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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA RENORBIO KICIA KARINNE PEREIRA GOMES COPELAND CALOGÊNESE E USO DE FATORES ABIÓTICOS E BIÓTICOS NA PRODUÇÃO DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS DA CATINGUEIRA (Poincianella pyramidalis Tul.) Salvador - BA 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA RENORBIO

KICIA KARINNE PEREIRA GOMES COPELAND

CALOGÊNESE E USO DE FATORES ABIÓTICOS E BIÓTICOS NA

PRODUÇÃO DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS DA CATINGUEIRA

(Poincianella pyramidalis Tul.)

Salvador - BA

2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA RENORBIO

KICIA KARINNE PEREIRA GOMES COPELAND

CALOGÊNESE E USO DE FATORES ABIÓTICOS E BIÓTICOS NA

PRODUÇÃO DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS DA CATINGUEIRA

(Poincianella pyramidalis Tul.)

Salvador - BA

2015

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KICIA KARINNE PEREIRA GOMES COPELAND

CALOGÊNESE E USO DE FATORES ABIÓTICOS E BIÓTICOS NA

PRODUÇÃO DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS DA CATINGUEIRA

(Poincianella pyramidalis Tul.)

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Biotecnologia da Rede Nordeste de

Biotecnologia - RENORBIO, Universidade Federal

da Bahia, como requisito para obtenção do título de

Doutora em Biotecnologia.

Orientadora: Dra. Juceni Pereira de Lima David

Coorientadora: Dra. Ana da Silva Lédo

Salvador - BA

2015

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Dedico este trabalho à minha família, em

especial meu filho e marido, Davi e Klésio

Copeland.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer ao Deus todo poderoso, por sempre se manter

presente de diversas formas em minha vida, me dando força, coragem e paciência para seguir

toda essa carreira acadêmica. Obrigada Senhor.

Aos meus pais, que sempre se fizeram presentes nos momentos em que eu precisava me

ausentar, devido aos deveres acadêmicos, e que nunca se opuseram em não me ajudar, me

davam segurança e tranquilidade, pois cuidavam, nessas minhas ausências, sempre com muito

amor, do meu bem mais precioso, meu filho Davi. Sei que sem vocês, essa caminhada seria

mais difícil.

Ao meu marido Klésio Copeland, pelo amor, companheirismo, parceria e cumplicidade,

sempre tão presente em minhas caminhadas, torcendo muito por essa conquista, hoje, mais uma

etapa dessa minha vida acadêmica concluída, e eu tenho a certeza, do quão feliz você está,

porque sabe da minha felicidade com a conclusão desse sonho, te amo muito.

E sem falar no grande amor da minha vida, meu Davi, meu filho, minha luz, minha

realização, fez esse meu doutorado ser mais suave e divertido. Amo você meu filho

incondicionalmente.

À minha orientadora, Juceni David, por desde o primeiro contato acreditar em mim, e,

pela confiança no trabalho desenvolvido. Obrigada Ju!

A todos do laboratório de cultura de tecidos de plantas (LabCult) pela alegria diária.

Aos meus amigos mais que especiais, Caroline Machado, Inácio Roque, Leila

Albuquerque, Aparecida Araújo e Bruno Cardoso pelo convívio diário, pelo companheirismo,

união, risadas e risadas, palavras de conforto e força. Muito grata a Deus pela amizade de

vocês. Obrigada e obrigada por tudo.

À Dra. Ana Lédo, pela confiança e carinho desde a minha iniciação científica, obrigada

pelos conhecimentos adquiridos através da sua competência e dedicação no que faz.

À Dra. Ana Veruska, pelo apoio na estrutura física e elaboração do experimento de

variabilidade genética. Bem como, ao técnico de laboratório Sílvio Gomes e a mestranda

Marina da Vitória.

Às amizades que construí durante o doutorado, Luzia Tabosa, Karen Letícia, Daniela

Castro.

Ao Prof. Jorge David pela disponibilidade do laboratório de Química, e aos doutores

Darlan Santos e Rauldenis Almeida, pela ajuda na realização das análises químicas na UFBA.

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Ao pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Dr. José Sá, ao técnico agrícola Paulo

Sérgio e ao analista José Figueroa pela ajuda na concessão do material vegetal.

À Embrapa Tabuleiros Costeiros por dispor de uma excelente estrutura física.

À Universidade Federal da Bahia e a Rede Nordeste de Biotecnologia (RENORBIO),

pela oportunidade da realização deste doutorado.

À CAPES, pela concessão da bolsa de estudos.

E por fim, gostaria de agradecer a aqueles que não participaram desse caminho

acadêmico, mas que mesmo de fora, sem entender esse processo, torceram muito por mim.

Obrigada pelo carinho.

Muito Obrigada!

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GOMES-COPELAND, Kicia Karinne Pereira. Calogênese e uso de fatores abióticos e bióticos

na produção e metabólitos secundários da Catingueira (Poincianella pyramidalis Tul.). 80 f.:

il. 2015. Tese (Doutorado). Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Bahia,

Salvador, 2015.

RESUMO

A Caatinga a alguns anos atrás era dita como um ecossistema pobre no que tange a espécies

endêmicas, fato esse que, após diversos estudos, são contestados, mostrando que possui uma

rica biodiversidade e altos índices de endemismos. Dentre essas muitas espécies endêmicas,

temos a Poincianella pyramidalis (Tul.) L. P. Queiroz, sinônimo botânico Caesalpinia

pyramidalis Tul., conhecida por diversos nomes populares como pau-de-rato, catinga de porco,

catingueira, dentre outros. Apresenta diversos usos, dentre um dos mais importantes, o seu uso

medicinal que, destaca-se pela produção de compostos bioativos como flavonoides, triterpenos,

fenilpropanoides e biflavonóides; sendo este último grupo de bioativos, relativamente raro na

família Leguminosae e, na subfamília Caesalpinaceae, onde foi isolado pela primeira vez. No

perfil químico dessa espécie já foram identificadas a amentoflavona e agatisflavona

pertencentes à classe dos biflavonóides. Fatores tais como, condições geográficas,

sazonalidade, ambiente, entre outros, provocam oscilação na concentração de metabólitos

secundários e, em árvores da Caatinga, em períodos de seca, a coleta do material vegetal é

prejudicada, uma vez que não há frutos, folhas, flores, para extração de metabólitos secundários

em qualquer época do ano. Assim, esses aspectos demonstram a necessidade urgente de

implementação de programas voltados para a multiplicação, conservação, produção e

potencialização dos bioativos de interesse de espécies vivendo nesses ambientes. Diante do

exposto, esse trabalho teve como objetivos estabelecer a calogênese in vitro de P. pyramidalis

visando construir um protocolo de produção da amentoflavona e agatisflavona, bem como,

testar diferentes tipos de fontes de carbono, ausência/presença de luz, acessos e, diferentes

concentrações de 2,4-D combinados ao meio de cultivo, no intuito de aumentar a produção de

amentoflavona e agatisflavona a partir de cultura de calos de P. pyramidalis. Os estudos

mostraram que o 2,4-diclorofenoxiacético induz calos em explantes nodal, foliar e internodal

de P. pyramidalis e, que concentrações de 6,28 mg.L-1, 6,49 mg.L-1 e 4,91 mg.L-1 de 2,4-D nos

segmentos nodal, internodal e foliar, respectivamente, favorecem a maior formação de calos

aos 30 dias. Além disso, pode-se verificar que concentração de 10 mg.L-1 de 2,4-D proporciona

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maior oxidação nos calos aos 30 dias de cultivo, sendo que a maior formação de calos ocorre

na concentração de 4,91 mg.L-1 de 2,4-D para o explante foliar aos 30 dias de cultivo in vitro.

O acesso de Pernambuco, produz uma maior biomassa (0,1882 g) dos calos de Catingueira. No

entanto, em ambos os acessos (BA e PE), a produção de amentoflavona é maior do que da

agatisflavona em todos os tratamentos. Pode-se ainda verificar que a maior biomassa em calos

de P. pyramidalis ocorre no tratamento com sacarose + 5 mg.L-1 de 2,4-D e, que o período de

tempo de 60 dias é ideal para a produção da biomassa em calos de P. Pyramidalis; sendo que

Sacarose + 5 mg.L-1 de 2,4-D favorece uma maior produção de amentoflavona (16,44 mg.L-1)

e agatisflavona (0,58 mg.L-1). Enquanto que, o tratamento GT3 (Claro – Glicose 30 g.L-1 + 1

mg.L-1 de 2,4-D) é ótimo para a biossíntese de agatisflavona (5,87 mg.L-1) e amentoflavona

(6,27 mg.L-1) aos 70 dias após inoculação. A biossíntese da amentoflavona é superior a

agatisflavona em todos os tratamentos estudados.

Palavras-Chave: Poincianella pyramidalis, cultura de tecidos, metabólitos secundários,

amentoflavona, agatisflavona, variabilidade genética.

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GOMES-COPELAND, Kicia Karinne Pereira. Callus formation and use of abiotic and biotic

factors in production of Catingueira secondary metabolites (Poincianella pyramidalis Tul.). 80

f.: il. 2015. Thesis (Ph.D.). Institute of Health Sciences, Universidade Federal da Bahia,

Salvador, 2015.

ABSTRACT

A few years ago, the caatinga was said to be a poor ecosystem with respect to endemic species,

a fact that, after several studies, are contested showing that boasts a rich biodiversity and high

levels of endemism. Among these many endemic species, Poincianella pyramidalis (Tul.) L.

P. Queiroz, botanical synonymous Caesalpinia pyramidalis Tul., known by several common

names as pau-de-rato, catinga de porco, catingueira, among others. This specie has several uses,

among the most important, its medicinal use that stands out for the production of bioactive

compounds such as flavonoids, triterpenes, phenylpropanoids and bioflavonoids. The latter

bioactive group is relatively rare in the Leguminosae family and the subfamily Caesalpinaceae,

which was first isolated. In the chemical profile of this specie have been identified

amentoflavone and agatisflavone, compounds belonging to the biflavonoid groups. Among

other factors, geographical conditions, seasonality, environment cause during dry periods,

fluctuation in the concentration of secondary metabolites in the Caatinga trees, and, the

collection of plant material is impaired, since there is no fruit, leaves and flowers for extraction

of secondary metabolites in any season. These aspects demonstrate the urgent need for

implementation of programs for multiplication, conservation, production and enhancement of

bioactive interest species living in these environments. Thus, this study aimed to establish the

in vitro callus formation of P. pyramidalis in order to build a protocol of amentoflavone and

agatisflavone, productions as well as to test different types of carbon sources, absence/presence

of light, access and different 2,4-D concentrations to the culture medium combinations to

increase the production of amentoflavone and agatisflavone from culture of callus of P.

pyramidalis. The studies showed that 2,4-dichlorophenoxyacetic induces callus of P.

pyramidalis nodal, leaf and internodal explants, and that 2,4-D concentrations of 6.28 mg.L-1,

6.49 mg.L-1 and 4.91 mg.L-1, in the nodal, internodal and leaf segments, respectively, favor

higher callus formation at 30 days. Moreover, it can be seen that 2,4-D concentration of 10

mg.L-1 provides increased oxidation in callus after 30 days of cultivation, and the higher callus

formation occurs at a 2,4-D concentration of 4.91 mg.L-1 to the leaf explant at 30 days of in

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vitro culture. The Pernambuco access produces a greater biomass (0.1882 g) of Catingueira

calluses. However, in both access (BA and PE), the production of amentoflavone is greater than

the agatisflavona in all treatments. It´s also observed that the higher biomass in P. pyramidalis

callus occurs upon treatment with sucrose + 2,4-D 5 mg.L-1, and the 60 day time period is

optimal for biomass production in P. Pyramidalis calluses; wherein Sucrose + 2,4-D 5 mg.L-1

favors an increased production of amentoflavone (16.44 mg.L-1) and agatisflavone (0.58 mg.L-

1). While the GT3 treatment (Light - Glucose 30 mg.L-1 + 2,4-D 1 mg.L-1) is great for

agatisflavona biosynthesis (5.87 mg.L-1) and amentoflavone (6,27 mg.L-1) at 70 days after

inoculation. The biosynthesis of amentoflavone is greater than agatisflavone in all treatments.

Keywords: Poincianella pyramidalis, tissue culture, secondary metabolites, amentoflavone,

agatisflavone, genetic variability.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Distribuição geográfica do bioma Caatinga. IBGE,

2004.....................................................................................................................6

Figura 2: Fotos da árvore da Poincianella pyramidalis, nos períodos chuvosos e de

estiagem. Foto: belezadacaatinga.blogspot.com, 2015.......................................8

Figura 3: Fotos das folhas, frutos e flores da P. pyramidalis. Foto:

belezadacaatinga.blogspot.com, 2015................................................................9

Figura 4: Forma explorada comercialmente da P. pyramidalis para fins medicinais, no

Mercado Municipal Albano Franco, Aracaju, SE. Foto: Kicia Gomes-

Copeland...........................................................................................................10

Figura 5: Ciclo biossintético dos metabólitos secundários..............................................14

Figura 6: Fatores que podem influenciar a produção de metabólitos secundários. Fonte:

Gobbo Meto Lopes (2007)...............................................................................21

Figura 7: Oxidação de calos em explantes nodal, internodal e foliar de P. pyramidalis aos

30 (A) e 60 (B) dias após inoculação...............................................................34

Figura 8: (A) Aspecto de formação de calo compacto com poucas áreas friáveis de P.

pyramidalis aos 60 dias de cultivo in vitro. (Barra=0,5cm); (B) Micrografia

eletrônica de varredura mostrando calo de P. pyramidalis. Barras (Barra= 100

µm). Fotos: Kicia Gomes-Copeland (A), Caroline Machado (B)....................36

Figura 9: Porcentagem de explantes nodal, internodal e foliar de Poincianella

pyramidalis, responsivos à indução de calos em função da concentração de 2,4-

D aos 30 (A) e 60 (B) dias após inoculação.....................................................37

Figura 10: Notas de intensidade de formação de calos nos explantes nodal, internodal e

foliar de P. pyramidalis aos 30 (A) e 60 (B) dias.............................................38

Figura 11: Produção de massa fresca dos calos em explantes foliares de P. pyramidalis em

função de diferentes concentrações de 2,4-D....................................................41

Figura 12: Massa fresca dos calos em explantes foliares de P. pyramidalis oriundos de dois

acessos, Jeremoabo, Bahia e Petrolina, Pernambuco........................................42

Figura 13: Produção de amentoflavona e agatisflavona em cultura de calos de P.

pyramidalis, aos 60 dias após inoculação, em diferentes concentrações de 2,4-

D, nos acessos da Bahia (A) e Pernambuco (B)...............................................43

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Figura 14: Produtos de amplificação de ISSR gerados em indivíduos de P. pyramidalis de

ocorrência nos municípios de Jeremoabo, Bahia e Petrolina, Pernambuco......45

Figura 15: Calos de P. pyramidalis aos 60 dias após inoculação, em seis diferentes

tratamentos: T1 – Frutose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D; T2 – Frutose 30 g.L-1 +

5 mg.L-1 de 2,4-D; T3 – Glicose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D; T4 – Glicose 30

g.L-1 + 5 mg.L-1 de 2,4-D; T5 – Sacarose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D; T6 –

Sacarose 30 g.L-1 + 5 mg.L-1 de 2,4-D. Foto: Kicia Gomes-Copeland.............47

Figura 16: Produção de amentoflavona e agatisflavona em cultura de calos de P.

pyramidalis, aos 60 dias após inoculação, com diferentes fontes de carbono e

concentrações de 2,4-D.....................................................................................49

Figura 17: Cromatograma dos padrões da agatisflavona e amentoflavona (A); UV/VIS dos

padrões da agatisflavona (B) e amentoflavona (C)...........................................51

Figura 18: Cromatogramas da agatisflavona e amentoflavona e seus respectivos UV/VIS

referentes aos tratamentos de glicose + 1 mg.L-1 de 2,4-D (A1 e A2); sacarose +

1 mg.L-1 de 2,4-D (B1 e B2); sacarose + 5 mg.L-1 de 2,4-D (C1 e C2)............53

Figura 19: Efeito da glicose e frutose na produção da massa dos calos aos 20, 40 e 60 dias

após inoculação da P. pyramidalis. Médias seguidas de mesma letra não diferem

entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade...........................................54

Figura 20: Efeito das condições de luminosidade na produção da massa nos calos aos 20,

40 e 60 dias após inoculação de P. pyramidalis. Médias seguidas de mesma letra

não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade......................56

Figura 21: Concentrações da agatisflavona nos calos de Poincianella pyramidalis aos 40,

60 e 70 dias após inoculação, submetidos a diferentes tratamentos.

Tratamentos: Escuro – Glicose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D (GT1); Claro – Glicose 30

g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D (GT3); Escuro – Frutose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D (FT2);

Claro – Frutose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D (FT4)................................................57

Figura 22: Concentrações da amentoflavona nos calos de Poincianella pyramidalis aos 40,

60 e 70 dias após inoculação, cultivados em diferentes tratamentos.

Tratamentos: Escuro – Glicose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D (GT1); Claro – Glicose 30

g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D (GT3); Escuro – Frutose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D (FT2);

Claro – Frutose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D (FT4)...............................................58

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Compostos químicos predominantes na espécie Poincianella pyramidalis

encontrados em diferentes partes da planta (Mendes et al., 2000; Bahia et al.,

2005; Bahia et al., 2010).....................................................................................11

Tabela 2: Algumas estratégias para aumentar a produção de metabólitos secundários em

células vegetais e cultura de órgãos otimizando o meio de cultura. Fonte: Murthy

et al. (2014).........................................................................................................18

Tabela 3: Iniciadores ISSR testados, sendo a base Y (C,T) e R (A, G).............................27

Tabela 4: Número de fragmentos gerados pelas reações de ISSR em dois acessos de

Catingueira..........................................................................................................45

Tabela 5: Efeito de diferentes fontes de carbono combinados com duas concentrações de

2,4-D na produção de massa em calos de P. pyramidalis. Média seguida de

mesma letra minúscula na coluna para tratamentos e, maiúsculas na linha para

tempo, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade............48

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

2,4-D Ácido 2,4-dicloofenoxiacético

AIA Ácido indolácetico

ANA Ácido naftaleno acético

MS Murashige & Skoog

ISSR Inter Repetições de Sequências Simples

PCR Polymerase Chain Reaction

CGEN Conselho de Gestão do Patrimônio Genético

HPLC/DAD High Perfomance Liquid Chromatography/Diode-array-detector

UV/VIS Ultravioleta/Visível

ANAVA Análise de Variância

CV Coeficiente de Variação

RNA Ácido Ribonucleico

DNA Ácido Desoxirribonucleico

GT1 Escuro – Glicose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D

GT3 Claro – Glicose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D

FT2 Escuro – Frutose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D

FT4 Claro – Frutose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO GERAL................................................................................ 1

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................... 5

2.1 Biotecnologia.................................................................................................... 5

2.2 Bioma Caatinga................................................................................................. 6

2.3 Aspectos gerais sobre a espécie Poincianella pyramidalis.............................. 7

2.4 Química do gênero Poincianella....................................................................... 9

2.5 Uso da cultura de tecidos de plantas na produção de metabólitos secundários 12

2.6 Estratégias aplicadas ao cultivo in vitro de plantas para aumentar a produção

dos metabólitos secundários

15

2.7 Biflavonóides na espécie Poincianella pyramidalis......................................... 19

2.8 Fatores que interferem no metabolismo secundário de plantas........................ 20

2.9 Variabilidade Genética..................................................................................... 22

3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................ 24

3.1 Material vegetal................................................................................................. 24

3.2 Germinação in vitro das sementes de Poincianella pyramidalis...................... 24

3.3 Estabelecimento in vitro e calogênese em diferentes explantes de Poincianella

pyramidalis

24

3.4 Produção de biflavonóides e de massa dos calos de Poincianella pyramidalis

provenientes de regiões do Nordeste Brasileiro

25

3.5 Análise de diversidade genética entre espécies de Poincianella pyramidalis

oriundas de duas regiões do Nordeste Brasileiro

25

3.5.1 Material vegetal................................................................................................. 25

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3.5.2 Extração de DNA.............................................................................................. 26

3.5.3 Quantificação e diluição do DNA.................................................................... 26

3.5.4 Iniciador e amplificação................................................................................... 27

3.5.4.1 Inter Sequencias Simples Repetidas (ISSR)..................................................... 27

3.5.4.2 Eletroforese, visualização e fotodocumentação dos géis.................................. 27

3.5.4.3 Análise estatística............................................................................................. 28

3.6 Efeito da interação de diferentes carboidratos com 2,4-D para a produção de

amentoflavona e agatisflavona em calos de Poincianella pyramidalis

30

3.6.1

Preparação dos extratos de Poincianella pyramidalis provenientes de calos.... 30

3.7 Efeito dos fatores abióticos na produção de biflavonóides e massa dos calos

da espécie Poincianella pyramidalis

33

3.8 Análise estatística.............................................................................................. 33

4

RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................

34

4.1 Estabelecimento in vitro e calogênese em diferentes explantes de Poincianella

pyramidalis

33

4.2 Produção de biflavonóides e de massa nos calos de Poincianella pyramidalis

em duas regiões provenientes do Nordeste Brasileiro

40

4.3

Efeito da interação de diferentes carboidratos com 2,4-D para a produção de

amentoflavona e agatisflavona em calos de Poincianella pyramidalis

46

4.4 Efeito dos fatores abióticos na produção de biflavonóides e massa dos calos

da espécie Poincianella pyramidalis

55

5 CONCLUSÕES................................................................................................ 60

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 62

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ANEXO............................................................................................................. 79

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1. INTRODUÇÃO GERAL

A caatinga a alguns anos atrás era dita como um ecossistema pobre no que tange a

espécies endêmicas. No entanto, diversos estudos contestam esses fatos, mostrando que a

Caatinga possui uma rica biodiversidade e altos índices de endemismos, com um mínimo de

318 espécies de plantas endêmicas (Gariglio et al., 2010). Sua biodiversidade ampara várias

áreas econômicas, especialmente nos ramos farmacêutico, cosmético, químico e de alimento

(MMA, 2014). Dentre essas muitas espécies endêmicas, temos a Poincianella pyramidalis

(Tul.) L. P. Queiroz, sinônimo botânico Caesalpinia pyramidalis Tul., conhecida por diversos

nomes populares, tais como, pau-de-rato, catinga de porco, catingueira, dentre outros. Essa

espécie tem ocorrência no Maranhão e, do Ceará até a Bahia, com uma disjunção no Estado do

Amazonas (Queiroz, 2009), que carece de estudos, uma vez que é uma planta de rápido

crescimento, após o período de seca, e com bom potencial de rebrota, tornando-se interessante

para a primeira e segunda fase de recomposição florestal mista de área degradada.

Naturalmente essa espécie se propaga por sementes. No entanto, sua população tem sido

afetada devido a coleta extrativista inadequada de uso, pois as folhas, flores e cascas do caule

são as mais utilizadas no uso medicinal pela população em infecções catarrais, nas diarreias,

hepatite e anemias, além do uso da sua madeira para obtenção de lenha e carvão (Queiroz, 2009;

Maia, 2012). O uso medicinal destaca-se pela produção de compostos bioativos como

flavonóides, triterpenos, fenilpropanóides e biflavonóides, sendo este último grupo de

metabólitos especiais, relativamente raro na família Leguminosae e, na subfamília

Caesalpinaceae. (Bahia et al., 2005).

Nessa espécie já foram identificadas a amentoflavona e agatisflavona (Bahia, 2005),

pertencentes à classe dos biflavonóides. Estas substâncias merecem destaque, em razão dos

inúmeros trabalhos científicos que demonstram suas atividades farmacológicas, sendo estas,

fortes candidatas para o controle da epilepsia (Svenningsen et al., 2006); atividades antivirais

(Lin et al., 1999; Lin et al., 1997); e um grande potencial antineoplásico (Chen et al., 2005; Lin

et al., 2000; Silva et al., 1995; Lin et al., 1989).

Sendo uma árvore da Caatinga, a espécie P. pyramidalis perde suas folhas na estação

seca, rebrotando apenas no início das chuvas, com floração acontecendo na época de transição

seca-chuvosa e chuvosa, seguida pela frutificação, dificultando assim, trabalhos envolvendo a

produção de princípios ativos de interesse da indústria farmacêutica (Maia, 2012). Dessa forma,

torna-se inviável obter, a qualquer momento, material vegetal dessa espécie para a extração de

metabólitos secundários que tenham relevância do ponto de vista terapêutico, uma vez que a

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produção de metabólitos especiais realizada pela espécie in natura apresenta diversas

desvantagens, tais como, rendimentos baixos e, alterações nas concentrações desses metabólitos

devido às variações geográfica, sazonal e ambiental (Murthy et al., 2014).

Diante do exposto, a cultura de tecidos de plantas torna-se uma aliada importante, no

que tange a produção de material vegetal em qualquer época do ano, bem como uma possível

potencialização dos bioativos ou mesmo, produzir compostos que, por algum impedimento, não

são sintetizados. Permitindo ainda, estabelecer protocolos padrão para a multiplicação massal

de várias espécies (Morais et al., 2012). Com isso, a produção de metabólitos secundários

associada a cultura de tecidos de plantas, vem sendo amplamente estudada (Charlet et al., 2000).

Recentemente, essa técnica tem recebido uma maior atenção para a produção de compostos

bioativos em plantas específicas, que têm aplicações em produtos farmacêuticos, cosméticos e

indústrias de nutracêuticos (Rao e Ravishankar, 2002).

Embora a Catingueira apresente um grande potencial, principalmente, químico e

farmacológico, estudos que envolvam morfogênese in vitro de espécies florestais nativas, ainda

são escassos (Oliveira et al., 2013). Raros são os relatos sobre P. pyramidalis, sendo mais

encontrados trabalhos na literatura para espécies do mesmo gênero, tais como, a Caesalpinia

echinata Lam. (Werner et al., 2007, 2009, 2010; Barbosa et al., 2014), Caesalpinia bonduc (L.)

Roxb (Cheruvathur et al., 2010). A relevância desses aspectos demonstra a necessidade urgente

de implementação de programas voltados para a multiplicação, conservação e produção de

bioativos dessa espécie.

Dessa forma, para aumentar a produtividade de metabólitos especiais de interesse nos

vegetais, são utilizadas diversas estratégias, tais como, melhoramento de cepas, otimização de

meios de cultura, nutrientes e precursor de alimentação, permeabilização, imobilização,

métodos de biotransformação e elicitores (Murthy et al., 2014). Esta última estratégia citada,

vem sendo amplamente usada como uma técnica eficiente para este fim (Bourgaud et al., 2001),

pois em paralelo com a cultura de tecidos de plantas, é possível incrementar a produção de

metabólitos secundários de interesse agrícola, farmacêutico e alimentar (Qin e Lan, 2004),

embora, seus mecanismos de reação de alguns elicitores ainda não sejam muito bem

compreendidos (Namdeo, 2007).

Sendo assim, carboidratos e reguladores de crescimento são utilizados como alternativas

para aumentar a produção dos metabólitos secundários em cultura de tecidos de plantas e células

vegetais in vitro. Partindo do princípio que a modificação dos nutrientes básicos do meio de

cultivo, pode elevar a produção desses compostos, então, ao alterar as concentrações e o tipo

da fonte de carbono e, reguladores de crescimento, como o ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-

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D), por exemplo, pode-se ter um forte efeito sob o acúmulo desses bioativos na cultura de calos.

Em outras palavras, o efeito do açúcar no produto de biossíntese secundária, poderia resultar

em uma entrada específica de carbono, ou refletir numa mudança do metabolismo devido a

alterações no equilíbrio geral do balanço carbono/nitrogênio, dependendo, evidentemente, do

tipo de açúcar utilizado (Ong et al., 2011). E, apesar da sacarose ser o açúcar mais utilizado na

cultura de tecidos de plantas, sabe-se que é rapidamente hidrolisado em glicose e frutose, duas

hexoses que podem ser adicionadas ao meio de cultivo de calos para que ajam de maneira

similar à sacarose, podendo ainda melhorar o desenvolvimento e acúmulo de bioativos nos

calos, já que a captação é independente, e não possui qualquer efeito da glicose em relação a

frutose e vice-versa (Botha e O´Kennedy, 1998). A biossíntese de Paclitaxel por cultura de

células foi melhorada quando se adicionou frutose ao meio (Hirasuna et al., 1996).

Entretanto, a concentração utilizada desses dois açúcares, precisa ser bastante testada e

estudada, para saber qual o efeito no tecido da planta, uma vez que pode conduzir a uma

acumulação no meio, gerando um desequilíbrio, que pode ser em virtude da incapacidade das

células em utilizar eficazmente a frutose, por exemplo (Botha e O´Kennedy, 1998). Mas,

embora esses problemas no metabolismo possam ocorrer, ainda assim, o uso desses elicitores

pode ser, uma estratégia importante para a melhoria do rendimento da massa dos calos, como

também na síntese de metabólitos secundários.

A produção de metabólitos secundários em culturas de calos é controlada por fatores

ambientais e de material vegetal. E os reguladores de crescimento, tais como o uso de auxinas,

o ácido 2,4-diclorofenoxiacético, por exemplo, é, geralmente, o mais recomendado na indução

de calos em tecidos de plantas (George et al., 2008), uma vez que demonstra uma notável

influência no crescimento, diferenciação e no metabolismo das células em cultura. Esta por ser

uma auxina mais ativa, pode substituir a auxina natural presente nas plantas, o ácido

indolacético (AIA) que em meios de cultura é rapidamente oxidado. Pois calos com diferentes

taxas de crescimento e níveis de diferenciação (friáveis, compactos) podem diferir na

capacidade de sintetizar compostos bioativos (Navroski et al., 2012). De acordo com

Chinnamadasamy et al. (2010), com aumento do nível de 2,4-D no meio de cultivo para

Catharanthus roseus L. ocorreu acumulação de vincristina. Com isso, está claro que o efeito

sobre o acúmulo de metabólitos secundários em plantas vai depender do tipo de auxina e das

concentrações utilizadas.

É importante salientar que, diante do exposto, essa espécie está sob pressão antrópica e

pode se tornar extinta, assim, a P. pyramidalis precisa de um bom programa de conservação da

floresta a fim de obter sua proteção genética (Santos et al., 2012), bem como, exploração

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racional da espécie. Portanto, conhecer a variabilidade genética dessa planta, pode ser essencial

para a sobrevivência a longo prazo, além de ser útil na compreensão da estrutura, relações

evolutivas, taxonomia, demografia da espécie além de, identificar características genéticas

interessantes para usos futuros. A forma mais utilizada para verificar a distribuição da

variabilidade genética em populações naturais, é com o uso de marcadores moleculares. O ISSR

(Inter Repetições de Sequências Simples) é um tipo de marcador, que apresenta vantagem em

virtude da sua simplicidade, aplicabilidade em um grande número de espécies sem

conhecimento prévio das suas sequências de DNA, por permitirem a análise de um grande

número de locos e, por fim, produzirem fragmentos com grande reprodutibilidade (Silva et al.,

2011).

Assim, esse trabalho teve como objetivos estabelecer a calogênese in vitro de plantas de

Poincianella pyramidalis e, testar diferentes tipos de fontes de carbono, ausência/presença de

luz, acessos e, diferentes concentrações de 2,4-D combinados ao meio de cultivo, no intuito de

aumentar a biomassa dos calos e o acúmulo de amentoflavona e agatisflavona.

Palavras-Chave: Poincianella pyramidalis, cultura de tecidos, metabólitos secundários,

amentoflavona, agatisflavona, variabilidade genética.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁGICA

2.1. Biotecnologia

O desenvolvimento sustentável de um país depende essencialmente de uma política

consistente de educação, ciência, tecnologia e inovação, sustentada na preservação da natureza,

na biodiversidade e na exploração racional de fontes naturais necessárias para alimentação,

avanço social e econômico, num cenário que assegura a manutenção da saúde e a cura de

doenças (Braz Filho, 2010). Ou seja, a necessidade exige e a ciência busca a unificação do

progresso com aquilo que a natureza oferece, respeitando a cultura do povo em torno do uso de

produtos ou ervas medicinais para curar os males.

Portanto, a biotecnologia surge como uma ferramenta moderna, para promover esses

avanços no setor da terapêutica, no aumento da produtividade do setor agrícola, na geração de

novas técnicas de controle biológico, além de melhorar o teor nutritivo dos alimentos, dentre

outros (MCT, 2009). E essa ferramenta atualmente, é considerada, no Brasil e no cenário

mundial, como uma área estratégica para o desenvolvimento econômico de países

desenvolvidos e em desenvolvimento. O Brasil identificou a biotecnologia como uma das áreas

estratégicas que poderá contribuir para o desenvolvimento tecnológico do País e,

consequentemente, o seu bem-estar social e desenvolvimento socioeconômico (Brasil, 2015).

Nesse contexto, as engenharias genética, metabólica e de micropropagação se somam

para otimizar a produção de metabólitos secundários. Assim, atualmente, o uso dessas

ferramentas citadas torna-se cada vez mais importante no aumento de constituintes ativos tanto

na pesquisa como nas indústrias farmacêuticas (Zabala et al., 2009), uma vez que, o mercado

de produtos naturais cresce exponencialmente a cada ano. No entanto, apesar dos avanços

alcançados na área de biotecnologia vegetal para produção de metabólitos secundários de

interesse, infelizmente, as taxas obtidas não atingem a aplicação comercial (Vasconsuelo e

Boland, 2007).

Portanto, a biotecnologia na área de produtos naturais, é importante e necessária, haja

vista que essa tecnologia poderá trazer uma variedade de produtos farmacêuticos de grande

interesse socioeconômico, uma vez que a necessidade por novas e mais potentes drogas são

demandadas a cada ano.

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2.2. Bioma Caatinga

O Brasil ocupa uma área de cerca de 8,5 milhões de km2, abrangendo várias zonas

climáticas, como por exemplo o trópico úmido do Norte, o semiárido do Nordeste e as áreas

temperadas do Sul. Estas diferenças climáticas levam às grandes variações ecológicas,

formando biomas distintos, como a caatinga (MMA, 2014).

Figura 1: Distribuição geográfica do bioma Caatinga. IBGE, 2004.

A Caatinga ocupa, aproximadamente, 844.453 km2 de área (Figura 1, p. 6), o que

equivale a 9,9% do território nacional ou 55,6% do Nordeste (IBGE, 2004). Exclusivamente

brasileira, engloba todos os estados do Nordeste e o norte de Minas Gerais (MMA, 2014).

Assim, a caatinga caracteriza-se por apresentar clima semiárido, dispondo de abundante área

luminosa durante todo o ano e temperaturas elevadas (médias anuais de 27 ºC a 29 ºC).

Apresenta baixos índices pluviométricos, em torno de 500 mm a 700 mm anuais, e solos rasos

e pedregosos, que tem baixa capacidade de acumular água (Silva et al., 2003; Neto, 2009;

Sampaio, 2010). Relevo com planaltos, depressões e planícies, e sua rede fluvial composta por

muitos rios temporários, que devido ao clima, passam boa parte do ano secos (Ribeiro et al.,

2008). Sampaio (2010) acrescenta ainda que esse bioma apresenta plantas herbáceas anuais

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com suculência, acúleos e espinhos ou, predominância de arbustos e arvoretas, com cobertura

descontínua de copas.

Apesar da sua aparente fragilidade, a Caatinga possui uma rica biodiversidade e altos

índices de endemismo, sendo cerca de 1512 espécies vegetais e, dentre essas, no mínimo 318

endêmicas (Gariglio et al., 2010).

Sua biodiversidade ampara várias áreas econômicas, especialmente nos ramos

farmacêutico, cosmético, químico e de alimento (MMA, 2014). Mas, apesar de toda essa

importância econômica e de posição única no mundo, já que dispõe de um considerável número

de espécies endêmicas e, que deveriam ser consideradas como um patrimônio biológico de valor

incalculável, esse bioma não vem tendo a devida importância pelo poder público, que a coloca

em segundo plano (Nea, 2011; Kill, 2011). O maior exemplo disso, é que a Constituição Federal

de 1988, em seu artigo 225, não inclui o Cerrado e a Caatinga na lista de biomas brasileiros

designados como Patrimônios Nacionais (Maciel, 2010). A prova disso são o desmatamento de

cerca de 46% dessa área, e a exploração de fauna e flora de forma ilegal e insustentável (MMA,

2014). No entanto, a caatinga diante de toda sua flora “sofrida”, nos traz alternativas a

tratamentos convencionais, tendo como base o conhecimento construído pelas famílias que lá

se encontram. Nesse contexto, estudos etnodirigidos e pesquisas com plantas medicinais estão

demostrando a sua importância. Ressalta-se que, em um desses estudos identificou-se que num

total de 126 espécies utilizadas como medicinais, seis pertenciam ao gênero Poincianella (Agra

et al. 2008). E dentro desse gênero, a P. pyramidalis é ainda uma das espécies que carecem de

estudos, pois apresenta múltiplas utilidades, tais como, potencial madeireiro, medicinal, uso

veterinário, restauração florestal, forragem para gado e aplicações industriais (Maia, 2012).

2.3. Aspectos gerais sobre a espécie Poincianella pyramidalis

Poincianella pyramidalis (Tul.) L. P. Queiroz, sinônimo botânico Caesalpinia

pyramidalis Tul., é uma espécie presente no bioma Caatinga pertencente à família

Leguminosae, subfamília Caesalpinioideae (Figura 2, p. 8). Conhecida por diversos nomes

populares tais como, catinga-de-porco, catingueira-das-folhas-largas, mussitaiba, pau-de-

porco, pau-de-rato e catingueira, este último devido ao cheiro desagradável de suas folhas

verdes (Queiroz, 2009).

Esta planta é descrita como uma árvore de porte médio, sem espinhos, com 4-6 metros

de altura, podendo atingir 12 metros. Esta possui copa aberta e irregular, ramos verdes, com

abundantes lenticelas esbranquiçadas e, sua casca é de cor cinza-claro, às vezes levemente

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castanho, largando a camada superficial em lâminas um pouco alongadas, de bordo irregular,

dando à casca um aspecto liso com coloração de “camuflagem”, com manchas de cor amarelo,

verde e branco. As folhas da P. pyramidalis são bipinadas, com 5-11 folíolos alternos ou

opostos, 1-3 cm nas folhas de ramos adultos e com menos de 1 cm em folhas de rebrotos, sendo

que as folhas novas têm coloração rosada e, só depois de se tornarem verdes apresentam um

cheiro desagradável, característico. Essa espécie possui flores amarelas, dispostas em racimos

curtos e, o fruto é uma vagem achatada, pontada, de 8-11 cm de comprimento e 2 cm de largura,

de cor castanho claro, contendo 5-7 sementes (Figura 3, p. 9). A madeira branco-amarelada com

cerne escuro, muito pesada, contendo grandes quantidades de lignina e celulose (Maia, 2012).

Figura 2. Fotos da árvore da P. pyramidalis nos períodos chuvosos e de estiagem. Fotos:

belezadacaatinga.blogspot.com, 2015.

A catingueira tem ocorrência no norte e nordeste do Brasil, sendo encontrada no

Maranhão e, do Ceará até a Bahia, com uma disjunção no estado do Amazonas (Queiroz, 2009).

Considerada endêmica da Catinga, ela pode ser encontrada em diversas associações vegetais,

crescendo tanto nas várzeas úmidas, onde chega a atingir 10 metros de altura, ou, como no

Seridó do semiárido, quando reduz-se a arbustos de menos de dois metros de altura (Maia,

2012). Devido a essas caraterísticas e facilidade em ser encontrada, tem-se essa espécie como

uma das que mais contribuem para fisionomia desse Bioma.

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Figura 3. Fotos das folhas, frutos e flores da P. pyramidalis. Fotos:

belezadacaatinga.blogspot.com, 2015.

A espécie P. pyramidalis perde suas folhas na estação seca e, é uma das primeiras

árvores a rebrotar com o início das chuvas, isso ocorre em, aproximadamente, 30 dias após o

começo da estação chuvosa. A floração ocorre na época de transição seca-chuvosa e chuvosa,

seguida pela frutificação (Maia, 2012). A propagação se dá por sementes, e a germinação ocorre

dentro de uma ou duas semanas. Devido ao tipo de madeira que oferece, pode ser usada como

lenha, carvão, estacas, mourões, na construção de casas de taipa, como também para a produção

de álcool combustível e coque metalúrgico. Na medicina popular as folhas, flores e cascas são

utilizadas no tratamento das infecções catarrais, nas diarreias, hepatite e anemia. Em animais

domésticos, no tratamento de verminoses. Além disso, por ser uma planta de crescimento rápido

e com bom potencial de rebrota, é indicada para a primeira e segunda fase de recomposição

florestal mista de áreas degradadas (Queiroz, 2009; Maia, 2012).

2.4. Química do gênero Poincianella

A utilização de plantas para curar os mais diversos males é tradicionalmente conhecida

e utilizada desde sempre pela espécie humana, mostrando ser uma atividade atávica dessa

espécie e de outros primatas. A origem, portanto, desse conhecimento, confunde-se com a

própria história da humanidade. A busca pela indústria farmacêutica por novas drogas cresce,

sendo que os vegetais são uma excelente fonte dessas novas substâncias bioativas, pois

oferecem uma vasta diversidade molecular de produtos naturais e, a demonstração do interesse

nesses compostos, pode ser verificado pelo grande avanço científico envolvendo os estudos

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químicos e farmacológicos de plantas medicinais que visam obter novos compostos com

propriedades terapêuticas (Cavalheiro et al., 2009).

Nesse contexto, o gênero Poincianella possui espécies que sintetizam algumas dessas

moléculas bioativas importantes para a indústria farmacêutica, sendo comprovada atividades

biológicas interessantes, tais como a ação como antibióticos (Saaede e Sabir, 2001) e

antidiabéticos para a P. bonducella (Sharma et al., 1997), antimaláricos (Kuria et al. 2001; para

P. volkensii e P. pluviosa (Deharo et al., 2001), anti-inflamatória (Hikino et al., 1997; Carvalho

et al., 1996) para P. sappan e P. ferrea. Além disso, as espécies desse gênero são amplamente

utilizadas na medicina popular, como por exemplo P. pyramidalis que é usada para tratar a

tosse, bronquite, infecção respiratória, asma, gastrite, cólica, febre, azia, diarreia, diabetes, dor

de estômago, além de ser usada como um afrodisíaco (Albuquerque et al., 2007) (Figura 4, p.

10).

Figura 4. Forma explorada comercialmente da P. pyramidalis para fins medicinais, no Mercado

Municipal Albano Franco, Aracaju, SE. Fotos: Kicia Gomes-Copeland.

Os constituintes químicos relatados do gênero Caesalpinia totalizam 280 compostos,

incluindo diterpenos, triterpenos, flavonóides, fenóis aromáticos, fenilpropanóides,

biflavonóides, dentre outros (Wu et al., 2011). A Tabela 1 (p. 11) apresenta algumas estruturas

químicas encontradas na espécie em estudo, Poincianella pyramidalis.

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Tabela 1. Compostos químicos predominantes na espécie P. pyramidalis encontrados em

diferentes partes da planta (Mendes et al., 2000; Bahia et al., 2005; Bahia et al., 2010).

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Apesar da diversidade de metabólitos especiais da espécie P. pyramidalis, para este

trabalho de pesquisa foram estudados apenas dois desses compostos, a agatisflavona e

amentoflavona, biflavonóides que apresentam um alto potencial farmacológico, uma vez que,

pesquisas demonstraram que esses compostos suprimem a expressão de moléculas pró-

inflamatórias. Portanto, devido a esta propriedade única, biflavonóides são promissores como

drogas anti-inflamatórias, especialmente para tratamento de doenças inflamatórias crônicas

(Kim et al., 2008). Por isso, o grande interesse da pesquisa em buscar meios alternativos para

aumentar a produção desses bioativos.

2.5. Uso da cultura de tecidos de plantas na produção de metabólitos secundários.

O conceito sobre metabolismo secundário foi descrito por Kossel (1891) como opostos

ao metabolismo primário, ou seja, são compostos estruturalmente diferentes, não sendo

essenciais para todas as plantas, embora desempenhem um papel na interação da célula

(organismo) com seu meio ambiente decorrente da sobrevivência do organismo em seu

ecossistema (Verpoorte, 2000), diferentemente do que acontece no primário, no qual produz

substâncias como aminoácidos, proteínas, carboidratos, lipídios e ácidos nucléicos, que tem a

função de manter as estruturas celulares, armazenamento e utilização de energia, fatores esses,

imprescindíveis à vida. Os produtos desse metabolismo primário têm um papel fundamental na

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adaptação das plantas aos seus ambientes, proporcionando assim, um aumento da probabilidade

de sobrevivência de uma espécie (Fumagali et al., 2008). Com isso, esses produtos oriundos de

uma situação de estresse ou defesa da planta, proporcionam usos tanto na medicina popular,

como para serem comercializados como medicamentos, cosméticos, matéria-prima para a

química fina, ou mais recentemente, como nutracêuticos.

Ao longo dos últimos anos, tem havido um grande número de drogas sintéticas usadas

na medicina moderna, mas a necessidade para encontrar novas substâncias em face a um grande

número de doenças, abriu espaço para a exploração de outros tipos de drogas naturais, dos quais

os metabólitos secundários de plantas constituem a maior parte. Eles representam uma fonte

importante de produtos farmacologicamente ativos, e isso faz gerar diferentes estratégias,

usando sistemas in vitro, com o objetivo de melhorar a produção de substâncias de interesse.

Os compostos recebidos a partir de plantas ou de culturas de células e de tecidos in vitro, podem

ser utilizados diretamente como drogas, sem quaisquer alterações, ou esses compostos podem

sofrer novas modificações, os chamados semissintéticos (Stafford et al., 1986, Bourgaud et al.,

2001). Neste sentido, a espécie Poincianella pyramidalis (Bahia et al., 2005), os membros da

família Asteraceae (Grech-Baran et al., 2012), e o gênero Erythrina (Gonçalves et al., 2014)

destacam-se por produzirem bioativos importantes para a indústria farmacêutica, tais como

biflavonóides, flavonóides, isoflavonoóides, alcaloides, dentre outras classes de compostos.

Nesse contexto, a técnica de cultura de tecidos de plantas se apresenta como uma

ferramenta vantajosa do ponto de vista ecológico e econômico, pois pode proporcionar uma

maior potencialização de produção desses bioativos, uma vez que é possível controlar

condições do meio de cultivo, temperatura, luz, fontes de carbono, entre outros fatores.

Permitindo ainda, ser uma alternativa sustentável para algumas espécies, principalmente em

ecossistemas ameaçados, bem como, estabelecer protocolos padrão para a multiplicação massal

de várias espécies (Morais et al., 2012). É sabido que existem empresas como a Nitto Denko

Co., Japão, com produção comercial de biomassa de células de ginseng (Panax ginseng) em

biorreatores de tanque agitado de 20 m3 com produção de 500 – 700 mg/L/dia (DiCosmos e

Misawa, 1995; Wu e Zhong, 1999), e a Ajinomoto e Nippon Shin-Yaku, que vem concentrando

esforços para aumentar os níveis de acumulação de alcalóides, esteróides e outros produtos

secundários em cultura de células (Misawa, 1994).

Assim, entende-se que a técnica de cultura de tecidos de plantas se baseia na

totipotencialidade da célula vegetal, ou seja, na sua capacidade de, por si só, originar uma nova

planta, devido às mesmas apresentarem em seu núcleo, toda informação genética (Grattapaglia

e Machado, 1998). Apesar dessa ferramenta exigir profissionais treinados, laboratórios

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próprios, reagentes, dentre outros, ainda assim, torna-se vantajoso seu uso, pois os benefícios

proporcionados são superiores à técnica convencional, quando se trata da produção desses

metabólitos secundários que tenham relevância do ponto de vista terapêutico e que, por algum

tipo de impedimento, não são sintetizados, ou quando isso ocorre, sua produção apresenta

baixas concentrações pelas plantas cultivadas no modo tradicional (Pereira, 2009).

A cultura de tecidos de plantas tem como princípios básicos para a obtenção de culturas

assépticas de plantas, a escolha do explante, a assepsia, o meio nutritivo e as condições

ambientais de cultivo. Como fontes de explantes são usados ápices caulinares, ápices

radiculares, gemas axilares ou gemas laterais, segmentos foliares, cotilédones, entrenós,

anteras, ovários, óvulos, nucelos, embriões zigóticos, inflorescências e, inclusive, tecidos

altamente diferenciados, como os provenientes de frutos (Mroginski e Roca, 1991; Barrueto

Cid, 2000; Moraes et al., 2007).

Figura 5. Ciclo biossintético dos metabólitos secundários. Fonte: Paul M. Dewick. (2009).

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Com isso, a produção de metabólitos secundários associada a cultura de tecidos de

plantas, vem crescendo o interesse pelo estudo (Charlet et al., 2000) com maior atenção em

plantas com grande potencial químico e farmacêutico. Uma vez que, grandes quantidades de

metabólitos secundários podem ser sintetizadas dentro de um período de cultivo de duas

semanas, por exemplo. Isto se torna muito favorável em relação a produção na planta, para as

quais o espaço de tempo para o acúmulo desses metabólitos pode variar de uma estação para

plantas anuais ou diversos anos no caso de plantas perianuais (Crouteau et al., 2000; Santos et

al., 2007), a exemplo de Hypericum perforatum que no inverno a produção de hiperecina e

pseudo-hiperecina aumentam de 100 ppm para mais de 3000 ppm no verão (Southwell e

Bourke, 2001). A Artemisia sp, para a qual diversas pesquisas vêm sendo desenvolvidas com

modificações no meio de cultivo in vitro, a fim de aumentar a produção de massa e de

artemisinina (Aslam et al., 2006, Nin et al., 1996, Liu et al., 2003, Liu et al., 2004). André et al

(2003) fizeram um estudo comparativo da produção de metabólitos secundários em cultura de

células e na planta in natura de Gomphrena globosa (Amaranthaceae) e observaram que calos

possuem potencial para a produção de vários metabólitos in vitro, inclusive compostos não

observados na planta matriz.

Deste modo, pode-se acreditar que a concentração de determinados metabólitos

secundários pode estar relacionada aos estágios de desenvolvimento do vegetal, ocorrendo o

acúmulo de diferentes compostos devido a processos de síntese e transporte nas diferentes

etapas do desenvolvimento da planta (Figura 5, p. 14). Nesse sentido, trabalhos envolvendo

calogênese e cultivo de células in vitro para a P. pyramidalis são necessários, já que protocolos

de produção de massa de calos para essa espécie, são o ponto inicial para a obtenção de

substâncias como a amentoflavona e agatisflavona, que são biflavonóides e, que, mostraram-se

farmacologicamente ativos para diversas doenças.

2.6. Estratégias aplicadas ao cultivo in vitro de plantas para aumentar a produção dos

metabólitos secundários.

Nos últimos anos, percebeu-se uma crescente popularidade dos medicamentos

fitoterápicos, que segundo a legislação sanitária brasileira, são medicamentos obtidos

empregando exclusivamente matérias-primas ativas vegetais (Brasil, 2015). Além disso, houve

também o aumento do interesse por moléculas bioativas oriundas de plantas, uma vez que se

percebeu que essas substâncias não apenas desempenham um papel no crescimento e

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desenvolvimento da planta, mas também, apresentam um papel relevante na produção de

compostos farmacologicamente ativos de grande importância para a medicina.

Apesar dos grandes avanços na química sintética, ainda assim, por muito tempo, a

produção de metabólitos secundários de plantas vem sendo realizada pelo cultivo da planta em

campo, principalmente, de folhas, caules, raízes. Entretanto, esse tipo de coleta para fins

medicinais apresentava desvantagens como plantas de biótipo específico, que podem ter muita

dificuldade em crescer fora de seus ecossistemas locais; algumas espécies podem não ser

cultivadas em larga escala, devido à sua susceptibilidade a patógenos (Fumagali et al., 2008);

rendimentos baixos, e as flutuações nas concentrações devido às condições geográfica, sazonal

e ambiental (Murthy et al., 2014); além do extrativismo exacerbado, podendo provocar extinção

da espécie coletada. Isto tem conduzido os cientistas e biotecnologistas a considerar as culturas

de células, tecidos e órgãos como uma maneira alternativa para produzir os correspondentes

metabólitos secundários em um sistema in vitro.

A cultura de tecidos vem sendo apontada como valioso instrumento para estudos dos

metabólitos primários e especiais, constituindo um sistema apropriado para a produção de

compostos farmacológicos importantes. Pesquisas têm demonstrado sucesso na produção de

metabólitos especiais em diferentes órgãos e culturas não organizadas como calos e suspensão

celular, que nada mais são que um grupo ou massa de células, com crescimento desordenado

que podem apresentar certo grau de diferenciação (Torres et al., 2000; Schripsema e Verpoorte,

1994; Karam et al., 2003; Furden et al., 2005; Gyorgy et al., 2005). As principais vantagens

dessa produção in vitro são a independência de fatores ambientais, o aumento do controle da

produção, o uso de linhagens celulares que garanta uma qualidade consistente do produto, a

viabilização econômica de produtos oriundos de espécies de difícil cultivo e a utilização de

elicitores ou indutores no direcionamento da produção (Ayako et al., 2004).

Nos últimos anos, têm sido desenvolvidas várias estratégias para acumulação de massa

e a síntese de compostos secundários, tais como, otimização do meio de cultura (Tabela 2, p.

18), elicitores, nutrientes e precursor de alimentação, permeabilização, imobilização, e métodos

de biotransformação (Murthy et al., 2014). Drapeau et al. (1986) verificaram que a concentração

de açúcar no meio influencia fortemente a taxa de crescimento e a razão entre peso fresco e

peso seco de células de Dioscorea deltoidea e de Catharanthus roseus. Ainda estes mesmo

autores, citam que a biossíntese de diosgenina é acrescida com o aumento de 2,4-D no meio de

cultura.

A variedade de meios para o cultivo de células e órgãos vegetais é enorme,

normalmente, para cada cultura existe um meio que se adapta melhor, ou até mesmo, dentro da

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mesma cultura, há um meio próprio para ela. E isso ocorre devido a composição de nutrientes

que constitui esse meio de cultura. Por exemplo, o meio MS (Murashige e Skoog, 1962) foi

adequado para culturas de células em suspensão de Sylvestre gymnema para acúmulo de massa

e produção de ácido gimnemico (Nagella et al., 2011). Werner et al. (2010) obtiveram melhores

resultados na calogênese da espécie C. echinata (pau-brasil) com os meios de cultura White

(White 1943), MS e B5 (Gamborg et al., 1968), e muito embora o meio WPM (Lloyd e

Mccown, 1981) seja bastante utilizado na promoção da calogênese e da organogênese em

lenhosas (Glocke et al., 2006), para o pau-brasil não se mostrou eficiente. De qualquer modo,

a comparação de meios de cultura é uma tarefa complexa, devido as interações entre os

nutrientes minerais, potencial osmótico do meio e as exigências nutricionais de cada planta

(Werner et al., 2010). Em todo o meio de cultivo, além dos nutrientes presentes na sua

formulação, é sempre necessário suplementá-lo com uma fonte de carbono, geralmente utiliza-

se a sacarose, um dissacarídeo que gera energia e carbono nos processos biossintéticos. Mas,

outros carboidratos estão sendo utilizados não apenas como fonte de energia para a planta

metabolizar seus nutrientes, mas também para modificar esse metabolismo, e favorecer a

biossíntese dos metabólitos secundários. Os mais comumente usados são, a frutose, glicose,

maltose, galactose e lactose.

Em culturas de células em suspensão de Gymnema sylvestre, a utilização de vários

açúcares foi testada, e a sacarose foi considerada a fonte de carboidrato ideal para acumulação

de massa (11,56 g.L-1) e produção de ácido gimnemico (9,95 mg.g-1) (Nagella et al., 2011).

Wang e Weathers (2007) verificaram o efeito de concentrações equimolares (30 g.L-1) de

açúcares individuais, tais como a sacarose, glicose, frutose ou na produção da artemisinina

culturas de raiz de Artemisia annua e relataram uma melhoria significativa na acumulação de

artemisinina em meio suplementado com glicose.

Esses açúcares adicionados ao meio de cultura, além de estimular o crescimento, podem

atuar como moléculas de sinalização que regulam a divisão, diferenciação e o metabolismo das

células (Ong et al., 2011). Estes mesmos autores, observaram em estudos com Ficus deltoidea

que, a glicose (0,167 M) foi a fonte de carbono que melhor favoreceu a produção da rutina,

quercetina e naringenina. Iranbakhsh et al. (2007), usando a concentração de 0,167 M de glicose

em cultura de células de Datura stramonium, obtiveram uma ótima quantidade de alcaloides.

Portanto, cada cultura vai demandar um tipo de fonte de carbono diferente, dependendo também

do que se pretende obter com aquela cultura. Embora, os efeitos dos tipos dos carboidratos e

concentrações sejam visíveis, ainda não há entendimento claro sobre o que eles promovem no

metabolismo da planta (Grech-Baran e Pietrosiuk, 2012).

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Tabela 2. Algumas estratégias para aumentar a produção de metabólitos secundários em células

vegetais e cultura de órgãos otimizando o meio de cultura. Fonte: Murthy et al. (2014).

Otimização do meio

- Influência da fonte de carbono e suas concentrações

- Influência da fonte de nitrogênio

- Influência de nutrientes no meio de cultivo

- Influência dos tipos e concentrações dos reguladores de crescimento

- Influência da densidade do inóculo

- Otimização do ambiente de cultivo

- Influência da temperatura

- Influência da qualidade e intensidade da luz

- Influência do pH no meio de cultivo

- Influência da aeração e agitação do meio de cultivo.

Cultura de calos e células vegetais de uma maneira geral, requerem um fornecimento

exógeno de reguladores de crescimento para o desenvolvimento, proliferação de massa e

acúmulo de metabólitos. Uma das características mais notáveis das plantas está na capacidade

de suas células somáticas desdiferenciar e retomar a divisão celular e produzir novas plantas.

Entretanto, a alteração do programa ontogenético não é tão simples assim, pois nem todas as

células adquirem competência para expressar a desdiferenciação celular. Assim o uso de

reguladores de crescimento torna-se indispensável nesse processo.

Reguladores de crescimento como auxinas, citocininas, giberelinas, ácido abscísico,

etileno, entre outros são bastante conhecidos por terem os maiores efeitos sobre os

metabolismos primário e secundário, pois são capazes de desencadear processos específicos

para cada desenvolvimento da célula ou parte de um segmento da planta. Dentre esses, as

auxinas, destacam-se por estimular os processos de desdiferenciação (modelo indireto) e

rediferenciação (modelo direto) in vitro, alterando a determinação e conferindo novas

competências às células responsivas dos explantes (Fehe´r et al., 2003). Resultados

experimentais recentes têm mostrado que a aplicação exógena de reguladores de crescimento

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também influencia o crescimento e o acúmulo dos metabólitos em culturas de raízes (Vanhala

et al., 1998; Weathers et al., 2005). E, novamente, a relação planta e tipo de regulador usado é

o que vai influenciar na produção ou não do metabólito em questão. Por isso, diversos são os

experimentos apresentados no mundo científico para a produção de massa e, principalmente,

para o acúmulo de metabólitos secundários. Ong et al. (2011) verificaram um maior acúmulo

de flavonóides em Ficus deltoidea quando adicionaram ao meio de cultura 10,74 µM de ANA.

Ionkova (2009) observou que o conteúdo de flavonóides em cultura de células de Astragalus

missouriensis foi severamente diminuído com o aumento da concentração de 2,4-D. Duangpon

e Siripong (2009) relataram que o 2,4-D e o ANA tiveram efeito significativo sobre a produção

de philantusol A em calos. Chinnamadasamy et al. (2010) verificaram que aumentando o nível

de 2,4-D, estimulava a acumulação de vincristina enquanto o ANA produzia resultados

contrários.

Outro fator que também afeta a produção de massa e de metabólitos secundários é a luz.

As condições de iluminação são fatores conhecidos que afetam o metabolismo primário e

secundário em cultura de células de plantas (Ramakrishna e Ravishankar, 2011). Por exemplo,

Kokotkiewicz et al. (2014) provaram que as condições de luz afetaram significativamente o

acúmulo de biflavonóides em Cyclopia subternata. Chan et al. (2010) investigaram os efeitos

de diferentes fatores ambientais, tais como a intensidade e irradiação da luz (irradiação contínua

e escuro contínuo) sobre o rendimento de massa celular e produção de antocianina em culturas

de Melastoma malabathricum, e perceberam que a intensidade moderada da luz (300-600 Lux)

induziu um aumento na acumulação de antocianinas nessa espécie. Guo et al. (2007)

constataram que estimular culturas de calos na espécie Saussurea medusa, aumenta a produção

de flavonóides.

2.7. Biflavonóides na espécie Poincianella pyramidalis

A primeira biflavona foi isolada em 1929 e é conhecida como ginkgentina. Desde então,

mais de mil ocorrências de biflavonóides foram registradas em plantas e muitas atividades

biológicas, têm sido relacionadas a essa classe de substâncias. De acordo com Simões et al.

(1999) os biflavonóides são espécies diméricas formadas por monômeros idênticos ou distintos,

os quais podem ainda ser mistos quanto à categoria das unidades, e podem apresentar vários

tipos de conectividades entre si. A possiblidade de atropisomerismo (estereoisomeria de eixo)

entre os monômeros também contribui para a diversidade de estruturas biflavonoídicas.

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A nomenclatura dos biflavonóides é feita de modo análogo a dos flavonoides

monoméricos, obedecendo a mesma ordem de numeração. No entanto, há duas possibilidades

de denominação dos anéis aromáticos: na primeira, as unidades são referidas através de

algarismos romanos (I e II), na segunda, a estrutura é subdividida em dois conjuntos de anéis

(1- A, B e C; 2- D, E e F). As posições são diferenciadas apenas pelo acréscimo de linhas

sobrescritas (”). Os carbonos 9 e 10 também podem ser chamados 8a e 4a, respectivamente

(Simões et al., 1999). Esta classe são substâncias polares, solúveis em solventes hidrofílicos

(metanol, DMSO, piridina), por isso suas metodologias de isolamento, em geral, requerem a

aplicação de cromatografia de adsorção de fase reversa (octadecilsilano, ciano) e de exclusão

(Sephadex LH-20) (Simões et al., 1999).

Os biflavonóides são encontrados em grande variedade ou quantidade em diferentes

plantas e em muitos tecidos vegetais, acredita-se que essa quantidade seja superior a duzentas

substâncias dispersas, principalmente entre as plantas gimnospermas e angiospermas (Canuto,

2007). No entanto, seu papel biológico ainda não é claro. Dentre essa variedade de plantas, a

espécie P. pyramidalis se destaca, pois produz biflavonóides, entre esses destacando-se, a

amentoflavona e agatisflavona (Tabela 1, p. 11), substâncias raras para a família Leguminosae,

relatadas por Bahia et al. (2005).

Esta classe de substâncias é reconhecidamente de alto valor farmacológico, uma vez que

apresentam afinidade por receptores GABAA/benzodiazepínicos, sendo fortes candidatos para

o controle da epilepsia (Svenningsen et al., 2006). Atividades antivirais também foram relatadas

para a amentoflavona e agatisflavona em ensaios frente aos vírus Myxovirus influenzae (gripe),

Herpes simplex (Lin et al., 1999) e HIV (Lin et al., 1997), além de um potencial antineoplásico,

avaliado com sucesso, em testes de citotoxidade frente a linhas de células tumorais (Chen et al.,

2005; Lin et al., 2000; Silva et al., 1995; Lin et al., 1989) e mediante ensaios de inibição da

enzima DNA topoisomerase (Grynberg et al., 2002).

Diante do exposto, tem-se a necessidade urgente em definir protocolos de calogênese in

vitro de Catingueira para produzir as substâncias agatisflavona e amentoflavona em qualquer

período de tempo visando uma produção em escala industrial que pode ser obtida por exemplo,

com o uso de biorreatores.

2.8. Fatores que interferem no metabolismo secundário de plantas.

Desde muito tempo, carrascos gregos que coletavam amostras de veneno da cicuta

(Conium maculatum) perceberam que pela manhã os níveis desta substância eram maiores nas

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plantas (Lopes e Gobbo-Neto, 2007). Assim sendo, têm-se que a biossíntese de metabólitos

secundários se encontra intimamente relacionada às variações sazonais, circadianas, intra e inter

planta, que mesmo existindo um controle genético, a expressão pode sofrer modificações

resultantes da interação de processos bioquímicos, fisiológicos e evolutivos (Darrow e Bowers,

1997; Bowers e Stamp, 1993; Waterman e Mole, 1989; Hartmann, 1996). Dessa maneira,

percebe-se que o metabolismo secundário segue atrelado a interface química das plantas e ao

ambiente.

Diversos são os fatores que alteram a síntese e a concentração dos metabólitos

secundários nas plantas (Figura 6, p. 21). A natureza química destes constituintes ativos pode

não se manter constante durante todo o ano, bem como atuar como fator limitante do

crescimento e da produtividade (Gobbo-Neto e Lopes, 2007; Atienza et al., 2004).

Figura 6. Fatores que podem influenciar a produção de metabólitos secundários. Fonte: Gobbo

Meto Lopes (2007).

Blank et al. (2007), estudando diferentes horários e épocas de coleta de folhas de

citronela de java (Cymbopogon winterianus Jowitt), concluíram que a época seca reduziu o

conteúdo de limoneno, citronelol, geraniol, e farnesol e aumentou o conteúdo de citronelal e

neral. Já Botrel et al. (2010), observaram que o maior teor de óleo essencial de Hyptis.

marrubioides aconteceu no verão, e, no entanto, no inverno apresentou a maior concentração

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relativa (%) dos componentes majoritários de α e β-tujona. E de acordo com Ncube et al. (2010),

as maiores concentrações de flavonóides em Hypoxis hemerocallidea e Merwilla plumbea

acontecem no inverno, enquanto Tulbaghia violacea e Drimia robusta no verão.

Zobayed et al. (2005) verificaram que as temperaturas maiores que 35 ºC e menores que

15 ºC, reduziram a eficiência fotossintética das folhas de Hypericum perforatum, resultando na

alteração da concentração de metabólitos secundários dessa espécie. Ao avaliar a influência da

indução de UV-B na mudança na produção de metabólitos secundários em folhas de Ginkgo

biloba, Sun et al. (2010) constataram que houve um aumento no teor de flavonóides, à medida

que o tempo de exposição aumentava, chegando a 57,2% em 240 minutos com posterior

decréscimo de 40,7% aos 360 minutos de exposição.

2.9. Variabilidade Genética

Poincianella pyramidalis é uma espécie endêmica da caatinga, e que apresenta diversas

ações farmacológicas, tais como, atividade anti-inflamatória, antioxidante, antifúngica contra a

candidíase, além de um grande potencial como recuperação de áreas degradadas e madeiras

recomendadas para lenha, carvão e estaca (Bahia et al., 2005; Alviano et al., 2008; Luna et al.,

2005; Cruz et al., 2007). Por essas razões, esta espécie está sob pressão antrópica e pode se

tornar extinta, sendo assim, faz-se necessário um bom programa de conservação da floresta, a

fim de obter a proteção de sua variabilidade genética.

Nesse contexto, o uso da biologia molecular vem sendo determinante em estudos sobre

a variabilidade genética das populações e na estimativa da diferenciação genética existente entre

as espécies. Estudos sobre a identificação e caracterização da variabilidade genética em plantas

medicinais concentram-se em aspectos fenotípicos, tais como os caracteres morfológicos,

aspectos do DNA e seus fragmentos, genes mutantes, cromossomos e, finalmente, marcadores

genéticos, como o ISSR (Inter Repetições de Sequências Simples), que se baseiam na

amplificação de regiões entre sequências microssatélites adjacentes do DNA via PCR

(Polymerase Chain Reaction), por exemplo. Fatores externos influenciam na composição

fitoquímica dessas plantas (Frisvad et al., 2008; Spitaler et al., 2006), podendo ter reflexo no

efeito terapêutico final. Portanto, similaridades e variações no padrão fitoquímico

interpopulacional, poderão ser geneticamente determinadas, usando análises genéticas, a partir

da aplicação do marcador como anteriormente citado.

Esses marcadores não são afetados por condições ambientais, e tornaram-se cada vez

mais importantes para o levantamento da diversidade genética e para a identificação de

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genótipos de plantas medicinais (Nybom e Weising, 2007). Sena Filho et al. (2010) propuseram

um marcador químico para o gênero Lantana, em que β-cariofileno foi o principal composto

detectado, juntamente com felandreno, cubebeno e elixeno como componentes menores em

uma análise de 15 espécies (β-cariofileno não foi detectado nas espécies de Lippia avaliadas;

em vez disso, sugeriu-se que as espécies pertencentes ao gênero Lippia conteria limoneno,

citral, carvacrol, β-mirceno, cânfora e timol como seus principais marcadores químicos).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Material Vegetal

As sementes de Poincianella pyramidalis foram coletadas de plantas nativas da BR 110

km 22 Jeremoabo-BA (-10°04’33,80”S; -38°20’28,00”O), e, do município de Petrolina, Estado

do Pernambuco, sob autorização do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN),

processo n° 02000.000878/2007-55. Estas foram armazenadas sob temperatura ambiente em

papel pardo no Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas da Embrapa Tabuleiros Costeiros.

3.2. Germinação in vitro das sementes de Poincianella pyramidalis

Em câmara de fluxo laminar, realizou-se a desinfestação das sementes com álcool a

70%, por um minuto, hipoclorito de sódio comercial a 50%, por oito minutos, sob agitação e,

posteriormente, lavadas três vezes com água destilada estéril. Em seguida, inoculadas em tubos

de ensaio contendo 20 mL de meio de cultura MS (Murashige e Skoog, 1962), suplementado

com 30 g.L-1 de sacarose, e ágar a 7%. O pH do meio de cultura foi ajustado para 5,8, antes da

autoclavagem a 120°C por 20 minutos. Depois de inoculadas, as sementes foram mantidas em

sala de crescimento a uma temperatura de 25 ºC ± 2 ºC, fotoperíodo de 16 horas, intensidade

luminosa de 50 µmol-2.m-2.s-1, obtida por lâmpadas fluorescentes brancas frias.

3.3. Estabelecimento in vitro e calogênese em diferentes explantes de Poincianella pyramidalis

Após 45 dias da germinação in vitro, utilizaram-se como explantes os segmentos nodal,

internodal e foliar das plântulas, oriundas do município de Jeremoabo, Bahia para os estudos

do efeito de 2,4-D na indução de calos. Em câmara de fluxo laminar, estes foram seccionados

e, inoculados em placas de Petri (90 x 15 mm) estéril e descartável contendo 20 mL meio MS,

suplementados com 30 g.L-1 de sacarose e 5 g.L-1 de ágar. O 2,4-D (ácido 2,4-

diclorofenoxiacético) foi adicionado no meio de cultura nas concentrações de 0; 2,5; 5 e 10

mg.L-1. Em seguida, as culturas foram mantidas em sala de crescimento a uma temperatura de

25 ºC ± 2 ºC, sem iluminação. Aos 30 e 60 dias após a inoculação, avaliou-se a oxidação por

meio de uma escala de notas definida com base na porcentagem da área do explante com

oxidação (nota 1: 0%; nota 2: 0 - 25%; nota 3: 25% - 50%; nota 4: 50% a 75%; nota 5: 75% -

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100%), uma escala de notas para a intensidade de formação de calos nos explantes (nota 1: 0;

nota 2: 25% - 50%; nota 3: 50% - 75%; nota 4: 75% - 100%), e a porcentagem de explantes

nodal, internodal e foliar responsivos à indução de calos.

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em esquema

fatorial 3 x 4, sendo três tipos de explantes (nodal, internodal e foliar) e quatro concentrações

de 2,4-D, totalizando 12 tratamentos, com seis repetições contendo quatro explantes cada.

3.4. Produção de biflavonóides e de massa dos calos de Poincianella pyramidalis provenientes

de regiões do Nordeste Brasileiro

Após 45 dias da germinação in vitro, utilizaram-se os explantes foliares das plântulas

dos acessos de Jeremoabo, Bahia e Petrolina, Pernambuco para os estudos do efeito de 2,4-D

na indução de calos. Em câmara de fluxo laminar, estes foram seccionados e, inoculados em

placas de Petri (90 x 15 mm) estéril e descartável contendo 20 mL meio MS, suplementados

com 30 g.L-1 de sacarose e 5 g.L-1 de ágar. O 2,4-D foi adicionado ao meio de cultura nas

concentrações de 1,0; 2,0; 3,0; 4,0 e 5 mg.L-1. Em seguida, as culturas foram mantidas em sala

de crescimento a uma temperatura de 25 ºC ± 2, sem iluminação.

Aos 30 e 60 dias após a inoculação, fez-se a pesagem das massas frescas dos calos,

individualmente, para cada tratamento, e os resultados expressos na unidade do SI (g).

Realizaram-se também, após 60 dias, duas análises: uma genética e outra química, a de

variabilidade genética, analisou se havia diferença genética ou não entre os indivíduos da Bahia

e Pernambuco, usando a técnica de Inter Sequencias Simples Repetidas (ISSR) e, no estudo da

composição química utilizou-se o HPLC/DAD para verificar a presença de amentoflavona e/ou

agatisflavona nos tratamentos estudados.

O delineamento experimental utilizado para a indução dos calos, foi o inteiramente

casualizado em esquema fatorial 2 x 5, sendo dois acessos da P. pyramidalis (Bahia e

Pernambuco) e cinco concentrações de 2,4-D, totalizando 10 tratamentos, com seis repetições

contendo quatro explantes cada.

3.5. Análise de diversidade genética entre espécies de Poincianella pyramidalis oriundas de

duas regiões do Nordeste Brasileiro.

3.5.1. Material vegetal

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Folhas de plântulas cultivadas in vitro provenientes de sementes das populações de

Poincianella pyramidalis dos municípios de Jeremoabo e Petrolina, foram retiradas para análise

da variabilidade genética no Laboratório de Biologia Molecular.

3.5.2. Extração de DNA

Utilizou-se o método CTAB 2% (Doyle e Doyle, 1990) para a extração do DNA.

Portanto, cerca de 1 g das folhas de plântulas in vitro de Poincianella pyramidalis foi macerada

em almofariz, juntamente com nitrogênio líquido (-196 ºC), e 10 mL de tampão CTAB 2%,

posteriormente, as amostras foram incubadas a 65 ºC com 20 µL de β-mercaptoetanol por 60

minutos por 60 minutos. Em seguida foram retirados 1000 µL de cada amostra, e transferidos

para microtubos tipo eppendorf® de 2 mL, e nestes, adicionaram-se 1000 µL de clorofórmio :

álcool isoamílico (24:1). Os microtubos foram vertidos 50 vezes e, no intuito de homogeneizar

as amostras, centrifugados por 30 minutos a 7000 rpm a 4 ºC.

O sobrenadante proveniente da centrifugação foi coletado e transferido para outro

microtubo, e nele adicionou-se 1000 µL de uma solução de acetato de sódio (3 mol.L-1) e álcool

etílico (95 % v/v), na proporção de 1:6. Assim, manteve-se o material por 12 horas em freezer

a -20 ºC. Após esse período, centrifugou-se por 10 minutos a 14000 rpm a 4 ºC, e eliminou-se

a solução de acetato de sódio e álcool etílico. Adicionando-se, em seguida, 1500 µL de álcool

etílico a 70%. As amostras, permaneceram por 10 minutos em temperatura ambiente e, logo

após foram centrifugadas por 10 minutos a 4000 rpm e 4 ºC. Sendo, o álcool eliminado e, o

precipitado formado, seco ao ar por duas horas, e suspenso em 100 µL de TE (Tris-HCl 10 mM,

pH 8,0; EDTA 1 mM).

3.5.3. Quantificação e diluição do DNA

Para a quantificação do DNA utilizou-se um espectrofotômetro (Thermo Scientific

NANODROP 2000c) numa faixa de absorção de 260 a 280 nm. Calculou-se a pureza do

material vegetal através da relação OD260/OD280 e, a avaliação da qualidade do DNA foi

realizada por meio de eletroforese em gel de agarose 1%, visualizado em equipamento de

fotodocumentação Gel doc L-pix HE (Loccus Biotecnologia, Brasil).

Dessa forma, as amostras quantificadas foram diluídas em 100 µL de TE, e armazenadas

à -20 ºC para subsequente uso nas reações de ISSR (Inter Sequencias Simples Repetidas).

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3.5.4. Iniciador e amplificação

3.5.4.1. Inter Sequencias Simples Repetidas (ISSR)

Inicialmente foram usados 12 iniciadores para a análise dos marcadores ISSR,

utilizando dois indivíduos (Tabela 3, p. 27).

Os parâmetros para otimização das amplificações, consistiram nas concentrações de

DNA (ng), MgCl2 (mM), iniciador (µL) e na temperatura de anelamento (ºC) de acordo com a

Tabela 2.

O volume total da reação foi de 20 µL, sendo: 2 µL da solução de DNA genômico (X),

2 µL de cada iniciador (Y), 12,8 µL de água ultrapura esterilizada, 0,6 µL de tampão MgCl2

(50 mM) (Z), 0,4 µL de dNTP (10 mM), 0,2 µL de Taq polimerase e 2 µL de 10X PCR buffer

minus Mg. Em seguida, o material foi amplificado usando um termociclador com o seguinte

programa: desnaturação a 95 ºC por cinco minutos, seguidos de 45 ciclos de desnaturação a 94

ºC por um minuto, anelamento a diferentes temperaturas por 45 segundos, e extensão a 72 ºC

por dois minutos, finalizando com uma extensão de 72 ºC por 10 minutos.

Tabela 3. Iniciadores ISSR testados, sendo a base Y (C, T) e R (A, G).

Iniciador Sequência 5’ – 3’

807 AGAGAGAGAGAGAGAGT

810 GAGAGAGAGAGAGAGAT

823 TCTCTCTCTCTCTCTCTCC

826 ACACACACACACACACC

828 TGTGTGTGTGTGTGTGA

834 AGAGAGAGAGAGAGAGYT

835 AGAGAGAGAGAGAGAGYC

841 GAGAGAGAGAGAGAGAYC

843 CTCTCTCTCTCTCTCTRA

845 CTCTCTCTCTCTCTCTRG

848 CACACACACACACACARG

855 ACACACACACACACACYT

3.5.4.2. Eletroforese, visualização e fotodocumentação dos géis

Em microtubos contendo 20 µL de DNA amplificado, foram adicionados 3 µL de

tampão da amostra (azul de bromofenol 0,01%; glicerol 40%). Desta mistura, 10 µL foram

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dispostos nas canaletas do gel de agarose 2%, dissolvida em TBE 1X – TRIS 89 mM, ácido

bórico 89 mM, EDTA 2,5 mM, pH 8,3), posteriormente, submetidos à eletroforese horizontal,

em tensão de 100 V por, aproximadamente, duas horas e 30 minutos.

Após a eletroforese, os géis foram corados em solução contendo brometo de etídeo (0,02

µL/mL de água) por 60 minutos, para visualização sob luz ultravioleta. Para mensurar o padrão

de bandeamento, utilizou-se marcador de massa molecular (Promega) de i Kb. Por fim,

realizou-se a documentação dos géis no equipamento Loccus L-pix HE (Loccus Biotecnologia,

Brasil).

3.5.4.3. Análise estatística

O perfil eletroforético de cada gel de ISSR foi transformado em uma matriz binária,

sendo a presença do fragmento, representada por 1 e ausência 0. Os dados binários foram

empregados para estimar todas as análises subsequentes.

3.5.4.4. Número ótimo de fragmentos amplificados

O número ótimo de fragmentos amplificados foi analisado utilizando-se o software

GENES (Cruz, 2007). Nesta análise foram obtidas as estimativas de correlação de valores da

matriz de similaridade, a soma dos quadrados dos desvios em relação às re-amostragens e o

valor de estresse (E), que indica o ajuste entre a matriz original e a matriz simulada. O número

de bandas foi considerado ideal quando o estresse assumiu valor inferior a 0,05 (Kruskal, 1964).

3.5.4.5. Similaridade genética

A similaridade genética (Sji) entre os indivíduos de P. pyramidalis foi calculada pelo

coeficiente de similaridade de Jaccard empregando o programa NTSYS pc 2.1 (Rohlf, 2001),

com base na seguinte expressão:

𝑆𝑗𝑖 = 𝑎

𝑎+𝑏+𝑐

Onde, 𝑎 representa a presença de bandas em ambos os genótipos, 𝑏 representa a

presença de banda no primeiro genótipo e ausência no segundo e, 𝑐 a presença no segundo e

ausência no primeiro.

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Com a matriz binária calculou-se a porcentagem de polimorfismo obtido com cada

oligonucleotídio utilizado por meio da fórmula:

𝑃 = 𝑛𝑏𝑝

𝑛𝑏𝑡 𝑥 100

Onde:

P = porcentagem de polimorfismo (ou taxa de polimorfismo);

nbp = número de fragmentos polimórficos;

nbt = número de fragmentos total.

Os erros associados a cada similaridade foram estimados segundo Skroch, Tivang e

Nienhuis (1992), pelas seguintes expressões:

V = ns (1- s)/(n- 1)

Erro padrão estimado = (V/n)1/2

em que:

V: variância da similaridade genética entre cada par de progênies;

s: similaridade genética entre cada par de progênies;

n: número total de bandas utilizadas na estimativa da similaridade genética.

A representação simplificada das similaridades foi feita por meio da construção de um

dendrograma obtido pelo método de agrupamento UPGMA (Rohlf, 2001).

Os indivíduos geneticamente diferentes foram identificados nos dendrogramas a partir

da estimativa do valor mínimo de similaridade, acima do qual os indivíduos são semelhantes,

ou o valor máximo significativo de similaridade (Sgm) (Castanheira, 2001). O (Sgm) foi estimado

por meio do teste t, no nível de 1% de probabilidade. Sendo representado no dendrograma por

meio da linha de corte.

𝑆𝑔𝑚 = 1 − (𝑡 − 𝑆̅𝑠𝑔𝑖𝑗)

Em que:

t= o valor tabelado de t com n-2 graus de liberdade;

𝑆̅𝑠𝑔𝑖𝑗 = erro médio das comparações consideradas nos dendrogramas.

Analisou-se também, a consistência de cada agrupamento (coeficiente de correlação

cofenética) por meio do teste Z de Mantel no programa NTSYS-pc 2.1 (Rohlf, 2001). Esse dado

possibilita avaliar o desempenho da análise de agrupamento, em função da obtida, ou seja, se

os grupos indicados para representar a classe de dissimilaridade podem ser considerados uma

boa representação dos dados originais.

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Em análise de agrupamento, diversos autores, entre eles Bussad et al. (1990), sugerem

que um valor de coeficiente de correlação cofenética (cf) em torno de 0,8 pode ser considerado

um bom ajuste.

3.6. Efeito da interação de diferentes carboidratos com 2,4-D para a produção de amentoflavona

e agatisflavona em calos de Poincianella pyramidalis

Utilizou-se explantes foliares com 1 cm2, de plântulas provenientes da germinação in

vitro de Poincianella pyramidalis com 45 dias de idade após inoculação, oriunda do município

de Petrolina, Pernambuco, por apresentarem maior massa de calo nos tratamentos estudados

anteriormente. Os segmentos foram inoculados em placas de Petri descartável (90 x 15 mm),

contendo meio MS (Murashige e Skoog, 1962), com os seguintes tratamentos: T1 – Frutose 30

g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D; T2 – Frutose 30 g.L-1 + 5 mg.L-1 de 2,4-D; T3 – Glicose 30 g.L-1 +

1 mg.L-1 de 2,4-D; T4 – Glicose 30 g.L-1 + 5 mg.L-1 de 2,4-D; T5 – Sacarose 30 g.L-1 + 1 mg.L-

1 de 2,4-D; T6 – Sacarose 30 g.L-1 + 5 mg.L-1 de 2,4-D. A cultura, foi mantida em sala de

crescimento a 25 ºC ± 2 ºC sem iluminação. Aos 20, 40 e 60 dias foram realizadas avaliações

de explantes responsivos para a formação de calo, bem como a pesagem das suas massas

frescas. E aos 60 dias uma análise química quantitativa dos extratos através de HPLC/DAD.

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em esquema

fatorial 3 x 2, sendo três carboidratos (frutose, glicose e sacarose) e duas concentrações de 2,4-

D, totalizando seis tratamentos, com seis repetições contendo quatro explantes cada.

3.6.1. Preparação dos extratos de Poincianella pyramidalis provenientes de calos.

Calos com 40 e 60 dias de idade, foram colocados em estufa de ar circulante a 40 ºC por

24 horas para secagem. Após esse período, pesou-se 0,1000 g de massa seca desses calos em

balança analítica e, em seguida, esse material foi macerado ao mesmo tempo em que se

adicionava 10 mL de metanol 99,9% (Synth), e deixado para extração por três dias.

Posteriormente, filtrados e colocados em frascos de vidro para total evaporação do solvente

(adaptado de Ong et al., 2011). A metodologia empregada encontra-se ilustrada no fluxograma

1 (p. 31).

Os extratos foram submetidos à análise em cromatógrafo DIONEX® modelo UltiMate

3000 acoplado com detector por arranjo de diodos (modelo SPD-M10A vp), com volume de

injeção de 10 µL. Foi utilizada uma coluna DIONEX C18 (120Å 3,0X 75mm) com partículas

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de 3µm. No sistema eluente, foi adotada a eluição com gradiente envolvendo a mistura 50-

100% MeOH e 50-0% H2O. Foi utilizado um detector espectrofotométrico e a detecção foi feita

na região do UV/VIS 210, 275, 335 nm, tempo de eluição de 15 minutos e fluxo de 0,5 mL/min.

A quantificação dos compostos foi obtida através do método do padrão externo, o qual

consiste na construção de uma curva de calibração, a partir de solução-padrão de concentrações

conhecidas. Os parâmetros analíticos avaliados para o método de validação foram linearidade,

precisão, limite de detecção e limite de quantificação. A precisão do método foi avaliada pela

repetibilidade, injetando-se em triplicata os extratos metanólicos dos calos de P. pyramidalis,

registrando-se os valores e os picos cromatográficos e calculando-se o desvio padrão das

determinações.

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Fluxograma 1. Metodologia de extração dos calos de P. pyramidalis aos 40 e 60 dias após

inoculação.

Calos com 40 e 60 dias de idade

Secos em estufa de ar circulante a

40 ºC por 24 horas

Pesados em balança analítica

Macerados juntamente com 10

mL de metanol 99,9% (Synth)

Extração por três dias

Filtração e evaporação do

solvente

Extrato bruto levado para análise

química em HPLC/DAD

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3.7. Efeito dos fatores abióticos na produção de biflavonóides e massa dos calos da espécie

Poincianella pyramidalis

Explantes foliares de plântulas da espécie Poincianella pyramidalis, oriundas do

município de Petrolina, obtidas a partir da germinação in vitro de sementes. Em câmara de fluxo

laminar, tecidos foliares foram seccionados em 1 cm2 e, inoculados em placas de Petri (90x15

mm) estéril e descartável contendo 20 mL meio MS, suplementados com 1 mg.L-1 de 2,4-D, 5

g.L-1 de ágar e, 30 g.L-1 de glicose ou frutose, de acordo com os seguintes tratamentos: Escuro

– Frutose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D; Claro – Frutose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D; Escuro –

Glicose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D; Claro – Glicose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D. Em seguida,

as culturas foram mantidas em sala de crescimento a uma temperatura de 25 ºC ± 2 ºC, com

uma parte do experimento ficando sem iluminação e uma outra com iluminação, fotoperíodo

de 16 horas e intensidade luminosa de 20 µmol-2.m-2.s-1, obtidas por lâmpadas fluorescentes

brancas frias.

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em esquema

fatorial 2 x 2, sendo dois carboidratos (frutose e glicose) e duas condições de luminosidade

(claro e escuro), totalizando quatro tratamentos, com seis repetições contendo quatro explantes

cada.

3.8. Análise estatística

Os dados referentes ao material e métodos do item 3.1 (p. 23), foram submetidos a

análise de variância (ANOVA) e as médias dos tratamentos quantitativos avaliados por

regressão, com o programa de análise estatística Sisvar (Ferreira, 2011). Dados expressos em

percentuais foram previamente processados de acordo com arco seno (x / 100) 0,5. E para os

demais experimentos, foi realizada uma análise estatística dos dados, onde foram submetidos à

análise de variância (ANOVA), sendo os tratamentos avaliados pelo teste de Tukey com uso

do software estatístico SISVAR (Ferreira, 2011).

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y = 0,1235x2 - 1,2684x + 4,7461

R² = 0,9049

y = 0,0771x2 - 0,6143x + 1,8656

R² = 0,8082

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

0 2,5 5 7,5 10

Oxid

ação d

e c

alo

s

2,4-D (mg.L-1)

Nodal Internodal Foliar

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Estabelecimento in vitro e calogênese em diferentes explantes de Poincianella pyramidalis

De acordo com análise de variância houve interação significativa (p < 0,05) entre a

concentração de 2,4-D e tipos de segmentos, independente do período de avaliação, para todas

as variáveis analisadas, com exceção da oxidação de calos aos 30 dias de cultivo, onde apenas

o 2,4-D apresentou efeito significativo.

Com relação à oxidação dos calos, aos 30 dias de cultivo in vitro houve uma resposta

linear crescente com o incremento do 2,4-D, com aumento significativo na concentração de 10

mg.L-1 (3,66), conforme a Figura 7A (p. 34). Estes resultados corroboram com os descritos na

literatura (Fonseca et al., 2012), para o cultivo in vitro de Erythrina velutina, onde a oxidação

dos explantes foi diretamente proporcional ao aumento da concentração de 2,4-D,

independentemente do tipo de explante.

Figura 7. Oxidação de calos em explantes nodal, internodal e foliar de P. pyramidalis aos 30

(A) e 60 (B) dias após inoculação.

y = 0,1538x + 2,032

R² = 0,9619

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

0 2,5 5 7,5 10

Oxid

açã

o d

e c

alo

s

2,4-D (mg.L-1)

ynodal=ns

A

B

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Houve um comportamento quadrático da porcentagem de oxidação de calos aos 60 dias

em função das concentrações de 2,4-D (Figura 7B, p. 34), no qual os resultados para o segmento

nodal, não foram significativos. Entretanto, os segmentos internodal e foliar apresentaram os

valores mínimos de oxidação com 5,13 mg.L-1 e 3,98 mg.L-1 de 2,4-D, respectivamente.

A ocorrência de oxidação em culturas de plantas lenhosas é um problema comum

(Jaskni et al., 2008), e que também afeta a catingueira, sendo tanto a ocorrência quanto a

intensidade características inerentes ao tipo de explante utilizado. Os altos níveis de oxidação

devem-se a liberação de compostos fenólicos pelos tecidos em resposta aos ferimentos nos

momentos dos cortes, e as altas concentrações de fitohormônio no meio de cultivo, uma vez

que, naturalmente, os explantes possuem quantidades endógenas de auxina, e ao meio é

adicionado mais auxina sintética (Pious e Ravindra, 1997; Andrade et al., 2000; Sato et al.,

2001). No entanto, apesar da variação da oxidação nos explantes, não houve limitação para o

desenvolvimento dos calos nas concentrações de 2,5 mg.L-1 e 5,0 mg.L-1 de 2,4-D.

Flores et al. (2006) estudando indução de calos em Pfaffia tuberosa, observaram

porcentagens variadas de oxidação nos calos em função do tipo de explante utilizado,

registrando uma maior intensidade de oxidação em folhas (3,7%), seguido de raízes (2,4%),

segmento nodal (1,6%) e entrenó (1,0%) quando cultivados em meio com ácido naftaleno

acético (ANA) ou 2,4-D nas concentrações de 1 ou 10 μM.

Embora a P. pyramidalis seja uma espécie lenhosa, verificou-se que não houve a

necessidade de adicionar ao meio de cultivo MS substâncias antioxidantes, fato esse constatado

nas Figuras 9 e 10 (p.37 e 38) quando observou a indução de calos em todas as concentrações

de 2,4-D, e mesmo as que apresentaram áreas oxidadas, não deixaram de produzir o material

vegetal, apenas em porcentagens de intensidade menores em algumas concentrações estudadas.

Corroborando com esses resultados, Werner et al. (2007) estudando o cultivo de segmentos de

Caesalpinia echinata em meio MS sem adição de antioxidantes obtiveram menor taxa de

oxidação. Ainda estes mesmos autores, relataram ainda que nos tratamentos com essas

substâncias (carvão ativado, ácido ascórbico e PVP), o único que melhor controlou a oxidação

foi o carvão ativado, mas não favoreceu a formação de calos.

A indução de calos nos segmentos se iniciou entre 7 e 21 dias após a inoculação, sendo

observada a formação de calos compactos com poucas áreas friáveis (Figura 8, p. 36). Não

houve formação de calos na ausência de 2,4-D (Figuras 9A e 9B, p. 37). O efeito de

concentrações de reguladores de crescimento na consistência de calos também foi estudado em

plantas ornamentais da espécie Alocasia micholitziana Sander (Araceae), para a qual

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concentrações reduzidas de BAP e 2,4-D levaram a formação de calos friáveis, enquanto

concentrações mais elevadas induziram calos compactos (Thao et al., 2003).

Aos 30 dias de cultivo in vitro, a porcentagem de explantes com indução de calos

apresentou um comportamento quadrático para todos os segmentos (nodal, internodal e foliar),

com aumento na formação de calos até a concentração de 6,28 mg.L-1, 6,49 mg.L-1 e 4,91 mg.L-

1 de 2,4-D, respectivamente e, a partir desses valores, todos apresentaram um decréscimo para

esta variável (Figura 9A, p. 37). Aos 60 dias (Figura 9B, p. 37) o comportamento foi

semelhante, onde os segmentos nodal, internodal e foliar mantiveram a continuidade na

formação de calos até a concentração de 7,04 mg.L-1, 4,92 mg.L-1 e 5,03 mg.L-1 de 2,4-D,

respectivamente, com posterior decréscimo na calogênese.

Em cultivo in vitro de Halicacabum cardiospermum (Thomas e Maseena, 2006) foi

obtida alta taxa de explantes responsivos (96 e 99%, respectivamente) para formação de calos

em segmentos nodal e foliar na presença de 5 μM de 2,4-D. Para a calogênese em Erythrina

velutina (Mulungu) foi constatado que a concentração de 9,73 μM de 2,4-D, independentemente

do tipo de explante favoreceu a maior formação de calos (Fonseca, 2012). A literatura relata

também que explantes de Caesalpinia echinata (Pau-brasil) levaram ao aproveitamento de

100% na formação de calos com a concentração de 10 mg.L-1 de 2,4-D (Werner et al., 2007).

Figura 8. (A) Aspecto de formação de calo compacto com poucas áreas friáveis de P.

pyramidalis aos 60 dias de cultivo in vitro. (Barra=0,5cm); (B) Micrografia eletrônica de

varredura mostrando calo de P. pyramidalis. Barras (Barra= 100 µm). Fotos: Kicia Gomes-

Copeland (A), Caroline Machado (B).

A adição da auxina 2,4-D ao meio de cultivo (Cid, 2000) age estimulando a

hipermetilação do DNA, processo fundamental na regulação da totipotencialidade. No entanto,

a partir de determinadas concentrações, as auxinas podem apresentar efeito fitotóxico (Figuras

9A e 9B, p. 36) inibindo a formação dos calos a partir das concentrações descritas acima.

A B

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Provavelmente, o material vegetal utilizado por ser originado de plântulas germinadas in vitro,

apresente uma maior sensibilidade às baixas concentrações de 2,4-D, devido aos níveis

endógenos de auxinas (Taiz e Zeiger, 2009). Também foram observadas a necessidade do uso

de auxina para a indução de calos friáveis em explantes foliares de Uncaria guianensis - Unha

de Gato - (Pereira et al., 2007), e de Ocimum basilicum L. – Manjericão - (Gopi e

Ponmurumgan, 2006) na presença de 1,0 mg.L-1 de 2,4-D.

Figura 9. Porcentagem de explantes nodal, internodal e foliar de Poincianella pyramidalis,

responsivos à indução de calos em função da concentração de 2,4-D aos 30 (A) e 60 (B) dias

após inoculação.

Aos 60 dias os segmentos nodal, internodal e foliar de P. pyramidalis apresentaram

pontos máximos da produção de calos em 7,0 mg.L-1, 6,15 mg.L-1 e 5,08 mg.L-1 de 2,4-D,

respectivamente. Neste mesmo período de tempo, notou-se um decréscimo na produção de

calos no segmento foliar quando comparado aos 30 dias de cultivo após inoculação. Os dados

encontrados no presente trabalho estão de acordo com os encontrados na literatura por Pereira

et al. (2007) e Gopi e Ponmurumgan (2006) mostrando que o uso de auxina é indispensável

y nodal= -2.6061x2** + 33.848x** + 4.0901

R² = 0.9665

yinternodal = -2.8485x2** + 35.788x** + 7.7272

R² = 0.8938

yfoliar= -3.6362x2** + 35.756x** + 4.5453

R² = 0.9636

0

20

40

60

80

100

120

0 2,5 5 7,5 10

% e

xp

lan

tes

resp

on

sivos

a c

alo

gên

ese

2,4-D (mg.L-1)

Nodal Internodal Foliar

ynodal = -2,303x2** + 32,424x** + 4,5447

R² = 0,9633

yinternodal = -4,3636x2** + 42,909x** + 5,4545

R² = 0,9636

yfoliar = -3,8788x2** + 39,031x** - 1,8175

R² = 0,9946

0

20

40

60

80

100

120

0 2,5 5 7,5 10% d

e e

xp

lan

tes

resp

on

civ

os

a c

alo

gên

ese

2,4-D (mg.L-1)

Nodal Internodal Foliar

A

B

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38

para a indução de calos friáveis em explantes de Uncaria guinensis J. F. Gmel e de Ocimum

basilicum L., respectivamente.

Figura 10. Notas de intensidade de formação de calos nos explantes nodal, internodal e foliar

de P. pyramidalis aos 30 (A) e 60 (B) dias.

O segmento foliar apresentou maior intensidade de formação de calo aos 30 dias e o

internodal aos 60 dias (Figuras 10A e 10B, p. 38). Alguns autores relatam que a posição e o

tipo do explante na planta matriz tem mostrado diferenças na capacidade morfogenética em

diferentes espécies (Poovaiah et al., 2006a, b; Wang et al., 2009), como também Monfort et al.

(2012) que constataram que há diferença no desenvolvimento dos segmentos de acordo com a

posição na planta, pois esses respondem diferentemente ao processo morfogenético in vitro.

O desenvolvimento de calo pode ser independente de auxinas e citocininas, dependente

de auxinas, dependente de citocininas ou dependente de ambas (Jain et al., 1995). No caso da

P. pyramidalis, a calogênese foi dependente da auxina 2,4-D, como verificado em trabalhos

ynodal = -0,0406x2** + 0,4947x** - 0,0417

R² = 0,9812

yinternodal = -0,0429x2** + 0,4998x** + 0,0952

R² = 0,9063

yfoliar = -0,0724x2** + 0,7123x** + 0,0905

R² = 0,9636

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

2

0 2,5 5 7,5 10

Inte

nsi

dad

e d

e c

alo

s

2,4-D (mg.L-1)

Nodal Internodal Foliar

ynodal = -0,0249x2** + 0,3486x** + 0,1211

R² = 0,8084

yinternodal = -0,0447x2** + 0,55x** - 0,0262

R² = 0,994

yfoliar = -0,0557x2** + 0,5657x** - 0,0644

R² = 0,9683

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

2

0 2,5 5 7,5 10

Inte

nsi

da

de d

e c

alo

s

2,4-D (mg.L-1)

Nodal Internodal Foliar

A

B

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39

com Pau-Brasil (Werner et al., 2007). É importante ressaltar que não há registros de trabalhos

envolvendo calogênese in vitro para a espécie em estudo, apenas de espécies do mesmo gênero,

e que, ainda assim, apresentam comportamentos fisiológicos distintos, mas que se corroboram.

Portanto, este trabalho contribue não somente para estudos futuros sobre calogênese in vitro da

espécie P. pyramidalis.

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40

4.2. Produção de biflavonóides e de massa nos calos de Poincianella pyramidalis em duas

regiões provenientes do Nordeste Brasileiro

De acordo com a análise de variância (p < 0,05), houve diferenças significativas em

relação às concentrações de 2,4-D, locais da coleta e tempo na produção de massa em calos

obtidos a partir de explantes foliares de P. pyramidalis. Mas, não houve interação significativa

entre esses fatores avaliados.

Constatou-se um comportamento quadrático da curva, quando se avaliou a produção de

massa dos calos de P. pyramidalis em função das concentrações de 2,4-D (Figura 11, p. 41),

apresentando valor máximo estimado de concentração da auxina em 1,87 mg.L-1. Nessa figura

pode ser observado, o aumento da massa a partir da concentração de 1 mg.L-1 (0,1832 g),

decrescendo em 2 mg.L-1 (0,1709 g), 3mg.L-1(0,1083 g) e, voltando a crescer nas concentrações

de 4 mg.L-1 (0,1111 g) e 5 mg.L-1 (0,1367 g) de 2,4-D.

Apesar de ter havido um acréscimo a partir de 4 mg.L-1, a concentração de 1 mg.L-1

ainda se mostrou melhor para produção da massa dos calos para essa espécie. Esse fato

observado na curva pode ter acontecido, provavelmente, porque concentrações diversas,

oferecem respostas diferentes na morfogênese na espécie estudada. Assim, o tipo do explante,

concentração do regulador de crescimento, genótipo, entre outros fatores, agem diretamente na

variação da produção de massa em espécies de plantas.

Em estudos realizados com Sapium sebiferum a presença de 4,52 µM de 2,4-D no meio

de cultivo foi eficiente na indução dos calos e, esses calos apresentaram padrão de crescimento

três vezes maior (Neera et al., 1992). Aos 60 dias após inoculação são observados para o

barbatimão (Stryphnodendron adstringens) maiores valores de matéria fresca e seca dos calos

em meios contendo 9,05 µM e 18,10 µM de 2,4-D (Castro et al., 2009). A dose 2,4 mg.L-1 de

2,4-D atingiu cobertura máxima de 99,18% de calos, e concentrações acima e abaixo desse

valor, mostraram a tendência de redução da porcentagem de área coberta por calos (Nogueira

et al., 2007). Entretanto, calos cultivados em meios suplementados com baixas concentrações

de 2,4-D mostraram menores valores de matéria seca dos calos em Liquidambar styraciflua

(Neera et al., 1993).

A eficiência do 2,4-D na indução de calos, ainda que isoladamente, corrobora os

resultados obtidos por Berthouly e Michaux-Ferreiere (1996), que relatam a indução da

calogênese tanto em meios com concentrações elevadas de 2,4-D quanto em baixas

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41

concentrações. Fato também observado em espécies do mesmo gênero da P. Pyramidalis

(Werner et al., 2007, 2009, 2010; Zanotti et al., 2012) que corroboram com esse estudo.

O 2,4-D é a auxina mais frequentemente usada na indução de calogênese e, no caso da

P. pyramidalis, explantes foliares responderam positivamente à sua presença. As auxinas são

indispensáveis à formação de calos, uma vez que são responsáveis pelo início da divisão celular

e pelo controle dos processos de crescimento e alongamento celular (Taiz e Zeiger, 2009). O

2,4-D tem efeito no metabolismo do RNA, induzindo a transcrição de RNAs mensageiros

capazes de decodificar para o crescimento e que podem induzir a proliferação celular

desordenada (George et al., 2008). Os calos, massa de células obtidas a partir de um explante,

dão suporte aos programas de melhoramento genético produzindo células que podem ser

utilizadas para manipulações genéticas, como a hibridação somática, poliploidização, produção

de metabólitos secundários, entre outros (Ferreira et al., 2007).

Figura 11. Produção de massa fresca dos calos em explantes foliares de P. pyramidalis em

função de diferentes concentrações de 2,4-D.

Conforme pode ser verificado (Figura 12, p. 42) a produção de massa fresca de calos

em explantes foliares de P. pyramidalis foi maior no acesso de Petrolina (Pernambuco) com

0,1882 g de massa fresca de calo, quando comparado ao acesso de Jeremoabo que apresentou

0,0959 g de massa fresca. Provavelmente, a variabilidade genética influenciou nessa diferença

significativa de massa fresca entre os acessos que, apesar de pertencerem à mesma espécie,

podem apresentar diferenças em seu DNA, e assim, agir diretamente nessa variação. Segundo

Andrade (2002) a cultura de tecidos pode aumentar a variabilidade genética pela variação

y = 0,0101x2 - 0,0759x + 0,2585

R² = 0,8079

0,05

0,07

0,09

0,11

0,13

0,15

0,17

0,19

1 2 3 4 5

Mas

sa f

resc

a d

os

calo

(g)

2,4-D (mg/L)

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42

somaclonal. Vidal et al. (2012) evidenciaram diferenças significativas entre diferentes acessos

de mandioca (Manihot esculenta Crantz) na indução de calos.

Figura 12. Massa fresca dos calos em explantes foliares de P. pyramidalis oriundos de dois

acessos, Jeremoabo, Bahia e Petrolina, Pernambuco.

Teoricamente, considera-se que todas as células vegetais são capazes de expressar sua

totipotência, no entanto, os explantes são uma mistura de células em variados estados:

fisiológico, bioquímico e de desenvolvimento. Nesse sentido, espera-se que a exposição desses

explantes a um ambiente in vitro estimule reações diversificadas nos diferentes tipos celulares,

fazendo com que somente algumas células desse explante respondam às condições de cultura

in vitro (Mantell et al., 1994).

De acordo com a Figura 13 (p. 43) verificou-se uma diferença no acúmulo da

amentoflavona e agatisflavona nos acessos Bahia e Pernambuco quando a biossíntese dos

biflavonóides em estudo foi maior no acesso de Pernambuco, sendo ainda a amentoflavona o

bioativo presente em maior concentração, apresentando as concentrações de 2,33; 2,68; 4,09;

4,41 e 2,63 µg.mL-1 em 1; 2; 3; 4 e 5 mg.L-1 de 2,4-D, respectivamente. Sendo que as

concentrações de 5 mg.L-1 (2,75 µg.mL-1) e 4 mg.L-1 (4,41 µg.mL-1) de 2,4-D foram as melhores

para a produção de amentoflavona, para os acessos Bahia e Pernambuco, respectivamente. Uma

das principais vantagens em produzir metabólitos secundários in vitro, é o fato desse processo

não ser afetado por variações ambientais, localização geográfica, ataque de pragas e

instabilidade política, entretanto, esse estudo mostrou que mesmo controlando todos os fatores

físicos e químicos (meio de cultura), foi possível observar diferenças no acúmulo dos bioativos

0,0959b

0,1882a

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

0,14

0,16

0,18

0,2

BA PE

Mas

sa o

s ca

los

(g)

Acessos

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43

0,280,1 0,12 0,1

2,01

1,46

0,08

2,75

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

1 mg/L 2 mg/L 4 mg/L 5 mg/L

Con

cen

traç

ão e

m µ

g.m

L-1

Agatisflavona Amentoflavona

em questão entre os acessos, comparando com as mesmas concentrações de 2,4-D. Entretanto,

a literatura apenas relata diferenças na produção de compostos de interesse quando se utiliza

como explantes, a planta matriz cultivada naturalmente.

Figura 13. Produção de amentoflavona e agatisflavona em cultura de calos de P. pyramidalis,

aos 60 dias após inoculação, em diferentes concentrações de 2,4-D, nos acessos da Bahia (A) e

Pernambuco (B).

Talvez possa-se relacionar a variação somaclonal como um dos fatores que tenham

modificado a ordem das reações biossintéticas ocorridas nos calos de Catingueira, uma vez que,

é sabido que esse fator envolve alterações ao acaso no material genético, resultando em

variações genéticas (Flores, 2006). Segundo Rodrigues e Almeida (2010) é possível que a

expressão diferencial de genes seja responsável pela variação de respostas na biossíntese dos

metabólitos especiais. Ainda estes mesmos autores verificaram que o crescimento de calos é

desejável para induzir variação somaclonal e estudos fisiológicos, principalmente quando se

deseja relacionar a presença de bioativos com o crescimento celular. Ressalta-se que variação

somaclonal é influenciada pelo tipo e concentrações de reguladores de crescimento, em especial

0,22 0,2 0,140,36

0,17

2,33

2,68

4,094,41

2,63

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

1 mg/L 2 mg/L 3 mg/L 4 mg/L 5 mg/L

Con

cen

traç

ão e

m µ

g.m

L-1

Agatisflavona Amentoflavona

A

B

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44

as auxinas (Karp, 1992). O efeito das auxinas nas alterações genéticas pode decorrer do fato

das mesmas acelerarem a divisão celular, aumentando a taxa de mutações (Flores, 2006).

Kumar e Mathur (2004) constataram que o aumento na concentração de ANA aumentou a

frequência de alterações tanto no número quanto na estrutura dos cromossomos de Pisum

sativum.

Em plantas medicinais a produção de metabólitos secundários está sujeita a variação de

fatores exógenos e endógenos (Tetényi, 1983). Portanto, no cultivo de espécies medicinais,

deve-se levar em conta fatores genéticos e fisiológicos que podem influenciar na produção de

seus princípios ativos. A qualidade das plantas medicinais está relacionada aos teores de

princípios ativos, dessa maneira, o conhecimento e controle dos fatores que influenciam a

variação dos compostos químicos nessas plantas, permite obter uma matéria-prima de melhor

qualidade (Castro e Ferreira, 2000).

Os acessos Bahia e Pernambuco foram submetidos a uma análise de agrupamento

utilizando caracterização molecular por marcadores ISSR (Inter Sequencias Simples

Repetidas), e verificou-se nesse estudo que as impressões digitais ISSR distinguiram

claramente os dois acessos testados para a espécie P. pyramidalis (Figura 14, p. 45). O que deve

estar relacionado tanto com a produção de massa dos calos (Figura 12, p. 42) como com o

acúmulo da amentoflavona e agatisflavona (Figura 13, p. 43), já que se verificou variabilidade

genética entre esses acessos, com uma taxa de polimorfismo de 58,33% (Tabela 4, p. 44). Na

Figura 14 (p. 45) também pode-se ratificar essa diferença entre os indivíduos, quando no mesmo

primer aparece banda para o indivíduo B (Pernambuco) e não para o A (Bahia). Além do

número de bandas que variou de 2 a 8, totalizando 48 bandas, sendo 28 polimórficas. Essa

técnica é importante, pois tem sido utilizada para diferenciar espécies/subespécies em um

gênero ou para diferenciar gêneros numa família. E com isso, pode-se afirmar que essa técnica

possui sensibilidade para estudos envolvendo variabilidade genética entre espécies de P.

pyramidalis, e que corrobora com essa pesquisa, contribuindo para possíveis entendimentos de

comportamento de questões relatadas anteriormente.

Sena Filho et al. (2012), investigando a variabilidade genética entre indivíduos de

Lantana, sugeriram que a produção geneticamente dirigida de compostos voláteis está

correlacionada entre as espécies desse gênero. Gonçalves et al. (2014) realizando a

caracterização genética do mulungu (Erythrina velutina) com ISSR, relataram que houve

relação diretamente proporcional entre o número de fragmentos amplificados e a magnitude de

correlação dos valores da matriz de similaridade original obtida a partir de reamostragem com

diferentes números de fragmentos amplificados.

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Tabela 4. Número de fragmentos gerados pelas reações de ISSR em dois acessos de

Catingueira.

Primer Nº de bandas

totais (NBT)

Nº de Bandas

Polimórficas

(NBP)

Porcentagem de

polimorfismo (%)

327 2 0 0

S10 4 4 100

823 2 2 100

828 4 3 75

848 3 2 66,66

B22 5 4 80

B26 3 2 66,66

B35 6 5 83,33

B41 5 1 20

843 8 3 37,5

845 6 2 33,33

Total 48 28 58,33

Figura 14. Produtos da amplificação de ISSR gerados em indivíduos de P. pyramidalis de

ocorrência nos municípios de Jeremoabo, Bahia e Petrolina, Pernambuco.

1Kb A B A B A B A B A B A B

1Kb A B A B A B A B A B A B

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46

4.3. Efeito da interação de diferentes carboidratos com 2,4-D para a produção de amentoflavona

e agatisflavona em calos de Poincianella pyramidalis

De acordo com a análise de variância (ANAVA), houve interação significativa entre as

fontes de carbono (sacarose, glicose e frutose) e as concentrações de 2,4-D não combinadas

para a variável massa de calos. A combinação entre esses fatores, não foi significativa (Tabela

5, p. 48), independente dos períodos de tempo estudados.

Observou-se na calogênese de P. pyramidalis que, o crescimento e o aspecto dos calos

diferiam de acordo com a fonte de carbono e a concentração de 2,4-D empregadas (Figura 15,

p. 47). Os explantes submetidos ao tratamento com sacarose + 5 mg.L-1 de 2,4-D, apresentou o

melhor desenvolvimento dos calos, o aspecto era rígido em ambas as concentrações de auxina

(1 ou 5 mg.L-1), no entanto, o T5 (Sacarose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D) mostrou áreas

oxidadas (Figura 15, p. 47). Nos explantes cultivados com glicose, constatou-se um menor

desenvolvimento (massa), quando comparados aos demais tratamentos, e também áreas com

oxidação, e isso era mais evidenciado no tratamento T4 (Glicose 30 g.L-1 + 5 mg.L-1 de 2,4-D),

além de um aspecto rígido. E, nos tratamentos suplementados com frutose ao meio de cultivo,

os explantes apresentaram calos desenvolvidos, principalmente no T1 (Frutose 30 g.L-1 + 1

mg.L-1 de 2,4-D), com pontos de oxidação em ambas as concentrações de 2,4-D (Figura 15, p.

47).

Embora, alguns tratamentos citados tenham apresentado oxidação, isso não impediu o

desenvolvimento da calogênese. Em todos os tratamentos, foi observado calos compactos e com

poucas áreas friáveis (Figura 15, p. 47). Vasconcelos et al. (2012) também não observaram em

nenhum dos tratamentos com adição da auxina 2,4-D calos friáveis em explantes foliares de

aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva Fr. All). Estes mesmos autores, observaram ainda

calos formados a partir de segmentos foliares de aroeira-do-sertão com variações na coloração,

consistência e morfogênese, conforme a concentração de 2,4-D utilizada. Em Plectranthus

ornatos foi evidenciado que o crescimento, o aspecto e a consistência dos calos diferiram de

acordo com o tipo e a concentração da auxina empregada (Passinho-Soares et al., 2013). Os

calos podem apresentar consistência compacta ou friável e variam quanto a cor, ao tamanho, ao

tipo, conteúdo celular e espessura da parede (Chiavegatto, 2014). Assim o grau de diferenciação

celular e o potencial embriogênico podem ser influenciados pelo meio de cultura utilizado, do

explante de origem, do requerimento do regulador de crescimento e da fonte de carbono usada

como suplemento no meio de cultivo.

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47

Entretanto, Zouzou et al. (2008) relataram que a massa seca e a porcentagem de indução

de calo em Gossypium hirsutum (algodão) foi mais significativa com glicose (157,33 mg)

seguido de frutose (122,03 mg) e sacarose (94,87 mg). A glicose é a mais importante fonte de

produção de energia assimilada pelas células de plantas (Richter, 1993). Embora a frutose seja

também um monossacarídeo, como a glicose, assimilado pelas células das plantas, mas a sua

reatividade parece ser menor em comparação com a glicose.

Figura 15. Calos de P. pyramidalis aos 60 dias após inoculação, em seis diferentes tratamentos:

T1 – Frutose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D; T2 – Frutose 30 g.L-1 + 5 mg.L-1 de 2,4-D; T3 – Glicose 30

g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D; T4 – Glicose 30 g.L-1 + 5 mg.L-1 de 2,4-D; T5 – Sacarose 30 g.L-1 + 1 mg.L-

1 de 2,4-D; T6 – Sacarose 30 g.L-1 + 5 mg.L-1 de 2,4-D. Fotos: Kicia Gomes-Copeland.

De acordo com a Tabela 5 (p. 48), a produção da massa dos calos foi influenciada

diretamente pela adição das diferentes fontes de carbono ao meio de cultivo. Sendo o T6

(sacarose 30 g.L-1 + 5 mg.L-1 de 2,4-D), o tratamento que apresentou um aumento da massa dos

calos aos 20, 40 e 60 dias após inoculação. Fato não observado nos demais tratamentos

estudados que apresentaram diferença apenas dos 20 aos 60 dias. Embora os demais tratamentos

não apresentassem as mesmas considerações do T6 diante da estatisticamente, foi possível

inferir que os dados de todos os outros tratamentos, mostraram um aumento numericamente

crescente da massa dos calos de P. pyramidalis (Tabela 5, p. 48). Provavelmente, a sacarose

era hidrolisada primeiro em glicose e frutose e, estes dois monossacarídeos foram então,

simultaneamente, consumidos, por isso uma maior massa nos tratamentos que envolvem esse

dissacarídeo.

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Tabela 5. Efeito de diferentes fontes de carbono combinados com duas concentrações de 2,4-

D na produção de massa em calos de P. pyramidalis. Média seguida de mesma letra minúscula

na coluna para tratamentos e, maiúsculas na linha para tempo, não diferem entre si pelo teste

de Tukey a 5% de probabilidade.

Carboidrato

(30 g.L-1)

2,4 D

(mg.L-1) Massa (g)

Tratamento 20 dias 40 dias 60 dias

T1 Frutose 1 0,0085 aB 0,0382 bAB 0,1062 bA

T2 Frutose 5 0,0164 aB 0,0675 bAB 0,1517 bA

T3 Glicose 1 0,0161 aB 0,0564 bAB 0,1215 bA

T4 Glicose 5 0,0184 aB 0,0620 bB 0,1479 bA

T5 Sacarose 1 0,0274 aB 0,1071 abAB 0,2048 bA

T6 Sacarose 5 0,0388 aC 0,1909 aB 0,3612 aA

CV (%) 5,92

Os resultados obtidos por Ong et al. (2011), relatam que, a produção de massa de Ficus

deltoidea foi, estatisticamente, igual para a sacarose, glicose e frutose, no entanto, a sacarose

apresentou uma massa ligeiramente maior do que as outras fontes de carbono testadas. Nagela

et al. (2011) trabalhando com diferentes fontes de carbono na produção de massa de calos de

Gymnema sylvestre R. Br, observaram que a sacarose é a fonte de carbono mais indicada para

produção de massa para essa espécie com 125,67±2,20 g/L, seguidos de 118,00±4,03 e

100,91±3,69 g/L para glicose e frutose, respectivamente. Weathers et al. (2004) constataram

que o crescimento de massa usando a sacarose como fonte de carbono em Artemisia annua, era

equivalente ao seu crescimento em frutose e foi significativamente melhor do que em glicose.

Singh (2014) verificou que o efeito da sacarose na produção de calos em B. purpúrea foi mais

eficaz, seguido por maltose, glicose, galactose, lactose e frutose.

Em relação ao tempo de inoculação dos explantes de P. pyramidalis (Tabela 5, p. 48),

constatou-se uma diferença significativa dos 20, 40 e 60 dias para o tratamento T6 (sacarose 30

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g.L-1 + 5 mg.L-1 de 2,4-D), bem como entre os 20 e 60 dias de cultivo para os demais

tratamentos, ou seja, dos 20 aos 40 dias, não foi observado diferença no aumento da massa nos

calos nos tratamentos, exceto o T6. Passinho-Soares et al. (2013), evidenciaram o ganho de

massa nos calos de Plectranthus ornatus entre o vigésimo e o quadragésimo dia após a

inoculação. E, de acordo com Nogueira et al. (2008), aos 20 dias após a inoculação, houve 95%

do crescimento dos calos de murici-pequeno (Byrsonima intermedia A. Juss.), dos 20 aos 40

dias de cultivo, houve 88% de crescimento.

De acordo com a Figura 16 (p. 49), as diferentes fontes de carbono (frutose, glicose e

sacarose) bem como as concentrações de 2,4-D (2,4-diclorofenoxiacético) testadas, mostraram

influência direta no crescimento e produção dos metabólitos secundários. A amentoflavona

apresentou uma maior concentração (µg.mL-1) em todos os tratamentos estudados, exceto na

frutose + 5 mg.L-1 de 2,4-D e glicose + 5 mg.L-1 de 2,4-D, que apresentaram valores muito

próximos da agatisflavona. Provavelmente, o uso dessa auxina para produção desse metabólito

não foi adequado, pois o 2,4-D pode ter sido usado também para a biossíntese de outros

compostos secundários ou até mesmo primários.

Figura 16. Produção de amentoflavona e agatisflavona em cultura de calos de P. pyramidalis,

aos 60 dias após inoculação, com diferentes fontes de carbono e concentrações de 2,4-D.

Neste trabalho, pôde-se observar uma baixa produção de agatisflavona em todos os

tratamentos (Figura 16, p. 49), e isso pode ter ocorrido devido a essa via poder produzir

precursores para a biossíntese do indol, compostos aromáticos, aminoácidos, alcalóides,

0,1 0,1 0,2 0,1 0,2 0,58

2,68

0,09

8,6

0,09

8,6

16,44

0

1,5

3

4,5

6

7,5

9

10,5

12

13,5

15

16,5

Frut+1 mg/L Frut+5 mg/L Glic+1 mg/L Glic+5 mg/L Sac+1 mg/L Sac+5 mg/L

Co

nce

ntr

ação

em

ug.m

L-1

Agatisflavona Amentoflavona

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ligninas, metabólitos aromáticos e flavonóides e é, portanto, uma via essencial para os

metabolismos primários e secundários em plantas (Ljung, 2013).

Ong et al. (2011), suplementaram o meio de cultivo de calos de Ficus deltoidea com

2,4-D, e observaram um aumento significativo na produção de rutina. Em culturas de Panax

ginseng, foi constatada ótima produção de massa bem como o mais alto conteúdo de

ginsenosídeo, na presença de sacarose (Odnevall e Bjork, 1989). Gerber (2013) constatou que,

o crescimento dos calos de Cedrela fissilis Vellozo, assim como as classes dos compostos

produzidos, estão relacionados com as diferentes fontes de carbono e nitrogênio, reguladores

de crescimento e tipos de explantes. No entanto, Ong et al. (2011) sugeriram o uso de glicose

no meio de cultura de indução de calos de Ficus deltoidea, como uma ótima fonte de carbono

na produção de flavonóides, como rutina, quercetina e naringenina; a sacarose se apresentou

como melhor fonte de carbono para o aumento de massa, mas não, na produção dos flavonoides

estudados. E, além de proporcionar o crescimento, a sacarose, glicose e frutose adicionadas ao

meio de cultura, podem agir como moléculas de sinalização na regulação celular, diferenciação,

e metabolismo das células (Sherson et al., 2003), assim como também, o uso de reguladores de

crescimento pode influenciar no crescimento e na produção dos metabólitos secundários em

cultura de células em plantas (Ong et al., 2011).

O tratamento que continha sacarose + 5 mg.L-1 de 2,4-D, foi o que melhor se destacou

em termos de produção da agatisflavona e amentoflavona com 0,58 µg.mL-1 e 16,44 µg.mL-1,

respectivamente (Figuras 16, p. 49), sendo a produção de amentoflavona superior em todos os

tratamentos. Chinnamadasamy et al. (2010), observaram um acúmulo de vincristina em calos

de Catharanthus roseus aumentando o nível de 2,4-D no meio de cultivo. Entretanto, Ionkova

(2009) mostrou que o conteúdo de flavonóides em cultura de células de Astragalus

missouriensis foi severamente diminuída com o aumento da concentração de 2,4-D.

Diferentes fontes de carbono podem ter diferentes funções reguladoras em processos

fisiológicos, e o estágio de desenvolvimento da planta, determina ainda mais a resposta desses

açúcares (Rolland et al., 2006; Eveland e Jackson, 2012; Tognetti et al., 2013). Muito embora

sejam as explicações sobre o que pode favorecer a produção de massa e metabólitos secundários

em calos, ainda assim, seus exatos efeitos não foram entendidos (Grech-Baran e Pietrosiuk,

2012), portanto, experimentos envolvendo a adição de fontes de carbono e reguladores de

crescimento ao meio de cultivo, precisam ainda, ser bastante estudados, uma vez que, cada

cultura tem a sua especificidade, e em especial, às espécies lenhosas (Mosaleeyanon et al.,

2004).

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51

Figura 17. Cromatograma dos padrões da agatisflavona e amentoflavona (A); UV/VIS dos

padrões da agatisflavona (B) e amentoflavona (C).

0,0 1,3 2,5 3,8 5,0 6,3 7,5 8,8 10,0 11,3 12,5 13,8 15,0

-3,0

0,0

2,0

4,0

7,0mAU

minA

gatisflavona -

6,0

47

Am

ento

flavona -

7,9

77

WVL:335 nm

Min

Ar

= 0

,000

Agatisflavona 100% at 6.05 min

-10,0

0,0

12,5

25,0

37,5

50,0

60,0

190 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400

%

nm

192.8

197.4

334.1338.8202.8 225.3273.7

Amentoflavona 100% at 7.98 min

-10,0

0,0

12,5

25,0

37,5

50,0

60,0

190 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400

%

nm

194.1

191.0 340.1336.2343.2332.2223.0224.9 269.3

(A)

(B)

(C)

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Peak #33 100% at 8.93 min

-10,0

0,0

12,5

25,0

37,5

50,0

60,0

190 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400

%

nm

193.4

208.7

362.5360.0

325.5

234.8232.2

398.5

0,0 1,3 2,5 3,8 5,0 6,3 7,5 8,8 10,0 11,3 12,5 13,8 15,0

-1,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0mAU

min

Agatisflavona -

5,9

97

Am

ento

flavona -

8,0

40

WVL:335 nm

Min

Ar

= 0

,000

(B1)

(A1) Amentoflavona

Agatisflavona

(A2)

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Figura 18: Cromatogramas da agatisflavona e amentoflavona e seus respectivos UV/VIS

referentes aos tratamentos de glicose + 1 mg.L-1 de 2,4-D (A1 e A2); sacarose + 1 mg.L-1 de

2,4-D (B1 e B2); sacarose + 5 mg.L-1 de 2,4-D (C1 e C2).

Peak #44 100% at 8.97 min

-10,0

0,0

12,5

25,0

37,5

50,0

60,0

190 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400

%

nm

193.8

205.9200.5196.1

362.1357.0

338.2334.4331.9321.3

237.5

398.5

Peak #28 100% at 8.92 min

-10,0

0,0

12,5

25,0

37,5

50,0

60,0

190 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400

%

nm

193.6

207.4

361.2

324.3

236.6

398.5

0,0 1,3 2,5 3,8 5,0 6,3 7,5 8,8 10,0 11,3 12,5 13,8 15,0

-2,0

2,5

5,0

7,5

10,0

14,0

T6M2 4C UV_VIS_5

mAU

min

WVL:335 nm

...

Agatisflavona

Amentoflavona (C1)

(B2)

(C2)

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4.4. Efeito dos fatores abióticos na produção de biflavonóides e massa dos calos da espécie

Poincianella pyramidalis

De acordo com a análise de variância (ANAVA), houve interação significativa entre as

fontes de carbono (glicose e frutose) e as condições de iluminação (ausência e presença de luz

não contínua) combinadas ou não.

Na Figura 19 (p. 54) observou-se um aumento crescente da massa dos calos com o

decorrer do tempo (20, 40 e 60 dias após inoculação), diferindo os tratamentos estatisticamente

entre si aos 40 e 60 dias após inoculação. Não houve diferença estatística da massa entre os dois

monossacarídeos aos 20 dias. Sendo a frutose o tratamento que melhor produziu massa aos 40

dias (0,1185 g) e 60 dias (0,2407 g). Neste estudo, a glicose foi o tratamento que menos

produziu massa (Figura 19, p. 54). Ong et al. (2011) também encontraram o mesmo resultado

para a glicose na produção de massa de Ficus deltoidea. Entretanto, Nagela et al. (2011)

encontraram uma maior produção de massa, quando o meio de cultura para Gymnema sylvestre

era suplementado com glicose. Açúcares diferentes podem ter diferentes funções reguladoras

em processos fisiológicos, e o estágio de desenvolvimento da planta determina ainda mais a

resposta aos açúcares (Rolland et al., 2006; Eveland e Jackson, 2012; Tognetti et al., 2013).

Figura 19: Efeito da glicose e frutose na produção da massa dos calos aos 20, 40 e 60 dias após

inoculação da P. pyramidalis. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste

de Tukey a 5% de probabilidade.

0,0215a

0,1185a

0,2407a

0,0227a

0,0849b

0,153b

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

20 dias 40 dias 60 dias

Mas

sa n

os

calo

s (g

)

Tempo

frut glic

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Os efeitos dos açúcares no crescimento e desenvolvimento da planta são diversificados,

os quais variam em função do tipo de cultura, da concentração do carboidrato adicionado ao

meio de cultivo, dentre outros fatores, uma vez que, as redes moleculares de condução a divisão

celular e expansão dependem, em grande parte, da disponibilidade de hidratos de carbono para

fornecer energia e massa (Lastdrager et al., 2014). Sendo envolvido nesse processo, diversos

níveis de transcrição de milhares de genes para responder à alteração dos níveis de açúcar (Price

et al., 2004; Bläsing et al., 2005; Osuna et al., 2007; Usadel et al., 2008). Apesar da glicose e

frutose serem monossacarídeos e isômeros, pois apresentam a mesma fórmula molecular, estes

apresentam disposições dos seus átomos diferentes, e por essa razão, muda completamente as

características de como as plantas absorvem essas fontes de carbono para a regulação celular,

diferenciação, metabolismo celular e até a biossíntese de metabólitos. Assim, uma fonte de

hidrato de carbono adequada, bem como sua concentração, pode otimizar a produção de

metabólitos secundários em cultura de células e órgãos (Murthy et al., 2014).

Para a massa de calos houve uma diferença estatística significativa entre os tratamentos

com e sem luminosidade (Figura 20, p. 56). Apenas aos 20 dias de inoculação não se constatou

uma diferença estatística. Dessa forma, a ausência de luminosidade proporcionou ótimo

desenvolvimento e aumento de massa em calos de P. pyramidalis aos 40 e 60 dias (Figura 19,

p. 53). Esse resultado pode ser ratificado pelas observações de Golle (2010), registrando que a

ausência de luz foi extremamente favorável à formação de calos em Eugenia involucrata. Fato

também verificado por Nogueira et al. (2007), os quais verificaram, na calogênese in vitro de

B. intermedia, melhores resultados quando os explantes foram cultivados no escuro. Em

contrapartida, Chan et al. (2010) em culturas de Melastoma malabathricum, observaram que a

luz foi um fator importante na produção de massa celular, a intensidade da luz na faixa de 301-

900 lux estimulou o crescimento e produção de massa fresca dos calos. Liu et al. (2002) também

não obtiveram bons resultados sem iluminação ou com iluminação contínua em experimentos

de produção de massa nos calos de A. annua.

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Figura 20: Efeito das condições de luminosidade na produção da massa nos calos aos 20, 40 e

60 dias após inoculação de P. pyramidalis. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre

si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

A massa celular pode ser afetada por vários fatores físicos como, intensidade da luz,

fotoperíodo, temperatura e pH inicial do meio de cultivo. Nesse trabalho, pôde-se verificar que

a luz é uma fonte de energia que afeta o crescimento da massa e o acúmulo de metabólitos

secundários de células e órgãos (Murthy et al., 2014). Uma vez que, quando as células são

cultivadas na presença da luz, em certo período há o consumo total dos carboidratos, tornando

as concentrações da fonte de carbono do meio de cultura escasso, e como consequência, as

células atingem a fase de desaceleração do crescimento (Valle et al., 2006).

Neste estudo os resultados mostraram que há um acúmulo de agatisflavona e

amentoflavona nos calos suplementados com glicose ou frutose, combinados com as condições

de ausência e presença de luz (Figuras 21, p. 57 e 22, p. 58). Do ponto de vista quantitativo, os

calos cultivados em meio contendo glicose e incubação no escuro no período de 70 dias se

destacaram com concentrações de 5,87 µg.mL-1 e 6,27 µg.mL-1 de agatisflavona e

amentoflavona, respectivamente (Figuras 21, p. 57 e 22, p. 58). Wang e Weathers (2007)

verificaram o efeito de concentrações equimolares de açúcares individuais tais como sacarose,

glicose ou frutose na produção de artemisinina de culturas de Artemisia annua e relataram uma

melhoria significativa na acumulação desse metabólito em meio suplementado com glicose.

0,0125a

0,0689b

0,1107b

0,0317a

0,1345a

0,283a

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

20 dias 40 dias 60 dias

Mas

sa n

os

calo

s (g

)

Tempo

Claro Escuro

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Figura 21. Concentrações da agatisflavona nos calos de Poincianella pyramidalis aos 40, 60 e

70 dias após inoculação, submetidos a diferentes tratamentos.

Tratamentos: Escuro – Glicose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D (GT1); Claro – Glicose 30 g.L-1 + 1 mg.L-

1 de 2,4-D (GT3); Escuro – Frutose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D (FT2); Claro – Frutose 30 g.L-1 + 1

mg.L-1 de 2,4-D (FT4).

A presença da luz afeta a produção de compostos na cultura mesmo sob curta exposição,

a luz pode induzir vias biossintéticas (Mustafa et al., 2011). Alguns trabalhos corroboram com

o relatado neste estudo, como Chan et al. (2010) que observaram um aumento na acumulação

de antocianinas em M. malabathricum quando se tinha uma intensidade de luz moderada (300-

600 lux). O mesmo foi registrado por Guo et al. (2007) em calos de Saussurea medusa, onde o

efeito estimulador da luz acumulou compostos fenólicos e flavonóides. E, segundo

Kokotkiewicz et al. (2014) a acumulação de biflavonóides em C. subternata mostrou-se

fortemente influenciada pela luz. Efeito da irradiação de luz sobre a produção de antocianina

em suspensão de células de Perilla frutescens foi relatada (Zhong et al., 1993). Recentemente

foi mostrado que a luz e a sinalização do carboidrato interagem com o metabolismo do ácido

indolacético (IAA) em Arabidopsis (Ljung, 2013). No entanto, a luz pode também ter um efeito

inibitório sobre a produção dos metabólitos especiais como por exemplo, a nicotina e chiconina

em Lithospermum erythrorhizon (Tabata et al., 1974), e em monoterpenos de Limon citrus

(Mulder-Krieger et al., 1988).

0,33 0,45 0,460,510,76

5,87

1,38

0,35

0,740,630,33 0,43

0

1

2

3

4

5

6

40 dias 60 dias 70 dias

Co

nce

ntr

ação

ug/m

L

GT1 GT3 FT2 FT4

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Figura 22. Concentrações da amentoflavona nos calos de Poincianella pyramidalis aos 40, 60

e 70 dias após inoculação, cultivados em diferentes tratamentos.

Tratamentos: Escuro – Glicose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D (GT1); Claro – Glicose 30 g.L-1 + 1 mg.L-

1 de 2,4-D (GT3); Escuro – Frutose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D (FT2); Claro – Frutose 30 g.L-1 + 1

mg.L-1 de 2,4-D (FT4).

Um relato interessante foi observado na Figura 22 (p. 58), no qual mostrou um aumento

da produção de amentoflavona aos 40 dias, decréscimo aos 60 e acréscimo novamente aos 70

dias após inoculação. Provavelmente, o declínio na produção da amentoflavona e agatisflavona

em todos os tratamentos aos 60 dias possa ser atribuído ao consumo de nutrientes para a síntese

de proteínas exigidas no crescimento celular. E após esse período de tempo, os calos podem ter

entrado na fase de estabilização, etapa esta em que pode ocorrer o acúmulo de metabólitos

secundários (Conceição, 2000; Lameira, 1997). Nogueira et al. (2008) investigando a curva de

crescimento de calos de murici-pequeno, verificaram que a concentração elevada de

aminoácidos aos 60 dias de cultivo coincide com a fase de desaceleração, época indicada para

a repicagem de calos e transferência para um novo meio nutritivo, indicando também uma

possível exigência metabólica do calo para o crescimento.

E por fim, ressalta-se que esse trabalho descreve pela primeira vez, a produção de massa

em calo e biflavonóides oriundos da espécie Poincianella pyramidalis, com modificações no

seu meio de cultivo e fonte de luz, sugerindo diante do exposto, mais estudos para o

estabelecimento de um protocolo próprio para este fim.

5,2

1,12

2,66

4,79

0,73

6,27

4,79

0

3,08

5,68

0,71

3,59

0

1

2

3

4

5

6

7

40 dias 60 dias 70 dias

Co

nce

ntr

ação

ug/m

L

GT1 GT3 FT2 FT4

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59

5. CONCLUSÕES

- O 2,4-diclorofenoxiacético induz calos em explantes nodal, foliar e internodal de P.

pyramidalis;

- Concentrações de 6,28 mg.L-1; 6,49 mg.L-1 e 4,91 mg.L-1 de 2,4-D nos segmentos

nodal, internodal e foliar, respectivamente, favorecem, aos 30 dias, uma maior formação de

calos;

- A concentração de 10 mg.L-1 de 2,4-D proporciona maior oxidação nos calos aos 30

dias de cultivo;

- A maior formação de calos ocorre na concentração de 4,91 mg.L-1 de 2,4-D para o

explante foliar aos 30 dias de cultivo in vitro;

- O acesso de Pernambuco, produz maior massa (0,1882 g) dos calos de Catingueira;

- Em ambos os acessos, a produção de amentoflavona é maior que a de agatisflavona

em todos os tratamentos;

- Há variabilidade genética entre os acessos da Bahia e Pernambuco para a mesma

espécie.

- A maior massa em calos de P. pyramidalis ocorre no tratamento com sacarose + 5

mg.L-1 de 2,4-D;

- O período de tempo de 60 dias é ideal para a produção da massa em calos de P.

pyramidalis;

- Sacarose + 5 mg.L-1 de 2,4-D favorece uma maior produção de amentoflavona (16,44

mg.L-1) e agatisflavona (0,58 mg.L-1);

- O tratamento GT3 (Claro – Glicose 30 g.L-1 + 1 mg.L-1 de 2,4-D) é ótimo para a

biossíntese de agatisflavona (5,87 mg.L-1) e amentoflavona (6,27 mg.L-1) aos 70 dias após

inoculação;

- A biossíntese da amentoflavona é superior a agatisflavona em todos os tratamentos

estudados;

- O tratamento com frutose e o mais indicado para a produção de massa em calos de P.

pyramidalis (0,2407 g) no período de 60 dias de cultivo;

- A ausência de luz proporciona ótimo desenvolvimento e aumento de massa em calos

de P. pyramidalis aos 40 e 60 dias de cultivo.

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60

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados apresentados pode-se concluir de maneira geral que as melhores

condições para a P. pyramidalis na indução, produção de massa nos calos e acúmulo dos

metabólitos especiais em estudo são: sacarose + 5 mg.L-1 de 2,4-D; manutenção da cultura no

escuro; uso do explante foliar; e por um período de tempo de 60 dias após inoculação sem

subcultivo.

Embora os resultados apresentados nesse trabalho contribuam grandemente para a

definição de um protocolo padrão de indução e produção de calos, como também para o

acúmulo de amentoflavona e agatisflavona na espécie P. pyramidalis, ainda assim, mais estudos

são necessários, já que cientificamente foi comprovado que os compostos produzidos por essa

espécie são farmacologicamente ativos e de grande importância. Portanto, pode-se dizer que a

biotecnologia associada com a cultura de tecidos de plantas cresce exponencialmente para

contribuir com às necessidades de uma população que a cada dia que passa precisa de drogas

com efeitos mais potentes ou com novas ações medicamentosas. Sendo interessante para

indústrias farmacêuticas a futura comercialização desses biativos.

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ANEXO – Autorização de Atividade de Acesso ao Patrimônio Genético, realizada de acordo

com a Resolução CGEN nº 35/2011, nº 08/2012.

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