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Cistos dos Maxilares Tiago França Araripe Cariri CIRURGIÃO DENTISTA - UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - 2008 ESPECIALISTA EM RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA E IMAGINOLOGIA - UNIVERSIDADE UNINGÁ (PR) / INSTITUTO CEARENSE DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS - 2011 ESPECIALISTA EM CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCO MAXILO FACIAL - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOLOGIA / UNIVERSIDADE VALE DO ACARAÚ - 2012

Cistos odontogênicos

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Cistos dos Maxilares

Tiago França Araripe Cariri

CIRURGIÃO DENTISTA - UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - 2008

ESPECIALISTA EM RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA E IMAGINOLOGIA - UNIVERSIDADE UNINGÁ (PR) / INSTITUTO CEARENSE DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS - 2011

ESPECIALISTA EM CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCO MAXILO FACIAL - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOLOGIA / UNIVERSIDADE VALE DO ACARAÚ - 2012

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Embriologia

A formação dentária é um complexo processo que envolve tecido conjuntivo e tecido epitelial envolvendo três importantes estruturas:

Órgão do esmalte - estrutura epitelial derivada do ectoderma.

Folículo dental - estrutura ectomesenquimal derivada das células da crista neural.

Papila dental - estrutura ectomesenquimal derivada das células da crista neural.

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Cistos Odontogênicos

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Embriologia

Bainha de Hertwing forma os restos epiteliais de Malassez que acreditam ser a fonte do epitélio para a maioria dos cistos periapicais.

Epitélio reduzido do órgão dos esmalte - se há acumulo de fluído entre o epitélio reduzido do órgão do esmalte e a coroa dentária, pode haver a formação de um cisto.

Cistos Odontogênicos

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Cavidade patológica preenchida ou não por liquido, frequentemente revestida por epitélio e suportado por tecido conjuntivo fibroso.

Cistos revestidos por epitélio no osso são vistos somente nos maxilares, com raras exceções.

Muitos autores consideram o o processo de crescimento cístico se dá por osmose, pelo desequilíbrio de pressão entre o meio interno e externo, fazendo com que o liquido se acumule no interior do cisto.

A remodelação óssea circundante é modulada por mediadores químicos (prostaglandinas, linfocina e interleucinas) que agem como ativadores osteoclásticos.

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Características Radiográficas dos Cistos Odontogênicos

Radiograficamente os cistos apresentam-se como áreas radiolúcidas, uniloculares, com margens bem definidas e escleróticas.

Crescimento lento.Indolor.Provoca expansão das corticais ósseas. Geralmente deslocam as estruturas adjacentes. Podem induzir a reabsorção radicular.

O tratamento dos cistos odont. é a enucleação da lesão.

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Classificação dos cistos odontogênicosCistos de desenvolvimento

Cisto DentígeroCisto de Erupção Cisto Odontogênico Ortoceratinizado Cisto Gengival Cisto Periodontal Lateral Cisto Odontogênico Glandular

Cistos inflamatórios Cisto PeriapicalCisto Residual Cisto da Bifurcação Vestibular

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Cisto DentígeroCisto que ocorre associado à coroa de um dente incluso, unindo-se ao dente na junção esmalte-cementária.

Mais comum cisto odontogênico de desenvolvimento. 20% de todos os cistos epiteliais. Mais frequentes em terceiros molares inferiores, caninos

superiores e terceiros molares superiores. Raramente encontram-se em dentes decíduos.Podem estar associados a supranumerários ou odontomas.Mais frequentes em pacientes de 10 a 30 anos de idade. Crescimento lento, indolor, descoberto geralmente em

exame radiográfico de rotina.

Cistos Odontogênicos

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Cisto DentígeroApresenta-se como uma lesão radiolúcida, unilocular, associada à coroa de um dente incluso. Margens bem definidas e escleróticas.

Variações radiográficas na relação cisto / coroa:CentralLateralCircunferencial

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Cisto Dentígero

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Cisto Dentígero

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Cisto DentígeroDiagnóstico diferencial:

Folículo pericoronário hiperplásico.Tumor odontogênico queratocistico. Ameloblastoma unicístico. Fibroma ameloblástico. Tumor odontogênico adenomatoide (TOA).

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Cisto de ErupçãoO cisto de erupção é uma patologia extra óssea, que ocorre em tecidos moles, pelo acumulo de sangue ou fluído tecidual.

Caracteriza-se por uma pequena tumefação em gengiva, impedindo a erupção dentária.

A presença de tecido fibroso pode ser a causo do acumulo de liquido e formação do cisto.

Incomum pois há o rompimento espontâneo do cisto.

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Cisto de Erupção

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Cisto GengivalCaracteriza-se por uma pequena tumefação em gengiva.

Recém nascido - múltiplos Adulto - único

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Cisto Gengival

Raro.Pode ou não haver alteração radiográfica. Pode ser confundido com o cisto periodontal lateral.

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Cisto Periodontal LateralÉ u m t i p o i n c o m u m d e c i s t o o d o n t o g ê n i c o q u e , caracteristicamente, ocorre ao longo da superfície lateral da raiz de um dente.

Representa a contra-parte intra óssea do cisto gengival do adulto.

Encontrado entre a quinta e sétima década de vida. Geralmente associados a caninos e pré-molares inferiores

(dentes vitais).Cisto pequeno (+- 1cm de diâmetro).

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Cisto Periodontal Lateral

Cistos Odontogênicos

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Cisto Periodontal LateralDiagnóstico diferencial:

Tumor odontogênico queratocistico. Ameloblastoma unicístico. Cisto periapical inflamatório lateral.

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Cisto Odontogênico OrtoceratinizadoÉ uma variante do tumor odontogênico queratocistico.O termo não define um tipo específico de cisto e sua localização e sim que em sua histologia há a presença de um limite epitelial ortoceratinizado.

Não apresenta a agressividade vista no queratocístico, nem as taxas de recidiva.

2:1 homens : mulheres.2:1 mandíbula : maxila.Radiograficamente não pode-se diferenciar de um outro

cisto odontogênico.

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Cisto Odontogênico GlandularÉ um tipo de cisto raro e recentemente conhecido, que pode apresentar comportamento agressivo. Apesar da origem odontogênica, ele apresenta aspectos glandulares ou salivares.

Adultos de meia idade - 49 anos.85% na mandíbula, região anterior, podendo atravessar a

linha média. Varia de pequenas lesões uniloculares assintomáticas à

extensas lesões multiloculares que podem causar dor e parestesia.

Margens bem definidas com bordas escleróticas.

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Cisto Odontogênico GlandularEnucleação / curetagem - recorrência maior que 30%.Crioterapia.Ressecção em bloco.

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Cisto Periapical / Cisto RadicularCisto formado associado a um ápice dental de um dente necrosado presumivelmente. Resposta inflamatória.

Cisto radicular lateral ou cisto periapical lateral. Crescimento lento e assintomático. Cisto odontogênico mais comum - 65%.

Cistos Odontogênicos

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Cisto Periapical / Cisto Radicular

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Cisto Periapical / Cisto Radicular

Cistos Odontogênicos

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Cisto Periapical / Cisto RadicularDiagnóstico diferencial:

Granuloma periapical.Displasia cementária periapical. Cicatriz apical.

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Cisto ResidualO cisto periapical inflamatório que permanece após axtração dentária. Pode ter inicio após a extração dentária, se o tecido inflamatório periapical não for curetado no momento da remoção do dente.

Região de rebordo desdentado. Crescimento lento e assintomático, continua o crescimento

mesmo sem a presença do dente. Mais comum em mandíbula.

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Cisto Residual

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Cisto ResidualDiagnóstico diferencial:

Tumor odontogênico queratocistico. Ameloblastoma unicístico. Cisto ósseo simples.Defeito ósseo de Stafne.

Cistos Odontogênicos

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Cisto da Bifurcação VestibularÉ um cisto odontogênico inflamatório incomum que, caracteristicamente, desenvolve-se na face vestibular do primeiro molar permanente inferior. Acredita-se que quando o dente erupciona uma resposta inflamatória pode ocorrer em torno do folículo pericoronário.

Pico de incidência entre 5 e 11 anos de idade. Tumefação e sensibilidade na área. É comum o paciente relatar gosto ruim. Radiograficamente apresenta-se unilocular, dando a

impressão de circundar todo órgão dental. Desloca os ápices dentários para a lingual.

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Cisto da Bifurcação Vestibular

Cistos Odontogênicos

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Cisto da Bifurcação VestibularDiagnóstico diferencial:

Cisto dentígero.Cisto paradentário. Tumor odontogênico queratocístico. Ameloblastoma unicístico.

Cistos Odontogênicos

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Cisto Paradentário

Cistos Odontogênicos

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Cisto Paradentário

Cistos Odontogênicos

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Cisto do ducto nasopalatino.Cisto nasolabial.

Cistos de Desenvolvimento Não Odontogênicos

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Cisto do Ducto NasopalatinoAcredita-se que o cisto origina-se de remanescentes embrionários do ducto nasopalatino (estrutura que liga a cavidade nasal à oral, na região de canal incisivo).

Mais comum entre a quarta e sexta década de vida. Geralmente assintomático, porém pode causar tumefação

em palato e dor. Radiograficamente apresenta-se como uma área

radiolúcida bem circunscrita, próximo a linha média da região anterior da maxila, entre os ápices dos incisivos centrais.

Em geral a lesão é arredondada, porém quando atinge grandes proporções pode assumir um aspecto que lembra uma pêra ou um coração.

Cistos de Desenvolvimento Não Odontogênicos

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Cistos de Desenvolvimento Não Odontogênicos

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Cisto Nasolabial Raro cisto de desenvolvimento que acomete o lábio superior lateralmente a linha média.

Patologia incerta. Tumefação do lábio superior, causando uma elevação da

asa do nariz. Pode causar obstrução nasal e dificultar posicionamento de

próteses.Quarta e quinta década de vida. 3:1 mulheres : homens. Como o cisto origina-se em tecido mole, na maioria dos

casos não há alteração radiográfica. Ocasionalmente pode ocorrer reabsorção superficial do osso devido à pressão do cisto.

Cistos de Desenvolvimento Não Odontogênicos

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Cistos de Desenvolvimento Não Odontogênicos

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Não são cistos verdadeiros mas apresentam características radiográficas compatíveis.

Cisto ósseo simples. Cisto ósseo aneurismático.Cavidade óssea de Stafne.

Pseudocistos

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Cisto Ósseo Simples / Cisto Ósseo TraumáticoCavidade benigna, vazia ou contendo liquido dentro do osso, desprovida de revestimento epitelial.

Etiologia desconhecida - trauma. Pode acometer qualquer osso do corpo, mais frequente nos

osso gnáticos. 10 à 20 anos de idade. Restrito a mandíbula. Assintomático e tende a regredir com o avanço da idade.

Pseudocistos

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Cisto Ósseo Simples / Cisto Ósseo TraumáticoRadiograficamente:

Defeito radiolúcido bem delimitado. Enluvamento - efeito de cúpula nas raízes dentárias. Dentes vitais.Não causa expansão de corticais nem deslocamento de

estruturas adjacentes.

Pseudocistos

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Cisto Ósseo Simples / Cisto Ósseo Traumático

Pseudocistos

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Cisto Ósseo Simples / Cisto Ósseo Traumático

Pseudocistos

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Cisto Ósseo AneurismáticoAcumulo intra ósseo de espaços cheios de sangue com tamanho variável, circundado por tecido conjuntivo fibroso.

Etiologia desconhecida - trauma. Pode acometer qualquer osso do corpo, incomum nos osso

gnáticos. Pacientes com menos de 30 anos de idade. Predominância pela mandíbula. Tumefação manifestando-se rapidamente e dor são

comuns. No trans cirúrgico é comum observar a presença do

periósteo recobrindo a lesão (não perfura a cortical). Aparência cirúrgica de uma esponja ensopada de sangue.

Pseudocistos

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Cisto Ósseo AneurismáticoRadiograficamente:

Área radiolúcida unilocular ou multilocular. Expansão de corticais ósseas. Bordas variáveis, por vezes bem definidas e outras vezes

difusa. Raramente pode-se observar focos de radiopacidade no

interior da lesão. Predominância pela mandíbula. Tumefação manifestando-se rapidamente e dor são

comuns.

Pseudocistos

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Cisto Ósseo Aneurismático

Pseudocistos

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Cavidade Óssea de Stafne / Cisto Ósseo de StafneCavidade superficial na face lingual da mandíbula, revestida por cortical óssea intacta.

Mais comum em região de fossa da g landular submandibular.

Compressão da glândula. Abaixo do canal mandibular.

Pseudocistos

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Cavidade Óssea de Stafne / Cisto Ósseo de Stafne

Pseudocistos

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Cavidade Óssea de Stafne / Cisto Ósseo de Stafne

Pseudocistos

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NEVILLE, B.W.; DAMM, D.D.; ALEM, C.M.; BOUQUOT, J.E.; Patologia oral e maxilofacial 2004; Guanabara Koogan; segunda edição.

PANELLA, J. Radiologia Odontológica e Imaginologia. 2006; Guanabara Koogan.

WHITE, S.C.; PHAROAH, M.J.; Radiologia Oral: Fundamentos e Interpretação 2007; Mosby Elsevier; Quinta Edição.

BIBLIOGRAFIA

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Obrigado.

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