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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL MODELO DE PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL VOLTADO A CANTEIRO DE OBRAS: uma proposta TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Bianca Taís Trentin Orientadora: Profª. Dra. Janis Elisa Ruppenthal Santa Maria, RS 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2017/TCC_BIANCA TAIS TRENTIN.pdf · da PCO, sendo que os resultados podem ser utilizados pela

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

MODELO DE PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL VOLTADO A CANTEIRO DE OBRAS: uma proposta

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Bianca Taís Trentin

Orientadora: Profª. Dra. Janis Elisa Ruppenthal

Santa Maria, RS

2017

Bianca Taís Trentin

MODELO DE PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL VOLTADO A CANTEIRO DE OBRAS: uma proposta

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil do Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), como requisito parcial para obtenção de grau deBacharel em Engenharia Civil.

Orientadora: Profª. Drª. Janis Elisa Ruppenthal

Santa Maria, RS 2017

Bianca Taís Trentin

MODELO DE PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL VOLTADO A CANTEIRO DE OBRAS: uma proposta

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil do Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), como requisito parcial para obtenção de grau de Bacharel em Engenharia Civil.

Aprovado em 04 de dezembro de 2017:

_____________________________________ Janis Elisa Ruppenthal, Dr ª. (UFSM)

(Presidente/Orientadora)

_____________________________________ Juliana Antoniazzi, Mestranda (UFSM)

_____________________________________ Felipe Parcianello, Engenheiro Civil

AGRADECIMENTOS

Este trabalho representa o fim de uma jornada, da qual participaram várias pessoas especiais. Todas elas contribuíram de alguma forma para a minha formação e para o delineamento dessa pesquisa. A todos, agradeço pela ajuda e por poder contar nas horas mais difíceis, em especial:

A Deus, por me reger, me guardar e me proteger.

Aos meus pais, por me dar a vida, me mostrar o mundo, me cuidar, me amar, me dar coragem e também asas para voar.

Aos meus colegas de faculdade: Vitor D’agostin, Frederico Buneker, Jaqueline Rotilli, Bárbara Antunes, Lorenzo Rizzatti e Rômulo Lima, que se tornaram minha família de coração. Obrigada por sempre acreditarem em mim e estarem ao meu lado.

A Marli Hatje, que foi minha professora, amiga e mãe nesta trajetória. Obrigada por me estender a mão e me mostrar a bondade nas mais pequenas atitudes. Serei eternamente grata por toda a ajuda nesse trabalho e também na vida.

A Professora Janis, minha orientadora, que me estimulou desde o princípio, me acalmou quando foi necessário e se mostrou presente em todos os momentos.

A todos os demais professores, que com suas pequenas contribuições, tornaram possível a realização do sonho de me tornar uma Engenheira, sobretudo, humana.

A todos os funcionários dos canteiros de obras com qual trabalhei, pelas lições de vida que me ensinaram e por me incentivarem a querer mudar a realidade vivida nesse setor.

RESUMO

MODELO DE PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL VOLTADO A CANTEIRO DE OBRAS: uma proposta

AUTORA:Bianca Taís Trentin ORIENTADORA: Janis Elisa Ruppenthal

Este estudo que se constitui no Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Civil tem por objetivo propor um modelo de Pesquisa de Clima Organizacional simplificado aplicável aos operários que atuam em canteiro de obras de empresas do ramo da construção civil. O modelo, que se apresenta em forma de questionário com perguntas fechadas, traz variáveis específicas focadas em necessidades reais sugeridas por engenheiros e operários que constituíram-se nos grupos focais deste estudo. A proposta foi finalizada a partir de variáveis existentes na literatura, especialmente aquelas sugeridas por Bispo (2006). O teste piloto realizado com os integrantes dos grupos focais atesta que é possível fazer uma PCO mais enxuta e focada nas reais necessidades dos operários, sem comprometer a finalidade geral da PCO, sendo que os resultados podem ser utilizados pela empresa para promover uma maior valorização e satisfação do ser humano.

Palavras-chave:Pesquisa de Clima Organizacional, funcionários, canteiros de obras.

ABSTRACT

MODEL OF CORPORATE ATMOSPHERE RESEARCH APLIED TO CONSTRUCTIONSITE: a proposal

AUTHOR: Bianca Taís Trentin ADVISOR: Janis Elisa Ruppenthal

This study, which constitutes the Conclusion Work of the Civil Engineering Course, aims to propose a simplified Corporate Atmosphere Research model applicable to employees who work in construction sites of companies in the civil construction sector. The model, which is as a questionnaire with closed questions, brings specific variables focused on the real needs suggested by engineers and workers who constituted the focus groups of this study. The proposal was finalized based on variables in the literature, especially those suggested by Bispo (2006). The pilot test carried out with the focus group members shows that it is possible to make a leaner model of research and focus on the real needs of the workers, without compromising the general purpose of the PCO, being that the results can be used by the company to promote a higher valuation and satisfaction of the human being.

Key-words: Corporate Atmosphere Research, employees, construction sites.

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Resultados proporcionados para a organização em função do nível de

clima organizacional..................................................................................................... 24

Figura 02 –Pirâmide das necessidades de Maslow ................................................... 37

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 10 1.1 OBJETIVOS............................................................................................ 11 1.2 JUSTIFICATIVA...................................................................................... 12 2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................. 14 2.1 O CLIMA ORGANIZACIONAL ............................................................... 14 2.1.1 Conceito................................................................................................. 14 2.1.2 Cultura organizacional x Clima organizacional................................ 15 2.1.3 Aspectos que compõem o Clima Organizacional ............................ 16 2.1.3.1 Variáveis determinantes de Clima pelo IBC .......................................... 17 2.1.3.2 Variáveis determinantes de Clima por Sbragia ..................................... 17 2.1.3.3 Variáveis determinantes de Clima por Colossi...................................... 19 2.1.3.4 Variáveis determinantes de Clima por Kolb........................................... 20 2.1.3.5 Variáveis determinantes de Clima por Bispo......................................... 20 2.1.4. Vantagens competitivas na manutenção do Clima Organizacional22 2.2 O CAPITAL HUMANO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL ..... 25 2.2.1. Perfil da força operária ........................................................................ 25 2.2.2 A valorização humana.......................................................................... 26 2.2.3 Qualidade de vida na Construção Civil ............................................. 27 2.2.4 Rotatividade na construção civil. ....................................................... 30 2.2.5 A terceirização na construção civil e o sofrimento psíquico do operário ............................................................................................ 32 2.2.6 Motivação e grau de comprometimento do capital humano .......... 35 2.2.7 Ações de qualificação e/ou inovação na construção civil.............. 38 3 METODOLOGIA..................................................................................... 44 3.1 INTERVENÇÃO NO CAMPO DE PESQUISA....................................... 48 3.1.1 Primeiro contato com operários e engenheiros do canteiro de obras ................................................................................................. 48 3.1.1.1 Entrevista com os dois grupos focais separados .................................. 48 3.1.1.2 Elaboração do quadro com as variáveis internas ................................. 49 3.1.1.3 Apresentação de uma PCO baseada na bibliografia ............................ 49 3.1.2 Segundo contato com os operários do canteiro de obras ............. 50 3.1.2.1 Teste Piloto da Pesquisa de Clima Organizacional simplificada.......... 50 3.1.3 Elaboração e análise da proposta final do modelo de Pesquisa de

Clima Organizacional simplificada..................................................... 50 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................. 51 4.1 MODELOS DE PCO EM EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

EXISTENTES NA LITERATURA ........................................................... 51 4.2 ELABORAÇÃO DE UMA PCO SIMPLIFICADA, A PARTIR DE DOIS

GRUPOS FOCAIS.................................................................................. 52 4.2.1 Fatores internos IMPORTANTES para a elaboração da PCO......... 52 4.2.2 Número de questões, modo de aplicação e apresentação visual da

pesquisa................................................................................................. 53 4.2.3 Modelo de PCO simplificada aplicada no pré-teste e resultados

obtidos quanto a aplicação ................................................................. 54 4.2.4 Modelo de PCO simplificada – O modelo final proposto ................ 55

4.3 ANÁLISE DA PCO SIMPLIFICADA – POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES ................................................................................. 55 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 58 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 60 7 ANEXOS ................................................................................................. 64

ANEXO A Pesquisa de Clima Organizacional (1º modelo

com 62 perguntas) ................................................................................. 64

ANEXO B Diário de campo ................................................................... 70

ANEXO C Pesquisa de Clima Organizacional Simplificada

(antes do teste piloto) ............................................................................. 75

ANEXO D Pesquisa de Clima Organizacional Simplificada Final ........ 79

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1 INTRODUÇÃO

A indústria de construção é estrategicamente importante para a

sustentação do desenvolvimento socioeconômico por seus elevados efeitos de

encadeamento intersetorial e estabilização da renda e emprego. A construção civil

representa 6,4% do PIB nacional e sua cadeia produtiva 8,5%. Além, o setor

representa 55,5% do investimento nacional (IBGE, 2015). Nos últimos anos

alcançou 3,2 milhões de trabalhadores com carteira assinada (CBIC, 2016).

A construção civil compõe o setor com maior poder de elevar o

crescimento da economia em um curto e médio prazo, por absorver tanto mão de

obra qualificada, quanto desqualificada, gerando empregos em larga escala, visto

que é um ramo da indústria que, em termos de concepção de produto, ainda

apresenta, em sua maioria,forma artesanal, com uso intensivo da mão de obra

(ALMEIDA, 2011; TERRA, 2017).De acordo com dados do CBIC (2016) quanto a

relação de pessoas ocupadas no Brasil e pessoas ocupadas no setor da construção

civil no Brasil, no ano de 2000, das 78.744.515 pessoas ocupadas, 5.579.533

(7,09%) estavam empregadas na Construção Civil. Embora em 2007 tenha havido

uma leve redução neste percentual para 6,89%, em 2017, dos 105.472.678

empregados, 9.149.114 (8,67%) estavam na Construção Civil.

Há que se salientar que este setor foibastante afetado pela crise econômica

política que se instalou no País, especialmente desde 2015, quando segundo Terra

(2017) foram fechados 450 mil postos de trabalho no Brasil, sendo reflexo de uma

redução forçada no ritmo das obras em execução e impossibilidade do início de

novas obras. O autor ainda destaca que outro ingrediente decisivo no desempenho

negativodo setor, nos últimos anos, é a combinação do atraso continuado nos

pagamentos de obras públicas, principalmente no segmento da infraestrutura, e dos

cortes orçamentários que frearam a execução (CBIC, 2016).

Dentro desse cenário, encontra-se o fator humano, foco deste estudo, e que

é uma peça importante, por estar diretamente ligado à qualidade final do produto,

tendo em vistaqueos funcionários têm total participação e responsabilidade para

com o planejamento de atividades, a segurança do processo e as características do

resultado.

12

No entanto, deve-se destacar que a realidade do setor é composto por uma

classe profissional desprovida de conhecimentos específicos,em que os operários

constroem sua qualificação no decorrer da atividade profissional, ao longo dos anos,

desempenhando atividades manuais com baixa remuneração. Todavia, são raras as

empresas da construção civil que destinam parte dos seus recursos em

investimentos relativos ao conhecimento de seus funcionários de obra; investimento

aqui entendido como uma forma de benefício prestado ao ser humano com a

finalidade de torná-lo mais desenvolvido e capacitado, gerando melhores resultados

para a organização (AMARAL; ROMAN; HEINECK, 2005).

Assim sendo, este artigo apresenta um novo modelo de uma das

ferramentas que visam melhorar o nível de relacionamento entre as empresas e os

seus funcionários, a pesquisa de clima organizacional.A Pesquisa de Clima

Organizacional é uma ferramenta usada como ação estratégica por muitas

organizações comprometidas com a gestão de qualidade.Bispo (2006) explica que a

PCO é uma ferramenta objetiva e segura, isenta de comprometimento com a

situação atual, em busca de problemas reais na gestão dos Recursos Humanos

dentro das organizações.

Diante do exposto, este estudo tem como problema de pesquisa: Quais

variáveis devem compor uma Pesquisa de Clima Organizacional (PCO)

aplicável em um Canteiro de Obras da Indústria da Construção Civil, e como

ela deve ser apresentada e aplicada à classe trabalhadora?

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Propor um modelo de Pesquisa de Clima Organizacional para operários que atuam

em canteiros de obras da indústria da construção civil.

1.1.2 Objetivos específicos

- Realizar um levantamento bibliográfico sobre modelos de Pesquisa de Clima

Organizacional aplicados a Canteiro de Obras da Indústria da Construção Civil;

13

- Construir uma proposta de Pesquisa de Clima Organizacional para Canteiro de

Obras da Indústria da Construção Civil, a partir de grupos focais.

1.2 Justificativa

Considerando que o setor da construção civil é um dos alicerces da economia

nacional e mundial constituindo uma indústria complexa, é importante que seja

analisado de maneira completa.Por isso, as instituições e empresas que desejam

fazer a diferença frente às ameaças e oportunidades do mercado competitivo devem

enfatizar as pessoas como seu recurso de maior valor, poisnão se trata mais de

uma questão de produzir bens de qualidade e satisfazer às expectativas do cliente,

mas também de inspirar as pessoas que produzem bens e serviços para que façam

o melhor possível (MENEZES, 2013; MOLLER, 2002).

Assim, diante dos poucos estudos encontrados, da pequena bibliografia

disponível em relação a práticas inovadoras de gestão de pessoas no que tange a

indústria da construção civil, e do interesse desta pesquisadora em valorizar os

funcionários das construtoras que atuam em canteiros de obras, este trabalho foi

elaborado para ampliar as referências e, principalmente, estimular e ampliar o

diálogo entre empresa e funcionários. O interesse em realizar este trabalho deve-se

também ao período de estágio, no segundo semestre de 2017, quando a

pesquisadora atuou diretamente com os operários de um canteiro de obras. Como

profissional de engenharia, mesmo não atuando diretamente em canteiros de obras,

se mostra importante entender o perfil dos funcionários de obras para intervir no

ambiente de trabalho, valorizando os colaboradores e avaliando sua satisfação.

A partir da PCO que se propõe a criar no estudo, é possível compreender

mais e melhor qualquer empresa do ramo da construção civil a que for aplicada pois,

segundo Luz (2003),a PCO é uma potente ferramenta para diagnosticar os

problemas de uma empresa; em que colaboradores possuem liberdade para criticar,

elogiar, apontar níveis de satisfação e insatisfação e principalmente demonstrar o

que é preciso ser mudado dentro do ambiente de trabalho. Bispo (2006) ainda

ressalta que a análise, o diagnóstico e as sugestões, proporcionados pela pesquisa,

são valiosos instrumentos para o sucesso de programas voltados para melhoria da

qualidade, aumento da produtividade e adoção de políticas internas.

14

Algumas empresas do ramo da construção civil fazem uso da PCO para

analisar o clima organizacional. Entretanto, muitas vezes o fazem por exigência de

programas de qualidade, e não pelo real comprometimento com a valorização do

capital humano. Nada obstante, os modelos de pesquisas de clima aplicados

usualmente não avaliam corretamente as variáveis específicas que compõem o

clima dos canteiros de obras.

15

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O CLIMA ORGANIZACIONAL

2.1.1 Conceito

Para Chiavenato (1994), o termo “Clima Organizacional” refere-se

especificamente às propriedades motivacionais do ambiente organizacional, ou seja,

aqueles aspectos internos da empresa que levam à provocação de diferentes

espécies de motivação de seus participantes. O clima organizacional reflete o modo

como as pessoas integram-se umas com as outras, bem como o grau de satisfação

com o contexto que os cerca. Ele pode ser agradável, receptivo, caloroso,

envolvente, em um extremo, ou desagradável, agressivo, frio e alienante em outro

extremo.

Para Oliveira (2010), o clima organizacional é a percepção coletiva que as

pessoas têm da empresa, através da experimentação de práticas, políticas,

estrutura, processos e sistemas e a consequente reação a esta percepção. Ainda,

seguem-se os conceitos como ode Luz (1996, p. 6) que o define como sendo "o

reflexo do estado de espirito ou do ânimo das pessoas, que predomina numa

organização, em um determinado período".

Coda (1993) apud Bispo (2006) afirma que o clima organizacional é o

indicador do grau de satisfação dos membros de uma empresa, em relação a

diferentes aspectos da cultura ou realidade aparente da organização, tais como:

política de RH, modelo de gestão, missão da empresa, processo de comunicação,

valorização profissional e identificação com a empresa. Ainda, Payne e Mansfield

(1973) apud Bispo (2006) definem o clima organizacional como o elo conceitual de

ligação entre o nível individual e o nível organizacional, no sentido de expressar a

compatibilidade ou congruência das expectativas, valores e interesses individuais

com as necessidades, valores e diretrizes formais.

Já para Corbetta (2004), o clima organizacional é a manifestação que não

é visível, mas perfeitamente percebida por toda organização. Envolve

necessariamente as características dos indivíduos que trabalham na organização e

suas relações com todos os aspectos internos e externos a ela.

16 É necessário entender que o clima organizacional é a situação em que se

encontra a empresa ou parte dela em dado momento, passível de alteração mesmo

em curto espaço de tempo em razão de novas influências surgidas, que decorre das

decisões e ações pretendidas pela empresa, postas em prática ou não, das reações

dos empregados a essas ações ou à perspectiva delas. (OLIVEIRA E SOUZA,

2004).

Dos diferentes conceitos de clima, pode-se inferir que a manutenção do

clima organizacional em uma empresa é como cuidar da saúde no corpo-humano,

visto que o clima é vital para a organização, pois é o reflexo do estado de ânimo ou

do grau de satisfação dos funcionários – o bem mais precioso - da empresa, num

dado momento, criando uma atmosfera que pode ser tanto positiva como negativa. 2.1.2 Cultura Organizacional x Clima organizacional

Para Luz (2004), éimpossível falar sobre clima organizacional sem citar a

cultura organizacional. Ressalta-se que muitas vezes clima e cultura são tidos como

iguais, isto porque a cultura influencia, sobremaneira, o clima de uma empresa. Para

o autor, são faces da mesma moeda, questões complementares.

Puente-Palacios (2001) explica quea semelhança entre esses dois

conceitos pode ser justificada pela compreensão de que são eles dois elementos de

um mesmo cenário, a organização, mas não são o mesmo fenômeno. A cultura da

organização é um conjunto de normas, crenças, valores e mitos mais ou menos

estável que define os padrões de comportamento espera do dos membros que a ela

pertencem e são utilizados como modelos de comparação e julgamento. A

importância da cultura organizacional está dada pelo fato de nortear o

comportamento e o desempenho dos seus membros. O clima organizacional refere-

se, por sua vez, às representações compartilhadas das percepções dos membros

sobre o agir da organização, construídas com base na cultura e de estabilidade

menor.

A cultura de uma organização pode ser entendida como um conjunto de

valores, de normas e princípios, já sedimentados na vida organizacional, que

interagem com a estrutura e com os comportamentos, criando uma maneira peculiar

e duradoura de como se procede naquela organização, baseado em certos

17

fundamentos e almejando a consecução de determinados resultados finais. (LUZ,

2003)

Não obstante, a cultura organizacional pode ser tida como um conjunto de

pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu, desenvolveu ou se

influenciou, construídos e reconstruídos nas relações cotidianas dentro da

organização, e que funcionaram bem o suficiente para serem considerados válidos e

ensinados a novos membros como a forma correta de perceber, pensar, sentir e agir

para com as situações dentro da empresa.

De forma mais simples, a cultura organizacional em uma empresa representa

o ambiente de crenças e valores, costumes, tradições, conhecimentos e práticas de

convívio social e relacionamento pessoal no ambiente laboral. Luz (2004) ainda

aponta que a cultura organizacional dá as organizações um modo particular de ser.

Ela está para a organização, assim como a personalidade está para o indivíduo. A

cultura molda a identidade de uma organização, assim como a identidade e o

reconhecimento dos próprios funcionários.

Quanto à cultura, Puente-Palacios (2001) faz a ressalva que a mesma pode

mudar ao longo do tempo, mas permanece o suficiente para ser significativa para os

membros da organização, pois não são características passageiras ou de estado de

ânimo da organização, mas padrões de ação e reação. Com a mesma opinião,

Cameros e Quinn (2006) apud Burgueño (2014) comentam que a equiparação entre

clima e cultura se refere a atitudes, sentimentos e percepções mais temporárias por

parte dos indivíduos. Eles ainda citam que a cultura organizacional é um atributo

central e de uma mudança paulatinamente das empresas, enquanto o clima, por ter

sua fundamentação em atitudes, pode mudar de maneira mais acelerada e

dramática.

2.1.3 Aspectos que compõem o clima organizacional

Por mais que o clima organizacional seja pouco observado dentro da

construção civil, o estudo do mesmo dentro da indústria não é recente, tendo assim

vários modelos defendidos por diferentes autores. Segundo Bergamini; Coda (1997,

p. 101)apud Corbetta (2004), "uma investigação adequada sobre clima

organizacional começa exatamente pela escolha e definições operacionais das

variáveis formadoras desse conceito. Na verdade, são indicadores que traduzem o

18

que em determinado momento faz parte da realidade organizacional". Cada

organização deve encontrar um conjunto de indicadores que se adeque a sua

personalidade, e com certeza no caso da indústria da construção civil, estes

indicadores devem ser estudados com parcimônia. A seguir serão apresentados

alguns modelos. Ressalta-se que não foram encontrados estudos específicos sobre

as variáveis que compõem o clima nos canteiros de obra ou no setor da construção

civil em geral.

2.1.3.1 Variáveis determinantes de clima pelo IBC

Para o Instituto Brasileiro de Coaching (2010), são 7 os fatores que

influenciam no clima organizacional:

• Flexibilidade: Quanto os funcionários se sentem livres para inovar.

• Responsabilidade:Sendo de responsabilidade para com a empresa

• Padrões: Níveis de padrão/processos definidos na empresa

• Recompensas: Quanto as recompensas recebidas são vistas como corretas

• Transparência: O quanto as pessoas entendem os valores e missão da

empresa

• Comprometimento: Nível de compromisso com um propósito em comum

• Liderança: A qualidade das lideranças em geral da empresa.

2.1.3.2 Variáveis determinantes de clima por Sbragia

Sbragia (apud Corbetta, 2004), em sua pesquisa detalhada e completa,

declara 20 variáveis componentes do CO:

• Estado de tensão: descreve o quanto às ações das pessoas sãodominadas

por lógica e racionalidade antes do que por emoções.

• Conformismo exigido: descreve o quanto as pessoas têm flexibilidade deação

dentro do contexto organizacional; descreve o quanto a

organizaçãoconscientiza a necessidade de obediência a normas e

regulamentos formais.

• Ênfase na participação: descreve o quanto As pessoas são consultadas

eenvolvidas nas decisões; o quanto suas idéias e sugestões são aceitas.

19

• Proximidade da supervisão: descreve o quanto a administração deixa

depraticar um controle cerrado sobre as pessoas; o quanto as pessoas têm

liberdadepara fixar seus métodos de trabalho; o quanto as pessoas têm

possibilidade deexercitar a iniciativa.

• Consideração humana: descreve o quanto as pessoas são tratadas

comoseres humanos; o quanto recebem de atenção em termos humanos.

• Adequação da estrutura: descreve o quanto o esquema organizacional facilita

as ações das pessoas e o quanto existe de prática, normas, procedimentos e

canais de comunicação consistentes com os requisitos de trabalho.

• Autonomia presente: descreve o quanto as pessoas se sentem comoseus

próprios patrões; o quanto não precisam ter suas decisões verificadas.

• Recompensas proporcionais: descrevem quão bem as pessoas

sãorecompensadas pelo trabalho que fazem; o quanto de ênfase é dado

emrecompensas positivas antes do que em punições; o quão justas são as

políticas depagamento e promoções.

• Prestígio obtido: descreve a percepção das pessoas sobre sua imagemno

ambiente externo pelo fato de pertencerem a organização; o quanto

aorganização protege seus membros no ambiente.

• Cooperação existente: descreve o quanto a amizade e as boas

relaçõessociais prevalecem na atmosfera de trabalho da organização; o grau

de confiançadas pessoas entre si.

• Padrões enfatizados: descrevem o grau de importância atribuída

pelaspessoas as metas e padrões de desempenho; a ênfase dada a

realização de umbom trabalho.

• Atitude frente a conflitos: descreve o quanto as pessoas estão dispostasa

servir e considerar diferentes opiniões; a ênfase relativa dada pelas pessoas

emlevantar o problema antes do que em ignorá-lo.

• Sentimento de identidade: descreve o sentimento que as pessoas manifestam

por pertencerem a organização; o quanto as pessoas dão valor a organização

da qual fazem parte.

• Tolerância existente: descreve o grau com que os erros das pessoas

sãotratados de forma suportável e construtiva antes do que punitiva.

20

• Clareza percebida: descreve o grau de conhecimento das

pessoasrelativamente aos assuntos que lhes dizem respeito, o quanto a

organização informaas pessoas sobre as formas e condições de progresso.

• Justiça predominante: descreve o grau com que predominam, noscritérios de

decisão, as habilidades e desempenhos antes do que os aspectospolíticos,

pessoais ou credenciais.

• Condições de progresso: descreve a ênfase com que a organizaçãoprovê aos

seus membros oportunidades de crescimento e avanço profissional; oquanto

a organização atende suas aspirações e expectativas de progresso.

• Apoio logístico proporcionado: descreve o quanto a organização provê

aspessoas, as condições e os instrumentos de trabalho necessários para um

bomdesempenho; o quanto a organização facilita seus trabalhos principais.

• Recompensas proporcionadas: descreve o quanto a organização valorizaum

desempenho ou uma atuação acima do padrão por parte de seus membros;

oquanto os esforços individuais diferenciados são reconhecidos.

• Forma de controle: descreve o quanto a organização usa

custos,produtividade e outros dados de controle para efeito de auto

orientação e solução de problemas antes do que para policiamento e castigo.

2.1.3.3 Variáveis determinantes de clima por Colossi

Colossi (apud Corbetta, 2004), por sua vez, definiu 10 fatores a serem

considerados ao analisar o clima em uma empresa:

• Filosofia e ambiente geral na empresa

• Condições físicas de trabalho

• Sistemas de avaliação e controle

• Treinamento e desenvolvimento profissional

• Progresso funcional

• Comportamento das chefias

• Satisfação pessoal

• Sistemas de assistência e beneficio

• Lazer

• Relacionamento sindical

21

2.1.3.4 Variáveis determinantes de clima por Kolb

O modelo de Kolb (apudBispo, 2006), por sua vez, utiliza uma escala de 7

fatores. Ele segue a mesma linha dos modelos anteriores, listando responsabilidade,

padrões e recompensas, conformismo, clareza organizacional e liderança, entretanto

difere dos demais estabelecendo como fator relevante o calor e apoio, sendo “o

sentimento de que a amizade é uma forma valorizada na organização, onde os

membros confiam uns nos outros e oferecem apoio mútuo; o sentimento de que

boas relações prevalecem no ambiente de trabalho”.

2.1.3.5 Variáveis determinantes de clima por Bispo

Bispo (2006) realizou diversos estudos na literatura pertinente acerca das

variáveis que se devem considerar como determinantes de clima, sendo muito

influenciado pelos modelos de Sbragia e Kolb detalhados acima. Após aplicar seus

estudos em duas instituições públicas de grande porte com milhares de funcionários,

criou sua tese própria, que por sua vez é muito completa e coerente. Ele aponta que

o modelo proposto leva em consideração a evolução do cenário político-econômico,

sociocultural e ecológico nacional e internacional. Para atender a essa necessidade,

os macros fatores foram divididos em internos e externos.Assim, os fatores

internos são:

• Ambiente de trabalho: estabelece o grau de relacionamentoentre os

colegas de trabalho, necessário pararealização das atividades individuais ou

coletivas;

• Assistência aos funcionários: estabelece o nível daassistência médica,

dentária, hospitalar e social aos funcionários;

• Burocracia: avalia se este item está compatível com asatividades

realizadas pelos funcionários;

• Cultura organizacional: avalia o nível de interferênciaque as tradições,

práticas e costumes, adotados informalmente na empresa, exercem sobre os

funcionários e suasatividades;

22

• Estrutura organizacional: mede o nível de relacionamentoe de

capacitação dos elementos que compõemesta estrutura e sua interferência

nas atividades realizadaspelos funcionários;

• Nível sociocultural: procura estabelecer se os níveis intelectual,cultural e

social dos funcionários estão de acordocom as necessidades inerentes às

suas atividades;

• Incentivos profissionais: visam estabelecer o nível de reconhecimento

profissional dos funcionários;

• Remuneração: avalia se este item está de acordo com asatividades

prestadas à empresa;

• Segurança profissional: avalia o risco de demissão semmotivo percebido

pelos funcionários;

• Transporte casa/trabalho – trabalho/casa: mede o nível de dificuldade

encontrado para a locomoção entre a casados funcionários e a empresa e

vice-versa; e

• Vida profissional – estabelece o grau de identificação profissional dos

funcionários com a empresa, tentandomedir o nível de seu orgulho em seu

sucesso profissional;

Já, os fatores externos de influência segundo Bispo são:

• Convivência familiar: procura avaliar o nível da convivênciafamiliar dos

funcionários, item necessário parauma boa produtividade nas atividades

realizadas na empresa;

• Férias e lazer: avaliam o grau de satisfação dos funcionárioscom estes

itens, os quais também são necessáriospara garantir uma boa produtividade;

• Investimentos e despesas familiares: procuram avaliar onível do bem-

estar proporcionado às famílias dos funcionários;

• Política e Economia: tentam avaliar o nível de interferênciaproporcionado

por estes itens na motivação dosfuncionários;

• Saúde: tenta avaliar a opinião dos próprios funcionáriossobre suas

respectivas saúdes física e mental, um dos itensde extrema importância e de

difícil observação;

• Segurança Pública: avalia o nível de influência desteitem na vida diária

dos funcionários;

23

• Situação financeira: o fato de um funcionário ter uma boa remuneração

não é suficiente para que ele tenha uma boa situação financeira. Este item

tenta avaliar como está a situação financeira dos funcionários;

• Time de futebol: item que já foi comprovado cientificamente que tem

influência sobre a produtividade dosfuncionários, este item tenta medir,

portanto, o nível deinterferência que os times de futebol exercem sobre

amotivação e a produtividade dos funcionários; e

• Vida social: avalia o nível de satisfação dos funcionárioscom este item.

É importante comentar sobre o estudo de Burgueño (2014), que analisou

a fundo as variáveis que compõe o clima pós o estudo de Bispo (2006), de uma

forma mais atualizada. Diante do que foi relatado anteriormente, o autor aponta que

as variáveis que se mantém presentes nas pesquisas atuais são: motivação,

remuneração; relacionamento; identidade; orgulho; liderança; oportunidade de

crescimento; reconhecimento e recompensa; comunicação; cultura organizacional;

interação social; situação financeira e familiar. Houve, ainda, variáveis que se

tornaram mais expressivas, como incentivos profissionais, respeito, e outras que

foram introduzidas, como integração social e interpessoal, controle e a pressão,

segurança no trabalho, horário de trabalho, relacionamento hierárquico e

profissional, ambições funcionais, entre outros.

2.1.4 Vantagens competitivas da manutenção do Clima Organizacional

Sabe-se que o clima organizacional é capaz de interferir na produtividade e

na motivação dos funcionários. Porém, Monteiro et al (2015) alega que é difícil ser

medido, pois é formado pelo resultado obtido da interação das pessoas e os

insumos que a empresa dispõe. Vieira e Vieira (2004), por sua vez, citam que o

desafio colocado às empresas em geral é investir em um CO positivo e sadio para

que os resultados qualitativos e quantitativos aconteçam. As empresas precisam

compreender que tratar a questão do clima interno como estratégia de gestão é

fundamental para o aumento da melhoria da qualidade de vida das pessoas e para o

bom andamento e sucesso do negócio. O clima organizacional é um diferencial

competitivo, e as empresas precisam se conscientizar disso para poderem competir

adequadamente no mercado e gerar satisfação interna.

24

Colocando em foco a indústria da construção civil, a culpa da baixa

produtividade e da baixa qualidade do produto entregue pelos operários é por muitos

associada à falta de instrução dos trabalhadores. Contudo, as empresas culpam os

funcionários sem pensar no contexto em que estão inseridos. Por isto se torna tão

expressiva a necessidade da valorização da manutenção do clima industrial na

construção civil. Para Luz (2003), “pesquisando seu clima, as empresas vão

encontrar as respostas que precisam, certamente farão um mea-culpa e poderão

melhorar a qualidade dos serviços”.

Ainda conforme o autor, para um funcionário prestar um bom serviço, é

preciso que saiba, que possa e que queira fazê-lo. Saber fazer é uma questão de

conhecimento, habilidades ou atitudes, e logo, uma questão de treinamento. Poder

fazer é uma questão de ter e poder usar os recursos necessários. Querer fazer, por

sua vez, é uma questão volitiva que depende do estado de espírito, do ânimo, da

satisfação das pessoas quando realizam o seu trabalho. Logo, o “querer fazer” está

associado ao clima organizacional, estando muitas vezes ligado à causa da má

qualidade dos serviços.

Os clientes, a empresa e os funcionários são beneficiados com um clima

organizacional favorável. A recíproca também é verdadeira, ou seja, todos perdem

com um clima organizacional desfavorável, conforme mostra a Figura 3.

Vieira e Vieira (2004) atestam que a felicidade de um ambiente organizacional

produz resultados significativos em termos de produtividade do negócio e das

pessoas e, com isso, acaba agregando valor ao negócio. O ganho financeiro e não-

financeiro do negócio passa necessariamente pela melhoria do clima organizacional

interno. Apenas é necessário que seus fatores estejam incorporados aos princípios

modernos da gestão da empresa e que todos dentro da organização tenham a

responsabilidade na sua implementação, desde a alta administração, gerentes,

líderes e todos os funcionários.

25

Figura 01 - Resultados proporcionados para a organização em função do nível de clima organizacional

Fonte:Bispo, 2006

A gestão do clima organizacional agrega muitos benefícios para as

empresas, seja pela instrução dos funcionários de como alcançar maior qualidade

de vida, ou pela motivação dos mesmos e de suas famílias nos quesitos saúde e

relacionamento profissional e pessoal. Quando os trabalhadores se sentem mais

motivados, reconhecem que a empresa está preocupada com seu bem-estar, o que

aumenta sua produtividade; há uma redução de custos com relação às doenças no

trabalho; estreita-se o relacionamento interpessoal dentro da empresa, facilitando

processos; os funcionários se sentem estimulados a buscar, em seguida, um maior

aperfeiçoamento profissional, o que acaba revertendo numa equipe com melhor

formação profissional (ALMEIDA, 2011).

De acordo com Oliveira (2010), colaboradores com baixo índice de

motivação utilizam apenas 8% de sua capacidade de produção. Por outro lado, em

setores/áreas/empresas onde os funcionários se encontram motivados, este mesmo

índice pode chegar a 60%.

Ferreira (2011) relata que a empresa Direcional Engenharia, que tem mão

de obra 100% própria, teve prejuízo de R$ 1,2 milhão com demissões e admissões

26

de funcionários de canteiro, apenas nos três primeiros meses do ano de 2011,

mesmo com taxa de rotatividade baixa, entre 7% e 10%.

Gerente coorporativo da Siemens, Maria Cristina Nader, em reportagem

do Jornal Jundiaí, atestou que ações para promover o bem-estar dos funcionários

aumentam a rentabilidade da empresa. “Desde 1997, desenvolvemos vários tipos de

ações e programas de saúde para a qualidade de vida nas nossas unidades. Em

comparação com outras empresas, apresentamos 13% a menos de perda de

produtividade causadas por absenteísmo. ”

Segundo a EXAME (2008), um dos resultados mensuráveis de um

programa de promoção de saúde bem desenhado e adequadamente administrado é

um empregado mais saudável. Consequentemente, com empregados mais

saudáveis, a quantidade de licenças de saúde será menor. O resultado final é um

maior número de horas produtivas.

Além disso, faria sentido assumir que a empresa também tenha alguma

redução nos gastos de assistência médica. Mas não adianta apenas o funcionário

estar presente no trabalho. Isso nem sempre significa estar produzindo. Em média, o

trabalhador opera entre 65% e 70% de seu potencial quando presente. Assim, torna-

se essencial o investimento da empresa no desenho, desenvolvimento e operação

de programas de promoção de saúde, atendendo as necessidades e interesses de

seus empregados, alcançando assim potencial aumento na produtividade dos

trabalhadores presentes no trabalho e aumentando seus lucros. (EXAME, 2008)

2.2 O CAPITAL HUMANO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

2.2.1. Perfil da força operária

A força operária da Construção Civil brasileira é composta por mestres,

encarregados, pedreiros, ferreiros, carpinteiros, serventes, operadores de máquinas,

entre outros. De acordo com Morais e Junior (2011), Barbosa e Lima (2007), FGV

(2011) e Dall Bello (2015), que realizaram levantamentos de dados acerca do perfil

operário em Roraima, Belém, Santa Maria e São Paulo, respectivamente, o perfil

social predominante na indústria da construção civil é composto fundamentalmente

por: a) homens (embora já exista um pequeno percentual de mulheres atuando no

setor); pais de família (muitas vezes únicos provedores de renda dos domicílios); c)

27

a maior concentração de trabalhadores está na faixa etária entre 20 e 45 anos; d)

baixo grau de instrução formal (maioria com ensino fundamental incompleto); e)

renda média salarial de 1.200 reais mensais; f) jornada de trabalho entre 40 a 45

horas semanais.

Entretanto, Terra (2017) ressalta o caráter braçal e a lógica manufatureira do

trabalho da construção civil, abarcando o caráter artesanal da produção, exigindo

um longo aprendizado por meio da experiência prática e sendo dividido entre vários

trabalhadores encarregados de tarefas limitadas. Assim, a formação e qualificação

do trabalhador da construção civil ocorre dentro da própria obra, com pouca

atualização formal durante sua vida profissional. Dall Bello (2015) ainda cita que os

maiores problemas enfrentados pelas empresas relativos aos operários são o

absenteísmo e o uso de drogas lícitas e ilícitas.

Devido a inúmeros fatores como preconceito social e racial, altas jornadas

trabalhistas, falta de incentivo e motivação, conflitos entre operários ou com

superiores, baixos salários, instabilidade no emprego, rotatividade de empresas,

vulnerabilidade familiar e más condições de trabalho, o perfil do operário da

construção civil reflete a falta de interesse por galgar maiores e melhores postos de

trabalho, maior e melhor renda ou conhecimento. Ademais, o cansaço corporal

devido ao trabalho braçal pesado e exaustivo é tão visível que, perante a opinião

pública, muitas vezes passa a fazer parte de seu perfil (DALL BELLO, 2015).

2.2.2A valorização humana

Em 1998, foi promulgada no Brasil a Constituição Federal vigente

atualmente, intitulada “Constituição Cidadã” pelo então presidente da Assembleia

Nacional Constituinte, deputado Ulisses Guimarães. Ela foi caracterizada como o

documento da dignidade da pessoa humana, da liberdade, da democracia, da

cidadania e da justiça social. A partir dessa noção, Santin (2012) ressalta que,

importa concluir que a dignidade do indivíduo não está na dependência de suas

características externas, da classe social a que ela pertence, de seu gênero, idade

ou cor, do cargo que ocupa, dos bens materiais que ostenta, de sua popularidade ou

utilidade para os demais.

Lemos (2015) aponta o fato de que o Estado Democrático de Direito foi criado

pensando em todos os cidadãos brasileiros. Dentre outras bases, a Carta buscou na

28

dignidade do cidadão e nos valores sociais do trabalho a sua pedra fundamental,

estando os dois princípios intimamente ligados. Não por acaso que o fundamento da

dignidade da pessoa humana é o imediatamente precedente ao referente aos

valores sociais do trabalho, na ordem listada pelo constituinte como fundamentos da

República Federativa do Brasil, expressos no artigo 1° da Constituição de 1988.

Assim, salienta-se que os seres humanos não podem ser tratados como

objetos, mas sim como sujeitos, em que se extrapolam as suas individualidades,

considerando-os um espectro comunitário social, cujo trabalho os dignifica. A

dignidade da pessoa, por sua vez, está relacionada com a respeitabilidade que o

cidadão é possuidor no meio em que vive, ou seja, a sua honra objetiva, a sua

reputação(LEMOS,2015).

Todo e qualquer serhumano quer e deve ser reconhecido e valorizado em

seu âmbito social, familiar e profissional. O ativo humano é o bem mais precioso e

responsável pela diferenciação das organizações. É importante lembrar que todo e

qualquer colaborador, independentemente de suas particularidades, não necessita

apenas de sobrevier, mas também de satisfazer necessidades fundamentais de

natureza social, emocional, cultural, educacional, segurança, lazer, de desenvolver

as suas aptidões, de ter paz e justiça e de ter idêntica oportunidade oferecida a

todos (ZANOTI, 2006).

Todo e qualquer cidadão deve, de acordo com a Constituição e por lei

moral entre os homens, ter sua dignidade, individualidade e moral respeitadas.

Aguiar (1996) contrapõe que o trabalhador da construção civil ao que parece

funciona para muitas organizações como objeto descartável, sem muito valor, e não

como um ser humano, com sentimentos e particularidades como realmente é. No

entanto, isso não se restringe a pequenas empresas que atuam nesse setor.

Grandes empresas que teoricamente possuem muitas obras em andamento e

apresentam continuidade na implementação de projetos não parecem estar

preocupadas com a valorização do trabalhador.

2.2.3 Qualidade de vida na construção civil

Segundo De Masi (2000, p.330), “o novo desafio que marcará o século

XXI é como inventar e difundir uma nova organização, capaz de elevar a qualidade

29

de vida e do trabalho, fazendo alavanca sobre a força silenciosa do desejo de

felicidade”.

A qualidade de vida dos seres humanos, segundo a Organização Mundial da

Saúde (OMS), reflete a percepção dos indivíduos de que suas necessidades

fundamentais estão sendo satisfeitas, ou, ainda, que lhes estão sendo negadas

oportunidades de alcançar a felicidade e a auto realização. Ainda se ressalta que as

necessidades humanas fundamentais variam entre indivíduos, pois cada ser possui

suas particularidades e individualidades. Para Santos e Fialho (1995) apud Aguiar

(2006), ao avaliar-se qualidade de vida é necessário uma abordagem multilateral,

adotando-se critérios de natureza biológica, psicológica e sócio estrutural,

destacando-se vários aspectos como: determinantes ou indicadores de bem estar;

longevidade, saúde biológica, saúde mental, satisfação, controle cognitivo,

competição social, produtividade, atividade, status social, renda, continuidade de

papéis familiares e ocupacionais e continuidade de relações informais em grupos

primários. Além dos fatores externos, existe uma tendência que aponta o

envolvimento de fatores internos, tais como: auto estima, o auto conceito e o senso

de eficácia pessoal que afetaria a percepção de bem estar considerando-se o bem

estar percebido, bem estar psicológico e qualidade de vida como expressões

equivalentes.Na realidade estudada, percebe-se a insatisfação da maioria dessas

necessidades.

De acordo com Dejours (1994), “o trabalhador não chega ao seu local de

trabalho como uma máquina nova. Ele possui uma história pessoal que se

caracteriza por certa qualidade de aspirações de seus desejos, de suas motivações

e de suas necessidades psicológicas”. No caso da construção civil, esse

entendimento quanto à realidade vivenciada pelo serhumano além do trabalho se

torna ainda mais importante, levando em consideração que o nível de vida do

trabalhador da construção difere em muito de outras categorias profissionais,

vivendo em estado de pobreza, satisfazendo a duras penas suas necessidades

básicas. Para que se possa falar em qualidade de vida é necessário que o

trabalhador tenha a alimentação suficiente para o atendimento de suas

necessidades energéticas; o vestuário mínimo para atendimento das questões

higiênicas e proteção da intempérie; habitação em condições de assegurar abrigo

saudável e de prover alguns utensílios domésticos (nível socioeconômico);

segurança contra atos de violência e perda do emprego por doenças e atendimento

30

em serviços essenciais como a água potável, saneamento, assistência médica,

transporte e educação (AGUIAR, 1996).É importante ressaltar que para analisar a

QVT no setor da construção civil, devem ser analisadas algumas variáveis

particulares, como segurança no trabalho, real e efetiva, por exemplo. Honorio

(2002), em seu estudo sobre “A qualidade de vida dos operários da construção civil

e sua importância na qualidade e na produtividade das obras” expõe que 63% dos

funcionários entrevistados atestaram que a segurança no trabalho contribui para a

melhora da qualidade e produtividade das obras, além de trazer maior QVT aos

funcionários, devido ao seu receio dos mesmos quanto ao grande número de

acidentes em canteiros de obras.

Aguiar (1996) expõe que muitas organizações consideram que qualquer ação

mais humanista sobre o capital humano é apenas “perfumaria”. Ao que parece,

muitas iniciativas tomadas relativas à qualidade de vida (QV) resultam de imposições

legais, não sendo atitudes relativas à uma visão objetiva na área. Ainda, a maioria

dos programas de QV restringe-se a segurança e saúde no trabalho e nem sequer

associam-se a programas de qualidade total ou de melhoria no ambiente

organizacional.

Barbosa (2017) aponta que a qualidade de vida no trabalho assimila duas

posições antagônicas: de um lado a reivindicação dos empregados quanto ao bem-

estar e satisfação no trabalho; e do outro, o interesse das organizações quanto a

seus efeitos potenciadores sobre produtividade e qualidade.

O subsetor de edificações caracteriza-se de modo geral por más condições

de trabalho e por indicadores negativos, como os elevados índices de acidentes e os

baixos padrões salariais, justificado pelas empresas como decorrentes do

despreparo e baixa produtividade do trabalhador, assim como rotatividade e

absenteísmo elevados, justificados pelo trabalhador como consequência da

insalubridade, níveis salariais insuficientes e organização do trabalho inadequada

(TOMASI E OLTRAMARE, 2014). Não é difícil concluir que esse estado de coisas,

estigmatiza a construção de edificações como predatória à força de trabalho, além

de constituir-se em entrave natural à adesão dos trabalhadores à programas de

qualidade e ao aumento de sua produtividade.

Para Detoni e Merino (2002), é legada às organizaçõesa missão de aprimorar

a qualidade de vida de seus trabalhadores, sob pena de comprometer até a

sobrevivência deste no mercado global. Honório (2002) ainda indica que programas

31

de QVT já deveriam fazer parte da gestão estratégica de todas as construtoras, pois

os resultados de inúmeras pesquisas evidenciam que as empresas bem-sucedidas

dependem cada vez mais do conhecimento, das habilidades, da motivação e da

criatividade de seus operários.

Finalizando, Barbosa (2017) salienta que a QVT acarreta o aumento de

produtividade, a redução de rotatividade, a redução do absenteísmo, a integração

social e a promoção da saúde e segurança.

2.2.4 Rotatividade na construção civil

Um dos motivos que as empresas construtoras usam para justificar o pouco

investimento em recursos humanos, a falta de ações voltadas para a gestão de

pessoas e a desvalorização do capital humano é a alta rotatividade dos operários do

setor, onde a rotatividade é definida como a passagem de pessoal entre uma

organização e outra, ou seja, é o número de pessoas que entram e saem de uma

empresa (CHIAVENATO, 2000).

Desde 2001, a taxa de rotatividade na construção civil é a maior de todos os

setores. As demissões de trabalhadores pela própria empresa chegam a 86,2%

(DIEESE, 2010). Esse valor fica ainda maior quando se leva em conta fatores

alheios à vontade das empresas, como aposentadoria, morte ou demissão

voluntária: 108,2%. Isso significa que, para cada vínculo do estoque médio do setor,

em cada ano, existiram um ou mais vínculos desligados.

Torna-se importante ressaltar um fator peculiar do setor da engenharia civil,

que é o período limitado da necessidade de mão de obra, que se caracteriza pela

duração da obra, além do ciclo de produção ser fracionado em diferentes etapas,

com ocupações específicas para cada uma. Assim sendo, ao longo da obra vários

operários que exercem funções específicas não são mais necessários, e se não

existem outras obras para serem alocados, são simplesmente dispensados. Muitas

vezes os trabalhadores empregados não chegam a completar um ano de

permanência no emprego.

Analisando o lado do operário, Zanellaet al (2015) destaca que a construção

civil é um setor com atividade desgastante e propensa a acidentes de trabalho, o

que motiva os trabalhadores a procurarem outros setores. Então, oferecer um

32

ambiente de trabalho agradável, melhorando a qualidade de vida no trabalho, é

fundamental para as empresas. Em contrapartida, analisando o lado do empregador,

aponta-se que a alta carta tributária brasileira que incide nas folhas de pagamento

das empresas faz com que elas restrinjam as contratações. Ademais, os descontos

em folha dos funcionários formais os motivam, muitas vezes, a preferir a

informalidade.

Muitas empresas deixam de investir em cursos, treinamentos ou ações

motivadoras e em prol da qualidade de vida dos operários da construção civil por

apontarem que os custos são muitos altos quando comparados ao retorno que será

dado pelos funcionários, seja em questão produtiva ou seja em questão de

fidelização com a empresa. Entretanto, se aponta neste estudo que a falta de

valorização no capital humano em determinada empresa acaba por incentivar a

rotatividade dos operários, o que acaba trazendo várias consequências, tal como

descreve Chiavenato (1999): a) Perda de produção causada pela vaga deixada pelo

empregado desligado, enquanto este não for substituído; b) Insegurança inicial do

novo empregado e sua interferência no trabalho da equipe; c)Despesas de pessoal

extra ou horas extras necessárias para cobrir a vaga existente ou para cobrir a

deficiência inicial do novo empregado; d) O autor ressalta ainda que a rotatividade

pode acarretar custos muito altos que podem ter impacto determinante na situação

econômica da empresa, sendo eles: a) Encargos demissionais ou admissionais; b)

Busca de novos funcionários no mercado de trabalho, gastos com anúncios em

jornais, com empresas de recrutamento, materiais de recrutamento, formulários; c)

Treinamentos para os novos funcionários contratados; d) Tempo gasto com a

adaptação destes novos funcionários; e) Oportunidades perdidas, já que a empresa

que está em processo de troca de funcionários está menos preparada no momento

em que esta oportunidade surge; f) Despesas relativas ao processamento do

desligamento do empregado, como anotações, registros, comparecimentos a

homologações na Justiça do Trabalho e no sindicato de classe; g) Custos das

indenizações, conforme o caso; h) Custo da antecipação de pagamento relacionado

com férias proporcionais, 13º salário proporcional, aviso prévio, multa do FGTS,

entre outros.

Isto posto, indica-se que poucas empresas se preocupam em avaliar os

custos diretos e indiretos causados pelo turnover. Percebe-se que as organizações

se preocupam em ser mais competitivas, produzindo mais e melhor a custos

33

menores, e os empregados, por sua vez, buscam nas empresas em que trabalham

benefícios e um ambiente propício a sua realização profissional. Assim, é importante

que a empresa busque oferecer melhor qualidade de trabalho para seus funcionários

e repense questões relativas ao investimento na capacitação dos mesmos para, com

isso, obter a permanência destes, a produtividade desejada e equilíbrio econômico

para a organização. (TERRA, 2017)

2.2.5A terceirização na Construção Civil e o sofrimento psíquico dos operários

Barros e Mendes (2003) apontam que, desde a última década, o setor da

construção civil vem passando por um processo de significativas mudanças e

reestruturação produtiva em alguns segmentos, o que impacta diretamente na saúde

do trabalhador. Essas mudanças contribuíram para o aumento da precarização

desse setor, explicitada pela superexploração, por condições de trabalho adversas e

insalubres, aumento da jornada de trabalho, desemprego em massa, aumento dos

acidentes de trabalho, entre outros fatores.

Esse ramo caracteriza-se principalmente pela elevada rotatividade e baixo

nível de escolaridade dos trabalhadores. Ainda, pauta-se pela descentralização das

atividades e pela descontinuidade do processo produtivo, à medida que os serviços

são terceirizados e que o trabalhador não participa de todo o processo de

construção da obra (BARROS E MENDES, 2003).

De acordo com o Dicionário Aurélio, a terceirização é “forma de organização

estrutural que permite a uma empresa transferir a outra suas atividades-meio,

proporcionando maior disponibilidade de recursos para sua atividade-fim, reduzindo

a estrutura operacional, diminuindo os custos, economizando recursos e

desburocratizando a administração.” Na construção civil, a subcontratação não é

uma novidade. "Esse processo tem pelo menos 30 anos", lembra Eduardo Zaidan,

diretor de economia do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do

Estado de São Paulo).

Para Barros e Mendes (2003), com a terceirização a empresa reduz custos

com os encargos sociais, utilizando um sistema de subcontratação de empresas

(vinculadas à cooperativa ou empreiteiras) especializadas em etapas diferentes da

obra (fundação, estrutura, alvenaria, entre outras). Essa especialização de serviços

reflete o antigo e ainda atual modelo de produção taylorista, baseado na

34

racionalização do trabalho e na cisão entre concepção e execução. Nesse sistema,

contratam-se empreiteiros (intermediários entre a empresa e os operários) que se

responsabilizarão pelos terceirizados (profissionais autônomos que são contratados

temporariamente para a prestação de serviço).

Nesse contexto, Barreto (2013) realizou uma pesquisa acerca do assunto,

exibindo os dados de duas obras em Goiânia. Em uma delas, com 200

trabalhadores, 119 eram terceirizados, contratados através de 13 empresas de

prestação de serviços, além dos empregados da empreiteira. Na segunda obra,

havia 379 trabalhadores, dos quais 299 eram terceirizados, contratados através de

15 empresas.

Entretanto, o grande problema de sua “popularidade” no setor é que a

terceirização dos serviços se tem constituído em uma das formas de remuneração

geradoras de sofrimento, na medida em que coloca sobre o trabalhador toda a

responsabilidade da produção e de sua remuneração. Desse modo, quanto mais

produzir, mais ele ganha dinheiro. Essa situação impõe um ritmo acelerado ao

trabalhador, fazendo com que ele ultrapasse os próprios limites, o que pode levar ao

comprometimento da sua saúde. Esse modelo de produção, caracterizado pela

isenção de vínculo empregatício, negligencia direitos como aposentadoria, INSS,

FGTS, plano de saúde, entre outros, submetendo o trabalhador à exclusão social.

Assim, a terceirização é causadora de insegurança nas relações trabalhistas,

destruidora da identidade coletiva e desmanteladora da cidadania à medida que o

trabalhador não consegue construir um modo de vida equilibrado nem se fixar em

uma posição ou classe social como um sujeito permanente (BARROS E MENDES,

2003)

Nessa perspectiva, Barreto (2013) expõe suas conclusões após estudo

detalhado do assunto, e segue a mesma opinião de que a quase totalidade das

empresas de prestação de serviços, na construção civil, não possuem qualquer

estrutura administrativa ou financeira para garantir o cumprimento dos direitos

trabalhistas, até mesmo o mais básico deles, os salários. Estes, inclusive, são

sempre menores do que aqueles pagos pela construtora a seus empregados diretos.

E quando superior ao piso salarial da categoria, em face da produtividade, que

acaba implicando em excesso de jornada, somente o piso salarial é anotado na

carteira de trabalho, sobre o qual é recolhido os encargos sociais e pagos os demais

direitos trabalhistas. Ainda, as verbas rescisórias são dificilmente quitadas quando a

35

demissão do empregado terceirizado coincide com o encerramento da obra ou dos

serviços e, não bastando, não são poucos os casos em que os trabalhadores são

aliciados e amontoados em alojamentos insalubres.

Barros e Mendes (2003) ressaltam que não obstante as desvantagens, a

necessidade empregatícia tem impulsionado os trabalhadores a preferirem este

modelo de produção como uma resposta e alternativa ante o desemprego causado

pela reestruturação produtiva. Diante disso, os sindicatos tornam-se ineficazes, na

medida em que os próprios trabalhadores não têm tempo para lutar e exigir seus

direitos, pois nesse contexto “tempo é dinheiro”. Os autores ainda pontuam o

trabalho por produção como uma modalidade de exploração do trabalho de forma

intensiva, que conduz a um esgotamento físico e mental dos trabalhadores. Nessa

perspectiva, Dejours (1999) ressalta que a pressão socioeconômica de ameaça à

perda do posto de trabalho ou dos direitos e garantias trabalhistas tem gerado um

sentimento de medo, preponderante nos operários da construção civil, instalando-se

assim o sofrimento psíquico.

Pode-se pressupor que no caso específico da terceirização, dadas as

características dessas dimensões, o sofrimento pode ser inevitável por causa da

ausência de apoio institucional, pois os trabalhadores têm de “se virar” mediante às

situações adversas encontradas no trabalho. Em face da precariedade das

condições de trabalho e ausência de seguridade trabalhista e social, observa-se que

a luta pela sobrevivência impulsiona e mobiliza esses trabalhadores a enfrentar o

sofrimento por meio da utilização de estratégias de mediação.

Barros e Mendes (2003), a partir da observação detalhada da obra de

Dejours (1987), apontam que para os trabalhadores darem conta do prescrito,

corresponderem às expectativas da organização e não adoecerem, eles utilizam

estratégias de enfrentamento contra o sofrimento, tais como conformismo,

individualismo, negação de perigo, agressividade, passividade, entre outras. De

acordo com o autor, a utilização dessas estratégias de defesa propicia proteção do

sofrimento e a manutenção do equilíbrio psíquico por possibilitar o enfrentamento e

a eufemização das situações causadoras do sofrimento, entretanto não são

saudáveis.

É comprovado que as estratégias defensivas relacionadas ao sofrimento

psíquico no trabalho não devem ser vistas como atitudes normais dos trabalhadores

do setor, muito menos tratadas como características dos mesmos.A condição

36

necessária para o equilíbrio psíquico é ser o trabalho um lugar de prazer, de

possibilidade de o trabalhador firmar-se enquanto sujeito por meio do reforçamento

de sua identidade pessoal e profissional, bem como lugar de reconhecimento,

liberdade e valorização do trabalhador. (BARROS E MENDES, 2003)

Faz-se necessária a compreensão dos motivos causadores de sofrimento e

angústia nos trabalhadores, mas mais do que isso, é necessária a ação após a

identificação dos problemas, como é o caso da terceirização no setor da construção

civil, que na maioria dos casos é uma atividade descontrolada, irresponsável e sem

preocupação com o capital humano.

2.2.6 Motivação e grau de comprometimento do capital humano

“Motivação é a força que estimula as pessoas a agir. Tem sempre origem

numa necessidade, e é a consequência de necessidades não satisfeitas” (GIL, 2001,

p. 202). Já Robbins (2005) define motivação como o processo responsável pela

intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de

uma determinada meta. Pilon e Lima (2014) ainda apontam que o estudo da

motivação comporta a busca de princípios (gerais) que auxiliem a compreender, por

que seres humanos e animais em determinadas situações específicas escolhem,

iniciam e mantém determinadas ações.

Ainda, dentre vários outros autores que definem motivação, segue-se:

“Motivação é o desejo de exercer altos níveis de esforços em direção a

determinados objetivos organizacionais, condicionados pela capacidade de

satisfazer algumas necessidades individuais” (CHIAVENATTO, 2004, p. 477). Ou

seja, é o resultado da interação entre o indivíduo e a situação que o envolve.

Talvez o maior desafio para as empresas da construção civil seja garantir

a participação comprometida e motivada da força de trabalho. Viu-se anteriormente

a necessidade aparente de valorização do capital humano. Os colaboradores não

devem ser vistos como recursos, e sim como pessoas dotadas de características

próprias de personalidade, atitudes, crenças, valores, motivações e objetivos

pessoais.

A lucratividade na construção civil tem sua base no elo orçamento e custo

da obra. Um dos fatores prejudiciais a esse elo é a forma como a gestão de pessoas

tem sido aplicada no Brasil, sem um enfoque para a motivação, gerando prejuízo

37

para o setor (PILON E LIMA, 2014). Dois grandes entraves para a eficiente gestão

de pessoas no setor são a externalização de serviços a partir da subcontratação em

empreitadas e a consequência imediata desse modelo de trabalho que é a alta taxa

de rotatividade, que serão melhor explicadas posteriormente.

Barbosa (2017) menciona que quanto maior for à proporção de motivação dos

colaboradores, maior será a produtividade e qualidade no desenvolver das

atividades na empresa. O desempenho profissional de um determinado indivíduo é

medido através de seu nível de motivação. Entende-se que os indivíduos motivados

vão agregar valor para a empresa, mostrando mais interesse e dedicação nas

atividades de seu trabalho. Já colaboradores desmotivados geram conflitos,

desconforto, baixa produtividade, absenteísmo e rotatividade, indenizações

trabalhistas, entre outras ações que podem puxar a empresa para baixo.

Assim, a qualidade de vida do trabalho torna-se um fator de competitividade

para a empresa. Para Arantes (2012), o importante é aceitar que pessoas devem ser

lideradas e não chefiadas. Essa é a diferença entre um chefe que estabelece

punições e prêmios e o verdadeiro líder que consegue elevar a maturidade

motivacional de seus colaboradores.

Entretanto, para conseguir que essa força de trabalho trabalhe com

motivação e com comprometimento, primeiro é necessário atender as necessidades

básicas destes trabalhadores.Como já foi abordado em outros capítulos, sabe-se

que a mão de obra da construção civil é caracterizada, em sua maioria, por pessoas

com baixa qualificação, baixa instrução, baixo grau de escolaridade e que usam

muito esforço físico para exercer o trabalho. Também é sabido que muitos desses

trabalhadores exercem suas profissões em locais insalubres e sem higiene básica,

sofrem com insolação e intempéries. Diante disso, garantir que as necessidades

destes trabalhadores sejam atendidas é um desafio grande para a empresa e para

os gestores da mão de obra. (TERRA, 2017)

Maslow (1943)apud CHIAVENATTO (2000, p.390), apresenta a teoria da

motivação, a qual as necessidades humanas estão organizadas em níveis

hierárquicos de importância e de influência, conforme é exposto na Figura 02. Na

base da pirâmide estão as necessidades de nível mais básico, e os fatores que são

levados em consideração são comida, água, ar, moradia, etc. Sendo que, somente

quando as necessidades básicas são atingidas, escala-se em direção a hierarquias

mais altas, indo até a auto realização que é o topo da pirâmide.

38

Figura 02 - Pirâmide das necessidades de Maslow

Fonte: Chiavenato (2000)

A partir da análise da pirâmide, torna-se possível indicar várias

dificuldades encontradas quando o objetivo é motivação dos colaboradores na

indústria da construção civil. As necessidades básicas dificilmente são totalmente

atendidas. O resultado de um estudo sobre motivação da mão de obra na

construção civil mostrou que o operário da construção civil anseia por um canteiro

de obras bem estruturado, com higiene nas áreas de vivência, boas instalações

sanitárias e segurança. Deve-se ter em mente que grande parte da vida dos

trabalhadores da construção se dá na obra e um ambiente de trabalho agradável

com certeza influenciará muito no bem estar destes. Ainda, os indivíduos estarão

motivados se estiverem realizando algo significativo, pelo qual são responsáveis, e

se souberem que realizaram bem suas tarefas(TERRA,2017; PILON E LIMA, 2014;

HONORIO, 2002).

Arantes (2012) aponta que para lidar com motivação, é necessário identificar

primeiramente quem está ou não motivado. A expressão corporal, o local de

trabalho, receptividade a novas incumbências, franqueza nas respostas de

perguntas, aceitação de desafios e aparência feliz são alguns dos principais sinais

de motivação. Motivar um ambiente de trabalho, onde há pessoas diferentes com

personalidade e motivação diferentes consiste em uma tarefa difícil, para isso,

algumas recomendações são aconselhadas na hora de motivar seu funcionário, e o

líder tem um papel de extrema importância nesse processo.

39

Caudron (1997), propôs no século XX, uma lista de técnicas que podem ser

aplicadas para conquistar a motivação dos colaboradores:

a) Oferecer aos colaboradores informações necessárias para a realização de um

bom trabalho;

b) Solicitar ideias aos colaboradores e envolvê-los em decisões sobre suas

funções;

c) Reconhecer publicamente um trabalho bem feito;

d) Promover reuniões destinadas a comemorar o sucesso da equipe;

e) Dar ao colaborador uma tarefa interessante para executar;

f) Verificar se o colaborador dispõe das ferramentas necessárias para realizar o

melhor trabalho;

g) Reconhecer as necessidades pessoais do trabalhador;

h) Utilizar o desempenho como base para promoções;

i) Adotar uma política abrangente de promoção dos colaboradores;

j) Estimular o sentido de comunidade;

k) Dar aos colaboradores uma razão financeira para serem excelentes;

l) Reconhecer as diferenças individuais: não tratar os colaboradores como se

fossem iguais, pois possuem necessidades diferentes;

m) Fazer com que as recompensas sejam percebidas como justas: vincular as

recompensas às experiências, habilidades, responsabilidades, e esforços

apresentados pelos colaboradores;

n) Definir objetivos e fornecer feedback: traçar objetivos específicos, desafiantes

e que possam ser monitoráveis;

o) Estimular a participação nas decisões: permitir ou, até mesmo, encorajar a

participação dos colaboradores nas decisões que os afetam, como a fixação

de objetivos ou a definição dos procedimentos de trabalho.

2.2.7 Ações de qualificação e/ou inovação na construção civil

A proposta principal deste TCC é a sugestão de um modelo de PCO

aplicável a canteiros de obra, afim de avaliar o clima do ambiente de trabalho.

Quando existem ações efetivas direcionadas a gestão de pessoas pelas empresas,

os resultados obtidos quanto ao clima na aplicação de uma PCO são visivelmente

mais positivos. Por mais que, em geral, o setor da construção civil apresentesensível

40

demanda de investimentos na área de recursos humanos, nos últimos anos os

processos do trabalho no setor vêm sendo discutidos. Sindicatos, universidades,

empresas de consultoria e as próprias construtoras a partir da adoção de programas

de qualidade ou da reestruturação de suas práticas para com os funcionários vêm

lutando lentamente em prol da racionalização e melhoria da gestão de pessoas

como um todo. Assim, atenta-se a estudos sobre o assunto e práticas adotadas por

construtoras, relatados abaixo, ressaltando-se: A) a congruência das ideias

apresentadas pelas pesquisas com as inovações adotadas nas construtoras; B) o

fato de que toda e qualquer ação em prol da valorização dos recursos humanos traz

melhoras significativas no clima.

Amaral et al (2000)apresenta em seu estudo a estrutura de um

treinamento para funcionários da construção civil realizado em um canteiro de obra

na cidade de Florianópolis/SC, e que teve como intuito principal promover a

atualização profissional dos operários da produção, para atender as necessidades

de qualificaçãoexigidas pelo mercado atual. O treinamento foi organizado em

encontros semanais em grupo, dentro do horário de trabalho, com duração de 45

minutos, com o intuito de dialogar com os funcionários, oferecer informação,

atualização e acompanhamento acerca de assuntos como segurança do trabalho,

saúde e higiene, produtividade e qualificação profissional, além de disponibilizar os

funcionários para a realização de entrevistas individuais durante o seu expediente de

trabalho quando fosse necessário. Como resultado, houve aumento da autoestima

dos funcionários, melhoria da organização da empresa, melhoria da comunicação

organizacional e aumento da competência profissional dos funcionários resultante da

introdução de culturas relativas ao aumento de produção e conscientizando sobre o

desperdício, trazendo vantagens competitivas e financeiras para a empresa.

Campos Filho (2004), por sua vez, sugere treinamento à distância afim da

qualificação da mão de obra, em grande quantidade e com baixos custos para e

empresa. A efetivação da pesquisa envolveu o desenvolvimento de uma moderna

ferramenta didática, baseada em um ambiente virtual interativo e que contém

recursos multimídia. O autor justifica sua pesquisa na necessidade de

sistematização de um treinamento profissional informatizado eficiente que propicie

maior visualização e compreensão nesse domínio específico, tendo em vista as

características intrínsecas da profissão (socialmente desqualificada, de alta

rotatividade e mobilidade, com ausência de treinamento formal) e de seus operários.

41

Como resultado, alcançou-se um alto desempenho dos operários frente ao ambiente

informatizado, o amplo desenvolvimento do conhecimento dos mesmos nos

assuntos conceituados, e ainda salienta-se a atenção e preocupação dos alunos

com o conteúdo e com a dinâmica proposta. Vê-se assim a possibilidade do uso das

novas tecnologias na formação profissional na construção civil, bem como a busca

de novas alternativas e oferecimento de oportunidades de acesso para aqueles a

quem os recursos não são facilitados.

Moreira et al (2008) propõe um modelo de Sistema de Gestão de Pessoas

direcionado ao setor da construção civil, composto pelas seguintes

dimensões:Planejamento Estratégico, Liderança, Atividades Básicas de Recursos

Humanos, Sistemas de Informação, Qualidade de Vida, Ética e Responsabilidade

Socioambiental, e Resultados. Nada obstante, sugeriu diversas práticas inovadoras

dentro das dimensões citadas. O modelo foi fundamentado a partir dos resultados

obtidos em pesquisas com diversas construtoras, avaliando suas dificuldades de

gestão. O autor ainda ressalta que muitas das práticas sugeridas já são utilizadas

por outros setores. Assim, a inovação reside em aplicá-las aos sistemas de gestão

de pessoas das empresas da Construção Civil.

Sem embargo de, Corbetta (2010) apresentou um plano de ação para

melhoria do clima organizacional de empresas do ramo da construção civil. O autor

sugeriu a oferta de aulas gratuitas nos canteiros de obras para os interessados em

concluir o ensino fundamental, o fornecimento gratuito de material escolar para

incentivar aparticipação nas aulas, a incrementação do ambiente de trabalho através

da melhoria da infraestrutura na obra oferecida aos funcionários e a promoção de

encontros entre os representantes do sindicato e os funcionários operacionais da

construtora.

Braga e Cova (2007) defendem a educação coorporativa no ramo da

construção civil, e provam que se um colaborador encontrar um ambiente em que

possa aprender e aplicar aquilo que sabe, as chances de abandono desse cenário

para buscar trabalho em outra organização diminuirão a partir de seu estudo. Para

os autores, gestão do conhecimento não é mais um “modismo”. Significa ter

processos definidos para lidar com o capital intelectual e, sobretudo, valorizar essas

atividades e principalmente quem as realiza. A partir da educação coorporativa, há

elevação do grau de educação e instrução dos colaboradores, fortalecimento da

42

cultura empresarial, melhoria do clima organizacional, economia de recursos

financeiros e integração do conhecimento.

Romanel e Freitas (2012) defendem o treinamento e aperfeiçoamento

profissional dos operários da construção civil com o uso de jogos e simulações.

Devido às características particulares da indústria da construção civil, os jogos e

simulações podem ser utilizados como forma alternativa de propagação de

conhecimentos. Os jogos podem incluir tabuleiros, dados, perguntas e respostas,

cartas, e até mesmo desafios, propondo uma dinâmica divertida e entretendo os

operários. Foi comprovado, pelo estudo, que através dos jogos ocorre asatisfação e

os funcionários retêm melhor o conteúdo, tendo vontade de aprender mais.

Ferreira (2011) defende que uma forma rápida e objetiva de reduzir a

rotatividade é apostar em remunerações acima da média do mercado. Segundo uma

pesquisa encomendada pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) à

Sensus Pesquisa & Consultoria, um aumento de 10% no salário seria uma solução.

Tanto os empresários quanto os operários disseram que R$ 100 a mais por mês

poderia reduzir esse gargalo. Por esse valor, eles deixariam de se demitir, de acordo

com dados da pesquisa que consultou mais de 600 empresas e cerca de 1.200

profissionais de 24 Estados brasileiros, entre abril e maio de 2011.

Como exemplo de boas práticas na construção civil, pode-se citar a

Construtora MRV – maior construtora do Brasil, a MPD Construtora e Incorporadora,

a multinacional OAS e a Construtora Saraiva de Rezende, pequena empresa de

Cascavel.

No que concerne à MRV, apresenta-se informações encontradas em seu

Relatório de Sustentabilidade (2017). Pela análise do mesmo, é possível inferir que

a empresa concede grande atenção e investimento a assuntos como segurança,

saúde, treinamentos, educação, motivação e incentivo salarial dos funcionários. Em

2016 foram realizadas diversas campanhas com foco na saúde dos colaboradores,

notadamente as relacionadas à prevenção de câncer de mama e de próstata. Nos

meses de janeiro e fevereiro, a MRV realizou, em todos os seus empreendimentos,

em parceria com as secretarias de saúde dos municípios onde tem operação,

comunidades do entorno dos empreendimentos e seus trabalhadores, a campanha

de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue e

febre chikungunya e do zica vírus. Também, foi criado o programa Vida Ativa MRV,

com iniciativas voltadas para a saúde e o bem-estar. Entre as ações estão a

Excluído: ¶

43

implantação do Gympass para os colaboradores, palestras sobre saúde e promoção

do dia da fruta. Na intranet, foi criada uma editoria específica que aborda dicas de

alimentação, metabolismo e hábitos saudáveis. Ainda com o foco em prevenção de

doenças, foi implementado na sede da empresa o Meu Doutor, que consiste em um

programa de acompanhamento dos colaboradores por um médico na própria MRV,

quando sofrem de alguma doença.

Ainda analisando o Relatório Anual de Sustentabilidade (2017) da MRV,

ressalta-se a consolidação do Ensino à Distância (EAD) como principal plataforma

para a oferta de treinamentos pela empresa no ano de 2016. Essa modalidade de

ensino garante a capilaridade necessária para que os colaboradores,

independentemente da regional em que estão localizados, tenham acesso a

conteúdos importantes para a integração à cultura da empresa, entendimento de sua

missão, visão e valores, além de conhecimentos para a execução de seu trabalho e

para o nivelamento de práticas e processos. Não obstante, com o objetivo de

contribuir para erradicar o analfabetismo e promover a qualificação em seus

canteiros de obras, a MRV mantém desde 2011 o projeto Escola Nota 10. Em

parceria com prefeituras, Sesi/Senai e sindicatos são oferecidas atividades

educacionais para colaboradores e terceiros nos próprios canteiros. Em 2016, foram

criadas 46 escolas e ofertados cursos de informática, alfabetização, matemática e

profissionalizantes (mestre de obras, eletricista e bloqueio). A Escola Nota 10 faz

parte das metas dos coordenadores e gestores, que precisam ter pelo menos uma

escola sob sua responsabilidade por ano.

Nesse panorama, a EXAME (2014) cita a MPD Construtora e Incorporadora, a

multinacional OAS e a Construtora Saraiva de Rezende, pequena empresa de

Cascavel que é exemplo.

A EXAME (2014) expõe a realidade da MPD, que possuía 7% de analfabetos

em seu quadro de 720 funcionários. Assim, a área de RH da MPD montou escolas

de alfabetização de adultos nos canteiros de obras. Além disso, a empresa ainda

disponibiliza lanche e material escolar, mostrando sua preocupação com o capital

humano e qualificando o operário. Além, a MPD também desenvolveu um programa

de mentoria para os mestres de obras, profissionais tão disputados no mercado. Não

bastando, a mão de obra operária ainda passa por um job rotation dentro do canteiro

de obras, aprendendo todas as funções.

44

Nada obstante, o autor reitera que a OAS, empresa voltada para o segmento

de construção pesada, também oferece cursos de alfabetização e técnico para

carpinteiros, eletricistas e pedreiros. Quase 4 000 funcionários já passaram pela

escola.

A Construtora Saraiva de Rezende, citada anteriormente, que tem apenas

216 funcionários, oferece lanche, material e um incentivo de 150 reais no salário de

quem estuda na escola de jovens adultos da empresa. A adesão para com a escola

pelo seu quadro de funcionários é de 23%. A auto estima, motivação e

comprometimento com a construtora são visíveis, segundo o autor. Ressalta-se

também que na Construtora em questão, até mesmo os mestres de obra passam

por programas de coaching.

Complementando o item anterior citado neste trabalho, sobre as vantagens

competitivas obtidas pela manutenção do clima nas empresas, salienta-se que a

OAS cresceu em faturamento 128% de 2008 a 2012, e o quadro de funcionários

teve acréscimo de 79% no mesmo período. A MPD Engenharia também registrou

crescimento de 15% no ano passado. Mais do que isso, a empresa — assim como a

OAS e a Saraiva de Rezende — entrou em 2013 para o seleto time das 150

Melhores Empresas para Você Trabalhar, prova de que as ações voltadas para a

gestão de pessoas estão no caminho certo e têm recebido a chancela do time.

45

3 METODOLOGIA

A melhor forma de medir o Clima Organizacional de uma empresa é

através da Pesquisa de Clima. Para Oliveira (2010), a Pesquisa de Clima

Organizacional (PCO) é um instrumento voltado para a análise do ambiente interno

a partir do levantamento de suas necessidades. Objetiva mapear ou retratar os

aspectos críticos que configuram o momento motivacional dos funcionários da

empresa através da apuração de seus pontos fortes, deficiências, expectativas e

aspirações. De acordo com Chiavenato (1999, p. 440), “As pesquisas de clima

organizacional procuram coligir informações sobre o campo psicológico que envolve

o ambiente de trabalho das pessoas e sua sensação pessoal neste contexto.”

Segundo Bispo (2006), este tipo de pesquisa é uma ferramenta objetiva e

segura, isenta de comprometimento com a situação atual, em busca de problemas

reais na gestão dos Recursos Humanos. A análise, o diagnóstico e as sugestões,

proporcionados pela pesquisa, são considerados valiosos instrumentos para o

sucesso de programas voltados para a melhoria da qualidade, aumento da

produtividade e adoção de políticas internas. Oliveira (2010) complementa que a

PCO cria uma base de informações, identifica e compreende os aspectos positivos e

negativos que impactam no clima da empresa em questão.

Luz (1996; 2003) ressalta que a PCO tem por objetivo detectar e corrigir

imperfeições existentes na relação entre a empresa e seu empregado. Ela revela o

retrato da empresa, mostra a percepção e as atitudes das pessoas com relação a

vários aspectos ligados ao trabalho. Sabemos que existem empresas construtoras

que fazem uso de PCO em seus canteiros de obras, porém muitas vezes o fazem

por exigência de programas de qualidade, e não pelo real comprometimento com a

análise do clima, por isso, os modelos de PCO usados geralmente são genéricos e

não fornecem um mapeamento completo. Além de serem muito extensos,

principalmente para operários com baixo grau de instrução escolar.

Antes de expor os passos metodológicos que culminaram na proposta de uma

PCO simplificada, é importante mencionar que a decisão de elaborar essa proposta

surgiu também da dificuldade (ou inviabilidade) da intenção inicial do TCC, que era

aplicar uma PCO em uma construtora com sede em Santa Maria (RS) para 73

operários de um canteiro de obras dessa construtora. O questionário elaboradoera

46

composto de 62 (sessenta e duas questões) agrupadas em oito dimensões, a saber:

a) informações básicas (4 perguntas); b) vida profissional (15 perguntas); c)

relacionamento entre colaboradores (10 perguntas); d) remuneração (3 perguntas);

e) segurança no trabalho (3 perguntas); f) condições básicas de trabalho (6

perguntas); g) benefícios extras (11 perguntas); h) fatores externos de influência (10

perguntas). Além disso, ainda, havia um espaço para comentários e sugestões.

(ANEXO 7.1).

Quando a pesquisadora analisou a viabilidade de aplicação da proposta da

PCO aos 73 operários (muitos deles com baixo grau de instrução escolar), trocando

idéias com outros pesquisadores ou profissionais da área, percebeu que a

viabilidade de aplicar uma PCO a operários de canteiros de obras, seguindo as

orientações das variáveis proposta pela literatura – a proposta inicial tinha grande

influência de Bispo (2006) –se tornou praticamente inviável, quando não existe um

amplo planejamento, tempo adequado, equipe qualificada e em bom número de

pessoas para conduzir um estudo completo, seguindo as variáveis consideradas

importantes.

Como resultado dessa análise surgiu a ideia de realizar uma nova proposta

de PCO, menos abrangente, mas realmente comprometida com a análise do clima e

construída a partir da opinião dos próprios funcionários de uma empresa. A intenção

ao ouvir os funcionários era elaborar uma PCO voltada as “prioridades” da classe

operária (que atua em canteiro de obras), em um momento em que o país passa por

crise no setor na indústria da construção civil, inclusive, com a demissão de muitos

empregadosem função da crise econômica ou mesmo pela inovação, com a

substituição da mão-de-obra pela automação.

Além de focar em variáveis importantes (segundo os funcionários), a intenção

era reduzir o tempo de aplicação da pesquisa, bem como o número de pessoas

envolvidas, sem comprometer a qualidade e importância dos resultados. Em outras

palavras, a PCO proposta está focada no “essencial e no real”, de acordo com os

funcionários.Ainda se discutiu a forma de aplicação, pois sabe-se que com raras

exceções, as respostas dos operários precisam ser dadas de forma verbal/oral em

função da baixa escolaridade (ou a inexistência dela) que ainda existe neste ramo

da construção civil.

Diante do exposto, este Trabalho de Conclusão de Curso teve por

objetivo apresentar um modelo de PCO“simplificada” para operários que atuam em

47

canteiro de obras da indústria da Construção Civil. Como uma PCO aborda muitas

variáveis e, portanto, se torna muito extensapara ser aplicada em um contexto em

que os operários dispõem de pouco tempo ou mesmo dificuldade em, este estudo

propôs um “recorte”, a partir da opinião de dois grupos focais, para elaborar um

modelo “simplificado”, mas que traz elementos fundamentais para conhecer a

realidade dos funcionários em relação ao nível de satisfação e valorização no

ambiente de trabalho.

A proposta não foi elaborar um instrumento para atender exigências de

programas de qualidade oficiais (muitas PCO surgiram para atender essa variável),

mas para compreender o ambiente interno (ou parte dele) vivenciado pelos

operários da construção civil, a partir das vivências dos funcionários que vivem o

dia-a-dia de uma obra no interior do RS. Acredita-se que a proposta será importante

para analisar o momento atual vivido pela construção civil na perspectiva do

operário, diante de um contexto em que inovação (inclusive tecnológica) e qualidade

de vida têm exigido cada vez mais atenção.

Ressalta-se características peculiares quanto ao canteiro de obras onde

foram realizadas as investigações metodológicas: A) é uma construção industrial no

interior do estado, onde os funcionários vivem em alojamento, pois todos são de

regiões distantes do Brasil; B) os funcionários da obra vivem esta realidade de

mudar a residência em prol do trabalho há muitos anos, não por escolha mas sim

por necessidade, já tendo trabalhado em várias empresas e em vários estados.

Para viabilizar a proposta, foram montados dois grupos focais. A pesquisa

que faz uso de grupo focais é uma técnica de investigação qualitativa que coleta

dados por meio das interações grupais ao se discutir um tópico especial sugerido

pelo pesquisador, que em nosso caso foram as principais variáveis que influenciam

na valorização e satisfação dos funcionários dos canteiros de obras, para assim

serem mapeadas na PCO. No caso desse trabalho, os grupos focais foram utilizados

visandoa confirmação de hipóteses e a avaliação de teorias criadas a partir da

análise da revisão bibliográfica e das observações feitas pela pesquisadora em seu

dia a dia em canteiros de obra (GONDIN E BAHIA, 2003).

O processo de elaboração da Pesquisa de Clima Organizacional que

culminou no modelo proposto pela acadêmica do Curso de Engenharia Civil da

UFSM constituiu-se de 05 fases (criação do modelo baseado na literatura existente,

discussão com os grupos focais, criação do modelo simplificado, aplicação pré-teste

48

do modelo simplificado, revisão do modelo simplificado) e envolveu dois grupos

focais: engenheiros e operários de uma empresa de Construção Civil que está

atuando na região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul no segundo semestre

de 2017.

O primeiro grupo foi composto por oito (8)operários que atuam no canteiro de

obras de uma empresa da construção civil, que atualmente atua na região noroeste

do Rio Grande do Sul. Os profissionais têm entre 28 e 50 anos de idade e trabalham

no ramo há pelo menos 6 anos, como mestre de obras, encarregado de construção

civil, encarregado de carpintaria, ferreiro e pedreiro.O segundo grupo foi composto

por seis (6)engenheiros que atuam no canteiro de obras da mesma empresa dos

funcionários, com idade entre 26 e 40 anos e trabalham no ramo há pelo menos 4

anos.

A participação dos engenheiros na pesquisa justifica-se como importante pois

acredita-se que os mesmos, devido ao seu grau de escolaridade, anos de prática no

campo e seu papel gerencial, conseguem avaliar e apontar variáveis que as vezes

passam despercebidas pelos funcionários em seu dia a dia.

As reuniões com os dois grupos focais foram realizadas em uma sala

localizada no canteiro de obras em que ambos atuam e onde a pesquisadora

realizou seu estágio no segundo semestre de 2017, em dias e horários diferentes. O

procedimento quanto a exposição do tema, objetivo do encontro e a elaboração de

variáveis foi o mesmo para ambos os grupos.

No primeiro encontro foi exposto pela pesquisadora que o objetivo da reunião

era elaborar uma PCO, em conjunto, para aplicar aos operários que atuam em

canteiro de obras de uma empresa de construção civil. Na sequência foram

apresentadas quatro perguntas abertas (ver abaixo) e solicitado que os participantes

as respondessem de modo informal, porém o mais amplo e completo possível. As

falas foram anotadas pela pesquisadora com canetinhas coloridas em folhas

brancas grandes coladas na paredede modo que todos pudessem

acompanhar/visualizar as respostas. A intenção era verificar as variáveis

consideradas mais importantes pelos integrantes dos grupos focais, para

posteriormente serem classificados pelapesquisadora e pelos grupos focais nas

variáveis propostas por BISPO (2006).

O segundo encontro constitui-se no pré-teste do modelo simplificado

proposto, e teve como objetivo identificar possíveis melhorias na PCO. Deste

49

encontro participaram apenas (4) funcionários, tendo se realizado na mesma sala de

reuniões do canteiro de obras.

Conforme já descrito na Revisão de Literatura, as diretrizes escolhidas para

auxiliar na elaboração de um modelo de PCO são principalmente aquelas propostas

por Bispo (2006) e Burgueño (2014). A escassa bibliografia acerca do clima

organizacional nos canteiros de obra trouxe dificuldades para a realização deste

estudo. As perguntas e as discussões realizadas com os grupos focais, bem como

os procedimentos metodológicos adotados e que estão detalhados no item 3 deste

trabalho, estão vinculados a experiência da pesquisadora em empresas da

construção civil como estagiária; a formação acadêmica no curso e a experiência de

profissionais da área acadêmica e do mercado (Construção Civil).

3.1 INTERVENÇÃO NO CAMPO DE PESQUISA

3.1.1 Primeirocontato com operários e engenheiros do canteiro de obras

3.1.1.1 Entrevista com os dois grupos focais separados

a) Perguntas para o grupo focal de funcionários

1) Quando você pensa no seu ambiente de trabalho, que aspectos são mais

evidenciados (o que primeiro lhe vem à mente) – Cite 3? Por quê?

2) Se você tivesse que fazer uma pesquisa com seus colegas de trabalho

sobre como eles se sentem no ambiente de trabalho, o que você perguntaria? Cite

de 3 a 5 questões? Por quê?

3) Você está feliz (satisfeito) no seu ambiente de trabalho? SIM ? NÃO? Por

quê? (Solicitar que cada funcionário justifique sua resposta, citando “variáveis” que

deixam ele feliz ou não no seu ambiente de trabalho - Cite 3 )

4) O que deixa você infeliz (insatisfeito) no seu ambiente de trabalho? Cite 3

aspectos. Por que eles te deixam infelizes?

b) Perguntas para o grupo focal de engenheiros

1) Quando você pensa no ambiente de trabalho dos funcionários do canteiro

de obras, que aspectos são mais evidenciados (o que primeiro lhe vem à mente) –

Cite 3.Por quê?

50

2) Se você tivesse que fazer uma pesquisa com os funcionários do canteiro

de obras sobre como eles se sentem no ambiente de trabalho, o que você

perguntaria? Cite de 3 a 5 questões. Por quê?

3) Você nota os funcionários do canteiro de obras felizes (satisfeito) no seu

ambiente de trabalho? SIM? NÃO? Por quê? (Solicitar que cada engenheiro

justifique sua resposta, citando “variáveis” que eles acreditam ser importantes para

deixar os funcionários felizes ou não no seu ambiente de trabalho - Cite 3)

4) O que você nota que deixa os funcionários infelizes (insatisfeitos) no seu

ambiente de trabalho? Cite 3 aspectos. Por quê?

3.1.1.2 Elaboração do quadro com as variáveis internas

Na sequência, já de posse das respostas dos entrevistados, a

pesquisadora, junto aos grupos focais, relacionou (classificou) as variáveisoriundas

das respostas das perguntas aos fatores internos de influênciada Pesquisa de Clima

Organizacional (Bispo, 2006)(ANEXO 7.5).As respostas relativas aos fatores

externos(Bispo, 2006) não foram consideradas para este estudo. Na medida em que

o quadro foi sendo preenchido, cada participante tinha ainda a possibilidade de

“apontar” outro(s)fator(es) do quadro (entre os 11 elencados) e que não tenha sido

contemplado nas respostas, mas que considera imprescindível para o PCO

“simplificada”. Para isso, a pesquisadora exemplificou oralmente os fatores internos

para que os participantes dos grupos pudessem ter um melhor entendimento dos

mesmos.

3.1.1.3Apresentação de uma PCO baseada na bibliografia

Com o objetivo de elaborar um modelo de PCO “simplificado”, objetivo, com

adequada apresentação e de fácil entendimento, inclusive em relação a linguagem,

a pesquisadora exemplificou um modelo de pesquisa, mostrando aos funcionários e

engenheiros o modelo de PCO, com 62 questões, elaborado pela própria

pesquisadora, baseado na bibliografia existente e em sua experiência pessoal.

Assim, foi possível indagar outros aspectos relevantes que contribuíram para a

finalização da proposta, como por exemplo, o número de questões, a melhor forma

de apresentação da pesquisa e a melhor maneira de aplicá-la aos funcionários do no

51

canteiro de obras.Todas as sugestões foram anotadas pela pesquisadora e

consideradas ao modelo de PCO “simplificada”.

3.1.2 Segundocontato com os operários do Canteiro de Obras

3.1.2.1 Pré-teste da Pesquisa de Clima Organizacional simplificada

Este encontro, ao contrário do primeiro, foi realizado apenas com o grupo

focal composto por (4) operários do canteiro de obras, pois tinha por objetivo aplicar

a PCO simplificadacomo pré-teste, que consiste na modificação do primeiro modelo

criado, porém dessa vez atendendo as variáveis levantadas nas discussões com os

grupos focais e levando em consideração as sugestões dadas por engenheiros e

operários quanto a apresentação e organização da pesquisa. (ANEXO 7.5 – PCO

que foi aplicada como pré-teste).

3.1.3 Elaboração e análise da proposta final do modelo de Pesquisa de Clima Organizacional simplificada

Este é o último passo do trabalho. É momento de realizar uma análise a

partir da literatura e dos dados coletados junto aos grupos focais, além dos

resultados obtidos no pré-teste. São apresentadas potencialidades e as fragilidades

em relação a aplicação de uma PCO em um canteiro de obras de uma empresa de

construção civil.

52

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo são descritos e analisados os resultados do estudo, que

teve por objetivo propor um modelo de PCOsimplificado para trabalhadores que

atuam em Canteiro de Obras da Indústria da Construção Civil.

4.1 MODELOS DE PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL EM EMPRESAS DE

CONSTRUÇÃO CIVIL EXISTENTES NA LITERATURA

Como já citado, grandes empresas aplicam PCO em diferentes setores

por exigência de programas de qualidade, sendo que muitas delas são geralmente

elaboradas, organizadas e aplicadas pelos setores de recursos humanos da própria

empresa. Na construção civil não tem sido diferente, embora estudos e pesquisas

acadêmicas, que tratam de PCO em canteiros de obras, ainda são bastante raras.

Durante a revisão de literatura para este trabalho, foi encontrada APENAS

uma referência bibliográfica sobre PCO específica para empresas de construção

civil, de autoria de Corbetta (2010). Esta consiste em um “Plano de ação para a

melhoria do clima organizacional em uma empresa do ramo da construção civil”.

O plano de ação para a empresa, localizada em Florianópolis – SCfoi

elaborado após a aplicação de uma PCO nos canteiros de obras da empresa. Como

o objetivo do estudo não é a PCO em si, a pesquisadora apenas apresentou seu

modelo utilizado para fazer o diagnóstico do clima na empresa estudada, não

citando a PCO na metodologia nem tecendo comentários sobre sua aplicação nos

resultados. A PCO utilizada pela pesquisadora possuía 24 questões de multiplica

escolha e uma questão livre para sugestões. A proposta elaborada por Corbetta

(2010), abrange muitas variáveis importantescomo sentimento de valorização e

orgulho dos funcionários, estrutura organizacional, benefícios oferecidos aos

funcionários e remuneração. Entretanto, poderia se aprofundar mais em aspectos

como segurança, estrutura física do canteiro de obras, cultura organizacional e

relacionamento entre os colaboradores. Acredita-se que, como a criação de uma

modelo de PCO e análise do clima organizacional não estavam nos objetivos do

trabalho de Corbetta (2010), a pesquisadora não despendeu grande atenção nesta

vertente do estudo em questão. Porém, caso tivesse o feito, comenta-se que o

53

estudo poderia ser mais completo, pois a PCO poderia ser mais abrangente e

fidelizada com aspectos que realmente se mostram importantes em canteiros de

obras.

Embora exista pouca bibliografia específica disponível (PCO em canteiros

de obras), é importante destacar que durante a realização deste trabalho junto aos

grupos focais no Canteiro de Obras de uma empresa de Construção Civil, alguns

dos integrantes mencionaram que em outras empresas em que já trabalharam já

responderam Pesquisa de Clima Organizacional. Entretanto, destacaram também

que não observaram ações para minimizar as fragilidades do clima, logo a PCO caia

em descrédito perante os funcionários. Isso reforça meu entendimento de que é

possível que existam outras PCO em canteiros de obras, mas como não são objetos

de investigação acadêmica, acabam não sendo publicizados através de publicação

de obras ou artigos científicos.

4.2 ELABORAÇÃO DE UM MODELO DE PCO SIMPLIFICADA, A PARTIR DE GRUPOS FOCAIS

4.2.1 Fatores internos IMPORTANTES para uma PCO simplificada

A seleção das variáveis internas para a PCO simplificada foi realizada

levando em consideração todos os dados levantados durante as discussões com os

gruposfocais (Ver Anexo 7.3 – Diário de campo, que consiste nas informações

anotadas durante os procedimentos de campo e na comparação das informações

com a literatura existente).Após analisar o diário de campo, optou-se por mapear os

aspectos que foram citados em ambas as discussões e que se mostraram como

mais importantes, que são:

A) Sentimento de valorização e orgulho;

B) Estrutura organizacional;

C) Relacionamento entre colaboradores;

D) Remuneração;

E) Estrutura física do canteiro de obras;

F) Segurança no trabalho;

G) Benefícios oferecidos aos funcionários;

54

Outra variável que apareceu nas discussões foi “Localização da obra”, devido

a fatores como distância da família, clima do local e representação sindical no

estado. No entanto, ela não foi selecionada como importante na proposta elaborada

por ser uma variável com alto grau de particularidade e que, portanto, deve ser

incluída quando realmente for necessária.

4.2.2 Número de questões, modo de aplicação e apresentação visual da PCO

Quanto ao número de questões, uma PCO para um canteiro de obras não

deve ultrapassar 30 perguntas, e todas elas devem ter, no máximo, três opções de

resposta, para tornar mais fácil o procedimento para os operários, sendo elas: a)

Sim; b) Mais ou menos; c) Não. As perguntas devem ser claras, diretas e objetivas.

Em relação ao modo de aplicação da PCO, os integrantes dos grupos focais

sugeriram que ela seja realizada no próprio canteiro de obras, sendo todas as

questões lidas em voz alta pelo aplicador, auxiliando os operários nas respostas. Os

engenheiros que acompanham a rotina do canteiro de obras sugeriram, por

exemplo, que a PCO seja aplicada para uma amostragem de 2 ou 3 trabalhadores

por equipe. Para eles,seria inviável aplicar uma PCO para todos os funcionários de

um canteiro de obras. Além de atrapalhar a dinâmica da produção, o tempo

necessário à aplicação seria muito grande, pois cada questão teria que ser lida e a

resposta acompanhada pelo aplicador devido à dificuldade de leitura/escrita dos

funcionários.

Embora existam segundo LUZ (2003) três técnicas utilizadas na PCO para

detectar vantagens e desvantagens (Questionário, Entrevista e Painel de Debates),

para os grupos focais desta pesquisa, a melhor técnica é a do questionário com

perguntas fechadas, visto que perguntas dissertativas tornam a aplicação inviável

para o público em questão. Considerando LUZ e as discussões envolvendo

engenheiros e operários, um questionário é o recomendado para uma PCO

considerando que:1 a) permite que a aplicação seja ampla, mesmo que o público-

alvo esteja em diferentes locais; b) o custo é relativamente baixo; c) geralmente é

mais aceito pelos pesquisados, porque se preserva o anonimato, o que também 1Outras informações podem ser obtidas em LUZ, Ricardo Silveira. Gestão de Clima Organizacional: Proposta de Critérios para Metodologia de Diagnóstico, Mensuração e Melhoria. 29 de Dezembro de 2003. 182. Tese – Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2003.

55

garante maior credibilidade à técnica; d) utiliza um número reduzido de questões,

destacando o essencial (se for necessário, o questionário pode ser dividido em

partes para a aplicação); e) exige clareza de vocabulário, na formulação das

questões; além disso deve ser validado; f) pode ser aplicado à população ou à

amostra dos funcionários da empresa; g) não exige espaço físico específico para

obtenção das respostas.

Nada obstante, quanto a apresentação visual da pesquisa, em conversas com

profissionais da área e também com os grupos focais, compreendeu-se que a

pesquisa deve se apresentar da forma mais limpa possível, com poucos títulos e

poucos textos. Reitera-se que as instruções devem ser dadas oralmente, não sendo

necessário demasiadas informações no corpo da PCO, visto a dificuldade de leitura

da grande parte dos funcionários dos canteiros de obras.

4.2.3 Modelo de PCO simplificada aplicada no teste piloto e resultados obtidos

quanto a aplicação

Considerando os resultados do estudo com os grupos focais, o modelo de

Pesquisa de Clima Organizacional proposto(Anexo 7.3) como “simplificado” é

composto de 32 (questões) agrupadas em 08 dimensões, a saber: a) informações

básicas (pergunta 1 à pergunta 4); b) sentimento de valorização e orgulho (pergunta

5 à pergunta 11); c) estrutura organizacional (pergunta 11 à pergunta 16); d)

relacionamento entre os colaboradores (pergunta 17 à pergunta 19) e) remuneração

(pergunta 20 à pergunta 22); f) estrutura física do canteiro de obras (pergunta 22 à

pergunta 25); g) segurança no trabalho (pergunta 26 à 28); h) benefícios oferecidos

aos funcionários (pergunta 29 à pergunta 32). Além disso, ainda, há um espaço para

comentários e sugestões. Os pontos observados durante sua aplicação estão

detalhados no ANEXO 7.2 – Diário de campo.

A análise do seu pré-teste torna possível concluir que o modelo simplificado

está bem estruturado, é de fácil entendimento e pode ser respondido em até 10

minutos. Foi percebido que o modelo é facilmente aplicável para funcionários do

ramo da construção civil, desde que haja um acompanhamento e leitura por parte do

aplicador. Ainda, foi notada a importância da conscientização dos funcionários

quanto a importância da pesquisa, para que se sintam seguros a responde-la. Nada

obstante, mostrou-se ineficaz espaços para respostas dissertativas de opinião

56

própria, visto que os funcionários, devido ao seu baixo grande de escolaridade,

encontravam dificuldade para escrever.

4.2.4 PCO simplificada: O modelo final proposto

O modelo final de PCO simplificada (Anexo 7.4)é semelhante ao modelo

apresentado anteriormente ao pré-teste, com apenas duas diferenças que se

mostraram necessárias após o pré-teste: A) Reformulação das perguntas 31 e 32,

sobre os benefícios oferecidos aos funcionários pela empresa, para que se

apresentem de forma mais clara e sem a opção de resposta dissertativa e

B)Sugestão da resposta do “espaço para sugestões” ser dada oralmente,

diretamente para o aplicador, para facilitar o procedimento para os funcionários

devido à dificuldade de escrita. A pesquisa, como da forma anterior, conta com 32

perguntas divididas em 08 dimensões. O layout da pesquisa não mudou.

4.3 ANÁLISE DA PCO SIMPLIFICADA – POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES

A PCO Simplificada apresentada é uma sugestão de modelo para ser

aplicada a funcionários de canteiros de obras do setor da construção civil. Suas

potencialidades estão no fato de que: ela é um modelo genérico, que pode ser

adaptada para a realidade de toda e qualquer empresa do ramo; ela possui uma

linguagem de fácil entendimento; suas perguntas são curtas e precisas; ela pode ser

respondida rapidamente; ela engloba variáveis essenciais para a análise de

qualquer canteiro de obras.

Por sua vez, as fragilidades do modelo apresentado detectadas até

então é que a mesma é inaplicável aos funcionários se não houver o auxílio de um

aplicador, que incentive os funcionários a participar da pesquisa, que faça a leitura

oral das questões e que explique as questões quando necessário. Também, o teste

piloto não tinha como objetivo trazer a análise das respostas e mapeamento dos

problemas, pois buscava avaliar a PCO em si e não as respostas que foram dadas

pelos funcionários. Há uma vasta literatura sobre isso e o objetivo do TCC em

questão não é o tratamento dos dados estatísticos, porém se deixa como sugestão

para próximos trabalhos que venham a usar a PCO em questão, realizar a tabulação

e análise dos resultados, de forma que avalie se a forma de apresentação da

pesquisa está proporcionando a real análise das variáveis.

57

Quanto as variáveis levantadas com os grupos focais e que

compreendem a versão final da PCO simplificada, a pesquisadora acredita que a

partir das mesmas é possível compreender o clima organizacional do canteiro de

obras, podendo conhecer a percepção coletiva que os funcionários têm da empresa,

as características dos indivíduos que trabalham na construtora e suas relações com

todos os aspectos internos e externos a ela, conceitos esses levantados por Oliveira

(2010) e Corbetta (2004). A pesquisadora concorda que todas as variáveis que

compõe a PCO simplificada são imprescindíveis para a análise do clima em um

canteiro de obras.

Quanto a variável “sentimento de valorização e orgulho”, ela se relaciona

com a variável citada por Bispo (2010) como a identificação profissional dos

funcionários com a empresa, que mede o orgulho em seu sucesso profissional e o

sentimento de valorização obtido em seu trabalho. Como exposto na revisão

bibliográfica, o ramo da construção civil apresenta rotatividade e absenteísmos

elevados, logo o sentimento de valorização e orgulho dos operários dos canteiros de

obras muitas vezes afeta a produção, sendo importante sua avaliação.

Em relação a variável “estrutura física do canteiro de obras”, a

pesquisadora concorda que é indispensável a limpeza, organização e condições

higiênicas e sanitárias adequadas para manter os funcionários motivados. Na

revisão de literatura, foi exposto por vários autores as condições precárias que se

encontram inúmeros canteiros de obras. Ainda, a questão de área de vivências

levantada pelos funcionários é considerável para a manutenção da QVT.

Quanto aos “benefícios oferecidos aos funcionários”, ambos funcionários

como engenheiros a elegeram como uma variável significativa. A pesquisadora

concorda com a alegação, e ressalta as ações inovadoras por empresas citadas no

item 2.2.4.1, que fazem grande ressalva a esses benefícios.

A variável “segurança no trabalho” se mostrou de extrema importância

nas reuniões com os grupos focais, principalmente pela prevenção contra acidentes,

que é um medo frequente entre os trabalhadores. Burgueño(2014), em seu estudo,

comprova que esta variável vem sendo incluída regularmente nas PCO atuais. A

pesquisadora acredita que uma PCO direcionada ao setor da construção civil não

pode deixar de apresentar esta variável.

Em relação a “estrutura organizacional”, ela se mostra valorosa para a

análise do clima em canteiros de obras pois a hierarquia propicia o bom andamento

58

das atividades, e os funcionários, nas reuniões focais, exibiram grande apresso por

uma estrutura organizacional clara. A pesquisadora julga que os operários dos

canteiros se sentem confusos quando não possuem a orientação de um superior

durante as atividades, afetando diretamente a produção. Ainda, também acredita

que a estrutura organizacional tende a melhorar a motivação dos operários.

A questão do “relacionamento com os colaboradores” é na verdade o

principal motivador dos funcionários no ambiente do canteiro de obras, sendo ainda

mais relevante quando os funcionários vivem em alojamentos. O bom

relacionamento entre colaboradores se mostrou como fator motivador de produção,

defendido tanto por funcionários como engenheiros, e creditado também pela

pesquisadora.

Ainda, a “remuneração” é defendida por todos os autores citadas na

revisão bibliográfica dessa pesquisa em seus modelos de PCO. No setor da

construção civil, a remuneração é baixa e muitas vezes não serve para cobrir as

necessidades básicas dos operários. Barros e Mendes (2003) faz a ressalva de que

a baixa remuneração dos funcionários é agente causador de sofrimento psíquico,

por isso causa efeitos significativos no clima organizacional do canteiro.

Além das variáveis básicas levantadas nas reuniões com os grupos focais,

acredita-se na importância da análise na PCO dos fatores externos de influência

defendidos por Bispo (2010), que são os fatores que têm origem fora do âmbito da

empresa, mas que exercem influência direta no comportamento, ações e decisões

dos funcionários dentro do canteiro de obras. Fatores como convivência familiar,

situação financeira, saúde e segurança pública afetam diretamente os operários dos

canteiros de obras. Os fatores externos de influência eram avaliados na primeira

versão da PCO sugerida, entretanto foram retirados afim de diminuir o número de

questões da PCO, porém não se descarta sua importância. Pode-se citar esta como

uma fragilidade do modelo.

59

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As principais dificuldades em relação a realização deste trabalho estão

ligadas a escassa bibliografia em relação aos recursos humanos que atuam

emcanteiros de obras da construção civil e também aos poucos estudos

relacionados à análise do clima nesse ambiente. Ainda, destaca-se como obstáculo

grau de instrução da maioria dos operários, que lhes impede de responder um

questionário de forma autônoma.

O modelo de PCO simplificado, embora construído junto aos funcionários

que atuam em canteiro de obras e realizado o teste piloto, não se caracteriza como

uma proposta definitiva. Embora tenha saído de dentro de uma empresa da

construção civil, é bem provável que requer ajustes, dependendo da realidade da

empresa e do local (região) em que for aplicada. Acredita-se que somente teremos

uma compreensão mais ampla do modelo quando este for aplicado em um canteiro

de obras e realizadas análises das variáveis implicadas. A aplicação e análise da

PCO simplificada, aliás, gostaria de deixar como sugestão para dar continuidade ao

meu trabalho (por outros colegas do Curso, ou mesmo em curso de mestrado).

Como já mencionado, a proposta foi elaborada a partir de discussões com

grupos focais de funcionários e engenheiros de uma empresa que atua na região Sul

do Brasil. Dependendo da localização geográfica da empresa onde a PCO for

aplicada, por exemplo, o modelo proposto poderá sofrer ajustes em algumas

variáveis. Fatores como a variável clima (calor, frio, chuva intensa) influenciam

diretamente no clima organizacional. Ainda, a representação sindical e as leis

trabalhistas mudam de estado para estado, onde cada um possui legislação

específica em relação a horas extras, por exemplo. Outra questão importante é a

origem dos funcionários. Muitas empresas contratam operários de outras cidades ou

estados, o que requer a organização de alojamentos. Este aspecto também

temimpactos significativos no clima, devido a distância da família ou a falta de

conforto que normalmente caracterizam os alojamentos.

Para o Curso de Engenharia Civil da UFSM, gostaria de sugerir que a

gestão de pessoas no âmbito da construção civil passe a fazer parte do currículo,

visto que engenheiros civis atuam como gestores da força de trabalho nos canteiros

de obras, e a atenção dada aos recursos humanos no setor se encontra distante do

60

desejável para se obter melhor comprometimento, qualidade e produtividade. É

papel da universidade formar profissionais conscientes do seu papel da gestão de

pessoas como fator estratégico para o crescimento das organizações.

Para concluir, acredito que novos estudos devem ser desenvolvidos em

Canteiros de Obras da Construção Civil, face a escassa literatura existente neste

setor. Acredito que novas pesquisas são necessárias, inclusive, em relação ao papel

do mestre de obras e do engenheiro na qualidade de vida do operário. Durante meu

estágio em uma Construtora na região noroeste do Estado percebi a importância do

mestre de obras e dos engenheiros em uma organização porque eles se

constituemno “elo” entre os operários e a diretoria da construtora. É importante que

cada vez mais as empresas atentem à qualidade de vida de seus funcionários, não

apenas no sentido de ampliar a rentabilidade ou a produção da empresa, mas

porque deve haver investimento no ser humano.

61

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65

7 ANEXOS ANEXO A - Pesquisa de Clima Organizacional (1º modelo com 62

perguntas)

PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL

Introdução à pesquisa de clima:

O sucesso das empresas tem relação direta com a qualidade da gestão das relações

com os clientes e as pessoas que nela trabalham. Com base nesta afirmação, esta pesquisa

tem por objetivo analisar os fatores que a afetam os níveis de motivação, satisfação e

desempenho na percepção dos operários da construção civil.

Após o levantamento dos fatores que influenciam o clima da empresa, será possível

elaborar os planos de ação que poderão proporcionar ajustes nos itens que serão

considerados oportunidade de melhoria e reforçar os itens que considerados pontos fortes

pelos respondentes.

Em todas as perguntas sempre marque com um X apenas uma resposta. É muito

importante que você se manifeste de forma sincera, para que os dados fornecidos retratem da

forma mais fiel possível a realidade do relacionamento entre a empresa e os seus funcionários

e se possa traçar planos de ação. Lembre-se que todos os itens devem ser marcados, porém,

os itens que você não souber ou não quiser responder podem ser deixados em branco.

Agradecemos a sua participação!

Informações básicas

1. Há quanto tempo você trabalha na empresa?

( ) Menos de 1 ano ( ) Entre 1 e 2 anos ( ) Entre 2 e 5 anos ( ) 5 anos ou mais

2. Qual sua idade?

( ) Menos de 20 anos

( ) Entre 20 e 25 anos

( ) Entre 25 e 35 anos

( ) Entre 35 e 45 anos

( ) Entre 45 e 55 anos

( ) 55 anos ou mais

3. Qual seu nível de instrução?

( ) Analfabeto

( ) Ensino fundamental incompleto

( ) Ensino fundamental completo

( ) Outros. Qual? ______________

( ) Ensino médio incompleto

( ) Ensino médio completo

( ) Ensino técnico

4. Qual a função você exerce?

( ) Pedreiro

( ) Servente

( ) Carpinteiro

( ) Operador de máquinas/Motorista

( ) Outro. Qual? _________________

( ) Ferreiro

( ) Encarregado/contramestre

66

( ) Mestre de obras

( ) Sinaleiro

Vida Profissional

5. Sinto orgulho de trabalhar nesta empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

6. Sinto orgulho da atividade que desempenho nesta empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

7. Estou satisfeito em trabalhar na empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

8. A empresa demonstra que acha importante a atividade que desempenho.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

9. Minha família reconhece e valoriza meu trabalho.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

10. Recebo informações, ensinamentos e acompanhamento suficiente para

desempenhar minhas atividades com qualidade.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

11. Gostaria de desempenhar outras atividades (mudar de função) no canteiro de

obras.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

12. Costumo indicar essa empresa para parentes e amigos trabalharem.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

13. Gostaria que meu filho trabalhasse nessa empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

14. Me sinto responsável pelo crescimento da empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

15. Desde que comecei a trabalhar aqui, a empresa melhorou e cresceu.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

16. Tenho medo de perder meu emprego, o que afeta minha motivação.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

17. Me sinto motivado para ajudar a aumentar a produtividade da empresa, pois sei

que serei recompensado.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

18. Me sinto apto para assumir responsabilidades maiores das que possuo

atualmente.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

67

19. Como você se imagina daqui a dois anos?

( ) Trabalhando na mesma empresa, no mesmo cargo

( ) Trabalhando na mesma empresa, em um cargo melhor

( ) Trabalhando em outra empresa, no mesmo cargo

( ) Trabalhando por conta própria

( ) Trabalhando em outra empresa, em um cargo melhor

( ) Sem opinião

Relacionamento entre colaboradores

20. Eu confio nas decisões tomadas pelo meu superior no canteiro.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

21. Meu superior no canteiro é um líder.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

22. Me sinto confortável em expressar minha opinião para meu superior.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

23. Meu superior me fornece todas as informações necessárias para realizar minhas

atividades.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

24. Meu superior escuta a mim e aos outros colaboradores na hora de tomar

decisões.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

25. Meu superior fala o que pensa do meu trabalho com frequência, me elogiando ou

me fazendo sugestões quando necessário.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

26. Me sinto pressionado para realizar meu trabalho pelo meu superior.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

27. Todos os funcionários são tratados com respeito, independente do cargo que

ocupam.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

28. Tenho amigos e me sinto parte de um grupo na empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

68

29. Não tenho problemas em pedir ajuda para qualquer outro funcionário para

desempenhar minhas atividades caso necessite.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

Remuneração

30. Acho justo o meu salário atual.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

31. Em comparação com outras construtoras, o salário em nossa empresa é bom.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

32. Meu patrimônio é condizente com o meu esforço no trabalho.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

Segurança no trabalho

33. Me sinto seguro ao desempenhar minhas atividades.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

34. As ferramentas e máquinas estão em bom estado e me permitem desempenhar

as atividades com segurança.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

35. Tenho bom acompanhamento e instrução fornecido pela equipe de segurança no

trabalho.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

Condições básicas de trabalho

36. Acho justo e suficiente o programa de auxílio transporte fornecido pela empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

37. Acho justo e suficiente o programa de auxílio alimentação fornecido pela

empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

38. A empresa nos fornece boas condições de higiene no canteiro.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

39. A empresa nos fornece vestuário suficiente para o trabalho.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

40. A estrutura montada para o canteiro de obras é adequada e suficiente.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

41. Meu trabalho não prejudica minha saúde.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

Benefícios extras

42. As reuniões semanais me auxiliam a desempenhar minhas atividades.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

69

43. Estou satisfeito com os benefícios fornecidos pela empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

44. Estou satisfeito com frequência das integrações e churrascos fornecidos pela

empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

45. Gostaria de mais confraternizações entre funcionários e famílias.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

46. Minha carga horária de trabalho me permite ter tempo de lazer com minha

família e amigos.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

47. Os treinamentos que me são oferecidos são suficientes para desempenhar

minhas atividades.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

48. Teria interesse em realizar mais treinamentos para me qualificar melhor para a

empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

49. Minha carga horária de trabalho me permite ter tempo de lazer com minha

família e amigos.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

50. Gostaria que a empresa me fornecesse mais benefícios.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim. Quais?_________

51. Gostaria de receber auxílio para continuar/terminar o ensino

fundamental/ensino médio.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

52. Acredito que não estou conseguindo dar atenção o suficiente para minha saúde e

para a saúde de minha família.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

Fatores externos de influência

É importante para a empresa conhecer melhor a realidade vivida pelo funcionário fora

do ambiente de trabalho, pois isto exerce influência direta no comportamento e motivação do

funcionário dentro da empresa. Após o levantamento da situação de cada item por meio da

pesquisa, será possível elaborar planos de ação para se tentar amenizar a ação negativa dos

itens que receberem uma avaliação ruim. Porém, como foi dito anteriormente, não há

problema em deixar em branco caso não se sinta confortável respondendo.

53. Estou satisfeito com a alimentação que estou podendo proporcionar à minha

família.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

54. Estou satisfeito com a educação que estou podendo proporcionar aos meus

filhos.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

70

55. Tenho uma boa relação com meus pais, minha esposa e meus filhos.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

56. Estou satisfeito com a minha residência, que me oferece um abrigo saudável.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

57. Me sinto seguro no local onde eu vivo.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

58. Estou satisfeito ao vestuário que estou podendo proporcionar à minha família.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

59. Estou com uma situação financeira em ordem.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

60. Estou satisfeito com meu estado físico e minhas práticas desportivas.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

61. Estou satisfeito com o acompanhamento que venho dando ao time de futebol

para que torço.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

62. Estou satisfeito com o lazer que estou podendo proporcionar à minha família.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

Espaço para sugestões

71

Neste espaço, você pode relatar as suas observações, os seus comentários, as suas

reivindicações, as suas queixas, as suas críticas, as suas sugestões ou os seus elogios, seja para a

empresa em si, ao seu superior, às condições de trabalho, às normas de trabalho, à forma de

tratamento recebida de seus chefes, aos seus colegas de trabalho, entre outros. Sinta-se à vontade

para relatar e revelar tudo o que desejar sem constrangimentos. Lembre-se que você não precisa se

identificar, a menos que queira fazê-lo. Ficaremos muito felizes em ouvir sua opinião!

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

72

73

ANEXO B - Diário de campo

RESULTADO DAS DISCUSSÕES COM OS GRUPOS FOCAIS E DA APLICAÇÃO

PRÉ-TESTE DO MODELO SIMPLIFICADO

1. Pesquisa de Clima Organizacional: as contribuições dos operários

O grupo focal de funcionários era constituído de 8 integrantes, que ocupavam

funções distintas no canteiro de obras, como mestre de obras, encarregado de

construção civil, encarregado de carpintaria, ferreiro e pedreiro. Os resultados

obtidos a partir da discussão com o grupo focal em questão foram de encontro às

muitas teorias citadas no referencial teórico desse trabalho. As variáveis defendidas

pelos mesmos foram: A) Remuneração, de forma que seja um valor compatível com

o mercado e que torne possível trazer condições de conforto a suas famílias,

levando em consideração que todos os funcionários se mostraram muito

preocupados com as condições fornecidas aos seus entes, ideias essas já

defendidas por Bispo (2006) e Burgueño (2014); B) Benefícios oferecidos aos

funcionários, como cesta básica, plano odontológico, plano de saúde ou demais

auxílios oferecidos além do salário foram citados como de grande valor no ambiente

de trabalho, indo de encontro às ações inovadoras de grandes empresas citadas no

item 2.2.4.1; C) Estrutura física oferecida nos canteiros de obras (ambiente de

trabalho), sendo alegado pelos funcionários que pequenas áreas de vivência para os

mesmos terem um espaço definido para poderem, ao menos, descansarem após o

almoço, deixava-os mais motivados e aumentando sua QVT; D) Estrutura

organizacional, que foi alegada como essencial para o bom andamento das

atividades em campo, visto como necessário uma hierarquia justa e bem

estruturada, da mesma forma que é citado pela revisão bibliográfica desse trabalho,

sendo citado por Burgueño (2014) como “relacionamento hierárquico e profissional”;

E) Sentimento de valorização, que se assemelha a “Consideração Humana” citada

por Sbragia, e que consiste, segundo os funcionários, em pequenas demonstrações

de preocupação com seu estado físico ou emocional, dito por eles que se sentiam

motivados quando “se sentiam importantes na obra”; F) Relacionamento entre os

74

colaboradores, sendo que, segundo eles: “entre os funcionários, tem-se uma

família, e se um está mal, todos se ajudam”, tornando claro a importância da união

entre operários, como foi levantado por Kolb: “o sentimento de que a amizade é uma

forma valorizada na organização, onde os membros confiam uns nos outros e

oferecem apoio mútuo”; G) Localização da obra, sendo que como foi reiterado, a

forma de organização do trabalho do grupo focal entrevistado era o de viajar pelo

país de acordo com a demanda de obras, vivendo em alojamentos fornecidos pelas

empresas, estando longe de suas famílias, variável que traz sofrimento acentuado a

muitos funcionários; H) Horário de trabalho, citado por Burgueño(2014) e creditada

pelos funcionários como de grande importância, pois, segundo eles, “se houvesse

quinze minutos de pausa durante as tardes para um café ou um pequeno descanso,

o cansaço seria muito menor”; I) Segurança do trabalho, também citado por

Burgueño(2014) como uma variável atual, e que se mostrou, quiçá, a variável mais

importante para os funcionários, que dizem “não realizar nenhuma atividade se não

se sentirem seguros”, haja visto que na experiência profissional vivenciaram vários

acidentes por parte de colegas.

2. Pesquisa de Clima Organizacional: as contribuições de engenheiros

O grupo focal de engenheiros avaliou como importantes variáveis que também

foram citadas pelos funcionários, como: A) Remuneração, citando que pela

experiência profissional engenheiros, incentivos como participação nos lucros e

resultados da empresa incentivavam o aumento da produção e do sentimento de

valorização dos operários, prática essa utilizada por empresas citadas no item2.2.4.1

dessa pesquisa; B) Estrutura física do canteiro de obras, dito que as

necessidades básicas dos funcionários deviam ser satisfeitas, sendo que o operário

da construção civil anseia por um canteiro de obras bem estruturado, com higiene

nas áreas de vivência, boas instalações sanitárias e segurança, indo de encontro as

ideias de Honorio (2002) citadas no referencial bibliográfico; C) Relacionamento

entre os colaboradores, defendido que os funcionários produziam mais quando

dentro de uma equipe engajada e com bom relacionamento, além de que

necessitavam do apoio dos colegas para encarar as dificuldades do trabalho braçal

e exaustivo; D) Estrutura organizacional, defendendo também a importância da

hierarquia para o bom andamento das atividades em campo; E) Segurança no

75

trabalho, vista também como a variável mais importante no contexto atual do setor

da construção civil, dito pelos engenheiros que “muitos funcionários, atualmente, se

negam a trabalhar quando não se sentem seguros em suas atividades”; F)

Localização da obra, devido ao fator “distância da família”, sendo que o intervalo

entre as viagens possibilitadas pela empresa para visitar a família é visto como

muito importante, pois “quando os funcionários ficam muito tempo sem ir para suas

casas, se mostram tristes e insatisfeitos no trabalho”.

Por sua vez, díspar dos funcionários, os engenheiros atentaram para variáveis

como G) Comida oferecida na obra e alojamento atendendo as condições

básicas de vivência, estando esses fatores na base da pirâmide de Maslow citada

no referencial bibliográfico; H) Materiais e informações para a realização das

atividades, defendido também por Sbragia como “as condições e os instrumentos

de trabalho necessários para um bom desempenho; o quanto a organização facilita

seus trabalhos principais”, e dito pelos engenheiros que, “se os funcionários não

possuíam as ferramentas e as informações, não desempenhavam suas atividades

com qualidade e ocorria retrabalho”; I) Cultura Organizacional, pois segundo os

engenheiros, “os funcionários mostram felicidade quando trabalham em uma

empresa com valores definidos, cujos quais eles se identificam, e ainda sentem

orgulho do empreendimento que estão ajudando a construir”, variável essa que

segundo Bispo (2006) engloba as importância das tradições, práticas e costumes da

organização para os funcionários.

Sobre a apresentação da pesquisa, o grupo focal de engenheiros acredita que

a PCO deve conter no máximo 30 questões, com apenas 3 opções de resposta, e

com perguntas curtas e claras. Foi ainda sugerido que a PCO seja aplicada no

próprio canteiro de obras, entretanto não para todos os funcionários, mas sim por

“amostragem, onde 2 ou 3 funcionários por equipe respondam a PCO”, pois

acreditam que “seria inviável aplicar a PCO para todos os funcionários de um

canteiro de obras pois atrapalharia a dinâmica da produção, e também porque é

necessário um acompanhamento para a resposta de todas as questões da PCO

devido à dificuldade de leitura dos funcionários”.

76

3. Pesquisa de clima organizacional: as variáveis levantadas com os dois

grupos focais

Durante a discussão com os grupos focais, as seguintes variáveis foram

apontadas pelos mesmos:

Quadro 1 – Fatores internos IMPORTANTESpara uma PCO “simplificada”

indicados pelos grupos focais

Fatores Internos Bispo (2006)

Grupo Focal I Engenheiros

Grupo Focal II Operários

Ambiente de trabalho Estrutura física do canteiro de obras

Estrutura física do canteiro de obras

Assistência aos funcionários

Necessidades básicas atendidas (comida e

alojamento)

Benefícios oferecidos aos funcionários

Burocracia Segurança no trabalho Segurança no trabalho Cultura organizacional Cultura organizacional Sentimento de valorização

na empresa Estrutura organizacional Estrutura organizacional Estrutura organizacional

Nível sociocultural Relacionamento entre os colaboradores

Relacionamento entre colaboradores

Incentivos profissionais Remuneração Remuneração Remuneração Localização da obra Localização da obra

Segurança profissional Materiais e informações para realização das

atividades

Horário de trabalho

Transporte casa/trabalho Vida profissional

4. Pesquisa de Clima Organizacional: contribuições pela aplicação do modelo

(pré-teste) para o grupo focal de funcionários

A aplicação do modelo simplificado de PCO foi realizada em um pré-teste

para 4 funcionários, sendo eles carpinteiro(1), ferreiro(2) e pedreiro (1). Todos

possuíam como grau de escolaridade o ensino fundamental incompleto.

Primeiramente, os funcionários se mostraram receosos quanto a pesquisa, pois

tinham um receio muito grande de não conseguirem responder a mesma, sendo que

alguns funcionários que foram convidados a responde-la disseram não ter interesse

por “não ter conhecimento suficiente para isso”. Conforme a pesquisadora explicou

claramente os objetivos da pesquisa e como ela se constituía, eles foram mostrando

77

mais confiança. Todas as perguntas foram lidas em voz alta para que então os

funcionários respondessem, e muitas vezes mais explicações eram necessárias,

oralmente, para que os funcionários entendessem realmente a pergunta. Além, 2

funcionários se perderam na hora de preencher a pesquisa, pulando perguntas. O

preenchimento da pesquisa levou cerca de 10 minutos. Entretanto, no final da

pesquisa, os funcionários mostraram grande dificuldade e insegurança no “espaço

para sugestões”, pois encontravam dificuldade para escrever.

Após a aplicação, os funcionários teceram comentários positivos sobre a

PCO, como “essa pesquisa é muito boa para nós”, e também atestaram que a

pesquisa “estava fácil de responder”. Ainda, citaram que “é importante que alguém

leia e ajude, porque muitos funcionários não conseguem ler”.

78

ANEXO C - Pesquisa de Clima Organizacional Simplificada (antes do teste

piloto)

PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL

A proposta deste questionário é conhecer os funcionários que trabalham na

empresa, analisar suas necessidades e insatisfações, e tornar o canteiro de obras um melhor

lugar para se trabalhar.

Fique à vontade para responder o questionário, seja o mais verdadeiro possível. A participação na pesquisa é voluntária, contudo, a sua participação é importante. Considerando a importância do sigilo, você não precisa se identificar. Leia com atenção as perguntas e marque um X em cada resposta.

Agradecemos a sua participação!

63. Há quanto tempo você trabalha na empresa?

( ) Menos de 1 ano ( ) Entre 1 e 2 anos ( ) Entre 2 e 5 anos ( ) 5 anos ou mais

64. Qual sua idade?

( ) Menos de 20 anos

( ) Entre 20 e 25 anos

( ) Entre 25 e 35 anos

( ) Entre 35 e 45 anos

( ) Entre 45 e 55 anos

( ) 55 anos ou mais

65. Qual seu nível de instrução?

( ) Analfabeto

( ) Ensino fundamental incompleto

( ) Ensino fundamental completo

( ) Outros. Qual?______________

( ) Ensino médio incompleto

( ) Ensino médio completo

( ) Ensino técnico

66. Qual a função você exerce?

( ) Pedreiro

( ) Servente

( ) Carpinteiro

( ) Operador de máquinas/Motorista

( ) Outro. Qual? _________________

( ) Ferreiro

( ) Encarregado/contramestre

( ) Mestre de obras

( ) Sinaleiro

67. Sinto orgulho de trabalhar nesta empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

68. Sinto orgulho da atividade que desempenho nesta empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

69. Estou satisfeito em trabalhar na empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

70. A empresa demonstra que acha importante a atividade que desempenho.

79

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

71. Costumo indicar essa empresa para parentes e amigos trabalharem.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

72. Me sinto motivado para ajudar a aumentar a produtividade da empresa, pois sei

que serei recompensado.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

73. Como você se imagina daqui a dois anos?

( ) Trabalhando na mesma empresa, no mesmo cargo

( ) Trabalhando na mesma empresa, em um cargo melhor

( ) Trabalhando em outra empresa, no mesmo cargo

( ) Trabalhando por conta própria

( ) Trabalhando em outra empresa, em um cargo melhor

( ) Sem opinião

74. Eu confio nas decisões tomadas pelo meu superior no canteiro.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

75. Meu superior escuta a mim e aos outros colaboradores na hora de tomar

decisões.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

76. Meu superior fala o que pensa do meu trabalho com frequência, me elogiando ou

me fazendo sugestões quando necessário.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

77. Estou satisfeito com a forma que está organizada minha equipe de trabalho.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

78. Recebo informações, ensinamentos e acompanhamento suficiente para

desempenhar minhas atividades com qualidade.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

79. Tenho um bom relacionamento com meus companheiros de trabalho.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

80. Não tenho problemas em pedir ajuda para qualquer outro funcionário para

desempenhar minhas atividades caso necessite.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

80

81. Considero meus companheiros de trabalho meus amigos e me sinto parte de um

grupo na empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

82. Acho justo o meu salário atual.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

83. Em comparação com outras construtoras, o salário em nossa empresa é bom.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

84. Meu patrimônio é condizente com o meu esforço no trabalho.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

85. A estrutura montada para o canteiro de obras é adequada e suficiente.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

86. A empresa nos fornece boas condições higiênicas e sanitárias no canteiro.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

87. O canteiro de obras é limpo e organizado.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

88. Me sinto seguro ao desempenhar minhas atividades.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

89. As ferramentas e máquinas estão em bom estado e me permitem desempenhar

as atividades com segurança.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

90. Tenho bom acompanhamento e instrução fornecido pela equipe de segurança no

trabalho.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

91. Acho justo e suficiente o programa de auxílio transporte fornecido pela empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

92. Acho justo e suficiente o programa de auxílio alimentação fornecido pela

empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

93. Os benefícios fornecidos pela empresa são bons.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

94. Acredito que a empresa poderia fornecer aos funcionários mais benefícios.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim. Quais?_________

81

Espaço para sugestões

O que você gostaria que melhorasse ou mudasse na construtora, no canteiro de obras, ou no

seu trabalho em geral? (Caso você tenha alguma contribuição, você pode escrever abaixo ou falar

diretamente para o aplicador)

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

82

83

ANEXO D - Pesquisa de Clima Organizacional Simplificada Final

PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL

A proposta deste questionário é conhecer os funcionários que trabalham na

empresa, analisar suas necessidades e insatisfações, e tornar o canteiro de obras um melhor

lugar para se trabalhar.

Fique à vontade para responder o questionário, seja o mais verdadeiro possível. A participação na pesquisa é voluntária, contudo, a sua participação é importante. Considerando a importância do sigilo, você não precisa se identificar. Leia com atenção as perguntas e marque um X em cada resposta.

Agradecemos a sua participação!

95. Há quanto tempo você trabalha na empresa?

( ) Menos de 1 ano ( ) Entre 1 e 2 anos ( ) Entre 2 e 5 anos ( ) 5 anos ou mais

96. Qual sua idade?

( ) Menos de 20 anos

( ) Entre 20 e 25 anos

( ) Entre 25 e 35 anos

( ) Entre 35 e 45 anos

( ) Entre 45 e 55 anos

( ) 55 anos ou mais

97. Qual seu nível de instrução?

( ) Analfabeto

( ) Ensino fundamental incompleto

( ) Ensino fundamental completo

( ) Outros. Qual?______________

( ) Ensino médio incompleto

( ) Ensino médio completo

( ) Ensino técnico

98. Qual a função você exerce?

( ) Pedreiro

( ) Servente

( ) Carpinteiro

( ) Operador de máquinas/Motorista

( ) Outro. Qual? _________________

( ) Ferreiro

( ) Encarregado/contramestre

( ) Mestre de obras

( ) Sinaleiro

99. Sinto orgulho de trabalhar nesta empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

100. Sinto orgulho da atividade que desempenho nesta empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

101. Estou satisfeito em trabalhar na empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

102. A empresa demonstra que acha importante a atividade que desempenho.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

103. Costumo indicar essa empresa para parentes e amigos trabalharem.

84

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

104. Me sinto motivado para ajudar a aumentar a produtividade da empresa,

pois sei que serei recompensado.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

105. Como você se imagina daqui a dois anos?

( ) Trabalhando na mesma empresa, no mesmo cargo

( ) Trabalhando na mesma empresa, em um cargo melhor

( ) Trabalhando em outra empresa, no mesmo cargo

( ) Trabalhando por conta própria

( ) Trabalhando em outra empresa, em um cargo melhor

( ) Sem opinião

106. Eu confio nas decisões tomadas pelo meu superior no canteiro.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

107. Meu superior escuta a mim e aos outros colaboradores na hora de tomar

decisões.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

108. Meu superior fala o que pensa do meu trabalho com frequência, me

elogiando ou me fazendo sugestões quando necessário.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

109. Estou satisfeito com a forma que está organizada minha equipe de

trabalho.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

110. Recebo informações, ensinamentos e acompanhamento suficiente para

desempenhar minhas atividades com qualidade.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

111. Tenho um bom relacionamento com meus companheiros de trabalho.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

112. Não tenho problemas em pedir ajuda para qualquer outro funcionário

para desempenhar minhas atividades caso necessite.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

113. Considero meus companheiros de trabalho meus amigos e me sinto parte

de um grupo na empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

85

114. Acho justo o meu salário atual.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

115. Em comparação com outras construtoras, o salário em nossa empresa é

bom.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

116. Meu patrimônio é condizente com o meu esforço no trabalho.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

117. A estrutura montada para o canteiro de obras é adequada e suficiente.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

118. A empresa nos fornece boas condições higiênicas e sanitárias no canteiro.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

119. O canteiro de obras é limpo e organizado.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

120. Me sinto seguro ao desempenhar minhas atividades.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

121. As ferramentas e máquinas estão em bom estado e me permitem

desempenhar as atividades com segurança.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

122. Tenho bom acompanhamento e instrução fornecido pela equipe de

segurança no trabalho.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

123. Acho justo e suficiente o programa de auxílio transporte fornecido pela

empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

124. Acho justo e suficiente o programa de auxílio alimentação fornecido pela

empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

125. Estou satisfeito com os benefícios fornecidos pela empresa.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

126. Em comparação com outras construtoras, os benefícios oferecidos pela

nossa empresa são bons.

( ) Não ( ) Mais ou menos ( ) Sim

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Espaço para sugestões

O que você gostaria que melhorasse ou mudasse na construtora, no canteiro de obras, ou no

seu trabalho em geral? (Caso você tenha alguma contribuição, você pode escrever abaixo ou falar

diretamente para o aplicador)

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