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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Avaliação da produtividade de mão de obra na execução de revestimento de argamassa. Fernando César Costa Oliveira Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como parte dos requisitos para a conclusão da Graduação em Engenharia Civil Orientador: Dr. José Carlos Paliari São Carlos 2009

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - Deciv · para melhoria tanto das condições de trabalho da mão-de-obra, quanto para uma base de dados sólida e confiável. A utilização

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Avaliação da produtividade de mão de obra na execução de revestimento de argamassa.

Fernando César Costa Oliveira

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como parte dos requisitos para a conclusão da Graduação em Engenharia Civil Orientador: Dr. José Carlos Paliari

São Carlos 2009

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Donizete e Cecília que foram os pilares de minha

formação pessoal e profissional, aos meus irmãos Felipe, Fábio e

Victor pela força durante toda trajetória acadêmica. Obrigado

família pelo apoio nos momentos difíceis.

A minha querida Ana Lúcia, obrigado pela felicidade que

proporcionou nesses anos, sem você, não conseguiria.

AGRADECIMENTOS

Gostaria de expressar meus sinceros agradecimentos ao querido Professor

Orientador Dr. José Carlos Paliari, pela paciência, suporte, compreensão neste último

semestre de minha formação. Sou muito grato pelo conhecimento que proporcionou não só

neste trabalho de conclusão de curso, mas também pelas aulas ministradas em toda minha

formação.

Aos Engenheiros da Construcap, Fernando e Kamila que ajudaram com projetos,

conhecimento e desenvolvimento profissional. Ao técnico Kleber pelo tempo e apoio no

trabalho.

A todos os amigos que ajudaram e fizeram possível a realização deste trabalho.

A Deus por proporcionar todas as oportunidades durante os cinco anos de minha

formação.

RESUMO

Este trabalho é dedicado a análise da produtividade da mão-de-obra na execução do

revestimento de argamassa em uma obra localizada na cidade de Osasco, Estado de São

Paulo, nos meses de julho e agosto de 2009. O levantamento se deu apenas para as

paredes internas da edificação e são apresentados indicadores de produtividade da mão-de-

obra (RUP Diária, RUP Cumulativa e RUP Potencial) referentes à coleta de 36 dias.

Palavras-chave: produtividade da mão-de-obra, revestimento, argamassa

ABSTRACT

ABSTRACT This work is dedicated to analyzing the productivity of the labor force in the

performance of the covering of mortar on a construction site located in the city of Osasco,

São Paulo State, in the months of July and August 2009. The survey took was aplyed only to

the inner walls of the building and are shown to improve productivity of the labor force (RUP

Daily, RUP Cumulative, and RUP potential) for the collection of 36 days.

Key-words: productivity, covering, mortar.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Fluxograma de etapas. ................................................................................................3 Figura 2: Produtividade da mão-de-obra (SOUZA, 2001) .........................................................6 Figura 3: Representação gráfica do Modelo de Fatores (SOUZA, 1996) ..................................7 Figura 4: Classificação da mão-de-obra ...................................................................................10 Figura 5: Metodologia de dosagem das argamassas (SABBATINI et al., 1991).....................19 Figura 6: Camadas do revestimento de argamassa: emboço, reboco e massa única (MACIEL;

BARROS; SABBATINI, 1998) .......................................................................................22 Figura 7: Visão analítica dos processos....................................................................................25 Figura 8: Compromisso Empresarial CONSTRUCAP ............................................................30 Figura 9: Canteiro de obras (no fundo) ....................................................................................31 Figura 10: Centro Comunitário ................................................................................................31 Figura 11: Fluxo do processo construtivo ................................................................................32 Figura 12: Betoneira e aviso de atenção aos usuários ..............................................................33 Figura 13: Dosagem com padiola e areia média....................................................................33 Figura 14: Areia média .............................................................................................................34 Figura 15: Execução do chapisco no 1º Pavimento..................................................................35 Figura 16: Execução do enchimento de argamassa ..................................................................36 Figura 17: Tempo de espera para a argamassa .........................................................................36 Gráfico 18: RUP Oficial Chapisco (Equipe 1) .........................................................................39 Gráfico 19: RUP Oficial Massa Única Térreo (Equipe 2)........................................................40 Gráfico 20: RUP Oficial Massa Única Térreo (Equipe 1)........................................................41 Gráfico 21: RUP Oficial Massa Única 1º Pavimento (Equipe 1).............................................42 Gráfico 22: RUP Oficial Massa Única 2º Pavimento (Equipe 1).............................................43

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Exemplo de cálculo de produtividade dos Oficiais (RUP Oficial)...........................11 Tabela 2: Exemplo de cálculo de produtividade da Equipe Direta (RUP Direta)....................11 Tabela 3: Valores da produtividade da mão-de-obra do serviço de contrapiso (ARAÚJO;

SOUZA, 1999) .................................................................................................................13 Tabela 4: Valores da produtividade da mão-de-obra do serviço de revestimento de fachada

(ARAÚJO; SOUZA, 1999) ..............................................................................................14 Tabela 5: Valores de RUP cumulativa para o serviço de contrapiso. (ARAÚJO; SOUZA,

1999).................................................................................................................................14 Tabela 6: Valores de RUP cumulativa para o serviço de revestimento de fachada. (ARAÚJO;

SOUZA, 1999) .................................................................................................................15 Tabela 7: Valores da variação da RUP(cum-pot) para as obras estudadas (LIBRAIS, 2001) .16 Tabela 8: Aspectos a serem considerados na definição do traço da argamassa (MACIEL;

BARROS; SABBATINI, 1998) .......................................................................................18 Tabela 9: Exemplo de planilha para coleta de dados................................................................26 Tabela 10: Planilha auxiliar para quantidades de serviço ........................................................27 Tabela 11: Planilha diária auxiliar............................................................................................27 Tabela 12: Controle de qualidade (Fonte: Empresa Geoplano Engenharia S/C Ltda) .............34 Tabela 13: RUP Oficial Chapisco – Equipe 1 ..........................................................................38 Tabela 14: RUP Oficial Massa Única Térreo – Equipe 2.........................................................39 Tabela 15: RUP Oficial Massa Única Térreo – Equipe 1.........................................................40 Tabela 16: RUP Oficial Massa Única 1º Pavimento (Equipe 1) ..............................................41 Tabela 17: RUP Oficial Massa Única 2º Pavimento (Equipe 1) ..............................................42 Tabela 18: Valor para RUP Cumulativa para o serviço de chapisco........................................45 Tabela 19: Valor para RUP Cumulativa para o serviço de massa única ..................................45

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................1

1.1 Justificativa ...............................................................................................................2

1.2 Objetivo .....................................................................................................................2

1.3 Método de Trabalho .................................................................................................3

1.4 Estrutura do Trabalho .............................................................................................5

2. PRODUTIVIDADE DA MÃO-DE-OBRA .......................................................................6

2.1 Definição....................................................................................................................6

2.2 Indicadores de Mensuração.....................................................................................8

2.3 Classificação da Mão-de-obra ...............................................................................10

2.4 Exemplo de Cálculo ................................................................................................11

2.5 Trabalhos Realizados .............................................................................................12 2.5.1 Araújo; Souza (1999) .......................................................................................12 2.5.2 Librais (2001) ...................................................................................................15

3. REVESTIMENTO DE ARGAMASSA...........................................................................17

3.1 Definição..................................................................................................................17 3.1.1 Trabalhabilidade ...............................................................................................20 3.1.2 Capacidade de Retenção de Água ....................................................................20 3.1.3 Capacidade de Absorver Deformações.............................................................20 3.1.4 Aderência Inicial...............................................................................................20 3.1.5 Retração ............................................................................................................21

3.2 Classificação............................................................................................................21

4. METODOLOGIA ............................................................................................................23

4.1 Quantidade de Serviço ...........................................................................................23

4.2 Homens-Hora..........................................................................................................24

4.3 Método de Coleta e Processamento de Dados ......................................................24

5. ESTUDO DE CASO ........................................................................................................29

5.1 Definição da Empresa ............................................................................................29

5.2 Definição da Obra...................................................................................................30

5.3 Caracterização do Serviço .....................................................................................32 5.3.1 Equipamentos e Ferramentas de Produção.......................................................33 5.3.2 Dosagem e Controle de Qualidade ...................................................................33 5.3.3 Execução do Revestimento...............................................................................35

5.4 Organização das Equipes de Produção ................................................................37

5.5 Resultados ...............................................................................................................38

5.6 Análise de Resultados.............................................................................................43

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................46

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................47

8. APÊNDICE......................................................................................................................50

9. ANEXOS ..........................................................................................................................52

1

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos a indústria da Construção Civil tem passado por um

desenvolvimento tecnológico em busca de qualidade nos seus produtos e

processos construtivos. As empresas de construção civil estão buscando trocar

o empirismo do processo construtivo pelos conceitos de base científica. Essa

evolução, atualmente, deve ser implementada através de ações

organizacionais e operacionais que objetivem aumentar os níveis de

produtividade e qualidade, conseqüentemente incrementando os níveis de

industrialização.

O estudo da produtividade de atividades voltadas a mão-de-obra,

equipamentos e materiais é cada vez mais importante para empresas de

grande porte e prestadores de serviços, um banco de dados próprio é de

extrema importância para o desenvolvimento de áreas como orçamentos e

compras.

Atualmente, a disputa de mercados está fundamentada em vantagens

competitivas de custos da cadeia produtiva, volumes comercializáveis e

qualidade, onde qualquer detalhe específico de produtividade e eficácia é um

diferencial significativo de grande valor para que a construtora obtenha bons

resultados e para a satisfação do cliente.

Este trabalho se insere na problemática da especificação do método

construtivo na execução de revestimento interno de argamassa, visando

buscar maior controle de execução utilizando indicadores de produtividade de

mão-de-obra reais e próximos da realidade construtiva da empresa.

2

1.1 JUSTIFICATIVA

Os revestimentos em geral representam uma parcela significativa do

custo de construção de edifícios e o estudo de sua produtividade é relevante

para melhoria tanto das condições de trabalho da mão-de-obra, quanto para

uma base de dados sólida e confiável.

A utilização da camada de revestimento da alvenaria no Brasil é muito

ampla, pois além do desempenho térmico/acústico, existe também o funcional,

voltado para a regularização e proteção da superfície das paredes.

O levantamento de produtividade é importante para empresas, pois é

possível identificar e analisar cada atividade desenvolvida, suprindo e definindo

propostas para superação dos problemas. Além disso, estes dados poderão

entrar para o banco de dados da empresa e ajudar a criar critérios de avaliação

de serviço.

O grau de produtividade de uma empresa é uma das melhores formas

de indicar seu desempenho: considerando a execução do revestimento interno

de argamassa uma atividade de extrema relevância no custo das obras, é

economicamente justificável descobrir seus fatores determinantes e estudar

esse tipo de caso.

1.2 OBJETIVO

O objetivo principal deste trabalho consiste na avaliação da produtividade

da mão-de-obra na execução do revestimento interno de argamassa levando-

se em consideração seus fatores potencialmente influenciadores tais como

equipamentos utilizados, acesso ao lugar de aplicação da demão, dependência

de outras frentes de serviço, condições de trabalho e coordenação da equipe.

3

1.3 MÉTODO DE TRABALHO

O delineamento do trabalho está exposto no fluxograma de etapas

proposto a seguir (figura 1).

Figura 1: Fluxograma de etapas.

A – Revisão Bibliográfica: como estrutura do trabalho a Revisão

Bibliográfica tem como objetivo consolidar informações sobre o método

construtivo para o revestimento de argamassa, abordando características da

argamassa e principais aspectos relacionados a produtividade da mão-de-obra.

B – Escolha da obra: o trabalho realizado desenvolve-se baseado na

coleta diária de dados de um determinado objeto de estudo: portanto a escolha

da obra teve uma grande importância para a obtenção dos dados. O estudo

realizado em obra nos meses de Julho e Agosto permitiu a escolha de um

4

objeto de estudo em função da disponibilidade e fácil acesso à atividade de

revestimento de argamassa que estava sendo desenvolvida neste período.

C – Elaboração do Método de Coleta de Dados: a elaboração do

método de coleta de dados foi baseada na literatura de autores como Araújo;

Souza(1999). Essa etapa é importante para a determinação considerações a

serem feitas na coleta dos dados e também para o planejamento de coleta.

D – Coleta de dados: essa etapa é compreendida pelo tempo passado

em obra coletando dados, e informações que possam justificar a produtividade

diariamente. A obra escolhida é determinante nessa etapa devido à

disponibilidade de tempo necessária para essa etapa.

E – Análise de produtividade e argamassa: O estudo da

produtividade e de argamassa estruturou o trabalho cientificamente, definindo

todos os métodos utilizados (tanto para coleta, como desenvolvimento) para o

trabalho. Essa análise possibilitou um melhor entendimento da pesquisa

através do embasamento teórico proporcionado por vários trabalhos realizados

com temas parecidos com o proposto.

F – Análise dos resultados: Esta etapa é dedicada à análise dos

dados coletados. Com o auxílio do programa Microsoft Excel ® os dados foram

desenvolvidos de forma a obter resultados que justificam o trabalho e também

comparar com as tabelas do TCPO, comentando as dificuldades encontradas.

G – Considerações finais: Como forma de comentar o trabalho

desenvolvido, as considerações finais, tem por objetivo finalizar o trabalho

relacionando os resultados no contexto acadêmico profissional.

5

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho é composto por mais 6 capítulos, além deste capítulo

introdutório. No capítulo 2 são abordados os conceitos de produtividade da

mão-de-obra que será apresentada a definição de produtividade e como será

aplicada neste trabalho, o objetivo é dar um maior embasamento para a

pesquisa, enquanto que no capítulo 3 são abordados trabalhos referentes ao

revestimento de argamassa, como definições de serviços e suas

classificações.

A metodologia é a explicação de todo o método utilizado para cálculo

dos dados, sendo abordada no capítulo 4 enquanto que o estudo de caso, que

explica os detalhes da obra, serviços e dados é abordado no capítulo 5. As

considerações finais serão apresentadas no capítulo 6.

Além destes capítulos, o trabalho apresenta também 4 apêndices e 3

anexos, a saber:

Apêndice A – Paredes internas do Térreo.

Apêndice B – Paredes internas do 1º Pavimento.

Apêndice C – Paredes internas do 2º Pavimento.

Apêndice D – Planilhas de produtividade (em CD-ROM)

Anexo A – Planta Térreo Centro Comunitário.

Anexo B – Planta 1º Pavimento Centro Comunitário.

Anexo C – Planta 2º Pavimento Centro Comunitário.

6

2. PRODUTIVIDADE DA MÃO-

DE-OBRA

2.1 DEFINIÇÃO

A produtividade é entendida como sendo um conjunto de atividades

desenvolvidas transformando um bem em outro com maior utilidade ou

eficácia.

O termo produtividade foi utilizado pela sua primeira vez em um artigo

de um economista francês chamado Quesnay em 1766, passado mais de um

século, em 1883, outro economista francês, Littre, usou o mesmo termo como

sendo uma capacidade de produzir, entretanto somente no começo deste

século o termo assumiu o significado da relação entre o produzido e os

recursos empregados para produzi-lo. (WIKIPÉDIA, 2009)

A produtividade, de uma forma geral, é a medição do nível de eficiência

ou eficácia de um agente/atividade, ou seja, o quão rápido ou eficiente a mão-

de-obra executa um serviço. Pode-se observar essa relação entre mão-de-obra

e serviço na figura 2.1 a seguir (SOUZA, 2001).

Figura 2: Produtividade da mão-de-obra (SOUZA, 2001)

7

Em função do grande uso do estudo de produtividade pela indústria da

Construção Civil, e da grande diferença em métodos de mensuração, neste

trabalho será adotado o “Método dos Fatores” baseado no modelo proposto por

THOMAS; YIAKOUMIS (1987), adaptado e aperfeiçoado para a situação

brasileira em diversas dissertações e teses elaboradas no âmbito do Programa

de Pós-Graduação de Engenharia de Construção Civil e Urbana da USP.

O Método de Fatores tem como suas principais características

apresentadas por Araújo; Souza (1999):

• o foco na produtividade da mão-de-obra em nível de equipe

(medida em homens-hora por unidade de serviço);

• a possibilidade de consideração dos efeitos da curva de

aprendizagem;

• a detecção de correlação de vários fatores, que podem ser

mensurados, com a produtividade.

Portanto, levando em consideração a produtividade em nível de equipe,

a sua mensuração pode sofrer interferências em relação a vários fatores como,

detalhes de projeto, características físicas do trabalho, ambiente de trabalho,

disponibilidade de materiais, aspectos organizacionais e gerenciais e

condições atmosféricas.

O Modelo de Fatores pode ser representado graficamente de acordo

com a Figura 2.2 (SOUZA, 1996).

Figura 3: Representação gráfica do Modelo de Fatores (SOUZA, 1996)

8

O gráfico do Modelo de Fatores representado leva em consideração a

curva real e a de referência. Segundo THOMAS; YIAKOUMIS (1987), na curva

real é levada em conta as interferências na produtividade diária exprimindo a

realidade, através do cálculo da produtividade cumulativa que define um

traçado irregular de difícil entendimento. A curva de referência representa o

desempenho básico do serviço avaliado, que leva em conta a melhoria da

execução do serviço (aprendizagem) com o passar do tempo.

O desenvolvimento do Modelo de Fatores assume a existência de uma

condição padrão de trabalho, onde a produtividade diária será a de referência

(pode-se ou não assumir a existência de aprendizado). Fatores de interferência

fazem a produtividade real variar em relação à ideal. O modelo relaciona a

produtividade real diária às características diárias de trabalho. Se as condições

de trabalho se mantivessem constantemente iguais a um padrão definido

(situação de referência), a produtividade somente variaria caso houvesse

aprendizado (SOUZA, 1996).

2.2 INDICADORES DE MENSURAÇÃO

A produtividade da mão-de-obra será mensurada através do indicador

denominado Razão Unitária de Produção (RUP) que relaciona as medidas de

entrada (homens-hora utilizados) à saída (quantidade de serviço executada). A

RUP é um termo introduzido no país através de trabalhos sobre o assunto

realizados por SOUZA (1996) e é expressa matematicamente pela equação a

seguir:

QS

HhRUP =

Onde:

Hh = Homens-hora utilizados para execução do serviço

QS = Quantidade de serviço executados nesse período

9

Em Araújo; Souza (1999) se relacionam dois tipos de RUP em função

do período de tempo ao qual se referem as medidas de entrada e saída. A

RUP diária e cumulativa, onde mostram respectivamente o efeito dos fatores

presentes no dia de trabalho sobre a produtividade e a tendência de

desempenho do serviço (útil para previsões em obra, ou para orçamentos de

futuras obras).

A RUP diária é calculada com os valores de homens-hora e

quantidade de serviço relativos ao dia de trabalho em análise. A RUP

cumulativa é calculada a partir dos valores de homens-hora e quantidade de

serviço, relativos ao período que vai do primeiro dia em que se estudou a

produtividade até o dia em questão.

Além dessas RUP´s calcula-se também a RUP Potencial que

corresponde a mediana dos valores da RUP Diária menores ou iguais à RUP

Cumulativa final. Segundo Souza (2001), a RUP Potencial é equivalente a “um

valor de RUP Diária associado à sensação de bom desempenho e que, ao

mesmo tempo, mostra-se factível em função dos valores de RUP Diária

detectados”.

Para a coleta de dados é evidenciada a necessidade de padronização

de medições tantos para entradas quanto para saídas.

Thomas (1991)1 faz algumas recomendações prescritas em um manual

elaborado na Pennsylvania State University, e que foram adotas por Souza

(1996), como sendo as principais regras de padronização para mensuração da

mão-de-obra:

PADRONIZAÇÃO PARA ENTRADAS

• deve-se calcular as horas de trabalho despendidas por uma

equipe, que consiste de um encarregado e os membros da

equipe sob seu comando;

• não são contadas horas dos trabalhadores por falta ou atraso;

• os ajudantes (trabalho de suporte) somente são considerados

quando seu trabalho é devotado exclusivamente à equipe em

estudo.

1 THOMAS, H.R., HORNER, R.M.W. & SMITH, G.R. Procedures manual for collecting productivity and related data of labor-intensive activities on commercial construction projects: concrete formwork. State College. PTI Report, 1991. 63p.

10

PADRONIZAÇÃO PARA SAÍDAS

• não são considerados os vãos de aberturas;

• não são computados requadros dos caixilhos e portas;

• diferentes camadas do revestimento (ex: chapisco, emboço) são

quantificadas em separado.

2.3 CLASSIFICAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA

Segundo Souza (2001), a mão-de-obra deve ser classificada de acordo

com sua abrangência ou tipo de mão-de-obra analisada. A figura 2.3 evidencia

esta classificação:

Figura 4: Classificação da mão-de-obra

Na RUP Oficial é considerada a mão-de-obra dos oficiais envolvidos

diretamente na produção.

11

Na RUP Direta são considerados, além dos homem-hora

correspondentes aos oficiais, as horas correspondentes aos ajudantes

envolvidos diretamente com a produção.

A RUP Global envolve toda a mão-de-obra relacionada com o serviço

em análise (ex: ajudante do fornecimento de materiais, encarregado).

2.4 EXEMPLO DE CÁLCULO

Neste item é apresentado um exemplo de cálculo de produtividade de

revestimento de argamassa, mostrando as classificações introduzidas para

melhor entendimento.

Para efeito de exemplo, na Tabela 2.1 será calculada RUP Oficial, no

caso, aplicada somente a mão-de-obra dos oficiais envolvidos diretamente na

execução do revestimento, e na Tabela 2.2 a RUP Direta, incluindo-se as horas

correspondentes dos ajudantes envolvidos diretamente na produção.

Tabela 1: Exemplo de cálculo de produtividade dos Oficiais (RUP Oficial)

Eq. RUP (Hh/m2 )

Dia Of.

Hh Diária

Hh Cum.

QS Diária

QS Cum. Diária Cum.

RUP Diária ≤

RUP Cum.

RUP Pot.

1 2 17 17 23 23 0,74 0,74 2 2 17 34 20 43 0,85 0,79 3 2 17 51 15 58 0,68 0,88 0,68 4 2 14 65 25 83 0,93 0,78 5 2 14 79 20 103 0,7 0,77 0,70 6 2 17 96 23 126 0,68 0,76 0,68

0,68

Tabela 2: Exemplo de cálculo de produtividade da Equipe Direta (RUP Direta)

Eq. RUP (Hh/m2 )

Dia Of. Ajud.

Hh Diária

Hh Cum.

QS Diária

QS Cum. Diária Cum.

RUP Diária ≤

RUP Cum.

RUP Pot.

1 2 1 26 26 23 23 1,13 1,13 1,13 2 2 1 26 52 20 43 1,30 1,21 3 2 1 26 78 25 68 1,04 1,15 1,04 4 2 1 23 101 15 83 1,53 1,22 5 2 1 23 124 20 103 1,15 1,20 1,15 6 2 1 26 150 25 128 1,04 1,17 1,04

1,09

12

2.5 TRABALHOS REALIZADOS

Neste item serão apresentados estudos de produtividade de

revestimentos de argamassa, seus resultados e conclusões.

2.5.1 ARAÚJO; SOUZA (1999)

Em Araújo; Souza (1999), são desenvolvidos estudos referentes à

análise da produtividade na execução de contrapiso e revestimento de

fachada, a partir do levantamento de informações em 5 canteiros de obras. É

feita a comparação da produtividade diária e cumulativa das obras para

definição do nível de desempenho atual dos serviços que foram avaliados e

determinar os fatores que fazem tal desempenho variar.

13

Tabela 3: Valores da produtividade da mão-de-obra do serviço de contrapiso (ARAÚJO; SOUZA, 1999)

OBRA A OBRA B OBRA C DIA

RUP

Diária

(Hh/m²)

RUP

cumulativa

(Hh/m²)

RUP

Diária

(Hh/m²)

RUP

cumulativa

(Hh/m²)

RUP

Diária

(Hh/m²)

RUP

cumulativa

(Hh/m²)

1 0,42 0,42 1,06 1,06 1,02 1,02

2 0,41 0,42 1,45 1,23 1,01 1,01

3 0,41 0,41 0,90 1,10 0,98 1,00

4 0,38 0,41 1,20 1,12 1,00 1,00

5 0,41 0,41 1,18 1,13 0,83 0,96

6 0,43 0,41 1,12 1,13 2,31 1,04

7 0,44 0,42 1,75 1,18 1,09 1,05

8 0,40 0,41 1,21 1,18 0,99 1,04

9 0,44 0,42 1,12 1,18 0,92 1,02

10 0,38 0,41 1,06 1,16 1,07 1,03

11 1,02 0,44 1,39 1,18 - -

12 0,46 0,44 1,47 1,20 - -

13 0,41 0,44 1,39 1,20 - -

14 0,38 0,43 - - - -

15 0,48 0,43 - - - -

16 0,51 0,44 - - - -

17 1,90 0,46 - - - -

14

Tabela 4: Valores da produtividade da mão-de-obra do serviço de revestimento de fachada (ARAÚJO; SOUZA, 1999)

Tabela 5: Valores de RUP cumulativa para o serviço de contrapiso. (ARAÚJO; SOUZA, 1999)

FONTE RUP cumulativa (Hh/m2)

Obra A 0,46

Obra B 1,20

Obra C 1,03

TCPO* 0,50

OBRA D OBRA E DIA

RUP

Diária

(Hh/m²)

RUP

cumulativa

(Hh/m²)

RUP

Diária

(Hh/m²)

RUP

cumulativa

(Hh/m²)

1 2,33 2,33 1,65 1,65

2 1,30 1,67 1,47 1,53

3 4,16 2,08 3,95 2,01

4 13,96 2,82 1,95 2,00

5 3,24 2,96 4,59 2,28

6 2,37 2,75 1,85 2,23

7 1,66 2,38 - -

8 2,11 2,32 - -

9 2,01 2,27 - -

10 1,85 2,21 - -

11 2,86 2,26 - -

12 1,72 2,22 - -

13 1,70 2,17 - -

14 1,40 2,09 - -

15

*contrapiso com espessura de 3,0 cm executado com argamassa de cimento e areia no traço 1:5 em volume de materiais secos (a mão-de-obra para o preparo e transporte de argamassa até o andar em execução não está incluída).

Tabela 6: Valores de RUP cumulativa para o serviço de revestimento de fachada. (ARAÚJO; SOUZA, 1999)

FONTE RUP cumulativa (Hh/m2)

Obra D 2,09

Obra E 2,23

TCPO* 1,20

* valores relativos a emboço áspero de 2,0 cm de espessura para receber reboco (a mão-de-obra para o preparo e transporte de argamassa até o andar em execução não está incluída).

Como resultados foi observado que apenas a obra A apresentou valor

similar ao preconizado pelo TCPO. Detecta-se uma tendência de os valores

reais observados serem maiores que os orçados. Nota-se, no entanto, que o

TCPO faz suas previsões relativas a um contrapiso de 3,0 cm de espessura,

quando os valores reais observados foram, em dois casos, superiores (alguns

pavimentos com 3,9 cm e outros com 6,4 cm na obra A; 4,0 cm em média na

obra B; e 2,5 cm como média geral na obra C).

As obras D e E estavam com um desempenho pior do que o

potencialmente alcançável (nota-se que existem alguns valores de RUP diária

bem menores que o da RUP cumulativa).

Como considerações finais avaliaram que muito há que se estudar

ainda quanto à produtividade da mão-de-obra na execução de revestimentos

de argamassa. Tal estudo é importante, seja enquanto instrumento para a

melhoria da gestão ou como parâmetro para auxiliar o desenvolvimento

tecnológico do serviço.

2.5.2 LIBRAIS (2001)

Este trabalho apresenta um método prático para estudar a

produtividade da mão-de-obra no serviço de revestimento interno de paredes e

pisos com placas cerâmicas. Inicialmente foram apresentados conceitos

relativos ao estudo da produtividade, sendo adotados os fundamentos do

Modelo dos Fatores como embasamento teórico. São discutidas diretrizes para

o desenvolvimento do método prático.

16

Tabela 7: Valores da variação da RUP(cum-pot) para as obras estudadas (LIBRAIS, 2001)

Nas comparações das RUP cumulativas e potenciais, foram

encontrados resultados satisfatórios, como é visto na tabela 8, foi observado

que o valor da obra SP19 é exageradamente alto e não serve de

referência,pois, foi uma obra onde a equipe ficou totalmente inativa por 3 dias

num total de 8 dias trabalhados.

Como considerações finais, Librais (2001), comenta que o método

prático apresentado foi de fácil execução, reconhecido pelas pessoas

responsáveis pela sua aplicação e facilidade de uso das planilhas para a

quantificação de serviço executado e de homem-hora. Quanto à inserção deste

trabalho no setor privado, espera ter criado referências para orçamento,

programação e controle de obras, possibilitando também a obtenção de

indicadores que podem auxiliar a definição de equipes de trabalho e a

constatação, em canteiro, dos valores de produtividade realmente ocorrido.

Obra

RUP(cum-

pot)

(Hh/m2)

SP20a 0,02

SP20b 0,01

SP19 0,57

SP16a 0,08

SP16b 0,02

SP15a 0,00

SP15b 0,00

SP15c 0,00

SP15d 0,00

SP15e 0,00

SP66 0,05

17

3. REVESTIMENTO DE

ARGAMASSA

3.1 DEFINIÇÃO

A NBR 13529 (ABNT, 1995) define a argamassa para revestimento

como sendo “uma mistura homogênea de agregado(s) miúdo(s), aglomerantes

(s) inorgânico(s) e água, contendo ou não aditivos ou adições, com

propriedades de aderência e endurecimento”.

Já o revestimento, englobando a definição de argamassa, pode se dizer

como sendo o recobrimento de uma superfície lisa ou áspera com uma ou mais

camadas sobrepostas de argamassa, em espessura normalmente uniforme,

apta para receber um acabamento final.

Assim como, a NBR 13529 (ABNT, 1995) refere-se ao sistema de

revestimento como um elemento formado pelo revestimento de argamassa e

acabamento decorativo, compatível com a natureza da base, condições de

exposição, acabamento final e desempenho, previstos em projeto.

Segundo Sabbatini (1984), os revestimentos de argamassa têm, em

geral, as seguintes funções: proteger as vedações e a estrutura contra a ação

de agentes agressivos e, por conseqüência, evitar a degradação precoce das

mesmas, aumentar a durabilidade e reduzir os custos de manutenção dos

edifícios; auxiliar as vedações a cumprirem com as suas funções, tais como:

isolamento termo-acústico, estanqueidade à água e aos gases e segurança ao

fogo; estéticas, de acabamento e aquelas relacionadas com a valorização da

construção ou determinação do padrão do edifício.

Nos últimos anos a indústria da construção civil tem passado por um

desenvolvimento tecnológico em busca de qualidade nos seus produtos e

processos construtivos. As empresas de construção civil estão buscando trocar

o empirismo do processo construtivo pelos conceitos de base científica,

visando elevar o índice de produtividade e qualidade.

A argamassa a ser empregada pode ser preparada na obra,

industrializada ou fornecida em silos. Portanto, além do custo x beneficio, a

18

escolha da argamassa a ser utilizada depende da cultura de produção, como o

espaço disponível em canteiro.

Segundo Maciel; Melhado (1999), no caso da argamassa prepara em

canteiro de obra, sua dosagem deve ser definida de acordo com o grau de

solicitação do revestimento, as propriedades a serem obtidas, o tipo e as

características da base, a disponibilidade de materiais no local, e o tipo de

controle efetuado durante sua produção. Já as industrializadas e as fornecidas

em silos deve-se avaliar suas características e comportamento em sua

utilização para a adequação às condições solicitantes, dispensando a

dosagem.

Muitos canteiros de obra utilizam a argamassa de revestimento sem a

prévia dosagem e definição de qual seria o melhor traço a ser empregado,

portanto Maciel; Barros; Sabbatini (1998) propõe uma tabela resumo para

caracterização de materiais empregados na argamassa.

Tabela 8: Aspectos a serem considerados na definição do traço da argamassa (MACIEL; BARROS; SABBATINI, 1998)

MATERIAIS ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS NA COMPOSIÇÃO E

DOSAGEM

Cimento • tipo de cimento (características) e classe de resistência

• disponibilidade e custo

• comportamento da argamassa produzida com o cimento

Cal • tipo de cal (características)

• forma de produção

• massa unitária

• disponibilidade e custo

• comportamento da argamassa produzida com a cal

Areia • composição mineralógica e granulométrica

• dimensões do agregado

• forma e rugosidade superficial dos grãos

• massa unitária

• inchamento

• comportamento da argamassa produzida com a areia

• manutenção das características da areia

Água • características dos componentes da água, quando não for potável

19

Aditivos • uso de aditivos acrescentados à argamassa no momento da mistura ou da argamassa aditivada

• tipo de aditivo (características)

• finalidade

• disponibilidade e custo

• comportamento da argamassa produzida com o aditivo

Adições • tipo de adição (características)

• finalidade

• comportamento da argamassa produzida com a adição

• disponibilidade, manutenção das características e custo

Porém, normalmente, em canteiros de obra esses aspectos não são

considerados e determinados empiricamente, para tanto Sabbatini et al.(1991)

defini alguns parâmetros a serem seguidos, a figura 5 ilustra uma metodologia

de dosagem racional.

Figura 5: Metodologia de dosagem das argamassas (SABBATINI et al., 1991)

20

Para que os revestimentos de argamassa possam cumprir

adequadamente as suas funções, eles precisam apresentar um conjunto de

propriedades específicas, relativas à argamassa nos estados fresco e

endurecido. O entendimento dessas propriedades e dos fatores que

influenciam a sua obtenção permite prever o comportamento do revestimento

nas diferentes situações de uso.

3.1.1 TRABALHABILIDADE

A trabalhabilidade é uma propriedade de extrema importância para o

revestimento de argamassa, pois pode afetar o resultado do serviço.

Para Yoshida; Barros (1995) a trabalhabilidade é o resultado das

características de plasticidade, coesão, consistência, viscosidade, adesão e

densidade. Interferindo diretamente no trabalho do operário, na aderência da

argamassa ao bloco e nas propriedades da argamassa no estado endurecido,

podendo alterar-se completamente em função da relação água/aglomerante,

da relação aglomerante/areia, da granulometria do agregado e da natureza e

qualidade do aglomerante.

3.1.2 CAPACIDADE DE RETENÇÃO DE ÁGUA

A capacidade de retenção de água está relacionada com a superfície

específica de seus constituintes. Segundo Yoshida; Barros (1995) uma

argamassa deve possuir capacidade de reter água necessária para molhar a

superfície dos grãos e do aglomerante. Para tanto, melhorar a capacidade de

retenção de água é recomendável o uso da cal, pois, possui alta capacidade

adsortiva e elevada superfície específica. Para a mesma função outros

materiais podem ser utilizados, como aditivos derivados da celulose.

3.1.3 CAPACIDADE DE ABSORVER DEFORMAÇÕES

A capacidade de absorver deformações é uma propriedade do

revestimento que está sob tensão, mas sofrendo deformação sem ruptura ou

através de fissuras não prejudiciais.

3.1.4 ADERÊNCIA INICIAL

A aderência inicial pode ser entendida como sendo a ancoragem da

argamassa em sua base, seguido do endurecimento progressivo da mesma. A

aderência inicial depende das outras propriedades da argamassa no estado

fresco, e também das características da base de aplicação, como: porosidade,

rugosidade, condições de limpeza da superfície de contato entre a argamassa

e a base.

21

3.1.5 RETRAÇÃO

A retração na secagem ocorre em função da evaporação da água de

amassamento da argamassa e, também, pelas reações de hidratação e

carbonatação dos aglomerantes. A retração pode acabar causando a formação

de fissuras no revestimento. As camadas de argamassa que são aplicadas em

espessuras maiores, superiores a 25 mm, estão mais sujeitas a sofrerem

retração na secagem e apresentarem fissuras.

3.2 CLASSIFICAÇÃO

Os revestimentos à base de argamassa são compostos, basicamente,

pelas camadas de emboço e reboco ou pelos revestimentos em camada única.

O emboço, conforme a NBR 13529 (1995), “é a camada de

revestimento executada para cobrir e regularizar a superfície da base ou

chapisco, propiciando uma superfície que permita receber outra camada, de

reboco ou de revestimento decorativo, ou se constitua no acabamento final”.

Neste último caso, se o próprio emboço se torna o acabamento final, o

revestimento é considerado de camada única.

O reboco conforme a mesma norma é a última camada dos

revestimentos constituídos por múltiplas camadas, servindo como acabamento

dos revestimentos de argamassa. Como esta camada confere a textura final

aos revestimentos de múltiplas camadas, ela não deve apresentar fissuras,

principalmente em situações de aplicação externa. Portanto, a argamassa

constituinte desta camada deve apresentar alta capacidade de absorver

deformações.

O emboço é o corpo do revestimento, por ser a camada principal, mais

espessa e ancoradora dos materiais subseqüentes do revestimento, como

reboco, pinturas, cerâmicas, mármore, granito, placas laminadas,

revestimentos têxteis, papel de parede, dentre outros (CORTEZ, 1999).

Nos revestimentos constituídos por duas camadas, emboço e reboco,

cada uma delas cumpre funções específicas, sendo o emboço uma camada de

regularização da base e o reboco, uma camada de acabamento. Já os

revestimentos constituídos por uma única camada, a mesma cumpre as duas

funções de regularização da base e acabamento. (MACIEL; BARROS;

SABBATINI, 1998)

22

Cada uma das camadas do revestimento é constituída por argamassas

com propriedades diferenciadas, adequadas ao cumprimento das funções

específicas.

A Figura 6 ilustra o revestimento da vedação vertical do tipo emboço e

reboco e do tipo massa única. Esses dois tipos de revestimento podem ser

aplicados sobre uma camada de preparo da base, denominada chapisco e

podem receber sobre a sua superfície uma camada de acabamento decorativo.

Figura 6: Camadas do revestimento de argamassa: emboço, reboco e massa única (MACIEL; BARROS; SABBATINI, 1998)

23

4. METODOLOGIA

É imprescindível a elaboração de um planejamento de coleta de dados

para ter uma maior confiabilidade de resultados, para tanto, deve-se dividir o

serviço em etapas. A medição será separada por pavimentos executados, uma

vez que envolvem grande número de tarefas e subtarefas, além do fato de

haver várias frentes de trabalho acontecendo ao mesmo tempo em pavimentos

distintos.

Toda elaboração de instrumentos de coleta interfere diretamente nos

resultados, portanto este capítulo é dedicado a apresentação deste método de

coleta e processamento de dados inerentes à obtenção dos indicadores de

produtividade na execução de revestimento de argamassa.

4.1 QUANTIDADE DE SERVIÇO

Para a quantificação de serviço executada pela mão-de-obra é

previamente estudada a equipe de trabalho que estará executando em

determinado período. Para isso deve-se levar em conta ajuda do mestre, ou

encarregado do empreendimento.

Todo serviço é medido no período da manhã (de preferência na

primeira hora do dia), apresentando as quantidades diárias executadas do dia

anterior, pois é comum encontrar trechos incompletos pela impossibilidade de

se finalizar o serviço até o final do expediente. As anormalidades de

quantidade de serviço devem ser computadas e divididas nos dias de trabalho

que foram executadas.

Segue de Paliari (2008), “Os instrumentos de coleta de dados devem

ser elaborados de tal forma a permitir ao pesquisador coletar os dados relativos

à quantidade de serviço diretamente nos pavimentos/ambientes cujos serviços

foram executados no dia anterior.”

24

Por fim deve-se também determinar a unidade de mensuração de

serviço, no caso do revestimento de argamassa será o m² (metro quadrado) de

parede.

4.2 HOMENS-HORA

Em Paliari (2008) adota-se uma definição importante, “No início dos

trabalhos de campo, ou previamente aos mesmos, deve-se conhecer a equipe

construtora e saber o respectivo cargo de cada integrante de tal forma a poder

relacioná-los aos indicadores de produtividade de mão-de-obra.”

Portanto, a melhor forma de saber a equipe (encarregado, oficial,

servente) seria com o auxílio do engenheiro ou mestre responsável pelo

empreendimento. Essa determinação de executores é importante para o

dimensionamento da equipe, e poder determinar a influência das

características da equipe no trabalho.

Em relação ao tempo de trabalho na execução do serviço, não serão

considerados o tempo referente às refeições e outros eventos de diversas

naturezas (reuniões de segurança ou qualidade, entre outras), uma postura

única deve ser adotada, de forma a considerar todo o tempo disponível para o

serviço.

Adota-se uma diretriz dissertada em Paliari (2008), “Considera-se, para

o cômputo da produtividade da mão-de-obra, o tempo no qual o operário ficou

disponível para execução do serviço, excluindo-se deste montante o tempo

dedicado a atividades previamente programadas, como: refeições, reuniões

técnicas e outras situações de mesma natureza.”

4.3 MÉTODO DE COLETA E PROCESSAMENTO DE DADOS

Para obtenção dos dados com planejamento de coleta é importante

existir um bom conhecimento do projeto a ser executado, e a forma de

organização da mão-de-obra executora, além disso, a elaboração das planilhas

de processamento para facilitar o entendimento e posterior análise.

25

Figura 7: Visão analítica dos processos

De acordo com a figura 7, pode-se dividir o serviço de revestimento de

argamassa em suas fases de desenvolvimento, identificando suas tarefas e

sub-tarefas. Identificar todas as etapas do processo produtivo é importante

para definir a atividade de estudo, pois a produtividade medida no chapisco é

diferente da medida na aplicação da massa única.

O estudo desenvolvido neste trabalho será relacionado ao chapisco e à

massa única em separado, embutindo o serviço da produção das taliscas à

massa única, pois, como observado em obra, os executores não separavam a

tarefa de taliscamento, desenvolvendo este serviço previamente ao de massa

única, como se fizesse parte do mesmo processo. Portanto nos resultados de

produtividade de massa única estão embutidos o tempo de execução das

taliscas.

No que diz respeito à quantidade de homens-hora demandados na

execução do revestimento, o acompanhamento diário da obra é crucial, pois,

REVESTIMENTO DE ARGAMASSA

CHAPISCO

TALISCAS

MASSA ÚNICA

Limpeza da base Medição e marcação (prumo e esquadro)

Assentamento das Taliscas

Produção da Argamassa

Chapar Molhar Parede

Aplicação Sarrafear

Desempenar

Passa espuma

TAREFAS

SERVIÇO

SUB-TAREFAS

26

pode existir uma estratégia de execução diferente que varie com o tempo. Por

exemplo, o encarregado planeja o serviço do pavimento térreo para três oficiais

e três serventes, porém durante o período de execução, podem surgir

atividades (como assentamento de alvenaria) em outros pavimentos que

necessitem da ajuda de um desses oficiais, diminuindo a mão-de-obra prevista,

por outro lado, o encarregado poderia inicialmente planejar a atividade para

dois oficiais, e durante a execução, precisar de um número maior de

executores.

Para a execução revestimento de argamassa em paredes internas o

encarregado designa diariamente o operário ou a equipe, a realizar uma única

tarefa durante o dia de trabalho (determinadas paredes com chapisco ou

massa única), podendo facilitar a coleta, fixando a necessidade de

comunicação intensa com o mandante dos serviços.

A coleta diária de dados é desenvolvida a partir de uma planilha que

disponibiliza colunas como: a data da execução de determinado serviço, a

atividade executada (chapisco, massa única), o número das paredes

executadas no período, os funcionários demandados, a quantidade de serviço

(em metros quadrados), o período da atividade (tempo) e um campo para

observações.

Tabela 9: Exemplo de planilha para coleta de dados

Data Atividade Paredes Eq. QS(m²) Período Obs.

Manhã Tarde

22/jul Chapisco 1,2,3,4,5,

21

2 of,

2

ajud.

81,34 7:30 12:00 13:00 17:00

Equipe

terceirizada

(trabalham

por hora)

Manhã Tarde

23/jul Chapisco

19,20,22,

23,24,25,

26,27,28,

29

2 of,

2

ajud.

125,31 7:30 12:00 13:00 17:00

Equipe

Construcap

... ... ... ... ... ... ... ...

A idéia é fazer a coleta de dados e assim atualizar a planilha

diariamente, como se fosse uma agenda de dados.

Um problema considerado na quantificação dos serviços executados é

a diferença da quantidade real executada, e a prevista em projeto. Para um

controle melhor de quantidades de serviço e complemento para planilha de

27

coleta de dados utilizam-se duas planilhas auxiliares que relacionadas facilitam

o processamento de dados.

Tabela 10: Planilha auxiliar para quantidades de serviço

Paredes - Térreo

Número Comp.(m) Esquadrias (m²) Atura parede(m) área (m²)

1 4,00 2,70 10,80

2 3,60 0,72 2,15 7,02

3 5,10 2,15 10,97

4 3,20 2,15 6,88

5 1,80 1,68 2,70 3,18

6 1,80 2,70 4,86

7 3,40 2,70 9,18

8 3,40 2,70 9,18

9 1,75 2,70 4,73

10 3,40 2,15 7,31

11 3,40 2,15 7,31

12 1,60 0,72 2,70 3,60

13 3,20 2,70 8,64

Tabela 11: Planilha diária auxiliar

13/jul

CHAPISCO 1° PAV

NÚMERO ÁREA (m²) 1 3,87

2 17,10

3 21,93

4 17,10

5 10,54

21 10,80

TOTAL 81,34

Em um dia de trabalho a equipe poderá executar mais de uma parede,

portanto as tabelas 5 e 6 combinadas podem facilitar a contagem da

quantidade de serviço total executada naquele dia, isso ocorre com mais

freqüência no chapisco da parede, pois é serviço desenvolvido com mais

rapidez que o emboço.

As planilhas são combinadas pela formula “SOMASE” (ferramenta do

programa Microsoft Excel ®), onde primeiramente são numeradas todas as

paredes do pavimento estudado, assim como dados relativos para o cálculo da

área de aplicação da argamassa. Na tabela 5 observa-se o comprimento das

paredes vezes sua altura, menos as áreas de aberturas (portas e janelas).

28

Existindo uma planilha diária auxiliar (tabela 6) para cada dia de trabalho, o

pesquisador poderá digitar as paredes que foram executadas nesse dia, e

automaticamente obterá sua área, a somatória das áreas seria a quantidade de

serviço executada no dia, que por sua vez está ligada à quantidade serviço da

tabela 4.

Por exemplo, no dia 13 de julho foram executados chapisco nas

paredes 1, 2, 3, 4, 5 e 21, então como a área de execução de cada uma

dessas paredes já foram calculadas na tabela 5, precisaria somente digitá-las

na tabela 6, por conseqüência, a quantidade de serviço do dia 13 de julho já

estará na planilha de coleta de dados (tabela 4).

Esse processo facilita o cálculo para um número grande de paredes,

pois após calculá-las individualmente, o pesquisador precisará somente digitar

seus números para a obtenção da área de execução total daquele dia.

No Apêndice D são apresentadas as planilhas mencionadas

anteriormente, assim como a planilha de cálculo das RUP´s sendo o motivo do

trabalho.

29

5. ESTUDO DE CASO

5.1 DEFINIÇÃO DA EMPRESA

A Empresa a qual foi feita a coleta de dados é a CONSTRUCAP CCPS

Engenharia e Comércio S.A. que se destaca pela qualidade do seu

desempenho e, atualmente, se situa entre as dez maiores construtoras

brasileiras. Sua trajetória foi iniciada em 1944, e seu sucesso foi alcançado

através do seu desenvolvimento contínuo de processos e inovações

tecnológicas, e também com constante preocupação com a responsabilidade

social e respeito pelo meio ambiente.

O amplo espectro de obras e serviços que executa como: obras

comerciais, industriais, rodoviárias, ferroviárias, aeroviárias, portuárias e de

infra-estrutura, de edificações comerciais ou industriais são controladas pelo

Sistema Integrado de Gestão – SIG e com contínua observância das normas

ISO 9001/2000, OHSAS 18001/1999 e ISO 14001/2004.

A empresa Construcap, foi resultado da fusão das empresas Cia.

Construtora Pereira de Souza, constituída em julho de 1944 pelos engenheiros

Caio Luiz Pereira de Souza e Henrique Pegado; Construcap S/A Engenharia e

Comércio, constituída em março de 1955, pelos engenheiros Júlio Capobianco,

José Mandacaru Guerra, John Ulic Burke Jr., José Ribeiro do Valle e Iório

Adami. Além delas, em agosto de 1975 foi incorporada a empresa Imogeral

S/A Imobiliária e Incorporadora, constituída em abril de 1958, pelos

engenheiros Júlio Capobianco, José Mandacaru e Iório Adami.

Atualmente, uma nova empresa de prestígio foi incorporada a empresa,

a Construtora Ferreira Guedes S.A..

O Grupo Construcap é composto pelas empresas: Construcap CCPS

Engenharia e Comércio S/A, Territorial São Paulo Ltda., Sociedade Agrícola

J.C. Ltda., Goiasa Goiatuba Álcool Ltda. e é acionista da Concer.

A CONTRUCAP possui uma política empresarial muito presente em seu

dia a dia, onde qualidade e segurança sempre estão em primeiro lugar. A

seguir apresenta-se o compromisso empresarial representado pelo presidente,

30

Julio Capobianco e vice-presidentes: Roberto Ribeiro Capobianco, Eduardo

Ribeiro Capobianco e Julio Capobianco Filho.

Figura 8: Compromisso Empresarial CONSTRUCAP

5.2 DEFINIÇÃO DA OBRA

A obra da construtora Construcap onde foi realizada a coleta de dados

é a R1204 P.M. de Osasco – Revitalização e Reurbanização da favela.

Localizada no endereço:

Rua Doutor Edgar Magalhães Noronha, s/n

Bairro: Morro do Socó CEP 06263-170

Cidade: Osasco – S.P.

31

Figura 9: Canteiro de obras (no fundo)

A obra R1204 é marcada principalmente por atividades de infra-

estrutura desenvolvidas na área da favela, a prefeitura de Osasco juntamente

com o Governo Estadual são os atuais clientes. A obra é subdividida em 2

partes, onde a Construcap é responsável pela maior parte da obra,

compreendida pela canalização de um córrego, construção da EMEF (Escola

Municipal de Ensino Fundamental) e do CCO (Centro Comunitário), e também

de unidades habitacionais. Enquanto a outra empresa que participa da obra,

estaria desenvolvendo somente mais unidades habitacionais.

A coleta de dados deu-se no período dos meses de Julho e Agosto de

2009, nas paredes internas do CCO (Centro Comunitário) que possui 2

pavimentos e o piso térreo.

Figura 10: Centro Comunitário

32

5.3 CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO

A coleta de dados foi realizada com a permissão dos engenheiros

responsáveis pela obra:

Engenheiro de produção: Fernando Franzoi Fernandes

Engenheira de planejamento: Kamila Bressan de Lima

As principais características do revestimento de paredes internas do

Centro Comunitário são:

• argamassa produzida no canteiro (central de produção);

• material estocado em contêineres (proteção contra intempéries);

• transporte horizontal feito por equipamentos;

• transporte vertical por meio de corda e polia;

• aplicação manual;

• taliscamento e mestras executadas junto a massa única;

• revestimento como base para a pintura;

• acabamento sarrafeado e com espuma;

• limpeza realizada diariamente pelos ajudantes.

Considerando o processo construtivo em geral (figura 11), a etapa onde

se concentra o desenvolvimento do estudo é basicamente em produção,

desconsiderando aspectos relativos ao recebimento do material, estocagem e

transporte. Por exemplo, a mão-de-obra da central de produção de argamassa

e transporte até o pavimento de execução é desconsiderada.

Figura 11: Fluxo do processo construtivo

Recebimento Estocagem Transporte interno

Produção

33

5.3.1 EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DE PRODUÇÃO

Os equipamentos que foram utilizados na produção de argamassa são:

equipamento de mistura (betoneira), recipientes para dosagem dos materiais

(padiola de dimensões 35x35x38cm), pás, peneiras para eliminar torrões e

balde graduado (adição de água).

Figura 12: Betoneira e aviso de atenção aos usuários

Figura 13: Dosagem com padiola e areia média

Nas figuras 12, 13, 14, 15 observa-se a central de produção de

argamassa onde estão localizados os equipamentos e ferramentas necessários

para sua confecção.

É interessante apontar o fato de que somente dois colaboradores

podem operar a betoneira e todos os envolvidos no serviço estão usando os

EPI´s necessários para atividade (luvas, capacete, óculos de proteção e

máscara).

5.3.2 DOSAGEM E CONTROLE DE QUALIDADE

A dosagem da argamassa é definida em função de algumas

características e facilidades da obra. Foi observado que durante a execução do

revestimento de argamassa no Centro Comunitário, outras atividades que

envolviam argamassa estavam sendo desenvolvidas, como por exemplo, o

34

assentamento de blocos em unidades habitacionais, sendo um dos fatores que

levaram ao engenheiro a utilizar uma argamassa com o mesmo traço para as

duas atividades.

Figura 14: Areia média

A figura 16 mostra as informações necessárias para a produção da

argamassa desejada, o traço utilizado é 1 : 3, ou seja, para a adição de um

saco de cimento de 50 Kg na betoneira, deve-se colocar três padiolas de areia

média e no máximo 43 litros de água de acordo com a trabalhabilidade

desejada (a quantidade de água é controlada pelo balde graduado que tinham

volume de 12 litros ou 16 litros).

Para garantir que a argamassa utilizada para o revestimento fosse de

uma resistência de 4,5 MPa eram feitos ensaios de resistência, na tabela 7

pode-se observar alguns dos resultados obtidos, fornecidos pela empresa

responsável para o controle de qualidade.

Tabela 12: Controle de qualidade (Fonte: Empresa Geoplano Engenharia S/C Ltda)

Resistência a Compressão

Idade Ruptura Carga Tensão (MPa)

410 2.1

Fator A/C Obtido

3 DIAS 12/06/2009 400 2.0 680 3.5 7 DIAS 16/06/2009 720 3.7 920 4.7 14 DIAS 23/06/2009 990 5.0 1110 5.7

0,86

28 DIAS 06/07/2009 1150 5.9

35

5.3.3 EXECUÇÃO DO REVESTIMENTO

Como norma da empresa, os funcionários executores passam por um

Treinamento Diário de Segurança (TDS) no primeiro horário do dia. O

encarregado de cada equipe deve apresentar informações de segurança

relativas às atividades que serão desenvolvidas, assim como os EPI´s

necessários. A reunião de segurança leva em torno de 30 minutos diários.

Além do TDS todas as quintas-feiras o Gerente da obra, junto aos

Engenheiros, fazem um Treinamento Geral, que visa discutir problemas e

melhorias para obra, que consome em torno do 1 hora do dia. Todo o tempo

relativo aos treinamentos e reuniões de segurança é descontado no cálculo da

produtividade.

A execução do revestimento de argamassa foi iniciada no dia 13 de

julho, no 1º Pavimento do Centro Comunitário, as atividades não seguiram uma

ordem de pavimentos, pois a alvenaria no Térreo e no 2º Pavimento estava

incompleta.

O revestimento do empreendimento é constituído pelo chapisco da

alvenaria em todo pavimento e posterior aplicação da massa única, sendo essa

a responsável pelo recebimento do acabamento.

Figura 15: Execução do chapisco no 1º Pavimento

Na figura 17 pode-se observar que o chapisco ainda não havia sido

aplicado na parte superior das paredes, cada oficial executa o chapisco que

está a sua altura de aplicação, nesse período os ajudantes montam os

andaimes para o término do chapisco.

Quanto a aplicação da massa única, os oficiais no primeiro horário do

dia, os oficiais esperavam a argamassa chegar (função dos ajudantes) para

começar o serviço. Tiveram dias em que faltou areia para produção e

atrasaram as atividades, esse tempo em que os funcionários ficaram parados,

36

foi computado como sendo horário de trabalho, entrando no cálculo da

produtividade.

Figura 16: Execução do enchimento de argamassa

Uma característica importante da aplicação da argamassa no chapisco

é o tempo de espera da argamassa chapada na parede, de acordo com os

oficiais, depois de aplicar a argamassa, é necessário esperar em torno de 2

horas para ser sarrafeada, pois dessa forma melhorava-se a trabalhabilidade

diminuindo a quantidade de água e evitava o retrabalho. Ouve casos em que a

argamassa depois de sarrafeada, não aderiu à parede, causando assim seu

retrabalho. Nos dias mais úmidos usaram holofotes para ajudar na umidade da

argamassa, como se pode observar na figura 19.

Figura 17: Tempo de espera para a argamassa

37

5.4 ORGANIZAÇÃO DAS EQUIPES DE PRODUÇÃO

Durante o período de execução do revestimento de argamassa no

Centro Comunitário, duas equipes foram responsáveis pelo desenvolvimento

das atividades.

Equipe direta 1:

• de 1 a 3 oficiais;

• de 1 a 3 ajudantes.

Equipe direta 2:

• de 1 a 2 oficiais;

• de 1 a 2 ajudantes.

Equipe de apoio:

• 2 ajudantes na Central de produção;

• 1 ajudante geral transportando o material para o andar.

A equipe direta 1 é constituída por funcionários da Construcap,

trabalhavam sob ordens do encarregado Mangabeira e ganhavam salário por

hora trabalhada. A Equipe direta 2 é composta executores subempreitados,

que eram pagos por tarefa, seus membros eram originados do Sergipe e eram

chamados por esse nome na obra.

Durante o período de execução do Térreo (participação da equipe 2), o

encarregado resolveu retirar a equipe do Sergipe, pois não estava feliz com o

resultado do trabalho deles, e foram realizar outras atividades no canteiro.

A argamassa era transportada por um equipamento chamado

Manipulador Telescópico, que transportava a argamassa da Central de

Produção até o Térreo, que por sua vez era içada por cordas até o pavimento

de execução.

No desenvolver dos serviços alguns oficiais foram remanejados para

outras atividades com necessidade maior, o encarregado enviava os oficiais

para assentamento de blocos em outros pavimentos, ou até mesmo para

atividades fora do Centro Comunitário.

38

5.5 RESULTADOS

Serão apresentados nesse item os resultados obtidos da Razão Unitária

de Produção (RUP) Diária, Cumulativa e Potencial dos Oficiais responsáveis

pela execução do revestimento das paredes internas, referente à coleta de 36

dias no Centro Comunitário.

Como forma de avaliar o quanto a produtividade está diferente do valor

esperado, será calculado também o rendimento da produtividade diário, obtido

pela equação a seguir:

100*(%)Pr

dimRe

−=

RUPpot

RUPpotRUPcumeodutividad

enton

Os resultados foram divididos em 5 partes, onde a primeira é referente

ao chapisco em todas as paredes do empreendimento, enquanto que as outras

4 estão divididas entre as produtividades da execução da massa única nos

pavimentos:

• Equipe 1 – térreo, 1º pavimento e 2º pavimento.

• Equipe 2 – térreo.

Tabela 13: RUP Oficial Chapisco – Equipe 1

Eq. RUP (Hh/m2 )

Dia Of. Hh

Diária Hh

Cum. QS

Diária QS

Cum. Diária Cum.

RUP Diária ≤ RUP Cum.

RUP Pot.

Rend. da Produt.(%)

1 3 25,50 25,50 84,78 84,78 0,30 0,30 0,30 58,30 2 3 25,50 51,00 84,56 169,34 0,30 0,30 58,51 3 1 5,50 56,50 28,53 197,87 0,19 0,29 0,19 50,28 4 2 17,00 73,50 109,26 307,13 0,16 0,24 0,16 25,95 5 2 16,00 89,50 125,31 432,44 0,13 0,21 0,13 8,93 6 2 17,00 106,50 62,17 494,61 0,27 0,22 13,33 7 2 13,00 119,50 51,60 546,21 0,25 0,22 15,15 8 2 17,00 136,50 39,73 585,94 0,43 0,23 22,61

9 1 8,50 145,00 27,95 613,89 0,30 0,24 24,32

10 1 8,50 153,50 20,20 634,09 0,42 0,24 27,41 11 1 8,00 161,50 26,95 661,04 0,30 0,24 28,59 12 1 8,50 170,00 36,54 697,58 0,23 0,24 0,23

0,19

28,26

39

RUP Oficial - Chapisco (Equipe 1)

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

0,45

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Dias

Pro

du

tivi

dad

e

RUP Diária RUP Cumulativa RUP Potencial

Gráfico 18: RUP Oficial Chapisco (Equipe 1)

Tabela 14: RUP Oficial Massa Única Térreo – Equipe 2

Eq. RUP (Hh/m2 )

Dia Of. Hh

Diária Hh

Cum. QS

Diária QS

Cum. Diária Cum

RUP Diária ≤ RUP Cum.

RUP Pot.

Rend. da

Produt(%)

1 2 17,00 17,00 19,66 19,66 0,86 0,86 0,86 5,48

2 2 13,00 30,00 14,74 34,40 0,88 0,87 6,37

3 1 8,50 38,50 7,31 41,71 1,16 0,92 12,58

4 2 17,00 55,50 21,78 63,49 0,78 0,87 0,78 6,61

5 2 17,00 72,50 17,99 81,47 0,95 0,89 8,52

6 2 16,00 88,50 16,06 97,53 1,00 0,91

0,82

10,66

40

RUP Oficial Térreo - Massa Única (Equipe 2)

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1 2 3 4 5 6

Dias

Pro

du

tivi

dad

e

RUP Diária RUP Cumulativa RUP Potencial

Gráfico 19: RUP Oficial Massa Única Térreo (Equipe 2)

Tabela 15: RUP Oficial Massa Única Térreo – Equipe 1

Eq. RUP (Hh/m2 )

Dia Of. Hh

Diária Hh

Cum. QS

Diária QS

Cum. Diária Cum.

RUP Diária ≤ RUP Cum.

RUP Pot.

Rend. da

Produt (%)

1 3 22,50 22,50 20,48 20,48 1,10 1,10 1,10 23,47 2 3 25,50 48,00 20,48 40,95 1,25 1,17 31,70 3 1 8,50 56,50 9,12 50,07 0,93 1,13 0,93 26,79 4 3 25,50 82,00 26,23 76,30 0,97 1,07 0,97 20,75 5 3 24,00 106,00 21,95 98,25 1,09 1,08 21,23 6 1 8,50 114,50 10,91 109,16 0,78 1,05 0,78 17,86 7 1 8,50 123,00 11,07 120,23 0,77 1,02 0,77 14,95 8 3 25,50 148,50 30,00 150,23 0,85 0,99 0,85 11,07 9 3 25,50 174,00 19,60 169,83 1,30 1,02 15,12 10 3 25,50 199,50 21,91 191,74 1,16 1,04 16,91 11 2 16,00 215,50 14,04 205,78 1,14 1,05

0,89

17,67

41

RUP Oficial Massa Única - Térreo(Equipe 1)

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

DIAS

PR

OD

UT

IVID

AD

E

RUP Diária RUP Cumulativa RUP Potencial

Gráfico 20: RUP Oficial Massa Única Térreo (Equipe 1)

Tabela 16: RUP Oficial Massa Única 1º Pavimento (Equipe 1)

Eq. RUP (Hh/m2 )

Dia Of. Hh

Diária Hh

Cum. QS

Diária QS

Cum. Diária Cum.

RUP Diária ≤ RUP Cum.

RUP Pot.

Rend. da Produt(%)

1 3 25,50 25,50 24,39 24,39 1,05 1,05 1,05 7,78 2 3 25,50 51,00 21,03 45,42 1,21 1,12 15,77 3 3 25,50 76,50 17,64 63,06 1,45 1,21 25,07 4 3 24,00 100,50 16,99 80,04 1,41 1,26 29,45 5 3 25,50 126,00 26,20 106,24 0,97 1,19 0,97 22,27 6 2 13,00 139,00 16,35 122,59 0,80 1,13 0,80 16,90 7 3 25,50 164,50 26,31 148,90 0,97 1,10 0,97

0,97

13,90

42

RUP Oficial Massa Única - 1º Pavimento (Equipe 1)

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1 2 3 4 5 6 7

Dias

Pro

du

tivi

dad

e

RUP Diária RUP Cumulativa RUP Portencial

Gráfico 21: RUP Oficial Massa Única 1º Pavimento (Equipe 1)

Tabela 17: RUP Oficial Massa Única 2º Pavimento (Equipe 1)

Eq. RUP (Hh/m2 )

Dia Of. Hh

Diária Hh

Cum. QS

Diária QS

Cum. Diária Cum.

RUP Diária ≤

RUP Cum.

RUP Pot.

Rend. da Produt.(%)

1 3 25,50 25,50 23,03 23,03 1,11 1,11 1,11 15,35

2 1 6,50 32,00 9,95 32,97 0,65 0,97 0,65 1,09

3 3 25,50 57,50 19,91 52,88 1,28 1,09 13,27

4 3 25,50 83,00 27,73 80,60 0,92 1,03 0,92 7,27

5 3 25,50 108,50 26,51 107,11 0,96 1,01 0,96 5,52

6 3 24,00 132,50 17,85 124,96 1,34 1,06 10,45

7 3 25,50 158,00 26,42 151,37 0,97 1,04 0,97

0,96

8,73

43

RUP Oficial Massa Única - 2º Pavimento (Equipe 1)

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1 2 3 4 5 6 7

Dias

Pro

du

tivi

dad

e

RUP Diária RUP Cumulativa RUP Potencial

Gráfico 22: RUP Oficial Massa Única 2º Pavimento (Equipe 1)

5.6 ANÁLISE DE RESULTADOS

De um modo geral a produtividade na execução de revestimento de

argamassa é bastante variável. A situação ideal seria encontrar a curva de

aprendizagem nos resultados obtidos, como é proposto pelo Modelo de

Fatores. Com a repetição dos serviços, os executores apresentarem uma

melhoria na produtividade, indicando que seu trabalho teve melhorias durante

toda atividade.

No caso do Chapisco (Gráfico 20), pode-se observar que a RUP Diária

tem uma grande variação, sendo a RUP Diária de 0,43 e 0,42 Hh/m² nos dias 8

e 10 respectivamente, isso ocorreu primeiramente porque foram os primeiros

dias de serviço no 2º pavimento, a equipe de execução foi alterada, o

encarregado trouxe dois oficiais que estavam em outra obra (na escola, obra

desenvolvida pela mesma construtora) para executar o chapisco no Centro

Comunitário, e no dia 10, ouve falta de areia média para produção de

argamassa, que atrasou o início das atividades.

44

De uma forma geral na execução do chapisco, observa-se uma

aprendizagem com a curva da RUP Cumulativa, existindo uma melhora do

rendimento da produtividade com o passar do tempo (começou com 58% e

terminou com 28%, aproximadamente).

Na execução da massa única no térreo, o serviço foi dividido em duas

equipes, a Equipe 1 com oficiais da Construcap, e a Equipe 2 com oficiais

terceirizados.

No gráfico 21 observa-se que a Equipe 2 não teve um desempenho

satisfatório, confirmando o que o encarregado previa, o rendimento da

produtividade da equipe caiu com o passar do tempo, o encarregado tirou a

equipe do Centro Comunitário pois não estava feliz com o serviço que eles

estavam apresentando.

Com relação à equipe 1 na execução de massa única no térreo, tiveram

um desempenho regular, não existindo uma curva de aprendizagem clara, nos

dias 9, 10, 11 tiveram um valor não esperado (aumento do rendimento da

produtividade). De acordo com a coleta de dados, os oficiais não tiveram

nenhum fator que fizessem esses valores alterarem. Comparando as equipes

de produção 1 e 2, no diz respeito à execução do pavimento térreo, não

tiveram grandes diferenças, o que faz pensar que provavelmente o

encarregado tinha algum preconceito com a equipe 2, por eles não serem

funcionários da Construcap ou um motivo pessoal, fato esse que levou a saída

da equipe 2 da execução do Centro Comunitário.

A execução da massa única no 1º Pavimento foi feita somente pela

equipe 1, observa-se no gráfico 23 que ouve um pico da produtividade no 4º

dia de trabalho, isso ocorreu devido um forte chuva que ocorreu depois do

almoço, impossibilitando a equipe de continuar o serviço com a falta de

fornecimento de argamassa, pois a central de produção se localizava fora do

Centro Comunitário. Os dias posteriores foram marcados por grande umidade

do tempo, que fez com que a produtividade também caísse, tendo em vista o

tempo necessário para sarrafeamento da argamassa aplicada na parede.

Os resultados da execução do revestimento no 2º Pavimento tem uma

grande variação como a do chapisco, porém a RUP Potencial está mais

próxima dos valores da RUP Cumulativa, o que leva a concluir que o

rendimento da produtividade no 2º Pavimento é alta, os valores variam de 1 a

15%. O valores de RUP Diária do 3º e 6º dias estão altas, como foram dias

45

normais de trabalho, a explicação para a diferença de valores está no

comportamento/ relação de cada oficial, pode ser que neste dia um executor

teve algum problema familiar, ou até problemas com o encarregado.

A tabela 18 reúne o resultado obtido para o serviço de chapisco junto

com os valores preconizados por um doa manuais de orçamento mais

utilizados no país (TCPO). O mesmo acontece com a tabela 19 quanto ao

serviço de massa única.

Tabela 18: Valor para RUP Cumulativa para o serviço de chapisco

Fonte RUP Cumulativa (Hh/m²)

Chapisco no CCO 0,24

TCPO* 0,10

*Chapisco para parede interna ou externa, empregando argamassa de cimento e areia média ou grossa sem peneirar no traço 1:3, e=5mm.

Nota-se que o valor da obra estudada está bem superior ao indicado

pelo TCPO. Possíveis explicações para tal fato podem ser:

• o TCPO orça um chapisco com espessura de 5mm, quando na

obra as espessuras de chapisco não eram controladas, podendo

ser superior a esse valor;

• os valores orçados no TCPO são para obras imobiliárias, onde

existe a repetição das paredes na maioria dos pavimentos, e

isso não ocorre nessa obra, onde as paredes são de áreas

diferentes e variam em cada pavimento.

Tabela 19: Valor para RUP Cumulativa para o serviço de massa única

Fonte RUP Cumulativa (Hh/m²)

Massa Única Térreo (equipe 2) 0,91

Massa Única Térreo (equipe 1) 1,05

Massa Única 1º Pav. (equipe 1) 1,10

Massa Única 2º Pav. (equipe 1) 1,04

TCPO* 0,60

*Emboço para parede interna, acabamento liso, empregando argamassa de cimento e areia média ou grossa sem peneirar no traço 1:3, e=20mm.

46

Em nenhum dos pavimentos ouve um desempenho satisfatório,

comparado ao preconizado pelo TCPO. Nota-se uma tendência dos valores

reais observados serem maiores que os orçados pelo manual usualmente

utilizado no mercado. No entanto, além de ser uma obra não usual no

mercado, os valores das espessuras do revestimento eram maiores que os 20

mm. Além disso, no manual é orçado o emboço como base para posterior

reboco, e nessa obra tem-se a execução de massa única com maiores

preocupações com o acabamento para o recebimento do acabamento.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como considerações finais pode-se dizer que há muito que se estudar

ainda quanto a produtividade da mão-de-obra na execução de revestimentos

de argamassa. Tal estudo é importante, seja como instrumento para a melhoria

da gestão ou como parâmetro para auxiliar o desenvolvimento tecnológico do

serviço. Além de complementar o banco de dados da empresa melhorando os

cálculos de orçamento para essa atividade, baseada nas características da

obra e ambiente de trabalho, pois más estimativas podem levar a perdas

financeiras quando são usados dados que são inferiores aos reais.

Um banco de dados mais elaborado pode facilitar também o

relacionamento entre construtora e subempreiteiro, negociando e definindo

parâmetros do serviço, uma vez que os problemas ocorrem durante a

realização do serviço, e muitas vezes não estão previstos em contrato.

O estudo realizado nesta obra poderia ser feito em várias obras desta

construtora visando sempre a melhoria contínua do serviço estudado, e a

qualidade nos resultados obtidos.

47

7. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

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50

8. APÊNDICE

Apêndice A: Paredes pavimento Térreo

51

Apêndice B: Paredes do 1º pavimento

Apêndice C: Paredes do 2º pavimento

Apêndice D: Planilhas utilizadas para coleta de dados e cálculo das RUP´s

52

9. ANEXOS

Anexo A – Projeto planta Térreo

53

Anexo B – Projeto planta 1º Pavimento

54

Anexo C – Projeto planta 2º Pavimento