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CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO A CAFEÍNA MELHORA O DESEMPENHO EM TESTE DE SPRINTS REPETIDOS EM JOVENS JOGADORES DE FUTEBOL? Lucas Adriano Pereira LONDRINA PARANÁ 2010 Universidade Estadual de Londrina

Universidade Estadual de Londrina · 2013-12-23 · para diversas ações presentes durante um jogo, e ... 2005). Essa capacidade é caracterizada por contrações musculares repetidas

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CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

A CAFEÍNA MELHORA O DESEMPENHO EM TESTE DE SPRINTS REPETIDOS EM JOVENS

JOGADORES DE FUTEBOL?

Lucas Adriano Pereira

LONDRINA – PARANÁ

2010

Universidade

Estadual de Londrina

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LUCAS ADRIANO PEREIRA

A CAFEÍNA MELHORA O DESEMPENHO EM TESTE DE SPRINTS REPETIDOS EM JOVENS

JOGADORES DE FUTEBOL?

Trabalho apresentado como requisito para a Conclusão do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina.

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Dr. Leandro R. ALtimari

Universidade Estadual de Londrina

Prof. Dr. Edílson S. Cyrino

Universidade Estadual de Londrina

Prof. Ms. Ademar Avelar de Almeida Junior

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 19 de Novembro de 2010.

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DEDICATÓRIA

A Deus, por iluminar o meu caminho.

Aos meus pais Leonel e Lúcia pelo

apoio incondicional, pelo amor e

dedicação a nossa família.

Aos meus avós Ludgero, Conceição,

Celso e Celina pelo carinho, exemplo

de vida, e por me ensinarem o valor da

família.

Ao meu irmão Matheus e meu primo

Ludgero por dividirem comigo os

passos nessa caminhada.

Aos meus tios Joel e Fátima por me

cederem sua casa onde pude morar

esses anos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Prof. Dr. Leandro Altimari por me orientar, acreditar no meu potencial e me apoiar quando surgiu a idéia de realizar esse trabalho. Dar-me subsídios para que a qualidade da minha formação fosse a melhor possível e por me transmitir seus conhecimentos.

Ao Prof Dr. Fabio Y. Nakamura e Prof. Dra. Jeane Barcelos Soriano por estarem sempre pelo grande incentivo e por serem pessoas que admiro muito e tenho como referência dentro da Universidade.

A todo o grupo GEPESINE em especial Ricardo por ser minha primeira referência no curso nos tempos de monitoria em Fisiologia do Exercício. Ao Rafael, Marcelo, Henrique e Thiago Camata por fazerem parte desse trabalho, pela contribuição ao longo da graduação, por serem exemplos e por também me orientarem quando na realização deste e outros trabalhos realizados.

Ao pessoal da turma 200, meus companheiros, pessoas com quem convivi durante esse 4 anos, os quais fiz muitos amigos que tenho grande carinho e admiração.

Ao Prof. Dr. Edilson S. Cyrino e Prof. Ms. Ademar Avelar por aceitarem fazer parte da banca examinadora e auxiliarem no decorrer da realização deste trabalho.

Ao pessoal do Junior Team que nos auxiliaram nas coletas de dados nos cedendo seus atletas e acompanhando os trabalhos.

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EPÍGRAFE

“Et dixit eis Iesus: “Venite post

me, et faciam vos fieri piscatores hominum”.

Marcos 1:17

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PEREIRA, Lucas Adriano. A cafeína melhora o desempenho em teste de sprints repetidos em jovens jogadores de futebol? Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2010.

RESUMO

A cafeína tem sido amplamente estuda devido a suas ações neuromodulatórias no SNC acarretando em melhora do desempenho físico de atletas de diversas modalidades. Os principais efeitos da cafeína são observados principalmente em modalidades esportivas de característica contínua. Entretanto, em esportes com características intermitentes ainda é incerto de que modo a cafeína poderia melhorar o desempenho dos atletas. Nesse sentido, o futebol pela sua característica intermitente é amplamente estudado. Mais especificamente a capacidade para realizar sprints repetidos (CRSR) é uma capacidade física de suma importância para o desempenho dos atletas de futebol, sendo importante para diversas ações presentes durante um jogo, e amplamente relacionada com o sucesso de uma equipe. O objetivo do estudo foi investigar os efeitos da ingestão de cafeína sobre o desempenho em Teste de Sprints Repetidos (TSR) em jovens jogadores de futebol. Fizeram parte do estudo 12 atletas de futebol da categoria infantil (15,0 ± 1,5 anos; 58,84 ± 9,17 kg; 1,69 ± 0,07 m; 20,91 ± 2,43 kg/m2) que foram submetidos ao TSR. Os índices de desempenho determinados no teste foram TSR pico, TSR médio e o IF. Os atletas foram submetidos a três condições experimentais de modo randomizado: cafeína (6 mg.kg-1) (CAF), placebo (PL) e controle (C). Para verificar as diferenças entre as variáveis nas três condições experimentais foi utilizada análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas. A significância adotada foi P<0,05. Nenhuma diferença significante foi encontrada nas variáveis analisadas entre as três condições experimentais TSR pico (7,36 ± 0,18s CAF; 7,34 ± 0,14s PL; 7,37 ± 0,19s C) TSR médio (7,70 ± 0,22s CAF; 7,72 ± 0,21s PL; 7,71 ± 0,20s C) e IF (4,66 ± 1,88% CAF; 5,03 ± 1,93% PL; 4,61 ± 0,97% C). Com base nos nossos resultados podemos verificar que a ingestão de cafeína não foi capaz de melhorar o desempenho no RSAt em jovens jogadores de futebol. Palavras-chave: Cafeína, Futebol, Sprints Repetidos, Recursos Ergogênicos

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PEREIRA, Lucas Adriano. The caffeine improves performance in repeated sprints ability test in naive soccer players? Graduation work. Bachelor Graduation of Physical Education. Center of Physical Education and Sport. State University of Londrina, 2010.

ABSTRACT

Caffeine has been widely studied due of their neuromodulatory actions in the CNS resulting in improved physical performance athletes from many sports. The main effects of caffeine are observed mainly in sports feature continuous. However, in sports with intermittent characteristics still is uncertain how caffeine would improve performance of athletes. Accordingly, soccer by their intermittent characteristic is extensively studied. More specifically the ability to perform repeated sprints (CRSR) is a physical capacity of paramount importance for the performance of soccer players, is important for several actions present during a game, and largely related to the success of a team. The aim of this study was analyze the effects of caffeine ingestion on Sprints Ability Test (TSR) in soccer players. Eleven naïve soccer players were participants this study (58.84 ± 9.17 kg, 1.69 ± 0.07 m, 20.91 ± 2.43 kg/m2) who underwent to TSR. The performance index determined were TSR peak, TSR mean, and IF. The athletes were submitted to three experimental conditions in a randomized model, caffeine (6 mg.kg-1) (CAF), placebo (PL) and control (C). To verify the differences between the variables in the three experimental conditions was used analysis of variance (ANOVA) for repeated measures. The significance adopted was P<0.05. No significant differences were found in the variables between the three experimental conditions TSR peak (7.36 ± 0.18 s CAF; 7.34 ± 0.14 s PL; 7.37 ± 0.19 s C) TSR mean (7.70 ± 0.22 s CAF; 7.72 ± 0.21 s PL; 7.71 ± 0.20 s C) and IF (4.66 ± 1.88 % CAF; 5.03 ± 1.93 % PL; 4.61 ± 0.97 % C). Based on our results was found that caffeine intake was not able to increase the performance on TSR in naïve soccer players. Key words: Caffeine, Soccer, Repeated Sprints, Ergogenics Aid

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA i

AGRADECIMENTOS ii

EPÍGRAFE iii

RESUMO........................................................................................ iv

ABSTRACT..................................................................................... v

1 INTRODUÇÃO................................................................................ 08

2 JUSTIFICATIVA.............................................................................. 10

3 OBJETIVOS.................................................................................... 11

4 REVISÃO DE LITERATURA........................................................... 12

4.1 Cafeína............................................................................................ 12

4.1.1 Mecanismos de Ação...................................................................... 12

4.1.2 Cafeína de Desempenho Físico...................................................... 14

4.2 Capacidade para realizar sprints repetidos..................................... 16

5 METODOLOGIA............................................................................. 18

5.1 Amostra........................................................................................... 18

5.2 Delineamento Experimental............................................................ 18

5.3 Antropometria.................................................................................. 19

5.4 Teste para medir a capacidade de realizar sprints repetidos......... 19

5.5 Ingestão de Cafeína........................................................................ 20

5.6 Análise Estatística........................................................................... 20

4 RESULTADOS................................................................................ 21

6 DISCUSSÃO................................................................................... 23

7 CONCLUSÃO................................................................................. 27

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REFERÊNCIAS............................................................................... 28

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1. INTRODUÇÃO

Diversos recursos ergogênicos têm sido estudadas no sentido de

otimizar o desempenho físico em diferentes modalidades esportivas (GOMES

E TIRAPEGUI, 2000). Graças ao aumento do interesse pelo esporte a

utilização desses recursos tem crescido muito ao longo dos últimos anos

sendo muito utilizados tanto por pesquisadores quanto por técnicos

esportivos.

Dentre os diversos recursos ergogênicos a utilização da cafeína tem

sido alvo de inúmeras investigações há muito tempo por suas ações centrais

e periféricas (SICLAIR E GEIGER, 2000; SPRIET, 1995). Seus efeitos têm

sido observados em atletas de diversas modalidades (DAVIS E GREEN,

2009; GRAHAM, 2001).

Uma das modalidades esportivas mais populares no mundo é o

futebol, sendo caracterizado pelo grande investimento financeiro de diversas

multinacionais em equipes e atletas que agregam diversas marcas a sua

imagem. Nesse sentido o treinamento desses atletas deve ser o mais bem

controlado possível, e ainda, os mesmos tem que ser manter em um nível de

condicionamento físico altíssimo durante toda a temporada competitiva. As

capacidades físicas envolvidas no futebol são caracterizadas por ações

curtas de alta intensidade e com característica anaeróbica (chutes, saltos,

sprints).

Dentre as diversas capacidades físicas pertinentes ao futebol, a

capacidade em realizar sprints repetidos (CRSR) tem sido amplamente

estudada e é de grande importância para os atletas dessa modalidade, sendo

relacionada com alguns parâmetros durante um jogo, dessa maneira

refletindo sobre o desempenho no mesmo (GLAISTER et al., 2005). Essa

capacidade é caracterizada por contrações musculares repetidas o que pode

levar a incapacidade do indivíduo de manter o desempenho físico durante

uma partida (BISHOP et al., 2001). Esse fenômeno é conhecido como fadiga

muscular (FITTS, 1994). Os fatores que levam a esse processo estão

relacionados a questões motivacionais e alterações no drive neural (ENOKA

E STUART, 1992).

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Em relação à CRSR, a cafeína poderia atuar minimizando os efeitos

deletérios da fadiga neuromuscular, influenciando diretamente a melhora

dessa habilidade. Esses fatores são observados em estudos que mostram

que a cafeína é capaz de aumentar a excitabilidade neural, otimizar o

recrutamento das unidades motoras, e ainda, aumentar o estado de alerta e

humor, influenciando nos fatores motivacionais (FREDHOLM et al., 1999;

KALMAR E CAFARELLI, 1999; RIBEIRO et al., 2003; WALTON et al., 2003).

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2. JUSTIFICATIVA

Há na literatura uma grande quantidade de estudos que investigaram o

impacto da ingestão de cafeína sobre o desempenho de atletas relacionados

a esportes de individuais e contínuos como: corridas, ciclismo, natação e

remo. As principais evidências existentes sobre os efeitos da cafeína na

melhora de desempenho estão relacionados a esportes que exigem provas

nas quais se verificam o trabalho total realizado, tempo até exaustão (Tlim) e

corridas contra relógio (DOHERTY E SMITH, 2004; GANIO et al., 2009).

Em contrapartida, existem poucos estudos que analisaram os efeitos

desta substância em esportes intermitentes, muitas vezes por dificuldades

metodológicas de encontrar um teste válido, reprodutível e que se adéque a

realidade do esporte (BURKE, 2008). Mesmo com essas limitações existem

alguns estudos que procuraram investigar o efeito da substância em

protocolos de sprints repetidos em atletas de elite de diferentes esportes

coletivos. Entretanto, os resultados tem se mostrado controversos e como

ressaltado anteriormente os testes utilizados muitas vezes não são os mais

adequados (ASTORINO E ROBERTSON, 2010; BURKE, 2008; DOHERTY E

SMITH, 2004; GANIO et al., 2009). Assim, tornam-se necessárias novas

investigações a cerca dos efeitos da cafeína sobre o desempenho em

esportes coletivos, utilizando testes que procurem aproximar a realidade do

esporte e que sejam validados para o mesmo.

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3. OBJETIVOS

Investigar os efeitos da ingestão de cafeína sobre o desempenho em

Teste de Sprints Repetidos (TSR) em jovens jogadores de futebol.

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4. REVISÃO DA LITERATURA

4.1 Cafeína

A cafeína (1,3,7-trimetilxantina) é uma droga do grupo das xantinas,

utilizada como estimulante, pelo seu efeito no SNC. A cafeína pode ser

encontrada no café, chá, chocolate, algumas bebidas energéticas e em

alguns medicamentos (ALTIMARI et. al., 2006). Tal substância tem sido

estudada há muito tempo pelos seus efeitos no desempenho físico e também

por suas características estimulantes reduzindo o sono, aumentando o estado

de alerta, humor e alguns outros estados emocionais (FREDHOLM et al.,

1999).

A cafeína esteve incluída na lista de substâncias proibidas pela World

Anti Doping Agency (WADA) visto que, no início dos anos 80, era usada

abusivamente por inúmeros atletas de diferentes modalidades. Dessa forma,

o Comitê Olímpico Internacional estipulou o valor limite de 15µg/mL de

cafeína na urina (DELBEKE E DEBACKERE, 1984; SPRIET, 1995). Porém

desde que foi retirada da lista de substâncias proibidas, em 2004 (WADA,

2004) a organização mantém um programa de monitoramento sobre o uso

dessa droga. Entretanto, estudos mostram, através desse monitoramento,

que o uso da cafeína não aumentou significantemente em atletas de

diferentes modalidades após sua retirada da lista de substâncias proibidas

(VAN THUYNE et al., 2005; VAN THUYNE E DELBEKE et al., 2006).

4.1.1 Mecanismos de Ação

Em relação aos mecanismos de ação da cafeína existem três teorias

que podem explicar seus efeitos (SPRIET, 1995), são elas: efeito antagonista

aos receptores de adenosina; ação periférica direta pelo aumento da

mobilização de Ca+2 do retículo sarcoplasmático; e maior atividade do

metabolismo dos lipídeos preservando o glicogênio muscular em exercícios

de longa duração (ALTIMARI et al., 2006; ALTIMARI et al., 2000). Entretanto,

a primeira teoria é a que tem sido mais discutida e aceita nas inúmeras

publicações em relação aos efeitos da cafeína sobre o desempenho físico.

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A cafeína possui uma estrutura muito semelhante à adenosina, que

age no SNC como neuromodulador de algumas ações relacionadas ao

estado de alerta, humor e motivação. Portanto, a cafeína é capaz de

atravessar a barreira hemato-cefálica e competir com a adenosina nos

receptores dessa substância (DAVIS E GREEN, 2009; FREDHOLM et al.,

1999; GRAHAM, 2001). Os receptores da adenosina podem ser encontrados

tanto em nível central quanto periférico nos diversos órgãos do corpo e

também no músculo esquelético. Todavia, os mecanismos de ação desses

receptores no músculo esquelético ainda não são muito bem entendidos

(GRAHAM, 2001; LYNGE E HELLSTEN, 2000; RIBEIRO et al., 2002).

Dessa forma, a cafeína atua principalmente nos receptores tipo A1 e

A2A influenciando a ação de alguns neurotransmissores como serotonina,

dopamina e GABA, tanto nos botões pré quanto pós-sinápticos (FREDHOLM

et al.,1999; KALMAR E CAFARELLI, 2004; TARNOPOLSKI, 2008). Essa

ação tem influência direta no desempenho, sendo observadas em alguns

estudos com animais (DAVIS et al., 2003; SVENNINGSSON et al., 1997). A

cafeína pode atuar aumentando a excitabilidade neural a nível espinhal e

supra espinhal otimizando a capacidade para o recrutamento de unidades

motoras, pelo menos em contrações isométricas (KALMAR E CAFARELLI,

1999; WALTON et al., 2002; WALTON et al., 2003).

A hipótese de que a cafeína poderia aumentar a liberação de Ca+2 pelo

retículo sarcoplasmático foi formulada com base em estudos com animais

que demonstram tal efeito (FAVERO et al., 1997; WILLIAMS, 1997).

Entretanto, já tem sido bem elucidado que as doses utilizadas para essa

maior liberação, são muito altas para humanos chegando a ser tóxicas

(FREDHOLM et al., 1999).

A outra teoria a respeito dos efeitos da cafeína seria a de maior

mobilização do metabolismo dos lipídeos, o que tem sido demonstrado em

alguns estudos (TRICE E HAYNES, 1995; VAN SOEREN E GRAHAM, 1998)

havendo, em alguns casos, uma preservação do glicogênio, o que poderia

ocorrer de maneira indireta em virtude de uma maior liberação de

catecolaminas, que tem sido observada em alguns estudos juntamente com a

maior mobilização dos lipídeos (ALTIMARI et al., 2000; JACKMAN et al.,

1996).

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Para que a cafeína exerça um papel ergogênico durante o exercício a

dose utilizada deve ser adequada, sendo então um fator determinante para

melhora do desempenho (ALTIMARI, 2008). Nesse sentido quantidades

ótimas para que a substância promova melhora do desempenho seriam de 3

a 6 mg/kg de peso corporal de cafeína pura (ALTIMARI et al., 2006;

GRAHAM, 2001).

Na figura 1 são mostrados os dados que mostram os efeitos de

diferentes dosagens de cafeína utilizadas nos estudos que constaram efeito

ou não da substância sobre o desempenho físico.

Figura 1. Efeito de diferentes dosagens de cafeína utilizadas nos

estudos que constaram efeito ou não da substância sobre o

desempenho físico. Adaptado de Altimari et al. (2006a,b).

4.1.2 Cafeína e Desempenho Físico

A ação da cafeína sobre o desempenho físico é alvo de inúmeras

investigações há muito tempo. Seu potencial ergogênico está associado ao

protelamento da fadiga muscular. Dessa forma, seus efeitos são estudados

sobre exercícios com diferentes características (BURKE, 2008; DAVIS E

GREEN, 2009; GANIO, 2009; GRAHAM, 2001).

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Em se tratando de exercícios aeróbicos, que são aqueles

caracterizados pelo uso da via oxidativa como principal fonte energética,

estudos recentes tem demonstrado melhoras significativas no desempenho

após o uso da substância (ALTIMARI et al., 2000; GANIO et al., 2009).

Segundo Graham (2001), não há dúvidas de que a cafeína é eficiente em

alterar o desempenho nesse tipo de exercício. Por outro lado, em relação a

exercícios com características anaeróbicas, houve na última década um

aumento significativo de estudos que procuraram verificar o efeito da cafeína

nesse tipo de exercício. Grande parte dos estudos demonstram que a

substância parece ser capaz de melhorar o desempenho em exercícios com

característica anaeróbica (ALTIMARI et al., 2006; ASTORINO E ROBERSON,

2010; DAVIS E GREEN, 2009).

Na figura 2 estão apresentados os resultados de estudos que

encontram ou não efeitos da cafeína sobre o desempenho em exercícios

anaeróbicos e aeróbicos.

Figura 2. Estudos que demonstram ou não efeitos da cafeína sobre o

desempenho físico em exercícios anaeróbicos e aeróbicos. Adaptado de

Altimari et al. (2006a,b).

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Ainda sobre os efeitos da cafeína sobre o desempenho, as diversas

investigações tem sido relacionadas a atletas profissionais dos mais variados

esportes coletivos (GLAISTER et al., 2008; STUART et al., 2005;

SCHNEIKER et al., 2006; PATON et al., 2001; WOOLF et al., 2009), atletas

de modalidades individuais e contínuas (ciclismo, remo, natação, corridas)

(DOHERTY et al., 2004; MACINTOSH E WRIGHT, 1995; WILES et al., 2006)

e também estudos altamente controlados em ambientes laboratoriais

(ANSELME et al., 1992; COLLOMP et al., 1990; COLLOMP et al., 1991;

GREER et al., 1998; GREER et al., 2006; KANG et al., 1998; WILLIAMS et

al., 1988). Nesse contexto Burke (2008) relata que os principais resultados

com respeito à cafeína encontram-se quando são utilizados atletas de alto

nível como amostra, pois os resultados são mais confiáveis devido à menor

variabilidade de desempenho entre os testes quando realizados por essa

população.

4.2 Capacidade para realizar sprints repetidos (CRSR)

Os esportes coletivos em geral (futebol, hugby, futebol americano,

hockey, etc.) são caracterizados pela realização de diversos sprints máximos,

ou próximos do máximo, de curta duração e com pequenos períodos de

recuperação (AZIZ et al, 2008; GLAISTER et al., 2005). A capacidade de

realizar esses sprints, de modo mais eficiente e com o mínimo de queda de

desempenho durante o jogo, tem sido denominada capacidade para realizar

sprints repetidos (CRSR) (BISHOP et al., 2001; REILLY et al., 2000).

Alguns autores relatam que jogadores com um melhor RSA

conseguem, durante um jogo, realizar sprints em um padrão mais alto do que

jogadores com baixo RSA (BISHOP et al.,2001; MOHR et al, 2003). Dessa

forma tem se constatado que essa capacidade física pode predizer a

performance física dos atletas, sendo que a avaliação e o treinamento da

mesma é importante para o sucesso da equipe (SPENCER et al, 2005).

Nesse sentido, diversos estudos utilizando técnicas de análise de movimento

(time-motion analysis) tem procurado caracterizar as diversas modalidades

coletivas de modo a obter informações a cerca da quantidade, duração,

tempo de recuperação e distância percorrida dos sprints durante uma partida

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(SPENCER et al., 2005). O`Donoghue (2002), observou uma média

aproximada de 30 sprints com duração de 3s e 28s de recuperação em baixa

intensidade durante jogos de futebol, Bradley et al. (2009) mostraram uma

razão de 1:3 entre a distância percorrida em alta intensidade (> 14,4 km/h)

em relação às corridas em baixa e moderada intensidade. Já Spencer et al.

(2004), encontraram que o hockey é caracterizado por uma frequência média

de 30 sprints com duração de 1,8s. Além disso, a CRSR demonstrou uma

associação entre o desempenho no TSR e maiores distâncias percorridas em

alta intensidade (>19,8 km.h-1) e em sprint (>25,2 km.h-1) durante uma partida

(RAMPININI et al., 2007). Da mesma forma, as variáveis obtidas no TSR

também foram sensíveis em discriminar jogadores de diferentes níveis

competitivos e diferentes posições (AZIZ et al., 2008; IMPELLIZZERI et al.,

2008). O TSR consiste em seis sprints de 40m (20m + 20m, ida e volta)

separados por 20s de recuperação passiva, o teste foi proposto por

Rampinini et al. (2007) e validado por Impellizzeri et al. (2008) os índices de

desempenho deste teste consiste no tempo do melhor sprint a média de

tempo dos sprints e a queda de desempenho ao longo dos sprints que é

denominado índice de fadiga (IF), porém Oliver (2009), demonstrou que o IF

é uma medida pouco reprodutiva para análises em TSRs, dessa forma, a

equação ((TSRmédio/TSRpico)*100)-100) é a mais reprodutível dentre as

utilizadas em diferentes estudos que analisam a CRSR.

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5. METODOLOGIA

5.1 Amostra

De 24 atletas presentes na categoria sub-15 de uma equipe de futebol

da cidade de Londrina – PR foram selecionados 12 atletas (15,0 ± 1,5 anos;

58,84 ± 9,17 kg; 1,69 ± 0,07 m; 20,91 ± 2,43 kg/m2). Esse projeto contou com

outra coleta de dados realizada simultânea a essa na qual os atletas tiveram

que ser aleatoriamente divididos em dois grupos o qual um deles composto

por 12 atletas quem fizeram parte deste estudo. Como critérios de inclusão,

os indivíduos deveriam ter experiência de pelo menos dois anos na

modalidade e não serem usuários de esteróides anabólicos ou suplementos

nutricionais, essas informações foram obtidas por meio de entrevistas com os

voluntários.

5.2 Delineamento experimental

Os indivíduos realizaram um total de quatro visitas ao local de coleta

de dados. Na primeira visita foram realizadas as medidas antropométricas

(massa corporal e estatura). Nas visitas subsequentes os indivíduos

realizaram o TSR. Não foi necessário realizar a familiarização do teste com

os atletas, uma vez que os mesmos já conheciam os procedimentos e já

haviam sido submetidos ao TSR pelo preparador físico da equipe. O TSR foi

aplicado em três condições diferentes: condição cafeína (CAF), placebo (PL)

e controle (C). Cada teste foi separado por um mínimo de 72 horas.

Cada sujeito teve um horário padronizado entre os dias de testes para

que o mesmo fosse executado no mesmo horário do anterior para evitar

influências circadianas. Os Indivíduos foram orientados também a absterem-

se do consumo de bebidas alcoólicas e substâncias cafeinadas (mate,

chocolate, café, guaraná e refrigerante a base de cola) nas 24 horas

precedentes aos testes na tentativa de evitar possíveis interferências.

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19

5.3 Antropometria

A massa corporal (MC) foi medida em balança da marca URANO®,

com precisão de 0,1 kg ao passo que a estatura (E) foi obtida em

estadiômetro de madeira, com precisão de 0,1 cm. Todos os indivíduos foram

medidos descalços, vestindo roupa normal de treino. O índice de massa

corporal (IMC) foi determinado pelo quociente MC/estatura2, sendo a MC

expressa em quilogramas (kg) e a estatura em metros (m).

5.4 Teste para medir a capacidade de realizar sprints repetidos (TSR)

Os atletas se posicionaram atrás de uma linha imaginária demarcada

por uma célula fotoelétrica (Multi Sprint, Hidrofit®) ligada a um computador, e

um cone. Ao sinal do avaliador o indivíduo realizava um sprint de 20 m,

tocava com os pés sobre a linha demarcada e voltava para o início o mais

rápido possível. Após 20 s de recuperação passiva um novo sprint era

iniciado até que se completassem 6 sprints. Antes do início dos sprints os

atletas realizaram um aquecimento padronizado pelo preparador físico da

equipe. Cinco minutos depois do aquecimento os sujeitos começaram o teste

que foi iniciado após uma contagem regressiva de 5 s. Após cada sprint essa

contagem foi realizada para que o indivíduo estivesse preparado na linha

inicial e respeitasse o intervalo de 20 s corretamente. O tempo do melhor

sprint (TSRpico), a média de tempo dos sprints (TSR médio), e a queda de

desempenho ao longo dos sprints (índice de fadiga, IF calculado através da

equação: ((TSRmédio/TSRpico)*100)-100) foram determinados como

medidas de desempenho. Todos os testes foram realizados no campo de

futebol onde os atletas treinam habitualmente.

Previamente ao início do estudo foi realizado um protocolo de

familiarização para minimizar os efeitos de aprendizagem e garantir a

reprodutibilidade do teste. Todos os participantes foram testados em situação

idêntica ao protocolo experimental, em duas diferentes ocasiões. O

coeficiente de correlação intra-classe encontrado foram: 0.90, 0.93 e 0.74

para RSA best, RSA mean e IF(%), respectivamente.

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5.5 Ingestão de Cafeína

Os atletas selecionados receberam cafeína pura (CAF – 6 mg. kg-1 de

peso corporal) ou placebo (PL - sacarina) preparados e embalados em

cápsulas gelatinosas, cerca de 60 min antes do inicio do TSR. Os atletas

estavam descansando no alojamento se preparando para o treino no qual os

testes foram realizados antes do início do mesmo, dessa forma, nenhum

significativo esforço físico foi realizado durante este período. O processo foi

conduzido em ordem aleatória em sistema duplo-cego, com pelo menos 72 h

de intervalo entre um teste e outro.

5.6 Análise Estatística

A análise dos dados foi realizada por meio do programa SPSS versão

17.0. Foi utilizado para estatística descritiva valores de média e desvio

padrão. Para verificar a esfericidade dos dados recorreu-se ao teste de

Mauchly, caso os dados não se confirmassem com esféricos foram utilizadas

as correções de Grenhouse Geisser. Para estatística inferencial foi utilizado

análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas, P<0,05.

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6. RESULTADOS

Na tabela 1 estão descritos os dados das variáveis de desempenho no

TSR nas três condições experimentais. Os dados são expressos em média e

desvio padrão. Nenhuma diferença significante (P>0,05) foi encontrada nas

três variáveis analisadas (TSR pico, TSR médio e IF) nas condições

experimentais estudadas.

Tabela 1. Valores médios (± DP) dos parâmetros de desempenho no TSR

nas diferentes condições experimentais n=12.

RSA pico (s) RSA médio (s) IF (%)

Cafeína

Placebo

Controle

7,36 ± 0,18

7,34 ± 0,14

7,37 ± 0,19

7,70 ± 0,22

7,72 ± 0,21

7,71 ± 0,20

4,66 ± 1,88

5,03 ± 1,93

4,61 ± 0,97

TSR pico = melhor sprint, TSR médio = média dos sprints, IF = índice de

fadiga.

A figura 1 traz o tempo médio de cada sprint no TSR nas três

condições experimentais. Foi observado um aumento no tempo para

realização dos sprints, porém esse aumento se deu de maneira muito

próxima entre as condições experimentais de modo que nenhuma diferença

significante foi encontrada (P>0,05).

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Figura 3. Tempo médio para realização de cada um dos seis sprints no

TSR nas diferentes condições experimentais n=12.

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23

7. DISCUSSÃO

Considerando a hipótese de que a cafeína poderia melhora a CRSR

em jovens jogadores de futebol, pelo aumento no recrutamento das unidades

motoras e retardar o processo de instalação da fadiga muscular, o objetivo do

presente estudo foi investigar os efeitos da ingestão cafeína (6 mg.kg-1) sobre

a CRSR em jogadores de futebol. Contudo, esta hipótese não foi confirmada,

uma vez que os resultados demonstraram que a ingestão de cafeína não foi

capaz de melhorar o desempenho dos atletas.

Muitos pesquisadores têm procurado investigar os efeitos da ingestão

de cafeína em protocolos de testes que simulem a condição real da

modalidade, buscando aproximar os testes com características da

competição e, consequentemente aumentar a validade ecológica dos

estudos. Desse modo, o RSAt é previamente validado para medir a CRSR

em jogadores de futebol (IMPELLIZZERI et al.,2007) o que denota a

característica aplicada do estudo.

Em relação a esportes que exigem ações intermitentes como o da

modalidade investigada no presente estudo, nossos achados corroboram

com Woolf et al. (2009), que não observaram melhoras de desempenho em

atletas inexperientes de futebol americano em teste anaeróbico específico da

modalidade após ingestão de cafeína (5 mg.Kg-1). Da mesma forma, Paton

et. al. (2001), não observaram mudanças significativas no desempenho de

atletas de esportes coletivos em protocolo de sprints repetidos realizados

após ingestão de 6 mg.Kg-1 de cafeína. A substância também não foi capaz

de melhorar o desempenho de jovens lutadoras de judô submetidas ao

Special Judo Fitness Test que é um protocolo validado para a modalidade

(PEREIRA et al., 2010).

Em contrapartida, Sehneiker et al. (2006), e também Glaister et al.

(2008) verificaram melhora na capacidade de realização de sprints repetidos

(6 e 5 mg.Kg-1 de cafeína respectivamente), que segundo Spencer et al.

(2005), é um bom preditor de desempenho em modalidades coletivas.

Corroborando com esses achados Stuart et al. (2005), encontraram melhoras

significativas na performance de atletas profissionais de Hugby após ingestão

de 6 mg.Kg-1 de cafeína utilizando o Hugby Test, que foi desenvolvido para

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avaliar atletas dessa modalidade. Os autores sugerem que os efeitos

observados estão relacionados à ação da substância no SNC que poderia ter

aumentando o drive motor. Já com relação ao futebol, a substância foi capaz

de melhorar a potência de membros inferiores após a ingestão de bebida

cafeinada, houve também um efeito atenuante do processo de instalação de

fadiga muscular uma vez que a melhora de desempenho foi observada antes

e após uma partida de futebol, porém não houve melhoras na agilidade dos

atletas (GUTTIERRES et al., 2009).

Já em esportes contínuos (ciclismo, remo, natação, corridas), os

resultados têm se mostrados satisfatórios em relação ao uso da cafeína.

Nesse sentido, Doherty et al. (2004), em protocolo de tempo contra-relógio de

3 minutos em 11 ciclistas profissionais, observaram que a ingestão de cafeína

(5 mg.Kg-1), aumentou a potência máxima gerada no minuto final do teste.

Em adição, Wiles et al. (2006), também utilizando ciclistas treinados,

observaram após 1 km de tempo contra-relógio, aumentos significativos na

velocidade média, potência pico e potência média após a ingestão de 5

mg.Kg-1 de cafeína. Corroborando com esses resultados Bruce et al. (2000),

submetendo remadores altamente treinados a protocolo de teste altamente

reprodutível de 2000 m, observaram que a ingestão de cafeína (6 ou 9

mg.Kg-1) aumentou significativamente o desempenho dos atletas. Em

contrapartida Skinner et al. (2010), utilizando o mesmo protocolo não

observou melhora de desempenho analisando também remadores treinados

(2, 4 ou 6 mg.Kg-1 de cafeína). Ainda nesse contexto MacIntosh e Wright

(1995), utilizando 4 nadadoras de competição, constataram que elas nadaram

mais rápido uma prova de 1.500 m após a ingestão de 6 mg.Kg-1 de cafeína.

Com relação a estudos realizados em ambientes controlados (ex:

laboratório) com característica anaeróbica, alguns não tem constatado

melhora no desempenho após ingestão de cafeína (COLLOMP et al., 1991;

COLLOMP et al., 1990; GREER et al., 1998; GREER et al., 2006; PEREIRA

et al., 2010; WILLIAMS et al., 1988). Contrariando os estudos supracitados,

Anselme et al. (1992), envolvendo indivíduos não treinados e Kang et al.

(1998), que estudaram um grupo formado por ciclistas profissionais e

estudantes, constataram aumento significativo na potência anaeróbia máxima

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e na capacidade anaeróbia após ingestão de diferentes doses de cafeína (2,5

e 5 mg.kg-1). E ainda, Simmonds et al. (2010), observaram aumento no tempo

até exaustão mas não no Máximo Déficit Acumulado de Oxigênio (MAOD) em

exercício supra máximo analisando ciclistas treinados. Ao contrário de Bell et

al. (2001), que analisando sujeitos não treinados observaram melhora no

MAOD.

As hipóteses sobre o efeito da cafeína são que a substância pode agir

tanto central quanto perifericamente. Dessa forma alguns estudos com

animais (FAVERO et al. 1997; WILLIAMS 1997) têm demonstrado que a

cafeína pode aumentar a liberação de Ca2+ do retículo sarcoplasmático

facilitando o acoplamento de excitação contração. Porém Fredholm et al.

(1999), descarta essa hipótese em humanos, pois a doses necessárias para

tal efeito seriam tóxicas ao organismo. Mas a hipótese de que a cafeína pode

agir perifericamente não pode ser totalmente descartada, já que, Mohr et al.

(1998), ao utilizar sujeitos com lesão a nível medular realizando exercício

com estimulação evocada até exaustão, mostrou aumento de desempenho

após uso de 6 mg/Kg-1 de cafeína, sendo assim, outro fator além da maior

liberação de Ca2+ do retículo sarcoplasmático poderia estar envolvido. Nesse

sentido Lynge e Hellsten (2000), mostraram que existem receptores de

adenosina presentes a nível periférico, principalmente os do tipo A2A em

fibras tipo I. Como se sabe, a cafeína atua como antagonista aos receptores

de adenosina, desse modo ela poderia atuar nos receptores periféricos

aumentando o tempo até exaustão como mostrado por Mohr et al. (1998).

Centralmente a cafeína age também como antagonista dos efeitos

inibitórios da adenosina (DAVIS et al. 2003; FREDHOLM et al. 1999), dessa

forma ela é capaz de otimizar o recrutamento de unidades motoras e

aumentar a produção de força máxima, pelo menos em contrações

isométricas (KALMAR E CAFARELLI 1999; PLASKETT E CAFARELLI 2001),

assim, esse mecanismo poderia também aumentar o desempenho em

exercícios dinâmicos. A cafeína influencia também na ação de alguns

neurotransmissores sendo capaz de aumentar a síntese e liberação dos

mesmos em algumas áreas responsáveis pelo controle motor situadas nos

núcleos da base principalmente no corpo estriado e globo pálido (RIBEIRO et

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al., 2003).. A cafeína também é capaz de alterar o estado de alerta,

disposição e influenciar em fatores motivacionais (FREDHOLM et al. 1999;

RIBEIRO et al. 2003). Mesmo havendo evidências sobre os mecanismos da

cafeína, a mesma pode não influenciar na CRSR, levando em conta

característica do teste no qual ocorrem mínimas variações de desempenho

entre o mesmo, o que explicaria em parte nossos achados.

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8. CONCLUSÃO

Em resumo, a cafeína não se mostrou capaz de melhorar o

desempenho da CRSR em jogadores de futebol. Embora a substância

influencie o desempenho em alguns tipos de exercício e os efeitos

antagonistas aos receptores de adenosina ser bem evidenciados na

literatura, não fomos capazes de observar esses efeitos no presente estudo.

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