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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA THABATA CARVALHO GONÇALVES CONTROLE DE QUALIDADE EM FÁBRICA DE RAÇÃO ANIMAL CUIABÁ 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA

CURSO DE ZOOTECNIA

THABATA CARVALHO GONÇALVES

CONTROLE DE QUALIDADE EM FÁBRICA DE RAÇÃO ANIMAL

CUIABÁ 2016

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THABATA CARVALHO GONÇALVES

CONTROLE DE QUALIDADE EM FÁBRICA DE RAÇÃO ANIMAL Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientadora: Profª. Drª. Maria Fernanda

Soares Queiroz Cerom Supervisora do Estágio Supervisionado:

Marciela Corbari

CUIABÁ 2016

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Dedico este trabalho aos meus pais: sem vocês e

o apoio que me dão, eu não chegaria até aqui.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado vida e saúde que me

permitiu chegar ao fim desse ciclo.

Aos meus pais por me amarem incondicionalmente, por sempre me apoiarem

e me darem todas as condições necessárias para eu seguir e buscar a realização

dos meus sonhos.

A Orientadora e Prof.ª Drª. Maria Fernanda pelo conhecimento transmitido

durante toda minha graduação, pela paciência no processo de elaboração do TCC e

estágio.

Ao Srº. Geovanny Vigilato Melo, por ter permitido que eu fizesse estágio na

empresa Agroquima.

À Ana Paula Bays, pelo acolhimento, paciência e conhecimento transmitido

durante o decorrer do estágio.

A todos os funcionários da Agroquima, pela ajuda e cordialidade durante todo

o período de convívio no estágio.

Aos meus colegas do curso de Zootecnia, pelas horas de estudo, trocas de

experiência que tivemos e por caminharem juntos comigo nessa jornada.

A todos os professores do Departamento de Zootecnia, por me incentivarem e

participarem da minha formação acadêmica.

A Faculdade de Agronomia e Zootecnia e à Universidade Federal de Mato

Grosso por possibilitar a minha graduação.

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“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a

um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no

mínimo fará coisas admiráveis”.

José de Alencar

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Descarregamento de sorgo na moega para ser direcionado ao silo de

armazenamento ou direto para a linha de produção .................................. 16

Figura 2. Silos externos para armazenamento de grãos (milho e sorgo) .................. 16

Figura 3. Big bags de matérias primas armazenados no galpão ............................... 17

Figura 4. Calador graneleiro (A), calador de sacaria (B) para obtenção de amostras

................................................................................................................... 18

Figura 5. Amostra de farelo de soja recebido pelo controle de qualidade para análise

................................................................................................................... 19

Figura 6. Análise de alimentos na empresa Agroquima utilizando o equipamento

MOTOMCO 919 FOB ................................................................................. 20

Figura 7. Amostra de sorgo para armazenamento após análise do controle de

qualidade .................................................................................................... 22

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Limites máximos de tolerância para Tipo (%) de milho ............................... 7

Tabela 2. Taxa de crescimento de fungos durante o armazenamento em função dos

níveis dos teores de água nos produtos ....................................................... 8

Tabela 3. Taxa de crescimento de fungos durante o armazenamento em função da

temperatura na massa dos produtos ............................................................ 8

Tabela 4. Padrão oficial de classificação do farelo de soja ....................................... 10

Tabela 5. Especificações técnicas para análise no recebimento de matérias primas

................................................................................................................... 21

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LISTA DE ABREVIATURAS

APPCC – Análise de Perigo e Pontos Críticos de Controle

BPF – Boas Práticas de Fabricação

EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual

MBPF – Manual de Boas Práticas de Fabricação

PEPS – Primeiro que Entre, Primeiro que Sai

POP’s – Procedimentos Operacionais Padrões

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SUMÁRIO

1. Introdução ........................................................................................................... 1

2. Objetivo ................................................................................................................ 3

3. Revisão ................................................................................................................ 4

3.1. Controle de qualidade e boas práticas de fabricação ....................................... 5

3.2. Produtos e subprodutos utilizados na fabricação da ração .............................. 6

3.3. Qualidade de matérias primas utilizadas na ração ........................................... 6

3.3.1. Milho .......................................................................................................... 6

3.3.2. Sorgo ......................................................................................................... 8

3.3.3. Farelo de soja ............................................................................................ 9

3.4. Perdas físicas de produtos ............................................................................. 10

3.5. Armazenamento ............................................................................................. 11

3.5.1. Armazenamento de grãos e farelos ......................................................... 11

3.5.2. Armazenamento de produtos ensacados ................................................ 11

4. Relatório de estágio .......................................................................................... 13

5. Atividades desenvolvidas e discussão ........................................................... 15

5.1. Recebimento e armazenamento da matéria prima ......................................... 15

5.2. Amostragem ................................................................................................... 18

5.2.1. Milho e sorgo ........................................................................................... 18

5.2.2. Farelo de soja .......................................................................................... 19

5.3. Análise de grãos e farelos .............................................................................. 19

5.4. Armazenamento de grãos e farelos ................................................................ 23

5.4.1. Grãos ....................................................................................................... 23

5.4.2. Farelos .................................................................................................... 23

5.5. Recebimento e armazenamento de minerais ................................................. 23

5.5.1. Minerais mais utilizados .......................................................................... 23

5.5.2. Cálcio e fósforo........................................................................................ 24

5.6. Produção ........................................................................................................ 25

5.7. Limpeza dos maquinários ............................................................................... 25

5.8. Higiene e saúde pessoal ................................................................................ 26

5.9. Controle de pragas ......................................................................................... 27

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5.10. Controle de produtos acabados .................................................................. 27

6. Conclusões ........................................................................................................ 28

7. Considerações finais ........................................................................................ 29

Referências .............................................................................................................. 30

Anexos ................................................................................................................ 33

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RESUMO

A alimentação representa o maior custo dentro da produção animal, podendo chegar

ao custo de 80%. Deste modo, é importante garantir a qualidade dos ingredientes

adquiridos pela empresa para se adequar às exigências do mercado em função de

suas necessidades e objetivos. Os avanços de tecnologias no processamento e

fabricação de rações permitem maximizar a eficiência produtiva, minimizar a perda

de nutrientes e gerar produtos com maior valor agregado. É importante que a fábrica

possua Manual de Boas Práticas de Fabricação (MBPF), adote Procedimentos

Operacionais Padrões (POP), e que todos os envolvidos sigam as recomendações

para assegurar a qualidade, conformidade e segurança do produto destinado à

alimentação animal. Quando se investe no controle de qualidade, menores são as

perdas de ingredientes em toda a produção, além de estreitar as diferenças entre a

formulação original e o produto produzido. Sendo assim, a fábrica deve ter estrutura

física que permita todo o processo, desde o recebimento de matérias primas até a

estocagem do produto final de forma adequada a fim de preservar a qualidade tanto

das matérias primas quanto dos produtos acabados. Durante o estágio

supervisionado, foi realizado o acompanhamento das atividades desempenhadas

pelo controle de qualidade na empresa Agroquima, a fim de verificar os

procedimentos que são importantes para minimizar perdas durante o processo

produtivo e garantir a qualidade do produto final. A realização de um estágio ―a

campo‖ é a melhor forma de por em prática tudo o que foi aprendido durante a vida

acadêmica e também verificar as principais dificuldades tentando saná-las ainda

antes da conclusão do curso.

Palavras-chaves: análise de grãos, armazenamento de grãos, boas práticas de fabricação.

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1. INTRODUÇÃO

A alimentação representa o maior custo dentro da produção animal, podendo

chegar ao custo de 80%. Deste modo, é importante garantir a qualidade dos

ingredientes adquiridos pela empresa para se adequar às exigências do mercado

em função de suas necessidades e objetivos. Os avanços de tecnologias no

processamento e fabricação de rações permitem maximizar a eficiência produtiva,

minimizar a perda de nutrientes e produtos com maior valor agregado.

As fábricas de rações buscam produzir rações com a melhor relação custo x

benefício. A melhor qualidade pode ser planejada por meio da gestão, através de

estudos da atual situação que permitem adequar os desvios de qualidade para

plantas existentes. O conhecimento tecnológico das etapas de processo dá suporte

para o planejamento e gestão (LARA, 2011).

É de extrema importância que a fábrica possua Manual de Boas Práticas de

Fabricação (MBPF), adote Procedimentos Operacionais Padrões (POP), e que todos

os envolvidos sigam as recomendações para assegurar a qualidade, conformidade e

segurança do produto destinado à alimentação animal. O fluxo de produção inicia-se

antes da entrada das matérias primas na fábrica, sendo indispensável estabelecer

especificações nutricionais para cada ingrediente a ser adquirido. É necessário que

se faça inspeção prévia do ingrediente, incluindo amostragens, testes de impurezas,

entre outros, a fim de assegurar a qualidade da matéria prima, e as análises devem

ser realizadas corretamente para que não se tenha variantes negativas. Todas as

informações devem ser transmitidas em tempo hábil para os setores de controle de

qualidade, linha de produção, administrativo e demais interessados dentro da

fábrica.

O controle de qualidade tem adquirido cada vez mais espaço no mercado,

pois é fundamental para a produção de produtos com qualidade. Quando se investe

no controle de qualidade, menores são as perdas de ingredientes em toda a

produção, além de estreitar as diferenças entre a formulação original e o produto

produzido.

Para se manter no mercado, os responsáveis da fábrica devem realizar

análise de perigo e pontos críticos de controle – APPCC e criar estratégicas para

minimizar erros e oferecer um produto de qualidade e rentável à empresa.

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Os pontos mais críticos são aqueles que abrangem todo o processo produtivo

como:

Nutricional: é necessário que a formulação da ração esteja de acordo com o

objetivo, contendo todos os ingredientes adequados para obter um produto

final com características nutricionais adequadas alimentação;

Processo de produção: relacionam-se ao recebimento, secagem e

armazenamento de matérias primas, é importante que seja capaz de

preservar a qualidade das matérias primas, alcançar os níveis da formulação

e evitar contaminação cruzada que ocorre quando há mistura entre produtos

diferentes, podendo acontecer durante o processo produtivo, no

armazenamento, por pessoas, produtos e equipamentos contaminados;

Expedição e transporte: relacionam-se à expedição e transporte da ração.

Sendo assim, a fábrica deve ter estrutura física que permita todo o processo,

desde o recebimento de matérias primas até a estocagem do produto final de forma

adequada a fim de preservar a qualidade tanto das matérias primas quanto dos

produtos acabados.

Este trabalho, que é um relatório de estágio, considera que o período em uma

fábrica de rações deve promover a integração do aluno ao mundo do trabalho da

sua profissão, além de propiciar profunda reflexão sobre as atividades pertinentes à

profissão escolhida, e a aplicação prática dos conhecimentos teóricos desenvolvidos

durante o curso de graduação.

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2. OBJETIVO

O objetivo do presente trabalho é descrever e discutir as atividades realizadas

durante o período de estágio de conclusão do Curso de Zootecnia.

O estágio foi realizado em uma fábrica de rações com o intuito de

acompanhar o controle de qualidade em todo o processo de produção da ração,

iniciando-se na recepção e armazenamento da matéria prima utilizada, bem como

todo o processo produtivo (moagem, pesagem e mistura) até a obtenção do produto

final.

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3. REVISÃO

O mercado de rações está cada vez mais competitivo, com margens cada vez

menores de lucro, o que exige redução de custos sem, no entanto, afetar a

qualidade do produto final. O desenvolvimento de técnicas que visem melhorar a

competitividade deve ser visto com cuidado. Neste sentido, diagnosticar os riscos e

controlar os pontos críticos no processo de produção é indispensável (CAMPOS,

1992).

Segundo Paladini (1990), o controle de qualidade é um sistema amplo e

complexo que compreende todos os setores da empresa, com objetivo de melhorar

a qualidade do produto final e para isso devem ser estabelecidas rotinas de

verificação de qualidade dos ingredientes que chegam à fábrica e nos produtos

acabados (MORAES, 1997).

No Brasil, a adoção das Boas Práticas de Fabricação (BPF) tornou-se

obrigatória para produção industrial de alimentos em 1997, quando foram publicadas

as portarias nº 326/97, do Ministério da Saúde e nº 368/97, do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 1997). A expressão ―Boas Práticas

de Fabricação‖ é utilizada para indicar o conjunto de ações aplicadas à produção de

alimentos, com a finalidade de assegurar qualidade dos produtos finais e prevenir

riscos à saúde do consumidor. A portaria também sugere os Procedimentos

Operacionais Padrões (POP’s) que facilitam e padronizam a montagem do manual

de BPF.

Uma empresa produtora de rações deve possuir eficiente controle de

qualidade dos ingredientes disponíveis, garantindo qualidade da ração produzida.

Não restam dúvidas de que a qualidade das rações determina o desempenho da

produção animal. E, por isso, são necessários constantes monitoramentos na

qualidade dos ingredientes que compõem a ração e no processo de produção das

mesmas, com intuito de identificar e solucionar problemas que possam comprometer

a qualidade do produto final (BELLAVER, 2002).

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3.1. Controle de Qualidade e Boas Práticas de Fabricação

É crescente a preocupação do consumidor com a qualidade do alimento e a

redução de riscos à saúde. Esta preocupação abrange desde o teor e os tipos de

aditivos utilizados nas rações, a presença de resíduos de defensivos agrícolas e

outras substâncias precursoras de doenças, à utilização de matérias primas

geneticamente modificadas e, principalmente, a armazenagem e manipulação dos

produtos e matérias primas (PILLECO et al., 2012).

Devido à pressão do mercado consumidor, intensificou-se a implantação de

programas de qualidade dos produtos. Dentre eles está o programa de Boas

Práticas de Fabricação, que possui como base o asseio pessoal e controle de

microrganismos em todo o processo de fabricação de alimentos. Além disto, todo

estabelecimento que produza, fabrique, manipule, fracione, importe e comercialize

produtos destinados à alimentação animal deve, obrigatoriamente, estar registrado

no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e para isso deve

estar adequado dentro da legislação vigente.

Dentre as mais importantes, está a Instrução Normativa Nº 04 de 23 de

fevereiro de 2007 do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que define

a implementação das Boas Práticas de Fabricação que podem ser definidas como

um conjunto de procedimentos higiênicos, sanitários e operacionais aplicados em

todo o fluxo de produção, desde a obtenção dos ingredientes e matérias-primas até

a distribuição do produto final, com o objetivo de garantir a qualidade, conformidade

e segurança dos produtos destinados à alimentação animal.

Segundo Butolo (2002), a gestão de qualidade no processo de fabricação de

ração inicia-se no projeto da fábrica, envolvendo sua construção e instalação dos

equipamentos, seleção dos fornecedores de ingredientes, estabelecimento das

formulas de rações, supervisão da qualidade dos ingredientes, pesagem correta,

armazenagem, características de moagem, pré-mistura de concentrados e

suplementos vitamínicos, mistura dos alimentos, supervisão da ração pronta,

manutenção e limpeza dos equipamentos da fábrica e, por fim, a higienização geral

da fábrica.

Devem ser implantados Procedimentos Operacionais Padrão (POP) que são

definidos como uma descrição de instruções, técnicas e operações rotineiras a

serem utilizadas pelos fabricantes de produtos destinados à alimentação animal,

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visando à proteção, à garantia de preservação da qualidade e da inocuidade das

matérias primas e produto final e a segurança dos manipuladores.

Todos os POP´s devem ser aprovados, datados e assinados pela direção da

empresa e pelo responsável pelo controle da qualidade. Os POP´s devem descrever

os materiais e os equipamentos necessários para a realização das operações, a

metodologia, a frequência, o monitoramento, a verificação, as ações corretivas, bem

como os responsáveis pelas execuções. Os funcionários, os monitores e os

verificadores devem estar devidamente treinados para execução dos POP’s

(BRASIL, 2007).

3.2. Produtos e Subprodutos Utilizados na Fabricação da Ração

Os níveis de garantia das matérias-primas podem variar de acordo com o

ambiente e métodos de processamento. Segundo Rostagno (2000), para que a

ração formulada possa ser passível de ser produzida devem ser levadas em

consideração as matérias primas que podem ser introduzidas na ração e o processo

de produção deve ser adequado à linha de produção da fábrica.

Cada fábrica possui produtos diferentes com níveis diferentes de garantia,

portanto suas formulações de rações também são distintas. A qualidade do produto

final é definida pelo método de formulação de ração e matéria prima utilizada

(ROSTAGNO, 2000). Existem alguns fatores que acabam influenciando no momento

da formulação de rações como a disponibilidade e preço de matérias primas; o peso

e idade dos animais ao abate; e a qualidade da carcaça desejada.

3.3. Qualidade de Matérias Primas Utilizadas na Ração

3.3.1. Milho

O milho é um dos mais importantes cereais produzidos no mundo, onde é

extensivamente utilizado como alimento humano e/ou na ração animal, devido às

suas qualidades nutricionais (TONISSI et al., 2013), principalmente pelo seu alto

valor energético, contendo aproximadamente 3.440 kcal/kg de energia metabolizável

(ENGLERT, 1998). Por representar aproximadamente 60% da composição da ração

e 40% do seu custo (ZANOTTO et al.,1996), é imprescindível que seja monitorada a

sua qualidade.

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A Instrução Normativa nº 60/2011 do MAPA define um padrão oficial de

classificação do milho, considerando seus requisitos de identidade e qualidade, a

amostragem, o modo de apresentação e a marcação ou rotulagem, nos aspectos

referentes à classificação do produto. O milho deverá se apresentar fisiologicamente

desenvolvido, limpo e seco, observadas as tolerâncias estabelecidas na Tabela 1.

O milho deve ser classificado em três tipos de acordo com a sua qualidade e

definidos pelos limites máximos de tolerâncias estabelecidos, podendo ainda ser

considerado como Fora de Tipo ou Desclassificado.

Tabela 1. Limites máximos de tolerância para Tipo (%) de milho

Tipificação Umidade Grãos Avariados Grãos

Quebrados

Matérias

Estranhas e

Impurezas

Carunchados

Ardidos Total

Tipo I 14,5 1,00 6,00 3,00 1,00 2,00

Tipo II 14,5 2,00 10,00 4,00 1,50 3,00

Tipo III 14,5 3,00 15,00 5,00 2,00 4,00

Fora do

Tipo 14,5 >3,00 >15,00 >5,00 >2,00 >4,00

Fonte: BRASIL (2011)

A classificação física do milho é um dos fatores que caracterizam a qualidade

comercial para seu uso na fabricação da ração. Para que seja considerado um

produto de qualidade o mercado exige que o teor máximo de umidade no milho seja

de 14%, índice de impurezas de até 1% na peneira de 3 mm ou, até 3% na peneira

de 5 mm; índice máximo de ardidos de 6% e ausência de fungos e toxinas. (LORINI

et al., 2002).

O grão de milho destinado à alimentação animal deve ser isento de fungos,

micotoxinas, sementes tóxicas e resíduos de pesticidas e deve se enquadrar nos

tipos I, II ou III, conforme a Portaria nº. 845/1976 do MAPA (BRASIL, 1976),

atendendo aos atributos mínimos de qualidade apresentados na Tabela 1. É

recomendável que o teor de umidade do grão na colheita e armazenamento esteja

dentro do padrão previsto na Tabela 1, haja vista que o principal indutor de

desenvolvimento fúngico nos grãos é a concentração de água e temperatura

(Tabelas 2 e 3, respectivamente).

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Tabela 2. Taxa de crescimento de fungos durante o armazenamento em função dos níveis dos teores de água nos produtos

Teor de Água (%) Taxa de Crescimento

<13,00 Lento

13,00 – 16,00 Rápido

>16,00 Explosivo

Fonte: LAZZARI (1993)

Tabela 3. Taxa de crescimento de fungos durante o armazenamento em função da temperatura na massa dos produtos

Temperatura (°C) Taxa de Crescimento

<15,00 Lento

20,00 – 30,00 Ótimo

40,00 – 55,00 Máximo

Fonte: LAZZARI (1993)

3.3.2. Sorgo

Dentre as diferentes possibilidades de alimentos alternativos, o sorgo

destaca-se porque promove significativa redução de custos. O sorgo é um

importante cereal, ocupando o quinto lugar no ranking de produção mundial, atrás do

trigo, milho, arroz e da cevada. É utilizado em todas as partes do mundo na

alimentação humana e animal.

O sorgo é comparado ao milho quanto ao valor nutricional, embora apresente

menor densidade energética (ROSTAGNO, 1977). O amido no sorgo está ligado à

proteína, e isto leva a uma pequena redução na digestibilidade, especialmente na

ausência de qualquer processamento pelo calor.

Apesar da semelhança na composição de carboidratos e proteína com o grão

de milho, o sorgo apresenta na sua estrutura, um conjunto de compostos fenólicos

que pode influenciar na cor, aparência e na qualidade nutritiva do grão e se divide

em três grupos: ácidos fenólicos, flavonóides e taninos. Normalmente, quanto mais

escura a semente, maior concentração de tanino no sorgo.

A presença de taninos no sorgo é a maior preocupação, pois são um grupo de

fenóis com propriedades de se combinar com várias proteínas. O bovino alimentado

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com tanino pode apresentar menor taxa de crescimento e maior incidência e

severidade de desordens esqueléticas.

3.3.3. Farelo de Soja

O farelo de soja é a mais importante fonte de proteína vegetal nas dietas

utilizadas no mundo. É obtido após a extração do óleo do grão da soja para

consumo humano. É considerado o melhor alimento proteico de origem vegetal, por

ter altos níveis de proteína, energia e boa palatabilidade (TONISSI et al., 2013).

Dependendo do processo de extração (solvente ou expeller), o teor de

proteína bruta varia entre 44 a 48% no farelo de boa qualidade e sem mistura de

casca. Essas variações no nível de proteína no farelo de soja podem ser pelas

condições de processamento térmico (insuficiente ou excessivo) ou reflexo da

variação de sementes (ALBINO et al., 1991). Tradicionalmente, os farelos com alto

teor proteico em sua composição provêm da soja sem casca, enquanto que as de

baixo teor de proteína (44% PB) invariavelmente contêm as cascas e possuem maior

teor de fibras e menor de energia. Existem variações nos tipos de sementes usadas

e isto afeta o conteúdo proteico e a gordura que são negativamente correlacionados

(ROSTAGNO et al., 1994).

A Instrução Normativa nº 795/1993 do MAPA define um padrão oficial de

classificação do farelo de soja considerando suas características de identidade,

qualidade, apresentação, amostragem, armazenamento e transporte nos aspectos

referentes à classificação do produto. O farelo de soja é classificado em classes,

subclasses e tipos, segundo o tratamento submetido, sua apresentação e suas

características de qualidade, respectivamente (Tabela 4).

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Tabela 4. Padrão oficial de classificação do farelo de soja

CLASSE SUBCLASSE TIPO UMIDADE

(MÁX) PROTEINA

(MÍN) MATÉRIAS

ESTRANHAS

TOSTADO

Peletizado 1 12,50 48,00 Isento

Moído 2 12,50 46,00 Isento

Desuniforme 3 12,50 44,00 Isento

CRU

Peletizado 1 12,50 48,00 Isento

Moído 2 12,50 46,00 Isento

Desuniforme 3 12,50 44,00 Isento

Fonte: Adaptada (BRASIL, 1993)

3.4. Perdas Físicas de Produtos

Segundo Jardine (2002), há perdas significativas durante o transporte e

armazenamento de grãos. As perdas no armazenamento provêm, em geral, pela

insuficiência estrutural ou inadequação da rede de armazenagem, bem como pelo

baixo nível de qualificação da mão de obra que opera os secadores, as câmaras de

expurgo, aeradores, e outros equipamentos de recepção, movimentação e

conservação dos produtos nas unidades armazenadoras (LACERDA FILHO et al.,

2000).

Essas perdas podem ser na forma física do produto como também na

qualidade dos grãos. As perdas físicas causam redução do peso dos estoques,

principalmente em razão do ataque de insetos, e pela perda da umidade dos grãos

(JARDINE, 2002). Tanto as perdas físicas como as de qualidade dos grãos, estão

associadas ao tempo de permanência desses produtos nos estoques e às condições

de armazenamento dos mesmos (LACERDA FILHO et al., 2000). De acordo com

Lorini (2000), os prejuízos por ataques de pragas a grãos armazenados chegam a

10%.

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3.5. Armazenamento

Os ingredientes armazenados no estoque de fábricas devem ser mantidos em

condições que evitem a sua deterioração, contaminação e reduza as perdas na

qualidade (SINDIRAÇÕES, 2002).

A adequada rotatividade dos estoques dos ingredientes deve ser feita de

forma que ―o primeiro que entra é o primeiro que sai‖ – também conhecida como

PEPS. As matérias primas devem ser armazenadas a uma distância de no mínimo

45 cm da parede para permitir acesso às instalações, arejamento do espaço, melhor

controle de limpeza e pragas. Os produtos devem ser armazenados de forma a não

receber luz solar direta. Na entrega dos produtos, amostras devem ser retiradas e

mandadas ao laboratório (PINHEIRO, 1994).

3.5.1. Armazenamento de Grãos e Farelos

Para que ocorra o armazenamento correto de grãos devemos verificar a

projeção dos silos e sua capacidade de estocagem. Tanto a capacidade de

recepção, quanto a de beneficiamento devem ser compatíveis com a capacidade da

fábrica. Os silos devem ter controle preferencialmente automatizado, tanto da

temperatura e aeração do silo como do ambiente externo a fim de evitar proliferação

de microrganismos que resultará na perda de qualidade das matérias primas

(KLEIN, 1999).

3.5.2. Armazenamento de Produtos Ensacados

O armazenamento dessas matérias-primas é uma operação relativamente

simples e segura, mas existem prontos críticos que devem ser observados para

evitar a perda da qualidade do material (KLEIN, 1999), como:

Colocar os produtos sobre paletes afastados das paredes, para que haja

circulação de ar por baixo e nas laterais;

O local destinado ao armazenamento deve ser fresco, ventilado, iluminado,

livre de luz solar, resíduo e sujeiras a fim de evitar a presença de pragas;

Sempre observar se os dados dos rótulos estão corretos (lote, data de

fabricação e validade), a condição da sacaria do produto;

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As pilhas devem ser bem identificadas para evitar trocas no manuseio;

Controle rigoroso de pragas como: roedores, pássaros e insetos;

Organização e limpeza no espaço físico de armazenamento;

As pilhas devem estar afastadas das paredes, no mínimo, 45 cm;

As pilhas de sacos devem altura máxima de 1,5 metros, quando o

empilhamento for manual, para facilitar o manuseio e evitar acidentes;

O armazenamento deve ser feito de forma que evite a obstrução de portas,

equipamentos contra incêndio, saídas de emergências, não dificulte a

manipulação, o trânsito e a iluminação;

O armazenamento deve ser feito respeitando os requisitos de segurança

especiais a cada tipo de material;

Primeiro que entra é o primeiro que sai (PEPS).

As matérias-primas ensacadas devem receber maiores cuidados quanto à

identificação dos rótulos e lotes, principalmente para os medicamentosos, aditivos e

micro minerais, que devem ser cuidadosamente identificados para evitar o uso

indevido.

Os ingredientes devem ser armazenados em condições que garantam a

proteção contra a contaminação e reduzam ao mínimo as perdas da qualidade

nutricional e deteriorações (SINDIRAÇÕES, 2002). A conservação da matéria-prima

requer procedimentos rigorosos e pode ser o ponto de limitação para a fabricação

dos produtos (SANTOS, 1993).

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4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO

O estágio supervisionado foi realizado na empresa Agroquima localizada no

bairro Distrito Industrial Cuiabá – MT, durante o período compreendido entre os

meses de julho a setembro de 2016, com carga horária total de 224 horas. O mesmo

foi realizado no setor de Controle de Qualidade da fábrica, com o objetivo de

acompanhar e desempenhar as funções do supervisor de qualidade.

No mercado há 47 anos, a empresa foi fundada com a finalidade de introduzir

no estado de Goiás, uma diversificada linha de produtos destinados ao aumento da

produtividade agropecuária, através de técnicas avançadas. Na década de 1980, a

empresa contribuiu para a introdução do plantio direto no cerrado, para as culturas

de soja e milho. Atualmente, fabrica uma linha completa de suplementos minerais e

rações para bovinos, sendo a primeira empresa a indicar, para bovinos, a

suplementação com ureia no período seco, a partir do sal mineral. Com isso, a

Agroquima possui o primeiro sal mineral com ureia, atuando como líder no mercado

brasileiro.

Pioneira na venda de herbicidas para pastagens, com a maior área tratada do

Brasil, e da América Latina, a Agroquima hoje se projeta entre as mais importantes

empresas de sua especialidade no país. Está presente em seis estados brasileiros

com lojas distribuídas em Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Tocantins, Pará e

Maranhão. Também possui três fábricas e a comercialização de seus produtos

ocorre através de representantes de vendas, situados em todo território nacional.

A fábrica se instalou no estado de Mato Grosso no ano de 2009, com a

inauguração da filial no município de Cuiabá. Essa instalação se situa em um terreno

cuja área total é de 13.920 m² e possui área construída de 4.100 m². Atualmente, a

produtividade média da empresa é de 3.400 sacos de ração por dia.

A Agroquima tem como missão oferecer soluções e produtos de qualidade

superior, que atendam às necessidades dos agropecuaristas, contribuindo para o

avanço da agricultura e pecuária nacional, visando o progresso pessoal e

profissional de seus funcionários, acionistas e fornecedores.

A fábrica desempenha suas funções com base em Procedimento Operacional

Padrão (POP) e todas as atividades seguem um modelo específico para o controle e

garantia de qualidade do produto final. Esse controle é baseado em normativas

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estabelecidas pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e nas

Boas Práticas de Fabricação (BPF).

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5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO

As atividades desenvolvidas objetivaram acompanhar todo o fluxo de

produção da ração (Anexo 1) na fábrica da referida empresa, iniciando-se no

recebimento de matéria prima dentro dos padrões de qualidade, fiscalização do

armazenamento, acondicionamento e identificação das matérias prima e produtos

acabados, envio de amostras do produto acabado ao laboratório de análises

terceirizado, armazenamento de dados de análises, analise dos níveis de garantia

da matéria prima e produtos acabados.

5.1. Recebimento e Armazenamento da Matéria Prima

A matéria prima, usualmente, era recebida pelo controle de qualidade o qual

encaminhava o caminhão à balança rodoviária, analisava a documentação (nota

fiscal e certificado de análise) e inspecionava o caminhão com o preenchimento de

um check list (Anexo 2). Após a aprovação dos documentos e verificação do check

list, realizava-se a coleta de amostra onde a mesma era visualmente comparada

com a amostra padrão, para sua liberação ou não. Após a liberação, o controle de

qualidade identificava todas as embalagens com etiquetas, nas quais constam todos

os dados necessários para a rastreabilidade, a saber: nome do produto, lote,

fabricação, validade, código do produto e fornecedor.

A descarga ocorre de acordo com o tipo de carga. Na carga a granel é

realizado o teste de impureza e umidade para o milho, a descarga é realizada na

moega externa (Figura 1) que, por meio de elevadores, abastecem os silos. As

cargas ensacadas são empilhadas em paletes pelo responsável pela descarga e as

cargas em big bag são descarregadas com auxílio de empilhadeira.

Da mesma forma, o armazenamento realizado depende do tipo e carga. Para

a carga a granel, o armazenamento é realizado em silos externos (Figura 2) e a

carga é transportada por meio de roscas até o moinho e silos internos para a

dosagem do produto. A carga de ensacados é armazenada sob paletes, sendo

utilizadas manualmente em silos de dosagem internos. Os big bags são

armazenados dentro do galpão (Figura 3), sendo utilizado com auxílio da

empilhadeira em moagens internas, abastecendo os silos de dosagens.

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Figura 1. Descarregamento de sorgo na moega para ser direcionado ao silo de armazenamento ou direto para a linha de produção

Fonte: Acervo pessoal

Figura 2. Silos externos para armazenamento de grãos (milho e sorgo)

Fonte: Acervo pessoal

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Figura 3. Big bags de matérias primas armazenados no galpão

Fonte: Acervo pessoal

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5.2. Amostragem

5.2.1. Milho e Sorgo

A amostragem do milho e do sorgo ocorre manualmente e em no mínimo três

pontos diferentes da carga do caminhão, por meio de um calador graneleiro (Figura

4), que contém 14 entradas distintas em sua estrutura, as quais possibilita que a

amostragem seja realizada em diferentes perfis da carga.

Figura 4. Calador graneleiro (A), calador de sacaria (B) para obtenção de amostras

Fonte: Acervo pessoal

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As amostras eram depositadas em um saco (Figura 5) e encaminhadas ao

controle de qualidade, onde as mesmas eram pesadas, havendo então a verificação

da umidade, e em seguida, a amostra era peneirada e quarteada para análise dos

grãos e teor de grãos quebrados e impurezas.

Figura 5. Amostra de farelo de soja recebido pelo controle de qualidade para análise

Fonte: Acervo pessoal

5.2.2. Farelo de Soja

A amostragem de farelo de soja era realizada em oito pontos da carga do

caminhão, sendo quatro superiores e quatro inferiores. Quando se trata se caminhão

do tipo caçamba, a coleta é realizada apenas em oito pontos superiores, não

havendo amostragem da carga na parte inferior da caçamba.

5.3. Análise de Grãos e Farelos

A Agroquima conta com o fornecimento de matéria prima de empresas

idôneas certificadas com Sistema de Inspeção Federal (SIF), e laboratórios de

análise que garantem laudos de acordo com o lote comprado pela empresa,

permitindo a rastreabilidade do produto.

As matérias primas eram analisadas quanto ao teor de umidade; temperatura;

impurezas e infestações por insetos.

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As análises do teor de umidade e de temperatura eram realizadas

mecanicamente por meio do aparelho MOTOMCO 919 FOB (Figura 6), já o grau de

infestação era feito visualmente.

Figura 6. Análise de alimentos na empresa Agroquima utilizando o equipamento MOTOMCO 919 FOB

Fonte: Acervo pessoal

Para o recebimento do milho a granel e sorgo, era realizado o processo de

análise de umidade com auxílio do medidor de umidade, sendo permitido no máximo

13%.

Simultaneamente à análise de umidade e temperatura era realizado o

processo de verificação de impurezas, onde toda a amostra coletada do caminhão,

após pesada, passava por uma peneira em malha de 5 e 3 mm (para o milho) ou 2,2

mm (sorgo), sendo permitido máximo de 3% de impureza e máximo 7% de grãos

avariados (ardidos + chochos ou imaturos + gessados), observadas as tolerâncias

na Tabela 5.

A empresa estabeleceu esses padrões de qualidade para grãos e farelos,

portanto qualquer valor de análise que desvie de tais percentuais era caracterizado

como não conforme. Nessa situação ficava a critério do responsável técnico receber

ou não os produtos com valores diferentes do padrão estabelecido.

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Caso os mesmos fossem aceitos fora do padrão exigido pela empresa, era

preconizado que sua utilização fosse rápida, a fim de evitar proliferação de

microrganismo e insetos, e perda na qualidade bromatológica.

As análises de farelos eram feitas apenas visualmente, onde era verificada a

granulometria, a coloração e aroma característicos.

Tabela 5. Especificações técnicas para análise no recebimento de matérias primas

Matéria Prima Umidade %

(máx)

Grãos Quebrados e

Ardidos Avariados

Impureza e Material

Estranho % (máx)

Grau de Infestação

Milho 13 3 7 3 Zero

Sorgo 13 3 7 3 Zero

Farelo de Soja 13 – – – Zero

Fonte: Agroquima

Para toda carga de matéria prima, a empresa exigia do fornecedor um laudo

de análise atualizado, o qual deve vir anexado a nota fiscal. Em se tratando de

fornecedores de matérias-primas de grãos (milho e sorgo), era estabelecido pelo

controle de qualidade que não precisava do envio do certificado de análise.

Após a realização de todas as etapas de análises, cada amostra era

identificada e armazenada como segurança da empresa, caso houvesse

necessidade de contraprova em um eventual problema com o produto final (Figura

7).

A qualidade da matéria prima é extremamente importante para garantir a

qualidade do produto final, mas o sistema de produção como um todo tem que ter

capacidade para realizar todo o processo produtivo adequadamente, desde a

disposição dos maquinários de maneira correta, levando em consideração as

matérias primas utilizadas, a fim de facilitar sua manipulação e otimizar o tempo de

produção.

No decorrer do estágio, pôde ser observado que o controle de qualidade

autorizou o recebimento de cargas que não estavam dentro dos padrões

estabelecidos pela própria empresa, devido à dificuldade de se obter grãos de

qualidade em virtude dos problemas com a safra atual de milho e sorgo que vem

ocorrendo em todo o país.

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Figura 7. Amostra de sorgo para armazenamento após análise do controle de qualidade

Fonte: Acervo pessoal

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5.4. Armazenamento de Grãos e Farelos

A armazenagem da matéria prima é extremamente importante, pois o

armazenamento adequado evita a deterioração do produto e possíveis

contaminações cruzadas que podem ser fatais aos animais.

5.4.1. Grãos

Os grãos (milho e/ou sorgo) eram descarregados na moega e encaminhados

para os silos ou diretamente para a linha de produção. Os três silos externos da

Agroquima eram exclusivos para as culturas de milho e sorgo. Os silos internos, que

são seis e destinados ao farelo de soja, grãos e minerais, sendo dois de uso

exclusivo de grãos, com capacidade 70 toneladas cada.

5.4.2. Farelos

O único farelo recebido na Agroquima era o farelo de soja, onde o mesmo era

descarregado na moega e encaminhado para linha de produção, onde ficava em um

silo com capacidade de 70 toneladas.

O armazenamento de grãos e farelos na empresa Agroquima ocorria de forma

adequada, todavia cabe ainda sugerir a construção de um laboratório para o controle

de qualidade poder realizar as análises dos produtos recebidos para verificar se o

laudo disponibilizado pelos fornecedores está dentro do padrão.

5.5. Recebimento e Armazenamento de Minerais

5.5.1. Minerais mais Utilizados

Os minerais eram adquiridos pela empresa em sua forma inorgânica e desta

forma adicionados aos produtos, sendo estes o Cálcio (Ca) nas formas de carbonato

de cálcio (CaCO3) e sulfato de cálcio (CaSO4) e também o Fósforo (P) na forma de

fosfato (PO4-3).

No momento da produção, os minerais eram depositados em silos existentes

na linha de produção para serem incorporados a ração e apenas três silos são

destinados aos minerais.

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5.5.2. Cálcio e Fósforo

O controle de qualidade ficava responsável por inspecionar se a carga

contendo esses produtos está devidamente envelopada e lacrada, além de verificar

se junto à nota fiscal encontrava-se o laudo de análise do produto. Este laudo deve

conter a informação sobre a quantidade de fósforo, cálcio e flúor, bem como sobre o

teor de umidade do produto.

A empresa exigia que os resultados do laudo estivessem dentro dos níveis de

garantia do fornecedor e das quantidades mínimas previstas pelo MAPA. De posse

de todas essas informações era preenchido o check list onde eram registradas as

informações sobre condições físicas e de limpeza do caminhão. Qualquer não

conformidade, como frestas e buracos no caminhão, presença de qualquer objeto

não desejável na carga, cor e granulometria diferente do padrão do fornecedor, era

repassado para o funcionário responsável para que o mesmo toma-se as medidas

necessárias.

Os sacos identificados eram colocados em cima de paletes de madeira

empilhados, de forma que a pilha não encoste na parede e os sacos não fiquem em

contato com o chão a fim de evitar umidade no produto.

Muitas vezes a carga chegava de forma adequada, porem o funcionário da

empilhadeira acabava deixando cair ou rasgando os big bags, devido à rapidez com

que queria realizar o trabalho, pois era o único para atender a produção, descarga e

expedição. Seria necessária a contratação de mais um funcionário e o uso de mais

uma empilhadeira e para não sobrecarregar o único funcionário e nem atrasar a

produção.

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5.6. Produção

A gerente de produção imprimia o gabarito de produção, fazia o pedido da

quantidade e do produto a ser fabricado, juntamente com a ordem de produção era

anexada uma planilha de controle de amostra do produto acabado. A ordem era

repassada ao setor de produção.

A fabricação dos produtos era conduzida por um operador de automação,

responsável pela dosagem correta das matérias primas. As dosagens eram feitas

com base na instrução de trabalho, na qual estavam contidas as matérias primas e

suas quantidades referentes ao produto que seria produzido.

Durante a produção de qualquer produto era retirada uma amostra a cada

quinze minutos de produção para controle de qualidade do produto que era

arquivada durante seu prazo de validade, e que funcionava como contraprova para

eventual problema com o produto final.

Pôde-se observar situações em que a máquina apresentava algum problema

de funcionamento e o mesmo não era solucionado em tempo hábil e a produção

continuava sem seguir as recomendações de BPF´s para que a produção não fosse

prejudicada e o dia de trabalho perdido. Por isso, seria importante e necessário que

a fábrica contratasse mais funcionários, evitando o desvio de função, que foi

bastante observado.

5.7. Limpeza dos Maquinários

Todo o cronograma de limpeza dos maquinários deve estar dentro do padrão

previsto pela empresa. Nos maquinários (moinho) em que há maior acúmulo de

ingredientes e sujidades, as limpezas eram feitas semanalmente ou sempre após o

uso, como no caso da moega. Os silos devem ser limpos anualmente no período

entre as safras.

Realizava-se a limpeza na linha de produção sempre que havia fabricação de

produtos com ingredientes diferentes a fim de evitar contaminação cruzada e

proliferação de microrganismo.

O excesso de matéria prima acumulado nos maquinários aumenta a chance

de contaminação cruzada, proliferação de microrganismos e insetos, além de reduzir

a vida útil do equipamento. Desde modo é imprescindível que sigam o POP referente

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à limpeza e manutenção dos equipamentos visando alcançar a qualidade desejada e

diminuir os custos de produção, minimizando os desperdícios.

A manutenção dos maquinários é um ponto relevante no processo de

fabricação, pois exceder a capacidade de produção causa grande desgaste das

engrenagens acarretando no não cumprimento adequado da produção, ocorrendo

até a paralisação da linha. É importante que cumpra a capacidade de produção a fim

de evitar a rápida depreciação dos maquinários.

Durante o período de estágio não foi possível acompanhar a limpeza dos

silos, mas segundo o controle de qualidade a limpeza era feita pelos funcionários da

linha de produção com auxilio de vassoura, espátula e pá removendo as impurezas

nas paredes internas e a limpeza externa era feita com auxilio de vassoura e

compressor de ar.

Após toda carga descarregada na moega era feita a limpeza por meio de

vassoura e ar comprimido, e a balança da linha de produção, peneira de produção,

misturador, roscas, elevadores e silos de ensaque eram limpos por meio de adição

de calcita seguindo o fluxo de produção até a ensacadeira, sendo reforçada de

acordo com o percentual de resíduos encontrados na calcita.

5.8. Higiene e Saúde Pessoal

A fim de garantir uma produção segura, o controle de qualidade inspecionava

se todos os funcionários que se encontram em serviço na área de manipulação de

produtos estavam com unhas cortadas e limpas; barba feita; se carregavam algum

adorno (quando encontrado o funcionário era aconselhado a retirá-lo) e se estavam

com todos os equipamentos de proteção individual colocados de maneira correta,

em todas as etapas do trabalho.

A inspeção era realizada uma vez por semana em todos os funcionários da

linha de produção. Para isso, o controle de qualidade exigia que pelo menos uma

das mãos devia ser exposta, deste modo o controle não era garantido já que os

funcionários poderiam estar com anel/aliança e optar por mostrar a mão ausente de

adorno, ficando dentro do permitido. Nem todos os EPI’s eram utilizados, como

óculos e protetor auricular.

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5.9. Controle de Pragas

Através de empresas terceirizadas é realizado o controle integrado de pragas

por meio de intervenções químicas, também são realizadas inspeções semanais nas

áreas de pontos críticos, a fim de evitar perda na qualidade do produto final. Durante

o período de estágio não foi possível acompanhar essas inspeções, mas de acordo

com o supervisor de qualidade, as visitas aconteciam três vezes ao mês e em caso

de infestações eram feitas com urgência.

5.10. Controle de Produtos Acabados

Durante o envase, eram recolhidas amostras do lote do produto acabado e de

acordo com a produção, essas amostras eram analisadas em laboratório terceirizado

ou no laboratório da Agroquima em Goiânia - GO.

Cada produto final produzido era analisado trimestralmente, sendo as

amostras coletadas após a produção e uma parte da amostra ficava armazenada na

fábrica em Cuiabá e outra parte desta amostra destinada às análises laboratoriais

em Goiânia – GO, sede da Agroquima. Toda amostra analisada era guardada na

sala de amostras do controle de qualidade até o prazo de validade.

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6. CONCLUSÕES

O controle de qualidade de matérias primas é primordial para a fabricação de

ração, pois através dele é possível evitar o desperdício, atender fielmente a

formulação da ração e garantir um produto de qualidade, acarretando melhor custo

benefício à empresa. A realização do estágio na Agroquima permitiu que todo o

processo de controle de qualidade fosse acompanhado e aprendido, sanando

inclusive deficiências sobre o assunto que não foi amplamente abordado na

graduação.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No período de dois meses do estágio, foi possível verificar o quão importante

é o controle de qualidade em uma fábrica de ração, visando garantir a qualidade da

matéria prima e do produto finalizado, minimizando os riscos de contaminação e

reduzindo os custos de produção.

A realização de um estágio ―a campo‖ é a melhor forma de por em prática

tudo o que foi aprendido durante a vida acadêmica. Contudo, foram vivenciadas

algumas dificuldades de embasamento teórico e prático em BPF e análises

laboratoriais, decorrentes, possivelmente de falhas no curso de graduação.

Acompanhar os procedimentos de fabricação ajudou a ter uma visão mais ampla de

todo o processo e rotina de uma fábrica de ração, permitindo alcançar as

expectativas e objetivos, aproveitando ao máximo a oportunidade.

A empresa Agroquima tem buscado melhorias para os diversos processos e a

cada dia adaptando novos POP´s para assim obter ainda mais qualidade no

processamento da ração. O mercado busca produtos de qualidade por um menor

preço, e a empresa que conseguir se diferenciar das demais terá competitivo campo

de atuação. Desde modo, o trabalho realizado pelo controle de qualidade pode ser

feito pelo profissional de Zootecnia, pois as análises e procedimentos são de

conhecimento da área, bem como a formulação e os demais processos dentro da

fábrica.

O estágio proporcionou vivenciar as atividades desempenhadas pelo controle

de qualidade de alimentos destinados à nutrição animal, permitindo aprender na

prática como o processo todo ocorre, além de lidar com pessoas com diferentes

graus de entendimento da área que foram responsáveis por todo conhecimento

transmitido.

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REFERÊNCIAS

ALBINO, L.F.T. Sistemas de avaliação nutricional de alimentos e suas aplicações na formulação de rações para frangos de corte. Tese de doutorado. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa – Minas Gerais, 1991, 141p. BELLAVER, C. A qualidade dos ingredientes e dos itens importantes na produção de rações. Revista A Lavoura, nº 642, p.13-15. Rio de janeiro, 2002. BUTOLO, J.E. Qualidade de Ingredientes na Alimentação Animal. Colégio Brasileiro de Alimentação Animal. Campinas, 430p, 2002. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria n° 845, de 8 de novembro de 1976. Brasília, DF, 1976. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria n° 795, de 15 de dezembro de 1993. Brasília, DF, 1993. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria n° 11, de 12 de abril de 1996. Brasília, DF, 1996. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria n° 368, de 04 de setembro de 1997. Brasília, DF, 1997. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa n° 4, de 23 de fevereiro de 2007. Brasília, DF, 2007. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa n° 60, de 22 de dezembro de 2011. Brasília, DF, 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria SVS/MS n° 326, de 30 de julho de 1997. Brasília, DF, 1997. CAMPOS, V.F. Qualidade Total - Padronização de Empresas. 3ª edição. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 122p, 1992. ENGLERT, S.I. Avicultura – Tudo sobre raças, manejo e nutrição. 7° edição. Guaíba – RS: Livraria e Editora Agropecuária, 1998. 238p. JARDINE, C. Perdas: quando a produção não vai para o saco. A Granja, v. 58, nº. 39, p.12-21, 2002. KLEIN, A.A. Pontos Críticos do Controle de Qualidade em Fábricas de Ração — Uma Abordagem Prática. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL ACAV — EMBRAPA SOBRE NUTRIÇÃO DE AVES, 1, 1999, Concórdia, SC. Anais... Concórdia: EMBRAPA – CNPSA, p. 1-21, 1999.

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ANEXOS

Anexo 1. Fluxograma de Produção na empresa Agroquima.

Fonte: Agroquima

MATÉRIA PRIMA

PESAGEM

MOEGA

ELEVADOR

MISTURADOR RAÇÃO

ENSACADEIRA RAÇÃO

PESAGEM

ARMAZENAGEM E

EXPEDIÇÃO

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Anexo 2. Check list de Recebimento de Matéria Prima e Inspeção de na empresa Agroquima – POP 01.

Fonte: Agroquima