom andamento do mesmo.

______________, _____ de __________ de 2008.

___________________________________

Prof. Luiz Carlos da Silva Flores, Dr.

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Assinatura dos Responsáveis

_____________________________

Rafael Ricardo Rosa

Estagiário

_____________________________

Hellen Erica Fernandes

Supervisora de Campo

_____________________________

Prof. Luiz Carlos da Silva Flores, Dr.

Orientador de Estágio

______________________________

Prof. Eduardo Krieger da Silva, MSc.

Responsável pelos Estágios em Administração