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Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Faculdade Integral Diferencial- FACID Programa de Mestrado Interinstitucional em Bioengenharia Liana Cardoso Andrade ANÁLISE DA PRESSÃO PLANTAR E SUAS COMPARAÇÕES COM AS DISFUNÇÕES BIOMECÂNICAS CRÂNIO CERVICAIS E EM MEMBROS INFERIORES EM ADOLESCENTES OBESOS São José dos Campos, SP 2010

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Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento

Faculdade Integral Diferencial- FACID Programa de Mestrado Interinstitucional em Bioengenharia

Liana Cardoso Andrade

ANÁLISE DA PRESSÃO PLANTAR E SUAS COMPARAÇÕES COM AS DISFUNÇÕES BIOMECÂNICAS CRÂNIO CERVICAIS E EM MEMBROS

INFERIORES EM ADOLESCENTES OBESOS

São José dos Campos, SP 2010

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Liana Cardoso Andrade

ANÁLISE DA PRESSÃO PLANTAR E SUAS COMPARAÇÕES COM AS DISFUNÇÕES BIOMECÂNICAS CRÂNIO CERVICAIS E EM MEMBROS

INFERIORES EM ADOLESCENTES OBESOS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Mestrado Interinstitucional em Bioengenharia da Universidade do Vale do Paraíba, como complementação dos créditos necessários para obtenção do titulo de mestre em Engenharia Biomédica

Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Aléxis Lazo Osório

São Jose dos Campos, SP 2010

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DEDICATÓRIA A minha razão de viver, minha filha Júlia, por ter entendido minhas faltas, meu

estresse , sendo que você foi o maior motivo da minha vitória em todo esse esforço.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por me proporcionar saúde e a oportunidade de ter concluído mais uma etapa na

minha vida.

Ao meu orientador Rodrigo Osório por sua paciência.

As minhas alunas Elys e Bruna por terem me acompanhado e ajudado na minha pesquisa.

A meu amigo e companheiro de trabalho Marcio Mascarenhas por muitas vezes ter

esclarecido minhas dúvidas.

A minha amiga de todas as horas e de mestrado Iradir por compartilhar a ansiedade de todo

processo.

Aos meus pais, José de Assis e Vilma por, mesmo de longe torcerem, acreditando e

incentivando o estudo.

A todos da Faculdade CEUT que de alguma maneira acreditaram neste trabalho.

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ANÁLISE DA PRESSÃO PLANTAR E SUAS COMPARAÇÕES COM AS DISFUNÇÕES BIOMECÂNICAS CRÂNIO CERVICAIS E EM MEMBROS

INFERIORES EM ADOLESCENTES OBESOS

RESUMO

Objetivos: Avaliar e comparar o padrão postural de adolescentes de 10 a 14 anos com excesso de peso e sobrepeso com o padrão postural de adolescentes com IMC dentro do padrão de normalidade (eutróficos). Em uma escola municipal em Teresina-Pi.Métodos; Foram selecionados 88 adolescentes para o estudo os quais foram divididos em grupos Um Grupo Controle (GC), composto de 33 adolescentes de ambos os sexos com percentil de IMC maior que 3 e menor que 85, classificado como peso normal.Grupo Sobrepeso (GS): composto de 24 adolescentes de ambos os sexos, com percentil maior 85 e menor ou igual a 97,Grupo Obeso (GO): formado por 31 adolescentes com obesidade de ambos os sexos com percentil maior que 97 e menor ou igual a 99,9. Foram realizadas as medidas de peso e estatura dos adolescentes. Para registrar as pressões exercidas pelos pés foi realizado uma descarga de peso unipodal e estática sobre um podoscópio onde as imagens foram capturadas por meio da câmera fotográfica ,destas fotografias foram calculados o índice do arco plantar ,uma avaliação postural foi realizada através do software Corew Draw 12 baseado no princípio da fotogametria. Os escolares foram posicionados e fotografados em posição ortostática frontal anterior, sagital direita e posterior, pontos anatômicos foram demarcados previamente com adesivos para determinação dos ângulos nos planos frontal, perfil e costas. Resultados: no presente estudo a incidência de sobrepeso e obesidade para o sexo masculino foi 42,77%(31) enquanto que no sexo feminino observou-se 25,31%(24) .Os ângulos que mais incidiram nos adolescentes avaliados nos GO e GS em relação ao grupo controle(GE) foram os ângulos cervicais ,o ângulo de protração de cabeça,ângulo da curvatura lombar,planos de ombros,ângulos da região central e do calcanhar .Conclusões: De acordo com o que foi apresentado neste estudo,utilizando metodologia simples baseado na biofotogrametria foi possível identificar biomecanicamente os ajustes compensatórios e as possíveis complicações dessas alterações posturais e sua relação com as disfunções cervicais na obesidade em adolescentes.

Palavras Chaves: obesidade, biofotogrametria,alterações posturais,

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PLANTAR PRESSURE ANALYSIS AND THEIR COMPARASIONS WITH THE BIOMECHANICAL DISORDERS IN CERVICAL SKULL AND IN INFERIOR

MEMBERS IN OBESES TEENAGERS

ABSTRACT

Objectives: Evaluate and compare the postural pattern in overweight and excessive weight teenagers from 10 to 14 years old with the postural pattern of teenagers with BMI within the normality pattern (euthrophic) in a municipal school of Teresina City, Piauí State.Methods: Eighty-eight teenagers were selected for the study and divided into groups. One control group (CG), composed by teenagers of both sex with BMI rates over 3 and less than 85, classified as having normal weight; Overweight Group (OWG), composed by 24 teenagers of both sex with rates over 85 and less or equal 97; Obese Group (OG), composed by 31 obese teenagers of both sex with rates over 97 and less or equal 99.9. Weight and height measurements were taken from the teenagers. In order to register the pressures exerted in the feet, a unipodal and static weight discharge was performed on a podoscopy where the images were captured by means of a camera. From these photos, the plantar arc index was calculated. A postural evaluation was performed through the software corel draw 12 based on the principle of the photogrammetry. The scholars were positioned and photographed in an anterior frontal orthostatic position, right and posterior sagital position. Anatomic points were delimited previously with bandages to determine the angles of the frontal, profile and back planes.Results: in the present study, the incidence of overweight and obesity in the male sex was 42.77% while it was observed 25.31% in the female sex. The angles that supervene the evaluated teenagers the most in the OG and OWG in relation to the control group (CG) were the cervical angles, the protraction angle of the head, lumbar curve angle, shoulder planes, central region and heel angles.Conclusions: According to what was presented in this study, using the simple methodology based on the biophotogrammetry, it was possible to identify biomechanically the compensatory adjustments and the possible complications of these postural alterations and its relation to the cervical disorders in teenage obesity.

Keywords: obesity, biophotogrammetry, postural alterations.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Podoscópio ............................................................................................................ 29

Figura 2 - Posicionamento do sujeito e da câmera fotográfica para realização da

Fotopodoscopia ..................................................................................................... 30

Figura 3 - Impressão Plantar .................................................................................................. 31

Figura 4 - Traçado Corporal Frontal ...................................................................................... 32

Figura 5-Plano Bipupilar,Comissura labial,Plano da orelha .................................................. 32

Figura 6-Traçado Corporal de Costas .................................................................................... 33

Figura 7-Traçado corporal de Perfil ....................................................................................... 34

Figura 8 - Ângulo de Protrusão da Cabeça ............................................................................ 35

Figura 9-Gráfico do Ângulo Cervical D..................................................................................37

Figura 10-Gráfico do Ângulo Cervical E.................................................................................37

Figura 11-Gráfico do Ângulo de Protrusão de Cabeça............................................................38

Figura 12-Gráfico do Ângulo da Curvatura Lombar...............................................................39

Figura 13-Gráfico do Ângulo da Região Medial do Pé D.......................................................40

Figura 14-Gráfico do Ângulo da Região Medial do Pé E........................................................41

Figura 15-Gráfico do Ângulo da Região Medial do Calcâneo D............................................41

Figura 16- Gráfico do Ângulo da Região Medial do Calcâneo E............................................42

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LISTA DE ABREVIATURAS

CG - Centro de Gravidade

CF - Centro de Força

OMS - Organização Mundial de saúde

IMC - Índice de Massa Corpórea

DTM - Disfunção Temporo Mandibular

IP - Índice do Arco Plantar

DP - Desvio Padrão

PC - Protrusão da Cabeça

GE - Grupo de Eutrófico

GS - Grupo de Sobre Peso

GO - Grupo de Obeso

IS - Índice de Staheli

ALM - Arco longitudinal medial

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação dos indivíduos segundo o gênero .................................................... 36

Tabela 2 - Resultado da análise dos ângulos no traçado corporal frontal .............................. 36

Tabela 3 - Resultado da análise dos ângulos no traçado corporal de perfil ............................ 38

Tabela 4 - Resultado da análise dos ângulos no traçado corporal de costas........................... 39

Tabela 5 - Resultados obtidos nas análises dos demais ângulos ............................................ 40

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SUMÁRIO

1 Introdução ........................................................................................................................... 13

2 Proposição Geral ................................................................................................................ 16

2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 16

2.2 Objetivo Específico .......................................................................................................... 16

3 Revisão de Literatura ......................................................................................................... 17

3.1Obesidade .......................................................................................................................... 17

3.2 Antropometria ................................................................................................................. 18

3.3 Alterações Posturais e Disfunções Crânio Cervicais .................................................... 19

3.4 Avaliação Postural e Biofotogrametria.......................................................................... 22

4 Metodologia ......................................................................................................................... 26

4.1Tipo de Estudo .................................................................................................................. 26

4.2 Local .................................................................................................................................. 26

4.3 Amostra ............................................................................................................................ 26

5 Aspectos Éticos .................................................................................................................... 28

6 Equipamentos ..................................................................................................................... 29

7 Resultados ........................................................................................................................... 36

8 Discussão ............................................................................................................................. 43

9 Conclusão ............................................................................................................................ 48

Referências ............................................................................................................................. 49

Anexo A - Questionário de Avaliação .................................................................................... 57

Anexo B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido....................................................... 60

Anexo C - Comitê de ética em Pesquisa .................................................................................63

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1 INTRODUÇÃO

A obesidade infantil está crescendo no mundo todo e no Brasil há alguns poucos

estudos sobre sua prevalência. Balaban e Silva (2001) relataram 35% de crianças com excesso

de peso (sobrepeso e obesidade) em escolares de Recife. (ABRANTES; LAMOUNIER;

COLOSIMO, 2002) afirmam que 11,9% e 8,2% das crianças entre 1 e 9 anos de idade no

sudeste e no nordeste do Brasil, respectivamente, são obesas. (LEÃO; ARAÚJO; MORAES,

2003) demonstraram prevalência de 15,8% de obesos em crianças entre 5 e 10 anos em

Salvador e (ANJOS et al., 2003) prevalência de 5% de obesos escolares no município do Rio

de Janeiro.

Especificamente, referindo-se ao desenvolvimento motor de crianças obesas, estudos

têm evidenciado atrasos no desempenho motor nas mais variadas habilidades motoras

fundamentais de locomoção e controle de objetos, (BIGOTI; TOLOCKA 2005; AMORIN et

at., 2006) como também, nas variáveis dos componentes motores-perceptivos (temporal -

espacial) e no equilíbrio. (PAZIN; FRAINER; MOREIRA, 2006).

Com a evolução da espécie humana partimos de uma postura quadrúpede para uma

bípede ereta, em que somos desafiados pela força da gravidade para mantermos o equilíbrio

do corpo (BRICOT, 2004). O aumento da carga e o desequilíbrio no sistema articular devido

ao aumento da massa corpórea e de suas dimensões podem provocar perturbação do centro de

gravidade (CG) e maior oscilação do centro de força (CF), que levam a um equilíbrio instável

e influenciam na biomecânica da postura. (OKUNO; FRANTIN, 2003) A manutenção do

equilíbrio na postura ereta é tarefa complexa, além de se tratar de uma tarefa comum na vida

diária, sendo, portanto, de grande importância o estudo das implicações que as desordens

posturais podem desencadear. (DUARTE; ZATSIORSKY, 2000.) Em jovens obesos, o

desalinhamento do aparelho extensor do joelho pode originar microtraumas articulares na

patela dando início a uma das patologias mais comuns nessa região a condromalácia de patela.

Este tipo de lesão caracteriza-se pelo amolecimento e deteriorização da cartilagem da

articulação femuropatelar (ARNHEIM; PRENTICE, 2002; BRUSCHINI; NERY, 1995). O

sistema postural necessita de uma informação contínua que lhe é fornecida por receptores

envolvendo o sistema nervoso e pelos músculos. Para além, desta informação mobiliza

também, a informação proveniente dos órgãos dos sentidos representados pelos olhos

ouvidos, pés (representando a parte final da cadeia cinética fechada responsável pelo

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equilíbrio no caminhar, na corrida entre outros) e a mandíbula, A obtenção da informação

sobre o sistema postural tem-se afigurado útil para complementar o diagnóstico e orientar

sobre a decisão e tratamento, em situações de compromisso neurológico, oftálmico,

ortopédico, entre outros. Do mesmo modo, ela serve também para apreciar os efeitos do

tratamento proposto ao nível do comportamento postural dos sujeitos, As conseqüências das

disfunções no sistema postural são várias e com repercussões nos diferentes aparelhos e

sistemas. No que se refere aos membros inferiores, salientam-se, sobretudo as dores do pé e

pernas, rigidez articular e estagnação venosa, (GAGEY; WEBER, 2001)

Para preservação do equilíbrio estático normal, necessitamos de receptores

localizados nos olhos, sistema vestibular e nas plantas dos pés, esses captores agem de forma

sincrônica e se modificam quando houver alguma alteração a nível corporal do individuo em

uma determinada circunstância e se não ocorrer fenômenos adaptativos e eficientes gerados

pelo próprio organismo, podemos ter graves conseqüências de distúrbios posturais (BRICOT,

2004) Os principais danos causados pela sobrecarga corpórea são o valgismo dos joelhos e,

com freqüência ligeiramente inferior, o chatismo do pé e a hiperlordose lombar, devido

também ao sedentarismo (TRIBASTONE, 2001). São inúmeras as causas das alterações

posturais e quase sempre atuam conjuntamente. Dentre essas causas o excesso de peso

corporal deve ser especialmente abordado, devido às suas diversas conseqüências, como a

diminuição da estabilidade e aumento da oscilação mecânica. Muitos estudos clínicos sobre a

obesidade e suas conseqüências são feitos, mas do ponto de vista da biomecânica esses

estudos ainda são muito escassos. (SIBELLA et al., 2003).

A medida da largura ou área de contato da impressão plantar (podograma) constitui

um meio simples e objetivo para a classificação dos pés (RAZEGHI; BATTME, 2002).

Alguns autores demonstraram que a análise da impressão plantar é simples,

facilmente disponível, apresenta baixo custo e é uma técnica não invasiva que pode ser usada

como método de avaliação em tratamentos individuais e em estudos científicos (KANATLI;

YETKIN; CILA, 2001)

Define-se então fotopodoscopia como a captura fotográfica de impressões plantares

expostas em um podoscópio. Já a utilização da fotogrametria para mensuração de podogramas

é definida como fotopodometria.O termo fotogrametria deriva das palavras gregas photos,que

significa luz; gramma, traduzida por algo que é desenhado ou escrito e metron, que significa

medir. (TOMMASELLI et al.,1999)

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Devido à preocupação com os índices crescentes de obesidade; e, a importância do

desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, o objetivo deste estudo será de

avaliar as possíveis alterações posturais relacionadas às variáveis: índices de obesidade e

sobrepeso a análise da pressão plantar e suas correlações com as disfunções biomecânicas de

membros inferiores e crânio cervicais em adolescentes obesos de 10 a 14 anos identificando

os padrões típicos desses adolescentes.

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2 PROPOSIÇÃO GERAL

2.1 Objetivo geral

Avaliar o padrão postural de adolescentes de 10 a 14 anos com excesso de peso e

sobrepeso e compará-lo com o padrão postural de adolescentes com IMC dentro do padrão de

normalidade (eutróficos) em uma escola municipal em Teresina-Pi.

2.2 Objetivos específicos

- Análise da pressão plantar e suas correlações com as disfunções biomecânicas , em

adolescentes de 10 a 14 anos identificando os padrões típicos desses adolescentes .

- Correlacionar às alterações crânio cervicais com excesso de peso.

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3 REVISÃO DA LITERATURA

Nesse capítulo, serão abordados aspectos considerados importantes no que se refere

ao tema de estudo. Inicialmente, far-se-á uma revisão bibliográfica sobre obesidade.

Posteriormente, será abordada sobre as alterações posturais e sua correlação com disfunções

crâniocervicais e por fim, serão abordados os aspectos da avaliação postural e

biofotogrametria.

3.1 OBESIDADE

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define obesidade como uma condição de

excesso de gordura corporal acumulada no tecido adiposo, cujas implicações podem

prejudicar a saúde (WHO, 2000). Do mesmo modo o American College of Sports Medicine

(ACSM) (2005) definia- a como a percentagem de gordura corporal que aumenta o risco de

doença. Seguindo essa linha de idéias, Williams e Schlenker (2003) afirmam que a obesidade

é considerada um termo clinico que se refere ao excesso de peso corporal, definido no sentido

de doença.

A Definição de obesidade é muito simples quando não se prende a formalidades

metodológicas. O visual do corpo é o grande elemento a ser utilizado. (MELLO; LUFT:

MEYER, 2004)

A Obesidade é um distúrbio crônico em expansão, com prevalência em todas as

faixas etárias, tanto em países desenvolvidos, como naqueles em desenvolvimento, o que a

torna epidêmica, sendo considerado nos Estados Unidos o maior problema de Saúde Publica.

Durante as ultimas três décadas o número de crianças com sobrepeso quase duplicou, o

mesmo vem acontecendo em países onde doenças causadas pela escassez representam

importantes problemas de Saúde Pública. (FLORENCIO et al., 2001).

A obesidade repercute ainda negativamente nos níveis de aptidão física. Crianças

obesas demonstram capacidade cardiorespiratória inferior; maior gasto energético no decorrer

das atividades, pois dependem de maiores esforços para a mesma intensidade de atividade

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física; e baixo nível de aptidão física, quando comparadas às crianças eutróficas (BRACCO et

al., 2002; FREY; CHOW, 2006).

Alterações posturais ou de equilíbrio não são exclusivas dos portadores de obesidade,

mas surgem com maior freqüência em virtude da ação mecânica desempenhada pelo excesso

de massa corporal e o aumento das necessidades mecânicas regionais (CAMPOS et al., 2002).

A obesidade aumenta o risco de queda, possivelmente devido a um acúmulo de

tecido adiposo tenha influência sobre o centro de massa, alterando a estabilidade postural em

resposta a perturbação gerada pelo excesso de peso (RICHARDSON, 2002; CORBEIL et al.,

2001).

3.2 ANTROPOMETRIA

A antropometria, como método de avaliação nutricional, tem sido amplamente usada

nas investigações por ter aplicabilidade simples, pelo baixo custo e por ser um método não

invasivo. Este método avalia o tamanho, proporções, e composição do corpo humano. Além

disso, o crescimento da criança e as dimensões do corpo, em todas as idades, refletem o

estado de saúde e bem estar dos indivíduos e populações, podendo a antropometria ser usada

para estimar condições de saúde e de vida (WHO, 1995). As medidas mais utilizadas nas

investigações de avaliação nutricional têm sido o peso e a altura. Destas medidas derivam-se

os índices antropométricos, que podem ser uma razão numérica como peso/estatura2

, ou

distribuições das medidas segundo o sexo e idade (WHO, 1995). A OMS estandardizou e

interpretou valores do índice de massa corporal (IMC) no sentido de classificar sujeitos com

sobrepeso ou obesidade (Quadro 1). Essas definições estatísticas de referência fundamentam-

se também na noção de risco aumentado de morbilidade e de mortalidade, associados ao

excesso de peso (WHO, 2000)

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Quadro 1 – Classificação do peso de adultos de acordo com o IMC (WHO, 2000)

Classificação IMC (kg/m²) Risco de

Comorbilidade - Peso Baixo < 18,5 Baixo - Peso Normal 18,5 – 24,9 Médio

Excesso - Pré-obesidade (sobrepeso) 25,0 – 29,9 Aumentado

de peso -Obesidade grau I 30,0 – 34,9 Moderado ≥25kg/m² -Obesidade grau II 35,0 – 39,9 Grave -Obesidade grau III ≥40,0 Muito Grave

Os riscos de saúde associados ao sobrepeso têm início com um valor de IMC acima

dos 25 Kg/m2. Esta designação, para além de abranger todos os graus de obesidade também

abrange o estado designado por sobrepeso ou pré-obesidade (WHO, 2000).

Para a avaliação da obesidade as medidas mais comumente utilizadas são o índice

peso/estatura e o índice de massa corporal – IMC [peso (kg)/estatura (m2)]. O Índice de

Massa Corporal (IMC) ou Índice de Quetelet é a relação entre o peso (em quilogramas) e a

estatura (em metros) elevada ao quadrado, proposto no século XIX pelo matemático belga

Lambert Adolphe Jaques Quetelet (ROLLAND-CACHERA, et al., 1984). O termo sobrepeso

refere-se àqueles valores de massa corporal que se encontram entre a massa tida como normal

e a obesa, podendo ocorrer em função de excesso de gordura corporal ou de valores elevados

de massa muscular (BARBOSA, 2004).

3.3 ALTERAÇÕES POSTURAIS E DISFUNÇÕES CRÂNIO CERVICAIS

O processo de crescimento e desenvolvimento deve ser considerado crucial no

período de adolescência, pois é nessa fase que ocorrem as transformações ligadas aos aspectos

físicos e psíquicos do ser humano. A adolescência é resultante da interação entre processos de

desenvolvimento biológico e psicoemocional, relacionados às tendências socioeconômicas e

subordinadas à evolução de normas e valores. As modificações biológicas constituem uma

fase da adolescência denominada puberdade, que se caracteriza pela aceleração e

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desaceleração do crescimento físico e mudanças da composição corporal (SAITO; SILVA,

2001).

Define-se como postura ideal àquela em que há um equilíbrio entre as estruturas de

suporte envolvendo uma quantidade mínima de esforço e sobrecarga com uma máxima

eficiência do corpo-(STRUYF, 1995)

Para manter a postura, é necessário um complexo sistema neuromuscular integrado

com vários proprioceptores em músculos, tendões, articulações e receptores vestibulares e

visuais de áreas motoras corticais e subcorticais (FERRARIO et al., 1993).

O conceito geralmente utilizado para a postura é uma relativa harmonia das partes do

corpo, que envolve um complexo mecanismo anátomo-fisiológico para atingir o equilíbrio

nos vários movimentos corporais no dia-a-dia. Entretanto, há fatores determinantes para

alterá-la, como os maus hábitos posturais de repouso, no ambiente escolar, trabalho e lazer. A

utilização de posturas inadequadas por período prolongado pode propiciar adaptações

estruturais, provocando perda da flexibilidade corporal, imitação da mobilidade articular,

predisposição às lesões osteomusculares, algias da coluna vertebral, podendo levar à

incapacidade funcional temporária ou permanente (ROSA et al., 2004).

Em um estudo bibliográfico sobre alterações posturais nos indivíduos com disfunção

da articulação temporomandibular, constatou-se que geralmente estão associadas à alteração

postural global. Isto fica mais evidente, pois esses distúrbios são tratados de forma local,

surgindo recidivas dos sinais e sintomas durante o tratamento. As disfunções

craniomandibulares estão diretamente relacionadas à posição mandibular, do crânio, coluna

cervical, dos músculos supra e infra-hióideos, cintura escapular, coluna torácica e lombar

(CHIAOY; JESUÍNO, 2003).

Nos últimos anos é dito que a DTM (Disfunções Temporomandibulares), não só

pode se relacionar com a postura da mandíbula e do crânio, se não também com a coluna

cervical, as estruturas supra e infrahióideas, os ombros e a coluna torácica e lombar, pois

funcionam como uma unidade biomecânica (AMANTÉA et al., 2004).

O sistema crânio mandibular é considerado uma unidade biomecânica composta por

mandíbula, crânio, osso hióide, músculos supra e infra-hióideos e coluna cervical (FUENTES;

FREESMEYER; HENRÍQUEZ, 1999).

A função normal dos músculos supra e infra-hióideos gera uma tensão que permite

uma adequada posição da articulação crânio-vertebral e das articulações temporomandibulares

(ROCABADO, 1994).

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Observando-se a relação crânio-coluna cervical em vista lateral, pode-se notar que a

maior parte do peso do crânio, portanto o seu centro de gravidade, descansam na parte

anterior da coluna cervical e, nas articulações temporomandibulares. Sendo assim, a cabeça

mantém a sua posição ortostática por um complexo mecanismo muscular, envolvendo

músculos da cabeça, pescoço e cintura escapular. Conseqüentemente, uma alteração em

alguma destas regiões, poderá levar a distúrbios da postura não somente nestes locais, como

também nas demais cadeias musculares do corpo humano e, vice-versa (ROCABADO, 1979).

Em um estudo relacionado a alterações posturais decorrentes de discrepância de

membros inferiores, observou-se que algumas alterações posturais, observadas durante a

avaliação postural, são adaptações conseqüentes do membro inferior esquerdo menor. Nesse

estudo, a maioria dos indivíduos, tendo o membro inferior esquerdo menor, confirma a

influência das alterações biomecânicas que apresentaram o ombro esquerdo anteriorizado,

triângulo de Talles maior à esquerda, pelve direita mais alta, além da lateralidade anterior da

escápula esquerda e protrusão de ambos os ombros (VERONESI; AZATO, 2003).

Farah e Tanaka (1997) afirmam que uma alteração local repercute em compensações

por todo o corpo em forma de cascata. Essas compensações podem ser de forma ascendente

ou descendente. Uma deformação ascendente ocorre, quando um desequilíbrio no segmento

inferior do corpo produz compensações em segmentos superiores, ou seja, um desequilíbrio

dos membros inferiores acarretará numa má postura pélvica, que será compensada no tronco

por uma deformação ascendente. Já uma deformação descendente, ocorre quando um

desequilíbrio no segmento superior do corpo produz compensações em segmentos inferiores.

Por exemplo, um desequilíbrio na região cervico-cefálica acarretará numa má

posição escapular, que se compensará no tronco por uma deformação descendente

(BIENFAT, 1995; VALDEZ, 2002).

Bricot (2001) descreveu parâmetros da estática normal em três planos: sagital, frontal

e horizontal. No plano sagital, o eixo vertical do corpo passa pelo vértex, apófise odontóide da

vértebra cervical axis e corpo da terceira vértebra lombar, projetando-se no solo, no centro do

eqüilátero de sustentação formado pelos pés. Além disso, os planos escapulares e das nádegas

estão alinhados. No plano frontal, as cinturas escapulares e pélvicas, assim como as linhas

entre as pupilas, trágus e mamilos devem estar no mesmo plano horizontal. No plano

horizontal, ocorre inexistência de rotação a nível das cinturas escapular e pélvica. O

desequilíbrio destes planos implica em perturbações posturais que são responsáveis pela

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22

incidência de forças contrárias anormais que agem nas superfícies articulares das vértebras e

pelas sobrecargas músculo-ligamentares que geram desconforto e dor.

Campos et al. (2002) afirmam que o tratamento e a prevenção das alterações

posturais em crianças e adolescentes obesos, associados ao tratamento nutricional, tem

fundamental importância em função de uma nova imagem corporal ,excesso de peso facilita a

ocorrência de patologias ortopédicas, mas não são exclusivas a indivíduos obesos. No entanto,

estes estão mais suscetíveis a lesões devido a uma sobrecarga maior nos segmentos corporais

decorrentes do excesso de massa corporal.

O joelho em valgo, evidenciado em obesos quando há um afastamento dos membros

inferiores devido ao excesso de gordura localizado na região das coxas, pode ocasionar, nas

crianças obesas, a pronação excessiva da articulação subtalar localizada no pé. O alinhamento

postural inadequado pode também acarretar assimetrias unilaterais dos músculos e dos tecidos

moles e assimetrias ósseas. O resultado é uma menor eficiência na mecânica do movimento

(ARNHEIM; PRENTICE, 2002).

Importantes estudos sobre a distribuição de pressão plantar têm sido realizados com a

população infantil, enfocando, principalmente, crianças eutróficas, de diferentes faixas etárias

(HENNIG; ROSENBAUM, 1991; UNGER; ROSENBAUM, 2004).

3.4 AVALIAÇÃO POSTURAL E BIOFOTOGRAMETRIA

Alguns países desenvolvidos já adotam a realização sistemática de avaliações

posturais durante a fase escolar para identificar e acompanhar a progressão das alterações da

postura em geral e, principalmente, da postura da coluna vertebral. (BUNNELL, 2005)

Tradicionalmente, o diagnóstico clínico tem sido realizado através de exames radiológicos,

que permitem conhecer a severidade da alteração na coluna. Contudo, o uso de radiografias

em estudos de prevalência e incidência expõe a população aos efeitos da radiação, sendo

considerado inapropriado por ser antiético e envolver um custo muito alto (WHIDE, 2001)

Desse modo, as avaliações posturais nas quais os indivíduos são submetidos a testes

não invasivos tornam-se uma opção viável para estudos das alterações da postura corporal em

populações. (DETSCH et al., 2007)

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Segundo Baraúna (1997) a técnica surgiu em 1994, na Universidade Técnica de

Lisboa, quando Ferreira e Correia da Silva (1994) desenvolveram e utilizaram um programa

operacional em um sistema computadorizado que, através da seleção de imagens armazenadas

em fitas de VHS, permitia a delimitação de pontos e o cálculo de ângulos formados entre

esses pontos.

Para a obtenção de dados fidedignos de uma avaliação postural precisa e completa

requer-se um examinador habilitado para essa finalidade, pois é preciso que ele separe as

partes do corpo do todo e posteriormente avalie a soma das partes em relação à interação na

estrutura anatômica global (PALMER; EPLER, 2000).

Para a preservação do equilíbrio estático normal necessitamos de receptores

localizados no olho, sistema vestibular e nas plantas dos pés, esses captores agem de forma

sincrônica e se modificam quando houver alguma alteração a nível corporal do indivíduo em

uma determinada circunstância e se não ocorrer fenômenos adaptativos rápidos e eficientes

gerados pelo próprio organismo, podemos ter graves conseqüências de distúrbios posturais

(BRICOT, 2004).

Segundo Maffulli (1998), a presença ou exacerbação de um trabalho de

hipermobilidade pode favorecer o aparecimento de lesões ligamentares, especialmente após a

adolescência, principalmente se a força não é suficiente para estabilizar as articulações.

Weineck (1999) contribui para a discussão colocando que se esta hipermobilidade for

seguida de debilidade postural, deve ser feito um treinamento de fortalecimento muscular,

evitando-se a abrangência de exercícios de alongamento, de forma a fortalecer o sistema

motor passivo de maneira a favorecer a melhora da postura.

O conhecimento acerca das características da postura ereta e da marcha de obesos,

em geral, inicia-se com avaliações clínicas subjetivas, baseadas nas observações de que existe

uma serie de dificuldade para que estes indivíduos executem atividades de vida diária, dentre

as quais pode-se destacar a locomoção. Portanto, é urgente dirigir a atenção para as

conseqüências físicas da sobrecarga repetitiva, principalmente nas extremidades inferiores e,

assim, oferecer um suporte para prevenção, tratamento e controle das condições de obesidade

(HILLS et al., 2002)

Segundo Arnheim e Prentice (2002) em relação à observação das estruturas corporais

durante a avaliação postural é de suma importância observar se a cabeça está inclinada para

um dos lados; assimetria de ombros; ombros anteriorizados; escápulas assimétricas;

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assimetria de tronco; quadril mais proeminente que o outro; inclinação de quadril unilateral;

patela mais baixa que a outra.

A postura pode ser definida como o relacionamento das partes do corpo com a linha do centro da gravidade, variando de acordo com a faixa etária. Na postura normal perfeita, a linha do centro da gravidade, na postura em perfil, passa através do processo mastóide até a junção cervical do tórax, cruzando os corpos vertebrais na junção toraco lombar até a região anterior da articulação sacroilíaca e posterior à articulação do quadril; a seguir, passa através da articulação anterior do joelho e termina na frente do tálus, no tornozelo. Os membros inferiores são retos, com os quadris e os joelhos em extensão neutra e a inclinação pélvica é de 60 graus na vertical. O queixo deve estar contraído, os ombros nivelados, o abdome contraído e a convexidade posterior da coluna torácica e anterior da coluna lombar estão dentro dos limites normais. No plano frontal, inicialmente, o fio de prumo deve passar pelo processo espinhoso da sétima vértebra cervical (C7) e posteriormente, através da fenda glútea. Nos indivíduos que apresentam postura anormal, o centro da linha da gravidade, desde o processo mastóide, passa atrás do sacro, e a coluna está descompensada no plano sagital. A cabeça se apresenta anteriorizada, a coluna torácica apresenta arredondamento dorsal anormal e presença de hiperlordose. “Os ombros estarão anteriorizados, a região anterior do tórax deprimido e o abdome protruso. (TACHDJIAN, 2001).

Deliberato (2002) define os termos boa postura como a solicitação permanente da

musculatura contra a gravidade, com gasto mínimo de energia. É o resultado da ação

coordenada de diversos grupos musculares e ligamentos que atuam elevando, mantendo ou

oferecendo apoio a diversas partes do corpo. Segundo o autor, a boa postura demonstra,

geralmente, um equilíbrio emocional do indivíduo.

O fato de os obesos apresentarem maiores picos de pressão em todas as áreas do pé

quando comparados com eutróficos concorda com estudos realizados tanto com crianças

(DOWLING; STEELE; BAUR, 2004; HLAVÁCEK; KOSTELNIKOVÁ, 2004) quanto com

adultos obesos (GRAVANTE, et al., 2003; HILLS et al., 2001) durante a postura ereta e a

marcha. Isso significa que o excesso de tecido adiposo que deve ser carregado pelas crianças

obesas faz com que seus membros inferiores e, especificamente, seus pés sofram maiores

sobrecargas, aumentando o risco de lesões. O índice do arco plantar (IP) normal, segundo a

“Pediatric Orthopaedic Society” é o compreendido dentro de 2 desvios padrão (DP) da média

populacional.(STAHELI et al., 1985).Dessa forma os valores obtidos do IP iguais ou

superiores à soma de 2 DP com a média foram considerados indicativos de pé plano, e

denominados de índices limites para essa condição.

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A correta posição do sistema crânio cervical possibilita uma relação harmoniosa

entre a coluna cervical, o osso hióide e os músculos mandibulares. (GONZÁLES, MANNS,

1996; OKENSON, 1992).

A atividade aumentada da musculatura mastigatória interfere nos músculos

esternocleidomastoideo e trapézio, e pode aumentara tensão nos grupos musculares, supra e

infrahióideos, que projetam a cabeça para frente, (BIENFAIT, 2000; YI; GUEDES; VIEIRA,

2003)

Para a avaliação da postura cervical e da cabeça, foram usados recursos que

permitem uma análise quantitativa como a fotogrametria, que é uma técnica que permite

quantificar as alterações posturais, uma vez que diversos ângulos utilizados para a avaliação

da postura corporal já tiveram descrita sua confiabilidade (IUNES et al., 2005);

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4 METODOLOGIA

4.1 TIPO DE ESTUDO

Estudo analítico prospectivo transversal controlado.

4.2 LOCAL

As coletas foram realizadas na escola municipal do ensino fundamental Nossa

Senhora da Paz em Teresina Piauí mediante autorização das mesmas e dos pais ou

responsáveis pelos adolescentes.

4.3 AMOSTRA

Foram selecionados 89 adolescentes para o estudo os quais foram divididos em

grupos obedecendo à recomendação da OMS (2007).

Classificação:

Pontos de corte de IMC por idade para adolescentes:

VALORES CRÍTICOS DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL < percentil 3 < Escore-z -2 Baixo IMC para idade

≥ percentil e < percentil de 85

> Escore-z -2 e < Escore-z +1 IMC adequado ou Eutrófico

≥ percentil 85 e < percentil 97

> Escore-z +1 e < Escore-z +2 Sobrepeso

≥ Percentil 97 ≥ Escore-z +2 Obesidade

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Os fatores de inclusão para os grupos foram: serem capazes de permanecer em

postura ortostática sem apoio, cognitivo preservado e capacidade de atender as orientações

dadas durante as coletas.

Os critérios de exclusão para o do estudo, adolescentes com idade abaixo de 10 ou

acima de 14 anos e que apresentassem algum tipo de lesão músculo-esquelética e/ou

cardiorespiratória relevantes, baixo peso (percentil < 3), lesões neurológicas, déficits de

atenção ou as que o pai ou responsável não tivesse concordado com o termo de

consentimento.

O estudo então foi realizado com três grupos distintos de adolescentes. Um Grupo

Controle (GC), composto de 33 adolescentes de ambos os sexos, com percentil de IMC maior

que 3 e menor que 85, classificado como peso normal. Grupo Sobrepeso (GS): composto de

24 adolescentes de ambos os sexos, com percentil maior 85 e menor ou igual a 97.Grupo

Obeso (GO): formado por 31 adolescentes com obesidade de ambos os sexos com percentil

maior que 97 e menor ou igual a 99,9.

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5 ASPECTOS ÉTICOS

A pesquisa foi realizada após avaliação ao Comitê de ética em Pesquisa da Faculdade

Integral Diferencial-Facid, protocolo 133/09, que emitiu parecer favorável à realização do

estudo. Os pais e responsáveis foram esclarecidos dos objetivos e procedimentos durante as

reuniões que aconteceram no pátio da escola e aqueles que concordaram com a participação

do aluno assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido.

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6 EQUIPAMENTOS

Obtenção de dados não-clínicos

Os dados não-clínicos foram obtidos através de um questionário (ANEXO A)

aplicado sob a forma de entrevista estruturada com os escolares. Continha questões fechadas

sobre sexo, idade, escolaridade dos pais, ocupação dos pais, renda familiar, foi aplicado

dentro desse questionário o teste de hipermobilidade articular generalizada. O método

utilizado para a mensuração da mobilidade articular foi o Índice de Beighton, foi considerada

hipermobilidade a incidência de sinais no teste a partir de 1 ponto, sendo dividida em Leve (1

a 3 pontos), Moderada (4 a 6 pontos) e Grave (7 a 9 pontos). Foi avaliada a amplitude de nove

movimentos articulares (dedo mínimo direito e esquerdo, polegar direito e esquerdo, cotovelo

direito e esquerdo, joelho direito e esquerdo e flexão de tronco sem dobrar os joelhos).Os

testes consistem na mensuração bilateral da dorsiflexão passiva da articulação metacarpo-

falangeana além de 90º, oposição passiva do polegar à flexão e contato com o antebraço,

hiperextensão dos cotovelos além de 10º, hiperextensão dos joelhos além de 10º e flexão

anterior do tronco com os joelhos estendidos, de forma que as palmas das mãos toquem o

chão (BEIGHTON; HORAN, 1969).

Balança e Estadiômetro

Para a obtenção das medidas de peso foi utilizada uma balança eletrônica Filizola.

Os adolescentes foram pesados através de medição única, em posição ortostática na balança,

descalços e vestidos com um calção de banho, - no caso masculino - e maiô de duas peças, no

caso feminino. Para medir a estatura dos adolescentes foi utilizado um estadiômetro vertical

anotando-se a estatura em centímetros (LEÃO; ARAÚJO; MORAES, 2003).

Podoscópio

Figura 1: Podoscópio

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Para registrar as pressões exercidas pelos pés foi realizado individualmente uma

descarga de peso unipodal e estática com o pé descalço sobre um podoscópio da marca

CARCI, onde a imagem da impressão plantar refletida no vidro do podoscópio foi capturada

por meio da câmera fotográfica digital marca PENTAX modelo Optio M 30 com definição de

7.1 megapixel posicionada sobre um tripé (Valbon set-3), em frente ao mesmo, a uma

distância de 24 cm uma altura 45 cm do solo .(figura 2) A distância e a altura foram definidas

de forma a permitir enquadrar a imagem refletida no espelho do podoscópio, sem a utilização

de nenhum tipo de aproximação (zoom) da câmera fotográfica.Destas fotografias foram

calculados o índice do arco plantar, o índice do arco plantar estabelece uma relação entre a

região central e posterior da impressão plantar e é calculado da seguinte forma. É traçada uma

linha tangente à borda medial do ante-pé e na região do calcanhar (ILFELD, 1994; STAHELI;

CHEW; CORBETT, 1987) é calculado o ponto médio dessa linha. A partir desse ponto traça-

se uma perpendicular que cruza a impressão plantar. O mesmo procedimento é repetido para o

ponto de tangência do calcanhar. Dessa forma obtemos a medida da largura do apoio da

região central ao pé (A) e da região do calcanhar (B), em milímetros. O índice do arco plantar

(IP) é obtido pela divisão do valor A pelo valor B (IP = A/B)

Figura 2: Figura descritiva do posicionamento do sujeito e da câmera fotográfica sobre o tripé para realização da

fotopodoscopia.

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Medida da largura da região central do pé (A) e da região do calcanhar (B), em

milímetros, na impressão plantar. O índice do arco plantar é obtido pela divisão do valor A

pelo valor B. (figura 3)

Figura 3: Impressão Plantar

Avaliação Postural:

Uma avaliação postural realizada através do software corew draw 12 baseado no

princípio da fotogametria Neste programa, de acordo com cada fotografia, uma relação de

pontos era solicitada e estes marcados utilizando o “mouse” do computador, para formação de

planos de orientação corporal. A disposição destes planos, em relação à linha vertical

verdadeira, foi analisada com o intuito de verificar possíveis inclinações, determinando,

assim, o grau de assimetria das estruturas a eles relacionadas.

Uma máquina fotográfica foi fixada a um metro e meio do participante sobre um

tripé com altura de 130 cm e zoom ajustável para a retirada da fotografia.

Os adolescentes foram fotografados por uma maquina fotográfica digital Pentax 7.1

megapixes, e fotos foram obtidas em uma vista anterior, posterior e perfil.

Os escolares foram posicionados em posição ortostática frontal anterior, sagital

direita e posterior com a face para frente, braços pendentes e laterais, joelhos retilíneos e

estendidos, calcanhares a uma distância de 7,5 cm, usaram roupas adequadas para o exame,

como short e blusa para meninas e short para os meninos, posicionados na frente de um

simetrógrafo. O consentimento para autorização dos exames foi obtido através de carta enviada

aos pais e/ou responsáveis por todos os escolares participantes, com explicações sobre os

objetivos e a rotina do estudo (ANEXO B)

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Pontos anatômicos foram demarcados previamente com adesivos para determinação

de planos de referência descritos abaixo:

Traçado corporal FRONTAL

Figura 4: Traçado Corporal Frontal

Figura 5: Plano Bipupilar, Comissura labial. Plano da Orelha

- Ângulo cervical direito: ângulo formado pela união dos pontos: trago (ponto mais

saliente do trago direito), cervical (ponto mais profundo da concavidade cervical

direita) e ombro (ponto mais superior e central do ombro direito).

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- Ângulo cervical esquerdo: ângulo formado pela união dos pontos: trago (ponto

mais saliente do trago esquerdo), cervical (ponto mais profundo da concavidade

cervical esquerdo) e ombro (ponto mais superior e central do ombro esquerdo).

- Plano bipupilar: formado da união dos pontos centrais das pupilas.

- Plano comissura labial: formado da união dos pontos mais externos das

comissuras labiais.

- Plano da orelha: formado da união dos pontos mais inferiores dos lóbulos das

orelhas.

- Plano do ombro: formado da união dos pontos mais superiores e centrais dos

ombros.

- Plano ilíaco: formado da união dos pontos ântero-superiores das espinhas ilíacas.

- Plano polegar: formado da união dos pontos mais inferiores dos polegares.

- Plano da rótula: formado da união dos pontos centrais das patelas.

- Plano maléolo: formado da união dos pontos mais salientes internamente dos maléolos.

Traçado Corporal de COSTAS

Figura 6: Traçado Corporal de Costas

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- Ângulo do pé direito: formado da união dos pontos: joelho interno (ponto mais

‘interno da linha do joelho direito), calcâneo (ponto mais inferior do calcâneo

direito) e pé direito (ponto mais externo do pé direito).

- Ângulo do pé esquerdo: formado da união dos pontos: joelho interno (ponto mais

interno da linha do joelho esquerdo), calcâneo (ponto mais inferior do calcâneo

esquerdo) e pé esquerdo (ponto mais externo do pé esquerdo).

Traçado Corporal de PERFIL

Figura 7: Traçado corporal de Perfil

Curvatura cervical: formada pela união dos pontos: occipital (ponto marcado onde

uma reta imaginária saindo do ponto cervical tangencia a porção póstero inferior da cabeça),

Curvatura dorsal: formada pela união dos pontos: cervical (porção mais profunda da

concavidade cervical posterior), dorsal (ponto mais saliente da convexidade dorsal) e lombar

(ponto mais profundo da concavidade lombar).

Curvatura lombar: formada pela união dos pontos: dorsal (ponto mais saliente da

convexidade dorsal), lombar (ponto mais profundo da concavidade lombar) e glúteo (ponto

mais saliente do glúteo).

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Calculo do ângulo de Protrusão da cabeça: PC (protrusão da cabeça): formado pela

intersecção da reta que unia os pontos H (tragus da orelha) e E (processo espinhoso de C7),

com a reta paralela ao solo.

Figura 8: Ângulo de Protrusão da Cabeça

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7 RESULTADOS

Dos 121 adolescentes que participaram da pesquisa na escola municipal do ensino

médio Nossa da Paz no município de Teresina-Pi em outubro de 2009,88 alunos preenchiam

os critérios de inclusão do presente trabalho, configurando o grupo de estudo.

A Tabela 1 apresenta os resultados obtidos da análise realizada de acordo com a

classificação dos indivíduos segundo o gênero, assim como se pode observar dentro da

população estudada houve uma predominância maior no grupo obeso do gênero masculino.

Tabela 01: Classificação dos Indivíduos Segundo o Gênero EUTROFICO SOBRE PESO OBESO VARIÁVEIS N % n % n % Feminino 21 63,64 14 58,33 10 32,26 Masculino 12 36,36 10 41,67 21 67,74 Total 33 100% 24 100% 31 100%

Tabela 2: Resultado da análise dos ângulos no traçado corporal frontal

VARIÁVEL EUTROFICO SOBREPESO OBESO

M SEM DP N M SEM DP N M SEM DP N

Ângulo cervical direito 102 0,86 2,78 33 100 0,96 3,12 24 96,18 1,30*** 5,67 31

Ângulo cervical esquerdo 101,6 0,91 3,56 33 98,56 0,43** 5,76 24 95,15 1,72 ** 10,22 31

Plano bipupilar 2,24 0,43 2,47 33 2,10 ±0,33 1,60 24 2,41 0,31 1,74 31

Plano comissura labial 2,40 0,42 2,41 33 1,91 ±0,33 1,65 24 2,67 0,41 2,29 31

Plano da orelha 2,42 0,50 2,88 33 2,30 ±0,47 2,33 24 2,42 0,37 2,10 31

Plano do ombro 1,71 0,25 1,45 33 2,55 ±0,28* 1,41 24 2,70 0,35* 1,98 31

Plano ilíaco 1,84 0,29 1,70 33 2,11 ±0,32 1,56 24 2,09 0,30 1,71 31

Plano polegar 3,18 0,52 2,99 33 3,61 ±0,63 3,12 24 2,49 0,45 2,54 31

Plano da rótula 2,88 0,39 2,27 33 3,41 ±0,62 3,07 24 3,27 0,49 2,75 31

Plano maléolo 6,00 0,90 5,18 33 5,19 ±1,02 5,02 24 5,98 0,75 4,19 31 Legenda: *p<0,05 em relação ao grupo Eutrofico; **p<0,01 em relação ao grupo Eutrofico; ***p<0,001 em relação ao grupo Eutrofico; M= média do grupo; SEM= erro padrão da média; N= número de indivíduo; DP = Desvio Padrão. Fonte: Dados coletados em primeira mão pela autora da pesquisa, Teresina/2010.

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.

Ângulo Cervical Direito

0102030405060708090

100110

EutroficoSobrepesoObeso**

Méd

ia d

os V

alor

es d

e Ân

gulo

s (º)

Figura 9: Angulo Cervical D

Legenda: **p<0,01 em comparação ao grupo Eutrófico.

Ângulo Cervical Esquerdo

0102030405060708090

100110

EutroficoSobrepesoObeso**

Méd

ia d

os V

alor

es d

e Ân

gulo

s (º)

Figura 10: Ângulo Cervical E

Legenda: **p<0,01 em comparação ao grupo Eutrófico.

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Tabela 3: Resultado da análise dos ângulos no traçado corporal de perfil

Traçado corporal Perfil EUTRÓFICO

N=33 SOBRE PESO

N=24 OBESO

N=31

Média SEM DP Média SEM DP Média SEM DP

Ângulo da Protrusão da Cabeça 47,13 1,00 5,87 45,41 0,943 4,61 41,74 1,342*** ª 7,47

Curvatura Cervical 170,70 1,75 10,23 172,30 1,722 8,43 171,90 2,427 13,51

Curvatura Dorsal 216,60 0,67 3,94 217,10 0,656 3,21 215,50 0,990 5,51

Curvatura Lombar 144,60 0,99 5,82 151,00 4,610 22,58 150,30 1,322*** 7,36 Legenda: ***p<0,001 em relação ao grupo Eutrófico; a

p<0,05 em relação ao grupo Sobre Peso; M= média do grupo; SEM= erro

padrão da média; N= número de indivíduo; DP = Desvio Padrão. Fonte: Dados coletados em primeira mão pela autora da

pesquisa, Teresina/2010.

Ângulo da Protrusão da Cabeça

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

EutroficoSobrepesoObeso

a

***

Méd

ia d

os V

alor

es d

e Ân

gulo

s (º)

Figura11: Ângulo de Protrusão da Cabeça

Legenda: ***p<0,01 em comparação ao grupo Eutrófico;

ap<0,05 em comparação ao grupo Sobrepeso

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Ângulo da Curvatura Lombar

0

20

40

60

80

100

120

140

160EutroficoSobrepesoObeso

*

Méd

ia d

os V

alor

es d

e Ân

gulo

s (º)

Figura 12: Ângulo da Curvatura lombar

Legenda: *p<0,05 em comparação ao grupo Eutrófico.

Tabela 4: Resultado da análise dos ângulos no traçado corporal de costas

EUTRÓFICO SOBRE PESO OBESO

Média SEM DP N Média SEM DP N Média SEM DP N Ângulo Pé Direito 52,20 1,510 8,803 34 55,04 1,588 7,778 24 55,96 1,649 9,183 31

Ângulo Pé Esquerdo 49,780 2,154 12,560 34 47,760 2,363 11,580 24 57,060 4,439 24,710 31

Em relação aos dados da Tabela 6 que analisa os demais ângulos foi verificado um aumento do ângulo,ou seja,do apoio da região central do pé D e E com apoio central pé D com M=63,01 (±7,58) e M=62,29(±7,54) apoio central E em relação ao grupo de eutrófico.Um maior apoio na região do calcanhar D com M=51,29 (±6,10) e Calcanhar E 51,77(±7,09) em relação ao grupo de eutróficos.

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Tabela 5: Resultados obtidos nas análises dos demais ângulos

EUTROFICO SOBRE PESO OBESO

Média SEM DP N Média SEM DP N Média SEM DP N Índice Arco Plantar D 1,24 0,026 0,154 34 1,241 0,023 0,114 24 1,23 0,019 0,105 31

Índice Arco Plantar E 1,22 0,019 0,109 34 1,238 0,021 0,102 24 1,21 0,019 0,107 31

Região Medial do Pé D 45,89 1,808 10,54 34 62,31 1,286*** 6,301 24 63,01 1,362*** 7,586 31

Região do Calcanhar Pé D 37,19 1,48 8,632 34 50,51 1,196*** 5,86 24 51,29 1,096*** 6,101 31

Região Medial do Pé E 45,48 1,84 10,73 34 61,57 1,365*** 6,685 24 62,29 1,354*** 7,541 31

Região do Calcanhar Pé E 37,16 1,439 8,393 34 49,85 1,006*** 4,926 24 51,77 1,275*** 7,098 31

Legenda: ***p<0,001 em comparação ao grupo Eutrófico; M= média do grupo; SEM= erro padrão da média; N= número de indivíduo;DP= Desvio Padrão. Fonte: Dados coletados em Primeira Mão pela Autora da pesquisa, Teresina/2010.

05

10152025303540455055606570

EutroficoSobrepesoObeso***

Ângulo Região Medial Pé Direito

***

Méd

ia d

os V

alor

es d

e Ân

gulo

s (º)

Figura 13: Ângulo da região medial do pé D

Legenda: ***p<0,001 em comparação ao grupo Eutrófico.

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05

101520253035404550556065

EutroficoSobrepesoObeso

***

Ângulo Região Medial Pé Esquerdo

***

Méd

ia d

os V

alor

es d

e Ân

gulo

s (º)

Figura14: Ângulo da região medial do pé E

Legenda: ***p<0,001 em comparação ao grupo Eutrófico.

05

10152025303540455055

EutroficoSobrepesoObeso

***

Ângulo Região Calcanho Pé Direito

***

Méd

ia d

os V

alor

es d

e Ân

gulo

s (º)

Figura 15: Ângulo da região do Calcâneo pé D

Legenda: ***p<0,001 em comparação ao grupo Eutrófico.

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05

10152025303540455055

EutroficoSobrepesoObeso

***

Ângulo Região Calcanho Pé Esquerdo

***

Méd

ia d

os V

alor

es d

e Ân

gulo

s (º)

Figura 16: Ângulo da região do Calcâneo pé E

Legenda: ***p<0,001 em comparação ao grupo Eutrófico.

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8 DISCUSSÃO

De acordo com o estudo de Bachiega (2006), em relação ao estado nutricional e

gênero, as alunas totalizaram 29,88% de sobrepeso e obesidade, nos escolares do gênero

masculino observou-se 31,53%.

Albano e Souza (2001), em um estudo realizado em escolares entre 11 e 17 anos, no

município de São Paulo, verificaram que 26,5% e 32,6% de sobrepeso e obesidade,

respectivamente para o gênero feminino e masculino. É interessante destacar que no presente

estudo a incidência também foi maior de sobrepeso e obesidade para o sexo masculino com

42,77% enquanto que no sexo feminino observou-se 25,31%.

Segundo Ricieri (2000) a biofotogrametria computadorizada é um método de

avaliação onde existem vantagens e efetividade de sua aplicação clínica, ou seja, baixo custo

no sistema de imagens, fotointerpretação, precisão e reprodutibilidade dos resultados

A interpretação dos resultados desse trabalho permitiu verificar através da

biofotogrametria que das manifestações posturais analisadas, os ângulos cervicais, o ângulo

de protrusão de cabeça, ângulo da curvatura lombar, planos de ombros, ângulos da região

central e do calcanhar, foram os que mais tiveram alterações nos adolescentes avaliados em

todos os grupos (GC,GS,GO).

Em estudos realizados por Asher (1995), Esteves (1993), Mota (1991) e Rosa (1991)

constatou-se que a maioria das pesquisas realizadas com indivíduos em idade escolar, foram

feitas a partir de avaliações subjetivas da postura, e comprovaram que os desequilíbrios

posturais afetam de maneira crescente e significativa jovens e crianças.No estudo desses

autores os desvios posturais mais prevalentes estão a protrusão de ombros, a abdução

escapular e a hipercifose dorsal.

Os estudos realizados em escolas geralmente têm o objetivo de detectar,

precocemente os problemas que afetam a saúde e a integridade física do escolar, assim como

o tratamento dos problemas que são detectados precocemente no decorrer da vida escolar dos

alunos. Esses estudos em escolas envolvem a medicina preventiva através de métodos de

prevenção secundária. A prevenção secundária, no ambiente escolar, envolve os exames de

rastreamento das crianças nas escolas, também com o objetivo de prevenir e promover saúde

(JEKEL; ELMORE; KATZ, 1999).

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Vários métodos já foram empregados para se mensurar a amplitude de movimento da

coluna cervical: radiografias, goniômetros, eletrogoniômetros, inclinômetros,fitas

métricas,dispositivos de amplitude de movimento cervical, ultra-sonografia e instrumentos

óptico-eletrônicos digitais, assim como estimativas simples de movimentos

observáveis(SFORZA; GRASSI; FRAGMITO, 2002) A ampla gama de instrumentos e a falta

de procedimentos uniformes em estudos descritivos e de confiabilidade contribuíram para as

diversas normas publicadas sobre a amplitude de movimento ativa e passiva do pescoço.

Segundo Vernon (2001), nos exames radiográficos, a lordose cervical é quantificada,

traçando-se uma linha paralela do meio do bordo anterior de C1 até o meio do tubérculo

posterior dessa vértebra. Outra linha é traçada paralelamente ao bordo inferior a C7. A união

dessas linhas forma um ângulo que, deve ser analisado da seguinte forma: lordose normal,

quando a angulação é de 40º, podendo se considerar entre 35º a 45º; hiperlordose, com

angulação maior que 45º, e retificação, com a angulação menor que 35º.

Farah e Tanaka (1997) avaliaram por meio de fotografias o ângulo Protrusão de

Cabeça (PC) de 26 indivíduos com alterações miofuncionais orais e encontraram alterações,

não só na posição da cabeça, com o também na posição da pelve, dos joelhos e na mobilidade

cervical e do tronco.

Em estudo realizado sobre Caracterização postural da coluna de crianças obesas de 7

a 10 anos observou-se uma diminuição na média do ângulo de protrusão da cabeça em GS

(52,5º+7,06) e uma diminuição maior ainda no GO (47,3º+7,26) em relação ao GE

(57,6º+7,33) e foi verificado que das manifestações posturais a protrusão da cabeça foram as

que mais incidiram nas crianças avaliadas de todos os grupos (GO, GS e GE) (KUSSUKI;

JOÃO; CUNHA, 2007)

O posicionamento anteriorizado da cabeça em pacientes portadores de DTM é

discutido em diversos trabalhos (AYUB; GLASHEEN; KRAUS, 1984; BRICOT, 1999;

FRIEDMAN, WUSBERG, 1982; JANDA, 1981; MANNHEIMER; ROSENTHA, 1991;

REGO FARIAS; RESTANI; GANDELMAN, 2001.)

Nos últimos anos é dito que a DTM, não só pode se relacionar com a postura da

mandíbula e do crânio, se não também com a coluna cervical, as estruturas supra e

infrahióideas, os ombros e a coluna torácica e lombar, pois funcionam como uma unidade

biomecânica (AMANTÉA et al., 2004).

Cecagno (2005) verificou que a ATM está relacionada com a postura, podendo

ocasionar algum desequilíbrio corporal.

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No presente estudo também foi observado uma diminuição na média do ângulo de

protrusão da cabeça em GS (45,14º±4,61) e uma diminuição mais acentuada no GO

(41,74º±7,47) em relação ao GE (47,13º±5,87) sendo a primeira comparação marginalmente

significante e a segunda significante.

Visscher et al.(2002) observaram correlação positiva entre a postura da cabeça

mensurada na radiografia e na fotografia, sugerindo que ambos métodos são sensíveis para

detectar possíveis diferenças da postura da cabeça entre os indivíduos.

Para Verderi (2001) hiperlordose lombar é o aumento da curvatura região lombar, ou

seja, acentuação da concavidade lombar no plano sagital. Kisner e Colby (1998) caracterizam

por hiperlordose um aumento no ângulo lombo sacro – idealmente de 30°, um aumento na

lordose lombar e na inclinação pélvica anterior e flexão de quadril.

Bruschini e Nery (1995) afirmam que a presença de um abdômen protruso determina

o grau do deslocamento anterior do centro de gravidade corporal, com conseqüente exagero

da lordose lombar e aumento da inclinação anterior da pelve.

Estudos demonstram que, entre outras alterações, a hiperlordose lombar foi a

alteração postural mais freqüente, em escolares obesos tanto para o sexo feminino quanto para

o masculino (CAMPOS et al., 2002; JOÃO; KUSSUKI, 2005).

Estudos onde foram utilizados métodos quantitativos de analise postural, por meios

de fotos digitais e programa corew draw,a hiperlordose lombar esteve presente em 66,67% do

GO, 53,85% do GS e 32,5% do GE, sendo que o grupo GO tendeu a apresentar uma curvatura

lombar mais acentuada em relação ao GE, reforçando a relação entre a obesidade e a

hiperlordose lombar (KUSSUKI; JOÃO; CUNHA, 2007).

No estudo de Campos et al. ( 2002) 72% das crianças obesas, com idade de 9 a 18

anos, apresentaram hiperlordose lombar e, no estudo de Pinho e Duarte (1995) 50% das

crianças eutróficas apresentaram esse desvio.

No presente estudo na curvatura lombar houve um resultado significante com

M=150,3(+- 7,36) com p<0, 001 em relação ao grupo de eutróficos, em relação às analises da

curvatura cervical, dorsal não houve significância.

As adolescentes com IMC normal apresentaram maior prevalência de alterações

posturais laterais se comparadas às adolescentes com sobrepeso ou obesidade. A morfologia e

a velocidade de crescimento são apontadas como fatores de influência no aparecimento de

alterações laterais, de modo que as adolescentes ectomorfas e aquelas que apresentam uma

maior velocidade no estirão de crescimento são mais suscetíveis a tais alterações (LEBLANC

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et al., 1997; YLIKOSKI, 2003). No entanto foi possível observar dentre as alterações laterais

analisadas uma predominância de aumento dos ângulos a E no grupo de obesos como ângulo

do plano bipupilar 61,29%, plano da comissura labial 64,52%,plano da orelha 67,74%,plano

do ombro 80,25%,plano do ilíaco 70,97% e também alterações laterais a E no grupo de sobre

peso com 62,50%no plano de polegar e no plano de patela com 66,67% em relação ao grupo

de eutróficos,caracterizando uma elevação a E em vista frontal desses grupos.Em relação aos

ângulos cervicais D e E(Ângulo cervical : ângulo formado pela união dos pontos: trago (ponto

mais saliente do trago ), cervical (ponto mais profundo da concavidade cervical) e ombro

(ponto mais superior e central do ombro ). houve uma relevância significante com M=96,18

(± 1,30) em ângulo cervical D em obesos e M=95,15(±1,72) em ângulo cervical E em relação

aos eutróficos,caracterizando uma aproximação do ombro a E em relação a cabeça.

Pesquisas apontam que 75% de joelhos valgos da infância são de origem estática,

decorrentes de hipotonia muscular e aumento do peso corpóreo, relacionado a crianças mais

obesas, com abdome volumoso e que tendem a caminhar de pernas abertas (TRIBASTONE,

2001). Em relação aos resultados obtidos na análise dos ângulos no traçado corporal de

costas,ou seja ângulo pé D e ângulo pé E não foram encontrados valores significantes para

determinar valgo ou varo de joelho.

O peso do corpo é identificado como sendo a principal influência na magnitude das

pressões debaixo dos pés de crianças em fase escolar (HENNIG; STAATS; ROSENBAUM,

1994).

Segundo Van Boerum e Sangeorzan (2003), um desequilíbrio entre as forças que

tendem a achatar e suportar o arco pode direcionar a uma perda do arco medial longitudinal.

Os mesmos autores colocam o aumento do peso corporal como fator que contribui para o

aplanamento do arco medial do pé.

Segundo Hernandez et al. (2007), índices do arco plantar acima de 1,15 devem ser

considerados como indicativos de pé plano.

Existe uma formação gradual do arco longitudinal medial (ALM )com o crescimento

da criança, a qual pode ser resultado da diminuição do tecido gorduroso e da diminuição da

frouxidão ligamentar (STAHELI; CHEW; CORBETT, 1987).

Nesse sentido, Dowling, Steele e Baur (2001), ressaltam que em crianças a

sobrecarga imposta pelo excesso de massa corporal, por um longo tempo, aparenta achatar a

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região medial do pé aumentando a área e o tempo em que esta região do pé entra em contato

com o solo.

No entanto na verificação dos ângulos da região central pé D e E e ângulos da região

do calcanhar pé D e E podemos verificar um aumento dos ângulos,ou seja,do apoio da região

central do pé D com M=63,01 (± 7,58)*** e região central do pé E com 62,29 (±7,54) em

relação ao grupo de eutróficos .Um maior apoio na região do calcanhar pé E com M=

51,77(±7,09)*** e região do calcanhar pé D 51,29(±6,10) em relação ao grupo de

eutróficos,caracterizando uma pressão maior na região central do pé D e E e região do

calcanhar pé D e E.

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9 CONCLUSÕES

A Análise da pressão plantar e suas correlações com as disfunções biomecânicas

crânio cervicais e em membros inferiores em adolescentes obesos permitiu as seguintes

conclusões:

Prevalência de sobrepeso (58,33%) e obesidade (32,26%) no sexo feminino e no

sexo masculino: sobrepeso de (41,67) e obesidade de (67,74), prevalecendo um total de

42,77% nos grupos de sobre peso e obesidade do sexo masculino, ou seja, prevalência de

sobre peso e obesidade no sexo masculino.

Alterações Posturais parecem confirmar a existência de um mecanismo

compensatório na postura corporal ortostática significativa em adolescentes obesos com:

Desvios laterais significantes nos ângulos cervicais, predominando desvios laterais a E:

• Em perfil: Aumento do ângulo de protrusão de cabeça caracterizando

retificação, aumento do ângulo da curvatura lombar caracterizando uma

hiperlordose lombar.

• Caracterizou-se o grupo de obesos com uma pisada com maior projeção no

apoio da região central do pé D e E e região do calcanhar D e E.

De acordo com o que foi apresentado neste estudo, utilizando metodologia simples

baseado na biofotogrametria foi possível identificar biomecanicamente os ajustes

compensatórios e as possíveis complicações dessas alterações posturais e sua relação com as

disfunções cervicais e em membros inferiores na obesidade em adolescentes, podemos,

portanto, concluir que a obesidade é um fator importante na piora das alterações posturais

sendo que para trabalhos futuros as informações sobre os determinantes e as conseqüências da

obesidade são imprescindíveis para o controle da doença.

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ANEXO A: Questionário de Avaliação

Número de identificação: ____

Código da escola: __________

1- Sexo: ________ (1) masculino; (2) feminino SEXO________

2- Idade em anos completos: _________ anos IDADE________

3- Nível de instrução do estudante [Pergunte: Que série você está? Calcule o número de anos estudados completos. (0) Não estudou _______Nº de anos estudados Não sabe ESCOL EST________

4- Nível de instrução do pai [Pergunte: Até que ano o seu pai estudou? Calcule o número de anos estudados] (0) Não estudou _______Nº de anos estudados ( ) Não sabe ESCOL PAI_________

5- Nível de instrução da mãe [Pergunte: Até que ano a sua mãe estudou? Calcule o número de anos estudados]

(0) Não estudou _______Nº de anos estudados ( ) Não sabe ESCOL MAE________

6- O seu pai encontra-se trabalhando no momento? (1) Sim (2) Não, está desempregado (3) Aposentado (4) Encostado (5) Estudante (6) Outro__________ ( ) Não sabe OCUPPAI______________

7- Qual o tipo de firma (setor) onde ele trabalha? _____________________ FIRMAPAI_________

8- Que tipo de trabalho ele faz? ________________________________ TRABPAI________

9- A sua mãe encontra-se trabalhando no momento? (1) Sim (2) Não, está desempregada (3) Aposentado (4) Encostado (5) Estudante (6) Outro__________ ( ) Não sabe ( ) Em caso de ausência OCUPMAE________

10- Qual o tipo de firma (setor) onde ela trabalha? _____________________ FIRMAMAE________

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11- Que tipo de trabalho ela faz? ________________________________ TRABMAE________

12- Dominância [Perguntar se escreve com a mão direita ou esquerda] ________ (1) direito; (2) canhoto DOMINAN________

13- Número de cômodos em sua casa? _______________________

14- Numero de indivíduos residentes em sua casa? ________________________________ NUMCOM_________ NUMIND__________

15- Renda familiar: em reais caso esteja disponível na escola ____( ) Não disponível ( )________reais RENDAFAM_______

FICHA DE AVALIAÇÃO POSTURAL

Número de identificação: ___________

Código da escola: __________

1- Antropometria Altura em cm: ______ Peso em kg:________

2. Exame Físico 2.1 Posição Anterior

Inclinação da cabeça: ( 1 ) normal ( 2 )à direita ( 3 ) à esquerda ( 4 ) anterior ( 5 ) posterior ( 6 ) anterior acentuada

Nível dos ombros: ( 1 ) simétricos ( 2 ) ombro D ( 3 ) ombro E Protrusão dos ombros: ( 1 ) sim ( 2 ) não MMSS: ( 1 ) normal ( 2 ) rot. Int. D ( 3 ) rot. Int. E.

( 4 ) rot. Ext.D ( 5 ) rot. Ext. E ( 6 ) rot. int. D e E ( 7 ) rot. ext. D.e E.

Cotovelo: ( 1 ) normal ( 2 ) fletido D ( 3 ) fletido E ( 4 ) hiperext.D ( 5 ) hiperext. E

Tronco: ( 1 ) normal ( 2 ) rotação D ( 3 ) rotação E

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Mamilos: ( 0 ) normal ( 1 ) + alto D ( 2 ) + alto E Linha Alba: ( 1 ) reta ( 2 ) curva Triângulo de Talles: ( 1 ) normal ( 2 ) a directa ( 3 ) a esquerda Nível das cristas ilíacas: ( 1 ) normal ( 2 ) a D ( 3 ) a E

2.2 Posição posterior

Nível dos ombros: ( 1 ) normal ( 2 ) a D ( 3 ) a E Ombros e Escápulas: ( 1 ) posição ideal ( 2 ) abduzidas e pouco elevadas

( 3 ) ombros elevados e escápulas aduzidas ( 4 ) ombros deprimidos e escápulas abduzidas (aladas) ( 5 ) escápulas aduzidas e elevadas ( 6 ) escápulas abduzidas e ombros anteriorizados

Gibosidade: ( ) sim, torácica D ( ) sim, torácica E ( ) sim, lombar D ( ) sim, lombar E ( ) não Nível pélvico: ( 1 ) normal ( 2 ) assimétrico à D ( 3 ) assimétrico à E Coluna vertebral: ( 0 ) normal ( 1 ) escoliose cervical ( 2 ) escoliose torácica

( 3 ) escoliose lombar

Curva principal: ( 0 ) normal ( 1 ) destro convexa ( 2 ) sinistro convexa Teste de Adams: ( 1 ) normal(-) ( 2 ) anormal (+)

2.3 Perfil

Cabeça: ( 1 ) normal ( 2 ) adiante ( 3 ) fletida ( 4 )

Hiperextensão Coluna vertebral : hiperlordose (0) normal ( 1 ) cervical ( 2 ) lombar (3) lombar retificada

Hipercifose (0) normal ( 1 ) sim ( 2 ) não

Ombros ( 1 ) normal ( 2 ) a D ( 3 ) a E ( 4 ) adiante MMSS ( 1 ) adiante ( 2 ) atrás ( 3 ) alinhados Escápulas:( 0 ) normal ( 1 ) levem. Protrusa ( 2 ) protrusa

Rotação de tronco ( 1 ) sim ( 2 ) não Pelve ( 1 ) anteroversão ( 2 ) retroversão ( 3 ) normal Abdômen ( ) normal ( ) ptose ( ) distendido

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ANEXO B. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do projeto:

“Ánálise da pressão plantar e suas comparações com as disfunções biomecânicas

crânio cervicais e em membros inferiores em adolescentes obesos”

Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa.

Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do

estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do

pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizado (a) de forma alguma.

(Em caso de dúvida você poderá procurar o pesquisador responsável, o orientador e o Comitê

de Ética em Pesquisa – CEP), nos locais e telefones abaixo:

Pesquisador Responsável: prof. Rodrigo Aléxis Osório

Endereço e telefone; Universidade Vale do Paraíba, curso de Fisioterapia.

Av. Shishuma Hifumi, 2911. urbanova. São José dos Campos SP (012)34971000

Pesquisadores participantes; Liana Cardoso Andrade.

Endereço: av Dos Expedicionários ,790 Bairro São João,

Telefone: 4009 4300/9982 8008 e-mail:[email protected]

Comitê de Ética em Pesquisa – CEP: Rua Rio Poty, 2381 – Horto Florestal – CEP:

64.049-410 – Teresina/PI – Tel. (86) 3216.7900.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:

I-Objetivo: O objetivo da pesquisa será a análise da pressão plantar, ou seja, da

maneira de pisar,e suas correlações com as alterações que possam existir sobre as pernas e a

posição da cabeça em adolescentes obesos de 10 a 14 anos identificando os padrões típicos

desses adolescentes. O objetivo secundário será comparar o padrão postural de adolescentes

obesas com o padrão postural de adolescentes com IMC dentro dos critérios de normalidade.

Serão utilizados os seguintes procedimentos:

A princípio será realizada uma reunião com os pais ou responsáveis na qual será

exposto o objetivo da pesquisa, que será analisar se o sobrepeso está modificando sua postura

corporal e suas conseqüências, serão explicadas as etapas da pesquisa e tarefas necessárias à

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participação. Explicando os objetivos, as características e a importância do estudo será

solicitada a autorização dos pais para participação de seu (sua) filho (a) nesta pesquisa. Após

a coleta de dados, todos os pais serão informados sobre os resultados encontrados em seus

filhos, detectadas no estudo.

II- Coleta de dados

Inicialmente, os adolescentes serão pesados, será verificada sua altura a fim de se

calcular o IMC. Para o desenvolvimento e análise dos dados será utilizado como instrumento

de mensuração um podoscópio, que é um aparelho o qual registrará as pressões exercidas

pelos pés, os adolescentes pisarão individualmente com pé descalço sobre o referido aparelho,

o qual proporcionará o registro e a visualização das possíveis alterações de apoio do pé dos

adolescentes. Será utilizada uma ficha de avaliação para a anotação dos dados coletados. Os

adolescentes serão fotografados com uma maquina digital. Todos se apresentarão no local

vestidos com um calção de banho, - no caso masculino - e maiô de duas peças, no caso

feminino, as fotos serão obtidas em uma vista de frente,costas e lateral com marcação dos

pontos na superfície da pele com uma bolinha de isopor .

A pesquisa será constituída por 121 adolescentes, com a faixa etária entre 10 a 14

anos de ambos os gêneros de uma escola pública da cidade de Teresina, Pi, serão divididos

em três grupos: grupo excesso de peso (GO), grupo de Sobrepeso (GS) e grupo de eutróficos

(GE), A coleta de dados será realizada em um pátio,ginásio dos colégios da Fundação Nossa

Senhora da Paz podendo estar presente o pai ou responsável pelos adolescentes.

_________________________________ Ass do pesquisador

Liana Cardoso Andrade crefito-12166

Consentimento do Voluntário

Eu,_________________________________________________________________

RG_________________, CPF_____________________, abaixo assinado, concordo em

participar da pesquisa “Ánálise da pressão plantar e suas comparações com as disfunções

biomecânicas crânio cervicais e em membros inferiores em adolescentes obesos”

Fui devidamente informado e esclarecido pela pesquisadora Liana Cardoso Andrade

sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos assim como, se necessário, o uso de

minha imagem e que não haverá nenhum risco decorrente de minha participação. Foi-me

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garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a

qualquer penalidade.

Teresina, _______, de __________________ de 2009.

______________________________ Assinatura

I -Dados do Responsável pelo voluntário da pesquisa:

Nome do Responsável: _________________________________________________

Endereço: ___________________________________________________________

Telefone para Contato: ________________________________________________

Cidade: _____________________________________________________________

RG:____________________________ CPF:______________________________

Assinatura do responsável______________________________________________

Dados do voluntário da pesquisa:

1.Nome _________________________________________________

2.Idade__________________________________________________

3.Escolaridade:___________________________________________

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Anexo C – Comitê de ética em Pesquisa