187
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DA ENERGIA Por Amaury Caruzzo Análise do uso de tecnologias eficientes em iluminação: Um estudo considerando condições climáticas Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Energia como parte dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Ciências em Engenharia da Energia. Área de Concentração: Energia, Sociedade e Meio Ambiente. Orientador: Prof Dr Luiz Augusto Horta Nogueira Itajubá, MG – Agosto de 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DA

ENERGIA

Por Amaury Caruzzo

Análise do uso de tecnologias eficientes em iluminação: Um estudo

considerando condições climáticas

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em

Engenharia da Energia como parte dos requisitos para

obtenção do Título de Mestre em Ciências em Engenharia da

Energia.

Área de Concentração: Energia, Sociedade e Meio Ambiente.

Orientador: Prof Dr Luiz Augusto Horta Nogueira

Itajubá, MG – Agosto de 2008

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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Mauá – Bibliotecária Margareth Ribeiro – CBR_6/1700

C329a

Caruzzo, Amaury. Análise do uso de tecnologias eficientes em iluminação: um

estudo considerando condições climáticas / Amaury Caruzzo. – Itajubá, (MG): [s.n.], 2008.

164 p.:il. Orientador: Prof. Dr. Luiz Augusto Horta Nogueira. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Itajubá. 1.Eficiência energética. 2.Iluminação. 3.Insolação solar.

4.Procel. I. Nogueira, Luiz Augusto Horta, orient. II. Universidade Federal de Itajubá. III. Título.

CDU 620.9(043)

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i

ANÁLISE DO USO DE TECNOLOGIAS EFICIENTES EM ILUMINA ÇÃO: UM

ESTUDO CONSIDERANDO CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

AMAURY CARUZZO

Bacharel em Meteorologia

Banca examinadora:

Prof Dr Luiz Augusto Horta Nogueira

Orientador

UNIFEI, Itajubá (MG)

Prof Dr Jamil Haddad

Membro da Banca

UNIFEI, Itajubá (MG)

Prof Dr Ildo Luis Sauer

Membro da Banca

USP, São Paulo (SP)

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ii

“Existe um jeito melhor de fazer isso – encontre.”

Thomas Alva Edison (1847-1931, inventor da lâmpada elétrica incandescente)

“There is a way to do it better – find it.”

Thomas Alva Edison (1847-1931)

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iii

Dedicado a minha família, ao meu pai Wilson (in

memoriam), minha mãe Leonor, a minha irmã

Christiane, ao meu cunhado Eduardo, ao meu

pequeno sobrinho Rodrigo, a minha querida e

companheira esposa Cintia e a minha pequena e

bela filha Yedda; a todos com muito carinho.

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iv

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Doutor Luiz Augusto Horta Nogueira pela orientação, incentivo e pelo

desafio de trabalhar com um meteorologista em um mundo de engenheiros.

Aos meus colegas Rodolfo Esmerady, Dr Carlos Roberto Rocha, Edson Palhares entre

outros e principalmente ao meu amigo e colega de mestrado Eng Rafael Balbino Cardoso,

por toda a atenção, suporte, amizade e apoio fundamental para o início e conclusão deste

trabalho.

A alguns professores do Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Energia da Unifei,

que direta ou indiretamente contribuirão para a minha formação acadêmica no mestrado.

A toda a equipe do Departamento de Registro Acadêmico (DRA) da Unifei, a equipe da

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPRG) e um agradecimento muito especial

para a secretária do Programa de Engenharia da Energia, Margarete Corrêa, por toda

dedicação, orientação, apoio e muita paciência dispensada ao longo do mestrado.

A toda da equipe da Biblioteca Mauá da Unifei, representada pela Diretora Jacqueline

Rodrigues de Oliveira Balducci, pela atenção e orientações durante as atividades no uso do

acervo técnico, na busca das referências bibliográficas e na elaboração da ficha

catalográfica.

Ao Eng José Mauro de Rezende, Coordenador-Geral de Sistemas de Comunicação do

Instituo Nacional de Meteorologia (Inmet) por ter cedido a versão impressa da publicação

com as Normais Climatológicas da rede de estações meteorológicas do Inmet.

Ao Professor Doutor Chigueru Tiba da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) por

ter cedido generosamente a versão digital do Atlas Solarimétrico do Brasil, além de

disponibilizar todas as informações técnicas e o banco de dados completo.

Ao Gerente Rodrigo Quadros, da Gerência Clientes Poderes e Serviços Públicos da Light

Serviços de Eletricidade S.A., por fornecer os dados e informações sobre o projeto de

avaliação da Iluminação Pública no Rio de Janeiro.

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v

Aos meus amigos e colegas do Centro de Hidrografia da Marinha (CHM/DHN/MB), em

especial a CC(T) Emma Giada Matschinske, CT(T) Aline Inocêncio Santana e a minha

amiga 2T(T-RM2) Fernanda Batista pelo apoio e por disponibilizar o tempo necessário

para conclusão desta dissertação.

E por final e não poderia deixar de mencionar, o agradecimento a toda a equipe da Centrais

Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás), encabeçada pelo Luiz Eduardo Menandro de

Vasconcellos (chefe do Departamento de Planejamento e Estudos de Conservação de

Energia), Emerson Salvador (DPST), Hamilton Pollis (DPSP), Marcel da Costa Siqueira

(ReLuz), além de todos os membros da equipe técnica, Moisés Antonio dos Santos, Eldon

da Costa, Karla Lepetitgalande e vários outros que, direta ou indiretamente, contribuíram

para que este trabalho fosse elaborado; auxiliando nas atividades ou simplesmente

compartilhando sugestões e opiniões relevantes durantes as várias reuniões de trabalho na

sede da Eletrobrás, no Rio de Janeiro.

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vi

SUMÁRIO:

RESUMO............................................................................................................................IX

ABSTRACT ........................................................................................................................ X

I. LISTA DE FIGURAS................................................................................................XI

II. LISTA DE TABELAS............................................................................................. XV

III. LISTA DE SÍMBOLOS E VARIÁVEIS .......................................................XVIII

IV. LISTA DE ABREVIATURAS...........................................................................XIX

CCAAPPÍÍ TTUULL OO 11:: II NNTTRROODDUUÇÇÃÃOO EE OOBBJJEETTII VVOOSS............................................................ 1

1.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1 1.2. OBJETIVOS ........................................................................................................ 4

CCAAPPÍÍ TTUULL OO 22:: FFUUNNDDAAMM EENNTTOOSS.................................................................................... 5

2.1. FOTOMETRIA E RADIOMETRIA ................................................................. 5 2.2. EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA EM SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO ......... 6 2.3. RACIONALIZAÇÃO DO USO DE ENERGIA EM SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO .............................................................................................................. 10 2.4. MEDIÇÃO E VERIFICAÇÃO ........................................................................ 11 2.5. O SETOR ELÉTRICO NO BRASIL .............................................................. 12

2.5.1. Desenvolvimento econômico.......................................................................... 12 2.5.2. A crise energética de 2001.............................................................................. 15 2.5.3. Oferta e demanda de energia em 2005........................................................... 16

2.6. ESTAÇÕES DO ANO E A CLIMATOLOGIA ............................................. 17 2.6.1. Condições meteorológicas e climatológicas...................................................17 2.6.2. O uso da insolação solar................................................................................ 23

CCAAPPÍÍ TTUULL OO 33:: RREEVVII SSÃÃOO BBII BBLL II OOGGRRÁÁFFII CCAA............................................................. 25

3.1. ENERGIA E DESENVOLVIMENTO ............................................................ 25 3.2. O PROCEL ........................................................................................................ 28 3.3. O RELUZ ........................................................................................................... 33 3.4. LEGISLAÇÃO EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ...................................... 34 3.5. TECNOLOGIA E CONSERVAÇÃO DE ENERGIA ................................... 37 3.6. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E PRESPECTIVAS FUTURAS .................. 39 3.7. CLIMA E ENERGIA ........................................................................................ 45 3.8. ILUMINAÇÃO NATURAL VS ARTIFICIAL .............................................. 48

CCAAPPÍÍ TTUULL OO 44:: DDAADDOOSS EE II NNFFOORRMM AAÇÇÕÕEESS................................................................ 52

4.1. MESORREGIÃO E LATITUDE ..................................................................... 52 4.2. NÚMERO DE DOMICÍLIOS BRASILEIROS .............................................. 52 4.3. FORMAÇÃO DO PARQUE DE LÂMPADAS ............................................... 53

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vii

4.3.1. Setor residencial............................................................................................. 53 4.3.2. Iluminação pública......................................................................................... 54

4.4. INSOLAÇÃO SOLAR ...................................................................................... 54 4.5. OBSERVAÇÃO DO TEMPO DE UTILIZAÇÃO NA ILUMINAÇÃO PÚBLICA ....................................................................................................................... 57

CCAAPPÍÍ TTUULL OO 55:: MM EETTOODDOOLL OOGGII AA.................................................................................. 60

5.1. MÉTODO PROCEL/ELETROBRÁS ............................................................. 60 5.1.1. Procel na iluminação residencial................................................................... 60 5.1.2. ReLuz e iluminação pública........................................................................... 62

5.2. PROPOSTA DO MÉTODO POR DEMANDA CLIMÁTICA ...................... 64 5.2.1. Iluminação residencial................................................................................... 65

a) Determinação do tempo de utilização ..................................................... 66 b) Tempo de utilização – Efeito Latitude (TUL) ......................................... 69 c) Tempo de utilização – Efeito Clima (TUC) ............................................ 70 d) Economia de energia e redução na demanda de ponta ............................ 71

5.2.2. Iluminação pública......................................................................................... 74 a) Determinação do tempo de utilização ..................................................... 75 b) Tempo de utilização – Efeito Latitude (TUL) ......................................... 75 c) Tempo de utilização – Efeito Clima (TUC) ............................................ 76 d) Economia de energia e redução de demanda de ponta ............................ 77

CCAAPPÍÍ TTUULL OO 66:: RREESSUULL TTAADDOOSS EE DDII SSCCUUSSSSÃÃOO .......................................................... 78

6.1. ILUMINAÇÃO RESIDENCIAL ..................................................................... 78 6.1.1. Resultados gerais............................................................................................ 79 6.1.2. Resultados específicos.................................................................................... 84

a) Mesorregiões com valores extremos de insolação .................................. 84 b) Mesorregiões com padrão de insolação anual invertido.......................... 88 c) Ranking das mesorregiões....................................................................... 93

6.2. ILUMINAÇÃO PÚBLICA ............................................................................... 95 6.2.1. Resultados gerais............................................................................................ 95 6.2.2. Resultados específicos.................................................................................... 99

a) Mesorregiões com valores extremos de insolação .................................. 99 b) Mesorregiões com padrão de insolação anual invertido........................ 104 c) Ranking das mesorregiões..................................................................... 108

6.3. DISCUSSÃO.................................................................................................... 109 6.3.1. Aspectos não considerados........................................................................... 109

a) Horário de verão .................................................................................... 109 b) Degradação das lâmpadas...................................................................... 109 c) Variação de tensão.................................................................................110

6.3.2. Climatologia do Brasil.................................................................................. 110 6.3.3. Benefícios da Eficiência Energética............................................................ 112 6.3.4. Sazonalidade na demanda de energia.......................................................... 112 6.3.5. Sazonalidade na iluminação pública........................................................... 113 6.3.6. Eficiência energética na iluminação residencial........................................ 114 6.3.7. Eficiência energética na iluminação pública.............................................. 115 6.3.8. Comparação entre os métodos..................................................................... 115

a) Iluminação residencial........................................................................... 115 b) Iluminação pública ................................................................................ 117

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viii

CCAAPPÍÍ TTUULL OO 77:: CCOONNCCLL UUSSÕÕEESS EE RREECCOOMM EENNDDAAÇÇÕÕEESS ......................................... 119

7.1. ILUMINAÇÃO RESIDENCIAL ................................................................... 119 7.2. ILUMINAÇÃO PÚBLICA ............................................................................. 122 7.3. CONCLUSÃO FINAL .................................................................................... 124

CCAAPPÍÍ TTUULL OO 88:: RREEFFEERRÊÊNNCCII AASS BBII BBLL II OOGGRRÁÁFFII CCAASS .............................................. 125

BBII BBLL II OOGGRRAAFFII AA SSUUGGEERRII DDAA....................................................................................... 136

AANNEEXXOOSS .......................................................................................................................... 137

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ix

RESUMO

Este trabalho propõe uma nova metodologia na avaliação de economia de energia devido

ao uso de tecnologias eficientes na iluminação residencial e pública. O desenvolvimento do

método proposto, chamado de Método por Demanda Climática – MDC, é resultado da

parceria entre a Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás) e a Universidade Federal de

Itajubá (Unifei) para avaliação do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica

– Procel. A grande inovação do método proposto está em avaliar a sazonalidade de

economia de energia por mesorregião devido às condições climáticas. Outro

aperfeiçoamento esta em identificar as mesorregiões com maior potencial de economizar

de energia devido ao uso de tecnologias eficientes. O estudo foi realizado para o ano de

2005 e utilizou informações socioeconômicas, como número de domicílios, lâmpadas por

domicílios e parque total de lâmpadas; e informações ambientais, como latitude, divisão

por mesorregião e insolação solar. Através de uma análise comparativa com a metodologia

utilizada pelo Procel em 2005 (ELETROBRÁS, 2006a), foram desenvolvidas melhorias na

determinação do tempo de uso em iluminação, considerando as variações na latitude e da

climatologia regional, com resultados detalhados por mesorregião e mês do ano. Os

resultados do método proposto mostraram valores de consumo de energia totais próximos

aos observados em 2005 (MME, 2006a). Entretanto, considerando o efeito ambiental

(latitude e clima), o valor de economia de energia para a iluminação residencial pelo MDC

foi 47% superior ao estimado pelo Procel em 2005 e na iluminação pública, a economia

estimada foi 9% superior. Para economia de energia potencial, com o uso integral de

lâmpadas eficientes, o MDC estima um consumo evitado na iluminação residencial de 23

GWh.ano-1. Na redução de demanda de ponta – RDP, a economia de energia na iluminação

residencial obtida foi 2,5 vezes superior ao do Procel, devido à diferença no cálculo do

parque de lâmpadas. Na iluminação pública, o valor de RDP foi o mesmo do Procel, pois

não houve variação no número de pontos substituídos. Na média nacional, foi possível

observar uma redução na economia de energia no período de inverno, justificado pelas

características climáticas e de densidade demográfica regionais. Outro resultado relevante

foi observar que, dentre as mesorregiões brasileiras, as do Sudeste são as que possuem os

maiores valores de potencial para evitar o consumo de energia devido ao uso de

tecnologias eficientes em iluminação.

Palavras-chaves: eficiência energética; iluminação residencial; iluminação pública; clima; insolação solar; procel; reluz.

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x

ABSTRACT

This study proposes a new methodology for the assessment of energy saving in street and

residential lighting based on the use of efficient technologies. The development of this

method, named Method by Climatic Demand – MCD, is the result of a partnership between

Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás) and Universidade Federal de Itajubá

(Unifei) with the objective to evaluate the National Electricity Conservation Programme –

Procel. The most important novelty of this new method is the consideration of the

seasonality of energy saving for each mesoregion studied due to climatic. Another

important improvement is the identification of mesoregions with greatest potential for

energy saving when using efficient technologies. To do so, we have used social,

economical and environmental information, such as number of domiciles, number of

electric bulbs (both total and per domicile), latitude, mesoregion classification and

insolation, for the year 2005. After analyzing the methodology adopted by Procel in 2005,

(ELETROBRÁS, 2006a), improvements have been developed in order to establish the

lighting time use, considering latitude and climate variations for each mesoregion and

month of the year. The results of the new proposed method show total energy use values

close to the ones observed in 2005 (MME, 2006a). However, considering the

environmental effect (latitude and climate), the energy saving values for residential and

street lighting calculated by the MCD are 47% and 9%, respectively, greater than the one

estimated by Procel in 2005. To potential energy saving, using only efficient electric bulbs,

MCD estimates a reduction in residential lighting use of 23 GWh.year-1. In contributed for

a reduction, the obtained residential lighting energy saving was 2.5 fold larger than the

Procel value. This was partly due to differences in the estimations of the amount of electric

bulbs. In street lighting, the reduction value was the same as Procel’s, since there was no

variation in the number of replaced points. Speaking in terms of national average, it was

possible to observe a reduction in energy saving during winter time, which may be

explained by climatic features and regional population density. Another important result

was to observe that the mesoregions of Southeastern part of Brazil, among all Brazilian

mesoregions, had the highest values for potential energy saving due to the use of efficient

technologies of lighting.

Key-words: energy efficiency; residential lighting; street lighting; climate; insolation;

procel; reluz.

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xi

I. LISTA DE FIGURAS

FIGURA 2.1 – EFICIÊNCIA LUMINOSA DOS DIFERENTES TIPOS DE LÂMPADAS EXISTENTES NO

MERCADO BRASILEIRO. ** VALORES PARA LED SÃO ESTIMADOS TEORICAMENTE. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR, A PARTIR DE NOGUEIRA ET AL, 2007A)............................................ 8

FIGURA 2.2 – OFERTA INTERNA DE ENERGIA, DE 1970 A 2005 EM TEP. (FONTE: MME, 2006A). .... 14 FIGURA 2.3 – CONSUMO FINAL DE ENERGIA ELÉTRICA (EM %) E EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO POR

SETOR. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR, A PARTIR DE MME, 2006A).................................. 15 FIGURA 2.4 – EVOLUÇÃO DO CONSUMO FINAL DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL DE 1970-2005,

DIVIDIDAS POR SETORES (FONTE: MME, 2006A). ................................................................... 16 FIGURA 2.5 – REPRESENTAÇÃO DA INCLINAÇÃO DO EIXO DE ROTAÇÃO DA TERRA (A) E DO

MOVIMENTO EM TORNO DO SOL (TRANSLAÇÃO), COM AS RESPECTIVAS ESTAÇÕES DO ANO

DEVIDO A ESTA INCLINAÇÃO (B). (FONTE: [A] – VAREJÃO-SILVA , 2005; [B] – ANEEL, 2005B).................................................................................................................................................. 20

FIGURA 2.6 – INCIDÊNCIA DOS RAIOS SOLARES NO SOLSTÍCIO DE VERÃO (HEMISFÉRIO NORTE).

(FONTE: ADAPTADO DE AHRENS, 1994)................................................................................... 21 FIGURA 2.7 – VARIAÇÃO DA INSOLAÇÃO SOLAR DEVIDO A DIFERENÇA DE LATITUDE DURANTE O

SOLSTÍCIO DE VERÃO (HEMISFÉRIO NORTE), NO TOPO DE ATMOSFERA (LIMITE ) E NA

SUPERFÍCIE. (FONTE: ADAPTADO DE AHRENS, 1994)............................................................... 21 FIGURA 2.8 – VARIAÇÃO DA POSIÇÃO DO SOL OBSERVADA EM LATITUDE MÉDIA (45ºS), DURANTE

O VERÃO E INVERNO. (FONTE: ADAPTADO DE AHRENS, 1994). ............................................... 23 FIGURA 3.1 – EMISSÕES MUNDIAIS DE GEE POR TIPO DE FONTE PARA O ANO 2000. (FONTE: STERN,

2006)........................................................................................................................................ 28 FIGURA 3.2 – SELO PROCEL (A) UTILIZADO EM EQUIPAMENTOS QUE ATENDERAM OS REQUISITOS DE

EFICIÊNCIA A DO PBE (B). (FONTE: ADAPTADO DE ELETROBRÁS, 2006B).............................. 31 FIGURA 3.3 – CURVA DE CUSTO MARGINAL NO DESENVOLVIMENTO DE NOVAS TECNOLOGIAS NA

PRODUÇÃO DE ENERGIA. (FONTE: ADAPTAÇÃO DE STERN, 2006). .......................................... 38 FIGURA 3.4 – CONSUMO DE ENERGIA REAL E O USO HIPOTÉTICO SEM REDUÇÕES DE CONSUMO DAS

11 NAÇÕES DA OCDE, APÓS A AÇÕES DE PEE. (FONTE: MME, 2006C, COM INFORMAÇÕES DE

GELLER ET AL 2006)................................................................................................................ 40 FIGURA 3.5 – PERSPECTIVAS DE DIFERENTES CENÁRIOS DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA PARA O

BRASIL ATÉ O ANO DE 2020. (FONTE: MME, 2007, COM INFORMAÇÕES DE ALMEIDA ET AL , 2001)........................................................................................................................................ 41

FIGURA 3.6 – PERSPECTIVAS DE ENERGIA CONSERVADA DO PDEE, PARA OS ANOS DE 2011 E 2016.

(FONTE: MME, 2007)............................................................................................................... 42 FIGURA 3.7 – PERSPECTIVAS DE ENERGIA ECONOMIZADA DO PDEE, DIVIDIDO POR SETORES ATÉ O

ANO DE 2016. (FONTE: MME, 2007)........................................................................................ 42

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xii

FIGURA 3.8 – RETROSPECTIVA E PERSPECTIVAS DO CONSUMO RESIDENCIAL (KWH.MÊS-1) DO PDEE,

ATÉ O ANO DE 2015 CONSIDERANDO CENÁRIOS COM AUMENTO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA. (FONTE: MME, 2006B). ........................................................................................................... 43

FIGURA 3.9 – CONSUMO TOTAL DE ENERGIA ELÉTRICA DO PARQUE DE REFRIGERADORES E

FREEZERS NO BRASIL E O EFEITO DO SELO PROCEL NA ECONOMIA DE ENERGIA DESDE 1995 (FONTE: NOGUEIRA, 2007)....................................................................................................... 44

FIGURA 3.10 – ILUMINÂNCIA GLOBAL TEÓRICA (EM LUX) EM UM PLANO HORIZONTAL COM

DIFERENTES CARACTERÍSTICA DE CÉU DO SOFTWARE RADIANCE, PARA LISBOA DURANTE O

SOLSTÍCIO DE VERÃO (FONTE: BROTAS E WILSON, 2002). ...................................................... 50 FIGURA 4.1 – HELIÓGRAFO STOKES-CAMPBELL (A) E OS DIFERENTES MODELOS DA TIRA DE

CARTOLINA (B), UTILIZADO PARA OBSERVAR OS VALORES DE INSOLAÇÃO SOLAR DIÁRIA . (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR, A PARTIR DE FOTO DA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DO

IAG/USP E IMAGEM ADAPTADA DE INMET, 1999).................................................................. 55 FIGURA 4.2 – MÉDIA ANUAL DA INSOLAÇÃO SOLAR (EM HORAS) PARA O BRASIL. (FONTE: ANEEL,

2005B, COM INFORMAÇÕES DE TIBA ET AL, 2000). ................................................................. 56 FIGURA 4.3 – TEMPO DE UTILIZAÇÃO NA IP, MÉDIO OBSERVADO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO,

TEÓRICO ASTRONÔMICO E PELA RESOLUÇÃO DA ANEEL. (FONTE: ADAPTAÇÃO DE QUADROS, 2006A). .................................................................................................................................... 58

FIGURA 5.1 – VISÃO ESQUEMÁTICA DO MDC (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR, COM ADAPTAÇÃO

DE CARDOSO, 2008)................................................................................................................. 64 FIGURA 6.1 – CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA TOTAL ANUAL ESTIMADO PARA A ILUMINAÇÃO

RESIDENCIAL, CONSIDERANDO OS EFEITOS DE LATITUDE E CLIMA. (FONTE: ELABORAÇÃO DO

AUTOR). ................................................................................................................................... 79 FIGURA 6.2 – ECONOMIA TOTAL DE ENERGIA (CONSUMO EVITADO) ANUAL ESTIMADO NA

ILUMINAÇÃO RESIDENCIAL, DETERMINADO PELO MDC PARA EFEITO LATITUDE E CLIMA. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR). ......................................................................................... 80

FIGURA 6.3 – ECONOMIA DE ENERGIA (CONSUMO EVITADO) ANUAL ESTIMADO NA ILUMINAÇÃO

RESIDENCIAL, CONSIDERANDO O FATOR PROCEL E VALORES DETERMINADO PELA

ELETROBRÁS (ELETROBRÁS, 2006A) E MDC COM EFEITO LATITUDE E CLIMA. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)........................................................................................................ 80

FIGURA 6.4 – REDUÇÃO DE DEMANDA DE PONTA ANUAL ESTIMADO NA ILUMINAÇÃO RESIDENCIAL ,

CONSIDERANDO VALORES DETERMINADOS DA ELETROBRÁS (ELETROBRÁS, 2006A) E PELO

MDC, COM O FATOR PROCEL E TOTAL GERAL. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR). .............. 81 FIGURA 6.5 – ECONOMIA TOTAL DE ENERGIA ESPECÍFICA, MÉDIA DIÁRIA NO MÊS DEVIDO AO USO

DE LE, NOS CENÁRIOS REAL E POTENCIAL PARA EFEITO LATITUDE E CLIMA . (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)........................................................................................................ 82

FIGURA 6.6 – MAPA DO BRASIL, COM GRÁFICOS DE PRECIPITAÇÃO (BARRA AZUL) E DE INSOLAÇÃO

SOLAR (LINHA VERMELHA ) EM ALGUMAS CIDADE DO BRASIL. (FONTE: ELABORAÇÃO DO

AUTOR, A PARTIR DE INMET, 1992)........................................................................................ 83 FIGURA 6.7 – MAPA DO BRASIL COM A DENSIDADE DEMOGRÁFICA. (FONTE: UOL, 2008)............. 84

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xiii

FIGURA 6.8 – VALORES MÉDIO DIÁRIOS DE INSOLAÇÃO SOLAR PARA TRÊS MESORREGIÕES DO

BRASIL, CORRESPONDENTE A MÁXIMOS, MÍNIMOS E INTERMEDIÁRIO. (FONTE: ELABORAÇÃO

DO AUTOR). .............................................................................................................................. 86 FIGURA 6.9 – TEMPO DE UTILIZAÇÃO ESTIMADO PARA LÂMPADAS NAS TRÊS MESORREGIÕES DO

BRASIL, CORRESPONDENTE A MÁXIMOS, MÍNIMOS E INTERMEDIÁRIO DE INSOLAÇÃO SOLAR. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR). ......................................................................................... 86

FIGURA 6.10 – ECONOMIA DE ENERGIA ESPECÍFICO (WH/DIA/DOMICÍLIO) REAL ESTIMADO

CONSIDERANDO EFEITO CLIMA REFERENTE AS TRÊS MESORREGIÕES. (FONTE: ELABORAÇÃO

DO AUTOR). .............................................................................................................................. 87 FIGURA 6.11 – ECONOMIA DE ENERGIA ESPECÍFICO (WH/DIA/DOMICÍLIO) POTENCIAL ESTIMADO

CONSIDERANDO EFEITO CLIMA REFERENTE AS TRÊS MESORREGIÕES. (FONTE: ELABORAÇÃO

DO AUTOR). .............................................................................................................................. 88 FIGURA 6.12 – VALORES MÉDIO DIÁRIOS DE INSOLAÇÃO SOLAR PARA TRÊS MESORREGIÕES,

CORRESPONDENTE AO PADRÃO U, U INVERTIDO E INTERMEDIÁRIO. (FONTE: ELABORAÇÃO DO

AUTOR). ................................................................................................................................... 89 FIGURA 6.13 – TEMPO DE UTILIZAÇÃO ESTIMADO NO USO DE LÂMPADAS DAS TRÊS MESORREGIÕES,

CORRESPONDENTE AO PADRÃO U, U INVERTIDO E INTERMEDIÁRIO DE INSOLAÇÃO. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)........................................................................................................ 90

FIGURA 6.14 – DIFERENÇA ENTRE O DIA ASTRONÔMICO E A INSOLAÇÃO PARA AS TRÊS

MESORREGIÕES, CORRESPONDENTE AO PADRÃO U, U INVERTIDO E INTERMEDIÁRIO DE

INSOLAÇÃO SOLAR. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR). ......................................................... 91 FIGURA 6.15 – ECONOMIA DE ENERGIA ESPECÍFICO (WH/DIA/DOMICÍLIO) REAL ESTIMADO

CONSIDERANDO EFEITO CLIMA REFERENTE AS TRÊS MESORREGIÕES. (FONTE: ELABORAÇÃO

DO AUTOR). .............................................................................................................................. 92 FIGURA 6.16 – ECONOMIA DE ENERGIA ESPECÍFICO (WH/DIA/DOMICÍLIO) POTENCIAL ESTIMADO

CONSIDERANDO EFEITO CLIMA REFERENTE AS TRÊS MESORREGIÕES. (FONTE: ELABORAÇÃO

DO AUTOR). .............................................................................................................................. 93 FIGURA 6.17 – CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA TOTAL ESTIMADO PARA ILUMINAÇÃO PÚBLICA,

CONSIDERANDO VALORES DETERMINADO PELO PROCEL E PELO MDC COM OS EFEITOS

LATITUDE E CLIMA . (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR). ......................................................... 96 FIGURA 6.18 – REDUÇÃO DE DEMANDA DE PONTA TOTAL ANUAL ESTIMADO NA ILUMINAÇÃO

PÚBLICA, CONSIDERANDO AS AÇÕES DO SELO PROCEL, ESTIMADO PELA ELETROBRÁS, NOS

EFEITOS LATITUDE E CLIMA. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR E ELETROBRÁS, 2006A). ...... 97 FIGURA 6.19 – VALORES ABSOLUTOS DE TU DIÁRIOS MÁXIMOS E MÍNIMOS, CONSIDERANDO OS

EFEITOS LATITUDE E CLIMA INDIVIDUALMENTE . (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)............. 98 FIGURA 6.20 – VALORES ABSOLUTOS DE TU ANUAIS MÁXIMOS E MÍNIMOS, CONSIDERANDO OS

EFEITOS LATITUDE E CLIMA INDIVIDUALMENTE . (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)............. 98 FIGURA 6.21 – VALORES MÉDIO DIÁRIOS DE INSOLAÇÃO SOLAR PARA AS TRÊS MESORREGIÕES,

CORRESPONDENTE AOS MÁXIMOS, MÍNIMOS E INTERMEDIÁRIO PARA O RELUZ. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)...................................................................................................... 100

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FIGURA 6.22 – TEMPO DE UTILIZAÇÃO ESTIMADO PARA LÂMPADAS NAS TRÊS MESORREGIÕES DO

BRASIL, CORRESPONDENTE A MÁXIMOS, MÍNIMOS E INTERMEDIÁRIO DE INSOLAÇÃO SOLAR

PARA O RELUZ. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR). ............................................................. 101 FIGURA 6.23 – MÉDIA DA DIFERENÇA ENTRE O DIA ASTRONÔMICO E A INSOLAÇÃO PARA AS TRÊS

MESORREGIÕES, CORRESPONDENTE A MÁXIMOS, MÍNIMOS E INTERMEDIÁRIO PARA O RELUZ. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR). ....................................................................................... 102

FIGURA 6.24 – ECONOMIA DE ENERGIA ESPECÍFICO (WH/DIA/PONTO DE IP) REAL ESTIMADO

CONSIDERANDO EFEITO LATITUDE REFERENTE AS TRÊS MESORREGIÕES SELECIONADAS PARA

O RELUZ. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)........................................................................ 103 FIGURA 6.25 – ECONOMIA DE ENERGIA ESPECÍFICO (WH/DIA/PONTO DE IP) REAL ESTIMADO

CONSIDERANDO EFEITO CLIMA REFERENTE AS TRÊS MESORREGIÕES SELECIONADAS PARA O

RELUZ. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)........................................................................... 103 FIGURA 6.26 – VALORES MÉDIO DIÁRIOS DE INSOLAÇÃO PARA AS TRÊS MESORREGIÕES,

CORRESPONDENTE AO PADRÃO U, U INVERTIDO E INTERMEDIÁRIO PARA O RELUZ. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)...................................................................................................... 105

FIGURA 6.27 – TEMPO DE UTILIZAÇÃO ESTIMADO PARA LÂMPADAS PARA AS TRÊS MESORREGIÕES,

COM PADRÃO U, U INVERTIDO E INTERMEDIÁRIO PARA O RELUZ, CONSIDERANDO O EFEITO

CLIMA . (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)............................................................................ 105 FIGURA 6.28 – MÉDIA DA DIFERENÇA ENTRE O DIA ASTRONÔMICO E A INSOLAÇÃO PARA AS TRÊS

MESORREGIÕES, CORRESPONDENTE AO PADRÃO U, U INVERTIDO E INTERMEDIÁRIO PARA O

RELUZ. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)........................................................................... 106 FIGURA 6.29 – ECONOMIA DE ENERGIA ESPECÍFICO (WH/DIA/PONTO DE IP) REAL ESTIMADO

CONSIDERANDO EFEITO LATITUDE PARA AS TRÊS MESORREGIÕES, COMAO PADRÃO U, U

INVERTIDO E INTERMEDIÁRIO PARA O RELUZ. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR). ............. 107 FIGURA 6.30 – ECONOMIA DE ENERGIA ESPECÍFICO (WH/DIA/PONTO DE IP) REAL ESTIMADO

CONSIDERANDO EFEITO CLIMA PARA AS TRÊS MESORREGIÕES, COM PADRÃO U, U INVERTIDO

E INTERMEDIÁRIO PARA O RELUZ. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)................................. 107

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II. LISTA DE TABELAS

TABELA 2.1 – DETALHAMENTO DAS PRINCIPAIS GRANDEZAS FOTOMÉTRICAS E RADIOMÉTRICAS. (FONTE: ELABORADO PELO AUTOR, A PARTIR DE PEREIRA E SOUZA, 2000, COSTA, 2006 E

NOGUEIRA, 2007A). ................................................................................................................... 5 TABELA 2.2 – CRONOLOGIA SIMPLIFICADA DA EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DESENVOLVIDA PARA O

USO DE ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL. (FONTE: ADAPTADO DE COSTA, 2006)................................. 7 TABELA 2.3 – VARIAÇÃO DO PIB E DA OFERTA DE ENERGIA DE 1970 A 2005. (FONTE: ELABORAÇÃO

DO AUTOR, A PARTIR DE MME, 2006A)................................................................................... 13 TABELA 2.4 – VARIAÇÃO DA OFERTA DE ENERGIA, POR TIPO DE GERAÇÃO. (FONTE: ELABORAÇÃO

DO AUTOR, A PARTIR DE MME, 2006A)................................................................................... 17 TABELA 2.5 – VARIAÇÃO DA DEMANDA DE ENERGIA, POR SETOR. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR,

A PARTIR DE MME, 2006A). ....................................................................................................17 TABELA 3.1 ÍNDICES DE EFICIÊNCIA LUMINOSA MÍNIMA EXIGIDA NAS LFC E LFCIRC PARA O USO

DO SELO PROCEL, CLASSIFICAÇÃO A DO PBE. (FONTE: ELETROBRÁS, 2006B). ..................... 32 TABELA 3.2 – CARACTERÍSTICAS DE ALGUNS PROJETOS INTERNACIONAIS SEMELHANTES AO

PROCEL (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR, A PARTIR DE: BIRNER E MARTINOT, 2005 E TIBI E

RAMAHI , 2005). ....................................................................................................................... 32 TABELA 3.3 – CORRELAÇÕES ENTRE FAIXAS DE TEMPERATURA E AUMENTO NO CONSUMO DE

ENERGIA ELÉTRICA NO SETOR RESIDENCIAL (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR, A PARTIR DE

OLIVEIRA ET AL , 2000). ........................................................................................................... 46 TABELA 3.4 – VALORES DE ILUMINÂNCIA ESTABELECIDOS PARA O FUNCIONAMENTO DA IP. (FONTE:

ELABORAÇÃO DO AUTOR, A PARTIR DE MARTINS ET AL, 2004). .............................................47 TABELA 3.5 – ESPECIFICAÇÕES DE ILUMINÂNCIA POR TIPO DE ATIVIDADE DEFINIDA PELA NBR

5413 (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR, A PARTIR DE COSTA, 2006)...................................... 51 TABELA 4.1 – NÚMERO DE LÂMPADAS POR DOMICÍLIO SEPARADAS POR REGIÕES DO BRASIL NO

ANO DE 2005 (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR, A PARTIR DE ELETROBRÁS, 2007A E 2007B).................................................................................................................................................. 54

TABELA 4.2 – TEMPO DE UTILIZAÇÃO DA ESTAÇÃO CENTRO DO PROJETO DA LIGHT E CÁLCULO DO

FATOR ΒC PARA IP, MENSAL E MÉDIO ANUAL. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR, A PARTIR DE

QUADROS, 2007)...................................................................................................................... 59 TABELA 5.1 – DADOS UTILIZADOS COMO PARÂMETROS NOS CÁLCULOS DE EE E RDP NO MÉTODO

PROCEL/ELETROBRÁS (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR, A PARTIR DE ELETROBRÁS, 2006A).................................................................................................................................................. 62

TABELA 5.2 – TEMPO DE UTILIZAÇÃO NA IP, UTILIZADOS NOS CÁLCULOS DE EE NO MÉTODO

RELUZ/ELETROBRÁS (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR, A PARTIR DE ELETROBRÁS, 2006A).................................................................................................................................................. 63

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TABELA 5.3 – DADOS UTILIZADOS COMO PARÂMETROS NO MDC (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR).................................................................................................................................................. 66

TABELA 5.4 – FATOR DE SUSCEPTIBILIDADE (FATOR Α) E FATOR DE CORREÇÃO DO TU (FATOR Β)

DAS LÂMPADAS RESIDENCIAIS EM RELAÇÃO A VARIAÇÃO DE LATITUDE E CLIMA (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)........................................................................................................ 67

TABELA 5.5 – TEMPO DE UTILIZAÇÃO MÉDIO DE LÂMPADAS NO SETOR RESIDENCIAL, EM HORAS

POR ANO E HORAS POR DIA (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR, A PARTIR DAS REFERÊNCIAS

INDICADAS).............................................................................................................................. 68 TABELA 5.6 – TEMPO DE UTILIZAÇÃO CONSTANTE PARA LÂMPADAS RESIDENCIAIS ADOTADAS NO

MDC, USADOS NOS CÁLCULOS DE EE (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR). ............................ 69 TABELA 5.7 – OUTROS PARÂMETROS DO MDC NA IP (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR).............. 75 TABELA 5.8 – FATOR DE SUSCEPTIBILIDADE (FATOR Α) E FATOR DE CORREÇÃO DO TU (FATOR Β)

DAS LÂMPADAS NA ILUMINAÇÃO PÚBLICA EM RELAÇÃO A VARIAÇÃ O DE LATITUDE E CLIMA

(FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR). ......................................................................................... 75 TABELA 6.1 – CARACTERÍSTICAS DAS MESORREGIÕES CORRESPONDENTES A VALORES MÁXIMO ,

MÍNIMOS E UMA COM VALOR DE INSOLAÇÃO SOLAR INTERMEDIÁRIO. (FONTE: ELABORAÇÃO

DO AUTOR) ............................................................................................................................... 85 TABELA 6.2 – CARACTERÍSTICAS DAS MESORREGIÕES CORRESPONDENTES A VALORES PADRÃO

ANUAL EM U, U INVERTIDO E INTERMEDIÁRIO DO VALOR DE INSOLAÇÃO SOLAR. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)........................................................................................................ 89

TABELA 6.3 – RANKING DAS MESORREGIÕES COM AS MAIORES ECONOMIA DE ENERGIA REAL

ESTIMADA, CONSIDERANDO EFEITO CLIMA. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR) .................... 94 TABELA 6.4 – RANKING DAS MESORREGIÕES COM AS MAIORES ECONOMIA DE ENERGIA POTENCIAL

ESTIMADA, CONSIDERANDO EFEITO CLIMA. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR) .................... 94 TABELA 6.5 – CARACTERÍSTICAS DAS MESORREGIÕES CORRESPONDENTES A VALORES MÁXIMO ,

MÍNIMOS E INTERMEDIÁRIO DE INSOLAÇÃO PARA O RELUZ. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)................................................................................................................................................. 99

TABELA 6.6 – CARACTERÍSTICAS DAS MESORREGIÕES COM VALORES PADRÃO U, U INVERTIDO E

INTERMEDIÁRIO DE INSOLAÇÃO PARA OS DADOS DO RELUZ. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)............................................................................................................................................... 104

TABELA 6.7 – RANKING DAS MESORREGIÕES COM AS MAIORES ECONOMIA DE ENERGIA REAL

ESTIMADA, CONSIDERANDO EFEITO CLIMA PARA O RELUZ. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)............................................................................................................................................... 108

TABELA 6.8 – CORRELAÇÕES ENTRE A INSOLAÇÃO E A DIFERENÇA ENTRE O DIA ASTRONÔMICO E

DA INSOLAÇÃO (EFEITO CLIMA) DE ALGUMAS MESORREGIÕES ANALISADAS. (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)...................................................................................................... 113

TABELA 6.9 – TABELA GERAL COMPARATIVA ENTRE AS DIFERENTES CARACTERÍSTICAS DO

MÉTODOS PROCEL/ELETROBRÁS E DO MDC PARA O SETOR RESIDENCIAL (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)...................................................................................................... 116

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TABELA 6.10 – TABELA GERAL COMPARATIVA ENTRE AS DIFERENTES CARACTERÍSTICAS DO

MÉTODOS PROCEL/ELETROBRÁS E DO MDC PARA ILUMINAÇÃO PÚBLICA (FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR)...................................................................................................... 118

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III. LISTA DE SÍMBOLOS E VARIÁVEIS

α (alfa) Fator de susceptibilidade

ß (beta) Fator de correção do tempo de utilização

cd Candela

cd.m-2 Candela por metro quadrado

Td dia astronômico (dia claro)

US$ dólar americano (Estados Unidos)

GWh Giga Watt hora

GWh. ano-1 Giga Watt hora por ano

º graus

Hz hertz

h hora

h.dia-1 horas por dia

Lux iluminância

I insolação solar

kWh.ano-1 Kilo Watt hora por ano

kWh.mês-1 Kilo Watt hora por mês

lm lumens

lm.m-2 lumens por metro quadrado

lm.W -1 lumens por watt

MW Mega Watt

MWh. ano-1 Mega Watt hora por ano

M Metro

% porcentagem

kg quilo grama

R$ real

TWh Tera Watt hora

TWh.ano-1 Tera Watt hora por ano

V volts

Wh watt hora

Wh.dia-1.dom-1 watt hora por dia por domicílio

Wh.dia-1.ponto-1 watt hora por dia por ponto de iluminação pública

W watts

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IV. LISTA DE ABREVIATURAS

Abilux Associação Brasileira da Indústria de Iluminação

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

Abradee Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica

AIE Agência Internacional de Energia (em inglês: International Energy Agency)

Aneel Agência Nacional de Energia Elétrica

Ashrae American Society of Heating, Refrigeration and Air-Conditioning Engineers

BEN Balanço Energético Nacional

BEU Balanço de Energia Útil

CE Consumo de Energia

Censo Censo Demográfico ou Contagem Geral da População realizada pelo IBGE

CO2 Dióxido de Carbono

Conpet Programa Nacional da Racionalização do Uso de Derivados do Petróleo e do Gás Natural

DHN Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil

E Leste

EE Energia Economizada

Eletrobrás Centrais Elétricas Brasileiras S.A.

FCP Fator de Coincidência de Ponta

FP Fator Procel

GEE Gases de Efeito Estufa (em inglês: GHG - Greenhouse Gases)

GEF Global Environment Facility

GLD Gerenciamento pelo Lado da Demanda

IAG/USP Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosférica da Universidade de São Paulo

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Inmet Instituto Nacional de Meteorologia

Inmetro Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IP Iluminação Pública

IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change (em português: Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas)

LE Lâmpada Eficiente

LED Light Emitting Diode (em português: Diodo Emissor de Luz)

LF Lâmpada Fluorescente

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LFC Lâmpada Fluorescente Compacta

LFCirc Lâmpada Fluorescente Circular

LFT Lâmpada Fluorescente Tubular

LI Lâmpada Incandescente

M&V Medicação e verificação

MDC Método por Demanda Climática

MDIC Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior

MME Ministério das Minas e Energia

NBR Norma Brasileira

N Norte

nº número

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (em inglês: OECD - Organisation for Economic Co-operation and Development)

OIE Oferta Interna de Energia

OMM Organização Meteorológica Mundial (em inglês: WMO – World Meteorological Organization)

PBE Programa Brasileiro de Etiquetagem

PCH Pequena Central Hidrelétrica

PDEE Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica

PEE Programa de Eficiência Energética

P&D Pesquisa e Desenvolvimento

PIB Produto Interno Bruto

PIMVP Protocolo Internacional para Medição e Verificação de Performance (em inglês: IPMVP - International Performance Measurement and Verification Protocol)

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio

PNE Plano Nacional de Energia

POA Porto Alegre

PPE Potencial de Economia de Energia

Procel Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica

PUC-RJ Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

RDP Redução de Demanda de Ponta

ReLuz Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente

RMP Redução Média de Potencia

S Sul

SP São Paulo

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xxi

SW Sudoeste

TEP Toneladas Equivalentes de Petróleo

TU Tempo de Utilização

TUcte Tempo de Utilização Constante

TU ip Tempo de Utilização em Iluminação Pública

TUpad Tempo de Utilização Padrão

TUvar Tempo de Utilização Variável

TUL Tempo de Utilização – Efeito Latitude

TUC Tempo de Utilização – Efeito Clima

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

Unifei Universidade Federal de Itajubá

VM Lâmpada de Vapor Metálico

VSAP Lâmpada de Vapor de Sódio de Alta Pressão

WWF Worl Wide Fund for Nature (em português: Fundo Mundial para Natureza)

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CCAAPPÍÍ TTUULL OO 11:: II NNTTRROODDUUÇÇÃÃOO EE OOBBJJEETTII VVOOSS

1.1. INTRODUÇÃO

Para a sobrevivência e o desenvolvimento da humanidade, é indispensável a oferta

de energia, seja ela elétrica, térmica ou em suas mais diversas formas. Devido ao progresso

tecnológico, motivado pela necessidade constante do homem sempre evoluir e descobrir

maneiras diferentes de adaptação ao ambiente em que vive e no atendimento às suas

necessidades básicas, a demanda de energia se tornou cada vez maior. Logo, a potencial

escassez ou a redução de uma das formas de energia tende a ser compensada pelo

surgimento de outra.

No último século, após o uso em grande escala, a eletricidade se tornou uma das

formas mais práticas e convenientes de energia, sendo atualmente um recurso

indispensável e fundamental para o desenvolvimento socioeconômico das sociedades.

Entretanto, o aumento da demanda de energia, decorrente da evolução tecnológica e do

avanço no desenvolvimento humano é apontado como um dos fatores fundamentais no

processo das mudanças climáticas e ambientais descritas na literatura científica

(GOLDEMBERG E VILLANUEVA, 2003; STERN, 2006; ZWAAN E GERLAGH, 2006;

IPCC, 2007).

Ainda segundo Goldemberg e Villanueva (2003), o crescimento do consumo de

energia triplicou após a Revolução Industrial e artigos recentes mostram uma tendência de

crescimento da demanda energética em conseqüência da melhoria de qualidade de vida nos

países em desenvolvimento. Caso esta tendência de crescimento se mantenha, até 2020,

provavelmente o consumo de energia nos países desenvolvidos será ultrapassado pelo

consumo dos países em desenvolvimento, fato de grande preocupação, já que os recursos

naturais são limitados.

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Como agravante, o quarto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças

Climáticas – IPCC (IPCC, 2007) afirma, através de uma análise científica, que as

alterações climáticas estão ocorrendo em decorrência das atividades humanas, isto é, ações

antrópicas. O crescente consumo de combustíveis fósseis é destacado como um dos

principais fatores causadores dessas mudanças, devido à emissão de Gases de Efeito Estufa

– GEE no processo de queima desta forma de energia.

Com o aumento da demanda energética e a crescente preocupação das

conseqüências climáticas do uso de combustíveis fósseis, tem intensificado o

desenvolvimento de pesquisas e o uso de tecnologias alternativas de geração de energia,

com a respectiva redução do impacto ambiental (ZWAAN E GERLAGH, 2006). Em

complementação e não menos importante, a elevação dos custos destes mesmos

combustíveis fósseis também incentiva à adoção de Programas de Eficiência Energética –

PEE, através da mudança nos hábitos de consumo da população e da aplicação de novas

tecnologias, com equipamentos que consomem energia de forma mais racional e que são

menos poluentes e com (NOGUEIRA, 2007).

No Brasil, desde a década de 1970, já existem PEE com as ações de racionalização

da produção e do uso da energia. Como destaque, temos o Programa Nacional da

Racionalização do Uso de Derivados do Petróleo e do Gás Natural – Conpet e o Programa

Nacional de Conservação de Energia Elétrica – Procel. Estes programas nacionais foram

criados com o objetivo de promover o uso mais eficiente da energia em suas diversas

formas, bem como reduzir os custos de investimento do setor energético brasileiro e de

contribuir para a redução dos impactos ambientais indesejáveis resultantes do uso da

energia (ELETROBRÁS, 2006a; NOGUEIRA, 2007).

Especificamente na área de iluminação, onde o consumo esta em aproximadamente

17,7% da energia elétrica usada no País (MME, 2006a), o Procel estimula a substituição

constante para lâmpadas mais eficientes, através de dois sub-programas, que serão

abordados detalhadamente neste trabalho:

a) Selo Procel em lâmpadas fluorescentes – etiqueta de eficiência energética

(figura 3.2);

b) Procel ReLuz – Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente.

Através destes sub-programas, as lâmpadas menos eficientes (Lâmpadas

Incandescentes – LI, por exemplo), que correspondem a grande parte do consumo em

iluminação, estão reduzindo a sua participação no mercado ano após ano, em especial,

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porque as LI utilizam por volta de quatro vezes mais energia em relação às Lâmpadas

Eficientes – LE, que é uma grande desvantagem para o consumidor final (figura 2.1).

Anualmente, a Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás) realiza uma avaliação dos

impactos das ações do Procel, na substituição para as lâmpadas mais eficientes e a sua

respectiva redução no consumo de energia e redução na demanda de ponta, para o

determinado ano.

Entretanto, o grande desafio dos PEE, seja na área de iluminação (Selo Procel e

ReLuz) ou em outro setor, está em estabelecer uma metodologia para quantificar os ganhos

reais das ações de conservação de energia (JANNUZZI et al, 1997; SAMPAIO et al, 2002;

JANNUZZI, 2004). Atualmente, a confiabilidade dos resultados de algumas das variáveis

envolvidas é baixa, dadas as dificuldades de medição, ou até da inexistência de dados e

informações mais precisas.

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1.2. OBJETIVOS

O principal objetivo deste trabalho está em propor uma metodologia para

quantificar os ganhos dos programas nacionais de eficiência energética nos setores de

iluminação residencial (Selo Procel) e pública (Procel/ReLuz), através de uma base de

dados que integre informações sócio-econômicas (número de domicílios, consumo de

energia e parque de lâmpadas), geográficas (latitude e divisão por mesorregiões1) e

climatológicas (insolação solar), fornecidos por órgãos oficiais brasileiros (IBGE,

Eletrobrás e Inmet). A metodologia proposta, que utiliza o conceito de Gerenciamento pelo

Lado da Demanda – GLD2 e chamado de Método por Demanda Climática – MDC,

compreende correlações entre as diferentes características climáticas regionais e a demanda

de energia elétrica, devido ao uso de iluminação no setor residencial e de iluminação

pública – IP.

Como objetivo secundário, pretende-se estabelecer novas informações sobre as

mesorregiões brasileiras com maior potencial de racionalização energética, permitindo o

suporte necessário para o planejamento de programas e no desenvolvimento de ações mais

efetivas em eficiência energética.

1 Mesorregião: subdivisão dos Estados brasileiros, classificada e padronizada pelo IBGE, no qual existem similaridades sociais e econômicas; ou seja, é uma divisão intermediária entre Estado e Município. 2 GLD: é uma intervenção deliberada no mercado consumidor (causa da demanda), com o objetivo de promover alterações no perfil, hábito de consumo e na magnitude da curva de carga. (fonte: adaptado de Campos, 2004)

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CCAAPPÍÍ TTUULL OO 22:: FFUUNNDDAAMM EENNTTOOSS

Neste capítulo, abordaremos os principais aspectos da fundamentação teórica

relacionado ao uso eficiente de energia em sistemas de iluminação. Desde as evoluções

tecnológicas, da racionalização energética passando pelos métodos de medição e

verificação, serão apresentados os pontos relevantes e sua correlação com a história recente

do setor elétrico no Brasil.

Na última parte do capítulo, também será apresentada uma abordagem generalista

sobre os fundamentos das variáveis meteorológicas e das condições climatológicas

utilizados neste trabalho, com destaque para a insolação solar.

2.1. FOTOMETRIA E RADIOMETRIA

Para uma melhor compreensão de algumas definições apresentadas neste trabalho e

também utilizadas na avaliação de projetos de eficiência energética em iluminação, é

importante conhecer alguns conceitos sobre os campos da fotometria e da radiometria

(PEREIRA E SOUZA, 2000; COSTA, 2006; NOGUEIRA, 2007a), descritos na tabela 2.1.

Tabela 2.1 – Detalhamento das principais grandezas fotométricas e radiométricas. (fonte: elaborado pelo autor, a partir de Pereira e Souza, 2000, Costa, 2006 e Nogueira, 2007a).

Nome da grandeza Símbolo Unidade Características

Fluxo luminoso Ф lm Componente do fluxo radiante que gera uma resposta visual

Fluxo radiante - W Corresponde ao total de radiação óptica emitida pela fonte

Exitância luminosa M lm.m-2 É a densidade do fluxo luminoso emitida pela lâmpada em W e a potência elétrica consumida,

também em W

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Eficiência luminosa (em unidade)

η lm.W-1 (η = Ф/P) é a razão entre o fluxo luminoso produzido por uma fonte e a potência (P)

consumida

Eficiência luminosa (em porcentual)

- % É a relação entre a radiação luminosa emitida pela lâmpada em W e a potência elétrica

consumida, também em W

Intensidade luminosa ou candela

L cd (L = Ф/ω) é o fluxo luminoso emitido por uma fonte em uma certa direção, dividido pelo ângulo

sólido no qual está contido

Iluminância E lux (E = Ф/A) é o fluxo luminoso incidente em uma superfície dividida pela área (A) da mesma

Luminância

L

cd.m-2 (L = I/A) é a intensidade luminosa de uma fonte

ou superfície iluminada por unidade de área aparente em uma dada direção

A iluminação, está relacionada à fotometria, já que a radiometria mede as potências

radiantes totais e as quantidades dela derivada, enquanto a fotometria mede a parte da

potência radiante percebida pelo olho humano como luz visível, pois neste caso, os

serviços prestados pelos sistemas de iluminação se referem à parcela útil ou luminosa

emitida pelas lâmpadas.

2.2. EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA EM SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO

As inovações tecnológicas e produtos com maior eficiência energética promovem

benefícios diretos no setor energético e também para outras áreas da sociedade. Por

exemplo, quando se estimula o aperfeiçoamento tecnológico com o objetivo de reduzir o

consumo de energia em um sistema de iluminação pública – IP, pode-se obter, como

conseqüência, menores gastos com a operação da infra-estrutura e da respectiva mão-de-

obra para a manutenção.

Do ponto de vista histórico, o processo de evolução tecnológica em sistemas de

iluminação pode ser observados na tabela 2.2, a seguir:

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Tabela 2.2 – Cronologia simplificada da evolução tecnológica desenvolvida para o uso de iluminação artificial. (fonte: adaptado de Costa, 2006).

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Apesar do avanço da tecnologia, atualmente no Brasil, as lâmpadas incandescentes

– LI ainda são as mais comuns no mercado (LEONELLI et al, 1997; NOGUEIRA et al

2007a), mesmo com a vida útil relativamente mais curta em comparação a outros modelos,

o seu custo inicial é mais baixo. Como princípio de funcionamento, a luz da LI é produzida

a partir da elevação da temperatura de um filamento metálico, geralmente de tungstênio.

Como vantagens, a LI tem o seu tamanho reduzido, possui funcionamento imediato e a não

tem a necessidade de uso de outros aparelhos auxiliares para a operação. Entretanto, a

eficiência luminosa da LI é baixa (figura 2.1), pois no seu funcionamento existe uma

elevada dissipação de calor, que provoca perda de energia. Basicamente na arquitetura, são

empregadas LI de três modelos diferentes: incandescente comum, refletora (espelhada) e

halógena (LAMBERTS et al 1992).

Na figura 2.1, está representada a faixa de eficiência luminosa dos diferentes tipos

de lâmpadas existentes no mercado.

0

25

50

75

100

125

150

175

200

225

LI

HalogenasMista

Mercúrio

LF comum

LFC/ LFCirc

Metálica

LF eficienteSódio

LED**

Eficiênica luminosa (lm/W)

Figura 2.1 – Eficiência luminosa dos diferentes tipos de lâmpadas existentes no mercado brasileiro. ** valores para LED são estimados teoricamente. (fonte: elaboração do autor,

a partir de Nogueira et al, 2007a)

Com o desenvolvimento de novas tecnologias, foi possível criar as lâmpadas

fluorescentes – LF, com destaque para as lâmpadas fluorescentes compactas – LFC e

lâmpadas fluorescentes circulares – LFCirc, que possuem vapor de mercúrio em baixa

pressão e um com reator compacto, que permite a luminosidade. A luz das LE é

proporcionada pela descarga inicial do gás, que através da pulsação de corrente é ionizado

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e provoca uma luminância. Por ter uma operação distinta da LI, a vida útil das LF pode

variar entre 3.000 – 8.000 horas, enquanto as LI têm a vida útil em torno de 1.000 horas,

dependendo do hábito de uso e aplicação (LAMBERTS et al, 1992; JANNUZZI E

SANTOS, 1996; KAZAKEVICIUS et al, 1999; BIRNER E MARTINOT, 2005; MAHLIA,

2005; ELETROBRÁS, 2006a).

Resumidamente, as lâmpadas, que são dispositivos elétricos capazes de transformar

energia elétrica em energia luminosa, são agrupadas em três tipos principais:

� Lâmpadas incandescentes;

� Lâmpadas de descarga;

� Lâmpadas de LED (Light Emitting Diode).

As lâmpadas de descarga, entre as quais temos as LF, necessitam de menores

potências para produzir o mesmo resultado visual do que as LI. A eficiência luminosa das

LF é cerca de quatro vezes maior que LI.

A evolução tecnológica para iluminação já apresentou importantes avanços, desde

transição da iluminação a combustível até a iluminação elétrica e posteriormente, das LI

para as lâmpadas de descarga. Atualmente, o LED, que possui o princípio de

funcionamento bastante distinto, sugere que a evolução tecnologia é contínua, em especial

nos seguintes parâmetros: eficiência, vida útil, qualidade da luz e facilidade de

direcionamento do foco luminoso.

Naturalmente, regulação e legislação para os sistemas de iluminação deverão

acompanhar a evolução tecnológica de forma a estimular o uso das tecnologias de mais

alto nível e com o compromisso com a qualidade global do sistema. Entretanto, vale

lembrar que para a seleção da tecnologia que será utilizada para fornecimento da

iluminação (fluxo luminoso) devem ser observados alguns aspectos. Os principais são: a

qualidade da luz, a vida mediana, a eficiência das lâmpadas e os custos envolvidos. Cada

um desses aspectos deverá estar adequado às condições do local a ser iluminado.

Com o desenvolvimento tecnológico das LFC e LFCirc foi possível alcançar

resultados cada vez melhores para a eficiência luminosa. Como benefício indireto, também

é possível obter um produto que não gere distorções para a rede de distribuição de energia,

como harmônicos de corrente elétrica (RESENDE et al, 2005). Como conseqüência, as

inovações tecnológicas tendem também a trazer benefícios para o meio ambiente, como o

desenvolvimento novos processo para reciclagem de LFC, LFCirc e lâmpadas

fluorescentes tubulares – LFT.

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O uso das LI nos sistemas de IP, número bem reduzido, já se tornou obsoleta em

função dos elevados custos de manutenção e baixa eficiência luminosa em relação a outros

modelos de lâmpadas, como exemplo, as lâmpadas de Vapor Metálico – VM e de Vapor de

Sódio de Alta Pressão – VSAP. Neste caso, as VM chegam a durar 10 vezes mais do que

as incandescentes e as VSAP até 30 vezes mais, o que representa índices de queima

menores, com uma menor taxa de intervenção para manutenção. Vale ressaltar que, para as

localidades que não dispõem de equipes de pronto atendimento para manutenção, os custos

de cada intervenção podem ser significativos (FRÓES DA SILVA, 2006).

Portanto, com a aplicação das novas tecnologias na IP, além das necessidades da

sociedade serem atendidas com considerável redução da potência instalada, existe uma

série de benefícios indiretos por ponto substituído ou expandido. Na visão das

concessionárias de energia elétrica, esta energia economizada, resultante da aplicação das

novas tecnologias na IP, poderá ser disponibilizada para outros segmentos, onde as tarifas

de energia cobrada são mais atrativas devido às características comerciais (LOPES, 2002).

2.3. RACIONALIZAÇÃO DO USO DE ENERGIA EM SISTEMAS D E

ILUMINAÇÃO

Um sistema de iluminação é composto basicamente por lâmpadas, reatores e

luminárias. Um bom projeto de eficiência energética em iluminação deve ter um estudo

detalhado das características do local, para que se possa utilizar o melhor sistema de

iluminação para permitir a maior eficiência energética e economia para o consumidor.

A escolha do sistema de iluminação eficiente a ser utilizado em um determinado

local depende do tipo de ambiente, reprodução de cores, conservação de energia e custo

envolvidos. Por exemplo, os ambientes mais claros (paredes e tetos brancos) necessitam de

uma quantidade de iluminação menor que os ambientes mais escuros, pois as cores mais

claras refletem mais luminosidade. Atualmente, as lâmpadas mais eficientes possuem os

custos financeiros iniciais maiores, no entanto, apresentam uma menor potência e maior

tempo de vida útil.

Um bom projeto de iluminação eficiente tem como características principais

(MANICCIA, 1997; CHRISTOFFERSEN et al, 1998; NOGUEIRA et al 2007a):

� Aproveitar ao máximo da iluminação natural;

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� Apresentar um bom sistema de controle de consumo (interruptores, sensores

de presença etc);

� Empregar cores claras nos tetos e paredes;

� Fazer a limpeza adequada e periódica nas lâmpadas e luminárias

� Utilizar lâmpadas mais eficientes.

2.4. MEDIÇÃO E VERIFICAÇÃO

Realizar uma avaliação quantitativa e verificar os resultados de um Programa de

Eficiência Energética – PEE é fundamental para justificar os investimentos e ações iniciais

necessárias para sua execução. A grande dificuldade está em estimar o consumo de energia

evitado e sua respectiva potência economizada. Com o objetivo de consolidar uma

metodologia internacional de Medição e Verificação – M&V dos resultados dos PEE, foi

desenvolvido o Protocolo Internacional de Medição e Verificação de Performance –

PIMVP.

A Agência Internacional de Energia (AIE), com estudos de casos na Bélgica,

Canadá, Coréia do Sul, Dinamarca, França, Holanda, Itália e Suécia, propôs o PIMVP

dentro do Programa de Avaliação das Medidas para a Eficiência Energética e Gerência da

Demanda da AIE, sendo mantido com o patrocínio do Departamento de Energia dos

Estados Unidos. Como ponto principal, o PIMVP recomenda a comparação das curvas de

carga antes e após a adoção das medidas de racionalização energética, através da curva de

referência ou linha de base (base-line), com as curvas de carga após o programa de

eficiência (MILANEZ et al, 2001).

Conforme apresentado em Milanez et al (2001), o PIMVP é aplicável como base

para determinar a economia de energia na implementação de um PEE e também pode ser

aplicado no monitoramento do desempenho de sistemas de energia. É basicamente uma

estrutura de definições e métodos para avaliar a economia de energia e foi desenvolvido

para permitir aos usuários criar um plano de M&V para determinado projeto de eficiência

energética.

A economia de energia ou chamada também de consumo evitado da energia, é

determinada pela comparação dos usos observados de energia antes e após a

implementação de um programa, dada pela equação 2.1 (MILANEZ et al, 2001).

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oajustamentCECEEE PEELB ±−= (2.1)

onde:

EE = economia de energia (ou consumo evitado de energia);

CE = consumo de energia na linha de base (LB) e após o programa de eficiência

energética (PEE).

Ajustamento = termo da equação para condições que afetam o uso de energia das

diferentes condições de consumo, como por exemplo, fatores

climáticos, tempo de utilização variável, operações dos

equipamentos etc. Dependendo das condições, pode ser positivo ou

negativo.

Apenas como exemplo do potencial de economia de energia através de projetos de

eficiência energética, Milanez et al (2001), destaca que se todos os investimentos feitos nos

programas de racionalização energética fossem implementados nos edifícios públicos e

comerciais dos Estados Unidos, os custos financeiros iniciais seriam multiplicados por três,

mas dentro de uma década resultariam em uma economia de US$ 20 bilhões por ano com a

redução no consumo de energia e também de água. Neste exemplo, ainda é destacado que

poderiam ser criados cerca de 100.000 empregos permanentes e que diminuiria

significativamente a poluição relacionada ao consumo de energia. Destaca ainda que, para

os países em desenvolvimento, que possuem um rápido crescimento econômico e com o

respectivo aumento da demanda de energia, PEE possibilitam controlar os altos custos para

construção de novas usinas elétricas, limitando também custos relativos com a importação

de energia e os danos decorrentes à saúde e meio-ambiente devido à queima de

combustíveis fósseis.

2.5. O SETOR ELÉTRICO NO BRASIL

2.5.1. Desenvolvimento econômico

Segundo dados do Ministério das Minas e Energia (MME, 2006a; MME, 2006b),

durante o período de 1970 a 2005, o Produto Interno Bruto – PIB brasileiro cresceu a uma

taxa média de 2,5% a.a., onde a Oferta Interna de Energia – OIE cresceu 226,9% para o

mesmo período, ou seja, cerca de 2,8% a.a..

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Goldemberg e Lucon (2007) destacam que após o forte crescimento da economia

nacional ocorrida na década de 1970, houve uma desaceleração nos índices do PIB, da

produção de energia primária e do consumo de energia elétrica. Entretanto, no período de

1970-2005, o aumento da produção de energia primária no Brasil tem acompanhado de

perto o crescimento do PIB, mas o consumo de eletricidade tem aumentado mais

rapidamente, em razão da expansão da rede elétrica no Brasil e da instalação de indústrias

com grande consumo de eletricidade.

Na tabela 2.3, é apresentado um resumo da evolução do PIB, da OIE e alguns

eventos relevantes que influenciaram a economia brasileira de 1970 a 2005. Em

complementação, a figura 2.2 apresenta a evolução para o mesmo período de 35 anos, da

OIE em toneladas equivalente de petróleo – TEP.

Tabela 2.3 – Variação do PIB e da oferta de energia de 1970 a 2005. (fonte: elaboração do autor, a partir de MME, 2006a).

Período % PIB (média a.a.)

% OIE (média a.a.)

Eventos relevantes

1970 – 1980 8,6 n.d. Desenvolvimento da industria de base

1985 – 1993 1,8 1,7 Recessão econômica

1993 – 1997 3,9 4,8 Estabilização e expansão econômica

1997 – 2005

2,0

2,4

- Desvalorização cambial e baixo desempenho da industria

- Problema no abastecimento de eletricidade (“apagão”)

- Crescimento da produção e exportação

Observação: n.d. = não disponível

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Figura 2.2 – Oferta interna de energia, de 1970 a 2005 em Tep. (fonte: MME, 2006a).

Vale destacar que, a partir de 1980, com a recessão da economia brasileira, as taxas

de crescimentos reduziram significativamente. Até o ano de 1985, foi marcado por dois

eventos significantes para a economia:

i) expansão da indústria com grande consumo de energia (aço, alumínio e

ferroligas), de forma de aproveitar o excesso de capacidade instalada de

geração elétrica e de amenizar o déficit comercial;

ii) ações para redução do consumo de derivados de petróleo, através do

Conpet.

Com a redução dos preços internacionais do petróleo, a partir de 1985, as grandes

vantagens competitivas das fontes renováveis de energia no Brasil perderam sua

competitividade, enquanto houve um crescimento parcial dos derivados de petróleo (MME,

2006a).

Em 2000, após a desvalorização do Real ocorrida em 1999, a economia demonstrou

sinais de recuperação com o crescimento do PIB de 4,4%. Entretanto, o consumo de

energia cresceu apenas 0,7%, devido do fraco desempenho de setores industriais. No ano

seguinte, é estabelecida a crise de abastecimento de eletricidade, também chamado de

“apagão elétrico de 2001” (SAUER et al, 2001). Em razão desta crise, o PIB cresceu 1,4%

e a OIE apresentou desempenho de 1,7%.

Segundo Geller et al (2004), a oferta de energia no Brasil cresceu 250% no período

de 1975 a 2000, onde houve um grande estímulo para a expansão do setor energético, com

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a objetivo de reduzir a dependência externa, principalmente em relação ao petróleo e seu

derivados.

Em relação ao consumo final de energia elétrica, em termos percentuais (figura 2.3)

é possível verificar as variações e a evolução da participação dos três setores (residencial,

comercial/ público e industrial), em relação ao total de energia elétrica no Brasil.

Predominantemente, ao longo dos 35 anos, o setor industrial sempre teve uma participação

alta, mas ocorreu uma pequena redução de 1970 a 2005, devido ao processo de

urbanização das cidades brasileiras.

0

10

20

30

40

50

60

70

1970 1980 1990 2000 2004 2005

Consumo (%)

Residencial Comercial/Público Industrial

Figura 2.3 – Consumo final de energia elétrica (em %) e evolução da participação por

setor. (fonte: elaboração do autor, a partir de MME, 2006a).

2.5.2. A crise energética de 2001

O episódio que marcou a história recente do setor energético no Brasil e que ficou

conhecido como “apagão elétrico de 2001” (SAUER et al, 2001), criou uma ruptura de

paradigma no conceito de eficiência energética, principalmente no setor residencial.

Na época do “apagão”, o uso racional de energia foi o principal ponto de destaque

para o controle da demanda de eletricidade. Os resultados obtidos de economia de energia

foram uma demonstração clara do potencial existente e do impacto de medidas educativas

para a população no sentido de melhorar os hábitos de consumo e aplicar novas tecnologias.

O “apagão” teve um fundamental papel pedagógico e muitos consumidores,

principalmente no setor residencial, mudaram seu hábito de consumo, substituindo para

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equipamentos mais eficientes, como LFC e LFCirc, por exemplo. Naturalmente, este setor

foi o que mais contribuiu para o sucesso na economia de energia imposta pelo Governo

Federal, através de um racionamento de 20% abaixo do patamar médio de 1 ano de

consumo (SAUER et al, 2001; MME, 2006a). O consumo de energia residencial no Brasil

apresentou como média nos cinco primeiros meses do ano de 2001, um valor de 7.275

GWh e teve redução no segundo semestre para 5.221 GWh, uma queda de 28,2% (MME,

2006a e 2005).

Já a economia de energia no País durante o “apagão” ficou em 46.794 GWh, ou

seja, uma redução de 23,8% em relação a patamares pré-crise. Importante ressaltar que,

esta redução e mudança de hábito de consumo de energia elétrica não ficou restrita ao

período da crise do “apagão” de 2001, sendo percebida, porém em menor intensidade até

meados de 2003 (figura 2.4).

Figura 2.4 – Evolução do consumo final de energia elétrica no Brasil de 1970-2005,

divididas por setores (fonte: MME, 2006a).

2.5.3. Oferta e demanda de energia em 2005

Neste trabalho utilizaremos 2005 como ano-base de comparações, portanto será

dado um destaque quanto a oferta e demanda de energia para este ano.

Segundo o BEN (MME, 2006a), para o ano de 2005, a geração de energia elétrica

no Brasil, atingiu 402,9 TWh (centrais de serviço público e de autoprodutoras), resultando

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em 4,0% superior ao de 2004 (tabela 2.4) e o consumo final de eletricidade atingiu 375,2

TWh em 2005, valor 4,2% superior ao de 2004 (tabela 2.5).

Tabela 2.4 – Variação da oferta de energia, por tipo de geração. (fonte: elaboração do autor, a partir de MME, 2006a).

Tipo de geração Oferta (TWh) Variação em relação 2004 (%)

Hidráulica pública 325,1 5,3

Térmica pública 38,2 - 6,7

Autoprodutores 39,8 4,9

Tabela 2.5 – Variação da demanda de energia, por setor. (fonte: elaboração do autor, a partir de MME, 2006a).

Consumo final de energia (setor) Demanda (TWh) Variação em relação 2004 (%)

Industrial 175,4 1,9

Residencial 83,2 5,8

Comercial 53,5 6,8

2.6. ESTAÇÕES DO ANO E A CLIMATOLOGIA

2.6.1. Condições meteorológicas e climatológicas

Para as condições meteorológicas, considera-se o estado da atmosfera em um

determinado período e local. O tempo, do ponto de vista meteorológico, está sempre

mudando e consiste da composição de elementos tais como:

� temperatura do ar;

� pressão do ar;

� umidade;

� nebulosidade;

� precipitação;

� visibilidade;

� vento.

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As condições atmosféricas são determinadas através de diversos fatores, sejam

locais, regionais ou mesmo globais. Desde fenômenos planetários, como El-Niño3 até

efeitos mais locais, como brisa marítima ou circulação vale-montanha, existe uma forte

interação de todas os elementos atmosféricos.

Se as condições atmosféricas são medidas e observadas durante um período

específico, como, por exemplo, 30 anos, serão obtidas as “condições meteorológicas

médias” ou a chamada “climatologia” de uma determinada região. O clima, portanto,

representa o acúmulo dos eventos meteorológicos diários ou sazonais ao longo de período

de tempo. O conceito de clima também é muito mais abrangente, pois inclui eventos

extremos de fenômenos meteorológicos, como ondas de calor do verão e de frio do inverno,

que ocorrem em uma determinada região. A freqüência destes eventos é que estabelece a

distinção entre os climas que tem condições médias similares.

No planeta Terra, existem diversas classificações climáticas. Os fatores que

produzem esta diversificação são os mesmo que produzem as condições meteorológicas

diárias, somadas as influências de características de uma determinada região. Portanto,

podemos listar alguns fatores adicionais que podem ser chamados de controles climáticos:

� insolação solar;

� distribuição de terra e água;

� correntes oceânicas;

� ventos dominantes;

� posição de áreas de alta e baixa pressão atmosféricas;

� barreiras orográficas;

� altitude.

Das variáveis citadas acima, a insolação solar ou a disponibilidade de brilho solar é

a que mais interessa neste trabalho. Como definição, a insolação solar é o número de horas

de duração do brilho do Sol ou da incidência da luz direta do Sol na superfície terrestre

(INMET, 1999; DHN, 2003; ANEEL, 2005b). Vale destacar que, a insolação solar, tem

uma forte dependência da latitude local, da nebulosidade e do dia do ano, devido a posição

do Sol ao longo da esfera celeste e das variações nas estações do ano (primavera, verão

outono e inverno).

3 El-Niño: fenômeno de aquecimento das águas do Oceano Pacífico que dependendo da intensidade pode influenciar as condições atmosféricas planetárias (fonte: Silva, 2000).

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Basicamente, as estações do ano são reguladas pela quantidade de energia solar

recebida à superfície da Terra. Esta quantidade de energia é determinada principalmente

pelo ângulo em que a luz solar atinge a superfície e por quanto tempo o Sol brilha numa

latitude (insolação ou hora do brilho solar). Ambos fatores dependem da posição da Terra

em relação ao Sol, seja com uma variação diária ou anual.

A Terra completa uma volta ao redor do Sol numa trajetória elíptica em

aproximadamente 365 dias ou um ano, chamado de Translação4 da Terra (figura 2.5). À

medida que a Terra órbita ao redor do Sol, ela gira em torno de seu eixo, completando uma

volta em 24 horas ou um dia. Portanto, a variação de energia solar que chega a superfície

da Terra, tem uma variação diária (entre o nascer e pôr do Sol) e anual, que é devido à

inclinação do eixo de Rotação5 da Terra em relação à Plano da Eclíptica6 , em

aproximadamente de 23° 27’ (ou 23,45º).

4 Translação: movimento orbital da Terra em torno do Sol, cuja a duração é de 365,25 dias e que descreve uma elipse alongada da direção oeste para leste (fonte: adaptação de Roditi, 2005) 5 Rotação: movimento que a Terra executa em torno do eixo dos pólos, de oeste para leste, com duração de 23 horas e 56 minutos e que dá origem ao dia e à noite (fonte: Roditi, 2005) 6 Eclíptica: plano imaginário em que a Terra descreve o movimento de translação.

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20

(a)

(b)

Figura 2.5 – Representação da inclinação do eixo de rotação da Terra (a) e do movimento em torno do Sol (translação), com as respectivas Estações do Ano devido a esta inclinação

(b). (fonte: [a] – Varejão-Silva, 2005; [b] – Aneel, 2005b).

Na figura 2.6, vemos a incidência dos raios solares diferentes devido a inclinação

do eixo da Terra. Já na figura 2.7, temos a variação de insolação solar em função da

latitude (equador até latitude 90ºN) no dia 21 de Junho para o Hemisfério Norte, onde

podemos destacar que o pico é em aproximadamente 30º, já que no Equador e nos Pólos

existem reduções devido a nebulosidade e a pouco incidência devido inclinação do eixo da

Terra.

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Figura 2.6 – Incidência dos raios solares no solstício de verão (Hemisfério

Norte). (fonte: adaptado de Ahrens, 1994).

Figura 2.7 – Variação da insolação solar devido a diferença de latitude durante o solstício de verão (Hemisfério Norte), no topo de atmosfera (limite) e na superfície.

(fonte: adaptado de Ahrens, 1994).

Portanto, devido à inclinação do eixo de rotação e do movimento de translação ao

longo do ano, ocorre:

� as estações climáticas do ano (primavera, verão, outono e inverno);

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� variação na duração do dia claro astronômico (intervalo entre o nascer e pôr

do Sol);

� respectivas variações de insolação solar, em função das estações climáticas

e da duração do dia claro.

Logo, a duração do dia astronômico ou dia claro (período entre o nascer e o pôr do

Sol) tem uma variação entre máximos e mínimos durante os Solstícios (verão e inverno) e

valores iguais a duração da noite, durante os Equinócios (primavera e outono). Através da

equação 2.2 é possível determinar a declinação em graus da Terra, para um determinado

dia do ano. Pela equação 2.3, podemos calcular a duração do dia astronômico de um

determinado local de latitude ‘Ф’, dado o dia do ano (VIANELLO E ALVES, 1999;

VAREJÃO-SILVA, 2005).

)365

)284.(360(.45,23

nsen

+=δ (2.2)

).cos(.15

2 δφ tgtgarTd −= (2.3)

onde:

δ = declinação solar ao longo do ano (graus);

23,45 =valor em décimos de grau da inclinação do eixo de rotação da Terra em

relação ao Plano da Eclíptica (ou 23º 27´)

Td = duração do dia claro astronômico (horas de dia claro, entre nascer e pôr

do Sol);

n = dia Juliano do ano;

Ф = latitude da localização (graus).

Utilizando as equações 2.2 e 2.3, por exemplo, para Porto Alegre, capital brasileira

mais meridional (aproximadamente 30ºS), a duração do dia astronômico (entre o nascer e

pôr do Sol) varia de 10 horas e 13 minutos, em 21 de junho a 13 horas e 47 minutos, em 22

de dezembro (ANEEL, 2005b). Na figura 2.8, temos uma ilustração esquemática que

demonstra a variação da posição do nascer e pôr do Sol durante o verão e inverno para

latitude média (45ºS), onde podemos observar a diferença do dia astronômico, sendo mais

longo no verão e mais curto no inverno.

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Figura 2.8 – Variação da posição do Sol observada em latitude média (45ºS),

durante o verão e inverno. (fonte: adaptado de Ahrens, 1994).

2.6.2. O uso da insolação solar

Neste trabalho, optou-se por trabalhar com dados de observações solares de

estações meteorológicas de superfície, isto é, com uma série climatológica oficial

proveniente do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Existem outras formas de

trabalhar com informações de radiação solar, que são a partir de estimativas por de

imagens de satélites, correlações numéricas ou equações empíricas, como é o caso do

“Atlas de Irradiação Solar no Brasil” (COLLE E PEREIRA, 1998; MARTINS et al, 2007).

Embora os dados observados de irradiação solar sejam obtidos através de

radiômetros7 que apresentam na grande maioria das vezes, níveis de confiabilidade

superiores àqueles que podem ser obtidos através de modelos radiativos ou empíricos

(GUARNIERI et al, 2006 e MARTINS et al, 2007), estes valores não podem ser aplicados

para os resultados baseados em interpolações, devido a falta de observações com este

equipamento no Brasil (poucas estações com radiômetros).

Outra alternativa é o uso de modelos baseados na equação de transferência radiativa,

que não possuem restrições de aplicabilidade, mas necessitam de informações das

condições atmosféricas para simular os processos radiativos que atenuam o fluxo de

radiação. Já os modelos que adotam relações empíricas, apresentam restrições, pois são

7 Radiômetro: instrumento capaz de medir a quantidade de energia (W.m-2) da radiação solar direta e difusa através de um elemento sensível (sensor) instalado na parte superior do equipamento (fonte: Inmet, 1999).

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aplicados para uma determinada região no qual foram desenvolvidas essas relações.

Portanto, a grande dificuldade em trabalhar com a radiação solar, está em conseguir dados

observados em todas as regiões do País e a falta de disponibilidade para séries muito

longas (vários anos de observação).

Portanto, o Heliógrafo, por ser um instrumento de fácil operação, custos iniciais e

operacionais reduzidos, disponibilidade de dados climáticos para vários pontos no Brasil e

com o seu instrumental bastante difundido a vários anos, este equipamento se apresenta

como a melhor alternativa para obter valores que indicam as variações luminosidade de

uma determinada localização e suas respectivas correlações entre insolação solar e a

demanda de energia devido ao uso de iluminação.

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CCAAPPÍÍ TTUULL OO 33:: RREEVVII SSÃÃOO BBII BBLL II OOGGRRÁÁFFII CCAA

Neste capítulo, abordaremos uma extensa revisão dos principais artigos e trabalhos

nacionais e internacionais correlacionados com o uso eficiente de energia. É dado um

destaque para a visão histórica do desenvolvimento da racionalização energética no Brasil,

com a criação dos programas Procel e ReLuz e os respectivos aspectos na legislação

nacional correlacionados.

Apresentaremos também uma revisão de trabalhos de estabelecem relações entre as

condições climáticas e o consumo de energia, com uma breve discussão de perspectivas

futuras e o uso de iluminação natural e artificial.

3.1. ENERGIA E DESENVOLVIMENTO

Para assegurar o desenvolvimento econômico, é necessário para o Brasil ampliar a

disponibilidade de energia e assim ter meios de melhorar as condições de vida da

população. Conforme apresentado em Goldemberg e Moreira (2005), além de atender o

crescimento natural da população, é preciso, pelo menos, dobrar o consumo per capita para

de fato trazer uma melhor qualidade de vida aos brasileiros.

Já para garantir a segurança no abastecimento de energia, é importante diversificar

a matriz energética, isto é, ter o fornecimento de energia de diversas fontes independentes

(hidráulica, térmica, eólica etc). Entretanto, do ponto de vista econômico, é preciso

escolher as melhores opções para o Brasil, muitas vezes determinadas pela abundância

natural das fontes que são mais comuns no nosso território, como por exemplo, a

disponibilidade hídrica e respectivamente o uso de Usinas Hidroelétricas (GELLER, 2003).

Do ponto de vista da grande escala no setor energético, não somente para energia

elétrica, mas a busca pela auto-suficiência no setor de petróleo também sempre foi uma das

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metas políticas para os diferentes governos brasileiros, pois é baseada na necessidade de

reduzir gastos financeiros com importação dos seus derivados, como óleo diesel e gás

natural, mais recentemente. A partir dos anos 1990, o problema da importação perdeu

importância devido ao aumento da produção interna de petróleo e com a auto-suficiência

nominal alcançada em 2006 (GOLDEMBERG E LUCON, 2007), o País poderia liberar

recursos, antes focados em petróleo, para outros fins economicamente mais interessantes e

que podem gerar produtos e serviços para exportação, como o etanol e fontes alternativas

de energia (GOLDEMBERG E MOREIRA, 2005).

Nas sociedades mais avançadas, o uso de novas fontes de energia e de tecnologias

modernas levou a mudanças qualitativas na vida humana, proporcionando o aumento da

produtividade econômica e do bem-estar da população. Para o consumidor final, o que

realmente é relevante é o conforto devido aos serviços energéticos e o seu respectivo custo

de fornecimento. Entretanto, a disponibilidade de energia não é a única condição para o

crescimento econômico, mas neste sentido é necessário a implementação de políticas

energéticas específicas que estimulem o crescimento, como também o respectivo uso

eficiente (GELLER, 2003; GOLDEMBERG E VILLANUEVA, 2003).

A importância da energia para a sociedade, depende necessariamente do estágio e

do modelo de desenvolvimento em que ela está inserida. Ainda segundo Goldemberg e

Moreira (2005), o papel determinante da energia tende a ser mais importante em países em

desenvolvimento, onde a infra-estrutura e diversos setores da economia estão em formação.

Já nas etapas mais avançadas do desenvolvimento, o consumo de energia aumenta abaixo

do crescimento do PIB porque as atividades econômicas que mais crescem são as

industriais de alta tecnologia e os serviços, onde o consumo de energia é menor em

comparação as indústrias de transformação e manufatura.

A demanda crescente de energia devido ao crescimento econômico mundial exerce

uma forte pressão para ampliar a oferta de energia disponível, principalmente como já

mencionado, nas economias em desenvolvimento. Com uma visão voltada para o

desenvolvimento econômico, mas sem grandes efeitos que levam a prejuízos ambientais, a

literatura internacional apresenta diversos casos de sucesso. Inicialmente Sachs (2005), faz

um amplo debate a respeito do uso de energia, o desenvolvimento mundial e as relações

com o petróleo e seus derivados. Discute abertamente, que existe uma mudança em curso

para substituir as fontes principais da matriz energética mundial, basicamente devido a três

fatores: a) queda na produção e o aumento do custo do petróleo e derivados; b) questões

geopolíticas (sucessivas guerras no Oriente Médio); c) problemática ambiental e emissão

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de GEE. No caso brasileiro, Sachs (2005) lembra que, apesar de ter alcançado a auto

suficiência, o País tem um grande potencial na substituição do petróleo e derivados pelo

uso dos biocombustíveis, inclusive para geração de energia elétrica.

Jean-Baptiste e Ducroux (2003) apresentam o exemplo da França de ampliar a

oferta de energia sem necessariamente aumentar a emissão de CO2. Através do

planejamento energético e de políticas públicas práticas em oferecer energia através de

novas tecnologias que utilizam o conceito de “carbon-free power”, isto é, produzem

energia sem emissões diretas de CO2 na atmosfera. Já Stefano (2000), mostra também o

potencial de economia de energia em prédio público, além dos benefícios indiretos na

redução de CO2, chegando a até 10% nas emissões da Universidade de Melbourne. Em

Nilssen (2003) também é destacado o conflito entre o desenvolvimento econômico e o

aumento de demanda de energia, que após suprir as necessidades básicas, se reflete

diretamente no aumento de conforto e na qualidade de vida para a população.

Neste sentido, vale a pena destacar o conceito de Usinas Virtuais (NOGUEIRA,

2007), no qual através de PEE, é possível reduzir a demanda energética equivalente a

diversas usinas, que neste caso, não precisariam ser construídas, já que houve uma

racionalização no consumo e redução de demanda. Portanto, além de evitar os custos

financeiros elevados na construção de novas usinas elétricas para ampliar a oferta de

energia, os PEE podem ser considerados como aplicação direta do conceito “carbon-free

power”, trazendo benefícios para a problemática ambiental e de mudanças climáticas.

Em complementação, um estudo solicitado pelo Governo Britânico chamado de

Relatório Stern (STERN, 2006) indica que, em conjunto com a problemática de oferta de

energia, as mudanças climáticas podem afetar seriamente o desenvolvimento econômico

dos países. Esta relação, energia – mudanças climáticas – desenvolvimento, pode ser

observada na figura 3.1, onde é apresentado que a maior parte das emissões de GEE são

devido ao uso de energia (petróleo e derivados, industriais entre outros).

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Figura 3.1 – Emissões mundiais de GEE por tipo de fonte para o ano 2000.

(fonte: Stern, 2006).

Ainda segundo Stern (2006), o problema das mudanças climáticas poderá

desenvolver a reforma de sistemas energéticos ineficientes e eliminar os subsídios

energéticos causadores de distorções de mercado e que custam atualmente aos governos de

todo o mundo cerca de US$ 250 bilhões por ano. Por outro lado, se nenhuma ação for

tomada no sentido de reduzir as emissões de GEE, como por exemplo, através de PEE e/ou

na mudança da matriz energética mundial (substituição do petróleo), é estimada uma perda

média de 5 a 10% do PIB global e nos países mais pobres (África e América Latina) os

custos podem ser superiores a 10% do PIB, além dos riscos para a saúde da população e

impactos significantes ao meio ambiente. Somente com o prejuízo econômico direto, como

a quebra de safras agrícolas, desastres naturais, perdas em serviços de turismo etc, os

custos seriam da ordem de trilhões de dólares para os próximos 100 anos (STERN, 2006).

3.2. O PROCEL

Durante as décadas de 1970 e 1980, as crises no setor do petróleo, que elevaram

significativamente os custos deste produto no mercado internacional, criaram a percepção

de escassez no Brasil, justificando os investimentos no aumento da produção de petróleo

nacional, em conservação e na maior eficiência no uso dos seus derivados e na

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diversificação de fontes alternativas de energia (JANNUZZI et al, 2004; NOGUEIRA,

2007).

Deste modo, o Governo Federal criou em 1981 o programa Conserve, que tinha

como objetivo estimular a conservação e substituição de óleo combustível na indústria,

sendo esta a primeira ação na direção da conservação de energia no Brasil. Nesta etapa, os

ganhos obtidos de economia foram significativos para o óleo combustível, mas na verdade,

ocorreu uma transferência do consumo de derivados de petróleo, para o setor elétrico,

devido ao intenso uso de energia elétrica para geração térmica. Logo, o crescimento da

demanda por energia elétrica passou a pressionar a capacidade de oferta do setor, que já

estava em crise financeira (JANNUZZI et al, 2004).

Segundo Jannuzzi et al (2004) e Nogueira (2007), diante desta perspectiva, a

estratégia adotada pelo Governo Federal foi de implementar uma política de conservação

de energia elétrica, que resultou na criação do Programa Nacional de Conservação de

Energia Elétrica – Procel no ano de 1985, sob a coordenação da Eletrobrás. Esta ação foi a

primeira iniciativa sistematizada de promoção do uso eficiente de energia elétrica no Brasil

até então. É conveniente destacar que, anteriormente ao Procel, em 1984, já existiam as

ações do Programa Brasileiro de Etiquetagem – PBE, coordenado pelo Instituto Nacional

de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), mas o PBE é voltado para a

avaliação do desempenho de equipamentos energéticos e não para a economia de energia

junto ao consumidor final, como é o caso do Procel.

Ainda do ponto de vista de estímulo para a criação do Procel, Geller et al (1998)

apresentam que, o Brasil manteve um forte crescimento na demanda de energia nas

décadas de 1970 e 1980, muito superior aos países pertencentes à Organização para a

Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Entretanto, ao longo dos anos os

custos de geração se tornaram cada vez mais altos, estimulando políticas públicas

nacionais para o uso racional de energia.

Ao longo dos mais de 20 anos de criação, o Procel passou por várias fases,

incluindo sua estagnação nos anos de 1990 e 1991. Já na primeira metade dos anos 1990, o

Procel se limitava a ações em sistemas de iluminação, através da distribuição de LFC para

a população, estimulando a substituição das LI. Após este período, outras ações foram

realizadas, como contatos com instituições internacionais, criação de grupos de trabalho

para apoio técnico e definições de diretrizes de longo prazo. Já nos ano de 1999 a 2002, o

Procel ofereceu suporte técnico da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a

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análise, aprovação e cumprimento dos programas de combate ao desperdício, com a

utilização de 1% da receita anual das concessionárias (JANNUZZI et al, 2004).

Outro ponto relevante é que a Eletrobrás desde o princípio do Procel sempre teve a

preocupação de melhorar a compreensão das ações do programa através de uma

abordagem de mercado, valendo-se de ferramentas de divulgação em massa para o

desenvolvimento de estratégias de mudança de hábitos do consumidor brasileiro (POLLIS

et al, 1999). O objetivo era de identificar e analisar continuamente os principais setores

críticos, analisar o mercado consumidor e conhecer melhor os hábitos de uso da população

entre outros.

Segundo a avaliação da Eletrobrás (ELETROBRÁS, 2006a), desde a sua

implantação, o Procel proporcionou uma economia total de energia estimada de 21.753

GWh e uma redução de demanda na ponta de 5.839 MW, o que equivale à energia elétrica

necessária ao atendimento de cerca de 12,7 milhões de residências durante o período de um

ano ou à energia fornecida por uma usina hidrelétrica com aproximadamente 5,1 GW de

capacidade. Em termos de redução de custos financeiros, os investimentos evitados para o

sistema elétrico brasileiro foram da ordem de R$ 15 bilhões. Através da metodologia

utilizada atualmente pela Eletrobrás (maiores detalhes no capítulo 5), em 2005 (ano-base

deste estudo), as ações no âmbito do Procel contribuíram para uma economia de energia de

2.158 GWh e uma redução de demanda no período de ponta de 585 MW. Estes valores de

energia economizada são equivalentes a uma usina hidrelétrica com capacidade de 518

MW, representando investimentos evitados para o setor elétrico da ordem de R$ 1,8 bilhão.

Uma das principais ações do Procel é o sub-programa chamado Selo Procel de

Economia de Energia, ou simplesmente Selo Procel (figura 3.2a). Este sub-programa tem

por objetivo oferecer ao consumidor no ato da compra, informações de produtos que

apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria (ar

condicionado, LFC, aquecedores de água entre outros). Para fazer uso do Selo Procel, o

fabricante do equipamento deve atender aos critérios estabelecidos no Regulamento do

Selo Procel, no qual a sua adesão é voluntária (ELETROBRÁS, 2006b) e não compulsória

como em programas internacionais semelhantes em outros países (GELLER, 2003;

BIRNER E MARTINOT, 2005; CARDOSO, 2008).

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(a)

(b)

Figura 3.2 – Selo Procel (a) utilizado em equipamentos que atenderam os requisitos de eficiência A do PBE (b). (fonte: adaptado de Eletrobrás, 2006b)

Ainda segundo Eletrobrás (2006b), para utilizar a marca do Selo Procel, além das

especificações técnicas mínimas exigidas do PBE, o fabricante ou importador deverá

comprovar, através de ensaios nos laboratórios referenciados pela Eletrobrás, que o

produto, no caso específico de LF, atende as seguintes especificações:

� as LFC ou LFCirc deverão possuir classificação “A” no processo do PBE

(tabela 3.1);

� possuir uma vida útil declarada mínima de 6.000 horas.

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Tabela 3.1 Índices de eficiência luminosa mínima exigida nas LFC e LFCirc para o uso do Selo Procel, classificação A do PBE. (fonte: Eletrobrás, 2006b).

Outros projetos internacionais semelhantes ao Procel e que contam com o apoio do

Global Environment Facility (GEF), são apresentados em Birner e Martinot (2005) e Tibi e

Ramahi (2005). Como destaque em iluminação, são apresentados os projetos realizados no

México, através de subsídios na venda de LFC para população de baixa renda, Tailândia

com a distribuição de 900 mil LFC e diversos outros países, como na Palestina, Polônia,

Argentina, Peru, Hungria, África do Sul etc, onde foram criados certificados de eficiência

energética para fabricantes de lâmpadas e derivados (tabela 3.2).

Tabela 3.2 – Características de alguns projetos internacionais semelhantes ao Procel (fonte: elaboração do autor, a partir de: Birner e Martinot, 2005 e Tibi e Ramahi, 2005).

País Alguns benefícios após o projeto

México - Redução no custo das LFC em 30% para o mercado

Tailândia - Etiqueta para LFC e LFCirc

- Ampliação do mercado de LE de 40% para 100% imediatamente após o projeto

Polônia

- Redução no custo das LFC em 34% para o mercado

- Fortalecimento de fabricantes locais de LFC e LFCirc

- Ampliação do mercado de LE de 12% para 20%

Palestina - Redução no consumo de energia em torno de 60 kWh.ano-1

- redução na emissão de CO2 equivalente de 5.800 kg de carvão

Outros países - Certificado oficial do GEF na LFC e LFCirc como padrão de qualidade em eficiência.

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Vale destacar que, somente nos projetos do México, Polônia e Tailândia, a

economia de energia estimada foi de 3.500 GWh (BIRNER E MARTINOT, 2005).

3.3. O RELUZ

O Programa Nacional de Iluminação Publica Eficiente – ReLuz é também um sub-

programa do Procel para o caso particular da iluminação pública – IP. Criado em 2000, o

ReLuz tem metas programadas até o ano de 2010 (FRÓES et al, 2005). Anteriormente,

outros programas de modernização da IP já vinham sendo realizados, onde se pode

destacar a substituição dos lampiões a óleo por lampiões a gás até as modernas e mais

eficientes lâmpadas de Vapor de Sódio, utilizadas atualmente.

A redução de potência obtida através do ReLuz, com a substituição por lâmpadas

mais eficientes, é extremamente positiva ao sistema elétrico brasileiro, pois parte do

período de operação dos sistemas de IP coincide com a ponta da curva de carga do sistema

elétrico nacional (19h – 21h). Além da redução na demanda de ponta, o ReLuz também se

justificativa pela redução de consumo de energia na substituição de IP já existente. No caso

da expansão do sistema de IP, já são instaladas diretamente as LE, trazendo também um

consumo evitado de energia. Desta forma, a eficiência energética na IP tem benefícios

diretos na melhoria das condições operativas do sistema elétrico nacional, além de também,

existirem benefícios indiretos, já que as lâmpadas mais modernas trazem um melhor

conforto visual e mais qualidade na vida noturna nas cidades atendidas pelo ReLuz

(ELETROBRÁS, 2006a; FRÓES DA SILVA, 2006). Outros benefícios também podem ser

considerados, como o bem estar da população, o melhor uso em praças e espaços de lazer,

a importância para redução de acidentes automobilísticos, principalmente em avenidas e

rodovias de grande movimento, a influência na questão da criminalidade e destaque ainda

para a arquitetura das cidades, estimulando o comércio e o turismo (LOPES, 2002).

Do ponto de vista histórico, ações da Eletrobrás e posteriormente através do ReLuz,

promoveram a redução de 328.576 pontos de IP que utilizavam lâmpadas incandescentes

de 200W em 1985 para aproximadamente 60 mil em 2005. Estas lâmpadas incandescentes

de 200W foram substituídas por vapor de mercúrio de 80W ou por vapor de sódio de 50W

(FRÓES DA SILVA, 2006). A partir da crise de energia do ano de 2001, a necessidade de

implementação e posterior ampliação do ReLuz tornou-se ainda mais evidente pelas suas

principais características: a) redução de demanda no horário de ponta; b) redução no

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consumo de energia total. Atualmente, o ReLuz tem investimentos previstos da ordem de 2

bilhões de reais até 2010, para substituição de 5 milhões de lâmpadas e a expansão de 1

milhão de novos pontos da rede de IP (ELETROBRÁS, 2006a).

Para 2005, ano-base deste trabalho, a IP representou cerca de 3,2% do consumo

total de energia elétrica, equivalente ao consumo de 10,3 TWh.ano-1 e a uma demanda de

ponta de 2.150 MW (ELETROBRÁS, 2006a). Com aproximadamente 13 milhões de

pontos de iluminação, a participação da IP em relação à demanda é mais expressiva do que

em relação ao consumo de energia elétrica, pois os sistemas de IP também operam no

horário onde há maior solicitação do sistema elétrico nacional (FRÓES DA SILVA, 2006).

Logo, a participação da IP na demanda do sistema elétrico brasileiro é mais representativa

do que no consumo da energia elétrica, no qual o ReLuz permite a redução da demanda

elétrica, da redução de custos para a demanda, além dos custos evitados com a economia

de energia.

Considerando o bom funcionamento do sistema, a IP opera basicamente no período

noturno, isto entre o pôr e o nascer do Sol, já que são raros os escurecimentos diurnos

suficientes para que os sistemas sejam acionados. Conforme já observado anteriormente,

devido às diferença de latitude, estações do ano e condições climáticas, o horário de

operação varia para cada região, mas por praticidade, a resolução da Aneel nº 456 (ANEEL,

2000) adotou a cobrança por 360 horas mensais, equivalentes a doze horas diárias de

funcionamento (para meses com 30 dias) e um total de 4.320 horas no ano.

Como primeira aproximação para melhoria do cálculo do tempo de utilização da IP,

Fróes da Silva (2006), destaca que o documento do Comitê de Distribuição CODI-05-01,

de 1984, da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee),

apresenta que é possível estabelecer um horário médio que compense as variações das

estações do ano. O documento recomenda a utilização da média diária de 12 horas na

determinação do consumo para efeito de faturamento, equivalente a 4.380 horas anuais, um

pouco acima da resolução da Aneel nº 456.

3.4. LEGISLAÇÃO EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Dentro da expectativa de eficiência energética no Brasil e como instrumento legal

nacional, foi criada a Lei nº 10.295 de 17 de Outubro de 2001, que trata da Política

Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia (BRASIL, 2001a e 2001b). Esta lei

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estabelece que todos os equipamentos deverão respeitar níveis mínimos de eficiência e

representam um importante marco em termos das ações de política pública capaz de

intensificar o sucesso dos programas desenvolvidos pelo Procel e pelo Conpet (HADDAD,

2005).

Chamada também de Lei de Eficiência Energética, ela é peça fundamental para

garantir contínuo aperfeiçoamento tecnológico dos equipamentos comercializados que

consomem energia elétrica no País. Entretanto, como apresentado em Haddad (2005), a

aplicação dessa lei tem sido lenta e conseqüentemente, os benefícios em se incorporar

equipamentos mais eficientes têm sido reduzidos. Os recursos para pesquisa e

desenvolvimento deveriam ser canalizados para garantir a adoção de índices mais

vantajosos de redução de consumo e os índices de desempenho energético poderiam

também ser mais elevados.

Ainda segundo Haddad (2005), a consolidação da Lei nº 10.295 deverá ter como

conseqüências diretas e indiretas os seguintes pontos:

� Excluir do mercado brasileiro os equipamentos menos eficientes

energeticamente;

� Fomentar o aumento da competitividade industrial brasileira;

� Reduzir o consumo de energia ao longo do tempo, dentro dos equipamentos

atendidos e conseqüentemente reduzir os gastos para o consumidor final;

� Estimular o desenvolvimento de novas tecnologias, através da produção de

equipamentos mais eficientes energeticamente;

� Desenvolver ações para a redução dos impactos sócio-ambientais através da

racionalização de energia em equipamentos.

Goldemberg e Lucon (2007) afirmam que ações de eficiência energética, baseados

na adoção de padrões mínimos, além de estimularem o setor de serviços, reduzem a

poluição e evitam o consumo desnecessário das reservas de energia.

Anteriormente a legislação de 2001, através do Procel, já foi possível implementar

diversas ações que estabeleceram ganhos energéticos, mesmo sem adotar

compulsoriamente padrões mínimos de eficiência. As medidas de conservação com os

maiores impactos quantitativos, foram as de promoção de iluminação mais eficiente,

através do ReLuz e a substituição para LFC e LFCirc, ambas de forma voluntária.

Entretanto, Nogueira (2007) destaca que, independente da legislação em vigor, o uso de

equipamentos mais eficientes não exclui a recomendação de utilizar da forma mais

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eficiente, ou seja, reduzir o uso sem necessidade. Cita, por exemplo, que a adoção de uma

LFC substituindo uma LI, mantida acesa em um local onde pode ter o uso de iluminação

natural, evidentemente não significa uma economia de energia.

Em relação a outras experiências internacionais em eficiência energética, vale

destacar que o uso de padrões mínimos em equipamentos elétricos é muito utilizado em

outros programas de eficiência energética pelo mundo. No Japão e nos Estados Unidos,

ações que elevam continuamente estes padrões, considerando que são tecnicamente e

economicamente viáveis, proporciona aos fabricantes um avanço de tecnologia na

produção e conseqüentemente no uso de eletroeletrônicos mais eficientes pela população,

comércio e indústria (GELLER et al 2006; ROSENQUIST et al 2006).

Entretanto, diversos estudos na literatura internacional destacam a necessidade de

atualização nos padrões de eficiência energética para equipamentos, devido ao

desenvolvimento tecnológico. Rosenquist et al (2006) apresenta um estudo, no qual é

realizada uma atualização nos padrões de eficiência energética para equipamentos

(residencial e comercial), com ganhos maiores no uso de refrigeradores, iluminação e ar

condicionado, respectivamente, demonstrando um real benefício na atualização dos

padrões mínimos de eficiência.

Já Saidel e Alves (2003), destacam que nos países integrantes da OCDE, as

políticas de eficiência de energia implementadas são também baseadas em regulamentos

restritivos, além de divulgação de informação para população, criação de assimetrias de

mercado, programas de empréstimo ao setor e associação do governo com empresas

privadas. Também fazem algumas observações pontuais de casos de sucesso, que poderiam

ter aplicação no Brasil, como por exemplo, o modelo de etiquetagem utilizado no Japão

nos diversos produtos que possuem os padrões mínimos de eficiência.

Entretanto, no caso do Brasil, para determinar os padrões eficientes mínimos para o

consumo sem comprometer a produção industrial e o atual nível de conforto da população,

tornou-se importante considerar uma maior racionalização em toda a cadeia energética,

através da mudança de hábitos de consumo, além de considerar uma ampliação da

participação de fontes alternativas de energia na matriz energética brasileira.

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3.5. TECNOLOGIA E CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

Até hoje, nenhumas das transições energéticas foram motivadas pela falta ou

esgotamento de uma fonte de energia. De modo resumido, a história da humanidade pode

ser apresentada como a história da produção e alocação econômica, orientada pelas

chamadas “eras” energéticas, nas quais à identificação de uma nova fonte de energia com

qualidades superiores e custos inferiores era o agente de mudança (SACHS, 2007). A

passagem da energia de biomassa para carvão e posteriormente ao uso intenso do petróleo

e gás natural é um exemplo desta mudança.

Ainda segundo Sachs (2007), o que diferencia a atual revolução energética é que,

até o momento, não se identificou qual será a nova fonte de energia, isto é, que traga

vantagens econômicas, ambientais e técnicas em relação ao petróleo e seus derivados.

Nesta perspectiva, os processos de racionalização do uso de energia ganham força, já que

para realizar o planejamento energético a médio e longo prazo é necessário informações

sobre os recursos energéticos disponíveis e é exatamente esta indefinição e falta de

tendência mundial que influenciam a disponibilidade destes recursos. Sem informações

confiáveis, os grandes investidores tendem a evitar os riscos associados ao

desenvolvimento de projetos que adotam outras fontes de energia (solar, eólica ou

biomassa), fortalecendo novamente o uso eficiente dos sistemas energéticos atuais e que já

estão em operação.

Como estratégia para conservação energética, classificar as perdas de energia dos

sistemas atuais é interessante para discriminar os meios para promover sua redução

(NOGUEIRA, 2007), mas no caso do Procel, esta é importante identificar exatamente qual

é o consumo evitado devido às ações do programa. Paralelamente, também é essencial

estabelecer os mecanismos de fomento à eficiência energética, a saber:

� Desenvolvimento tecnológico: novos processos e novos equipamentos que

permitam reduzir as perdas de energia;

� Hábitos de consumo (comportamento): mudanças de hábitos e padrões de

consumo, com redução da demanda de energia sem alterar o parque de

equipamentos.

Destes mecanismos de fomento, o desenvolvimento tecnológico está diretamente

relacionado aos investimentos em pesquisa e inovação na área de eficiência energética, já

que este é um dos pilares para aplicar as melhores tecnologias e desenvolver processos.

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Stern (2006) destaca que, muitas das tecnologias, que melhoram a eficiência no uso da

energia ou com baixa emissão de CO2, têm atualmente seus custos elevados em

comparação a alternativas que usam os combustíveis fósseis, por exemplo. Entretanto, ao

longo dos anos, os custos das novas tecnologias são reduzidos com o uso em grande escala

e com pesquisas contínuas no desenvolvimento de materiais e processos. Na figura 3.3,

temos uma visão simplificada do comportamento destes custos com o respectivo uso das

tecnologias, no qual a partir do ponto A é possível realizar substituição de tecnologia com

ganhos econômicos diretos.

Figura 3.3 – Curva de custo marginal no desenvolvimento de novas

tecnologias na produção de energia. (fonte: adaptação de Stern, 2006).

Em Jannuzzi (2005), é discutido a reforma que o setor elétrico brasileiro sofreu na

última década, que inclui os processo de privatizações e a criação de agências reguladoras

no final do século passado. Destaca que o grande desafio para o Brasil, além de manter o

crescimento econômico, está no planejamento e nas oportunidades para aumentar a

eficiência energética na matriz elétrica brasileira, através dos programas de Pesquisa e

Desenvolvimento – P&D.

Após estas reformas e por determinação do Governo Federal, sob o

acompanhamento da Aneel, desde 1999, as empresas concessionárias de energia elétrica

começaram a ampliar os orçamentos em projetos de P&D através de PEE, que tem

orientado a aplicação entre 0,25 e 1% da Receita Operacional Líquida das concessionárias

de energia em PEE (ANEEL, 2006 e 2005a). Mesmo com o fluxo descontínuo de recursos,

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estes projetos criaram um novo mercado de negócios (empresas de consultoria) e de postos

de trabalho voltados para a racionalização de energia.

Nos Estados Unidos, por exemplo, os recursos para P&D na área de eficiência

energética chegaram a US$ 7 bilhões no ano de 1999 (GELLER et al 2006). Apesar de

alguns dos resultados de P&D demorarem alguns anos para uma aplicação, estes mesmos

programas nos Estados Unidos, Japão e na Europa trouxeram um ganho significativo na

redução do consumo de energia, principalmente após os anos 1970, com a crise do petróleo.

Suas aplicações vão desde o desenvolvimento de novos eletrodomésticos, com um

significativo avanço tecnológico, até a divulgação de ações de conservação de energia em

residências. Nos países da OCDE, as políticas de eficiência energética estão mais voltadas

para aumentar a eficiência de energia de edifícios, eletrodomésticos, veículos e operações

industriais.

Em um estudo elaborado pela Agência Internacional de Energia (AIE), é

demostrado que para cada dólar investido em conservação de energia, existe uma

economia de dois dólares em sistemas de geração e distribuição energética (IEA, 2006),

demonstrando claramente as vantagens econômicas na racionalização de energia.

Outra questão relevante no desenvolvimento tecnológico e conservação de energia

para o setor residencial é a ampliação do conforto e o aumento da qualidade de vida da

população. Clinch e Healy (2001) demonstram os impactos dos programas de conservação

de energia em uma residência na Irlanda, utilizando um modelo de custo-benefício. São

apresentados os diversos benefícios na conservação de energia que, além da economia nas

contas de energia residencial, destaca a redução indireta de emissões de GEE (menor

demanda de energia), impactos na saúde (eficiência nos sistemas de calefação residencial)

e de conforto para os habitantes.

3.6. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E PRESPECTIVAS FUTURAS

Segundo Geller et al (2004), o atual Governo Federal coloca como prioridade o uso

eficiente de energia, através de ações como o Procel e de resoluções da Aneel, mas destaca

que até 2010, a demanda de energia poderia ser reduzida em até 12,5% se políticas

públicas de conservação de energia, incentivo a fontes alternativas (biomassa, PCH e

eólica) e planejamento junto ao setor energético fossem mais bem implementadas.

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Já Geller et al (2006) e Goldemberg e Lucon (2007), argumenta que nos países

pertencentes a OCDE, se não fossem os programas de conservação de energia, eles

utilizariam cerca de 49% de energia a mais a partir do ano de 1998 (figura 3.4).

Figura 3.4 – Consumo de energia real e o uso hipotético sem reduções de consumo das 11 nações

da OCDE, após a ações de PEE. (fonte: MME, 2006c, com informações de Geller et al 2006).

Em Almeida et al (2001), são apresentados diferentes cenários para o potencial de

conservação de energia elétrica no setor residencial brasileiro para o ano de 2020 (figura

3.5). Baseados em características previamente discutidas, o consumo de iluminação no

setor residencial pode variar entre 10% e 39% do total de consumo de energia em uma

residência, dependendo das linhas de ações de conservação energética, sendo que no ano

de 2005 estava em 24% (MME, 2006a). Outro exemplo discutido deste potencial neste

artigo, está no uso de eletrodomésticos mais eficientes, que poderia cortar o consumo

global de eletricidade no setor residencial em quase 30%.

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Figura 3.5 – Perspectivas de diferentes cenários de conservação de energia para o Brasil até o

ano de 2020. (fonte: MME, 2007, com informações de Almeida et al, 2001).

Já no planejamento oficial do Governo Federal, através dos Planos Decenais de

Expansão de Energia Elétrica – PDEE para 2006-2015 (MME, 2006b) e 2007-2016 (MME,

2007), o tratamento dado à eficiência no uso da energia estabelece uma dinâmica de

aumento de eficiência, denominada “progresso autônomo”. A tendência positiva deste

progresso é devida às ações inerentes a cada setor (residencial, comercial/ público e

industrial) e conseqüentemente do que se pode chamar de substituição tecnológica, que é

motivada por: a) término da vida útil do equipamento; b) por pressões de mercado ou

ambientais; c) programas e medidas de conservação energética em vigor.

Outro ponto relevante ao PDEE 2007-2016 é considerar que, a partir de 2012, irá

ocorrer uma ampliação da eficiência energética, através da criação de novos programas e

ações específicas, orientadas para determinados setores. Estas ações podem refletir

políticas públicas, voltadas para o que pode ser chamada de conservação ou eficiência

energética induzida (MME, 2007).

Com o objetivo de estabelecer a conservação de energia elétrica obtida pelo

chamado progresso autônomo, definido no PDEE, foi utilizado como base a evolução da

energia útil e a da energia final em cada setor e por tipo de uso (força motriz, aquecimento

e refrigeração, calor de processo e iluminação). Portanto, o resultado de energia

economizada pelos PEE do PDEE é um conjunto da conservação correspondente ao

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progresso autônomo e da conservação induzida considerada após 2012. Como resultado do

planejamento de longo prazo, o Governo Federal espera chegar à um valor total de energia

conservada em torno de 15.639 GWh no ano de 2016, cerca de 2,7% do consumo total de

eletricidade projetado para o referido ano (figura 3.6). Paralelamente, temos os mesmo

valores, mas apresentados com a divisão de energia conservada por setor (figura 3.7). Já na

figura 3.8, são apresentados as perspectivas baseados nos cenários de projeção do PDEE

para o consumo residencial (MME, 2007).

Figura 3.6 – Perspectivas de energia conservada do PDEE, para os anos de

2011 e 2016. (fonte: MME, 2007).

Figura 3.7 – Perspectivas de energia economizada do PDEE, dividido por setores

até o ano de 2016. (fonte: MME, 2007).

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Figura 3.8 – Retrospectiva e perspectivas do consumo residencial (kWh.mês-1) do PDEE, até o ano de 2015 considerando cenários com aumento de eficiência energética. (fonte:

MME, 2006b).

Como exemplo de um estudo mais antigo, vale a pena mencionar o trabalho

desenvolvido pela Associação Brasileira da Industria de Iluminação (Abilux) em 1995

(ABILUX, 1995). Neste trabalho, foi destacado que, se o Brasil substituísse todas as LI

utilizadas na época por LF em todos os setores (residência, comercial/ público e industrial)

e se fossem utilizadas lâmpadas de vapor de sódio na rede de IP, a economia de energia

seria de 12.000 MWh.ano-1.

Outra visão mais recente sobre as perspectivas de conservação energética no Brasil

é apresentada em WWF (2007), onde é proposta a criação de leilões de eficiência

energética, ou seja, seria determinada uma certa quantidade de energia a ser conservada

(ou energia economizada) e a sua respectiva comercialização. Como apresentado no

próprio relatório, esta é uma maneira alternativa de viabilizar, através do próprio mercado,

a implementação de medidas que reduzem o consumo de energia. Outro ponto de forte

destaque é a Lei de Eficiência Energética, que deve ter sua implementação priorizada, por

meio de aprovação acelerada de padrões de desempenho energético para equipamentos

com índices mais agressivos de redução de consumo. Já em relação ao Procel e do PBE, o

relatório destaca que é necessário manter a continuidade destes programas e a

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disseminação de informações atualizadas sobre tecnologias de energia e maneiras mais

eficientes de sua utilização.

Ainda em WWF (2007), é apresentado um modelo de substituição de LI para LFC

de 20W, já que o fluxo luminoso (lm) é semelhante e equivale a uma LI de 90W a 100W.

É demonstrado que neste caso, o retorno do investimento (pay-back) é de curto prazo

(menor que seis meses) e o custo para conservar a energia elétrica é muito atraente, pois a

substituição para LFC de 20W, o consumidor obterá uma economia de energia

considerável em sua residência sem perder a qualidade da iluminação e o conforto visual.

Outro bom exemplo do potencial de eficiência energética no Brasil é o uso do Selo

Procel nos equipamentos para refrigeração que atualmente estão entre os maiores

consumidores de energia no setor residencial. Desde 1995, o Selo Procel qualifica os

melhores produtos (classificação A do PBE) e orienta os consumidores a adquirir

refrigeradores e freezers que apresentem as maiores eficiências. Como resultado direto

desta ação em refrigeradores, a evolução da eficiência chegou a uma redução de 20% no

consumo médio de energia, que passou de 400 para 320 kWh.ano-1 entre 1995 a 2005

(figura 3.9), no caso dos refrigeradores de uma porta (NOGUEIRA, 2007 e NOGUEIRA et

al, 2007b; CARDOSO, 2008).

Figura 3.9 – Consumo total de energia elétrica do parque de refrigeradores e freezers no

Brasil e o efeito do Selo Procel na economia de energia desde 1995 (fonte: Nogueira, 2007).

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3.7. CLIMA E ENERGIA

Uma das principais barreiras encontradas pelos órgãos governamentais, não

governamentais, investidores e empresas ligadas ao setor de energia é a falta de

informações confiáveis sobre a real economia de energia dos PEE, que permitam avaliar

concretamente os riscos associados a fatores climático-ambientais envolvidos nos projetos.

Na literatura internacional, a maior parte das pesquisas nesta área estão

concentradas nos impactos da demanda de energia correlacionados à demanda térmica, isto

é, no uso de ar condicionado, tanto no setor residencial, como comercial e industrial. Por

exemplo, Lam (1998) demonstra que o consumo de energia em Hong Kong chega a dobrar

durante o verão devido ao condicionamento de ar nas residências.

Em outras pesquisas, são indicados os possíveis impactos do clima com o

crescimento ou redução no consumo de energia (SAUER, 1999; ALMEIDA et al, 2001;

SAILOR, 2001; GELLER et al 2004; PANÃO et al 2007; AYRES et al 2007). Entretanto,

o foco destas pesquisas também é voltado para a demanda térmica, nas quais as mudanças

na temperatura e a variação térmica devido à posição do Sol são os fatores principais. De

modo geral, os artigos científicos com estudos de outros países não consideram os

impactos da nebulosidade e insolação no consumo de energia devido à demanda de

iluminação. Este fato pode ser facilmente explicado, pois em latitudes médias e altas

(acima de 35º) os impactos no consumo de energia devido à demanda térmica (para

aquecimento no inverno e resfriamento no verão) são muito mais significativos do que em

países em latitudes mais baixas (abaixo de 30º), como no caso do Brasil, onde as casas não

possuem sistemas de calefação e o uso de ar condicionado é reduzido.

Já no Brasil, estudos que correlacionam a influência climática com a demanda de

energia elétrica no setor residencial ainda são limitados e voltados a questões

arquitetônicas, de demanda térmica (resfriamento) e, principalmente, à oferta de energia

por fontes alternativas (potencial eólico e energia solar).

Ghisi et al (2007), descrevem claramente a influência dos diferentes climas

brasileiros e os impactos no consumo de energia no setor residencial. Com o uso de um

método, chamado de zonas bio-climáticas (RORIZ et al, 2000 Apud GHISI et al, 2007), o

artigo investiga os impactos nos uso final de energia em chuveiros elétricos, ar

condicionado, geladeiras e outros eletrodomésticos. Para os sistemas de iluminação, Ghisi

et al (2007) demonstram que os valores percentuais do consumo de energia em uma

residência podem variar entre 8–15% durante o verão e cresce para 11–19% durante

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inverno, quando é destacada a menor disponibilidade de luz do dia. Estes percentuais

também variam em função da cidade (latitude) e da localização dentro da zona bio-

climática utilizada.

Utilizando o conceito de sazonalidade, Oliveira et al (2000) conclui que a

compreensão da sazonalidade energética brasileira passa principalmente pela variação da

temperatura média das regiões. Entretanto, conforme apresentado no artigo, o impacto da

temperatura sobre o consumo de energia elétrica não é simétrico e nem homogêneo, pois

são as temperaturas extremas que afetam diretamente o consumo. Outra informação

relevante é que ocorre um crescimento no consumo de energia causado pelo uso de alguns

eletrodomésticos específicos em determinadas faixas extremas de temperatura (tabela 3.3),

sejam altas (quentes) ou baixas (frias).

Tabela 3.3 – Correlações entre faixas de temperatura e aumento no consumo de energia elétrica no setor residencial (fonte: elaboração do autor, a partir de Oliveira et al, 2000).

Condições térmicas Correlação com o consumo de energia

Justificativa

Temperatura (quente) + positiva

(consumo aumenta)

Uso de ar condicionado e ventiladores

Temperatura (fria) - negativa

(consumo aumenta)

Uso intenso de aquecedores e chuveiros elétricos

Ainda em Oliveira et al (2000), também são apresentados diversos estudos

internacionais que discutem a sazonalidade do consumo de energia elétrica nos domicílios

norte-americanos, onde é utilizada a temperatura como variável explicativa desta

sazonalidade, lembrando que este trabalho considera o consumo total da residência, com

demanda elétrica e térmica. Outro ponto relevante apresentado em Oliveira et al (2000) é a

desagregação por região, que permite captar diferenças regionais causadas por fatores

climáticos, hábitos de consumo, desenvolvimento industrial regional, nível de renda da

população entre outros indicadores. Com base nestes resultados, Oliveira et al (2000)

sugere que outros aspectos, além da variação de temperatura, devem ser considerados,

como por exemplo, os impactos de outras variáveis climáticas e dos hábitos de consumo

nas regiões de grande concentração populacional.

Outras iniciativas apresentadas na literatura nacional, como o projeto Swera e

Sonda (MARTINS et al, 2005 e 2007) e o Atlas Solarimétrico do Brasil (TIBA et al, 2000

e 2004; TIBA, 2003), são extremamente importantes para o mapeamento das potenciais

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aplicações no uso de fontes de energias alternativas, já que a energia solar tem uma

participação incipiente na matriz energética brasileira. Entretanto, estes trabalhos estão

voltados para o uso das informações climáticas pelo lado da oferta de energia, sem

estabelecer correlações com os impactos na demanda devido às características climáticas.

Outra linha de pesquisa bastante comum em artigos científicos é a aplicação do

conceito de iluminância no planejamento de projetos arquitetônicos (LI E LAM, 2000;

MARTINS et al, 2004; KRARTI et al, 2005; LI et al 2006). Nestas pesquisas, a posição do

Sol e outras características arquitetônicas como as faces do edifício em relação às

coordenadas geográficas ganham destaque no planejamento de prédios e nas construções

modernas. Neste caso, o objetivo é de melhorar a eficiência energética como um todo, não

somente em iluminação e condicionamento de ar, mas principalmente no planejamento

interno de ambientes e de decoração.

Vale destacar que, a iluminação diurna (ou o uso da luz natural) oferece enormes

oportunidades de conservação de energia quando aplicada a conceitos de arquiteturas

eficientes em residências e na otimização da IP. Martins et al (2004) apresentam um

método empírico que considera a iluminância para a determinação da duração da noite em

comparação aos limiares definidos pelas normas da Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABTN). A ABNT estabelece parâmetros para IP por meio da norma brasileira

NBR-5123 (Relé fotelétrico e tomada para iluminação – Especificação e método de ensaio),

no qual são definidos os valores de iluminância recomendados para que o sistema de IP

entre em operação (tabela 3.4).

Tabela 3.4 – Valores de iluminância estabelecidos para o funcionamento da IP. (fonte: elaboração do autor, a partir de Martins et al, 2004).

Descrição Alvorada (Lux) Ocaso (Lux)

NBR-5123 80 20

Martins el al, 2004 20 14

Para Martins et al (2004), o tempo total de uso da iluminação artificial é

determinado pela NBR e pelo método empírico. No artigo, é destacado, sem indicar

valores, que o impacto na redução dos gastos com energia elétrica na IP pode ser bastante

elevado, devido a um melhor dimensionamento nos horários de acionamento e

desligamento das lâmpadas.

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Ainda existem na literatura outros trabalhos que correlacionam iluminância com o

ângulo de elevação do Sol, entretanto estas relações não consideram a cobertura de

nebulosidade e a sua respectiva redução na insolação. Sem considerar esses efeitos no

tempo de iluminação, a interpretação dos dados pode estar equivocada devido: a) uma

redução da iluminância em decorrência da absorção e espalhamento da radiação solar pelas

nuvens; b) um incremento na quantidade de luz que atinge a superfície decorrente da

reflexão da radiação solar pela base das nuvens quando o Sol está próximo do horizonte.

Nos dois casos, o tempo de iluminação artificial seria afetado podendo sofrer um

incremento ou uma redução no tempo total.

3.8. ILUMINAÇÃO NATURAL VS ARTIFICIAL

Devido à promoção da racionalização de energia, tem-se estimulado as boas

práticas de projeto arquitetônico com o uso de iluminação natural, aplicado na eficiência

energética de edificações e também no conforto visual. O uso da luz natural durante o dia

claro contribui significativamente para a redução do consumo de energia elétrica, melhoria

do conforto visual e bem-estar dos ocupantes, principalmente em edificações comerciais.

Do ponto de vista arquitetônico, a luz natural possui uma variabilidade e qualidade

mais agradável que o ambiente iluminado pela luz artificial. Janelas e outras aberturas

proporcionam aos ocupantes o contato visual com o mundo exterior e permitem também o

relaxamento do sistema visual pela mudança das distâncias focais. A presença da luz

natural, além de trazer uma economia real no uso da iluminação artificial (financeiros e

operacionais), pode garantir uma sensação de bem-estar e um relacionamento com o

ambiente maior no qual estamos inseridos (LAMBERTS et al, 1992; CHRISTOFFERSEN

et al, 1998).

Atualmente, projetos arquitetônicos já consideram o uso da luz natural como

referência em novas construções. Alguns exemplos são descritos em Ferraz (2004), que

apresenta a mudança de tendências na arquitetura nacional, que utilizava padrões norte-

americano e europeu. O artigo demonstra que aos poucos a arquitetura com traços de país

tropical vai ganhando força no Brasil. Edificações como a de shoppings, já estão sendo

projetadas ou reformadas para aproveitar ao máximo a luz natural. O objetivo na hora de

projetar shoppings até a década de 1990, era de estimular o consumo, mas este modelo

favoreceu a construção de shoppings com pouca iluminação natural e uma grande

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necessidade de ar-condicionado. Como exemplo desta mudança, Ferraz (2004) menciona a

reforma de um shopping no estado de São Paulo, com um novo modelo arquitetônico. Os

administradores comemoraram a queda no consumo de energia elétrica, pois as novas

instalações consomem cerca de 25% menos energia se comparada à área antiga. Ainda

existem outros trabalhos relacionados que poderiam ser citados, como Gourlart et al,

(1998), que destaca a importância das condições climáticas na construção de edificações.

Entretanto, a metodologia apresentada está mais focada na construção da edificação e

aplicações em conforto térmico.

Já do ponto de vista da eficiência luminosa, no capítulo que descreve sistemas de

iluminação da Standard 90.1 (ASHRAE, 1999), existe uma limitação em descrever o uso

da potência da iluminação interna em W.m-2, e a eficiência da iluminação externa em

eficiência luminosa (lm.W-1). Ainda são apresentadas várias exceções para diversos usos

especiais em ambientes internos e externos, como vitrines de lojas, salas de hospitais,

monumentos históricos e ainda requisitos obrigatórios nos sistemas de controle da

iluminação em função da área do ambiente.

Leal e Tiba (2006) demonstram uma relação entre a irradiação solar e a iluminância

a fim de definir o melhor uso da luz natural ao invés da luz artificial. Com a aplicação de

um modelo empírico, que correlaciona a irradiação solar horária, com a iluminância, obtém

o valor correspondente à região vizinha, isto é, com as mesmas similaridades climáticas e

geográficas. Entretanto, esta linha de pesquisa mostra que os dados de irradiação no Brasil

são escassos e os dados observados de iluminância são ainda mais raros (TIBA et al.,2004;

LEAL E TIBA, 2006). Logo, a alternativa proposta para esta situação é a estimação

mediante o uso de outras variáveis meteorológicas mais comuns e disponíveis na

localidade de interesse.

Outros trabalhos, como Perez et al. (1990) e Alados et al. (1996), propõem métodos

numéricos e empíricos mais complexos, utilizando coeficientes de regressão múltipla para

determinação da eficiência luminosa natural. Nestes trabalhos, são considerados os usos

mais eficientes da iluminação natural em prédios comerciais, reduzindo a carga elétrica

relacionada à iluminação artificial. Contudo, para a elaboração de projetos que utilizem a

iluminação natural é necessária a obtenção de dados referentes a iluminância e à irradiação

solar de cada região, para que seja possível determinar o nível de contribuição de

iluminação natural e a correspondente redução no consumo de energia elétrica.

Em relação à regulamentação internacional sobre o uso de iluminação artificial,

Brotas e Wilson (2002) afirmam que, em Portugal, não existe um regulamento específico,

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mas somente referências em regulamentos de outras áreas que condicionam e influenciam

o acesso da iluminação aos edifícios. No caso português, os cálculos de iluminação são

normalmente baseados em condições de céu encoberto, mas existem regiões onde as

condições atmosféricas são predominantemente de céu aberto (sem nuvens), portanto a

componente da luz natural não poderia ser excluída.

Brotas e Wilson (2002) mostram também que, com um céu encoberto, o Sol é

invisível à superfície, mas existe luminosidade do céu Já em um céu encoberto,

considerado padrão de céu Standard, a iluminância varia conforme o ângulo do ponto em

relação ao zênite8, sendo independente da posição do Sol, mas para as mesmas altitude e

azimute9. Mostra ainda que os cálculos utilizando este tipo de distribuição usualmente

consideram uma iluminância difusa horizontal em torno de 10.000 lux e que a iluminância,

no caso de céu limpo, varia em termos do ângulo de altitude e azimute.

Como exemplo, na figura 3.10, é apresentado um cálculo teórico de iluminância

global, através de um software chamado “Radiance” para a cidade de Lisboa (Portugal). É

observado que em um céu encoberto a quantidade de luz que chega à superfície é muito

inferior do que com céu claro (sem nuvens), sendo que em termos práticos a utilização de

um ou de outro céu para cálculos de iluminação natural em edificações tem conseqüências

diretas em todo projeto do sistema de iluminação artificial. Logo, o grande desafio está em

estabelecer uma correlação entre variação da iluminação natural e o uso de luz artificial.

Figura 3.10 – Iluminância global teórica (em Lux) em um plano horizontal com diferentes

característica de céu do software Radiance, para Lisboa durante o solstício de verão (fonte: Brotas e Wilson, 2002).

8 Zênite: ponto no qual a vertical ascendente de um lugar encontra a esfera celeste. 9 Azimute: ângulo entre um plano, por onde se move um corpo celeste, que contém o eixo vertical de um referencial de um observador e o plano do meridiano na origem da observação (fonte: adaptado Roditi, 2005).

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Vale destacar que, a qualidade e a quantidade de iluminação em um ambiente, bem

como escolher adequadamente a fonte de luz natural ou artificial, é em alguns aspectos

subjetivo e varia conforme o indivíduo, a hora do dia e outros fatores contextuais. O

emprego preferencial da luz natural permite as pessoas maior tolerância à variação do nível

de iluminação. Entretanto, existe no Brasil a adoção da Norma Brasileira – NBR 5413,

estabelecida pela ABNT, que define os níveis mínimos de iluminância para cada ambiente

de trabalho de modo a permitir o conforto visual. Estes níveis são apresentados na tabela

3.5, a seguir:

Tabela 3.5 – Especificações de iluminância por tipo de atividade definida pela NBR 5413 (fonte: elaboração do autor, a partir de Costa, 2006).

Faixa ABNT Iluminância (lux) Tipo de atividade

20 – 50 Áreas públicas com arredores escuros

50 – 200 Recintos não usados para trabalho

contínuo, depósitos. A

Iluminação geral para áreas de tarefas visuais simples

200 – 500 Tarefas com requisitos visuais limitados, trabalho bruto de maquinaria, escritórios.

500 – 1.000 Tarefas com requisitos visuais normais. B

Iluminação geral para área

de trabalho 1.000 – 2.000 Tarefas com requisitos especiais, gravação

manual, inspeção, indústria de roupas.

2.000 – 5.000 Tarefas visuais exatas e prolongadas,

eletrônica de tamanho pequeno.

5.000 – 10.000 Tarefas visuais muito exatas, montagem de

microeletrônica.

C

Iluminação adicional para tarefas visuais difíceis

10.000 – 20.000 Tarefas visuais muito especiais, cirurgia.

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CCAAPPÍÍ TTUULL OO 44:: DDAADDOOSS EE II NNFFOORRMM AAÇÇÕÕEESS

4.1. MESORREGIÃO E LATITUDE

As mesorregiões brasileiras são classificadas oficialmente pelo IBGE. Elas

representam uma subdivisão dos Estados brasileiros no qual existem similaridades sociais

e econômicas; ou seja, é uma divisão intermediária entre Estado e Município. Neste

trabalho, optou-se por desenvolver a metodologia com a menor subdivisão possível, pois o

objetivo era aperfeiçoar a analise dos dados da melhor forma possível. Entretanto, devido a

ausência de informações e dados mais precisos, isto é, em escala de municipal a melhor

aproximação encontrada foi a separação por mesorregião.

Para relacionar cada uma das 137 mesorregiões do Brasil com uma latitude fixa

padrão, foi utilizado o valor da estação meteorológica mais representativa da mesorregião.

Naturalmente, existiram mesorregiões que não possuíam estações meteorológicas que

atendiam os requisitos de dispor de dados de qualidade, logo se optou por trabalhar com

uma estação mais próxima possível, mesmo que esta não pertencesse àquela determinada

mesorregião. Houve também o caso, de uma mesma mesorregião possuir mais de 1 estação

meteorológica de qualidade, mas foi determinada apenas 1 estação por mesorregião,

descartando os demais estações. No anexo B, é apresentada a relação de todas as

mesorregiões e as respectivas estações meteorológicas escolhidas para as informações de

latitude e insolação solar.

4.2. NÚMERO DE DOMICÍLIOS BRASILEIROS

O número de domicílios eletrificados por mesorregião do Brasil foi estimado com

base nas informações sobre o número totais de domicílios pelo Censo 2000 (IBGE, 2000) e

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pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – PNAD (IBGE, 2005). Através do

número de residenciais particulares estimados por mesorregião e pelo percentual de

eletrificação estadual residencial, foi determinado o número total de domicílios

eletrificados no País, portanto que utilizam lâmpadas elétricas.

O Censo 2000, disponibiliza o número de domicílios e eletrificação residencial

separadas por mesorregião. Já o PNAD 2005, apresenta apenas os valores totais, agregados

por estados da federação. Portanto, para estimar o número de domicílios eletrificados por

mesorregião no ano de 2005, foi necessário realizar uma projeção com base nos dados do

Censo de 2000 e com o crescimento médio de domicílios entre os anos 2000-2005,

divididos por estado e apresentados no PNAD 2005. No anexo A, são apresentados a

relação de todas as mesorregiões utilizadas, número de domicílios em 2000, crescimento

residencial no período de 2000-2005, número de domicílios estimados por mesorregião

para o ano 2005 e o percentual de eletrificação das residenciais utilizado.

4.3. FORMAÇÃO DO PARQUE DE LÂMPADAS

4.3.1. Setor residencial

O parque total de lâmpadas instaladas por mesorregião no setor residencial, que

inclui as LI, LFT, LFC e LFCirc, foi determinado com base nas informações do número de

domicílios eletrificados no Brasil e no número de lâmpadas instaladas por domicílios

(equação 4.1).

No estudo solicitado pela Eletrobrás e realizado pela Pontifícia Universidade

Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), com título: “Pesquisa de Posse de Equipamentos e

Hábitos de Uso: Ano base 2005” (ELETROBRÁS, 2007a e 2007b), foi estimado o número

de lâmpadas por domicílio no Brasil, separadas por regiões.

ikii k

ik .LDNPLPL137

1

4

1total ==∑∑

= = (4.1)

onde:

PLtotal = parque de lâmpadas total no Brasil (unidades);

PLik = parque de lâmpadas na mesorregião “i” e por tipo “k” (LI, LFT, LFC ou

LFCirc);

Nik = número de domicílios eletrificados estimados na mesorregião “i”;

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LDik = número de lâmpadas por domicílio, na mesorregião “i” e por tipo “k” (LI,

LFT, LFC ou LFCirc);

Na tabela 4.1, estão os valores estimados para o número de lâmpadas por domicílio

no Brasil. Estes dados são essenciais para determinar a formação do parque de lâmpadas e

assim estabelecer a linha de base de comparação do MDC.

Tabela 4.1 – Número de lâmpadas por domicílio separadas por regiões do Brasil no ano de 2005 (fonte: elaboração do autor, a partir de Eletrobrás, 2007a e 2007b).

Região LFT/dom. LFC + LFCirc/dom.

LI/dom. Total lâmpadas por domicílio

Sul 1,9 3,4 2,8 8,1

Sudeste 1,0 2,3 5,4 8,7

Centro-Oeste 1,1 3,0 4,3 8,4

Norte 2,9 2,1 1,9 7,9

Nordeste 1,1 3,5 3,1 7,7

Apenas como complementação e validação da pesquisa realizada para o ano de

2005, Geller et al (1998), menciona que um estudo de 1988 apresenta que Brasil possuía

em média de 9 lâmpadas por domicílio, no qual 26% eram de algum tipo de lâmpada

fluorescente, basicamente LFT.

4.3.2. Iluminação pública

Nos relatórios anuais de avaliação do ReLuz, a Eletrobrás disponibiliza somente a

relação dos Estados e municípios atendidos, sem apresentar a localização precisa dos

pontos substituídos ou expandidos individualmente. Portanto, para estimar o número de

pontos substituídos ou expandidos no ReLuz 2005 por mesorregião, foi realizada uma

distribuição matemática (soma e produto) com base no números de cidades atendidas por

mesorregião.

No anexo J, é apresentado o número de cidades atendidas, com as respectivas

estimativas de pontos substituídos ou expandidos utilizados neste trabalho.

4.4. INSOLAÇÃO SOLAR

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A insolação solar é ser uma variável meteorológica observada diretamente e utiliza

um instrumento chamado Heliógrafo Stokes-Campbell (figura 4.1a). O instrumento é

composto de uma esfera de vidro, que suspensa em um suporte permite que os raios solares

(incidência direta no aparelho) sejam focados sobre um tira de cartolina colada sob um

suporte (figura 4.1b), de modo que o intenso calor do Sol (foco sob a tira) queime

progressivamente a tira ao longo do dia, desde que não haja nebulosidade capaz de

interromper a incidência de luz sobre o instrumento (INMET, 1999; DHN, 2003;

VAREJÃO-SILVA, 2005). Como a tira de cartolina possui uma escala de tempo, é

possível determinar o número de horas da insolação solar diariamente.

Ao realizar observações nos valores diários de insolação, durante 30 anos, é

possível obter a climatologia de insolação solar, ou seja, os valores podem ser

disponibilizados como médias diárias ou mensais para uma determinada localização.

(a)

(b)

Figura 4.1 – Heliógrafo Stokes-Campbell (a) e os diferentes modelos da tira de cartolina (b), utilizado para observar os valores de insolação solar diária. (fonte: elaboração do autor, a partir de foto da Estação Meteorológica do IAG/USP e imagem adaptada de

Inmet, 1999).

Conforme apresentado em Tiba et al (2000), a queima da tira de cartolina no

Heliógrafo ocorre quando a radiação solar direta supera o limite entre 100 e 200 W.m-2, já

que existe uma dependência da localização geográfica do instrumento, do tipo de papel

utilizado, entre outras variáveis. Entretanto, quando o instrumento está adequadamente

instalado e sob as condições corretas de operação, o limiar para a queima da tira está em

120 W.m-2. Logo é possível estabelecer correlações entre a insolação e a radiação solar

diária com erros relativamente baixos.

A publicação “Normais Climatológicas – 1961-1990” (INMET, 1992) do Instituto

Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Banco de Dados do Atlas Solarimétrico do Brasil

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(TIBA, 2003), oferecem os valores climáticos de observações em mais de 200 estações

meteorológicas espalhadas pelo Brasil. Entretanto, vale destacar que estas estações

meteorológicas são classificadas como Estações Sinóticas de Superfície e fazem parte da

rede mundial de observação da Organização Meteorológica Mundial (OMM), portanto

possuem uma numeração internacional (relação completa no Anexo B).

Em Tiba et al (2000), são apresentados mapas com a insolação solar incidente no

Brasil, resultante da interpolação da série de dados do Inmet e também de alguns outros

pontos complementares. Desta forma, foi possível elaborar um Atlas da insolação média

para cada mês do ano e para valores médios anuais (figura a seguir).

Figura 4.2 – Média anual da insolação solar (em horas) para o Brasil. (fonte: Aneel,

2005b, com informações de Tiba et al, 2000).

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Como a insolação solar é uma medida observada, também é dependente das

condições do céu, como nebulosidade, presença de nevoeiros, poluição etc. Portanto, para

uma mesma latitude (com a mesma duração do dia astronômico, conforme descrito acima),

ainda existem variações dos valores médios de insolação para o Brasil, como pode ser

observado na figura 4.2. Por exemplo, a maior parte do Brasil está localizada relativamente

próxima da linha do Equador, mesmo assim existem grandes diferenças entre os valores

para os estados da região Norte (5 horas) e Nordeste (8 horas). Contudo, a maioria da

população brasileira e das atividades socioeconômicas do País se concentra nos estados

mais distantes do Equador, principalmente na região Sudeste (ANEEL, 2005b).

4.5. OBSERVAÇÃO DO TEMPO DE UTILIZAÇÃO NA ILUMINAÇÃ O PÚBLICA

Através de um projeto realizado pela Concessionária de Energia Elétrica, Light

Serviços de Eletricidade S.A., foi observado os dados diários de tempo de utilização na IP

na cidade do Rio de Janeiro, entre abril de 2005 e agosto de 2006. De forma geral, o

projeto realizou medições em pontos específicos do município, durante um período de 12

meses, de modo a contemplar todos os meses do ano. A cidade do Rio de Janeiro foi

dividida em 6 pequenas regiões, onde havia uma estação de medição em cada (QUADROS,

2006a e 2006b).

Segundo Quadros (2006a e 2007), cada dos pontos de medição, eram compostas

basicamente de 3 relés (um novo eletrônico, um novo mecânico e um meia-vida mecânico),

no qual eram registrados os tempos exatos de acionamento e desligamento de cada relé,

assim como o nível de lumens em que cada um operou. Desta forma, os resultados

observados diariamente por cada estação eram consolidados mensalmente, apresentando

um tempo de utilização médio na IP para cada mês do ano. Na figura 4.3, são apresentados

os valores em comparação ao tempo de utilização da IP, com 3 indicadores diferentes,

sendo a legislação da Aneel, dados teóricos (considerando somente o noite astronômica,

devido a latitude) e TU médio observado para todas os pontos de medição do projeto, onde

é possível observar a sazonalidade bem característica entre o verão e inverno.

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Figura 4.3 – Tempo de utilização na IP, médio observado na cidade do Rio de Janeiro, teórico astronômico e pela resolução da Aneel. (fonte: adaptação de Quadros, 2006a).

Com os dados de TU médio mensal disponível para os 12 meses do ano, foi

possível determinar de forma empírica o ajuste na relação entre o TU na IP e com os

valores de insolação solar médio, chamado de Fator de Correção do TU (β), que será

descrito em maiores detalhes no Capítulo 5 (metodologia).

Por ser um valor empírico, este ajuste é uma aproximação, inicialmente válida

somente para a cidade do Rio de Janeiro, já que em outras mesorregiões do Brasil

apresentam característica no TU da IP diferentes. Dos 6 pontos de medidas da Light, o

ponto localizado no centro do Rio de Janeiro é o mais próximo da Estação Meteorológica

do Inmet, também localizada no centro, portanto foram usados somente os dados deste

ponto do projeto da Light.

Utilizando a equação 5.23, foi determinado o valor do Fator de Correção do TU (β),

para a IP, como apresentado na tabela 4.2 e utilizado posteriormente na metodologia.

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MêsTU Estação Centro (em décimos hora)

Cálculo do Fator Beta (mensal)

Jan 10,75 -0,005

Fev 12,28 0,194

Mar 11,55 -0,054

Abr 13,12 0,098

Mai n.d. n.d.

Jun 16,53 0,588

Jul 13,80 0,117

Ago 13,97 0,221

Set 13,60 0,203

Out 12,80 0,182

Nov 11,75 0,114

Dez 12,12 0,180

0,167Beta médio ( βC)

Tabela 4.2 – Tempo de utilização da estação Centro do projeto da Light e cálculo do fator βC para IP, mensal e médio anual. (fonte: elaboração do autor, a partir de Quadros, 2007).

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CCAAPPÍÍ TTUULL OO 55:: MM EETTOODDOOLL OOGGII AA

Neste capítulo, será revista a metodologia utilizada pelo Procel/Eletrobrás no ano

de 2005 e apresentada de forma detalhada o Método por Demanda Climática na economia

de energia por iluminação.

Através de uma abordagem sequencial, são discutidas as premissas para o MDC e

as considerações na estimativa do tempo de utilização, considerando os efeitos de latitude e

do clima e as respectivas economias de energia e a redução na demanda de ponta, tanto

para a iluminação residencial quanto para a pública.

5.1. MÉTODO PROCEL/ELETROBRÁS

5.1.1. Procel na iluminação residencial

Anualmente, a Eletrobrás realiza uma avaliação dos resultados do Procel para todos

os equipamentos que recebem o selo. Para a iluminação, é realizada uma análise da

economia de energia devido a difusão e uso de tecnologia com lâmpadas mais eficientes

para todos os setores do mercado (residencial, comercial/ público e industrial).

A metodologia para o ano de 2005 utilizada pela Eletrobrás na avaliação de

economia de energia atribuída ao Selo Procel na iluminação tem as seguintes premissas

básicas (ELETROBRÁS, 2006a):

� valores de economia de energia totais, em escala nacional e contabilizados

para um ano;

� o número do parque de lâmpadas e dado pelas vendas anuais de lâmpadas

eficientes (LFC e LFCirc.);

� uso de uma redução média de potência – RMP;

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� tempo de utilização fixo (horas de uso) para cada tipo de lâmpada ao longo

do ano;

� parte da economia de energia é um percentual das vendas que foram

estimuladas pelo Selo Procel (Fator Procel – FP).

O cálculo da estimativa de economia de energia atribuída ao Selo Procel é obtido

utilizando a expressão abaixo:

PN.RMP.TU.FEE= (5.1)

onde:

EE = economia de energia (Wh.ano-1);

N = número estimado de LE em uso no ano (unidades);

RMP = redução média de potência de consumo das LE (W);

TU = tempo de utilização das LE (horas por ano);

FP = fração assumida como tendo sido estimulada pelo Procel.

A estimativa de redução da demanda de ponta – RDP é determinada pela seguinte

equação:

FPN.RMP.FCP.RDP= (5.2)

onde:

RDP = redução de demanda de ponta (W);

N = número estimado de LE em uso no ano (unidades);

RMP = redução média de potência de consumo das LE (W);

FCP = fator de coincidência de ponta (%);

FP = fração assumida como tendo sido estimulado pelo Procel.

O número de LE em uso no ano, é determinado pelos dados de importação destas

lâmpadas através de informações oficiais do Ministério do Desenvolvimento, Industria e

Comércio Exterior (MDIC) fornecidos pelo Sistema AliceWeb10.

Quanto aos demais parâmetros utilizados pelo método Procel/Eletrobrás, segue a

descrição na tabela abaixo:

10 Sistema AliceWeb: banco de dados on-line com informações públicas de importação e exportação do Brasil, mantido pela Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, disponível através do website: <http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br/>.

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Tabela 5.1 – Dados utilizados como parâmetros nos cálculos de EE e RDP no Método Procel/Eletrobrás (fonte: elaboração do autor, a partir de Eletrobrás, 2006a).

Item Unidade LFC LFCirc

Participação nas vendas % no ano 95 5

Vendas em 2005 unidades 61.424 x 103 3.233 x 103

Potência média na substituição de LI para LE

W 60 para 15 75 para 22

RMP W 45 48

FCP % 70 (ou 0,7) 70 (ou 0,7)

TU hora.ano-1 / hora.dia-1

2.190 (por ano) ou 6 (por dia)

1.500 (por ano) ou 4,1 (por dia)

FP % 20 (ou 0,2) 20 (ou 0,2)

É importante destacar que o Método Procel/Eletrobrás não considera o parque total

de LE no mercado brasileiro, isto é, as LE que foram vendidas em anos anteriores, mas que

continuam em uso no mercado não são contabilizadas, mesmo proporcionando economia

de energia. O método leva em consideração um percentual das vendas do ano em estudo.

Outro ponto é o fato do Procel não considerar nos resultados para iluminação o uso das

LFT, pois apesar de ser uma LE, elas não recebem o Selo Procel e também não são

avaliadas pelo PBE do Inmetro.

5.1.2. ReLuz e iluminação pública

A Eletrobrás, a partir do ReLuz, tem incentivado a apresentação de projetos pelas

Concessionárias de Energia Elétrica e pelos municípios brasileiros para melhoria e

expansão da IP. Assim como para o Selo Procel para iluminação, a Eletrobrás também

realiza anualmente uma avaliação dos resultados utilizando o Método ReLuz/Eletrobrás

(ELETROBRÁS, 2006a).

Entretanto a metodologia, como será descrita a seguir, é bastante diferente do Selo

Procel para iluminação. Esta diferença se deve basicamente à forma na contagem no

número de LE e também no cálculo da redução de potência devido à substituição.

Para o cálculo da EE no ReLuz é utilizada a seguinte equação:

IP2211 )].TUR(P-)RN.[(PEE ++= (5.3)

onde:

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EE = economia de energia (Wh.ano-1);

N = número de pontos de IP substituídos no ano (unidades);

P1 e R1 = potencia das lâmpadas (P) e do reator (R) substituídos (W);

P2 e R2 = potencia das lâmpadas (P) e do reator (R) eficientes (W);

TUIP = tempo de utilização das lâmpadas na IP (horas).

No Método ReLuz/Eletrobrás, o tempo de utilização na IP não é uma variável

observada, apesar de ser um dos principais fatores na EE em IP. São utilizados valores

constantes, conforme apresentados na tabela 5.2:

Tabela 5.2 – Tempo de utilização na IP, utilizados nos cálculos de EE no Método ReLuz/Eletrobrás (fonte: elaboração do autor, a partir de Eletrobrás, 2006a).

TUIP Horas por ano Horas por dia

Tempo de utilização na IP 4.380 12

A redução de demanda de ponta no ReLuz, é definida pela equação:

IP2211 )].FCPR(P-)RN.[(PRDP ++= (5.4)

onde:

RDP = redução de demanda de ponta (W);

N = número de pontos de IP substituídos no ano (unidades);

P1 e R1 = potencia das lâmpadas (P) e do reator (R) substituídos (W);

P2 e R2 = potencia das lâmpadas (P) e do reator (R) eficiente (W);

FCPIP = fator de coincidência de ponta na IP.

Como as lâmpadas na IP operam basicamente no período noturno, o que coincide

com o período de ponta do Sistema Elétrico Brasileiro, o FCPIP é igual a 1,0

(ELETROBRÁS, 2006a). Outro ponto relevante é que o Método ReLuz/Eletrobrás

considera nos cálculos da EE e da RDP, cada uma das substituições realizadas (lâmpadas

individualmente; ponto a ponto), ou seja, não são utilizados valores médios na redução de

potência, já que o ReLuz é implementado por meio das Concessionárias de Energia

Elétrica. Portanto, as concessionárias são as responsáveis pelo repasse das informações

precisas para a Eletrobrás através de relatórios de acompanhamento, segundo os contratos

de gestão estabelecidos com a Eletrobrás e os municípios (ELETROBRÁS, 2004).

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5.2. PROPOSTA DO MÉTODO POR DEMANDA CLIMÁTICA

O Método por Demanda Climática – MDC se enquadra dentro das premissas do

PIMVP, isto é, a avaliação da EE através da comparação entre o consumo de energia

elétrica considerando um cenário padrão (ou linha de base) e o consumo após a

implementação do PEE (MILANEZ et al, 2001). Na figura 5.1 temos uma apresentação

esquemática do conceito utilizado no MDC.

Figura 5.1 – Visão esquemática do MDC (fonte: elaboração do autor, com

adaptação de Cardoso, 2008).

Naturalmente, a linha de base do MDC é um mercado fictício, no qual o parque de

lâmpadas seria formado pela totalidade de LI, no uso de lâmpadas compactas e por uma

pequena parcela de LFT que já esta estabelecida no mercado no ano de 2005. A diferença

de consumo de energia entre a linha de base e o mercado real e potencial estimado

(formado também por LFC e LFCirc.) é o que corresponde ao valor de economia de

energia atribuída ao uso de tecnologias eficientes, sendo, por sua vez, uma parcela desta

economia atribuída ao Selo Procel.

Como características básicas gerais, o MDC tem:

� desagregação por mesorregiões (total de 137);

� desagregação por meses do ano (total de 12);

� inclusão dos efeitos de latitude (variação do dia claro astronômico) e das

condições climáticas (insolação solar) no tempo de utilização das lâmpadas

e nos respectivos cálculos de economia de energia;

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O grande desafio do método proposto está em estimar o parque e o tempo de

utilização das lâmpadas, desagregados por mesorregião e por mês do ano, já que a potência

média das lâmpadas pode ser obtida através de informações do Procel.

5.2.1. Iluminação residencial

De um modo simplificado, o consumo total de energia elétrica do País atribuída ao

setor de iluminação residencial é o produto entre o parque de lâmpadas (número total de

lâmpadas nas residenciais), a potência média das lâmpadas instaladas e o tempo de

utilização anual.

Para o setor residencial, além das características gerais listadas anteriormente, o

MDC ainda apresenta algumas características específicas:

� desagregação na contagem do tempo de utilização das lâmpadas que são

susceptíveis a variações externas (de latitude e clima) e das lâmpadas não

susceptíveis, que usam tempo de utilização constante ao longo do ano;

� estimativa do parque total de lâmpadas em uso baseada em dados do

PNAD/IBGE (número de domicílios) e pesquisa de posse de equipamentos

e hábitos de uso (ELETROBRÁS, 2007a e 2007b) com a estimativa do

número de lâmpadas médio por domicílio;

� uso do mesmo percentual das vendas que foram estimuladas pelo Selo

Procel (Fator Procel).

É conveniente destacar também que o MDC não incluiu efeitos de degradação de

desempenho das lâmpadas ao longo da vida útil, pois se acredita que esse efeito é mínimo,

pois muitas vezes o consumidor não identifica a perda no fluxo luminoso e como

conseqüência continua utilizando a lâmpada de mesma potência na próxima compra.

No caso dos percentuais de participação do mercado das LFC e das LFCirc, foram

utilizadas estimativas da própria Eletrobrás (ELETROBRÁS, 2006a) para obtenção destes

percentuais de uso destas lâmpadas no País. Na tabela 5.3, vemos os demais parâmetros

utilizados no MDC.

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Tabela 5.3 – Dados utilizados como parâmetros no MDC (fonte: elaboração do autor).

Item Unidade LFC LFCirc

Participação no mercado % no ano 95 5

Potência média na substituição de LI para LE

W 60 para 15 75 para 22

RMP W 45 48

FCP % 70 (ou 0,7) 70 (ou 0,7)

TU hora.ano-1 / hora.dia-1

variável variável

FP % 20 (ou 0,2) 20 (ou 0,2)

As lâmpadas foram estimadas e classificadas por tipo e fornecidos pela “Pesquisa

de Posse de Equipamentos e Hábitos de Uso: Ano base 2005” (ELETROBRÁS, 2007a e

2007b). Estes dados são essenciais para determinar a formação do parque de lâmpadas no

País e assim estabelecer a linha de base no consumo de energia elétrica para comparação

no MDC.

a) Determinação do tempo de utilização

Para determinar o tempo de utilização – TU ou horas de uso de uma lâmpada na

iluminação residencial para o MDC, o tempo foi desagregado em:

i) TU constante – TUcte

ii) TU variável – TUvar

A desagregação do TU em uma parte constante e uma variável, é uma forma de

dimensionar o uso das lâmpadas que são ou não susceptíveis as variações de latitude e

clima. Desta forma, com objetivo de estabelecer mecanismos de ajustes na parametrização

do MDC, também foi necessário estimar algumas outras propriedades que influenciam

diretamente o TU, sendo:

i) Fator de susceptibilidade da lâmpada (fator α) – é a porcentagem das

lâmpadas residenciais que são susceptíveis aos efeitos na variação de

latitude e clima. Como exemplo, as lâmpadas instaladas em um sótão ou

porão das residências, não são susceptíveis aos efeitos externos, logo o

seu TU diário é estimado como constante ao longo do ano. Portanto, se

temos um α = 0,7, logo 70% das lâmpadas residenciais são susceptíveis a

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estas variações externas ao longo do ano, isto é possuem um TUvar e 30%

das lâmpadas tem o TUcte.

)TU

TU(1

cte

lsusceptíve não+=α (5.5)

onde:

TUsusceptível = tempo de utilização das lâmpadas residenciais susceptíveis as

variações de latitude e clima(horas);

TUcte = tempo de utilização constante das lâmpadas residenciais não susceptíveis

(horas);

ii) Fator de correção do TU (fator β) – representa a porcentagem do tempo

de uso das lâmpadas susceptíveis, que provocam consumo de energia

elétrica, isto é, apesar de existir a necessidade de iluminação, nem todas

as lâmpadas residenciais são utilizadas simultaneamente. Como exemplo,

têm-se as lâmpadas dos cômodos da uma residência (quarto, banheiro,

sala etc) que apesar da ausência de claridade não estão em uso naquele

exato momento, pois não existe demanda dos usuários.

Os valores estimados de α e β para os efeitos da latitude e do clima respectivamente

são apresentados na tabela a seguir:

Tabela 5.4 – Fator de Susceptibilidade (fator α) e Fator de Correção do TU (fator β) das lâmpadas residenciais em relação a variação de latitude e clima (fonte: elaboração do

autor).

Efeito α (alfa) β (beta) Características no setor residencial

Latitude 0,7 1,0 Representa que das lâmpadas susceptíveis (70%), todas ocasionam consumo imediato de energia

Clima 0,7 0,2 Representa que das lâmpadas susceptíveis (70%), 20% do tempo é que ocasiona consumo de energia

Por não haver disponível um levantamento mais detalhado dos domicílios

brasileiros, o fator de susceptibilidade das lâmpadas (α), foi considerado uma estimativa

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teórica em que parte dos cômodos de uma residência utilizam iluminação independente das

condições externas, como sótão, porão, garagens, dispensas etc.

Em relação as estimativas do Fator de Correção do TU, seguem algumas

considerações: a) no efeito latitude, βL = 1, pois como não existem outros fatores de

influência, a variação de dia claro astronômico tem efeito imediato no consumo de energia

devido a iluminação; b) no efeito clima, βC = 0,2, pois a variação de insolação solar, seja

no nascer ou por do Sol ou mesmo durante o dia devido a nebulosidade, não provoca

consumo imediato de energia devido ao grau de iluminação natural. Desta forma, por não

dispor de dados empíricos, como no caso da IP (item 4.5) foi estimado este valor no

presente estudo.

Já para determinar o valor de TUcte , foi necessário realizar algumas outras

considerações, já que na literatura científica não existem muitos trabalhos que indicam o

TU no Brasil (seja constante ou variável) e a respectiva vida útil das lâmpadas.

Nos projetos com a participação do Global Environment Facility (GEF), são

apresentados especificações técnicas iniciais para o tempo de vida útil de uma LFC e

LFCirc de 6.000 horas (BIRNER E MARTINOT, 2005). Entretanto, como argumentado no

artigo, devido ao hábito de uso e outras características técnicas, foi constatado que o tempo

na realidade era duas vezes menor, com 3.000 horas. Já na tabela 5.5, vemos alguns dos

valores de TU das lâmpadas utilizados em outros estudos relacionados com iluminação

residencial.

Tabela 5.5 – Tempo de Utilização médio de lâmpadas no setor residencial, em horas por ano e horas por dia (fonte: elaboração do autor, a partir das referências indicadas).

TU em LI (horas por:)

TU em LFC (horas por:)

TU em LFCirc (horas por:)

Referência

ano dia ano dia ano dia

Jannuzzi e Santos, 1996 1.095 3 n.d. n.d.

Kazakevicius et al, 1999 1.460 4 1.460 4 1.460 4

Mahlia et al, 2005 1.533 4,2 1.533 4,2 1.533 4,2

Eletrobrás, 2006a n.d. 2.190 6 1.500 4,1

Eletrobrás, 2007c n.d. 1.460 4 730 2

Observação: n.d. = não disponível

Nas avaliações anuais da Eletrobrás, é conveniente destacar que, para o ano de

2006, após uma avaliação interna da equipe técnica do Procel com associações e

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consultores do setor de iluminação e baseado nas novas informações da “Pesquisa de Posse

de Equipamentos e Hábitos de Uso” (ELETROBRÁS, 2007a e 2007b), foi constatado que

o TU estava super estimado na metodologia utilizada até o ano de 2005, portanto na

avaliação mais recente dos resultados do Procel, a Eletrobrás fez uma revisão nos valores

de TU para o cálculo de economia de energia (ELETROBRÁS, 2007c).

Neste trabalho, não é feita uma diferenciação nos TU das LI, LFT, LFC e das

LFCirc, optando-se por utilizar um valor padrão intermediário para o TUcte das lâmpadas

residências. Os valores adotados no MDC são apresentados na tabela a seguir:

Tabela 5.6 – Tempo de utilização constante para lâmpadas residenciais adotadas no MDC, usados nos cálculos de EE (fonte: elaboração do autor).

TUcte Horas por ano Horas por dia

Tempo de utilização constante 1.000 2,74

Um dos fatores diferenciais no MDC está em determinar o tempo de utilização das

lâmpadas, como uma variável em função do efeito de latitude e das condições climáticas.

Para isso, foi escolhida para cada uma das 137 mesorregiões diferentes do Brasil, uma

estação meteorológica com a série climatológica mais longa de dados e com a melhor

representação geográfica da mesorregião, com a sua respectiva latitude. Deste modo, temos

a informação das coordenadas geográficas para cálculos do TUvar com efeito latitude e

dados de insolação solar para o efeito clima.

b) Tempo de utilização – Efeito Latitude (TUL)

Para determinar o TU considerando efeito latitude para lâmpadas susceptíveis e não

susceptíveis, temos a seguinte equação:

lsusceptívelsusceptíve não TUTUTUL += (5.6)

onde:

ctelsusceptíve não TU).1(TU α−= (5.7)

)).Td12(TU.(TU ctelsusceptíve Lβα −+= (5.8)

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Portanto, considerando que βL = 1 e generalizando para todas as mesorregiões,

meses do ano e substituindo os termos, temos a equação principal para determinar o TUL:

))Td(12.(TU).TU-(1TUL ijctecteij −++= αα (5.9)

onde:

TULij = tempo de utilização devido ao efeito da latitude na mesorregião “i” e mês

do ano “j” (horas);

α = fator de susceptibilidade devido ao efeito latitude;

βL = fator de correção do TU no efeito latitude;

TUcte = tempo de utilização constante das lâmpadas residenciais (horas);

Tdij = duração média mensal do dia claro astronômico na mesorregião “i” e no

mês “j”, dado pela equação 2.3 (horas);

12 = duração média anual do dia claro (dia padrão em horas)

No caso do efeito latitude, vemos que o TUsusceptível é uma função da diferença de

um dia claro médio anual de 12 horas (padrão) e do dia astronômico médio mensal, sendo

este um termo positivo ou negativo na equação do TUL, dependendo da época do ano.

Portanto, é essa diferença no TUsusceptível que provoca o aumento ou a redução no consumo

de energia elétrica por iluminação.

c) Tempo de utilização – Efeito Clima (TUC)

Assim como o efeito latitude, o calculo do TU ponderado e considerando o efeito

do clima em uma lâmpada, é definido como:

lsusceptívelsusceptíve não TUTUTUC += (5.10)..

onde:

ctelsusceptíve não TU).1(TU α−= (5.11)

)).ITd().Td12(TU.(TU ctelsusceptíve CL ββα −+−+= (5.12)

Portanto, considerando que βL = 1 e generalizando para todas as mesorregiões,

meses do ano e substituindo os termos, temos a equação principal para determinar o TUC:

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)).I(Td)Td12(.(TU).TU-(1TUC ijijijctecteij Cβαα −+−++= (5.13)

onde:

TUCij = tempo de utilização devido ao efeito clima na mesorregião “i” e mês do

ano “j” (horas);

α = fator de susceptibilidade devido ao efeito clima;

βC = fator de correção do TU no efeito clima;

TUcte = tempo de utilização constante das lâmpadas residenciais (horas);

12 = duração média anual do dia claro (horas);

Tdij = duração média mensal do dia claro astronômico, na mesorregião “i” e no

mês “j”, dado pela equação 2.3 (horas);

I ij = insolação solar média mensal na mesorregião“i” e mês “j”;

No caso do efeito clima, vemos que o TUsusceptível é uma função da diferença do dia

claro astronômico médio e da a insolação solar média no mês. Vale ressaltar que, diferente

do efeito latitude, onde pode ser reduzido o TUL, no efeito clima sempre irá provocar um

aumento no TUC, pois em termos climatológicos, sempre haverá fatores que reduzem a

insolação solar, como nebulosidade, nevoeiro/ névoa ou poluição. Isto é, ao longo do ano,

o valor de insolação solar (I), sempre será menor do que o dia claro astronômico (Td),

portanto a diferença será sempre positiva. Vale lembrar, que utilizando do Fator de

correção do TU, é uma parcela desta diferença (Td – I) que provoca o consumo de energia

elétrica no uso da iluminação, neste caso ajustado pelo valor de βC.

d) Economia de energia e redução na demanda de ponta

Diferentemente do Método Procel/Eletrobrás, o MDC irá avaliar somente a

economia de energia – EE na iluminação residencial, sem considerar o setor comercial/

público e industrial, pois é onde estão disponíveis os dados e informações mais confiáveis,

com o número de lâmpadas por domicílio, por exemplo.

Para o cálculo da EE, primeiramente é necessário determinar qual é o consumo de

energia – CE nos diferentes cenários, isto é: a) linha de base; b) consumo real estimado e b)

consumo potencial estimado, considerando por definição, que:

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N.P.TUCE= (5.14)

onde:

CE = consumo de energia (Wh);

N = número estimado de lâmpadas em uso (unidades);

P = potência média das lâmpadas em uso (W);

TU = tempo de utilização da lâmpada (horas).

Logo, a economia de energia pode ser determinada pela diferença entre o consumo

de energia de cada cenário, sendo assim:

.FP)CECE(EE PEELB −= (5.15)

onde:

EE = economia de energia (Wh);

CELB = consumo de energia nos cenários linha de base (Wh);

CEPPE = consumo de energia no programa de eficiência energética(Wh);

FP = fração assumida como tendo sido estimulado pelo Procel.

Aplicando na equação 5.14 os 2 efeitos (latitude e clima), as 137 mesorregiões do

Brasil, os 12 meses do ano e os 4 tipos de lâmpadas (LI, LFT, LFC e LFCirc), temos a para

cada cenário o consumo de energia:

ijekiki j k

ijkze .TU.PNCECE137

1

12

12

4

1

==∑∑∑= = =

(5.16)

onde:

CEze = consumo de energia no cenário “z” (linha de base, real estimado ou

potencial estimado) e com efeito “e” (latitude ou clima);

CEijk = consumo de energia na mesorregião “i”, no mês “j” e efeito “e” (latitude

ou clima);

Nik = número estimado de lâmpadas em uso na mesorregião “i” e do tipo “k” (LI,

LFT, LFC ou LFCirc);

Pk = potência média das lâmpadas em uso do tipo “k”;

TUije = tempo de utilização da lâmpada na mesorregião “i”, no mês “j” e efeito

“e” (latitude ou clima).

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Portanto, a economia de energia real estimada é dada pela equação 5.17 e a

economia de energia potencial estimada é dada pela equação 5.18, considerando cada

efeito (latitude ou clima) separadamente:

.FP)CECE(EE reallbtotalR −= (5.17)

.FP)CECE(EE potenciallbtotalP −= (5.18)

onde:

EEtotalR = economia de energia total, real estimada com efeito “e” (latitude ou

clima, em Wh);

EEtotalP = economia de energia total, potencial estimada com efeito “e” (latitude ou

clima, em Wh);

CElb = consumo de energia na linha de base (Wh);

CEreal = consumo de energia real estimado com efeito “e” (latitude ou clima, em

Wh);

CEpotencial = consumo de energia potencial estimado com efeito “e” (latitude ou

clima, em Wh);

FP = fração assumida como tendo sido estimulado pelo Procel.

O cálculo de EE é a diferença no consumo de energia, sendo este baseado no

parque de lâmpadas, nos dados de potência e no TU; desagregados por mesorregião do

País e pelo mês do ano. Vale ressaltar que, para estimar o consumo total de energia da

iluminação residencial, foi considerado o parque de LFT, o que não modifica os valores de

economia de energia, pois são utilizadas as diferenças entre os cenários, que utilizam o

mesmo parque de LFT.

Já para determinar a RDP total pelo MDC, utiliza-se:

RMP.FCP.FP.NRDPRDP137

1total i

ii ==∑

= (5.19)

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onde:

RDPtotal = redução de demanda de ponta total, sob qualquer dos efeitos “e”

(latitude ou clima, em W);

RDPi = redução demanda de ponta na mesorregião “i” (W);

Ni = número de lâmpadas eficientes (LFC e LFCirc) na mesorregião “i”

(unidades);

RMP = redução média de potencia (W);

FCP = fator de coincidência de ponta;

FP = fração assumida como tendo sido estimulado pelo Procel.

5.2.2. Iluminação pública

Para a aplicação do MDC na IP, foi necessário realizar uma série de considerações

devido à ausência de alguns dados fundamentais para determinar o consumo da linha de

base e o consumo potencial. A falta de informações públicas e de fácil acesso do número

total de pontos de IP em funcionamento no País (separadas por município) e a respectiva

potência destas lâmpadas (separadas individualmente), são as grandes dificuldades para

estimar as curvas de consumo. Portanto, neste trabalho, foi estimado a economia real de

energia sem o consumo de linha de base, somente através da diferença de energia

consumida após a implantação do ReLuz no determinado ano, através de uma redução

média de potência. Conseqüentemente, também não serão estimados os consumos e nem a

economia potencial, devido à ausência de informações mais detalhadas.

Para o ReLuz, além das características gerais listadas anteriormente, o MDC tem

algumas específicas:

� aplicação do TU variável das lâmpadas de IP, já que todas são susceptíveis

às variações (de latitude e clima); portanto o TU constante não é utilizado;

� estimativa do número total de pontos substituídos e de expansão por

mesorregião, através de informações dos Estados e municípios atendidos

pelo ReLuz no ano de 2005 (dados oficiais da Eletrobrás);

� uso de uma redução média de potência na substituição/ expansão do ReLuz

em 2005, devido à ausência de dados.

Na tabela a seguir, são apresentados alguns outros parâmetros utilizados no MDC

para IP.

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Tabela 5.7 – Outros parâmetros do MDC na IP (fonte: elaboração do autor).

Item Unidades Aplicação no MDC

FCP % 100 (ou 1,0)

RMP (estimado a partir de: Eletrobrás, 2006a)

W 40 (aproximado)

TU horas Variável

FP % 100 (ou 1,0)

a) Determinação do tempo de utilização

No caso do ReLuz, para determinar o TU ou horas de uso nas lâmpadas na IP, os

termos também foram desagregados em:

i) TU padrão – TUpad

ii) TU variável – TUvar

O TU padrão representa a duração média anual do dia claro (12 horas.dia-1). Assim

como para iluminação residencial, o MDC na IP também tem Fator de Susceptibilidade (α)

e Fator de Correção do TU (β), conforme a tabela a seguir:

Tabela 5.8 – Fator de Susceptibilidade (fator α) e Fator de Correção do TU (fator β) das lâmpadas na iluminação pública em relação a variação de latitude e clima (fonte:

elaboração do autor).

Efeito Termo α Termo β Observação (iluminação pública)

Latitude 1,0 1,0 Representa que todas as lâmpadas na IP são susceptíveis e ocasionam consumo imediato de energia

Clima

1,0

0,167 Representa que todas as lâmpadas na IP são susceptíveis

e que em 16,7% do tempo, ocasiona consumo imediato de energia(1)

(1) = termo β para o efeito clima foi estimado empiricamente a partir de Quadros (2006a e 2006b). Ver item 4.5.

b) Tempo de utilização – Efeito Latitude (TUL)

Para determinar o TUL considerando o efeito latitude na IP é admitido que todas as

lâmpadas são susceptíveis a este efeito, portanto é expresso por:

)).Td12(TU.(TUTUL padlsusceptíve Lβα −+== (5.20)

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Logo, generalizando para todas as mesorregiões e meses do ano, considerando que

α e βL = 1, a equação final para efeito latitude na IP fica:

)Td(12TUTUL ijpadij −+= (5.21)

onde:

TULij = tempo de utilização devido ao efeito latitude na mesorregião “i” e mês “j”;

α = fator de susceptibilidade devido ao efeito latitude;

βL = fator de correção do TU no efeito latitude;

TUpad = tempo de utilização padrão das lâmpadas em IP (12 horas);

Tdij = duração média do dia claro astronômico na mesorregião “i” e no mês “j”,

dada pela equação 2.3 (horas).

c) Tempo de utilização – Efeito Clima (TUC)

Assim como o efeito latitude, todas as lâmpadas em IP são susceptíveis ao efeito

clima, sendo assim, é possível determinar o TUC pela equação:

)).ITd().Td12(TU.(TUTUC padlsusceptíve CL ββα −+−+== (5.22)

Generalizando para todas as mesorregiões e meses do ano, considerando α e βL = 1,

tem-se a equação final para TUC na IP:

Cijijijpadij ).I-(Td)Td(12TUTUC β+−+= (5.23)

onde:

TUCij = tempo de utilização devido ao efeito clima na mesorregião “i” e mês “j”

(hora);

α = fator de susceptibilidade devido ao efeito clima;

βC = fator de correção do TU no efeito clima;

TUpad = tempo de utilização padrão das lâmpadas em IP (12 horas);

I ij =insolação solar média mensal na mesorregião “i” e mês do ano “j” (horas);

Tdij = duração média do dia claro astronômico, na mesorregião “i” e no mês “j”,

dado pela equação 2.3 (horas);

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d) Economia de energia e redução de demanda de ponta

Conforme já apresentado, no caso da IP não foi possível determinar o consumo de

energia da linha de base e também o consumo potencial. Portanto será determinada apenas

a economia de energia real estimada, através da expressão:

ijeii j

ijtotal .RMP.TUNEEEE137

1

12

12

==∑∑= =

(5.24)

onde:

EEtotal = economia de energia total real estimada com efeito “e” (latitude ou

clima);

EEij = economia de energia real estimada na mesorregião “i”, no mês “j”

Ni = número de lâmpadas substituídas e de expansão estimada na mesorregião

“i”;

RMP = redução média de potência estimada para todas as lâmpadas de IP no ano;

TUije = tempo de utilização da lâmpada em IP na mesorregião “i”, no mês “j” e

efeito “e” (latitude ou clima).

Finalmente, para a redução de demanda de ponta em IP é utilizada a equação

abaixo:

.RMP.FCPNRDPRDP137

1total i

ii ==∑

= (5.25)

onde:

RDPtotal = redução de demanda de ponta total, com efeito “e” (latitude ou clima);

RDPi = redução de demanda de ponto na mesorregião “i”;

Ni = número de lâmpadas substituídas e de expansão estimada na mesorregião “i”;

RMP = redução média de potência estimada para todas as lâmpadas de IP no ano;

FCP = fator de coincidência de ponta para IP.

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CCAAPPÍÍ TTUULL OO 66:: RREESSUULLTTAADDOOSS EE DDII SSCCUUSSSSÃÃOO

Neste capítulo, serão apresentados os principais resultados, além de fazer uma

discussão do ponto de vista energético e também climático. Foram avaliadas as diferenças

climáticas existentes no Brasil e suas respectivas influências nas variações de consumo

total de eletricidade através do uso de iluminação, com refinamento espacial (sub-divisão

nas 137 mesorregiões) e temporal (12 meses do ano).

Para uma analise mais detalhada na iluminação residencial e pública, foram

selecionados casos com valores extremos e padrões sazonais distintos de insolação solar

das mesorregiões. Através de uma análise individual, também é apresentado um ranking

das mesorregiões com os maiores valores de economia de energia estimada, nos cenários

real e potencial.

Além dos resultados, na discussão são apresentadas algumas considerações sobre a

sazonalidade na demanda de energia por iluminação, limitações do método proposto e

outros aspectos que não foram considerados no presente trabalho, além de uma tabela

comparativa entre o método adotado pelo Procel/Eletrobrás e o Método por Demanda

Climática.

6.1. ILUMINAÇÃO RESIDENCIAL

Para avaliar o potencial de conservação de eletricidade na iluminação residencial,

foi utilizado o conceito de Consumo de Energia Específico, que neste caso, foi adotado

como a Economia de Energia Especifica por domicílio, isto é, são os valores diários do

consumo evitado de energia em watt hora por domicílio.

É importante destacar, que para os resultados gerais, foi contabilizado o Fator

Procel – FP (tabela 5.3), isto é, 20% das LE em uso nos domicílios brasileiros foram

adquiridas devido as ações de divulgação do Procel ou estimuladas pela marca do Selo

Procel nas embalagens dos fabricantes. Já para os casos extremos, que serão apresentados a

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seguir, foram considerados os valores totais de economia de energia pelas mesorregiões,

sem a separação da fração assumida como tendo sido estimuladas pelo Procel.

6.1.1. Resultados gerais

O Consumo total de energia na iluminação residencial foi estimado utilizando a

equação 5.15, através dos cenários previamente estabelecidos, sendo: linha de base, real

estimado e potencial estimado. Na figura 6.1, podemos observar os valores de cada cenário,

considerando os efeitos latitude e clima.

Para efeito de verificação do modelo, vale destacar, que o consumo de energia do

cenário real estimado, com efeito clima, esta relativamente próximo do percentual real

observado pelo Balaço Energético Nacional (tabela 2.5), com 28% da energia total

consumida no Brasil, quando pelo BEN de 2006, o valor esta em 32% da consumo

residencial (MME, 2006a).

6.818

16.291

22.749

9.842

23.562

32.834

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

Linha Base (100% L.I.) Real (L.I + L.E.) Potencial (1 00% L.E.)

CONSUMO (GWh/ANO)

Latitude Clima

Figura 6.1 – Consumo de energia elétrica total anual estimado para a iluminação

residencial, considerando os efeitos de latitude e clima. (fonte: elaboração do autor).

Para a economia de energia total, ou consumo evitado devido ao uso de tecnologias

eficientes (valores globais), foram estimados pelo MDC os valores apresentados na figura

6.2, para o cenário real e potencial estimados, considerando os dois efeitos separadamente.

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80

15.931

6.458

22.992

9.272

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

Real (L.I + L.E.) Potencial (100% L.E.)

ECONOMIA DE ENERGIA (GWh/ANO)

Latitude Clima

Figura 6.2 – Economia Total de Energia (consumo evitado) anual estimado na iluminação

residencial, determinado pelo MDC para efeito latitude e clima. (fonte: elaboração do autor).

Para o consumo evitado como referência comparativa ao valor determinado pelo

Procel para o ano de 2005, é considerado o Fator Procel – FP de 20%. Pelo MDC foram

obtidos os valores apresentados na figura 6.3, para os cenários estimados real e potencial.

3.186

1.2921.257

4.598

1.854

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

Dados Procel (2005) Real (L.I + L.E.) Potencial (100% L.E.)

ECONOMIA DE ENERGIA (GWh/ANO)

Latitude Clima

Figura 6.3 – Economia de Energia (consumo evitado) anual estimado na iluminação

residencial, considerando o Fator Procel e valores determinado pela Eletrobrás (Eletrobrás, 2006a) e MDC com efeito latitude e clima. (fonte: elaboração do autor).

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81

Para os valores considerando o efeito latitude, temos no cenário real um economia

de energia de 1.292 GWh.ano-1, muito próximo ao próprio valor estimado pelo Procel, pois

a sazonalidade entre o inverno e verão é compensada uma pela outra ao longo do ano. Já

para o efeito clima, temos um significativo aumento de 47%, com uma economia estimada

de 1.854 GWh.ano-1, pois os efeitos climáticos tendem a sempre aumentar o uso de

iluminação nas residenciais, em comparação a estimativa considerando apenas os efeito

latitude, pois a nebulosidade provoca um aumento na demanda de iluminação.

Para os valores de redução na demanda de ponta, foi utilizado a equação 5.18, onde

temos também como comparação de referência o valor determinado pelo Procel. Entretanto,

vale destacar, que a RDP não é uma função do TU das lâmpadas, portanto no MDC os

valores são numericamente idênticos, considerando os dois efeitos, latitude e clima. Com o

Fator Procel, no cenário real estimado, a RDP ficou em 904 MW, valor superior do

estimado pelo Procel, de 358 MW e para o potencial estimado, temos uma estimativa de

RDP de 2.230 MW (figura 6.4).

2.230

904358

11.152

4.521

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

Dados Procel (2005) RDP - real RDP - potencial

Redução de Demanda de Ponta (MW)

Devido Procel RDP total

Figura 6.4 – Redução de Demanda de Ponta anual estimado na iluminação residencial,

considerando valores determinados da Eletrobrás (Eletrobrás, 2006a) e pelo MDC, com o Fator Procel e total geral. (fonte: elaboração do autor).

Para a diferença entre os valores de RDP do Procel e do MDC, deve ser

considerado que, apesar das equações (5.2, para o Procel e 5.18, pelo MDC) serem

semelhantes, a estimativa no número de lâmpadas em uso no ano (N), utiliza metodologias

diferentes. O Procel determina o N somente pela venda de LE no ano de 2005, com um

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valor estimado de 64,6 milhões (ELETROBRÁS, 2006a). Já o MDC considera como base

a pesquisa da PUC-RJ, que determina o número de lâmpadas por domicílio (tabela 4.1) e o

número de domicílios brasileiros determinado pelo IBGE (anexo A). Com esta

metodologia, o MDC estimou em 2005 o número total de LE em uso no Brasil de 144

milhões (anexo E). Em relação a redução na demanda de ponta totais (valores globais)

devido ao uso de LE nos domicílios brasileiros, temos no cenário real estimado uma RDP

de 4.521 MW e como potencial, temos estimados pelo MDC em 2005, 11.152 MW.

Já considerando os valores médios mensais de economia de energia, para todo o

Brasil, é possível observar a existência de uma pequena sazonalidade nos efeitos latitude e

clima, conforme apresentado na figura 6.5. Ao observarmos somente o efeito latitude,

existem uma significativo aumento da economia de energia na metade do ano (abril a

agosto), período que também acontece o inverno no Hemisfério Sul. Nesta época, devido a

posição do Sol, as noites tendem a serem mais longas do que o dia claro, portanto causaria

um aumento no consumo de energia devido ao uso de iluminação e proporcionalmente

uma aumento na parcela de energia economizada devido aos uso de tecnologias eficientes.

Entretanto, ao observarmos os valores considerando o efeito clima, as curvas tendem as

condições opostas, como mostra a figura abaixo:

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

MÉDIA MENSAL DE E.E. (Wh/DIA/DOMICÍLIO)

(latitude) Real estimada (latitude) Potencial estimada(clima) Real estimada (clima) Potencial estimada

Figura 6.5 – Economia total de Energia Específica, média diária no mês devido ao uso de LE, nos cenários real e potencial para efeito latitude e clima. (fonte: elaboração do autor).

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Vale destacar, que o efeito clima sempre provoca um aumento no consumo de

energia, pois a nebulosidade reduz a insolação solar e amplia a demanda do uso de

iluminação. Entretanto, isso não explicaria este padrão de sazonalidade, que pode ser

justificado por dois fatores principais, sendo o primeiro:

i) condições climáticas no Brasil – o clima brasileiro apresenta em grande

parte do País, uma estação chuvosa durante o verão (dezembro a março) e

uma estação seca durante o inverno (junho a agosto). A estação seca esta

relacionada com a condição de nebulosidade, onde na maior parte do País,

provoca um aumenta da insolação solar na superfície e diminui a

demanda de energia por iluminação durante o inverno. Entretanto, isso

não é uma regra, como pode ser observado na figura 6.6, onde temos

algumas dos valores anuais de precipitação e insolação em diversas

localidades do País.

Figura 6.6 – Mapa do Brasil, com gráficos de precipitação (barra azul) e de insolação

solar (linha vermelha) em algumas cidade do Brasil. (fonte: elaboração do autor, a partir de INMET, 1992).

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84

ii) densidade demográfica no Brasil – a grande concentração populacional

no Sul e Sudeste no País (figura 6.7), provoca uma tendência que a curva

de consumo de energia nacional siga os padrões destas regiões, portanto

segue também a conseqüência dos efeitos das condições climáticas do Sul

e Sudeste.

Figura 6.7 – Mapa do Brasil com a densidade demográfica. (fonte: UOL, 2008).

6.1.2. Resultados específicos

a) Mesorregiões com valores extremos de insolação

Para analisar os efeitos da insolação solar na demanda de energia por iluminação,

forma selecionados dois casos extremos de insolação, com valores máximos e mínimos

absolutos do Brasil, sendo a mesorregião “Sertão Paraibano” e a “Centro Oriental

Paranaense”, respectivamente. Apenas para efeito de comparação, foi escolhida também

uma mesorregião com um valor intermediário, sendo a mesorregião “Sul e Sudoeste de

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85

Minas”. A tabela 6.1 apresenta os valores de insolação e demais parâmetros relevantes

utilizados para a avaliar do uso de tecnologias eficientes.

Tabela 6.1 – Características das mesorregiões correspondentes a valores máximo, mínimos e uma com valor de insolação solar intermediário. (fonte: elaboração do autor)

Caracteristicas Máximo de I Intermediário Mínimo de IInsolação solar total (anual) 3.058 2.468 1.210Num. de municípios 83 146 14Domicílios 2005 (unidades) 217.699 731.556 199.286% iluminação elétrica 98,0% 98,1% 98,8%% lâmpadas instaladas - Brasil 0,41% 1,39% 0,38%Num. LFC+LI/ domícilio 6,6 7,7 6,2% LFC/ domicílio 53% 30% 55%Estação representativa São Gonçalo São Lourenço CastroLatitude (décimos de graus) -6,45 -22,06 -24,47Período série (19XX) 61/90 61/90 61/89

Centro Oriental Paranaense

Sul/Sudoeste de Minas

Sertão ParaibanoMESORREGIÃO

Nas figuras 6.8 e 6.9 podemos observar os valores médios diários de insolação solar

e a estimativa do tempo de utilização – TU das três meses mesorregiões selecionadas. A

principal característica é a forte correlação inversa entre a insolação e o TU. Isto é, no

Sertão Paraibano, que possui os maior valores de insolação, o TU é menor ao longo de

todo ano. Já no caso do Centro Oriental Paranaense, onde existem os menores valores do

País, o TU é maior ao longo de todos os meses do ano.

Esta correlação é bastante representativa da realidade, pois quanto menor a

insolação em um determinado local, maior será a necessidade do uso de iluminação devido

ao escurecimento do ambiente.

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86

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Insolação (média de horas/dia)

S. Paraibano Sul de MG C.O. Paranaense Figura 6.8 – Valores médio diários de insolação solar para três mesorregiões do Brasil,

correspondente a máximos, mínimos e intermediário. (fonte: elaboração do autor).

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

TU (horas/dia)

S. Paraibano Sul de MG C.O. Paranaense Figura 6.9 – Tempo de utilização estimado para lâmpadas nas três mesorregiões do Brasil,

correspondente a máximos, mínimos e intermediário de insolação solar. (fonte: elaboração do autor).

Na economia de energia para as respectivas mesorregiões selecionadas, podemos

observar que o Centro Oeste Paranaense tem valores superiores, dentro do cenário real

estimado, devido ao efeito clima, seguindo do Sertão Paraibano e Sul e Sudoeste de Minas

(figura 6.10). Entretanto, devido ao percentual de uso das LE no mercado residencial

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87

destas mesorregiões, vale destacar que o Sul de Minas esta abaixo do Sertão Paraibano em

economia de energia, mesmo com um TU superior ao longo do ano, pois segundo

Eletrobrás (2007a e 2007b), o Sul de Minas tem apenas 30% de uso de LE, enquanto o

Sertão Paraibano detêm 53% de uso de LE nas residências (tabela 6.1). Portanto, no

cenário real estimado, o percentual de uso (grau de penetração no mercado) das LE é

fundamental para estimar a economia de energia, mesmo com uma mesorregião que possui

uma maior numero de domicílios.

300

400

500

600

700

800

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

E.E. Específico (Wh/DIA/DOM)

S. Paraibano Sul de MG C.O. Paranaense Figura 6.10 – Economia de Energia Específico (Wh/dia/domicílio) real estimado

considerando efeito clima referente as três mesorregiões. (fonte: elaboração do autor).

Já no caso da economia potencial, o número total de domicílios na mesorregião se

torna mais relevante, já que a premissa é de 100% de uso das LE nas residenciais. Na

tabela 6.1, vemos que o Sul de Minas tem aproximadamente, 3,5 vezes mais domicílio do

que as outras duas, logo a curva de economia potencial é a mais significativa ao longo de

quase todo o ano, conforme vemos na figura 6.11.

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88

VALORES MÉDIOS POR MESORREGIÃO - EFEITO CLIMA

900

1.000

1.100

1.200

1.300

1.400

1.500

1.600

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

E.E. Específico (Wh/DIA/DOM)

S. Paraibano Sul de MG C.O. Paranaense

Figura 6.11 – Economia de Energia Específico (Wh/dia/domicílio) potencial estimado considerando efeito clima referente as três mesorregiões. (fonte: elaboração do autor).

Outro ponto relevante que podemos observar que, mesmo sem considerar os hábitos

de consumo entre as diferentes classes de renda, temos uma sazonalidade na economia de

energia, tanto no caso real como no potencial estimado. Seguindo a mesma tendência da

curva do TU, a economia de energia ou consumo evitado para as três mesorregiões

analisadas é maior nos meses de verão no Brasil.

Demais valores mensais e outras características destas mesorregiões, estão

disponíveis no anexo C.

b) Mesorregiões com padrão de insolação anual invertido

Apesar da maior parte do Brasil seguir um padrão de estação chuvosa no verão e

seca no inverno, conforme descrito no item 6.1.1, isso não é regra para todas as

mesorregiões analisadas. Deste modo, foram identificadas duas mesorregiões com uma

correlação anual invertida na insolação solar, isto é, com os valores máximos e mínimos

opostos entre o verão e o inverno, apesar dos valores totais anuais não terem grandes

diferenças. Assim como os valores máximos e mínimos, também como efeito de

comparação, foi escolhida uma mesorregião intermediária, que não apresentava uma

sazonalidade significante. A mesorregião “Metropolitana de São Paulo”, além de ser a

mesorregião do Brasil com o maior número de domicílio, tem um papel importante na

análise o uso de tecnologias eficientes, pois possui um mercado consumidor com mais de

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89

20 milhões de pessoas e representou 12% de todas as lâmpadas em uso no Brasil no ano de

2005, conforme apresentado na tabela a seguir.

Tabela 6.2 – Características das mesorregiões correspondentes a valores padrão anual em U, U invertido e intermediário do valor de insolação solar. (fonte: elaboração do autor)

Caracteristica Padrão Λ Padrão = Padrão VInsolação solar total (anual) 2.365 1.733 2.245Número de municípios 1 45 98Domicílios 2005 (unidades) 675.709 6.325.389 1.521.898% iluminação elétrica 99,8% 99,8% 98,9%% lâmpadas instaladas - Brasil 1,31% 12,25% 2,92%Num. LFC+LI/ domícilio 7,3 7,7 6,2% LFC/ domicílio 41% 30% 55%Estação representativa Brasília São Paulo Porto AlegreLatitude (décimos de graus) -15,47 -23,30 -30,01Período série (19XX) 63/90 61/90 61/90

Distrito FederalMetropolitana de

Porto AlegreMetropolitana de

São PauloMESORREGIÃO

Das mesorregiões estudas, a do “Distrito Federal” segue uma climatologia similar

da maior parte do Brasil, chuva no verão e seca no inverno (figura 6.5). Já o estado do Rio

Grande do Sul, em particular a “Metropolitana de Porto Alegre”, tem uma climatologia

oposta, uma maior quantidade de chuva no inverno e menor no verão, no qual influencia

diretamente na insolação solar, como podemos observar na figura 6.12.

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

INSOLAÇÃO (média diária de horas)

D. Federal Metropolitana SP Metropolitana POA

Figura 6.12 – Valores médio diários de insolação solar para três mesorregiões,

correspondente ao padrão U, U invertido e intermediário. (fonte: elaboração do autor).

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90

Ao analisarmos o TU destas mesorregiões (figura 6.13), vemos que não existe uma

sazonalidade para a Metropolitana de Porto Alegre, mas uma bem definida para o Distrito

Federal e Metropolitana de São Paulo. Diferente das demais, a Metropolitana de Porto

Alegre não segue a mesma tendência sazonal da insolação, com valores de TU sem

grandes amplitudes entre os máximos e mínimos ao longo do ano.

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

TU (horas/dia)

D. Federal Metropolitana SP Metropolitana POA

Figura 6.13 – Tempo de utilização estimado no uso de lâmpadas das três mesorregiões, correspondente ao padrão U, U invertido e intermediário de insolação. (fonte: elaboração

do autor).

A curva de TU, com destaque para a Metropolitana de Porto Alegre, esta

diretamente relacionado com a característica do clima no Estado do Rio Grande do Sul.

Entretanto, é conveniente recordar que a demanda de energia devido ao uso de iluminação

é correspondente a um termo da equação 5.13 (TU para o efeito clima), que é a diferença

entre a duração do dia claro astronômico (Td) e a insolação (I):

I)(Td − (6.1)

Na figura 6.14, é possível observar, que assim com o TU, existe um padrão sazonal

no valor de Td – I nas mesorregiões do Distrito Federal e Metropolitana de São Paulo, mas

isso não ocorre na Metropolitana de Porto Alegre, apensar que existir uma variação do dia

claro astronômico ao longo do ano devido a latitude.

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91

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

11,0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Td - I (horas/dia)

D. Federal Metropolitana SP Metropolitana POA Figura 6.14 – Diferença entre o dia astronômico e a insolação para as três mesorregiões,

correspondente ao padrão U, U invertido e intermediário de insolação solar. (fonte: elaboração do autor).

Durante o inverno, com o dia claro mais curto devido a posição da Terra, na

mesorregião Metropolitana de Porto Alegre ocorre a estação chuvosa, com uma diminuição

da insolação solar, fato oposto do Distrito Federal, onde ocorre a estação seca e uma

aumento a insolação devido a redução de nebulosidade. Já durante o verão, com o dia claro

mais longo, na Metropolitana de Porto Alegre ocorre a estação com os menores índices

pluviométrico do ano, portanto com aumento de insolação solar. Como conseqüência direta,

temos, quanto menor for a diferença de Td – I (termo 6.1, na equação 5.13), menor é a

nebulosidade, maior a insolação e menor será a demanda de energia devido ao uso de

iluminação.

Como a nebulosidade sempre aumenta a demanda de iluminação, no caso da

Metropolitana de Porto Alegre, a fato de possuir o inverno com menores valores de

insolação e o verão com os maiores, significa que uma condição compensa a outra, logo

não existe uma sazonalidade na economia de energia. Já se analisarmos o Distrito Federal,

no inverno com a estação seca, ocorre uma redução do TU, mesmo sendo o período do ano

que o dia claro astronômico mais curto. No verão, a estação chuvosa traz um aumento

significativo de nebulosidade em Brasília (Distrito Federal), que conseqüentemente

aumenta o TU, mesmo no período do ano com o dia claro mais longo. Portanto, diferente

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92

de Porto Alegre, no Distrito Federal os efeitos latitude e clima, não são compensado um

pelo outro, de modo a suavizar a sazonalidade entre o inverno e verão.

Assim como no TU, esta característica também provoca um efeito direto na

sazonalidade de economia de energia. Na figura 6.15, vemos que a economia real estimada

não apresenta diferença para Metropolitana de Porto Alegra e alguma sazonalidade para

Metropolitana de São Paulo e mais pronunciado para o Distrito Federal. Isso se torna mais

evidente quando vemos as curvas de economia de energia potencial estimada, apresentada

na figura 6.16, onde as curvas se tornam mais bem definida sob o efeito clima, temos

sazonalidade para o Distrito Federal e São Paulo e uma estabilidade para Porto Alegre.

MÉDIOS POR MESORREGIÃO - EFEITO CLIMA

300

400

500

600

700

800

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

E.E. Específico (Wh/DIA/DOM)

D. Federal Metropolitana SP Metropolitana POA Figura 6.15 – Economia de Energia Específico (Wh/dia/domicílio) real estimado

considerando efeito clima referente as três mesorregiões. (fonte: elaboração do autor).

Ainda como destaque, vemos que nas curvas de economia potencial estimada, por

não ter a influência nas variações de penetração das LE no mercado, pois considera 100%

de uso nas residências, a Metropolitana de São Paulo é a mesorregião com maior potencial

de economia de todas as analisas, devido a grande concentração demográfica (figura 6.6) e

com o maior número de residências por mesorregião no Brasil, com mais de 6,325 milhões

de domicílios em 2005.

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93

VALORES MÉDIOS POR MESORREGIÃO - EFEITO CLIMA

1.000

1.100

1.200

1.300

1.400

1.500

1.600

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

E.E. Específico (Wh/DIA/DOM)

D. Federal Metropolitana SP Metropolitana POA

Figura 6.16 – Economia de Energia Específico (Wh/dia/domicílio) potencial estimado considerando efeito clima referente as três mesorregiões. (fonte: elaboração do autor).

Demais valores mensais e outras características destas mesorregiões, estão

disponíveis no anexo D.

c) Ranking das mesorregiões

Através da Economia de Energia Específica por domicílio, foi possível também

estivar um ranking das mesorregiões com as maiores economias de energia, baseados nos

cenários estimados real e potencial. Vale lembrar, que no cenário real, a economia de

energia é também variável do grau de penetração das LE no mercado e no caso do

potencial estimado, temos um mercado com uso de 100% de LE, onde a o consumo

evitado de energia é uma função somente das condições climáticas e do número total de

lâmpadas por domicílios.

Nas tabelas a seguir, temos os ranking das mesorregiões com as maiores economia

de energia estimada real (tabela 6.3) e com as maiores economia de energia potencial

estimada (tabela 6.4).

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94

Tabela 6.3 – Ranking das mesorregiões com as maiores economia de energia real estimada, considerando efeito clima. (fonte: elaboração do autor)

Ranking Mesorregião Geográfica UFEco. de Energia real (média

anual - Wh/dia/dom)

1 Centro Oriental Paranaense PR 679,7

2 Noroeste Paranaense PR 670,7

3 Centro-Sul Paranaense PR 665,9

4 Norte Catarinense SC 665,9

5 Sudeste Paranaense PR 665,9

6 Norte Cearense CE 640,5

7 Metropolitana de Curitiba PR 637,8

8 Serrana SC 636,2

9 Vale do Itajaí SC 634,8

10 Sudoeste Paranaense PR 626,4

11 Centro Maranhense MA 617,1

12 Oeste Maranhense MA 616,9

13 Centro Sul Baiano BA 615,1

14 Nordeste Rio-grandense RS 614,0

15 Agreste Paraibano PB 612,5

16 Centro Norte Baiano BA 610,6

17 Sul Maranhense MA 610,0

18 Sul Baiano BA 609,4

19 Grande Florianópolis SC 608,5

20 Nordeste Baiano BA 607,4

Tabela 6.4 – Ranking das mesorregiões com as maiores economia de energia potencial estimada, considerando efeito clima. (fonte: elaboração do autor)

Ranking Mesorregião Geográfica UFEco. de Energia potencial

(média anual - Wh/dia/dom)

1 Bauru SP 1.520,0

2 Araraquara SP 1.520,0

3 Piracicaba SP 1.520,0

4 Marília SP 1.520,0

5 Presidente Prudente SP 1.519,0

6 Ribeirão Preto SP 1.506,8

7 Litoral Sul Paulista SP 1.485,4

8 Vale do Paraíba Paulista SP 1.470,3

9 Centro Fluminense RJ 1.451,7

10 Metropolitana de São Paulo SP 1.440,7

11 Sul Fluminense RJ 1.431,1

12 Vale do Rio Doce MG 1.427,4

13 Vale do Mucuri MG 1.389,8

14 Jequitinhonha MG 1.387,2

15 Baixadas RJ 1.375,1

16 Metropolitana do Rio de Janeiro RJ 1.375,1

17 Itapetininga SP 1.371,2

18 Macro Metropolitana Paulista SP 1.371,2

19 Campo das Vertentes MG 1.365,1

20 Central Espírito-santense ES 1.350,9

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95

Na tabela 6.3 (real estimada), é possível observar que a relação das mesorregiões é

diretamente proporcional aos menores valores de insolação, com a maior penetração das

LE no mercado (tabela 4.1), que neste caso, apresenta predominantemente as mesorregiões

da região Sul, que possui 55% de uso de LE. Já no caso da tabela 6.4 (potencial), a relação

esta mais associada as mesorregiões com os maiores números de lâmpadas por residência

(valores totais), do que com valores reduzidos de insolação. Na tabela, são apresentadas na

sua totalidade, as mesorregiões da região Sudeste do Brasil, que possui em média 8,7

lâmpadas/domicílio, a maior do País.

6.2. ILUMINAÇÃO PÚBLICA

Para a iluminação pública – IP, assim como para iluminação residencial, foi

utilizado o conceito de Economia de Energia Específica por ponto de IP.

Em relação a metodologia e os respectivos resultados, vale lembrar que, o MDC

trabalha com valores médios de redução de potencia na substituição e/ou expansão destes

pontos, diferente do Procel, que trabalho com valores individuais. Outra questão

importante, é que para IP não foi possível determinar a linha de base, pois para determiná-

la são necessários valores mais detalhados das concessionárias de energia elétrica, fato que

não estava disponível junto a Eletrobrás para o ano de 2005. Portanto, diferente da

avaliação da iluminação residencial, na IP não foi possível determinar a economia

potencial, somente a economia de energia real estimada.

6.2.1. Resultados gerais

A economia de energia ou o consumo evitado para IP foi determinado utilizando a

equação 5.24, tanto para efeito latitude como para o efeito clima. Os valores gerais são

apresentados na figura 6.17, onde diferente do consumo residencial, a IP tem sua operação

baseada em níveis pré-determinados de iluminância local, para o acionamento e

desligamento. Logo, os pontos de IP operam independente de uma demanda real de

usuários na vias públicas, fazendo que elas operem basicamente em função da duração da

noite. Entretanto, as condições climáticas provocam variações do TU, que ao longo do ano,

podem ampliar ou reduzir a sazonalidade no consumo de energia pela IP.

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67.758

62.17062.170

40.000

45.000

50.000

55.000

60.000

65.000

70.000

Dados Procel (2005) Efeito latitude Efeito clima

Economia de Energia (MWh/ano)

Figura 6.17 – Consumo de energia elétrica total estimado para iluminação pública,

considerando valores determinado pelo Procel e pelo MDC com os efeitos latitude e clima. (fonte: elaboração do autor).

Para o efeito latitude, não existe diferença numérica entre a economia de energia,

pois para a estimativa do Procel, o TU é fixo (tabela 5.2) e para efeito latitude do MDC, o

período do ano com a noite mais curta (verão) e compensado pelo período com a noite

mais longa (inverno), mantendo na média o TU igual ao do Procel (12 horas.dia-1).

Já para o efeito clima, existe um acréscimo na economia de energia, devido ao

aumento na demanda de iluminação, pois existe uma redução de insolação, que

correspondente a um aumento de precipitação e nebulosidade (figura 6.6).

Já para redução de demanda de ponta, foi considerado que ao longo de todo ano, a

IP tem sua operação dentro do período de ponta do Sistema Elétrico Brasileiro, portanto

com um FCP = 1. Desde modo, apesar da metodologias serem diferentes na determinação

da redução de potencia, os RDP são iguais numericamente, conforme apresentado na figura

6.18. É conveniente ressaltar, que na RDP não existem variações entre os efeitos latitude e

clima, pois como o FCP = 1, não existe variação no TU.

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15.51015.510

10.000

11.000

12.000

13.000

14.000

15.000

16.000

17.000

Dados Procel (2005) Efeito latitude + clima

RDP (kW)

Figura 6.18 – Redução de Demanda de Ponta total anual estimado na iluminação pública,

considerando as ações do Selo Procel, estimado pela Eletrobrás, nos efeitos latitude e clima. (fonte: elaboração do autor e Eletrobrás, 2006a).

No caso da IP, não existem outros fatores externos que podem influenciar a

demanda de energia, como na iluminação residencial onde temos o hábito de consumo das

diferentes regiões do País e um escalonamento do consumo por faixa de renda. Portanto, o

principal fator de demanda na IP é o TU. Tanto para a resolução da Aneel, como para as

estimativas do Procel, são utilizados valores fixo de TU, sendo para todo ano o tempo de

12 horas.dia-1. Entretanto, existem uma pequena diferença nos valores anuais, onde para

Aneel, tem um total de 4.320 horas.ano-1 (12h X 30dias X 12meses) e na estimativa do

Procel um total de 4.380 horas.ano-1 (12h X 365dias). Em ambos os casos, pelo MDC

podemos observar que existe uma subestimação destes valores, pois os efeitos de variação

da latitude, associados com as condições climáticas regionais, provocam uma significativa

variação nos valores de TU da IP ao longo do ano, como podemos observar nas figuras

6.19 e 6.20.

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98

14,2

9,8

15,0

10,8

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

mínimo diário máximo diário

TU (em horas)

TU latitude TU clima

Figura 6.19 – Valores absolutos de TU diários máximos e mínimos, considerando os

efeitos latitude e clima individualmente. (fonte: elaboração do autor).

4.3804.380

4.909

4.601

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

5.500

mínimo anual máximo anual

TU (em horas)

TU latitude TU clima

Figura 6.20 – Valores absolutos de TU anuais máximos e mínimos, considerando os

efeitos latitude e clima individualmente. (fonte: elaboração do autor).

Nas figuras acima, vemos os valores mínimos e máximos absolutos para o TU de

todas as 137 mesorregiões brasileiras. No caso do efeito latitude, conforme já debatido

para a média do Brasil, o período no ano com a noite mais curta é compensado pelo

período com a noite mais longa, mantendo a média de 12 horas/.dia-1com um total de 4.380

horas.ano-1. Já para o efeito clima, tem mesorregiões que chega ao valor mínimo absoluto

diário chegou a 10,8 horas.dia-1e no caso do total anual, chegou a um valor de 4.601

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horas.ano-1. Já para valores máximos absolutos diário, tem mesorregiões com um TU

estimado em 15 horas.dia-1, com um valor total anual estimado em 4.909 horas.ano-1, muito

superior aos valores da resolução da Aneel e do Procel em 2005. Isso demonstra a

necessidade de uma revisão das normas na IP, que pelo fato de considerar um TU fixos,

sem levar em conta o efeito de variação de latitude e principalmente a variação das

condições climáticas regionais, pode provocar um erra na estimativa de TU anual na IP

superior a 10%, com conseqüência diretas para a operação e planejamento da expansão do

Sistema Elétrico Brasileiro.

6.2.2. Resultados específicos

a) Mesorregiões com valores extremos de insolação

Assim como para iluminação residencial, na IP foram selecionados casos extremos

dos valores de insolação e suas respectivas correlações com a economia de energia. As

mesorregiões selecionadas, foram a partir da lista de cidade atendidas pelo ReLuz em 2005,

portanto estas mesorregiões não correspondem aos valores mínimos e máximos do Brasil.

Das mesorregiões atendidas pelo ReLuz em 2005, a “Centro Oriental Paranaense” obteve o

valor mínimo, “Oeste Potiguar” (Rio Grande do Norte) obteve o valor máximo. Para efeito

de comparação, foi utilizada a “Metropolitana de Belo Horizonte”, que possui um valor

intermediário de insolação total anual, como pode ser observado na tabela 6.5.

Tabela 6.5 – Características das mesorregiões correspondentes a valores máximo, mínimos e intermediário de insolação para o ReLuz. (fonte: elaboração do autor)

Caracteristica (insolação) Mínimo I Intermediário I Má ximo IInsolação solar total (anual) 1.210 2.566 3.001Num. Municípios atendidos (2005) 1 4 6Num. lâmpadas ReLuz (subs + exp.) 2.013 389 3.615Estação representativa Castro Belo Horizonte ApodiLatitude (graus) -24,47 -19,56 -5,39Período série (19XX) 61/89 61/90 61/90

Centro Oriental Paranaense

Metropolitana de Belo Horizonte

Oeste PotiguarMesorregião

Nas figuras a seguir (6.21 e 6.22) podemos observar os valores médios diários de

insolação solar e a estimativa do TU das três mesorregiões selecionadas. Assim como para

a iluminação residencial, a principal característica é a forte correlação inversa entre a

insolação e o TU. Por conhecidência, para o Centro Oriental Paranaense, tem o valor de

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insolação menor do País, logo o TU é maior ao em todos os meses do ano em relação as

demais mesorregiões selecionadas.

INSOLAÇÃO MÉDIA DIÁRIA

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Insolação diária (média em horas)

C.O. Paranaense Metro. BH O. Potiguar Figura 6.21 – Valores médio diários de insolação solar para as três mesorregiões,

correspondente aos máximos, mínimos e intermediário para o ReLuz. (fonte: elaboração do autor).

Na figura 6.22, é possível observar a sazonalidade bem definida para as duas

mesorregiões com as latitudes mais altas (C.O. Paranaense e Metropolitana de Belo

Horizonte), com um aumento no TU no período de inverno e uma curva sem grandes

amplitudes para a mesorregião com a latitude mais baixa (O. Potiguar).

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11

12

13

14

15

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

TU (horas/dia)

C.O. Paranaense Metro. BH O. Potiguar Figura 6.22 – Tempo de utilização estimado para lâmpadas nas três mesorregiões do Brasil, correspondente a máximos, mínimos e intermediário de insolação solar para o

ReLuz. (fonte: elaboração do autor).

Como o efeito clima sempre irá aumentar a demanda de energia por iluminação,

através de um incremento no TU, pois assim como para a iluminação residencial, na IP

também tem o termo da equação que apresenta a diferença entre o dia astronômico e a

insolação (equação 5.23). Na figura 6.23, vemos a variação desta diferença ao longo do

ano, indicando os menores valores no período de inverno para as duas mesorregiões com

latitudes mais altas, isto é durante o período seco com redução da nebulosidade.

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102

0

2

4

6

8

10

12

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

DIFERENÇA EM HORAS

C.O. Paranaense Metro. BH O. Potiguar

Figura 6.23 – Média da diferença entre o dia astronômico e a insolação para as três mesorregiões, correspondente a máximos, mínimos e intermediário para o ReLuz. (fonte:

elaboração do autor).

Entretanto, diferente da iluminação residencial, a demanda por IP é durante todo o

período noturno, até o início do dia claro, logo proporcionalmente, o efeito latitude é muito

mais importante na sazonalidade do que o efeito clima, pois em latitude mais baixas, como

é o caso da mesorregião Oeste Potiguar, quase não existe sazonalidade na economia de

energia, como pode ser observado nas figuras 6.24 e 6.25. Já para as demais mesorregiões,

vemos que ela existe e é bem definida com os máximos de economia durante o inverno.

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375

400

425

450

475

500

525

550

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

EE (Wh/dia/ponto)

C.O. Paranaense Metro. BH O. Potiguar Figura 6.24 – Economia de Energia Específico (Wh/dia/ponto de IP) real estimado

considerando efeito latitude referente as três mesorregiões selecionadas para o ReLuz. (fonte: elaboração do autor).

MESORREGIÃO - EFEITO CLIMA

375

400

425

450

475

500

525

550

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

EE (Wh/dia/ponto)

C.O. Paranaense Metro. BH O. Potiguar

Figura 6.25 – Economia de Energia Específico (Wh/dia/ponto de IP) real estimado considerando efeito clima referente as três mesorregiões selecionadas para o ReLuz.

(fonte: elaboração do autor).

Demais valores mensais e outras características destas mesorregiões, estão

disponíveis no anexo F.

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b) Mesorregiões com padrão de insolação anual invertido

Assim como para a iluminação residencial, foi identificado nas mesorregiões

atendidas pelo ReLuz em 2005, duas com os padrões de insolação solar com correlação

anual invertida, além de uma terceira sem uma sazonalidade significante para efeito de

comparação com as demais.

Na tabela 6.6 são apresentados os principais valores para as três mesorregiões

escolhidas, sendo a “Sudoeste Rio-Grandense” (padrão U), “Leste Rondoniense” (U

invertido) e de “Ribeirão Preto” (intermediário).

Tabela 6.6 – Características das mesorregiões com valores padrão U, U invertido e intermediário de insolação para os dados do ReLuz. (fonte: elaboração do autor)

Caracteristica (insolação) Padrão U Intermediário Padrão nInsolação solar total (anual) 2.182 1.383 2.311Num. Municípios atendidos (2005) 1 19 1Lâmpadas ReLuz (subs + exp.) 4.522 25.069 60Estação representativa Bagé Franca Diamantino/MT (*)Latitude (graus) -31,20 -20,33 -14,24Período série 61/90 61/90 62/90

Sudoeste Rio-grandense

Ribeirão Preto Leste RondonienseMesorregião

Obs: (*) = Estação Climatológica do INMET mais próxima geograficamente da respectiva Mesorregião.

Para IP, a mesorregião Sudoeste Rio-Grandense apresenta os máximos de insolação

no verão. Em contrapartida, Leste Rondoniense segue o mesmo padrão da climatologia do

Distrito Federal, com os máximos de insolação durante o inverno e de forma mais sutil a

mesorregião Ribeirão Preto, que possui uma leve sazonalidade entre verão e inverno, como

pode ser observado na figura 6.26.

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0

1

2

3

4

5

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7

8

9

10

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Insolação diária (média em horas)

SW R.Grandense Rib. Preto E de Rondônia

Figura 6.26 – Valores médio diários de insolação para as três mesorregiões, correspondente ao padrão U, U invertido e intermediário para o ReLuz. (fonte:

elaboração do autor).

Na figura abaixo, vemos a relação direta entre a latitude da mesorregião e a

sazonalidade do TU, isto é, quanto maior a latitude, mais significante é a sazonalidade

entre verão e inverno.

10

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16

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

TU (horas/dia)

SW R.Grandense Rib. Preto E de Rondônia

Figura 6.27 – Tempo de utilização estimado para lâmpadas para as três mesorregiões, com padrão U, U invertido e intermediário para o ReLuz, considerando o efeito clima.

(fonte: elaboração do autor).

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106

É conveniente relembrar, que no caso do Estado do Rio Grande do Sul, conforme

observado na figura 6.6, o balanço entre as noites mais longas no inverno e redução da

insolação devido ao aumento de nebulosidade, tende a ser compensada uma pela outra.

Isso também pode ser demonstrado na figura 6.28, onde a diferença entre o dia

astronômico e a insolação é aproximadamente constante ao longo do ano para o Sudoeste

Rio-Grandense, fato que não ocorre nas mesorregiões de Ribeirão Preto e Leste

Rondoniense.

0

2

4

6

8

10

12

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

DIFERENÇA EM HORAS

SW R.Grandense Rib. Preto E de Rondônia

Figura 6.28 – Média da diferença entre o dia astronômico e a insolação para as três mesorregiões, correspondente ao padrão U, U invertido e intermediário para o ReLuz.

(fonte: elaboração do autor).

Para a economia de energia na IP, o efeito clima provoca um incremento no TU ao

longo de todo ano, que pode ampliar ou reduzir o padrão sazonal na mesorregião.

Entretanto, como já apresentado, o fator principal na sazonalidade é o efeito latitude,

principalmente nas mesorregiões localizadas no sul do Brasil.

Nas figuras 6.29 e 6.30, é possível observar que a maior economia ocorre durante o

inverno no País, onde o uso de IP é intensificado pelas noites mais longas.

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350

375

400

425

450

475

500

525

550

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

EE (Wh/dia/ponto)

SW R.Grandense Rib. Preto E de Rondônia Figura 6.29 – Economia de Energia Específico (Wh/dia/ponto de IP) real estimado

considerando efeito latitude para as três mesorregiões, comao padrão U, U invertido e intermediário para o ReLuz. (fonte: elaboração do autor).

350

375

400

425

450

475

500

525

550

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

EE (Wh/dia/ponto)

SW R.Grandense Rib. Preto E de Rondônia Figura 6.30 – Economia de Energia Específico (Wh/dia/ponto de IP) real estimado considerando efeito clima para as três mesorregiões, com padrão U, U invertido e

intermediário para o ReLuz. (fonte: elaboração do autor).

Demais valores mensais e outras características destas mesorregiões, estão

disponíveis no anexo G.

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c) Ranking das mesorregiões

Também através da Economia de Energia Específica por ponto de IP, foi possível

avaliar, dentro das mesorregiões atendidas pelo ReLuz em 2005, um ranking com as

maiores em economia de energia, baseados somente para o cenário estimados real.

Na tabela 6.7, vemos o ranking das mesorregiões com as maiores economias de

energia real na IP, estimados pelo MDC.

Tabela 6.7 – Ranking das mesorregiões com as maiores economia de energia real estimada, considerando efeito clima para o ReLuz. (fonte: elaboração do autor)

Ranking Mesorregião Geográfica UFEco. de Energia Real (média

anual - Wh/dia/ponto)1 Centro Oriental Paranaense PR 485,7

2 Araraquara SP 484,1

3 Bauru SP 484,1

4 Marília SP 484,1

5 Piracicaba SP 484,1

6 Noroeste Paranaense PR 484,0

7 Presidente Prudente SP 484,0

8 Norte Catarinense SC 483,0

9 Ribeirão Preto SP 482,9

10 Litoral Sul Paulista SP 481,0

11 Vale do Paraíba Paulista SP 479,7

12 Centro Fluminense RJ 478,1

13 Metropolitana de São Paulo SP 477,1

14 Serrana SC 477,1

15 Vale do Itajaí SC 476,8

16 Sul Fluminense RJ 476,3

17 Grande Florianópolis SC 471,6

18 Metropolitana do Rio de Janeiro RJ 471,4

19 Macro Metropolitana Paulista SP 471,0

20 Itapetininga SP 471,0

Vale destacar, que na IP a economia real estimada tem uma relação direta com as

mesorregiões que possuem as maiores latitudes (anexo B), associados aos menores valores

de insolação, que neste caso são na sua maioria apresentam nos estados de São Paulo e da

região Sul do Brasil, dentro das mesorregiões participantes do ReLuz em 2005.

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109

6.3. DISCUSSÃO

6.3.1. Aspectos não considerados

a) Horário de verão

Dentro da avaliação do MDC, não foi considerado na estimativa de economia de

energia devido ao uso de tecnologias eficientes, efeito relacionado ao horário de verão,

adotado em alguns estados do Brasil.

Segundo Jannuzzi (199?), a principal idéia do uso do horário de verão é aproveitar

o maior número de horas de luminosidade natural disponível durante os meses de verão. O

horário de verão no Brasil ocorre durante os meses de Outubro e Março e consiste em

adiantar os relógios em uma hora em Outubro e atrasá-los uma hora em Março, permitindo

um deslocamento do máximo de consumo durante o demanda de ponta nacional.

b) Degradação das lâmpadas

Ao longo dos anos, todos os equipamentos elétricos, sejam eficientes ou não, tem

uma degradação durante o tempo de operação, que provoca uma redução no desempenho

(CARDOSO, 2008). No caso das lâmpadas, esta degradação esta relacionada com a

redução na iluminância e com o tempo de vida útil, que pode ser limitada pelas horas de

uso, quantidade de acionamentos (ligar e desligar) e/ou pelo tempo de fabricação (idade).

Naturalmente, a degradação nas lâmpadas é uma conseqüência também do perfil sócio-

econômico do consumidor e do seu respectivo hábito de consumo. Vale destacar, que este

efeito é mínimo para o consumidor, pois muitas vezes não é observada a perda no fluxo

luminoso e como conseqüência continua utilizando a lâmpada de mesma potência na

próxima compra. Não obstante, podemos recomendar que este aspecto seja constituído

como um dos parâmetros na especificação de qualidade das lâmpadas para o consumidor

final.

Para o MDC considerar a degradação das lâmpadas, será necessário um novo ajuste

e considerar informações adicionais que não estão disponíveis, como o perfil e hábitos de

consumo em escala de mesorregiões brasileiras. Portanto, dentro do horizonte de 1 ano do

MDC, esta degradação não é significativa, portanto não foi considerada no cálculo de

economia de energia.

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c) Variação de tensão

Dentro das causas das degradações das lâmpadas, uma em especial provoca uma

redução significativa na vida útil; a variação de tensão no sistema elétrico brasileiro. Neste

caso, podemos dividir em dois aspectos: variação durante o uso (CARDOSO, 2008) e

aplicação de tensão diferente da especifica para a lâmpada (JANNUZZI E PAGAN, 1998).

Jannuzzi e Pagan (1998), afirma que até meados de 1996, as LI eram fabricadas

para a tensão nominal de 127 V. Já a partir de 1997 foram produzidos lâmpadas para 120 V

devido a norma técnica para lâmpadas incandescentes que não considerava as lâmpada

para 127 V. No uso das LI e como também das LE fabricadas para tensão especifica na

norma, o uso com tensões diferente espalhadas pelo País, provoca de redução da vida útil

da lâmpada, diminuindo em 54% quando utilizada na tensão de 127 V, um aumento no

consumo de eletricidade em 9% e enquanto que a luminosidade cresce em torno de 21%.

Assim como as outras causas de degradação, não foi possível a incluir a variação de

tensão dentro do MDC devido ausência de informações disponíveis.

6.3.2. Climatologia do Brasil

Uma das formas mais marcantes da influência do clima é seu forte controle sobre a

distribuição da insolação solar e da precipitação, determinantes para a iluminação natural

disponível. No anexo K, é possível observar os valores climatológicos mensais de

precipitação e insolação solar no Brasil, conforme apresentado em INMET (2008).

O Brasil, devido basicamente à sua grande extensão territorial, possui uma grande

variabilidade de climas com distintas características regionais, que por sua vez, são

resultado da interação dinâmica das variáveis atmosféricas. Vale destacar, que a chuva e a

insolação são grandezas inversamente proporcionais, independente do tipo de nebulosidade

envolvida no processo precipitante.

Como características gerais, temos que todas as regiões do Brasil apresentam, de

alguma maneira, uma estação chuvosa e uma estação seca ao longo do ano. Para a maior

parte do Sudeste e do Centro-Oeste, sob influência de sistemas tropicais e de latitudes

médias devido à sua localização, os períodos de chuva são coincidentes, ou seja, a estação

chuvosa concentra-se nos meses de verão e a estiagem, nos meses do inverno, com uma

sazonaliade bem definida. Já na região Norte, o clima equatorial chuvoso garante chuva

praticamente o ano todo. No Nordeste do Brasil, apesar de manter o padrão de estação

chuvosa e seca, o período de sua ocorrência varia, pois a região é largamente influenciado

pelas condições atmosféricas e oceânicas atuantes em escala global. Quanto aos estados do

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111

Sul do país, são marcados por uma distribuição quase uniforme de chuva ao longo do ano,

com uma elevação durante o inverno, visto que sofrem a influência dos sistemas de

latitudes médias, especialmente os sistemas frontais (INPE, 1996).

As regiões Sudestes e Centro-Oeste, devido à sua localização latitudinal,

caracterizam-se por ser áreas de transição entre o clima quente tropical e o clima

temperado de latitudes médias. Assim, sua porção sul é afetada pela maioria dos sistemas

frontais e outros associados, como linhas de instabilidade, que atingem o país e provocam

intensa precipitação. Nos meses de inverno, quando estes sistemas de tempo que provocam

chuva não ocorrem ou sua freqüência é significativamente reduzida, estabelece-se a

estação seca do ano.

A região Norte tem a sua estação chuvosa mudando progressivamente ao longo do

ano nas áreas sob influência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), caracterizada

por uma banda de nebulosidade e chuva fortemente influenciada pelos ventos e

temperatura da superfície do mar em escala global. Sendo assim, de janeiro a março, a

chuva concentra-se no sul da Amazônia e de abril a junho, no noroeste da região. Como a

distribuição espacial e sazonal da pluviosidade é muito heterogênea no Norte do Brasil, os

períodos de estiagem vão ocorrendo à medida que os mecanismos precipitantes variam

localmente (INPE, 1996).

Assim como a região Norte, o Nordeste do Brasil possui a estação chuvosa

mudando progressivamente ao longo do ano, não só por conta da posição e intensidade da

ZCIT, mas também por outros mecanismos influenciados pela escala global. É a região do

País com a maior variabilidade espacial da distribuição de chuva, podendo ser

identificados vários regimes. A estação chuvosa para a maior parte da região é de abril a

julho e a estação seca ocorre de setembro a dezembro, ou seja, a chuva concentra-se nos

meses de outono/inverno e a estiagem, nos meses de primavera/verão; o oposto do que é

observado nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Em geral, no sul e sudeste do

Nordeste, a chuva ocorre principalmente de dezembro a fevereiro; no norte, precipitação

concentra-se de março a maio, e no leste, de maio a julho. Entretanto, fatores locais que

vão desde a topografia e proximidade do litoral ao perfil vertical de umidade disponível,

são primordiais para a definição do padrão estação chuvosa/seca nesta parte do País.

Portanto, é possível observar no interior da região um clima semi-árido, com alto índice de

insolação durante o ano e baixíssima precipitação, até um clima chuvoso como o

observado na costa leste da região.

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Em contraste ao Nordeste do Brasil, a região Sul é a que apresenta distribuição

espacial e sazonal da chuva mais homogênea no país, visto sua localização latitudinal e

baixa influência de fatores locais como a topografia e a vegetação caso mais uniformes. Os

fenômenos atmosféricos mais importantes para a determinação deste padrão, praticamente

sem estação seca, são a passagem de sistemas frontais, responsáveis por grande parte dos

totais pluviométricos registrados. Apesar de atuarem ao longo de todo o ano na região,

ainda é possível identificar um mínimo de insolação solar no Estado do Paraná, onde

ocorrem maiores valores locais de chuva, devido às características de clima temperado e a

influência de sistemas frontais que contribuem para o aumento da nebulosidade,

principalmente durante os meses de inverno (INMET, 1992 e 2008).

6.3.3. Benefícios da Eficiência Energética

Independente de melhorar o conhecimento sobre o uso de tecnologias eficientes,

ampliar o conceito de eficiência energética em todos os setores da economia deve ser uma

das prioridades nas políticas públicas na área energética.

Para Goldemberg e Lucon (2007), estas políticas podem ser concretizadas por meio

de ações relativamente simples e economicamente atrativas. A eficiência energética reduz

o consumo e diminui a necessidade de investimentos em expansão do sistema, sem

comprometer a qualidade dos serviços prestados aos usuários finais.

A eficiência energética é, sem dúvida, a maneira mais efetiva de reduzir os custos

no setor elétrico e os respectivos impactos ambientais.

6.3.4. Sazonalidade na demanda de energia

O consumo de energia elétrica no Brasil tem características de apresentar um

movimento sazonal, correlacionada basicamente a grande dimensão territorial (com

características climáticas, desenvolvimentos urbanos diferenciados etc) e também aos

hábitos de consumo nos diferentes setores da economia.

O MDC proporcionou estimar a sazonalidade do consumo e respectiva economia de

energia nas mesorregiões do Brasil, dividindo as contribuições dos efeitos devido a

diferença de latitude e das condições climáticas regionais. Este conhecimento sazonal da

demanda de energia é extremamente importante para o planejamento na geração,

transmissão e distribuição da energia elétrica no País, pois estes são definidos entre outros

fatores, pelos picos de consumo e tem o objetivo de manter o equilíbrio seguro entre a

oferta e a demanda de eletricidade.

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Em complementação, o conhecimento do padrão sazonal regionalizado permite

melhorar a eficiência no uso das águas acumuladas nos reservatórios e o equilíbrio de

necessidade na geração termo-elétrica, com benefícios diretos para a sociedade.

6.3.5. Sazonalidade na iluminação pública

No caso da IP, que apesar de funcionar essencialmente no período noturno, pois

raros são os escurecimentos diurnos suficientes para que os sistemas sejam acionados, os

períodos de operação da iluminação também têm uma sazonaliade, em função da latitude e

do clima, conforme detalhado no item 6.2.

Diferente da iluminação residencial, a IP tem a operação independente da demanda

específica dos usuários, logo a IP é muito mais susceptível pela variação de latitude. Neste

caso, o efeito clima provoca uma variação positiva no TU, que pode ampliar ou reduzir a

sazonalidade. Isto é, o efeito latitude e clima podem ter uma correlação positiva ou

negativa, conforme as características climáticas de uma determinada mesorregião.

Na tabela 6.5, temos as correlações de algumas mesorregiões analisadas, entre a

insolação solar e a diferença o dia astronômico e da insolação, que correspondente a

contribuição do efeito clima na demanda de iluminação.

Tabela 6.8 – Correlações entre a insolação e a diferença entre o dia astronômico e da insolação (efeito clima) de algumas mesorregiões analisadas. (fonte: elaboração do autor)

Mesorregião Insolação Justificativa

Distrito Federal e Leste Rondoniense

Diferença Td-I (efeito clima)

(-) correlação negativa

(aumenta a amplitude do TU e do consumo de energia)

Estação seca ocorre no inverno e chuvoso no verão

Metropolitana de Porto Alegre e Sudoeste Rio-Grandense

Diferença Td-I (efeito clima)

(+) correlação positiva

(diminui a amplitude do TU e do consumo de energia diminui)

Inverno com chuva mais intensa

Metropolitana de São Paulo e Centro Oeste Paranaense

Diferença Td-I (efeito clima)

sem correlação definida A insolação não tem grandes variações ao longo do ano

Em relação às amplitudes do consumo de energia no Brasil, Oliveira et al (2000),

destaca que encontrou as menores amplitudes na IP e sugere que não existe grande

diferença TU ao longo do ano. Destaca, que este resultado é surpreendente, pois era de se

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esperar uma amplitude maior na região sul, onde o dia claro é muito mais longo no verão

que no inverno. Este resultado é exatamente o efeito clima do MDC, como apresentado na

tabela 6.5, isto é, mesmo com a variação da latitude, o clima na região sul, em particular o

Estado do Rio Grande do Sul, tende a reduzir a amplitude, pois a diferenças entre o dia

astronômico e a insolação solar não tem grandes variações ao longo do ano, já que a

estação chuvosa ocorre no inverno e compensa o efeito latitude.

6.3.6. Eficiência energética na iluminação residencial

O consumo de energia no setor residencial está intimamente ligado à posse e uso de

eletrodomésticos, níveis de renda e condições climáticas, conforme vimos neste trabalho.

No Brasil, a iluminação é um dos maiores usos finais de energia elétrica nas residências e

muitas vezes uma grande possibilidade para redução do consumo de energia. Uma redução

do consumo de eletricidade significativa (acima de 50%) é tecnicamente viável

empregando o uso de tecnologias mais eficiente e melhor uso da iluminação natural.

Atualmente, grandes variedades de tecnologia eficiente na iluminação já estão

disponíveis no mercado, como as LFC, LFCirc, FT, lâmpadas de vapor de sódio, reatores

eletrônicos, sensores de presença e refletores para luminárias, entre outros. Entretanto, os

custos envolvidos ainda são elevados, considerando a condição de renda da maioria da

população brasileira. Programas como o Procel e demais ações correlacionadas das

concessionárias de energia elétrica são fundamentais para difundir em grande escala o uso

destas tecnologias na iluminação.

Ao difundir o uso de tecnologias eficientes em iluminação, os ganhos diretos e

indiretos são significantes. Somente considerando o Fator Procel – FP, na economia de

energia potencial estimada pelo MDC para o ano de 2005, tivemos a possibilidade de

deixar de consumir quase 4.600 GWh.ano-1, o equivalente ao consumo de mais de 3

milhões de residências em um ano. Como uma aproximação, baseado no crescimento de

domicílios brasileiro, no ano 2008 temos o potencial de consumo evitado somente na

iluminação residencial de mais de 6.000 GWh.ano-1, o equivalente a investimentos na

expansão do setor elétrico da ordem de R$ 5 bilhões (ELETROBRÁS, 2006a).

Ao analisarmos os valores totais de economia de energia devido ao uso de

tecnologias eficientes, que é aplicação integral de LE na iluminação residencial, tivemos o

potencial de consumo evitado para 2005 de aproximadamente 23.000 GWh.ano-1, com uma

RDP de 11.152 MW, que é quase a potencia instalada da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

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6.3.7. Eficiência energética na iluminação pública

A redução do consumo na IP é baseada em ações de políticas públicas,

particularmente dos municípios brasileiros e/ou proporcionadas por ações das

concessionárias de energia elétrica. Desde da implementação há oito anos, o ReLuz tem

estimulado a substituição dos pontos de iluminação mais antigos e a expansão já com as

novas LE.

No ano de 2005, o Procel estimou uma economia de energia na IP de 62.170

MWh.ano-1, já o MDC estimou uma economia de 67.758 MWh.ano-1, superior em quase

5.600 MWh.ano-1 devido ao ajuste do modelo considerando o efeito clima na operação dos

pontos de IP. Vale destacar, que todos estes valores foram baseados em apenas 400 mil

pontos de substituição/expansão no ano de 2005.

Baseado na perspectiva do próprio ReLuz, para substituição de 5 milhões de

lâmpadas e a expansão de 1 milhão de novos pontos da rede de IP (ELETROBRÁS, 2006a)

ou mesmo na estimativa aproximada de um total de 13 milhões de pontos de IP espalhados

no Brasil (FRÓES DA SILVA, 2006), o potencial de economia de energia ou consumo

evitado é extremante relevante. Em uma primeira aproximação, teríamos o potencial de

deixar de consumir mais de 2.000 GWh.ano-1 somente na IP.

Como apresentado no item 3.3, vale destacar a operação da IP é muito mais

relevante para a redução na demanda de ponta, pois o seu funcionamento coincide com o

horário de pico do Sistema Elétrico Brasileiro. Também como uma primeira aproximação,

considerando a substituição dos 13 milhões de pontos de IP, teríamos o potencial de RDP

da ordem de 500 MW, equivalente a 1/6 da potencia prevista na polêmica Usina

Hidrelétrica de São Antonio, no Rio Madeira (Rondônia).

6.3.8. Comparação entre os métodos

a) Iluminação residencial

Para uma comparação mais direta de todos os termos e variáveis utilizadas entre o

Método do Procel/Eletrobrás e do Método por Demanda Climática, são apresentados na

tabela 6.9 as principais características destes métodos para o setor de iluminação

residencial.

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Tabela 6.9 – Tabela geral comparativa entre as diferentes características do métodos Procel/Eletrobrás e do MDC para o setor residencial (fonte: elaboração do autor).

Característica Método Procel (atual) MDC (proposto) Observação

Parque de lâmpadas Estimado pela importação anual de LE

Estimado pela nº total de domicílio com eletricidade e nº de lâmpadas por domicílio

Eletrobrás, (2006a) e tabela 4.1

LFT na EE? Não Não Item 5.1.1 e 5.2

Utiliza Redução Média de Potência Sim Sim Tabela 5.1 e 5.3

Percentual de vendas estimuladas pelo Selo Procel – FP

20% 20% Tabela 5.1 e 5.3

Fator de Coincidência de Ponta 0,7 0,7 Tabela 5.1 e 5.3

Escala espacial dos resultados Nacional Por mesorregião Item 5.1 e 5.2

Escala temporal dos resultados Anual Mensal Item 5.1 e 5.2

Valor do TU Constante Variável Tabela 5.1 e item 5.2.1

Considera efeitos externos no TU? Não, pois TU é fixo Sim, efeito da latitude e do clima Item 5.1 e 5.2

Determinação do TU (latitude) n.a. )).Td(12.(TU).TU-(1TUL ijctecteij Lβαα −++= Equação 5.9

Determinação do TU (clima) n.a. )).I(Td)Td12(.(TU).TU-(1TUC ijijijctecteij Cβαα −+−++= Equação 5.13

Equação básica para estimar EE PN.RMP.TU.FEE = ).FPCE(CEEE PEELB −= Equação 5.1 e 5.17/5.18

Equação básica para estimar RDP FPN.RMP.FCP.RDP= RMP.FCP.FP.NRDPRDP

137

1total i

ii ==∑

=

Equação 5.2 e 5.19

Obs: n.a. = não aplicável

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b) Iluminação pública

Na tabela 6.10 temos as principais características dos Métodos do Procel/Eletrobrás

e do Método por Demanda Climática, para uma comparação mais direta de todos os termos

e variáveis utilizadas nos métodos aplicados para iluminação pública.

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Tabela 6.10 – Tabela geral comparativa entre as diferentes características do métodos Procel/Eletrobrás e do MDC para iluminação pública (fonte: elaboração do autor).

Característica Método Procel (atual) MDC (proposto) Observação

Número de pontos substituídos e de expansão

Relatórios individuais das Concessionárias de Energia Elétrica

Valores do Procel, separados por UF e estimados por mesorregião

Item 5.1.2 e anexos

H e J

Utiliza Redução Média de Potencia Não Sim Item 5.1.2 e tabela 5.7

Percentual estimuladas pelo Procel/ReLuz – FP

100% 100% Item 5.1.2 e tabela 5.7

Fator de Coincidência de Ponta 1,0 1,0 Item 5.1.2 e tabela 5.7

Escala espacial dos resultados Nacional Por mesorregião atendida pelo ReLuz Item 5.1.2 e 5.2.2

Escala temporal dos resultados Anual Mensal Item 5.1.2 e 5.2.2

Valor do TU Constante Variável Tabela 5.2 e item 5.2.2

Considera efeitos externos no TU? Não, pois TU é fixo Sim, efeito da latitude e do clima Item 5.1.2 e 5.2.2

Determinação do TU (latitude) n.a. )Td(12TUTUL ijpadij −+= Equação 5.21

Determinação do TU (clima) n.a. Cijijijpadij ).I-(Td)Td(12TUTUC β+−+= Equação 5.23

Equação básica para estimar EE IP2211 )].TUR(P-)RN.[(PEE ++=

ijeii j

ijtotal .RMP.TUNEEEE137

1

12

12

==∑∑= =

Equação 5.3 e 5.24

Equação básica para estimar RDP IP2211 )].FCPR(P-)RN.[(PRDP ++=

.RMP.FCPNRDPRDP137

1total i

ii ==∑

=

Equação 5.4 e 5.25

Obs: n.a. = não aplicável

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119

CCAAPPÍÍ TTUULL OO 77:: CCOONNCCLL UUSSÕÕEESS EE RREECCOOMM EENNDDAAÇÇÕÕEESS

7.1. ILUMINAÇÃO RESIDENCIAL

Para a iluminação residencial, o Método por Demanda Climática – MDC conseguiu

representar bem o consumo total observado em 2005, que apesar da limitação de dados e

informações disponíveis, tem uma boa aproximação da realidade.

Nos resultados gerais de economia de energia real, estimulada pelas ações do

Procel, o MDC para o efeito latitude se aproximou do valor de referência do Procel, com

uma variação inferior a 3%, considerando que ambos os casos os valores anuais de tempo

de utilização – TU na iluminação residencial são fixos. Já o MDC para efeito clima, que

trabalha com TU variável, tem um aumento na economia de energia da ordem de 47%. Isto

é plenamente justificado, pois no caso do efeito clima, a redução da luminosidade do

ambiente e da insolação solar, com o respectivo aumento da nebulosidade, provoca um

aumento de demanda de energia por iluminação, devido ao escurecimento local. Portanto

no MDC, o efeito clima sempre provocará um aumento na demanda de iluminação, que

conseqüentemente, também trará uma ampliação no consumo evitado de energia devido ao

uso de tecnologias mais eficientes.

Como o MDC se enquadra dentro de diretrizes internacional do M&V, estabelecida

pelo PIMVP, através do uso de linha de base para uma avaliação quantitativa dos PEE,

também foi possível determinar a economia potencial total, caso as LE tivesse uma

aplicação integral nos domicílios brasileiros. Baseado no mercado de 2005, com uma

estimativa de 423 milhões lâmpadas, o consumo evitado poderia chegar a 23 GWh.ano-1, o

que é relevante, mesmo considerando outros PEE pelo mundo (tabela 3.2).

Para a redução de demanda de ponta, o MDC apresentou um valor superior em

quase 2,5 vezes do obtido pelo Procel. Como a RDP não trabalha com TU, é basicamente

em função do número de lâmpadas em uso no horário de pico do Sistema Elétrico

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Brasileiro. Conforme apresentado no item 6.1.1., os dois métodos determinam o número de

lâmpadas por estimativas completamente diferentes. Naturalmente, no aperfeiçoamento do

MDC, a RDP precisa de uma atenção especial, inclusive na determinação regional do Fator

de Coincidência de Ponta – FCP, que é uma estimativa aproximada da Eletrobrás.

Na sazonalidade global de economia de energia, é possível observar tanto no real,

como no potencial estimado, que nos meses junho a agosto são os valores mais baixos.

Sem considerar as condições climáticas do Brasil, este resultado demonstra estar

equivocado, pois as noites mais longas ocorrem no inverno, que no Brasil é justamente

nestes meses. Entretanto, a densidade demográfica mais elevada do País coincide com as

mesorregiões que possuem o inverno mais seco, portanto devido às características

climáticas de pouca nebulosidade, ocorre um aumento na insolação solar e uma redução na

demanda de iluminação.

Entretanto, a grande inovação do MDC são os resultados mensais de economia de

energia, com a divisão por mesorregião. Nos resultados para as mesorregiões com valores

máximos e mínimos de insolação (item 6.1.2.), vemos a relação inversamente proporcional

ao consumo de energia, principalmente no caso do cenário potencial. Isto é, nas

mesorregiões os maiores valores de insolação, menor é a demanda energia por iluminação.

Esta característica também é observada nos resultados obtidos para as mesorregiões com

padrões invertidos, que também tem outra característica bastante relevante na redução da

sazonalidade. No caso do Distrito Federal, o TU da iluminação tem uma grande amplitude

na sazonalidade devido a variação da insolação, que no caso da Metropolitana de Porto

Alegre, tem a amplitude reduzida devido a compensação entre os efeitos latitude e clima.

Isto é, na época do ano com as noites mais longas (inverno), é também o período com os

maiores índices de precipitação, que conseqüentemente reduz a insolação solar. No verão,

o padrão é o oposto, noites mais curtas, com o período de menor precipitação e mais

insolação, logo para as mesorregiões com este padrão climático, existe uma redução da

sazonalidade na economia de energia.

Através da analise individual, também foi possível determinar um ranking das

mesorregiões que possuem os maiores valores de economia de energia real e potencial

estimado. No cenário real, a relação das mesorregiões é também uma função do grau de

penetração das LE nos respectivos mercados, mas para o cenário potencial, o ranking é de

fato a relação das mesorregiões com os maiores ganhos potenciais por domicílio. Neste

caso, os maiores valores estão associados as mesorregiões com as maiores densidades

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demográficas e também com os maiores números de lâmpadas por domicílio em uso no

Brasil.

Já para recomendação de trabalho futuros, podemos apresentar uma série de

sugestões, que podem melhorar o MDC e reduzir as incertezas associadas, através de um

maior detalhamento das informações que deve ser classificada por mesorregiões e de forma

mais refinada, por município, sendo elas:

� ajustar empiricamente os termos α e β específico para a iluminação

residencial;

� número de lâmpadas por domicílio;

� porcentagem de eletrificação residencial;

� grau de penetração das LE por domicílio;

� influência dos hábitos de consumo e faixa de renda;

� influência da variação da tensão;

� influência do horário de verão (e inverno, eventualmente)

� ajustar o fator de coincidência de ponta;

� realizar análise de sensibilidade e cálculo de incerteza dos resultados.

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7.2. ILUMINAÇÃO PÚBLICA

Assim como para a iluminação residencial, o MDC também conseguiu representar

bem economia de energia estimada em 2005 para IP, que apesar da aproximação utilizando

redução média de potencia e sem determinar a linha de base, mostra que o MDC é também

aplicável na IP.

Nos resultados gerais de economia de energia real, o MDC para o efeito latitude

obteve o mesmo valor de referência do Procel, pois em ambos os casos, os valores do TU

anual na IP são fixos. No MDC para efeito clima, que trabalha com TU variável, existe um

pequena aumento na economia de energia da ordem de 9%. Na IP, em que o TU é função

predominante pela duração da noite (efeito latitude), o efeito clima, isto é a redução da

insolação solar com o respectivo aumento da nebulosidade, também provoca um aumento

da demanda de energia por iluminação, devido ao escurecimento do ambiente. Esta

demanda pode ser através do acionamento antecipado ou do desligamento posterior do

ponto de IP no determinado dia. Vale destacar, que em pouquíssimos casos, também deve

ocorrer o acionamento do ponto devido ao escurecimento do céu decorrente de uma

tempestade severa, com altos índices de precipitação.

Assim como para a iluminação residencial, na IP, o efeito clima sempre provocará

um aumento na demanda de iluminação, mas proporcionalmente menor que na iluminação

residencial, pois a IP tem a operação independente da demanda do usuário.

Conseqüentemente, isso trará uma ampliação no consumo evitado de energia devido ao uso

de LE no ponto de IP.

O MDC trabalha com a redução média de potencia dos pontos de IP. Apesar desta

limitação, pois os Procel desenvolve os resultados a partir da redução de potência

individual de cada ponto, a RDP estimada pelo MDC é numericamente igual ao obtido

pelo Procel, pois em ambos os casos, foi utilizada o mesmo número de pontos substituídos

e/ou expandidos pelo ReLuz em 2005.

Na determinação do TU na IP, apesar da variação no efeito latitude, a média anual é

numericamente igual ao Procel, pois os períodos do ano com as noites mais longas e com

as mais curtas são compensadas uma pela outra. No efeito clima, existe um pequeno

aumento, que dependendo a mesorregião, pode ser entre 5% e 12% do valor anual do

Procel (TU fixo). Considerando que a Aneel tem uma resolução normativa para determinar

o TU na IP, somente esta variação em função das condições climáticas regionais

justificaria o aperfeiçoamento de um método mais detalhado, como é a proposta do MDC.

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Nos casos extremos analisados para IP, vemos que também existe uma relação

inversamente proporcional entre a insolação solar e a economia de energia, mas na IP o

fator predominante do TU é a duração da noite, isto é, a sazonalidade na economia de

energia devido ao efeito latitude é mais relevante, sendo que o efeito clima provoca um

incremento no TU, que pode ampliar ou reduzir a amplitude a sazonalidade. Esta

característica pode ser observada ao compararmos as duas curvas de economia de energia,

no efeito latitude e no clima.

Para as mesorregiões com padrões invertidos, esta característica é mais relevante.

No caso do Leste Rondoniense, a economia de energia tem uma pequena amplitude na

sazonalidade devido a insolação e da latitude mais baixa. Para o Sudoeste Rio-Grandense,

tem a amplitude mais pronunciada devido a latitude mais alta. Diferente do efeito na

iluminação residencial, nas mesorregiões em que na época do ano com as noites mais

longas (inverno) ocorre também o período com os menores índices de precipitação (seca),

com aumento da insolação solar, existe a tendência de reduzir a sazonalidade da economia

de energia. Nas curvas comparativas entre os cenários, vemos que a economia de energia

no efeito clima tem um incremento no valor em relação ao efeito latitude, mas a curva fica

mais suave (menos amplitude) para a mesorregião que segue este padrão climático.

Como recomendação para trabalho futuros específicos na IP, segue abaixo

sugestões, para melhorar o MDC e reduzir as incertezas, seja através de um detalhamento

das informações que deve ser classificada por mesorregiões ou de forma mais refinada, por

município:

� trabalhar com a redução de potência individual (por ponto de IP);

� detalhamento do número de pontos substituídos e de expansão,

anualmente pelo ReLuz;

� ajustar empiricamente os termos α e β específico para a IP;

� determinar o número total de pontos de IP no Brasil (linha de base);

� influência da variação da tensão;

� ajustar o fator de coincidência de ponta com a influência do horário de

verão;

� realizar análise de sensibilidade e cálculo de incerteza dos resultados.

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124

7.3. CONCLUSÃO FINAL

Com a grande dimensão territorial do Brasil, planejar as ações dos PEE, a análise

da sazonalidade do consumo de energia devido às condições climáticas regionais é uma

ferramenta relevante neste processo, conforme os resultados debatidos neste trabalho.

Além disso, considerando que os recursos financeiros são limitados, priorizar os PEE para

as mesorregiões que apresentam os maiores índices em evitar o consumo de energia em

iluminação, é uma forma de estabelecer critérios técnicos na implantação destas ações de

políticas pública.

É recomendável que estas ações de conservação de energia, associados as

características regionais brasileiras, devem ser inseridas no planejamento energético

nacional, principalmente junto aos tomadores de decisão (policy marckers), que através de

políticas públicas ou de ações específicas da iniciativa privada, possibilita melhorar o

planejamento dos PEE, seja das Concessionárias de Energia Elétrica, do Estado ou da

própria Eletrobrás.

Conforme apresentado neste trabalho, o uso de tecnologias eficientes e ações de

racionalização energética oferecem a maior e melhor oportunidade para reduzir os enormes

custos financeiros em novos investimentos do setor elétrico, seja na geração, transmissão

ou distribuição, além de poder reduzir os impactos sócio-ambientais associados.

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AANNEEXXOOSS

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ANEXO A – Relação das mesorregiões e domicílios eletrificados estimados em 2005

N. Mesorregião Geográfica UF Domicílios 2000

(unid.)% cresc. resid.

2000-2005Domicílios

2005 (unidades)

% iluminação elétrica

Num. domicílios c/ eletricidade

1 Vale do Acre AC 98.313 25,6% 123.513 85,6% 105.727

2 Vale do Juruá AC 31.126 25,6% 39.104 85,6% 33.473

3 Agreste Alagoano AL 133.711 17,1% 156.519 96,3% 150.727

4 Leste Alagoano AL 424.887 17,1% 497.362 96,3% 478.959

5 Sertão Alagoano AL 90.767 17,1% 106.250 96,3% 102.318

6 Centro Amazonense AM 461.935 44,4% 667.141 92,5% 617.106

7 Norte Amazonense AM 17.285 44,4% 24.964 92,5% 23.091

8 Sudoeste Amazonense AM 49.566 44,4% 71.585 92,5% 66.216

9 Sul Amazonense AM 42.152 44,4% 60.877 92,5% 56.311

10 Norte do Amapá AP 6.905 37,1% 9.464 98,3% 9.303

11 Sul do Amapá AP 91.671 37,1% 125.643 98,3% 123.507

12 Centro Norte Baiano BA 502.812 16,3% 584.880 91,2% 533.410

13 Centro Sul Baiano BA 571.717 16,3% 665.031 91,2% 606.508

14 Extremo Oeste Baiano BA 112.880 16,3% 131.304 91,2% 119.749

15 Metropolitana de Salvador BA 964.182 16,3% 1.121.553 91,2% 1.022.856

16 Nordeste Baiano BA 345.082 16,3% 401.405 91,2% 366.082

17 Sul Baiano BA 477.736 16,3% 555.711 91,2% 506.808

18 Vale São-Franciscano da Bahia BA 195.994 16,3% 227.984 91,2% 207.921

19 Centro-Sul Cearense CE 87.988 21,4% 106.783 95,6% 102.084

20 Jaguaribe CE 117.222 21,4% 142.261 95,6% 136.002

21 Metropolitana de Fortaleza CE 710.542 21,4% 862.319 95,6% 824.377

22 Noroeste Cearense CE 264.390 21,4% 320.866 95,6% 306.747

23 Norte Cearense CE 198.227 21,4% 240.570 95,6% 229.985

24 Sertões Cearenses CE 197.114 21,4% 239.219 95,6% 228.693

25 Sul Cearense CE 182.405 21,4% 221.368 95,6% 211.628

26 Distrito Federal DF 547.656 23,4% 675.709 99,8% 674.358

27 Central Espírito-santense ES 473.913 19,7% 567.334 99,6% 565.065

28 Litoral Norte Espírito-santense ES 118.120 19,7% 141.405 99,6% 140.839

29 Noroeste Espírito-santense ES 104.566 19,7% 125.179 99,6% 124.678

30 Sul Espírito-santense ES 144.497 19,7% 172.981 99,6% 172.289

31 Centro Goiano GO 719.955 21,5% 874.495 99,0% 865.750

32 Leste Goiano GO 229.402 21,5% 278.644 99,0% 275.857

33 Noroeste Goiano GO 62.386 21,5% 75.777 99,0% 75.020

34 Norte Goiano GO 76.063 21,5% 92.390 99,0% 91.466

35 Sul Goiano GO 310.209 21,5% 376.796 99,0% 373.028

36 Centro Maranhense MA 185.227 16,8% 216.261 84,0% 181.659

37 Leste Maranhense MA 257.318 16,8% 300.431 84,0% 252.362

38 Norte Maranhense MA 471.313 16,8% 550.280 84,0% 462.235

39 Oeste Maranhense MA 266.392 16,8% 311.025 84,0% 261.261

40 Sul Maranhense MA 55.246 16,8% 64.502 84,0% 54.182

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N. Mesorregião Geográfica UF Domicílios 2000 (unid.)

% cresc. resid. 2000-2005

Domicílios 2005

(unidades)

% iluminação elétrica

Num. domicílios c/ eletricidade

41 Campo das Vertentes MG 137.615 18,1% 162.463 98,1% 159.376

42 Central Mineira MG 104.455 18,1% 123.315 98,1% 120.972

43 Jequitinhonha MG 157.799 18,1% 186.291 98,1% 182.752

44 Metropolitana de Belo Horizonte MG 1.490.049 18,1% 1.759.093 98,1% 1.725.670

45 Noroeste de Minas MG 86.808 18,1% 102.482 98,1% 100.535

46 Norte de Minas MG 344.440 18,1% 406.632 98,1% 398.906

47 Oeste de Minas MG 234.434 18,1% 276.764 98,1% 271.505

48 Sul/Sudoeste de Minas MG 619.668 18,1% 731.556 98,1% 717.656

49 Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba MG 538.780 18,1% 636.062 98,1% 623.977

50 Vale do Mucuri MG 94.601 18,1% 111.682 98,1% 109.560

51 Vale do Rio Doce MG 399.666 18,1% 471.830 98,1% 462.865

52 Zona da Mata MG 556.943 18,1% 657.505 98,1% 645.012

53 Centro Norte de Mato Grosso do Sul MS 231.075 20,8% 279.151 99,5% 277.755

54 Leste de Mato Grosso do Sul MS 89.347 20,8% 107.936 99,5% 107.396

55 Pantanais Sul Mato-grossense MS 54.232 20,8% 65.515 99,5% 65.188

56 Sudoeste de Mato Grosso do Sul MS 188.248 20,8% 227.414 99,5% 226.277

57 Centro-Sul Mato-grossense MT 239.599 22,6% 293.674 94,3% 276.934

58 Nordeste Mato-grossense MT 58.442 22,6% 71.632 94,3% 67.549

59 Norte Mato-grossense MT 178.499 22,6% 218.784 94,3% 206.313

60 Sudeste Mato-grossense MT 97.387 22,6% 119.366 94,3% 112.562

61 Sudoeste Mato-grossense MT 71.978 22,6% 88.223 94,3% 83.194

62 Baixo Amazonas PA 124.716 30,1% 162.296 89,9% 145.904

63 Marajó PA 66.630 30,1% 86.707 89,9% 77.950

64 Metropolitana de Belém PA 479.537 30,1% 624.033 89,9% 561.006

65 Nordeste Paraense PA 285.971 30,1% 372.141 89,9% 334.555

66 Sudeste Paraense PA 266.100 30,1% 346.283 89,9% 311.308

67 Sudoeste Paraense PA 86.079 30,1% 112.017 89,9% 100.703

68 Agreste Paraibano PB 285.152 10,6% 315.259 98,0% 308.954

69 Borborema PB 70.755 10,6% 78.225 98,0% 76.661

70 Mata Paraibana PB 296.562 10,6% 327.874 98,0% 321.316

71 Sertão Paraibano PB 196.909 10,6% 217.699 98,0% 213.345

72 Agreste Pernambucano PE 505.964 14,4% 578.867 98,0% 567.289

73 Mata Pernambucana PE 281.801 14,4% 322.405 98,0% 315.957

74 Metropolitana de Recife PE 860.124 14,4% 984.056 98,0% 964.375

75 São Francisco Pernambucano PE 104.107 14,4% 119.107 98,0% 116.725

76 Sertão Pernambucano PE 216.765 14,4% 247.998 98,0% 243.038

77 Centro-Norte Piauiense PI 311.058 17,4% 365.106 88,2% 322.024

78 Norte Piauiense PI 128.160 17,4% 150.429 88,2% 132.678

79 Sudeste Piauiense PI 114.473 17,4% 134.363 88,2% 118.508

80 Sudoeste Piauiense PI 107.675 17,4% 126.384 88,2% 111.471

81 Centro Ocidental Paranaense PR 96.822 16,8% 113.085 98,8% 111.728

82 Centro Oriental Paranaense PR 170.627 16,8% 199.286 98,8% 196.895

83 Centro-Sul Paranaense PR 134.556 16,8% 157.157 98,8% 155.271

84 Metropolitana de Curitiba PR 864.853 16,8% 1.010.117 98,8% 997.996

85 Noroeste Paranaense PR 182.354 16,8% 212.983 98,8% 210.427

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N. Mesorregião Geográfica UF Domicílios 2000 (unid.)

% cresc. resid. 2000-2005

Domicílios 2005

(unidades)

% iluminação elétrica

Num. domicílios c/ eletricidade

86 Norte Central Paranaense PR 519.428 16,8% 606.673 98,8% 599.393

87 Norte Pioneiro Paranaense PR 154.347 16,8% 180.272 98,8% 178.109

88 Oeste Paranaense PR 313.154 16,8% 365.753 98,8% 361.364

89 Sudeste Paranaense PR 98.904 16,8% 115.516 98,8% 114.130

90 Sudoeste Paranaense PR 129.231 16,8% 150.937 98,8% 149.126

91 Baixadas RJ 132.543 16,2% 154.060 99,9% 153.906

92 Centro Fluminense RJ 131.409 16,2% 152.742 99,9% 152.590

93 Metropolitana do Rio de Janeiro RJ 3.443.914 16,2% 4.003.010 99,9% 3.999.007

94 Noroeste Fluminense RJ 86.107 16,2% 100.086 99,9% 99.986

95 Norte Fluminense RJ 196.117 16,2% 227.955 99,9% 227.727

96 Sul Fluminense RJ 263.673 16,2% 306.479 99,9% 306.172

97 Agreste Potiguar RN 91.444 19,5% 109.235 97,5% 106.504

98 Central Potiguar RN 89.093 19,5% 106.426 97,5% 103.766

99 Leste Potiguar RN 310.564 19,5% 370.986 97,5% 361.711

100 Oeste Potiguar RN 180.892 19,5% 216.085 97,5% 210.683

101 Leste Rondoniense RO 230.946 24,1% 286.524 93,6% 268.186

102 Madeira-Guaporé RO 116.248 24,1% 144.223 93,6% 134.993

103 Norte de Roraima RR 60.862 30,9% 79.675 94,4% 75.214

104 Sul de Roraima RR 13.589 30,9% 17.790 94,4% 16.793

105 Noroeste Rio-grandense RS 568.727 13,9% 647.717 98,9% 640.592

106 Nordeste Rio-grandense RS 272.169 13,9% 309.970 98,9% 306.561

107 Centro Ocidental Rio-grandense RS 156.058 13,9% 177.733 98,9% 175.778

108 Centro Oriental Rio-grandense RS 220.978 13,9% 251.669 98,9% 248.901

109 Metropolitana de Porto Alegre RS 1.336.301 13,9% 1.521.898 98,9% 1.505.157

110 Sudoeste Rio-grandense RS 214.992 13,9% 244.852 98,9% 242.159

111 Sudeste Rio-grandense RS 272.814 13,9% 310.705 98,9% 307.287

112 Grande Florianópolis SC 232.548 20,2% 279.595 99,8% 279.035

113 Norte Catarinense SC 282.101 20,2% 339.173 99,8% 338.494

114 Oeste Catarinense SC 303.888 20,2% 365.367 99,8% 364.637

115 Serrana SC 108.576 20,2% 130.542 99,8% 130.281

116 Sul Catarinense SC 232.660 20,2% 279.729 99,8% 279.170

117 Vale do Itajaí SC 338.969 20,2% 407.545 99,8% 406.730

118 Agreste Sergipano SE 102.086 26,3% 128.944 96,8% 124.818

119 Leste Sergipano SE 287.771 26,3% 363.482 96,8% 351.850

120 Sertão Sergipano SE 46.878 26,3% 59.211 96,8% 57.317

121 Araçatuba SP 183.720 17,7% 216.200 99,8% 215.767

122 Araraquara SP 204.197 17,7% 240.297 99,8% 239.816

123 Assis SP 148.378 17,7% 174.610 99,8% 174.260

124 Bauru SP 368.953 17,7% 434.180 99,8% 433.312

125 Campinas SP 919.100 17,7% 1.081.587 99,8% 1.079.424

126 Itapetininga SP 200.473 17,7% 235.915 99,8% 235.443

127 Litoral Sul Paulista SP 112.905 17,7% 132.865 99,8% 132.600

128 Macro Metropolitana Paulista SP 611.162 17,7% 719.209 99,8% 717.771

129 Marília SP 118.225 17,7% 139.126 99,8% 138.848

130 Metropolitana de São Paulo SP 5.375.122 17,7% 6.325.389 99,8% 6.312.738

131 Piracicaba SP 338.794 17,7% 398.689 99,8% 397.892

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N. Mesorregião Geográfica UF Domicílios 2000 (unid.)

% cresc. resid. 2000-2005

Domicílios 2005

(unidades)

% iluminação elétrica

Num. domicílios c/ eletricidade

132 Presidente Prudente SP 231.422 17,7% 272.335 99,8% 271.790

133 Ribeirão Preto SP 591.693 17,7% 696.298 99,8% 694.906

134 São José do Rio Preto SP 425.283 17,7% 500.469 99,8% 499.468

135 Vale do Paraíba Paulista SP 534.725 17,7% 629.259 99,8% 628.000

136 Ocidental do Tocantins TO 186.592 26,8% 236.669 85,0% 201.169

137 Oriental do Tocantins TO 93.689 26,8% 118.833 85,0% 101.008

44.795.101 18,4% 53.052.621 97,2% 51.550.019VALORES TOTAIS

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142

ANEXO B – Relação das estações climatológicas representativas por mesorregião

N. Mesorregião Geográfica UF Estação representativaN. Sinótico

(OMM)

Latitude (décimos de

graus)

Período série (19XX)

1 Vale do Acre AC Rio Branco 82915 -9,58 69/90

2 Vale do Juruá AC Tarauacá 82807 -8,10 69/90

3 Agreste Alagoano AL Palmeira dos Índios 82992 -9,27 75/90

4 Leste Alagoano AL Maceió 82994 -9,40 61/90

5 Sertão Alagoano AL Paulo Afonso/BA (*) 82986 -9,24 61/90

6 Centro Amazonense AM Manaus 82331 -3,08 61/90

7 Norte Amazonense AM Barcelos 82113 -0,59 64/90

8 Sudoeste Amazonense AM Tefé(*) 82317 -3,22 69/90

9 Sul Amazonense AM Porto Velho/RO (*) 82825 -8,46 75/90

10 Norte do Amapá AP Macapá(*) 82098 -0,02 68/90

11 Sul do Amapá AP Macapá 82098 -0,02 68/90

12 Centro Norte Baiano BA Jacobina 83186 -11,11 61/90

13 Centro Sul Baiano BA Ituaçu 83292 -13,49 61/90

14 Extremo Oeste Baiano BA Barreiras 83236 -12,09 61/90

15 Metropolitana de Salvador BA Salvador 83229 -13,01 61/90

16 Nordeste Baiano BA Serrinha 83190 -11,38 61/90

17 Sul Baiano BA Canavieiras 83398 -15,40 61/90

18 Vale São-Franciscano da Bahia BA Barra 83179 -11,05 61/90

19 Centro-Sul Cearense CE Iguatu 82686 -6,22 61/90

20 Jaguaribe CE Morada Nova 82588 -6,05 61/90

21 Metropolitana de Fortaleza CE Fortaleza 82397 -3,46 61/90

22 Noroeste Cearense CE Sobral 82392 -3,42 61/90

23 Norte Cearense CE Guaramiranga 82487 -4,17 61/90

24 Sertões Cearenses CE Crateús 82583 -5,10 61/90

25 Sul Cearense CE Campos Sales 82777 -7,00 61/90

26 Distrito Federal DF Brasília 83377 -15,47 63/90

27 Central Espírito-santense ES Linhares(*) 83597 -19,24 70/90

28 Litoral Norte Espírito-santense ES Linhares 83597 -19,24 70/90

29 Noroeste Espírito-santense ES Aimorés/MG(*) 83595 -19,29 73/90

30 Sul Espírito-santense ES Cachoeiro de Itapemirim 83646 -20,51 61/90

31 Centro Goiano GO Goiânia 83423 -16,40 61/90

32 Leste Goiano GO Formosa 83379 -15,32 61/90

33 Noroeste Goiano GO Goiás 83374 -15,55 61/90

34 Norte Goiano GO Paranã/TO (*) 83231 -12,33 66/90

35 Sul Goiano GO Catalão 83526 -18,11 61/90

36 Centro Maranhense MA Barra do Corda 82571 -5,30 71/90

37 Leste Maranhense MA Caxias 82476 -4,52 66/90

38 Norte Maranhense MA São Luiz 82280 -2,32 71/90

39 Oeste Maranhense MA Imperatriz 82564 -5,32 76/90

40 Sul Maranhense MA Carolina 82765 -7,20 76/90

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143

N. Mesorregião Geográfica UF Estação representativaN. Sinótico

(OMM)

Latitude (décimos de

graus)

Período série (19XX)

41 Campo das Vertentes MG Barbacena 83689 -21,15 61/90

42 Central Mineira MG Pompéu 83570 -19,13 73/90

43 Jequitinhonha MG Itamarandiba 83488 -17,51 63/90

44 Metropolitana de Belo Horizonte MG Belo Horizonte 83587 -19,56 61/90

45 Noroeste de Minas MG João Pinheiro 83481 -17,42 61/90

46 Norte de Minas MG Montes Claros 83437 -16,43 69/90

47 Oeste de Minas MG Bambuí 83582 -20,00 72/90

48 Sul/Sudoeste de Minas MG São Lourenço 83736 -22,06 61/90

49 Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba MG Uberaba 83577 -19,45 61/90

50 Vale do Mucuri MG Teófilo Otoni 83492 -17,51 70/90

51 Vale do Rio Doce MG Governador Valadares 83543 -18,51 67/90

52 Zona da Mata MG Viçosa 83642 -20,45 61/90

53 Centro Norte de Mato Grosso do Sul MS Campo Grande 83611 -20,27 61/90

54 Leste de Mato Grosso do Sul MS Três Lagoas 83618 -20,47 61/90

55 Pantanais Sul Mato-grossense MS Corumbá 83552 -19,05 75/90

56 Sudoeste de Mato Grosso do Sul MS Ponta Porã 83702 -22,32 61/90

57 Centro-Sul Mato-grossense MT Cuiabá 83361 -15,33 61/90

58 Nordeste Mato-grossense MT Aragarças/GO(*) 83368 -15,54 68/70

59 Norte Mato-grossense MT Diamantino 83309 -14,24 62/90

60 Sudeste Mato-grossense MT Coxim/MS(*) 83512 -18,30 73/90

61 Sudoeste Mato-grossense MT Cáceres(*) 83405 -16,03 71/90

62 Baixo Amazonas PA Porto de Moz 82184 -1,44 66/90

63 Marajó PA Breves 82188 -1,40 71/89

64 Metropolitana de Belém PA Belém 82191 -1,27 72/90

65 Nordeste Paraense PA Tracuateua 82145 -1,05 73/90

66 Sudeste Paraense PA Conceição Araguaia 82861 -8,15 66/90

67 Sudoeste Paraense PA Altamira 82353 -3,12 67/90

68 Agreste Paraibano PB Campina Grande 82795 -7,13 61/90

69 Borborema PB Monteiro 82792 -7,53 61/90

70 Mata Paraibana PB João Pessoa 82798 -7,06 61/90

71 Sertão Paraibano PB São Gonçalo 82689 -6,45 61/90

72 Agreste Pernambucano PE Garanhuns 82893 -8,53 64/89

73 Mata Pernambucana PE Surubim(*) 82797 -7,50 61/90

74 Metropolitana de Recife PE Recife 82900 -8,03 61/90

75 São Francisco Pernambucano PE Cabrobó 82886 -8,31 61/90

76 Sertão Pernambucano PE Triunfo 82789 -7,51 61/90

77 Centro-Norte Piauiense PI Teresina 82578 -5,05 61/90

78 Norte Piauiense PI Parnaíba 82287 -2,55 61/90

79 Sudeste Piauiense PI Picos 82780 -7,04 61/90

80 Sudoeste Piauiense PI Floriano 82678 -6,46 61/90

81 Centro Ocidental Paranaense PR Campo Mourão 83783 -24,03 67/90

82 Centro Oriental Paranaense PR Castro 83813 -24,47 61/89

83 Centro-Sul Paranaense PR Porto União/SC(*) 83864 -26,14 61/90

84 Metropolitana de Curitiba PR Curitiba 83842 -25,25 61/90

85 Noroeste Paranaense PR Maringá(*) 83767 -23,25 61/89

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144

N. Mesorregião Geográfica UF Estação representativaN. Sinótico

(OMM)

Latitude (décimos de

graus)

Período série (19XX)

86 Norte Central Paranaense PR Londrina 83766 -23,23 61/90

87 Norte Pioneiro Paranaense PR Jacarezinho 83769 -23,09 61/90

88 Oeste Paranaense PR Guaíra 83775 -24,05 63/90

89 Sudeste Paranaense PR Porto União/SC(*) 83864 -26,14 61/90

90 Sudoeste Paranaense PR Foz do Iguaçu(*) 83826 -25,33 61/75

91 Baixadas RJ Rio de Janeiro(*) 83743 -22,55 73/90

92 Centro Fluminense RJ Nova Friburgo 83695 -22,17 61/90

93 Metropolitana do Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro 83743 -22,55 73/90

94 Noroeste Fluminense RJ Itaperuna 83695 -21,12 69/90

95 Norte Fluminense RJ Itaperuna(*) 83695 -21,12 69/90

96 Sul Fluminense RJ Angra dos Reis 83788 -23,01 61/90

97 Agreste Potiguar RN Ceará-Mirim(*) 82596 -5,39 61/90

98 Central Potiguar RN Florânia 82691 -6,07 61/90

99 Leste Potiguar RN Ceará-Mirim 82596 -5,39 61/90

100 Oeste Potiguar RN Apodi 82590 -5,39 61/90

101 Leste Rondoniense RO Diamantino/MT (*) 83309 -14,24 62/90

102 Madeira-Guaporé RO Porto Velho 82825 -8,46 75/90

103 Norte de Roraima RR Barcelos/AM(*) 82113 -0,59 64/90

104 Sul de Roraima RR Barcelos/AM(*) 82113 -0,59 64/90

105 Noroeste Rio-grandense RS Iraí 83881 -27,11 61/90

106 Nordeste Rio-grandense RS Bom Jesus 83919 -28,40 61/90

107 Centro Ocidental Rio-grandense RS Santa Maria 83936 -29,42 61/90

108 Centro Oriental Rio-grandense RS Santa Maria(*) 83936 -29,42 61/90

109 Metropolitana de Porto Alegre RS Porto Alegre 83967 -30,01 61/90

110 Sudoeste Rio-grandense RS Bagé 83980 -31,20 61/90

111 Sudeste Rio-grandense RS Santa Vitória do Palmar 83997 -33,31 61/90

112 Grande Florianópolis SC Florianópolis 83897 -27,35 61/90

113 Norte Catarinense SC Porto União 83864 -26,14 61/90

114 Oeste Catarinense SC Chapecó 83883 -27,07 73/90

115 Serrana SC São Joaquim 83920 -28,17 61/90

116 Sul Catarinense SC Torres/RS(*) 83948 -29,20 61/90

117 Vale do Itajaí SC Indaial 83872 -26,54 71/87

118 Agreste Sergipano SE Cipó/BA (*) 83192 -11,05 61/90

119 Leste Sergipano SE Aracajú 83096 -10,55 61/90

120 Sertão Sergipano SE Paulo Afonso/BA (*) 82986 -9,24 61/90

121 Araçatuba SP Catanduva(*) 83676 -21,08 61/90

122 Araraquara SP São Carlos 83726 -22,01 61/90

123 Assis SP Jacarezinho/PR(*) 83769 -23,09 61/90

124 Bauru SP São Carlos(*) 83726 -22,01 61/90

125 Campinas SP São Simão(*) 83669 -21,29 78/89

126 Itapetininga SP Itapeva 83774 -23,57 69/89

127 Litoral Sul Paulista SP Santos (*) 83782 -23,56 61/90

128 Macro Metropolitana Paulista SP Itapeva(*) 83774 -23,57 69/89

129 Marília SP São Carlos(*) 83726 -22,01 61/90

130 Metropolitana de São Paulo SP São Paulo 83781 -23,30 61/90

131 Piracicaba SP São Carlos(*) 83726 -22,01 61/90

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145

N. Mesorregião Geográfica UF Estação representativaN. Sinótico

(OMM)

Latitude (décimos de

graus)

Período série (19XX)

132 Presidente Prudente SP Maringá/PR(*) 83767 -23,25 61/89

133 Ribeirão Preto SP Franca 83630 -20,33 61/90

134 São José do Rio Preto SP Catanduva 83676 -21,08 61/90

135 Vale do Paraíba Paulista SP Campos do Jordão 83714 -22,44 61/90

136 Ocidental do Tocantins TO Peixe 83228 -12,03 75/90

137 Oriental do Tocantins TO Porto Nacional 83064 -10,43 61/90

Obs: (*) = Estação Climatológica do INMET mais próxima geograficamente da respectiva Mesorregião.

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146

ANEXO C – Características gerais das mesorregiões com valores de insolação solar (I) máximo, mínimo e intermediário.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Total ou média (ano)

Radiação solar global diária (MJ/m2) 21,8 21,6 22,2 20,4 19,3 17,4 18,6 22,2 23,7 25,2 24,0 22,2 21,8Precipitação mensal (mm) 120,0 183,7 248,6 178,2 72,5 48,8 23,3 21,6 14,1 20,3 23,0 49,2 1.003Insolação mensal (horas) 263,3 218,3 222,7 216,1 253,9 245,8 268,4 297,6 264,5 243,3 287,6 276,4 3.057,9Insolação diária (horas) 8,5 7,8 7,2 7,2 8,2 8,2 8,7 9,6 8,8 7,8 9,6 8,9 8,4Duração dia (latitute) 12,3 12,2 12,0 11,9 11,7 11,6 11,7 11,8 12,0 12,2 12,3 12,4 12,0Diferença (lat-insola) 3,8 4,4 4,9 4,7 3,5 3,4 3,0 2,2 3,2 4,3 2,7 3,5 3,6TU diário - latitude 2,51 2,60 2,71 2,84 2,95 3,00 2,97 2,88 2,76 2,63 2,53 2,48 2,74TU diário - clima 3,50 3,62 3,71 3,67 3,45 3,44 3,35 3,18 3,37 3,60 3,28 3,42 3,47Eco. Real - Latit 392 406 424 444 460 468 465 451 431 412 395 388 428Eco. Potencial - Latit 739 765 800 837 868 883 876 850 814 776 746 731 807Eco. Real - Clima 547 565 580 574 539 537 523 497 527 562 512 535 542Eco. Potencial - Clima 1.031 1.066 1.093 1.083 1.017 1.013 987 938 993 1.060 965 1.008 1.021

Radiação solar global diária (MJ/m2) 19,9 19,7 18,9 16,9 14,6 12,1 14,3 16,9 17,2 18,8 20,2 20,1 17,5Precipitação mensal (mm) 278,1 231,5 169,8 71,0 57,4 34,5 24,7 32,3 75,0 131,3 185,1 278,2 1.569Insolação mensal (horas) 221,2 174,7 213,8 199,8 200,2 183,8 218,3 227,9 197,0 182,1 189,2 260,1 2.468,1Insolação diária (horas) 7,1 6,2 6,9 6,7 6,5 6,1 7,0 7,4 6,6 5,9 6,3 8,4 6,8Duração dia (latitute) 13,2 12,7 12,1 11,5 10,9 10,7 10,8 11,3 11,9 12,5 13,1 13,3 12,0Diferença (lat-insola) 6,0 6,5 5,2 4,8 4,5 4,5 3,8 3,9 5,3 6,7 6,8 4,9 5,2TU diário - latitude 1,91 2,22 2,65 3,10 3,48 3,67 3,58 3,25 2,82 2,36 1,99 1,81 2,74TU diário - clima 3,92 4,02 3,78 3,72 3,66 3,68 3,52 3,54 3,81 4,06 4,07 3,70 3,79Eco. Real - Latit 196 228 272 319 358 377 368 334 289 243 204 186 281Eco. Potencial - Latit 657 765 911 1.067 1.197 1.261 1.231 1.119 968 812 683 623 941Eco. Real - Clima 403 413 389 382 376 378 361 363 391 417 418 380 389Eco. Potencial - Clima 1.349 1.382 1.301 1.278 1.258 1.265 1.210 1.217 1.309 1.396 1.399 1.271 1.303

Radiação solar global diária (MJ/m2) 16,2 11,7 12,8 12,1 9,5 8,3 10,1 9,0 10,0 11,2 15,4 18,2 12,0Precipitação mensal (mm) 192,8 156,2 141,8 110,7 124,6 127,2 89,8 84,1 126,4 145,6 115,8 158,4 1.573Insolação mensal (horas) 110,6 95,9 108,9 98,8 98,2 99,7 111,7 91,1 76,0 106,1 114,9 98,1 1.210,0Insolação diária (horas) 3,6 3,4 3,5 3,3 3,2 3,3 3,6 2,9 2,5 3,4 3,8 3,2 3,3Duração dia (latitute) 13,3 12,8 12,1 11,4 10,8 10,5 10,7 11,2 11,9 12,6 13,2 13,5 12,0Diferença (lat-insola) 9,8 9,4 8,6 8,1 7,6 7,2 7,0 8,2 9,3 9,2 9,4 10,3 8,7TU diário - latitude 1,81 2,16 2,64 3,15 3,57 3,78 3,68 3,32 2,82 2,32 1,89 1,70 2,74TU diário - clima 4,66 4,60 4,46 4,38 4,29 4,21 4,18 4,41 4,61 4,56 4,59 4,77 4,48Eco. Real - Latit 274 328 400 478 542 574 559 504 429 351 288 257 415Eco. Potencial - Latit 500 598 730 872 989 1.047 1.020 918 782 641 524 469 758Eco. Real - Clima 708 698 678 665 652 639 635 669 700 693 696 724 680Eco. Potencial - Clima 1.291 1.273 1.235 1.212 1.189 1.166 1.157 1.220 1.277 1.263 1.270 1.321 1.239

Sertão Paraibano

Sul/Sudoeste de Minas

Centro Oriental Paranaense

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147

ANEXO D – Características gerais das mesorregiões com valores de insolação solar (I) padrão anual em U, U invertido e intermediário

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Total/ média (a no)

Radiação solar global diária (MJ/m2) 18,3 18,4 18,1 17,8 16,8 16,5 17,5 18,8 18,5 18,6 17,5 17,2 17,8Precipitação mensal (mm) 241,4 214,7 188,9 123,8 39,3 8,8 11,8 12,8 51,9 172,1 238,0 248,6 1.552Insolação mensal (horas) 157,4 157,5 180,9 201,1 234,3 253,4 265,3 262,9 203,2 168,2 142,5 138,1 2.365Insolação diária (horas) 5,1 5,6 5,8 6,7 7,6 8,4 8,6 8,5 6,8 5,4 4,8 4,5 6,5Duração dia (latitute) 12,8 12,5 12,1 11,6 11,3 11,1 11,2 11,5 11,9 12,4 12,7 12,9 12,0Diferença (lat-insola) 7,7 6,9 6,3 4,9 3,7 2,7 2,6 3,0 5,2 6,9 8,0 8,4 5,5TU diário - latitude 2,17 2,39 2,68 2,99 3,25 3,37 3,31 3,09 2,79 2,48 2,23 2,11 2,74TU diário - clima DF 4,27 4,10 3,99 3,74 3,50 3,29 3,28 3,35 3,77 4,12 4,32 4,41 3,85Eco. Real - Latit 291 320 359 400 435 452 444 414 374 332 298 282 367Eco. Potencial - Latit 709 778 873 974 1.058 1.099 1.080 1.007 910 809 726 687 892Eco. Real - Clima 572 550 534 500 469 441 440 449 505 552 579 591 515Eco. Potencial - Clima 1.391 1.337 1.300 1.218 1.141 1.073 1.070 1.093 1.229 1.343 1.408 1.437 1.253

Radiação solar global diária (MJ/m2) 17,1 16,2 14,8 13,1 11,2 10,7 11,2 12,8 13,3 16,2 17,5 17,0 17,6Precipitação mensal (mm) 238,7 217,4 159,8 75,8 73,6 55,7 44,1 38,9 80,5 123,6 145,8 200,9 1.455Insolação mensal (horas) 148,6 144,5 144,6 140,0 152,4 145,2 164,4 156,5 125,8 135,6 144,7 130,4 1.733Insolação diária (horas) 4,8 5,2 4,7 4,7 4,9 4,8 5,3 5,0 4,2 4,4 4,8 4,2 4,7Duração dia (latitute) 13,3 12,8 12,1 11,4 10,9 10,6 10,7 11,2 11,9 12,6 13,1 13,4 12,0Diferença (lat-insola) 8,5 7,6 7,5 6,8 6,0 5,8 5,4 6,2 7,7 8,2 8,3 9,2 7,3TU diário - latitude 1,86 2,19 2,64 3,13 3,53 3,73 3,63 3,29 2,82 2,34 1,94 1,75 2,74TU diário - clima SP 4,40 4,24 4,23 4,11 3,96 3,92 3,85 3,99 4,28 4,37 4,38 4,55 4,19Eco. Real - Latit 191 225 271 321 362 383 373 338 290 240 199 180 281Eco. Potencial - Latit 639 754 909 1.075 1.213 1.281 1.249 1.130 970 804 667 602 941Eco. Real - Clima 452 436 435 422 406 403 396 410 440 448 449 467 430Eco. Potencial - Clima 1.514 1.459 1.455 1.413 1.360 1.349 1.325 1.372 1.472 1.501 1.505 1.564 1.441

Radiação solar global diária (MJ/m2) 22,5 19,3 17,5 12,9 10,1 8,3 9,0 10,2 13,1 17,4 19,9 21,9 16,1Precipitação mensal (mm) 100,1 108,6 104,4 86,1 94,6 132,7 121,7 140,0 139,5 114,3 104,2 101,2 1.347Insolação mensal (horas) 239,0 208,1 200,7 180,3 166,1 136,0 148,6 151,1 151,2 201,9 216,6 245,2 2.245Insolação diária (horas) 7,7 7,4 6,5 6,0 5,4 4,5 4,8 4,9 5,0 6,5 7,2 7,9 6,2Duração dia (latitute) 13,7 13,1 12,2 11,3 10,5 10,1 10,3 11,0 11,8 12,8 13,5 13,9 12,0Diferença (lat-insola) 6,0 5,6 5,7 5,2 5,1 5,6 5,5 6,1 6,8 6,3 6,3 6,0 5,9TU diário - latitude 1,55 2,00 2,61 3,26 3,80 4,07 3,94 3,47 2,85 2,20 1,66 1,41 2,74TU diário - clima POA 3,90 3,84 3,88 3,81 3,80 3,90 3,88 3,98 4,10 3,97 3,97 3,90 3,91Eco. Real - Latit 236 304 396 495 577 618 599 527 432 334 253 214 415Eco. Potencial - Latit 430 555 723 902 1.052 1.127 1.092 962 788 609 461 390 757Eco. Real - Clima 592 583 589 578 577 592 588 604 623 603 602 591 593Eco. Potencial - Clima 1.079 1.062 1.073 1.054 1.052 1.079 1.073 1.101 1.136 1.100 1.098 1.078 1.082

Metropolitana de Porto Alegre

Distrito Federal

Metropolitana de São Paulo

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148

ANEXO E – Parque total estimado de lâmpadas no Brasil para o ano 2005 no setor residencial PARQUE TOTAL ESTIMADO DE LÂMPADAS NO BRASIL - ANO 2 005

51.550.019423.842.149

Domicílios c/ luz elétricaParque de lâmpadas - Residencial DIVISÃO DO PARQUE ESTIMADO DE LÂMPADAS POR TIPO - A NO 2005RESIDENCIAL LFT LFC LFCircular Total L.I.

Total 2005 67.035.429 137.405.327 7.231.859 212.169.533Mercado 15,8% 32,4% 1,7% 50,1%

N. Mesorregião GeográficaTodas

lâmpadasLFT (só

tubulares)LFC LFCirc LI

1 Vale do Acre 729.516 306.608 210.925 11.101 200.881

2 Vale do Juruá 230.965 97.072 66.779 3.515 63.599

3 Agreste Alagoano 1.160.602 165.800 501.169 26.377 467.255

4 Leste Alagoano 3.687.988 526.855 1.592.540 83.818 1.484.774

5 Sertão Alagoano 787.851 112.550 340.208 17.906 317.187

6 Centro Amazonense 4.258.030 1.789.607 1.231.126 64.796 1.172.501

7 Norte Amazonense 159.330 66.965 46.067 2.425 43.873

8 Sudoeste Amazonense 456.890 192.026 132.101 6.953 125.810

9 Sul Amazonense 388.549 163.303 112.341 5.913 106.992

10 Norte do Amapá 64.191 26.979 18.560 977 17.676

11 Sul do Amapá 852.199 358.171 246.397 12.968 234.664

12 Centro Norte Baiano 4.107.258 586.751 1.773.589 93.347 1.653.571

13 Centro Sul Baiano 4.670.114 667.159 2.016.640 106.139 1.880.176

14 Extremo Oeste Baiano 922.069 131.724 398.166 20.956 371.223

15 Metropolitana de Salvador 7.875.994 1.125.142 3.400.997 179.000 3.170.855

16 Nordeste Baiano 2.818.828 402.690 1.217.221 64.064 1.134.853

17 Sul Baiano 3.902.423 557.489 1.685.137 88.691 1.571.105

18 Vale São-Franciscano da Bahia 1.600.992 228.713 691.337 36.386 644.555

19 Centro-Sul Cearense 786.050 112.293 339.431 17.865 316.462

20 Jaguaribe 1.047.215 149.602 452.206 23.800 421.606

21 Metropolitana de Fortaleza 6.347.700 906.814 2.741.052 144.266 2.555.568

22 Noroeste Cearense 2.361.955 337.422 1.019.935 53.681 950.917

23 Norte Cearense 1.770.881 252.983 764.699 40.247 712.952

24 Sertões Cearenses 1.760.938 251.563 760.405 40.021 708.949

25 Sul Cearense 1.629.534 232.791 703.662 37.035 656.046

26 Distrito Federal 5.664.604 741.793 1.921.919 101.154 2.899.738

27 Central Espírito-santense 4.916.064 565.065 1.234.667 64.982 3.051.350

28 Litoral Norte Espírito-santense 1.225.300 140.839 307.733 16.196 760.531

29 Noroeste Espírito-santense 1.084.699 124.678 272.422 14.338 673.262

30 Sul Espírito-santense 1.498.918 172.289 376.452 19.813 930.363

31 Centro Goiano 7.272.304 952.326 2.467.389 129.863 3.722.727

32 Leste Goiano 2.317.202 303.443 786.194 41.379 1.186.187

33 Noroeste Goiano 630.164 82.522 213.806 11.253 322.584

34 Norte Goiano 768.316 100.613 260.679 13.720 393.305

35 Sul Goiano 3.133.438 410.331 1.063.131 55.954 1.604.022

36 Centro Maranhense 1.398.778 199.825 604.018 31.790 563.144

37 Leste Maranhense 1.943.187 277.598 839.104 44.163 782.322

38 Norte Maranhense 3.559.212 508.459 1.536.933 80.891 1.432.930

39 Oeste Maranhense 2.011.711 287.387 868.694 45.721 809.910

40 Sul Maranhense 417.201 59.600 180.155 9.482 167.964

PARQUE TOTAL ESTIMADO DE LÂMPADAS EM RESIDENCIAIS B RASILEIRAS (LFT+LFC+LFCirc+LI) - EM UNIDADES (2005)

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149

N. Mesorregião GeográficaTodas

lâmpadasLFT (só

tubulares)LFC LFCirc LI

41 Campo das Vertentes 1.386.572 159.376 348.237 18.328 860.631

42 Central Mineira 1.052.460 120.972 264.325 13.912 653.251

43 Jequitinhonha 1.589.940 182.752 399.313 21.016 986.859

44 Metropolitana de Belo Horizonte 15.013.333 1.725.670 3.770.590 198.452 9.318.620

45 Noroeste de Minas 874.654 100.535 219.669 11.562 542.889

46 Norte de Minas 3.470.485 398.906 871.610 45.874 2.154.094

47 Oeste de Minas 2.362.094 271.505 593.239 31.223 1.466.127

48 Sul/Sudoeste de Minas 6.243.608 717.656 1.568.079 82.530 3.875.343

49 Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba 5.428.602 623.977 1.363.390 71.757 3.369.477

50 Vale do Mucuri 953.174 109.560 239.389 12.599 591.625

51 Vale do Rio Doce 4.026.927 462.865 1.011.360 53.229 2.499.472

52 Zona da Mata 5.611.608 645.012 1.409.352 74.176 3.483.067

53 Centro Norte de Mato Grosso do Sul 2.333.145 305.531 791.603 41.663 1.194.348

54 Leste de Mato Grosso do Sul 902.129 118.136 306.080 16.109 461.804

55 Pantanais Sul Mato-grossense 547.576 71.706 185.785 9.778 280.307

56 Sudoeste de Mato Grosso do Sul 1.900.724 248.904 644.889 33.942 972.990

57 Centro-Sul Mato-grossense 2.326.247 304.628 789.263 41.540 1.190.817

58 Nordeste Mato-grossense 567.409 74.304 192.514 10.132 290.459

59 Norte Mato-grossense 1.733.032 226.945 587.993 30.947 887.148

60 Sudeste Mato-grossense 945.523 123.818 320.802 16.884 484.018

61 Sudoeste Mato-grossense 698.829 91.513 237.103 12.479 357.734

62 Baixo Amazonas 1.006.738 423.122 291.079 15.320 277.218

63 Marajó 537.854 226.055 155.510 8.185 148.105

64 Metropolitana de Belém 3.870.941 1.626.917 1.119.207 58.906 1.065.911

65 Nordeste Paraense 2.308.429 970.209 667.437 35.128 635.654

66 Sudeste Paraense 2.148.025 902.793 621.059 32.687 591.485

67 Sudoeste Paraense 694.851 292.039 200.903 10.574 191.336

68 Agreste Paraibano 2.378.944 339.849 1.027.271 54.067 957.757

69 Borborema 590.289 84.327 254.898 13.416 237.649

70 Mata Paraibana 2.474.134 353.448 1.068.376 56.230 996.080

71 Sertão Paraibano 1.642.757 234.680 709.372 37.335 661.370

72 Agreste Pernambucano 4.368.127 624.018 1.886.237 99.276 1.758.597

73 Mata Pernambucana 2.432.866 347.552 1.050.556 55.292 979.466

74 Metropolitana de Recife 7.425.689 1.060.813 3.206.547 168.766 2.989.563

75 São Francisco Pernambucano 898.785 128.398 388.112 20.427 361.848

76 Sertão Pernambucano 1.871.392 267.342 808.101 42.532 753.418

77 Centro-Norte Piauiense 2.479.581 354.226 1.070.728 56.354 998.273

78 Norte Piauiense 1.021.620 145.946 441.154 23.219 411.302

79 Sudeste Piauiense 912.515 130.359 394.041 20.739 367.376

80 Sudoeste Piauiense 858.325 122.618 370.640 19.507 345.559

81 Centro Ocidental Paranaense 904.994 212.282 360.880 18.994 312.837

82 Centro Oriental Paranaense 1.594.848 374.100 635.970 33.472 551.305

83 Centro-Sul Paranaense 1.257.693 295.014 501.524 26.396 434.758

84 Metropolitana de Curitiba 8.083.767 1.896.192 3.223.527 169.659 2.794.389

85 Noroeste Paranaense 1.704.460 399.812 679.680 35.773 589.196

86 Norte Central Paranaense 4.855.085 1.138.847 1.936.040 101.897 1.678.301

87 Norte Pioneiro Paranaense 1.442.679 338.406 575.290 30.278 498.704

88 Oeste Paranaense 2.927.045 686.591 1.167.205 61.432 1.011.818

89 Sudeste Paranaense 924.454 216.847 368.640 19.402 319.564

90 Sudoeste Paranaense 1.207.920 283.339 481.677 25.351 417.553

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150

N. Mesorregião GeográficaTodas

lâmpadasLFT (só

tubulares)LFC LFCirc LI

91 Baixadas 1.338.986 153.906 336.286 17.699 831.095

92 Centro Fluminense 1.327.530 152.590 333.408 17.548 823.984

93 Metropolitana do Rio de Janeiro 34.791.365 3.999.007 8.737.831 459.886 21.594.640

94 Noroeste Fluminense 869.877 99.986 218.469 11.498 539.923

95 Norte Fluminense 1.981.228 227.727 497.584 26.189 1.229.728

96 Sul Fluminense 2.663.697 306.172 668.986 35.210 1.653.329

97 Agreste Potiguar 820.080 117.154 354.126 18.638 330.162

98 Central Potiguar 798.996 114.142 345.021 18.159 321.674

99 Leste Potiguar 2.785.174 397.882 1.202.689 63.299 1.121.304

100 Oeste Potiguar 1.622.260 231.751 700.521 36.870 653.118

101 Leste Rondoniense 1.850.484 777.740 535.031 28.160 509.554

102 Madeira-Guaporé 931.452 391.480 269.311 14.174 256.487

103 Norte de Roraima 518.974 218.119 150.051 7.897 142.906

104 Sul de Roraima 115.874 48.701 33.503 1.763 31.907

105 Noroeste Rio-grandense 5.188.794 1.217.125 2.069.112 108.901 1.793.657

106 Nordeste Rio-grandense 2.483.140 582.465 990.191 52.115 858.370

107 Centro Ocidental Rio-grandense 1.423.799 333.978 567.762 29.882 492.177

108 Centro Oriental Rio-grandense 2.016.098 472.912 803.950 42.313 696.923

109 Metropolitana de Porto Alegre 12.191.774 2.859.799 4.861.658 255.877 4.214.440

110 Sudoeste Rio-grandense 1.961.485 460.101 782.172 41.167 678.044

111 Sudeste Rio-grandense 2.489.025 583.845 992.537 52.239 860.404

112 Grande Florianópolis 2.260.186 530.167 901.284 47.436 781.299

113 Norte Catarinense 2.741.803 643.139 1.093.336 57.544 947.784

114 Oeste Catarinense 2.953.556 692.809 1.177.776 61.988 1.020.982

115 Serrana 1.055.275 247.534 420.807 22.148 364.786

116 Sul Catarinense 2.261.275 530.423 901.718 47.459 781.675

117 Vale do Itajaí 3.294.516 772.788 1.313.739 69.144 1.138.845

118 Agreste Sergipano 961.098 137.300 415.020 21.843 386.936

119 Leste Sergipano 2.709.246 387.035 1.169.902 61.574 1.090.736

120 Sertão Sergipano 441.337 63.048 190.577 10.030 177.681

121 Araçatuba 1.877.177 215.767 471.452 24.813 1.165.144

122 Araraquara 2.086.402 239.816 523.999 27.579 1.295.008

123 Assis 1.516.066 174.260 380.759 20.040 941.007

124 Bauru 3.769.812 433.312 946.786 49.831 2.339.883

125 Campinas 9.390.991 1.079.424 2.358.542 124.134 5.828.891

126 Itapetininga 2.048.352 235.443 514.442 27.076 1.271.391

127 Litoral Sul Paulista 1.153.618 132.600 289.730 15.249 716.038

128 Macro Metropolitana Paulista 6.244.606 717.771 1.568.329 82.544 3.875.962

129 Marília 1.207.975 138.848 303.382 15.967 749.778

130 Metropolitana de São Paulo 54.920.819 6.312.738 13.793.332 725.965 34.088.784

131 Piracicaba 3.461.660 397.892 869.394 45.758 2.148.616

132 Presidente Prudente 2.364.576 271.790 593.862 31.256 1.467.668

133 Ribeirão Preto 6.045.679 694.906 1.518.369 79.914 3.752.491

134 São José do Rio Preto 4.345.369 499.468 1.091.337 57.439 2.697.126

135 Vale do Paraíba Paulista 5.463.603 628.000 1.372.181 72.220 3.391.202

136 Ocidental do Tocantins 1.388.064 583.389 401.331 21.123 382.220

137 Oriental do Tocantins 696.955 292.923 201.511 10.606 191.915

423.842.149 67.035.429 137.405.327 7.231.859 212.169.533VALORES TOTAIS

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151

ANEXO F – Características gerais das mesorregiões com valores de insolação solar (I) máximo, mínimo e intermediário para o ReLuz.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Total/ média (ano)

Insolação mensal (horas) 110,6 95,9 108,9 98,8 98,2 99,7 111,7 91,1 76,0 106,1 114,9 98,1 1.210Insol. média diária (horas) 3,6 3,4 3,5 3,3 3,2 3,3 3,6 2,9 2,5 3,4 3,8 3,2 3,3Duração dia (latitute) 13,3 12,8 12,1 11,4 10,8 10,5 10,7 11,2 11,9 12,6 13,2 13,5 12,0Diferença (lat-insola) 9,8 9,4 8,6 8,1 7,6 7,2 7,0 8,2 9,3 9,2 9,4 10,3 8,7TU diário - latitude 10,7 11,2 11,9 12,6 13,2 13,5 13,3 12,8 12,1 11,4 10,8 10,5 12,0TU diário - clima 12,3 12,7 13,3 13,9 14,5 14,7 14,5 14,2 13,7 12,9 12,4 12,2 13,4Eco. Real - Latit 385 404 428 455 476 487 482 463 438 412 390 380 433Eco. Real - Clima 444 460 480 504 523 531 525 513 494 467 446 442 486

Insolação mensal (horas) 189,8 195,5 215,1 228,9 237,1 240,1 256,5 255,6 210,1 190,5 181,7 165,1 2.566Insol. média diária (horas) 6,1 7,0 6,9 7,6 7,6 8,0 8,3 8,2 7,0 6,1 6,1 5,3 7,0Duração dia (latitute) 13,0 12,6 12,1 11,5 11,1 10,8 10,9 11,4 11,9 12,5 12,9 13,2 12,0Diferença (lat-insola) 6,9 5,7 5,2 3,9 3,4 2,8 2,7 3,1 4,9 6,3 6,9 7,8 5,0TU diário - latitude 11,0 11,4 11,9 12,5 12,9 13,2 13,1 12,6 12,1 11,5 11,1 10,8 12,0TU diário - clima 12,1 12,3 12,8 13,1 13,5 13,6 13,5 13,2 12,9 12,6 12,2 12,1 12,8Eco. Real - Latit 396 410 429 450 467 475 471 457 437 416 399 391 433Eco. Real - Clima 438 444 461 474 488 493 488 476 466 455 441 439 463

Insolação mensal (horas) 245,9 212,2 222,1 212,5 243,0 237,6 247,6 283,2 283,5 262,1 283,6 267,4 3.001Insol. média diária (horas) 7,9 7,6 7,2 7,1 7,8 7,9 8,0 9,1 9,5 8,5 9,5 8,6 8,2Duração dia (latitute) 12,3 12,2 12,0 11,9 11,8 11,7 11,7 11,8 12,0 12,1 12,2 12,3 12,0Diferença (lat-insola) 4,3 4,6 4,9 4,8 3,9 3,8 3,7 2,7 2,5 3,7 2,8 3,7 3,8TU diário - latitude 11,7 11,8 12,0 12,1 12,2 12,3 12,3 12,2 12,0 11,9 11,8 11,7 12,0TU diário - clima 12,5 12,6 12,8 12,9 12,9 12,9 12,9 12,6 12,4 12,5 12,2 12,3 12,6Eco. Real - Latit 424 427 432 438 442 445 444 440 434 429 424 422 433Eco. Real - Clima 450 455 462 467 466 467 466 456 450 451 441 445 456

Metropolitana de Belo Horizonte

Oeste Potiguar

Centro Oriental Paranaense

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152

ANEXO G – Características gerais das mesorregiões com insolação solar (I) padrão anual em U, U invertido e intermediário para o ReLuz.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Total/ média (a no)

Insolação mensal (horas) 242,4 198,1 194,6 168,4 161,7 115,9 137,7 134,5 149,1 201,9 220,7 256,9 2.182Insol. média diária (horas) 7,8 7,1 6,3 5,6 5,2 3,9 4,4 4,3 5,0 6,5 7,4 8,3 6,0Duração dia (latitute) 13,8 13,1 12,2 11,2 10,4 10,0 10,2 10,9 11,8 12,8 13,6 14,0 12,0Diferença (lat-insola) 6,0 6,0 5,9 5,6 5,2 6,1 5,8 6,6 6,9 6,3 6,3 5,7 6,0TU diário - latitude 10,2 10,9 11,8 12,8 13,6 14,0 13,8 13,1 12,2 11,2 10,4 10,0 12,0TU diário - clima 11,2 11,9 12,8 13,7 14,5 15,0 14,8 14,2 13,3 12,2 11,4 11,0 13,0Eco. Real - Latit 369 394 426 462 491 506 499 473 439 404 375 361 433Eco. Real - Clima 405 430 462 495 522 543 533 513 481 442 413 396 470

Insolação mensal (horas) 92,8 93,9 117,0 118,1 128,6 131,6 133,2 123,6 114,4 123,2 111,2 95,5 1.383Insol. média diária (horas) 3,0 3,4 3,8 3,9 4,1 4,4 4,3 4,0 3,8 4,0 3,7 3,1 3,8Duração dia (latitute) 13,1 12,7 12,1 11,5 11,0 10,8 10,9 11,3 11,9 12,5 13,0 13,2 12,0Diferença (lat-insola) 10,1 9,3 8,3 7,6 6,9 6,4 6,6 7,3 8,1 8,5 9,3 10,1 8,2TU diário - latitude 10,9 11,3 11,9 12,5 13,0 13,2 13,1 12,7 12,1 11,5 11,0 10,8 12,0TU diário - clima 12,6 12,9 13,3 13,7 14,1 14,3 14,2 13,9 13,4 12,9 12,6 12,5 13,4Eco. Real - Latit 394 409 429 451 468 477 473 458 437 416 398 390 433Eco. Real - Clima 455 465 480 496 510 516 513 502 486 467 454 451 483

Insolação mensal (horas) 147,3 142,2 164,1 187,6 217,0 223,9 263,5 218,6 267,3 189,6 152,6 137,2 2.311Insol. média diária (horas) 4,8 5,1 5,3 6,3 7,0 7,5 8,5 7,1 8,9 6,1 5,1 4,4 6,3Duração dia (latitute) 12,7 12,5 12,1 11,7 11,3 11,2 11,3 11,5 11,9 12,3 12,7 12,8 12,0Diferença (lat-insola) 8,0 7,4 6,8 5,4 4,3 3,7 2,8 4,5 3,0 6,2 7,6 8,4 5,7TU diário - latitude 11,3 11,5 11,9 12,3 12,7 12,8 12,7 12,5 12,1 11,7 11,3 11,2 12,0TU diário - clima 12,6 12,8 13,1 13,2 13,4 13,4 13,2 13,2 12,6 12,7 12,6 12,6 12,9Eco. Real - Latit 407 417 431 445 457 463 461 450 436 421 409 404 433Eco. Real - Clima 455 461 471 478 484 486 477 477 454 459 455 454 468

Ribeirão Preto

Leste Rondoniense

Sudoeste Rio-grandense

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ANEXO H – Relação de pontos substituídos e expandidos pelo ReLuz em 2005.

num. cidades atendidas 194num. Mesorregiões atendidas 43Estados atendidos 11

Pontos de expansão 3.324Pontos de substituição 389.613Total de pontos 392.937

Dados do ReLuz 2005 (fonte: Elaboração do autor, a partir de Eletrobrás, 2006a)

Obs: Em Eletrobrás (2006a), é informado a participação de 197 cidades no Programa ReLuz em 2005, mas três cidades (ver anexo I) e os respectivos estados (UF) com o número de pontos substituídos/ expandidos não foram listados, portanto elas não foram consideras no presente trabalho, que tem um total de 194 cidades listadas.

ESTADO ExpansãoSubstituição

(melhoria) Nº DE PONTOS

Distrito Federal 0 21.336 21.336

Espírito Santo 0 25.510 25.510

Minas Gerais 389 0 389

Paraná 0 16.461 16.461

Pernambuco 0 13.363 13.363

Rio de Janeiro 2.875 16.473 19.348

Rio Grande do Norte 0 6.758 6.758

Rio Grande do Sul 0 22.223 22.223

Rondônia 60 0 60

Santa Catarina 0 96.030 96.030São Paulo 0 171.459 171.459

3.324 389.613 392.937

RELAÇÃO DE ESTADOS E PONTOS ATENDIDOS PELO RELUZ EM 2005 (fonte: Eletrobrás, 2006a)

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ANEXO I – Relação das cidades atendidas pelo ReLuz em 2005, com as respectivas mesorregiões.

UF Mesorregião Cidade

DF Distrito Federal Brasília

ES Central Espírito-santense Serra

ES Central Espírito-santense Vila Velha

ES Litoral Norte Espírito-santense Aracruz

ES Litoral Norte Espírito-santense Ibiraçu

MG Metropolitana de Belo Horizonte Belo Horizonte

MG Metropolitana de Belo Horizonte ConfinsMG Metropolitana de Belo Horizonte Lagoa Santa

MG Metropolitana de Belo Horizonte Vespasiano

PE Agreste Pernambucano AngelimPE Agreste Pernambucano Calçado

PE Agreste Pernambucano Passira

PE Agreste Pernambucano Pedra

PE Agreste Pernambucano Riacho das Almas

PE Agreste Pernambucano Sairé

PE Agreste Pernambucano São Joaquim do Monte

PE Mata Pernambucana Sirinhaém

PE Metropolitana de Recife Itapissuma

PE São Francisco Pernambucano Jatobá

PE São Francisco Pernambucano Tacaratu

PE Sertão Pernambucano Brejinho

PE Sertão Pernambucano Carnaíba

PE Sertão Pernambucano Mirandiba

PE Sertão Pernambucano Moreilândia

PE Sertão Pernambucano Solidão

PE Sertão Pernambucano Trindade

PR Centro Oriental Paranaense Castro

PR Noroeste Paranaense Altônia

PR Noroeste Paranaense GuairaçáPR Noroeste Paranaense Iporã

PR Noroeste Paranaense Paraíso do Norte

PR Noroeste Paranaense São Jorge do Patrocínio

PR Oeste Paranaense Toledo

RJ Centro Fluminense Sapucaia

RJ Metropolitana do Rio de Janeiro Niterói

RJ Metropolitana do Rio de Janeiro Petrópolis

RJ Sul Fluminense Barra Mansa

RJ Sul Fluminense Pinheiral

RJ Sul Fluminense Rio das Flores

RELAÇÃO DE CIDADES ATENDIDAS PELO RELUZ EM 2005 (CLASSIFICADAS POR MESORREGIÃO)

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155

UF Mesorregião Cidade

RN Agreste Potiguar Bom Jesus

RN Agreste Potiguar Riachuelo

RN Agreste Potiguar Ruy Barbosa

RN Agreste Potiguar SerrinhaRN Central Potiguar Afonso Bezerra

RN Central Potiguar Angicos

RN Central Potiguar Pedro Avelino

RN Leste Potiguar Taipu

RN Oeste Potiguar Doutor SeverianoRN Oeste Potiguar Encanto

RN Oeste Potiguar Frutuoso Gomes

RN Oeste Potiguar José da Penha

RN Oeste Potiguar Messias Targino

RN Oeste Potiguar UmarizalRO Leste Rondoniense Ouro Preto D'oeste

RS Noroeste Rio-grandense Carazinho

RS Sudeste Rio-grandense Pelotas

RS Sudoeste Rio-grandense Bagé

SC Grande Florianópolis BiguaçuSC Grande Florianópolis Florianópolis

SC Grande Florianópolis Palhoça

SC Norte Catarinense Joinville

SC Oeste Catarinense Concórdia

SC Oeste Catarinense VideiraSC Serrana Urubici

SC Sul Catarinense Balneário Arroio do Silva

SC Sul Catarinense Capivari de Baixo

SC Sul Catarinense Criciúma

SC Sul Catarinense GaropabaSC Sul Catarinense Lauro Muller

SC Sul Catarinense Tubarão

SC Vale do Itajaí Itajaí

SC Vale do Itajaí Rio do Sul

SP Araçatuba BiriguiSP Araçatuba Ilha Solteira

SP Araçatuba Valparaíso

SP Araraquara Américo Brasiliense

SP Araraquara Araraquara

SP Araraquara Boa Esperança do SulSP Araraquara Itápolis

SP Araraquara Rincão

SP Araraquara Tabatinga

SP Bauru Arealva

SP Bauru AvaíSP Bauru Bariri

SP Bauru Barra Bonita

SP Bauru Botucatu

SP Bauru Conchas

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UF Mesorregião Cidade

SP Bauru Dois Córregos

SP Bauru Getulina

SP Bauru Guarantã

SP Bauru Jaú

SP Bauru Lençóis Paulista

SP Bauru Lucianópolis

SP Bauru Promissao

SP Bauru Reginópolis

SP Campinas Aguas de Lindoia

SP Campinas Americana

SP Campinas Campinas

SP Campinas Elias FaustoSP Campinas Espirito Santo do Pinhal

SP Campinas Monte Alegre do Sul

SP Campinas Nova Odessa

SP Campinas Santa Barbara d’Oeste

SP Campinas Santo Antônio de Posse

SP Campinas Santo Antonio do Jardim

SP Campinas São João da Boa Vista

SP Campinas Serra Negra

SP Campinas Valinhos

SP Campinas Vargem Grande do Sul

SP Itapetininga Apiaí

SP Itapetininga Guapiara

SP Itapetininga Itaporanga

SP Itapetininga Nova Campina

SP Itapetininga Ribeirão Branco

SP Itapetininga Taquarivaí

SP Litoral Sul Paulista Itanhaém

SP Litoral Sul Paulista Mongaguá

SP Macro Metropolitana Paulista Itatiba

SP Macro Metropolitana Paulista Jarinu

SP Macro Metropolitana Paulista Morungaba

SP Macro Metropolitana Paulista Piracaia

SP Marília FernãoSP Marília Gália

SP Marília Marília

SP Metropolitana de São Paulo Arujá

SP Metropolitana de São Paulo Franco da Rocha

SP Metropolitana de São Paulo Mairiporã

SP Metropolitana de São Paulo São Paulo

SP Piracicaba Limeira

SP Presidente Prudente Álvares Machado

SP Presidente Prudente Euclides da Cunha Paulista

SP Presidente Prudente Marabá Paulista

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UF Mesorregião Cidade

SP Presidente Prudente Mirante do Paranapamema

SP Ribeirão Preto Batatais

SP Ribeirão Preto Bebedouro

SP Ribeirão Preto Buritizal

SP Ribeirão Preto Cajuru

SP Ribeirão Preto Cássia dos Coqueiros

SP Ribeirão Preto Fernando Prestes

SP Ribeirão Preto Franca

SP Ribeirão Preto Ituverava

SP Ribeirão Preto Jaboticabal

SP Ribeirão Preto Monte AltoSP Ribeirão Preto Monte Azul Paulista

SP Ribeirão Preto Orlândia

SP Ribeirão Preto Pirangi

SP Ribeirão Preto Pontal

SP Ribeirão Preto Serra Azul

SP Ribeirão Preto Serrana

SP Ribeirão Preto Taiaçu

SP Ribeirão Preto Taquaritinga

SP Ribeirão Preto Vista Alegre do Alto

SP São José do Rio Preto Altair

SP São José do Rio Preto Ariranha

SP São José do Rio Preto Aspásia

SP São José do Rio Preto Bálsamo

SP São José do Rio Preto Cajobi

SP São José do Rio Preto Dirce Reis

SP São José do Rio Preto Embaúba

SP São José do Rio Preto Estrela d'Oeste

SP São José do Rio Preto Floreal

SP São José do Rio Preto Guaraci

SP São José do Rio Preto Guarani d'Oeste

SP São José do Rio Preto JaciSP São José do Rio Preto Jose Bonifacio

SP São José do Rio Preto Macedônia

SP São José do Rio Preto Mirassol

SP São José do Rio Preto Nova Granada

SP São José do Rio Preto Onda Verde

SP São José do Rio Preto Palestina

SP São José do Rio Preto Pindorama

SP São José do Rio Preto Potirendaba

SP São José do Rio Preto Rubinéia

SP São José do Rio Preto Santa Adélia

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158

UF Mesorregião Cidade

SP São José do Rio Preto Santa Clara d'Oeste

SP São José do Rio Preto Santa Salete

SP São José do Rio Preto Santana da Ponte Pensa

SP São José do Rio Preto São João das Duas Pontes

SP São José do Rio Preto Sao José do Rio Preto

SP São José do Rio Preto IbiráSP São José do Rio Preto Turmalina

SP São José do Rio Preto Urânia

SP São José do Rio Preto Vitória Brasil

SP São José do Rio Preto Votuporanga

SP São José do Rio Preto Zacarias

SP Vale do Paraíba Paulista Arapeí

SP Vale do Paraíba Paulista Areias

SP Vale do Paraíba Paulista Bananal

SP Vale do Paraíba Paulista Campos do Jordão

SP Vale do Paraíba Paulista Cunha

SP Vale do Paraíba Paulista Lavrinhas

SP Vale do Paraíba Paulista ParaibunaSP Vale do Paraíba Paulista SilveirasSP Vale do Paraíba Paulista Ubatuba

MS Leste de Mato Grosso do Sul Andradina (**)MS Leste de Mato Grosso do Sul Três Lagoas (**)PB Sertão Paraibano Quixabá (**)

Obs: (**) = São cidades que constam como participantes do Programa ReLuz em 2005 (Eletrobrás, 2006a), mas os respectivos estados (UF) com o número de pontos substituídos/ expandidos não foram listados, portanto elas não foram consideras neste trabalho.

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ANEXO J – Relação das mesorregiões com o número de cidades atendidas e com a distribuição estimadas dos pontos de substituição e expansão para o ReLuz em 2005.

Mesorregião UFNum. de cidades

atend. ReLuz 2005

Estimativa de pontos no Reluz

(sub+exp)

Distrito Federal DF 1 21.336

Central Espírito-santense ES 2 20.420

Litoral Norte Espírito-santense ES 2 5.090

Metropolitana de Belo Horizonte MG 4 389

Agreste Pernambucano PE 7 7.643

Mata Pernambucana PE 1 608

Metropolitana de Recife PE 1 1.856

São Francisco Pernambucano PE 2 449

Sertão Pernambucano PE 6 2.807

Centro Oriental Paranaense PR 1 2.013

Noroeste Paranaense PR 5 10.755

Oeste Paranaense PR 1 3.694

Centro Fluminense RJ 1 326

Metropolitana do Rio de Janeiro RJ 2 17.063

Sul Fluminense RJ 3 1.960

Agreste Potiguar RN 4 1.218

Central Potiguar RN 3 890

Leste Potiguar RN 1 1.034

Oeste Potiguar RN 6 3.615

Leste Rondoniense RO 1 60

Noroeste Rio-grandense RS 1 11.963

Sudoeste Rio-grandense RS 1 4.522

Sudeste Rio-grandense RS 1 5.738

Grande Florianópolis SC 3 17.771

Norte Catarinense SC 1 7.186

Oeste Catarinense SC 2 15.481

Serrana SC 1 2.766

Sul Catarinense SC 6 35.558

Vale do Itajaí SC 2 17.269

Araçatuba SP 3 1.229

Araraquara SP 6 2.732

Bauru SP 14 11.518

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Mesorregião UFNum. de cidades

atend. ReLuz 2005

Estimativa de pontos no Reluz

(sub+exp)

Campinas SP 14 28.693

Itapetininga SP 6 2.682

Litoral Sul Paulista SP 2 504

Macro Metropolitana Paulista SP 4 5.451

Marília SP 3 791

Metropolitana de São Paulo SP 4 47.944

Piracicaba SP 1 755

Presidente Prudente SP 4 2.064

Ribeirão Preto SP 19 25.069

São José do Rio Preto SP 33 31.295

Vale do Paraíba Paulista SP 9 10.731

194 392.937VALORES TOTAIS

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ANEXO K – Mapas da climatologia de precipitação mensal (esquerda) e de insolação solar total mensal (direita) no Brasil (fonte: INMET, 2008)

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