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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁCAMPUS DE JACAREZINHO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

NEIDE AKEMI NAGAYA MIYANO

EDUCAÇÃO COMO PERSPECTIVA DE TRANSFORMAÇÃO NA PROMOÇÃO DE AÇÕES QUE VISEM A PREVENÇÃO DE LESÕES

DO PÉ DIABÉTICO

JACAREZINHO2012

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EDUCAÇÃO COMO PERSPECTIVA DE TRANSFORMAÇÃO NA PROMOÇÃO DE AÇÕES QUE VISEM A PREVENÇÃO DE LESÕES DO PÉ DIABÉTICO

Neide Akemi Nagaya Miyano1

Emiliana Cristina Melo2

RESUMO

A Diabetes mellitus é uma doença metabólica crônica, caracterizada pelo aumento da concentração de glicose no sangue e dependendo da duração da mesma, pode vir acompanhado de complicações potencialmente crônicas e incapacitantes, em especial, o Pé Diabético, com isso, esses pacientes buscam assistência nos serviços de saúde, seja a nível ambulatorial e/ou hospitalar. Os profissionais de enfermagem são aqueles que mantêm maior contato com os pacientes diabéticos, logo, é imprescindível que os mesmos tenham um conhecimento abrangente sobre a doença. Com o objetivo de instrumentalizar alunos para que tenham à disposição conhecimentos necessários quanto ao pé diabético, permitindo segurança para trabalhar junto aos pacientes a fim de possibilitar melhor qualidade de vida e saúde por meio de mudança no estilo de vida e o auto cuidado, foi realizado o Projeto de Intervenção na Escola, no Colégio Estadual Rui Barbosa de Jacarezinho – PR, no segundo semestre do Curso Técnico em Enfermagem na disciplina de Assistência de Enfermagem Clinica. Para a implementação da pesquisa-ação um questionário foi aplicado na fase inicial e final do estudo em uma amostra de 23 e 21 alunos, respectivamente. No período, questionários, aulas, palestras, estágios e trabalhos de campo foram realizados para agregar conhecimentos. Observou-se que os alunos apresentavam conhecimentos pré-adquiridos sobre o tema em questão, havendo melhora após o período de intervenção. Ainda assim as aulas e palestras e principalmente os estágios agregaram grande suporte prático, deixando a desejar apenas o fato de que as terminologias técnicas poderiam ter evoluído com os dados educacionais inseridos.

Palavras- Chave. Educação; Diabetes; Prevenção; Pé diabético.

1 Enfermeira e docente do Curso Técnico em Enfermagem do Colégio Estadual Rui Barbosa, Jacarezinho, Paraná, com Especialização em Saúde Pública; e Especialização em Educação Profissional na Área de Saúde: Enfermagem.2 Enfermeira. Mestre. Doutoranda em Enfermagem. Docente do curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneguel – Bandeirantes. Paraná.

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1. INTRODUÇÃO

Diabetes mellitus é um distúrbio metabólico crônico e se caracteriza pela

deficiência relativa ou absoluta de insulina, um dos hormônios secretados pelas

células pancreáticas, afetando o metabolismo dos carboidratos, gorduras e das

proteínas, sendo um grande problema de Saúde Pública e de grande impacto no

sistema previdenciário, devido às complicações inerentes à doença, como as

retinopatias, nefropatias e em especial, o pé diabético, comprometendo de forma

significativa a qualidade de vida de seus portadores (GAMBA, 1998; BRASIL, 2006;

SMELTZER, BARE, 2005).

É de conhecimento dos profissionais da saúde que, através de estudos

científicos, pessoas com diabetes apresentam uma tendência maior a infecções de

pele, deficiência na cicatrização de feridas, assim como uma diminuição circulatória

nas extremidades do corpo (CALSOLARI et. al., 2008). Por isso é importante a

prevenção visando diminuir o máximo possível as complicações mais graves, por

exemplo, tomando cuidados com lesões nos pés. Considera-se que as úlceras de pé

ou “pés diabéticos” representam uma ameaça à integridade do membro ou até

mesmo à própria vida do portador, sendo causa comum de internações prolongadas,

e, não raro, levando à amputação, pois quaisquer feridas na pele de um diabético

podem se tornar ulcerosas ou gangrenosas. Entretanto, se os diabéticos forem

devidamente orientados quanto aos cuidados necessários, podem-se evitar

complicações e consequentemente melhorar a sua qualidade de vida, além de

diminuir as internações e/ou intervenções na área de saúde pública.

Dessa forma, algumas questões fundamentam esta pesquisa: Como orientar

estes futuros profissionais? Como realizar um trabalho em nível de alunos

estagiários, tornando a aprendizagem teoria/prática mais significativa?

A metodologia que norteou esse trabalho foi de cunho bibliográfico com

citações e referências a diversos autores especialistas em Pé Diabético, assim como

uma pesquisa-ação qualitativa.

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Assim, este projeto teve como objetivos instrumentalizar os alunos do

segundo semestre do Curso Técnico em Enfermagem do Colégio Estadual Rui

Barbosa de Jacarezinho – PR, para que tenham à disposição maiores

conhecimentos sobre o pé diabético, possibilitando segurança ao trabalhar junto aos

pacientes que apresentem essa doença; refletir sobre o papel do futuro profissional

de saúde objetivando formar cidadãos atuantes e profissionais competentes na

efetivação do cuidado ao paciente diabético; dar noções específicas para futuros

profissionais atuantes na área de saúde quanto aos problemas decorrentes das

lesões do pé diabético; além de capacitar o aluno a orientar o paciente com diabetes

para que o mesmo possa responsabilizar-se pela sua saúde a partir de ações

individuais referentes aos cuidados com os pés, possibilitando melhor qualidade de

vida e saúde por meio de mudanças no estilo de vida.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 DIABETES MELLITUS

De acordo com o Ministério da Saúde,

a diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizada por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros (BRASIL, 2006, p. 9).

Para Vomero (2002) a diabetes é uma desordem no metabolismo da glicose

e se caracteriza pelo excesso desse nutriente no sangue. Em condições normais,

todas as células precisam de energia para funcionar a pleno vapor. Essa energia

vem dos alimentos, em especial dos carboidratos: pães, massas e tubérculos, que

depois de digeridos, se transformam em açúcar, ou seja, em glicose, levada para a

corrente sanguínea a fim de ser distribuída para as células do corpo todo,

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principalmente as do cérebro. A glicose, porém, só pode ser absorvida com a ajuda

da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas especialmente para essa tarefa.

Vomero (2002) refere que a absorção da glicose por meio da insulina é um

processo metabólico vital, fazendo com que as células abastecidas funcionem de

modo eficiente e permita a realização de todas as atividades diárias, como dormir,

trabalhar e se exercitar. O nível de açúcar no sangue, chamado de glicemia, se

mantém equilibrado graças à atuação da insulina. A quantidade da insulina aumenta

ou diminui de acordo com a disponibilidade da glicose na corrente sanguínea. A

cada missão cumprida, a insulina presente no corpo é eliminada naturalmente (urina,

suor), por isso, novos estoques do hormônio precisam ser constantemente

fabricados pelas células especializadas do pâncreas.

O endocrinologista José Egídio de Oliveira, da Sociedade Brasileira de

Diabetes (apud VOMERO, 2002, p.44), esclarece que, na ausência da insulina “o

corpo começa a investir contra as gorduras, produzindo substâncias ácidas

conhecidas como cetonas, que passam a se acumular no sangue”.

2.2 COMO IDENTIFICAR

Segundo recomendação da WEBMDHealt

(www.portalendocrino.com.br), instituição americana e que serve de parâmetro para

o Brasil, os testes para verificação de diabetes compreendem comumente duas

avaliações: a medida dos níveis de glicemia em jejum e os níveis de tolerância a

glicose.

Glicemia em jejumRESULTADO DIAGNÓSTICO

Menor que 100mg/dl. NormalEntre 100 e 150mg/dl. Glicemia de jejum alteradaMaior (ou igual) a 126mg/dl.(em duas medidas)

Diabete

Fonte: www.portalendocrino.com. br (2010, p.1)

Tolerância a glicose RESULTADO (2 horas após 75g de glicose) DIAGNÓSTICOMenor que 140mg/dl Normal Entre 140 e 199mg/dl Intolerância a glicoseMaior (ou igual) a 200mg/dl. Diabete

Fonte: www.portalendocrino.com. br (2010,p.1)

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De acordo com Champe, Harveu e Ferrier (2006) podem ocorrer resultados

falso-positivos para diabetes, pois o teste de tolerância à glicose origina muitos

resultados, entre eles, a liberação da adrenalina, e a consequência é que esse

hormônio diminui a liberação de insulina das células, e assim prejudica a resposta à

ingestão de glicose. O teste de tolerância à glicose é geralmente usado em

situações nas qual o diagnóstico é incerto ou como um teste para diabetes

gestacional. Para a população em geral, o teste de glicose sanguínea em jejum é o

teste diagnóstico mais comumente utilizado. Logo, agora, quem tem mais de 126

mg/dl é considerado portador da doença.

O diagnóstico do diabetes é feito tardiamente em face da lentidão de instalação da doença, ausência de sintomas característicos ou mesmo ausência de sintomas, o que permite a evolução da doença entre 7 e 10 anos, sem diagnóstico, o que, na maioria dos casos é feito pelo aparecimento das complicações tardias (FRAIGE FILHO, 2006, p.2).

Na prática diária, portanto, é preciso ficar alerta quando o comportamento

individual começa a ser alterado sem que a pessoa se dê conta do mesmo como:

“fome excessiva; perda de peso; peso em excesso; infecções frequentes; cansaço;

sede; diurese em excessos, devendo ser considerado, ainda, parentes próximos

com a doença; vida sedentária; hipertensão e filhos que nasceram com mais de 4

quilos” (FRAIGE FILHO, 2006, p.2).

Observa-se que, um ou outro sintoma não significa que a pessoa tenha

diabete, ele se caracteriza pela combinação de dois ou mais sintomas acima

apresentados.

2.3 PÉS DIABETICO

O diabético apresenta uma tendência maior a infecções de pele, deficiência

na cicatrização de feridas, assim como uma diminuição circulatória nas

extremidades do corpo. Calsolari et al. (2008, p.2) afirmam que “tem sido

amplamente demonstrado que as lesões dos pés nos diabéticos são as

complicações que melhor podem ser prevenidas por atitudes afirmativas e

eficientes”.

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Assim, o pé diabético pode ser conceituado como:

A síndrome do pé diabético é definida como quaisquer lesões, agudas ou crônicas, que ocorrem no pé dos pacientes diabéticos, em geral causadas pela presença de neuropatias periférica, doença oclusiva arterial periférica e redução da microcirculação na extremidade inferior (JORGE FILHO, 2006, p.31).

O mesmo autor relata que, essa síndrome decorre em consequência da

circulação do sangue nos pés dos diabéticos não ser tão boa quanto deveria ser,

dificultando que o organismo se defenda das infecções e alcance a cura. Como

resultado, qualquer infecção e ferimentos no pé tornam-se um problema sério, pois,

sem tratamento, as infecções evoluem para gangrena.

Fatores de Risco

Ochoa-Vigo e Pace (2005) afirmam que, comumente, as lesões do pé

diabético resultam da combinação de dois ou mais fatores de riscos que atuam

simultaneamente e podem ser desencadeadas, tanto por traumas intrínsecos,

associados à neuropatia periférica, à doença vascular periférica e à alteração

biomecânica. Essa alteração pode estar relacionada com o movimento do corpo,

abrangendo as forças verticais, horizontais e de acomodação caracterizada pela

força-reação do solo e a distribuição da pressão plantar que ocorre durante a fase

de apoio. Além do mais, restrições do movimento das articulações do pé alteram a

mecânica da marcha, resultando em uma marcha inadequada, provocando um dano

estrutural maior no pé.

Locais de Maior Risco para o Aparecimento das Lesões

Como descrita por Aun (2005) as áreas de risco para ulcerações do pé em

pacientes diabéticos são:

a. dedos: são comuns as deformidades devido à neuropatia. Estas

deformidades levam a formação de calosidades facilmente ulceráveis, devido

a pressões externas;

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b. sulcos interdigitais: fácil local para o desenvolvimento de infecções

secundárias, devido à ocorrência de fissuras e pequenos cortes, onde ocorre

a colonização por fungos;c. região distal: as proeminências dos metatarsos quando ulceradas, podem

originar focos de infecção capazes de penetrar nas articulações falangianas

levando a infecções e ou osteomielite;

d. região medial do pé: local de desenvolvimento de calosidades e lesões por

representar região de apoio.

Para reconhecer os sintomas de úlceras do pé é preciso ser especialista

para perceber quando há um problema mais sério com os pés em se tratando de

pessoas com diabete, mas, por outro lado, a perda da sensibilidade faz com que

qualquer lesão não seja sentida, por isso a importância de orientações nesse sentido

junto aos diabéticos.

Portanto, faz-se necessário informar e conscientizar a pessoa com diabete

sobre os cuidados que deve ter com os membros inferiores.

Neuropatia diabética

De acordo com Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.

Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus a neuropatia diabética é

um conjunto de síndromes clínicas que afetam o sistema nervoso periférico sensitivo, motor e autonômico, de forma isolada ou difusa, nos segmentos proximal ou distal, de instalação aguda ou crônica, de caráter reversível ou irreversível, manifestando-se silenciosamente ou com quadros sintomáticos dramáticos. A forma mais comum é a neuropatia simétrica sensitivo-motora distal. Pode se manifestar por sensação de queimação, choques, agulhadas, formigamento, dor a estímulos não – dolorosos, câimbras, fraqueza ou alteração de percepção da temperatura, pode ser em repouso, com exacerbação à noite e melhora com movimentos (BRASIL. CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA, nº 16, 2006, p.39).

O Ministério da Saúde (2006) recomenda que o reconhecimento precoce e o

manejo da neuropatia diabética são importantes, pois permitem o início de um

tratamento específico em casos sintomáticos, reconhecimento e orientação

adequada de pacientes em risco de lesões em membros inferiores não percebidos e

acompanhamento da disautonomia relacionada com maior morbimortalidade.

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2.4 PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E ASSISTÊNCIA AO PACIENTE DIABÉTICO

O Ministério da Saúde (2006) observa que úlceras de pés e amputações de

extremidade são as complicações mais graves. Sua prevenção primária visa

prevenir neuropatia e vasculopatia (doença dos vasos).

Prevenção das Lesões no Pé Diabético

De acordo com Ministério da Saúde, (BRASIL, 2006, p.22) as causas

modificáveis do DM2 consistem na alimentação inadequada (qualidade e

quantidade) e inatividade física. Portanto, não é de surpreender que mudanças

positivas no estilo de vida, quando realizadas, sejam tão efetivas na prevenção e

controle do diabetes tipo 2.

Evidências a partir de observações clínica, epidemiológicas e bioquímicas indicam que a manutenção dos parâmetros glicêmicos e da pressão arterial próximos à normalidade podem reduzir, de forma significativa, a incidência e a severidade das complicações neuropáticas e vasculares. [...] Um dos maiores desafios na prevenção de úlceras diabéticas é a incapacidade de manutenção da integridade cutânea que os pacientes apresentam devido a neuropatia, doença vascular periférica e imunocomprometimento. A avaliação criteriosa do grau desta incapacidade para a adequação de medidas de prevenção são os objetivos da assistência de enfermagem a estes pacientes (GROSSI, 1998, 378; 380).

Assim sendo, é importante que os profissionais de enfermagem sejam os

primeiros a “educar” os pacientes para evitar quaisquer fatores de risco que venham

a comprometer a integridade dos pés.

Para a monitoração do pé diabético nas Unidades Básicas de Saúde (UBS),

deve ser considerada a classificação, o manejo e as orientações do pé diabético

definidos pelo Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento

de Atenção Básica (BRASIL, 2006).

Quadro 1 Classificação de risco do pé diabético.Classificação Achados

Sem risco

adicional

Sem perda de sensibilidade sem sinais de doença arterial

periférica sem outros fatores de risco.Em risco Presença de neuropatia um único outro fator de risco.Alto risco Diminuição da sensibilidade associada à deformidade nos

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pés ou evidência de doença arterial periférica.

Ulceração ou amputação prévia (risco muito elevado)Com presença

de ulceração ou

infecção

Ulceração presente.

Fonte: (BRASIL. DIABETES MELLITUS. CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA,nº 16, 2006, p.42).

Quadro 2. Manejo do pé diabético de acordo com o nível de risco.Classificaçãoa) Sem risco adicional

Elaborar um plano individualizado de manejo que inclua orientações

sobre os pés.b) Em risco

Agendar consultas de revisão a cada 6 meses com uma equipe

multidisciplinar capacitada para manejar o pé diabético. Em cada

consulta deve-se: Inspecionar ambos os pés; assegurar cuidado de problemas

identificados quando indicado. Avaliar os calçados que o paciente usa; fornecer orientações

adequadas. Aprimorar os conhecimentos do paciente sobre como cuidar de seu

pé diabético.c) Alto risco

Agendar consultas de revisão a cada 3-6 meses com uma equipe

multidisciplinar capacitada para manejar o pé diabético. Em cada

consulta: inspecionar ambos os pés; assegurar cuidado de problemas

identificados quando indicado. avaliar os calçados que o paciente usa; fornecer orientações

adequadas e, quando possível, palmilhas e sapatos especiais quando

indicado. considerar a necessidade de avaliação vascular ou encaminhamento

para especialistas. avaliar e assegurar o fornecimento de uma orientação mais intensiva

sobre cuidados com o pé diabético.d) Com presença de ulceração ou infecção (incluindo emergências do pé diabético). Manejo.

Encaminhar para uma equipe multidisciplinar de atenção ao pé

diabético em um prazo de 24 horas para manejar adequadamente os

ferimentos com curativo e desbridamento conforme indicado:

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avaliar a indicação de antibioticoterapia sistêmica (frequentemente a

longo prazo) para celulite ou infecção óssea; o tratamento de primeira

linha consiste em penicilinas genéricas, macrolídeos, clindamicina

e/ou metronidazol, conforme indicado, e ciprofloxacina ou

amoxicilina-clavulanato como antibiótico de segunda linha. otimizar a distribuição da pressão (imobilização se indicado e não –

contra – indicado ), investigação e tratamento (referência) para

insuficiência vascular. sondar o comprometimento do osso para a suspeita de osteomielite,

incluindo radiologia e imagens, ressonância magnética e biópsia

quando indicados. assegurar um controle adequado de glicemia. encaminhar para cuidados especiais (podólogos e sapatos

ortopédicos), e uma discussão individualizada sobre a prevenção de

recorrências, após a úlcera ter cicatrizado.Fonte: (BRASIL. DIABETES MELLITUS. CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA,nº 16, 2006, p.42).

Quadro 3. Orientações educacionais básicas para cuidados dos pés.Examinar os pés diariamente. Se necessário, pedir ajuda a familiar ou usar

espelho.Avisar o médico se tiver calos, rachaduras, alterações de cor ou úlceras.Vestir sempre meias limpas, preferencialmente de lã, algodão, sem elástico.Calçar sapatos que não apertem, de couro macio ou tecido. Não usar

sapatos sem meias.Sapatos novos devem ser usados aos poucos. usar inicialmente, em casa

por algumas horas por dia.Nunca andar descalço, mesmo em casa.Lavar os pés diariamente, com água morna e sabão neutro. Evitar água

quente. Secar bem os pés, especialmente entre os dedos.Após lavar os pés, usar um creme hidratante à base de lanolina, vaselina

líquida ou glicerina. Não usar entre os dedos.Cortar as unhas de forma reta, horizontalmente.Não remover calos ou unhas encravadas em casa; procurar equipe de saúde

para orientação.Fonte: (BRASIL. DIABETES MELLITUS. CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA,nº 16, 2006, p.43).

Outros cuidados a ser repassados aos pacientes, sugeridos por

SMELTZER e BARE (2005); GROSSI (1998) e GAMBA (2001), sempre que os

portadores de diabetes procuram uma Unidade de Saúde estão relacionados abaixo:

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a) Inspecionar os pés diariamente.

Observar as plantas dos pés diariamente para detectar hiperemia, bolhas,

fissuras, calos e calosidades, pontos de pressão e trauma, cor da pele,

encravamento de unhas e ulcerações.

Pessoas com déficit visual ou mobilidade articular diminuída, faz-se necessário o

uso de um espelho para inspecionar as plantas dos pés, ou solicitar auxilio de um

membro da família.

Sempre que for ao médico, solicite para que o mesmo examine seus pés.

Verificar mudanças de temperatura dos pés.

b) Higiene e lubrificação

Lavar os pés com água morna corrente, nunca quente. Sabonete neutro.

Secar bem os pés, principalmente entre os dedos.

Não verificar a temperatura da água com os pés; usar um termômetro ou o

cotovelo.

c) Corte de unhas e calos

As unhas devem ser cortadas em ângulo reto e os cantos nunca devem ser

removidos. Arredondar as bordas com uma lixa de unha.

Os calos e calosidades devem ser mantidos finos com o uso regular e muito

cuidadoso de lixas finas ou pedras apropriadas para remoção de aspereza.

Não tratar os calos independentemente, não é recomendável o uso de

substancias químicas.

Limpar os cantos das unhas com cotonetes.

Se for ao pedicure, previna-o que é diabético.

d) Calçados e meias

Nunca andar descalço. Mesmo dentro de casa.

Usar calçados confortáveis que adaptam bem e protejam os pés

Palpar dentro dos calçados antes de usá-los para assegurar-se que o re-

vestimento interno está liso e não existem objetos dentro dele.

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Considerar a possibilidade de mandar confeccionar sapatos, especialmente se

tem problemas nos pés.

São considerados adequados os calçados que suportam e protegem os pés

contra traumas mecânicos de forma confortável.

Calçados devem estar sempre em bom estado de conservação.

Aquisição de calçados novos deve ser feita preferencialmente no período da

tarde, momento em que os pés tendem estar mais edemaciados.

Calçados novos devem ser utilizados aos poucos, de 1 a 2 horas inicialmente,

com aumento gradativo, para evitar formação de bolhas.

Evite calçados feitos com material sintético (plástico), pois causam suor e odor

desagradável.

Uso de meias e as mais indicadas são as de lã que esquentam os pés e as de

algodão que absorvem a umidade da transpiração, sem elástico pois pode

impedir a circulação.

As meias não devem ser excessivamente apertadas ou grandes. Não use meias

com furos ou que tenham sido remendadas.

e) Manter o fluxo sanguíneo e proteger os pés.

Usar à noite meias quando os pés estiverem frios.

Evitar bolsa de água quente ou aquecedores elétricos, porque não se pode ter a

sensação exata de quente e frio nos pés, podendo queimá-los acidentalmente e

desenvolver uma infecção.

Evitar pôr os pés onde podem ser queimados acidentalmente, por exemplo, na

areia quente da praia, em banheiras quentes ou banheiras de hidromassagem,

ou perto de lareiras.

Colocar os pés para cima enquanto sentado.

Ao sentar evitar cruzar as pernas por longos períodos de tempo.

Acenda a luz em quartos escuros e escadas para evitar trauma.

Não fumar. O tabaco provoca contração dos vasos sanguíneos, reduzindo a

circulação.

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f) Observações importantes

Sempre que acontecer um corte, úlcera, bolha ou escoriação no pé e não

cicatrizar, procurar um médico ou um Centro de Saúde o mais rápido possível.

Não se automedicar. Não use medicamentos caseiros ou populares para tratar

os problemas com os pés.

Não passar medicamentos coloridos nos pés ao feri-lo. Os medicamentos

coloridos dificultam a observação da lesão.

Controlar o açúcar no sangue e pressão sanguínea, pois ajuda prevenir

problemas nos pés.

Ochoa-Vigo e Pace (2005) destacam a necessidade de que os profissionais

de saúde avaliem minuciosamente e com regularidade os pés dos portadores de

Diabetes mellitus tipo 2 (sensibilidade periférica) ao mesmo tempo desenvolver

atividades educativas visando o auto-cuidado. Esse processo de educação deve ser

feito a cada contato de acordo com as necessidades relatadas e identificadas.

Gamba e Carboni (2006) por sua vez, recomendam a presença de uma

equipe treinada para prover cuidados em pacientes com pé diabético, incluindo

médicos com interesse especial na área, profissional capacitado para educação em

saúde e indivíduos com treinamento formal em cuidados com os pés, podendo ser

podólogos ou enfermeiras, considerando que:

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2006 havia cerca de 171 milhões de pessoas doentes da diabetes e esse índice aumenta rapidamente. É estimado que em 2030 esse número dobre. No Brasil, a estimativa da Sociedade Brasileira de Diabete e das Associações de Pacientes é de um número aproximado entre 12 a 15 milhões. [...]. A diabetes representa um alto índice de morte e incidência da doença, além de ter altos custo sociais e financeiros para a sociedade e os sistemas de saúde. O Ministério da Saúde vêm implementando programas de saúde pública para prevenir a diabetes e suas complicações, por meio do cuidado integral a esse agravo de forma resolutiva e com qualidade (QUEIROZ et. al., 2010, p.4).

Portanto, há um consenso sobre a importância de se transmitir

conhecimentos e orientações sobre a diabetes e a prevenção de lesão do pé

diabético, tanto para quem já têm quanto a população em geral.

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3. MATERIAL E MÉTODO

A implementação deste projeto foi configurada em forma de pesquisa-ação,

com a qual interagiu professor-pesquisador, alunos-estagiários, profissionais da área

da saúde e pacientes. O objetivo da pesquisa-ação foi investigar o grau de

conhecimento acerca da prevenção de complicações dos pés advindas da Diabetes

mellitus a partir de prévias informações e posteriormente a aulas administradas. A

pesquisa não se limitou à ação, mas também ao aumento do conhecimento e do

nível de consciência das pessoas ligadas à situação e do próprio pesquisador.

O projeto de intervenção na escola foi apresentado à Comunidade Escolar e

aos alunos durante a Semana Pedagógica, julho de 2011, sendo implementado no

segundo semestre de 2011 com a Turma “A” do curso Técnico em Enfermagem,

disciplina de Assistência de Enfermagem Clínica no Colégio Estadual Rui Barbosa

Ensino Fundamental Médio e Profissionalizante, município de Jacarezinho – Paraná.

A turma para as aulas teóricas foi composta por 23 alunos e para o estágio

supervisionado no Hospital Nossa Senhora da Saúde e Centro de Saúde de Santo

Antônio da Platina, 6 alunos.

O primeiro questionário foi aplicado durante a apresentação do projeto. O

público alvo foram 23 alunos, cujos perfis são: 20 do sexo feminino e 3 do sexo

masculino; 19 alunos com idades entre 18–38 e 4 alunos entre 39 – 59; observando

que a escolaridade de todos é Ensino Médio. No segundo questionário, do universo

anterior 2 alunos deixaram de responder por não estarem presentes na data de

aplicação.

Durante a implementação das aulas, a princípio, os alunos responderam um

questionário sobre o conhecimento prévio que eles tinham sobre a Diabetes mellitus,

com questões de múltipla escolha e questões abertas. Na sequência, as aulas foram

divididas por temas sobre a patologia, utilizando-se recursos como data-show, retro

projetor e laboratórios de informática. Durante as aulas os alunos foram orientados a

buscarem informações sobre Diabetes mellitus. Três palestras complementaram o

conteúdo no contexto multidisciplinar, tendo como palestrantes um enfermeiro, uma

fisioterapeuta e uma paciente com Diabetes.

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Para a atividade prática, além da vivência do estágio supervisionado, os

alunos, juntamente a professora, realizaram palestra para auxiliares e técnicos de

enfermagem no Hospital Nossa Senhora da Saúde de Santo Antônio da Platina;

atividade conjunta com a Secretaria da Saúde, em paralelo com teste de glicemia e

orientações à população em geral, assim como estágio supervisionado no Centro de

Saúde no Programa HIPERDIA direcionada aos pacientes. Foi disponibilizado para

os alunos um material didático (Unidade Temática), com todo o conteúdo proposto,

além de uma cartilha para todas as palestras com o tema: “Seja amigo dos seus

pés: pé diabético”, produzido pela professora-pesquisadora, a qual continha a

definição da diabetes e os cuidados para com o pé diabético.

Paralelamente à implementação do Projeto de Intervenção na Escola, como

requisito do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), foi realizado via

ambiente Virtual Moodle, o Grupo de Trabalho em Rede (GTR), criando

oportunidade de realização de debates com a participação de professores

integrantes de vários núcleos da rede de ensino do estado do Paraná, sendo a

maioria, docentes e enfermeiras, contribuindo para a socialização e contextualização

dos conhecimentos, bem como a troca de experiências.

Ao final de 64 horas de implementação deste projeto, o mesmo questionário

foi aplicado à turma de alunos que participaram da intervenção, com o objetivo de

verificar se houve mudanças significativas no conhecimento agora sistematizado

sobre a Diabetes mellitus.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Participaram do estudo, no primeiro questionário, 23 alunos, e no segundo

questionário, após a Implementação do Projeto de Intervenção na Escola 21 alunos.

No primeiro questionário, quando questionados sobre se havia na sua família

pessoas com Diabetes mellitus (DM), 17 alunos responderam sim; 4 alunos não, e 2

não tinham conhecimento.

Na sequência, caso a resposta tivesse sido positiva, era para indicar quantas

pessoas e qual o grau de parentesco entre eles, foram considerados: avós (6); tios

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(10); pai (4); mãe (7); irmão (2); primo (1), 3 alunos não responderam deixando em

branco a questão e 1 aluno respondeu que não havia ninguém na família com DM.

Com relação aos tipos de diabetes que eles conheciam, conforme a

classificação proposta pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Organização

Mundial da Saúde (OMS), foram incluídas quatro classes clínicas, baseadas na

etiologia e não no tipo de tratamento, sendo estes: Diabetes mellitus tipo 1 (DM1),

Diabetes mellitus tipo 2 (DM2), Diabetes Gestacional (DG) e outros tipos (defeitos

genéticos das células beta, defeitos genéticos da ação da insulina, doença do

pâncreas exógeno) (DIRETRIZES SBD, 2009; GOMES; COBAS, 2009). A maioria

da população estudada (12 alunos) conheciam apenas o tipo 2; 6 conheciam 2 tipos

( tipo 2/gestacional; tipo 1 e 2) e apenas 2 conheciam 3 tipos, nenhum respondeu os

“3 e outros”; 3 alunos não selecionaram nenhuma alternativa. Com isso, percebeu-

se que a maioria dos alunos conheciam mais o DM2; alguns alunos não assinalaram

nenhuma resposta, provavelmente porque desconheciam os tipos de diabetes.

Em relação ao conhecimento sobre glicemia, o qual segundo Vomero (2002)

consiste no nível de glicose no sangue, todos os 23 alunos assinalaram a alternativa

correta salientando o conhecimento prévio do significado da terminologia.

Entretanto, na questão seguinte sobre hipoglicemia, o que, segundo Novato (2009) é

a diminuição dos níveis de glicose no sangue, 21 alunos responderam a alternativa

corretamente, enquanto 2 alunos responderam que é “aumento dos níveis de glicose

no sangue”. Observou-se que a maioria tem conhecimento do significado da palavra

e a minoria assinalou o contrário, ou seja, aumento dos níveis de glicose no sangue,

ou por desconhecerem o significado ou não terem prestado atenção ao assinalar a

alternativa.

Sobre a hiperglicemia, 22 alunos responderam que é o “aumento dos níveis

de glicose no sangue” e 1 aluno respondeu “diminuição dos níveis de glicose no

sangue”. Para Kenj (2009), hiperglicemia é o aumento dos níveis de glicose no

sangue, sendo que a Sociedade Brasileira de Diabetes considera valores acima de

126 mg/dl em jejum indícios de diabetes e que, valores acima de 200 mg/dl, em

qualquer ocasião confirma o diagnóstico. Na amostra dos resultados, os alunos

mostraram conhecimento do significado, já que apenas 1 aluno não discerniu

corretamente a questão.

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A primeira questão discursiva foi com relação ao conhecimento dos alunos

quanto ao exame para detectar diabetes. 22 alunos responderam “exame de

sangue e glicemia”; 1 aluno respondeu sim e não completou a questão. Segundo

recomendação da WEBMDHerd (apud www.portalendócrino.com.br), instituição

americana que serve de parâmetro para o Brasil, os testes para verificação de

diabetes, compreendem comumente duas avaliações: a medida dos níveis de

glicemia em jejum e os níveis de tolerância à glicose; observou que os futuros

profissionais de enfermagem tem conhecimento do exame para detecção da

diabetes.

Na questão em que deveriam demonstrar se conhecem pelo menos 3

sinais/sintomas que caracterizam a Diabetes mellitus, as respostas foram as mais

variadas, constatando que há conflito entre o que são os sintomas ou complicações

da Diabetes mellitus. As principais respostas foram: dores nas juntas; boca

seca/secura na boca; dores nas pernas; diurese/aumento da diurese;

fraqueza/fadiga; diminuição da pressão; inchaço; náuseas; anemia/anêmica;

depressão; perda de visão; dificuldades de cicatrização; sonolência; cefaléia;

pressão alta; falta de ar; sudorese; alucinações; cegueira; amputação. Apenas 1

aluno não respondeu essa questão.

As Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2009) evidenciam três

critérios aceitos para o diagnóstico de Diabetes mellitus:

• Sintomas de poliúria, polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual

acima de 200mg/dl. Compreende por glicemia casual aquela realizada a qualquer

hora do dia, independente do horário das refeições;

• Glicemia de jejum igual ou superior a 126 mg/dl (7 mmol). Em caso de pequenas

elevações da glicemia deve-se confirmar o diagnóstico pela repetição do teste

em outro dia;

• Glicemia de duas horas após sobrecarga de 75g de glicose acima de 200mg/dl;

No quesito “tratamento para Diabetes mellitus” no qual eles deveriam citar

pelo menos 2, as respostas foram: insulina (9 citações), alimentação (13 citações) /

reeducação alimentar (3 citações) / dieta (2 citações), medicamentos (4 citações),

diminuição de açúcar (6 citações) / diminuição de carboidratos (1 citação) / controlar

o açúcar, exercícios físicos (1 citação), 3 alunos não responderam essa questão.

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Notou-se que os alunos tiveram conhecimento sobre tratamento, já que

Grossi (1998; 2009) afirma que a partir de observações clínicas, epidemiológicas e

bioquímicas indicam que mudanças no estilo de vida, alimentação adequada,

manutenção de parâmetros glicêmicos, da pressão arterial, do peso corporal e de

lipídios no sangue, próximo à normalidade, podem reduzir a incidência e a

severidade das complicações neuropáticas, microvasculares e macrovasculares em

consequência da diabetes, bem como prevenir ou ao menos retardar o aparecimento

da Diabetes mellitus.

Da mesma forma, as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2009)

priorizam os programas de prevenção primária da Diabetes mellitus através de

intervenções dietéticas e na prática de atividade física, objetivando combater o

excesso de peso em indivíduos com maior risco de desenvolver a diabetes, em

particular nos com tolerância à glicose diminuída.

Outra questão apresentada aos alunos, envolvia as complicações que

poderiam acometer o portador de diabetes, solicitando que citassem 2 ou 3

acometimentos. Obteve como respostas: amputação/perda do membro (14 citações)

cegueira/perda da visão (13 citações), não cicatrização de feridas/dificuldade de

cauterização (09 citações); perda da sensibilidade nos pés (04 citações); morte (03

citações); trombose (01 citação); parada respiratória (01 citação); coma (01 citação).

Notou-se que as respostas estavam adequadas, de acordo com o conhecimento

prévio dos alunos.

Para Smeltzer e Bare (2005), têm-se como complicações agudas a

hipoglicemia e a hiperglicemia, e para as complicações crônicas: doenças

macrovasculares: Acidente Vascular Cerebral, Infarto Agudo do Miocárdio, Doença

Vascular Periférica; doenças microvasculares: retinopatia e nefropatia; neuropatia:

neuropatia sensório-motor e autonômica.

Quanto ao conhecimento sobre a prevenção de lesões nos pés, foram

observadas respostas como: lavar; fazer curativo; usar calçados fechados; examinar

sempre os pés; evitar machucar; cuidados com os pés; usar sapatos macios; não

andar descalço; usar calçados confortáveis; não mexer (sic) em calos; proteger os

pés; evitar bater cantos dos armários (sic). Três alunos não responderam, sendo que

a maioria dos alunos demonstraram entendimento sobre esta questão, com

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respostas próximas as definidas pelo Ministério da Saúde que descreve algumas

orientações educacionais básicas para cuidado dos pés: examinar os pés

diariamente; se necessário, pedir ajuda a familiar ou usar espelho; avisar o médico

se tiver calos, rachaduras, alterações de cor ou úlceras; vestir sempre meias limpas,

preferencialmente de lã, algodão, sem elástico; calçar sapatos que não apertem, de

couro macio ou tecido; não usar sapatos sem meias; sapatos novos devem ser

usados aos poucos, usando inicialmente em casa, por algumas horas por dia; nunca

andar descalço, mesmo em casa; lavar os pés diariamente, com água morna e

sabão neutro; evitar água quente. Secar bem os pés, especialmente entre os dedos.

Após lavar os pés, usar um creme hidratante à base de lanolina, vaselina líquida ou

glicerina, não usar creme entre os dedos; cortar as unhas de forma reta,

horizontalmente; não remover calos ou unhas encravadas em casa; procurar equipe

de saúde para orientação (BRASIL, 2006).

Na questão relacionada aos conteúdos que gostariam que fossem abordados

e/ou trabalhados relacionados a diabetes durante o Curso Técnico em Enfermagem,

deveriam justificar a escolha. As respostas foram: Diabetes juvenil; Diabetes Tipo 2;

Hipoglicemia; Hiperglicemia; Alimentação; Cuidados com os pés; Prevenção;

Cuidados gerais. As justificativas que mereceram atenção foram no quesito

Hipoglicemia e Hiperglicemia, porque gostariam de saber os sintomas para poderem

agir adequadamente nesse momento.

Em um segundo momento, após a Implementação do Projeto de Intervenção

na Escola, o mesmo questionário foi aplicado a fim de estudo comparativo e quando

questionados sobre se haviam na sua família pessoas com DM, encontrou-se agora

18 alunos responderam sim; 3 alunos não. Podemos visualizar melhor nos gráficos

abaixo:

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Gráfico 1: Na sua família há alguma pessoas com DM?Fonte: Neide Akemi Nagaya Miyano

G

ráfico 2: Na sua família há alguma pessoas com DM?Fonte: Neide Akemi Nagaya Miyano

Se sua resposta for positiva, indique quantas pessoas e o grau de parentesco:

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

alunos

Sim Não Não temconhecimento

resposta

QUESTIONARIO 1: Na sua família há alguma pessoa com DM?

Alunos

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

alunos

Sim Não Não temconhecimento

resposta

QUESTIONARIO 2: Na sua família há alguma pessoa com DM?

Alunos

21

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avós (6); tios (6); pai (4); mãe (5); irmão (3); não respondeu essa questão (4).

Como grau de parentesco, primo não foi citado nessa questão.

Tabela 1. Se positiva a resposta, quantas pessoas e grau de parentesco?Avós Pai Mãe Irmãos Tios Primos

Questionário 1 6 4 7 2 10 1

Questionário 2 6 4 5 3 6 0

Fonte: Neide Akemi Nagaya Miyano

Na questão sobre quais os tipos de diabetes que eles conheciam: 7 alunos

conheciam 3 tipos ( DM1, DM2 e Diabetes Gestacional); 2 alunos conheciam 4 tipos;

9 alunos conheciam 1 tipo ( 8 alunos DM2 e 1 DM1); 3 alunos conheciam 2 tipo ( 2

alunos o DM1 e DM2; 1 aluno o DM2 e o Diabetes Gestacional), percebeu-se após a

implementação do projeto que os educandos detiveram maior conhecimento acerca

dos tipos de diabetes. Podemos visualizar melhor na tabela abaixo, comparando-se

o questionário 1 e 2.

Tabela 2: Quais os tipos de diabetes que você conhece?Somente

DM1Somente

DM22 tipos de DM

3 tipos de DM

4 tipos de DM

Nenhum tipo de

DM

Questionário 1

0 12 6 2 0 3

Questionário 2

1 8 3 7 2 0

Fonte: Neide Akemi Nagaya Miyano

Em relação ao conhecimento sobre glicemia os 21 alunos presentes

assinalaram “glicose no sangue”, da mesma forma do questionário anterior,

demonstraram conhecimento sobre o significado da terminologia.

Na questão seguinte sobre hipoglicemia 19 alunos responderam que é

“diminuição dos níveis de glicose no sangue”, e 2 alunos responderam que é

22

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“aumento dos níveis de glicose no sangue”, E sobre a hiperglicemia 20 alunos

responderam que é o “aumento dos níveis de glicose no sangue” e 1 aluno

respondeu “diminuição dos níveis de glicose no sangue”. Comparando com o

questionário anterior, os mesmos dados se repetiram, observou que não foram os

mesmos alunos, talvez por falta de atenção ao assinalar a alternativa ou por não

saberem realmente o significado.

Sobre se conheciam algum exame para detectar diabetes, 17 alunos

responderam exame de sangue, glicemia e Teste de Glicemia Capilar (HGT); 3

responderam sim e 1 não respondeu. Após a Implementação do Projeto de

Intervenção na Escola, os alunos demonstraram conhecer o exame de sangue

(Glicemia), e acrescentaram o Teste de Glicemia Capilar, pois puderam fazer esse

procedimento nos estágios supervisionados no Hospital e Saúde Coletiva no

Programa HIPERDIA.

Na questão em que deveriam demonstrar se conheciam pelo menos 3

sinais/sintomas que caracterizam a Diabetes mellitus, as respostas foram: comer

muito; beber muita água ; urinar muito; fraqueza; tontura; boca seca; sudorese;

dificuldade de visão; dor de cabeça; emagrecimento; pressão alta; falta de apetite.

Observou que 4 alunos não responderam essa questão. Os educandos

demonstraram conhecer sinais e sintomas da diabetes, mas poderiam ter utilizado

terminologia adequada à área profissional já que esses termos foram trabalhados

durante a implementação do projeto. Chama atenção é que alunos não

responderam, talvez mostrando a falta de comprometimento dos mesmos com o

projeto.

Sobre o conhecimento de algum tratamento para Diabetes mellitus, deveriam

citar pelo menos 2, encontraram-se as seguintes respostas: insulina (11 citações);

alimentação (04 citações); medicamentos (09 citações); atividade física (01 citação);

Glucagon (1 citação). Três alunos não responderam e um aluno respondeu “não”.

Destacou-se nesse item que um aluno citou o Glucagon, demonstrando

conhecimento sobre a questão. Observa-se em seguida, a comparação da questão

9 nos dois questionários:

23

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Questão 9: Conhece algum tratamento para DM? Se conhecer cite pelo menos 2.

0 5 10 15 20

insulina

alimentação

medicamentos

atividade física

glucagon

diminuir açúcar/carboidratos

não respondeu

resp

osta

s

quantidade de respostas

Questionário 2Questionário 1

Gráfico 3: Conhece algum tratamento para DM? Se conhecer cite pelo menos 2.Fonte: Neide Akemi Nagaya Miyano

Quanto a conhecerem 2 a 3 complicações que poderiam acometer o portador

de diabetes, as respostas foram: cegueira/perde de visão/retinopatia (10 citações):

problemas renais/insuficiência real (06 citações); pé diabético (10 citações);

amputação (10 citações); problema de cicatrização de lesões/feridas infeccionadas

(02 citações); Acidente Vascular Cerebral (01 citação); Insuficiência Cardíaca (01

citação). Analisando os resultados, percebeu-se que em nenhum momento os

educandos citaram a hipoglicemia e a hiperglicemia como complicação, citando

somente as complicações crônicas da diabetes. Alguns alunos responderam

insulina, medicamentos e exercícios físicos; evitar açúcar e álcool; uso de sonda

vesical; evitar ferir os pés; perfuração de pele; considerando desatenção, não

entendimento ou falta de comprometimento, já que a questão era sobre

complicações e não tratamento da Diabetes mellitus.

Em relação aos cuidados para prevenir lesões nos pés, considerando que,

eles são os pontos fracos dos diabéticos. As respostas obtidas foram: examinar os

pés; higiene correta; usar calçados apropriados; alternar calçados; não usar sapato

alto/sapato aberto/ não usar calçado apertado e com costura por dentro; usar

chinelo(sic); evitar andar descalço; olhar interior calçado; uso de meias/não usar

meias remendadas/não usar meias apertadas; cuidar das cutículas/cuidados ao

cortar unhas; não bater nos cantos móveis; não passar creme nos pés. Dois

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cuidados merecem atenção neste quesito: usar chinelo e não passar creme,

sendo respostas errôneas e não citada em aulas ou material disponibilizado.

Que conteúdos você gostaria que fossem abordados/trabalhados relacionado

a diabetes durante o Curso Técnico em Enfermagem e por quê? Foram citados:

tratamento; hipoglicemia e hiperglicemia; complicações; insulina; pé diabético;

alimentação e cuidados. Os conteúdos sugeridos pelos alunos foram abordados

durante a Implementação do Projeto de Intervenção na Escola, junto ao material

didático (Unidade Temática) disponibilizado para os alunos. Além do mais, os alunos

vivenciaram durante estágio supervisionado no ambiente hospitalar e em Saúde

Coletiva a teoria e a prática relacionadas, prestando uma assistência de

enfermagem humanizada e de qualidade aos portadores de DM.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os dados coletados nos questionários, foi possível observar

que momento anterior a intervenção, os alunos apesar de terem um conhecimento

prévio, desconheciam conceitos importantes sobre a diabetes, principalmente em

relação a identificação e consequências da doença. Após a Implementação do

Projeto de Intervenção na Escola e análise dos resultados, observou que os futuros

profissionais de enfermagem tinham conhecimento prévio sobre a Diabetes mellitus,

seja pelos meios de comunicação que a divulgam em campanhas e iniciativas

públicas, seja pelo fato de que na própria família há membros com essa doença,

principalmente a Diabetes mellitus Tipo 2. Ressalta que a maioria dos alunos

conheciam um pouco sobre fatores de risco, complicações, tratamentos com uma

dieta adequada, medicamentos via oral e/ou insulina e cuidados preventivos com os

pés diabéticos.

A socialização e contextualização dos conhecimentos adquiridos observado

nos dados coletados do segundo questionário, contribuíram para elevar os níveis de

conhecimento de forma significativa, principalmente os tipos de Diabetes mellitus e

os cuidados preventivos com os pés diabéticos. Por outro lado deixou a desejar o

fato de que as terminologias técnicas empregadas pelos alunos nas questões

abertas poderiam ter evoluído juntamente com os dados agregados, ou seja, a

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maioria desconhece ou não utiliza os termos técnicos próprio da profissão e/ou da

diabetes, ainda que eles tivessem acesso ao material didático disponibilizado para a

Implementação do Projeto de Intervenção na Escola. A falta de comprometimento foi

fator a diminuir a capacidade de avaliar a qualidade de melhora ou não do ensino

adquirido.

Durante estágio supervisionado em nível hospitalar e/ou ambulatorial (Saúde

Coletiva, ESF, Programa HIPERDIA), os alunos tiveram a oportunidade de vivenciar

experiências com pacientes diabéticos e portadores de lesões nos pés,

administraram medicamentos, realizaram curativos, distribuíram cartilhas e

orientaram individualmente os pacientes que procuraram os serviços de saúde. Foi

proporcionada oportunidade de prestar assistência aos pacientes que apresentaram

hipoglicemia e hiperglicemia, vivenciando na prática os conteúdos ministrados nas

aulas teóricas.

O processo ensino-aprendizagem, seja ele entre professor versus alunos ou

profissionais versus usuários, é uma atividade única que requer envolvimento e

comprometimento do educador, do educando e do próprio usuário do sistema de

saúde, para alcançar o resultado desejado com mudanças de comportamento.

Enfatizar a Educação em Saúde fortalece o conhecimento para adoção de medidas

que beneficiem tanto os usuários do sistema de saúde, bem como os próprios

profissionais de saúde, conscientizando de sua importância e comprometimento

dentro de uma equipe multiprofissional.

Dessa forma, o Projeto de Intervenção na Escola vem elevar o nível de

conhecimento dos enfermeiros – docentes na construção de uma pedagogia ética e

transformadora, promotora de autonomia com responsabilidade, bem como contribui

para o aprendizado mais significativo e desenvolvimento de uma postura mais crítica

e reflexiva por parte dos alunos, na formação de cidadãos atuantes e profissionais

competentes na efetivação do cuidado ao paciente diabético.

Portanto, capacitar os alunos, aliando a teoria com a prática, eleva o

conhecimento de quem ensina e de quem aprende; divulgar o trabalho

multidisciplinar acerca da Diabete mellitus com palestras realizadas por convidados

de cada área também foi fator adicional, contribuindo para conscientizar os futuros

profissionais da importância de implementar um trabalho de qualidade independente

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de onde se encontra o portador de diabetes: em casa, como um membro da sua

família, nos centros de saúde e hospitais como pacientes.

É importante discutir e analisar cada sugestão, construindo sistematicamente

o processo de ensino aprendizagem, possibilitando vivências e experiências com o

envolvimento dos educandos, professor, colegas de trabalho e pacientes. As

atividades possibilitaram não só o aprendizado de novos conhecimentos, mas

também envolveram os educandos com sua realidade, suas experiências e saberes

preexistentes.

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