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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Jaqueline Andressa Martin ANÁLISE DA MOBILIDADE EM UM CAMPUS UNIVERSITÁRIO ESTUDO DE CASO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Santa Maria, RS 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Jaqueline Andressa Martin

ANÁLISE DA MOBILIDADE EM UM CAMPUS UNIVERSITÁRIO – ESTUDO DE

CASO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

Santa Maria, RS

2017

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JAQUELINE ANDRESSA MARTIN

ANÁLISE DA MOBILIDADE EM UM CAMPUS UNIVERSITÁRIO – ESTUDO DE

CASO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheira Civil. Orientador: Prof. Dr. Carlos José A. Kümmel Félix

Santa Maria, RS

2017

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JAQUELINE ANDRESSA MARTIN

ANÁLISE DA MOBILIDADE EM UM CAMPUS UNIVERSITÁRIO – ESTUDO DE

CASO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheira Civil.

COMISSÃO EXAMINADORA

_____________________________________

Carlos José A. Kümmel Félix, Dr. (UFSM)

(Presidente/Orientador)

_____________________________________

Tatiana Cureau Cervo, Dra. (UFSM)

_____________________________________

Carlos José M. Kümmel Félix, Me. (UFSM)

Santa Maria, 13 de dezembro de 2017.

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AGRADECIMENTOS

A realização desse trabalho bem como a conclusão do curso de Engenharia

Civil, foram possíveis devido a minha constante dedicação, e também devido ao apoio

de pessoas importantes durante essa árdua, mas recompensadora, caminhada.

Agradeço, primeiramente, a Deus, pelo dom da vida, por todas as bênçãos

recebidas, e por conceder-me calma e sabedoria necessárias para enfrentar as

dificuldades.

À minha família, em especial aos meus pais, Marlene e Verni, por sempre

acreditarem em mim e não medirem esforços para me ver feliz, e minha irmã,

Angélica, pelo apoio, incentivo e por sempre me entender tão bem. Se cheguei até

aqui é porque eu tenho vocês ao meu lado.

Ao meu noivo, Caluê, por ser meu ponto de paz, pelo amor, paciência,

compreensão, e por ter enfrentado todas as dificuldades comigo, apesar da distância.

Aos professores da graduação, com os quais aprendi muito. Especialmente, ao

Prof. Carlos Félix, orientador desse trabalho, pelo apoio, pelas oportunidades dadas

durante a graduação, e pela alegria e disposição em compartilhar seu conhecimento

com seus alunos. Também agradeço ao Prof. Deividi Pereira, pelo incentivo,

reconhecimento, e pelo grande exemplo de professor que é.

Aos meus amigos e colegas, pelas conversas e por tornarem a vida mais leve.

Em especial, agradeço às minhas amigas Victória e Marina, que estiveram ao meu

lado durante a graduação, ajudando com os estudos e trabalhos, e tornando o dia a

dia mais divertido.

Ao grupo GEMOB, pelos conhecimentos compartilhados entre colegas e o Prof.

Carlos Félix, e pela oportunidade de estudar mais sobre essa área, que é tão

importante, mas pouco aprofundada durante a graduação.

À Base Jr., pela oportunidade de conhecer o MEJ, pelas amizades, e pelo

crescimento pessoal e profissional proporcionado.

Por fim, agradeço a todos que, de alguma forma, ajudaram na divulgação da

pesquisa, que foi base para a realização desse estudo.

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“A cidade avançada não é aquela em que

os pobres andam de carro, mas aquela

em que os ricos usam transporte público.”

(Enrique Peñalosa)

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RESUMO

Os campi universitários são caracterizados como Polos Geradores de Viagens. Por esse motivo, a mobilidade de acesso ao campus, muitas vezes, torna-se um problema, devido a grande quantidade de veículos que desejam acessar ou sair do campus em um mesmo período. Nesse contexto, está a Universidade Federal de Santa Maria, um campus localizado no bairro Camobi, em Santa Maria, que conta com uma população de mais de 26 mil pessoas, divididas entre alunos, professores e técnico-administrativos em Educação. Portanto, esse trabalho teve como objetivo analisar a situação atual da mobilidade de acesso ao campus da UFSM, identificar os principais problemas e apresentar possíveis soluções para tornar a mobilidade mais sustentável. Foi realizada a aplicação de um questionário online, que obteve 410 respostas, com perguntas a respeito das características dos deslocamentos, o meio de transporte utilizado e as motivações e barreiras para utilizá-los. De acordo com os resultados da pesquisa, a maioria utiliza o transporte público para acessar o campus, porém, para docentes e técnico-administrativos em Educação, a maioria utiliza o automóvel. Os bairros que geram e atraem o maior número de viagens são Camobi e Centro. Foram sugeridas como principais soluções para promover a mobilidade sustentável, partindo do bairro Camobi, o investimento em estrutura cicloviária, bicicletários, melhoria da segurança pública e implantação de passeios e ciclovias cobertas, enquanto para o bairro Centro, o investimento deve ser feito no transporte público, ao melhorar a disponibilidade de horários, renovar a frota de veículos e diminuir o tempo de percurso ao oferecer mais ônibus diretos.

Palavras-chave: Mobilidade Sustentável. Gerenciamento de Mobilidade. Polos Geradores de Viagens.

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ABSTRACT

University campus are characterized as Traffic Generator Poles. Therefore, the access mobility to the campus, many times, becomes a problem, due the large quantity of vehicle that wants to access or leave the campus at the same period. In this context, is the Federal University of Santa Maria, a campus located in the Camobi district, in Santa Maria, which counts with a population of more than 26 thousand people, divided between students, teachers and admnistrative technician. So, this study had as objective analyze the current situation of the access mobility to the UFSM campus, indentify the main problems and show possible solutions to make mobility more sustainable. It was applied an online questionnaire, that got 410 answers, with questions about the characteristics of the displacements, the means of transportation used and the motivations and barriers to use them. According to the research results, most people use public transportation to access the campus, however, for teachers and admnistrative technician, most use the car. The districts that generate and attract the largest number of displacements are Camobi and Centro. It was suggested as main solutions to promote sustainable mobility, for Camobi district, the investment in cycling infrastructure, bicycle racks, improvement of the public security and implantation of sidewalks and bike paths, while to Centro district, the investment should be in public transportation, by improving the availability of schedules, renewing the fleet of vehicles and reducing travel time by offering more direct buses. Key-words: Sustainable Mobility. Mobility Management. Traffic Generator Poles.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Taxa de Urbanização no Brasil ................................................................ 16

Figura 2 – Divisão modal nas cidades brasileiras - 2013 .......................................... 18

Figura 3 – Divisão modal por porte de município - 2013 ........................................... 18

Figura 4 – Crescimento da frota de veículos no Brasil .............................................. 19

Figura 5 – Emissões totais por modal - 2013 ............................................................ 20

Figura 6 – A pirâmide inversa do tráfego .................................................................. 22

Figura 7 – Buenos Aires: plano de priorização dos pedestres .................................. 24

Figura 8 – Antes e depois em uma interseção de Buenos Aires ............................... 24

Figura 9 – Espaço ocupado no trânsito, de acordo com o meio de transporte ......... 25

Figura 10 – Gráfico distância x tempo para cada meio de transporte ....................... 26

Figura 11 – Localização dos campi da UFSM ........................................................... 32

Figura 12 – Mapa do campus UFSM ......................................................................... 33

Figura 13 – Localização do campus UFSM ............................................................... 33

Figura 14 – Avenida Roraima .................................................................................... 36

Figura 15 – Faixa Velha ............................................................................................ 37

Figura 16 – Faixa Nova ............................................................................................. 38

Figura 17 – Localização do acesso secundário......................................................... 38

Figura 18 – Traçado pista multiuso ........................................................................... 41

Figura 19 – Pista multiuso UFSM .............................................................................. 42

Figura 20 – Condições das calçadas da UFSM ........................................................ 43

Figura 21 – Pontos de ônibus UFSM ........................................................................ 44

Figura 22 – Estacionamentos do CT e Reitoria - UFSM ........................................... 45

Figura 23 – Antes e depois do bicicletário no CT - UFSM ......................................... 46

Figura 24 – Local de trabalho/estudo na UFSM ........................................................ 49

Figura 25 – Situação do trânsito na cidade de Santa Maria ...................................... 49

Figura 26 – Meio de transporte mais utilizado para ir ao campus ............................. 50

Figura 27 – Divisão modal na cidade de Santa Maria ............................................... 51

Figura 28 – Bairros de origem ................................................................................... 53

Figura 29 – Meio de transporte x renda familiar ........................................................ 54

Figura 30 – Distância aproximada da origem até o campus ..................................... 55

Figura 31 – Tempo aproximado de viagem ............................................................... 55

Figura 32 – Horário de chegada na UFSM ................................................................ 56

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Figura 33 – Horário de saída da UFSM ..................................................................... 57

Figura 34 – Motivos para utilizar o automóvel ........................................................... 58

Figura 35 – Ocupação do automóvel ........................................................................ 59

Figura 36 – Disponibilidade de mudança de meio de transporte............................... 60

Figura 37 – Motivos para não utilizar o transporte público ........................................ 61

Figura 38 – Motivos para não utilizar a bicicleta ........................................................ 61

Figura 39 – Motivos para não ir a pé ......................................................................... 62

Figura 40 – Motivos para utilizar a bicicleta............................................................... 63

Figura 41 – Influência da construção da pista multiuso ............................................. 64

Figura 42 – Motivos para ir a pé ................................................................................ 65

Figura 43 – Motivos para utilizar o transporte público ............................................... 66

Figura 44 – Linhas de acesso ao campus ................................................................. 67

Figura 45 – Nível de satisfação com transporte público ............................................ 67

Figura 46 – Nível de satisfação por linha de ônibus .................................................. 68

Figura 47 – Motivos para utilizar a moto ................................................................... 69

Figura 48 – Divisão modal nos principais bairros ...................................................... 71

Figura 49 – Motivos para não utilizar a bicicleta (até 2km – bairro Camobi) ............. 72

Figura 50 – Motivos para não ir a pé (até 2km – bairro Camobi) .............................. 73

Figura 51 – Motivos para não utilizar a bicicleta (entre 2km e 7km – bairro Camobi)73

Figura 52 – Motivos para não utilizar o transporte público (bairro Centro) ................ 75

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Estudos de gerenciamento da mobilidade em campi universitários...........30

Tabela 2 – Perfil dos entrevistados.............................................................................48

Tabela 3 – Divisão modal conforme situação..............................................................51

Tabela 4 – Comparação com estudos semelhantes no Brasil.....................................78

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANTP

BRT

DENATRAN

DETRAN

CAL

CCR

CCS

CCSH

CE

CEFD

CEU

CT

CTISM

GEMOB

HUSM

IBGE

IPVA

ITDP

MM

PDMU

PGV

PGT

SIE

TDM

UDESSM

UFSM

VLT

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTES PÚBLICOS

BUS RAPID TRANSIT

DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO

DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO

CENTRO DE ARTES E LETRAS

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CENTRO DE EDUCAÇÃO

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS

CASA DO ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO

CENTRO DE TECNOLOGIA

COLÉGIO TÉCNICO INDUSTRIAL DE SANTA MARIA

GRUPO DE ESTUDOS EM MOBILIDADE

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFICA E ESTATÍSTICA

IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS

AUTOMOTORES

INSTITUTE FOR TRANSPORTATION AND DEVELOPMENT

POLICY

MOBILITY MANAGEMENT

PLANO DIRETOR DE MOBILIDADE URBANA

POLO GERADOR DE VIAGENS

POLO GERADOR DE TRÁFEGO

SISTEMA DE INFORMAÇÕES EDUCACIONAIS

TRANSPORTATION DEMAND MANAGEMENT

UNIDADE DESCENTRALIZADA DE ENSINO SUPERIOR DE

SILVEIRA MARTINS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

VEÍCULO LEVE SOBRE TRILHOS

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 13

1.1 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 14

1.2 OBJETIVOS ................................................................................................. 14

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 14

1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 16

2.1 MOBILIDADE URBANA ................................................................................ 16

2.1.1 Cultura do automóvel ................................................................................. 18

2.1.2 Mobilidade Urbana Sustentável................................................................. 20

2.1.2.1 Andar/Correr ................................................................................................. 23

2.1.2.2 Bicicleta ........................................................................................................ 25

2.1.2.3 Transporte público coletivo ........................................................................... 27

2.2 POLOS GERADORES DE VIAGENS ........................................................... 27

2.3 GERENCIAMENTO DA MOBILIDADE ......................................................... 28

2.3.1 Gerenciamento da mobilidade em campi universitários ......................... 29

3 METODOLOGIA........................................................................................... 31

3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................ 31

3.1.1 Histórico ...................................................................................................... 31

3.1.2 Características ............................................................................................ 31

3.2 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ......................................................... 34

4 ANÁLISE DA ACESSIBILIDADE E MOBILIDADE INTERNA ..................... 36

4.1 ACESSIBILIDADE ........................................................................................ 36

4.1.1 Transporte público ..................................................................................... 39

4.1.1.1 Circular Camobi ............................................................................................ 39

4.1.1.2 Bombeiros .................................................................................................... 39

4.1.1.3 T Neves ........................................................................................................ 39

4.1.1.4 Universidade ................................................................................................. 40

4.2 MOBILIDADE INTERNA ............................................................................... 40

4.2.1 Pista Multiuso ............................................................................................. 40

4.2.2 Ônibus Intracampus ................................................................................... 42

4.2.3 Aluguel de bicicletas .................................................................................. 42

4.2.4 Condições dos passeios ............................................................................ 43

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4.2.5 Pontos de ônibus do transporte público .................................................. 43

4.2.6 Estacionamento de veículos ..................................................................... 44

4.2.7 Bicicletários ................................................................................................ 45

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS.................................................................... 47

5.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS ..................................................................... 47

5.2 CARACTERIZAÇÃO DAS VIAGENS DE ACESSO ...................................... 50

5.3 CARACTERIZAÇÃO DAS VIAGENS DE EGRESSO ................................... 56

5.4 MOTIVOS PARA UTILIZAÇÃO DE DETERMINADO MODAL ..................... 58

5.4.1 Automóvel ................................................................................................... 58

5.4.2 Bicicleta ....................................................................................................... 62

5.4.3 A pé .............................................................................................................. 64

5.4.4 Transporte Público ..................................................................................... 65

5.4.5 Moto ............................................................................................................. 69

6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .............................................................. 70

6.1 SUGESTÕES PARA BAIRRO CAMOBI COMO ORIGEM/DESTINO .......... 72

6.2 SUGESTÕES PARA BAIRRO CENTRO COMO ORIGEM/DESTINO ......... 74

6.3 SUGESTÕES GERAIS ................................................................................. 76

6.4 COMPARAÇÃO COM OUTROS ESTUDOS NO BRASIL ............................ 77

7 CONCLUSÃO............................................................................................... 79

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 82

APÊNDICE A - MODELO DO QUESTIONÁRIO ...................................................... 86

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1 INTRODUÇÃO

O Brasil passa por um processo de urbanização desde meados do século XX.

Segundo dados das séries históricas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE, 2010), na década de 50, apenas 36% da população morava nas cidades,

enquanto, atualmente, tal índice é de quase 85%. Esse processo acaba produzindo

um crescimento populacional desordenado, que aliado a falta de planejamento,

desenvolve inúmeros problemas, entre eles os relacionados à mobilidade urbana.

Em uma cidade, as pessoas têm a necessidade de se locomover ao longo do

dia entre locais que envolvem seu trabalho, local de estudo, lazer e moradia. Essa

grande quantidade de viagens diárias somada ao uso excessivo do automóvel, que,

atualmente, é visto como prioridade em relação aos outros meios de transporte, gera

um problema ainda maior, que envolve congestionamentos, poluição e acidentes.

Com base nisso, é possível observar que o uso do automóvel como meio de transporte

não é sustentável e traz diversos malefícios à população e ao meio ambiente.

Por isso, especialmente nos últimos anos, a mobilidade sustentável tem se

destacado por defender o uso de outros meios de transporte, como a caminhada, a

bicicleta e o transporte coletivo. O objetivo da mobilidade sustentável é amenizar os

problemas gerados pelo uso excessivo do automóvel e inserir a mobilidade no

contexto do desenvolvimento sustentável, que é aquele que busca suprir as

necessidades da geração atual sem comprometer a possibilidade ou capacidade das

gerações futuras em satisfazer as suas necessidades (BRUNDTLAND, 1987).

Dentro desse contexto, também surgem os chamados Polos Geradores de

Viagens (PGV), que são empreendimentos de grande porte que atraem ou produzem

grande número de viagens, gerando impactos negativos na circulação viária em seu

entorno e, em certos casos, prejudicando a acessibilidade de toda a região, além de

agravar as condições de segurança de veículos e pedestres (BRASIL, 2001).

Os PGVs podem ser shopping centers, escolas, hospitais, hipermercados,

estádios e universidades, sendo que o último se apresenta como um ambiente

favorável para realização de gerenciamento da mobilidade, por ser um local de estudo

e pesquisa, que permite a produção e desenvolvimento de novas ideias, assim como

a propagação das medidas adotadas para o resto da sociedade (PARRA e

PORTUGAL, 2006). Com base nisso, o foco deste trabalho é um PGV da cidade de

Santa Maria, o campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

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1.1 JUSTIFICATIVA

A UFSM, Campus de Santa Maria, objeto de estudo do presente trabalho,

possui, atualmente, uma população de mais de 26.600 pessoas, que envolve

professores, alunos e servidores técnico-administrativos em Educação. Essa

população, somada ao número de visitantes, pacientes do Hospital Universitário de

Santa Maria (HUSM) e funcionários terceirizados, vem ao campus com determinada

frequência, gerando uma grande quantidade de viagens diárias, especialmente entre

os bairros Centro e Camobi. Portanto, devido ao grande número de viagens atraídas

e geradas, a UFSM é considerada um PGV.

Dessa forma, existe uma problemática envolvendo a mobilidade de acesso ao

campus, em especial nas vias que ligam o Centro da cidade ao bairro Camobi,

conhecidas popularmente como Faixa Velha e Faixa Nova, e na Avenida Roraima, via

que liga tais rodovias ao Campus. Há alguns anos, vem sendo observado o

crescimento do número de automóveis e o consequente aumento no

congestionamento dessas vias, aumentando o tempo de viagem, gerando stress, e

aumentando a poluição.

Assim, percebe-se que a situação atual é insustentável e que é extremamente

importante estudar os padrões de viagens, a opinião da população e as condições

dadas aos diferentes meios de transporte, para que se faça uma análise correta e se

encontre as melhores alternativas e soluções para tornar o trânsito do Campus, assim

como o da cidade de Santa Maria, mais calmo, humano e sustentável.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo geral analisar a situação atual da mobilidade

de acesso ao campus sede da UFSM, em Santa Maria, identificando os principais

problemas e possíveis soluções a fim de melhorar a mobilidade e torná-la mais

sustentável.

1.2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos do trabalho são:

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a) Verificar os meios de transporte mais utilizados pelas pessoas que

frequentam o campus;

b) Identificar os motivos para o uso de determinados modais;

c) Verificar o índice de caronas;

d) Identificar os horários de pico de acesso e egresso ao campus;

e) Identificar a influência da idade, da renda familiar, sexo e distância do local

de origem até a universidade no meio de transporte utilizado.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica do projeto divide-se em três partes. A primeira parte

consiste de uma revisão bibliográfica sobre mobilidade urbana, seu desenvolvimento

ao longo dos anos, as principais dificuldades, bem como uma revisão sobre

mobilidade urbana sustentável, seus princípios e sua importância. A segunda parte

compreende os PGVs, seu significado e principais consequências. E por último, a

terceira parte trata sobre o gerenciamento da mobilidade, especialmente dentro de

universidades, as principais conclusões e soluções em estudos de caso em outras

cidades do Brasil e do mundo. Essa revisão servirá de base teórica para a pesquisa

desenvolvida nesse trabalho, complementando-a.

2.1 MOBILIDADE URBANA

No Brasil, o processo de urbanização iniciou na década de 40, quando a

população rural passou a migrar para as cidades, conforme Figura 1. A taxa de

urbanização no ano de 1940 era 31% e foi aumentando de tal forma até atingir, em

2010, 85% da população vivendo nas cidades (IBGE, 2010).

Figura 1 – Taxa de Urbanização no Brasil

Fonte: Adaptado de IBGE, 2010

Esse crescimento em grande escala e sem planejamento, gerou e continua

gerando diversas consequências negativas, sendo uma das principais a falta de

infraestrutura para receber esse grande número de pessoas em um espaço limitado.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020

Taxa de Urbanização no Brasil

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Dentro disso, surge o problema da mobilidade, ou a falta dela, que é visto,

principalmente, nas grandes cidades brasileiras.

Segundo IBGE (2016), as 26 maiores concentrações urbanas com mais de 750

mil habitantes reúnem 41,5% da população do país, o que significa que espaços

urbanos limitados estão recebendo cada vez mais pessoas, aumentando sua

extensão por meio de periferias, tornando a cidade cada vez mais esparsa e

aumentando as distâncias de deslocamento.

As pessoas possuem a necessidade de se deslocar diariamente, partindo da

residência para o trabalho, local de estudo, ou para realizar outras atividades básicas

ao ser humano, como saúde, lazer e alimentação. Mobilidade urbana, segundo Vargas

(2008), é a capacidade de realizar deslocamentos dentro do espaço urbano para

realização de atividades cotidianas, em tempo considerado ideal, de modo confortável

e seguro. Esses deslocamentos podem ser realizados por meio de automóvel próprio,

transporte público coletivo, bicicleta, moto ou a pé, sendo a distância, o custo, o

conforto e a rapidez, fatores de grande influência na escolha do meio de transporte a

ser utilizado.

A Figura 2 apresenta a divisão modal nas cidades brasileiras, segundo ANTP

(2015), enquanto a Figura 3 apresenta a diferença na divisão modal de acordo com o

tamanho das cidades. É possível observar que quanto maior a cidade, mais se utiliza

automóvel e transporte público, e menos bicicleta e caminhada. Tal comportamento

pode ser justificado pelas grandes distâncias que a população deve realizar nos seus

deslocamentos do dia a dia em grandes cidades.

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Figura 2 – Divisão modal nas cidades brasileiras - 2013

Fonte: Adaptado de ANTP, 2015

Figura 3 – Divisão modal por porte de município - 2013

Fonte: Adaptado de ANTP, 2015

2.1.1 Cultura do automóvel

Antigamente, o transporte público, especialmente o bonde elétrico, era o

principal meio de transporte utilizado pela população, por apresentar infraestrutura

suficiente e ser incentivado pelo governo. Além disso, grande parte dos

deslocamentos podiam ser feitos a pé ou de bicicleta, pois as cidades eram mais

36%

29%

27%

4%4%

Divisão modal nas cidades brasileiras

A pé

Transporte Coletivo

Automóvel

Bicicleta

Moto

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

>1 Milhão 500-1.000 mil 250-500 mil 100-250 mil 60-100 mil Total

Divisão modal por porte de município

Transporte Coletivo Transporte Individual Transporte Não-motorizado

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19

compactas. Enquanto isso, o automóvel apresentava-se como um item acessível

apenas para as famílias de classe alta.

Porém, ao longo dos anos, cada vez mais o transporte individual motorizado foi

crescendo, conforme apresentado na Figura 4. Especialmente a partir da década de

1990, o automóvel deixou de ser um item exclusivo às famílias de classe alta e

também passou a ser utilizado como meio de transporte para atividades diárias das

pessoas de classe média. Isso ocorreu devido a uma política do Estado de valorização

do automóvel, pelo aumento da facilidade para se adquirir um automóvel, pelo

crescimento da indústria automobilística, e ainda pelo incentivo do governo, que

diminuiu o valor de impostos, como o Imposto sobre Propriedade de Veículos

Automotores (IPVA).

Figura 4 – Crescimento da frota de veículos no Brasil

Fonte: Adaptado de DENATRAN, 2016

Dessa forma, as cidades passaram a ser planejadas e estruturadas priorizando

o uso do automóvel, por meio do aumento da capacidade das vias e do número de

vagas de estacionamento, retirando, muitas vezes, espaços antes destinados a

pedestres e ciclistas, e desestimulando o uso desses modais.

Porém, apesar de ser uma ótima opção se analisado individualmente, por ser

um modal confortável, rápido e por permitir uma viagem “porta a porta”, o uso

excessivo do automóvel no dia a dia causa diversas consequências negativas para

todos que utilizam o espaço urbano, pois aumenta o número de acidentes, gera mais

0

5

10

15

20

25

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35

40

45

50

2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014

Milh

ões

Evolução da frota de automóveis no Brasil

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poluição, causa congestionamentos, stress e aumenta o tempo de viagem, gerando o

oposto da mobilidade que se espera e diminuindo a qualidade de vida da população.

Hoje, segundo um estudo de Schwanen (2013), nas 9 maiores regiões

metropolitanas brasileiras mais Distrito Federal, a média de tempo de viagem entre o

trabalho e residência é de 40,9 minutos. Isso, em um ano, significa quase 14 dias

gastos no trânsito, que poderiam ser utilizados para atividades de lazer. Em questão

de poluição, o transporte privado emite mais que o dobro de poluentes do que o

transporte público (Figura 5).

Figura 5 – Emissões totais por modal - 2013

Fonte: Adaptado de ANTP, 2015

Portanto, é visível que a situação atual não é sustentável e que mudanças

precisam ser feitas, afinal, aumentar a capacidade das vias não é a melhor solução,

já que envolve grandes custos e incentiva ainda mais o uso do automóvel, gerando

um ciclo constante até que o espaço urbano, limitado, não suporte mais. A partir disso,

surge o termo mobilidade urbana sustentável, que visa promover políticas que

incentivam o uso de outros meios de transporte.

2.1.2 Mobilidade Urbana Sustentável

Desenvolvimento sustentável é aquele que busca suprir as necessidades da

geração atual sem comprometer a possibilidade ou capacidade das gerações futuras

em satisfazer as suas necessidades (BRUNDTLAND, 1987). Dentro desse contexto,

59%19%

16%

6%

Emissões totais por modal

Automóvel

Moto

Ônibus municipal

Ônibus metropolitano

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segundo Oliveira (2015) mobilidade urbana sustentável é a capacidade de realizar

deslocamentos de pessoas e cargas, dentro de um tempo e com um custo razoável,

gerando o menor impacto possível sobre o meio ambiente e qualidade de vida da

sociedade. Ainda, segundo Chiroli e Pappa (2011), o transporte urbano considerado

sustentável é aquele que permite a satisfação das necessidades básicas de

mobilidade das pessoas, de forma compatível com a saúde humana e o equilíbrio do

ecossistema, possui custos aceitáveis e limita as emissões de poluentes.

Conforme discutido na seção anterior, o transporte individual motorizado,

caracterizado pelo automóvel, não atende aos padrões de sustentabilidade, pois

diminui a qualidade de vida e degrada o meio ambiente ao transformar o espaço

urbano em um aglomerado de vias pavimentadas, que aumentam a impermeabilidade

do solo e retiram parte da vegetação natural.

Por isso, é importante transformar a cultura atual, baseada no automóvel, em

uma cultura que se importe com o coletivo, comprometendo-se com o próximo e com

o seu espaço.

Dentro disso, é importante salientar a inversão de valores e costumes pela qual

a sociedade deverá passar. A Figura 6 é uma pirâmide inversa que apresenta a ordem

de prioridade dos meios de transporte dentro do conceito de mobilidade sustentável,

pelo qual pode-se concluir que os meios de transporte não-motorizados, como a

caminhada, bicicleta e veículos de tração humana, devem ser a prioridade no

planejamento urbano, seguidos do transporte coletivo, táxis e caronas. O uso

particular do automóvel, atual preferência de muitas pessoas devido suas vantagens,

aparece em penúltimo lugar.

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Figura 6 – A pirâmide inversa do tráfego

Fonte: Bycicle Innovation Lab1

Desse modo, são nítidas as mudanças necessárias para se transformar o

espaço urbano em um local mais agradável e sustentável. Mas além de ser uma

responsabilidade do governo, que deve focar na priorização da infraestrutura e

incentivos para os meios de transporte não-motorizados e transporte público, a

sociedade, de modo geral, deve mudar sua cultura, passar a enxergar os malefícios

do uso excessivo do automóvel, e, consequentemente, mudar sua forma de agir no

dia a dia.

Abaixo será dissertado sobre os meios de transporte que deveriam ser a

prioridade no planejamento urbano, conforme a pirâmide da mobilidade urbana

sustentável, os quais dependem muito de infraestrutura e incentivos.

1 Disponível em: < http://www.bicycleinnovationlab.dk/?show=jpn&l=UK > Acesso em: 14 set. 2017.

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2.1.2.1 Andar/Correr

Caminhar ou correr é apontado como o meio mais sustentável de se locomover

em um espaço urbano, e deveria ser a prioridade. Porém, não é o que acontece hoje

no Brasil.

Com o aumento do número de automóveis que circulam nas vias urbanas,

houve também o aumento da insegurança do pedestre, que muitas vezes é

desrespeitado pelos motoristas.

Segundo dados do DETRAN/RS, no ano de 2016, somente no estado do Rio

Grande do Sul, 343 pedestres foram vítimas fatais em acidentes de trânsito, o que

representa 20,4% do total de vítimas. Os fatores responsáveis são diversos, entre eles

sinalização precária, imprudência do motorista e/ou do pedestre, e desobediência das

leis de trânsito.

Porém, apesar dos fatores humanos envolvidos em um acidente de trânsito, o

órgão que realiza o planejamento urbano deve buscar diminuir ao máximo esse

número, que deve sempre tender a zero. Por isso, é extremamente importante que,

em um centro urbano, seja dada preferência para o pedestre, que é a parte mais

vulnerável do trânsito. Isso pode ser feito por meio de boa sinalização, implantação

de zonas calmas (áreas da cidade com velocidade máxima de 40 km/h, como em

Curitiba), calçadas largas e campanhas de educação no trânsito.

Além do fator segurança viária, outros fatores importantes para incentivar a

caminhada nos deslocamentos diários da população são o conforto, acessibilidade e

a segurança pública, que podem ser melhoradas pela reforma de calçadas

degradadas, implantação de rampas, boa iluminação, reforço de policiamento durante

a noite, entre outras medidas. O Índice de Caminhabilidade, produzido pela ITDP

Brasil, separa a qualidade da caminhabilidade em uma cidade dentro de 6 categorias:

calçada, mobilidade, atração, segurança pública, segurança viária e ambiente.

Um bom exemplo de cidade que tem investido na priorização do pedestre é

Buenos Aires, na Argentina, conforme demonstrado na Figura 7 e Figura 8. A pintura

de áreas para pedestres e a boa sinalização são soluções simples que aumentam o

espaço do pedestre e tornam o trânsito mais seguro para ambas as partes.

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Figura 7 – Buenos Aires: plano de priorização dos pedestres

Fonte: Luísa Zottis, TheCityFixBrasil2

Figura 8 – Antes e depois em uma interseção de Buenos Aires

Fonte: Luísa Zottis, TheCityFixBrasil3

2 Disponível em: < http://thecityfixbrasil.com/2013/09/30/buenos-aires-se-reinventando-pelo-bem-das-pessoas/ >

Acesso em: 15 set. 2017. 3 Disponível em: < http://thecityfixbrasil.com/2013/09/30/buenos-aires-se-reinventando-pelo-bem-das-pessoas/ >

Acesso em: 15 set. 2017

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2.1.2.2 Bicicleta

Também muito vulnerável se comparado ao automóvel, o uso da bicicleta como

meio de transporte depende de intervenções que garantam a segurança e conforto do

usuário como forma de incentivo para utilizá-la em seus deslocamentos no dia a dia.

A utilização da bicicleta traz diversos benefícios, tanto individual como

coletivamente. É um modal mais econômico, por não apresentar custos elevados de

manutenção e não necessitar de nenhum tipo de combustível para seu

funcionamento, é uma forma de exercício físico, que traz benefícios à saúde do

praticante, não polui nem produz ruídos, reduz os congestionamentos pelo pequeno

espaço que ocupa (Figura 9), e, em distâncias de até 5 km em áreas mais densas das

cidades, é, inclusive, um meio de transporte mais rápido que o automóvel, conforme

Figura 10. Portanto, a bicicleta aparece como um meio de transporte muito vantajoso

para viagens de média distância (até 7,5km).

Figura 9 – Espaço ocupado no trânsito, de acordo com o meio de transporte

Fonte: Departamento de Trânsito de Munique, 20014

4 Disponível em: < http://www.mobilize.org.br/noticias/791/a-cidade-sem-catracas--parte-i-cultura-do-

automovel.html > Acesso em: 15 set. 2017.

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Figura 10 – Gráfico distância x tempo para cada meio de transporte

Fonte: European Comission, 19995

Para que seu uso seja incentivado, a implantação de ciclovias, ciclofaixas e

bicicletários é essencial para que o ciclista possa realizar seu trajeto com segurança

e também estacionar sua bicicleta em lugar seguro e com facilidade (GOLDSMITH,

1992). Mas a simples implantação de infraestrutura não é suficiente. Um bom

planejamento, que busque conectar pontos importantes da cidade, que geram e

atraem um grande número de viagens diárias, é tão importante quanto. Além disso,

aspectos pessoais e culturais, clima e relevo da região fazem a diferença para o uso

da bicicleta no dia a dia (GOLDSMITH, 1992).

Outra alternativa que pode auxiliar no uso da bicicleta é o sistema de aluguel

de bicicletas, espalhado em pontos estratégicos da cidade, e a integração com o

transporte público, permitindo o deslocamento em grandes distâncias.

Na Holanda, país mundialmente conhecido pelo grande uso da bicicleta como

meio de transporte, 35% dos deslocamentos até 7,5km são realizados por bicicleta

(RIETVELD, 2004), comparado a 3,4% no Brasil (ANTP, 2011). Os motivos por trás

desse índice estão no investimento em infraestrutura, que ocorre desde os anos 70,

políticas de redução da velocidade dos carros, que diminui o risco e gravidade dos

acidentes, além de educação e legislação específica para ciclistas (RIETVELD, 2004).

5 Disponível: < http://www.ta.org.br/site2/Banco/7manuais/cadernosite2007xz.pdf > Acesso em: 17 set. 2017.

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2.1.2.3 Transporte público coletivo

O transporte público encontra-se logo após o transporte não-motorizado em

ordem de prioridade para a mobilidade urbana sustentável. Isso porque é um

transporte coletivo, no qual várias pessoas utilizam um mesmo veículo para chegar

ao seu destino, poluindo menos e diminuindo os congestionamentos.

No Brasil, os problemas no transporte público são visíveis. Não há

planejamento, não há investimento suficiente, e o direito de ir e vir acaba sendo

prejudicado.

Para um transporte público de qualidade, deve-se ter planejamento, um bom

sistema para fornecimento de informações, segurança, pontualidade, integração com

outros meios de transporte, boa frequência na distribuição dos veículos, além de

oferecer conforto e agilidade razoáveis através de uma tarifa justa. Ademais, outras

políticas podem ser implantadas para incentivo do uso do transporte público, como

gratuidade ou descontos na passagem e vias exclusivas para ônibus, que diminuem

o tempo de viagem.

O transporte público, apesar de ser representado, na sua maioria, por ônibus,

envolve também outros veículos e sistemas, como trem, metrô, Veículos Leves sobre

Trilhos (VLT) e Bus Rapid Transit (BRT), cada um com suas características de

capacidade, velocidade e preço de implantação e operação, sendo que cada caso

deve ser estudado para que se tenha o melhor resultado possível.

2.2 POLOS GERADORES DE VIAGENS

Determinados locais dentro do perímetro urbano se destacam por atraírem um

grande número de viagens diárias, como shoppings, escolas, universidades e

hospitais, o que acaba gerando diversos impactos negativos, primeiramente, para a

região, e, após certo tempo, também para a cidade como um todo, especialmente em

questão de mobilidade. Esses locais são chamados de Polos Geradores de Viagens,

conceituados como empreendimentos de grande porte que atraem ou produzem

grande número de viagens, gerando impactos negativos na circulação viária em seu

entorno e, em certos casos, prejudicando a acessibilidade de toda a região, além de

agravar as condições de segurança de veículos e pedestres (DENATRAN, 2001).

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É importante salientar a diferença existente entre os termos Polos Geradores

de Viagens e Polos Geradores de Tráfego (PGT). Principalmente a partir de 1980,

começaram a surgir nas cidades as grandes instalações, cujos impactos negativos

logo começaram a aparecer, iniciando-se estudos e avaliações de tais

empreendimentos, até então denominados PGTs. Com o passar dos anos e com a

evolução de tais estudos, verificou-se que os impactos eram mais abrangentes e iam

além do tráfego, impactando na qualidade de vida da população e no desenvolvimento

socioeconômico da cidade, passando a ser denominados Polos Geradores de

Viagens (KNEIB, 2010).

Assim, é extremamente importante realizar um gerenciamento da mobilidade

nos PGVs, de forma a identificar prioridades para aplicação de estratégias (DE

OLIVEIRA, 2015), organizar o trânsito ao seu entorno, e permitir o acesso por meio

de modais mais sustentáveis. Dentro dos diferentes tipos de PGVs, os campi

universitários aparecem como potencial ponto de aplicação, por ser um ambiente de

estudo e, portanto, um local propício para implantação de mudanças de

pensamento/cultura para consequente transformação da sociedade e do espaço

urbano.

2.3 GERENCIAMENTO DA MOBILIDADE

O gerenciamento da mobilidade vem ao encontro da necessidade de se criar

soluções aos problemas citados e melhorar a qualidade de vida, levando em

consideração a crescente demanda e a utilização de políticas sustentáveis de

transporte.

O conceito de gerenciamento de mobilidade surgiu nos anos 50, modificando

seu foco ao longo dos anos. Inicialmente, a prioridade dos estudos era suprir a

demanda por meio de infraestrutura viária e sistemas de transporte. Na década de 60,

na Europa, surgem as medidas de Traffic Calming, restringindo o domínio do

automóvel e criando um ambiente mais seguro. Já nos anos 70, surge nos Estados

Unidos o Gerenciamento da Demanda por Transporte (TDM), estimulando as viagens

coletivas para o trabalho, e nos anos 90, a União Europeia surge com o

Gerenciamento da Mobilidade (MM), incentivando as mudanças comportamentais

para utilização de meios de transporte mais sustentáveis (CAIPA, 2006).

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Nos centros urbanos ao redor do mundo, diversas alternativas foram

encontradas e colocadas em prática para tornar a mobilidade mais sustentável,

desestimular o uso do automóvel e incentivar o uso de outros modais como

caminhada, bicicleta e transporte público. A Política Nacional de Mobilidade, 2012,

apresenta como possíveis intervenções: acesso restrito de veículos motorizados em

determinados locais e horários, adoção de padrões para controle de poluentes,

cobranças aos usuários de automóveis pela infraestrutura utilizada, faixas exclusivas

para transporte coletivo e transporte não-motorizado, controle de áreas de

estacionamento.

Além dessas alternativas, ainda podem ser citadas: carsharing, faixas para

veículos de alta ocupação, traffic calming, integração entre bicicleta e transporte

coletivo, campanhas de conscientização e educação no trânsito e horários alternativos

de trabalho (SILVA, 2009).

2.3.1 Gerenciamento da mobilidade em campi universitários

Como comentado anteriormente, as universidades são ótimos casos para

estudo e gerenciamento da mobilidade de acesso e da mobilidade interna. Por isso,

vários estudos já foram realizados no Brasil e no mundo.

Conforme Jacques e Nunes, 2005, cada campus universitário necessita de um

estudo específico a respeito dos seus padrões de viagens, da estrutura oferecida e da

cultura da população em questão, de forma que cada um desses pontos influencia na

escolha das estratégias a favor da melhoria da mobilidade. Portanto, uma estratégia

que funcionou em um local, não necessariamente irá ter os mesmos resultados em

outro, pois há muitas variáveis que afetam a mobilidade de acesso em um PGV.

A Tabela 1 apresenta alguns dos estudos realizados em universidades do Brasil

e do mundo.

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Tabela 1 – Estudos de gerenciamento da mobilidade em campi universitários

Autor/Ano Local Objetivo Propostas (conclusões)

Figueiredo e Delgado, 2004

Universidade Federal da Bahia - BA

Realizar um estudo a fim de avaliar a migração para maneiras sustentáveis de transporte e tentar realizar uma mudança de comportamento em relação às viagens de destino ao campus e sua área interna.

Melhorar a infraestrutura para ciclistas e pedestres no campus e seu entorno; disponibilizar linhas de transporte público específicas à demanda dos usuários, operadas pelo campus e integrando-as ao transporte público da cidade; incentivar caronas.

Parra, 2006 Ilha do Fundão - UFRJ Propor um conjunto de estratégias que irão contribuir na melhoria das condições de circulação e acesso ao campus.

Campanhas de conscientização; parcerias com empresas de ônibus para melhoria do serviço; organização de carona programada; aluguel de bicicleta dentro do campus; controle de velocidade dos carros para circulação interna.

Silva, 2009 Campus da UTAD - Vila Real, Portugal

Determinar, caracterizar e analisar as viagens geradas pelo Campus e propor estratégias de Gestão de Mobilidade.

Implementação de taxas de estacionamento; sistema de caronas; melhoria no sistema de informação do transporte público; criação de um "corredor ambiental" para pedestres.

Shannon et al., 2005 University of Western Australia

Analisar o potencial para mudanças de meio de transporte e compreender as barreiras e motivações na decisão do transporte de quem vai ao Campus.

O tempo de viagem é o fator mais preponderante nas viagens para o campus; deve-se aumentar os gastos com o automóvel e diminuir o preço do transporte público.

Miralles-Guasch e Domene, 2010

Universidad Autonoma de Barcelona

Analisar os padrões de viagens no campus, as motivações, barreiras e preferências dos usuários, bem como os desafios enfrentados.

Medidas de Gestão da Demanda de Transporte (TDM), entre elas: incentivos ao uso de meios de transporte mais sustentáveis; estratégias de uso do solo; uso de telecomunicações; informação e educação.

Stein, 2013 Campus São Carlos - USP Investigar barreiras, motivações e estratégias que apresentam potencial para promover a mobilidade sustentável.

Abertura de novos pontos de acesso para pedestres; implantação de uma rede de rotas cicláveis para acesso ao campus.

Goldner, 2012 Universidade Federal de Santa Catarina - SC

Desenvolver uma ferramenta para diagnóstico da mobilidade, buscando adotar medidas de conscientização e implementação voltadas à mobilidade sustentável.

Ciclovias e bicicletários dentro do campus; central de caronas; substituição de algumas áreas de estacionamento em espaços para convívio.

Fonte: Autora, 2017

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3 METODOLOGIA

3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

3.1.1 Histórico

Segundo SIE, 2009, a UFSM, fundada pelo Prof. Dr. José Mariano da Rocha

Filho, foi criada pela Lei n. 3.834-C, em 14 de dezembro de 1960, sendo denominada,

na época, Universidade de Santa Maria. Sua federalização ocorreu em 20 de agosto

de 1965, pela Lei n. 4.759/65. Foi a primeira universidade pública federal brasileira a

ser instalada fora de uma capital, promovendo a interiorização do Ensino Superior

público e gratuito.

3.1.2 Características

Atualmente, além do campus de Santa Maria, a UFSM conta com outros três

campi no Rio Grande do Sul, situados nas cidades de Frederico Westphalen, Palmeira

das Missões e Cachoeira do Sul, além da Unidade Descentralizada de Educação

Superior da UFSM em Silveira Martins (UDESSM), conforme Figura 11.

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Figura 11 – Localização dos campi da UFSM

Fonte: UFSM, 20126

O foco desse trabalho é o campus da UFSM da cidade de Santa Maria, onde foi

realizado o estudo. Tal campus possui oito unidades universitárias:

Centro de Ciências Naturais e Exatas - CCNE

Centro de Ciências Rurais - CCR

Centro de Ciências da Saúde - CCS

Centro de Educação - CE

Centro de Ciências Sociais e Humanas - CCSH

Centro de Tecnologia - CT

Centro de Artes e Letras - CAL

Centro de Educação Física e Desportos - CEFD

Além das unidades universitárias, o campus conta com o Colégio Técnico

Industrial de Santa Maria (CTISM), o Colégio Politécnico, a creche Ipê Amarelo, o

Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), duas Casas do Estudante Universitário

(CEU), a Reitoria, o Hospital de Clínicas Veterinárias, o Planetário, a Incubadora de

Empresas de Base Tecnológica, a Turma do Ique (Centro de Atendimento à Criança e

Adolescente com Câncer), entre outros locais que atraem e geram um grande número

de viagens, realizadas através dos mais diversos meios de transporte.

6 Disponível em: < http://coral.ufsm.br/docsie/indicadores/apresentacao_executiva_ufsm_2012.pdf > Acesso em: 09

out. 2017.

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Com 1.128,6 hectares, o campus de Santa Maria localiza-se no bairro Camobi,

distante cerca de 11 km do centro da cidade de Santa Maria. A Figura 12 apresenta um

mapa do campus e a Figura 13, sua localização.

Figura 12 – Mapa do campus UFSM

Fonte: UFSM, 20147

Figura 13 – Localização do campus UFSM

Fonte: Adaptado de Google Maps, 2017

7 Disponível em: < http://coral.ufsm.br/eged/campus.htm > Acesso em: 09 out. 2017.

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3.2 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Primeiramente, foi escolhido que a pesquisa seria desenvolvida por meio de

aplicação de questionário. Então, a população foi definida como sendo os professores,

alunos e servidores técnico-administrativos em Educação que vão ao campus da UFSM

na cidade de Santa Maria no mínimo três vezes por semana, ou seja, que apresentam

uma boa frequência de viagens ao campus. Segundo dados do SIE, 2017, no mês de

junho de 2017, a população do campus de Santa Maria era composta por: 22.271

estudantes, 1.746 docentes e 2.635 servidores técnico-administrativos em Educação,

totalizando 26.652 pessoas.

De acordo com metodologia apresentada por Barbetta, 2001, o tamanho da

amostra, para um nível de confiança igual a 95%, se dá por meio da aplicação das

seguintes equações:

Sem conhecer a população:

𝑛0 = 1

𝐸02 𝑛0 =

1

(0,05)² = 400 (1)

Conhecendo a população:

n = 𝑁.𝑛0

𝑁+𝑛0 =

26652 . 400

26652+400 = 395 questionários (2)

Sendo 𝐸0 o erro amostral, considerado 5% para o estudo, 𝑛0 o tamanho da

amostra quando não se conhece o tamanho da população, e N, a população, no caso

igual a 26.652.

Portanto, para os dados do presente estudo, o número mínimo de questionários

que deveriam ser respondidos para garantir um nível de confiança de 95% e erro

amostral de 5%, era de 395 questionários.

As perguntas do questionário foram desenvolvidas por meio de análise da

situação atual da mobilidade do campus, os meios de transporte utilizados pela

população, bem como por meio de uma pesquisa bibliográfica, baseada em estudos

semelhantes em outros campi universitários, como os desenvolvidos por Stein, 2013,

Sanches e Ferreira, 2013, Parra, 2006, Lessa e Oliveira, 2016 e Goldner, Beppler e

Prim, 2012.

Ainda, foi definido que o melhor método de aplicação do questionário seria por

meio de plataforma online, devido a agilidade para coleta e tabulação dos dados, menor

necessidade de recursos e pelo fato de que, hoje em dia, a maioria das pessoas têm

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acesso a internet. Foi utilizada a plataforma Formulários Google e a divulgação foi feita,

principalmente, por meio de e-mail e redes sociais.

O questionário (Apêndice A) foi dividido em quatro partes:

Caracterização do usuário: questões a respeito da idade, sexo, renda e função

na instituição.

Caracterização das viagens de acesso: questões a respeito da localização da

origem, distância percorrida, meio de transporte mais utilizado, tempo de viagem

e horário de chegada no destino (UFSM).

Caracterização das viagens de egresso: questões a respeito da localização do

destino, distância percorrida, meio de transporte mais utilizado, tempo de viagem

e horário de saída da origem (UFSM).

Motivos para a utilização de determinado modal: perguntas específicas para

cada meio de transporte a respeito dos motivos para utilizar determinado modal.

Essa última seção do questionário apresentava perguntas diferentes para cada

entrevistado, de acordo com a resposta na pergunta a respeito do meio de transporte

mais utilizado. Por exemplo, se na questão sobre o modal mais utilizado o entrevistado

respondeu que utiliza automóvel, apareceram para ele somente as perguntas

relacionadas ao uso do automóvel.

Então, foi realizada uma pesquisa piloto, por meio do envio do questionário para

um grupo de 10 pessoas, antes de ser realmente divulgado, de forma a reparar qualquer

erro e garantir que o questionário fosse simples, completo e de fácil compreensão.

O questionário foi lançado no dia 19 de junho de 2017 e ficou disponível por um

mês, até o dia 19 de julho de 2017. Foram obtidas 410 respostas, sendo 337

estudantes, 34 técnico-administrativos em Educação e 39 professores, cumprindo com

o número mínimo de respostas para atingir o nível de confiança desejado para a

pesquisa.

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4 ANÁLISE DA ACESSIBILIDADE E MOBILIDADE INTERNA

4.1 ACESSIBILIDADE

O campus possui a Avenida Roraima como principal via de acesso, pois é a via

que conecta o campus com as rodovias RS-509, denominada popularmente por Faixa

Velha, e BR-287, a Faixa Nova. Tais rodovias são os principais meios de ligação entre

o centro da cidade de Santa Maria e o bairro da universidade, Camobi.

A Avenida Roraima (Figura 14) possui duas faixas de rolamento por sentido,

conta com uma ciclovia por toda sua extensão, ou seja, a partir da rótula com a Faixa

Velha até o portal de entrada do campus, e também com calçadas largas e em boas

condições em ambos os lados da via. Entretanto, essa condição não se aplica às ruas

do bairro que chegam à Avenida Roraima, nem às vias Faixa Velha e Faixa Nova.

Figura 14 – Avenida Roraima

Fonte: Autora, 2017

A Faixa Velha (Figura 15) possui uma faixa de rolamento por sentido até

determinado ponto, onde passa a ter duas vias por sentido, além de uma via que pode

ser considerada a marginal da RS-509, que promove os acessos com o bairro Camobi

e é a via pela qual os ônibus realizam o trajeto. Não possui ciclovia e possui estrutura

precária para passeio de pedestres, especialmente no trecho não duplicado. É

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importante ressaltar que a Faixa Velha está passando, no momento, por uma obra de

duplicação, que conta com dois viadutos.

A Faixa Nova (Figura 16) possui apenas uma faixa por sentido e, não oferece,

na maioria do trecho, as condições mínimas para o deslocamento seguro e confortável

de pedestres.

Figura 15 – Faixa Velha – RS-509

Fonte: Google Maps, 2017

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Figura 16 – Faixa Nova – BR-287

Fonte: Google Maps, 2017

Existem acessos secundários, sendo o principal deles o denominado Pains, que

inicia em um trecho da Faixa Nova, e chega ao Jardim Botânico do campus, conforme

demonstrado pela Figura 17. O trecho começou a ser asfaltado em 2014, porém não

há previsão para sua conclusão. Apesar de, atualmente, não oferecer boas condições

de tráfego, após a conclusão da obra essa via passará a ser uma boa forma de escapar

do grande fluxo de veículos da Avenida Roraima nos horários de pico, porém não há

calçadas apropriadas nem ciclovias no trajeto.

Figura 17 – Localização do acesso secundário

Fonte: Adaptado de Google Maps, 2017

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4.1.1 Transporte público

Atualmente, 4 linhas de ônibus atendem o campus: Bombeiros (Faixa Nova e

Faixa Velha), Universidade (Faixa Nova e Faixa Velha), T Neves Campus e Circular

Camobi. A tarifa é R$3,60 para o transporte normal e R$4,40 para o transporte seletivo.

4.1.1.1 Circular Camobi

A linha Circular Camobi é oferecida em dias úteis, sábados, domingos e feriados,

porém com poucos horários e grandes intervalos entre os ônibus. Em dias úteis só há

ônibus entre 06h00 e 14h00, com uma média de intervalo de 1h20min no sentido

Centro-UFSM, e no sentido contrário, há ônibus entre 7h10min e 19h15min, com uma

média de intervalo de 1h44min. Aos sábados há dois horários por sentido, e aos

domingos e feriados é oferecido somente um horário por dia.

A linha atende Camobi, que é o maior bairro da cidade de Santa Maria e onde o

campus está localizado.

4.1.1.2 Bombeiros

A linha Bombeiros oferece horários nos dias úteis, no sentido Centro-UFSM,

entre 06h10min e 22h40min, dos quais 68% realizam o trajeto pela Faixa Velha, sendo

a média de intervalo entre ônibus de 13 minutos. No sentido contrário, há ônibus entre

6h45min e 23h05min, com uma média de intervalo também de 13 minutos, dos quais

64% realizam o trajeto pela Faixa Velha.

É importante ressaltar que há um horário em cada sentido (às 7:03 para ida e

17:04 para volta) em que o ônibus é direto, ou seja, não para nas paradas ao longo da

Faixa Velha, o que permite realizar o trajeto em tempo menor.

Ainda, há o transporte seletivo, nos dias úteis, que realiza o trajeto pela Faixa

Velha. Nos finais de semana não há horários disponíveis.

A linha atende os bairros Bonfim, N. Sr.ª de Fátima, Centro, N. Sr.ª de Lourdes,

N. Sr.ª das Dores, Cerrito, KM3, São José, Diácono João Luiz Pozzobon e Camobi.

4.1.1.3 T Neves

A linha T Neves Campus possui horários no sentido Bairro-UFSM, entre 5h20min

e 17h55min, com um intervalo médio de 32 minutos. No sentido oposto, há horários

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disponíveis entre 05h25min e 23h05min, com uma média de intervalo de 37 minutos.

Aos sábados esse intervalo aumenta para 1h16min, com ônibus entre 05h20min e

19h15min, enquanto aos domingos e feriados, o intervalo médio é de 3h05min.

A linha atende os bairros Tancredo Neves, Pinheiro Machado, Agroindustrial,

Juscelino Kubitschek, São João, Renascença, Patronato, Duque de Caxias, Urlândia,

Uglione, Dom Antônio Reis, Cerrito, N. Sr.ª Medianeira, N. Sr.ª de Lourdes, São José,

Diácono João Luiz Pozzobon e Camobi.

4.1.1.4 Universidade

A linha Universidade oferece ônibus no sentido Centro-UFSM, entre 06h e

00h10min, com um intervalo médio de 8 minutos, sendo que 72% utiliza a Faixa Velha.

Cabe ressaltar que os horários das 06:38, 07:28, 17:45 e 17:55 são diretos.

Para o sentido contrário, há ônibus entre 06h35min e 00h10min, com um

intervalo médio de também de 8 minutos, dos quais 76% utiliza a Faixa Velha. Os

horários das 16:44, 17:10 e 18:35 são diretos.

Aos sábados, o intervalo entre os horários é, em média, de 16 minutos, e aos

domingos, a média é de 23 minutos. Ainda, há o transporte seletivo, que realiza o trajeto

pela Faixa Velha, nos dias úteis e finais de semana.

A linha atende os bairros Centro, N. Sr.ª de Lourdes, N. Sr.ª das Dores, Cerrito,

KM3, São José, Diácono João Luiz Pozzobon e Camobi.

4.2 MOBILIDADE INTERNA

Tratando-se da mobilidade interna do campus, há diversas estruturas e

incentivos à utilização de modais mais sustentáveis que vem sendo implantados ao

longo dos anos.

4.2.1 Pista Multiuso

O campus possui uma Pista Multiuso, cuja construção iniciou em julho de 2014

e foi concluída em abril de 2015, com 3km de extensão (PIPPI et al., 2016), alcançando

boa parte do campus, conforme representado pela Figura 18. A implantação da Pista

Multiuso surgiu da necessidade de oferecer uma boa estrutura para ligação entre os

centros universitários do campus, incentivando o uso de meios de transporte não-

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motorizados, como caminhada e bicicleta, além de melhorar o espaço para lazer e

recreação, conforme Figura 19.

Há previsão para ampliação da extensão da pista por meio de ramificações, a

fim de abranger mais locais como o Restaurante Universitário II e a Casa do Estudante,

além de outros prédios não envolvidos na fase primária da obra.

Figura 18 – Traçado pista multiuso

Fonte: UFSM, 20158

8 Disponível em: < http://w3.ufsm.br/arquitetura/index.php/noticias/26-lancamento-do-folder-da-pista-multiuso-da-

ufsm > Acesso em: 10 out. 2017

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Figura 19 – Pista multiuso UFSM

Fonte: Autora, 2017

4.2.2 Ônibus Intracampus

Com ônibus a cada 30 minutos, das 7h30min às 22h, o campus disponibiliza um

transporte intracampus gratuito. Seu ponto de saída é no posto de combustível, ao lado

do arco de entrada, seguindo pela Avenida Roraima até a rótula com a Faixa Nova,

retornando ao campus e passando pelos mais diversos locais, como CCSH, Tambo,

Hospital Veterinário e CEFD.

4.2.3 Aluguel de bicicletas

Com o intuito de incentivar o uso da bicicleta dentro do campus, em maio de

2017 foi apresentada uma nova alternativa de deslocamento entre os centros

universitários: UMAbike. Ainda em fase experimental, o sistema de aluguel de bicicletas

oferece, no momento, 50 bicicletas, distribuídas em 15 diferentes centros, que podem

ser utilizadas por docentes, estudantes e técnico-administrativos em Educação.

Inicialmente, os usuários devem retirar e devolver a bicicleta no mesmo local, utilizando-

a por um período máximo de duas horas, mas a ideia é que seja implantado um sistema

automatizado, pelo qual as bicicletas poderão ser retiradas e devolvidas em centros

diferentes.

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43

4.2.4 Condições dos passeios

As calçadas do interior do campus (Figura 20) vêm sendo restauradas desde

2016, buscando oferecer acessibilidade e boa estrutura a todos os pedestres que

necessitam deslocar-se entre diferentes locais do campus ao longo do dia. Ainda, em

locais que as calçadas estão em más condições, pode-se utilizar a pista multiuso, que

oferece ótima estrutura para caminhadas.

Figura 20 – Condições das calçadas da UFSM

Fonte: Autora, 2017

4.2.5 Pontos de ônibus do transporte público

No interior da universidade, existem diversos pontos de ônibus localizados em

frente aos principais centros universitários, normalmente utilizados para descida

(chegada ao campus), e três pontos de ônibus utilizados para embarque de passageiros

(saída do campus).

A primeira imagem da Figura 21 apresenta o ponto de ônibus para embarque

localizado em frente ao HUSM, que ainda não havia sido reformado, enquanto a

segunda imagem mostra o terminal de onde os ônibus partem no campus, que foi

revitalizado recentemente. Até o mês de julho de 2017, a apresentação das

informações de linhas e horários nos pontos de ônibus era bastante precária e

seguidamente desatualizadas, e não havia forma alguma de organização para

embarque nas paradas.

Passeio Coberto

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Figura 21 – Pontos de ônibus UFSM

Fonte: Google Maps, 2017 e Autora, 2017

4.2.6 Estacionamento de veículos

Desde março de 2016, não é mais permitido estacionar ao longo da Avenida

Roraima, o que melhorou o fluxo de veículos na principal avenida do campus. Tais

veículos foram alocados para um novo estacionamento, com 96 vagas, próximo à

entrada do campus. Nas outras vias, que possuem menor fluxo, é permitido o

estacionamento. O estacionamento é gratuito e praticamente todos os centros

universitários possuem seu próprio estacionamento de veículos (Figura 22).

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Figura 22 – Estacionamentos do CT e Reitoria - UFSM

Fonte: Google Maps, 2017

4.2.7 Bicicletários

Apesar de ocupar um espaço muito inferior se comparado ao automóvel, os

bicicletários ainda podem ser raros de se encontrar nos centros universitários do

campus, sendo comum observar bicicletas estacionadas em locais inadequados,

muitas vezes atrapalhando o fluxo de pedestres. Mas é importante apontar que novos

bicicletários estão sendo implantados, como o demonstrado pela Figura 23, no CT.

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Figura 23 – Antes e depois do bicicletário no CT - UFSM

Fonte: Google Maps, 2017 e Autora, 2017

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5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS

A presente seção apresenta os resultados das questões a respeito das

características gerais dos entrevistados.

A primeira questão tratava sobre a situação do respondente na universidade.

Das 410 respostas, 295 foram de alunos de graduação, 36 de alunos de pós-

graduação, 39 de professores (docentes), 34 servidores (técnico-administrativos em

Educação) e 6 de alunos de Ensino Médio/Técnico, o que significa que o maior número

de respostas (81%) corresponde aos alunos da universidade.

Quanto a faixa etária dos respondentes, a maioria possui entre 18 e 25 anos, o

que é justificado pelo grande número de respostas de estudantes. Quanto ao sexo dos

entrevistados, o questionário apresentou grande equilíbrio, sendo 55% feminino e 45%

masculino.

Na questão sobre a renda familiar, foi obtida uma boa divisão entre as respostas,

o que significa que a pesquisa conseguiu atingir as mais diversas classes sociais, o que

permitiu uma análise realista a respeito da influência da renda no meio de transporte

utilizado, o que será apresentado no próximo capítulo.

A quinta pergunta tratava sobre a frequência com que o entrevistado vai ao

campus, de modo a garantir que o respondente tenha o hábito de ir, no mínimo, 3 vezes

por semana ao campus, ou seja, que apresente uma boa frequência de viagens de

acesso e egresso e influencie na mobilidade do seu entorno.

A Tabela 2 apresenta um resumo das características dos entrevistados.

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Tabela 2 – Perfil dos entrevistados Características Percentual

Situação

Aluno de Graduação 72%

Aluno de Pós-Graduação 9%

Professor 10%

Servidor 8%

Aluno de Ensino Médio/Técnico 1%

Faixa etária

Menos de 18 anos 2%

18-25 anos 68%

26-30 anos 13%

31-40 anos 7%

41-50 anos 5%

51-60 anos 4%

Mais de 60 anos 1%

Sexo

Feminino 55%

Masculino 45%

Renda familiar

Até 2 salários mínimos 12%

De 2 a 4 salários mínimos 28%

De 5 a 7 salários mínimos 27%

De 8 a 10 salários mínimos 17%

Mais de 10 salários mínimos 16%

Frequência com que vai ao campus

5 vezes por semana ou mais 80%

4 vezes por semana 9%

3 vezes por semana 11%

Fonte: Autora, 2017

A sexta pergunta era a respeito do local de trabalho ou estudo na UFSM,

conforme Figura 24. Concluiu-se que a maioria dos entrevistados estudam ou

trabalham no CT, local onde a pesquisa foi desenvolvida e mais divulgada. Porém,

foram obtidas respostas de 12 diferentes centros do campus, de um total de 14,

permitindo que os resultados demonstrem a realidade da universidade como um todo.

Cabe ressaltar que o local de estudo/trabalho dentro do campus também pode

influenciar na escolha do modal, já que o campus possui uma grande área e alguns dos

centros encontram-se mais distantes do arco de entrada.

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Figura 24 – Local de trabalho/estudo na UFSM

Fonte: Autora, 2017

Por fim, a última questão da primeira seção tratava sobre a opinião do

entrevistado a respeito da situação do trânsito na cidade de Santa Maria (Figura 25).

Percebe-se que a maioria dos entrevistados está insatisfeito com o trânsito, pois a soma

da porcentagem de respostas “ruim” e “péssimo” resulta em 75% do total, enquanto 0%

considera a situação do trânsito “ótima”.

Figura 25 – Situação do trânsito na cidade de Santa Maria

Fonte: Autora, 2017

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

CT CCSH CTISM CCR CCS CCNE CAL Reitoria CE CEFD Outro HUSM

Local de trabalho/estudo na UFSM:

3%

22%

48%

27%

0%

Como você considera a situação do trânsito na cidade de Santa Maria?

Boa

Regular

Ruim

Péssima

Ótima

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5.2 CARACTERIZAÇÃO DAS VIAGENS DE ACESSO

A segunda sessão do questionário abordava perguntas a respeito das viagens

de acesso ao campus da UFSM, sendo a primeira questão a respeito do meio de

transporte mais utilizado para acessar o campus, cujo resultado está apresentado na

Figura 26.

O transporte público é o meio mais utilizado, com 44%, seguido pelo automóvel,

que representa 33% (somando os que utilizam o carro como motorista e como

passageiro) e pelo modo a pé, com 17%. É possível perceber que o meio bicicleta é

utilizado apenas por 4% da população em estudo, uma parcela muito pequena. Os

motivos por trás disso serão apresentados posteriormente.

Figura 26 – Meio de transporte mais utilizado para ir ao campus

Fonte: Autora, 2017

É interessante realizar uma comparação entre o resultado encontrado acima, da

divisão modal de acesso ao campus, com a divisão modal da cidade de Santa Maria,

conforme apresentado pela Figura 27. Pode-se analisar que, enquanto a proporção de

usuários de transporte público é menor se comparado aos resultados do campus, é

maior a proporção de pessoas que vão a pé (17% para 27,2%) e de automóvel (33%

para 47%) (PDMU, 2013).

27%

44%

17%

4%6%

1% 1%

Atualmente, qual o meio de transporte que você mais utiliza para IR ao campus?

Automóvel, como motorista

Transporte público (ônibus)

A pé

Bicicleta

Automóvel, como passageiro

Moto

Outro

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Figura 27 – Divisão modal na cidade de Santa Maria

Fonte: Adaptado de Prefeitura de Santa Maria, 2013

Dividindo-se a questão a respeito dos modais entre docentes, discentes (alunos

de graduação, pós-graduação e ensino médio/técnico) e técnico-administrativos em

Educação, tem-se a Tabela 3.

Tabela 3 – Divisão modal conforme situação Geral Docentes Discentes Técnico-administrativos

Automóvel, como motorista 27% 69% 18% 62%

Transporte público (ônibus) 44% 5% 50% 23%

A pé 17% 15% 18% 6%

Bicicleta 4% 5% 5% 0%

Automóvel, como passageiro 6% 3% 7% 6%

Moto 1% 0% 1% 0%

Outro 1% 3% 1% 3%

Fonte: Autora, 2017

Verifica-se que, para os professores, há um grande aumento no uso de

automóvel, se comparado ao cenário geral, enquanto há uma grande queda no uso do

transporte público.

Para os alunos, o uso do transporte público tem um pequeno aumento, enquanto

o automóvel é menos utilizado. E, por fim, para os técnico-administrativos em

Educação, o automóvel é mais utilizado, enquanto há uma queda no uso do transporte

público e dos meios de transporte não-motorizados (bicicleta e a pé).

27%

1%

25%

47%

0%

Divisão modal na cidade de Santa Maria

A pé

Bicicleta

Transporte Coletivo

Transporte Privado

Outros

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Na questão sobre o bairro de origem, os bairros que se sobressaem são: o

Centro, que dista aproximadamente 12km da universidade, com 30%, e Camobi, com

33%, que é o bairro no qual se encontra o campus da universidade.

A Figura 28 apresenta um mapa com a localização de todos os bairros da cidade

e seus respectivos índices de porcentagem de usuários, segundo resultados da

pesquisa.

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Figura 28 – Bairros de origem

Fonte: Autora, 2017

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Ainda sobre os meios de transporte utilizados, é interessante analisar que, para

a população cuja renda familiar é de mais de 10 salários mínimos, 64% utiliza

automóvel, enquanto para os que recebem até 4 salários mínimos essa porcentagem

cai para 19%. Conforme demonstrado pela Figura 29, percebe-se que com o aumento

da renda, a tendência é diminuir o uso do transporte público e aumentar o uso do

automóvel.

Figura 29 – Meio de transporte x renda familiar

Fonte: Autora, 2017

Quanto a distância da origem até o campus, a maioria encontra-se entre 7km e

12km, conforme Figura 30.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Até 2 saláriosmínimos

De 2 a 4 saláriosmínimos

De 5 a 7 saláriosmínimos

De 8 a 10 saláriosmínimos

Mais de 10 saláriosmínimos

Meio de transporte x renda familiar

Transporte público (ônibus) Bicicleta Moto

A pé Automóvel, como passageiro Automóvel, como motorista

Outro

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Figura 30 – Distância aproximada da origem até o campus

Fonte: Autora, 2017

Complementando a questão anterior, a questão sobre tempo de viagem entre

a origem e o campus (Figura 31) apresenta dados que dependem da distância e meio

de transporte utilizado, sendo que 37% demora entre 10 e 30 minutos e a mesma

porcentagem demora entre 30 minutos e 1 hora. Um percentual significativo (19%)

demora menos de 10 minutos para chegar ao campus.

Figura 31 – Tempo aproximado de viagem

Fonte: Autora, 2017

25%

5%

36%

11%

23%

Distância aproximada da origem até o campus:

Até 2km

18km ou mais

Entre 7km e 12km

Entre 2km e 7km

Entre 12km e 17km

37%

37%

6%

19%

1%

Tempo aproximado de viagem:

Entre 30 minutos e 1 hora

Entre 10 e 30 minutos

Entre 1h e 1h30min

Menos de 10 minutos

Mais de 1h30min

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Quanto ao horário de chegada na UFSM, a Figura 32 demonstra que o horário

de pico é entre 07:30 e 08:30, o que representa que 73% da população total acessa a

universidade em um período de uma hora.

Figura 32 – Horário de chegada na UFSM

Fonte: Autora, 2017

Por fim, os resultados da última questão confirmam que a Avenida Roraima é

a via de acesso mais utilizada, com 93%, o que justifica sua condição atual de

saturação, principalmente nos horários de pico apresentados acima. O acesso

secundário Pains é utilizado por apenas 5% da população.

5.3 CARACTERIZAÇÃO DAS VIAGENS DE EGRESSO

As mesmas perguntas a respeito das viagens de acesso foram realizadas para

as viagens de egresso (saída do campus). Por mais que os resultados tenham sido

parecidos, há algumas diferenças interessantes a serem apontadas.

A pergunta sobre o meio de transporte mais utilizado, por exemplo, apresentou

porcentagens semelhantes à pergunta para acesso, já que, de forma geral, as

pessoas costumam ir e voltar com o mesmo modal. Porém, é interessante analisar

que o transporte público passou de 44% para 49%, enquanto o modo a pé caiu de

17% para 15% e o automóvel, como passageiro, caiu de 6% para 4%, o que significa

que algumas pessoas que vão a pé ou de carona na viagem de acesso, acabam

utilizando o transporte público na volta.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

06

:30

07

:00

07

:30

08

:00

08

:30

09

:00

09

:30

10

:00

10

:30

11

:00

11

:30

12

:00

12

:30

13

:00

13

:30

14

:00

14

:30

15

:00

15

:30

16

:00

16

:30

17

:00

17

:30

18

:00

18

:30

19

:00

Horário de chegada na UFSM, na maioria dos dias:

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Em relação ao bairro de destino, Centro e Camobi permanecem como os

principais, porém Camobi passou de 33% para 31%, enquanto Centro passou de 30%

para 32%, justificável devido o bairro Centro possuir maior concentração de atividades

de lazer, compras, cursos, que atraem viagens para essa região da cidade.

Um ponto interessante das viagens de egresso é que o tempo de viagem

considerado pelos respondentes é maior na volta do que na ida. Ao comparar os

resultados, pode-se concluir que as opções com maior tempo de viagem, entre 1h e

1h30min e mais de 1h30min, aumentaram 12% e 3%, respectivamente, enquanto a

opção menos de 10 minutos caiu 3% e a opção entre 10 e 30 minutos, 10%.

O tempo de viagem de egresso pode ser maior que o de acesso devido ao

horário de saída normalmente coincidir com o horário de saída do trabalho em outros

locais da cidade, que somados, geram um grande volume de veículos na via,

aumentando o congestionamento e o tempo de viagem.

O horário de saída é apresentado pelo gráfico da Figura 33. Pode-se perceber

que, diferentemente dos horários de acesso ao campus, os picos são divididos em

mais horários, diminuindo a concentração em apenas um horário. Tem-se um

pequeno pico entre 12h e 13h30min, e outro maior entre 17h e 18h.

Figura 33 – Horário de saída da UFSM

Fonte: Autora, 2017

Por fim, a questão sobre a via de acesso utilizada para a saída também

confirmou, com 92%, que a Avenida Roraima é a mais utilizada.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

08

:00

08

:30

09

:00

09

:30

10

:00

10

:30

11

:00

11

:30

12

:00

12

:30

13

:00

13

:30

14

:00

14

:30

15

:00

15

:30

16

:00

16

:30

17

:00

17

:30

18

:00

18

:30

19

:00

19

:30

20

:00

20

:30

21

:00

21

:30

22

:00

22

:30

Horário de saída da UFSM, na maioria dos dias:

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58

5.4 MOTIVOS PARA UTILIZAÇÃO DE DETERMINADO MODAL

A última etapa do questionário buscou compreender melhor as motivações para

se escolher determinado modal, as barreiras para a não utilização de meios mais

sustentáveis, além de apresentar outras questões complementares para auxiliar na

análise da mobilidade do campus e reservar um espaço final para possíveis

contribuições para a pesquisa. Tais perguntas eram definidas de acordo com as

respostas para as questões sobre o meio de transporte mais utilizado para acesso e

egresso, portanto, para cada modal, havia perguntas diferentes.

5.4.1 Automóvel

Aos que responderam que utilizam o automóvel como principal meio de

transporte, seja como motorista ou como passageiro, foram apresentadas as

perguntas a seguir.

A primeira era a respeito dos motivos para utilização do automóvel, na qual foi

permitido marcar mais de uma opção. O gráfico da Figura 34 demonstra que os

principais fatores para a utilização do automóvel são: flexibilidade de horários, maior

rapidez e maior conforto.

Figura 34 – Motivos para utilizar o automóvel

Fonte: Autora, 2017

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Menor custo

Acessibilidade

Moro longe do campus

Maior segurança

Flexibilidade de horários

Maior conforto

Maior rapidez

Motivos para utilizar o automóvel:

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59

Segundo o gráfico da Figura 35, a respeito do número de ocupantes no

automóvel, conclui-se que em mais da metade das viagens só há um ocupante, que

é o próprio motorista, e em 27% há apenas duas pessoas. Isso demonstra que os

automóveis não são ocupados segundo sua máxima capacidade, já que a média

corresponde a 1,8 ocupantes por automóvel. Tal conclusão é ruim para a mobilidade,

porém apresenta um grande potencial de investimento em soluções que envolvem o

compartilhamento de automóvel (incentivo à carona).

Figura 35 – Ocupação do automóvel

Fonte: Autora, 2017

No ano de 2016, o Grupo de Estudos em Mobilidade (GEMOB) da UFSM

realizou um levantamento visual do índice de ocupação dos automóveis que acessam

e saem da universidade. O resultado foi uma média de 1,46 ocupantes/automóvel,

resultado um pouco inferior ao encontrado pelas respostas do questionário.

A quarta pergunta tratava a respeito da disponibilidade do entrevistado em

mudar seu meio de transporte para colaborar com a mobilidade do entorno do campus.

Conforme Figura 36, 18% respondeu que não está disposto a mudar seu modal, 28%

está disposto a oferecer mais caronas, e 36% trocaria pelo transporte público, se tal

oferecesse boas condições e determinadas vantagens aos seus usuários.

53%

27%

9%

10%

1%

Ocupação do automóvel

1 pessoa (motorista) 2 pessoas 3 pessoas 4 pessoas 5 pessoas

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Figura 36 – Disponibilidade de mudança de meio de transporte

Fonte: Autora, 2017

As últimas três questões para o modal automóvel eram sobre os motivos para

não utilizar outros meios mais sustentáveis, como transporte público, a pé ou bicicleta,

a fim de investigar as barreiras existentes para a maior utilização desses modais no

acesso ao campus.

Quanto ao transporte público (ônibus), os principais motivos para a não

utilização são os ônibus lotados e o tempo de viagem, que é superior se comparado

ao automóvel devido ao número de paradas existentes ao longo do percurso (Figura

37). Uma solução seria disponibilizar mais horários com ônibus diretos, que não param

ao longo da Faixa Velha e Nova, diminuindo o tempo de viagem.

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Figura 37 – Motivos para não utilizar o transporte público

Fonte: Autora, 2017

Quanto a bicicleta, o principal motivo é a distância até o campus, seguido da

falta de segurança (viária e pública) e da falta de infraestrutura (poucos quilômetros

de ciclovia/ciclofaixa), conforme Figura 38.

Figura 38 – Motivos para não utilizar a bicicleta

Fonte: Autora, 2017

E quanto ao modo a pé, o principal motivo é a distância até o campus, que

impede o uso do modal (Figura 39).

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

Falta de informação

A tarifa é muito cara

Não há linhas de ônibus que passem próximo aomeu local de origem/destino

Veículos em más condições

Não cumprimento dos horários (atrasos)

Poucos horários disponibilizados

O tempo de viagem é maior

Ônibus lotados

Motivos para NÃO utilizar o TRANSPORTE PÚBLICO (ÔNIBUS) como meio de transporte:

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Número de bicicletários é insuficiente

Não tenho bicicleta

Falta de educação no trânsito

Condições climáticas (chuva, sol)

Não há estrutura cicloviária suficiente

Falta de segurança

Moro muito longe do campus

Motivos para NÃO utilizar a BICICLETA como meio de transporte:

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62

Figura 39 – Motivos para não ir a pé

Fonte: Autora, 2017

A última parte da sessão permitia que o entrevistado escrevesse sugestões e

contribuições. Entre as respostas relevantes, pode-se citar: não utiliza a caminhada

devido ao peso da mochila, que causa dores, devido ao tempo gasto e, especialmente,

devido a insegurança nas ruas (muitos casos de assalto em Camobi); deve-se

incentivar caronas; melhorar a infraestrutura para a bicicleta, especialmente no bairro

Camobi, e integrá-las com as existentes dentro do campus; mais bicicletários nos

prédios; incentivo para utilizar acessos secundários, pois o acesso por Pains está em

más condições; não utiliza a bicicleta pois não há local para tomar banho após a

chegada; alternar os horários do início das aulas por prédio, diminuindo a intensidade

dos horários de pico; o transporte público não é nada atrativo; investir em educação

no trânsito.

5.4.2 Bicicleta

Na sessão disponível aos que responderam que utilizam a bicicleta como

principal meio de transporte foi questionado a respeito dos principais motivos para a

utilização da bicicleta (Figura 40), que são: pequena distância entre origem e campus,

o que permite o uso da bicicleta sem grande esforço; a rapidez, se comparado ao

modo a pé; e o custo, pois é mais barato que o automóvel e transporte público, já que

não necessita de combustível, nem grandes gastos com manutenção.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Calçadas em más condições

Iluminação precária

Falta de segurança

Moro muito longe

Motivos para NÃO ir A PÉ para o campus:

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63

Figura 40 – Motivos para utilizar a bicicleta

Fonte: Autora, 2017

Também foi questionado sobre a influência da construção da pista multiuso no

interior do campus, a fim de verificar se a melhoria na infraestrutura realmente

potencializa o uso do modal. Conforme demonstrado na Figura 41, verifica-se que

47% só passou a utilizar a bicicleta após a construção da ciclovia, e 24% passou a

utilizá-la com mais frequência, totalizando um impacto positivo em 71% da população

que utiliza o meio de transporte.

Isso justifica que a estratégia correta não é esperar que as pessoas utilizem a

bicicleta para então planejar uma estrutura cicloviária que atenda suas necessidades,

mas sim, instalar a ciclovia, oferecer um caminho seguro e confortável, a fim de

permitir que a população veja as vantagens no uso da bicicleta e considere utilizá-la

diariamente.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Preocupação ambiental

Não possuo automóvel

Para praticar atividade física

Mais barato

Mais rápido

Moro perto do campus

Motivos para utilizar a bicicleta como principal meio de transporte:

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64

Figura 41 – Influência da construção da pista multiuso

Fonte: Autora, 2017

5.4.3 A pé

O motivo para se utilizar o modo a pé para acessar o campus é, conforme

apontado por 90% dos entrevistados que utilizam o modal, a curta distância entre o

ponto de origem/destino e o campus. Não possuir um automóvel e a caminhada ser

um modal que não envolve gastos, também são motivos apontados por 34% dos

pedestres (Figura 42).

24%

29%

47%

Você passou a utilizar a bicicleta com mais frequência após a construção da pista multiuso dentro do campus?

Sim. Passei a ir com mais frequência apósa construção da via.

Não. A construção da via não interferiuno meu hábito de deslocamento

Sim. Eu só passei a utilizar a bicicletacomo meio de transporte após aconstrução da via.

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65

Figura 42 – Motivos para ir a pé

Fonte: Autora, 2017

Como sugestões pertinentes, destaca-se a importância de oferecer passeios

com melhor estrutura, como cobertura para proteção de intempéries, árvores que

proporcionam sombra e tornam a caminhada mais agradável no verão, tanto na

Avenida Roraima como no restante do bairro Camobi e no interior do campus.

5.4.4 Transporte Público

Apontado por 66% dos usuários do transporte público, um motivo para utilizar

este modal é não possuir um automóvel, indicando que a maioria mudaria o seu meio

de transporte se tivesse a oportunidade. Ainda, a longa distância da origem/destino

até o campus e o menor custo, se comparado ao automóvel, são motivos apontados

por 63% e 61%, respectivamente (Figura 43).

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Preocupação ambiental

Para praticar atividade física

Não possuo automóvel

Mais barato

Moro perto do campus

Motivos para ir a pé para o campus:

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66

Figura 43 – Motivos para utilizar o transporte público

Fonte: Autora, 2017

A maioria dos usuários (85%) utiliza apenas uma linha de ônibus para chegar

ao campus, enquanto 15% utiliza duas linhas, ou seja, precisa realizar transbordo

durante o trajeto.

A respeito da linha mais utilizada para acesso ao campus, 58% utiliza a linha

Universidade, que possui a maior disponibilidade de horários, conforme demonstrado

no capítulo anterior. A segunda linha mais utilizada é Bombeiros, seguido da Tancredo

Neves e, com 1%, a linha Circular Camobi (Figura 44).

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Mais rápido

Preocupação ambiental

Há uma linha de ônibus que passa perto da minharesidência

Mais barato

Moro longe do campus

Não possuo automóvel

Motivos para utilizar o transporte público como meio de transporte:

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Figura 44 – Linhas de acesso ao campus

Fonte: Autora, 2017

Por último, foi questionado a respeito do nível de satisfação com a linha de

ônibus que mais utiliza, cujos resultados estão apresentados na Figura 45. No total,

65% dos usuários não estão satisfeitos com as condições oferecidas pelo transporte

público que atende o campus.

Figura 45 – Nível de satisfação com transporte público

Fonte: Autora, 2017

33%

1%58%

8%

Qual linha de acesso ao campus você mais utiliza?

Bombeiros

Circular Camobi

Universidade - Vale Machado

Tancredo Neves

59%16%

25%

0%

Qual seu nível de satisfação com a linha de ônibus que utiliza para chegar ao campus? (Horários, qualidade dos

veículos, informação, etc.)

Insatisfeito

Totalmente insatisfeito

Satisfeito

Totalmente satisfeito

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Separando o índice de satisfação por linha de ônibus, conforme Figura 46,

percebe-se que a linha Tancredo Neves é um pouco melhor conceituada, com 38%

considerando-se satisfeitos com o serviço da linha, enquanto Bombeiros apresenta

26% e Universidade 22%.

Figura 46 – Nível de satisfação por linha de ônibus

Fonte: Autora, 2017

As respostas para sugestões e contribuições tiveram o maior número na seção

do transporte público, com 39 respostas. Destaca-se sugestões como: aumentar a

quantidade de ônibus e horários, especialmente nos horários de pico; oferecer ônibus

em horário reduzido nos finais de semana para linhas como Bombeiros, que

atualmente não funcionam em finais de semana e feriados, assim como no período

de férias; oferecer mais linhas diretas ao campus; disponibilizar horários com rotas

alternativas; implantar um corredor de ônibus; aumentar o número de ônibus

articulados (com maior capacidade); organizar as paradas no campus, separando em

filas para cada linha; melhorar a manutenção dos ônibus; renovar a frota. Ressalta-se

o grande número de reclamações sobre a superlotação dos ônibus, que não oferecem

o mínimo de conforto nas viagens, sobre o valor da passagem não ser compatível com

o serviço oferecido, e sobre o não cumprimento dos horários programados.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Tancredo Neves Bombeiros Universidade

Nível de satisfação por linha de ônibus

Totalmente insatisfeito Insatisfeito Satisfeito

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5.4.5 Moto

Por fim, a última sessão tratava a respeito dos usuários da motocicleta. Os

principais motivos para utilizá-la, conforme Figura 47, são: é mais rápido, mais barato

e mais fácil de estacionar, se comparado ao automóvel.

É interessante constatar que 0% considera “não possuir um automóvel” um dos

motivos para utilizar a motocicleta, portanto, conclui-se que, mesmo que pudessem

trocar o seu meio de transporte para o automóvel, não o fariam.

Figura 47 – Motivos para utilizar a moto

Fonte: Autora, 2017

0%

20%

60%

60%

80%

Não possuo automóvel

Moro longe do campus

Mais fácil para estacionar

Mais barato

Mais rápido

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Motivos para utilizar a moto como meio de transporte:

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6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Conforme os resultados apresentados no capítulo anterior, concluiu-se que os

principais bairros de origem e destino são Camobi e Centro. Por esse motivo, serão

analisadas as medidas estratégicas que poderão ser adotadas para melhorar a

mobilidade partindo desses bairros, que concentram 63% de toda a população que

vai ao campus e dos quais partem pessoas por meio dos mais diversos meios de

transporte, conforme Figura 48.

Também, serão tratadas sobre as medidas que poderão ser adotadas para toda

a população, indiferente do seu bairro de origem/destino.

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Figura 48 – Divisão modal nos principais bairros

Fonte: Autora, 2017

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6.1 SUGESTÕES PARA BAIRRO CAMOBI COMO ORIGEM/DESTINO

O bairro Camobi é o bairro no qual o campus está inserido, portanto é o que

apresenta as menores distâncias de deslocamento, sendo que o ponto mais distante

até a entrada do campus possui cerca de 7km de distância.

Para os entrevistados que têm como origem o bairro Camobi, 77% possui

distância menor que 2km entre origem e campus, apresentando-se como grande

potencial para uso de meios de transporte não-motorizados (caminhada e bicicleta), e

22% mora a uma distância entre 2 e 7km, sendo essa uma distância razoável para

percorrer de bicicleta.

Segundo a pergunta sobre o meio de transporte utilizado, entre os moradores

do bairro, 63% utilizam meios não-motorizados para chegar ao campus, sendo 50% a

pé e 13% bicicleta, enquanto 22% utilizam o automóvel, apresentando-se como a

população com potencial para deixar o automóvel e utilizar meios não-motorizados.

Entre as barreiras para utilizar a bicicleta ou ir a pé, para os que utilizam o

automóvel, estão as apresentadas abaixo.

Até 2km - distância razoável para percorrer a pé ou de bicicleta (Figura 49 e

Figura 50).

Figura 49 – Motivos para não utilizar a bicicleta (até 2km – bairro Camobi)

Fonte: Autora, 2017

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Moro muito longe do campus

Falta de educação no trânsito

Número de bicicletários é insuficiente

Não há estrutura cicloviária suficiente

Falta de segurança

Não tenho bicicleta

Condições climáticas (chuva, sol)

Motivos para não utilizar a BICICLETA como meio de transporte (até 2km - bairro Camobi):

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73

Figura 50 – Motivos para não ir a pé (até 2km – bairro Camobi)

Fonte: Autora, 2017

Entre 2 e 7km – distância razoável para percorrer de bicicleta (Figura 51).

Figura 51 – Motivos para não utilizar a bicicleta (entre 2km e 7km – bairro Camobi)

Fonte: Autora, 2017

A maioria considerou as condições climáticas e o fato de não possuir uma

bicicleta as principais barreiras para a utilização a bicicleta. Quanto as condições

climáticas, infelizmente é um fator que não pode ser controlado, pois sempre existirão

dias de frio, calor excessivo, chuva, ou outras condições climáticas que tornam o

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Calçadas em más condições

Moro muito longe

Iluminação precária

Falta de segurança

Motivos para não ir A PÉ para o campus (até 2km - bairro Camobi):

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

Moro muito longe do campus

Número de bicicletários é insuficiente

Não há estrutura cicloviária suficiente

Falta de educação no trânsito

Falta de segurança

Não tenho bicicleta

Condições climáticas (chuva, sol)

Motivos para não utilizar a BICICLETA como meio de transporte (entre 2 e 7km - bairro Camobi):

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deslocamento por bicicleta desconfortável. Uma sugestão é a implantação de uma

ciclovia coberta na Avenida Roraima, o que não resolveria os problemas causados

pelas intempéries, mas promoveria sombra em dias muito quentes e proteção em dias

chuvosos.

Quanto ao fato de não possuir uma bicicleta, sugere-se a disponibilização de

aluguel de bicicletas em pontos estratégicos do bairro Camobi ou o incentivo para a

compra de bicicleta, como ocorreu com os automóveis.

Barreira existente principalmente nos deslocamentos a pé, a segurança é um

fator que possui grande influência. O bairro Camobi está passando por um momento

de total insegurança pública, o que causa preocupação e interfere na escolha do

modal. Portanto, um maior investimento na segurança pública do bairro Camobi é

crucial não somente para incentivar a caminhada e o uso da bicicleta, mas para a

tranquilidade de todos os moradores.

Apesar das respostas não apresentarem a falta de estrutura cicloviária e a falta

de bicicletários como fatores preponderantes para não escolher a bicicleta como meio

de transporte, é importante salientar que a implantação de infraestrutura é uma grande

forma de incentivar, até mesmo os que, no momento, não consideram trocar seu meio

de transporte. É importante aumentar a rede cicloviária, conectar as ciclovias do

campus e da Avenida Roraima com ciclovias em ruas do bairro, além da implantação

de bicicletários seguros dentro do campus.

Ainda, é importante apresentar que 44% dos que utilizam automóvel, do bairro

Camobi, disseram estar dispostos a mudar seu meio de transporte para a bicicleta, o

que representa o potencial de usuários que o bairro possui e justifica estratégias de

investimento no modal.

6.2 SUGESTÕES PARA BAIRRO CENTRO COMO ORIGEM/DESTINO

O Centro, segundo bairro com maior índice de viagens, fica cerca de 12km

distante do campus. Por esse motivo, os dois principais meios de transporte

sustentáveis, segundo a pirâmide invertida da mobilidade sustentável, não são

aplicáveis, pois não é uma distância viável para ir a pé ou de bicicleta. Assim, o meio

de transporte plausível de ser utilizado e mais sustentável é o transporte público

coletivo.

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O Centro é atendido, como apresentado anteriormente, por duas linhas que

levam até o campus: Bombeiros e Universidade, Faixa Nova e Faixa Velha.

Entre os respondentes do bairro Centro, 29% utiliza automóvel e 67% utiliza o

transporte público. Apesar do número alto de usuários do transporte público, ainda há

uma parte considerável que utiliza o automóvel e, dificilmente, o ocupa conforme sua

capacidade máxima. Também, é importante considerar que a maioria dos usuários do

transporte público são estudantes, constantemente influenciados a possuir um

automóvel devido ao status associado a ele e também devido às más condições

apresentadas pelo transporte público, concluindo-se que, quando tiverem a

possibilidade de migrar para o automóvel, o farão.

Dos que utilizam automóvel, 36% declararam que estão dispostos a mudar seu

meio de transporte para o transporte público, e para que isso ocorra, esse modal deve

passar a oferecer melhores condições, apresentando vantagens para que seja

utilizado mesmo com a possibilidade de uso de veículo próprio.

Para os que utilizam automóvel, as barreiras para se utilizar o transporte público

são as apresentadas pela Figura 52. Percebe-se que os itinerários das linhas atendem

a maioria da população do Centro, pois apenas 18% consideram a distância até a

parada de ônibus uma barreira.

Figura 52 – Motivos para não utilizar o transporte público (bairro Centro)

Fonte: Autora, 2017

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Falta de informação

Não há linhas de ônibus que passem próximo aomeu local de origem/destino

Poucos horários disponibilizados

A tarifa é muito cara

Não cumprimento dos horários (atrasos)

Veículos em más condições

O tempo de viagem é maior

Ônibus lotados

Motivos para não utilizar o transporte público (bairro Centro):

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Portanto, por meio da análise dos resultados, sugere-se como soluções para a

melhoria do transporte público: disponibilização de mais horários, diminuindo a lotação

dos ônibus, que operam muitas vezes acima da sua capacidade máxima, deixando de

oferecer o mínimo de conforto aos seus passageiros; e colocação de mais ônibus

articulados, que são raridade atualmente.

Quanto ao fato do tempo ser maior, se comparado ao veículo próprio, que não

necessita realizar paradas ao longo do percurso, a melhor solução seria a implantação

de um BRT que operaria em um corredor exclusivo em uma das principais vias (Faixa

Nova ou Faixa Velha), diminuindo o tempo de interferência com outros veículos, e

também diminuindo o número de paradas. Outra estratégia, não tão efetiva, porém

mais fácil e barata, seria a implantação de mais horários com itinerário considerado

direto, diminuindo diversas paradas ao longo do trecho e otimizando o tempo.

Ainda, quanto às más condições dos veículos, a única possível solução é a

substituição dos veículos que não apresentam mais condições seguras para trafegar

(renovação da frota). Também é interessante disponibilizar mais veículos com ar-

condicionado.

6.3 SUGESTÕES GERAIS

Conforme análise dos resultados e considerando as sugestões dadas pelos

entrevistados, também é importante propor algumas estratégias que podem ser

implantadas de forma geral.

Em relação ao transporte público, sugere-se a implantação de algumas

medidas simples e práticas visando a melhoria dos pontos de ônibus. Poderia ser

disponibilizado um quadro informativo com horários de saída e previsão de chegada

no ponto, o que poderia ser automatizado no futuro, disponibilizando um horário mais

exato de passagem, informando atrasos e possíveis problemas no percurso. Outra

sugestão simples para implantação no ponto de ônibus inicial do campus, onde

seguidamente há grande concentração de pessoas, seria a divisão da parada por linha

e organização em filas para embarque.

Incentivar a carona por meio de aplicativos é uma ótima estratégia, a fim de

maximizar o uso da capacidade dos veículos particulares, que atualmente tem uma

média de 1,8 ocupantes/veículo, além de diminuir a poluição e os congestionamentos,

sem perder o conforto e a facilidade oferecidos pelo automóvel.

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Outra proposta simples e que pode trazer grandes impactos é alternar os

horários entre os centros universitários. Hoje, a maioria dos centros possui horários

de início e término das aulas semelhantes, normalmente entre 7h30min e 8h30min

para entrada e 17h e 18h para saída, o que acarreta em um grande número de

veículos e pessoas desejando entrar e sair do campus ao mesmo tempo. Portanto,

alternar os horários entre centros universitários, ou ofertar mais cursos noturnos,

poderia auxiliar na diminuição da intensidade dos horários de pico.

Uma alternativa para diminuir a intensidade dos congestionamentos na saída e

entrada do campus, que ocorre na sua grande maioria pela Avenida Roraima, seria

investir em acessos secundários. O acesso secundário mais utilizado atualmente é o

Pains, porém apresenta condições precárias, que não atraem os motoristas. As obras

de pavimentação do trecho deveriam ser concluídas o quanto antes, a fim de

desafogar o tráfego de veículos da Avenida Roraima e, futuramente, dever-se-ia

planejar a implantação de uma ciclovia no trajeto, a fim de incentivar o uso da bicicleta

para os moradores dos bairros Camobi e São José e para os que possuem algum dos

prédios mais ao sul do campus como destino, já que a entrada da via no campus é

realizada pelo Jardim Botânico.

Outra estratégia a ser utilizada seria o desestímulo do uso do automóvel por

meio da cobrança de estacionamento, cujo dinheiro poderia ser revertido em

investimento da infraestrutura interna com foco na mobilidade sustentável. É

importante salientar que a implantação de medidas internas ao campus possui grande

influência na escolha dos modos de deslocamento para acessar o campus.

Por último, sempre é importante frisar a importância de campanhas de

educação no trânsito.

6.4 COMPARAÇÃO COM OUTROS ESTUDOS NO BRASIL

O presente estudo é semelhante a outros estudos de gerenciamento da

mobilidade em campus universitários já realizados no país, porém apresenta algumas

particularidades. A Tabela 4 apresenta as semelhanças e diferenças entre os estudos,

e reitera que cada universidade necessita de uma pesquisa aplicada ao seu próprio

campus para o correto gerenciamento da mobilidade.

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Tabela 4 – Comparação com estudos semelhantes no Brasil

Autor/Ano Local Metodologia Tamanho da população

Meio de transporte mais utilizado

Índice de ocupação/Carona

Estratégias

Stein, 2013

São Carlos - USP

Questionário online 8857 pessoas Automóvel 78,9% dos veículos ocupados somente pelo motorista

Abertura de novos pontos de acesso para pedestres; implantação de uma rede de rotas cicláveis para acesso ao campus.

Parra, 2006

Ilha do Fundão -

UFRJ

Entrevista por meio de questionário

36500 pessoas Ônibus 67,6% dos veículos ocupados somente pelo motorista

Campanhas de conscientização; parcerias com empresas de ônibus para melhoria do serviço; organização de carona programada; aluguel de bicicleta dentro do campus; controle de velocidade dos carros para circulação interna.

Goldner, 2012

UFSC Entrevista por meio de questionário

31100 pessoas Automóvel 77% dos veículos ocupados somente pelo motorista

Ciclovias e bicicletários dentro do campus; central de caronas; substituição de algumas áreas de estacionamento em espaços para convívio.

Lessa, 2016

UFMG Entrevista por meio de questionário

48949 pessoas Ônibus 47% nunca pegou/ofereceu carona

Investimento em infraestrutura para transporte não-motorizado; criação de Planos de Gerenciamento da Mobilidade.

Martin, 2017

UFSM Questionário online 26652 pessoas Ônibus 53% dos veículos ocupados somente pelo motorista

Melhorar a infraestrutura para ciclistas e pedestres no bairro Camobi; investimento em segurança pública; aumentar a oferta de ônibus; implantação de um sistema BRT; aplicativo de caronas; cobrança de estacionamento no campus; campanhas de educação no trânsito.

Fonte: Autora, 2017

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7 CONCLUSÃO

A partir da revisão bibliográfica, da análise da situação atual da mobilidade de

acesso ao campus da UFSM, das condições oferecidas para cada meio de transporte

e, principalmente, dos resultados obtidos no questionário aplicado, foi possível

identificar as potencialidades de formação de uma mobilidade mais sustentável,

baseada em meios de transporte não motorizados e transporte coletivo.

O acesso à UFSM é dado, em mais de 90% dos casos, pela Avenida Roraima.

Essa avenida contém ciclovia e passeio adequados, pontos de ônibus e duas pistas

de rolamento por sentido, portanto oferece boas condições de acesso para os mais

diferentes meios de transporte, mas tal realidade não se aplica ao restante do bairro

Camobi, nem às Faixas Velha e Nova, cuja estrutura é focada nos automóveis.

Quanto à mobilidade interna, concluiu-se que ela está passando por diversas

melhorias, que priorizam o deslocamento de pedestres e ciclistas, e visam tornar o

campus um lugar mais seguro, agradável e sustentável. Isso está acontecendo por

meio da revitalização das calçadas, implantação da pista multiuso, aluguel de

bicicletas e implantação de bicicletários.

Foi verificado que o meio de transporte mais utilizado é o transporte público,

seguido do automóvel e o modo a pé. Quando esse resultado foi dividido entre

discentes, docentes e servidores técnico-administrativos em Educação, concluiu-se

que metade dos alunos utilizam o transporte público, enquanto 69% dos professores

e 62% dos técnico-administrativos em Educação utilizam o automóvel.

Foi possível confirmar a influência da renda familiar no meio de transporte

utilizado, pois enquanto o uso de transporte público diminui com o aumento da renda,

o uso de automóvel aumenta.

Os picos de acesso são entre 07h30min e 08h30min, e os de egresso são entre

17h e 18h. Os principais bairros de origem/destino são Camobi e Centro.

Em relação aos modais, verificou-se que 53% dos usuários de automóveis

utilizam o carro sozinhos, ou seja, sem oferecer caronas. Quanto à bicicleta, afirmou-

se a importância da implantação de estrutura adequada para incentivar seu uso, já

que 47% dos ciclistas só passaram a utilizar a bicicleta como meio de transporte após

a construção da pista multiuso no interior do campus.

Quanto ao transporte público, a maioria (58%) utiliza a linha Vale Machado para

acessar a Universidade, que é a linha com maior oferta de horários. Também se

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concluiu que 85% utiliza somente uma linha para chegar ao campus, e 75% dos

usuários não estão satisfeitos com o serviço oferecido.

Por fim, como principais soluções encontradas para melhorar a mobilidade de

acesso ao campus da UFSM foram, para o bairro Camobi: implantação de ciclovias e

passeios cobertos, incentivos para compra de bicicletas, investimento em segurança

pública e implantação de uma rede cicloviária planejada, além de bicicletários seguros

dentro do campus.

Para o bairro Centro, as sugestões dadas foram para o transporte público, que

deve melhorar as condições do serviço oferecido por meio da oferta de mais horários,

implantação de mais ônibus articulados, oferta de mais ônibus diretos e substituição

dos veículos em más condições. A longo prazo, o ideal seria a implantação de um

sistema BRT na cidade, que diminui o tempo de viagem do transporte público,

tornando-se, muitas vezes, vantajoso em relação ao automóvel.

Ainda, como sugestões gerais de melhorias, foram recomendadas a

implantação de um aplicativo de caronas, incentivando o uso compartilhado do

automóvel, alternar os horários de início e término das aulas, cobrança de

estacionamento no interior do campus como forma de desestimular o uso do

automóvel, e campanhas de educação no trânsito.

Portanto, o presente trabalho foi importante para caracterizar as viagens de

acesso e egresso ao campus da UFSM, analisar as motivações existentes para o uso

do automóvel, as barreiras para o uso de meios de transporte mais sustentáveis, além

de ter proporcionado um espaço à população do campus para propor ideias, relatar

as dificuldades e, especialmente, refletir sobre o assunto.

Desse modo, o estudo atingiu os objetivos propostos e apresentou resultados

interessantes, que podem auxiliar em pesquisas futuras e, também, na escolha das

melhores estratégias a serem implantadas pela prefeitura da cidade e do campus.

Para os próximos trabalhos relacionados ao assunto realizados na UFSM,

recomenda-se: buscar parceria da prefeitura para aplicação das intervenções citadas

nesse trabalho, analisando seus impactos; aprofundar o estudo da infraestrutura

oferecida e motivações para o uso da bicicleta como meio de transporte; e analisar

mais detalhadamente o serviço de transporte público oferecido para acesso à

universidade.

Também recomenda-se realizar a aplicação do questionário por meio de

plataforma online, conforme esse trabalho, pois foi uma ferramenta que atingiu o

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resultado desejado de forma prática e barata. Porém, para facilitar a divulgação e para

a pesquisa atingir uma parcela da população ainda maior, deve-se buscar uma

parceria com a UFSM para disponibilizar o questionário no sistema de questionários

da universidade.

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APÊNDICE A - MODELO DO QUESTIONÁRIO

Modelo do questionário aplicado para a pesquisa.

PARTE I: CARACTERIZAÇÃO DO USUÁRIO

1 – Situação:

Aluno de Graduação

Aluno de Pós-Graduação

Aluno de Ensino Médio/Técnico

Professor

Servidor

2 – Idade:

Menos de 18 anos

18-25 anos

26-30 anos

31-40 anos

41-50 anos

51-60 anos

Mais de 60 anos

3 – Gênero:

Feminino

Masculino

4 – Renda familiar:

Até 2 salários mínimos

De 2 a 4 salários mínimos

De 5 a 7 salários mínimos

De 8 a 10 salários mínimos

Mais de 10 salários mínimos

5 – Frequência com que vai ao campus:

3 vezes por semana

4 vezes por semana

5 vezes por semana ou mais

6 – Local de trabalho/estudo na UFSM:

Centro de Artes e Letras - CAL

Centro de Educação - CE

Centro de Educação Física e Desportos - CEFD

Centro de Ciências Naturais e Exatas - CCNE

Centro de Ciências Rurais - CCR

Centro de Ciências da Saúde - CCS

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Centro de Ciências Sociais e Humanas - CCSH

Centro de Tecnologia - CT

Colégio Técnico Industrial de Santa Maria - CTISM

Hospital Universitário de Santa Maria - HUSM

Reitoria

Colégio Politécnico

Outro: ___________________

7 – Como você considera a situação do trânsito na cidade de Santa Maria?

Ótima

Boa

Regular

Ruim

Péssima

PARTE II: CARACTERIZAÇÃO DAS VIAGENS DE ACESSO

8 – Atualmente, qual o meio de transporte mais utilizado para IR ao campus?

Automóvel, como motorista

Automóvel, como passageiro

Bicicleta

Transporte público (ônibus)

Moto

A pé

Outro: ___________________

9 – Bairro de origem:

Bairro:

10 – Distância aproximada da sua origem até o campus:

Até 2km

Entre 2km e 7km

Entre 7km e 12km

Entre 12km e 17km

18km ou mais

11 – Tempo aproximado de viagem:

Menos de 10 minutos

Entre 10 a 30 minutos

Entre 30min a 1 hora

Entre 1h a 1h30min

Mais de 1h30min

12 – Horário de chegada na UFSM, na maioria dos dias:

Horário:

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13 – Via de acesso utilizada:

Avenida Roraima

Entrada Pains

Outra

PARTE III: CARACTERIZAÇÃO DAS VIAGENS DE EGRESSO

14 – Atualmente, qual o meio de transporte mais utilizado para SAIR ao campus?

Automóvel, como motorista

Automóvel, como passageiro

Bicicleta

Transporte público (ônibus)

Moto

A pé

Outro: ___________________

15 – Bairro de destino:

Bairro:

16 – Distância aproximada do campus ao destino:

Até 2km

Entre 2km e 7km

Entre 7km e 12km

Entre 12km e 17km

18km ou mais

17 – Tempo aproximado de viagem:

Menos de 10 minutos

Entre 10 a 30 minutos

Entre 30min a 1 hora

Entre 1h a 1h30min

Mais de 1h30min

18 – Horário de saída da UFSM, na maioria dos dias:

Horário:

19 – Via mais utilizada para saída:

Avenida Roraima

Entrada Pains

Outra

PARTE IV: MOTIVOS PARA UTILIZAÇÃO DO MODAL

a) MOTIVOS PARA UTILIZAÇÃO DO MODAL - AUTOMÓVEL

20 – Motivos para utilizar o automóvel: (é possível marcar mais de uma opção)

Maior conforto

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Maior segurança

Maior rapidez

Menor custo

Moro longe do campus

Flexibilidade de horários

Acessibilidade

21 – Geralmente, quantas pessoas ocupam o carro?

1 (motorista)

2

3

4

5

22 – Você estaria disposto a mudar seu meio de transporte a favor da

mobilidade? Se sim, para qual?

Não estou disposto.

Sim. A pé.

Sim. Bicicleta.

Sim. Transporte público.

Eu estaria disposto a dividir o carro com mais pessoas (oferecer mais

caronas).

23 – Motivos para não utilizar o TRANSPORTE PÚBLICO (ÔNIBUS) como meio

de transporte: (é possível marcar mais de uma opção)

Poucos horários disponibilizados

Ônibus lotados

Veículos em más condições

Não há linhas de ônibus que passem próximo ao meu local de

origem/destino

A tarifa é muito cara

O tempo de viagem é maior

Falta de informação

Não cumprimento dos horários (atrasos)

24 – Motivos para NÃO utilizar a BICICLETA como meio de transporte: (é

possível marcar mais de uma opção)

Não há estrutura cicloviária suficiente

Falta de educação no trânsito

Falta de segurança

Condições climáticas (chuva, sol)

Moro muito longe do campus

Número de bicicletários é insuficiente

Não tenho bicicleta

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25 – Motivos para NÃO ir A PÉ para o campus: (é possível marcar mais de uma

opção)

Moro muito longe

Calçadas em más condições

Falta de segurança

Iluminação precária

26 – Dúvidas/Sugestões/Contribuições: ________________________ (resposta

não obrigatória)

b) MOTIVOS PARA UTILIZAÇÃO DO MODAL - BICICLETA

20 – Motivos para utilizar a bicicleta como principal meio de transporte: (é

possível marcar mais de uma opção)

Mais barato

Moro perto do campus

Mais rápido

Para praticar atividade física

Preocupação ambiental

Não possuo automóvel

21 – Você passou a utilizar a bicicleta com mais frequência após a construção

da pista multiuso dentro do campus?

Sim. Eu só passei a utilizar a bicicleta como meio de transporte após a

construção da via.

Sim. Passei a ir com mais frequência após a construção da via.

Não. A construção da via não interferiu no meu hábito de deslocamento.

22 – Dúvidas/Sugestões/Contribuições: ________________________ (resposta

não obrigatória)

c) MOTIVOS PARA UTILIZAÇÃO DO MODAL – A PÉ

20 – Motivos para ir a pé para o campus: (é possível marcar mais de uma opção)

Mais barato

Preocupação ambiental

Moro perto do campus

Para praticar atividade física

Não possuo automóvel

21 – Dúvidas/Sugestões/Contribuições: ________________________ (resposta

não obrigatória)

d) MOTIVOS PARA UTILIZAÇÃO DO MODAL – TRANSPORTE PÚBLICO

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20 – Motivos para utilizar o transporte público como meio de transporte: (é

possível marcar mais de uma opção)

Moro longe do campus

Mais barato

Mais rápido

Há uma linha de ônibus que passa perto da minha residência

Preocupação ambiental

Não possuo automóvel

21 – Quantos ônibus você utiliza para chegar ao campus?

1

2

3 ou mais

22 – Qual linha de acesso ao campus você mais utiliza?

Universidade – Vale Machado

Bombeiros

Circular Camobi

Tancredo Neves

22 – Qual o seu nível de satisfação com a linha de ônibus que utiliza para chegar

ao campus? (Horários, qualidade dos veículos, informação, etc.)

Totalmente satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Totalmente insatisfeito

23 – Dúvidas/Sugestões/Contribuições: ________________________ (resposta

não obrigatória)

e) MOTIVOS PARA UTILIZAÇÃO DO MODAL - MOTO:

20 – Motivos para utilizar a moto como meio de transporte: (é possível marcar

mais de uma opção)

Mais barato

Mais rápido

Moro longe do campus

Mais fácil para estacionar

Não possuo automóvel

21 – Dúvidas/Sugestões/Contribuições: ________________________ (resposta

não obrigatória)