Upload
lekien
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA
ERIVELTO ALVES PRUDENCIO
ESTUDO DA PERCEPÇÃO DA OFERTA DE SERVIÇOS PÚBLICOS E DE INFRAESTRUTURA DOS MORADORES DOS BAIRROS BELA VISTA 1 E
BELA VISTA 2 NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ-PR
MARINGÁ 2014
ERIVELTO ALVES PRUDENCIO
ESTUDO DA PERCEPÇÃO DA OFERTA DE SERVIÇOS PÚBLICOS E DE INFRAESTRUTURA DOS MORADORES DOS BAIRROS BELA VISTA 1 E
BELA VISTA 2 NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ-PR
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana, da Universidade Estadual de Maringá - UEM, como requisito para obtenção do título de Mestre em Engenharia Urbana. Orientadora: Profª Dra. Cláudia Regina Grégio d´Arce Filetti
MARINGÁ 2014
ERIVELTO ALVES PRUDENCIO
ESTUDO DA PERCEPÇÃO DA OFERTA DE SERVIÇOS PÚBLICOS E DE INFRAESTRUTURA DOS MORADORES DOS BAIRROS BELA VISTA 1 E
BELA VISTA 2 NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ-PR
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana, da Universidade Estadual de Maringá - UEM, como requisito para obtenção do título de Mestre em Engenharia Urbana. Orientadora: Profª Dra. Cláudia Regina Grégio d´Arce Filetti
MARINGÁ 2014
ERIVELTO ALVES PRUDENCIO
ESTUDO DA PERCEPÇÃO DA OFERTA DE SERVIÇOS PÚBLICOS E DE INFRAESTRUTURA DOS MORADORES DOS BAIRROS BELA VISTA 1 E
BELA VISTA 2 NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ-PR
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana, da Universidade Estadual de Maringá - UEM, como requisito para obtenção do título de Mestre em Engenharia Urbana. Profª Dra. Cláudia Regina Grégio d´Arce Filetti
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
Profª Dra. Cláudia Regina Grégio d´Arce Filetti
Prof. Dr. Paulo Fernando Soares
Prof. Dr. Roney Berti de Oliveira
Maringá, 12 de setembro 2014
Dedico este trabalho
Ao meu filho Miguel Pinheiro Prudencio e à minha esposa Viviane Cristina Pinheiro que são os verdadeiros motivos dessa luta.
AGRADECIMENTOS
A Deus que nos concede a vida em plenitude para superar os desafios aos quais somos chamados. Agradeço de forma especial à Profª Dra. Cláudia Regina Grégio d´Arce Filetti que ao orientar este trabalho, o fez com dedicação, desprendimento e sempre solícita às dúvidas e superação dos desafios que ora se apresentavam. De fato, sem sua orientação este trabalho não seria possível. Agradeço também aos professores com os quais tive contato neste período e que contribuíram grandemente em minha formação.
(...) A cidade se encontra prostituída por aqueles que a usaram em busca de saída. Ilusora de pessoas e outros lugares, a cidade e sua fama vai além dos mares. (Chico Science e Nação Zumbi)
RESUMO
O crescimento da população residente nas cidades, seus processos de migração e
emigração tem se tornado um desafio constante para gestores urbanos. Estudos do Banco
Mundial em 2013 mostram um crescimento dos atuais 200 mil quilômetros quadrados de
área urbana mundial para 600 mil quilômetros quadrados até 2030. Em termos
populacionais, pela primeira vez na história em 2008 registrou-se maioria da população
residente em áreas urbanas em detrimento das residentes no meio rural. O crescimento
das áreas periurbanas avançam além dos limites atuais das cidades o que gera demanda
para os gestores municipais de serviços de infraestrutura urbana, mobilidade e
acessibilidade, meio ambiente, saúde, transporte coletivo, combate a criminalidade, dentre
outros que influenciam na qualidade de vida das pessoas residentes no meio urbano.
Maringá-PR também apresentou crescimento periurbano. Já na década de 1990 observou-
se ampla aprovação de loteamentos além de seu limite urbano. Esses loteamentos
apresentavam carências de infraestrutura urbana gerando demandas que até a atualidade
não foram completamente resolvidas o que afeta diretamente a qualidade de vida de seus
habitantes. O presente trabalho estuda dois bairros periurbanos na cidade de Maringá-PR,
(Bela Vista 1 e Bela Vista 2), implantados na década de 1990 sem a devida infraestrutura
com o objetivo de avaliar os padrões espaciais das respostas aos questionamentos
aplicados à população dos referidos bairros em relação aos Serviços Públicos e
Infraestrutua Urbana. Para tanto foi elaborado um questionário com questões fechadas
abrangendo dimensões desses domínios com escala de cinco alternativas de resposta.
Para as respostas ruim e regular, foram formuladas questões abertas complementares,
visando à justificativa da resposta. Para avaliar situações especificas, foram utilizadas a
categoria de reposta múltiplas no total de 64 entrevistas. Também foram realizadas visitas
no bairro de forma a levantar dados e informações referentes aos domínios estudados.
Com uso de Sistema de Informações Geográficas (SIG) foi possível elaborar mapas
temáticos contendo a espacialização dos padrões espaciais para identificação do
comportamento das respostas e dos fenômenos de satisfação ou insatisfação ao longo dos
bairros em questão.
ABSTRACT The growth of population in cities, their processes of migration and immigration has become
a constant challenge for urban managers. World Bank studies in 2013 show an increase
from the current 200 million square kilometers of the world's urban area to 600 square
kilometers by 2030. In terms of population, for the first time in history in 2008 was recorded
most of the population residing in urban areas at the expense of residents in rural areas.
The growth of peri-urban areas advance beyond current boundaries of cities which
generates demand for municipal managers of urban infrastructure, mobility and
accessibility, environment, health, public transport, crime fighting services, among others
that influence the quality of life people living in urban areas. Maringá-PR also presented
periurban growth. Already in the 1990s there was widespread approval of settlements
beyond its urban boundary. These settlements had shortages of urban infrastructure
generating demands that until today were not completely resolved that affects directly to the
quality of life of its inhabitants. This paper studies two peri-urban neighborhoods in the city
of Maringá-PR, (Bella Vista 1 and 2), deployed in the 1990s without proper infrastructure in
order to evaluate the spatial patterns of responses to questions apllied to the population
regarding the Public Services Urban and Infraestruture. A questionnaire with closed
questions covering these dimensions scale domains with five response alternatives was
developed. For the poor and fair answers, additional open questions aimed at justification of
the response were formulated. To assess specific situations were used to reset the category
of multiple total of 64 interviews. There were also visits the neighborhood in order to collect
data and information relating to the areas studied. With the use of Geographical Information
System (GIS) could produce thematic maps containing the spatial distribution of spatial
patterns to identify the behavior of responses and phenomena of satisfaction or
dissatisfaction over the neighborhoods in question.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01. Organograma dos instrumentos de política urbana. ........................................ 44
Figura 02. Macrozoneamento urbano do município de Maringá ....................................... 50
Figura 03. Localização da área de estudo ........................................................................ 68
Figura 04. Arranjo unilateral das luminárias de vias públicas. .......................................... 89
Figura 05. Localização dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2 em relação ao serviço de
saúde mais próximo. .......................................................................................................... 104
Figura 06. Perfil longitudinal dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2 ................................ 116
LISTA DE FOTOS
Foto 01a. Arranjo das luminárias existente nos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2 ......... 90
Foto 01b. Trecho sem postes de iluminação no bairro Bela Vista 2 ................................. 90
Foto 02a. Terreno vazio no bairro Bela Vista 1 e ao fundo Bela Vista 2 ........................... 91
Foto 02b. Terreno vazio no bairro Bela Vista 1 e Bela Vista 2 .......................................... 91
Foto 03. Divisa do bairro Bela Vista 2 com área rural ....................................................... 91
Foto 04a. Vista parcial da área destinada a praça comum aos bairros Bela Vista 1 e Bela
Vista 2. ............................................................................................................................... 112
Foto 04b. Vista parcial do salão comunitário e área destinada a praça comum aos bairros
Bela Vista 1 e Bela Vista 2 ................................................................................................ 112
Foto 05a. Rua sem pavimentação asfáltica no bairro Bela Vista 1 ................................... 117
Foto 05b. Rua sem pavimentação asfáltica no bairro Bela Vista 2 ................................... 117
Foto 06. Escoamento superficial na baixa vertente do bairro Bela Vista 2. ...................... 117
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01. Faixa etária dos moradores do bairro Bela Vista 1. ....................................... 81
Gráfico 02. Nível de escolaridade dos Moradores do bairro Bela Vista 2 ......................... 82
Gráfico 03. Tempo de residência dos moradores do bairro Bela Vista 1 .......................... 82
Gráfico 04. Faixa etária dos moradores entrevistados do bairro Bela Vista 2 .................. 83
Gráfico 05. Nível de escolaridade dos moradores entrevistados do bairro Bela Vista 2 ... 84
Gráfico 06. Tempo de residência dos moradores entrevistados do bairro Bela Vista 2.... 85
Gráfico 07. Procedimentos adotados para manutenção das fossas sépticas pelos
moradores entrevistados, em porcentagem. ..................................................................... 98
Gráfico 08. Percepção quanto ao abastecimento de água - Bela Vista 1 ......................... 99
Gráfico 09. Percepção quanto ao abastecimento de água - Bela Vista 2 ......................... 99
Gráfico 10a. Uso e frequencia de uso do UBS-Jardim Quebec pelos moradores dos bairros
Bela Vista 1 e Bela Vista 2 (1). .......................................................................................... 105
Gráfico 10b.Frequencia de uso do UBS-Jardim Quebec pelos moradores dos bairros Bela
Vista 1 e Bela Vista 2 (2) ................................................................................................... 105
Gráfico 11. Percepção quanto ao atendimento no UBS-Jardim Quebec pelos moradores
dos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2. .................................................................... 106
Gráfico 12. Moradores com assistência privada de saúde. .............................................. 110
LISTA DE MAPAS
Mapa 01. Situação dos lotes nos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2 ....................... 79
Mapa 02. Lotes com moradores entrevistados .................................................................. 80
Mapa 03. Informações preliminares dos moradores dos loteamentos Bela Vista 1 e 2 .... 87
Mapa 04. Percepção quanto a iluminação pública interna aos loteamentos Bela Vista 1 e
Bela Vista 2 ....................................................................................................................... 92
Mapa 05. Percepção quanto a segurança pública interna aos loteamentos Bela Vista 1 e
Bela Vista 2 ....................................................................................................................... 94
Mapa 06. Percepção quanto ao policiamento interno aos loteamentos Bela Vista 1 e Bela
Vista 2 ................................................................................................................................ 96
Mapa 07. Percepção quanto ao policiamento e segurança pública interna aos loteamentos
Bela Vista 1 e Bela Vista 2. ............................................................................................... 97
Mapa 08. Percepção quanto a coleta de lixo nos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2
........................................................................................................................................... 102
Mapa 09. Percepção quanto a passagem do caminhão de lixo nos loteamentos Bela Vista 1
e Bela Vista 2..................................................................................................................... 103
Mapa 10. Uso do posto de saúde (UBS-Jardim Quebec) pelos moradores dos loteamentos
Bela Vista 1 e Bela Vista 2 ................................................................................................ 107
Mapa 11.Frequencia do uso do posto de saúde (UBS-Jardim Quebec) pelos moradores dos
loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2. ........................................................................... 108
Mapa 12. Percepção quanto ao atendimento no posto de saúde (UBS-Jardim Quebec)
pelos moradores dos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2. ......................................... 109
Mapa 13. Uso do sistema publico de saúde e sistema privado pelos moradores dos
loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2. ........................................................................... 111
Mapa 14. Percepção dos moradores quanto a ter praças nos loteamentos Bela Vista 1 e
Bela Vista 2 ....................................................................................................................... 114
Mapa 15. Percepção quanto aos incômodos gerados pela ausência de pavimento asfáltico
nos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2 ..................................................................... 118
LISTA DE TABELAS
Tabela 01. Tamanho das cidades e distribuição populacional ............................................ 35
Tabela 02. Áreas urbana e rural do Brasil ........................................................................... 36
Tabela 03. Estudos dos ítens de maior influência na qualidade de vida de moradores de 38
municípios do Reino Unido .................................................................................................. 60
Tabela 04. Domínios e dimensões da avaliação da percepção de Qualidade de Vida
Urbana aplicado no estudo dos bairros Bela Vista I e Bela Vista II ..................................... 70
LISTA DE ABREVIATURAS
CREA. Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBRA. Instituto Brasileiro de Reforma Agrária
INDA. Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário.
ONU. Nações Unidas
QV. Qualidade de Vida
UM-HABITAT. Programa de Assentamentos Humanos das Nações Unidas
UNFPA. Fundo de População das Nações Unidas
SUMÁRIO 1. Introdução ....................................................................................................... 16
CAPÍTULO 1 - Fundamentação teórica ............................................................. 21
1. Desenvolvimento Urbano .......................................................................... 21
1.1 Desenvolvimento urbano e o crescimento populacional .................... 21
1.2 O Crescimento das Áreas Periurbanas: VISÃO GLOBAL .................. 23
1.3 Impactos Gerados pela Periurbanização sem planejamento ............. 26
1.3.1 Os Vazios Urbanos ................................................................... 30
1.3.2 A questão da infraestrutura urbana, transporte público e segurança em
áreas periurbanizadas .......................................................................................... 32
2. O Desenvolvimento Urbano no Brasil .................................................. 34
2.1 Problemas da Urbanização Brasileira ................................................ 38
3 Estatuto das Cidades e Plano Diretor ................................................... 40
3.1 O Estatuto das Cidades como Orientador do Planejamento Urbano . 40
3.2 Plano Diretor e a Gestão Urbana ....................................................... 42
3.3 Plano Diretor e Infraestrutura Urbana ................................................ 45
3.4 O Plano Diretor de Maringá ............................................................... 46
3.4.1 Histórico do desenvolvimento urbano de Maringá-PR .............. 46
3.4.2 A lei do Plano Diretor de Maringá` ............................................ 47
3.4.3 O Plano Diretor de Maringá e aspectos segregacionistas do
desenvolvimento urbano ....................................................................................... 51
3.4.4 Legislação de uso e ocupação do solo e o processo legislativo em
Maringá ........................................................................................................... 54
4 A Percepção do Indivíduo ...................................................................... 57
4.1 A Percepção do Indivíduo Sobre a Oferta de Serviços Públicos
Urbanos ...................................................................................................... 60
5 Sistema de Informação Geográfica ....................................................... 62
5.1 SIG como suporte para o planejamento urbano................................. 62
5.2 O SIG e suas aplicações para o estudo da qualidade de vida ........... 64
5.3 O contexto espacial na compreensão de fenômenos urbanos .......... 65
CAPÍTULO 2–PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...................................... 67
6 Caracterização da área de estudo ......................................................... 67
7 Aplicação do Questionário de Investigação da Percepção da Qualidade dos
Serviços Públicos e Infraestrutura................ .................................................... 70
8Tratamento dos Dados e Informações ................................................... 75
8.1 Atualização da base cartográfica ....................................................... 75
8.2 Elaboração dos Mapas Temáticos ..................................................... 75
CAPÍTULO 3–RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................... 77
9 Identificação Geral dos Bairros Quanto ao Uso e Ocupação do Solo 77
10 Dados Preliminares dos Loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2 ... 81
10.1 Loteamento Bela Vista I ................................................................... 81
10.2 Loteamento Bela Vista II .................................................................. 83
10.3 Regularidade das edificações junto à Prefeitura Municipal de Maringá (Habite-
se) ...................................................................................................... 92
11 Percepção dos Moradores quanto a oferta de serviços públicos .... 88
11.1 Iluminação pública e segurança pública interna ao loteamento ....... 88
11.1.1 Iluminação pública interna .................................................. 89
11.1.2 Segurança pública interna .................................................. 93
11.1.3 Policiamento no loteamento ............................................... 93
11.2 Abastecimento de água e tratamento de esgoto .............................. 98
11.3 Percepção dos moradores quanto a coleta de lixo .......................... 100
11.4 Percepção dos moradores quanto a saúde pública ......................... 104
11.4.1 Quanto a utilização do posto de saúde UBS-Jardim Quebec
...................................................................................................... 105
11.4.2 Quanto aos planos de saúde privados ............................... 110
12 Percepção dos moradores quanto a infraestrutura existente no loteamento
...................................................................................................... 112
12.1 Percepção quanto a falta de praças e áreas de lazer ...................... 112
12.2 Percepção quanto a pavimentação sem asfalto............................... 115
12.3 Análise dos dados para o planejamento urbano .............................. 120
13Considerações Finais ............................................................................ 124
Referências ...................................................................................................... 127
INTRODUÇÃO
O crescimento populacional possui relação com o planejamento urbano e
influenciam diretamente na qualidade de vida dos moradores de áreas urbanas.
Isto ocorre devido ao fenômeno crescente de migrações rurais, intraurbanas e
interurbanas nas cidades que promovem pressão sobre o planejamento da expansão
urbana.
Desta forma, o avanço das cidades para além de seus limites faz surgir o
fenômeno da periurbanização que muitas vezes ocorre sem a regulamentação pelo gestor
municipal ocasionando pressão sobre serviços públicos que não chegam às populações
dessas áreas.
O debate sobre a qualidade do desenvolvimento urbano no contexto de
urbanização das cidades brasileiras a partir de meados do século XX, se tornou cada vez
mais importante, principalmente quando observamos o impacto deste desenvolvimento na
qualidade de vida urbana da população.
Nas cidades sente-se os efeitos da vida urbana e os efeitos a que está população
está inserida e percebe-se o sentido positivo e negativo de localização de seu
bairro/residência, dos bens e serviços oferecidos ou não pelos órgãos gestores do
município, desde a varrição das ruas, asfaltamento e saneamento até transportes, saúde,
escolas, dentre outros.
A preocupação com a qualidade de vida urbana assumiu grande importância a
partir da década de 1960, a partir da constatação de que o modelo de desenvolvimento
adotado também gerou segregação e desigualdade na distribuição destes bens e serviços
(NAHAS, 2009, p.1).
Esta preocupação, além de ser objeto de estudo de diversos pesquisadores
urbanos e ambientais, se estende aos gestores públicos, organizações não
governamentais e população em geral, tendo em vista a transformação da realidade
política em projetos de planejamento (GOMES, 2011, p. 18).
Porém, o conceito de qualidade de vida é, conforme Teobaldo Neto (2008, p.39),
carregado de subjetividades e varia conforme conceituação política, filosófica e ideológica
inseridos no pensamento desta população.
Acrescenta-se ainda, que este conceito (qualidade de vida) é utilizado por diversas
áreas do conhecimento que estudam problemas econômicos, sociais, físicos e
16
ambientais, e que por isto está em constante reformulação (TEOBALDO NETO, 2008, p.
39).
Apesar de não existir uma definição de consenso sobre o tema da qualidade de
vida, a obtenção de dados, interpretações e estabelecimento de índices de qualidade de
vida urbana tem ajudado planejadores urbanos a dar suporte no processo decisório no
que tange ao desenvolvimento das cidades.
Salas (2005, p. 19) afirma que o surgimento da expressão “Qualidade de Vida”
estava vinculado à preocupação que os administradores públicos tinham em relação ao
bem-estar do indivíduo e da sociedade em relação aos impactos negativos relacionados
com o meio ambiente e o processo de industrialização.
Contudo, o bem-estar do indivíduo está relacionado com a forma com que ele
interage com o meio em que vive, e segundo Oliveira (2009) a forma com que as pessoas
percebem o meio são as mais variadas.
Compreender a percepção do indivíduo quanto a qualidade dos bens e serviços
urbanos oferecidos pelos gestores públicos do município torna-se um importante
instrumento na execução e priorização de ações que levem a melhoria da qualidade de
vidas dos cidadãos.
Desta forma, espacializar os fenômenos urbanos distribuídos ao longo da cidade,
seja no bairro ou no centro, torna-se de extrema importância na análise da compreensão
do indivíduo em relação ao seu local de moradia.
Nem sempre aquilo que gera incômodo para moradores que residem na entrada do
bairro (topo da vertente) será motivo de reclamação por aqueles que moram no final do
bairro (final da vertente) e a importância de se espacializar permitirá identificar
comportamentos de respostas e diagnosticar os problemas que afetam locais diferentes
num mesmo bairro.
Sendo assim, este trabalho tem como espaço de discussão o município de
Maringá, Paraná, o qual apresentou na década de 1990 um grande número de aprovação
de loteamentos, muitos deles sem implementação de infraestrutura básica e
apresentando a característica de estarem distantes da área urbana, ou seja, foram
implementados em área rural, infringindo a legislação vigente de uso e ocupação do solo
da época de implantação que não os contemplava tornando-os irregulares.
O espaço geográfico desta pesquisa abrange os bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2,
localizados ao norte do município de Maringá, na Macrozona Rural de Transição
17
conforme definido pelo Plano Diretor Municipal de 2006, caracterizada como região com
potencial para implantação de grandes empreendimentos e chácaras de lazer.
Com a implantação destes bairros localizados fora da área urbana de Maringá,
gerou um processo de periurbanização com geração de impacto negativo aos gestores
públicos municipais durante décadas e principalmente sobre as famílias que se
estabeleceram naquela região.
Os impactos no dia a dia da população residente no local, gera uma percepção do
morador quanto a satisfação ou insatisfação ao bairro em que vive, dos aspectos
ambientais, de infraestrutura urbana, de serviços públicos, acessibilidade, habitação e
segurança urbana.
Nesta perspectiva, definiu-se por objetivo principal deste trabalho, realizar um
estudo investigativo da percepção dos moradores dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2
segundo a espacialização das respostas quanto a mobilidade urbana, infraestrutura
urbana e serviços de forma a analisar padrões espaciais das respostas dos moradores
em relação aos bairros estudados.
Como objetivos específicos tem-se:
• Desenvolvimento de instrumento investigativo que permita a coleta das
informações necessárias a análise da percepção dos moradores dos bairros
segundo os domínios estabelecidos no objetivo principal deste trabalho.
• Elaboração de banco de dados geográfico dos dados e informações
levantadas com instrumento investigativo.
• Com uso de Sistema de Informações Geográficas (SIG) elaborar mapas
temáticos espacializando os fatores que mais ou menos influenciam na qualidade
de vida segundo a percepção dos moradores dos bairros estudados realizando por
fim uma análise espacial desses fatores.
• Analisar se a localização dos padrões analisados espacialmente possui
relação com o entorno do morador e do bairro.
Justifica-se este trabalho, uma vez que a utilização ou ocupação de um
determinado espaço geográfico, pode interferir diretamente na dinâmica urbana e de
oferta dos serviços destinados à população pelo poder público.
18
O zoneamento teria a função de garantir a proteção da população em relação aos
usos incômodos, à medida que deveria estabelecer zonas homogêneas, no interior das
quais apenas determinados usos são permitidos.
O Zoneamento por si só não é capaz de mediar todos os impactos de vizinhança,
apesar de, em inúmeras cidades, ter sido capaz de garantir a proteção da qualidade de
vida de alguns bairros.
A partir disto, a espacialização da informação obtida por meio do questionário
aplicado junto à população, é capaz de fornecer subsídios para a identificação dos
problemas oriundos da implantação de loteamentos sem regulamentação, a margem da
cidade, e auxiliar na busca da redução da segregação sócio-espacial vivida por
moradores nas cidades.
O trabalho encontra-se estruturado da seguinte maneira:
Capítulo 1 - Fundamentação Teórica: neste capítulo será debatido, de maneira
geral, a evolução atual das populações urbanas, a migração rural-urbano e os impactos
que esta migração ocasiona ao planejamento urbano das cidades. Também com relação
a estas migrações e aumento populacional no meio urbano, avaliou-se a problemática da
periurbanização, os impactos deste fenômeno quando ocorrem sem planejamento e suas
consequências como o vazio urbano e a segregação espacial nas cidades. Após, foi
discutido a problemática populacional relacionada à periurbanização especificamente no
Brasil, com avaliação de autores sobre as questões da urbanização brasileira, inserindo-
se o Estatuto das Cidades e plano diretor, bem como sua relação com a gestão urbana.
Na sequência são apresentados conceitos sobre qualidade de vida relacionado ao
ambiente urbano, o desenvolvimento sustentável com apresentação de estudos em outros
países sobre esta temática. Com a conceituação do tema qualidade de vida, é feito um
recorte sobre esta temática com a percepção do indivíduo com estudos que trazem a
perspectiva subjetiva da realidade em torno de um morador.
Neste contexto, buscou-se fundamentar a temática da percepção trabalhada por
meio da análise espacial da informação através de um Sistema de Informação
Geográfica, ferramenta que auxilia na identificação de fenômenos urbanos no qual estão
inseridas a qualidade de vida e a percepção individual.
Por fim, neste capítulo foi apresentado estudo realizado nestes bairros que
apresentam as atuais condições de infraestrutura.
19
Capítulo 2 - Procedimentos Metodológicos: expõe-se inicialmente a
caracterização da área de estudo e um breve histórico sobre a implantação do
loteamento, as leis que regiam a implantação na época (década de 1990), bem como a
localização da área. Após esta caracterização e localização da área de estudo, expõe-se
a organização do questionário, sua aplicação e como foram identificados os domínios e
dimensões do questionamento à população residente. Após, é apresentado como foi
estabelecido o banco de dados que gerou os mapas temáticos bem como são
procedimentos adotados para a correlação desses mapas.
Capítulo 3 - Resultados e Discussão:são apresentadas as informações acerca
da população residente, servindo de orientação básica para a compreensão futura da
análise dos dados obtidos pela aplicação do questionário tais como: idade, sexo, tempo
de moradia no bairro, se o local de trabalho é perto ou longe da residência do morador e
escolaridade.
Também são apresentadas as impressões relatadas pelos moradores quanto ao
bairro, ou seja, aqueles problemas mais agudos em que foram motivos de crítica por parte
dos moradores como asfalto, rede coletora de águas pluviais e transporte público.
Na sequência são apresentados os resultados percentuais e análises espaciais dos
padrões de respostas em mapas temáticos quanto aos serviços prestados pelo município
que serviram para análise dos fenômenos das respostas quanto a iluminação pública
interna do loteamento, segurança pública interna, referencial quanto ao policiamento,
abastecimento de água e rede de esgoto, coleta municipal de lixo e sua relação com a
quantidade de passagens dos caminhões de coleta de lixo, saúde pública (percepção
quanto a frequência de utilização e atendimento no posto de saúde e quantidade de
pessoas que utilizam planos de saúde privados), nível de escolaridade relacionada ao
descarte irregular de lixo e rejeitos domésticos, infraestrutura e equipamentos urbanos de
lazer, falta de pavimento asfáltico e os tipos de incômodos gerados, uso de veículos
particulares e principais usos bem como o uso e finalidade do transporte coletivo.
As respostas foram igualmente analisadas conforme os padrões espaciais das
respostas dos moradores quanto a posição de sua residência na vertente, divisas com
meio rural, vazios urbanos, etc.
Por fim, foi realizada análise das respostas referentes ao planejamento urbano na
cidade de Maringá-PR.
20
CAPITULO 1- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1. DESENVOLVIMENTO URBANO.
1.1DESENVOLVIMENTO URBANO E O CRESCIMENTO POPULACIONAL.
As cidades são palco dos desafios e soluções de desenvolvimento. Com as
cidades de economias emergentes espera-se dobrar de 2 bilhões para 4 bilhões de
pessoas entre os anos 2000 a 2030, acompanhado pela triplicação do espaço físico das
cidades dos atuais 200 para 600 mil quilômetros quadrados (BANCO MUNDIAL, 2013).
Afirmando as mesmas projeções do Banco Mundial, Feitosa et al, (2011, p. 104),
relata que numa projeção para o ano de 2030, a população urbana mundial atingirá 4,9
bilhões, o que é equivalente a 60% da população global. Pela primeira vez na história, no
ano de 2008 a maioria da população mundial passou a residir em áreas urbanas (CHEN
et al, 2012, p. 25), (GRAHAM et al, 2004, p. 447) e (WATSON, V, 2009, p. 153).
O relatório sobre a situação da população mundial, elaborado pelo Fundo de
População das Nações Unidas - UNFPA traz informações importantes e afirma que nos
últimos 50 anos o número de habitantes do planeta passou de 2 bilhões e 500 mil em
1950 para 7 bilhões em 2011 (UNFPA, 2013).
A ONU, em documento intitulado World Population Prospects (Perspectivas da
População Mundial) em 2010, relata: "o rápido crescimento da população mundial teve
início em 1950, com reduções de mortalidade nas regiões menos desenvolvidas, o que
resultou numa população estimada em 6,1 bilhões no ano de 2000, quase duas vezes e
meia a população de 1950. "
O desenvolvimento urbano está diretamente relacionado ao aumento da população
do planeta e também com os elevados índices de urbanização global, visto que este
fenômeno é um importante processo social humano no século 21 (GUETAL 2012, p. 104).
Como padrão de urbanização e tendências demográficas, a maioria dos migrantes
urbanos estão se movendo de cidades menores para maiores ou em movimento entre
cidades. A migração rural-urbana é um importante fator de crescimento das cidades,
conforme estudos do World Urban Forum 2, ocorrido na cidade de Vancouver, Canadá
em 2006 (UN-HABITAT, 2006)
21
Yassar e Main (2009, p. 289) afirmam que de uma idéia muito simples surge todo
esse contingente humano em direção às cidades: a idéia do lugar centro de tudo, a qual
move as pessoas do seu meio rural (esparso), no qual surge o fenômeno da migração,
que neste caso, direciona o ser humano rural para o meio urbano em busca de melhores
condições de vida.
Embora ocorram casos em que a migração seja predominantemente intra-
metropolitana, como em Teerã, conforme estudo apresentado por Zebardast (2006),
pode-se observar que em outro continente, o africano, o fenômeno do crescimento das
populações urbanas justifica-se pelo êxodo rural. Naquele continente, a população urbana
cresceu exponencialmente a taxas de crescimento em torno de 4,87% ao ano (FEGUE,
2007, p. 445).
Documento que trata da perspectiva de urbanização, revisão de 2011 da
Organização Mundial das Nação Unidas, chama atenção aos níveis de urbanização das
Américas do Norte e do Sul, respectivamente as duas maiores em taxa de urbanização,
alcançando a primeira 82% e a segunda 79%. No continente asiático, esta taxa tem sido
baixa, e conforme a análise do Departamento de Economia e Assuntos Sociais daquele
continente, em 1950 apenas 17% viviam em áreas urbanizadas, sendo atualmente, 44%
(um pouco maior do que o nível de urbanização da América Latina da década de 1950).
A América Latina passou de pouco mais de 40% de taxa populacional na década
de 1950 para acima de 80% de taxa de urbanização, abaixo apenas do continente norte
americano.
Os dados referentes ao crescimento da população mundial fez com que a Divisão
de Informações e Relações Externas do Fundo de População das Nações Unidas -
UNFPA, em seu relatório sobre a situação da população mundial em 2011 fizesse os
seguintes questionamentos: como nos tornamos tão numerosos? Qual a quantidade de
pessoas que a Terra pode sustentar?
Mas a esta pergunta está associada a compreensão do processo e do tipo de
urbanização que a humanidade está proporcionando, ou seja, o modelo de urbanização
implantado nos diferentes continentes e cidades pelo mundo.
Para compreender estes processos, Gu (2012, p. 104), constata que a urbanização
refere-se ao processo de transformação experimentada pela população rural em direção a
um estilo de vida urbano.
22
Neste sentido, os processos de imigração e emigração são importantes fatores que
influenciam nos processos de urbanização, nos quais são apoiados por outros processos,
principalmente o econômico (CHENet al, 2012, p. 25).
Economias globalizadas têm afetado diretamente as funcionalidades das cidades
por provocar profundas transformações nestes espaços urbanos o que gera reflexos na
estrutura física e na ambiência urbana (OLIVEIRA e MASCARÓ, 2007, P. 59)
Para Zhang e Song (2003, p. 388), o aumento das taxas de urbanização de um
país pode ser causado pela migração das zonas rurais para as áreas urbanas e como em
outros países, a China apresentou grande migração rural-urbana na fase inicial de sua
industrialização.
Watson (2009, p. 153), apresenta uma importante observação, ao complementar
que a velocidade e a escala desse crescimento urbano, combinadas às diversas
alterações ambientais, colocam graves problemas diante de moradores e poder público
das cidades, necessitando, portanto, de grande intervenção para evitar desastres no meio
urbano.
1.2 O CRESCIMENTO DAS ÁREAS PERIURBANAS: VISÃO GLOBAL.
Ás áreas suburbanas são, conforme Christopoulou (2007, p. 382), consideradas
zonas de transição de paisagem urbana para a paisagem rural e de diferentes usos
(urbano, agrícola e florestal)
O estudo de áreas periurbanizadas é importante porque é uma forma de analisar
sistematicamente uma área de transição regional do desenvolvimento das cidades
envolvendo essas áreas de periferia, e não apenas identificá-las como expansão
suburbana ou reestruturação urbana (AGUILAR e WARD, 2002, p. 4)
No mundo, o crescimento populacional tem se desenvolvido em regiões
periurbanas de centros metropolitanos de forma rápida e dinâmica desde a década de
1970 (FISHER, 2003, p. 551).
A autora afirma que este crescimento de áreas de borda das regiões
metropolitanas registrou-se a partir da observação de uma mudança no direcionamento
da fixação de residentes das cidades que ao contrário de décadas anteriores, passaram a
se estabelecer em áreas periurbanas, em detrimento de áreas centrais.
23
Neste sentido, faz-se necessário compreender os processos ao redor da cidade, ou
seja, identificar processos de urbanização e planejamento que ocorrem na periferia das
cidades, as quais concentram grande parte da população urbana mundial.
Zhao (2012, p. 68), expõe a problemática da periurbanização como algo urgente,
visto que uma grande parte da população vive nestas regiões e a questão do
gerenciamento destas áreas é questão-chave no ordenamento do território e
desenvolvimento urbano sustentável no século 21.
No continente africano, fatores econômicos promoveram uma urbanização desigual
a partir das políticas do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, como
mostram Briggs e Mwamfupe (1999), que ao estudar a cidade de Dar es Salaam,
demonstram que a abertura econômica promoveu um movimento migratório do meio rural
para o urbano, impactando no entorno da cidade.
As mudanças econômicas não afetam apenas os ciclos migratórios
regionais,afetam também aspectos culturais quando as tradições do campesinato entram
em contradição com a chegada do meio periurbano e urbano.
No caso do Sri Lanka, as mudanças econômicas implementadas a partir de 1977
promoveram uma abrupta mudança na vida de milhares de moradores das regiões
periurbanas da cidade de Colombo, naquele país. Um grande número de moradores
urbanos foram segregados para fora da cidade devido principalmente ao alto custo da
habitação na referida cidade, promovendo então, o favelamento em regiões sem
planejamento (DAYARATNE e SAMARAWICKRAMA, 2003, p. 102).
Zebardast (2006, p. 440), demonstra em seu estudo que na franja urbana de
Mashhad (Irã), surgiram mais de 50 assentamentos periurbanos, irregulares e que
abrigava em 1996 mais de 600 mil pessoas.
O autor discorre ainda, que em outros municípios, como Bandar Abbas e Zahe-dan,
a composição da população residente em áreas periurbanas segregadas atingem níveis
de 30% do total de residentes naquelas cidades do Irã.
Os problemas socioeconômicos e ambientais nessas áreas são constantes, porém,
contribuem para a redução da demanda por moradias. Na cidade de Eslamshahr (Irã), o
autor relata que há famílias de renda média que ocupam áreas mais centrais dessas
áreas de periferia, enquanto que famílias mais pobres ocupam as franjas, ou seja, regiões
mais extremas desta periurbanização. Isto se explica, segundo Zebardast (2006, p. 440),
devido ao elevado preço da terra em Teerã, que obriga a migração de famílias para
lugares onde a terra é mais barata, com maior acessibilidade, porém, sem infraestrutura.
24
No caso indiano da cidade de Hyderabad, as áreas periurbanas serviram para
implementação de política industrial do governo federal daquele país, a fim de transformar
regiões periféricas em grandes centros de Tecnologia da Informação e Biotecnologia.
Nesta cidade, governo e empresários responderam positivamente a generosos incentivos
e investimentos incluindo forte infraestrutura de comunicações (KENNEDY, 2007, p. 97).
Desta forma, a industrialização e a consequente urbanização promovem uma
rápida mudança do ambiente em que se vive, alterando diversos aspectos do cotidiano
dos habitantes das cidades, fazendo com que o papel do gestor público de melhorar o
padrão de vida das pessoas fosse questão chave para estabilizar a sociedade na
transformação das condições do padrão de vida combinado com o desenvolvimento
econômico, traduzindo-se num processo complementar de qualidade de vida da
sociedade (SUN et al, 2011)
As mudanças econômicas do século 20 passaram a distorcer a representação
urbano-rural. Neste período surge conceitos como rural-urbanização, periurbanização e
interface rural-urbana, cujas características na França era de padrão de blocos de
apartamentos e nos Estados Unidos, moradias unifamiliares de classe média
(MADALENO e GUROVICH, 2004, p. 513).
A periurbanização é um fenômeno mundial e independe do nível econômico e
social no qual está inserido.
Desta forma, em nível internacional este foco é evidente em numerosas
publicações científicas e outros documentos relativos à habitabilidade e planejamento
urbano. Até agora, a ciência não avançou um quadro abrangente para abordar estas
questões de forma integrada a fim de permitir uma avaliação dos indicadores físicos,
espaciais e sociais (KAMPETAL, 2003, p. 5 e 6).
A escassez da disponibilidade de áreas urbanizáveis perto de áreas urbanas
podem causar sérios problemas para a manutenção da prosperidade
(CHRISTOPOULOU, 2007, p. 382) .
Na cidade de Valência, Espanha, em sua área de transição do meio urbano para o
meio rural, ocorre uma transformação fundamental, conforme relatam Prytherch (2003, p.
421). Ambientes constituídos na região por cultivos tradicionais de herança como as
lavouras irrigadas de Valência (horta cultivada continuamente por mais de 1000 anos)
estão sendo substituídas patrocinado pelo Estado, por monumentos à modernidade
européia.
25
Na Áustrália, com 64% de sua população vivendo nas oito principais cidades
daquele país, experimenta uma alta taxa de concentração populacional na cidade de
Adelaide, que contém três quartos do total de população urbana (FISHER, 2002, p. 554).
A autora identificou que as taxas de urbanização ou de concentração populacional
urbana em áreas centrais tem diminuído enquanto as áreas periurbanas têm aumentado,
registrando taxas quatro vezes maior de incremento populacional que as áreas mais
centrais.
Fisher acrescenta que nestas áreas periurbanizadas são importantes destinos de
pessoas que buscam áreas mais valorizadas, que possui estrutura voltada para recreação
e mais identificadas com o estilo de vida próprio em decorrência da distância da área
central de Adelaide.
Mudanças no padrão espacial também são observadas na cidade de Atenas,
Grécia. Sayas (2005) apresenta para aquela cidade, no período de 1981 a 2001, as
características da expansão urbana local, identificando uma base social comum na
periferia, ou seja, as áreas periurbanas caracteriza-se por competências profissionais de
menor renda, mais segregada.
Com relação ao padrão espacial, há grandes bolsões de áreas residenciais de
baixa densidade ao centro de Atenas, rodeado por alta densidade habitacional
significando que o estoque de moradias é baixa nas áreas periurbanas daquela cidade.
Christopoulou (2007, p. 392), ao estudar a relação florestas urbanas e periurbanas
per capita em diversas cidades gregas, relata os problemas do avanço de áreas urbanas
em áreas florestadas, tais como vetores de doenças, aumento da probabilidade de
desastres climáticos, assoreamento de córregos, etc. na área periurbana. Portanto,
mesmo em países considerados desenvolvidos, os problemas referentes ao avanço da
urbanização configuram-se em desafios para os planejadores cujo impacto na população
geram demandas crescentes pois afeta diretamente a vida das famílias que nestas áreas
se estabelecem.
1.3 IMPACTOS GERADOS PELA PERIURBANIZAÇÃO NÃO PLANEJADA
As cidades prosperam quando as pessoas, o setor produtivo e o poder público
podem se beneficiar mutuamente a partir da aglomeração de economias, porém, a
transformação do espaço urbano pode frustrar este benefício quando as políticas
dificultam o desenvolvimento (BANCO MUNDIAL, 2013, p. 15).
26
Fato é que mesmo que uma cidade em seu desenvolvimento urbano tenha-se
convertido em metrópole, este espaço de aglomeração populacional gera estados de
bem-estar para alguns e marginalização para outros (SOUSA G., 2010, p. 25).
O estudo do Banco Mundial indica que um fator preponderante que dificulta o
desenvolvimento urbano, decorre da ineficiência do uso da terra urbana e a falta de
coordenação entre o uso do solo e o planejamento de infraestrutura, alterando
negativamente a realidade.
O Banco Mundial afirma o seguinte:
Para superar esses obstáculos, faz-se necessário três conjuntos de políticas: I - Valor do solo urbano, estabelecendo sistemática e avaliação transparente: pois o uso da terra molda o espaço da cidade e sua estrutura. Assim, as cidades precisam de políticas que definam claramente os direitos de propriedade e valores da terra urbana. Essas políticas em vigor ajudam a regular o mercado de terras entre a demanda e a oferta, aumentando a otimização do uso do solo urbano, e consequentemente a área construída. 2 - Coordenação da gestão das terras urbanas com infraestrutura, recursos naturais e de risco: as cidades necessitam de políticas que gerenciem o uso da terra e aplicar a sua integração com a infraestrutura de desenvolvimento, especialmente o transporte. 2I - Aproveitamento de mercados competitivos ao lado da regulamentação para expandir infraestrutura básica: as cidades precisam de políticas que atuem na prestação de bens públicos (água, saneamento e gestão de resíduos sólidos). Nos países em desenvolvimento, o acesso a estes serviços tende a ser especialmente baixa em cidades menores e nas periferias de cidades metropolitanas (BANCO MUNDIAL, 2013, p. 15).
As áreas periurbanas configuram-se em espaços geográficos que vão além de um
local de análise simples. Constituem-se, na verdade, em espaços cuja existência
demanda conflitos indicativos de processos de significação política, social e que
corresponde a que tipo de acesso à cidade os moradores estão tendo (DUPONT, 2007, p.
09)
Para Khadour (2009), a rapidez dessa migração combinada à acumulação do
espaço urbano permitiu que surgisse uma deficiência no número de moradias formais que
proporcionou a não oferta de residências para as classes mais baixas.
Portanto, a demanda por moradias é uma consequência direta da alta
concentração populacional em grandes centros urbanos, bem como em cidades médias,
27
haja vista que atualmente, diversos loteamentos têm surgido e impactado esta expansão
urbana.
Assim, a informalidade continua sendo a "solução" mais rápida e fácil para a
integração urbana e como consequência, a população assenta-se em favelas e
assentamentos precários (FEGUE, 2007, p. 446).
Neste sentido, a urbanização gera um aumento na demanda por terra e o sucesso
de ferramentas para acomodar esta expansão urbana e requalificação é tipicamente
baseada em sistemas robustos para avaliar os valores da terra (BANCO MUNDIAL, 2013,
p. 6)
Desta forma, a periurbanização implica numa mudança importante no uso e
ocupação das terras locais em consequência do desenvolvimento, seja industrial ou de
implantação de moradias (ZHAO, 2011, p. 69).
O caso da cidade de Colombo, no Sri Lanka, atesta outros impactos na vida dos
moradores de áreas periurbanizadas. Mudanças políticas locais provocaram uma corrida
a empregos urbanos o que ocasionou também uma alta procura por terras e habitação,
provocando aumento do valor destes bens imóveis em até 1000 vezes seu valor num
período de 15 anos. Como consequência, houve fragmentação da terra e uma
urbanização fragmentada na periferia de Colombo (DAYARATNE e SAMARAWICKRAMA,
2003, p. 103).
Na cidade de Dakar, na qual registrou-se o mais rápido crescimento da população
em sua região metropolitana dos últimos 20 anos, ocorreu em áreas periurbanas em
decorrência da existência de terras baratas prontamente disponíveis para liquidação. No
entanto, 40% desta população fixaram-se em áreas precárias, com alto risco pela falta de
planejamento e normas de infraestrutura adequada, agravado pela falta de capacidade
institucional, ou seja, do poder público em promover um melhor desenvolvimento (Banco
Mundial, 2013, p. 20).
Em 1992, a cidade de Daares Salaam (Tanzania), a partir da autorização pelo
poder público local, passou a apresentar um território rural "perfurado" por projeções de
espaços urbanizados principalmente por residências, que conforme o autor,adquiriu
formato digiforme (BRIGGS e MWAMFUPE, 1999, p.802).
O caso chinês da cidade de Beijing é ainda mais dramático, pois a característica do
crescimento urbano concentra-se em áreas periurbanas, com incremento de 11,03
milhões de pessoas na década de 1990 para 16,95 milhões em 2008 (ZHAO, 2011, p.
69).
28
Beijing, capital chinesa, apresentou rápido crescimento concentrado em áreas
periurbanas em comparação com áreas rurais e urbanas centrais daquela cidade (Zhao,
2011, p. 69).
A cidade do México também apresenta problemas em seu desenvolvimento urbano
relacionado a periurbanização. Este modelo de crescimento da Cidade do México tem
avançado de maneira difusa em áreas inicialmente estabelecidas no plano diretor
municipal como de preservação (AGUILAR, 2008).
Desta forma, os impactos têm sido agravados pois atingem área de recarga de
água, comunidades florestais, comunidades agrícolas de cultivo, bem como, têm
avançado em área montanhosa (AGUILAR, 2008).
Este avanço de áreas urbanas espaçadas, ou seja, descontínua e com pouco
planejamento, além de transformar as áreas agrícolas ou de preservação, ameaça a
sustentabilidade urbano/rural, bem como atinge o ser humano de maneira direta em sua
vida cotidiana (SU et al, 2011, p. 268).
Além dos impactos nas áreas agrícolas e de preservação, há outras demandas de
infraestrutura, oriundas desta urbanização sem planejamento.
Os impactos decorrentes deste tipo de ocupação atingem ricos e pobres, porém, os
efeitos são maiores para as classes menos favorecidas por estarem longe do centro
consolidado, de comércio, serviços e além de estarem segregados no espaço urbano, o
que restringe o acesso a infraestrutura de transporte público, saneamento, equipamentos
públicos e etc (POLIDORO et al, 2012, p. 319).
Graham et al (2004, p. 448), que apresenta estudo de periurbanização na cidade
mexicana de Ciudad Juárez, evidencia a baixíssima infraestrutura de serviços públicos
como rede de esgoto, água encanada, eletricidade, equipamentos urbanos, etc, nas
regiões de estudo desta cidade.
Estas regiões sub urbanizadas lançam sempre um desafio ao ordenamento do uso
do solo uma vez que exige sempre uma reestruturação espacial, pois apresentam
característica de uma expansão que traz elementos urbanos e rurais num mesmo espaço
(RAVETSETAL, 2013).
Para os autores acima, a densidade populacional baixa para os padrões urbanos e
que apresentam vazios urbanos cria alta dependência do transporte público para
atendimento àqueles que residem em áreas distantes do centro de comércio e serviços.
Áreas segregadas pobres têm sido consistentemente associadas com maior
exposição à violência e doenças, o preconceito e a estigmatização territorial e diminuição
29
da acessibilidade que impõe viagens demoradas para o trabalho ou escola (SABATINI et
al, 2001)
Todas essas demandas surgem do parcelamento ilegal do solo que gera
intranquilidade para a população residente, em decorrência da não posse completa da
área “adquirida”, gerando lugares informais de moradia ou bairros informais (YASSAR, e
MAIN, 2009, p.291)
A questão central a ser resolvida ou implementada é conseguir combinar o uso da
terra e infraestrutura para o melhor resultado possível para uma urbanização coerente à
expansão urbana(BANCO MUNDIAL, 2013, p. 20).
Assim, a recuperação de áreas de ocupação informais é o caminho para melhorar
a qualidade de vida da população que vive nesses assentamentos (BID, 2008, p. 67)
1.3.1 Os vazios urbanos
O vazio urbano é um termo abrangente que engloba a área ociosa e o residual
urbano no qual vários autores partilham da mesma concepção de Dittmar (2006, p. 69)
que os vazios urbanos são áreas “construídas, não no sentido físico, mas no que se
refere ao trabalho social em seu entorno.
A questão sobre vazios urbanos surgiu na década de 1970, quando análises sobre
o processo de urbanização mostravam que o avanço das cidades sobre sua periferia
deixavam terrenos vagos em seus interstícios (CARDOSO, 2008, p. 5).
Embora as discussões sobre este fenômeno urbano não sejam novas, elas
carecem de um aprofundamento que explique as causas e consequências de sua
existência dentro da dinâmica das cidades brasileiras (SANTANA, 2006, p. 28).
Depreende-se que a compreensão dos fatores que constituem a formação desses
vazios urbanos tem relação direta, conforme a autora, com a solução dos problemas de
desenvolvimento da cidade e com o embasamento para compreensão dos processos de
planejamento e gestão territorial.
Observa-se na forma urbana contemporânea das grandes cidades inúmeras
situações de vazio, e alguns autores, consideram áreas verdes, praças e até mesmo os
espaços entre os edifícios, se observarmos sob a definição de espaços de sociabilidade
(BORDE, 2012, p. 2)
Estas áreas caracterizam-se de diversas formas pois, se eram anteriormente rurais,
são tomadas por uma lógica urbana de uso da terra (especulação fundiária, residências
30
de fim de semana ou habitações familiares definitivas, atividades de lazer, etc), sendo a
agricultura parte deste ambiente (SOUZA, 2005, p. 76).
Caracterizam-se também pela propagação de assentamentos urbanos que atinge
rapidamente áreas rurais e é caracterizado pela baixa densidade populacional e se
estende além do centro consolidado das cidades.
O descontrole do avanço das áreas urbanizadas sobre o ambiente rural ou ainda em ambientes de controle ambiental (áreas de preservação permanente), faz surgir uma questão importante a ser observada e muito característica desses ambientes periurbanos, quais sejam: os vazios urbanos (POLIDORO, et al, 2012, p. 318).
Estes vazios ou “espalhamentos” surgem através da descontinuidade na ocupação
do solo urbano no qual as parcelas (lotes) sem uso, geralmente são destinados à
especulação imobiliária (KRAN e FERREIRA, 2006, p. 124).
Silva (1999) ressalta que a manutenção desses terrenos vazios em área
urbanizada provocaria a escassez e consequente excessiva valorização dos lotes.
Cardoso (2008), afirma o seguinte:
Essa forma de especulação estava associada às formas de intervenção do Estado no urbano, que seguiam (e não precediam) o parcelamento e a ocupação do solo. Ao instalar as infraestruturas necessárias às áreas mais periféricas, já ocupadas, o poder público acabava por valorizar indiscriminadamente as terras vazias que haviam permanecido entre as áreas mais centrais e a fronteira da expansão urbana.
E isto, conforme o mesmo autor, estabelecia um sistema perverso e disfuncional a
partir de 3 argumentos:
1. Mantinha artificialmente grandes extensões de terra fora do mercado, pressionando para cima o preço dos terrenos em oferta; 2. Porque implicava em um maior custo de investimento para a instalação das infraestruturas nas áreas efetivamente ocupadas; 3. Porque o investimento público em infraestrutura resultava na valorização de áreas privadas.
Para Carlos (2004, p. 94), o vazio urbano está na raiz da segregação que marca a
reprodução do espaço urbano que reproduz e sobrepõe a morfologia urbana e social
apontando a desigualdade do processo, fonte de contradições na sociedade.
31
Muitas vezes, estas áreas são utilizadas pelo poder público como “moeda”, com
pouco controle sobre a situação resultante, onde terrenos foram repassados para o poder
privado, sem estudos prévios da sua utilização (DITTMAN, 2006, p. 71).
O fato é que estas áreas de transição urbano-rural são áreas que passam por
intensos processos de transformações, onde se verifica o avanço crescente de atividades
urbanas sobre um território rural, com a inserção de processos habitacionais, comerciais e
até industriais (SILVA, 2011, p. 34)
Polidoro et al (p. 317, 2012), ao estudar sobre a expansão urbana no município de
Londrina, no Estado do Paraná (Brasil), afirmou:
Na nova década deste século, o fenômeno da urbanização no Brasil tomou um novo caminho com a consolidação parcial de áreas ocupadas em detrimento das zonas rurais. Esta nova configuração,intimamente ligada às novas relações sociais, produziu uma mutação no espaço físico, portanto, uma nova realidade que emerge do processo, lugares que não são nem rural e nem urbano .
Esta nova realidade, continua o autor, identifica-se com o passado das cidades que
sofreram diferentes intervenções ao longo da história e, ao estudar a forma da evolução
desta urbanização, além das teorias e análises de grandes pesquisadores no âmbito da
urbanização e suas consequências, deverão ser consideradas as populações que
habitam nestes ambientes de transição, as quais sofrem com a falta de infraestrutura para
uma qualidade de vida que se não é a melhor, seja pelo menos o melhor possível
adequada.
1.3.2 A questão da infraestrutura e da oferta de serviços públicos urbanos.
Os grandes problemas típicos da cidade, como a segregação, a degradação do
bairro, o aumento do tráfego rodoviário, privação sócio-econômica e as desigualdades na
saúde, bem-estar e acessibilidade dos cuidados de saúde, tornaram-se questões políticas
centrais em diversas cidades pelo mundo (KAMP, 2003, p. 5).
Nos últimos 20 anos assistiu-se a importantes mudanças nas abordagens sobre o
meio urbano: há uma crescente ampliação do papel dos municípios no campo do
planejamento, da gestão urbana, de mecanismos de participação no planejamento
(MIRANDA, 2009, p. 25).
32
Miranda continua e constata que apesar das novas abordagens sobre os temas
acima mencionados, mantiveram-se indefinidas questões estruturais que desafiam as
formas tradicionais de tratamento da urbanização, principalmente no que se refere às
áreas de transição urbano-rural.
O processo de urbanização incidente em áreas periféricas muitas vezes se dá num
processo histórico e não raro, atravessa décadas até que o poder público, herdeiro de
uma realidade adversa, tenha meios e seja capaz de implementar uma infraestrutura de
qualidade (MIRANDA, 2009, p. 30).
Sendo assim, as áreas de transição rural-urbana tem se caracterizado como sendo
plurifuncionais, na qual coexistem características de uso do solo tanto urbanos como
rurais, com espaços dispersos e fragmentados de usos (MIRANDA, 2009, p. 30).
A autora segue em sua definição afirmando que: Áreas de transição rural-urbana também possuem como característica a falta de infraestrutura urbana coerente que proporcione unidade espacial, submetidas a profundas transformações econômicas, sociais e físicas, com uma dinâmica estreitamente vinculada à presença próxima de um núcleo urbano.
Desta forma, a infraestrutura ecológica também sofre com o consequente avanço
da urbanização. O conceito de cidade jardim pode ser preterido por espaços
inapropriados e sem destinação correta.
Embora se acredite na importância da existência de áreas verdes urbanas, o que
se constata com grande frequência é que essas áreas sofrem degradação durante o
avanço da urbanização e consequente redução de sua área (CAPORUSSO, 2008, p. 73).
O transporte público também é um fator que sofre impactos em decorrência de
áreas urbanas distantes dos limites da cidade, devido ao elevado custo para levar este
serviços a áreas distantes, o tempo elevado em que o morador permanece à espera do
transporte coletivo, ou mesmo os poucos horários oferecidos pelo sistema naquelas
regiões.
Situações como estas, faz com que os moradores procurem utilizar-se do
transporte individual como meio de se locomover até o centro de serviços, comércio, etc
(OJIMA, et al, 2008, p. 5).
Khadour e Kafa (2009, p. 289), afirmam que essas áreas apresentam serviços
públicos deteriorados, serviços comunitários inadequados e se caracterizam como áreas
de pobreza e insalubridade.
33
É consensual a opinião de que o atual modelo de desenvolvimento urbano,
divididos entre centro e periferia, tende a provocar um agravamento na exclusão social de
grandes setores da população (HEITOR, 2007, p. 2)
Áreas periurbanizadas, num contexto de segregação às áreas mais centrais e
urbanizadas, favorecem o surgimento de fenômenos de marginalização e de delinquência,
bem como a desestruturação dos fatores de convivência (HEITOR, 2007, p. 2)
2 O DESENVOLVIMENTO URBANO NO BRASIL
A população brasileira cresceu quase 20 vezes entre o primeiro censo de 1872 e o
último censo em 2010. No final do século XIX e início do século XX o grande crescimento
populacional se deveu à imigração internacional, período no qual verificou-se o aumento
no número de habitantes de 10 milhões de pessoas em 1872 para 17,4 milhões em 1900.
Entre 1940 e 1970, o crescimento populacional é atribuído à queda das taxas de
mortalidade (especialmente a infantil) e a manutenção das altas taxas de fecundidade
(ALVES e CAVENAGHI,2012, p. 1).
Na segunda metade do século 20, o Brasil experimentou uma das mais aceleradas
transições urbanas da história mundial, na qual a realidade rural e agrícola foi
rapidamente transformada em urbana e metropolitana (UNFPA, 2010) e (RODRIGUES,
2006, p. 15).
A história da urbanização do Brasil mostra que este processo de migração das
pessoas do campo para as cidades ocorre com maior intensidade a partir da década de
1950.
Neste período, havia espaços geográficos ainda não explorados as quais
formavam fronteiras de ocupação somando-se a processos de alterações das relações de
trabalho no campo e na cidade que geravam intensa movimentação de fixação de famílias
no ambiente urbano (GOMES, 2011, p. 15).
A população urbana que era de 32% dos moradores em 1940, atinge a
concentração de 81% no ano 2000 e 84% em 2010, conforme Gomes (2011, p. 15), Mello
(2011, p. 15) e UNFPA (2011).
De acordo com a ONU, Divisão de População para o Brasil, a expectativa de
crescimento populacional para as próximas três décadas será nas cidades onde a taxa de
urbanização nacional deverá aumentar para mais de 90%, significando que será
adicionado ao meio urbano brasileiro cerca de 63 milhões de pessoas, o que atingirá o
34
total de 200 milhões de pessoas vivendo em áreas urbanas. (BANCO MUNDIAL, 2005, p.
2).
O Banco Mundial, afirma claramente que o desenvolvimento urbano no Brasil
avançou muito desde a década de 1970, conforme segue: Dentre as 123 maiores aglomerações urbanas no Brasil, apenas três detinham mais de 2 milhões de habitantes em 1970, contra dez no ano 2000. E considerando a distribuição de tamanho, em 2000, havia 52 aglomerações com população entre 250 mil e 2 milhões de habitantes, enquanto que em 1970 haviam 25. Assim, não é apenas a escala de urbanização uma grande preocupação, mas a distribuição da população em hierarquia urbana também será um desafio aos planejadores urbanos que deverão elaborar políticas adequadas para cidades de diferentes tamanhos.
A Tabela 1 contém dados da evolução urbana das cidades brasileiras conforme
sua população.
Tabela 1. Tamanho das cidades e distribuição populacional
População 1970 1980 1991 2000 < 5 milhões 2 2a) 3b) 3
2 milhões - 5 milhões 1 3 7 7
500.000 - 1 milhões 4 5 5 8
250.000 - 500.000 16 21 23 30
100.000 - 250.000 44 43 44 46
<100.000 51 39 26 15
Número total de cidades 123 123 123 123
Média da população 350.857 507.242 657.602 788.222
Min. 20.864 41.454 76.816 86.720
Max 8.139.705 12.588.745 15.444.941 17.878.703 a) "São Paulo" e "Rio de Janeiro"
b) "Porto Alegre" recém adicionada
Fonte: Banco Mundial, 2005.
Neste processo de urbanização, portanto, também se insere o desenvolvimento
econômico e social e tanto países desenvolvidos, como países em desenvolvimento
35
vivenciam mudanças na sociedade que eram predominantemente rural, passando a ser
predominantemente urbanas (CIPD, 1994).
Neste contexto, o equilíbrio rural e urbano está irreversivelmente tendendo em
favor das cidades, cujos limites podem ser alterados por motivos políticos, demográficos
ou econômicos (UNFPA, 2011, p. 77)
Atualmente, dois quintos da população brasileira reside em cidades com mais de
um milhão de habitantes (UNFPA, 2010).
A Tabela 2 contém estudo das Nações Unidas cujos valores denotam o aumento
das áreas urbanas e redução das áreas rurais, perfazendo um crescente avanço das
áreas urbanas em detrimento das áreas rurais.
A taxa de variação média anual para o Brasil, apresenta um percentual de 1.52%
para o crescimento de áreas urbanizadas, enquanto que há uma taxa negativa em -2.17%
de decrescimento das áreas rurais (ONU, 2009)
Tabela 2. Áreas urbana e rural do Brasil.
População (milhares) Urbana Rural
2009 2025 2050 2009 2025 2050 166,844 193,263 204,464 26,889 20,539 14,048
Fonte: ONU, Department of Economic and Social Affairs - Population Division.
Surge, portanto, demandas inéditas por serviços, moradia, empregos e
infraestruturas que deverão ser reformuladas ou implementadas para superar os desafios
das novas áreas urbanizadas (LEITE, 2010, p. 118)
A crescente urbanização e suas acentuadas transformações no espaço das
cidades promovem alterações relevantes na sua configuração, bem como rupturas no
tecido urbano consolidado e nas práticas de apropriação e uso desse espaço (SCUSSEL
e SATTLER, 2010, p. 137).
Assim, decorrem desta apropriação do espaço urbano, o surgimento de um tipo de
cidade dentro da própria cidade a qual podemos identificar a cidade ilegal, na qual
ocorrem problemas de infraestrutura, meio ambiente, serviços públicos etc, sempre
crescentes (DENALDI, 2004, p. 7).
Referindo-se a esta cidade ilegal, mesmo o autor orientando seus estudos no
contexto das favelas dos grandes centros urbanos, é possível acrescentar a esta cidade
36
ilegal aqueles loteamentos os quais, sem a devida infraestrutura, originam-se a partir de
forças políticas e econômicas que produzem no espaço urbano uma cidade retalhada e
sem regularização.
No Brasil, o espaço urbano é expressão da acumulação capitalista, o qual adquire
característica perversa, contribuindo para acentuar as desigualdades sociais, aumentando
assim, a deterioração das condições de vida da população (NAMUR, 2004, p. 56).
A falta de planejamento pode acarretar um crescimento desordenado das cidades
sobre qualquer espaço vazio disponível, suplantando a capacidade dos serviços públicos,
de atendimento às demandas e/ou o favorecer o crescimento de favelas (UNFPA, 2011,
p. 77).
Nos últimos anos, tem se debatido se mais vida urbana deve ser algo a se
comemorar pois sua expansão pode ser fonte de crescimento de epidemias, favelamento,
violência, etc (UNFPA, 2011, p. 78)
A expansão urbana está no centro das preocupações dos gestores públicos, uma
vez que o aumento populacional tem impacto direto na gestão dos recursos existentes no
município e na qualidade de vida de seus habitantes (COPQUEAND SOUZA, sem data, p.
1)
Soluções para os problemas sociais, econômicos e culturais oriundos do
crescimento descontrolado das cidades que exigem respostas às necessidades das
pessoas constituem os temas centrais para o planejamento urbano (SENLIER, et al, 2008,
p. 214).
Problemas oriundos de um mau planejamento urbano incidem diretamente na
população que pode sofrer com a privação de serviços públicos como telefonia, correios,
postos de saúde, escolas, rede de esgoto, pavimento asfáltico, equipamentos urbanos de
lazer, etc.
Desta forma, identificar os fatores que contribuem para diagnosticar os níveis de
qualidade de vida de uma região, através da interpretação dos índices, permitirá que o
gestor público estabeleça correlação de suas ações com o objetivo de aumentar o
conceito positivo desses índices e consequentemente da qualidade de vida urbana
coletiva.
37
2.1 PROBLEMAS DA URBANIZAÇÃO BRASILEIRA
O Brasil apresentou uma veloz urbanização, no qual se observou um crescimento
da população urbanizada que saltou de 31% a 84%, de 1940 a 2010, na qual a lógica
capitalista de produção das cidades tornou o produto "unidade habitacional" ou "lote
urbanizado" regular numa mercadoria tanto mais cara quanto melhor dotada de
centralidade, infraestrutura e equipamentos (ALFONSIN, 2005, p. 48)
O rápido crescimento urbano verificado no Brasil a partir da metade do século XX
fez com que a ocupação das cidades ocorresse de forma desordenada, sem ser
precedida de uma política de estruturação para fins de adequação à uma nova condição
urbana (GOMES E LAMBERTS, 2009, p. 74).
Os mesmos autores afirmam:
Esse crescimento demográfico, ocorrido especialmente nas cidades de médio e grande porte, desencadeou uma série de problemas ao ambiente, como resultado do aumento desmesurado da malha urbana, da verticalização e uso intensivo do solo nas áreas centrais, excessiva impermeabilização, substituição de áreas verdes por áreas construídas, proliferação de assentamentos que desconsideram as restrições do sítio físico, entre outros, fazendo reproduzir nas cidades, modelos urbanos com baixa qualidade ambiental.
Na maioria das vezes, o crescimento urbano brasileiro não é acompanhado de uma
adequada infraestrutura que garanta um ambiente saudável e uma qualidade de vida
adequada (NETO, 2008, p. 17)
O processo acelerado de densificação e verticalização do crescimento das cidades
brasileiras alteram a configuração das cidades promovendo rupturas no tecido urbano
consolidado, bem como nas práticas de apropriação e uso do solo urbano (SCUSSEL e
SATTLER, 2010, 138)
É consenso a necessidade de intervenção no processo de crescimento e
desenvolvimento das cidades brasileiras afim de atingir a direção de um espaço mais
equilibrado sócio-ambientalmente (ROLNIK, 1997, p. 351).
Todavia, na década de 1970 a Política de Desenvolvimento Urbano - PND, tinha
como uma de suas estratégias o Programa Cidades Médias, que se configurava numa
tentativa de reorganização do território através das cidades médias (BRAGA, 2010, p. 6).
38
Braga, afirma ainda que com esta política, o poder público também objetivava
refrear o crescimento das metrópoles levando às cidades de médio porte atividades e
homens que permitiriam o desenvolvimento da economia regional.
Porém, as cidades sempre exerceram um forte atrativo sobre as populações rurais
sendo um centro regional e esta idéia de centralidade aumenta a população das cidades
rapidamente por meio da migração de pessoas em busca de melhores condições de vida
(KHADOUR, 2009, p. 289).
Este afluxo de populações rurais para os centros urbanos coloca pressão adicional
sobre serviços básicos e demais instalações urbanas e geram demandas de custos e
requisitos de moradias formais e emprego que superam a capacidade de atendimento
(FEGUE, 2007, p. 445).
Nestes casos se impõe a segregação social, fator agravado pelas condições do
preço da terra urbana, que inviabiliza o acesso para aqueles de menor renda. Torres e
Gonçalves (2007, p. 9), aponta que a reduzida oferta de terras e o preço excessivamente
elevado do solo urbano teriam contribuído para que a grande parte da população fosse
levada a residir em regiões desprezadas pelo mercado imobiliário formal.
A segregação urbana é uma das características mais marcantes das cidades
brasileiras, com impactos que têm reforçado a exclusão social de famílias desfavorecidas
(FEITOSA et al, 2012, p. 30)
Alfonsin (2005, p. 48) chama a atenção para a ausência de alternativas legais de
acesso à terra urbana e à moradia com preços compatíveis com os níveis de renda da
população pobre, que empurra esta mesma população para terrenos impróprios, em
regiões periféricas (na maior parte dos casos) resultando em uma urbanização de risco.
Estas ações de produção do espaço urbano atingem limites que evidenciam riscos
para o próprio funcionamento das cidades brasileiras. Estas formas de crescimento
urbano, induzindo padrões de dispersão periférica tem esgotado infraestruturas e
impactando a dinâmica urbana, impondo dificuldades severas de mobilidade,
saneamento, escolas, postos de saúde, e etc. (NETTO e KRAFTA, 2009, p. 157)
Este modelo de expansão urbana, a periurbanização, caracterizada pela formação
de um espaço misto entre o urbano e o rural, e que se caracterizam como um espaço
transitório de múltiplas transformações físicas, morfológicas, sócio-demográficas, cultural,
econômica e funcional é o que tem caracterizado a urbanização de diversas cidades
(DUPONT, 2007, p. 89).
39
Assim, diante desta dinâmica característica das cidades brasileiras que inclui novas
formas de produção espacial, surge a exigência de atendimento às novas demandas que
inclui atualizar e modernizar a legislação urbanística para promover maior equilíbrio dos
serviços públicos oferecidos à população (FREITAS, 2010, p. 38)
Em decorrência desta periurbanização das cidades, as populações que aí residem
enfrentam diariamente, os impactos da não oferta de serviços públicos, ambientais,
econômicos e sociais decorrentes da ausência do planejador urbano no momento da
instalação desses assentamentos humanos. Com isto, a cidade apresenta dentro de um
mesmo perímetro urbano, locais destituídos total ou parcialmente de infraestrutura básica,
ao lado de áreas bem dotadas de infraestrutura, não raro, condomínios de luxo e requinte,
destinados às classes mais abastadas (NETO, 2008, p. 31)
3 ESTATUTO DAS CIDADES E PLANO DIRETOR
3.1 O ESTATUTO DA CIDADE COMO ORIENTADOR DO PLANEJAMENTO URBANO
A dinâmica capitalista de produção das cidades é marcada pela desigualdade
econômica, social e jurídica (ALFONSIN, 2005, p. 47).
O autor continua, afirmando que o problema da desigualdade jurídica de acesso ao
espaço urbano é bastante complexo e tem seu fator gerador no instituto do direito de
propriedade em que milhões de pessoas disputam o acesso ao solo urbano.
No Brasil, o espaço urbano resultante do padrão de acumulação capitalista adquire
um perfil perverso, que contribui para aumentar ainda mais as desigualdades sociais
(NAMUR, M., 2004, p. 56).
Neste contexto, Namur chama a atenção para o aumento significativo da
deterioração das condições de vida de amplas parcelas da população, principalmente
pela carência a serviços urbanos como saúde, transporte, meio-ambiente, etc.
Nesta evolução urbana em que há demandas de população em busca de moradia
sem uma regulamentação coerente e que oriente a formação de novas áreas
urbanizadas, o Estatuto das Cidades trouxe em suas diretrizes importantes instrumentos
de ordenamento do solo urbano, no intuito de diminuir a discrepância sócio-econômica e
ambiental nas cidades (KANASHIRO e CASTELNOU, 2004, p. 140).
Ferreira et al (2009), afirmam o seguinte:
40
De uma maneira geral, reconhecendo que o processo de urbanização tem sido implementado às custas da produção de uma segregação sócio-espacial, o Estatuto da Cidade consolida a sua orientação no sentido de disponibilizar uma série de instrumentos destinados a organizar o espaço urbano, permitindo com que a intervenção do Poder Público provoque a redução das desigualdades e o amplo acesso do direito à cidade.
Rolnik (2001,p. 1), afirma que a Lei 10.257, de 10 de julho de 2001, é encarregada
pela constituição de definir o que significa cumprir a função social da cidade e da
propriedade urbana, a nova lei delega esta tarefa para os municípios,oferecendo para as
cidades um conjunto inovador de instrumentos de intervenção sobre seus territórios, além
de uma nova concepção de planejamento e gestão urbanos.
Sendo assim, o Estatuto da Cidade é a lei federal brasileira que regulamenta os
artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988. O artigo 182 dispõe que a política
urbana é responsabilidade do município e deve garantir as funções sociais das cidades e
o desenvolvimento dos cidadãos, além de estabelecer um importante instrumento de
ordenamento territorial urbano - o Plano Diretor Municipal (BARROS et al, 2010, p. 1)
O artigo 183 da referida lei, trata da aquisição da propriedade pelo ocupante de
imóvel urbano que o utiliza para sua moradia ou de sua família e desta forma, define o
direito de propriedade àquele que confere a destinação compatível com a vocação legal
(BARROS et al, 2010, p. 1).
A Constituição brasileira de 1988, em seu art. 2º do Estatuto da Cidade, visa
disciplinar a política urbana, principalmente no que se refere ao ordenamento do
desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana (ZIR, 2006, p.
77). O autor continua, afirmando que a importância deste artigo incide no estabelecimento
de um "norte" para gestores públicos municipais, bem como de segmentos organizados
da sociedade e também da população em geral em agir diante de violações e desvios na
das finalidades da política urbana.
A esta participação, insere-se o cumprimento da função social da propriedade na
qual pode aparecer associado à ocupação dos vazios urbanos, à especulação imobiliária
por meio dos instrumentos do Estatuto, promovendo assim, o acesso à moradia e à
cidade (OLIVEIRA e BIASOTTO, 2011).
Também no Art 2o, incisos I, V, VI, alíneas “a”, “b”, “c” e “e”, IX o Estatuto dispõe
como garantias aos cidadãos: serviços públicos; oferta de equipamentos urbanos e
comunitários; transporte e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da
população e as características locais; a ordenação do uso do solo para evitar utilização
41
inadequada dos imóveis urbanos, usos incompatíveis ou inconvenientes, o parcelamento
do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação a infraestrutura
urbana, retenção especulativa do imóvel urbano que resulte na sua subutilização ou não
utilização; justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de
urbanização.
Em suma, o Estatuto da Cidade define que o interesse coletivo deve estar acima do
interesse individual, atuando diretamente no parcelamento do solo, fazendo com que este
atenda a função social da propriedade urbana (SILVA et al, 2012, p. 3).
Desta forma, identificar mecanismos que influenciem o surgimento de segregação
é um importante passo para o desenvolvimento de políticas urbanas eficazes (FEITOSA
et al, 2012, p. 5)
Por isto, é importante também, refletir sobre o Capítulo 2 do Estatuto da Cidade,
visto que este capítulo é dedicado os requisitos e especificações para a elaboração do
Plano Diretor. Já no Art. 39 se define que a função social da propriedade urbana deve
atender às exigências fundamentais de ordenação da cidade que deverão estar contidas
no Plano Diretor municipal. Portanto, o Plano Diretor é requisito básico, fundamental
dentro da política de desenvolvimento e expansão urbana (ESTATUTO DA CIDADE).
Assim, o Plano Diretor municipal torna-se obrigatório para cidades e a Lei
10.257/2001 estabelece que aqueles municípios pertencentes a regiões metropolitanas e
aglomerações urbanas, dentre outras especificações do Art. 41, inserem-se nesta
obrigatoriedade.
Desta forma, o Plano Diretor visa orientar as ações dos agentes públicos e
privados no processo de desenvolvimento municipal, tornando-se um importante
instrumento de planejamento se for capaz de aglutinar diversos atores sociais (LACERDA,
et al, 2005, p. 56).
3.2 PLANO DIRETOR E A GESTÃO URBANA
A partir das décadas de 1960/70, o espaço urbano brasileiro sofre grandes
transformações em decorrência do aumento da população urbana em relação a
população rural, ocasionando uma série de problemas como desemprego, habitação
precária, falta de infraestrutura básica, violência urbana, etc. (TAVARES, p. 1, 1996).
42
A autora afirma que a partir deste contexto histórico, passam a existir pressões
populares sobre a classe política que passam a exigir uma melhor orientação para o
desenvolvimento urbano a partir de um planejamento prévio da cidade.
Neste período também observou-se que o debate sobre o planejamento urbano
apresentou sinais de fragmentação e diversidade de discursos, representando um
afastamento das questões importantes ao planejamento como aqueles referentes ao
desafio interdisciplinar e metodológico (LACERDA et al, p.55, 2005).
Através das décadas subsequentes o plano diretor consolida-se como um dos
principais mecanismos para a implementação do desenvolvimento sustentável das áreas
urbanas, consistindo em uma lei específica do município (FERREIRA et al, 2009)
Portanto, o grande objeto do Plano Diretor (PD) é construir cidades com uma
qualidade urbana para todos, evitando a formação de assentamentos irregulares e
informais (RIBEIRO e SANTOS, p. 7, 1990).
Para Correa et al (p. 2, 2010), um Plano Diretor participativo deve estabelecer
normas na ordem pública e de interesse social que possa regular os interesses coletivos
de uma comunidade sobre o uso da propriedade urbana.
Neste sentido, o PD e sua associação ao planejamento urbano, bem como sua
inclusão no debate público passa a ser o resultado do processo de lutas sociais e da
imposição de sua obrigatoriedade aos municípios com mais de 20 mil habitantes pela
Constituição Federal de 1988 (CARVALHO, p. 130, 2001).
Desta forma, afirma Carvalho (p. 131, 2001), o Plano Diretor passa a ser
obrigatório para municípios integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações
urbanas, às áreas de especial interesse turístico e áreas de influência de
empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental.
Neste sentido, a autora afirma que a Constituição Federal incorpora pela primeira
vez, um capítulo específico sobre política urbana (capítulo 2, título V2) e estabelece como
competência do poder público municipal a responsabilidade pela execução da política de
desenvolvimento urbano.
Assim se define, conforme Lacerda et al (p. 56, 2005), a importância do Plano
Diretor pelo fato de a Constituição Federal eleger este instrumento como fundamental
para o planejamento urbano no qual todos os demais instrumentos deve guardar estreita
relação e harmonizar-se com seus princípios, diretrizes e normas.
A autora afirma ainda que “o Plano é, assim, a matriz do desenvolvimento urbano
do município, possuindo por isso mesmo uma interface necessária com todos os demais
43
instrumentos de planejamento da administração municipal”, no qual estabelece a seguinte
relação, conforme figura 01.
Figura 01. Organograma dos Instrumentos de Política Urbana.
Fonte: Lacerda et al (p. 57, 2005).
Reforçando o significado do Plano Diretor Municipal (PDM), Rezende e Ultramari
(2007, p. 257), definem-no como um instrumento de planejamento e gestão municipal que
devem ser realizadas em compatibilidade com a própria Constituição Federal, a Lei de
Responsabilidade Fiscal e o Estatuto das Cidades.
Além desta definição, Braga (1995, p. 4), acrescenta que o PDM é um instrumento
eminentemente político, cujo objetivo deverá ser o de dar transparência e democratizar a
política urbana.
Desta forma, de acordo com as diretrizes do Estatuto das Cidades, o PDM
municipal deve contar necessariamente com a participação da população e de
associações representativas dos vários segmentos sociais e econômicos durante o
DIRETRIZES DE POLÍTICA URBANA MUNICIPAL
Gestão Democrática da Cidade
Gestão Orçamentária Participativa
Gestão Orçamentária Participativa
Diretrizes Orçamentárias
E Orçamento Anual
PLANO DIRETOR
Planos de Desenvolvimento
Econômico e Social
Disciplina do Parcelamento, uso e ocupação do solo
Zoneamento Ambiental
Planos, programas e projetos setoriais
44
processo de elaboração, implementação e gestão das decisões do plano (ROLNIK, p. 2,
2001).
Neste sentido, Souza e Silva (p. 99, 2010), afirmam que a participação popular
resultante da década de 1990, quando os movimentos sociais e reivindicatórios de
reforma urbana passaram a fomentar a prática de "emendas populares", ocasionaram a
atuarem na gestão democrática de participação efetiva, criando um pacto entre governo
municipal e os demais atores que interferem na produção, ocupação e no uso do espaço
urbano.
Muniz (p. 40, 2006), ressalta que o planejamento elaborado somente por técnicos
não é capaz de resolver problemas do cotidiano dos habitantes devido à visão
diferenciada entre estes com aqueles que residem em regiões periféricas da cidade que
necessitam de infraestrutura e serviços essenciais.
A proposta metodológico-conceitual que orienta o processo de planejamento
urbano é aquela que coloca a simultaneidade das dimensões política e técnica como
elementos construtivos do processo (CARVALHO, p. 131, 2001).
E para além desta visão político-técnico, os planos diretores devem intervir na
redução da desigualdade, segregações e exclusões sociais, contribuindo para a expansão
da cidadania (CARVALHO, 2001, p. 130).
3.3 PLANO DIRETOR E INFRAESTRUTURA URBANA
Como o processo de urbanização avança rapidamente em todo o mundo e seu
desenvolvimento sustentável torna-se uma questão de importância singular para os
moradores das cidades (BOBYLEV N., 2009, p. 1128).
Bobylev afirma ainda, que para estas questões, os diferentes tipos de infraestrutura
urbana são a chave das questões do Plano Diretor municipal.
A infraestrutura urbana que deveria incluir serviços públicos eficientes de
transporte, atendimento à saúde, facilidade na mobilidade urbana, acesso a bens e
serviços diversos, não alcançam bairros a margem do planejamento urbano da cidade.
Como resultado, surgem cidades caóticas, com sérios problemas referentes à
ausência de saneamento básico, escolas, transporte coletivo, violência, desemprego,
segregação urbana, concentração fundiária, degradação ambiental e favelização (FANTIN
e MONTEIRO, 2007, p. 132).
45
E esta infraestrutura urbana inserida no planejamento é muito importante para a
vida dos cidadãos, principalmente porque muitos dependem diariamente dos serviços
públicos e estes serviços, deveriam estar intimamente ligadas ao tipo de planejamento
urbano realizado e/ou se pretende realizar (BOBYLEV N., 2009, p. 1128)
Em outro estudo, Bobylev (2006, p. 1), chama a atenção para o desenvolvimento
urbano das próximas décadas e a necessidade de se difundir infraestrutura de qualidade,
visto que diversas cidades pelo mundo experimentarão grande desenvolvimento urbano:
O autor expõe que: A experiência das grandes metrópoles no mundo mostra claramente que a presença de uma infraestrutura urbana difundida é uma condição indispensável para o seu desenvolvimento sustentável. Mas esta experiência veio, infelizmente, não de políticas de avaliação e planos, mas como resultado de sérios problemas de planejamento e de modernização que tiveram que ser enfrentados pelas cidades.
Por isto, continua o autor, deve ser considerado que as principais políticas para o
desenvolvimento da infraestrutura urbana estão muito relacionadas às concepções gerais
do Plano Diretor de uma cidade.
Um estudo realizado no município de Nova Lima, localizada na Região
Metropolitana de Belo Horizonte, Costa e Pacheco (2003, p. 2) estudaram a forma
fragmentada com que se instalaram os assentamentos urbanos, ocasionando problemas
na eficácia da infraestrutura da cidade, principalmente o relacionado ao transporte
público.
3.4 O PLANO DIRETOR DE MARINGÁ-PR 3.4.1 Histórico do desenvolvimento urbano de Maringá-PR.
A ocupação das terras da cidade iniciou-se em 1942 com a delimitação de oito
quadras, pois se tratava de uma ocupação provisória para estabelecimento e implantação
do núcleo urbano que deveria abrigar 200 mil habitantes (RESCHILIAN e UEHARA, p. 78,
2012).
Conforme Andrade e Cordovil (p. 1, 2008), Maringá faz parte de uma extensa área
colonizada pela Companhia de Terras Norte do Paraná que foi sucedida pela Companhia
46
Melhoramentos Norte do Paraná e foi construída a partir de um plano urbanístico
moderno, emergindo rapidamente da mata Atlântica.
Maringá apresentou desde o início, uma diferenciação entre estratos sociais, visto
que um lote na Zona 2 custava até 10 vezes um lote de dimensões iguais na Zona 3,
destinada à classe trabalhadora de renda inferior.
Na década de 1960 o projeto inicial de Maringá apresentava-se com alterações
consideráveis devido ao aumento em 50% no total de lotes implantados e consequente
ampliação do perímetro urbano.
Assim, a partir da década de 1970, a cidade de Maringá passa por novas
mudanças atingindo a marca de mais de 100.000 habitantes, representando um
crescimento de 62% em relação à década anterior (BARRETO e MENDES, p. 61, 1999).
Na década seguinte (1980), iniciou-se um processo de ocupação urbana afastada
da área central da cidade, sem existir um ordenamento no procedimento de implantação
de loteamentos (SCHMIDT et al, p. 2, 2000).
O processo observado na década de 1980, acentua-se na década de 1990 na qual
observou-se aumento no número de aprovação de loteamentos, com ampliação de
condomínios horizontais em glebas rurais e registrou-se queda do crescimento
populacional (RESCHILIAN e UEHARA, p. 79, 2012).
Transcorridos 70 anos de sua implantação, Maringá superou a orientação inicial de
seu desenvolvimento atingindo 357.077 habitantes, segundo o censo de 2010 e passou
por alterações que resultaram na criação da Região Metropolitana de Maringá, tornando-
se cidade pólo que integra uma rede de outros municípios (RESCHILIAN e UEHARA, p.
79, 2012).
3.4.2 A Lei do Plano Diretor de Maringá
Em seus dispositivos sobre a política urbana, a Constituição Federal reconhece a
competência do Poder Público Municipal em implementar a política de desenvolvimento
urbano com o escopo de ordenar o desenvolvimento das funções sociais da cidade
(FERREIRA, et al, 2009).
A supervisão da elaboração dos Planos Diretores Municipais no Estado do Paraná
é operacionalizada institucionalmente pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Urbano/Serviço Autônomo PARANACIDADE (CREA, 2010).
47
Sendo assim, Maringá elaborou em sua história, três Planos Diretores, sendo o
primeiro em 1968, o segundo em 1991 e o terceiro em 2006, este último com a
incorporação dos instrumentos urbanísticos e jurídicos do Estatuto das
Cidades.(RESCHILIAN e UEHARA, p. 79, 2012) e (UEHARA, p. 48, 2012) e neste estudo,
discorreremos apenas sobre o último (Plano Diretor de 2006), e suas diretrizes para a
cidade e principalmente no que se refere à área de estudo deste trabalho.
O Plano Diretor do Município de Maringá foi criado pela Lei N. 632/2006 sendo
regulamentada pelas seguintes Leis:
1. Lei Complementar N. 795, a qual regulamenta a aplicação da outorga onerosa
do direito de construir;
2. Lei Complementar N. 799, a qual altera a Lei 632/2006 (Lei do Plano Diretor),
referindo-se à inclusão da Macrozona Urbana de Qualificação de acordo com os limites
indicados no anexo da referida lei.
3. Lei N. 8508, a qual regulamenta os artigos 213 e 214 da Lei do Plano Diretor,
que regulamenta as conferências públicas municipais relacionadas à política de
desenvolvimento urbano; e
4. Lei N. 8563, a qual regulamenta dispositivo da Lei do Plano Diretor que dispõe
sobre a transferência de potencial construtivo no Município de Maringá.
Conforme a Lei do Plano Diretor de Maringá, em seu capítulo I, da
Fundamentação, esta se define como o instrumento estratégico de desenvolvimento e
expansão urbana e de orientação dos agentes públicos e privados que atuam na
produção e gestão da cidade de Maringá.
Principia-se, conforme o capítulo 2 da Lei N. 632/2006, da Fundamentação,
compreendendo o pleno exercício de todos ao direto à cidade como o direito à terra, aos
meios de subsistência, ao trabalho, saúde, educação, cultura, moradia, proteção social,
segurança, meio-ambiente equilibrado, saneamento, transporte público, lazer, etc.
O Plano Diretor de Maringá estabelece o macrozoneamento, com base no art. 31,
capítulo I do Ordenamento Territorial, que fixa as regras fundamentais do ordenamento
territorial e objetiva definir diretrizes para a utilização dos instrumentos para esta
ordenação. E no art 32 do mesmo capítulo define o macrozoneamento, conforme segue:
I - Macrozona urbana de consolidação;
2 - Macrozona urbana de qualificação;
2I - Macrozona urbana industrial;
48
IV - Macrozona urbana de proteção ambiental;
V - Macrozona urbana de contenção;
VI - Macrozona rural de transição;
V2 - Macrozona rural de manancial;
V2I - Macrozona rural.
O mapa da Figura 02 apresenta o macrozoneamento urbano do município de
Maringá-PR.
49
3.4.3 O Plano Diretor de Maringá e aspectos segregacionistas do desenvolvimento urbano.
As altas taxas de urbanização nas cidades brasileiras não foram acompanhadas
por um planejamento ordenado, previsto em planos diretores ou apesar deste, o que
promoveu ocupações desordenadas aumentando distâncias e prejudicando o
deslocamento das populações até os serviços públicos essenciais (ANTUNES, 2009, p.
1).
A qualidade de vida nos conjuntos habitacionais depende da adequação dos
espaços e serviços públicos presentes nesses bairros (LOPES, 2002, p. 3).
Portanto, a análise empírica da cidade demonstra que há relações e interconexões
entre os vários aspectos da realidade urbana. A segregação espacial, residencial, se
apresenta altamente correlacionada com indicadores de desempenho socioeconômico,
tais como educação, saúde, oferta de serviços públicos, etc (FURTADO, B. A., 2009, p.
09).
Numa única cidade, há situações específicas e distintas relacionadas às condições
de vida.
HOGAN et al (2001, p. 398), afirmam: Segregação espacial, crescimento de favelas e exclusão social são diferentes aspectos da não inclusão no estilo de vida dominante. A falta de acesso ao mercado de consumo é acompanhada pela falta de serviços públicos agravando as condições de vida dessas populações vulneráveis.
Isto contribui para o estado de conflito entre a realidade da cidade e os planos
diretores, que devem inserir realidades e buscar alterar a natureza de uma realidade
extremamente negativa (QIAN, 2013, p. 86)
Maringá, apesar de apresentar aspecto singular de desenvolvimento devido ao seu
prévio planejamento, não se diferencia da maioria das cidades brasileiras caracterizando-
se como excludente e segregacionista (RODRIGUES e COSTA, 2008, p. 1).
Desta forma, o conceito de segregação pode ser a palavra que traduza melhor o
desenvolvimento urbano da cidade de Maringá.
Embora uma cidade nova, Maringá apresenta em sua breve existência aspectos
relevantes da construção de sua materialidade e de processos segregadores de
desenvolvimento urbano (CORDOVIL e RODRIGUES, 2012, p. 1).
51
Essas e outros autores, estudiosos da Lei N. 632/2006 que institui o Plano Diretor
do Município de Maringá reconhecem que houve um forte estabelecimento de parceria
entre o poder público e o setor imobiliarista da cidade, conforme Cordovil e Rodrigues
(2012) e Uehara (2012).
Assim, os processos de segregação residencial garantem os mecanismos constitutivos de valor imobiliário por meio da distribuição da população no território urbano, segundo suas condições econômicas de acesso ao preço da terra. A organização do espaço urbano se constitui pela manutenção da desigualdade que caracteriza a sociedade e, concomitantemente, mantém e aprofunda essa desigualdade (CORDOVIL e RODRIGUES, 2012, p. 7.
A cidade fundamentada na lógica capitalista não se limita a um espaço ocupado
pela vida urbana e pelo sistema produtivo, pois ela mesma se transforma em negócio
(NAMUR, 2004, p. 57).
Villaça (2001), chama a atenção para o tipo de segregação espacial comum às
cidades brasileiras, a qual é produzida pela e para a burguesia em parceria com o Estado
em seus três níveis de governo, particularmente o municipal. E a especulação imobiliária
deriva da ação dos agentes imobiliários, principalmente da atuação do Estado no
atendimento às demandas das classes altas.
Neste sentido, observa-se no município de Maringá um modelo de
desenvolvimento empresarial, no qual há forte especulação das terras oriundas da
implementação de empreendimentos distantes da cidade, gerando vazios urbanos
constituídos de lotes a espera de valorização, enquanto em áreas rurais são implantados
loteamentos residenciais (RODRIGUES E COSTA, 2008, p. 1).
Esta prática especulativa, continuam os autores, constituem-se num empecilho para a efetivação da função social da propriedade e para uma ocupação mais democrática do solo urbano. Dificulta, ainda, o rompimento dos favorecimentos, que, em Maringá, têm garantido os interesses do capital imobiliário em oposição ao das classes de menores rendas, segregadas na periferia da cidade ou nos municípios vizinhos (RODRIGUES E COSTA, 2008, p. 1).
Isto pode ser considerado uma forte abertura para o mercado imobiliário na qual
multiplicou-se a implementação de loteamentos fechados na Macrozona Rural, na qual
configura-se numa abertura ao capital privado, que ficou estabelecido na Lei 799/2006, a
qual nos informa:
52
Art. 8 - B. As Zonas especiais de Loteamentos fechados na Macrozona Rural constituem-se porções do território onde são permissíveis a urbanização e a produção de loteamentos fechados.
Em contraposição a esta Lei, que foi debatida na revisão do Plano Diretor, 4 anos
após sua implantação (2010), a autora, afirma ainda:
O questionamento feito durante a conferência pelas organizações sociais, foi estabelecer um marco de qual a verdadeira necessidade dessa ocupação para a Macrozona Rural, já que Maringá possui uma grande dimensão de áreas de vazios urbanos, na qual não se verifica o cumprimento da função social da propriedade.
Para Villaça (2001, p. 141), uma das características mais marcantes da metrópole
brasileira é a segregação espacial dos bairros residenciais das distintas classes sociais,
criando-se sítios sociais muito particulares.
Para Rodrigues (2004, p. 63);
O mercado imobiliário, ao qual as baixas rendas não têm acesso, mantém-se economicamente forte, congregando também forças políticas que se fazem representar em todos os fóruns de decisão do município, o que tem possibilitado o atendimento às suas demandas, desde a fundação da cidade.
Outra forma de se observar a relação excludente do desenvolvimento urbano de
Maringá, ocorre no vertiginoso crescimento do setor imobiliário relacionada à alteração
das leis urbanísticas maringaense, conforme Galvão e Tonella (2010, p. 2):
... ao invés de estabelecer instrumentos de controle e reversão do processo segregacionista, tem reforçado esta situação com a produção de condomínios de luxo e a desafetação da função pública de áreas de terras municipais para empreendimentos imobiliários de alto padrão.
Este modelo de desenvolvimento urbano, aliado a ocupação irregular, a ocorrência
de vazios urbanos associado ao crescimento populacional acelerado pode ser fator
gerador de fragilidade na oferta de serviços públicos essenciais e o surgimento de
marginalidade nessas áreas (SANTOS et al 2011, p. 636).
53
3.4.4 Legislação de Uso e Ocupação do Solo e o Processo Legislativo em Maringá.
No item anterior foi discutido o problema da segregação urbana em Maringá que
reproduz modelos de diversas cidades que ao expandir seus limites urbanos, acabam por
gerar alto custo da terra urbana, formas de especulação do preço da terra e crescimento
desordenado, dentre outros fatores.
A Lei 6.766 de 19 de Dezembro de 1979 estabelece no Brasil o princípio do
regramento do parcelamento do solo urbano caracterizando o que seja um loteamento em
seus aspectos de subdivisão, edificação, abertura de vias de circulação ou
prolongamento, modificação ou ampliação de vias.
Importante citar o Artigo 3º do Capítulo I das Disposições Preliminares: "Somente
será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas ou de
expansão urbana, assim definidas por lei municipal".
O Artigo 4º, do Capítulo 2, Dos Requisitos Urbanísticos para Loteamento a Lei
supra citada determina os requisitos básicos para a implantação de um loteamento: ...
IV - as vias de loteamento deverão articular-se com as vias
adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, e harmonizar- se com a
topografia local.
§ 1º - A percentagem de áreas públicas prevista no inciso I deste
artigo não poderá ser inferior a 35% (trinta e cinco por cento) da gleba,
salvo nos loteamentos destinados ao uso industrial cujos lotes forem
maiores do que 15.000 m² (quinze mil metros quadrados), caso em que a
percentagem poderá ser reduzida.
§ 2º - Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de
edu cação, cultura, saúde, lazer e similares.
Neste sentido a referida lei estabelece normas para o projeto do loteamento que
deverá indicar os arruamentos contíguos a todo o perímetro, localização das vias de
comunicação, áreas livres, dos equipamentos urbanos e comunitários existentes no local
ou adjacências com as respectivas distâncias da área a ser loteada.
Cabe lembrar que o Artigo 13 determina que a aprovação do loteamento é
conferida pelo município que deverá estabelecer a análise e regramento local ao loteador
observadas as diretrizes estabelecidas na Lei 6766/1979.
54
Em Maringá, à época das aprovações dos loteamentos irregulares que foram
implantados na década de 1990, incluindo-se os loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2,
a lei que regia o uso e ocupação do solo era a Lei nº 03/1991.
A referida lei define e caracteriza o zoneamento urbano municipal em Zonas
Central (ZC), Residenciais (ZR), Industriais (ZI), de Proteção Ambiental (ZPA), Especiais
(ZE) e Eixos de Comércio e Serviços (ECS).
Importante destacar que somente em seu Artigo 14, Capítulo V - Disposições
Finais e Transitórias da referida Lei 03/1991, que será definida e caracterizada a Zona
Rural de Maringá, conforme segue:
Art. 14 - Na Zona Rural, além das atividades agrícolas, hortifrutigranjeiras e pecuárias, com suas respectivas instalações estritamente de apoio, somente serão admitidos usos de atividades que, pela sua natureza, sejam incompatíveis com o meio urbano, exceção feita a postos de abastecimento de veículos, que poderão instalar-se em terrenos lindeiros às rodovias.
Observando-se, portanto, a Lei Federal 6766/1979 e a que regulamentava o uso e
ocupação do solo urbano de Maringá, Lei 03/1991, fica evidente que o parcelamento do
solo ocorrido em área rural estava fora das normas de uso e ocupação do solo que
estabeleceu um loteamento com características urbanas em área rural.
Porém, em 1998 a Lei Complementar 236/1998 buscou regulamentar sobre o
parcelamento do solo rural para fins urbanos, com base na Instrução 17-B do Instituto de
Colonização e Reforma Agrária - INCRA, que dispõe sobre o parcelamento de imóveis
rurais.
Em seu Artigo 1º, da Seção I - do Objeto, a Lei Complementar 236/1998 regula
com base na Instrução 17-B/INCRA o parcelamento de área rural com destinação urbana.
Porém, a referida instrução refere-se a dois casos específicos de parcelamento de solo
rural sendo: 1- parcelamento para fins urbanos de imóvel rural localizado em zona urbana
ou de expansão urbana, a qual se baseia na Lei Federal 6766/1979. 2- parcelamento para
fins urbanos de imóvel rural localizado fora da zona urbana ou de expansão urbana que
se baseia igualmente na Lei Federal 6766/1979, em seu Artigo 53, bem como no Artigo 96
do Decreto nº 59.428/1966.
Este último artigo define o tipo de área que os projetos de loteamentos com vistas à
urbanização, industrialização e formação de sítios de recreio deverão ser
regulamentados, quais sejam:
55
para serem aprovados, deverão ser executados em área que:
I - Por suas características e pelo desenvolvimento da sede municipal já seja considerada urbana ou esteja incluída em planos de urbanização;
2 - Seja oficialmente declarada zona de turismo ou caracterizada como de estância hidromineral ou balneária.
2I - Comprovadamente tenha pedido suas características produtivas, tornando antieconômico o seu aproveitamento.
Parágrafo único. A comprovação será feita pelo proprietário ou pela municipalidade em circunstanciado laudo assinado por técnico habilitado, cabendo ao Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA) ou ao Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário (INDA), conforme o caso, a constatação de sua veracidade.
Neste sentido, a Lei Complementar 236/1998 define o entendimento por
fracionamento de imóvel rural com destinação urbana a implantação de núcleos
residenciais ou de lazer, chácaras de lazer, sítios de recreio, hotéis-fazenda e clubes
temáticos, com as seguintes características:
I - gleba de terreno localizada em área rural, perfeitamente delimitada
mediante medição, com perímetros cercados natural ou artificialmente e,
obrigatoriamente, com portaria de acesso controlada;
2 - vias de acesso internas, denominadas vias ou alamedas, respeitando
os acidentes naturais, flora e fauna.
A mesma lei continua definindo em seu Artigo 6º, Capítulo 2I - Da Infraestrutura
Mínima, a exigência de realização de obras de infraestrutura dentro de prazos específicos
a partir da data de aprovação do projeto a serem executadas pelo empreendedor com
responsabilidade solidária do proprietário do lote rural:
I - abertura das vias de circulação interna, dentro do prazo de 6 (seis)
meses;
2 - sistema de distribuição de água potável, coleta e tratamento de esgoto
domiciliar, a critério da concessionária do serviço, com respectivas
derivações prediais e as necessárias à captação, recalque, tratamento e
conservação, dentro do prazo de 12 (doze) meses;
...
56
A partir desta lei complementar regulariza-se a relação entre o empreendedor e os
adquirentes, que configura-se também nas obrigações dos moradores em pagamento de
tributos e regulamentação referente ao habite-se.
Portanto, observando a Lei Complementar 236/1998, a legislação municipal tenta
regulamentar os loteamentos irregulares com base na Instrução 17-B-INCRA e
regulamentações de parâmetros de vias, destinação de equipamentos urbanos,
arborização, cascalhamento (não refere-se a pavimentação asfáltica) e referidas larguras
de vias, etc.
Em 1999 duas leis sancionadas pelo poder executivo municipal estabelece a
regularização de alguns loteamentos irregulares incluindo os loteamentos deste estudo. A
Lei Complementar nº 327/99 de 15 de dezembro de 1999 é muito clara ao definir como
zonas de urbanização específica, áreas loteadas em área rural conforme redação do
Artigo 1º, que insere na relação de lotes a serem regularizados, os pertencentes à Gleba
Ribeirão Maringá do qual trata-se dos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2.
Desta forma, denomina-se "Zona de Urbanização Específica" estas áreas
irregulares, ora legalizadas, que passaram a incluir-se na Lei N. 334/99 de 23 de
dezembro de 1999 que dispõe sobre o parcelamento do solo no município de Maringá, o
qual regulariza a implantação de loteamentos não permitindo os mesmos serem inseridos
em área agrícola.
Assim, as leis acima mencionadas criaram um zoneamento urbano cujos limites
não permaneceram contíguos e permitindo áreas rurais entre loteamentos bem como
vazios urbanos em diversas regiões de Maringá-PR.
4. A PERCEPÇÃO DO INDIVÍDUO.
Diversos estudiosos sobre Qualidade de Vida (QV), sejam das ciências sociais ou
de planejamento das cidades ou ainda outros profissionais, argumentam que a qualidade
de qualquer lugar tem uma dimensão subjetiva, bem como uma realidade objetiva
(MARANS, p. 73, 2003).
Estudos de medição da QV podem ser divididas entre perspectivas objetiva e
subjetiva, considerando aspectos indicadores baseados em estatísticas governamentais,
seguido por condições de moradia, porém, concentrar ênfase em estudos objetivos
podem negligenciar a perspectiva subjetiva (LEE, p. 1207, 2008).
57
A qualidade de vida não pode ser considerada simplesmente a partir da
observação de condições "objetivas" de uma realidade local observável externamente. A
forma como os indivíduos percebem e avaliam as condições de suas próprias vidas
também são aspectos centrais da qualidade de vida (IBD, 2008, p. 3)
Seik (p. 32, 2000), afirma o seguinte:
Indicadores objetivos são particularmente úteis no bairro, ou seja, para as escalas da cidade e do país, e servem para medir a qualidade de vida com base na realização de várias necessidades básicas da vida, como alimento e abrigo. Por outro lado, indicadores subjetivos têm sido utilizados mais no nível individual,a fim de medir o nível de satisfação do indivíduo com a vida e como ele ou ela a experimenta.Os indivíduos representam, desta forma, uma visão subjetiva, introspectiva embasada na experiência pessoal do conceito de qualidade de vida.Qualidade de Vida, é assim, um estado de satisfação com a vida, em vez de condições objetivas e as suas configurações (como o físico, social e ajustes econômicos), embora ambos estão inter-relacionados.
O melhor nível de qualidade de vida só é produzido pela combinação de ambos os
componentes físico e psicológico. Portanto, a qualidade de vida que cada um percebe
individualmente é assumido como sendo diretamente dependente da sua capacidade de
troca de percepções de adquirir um bem-estar (ROYUELA e SURIÑACH, 2004, 554).
A teoria do lugar, em Psicologia, define a satisfação residencial como "a
experiência do prazer ou gratificação derivada da vivência em um lugar específico,
relacionado à satisfação da comunidade, do bairro e a qualidade da vizinhança (LEE, p.
1208, 2008).
Isto muda quando se observa, como ponto inicial de observação da percepção da
qualidade de vida, a sociedade. Para ela, a grande preocupação para a sociedade é a
forma de melhorar a capacidade de um indivíduo atingir esta qualidade de vida.
Os autores acrescentam:
Qualidade de vida não só considera os componentes do bem-estar (saúde, bem-estar, a liberdade de escolha, liberdades básicas), mas também os determinantes do bem-estar (disponibilidade de alimentos, roupas, água potável, instalações de educação, saúde e renda geral). Assim, o bem-estar social não só é considerado a partir da perspectiva de cada indivíduo, mas também de que a sociedade vista como um grupo em sua coletividade; as oportunidades apreciadas por este grupo são pelo menos tão importantes quanto as desfrutadas pelo indivíduo.
58
As principais críticas dirigidas à qualidade dos trabalhos que visam determinar a
qualidade de vida de um local, se dão por conta de que os indicadores normalmente
refletem a opinião especialista sobre o constituinte dos resultados e que a percepção da
comunidade de cidadãos-moradores é ignorada (FAHY e CINNÉIDE, 2008, p. 31).
Assim, a expressão "qualidade de vida" remete, sobretudo, a componentes de
caráter imaterial, imprimindo ao conceito o enfoque do indivíduo, da pessoa, vinculado a
aspirações por felicidade, bem-estar e satisfação pessoal (NAHAS, 2002, p. 27). No
campo da definição do conceito de qualidade de vida, no qual fazem parte a
habitabilidade, a qualidade de vida, meio ambiente, qualidade do lugar, percepção
residencial e consequente satisfação com a casa em que reside, a avaliação do ambiente
residencial e de vida, qualidade de vida e sustentabilidade se sobrepõem, e muitas vezes
são usados como sinônimos, mas de vez em quando são contrastados dependendo do
lugar em que ocorre a investigação (KAMP et al, 2003, p. 6).
A qualidade de vida define-se, portanto, no contexto do indivíduo, segundo suas
prioridades onde a percepção e prioridades referem-se a "satisfação pessoal", "condições
de vida" e "quadro de valores particulares" (SALAS, 2005, p. 24)
Estudo realizado por Findlayetall (1988, p. 272), em 38 municípios do Reino Unido,
observaram que a percepção da qualidade de vida é dominada pela preocupação com a
própria vida, ou seja, as pessoas querem viver em locais com taxas mínimas de
ocorrência de criminalidade e com os melhores serviços de saúde possíveis. Além disso,
as pessoas têm uma preferência por locais com baixos níveis de poluição, a um baixo
custo de vida, a bons estabelecimentos comerciais e harmonia racial, conforme Tabela 3.
59
Tabela 3. Estudo dos itens de maior influência na qualidade de vida de moradores de 38
municípios do Reino Unido.
Os aspectos mais importantes da qualidade de vida (em ordem de importância, como mostrado pela pesquisa de opinião)
Características identificadas como muito importante
Porcentagem de respondentes
Baixas taxas de crime violento 78.2%
Baixas taxas de crime não violento 76.9%
Bons serviços de saúde 70.1%
Baixo nível de poluição 55.3%
Baixo custo de vida 54.8%
Harmonia racial 52.0%
Boas instalações comerciais 49.4%
Fonte: Findlayetall (1988, p. 271)
Assim, os autores, ao avaliarem os dados da tabela, chamam atenção para as
características mais acentuadas da percepção de qualidade de vida dos moradores
daquelas localidades, nos quais habitação e emprego não é percebido como aspecto
relevante de qualidade de vida, podendo-se considerar que são apenas pré-requisito para
uma melhor qualidade de vida.
Desta forma, um grande conjunto de autores reconhece que os indicadores não
são susceptíveis de ser aceitável ou particularmente útil, a menos que sejam
desenvolvidos em estreita colaboração com o seu público alvo (FAHU e CINNÉIDE, 2008,
p. 31).
4.1 A PERCEPÇÃO DO INDIVÍDUO SOBRE A OFERTA DE SERVIÇOS PÚBLICOS
URBANOS
Á medida que o processo de urbanização avança rapidamente em todo o
mundo, o desenvolvimento sustentável de áreas urbanas torna-se uma questão de
importância global (BOBYLEV, N., 2009, p. 1128);
Os termos urbanização, meio ambiente, desenvolvimento, infraestrutura,
transportes, etc, são muito comuns no meio científico para lidar com questões ligadas ao
60
desenvolvimento sustentável ou mesmo quantificar a qualidade do ambiente urbano
estudado (BOBYLEV, N., 2009, p. 495).
Por isto, o estudo desses componentes, continua o autor, são importantes
para conhecer os níveis de satisfação da população e de sustentabilidade urbana, bem
como no estudo do modelo de desenvolvimento e da forma urbana.
Os diferentes tipos de infraestrutura urbana são as principais características
de um Plano Diretor pois inclui transporte, serviços públicos de saúde, educação, energia,
etc.
Em estudo sobre Infraestrutura Social e Urbana no Brasil, o IPEA (2010), afirma:
A infraestrutura econômica, social e urbana e o processo de desenvolvimento possuem elevado grau de correlação. A disponibilidade de infraestrutura no território constitui um indicador das suas condições de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, essa disponibilidade ou sua ausência favorecem ou limitam o processo de desenvolvimento econômico e territorial.
Ao estudar a distribuição dos serviços públicos e a distribuição espacial da
infraestrutura urbana no município de Paulínea-SP, Farias e Matias (2004), constataram
que a distribuição diferenciada nas formas de uso da terra intraurbana não ocorre
exclusivamente devido ao fato dos benefícios de serviços de infraestrutura básica estarem
desigualmente distribuídos, mesmo porque observou-se que a maior parte desses
serviços encontra-se universalizada nas áreas urbanas tais como serviços de
abastecimento de água, fornecimento de energia elétrica e coleta de lixo. Estes serviços,
obtiveram conceito bom pela população, porém, serviços de coleta do esgoto e
pavimentação asfáltica foram constatados problemas em alguns bairros, cuja reclamação
foi constatada por moradores dos bairros não atendidos.
Esta diferença na distribuição dos serviços públicos impacta de alguma maneira o
cotidiano das famílias residentes no meio urbano.
Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), publicada em
2012, relata que famílias brasileiras moradoras em áreas urbanas comprometem cerca de
15% da renda mensal com transporte diário (público e/ou privado), sendo que o gasto
com transporte privado é cinco vezes maior que o montante despendido com transporte
público.
61
5. SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA 5.1 SIG COMO SUPORTE PARA O PLANEJAMENTO URBANO
A demanda por um planejamento urbano eficaz é, atualmente, uma busca cada vez
mais recorrente para os gestores públicos.
As análises espaciais requerem três etapas que compreendem a definição do
problema (determinação das variáveis e suas inter-relações), a avaliação e seleção da
melhor alternativa para resolução do problema, e por fim, o monitoramento para se atingir
o estado desejável (SABOYA, 2000, p. 62)
Neste sentido, para auxiliar estes gestores a obter informações precisas, as
ferramentas de georreferenciamento de informações, através de Sistemas de Informações
Geográficas (SIG) tem se consolidado fortemente por fornecer um entendimento cada vez
mais qualificado da dinâmica do crescimento urbano (MELLO, 2011, p.67).
Ceccato, et al (1993, p. 35) afirmam:
Um dos mais importantes aspectos a serem considerados em estudos urbanos é a sua dimensão espacial. É através dela que se define com precisão medidas que venham subsidiar a ação governamental para a manutenção e melhoria das condições de vida de uma determinada população.
Assim, segue a autora, o uso de SIG podem ser instrumentos eficazes no processo
de aquisição, armazenamento, recuperação e saída de dados espaciais dada a dinâmica
e a diversidade de características do espaço urbano.
Neste sentido, informações atualizadas e confiáveis é vital para a gestão municipal,
principalmente quando nos referimos à expansão urbana, os recursos humanos da
cidade, meio-ambiente, etc, para que o gestor público se baseie com segurança ao aplicar
decisões no contexto espacial da cidade (HUNG e YASUOKA, 2000, p.1).
Os autores, afirmam ainda que a base de informações, quanto mais abrangente
possível, reduz a incerteza e aumenta a possibilidade de acerto dessas tomadas de
decisão aos gestores e formuladores de políticas públicas para o contexto local.
Seguindo o mesmo raciocínio, Kliskey (1995) ao estudar a funcionalidade do
Sistema de Informação Geográfica no planejamento de sistemas naturais, identifica neste
sistema uma aplicação estratégica de gestão espacial devido ao georreferenciamento das
62
informações. E afirma que o referenciamento das informações geográficas em si permite
que as decisões subsequentes devem ser interpretadas com relação ao "solo", ou seja,
situações reais, enquanto que a representação gráfica auxilia na comunicação dessas
idéias para os responsáveis pelas decisões.
Appleton e Lovett (2002, p. 117) acrescentam a esta ideia, que para haver uma
tomada de decisão por parte do gestor urbano com maior qualidade, que alcance maior
eficácia para a população e inclui esta mesma população no centro das decisões, o SIG
auxilia exatamente na comunicação visual, para leigos e profissionais da área.
Para qualquer planejamento que vislumbre melhorar a qualidade de vida de seus
moradores, este deveria ser precedido pelo conhecimento daquilo que se deseja planejar.
Identificar o estado atual para obter a visão futura identificando possibilidades e
responsabilidades (NASCIMENTO et al, 2009, p. 108).
O mesmo autor afirma que uma infraestrutura geoinformacional é essencial para as
cidades pois permite espacializar, diagnosticar e integrar as informações relativas à
dinâmica urbana e municipal e ampliar o debate sobre o planejamento urbano.
O SIG permite avaliar a possibilidade de expansão urbana avaliando
consequencias e fatores positivos da urbanização.
Nascimento et al (2009), avalia as potencialidades e restrições à ocupação urbana
em João Pessoa - PB - Brasil, cujos dados de adequabilidade de meio físico,
características naturais e urbanísticas e elaboração metodologias e mapas temáticos em
SIG, permitiu identificar melhores áreas conforme resultado dos mapas.
Stylianidis, et al, (2012, p. 8) colabora nesta afirmação, ao afirmar que toda cidade
precisa de uma visão. Um Sistema de Informação Geográfica (SIG) pode revelar-se numa
abordagem sistemática governamental integrada com uma abordagem centrada no
cidadão. E neste sentido, os autores acima chamam a atenção para a utilização social
desta ferramenta, afim de identificar processos urbano-sociais além do simples
mapeamento:
Portanto, o SIG não é apenas uma ferramenta projetada para resolver um aspecto de um problema em particular, de traduzir a informação empírica espacialmente referenciado sem uma linguagem espacial para permitir representação cartográfica de padrões e relações, e de analisar a natureza dessas relações, em vez disso, o desenvolvimento de GIS, ou qualquer outra tecnologia é também um processo social (Stylianidis, et al, (2012, p. 8)
63
Como exemplo, os autores elaboraram mapas temáticos de densidade
populacionale de população utilizando um Sistema de Informação Geográfica sobre
imagens de satélite, para a cidade de Nicosia (Chipre).
Desta forma, os avanços das tecnologias como o Sistema de Informação
Geográfica tornam a pesquisa em qualidade de vida possível de ser realizada com base
em dados obtidos em campo, utilizando métodos de espacialização de dados combinando
recursos de sobreposição de mapas, com referências a áreas verdes, população,
tamanho de residências, renda per capita entre outras informações constituintes da
formulação do índice de qualidade de vida (LI E WENG, 2006, p. 250 e 251).
5.2 O SIG E SUAS APLICAÇÕES PARA ESTUDO DA QUALIDADE DE VIDA
O Sistema de Informação Geográfica pode ser aplicado à integração de dados
obtidos com informações de satélite, imagens de radar, dados secundários e primários
afim de, ao se construir o índice de qualidade de vida, o poder público poderá, com base
nessas informações, adotar as decisões convenientes para o planejamento urbano (Brent,
2001, 235)
Lo e Faber (1997, p. 152), aplicaram variáveis ambientais de cobertura de
vegetação, uso da terra, temperatura de superfície, índice de vegetação dentre outros
como fatores explicativos de influência na qualidade de vida. Ao fazer uso de um Sistema
de Informação Geográfica, aplicaram a sobreposição espacializada das informações
como forma de identificar a geografia espacial dos fenômenos que incidem sobre o nível
de qualidade de vida em Athens-Clarke County Geórgia. -EUA.
Mingrui, et al (2001, p. 481), ao estudar a importância das áreas verdes no papel
de favorecer a ecologia urbana, a recreação e a regeneração física e mental dos
moradores da cidade de Changzhou (China), identifica através de imagens de satélite
com alta resolução, o objeto de estudo e realiza a análise de sustentabilidade para a área
de estudo através de um software SIG
Ao aplicar o SIG para avaliar a rápida expansão urbana, Thomson e Hardin (2000,
p. 101), avaliam os impactos dessa expansão no planejamento, através dos dados de
localização de áreas de baixa renda, infraestrutura, cobertura de solo, áreas inundáveis,
terrenos apropriados, rotas de transporte público principais, dentre outros e as
64
implicações na qualidade de vida na região metropolitana de Bangkok (Tailândia). Veja
figura 5.
Avaliando igualmente o sistema ambiental no município de Cuiabá, Zeilhoferetal
(2008) realizam a análise de 35 indicadores que resultou em 13 tipos de quantitativos com
maior relevância de impacto na qualidade de vida de áreas de ocupação urbana irregular,
e o SIG permitiu avaliar e espacializar os impactos na área de estudo.
O Sistema de Informação Geográfica, portanto, é ferramenta de análise espacial e
identificação de problemas que podem impactar, na análise técnica do planejador urbano
ou mesmo do morador, os problemas que afetam uma melhor qualidade de vida dos
moradores de um bairro ou município.
5.3 O CONTEXTO ESPACIAL NA COMPREENSÃO DE FENÔMENOS URBANOS.
Estudar as cidades requer um olhar amplo, capaz de identificar e relacionar os
inúmeros processos sociais, culturais, econômicos e ambientais que atuam na definição
dos espaços urbanos (RAMOS, 2002, p. 12).
Neste contexto, a análise espacial contribui para a análise dos padrões sociais,
ambientais, de infraestrutura urbana a partir do olhar crítico do pesquisador e/ou da
percepção que o morador possui sobre a região ou o bairro onde mora.
Ramos (2002) realiza uma análise das estruturas intraurbanas na cidade de São
Paulo e identifica padrões espaciais desta estrutura utilizando-se da aplicação de SIG e
autocorrelação espacial para estudos como oferta de empregos, que neste caso,
identificou a área central da cidade de São Paulo como a de maior densidade de
empregos .
Neto (2008) ao estudar a percepção ambiental dos moradores de um bairro em
Uberaba-MG, identifica padrões espaciais que o auxiliam a identificar problemas
intraurbanos no que se refere às praças, casos identificados de dengue, incidência de
pragas urbanas, poluição atmosférica dentre outros e define um mapa síntese dos
padrões espaciais identificados para cada item.
O autor conclui que a cartografia mostrou-se como elemento importante na análise
da qualidade ambiental urbana daquele bairro pois configurou-se num meio eficaz de
comunicação ao revelar a essência do fenômeno estudado.
65
Moura (2008), identifica padrões espaciais em estudo de condomínios
horizontais/loteamentos fechados e a vizinhança, na cidade de Uberlândia-MG dividindo o
município em setores Central, Leste, Norte, Oeste e Sul, localizando para cada um
desses setores, os condomínios fechados.
Desta forma a autora analisa os padrões de vizinhança através da espacialização e
consequências locais para a implantação de condomínios fechados permitidos pelo poder
público.
Oliveira (2009), investiga a percepção ambiental dos moradores do bairro Tarumã
no município de Maringá, Paraná e relaciona as respostas obtidas à espacialização
destas informações como meio de investigar o comportamento e opiniões dos residentes
do bairro em relação ao local geográfico de sua residência.
Diante do cenário encontrado naquele município, a autora conclui que a tendência
espacial verificada naquele estudo apresenta um padrão espacial de renda mais alta para
o setor Sul, enquanto que para os setores Norte e Oeste, os empreendimentos serão
destinados à população de menor poder aquisitivo.
Isto permitiu que em seu estudo fosse criado um mapa da qualidade de vida no
bairro em questão, no qual denota-se melhores níveis desta qualidade na alta vertente,
que variou entre regular e ótima. Já na baixa vertente, apresenta-se níveis de péssimo e
ruim com maior incidência.
Os exemplos destes estudos demonstram os problemas apresentadas quando a
ocupação do território é feitopor meio de loteamentos irregulares ou sem planejamento
que colaboram em aumento das limitações de limites geográficos, de transporte, de vias
públicas, saneamento, energia dentre outras demandas que incidem diretamente sobre o
dia-a-dia da população.
Além disto, a espacialização das informações permitiu nos casos elencados neste
tópico, seja em escala local, municipal ou regional, a possibilidade de diversas análises
com amplitudes variadas que permitem ao gestor, direcionar políticas públicas a
população.
66
CAPITULO 2-PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
O trabalho fundamenta-se nos modelos quantitativo e qualitativo. É quantitativo,
pois a partir do número de respostas incidentes para cada dimensão (quantitativo),
implicará numa análise do comportamento do domínio o qual estão inseridas as respostas
(qualitativa).
Não há, portanto, uma confirmação de hipóteses, porém, há uma pesquisa
exploratória a partir de questionário aplicado em formato de entrevista que está
explicitado adiante.
A pesquisa estabelece ainda, análise dos padrões espaciais com base nos mapas
gerados a partir das respostas do questionário, ao longo da vertente na qual se localiza os
loteamentos em estudo, bem como a relação espacial destes loteamentos em relação ao
histórico de sua implantação, caracterizada por ser distante do limite urbano de Maringá-
PR e consequentemente da oferta de serviços públicos.
6 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.
A área em estudo corresponde ao antigo lote rural 148-E, da Gleba Ribeirão
Morangueiro, região norte novo do Estado do Paraná. O lote original configura-se em uma
área que abrange aproximadamente 238.502,64 m2 e está localizado especificamente
entre as coordenadas geográficas 23º 21' 26" a 23º 21' 42 de latitude Sul e 51º 56' 32" a
51º 57' 11" de longitude Oeste, no setor Norte da área urbana da cidade de Maringá-PR
(Figura 03)
67
Figura 03. Localização da área de estudo.
Fonte: autor (2014)
Os loteamentos foram implantados na década de 1990.Neste período vigorava a
Lei Complementar 03/1991 que regulamentava o uso e ocupação do solo de Maringá e a
Lei 1735/1983 que dispunha sobre loteamentos e desmembramentos. Observa-se que
tais Leis estabeleciam que o loteador teria um prazo de 12 meses após a aprovação do
loteamento para execução das obras e serviços de infraestrutura listados no Art. 23:
demarcação das quadras, lotes, logradouros públicos e vias de circulação; abastecimento
de água potável; rede de distribuição de energia elétrica e iluminação pública; arborização
dos passeios e dos canteiros das avenidas, com densidade mínima de uma árvore por
lote ou data; revestimento primário ou cascalhamento dos leitos carroçáveis das vias de
circulação; galerias de águas pluviais, sarjetas e meio-fio.
O Art. 17 estabelecia que nenhum loteamento seria permitido fora da área urbana.
Uma vez que os loteamentos Bela Vista 1 e 2 foram implantados externos a área
urbana do município de Maringá (em zona rural), não possuíam a aprovação dos órgãos
gestores sendo assim irregulares.
Em 1999 foi criada a Lei Complementar n°327/99 que estabeleceu diretrizes para
regulamentação dos loteamentos implantados em zonas rurais, denominadas como zonas
68
de urbanização especifica do município de Maringá. Tal Lei determina que estas zonas só
podem ser ocupadas por condomínios horizontais, com perímetros totalmente cercado
com portaria única, acesso controlado e com dimensões mínimas de lotes de 1000m2 e
testada de 20m e com uso e ocupação do solo determinado pela Lei Complementar
334/1999.
Em junho de 2001, um jornal de circulação local do município de Maringá-PR, (O
Diário do Norte do Paraná) publicou reportagem versando sobre 20 loteamentos
irregulares que aguardavam solução junto ao poder público, dentre esses, estava o Bela
Vista 1 e 2.
Segundo o mesmo jornal, esses 20 loteamentos possuíam em comum uma
população carente da quase absoluta falta de infraestrutura (asfaltamento, rede de
esgoto, rede elétrica, áreas destinadas ao lazer, bem como de serviços, de transporte
coletivo, correio, além do distanciamento das escolas, centros municipais de educação
infantil, entre outros (O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ, 03/06/2001).
Em 2003 foi criada a Lei Complementar n° 469/2003 revogando a Lei
Complementar n° 327/1999. Observa-se que manteve-se a ocupação das zonas de
urbanização especifica por condomínios horizontais cercados com portaria única, mas
dispôs que os loteamentos que não contemplaram áreas técnicas dos equipamentos
urbanos e comunitários deveriam, para sua aprovação, destinar área equivalente em
outro local no município (Art 3o) e que ficava dispensada a apresentação de laudo
geoambiental (Art. 6o). Quanto ao uso e ocupação, manteve-se a lei Complementar no
334/1999.
Os loteamentos Bela Vista 1 e 2, foram regularizados pela prefeitura de Maringá
neste período tendo o loteador executado obras de cascalhamento nas vias de circulação,
bem como contratado o serviço da COPEL que implantou a rede de iluminação pública e
a SANEPAR (Companhia de Saneamento do Paraná) interligou o abastecimento de água.
Mesmo tendo sido regularizado pela Lei 469/2003, tal loteamento não possui
configuração de condomínio fechado, totalmente cercado com portaria única, mas sim de
loteamento pertencente a zona urbana.
Neste sentido, antes de aplicar as entrevistas com os moradores, foramrealizadas
visitas a campo buscando compreender a situação de infraestrutura, situação de uso dos
lotes e conversas informais com moradores para compreender melhor a realidade local,
bem como identificar componentes que poderiam influenciar nas respostas.
69
Com estas observações aplicou-se o questionário teste em outro loteamento para
fins de melhoramento do questionário e compreensão do mesmo por parte dos
aplicadores em campo.
7 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DE INVESTIGAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS E INFRAESTRUTURA
Inicialmente a pesquisa envolveu a investigação da percepção dos residentes do
condomínio Bela Vista 1 e Bela Vista 2 quanto aos domínios serviços públicos e
infraestrutura urbana por meio de questionário aplicado conformando dois domínios e
doze dimensões. A definição das dimensões se deu a partir do que está estabelecido
como direito ao cidadão tanto no Estatuto da Cidade, como no Plano Diretor e na Lei de
uso e ocupação do solo de do Município Maringá (Tabela 4).
Tabela 04. Domínios e dimensões estabelecidos para investigação da percepção dos
residentes dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2na cidade de Maringá.
Id Domínio Dimensão
Domínio 1 Serviços Públicos
Iluminação pública Abastecimento de água
Serviços postais Coleta de lixo
Serviço de Transporte Policiamento
Segurança Pública Segurança no trânsito
Domínio 2 Infraestrutura Urbana
Saneamento Pavimentação
Locais de lazer público Erosão/enxorrada
Fonte: autor (2014)
A primeira fase da aplicação do questionário, consistiu em uma arguição teste junto
à população de um bairro próximo ao objeto de estudo, cujas características são muito
semelhantes um do outro denominado Santa Marina e que serviu de apoio para identificar
possíveis falhas de interpretação dos questionamentos, bem como, notação equivocada
do aplicador das perguntas.
O questionário foi organizado utilizando-se questões fechadas para permitir a
obtenção de um resultado quantitativo que facilitasse a categorização das respostas para
70
posteriores análises, bem como questões abertas que serviram como suporte para a
compreensão da conjuntura do morador em relação ao local onde reside.
As questões fechadas foram estruturadas em questões dicotômicas (sim ou não) e
múltipla escolha com resposta única.
Quanto a estrutura, o questionário foi dividido em dois blocos de perguntas: no
primeiro bloco procurou-se inferir quanto as informações básicas de indenficação do
respondente tais como gênero, idade e grau de instrução bem como informações quanto
ao grau de apropriação e regularização do imóvel, tempo de residência no bairro e desejo
de residir em outro bairro.
Organizou-se, portanto, da seguinte forma o questionário:
Entrevistador: BAIRRO: 1.[]Santa Marina 2. [ ]Bela Vista I3.[ ]Bela Vista II4.[ ] Santa Maria Lote: ___________Casa:___________ Questionário nº _____ 1. [ ] Feminino 2. [ ] Masculino 1.1. Nível de instrução: 1.[ ] Analfabeto 2.[ ] 1º grau completo 3.[ ] 1º grau incompleto 4.[ ] 2º grau completo 5.[ ] 2º grau incompleto 6.[ ] Superior completo 7.[ ] Superior incompleto 1.2.A sua casa é: 1.[ ]própria 2.[ ] alugada 3.[ ] emprestada 4.[ ] ocupada 1.3. Tempo de residência no bairro: 1.[ ] Menos de 1 ano 2. [ ] De 1 a 5 anos3.[ ] De 5 a 10 anos 4.[ ] De 10 a 15 anos 5.[ ] Mais de 15 anos 1.4. trabalha nas proximidades do bairro? 1.[ ] Sim 2. [ ] Não 2. ESTRUTURA RESIDENCIAL 2.1. A sua casa possui habite-se da prefeitura?: 1.[ ] Sim 2.[ ] Não 2.2.Possui parede no limite do lote? 1.[ ] Sim 2.[ ] Não 2.3. A residência é constituída de qual material? 1.[ ] Alvenaria 2.[ ]Madeira 2.4.Considera a infra-estrutura da sua casa:
1.2. Idade (________)
71
1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião 2.5. Quanto ao conforto térmico, a residência é: 1.[ ] Muito Quente 2.[ ] Quente 3.[ ] Agradável 4.[ ] Fria 5.[ ] Muito Fria 2.6. Quanto a circulação de ar: 1.[ ] Pouco ventilada 2.[ ]Ventilada 3.[ ] Muito Ventilada
2.7. Possui desejo de mudar para região mais central da cidade? 1.[ ]sim 2.[ ] não 3.[ ] não penso no assunto
No segundo bloco buscou-se inferir o respondente quanto a percepção de cada
dimensão dos dois domínios estudados.
Para tanto, as questões de múltipla escolha foram organizadas utilizando-se uma
escala de 5 proposições (ruim, regular, bom, ótimo e sem opinião), solicitando a
justificativa quanto este assinala-se "ruim". Outras questões foram formuladas visando
análise de possíveis padrões espaciais.
Organizou-se portanto, da seguinte forma:
3. INFORMAÇÕES QUANTO AOS SERVIÇOS PÚBLICOS
3.1. Qual a sua opinião quanto a Iluminação Pública dentro do condomínio? 1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião Se ruim, Pq?______________________________________
3.2. Qual a sua opinião quanto a Iluminação Pública no acesso ao bairro? 1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião Se ruim, Pq?______________________________________
3.3 Vc considera o serviço de abastecimento de água: 1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião Se ruim, Pq?______________________________________
3.4. Quanto à segurança pública no condomínio, esta é, em sua opinião:
1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião Se ruim, Pq?______________________________________
3.5. Quanto ao serviço de policiamento nas proximidades do condominio, considera: 1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião
72
3.6. Quando à segurança em relação ao transito nas vias de acesso ao bairro, em sua opinião: 1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião Se ruim, Pq?______________________________________
3.7.Com relação aos Serviços postais (Correios), o Sr(a). considera: 1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião
3.8. Quanto ao Serviço de coleta de lixo domésticos, o Sr(a). considera: 1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião 3.9. O caminhão de coleta passa quantas vezes por semana no bairro? 1.[ ]uma vez 2.[ ]duas vezes 3. [ ]3 vezes 4.[ ]mais de 3 vezes 3.10. Utiliza o UBS JARDIM QUEBECII (Jd Quebec)? 1.[ ]Sim 2.[ ]Não 3.11. Em caso negativo, quais razões? 1.[ ] utiliza outro posto de atendimento publico (Qual?)______________ 2.[ ] quando necessita vai diretamente a hospitais 3.[ ] utiliza atendimento particular ou com plano de saúde 3.12. Utiliza com que frequência o UBS JARDIM QUEBEC II (Jd. Quebec)? 1.[ ] Semanalmente 2.[ ] Mensalmente 3.[ ] Anualmente 4.[ ] Não utiliza 3.13 Considera o atendimento (Se utilizar): 1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião Se ruim, Pq?______________________________________ 314 Possui plano de assistência médico privado? 1.[ ] sim 2.[ ] não 4. INFRAESTRUTURA 4.1. Ter praças e espaços de laser no bairro seria: 1.[ ] Ótimo 2.[ ]Bom 3.[ ]Regular 4.[ ] sem opinião 5.[ ] Ruim - Pq?______________________________________ 4.2. A pavimentação sem camada asfáltica nas vias internas ao condomínio na sua opinião pode ser considerada:
1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião Se ruim, Pq?______________________________________ 4.3. Qual o principal incômodo que a falta de pavimentação com camada asfáltica interna do condomínio provoca, na sua opinião: 1.[ ] Barro 2.[ ] Poeira 3.[ ] irregularidade do pavimento
73
4.[ ] sem opinião 5.[ ] Outros Qual?______________________________________________ 4.4. Qual o principal incômodo que a falta de pavimentação com camada asfáltica na via de acesso ao condomínio provoca, na sua opinião: 1.[ ] Barro 2.[ ] Poeira 3.[ ]Irregularidade do pavimento 4.[ ] sem opinião 5.[ ] Outros Qual?______________________________________________ 4.5. O abastecimento de água é feito via: 1.[ ] Sanepar 2.[ ] Poço Tubular profundo (artesiano) 3.[ ] Outros Qual?______________________________________________
4.6. Possui fossa séptica? 1.[ ]Sim 2.[ ]não 4.7. De que forma é feita a manutenção? 1.[ ] Perfurando nova fossa 2.[ ] limpeza 3.[ ] não faz manutenção
Esta estruturação dos questionamentos também serviu para a espacialização das
respostas para fins de identificação de padrões espaciais no comportamento dos dados
por meio da correlação entre os mapas.
Os questionários foram aplicados em moradores com idades acima de 18 anos e
em todas as residências com moradores fixos, ou seja, não foram considerados aqueles
moradores temporários, comuns na região, que se utilizam de residências para lazer
(casas e chácaras de lazer).
Moradores que não foram encontrados na fase de entrevistas, foram revisitados
para ampliar a base de dados em relação à vertente mais baixa e assim, melhorar o
padrão de dados espaciais.
A quantidade total de entrevistas foi de 68 aplicações do questionário.
74
8 TRATAMENTO DOS DADOS E INFORMAÇÕES
8.1 ATUALIZAÇÃO DA BASE CARTOGRÁFICA
Para elaboração dos mapas temáticos, foi necessário obter a base cartográfica do
bairro em estudo a qual foi cedida pela Prefeitura Municipal de Maringá em formato DXF
(Drawing Interchange File Format), contudo esta não apresentava o Sistema Geodésico
de Referencia. Desta forma, por meio de levantamento em campo com equipamento GPS
ATX 900 foi possível levantar pontos que após serem pós-processados com uso do
programa Leica GeoOffice® permitiram o georreferenciamento da base cartográfica no
programa ArcGis10.1®.
Observou-se com visitas a campo que a base cartográfica não encontrava-se
atualizada uma vez que alguns lotes haviam sido desmembrados. Assim foi necessária a
atualização da base. Para tanto utilizou-se de imagem obtida pelo Google Earth® (2012) a
qual foi georreferenciada.
Após o georreferenciamento e atualização da base cartográfica, iniciou-se a
elaboração do banco de dados onde foram inseridos os dados e informações obtidas com
as observações em campo (situação de uso dos lotes: lotes com residentes fixos, lotes
com chácaras cujos proprietários não são residentes no local, lotes com edificações ainda
em construção, lotes vazios, lotes com residências abandonadas, dentre outras
informações que serviram para delimitar as residências a serem entrevistadas bem como
nas análises posteriores em que tais informações se fizeram necessárias, como por
exemplo lotes com acumulo de lixo, lotes com plantações,dentre outros levantados), bem
como as informações levantadas com questionário investigativo.
8.2 ELABORAÇÃO DE MAPAS TEMÁTICOS
Para elaboração dos mapas temáticos foi utilizado o Software ArcGIS 10.1®. Os
mapas foram elaborados a partir das respostas dadas pelos moradores com base nos
questionamentos ordenados no quadro de domínios do questionário (Habitação, Serviços
Públicos, Infraestrutura Urbana, Meio Ambiente e Acessibilidade e Mobilidade).
Inicialmente elaborou-se os mapas para cada elemento e cada domínio. Com estes pode-se analisar padrões espaciais de respostas.
75
Posteriormente foram utilizadas as ferramentas de análise espacial do software de
SIG para responder a questionamentos correlacionais, como por exemplo: os
respondentes que encontram-se insatisfeitos com segurança são os mesmos que
encontram-se insatisfeitos com serviço de iluminação e verificar espacialmente onde verifica-se tal correlação.
Isto permitiu identificar possíveis padrões espaciais das respostas, bem como se
havia nas respostas, um comportamento padrão geral dos bairros, ou padrões locais
determinados por fatores presentes abaixo ou acima da vertente em que se localiza o bairro, bem como presença de vizinhança agrícola ou residencial, vazios urbanos, etc.
76
CAPITULO 3-RESULTADOS E DISCUSSÃO
9 IDENTIFICAÇÃO GERAL DOS BAIRROS QUANTO AO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO.
Como visto anteriormente, os bairros ou loteamentos em questão surgiram na
década de 1990 e foram regularizados pela Lei Complementar n°327/99 que estabeleceu
diretrizes para regulamentação de loteamentos implantados em zonas rurais, entretanto,
estes não seguiram o estabelecido pela referida Lei complementar que determinava que
estas zonas só podiam ser ocupadas por condomínios horizontais, com perímetros
totalmente cercado com portaria única e acesso controlado. Observou-se que tanto o Bela
Vista 1 como o Bela Vista 2, possuem configuração de loteamentos urbanos abertos,
contudo com dimensões de lotes de loteamentos fechados (dimensões mínimas de lotes
de 1000m2 e testada de 20m), já que o lote padrão residencial e comercial no Município
de Maringá possui 400m2 e testada de 12m para lotes em meio de quadra e 475m2 e
testada de 15m para lotes de esquina.
O bairro Bela Vista 1 caracteriza-se por possuir lotes de 1000m2 juntamente com
lotes de tamanhos reduzidos por divisões internas, arbitrárias, que redefiniram suas áreas
em 333m2 a 500m2, bem como lotes maiores, com de 2000m2 a 3000m2. Justifica-se
estes tamanhos não padronizados por duas situações:
a.Lotes entre 333m2 a 500m2 que foram subdivididos para abrigar ou membros de uma
mesma família ou locatário, servindo como fonte de renda de dono de lote com
construção locada a terceiros. b. Lotes com 2000m2 a 3000m2 são aqueles que foram adquiridos para a finalidade de se
implantar chácaras de laser.
c.Outros lotes entre 500m2 a 1000m2 também são encontrados com destinação à
plantação de hortas ou simplesmente limpos com muro de arrimo construídos, porém,
sem edificação sobre o terreno.
A área total dos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2, é de 206.446,89m2, sendo
que as áreas efetivamente construídas com residências cujo(a) morador(a)foi
entrevistado(a) corresponde a 37.371,13m2 ou 68 entrevistas no total.
77
As áreas que possuem residência, mas não foram entrevistados devido à ausência
do morador(a), corresponde a 25.675,67m2 e a área sem residentes constituem-se em
138.397,87m2, inseridas nesta identificação os lotes destinados às chácaras e àquelas
que possuem plantação ou apenas campo limpo e 5.002,22m2 destinados a uso
comunitário.
A partir desses dados, verifica-se grande quantidade de áreas vazias, sem
edificações, caracterizando um estoque de terras, hoje urbanas, que podem gerar
desequilíbrio no preço da terra urbana, não cumprindo o que está estabelecido no
Estatuto da Cidade, que determina a função social da terra urbana como acesso à
moradia.
Além disto, vazios urbanos podem ser fonte de insegurança urbana, fonte de
vetores de doenças por crescimento de mato, acúmulos de entulho e empoçamento ou
retenção de água.
Sendo assim, os vazios urbanos nos dois bairros são uma constante, visto que os
tamanhos dos lotes são muito maiores do que os comercializados nos loteamentos atuais
na cidade.
Somando-se a estas áreas vazias intra-bairros, há os interstícios rurais que
circundam o Bela Vista 1 e Bela Vista 2.
Estas áreas rurais têm como uso do solo a alternância de plantio de soja, trigo e
em algumas partes plantação de milho. Estas culturas necessitam de aplicação de
agroquímicos que também são fonte de problemas para áreas de residências como os
loteamentos estudados. Isto se deve à área urbana ser dividida apenas pelos muros
limítrofes dos lotes com a área rural, o que não impede os agroquímicos invadirem as
casas, podendo provocar doenças respiratórias dentre outras enfermidades na população.
Para este estudo, considerou-se apenas os vazios urbanos intra-bairros, para fins
de mapeamento, porém, em visitas a campo observou-se agroquímicos vizinhos com
culturas de soja, trigo e milho.
O Mapa 1 apresenta o uso atual do solo urbano dos bairros estudados, os terrenos
vazios, áreas de chácaras, áreas em construção, área de uso comunitário, residência
abandonada e áreas com moradores residentes e o Mapa 2 apresenta os lotes cujos
moradores foram entrevistados.
78
Autor: Erivelto Prudencio
SITUAÇÃO DOS LOTES DOS LOTEAMENTOS BELA VISTA 1 E 2 - MARINGÁ - 2013
LOTEAMENTOS
BELA VISTA 1
BELA VISTA 2
QUADRAS
Situação dos Lotes
Chacara
Construção
Morador residente
Residencia Abandonada
Terreno Vazio
Área de Uso Comunitário
Datum: SIRGAS
Mapa 1. Situação dos lotes dos loteamentos Bela Vista I e 2 - Maringá-2013.79
51°56’30"W
51°56’30"W
51°57’0"W
51°57’0"W
23°21’30"S 23°21’30"S
51°56’30"W
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’25"S 23°21’25"S
23°21’30"S 23°21’30"S
23°21’35"S 23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S 23°21’45"S
Escala Gráfica
0 110 220 330 44055Metros
N
LOTES COM MORADORES ENTREVISTADOS
LOTES COM MORADORES ENTREVISTADOS
Entrevistado
Lotes sem residentes
Morador ausente
Área para uso comunitário
Mapa 2. Situação dos lotes dos loteamentos Bela Vista 1 e 2 - Maringá-2013.
LOTEAMENTOS
BELA VISTA 2
BELA VISTA 1
Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS
80
51°56’30"W
51°56’30"W
51°57’0"W
51°57’0"W
23°21’30"S 23°21’30"S
51°56’30"W
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’25"S 23°21’25"S
23°21’30"S 23°21’30"S
23°21’35"S 23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S 23°21’45"S
Escala Gráfica
0 110 220 330 44055Metros
N
BVI93
BVI92
BVICC
BVII95
BVII94
BVIICCBVII93
BVII686970
BV
II44
BV
I67B
VI20
BV
I01
BV
I48
BV
II64B
VII20
BV
I85
BV
I84
BV
I91
BV
II01
BV
II38
BV
II37
BV
II45
BV
I47
BV
I65
BV
I55BV
I58
BV
I57
BV
I66
BV
I72
BV
I59
BV
I73
BV
I68
BV
I74
BV
I71
BV
I69
BV
I70
BV
I89
BV
I75BV
I78
BV
I87
BV
I79
BV
I81
BV
I88
BV
I90B
VI46
BV
I30
BV
I39
BV
I44
BV
I83
BV
I18
BV
I37
BV
I17
BV
I38
BV
I14
BV
I40
BV
I19
BV
I45
BV
I03BV
I06
BV
I24BV
I28
BV
I82
BV
I15
BV
I05
BV
I31
BV
I10
BV
I26
BV
I42
BV
I27
BV
I29
BV
I36
BV
I21
BV
I62
BV
I56
BV
I63
BV
I64
BV
I53
BV
I50
BV
I49
BV
II92
BV
II32
BV
II28
BV
II48
BV
II82
BV
II91
BV
II80
BV
II81
BV
II78
BV
II85
BV
II90
BV
II63
BV
II84
BV
II65
BV
II88
BV
II77
BV
II89
BV
II50
BV
II62
BV
II73
BV
II02BV
II06
BV
II12
BV
II14
BV
II10
BV
II15
BV
II13
BV
II18
BV
II21BV
II24
BV
II19
BV
II25
BV
II27
BV
II39
BV
II22
BV
II23
BV
II29
BV
II31
BV
II76 BV
II26
BV
II79
BV
II34
BV
II40
BV
II36
BV
II42
BV
II35
BV
II43
BV
II56
BV
II55
BV
II72
BV
II59
BV
II75
BV
II61
BV
II53
BV
II83
BV
II71
BV
II49
BV
II54
BV
II47
BV
II57
BV
II46A
BV
I33B
BV
I43B
BV
I76A
BV
I60A
BV
I11B
BV
I23B
BV
I35B
BV
I02B
BV
I52A
BV
I25B
BV
I34BB
VI80B
BV
I13B
BV
I86B
BV
I22B
BV
I51B
BV
I04A
BV
I09A
BV
I16B
BV
I77A
BV
II05A
BV
II87B
BV
I54AB
VI07B
BV
I32A
BV
I12A
BV
I08A
BV
I41A
BV
I41B
BV
I08BBV
I12B
BV
I32B
BV
II86A
BV
II33B
BV
II11A
BV
I07A
BV
I54B
BV
II41B
BV
I16A
BV
I04B
BV
II74A
BV
II51B
BV
I07
BV
II03A
BV
I22A
BV
I86A
BV
II08A
BV
II09AB
VII52A
BV
I11A
BV
II67B
BV
II58B
BV
II16A
BV
II17B
BV
I25A
BV
I02A
BV
I35A
BV
II30B
BV
II66BB
VII66A
BV
I23A
BV
II17A
BV
II58A
BV
II67A
BV
II52B
BV
I43A
BV
II51A
BV
II41AB
VII86B
BV
II87A
BV
II60C
BV
II46B
BV
II74B
BV
IIB
B60
BV
IIB
A60
BV
II03B
BV
II04A
BV
II04B
BV
II05B
BV
II08B
BV
II09B
BV
II11BBV
II16B
BV
I51A
BV
I52B
BV
I60BB
VI60C
BV
I61A
BV
I61B BV
I09BBV
I13A
BV
II30A
BV
I76B
BV
I77B
BV
II33AB
VI80A
BV
I34A
BV
I33A
10 DADOS PRELIMINARES DOS LOTEAMENTOS BELA VISTA 1 E BELA VISTA 2
As entrevistas realizadas nos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2, permitiram
identificar informações dos moradores referentes à idade, grau de instrução, propriedade
ou locação da residência e tempo de moradia no bairro.
É importante salientar que os moradores não identificam separação entre Bela
Vista 1 e Bela Vista 2. Os mesmos reconhecem apenas que aquela porção de residências
unidas internamente por duas ruas resume-se a apenas um único bairro Bela Vista.
10.1 LOTEAMENTO BELA VISTA 1
As respostas permitiram identificar que a maioria das entrevistas realizadas no
loteamento Bela Vista 1 foram com pessoas do sexo feminino, que representam nesta
pesquisa 60,61% das respostas. Em sua maioria, os respondentes possuíam entre 40 a
49 anos de idade (39% dos respondentes) sendo importante destacar que respondentes
na faixa etária de 50 a 59 anos, é de 30%. Sendo assim, 69% dos moradores
respondentes à entrevista inserem-se na faixa de idade entre 40 a 59 anos de idade.
O gráfico 01 mostra a variação da faixa etária no bairro em questão.
Gráfico 01.Faixa etária dos moradores do bairro Bela Vista 1.
O nível de escolaridade também foi analisado e observou-se que 39,39% dos
entrevistados concluíram o ensino médio, mas observou-se que 18,18% encontram-se
9%
17%
39%
30%
4%
0% 10% 20% 30% 40% 50%
20 a 29 anos
30 a 39 anos
40 a 49 anos
50 a 59 anos
Acima de 60 anos
IDADE DOS MORADORES ENTREVISTADOS
81
com primeiro grau incompleto sendo igual percentual para Fundamental Completo
(Gráfico 02).
Gráfico 02. Nível de escolaridade dos moradores do bairro Bela Vista 1.
O bairro possui maioria de moradores com residência própria (87%), não existindo
nas entrevistas, moradores ocupantes ou posseiros de lotes ou residências abandonadas.
Quanto ao tempo de residência dos moradores no bairro, menos de 3% residem a
menos de 1 (um) ano, sendo em sua maioria residentes entre 10 a 15 anos (37%) e entre
1 e 5 anos de moradia no local, 33%. Entre 5 a 10 anos atingem 20% e mais de 15 anos
7% dos moradores (Gráfico 03).
Gráfico 03. Tempo de residência dos moradores do bairro Bela Vista 1.
12,12
0,00
39,39
12,12
18,18
18,18
0,00
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
Superior Completo
Superior Incompleto
Médio Completo
Médio Incompleto
Fundamental Completo
Fundamental Incompleto
Analfabeto
NÍVEL DE INSTRUÇÃO DOS MORADORES ENTREVISTADOSNO BAIRRO BELA VISTA 1
3%
33%
20%
37%
7%
0% 20% 40%
Menos de 1…
De 1 a 5 anos
De 5 a 10 anos
De 10 a 15 anos
Mais de 15…
TEMPO DE RESIDÊNCIA DOS MORADORES ENTREVISTADOS
82
O último questionamento para fins de identificação preliminar serviu para identificar
se há o desejo por parte do entrevistado de mudar do bairro para outro mais próximo do
centro da cidade.
Os resultados demonstraram que no loteamento Bela Vista 1, 30,30% dos
entrevistados disseram possuir vontade de se mudar para outro bairro mais próximo do
centro da cidade, e 69,70% dos entrevistados disseram não possuir o desejo de se
mudar.
10.2 LOTEAMENTO BELA VISTA 2
Neste bairro, as respostas permitiram identificar que a maioria das entrevistas
realizadas no loteamento Bela Vista 2 foram com pessoas do sexo masculino, que
representam nesta pesquisa a 57,58% dos respondentes.
A faixa etária da população respondente do bairro mostrou equilíbrio entre as
idades de 40-49 anos (27,3%), que correspondeu ao maior número de entrevistados
desta faixa de idade, 50-59 anos (24,2%) e acima de 60 anos (21,2%). Entre 30 a 39 anos
estão 15,2% e entre 20 e 29 anos 12,1% dos entrevistados (Gráfico 04).
Gráfico 04. Faixa etária dos moradores entrevistados do bairro Bela Vista 2.
12,1
15,2
27,3
24,2
21,2
0,0 10,0 20,0 30,0
20 a 29 anos
30 a 39 anos
40 a 49 anos
50 a 59 anos
Acima de 60anos
IDADE DOS MORADORES ENTREVISTADOS
83
O nível de escolaridade também foi analisado e apresentou diferenças com relação
ao Bela Vista 1, principalmente no número de pessoas com ensino superior completo, que
neste bairro apresentou 5,71% de seus moradores.
Em contrapartida, apresentou 11,43% de analfabetos, e em sua maioria, 31,43%
disseram possuir o ensino fundamental incompleto. Pessoas com ensino médio completo
apresentou 22,86% dos moradores e Superior incompleto, 2,86% (Gráfico 05).
Gráfico 05. Nível de escolaridade dos moradores entrevistados do bairro Bela Vista 2.
O bairro também possui maioria de moradores com residência própria (79%), não
existindo nas entrevistas, moradores ocupantes ou posseiros de lotes.
Quanto ao tempo de residência dos moradores no bairro,12% residem a menos de
1 (um) ano, tendo maior percentual de residentes entre 1 a 5 anos (33%). 6%
responderam residir a mais de 15 anos e entre 5 e 15 anos correspondem a 48% (5 a 10
anos - 27% e 10 a 15 anos - 21%) conforme gráfico 06.
5,71
2,86
22,86
17,14
8,57
31,43
11,43
0,00 20,00 40,00
Superior Completo
Superior Incompleto
Médio Completo
Médio Incompleto
Fundamental…
Fundamental…
Analfabeto
NÍVEL DE INSTRUÇÃO DOS MORADORES ENTREVISTADOSNO BAIRRO BELA VISTA 2
84
Gráfico 06. Tempo de residência dos moradores entrevistados do bairro Bela Vista 2.
Para o loteamento Bela Vista 2, 34,28% dos entrevistados disseram possuir o
desejo de se mudar e 65,72% dos moradores disseram que não possuem vontade de se
mudar.
Correlacionando-se os dados e considerando conjuntamente os dois bairros, Bela
Vista 1 e Bela Vista 2, observou-se que os entrevistados que afirmaram ser alugada a
residência, foram os que mais exprimiram o desejo de se mudar para um local mais
próximo ao centro (43,47%).
Para os que possuem casa própria, apenas 17,64% desejam se mudar do local.
10.3 REGULARIDADE DAS EDIFICAÇÕES JUNTO À PREFEITURA MUNICIPAL DE
MARINGÁ (HABITE-SE)
É notório e de amplo conhecimento que edificações residenciais e comerciais
necessitam de análise e liberação de órgãos competentes municipais a fim de adequar o
recebimento de pessoas naquele ambiente construído.
As consequências referentes à falta desta análise, a qual define-se como Habite-
se, podem ser muito prejudiciais ao morador locatário ou proprietário do imóvel.
Um imóvel que não possui liberação Habite-se, perde valor de mercado, não pode
ser registrado no Registro Geral de Imóveis e consequentemente, não pode ser
financiado em instituições financeiras. Em se tratando de estabelecimentos comerciais,
estes não recebem alvará de funcionamento o que também restringe a locação do imóvel.
12
33
27
21
6
0 10 20 30 40
Menos de 1 ano
De 1 a 5 anos
De 5 a 10 anos
De 10 a 15 anos
Mais de 15 anos
TEMPO DE RESIDÊNCIA DOS MORADORES ENTREVISTADOS
85
Cabe ressaltar que ao assumir uma moradia sem liberação da prefeitura, o
cidadão, além de se expor a risco de acidentes, pode receber multa em função da falta de
documentação, visto que contas de água, luz, telefone, gás, IPTU dentre outros não
significam que o imóvel esteja regularizado.
Desta forma, os questionamentos referentes ao Habite-se, apresentaram os
seguintes resultados: no loteamento Bela Vista 1, 57,57% dos entrevistados disseram
possuir o Habite-se enquanto 42,42% disseram não possuir.
Para o loteamento Bela Vista 2, 48,57% disseram possuir documento de
regularização do imóvel e 51,42% reconheceram não possuir documento regulatório da
prefeitura municipal.
Considerando apenas os moradores que são proprietários de suas residências,
46,5% dos moradores não possuem Habite-se da Prefeitura Municipal de Maringá, o que
expõe os moradores a algum tipo de risco estrutural das residências.
Destes proprietários sem documento de liberação da prefeitura, 21,42% são
moradores do loteamento entre 10 e 15 anos agregando a estes os que residem a mais
de 15 anos, o percentual eleva-se 5,35%, ou seja, 26,77% dos moradores com casa
própria e que residem desde o início do loteamento, não possuem Habite-se.
No Mapa 3é mostrado uma coletânea de mapas nos quais são mostrados
respectivamente a identificação de gênero do respondente, escolaridade, tempo de
residência e identificação dos que possuem e não possuem documento Habite-se.
Espacializar estas informações é importante para o processo de identificação do
comportamento das respostas sobre a percepção do morador em relação à,
infraestrutura, serviços públicos, que se apresentam neste trabalho.
86
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’30"S23°21’30"S
23°21’40"S 23°21’40"S
51°56’30"W
51°56’35"W
51°56’35"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’45"W
51°56’45"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°56’55"W
51°56’55"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’5"W
51°57’5"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’25"S23°21’25"S
23°21’30"S23°21’30"S
23°21’35"S23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S 23°21’45"S
1. Possui Habite-se
2. Nªo possui Habite-se
Escala Gráfica
0 110 220 330 44055Metros
51°56’30"W
51°56’30"W
51°57’0"W
51°57’0"W
23°21’30"S 23°21’30"S
51°56’30"W
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’25"S 23°21’25"S
23°21’30"S 23°21’30"S
23°21’35"S 23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S 23°21’45"S
TEMPO DE RESIDÊNCIA DO RESPONDENTE
Menos de 1 ano
De 1 a 5 anos
De 5 a 10 anos
De 10 a 15 anos
Acima de 15 anos
ESCOLARIDADE DOS RESPONDENTES
51°56’30"W
51°56’30"W
51°57’0"W
51°57’0"W
23°21’30"S 23°21’30"S
51°56’30"W
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’25"S 23°21’25"S
23°21’30"S 23°21’30"S
23°21’35"S 23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S 23°21’45"S
GÊNERO DOS RESPONDENTES
Feminino
Masculino
RESIDÊNCIAS COM SEM HABITE SE/ -
Gênero dos respondentes
Tempo de residência dos respondentes
Residência com/semHabite-se
INFORMAÇÕES PRELIMINARES DOS MORADORES DOS LOTEAMENTOS1 e 2.BELA VISTA
N
Autor: Erivelto Alves Prudencio
Datum: SIRGAS
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’30"S23°21’30"S
23°21’40"S 23°21’40"S
51°56’30"W
51°56’35"W
51°56’35"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’45"W
51°56’45"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°56’55"W
51°56’55"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’5"W
51°57’5"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’25"S23°21’25"S
23°21’30"S23°21’30"S
23°21’35"S23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S 23°21’45"S
Superior Completo
Superior Incompleto
Ensino Médio Completo
Ensino Médio Incompleto
Fundamental Completo
Fundamental Incompleto
Analfabeto
Escolaridade dos Respondentes
87
11 PERCEPÇÃO DOS MORADORES QUANTO A OFERTA DE SERVIÇOS PÚBLICOS
Considerou-se para este trabalho como serviços públicos os itens relacionados na
tabela 4, constante aos procedimentos metodológicos que definem os domínios
trabalhados.
Desta forma, foram considerados serviços públicos aqueles disponíveis à
população local quanto ao abastecimento de água, iluminação pública, serviços postais,
policiamento, coleta de lixo e quantidade de vezes em que a coleta é realizada durante a
semana, bem como a segurança no trânsito, utilização de serviços públicos de saúde
escolas e creches.
11. 1 ILUMINAÇÕES PÚBLICA E SEGURANÇA PÚBLICA INTERNA DO LOTEAMENTO
A Lei de Parcelamento do Solo do município de Maringá, Lei Complementar
889/2011 estabelece em seu Art.16 que nos loteamentos urbanos abertos ou fechados é
obrigatória a execução dos seguintes serviços de infraestrutura de iluminação pública:
Inciso Vll - rede rebaixada de iluminação pública, de acordo com os padrões de
municipalidade; no inciso XV, parágrafo 2˚- a instalação dos postes da rede de
distribuição de energia elétrica e de iluminação pública devera obedecer o alinhamento dos marcos que delimitam as divisas laterais do lotes.
A prefeitura do município de Maringá, contudo não executa os serviços de
instalação e manutenção da rele de iluminação pública do município. De acordo com o
Capítulo IV, art. 30, inciso V da Constituição de 1988, a organização e a prestação do
serviço de iluminação pública é de responsabilidade do Poder Público Municipal, no
entanto, devido à falta de recursos técnicos, humanos e financeiros, vários municípios
paranaenses, até o final da década de 90, optaram por transferir esta responsabilidade à
Companhia Paranaense de Energia (COPEL), através de licitações, visto que a
concessionária já dispunha de mão-de-obra especializada, além de equipamentos para
prover a manutenção destes sistemas.
Assim, a COPEL define os arranjos das luminárias em função da largura das vias
públicas, que no caso dos loteamentos em questão, não possuem pavimentação asfáltica
e portanto, o alinhamento da via é irregular.
88
O arranjo unilateral das luminárias, apresentado na Figura 11, é o mais comumente
utilizado, atendendo geralmente a vias coletoras e locais, com largura máxima da pista de
rolamento igual ou menor que 9m, com tráfego motorizado leve ou médio e é o que se apresenta nos loteamentos em estudo (Figura 04).
Figura 04. Arranjo unilateral das luminárias de vias públicas. Fonte: COPEL (2012)
11.1.1 Iluminação pública interna
Em relação à iluminação pública, a análise das respostas permitiu identificar uma
divergência no comportamento geral das respostas, quanto ao número de respondentes
que consideraram este serviço ruim comparando-se os dois bairros.
Observando os respondentes que classificaram como bom o serviço de iluminação
pública para o Bela Vista 1, este atinge 66,67% dos respondentes e para o Bela Vista 2, 42,86% responderam como bom.
Classificaram como regular o serviço de iluminação pública no loteamento Bela
Vista 1 18,18% e no Bela Vista 2, 22,86%, e os percentuais para ótimo ficaram em 9,09% e 5,71% respectivamente para o Bela Vista 1 e Bela Vista 2.
Enquanto que no Bela Vista 1, houve apenas 6,06% das respostas classificando o
serviço como ruim, no Bela Vista 2 o percentual é de 28,57% dos entrevistados que classificaram deste modo (ruim) a iluminação pública neste loteamento.
Os dados registrados para o conjunto dos dois loteamentos apresentam níveis de
"bom" superiores a 50% (54,41%) enquanto que os níveis de "ruim" atingem 17,65% com maior valor para o Bela Vista 2 como já explicado acima.
Desta forma, os níveis de regular e ruim reforçam no Bela Vista 2 o sentimento de
que o serviço público de iluminação prestado é deficiente para aquele loteamento.
89
O mapa 4 permite identificar o comportamento das respostas dos moradores
referente a este item dos questionamentos e é possível identificar que na alta vertente, no
Bela Vista 1 a percepção apresenta satisfação com este serviço enquanto que no Bela
Vista 2, apresenta-se maior número de moradores insatisfeitos na alta e na baixa
vertente.
Analisando as respostas abertas dos moradores que consideraram o serviço ruim e
combinando com sua localização espacial e visitas a tais locais, observou-se que tal percepção é resultado de:
1. O morador reside próximo a vazios intra-loteamento;
2. O morador reside próximo ou no entorno de local sem iluminação por falta de manutenção;
3. Ausência de poste de iluminação público próximo à residência do respondente;
4. Limite com área rural sem iluminação.
Foto 01a). Arranjo das luminárias existente nos bairros Bela Vista 1. Foto 01b).Trecho
sem postes de iluminação no bairro Bela Vista 2. Fonte: autor
a) b)
90
Foto 02a).Terreno vazio no bairro Bela Vista 1 e ao fundo Bela Vista 2. Foto 02b)Terreno vazio no bairro Bela Vista 1 e Bela Vista 2. Fonte: autor
Foto 03. Divisa do bairro Bela Vista 2 com área rural. Fonte: autor.
Estas reclamações foram relatadas durante as entrevistas pelos moradores espontaneamente ao ser entrevistado neste item do questionário.
a) b)
91
51°56’30"W
51°56’30"W
51°57’0"W
51°57’0"W
23°21’30"S 23°21’30"S
51°56’30"W
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’25"S 23°21’25"S
23°21’30"S 23°21’30"S
23°21’35"S 23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S 23°21’45"S
Percepção quanto a iluminação pública internaaos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2
Escala Gráfica
0 110 220 330 44055Metros
Ruim
Regular
Bom
Ótimo
0
10
20
30
40
50
60
70
ruim regular bom otimo
Bela Vista I
Bela Vista II
Percepção dos moradores Bela Vista I e Bela Vista IIem relação a Iluminação Interna (%)
PERCEPÇÃO DOS MORADORES QUANTOA ILUMINAÇÃO PÚBLICA INTERNA
N
Mapa 4. Percepção dos moradores quanto a iluminação pública interna.Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS
92
Morador não entrevistado/Ausente, Chácara ou áreadestinada a uso comunitário
6,06
28,57
18,1822,86
66,67
42,86
9,095,71
11.1.2 Segurança pública interna
Neste item do questionamento, os moradores apresentam percepção muito
negativa para ambos os loteamentos. Apenas 5,88% dos residentes de ambos os bairros
responderam que a segurança interna é boa. Aproximadamente 7% (7,35%) opinaram ser
regular a segurança interna no loteamento, porém, acima de 85% (86,76%) disseram ser
ruim a segurança interna, principalmente por não perceberem policiamento no
loteamento.
O mapa 6 apresenta a espacialização da percepção do morador referente ao
policiamento nos bairros.
Com níveis tão elevados de percepção negativa quanto a segurança pública, que
gera sentimento de insegurança, denota toda a extensão espacial do bairro, ou seja, as
opiniões abrangem tanto os moradores da alta vertente quanto os moradores da baixa.
Importante notar que aqueles poucos que reconheceram como boa a segurança
interna do loteamento, encontram-se entre a alta e a média vertente.
11.1.3 Policiamento no loteamento
Para os dois loteamentos a percepção quanto ao serviço público de policiamento
interno é ainda mais severo na opinião dos moradores. 94,29% dos respondentes
opinaram ser ruim este serviço, restando apenas 2,94% que acreditam ser bom e outros
2,94% que não opinaram.
O mapa 5 apresenta a espacialização da percepção do morador quanto a
segurança pública nos bairros.
Observou-se para os dois itens do questionamento (segurança interna e
policiamento interno) que os padrões das respostas estão fortemente relacionados e é
muito evidente a sensação de insegurança tanto no Bela Vista 1 como no Bela Vista 2.
Depreende-se que a localização dos loteamentos contribui para esta sensação de
insegurança, visto que estão localizados fora do limite urbano da cidade, com grandes
extensões de áreas rurais que constituem vazios urbanos sem iluminação pública,
atividades comerciais, passeios públicos, etc que promovam circulação de pessoas e de
serviços de segurança.
93
51°56’30"W
51°56’30"W
51°57’0"W
51°57’0"W
23°21’30"S 23°21’30"S
51°56’30"W
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’25"S 23°21’25"S
23°21’30"S 23°21’30"S
23°21’35"S 23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S 23°21’45"S
Ruim
Regular
Bom
Escala Gráfica
0 110 220 330 44055Metros
N
Mapa 5. Percepção quanto a segurança pública interna aos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.
Percepção quanto a segurança pública internaaos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2
Percepção quanto a iluminação pública internaaos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
Ruim Regular Bom
Série1
Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS
Gráfico da percepção quanto à iluminação pública interna (%)
94
Morador não entrevistado/Ausente, Chácara ou áreadestinada a uso comunitário
86,76
7,35 4,41
51°56’30"W
51°56’30"W
51°57’0"W
51°57’0"W
23°21’30"S 23°21’30"S
51°56’30"W
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’25"S 23°21’25"S
23°21’30"S 23°21’30"S
23°21’35"S 23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S 23°21’45"S
Ruim
Bom
Sem opinião
Percepção quanto ao policiamento internoaos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2
Percepção quanto ao policiamento internoaos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II
Escala Gráfica
0 110 220 330 44055Metros
N
Mapa 6. Percepção quanto ao policiamento interno aos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
Ruim Bom Sem opinião
Série1
Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS
Gráfico da percepção quanto ao policiamento internoaos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II (%)
95
Morador não entrevistado/Ausente, Chácara ou áreadestinada a uso comunitário
94,29
2,94 2,94
Avaliando a espacialidade correlacionando aqueles que consideraram ruim a
iluminação pública interna e a segurança pública, o Bela Vista 2 apresenta os maiores
percentuais negativos no comportamento das respostas. Desta forma, aproximadamente
23% dos respondentes moradores do loteamento Bela Vista 2 consideram ruim a oferta
do serviço público de iluminação e segurança. No Bela Vista 1, apenas 12,12%
consideram ruins os mesmos serviços acima descritos.
Estes valores percentuais podem ser explicados devido a divisa que o loteamento
Bela Vista 2 faz com a área rural como observado anteriormente e/ou ao arranjo e falta de
manutenção das luminárias internas ao loteamento em questão.
Considerando aqueles que entendem como regular a iluminação pública e ruim a
segurança pública, o Bela Vista 2 apresenta os maiores percentuais (22,85%) enquanto
que no Bela Vista 1, apenas 6,06%.
O que depreende-se do comportamento das respostas e da localização das
mesmas, é a localização dos dois bairros em relação à distância do limite urbano que
apresenta muitas áreas rurais e distante de centros comerciais e de serviços.
Observando os mapas da percepção quanto ao policiamento dos dois bairros e a
percepção quanto a segurança pública, estas sim apresentam maior relação explicativa
nos dois bairros, pois no loteamento Bela Vista 1, 78,78% dos que responderam ser ruim
o policiamento, também consideram ruim a segurança pública e no Bela Vista 2, esta
relação, em percentual, alcança 85,71%.
O mapa 7 apresenta a espacialização desta relação para os dois bairros e o
mesmo foi atribuído valores que identificassem apenas aqueles cuja percepção negativa
para o policiamento também percebiam insatisfação na segurança pública.
Assim, foi aplicado valor único para o cruzamento dos lotes que identificavam ruim
para policiamento e ruim para segurança pública.
96
51°56’30"W
51°56’30"W
51°57’0"W
51°57’0"W
23°21’30"S 23°21’30"S
51°56’30"W
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’25"S 23°21’25"S
23°21’30"S 23°21’30"S
23°21’35"S 23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S 23°21’45"S
Percepção quanto ao Policiamento e Segurança PúblicaInterna aos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2
Ruim
Percepção quanto ao Policiamento e Segurança PúblicaInterna aos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II
Escala Gráfica
0 110 220 330 44055Metros
N
Mapa 7. Percepção quanto ao policiamento e segurança pública interna aos loteamentos Bela Vista I eBela Vista .II
Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS
97
Regular
83,82
16,18
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
Ruim Regular
PERCEPÇÃO QUANTO AO POLICIAMENTO E SEGURANÇA PÚBLICAINTERNA AOS LOTEAMENTOS BELA VISTA 1 E BELA VISTA 2
11. 2 ABASTECIMENTO DE ÁGUA E TRATAMENTO DE ESGOTO
Os loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2, fazem parte de um conjunto de
loteamentos, inicialmente irregulares os quais foram adquirindo a oferta de serviços
públicos com o tempo.
No caso dos loteamentos em estudo, este são abastecidos totalmente pela
Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR, a qual oferta o abastecimento de
água, porém, não realiza a captação do esgoto. Este último,é realizado pelo antigo
método de fossa séptica sem tratamento prévio ou posterior, conhecido como fossa
séptica caipira presente em 100% das residências entrevistadas.
A análise da manutenção dessas fossas sépticas foi realizada considerando os
dois bairros como um todo, ou seja, os dados apresentados correspondem ao percentual
considerando as respostas dos moradores dos loteamento Bela Vista 1 e Bela Vista 2.
Para este questionamento verificou-se que 14,71% fazem nova perfuração de
fossa e 48,53% fazem limpeza antes de perfurar uma nova fossa. Há casos em que não
foram necessários ainda nenhum tipo de intervenção (perfuração ou limpeza), conforme
gráfico 07.
Gráfico 07. Procedimentos adotados para manutenção das fossas sépticas pelos
moradores entrevistados, em porcentagem. Prudencio, 2014.
Em relação ao abastecimento de água, a percepção quanto a oferta deste serviço é
considerada, de modo geral, entre bom e ótimo, sendo registrado apenas 2 casos de
reclamação, correspondendo a apenas 2,9% dos entrevistados e a distribuição de ótimo e
14,71
48,53
36,76
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
Perfuração Limpeza Não faz manutenção
98
bom, registrou comportamento semelhante nos dois loteamentos sendo respectivamente
23% - Bom e 77% Ótimo no Bela Vista I e 18% - Bom e 79% Ótimo no Bela Vista II
(Gráficos 08 e 09).
Gráfico 08. Percepção quanto ao abastecimento de água - Bela Vista 1.
Gráfico 09. Percepção quanto ao abastecimento de água - Bela Vista 2.
3%
79%
18% Ruim
Bom
Ótimo
ABASTECIMENTO DE ÁGUABELA VISTA 2
77%
23% Bom
Ótimo
ABASTECIMENTO DE ÁGUABELA VISTA 1
99
11.3 PERCEPÇÃO DOS MORADORES QUANTO A COLETA DE LIXO
A oferta dos serviços de coleta de lixo recebeu mais reclamações por parte dos
moradores do loteamento Bela Vista 2, comparando-se com os números registrados para
o loteamento Bela Vista 1.
Observou-se que no Loteamento Bela Vista 1, 6,06% de moradores atribuíam
“ruim” para o serviço prestado de coleta de lixo, enquanto 12,12% atribuem “regular” e
81,82% reconheceram como “Bom”, o serviço prestado.
Importante perceber que há divergência na percepção dos respondentes no
loteamento Bela Vista 2, que apresentam os seguintes dados: 14,29% consideraram o
serviço ruim, 45,71% consideram regular e outros 40,00% consideram bom o serviço de
coleta de lixo.
Comparando-se as respostas ruim e regular 18,18% dos moradores do loteamento
Bela Vista 1 consideram ruim a regular a coleta de lixo enquanto que 60% dos moradores
do Bela Vista 2 consideram ruim a regular o mesmo serviço.
Ou seja, enquanto no Bela Vista 1 81,82% estão satisfeitos, no Bela Vista 2 apenas
40% consideram o serviço bom.
Importante relatar que a concentração das respostas que consideram como ruim a
coleta de lixo, estão localizadas na área compreendida entre o acesso do bairro (início da
vertente) e a parte central do bairro, cujo terreno possui características planas, o que
facilitaria o trânsito do veículo de coleta.
Verificou-se também a percepção do morador quanto ao número de vezes em que
o caminhão coletor de resíduos domésticos passa na residência. Observou-se que
52,94% consideraram ser duas passagens por semana, enquanto que para 17,65%
consideram ser de apenas 1 e 25,00% afirmaram que o caminhão da coleta de lixo não
passa em suas residências (nos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2).
Bretas (2000) diz que:
Os resíduos sólidos quando não coletados e transportados aos sistemas de disposição final podem trazer graves consequências à saúde pública. Os resíduos sólidos atraem vetores (ratos, insetos, aves e diversos animais), que por sua vez, podem transmitir sérias doenças ao ser humano. Portanto, é vital para uma cidade, a fim do bem estar público (cidade limpa), como também da proteção da saúde pública, que estes trabalhos sejam executados com economia, eficiência e higiene.
100
Segundo Mansur e Monteiro (1991) Os fatores que influenciam esta decisão
são:tipo de lixo gerado; as condições climáticas; os recursos materiais e humanos à
disposição do órgão prestador de serviço; a limitação do espaço necessário ao
armazenamento do lixo pelo usuário em sua casa ou negócio e a frequência na semana:
diária (exceto domingo) - ideal para o usuário, principalmente no que diz respeito à saúde
pública. O usuário não precisa guardar o lixo por mais de um dia. Três vezes - ideal para
o sistema, considerando-se a relação entre custo e benefício. Duas vezes - o mínimo admissível sob o ponto de vista sanitário, para países de clima tropical.
Para Monteiro (2001, p. 62) o ideal na coleta do lixo é estabelecer um recolhimento
com dias e horários determinados, pois a população deve adquirir confiança de que a
coleta não vai falhar e assim irá prestar sua colaboração não atirando lixo em locais
impróprios, acondicionando e disponibilizando em embalagens adequadas, nos dias e
horários marcados, trazendo benefícios para a higiene ambiental, a saúde pública, a limpeza e o bom aspecto dos logradouros públicos.
Durante a visita ao bairro, não foram identificados locais com acúmulo de resíduos
ou rejeitos que pudesse caracterizar a não passagem do caminhão de coleta por este
aspecto.
O cuidado no descarte de resíduos/rejeitos domésticos, demonstraram que apenas
4,47% dos moradores reconheceram descartar resíduos domésticos nos terrenos sem
edificação e todos os moradores que realizam esta prática, residem no loteamento Bela
Vista 2.
Os mapas 8 e 9 mostram as percepções dos moradores quanto a coleta de lixo e a
quantidade de vezes em que o caminhão coletor de lixo doméstico passa nos bairros Bela
Vista 1 e Bela Vista 2.
101
51°56’30"W
51°56’30"W
51°57’0"W
51°57’0"W
23°21’30"S 23°21’30"S
51°56’30"W
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’25"S 23°21’25"S
23°21’30"S 23°21’30"S
23°21’35"S 23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S 23°21’45"S
Ruim
Regular
Bom
Percepção quanto a coleta de lixonos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2
Percepção quanto a coleta de lixo nosloteamentos Bela Vista I e Bela Vista II
Escala Gráfica
0 110 220 330 44055Metros
N
ElatoraçãoErivelto Alves Prudencio
Mapa 8. Percepção quanto a coleta de lixo nos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.
Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS
Gráfico da percepção quanto a coleta de lixo nosloteamentos Bela Vista I e Bela Vista II (%)
102
10,29
29,41
60,29
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
Ruim Regular Bom
Percepção quanto a passagem do caminhãode lixo nos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II
Percepção quanto a passagem do caminhãode lixo nos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2
Escala Gráfica
0 110 220 330 44055Metros
N
Mapa 9. Percepção quanto a passagem do caminhão de lixo nos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.
Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS
Gráfico da percepção quanto a passagem do caminhãode lixo nos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II (%)
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’30"S23°21’30"S
23°21’40"S 23°21’40"S
51°56’30"W
51°56’35"W
51°56’35"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’45"W
51°56’45"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°56’55"W
51°56’55"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’5"W
51°57’5"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’25"S23°21’25"S
23°21’30"S23°21’30"S
23°21’35"S23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S 23°21’45"S
Uma vez
Duas vezes
Três vezes
Acima de três vezes
Não passa
103
17,65
52,94
25,00
4,41
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
Uma vez Duas vezes Três vezes Não passam
11.4 PERCEPÇÃO DOS MORADORES QUANTO A SAÚDE PÚBLICA
Para este item, levou-se em consideração o Núcleo Integrado de Saúde do
Município de Maringá-PR mais próximo do bairro, UBS – Jardim Quebec, distante 4000
metros aproximadamente da entrada do bairro.
Considerando-se um paciente que esteja ao final da vertente dos loteamentos em
estudo, este deverá percorrer, aproximadamente 5.000 metros até o posto de saúde mais
próximo conforme figura 05.
Figura 05. Localização dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2 em relação ao serviço de
saúde mais próximo.
Buscou-se, portanto, analisar neste tópico a utilização deste serviço, a frequencia
bem como a percepção quanto aos serviços prestados pelo posto de saúde.
104
11.4.1 Quanto a utilização do posto de saúde UBS– Jd. Quebec.
O posto de saúde UBS – Jd. Quebec é de significativa importância para os
moradores de ambos os loteamentos em questão, visto que da totalidade dos
respondentes, apenas 13,43% disseram não utilizar este serviço público, tendo 86,57%
respondido fazer uso deste posto de saúde.
Dos respondentes,7,93% utilizam semanalmente o posto de saúde, enquanto que
41,26% fazem uso mensal dos serviços de saúde ofertados e 44,44% utilizam alguma vez
no ano (Gráficos 10a e 10b).
Gráfico 10 a). Uso da UBS-Jardim Quebec nos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2.
Gráfico 10b). Frequencia de uso do UBS-Jardim Quebec pelos moradores dos bairros
Bela Vista 1 e Bela Vista 2.
O uso frequente, principalmente o semanal e o mensal, pressupõe que há
enfermidades que necessitam de acompanhamento contínuo da saúde destes moradores,
sendo possível verificar que aproximadamente 50% (49,19%) dos entrevistados
necessitam dos serviços de saúde oferecidos pelo poder público.
Por isso, os moradores foram questionados quanto ao atendimento oferecido no
posto de saúde, que responderam em sua maioria serem bem atendidos naquele recinto.
Neste quesito, 54,84% dos moradores que responderam aos questionamentos nos
dois loteamentos disseram ser bom o atendimento no UBS - Jd. Quebec, contra apenas
12,90% responderem ruim para o serviço prestado e 27,42% responderam ser regular o
atendimento (Gráfico 11).
86,57%
13,43%
Uso do UBS-Jardim Quebec nos loteamentos
Bela Vista I e Bela Vista II
Utiliza o NIS III Não utiliza o NIS III
7,93%
41,26%44,44%
4,76%
Frequencia de uso do UBS-Jardim Quebec loteamentos Bela Vista I e
Bela Vista II
semanalmente mensalmente
Anualmente Não utilizam
b) a)
105
Gráfico 11. Percepção quanto ao atendimento no UBS - Jardim Quebec pelos
moradores dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2.
O Mapa 10, 11 e 12 apresenta a espacialização da percepção quanto ao uso,
frequência e atendimento conforme a opinião dos moradores.
Importante notar, pela espacialização, que aqueles residentes na vertente mais
baixa dos loteamentos apresentam respostas mais positivas do que aqueles que residem
no topo da vertente. Isto pode estar ligado ao tipo de enfermidade ou urgência a que o
morador estava acometido e procurou o posto de saúde. Porém, observando a
periodicidade da procura pelo UBS -Jardim Quebec, é possível verificar que aqueles que
identificaram como bom o atendimento, está relacionado àquela cuja periodicidade é
mensal ou anual.
12,90
27,42
54,84
3,23 1,61
Ruim
Regular
Bom
Ótimo
Sem opinião
Percepção quanto ao atendimento no UBS-
Jardim Quebec
106
51°56’30"W
51°56’30"W
51°57’0"W
51°57’0"W
23°21’30"S 23°21’30"S
51°56’30"W
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’25"S 23°21’25"S
23°21’30"S 23°21’30"S
23°21’35"S 23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S 23°21’45"S
Sim
Não
Uso do posto de saúde (UBS-Jardim Quebec)pelos moradores dos loteamentos
Bela Vista 1 e Bela Vista 2
Uso do posto de saúde (UBS - Jardim Quebec)pelos moradores dos loteamentos
Bela Vista I e Bela Vista II
Escala Gráfica
0 110 220 330 44055Metros
N
Mapa 10. Uso do posto de saúde (NIS III) pelos moradores dos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2.
Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS
Gráfico do uso do posto de saúde (UBS - Jardim Quebec)pelos moradores dos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II (%)
107
86,76
13,24
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
Sim Não
51° 56’30"W
51° 56’30"W
51° 57’0"W
51° 57’0"W
23° 21’30"S 23° 21’30"S
51° 56’30"W
51° 56’30"W
51° 56’40"W
51° 56’40"W
51° 56’50"W
51° 56’50"W
51° 57’0"W
51° 57’0"W
51° 57’10"W
51° 57’10"W
23° 21’25"S 23° 21’25"S
23° 21’30"S 23° 21’30"S
23° 21’35"S 23° 21’35"S
23° 21’40"S 23° 21’40"S
23° 21’45"S 23° 21’45"S
Semanalmente
Mensalmente
Anualmente
Frequencia do uso do posto de saude(UBS-Jardim Quebec) pelos moradores dos
loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2
Frequencia do uso do posto de saúde (NIS III) pelosmoradores dos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II
Escala Gráfica
0 110 220 330 44055Metros
N
Mapa 11. Frequencia do uso do posto de saúde (NIS III) pelos moradores dos loteamentosBela Vista I e Bela Vista II.
Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS
Gráfico da frequencia do uso do posto de saúde (NIS III) pelosmoradores dos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II (%)
108
8,47
42,37
49,15
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
Semanalmente Mensalmente Anualmente
Percepção quanto ao atendimento no posto de saúde(UBS-Jardim Quebec) pelos moradores
dos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2
Percepção quanto ao atendimento no posto de saúde(UBS-Jardim Quebec) pelos moradores dos loteamentos
Bela Vista I e Bela Vista II
Escala Gráfica
0 110 220 330 44055Metros
N
Mapa 12. Percepção quanto ao atendimento no posto de saúde (NIS III) pelos moradores dosloteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.
Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS
Gráfico da percepção quanto ao atendimento no posto de saúde(NIS III) pelos moradores dos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’30"S23°21’30"S
23°21’40"S 23°21’40"S
51°56’30"W
51°56’35"W
51°56’35"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’45"W
51°56’45"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°56’55"W
51°56’55"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’5"W
51°57’5"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’25"S23°21’25"S
23°21’30"S23°21’30"S
23°21’35"S23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S 23°21’45"S
Ruim
Regular
Bom
Ótimo
Sem opinião
109
12,90
27,42
54,84
3,23 1,61
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
Ruim Regular Bom Ótimo Sem opinião
11.4.2 Quanto aos planos de saúde privados
Também considerou-se a existência de moradores que possuíam planos de saúde
privados, os quais apresentaram número considerável de satisfação para este item, como
podemos verificar no gráfico 12.
Gráfico 12. Moradores com assistência privada de saúde. Prudencio, 2014.
Considerou-se planos privados de saúde, aqueles contratos com empresas que
permitem um desconto nos valores de consultas médicas. Não se trata portanto, daqueles
planos que constituem ampla cobertura e pagamento de valores bem menores.
Neste caso, comparando-se somente aqueles moradores que possuem planos de
saúde privado (14%), 57,14% destes ainda fazem uso do posto de saúde mais próximo e
os demais, 42,85% somente utilizam plano co-participativo. O mapa 13 apresenta os
entrevistados que disseram utilizar-se tanto do plano privado como do serviço de saúde
pública, os que somente se utilizam do serviço público e os que se utilizam somente do
serviço privado.Como pode ser observado no mapa 13, a maioria dos usuários dos dois
modelos de oferta (saúde pública e saúde privada), 62,5% estão no loteamento Bela Vista
2.
Se considerarmos as demandas do bairro por saúde, fica claro que há uma grande
dependência do UBS - Jd. Quebec por parte dos moradores dos loteamentos Bela Vista 1
e Bela Vista 2, mesmo para aqueles que possuem algum tipo de assistência médica
privada.
14
54
Assistência Privada de Saúde
Possui Plano de Saúde Não Possui
110
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’30"S23°21’30"S
23°21’40"S 23°21’40"S
51°56’30"W
51°56’35"W
51°56’35"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’45"W
51°56’45"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°56’55"W
51°56’55"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’5"W
51°57’5"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’25"S23°21’25"S
23°21’30"S23°21’30"S
23°21’35"S23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S 23°21’45"S
UBS - Jardim Quebec
Privado
NIS e Privado
Nenhum
Uso do Sistema de Saúde Público (UBS-Jardim Quebec)e Sistema Privado pelos moradores dos Loteamentos Bela Vista 1
e Bela Vista 2.
Uso do Sistema de Saúde Público (UBS-Jardim Quebec) eSistema Privado dos moradores dos Loteamentos Bela Vista I
e Bela Vista II.
Escala Gráfica
0 110 220 330 44055Metros
N
Mapa 13. Uso do Sistema de Saúde Público (NIS) e Sistema Privado dos moradores dosLoteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.
Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS
Gráfico do uso do Sistema de Saúde Público (NIS) e Sistema Privadodos moradores dos Loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.
111
76,47
8,82 10,294,41
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
UBS Privado NIS e Privado Nenhum
12 PERCEPÇÃO DOS MORADORES QUANTO A INRAESTRUTURA EXISTENTE NO LOTEAMENTO
12.1 PERCEPÇÃO QUANTO A FALTA DE PRAÇAS E ÁREAS DE LAZER
O Plano Diretor Municipal, em seu ordenamento territorial, seção 2I – do
parcelamento do solo, em seu Capítulo 3, define da seguinte maneira a implantação de
espaços livres ou de lazer:
A totalidade das áreas institucionais e de espaços livres ou de lazer, a serem doadas para aprovação do loteamento fechado, deverá estar localizada fora da área fechada, com acesso público e testada para as vias públicas.
Nos loteamentos em questão há área destinada ao convívio público, com salão
comunitário e uma grande área destinada a praças comuns aos dois bairros.
Contudo, não há nestes espaços qualquer praça ou dispositivos de ginástica para a
terceira ou primeira idade, configurando-se numa área vazia ocupada por gramínea (Foto
04a e 04b).
Foto 04a). Vista parcial da área destinada a praça comum aos bairros Bela Vista 1 e Bela
Vista 2. Foto 04b). Vista parcial do salão comunitário e área destinada a praça comum
aos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2. Fonte: autor.
a) b)
112
Na percepção dos moradores, seria muito positivo ter praças naquela região, como
espaço de interação dos moradores, visto que o convívio comunitário pode servir de
motivação para reivindicações de melhorias para o bairro.
Para a maioria dos moradores (51,47%) seria bom ter praças e considerando-se os
que responderam que seria ótimo, a percentagem de bom e ótimo atinge (79,41%).
Os 13,33% que afirmaram ser ruim a presença de praças, justificaram denotando
preocupação quanto a não utilização por parte dos moradores e sim, de usuários de
drogas que poderiam fazer uso da praça e esta percepção foi externada por moradores
de diferentes localidades dentro do bairro, ou seja, desde o início da vertente até as áreas
mais baixas do loteamento.
O Mapa 15 apresenta a localização das opiniões dos moradores, bem como do
local destinado à praça e centro comunitário.
Observa-se, portanto, que a preocupação é maior na baixa vertente, ou seja, em
locais mais próximos da área destinada à praça no interior do bairro.
113
Percepção dos moradores quanto a ter praçasnos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2
Escala Gráfica
0 110 220 330 44055Metros
N
Mapa 14. Percepção dos moradores quanto a ter praças nos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.
Percepção dos moradores quanto a ter praçasnos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II
Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS
Gráfico da percepção dos moradores quanto a ter praçasnos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II
114
51°56’30"W
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’30"S 23°21’30"S
23°21’40"S 23°21’40"S
51°56’30"W
51°56’30"W
51°56’35"W
51°56’35"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’45"W
51°56’45"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°56’55"W
51°56’55"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’5"W
51°57’5"W
51°57’10"W
51°57’10"W
51°57’15"W
51°57’15"W
23°21’25"S 23°21’25"S
23°21’30"S 23°21’30"S
23°21’35"S 23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S23°21’45"S
Ruim
Bom
Ótimo
Sem opinião
14,71
52,94
27,94
4,41
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
Ruim Bom Ótimo Sem opinião
12.2 PERCEPÇÃO QUANTO A PAVIMENTAÇÃO SEM ASFALTO
Os dois loteamentos foram implantados, como já explicado no item 9 - Identificação
Geral dos Bairros Quanto ao Uso e Ocupação do Solo, inicialmente com lotes de no
mínimo 1000 m2.
Isto significa que na aplicação do questionário, investigou-se se a falta de camada
asfáltica seria ou não um problema urgente, visto que muitos moradores poderiam ter
adquirido o imóvel no intuito de se afastar do centro urbano, e que por isto, teria o
interesse em manter a região com características rurais e não urbanas.
Porém, durante as pesquisas de campo, aplicando a metodologia para atualização
da base cartográfica, capturando as coordenadas com uso de GPS geodésico, muitos
moradores vinham questionar se o que estava-se fazendo era para posterior
asfaltamento.
A falta de pavimentação asfáltica é o fator que mais gera incômodo na percepção
dos moradores dos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2.
Para 97% dos moradores a falta desta infraestrutura é o que mais urgentemente
deveria ser resolvido por parte do poder público.
Não é simplesmente a falta do asfalto que incomodam os moradores daqueles
loteamentos, pois anexo a isto, estão problemas de poeira/barro, bem como o de
enxurrada e formação de poças d´água nos lotes residenciais.
Através dos anos, as ruas principais do bairro vêm sendo cascalhadas
periodicamente o que elevou o nível do arruamento deixando os lotes da vertente mais
plana abaixo da linha de base da rua.
Outro problema ocorre na alta vertente com empoçamento de águas pluviais e na
baixa vertente quando há escoamento superficial de borda na área em que deveria haver
canaletas de coleta das águas pluviais como mostra o perfil longitudinal (Figura 12) e
fotos 05a, 05b e Foto 6).
115
95
100
105
125
120
115
110
137 136 135
130
137
DISTÂNCIAS (m)
285,
733
470,
475
913,
741
847,
996
785,
093
690,
031
582,
854
1122
,938
1068
,936
1024
,397
971,
382
1142
,362
CO
TA
S(m
)
95
100
105
125
120
115
110
130
134135136135
136
DISTÂNCIAS (m)
23,4
010,0
905,
217
772,
886
676,
612
502,
423
973,
068
1086
,801
1033
,215
847,
348
138,
988
64,1
07
1137
,419
CO
TA
S(m
)
BELA VISTA 1
BELA VISTA 2A1
A2
B1
B2
0 150 300m50
Escala GráficaEscala Horizontal: 1:5000
Escala Vertical: 1:500
51°56’30"W
51°56’30"W
51°57’0"W
51°57’0"W
0 0,1 0,2 0,3 0,4
A2
A1
B2
B1
BELA VISTA 1
BELA VISTA 2
23°21’30"S 23°21’30"S
Kilometros
PERFIS LONGITUDINAL DOS BAIRROS1 E 2BELA VISTA BELA VISTA
116Figura 06. Perfil longitudinal dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2
Foto 05a). Rua sem pavimentação asfáltica no bairro Bela Vista 1.Foto 05b). Rua sem
pavimentação asfáltica no bairro Bela Vista 2. Fonte: autor.
Foto 06.Escoamento superficial na baixa vertente do bairro Bela Vista 2. Fonte: autor.
Portanto, há o problema nas áreas planas de carreamento de água de enxurrada
para dentro das casas. Também observa-se nas vertentes mais baixas a ocorrência de
forte escoamento superficial provocando erosão em áreas com maiores declives.Alem
desses problemas, observa-se em dias de chuva muito acumulo de barro, dificultando o
acesso conforme fotos anteriores.
O Mapa 16 apresenta a percepção dos maiores incômodos apontados pelos
moradores quanto a falta de pavimento asfáltico nos loteamentos.
a) a) b)
117
51°56’30"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’30"S23°21’30"S
23°21’40"S 23°21’40"S
51°56’30"W
51°56’35"W
51°56’35"W
51°56’40"W
51°56’40"W
51°56’45"W
51°56’45"W
51°56’50"W
51°56’50"W
51°56’55"W
51°56’55"W
51°57’0"W
51°57’0"W
51°57’5"W
51°57’5"W
51°57’10"W
51°57’10"W
23°21’25"S23°21’25"S
23°21’30"S23°21’30"S
23°21’35"S23°21’35"S
23°21’40"S 23°21’40"S
23°21’45"S 23°21’45"S
180 0 18090 Metros
Percepção quanto aos incômodos gerados pelaausência de pavimento asfáltico nos loteamentos
Bela Vista 1 e Bela Vista 2.
1. Barro
2. Poeira
3. Irregularidade do pavimento
4. Outros
Escala Gráfica
N
Mapa 15. Percepção quanto aos incômodos gerados pela ausência de pavimento asfálticonos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.
Percepção quanto aos incômodos gerados pelaausência de pavimento asfáltico nos loteamentos
Bela Vista I e Bela Vista II.
Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS
Gráfico da percepção quanto aos incômodos gerados pelaausência de pavimento asfáltico nos loteamentos
Bela Vista I e Bela Vista II.
118
41,18
54,41
2,94 1,47
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
Barro Poeira Irreg. Pavimento Outros
O maior incômodo segundo os moradores, foi poeira com percentuais acima de
50%, seguido da reclamação de barro com pouco mais de 40%. Cabe ressaltar que a
investigação foi realizada no mês de janeiro de 2013 e que a média de precipitação para
este mês, segundo dados obtidos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia, foi de
44,25mm. Entretanto, buscou-se analisar também os meses anteriores para verificar
possível condicionamento nas respostas dos moradores uma vez que a percepção quanto
a poeira poderia ser mais evidente em períodos de baixa precipitação e ao de barro em períodos de alta precipitação.
A falta de pavimentação asfáltica agregada ao fato deste loteamento estar inserido
em área rural, não possuindo edificações em seu entorno favorece a dispersão de poeira.
Observa-se pela distribuição espacial dos respondentes que o item poeira tem
maior concentração na entrada do bairro, a qual caracteriza-se como terreno plano,
conforme perfil longitudinal (Figura 06).
Segundo Azevedo Maria et all (2013), esta dispersão de poeira, juntamente com o
clima seco, gera predisposição a enfermidades respiratórias, principalmente em crianças.
Notou-se a inexistência de galerias de águas pluviais, estando também este item
em contraposição a Lei Complementar n.899/2011 em seu Art.16, e também na Lei
Complementar n.334/99, que era usada na época de execução do condomínio. Ambas
estabelecem que nos loteamentos urbanos, abertos ou fechados,é obrigatória a execução
de rede de drenagem de águas pluviais aprovadas pelo órgão municipal competente.
A reclamação por barro concentrou-se na porção central em direção ao final da
vertente do bairro, onde apresenta-se o início de maior declividade.
Observou-se nas visitas que a maioria dos problemas em relação a enxurradas e a
erosões ocorrem no final do loteamento, pois nesses locais o nível do terreno é mais
baixo e a declividade é mais acentuada e observa-se no questionário que os moradores
que mais reclamaram desses problemas se localizam nessa região.
Sabe-se que a falta de guias, sarjetas, galerias de águas pluviais e pavimentação
contribuem para a ocorrência de processo erosivo, principalmente nos casos em que a
condução das águas pluviais é longitudinal às vias, caso do loteamento Bela Vista.
12.3 ANÁLISE DOS DADOS PARA O PLANEJAMENTO URBANO
119
Como visto na apresentação dos dados de campo, é notório a identificação dos
problemas gerados pela periurbanização sem planejamento no município de Maringá,
evidenciados desde a década de 1990.
Se o planejamento urbano pode ser compreendido como uma fase importante para
conhecimento do tipo de desenvolvimento a que se destina uma cidade, bem como
identificar e alocar o modelo de desenvolvimento adotado e a que se destinará o uso e
ocupação do solo em determinadas regiões desta mesma cidade, o caso dos
condomínios residenciais implantados em Maringá na década de 1990, especificamente
neste trabalho o Bela Vista 1 e Bela Vista 2, dá-nos um exemplo de como assentamentos
humanos distantes da área urbana pode gerar desconforto aos moradores, principalmente
no que se refere à infraestrutura de esfalto.
Os impactos podem ser medidos na vida das pessoas e na esfera local pública pois
se por um lado os moradores sentem a falta ou a precariedade de serviços públicos,
ocorre um aumento de demandas de investimentos que passam a fazer parte do
orçamento municipal, não existindo, muitas vezes, a contrapartida do imposto territorial
urbano provocando um possível desequilíbrio nas contas públicas.
Isto compromete ações destinadas ao desenvolvimento do município.
Se as cidades devem ser o lugar onde as pessoas devem ter o acesso à infra-
estrutura urbana, enfim, a tudo aquilo que promova o bem-estar social, com garantias de
locomoção, acesso livre e rápido aos locais públicos, sejam escolas, postos de saúde,
creches, etc, conforme o Estatuto das Cidades, esses condomínios distantes da área
urbana não oferecem, num primeiro momento, esses acessos facilitados e o bem-estar
pretendido.
Maringá, cujo planejamento inicial atesta a aplicação dos conceitos de cidade
jardim teve neste estudo demonstrado o rompimento com esta idéia dando lugar a
espaços urbanos inapropriados e sem forma específica do que seja urbano ou o que seja
rural.
Diversos aspectos de uma urbanização planejada e coerente aos princípios
norteadores do desenvolvimento urbano ao serem negligenciados criaram demandas de
mais de uma década na oferta de serviços públicos e infraestrutura de qualidade no
atendimento aos moradores daquela porção da cidade.
Neste sentido, este desenvolvimento a revelia da legislação vigente à época da
implantação deste loteamento, ajudou a agravar a exclusão social de grandes setores da
população.
120
Os efeitos negativos para essa classe menos favorecidas podem ser medidos nos
níveis de insatisfação dos respondentes quanto a oferta de serviços de segurança pública
e policiamento, iluminação pública, coleta de resíduos domiciliares, equipamentos
públicos comunitários, falta de camada asfáltica nas vias internas, rede coletora de águas
pluviais, esgoto etc.
Estes níveis de insatisfação nestes bairros estudados são consequencia de sua
própria história de implantação bem como à localização dos mesmos na qual influencia
diretamente na percepção desses moradores que ao residirem num loteamento
inicialmente irregular, sofrem consequências da proximidade com a área rural, dos vazios
urbanos internos e externos
A inexistência de pavimentação asfáltica que acarreta problemas de poeira e lama
dependendo das condições atmosféricas foi identificado como um dos maiores problemas
dos bairros estudados e isto tem consequencias em outros aspectos da vida cotidiana
daqueles moradores.
Este é um ponto importante da análise pois quase a totalidade dos entrevistados
afirmaram ser esta falta ruim para o cotidiano do bairro, pois em análise de campo, impõe
dificuldades de locomoção devido à lama em dias de chuva e poeira em dias secos.
Esta falta também promove problemas de carreamento de camadas de solo pelas
águas pluviais as quais nas baixas e íngrimes vertenes do arruamento longitudinal do
bairro há erosões. Estas erosões são constantemente cobertas pelo cascalhamento
dessas vias as quais provoca o aumento do alinhamento da via em relação às casas na
alta vertente, provocando o empoçamento das águas da chuva tanto na via interna quanto
no pátio de algumas residências.
Aliado a esta demanda de pavimentação das ruas internas ao bairro, encontra-se a
necessidade de receber outros serviços públicos como a coleta de resíduos domiciliares
cujos moradores demonstraram não ter confiança na passagem dos dias e horários do
caminhão de coleta.
Também ligado a isto, é importante frisar que 40% dos moradores utilizam a
Unidade Básica de Saúde - Jardim Quebec mensalmente influenciando na locomoção
destes moradores, bem como a possibilidade desta falta de pavimentação asfáltica
contribuir em problemas respiratórios dentre outros congêneres à saúde humana.
Por mais que estejam regulares, o serviço de correios ainda é deficiente na região,
bem como não foi constatado equipamentos urbanos internos como praças e/ou outras
121
áreas de lazer como salão comunitário ou outras áreas livres para recreação ou prática de
esportes.
Outro ponto que merece ser ressaltado são os vazios urbanos. Em se tratando do
planejamento como ferramenta para a gestão do território, naquela região de estudo
vislumbra-se um modelo que não democratiza o acesso ao solo urbano, pois aqueles
condomínios estão inseridos numa área característica de zona rural (Macrozona Rural), a
qual tornou-se por força do poder público Macrozona Urbana de Qualificação,
promovendo contrastes entre o urbano e rural.
Tais vazios acarretam grande responsabilidade ao poder público uma vez que
estes podem promover a especulação imobiliária, ou seja, a super valorização dessas
áreas para fins de vantagem financeira a custa da restrição ao acesso à moradia.
Enfim, a falta de infraestrutura após mais de uma década de sua implantação, os
bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2 expõem padrões espaciais fortemente ligados à sua
história e de localização no espaço geográfico que nos permite identificar antigos
problemas da urbanização periférica cuja marca principal incide sobre a segregação
social e limitação da qualidade de vida de seus moradores.
Como forma de suprir as necessidades daquela população quanto a oferta de
serviços públicos e infraestrutura, há a necessidade de ampliação de visitas domiciliares
na prevenção de doenças, visto que a maior parte dos respondentes utilizam
periodicamente o sistema municipal de saúde.
Os moradores devem se organizar no conselho de saúde do município a fim de,
com posse de informações e dados de usuários, mobilidade e acesso até a UBS do
Jardim Quebec buscar maior atuação da unidade básica de saúde a fim de atuar na
prevenção de doenças.
Também é importante adequar a passagem do caminhão coletor de lixo visto que
aproximadamente 40% responderam entre ruim e regular o serviço de coleta de lixo nos
bairros estudados.
O policiamento e a segurança no bairro também são itens a serem observados
pelos órgãos de segurança pública.
Maior engajamento dos moradores no conselho de segurança, obtendo dados dos
bairros em estudo bem como dos bairros vizinhos a fim de buscar soluções que ampliem
o policiamento na região.
Também como forma de resolução das demandas por infraestrutura, propõe-se
então, que a legislação do município de Maringá-PR, bem como seu Plano Diretor seja
122
revisada de forma que a mesma permita a inserção dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2
como bairros urbanos a fim de receber o asfaltamento, a galeria de águas pluviais, o
sistema de esgotamento domiciliar etc.
123
13 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os bairros em questão apresentam características muito semelhantes em relação à
sua estrutura física, possuindo grandes áreas vazias e mescladas ora com lotes
destinados a uso residencial, ora lotes destinados a uso como chácaras de laser.
Estas características semelhantes são perceptíveis quando da aplicação do
questionário, pois os moradores não distinguem os bairros em Bela Vista 1 e Bela Vista 2,
sendo somente visto como Bela Vista.
Isto é interessante pois para estudo da percepção, estes moradores compreendem
o bairro como um todo não havendo divisão como nos mapas obtidos junto a prefeitura
municipal, em que há uma rua para cada bairro.
A análise dos padrões espaciais em SIG permitiu identificar a percepção que os
próprios moradores possuem em relação ao bairro onde vivem, bem como verificar que a
localização das residências muitas vezes influem na satisfação e/ou insatisfação em
relação aos domínios estudados (Infraestrutura urbana e Serviços Públicos) em que
observou-se coerência quanto a percepção dos moradores e a situação dos bairros
investigados no local, com parâmetros na legislação vigente de uso e ocupação do solo e
bibliografia.
Quanto às dimensões analisadas e ao domínio serviços, observou-se que apenas o
serviço de segurança e policiamento possuíam percepção de insatisfação pela maior
parte dos respondentes. As demais dimensões apresentaram-se com percentuais que
denotam satisfação.
Contudo, cabe salientar que os percentuais de satisfação dos respondentes do
Bela Vista 1 são maiores que a dos respondentes do Bela Vista 2 destacando o serviço
de iluminação, coleta de lixo e policiamento.
Nestes 2 domínios a espacialização permitiu a compreensão de que as relações de
vizinhança, limite do Bela Vista 2 com área rural e a maior área de vazios foram fatores
que contribuíram diretamente na percepção dos respondentes.
Quanto as dimensões do domínio infraestrutura, o maior problema identificado
pelos respondentes dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2 foi a ausência de
pavimentação asfáltica. Para ambos, o pavimento cascalhado gera principalmente
problemas de poeira e barro porém há uma incidência maior de reclamações por barro na
porção central de ambos os bairros e maior de poeira nas porções topo e baixa vertente.
124
A acumulação de barro tem sido maior até o início da forte declividade da vertente
sendo que a irregularidade do pavimento foi assinalada por apenas dois respondentes.
Outros elementos como ter praça foi de satisfação para os respondentes de ambos
os bairros.
A aplicação do questionário permitiu-nos identificar grande insatisfação com a falta
de pavimento asfáltico e galeria de águas pluviais, que levam a geração poeira/lama, e
dependendo da localização da residência na vertente, ocasiona forte escoamento
superficial (vertente íngreme) e empoçamento de água nas vertentes planas.
A não existência de pavimentação asfáltica é amenizada com cascalhamento das
vias internas do loteamento, o que proporciona grande irregularidade para o trânsito de
veículos leves e principalmente, para o transporte coletivo.
O cascalhamento e a ausência de galerias de águas pluviais também gera
problemas de aumento da linha da rua em relação às casas. Há relatos de que este
aumento de nível da rua proporciona escoamento da água pluvial para dentro dos
terrenos e também das casas de moradores pela inexistência de asfaltamento e galerias
de águas pluviais.
Diante das análises, concluiu-se que a implantação destes condomínios produz um
ônus social e econômico à cidade.
Social, uma vez que inúmeras pessoas convivem e partilham o desconforto quanto
ao acesso aos serviços públicos urbanos do município de Maringá, que evidenciam a
precariedade desses serviços naquele local.
Ônus econômico que advém do fato de que o poder público terá de dispensar mais
recursos para assegurar benefícios sociais e ambientais às áreas da cidade de pouca
densidade populacional para atender ao item I do Art. 42 do Plano Diretor do Município de
Maringá, que como visto, afirma que a “delimitação da Macrozona Urbana de Qualificação
tem como objetivo orientar as políticas públicas no sentido de melhorar e otimizar a
infraestrutura urbana e serviços públicos”.
Fica evidenciado que a legislação vigente que ao intentar regulamentar estes
bairros em zona rural, mostrou-se ineficaz pois ao determinar padrões de condomínio
fechado (circundado por muro e portaria de acesso e saída de pessoas e veículos),
acentuou ainda mais as dificuldades dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2 que não
apresentam em seus limites, fechamento e guarita.
125
Isto ocorre pois além de permitirem descontinuidade do território urbano de
Maringá, estabeleceu-se a regularidade do bairro mesmo não possuindo a infraestrutura
determinada pela legislação municipal, descaracterizando o crescimento da cidade.
Sendo assim, após duas décadas de existência, os bairros Bela Vista 1 e Bela
Vista 2 continuam sendo fonte de demandas sociais e econômicas para o município e
principalmente para os moradores que convivem com oferta precária dos serviços
públicos e de infraestrutura, as quais influenciam diretamente no cotidiano de seus
moradores.
Este trabalho alcançou seus objetivos e a espacialização da percepção foi fator
diferencial nesta pesquisa pois permitiu ir além da quantificação, buscando analisar as
correlações destas percepções com sua localização espacial. Porém, muito ainda tem a
ser investigado. Domínios como mobilidade e acessibilidade, meio ambiente, conforto
ambiental urbano e qualidade de vida são alguns exemplos de estudos que podem ser
aplicados naqueles bairros.
Isto posto, a espacialização da percepção dos moradores a partir do
questionamento das dimensões e domínios propostos auxiliam o gestor urbano a
conhecer as fragilidades do desenvolvimento urbano adotado bem como da tomada de
decisão a partir do conhecimento das dificuldades dos moradores locais e assim,
aumentar a eficácia do planejamento da expansão da malha urbana do município e assim,
favorecer ampla melhoria na qualidade de vida de seus moradores.
126
Referências: Agência de Desenvolvimento Internacional da ONU - Fundo de População das Nações Unidas - UNFPA. Executive board of the United Nations development programme, the United Nations population fund and the United Nations Office for Project services. ONU, 2011. Agência de Desenvolvimento Internacional da ONU - Fundo de População das Nações Unidas - UNFPA. Dados sobre número de habitantes no mundo. Capturado na internet em 22 de julho de 2013, no seguinte site: http://www.unfpa.org.br/novo/index.php/populacao
Agência de Desenvolvimento Internacional da ONU - Fundo de População das Nações Unidas - UNFPA. Relatório sobre a situação da população mundial em 2011. ONU, 2012.
AGUILAR, A. G. Peri-urbanization, ilegal settlementsandenvironmentalimpact in MexicoCity.Cities, vol., 25, p. 133-145, 2008. AGUILAR, A. G., e WARD, P. M. Globalization, regional development, and mega-city expansion in Latin America: analyzing Mexico City´s peri-urban hinterland. Cities, vol., 20, n. 1, p. 3-21, 2003.
ALEXANDRE, J. W. C.; de ANDRADE, D. F.; VASCONCELOS, A. P.; ARAUJO, A. M. S. e
BATISTA, M. J. Análise do número de categorias da escala de Likert aplicada à gestão pela qualidade total através da teoria da resposta ao item. XX2I Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Ouro Preto, MG, 2003.
ALFONSIN, B M. Depois do Estatuto da Cidade: ordem jurídica e política urbana em disputa. Porto Alegre e o urbanizador social. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, vol., 7, n. 2, 2005. ALVES, J. E. D. e CAVENAGHI, S. Tendências demográficas dos domicílios e das famílias no Brasil. Capturado na internet em 16 de junho de 2013, no seguinte endereço eletrônico: http://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/tendencias_demograficas_e_de_familia_24ago12.pdf ANDREWS, F. M.Research on the Quality of Lij&. Survey Research Center, Ann Arbor, MI. 1986. APPLETON, K e LOVETT, A. GIS-based visualisation of rural landscapes: defining "sufficient" realism for enviromental decision-making. Landscape and Urban Planning. N. 65, p. 117-131, 2003.
127
AZEVEDO MARIA, A. C; MENDES, G. F.; MENDES, G. F.; FREITAS, R. F.; FREITAS, T. F. e ROCHA J. S. B. Fatores ambientais determinantes do processo saúde-doença no bairro Vila Mauricéia da cidade de Montes Claros, Minas Gerais (Brasil): um olhar dos profissionais da área de saúde. Revista Digital. Buenos Aires, n. 181, 2013. BANCO INTERNACIONAL PARA A RECONSTRUÇÃO E O DESENVOLVIMENTO. Planning, connecting e financing cities now - priorities for city leaders. BANCO MUNDIAL, 2013. BANCO MUNDIAL. Determinants of city growth in Brazil.World Bank Policy Research Working, 2005. BARRETO, I. J. e MENDES, C. M. Uma forma inovadora de se morar: a verticalização no Jardim Universitário - Maringá-PR. Boletim de Geografia, vol., 17, p. 59-72, 1999. BARROS, A. M. F. B.; CARVALHO, C. S. e MONTANDON, D. T. LEI Nº 10.257. O Estatuto da Cidade comentado. Capturado na internet em 19 de julho de 2013, no seguinte endereço eletrônico: http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNPU/Biblioteca/PlanelamentoUrbano/EstatutoComentado_Portugues.pdf BATISTA, A. A. S. Análise da qualidade de vida no trabalho utilizando um modelo de regressão logística.Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Tecnológica do Paraná, 2010. BOBYLEV, N. Mainstreaming sustainable development into a city´s Master Plan: a case of urban underground space use. Land and Policy, v. 26, p. 1128-1137, 2009. BOBYLEV, N. Strategic environmental assessment of urban underground infrastructure development policies. Capturado na internet em 02 de fevereiro de 2014, no seguinte site: http://worldcat.org/issn/08867798 BONAIUTO, M.; FORNARA, F. e BONNES, M. Indexes of perceived residential environment quality and neighbourhood attachment in urban environments: a confirmation study on the city of Rome. Landscape and Urban Planning, vol. 65, p. 41-52, 2003. BORDE, A. Vazios urbanos: avaliação histórica e perspectivas contemporâneas. Seminário de História da Cidade e do Urbanismo, vol., 8, n. 5, 2004. BRAGA, R. Dinâmica regional e política urbana: uma análise das cidades de porte médio da Região Administrativa de Campinas-SP. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, vol7, n. 2, p. 3-24, 2011. BRAGA, R. Plano Diretor municipal: três questões para discussão. Caderno do Departamento de Planejamento, UNESP, vol., 1, n. 1, p. 15-20, 1995.
BRASIL. Estatuto da Cidade: Lei 10.257/2001 que estabelece diretrizes gerais da política urbana. Brasília, Câmara dos Deputados, 2001, 1a Edição.
128
BRASIL. Constituição, 1988.
BRASIL. Lei n. 6766, de 19 de dezembro de 1979. Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências.
BRIGGS, J., e MWAMFUPE, D. Peri-urban development in an era of structural adjustment in Africa: the city of Dar es Salaam, Tanzania. Urban Studies, Vol., 37, n. 4, p. 797-809, 2000.
BUARQUE, C. Qualidade de vida: a modernização da utopia. Lua Nova. N. 31, 1993. CAPORUSSO, D. e MATIAS, L. F. Áreas urbanas: avaliação e proposta conceitual. V2I Seminário de Pós-Graduação em Geografia da Unesp - Rio Claro. 2008. CARDOSO, A. L. Vazios urbanos e função social da propriedade. Revista Trimestral de Debate da FASE. Proposta nº 16. IPPUR/UFRJ. 2008. CARLOS, A. F. A. O espaço urbano - novos escritos sobre a cidade. São Paulo: FFLCH, 2007, 123p. CARVALHO, S. N. Estatuto da Cidade - aspectos políticos e técnicos do plano diretor. São Paulo em Perspectiva, vol. 15, n. 4, 2001. CECCATO, V. A.; FORESTI, C. e KURKDIJAN, M L. Proposta metodológica para avaliação da qualidade de vida urbana a partir de dados convencionais e de sensoriamento remoto, Sistema de Informações Geográficas (SIG) e de um banco de dados.Anais do V2 SBSR, 1993. CHEN, M., LIU, W., e TAO, X. Evolution and assessment on China´s urbanization 1960-2010: under-urbanization or over-urbanization? Habitat International, vol., 38, p. 25-33, 2013. CHRISTOPOULOU, O., POLYZOS, S. e MINETOS, D. Peri-urban and urban forests in Greece: obstacle or advantage to urban development? Management of Environmental Quality: An International Journal. Vol., 18, n. 4, 2007. CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA. Planos diretores. Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar. Arquiteto Carlos Nigro (org.). 2010 CORDOVIL, F. C. S. e RODRIGUES, A. L. Segregação socioespacial e a negligência ao patrimônio construído: legado dos projetos e práticas do poder público municipal em Maringá-PR (Brasil). Revista Electrónica de Geografía Y Ciencias Sociales, v. 17, n. 418, 2012. CORRÊA, C. C., LISTON, R. F., BARBOS, A. C., SILVA, C. P. e BARCZSZ, S. S. Gestão pública e desenvolvimento sustentável: a importância da implantação de Plano Diretor no ato de criação de um município. 48º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, 2010.
129
COSTA, G. M. e PACHECO, P. D. Planejamento urbano no ambiente metropolitano: o caso do município de Nova Lima na região metropolitana de Belo Horizonte. ANPUR, v. 8, 2004. CUNHA, L. M. A. Modelos Rasch e Escalas de Likert e Thurstone na medição de atitudes. Universidade de Lisboa. 2007. SILVA da, A. B. Dinâmica de periurbanização na franja urbana-rural de Camaragibe: transformações espaciais e condição ocupacional dos moradores pobres num quadro de desigualdade social. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco. 2011. SILVA da, M. R. A.; CAMPOS, C. R.; FINIZOLA, C. F. G. NOVAES, E. G. ALVARES, L. C. e MOURA, M. L. V. Impactos sociais e urbanísticos dos loteamentos fechados no setor sul de Uberlândia - um estudo de caso. Caminhos de Geografia, vol., 13, n. 43, 2012. SILVA da, M. R.; CARVALHO JÚNIOR, O. A de; MARTINS, E. S.; MITJA, D. e CHAIB FILHO, H. Análise fatorial multivariada aplicada a caracterização de áreas de ocorrência de babaçu (Attalea Specioosa Mart. ex SPRENG) na bacia do rio Cocal. Sociedade e Natureza, n. 2, p. 267-282, 2012.
DAYARATNE, R. e SAMARAWICKRAMA, R. Empowering communities in the peri-urban areas of Colombo.EnvironmentandUrbanization, vol., 15, n. 1, 2003.
de CARVALHO, S. N. Estatuto da Cidade - aspectos políticos e técnicos do plano diretor. São Paulo em Perspectiva, vol., 15, n. 4, 2001.
de PAULA FREITAS, M. Mobilidade urbana sustentável e a sua viabilidade nas cidades médias: estudo de referência de Araguari/MG. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Uberlândia. 2010. de SOUZA, J. I. B. Qualidade ambiental em cidades médias: estudo de caso da cidade de Campos dos Goytacazes. Boletim do Observatório Ambiental Alberto Ribeiro Lamego. V. 3, p. 117-134, 2009. DENALDI, R. Santo André: urbanização de favelas e inclusão social. AmbienteConstruído, vol., 4, n. 4, p. 7-20, 2004. DENG, J. S., QIU, L. F., WANG, K., YANG, H. e SHI, Y. Y. An integrated analysis of urbanization-triggered cropland loss trajectory and implications for sustainable land management.Cities, vol., 28, p. 127-137, 2011.
DUPONT, V. Conflicting stakes and governance in the peripheries of large indian metropolies - an introduction.Cities, vol. 24, n. 2, p. 89-94, 2007. FAHY, F e Ó CINNÉIDE, M. Developing and testing an operational framework for assessing quality of life. N. 28, p.366-379, 2008.
130
FAHY, F. e Ó CINNÉIDE, M.The reality of the locality: exploring spatial aspects of quality of life in galway city, Ireland. Inst. J. Sus.Dev. Planning. V. 3, n. 1, p. 29-44, 2008. FANTIN, M.; COSTA, M. A.; MONTEIRO, A. M. V. A relevância de uma infraestrutura geoinformacional como subsídios ao desenvolvimento de políticas urbanas. In: ALMEIDA, D. M.; MONTEIRO, A. M. V.; CÂMARA, G. (orgs). Geoinformação em urbanismo: cidade real x cidade virtual. São Paulo: Oficina de Textos, 2007, p. 132-161. FARIAS, F. O. e MATIAS, L. F. Mapeamento e análise da distribuição da infraestrutura urbana básica na cidade de Paulínia (SP). Geotecnologias Aplicadas à Gestão. Painel apresentado no Departamento de Geografia, Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (2009). FEGUE, C. Informal settlements´planning theories and policy-making in sub-Saharan Africa - from "site" to "people": a critical evaluation of operations "murambatsvina" and "garikai" in Zimbawe.Int. J. Sus. Dev. Plann., Vol., 2, n. 4, p. 445-460, 2007. FEITOSA, F.F.; LE, Q. B.; VLEK, P; MONTEIRO, A.M.V.; ROSEMBACK, R. (2012) Countering Urban Segregation in Brazilian Cities: Policy - oriented Explorations Using Agent- based Simulation. Environment and Planning B: Planning and Desing, Vol., 39, n. 6, p. 1131-1150, 2012. FEITOSA, F. F.; LE, Q. B. e VLEK, P. L. G. Multi-agent simulator for urban segregation (MASUS): a tool to explore alternatives for promoting inclusive cities.Computers, Environment and Urban Systems. N. 35, p. 104-115, 2011. FERNANDEZ, R. M. e KULIK, J. C.A multilevel model of life satisfaction: effects of individual characteristics and neighborhood composition. Americana Sociological Review, vol. 46, p. 840-850, 1981.
FERREIRA, G. L. B. V.; JESUS, L. S. de; MARIANO, M. V. Plano diretor e a participação pública no planejamento urbano. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, X2, n. 65, jun 2009. Disponível em: http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6354>. Acesso em jul 2013.
FINDLAY, A.; MORRIS, A. e ROGERSON, R.Where to live in Britain in 1988.Butterworth&Co. (Publishers) Ltd. P.268-276, 1988. FISHER, T. Differentiation of growth processes in the periurban region: an australian case study. Urban. Cities, Vol. 40, n. 3, p. 551-565, 2003. FUNDO DE POPULAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - FNUAP. Resumo do Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento. Nações Unidas, 1995.
131
FURTADO, B. A. Tipologias de renda e de serviços: um estudo de caso para análise intraurbana da metrópole Belo-Horizontina. AmbienteConstruído, Porto Alegre, v. 9, n. 3, p. 07-25, 2009. G BRENT H., NEIL W M. e JOSEPH M P. Integration of remote sensing and GIS to detect pockts of urban poverty: the case of Rosario, Argentina. Transactions in GIS, 2001, 5(3): 235-253. GALVÃO, A. A. e TONELLA, C. Políticas Públicas urbanas, espaço público e segregação em uma cidade média: o caso de Maringá-PR. Seminário Nacional Governança Urbana e Desenvolvimento Metropolitano. Natal-RN, 2010. GOH, R. B. H. Competitivecitiesandhumanscales: thesemioticsofurbanexcess. Semiótica. V.4, n. 185, p.189-211, 2011. GOMES, P. S. e LAMBERTS, R. O estudo do clima urbano e a legislação urbanística: considerações a partir do caso de Montes Claros-MG. Ambiente Construído, vol. 9, n. 1, p. 73-91, 2009. GRAHAM, J., GURIAN, P., CORELLA-BARUD, V. e AVITIA-DIAZ, R. Peri-urbanization and in-home environmental health risks: the side effects of planned and unplanned growth. Environmental Health, n. 207, p. 447-454, 2004. GU, C., WU, L., e COOK, I. Progress in research on chinese urbanization. FrontiersofArchitecturalResearch. vol., 1, p. 101-149, 2012. GUILLÉN-SALAS, J. C. Sistemas de indicadores de qualidade de vida: análise das experiências de Belo Horizonte. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de São arlos. 139 p. 2005. HEITOR, T. H. Insegurança em meio urbano: o espaço na mediação de oportunidades delituosas. Psicologia, v. 21, n.2, Lisboa, 2007. HIGGINS, P e CAMPANERA, J. (Sustainable) quality of life in English city locations.Cities. N. 28, p.290-299, 2011. HOGAN, D. J.; CUNHA, J. M. P.; CARMO, R. L. e OLIVEIRA, A. A. B. Urbanização e vulnerabilidade sócio-ambiental: o caso de Campinas. Capturado na internet em 02 de fevereiro de 2014, no seguinte site http://www.nepo.unicamp.br/textos/publicacoes/livros/migracao_urbanas/02pronex_13_Urbanizacao_Vulnerabilidade.pdf HONG, H e WEI, W. Study on interaction of environmental quality for urban community.China National Key Technologies R&D Programs. 2009. HUNG, T. e YASUOKA, Y..Integration an application of socio-economic and environmental data within GIS for development study in Thailand.Disponívelem http://www.a-a-r-s.org/acrs/proceeding/ACRS2000/Papers/GIS00-4.htm. Acessadoem 03/05/2013.
132
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA. Instrução Normativa 17-B.- 22 de dezembro de 1980. Dispõe sobre parcelamento de imóveis rurais. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA E APLICADA - IPEA. Gastos das famílias das regiões metropolitanas brasileiras com transporte urbano. Brasília, 2012. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA E APLICADA - IPEA. Infraestrutura social e urbana no Brasil: subsídios para uma agenda de pesquisa e formulação de políticas públicas. Brasília, 2010. INTERAMERICAN DEVELOPMENT BANK - IDB. Beyond facts: undestanding quality of life.Development in the Americas.Harvard University Press. 2008 INTERAMERICAN DEVELOPMENT BANK - IDB. Construir ciudades - mejoramiento de barrios y calidad de vida urbana. Eduardo Rojas (editor). 2009. JÚNIOR DOS SANTOS, O. A. e MONTANDON, D. T (Org.). Os Planos Diretores municipais pós-Estatuto da Cidade: balanço crítico e perspectivas. Observatório das Metrópolis, Ed. Letra Capital, 2011. KANASHIRO, M. e CASTELNOU, A. M. N. Sociedade de risco, urbanização de risco e Estatuto da Cidade. Terra e Cultura, n. 38, p. 138-163, sem ano. KEINERT, R. C. Monitoramento da Qualidade de vida: formulação de uma metodologia de avaliação. Fundação Getúlio Vargas. Relatório Final de Pesquisa. N. 6, 2004. KENNEDY, L. Regional industrial policies drivingperi-urban dynamics in Hyderabad, India. Cities, vol., 24, n. 2, p. 95-109, 2007. KHADOUR, Y. e KAFA, M. Discussion of random and informal settlements in Damascus.Geo-spatial Information Science, vol. 12, p. 289-295, 2009. KLISKEY, A.The role and functionality of GIS as a planning tool in natural-resource management.Computational, EnvironmentandUrban Systems. Vol. 19, N. 1, p. 15-22, 1995. KRAN, F e FERREIRA, F. P. M. Qualidade de vida na cidade de Palmas-TO: uma análise através de indicadores habitacionais e ambientais urbanos. Ambiente e Sociedade. V. 9, n. 2, p. 123-141, 2006. LACERDA, N.; MARINHO, G.; BAHIA, C.; QUEIROZ, P. e PECCHIO, R. Planos Diretores municipais. Aspectos legais e conceituais. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, vol., 7, n. 1, 2005. LEITE, C. São Paulo, megacidade e redesenvolvimento sustentável: uma estratégia propositiva. Revista Brasileira de Gestão Urbana, vol., 2, n. 1, p. 117-126, 2010. LI, Y., LI, Y., ZHOU, Y., SHI, Y. e ZHU, X. Investigation of a coupling model of coordination between and the environment. Journalof Environmental Management, vol., 98, p. 127-133, 2012.
133
LO, C. P. e FABER, B. J. Integration of landsat thematic mapper and census data for quality of life assessment. Remote Sens. Environment. N. 62, p. 143-157, 1997. LOPES, P. A. Níveis de satisfação dos moradores em relação à infra e à superestrutura dos conjuntos habitacionais populares de Londrina, Paraná. Terra e Cultura, ano 18, n. 35, p. 03-17, 2002. MADALENO, I. M. e GUROVICH, A. “Urban versus rural” no longer matches reality: na early public agro-residential development in periurban Santiago, Chile. Cities, vol. 11, n. 6, p. 513-526, 2004. MARINGÁ (Câmara de Vereadores). Lei Complementar nº 03/1991, que dispõe sobre normas e padrões de uso e ocupação do solo para as Zonas Urbanas do Município de Maringá. MARINGÁ (Câmara de Vereadores). Lei nº 236/98 de 18 de agosto de 1998. Lex: Dispõe sobre o parcelamento de solo rural para fins urbanos, Maringá. MARINGÁ (Câmara de Vereadores). Lei nº 327/99 de 15 de dezembro de 1999. Lex: Cria zona de urbanização específica no município de Maringá, Maringá. MARINGÁ (Câmara de Vereadores). Lei nº 334/99 de 23 de dezembro de 1999. Lex: Dispõe sobre o parcelamento do solo no município de Maringá e dá outras providências, Maringá. MARINGÁ (Câmara de Vereadores). Lei nº 469/03 de 22 de julho de 2003. Lex: Cria zonas de urbanização específicano município de Maringá e revoga a Lei Complementar n. 327/99, Maringá. MARINGÁ (Câmara de Vereadores). Lei nº 632/06 de 06 de outubro de 2006. Lex: Cria o Plano Diretor do município de Maringá, Maringá. MARINGÁ (Câmara de Vereadores). Lei nº 795/10 de 11 de janeiro de 2010. Lex: Regulamenta a aplicação da outorga onerosa do direito de construir , Maringá. MARINGÁ (Câmara de Vereadores). Lei nº 799/10 de 12 de janeiro de 2010. Lex: Altera a Lei Complementar n. 632/2006 que criou o Plano Diretor do Município de Maringá., Maringá. MARINGÁ (Câmara de Vereadores). Lei nº 8563/10 de 11 de janeiro de 2010. Lex: Regulamenta o dispositivo da Lei Complementar nº 632/2008 que dispõe sobre a transferência de potencial construtivo no município de Maringá.. MAUPIN, P.; APPARICIO, P.; LEPAGE, R. e SOLAIMAN, B. Multiple correspondence analysis for highly heterogeneous data fusion.An example in urban quality of life assessment.WeD5. P.26-36, 2000. MELLO, J. M. Análise das variáveis da qualidade de vida em Campi Universitários: um estudo de caso. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Maringá, 2011.
134
MINGRUI, X.; YANNAN, X., HAO, S. e KUN, W. Assessmentofurbangreenspacelandscapebasedonlandsuitabilityanalysis.FourthInternationalConferenceonInformationanComputing, 2011. MIRANDA, L. I. B. Planejamento em áreas de transição rural-urbana. Velhas novidades em novos territórios. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, vol., 11, n. 1, 2009. MONTEIRO, J. H. P. [et al.]. Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2001. 200p. MORATO, R. G. Análise da qualidade de vida urbana no município de Embu/SP. Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo. 108 p. 2004. MOREIRA, H. F. O Plano Diretor e as funções sociais da cidade. Serviço Geológico do Brasil, Rio de Janeiro, 2008. MOSTAFA, A. M. Quality of life indicators in value urbana areas: KasrElnile street in Cairo.Procedia - Social andBehavioralSciences. V. 50, p. 254-270, 2012. MUNIZ, M. A. P. C. O Plano Diretor como instrumento de gestão da cidade: o caso da cidade de Fortaleza-CE. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2006. MYERS, D. Community-relevant measurement of quality of life.Urban Affairs Quarterly. V. 23, n. 1, p.108-125, 1987. NAÇÕES UNIDAS - ONU. Executive board of the United Nations development programme, the United Nations population fund and the United Nations office for project services. Draft country programme document for Brazil. Second regular secion, 2011. NAÇÕES UNIDAS. Urban and rural areas 2009.Department of Economic and Social Affairs - Population Division, 2009. NAÇÕES UNIDAS. World population prospects - the 2010 revision. Highlights and advance tables. New York, 2011. NAHAS, M. I. P. Bases teóricas, metodológicas de elaboração e aplicabilidade de indicadores intra-urbanos na gestão municipal da qualidade de vida urbana em grandes cidades: o caso de Belo Horizonte. Tese (Doutorado). Universidade Federal de São Carlos, 373 p., 2002. NAHAS, M. I. P.Metodologia de construção de índices e indicadores sociais, como instrumentos balizadores da gestão municipal da qualidade de vida urbana: uma síntese da experiência de Belo Horizonte. Seminário sobre Indicadores de Sustentabilidade. São Paulo, Abril/2000.
135
NAMUR, M. A questão da localização no processo de produção pública habitacional da CDHU no espaço urbano. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 4, n. 1, p. 55-66, 2004. NASCIMENTO, V. M. L. C.; LIMA, E. R. V. e SANTOS, C. A. G..SIG na avaliação de áreas para ocupação urbana de João Pessoa, PB. Ambiente Construído. V.9, n.1, p. 107-123, jan./mar. 2009. NETTO, V. M. e KRAFTA, R.A forma urbana como problema de desempenho. O impacto de propriedades espaciais sobre o comportamento urbano. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, vol., 11, n. 2, 2009. OJIMA, R. Crescimento urbano e periurbanização: redistribuição espacial da população em Novas Fronteiras da mudança ambiental. IV Encontro Nacional da Anppas, 2008. OLIVEIRA, L. A. e MASCARÓ, J. J. Análise da qualidade de vida urbana sob a ótica dos espaços públicos de laser.AmbienteConstruído. V. 7, n. 2, p. 59-69, 2007. OLIVEIRA, L. F. e BIASOTTO, R. Projeto Rede de Avaliação e Capacitação para a Implantação dos Planos Diretores Participativos. O acesso à terra urbanizada nos planos diretores brasileiros. Ministério das Cidades - Capítulo 2. 2011. OLIVEIRA, M. A. Cartografia como elemento essencial de correlação e análise da percepção ambiental dos moradores do bairro Tarumã. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá-PR, 2009. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Department of Economics and Social Affairs Urban and rural areas . Economic and Social Affairs. United Nations, New York, 2009. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. World population prospects – the 2010 revision. Highlights and advance tables. Economic and Social Affairs. United Nations, New York, 2011. PACIONE, M. Urban environmental quality and human wellbeing - a social geographical perspective.Landscape and Urban Planning. N. 65, p. 19-30, 2003. PANDEY, M. D. e NATHWANI, J. S. Life quality index for the estimation of societal willingness-to-pay for safety.StructuralSafety. N. 26, p. 181-199, 2004. PASCHOAL, S. M P. Qualidade de vida do idoso: elaboração de um instrumento que privilegia sua opinião. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de São Paulo, 2000. PELLING, Mark. 2003. The Vulnerabilityof Cities: Natural Disasters and Social Resilience. London: Earthscan.
136
PICHARDO-MUÑIZ, A.The role of diseconomies of transportation and public safety problems in the measurement of urban quality of life.Applied Research Quality Life. V.6, P. 363-386, p. 2011. PINHEIRO, O. M. Plano diretor e gestão urbana. Florianópolis, Departamento de Ciências da Administração. UFSC, CAPES, UAB, 2010. POLIDORO, M. LOLLO, J. A. de e BARROS, M.V.F. Sprawling and urban transportation system: impacts in thecityof Londrina, Paraná, Brasil. Int. J. Sus. Dev. Plann., Vol. 7, n. 3, 2012. QIAN, Z. Master plan, plan adjustment and urban development reality under China´s market transition: a cae study of Nanjing. Cities, v. 30, p. 77-88, 2013. RAMOS, F. R. Análise espacial de estruturas intra-urbanas: o caso de São Paulo. Dissertação de mestrado em Sensoriamento Remoto. INPE, 2002. RAVETZ, J., FERTNER, C. e NIELSEN, T. S. The dynamics of peri-urbanization. Chapter 2 – capturada na internet em 16 de julho de 2014 no seguinte endereço eletrônico: http://www.springer.com/cda/content/document/cda_downloaddocument/9783642305283-c1.pdf?SGWID=0-0-45-1364510-p174508209 RESCHILIAN, P. R. e UEHARA, A. Y. Organização do espaço urbano. Oculum Ensaios, vol. 15, p. 76-87, 2012. REZENDE, D. A. e ULTRAMARI, C. Plano Diretor e planejamento estratégico municipal: introdução teórico-conceitual. RAP, vol.,41, n. 2, p. 255-271, 2007. RODRIGUES, A. L. e COSTA, L. M. Uma análise da apropriação de instrumentos do Estatuto das Cidades pelo mercado imobiliário: projeto PCA ZEIS Santa Felicidade - Maringá-PR. Seminário Política e Planejamento: Economia, Sociedade e Território. Curitiba-PR., 2008 RODRIGUES, J. M. População, sociedade e território: tempo de urbanização em Goiás. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro, 2006. RODRIGUES, M. C. P. Potencial de desenvolvimento dos municípios fluminenses: uma metodologia alternativa ao IQM, com base na análise fatorial exploratória e na análise de clusters. Caderno de Pesquisas em Administração, vol. 9, 2002. ROLNICK, R. Planejamento urbano nos anos 90: novas perspectivas para velhos temas. In: Globalização, Fragmentação e Reforma Urbana - O futuro das cidades brasileiras na crise. Org. Ribeiro, Luiz César de Queiroz e Santos Júnior, Orlando Alves dos Santos. Editora Civilização Brasileira, 2a. Edição, Rio de Janeiro, 1997. ROLNIK, R. Estatuto da Cidade - instrumento para as cidades que sonham crescer com justiça e beleza. Capturado na internet em 02 de agosto de 2013, no seguinte endereço eletrônico: http://www.polis.org.br/uploads/814/814.pdf
137
ROLNIK, R. Estatudo da Cidade – instrumento para as cidades que sonham crescer com justiça e beleza. 2001. Capturado na internet em 17 de julho de 2013 no seguinte endereço eletrônico: http://www.polis.org.br/uploads/814/814.pdf. SABATINI, F., CÁCERES G. e CERDA, J. Residential segregation pattern changes in main chilean cities: scale shifts and increasing malignancy. In.: International Seminar on Segregation and the City - Lincoln Institute of Land Policy. 2001. SANCHEZ-SILVA, M e RACKWITZ, R. Socioeconomic implications of life quality index in design of optimum structures to withstand earthquakes. Journal of Structural Engineering. N. 6, p. 969-977, 2004. SANTANA, L. S. Os vazios urbanos nos centros de cidades como lugar para a habitação de interesse social: o caso de Maceió-AL. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Alagoas. 2006. SANTOS, A. de P; ROCHA, S. F.; ABREU, M. V. S.; CALIJURI, M. L. e SANTOS, P. M. O uso da análise multicritério no mapeamento da fragilidade social da área urbanizada do município de Viçosa - MG. Revista Brasileira de Cartografia, nº 64/5, p. 635-643, 2012. SAYAGO D. e OLIVEIRA PINTO, M. Plano Diretor: instrument de política urbana e gestão ambiental. Capturado na internet em 17 de junho de 2014 no seguinte endereço eletrônico: http://www.ecoeco.org.br/conteudo/publicacoes/encontros/vi_en/artigos/mesa3/des_urbano_meioambiente.pdf. SAYAS, J. P. Urban sprawl in the periurban coastal zones of Athens.The Greek Review of Social Research, p. 71-104, 2006. SCHEIDEGGER, E.; CARNEIRO, T. C. J. e ARAÚJO, C. A. S. Impactos do sistema de informação geográfica na administração pública municipal. Revista Gestão e Tecnologia, v. 13, n.1, p. 03-21, 2013. SCHMIDT, L. P., da SILVA COSTA, L. F. e MENDES, C. M. A verticalização periférica na cidade de Maringá - Paraná - Brasil: o caso das zonas 17 e 27. Capturado na internet em 16 de julho de 2013, no seguinte endereço eletrônico: http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal8/Geografiasocioeconomica/Geografiaurbana/23.pdf SCIPIONI, A.; MAZZI, A.; FORNASIERO, L. SCHIAVON, A.The quality of life in Padova municipality and the ISO 14031 model - an experience to measuring urban sustainability by context indicators and performance indicators. InternationalEngineering Management Conference. N. 4, p.139-143, 2004. SCUSSEL, M. C. B. e SATTLER, M. A. Cidades em (trans)formação: impacto da verticalização e densificação na qualidade do espaço residencial. Ambiente Construído. V. 10, n. 3, p.137-150, 2010.
138
SENLIER, N.; YILDIZ, R.; DIGDEM AKTAS, E.A perception survey for the evaluation of urban quality of life in kocaeli and a comparison of the life satisfaction with the europeancities.Soc. Indic. Res. V. 94, p. 213-226, 2009. SILVA, H. M. B. Vazios urbanos - requalificando o problema na grande São Paulo. Seminário Internacional sobre vazios urbanos: novos desafios e oportunidades. Capturado na internet em 07 de junho de 2013, no seguinte endereço eletrônico: http://www.usp.br/fau/depprojeto/labhab/biblioteca/textos/silva_vaziosurbanos_hmb.pdf SILVA, Helena Menna Barreto.Vaziosurbanos requalificando o problema na grande São Paulo.Textoapresentado no InternationalSeminaronVacant Land: ChallengesandOpportunities. Rio de Janeiro, 26-30 Abril 1999. SILVEIRA, B. C.; da SILVA, R. G. e CARVALHO, L. A. Índice relativo de qualidade de vida da região norte: uma aplicação da análise fatorial. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional. V. 4, n. 4, p. 80-97, Taubaté, 2008. SOUSA, G. E. De laciudad a lametrópoli. Una interpretación teórica del fenómeno expansivo ligado a lavivienda, a lavulnerabilidad y a la pobreza: el caso del área metropolitana de Monterrey, Nuevo León, México. Revista INVI, vol., 25, n. 69, p. 19-101, 2010. SOUZA, C. B. G. e da SILVA, M. A. P. O Plano Diretor urbano de Belém: um instrumento para outra reinvenção das cidades? Revista Brasileira de Gestão Urbana, vol., 2, n. 1, p. 97-106, 2010. SOUZA, Marcelo Lopes de. ABC do desenvolvimento urbano – 2ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. STYLIANIDIS, E; KARANIKOLAS, N. e KAIMARIS, D. A.GIS for urbana sustainability indicators in spatial planning. WIT Press, vol. 7, n. 1, p.1-13, 2012. SU, S., XIAO, R. e ZHANG, Y. Multi-scale analysis of spatially varying relationships between agricultural landscape patterns and urbanization using geographically weighted regression. Applied Geography, vol., 32, p. 360-375, 2012. TAVARES, M. G. C. Planos diretores como instrumentos de reforma urbana: potencialidades e limites. Rio de janeiro: IPPUR, 1996. TEOBALDO NETO, A. A qualidade ambiental urbana no bairro Alfredo Freire em Uberaba-MG: o desafio da análise e representação. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Uberlândia, 163 p. 2008. THOMSON, C. e HARDIN, P. Remote sensing/GIS integration to identify potencial low-income housing sites.Cities. Vol. 17, n. 2, p. 97-109, 2000. TORRES, H. GAMA D. e GONÇALVES, R. O mercado de terras em São Paulo. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, vol., 9, n. 2, 2007.
139
UEHARA, A. Y. Do modelo de cidade-jardim à metropolização: evidências do urbanismo à brasileira na região norte do Estado do Paraná. Dissertação de Mestrado. Universidade do Vale do Paraíba. 2012. VAN KAMP, I.; LEIDELMEIJER, K.; MARSMAN, G. e de HOLLANDER, A. Urban environmental quality and human well-being towards a conceptual framework and demarcation of concepts; a literature study. Landscape and Urban Planning. N. 65, p. 5-18, 2003. VILLAÇA, F. Espalo intra-urbano no Brasil. São Paulo, Studio Nobel, 2001. VILLAÇA, F. A segregação urbana e a justiça (ou a justiça no injusto espaço urbano). Revista Brasileira de Ciências Criminais. N. 44, 341-343, 2003. WATSON, V. The planned city sweeps the poor away...: Urban planning and 21st century urbanization.Progress in Planning, vol., 72, p. 151-193, 2009. YUNG-JAAN, L. Subjetive quality of life measurement in Taipei. Building and Environmental. N. 43, p.125-1215, 2008. WORD URBAN FORUM III – UN-HABITAT. An international Un-Habitat event on urban sustainability. Canada, Junho 2006. ZEBARDAST, E. Marginalization of the urban poor and the expansion of the spontaneous settlements on the Tehran metropolitan fringe.Cities, vol., 23, n. 6, p. 439-454, 2006. ZEILHOFER, P e TOPANOTTI, V. P. GIS and ordination techniques for evaluation of environmental impacts in informal settlements: a case study from Cuiabá, central Brazil.Applied Geography. N. 28, p. 1-15, 2008. ZHANG, K. H. e SONG, S. Rural-urban migration and urbanization in China: evidence from time-series and cross-section analyses. China Economic Review, vol., 14, p. 386-400, 2003. ZHAO, P. Too complex to be managed? New trends in peri-urbanization and its planning in Beijing. Cities, vol., 30, p. 68-76, 2013. ZIR, G. C. O papel dos planos diretores na busca da garantia da qualidade de vida. Universidade de Caxias do Sul. 157 p. 2006.
140