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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós-Graduação em Odontologia Dissertação Influência da espessura da camada de opaco na capacidade de mascaramento de metalocerâmicas Cari Maristela Pieper Pelotas, 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Programa de Pós-Graduação em Odontologia

Dissertação

Influência da espessura da camada de opaco na capacidade de

mascaramento de metalocerâmicas

Cari Maristela Pieper

Pelotas, 2012

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CARI MARISTELA PIEPER

INFLUÊNCIA DA ESPESSURA DA CAMADA DE OPACO NA CAPACIDADE

DE MASCARAMENTO DE METALOCERÂMICAS

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação da Faculdade de

Odontologia da Universidade Federal de

Pelotas, como requisito parcial para obter

o título de Mestre em Odontologia, Área de

concentração em Prótese Dentária

Orientador: Prof. Dr. Guilherme Brião Camacho

Co-Orientador: Prof. Dr. Renato Fabrício de Andrade Waldemarin

Pelotas, 2012

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Banca examinadora:

Prof. Drº. Guilherme Brião Camacho (Orientador)

Prof. Drº. Luciano de Vargas Habekost

Profª. Drª. Luciana de Rezende Pinto

Profª. Drª. Fernanda Faot (suplente)

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Agradecimentos

Ao Profº Drº Guilherme Brião Camacho pelo apoio, e confiança depositada em

mim, concedendo-me liberdade para desenvolver o estudo dentro desta instituição, na

área de meu interesse, e tendo seu apoio durante a trajetória do curso e nas

dificuldades que surgiram; além de minha gratidão sei que permanecerá nossa

amizade.

Ao Profº Drº Renato Fabrício de Andrade Waldemarin pela dedicação ao

trabalho, por sua disponibilidade mesmo em meio aos inúmeros compromissos dentro

desta instituição, por sua paciência, pela tranquilidade que nos passou frente às

dificuldades encontradas neste percurso e, muito além de minha gratidão, sempre terá,

a minha amizade, pois além de grande mestre é um exemplo a ser seguido.

Aos meus pais Armando e Gerta que são responsáveis por minha formação

agradeço por seus esforços e sacrifícios, por acreditarem na minha capacidade pelos

valores ensinados e principalmente pelo carinho e amor recebido.

Às minhas irmãs, Cátia e Carmen, que para mim são de importância constante,

pois o apoio recebido desde minha infância reflete na história que já construímos juntas;

pelas alegrias e brincadeiras. Obrigada por toda ajuda e amizade!

Aos meus amigos Valesca, Mariana, Silene, Silvia e Eliseu, amizade que

construí durante a graduação e que permaneceu após conclusão do curso, alguns

meus colegas de pós-graduação.

A todos os meus colegas e professores da Pós-graduação e Graduação que no

conjunto social converteram as atividades de mestrado em campo de educação e

aprendizado.

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Notas Preliminares

O presente trabalho de Dissertação foi redigido segundo

as Normas de Teses e Dissertações da Universidade

Federal de Pelotas, Nível de Descrição 4.

http://prg.ufpel.edu.br/sisbi/documentos/Manual_normas_UFPel_2006.pdf

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Resumo

PIEPER, Cari Maristela. Capacidade de mascaramento de camada opaca em diferentes espessuras em metal sob aplicação em cerâmica estratificada. 2012. 62p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós Graduação em Odontologia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade de mascaramento de duas cerâmicas

opacas aplicadas em espessuras diferentes num substrato metálico. Para isso foram

confeccionados 80 discos metálicos de Ni-Cr (High Bond) com 16 mm de diâmetro e

1mm de espessura, através da técnica da cera perdida. Após a obtenção dos discos

estes foram divididos em 8 grupos (n=10) e foi aplicada a cerâmica opaca (Noritake) em

pasta (grupos de 1 à 4) e em pó (grupos de 5 à 8) com pincel de pêlo de camelo e água

destilada. As camadas opacas foram usinadas com pontas de óxido de alumínio até

atingirem as seguintes espessuras: G1 e G5 = 0,10mm de espessura; G2 e G6 =

0,15mm; G3 e G7 = 0,20mm e G4 e G8 = 0,30mm de espessura. Após, foi aplicada

cerâmica de dentina opaca (em dois ciclos de sinterização totalizando 0,7mm), e em

seguida à sinterização foi realizado o glaze final. A avaliação da cor foi realizada com o

auxílio do Espectrocolorímetro portátil (Konica - Minolta CR-10), que registrou a cor dos

80 corpos de prova metalocerâmicos nos eixos da escala CIE - L*, a* b* após o ciclo de

glaze. Os valores absolutos de L*, a* e b* dos grupos foram analisados estatísticamente

como variáveis isoladas. Também foi analisado o valor da variável ∆E, sendo que os

valores médios de L* a* e b* do grupo controle (G4) foram considerados como os

valores de referência para os cálculos do Δa, ∆b, ∆L e ∆E dos demais grupos. Após

constatada normalidade e homogeneidade dos dados foi aplicada análise de variância

para dois fatores de variação (2-way ANOVA) e teste complementar de Tukey ambos

para p<5%. Resultados: O opaco em pó apresentou valores maiores estaticamente

significantes nas variáveis (L*) e (ΔE), ocorrendo o inverso nas outras duas variáveis.

Quanto à espessura de opaco, os valores podem ser agrupados da seguinte forma,

segundo os testes complementares aplicados: variável (L*): (0,10mm = 0,15mm) <

(0,20mm = 0,30mm); variável (a*): (0,10mm) < (0,15mm = 0,20mm) < (0,30mm);

variável (b*): não houveram diferenças estatisticamente significantes; variável (ΔE):

(0,10mm) < (0,15mm = 0,20mm = 0,30mm). Conclui-se que houve diferença entre os

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tipos de opaco em pasta e em pó e que todas as espessuras testadas, exceto a de 0,10

mm, podem ser usadas sem alteração significativa da cor.

Palavras chave: Ligas metalo-cerâmicas. Cerâmica opaca. Opacidade.

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Abstratc

PIEPER, Cari Maristela. Capacidade de mascaramento de camada opaca em diferentes espessuras em metal sob aplicação em cerâmica estratificada. 2012. 62p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós Graduação em Odontologia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

The aim of this study was to evaluate the ability of two ceramic opaque masking applied

in different thicknesses in a metallic substrate. 80 Ni-Cr (High Bond) metalic discs were

fabricated, each with 1.6 mm diameter and 1 mm thickness, by lost wax technique. After

disks obtaining, they were divided into 8 groups (n = 10) and opaque ceramic (Noritake)

"paste" (groups 1 to 4) and "powder" (groups 5 to 8) was applied with a camel hair brush

and distilled water. The opaque layers were machined with aluminum oxide burs to

achieve the following thickness: G1 = G5 and 0.10 mm thick; G2 and G6 = 0.15 mm; G3

and G7 = 0.20 mm and G4 and G8 = 0.30 mm thick. Than opaque dentin ceramic was

applied (two sintering cicles, totaling 0.7 mm) and glazed. The color was evaluated with

the aid of a portable spectrocolorimeter (Konica - Minolta CR-10), which registered the

color of specimens in the CIE L*a*b* scale. The absolute values of L *, a * and b * were

statistically analyzed as isolated variables. The ΔE were also analyzed, considering the

mean values of L * a * b * in the control group (G4) as reference values. Once data

showed normality and homogeneity, it were applied 2-way ANOVA and Tukey’s

complementary test, when needed, with p < 5%. Results: Powder opaque presented

statistically significant greater values in (L*) and (ΔE) and the reverse happened to other

two variables. Analysing opaque thickness, values may be grouped as followed: (L*)

variable: (0,10mm = 0,15mm) < (0,20mm = 0,30mm); (a*) variable: (0,10mm) < (0,15mm

= 0,20mm) < (0,30mm); (b*) variable showed no statistically significant differences; (ΔE)

variable: (0,10mm) < (0,15mm = 0,20mm = 0,30mms). It could be concluded that paste

and powder opaque have different behavior and all thickness, except 0,10 mm, may be

used without significant color change.

Keywords: Metal-ceramic alloys. Ceramic opaque. Opacity.

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Lista de tabelas

Quadro 1

Quadro 2

Divisão dos grupos (G1 à G8)…………………………………………………….

Temperaturas de sinterização das cerâmicas…………………………………..

26

26

Tabela 1

Tabela 2

Tabela 3

Valores das médias e desvios padrões para a variável (L*), e os

agrupamentos estatísticos obtidos por ANOVA e Tukey………………………

Valores das médias e desvios padrões para a variável (a*), e os

agrupamentos estatísticos obtidos por ANOVA e Tukey ……….....................

Valores das médias e desvios padrões para a variável (b*), e os

agrupamentos estatísticos obtidos por ANOVA e Tukey ……………………...

49

50

51

Tabela 4

Tabela 5

Gráfico 1

Valores das médias e desvios padrões para a variável (ΔE), e os

estatísticos obtidos por ANOVA e Tukey ………………………………………

Agrupamentos das médias considerando-se ANOVA com um fator de

variação (espessura) para cada um dos tipos de opaco em separado………

Valores de ΔE segundo a espessura e o tipo de opaco empregados………..

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Sumário

1. Projeto de Pesquisa ......................................................................................... 12

1.1 Introdução ...….................................................................................................. 12

1.2 Justificativa ...................................................................................................... 22

1.3

1.4

Objetivo ............................................................................................................

Materiais e Métodos ........................................................................................

23

24

1.4.1. Obtenção dos discos metálicos ............................................................ 24

1.4.2. Aplicação da cerâmica ........................................................................... 25

1.4.3. Avaliação da cor .....................................................................................

1.4.4. Análise estatística ..................................................................................

1.4.5 Orçamento ..............................................................................................

27

27

29

1.4.6. Cronograma ........................................................................................... 30

2. .Relatório de Trabalho de Campo……………………………………………....... 31

2.1 Aspectos Éticos .........................................................................................

2.2 Condições Gerais ......................................................................................

31

31

2.3 Rotinas Laboratoriais ................................................................................. 31

3.

2.3.1 Coleta e Processamento .........................................................................

2.4 Alterações no Projeto Original ..................................................................

2.4.1 Dificuldades encontradas .......................................................................

2.5 Conclusões ................................................................................................

Artigo .................................................................................................................

Referências Bibliográficas do Projeto ............................................................

Apêndice 1..........................................................................................................

31

31

31

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33

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Apêndice 2 .........................................................................................................

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1. Projeto de Pesquisa

1.1 Introdução

A realização de restaurações estéticas sempre foi um dos maiores desafios na

odontologia restauradora e protética. Para isso a escolha criteriosa dos materiais

odontológicos e execução cuidadosa das etapas clínicas e laboratoriais são

fundamentais para se alcançar resultados estéticos satisfatórios em tratamentos

odontológicos restauradores em que a estética é prioridade.

A exigência estética por parte dos pacientes é cada vez maior, grande parte

procura por tratamentos que possam melhorar problemas relacionados à cor dos

dentes, formato, posicionamento ou mesmo por insatisfação de tratamentos anteriores

como restaurações de amálgama, mesmo quando se encontram em bom estado de

conservação.

Como primeiro passo importante para reproduzir-se a estética de um dente, a

seleção da cor é tradicionalmente realizada com guias de cores dentais. Em

restaurações indiretas, embora a cor requisitada pelo cirurgião-dentista seja

efetivamente utilizada no laboratório, nem sempre se alcança o resultado final

desejado, gerando uma diferença significativa de coloração quando a restauração

indireta retorna ao consultório para ser provada, e torna-se difícil detectar de que tipo foi

e onde ocorreu, de fato, a falha. (Douglas e Brewer, 2003).

A cor de um objeto depende da composição espectral da luz incidente sobre

ele, da refletância ou da transmitância do objeto, da resposta do observador e da

geometria óptica de visualização, ou seja, a cor pode ser definida como sendo o

resultado da interação entre três elementos distintos: o foco de luz, o objeto iluminado e

o observador. (Saleski, 1972; Land, 1977).

A comunicação de cor é uma preocupação antiga, sendo que na tentativa de

minimizarem-se os problemas decorrentes desta comunicação inúmeros sistemas de

cor foram desenvolvidos. No entanto, um método objetivo de avaliação de diferenças de

cores em pesquisa se faz necessário, e para tanto, um sistema de classificação

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ordenado de cor e equipamentos capazes de quantificar estas diferenças (Esquivel,

Chai et al., 1995).

Albert Munsell, um pintor norte-americano, propôs em 1905, um sistema que é

considerado o melhor baseado em princípios perceptuais. Conhecido como Sistema

HSV, é uma coleção de amostras pintadas, criadas para representar intervalos iguais

de percepção visual entre amostras adjacentes, que são apresentadas em termos de

três coordenadas (hue, saturation e value) (CIE).

H (hue) – Matiz: frequentemente usado para definir a cor, ou seja, azul, amarela,

vermelha. É o comprimento de luz observada.

S (saturation) – Croma: grau de pureza da cor, medida com intensidade do matiz, ou

ainda, o seu grau de saturação. Ex: azul claro, azul médio e azul escuro.

V (value) – Valor: é uma propriedade acromática, ou seja, existe com a ausência de

qualquer matiz. É a variação de brilho que um matiz apresenta: é a sua luminosidade.

Refere-se diretamente a reflexão da luz, sendo responsável pelo aspecto de vitalidade

da estrutura dental e está diretamente relacionada com o grau de opacidade, de

translucidez e transparência de uma estrutura, sendo considerada a característica mais

importante na escolha da cor (CIE).

O sistema mais comumente utilizado para classificação de cor em pesquisas foi

estabelecido pela CIE – Commission Internacionale de E’clairage (Comissão

Internacional de Iluminação) em 1976.

A CIE é uma organização voltada para cooperação internacional e troca de

informações entre seus países membros sobre todas as disciplinas relacionadas à

ciência e arte da luz. É uma comissão técnica, científica e cultural, sem fins lucrativos;

desenvolvida há 90 anos e aceita como a melhor representante mundial sobre

iluminação e cor. A CIE padronizou as cores matematicamente, apresentando-se em

gráficos, sendo o CIE-RGB, criado em 1931, onde R=red, G=green e B=blue. As cores

vermelho, verde e azul são consideradas as cores primárias em estudos científicos de

cores aditivas. Posteriormente foi criado o diagrama CIE X,Y,Z (valores tristímulo), para

evitar coordenadas negativas existentes no CIE-RGB. O CIE padronizou também os

iluminantes e o observador padrão e a representação da média da população com

visão de cor normal. O iluminante padrão mais utilizado é o CIE D65, que é a

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representação de uma fase da luz do dia, com temperatura de cor de aproximadamente

6504K (Gouveia, 2004).

O sistema de cor CIE considera a luz transmitida ou refletida de um objeto, com

uma determinada curva de transmitância T (λ) ou de reflectância R (λ), produzida pela

potência espectral de um determinado iluminante S (λ) e atinge o olho do observador

padrão (a letra grega lambda (λ) é, por convenção, indicação do comprimento de onda).

A não uniformidade visual do diagrama CIE 1931 fez com que estudiosos matemáticos

modificassem o espaço da cor, facilitando cálculos de interpretação das cores; essas

melhorias foram denominadas como espaço de cor CIELa*b* de 1976 ou CIELab

(Gouveia, 2004).

O CIELab transformou os valores tristímulos X,Y e Z do espaço CIE 1931, em

valores de L*, a* e b*. A axial L é conhecida como luminosidade, e é proporcional no

valor do sistema Munssel de cor, variando de 0 (preto) a 100 (branco). As outras duas

são coordenadas de cromaticidade, onde a* corresponde ao eixo vermelho-verde no

sistema Munssel e b* corresponde ao amarelo-azul e possuem escala limitada (-80 à

+80). Embora estes últimos não sirvam para correlatos diretos do matiz e do croma,

seus números respectivos servem para representar numericamente correspondentes

para esses atributos. O espaço de cores CIE 1976 (L*, a* e b*) proporciona uma

representação tridimensional para percepção do estimulo de cores. Se dois pontos no

espaço representam dois estímulos são coincidentes: então a diferença de cores entre

os estímulos é zero. Conforme aumenta a distância entre dois pontos à percepção do

estímulo aumenta no mesmo grau. O eixo a* e b* representam angulo reto. O terceiro

eixo L* é também perpendicular aos eixos a* e b*. Com este sistema qualquer cor pode

ser especificada com coordenadas L*a*b*. Um dos principais aspectos deste sistema é

a sua organização num espaço tridimensional aproximadamente uniforme, no qual

elementos são espaçados com base na percepção de cor visual e não no seu

comprimento de onda ou intensidade luminosa. Alternativamente são utilizadas L*, C* e

h*, onde L* representa luminosidade, C* (Chroma) representa a intensidade ou

saturação de cor e h* (Hue) é outra forma de expressar a tonalidade. (E'clairage, 1976;

Porto, 2007).

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A mudança de cor no sistema CIELab é dada pelo ∆E*, sendo E originária da

palavra alemã Empfindung que significa sensação. O ∆E é usado para diferenciar

qualquer diferença de cor, mas não indica a quantidade relativa e a direção das

diferenças de luminosidade como croma e matiz. Estas informações só podem ser

obtidas se cada componente que forma o ∆E for analisado separadamente. O ∆E é

calculado pela seguinte forma:

∆E=[(∆L*)2 + (∆a*)2 + (∆b*)2 ]½

Esta equação pode ser descrita mais detalhadamente.

∆E=[(L1 – L0)2 + (a*1 - a*0)

2 + (b*1 – b*0)2 ]½ onde o L0, a*0 e b*0 representam a leitura

inicial ou leitura padrão e L1, a*1 e b*1 representam a leitura final ou leitura da amostra.

Percebe-se pela fórmula que o ∆E define a distância geométrica entre dois pontos em

uma coordenada tridimensional e como expresso acima, não define a direção ou

angulação na qual essa distância ocorre.

O princípio do equipamento chamado espectrofotômetro de luz visível, que

utiliza o sistema CIELAB, está em posicionar a cor no espaço. Um espaço é definido

por uma combinação de coordenadas cilíndricas ou cartesianas onde um ponto está

associado a uma única cor (Porto, 2007).

O sistema CIE-Lab tenta, dessa forma, tornar linear as diferenças na percepção

da cor, de tal forma que uma diferença equivalente a 3 no ∆E entre duas cores em um

dos pontos do espaço tenha a mesma capacidade de ser percebida por um observador

que uma diferença equivalente a 3 no ∆E entre duas outras cores em outro ponto do

espaço.

No dente natural, o esmalte constitui uma camada cristalina e translúcida sobre a

dentina, a qual é mais opaca que o esmalte e reflete a luz. O esmalte é composto de

pequenos bastões ou primas “cimentados” ou unidos por uma substância orgânica. Os

índices de refração dos prismas e da substância orgânica são diferentes e, como

resultado, um raio de luz é dispersado pela reflexão e refração para produzir em efeito

translúcido e uma sensação de profundidade à medida que o raio de luz disperso atinge

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o olho. Dessa forma, a obtenção da cor desejada nas restaurações metalocerâmicas é

dificultada pela ausência desse conjunto orgânico/inorgânico próprio do esmalte, bem

como devido à presença dos copings metálicos (subestrutura opaca) que dificultam a

obtenção de resultados estéticos previsíveis e exigem recursos como opacificadores,

combinação de diferentes cores de cerâmicas e pigmentos e cuidados com a espessura

do material estético aplicado na tentativa de se obter a cor desejada (Porto, 2007).

Dentre os muitos materiais restauradores estéticos existentes as cerâmicas

constituem uma excelente opção devido às suas características de similaridade óptica

aos tecidos dentais, dureza, resistência, estabilidade dimensional e de cor, o que

favorece a longevidade deste tipo de restauração. Historicamente a cerâmica é o

material estético mais utilizado para repor dentes perdidos ou partes deles. Portanto, o

procedimento de revestimento de cerâmica é muitas vezes considerado como uma

forma de arte. A cerâmica é o material que melhor reproduz as propriedades ópticas do

esmalte e da dentina como fluorescência, opalescência e translucidez (Porto, 2007).

As cerâmicas são altamente estéticas e capazes de reproduzir a maior parte

das características dos dentes naturais. Ao longo das últimas décadas as cerâmicas

odontológicas foram sendo modificadas com o objetivo de melhorar suas propriedades

físicas e ópticas diminuir o ponto de fusão, modificar os coeficientes de expansão e

contração, e propiciar cor, opacidade, opalescência e translucidez mais semelhantes

aos dentes naturais (Kelly, 2004).

A primeira coroa totalmente estética, que foi confeccionada com um tipo de

cerâmica feldspática sobre uma lâmina de platina que possuía baixa resistência e uso

clínico limitado. Mas, apesar destas limitações, esta foi durante décadas a restauração

estética que a odontologia pôde oferecer(Land, 1977).

Com o passar dos anos, houve um desenvolvimento continuado deste material,

e em 1956 buscou-se uma associação das cerâmicas com certas ligas de ouro,

combinando a resistência dessas ligas com a estética da porcelana, dando origem às

restaurações metalocerâmicas (Brecker, 1956).

Restaurações metalocerâmicas são uma das opções de tratamentos

restauradores mais utilizados na odontologia. Apesar de sua ampla aceitação e

longevidade, as metalocerâmicas em dentes anteriores ainda representam um desafio

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para alcançar o sucesso estético. As restaurações metalocerâmicas possuem

limitações estéticas devido à presença da estrutura metálica opaca, enquanto as

restaurações cerâmicas metal-free permitem a passagem de luz melhorando a cor e

translucidez da restauração, podendo ser utilizada em casos de maior exigência

estética (Douglas e Przybylska, 1999). Entretanto, o uso de restaurações de cerâmica

pura, principalmente em próteses parciais fixas (PPF) posteriores, esbarra na

dificuldade de se obter uma adequada espessura na região dos conectores já que,

segundo (Raigrodski, 2004), a espessura mínima dos conectores neste tipo de

restauração varia entre 3 e 5 mm. Assim, é importante, que a PPF a ser utilizada tenha

o reforço de uma estrutura de metal (copping metálico) sobre as quais a cerâmica é

aplicada. Efetivo e amplamente utilizado, este sistema metal + cerâmica ou

metalocerâmica, parece ser o sistema mais bem sucedido na construção de

restaurações estéticas e resistentes ao estresse oclusal (Kina, 2005).

A cor de uma cerâmica dental e resina composta, assim como a cor de todo

material, é determinada pela fonte de luz que é observada; pela forma como as ondas

de luz que incidem sobre o material é absorvida, transmitida ou refletida; pelos efeitos

do ambiente na mente do observador e pelas condições visuais do observador; pois a

cor é só uma das inúmeras qualidades que o olho do ser humano é capaz de perceber

(Gouveia, 2004).

Johnston e Kao (1989), em um estudo clássico de avaliação de cor por

colorímetro, julgaram os critérios visuais na comparação entre restaurações de resina e

dentes. Usando um colorímetro e análise visual, eles calcularam que um ∆E > 3,7 era

necessário para visualizar as diferenças clinicamente significantes entre dente e

restauração.

Segundo Seghi (1989), reproduzir o aspecto natural dos dentes com perfeição

utilizando sistemas cerâmicos é complexo, pois envolve a forma, a textura superficial, a

translucidez e a cor das restaurações. A crescente demanda por restaurações estéticas

em cerâmica exige um melhor entendimento dos fatores que influenciam as

propriedades estéticas das mesmas, como por exemplo: translucidez, espessura,

microestrutura, número de queimas, etc. (Zhang, Heydecke et al., 2000)

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Também foi enfatizada a necessidade de atenção adicional em relação à

escolha dos agentes cimentantes, de cerâmicas opacas, matizes e espessura da

cerâmica e procedimentos laboratoriais que podem influenciar o aspecto final de

facetas cerâmicas. (Zhang, Griggs et al., 2004)

Enquanto a subestrutura metálica fornece suporte e resistência, ela também

apresenta um desafio estético. Devido à opacidade e cor escura da subestrutura de

metal, o técnico de prótese dentária deve criar uma ilusão de translucidez (Paravina,

2004). Uma primeira camada de porcelana opaca (OP) com alto poder de

mascaramento é aplicada à infra-estrutura de metal para mascarar os óxidos escuros

metálicos e promover adesão de cerâmica ao metal. Tem sido demonstrado que a cor

do opaco difere consideravelmente após a queima da cerâmica. No entanto, a razão

para esta mudança de cor não é clara, e tem sido relatado que a espessura da camada

opaca e/ou a suscetibilidade à difusão de óxidos pode causar a descoloração da

cerâmica opaca durante a queima afetando a cor final da camada de opaca, quando

aplicadas num substrato metálico (Paravina, 2004).

A espectrofotometria também foi utilizada para avaliar a influência de diferentes

ligas metálicas e diferentes cerâmicas em restaurações metalocerâmicas. Ligas de

Cobalto-Cromo (Co-Cr) e Ouro (Au) produzem restaurações cerâmicas mais luminosas

(valores de L* maiores) do que ligas de Niquel-Cromo (Ni-Cr) e Paládio (Pd). Por

exemplo, a cerâmica Ceramco (Dentsply) mostrou ser mais avermelhada (valores de a*

maiores) em todas as ligas quando comparadas à cerâmica Vita Omega (Vita) e às

ligas de ouro e paládio que provocam um ligeiro aumento na coordenada b* (amarelo)

(Kourtis, Tripodakis et al., 2004).

A influência das espessuras da camada de cerâmica na cor final destas

restaurações também foi motivo de estudo. Um estudo para determinar o efeito de

diferentes espessuras de porcelana opaca e translúcida na cor final do corpo de prova.

Para isto confeccionaram corpos de prova com 0,7 mm de infra-estrutura cerâmica

Synthoceram, e diferentes espessuras de opaco e translúcido sendo elas: 0,25; 0,5;

0,75 ou 1mm de cerâmica opaca Syntagon Plus translúcido (Elephant Dental). Cada

disco foi mensurado 5 vezes com micrômetro para certificar a espessura. Os discos

foram levados ao espectrofotômetro cuja geometria óptica era D/8 com componente

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especular incluído. Como resultado, os autores relacionaram a proporção entre o opaco

e translúcido com diferentes coordenadas a* e b*. Já a coordenada L* variou com

mudanças nas proporções, porém de acordo com a cor da escala. O estudo

demonstrou que a luminosidade aumenta quando se aumenta a espessura da cerâmica

opaca para a cor A1, porém diminui para cor A3. Isto se deve a maior opacidade da

cerâmica translúcida nesta cor da escala. Concluíram também que 0,7 mm de infra-

estrutura é suficiente para mascarar a influência da cor de fundo na cor final da

amostra(Dozić, Kleverlaan et al., 2003).

Alguns autores (Corciolani, Vichi et al., 2010) estabeleceram por meio de

espectrofotômetro clínico a influência da cada camada de uma metalocerâmica sobre

os parâmetros de cor (claridade, croma e matiz) na restauração final. Foram fabricados

40 discos de cerâmica para o estudo na tonalidade 2M3 (Vita VM13, Vita Zahbfabrik,

Bad Säckingen, Alemanha) com espessuras estratificadas totalizando 4 espessuras

finais para cada disco. As espessuras utilizadas foram Dentina opaca 0,25-0,90mm,

Dentina transparente 0,35-0,75mm e 0,15-0,5mm para o Esmalte; as espessuras foram

controladas com auxilio de molde metálico e paquímetro digital após cada queima da

cerâmica. A coloração final foi mensurada com auxilio do Easyshade (Vita Zahnfabrik)

para comparação da cor e análise estatística. O padrão de estratificação influenciou a

coloração final da restauração: quanto mais espessa a dentina opaca maior o croma

final, e quanto mais espessa a dentina transparente e esmalte menor o croma da

restauração. Assim, os autores concluíram que as alterações nas espessuras altera a

coloração final da restauração.

Com auxílio de colorímetro foi comparada a influência de várias ligas metálicas

sobre a cor opaca de uma cerâmica. Foram utilizados 14 tipos de ligas de Ni-Cr e 3

ligas de Co-Cr e uma liga de Au-Pd como grupo controle. Foi aplicada uma camada

opaca na cor B1 (0,1mm) em todas as amostras do tamanho de 16x1mm. Cada

amostra foi mensurada após aplicação do opaco com auxilio de colorímetro e os dados

foram apresentados em L* a* e b* de acordo com o Sistema CIELAB e as diferenças de

cor em ∆E entre as diferentes ligas e o grupo controle: os dados foram analisados

estatisticamente. Concluíram que todas as ligas metálicas apresentaram diferença

estatística (∆E) quando comparadas com o grupo controle com 0,1mm da camada

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opaca, no entanto, dentro dos limites do estudo os valores estão dentro dos limites

clinicamente aceitáveis (∆E<3,5) (Ozcelik, Yilmaz et al., 2008).

A influência do método de aplicação da cerâmica opaca sobre o metal

avaliando sua resistência de união e a cor final das metalocerâmicas. Para isso; os

autores utilizaram três métodos de aplicação do opaco formando quatro grupos:

(aerosol-spray (uma aplicação), aerossóis spray (duas aplicações), pasta e pó-líquido)

antes da estratificação com porcelana de dentina com uma espessura de 1,0 mm para

imitar a espessura clínica de porcelana fundida às coroas metálicas. A técnica de

aplicação do opaco não influenciou a adesão entre a porcelana e metal. Todos os

métodos de aplicação demonstraram um comportamento frágil de quebra através da

camada de opaco. Não foram encontradas diferenças visíveis na cor final da porcelana

entre os métodos de aplicações. (Jörn, Waddell et al., 2010)

Alguns autores avaliaram a mudança do croma final na restauração alterando a

espessura final do esmalte, três tons (3M1, 3M2 e 3M3) foram selecionados a partir de

uma escala de cores Vitapan 3D master. Cinco espécimes de disco foram preparados

para cada sombra, composto de três camadas (dentina opaca, dentina e esmalte) em

espessuras de 0,6 mm, 0,8mm e 0,6mm respectivamente. A cor de cada disco foi

medida utilizando um espectrofotômetro. Após isso a porcelana de esmalte foi reduzida

para 0,3 milímetros de espessura. Uma mudança na espessura do esmalte de 0,6 a 0,3

mm resultou em uma mudança de 3 unidades de L* e mudança no croma métrico em 4º

no ângulo de tonalidade. Uma mudança na espessura da porcelana de esmalte teve

efeito maior sobre tons mais elevados do que aqueles com menor croma. A capacidade

do guia de cores em prescrever croma foi demonstrado, mas isso poderia se

compensado por uma espessura de esmalte anômolo.(Jarad, Moss et al., 2007)

Corciolani (Corciolani, Vichi et al., 2011) avaliaram através de um

espectrofotômetro clínico dois sistemas cerâmicos diferentes quanto à capacidade de

tonalidades de cores selecionadas com a Escala 3D-Master, Omega 900 Vita e VITA

VM 13, sendo que para ambas as cerâmicas foram utilizadas as tonalidades 2M3, 3M2

e 4M2 da Escala 3D-Master. Trinta discos cerâmicos foram confeccionados com 15mm

de diâmetro e espessuras diferentes na camada opaca da dentina, na dentina

transparente e no esmalte manteve-se a espessura global. Com o auxilio do

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espectrofotômetro VITA Easyshade (VITA Zahnfabrik Bad Säckingen Germany) foi

avaliado a cor dos discos cerâmicos para comparação da cor. Os valores obtidos foram

analisados estatisticamente. Os autores concluíram que os dois sistemas cerâmicos

mostraram correspondentes com a cor nos tons de 2M3, 3M2 e 4M2 da Escala Vita 3D-

Master dentro do limite de aceitabilidade clínica (∆E ≤ 3,3); a cerâmica VM13 mostrou-

se estatisticamente melhor à cor correspondente, e a estratificação influenciou a

coloração final da restauração.

Observa-se, portanto, que construir próteses a partir de uma base metálica, que

em sua aparência (opaca de cor cinza, prata ou dourada) não se assemelha em nada

com as estruturas dentárias, tecnicamente não é tarefa fácil. Escondê-la ou mascará-la

sob finas camadas de cerâmica, e transmitir ao observador à impressão de sua

inexistência, dando à prótese todas as características de nuances de cor e translucidez

de um dente natural, exige uma combinação de destreza e conhecimento técnico muito

acurado do dentista e seu ceramista.

Desta forma, não é raro observarmos situações clínicas onde preparos

inadequados e/ou deficiências técnicas na aplicação da cerâmica levam a uma

opacificação exagerada do trabalho protético, afastando-o em muito das características

ópticas de um dente natural. Outro fato é observado nas áreas de margem cervical,

onde, frequentemente, um halo escurecido pode ser visto associado a estas

restaurações.

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2. Justificativa

Embora muitos estudos avaliem o efeito da espessura das diferentes camadas

de dentina opaca na cor da cerâmica, são escassos os trabalhos na literatura que

abordem a influência da espessura da camada opaca em mascarar o metal das

infraestruturas e coppings de coroas metalocerâmicas, Dessa forma, o objetivo desse

estudo é avaliar a partir de qual espessura a camada opaca em uma metalocerâmica é

capaz de mascarar a cor do metal da infraestrutura, utilizando-se uma liga de Ni-Cr

(High Bond) e a cerâmica Noritake. Os resultados deste trabalho poderão ajudar a

determinar qual o real desgaste que é necessário para a confecção de uma prótese

metalocerâmica esteticamente adequada.

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3. Objetivo

O objetivo desse estudo é avaliar a espessura da camada opaca em uma

metalocerâmica capaz de se igualar ao mascaramento proporcionado por 0,30mm de

cerâmica opaca, utilizando uma liga de Ni-Cr (High Bond) e cerâmica Noritake (Super

Porcelain EX-3).

3.1 Objetivos Específicos:

Avaliar separadamente cada varável:

a) Variável (L*), com dois fatores de variação (tipo de opaco (com dois

níveis: pasta e pó) e espessura de opaco (com quatro níveis:

0,10mm 0,15mm, 0,20mm e 0,30mm);

b) Variável (a*), com dois fatores de variação (tipo de opaco (com dois

níveis: pasta e pó) e espessura de opaco (com quatro níveis:

0,10mm 0,15mm, 0,20mm e 0,30mm);

c) Variável (b*), com dois fatores de variação (tipo de opaco (com dois

níveis: pasta e pó) e espessura de opaco (com quatro níveis:

0,10mm 0,15mm, 0,20mm e 0,30mm) e

d) Variável ΔE, com dois fatores de variação (tipo de opaco (com dois

níveis: pasta e pó) e espessura de opaco (com três níveis: 0,10mm

0,15mm e 0,20mm);

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4. Materiais e métodos

Serão confeccionados 8 grupos (n = 10), os quais serão constituídos de discos

metálicos com 1,6 cm de diâmetro e aproximadamente 1,0 mm de espessura. Sobre

estes, serão confeccionados discos cerâmicos (1,0 cm de diâmetro) com espessuras

variáveis de opaco (G1, G2, G3 e G4 em pasta e G5, G6, G7 e G8 em pó) conforme

segue: G1 e G5 = 0,1 mm; G2 e G6 = 0,15 mm; G3 e G7 =0, 2 0mm e G4 e G8 = 0,3

mm (G4 controle). Sobre o opaco será aplicada dentina opaca na espessura

recomendada por Goodacre (2004) (duas camadas totalizando 0,7mm). A cor será

medida e apresentada segundo a escala CIE L*a*b* 1976.

1. Obtenção dos discos metálicos

Os discos metálicos serão obtidos através da técnica da cera perdida. Os

padrões de cera serão obtidos de recortes realizados com uma matriz circular de 1,6

mm de diâmetro sobre discos de cera 7 (Newwax, TechNew) previamente ajustados

para possuírem 1,0 mm de espessura.

Estes padrões de cera serão incluídos em revestimento aglutinado por fosfato

(Heat Shock, Polidental) em anéis metálicos para fundição, que serão colocados em

forno pré aquecido a 750º e mantidos nesta temperatura com a porta do forno fechada

por 10 minutos. Após isso, a temperatura foi elevada para 900 ºC em um tempo médio

de 30 minutos e os anéis foram mantidos nesta temperatura por 3 horas. Discos

metálicos de Ni-Cr (High Bond, Leona Indústria e Comércio de Materiais e Ligas

Odontológicas e Médicas Ltda.) serão obtidos por fundição da liga metálica com

maçarico de oxigênio/acetileno em chama direta e injeção no revestimento por meio de

uma centrífuga convencional.

Os revestimentos serão resfriados em temperatura ambiente e os discos

fundidos serão desincluídos, limpos e jateados com partículas de óxido de alumínio de

aproximadamente 200μm para remoção do excesso de revestimento. Após o

jateamento, os discos serão lixados manualmente em ambas superfícies com lixa de

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água de granulação 200 até formarem superfícies plana e ligeiramente irregulares. Os

discos serão deixados em cubas ultrassônicas por 10 minutos, então lavados com água

destilada para remoção de debris e secos com lenços de papel. Serão realizadas

quatro marcas distantes 90 graus umas das outras nas laterais dos discos e uma marca

central com broca diamantada (1012 KG Sorenson) e turbina em alta rotação. A

espessura destes será medida e orientada por estas marcas com auxílio de paquímetro

digital (Mitutoyo, Digimatic Caliper). A média das cinco leituras será tomada como

espessura do disco e estes seguiram para a aplicação da cerâmica. As marcações e

mensurações das espessuras dos discos metálicos serão realizadas pelo mesmo

operador.

2. Aplicação da cerâmica

Com o auxílio de um pincel de pêlo de camelo e água destilada será realizada a

aplicação da primeira camada de cerâmica opaca Noritake (Noritake Kizao CO.) e

sinterizada, sobre a superfície metálica descrita anteriormente. Após a aplicação da

segunda camada da cerâmica opaca e nova sinterização, os discos de metal/opaco

foram usinados manualmente com pontas de óxido de alumínio (KG Sorensen),

trocadas a cada grupo, e suas espessuras medidas com base nas marcações citadas

acima, até que a camada de opaco atinja as espessuras descritas no quadro 1, para

posteriormente serem lavados com água destilada; secos. Sobre essa camada de

opaco foi aplicada a camada de cerâmica de dentina opaca (duas camadas de dentina

opaca) totalizando a espessura de 0,7mm, aferida pelo mesmo método descrito para as

camadas de opaco. Após a obtenção da espessura adequada de dentina os discos

passaram pelo processo de glazeamento e suas cores mensuradas. As temperaturas e

tempo de sinterização das camadas de cerâmica e do glaze foram seguidas conformes

instruções do fabricante e descritas no quadro 2. Todas as etapas de sinterização

ocorrerão em forno EDG modelo Titan 99 sob atmosfera de vácuo parcial.

A aplicação da cerâmica opaca em pasta será realizada com um pincel de pêlo

de camelo pincelando uma fina camada de opaco em pasta Noritake (Noritake Kizao

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CO.) na estrutura metálica (Wash Bake) A primeira sinterização será realizada para

evitar o esverdeamento da cerâmica (normas do fabricante). Após a queima da camada

do primeiro bannho, será aplicada a primeira camada de opaco em pasta certificando-

se que não existam áreas muito espessas e que 70% do disco metálico esteja coberto

pela cerâmica e realizada uma nova sinterização da cerâmica. Será aplicada a segunda

camada de opaco em pasta, recobrindo o disco metálico e uma nova sinterização será

realizada, após a segunda camada foi seguida a sequência descrita anteriormente.

Todas as etapas foram realizadas pelo mesmo operador.

Quadro 1 - Divisão dos grupos (G1 a G8)

Metal Opaco Dentina opaca

G1 e G5 1 mm 0,10mm 0,70mm

G2 e G6 1 mm 0,15mm 0,70mm

G3 e G7 1 mm 0,20mm 0,70mm

G4 e G8 1 mm 0,30mm 0,70mm

Quadro 2- Temperaturas de sinterização da cerâmica

Temp. Inicial ºC Temp. Final ºC

Wasche Bake

Opaco em pasta

400º 990º

Opaco em pasta

(1º e 2º queima)

400º 980º

Opaco em pó

(1º e 2º queima)

650º 960º

Dentina Opaca 600º 930º

Glaze 450º 925º

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3 - Avaliação da cor da cerâmica

Com o auxílio do Espectrocolorímetro portátil (Minolta CR-10) será registrada a

cor dos 80 corpos de prova metalocerâmicos dos diferentes grupos após o

glazeamento. Os valores de L* a* e b* de cada corpo de prova foi anotado em planilha

específica.

4 - Análises estatísticas e conclusões

Serão realizadas quatro análises estatísticas distintas:

e) Variável (L*), com dois fatores de variação (tipo de opaco (com dois

níveis: pasta e pó) e espessura de opaco (com quatro níveis:

0,10mm 0,15mm, 0,20mm e 0,30mm);

f) Variável (a*), com dois fatores de variação (tipo de opaco (com dois

níveis: pasta e pó) e espessura de opaco (com quatro níveis:

0,10mm 0,15mm, 0,20mm e 0,30mm);

g) Variável (b*), com dois fatores de variação (tipo de opaco (com dois

níveis: pasta e pó) e espessura de opaco (com quatro níveis:

0,10mm 0,15mm, 0,20mm e 0,30mm) e

h) Variável ΔE, com dois fatores de variação (tipo de opaco (com dois

níveis: pasta e pó) e espessura de opaco (com três níveis: 0,10mm

0,15mm e 0,20mm);

Os dados originais a serem obtidos sofreram uma verificação da sua

homogeneidade e distribuição amostral para se determinar o modelo estatístico mais

adequado, paramétrico ou não paramétrico, para análise e comparação dos resultados.

Caso seja detectada possibilidade de análise paramétrica será realizada análise de

variância para dois fatores de variação.

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A interpretação dos dados para discussão e conclusões seguiu os fluxogramas

presentes nos apêndices 1 e 2.

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5- Orçamento

Recurso que foi utilizado para a execução do presente projeto:

RESPONSÁVEL PROJETO VALOR (R$)

Prof. Dr. Guilherme

Brião Camacho

Capacidade de mascaramento de camada

opaca em diferentes espessuras em metal

sob aplicação de cerâmica estratificada

R$ 1307,00

A relação de itens de contrapartida do presente projeto está demonstrada a seguir:

MATERIAIS

Descrição Custo (R$)

Cera 7 10,00

Cera para conduto de alimentação (2x) 30,00

High Bond 300,00

Lixas 20,00

Água destilada 12,00

Pincel de pelo camelo 50,00

Cerâmica opaca em pasta (3x) 100,00

Cerâmica opaca em pó (3x) 65,00

Cerâmica dentina (3x) 60,00

Pontas de óxido de alumínio (2x) 50,00

Liquido refratário 20,00

Pó refratário 60,00

TOTAL R$ 1307,00

O material será adquirido com recursos próprios.

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6- Cronograma para o ano de 2012

Maio Junho Julho Agosto Setem Out Nov Dez

Qualificação X

Execução

Metodologia

X X X

Análise

Resultados

X X

Redação X X X X

Submissão X

Defesa X

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2. Relatório de trabalho de campo

2.1 Aspectos éticos

O presente trabalho não foi submetido ao Cômite de Ética para sua aprovação,

pois o mesmo não envolvia questões éticas para o seu desenvolvimento.

2.2 Condições Gerais

Para revisão de literatura um avaliador fez toda a busca e análise de dados,

para a realização da pesquisa e seleção dos materiais, foi realizado um cálculo da

amostra e o estudo piloto, para determinarmos se a realização do estudo era viável e

determinarmos a melhor metodologia que seria empregada.

2.3 Rotinas Laboratoriais

Realização da pesquisa e processamento dos dados para análise. Para a

realização do estudo, envolveu dedicação, pois foram necessárias várias etapas para a

finalização de um único corpo de prova. As especificações de tempo e temperatura

foram conferidas a cada novo tempo, a despeito de estarem programadas na memória

do forno.

2.4 Alterações no projeto original

Houve alteração no projeto original, inicialmente iriamos utilizar o 0,30mm de

cerâmica opaca em pó como grupo controle, após análise dos dados e homogeneidade

decidimos utilizar o 0,30mm do opaco em pasta como grupo controle para análise

estatística. Outras pequenas modificações foram realizadas quanto ao desenvolvimento

da pesquisa, para uma melhor precisão e refinamento da pesquisa, alguns desses

pequenos acertos já tinham sido pré-determinados durante a realização do estudo

piloto.

2.5 Conclusões

Com base nos procedimentos experimentais realizados e dentro das limitações

deste estudo é possível concluir que: Há diferença entre os tipos de opaco: pó e pasta;

o opaco em pasta apresenta um melhor desempenho do que o opaco em pó; A

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espessura 0,10mm comporta-se diferentemente das demais espessuras, apresentando

maior ΔE; a espessura de 0,10mm mostrou-se insatisfatório para mascarar a

substrutura metálica; O ΔE da espessura 0,15mm é estatisticamente igual aos demais,

mostrando-se suficiente como mascarador da liga metálica utilizada.

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Artigo

Prótese Capacidade de mascaramento da camada opaca em diferentes espessuras em

metal sob aplicação de cerâmica estratificada

Short Title: Mascaramento da espessura do opaco em metalocerâmica.

Cari Maristela Pieper (a); Renato Fabrício de Andrade Waldemarin (b); Guilherme Brião Camacho (c)

a) Pós-Graduanda – Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas;

b) Professor Adjunto II – Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas;

c) Professor Associado IV - Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas

Endereço físico para correspondência dos autores:

Rua Gonçalves Chaves, 457 CEP 96015-560

Tel.: (53) 32226690 Ramal. 120

Endereço eletrônico para contato dos autores:

[email protected];

[email protected];

[email protected]

Cari Maristela Pieper

DDS, MSc student of Dental Prosthesis

School of Dentistry, Federal University of Pelotas, RS, Brazil

* Address to correspondence: [email protected] (Phone number: +55 53

32226690; Street address: Rua Gonçalves Chaves, 457; Postal: 96015-560)

* O artigo foi redigido no formato para a Revista Gaúcha de Odontologia - RGO

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Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade de mascaramento de duas cerâmicas

opacas para metalocerâmicas aplicadas em espessuras diferentes. Foram

confeccionados 80 discos metálicos de Ni-Cr (High Bond) com 16 mm de diâmetro e 1,0

mm de espessura. Os discos foram divididos em 8 grupos (n=10) e aplicadas as

cerâmicas opacas (Noritake) em pasta (grupos de 1 à 4) e em pó (grupos de 5 à 8).

Estas foram usinadas com pontas de óxido de alumínio até atingir as seguintes

espessuras: G1 e G5 = 0,10mm; G2 e G6 = 0,15mm; G3 e G7 = 0,20mm e G4 e G8 =

0,30mm de espessura. A cerâmica de dentina opaca foi aplicada (0,7mm) e realizado o

glazeamento. A cor foi avaliada com Espectrocolorímetro (Minolta CR-10) e foi aplicada

análise de variância com para p<5%. Resultados: O opaco em pó apresentou valores

maiores estaticamente significantes nas variáveis (L*) e (ΔE), ocorrendo o inverso nas

outras duas variáveis. Quanto à espessura de opaco, os valores podem ser agrupados

da seguinte forma, segundo os testes complementares aplicados: variável (L*): (0,10 =

0,15) < (0,20 = 0,30); variável (a*): (0,10) < (0,15 = 0,20) < (0,30); variável (b*): não

houveram diferenças estatisticamente significantes; variável (ΔE): (0,10) < (0,15 = 0,20

= 0,30). Conclui-se que houve diferença entre os tipos de opaco em pasta e em pó e

que todas as espessuras testadas, exceto a de 0,10 mm, podem ser usadas sem

alteração significativa da cor.

Palavras chave: Ligas metalo-cerâmicas. Cerâmica. Cor.

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Abstract

The aim of this study was evaluate the ability of two metalloceramic opaque masking

applied in different thicknesses. 80 Ni-Cr metallic discs (High Bond) 16 mm diameter

and 1,0 mm thick were fabricated. Disks were divided into 8 groups (n = 10) and ceramic

opaque (Noritake) paste (groups 1 to 4) and powder (groups 5 to 8) were applied. These

were machined with aluminum oxide burs until reach following thicknesses: G1 and G5

= 0.10 mm; G2 and G6 = 0.15 mm; G3 and G7 = 0.20 mm and G4 and G8 = 0.30 mm

thick. 0.7 mm of opaque dentin ceramic were applied glazed. Color assessment was

performed with spectrocolorimeter (Minolta CR-10). Results: the kind of opaque, all

variables were statistically different, the values of the group (powder) higher than those

of the group (folder) in the variables (L *) and (ΔE), while the opposite occurred in the

other two variables. As for the thickness of opaque, values can be grouped as follows,

according to complementary tests applied: variable (L *): (0.10 or 0.15) <(0.20 or 0.30),

variable (the *): (0.10) <(0.15 or 0.20) <(0.30); variable (b *): there were no statistically

significant differences; variable (ΔE): (0.10) <(0 , 15, 0.20 or 0.30). The conclusion is:

there was a difference between the types of opaque, thickness 0.10 mm behaves

differently from other thicknesses, showing higher ΔE, and thickness 0.15 mm is

statistically equal to others.

Keywords: Metal ceramic alloys. Ceramic. Color.

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Introdução

A realização de restaurações estéticas sempre foi um dos maiores desafios na

odontologia restauradora e protética. Em restaurações indiretas, mesmo que a cor

requisitada pelo cirurgião dentista seja adequada ao caso, nem sempre se alcança o

resultado final satisfatório, gerando uma diferença significativa de coloração e é difícil

detectar de que tipo foi e onde ocorreu, de fato, a falha(1).

Apesar de sua ampla aceitação e longevidade, as metalocerâmicas em dentes

anteriores representam um desafio para alcançar o sucesso estético devido à presença

da estrutura metálica (4). A fim de mascarar o metal, as porcelanas ditas opacas, com

alto poder de mascaramento, são aplicadas ao metal (5), pois apresentam grandes

quantidades de óxidos metálicos opacificadores, sendo condensadas a uma espessura

de aproximadamente 0,3 mm (6).

O sistema mais comumente utilizado para classificação de cor em pesquisas foi

estabelecido pela CIE – Commission Internacionale de E’clairage (Comissão

Internacional de Iluminação) em 1976 (2). O sistema de cor CIE considera a luz

transmitida ou refletida de um objeto. A não uniformidade visual do diagrama CIE 1931

fez com que estudiosos matemáticos modificassem o espaço da cor, facilitando cálculos

de interpretação das cores; essas melhorias foram denominadas como espaço de cor

CIEL*a*b* de 1976 ou CIELab (3) e esse Sistema pode ser aplicado à estudo de cor de

materiais odontológicos.

Em um trabalho (7) estabeleceu-se a influência da cada camada de uma

metalocerâmica sobre os parâmetros de cor e encontrou-se influência do padrão de

estratificação na coloração final da restauração. Assim, os autores concluíram que as

alterações nas espessuras alteram a coloração final da restauração. Também já foi

comparada (8) a influência do método de aplicação da cerâmica opaca sobre o metal

avaliando sua resistência de união e a cor final das metalocerâmica sendo que não

foram encontradas diferenças visíveis na cor final da porcelana entre os métodos de

aplicações.

Embora muitos estudos avaliem o efeito da espessura das diferentes camadas

de dentina opaca na cor da cerâmica, são escassos os trabalhos na literatura que

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abordem a partir de que momento a camada opaca passa a mascarar o metal das

infraestruturas metalocerâmicas. O estudo da espessura da camada opaca é relevante

clinicamente, pois determina a quantidade de desgaste dentário necessário para a

confecção de uma prótese metalocerâmica esteticamente adequada. Assim, qual a

espessura mínima da capaz de mascarar o metal da infraestrutura. Portanto, o objetivo

desse estudo é avaliar a partir de qual espessura a camada opaca é capaz de igualar o

mascaramento proporcionado por 0,3mm de cerâmica opaca em metalocerâmicas,

utilizando-se uma liga de Ni-Cr (High Bond) e a cerâmica Super-Porcelain EX-3

(Noritake).

Materiais e métodos

Para confecção dos discos metálicos, oitenta padrões de cera foram obtidos de

recortes realizados com uma matriz circular de 1,6 mm de diâmetro sobre discos de

cera 7 (Newwax, TechNew) previamente ajustados para possuírem 1,0 mm de

espessura. Para posterior serem incluídos em revestimento aglutinado por fosfato (Heat

Shock, Polidental). Discos metálicos de Ni-Cr (High Bond, Leona Indústria e Comércio

de Materiais e Ligas Odontológicas e Médicas Ltda.) foram obtidos por fundição da liga

metálica com maçarico de oxigênio/acetileno em chama direta e injeção no

revestimento por meio de uma centrífuga convencional. Os discos foram desincluídos,

limpos e jateados com partículas de óxido de alumínio de aproximadamente 200μm

para remoção do excesso de revestimento e da camada de óxidos resultantes do

processo de fundição. Após o jateamento, os discos foram lixados manualmente em

ambas superfícies com lixa de água de granulação 200 até formarem superfícies planas

porém não polidas. Os discos foram deixados em cubas ultrassônicas por 10 minutos,

para serem lavados com água destilada para remoção de debris e secos com lenços de

papel. Foram realizadas quatro marcas distantes 90 graus umas das outras nas laterais

dos discos e uma marca central com broca diamantada (1012 KG Sorenson) e turbina

em alta rotação. A espessura destes foi medida orientada por estas marcas com auxílio

de paquímetro digital (Mitutoyo,Digimatic Caliper). A média das leituras foi tomada como

espessura do disco e estes seguiram para a aplicação da cerâmica.

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Os espécimes foram divididos aleatoriamente em 8 grupos (n=10). Sobre estes

foram aplicados dois tipos de opaco (G1, G2, G3 e G4 opaco em pasta e G5, G6, G7 e

G8 opaco em pó) em diferentes espessuras conforme segue: G1 e G5 = 0,1 mm; G2 e

G6 = 0,15 mm; G3 e G7 = 2 mm e G4 e G8 = 0,3 mm (G4 controle). O opaco foi

aplicado em toda a superfície do metal. Sobre o opaco foi aplicada dentina opaca na

espessura recomendada por Goodacre (2004) (duas camadas totalizando 0,7mm) e a

cerâmica sofreu glazeamento.

Foi realizada a aplicação da primeira camada de cerâmica opaca em pó Super

Porcelain EX-3 (Noritake Kizao CO.) e sinterizada, sobre a superfície metálica descrita

anteriormente. A cerâmica opaca em pasta foi pincelada uma fina camada de opaco em

pasta Noritake (Noritake Kizao CO.) na estrutura metálica (Wash Bake) e realizada a

primeira sinterização, após a queima da camada do banho, foram aplicadas as

primeiras e segundas camadas de opaco em pasta cada uma das quais seguidas de

sinterização. Após a aplicação das camadas da cerâmica opaca e nova sinterização, os

discos de metal/opaco foram usinados com pontas de óxido de alumínio (KG

Sorensen), trocadas a cada grupo, e suas espessuras medidas com base nas

marcações citadas acima, até que a camada de opaco atingisse as espessuras

descritas anteriormente, em seguida os discos foram lavados com água destilada e

secos. Sobre as camadas de opaco foi aplicada a camada de cerâmica de dentina

opaca (Cor A3 - (Noritake Kizao CO.) em duas camadas totalizando a espessura de

0,7mm - aferida pelo mesmo método descrito para as camadas de opaco. Após a

obtenção da espessura adequada de dentina os discos passaram pelo processo de

glazeamento e suas cores foram mensuradas. Todas as etapas de sinterização

ocorreram em forno EDG modelo Titan 99 e foram realizados de acordo com as normas

do fabricante.

Com o auxílio do Espectrocolorímetro portátil (Minolta CR-10) foi registrada a cor

dos 80 corpos de prova metalocerâmicos dos diferentes grupos após o glazeamento, as

cores foram mensuradas segundo a escala do CIEL*a*b*. Os valores de L*, a*, b* e ΔE

de cada corpo de prova foram anotados em planilha específica. Os valores de ΔE foram

calculados tomando-se como base os valores médios de L*a*b* do grupo G4, utilizado

como controle.

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Os dados originais obtidos sofreram uma verificação da sua homogeneidade e

distribuição amostral para determinar o modelo estatístico mais adequado, paramétrico

ou não paramétrico, para análise e comparação dos resultados. A análise estatística foi

feita sobre quatro variáveis (L*, a*, b* e ΔE), todas elas com dois fatores de variação:

tipo de opaco, com dois níveis (pasta e pó) e espessura do opaco (com quatro níveis:

0,10mm; 0,15mm; 0,20mm e 0,30 mm). Todas as variáveis apresentaram aderência à

curva normal e homogeneidade dos erros. Dessa forma, para todas elas, foi feita

analise de variância para dois fatores de variação (2-way ANOVA) e, quando

necessário, o teste complementar de Tukey. Todos os testes foram realizados com

nível de significância de 5%. Para a análise estatística foi utilizado o programa

estatístico freeware GMC.

Resultados

As Tabelas de 1 a 3 mostram os valores médios com desvio padrão das

variáveis (L*,a* e b*) e seus possíveis agrupamentos com base nas significâncias

estatísticas apontadas pelos testes de Tukey.

Para a variável ΔE o teste complementar de Tukey não permitiu um adequado

ordenamento dos dados quanto às espessuras (0,15mm), (0,20mm) e (0,30mm). Dessa

forma, foi realizado o teste de Scheffé. A Tabela 4 mostra os valores médios com

desvio padrão da variável (ΔE) e seus possíveis agrupamentos com base na

significância estatística apontada pelo teste de Scheffé.

Quanto ao tipo de opaco, as Tabelas 1 a 4 mostram que em todas as variáveis

houver diferença estatisticamente significante, sendo os valores dos grupos G5, G6, G7

e G8 foram maiores que os valores dos grupos G1, G2, G3 e G4 nas variáveis (L*) e

(ΔE), ocorrendo o inverso nas outras duas variáveis.

Quanto à espessura de opaco, observa-se pelas tabelas que os valores podem

ser agrupados da seguinte forma, segundo os testes complementares aplicados:

variável (L*): (0,10mm = 0,15mm) < (0,20mm = 0,30mm); variável (a*):(0,10mm) <

(0,15mm = 0,20mm) < (0,30mm); variável (b*): não houve diferença estatisticamente

significantes; variável (ΔE): (0,10mm) < (0,15mm = 0,20mm = 0,30mm).

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Uma vez que o comportamento dos tipos de opaco (pó) e (pasta) foi diferente em

todos os casos e que o teste complementar de Tukey, diferentemente do teste de

Scheffé, apontou diferença entre as espessuras (0,15mm) e (0,30mm), realizou-se uma

análise estatística complementar (ANOVA com um fator de variação - espessuras)

observando o comportamento da variável (ΔE) em cada um dos tipos de opaco em

separado. Os valores das médias e desvios padrões utilizados são os mesmos

mostrados na tabela 4, enquanto a tabela 5 mostra o agrupamento desses dados. O

gráfico 1 mostra as respectivas curvas dos valores de (ΔE) segundo a espessura e tipo

do opaco.

Discussão

Neste estudo foi utilizada a escala CIE-L*a*b*, que representa a cor em um

espaço tridimensional representado pelos eixos L* (eixo negro-branco), a* (eixo verde-

vermelho) e b* (eixo azul-amarelo). A distância entre quaisquer dois pontos desta

escala, representada pelo ΔE, pode ser obtida pela fórmula ΔE = ((L*1-L*2)2+(a*1-

a*2)2+(b*1-b*2)

2)0,5 (2, 3, 9).

Embora a percepção da cor esteja intimamente ligada às variações do ΔE (1, 4,

7, 10-13) é importante avaliar os eixos em separado no intuito de compreender qual

deles mais está contribuindo para esta diferença de cor. Neste aspecto, pode-se dizer

que o fator de variação “tipos de opaco” afetou todos os eixos, pois em todas as médias

foram consideradas estatisticamente diferentes entre si.

O tipo de opaco apresentou diferença estatisticamente significante para todas as

variáveis testadas. É observável que a uniformidade e facilidade de aplicação do opaco

em pasta é maior que a do opaco em pó. A presença da água, sua tensão superficial e

o ângulo de contato desta com a superfície metálica tendem a dificultar o espalhamento

uniforme do opaco em pó e esta pode ser uma das explicações para esta diferença

encontrada em todas as variáveis. Contudo, quanto à intensidade com que cada eixo foi

afetado, pode-se dizer que o tipo de opaco afeta mais o eixo “a*” e menos o eixo “L*”,

(Δa*=1,62; Δb*=1,21; ΔL*=0,62). O opaco em pasta mostrou-se mais vermelho e

amarelo e ligeiramente menos brilhante que o opaco em pó, uma vez que, a presença

de óxidos tendem a esverdear a cerâmica, e o controle dos óxidos da cerâmica em pó

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pode ser menor. Uma vez que o componente de cor vermelha é menos presente nos

dentes que o componente amarelo e que variações na cor vermelha se mostram menos

toleráveis que as variações de amarelo (4) a maior variação no eixo “a*” mostra-se um

fator de extrema importância no momento de se escolher o tipo de opaco a ser

empregado.

Observou-se que os valores de ΔE da “pasta” encontraram-se dentro de valores

de ΔE considerados pouco ou não perceptíveis clinicamente (1 a 2), enquanto os

valores do “pó” estão dentro do limite de 2 a 3,3 unidades de ΔE, considerado

perceptível, mas clinicamente aceitável (10, 21-24). A mudança do referencial poderia

levar a uma mudança na ordem desta observação. Os resultados do presente trabalho

diferem de outro (8) que não observou diferença na variação da cor segundo o tipo de

opaco empregado. Esta discordância pode ser devida ao sistema cerâmica/opaco

utilizado e/ou ao fato de que o autor usou como controle discos sem substrato metálico.

O aumento na espessura da camada de opaco demonstrou aumentar os valores

de “L*”, mas aparentemente está em desacordo com o encontrado por outros autores,

que trabalharam com cerâmica pura (26, 27) ou com metalocerâmicas (28), quando

quais estratificaram a camada de dentina e não a camada de opaco. Existem autores

que não mostraram um padrão na variação de (L*) das camadas de dentina opaca (7,

12, 13). O desacordo com os autores citados pode ser explicado considerando que,

uma vez que o metal utilizado na subestrutura do presente trabalho apresenta-se

escurecido após a oxidação proveniente do aquecimento da sinterização, camadas

menores ou mais irregulares de opaco tenderiam a favorecer a absorção da luz por

essa camada de metal oxidado. À medida que o metal torne-se adequadamente

recoberto pelo opaco espera-se que a absorção de luz diminua até estabilizar-se em

torno de um determinado valor de L*. Por outro lado, a estratificação da camada de

dentina pode levar a uma maior dispersão da luz e/ou absorção da mesma pelas

partículas de óxidos pigmentantes presentes no interior desta cerâmica (3, 26). As

variações nas espessuras de dentina e de esmalte levam a variações na cor final das

cerâmicas e esta foi à razão pela qual neste trabalho optou-se por acrescentar uma

camada simples de dentina opaca na espessura de 0,7mm. Estudos futuros podem

avaliar o efeito da estratificação da camada opaca em combinação com a estratificação

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das camadas de dentina e esmalte no intuito de melhor compreender a interferência

destes fatores na cor final das restaurações metalocerâmicas.

A variação nos valores de a* representou o único eixo em que os valores da

espessura 0,20 foram diferentes dos valores da espessura 0,30. De forma geral os

valores da espessura 0,30 foram mais avermelhados que os presentes nas espessuras

0,20 e 0,15; porém, apesar de estatisticamente significante, essa diferença foi da ordem

de 0,7 pontos, o que constitui uma variação de cor não perceptível per se. Embora seja

relatada uma maior capacidade de percepção de alterações no componente vermelho

da cor (4) o mesmo autor cita que essas alterações, no componente vermelho, são

perceptíveis apenas acima de 1,1 pontos, o que não ocorreu, de modo geral, entre as

espessuras de 0,15 e 0,30. A análise dos resultados mostra que o opaco em pasta foi

ainda mais efetivo neste aspecto, pois as variações no componente (a*) foram de, no

máximo, 0,3 pontos entre as espessuras de 0,15 e 0,30.

Para o cálculo dos valores de ΔE foram utilizados os valores médios de L*a*b*

da espessura “0,30” do opaco em pasta, por ser considerada uma espessura adequada

para restaurações metalocerâmicas (29, 30) e pela maior facilidade de aplicação deste

opaco. É relevante o fato de que em todos os eixos a espessura 0,10 mostrou-se

diferente das demais, levando à conseqüência desta espessura ser a que apresentou

maior ΔE em relação ao grupo controle. Outros autores relataram a incapacidade de

uma camada de 0,10mm em mascarar metais não-nobres (19) ou de alto conteúdo de

paládio (17), o que está em concordância com o presente trabalho. A observação de

que a espessura de opaco de 0,20mm é suficiente para mascarar o metal é

concordante com o encontrado anteriormente (30), embora diferente do relatado pelo

mesmo autor em outro trabalho, que encontrou apenas similaridade na cor (29). No

presente estudo, contudo, observou-se que mesmo espessuras de 0,15mm podem ser

consideradas como estatisticamente iguais às espessuras de 0,30 mm. Essa afirmação

é particularmente verdadeira para o opaco em pasta, onde graficamente observa-se a

estabilização do valor de ΔE em todas as espessuras a partir de, 0,15. Esta observação

gráfica confirma o resultado estatístico de que as variações na cor a partir de uma

espessura de 0,15mm de opaco em pasta são oriundos das variações inerentes ao

processo de confecção da restauração metalocerâmica e não da variação da espessura

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da camada opaca, estando todas abaixo do limite perceptível de 1 ponto. Na análise

particular feita do opaco em pasta, vale ressaltar que embora tenha havido diferença

estatisticamente significativa da espessura 0,10 em relação às demais, o ΔE desta

espessura está dentro da faixa de não perceptível clinicamente (ΔE0,10=1,6) o que é

ainda mais significativo quando se considera a variação de cor inerente ao processo de

produção da cerâmica encontrada nas outras espessuras (p.ex.: ΔE0,30=0,95). Na

espessura “0,10”, e para este tipo de opaco, os eixos que mais afetaram a cor foram os

eixos “L*” e “a*”. Estudos futuros podem indicar se uma espessura de 0,10mm pode ser

clinicamente aceitáveis quando comparada à espessuras de 0,30mm e/ou se a adição

de pigmentos vermelhos podem favorecer seu uso nesta espessura.

Para o opaco em pó, entretanto, é de se observar que os valores de ΔE da

espessura “0,30” diferem dos valores de ΔE das espessuras “0,20” e “0,15”, que são

iguais entre si. A análise dos dados dos eixos em particular permite observar que o eixo

que mais contribuiu nesta variação foi o eixo “a*”, Estudos futuros podem auxiliar a

elucidar se a adição de pigmentos vermelhos ao opaco em pó permitiria a sua aplicação

em espessuras menores que 0,30mm, como 0,20mm e 0,15mm.

Alguns estudos observaram que o tipo de liga empregada pode alterar os valores

da cor na restauração metalocerâmica final (14-16) bem como na cor da camada opaca

(17-20). Quanto a isso, o presente trabalho apresenta a limitação de ter utilizado

apenas uma liga de Ni-Cr escolhida por ser um tipo de liga largamente empregado no

mercado brasileiro devido ao seu baixo custo. A influência do tipo de opaco empregado

combinado a variações das ligas metálicas pode ser um objeto de estudos futuros.

Além disso, e dentre as limitações do presente trabalho, utilizou-se apenas uma

cor de dentina opaca (A3), sem adição de esmalte. Isto se deveu a observações

anteriores de que cores mais escuras são mais influenciadas pela estratificação e que a

estratificação afeta pouco a cor quando se usa padrões mais claros (28). Também já foi

relatado que maiores espessuras das cerâmicas de cobertura permitem menor

observação da cor de fundo, no caso, da camada de opaco, e esta é a razão de se

evitar a colocação da cerâmica de esmalte(3, 26). A simplificação do modelo estatístico

também foi uma das razões pelas quais optou-se por não fazer mais de uma cor ou

estratificar a dentina/esmalte. Outros estudos podem ser necessários a fim de

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esclarecer se a estratificação destas camadas permite a utilização das espessuras

citadas ou, inclusive, se a espessura de 0,10mm é viável com estratificação das

camadas superiores.

Conclusões

Com base nos procedimentos experimentais realizados e dentro das limitações

deste estudo e possível concluir que:

a) Há diferença entre os opacos pó e pasta; o opaco em pasta apresenta uma

melhor previsibilidade de resultados do que o opaco em pó;

b) A espessura 0,10mm comporta-se diferentemente das demais espessuras,

apresentando maior ΔE; a espessura de 0,10mm mostrou-se insatisfatório

para mascarar a substrutura metálica;

c) O ΔE da espessura 0,15mm é estatisticamente igual aos demais, mostrando-

se suficiente como mascarador da liga metálica utilizada para ambos

sistemas cerâmicos.

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49

Tabela 1 – Valores das médias e desvios padrões para a variável (L*), e os agrupamentos estatísticos obtidos por ANOVA e Tukey.

Espessuras (mm)

0,10 0,15 0,20 0,30 Média

Pasta 74,6(0,8) 75,2(0,6) 76,3(0,6) 75,6(1,0) 75,50 (A)

Pó 75,4(0,6) 75,8(0,9) 76,5(0,3) 76,9(0,4) 76,12 (B)

Média 75,00

(a)

75,49

(a)

76,39

(b)

76,2

(b)

Letras maiúsculas diferentes nas colunas indicam diferenças estatisticamente

significantes.

Letras minúsculas diferentes nas linhas indicam diferenças estatisticamente

significantes.

Localização: Página 41

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50

Tabela 2 – Valores das médias e desvios padrões para a variável (a*), e os

agrupamentos estatísticos obtidos por ANOVA e Tukey.

Espessuras (mm)

0,10 0,15 0,20 0,30 Média

Pasta 2,5 (0,2) 3,3 (0,4) 3,0 (0,3) 3,2 (0,2) 3,00 (A)

Pó 0,4 (0,3) 1,1 (0,3) 1,4 (0,3) 2,7 (0,1) 1,38 (B)

Média 1,45

(a)

2,16

(b)

2,21

(b)

2,93

(c)

Letras maiúsculas diferentes nas colunas indicam diferenças estatisticamente

significantes.

Letras minúsculas diferentes nas linhas indicam diferenças estatisticamente

significantes.

Localização: Página 39

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51

Tabela 3 – Valores das médias e desvios padrões para a variável (b*), e os

agrupamentos estatísticos obtidos por ANOVA e Tukey.

Espessuras (mm)

0,10 0,15 0,20 0,30 Média

Pasta 20,6 (0,6) 20,8(0,3) 19,7(0,6) 20,1(0,6) 20,26 (A)

Pó 18,4(0,7) 19,0(0,9) 19,3(0,8) 19,5(0,3) 19,05 (B)

Média 19,49

(a)

19,90

(a)

19,41

(a)

19,81

(a)

Letras maiúsculas diferentes nas colunas indicam diferenças estatisticamente

significantes.

Letras minúsculas diferentes nas linhas indicam diferenças estatisticamente

significantes.

Localização: Página 39

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Tabela 4 – Valores das médias e desvios padrões para a variável (ΔE), e os estatísticos

obtidos por ANOVA e Teste de Scheffé.

Espessuras (mm)

0,10 0,15 0,20 0,30 Média

Pasta 1,6 (0,2) 1,0(0,4) 1,0(0,6) 1,0(0,6) 1,14 (A)

Pó 3,4(0,5) 2,7(0,5) 2,3(0,4) 1,5(0,3) 2,48 (B)

Média 2,49

(a)

1,83

(b)

1,64

(b)

1,25

(b)

Letras maiúsculas diferentes nas colunas indicam diferenças estatisticamente

significantes.

Letras minúsculas diferentes nas linhas indicam diferenças estatisticamente

significantes.

Localização: Página 39

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Tabela 5 – Agrupamentos das médias considerando-se ANOVA com um fator de

variação (espessura) para cada um dos tipos de opaco em separado.

Espessuras (mm)

0,10 0,15 0,20 0,30 Controle

Pasta a b b b b

Pó a b b c c

Letras minúsculas diferentes nas linhas indicam diferenças estatisticamente

significantes.

Localização: Página 40

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Gráfico 1. Valores de ΔE segundo a espessura e o tipo de opaco empregados.

Localização: Página 40

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