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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA ERIVELTO ALVES PRUDENCIO ESTUDO DA PERCEPÇÃO DA OFERTA DE SERVIÇOS PÚBLICOS E DE INFRAESTRUTURA DOS MORADORES DOS BAIRROS BELA VISTA 1 E BELA VISTA 2 NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ-PR MARINGÁ 2014

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO … · não foram completamente resolvidas o queafeta diretamente a qualidade de vida de seus ... Para avaliar situações especificas,

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA

ERIVELTO ALVES PRUDENCIO

ESTUDO DA PERCEPÇÃO DA OFERTA DE SERVIÇOS PÚBLICOS E DE INFRAESTRUTURA DOS MORADORES DOS BAIRROS BELA VISTA 1 E

BELA VISTA 2 NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ-PR

MARINGÁ 2014

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ERIVELTO ALVES PRUDENCIO

ESTUDO DA PERCEPÇÃO DA OFERTA DE SERVIÇOS PÚBLICOS E DE INFRAESTRUTURA DOS MORADORES DOS BAIRROS BELA VISTA 1 E

BELA VISTA 2 NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ-PR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana, da Universidade Estadual de Maringá - UEM, como requisito para obtenção do título de Mestre em Engenharia Urbana. Orientadora: Profª Dra. Cláudia Regina Grégio d´Arce Filetti

MARINGÁ 2014

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ERIVELTO ALVES PRUDENCIO

ESTUDO DA PERCEPÇÃO DA OFERTA DE SERVIÇOS PÚBLICOS E DE INFRAESTRUTURA DOS MORADORES DOS BAIRROS BELA VISTA 1 E

BELA VISTA 2 NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ-PR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana, da Universidade Estadual de Maringá - UEM, como requisito para obtenção do título de Mestre em Engenharia Urbana. Orientadora: Profª Dra. Cláudia Regina Grégio d´Arce Filetti

MARINGÁ 2014

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ERIVELTO ALVES PRUDENCIO

ESTUDO DA PERCEPÇÃO DA OFERTA DE SERVIÇOS PÚBLICOS E DE INFRAESTRUTURA DOS MORADORES DOS BAIRROS BELA VISTA 1 E

BELA VISTA 2 NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ-PR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana, da Universidade Estadual de Maringá - UEM, como requisito para obtenção do título de Mestre em Engenharia Urbana. Profª Dra. Cláudia Regina Grégio d´Arce Filetti

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

Profª Dra. Cláudia Regina Grégio d´Arce Filetti

Prof. Dr. Paulo Fernando Soares

Prof. Dr. Roney Berti de Oliveira

Maringá, 12 de setembro 2014

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Dedico este trabalho

Ao meu filho Miguel Pinheiro Prudencio e à minha esposa Viviane Cristina Pinheiro que são os verdadeiros motivos dessa luta.

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AGRADECIMENTOS

A Deus que nos concede a vida em plenitude para superar os desafios aos quais somos chamados. Agradeço de forma especial à Profª Dra. Cláudia Regina Grégio d´Arce Filetti que ao orientar este trabalho, o fez com dedicação, desprendimento e sempre solícita às dúvidas e superação dos desafios que ora se apresentavam. De fato, sem sua orientação este trabalho não seria possível. Agradeço também aos professores com os quais tive contato neste período e que contribuíram grandemente em minha formação.

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(...) A cidade se encontra prostituída por aqueles que a usaram em busca de saída. Ilusora de pessoas e outros lugares, a cidade e sua fama vai além dos mares. (Chico Science e Nação Zumbi)

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RESUMO

O crescimento da população residente nas cidades, seus processos de migração e

emigração tem se tornado um desafio constante para gestores urbanos. Estudos do Banco

Mundial em 2013 mostram um crescimento dos atuais 200 mil quilômetros quadrados de

área urbana mundial para 600 mil quilômetros quadrados até 2030. Em termos

populacionais, pela primeira vez na história em 2008 registrou-se maioria da população

residente em áreas urbanas em detrimento das residentes no meio rural. O crescimento

das áreas periurbanas avançam além dos limites atuais das cidades o que gera demanda

para os gestores municipais de serviços de infraestrutura urbana, mobilidade e

acessibilidade, meio ambiente, saúde, transporte coletivo, combate a criminalidade, dentre

outros que influenciam na qualidade de vida das pessoas residentes no meio urbano.

Maringá-PR também apresentou crescimento periurbano. Já na década de 1990 observou-

se ampla aprovação de loteamentos além de seu limite urbano. Esses loteamentos

apresentavam carências de infraestrutura urbana gerando demandas que até a atualidade

não foram completamente resolvidas o que afeta diretamente a qualidade de vida de seus

habitantes. O presente trabalho estuda dois bairros periurbanos na cidade de Maringá-PR,

(Bela Vista 1 e Bela Vista 2), implantados na década de 1990 sem a devida infraestrutura

com o objetivo de avaliar os padrões espaciais das respostas aos questionamentos

aplicados à população dos referidos bairros em relação aos Serviços Públicos e

Infraestrutua Urbana. Para tanto foi elaborado um questionário com questões fechadas

abrangendo dimensões desses domínios com escala de cinco alternativas de resposta.

Para as respostas ruim e regular, foram formuladas questões abertas complementares,

visando à justificativa da resposta. Para avaliar situações especificas, foram utilizadas a

categoria de reposta múltiplas no total de 64 entrevistas. Também foram realizadas visitas

no bairro de forma a levantar dados e informações referentes aos domínios estudados.

Com uso de Sistema de Informações Geográficas (SIG) foi possível elaborar mapas

temáticos contendo a espacialização dos padrões espaciais para identificação do

comportamento das respostas e dos fenômenos de satisfação ou insatisfação ao longo dos

bairros em questão.

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ABSTRACT The growth of population in cities, their processes of migration and immigration has become

a constant challenge for urban managers. World Bank studies in 2013 show an increase

from the current 200 million square kilometers of the world's urban area to 600 square

kilometers by 2030. In terms of population, for the first time in history in 2008 was recorded

most of the population residing in urban areas at the expense of residents in rural areas.

The growth of peri-urban areas advance beyond current boundaries of cities which

generates demand for municipal managers of urban infrastructure, mobility and

accessibility, environment, health, public transport, crime fighting services, among others

that influence the quality of life people living in urban areas. Maringá-PR also presented

periurban growth. Already in the 1990s there was widespread approval of settlements

beyond its urban boundary. These settlements had shortages of urban infrastructure

generating demands that until today were not completely resolved that affects directly to the

quality of life of its inhabitants. This paper studies two peri-urban neighborhoods in the city

of Maringá-PR, (Bella Vista 1 and 2), deployed in the 1990s without proper infrastructure in

order to evaluate the spatial patterns of responses to questions apllied to the population

regarding the Public Services Urban and Infraestruture. A questionnaire with closed

questions covering these dimensions scale domains with five response alternatives was

developed. For the poor and fair answers, additional open questions aimed at justification of

the response were formulated. To assess specific situations were used to reset the category

of multiple total of 64 interviews. There were also visits the neighborhood in order to collect

data and information relating to the areas studied. With the use of Geographical Information

System (GIS) could produce thematic maps containing the spatial distribution of spatial

patterns to identify the behavior of responses and phenomena of satisfaction or

dissatisfaction over the neighborhoods in question.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01. Organograma dos instrumentos de política urbana. ........................................ 44

Figura 02. Macrozoneamento urbano do município de Maringá ....................................... 50

Figura 03. Localização da área de estudo ........................................................................ 68

Figura 04. Arranjo unilateral das luminárias de vias públicas. .......................................... 89

Figura 05. Localização dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2 em relação ao serviço de

saúde mais próximo. .......................................................................................................... 104

Figura 06. Perfil longitudinal dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2 ................................ 116

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LISTA DE FOTOS

Foto 01a. Arranjo das luminárias existente nos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2 ......... 90

Foto 01b. Trecho sem postes de iluminação no bairro Bela Vista 2 ................................. 90

Foto 02a. Terreno vazio no bairro Bela Vista 1 e ao fundo Bela Vista 2 ........................... 91

Foto 02b. Terreno vazio no bairro Bela Vista 1 e Bela Vista 2 .......................................... 91

Foto 03. Divisa do bairro Bela Vista 2 com área rural ....................................................... 91

Foto 04a. Vista parcial da área destinada a praça comum aos bairros Bela Vista 1 e Bela

Vista 2. ............................................................................................................................... 112

Foto 04b. Vista parcial do salão comunitário e área destinada a praça comum aos bairros

Bela Vista 1 e Bela Vista 2 ................................................................................................ 112

Foto 05a. Rua sem pavimentação asfáltica no bairro Bela Vista 1 ................................... 117

Foto 05b. Rua sem pavimentação asfáltica no bairro Bela Vista 2 ................................... 117

Foto 06. Escoamento superficial na baixa vertente do bairro Bela Vista 2. ...................... 117

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01. Faixa etária dos moradores do bairro Bela Vista 1. ....................................... 81

Gráfico 02. Nível de escolaridade dos Moradores do bairro Bela Vista 2 ......................... 82

Gráfico 03. Tempo de residência dos moradores do bairro Bela Vista 1 .......................... 82

Gráfico 04. Faixa etária dos moradores entrevistados do bairro Bela Vista 2 .................. 83

Gráfico 05. Nível de escolaridade dos moradores entrevistados do bairro Bela Vista 2 ... 84

Gráfico 06. Tempo de residência dos moradores entrevistados do bairro Bela Vista 2.... 85

Gráfico 07. Procedimentos adotados para manutenção das fossas sépticas pelos

moradores entrevistados, em porcentagem. ..................................................................... 98

Gráfico 08. Percepção quanto ao abastecimento de água - Bela Vista 1 ......................... 99

Gráfico 09. Percepção quanto ao abastecimento de água - Bela Vista 2 ......................... 99

Gráfico 10a. Uso e frequencia de uso do UBS-Jardim Quebec pelos moradores dos bairros

Bela Vista 1 e Bela Vista 2 (1). .......................................................................................... 105

Gráfico 10b.Frequencia de uso do UBS-Jardim Quebec pelos moradores dos bairros Bela

Vista 1 e Bela Vista 2 (2) ................................................................................................... 105

Gráfico 11. Percepção quanto ao atendimento no UBS-Jardim Quebec pelos moradores

dos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2. .................................................................... 106

Gráfico 12. Moradores com assistência privada de saúde. .............................................. 110

LISTA DE MAPAS

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Mapa 01. Situação dos lotes nos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2 ....................... 79

Mapa 02. Lotes com moradores entrevistados .................................................................. 80

Mapa 03. Informações preliminares dos moradores dos loteamentos Bela Vista 1 e 2 .... 87

Mapa 04. Percepção quanto a iluminação pública interna aos loteamentos Bela Vista 1 e

Bela Vista 2 ....................................................................................................................... 92

Mapa 05. Percepção quanto a segurança pública interna aos loteamentos Bela Vista 1 e

Bela Vista 2 ....................................................................................................................... 94

Mapa 06. Percepção quanto ao policiamento interno aos loteamentos Bela Vista 1 e Bela

Vista 2 ................................................................................................................................ 96

Mapa 07. Percepção quanto ao policiamento e segurança pública interna aos loteamentos

Bela Vista 1 e Bela Vista 2. ............................................................................................... 97

Mapa 08. Percepção quanto a coleta de lixo nos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2

........................................................................................................................................... 102

Mapa 09. Percepção quanto a passagem do caminhão de lixo nos loteamentos Bela Vista 1

e Bela Vista 2..................................................................................................................... 103

Mapa 10. Uso do posto de saúde (UBS-Jardim Quebec) pelos moradores dos loteamentos

Bela Vista 1 e Bela Vista 2 ................................................................................................ 107

Mapa 11.Frequencia do uso do posto de saúde (UBS-Jardim Quebec) pelos moradores dos

loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2. ........................................................................... 108

Mapa 12. Percepção quanto ao atendimento no posto de saúde (UBS-Jardim Quebec)

pelos moradores dos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2. ......................................... 109

Mapa 13. Uso do sistema publico de saúde e sistema privado pelos moradores dos

loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2. ........................................................................... 111

Mapa 14. Percepção dos moradores quanto a ter praças nos loteamentos Bela Vista 1 e

Bela Vista 2 ....................................................................................................................... 114

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Mapa 15. Percepção quanto aos incômodos gerados pela ausência de pavimento asfáltico

nos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2 ..................................................................... 118

LISTA DE TABELAS

Tabela 01. Tamanho das cidades e distribuição populacional ............................................ 35

Tabela 02. Áreas urbana e rural do Brasil ........................................................................... 36

Tabela 03. Estudos dos ítens de maior influência na qualidade de vida de moradores de 38

municípios do Reino Unido .................................................................................................. 60

Tabela 04. Domínios e dimensões da avaliação da percepção de Qualidade de Vida

Urbana aplicado no estudo dos bairros Bela Vista I e Bela Vista II ..................................... 70

LISTA DE ABREVIATURAS

CREA. Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBRA. Instituto Brasileiro de Reforma Agrária

INDA. Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário.

ONU. Nações Unidas

QV. Qualidade de Vida

UM-HABITAT. Programa de Assentamentos Humanos das Nações Unidas

UNFPA. Fundo de População das Nações Unidas

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SUMÁRIO 1. Introdução ....................................................................................................... 16

CAPÍTULO 1 - Fundamentação teórica ............................................................. 21

1. Desenvolvimento Urbano .......................................................................... 21

1.1 Desenvolvimento urbano e o crescimento populacional .................... 21

1.2 O Crescimento das Áreas Periurbanas: VISÃO GLOBAL .................. 23

1.3 Impactos Gerados pela Periurbanização sem planejamento ............. 26

1.3.1 Os Vazios Urbanos ................................................................... 30

1.3.2 A questão da infraestrutura urbana, transporte público e segurança em

áreas periurbanizadas .......................................................................................... 32

2. O Desenvolvimento Urbano no Brasil .................................................. 34

2.1 Problemas da Urbanização Brasileira ................................................ 38

3 Estatuto das Cidades e Plano Diretor ................................................... 40

3.1 O Estatuto das Cidades como Orientador do Planejamento Urbano . 40

3.2 Plano Diretor e a Gestão Urbana ....................................................... 42

3.3 Plano Diretor e Infraestrutura Urbana ................................................ 45

3.4 O Plano Diretor de Maringá ............................................................... 46

3.4.1 Histórico do desenvolvimento urbano de Maringá-PR .............. 46

3.4.2 A lei do Plano Diretor de Maringá` ............................................ 47

3.4.3 O Plano Diretor de Maringá e aspectos segregacionistas do

desenvolvimento urbano ....................................................................................... 51

3.4.4 Legislação de uso e ocupação do solo e o processo legislativo em

Maringá ........................................................................................................... 54

4 A Percepção do Indivíduo ...................................................................... 57

4.1 A Percepção do Indivíduo Sobre a Oferta de Serviços Públicos

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Urbanos ...................................................................................................... 60

5 Sistema de Informação Geográfica ....................................................... 62

5.1 SIG como suporte para o planejamento urbano................................. 62

5.2 O SIG e suas aplicações para o estudo da qualidade de vida ........... 64

5.3 O contexto espacial na compreensão de fenômenos urbanos .......... 65

CAPÍTULO 2–PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...................................... 67

6 Caracterização da área de estudo ......................................................... 67

7 Aplicação do Questionário de Investigação da Percepção da Qualidade dos

Serviços Públicos e Infraestrutura................ .................................................... 70

8Tratamento dos Dados e Informações ................................................... 75

8.1 Atualização da base cartográfica ....................................................... 75

8.2 Elaboração dos Mapas Temáticos ..................................................... 75

CAPÍTULO 3–RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................... 77

9 Identificação Geral dos Bairros Quanto ao Uso e Ocupação do Solo 77

10 Dados Preliminares dos Loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2 ... 81

10.1 Loteamento Bela Vista I ................................................................... 81

10.2 Loteamento Bela Vista II .................................................................. 83

10.3 Regularidade das edificações junto à Prefeitura Municipal de Maringá (Habite-

se) ...................................................................................................... 92

11 Percepção dos Moradores quanto a oferta de serviços públicos .... 88

11.1 Iluminação pública e segurança pública interna ao loteamento ....... 88

11.1.1 Iluminação pública interna .................................................. 89

11.1.2 Segurança pública interna .................................................. 93

11.1.3 Policiamento no loteamento ............................................... 93

11.2 Abastecimento de água e tratamento de esgoto .............................. 98

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11.3 Percepção dos moradores quanto a coleta de lixo .......................... 100

11.4 Percepção dos moradores quanto a saúde pública ......................... 104

11.4.1 Quanto a utilização do posto de saúde UBS-Jardim Quebec

...................................................................................................... 105

11.4.2 Quanto aos planos de saúde privados ............................... 110

12 Percepção dos moradores quanto a infraestrutura existente no loteamento

...................................................................................................... 112

12.1 Percepção quanto a falta de praças e áreas de lazer ...................... 112

12.2 Percepção quanto a pavimentação sem asfalto............................... 115

12.3 Análise dos dados para o planejamento urbano .............................. 120

13Considerações Finais ............................................................................ 124

Referências ...................................................................................................... 127

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INTRODUÇÃO

O crescimento populacional possui relação com o planejamento urbano e

influenciam diretamente na qualidade de vida dos moradores de áreas urbanas.

Isto ocorre devido ao fenômeno crescente de migrações rurais, intraurbanas e

interurbanas nas cidades que promovem pressão sobre o planejamento da expansão

urbana.

Desta forma, o avanço das cidades para além de seus limites faz surgir o

fenômeno da periurbanização que muitas vezes ocorre sem a regulamentação pelo gestor

municipal ocasionando pressão sobre serviços públicos que não chegam às populações

dessas áreas.

O debate sobre a qualidade do desenvolvimento urbano no contexto de

urbanização das cidades brasileiras a partir de meados do século XX, se tornou cada vez

mais importante, principalmente quando observamos o impacto deste desenvolvimento na

qualidade de vida urbana da população.

Nas cidades sente-se os efeitos da vida urbana e os efeitos a que está população

está inserida e percebe-se o sentido positivo e negativo de localização de seu

bairro/residência, dos bens e serviços oferecidos ou não pelos órgãos gestores do

município, desde a varrição das ruas, asfaltamento e saneamento até transportes, saúde,

escolas, dentre outros.

A preocupação com a qualidade de vida urbana assumiu grande importância a

partir da década de 1960, a partir da constatação de que o modelo de desenvolvimento

adotado também gerou segregação e desigualdade na distribuição destes bens e serviços

(NAHAS, 2009, p.1).

Esta preocupação, além de ser objeto de estudo de diversos pesquisadores

urbanos e ambientais, se estende aos gestores públicos, organizações não

governamentais e população em geral, tendo em vista a transformação da realidade

política em projetos de planejamento (GOMES, 2011, p. 18).

Porém, o conceito de qualidade de vida é, conforme Teobaldo Neto (2008, p.39),

carregado de subjetividades e varia conforme conceituação política, filosófica e ideológica

inseridos no pensamento desta população.

Acrescenta-se ainda, que este conceito (qualidade de vida) é utilizado por diversas

áreas do conhecimento que estudam problemas econômicos, sociais, físicos e

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ambientais, e que por isto está em constante reformulação (TEOBALDO NETO, 2008, p.

39).

Apesar de não existir uma definição de consenso sobre o tema da qualidade de

vida, a obtenção de dados, interpretações e estabelecimento de índices de qualidade de

vida urbana tem ajudado planejadores urbanos a dar suporte no processo decisório no

que tange ao desenvolvimento das cidades.

Salas (2005, p. 19) afirma que o surgimento da expressão “Qualidade de Vida”

estava vinculado à preocupação que os administradores públicos tinham em relação ao

bem-estar do indivíduo e da sociedade em relação aos impactos negativos relacionados

com o meio ambiente e o processo de industrialização.

Contudo, o bem-estar do indivíduo está relacionado com a forma com que ele

interage com o meio em que vive, e segundo Oliveira (2009) a forma com que as pessoas

percebem o meio são as mais variadas.

Compreender a percepção do indivíduo quanto a qualidade dos bens e serviços

urbanos oferecidos pelos gestores públicos do município torna-se um importante

instrumento na execução e priorização de ações que levem a melhoria da qualidade de

vidas dos cidadãos.

Desta forma, espacializar os fenômenos urbanos distribuídos ao longo da cidade,

seja no bairro ou no centro, torna-se de extrema importância na análise da compreensão

do indivíduo em relação ao seu local de moradia.

Nem sempre aquilo que gera incômodo para moradores que residem na entrada do

bairro (topo da vertente) será motivo de reclamação por aqueles que moram no final do

bairro (final da vertente) e a importância de se espacializar permitirá identificar

comportamentos de respostas e diagnosticar os problemas que afetam locais diferentes

num mesmo bairro.

Sendo assim, este trabalho tem como espaço de discussão o município de

Maringá, Paraná, o qual apresentou na década de 1990 um grande número de aprovação

de loteamentos, muitos deles sem implementação de infraestrutura básica e

apresentando a característica de estarem distantes da área urbana, ou seja, foram

implementados em área rural, infringindo a legislação vigente de uso e ocupação do solo

da época de implantação que não os contemplava tornando-os irregulares.

O espaço geográfico desta pesquisa abrange os bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2,

localizados ao norte do município de Maringá, na Macrozona Rural de Transição

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conforme definido pelo Plano Diretor Municipal de 2006, caracterizada como região com

potencial para implantação de grandes empreendimentos e chácaras de lazer.

Com a implantação destes bairros localizados fora da área urbana de Maringá,

gerou um processo de periurbanização com geração de impacto negativo aos gestores

públicos municipais durante décadas e principalmente sobre as famílias que se

estabeleceram naquela região.

Os impactos no dia a dia da população residente no local, gera uma percepção do

morador quanto a satisfação ou insatisfação ao bairro em que vive, dos aspectos

ambientais, de infraestrutura urbana, de serviços públicos, acessibilidade, habitação e

segurança urbana.

Nesta perspectiva, definiu-se por objetivo principal deste trabalho, realizar um

estudo investigativo da percepção dos moradores dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2

segundo a espacialização das respostas quanto a mobilidade urbana, infraestrutura

urbana e serviços de forma a analisar padrões espaciais das respostas dos moradores

em relação aos bairros estudados.

Como objetivos específicos tem-se:

• Desenvolvimento de instrumento investigativo que permita a coleta das

informações necessárias a análise da percepção dos moradores dos bairros

segundo os domínios estabelecidos no objetivo principal deste trabalho.

• Elaboração de banco de dados geográfico dos dados e informações

levantadas com instrumento investigativo.

• Com uso de Sistema de Informações Geográficas (SIG) elaborar mapas

temáticos espacializando os fatores que mais ou menos influenciam na qualidade

de vida segundo a percepção dos moradores dos bairros estudados realizando por

fim uma análise espacial desses fatores.

• Analisar se a localização dos padrões analisados espacialmente possui

relação com o entorno do morador e do bairro.

Justifica-se este trabalho, uma vez que a utilização ou ocupação de um

determinado espaço geográfico, pode interferir diretamente na dinâmica urbana e de

oferta dos serviços destinados à população pelo poder público.

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O zoneamento teria a função de garantir a proteção da população em relação aos

usos incômodos, à medida que deveria estabelecer zonas homogêneas, no interior das

quais apenas determinados usos são permitidos.

O Zoneamento por si só não é capaz de mediar todos os impactos de vizinhança,

apesar de, em inúmeras cidades, ter sido capaz de garantir a proteção da qualidade de

vida de alguns bairros.

A partir disto, a espacialização da informação obtida por meio do questionário

aplicado junto à população, é capaz de fornecer subsídios para a identificação dos

problemas oriundos da implantação de loteamentos sem regulamentação, a margem da

cidade, e auxiliar na busca da redução da segregação sócio-espacial vivida por

moradores nas cidades.

O trabalho encontra-se estruturado da seguinte maneira:

Capítulo 1 - Fundamentação Teórica: neste capítulo será debatido, de maneira

geral, a evolução atual das populações urbanas, a migração rural-urbano e os impactos

que esta migração ocasiona ao planejamento urbano das cidades. Também com relação

a estas migrações e aumento populacional no meio urbano, avaliou-se a problemática da

periurbanização, os impactos deste fenômeno quando ocorrem sem planejamento e suas

consequências como o vazio urbano e a segregação espacial nas cidades. Após, foi

discutido a problemática populacional relacionada à periurbanização especificamente no

Brasil, com avaliação de autores sobre as questões da urbanização brasileira, inserindo-

se o Estatuto das Cidades e plano diretor, bem como sua relação com a gestão urbana.

Na sequência são apresentados conceitos sobre qualidade de vida relacionado ao

ambiente urbano, o desenvolvimento sustentável com apresentação de estudos em outros

países sobre esta temática. Com a conceituação do tema qualidade de vida, é feito um

recorte sobre esta temática com a percepção do indivíduo com estudos que trazem a

perspectiva subjetiva da realidade em torno de um morador.

Neste contexto, buscou-se fundamentar a temática da percepção trabalhada por

meio da análise espacial da informação através de um Sistema de Informação

Geográfica, ferramenta que auxilia na identificação de fenômenos urbanos no qual estão

inseridas a qualidade de vida e a percepção individual.

Por fim, neste capítulo foi apresentado estudo realizado nestes bairros que

apresentam as atuais condições de infraestrutura.

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Capítulo 2 - Procedimentos Metodológicos: expõe-se inicialmente a

caracterização da área de estudo e um breve histórico sobre a implantação do

loteamento, as leis que regiam a implantação na época (década de 1990), bem como a

localização da área. Após esta caracterização e localização da área de estudo, expõe-se

a organização do questionário, sua aplicação e como foram identificados os domínios e

dimensões do questionamento à população residente. Após, é apresentado como foi

estabelecido o banco de dados que gerou os mapas temáticos bem como são

procedimentos adotados para a correlação desses mapas.

Capítulo 3 - Resultados e Discussão:são apresentadas as informações acerca

da população residente, servindo de orientação básica para a compreensão futura da

análise dos dados obtidos pela aplicação do questionário tais como: idade, sexo, tempo

de moradia no bairro, se o local de trabalho é perto ou longe da residência do morador e

escolaridade.

Também são apresentadas as impressões relatadas pelos moradores quanto ao

bairro, ou seja, aqueles problemas mais agudos em que foram motivos de crítica por parte

dos moradores como asfalto, rede coletora de águas pluviais e transporte público.

Na sequência são apresentados os resultados percentuais e análises espaciais dos

padrões de respostas em mapas temáticos quanto aos serviços prestados pelo município

que serviram para análise dos fenômenos das respostas quanto a iluminação pública

interna do loteamento, segurança pública interna, referencial quanto ao policiamento,

abastecimento de água e rede de esgoto, coleta municipal de lixo e sua relação com a

quantidade de passagens dos caminhões de coleta de lixo, saúde pública (percepção

quanto a frequência de utilização e atendimento no posto de saúde e quantidade de

pessoas que utilizam planos de saúde privados), nível de escolaridade relacionada ao

descarte irregular de lixo e rejeitos domésticos, infraestrutura e equipamentos urbanos de

lazer, falta de pavimento asfáltico e os tipos de incômodos gerados, uso de veículos

particulares e principais usos bem como o uso e finalidade do transporte coletivo.

As respostas foram igualmente analisadas conforme os padrões espaciais das

respostas dos moradores quanto a posição de sua residência na vertente, divisas com

meio rural, vazios urbanos, etc.

Por fim, foi realizada análise das respostas referentes ao planejamento urbano na

cidade de Maringá-PR.

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CAPITULO 1- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1. DESENVOLVIMENTO URBANO.

1.1DESENVOLVIMENTO URBANO E O CRESCIMENTO POPULACIONAL.

As cidades são palco dos desafios e soluções de desenvolvimento. Com as

cidades de economias emergentes espera-se dobrar de 2 bilhões para 4 bilhões de

pessoas entre os anos 2000 a 2030, acompanhado pela triplicação do espaço físico das

cidades dos atuais 200 para 600 mil quilômetros quadrados (BANCO MUNDIAL, 2013).

Afirmando as mesmas projeções do Banco Mundial, Feitosa et al, (2011, p. 104),

relata que numa projeção para o ano de 2030, a população urbana mundial atingirá 4,9

bilhões, o que é equivalente a 60% da população global. Pela primeira vez na história, no

ano de 2008 a maioria da população mundial passou a residir em áreas urbanas (CHEN

et al, 2012, p. 25), (GRAHAM et al, 2004, p. 447) e (WATSON, V, 2009, p. 153).

O relatório sobre a situação da população mundial, elaborado pelo Fundo de

População das Nações Unidas - UNFPA traz informações importantes e afirma que nos

últimos 50 anos o número de habitantes do planeta passou de 2 bilhões e 500 mil em

1950 para 7 bilhões em 2011 (UNFPA, 2013).

A ONU, em documento intitulado World Population Prospects (Perspectivas da

População Mundial) em 2010, relata: "o rápido crescimento da população mundial teve

início em 1950, com reduções de mortalidade nas regiões menos desenvolvidas, o que

resultou numa população estimada em 6,1 bilhões no ano de 2000, quase duas vezes e

meia a população de 1950. "

O desenvolvimento urbano está diretamente relacionado ao aumento da população

do planeta e também com os elevados índices de urbanização global, visto que este

fenômeno é um importante processo social humano no século 21 (GUETAL 2012, p. 104).

Como padrão de urbanização e tendências demográficas, a maioria dos migrantes

urbanos estão se movendo de cidades menores para maiores ou em movimento entre

cidades. A migração rural-urbana é um importante fator de crescimento das cidades,

conforme estudos do World Urban Forum 2, ocorrido na cidade de Vancouver, Canadá

em 2006 (UN-HABITAT, 2006)

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Yassar e Main (2009, p. 289) afirmam que de uma idéia muito simples surge todo

esse contingente humano em direção às cidades: a idéia do lugar centro de tudo, a qual

move as pessoas do seu meio rural (esparso), no qual surge o fenômeno da migração,

que neste caso, direciona o ser humano rural para o meio urbano em busca de melhores

condições de vida.

Embora ocorram casos em que a migração seja predominantemente intra-

metropolitana, como em Teerã, conforme estudo apresentado por Zebardast (2006),

pode-se observar que em outro continente, o africano, o fenômeno do crescimento das

populações urbanas justifica-se pelo êxodo rural. Naquele continente, a população urbana

cresceu exponencialmente a taxas de crescimento em torno de 4,87% ao ano (FEGUE,

2007, p. 445).

Documento que trata da perspectiva de urbanização, revisão de 2011 da

Organização Mundial das Nação Unidas, chama atenção aos níveis de urbanização das

Américas do Norte e do Sul, respectivamente as duas maiores em taxa de urbanização,

alcançando a primeira 82% e a segunda 79%. No continente asiático, esta taxa tem sido

baixa, e conforme a análise do Departamento de Economia e Assuntos Sociais daquele

continente, em 1950 apenas 17% viviam em áreas urbanizadas, sendo atualmente, 44%

(um pouco maior do que o nível de urbanização da América Latina da década de 1950).

A América Latina passou de pouco mais de 40% de taxa populacional na década

de 1950 para acima de 80% de taxa de urbanização, abaixo apenas do continente norte

americano.

Os dados referentes ao crescimento da população mundial fez com que a Divisão

de Informações e Relações Externas do Fundo de População das Nações Unidas -

UNFPA, em seu relatório sobre a situação da população mundial em 2011 fizesse os

seguintes questionamentos: como nos tornamos tão numerosos? Qual a quantidade de

pessoas que a Terra pode sustentar?

Mas a esta pergunta está associada a compreensão do processo e do tipo de

urbanização que a humanidade está proporcionando, ou seja, o modelo de urbanização

implantado nos diferentes continentes e cidades pelo mundo.

Para compreender estes processos, Gu (2012, p. 104), constata que a urbanização

refere-se ao processo de transformação experimentada pela população rural em direção a

um estilo de vida urbano.

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Neste sentido, os processos de imigração e emigração são importantes fatores que

influenciam nos processos de urbanização, nos quais são apoiados por outros processos,

principalmente o econômico (CHENet al, 2012, p. 25).

Economias globalizadas têm afetado diretamente as funcionalidades das cidades

por provocar profundas transformações nestes espaços urbanos o que gera reflexos na

estrutura física e na ambiência urbana (OLIVEIRA e MASCARÓ, 2007, P. 59)

Para Zhang e Song (2003, p. 388), o aumento das taxas de urbanização de um

país pode ser causado pela migração das zonas rurais para as áreas urbanas e como em

outros países, a China apresentou grande migração rural-urbana na fase inicial de sua

industrialização.

Watson (2009, p. 153), apresenta uma importante observação, ao complementar

que a velocidade e a escala desse crescimento urbano, combinadas às diversas

alterações ambientais, colocam graves problemas diante de moradores e poder público

das cidades, necessitando, portanto, de grande intervenção para evitar desastres no meio

urbano.

1.2 O CRESCIMENTO DAS ÁREAS PERIURBANAS: VISÃO GLOBAL.

Ás áreas suburbanas são, conforme Christopoulou (2007, p. 382), consideradas

zonas de transição de paisagem urbana para a paisagem rural e de diferentes usos

(urbano, agrícola e florestal)

O estudo de áreas periurbanizadas é importante porque é uma forma de analisar

sistematicamente uma área de transição regional do desenvolvimento das cidades

envolvendo essas áreas de periferia, e não apenas identificá-las como expansão

suburbana ou reestruturação urbana (AGUILAR e WARD, 2002, p. 4)

No mundo, o crescimento populacional tem se desenvolvido em regiões

periurbanas de centros metropolitanos de forma rápida e dinâmica desde a década de

1970 (FISHER, 2003, p. 551).

A autora afirma que este crescimento de áreas de borda das regiões

metropolitanas registrou-se a partir da observação de uma mudança no direcionamento

da fixação de residentes das cidades que ao contrário de décadas anteriores, passaram a

se estabelecer em áreas periurbanas, em detrimento de áreas centrais.

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Neste sentido, faz-se necessário compreender os processos ao redor da cidade, ou

seja, identificar processos de urbanização e planejamento que ocorrem na periferia das

cidades, as quais concentram grande parte da população urbana mundial.

Zhao (2012, p. 68), expõe a problemática da periurbanização como algo urgente,

visto que uma grande parte da população vive nestas regiões e a questão do

gerenciamento destas áreas é questão-chave no ordenamento do território e

desenvolvimento urbano sustentável no século 21.

No continente africano, fatores econômicos promoveram uma urbanização desigual

a partir das políticas do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, como

mostram Briggs e Mwamfupe (1999), que ao estudar a cidade de Dar es Salaam,

demonstram que a abertura econômica promoveu um movimento migratório do meio rural

para o urbano, impactando no entorno da cidade.

As mudanças econômicas não afetam apenas os ciclos migratórios

regionais,afetam também aspectos culturais quando as tradições do campesinato entram

em contradição com a chegada do meio periurbano e urbano.

No caso do Sri Lanka, as mudanças econômicas implementadas a partir de 1977

promoveram uma abrupta mudança na vida de milhares de moradores das regiões

periurbanas da cidade de Colombo, naquele país. Um grande número de moradores

urbanos foram segregados para fora da cidade devido principalmente ao alto custo da

habitação na referida cidade, promovendo então, o favelamento em regiões sem

planejamento (DAYARATNE e SAMARAWICKRAMA, 2003, p. 102).

Zebardast (2006, p. 440), demonstra em seu estudo que na franja urbana de

Mashhad (Irã), surgiram mais de 50 assentamentos periurbanos, irregulares e que

abrigava em 1996 mais de 600 mil pessoas.

O autor discorre ainda, que em outros municípios, como Bandar Abbas e Zahe-dan,

a composição da população residente em áreas periurbanas segregadas atingem níveis

de 30% do total de residentes naquelas cidades do Irã.

Os problemas socioeconômicos e ambientais nessas áreas são constantes, porém,

contribuem para a redução da demanda por moradias. Na cidade de Eslamshahr (Irã), o

autor relata que há famílias de renda média que ocupam áreas mais centrais dessas

áreas de periferia, enquanto que famílias mais pobres ocupam as franjas, ou seja, regiões

mais extremas desta periurbanização. Isto se explica, segundo Zebardast (2006, p. 440),

devido ao elevado preço da terra em Teerã, que obriga a migração de famílias para

lugares onde a terra é mais barata, com maior acessibilidade, porém, sem infraestrutura.

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No caso indiano da cidade de Hyderabad, as áreas periurbanas serviram para

implementação de política industrial do governo federal daquele país, a fim de transformar

regiões periféricas em grandes centros de Tecnologia da Informação e Biotecnologia.

Nesta cidade, governo e empresários responderam positivamente a generosos incentivos

e investimentos incluindo forte infraestrutura de comunicações (KENNEDY, 2007, p. 97).

Desta forma, a industrialização e a consequente urbanização promovem uma

rápida mudança do ambiente em que se vive, alterando diversos aspectos do cotidiano

dos habitantes das cidades, fazendo com que o papel do gestor público de melhorar o

padrão de vida das pessoas fosse questão chave para estabilizar a sociedade na

transformação das condições do padrão de vida combinado com o desenvolvimento

econômico, traduzindo-se num processo complementar de qualidade de vida da

sociedade (SUN et al, 2011)

As mudanças econômicas do século 20 passaram a distorcer a representação

urbano-rural. Neste período surge conceitos como rural-urbanização, periurbanização e

interface rural-urbana, cujas características na França era de padrão de blocos de

apartamentos e nos Estados Unidos, moradias unifamiliares de classe média

(MADALENO e GUROVICH, 2004, p. 513).

A periurbanização é um fenômeno mundial e independe do nível econômico e

social no qual está inserido.

Desta forma, em nível internacional este foco é evidente em numerosas

publicações científicas e outros documentos relativos à habitabilidade e planejamento

urbano. Até agora, a ciência não avançou um quadro abrangente para abordar estas

questões de forma integrada a fim de permitir uma avaliação dos indicadores físicos,

espaciais e sociais (KAMPETAL, 2003, p. 5 e 6).

A escassez da disponibilidade de áreas urbanizáveis perto de áreas urbanas

podem causar sérios problemas para a manutenção da prosperidade

(CHRISTOPOULOU, 2007, p. 382) .

Na cidade de Valência, Espanha, em sua área de transição do meio urbano para o

meio rural, ocorre uma transformação fundamental, conforme relatam Prytherch (2003, p.

421). Ambientes constituídos na região por cultivos tradicionais de herança como as

lavouras irrigadas de Valência (horta cultivada continuamente por mais de 1000 anos)

estão sendo substituídas patrocinado pelo Estado, por monumentos à modernidade

européia.

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Na Áustrália, com 64% de sua população vivendo nas oito principais cidades

daquele país, experimenta uma alta taxa de concentração populacional na cidade de

Adelaide, que contém três quartos do total de população urbana (FISHER, 2002, p. 554).

A autora identificou que as taxas de urbanização ou de concentração populacional

urbana em áreas centrais tem diminuído enquanto as áreas periurbanas têm aumentado,

registrando taxas quatro vezes maior de incremento populacional que as áreas mais

centrais.

Fisher acrescenta que nestas áreas periurbanizadas são importantes destinos de

pessoas que buscam áreas mais valorizadas, que possui estrutura voltada para recreação

e mais identificadas com o estilo de vida próprio em decorrência da distância da área

central de Adelaide.

Mudanças no padrão espacial também são observadas na cidade de Atenas,

Grécia. Sayas (2005) apresenta para aquela cidade, no período de 1981 a 2001, as

características da expansão urbana local, identificando uma base social comum na

periferia, ou seja, as áreas periurbanas caracteriza-se por competências profissionais de

menor renda, mais segregada.

Com relação ao padrão espacial, há grandes bolsões de áreas residenciais de

baixa densidade ao centro de Atenas, rodeado por alta densidade habitacional

significando que o estoque de moradias é baixa nas áreas periurbanas daquela cidade.

Christopoulou (2007, p. 392), ao estudar a relação florestas urbanas e periurbanas

per capita em diversas cidades gregas, relata os problemas do avanço de áreas urbanas

em áreas florestadas, tais como vetores de doenças, aumento da probabilidade de

desastres climáticos, assoreamento de córregos, etc. na área periurbana. Portanto,

mesmo em países considerados desenvolvidos, os problemas referentes ao avanço da

urbanização configuram-se em desafios para os planejadores cujo impacto na população

geram demandas crescentes pois afeta diretamente a vida das famílias que nestas áreas

se estabelecem.

1.3 IMPACTOS GERADOS PELA PERIURBANIZAÇÃO NÃO PLANEJADA

As cidades prosperam quando as pessoas, o setor produtivo e o poder público

podem se beneficiar mutuamente a partir da aglomeração de economias, porém, a

transformação do espaço urbano pode frustrar este benefício quando as políticas

dificultam o desenvolvimento (BANCO MUNDIAL, 2013, p. 15).

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Fato é que mesmo que uma cidade em seu desenvolvimento urbano tenha-se

convertido em metrópole, este espaço de aglomeração populacional gera estados de

bem-estar para alguns e marginalização para outros (SOUSA G., 2010, p. 25).

O estudo do Banco Mundial indica que um fator preponderante que dificulta o

desenvolvimento urbano, decorre da ineficiência do uso da terra urbana e a falta de

coordenação entre o uso do solo e o planejamento de infraestrutura, alterando

negativamente a realidade.

O Banco Mundial afirma o seguinte:

Para superar esses obstáculos, faz-se necessário três conjuntos de políticas: I - Valor do solo urbano, estabelecendo sistemática e avaliação transparente: pois o uso da terra molda o espaço da cidade e sua estrutura. Assim, as cidades precisam de políticas que definam claramente os direitos de propriedade e valores da terra urbana. Essas políticas em vigor ajudam a regular o mercado de terras entre a demanda e a oferta, aumentando a otimização do uso do solo urbano, e consequentemente a área construída. 2 - Coordenação da gestão das terras urbanas com infraestrutura, recursos naturais e de risco: as cidades necessitam de políticas que gerenciem o uso da terra e aplicar a sua integração com a infraestrutura de desenvolvimento, especialmente o transporte. 2I - Aproveitamento de mercados competitivos ao lado da regulamentação para expandir infraestrutura básica: as cidades precisam de políticas que atuem na prestação de bens públicos (água, saneamento e gestão de resíduos sólidos). Nos países em desenvolvimento, o acesso a estes serviços tende a ser especialmente baixa em cidades menores e nas periferias de cidades metropolitanas (BANCO MUNDIAL, 2013, p. 15).

As áreas periurbanas configuram-se em espaços geográficos que vão além de um

local de análise simples. Constituem-se, na verdade, em espaços cuja existência

demanda conflitos indicativos de processos de significação política, social e que

corresponde a que tipo de acesso à cidade os moradores estão tendo (DUPONT, 2007, p.

09)

Para Khadour (2009), a rapidez dessa migração combinada à acumulação do

espaço urbano permitiu que surgisse uma deficiência no número de moradias formais que

proporcionou a não oferta de residências para as classes mais baixas.

Portanto, a demanda por moradias é uma consequência direta da alta

concentração populacional em grandes centros urbanos, bem como em cidades médias,

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haja vista que atualmente, diversos loteamentos têm surgido e impactado esta expansão

urbana.

Assim, a informalidade continua sendo a "solução" mais rápida e fácil para a

integração urbana e como consequência, a população assenta-se em favelas e

assentamentos precários (FEGUE, 2007, p. 446).

Neste sentido, a urbanização gera um aumento na demanda por terra e o sucesso

de ferramentas para acomodar esta expansão urbana e requalificação é tipicamente

baseada em sistemas robustos para avaliar os valores da terra (BANCO MUNDIAL, 2013,

p. 6)

Desta forma, a periurbanização implica numa mudança importante no uso e

ocupação das terras locais em consequência do desenvolvimento, seja industrial ou de

implantação de moradias (ZHAO, 2011, p. 69).

O caso da cidade de Colombo, no Sri Lanka, atesta outros impactos na vida dos

moradores de áreas periurbanizadas. Mudanças políticas locais provocaram uma corrida

a empregos urbanos o que ocasionou também uma alta procura por terras e habitação,

provocando aumento do valor destes bens imóveis em até 1000 vezes seu valor num

período de 15 anos. Como consequência, houve fragmentação da terra e uma

urbanização fragmentada na periferia de Colombo (DAYARATNE e SAMARAWICKRAMA,

2003, p. 103).

Na cidade de Dakar, na qual registrou-se o mais rápido crescimento da população

em sua região metropolitana dos últimos 20 anos, ocorreu em áreas periurbanas em

decorrência da existência de terras baratas prontamente disponíveis para liquidação. No

entanto, 40% desta população fixaram-se em áreas precárias, com alto risco pela falta de

planejamento e normas de infraestrutura adequada, agravado pela falta de capacidade

institucional, ou seja, do poder público em promover um melhor desenvolvimento (Banco

Mundial, 2013, p. 20).

Em 1992, a cidade de Daares Salaam (Tanzania), a partir da autorização pelo

poder público local, passou a apresentar um território rural "perfurado" por projeções de

espaços urbanizados principalmente por residências, que conforme o autor,adquiriu

formato digiforme (BRIGGS e MWAMFUPE, 1999, p.802).

O caso chinês da cidade de Beijing é ainda mais dramático, pois a característica do

crescimento urbano concentra-se em áreas periurbanas, com incremento de 11,03

milhões de pessoas na década de 1990 para 16,95 milhões em 2008 (ZHAO, 2011, p.

69).

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Beijing, capital chinesa, apresentou rápido crescimento concentrado em áreas

periurbanas em comparação com áreas rurais e urbanas centrais daquela cidade (Zhao,

2011, p. 69).

A cidade do México também apresenta problemas em seu desenvolvimento urbano

relacionado a periurbanização. Este modelo de crescimento da Cidade do México tem

avançado de maneira difusa em áreas inicialmente estabelecidas no plano diretor

municipal como de preservação (AGUILAR, 2008).

Desta forma, os impactos têm sido agravados pois atingem área de recarga de

água, comunidades florestais, comunidades agrícolas de cultivo, bem como, têm

avançado em área montanhosa (AGUILAR, 2008).

Este avanço de áreas urbanas espaçadas, ou seja, descontínua e com pouco

planejamento, além de transformar as áreas agrícolas ou de preservação, ameaça a

sustentabilidade urbano/rural, bem como atinge o ser humano de maneira direta em sua

vida cotidiana (SU et al, 2011, p. 268).

Além dos impactos nas áreas agrícolas e de preservação, há outras demandas de

infraestrutura, oriundas desta urbanização sem planejamento.

Os impactos decorrentes deste tipo de ocupação atingem ricos e pobres, porém, os

efeitos são maiores para as classes menos favorecidas por estarem longe do centro

consolidado, de comércio, serviços e além de estarem segregados no espaço urbano, o

que restringe o acesso a infraestrutura de transporte público, saneamento, equipamentos

públicos e etc (POLIDORO et al, 2012, p. 319).

Graham et al (2004, p. 448), que apresenta estudo de periurbanização na cidade

mexicana de Ciudad Juárez, evidencia a baixíssima infraestrutura de serviços públicos

como rede de esgoto, água encanada, eletricidade, equipamentos urbanos, etc, nas

regiões de estudo desta cidade.

Estas regiões sub urbanizadas lançam sempre um desafio ao ordenamento do uso

do solo uma vez que exige sempre uma reestruturação espacial, pois apresentam

característica de uma expansão que traz elementos urbanos e rurais num mesmo espaço

(RAVETSETAL, 2013).

Para os autores acima, a densidade populacional baixa para os padrões urbanos e

que apresentam vazios urbanos cria alta dependência do transporte público para

atendimento àqueles que residem em áreas distantes do centro de comércio e serviços.

Áreas segregadas pobres têm sido consistentemente associadas com maior

exposição à violência e doenças, o preconceito e a estigmatização territorial e diminuição

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da acessibilidade que impõe viagens demoradas para o trabalho ou escola (SABATINI et

al, 2001)

Todas essas demandas surgem do parcelamento ilegal do solo que gera

intranquilidade para a população residente, em decorrência da não posse completa da

área “adquirida”, gerando lugares informais de moradia ou bairros informais (YASSAR, e

MAIN, 2009, p.291)

A questão central a ser resolvida ou implementada é conseguir combinar o uso da

terra e infraestrutura para o melhor resultado possível para uma urbanização coerente à

expansão urbana(BANCO MUNDIAL, 2013, p. 20).

Assim, a recuperação de áreas de ocupação informais é o caminho para melhorar

a qualidade de vida da população que vive nesses assentamentos (BID, 2008, p. 67)

1.3.1 Os vazios urbanos

O vazio urbano é um termo abrangente que engloba a área ociosa e o residual

urbano no qual vários autores partilham da mesma concepção de Dittmar (2006, p. 69)

que os vazios urbanos são áreas “construídas, não no sentido físico, mas no que se

refere ao trabalho social em seu entorno.

A questão sobre vazios urbanos surgiu na década de 1970, quando análises sobre

o processo de urbanização mostravam que o avanço das cidades sobre sua periferia

deixavam terrenos vagos em seus interstícios (CARDOSO, 2008, p. 5).

Embora as discussões sobre este fenômeno urbano não sejam novas, elas

carecem de um aprofundamento que explique as causas e consequências de sua

existência dentro da dinâmica das cidades brasileiras (SANTANA, 2006, p. 28).

Depreende-se que a compreensão dos fatores que constituem a formação desses

vazios urbanos tem relação direta, conforme a autora, com a solução dos problemas de

desenvolvimento da cidade e com o embasamento para compreensão dos processos de

planejamento e gestão territorial.

Observa-se na forma urbana contemporânea das grandes cidades inúmeras

situações de vazio, e alguns autores, consideram áreas verdes, praças e até mesmo os

espaços entre os edifícios, se observarmos sob a definição de espaços de sociabilidade

(BORDE, 2012, p. 2)

Estas áreas caracterizam-se de diversas formas pois, se eram anteriormente rurais,

são tomadas por uma lógica urbana de uso da terra (especulação fundiária, residências

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de fim de semana ou habitações familiares definitivas, atividades de lazer, etc), sendo a

agricultura parte deste ambiente (SOUZA, 2005, p. 76).

Caracterizam-se também pela propagação de assentamentos urbanos que atinge

rapidamente áreas rurais e é caracterizado pela baixa densidade populacional e se

estende além do centro consolidado das cidades.

O descontrole do avanço das áreas urbanizadas sobre o ambiente rural ou ainda em ambientes de controle ambiental (áreas de preservação permanente), faz surgir uma questão importante a ser observada e muito característica desses ambientes periurbanos, quais sejam: os vazios urbanos (POLIDORO, et al, 2012, p. 318).

Estes vazios ou “espalhamentos” surgem através da descontinuidade na ocupação

do solo urbano no qual as parcelas (lotes) sem uso, geralmente são destinados à

especulação imobiliária (KRAN e FERREIRA, 2006, p. 124).

Silva (1999) ressalta que a manutenção desses terrenos vazios em área

urbanizada provocaria a escassez e consequente excessiva valorização dos lotes.

Cardoso (2008), afirma o seguinte:

Essa forma de especulação estava associada às formas de intervenção do Estado no urbano, que seguiam (e não precediam) o parcelamento e a ocupação do solo. Ao instalar as infraestruturas necessárias às áreas mais periféricas, já ocupadas, o poder público acabava por valorizar indiscriminadamente as terras vazias que haviam permanecido entre as áreas mais centrais e a fronteira da expansão urbana.

E isto, conforme o mesmo autor, estabelecia um sistema perverso e disfuncional a

partir de 3 argumentos:

1. Mantinha artificialmente grandes extensões de terra fora do mercado, pressionando para cima o preço dos terrenos em oferta; 2. Porque implicava em um maior custo de investimento para a instalação das infraestruturas nas áreas efetivamente ocupadas; 3. Porque o investimento público em infraestrutura resultava na valorização de áreas privadas.

Para Carlos (2004, p. 94), o vazio urbano está na raiz da segregação que marca a

reprodução do espaço urbano que reproduz e sobrepõe a morfologia urbana e social

apontando a desigualdade do processo, fonte de contradições na sociedade.

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Muitas vezes, estas áreas são utilizadas pelo poder público como “moeda”, com

pouco controle sobre a situação resultante, onde terrenos foram repassados para o poder

privado, sem estudos prévios da sua utilização (DITTMAN, 2006, p. 71).

O fato é que estas áreas de transição urbano-rural são áreas que passam por

intensos processos de transformações, onde se verifica o avanço crescente de atividades

urbanas sobre um território rural, com a inserção de processos habitacionais, comerciais e

até industriais (SILVA, 2011, p. 34)

Polidoro et al (p. 317, 2012), ao estudar sobre a expansão urbana no município de

Londrina, no Estado do Paraná (Brasil), afirmou:

Na nova década deste século, o fenômeno da urbanização no Brasil tomou um novo caminho com a consolidação parcial de áreas ocupadas em detrimento das zonas rurais. Esta nova configuração,intimamente ligada às novas relações sociais, produziu uma mutação no espaço físico, portanto, uma nova realidade que emerge do processo, lugares que não são nem rural e nem urbano .

Esta nova realidade, continua o autor, identifica-se com o passado das cidades que

sofreram diferentes intervenções ao longo da história e, ao estudar a forma da evolução

desta urbanização, além das teorias e análises de grandes pesquisadores no âmbito da

urbanização e suas consequências, deverão ser consideradas as populações que

habitam nestes ambientes de transição, as quais sofrem com a falta de infraestrutura para

uma qualidade de vida que se não é a melhor, seja pelo menos o melhor possível

adequada.

1.3.2 A questão da infraestrutura e da oferta de serviços públicos urbanos.

Os grandes problemas típicos da cidade, como a segregação, a degradação do

bairro, o aumento do tráfego rodoviário, privação sócio-econômica e as desigualdades na

saúde, bem-estar e acessibilidade dos cuidados de saúde, tornaram-se questões políticas

centrais em diversas cidades pelo mundo (KAMP, 2003, p. 5).

Nos últimos 20 anos assistiu-se a importantes mudanças nas abordagens sobre o

meio urbano: há uma crescente ampliação do papel dos municípios no campo do

planejamento, da gestão urbana, de mecanismos de participação no planejamento

(MIRANDA, 2009, p. 25).

32

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Miranda continua e constata que apesar das novas abordagens sobre os temas

acima mencionados, mantiveram-se indefinidas questões estruturais que desafiam as

formas tradicionais de tratamento da urbanização, principalmente no que se refere às

áreas de transição urbano-rural.

O processo de urbanização incidente em áreas periféricas muitas vezes se dá num

processo histórico e não raro, atravessa décadas até que o poder público, herdeiro de

uma realidade adversa, tenha meios e seja capaz de implementar uma infraestrutura de

qualidade (MIRANDA, 2009, p. 30).

Sendo assim, as áreas de transição rural-urbana tem se caracterizado como sendo

plurifuncionais, na qual coexistem características de uso do solo tanto urbanos como

rurais, com espaços dispersos e fragmentados de usos (MIRANDA, 2009, p. 30).

A autora segue em sua definição afirmando que: Áreas de transição rural-urbana também possuem como característica a falta de infraestrutura urbana coerente que proporcione unidade espacial, submetidas a profundas transformações econômicas, sociais e físicas, com uma dinâmica estreitamente vinculada à presença próxima de um núcleo urbano.

Desta forma, a infraestrutura ecológica também sofre com o consequente avanço

da urbanização. O conceito de cidade jardim pode ser preterido por espaços

inapropriados e sem destinação correta.

Embora se acredite na importância da existência de áreas verdes urbanas, o que

se constata com grande frequência é que essas áreas sofrem degradação durante o

avanço da urbanização e consequente redução de sua área (CAPORUSSO, 2008, p. 73).

O transporte público também é um fator que sofre impactos em decorrência de

áreas urbanas distantes dos limites da cidade, devido ao elevado custo para levar este

serviços a áreas distantes, o tempo elevado em que o morador permanece à espera do

transporte coletivo, ou mesmo os poucos horários oferecidos pelo sistema naquelas

regiões.

Situações como estas, faz com que os moradores procurem utilizar-se do

transporte individual como meio de se locomover até o centro de serviços, comércio, etc

(OJIMA, et al, 2008, p. 5).

Khadour e Kafa (2009, p. 289), afirmam que essas áreas apresentam serviços

públicos deteriorados, serviços comunitários inadequados e se caracterizam como áreas

de pobreza e insalubridade.

33

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É consensual a opinião de que o atual modelo de desenvolvimento urbano,

divididos entre centro e periferia, tende a provocar um agravamento na exclusão social de

grandes setores da população (HEITOR, 2007, p. 2)

Áreas periurbanizadas, num contexto de segregação às áreas mais centrais e

urbanizadas, favorecem o surgimento de fenômenos de marginalização e de delinquência,

bem como a desestruturação dos fatores de convivência (HEITOR, 2007, p. 2)

2 O DESENVOLVIMENTO URBANO NO BRASIL

A população brasileira cresceu quase 20 vezes entre o primeiro censo de 1872 e o

último censo em 2010. No final do século XIX e início do século XX o grande crescimento

populacional se deveu à imigração internacional, período no qual verificou-se o aumento

no número de habitantes de 10 milhões de pessoas em 1872 para 17,4 milhões em 1900.

Entre 1940 e 1970, o crescimento populacional é atribuído à queda das taxas de

mortalidade (especialmente a infantil) e a manutenção das altas taxas de fecundidade

(ALVES e CAVENAGHI,2012, p. 1).

Na segunda metade do século 20, o Brasil experimentou uma das mais aceleradas

transições urbanas da história mundial, na qual a realidade rural e agrícola foi

rapidamente transformada em urbana e metropolitana (UNFPA, 2010) e (RODRIGUES,

2006, p. 15).

A história da urbanização do Brasil mostra que este processo de migração das

pessoas do campo para as cidades ocorre com maior intensidade a partir da década de

1950.

Neste período, havia espaços geográficos ainda não explorados as quais

formavam fronteiras de ocupação somando-se a processos de alterações das relações de

trabalho no campo e na cidade que geravam intensa movimentação de fixação de famílias

no ambiente urbano (GOMES, 2011, p. 15).

A população urbana que era de 32% dos moradores em 1940, atinge a

concentração de 81% no ano 2000 e 84% em 2010, conforme Gomes (2011, p. 15), Mello

(2011, p. 15) e UNFPA (2011).

De acordo com a ONU, Divisão de População para o Brasil, a expectativa de

crescimento populacional para as próximas três décadas será nas cidades onde a taxa de

urbanização nacional deverá aumentar para mais de 90%, significando que será

adicionado ao meio urbano brasileiro cerca de 63 milhões de pessoas, o que atingirá o

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total de 200 milhões de pessoas vivendo em áreas urbanas. (BANCO MUNDIAL, 2005, p.

2).

O Banco Mundial, afirma claramente que o desenvolvimento urbano no Brasil

avançou muito desde a década de 1970, conforme segue: Dentre as 123 maiores aglomerações urbanas no Brasil, apenas três detinham mais de 2 milhões de habitantes em 1970, contra dez no ano 2000. E considerando a distribuição de tamanho, em 2000, havia 52 aglomerações com população entre 250 mil e 2 milhões de habitantes, enquanto que em 1970 haviam 25. Assim, não é apenas a escala de urbanização uma grande preocupação, mas a distribuição da população em hierarquia urbana também será um desafio aos planejadores urbanos que deverão elaborar políticas adequadas para cidades de diferentes tamanhos.

A Tabela 1 contém dados da evolução urbana das cidades brasileiras conforme

sua população.

Tabela 1. Tamanho das cidades e distribuição populacional

População 1970 1980 1991 2000 < 5 milhões 2 2a) 3b) 3

2 milhões - 5 milhões 1 3 7 7

500.000 - 1 milhões 4 5 5 8

250.000 - 500.000 16 21 23 30

100.000 - 250.000 44 43 44 46

<100.000 51 39 26 15

Número total de cidades 123 123 123 123

Média da população 350.857 507.242 657.602 788.222

Min. 20.864 41.454 76.816 86.720

Max 8.139.705 12.588.745 15.444.941 17.878.703 a) "São Paulo" e "Rio de Janeiro"

b) "Porto Alegre" recém adicionada

Fonte: Banco Mundial, 2005.

Neste processo de urbanização, portanto, também se insere o desenvolvimento

econômico e social e tanto países desenvolvidos, como países em desenvolvimento

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vivenciam mudanças na sociedade que eram predominantemente rural, passando a ser

predominantemente urbanas (CIPD, 1994).

Neste contexto, o equilíbrio rural e urbano está irreversivelmente tendendo em

favor das cidades, cujos limites podem ser alterados por motivos políticos, demográficos

ou econômicos (UNFPA, 2011, p. 77)

Atualmente, dois quintos da população brasileira reside em cidades com mais de

um milhão de habitantes (UNFPA, 2010).

A Tabela 2 contém estudo das Nações Unidas cujos valores denotam o aumento

das áreas urbanas e redução das áreas rurais, perfazendo um crescente avanço das

áreas urbanas em detrimento das áreas rurais.

A taxa de variação média anual para o Brasil, apresenta um percentual de 1.52%

para o crescimento de áreas urbanizadas, enquanto que há uma taxa negativa em -2.17%

de decrescimento das áreas rurais (ONU, 2009)

Tabela 2. Áreas urbana e rural do Brasil.

População (milhares) Urbana Rural

2009 2025 2050 2009 2025 2050 166,844 193,263 204,464 26,889 20,539 14,048

Fonte: ONU, Department of Economic and Social Affairs - Population Division.

Surge, portanto, demandas inéditas por serviços, moradia, empregos e

infraestruturas que deverão ser reformuladas ou implementadas para superar os desafios

das novas áreas urbanizadas (LEITE, 2010, p. 118)

A crescente urbanização e suas acentuadas transformações no espaço das

cidades promovem alterações relevantes na sua configuração, bem como rupturas no

tecido urbano consolidado e nas práticas de apropriação e uso desse espaço (SCUSSEL

e SATTLER, 2010, p. 137).

Assim, decorrem desta apropriação do espaço urbano, o surgimento de um tipo de

cidade dentro da própria cidade a qual podemos identificar a cidade ilegal, na qual

ocorrem problemas de infraestrutura, meio ambiente, serviços públicos etc, sempre

crescentes (DENALDI, 2004, p. 7).

Referindo-se a esta cidade ilegal, mesmo o autor orientando seus estudos no

contexto das favelas dos grandes centros urbanos, é possível acrescentar a esta cidade

36

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ilegal aqueles loteamentos os quais, sem a devida infraestrutura, originam-se a partir de

forças políticas e econômicas que produzem no espaço urbano uma cidade retalhada e

sem regularização.

No Brasil, o espaço urbano é expressão da acumulação capitalista, o qual adquire

característica perversa, contribuindo para acentuar as desigualdades sociais, aumentando

assim, a deterioração das condições de vida da população (NAMUR, 2004, p. 56).

A falta de planejamento pode acarretar um crescimento desordenado das cidades

sobre qualquer espaço vazio disponível, suplantando a capacidade dos serviços públicos,

de atendimento às demandas e/ou o favorecer o crescimento de favelas (UNFPA, 2011,

p. 77).

Nos últimos anos, tem se debatido se mais vida urbana deve ser algo a se

comemorar pois sua expansão pode ser fonte de crescimento de epidemias, favelamento,

violência, etc (UNFPA, 2011, p. 78)

A expansão urbana está no centro das preocupações dos gestores públicos, uma

vez que o aumento populacional tem impacto direto na gestão dos recursos existentes no

município e na qualidade de vida de seus habitantes (COPQUEAND SOUZA, sem data, p.

1)

Soluções para os problemas sociais, econômicos e culturais oriundos do

crescimento descontrolado das cidades que exigem respostas às necessidades das

pessoas constituem os temas centrais para o planejamento urbano (SENLIER, et al, 2008,

p. 214).

Problemas oriundos de um mau planejamento urbano incidem diretamente na

população que pode sofrer com a privação de serviços públicos como telefonia, correios,

postos de saúde, escolas, rede de esgoto, pavimento asfáltico, equipamentos urbanos de

lazer, etc.

Desta forma, identificar os fatores que contribuem para diagnosticar os níveis de

qualidade de vida de uma região, através da interpretação dos índices, permitirá que o

gestor público estabeleça correlação de suas ações com o objetivo de aumentar o

conceito positivo desses índices e consequentemente da qualidade de vida urbana

coletiva.

37

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2.1 PROBLEMAS DA URBANIZAÇÃO BRASILEIRA

O Brasil apresentou uma veloz urbanização, no qual se observou um crescimento

da população urbanizada que saltou de 31% a 84%, de 1940 a 2010, na qual a lógica

capitalista de produção das cidades tornou o produto "unidade habitacional" ou "lote

urbanizado" regular numa mercadoria tanto mais cara quanto melhor dotada de

centralidade, infraestrutura e equipamentos (ALFONSIN, 2005, p. 48)

O rápido crescimento urbano verificado no Brasil a partir da metade do século XX

fez com que a ocupação das cidades ocorresse de forma desordenada, sem ser

precedida de uma política de estruturação para fins de adequação à uma nova condição

urbana (GOMES E LAMBERTS, 2009, p. 74).

Os mesmos autores afirmam:

Esse crescimento demográfico, ocorrido especialmente nas cidades de médio e grande porte, desencadeou uma série de problemas ao ambiente, como resultado do aumento desmesurado da malha urbana, da verticalização e uso intensivo do solo nas áreas centrais, excessiva impermeabilização, substituição de áreas verdes por áreas construídas, proliferação de assentamentos que desconsideram as restrições do sítio físico, entre outros, fazendo reproduzir nas cidades, modelos urbanos com baixa qualidade ambiental.

Na maioria das vezes, o crescimento urbano brasileiro não é acompanhado de uma

adequada infraestrutura que garanta um ambiente saudável e uma qualidade de vida

adequada (NETO, 2008, p. 17)

O processo acelerado de densificação e verticalização do crescimento das cidades

brasileiras alteram a configuração das cidades promovendo rupturas no tecido urbano

consolidado, bem como nas práticas de apropriação e uso do solo urbano (SCUSSEL e

SATTLER, 2010, 138)

É consenso a necessidade de intervenção no processo de crescimento e

desenvolvimento das cidades brasileiras afim de atingir a direção de um espaço mais

equilibrado sócio-ambientalmente (ROLNIK, 1997, p. 351).

Todavia, na década de 1970 a Política de Desenvolvimento Urbano - PND, tinha

como uma de suas estratégias o Programa Cidades Médias, que se configurava numa

tentativa de reorganização do território através das cidades médias (BRAGA, 2010, p. 6).

38

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Braga, afirma ainda que com esta política, o poder público também objetivava

refrear o crescimento das metrópoles levando às cidades de médio porte atividades e

homens que permitiriam o desenvolvimento da economia regional.

Porém, as cidades sempre exerceram um forte atrativo sobre as populações rurais

sendo um centro regional e esta idéia de centralidade aumenta a população das cidades

rapidamente por meio da migração de pessoas em busca de melhores condições de vida

(KHADOUR, 2009, p. 289).

Este afluxo de populações rurais para os centros urbanos coloca pressão adicional

sobre serviços básicos e demais instalações urbanas e geram demandas de custos e

requisitos de moradias formais e emprego que superam a capacidade de atendimento

(FEGUE, 2007, p. 445).

Nestes casos se impõe a segregação social, fator agravado pelas condições do

preço da terra urbana, que inviabiliza o acesso para aqueles de menor renda. Torres e

Gonçalves (2007, p. 9), aponta que a reduzida oferta de terras e o preço excessivamente

elevado do solo urbano teriam contribuído para que a grande parte da população fosse

levada a residir em regiões desprezadas pelo mercado imobiliário formal.

A segregação urbana é uma das características mais marcantes das cidades

brasileiras, com impactos que têm reforçado a exclusão social de famílias desfavorecidas

(FEITOSA et al, 2012, p. 30)

Alfonsin (2005, p. 48) chama a atenção para a ausência de alternativas legais de

acesso à terra urbana e à moradia com preços compatíveis com os níveis de renda da

população pobre, que empurra esta mesma população para terrenos impróprios, em

regiões periféricas (na maior parte dos casos) resultando em uma urbanização de risco.

Estas ações de produção do espaço urbano atingem limites que evidenciam riscos

para o próprio funcionamento das cidades brasileiras. Estas formas de crescimento

urbano, induzindo padrões de dispersão periférica tem esgotado infraestruturas e

impactando a dinâmica urbana, impondo dificuldades severas de mobilidade,

saneamento, escolas, postos de saúde, e etc. (NETTO e KRAFTA, 2009, p. 157)

Este modelo de expansão urbana, a periurbanização, caracterizada pela formação

de um espaço misto entre o urbano e o rural, e que se caracterizam como um espaço

transitório de múltiplas transformações físicas, morfológicas, sócio-demográficas, cultural,

econômica e funcional é o que tem caracterizado a urbanização de diversas cidades

(DUPONT, 2007, p. 89).

39

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Assim, diante desta dinâmica característica das cidades brasileiras que inclui novas

formas de produção espacial, surge a exigência de atendimento às novas demandas que

inclui atualizar e modernizar a legislação urbanística para promover maior equilíbrio dos

serviços públicos oferecidos à população (FREITAS, 2010, p. 38)

Em decorrência desta periurbanização das cidades, as populações que aí residem

enfrentam diariamente, os impactos da não oferta de serviços públicos, ambientais,

econômicos e sociais decorrentes da ausência do planejador urbano no momento da

instalação desses assentamentos humanos. Com isto, a cidade apresenta dentro de um

mesmo perímetro urbano, locais destituídos total ou parcialmente de infraestrutura básica,

ao lado de áreas bem dotadas de infraestrutura, não raro, condomínios de luxo e requinte,

destinados às classes mais abastadas (NETO, 2008, p. 31)

3 ESTATUTO DAS CIDADES E PLANO DIRETOR

3.1 O ESTATUTO DA CIDADE COMO ORIENTADOR DO PLANEJAMENTO URBANO

A dinâmica capitalista de produção das cidades é marcada pela desigualdade

econômica, social e jurídica (ALFONSIN, 2005, p. 47).

O autor continua, afirmando que o problema da desigualdade jurídica de acesso ao

espaço urbano é bastante complexo e tem seu fator gerador no instituto do direito de

propriedade em que milhões de pessoas disputam o acesso ao solo urbano.

No Brasil, o espaço urbano resultante do padrão de acumulação capitalista adquire

um perfil perverso, que contribui para aumentar ainda mais as desigualdades sociais

(NAMUR, M., 2004, p. 56).

Neste contexto, Namur chama a atenção para o aumento significativo da

deterioração das condições de vida de amplas parcelas da população, principalmente

pela carência a serviços urbanos como saúde, transporte, meio-ambiente, etc.

Nesta evolução urbana em que há demandas de população em busca de moradia

sem uma regulamentação coerente e que oriente a formação de novas áreas

urbanizadas, o Estatuto das Cidades trouxe em suas diretrizes importantes instrumentos

de ordenamento do solo urbano, no intuito de diminuir a discrepância sócio-econômica e

ambiental nas cidades (KANASHIRO e CASTELNOU, 2004, p. 140).

Ferreira et al (2009), afirmam o seguinte:

40

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De uma maneira geral, reconhecendo que o processo de urbanização tem sido implementado às custas da produção de uma segregação sócio-espacial, o Estatuto da Cidade consolida a sua orientação no sentido de disponibilizar uma série de instrumentos destinados a organizar o espaço urbano, permitindo com que a intervenção do Poder Público provoque a redução das desigualdades e o amplo acesso do direito à cidade.

Rolnik (2001,p. 1), afirma que a Lei 10.257, de 10 de julho de 2001, é encarregada

pela constituição de definir o que significa cumprir a função social da cidade e da

propriedade urbana, a nova lei delega esta tarefa para os municípios,oferecendo para as

cidades um conjunto inovador de instrumentos de intervenção sobre seus territórios, além

de uma nova concepção de planejamento e gestão urbanos.

Sendo assim, o Estatuto da Cidade é a lei federal brasileira que regulamenta os

artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988. O artigo 182 dispõe que a política

urbana é responsabilidade do município e deve garantir as funções sociais das cidades e

o desenvolvimento dos cidadãos, além de estabelecer um importante instrumento de

ordenamento territorial urbano - o Plano Diretor Municipal (BARROS et al, 2010, p. 1)

O artigo 183 da referida lei, trata da aquisição da propriedade pelo ocupante de

imóvel urbano que o utiliza para sua moradia ou de sua família e desta forma, define o

direito de propriedade àquele que confere a destinação compatível com a vocação legal

(BARROS et al, 2010, p. 1).

A Constituição brasileira de 1988, em seu art. 2º do Estatuto da Cidade, visa

disciplinar a política urbana, principalmente no que se refere ao ordenamento do

desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana (ZIR, 2006, p.

77). O autor continua, afirmando que a importância deste artigo incide no estabelecimento

de um "norte" para gestores públicos municipais, bem como de segmentos organizados

da sociedade e também da população em geral em agir diante de violações e desvios na

das finalidades da política urbana.

A esta participação, insere-se o cumprimento da função social da propriedade na

qual pode aparecer associado à ocupação dos vazios urbanos, à especulação imobiliária

por meio dos instrumentos do Estatuto, promovendo assim, o acesso à moradia e à

cidade (OLIVEIRA e BIASOTTO, 2011).

Também no Art 2o, incisos I, V, VI, alíneas “a”, “b”, “c” e “e”, IX o Estatuto dispõe

como garantias aos cidadãos: serviços públicos; oferta de equipamentos urbanos e

comunitários; transporte e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da

população e as características locais; a ordenação do uso do solo para evitar utilização

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inadequada dos imóveis urbanos, usos incompatíveis ou inconvenientes, o parcelamento

do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação a infraestrutura

urbana, retenção especulativa do imóvel urbano que resulte na sua subutilização ou não

utilização; justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de

urbanização.

Em suma, o Estatuto da Cidade define que o interesse coletivo deve estar acima do

interesse individual, atuando diretamente no parcelamento do solo, fazendo com que este

atenda a função social da propriedade urbana (SILVA et al, 2012, p. 3).

Desta forma, identificar mecanismos que influenciem o surgimento de segregação

é um importante passo para o desenvolvimento de políticas urbanas eficazes (FEITOSA

et al, 2012, p. 5)

Por isto, é importante também, refletir sobre o Capítulo 2 do Estatuto da Cidade,

visto que este capítulo é dedicado os requisitos e especificações para a elaboração do

Plano Diretor. Já no Art. 39 se define que a função social da propriedade urbana deve

atender às exigências fundamentais de ordenação da cidade que deverão estar contidas

no Plano Diretor municipal. Portanto, o Plano Diretor é requisito básico, fundamental

dentro da política de desenvolvimento e expansão urbana (ESTATUTO DA CIDADE).

Assim, o Plano Diretor municipal torna-se obrigatório para cidades e a Lei

10.257/2001 estabelece que aqueles municípios pertencentes a regiões metropolitanas e

aglomerações urbanas, dentre outras especificações do Art. 41, inserem-se nesta

obrigatoriedade.

Desta forma, o Plano Diretor visa orientar as ações dos agentes públicos e

privados no processo de desenvolvimento municipal, tornando-se um importante

instrumento de planejamento se for capaz de aglutinar diversos atores sociais (LACERDA,

et al, 2005, p. 56).

3.2 PLANO DIRETOR E A GESTÃO URBANA

A partir das décadas de 1960/70, o espaço urbano brasileiro sofre grandes

transformações em decorrência do aumento da população urbana em relação a

população rural, ocasionando uma série de problemas como desemprego, habitação

precária, falta de infraestrutura básica, violência urbana, etc. (TAVARES, p. 1, 1996).

42

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A autora afirma que a partir deste contexto histórico, passam a existir pressões

populares sobre a classe política que passam a exigir uma melhor orientação para o

desenvolvimento urbano a partir de um planejamento prévio da cidade.

Neste período também observou-se que o debate sobre o planejamento urbano

apresentou sinais de fragmentação e diversidade de discursos, representando um

afastamento das questões importantes ao planejamento como aqueles referentes ao

desafio interdisciplinar e metodológico (LACERDA et al, p.55, 2005).

Através das décadas subsequentes o plano diretor consolida-se como um dos

principais mecanismos para a implementação do desenvolvimento sustentável das áreas

urbanas, consistindo em uma lei específica do município (FERREIRA et al, 2009)

Portanto, o grande objeto do Plano Diretor (PD) é construir cidades com uma

qualidade urbana para todos, evitando a formação de assentamentos irregulares e

informais (RIBEIRO e SANTOS, p. 7, 1990).

Para Correa et al (p. 2, 2010), um Plano Diretor participativo deve estabelecer

normas na ordem pública e de interesse social que possa regular os interesses coletivos

de uma comunidade sobre o uso da propriedade urbana.

Neste sentido, o PD e sua associação ao planejamento urbano, bem como sua

inclusão no debate público passa a ser o resultado do processo de lutas sociais e da

imposição de sua obrigatoriedade aos municípios com mais de 20 mil habitantes pela

Constituição Federal de 1988 (CARVALHO, p. 130, 2001).

Desta forma, afirma Carvalho (p. 131, 2001), o Plano Diretor passa a ser

obrigatório para municípios integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações

urbanas, às áreas de especial interesse turístico e áreas de influência de

empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental.

Neste sentido, a autora afirma que a Constituição Federal incorpora pela primeira

vez, um capítulo específico sobre política urbana (capítulo 2, título V2) e estabelece como

competência do poder público municipal a responsabilidade pela execução da política de

desenvolvimento urbano.

Assim se define, conforme Lacerda et al (p. 56, 2005), a importância do Plano

Diretor pelo fato de a Constituição Federal eleger este instrumento como fundamental

para o planejamento urbano no qual todos os demais instrumentos deve guardar estreita

relação e harmonizar-se com seus princípios, diretrizes e normas.

A autora afirma ainda que “o Plano é, assim, a matriz do desenvolvimento urbano

do município, possuindo por isso mesmo uma interface necessária com todos os demais

43

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instrumentos de planejamento da administração municipal”, no qual estabelece a seguinte

relação, conforme figura 01.

Figura 01. Organograma dos Instrumentos de Política Urbana.

Fonte: Lacerda et al (p. 57, 2005).

Reforçando o significado do Plano Diretor Municipal (PDM), Rezende e Ultramari

(2007, p. 257), definem-no como um instrumento de planejamento e gestão municipal que

devem ser realizadas em compatibilidade com a própria Constituição Federal, a Lei de

Responsabilidade Fiscal e o Estatuto das Cidades.

Além desta definição, Braga (1995, p. 4), acrescenta que o PDM é um instrumento

eminentemente político, cujo objetivo deverá ser o de dar transparência e democratizar a

política urbana.

Desta forma, de acordo com as diretrizes do Estatuto das Cidades, o PDM

municipal deve contar necessariamente com a participação da população e de

associações representativas dos vários segmentos sociais e econômicos durante o

DIRETRIZES DE POLÍTICA URBANA MUNICIPAL

Gestão Democrática da Cidade

Gestão Orçamentária Participativa

Gestão Orçamentária Participativa

Diretrizes Orçamentárias

E Orçamento Anual

PLANO DIRETOR

Planos de Desenvolvimento

Econômico e Social

Disciplina do Parcelamento, uso e ocupação do solo

Zoneamento Ambiental

Planos, programas e projetos setoriais

44

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processo de elaboração, implementação e gestão das decisões do plano (ROLNIK, p. 2,

2001).

Neste sentido, Souza e Silva (p. 99, 2010), afirmam que a participação popular

resultante da década de 1990, quando os movimentos sociais e reivindicatórios de

reforma urbana passaram a fomentar a prática de "emendas populares", ocasionaram a

atuarem na gestão democrática de participação efetiva, criando um pacto entre governo

municipal e os demais atores que interferem na produção, ocupação e no uso do espaço

urbano.

Muniz (p. 40, 2006), ressalta que o planejamento elaborado somente por técnicos

não é capaz de resolver problemas do cotidiano dos habitantes devido à visão

diferenciada entre estes com aqueles que residem em regiões periféricas da cidade que

necessitam de infraestrutura e serviços essenciais.

A proposta metodológico-conceitual que orienta o processo de planejamento

urbano é aquela que coloca a simultaneidade das dimensões política e técnica como

elementos construtivos do processo (CARVALHO, p. 131, 2001).

E para além desta visão político-técnico, os planos diretores devem intervir na

redução da desigualdade, segregações e exclusões sociais, contribuindo para a expansão

da cidadania (CARVALHO, 2001, p. 130).

3.3 PLANO DIRETOR E INFRAESTRUTURA URBANA

Como o processo de urbanização avança rapidamente em todo o mundo e seu

desenvolvimento sustentável torna-se uma questão de importância singular para os

moradores das cidades (BOBYLEV N., 2009, p. 1128).

Bobylev afirma ainda, que para estas questões, os diferentes tipos de infraestrutura

urbana são a chave das questões do Plano Diretor municipal.

A infraestrutura urbana que deveria incluir serviços públicos eficientes de

transporte, atendimento à saúde, facilidade na mobilidade urbana, acesso a bens e

serviços diversos, não alcançam bairros a margem do planejamento urbano da cidade.

Como resultado, surgem cidades caóticas, com sérios problemas referentes à

ausência de saneamento básico, escolas, transporte coletivo, violência, desemprego,

segregação urbana, concentração fundiária, degradação ambiental e favelização (FANTIN

e MONTEIRO, 2007, p. 132).

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E esta infraestrutura urbana inserida no planejamento é muito importante para a

vida dos cidadãos, principalmente porque muitos dependem diariamente dos serviços

públicos e estes serviços, deveriam estar intimamente ligadas ao tipo de planejamento

urbano realizado e/ou se pretende realizar (BOBYLEV N., 2009, p. 1128)

Em outro estudo, Bobylev (2006, p. 1), chama a atenção para o desenvolvimento

urbano das próximas décadas e a necessidade de se difundir infraestrutura de qualidade,

visto que diversas cidades pelo mundo experimentarão grande desenvolvimento urbano:

O autor expõe que: A experiência das grandes metrópoles no mundo mostra claramente que a presença de uma infraestrutura urbana difundida é uma condição indispensável para o seu desenvolvimento sustentável. Mas esta experiência veio, infelizmente, não de políticas de avaliação e planos, mas como resultado de sérios problemas de planejamento e de modernização que tiveram que ser enfrentados pelas cidades.

Por isto, continua o autor, deve ser considerado que as principais políticas para o

desenvolvimento da infraestrutura urbana estão muito relacionadas às concepções gerais

do Plano Diretor de uma cidade.

Um estudo realizado no município de Nova Lima, localizada na Região

Metropolitana de Belo Horizonte, Costa e Pacheco (2003, p. 2) estudaram a forma

fragmentada com que se instalaram os assentamentos urbanos, ocasionando problemas

na eficácia da infraestrutura da cidade, principalmente o relacionado ao transporte

público.

3.4 O PLANO DIRETOR DE MARINGÁ-PR 3.4.1 Histórico do desenvolvimento urbano de Maringá-PR.

A ocupação das terras da cidade iniciou-se em 1942 com a delimitação de oito

quadras, pois se tratava de uma ocupação provisória para estabelecimento e implantação

do núcleo urbano que deveria abrigar 200 mil habitantes (RESCHILIAN e UEHARA, p. 78,

2012).

Conforme Andrade e Cordovil (p. 1, 2008), Maringá faz parte de uma extensa área

colonizada pela Companhia de Terras Norte do Paraná que foi sucedida pela Companhia

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Melhoramentos Norte do Paraná e foi construída a partir de um plano urbanístico

moderno, emergindo rapidamente da mata Atlântica.

Maringá apresentou desde o início, uma diferenciação entre estratos sociais, visto

que um lote na Zona 2 custava até 10 vezes um lote de dimensões iguais na Zona 3,

destinada à classe trabalhadora de renda inferior.

Na década de 1960 o projeto inicial de Maringá apresentava-se com alterações

consideráveis devido ao aumento em 50% no total de lotes implantados e consequente

ampliação do perímetro urbano.

Assim, a partir da década de 1970, a cidade de Maringá passa por novas

mudanças atingindo a marca de mais de 100.000 habitantes, representando um

crescimento de 62% em relação à década anterior (BARRETO e MENDES, p. 61, 1999).

Na década seguinte (1980), iniciou-se um processo de ocupação urbana afastada

da área central da cidade, sem existir um ordenamento no procedimento de implantação

de loteamentos (SCHMIDT et al, p. 2, 2000).

O processo observado na década de 1980, acentua-se na década de 1990 na qual

observou-se aumento no número de aprovação de loteamentos, com ampliação de

condomínios horizontais em glebas rurais e registrou-se queda do crescimento

populacional (RESCHILIAN e UEHARA, p. 79, 2012).

Transcorridos 70 anos de sua implantação, Maringá superou a orientação inicial de

seu desenvolvimento atingindo 357.077 habitantes, segundo o censo de 2010 e passou

por alterações que resultaram na criação da Região Metropolitana de Maringá, tornando-

se cidade pólo que integra uma rede de outros municípios (RESCHILIAN e UEHARA, p.

79, 2012).

3.4.2 A Lei do Plano Diretor de Maringá

Em seus dispositivos sobre a política urbana, a Constituição Federal reconhece a

competência do Poder Público Municipal em implementar a política de desenvolvimento

urbano com o escopo de ordenar o desenvolvimento das funções sociais da cidade

(FERREIRA, et al, 2009).

A supervisão da elaboração dos Planos Diretores Municipais no Estado do Paraná

é operacionalizada institucionalmente pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento

Urbano/Serviço Autônomo PARANACIDADE (CREA, 2010).

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Sendo assim, Maringá elaborou em sua história, três Planos Diretores, sendo o

primeiro em 1968, o segundo em 1991 e o terceiro em 2006, este último com a

incorporação dos instrumentos urbanísticos e jurídicos do Estatuto das

Cidades.(RESCHILIAN e UEHARA, p. 79, 2012) e (UEHARA, p. 48, 2012) e neste estudo,

discorreremos apenas sobre o último (Plano Diretor de 2006), e suas diretrizes para a

cidade e principalmente no que se refere à área de estudo deste trabalho.

O Plano Diretor do Município de Maringá foi criado pela Lei N. 632/2006 sendo

regulamentada pelas seguintes Leis:

1. Lei Complementar N. 795, a qual regulamenta a aplicação da outorga onerosa

do direito de construir;

2. Lei Complementar N. 799, a qual altera a Lei 632/2006 (Lei do Plano Diretor),

referindo-se à inclusão da Macrozona Urbana de Qualificação de acordo com os limites

indicados no anexo da referida lei.

3. Lei N. 8508, a qual regulamenta os artigos 213 e 214 da Lei do Plano Diretor,

que regulamenta as conferências públicas municipais relacionadas à política de

desenvolvimento urbano; e

4. Lei N. 8563, a qual regulamenta dispositivo da Lei do Plano Diretor que dispõe

sobre a transferência de potencial construtivo no Município de Maringá.

Conforme a Lei do Plano Diretor de Maringá, em seu capítulo I, da

Fundamentação, esta se define como o instrumento estratégico de desenvolvimento e

expansão urbana e de orientação dos agentes públicos e privados que atuam na

produção e gestão da cidade de Maringá.

Principia-se, conforme o capítulo 2 da Lei N. 632/2006, da Fundamentação,

compreendendo o pleno exercício de todos ao direto à cidade como o direito à terra, aos

meios de subsistência, ao trabalho, saúde, educação, cultura, moradia, proteção social,

segurança, meio-ambiente equilibrado, saneamento, transporte público, lazer, etc.

O Plano Diretor de Maringá estabelece o macrozoneamento, com base no art. 31,

capítulo I do Ordenamento Territorial, que fixa as regras fundamentais do ordenamento

territorial e objetiva definir diretrizes para a utilização dos instrumentos para esta

ordenação. E no art 32 do mesmo capítulo define o macrozoneamento, conforme segue:

I - Macrozona urbana de consolidação;

2 - Macrozona urbana de qualificação;

2I - Macrozona urbana industrial;

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IV - Macrozona urbana de proteção ambiental;

V - Macrozona urbana de contenção;

VI - Macrozona rural de transição;

V2 - Macrozona rural de manancial;

V2I - Macrozona rural.

O mapa da Figura 02 apresenta o macrozoneamento urbano do município de

Maringá-PR.

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3.4.3 O Plano Diretor de Maringá e aspectos segregacionistas do desenvolvimento urbano.

As altas taxas de urbanização nas cidades brasileiras não foram acompanhadas

por um planejamento ordenado, previsto em planos diretores ou apesar deste, o que

promoveu ocupações desordenadas aumentando distâncias e prejudicando o

deslocamento das populações até os serviços públicos essenciais (ANTUNES, 2009, p.

1).

A qualidade de vida nos conjuntos habitacionais depende da adequação dos

espaços e serviços públicos presentes nesses bairros (LOPES, 2002, p. 3).

Portanto, a análise empírica da cidade demonstra que há relações e interconexões

entre os vários aspectos da realidade urbana. A segregação espacial, residencial, se

apresenta altamente correlacionada com indicadores de desempenho socioeconômico,

tais como educação, saúde, oferta de serviços públicos, etc (FURTADO, B. A., 2009, p.

09).

Numa única cidade, há situações específicas e distintas relacionadas às condições

de vida.

HOGAN et al (2001, p. 398), afirmam: Segregação espacial, crescimento de favelas e exclusão social são diferentes aspectos da não inclusão no estilo de vida dominante. A falta de acesso ao mercado de consumo é acompanhada pela falta de serviços públicos agravando as condições de vida dessas populações vulneráveis.

Isto contribui para o estado de conflito entre a realidade da cidade e os planos

diretores, que devem inserir realidades e buscar alterar a natureza de uma realidade

extremamente negativa (QIAN, 2013, p. 86)

Maringá, apesar de apresentar aspecto singular de desenvolvimento devido ao seu

prévio planejamento, não se diferencia da maioria das cidades brasileiras caracterizando-

se como excludente e segregacionista (RODRIGUES e COSTA, 2008, p. 1).

Desta forma, o conceito de segregação pode ser a palavra que traduza melhor o

desenvolvimento urbano da cidade de Maringá.

Embora uma cidade nova, Maringá apresenta em sua breve existência aspectos

relevantes da construção de sua materialidade e de processos segregadores de

desenvolvimento urbano (CORDOVIL e RODRIGUES, 2012, p. 1).

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Essas e outros autores, estudiosos da Lei N. 632/2006 que institui o Plano Diretor

do Município de Maringá reconhecem que houve um forte estabelecimento de parceria

entre o poder público e o setor imobiliarista da cidade, conforme Cordovil e Rodrigues

(2012) e Uehara (2012).

Assim, os processos de segregação residencial garantem os mecanismos constitutivos de valor imobiliário por meio da distribuição da população no território urbano, segundo suas condições econômicas de acesso ao preço da terra. A organização do espaço urbano se constitui pela manutenção da desigualdade que caracteriza a sociedade e, concomitantemente, mantém e aprofunda essa desigualdade (CORDOVIL e RODRIGUES, 2012, p. 7.

A cidade fundamentada na lógica capitalista não se limita a um espaço ocupado

pela vida urbana e pelo sistema produtivo, pois ela mesma se transforma em negócio

(NAMUR, 2004, p. 57).

Villaça (2001), chama a atenção para o tipo de segregação espacial comum às

cidades brasileiras, a qual é produzida pela e para a burguesia em parceria com o Estado

em seus três níveis de governo, particularmente o municipal. E a especulação imobiliária

deriva da ação dos agentes imobiliários, principalmente da atuação do Estado no

atendimento às demandas das classes altas.

Neste sentido, observa-se no município de Maringá um modelo de

desenvolvimento empresarial, no qual há forte especulação das terras oriundas da

implementação de empreendimentos distantes da cidade, gerando vazios urbanos

constituídos de lotes a espera de valorização, enquanto em áreas rurais são implantados

loteamentos residenciais (RODRIGUES E COSTA, 2008, p. 1).

Esta prática especulativa, continuam os autores, constituem-se num empecilho para a efetivação da função social da propriedade e para uma ocupação mais democrática do solo urbano. Dificulta, ainda, o rompimento dos favorecimentos, que, em Maringá, têm garantido os interesses do capital imobiliário em oposição ao das classes de menores rendas, segregadas na periferia da cidade ou nos municípios vizinhos (RODRIGUES E COSTA, 2008, p. 1).

Isto pode ser considerado uma forte abertura para o mercado imobiliário na qual

multiplicou-se a implementação de loteamentos fechados na Macrozona Rural, na qual

configura-se numa abertura ao capital privado, que ficou estabelecido na Lei 799/2006, a

qual nos informa:

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Art. 8 - B. As Zonas especiais de Loteamentos fechados na Macrozona Rural constituem-se porções do território onde são permissíveis a urbanização e a produção de loteamentos fechados.

Em contraposição a esta Lei, que foi debatida na revisão do Plano Diretor, 4 anos

após sua implantação (2010), a autora, afirma ainda:

O questionamento feito durante a conferência pelas organizações sociais, foi estabelecer um marco de qual a verdadeira necessidade dessa ocupação para a Macrozona Rural, já que Maringá possui uma grande dimensão de áreas de vazios urbanos, na qual não se verifica o cumprimento da função social da propriedade.

Para Villaça (2001, p. 141), uma das características mais marcantes da metrópole

brasileira é a segregação espacial dos bairros residenciais das distintas classes sociais,

criando-se sítios sociais muito particulares.

Para Rodrigues (2004, p. 63);

O mercado imobiliário, ao qual as baixas rendas não têm acesso, mantém-se economicamente forte, congregando também forças políticas que se fazem representar em todos os fóruns de decisão do município, o que tem possibilitado o atendimento às suas demandas, desde a fundação da cidade.

Outra forma de se observar a relação excludente do desenvolvimento urbano de

Maringá, ocorre no vertiginoso crescimento do setor imobiliário relacionada à alteração

das leis urbanísticas maringaense, conforme Galvão e Tonella (2010, p. 2):

... ao invés de estabelecer instrumentos de controle e reversão do processo segregacionista, tem reforçado esta situação com a produção de condomínios de luxo e a desafetação da função pública de áreas de terras municipais para empreendimentos imobiliários de alto padrão.

Este modelo de desenvolvimento urbano, aliado a ocupação irregular, a ocorrência

de vazios urbanos associado ao crescimento populacional acelerado pode ser fator

gerador de fragilidade na oferta de serviços públicos essenciais e o surgimento de

marginalidade nessas áreas (SANTOS et al 2011, p. 636).

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3.4.4 Legislação de Uso e Ocupação do Solo e o Processo Legislativo em Maringá.

No item anterior foi discutido o problema da segregação urbana em Maringá que

reproduz modelos de diversas cidades que ao expandir seus limites urbanos, acabam por

gerar alto custo da terra urbana, formas de especulação do preço da terra e crescimento

desordenado, dentre outros fatores.

A Lei 6.766 de 19 de Dezembro de 1979 estabelece no Brasil o princípio do

regramento do parcelamento do solo urbano caracterizando o que seja um loteamento em

seus aspectos de subdivisão, edificação, abertura de vias de circulação ou

prolongamento, modificação ou ampliação de vias.

Importante citar o Artigo 3º do Capítulo I das Disposições Preliminares: "Somente

será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas ou de

expansão urbana, assim definidas por lei municipal".

O Artigo 4º, do Capítulo 2, Dos Requisitos Urbanísticos para Loteamento a Lei

supra citada determina os requisitos básicos para a implantação de um loteamento: ...

IV - as vias de loteamento deverão articular-se com as vias

adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, e harmonizar- se com a

topografia local.

§ 1º - A percentagem de áreas públicas prevista no inciso I deste

artigo não poderá ser inferior a 35% (trinta e cinco por cento) da gleba,

salvo nos loteamentos destinados ao uso industrial cujos lotes forem

maiores do que 15.000 m² (quinze mil metros quadrados), caso em que a

percentagem poderá ser reduzida.

§ 2º - Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de

edu cação, cultura, saúde, lazer e similares.

Neste sentido a referida lei estabelece normas para o projeto do loteamento que

deverá indicar os arruamentos contíguos a todo o perímetro, localização das vias de

comunicação, áreas livres, dos equipamentos urbanos e comunitários existentes no local

ou adjacências com as respectivas distâncias da área a ser loteada.

Cabe lembrar que o Artigo 13 determina que a aprovação do loteamento é

conferida pelo município que deverá estabelecer a análise e regramento local ao loteador

observadas as diretrizes estabelecidas na Lei 6766/1979.

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Em Maringá, à época das aprovações dos loteamentos irregulares que foram

implantados na década de 1990, incluindo-se os loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2,

a lei que regia o uso e ocupação do solo era a Lei nº 03/1991.

A referida lei define e caracteriza o zoneamento urbano municipal em Zonas

Central (ZC), Residenciais (ZR), Industriais (ZI), de Proteção Ambiental (ZPA), Especiais

(ZE) e Eixos de Comércio e Serviços (ECS).

Importante destacar que somente em seu Artigo 14, Capítulo V - Disposições

Finais e Transitórias da referida Lei 03/1991, que será definida e caracterizada a Zona

Rural de Maringá, conforme segue:

Art. 14 - Na Zona Rural, além das atividades agrícolas, hortifrutigranjeiras e pecuárias, com suas respectivas instalações estritamente de apoio, somente serão admitidos usos de atividades que, pela sua natureza, sejam incompatíveis com o meio urbano, exceção feita a postos de abastecimento de veículos, que poderão instalar-se em terrenos lindeiros às rodovias.

Observando-se, portanto, a Lei Federal 6766/1979 e a que regulamentava o uso e

ocupação do solo urbano de Maringá, Lei 03/1991, fica evidente que o parcelamento do

solo ocorrido em área rural estava fora das normas de uso e ocupação do solo que

estabeleceu um loteamento com características urbanas em área rural.

Porém, em 1998 a Lei Complementar 236/1998 buscou regulamentar sobre o

parcelamento do solo rural para fins urbanos, com base na Instrução 17-B do Instituto de

Colonização e Reforma Agrária - INCRA, que dispõe sobre o parcelamento de imóveis

rurais.

Em seu Artigo 1º, da Seção I - do Objeto, a Lei Complementar 236/1998 regula

com base na Instrução 17-B/INCRA o parcelamento de área rural com destinação urbana.

Porém, a referida instrução refere-se a dois casos específicos de parcelamento de solo

rural sendo: 1- parcelamento para fins urbanos de imóvel rural localizado em zona urbana

ou de expansão urbana, a qual se baseia na Lei Federal 6766/1979. 2- parcelamento para

fins urbanos de imóvel rural localizado fora da zona urbana ou de expansão urbana que

se baseia igualmente na Lei Federal 6766/1979, em seu Artigo 53, bem como no Artigo 96

do Decreto nº 59.428/1966.

Este último artigo define o tipo de área que os projetos de loteamentos com vistas à

urbanização, industrialização e formação de sítios de recreio deverão ser

regulamentados, quais sejam:

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para serem aprovados, deverão ser executados em área que:

I - Por suas características e pelo desenvolvimento da sede municipal já seja considerada urbana ou esteja incluída em planos de urbanização;

2 - Seja oficialmente declarada zona de turismo ou caracterizada como de estância hidromineral ou balneária.

2I - Comprovadamente tenha pedido suas características produtivas, tornando antieconômico o seu aproveitamento.

Parágrafo único. A comprovação será feita pelo proprietário ou pela municipalidade em circunstanciado laudo assinado por técnico habilitado, cabendo ao Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA) ou ao Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário (INDA), conforme o caso, a constatação de sua veracidade.

Neste sentido, a Lei Complementar 236/1998 define o entendimento por

fracionamento de imóvel rural com destinação urbana a implantação de núcleos

residenciais ou de lazer, chácaras de lazer, sítios de recreio, hotéis-fazenda e clubes

temáticos, com as seguintes características:

I - gleba de terreno localizada em área rural, perfeitamente delimitada

mediante medição, com perímetros cercados natural ou artificialmente e,

obrigatoriamente, com portaria de acesso controlada;

2 - vias de acesso internas, denominadas vias ou alamedas, respeitando

os acidentes naturais, flora e fauna.

A mesma lei continua definindo em seu Artigo 6º, Capítulo 2I - Da Infraestrutura

Mínima, a exigência de realização de obras de infraestrutura dentro de prazos específicos

a partir da data de aprovação do projeto a serem executadas pelo empreendedor com

responsabilidade solidária do proprietário do lote rural:

I - abertura das vias de circulação interna, dentro do prazo de 6 (seis)

meses;

2 - sistema de distribuição de água potável, coleta e tratamento de esgoto

domiciliar, a critério da concessionária do serviço, com respectivas

derivações prediais e as necessárias à captação, recalque, tratamento e

conservação, dentro do prazo de 12 (doze) meses;

...

56

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A partir desta lei complementar regulariza-se a relação entre o empreendedor e os

adquirentes, que configura-se também nas obrigações dos moradores em pagamento de

tributos e regulamentação referente ao habite-se.

Portanto, observando a Lei Complementar 236/1998, a legislação municipal tenta

regulamentar os loteamentos irregulares com base na Instrução 17-B-INCRA e

regulamentações de parâmetros de vias, destinação de equipamentos urbanos,

arborização, cascalhamento (não refere-se a pavimentação asfáltica) e referidas larguras

de vias, etc.

Em 1999 duas leis sancionadas pelo poder executivo municipal estabelece a

regularização de alguns loteamentos irregulares incluindo os loteamentos deste estudo. A

Lei Complementar nº 327/99 de 15 de dezembro de 1999 é muito clara ao definir como

zonas de urbanização específica, áreas loteadas em área rural conforme redação do

Artigo 1º, que insere na relação de lotes a serem regularizados, os pertencentes à Gleba

Ribeirão Maringá do qual trata-se dos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2.

Desta forma, denomina-se "Zona de Urbanização Específica" estas áreas

irregulares, ora legalizadas, que passaram a incluir-se na Lei N. 334/99 de 23 de

dezembro de 1999 que dispõe sobre o parcelamento do solo no município de Maringá, o

qual regulariza a implantação de loteamentos não permitindo os mesmos serem inseridos

em área agrícola.

Assim, as leis acima mencionadas criaram um zoneamento urbano cujos limites

não permaneceram contíguos e permitindo áreas rurais entre loteamentos bem como

vazios urbanos em diversas regiões de Maringá-PR.

4. A PERCEPÇÃO DO INDIVÍDUO.

Diversos estudiosos sobre Qualidade de Vida (QV), sejam das ciências sociais ou

de planejamento das cidades ou ainda outros profissionais, argumentam que a qualidade

de qualquer lugar tem uma dimensão subjetiva, bem como uma realidade objetiva

(MARANS, p. 73, 2003).

Estudos de medição da QV podem ser divididas entre perspectivas objetiva e

subjetiva, considerando aspectos indicadores baseados em estatísticas governamentais,

seguido por condições de moradia, porém, concentrar ênfase em estudos objetivos

podem negligenciar a perspectiva subjetiva (LEE, p. 1207, 2008).

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A qualidade de vida não pode ser considerada simplesmente a partir da

observação de condições "objetivas" de uma realidade local observável externamente. A

forma como os indivíduos percebem e avaliam as condições de suas próprias vidas

também são aspectos centrais da qualidade de vida (IBD, 2008, p. 3)

Seik (p. 32, 2000), afirma o seguinte:

Indicadores objetivos são particularmente úteis no bairro, ou seja, para as escalas da cidade e do país, e servem para medir a qualidade de vida com base na realização de várias necessidades básicas da vida, como alimento e abrigo. Por outro lado, indicadores subjetivos têm sido utilizados mais no nível individual,a fim de medir o nível de satisfação do indivíduo com a vida e como ele ou ela a experimenta.Os indivíduos representam, desta forma, uma visão subjetiva, introspectiva embasada na experiência pessoal do conceito de qualidade de vida.Qualidade de Vida, é assim, um estado de satisfação com a vida, em vez de condições objetivas e as suas configurações (como o físico, social e ajustes econômicos), embora ambos estão inter-relacionados.

O melhor nível de qualidade de vida só é produzido pela combinação de ambos os

componentes físico e psicológico. Portanto, a qualidade de vida que cada um percebe

individualmente é assumido como sendo diretamente dependente da sua capacidade de

troca de percepções de adquirir um bem-estar (ROYUELA e SURIÑACH, 2004, 554).

A teoria do lugar, em Psicologia, define a satisfação residencial como "a

experiência do prazer ou gratificação derivada da vivência em um lugar específico,

relacionado à satisfação da comunidade, do bairro e a qualidade da vizinhança (LEE, p.

1208, 2008).

Isto muda quando se observa, como ponto inicial de observação da percepção da

qualidade de vida, a sociedade. Para ela, a grande preocupação para a sociedade é a

forma de melhorar a capacidade de um indivíduo atingir esta qualidade de vida.

Os autores acrescentam:

Qualidade de vida não só considera os componentes do bem-estar (saúde, bem-estar, a liberdade de escolha, liberdades básicas), mas também os determinantes do bem-estar (disponibilidade de alimentos, roupas, água potável, instalações de educação, saúde e renda geral). Assim, o bem-estar social não só é considerado a partir da perspectiva de cada indivíduo, mas também de que a sociedade vista como um grupo em sua coletividade; as oportunidades apreciadas por este grupo são pelo menos tão importantes quanto as desfrutadas pelo indivíduo.

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As principais críticas dirigidas à qualidade dos trabalhos que visam determinar a

qualidade de vida de um local, se dão por conta de que os indicadores normalmente

refletem a opinião especialista sobre o constituinte dos resultados e que a percepção da

comunidade de cidadãos-moradores é ignorada (FAHY e CINNÉIDE, 2008, p. 31).

Assim, a expressão "qualidade de vida" remete, sobretudo, a componentes de

caráter imaterial, imprimindo ao conceito o enfoque do indivíduo, da pessoa, vinculado a

aspirações por felicidade, bem-estar e satisfação pessoal (NAHAS, 2002, p. 27). No

campo da definição do conceito de qualidade de vida, no qual fazem parte a

habitabilidade, a qualidade de vida, meio ambiente, qualidade do lugar, percepção

residencial e consequente satisfação com a casa em que reside, a avaliação do ambiente

residencial e de vida, qualidade de vida e sustentabilidade se sobrepõem, e muitas vezes

são usados como sinônimos, mas de vez em quando são contrastados dependendo do

lugar em que ocorre a investigação (KAMP et al, 2003, p. 6).

A qualidade de vida define-se, portanto, no contexto do indivíduo, segundo suas

prioridades onde a percepção e prioridades referem-se a "satisfação pessoal", "condições

de vida" e "quadro de valores particulares" (SALAS, 2005, p. 24)

Estudo realizado por Findlayetall (1988, p. 272), em 38 municípios do Reino Unido,

observaram que a percepção da qualidade de vida é dominada pela preocupação com a

própria vida, ou seja, as pessoas querem viver em locais com taxas mínimas de

ocorrência de criminalidade e com os melhores serviços de saúde possíveis. Além disso,

as pessoas têm uma preferência por locais com baixos níveis de poluição, a um baixo

custo de vida, a bons estabelecimentos comerciais e harmonia racial, conforme Tabela 3.

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Tabela 3. Estudo dos itens de maior influência na qualidade de vida de moradores de 38

municípios do Reino Unido.

Os aspectos mais importantes da qualidade de vida (em ordem de importância, como mostrado pela pesquisa de opinião)

Características identificadas como muito importante

Porcentagem de respondentes

Baixas taxas de crime violento 78.2%

Baixas taxas de crime não violento 76.9%

Bons serviços de saúde 70.1%

Baixo nível de poluição 55.3%

Baixo custo de vida 54.8%

Harmonia racial 52.0%

Boas instalações comerciais 49.4%

Fonte: Findlayetall (1988, p. 271)

Assim, os autores, ao avaliarem os dados da tabela, chamam atenção para as

características mais acentuadas da percepção de qualidade de vida dos moradores

daquelas localidades, nos quais habitação e emprego não é percebido como aspecto

relevante de qualidade de vida, podendo-se considerar que são apenas pré-requisito para

uma melhor qualidade de vida.

Desta forma, um grande conjunto de autores reconhece que os indicadores não

são susceptíveis de ser aceitável ou particularmente útil, a menos que sejam

desenvolvidos em estreita colaboração com o seu público alvo (FAHU e CINNÉIDE, 2008,

p. 31).

4.1 A PERCEPÇÃO DO INDIVÍDUO SOBRE A OFERTA DE SERVIÇOS PÚBLICOS

URBANOS

Á medida que o processo de urbanização avança rapidamente em todo o

mundo, o desenvolvimento sustentável de áreas urbanas torna-se uma questão de

importância global (BOBYLEV, N., 2009, p. 1128);

Os termos urbanização, meio ambiente, desenvolvimento, infraestrutura,

transportes, etc, são muito comuns no meio científico para lidar com questões ligadas ao

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desenvolvimento sustentável ou mesmo quantificar a qualidade do ambiente urbano

estudado (BOBYLEV, N., 2009, p. 495).

Por isto, o estudo desses componentes, continua o autor, são importantes

para conhecer os níveis de satisfação da população e de sustentabilidade urbana, bem

como no estudo do modelo de desenvolvimento e da forma urbana.

Os diferentes tipos de infraestrutura urbana são as principais características

de um Plano Diretor pois inclui transporte, serviços públicos de saúde, educação, energia,

etc.

Em estudo sobre Infraestrutura Social e Urbana no Brasil, o IPEA (2010), afirma:

A infraestrutura econômica, social e urbana e o processo de desenvolvimento possuem elevado grau de correlação. A disponibilidade de infraestrutura no território constitui um indicador das suas condições de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, essa disponibilidade ou sua ausência favorecem ou limitam o processo de desenvolvimento econômico e territorial.

Ao estudar a distribuição dos serviços públicos e a distribuição espacial da

infraestrutura urbana no município de Paulínea-SP, Farias e Matias (2004), constataram

que a distribuição diferenciada nas formas de uso da terra intraurbana não ocorre

exclusivamente devido ao fato dos benefícios de serviços de infraestrutura básica estarem

desigualmente distribuídos, mesmo porque observou-se que a maior parte desses

serviços encontra-se universalizada nas áreas urbanas tais como serviços de

abastecimento de água, fornecimento de energia elétrica e coleta de lixo. Estes serviços,

obtiveram conceito bom pela população, porém, serviços de coleta do esgoto e

pavimentação asfáltica foram constatados problemas em alguns bairros, cuja reclamação

foi constatada por moradores dos bairros não atendidos.

Esta diferença na distribuição dos serviços públicos impacta de alguma maneira o

cotidiano das famílias residentes no meio urbano.

Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), publicada em

2012, relata que famílias brasileiras moradoras em áreas urbanas comprometem cerca de

15% da renda mensal com transporte diário (público e/ou privado), sendo que o gasto

com transporte privado é cinco vezes maior que o montante despendido com transporte

público.

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5. SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA 5.1 SIG COMO SUPORTE PARA O PLANEJAMENTO URBANO

A demanda por um planejamento urbano eficaz é, atualmente, uma busca cada vez

mais recorrente para os gestores públicos.

As análises espaciais requerem três etapas que compreendem a definição do

problema (determinação das variáveis e suas inter-relações), a avaliação e seleção da

melhor alternativa para resolução do problema, e por fim, o monitoramento para se atingir

o estado desejável (SABOYA, 2000, p. 62)

Neste sentido, para auxiliar estes gestores a obter informações precisas, as

ferramentas de georreferenciamento de informações, através de Sistemas de Informações

Geográficas (SIG) tem se consolidado fortemente por fornecer um entendimento cada vez

mais qualificado da dinâmica do crescimento urbano (MELLO, 2011, p.67).

Ceccato, et al (1993, p. 35) afirmam:

Um dos mais importantes aspectos a serem considerados em estudos urbanos é a sua dimensão espacial. É através dela que se define com precisão medidas que venham subsidiar a ação governamental para a manutenção e melhoria das condições de vida de uma determinada população.

Assim, segue a autora, o uso de SIG podem ser instrumentos eficazes no processo

de aquisição, armazenamento, recuperação e saída de dados espaciais dada a dinâmica

e a diversidade de características do espaço urbano.

Neste sentido, informações atualizadas e confiáveis é vital para a gestão municipal,

principalmente quando nos referimos à expansão urbana, os recursos humanos da

cidade, meio-ambiente, etc, para que o gestor público se baseie com segurança ao aplicar

decisões no contexto espacial da cidade (HUNG e YASUOKA, 2000, p.1).

Os autores, afirmam ainda que a base de informações, quanto mais abrangente

possível, reduz a incerteza e aumenta a possibilidade de acerto dessas tomadas de

decisão aos gestores e formuladores de políticas públicas para o contexto local.

Seguindo o mesmo raciocínio, Kliskey (1995) ao estudar a funcionalidade do

Sistema de Informação Geográfica no planejamento de sistemas naturais, identifica neste

sistema uma aplicação estratégica de gestão espacial devido ao georreferenciamento das

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informações. E afirma que o referenciamento das informações geográficas em si permite

que as decisões subsequentes devem ser interpretadas com relação ao "solo", ou seja,

situações reais, enquanto que a representação gráfica auxilia na comunicação dessas

idéias para os responsáveis pelas decisões.

Appleton e Lovett (2002, p. 117) acrescentam a esta ideia, que para haver uma

tomada de decisão por parte do gestor urbano com maior qualidade, que alcance maior

eficácia para a população e inclui esta mesma população no centro das decisões, o SIG

auxilia exatamente na comunicação visual, para leigos e profissionais da área.

Para qualquer planejamento que vislumbre melhorar a qualidade de vida de seus

moradores, este deveria ser precedido pelo conhecimento daquilo que se deseja planejar.

Identificar o estado atual para obter a visão futura identificando possibilidades e

responsabilidades (NASCIMENTO et al, 2009, p. 108).

O mesmo autor afirma que uma infraestrutura geoinformacional é essencial para as

cidades pois permite espacializar, diagnosticar e integrar as informações relativas à

dinâmica urbana e municipal e ampliar o debate sobre o planejamento urbano.

O SIG permite avaliar a possibilidade de expansão urbana avaliando

consequencias e fatores positivos da urbanização.

Nascimento et al (2009), avalia as potencialidades e restrições à ocupação urbana

em João Pessoa - PB - Brasil, cujos dados de adequabilidade de meio físico,

características naturais e urbanísticas e elaboração metodologias e mapas temáticos em

SIG, permitiu identificar melhores áreas conforme resultado dos mapas.

Stylianidis, et al, (2012, p. 8) colabora nesta afirmação, ao afirmar que toda cidade

precisa de uma visão. Um Sistema de Informação Geográfica (SIG) pode revelar-se numa

abordagem sistemática governamental integrada com uma abordagem centrada no

cidadão. E neste sentido, os autores acima chamam a atenção para a utilização social

desta ferramenta, afim de identificar processos urbano-sociais além do simples

mapeamento:

Portanto, o SIG não é apenas uma ferramenta projetada para resolver um aspecto de um problema em particular, de traduzir a informação empírica espacialmente referenciado sem uma linguagem espacial para permitir representação cartográfica de padrões e relações, e de analisar a natureza dessas relações, em vez disso, o desenvolvimento de GIS, ou qualquer outra tecnologia é também um processo social (Stylianidis, et al, (2012, p. 8)

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Como exemplo, os autores elaboraram mapas temáticos de densidade

populacionale de população utilizando um Sistema de Informação Geográfica sobre

imagens de satélite, para a cidade de Nicosia (Chipre).

Desta forma, os avanços das tecnologias como o Sistema de Informação

Geográfica tornam a pesquisa em qualidade de vida possível de ser realizada com base

em dados obtidos em campo, utilizando métodos de espacialização de dados combinando

recursos de sobreposição de mapas, com referências a áreas verdes, população,

tamanho de residências, renda per capita entre outras informações constituintes da

formulação do índice de qualidade de vida (LI E WENG, 2006, p. 250 e 251).

5.2 O SIG E SUAS APLICAÇÕES PARA ESTUDO DA QUALIDADE DE VIDA

O Sistema de Informação Geográfica pode ser aplicado à integração de dados

obtidos com informações de satélite, imagens de radar, dados secundários e primários

afim de, ao se construir o índice de qualidade de vida, o poder público poderá, com base

nessas informações, adotar as decisões convenientes para o planejamento urbano (Brent,

2001, 235)

Lo e Faber (1997, p. 152), aplicaram variáveis ambientais de cobertura de

vegetação, uso da terra, temperatura de superfície, índice de vegetação dentre outros

como fatores explicativos de influência na qualidade de vida. Ao fazer uso de um Sistema

de Informação Geográfica, aplicaram a sobreposição espacializada das informações

como forma de identificar a geografia espacial dos fenômenos que incidem sobre o nível

de qualidade de vida em Athens-Clarke County Geórgia. -EUA.

Mingrui, et al (2001, p. 481), ao estudar a importância das áreas verdes no papel

de favorecer a ecologia urbana, a recreação e a regeneração física e mental dos

moradores da cidade de Changzhou (China), identifica através de imagens de satélite

com alta resolução, o objeto de estudo e realiza a análise de sustentabilidade para a área

de estudo através de um software SIG

Ao aplicar o SIG para avaliar a rápida expansão urbana, Thomson e Hardin (2000,

p. 101), avaliam os impactos dessa expansão no planejamento, através dos dados de

localização de áreas de baixa renda, infraestrutura, cobertura de solo, áreas inundáveis,

terrenos apropriados, rotas de transporte público principais, dentre outros e as

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implicações na qualidade de vida na região metropolitana de Bangkok (Tailândia). Veja

figura 5.

Avaliando igualmente o sistema ambiental no município de Cuiabá, Zeilhoferetal

(2008) realizam a análise de 35 indicadores que resultou em 13 tipos de quantitativos com

maior relevância de impacto na qualidade de vida de áreas de ocupação urbana irregular,

e o SIG permitiu avaliar e espacializar os impactos na área de estudo.

O Sistema de Informação Geográfica, portanto, é ferramenta de análise espacial e

identificação de problemas que podem impactar, na análise técnica do planejador urbano

ou mesmo do morador, os problemas que afetam uma melhor qualidade de vida dos

moradores de um bairro ou município.

5.3 O CONTEXTO ESPACIAL NA COMPREENSÃO DE FENÔMENOS URBANOS.

Estudar as cidades requer um olhar amplo, capaz de identificar e relacionar os

inúmeros processos sociais, culturais, econômicos e ambientais que atuam na definição

dos espaços urbanos (RAMOS, 2002, p. 12).

Neste contexto, a análise espacial contribui para a análise dos padrões sociais,

ambientais, de infraestrutura urbana a partir do olhar crítico do pesquisador e/ou da

percepção que o morador possui sobre a região ou o bairro onde mora.

Ramos (2002) realiza uma análise das estruturas intraurbanas na cidade de São

Paulo e identifica padrões espaciais desta estrutura utilizando-se da aplicação de SIG e

autocorrelação espacial para estudos como oferta de empregos, que neste caso,

identificou a área central da cidade de São Paulo como a de maior densidade de

empregos .

Neto (2008) ao estudar a percepção ambiental dos moradores de um bairro em

Uberaba-MG, identifica padrões espaciais que o auxiliam a identificar problemas

intraurbanos no que se refere às praças, casos identificados de dengue, incidência de

pragas urbanas, poluição atmosférica dentre outros e define um mapa síntese dos

padrões espaciais identificados para cada item.

O autor conclui que a cartografia mostrou-se como elemento importante na análise

da qualidade ambiental urbana daquele bairro pois configurou-se num meio eficaz de

comunicação ao revelar a essência do fenômeno estudado.

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Moura (2008), identifica padrões espaciais em estudo de condomínios

horizontais/loteamentos fechados e a vizinhança, na cidade de Uberlândia-MG dividindo o

município em setores Central, Leste, Norte, Oeste e Sul, localizando para cada um

desses setores, os condomínios fechados.

Desta forma a autora analisa os padrões de vizinhança através da espacialização e

consequências locais para a implantação de condomínios fechados permitidos pelo poder

público.

Oliveira (2009), investiga a percepção ambiental dos moradores do bairro Tarumã

no município de Maringá, Paraná e relaciona as respostas obtidas à espacialização

destas informações como meio de investigar o comportamento e opiniões dos residentes

do bairro em relação ao local geográfico de sua residência.

Diante do cenário encontrado naquele município, a autora conclui que a tendência

espacial verificada naquele estudo apresenta um padrão espacial de renda mais alta para

o setor Sul, enquanto que para os setores Norte e Oeste, os empreendimentos serão

destinados à população de menor poder aquisitivo.

Isto permitiu que em seu estudo fosse criado um mapa da qualidade de vida no

bairro em questão, no qual denota-se melhores níveis desta qualidade na alta vertente,

que variou entre regular e ótima. Já na baixa vertente, apresenta-se níveis de péssimo e

ruim com maior incidência.

Os exemplos destes estudos demonstram os problemas apresentadas quando a

ocupação do território é feitopor meio de loteamentos irregulares ou sem planejamento

que colaboram em aumento das limitações de limites geográficos, de transporte, de vias

públicas, saneamento, energia dentre outras demandas que incidem diretamente sobre o

dia-a-dia da população.

Além disto, a espacialização das informações permitiu nos casos elencados neste

tópico, seja em escala local, municipal ou regional, a possibilidade de diversas análises

com amplitudes variadas que permitem ao gestor, direcionar políticas públicas a

população.

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CAPITULO 2-PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

O trabalho fundamenta-se nos modelos quantitativo e qualitativo. É quantitativo,

pois a partir do número de respostas incidentes para cada dimensão (quantitativo),

implicará numa análise do comportamento do domínio o qual estão inseridas as respostas

(qualitativa).

Não há, portanto, uma confirmação de hipóteses, porém, há uma pesquisa

exploratória a partir de questionário aplicado em formato de entrevista que está

explicitado adiante.

A pesquisa estabelece ainda, análise dos padrões espaciais com base nos mapas

gerados a partir das respostas do questionário, ao longo da vertente na qual se localiza os

loteamentos em estudo, bem como a relação espacial destes loteamentos em relação ao

histórico de sua implantação, caracterizada por ser distante do limite urbano de Maringá-

PR e consequentemente da oferta de serviços públicos.

6 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.

A área em estudo corresponde ao antigo lote rural 148-E, da Gleba Ribeirão

Morangueiro, região norte novo do Estado do Paraná. O lote original configura-se em uma

área que abrange aproximadamente 238.502,64 m2 e está localizado especificamente

entre as coordenadas geográficas 23º 21' 26" a 23º 21' 42 de latitude Sul e 51º 56' 32" a

51º 57' 11" de longitude Oeste, no setor Norte da área urbana da cidade de Maringá-PR

(Figura 03)

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Figura 03. Localização da área de estudo.

Fonte: autor (2014)

Os loteamentos foram implantados na década de 1990.Neste período vigorava a

Lei Complementar 03/1991 que regulamentava o uso e ocupação do solo de Maringá e a

Lei 1735/1983 que dispunha sobre loteamentos e desmembramentos. Observa-se que

tais Leis estabeleciam que o loteador teria um prazo de 12 meses após a aprovação do

loteamento para execução das obras e serviços de infraestrutura listados no Art. 23:

demarcação das quadras, lotes, logradouros públicos e vias de circulação; abastecimento

de água potável; rede de distribuição de energia elétrica e iluminação pública; arborização

dos passeios e dos canteiros das avenidas, com densidade mínima de uma árvore por

lote ou data; revestimento primário ou cascalhamento dos leitos carroçáveis das vias de

circulação; galerias de águas pluviais, sarjetas e meio-fio.

O Art. 17 estabelecia que nenhum loteamento seria permitido fora da área urbana.

Uma vez que os loteamentos Bela Vista 1 e 2 foram implantados externos a área

urbana do município de Maringá (em zona rural), não possuíam a aprovação dos órgãos

gestores sendo assim irregulares.

Em 1999 foi criada a Lei Complementar n°327/99 que estabeleceu diretrizes para

regulamentação dos loteamentos implantados em zonas rurais, denominadas como zonas

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de urbanização especifica do município de Maringá. Tal Lei determina que estas zonas só

podem ser ocupadas por condomínios horizontais, com perímetros totalmente cercado

com portaria única, acesso controlado e com dimensões mínimas de lotes de 1000m2 e

testada de 20m e com uso e ocupação do solo determinado pela Lei Complementar

334/1999.

Em junho de 2001, um jornal de circulação local do município de Maringá-PR, (O

Diário do Norte do Paraná) publicou reportagem versando sobre 20 loteamentos

irregulares que aguardavam solução junto ao poder público, dentre esses, estava o Bela

Vista 1 e 2.

Segundo o mesmo jornal, esses 20 loteamentos possuíam em comum uma

população carente da quase absoluta falta de infraestrutura (asfaltamento, rede de

esgoto, rede elétrica, áreas destinadas ao lazer, bem como de serviços, de transporte

coletivo, correio, além do distanciamento das escolas, centros municipais de educação

infantil, entre outros (O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ, 03/06/2001).

Em 2003 foi criada a Lei Complementar n° 469/2003 revogando a Lei

Complementar n° 327/1999. Observa-se que manteve-se a ocupação das zonas de

urbanização especifica por condomínios horizontais cercados com portaria única, mas

dispôs que os loteamentos que não contemplaram áreas técnicas dos equipamentos

urbanos e comunitários deveriam, para sua aprovação, destinar área equivalente em

outro local no município (Art 3o) e que ficava dispensada a apresentação de laudo

geoambiental (Art. 6o). Quanto ao uso e ocupação, manteve-se a lei Complementar no

334/1999.

Os loteamentos Bela Vista 1 e 2, foram regularizados pela prefeitura de Maringá

neste período tendo o loteador executado obras de cascalhamento nas vias de circulação,

bem como contratado o serviço da COPEL que implantou a rede de iluminação pública e

a SANEPAR (Companhia de Saneamento do Paraná) interligou o abastecimento de água.

Mesmo tendo sido regularizado pela Lei 469/2003, tal loteamento não possui

configuração de condomínio fechado, totalmente cercado com portaria única, mas sim de

loteamento pertencente a zona urbana.

Neste sentido, antes de aplicar as entrevistas com os moradores, foramrealizadas

visitas a campo buscando compreender a situação de infraestrutura, situação de uso dos

lotes e conversas informais com moradores para compreender melhor a realidade local,

bem como identificar componentes que poderiam influenciar nas respostas.

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Com estas observações aplicou-se o questionário teste em outro loteamento para

fins de melhoramento do questionário e compreensão do mesmo por parte dos

aplicadores em campo.

7 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DE INVESTIGAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS E INFRAESTRUTURA

Inicialmente a pesquisa envolveu a investigação da percepção dos residentes do

condomínio Bela Vista 1 e Bela Vista 2 quanto aos domínios serviços públicos e

infraestrutura urbana por meio de questionário aplicado conformando dois domínios e

doze dimensões. A definição das dimensões se deu a partir do que está estabelecido

como direito ao cidadão tanto no Estatuto da Cidade, como no Plano Diretor e na Lei de

uso e ocupação do solo de do Município Maringá (Tabela 4).

Tabela 04. Domínios e dimensões estabelecidos para investigação da percepção dos

residentes dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2na cidade de Maringá.

Id Domínio Dimensão

Domínio 1 Serviços Públicos

Iluminação pública Abastecimento de água

Serviços postais Coleta de lixo

Serviço de Transporte Policiamento

Segurança Pública Segurança no trânsito

Domínio 2 Infraestrutura Urbana

Saneamento Pavimentação

Locais de lazer público Erosão/enxorrada

Fonte: autor (2014)

A primeira fase da aplicação do questionário, consistiu em uma arguição teste junto

à população de um bairro próximo ao objeto de estudo, cujas características são muito

semelhantes um do outro denominado Santa Marina e que serviu de apoio para identificar

possíveis falhas de interpretação dos questionamentos, bem como, notação equivocada

do aplicador das perguntas.

O questionário foi organizado utilizando-se questões fechadas para permitir a

obtenção de um resultado quantitativo que facilitasse a categorização das respostas para

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posteriores análises, bem como questões abertas que serviram como suporte para a

compreensão da conjuntura do morador em relação ao local onde reside.

As questões fechadas foram estruturadas em questões dicotômicas (sim ou não) e

múltipla escolha com resposta única.

Quanto a estrutura, o questionário foi dividido em dois blocos de perguntas: no

primeiro bloco procurou-se inferir quanto as informações básicas de indenficação do

respondente tais como gênero, idade e grau de instrução bem como informações quanto

ao grau de apropriação e regularização do imóvel, tempo de residência no bairro e desejo

de residir em outro bairro.

Organizou-se, portanto, da seguinte forma o questionário:

Entrevistador: BAIRRO: 1.[]Santa Marina 2. [ ]Bela Vista I3.[ ]Bela Vista II4.[ ] Santa Maria Lote: ___________Casa:___________ Questionário nº _____ 1. [ ] Feminino 2. [ ] Masculino 1.1. Nível de instrução: 1.[ ] Analfabeto 2.[ ] 1º grau completo 3.[ ] 1º grau incompleto 4.[ ] 2º grau completo 5.[ ] 2º grau incompleto 6.[ ] Superior completo 7.[ ] Superior incompleto 1.2.A sua casa é: 1.[ ]própria 2.[ ] alugada 3.[ ] emprestada 4.[ ] ocupada 1.3. Tempo de residência no bairro: 1.[ ] Menos de 1 ano 2. [ ] De 1 a 5 anos3.[ ] De 5 a 10 anos 4.[ ] De 10 a 15 anos 5.[ ] Mais de 15 anos 1.4. trabalha nas proximidades do bairro? 1.[ ] Sim 2. [ ] Não 2. ESTRUTURA RESIDENCIAL 2.1. A sua casa possui habite-se da prefeitura?: 1.[ ] Sim 2.[ ] Não 2.2.Possui parede no limite do lote? 1.[ ] Sim 2.[ ] Não 2.3. A residência é constituída de qual material? 1.[ ] Alvenaria 2.[ ]Madeira 2.4.Considera a infra-estrutura da sua casa:

1.2. Idade (________)

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1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião 2.5. Quanto ao conforto térmico, a residência é: 1.[ ] Muito Quente 2.[ ] Quente 3.[ ] Agradável 4.[ ] Fria 5.[ ] Muito Fria 2.6. Quanto a circulação de ar: 1.[ ] Pouco ventilada 2.[ ]Ventilada 3.[ ] Muito Ventilada

2.7. Possui desejo de mudar para região mais central da cidade? 1.[ ]sim 2.[ ] não 3.[ ] não penso no assunto

No segundo bloco buscou-se inferir o respondente quanto a percepção de cada

dimensão dos dois domínios estudados.

Para tanto, as questões de múltipla escolha foram organizadas utilizando-se uma

escala de 5 proposições (ruim, regular, bom, ótimo e sem opinião), solicitando a

justificativa quanto este assinala-se "ruim". Outras questões foram formuladas visando

análise de possíveis padrões espaciais.

Organizou-se portanto, da seguinte forma:

3. INFORMAÇÕES QUANTO AOS SERVIÇOS PÚBLICOS

3.1. Qual a sua opinião quanto a Iluminação Pública dentro do condomínio? 1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião Se ruim, Pq?______________________________________

3.2. Qual a sua opinião quanto a Iluminação Pública no acesso ao bairro? 1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião Se ruim, Pq?______________________________________

3.3 Vc considera o serviço de abastecimento de água: 1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião Se ruim, Pq?______________________________________

3.4. Quanto à segurança pública no condomínio, esta é, em sua opinião:

1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião Se ruim, Pq?______________________________________

3.5. Quanto ao serviço de policiamento nas proximidades do condominio, considera: 1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião

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3.6. Quando à segurança em relação ao transito nas vias de acesso ao bairro, em sua opinião: 1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião Se ruim, Pq?______________________________________

3.7.Com relação aos Serviços postais (Correios), o Sr(a). considera: 1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião

3.8. Quanto ao Serviço de coleta de lixo domésticos, o Sr(a). considera: 1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião 3.9. O caminhão de coleta passa quantas vezes por semana no bairro? 1.[ ]uma vez 2.[ ]duas vezes 3. [ ]3 vezes 4.[ ]mais de 3 vezes 3.10. Utiliza o UBS JARDIM QUEBECII (Jd Quebec)? 1.[ ]Sim 2.[ ]Não 3.11. Em caso negativo, quais razões? 1.[ ] utiliza outro posto de atendimento publico (Qual?)______________ 2.[ ] quando necessita vai diretamente a hospitais 3.[ ] utiliza atendimento particular ou com plano de saúde 3.12. Utiliza com que frequência o UBS JARDIM QUEBEC II (Jd. Quebec)? 1.[ ] Semanalmente 2.[ ] Mensalmente 3.[ ] Anualmente 4.[ ] Não utiliza 3.13 Considera o atendimento (Se utilizar): 1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião Se ruim, Pq?______________________________________ 314 Possui plano de assistência médico privado? 1.[ ] sim 2.[ ] não 4. INFRAESTRUTURA 4.1. Ter praças e espaços de laser no bairro seria: 1.[ ] Ótimo 2.[ ]Bom 3.[ ]Regular 4.[ ] sem opinião 5.[ ] Ruim - Pq?______________________________________ 4.2. A pavimentação sem camada asfáltica nas vias internas ao condomínio na sua opinião pode ser considerada:

1.[ ] Ruim 2.[ ]Regular 3.[ ]Bom 4.[ ] Ótimo 5.[ ] sem opinião Se ruim, Pq?______________________________________ 4.3. Qual o principal incômodo que a falta de pavimentação com camada asfáltica interna do condomínio provoca, na sua opinião: 1.[ ] Barro 2.[ ] Poeira 3.[ ] irregularidade do pavimento

73

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4.[ ] sem opinião 5.[ ] Outros Qual?______________________________________________ 4.4. Qual o principal incômodo que a falta de pavimentação com camada asfáltica na via de acesso ao condomínio provoca, na sua opinião: 1.[ ] Barro 2.[ ] Poeira 3.[ ]Irregularidade do pavimento 4.[ ] sem opinião 5.[ ] Outros Qual?______________________________________________ 4.5. O abastecimento de água é feito via: 1.[ ] Sanepar 2.[ ] Poço Tubular profundo (artesiano) 3.[ ] Outros Qual?______________________________________________

4.6. Possui fossa séptica? 1.[ ]Sim 2.[ ]não 4.7. De que forma é feita a manutenção? 1.[ ] Perfurando nova fossa 2.[ ] limpeza 3.[ ] não faz manutenção

Esta estruturação dos questionamentos também serviu para a espacialização das

respostas para fins de identificação de padrões espaciais no comportamento dos dados

por meio da correlação entre os mapas.

Os questionários foram aplicados em moradores com idades acima de 18 anos e

em todas as residências com moradores fixos, ou seja, não foram considerados aqueles

moradores temporários, comuns na região, que se utilizam de residências para lazer

(casas e chácaras de lazer).

Moradores que não foram encontrados na fase de entrevistas, foram revisitados

para ampliar a base de dados em relação à vertente mais baixa e assim, melhorar o

padrão de dados espaciais.

A quantidade total de entrevistas foi de 68 aplicações do questionário.

74

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8 TRATAMENTO DOS DADOS E INFORMAÇÕES

8.1 ATUALIZAÇÃO DA BASE CARTOGRÁFICA

Para elaboração dos mapas temáticos, foi necessário obter a base cartográfica do

bairro em estudo a qual foi cedida pela Prefeitura Municipal de Maringá em formato DXF

(Drawing Interchange File Format), contudo esta não apresentava o Sistema Geodésico

de Referencia. Desta forma, por meio de levantamento em campo com equipamento GPS

ATX 900 foi possível levantar pontos que após serem pós-processados com uso do

programa Leica GeoOffice® permitiram o georreferenciamento da base cartográfica no

programa ArcGis10.1®.

Observou-se com visitas a campo que a base cartográfica não encontrava-se

atualizada uma vez que alguns lotes haviam sido desmembrados. Assim foi necessária a

atualização da base. Para tanto utilizou-se de imagem obtida pelo Google Earth® (2012) a

qual foi georreferenciada.

Após o georreferenciamento e atualização da base cartográfica, iniciou-se a

elaboração do banco de dados onde foram inseridos os dados e informações obtidas com

as observações em campo (situação de uso dos lotes: lotes com residentes fixos, lotes

com chácaras cujos proprietários não são residentes no local, lotes com edificações ainda

em construção, lotes vazios, lotes com residências abandonadas, dentre outras

informações que serviram para delimitar as residências a serem entrevistadas bem como

nas análises posteriores em que tais informações se fizeram necessárias, como por

exemplo lotes com acumulo de lixo, lotes com plantações,dentre outros levantados), bem

como as informações levantadas com questionário investigativo.

8.2 ELABORAÇÃO DE MAPAS TEMÁTICOS

Para elaboração dos mapas temáticos foi utilizado o Software ArcGIS 10.1®. Os

mapas foram elaborados a partir das respostas dadas pelos moradores com base nos

questionamentos ordenados no quadro de domínios do questionário (Habitação, Serviços

Públicos, Infraestrutura Urbana, Meio Ambiente e Acessibilidade e Mobilidade).

Inicialmente elaborou-se os mapas para cada elemento e cada domínio. Com estes pode-se analisar padrões espaciais de respostas.

75

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Posteriormente foram utilizadas as ferramentas de análise espacial do software de

SIG para responder a questionamentos correlacionais, como por exemplo: os

respondentes que encontram-se insatisfeitos com segurança são os mesmos que

encontram-se insatisfeitos com serviço de iluminação e verificar espacialmente onde verifica-se tal correlação.

Isto permitiu identificar possíveis padrões espaciais das respostas, bem como se

havia nas respostas, um comportamento padrão geral dos bairros, ou padrões locais

determinados por fatores presentes abaixo ou acima da vertente em que se localiza o bairro, bem como presença de vizinhança agrícola ou residencial, vazios urbanos, etc.

76

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CAPITULO 3-RESULTADOS E DISCUSSÃO

9 IDENTIFICAÇÃO GERAL DOS BAIRROS QUANTO AO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO.

Como visto anteriormente, os bairros ou loteamentos em questão surgiram na

década de 1990 e foram regularizados pela Lei Complementar n°327/99 que estabeleceu

diretrizes para regulamentação de loteamentos implantados em zonas rurais, entretanto,

estes não seguiram o estabelecido pela referida Lei complementar que determinava que

estas zonas só podiam ser ocupadas por condomínios horizontais, com perímetros

totalmente cercado com portaria única e acesso controlado. Observou-se que tanto o Bela

Vista 1 como o Bela Vista 2, possuem configuração de loteamentos urbanos abertos,

contudo com dimensões de lotes de loteamentos fechados (dimensões mínimas de lotes

de 1000m2 e testada de 20m), já que o lote padrão residencial e comercial no Município

de Maringá possui 400m2 e testada de 12m para lotes em meio de quadra e 475m2 e

testada de 15m para lotes de esquina.

O bairro Bela Vista 1 caracteriza-se por possuir lotes de 1000m2 juntamente com

lotes de tamanhos reduzidos por divisões internas, arbitrárias, que redefiniram suas áreas

em 333m2 a 500m2, bem como lotes maiores, com de 2000m2 a 3000m2. Justifica-se

estes tamanhos não padronizados por duas situações:

a.Lotes entre 333m2 a 500m2 que foram subdivididos para abrigar ou membros de uma

mesma família ou locatário, servindo como fonte de renda de dono de lote com

construção locada a terceiros. b. Lotes com 2000m2 a 3000m2 são aqueles que foram adquiridos para a finalidade de se

implantar chácaras de laser.

c.Outros lotes entre 500m2 a 1000m2 também são encontrados com destinação à

plantação de hortas ou simplesmente limpos com muro de arrimo construídos, porém,

sem edificação sobre o terreno.

A área total dos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2, é de 206.446,89m2, sendo

que as áreas efetivamente construídas com residências cujo(a) morador(a)foi

entrevistado(a) corresponde a 37.371,13m2 ou 68 entrevistas no total.

77

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As áreas que possuem residência, mas não foram entrevistados devido à ausência

do morador(a), corresponde a 25.675,67m2 e a área sem residentes constituem-se em

138.397,87m2, inseridas nesta identificação os lotes destinados às chácaras e àquelas

que possuem plantação ou apenas campo limpo e 5.002,22m2 destinados a uso

comunitário.

A partir desses dados, verifica-se grande quantidade de áreas vazias, sem

edificações, caracterizando um estoque de terras, hoje urbanas, que podem gerar

desequilíbrio no preço da terra urbana, não cumprindo o que está estabelecido no

Estatuto da Cidade, que determina a função social da terra urbana como acesso à

moradia.

Além disto, vazios urbanos podem ser fonte de insegurança urbana, fonte de

vetores de doenças por crescimento de mato, acúmulos de entulho e empoçamento ou

retenção de água.

Sendo assim, os vazios urbanos nos dois bairros são uma constante, visto que os

tamanhos dos lotes são muito maiores do que os comercializados nos loteamentos atuais

na cidade.

Somando-se a estas áreas vazias intra-bairros, há os interstícios rurais que

circundam o Bela Vista 1 e Bela Vista 2.

Estas áreas rurais têm como uso do solo a alternância de plantio de soja, trigo e

em algumas partes plantação de milho. Estas culturas necessitam de aplicação de

agroquímicos que também são fonte de problemas para áreas de residências como os

loteamentos estudados. Isto se deve à área urbana ser dividida apenas pelos muros

limítrofes dos lotes com a área rural, o que não impede os agroquímicos invadirem as

casas, podendo provocar doenças respiratórias dentre outras enfermidades na população.

Para este estudo, considerou-se apenas os vazios urbanos intra-bairros, para fins

de mapeamento, porém, em visitas a campo observou-se agroquímicos vizinhos com

culturas de soja, trigo e milho.

O Mapa 1 apresenta o uso atual do solo urbano dos bairros estudados, os terrenos

vazios, áreas de chácaras, áreas em construção, área de uso comunitário, residência

abandonada e áreas com moradores residentes e o Mapa 2 apresenta os lotes cujos

moradores foram entrevistados.

78

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Autor: Erivelto Prudencio

SITUAÇÃO DOS LOTES DOS LOTEAMENTOS BELA VISTA 1 E 2 - MARINGÁ - 2013

LOTEAMENTOS

BELA VISTA 1

BELA VISTA 2

QUADRAS

Situação dos Lotes

Chacara

Construção

Morador residente

Residencia Abandonada

Terreno Vazio

Área de Uso Comunitário

Datum: SIRGAS

Mapa 1. Situação dos lotes dos loteamentos Bela Vista I e 2 - Maringá-2013.79

51°56’30"W

51°56’30"W

51°57’0"W

51°57’0"W

23°21’30"S 23°21’30"S

51°56’30"W

51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’25"S 23°21’25"S

23°21’30"S 23°21’30"S

23°21’35"S 23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S 23°21’45"S

Escala Gráfica

0 110 220 330 44055Metros

N

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LOTES COM MORADORES ENTREVISTADOS

LOTES COM MORADORES ENTREVISTADOS

Entrevistado

Lotes sem residentes

Morador ausente

Área para uso comunitário

Mapa 2. Situação dos lotes dos loteamentos Bela Vista 1 e 2 - Maringá-2013.

LOTEAMENTOS

BELA VISTA 2

BELA VISTA 1

Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS

80

51°56’30"W

51°56’30"W

51°57’0"W

51°57’0"W

23°21’30"S 23°21’30"S

51°56’30"W

51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’25"S 23°21’25"S

23°21’30"S 23°21’30"S

23°21’35"S 23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S 23°21’45"S

Escala Gráfica

0 110 220 330 44055Metros

N

BVI93

BVI92

BVICC

BVII95

BVII94

BVIICCBVII93

BVII686970

BV

II44

BV

I67B

VI20

BV

I01

BV

I48

BV

II64B

VII20

BV

I85

BV

I84

BV

I91

BV

II01

BV

II38

BV

II37

BV

II45

BV

I47

BV

I65

BV

I55BV

I58

BV

I57

BV

I66

BV

I72

BV

I59

BV

I73

BV

I68

BV

I74

BV

I71

BV

I69

BV

I70

BV

I89

BV

I75BV

I78

BV

I87

BV

I79

BV

I81

BV

I88

BV

I90B

VI46

BV

I30

BV

I39

BV

I44

BV

I83

BV

I18

BV

I37

BV

I17

BV

I38

BV

I14

BV

I40

BV

I19

BV

I45

BV

I03BV

I06

BV

I24BV

I28

BV

I82

BV

I15

BV

I05

BV

I31

BV

I10

BV

I26

BV

I42

BV

I27

BV

I29

BV

I36

BV

I21

BV

I62

BV

I56

BV

I63

BV

I64

BV

I53

BV

I50

BV

I49

BV

II92

BV

II32

BV

II28

BV

II48

BV

II82

BV

II91

BV

II80

BV

II81

BV

II78

BV

II85

BV

II90

BV

II63

BV

II84

BV

II65

BV

II88

BV

II77

BV

II89

BV

II50

BV

II62

BV

II73

BV

II02BV

II06

BV

II12

BV

II14

BV

II10

BV

II15

BV

II13

BV

II18

BV

II21BV

II24

BV

II19

BV

II25

BV

II27

BV

II39

BV

II22

BV

II23

BV

II29

BV

II31

BV

II76 BV

II26

BV

II79

BV

II34

BV

II40

BV

II36

BV

II42

BV

II35

BV

II43

BV

II56

BV

II55

BV

II72

BV

II59

BV

II75

BV

II61

BV

II53

BV

II83

BV

II71

BV

II49

BV

II54

BV

II47

BV

II57

BV

II46A

BV

I33B

BV

I43B

BV

I76A

BV

I60A

BV

I11B

BV

I23B

BV

I35B

BV

I02B

BV

I52A

BV

I25B

BV

I34BB

VI80B

BV

I13B

BV

I86B

BV

I22B

BV

I51B

BV

I04A

BV

I09A

BV

I16B

BV

I77A

BV

II05A

BV

II87B

BV

I54AB

VI07B

BV

I32A

BV

I12A

BV

I08A

BV

I41A

BV

I41B

BV

I08BBV

I12B

BV

I32B

BV

II86A

BV

II33B

BV

II11A

BV

I07A

BV

I54B

BV

II41B

BV

I16A

BV

I04B

BV

II74A

BV

II51B

BV

I07

BV

II03A

BV

I22A

BV

I86A

BV

II08A

BV

II09AB

VII52A

BV

I11A

BV

II67B

BV

II58B

BV

II16A

BV

II17B

BV

I25A

BV

I02A

BV

I35A

BV

II30B

BV

II66BB

VII66A

BV

I23A

BV

II17A

BV

II58A

BV

II67A

BV

II52B

BV

I43A

BV

II51A

BV

II41AB

VII86B

BV

II87A

BV

II60C

BV

II46B

BV

II74B

BV

IIB

B60

BV

IIB

A60

BV

II03B

BV

II04A

BV

II04B

BV

II05B

BV

II08B

BV

II09B

BV

II11BBV

II16B

BV

I51A

BV

I52B

BV

I60BB

VI60C

BV

I61A

BV

I61B BV

I09BBV

I13A

BV

II30A

BV

I76B

BV

I77B

BV

II33AB

VI80A

BV

I34A

BV

I33A

Page 84: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO … · não foram completamente resolvidas o queafeta diretamente a qualidade de vida de seus ... Para avaliar situações especificas,

10 DADOS PRELIMINARES DOS LOTEAMENTOS BELA VISTA 1 E BELA VISTA 2

As entrevistas realizadas nos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2, permitiram

identificar informações dos moradores referentes à idade, grau de instrução, propriedade

ou locação da residência e tempo de moradia no bairro.

É importante salientar que os moradores não identificam separação entre Bela

Vista 1 e Bela Vista 2. Os mesmos reconhecem apenas que aquela porção de residências

unidas internamente por duas ruas resume-se a apenas um único bairro Bela Vista.

10.1 LOTEAMENTO BELA VISTA 1

As respostas permitiram identificar que a maioria das entrevistas realizadas no

loteamento Bela Vista 1 foram com pessoas do sexo feminino, que representam nesta

pesquisa 60,61% das respostas. Em sua maioria, os respondentes possuíam entre 40 a

49 anos de idade (39% dos respondentes) sendo importante destacar que respondentes

na faixa etária de 50 a 59 anos, é de 30%. Sendo assim, 69% dos moradores

respondentes à entrevista inserem-se na faixa de idade entre 40 a 59 anos de idade.

O gráfico 01 mostra a variação da faixa etária no bairro em questão.

Gráfico 01.Faixa etária dos moradores do bairro Bela Vista 1.

O nível de escolaridade também foi analisado e observou-se que 39,39% dos

entrevistados concluíram o ensino médio, mas observou-se que 18,18% encontram-se

9%

17%

39%

30%

4%

0% 10% 20% 30% 40% 50%

20 a 29 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 a 59 anos

Acima de 60 anos

IDADE DOS MORADORES ENTREVISTADOS

81

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com primeiro grau incompleto sendo igual percentual para Fundamental Completo

(Gráfico 02).

Gráfico 02. Nível de escolaridade dos moradores do bairro Bela Vista 1.

O bairro possui maioria de moradores com residência própria (87%), não existindo

nas entrevistas, moradores ocupantes ou posseiros de lotes ou residências abandonadas.

Quanto ao tempo de residência dos moradores no bairro, menos de 3% residem a

menos de 1 (um) ano, sendo em sua maioria residentes entre 10 a 15 anos (37%) e entre

1 e 5 anos de moradia no local, 33%. Entre 5 a 10 anos atingem 20% e mais de 15 anos

7% dos moradores (Gráfico 03).

Gráfico 03. Tempo de residência dos moradores do bairro Bela Vista 1.

12,12

0,00

39,39

12,12

18,18

18,18

0,00

0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00

Superior Completo

Superior Incompleto

Médio Completo

Médio Incompleto

Fundamental Completo

Fundamental Incompleto

Analfabeto

NÍVEL DE INSTRUÇÃO DOS MORADORES ENTREVISTADOSNO BAIRRO BELA VISTA 1

3%

33%

20%

37%

7%

0% 20% 40%

Menos de 1…

De 1 a 5 anos

De 5 a 10 anos

De 10 a 15 anos

Mais de 15…

TEMPO DE RESIDÊNCIA DOS MORADORES ENTREVISTADOS

82

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O último questionamento para fins de identificação preliminar serviu para identificar

se há o desejo por parte do entrevistado de mudar do bairro para outro mais próximo do

centro da cidade.

Os resultados demonstraram que no loteamento Bela Vista 1, 30,30% dos

entrevistados disseram possuir vontade de se mudar para outro bairro mais próximo do

centro da cidade, e 69,70% dos entrevistados disseram não possuir o desejo de se

mudar.

10.2 LOTEAMENTO BELA VISTA 2

Neste bairro, as respostas permitiram identificar que a maioria das entrevistas

realizadas no loteamento Bela Vista 2 foram com pessoas do sexo masculino, que

representam nesta pesquisa a 57,58% dos respondentes.

A faixa etária da população respondente do bairro mostrou equilíbrio entre as

idades de 40-49 anos (27,3%), que correspondeu ao maior número de entrevistados

desta faixa de idade, 50-59 anos (24,2%) e acima de 60 anos (21,2%). Entre 30 a 39 anos

estão 15,2% e entre 20 e 29 anos 12,1% dos entrevistados (Gráfico 04).

Gráfico 04. Faixa etária dos moradores entrevistados do bairro Bela Vista 2.

12,1

15,2

27,3

24,2

21,2

0,0 10,0 20,0 30,0

20 a 29 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 a 59 anos

Acima de 60anos

IDADE DOS MORADORES ENTREVISTADOS

83

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O nível de escolaridade também foi analisado e apresentou diferenças com relação

ao Bela Vista 1, principalmente no número de pessoas com ensino superior completo, que

neste bairro apresentou 5,71% de seus moradores.

Em contrapartida, apresentou 11,43% de analfabetos, e em sua maioria, 31,43%

disseram possuir o ensino fundamental incompleto. Pessoas com ensino médio completo

apresentou 22,86% dos moradores e Superior incompleto, 2,86% (Gráfico 05).

Gráfico 05. Nível de escolaridade dos moradores entrevistados do bairro Bela Vista 2.

O bairro também possui maioria de moradores com residência própria (79%), não

existindo nas entrevistas, moradores ocupantes ou posseiros de lotes.

Quanto ao tempo de residência dos moradores no bairro,12% residem a menos de

1 (um) ano, tendo maior percentual de residentes entre 1 a 5 anos (33%). 6%

responderam residir a mais de 15 anos e entre 5 e 15 anos correspondem a 48% (5 a 10

anos - 27% e 10 a 15 anos - 21%) conforme gráfico 06.

5,71

2,86

22,86

17,14

8,57

31,43

11,43

0,00 20,00 40,00

Superior Completo

Superior Incompleto

Médio Completo

Médio Incompleto

Fundamental…

Fundamental…

Analfabeto

NÍVEL DE INSTRUÇÃO DOS MORADORES ENTREVISTADOSNO BAIRRO BELA VISTA 2

84

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Gráfico 06. Tempo de residência dos moradores entrevistados do bairro Bela Vista 2.

Para o loteamento Bela Vista 2, 34,28% dos entrevistados disseram possuir o

desejo de se mudar e 65,72% dos moradores disseram que não possuem vontade de se

mudar.

Correlacionando-se os dados e considerando conjuntamente os dois bairros, Bela

Vista 1 e Bela Vista 2, observou-se que os entrevistados que afirmaram ser alugada a

residência, foram os que mais exprimiram o desejo de se mudar para um local mais

próximo ao centro (43,47%).

Para os que possuem casa própria, apenas 17,64% desejam se mudar do local.

10.3 REGULARIDADE DAS EDIFICAÇÕES JUNTO À PREFEITURA MUNICIPAL DE

MARINGÁ (HABITE-SE)

É notório e de amplo conhecimento que edificações residenciais e comerciais

necessitam de análise e liberação de órgãos competentes municipais a fim de adequar o

recebimento de pessoas naquele ambiente construído.

As consequências referentes à falta desta análise, a qual define-se como Habite-

se, podem ser muito prejudiciais ao morador locatário ou proprietário do imóvel.

Um imóvel que não possui liberação Habite-se, perde valor de mercado, não pode

ser registrado no Registro Geral de Imóveis e consequentemente, não pode ser

financiado em instituições financeiras. Em se tratando de estabelecimentos comerciais,

estes não recebem alvará de funcionamento o que também restringe a locação do imóvel.

12

33

27

21

6

0 10 20 30 40

Menos de 1 ano

De 1 a 5 anos

De 5 a 10 anos

De 10 a 15 anos

Mais de 15 anos

TEMPO DE RESIDÊNCIA DOS MORADORES ENTREVISTADOS

85

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Cabe ressaltar que ao assumir uma moradia sem liberação da prefeitura, o

cidadão, além de se expor a risco de acidentes, pode receber multa em função da falta de

documentação, visto que contas de água, luz, telefone, gás, IPTU dentre outros não

significam que o imóvel esteja regularizado.

Desta forma, os questionamentos referentes ao Habite-se, apresentaram os

seguintes resultados: no loteamento Bela Vista 1, 57,57% dos entrevistados disseram

possuir o Habite-se enquanto 42,42% disseram não possuir.

Para o loteamento Bela Vista 2, 48,57% disseram possuir documento de

regularização do imóvel e 51,42% reconheceram não possuir documento regulatório da

prefeitura municipal.

Considerando apenas os moradores que são proprietários de suas residências,

46,5% dos moradores não possuem Habite-se da Prefeitura Municipal de Maringá, o que

expõe os moradores a algum tipo de risco estrutural das residências.

Destes proprietários sem documento de liberação da prefeitura, 21,42% são

moradores do loteamento entre 10 e 15 anos agregando a estes os que residem a mais

de 15 anos, o percentual eleva-se 5,35%, ou seja, 26,77% dos moradores com casa

própria e que residem desde o início do loteamento, não possuem Habite-se.

No Mapa 3é mostrado uma coletânea de mapas nos quais são mostrados

respectivamente a identificação de gênero do respondente, escolaridade, tempo de

residência e identificação dos que possuem e não possuem documento Habite-se.

Espacializar estas informações é importante para o processo de identificação do

comportamento das respostas sobre a percepção do morador em relação à,

infraestrutura, serviços públicos, que se apresentam neste trabalho.

86

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51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’30"S23°21’30"S

23°21’40"S 23°21’40"S

51°56’30"W

51°56’35"W

51°56’35"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’45"W

51°56’45"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°56’55"W

51°56’55"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’5"W

51°57’5"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’25"S23°21’25"S

23°21’30"S23°21’30"S

23°21’35"S23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S 23°21’45"S

1. Possui Habite-se

2. Nªo possui Habite-se

Escala Gráfica

0 110 220 330 44055Metros

51°56’30"W

51°56’30"W

51°57’0"W

51°57’0"W

23°21’30"S 23°21’30"S

51°56’30"W

51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’25"S 23°21’25"S

23°21’30"S 23°21’30"S

23°21’35"S 23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S 23°21’45"S

TEMPO DE RESIDÊNCIA DO RESPONDENTE

Menos de 1 ano

De 1 a 5 anos

De 5 a 10 anos

De 10 a 15 anos

Acima de 15 anos

ESCOLARIDADE DOS RESPONDENTES

51°56’30"W

51°56’30"W

51°57’0"W

51°57’0"W

23°21’30"S 23°21’30"S

51°56’30"W

51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’25"S 23°21’25"S

23°21’30"S 23°21’30"S

23°21’35"S 23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S 23°21’45"S

GÊNERO DOS RESPONDENTES

Feminino

Masculino

RESIDÊNCIAS COM SEM HABITE SE/ -

Gênero dos respondentes

Tempo de residência dos respondentes

Residência com/semHabite-se

INFORMAÇÕES PRELIMINARES DOS MORADORES DOS LOTEAMENTOS1 e 2.BELA VISTA

N

Autor: Erivelto Alves Prudencio

Datum: SIRGAS

51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’30"S23°21’30"S

23°21’40"S 23°21’40"S

51°56’30"W

51°56’35"W

51°56’35"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’45"W

51°56’45"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°56’55"W

51°56’55"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’5"W

51°57’5"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’25"S23°21’25"S

23°21’30"S23°21’30"S

23°21’35"S23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S 23°21’45"S

Superior Completo

Superior Incompleto

Ensino Médio Completo

Ensino Médio Incompleto

Fundamental Completo

Fundamental Incompleto

Analfabeto

Escolaridade dos Respondentes

87

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11 PERCEPÇÃO DOS MORADORES QUANTO A OFERTA DE SERVIÇOS PÚBLICOS

Considerou-se para este trabalho como serviços públicos os itens relacionados na

tabela 4, constante aos procedimentos metodológicos que definem os domínios

trabalhados.

Desta forma, foram considerados serviços públicos aqueles disponíveis à

população local quanto ao abastecimento de água, iluminação pública, serviços postais,

policiamento, coleta de lixo e quantidade de vezes em que a coleta é realizada durante a

semana, bem como a segurança no trânsito, utilização de serviços públicos de saúde

escolas e creches.

11. 1 ILUMINAÇÕES PÚBLICA E SEGURANÇA PÚBLICA INTERNA DO LOTEAMENTO

A Lei de Parcelamento do Solo do município de Maringá, Lei Complementar

889/2011 estabelece em seu Art.16 que nos loteamentos urbanos abertos ou fechados é

obrigatória a execução dos seguintes serviços de infraestrutura de iluminação pública:

Inciso Vll - rede rebaixada de iluminação pública, de acordo com os padrões de

municipalidade; no inciso XV, parágrafo 2˚- a instalação dos postes da rede de

distribuição de energia elétrica e de iluminação pública devera obedecer o alinhamento dos marcos que delimitam as divisas laterais do lotes.

A prefeitura do município de Maringá, contudo não executa os serviços de

instalação e manutenção da rele de iluminação pública do município. De acordo com o

Capítulo IV, art. 30, inciso V da Constituição de 1988, a organização e a prestação do

serviço de iluminação pública é de responsabilidade do Poder Público Municipal, no

entanto, devido à falta de recursos técnicos, humanos e financeiros, vários municípios

paranaenses, até o final da década de 90, optaram por transferir esta responsabilidade à

Companhia Paranaense de Energia (COPEL), através de licitações, visto que a

concessionária já dispunha de mão-de-obra especializada, além de equipamentos para

prover a manutenção destes sistemas.

Assim, a COPEL define os arranjos das luminárias em função da largura das vias

públicas, que no caso dos loteamentos em questão, não possuem pavimentação asfáltica

e portanto, o alinhamento da via é irregular.

88

Page 92: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO … · não foram completamente resolvidas o queafeta diretamente a qualidade de vida de seus ... Para avaliar situações especificas,

O arranjo unilateral das luminárias, apresentado na Figura 11, é o mais comumente

utilizado, atendendo geralmente a vias coletoras e locais, com largura máxima da pista de

rolamento igual ou menor que 9m, com tráfego motorizado leve ou médio e é o que se apresenta nos loteamentos em estudo (Figura 04).

Figura 04. Arranjo unilateral das luminárias de vias públicas. Fonte: COPEL (2012)

11.1.1 Iluminação pública interna

Em relação à iluminação pública, a análise das respostas permitiu identificar uma

divergência no comportamento geral das respostas, quanto ao número de respondentes

que consideraram este serviço ruim comparando-se os dois bairros.

Observando os respondentes que classificaram como bom o serviço de iluminação

pública para o Bela Vista 1, este atinge 66,67% dos respondentes e para o Bela Vista 2, 42,86% responderam como bom.

Classificaram como regular o serviço de iluminação pública no loteamento Bela

Vista 1 18,18% e no Bela Vista 2, 22,86%, e os percentuais para ótimo ficaram em 9,09% e 5,71% respectivamente para o Bela Vista 1 e Bela Vista 2.

Enquanto que no Bela Vista 1, houve apenas 6,06% das respostas classificando o

serviço como ruim, no Bela Vista 2 o percentual é de 28,57% dos entrevistados que classificaram deste modo (ruim) a iluminação pública neste loteamento.

Os dados registrados para o conjunto dos dois loteamentos apresentam níveis de

"bom" superiores a 50% (54,41%) enquanto que os níveis de "ruim" atingem 17,65% com maior valor para o Bela Vista 2 como já explicado acima.

Desta forma, os níveis de regular e ruim reforçam no Bela Vista 2 o sentimento de

que o serviço público de iluminação prestado é deficiente para aquele loteamento.

89

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O mapa 4 permite identificar o comportamento das respostas dos moradores

referente a este item dos questionamentos e é possível identificar que na alta vertente, no

Bela Vista 1 a percepção apresenta satisfação com este serviço enquanto que no Bela

Vista 2, apresenta-se maior número de moradores insatisfeitos na alta e na baixa

vertente.

Analisando as respostas abertas dos moradores que consideraram o serviço ruim e

combinando com sua localização espacial e visitas a tais locais, observou-se que tal percepção é resultado de:

1. O morador reside próximo a vazios intra-loteamento;

2. O morador reside próximo ou no entorno de local sem iluminação por falta de manutenção;

3. Ausência de poste de iluminação público próximo à residência do respondente;

4. Limite com área rural sem iluminação.

Foto 01a). Arranjo das luminárias existente nos bairros Bela Vista 1. Foto 01b).Trecho

sem postes de iluminação no bairro Bela Vista 2. Fonte: autor

a) b)

90

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Foto 02a).Terreno vazio no bairro Bela Vista 1 e ao fundo Bela Vista 2. Foto 02b)Terreno vazio no bairro Bela Vista 1 e Bela Vista 2. Fonte: autor

Foto 03. Divisa do bairro Bela Vista 2 com área rural. Fonte: autor.

Estas reclamações foram relatadas durante as entrevistas pelos moradores espontaneamente ao ser entrevistado neste item do questionário.

a) b)

91

Page 95: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO … · não foram completamente resolvidas o queafeta diretamente a qualidade de vida de seus ... Para avaliar situações especificas,

51°56’30"W

51°56’30"W

51°57’0"W

51°57’0"W

23°21’30"S 23°21’30"S

51°56’30"W

51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’25"S 23°21’25"S

23°21’30"S 23°21’30"S

23°21’35"S 23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S 23°21’45"S

Percepção quanto a iluminação pública internaaos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2

Escala Gráfica

0 110 220 330 44055Metros

Ruim

Regular

Bom

Ótimo

0

10

20

30

40

50

60

70

ruim regular bom otimo

Bela Vista I

Bela Vista II

Percepção dos moradores Bela Vista I e Bela Vista IIem relação a Iluminação Interna (%)

PERCEPÇÃO DOS MORADORES QUANTOA ILUMINAÇÃO PÚBLICA INTERNA

N

Mapa 4. Percepção dos moradores quanto a iluminação pública interna.Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS

92

Morador não entrevistado/Ausente, Chácara ou áreadestinada a uso comunitário

6,06

28,57

18,1822,86

66,67

42,86

9,095,71

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11.1.2 Segurança pública interna

Neste item do questionamento, os moradores apresentam percepção muito

negativa para ambos os loteamentos. Apenas 5,88% dos residentes de ambos os bairros

responderam que a segurança interna é boa. Aproximadamente 7% (7,35%) opinaram ser

regular a segurança interna no loteamento, porém, acima de 85% (86,76%) disseram ser

ruim a segurança interna, principalmente por não perceberem policiamento no

loteamento.

O mapa 6 apresenta a espacialização da percepção do morador referente ao

policiamento nos bairros.

Com níveis tão elevados de percepção negativa quanto a segurança pública, que

gera sentimento de insegurança, denota toda a extensão espacial do bairro, ou seja, as

opiniões abrangem tanto os moradores da alta vertente quanto os moradores da baixa.

Importante notar que aqueles poucos que reconheceram como boa a segurança

interna do loteamento, encontram-se entre a alta e a média vertente.

11.1.3 Policiamento no loteamento

Para os dois loteamentos a percepção quanto ao serviço público de policiamento

interno é ainda mais severo na opinião dos moradores. 94,29% dos respondentes

opinaram ser ruim este serviço, restando apenas 2,94% que acreditam ser bom e outros

2,94% que não opinaram.

O mapa 5 apresenta a espacialização da percepção do morador quanto a

segurança pública nos bairros.

Observou-se para os dois itens do questionamento (segurança interna e

policiamento interno) que os padrões das respostas estão fortemente relacionados e é

muito evidente a sensação de insegurança tanto no Bela Vista 1 como no Bela Vista 2.

Depreende-se que a localização dos loteamentos contribui para esta sensação de

insegurança, visto que estão localizados fora do limite urbano da cidade, com grandes

extensões de áreas rurais que constituem vazios urbanos sem iluminação pública,

atividades comerciais, passeios públicos, etc que promovam circulação de pessoas e de

serviços de segurança.

93

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51°56’30"W

51°56’30"W

51°57’0"W

51°57’0"W

23°21’30"S 23°21’30"S

51°56’30"W

51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’25"S 23°21’25"S

23°21’30"S 23°21’30"S

23°21’35"S 23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S 23°21’45"S

Ruim

Regular

Bom

Escala Gráfica

0 110 220 330 44055Metros

N

Mapa 5. Percepção quanto a segurança pública interna aos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.

Percepção quanto a segurança pública internaaos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2

Percepção quanto a iluminação pública internaaos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

Ruim Regular Bom

Série1

Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS

Gráfico da percepção quanto à iluminação pública interna (%)

94

Morador não entrevistado/Ausente, Chácara ou áreadestinada a uso comunitário

86,76

7,35 4,41

Page 98: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO … · não foram completamente resolvidas o queafeta diretamente a qualidade de vida de seus ... Para avaliar situações especificas,

51°56’30"W

51°56’30"W

51°57’0"W

51°57’0"W

23°21’30"S 23°21’30"S

51°56’30"W

51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’25"S 23°21’25"S

23°21’30"S 23°21’30"S

23°21’35"S 23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S 23°21’45"S

Ruim

Bom

Sem opinião

Percepção quanto ao policiamento internoaos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2

Percepção quanto ao policiamento internoaos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II

Escala Gráfica

0 110 220 330 44055Metros

N

Mapa 6. Percepção quanto ao policiamento interno aos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

Ruim Bom Sem opinião

Série1

Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS

Gráfico da percepção quanto ao policiamento internoaos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II (%)

95

Morador não entrevistado/Ausente, Chácara ou áreadestinada a uso comunitário

94,29

2,94 2,94

Page 99: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO … · não foram completamente resolvidas o queafeta diretamente a qualidade de vida de seus ... Para avaliar situações especificas,

Avaliando a espacialidade correlacionando aqueles que consideraram ruim a

iluminação pública interna e a segurança pública, o Bela Vista 2 apresenta os maiores

percentuais negativos no comportamento das respostas. Desta forma, aproximadamente

23% dos respondentes moradores do loteamento Bela Vista 2 consideram ruim a oferta

do serviço público de iluminação e segurança. No Bela Vista 1, apenas 12,12%

consideram ruins os mesmos serviços acima descritos.

Estes valores percentuais podem ser explicados devido a divisa que o loteamento

Bela Vista 2 faz com a área rural como observado anteriormente e/ou ao arranjo e falta de

manutenção das luminárias internas ao loteamento em questão.

Considerando aqueles que entendem como regular a iluminação pública e ruim a

segurança pública, o Bela Vista 2 apresenta os maiores percentuais (22,85%) enquanto

que no Bela Vista 1, apenas 6,06%.

O que depreende-se do comportamento das respostas e da localização das

mesmas, é a localização dos dois bairros em relação à distância do limite urbano que

apresenta muitas áreas rurais e distante de centros comerciais e de serviços.

Observando os mapas da percepção quanto ao policiamento dos dois bairros e a

percepção quanto a segurança pública, estas sim apresentam maior relação explicativa

nos dois bairros, pois no loteamento Bela Vista 1, 78,78% dos que responderam ser ruim

o policiamento, também consideram ruim a segurança pública e no Bela Vista 2, esta

relação, em percentual, alcança 85,71%.

O mapa 7 apresenta a espacialização desta relação para os dois bairros e o

mesmo foi atribuído valores que identificassem apenas aqueles cuja percepção negativa

para o policiamento também percebiam insatisfação na segurança pública.

Assim, foi aplicado valor único para o cruzamento dos lotes que identificavam ruim

para policiamento e ruim para segurança pública.

96

Page 100: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO … · não foram completamente resolvidas o queafeta diretamente a qualidade de vida de seus ... Para avaliar situações especificas,

51°56’30"W

51°56’30"W

51°57’0"W

51°57’0"W

23°21’30"S 23°21’30"S

51°56’30"W

51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’25"S 23°21’25"S

23°21’30"S 23°21’30"S

23°21’35"S 23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S 23°21’45"S

Percepção quanto ao Policiamento e Segurança PúblicaInterna aos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2

Ruim

Percepção quanto ao Policiamento e Segurança PúblicaInterna aos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II

Escala Gráfica

0 110 220 330 44055Metros

N

Mapa 7. Percepção quanto ao policiamento e segurança pública interna aos loteamentos Bela Vista I eBela Vista .II

Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS

97

Regular

83,82

16,18

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

Ruim Regular

PERCEPÇÃO QUANTO AO POLICIAMENTO E SEGURANÇA PÚBLICAINTERNA AOS LOTEAMENTOS BELA VISTA 1 E BELA VISTA 2

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11. 2 ABASTECIMENTO DE ÁGUA E TRATAMENTO DE ESGOTO

Os loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2, fazem parte de um conjunto de

loteamentos, inicialmente irregulares os quais foram adquirindo a oferta de serviços

públicos com o tempo.

No caso dos loteamentos em estudo, este são abastecidos totalmente pela

Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR, a qual oferta o abastecimento de

água, porém, não realiza a captação do esgoto. Este último,é realizado pelo antigo

método de fossa séptica sem tratamento prévio ou posterior, conhecido como fossa

séptica caipira presente em 100% das residências entrevistadas.

A análise da manutenção dessas fossas sépticas foi realizada considerando os

dois bairros como um todo, ou seja, os dados apresentados correspondem ao percentual

considerando as respostas dos moradores dos loteamento Bela Vista 1 e Bela Vista 2.

Para este questionamento verificou-se que 14,71% fazem nova perfuração de

fossa e 48,53% fazem limpeza antes de perfurar uma nova fossa. Há casos em que não

foram necessários ainda nenhum tipo de intervenção (perfuração ou limpeza), conforme

gráfico 07.

Gráfico 07. Procedimentos adotados para manutenção das fossas sépticas pelos

moradores entrevistados, em porcentagem. Prudencio, 2014.

Em relação ao abastecimento de água, a percepção quanto a oferta deste serviço é

considerada, de modo geral, entre bom e ótimo, sendo registrado apenas 2 casos de

reclamação, correspondendo a apenas 2,9% dos entrevistados e a distribuição de ótimo e

14,71

48,53

36,76

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

Perfuração Limpeza Não faz manutenção

98

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bom, registrou comportamento semelhante nos dois loteamentos sendo respectivamente

23% - Bom e 77% Ótimo no Bela Vista I e 18% - Bom e 79% Ótimo no Bela Vista II

(Gráficos 08 e 09).

Gráfico 08. Percepção quanto ao abastecimento de água - Bela Vista 1.

Gráfico 09. Percepção quanto ao abastecimento de água - Bela Vista 2.

3%

79%

18% Ruim

Bom

Ótimo

ABASTECIMENTO DE ÁGUABELA VISTA 2

77%

23% Bom

Ótimo

ABASTECIMENTO DE ÁGUABELA VISTA 1

99

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11.3 PERCEPÇÃO DOS MORADORES QUANTO A COLETA DE LIXO

A oferta dos serviços de coleta de lixo recebeu mais reclamações por parte dos

moradores do loteamento Bela Vista 2, comparando-se com os números registrados para

o loteamento Bela Vista 1.

Observou-se que no Loteamento Bela Vista 1, 6,06% de moradores atribuíam

“ruim” para o serviço prestado de coleta de lixo, enquanto 12,12% atribuem “regular” e

81,82% reconheceram como “Bom”, o serviço prestado.

Importante perceber que há divergência na percepção dos respondentes no

loteamento Bela Vista 2, que apresentam os seguintes dados: 14,29% consideraram o

serviço ruim, 45,71% consideram regular e outros 40,00% consideram bom o serviço de

coleta de lixo.

Comparando-se as respostas ruim e regular 18,18% dos moradores do loteamento

Bela Vista 1 consideram ruim a regular a coleta de lixo enquanto que 60% dos moradores

do Bela Vista 2 consideram ruim a regular o mesmo serviço.

Ou seja, enquanto no Bela Vista 1 81,82% estão satisfeitos, no Bela Vista 2 apenas

40% consideram o serviço bom.

Importante relatar que a concentração das respostas que consideram como ruim a

coleta de lixo, estão localizadas na área compreendida entre o acesso do bairro (início da

vertente) e a parte central do bairro, cujo terreno possui características planas, o que

facilitaria o trânsito do veículo de coleta.

Verificou-se também a percepção do morador quanto ao número de vezes em que

o caminhão coletor de resíduos domésticos passa na residência. Observou-se que

52,94% consideraram ser duas passagens por semana, enquanto que para 17,65%

consideram ser de apenas 1 e 25,00% afirmaram que o caminhão da coleta de lixo não

passa em suas residências (nos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2).

Bretas (2000) diz que:

Os resíduos sólidos quando não coletados e transportados aos sistemas de disposição final podem trazer graves consequências à saúde pública. Os resíduos sólidos atraem vetores (ratos, insetos, aves e diversos animais), que por sua vez, podem transmitir sérias doenças ao ser humano. Portanto, é vital para uma cidade, a fim do bem estar público (cidade limpa), como também da proteção da saúde pública, que estes trabalhos sejam executados com economia, eficiência e higiene.

100

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Segundo Mansur e Monteiro (1991) Os fatores que influenciam esta decisão

são:tipo de lixo gerado; as condições climáticas; os recursos materiais e humanos à

disposição do órgão prestador de serviço; a limitação do espaço necessário ao

armazenamento do lixo pelo usuário em sua casa ou negócio e a frequência na semana:

diária (exceto domingo) - ideal para o usuário, principalmente no que diz respeito à saúde

pública. O usuário não precisa guardar o lixo por mais de um dia. Três vezes - ideal para

o sistema, considerando-se a relação entre custo e benefício. Duas vezes - o mínimo admissível sob o ponto de vista sanitário, para países de clima tropical.

Para Monteiro (2001, p. 62) o ideal na coleta do lixo é estabelecer um recolhimento

com dias e horários determinados, pois a população deve adquirir confiança de que a

coleta não vai falhar e assim irá prestar sua colaboração não atirando lixo em locais

impróprios, acondicionando e disponibilizando em embalagens adequadas, nos dias e

horários marcados, trazendo benefícios para a higiene ambiental, a saúde pública, a limpeza e o bom aspecto dos logradouros públicos.

Durante a visita ao bairro, não foram identificados locais com acúmulo de resíduos

ou rejeitos que pudesse caracterizar a não passagem do caminhão de coleta por este

aspecto.

O cuidado no descarte de resíduos/rejeitos domésticos, demonstraram que apenas

4,47% dos moradores reconheceram descartar resíduos domésticos nos terrenos sem

edificação e todos os moradores que realizam esta prática, residem no loteamento Bela

Vista 2.

Os mapas 8 e 9 mostram as percepções dos moradores quanto a coleta de lixo e a

quantidade de vezes em que o caminhão coletor de lixo doméstico passa nos bairros Bela

Vista 1 e Bela Vista 2.

101

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51°56’30"W

51°56’30"W

51°57’0"W

51°57’0"W

23°21’30"S 23°21’30"S

51°56’30"W

51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’25"S 23°21’25"S

23°21’30"S 23°21’30"S

23°21’35"S 23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S 23°21’45"S

Ruim

Regular

Bom

Percepção quanto a coleta de lixonos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2

Percepção quanto a coleta de lixo nosloteamentos Bela Vista I e Bela Vista II

Escala Gráfica

0 110 220 330 44055Metros

N

ElatoraçãoErivelto Alves Prudencio

Mapa 8. Percepção quanto a coleta de lixo nos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.

Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS

Gráfico da percepção quanto a coleta de lixo nosloteamentos Bela Vista I e Bela Vista II (%)

102

10,29

29,41

60,29

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

Ruim Regular Bom

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Percepção quanto a passagem do caminhãode lixo nos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II

Percepção quanto a passagem do caminhãode lixo nos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2

Escala Gráfica

0 110 220 330 44055Metros

N

Mapa 9. Percepção quanto a passagem do caminhão de lixo nos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.

Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS

Gráfico da percepção quanto a passagem do caminhãode lixo nos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II (%)

51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’30"S23°21’30"S

23°21’40"S 23°21’40"S

51°56’30"W

51°56’35"W

51°56’35"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’45"W

51°56’45"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°56’55"W

51°56’55"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’5"W

51°57’5"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’25"S23°21’25"S

23°21’30"S23°21’30"S

23°21’35"S23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S 23°21’45"S

Uma vez

Duas vezes

Três vezes

Acima de três vezes

Não passa

103

17,65

52,94

25,00

4,41

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

Uma vez Duas vezes Três vezes Não passam

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11.4 PERCEPÇÃO DOS MORADORES QUANTO A SAÚDE PÚBLICA

Para este item, levou-se em consideração o Núcleo Integrado de Saúde do

Município de Maringá-PR mais próximo do bairro, UBS – Jardim Quebec, distante 4000

metros aproximadamente da entrada do bairro.

Considerando-se um paciente que esteja ao final da vertente dos loteamentos em

estudo, este deverá percorrer, aproximadamente 5.000 metros até o posto de saúde mais

próximo conforme figura 05.

Figura 05. Localização dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2 em relação ao serviço de

saúde mais próximo.

Buscou-se, portanto, analisar neste tópico a utilização deste serviço, a frequencia

bem como a percepção quanto aos serviços prestados pelo posto de saúde.

104

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11.4.1 Quanto a utilização do posto de saúde UBS– Jd. Quebec.

O posto de saúde UBS – Jd. Quebec é de significativa importância para os

moradores de ambos os loteamentos em questão, visto que da totalidade dos

respondentes, apenas 13,43% disseram não utilizar este serviço público, tendo 86,57%

respondido fazer uso deste posto de saúde.

Dos respondentes,7,93% utilizam semanalmente o posto de saúde, enquanto que

41,26% fazem uso mensal dos serviços de saúde ofertados e 44,44% utilizam alguma vez

no ano (Gráficos 10a e 10b).

Gráfico 10 a). Uso da UBS-Jardim Quebec nos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2.

Gráfico 10b). Frequencia de uso do UBS-Jardim Quebec pelos moradores dos bairros

Bela Vista 1 e Bela Vista 2.

O uso frequente, principalmente o semanal e o mensal, pressupõe que há

enfermidades que necessitam de acompanhamento contínuo da saúde destes moradores,

sendo possível verificar que aproximadamente 50% (49,19%) dos entrevistados

necessitam dos serviços de saúde oferecidos pelo poder público.

Por isso, os moradores foram questionados quanto ao atendimento oferecido no

posto de saúde, que responderam em sua maioria serem bem atendidos naquele recinto.

Neste quesito, 54,84% dos moradores que responderam aos questionamentos nos

dois loteamentos disseram ser bom o atendimento no UBS - Jd. Quebec, contra apenas

12,90% responderem ruim para o serviço prestado e 27,42% responderam ser regular o

atendimento (Gráfico 11).

86,57%

13,43%

Uso do UBS-Jardim Quebec nos loteamentos

Bela Vista I e Bela Vista II

Utiliza o NIS III Não utiliza o NIS III

7,93%

41,26%44,44%

4,76%

Frequencia de uso do UBS-Jardim Quebec loteamentos Bela Vista I e

Bela Vista II

semanalmente mensalmente

Anualmente Não utilizam

b) a)

105

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Gráfico 11. Percepção quanto ao atendimento no UBS - Jardim Quebec pelos

moradores dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2.

O Mapa 10, 11 e 12 apresenta a espacialização da percepção quanto ao uso,

frequência e atendimento conforme a opinião dos moradores.

Importante notar, pela espacialização, que aqueles residentes na vertente mais

baixa dos loteamentos apresentam respostas mais positivas do que aqueles que residem

no topo da vertente. Isto pode estar ligado ao tipo de enfermidade ou urgência a que o

morador estava acometido e procurou o posto de saúde. Porém, observando a

periodicidade da procura pelo UBS -Jardim Quebec, é possível verificar que aqueles que

identificaram como bom o atendimento, está relacionado àquela cuja periodicidade é

mensal ou anual.

12,90

27,42

54,84

3,23 1,61

Ruim

Regular

Bom

Ótimo

Sem opinião

Percepção quanto ao atendimento no UBS-

Jardim Quebec

106

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51°56’30"W

51°56’30"W

51°57’0"W

51°57’0"W

23°21’30"S 23°21’30"S

51°56’30"W

51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’25"S 23°21’25"S

23°21’30"S 23°21’30"S

23°21’35"S 23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S 23°21’45"S

Sim

Não

Uso do posto de saúde (UBS-Jardim Quebec)pelos moradores dos loteamentos

Bela Vista 1 e Bela Vista 2

Uso do posto de saúde (UBS - Jardim Quebec)pelos moradores dos loteamentos

Bela Vista I e Bela Vista II

Escala Gráfica

0 110 220 330 44055Metros

N

Mapa 10. Uso do posto de saúde (NIS III) pelos moradores dos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2.

Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS

Gráfico do uso do posto de saúde (UBS - Jardim Quebec)pelos moradores dos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II (%)

107

86,76

13,24

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

Sim Não

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51° 56’30"W

51° 56’30"W

51° 57’0"W

51° 57’0"W

23° 21’30"S 23° 21’30"S

51° 56’30"W

51° 56’30"W

51° 56’40"W

51° 56’40"W

51° 56’50"W

51° 56’50"W

51° 57’0"W

51° 57’0"W

51° 57’10"W

51° 57’10"W

23° 21’25"S 23° 21’25"S

23° 21’30"S 23° 21’30"S

23° 21’35"S 23° 21’35"S

23° 21’40"S 23° 21’40"S

23° 21’45"S 23° 21’45"S

Semanalmente

Mensalmente

Anualmente

Frequencia do uso do posto de saude(UBS-Jardim Quebec) pelos moradores dos

loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2

Frequencia do uso do posto de saúde (NIS III) pelosmoradores dos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II

Escala Gráfica

0 110 220 330 44055Metros

N

Mapa 11. Frequencia do uso do posto de saúde (NIS III) pelos moradores dos loteamentosBela Vista I e Bela Vista II.

Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS

Gráfico da frequencia do uso do posto de saúde (NIS III) pelosmoradores dos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II (%)

108

8,47

42,37

49,15

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

Semanalmente Mensalmente Anualmente

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Percepção quanto ao atendimento no posto de saúde(UBS-Jardim Quebec) pelos moradores

dos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2

Percepção quanto ao atendimento no posto de saúde(UBS-Jardim Quebec) pelos moradores dos loteamentos

Bela Vista I e Bela Vista II

Escala Gráfica

0 110 220 330 44055Metros

N

Mapa 12. Percepção quanto ao atendimento no posto de saúde (NIS III) pelos moradores dosloteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.

Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS

Gráfico da percepção quanto ao atendimento no posto de saúde(NIS III) pelos moradores dos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II

51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’30"S23°21’30"S

23°21’40"S 23°21’40"S

51°56’30"W

51°56’35"W

51°56’35"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’45"W

51°56’45"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°56’55"W

51°56’55"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’5"W

51°57’5"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’25"S23°21’25"S

23°21’30"S23°21’30"S

23°21’35"S23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S 23°21’45"S

Ruim

Regular

Bom

Ótimo

Sem opinião

109

12,90

27,42

54,84

3,23 1,61

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

Ruim Regular Bom Ótimo Sem opinião

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11.4.2 Quanto aos planos de saúde privados

Também considerou-se a existência de moradores que possuíam planos de saúde

privados, os quais apresentaram número considerável de satisfação para este item, como

podemos verificar no gráfico 12.

Gráfico 12. Moradores com assistência privada de saúde. Prudencio, 2014.

Considerou-se planos privados de saúde, aqueles contratos com empresas que

permitem um desconto nos valores de consultas médicas. Não se trata portanto, daqueles

planos que constituem ampla cobertura e pagamento de valores bem menores.

Neste caso, comparando-se somente aqueles moradores que possuem planos de

saúde privado (14%), 57,14% destes ainda fazem uso do posto de saúde mais próximo e

os demais, 42,85% somente utilizam plano co-participativo. O mapa 13 apresenta os

entrevistados que disseram utilizar-se tanto do plano privado como do serviço de saúde

pública, os que somente se utilizam do serviço público e os que se utilizam somente do

serviço privado.Como pode ser observado no mapa 13, a maioria dos usuários dos dois

modelos de oferta (saúde pública e saúde privada), 62,5% estão no loteamento Bela Vista

2.

Se considerarmos as demandas do bairro por saúde, fica claro que há uma grande

dependência do UBS - Jd. Quebec por parte dos moradores dos loteamentos Bela Vista 1

e Bela Vista 2, mesmo para aqueles que possuem algum tipo de assistência médica

privada.

14

54

Assistência Privada de Saúde

Possui Plano de Saúde Não Possui

110

Page 114: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO … · não foram completamente resolvidas o queafeta diretamente a qualidade de vida de seus ... Para avaliar situações especificas,

51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’30"S23°21’30"S

23°21’40"S 23°21’40"S

51°56’30"W

51°56’35"W

51°56’35"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’45"W

51°56’45"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°56’55"W

51°56’55"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’5"W

51°57’5"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’25"S23°21’25"S

23°21’30"S23°21’30"S

23°21’35"S23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S 23°21’45"S

UBS - Jardim Quebec

Privado

NIS e Privado

Nenhum

Uso do Sistema de Saúde Público (UBS-Jardim Quebec)e Sistema Privado pelos moradores dos Loteamentos Bela Vista 1

e Bela Vista 2.

Uso do Sistema de Saúde Público (UBS-Jardim Quebec) eSistema Privado dos moradores dos Loteamentos Bela Vista I

e Bela Vista II.

Escala Gráfica

0 110 220 330 44055Metros

N

Mapa 13. Uso do Sistema de Saúde Público (NIS) e Sistema Privado dos moradores dosLoteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.

Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS

Gráfico do uso do Sistema de Saúde Público (NIS) e Sistema Privadodos moradores dos Loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.

111

76,47

8,82 10,294,41

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

UBS Privado NIS e Privado Nenhum

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12 PERCEPÇÃO DOS MORADORES QUANTO A INRAESTRUTURA EXISTENTE NO LOTEAMENTO

12.1 PERCEPÇÃO QUANTO A FALTA DE PRAÇAS E ÁREAS DE LAZER

O Plano Diretor Municipal, em seu ordenamento territorial, seção 2I – do

parcelamento do solo, em seu Capítulo 3, define da seguinte maneira a implantação de

espaços livres ou de lazer:

A totalidade das áreas institucionais e de espaços livres ou de lazer, a serem doadas para aprovação do loteamento fechado, deverá estar localizada fora da área fechada, com acesso público e testada para as vias públicas.

Nos loteamentos em questão há área destinada ao convívio público, com salão

comunitário e uma grande área destinada a praças comuns aos dois bairros.

Contudo, não há nestes espaços qualquer praça ou dispositivos de ginástica para a

terceira ou primeira idade, configurando-se numa área vazia ocupada por gramínea (Foto

04a e 04b).

Foto 04a). Vista parcial da área destinada a praça comum aos bairros Bela Vista 1 e Bela

Vista 2. Foto 04b). Vista parcial do salão comunitário e área destinada a praça comum

aos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2. Fonte: autor.

a) b)

112

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Na percepção dos moradores, seria muito positivo ter praças naquela região, como

espaço de interação dos moradores, visto que o convívio comunitário pode servir de

motivação para reivindicações de melhorias para o bairro.

Para a maioria dos moradores (51,47%) seria bom ter praças e considerando-se os

que responderam que seria ótimo, a percentagem de bom e ótimo atinge (79,41%).

Os 13,33% que afirmaram ser ruim a presença de praças, justificaram denotando

preocupação quanto a não utilização por parte dos moradores e sim, de usuários de

drogas que poderiam fazer uso da praça e esta percepção foi externada por moradores

de diferentes localidades dentro do bairro, ou seja, desde o início da vertente até as áreas

mais baixas do loteamento.

O Mapa 15 apresenta a localização das opiniões dos moradores, bem como do

local destinado à praça e centro comunitário.

Observa-se, portanto, que a preocupação é maior na baixa vertente, ou seja, em

locais mais próximos da área destinada à praça no interior do bairro.

113

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Percepção dos moradores quanto a ter praçasnos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2

Escala Gráfica

0 110 220 330 44055Metros

N

Mapa 14. Percepção dos moradores quanto a ter praças nos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.

Percepção dos moradores quanto a ter praçasnos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II

Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS

Gráfico da percepção dos moradores quanto a ter praçasnos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II

114

51°56’30"W

51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’30"S 23°21’30"S

23°21’40"S 23°21’40"S

51°56’30"W

51°56’30"W

51°56’35"W

51°56’35"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’45"W

51°56’45"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°56’55"W

51°56’55"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’5"W

51°57’5"W

51°57’10"W

51°57’10"W

51°57’15"W

51°57’15"W

23°21’25"S 23°21’25"S

23°21’30"S 23°21’30"S

23°21’35"S 23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S23°21’45"S

Ruim

Bom

Ótimo

Sem opinião

14,71

52,94

27,94

4,41

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

Ruim Bom Ótimo Sem opinião

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12.2 PERCEPÇÃO QUANTO A PAVIMENTAÇÃO SEM ASFALTO

Os dois loteamentos foram implantados, como já explicado no item 9 - Identificação

Geral dos Bairros Quanto ao Uso e Ocupação do Solo, inicialmente com lotes de no

mínimo 1000 m2.

Isto significa que na aplicação do questionário, investigou-se se a falta de camada

asfáltica seria ou não um problema urgente, visto que muitos moradores poderiam ter

adquirido o imóvel no intuito de se afastar do centro urbano, e que por isto, teria o

interesse em manter a região com características rurais e não urbanas.

Porém, durante as pesquisas de campo, aplicando a metodologia para atualização

da base cartográfica, capturando as coordenadas com uso de GPS geodésico, muitos

moradores vinham questionar se o que estava-se fazendo era para posterior

asfaltamento.

A falta de pavimentação asfáltica é o fator que mais gera incômodo na percepção

dos moradores dos loteamentos Bela Vista 1 e Bela Vista 2.

Para 97% dos moradores a falta desta infraestrutura é o que mais urgentemente

deveria ser resolvido por parte do poder público.

Não é simplesmente a falta do asfalto que incomodam os moradores daqueles

loteamentos, pois anexo a isto, estão problemas de poeira/barro, bem como o de

enxurrada e formação de poças d´água nos lotes residenciais.

Através dos anos, as ruas principais do bairro vêm sendo cascalhadas

periodicamente o que elevou o nível do arruamento deixando os lotes da vertente mais

plana abaixo da linha de base da rua.

Outro problema ocorre na alta vertente com empoçamento de águas pluviais e na

baixa vertente quando há escoamento superficial de borda na área em que deveria haver

canaletas de coleta das águas pluviais como mostra o perfil longitudinal (Figura 12) e

fotos 05a, 05b e Foto 6).

115

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95

100

105

125

120

115

110

137 136 135

130

137

DISTÂNCIAS (m)

285,

733

470,

475

913,

741

847,

996

785,

093

690,

031

582,

854

1122

,938

1068

,936

1024

,397

971,

382

1142

,362

CO

TA

S(m

)

95

100

105

125

120

115

110

130

134135136135

136

DISTÂNCIAS (m)

23,4

010,0

905,

217

772,

886

676,

612

502,

423

973,

068

1086

,801

1033

,215

847,

348

138,

988

64,1

07

1137

,419

CO

TA

S(m

)

BELA VISTA 1

BELA VISTA 2A1

A2

B1

B2

0 150 300m50

Escala GráficaEscala Horizontal: 1:5000

Escala Vertical: 1:500

51°56’30"W

51°56’30"W

51°57’0"W

51°57’0"W

0 0,1 0,2 0,3 0,4

A2

A1

B2

B1

BELA VISTA 1

BELA VISTA 2

23°21’30"S 23°21’30"S

Kilometros

PERFIS LONGITUDINAL DOS BAIRROS1 E 2BELA VISTA BELA VISTA

116Figura 06. Perfil longitudinal dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2

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Foto 05a). Rua sem pavimentação asfáltica no bairro Bela Vista 1.Foto 05b). Rua sem

pavimentação asfáltica no bairro Bela Vista 2. Fonte: autor.

Foto 06.Escoamento superficial na baixa vertente do bairro Bela Vista 2. Fonte: autor.

Portanto, há o problema nas áreas planas de carreamento de água de enxurrada

para dentro das casas. Também observa-se nas vertentes mais baixas a ocorrência de

forte escoamento superficial provocando erosão em áreas com maiores declives.Alem

desses problemas, observa-se em dias de chuva muito acumulo de barro, dificultando o

acesso conforme fotos anteriores.

O Mapa 16 apresenta a percepção dos maiores incômodos apontados pelos

moradores quanto a falta de pavimento asfáltico nos loteamentos.

a) a) b)

117

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51°56’30"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’30"S23°21’30"S

23°21’40"S 23°21’40"S

51°56’30"W

51°56’35"W

51°56’35"W

51°56’40"W

51°56’40"W

51°56’45"W

51°56’45"W

51°56’50"W

51°56’50"W

51°56’55"W

51°56’55"W

51°57’0"W

51°57’0"W

51°57’5"W

51°57’5"W

51°57’10"W

51°57’10"W

23°21’25"S23°21’25"S

23°21’30"S23°21’30"S

23°21’35"S23°21’35"S

23°21’40"S 23°21’40"S

23°21’45"S 23°21’45"S

180 0 18090 Metros

Percepção quanto aos incômodos gerados pelaausência de pavimento asfáltico nos loteamentos

Bela Vista 1 e Bela Vista 2.

1. Barro

2. Poeira

3. Irregularidade do pavimento

4. Outros

Escala Gráfica

N

Mapa 15. Percepção quanto aos incômodos gerados pela ausência de pavimento asfálticonos loteamentos Bela Vista I e Bela Vista II.

Percepção quanto aos incômodos gerados pelaausência de pavimento asfáltico nos loteamentos

Bela Vista I e Bela Vista II.

Autor: Erivelto PrudencioDatum: SIRGAS

Gráfico da percepção quanto aos incômodos gerados pelaausência de pavimento asfáltico nos loteamentos

Bela Vista I e Bela Vista II.

118

41,18

54,41

2,94 1,47

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

Barro Poeira Irreg. Pavimento Outros

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O maior incômodo segundo os moradores, foi poeira com percentuais acima de

50%, seguido da reclamação de barro com pouco mais de 40%. Cabe ressaltar que a

investigação foi realizada no mês de janeiro de 2013 e que a média de precipitação para

este mês, segundo dados obtidos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia, foi de

44,25mm. Entretanto, buscou-se analisar também os meses anteriores para verificar

possível condicionamento nas respostas dos moradores uma vez que a percepção quanto

a poeira poderia ser mais evidente em períodos de baixa precipitação e ao de barro em períodos de alta precipitação.

A falta de pavimentação asfáltica agregada ao fato deste loteamento estar inserido

em área rural, não possuindo edificações em seu entorno favorece a dispersão de poeira.

Observa-se pela distribuição espacial dos respondentes que o item poeira tem

maior concentração na entrada do bairro, a qual caracteriza-se como terreno plano,

conforme perfil longitudinal (Figura 06).

Segundo Azevedo Maria et all (2013), esta dispersão de poeira, juntamente com o

clima seco, gera predisposição a enfermidades respiratórias, principalmente em crianças.

Notou-se a inexistência de galerias de águas pluviais, estando também este item

em contraposição a Lei Complementar n.899/2011 em seu Art.16, e também na Lei

Complementar n.334/99, que era usada na época de execução do condomínio. Ambas

estabelecem que nos loteamentos urbanos, abertos ou fechados,é obrigatória a execução

de rede de drenagem de águas pluviais aprovadas pelo órgão municipal competente.

A reclamação por barro concentrou-se na porção central em direção ao final da

vertente do bairro, onde apresenta-se o início de maior declividade.

Observou-se nas visitas que a maioria dos problemas em relação a enxurradas e a

erosões ocorrem no final do loteamento, pois nesses locais o nível do terreno é mais

baixo e a declividade é mais acentuada e observa-se no questionário que os moradores

que mais reclamaram desses problemas se localizam nessa região.

Sabe-se que a falta de guias, sarjetas, galerias de águas pluviais e pavimentação

contribuem para a ocorrência de processo erosivo, principalmente nos casos em que a

condução das águas pluviais é longitudinal às vias, caso do loteamento Bela Vista.

12.3 ANÁLISE DOS DADOS PARA O PLANEJAMENTO URBANO

119

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Como visto na apresentação dos dados de campo, é notório a identificação dos

problemas gerados pela periurbanização sem planejamento no município de Maringá,

evidenciados desde a década de 1990.

Se o planejamento urbano pode ser compreendido como uma fase importante para

conhecimento do tipo de desenvolvimento a que se destina uma cidade, bem como

identificar e alocar o modelo de desenvolvimento adotado e a que se destinará o uso e

ocupação do solo em determinadas regiões desta mesma cidade, o caso dos

condomínios residenciais implantados em Maringá na década de 1990, especificamente

neste trabalho o Bela Vista 1 e Bela Vista 2, dá-nos um exemplo de como assentamentos

humanos distantes da área urbana pode gerar desconforto aos moradores, principalmente

no que se refere à infraestrutura de esfalto.

Os impactos podem ser medidos na vida das pessoas e na esfera local pública pois

se por um lado os moradores sentem a falta ou a precariedade de serviços públicos,

ocorre um aumento de demandas de investimentos que passam a fazer parte do

orçamento municipal, não existindo, muitas vezes, a contrapartida do imposto territorial

urbano provocando um possível desequilíbrio nas contas públicas.

Isto compromete ações destinadas ao desenvolvimento do município.

Se as cidades devem ser o lugar onde as pessoas devem ter o acesso à infra-

estrutura urbana, enfim, a tudo aquilo que promova o bem-estar social, com garantias de

locomoção, acesso livre e rápido aos locais públicos, sejam escolas, postos de saúde,

creches, etc, conforme o Estatuto das Cidades, esses condomínios distantes da área

urbana não oferecem, num primeiro momento, esses acessos facilitados e o bem-estar

pretendido.

Maringá, cujo planejamento inicial atesta a aplicação dos conceitos de cidade

jardim teve neste estudo demonstrado o rompimento com esta idéia dando lugar a

espaços urbanos inapropriados e sem forma específica do que seja urbano ou o que seja

rural.

Diversos aspectos de uma urbanização planejada e coerente aos princípios

norteadores do desenvolvimento urbano ao serem negligenciados criaram demandas de

mais de uma década na oferta de serviços públicos e infraestrutura de qualidade no

atendimento aos moradores daquela porção da cidade.

Neste sentido, este desenvolvimento a revelia da legislação vigente à época da

implantação deste loteamento, ajudou a agravar a exclusão social de grandes setores da

população.

120

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Os efeitos negativos para essa classe menos favorecidas podem ser medidos nos

níveis de insatisfação dos respondentes quanto a oferta de serviços de segurança pública

e policiamento, iluminação pública, coleta de resíduos domiciliares, equipamentos

públicos comunitários, falta de camada asfáltica nas vias internas, rede coletora de águas

pluviais, esgoto etc.

Estes níveis de insatisfação nestes bairros estudados são consequencia de sua

própria história de implantação bem como à localização dos mesmos na qual influencia

diretamente na percepção desses moradores que ao residirem num loteamento

inicialmente irregular, sofrem consequências da proximidade com a área rural, dos vazios

urbanos internos e externos

A inexistência de pavimentação asfáltica que acarreta problemas de poeira e lama

dependendo das condições atmosféricas foi identificado como um dos maiores problemas

dos bairros estudados e isto tem consequencias em outros aspectos da vida cotidiana

daqueles moradores.

Este é um ponto importante da análise pois quase a totalidade dos entrevistados

afirmaram ser esta falta ruim para o cotidiano do bairro, pois em análise de campo, impõe

dificuldades de locomoção devido à lama em dias de chuva e poeira em dias secos.

Esta falta também promove problemas de carreamento de camadas de solo pelas

águas pluviais as quais nas baixas e íngrimes vertenes do arruamento longitudinal do

bairro há erosões. Estas erosões são constantemente cobertas pelo cascalhamento

dessas vias as quais provoca o aumento do alinhamento da via em relação às casas na

alta vertente, provocando o empoçamento das águas da chuva tanto na via interna quanto

no pátio de algumas residências.

Aliado a esta demanda de pavimentação das ruas internas ao bairro, encontra-se a

necessidade de receber outros serviços públicos como a coleta de resíduos domiciliares

cujos moradores demonstraram não ter confiança na passagem dos dias e horários do

caminhão de coleta.

Também ligado a isto, é importante frisar que 40% dos moradores utilizam a

Unidade Básica de Saúde - Jardim Quebec mensalmente influenciando na locomoção

destes moradores, bem como a possibilidade desta falta de pavimentação asfáltica

contribuir em problemas respiratórios dentre outros congêneres à saúde humana.

Por mais que estejam regulares, o serviço de correios ainda é deficiente na região,

bem como não foi constatado equipamentos urbanos internos como praças e/ou outras

121

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áreas de lazer como salão comunitário ou outras áreas livres para recreação ou prática de

esportes.

Outro ponto que merece ser ressaltado são os vazios urbanos. Em se tratando do

planejamento como ferramenta para a gestão do território, naquela região de estudo

vislumbra-se um modelo que não democratiza o acesso ao solo urbano, pois aqueles

condomínios estão inseridos numa área característica de zona rural (Macrozona Rural), a

qual tornou-se por força do poder público Macrozona Urbana de Qualificação,

promovendo contrastes entre o urbano e rural.

Tais vazios acarretam grande responsabilidade ao poder público uma vez que

estes podem promover a especulação imobiliária, ou seja, a super valorização dessas

áreas para fins de vantagem financeira a custa da restrição ao acesso à moradia.

Enfim, a falta de infraestrutura após mais de uma década de sua implantação, os

bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2 expõem padrões espaciais fortemente ligados à sua

história e de localização no espaço geográfico que nos permite identificar antigos

problemas da urbanização periférica cuja marca principal incide sobre a segregação

social e limitação da qualidade de vida de seus moradores.

Como forma de suprir as necessidades daquela população quanto a oferta de

serviços públicos e infraestrutura, há a necessidade de ampliação de visitas domiciliares

na prevenção de doenças, visto que a maior parte dos respondentes utilizam

periodicamente o sistema municipal de saúde.

Os moradores devem se organizar no conselho de saúde do município a fim de,

com posse de informações e dados de usuários, mobilidade e acesso até a UBS do

Jardim Quebec buscar maior atuação da unidade básica de saúde a fim de atuar na

prevenção de doenças.

Também é importante adequar a passagem do caminhão coletor de lixo visto que

aproximadamente 40% responderam entre ruim e regular o serviço de coleta de lixo nos

bairros estudados.

O policiamento e a segurança no bairro também são itens a serem observados

pelos órgãos de segurança pública.

Maior engajamento dos moradores no conselho de segurança, obtendo dados dos

bairros em estudo bem como dos bairros vizinhos a fim de buscar soluções que ampliem

o policiamento na região.

Também como forma de resolução das demandas por infraestrutura, propõe-se

então, que a legislação do município de Maringá-PR, bem como seu Plano Diretor seja

122

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revisada de forma que a mesma permita a inserção dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2

como bairros urbanos a fim de receber o asfaltamento, a galeria de águas pluviais, o

sistema de esgotamento domiciliar etc.

123

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13 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os bairros em questão apresentam características muito semelhantes em relação à

sua estrutura física, possuindo grandes áreas vazias e mescladas ora com lotes

destinados a uso residencial, ora lotes destinados a uso como chácaras de laser.

Estas características semelhantes são perceptíveis quando da aplicação do

questionário, pois os moradores não distinguem os bairros em Bela Vista 1 e Bela Vista 2,

sendo somente visto como Bela Vista.

Isto é interessante pois para estudo da percepção, estes moradores compreendem

o bairro como um todo não havendo divisão como nos mapas obtidos junto a prefeitura

municipal, em que há uma rua para cada bairro.

A análise dos padrões espaciais em SIG permitiu identificar a percepção que os

próprios moradores possuem em relação ao bairro onde vivem, bem como verificar que a

localização das residências muitas vezes influem na satisfação e/ou insatisfação em

relação aos domínios estudados (Infraestrutura urbana e Serviços Públicos) em que

observou-se coerência quanto a percepção dos moradores e a situação dos bairros

investigados no local, com parâmetros na legislação vigente de uso e ocupação do solo e

bibliografia.

Quanto às dimensões analisadas e ao domínio serviços, observou-se que apenas o

serviço de segurança e policiamento possuíam percepção de insatisfação pela maior

parte dos respondentes. As demais dimensões apresentaram-se com percentuais que

denotam satisfação.

Contudo, cabe salientar que os percentuais de satisfação dos respondentes do

Bela Vista 1 são maiores que a dos respondentes do Bela Vista 2 destacando o serviço

de iluminação, coleta de lixo e policiamento.

Nestes 2 domínios a espacialização permitiu a compreensão de que as relações de

vizinhança, limite do Bela Vista 2 com área rural e a maior área de vazios foram fatores

que contribuíram diretamente na percepção dos respondentes.

Quanto as dimensões do domínio infraestrutura, o maior problema identificado

pelos respondentes dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2 foi a ausência de

pavimentação asfáltica. Para ambos, o pavimento cascalhado gera principalmente

problemas de poeira e barro porém há uma incidência maior de reclamações por barro na

porção central de ambos os bairros e maior de poeira nas porções topo e baixa vertente.

124

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A acumulação de barro tem sido maior até o início da forte declividade da vertente

sendo que a irregularidade do pavimento foi assinalada por apenas dois respondentes.

Outros elementos como ter praça foi de satisfação para os respondentes de ambos

os bairros.

A aplicação do questionário permitiu-nos identificar grande insatisfação com a falta

de pavimento asfáltico e galeria de águas pluviais, que levam a geração poeira/lama, e

dependendo da localização da residência na vertente, ocasiona forte escoamento

superficial (vertente íngreme) e empoçamento de água nas vertentes planas.

A não existência de pavimentação asfáltica é amenizada com cascalhamento das

vias internas do loteamento, o que proporciona grande irregularidade para o trânsito de

veículos leves e principalmente, para o transporte coletivo.

O cascalhamento e a ausência de galerias de águas pluviais também gera

problemas de aumento da linha da rua em relação às casas. Há relatos de que este

aumento de nível da rua proporciona escoamento da água pluvial para dentro dos

terrenos e também das casas de moradores pela inexistência de asfaltamento e galerias

de águas pluviais.

Diante das análises, concluiu-se que a implantação destes condomínios produz um

ônus social e econômico à cidade.

Social, uma vez que inúmeras pessoas convivem e partilham o desconforto quanto

ao acesso aos serviços públicos urbanos do município de Maringá, que evidenciam a

precariedade desses serviços naquele local.

Ônus econômico que advém do fato de que o poder público terá de dispensar mais

recursos para assegurar benefícios sociais e ambientais às áreas da cidade de pouca

densidade populacional para atender ao item I do Art. 42 do Plano Diretor do Município de

Maringá, que como visto, afirma que a “delimitação da Macrozona Urbana de Qualificação

tem como objetivo orientar as políticas públicas no sentido de melhorar e otimizar a

infraestrutura urbana e serviços públicos”.

Fica evidenciado que a legislação vigente que ao intentar regulamentar estes

bairros em zona rural, mostrou-se ineficaz pois ao determinar padrões de condomínio

fechado (circundado por muro e portaria de acesso e saída de pessoas e veículos),

acentuou ainda mais as dificuldades dos bairros Bela Vista 1 e Bela Vista 2 que não

apresentam em seus limites, fechamento e guarita.

125

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Isto ocorre pois além de permitirem descontinuidade do território urbano de

Maringá, estabeleceu-se a regularidade do bairro mesmo não possuindo a infraestrutura

determinada pela legislação municipal, descaracterizando o crescimento da cidade.

Sendo assim, após duas décadas de existência, os bairros Bela Vista 1 e Bela

Vista 2 continuam sendo fonte de demandas sociais e econômicas para o município e

principalmente para os moradores que convivem com oferta precária dos serviços

públicos e de infraestrutura, as quais influenciam diretamente no cotidiano de seus

moradores.

Este trabalho alcançou seus objetivos e a espacialização da percepção foi fator

diferencial nesta pesquisa pois permitiu ir além da quantificação, buscando analisar as

correlações destas percepções com sua localização espacial. Porém, muito ainda tem a

ser investigado. Domínios como mobilidade e acessibilidade, meio ambiente, conforto

ambiental urbano e qualidade de vida são alguns exemplos de estudos que podem ser

aplicados naqueles bairros.

Isto posto, a espacialização da percepção dos moradores a partir do

questionamento das dimensões e domínios propostos auxiliam o gestor urbano a

conhecer as fragilidades do desenvolvimento urbano adotado bem como da tomada de

decisão a partir do conhecimento das dificuldades dos moradores locais e assim,

aumentar a eficácia do planejamento da expansão da malha urbana do município e assim,

favorecer ampla melhoria na qualidade de vida de seus moradores.

126

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Referências: Agência de Desenvolvimento Internacional da ONU - Fundo de População das Nações Unidas - UNFPA. Executive board of the United Nations development programme, the United Nations population fund and the United Nations Office for Project services. ONU, 2011. Agência de Desenvolvimento Internacional da ONU - Fundo de População das Nações Unidas - UNFPA. Dados sobre número de habitantes no mundo. Capturado na internet em 22 de julho de 2013, no seguinte site: http://www.unfpa.org.br/novo/index.php/populacao

Agência de Desenvolvimento Internacional da ONU - Fundo de População das Nações Unidas - UNFPA. Relatório sobre a situação da população mundial em 2011. ONU, 2012.

AGUILAR, A. G. Peri-urbanization, ilegal settlementsandenvironmentalimpact in MexicoCity.Cities, vol., 25, p. 133-145, 2008. AGUILAR, A. G., e WARD, P. M. Globalization, regional development, and mega-city expansion in Latin America: analyzing Mexico City´s peri-urban hinterland. Cities, vol., 20, n. 1, p. 3-21, 2003.

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