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Universidade Estadual de Londrina ÉRIKA CAROLINE STEINLE LONDRINA PARANÁ 2016 LEVANTAMENTO RETROSPECTIVO DOS CISTOS E TUMORES ODONTOGÊNICOS ATENDIDOS NO CENTRO CIRÚRGICO ODONTOLÓGICO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA EM UM PERÍODO DE 11 ANOS (COU UEL/PR)

Universidade Estadual de Londrina · 2017-05-03 · prevalência dos cistos e tumores odontogênicos nos pacientes atendidos no Centro Cirúrgico Odontológico da Universidade Estadual

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Universidade

Estadual de Londrina

ÉRIKA CAROLINE STEINLE

LONDRINA – PARANÁ

2016

LEVANTAMENTO RETROSPECTIVO DOS CISTOS E TUMORES ODONTOGÊNICOS ATENDIDOS NO

CENTRO CIRÚRGICO ODONTOLÓGICO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA EM UM

PERÍODO DE 11 ANOS (COU – UEL/PR)

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ÉRIKA CAROLINE STEINLE

LEVANTAMENTO RETROSPECTIVO DOS CASOS DE CISTOS E TUMORES ODONTOGÊNICOS ATENDIDOS NO CENTRO CIRÚRGICO

ODONTOLÓGICO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA EM UM PERÍODO DE 11 ANOS

(COU – UEL/PR)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil da Universidade Estadual

de Londrina.

Orientador: Hedelson Odenir Iecher Borges

Londrina 2016

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ÉRIKA CAROLINE STEINLE

LEVANTAMENTO RESTROSPECTIVO DOS CASOS DE CISTOS E TUMORES ODONTOGÊNICOS

ATENDIDOS NO CENTRO CIRÚRGICO ODONTOLÓGICO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL

DE LONDRINA EM UM PERÍODO DE 11 ANOS (COU – UEL/PR)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil

da Universidade Estadual de Londrina.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Hedelson Odenir Iecher Borges

____________________________________

Universidade Estadual de Londrina

Profa. Ms Lígia Pozzobon Martins

____________________________________

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 11 de novembro de 2016

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Dedico esse trabalho aos meus pais Marlizete

e Walter, a minha família e ao meu namorado Arthur,

que me apoiaram nesses 5 anos .

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Orientador, braço amigo de todas as etapas deste trabalho.

A minha família, pela confiança e motivação.

Aos professores e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa importante de

nossas vidas.

Aos funcionários da Clínica Odontológica Universitária que me ajudaram.

A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização deste

trabalho.

Ao professor coordenador de TCC que sempre me incentivou.

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EPÍGRAFE

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria,

e o conhecimento do Santo é prudência”.

Provérbios 9.10

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STEINLE, Érika Caroline. LEVANTAMENTO RESTROSPECTIVO DOS CASOS DE CISTOS E TUMORES ODONTOGÊNICOS ATENDIDODS NO CENTRO CIRÚRGICO ODONTOLÓGICO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA EM UM PERÍODO DE 11 ANOS (COU – UEL/PR). Trabalho de Conclusão de Curso (Odontologia) - Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2016

RESUMO

Cistos e tumores odontogênicos resultam da proliferação de remanescentes epiteliais ligados à formação dos dentes. Geralmente apresentam crescimento lento, assintomático e seu diagnóstico depende da confirmação por meio do exame histopatológico. Este estudo retrospectivo teve como objetivo avaliar a prevalência dos cistos e tumores odontogênicos nos pacientes atendidos no Centro Cirúrgico Odontológico da Universidade Estadual de Londrina entre 2004 e 2015, verificando sua ocorrência em relação a gênero, idade, localização da lesão e complicações associadas. Foram analisados 4629 prontuários e obteve-se uma amostra final de 85 prontuários, totalizando 93 lesões. O gênero feminino foi o mais acometido (53,8%), a prevalência maior foi a de tumores (54,8%), a idade média foi de 29,6 anos e a maxila foi a mais afetada (40,9%). Além disto, complicações relatadas foram: reabsorção do dente vizinho à lesão (1 caso); apinhamento dentário (2 casos); 23 elementos impactados; 3 casos de impactação do elemento vizinho; abaulamento ósseo da região (3 casos) e 2 casos de divergência radicular. Embora não sejam lesões malignas, podem acabar trazendo injúrias ao paciente e por serem em sua maioria assintomáticos, são usualmente encontrados em exames radiográficos de rotina. Ressalta-se, assim, o papel primordial do cirurgião-dentista no diagnóstico precoce, a fim de que o maior número possível de alterações sejam evitadas.

Palavras-chave: Epidemiologia; Cirurgia Bucal; Patologia

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STEINLE, ÉRIKA CAROLINE. RESTROSPECTIVE SURVEY OF THE CASES OF ODONTOGENIC CYSTS AND TUMORS TAKEN AT THE DENTAL SURGICAL CENTER OF THE STATE UNIVERSITY OF LONDRINA IN A PERIOD OF 11 YEARS.LONDRINA STATE UNIVERSITY,2016.

ABSTRACT

Odontogenic cysts and tumors happen due to proliferation of epithelial remnants related to tooth formation. They usually present slow, asymptomatic growth and their diagnosis depends on confirmation by histopathological examination. This retrospective study aimed to evaluate the prevalence of odontogenic cysts and tumors in patients treated at the Odontological Surgery Center of the State University of Londrina between 2004 and 2015, verifying their occurrence in relation to gender, age, location of the lesion and associated complications. A total of 4629 medical records were analyzed and a final sample of 85 medical records was obtained, totaling 93 lesions. The female gender was the most affected (53.8%), tumors had the highest prevalence (54.8%), the mean age was 29.6 years, and the maxilla was the most affected location (40.9%). In addition, reported complications were: resorption of the tooth adjacent to the lesion (1 case); Dental crowding (2 cases); 23 impacted elements; 3 cases of impaction of the neighboring element; Bulging of the region (3 cases) and 2 cases of root divergence. Although they ar not malignant lesions, they may end up causing injuries to the patient and, because they are mostly asymptomatic, are usually found in routine radiographic examinations. Thus, the primary role of the dental surgeon in early diagnosis is emphasized, so that as many alterations as possible can be avoided. Keywords: Epidemiology; Oral Surgery; Pathology

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Relação das lesões encontradas.............................................. 06

Tabela 2 - Frequência das lesões quanto ao gênero................................ 07

Tabela 3 - Distribuição das idades dos cistos odontogênicos e tumores

odontogênicos...........................................................................

09

Tabela 4 - Localização dos cistos odontogênicos .................................... 10

Tabela 5 - Localização dos tumores odontogênicos.................................. 11

Tabela 6 - Comprometimentos anatômicos relacionados às lesões

encontradas..............................................................................

12

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i

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Relação cistos e tumores odontogênicos................................ 05

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO.................................................................................................01

2- OBJETIVO.......................................................................................................03

3- ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO DA PESQUISA.............................04

4- RESULTADOS................................................................................................05

5- DISCUSSÃO...................................................................................................14

6- CONCLUSÃO.................................................................................................19

7- REFERÊNCIAS...............................................................................................20

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1 INTRODUÇÃO

Inúmeras são as lesões patológicas que acometem a cavidade bucal na

população em geral. Algumas destas podem estar associadas a elementos

dentários. Para o estabelecimento do diagnóstico definitivo são necessários

exames clínico e radiográfico, além de exames complementares como a análise

histopatológica.

Deste modo, quando o cirurgião-dentista realiza a biópsia, faz-se necessário

a correta armazenagem e o preenchimento da solicitação de análise do material

encaminhado (ARAÚJO, 1984). Portanto, um diagnóstico efetivo, conduz o

Cirurgião Dentista a realizar o tratamento adequado e oportuno para a lesão

encontrada (ALDAPE, 2007).

Os cistos são definidos como uma cavidade patológica contendo líquidos,

semilíquidos, gases, sendo parcialmente ou totalmente coberto por um tecido

epitelial. Os cistos odontogênicos são divididos em 2 tipos de acordo com sua

origem, tais como: desenvolvimento ou inflamatório. Os primeiros são

classificados desta forma, pois, são provenientes de tecido odontogênico

(remanescentes do tecido epitelial de Malassez ou da lâmina dentária ou de

restos do órgão do esmalte) (TEKKESIN, 2011) (CARTER, 1996) (NEVILE,

2009) (AVELAR, 2009).

Já Lee et al, 2000; relata que os tumores odontogênicos são derivados de

células epiteliais e/ou tecidos mesenquimais associados com o desenvolvimento

dos dentes. Ainda segundo o mesmo autor, os tumores odontogênicos são

lesões incomuns (0,5 casos em 100.000 pessoas por ano) causados

normalmente pela falta de acompanhamento a longo prazo dessas lesões e por

ter poucas informações quanto ao seu tratamento.

A maioria dos tumores odontogênicos são benignos; os tumores malignos

representam cerca de 0% a 6,06%. A etiologia de algumas dessas lesões são

desconhecidas e alguns tendem a recidivar ao passo que outros tentem a

resultar de uma transformação maligna de algum cisto ou tumor odontogênico

benigno.

Cistos e tumores odontogênicos são encontrados em pacientes de ambos

os gêneros, de qualquer raça e idade. Alguns sintomatomas podem ser

relacionados como: mudança na coloração da mucosa, dor, assimetria facial,

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deslocamento ou ausência de dentes nos arcos maxilares. A maioria dos casos

são assintomáticos, dificultando seu diagnóstico precoce.

O correto diagnóstico dessas patologias é essencial, uma vez que algumas

lesões têm características agressivas como o tumor odontogênico queratocístico

que se apresenta com características clínicas e radiográficas semelhantes a um

cisto dentígero e assim ser interpretado como um (BLANAS, 2000) (KAPLAN,

2005).

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2 OBJETIVO

O presente estudo busca evidenciar o perfil epidemiológico de indivíduos

acometidos por lesões císticas e tumorais dos ossos gnáticos e quais as complicações

com a anatomia ao redor que essas lesões podem provocar, relatando a incidência das

lesões diante dos casos diagnosticados por meio de exame histopatológico, após

realização de biópsias no Setor de Cirurgia Bucal da Clínica Odontológica da

Universidade Estadual de Londrina (COU-UEL)

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3 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO DA PESQUISA

A fim de cumprir com o objetivo proposto nesta pesquisa, realizou-se um

estudo observacional, epidemiológico e transversal, por meio da análise de

prontuários odontológicos e dos exames radiográficos e laudo histopatológico de

pacientes atendidos no Centro Cirúrgico da Universidade Estadual de Londrina

(UEL), localizada no município de Londrina.

No sistema da Clínica Odontológica Universitária (COU) da UEL, foram

analisados 4629 prontuários eletronicamente, no período de janeiro de 2004 à

dezembro de 2015. Após a análise dos referidos prontuários foram selecionados

e agrupados apenas aqueles que apresentaram as seguintes palavras-chave:

biópsia, marsupialização e enucleação cística, lesão sugestiva de cisto e

apicectomia. O próximo passo da metodologia foi a analise e a descrição dos

procedimentos realizados nos casos contidos nos prontuários selecionados,

bem como, a análise das radiografias e do laudo histopatológico.

Como instrumento de pesquisa, foi utilizada uma ficha contendo as

seguintes variáveis - gênero, faixa etária, tipo de lesão cística, região da lesão, e

qual o comprometimento que teve com estruturas anatômicas próximas a

patologia (apinhamento dental, reabsorção do dente vizinho, erupção ectópica,

extração dentária e qual o dente extraído, impactação dentária, se houve retardo

na erupção do dente vizinho, divergência nas raízes, apicectomia e qual dente

recebeu esse procedimento, abaulamento ósseo, deslocamento radicular e

ressecção mandibular).

Para finalizar adotou-se como critério de seleção excluir os prontuários que

não continham as informações necessárias para a pesquisa na descrição dos

procedimentos; os prontuários que não continham radiografia e laudo

histopatológico.

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4 RESULTADOS

Após analisarmos no sistema 4629 prontuários, no ano de 2004 a 2015,

encontramos 93 patologias consideradas como Cisto ou Tumor Odontogênico

na região de maxila e mandíbula de 85 pacientes atendidos no Centro Cirurgico

Odontológico da Clínica Odontológica Universitária da Universidade Estadual de

Londrina (COU-UEL). Dessas 93 lesões tivemos que 43 ocorreram no gênero

masculino, 46,2%, e 50 no gênero feminino, 53,8%.

Figura 1: Relação cistos e tumores odontogênicos. (fonte: dados da pesquisa)

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Tabela 1: Relação das lesões encontradas (fonte: dados da pesquisa)

Lesão Quantidade Frequência

Cisto Dentígero 18 19,40%

Cisto Periapical 16 17,30%

Cisto Periodon Lateral

1 1,10%

Cisto Residual 7 7,50%

Tumor Odonto Queratocísto

23 24,70%

Ameloblastoma 10 10,60%

Tumor Odonto Adenomatóide

1 1,10%

Odontoma Complexo

4 4,30%

Odontoma Composto

12 12,90%

Fibroma Ameloblástico

1 1,10%

Total 93 100,00%

Dos 42 cistos odontogênicos diagnosticados 19 foram cistos de

desenvolvimento, (20,5%), 18 cistos dentígeros (19,4%), 1 cisto periodontal

lateral (1,1%) e 23 inflamatórios (24,7%), sendo encontrados 16 cistos

periapicais (17,2%) e 7 cistos residuais (7,5%) (Tabela 2).

Dos 51 tumores benignos diagnosticados foram encontrados 23

tumores odontogênico queratocístico (24,7%), 10 ameloblastomas (10,6%), 1

tumor odontogênico adenomatóide (1,1%), 4 odontomas complexos (4,2%), 12

odontomas compostos (12,9%) e 1 fibroma ameloblástico (1,1%).(Tabela 1).

Em relação ao gênero, a maior frequência concentrou-se em

mulheres ( 53, 8%). Já em relação aos cistos odontogênicos tivemos 25 lesões

em mulheres (59,5%) e 17 em homens (40,5%). Quando analisamos a

frequência de tumores odontogênicos em homens e mulheres não notamos uma

diferença significativa, pois, encontramos 26 lesões em homens (51%) e 25

lesões em mulheres (49%).

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Ao analisarmos cada tipo das lesões observamos que o cisto

dentígero não apresentou preferência por gênero, no entanto, o cisto periapical,

assim como o residual e o periodontal lateral apresentaram preferência pelo

gênero feminino.

O tumor odontogênico queratocístico, o tumor odontogênico

adenomatóide e o fibroma ameloblástico tiveram preferência pelo gênero

feminino. Já o ameloblastoma e odontoma complexo apresentaram preferência

pelo gênero masculino enquanto que o odontoma composto não teve

preferência por gênero. Se analisarmos o odontoma complexo e o odontoma

composto como uma única lesão, apresentam preferência pelo gênero

masculino. (Tabela 2)

Tabela 2: Frequência das lesões quanto ao gênero (fonte: dados da pesquisa)

Lesões Frequência

Homem Mulher

Cisto Dentígero 9 9

Cisto Periapical 6 10

Cisto Periodon Lateral

0 1

Cisto Residual 2 5

Tumor Odonto Queratocísto

10 13

Ameloblastoma 7 3

Tumor Odonto Adenomatóide

0 1

Odontoma Complexo

3 1

Odontoma Composto

6 6

Fibroma Ameloblástico

0 1

Total 43 50

A idade média dos pacientes que apresentaram cistos

odontogênicos foi de 32,71 anos, sendo a quarta década de vida a mais

predominante e a idade média dos pacientes com tumores odontogênicos foi de

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26,98 anos, com a segunda década de vida mais predominante. Sendo assim, a

idade média encontrada na população investigada nesta pesquisa é de 29,9

anos.

Ao analisarmos cada lesão, é possível inferir que o cisto

dentígero apresentou maior incidência entre a primeira e segunda décadas de

vida. O cisto periapical apresentou maior incidência entre a segunda e quarta

décadas de vida, enquanto que, o cisto residual variou entre a quarta e sétima

décadas de vida. O único caso de cisto preiodontal lateral foi na sexta década

de vida.

Quanto ao tumor odontogênico queratocísto este teve maior

incidência entre a primeira e terceira década de vida, embora tenha variado

entre todas as faixas etárias do estudo. Já o ameloblastoma teve maior

incidência na segunda década. O odontoma complexo e composto, tiveram

maior incidência na primeira década, enquanto que o tumor odontogênico

adenomatóide e o fibroma ameloblástico tiveram presentes em pacientes com

menos de uma década. (Tabela 3)

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Tabela 3: Distribuição das idades dos cistos odontogênicos e tumores odontogênicos. (fonte: dados da pesquisa)

Lesões Idade

0 – 9 10 - 19 20 - 29 30 - 39 40 - 49 50 – 59 60 – 69 70 - 79 80 - 89

Cisto Dentígero 4 8 3 1 2 0 0 0 0

Cisto Periapical 0 2 4 2 7 0 1 0 0

Cisto Periodon Lateral

0 0 0 0 0 0 1 0 0

Cisto Residual 0 0 0 1 2 1 1 2 0

Tumor Odonto Queratocísto

5 1 4 5 1 3 2 1 1

Ameloblastoma 1 1 6 2 0 0 0 0 0

Tumor Odonto Adenomatóide

1 0 0 0 0 0 0 0 0

Odontoma Complexo

0 2 1 0 0 1 0 0 0

Odontoma Composto

2 8 2 0 0 0 0 0 0

Fibroma Ameloblástico

1 0 0 0 0 0 0 0 0

Total 14 22 20 11 12 5 5 3 1

As lesões císticas puderam ser encontradas em nosso estudo

entre as regiões anterior e posterior da maxila, anterior e posterior de

mandíbula; podendo ter lesões que se estendiam de antero-posterior da maxila

ou mandíbula.

O cisto dentígero teve preferencia pela região posterior de

mandíbula enquanto que os cistos periapicais, periodontal lateral e residuais

tiveram maior incidência na região anterior da maxila. Sendo assim, podemos

considerar que o cisto odontogênico de desenvolvimento em nosso estudo, teve

propensão pela região posterior de mandíbula, enquanto que os cistos

odontogênicos inflamatórios pela região anterior de maxila. (Tabela 4)

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Tabela 4: Localização dos cistos odontogênicos (fonte: dados da pesquisa)

Lesões Císticas

Localizações

Ant Max

Ant Mand

Post Max

Post Mand

Ant e Post De

Max.

Ant e Post de Mand

Cisto Dentígero 2 3 4 8 0 1

Cisto Periapical 12 1 0 2 1 0

Cisto Periodontal

1 0 0 0 0 0

Cisto Residual 4 1 2 0 0 0

Total 19 5 6 10 1 1

Os tumores odontogênicos foram encontrados em outras

regiões além daquelas incidentes pelos cistos odontogênicos. Ou seja, puderam

ser encontrados em ângulo mandibular, corpo mandibular – em tecido ósseo e

mucosa - anterior e posterior de maxila e mandíbula e palato.

Já o tumor odontogênico queratocísto teve maior incidência em

região posterior de mandíbula sendo interessante que 5 lesões envolveram duas

áreas e Siriwardena et al, 2012; relatam que esse tipo de lesão teve um

comportamento semelhante em seu estudo. O ameloblastoma teve propensão

pela região posterior de mandíbula também.

O odontoma composto não apresentou uma preferência por

região, pois teve a mesma quantidade de lesões em anterior de mandíbula,

posterior de maxila, posterior de mandíbula e palato (2 casos em cada região).

O mesmo aconteceu com o complexo, pois teve a mesma incidência em anterior

de maxila, anterior de mandíbula, posterior de maxila e corpo mandibular (1

caso em cada região). O único caso de tumor odontogênico adenomatóide foi

em região anterior de mandíbula e o único caso de fibroma ameloblástico foi em

área posterior de maxila. (Tabela 5)

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Tabela 5: Localização dos tumores odontogênicos. (fonte: dados da pesquisa)

Lesões Tumorais

Localizações

Ang Man

d

Ang e

Corpo

Mand

Ant Max

Ant Man

d

Post Max

Post Man

d

Ant e Post Max

Ant e Post da

Mand

Corpo

Mand

Muco Ang

Palato

Ramo

Tumor Odont Queratocístico

0 1 3 3 3 6 2 3 2 0 0 0

Ameloblastoma 2 0 0 0 0 5 0 0 1 1 0 1

Tumor Odont Adenomatóide

0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0

Odontoma Complexo

0 0 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0

Odontoma Composto

0 0 1 3 3 2 1 0 0 0 2 0

Fibroma Amelobástico

0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0

Total 2 1 5 8 8 13 3 3 4 1 2 1

De acordo com o questionário, foi possível fazer o levantamento quanto ao

comprometimento que a lesão teve com as estruturas anatômicas próximas a

patologia. Estão relacionadas na tabela a seguir:

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Tabela 6: Comprometimentos anatômicos relacionados às lesões encontradas. (fonte: dados da pesquisa)

Lesões

Relações Anatômicas

Reab Vizi

Apinha

Exo Impac Retar erup vizi

Apicec

Abaul ósseo

Diverg Rad

Desloc Rad

Ressec

Mand

Cisto Dentígero 1 0 18 18 1 0 0 0 0 0

Cisto Periapical 0 0 8 0 0 11 1 0 1 0

Cisto Periodon lat 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Cisto Residual 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

Tumor Odontog Queratocísto 0 1 17 0 0 0 0 1 0 0

Ameloblastoma 0 0 11 0 0 0 1 0 0 6

Tumor Odont Adenomatóide 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0

Odontoma Complexo 0 0 2 1 0 0 0 0 0 0

Odontoma Composto 0 1 6 3 1 0 1 0 0 0

Fibroma Ameloblástico 0 0 3 0 1 0 0 0 0 0

Total 1 2 66 23 3 11 3 2 1 6

Após análise desse estudo, sobre o cisto dentígero, percebemos

uma elevada taxa de impactação dentária e exodontias relacionadas a essa

patologia, além disso, foi encontrado tanto reabsorção do dente vizinho quanto

impactação no elemento vizinho.

Como complicações no cisto periapical temos 8 elementos

extraídos, 11 apicectomias, 1 caso com abaulamento da cortical óssea e 1 caso

de deslocamento radicular. Já para o cisto residual houve um caso de

divergência radicular.

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O tumor odontogênico queratocístico resultou na indicação de

exodontias, (17). Foi encontrado um caso com divergência radicular e um caso

de apinhamento dentário.

Todos os casos apresentados de ressecção mandibular em

nosso estudo foram devido ao ameloblastoma. Houve a necessidade de extrair

11 elementos dentários e houve 1 caso de abaulamento ósseo na região

afetada.

O tumor odontogênico adenomatóide resultou a extração de um

elemento decíduo.

No odontoma composto houve a necessidade de extrair 6

elementos dentários, encontramos 1 caso de apinhamento dentário, 3

elementos impactados, 1 caso de retardo na erupção do elemento vizinho e 1

caso de abaulamento ósseo da região. Já o odontoma complexo encontramos 1

elemento impactado e 2 exodontias.

O fibroma ameloblástico ocasionou retardo na erupção de um

elemento adjacente.

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5 DISCUSSÃO

Existem na literatura apenas alguns estudos sobre os

resultados de exames complementares realizados por serviços de Odontologia

(DEBONI, 2005). Esse tipo de análise ainda não havia sido realizado no Centro

Cirúrgico Odontológico da Universidade Estadual de Londrina.

Em 2013, um estudo realizado por Johnson et al, 2013

encontrou uma prevalência de cistos odontogênicos cinco vezes do que para

tumores odontogênicos. O oposto encontrado em nosso estudo, onde a

incidência de tumores foi maior do que a de cistos odontogênicos.

Em 2014, Kambalimath et al; encontrou uma prevalência maior

no gênero masculino para cistos odontogênicos, o oposto encontrado em nosso

estudo, onde a prevalência pelo gênero feminino foi maior. Embora a idade

média apresentada fosse de 33,2 anos, muito próxima à encontrada em nosso

estudo. Em 2011, Tekkesin et al; encontrou os cistos odontogênicos

preferencialmente no gênero masculino embora ele relata também em seu

estudo que a região maxilar foi a mais afetada, o que é similar ao nosso estudo.

Outra característica pertinente do estudo de Tekkesin et al;

comparada ao nosso estudo é que em ambas, os locais anteriores foram mais

afetados por cistos inflamatórios ao passo que a região de molares foi afetada

com uma maior percentagem de cistos de desenvolvimento.

No ano de 2014, Kamnalimath et al; e no ano de 2006, Jones et

al; encontraram em seus estudos uma maior frequência de cisto periapical,

seguido pelo cisto dentígero e o tumor odontogênico queratocisto. Esse último

foi classificado como cisto em ambos os estudos, diferente da classificação que

utilizamos, com isso levou a resultado diferente do nosso. Voltando ao estudo

de Kambalimath et al, 2014; pôde-se encontrar o cisto periodontal lateral e cisto

residual com percentual menor. Similar ao nosso trabalho.

De acordo com as características apresentadas sobre o cisto

dentígero no estudo de Tekkesin et al, 2012; a região posterior de mandíbula

teve maior incidência para essa patologia. Neville, 2009, relata que a idade

predominante varia da primeira a terceira décadas de vida, como no nosso

estudo. No estudo de Kambalimath et al, 2014; o gênero masculino apresentou

uma pequena preferência sobre o gênero feminino. Neville, 2009, explica que o

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elevado número de dentes impactados e exodontias está relacionada ao

elemento dentário que esse cisto está preferencialmente envolvido, que é o

terceiro molar ou quando o elemento encontra-se em posições desfavoráveis.

Com isso, geralmente, quando se faz a remoção da lesão, faz-se a remoção do

elemento dentário.

Quanto à reabsorção e impactação do elemento vizinho, em

1999, Ko et al; já relatava que apesar dessa lesão ser, na maioria das vezes, de

crescimento lento e assintomático, elas podem acabar crescendo

consideravelmente e assim, causando expansão da cortical óssea, deformação

facial, impactação e deslocamento de dentes e/ou estruturas adjacentes,

parestesia e desconforto.

Seguindo essas características do cisto periapical, no estudo

de Kambalimath et al, 2014; temos também a predileção pelo gênero feminino,

e a maior incidência em anterior de maxila. Já a idade prevalente apresentada

por ele foi entre a primeira e terceira década de vida, diferente do nosso achado.

Quanto a incidência elevada de apicectomia relacionada a essa patologia, em

1995, Graziani, et al; explica que a terapêutica empregada nas lesões

localizadas no ápice radicular é praticada de duas maneiras: por exodontia ou

por curetagem periapical.

A exodontia pode ser realizada com ou sem curetagem alveolar

posterior. A curetagem periapical, que consiste no tratamento mais conservador,

pode ser realizada sem ressecção apical ou seguida de ressecção apical. Com

isso, justifica-se também os dois casos de exodontias relacionados ao cisto

periapical. Quanto ao abaulamento da cortical e o deslocamento radicular,

Leonardo 1998, explica que o cisto periapical pode atingir dimensões

consideráveis, ocasionando a expansão e uma tumefação dura e indolor. Com o

rompimento desta cortical fina e rarefeita.

No estudo de Avelar et al; no ano de 2009, tivemos que o cisto

residual foi a terceira patologia cística mais encontrada, como o caso de nosso

estudo. Além disso, ele relatou que estas lesões foram mais prevalentes em

pacientes do gênero feminino, embora a região que mais foi acometida foi a

mandíbula. Já em 2006, Jones et al; encontrou em seu estudo uma

predominância também pelo gênero masculino, uma idade média de 37 anos e

a maior preferência de localização pela área anterior da maxila.

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Novamente, em 2014, no estudo de Kambalimath et al; o cisto

periodontal lateral teve preferência pelo gênero feminino, e em pacientes na

sexta década de vida. A região em que ocorreram maior quantidade de casos foi

a posterior da mandíbula e a idade mais frequente no momento do diagnóstico

foi a segunda década de vida.

Quando verificamos os resultados de nosso estudo sobre os

tumores odontogênicos e comparamos com o de Chrysomali et al, 2013; e o de

Siriwardena et al, 2012 observamos que a região posterior de mandíbula foi a

mais afetada, embora na pesquisa de Chrysomali et al, 2013; foi encontrado

uma incidência maior no gênero feminino, o que não ocorre em nosso estudo,

pois, não houve preferência por gênero e a idade média foi superior do que a

que encontramos, 38 anos.

Embora muitos estudos apresentem o tumor odontogênico

queratocístico como um cisto, a partir de 2005 a Organização Mundial da Saúde

o reclassificou como sendo um tumor devido a sua característica de crescimento

agressivo e elevado potencial de recidiva. (BARNES, 2005). Muitos estudos,

mesmo após essa data, publicam dados ainda o classificando da forma de cisto

(JONES, 2006) (KAMBALIMATH, 2014). Em 2013 no estudo de Johnson et al; e

Chrysomali et al, 2013; foi o tumor mais relatado, sendo assim semelhante ao

nosso estudo, Em geral teve uma preferência pelo gênero feminino, idade

predominante variando entre a segunda e sexta décadas de vida com a região

posterior da mandíbula com maior número de casos (CHRYSOMALI, 2013). Em

2014, Kambalimath et al; relataram que essa lesão foi a terceira mais frequente

em seu estudo de cistos odontogênicos. A preferência pelo gênero feminino e

pela região posterior de mandíbula também esteve presente, como em nosso

estudo.

Um fato interessante foi que 5 lesões envolveram duas áreas e

Siriwardena et al, 2012; relata que esse tipo de lesão teve um comportamento

semelhante em seu estudo. Já a idade prevalente variou entre a segunda e

terceira décadas de vida. Em 1996, Meara et al; relataram que há incidência em

todas as faixas etárias, embora aqueles que apresentam idade entre os 10 e 40

anos são os mais afetados. Araújo et al, 2007; também relataram a preferência

pelo gênero feminino. Os casos em que houveram exodontias, estão presentes

em maior porcentagem relacionados a essa patologia.

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Desde 1997, Curri et al; observaram a preferência do

ameloblastoma pela região posterior da mandíbula. Em 1994, Costa et al;

relataram que esse tipo de lesão não apresenta preferência por gênero. Já

quanto a idade, o oposto apresentado em nosso levantamento e no estudo de

Siriwardena et al; em 2012, e Neville, 2009, mostra que a maior prevalência é

entre a terceira e sétima década de vida, sendo mais raro em pacientes mais

jovens. Em 2012, França et al; comentaram que esse tumor apresentam-se

clinicamente como uma massa de crescimento lento, dolorosa ou não,

consistente à palpação, e que geralmente levam a um abaulamento da cortical

óssea, e Kelly et al, 2004; relataram que a terapia mais indicada para o

tratamento dos ameloblastomas, segundo a literatura, é a cirurgia radical com

margem de segurança ou a ressecção mandibular da área.

O Tumor Odontogênico Adenomatóide é uma lesão de origem

odontogênica incomum, como também mostra o presente estudo. (BATRA,

2005). Em 1998, Philipsen et al; relataram que esse tipo de tumor acomete mais

mulheres na segunda década de vida. Em 2000, Lee et al; apresentaram em

sua análise que a região maxilar é mais acometida do que a região mandibular,

como foi o caso desse estudo. Em 1992, Philipsen relata que 40% estão

envolvidos com o canino maxilar, como também foi no caso do presente estudo.

Quanto aos Odontomas, Johnson et al, 2013; relataram em seu

estudo que foram as lesões com terceira maior incidência tumoral, semelhante

com nossa pesquisa em que foi a segunda lesão tumoral com maior incidencia.

Em 2008, Hidalgo - Sánchez et al; realizaram um estudo meta-análise sobre

odontomas mostrando que o odontoma composto teve uma prevalência (61,3%)

maior do que os casos de odontoma complexo, assim como ocorreu neste

estudo. Ao analisarmos o gênero, a incidência foi irrelevante para ambos, como

apresentado em nosso estudo para o odontoma composto, porém quanto ao

odontoma complexo foi diferente. A idade com maior incidência foi a primeira

década de vida para o odontoma composto, assim como apresentamos nesse

estudo, e segunda década de vida para o complexo, o que não bate com os

dados apresentados. Quanto a localização o odontoma composto e complexo

apresentaram preferência pela região maxilar (59,5%) (53,8%), o que difere de

nossos dados pois não teve uma região de maior incidência. As manifestações

clínicas mais frequentes foram a retenção dos dentes permanentes a

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persistência de dentes decíduos e o mau posicionamento dentário. Como

também podem ser notadas algumas dessas alterações em nosso estudo. A

remoção cirúrgica dos odontomas foi realizada em todos os casos.

Johnson et al, 2013; relataram que a maioria dos tumores tem

preferência pela região mandibular, menos o fibroma ameloblástico, isso

também pode ser visto em nossa pesquisa.

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6 CONCLUSÃO

Embora a literatura traga que cistos odontogênicos aparecem com

maior frequência, em nosso estudo podemos verificar que não foi este o resultado

observado.

Mesmo com nova classificação, alguns estudos recentes ainda

utilizam a classificação anterior. Sendo assim, acreditamos que por isso ocorram

alterações nos resultados;

Evidenciamos que apesar das lesões não serem malignas, podem

acabar trazendo injúrias ao paciente e ainda, por serem em sua maioria

assintomáticas, são usualmente encontradas em exames radiográficos de rotina.

Ressalta-se o papel primordial do cirurgião-dentista no diagnóstico

precoce, a fim de as alterações sejam observadas e tratadas em uma fase inicial.

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