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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Ensino por Investigação e Experimentação: Uma análise da ação
docente
LUANA RÉGIA ALVES MARTINS
PATOS, PARAÍBA
2015
LUANA RÉGIA ALVES MARTINS
Ensino por Investigação e Experimentação: Uma análise da ação
docente
Orientador Prof. MSc. Jair Moisés de Sousa
PATOS, PARAÍBA
2015
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Graduação em
Ciências Biológicas, da Universidade
Federal de Campina Grande, Campus de
Patos – PB, como requisito parcial para
obtenção do título de licenciada em
Ciências Biológicas.
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSRT DA UFCG
M379e
Martins, Luana Régia Alves
Ensino por investigação e experimentação: uma análise da ação docente /
Luana Régia Alves Martins. – Patos, 2015.
54f.: il. color.
Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas) – Universidade
Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2015.
“Orientação: Prof. MSc. Jair Moisés de Sousa”
Referências.
1. Estado da arte. 2. Experimentação científica. 3. Didática. 4. Educação
em ciências. 5. Biologia. I. Título.
CDU 372.32
Dedico A minha irmã, minha gêmea, meu
anjo da guarda. Minha madrinha de batismo Hilda
Silva (in memoriam).
“Daqui cem anos não importará: O tipo de carro que dirigi, o tipo de casa que morei,
o tipo de roupas que vesti e nem quanto eu tinha depositado no
banco. Mas o mundo poderá estar um
pouco melhor, isso por que: fui importante na proteção da vida
e na formação de pessoas: fui BIÓLOGA, fui PROFESSORA!”
(Autor Desconhecido)
Agradecimentos
Agradeço, primeiramente, ao pai celestial que me concedeu o dom da vida. Dentre
tantas dificuldades eu sobrevivi, e estou aqui escrevendo minha história.
Aos meus pais, em especial a minha mãe, por toda dedicação e incentivo. A pessoa que
sou hoje é fruto do esforço de vocês.
Aos meus tios: Maria de Lourdes, Gilson, Gilberto e Neguinho por todo apoio e
carinho. Vocês contribuíram comigo durante essa jornada, e muito do que sou vos
agradeço. Dentre os familiares agradeço, em especial, ao tio Gilcean que é meu exemplo
de profissional, perseverança e em quem eu me espelhei desde a infância.
Ao meu namorado Antonio Neto, por acreditar no meu potencial, por estender a mão e
trilhar comigo esta caminhada. Muito obrigada pelos os dias, as tardes e as noites em
que você sentou comigo e me ajudou nesta pesquisa. Não somos apenas namorados,
somos amigos, somos pesquisadores.
Ao meu Orientador e amigo, Jair Moisés, pela confiança, apoio e ensinamentos
repassados. Espero carregar sempre comigo todo o amor e dedicação que você tem pela
docência.
As pessoas especiais e amigas que estiveram comigo, me apoiando durante essa
graduação: Eveline Monique, Danyelly Reis, Tamyris Lourenço, Camila Bezerra,
Wilma Guedes, Dona Mariinha – por todo cuidado que uma mãe tem com uma filha
agregada –, Carlla Cavalcante, Daniella Medeiros e Professora Fátima Araújo. Dentre
estas, em especial, a amiga Wilmara Guedes que escutou minhas lamentações, sorriu,
chorou, torceu e ainda torce pela minha felicidade e conquistas.
Lista de Figuras
Figura 1- Colaboração entre os pesquisadores mais produtivos em
Experimentação – 1989 a 2014................................................................................... 39
Figura 2 - Colaboração entre instituições mais produtivas sobre experimentação –
1989 a 2014................................................................................................................. 39
Figura 3 - Autores mais referenciados na amostra..................................................... 40
Lista de Tabelas
Tabela 1- Periódicos que compõem a população e amostra......................................... 35
Tabela 2 - Autores que mais publicam sobre experimentação..................................... 38
Tabela 3 - Quantidade de autores na elaboração dos artigos........................................ 40
Tabela 4 - Pesquisas que discutem os aspectos teóricos da experimentação científica
e/ou didática................................................................................................................... 41
Lista de Quadro
Quadro 1- Descriminação da população e da amostra............................................... 36
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................................. 12
CAPÍTULO I - PROBLEMA, CURIOSIDADE E INVESTIGAÇÃO: DANDO
SENTIDO A AÇÃO DOCENTE ................................................................................. 14 Resumo ............................................................................................................... 15 Introdução ........................................................................................................... 15
O Ensino por Investigação: Conceitos e Fundamentação ................................... 17 O Ensino por Investigação e as ideias Construtivistas ....................................... 18 O Professor Pesquisador, a Curiosidade e o Conhecimento ............................... 21 Considerações ..................................................................................................... 22
Abstract................................................................................................................23
Referências ......................................................................................................... 24 Anexo – Normas da Revista Educativa .............................................................. 28
CAPÍTULO II - A EXPERIMENTAÇÃO CIENTÍFICA E A ESCOLAR NO
CONTEXTO DO ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA: UM ESTUDO DO
CENÁRIO DA PRODUÇÃO BRASILEIRA ............................................................ 29 Resumo.. ............................................................................................................. 30 Abstract.. ............................................................................................................. 30
Introdução ........................................................................................................... 30
Ensino Investigativo ........................................................................................... 32 Experimentação: Conceitos e Classificação ....................................................... 33 Experimentação Didática .................................................................................... 33
Experimentação Científica .................................................................................. 34 Metodologia ........................................................................................................ 35
Análise e Discussão dos Dados .......................................................................... 37 Análise macro da amostra – Pesquisas sobre Experimentação ...... 37 Análise micro da amostra – Pesquisas que discutem Teoria da
Experimentação Científica e/ou Didática ......................................... 41 Considerações Finais .......................................................................................... 44 Referências ......................................................................................................... 45
ANEXO – Normas da Revista de Educação em Ciência e Tecnologia .............. 48 CONCLUSÃO FINAL ................................................................................................. 53
INTRODUÇÃO GERAL
Um dos principais fatores limitantes da desenvoltura do envolvimento dos
professores em atividades inovadoras é falta de conhecimentos a cerca da natureza da
ciência acadêmica e escolar. A partir disso surgem visões simples da atividade docente,
onde o pouco conhecimento a respeito do assunto abordado já lhe é suficiente para
ministrar uma aula, esquecendo muitas vezes de fazer uso das práticas pedagógicas em
seu cotidiano, e transformando a sala de aula em um ambiente onde apenas ele, o
professor, é o responsável pelo conhecimento (CARVALHO & GIL PEREZ 2009).
Nesse contexto, reforça-se a ideia de que o conhecimento não é apenas
repassado ele deve ser construído, e que os limites da aprendizagem precisam ser
respeitados. É necessário com isso, abrir lacunas que despertem o entendimento e
utilizar-se da compreensão para assimilar que a fala se torna tão importante quanto o
ouvir (CINTRA, 1981).
Desse modo, a prática pedagógica encontrada através do ensino investigativo
age desmistificando um cenário onde apenas o professor é dotado de saber e os alunos
são apenas seres passivos. Assim, é necessário lançar questionamentos, quebrar rotinas
e ativar o senso crítico e debatedor dos alunos.
Nesse ínterim, o ensino por investigação é proposto na tentativa de amenizar a
falta de interesse do aluno, pois com o fortalecimento da sua prática é possível obter
mudanças positivas no ambiente escolar. Ademais, essa prática pedagógica de ensino,
busca envolver os alunos numa investigação do saber, tendo a oportunidade de agir,
discutir e criticar.
O ensino investigativo incluso em sala de aula quebra a rotina, reformula ideias,
questiona, experimenta, e faz o aluno formular sua própria conclusão (LIMA; MAÚES
2006). Para se trabalhar essa prática didática é necessário levantar-se uma problemática
do que será abordado, pois é só diante de um problema proposto que se pode chegar a
alguma solução.
O trabalho a seguir trará em sua abordagem dois capítulos. O primeiro,
intitulado “Problema, Curiosidade e Investigação: Dando Sentido a Ação Docente”, e o
segundo como “A Experimentação Científica e a Escolar no Contexto do Ensino de
Ciências e Biologia: Um estudo do cenário da produção brasileira”.
12
E assim, o primeiro capítulo explana a temática do ensino investigativo, baseado
em conceitos, fundamentações e ideias construtivistas, caracterizando um estudo da
arte. Tal abordagem defenderá a experimentação como base para o ensino investigativo,
pois através dela o aluno pode interpretar, reinterpretar e discutir em diversos contextos
o que lhe é proposto (CARNEIRO; GASTAL, 2005).
Diante disso, surgiu à necessidade de analisar como está sendo discutida a
temática da experimentação, como ela é referenciada nos periódicos e quais os seus
limites e competências. Desse modo, fez-se necessário a construção de uma segunda
discussão, um segundo artigo cuja estrutura é composta de cinco seções.
Nele, objetivou-se evidenciar como estão sendo discutidas as pesquisas sobre a
Teoria da Experimentação no ensino de ciências e biologia no contexto da produção
científica brasileira no período de 1989 a 2014. O trabalho apresentará também o perfil
da produção científica relacionado ao tema experimentação no ensino de ciências e
biologia, a qual busca dirimir interpretações mal formuladas no estudo da arte de
experimentação didática e científica.
Assim, os capítulos trazem uma abordagem sobre o ensino investigativo e seus
aspectos teóricos, demonstrando que uma de suas consequências pode ser a
experimentação científica e a didática. Portanto, sintam-se convidados a explorar e
contribuir com esta investigação.
Referências Bibliográficas
CARNEIRO, M. H. S.; GASTAL, M. História e Filosofia das Ciências no Ensino de
Biologia. Ciência & Educação, v. 11, n. 1, p. 33-39, 2005
CARVALHO, A. M. P. GIL-PEREZ, D. Formação de Professores de Ciências:
Tendências e Inovações. 9ª edição. São Paulo: Cortez Editora, 2009.
CINTRA. A.C., GRINOVER. A. e DINAMARCO. C., Teoria Geral do Processo,3ª
ed, São Paulo: Rt, 1981.
LIMA, M.E.C. C; MAUÉS, E; Uma releitura do papel da professora das séries iniciais
no desenvolvimento e aprendizagem de ciências das crianças. Revista Ensaio. vol. 8.
n.2. 2006.
13
PROBLEMA, CURIOSIDADE E INVESTIGAÇÃO: DANDO SENTIDO A AÇÃO
DOCENTE
Luana Régia Alves Martins*, Pablo Tadeu da Silva Pereira**, Jair Moisés de
Sousa***
Resumo: O ensino por investigação baseia-se na construção do conhecimento,
com o intuito de tornar o aluno mais critico e formador do seu próprio saber. O
professor não é apenas um transmissor do conhecimento, mas um direcionador
de ideias acrescentando na educação o saber que assegura a atividade
cientifica investigativa. O estudo tem por objetivo aprimorar o ensino
investigativo em sala de aula explicitando os pontos positivos. Foram feitas
analises bibliográficas a cerca do assunto abordado baseando-se numa
pesquisa qualitativa de cunho investigativo. Essa abordagem abre caminhos
para futuras indagações, estabelecendo assim um ciclo investigativo de busca
e construção do conhecimento.
Palavras chaves: Atividade científica, Construtivismo, Ensino por investigação.
INTRODUÇÃO
A missão do professor não é de dar respostas prontas. As respostas estão nos livros, estão na internet. A missão do professor é provocar à inteligência, o espanto, a curiosidade. Ruben Alves
A ideia de ensinar e aprender ciências através da investigação
permanece na cabeça de alguns professores como mais um instrumento da
15
prática pedagógica. O que de fato, o real significado do ensino por investigação
é construir, arquitetar o conhecimento já imposto previamente e reconstruí-lo
com o passar do tempo. Entender que o saber não vem com uma simples
observação, que através dele deve associa-se uma prática e uma força que
impulsiona todo o papel investigativo: a curiosidade. Ela é chave do próprio
saber, que transforma, questiona e inquieta (CARVALHO, 2004).
A ciência em seu contexto real não se prende ao correto, ao simples, ao
que parece ser exato e único, se prende ao que é desafiador, que lhe traz
insatisfação e através dessa insatisfação surge o saber. Um bom professor é
aquele que argumenta, transforma a prática em conhecimento.
O professor não é apenas um conhecedor da teoria, ele é um
direcionador de ideias. Alguém que sistematiza e liga saberes com a prática,
que arremessa a curiosidade na construção do aprimoramento da atividade
cientifica.
O objetivo deste trabalho consiste em demonstrar a importância do
“ensino por investigação” aprimorando a formação de alunos críticos, criativos,
debatedores, e não apenas meros receptores de informações. Com isso,
atividade investigativa apoiada, pelo pensamento crítico, postura reflexiva e
opiniões fundamentadas fortalece a curiosidade. Além de fundamentar o senso
critico e aprimorar o saber no ambiente escolar, possibilita aos alunos expor
seu ponto de vista de forma segura, com argumentos próprios, formado a partir
das hipóteses e das soluções impulsionadas pela investigação.
16
O ENSINO POR INVESTIGAÇÃO: CONCEITOS E FUNDAMENTAÇÃO
O ensino por investigação baseia-se em um processo o qual o professor
torna-se um sujeito capaz de diversificar o campo de trabalho por meio de
ferramentas práticas em seu ambiente de ensino e o aluno (seu objeto de
estudo) desfaz-se da postura de ouvinte e transforma-se em ser ativo,
interagindo com a construção do conhecimento e facilitando o seu próprio
aprendizado (MOREIRA, 1988).
Essa modalidade de ensino busca envolver os alunos numa investigação
do saber, tendo a oportunidade de agir, discutir e criticar. O professor é um
guia e facilitador que auxilia os alunos a fazerem Ciência. O ensino por
investigação incluso em sala de aula quebra a rotina, reformula ideias,
questiona, experimenta, fazendo com que o aluno formule sua própria
conclusão (LIMA; MAUES, 2006). A ciência baseada em teorias e conceitos
deve-se então, ser acrescida de métodos a favor da prática, não se focalizando
apenas em memorização.
Para se trabalhar o ensino por investigação é necessário levantar-se
uma problemática do que será abordado, pois é só diante de um problema
proposto, pode-se chegar a alguma solução. Bachelard (1996) afirma que todo
conhecimento é resposta a uma questão. Logo, o problema deve chamar a
atenção do aluno de alguma forma, propiciando a ele o interesse e a
curiosidade de soluciona-lo.
Para Lewin; Lomáscolo (1998), estimular e desenvolver o espirito
curioso torna-se um dos papeis centrais do professor nesse campo do
17
conhecimento, e cada despertar da curiosidade aprimora-se um saber científico
espelhado no saber cotidiano.
Um importante elemento para a construção e entendimento da ciência é
o passado histórico, com ele os estudantes podem adquirir um melhor senso
crítico, fortalecer os fatores que servirão de base para o conhecimento
científico questionando conceitos expostos durante o processo de ensino.
Buscar o seu próprio entendimento, indagar e questionar resulta em um
trabalho adequado. A ciência é baseada em observações e experimentos,
sendo aberta a diferentes interpretações dos fenômenos mostrados,
levantando assim discursões a respeito de diferentes contextos (CARNEIRO;
GASTAL, 2005).
O real sentindo dada a investigação só é comprovado quando esse
conhecimento é refletido em alguma explicação. O aluno dotado dessa ideia
busca cada vez mais explicações, formula hipóteses, confronta suas ideias e
se dispõe a aprender e relacionar seu próprio saber e com o saber do outro.
O ENSINO POR INVESTIGAÇÃO E AS IDEIAS CONSTRUTIVISTAS
O conhecimento não é repassado, ele é construído. A aprendizagem que
envolve o aluno deve ser elaborada gradativamente respeitando seus
conhecimentos prévios, abrindo chances para que ele expresse seu
entendimento, permitindo com que a fala torne-se tão importante quanto o ouvir
(CINTRA, 1981)
18
Num mundo globalizado, o acesso ao conhecimento está a um “clique”
de distância. A ideia de que nenhum saber, a rigor, está terminado, acabado, e
que, o conhecimento não pode ser passado, em nenhuma instância, como algo
terminado, vem ganhando cada vez mais força dentro do âmbito escolar
(SANTANA; SANTOS, 2010). Este conhecimento é fundamentado pela
interação do indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano,
com o mundo das relações sociais; e se constrói por força de suas ações
(BECKER, 1992).
Essa ideia, na qual o individuo (aluno) constrói seu próprio conhecimento
ficou conhecida como construtivismo. O construtivismo, que tem como principal
referência Jean Piaget, indica hoje um conjunto teorias e de práticas que
envolvem a obra de vários autores e desdobramentos diversificados
(SANCHIS; MAHFOUD, 2010). Para Castañon (2005), Piaget é apontado como
o primeiro pesquisador na área das ciências humanas a utilizar o termo
construtivismo.
Piaget teve como seu objetivo principal encontrar mecanismos que
possibilitem a obtenção do conhecimento pelo sujeito, que se constitui, nessa
construção, através de uma interação radical com o objeto do conhecimento
(SANCHIS; MAHFOUD, 2010). Para Becker (1992), Construtivismo é, portanto,
uma ideia; melhor, uma teoria, um modo de ser do conhecimento ou um
movimento do pensamento que emerge do avanço das ciências e da Filosofia
nos últimos séculos. Uma teoria que nos permite compreender, interpretar,
questionar e transformar o ambiente ao nosso redor.
As ideias encorpadas pelo construtivismo estão associadas com a interação
do ser pensante e questionador, que visa buscar novos conhecimentos. Uma
19
ideia fundamental do construtivismo é não considerar o conhecimento como a
reprodução de uma realidade independente de quem a conhece (BELLO, 2004;
REY, 2003).
Com a rápida ascensão da era digital cada vez mais frenética, o destino dos
arquétipos de educação nunca foi tão imprevisível quanto agora. A invasão da
proposta de construção do conhecimento pelo educando em nossa sociedade
é uma realidade da qual não podemos fugir (LEÃO, 1999). A escola tradicional
que sofreu inúmeras transformações ao longo de sua existência e que,
paradoxalmente, continua resistindo ao tempo, dia a dia, vem sendo
questionada sobre sua adequação aos padrões de ensino exigidos pela
atualidade, mas ao mesmo tempo é retentora da grande maioria das escolas
do nosso país (LEÃO, 1999).
Esse modelo tradicional em que a avalanche de conteúdo é despejada em
cima de um aluno, que se torna passivo, acomodado, vem diminuindo
consideravelmente o interesse em aprender do alunado, como afirma Santana;
Santos (2010):
Motivar para a aprendizagem escolar não é uma tarefa fácil, pois se percebe que os alunos não encontram razões para aprender. É notável que quando o aluno não encontra significado no trabalho que tem a realizar, se não vê perspectiva futura nesta aprendizagem, provavelmente não terá interesse em aprender (Pág. 03).
Uma ótima proposta para tentar solucionar a falta de interesse dos alunos é
a prática do ensino por investigação. A inserção de uma metodologia de ensino
através das atividades investigativas em sala de aula requer da escola e dos
educadores, mudanças nas suas formas de atuação (BAPTISTA, 2010).
20
20
A escola, segundo Soares (2004), esta dividida em recursos, administração
e relação com a comunidade. Os recursos referem-se aquilo que a escola
adquire desde livros, cadeiras, quadros, etc. A administração é constituída pelo
diretor, coordenador e parte pedagógica que “comanda” a escola. No entanto,
se a mesma apresentar recursos disponíveis para uma aula dinâmica ou
mesmo prática, estimulará o interesse e a motivação desses alunos, pois
servirá como atrativos durante as aulas ministradas.
A utilização de aulas experimentais é fundamental, uma vez que o aluno
poderá visualizar ou até mesmo testar a teoria que é vista na sala de aula de
uma forma diferente, vivenciando e comprovando o que foi exposto pelo
professor. Isso facilitará o aprendizado desse aluno, tornando a aula mais
interessante (SANTANA; SANTOS, 2010).
Os alunos precisam ser provocados, para que sintam a necessidade de
aprender, e não os professores “despejarem” sobre suas cabeças noções que,
aparentemente, não lhes dizem respeito (PEZZINI; SZYMANSKI, 2008). Para
isso o professor deve mostrar empenho, vencer as dificuldades, como falta de
recursos, para que o ensino aprendizagem ocorra de forma mais dinâmica e
interessante visando despertar o a curiosidade dos alunos.
O PROFESSOR PESQUISADOR, A CURIOSIDADE E O CONHECIMENTO
A habilidade de pensar criticamente sobre a sua metodologia, usar de
argumentos e evidências para chegar às respostas das questões ali exibidas
21
são características de um professor pesquisador, aquele que refletem crítica a
si própria e as articulam de maneira a atingir o seu publico (ERICKSON,1986).
Todo professor, por natureza, é um pesquisador, pois os conhecimentos
e ideias apresentadas aos alunos em suas aulas são oriundos de uma ciência
acadêmica de referência. Esse conhecimento acadêmico, transformado pela
transposição didática, camufla a ação cientifica em uma nova forma de agir e
ver a ciência, a ciência escolar.
Para Carvalho & Gil-Perez (2009), o objetivo central de envolver os
professores na pesquisa é visto pela necessidade que a atividade docente lhe
exige, não podendo ser vista unicamente pelo lado de desenvolvimento da
própria pesquisa. Nesse aspecto, os professores se tornarão os principais
beneficiários das descobertas das pesquisas educativas contribuindo assim
para a elevação de sua capacidade de inovação e tomada de decisões.
CONSIDERAÇÕES
A atividade por investigação não pode ser resumida unicamente a
observações, experimentos e práticas. Ela não deve só ser discutida como
também ser executada no contexto escolar, rompendo com o ensino tradicional
e inserindo um ensino crítico, que rompe com as regras que regem uma ciência
pronta onde o aluno é um mero ouvinte, encarar a ciência como uma matéria
inacabada, entender que o conhecimento é arquitetado por experiências e por
curiosidade (NASCIMENTO; CARVALHO, 2007).
Ao aprimorar a prática pedagógica é possível formar alunos com
pensamentos críticos, distinguidos dos meros receptores de informações. Com
22
isso, é necessário promover uma formação apropriada dos profissionais,
disponibilizando materiais que auxiliem na formação crítica, reflexiva e sólida
dos docentes.
A prática do diálogo, da interação em grupo, da troca de informações
que pode ser absorvida torna-se uma ferramenta fundamental nesse trabalho.
A absorção de diferentes pensamentos, posturas, opiniões fortalece a
curiosidade, fundamenta o senso critico e aprimora o saber no ambiente
escolar. Os alunos podem e devem se sentir seguros ao expor seu ponto de
vista, defendendo-os com argumentos próprios, formado por um senso
pessoal, peculiar o que ele mesmo desenvolveu.
É fundamental que a atividade cientifica não se conclua com o
encerramento das investigações no assunto abordado. O aluno deve ser capaz
de entender o que foi estudado, visando o seu próprio conhecimento e
amadurecimento intelectual, como também compreender o que lhe é ensinado
e uma que vez que esse conhecimento é aprendido e fixado ele se fixa e reflete
diretamente na sua aprendizagem.
Por fim, a atenção que o professor pesquisador deve tomar é uma
importante ferramenta para o sucesso do seu alunado, ele é o mediador,
aquele que provoca o desconforto gerando o saber.
PROBLEM, CURIOSITY AND RESEARCH: MAKING SENSE THE TEACHING
ACTION
Abstract: Teaching for research is based on the construction of knowledge, with
the intention of make the most critical student and trainer of your own
knowledge. The teacher is not only a transmitter of the knowledge but a
23
directional of ideas in education adding know that assures scientific
investigative activity. The study aims to improve the investigative teaching in
class making explicit the positive points. Bibliographical analysis were made to
about the subject addressed based on an qualitative research investigative
nature. This approach opens up avenues for future inquiries, thus establishing
an investigative cycle of search and knowledge construction.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, M. C. P.; Ensino por investigação: problematizando as atividades
em sala de aula. In: CARVALHO, A. M. P. (Org.). Ensino de Ciências Unindo a
Pesquisa e a Prática. São Paulo: Thomson, 2004.
BACHELARD, G. A formação do Espírito Cientifico. 1ª edição. Rio de Janeiro:
Contraponto Editora,1996.
BAPTISTA, M. L. M.. Concepção e Implementação de Atividades de
Investigação: Um Estudo com Professores de Física e Química do Ensino
Básico. Repositório da Universidade de Lisboa, 2010. Disponível em
<http://repositorio.ul.pt/handle/10451/1854>.
BECKER, F.O Que é construtivismo? Revista de Educação AEC, v. 21, n. 83,
p. 7-15, 1992.
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BELLO, A. A Fenomenologia e Ciências Humanas: Psicologia, História e
Religião. Bauru: EDUSC, 2004.
CARNEIRO, M. H. S.; GASTAL, M. L. História e Filosofia das Ciências no
Ensino de Biologia. Ciência & Educação, v. 11, n. 1, p. 33-39, 2005.
CASTAÑON, G. A. Construtivismo e Ciências Humanas. Ciência & Cognição,
Rio de Janeiro, v. 2, n. 5, p. 36-49, 2005.
CARVALHO, A. M. P.; GIL-PEREZ, D. Formação de Professores de Ciências:
Tendências e Inovações. 9ª edição. São Paulo: Cortez Editora, 2009.
CINTRA. A.C., GRINOVER. A. e DINAMARCO. C., Teoria Geral do Processo,
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ERICKSON, F. Qualitative methods in research on teaching. In: WITTROCK,
Merlin C. Handbook of research on teaching. 3.ed. New York: Macmillan, 1986
LIMA, M.E.C.C; MAUÉS, E; Uma releitura do papel da professora das séries
iniciais no desenvolvimento e aprendizagem de ciências das crianças. Revista
Ensaio. Vol. 8. n. 2. 2006.
LEÃO, D. M. M. Paradigmas Contemporâneos de Educação: Escola Tradicional
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LEWIN, A. M. F e LOMÁSCOLO, T. M. M. La metodologia cientifica em la
construcción de conocimientos. Revista Brasileira de Ensino de Física, São
Paulo, v.20, n.2, p.147-154.
1998.
MOREIRA, M. A.O Professor-Pesquisador como Instrumento de Melhoria do
Ensino de Ciências. Em Aberto, v. 7, n. 40, p. 43-54, 1988.
NASCIMENTO, V. B.; CARVALHO, A. M. P.A Natureza do Conhecimento
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Disponível em <http://fep.if.usp.br/~profis/arquivos/vienpec/CR2/p452.pdf>.
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CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS, 2008. Dia a Dia da Educação, Portal de
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<http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/viewFile/113/80>.
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SOARES, J. F. O Efeito da Escola no Desempenho Cognitivo de Seus Alunos.
Revista Electrónica Iberoamericana sobre Calidad, Eficacia y Cambion em
Educación, v. 2, n.2, p. 83-104, 2004. Disponível em:
<http://www.ice.deusto.es/RINACE/reice/vol2n2/Soares.htm>. Acesso em:
09/10/2013.
*Graduanda no Curso Ciências Biológicas- Universidade Federal de Campina
Grande.- Campus de Patos.. Email:[email protected]
**Especialista, Professor na Rede Estadual de Ensino dos Estados do Rio
Grande Norte e Paraíba. Email: [email protected]
***Mestre. Professor na Universidade Federal de Campina Grande. Email:
27
CAPÍTULO II
A EXPERIMENTAÇÃO CIENTÍFICA E A ESCOLAR NO
CONTEXTO DO ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA: UM
ESTUDO DO CENÁRIO DA PRODUÇÃO BRASILEIRA
ALEXANDRIA Revista de Educação em Ciências e Tecnologia. v.x, n.x, p.xx, mês/ano ISSN 1982-5153
A Experimentação Científica e a Escolar no Contexto do
Ensino de Ciências e Biologia: Um estudo do cenário da
produção brasileira
(The Scientific Experimentation and School in the context of science and
biology education: A study in the Brazilian production scenario)
LUANA RÉGIA ALVES MARTINS
Universidade Federal de Campina Grande ([email protected])
Resumo. Este estudo objetiva evidenciar como estão sendo discutidas as pesquisas sobre a Teoria da
Experimentação no ensino de ciências e biologia no contexto da produção científica brasileira, no período
de 1989 a 2014. A metodologia utilizada é a qualitativa com análise de conteúdo dos artigos dos
periódicos Qualis A1, A2, B1 e B2. A população é constituída de 2.662 artigos, a amostra de 43, extraída
da versão on-line dos periódicos das áreas de “Educação” e “Ensino de Ciências e Matemática”. A análise
evidencia que apenas dois artigos discutem de forma aprofundada os aspectos conceituas das semelhanças
e diferenças entre a experimentação científica e a didática. Os demais artigos apenas referenciam autores,
e demonstram de forma superficial às diferenças, assim, o foco destes artigos foi desenvolver propostas
de atividades da experimentação. Portanto, o estudo da arte sobre a teoria da experimentação ainda carece
de mais discussão no cenário da produção brasileira.
Abstract.This study aims to show how being discussed research on experimentation theory in science
education and biology in the context of the Brazilian scientific production, from 1989 to 2014. The
methodology used is qualitative with content analysis of articles in the Qualis A1, A2, B1 and B2. The
population consists of 2,662 articles, the sample of 43, extracted from the online version of the journals in
the areas of "Education" and "Science Education and Mathematics". The analysis shows that only two
articles discuss in depth the conceituas aspects of similarities and differences between scientific
experimentation and didactics. Other articles refer only authors, and demonstrate a superficial way the
differences, so the focus of these articles was to develop experimentation activities proposals. Therefore,
the study of art on experimentation theory still needs further discussion in the Brazilian production
scenario.
Palavras-chave: estado da arte, experimentação científica e didática, educação em ciências e biologia
Keywords: state of the art, scientific experimentation and didactics, education in science and biology
Introdução
As pesquisas em ensino de ciências aumentaram significativamente nos últimos
anos. Dentre elas, trabalhos que discutiam a experimentação ganharam maior destaque,
e atualmente há uma discussão crescente sobre este tema. De acordo com Giani (2010) a
experimentação pode ser uma ferramenta didática que auxilia o aprendizado em ensino
de ciências.
Nesse contexto, observa-se que o ensino experimental contribui para melhoria
no ensino de ciências no ambiente acadêmico bem como na educação básica. No
ambiente escolar, professores mostram que atividades experimentais provocam a
curiosidade além da teoria. Assim, a experimentação gera questionamentos por parte
dos estudantes em relação ao assunto que será abordado (SELLES, 2008).
As ideias de ensino experimental obtiveram maior destaque no currículo
educacional brasileiro a partir da década de 1930, quando a experimentação passa a ser
30
LUANA RÉGIA ALVES MARTINS
vista como uma ferramenta de ensino ativo e identificada como parte de um processo de
modernização educacional, inovando as metodologias tracionais e arcaicas
(MARADINO et al., 2009).
Esse processo incentivou as academias a voltarem-se as pesquisas de ensino
experimental. Com isso, impulsionou a formação tanto professores secundários quanto
professores cientistas. Ademais, foram desenvolvidas iniciativas que defendiam a
experimentação, e propostas medidas que mudaram o cenário das aulas laboratoriais
(MARADINO et al., 2009).
As experimentações científicas e escolares operam em espaços distintos, mas o
publico alvo se mostra o mesmo: os alunos. Dentro do contexto escolar pode-se afirmar
que a experimentação científica é re-significada e que a experimentação didática se
adapta ao ambiente da escola, ainda que possua algumas marcas da cultura científica ela
se objetiva em atender ao que a escola impera (LOPES, 1999; 2007).
Já a experimentação científica acaba possuindo um caráter de maior importância
e complexidade dentro da ciência onde a maioria das pessoas ainda perpetua a ideia que
apenas na academia universitária se faz ciência (OLIVEIRA et al., 2012).
Para entender o papel da experimentação é de fundamental importância
problematizar as características que existem nas atividades experimentais escolares.
Observar e repassar para os alunos que essa prática não é produzida por uma ordem
cronológica, e que segue um padrão na aplicação dos seus procedimentos aonde ao final
chega-se a uma conclusão certa, acrítica (MARADINO et al., 2009). Diante disso, é
produtivo fazer essa diferenciação entre as experimentações científica e escolar.
Nesse ínterim, objetiva-se com este trabalho evidenciar como estão sendo
discutidas as pesquisas sobre a Teoria da Experimentação no ensino de ciências e
biologia no contexto da produção científica brasileira no período de 1989 a 2014.
A pesquisa justifica-se por demonstrar o perfil da produção científica
relacionado ao tema experimentação no ensino de ciências e biologia, a qual busca
dirimir interpretações mal formuladas no estudo da arte de experimentação didática e
científica.
Portanto, na intenção de traçar um mapa da produção brasileira em relação ao
uso da experimentação, buscou-se compreender o que está sendo produzido sobre tema,
como ele é referenciado nos periódicos, quais os seus limites e competências.
O artigo está estruturado em cinco seções. Além das considerações inicias,
expõe-se o referencial teórico sobre ensino investigativo, experimentação,
31
EXPERIMENTAÇÃO CIENTÍFICA E A ESCOLAR NO CONTEXTO DO ENSINO DE CIÊNCIAS...
experimentação didática e a científica; a seguir, descreve-se a metodologia; na seção
seguinte se analisa e discute os dados; e, na última seção, as considerações finais.
Ensino investigativo
O ensino investigativo baseia-se em um processo no qual o professor torna-se
um sujeito capaz de diversificar o seu campo de atividades, utilizando-se de atividades
experimentais em seu ambiente de ensino. Nesse modo de ensinar, o aluno é induzido a
se desfazer da postura de ouvinte e se transformar em um ser ativo. A interação é a
ponte da construção do conhecimento que facilita o seu próprio aprendizado
(MOREIRA, 1988).
A ideia de ensinar e aprender ciências através da investigação permanece na
cabeça de alguns professores como um instrumento da prática pedagógica. Desse modo,
o real significado do ensino por investigação é construir, arquitetar o conhecimento já
imposto previamente e reconstruí-lo com o passar do tempo. Assim, entender que o
saber não vem de uma simples observação, mas é através dele que se deve associar uma
prática a uma força que impulsiona todo o papel investigativo: a curiosidade. Ela é,
portanto, a chave do próprio saber, que transforma, questiona e inquieta (CARVALHO,
2008).
Não obstante, para Ghell (2004) o professor tem papel fundamental na inovação
e na motivação da curiosidade. Ele não deve ser apenas “especialista” em dar aulas, mas
encontrar meios que desperte o saber do aluno quando as informações forem repassadas,
que podem ser introduzidas por meio de práticas de ensino investigativo, e pouca ênfase
no uso de práticas conservadoras. Assim, apenas à aula expositiva não fará mais
sentido.
Além do mais, o ensino investigativo se baseia em observações e experimentos,
os quais podem ter diferentes interpretações dos fenômenos mostrados, levando assim a
discursões a respeito de diversos contextos (CARNEIRO e GASTAL, 2005).
Por fim, Giordan (1999) admite que a experimentação é o reflexo advindo do
ensino investigativo, a qual se torna conhecida no meio entre aqueles que sabem fazer e
executar ciências, e que as atividades investigativas influenciam, de certa forma, o
pensamento do sujeito que a coloca em prática.
32
LUANA RÉGIA ALVES MARTINS
Experimentação: conceitos e classificação
A experimentação segundo Hacking (1992) não objetiva apenas confirmar uma
teoria e testar hipóteses, essa ideia está ultrapassada. Ela fecunda um conjunto de ideias,
que resultam em um leque de compreensão, de capacidades, e que gera vida própria.
Diante disso, Bizzo (1998) afirma que no cenário da experimentação o aluno
consegue contrapor a teoria que lhe foi repassada pelos professores, o que atribui à
experimentação um caráter motivador e faz o aluno buscar o saber.
A experimentação pode ser classificada, segundo alguns autores, em didática e
científica. Para Morin (1921) “A experimentação científica constitui por si mesma uma
técnica de manipulação e o desenvolvimento das ciências experimentais desenvolve os
poderes manipuladores da ciência sobre as coisas físicas e os seres vivos”. Já a
experimentação didática ou escolar, segundo Forquin (1992), advém de processos que
transforma conteúdos, bem como procedimentos científicos, e que tem como fim
atender as necessidades do ensino.
Contudo, existe uma ideia inadequada de que a experimentação didática atua da
mesma forma que a experimentação cientifica. Isso é influência empirista-indutivista. A
científica tem como premissa produzir conhecimento cientificamente provado, a partir
de observações objetivas e neutras, até a formulação de hipóteses, comprovação
experimental e generalização das conclusões (CHAMELS, 1993 apud BORGES, 2002).
Essas diferenças são assumidas quando reproduz a ideia de que:
Na experimentação com fins didáticos, ao contrário da científica, o
erro não constitui um problema para o experimento em si, senão para
o controle e o funcionamento da aula. De igual modo, a
experimentação didática não é em si inventiva, pelo menos do ponto
de vista científico, mas sim demonstrativa de determinadas pesquisas
já realizadas cujos sujeitos inventores e tempo de invenção não são
conhecidos (MARADINO et al., 2009, p. 105).
É necessário que haja, portanto, essa diferenciação entre a experimentação didática e
científica, para que a partir delas seja possível compreender os objetivos, as
características e os limites existentes entre elas.
Experimentação Didática
A experimentação didática ou escolar pode ser vista como produto da
experimentação científica que sofre adaptações para se ajustar ao ensino escolar
(FORQUIN, 1992). Na concepção de Selles (2008) a experimentação didática não
33
EXPERIMENTAÇÃO CIENTÍFICA E A ESCOLAR NO CONTEXTO DO ENSINO DE CIÊNCIAS...
possui papel inventivo, mas sim demonstrativo, esta se distingue daquela por
caracteriza-se em dar autenticidade ao experimento.
Para Maradino et al. (2009) a experimentação didática não deve ser vista como
uma simples atividade lúdica, ou extra sala, em que os alunos comemoram o momento
de quebra de monotonia das aulas expositivas e teóricas.
Desse modo, a experimentação didática possui uma originalidade própria em
relação à científica. Assim, ela surge a partir de transformações no contexto e método
científico para então atender o objetivo escolar, esse processo de transformação da
experimentação didática conserva algumas semelhanças da experimentação científica,
porém, assume caracteres próprios (SELLES, 2008; MARADINO et al., 2009).
Experimentação científica
A experimentação científica, aparentemente, tem relação direta com o
positivismo. Por outro lado, ela “não deve funcionar no sentido da confirmação positiva
das hipóteses, mas no sentido da retificação dos erros contidos nessas hipóteses”
(PRAIA et al., 2002).
Ainda conforme estes autores, para os empiristas – para quem todo
conhecimento vem da experiência – a experimentação científica não passa de uma
manipulação de variáveis, e a partir dela faz-se a dedução das teorias. Ela é
fundamental no levantamento e na análise dos dados, porém o que de fato importa são
resultados obtidos, não relevando os meios de como a pesquisa foi feita, mas sim o que
trouxe como produto final. Assim, Santos e Praia (1992), citando Bachelard, afirmam
que enquanto o empirismo deduz leis de experiências, o racionalismo deduz
experiências de leis.
Na concepção dos racionalistas, a experimentação científica é direcionada por
uma hipótese, pois é ela quem problematiza, indaga e às vezes conduz a outras
hipóteses. Nesse contexto também há a interligação da teoria e da prática, ou seja, há
um confronto entre o que foi pensado – teoria – com o realizado – prática. Com isso,
pode-se dizer que a hipótese influencia diretamente nas explicações dos resultados
vindos da experimentação, como também, a teoria possui um papel fundamental na
avaliação dos resultados obtidos (PRAIA et al., 2002).
Com isso, a experimentação científica é conduzida e valorizada pela teoria, pois
aquela questiona e indaga esta, submetendo o sujeito a uma serie de perguntas que
muitas vezes não são respondidas de forma definitiva.
34
LUANA RÉGIA ALVES MARTINS
Por fim, a experimentação científica abre um leque de soluções para os diversos
caminhos a serem seguidos consolidando-se como um ensino investigativo, onde o seu
papel não é gerar respostas prontas, nem resultados definidos, mas possibilidade para se
construir soluções, copias do real (PRAIA et al., 2002).
Metodologia
A metodologia utilizada nesta pesquisa é tipicamente qualitativa. De acordo com
Martins (2004) “metodologias qualitativas privilegiam, de modo geral, a análise de
micro processos, através de estudos das ações sociais, individuais e grupais”. Na visão
de Richardson (1999, p. 90), esse tipo de pesquisa objetiva “[...] descrever a
complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis,
compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”.
Assim, este artigo busca interpretar o fenômeno que se observa, ou seja, analisar
os estudos que discorram sobre os aspectos teóricos da experimentação científica e a
didática, ou escolar, no contexto das ciências e biologia.
Em relação aos procedimentos metodológicos adotados, a principal fonte deste
estudo é a bibliográfica, a partir da seleção da população, e principalmente da leitura e
análise literal da amostra, que são artigos dos periódicos Qualis A1, A2, B1 e B2, do
período de 1989 a 2014.
A população e a amostra foram propositalmente definidas, ou seja, esta é um
tipo amostragem não probabilística intencional. Isso tem por finalidade assegurar a
representatividade dos dados. Segundo Cooper e Schindler (2003) a amostragem não
probabilística intencional é aquela que se interessa em estudar apenas os tipos de
sujeitos selecionados.
A população foi extraída das versões on-line dos periódicos publicados nas áreas
de Educação e Ensino de Ciências e Matemática. Com base nisso, foram feitos acessos a
todos os artigos existentes entre 1989 e 2014, seguindo a periodicidade de cada revista.
O acesso aos artigos ocorreu por websites destas revistas e pelo portal Scielo Brasil.
Foram, intencionalmente, escolhidos os seguintes periódicos, conforme a Tabela 1:
Tabela 1 - Periódicos que compõem a população e a amostra
Periódico Sigla Qualificação Área
Ciência e Educação CEd A1 Ens. de Ciência e
matemática
35
EXPERIMENTAÇÃO CIENTÍFICA E A ESCOLAR NO CONTEXTO DO ENSINO DE CIÊNCIAS...
Revista Brasileira de Pesquisa e Ensino em Ciências RBPEC A2 Educação
Revista Electrónica de Enseñanza de lãs Ciências REELC A2 Educação
Educação em Revista EdR A2 Educação
Investigação em Ensino de Ciências IEC A2 Educação
Experiência em Ensino de Ciências EEC B1 Educação
Ciência & Ensino CEn B2 Ens. de Ciência e
matemática
Fonte: elaboração própria.
Já a amostra foi constituída a partir da análise do título, do resumo e das
palavras-chaves dos artigos. As palavras utilizadas na busca para seleção da amostra
foram “experimentação”, “experimentação didática ou escolar”, “experimentação
científica”, “atividades experimentais”. O quadro 1, portanto, demonstra a população e a
amostra da pesquisa:
Quadro 1 – Descriminação da população e da amostra
Ano CEd RBPEC REELC EdR IEC EEC CEn Total CEd RBPEC REELC EdR IEC EEC CEn Total
1989 11 11 0
1990 0 0
1991 0 0
1992 0 0
1993 9 9 0
1994 14 14 0
1995 16 16 0
1996 11 15 4 30 0
1997 11 9 11 31 1 1
1998 17 8 11 6 42 1 1
1999 19 15 11 3 48 0
2000 6 12 11 4 33 0
2001 25 26 23 14 5 93 1 1 2
2002 19 20 10 32 15 96 1 1 2
2003 39 16 22 40 13 130 0
2004 39 24 21 15 14 3 116 0
2005 37 15 21 43 17 133 2 2
2006 9 12 30 43 19 17 12 142 2 2
2007 27 12 40 29 22 18 22 170 1 1 2
2008 38 19 38 28 18 19 6 166 1 1 1 1 4
2009 39 20 58 43 23 24 207 1 1 2 4
2010 45 21 44 68 25 34 237 1 1
2011 61 30 23 76 24 36 250 1 1 1 3 6
2012 58 30 29 55 40 21 233 3 1 3 2 9
2013 60 30 27 61 27 33 238 1 3 4
2014 45 33 20 88 4 21 6 217 3 3
Total 583 308 383 751 332 223 82 2662 7 7 4 2 13 9 1 43
População Amostra
Descriminação da População e amostra da pesquisa
Fonte: Elaboração própria.
36
LUANA RÉGIA ALVES MARTINS
Buscou-se, assim, a partir da amostra, verificar se há discussão sobre os aspectos
teóricos da Experimentação Científica ou Escolar nas pesquisas realizadas por estes
artigos. Ademais, complementarmente, realizou-se análise das seguintes variáveis:
instituições de ensino, quantidade de autores por artigo, autores com maior número de
publicação, e os mais citados, no intuito de traçar o perfil e um mapa dos pesquisadores
e instituições que se dedicam ao estudo da experimentação científica e didática no
Brasil. A próxima seção analisa os achados da amostra.
Análise e discussão dos dados
Nesta seção busca-se evidenciar como estão sendo discutidas as pesquisas sobre
a experimentação no ensino de ciências e biologia no contexto da produção científica
brasileira no período de 1989 a 2014. A análise dos dados foi efetuada a partir da
técnica proposta por Bardin (1977), que a define análise de conteúdo como:
[...] um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando a
obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição de
conteúdo das mensagens, indicadores quantitativos ou não, que
permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de
produção/recepção (variáveis inferidas) das mensagens. (BARDIN,
1977, p. 34).
Nesse contexto, aplicou-se à amostra a teoria de Bardin (1977) para a análise e
tratamento dos 43 artigos, e com isso, atingir o objetivo deste trabalho. Contudo, apenas
dois artigos discutem a Teoria da Experimentação em seu contexto científico e didático
ou escolar. Os demais artigos pesquisam sobre Atividades da Experimentação.
Assim, realizou-se uma análise macro da amostra que envolveu os 43 artigos. As
informações analisadas foram às instituições de ensino, quantidade de autores por
artigo, autores com maior número de publicações e os mais referenciados, no intuito de
traçar o perfil e um mapa dos pesquisadores e instituições que se dedicam ao estudo da
experimentação no Brasil, e, por conseguinte, efetuou-se uma análise micro daqueles
dois artigos que discutem a Teoria da Experimentação Científica e Escolar ou Didática.
Análise macro da amostra – Pesquisas sobre Experimentação
Inicialmente, verificou-se a quantidade de artigos publicados por cada autor
dentro da amostra desta pesquisa, bem como a instituição a qual eles pertencem. Para
isso, elaborou-se a tabela 2 que apresenta apenas os autores que publicaram dois ou
mais artigos.
37
EXPERIMENTAÇÃO CIENTÍFICA E A ESCOLAR NO CONTEXTO DO ENSINO DE CIÊNCIAS...
Tabela 2 - Autores que mais publicam sobre experimentação
Autores com maior número de publicações
Autor Quantidade de Artigos Instituição
Fábio Peres Gonçalves 4 UFSC
Antonio Aprigio da Silva Curvelo 3 USP
Carlos Alberto Marques 3 UFSC
Carlos Eduardo Laburú 3 UEL
João Bernardes da Rocha Filho 3 PUC-RS
Rafael Cava Mori 3 USP
Cleci Werner da Rosa 2 UPF
João Batista Teixeira Rocha 2 UFSM
Marcelo Alves Barros 2 USP
Regina Maria Rabello Borges 2 PUC-RS
Total 27 63% da amostra
Fonte: Elaboração própria.
A partir da tabela 2 se demonstra os autores que mais publicaram sobre
experimentação. Contudo, o que se observa é que estes autores discutiram alguns
aspectos sobre a Teoria da Experimentação, mais precisamente sobre Atividades da
Experimentação, e não necessariamente os conceitos e epistemologia da
Experimentação, ou seja, se a experimentação didática e a científica se assemelham em
seus aspectos conceituais.
Outra análise da tabela 2 é sobre as instituições as quais pertencem os autores.
Identifica-se que eles são predominantemente da Região Sul e Sudeste. Estes dez
autores são responsáveis por 63% das publicações da amostra. Gonçalves, da
Universidade Federal de Santa Catarina é o autor que mais publicou sobre o tema
experimentação, ele é responsável por quase 10% das publicações.
A Universidade de São Paulo tem o maior número de autores que publicam
sobre experimentação – atividades de experimentação, ela é responsável por 19% das
publicações da amostra.
Ademais, observa-se que existe uma rede de pesquisa entre os autores da tabela
2. A figura 1 colaboração entre os pesquisadores mais produtivos em experimentação
traça a interligação entre eles. A partir da análise da figura verifica-se que as
publicações são realizadas, em sua maioria, entre dois autores, apesar de existir
publicações que envolvem outros pesquisadores, como é caso de Rocha, Rosa, Borges e
Gonçalves.
38
LUANA RÉGIA ALVES MARTINS
ExperimentaçãoDidática Científica
Mori Curvelo
Figueira
Rocha
Rocha FilhoBorges Gonçalves
Marques
LaburúBarros
GallizziRocha
SchmitzSouzaGiesta
Laburú
1 A
Rosa
Filho
RosaPecatti
OliveiraCostaSotelo
FolmerBarbosaSoares
1 A
1 A
2 A
3 A
1 A
3 A1 A
2 A
1 A
1 A
Figura 1 – Colaboração entre os pesquisadores mais produtivos em Experimentação –
1989 a 2014
Fonte: Elaboração própria.
A figura 2 demonstra uma rede de colaboração entre as instituições mais
produtivas sobre experimentação.
ExperimentaçãoDidática Científica
USP UELUFSM
UFSM
PUC-RS
PUC-RS
5 A
UFSC
UFSC
3 A
UFRS
UEL
UPF
UPF
PUC-RS
UF Pampa
Colaboração entre instituições mais produtivas na produção científica brasileira em Experimentação Didática e Científica 1989 a 2014
1 A
1 A1 A
1 A1 A
2 A
1 A
1 A
Figura 2 - Colaboração entre instituições mais produtivas sobre experimentação – 1989
a 2014
Fonte: Elaboração própria.
A Universidade de São Paulo – USP, apesar de ser a que tem o maior número de
publicações, se interliga apenas com a Universidade Estadual de Londrina – UEL nas
publicações. Já a Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC é a instituição que
mais se interliga com outras para publicar sobre experimentação.
A figura 3 demonstra os autores mais referenciados na amostra. Optou-se por
selecionar aqueles que foram referenciados mais de dez vezes.
39
EXPERIMENTAÇÃO CIENTÍFICA E A ESCOLAR NO CONTEXTO DO ENSINO DE CIÊNCIAS...
0
5
10
15
20
25
30
35
Figura 3 - Autores mais referenciados na amostra
Fonte: Elaboração própria.
A partir da análise da figura 3 verifica-se que os autores mais citados na amostra,
e que se dedicam ao estudo sobre experimentação, foram Derek Hodson, Carlos
Eduardo Laburú, Maria do Carmo Galiazzi, Marcos Antônio Moreira, com 32, 27, 22 e
20 referências respectivamente. Dentre estes, os três últimos são autores nacionais e o
primeiro internacional. No gráfico, ainda destaca-se que há mais referências de autores
nacionais do que os internacionais. Portanto, isso pode ser considerado como uma
valorização das publicações e das pesquisas brasileiras.
A tabela 3 demonstra a composição do número de autores na elaboração dos
artigos. A formação predominante, 51% dos artigos da amostra, é composta por dupla
de pesquisadores. A segunda formação mais utilizada, 30% da amostra, é a de três
autores. Não há nenhum artigo formado por cinco autores, e há apenas dois artigos que
a composição é de seis autores. Por fim, observa-se que 75% dos artigos têm no
máximo três autores na composição.
Tabela 3 – Quantidade de autores na elaboração dos artigos
Quantidade de autores
por artigo
1 2 3 4 5 6
Quantidade de artigos 2 22 13 4 0 2 43
Percentual % 4,65 51,16 30,23 9,3 0 4,65 100
Fonte: Elaboração própria.
40
LUANA RÉGIA ALVES MARTINS
Infere-se a partir do cenário da tabela 3 Quantidade de autores por artigo, que a
inclusão de nomes de autores sem o devido mérito é, provavelmente, mais difícil de
ocorrer.
Análise micro da amostra – Pesquisas que discutem Teoria da Experimentação
Científica e/ou Didática
Nesta subseção analisam-se, de forma micro, as pesquisas que discutem a Teoria
da Experimentação científica e/ou didática. Elas são evidenciadas na tabela 4 pesquisas
que discutem os aspectos teóricos sobre experimentação. Os artigos achados na amostra
têm um lapso temporal longo, a publicação de Praia et al. ocorreu em 2002, e o outro
achado é datado de 2012, de Oliveira et al.
Tabela 4 – Pesquisas que discutem os aspectos teóricos da experimentação científica e/ou
didática
Tema Autor(es) Objetivo Metodologia
A hipótese e a
experimentação científica
em educação em ciência:
Contributos para uma
reorientação epistemológica.
PRAIA,
CACHUPU
Z , GIL-
PÉREZ.
2002.
Estatuto epistemológico da
hipótese e da
experimentação, numa
perspectiva de transposição
para o campo da Educação
em Ciência.
Ensaio Teórico -
contribuição
epistemológica da
hipótese e da
experimentação.
Pesquisas brasileiras sobre a
experimentação no ensino de
Ciências
e Biologia: diálogos com
referenciais do
conhecimento escolar.
OLIVEIRA,
CASSAB,
SELLES.
2012.
Discutir a produção de
pesquisadores brasileiros
acerca da
experimentação no ensino de
Ciências e Biologia.
Análise de artigos
acadêmicos
publicados em
periódicos
brasileiros.
Fonte: Elaboração própria.
A primeira pesquisa analisada é a de Praia et al. (2002). Eles discutem os
conceitos epistemológicos da hipótese e da experimentação. Eles esclarecem e
diferenciam o que é hipótese e o que experimentação científica. Segundo os autores, a
hipótese “tem um papel de articulação e de diálogo entre as teorias, as observações e as
experimentações, servindo de guia à própria investigação”. No contexto da
41
EXPERIMENTAÇÃO CIENTÍFICA E A ESCOLAR NO CONTEXTO DO ENSINO DE CIÊNCIAS...
experimentação, eles destacam que ela “exige uma grande e cuidada preparação teórica
e técnica, precedida e integrada num projeto que a orienta”.
Nesse contexto, os autores deixam claro que a hipótese e a experimentação são
coisas distintas. Esta pode advir daquela, bem como se utilizar dela para solucionar
questionamentos ou encontrar outro saber a problematizar. Contudo, a experimentação
não pode ser vista como “escrava da teoria”. Assim, o pesquisador nunca experimenta
ao acaso, mas sempre guiado por uma hipótese "lógica" que submete à experimentação.
A partir daí, os autores se debruçam a discutir a hipótese e a experimentação
científica na perspectiva empirista e racionalista. No contexto do artigo, o empirismo
tem uma ligação com a experimentação. Já o racionalismo se interliga tanto com a
hipótese quanto com a experimentação.
Dessa forma, para os autores numa perspectiva empirista o que é mais relevante,
transposta no contexto didático, são os resultados finais independentemente dos
processos da sua obtenção. Ademais, os empiristas tentam reduzir a experimentação a
uma manipulação de variáveis. Assim, os resultados alcançados são previsíveis e sua
análise se resume em não se interpretar o significado da experiência. A experiência põe
à prova a teoria, o inverso não deve ocorrer. Além disso, os resultados experimentais
levam a ignorar-se a hipótese.
Já sob o olhar racionalista, Praia et al. (2002) observam a experimentação
científica como um sistema progressivo de investigação, guiado por uma hipótese, que
busca sua retificação e questionamento, e que pode conduzir a outras hipóteses. Nesse
contexto, há um diálogo entre hipóteses/teorias e a própria experimentação, que para os
autores não é simples, pois o confronto entre o “mundo” ideal e a prática se interliga.
Por conseguinte, o artigo relaciona a experimentação científica no contexto da
transposição didática. Os autores enfatizam que é necessário que os professores tenham
cautela ao transpor a experimentação para não correr o risco em simplismos fáceis. As
propostas de atividades de ensino-aprendizagem devem ser planejadas com o foco na
valorização do aluno, ou seja, no papel que este desempenha na busca de confrontá-los
inicialmente com as suas situações de erro no contexto da experimentação para num
segundo momento corrigi-las.
Por outro lado, se a transposição didática for realizada numa perspectiva
inadequada em sala de aula, de uma forma que não se analisa nos resultados, tampouco
se observa a teoria e as hipóteses enunciadas, mas apenas as constatações do que era
42
LUANA RÉGIA ALVES MARTINS
mais do que previsível que acontecesse, isso não se enquadraria como experimentação
científica, afinal, estes resultados já seriam esperados.
Em uma última análise do artigo infere-se que os autores preferem os
racionalistas aos empiristas, pois estes ignoram os contextos sociais, tecnológicos e
culturais da construção e produção científica. Dessa forma, o professor ao abandonar
esses pressupostos cai na singela armadilha de transformar a experiência científica
escolar em simplismos fáceis, sem saber por que e para quê. Portanto, “a transposição
didática, feita de reflexão e consubstanciada na própria ação didática, exige uma
formação contínua que segue um percurso de desenvolvimento pessoal e profissional
exigente”.
A outra pesquisa analisada foi a de Oliveira et al. (2012). O artigo realiza um
levantamento e análise de pesquisas realizadas em oito periódicos sobre a
experimentação no ensino de ciências e biologia, totalizando uma amostra de 15 artigos.
Os autores discutem em um tópico específico a diferenciação entre Experimentação
didática (escolar) e Experimentação científica, que é o foco de análise deste estudo.
Os pesquisadores, assim como foi realizado no artigo de Praia et al. (2002),
conceituam e diferenciam a experimentação científica e a didática. De acordo com
Oliveira et al. (2012) para se entender as diferenças existentes entre o saber cientifico e
o escolar é necessário e indispensável que os espaços sociais da ciência, e os de
formação e ação dos professores estejam pautados por questionamentos sobre os
processos de produção e legitimação do conhecimento científico.
Os autores se utilizam dos ensinamentos de Lopes (1997) para afirmar que a
constituição do conhecimento escolar surge mais precisamente com a noção de
transposição didática. Esse ensinamento, também, é defendido por Praia et al. (2002) no
artigo anteriormente analisado. Assim, para aqueles autores a experimentação escolar
pode ser entendida como o resultado de processos de transformação de conteúdos e de
procedimentos científicos para atender a finalidades de ensino.
Na concepção das discussões realizadas no artigo de Oliveira et al. (2012), na
linha de semelhanças e diferenças, os autores afirmam que a experimentação escolar
guarda semelhanças com o contexto científico e não é desprovida de certo caráter
científico. Neste contexto, utilizando-se dos ensinamentos de Marandino et al. (2009) os
autores comungam da ideia que a experimentação didática não é em si inventiva, do
ponto de vista científico, mas sim demonstrativa de determinados aspectos das
pesquisas já realizadas.
43
EXPERIMENTAÇÃO CIENTÍFICA E A ESCOLAR NO CONTEXTO DO ENSINO DE CIÊNCIAS...
Já na seara da diferenciação entre experimentação científica e a didática um dos
aspectos que as diferem está relacionado aos objetivos assumidos, que associados ao
uso da experimentação no ensino de ciências e biologia permitem maior flexibilidade ao
não exigir os mesmos critérios de produção epistemológico-científica.
Os autores ainda procuram diferenciar a experimentação das demais atividades
práticas. Eles se utilizam dos conceitos de Hodson (1994) para definir atividade prática
como qualquer trabalho em que os alunos estejam ativos e não passivos. Contudo, a
experimentação pode ser vista como um tipo de atividade prática, ensinamento este
defendido pelos autores citando Rosito (2000). Assim, toda experimentação é uma
atividade prática, mas a recíproca não é verdadeira.
Por fim, cabe ressaltar que a pesquisa de Oliveira et al. (2012) encontrou dois
artigos que discutem as diferenças entre a experimentação didática e a experimentação
científica. Um foi o de Munford e Lima (2007) que tem por objetivo apresentar e
discutir fundamentos teóricos e filosóficos do ensino de Ciências por investigação, e o
outro foi o de Marsulo e Silva (2005) que se propõe a refletir a respeito da existência de
diferenças entre a experimentação didática e a experimentação científica é o trabalho
desenvolvido. Esses artigos não são analisados nesta pesquisa por não se constituírem
como parte da amostra investigada.
Considerações finais
Este estudo evidenciou como estão sendo discutidas as pesquisas sobre a teoria
da experimentação no ensino de ciências e biologia, bem como analisou a relação
conceitual existente entre a experimentação científica e a didática – transposição
didática. Contudo, observou-se que esta é pouca explorada na produção científica
brasileira, conforme análise efetuada na amostra deste artigo.
Apenas dois artigos discutem a Teoria da Experimentação em seu contexto
científico e didático ou escolar. A maior parte das pesquisas discutiu apenas alguns
aspectos sobre a Teoria da Experimentação, mais precisamente sobre atividades da
experimentação, deixando de explorar o estudo da arte e ensaios teóricos e
epistemológicos,
A partir da análise da amostra observou-se que a maioria dos artigos trata
experimentação ou atividade experimental como sinônimo de experimentação científica,
sem entender o que esta sendo realizado. Na realidade, o que de fato ocorre é a
transposição didática. E se essa não é realizada é porque não se analisa o erro, a teoria e
44
LUANA RÉGIA ALVES MARTINS
as hipóteses no resultado. Assim, as constatações e os resultados já seriam esperados
que acontecessem.
Nesse contexto, cabe ao professor explorar esses pressupostos para não
transformar a experiência científica escolar em simplismos fáceis, sem saber por que e
para quê, conforme já defendido por Praia et al. (2002).
Portanto, conforme já explorado na análise dos dados, apenas dois artigos
conceituam e diferenciam a experimentação científica e a didática. Eles ainda defendem
que para se entender as diferenças existentes entre o saber cientifico e o escolar é
necessário e indispensável que os espaços sociais da ciência, e os de formação e ação
dos professores estejam pautados por questionamentos sobre os processos de produção e
legitimação do conhecimento científico.
Por fim, sugere-se que outras pesquisas sejam realizadas ampliando-se a
população e a amostra para tentar evidenciar mais discussões sobre a teoria da
experimentação. Outra sugestão é a elaboração de ensaios teóricos e estudos da arte
sobre o tema, já que este ainda é pouco explorado na produção científica brasileira a
partir dessas metodologias.
Referências
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LUANA RÉGIA ALVES MARTINS
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MARTINS, L. R. A; Licenciatura em Ciências Biológicas – em curso, Universidade
Federal de Campina Grande.
47
EXPERIMENTAÇÃO CIENTÍFICA E A ESCOLAR NO CONTEXTO DO ENSINO DE CIÊNCIAS...
ANEXO – Normas da Revista de Educação em Ciência e Tecnologia
Titulo (Times New Roman, tamanho 16, negrito, parágrafo
justificado, espaçamento entre linhas simples) (Title – entre parênteses, times New Roman 14, parágrafo justificado,
espaçamento entre linhas simples, deixar um espaço para inserir o nome
dos autores)
AUTOR A
1, AUTOR B
2 e AUTOR C
2 (TIMES NEW ROMAN, TAMANHO 12,
PARÁGRAFO JUSTIFICADO, TODOS OS NOMES EM CAIXA ALTA,
DEIXAR UM ESPAÇO PARA INSERIR AS INSTITUIÇÕES)
1 Instituição do autor A (e-mail do autor A) (Times New Roman, Tamanho 11)
2 Instituição dos autores B e C (e-mail dos autores B e C) (Times New Roman, Tamanho 11)
Resumo. Times New Roman, tamanho 10, parágrafo justificado, espaçamento entre linhas simples,
Abstract. Times New Roman, tamanho 10, parágrafo justificado, espaçamento entre linhas simples,
Palavras-chave: Times New Roman, tamanho 10, parágrafo justificado, espaçamento entre linhas
simples , separadas por vírgulas, com as letras iniciais minúsculas, sem ponto final
Keyword: Times New Roman, tamanho 10, parágrafo justificado, espaçamento entre linhas simples ,
separadas por vírgulas, com as letras iniciais minúsculas, sem ponto final
Título das seções (Times New Roman, tamanho 12, sem numeração, espaçamento
entre linhas 1,5, não deixar espaço entre o primeiro parágrafo da seção e o título)
Times New Roman, Tamanho 12, espaçamento entre linhas 1,5, parágrafo
justificado,
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxx (Margens superior e inferior 2,5 cm e Margens Direita e Esquerda 3,0 cm).
Citações e transcrições: Times New Roman, tamanho 10, Recuo esquerdo
4,0 cm.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxx
48
LUANA RÉGIA ALVES MARTINS
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1° Trim 2° Trim 3° Trim 4° Trim
Leste
Oeste
Norte
Figura x – Título
Fonte: xxx.
Tabela x - Título
Fonte: xxx
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxx( Deixar um espaço entre o último parágrafo e o título da nova seção).
Título das seções
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
49
EXPERIMENTAÇÃO CIENTÍFICA E A ESCOLAR NO CONTEXTO DO ENSINO DE CIÊNCIAS...
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Quadro x - Título
Fonte: xxx
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxx( Deixar um espaço entre o último parágrafo e o título da nova seção).
Referências
Consultar as normas na página revista para ver como organizar as referências no corpo
do texto e na lista final.
As referências bibliográficas no texto devem obedecer ao seguinte formato:
Um autor: Netto (2001); dois autores: Motta-Júnior e Lombardi (2002); três ou mais
autores: Ramos et al. (2002). No caso dos nomes dos autores fazerem parte da frase,
apenas o ano da publicação deve vir entre parênteses. Se os nomes dos autores forem
colocados entre parênteses, deverão estar em caixa alta, como: (MONTEZUBA, 2006).
Quando houver, no mesmo ano, mais de um artigo de mesma autoria, acrescentar letras
minúsculas após o ano, conforme o exemplo: (DAVIDSON, 2000a; 2000b). Quando
houver mais de uma citação dentro de um mesmo parêntese, estas devem ser colocadas
em ordem cronológica. Exemplo: (GIRARD, 1984; GROVUM, 1988; STEINDEL et
al., 1993; DE TONI et al., 2000). Apenas referências que aparecem no texto devem
constar na lista de referências. Os autores devem aparecer na lista, ao final do texto, em
ordem alfabética, conforme os exemplos abaixo:
-Livros BACHELARD, G. A formação do espírito científico: contribuição para uma psicanálise
do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.
50
LUANA RÉGIA ALVES MARTINS
- Artigos em periódicos BORUCHOVITCH, E.; MEDNICK, B. Causal attributions in Brazilian chil.dren’s
reasoning about health and illness. Revista de Saúde Pública, v. 34, n. 5, p. 484-489,
out. 2000.
- Teses e dissertações RICARDO, E.C. Competências, interdisciplinaridade e contextualização: dos
parâmetros curriculares nacionais a uma compreensão para o ensino das ciências. Tese
de doutorado em Educação Científica e Tecnológica – Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 2005.
- Eventos VILLANI, A.; ARRUDA, S. M.; LABURU, C. E. Perfil conceitual e/ou perfil
subjetivo? In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM
CIÊNCIAS, 3., 2001, Atibaia. Anais... Atibaia, 2001. 1 CD-ROM.
- Capítulos de livros KLEIN, J. T. Ensino interdisciplinar: didática e teoria. In: FAZENDA, I. C. A. (Org.)
Didática e interdisciplinaridade. Campinas: Papirus, 2001. p. 109-132.
- Artigos na rede WAGNER, C. D.; PERSSON, P. B. Chaos in cardiovascular system: an update.
Cardiovascular Research, v.40, p. 257-64, 1998. Disponível em: . Último acesso em: 20
jun. 1999. Obs.: Os autores devem verificar se todos os urls citados no texto estão
ativos.
Ilustrações e tabelas
As ilustrações (figuras, fotografias, desenhos), e as tabelas devem ser inseridas no corpo
do texto, no melhor local após o final do parágrafo em que foram citadas pela primeira
vez. Elas devem ser em branco e preto, ou tons de cinza, com boa qualidade de
visualização em html. Ilustrações e tabelas devem ser numeradas com algarismos
arábicos de acordo com sua seqüência no texto, sendo que este deve incluir referências a
todas elas. Elas devem ter um título breve e auto-explicativo. Informações adicionais,
necessárias à compreensão, devem ser dadas em forma de nota abaixo do título.
Notas
Devem ser de fim de página, numeradas, sucintas e usadas somente quando estritamente
necessário.
AUTOR A. Currículo (Times New Roman, Tamanho 12, espaçamento entre linhas
simples, parágrafo justificado).
AUTOR A. Currículo (Times New Roman, Tamanho 12, espaçamento entre linhas
simples, parágrafo justificado).
51
EXPERIMENTAÇÃO CIENTÍFICA E A ESCOLAR NO CONTEXTO DO ENSINO DE CIÊNCIAS...
AUTOR C. Currículo (Times New Roman, Tamanho 12, espaçamento entre linhas
simples, parágrafo justificado)
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CONCLUSÃO FINAL
Diante do exposto, o ensino investigativo, seu conceito, bases teóricas, e
referencia a curiosidade como chave para abertura do saber. Pode-se observar ainda que
o ensino investigativo trás, não apenas para o professor, mas também para os alunos,
uma consequência saldo marcante de aprendizagem.
Para que a atividade científica não se encerre com as investigações no assunto
abordado, o professor deverá indagar o seu aluno propondo o amadurecimento do
conhecimento, na medida em que a curiosidade é instigada, o conhecimento surge,
refletindo assim, na aprendizagem.
Com isso, os alunos sentem-se seguros ao expor o que eles pensam, formando
um senso crítico do conhecimento que lhe for apresentado. O senso crítico próprio é
fruto da fecundação existente entre a curiosidade e a indagação.
A pesquisa ainda evidenciou o professor pesquisador como aquele que reflete
críticas a si próprio, na intenção de propor um ensino melhor e conforme defende esse
trabalho, a escola é por natureza um ambiente cientifico, o professor um cientista da
escola, e a atividade docente uma prática cientifica..
Por outro lado, a prática cientifica escolar não é evidenciada no convívio da
escola e as atividades em sala de aula, de longe, lembram uma prática cientifica. Tal
observação pode está relacionada a ausência de discussões epistemológicas daquilo que
se considera escola, experimentação escolar e trabalho docente.
Para corroborar tal cenário, ficou evidenciado neste trabalho, que houve nos
último vinte anos, poucas pesquisas sobre o estudo da arte da Teoria da experimentação.
A partir disso, os artigos estendem-se a afirmação que a experimentação didática possui
o mesmo cunho investigo que a experimentação científica, devido ao fato de não haver
uma compressão do que esta sendo estudado. Por fim, cabe ao professor pesquisador,
indagar, explorar e impulsionar o conhecimento nos seus alunos, não se deixando cair
em simplismos fáceis.
53