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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CAMILA BRASIL MOREIRA VALIDAÇÃO DA CHAMPION'S HEALTH BELIEF MODEL SCALE PARA USO NO BRASIL FORTALEZA 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS–GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

CAMILA BRASIL MOREIRA

VALIDAÇÃO DA CHAMPION'S HEALTH BELIEF MODEL SCALE PARA USO NO

BRASIL

FORTALEZA

2018

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CAMILA BRASIL MOREIRA

VALIDAÇÃO DA CHAMPION'S HEALTH BELIEF MODEL SCALE PARA USO NO

BRASIL

Tese de Doutorado apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Enfermagem, da

Faculdade de Farmácia, Odontologia e

Enfermagem da Universidade Federal do

Ceará, como parte dos requisitos para

obtenção do título de Doutor em Enfermagem.

Área de concentração: Enfermagem na

Promoção da Saúde.

Linha de pesquisa: Enfermagem no Processo

de Cuidar na Promoção da Saúde

Orientadora: Profa. Dra. Ana Fátima Carvalho

Fernandes

FORTALEZA

2018

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Federal do Ceará

Biblioteca de Ciências da Saúde

M837t Moreira, Camila Brasil

Validação da Champion's Health Belief Model Scale para uso no Brasil / Camila Brasil

Moreira. – 2018.

102 f. : il.

Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Farmácia, Odontologia e

Enfermagem, Departamento de Enfermagem, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Doutorado em Enfermagem, Fortaleza, 2018.

Área de Concentração: Enfermagem na promoção da saúde.

Orientação: Profa. Dra. Ana Fátima Carvalho Fernandes

1. Neoplasias da Mama. 2. Mamografia. 3. Testes Obrigatórios. 4. Enfermagem. I. Título.

CCD 616.99249

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CAMILA BRASIL MOREIRA

VALIDAÇÃO DA CHAMPION'S HEALTH BELIEF MODEL SCALE PARA USO NO

BRASIL

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Enfermagem da Universidade

Federal do Ceará, como parte dos requisitos à

obtenção do título de Doutor em Enfermagem.

Área de concentração: Enfermagem na

Promoção da Saúde.

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Profa. Dra. Ana Fátima Carvalho Fernandes (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

________________________________________

Profa. Dra. Susan Dahinten

University of British Columbia (UBC)

_________________________________________

Profa. Dra. Izabel Cristina Falcão Juvenal Barbosa

Universidade Federal do Piauí (UFPI)

_________________________________________

Profa. Dra. Carolina Maria de Lima Carvalho (4º Membro)

Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)

_________________________________________

Profa. Dra. Mônica Oliveira Batista Oriá

Universidade Federal do Ceará (UFC)

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A Deus.

Aos meus pais, Paulo César e Tereza Lumena.

Aos meus irmãos, Patrícia e Paulo Júnior.

Ao meu esposo, Alberto Neto.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus, por ter permitido que grandes

bênçãos acontecessem em minha vida. Obrigada Senhor por todos os dons a mim confiados!

Aos meus pais, Paulo César e Tereza Lumena, por serem estimuladores de toda

conquista alcançada. Obrigada pelo incentivo incomparável para que alcançássemos essa

conquista, por todas palavras proferidas que me impulsionaram a chegar até o fim.

Simplesmente obrigada por serem meus pais! Saiba que tudo o que faço é por vocês e para

vocês.

Ao meu esposo, Alberto Neto, por todo amor, companheirismo, compreensão e

incentivo em todos os momentos dessa caminhada. Agradeço a Deus por ter colocado você na

minha vida.

Aos meus irmãos, Patrícia e Paulo Júnior, pelos saudosos momentos vividos, por

me aceitarem do meu jeito, por sentirem orgulho de mim e pelo sentimento de cumplicidade

que nos tornam fortes quando estamos unidos.

À minha grande mestra, professora Ana Fátima Carvalho Fernandes, por ser uma

amiga, professora e orientadora, que torna a minha formação profissional engrandecedora

com suas experiências e motivações que me impulsionam ao infinito. Peça fundamental em

todos os importantes passos da minha caminhada. Mas, sobretudo, por ser uma contribuidora

de toda a minha formação como pessoa.

À professora querida e essencialmente amiga, Míria Conceição Lavinas Santos,

pela grande contribuição para minha formação profissional e para o meu crescimento pessoal.

Fiel amiga de todas as horas, agradeço por ter se feito presente e, mesmo distante, ter

incentivado minhas realizações profissionais e pessoais. Obrigada pelos diálogos, pela escuta,

pela alegria que vivenciamos em simples momentos da vida, pela aprendizagem constante,

pelo exemplo....

Aos colegas da turma de doutorado, em especial aos meus queridos amigos,

Altamira, Igor, Carol, Eliz, Hellen e Karine, por serem exemplos de solidez, garra, vitórias e

conquistas, e por partilharem muitos momentos de alegria e tristeza. E, apesar da distância,

sempre enviando energias positivas.

À Dra. Victoria Champion que concedeu a autorização para o uso da Champion's

Health Belief Model Scale e se mostrou solicita durante todo o desenvolvimento deste estudo.

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A todos os participantes da pesquisa, pelo tempo concedido para cada

contribuição.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade

Federal do Ceará e da School of Nursing da University of British Columbia, por dividirem

comigo ensinamentos, pela paciência e dedicação.

À Universidade Federal do Ceará, por fornecer um espaço físico completo, no

qual pude obter aulas com toda a infraestrutura necessária.

Aos professores participantes da banca examinadora: Vanessa Vila, Susan

Dahinten, Izabel Cristina, Carolina Maria, Mônica Oriá e Fuchsia Howard pelo tempo, pelas

valiosas colaborações e sugestões.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pelo apoio

financeiro.

A todos aqueles que colaboraram direta ou indiretamente comigo neste caminhar e

ao longo de todo o meu processo de crescimento humano e profissional, o meu muito

obrigada!

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RESUMO

O monitoramento da adesão ao exame mamográfico é um indicador essencial para detecção

precoce do câncer de mama. A utilização da Champion's Health Belief Model Scale,

instrumento específico para identificação e controle da adesão ao exame mamográfico, tem

demonstrado bons resultados mundialmente. O estudo objetivou validar a Champion's Health

Belief Model Scale para o idioma português brasileiro. Estudo metodológico, desenvolvido

em três etapas: validação de aparência, com 40 mulheres representantes do público-alvo; de

conteúdo, por 23 juízes; e de constructo, com 206 mulheres atendidas em uma Unidade

Básica de Saúde de Fortaleza-CE, Brasil. A coleta de dados ocorreu mediante aplicação da

escala traduzida e adaptada e de um formulário de dados sociodemográficos e clínicos

relacionados à prática de exames de detecção precoce do câncer de mama. Os dados foram

organizados, tabulados e tratados a partir do Excel 2016 e SPSS 21.0, para estimação e

validação do modelo teórico, utilizou-se o software AMOS 19.0. Para validação de face, a

análise do IVC apresentou, em geral, índices de validade satisfatórios IVC (100%), apenas um

item apresentou IVC = 0,35. Para validade de construto, a análise fatorial confirmatória

indicou ajustes consideráveis, o que motivou a realização da análise fatorial exploratória

utilizando a análise dos componentes principais com rotação Varimax que sugeriu a retirada

de 10 itens da escala. A confiabilidade e consistência interna foi verificada por meio do CCIC

(0,60 - 0,80; p < 0,001) e alfa de Cronbach que indicou a retirada de mais dois itens. O

modelo final resultou em uma escala com sete itens divididos em três domínios, com alfa

variando de 0,88 a 0,496. Para estabilidade da escala, o r de Pearson e o ρ de Spearman

mostraram alta estabilidade (0,997 e 0,986). O modelo final da análise fatorial passou por

processo de validação, obtendo confirmação da consistência e reforçando a robustez do

instrumento. Concluiu-se que se obteve um instrumento confiável, válido e capaz de avaliar a

adesão da mulher à mamografia no contexto brasileiro.

Palavras-chave: Neoplasias da mama. Mamografia. Testes obrigatórios. Enfermagem.

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ABSTRACT

Monitoring the adherence to mammography screening is an essential indicator for the early

detection of breast cancer. The use of Champion's Health Belief Model Scale, a specific

instrument for the identification and control of the mammographic examination adherence,

has shown good results worldwide. This study aimed to validate the Champion's Health Belief

Model Scale for the Brazilian Portuguese language. It is a methodological study developed in

three stages: face validity with 40 women representatives of the target audience; content

validity by 23 experts; and the construct validity with 206 women attended at a Primary

Health Care Centre in Fortaleza-CE. The data were collected through the application of the

translated and adapted scale and a sociodemographic and clinical data form related to the

practice of early detection tests for breast cancer. The data were organized, tabulated and

treated from Excel 2016 and SPSS 21.0, for the estimation and validation of the theoretical

model the software AMOS 19.0 was used. For the face validity, the CVI analysis showed

satisfactory indexes (100%), only one item had a CVI = 0.35. The content validity showed

satisfactory validity indexes demonstrating that the items were comprehensible CVI (ranging

from 0.91 to 1.0) and significant Kappa (p <0.001). For the construct validity, the

confirmatory factorial analysis indicated considerable adjustments which led to the

exploratory factorial analysis using the analysis of the main components with Varimax

rotation that suggested the removal of 10 items from the scale. The reliability and internal

consistency was verified by ICC (0.60-0.80; p <0.001) and Cronbach's alpha, which indicated

the withdrawal of two more items. The final model resulted in a scale with 7 items divided

into three domains with alpha ranging from 0.88 to 0.496. For the stability of the scale,

Pearson's r and Spearman's ρ showed high stability (0.997 and 0.986). The final model of the

factorial analysis underwent a validation process, confirming its consistency and reinforcing

the robustness of the instrument. It was concluded that a reliable, valid instrument capable of

assessing women's mammography adherence in the Brazilian context was obtained.

Keywords: Breast Neoplasms. Mammography. Mandatory tests. Nursing.

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LISTA DE TABELAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Diagrama esquemático do processo de validação da CHBMS para uso no

Brasil...............................................................................................................

19

Gráfico 1 - Curva ROC para o escore total da escala........................................................ 53

Gráfico 2 - Regressão linear dos escores do teste-reteste................................................. 57

Tabela 1 Teste de Aderência das variáveis clínicas....................................................... 37

Tabela 2 Confiabilidade dos juízes avaliado pelo Kappa............................................. 39

Tabela 3 - Resumo descritivo das características das mulheres da validação do

construto e a validade relacionada com critério...........................................

40

Tabela 4 - Resumo descritivo das variáveis clínicas..................................................... 41

Tabela 5 - Cargas fatoriais padronizadas e não padronizadas com testes de hipótese

das cargas......................................................................................................

42

Tabela 6 - Correlações entre os constructos e teste de significância............................. 43

Tabela 7 - Avaliação da adequação da análise fatorial: correlações e medidas de

adequação da amostra...................................................................................

45

Tabela 8 - Resultados para extração de fatores componentes....................................... 46

Tabela 9 - Matriz de análise fatorial de componentes rotacionada por VARIMAX..... 47

Tabela 10 - Matriz de análise fatorial de componentes rotacionada por VARIMAX..... 48

Tabela 11 - Classificação entre o valor observado e o modelo previsto para o primeiro

modelo..........................................................................................................

49

Tabela 12 - Parâmetros estimados para o modelo com os domínios............................... 50

Tabela 13 - Classificação entre o valor observado e o modelo previsto para o modelo

final...............................................................................................................

51

Tabela 14 - Parâmetros estimados para o modelo final................................................... 52

Tabela 15 - Resultado pós-teste da curva ROC............................................................... 54

Tabela 16 - Pontos de cortes da curva ROC e seus respectivos valores de

sensibilidade e especificidade.......................................................................

54

Tabela 17 - Comparativo entre o corte e a realização da mamografia............................ 55

Tabela 18 - Matriz de análise fatorial de componentes rotacionada por VARIMAX..... 56

Tabela 19 - Correlações entre os escores no momento zero da pesquisa e após 45 dias. 57

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AEM Autoexame das Mamas

AFBM Alteração Funcional Benigna Mamária

AFC Análise Fatorial Confirmatória

AFE Análise Fatorial Exploratória

AMOS Analysis of Moment Structures

BVS Biblioteca Virtual de Saúde

CCIC Coeficiente de Correlação Intraclasse

CFI Índice de Ajuste Comparativo

CHBMS Champion's Health Belief Model Scale

DeCs Descritores em Saúde

DM Diabetes Mellitus

ECM Exame Clínico das Mamas

ESF Estratégia Saúde da Família

GFI Índice de Qualidade de Ajuste

HAS Hipertensão Arterial Sistêmica

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

I-CVI Validade de Conteúdo dos Itens Individuais

INCA Instituto Nacional do Câncer

IVC Índice de Validade de Conteúdo

MCS Modelo de Crenças em Saúde

MDA Medida de Adequação da Amostra

OMS Organização Mundial de Saúde

RMR Raiz do Resíduo Quadrático Médio

RMSEA Raiz do Erro Quadrático Médio de Aproximação

SCVI/UA Proporção de Itens de uma Escala que Atinge Escores Máximos por Todos

os Especialistas

SM Salário Mínimo

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

SVI-Ave Média dos Índices de Validação de Conteúdo para Todos os Itens da Escala

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TRH Terapia de Reposição Hormonal

UBS Unidade Básica de Saúde

VE Variância Extraída

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 12

2 OBJETIVOS............................................................................................................ 18

2.1 Geral......................................................................................................................... 18

2.2 Específicos................................................................................................................. 18

3 METODOLOGIA................................................................................................... 19

3.1 Delineamento do estudo.......................................................................................... 19

3.2 Permissão da autora principal para validação e uso do instrumento de

medida......................................................................................................................

20

3.3 Análise das propriedades psicométricas da versão para o português

brasileiro da CHBMS.............................................................................................

20

3.3.1 Validação de face................................................................................................... 20

3.3.2 Validação de conteúdo........................................................................................... 21

3.3.3 Validação de constructo........................................................................................ 23

3.3.3.1 Dimensionalidade............................................................................................... 23

3.3.3.1.1 Analisar o ajuste geral do modelo teórico com a realidade............................ 24

3.3.3.1.2 Analisar os critérios de validade convergente e discriminante....................... 25

3.3.3.1.3 Análise Fatorial Exploratória........................................................................... 25

3.3.3.2 Validação de critério............................................................................................ 27

3.3.4 Análise da confiabilidade....................................................................................... 29

3.3.4.1 Consistência interna............................................................................................. 29

3.3.4.2 Confiabilidade teste-reteste.................................................................................. 30

3.3.5 Validação da AFE.................................................................................................. 31

3.4 Aplicação da versão para o português brasileiro da CHBMS........................... 31

3.4.1 Local do estudo....................................................................................................... 31

3.4.2 População e amostra.............................................................................................. 32

3.4.3 Coleta de dados....................................................................................................... 34

3.5 Processamento e análise de dados.......................................................................... 34

3.6 Aspectos éticos......................................................................................................... 35

4 RESULTADOS......................................................................................................... 37

4.1 Resultados da Validação da CHBM para uso no Brasil...................................... 37

4.1.1 Validação de face................................................................................................... 37

4.1.2 Validação de conteúdo........................................................................................... 38

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4.2 Resultados da dimensionalidade e confiabilidade da CHBM para uso no

Brasil.............................................................................................................................. ..

39

4.2.1 Caracterização da amostra..................................................................................... 39

4.2.2 Validação de constructo........................................................................................ 41

4.2.2.1 Análise Fatorial Confirmatória........................................................................... 41

4.2.2.2 Análise Fatorial Exploratória.............................................................................. 43

4.2.2.3 Validação preditiva............................................................................................. 48

4.2.3 Propriedades psicométricas................................................................................... 55

4.2.3.1 Confiabilidade da escala...................................................................................... 55

4.2.3.2 Estabilidade da escala......................................................................................... 57

4.2.5 Validação da AFE................................................................................................. 58

5 DISCUSSÃO............................................................................................................. 60

6 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 66

7 IMPLICAÇÕES DO ESTUDO............................................................................... 67

REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 68

APÊNDICE A - INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DE FACE.................. 80

APÊNDICE B – INSTRUMENTO PARA CARACTERIZAÇÃO

SOCIODEMOGRÁFICA E CLÍNICA...................................................................

81

APÊNDICE C – CONVITE PARA PARTICIPAÇÃO DOS JUÍZES (E-

MAIL)...................................................................................................................... ..

82

APÊNDICE D – INSTRUMENTO PARA CARACTERIZAÇÃO DOS

JUÍZES.......................................................................................................................

83

APÊNDICE E – INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DE CONTEÚDO..... 84

APÊNDICE F – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO (JUIZ)..........................................................................................

93

APÊNDICE G – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO.......................................................................................................

94

APÊNDICE H – VERSÃO FINAL DA CHBMS PARA USO NO BRASIL....... 95

ANEXO A – A ESCALA ORIGINAL (CHAMPION, 1999)................................ 96

ANEXO B – REFERÊNCIAS ANALISADAS NA REVISÃO

INTEGRATIVA NÃO PUBLICADA “VALIDAÇÃO DA CHAMPION'S

HEALTH BELIEF MODEL SCALE: USO DA ESCALA AO REDOR DO

MUNDO”..................................................................................................................

97

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ANEXO C – ESCALA TRADUZIDA E ADAPTADA.......................................... 100

ANEXO D – AUTORIZAÇÃO DA AUTORA DA ESCALA............................... 101

ANEXO E – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA........................................ 102

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12

1 INTRODUÇÃO

O câncer é uma doença crônica não transmissível, responsável por elevada

morbimortalidade da população mundial. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS),

divulgados em 2012, indicaram que o câncer deverá superar as doenças cardiovasculares no

ano de 2030, devendo ser a primeira causa de mortalidade no mundo e responsável por 70%

dessas mortes que deverão ocorrer em países de baixa e média renda. Este fato torna o câncer

um evidente problema de saúde pública (OMS, 2012).

A estimativa mundial é que para o ano de 2025, serão registrados cerca de 20

milhões de casos novos de câncer, com 8 milhões de mortes (OMS, 2014). O Brasil vivencia

situação semelhante, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Para 2018 e 2019, a

estimativa é de 600 mil casos novos para cada ano (BRASIL, 2018a).

Os cânceres são patologias crônicas e degenerativas, e devem ser tratados a partir

dos respectivos diagnósticos, quando se inicia um processo de tratamento que requer a

disponibilidade da pessoa enferma, para realização de uma série de exames, acompanhamento

e tratamento. Em geral, o itinerário terapêutico percorrido por essas pessoas é desgastante e

depende diretamente do estadiamento da doença, da proposta terapêutica definida para o caso

que, em geral, na fase avançada, exige terapêuticas invasivas de longa duração e com

características espoliantes (STEWART et al., 2017).

O câncer de mama é a neoplasia maligna mais comum entre as mulheres,

respondendo por quase um em cada três casos de câncer diagnosticados entre as mesmas.

Trata-se da primeira causa de morte por câncer no sexo feminino (OMS, 2014). O adoecer por

câncer é uma das experiências mais temidas, indesejadas e sofridas, na perspectiva de

mulheres que já passaram ou estão passando por este processo (FERNANDES et al., 2012;

WATERKEMPER; REIBNITZ, 2010).

Estudos têm revelado que, apesar de todos os avanços tecnológicos, que

possibilitam a detecção precoce dessa doença, o câncer de mama ainda é diagnosticado em

estágios elevados, podendo resultar em prognósticos de doença incurável, com risco iminente

de morte (BRASIL, 2015a; CARVALHO, 2008).

Assim como observado mundialmente, no Brasil, esse tipo de câncer é o mais

frequente entre as mulheres, com estimativa de 59.700 mil casos novos para o ano de 2018.

As regiões brasileiras com elevada prevalência desse tipo de câncer são as Sul (59,13/100

mil), Sudeste (56,58/100 mil) e Centro-Oeste (51,29/100 mil) (BRASIL, 2018a).

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13

Essas características reforçam a responsabilidade dos profissionais da saúde na

implementação de ações de prevenção e promoção da saúde das mulheres como foco,

principalmente nas ações e nos serviços de detecção precoce dessa enfermidade.

Os principais métodos de detecção precoce do câncer de mama são Exame Clínico

das Mamas (ECM), mamografia e ultrassonografia mamária (SANTOS; CHUBACI, 2011).

Dentre eles, a mamografia é considerada padrão ouro para o rastreamento, ou seja, a mais

eficaz na detecção precoce da doença, pois é capaz de identificar lesões menores que um

centímetro, detectando precocemente a neoplasia e com isso oferecendo condições para o

estabelecimento precoce do plano terapêutico com o objetivo de erradicar totalmente o tumor

(SILVA; HORTALE, 2012).

Em 2015, o INCA (BRASIL, 2015) anunciou as seguintes recomendações do

protocolo de rastreamento nacional do câncer de mama: todas as mulheres de 50 a 69 anos de

idade devem submeter-se à mamografia bianualmente, caso o ECM não seja alterado. Se for

identificada alguma alteração, a frequência do exame deve variar de acordo com avaliação e

critério do profissional de saúde. As mulheres de 40 a 49 anos somente devem se submeter a

esse exame caso o ECM anual sinalize alterações e/ou possua fator de risco elevado de

desenvolver a doença.

Para mulheres com história familiar de câncer de mama, a recomendação é a de

começar a realização da mamografia aos 30 anos ou 10 anos antes da idade em que foi

diagnosticado câncer em algum familiar. A partir de 35 anos, as mulheres devem realizar a

mamografia somente se houver presença de fator de risco elevado, e o protocolo não

preconiza a frequência que o exame deve ser procedido. No entanto, existem controvérsias em

relação à necessidade da realização do exame por mulheres nessa faixa etária e reforça-se ser

de 1% a prevalência dos casos da doença nessas mulheres (BRASIL, 2015a).

Apesar da existência desse protocolo divulgado nacionalmente, estudos científicos

e os próprios dados nacionais sinalizam que o número de realização da mamografia pelas

mulheres no país não equivale às indicações preconizadas, em especial em mulheres na faixa

etária de 50 a 60 anos, idades para qual o acesso e a adesão ao exame são essenciais, o que

gera preocupação em relação à saúde pública nacional (BRASIL, 2018a; MATOS;

PELLOSO; CARVALHO, 2011).

No Brasil, em 2011, existiam 2.190 mamógrafos e foram realizados 3.073.902

exames (BRASIL, 2015b). Destes, 527.321 exames foram realizados no Nordeste, sendo

apenas 78.564 mamografias realizadas em todo o Estado do Ceará, apesar de o estado ter

contado com o maior número de mamógrafos na região, 117 máquinas (BRASIL, 2015b).

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Considerando os dados do Censo Demográfico do IBGE (BRASIL, 2010), sinalizando que no

Ceará residem 1.158.529 mulheres com faixa etária de 40 a 69 anos, comparando com

quantitativo de exames que foram disponibilizados, sendo 30 exames por turno em cada

mamógrafo, evidencia-se considerável discrepância de realização do exame pelas mulheres

cearenses.

Esses dados comprovam a existência de grande variação na cobertura do exame

mamográfico, refletindo, assim, a existência de fatores que estão relacionados a essa prática.

A prática desse exame está relacionada a múltiplos aspectos, como: fatores sociais,

econômicos e culturais; relacionados aos sistemas de saúde, serviços e profissionais;

associados à doença, como o medo do diagnóstico e as próprias crenças da pessoa (LIMA-

COSTA; MATOS, 2007). Deste modo, tais aspectos influenciam de maneira positiva ou

negativa no ato da mulher ser adepta ou não ao exame (MACHADO, 2009). Portanto, reforça-

se a percepção de que essa é uma problemática complexa no Brasil que possui várias

abordagens por parte dos profissionais de saúde e dos usuários, e a adesão à mamografia é

uma delas (LOURENÇO, 2009).

Esse cenário se replica em várias cidades do Brasil, fato que instigou estudiosos a

se voltarem para o desenvolvimento de pesquisas, a fim de conhecer os motivos relacionados

a não adesão das mulheres ao exame mamográfico, por meio da identificação dos fatores

associados a essa prática. Os pesquisadores destacam os determinantes sociais de saúde como

esses reais motivos, com destaque para faixa etária, condição urbana ou rural do domicílio,

escolaridade, renda familiar per capita, cobertura por plano de saúde, condições de saúde da

mulher e uso de serviços de saúde. Em geral, observa-se melhor adesão à mamografia entre

mulheres mais jovens, moradoras da região urbana, com maior nível de escolaridade, melhor

condição financeira, e usuária de plano de saúde privado, com percepção positiva acerca do

estado de saúde e frequentadora dos serviços de saúde (AMORIM et al., 2008; NOVAES;

BRAGA; SCHOUT, 2006; NOVAES; MATTOS, 2009; OLIVEIRA et al., 2011).

Com objetivo de subsidiar melhorias para o cuidado à saúde da mulher e com isso

monitorar de modo eficaz o câncer de mama, foram desenvolvidos instrumentos para o

monitoramento a adesão à mamografia. As evidências científicas apontam que a utilização de

instrumentos para auxiliar no rastreamento de mulheres para realização da mamografia

apresenta bons resultados e menores custos, além de contribuir para fornecer dados aos

gestores das políticas de saúde informações indispensáveis para implementação de estratégias

eficazes que reorientem os serviços na perspectiva da atenção integral à saúde das mulheres e

com foco especial para as mais vulneráveis à baixa adesão às práticas preventivas para

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identificação precoce da enfermidade e, com isso, reduzir as taxas de mortalidade por câncer

de mama (BRASIL, 2013; OMS, 2008).

Esses instrumentos podem ser genéricos ou específicos. Os primeiros são usados

na população em geral, sem precisar que haja características ou condições específicas de

doença ou outros aspectos especiais, podendo ser aplicados em quaisquer pessoas, são

utilizados para comparar grupos de pacientes de diferentes enfermidades e também confrontar

os resultados com os escores da população em geral. Os instrumentos específicos avaliam

pessoas com condições ou doenças específicas; tem a vantagem de serem mais sensíveis para

população característica, além de investigarem aspectos particulares da condição clínica em

questão.

Observou-se escassez de produção científica brasileira acerca do tema,

principalmente em termos da mensuração da adesão da mulher à mamografia. Entre 46 artigos

identificados nas bases de dados informatizadas indexadas na Biblioteca Virtual de Saúde

(BVS), somente um, que versava acerca de uma estratégia para ampliar a adesão ao

rastreamento do câncer de mama, mencionava sobre um questionário para mensurar a adesão

das mulheres entrevistadas, porém não disponibilizava o material para utilização e não

deixava claro como o mesmo foi elaborado e validado (BARRETO; MENDES; THULER,

2012).

Diferentemente da realidade nacional, existe demanda considerável de protocolos

de rastreamento do câncer de mama na literatura internacional, que pôde ser visto em uma

busca realizada na BVS, entre os 2.871 artigos levantados, existem 27 propostas de

instrumentos para rastreamento do câncer de mama utilizados em 889 estudos.

Entre os instrumentos utilizados nos protocolos internacionais para o rastreamento

do câncer de mama, destaca-se a Champion’s Health Belief Model Scale (CHBMS),

instrumento desenvolvido por uma enfermeira epidemiologista americana, em 1984, com

objetivo de avaliar a adesão de mulheres ao autoexame das mamas (AEM) (CHAMPION,

1984).

Em 1999, o instrumento foi revisado e adaptado para avaliar a adesão à

mamografia (CHAMPION, 1999) (ANEXO A). Trata-se de um instrumento elaborado com

base no Modelo de Crenças em Saúde (MCS) e contempla três domínios: Suscetibilidade -

Susceptibility (3 itens), Benefícios - Benefits (5 itens) e Barreiras - Barriers (11 itens), por

meio dos quais é possível mensurar a adesão ao exame mamográfico. Destaca-se que a

CHBMS é um dos instrumentos mais utilizados em trabalhos internacionais para aferir a

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adesão à mamografia, sendo traduzido para várias línguas e testado entre um amplo número

de grupos étnicos e culturais (GLANZ; RIMER; VISWANATH, 2008).

O MCS foi um dos primeiros modelos criados sobre comportamentos de saúde.

Foi desenvolvido na década de 1950 por um grupo de psicólogos do serviço de saúde pública

norte-americano que tentavam explicar o porquê que poucas pessoas participavam dos

programas de prevenção e detecção de doenças. Esse é um bom modelo para pesquisas que

tentam buscar problemas de saúde relacionados a comportamentos, avaliando os aspectos de

gravidade da doença, a suscetibilidade do indivíduo para desenvolver a doença, os benefícios

de realizar ações de prevenção da doença e as barreiras para prática dessas ações (GLANZ;

RIMER; VISWANATH, 2008).

A enfermagem utiliza com muita frequência o MCS, principalmente quando se

trata de aspectos relacionados à adesão do paciente às práticas de saúde preventiva. O modelo

postula que o comportamento de busca pela saúde é influenciado pela percepção de uma

pessoa de uma ameaça que representa um problema de saúde e o valor associado às ações

destinadas a reduzir essa ameaça. Portanto, aborda a relação entre crenças e comportamentos

de uma pessoa e fornece uma maneira de compreender e prever como os indivíduos se

comportam em relação à própria saúde e como vão aderir às terapias de saúde, em que é

imperiosa a influência dos aspectos culturais (GLANZ; RIMER; VISWANATH, 2008).

Ao revisar a literatura científica nas bases de dados PubMed, SCOPUS, Scielo e

MEDLINE, verificou-se que os 34 artigos identificados demonstraram aplicabilidade da

CHBMS em diferentes países, a qual consiste em um instrumento modificador e/ou atenuador

da realidade local acerca das práticas de saúde, execução de programas e estratégias de saúde

que se relacionam com o rastreamento mamográfico (ANEXO B), bem como grande parte

dos estudos destacou o envolvimento da Enfermagem e, por diversas vezes, os autores dos

artigos selecionados na revisão colocavam a importância da escala como ferramenta útil para

enfermeiros que trabalham com mulheres em rastreamento do câncer de mama.

Assim, infere-se que prestar assistência utilizando instrumentos que empregaram

o modelo acima mencionado é de extrema importância, para que se possa atender de forma

eficiente e eficaz às mulheres, reduzindo minimamente os impactos negativos que a falta de

adesão ao exame mamográfico pode causar na qualidade de vida futura dessas mulheres.

Os dados brasileiros revelam escassa quantidade de exames realizados por ano por

mulheres dentro da faixa etária indicada pelo protocolo nacional. Esses dados demonstram a

necessidade, seja por parte da academia ou dos profissionais da assistência, incluindo os

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enfermeiros, de investimento em pesquisas que abordem o fenômeno da adesão/não adesão,

com intuito de melhorar a assistência de saúde à mulher em relação à saúde mamária.

A imersão na temática em estudo veio da experiência vivenciada com a

participação em um grupo de pesquisa que aborda a temática “câncer de mama”,

proporcionando vivências do cuidado a mulheres mastectomizadas e da promoção da saúde

mamária, por meio de atividades extensivas na comunidade acerca dos métodos de detecção

dessa doença, como da conscientização acerca do papel da Enfermagem nesse contexto.

Apesar da importância que o profissional enfermeiro possui no aspecto da adesão,

uma pesquisa que objetivava analisar de forma crítica os estudos referentes às ações

realizadas por enfermeiros na atenção primária para o rastreamento e diagnóstico precoce do

câncer de mama no Brasil, no período de 2000 a 2009, identificou carência de publicações

referentes às ações do enfermeiro para o controle do câncer de mama na atenção básica e

preocupação desses profissionais em relação à adesão/não adesão ao exame mamográfico

pelas mulheres (CAVALCANTE et al., 2013).

Tendo em vista a notoriedade dessa temática e reconhecendo cada vez mais o

exame mamográfico como método de detecção precoce eficaz do câncer de mama, estudo

anterior, realizado por Moreira (2016), traduziu e adaptou a CHBMS para o contexto

brasileiro (ANEXO C), e este estudo visa validar essa escala para uso no Brasil.

Acredita-se que a disponibilização da CHBMS traduzida, adaptada e validada para

uso no Brasil poderá direcionar novas pesquisas e políticas de apoio às reais necessidades das

mulheres que deveriam ser intimadas pelo sistema público de saúde do país, para que o

rastreamento do câncer de mama seja efetivo, promovendo, como consequência, em curto

prazo, maior abrangência na detecção precoce da doença e, em longo prazo, mudança da

realidade da doença no país e diminuição da mortalidade feminina por esse tipo de câncer,

assim como foi evidenciado em experiências internacionais.

Portanto, pretendeu-se defender a seguinte tese: a tradução, adaptação e validação

da CHMBS para língua portuguesa no contexto brasileiro torna esse instrumento confiável e

válido para avaliar o nível de adesão de mulheres ao exame mamográfico.

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2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Realizar a validação da Champion's Health Belief Model Scale (CHBMS), em sua

versão brasileira traduzida e adaptada culturalmente para uso no Brasil.

2.2 Específicos

▪ Avaliar a validade de face, conteúdo e constructo da versão adaptada para o Brasil da

CHBMS, para uso no contexto brasileiro;

▪ Verificar a confiabilidade e estabilidade da versão adaptada para o Brasil da CHBMS;

▪ Identificar a capacidade preditiva da CHBMS, versão adaptada para uso no Brasil.

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3 METODOLOGIA

3.1 Delineamento do estudo

Trata-se de estudo metodológico, desenvolvido para validação da CHBMS para

uso no Brasil, por meio da avaliação das propriedades psicométricas. Esse tipo de pesquisa

visa elaborar um instrumento que seja confiável para que o mesmo possa ser utilizado

posteriormente por outros pesquisadores (LOBIONDO – WOOD; HABER, 2001), e versa

sobre o desenvolvimento, a validação e a avaliação de ferramentas e métodos de pesquisa

(POLIT; BECK, 2011).

A pesquisa foi desenvolvida em três fases sequenciais (FIGURA 1). A análise

psicométrica implementada utilizou a avaliação dos seguintes aspectos: validade de face, de

conteúdo, de constructo, a confiabilidade e estabilidade da escala.

Figura 1 – Diagrama esquemático do processo de validação da CHBMS para uso no Brasil

Fonte: elaborada pela própria autora (2018).

FASE 1

Validação de face

Análise da aparência da escala por uma amostra de mulheres do público-alvo.

FASE 2

Validação de conteúdo

Avaliação do conteúdo da escala por um comitê de juízes.

FASE 3

Validação de constructo

Adequação da escala através da análise dos dados coletados da aplicação no público-alvo. A confiabilidade e a estabilidade da escala também foram testadas.

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3.2 Permissão da autora principal para validação e uso do instrumento de medida

A permissão para tradução, adaptação transcultural e avaliação das propriedades

psicométricas da Champion's Health Belief Model Scale foi solicitada à autora da escala,

Victoria Champion, e obtida por e-mail, conferindo autorização para que o instrumento fosse

adaptado para o idioma português brasileiro (ANEXO D).

3.3 Análise das propriedades psicométricas da versão para o português brasileiro da

CHBMS

3.3.1 Validação de face

Na primeira etapa do processo de validação da escala, foi implementada a

validação de face (validade aparente), a qual avalia a linguagem, a forma que o conteúdo se

apresenta no instrumento (ANASTASI, 1977; PASQUALI et al., 2010). Esta é uma maneira

subjetiva de validar uma escala, por meio da análise, quanto à clareza e compreensão de seus

componentes e/ou itens de forma que os representantes da população alvo encontram ou não a

escala relevante para seu problema ou situação.

Essa etapa teve por objetivo verificar se os itens, as instruções e a escala de

resposta eram compreensíveis para o público-alvo, investigando se as informações contidas

no instrumento estavam claras e se os tamanhos dos conteúdos eram adequados para que elas

os lessem e compreendessem.

Para validação de face, baseou-se na recomendação de Beaton et al. (2007), em

que se indica amostra de 30 a 40 participantes para essa fase do estudo, 40 mulheres foram

entrevistadas para essa etapa, por meio da aplicação do instrumento de avaliação de face

(APÊNDICE A) e de um questionário acerca dos dados sociodemográficos e fatores clínicos

que interferem na prática de exames de detecção precoce do câncer de mama (APÊNDICE B).

Os dados foram coletados em junho de 2016 e organizados em um banco de dados para o

cálculo do Índice de Validade de Conteúdo (IVC).

O Índice de Validade de Conteúdo (IVC) preconizado por Waltz e Bausell (1981)

é uma forma de reduzir a subjetividade da validade de conteúdo. Polit e Beck (2006)

propuseram três formas de calcular o IVC, de modo a reduzir as críticas dos avaliadores, bem

como conferir o processo de validação mais clareza e objetividade. Logo, adotou-se esse

referencial para calcular o IVC da escala.

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As três formas de calcular o IVC são três equações matemáticas: o SVI-Ave

(média dos índices de validação de conteúdo para todos os itens da escala), SCVI/UA

(proporção de itens de uma escala que atinge escores máximos por todos os especialistas) e o

I-CVI (validade de conteúdo dos itens individuais). Considera-se o IVC igual a 1 como

concordância plena, ou seja, há relativa harmonia entre os escores de um especialista em

relação aos escores dos demais. Consideraram-se como claros e compreensíveis os itens que

obtiveram concordância de, pelo menos, 85% dos participantes.

Aplicou–se ainda o Teste de Aderência (Qui-quadrado) na amostra dessa etapa do

estudo para avaliar a equivalência entre as opões de respostas das variáveis clínicas da

amostra.

3.3.2 Validação de conteúdo

Na segunda etapa, foi implementada a validação de conteúdo, que permite ao

pesquisador avaliar se o instrumento e as questões que a constitui são representativas do

domínio do conteúdo que o pesquisador pretende medir, e geralmente há três questões

envolvidas na avaliação da validade: pertinência, clareza e relevância (POLIT; BECK, 2011).

Como a CHBMS teve domínios e afirmativas validadas em seu conteúdo original

(inglês), foi realizada revalidação do conteúdo em português. De forma subjetiva, cada

afirmativa da escala foi avaliada em relação à realidade cultural do Brasil e, portanto, se sua

presença na versão em português fazia sentido. Por se tratar de um processo muito subjetivo, a

comunidade científica critica a validade de conteúdo e algumas estratégias têm sido

desenvolvidas para torná-la mais objetiva.

Para validação de conteúdo, constituiu-se uma comissão de juízes especialistas.

Foram convidados 25 especialistas. A inexistência de uniformidade nos critérios para se

considerar um sujeito como juiz tem sido foco de discussão de vários autores, ensejando

questionamentos e sugestões sobre o perfil de um expert, como número de anos de

experiência clínica; tempo de graduação; titulação; experiência com pesquisa e em

publicações sobre o tema estudado; e local de atuação (CICONNELLI et al., 1999;

FEHRING, 1994).

Os atributos necessários em um juiz devem ser: corpo de conhecimento

especializado ou habilidade, experiência no campo de prática, altos níveis de desenvolvimento

padrão de reconhecimento e mérito por outros (MELO et al., 2011).

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Os critérios estabelecidos para seleção dos juízes, a partir dos parâmetros

preconizados por Jasper (1994), foram: ser profissional da área da saúde com prática na

temática Mamografia e/ou Rastreamento Mamográfico e/ou Oncologia que possuíssem no

mínimo dois anos de experiência na Oncologia, ou ser especialista/mestre nessa área, ou

possuir conhecimento acerca do processo de tradução e validação de instrumentos. Outros

estudos utilizaram critérios semelhantes para definição das amostras (ANDRADE, 2007;

HEAD; MAAS; JOHNSON, 2003; OGASAWARA et al., 1999).

Para amostragem do comitê, foi primeiramente pensado no referencial de Lopes,

Silva e Araújo (2013), o qual preconiza a seguinte conjectura: se dando uma suposição de

normalidade, considera-se amplitude total deste índice entre 0 e 1, e aceitando um erro de

estimativa de 0,1, os cálculos amostrais indicariam a necessidade de onze avaliadores. Porém,

ao utilizar os testes binomiais para comparação de proporções, os pesquisadores definem

como ideal uma proporção de 85% de aceitação entre os avaliadores e como proporção

mínima aceitável um valor de 70%, então o número de avaliadores necessários, considerando

uma confiança de 95%, foi de 22 juízes. Porém, ponderando a existência primária de apenas

oito contatos, estabeleceu-se uma meta de atingir os 22 juízes pela técnica bola de neve

(snowball) e logo que esse número fosse alcançado, não se realizariam mais contatos, a fim de

prosseguir para análise dos dados referentes a essa etapa tão logo que possível, porém, ao

final dessa técnica, realizou-se um total de 25 contatos com resultado final de 23 juízes

respondentes e participantes.

A coleta de dados dessa etapa ocorreu por correio eletrônico, de junho a setembro

de 2016. Ao primeiro contato, foi enviado e-mail convite (APÊNDICE C), cada participante

que respondeu ao primeiro contato eletrônico comunicando o interesse em participar da

pesquisa recebeu um e-mail de participação que continha em anexo um kit contendo a escala

traduzida e adaptada (ANEXO C), um instrumento para caracterização dos juízes

(APÊNDICE D) e outro de avaliação de conteúdo que continha os itens da escala com

questões a serem respondidas em relação a cada item (APÊNDICE E), a fim de avaliar a 1.

pertinência, a 2. clareza e a 3. relevância do instrumento, bem como ao final continha um

espaço para sugestões e considerações adicionais. Também foi em anexo o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE F) para assinatura e reenvio para

pesquisadora. Os resultados da análise dos especialistas foram organizados em um banco de

dados para o cálculo do IVC e coeficiente de Kappa.

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O IVC foi adotado nos mesmos parâmetros mencionados previamente na

validação de face, entretanto considerou-se o IVC mínimo de 0,80 para validação de

conteúdo.

A outra análise utilizada foi o coeficiente de Kappa que tradicionalmente é usado

para mensuração da concordância quando as respostas são categóricas (FLEISS, 1971). Esta

medida tem como valor limite máximo o 1, representando total concordância. Por outro lado,

os valores próximos e até abaixo de zero indicam nenhuma concordância, ou a concordância

foi exatamente a esperada pelo acaso. Entretanto, a indicação de que a medida de

concordância é significantemente maior do que zero não denota necessariamente que a

concordância seja alta, coube ao pesquisador avaliar se a medida obtida foi satisfatória ou

não.

3.3.3 Validação de constructo

A validade de construto trata-se da demonstração da capacidade que um

instrumento tem de medir aquilo que realmente se propõe a medir. As evidências

imprescindíveis para esse tipo de validação são adquiridas mediante uma série de análises

estatísticas das construções teóricas sobre a relação entre as variáveis a serem medidas

(RAYMUNDO, 2009).

3.3.3.1 Dimensionalidade

A análise fatorial é uma abordagem para avaliação da validade de constructo. Por

meio dessa análise, usam-se procedimentos estatísticos para identificação do nível em que os

itens de um instrumento são agrupados em torno de uma ou mais dimensões, isto é, a

dimensionalidade da medida é avaliada e testada (PORTNEY; WATKINS, 2009).

A análise fatorial fornece as ferramentas para analisar a estrutura das inter-

relações (correlações) em um grande número de variáveis (por exemplo, escores de teste, itens

de teste, respostas a questionários), definindo conjunto de variáveis que são fortemente inter-

relacionadas (HAIR et al., 2009). Existem dois tipos básicos de análise fatorial: a Análise

Fatorial Exploratória (AFE) e a Análise Fatorial Confirmatória (AFC).

Ao invés de permitir que o método estatístico, como na AFE, determine o número

de fatores, a estatística da AFC informa o quão bem a especificação dos fatores combina com

a realidade. Assim, AFC é uma ferramenta que permite confirmar ou rejeitar a teoria pré-

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concebida. Ou seja, a AFC é usada para fornecer um teste confirmatório da teoria de

mensuração. Portanto, diferentemente da AFE, com a AFC, um pesquisador usa teoria de

mensuração para especificar a priori o número de fatores, bem como quais variáveis/itens

carregam sobre tais fatores (HAIR et al., 2009).

Partindo desse conceito, a validação de constructo foi inicialmente dada a partir da

análise fatorial confirmatória, conforme preconiza a literatura (HAIR et al., 2009). Esse

momento da pesquisa foi designado pelo pesquisador como tempo zero da pesquisa, ou seja, a

primeira aplicação da escala após validação de face e conteúdo.

A teoria de mensuração pode ser representada com um modelo que mostra como

variáveis medidas se unem para representar construtos. A AFC permite testar o quão bem as

variáveis medidas representam os construtos. Quando resultados da AFC são combinados com

testes de validade de constructo, os pesquisadores podem obter melhor entendimento da

qualidade de suas medições.

Como assegura Hair et al., (2009), uma das maiores vantagens da AFC é a

habilidade para avaliar a validade de construto de uma teoria de mensuração proposta. Para

garantir a validade de constructo, é necessário analisar o ajuste geral do modelo teórico com a

realidade, bem como os critérios de validade convergente e discriminante.

3.3.3.1.1 Analisar o ajuste geral do modelo teórico com a realidade

Uma das vantagens da AFC é a possibilidade de verificar a qualidade do ajuste do

modelo aos dados. O objetivo do pesquisador na AFC é confirmar um bom ajuste entre o

modelo criado e os dados amostrais, para tanto, é necessário verificar a adequação geral do

modelo. Diversas medidas estão à disposição do pesquisador. Apresentam-se as principais

delas:

1) CMIN/DF: é a razão χ2/graus de liberdade, que deve ser ≤ 5 (SILVA, 2006);

2) GFI (Índice de Qualidade de Ajuste): varia de 0 a 1, mais próximo de um (1)

indica bom ajuste.

3) RMR (Raiz do Resíduo Quadrático Médio): é a raiz quadrada da média dos

resíduos quadrados, é a média dos resíduos entre termos individuais observados e

estimados de covariância e variância. Valores menores representam bom ajuste

(HAIR et al., 2009).

4) RMSEA (Raiz do Erro Quadrático Médio de Aproximação): difere de RMSR

por possuir distribuição conhecida. Representa melhor o quão bem um modelo se

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ajusta a uma população e não apenas a uma amostra usada para estimação. Valores

RMSEA menores indicam melhor ajuste. Valores típicos estão abaixo de 0,10 para

maioria dos modelos aceitáveis (HAIR et al., 2009).

5) CFI (Índice de Ajuste Comparativo): compara o modelo atual com o modelo

nulo (assume que todas as variáveis/itens observados não são correlacionados).

Esse índice varia entre 0 e 1, com valores altos indicando melhor ajuste. Hu e

Bentler (1999) recomendam valor de corte de 0,90.

3.3.3.1.2 Analisar os critérios de validade convergente e discriminante

Na validade convergente, os itens devem compartilhar elevada proporção de

variância comum, pode-se calcular de três modos:

i. Através das cargas fatoriais: deve-se ter cargas fatoriais estatisticamente

significantes, com valor de cargas padronizadas de no mínimo 0,7.

ii. Através da variância extraída (VE): é o valor da correlação média explicada

pelo modelo; valor acima de 0,5 é recomendado.

iii. Confiabilidade: similarmente ao Alfa de Cronbach, onde 0,7 é valor mínimo a

ser considerado como valor aceitável.

Na validade discriminante, mede-se o quanto um constructo é diferente dos

demais, se tem o interesse em avaliar o comportamento da correlação entre os constructos, se

dois constructos são fortemente correlacionados, então, permite-se que um constructo se

sobrepõe ao outro. Nesses critérios, precisam-se de valores elevado, indicando que o

constructo captura as informações que outras medidas não conseguem.

No critério discriminante, comparam-se os percentuais de VE com a correlação

entre os constructos. A VE deve ser maior que o quadrado da correlação entre os constructos,

portanto para verificar a validade de constructo do instrumento, necessita-se avaliar esses dois

processos discutidos anteriormente.

Após aplicação da AFC, mediante os resultados encontrados, sustentou-se a

necessidade de ajustes nos constructos, bem como em seus itens, para que pudessem mostrar

melhores resultados de validação.

Nesse sentido, analisa-se com mais detalhes os itens e a sua estrutura

intercorrelacional em cada constructo. Para encontrar um instrumento mais robusto, trata-o

como um instrumento recém-criado, aplica-se a AFE e estuda-se o comportamento dos fatores

pertencentes a esse instrumento.

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3.3.3.1.3 Análise Fatorial Exploratória

A AFE é um método que produz implicações importantes e permite ao

pesquisador apontar acerca da qualidade dos itens da escala em questão, a AFE fornece as

ferramentas para analisar a estrutura das inter-relações (correlações) em um grande número de

variáveis (por exemplo, escores de teste, itens de teste, respostas a questionários),

identificando as relações latentes geradas pelo agrupamento de variáveis correlacionadas,

conhecidos como fatores. Uma grande característica dos fatores é que os itens são altamente

correlacionados.

A AFE ainda demonstra o que o instrumento está realmente medindo, ou seja, os

fatores e qual a relação existente de cada item da escala com os respectivos fatores

(PASQUALI et al., 2010).

Para aplicar a AFE, precisa-se que algumas suposições sejam satisfeitas. É

necessário garantir que a matriz de dados tenha correlações suficientes para justificar a

aplicação da análise fatorial. Para atender a esse critério, usam-se a matriz de correlação, o

teste de esfericidade de Bartlett e a medida de adequação da amostra (MDA) (HAIR et al.,

2009).

Na matriz de correlação entre os itens, precisa-se que existam correlações de no

mínimo 0,3. O teste de esfericidade de Bartlett fornece um indicador de que a matriz de

correlação tem correlações significantes entre pelo menos algumas das variáveis, neste caso,

urge um resultado significativo (p < 0,05) nesse teste. A medida MDA varia de 0 a 1, em que a

maior proximidade de um (1) sinaliza boa adequação do uso da análise fatorial, valores abaixo

de 0,50 são inaceitáveis. Com relação aos valores individuais do MDA em cada variável,

deve-se eliminar as variáveis as quais estejam com valores abaixo de 0,50, começando pela

menor, até que todas estejam acima de 0,5 (CORRAR; PAULO; DIAS FILHO, 2011; HAIR

et al., 2009).

Somente após verificar as suposições bases para aplicação da análise fatorial,

pode-se partir para o encontro de quantos fatores/constructos latentes comuns estão presentes

nas variáveis, a partir do método de componentes principais.

Como assegura Hair et al. (2009), existem vários critérios para extrair uma

quantidade ótima de fatores, os mais empregados são autovalor e a porcentagem cumulativo

da variância explicada, o limiar para esses critérios são autovalor maior que 1 e variância

cumulativo maior que 60%. A partir desses fatores, encontram-se as cargas fatoriais e as

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comunalidades das variáveis nessa estrutura. A comunalidade representa o quanto em uma

variável particular é explicada pela solução fatorial (HAIR et al., 2009); e, na prática, é

aceitável no mínimo 0,50, ou seja, 50% da variância da variável que está sendo explicada pela

extração dos fatores.

Ainda relacionada à AFE, faz-se necessário destacar que após extração dos

fatores, foi realizada rotação destes. Como as cargas originais dos fatores podem não ser

facilmente interpretáveis, uma prática comum é rotacioná-las até que uma estrutura de cargas

desejáveis seja atingida (MINGOTI, 2005). Uma rotação dos eixos coordenados, a partir do

método ortogonal, favorece o surgimento de carga fatorial desejável em cada item.

Aplicou-se, portanto, a técnica de rotação VARIMAX para facilitar a interpretação

das cargas fatoriais e alocação das variáveis nos fatores. As cargas fatoriais atuam como

correlações entre a variável e o fator, quanto maior a carga da variável no fator, maior sua

representatividade neste. De acordo com Hair et al. (2009), considerando amostra de tamanho

200, considera-se significante a carga fatorial com valor igual ou superior a 0,40.

3.3.3.2 Validação de critério

Um teste, na maioria das vezes, informa apenas sobre aquilo o que se está

medindo, porém, em algumas circunstâncias, é importante saber algo mais (RAYMUNDO,

2009). A validade de critério tem a finalidade de verificar se o instrumento é capaz de

identificar os que são efetivamente melhores para um determinado objetivo. Raymundo

(2009, p. 87) afirma ainda que,

A validade de critério é também chamada de preditiva ou concorrente e refere-se ao

grau de correlação entre os escores de um teste e outras medidas do desempenho (critério) obtidas independentemente ou simultaneamente ao teste. Quando o

instrumento e o critério são aplicados simultaneamente, fala-se de validade

concorrente; quando o critério é avaliado no futuro, fala-se de validade preditiva. A

validade de critério é estimada estatisticamente e, se a correlação entre os escores do

teste (X) e os escores da variável critério (Y) é alta, diz-se que o teste é válido para o

fim a que se destina.

Baseando-se nos aspectos da CHBMS, bem como no objeto de mensuração dessa

escala, considerou-se a validade preditiva como relevante para alcançar uma magnitude do

coeficiente de validade desse instrumento. Considera-se que a ocorrência de baixas

correlações nem sempre reflete, portanto, ausência de validade do preditor, entretanto, adverte

a possibilidade de que o critério seja totalmente questionável (RAYMUNDO, 2009).

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Para verificar esse fator preditor da CHBMS, após o período de 12 meses

completos da data da primeira entrevista, foi verificado se inserir a participante realizava ou

não a mamografia durante esse período, considerando a necessidade ou não dessa prática, uma

vez que, segundo o protocolo nacional (BRASIL, 2015a), deve-se ocorrer bianualmente,

considerando a faixa etária da amostra desse estudo. Ou seja, no caso da participante que

realizou a última mamografia no ano de 2016, não se avaliou a prática nesse período de 12

meses. Esse momento da pesquisa foi designado pelo pesquisador como tempo 12 meses da

pesquisa.

Portanto, essa etapa se deu também se utilizando dos dados do tempo 12 meses da

pesquisa coletados a partir das mulheres que foram entrevistadas no tempo zero da pesquisa e

que deveriam ter realizado o exame mamográfico nesse período de 12 meses após o primeiro

contato. Nesse tempo da pesquisa, a pesquisadora coletou a informação de prática ou não da

mamografia pela mulher dentro desse período, a partir do retorno da mesma ao profissional de

saúde no serviço de saúde em que ocorreu a pesquisa.

O resultado dessa etapa foi correlacionado com os escores da escala através da

regressão logística, a qual tem por objetivo estimar a probabilidade de ocorrência de

determinado evento. Os resultados da variável dependente devem permitir interpretações em

termos de probabilidade e não apenas classificações em categorias (CORRAR; PAULO;

DIAS FILHO, 2011). Ademais, é uma técnica muito apropriada a situações em que se deseja

predizer ou explicar valores de uma variável binária em função de valores conhecidos de

outras variáveis exploratórias, que podem ser categóricas ou não. O grande interesse em

questão é modelar a probabilidade do sucesso em função de algumas variáveis exploratórias

que possam influenciar essa probabilidade de sucesso. Portanto, consideraram-se os escores

por domínio e o total da escala da modelagem final da análise fatorial após a análise de

confiabilidade da escala, também se obteve interesse nas características das mulheres,

segundo os dados sociodemográficos e clínicos, bem como para variável adesão ao

diagnóstico. Essa análise foi empregada visando verificar a capacidade de predizer a prática

da mamografia a partir desse instrumento e das características das mulheres.

Com esse intuito, aplicou-se essa técnica, a fim de modelar o fenômeno referente

à realização da mamografia pela mulher. Essa variável coletada no tempo 12 meses da

pesquisa possui apenas dois valores, sim ou não, “sim” representa o sucesso e “não” o

fracasso. De forma análoga, a equação (1), P(Y) no modelo representa a probabilidade de a

mulher realizar a mamografia. Para prever essa probabilidade, usou-se de insights (variáveis

independentes), características sociodemográficas, clínicas, adesão referida ao exame

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diagnóstico (variável “realiza a mamografia a cada dois anos?” do tempo zero da pesquisa) e

escores de três instrumentos auxiliares, a ‘Suscetibilidade’, os ‘Benefícios’ e as ‘Barreiras’.

Houve o interesse de encontrar um modelo que permitisse prever a realização da mamografia

pela mulher, dadas certas características desta. Desta forma, foram estimados cinco modelos.

Para verificar os modelos da regressão logística, usou-se o Teste Hosmer e

Lemeshow, com a finalidade de verificar se existem diferenças significativas entre as

classificações realizadas pelo modelo e a realidade observada. Esta técnica objetiva encontrar

resultados não significativos nesse teste, pois assim pode-se afirmar que não há diferenças

significativas entre os valores preditivos e os observados na amostra.

Após, analisou-se a adequabilidade do modelo aos dados observados, avaliando-

se a significância dos coeficientes vinculados a cada variável presente no primeiro modelo. É

necessário avaliar individualmente o efeito de cada variável na capacidade preditiva do

modelo. Para tanto, utilizou-se do teste de Wald, o qual intenta testar que a hipótese nula de

um determinado coeficiente não é estatisticamente diferente de zero. O teste faz uso do valor

do coeficiente, 𝑏𝑘 , e seu respectivo erro padrão (S.E). A partir desses valores, encontra-se a

estatística de Wald e, em seguida, calcula-se o p do teste.

Destaca-se que se usou do Odds Ratio (OR) na regressão logística para interpretar

os efeitos das variáveis independentes no modelo, pois a razão de chances é o meio mais fácil

de interpretar o efeito de cada variável na probabilidade da mulher realizar a mamografia

(CORRAR; PAULO; DIAS FILHO, 2011).

Ainda lidando com essa validade, também foi traçada a curva ROC para verificar

a sensibilidade e a especificidade do instrumento, bem como se identificar um ponto de corte

nos escores. A ROC é baseada em duas quantidades, uma designada pela taxa de verdadeiros

positivos, e outra pela fração de falsos positivos, a fração de falsos negativos e a fração de

verdadeiros negativos são os respectivos complementares (BRAGA, 2000).

3.3.4 Análise da confiabilidade

A confiabilidade de um instrumento pode ser definida como a capacidade que este

possui de refletir exatamente o construto que se está medindo (PASQUALI et al., 2010). A

estabilidade de uma escala está relacionada à capacidade de medir o construto de forma

consistente com o passar do tempo. A estabilidade e a confiabilidade de uma escala são dois

dos principais atributos de uma escala confiável (LOBIONDO-WOOD; HABER, 2001).

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3.3.4.1 Consistência interna

Nessa fase, objetivou-se avaliar a fidedignidade da escala mediante a correlação

entre escores mensurados em duas situações diferentes, frutos de um mesmo teste, para

verificar a coerência interna com que os itens da escala medem o mesmo conceito (FIELD,

2009). Existem várias maneiras de se analisar a confiabilidade de um teste.

Tratando-se da CHBMS, escala do tipo Likert e tem como finalidade mensurar a

adesão das mulheres ao exame mamográfico, a precisão de consistência interna alfa de

Cronbach é a medida mais comum quando se trata de confiabilidade, bem como o Coeficiente

de Correlação Intraclasse (CCIC) é considerado o mais adequado (FIELD, 2009).

O valor do alfa de Cronbach pode variar entre zero e um e, de modo geral, um

instrumento ou teste é considerado como tendo confiabilidade adequada quando o alfa é pelo

menos 0,7 (PESTANA; GAGUEIRO, 2005). Ratifica-se que o alfa de Cronbach mede a

unidimensionalidade de um instrumento. Logo, quando o instrumento apresenta vários

subcomponentes (domínios), o alfa de Cronbach deve ser calculado separadamente para cada

domínio, uma vez que existem teoricamente vários construtos em questão (CRONBACH,

1951).

A outra análise, o CCIC, é uma das ferramentas estatísticas mais utilizadas para

mensuração da confiabilidade de medidas. Esse coeficiente é adequado para mensurar a

homogeneidade de duas ou mais medidas e é interpretado como a proporção da variabilidade

total atribuída ao objeto medido (SHROUT; FLEISS, 1979). Existem três tipos de

configurações para aplicar o CCIC: one-way random effects, two-way random effects e two-

way mixed effects. A grande diferença entre one-way e two-way (random ou mixed) effect está

relacionada a maneira como os avaliadores foram distribuídos entre os sujeitos. Portanto, o

método escolhido foi two-way random effects, pois não há distinção entre os avaliadores.

3.3.4.2 Confiabilidade teste-reteste

A confiabilidade da CHBMS também foi testada mediante a reprodutibilidade e

estabilidade utilizando do teste-reteste. Com essa análise, quantificam-se as medidas coletadas

a partir da aplicação do instrumento em momentos distintos e se observa a repetição das

respostas (FAYERS; MACHIN, 2007).

No teste-reteste, a escala foi aplicada pelo pesquisador em dois momentos

diferentes, com intervalo médio de 45 dias, ou seja, as participantes foram entrevistadas

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novamente após o intervalo médio de 45 dias entre a primeira e a segunda aplicação. Como

não existe consenso entre os limites de tempo mínimo e máximo para aplicação do teste-

reteste, oportunizou-se o momento do retorno à consulta ginecológica para receber o resultado

do exame Papanicolaou para aplicação do reteste. Esse momento da pesquisa foi designado

pelo pesquisador como tempo 45 dias da pesquisa. O reteste foi aplicado no dia da consulta de

retorno e para as que não compareceram nesse período, foi realizada via ligação telefônica,

totalizando os 206 retestes. Posteriormente, os escores obtidos foram comparados, utilizando

o coeficiente de r de Pearson e o ρ de Spearman (AQUINO et al., 2003), sendo a estabilidade

teste-reteste calculada a partir desses dois testes entre os escores da CHBMS com intervalo

médio de 45 dias entre as coletas para verificar o nível de correlação linear entre os escores no

momento zero da pesquisa com os escores após 45 dias da pesquisa. Para melhor

representação, realizou-se padronização de acordo com as fórmulas para transformação da

unidade dos escores de cada domínio, em que foram considerados escores de 0 a 10 para sua

representação, uma vez que os domínios diferem na quantidade de itens.

3.3.5 Validação da AFE

Hair et al. (2009) destacam duas formas de validar a AFE, através da AFC ou

avaliando a robustez dos resultados mediante a partição da amostra em dois subconjuntos

independentes e estimando modelos fatoriais para cada amostra, comparando suas matrizes de

cargas fatoriais com a matriz de cargas de toda a amostra.

Aplicou-se, inicialmente, a AFC para validar os resultados do modelo final da

AFE. Porém, sabe-se que para aplicar a AFC, necessita-se de pelo menos três variáveis em

cada constructo, o que não é contemplado nos domínios ‘Benefícios’ e ‘Barreiras’ da escala.

A despeito disso, tentou-se executar a AFC nos dados. Considerou-se também empregar o

segundo método de validação de AFE. Assim, repartiu-se a amostra total de forma aleatória

em duas amostras e reestimaram-se os modelos fatoriais para testar por comparação.

Outra estratégia encontrada foi a replicação da análise fatorial para os dados do

tempo 45 dias da pesquisa. Além disso, usando os dados do tempo 45 dias da pesquisa,

realizou-se separação amostral nesses dados de forma aleatória para observação de

similaridades ou disparidades nos resultados, a fim de reforçar ou refutar o modelo fatorial

final.

Ainda houve outra estratégia encontrada para se certificar se a exclusão dos itens

foi realmente significativa, especialmente no domínio ‘Barreiras’ que apresentou o menor alfa

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e mais perdas de itens. Para tanto, realizou-se a correlação entre os itens da escala e a variável

desfecho do tempo 12 meses da pesquisa: “Realizou a mamografia?”, a fim de identificar

significância ou não dos itens da escala com a prática ou não da mamografia, conforme

levantado nesse tempo da pesquisa.

3.4 Aplicação da versão para o português brasileiro da CHBMS

3.4.1 Local do estudo

A pesquisa foi desenvolvida em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), localizada

no bairro Barra do Ceará, em uma área de periferia do município de Fortaleza-Ceará,

pertencente à Secretaria Executiva Regional I – SER I, na qual funcionam cinco equipes da

Estratégia Saúde da Família (ESF), constituídas por: um enfermeiro, um médico, um dentista,

quatro auxiliares de Enfermagem e quatro agentes comunitários de saúde, e abrange um

contingente de 40 mil pessoas no total.

A escolha desta unidade deu-se por se tratar de uma UBS que trabalha de acordo

com a ESF, na qual se desenvolve programa de prevenção ginecológica por enfermeiros e

médicos integrantes das respectivas equipes de saúde. Outra justificativa para esta escolha foi

o fato de que em uma pesquisa anterior realizada nesta mesma unidade foram constatadas

taxas significativas de fatores de risco para câncer de mama e uma lacuna de conhecimento e

realização dos exames de detecção precoce em uma amostra da população feminina

cadastrada nesta unidade, além da constatação de que não há intervenções voltadas para esta

temática, oferecidas a mulheres que buscam a realização de prevenção ginecológica (DA

SILVA, 2012). Essa UBS possui serviços com disposição de atividades voltadas para

atendimentos individualizados, cursos de capacitação profissional, encaminhamentos dentro

de uma equipe multidisciplinar e acesso a equipamentos e materiais de diagnósticos.

O exame de prevenção ginecológica ocorre, semanalmente, as segundas, terças e

sextas-feiras pela manhã e segunda e quartas-feiras à tarde, sendo os turnos rodiziados pelos

profissionais da UBS. Apenas o turno de segunda-feira à tarde é de atendimento médico e nos

demais turnos o exame é realizado por enfermeiros, sendo atendidas cerca de 10 mulheres por

período e, em média, chegando a um número de 200 exames ginecológicos por mês. O

número de exames depende da demanda espontânea para o dia, ou seja, não há marcação

eletiva, as dez primeiras mulheres que compareçam ao posto para consulta ginecológica,

realizam o exame.

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3.4.2 População e amostra

A população do estudo para as demais etapas de validação (validade de construto

e análise da confiabilidade) foi composta por mulheres de idade entre 50 e 69 anos que eram

cadastradas na referida UBS que compareceram para realizar o exame de prevenção

ginecológica nos dois meses destinados para coleta de dados, sendo baseada no número de

atendimentos ginecológicos mensais de pacientes nessa faixa etária (cerca de 80

atendimentos/mês).

Para as demais etapas de validação, o cálculo do tamanho amostral foi realizado

considerando prevalência de 51%, pois esse é o percentual de mulheres com idades de 50 a 69

anos que não realizam a mamografia (MOREIRA et al., 2013).

Foi utilizada a fórmula para populações finitas, como segue:

t25% x PxQxN

n =

e2(N-1) + t25% x PxQ

Os valores considerados nesse cálculo foram: um nível de significância de 5% (t5%

= 1,96), um erro amostral absoluto de 6% e uma proporção P igual a 51% de mulheres não

adeptas ao exame mamográfico, ao substituir os valores da forma: t5% = 1,96; P = 51%; Q =

49%, e= 6% e N = 160, encontrou-se total de 118 mulheres. Considerando prováveis perdas

de informações e/ou questionários, incluíram-se 22 mulheres na amostra, aproximadamente

20%, o que resultou em amostra de 140 mulheres.

Porém, para atender aos critérios de realização das análises fatoriais, o cálculo

amostral foi reconsiderado, uma vez que autores recomendam que o tamanho da amostra deve

ter proporção de dez respondentes para cada item do instrumento, o que requer, no caso da

presente escala, trabalhar com 190 respondentes (HAIR et al., 2009; MASSOULIÉ et al.,

2006). Há também autores que defendem que se deve usar um número mínimo de sujeitos

para avaliar um instrumento, como Guilford (1954) e Kline (1986) que recomendam que se

trabalhe com 200 sujeitos no mínimo. Ao considerar as recomendações mencionadas e

reconhecendo o risco de possíveis perdas, totalizou-se com 206 mulheres participantes

compondo a amostra deste estudo.

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Para contemplar a realização da fase do teste-reteste, as mulheres participantes da

pesquisa no tempo zero, foram novamente entrevistadas para aplicação somente da escala no

tempo 45 dias. As mesmas foram abordadas na consulta de retorno para resultado do exame

de prevenção ginecológica, e para as que não compareceram, foi realizado contato telefônico

para tal. Devido a essa abordagem, conseguiu-se também a amostra de 206 mulheres para esta

etapa do estudo.

3.4.3 Coleta dos dados

Para as demais etapas do estudo (validade de construto e análise da

confiabilidade), a coleta de dados foi realizada em três momentos, o primeiro se deu no tempo

zero da pesquisa, realizado no período de outubro a dezembro de 2016, ou seja, no dia da

consulta ginecológica, mediante aplicação da escala traduzida e adaptada (ANEXO C) e do

formulário acerca dos dados sociodemográficos e clínicos (APÊNDICE B). O segundo

ocorreu no tempo 45 dias da pesquisa, ou seja, no dia da consulta de retorno, quando foi

realizada a segunda aplicação da escala traduzida e adaptada, aproximadamente 45 dias

depois do primeiro momento, e para as participantes que não compareceram dentro desse

período, foi realizado o contato telefônico. E o último momento, tempo 12 meses da pesquisa,

foi a coleta da informação da realização ou não da mamografia no prazo de 12 meses após a

data da entrevista no primeiro momento.

Polit, Beck e Hungler (2001) consideram a aplicação de uma escala sujeita a

alguns problemas, dentre os quais os mais comuns são aqueles referentes à parcialidade do

conjunto de respostas que podem ser divididos em três tipos: 1. Parcialidade pelo desejo de

aceitação social, 2. Parcialidade extrema do conjunto de respostas e 3. Parcialidade de

aquiescência do conjunto de respostas.

A parcialidade pelo desejo de aceitação social ocorre quando o indivíduo tende a

mascarar suas atitudes ou características, concedendo respostas que sejam consistentes com a

visão social vigente; a parcialidade extrema do conjunto de respostas é a tendência de

expressar atitudes ou sentimentos com respostas extremas (ex.: concordo totalmente), levando

a distorções; por fim, a parcialidade de aquiescência do conjunto de respostas é a

concordância com os itens da escala independente de seu conteúdo por pessoas que tendem a

responder ‘sim’. A tendência de responder ‘não’ ou seja, de discordar com as assertivas

independente de seu conteúdo, é menos comum (POLIT; BECK; HUNGLER, 2001).

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Visando minimizar esses erros, durante a aplicação da escala, foi promovido clima

amistoso e descontraído, e foram reforçadas as orientações da própria escala que afirma não

haver resposta certa ou errada, de forma que cada mulher tem a liberdade para responder o

que mais se aproxima de sua opinião, bem como assegurar a confidencialidade das respostas.

3.5 Processamento e análise de dados

Para todo o processo de análise, contou-se com o auxílio de um profissional

estatístico. Os dados coletados foram organizados, digitados, tabulados, processados e

analisados no programa Excel 2016, do Statistical Package for the Social Sciences (SPSS)

versão 21.0 e o software Analysis of Moment Structures (AMOS) versão 19.0. Para estatística

da análise psicométrica da escala, foi verificada a validade de face através do cálculo do IVC,

a validade de conteúdo pelo cálculo do IVC e coeficiente de Kappa, a análise de construto foi

verificada pela análise fatorial, validade preditiva pela regressão logística, a confiabilidade

(consistência interna) do instrumento pelo CCIC e alfa de Cronbach, bem como a estabilidade

por meio do teste-reteste,

Na análise dos dados sociodemográficos, clínicos e níveis de adesão à

mamografia, foram utilizadas medidas de tendência central (frequência, média, porcentagem,

máximo e mínimo) e medidas de dispersão (desvio-padrão) para descrever as características

sociodemográficas e clínicas da amostra e os escores de adesão.

A variável escolaridade das entrevistadas foi categorizada de acordo com a

classificação utilizada pelo IBGE (BRASIL, 2015c; HELENE et al. 2012; UNESCO (2011), e

a renda baseou-se no salário mínimo (SM) vigente, em 2016, de R$ 880,00, segundo o

Decreto 8.618/2015 (BRASIL, 2015d).

O t-teste, o teste ANOVA de um fator, o coeficiente de correlação de Pearson e o

teste Kruskal-Wallis foram utilizados para subsidiar a análise bivariada, com objetivo de

verificar a associação entre as variáveis independentes (características sociodemográficas e

clínicas das mulheres) e a variável dependente (adesão à mamografia). Essas associações

foram consideradas estatisticamente significativas quando o valor de p foi ≤ 0,05 (POLIT;

BECK, 2011). Ainda foi realizada regressão logística para estimar a probabilidade da variável

dependente “realizou a mamografia?” no tempo 12 meses, por ser influenciada pelas variáveis

exploratórias.

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3.6 Aspectos éticos

A realização desta pesquisa aconteceu após apreciação e aprovação do projeto de

pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, o qual emitiu

parecer de aprovação da pesquisa, conforme n° 1.552.742 (ANEXO E). Foram obedecidos os

aspectos éticos, em conformidade com a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde

(BRASIL, 2012), a qual incorpora os referenciais básicos da bioética: autonomia, não

maleficência, beneficência e justiça. Também foram atendidas as determinações éticas das

Resoluções nº 510/2016 e 580/2018 que versam sobre os riscos da pesquisa e divulgação dos

dados da pesquisa, respectivamente (BRASIL, 2016; BRASIL, 2018b).

A autora da CHBMS concedeu previamente autorização formal, por meio de

correio eletrônico, para anuência do processo de validação da escala para uso no Brasil, além

de esclarecer os questionamentos que poderiam surgir ao longo do desenvolvimento deste

estudo (ANEXO D). Esse passo da autorização dos autores principais da escala é altamente

recomendável e necessário, atendendo aos quesitos éticos que regem toda e qualquer pesquisa

científica (PASQUALI et al., 2010).

Os participantes do estudo foram esclarecidos sobre a adesão, o direito de se

retirar da pesquisa a qualquer momento, a garantia do anonimato, os riscos de participação,

bem como a disponibilidade da pesquisadora para responder a possíveis dúvidas e

questionamentos.

A entrevista foi realizada somente após o aceite em participar do estudo, mediante

assinatura do TCLE (APÊNDICE G), emitido em duas vias (uma para a pesquisadora e outra

para o sujeito do estudo), no qual constaram as assinaturas da pesquisadora e do participante

do estudo, servindo de documento base para questionamentos relativos aos aspectos legais.

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4 RESULTADOS

4.1 Resultados da validação de face e conteúdo da CHBMS para uso no Brasil

4.1.1 Validação de face

Nesta fase do estudo, aplicaram-se técnicas estatísticas, a fim de verificar a

clareza, a compreensão e a adequação dos itens da CHBMS pelo público alvo. Para tanto

foram envolvidas 40 mulheres

Em relação à caracterização sociodemográfica e clínica dessa amostra, a maioria

possuía idade entre 60 e 64 anos (22; 55%), casada (22; 55%), branca (35; 87,5%), concluiu o

ensino médio, ensino secundário ou educação secundária (26; 65,0%) e era aposentada 30

(75,0%).

Essas 40 mulheres avaliaram a escala em três aspectos: clareza, compressão e

adequação dos itens, das instruções e da escala de resposta. Em geral, esses foram

considerados compreensíveis e adequados. Através da análise do IVC, apenas o item B2 não

obteve escore de 100%, apresentando IVC = 0,35. Entretanto, isso não denota que a escala

apresentou avaliação negativa por parte dessas mulheres, apenas significa afirmar que há

relativa desarmonia entre os escores nesse item. Portanto, considerou-se oportuno mantê-lo,

para que se pudesse realizar mais análises após a aplicação com os juízes e com maior

amostra do público-alvo.

Na Tabela 1, verifica-se a aplicação do Teste de Aderência. Observou-se que os

testes foram significativos, exceto possuir doença crônica e Terapia de Reposição Hormonal

(TRH), dado que sinalizou que apenas nessas duas variáveis as porcentagens de respostas sim

ou não diferiram naquela variável.

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Tabela 1 - Teste de Aderência das variáveis clínicas

Variáveis Sim Não

p* n % n %

Possui alguma doença crônica 18 45,0 22 55,0 0,641

Histórico de câncer na família 32 80,0 8 20,0 0,000

Histórico pessoal de câncer 4 10,0 36 90,0 0,000

Teve alguma alteração benigna na mama 4 10,0 36 90,0 0,000

Menarca precoce 4 10,0 36 90,0 0,000

Menopausa Tardia 4 10,0 36 90,0 0,000

Obesidade 0 0,0 40 100,0 -

Terapia de reposição hormonal 23 57,5 17 42,5 0,434

Nuliparidade 9 22,5 31 77,5 0,000

1º Gestação após os 30 anos 0 0,0 40 100,0 -

Fonte: dados da pesquisa.

* Qui-quadrado

4.1.2 Validação de conteúdo

Nesta fase do estudo, vinte e três profissionais da saúde avaliaram o conteúdo da

CHBMS traduzida e adaptada para o português, a fim de revalidar o conteúdo dessa escala

para o contexto do Brasil, avaliaram os critérios pertinência, clareza e relevância de cada item

do instrumento.

Aponta-se que esses 23 juízes tinham entre três e 17 anos de experiência em

Oncologia, sendo 14 deles com cinco anos ou mais de experiência nessa área; 20 enfermeiros,

dois psicólogos e um médico; dois doutores em Enfermagem, três mestres em Enfermagem e

um em Saúde Coletiva; e o restante, especialista em Oncologia; quatro atuavam diretamente

na radiologia, oito na quimioterapia e onze na clínica; 17 na assistência e seis tinham

experiência simultânea nas áreas de assistência, ensino e pesquisa.

De acordo com as respostas dos juízes, os itens da escala foram analisados em três

questões a serem respondidas em relação a cada item para avaliar a clareza e compreensão,

associação à adesão à mamografia e relevância, e aplicaram-se as análises, segundo cálculo do

IVC e coeficiente de Kappa.

O IVC, em geral, mostrou que os itens foram considerados compreensíveis,

apenas o item B5 quanto ao critério clareza não obteve escore de 100% (IVC=0,95), o item

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Ba5 no critério pertinência (IVC=0,91), e no critério relevância, os itens S3, Ba4, Ba5 e Ba7,

todos apresentando IVC = 0,95.

Na Tabela 2, encontram-se os escores do Kappa obtidos para cada critério. O

critério clareza não foi avaliado, pois não existiu variabilidade suficiente para detectar alguma

diferença significativa. Observando os demais critérios, percebeu-se que os resultados nos

critérios de pertinência e relevância foram significativos, porém, os escores foram muitos

baixos. A ocorrência de escores baixos pode ser explicada pela grande predominância das

respostas dos juízes em apenas uma alternativa.

Tabela 2 - Confiabilidade da CHBMS avaliada pelo Kappa

Fonte: dados da pesquisa.

Apesar de haver espaço reservado a considerações ao lado de cada item no

instrumento de avaliação dos juízes, não houve recomendação. Portanto, baseando-se nesses

resultados e na ausência de recomendações, optou-se por manter a escala na atual versão, para

que se prosseguisse para as próximas etapas e análises.

4.2 Resultados da dimensionalidade e confiabilidade da CHBMS para uso no Brasil

4.2.1 Caracterização da amostra

A amostra estudada para a operacionalização da validação do construto e a

validade relacionada com critério da CHBMS para uso no Brasil foi de 206 mulheres que

estiveram em consulta ginecológica na UBS na SER I, Fortaleza-Ceará. A caracterização

sociodemográfica e clínica dessa amostra encontra-se nas Tabelas 3 e 4, respectivamente.

Entre essas 206 mulheres, a faixa etária variou de 50 a 69 anos, mas houve

predominância de mulheres com idades entre 50 e 59 anos (114; 55,3%).

Critérios

Kappa

Alfa p

Clareza*

- -

Pertinência

0,095 <0,001

Relevância

0,053 <0,001

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40

Verificou-se que 162 (78,62%) mulheres cursaram o equivalente ao ensino

fundamental, ensino primário ou ensino de primeiro grau, sendo que apenas 92 (56,8%)

concluíram esse estágio. Somente 16 (7,8%) concluíram o ensino médio, ensino secundário

ou educação secundária, e apenas duas (1%) participantes possuíam ensino superior ou ensino

terciário. Em relação à renda familiar mensal, 36 (17,5%) tinham renda inferior ao SM, 88

(42,7%) um SM e 44 (21,3%) viviam com dois SM ou mais. O restante estava entre um e dois

SM.

Tabela 3 - Características das mulheres da validação do construto e a validade relacionada

com critério.

Variáveis (N=206) N(%) Média (DP*)

Mediana Amplitude de

Variação

Idade (em anos) 58,75 (±5,55) 58 50 - 69

Estado civil

Solteira 26 (12,6)

Casada/união estável 120 (58,3)

Viúva 32 (15,5)

Separada/divorciada 28 (13,6)

Raça

Branca 34 (16,5)

Negra 76 (36,9)

Parda 86 (41,7)

Amarela 10 (4,9)

Escolaridade (em anos) 8,5 (±2,69) 8 4 - 15

Renda (em reais) 967,98 (±410,22) 880,00 175,00 –

2.700,00

Profissão

Empregada 52 (25,2)

Desempregada/aposentada 154 (74,8)

Religião

Católica 132 (64,1)

Evangélica 72 (35,0)

Espírita 2 (1,0)

Fonte: dados da pesquisa.

*DP Desvio-padrão

Em termos de fatores clínicos relacionados à prática de exames de detecção

precoce do câncer de mama, a maioria das mulheres (130; 63,1%) tinha pelo menos uma

doença crônica; 88 (42,7%) relataram ter algum parente de primeiro grau que teve câncer,

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41

sendo 30 (34,1%) por câncer de mama, 6 (6,9%) câncer de ovário e 52 (59%) foram outros

tipos não diretamente relacionados ao elevado risco de câncer de mama. A presença de

alteração benigna na mama foi relatada por 36 mulheres. Entre estas, 24 (66,6%) relataram ter

apresentado nódulo benigno, 6 (16,6%) citaram alterações funcionais benignas da mama

(AFBM), 4 (11,1%) afirmaram ter tido lipoma e duas (5,7%) referiram mastite (TABELA 4).

Tabela 4 - Características clínicas das participantes.

Variáveis (N=206) Sim Não

n % n %

Possui alguma doença crônica 130 63,1 76 36,9

Histórico de câncer na família 88 42,7 118 57,3

Histórico pessoal de câncer 2 1,0 204 99,0

Teve alguma alteração benigna na mama 36 17,5 170 82,5

Menarca precoce 12 5,8 194 94,2

Menopausa tardia 2 1,0 204 99,0

Obesidade 20 9,7 186 90,3

Terapia de reposição hormonal 0 0 206 100,

Nuliparidade 0 0 206 100,0

1º Gestação após os 30 anos 14 6,8 192 93,2

Fonte: dados da pesquisa.

Em termos da prática regular da mamografia, 178 (86,4%) realizaram o exame

alguma vez na vida e, destas, apenas 42 (23,6%) a praticam regularmente, a cada dois anos.

4.2.2 Validação de constructo

4.2.2.1 Análise Fatorial Confirmatória

Os resultados da análise da qualidade de ajuste geral mostraram-se favoráveis para

uns índices e outros não. A divisão CMIN/DF encontrou-se valor igual a 2,442, menor do que

o critério de menor que cinco. O GFI foi de 0,856, portanto, mostrou-se necessária melhora

no modelo, visto que o valor ótimo é de 0,90. O RMSEA ficou em 0,084, ou seja, abaixo do

nível ótimo de 0,10, porém, foi realizado teste de hipótese para verificar se esse valor pode ser

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42

considerado estatisticamente menor ou igual a 0,05, sendo rejeitado com p < 0,001. Já com o

CFI, cujo valor foi de 0,601, bem abaixo do nível de 0,90.

Tabela 5 - Cargas fatoriais padronizadas e não padronizadas com testes de hipótese das cargas

Itens Constructos

Carga

fatorial

padronizada*

Carga

fatorial não

padronizada

Erro

Padrão

Valor

t p VE

Confia-

bilidade

S1 Suscetibilidade 0,806 1,000 - - -

0,587 0,636 S2 Suscetibilidade 0,751 0,963 0,104 9,260 <0,001

S3 Suscetibilidade 0,740 0,876 0,095 9,215 <0,001

B1 Benefícios 0,014 1,000 - - -

0,224 0,363

B2 Benefícios -0,861 -30,716 172,993 -0,178 0,859

B3 Benefícios -0,315 -22,171 124,862 -0,178 0,859

B4 Benefícios -0,413 -15,994 90,036 -0,178 0,859

B5 Benefícios -0,331 -12,330 69,432 -0,178 0,859

Ba1 Barreiras 0,550 1,000 - - -

0,099 0,226

Ba2 Barreiras 0,551 0,831 0,199 4,173 <0,001

Ba3 Barreiras 0,147 0,284 0,180 1,579 0,114

Ba4 Barreiras 0,512 0,733 0,179 4,100 <0,001

Ba5 Barreiras 0,313 0,518 0,170 3,050 0,002

Ba6 Barreiras -0,018 -0,034 0,169 -0,198 0,843

Ba7 Barreiras 0,062 0,093 0,135 0,687 0,492

Ba8 Barreiras 0,100 0,150 0,137 1,093 0,274

Ba9 Barreiras 0,216 0,418 0,186 2,244 0,025

Ba10 Barreiras 0,203 0,367 0,173 2,127 0,033

Ba11 Barreiras 0,064 0,051 0,073 0,707 0,479

Fonte: dados da pesquisa.

VE - variância extraída

* Valor em negrito sinaliza que a correlação/carga fatorial é maior que 0,7

Os achados mostram que os índices de ajustes não foram satisfatórios,

necessitando de mais testes para validade do instrumento.

Observaram-se os critérios de validade convergente e discriminante, com os

valores do p da significância estatística para as cargas fatoriais, percebendo-se que a maioria

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43

das cargas fatoriais foram não significativas, mostrando que há inexistência de correlação

entre os itens e os constructos (TABELA 5). No domínio ‘Benefícios’, não houve resultado

significativo, além disso, somente no constructo ‘Suscetibilidade’, obtiveram-se cargas

fatoriais não padronizadas estatisticamente significativas diferente de zero, o restante das

cargas foram todas iguais a zero.

O critério da validade convergente recomenda que a VE deva ser maior ou igual a

0,5. Por meio da Tabela 5, nota-se que somente o constructo ‘Suscetibilidade” satisfaz o

critério (VE=0,587), portanto conseguiu explicar quase 60% das informações dos três itens

pertencentes a ele. Os outros constructos possuíram valores baixos nesse critério. Na

confiabilidade, necessita-se valor ótimo de pelo menos 0,7, em que nenhum alcançou esse

ponto de corte, o mais próximo foi ‘Suscetibilidade’, com 0,636.

Com base na literatura, para verificar o critério discriminante, usou-se a VE,

comparando-se com a correlação dos constructos ao quadrado. Nota-se, pela Tabela 6, que

nesse critério, as VE foram superiores às correlações, como sugere a literatura. Portanto,

conforme esses critérios, não houve problemas de validação discriminante.

Tabela 6 - Correlações entre os constructos e teste de significância

Constructos Correlação Corr2 Erro

padrão Valor t p

Suscetibilidade <--> Benefícios -0,002 0,000 0,010 -0,172 0,863

Suscetibilidade <--> Barreiras -0,120 0,014 0,124 -0,967 0,334

Benefícios <--> Barreiras 0,005 0,000 0,027 0,177 0,860

Fonte: dados da pesquisa.

Mediante os resultados apresentados, observou-se a necessidade de ajustes nos

constructos, bem como em seus itens, para que pudessem mostrar melhores resultados de

validação.

4.2.2.2 Análise Fatorial Exploratória

De modo a realizar os ajustes necessários ao instrumento e obter ferramenta válida

e confiável para utilização no Brasil, optou-se por implementar a análise fatorial. Para garantir

que a matriz de dados obtivesse correlações suficientes para justificar a aplicação da análise

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44

fatorial, verificou-se a matriz de correlação (≥0,3), o teste de esfericidade de Bartlett (p <

0,05) e a MDA (≥0,50).

O teste de Bartlett revelou que as correlações, coletivamente, foram significantes

(TABELA 7). O MDA foi de 0,552, valor bem próximo do nível crítico. Com relação ao

exame dos valores para cada variável, identificou-se que as variáveis B1, B5, Ba3, Ba7 e

Ba11 apresentaram valores bem abaixo de 0,50, portanto, foram excluídas da análise, na

tentativa de obter um conjunto de variáveis com maior poder discriminatório da análise

fatorial. Excluindo essas variáveis, continuou-se com resultados significativos no Bartlett

(509,1; p < 0,001), e com MDA de 0,636, melhorando com relação ao anterior, corroborando

com a necessidade de excluí-las.

Após verificadas as suposições bases para aplicação da análise fatorial, partiu-se

para encontrar quantos fatores/constructos latentes comuns estavam presentes nas variáveis,

por meio do método de componentes principais.

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45

Tabela 7 - Avaliação da adequação da análise fatorial: correlações e medidas de adequação da amostra

S1 S2 S3 B1 B2 B3 B4 B5 Ba1 Ba2 Ba3 Ba4 Ba5 Ba6 Ba7 Ba8 Ba9 Ba10 Ba11 MDA

S1 1,000 0,601 0,600 -0,004 0,036 0,083 0,033 -0,031 -0,056 -0,005 -0,036 -0,145 -0,105 -0,150 -0,005 -0,045 -0,056 0,225 0,098 0,608

S2

1,000 0,557 -0,011 0,050 -0,024 0,093 0,034 -0,131 -0,028 -0,013 -0,220 -0,284 -0,173 -0,073 0,033 0,115 0,198 -0,049 0,709

S3

1,000 -0,038 0,014 0,020 0,094 0,006 0,021 0,123 0,052 0,002 -0,031 -0,234 -0,150 0,060 0,011 0,175 0,064 0,653

B1

1,000 0,023 -0,037 -0,034 -0,049 -0,009 -0,083 -0,024 -0,023 0,162 0,021 -0,061 -0,114 -0,028 0,031 -0,010 0,400

B2

1,000 0,278 0,356 0,300 0,101 -0,173 -0,100 -0,084 -0,025 -0,051 0,035 -0,172 -0,033 -0,136 -0,178 0,536

B3

1,000 0,127 -0,011 -0,103 -0,126 -0,022 -0,011 -0,101 0,054 0,088 -0,204 -0,167 -0,203 -0,162 0,572

B4

1,000 0,083 -0,108 -0,197 -0,004 -0,029 -0,050 -0,090 -0,112 -0,098 -0,083 -0,069 -0,165 0,591

B5

1,000 0,064 -0,268 -0,005 -0,113 -0,124 -0,081 -0,125 -0,149 -0,123 0,106 -0,053 0,409

Ba1

1,000 0,336 0,037 0,280 0,207 -0,008 0,046 0,040 0,178 0,036 0,142 0,544

Ba2

1,000 0,088 0,250 0,032 -0,054 -0,084 0,105 0,197 0,178 0,016 0,560

Ba3

1,000 0,081 0,106 -0,042 0,029 -0,148 0,105 0,021 -0,111 0,396

Ba4

1,000 0,330 -0,079 0,136 -0,099 -0,017 0,105 -0,027 0,556

Ba5

1,000 0,167 0,027 0,046 -0,141 0,050 -0,004 0,485

Ba6

1,000 0,066 0,144 0,033 -0,148 0,014 0,606

Ba7

1,000 0,084 0,145 -0,118 -0,053 0,362

Ba8

1,000 0,161 0,129 0,085 0,480

Ba9

1,000 0,126 0,004 0,482

Ba10

1,000 -0,152 0,488

Ba11 1,000 0,428

Fonte: dados da pesquisa.

Nota: Valores em negrito indicam correlações significativas ao nível de 5%.

Medida geral de adequação de amostra: 0,552.

Teste de Bartlett de esferecidade: 683,2 (p < 0,001)

MDA - medidas de adequação de amostra individual

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46

Pôde-se extrair, inicialmente, seis fatores que representaram 67% da variância

total dos dados das 14 variáveis restantes (TABELA 8). Por meio desses fatores, foram

encontradas as cargas fatoriais e as comunalidades das variáveis nessa estrutura. Relembra-se

que se considerou a variância da variável aceitável no mínimo de 50% para ser explicada pela

extração dos fatores (HAIR et al., 2009).

Na Tabela 9, com relação à comunalidade, percebeu-se que a variável Ba10

possuiu comunalidade abaixo do recomendado, 0,490, portanto, sendo passível de exclusão,

pois indica que os fatores estão pouco representando esse indicador Ba10, as demais variáveis

estavam com níveis ótimos de comunalidade. Dispôs-se também das cargas fatoriais

significantes, acima de 0,40. Foi possível perceber característica peculiar em três variáveis,

Ba4, Ba8 e Ba9, as quais possuíam cargas fatoriais cruzadas, presentes em mais de um fator.

Logo, recomenda-se a exclusão desse tipo de variável (HAIR et al., 2009).

Tabela 8 - Resultados para extração de fatores componentes

Componentes

Autovalores

Total Percentuais da

variância

Percentuais

cumulativo

1 2,482 17,732 17,732

2 2,121 15,147 32,878

3 1,551 11,079 43,958

4 1,208 8,630 52,587

5 1,095 7,818 60,405

6 1,016 7,257 67,662

7 0,779 5,565 73,226

8 0,764 5,460 78,687

9 0,703 5,024 83,711

10 0,630 4,498 88,209

11 0,513 3,666 91,875

12 0,466 3,332 95,207

13 0,341 2,433 97,640

14 0,330 2,360 100,000

Fonte: dados da pesquisa.

Método de extração: Componente Principal

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Tabela 9 - Matriz de análise fatorial de componentes rotacionada por VARIMAX

Variáveis Fator*

Comunalidade 1 2 3 4 5 6

S1 0,876 0,778

S2 0,788

0,740

S3 0,843

0,735

B2

0,770

0,719

B3

-0,773

0,630

B4

0,804

0,701

Ba1

0,778

0,663

Ba2

0,696

0,610

Ba4

0,415 0,590

0,638

Ba5

0,823

0,770

Ba6

0,788 0,730

Ba8

0,471

0,606 0,604

Ba9

0,532 -0,513

0,664

Ba10 0,592 0,490

Fonte: dados da pesquisa.

Método de extração: Componente Principal

*Cargas fatoriais menores que 0,40 foram excluídas.

Ao considerar esses fatos, aplicou-se nova análise de fatores, eliminando Ba4,

Ba8, Ba9 e Ba10, permanecendo dez variáveis. Em uma nova análise, o Teste de Bartlett

(360,5; p < 0,001) foi significativo, o MDA foi de 0,621, sinalizando que as suposições

iniciais foram atendidas, porém, detectou-se que a variável B3 obteve comunalidade de 0,355,

bem abaixo do nível ótimo, logo foi excluída também.

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Tabela 10 - Matriz de análise fatorial de componentes rotacionada por VARIMAX

Variáveis Fator*

Comunalidade 1 2 3 4

S1 0,872

0,763

S2 0,809

0,730

S3 0,851

0,754

B2

0,834

0,699

B4

0,763

0,620

Ba1

0,824

0,722

Ba2

0,728

0,662

Ba5

0,783 0,698

Ba6 0,699 0,598

Fonte: dados da pesquisa.

Método de extração: Componente Principal

*Cargas fatoriais menores que 0,40 foram excluídas

Por meio dessas nove variáveis, o Teste de Bartlett (332,5; p < 0,001) foi

significativo, o MDA aumentou para 0,634, mostrando melhora no modelo fatorial, logo as

suposições iniciais foram atendidas, também. Encontram-se as cargas fatoriais rotacionadas

estimadas e suas comunalidades (TABELA 10). Essa última modelagem da análise fatorial foi

considerada para análise da confiabilidade da escala (Modelo de 4 fatores: S1, S2, S3, B1, B4,

Ba1, Ba2, Ba5, Ba6).

4.2.2.3 Validação preditiva

Essa etapa ocorreu com dados do tempo 12 meses da pesquisa coletados a partir

das 194 mulheres que deveriam ter realizado o exame mamográfico nesse período de 12

meses após o primeiro contato. A modelagem utilizada nessa etapa foi a modelagem final

obtida após a análise de confiabilidade da escala (Modelo de 3 fatores: S1, S2, S3, B1, B4,

Ba1, Ba2).

Para verificar essa validade, aplicou-se a regressão logística, com objetivo de

modelar o fenômeno da mulher realizar a mamografia. Desta forma, seguem os resultados dos

cinco modelos estimados, sendo eles: escores por domínio e o total da escala da modelagem 3

fatores, características das mulheres segundo os dados sociodemográficos e clínicos, e a

variável adesão ao diagnóstico.

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49

Para o primeiro modelo, consideraram-se apenas os escores dos três domínios.

Primeiramente, avaliou-se a capacidade preditiva, utilizando o Teste de Hosmer-Lemeshow, o

valor da estatística foi de 14,494, cujo p=0,025, isso indica que os valores preditos foram

significantemente diferentes dos observados, portanto, houve indícios de que o modelo não

representou satisfatoriamente os dados observados.

Por mais que o Teste de Hosmer-Lemeshow não se tenha mostrado favorável ao

modelo, deu-se continuidade à análise e verificou-se a classificação dos valores preditos

comparando com os valores observados, constatou-se que existiu desequilíbrio na

assertividade do modelo. Observando-se a Tabela 11, percebe-se viés positivo em favor

daquelas mulheres que realizaram a mamografia, cujo acerto foi de 87% (87 dos 100 casos),

já naquelas mulheres que não realizaram, o acerto foi de apenas 67% (63 dos 94 casos).

Considerando esses totais, a média global de acerto foi de 77,3%.

Tabela 11 - Classificação entre o valor observado e o modelo previsto para o primeiro modelo

Na análise da adequabilidade do modelo aos dados observados, observa-se, na

Tabela 12, que todas as três variáveis foram significantes (Suscetibilidade p<0,001;

Benefícios p=0,024; Barreiras p<0,001), logo, pode-se concluir que cada domínio (variáveis

independentes) exerce efeito sobre a probabilidade de a mulher realizar a mamografia. O

coeficiente de cada domínio é positivo, isso indica que uma variação positiva em tais

variáveis contribui para aumentar a probabilidade de a mulher realizar a mamografia. Como

afirmado, esses coeficientes, b, servem apenas para determinar a direção do efeito na

probabilidade.

Por meio da razão de chances, o aumento do escore do domínio ‘Suscetibilidade’

em uma unidade aumentará a chance da mulher realizar a mamografia em 35%; do

‘Benefícios’, em 40%; e ‘Barreiras’, em 78% (TABELA 12).

Observado

Previsto

Realizou a mamografia? Porcentagem

correta Não Sim

Realizou a mamografia? Não 63 31 67,0

Sim 13 87 87,0

Porcentagem global 77,3

Fonte: dados da pesquisa.

O valor de recorte é 0,5

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50

Tabela 12 - Parâmetros estimados para o modelo com os domínios

Variáveis b S.E. Wald g.l. p 𝒆𝒃

I.C. de 95% para

𝒆𝒃

Inferior Superior

Suscetibilidade 0,306 0,071 18,485 1 0,000 1,359 1,181 1,562

Benefícios 0,338 0,149 5,116 1 0,024 1,402 1,046 1,879

Barreiras 0,579 0,090 40,985 1 0,000 1,784 1,494 2,130

Constante -8,521 1,753 23,631 1 0,000 0,000

Fonte: dados da pesquisa.

Para o segundo modelo, usando-se o escore total da escala, avaliando a

capacidade preditiva do modelo por meio do Teste de Hosmer-Lemeshow, notou-se que o

valor da estatística foi de 12,744, cujo p= 0,047. O teste sinalizou estar muito próximo do

limiar de aceitação (0,05), indicando que os valores preditos são significantemente diferentes

dos observados, portanto, há indícios de que o modelo não representa satisfatoriamente os

dados observados.

Nesse modelo, houve pouco mais de equilíbrio na classificação dos valores

observados, daquelas mulheres que realizaram a mamografia 68% (68 dos 100 casos) foi

classificado corretamente, já naquelas mulheres que não realizaram, o acerto foi de 87,22%

(82 dos 94 casos). Considerando esses totais, a média global de acerto foi de 77,3%.

O coeficiente, b, foi positivo, 0,987, e significativo (p < 0,05), portanto indica que

um aumento no valor do escore total pressupõe aumento na probabilidade de a mulher realizar

a mamografia. Pela razão de chances, indica-se que o aumento do escore em uma unidade

implica que a chance da mulher fazer a mamografia aumenta em 2,68 vezes mais.

Para o terceiro modelo, consideraram-se apenas as variáveis sociodemográficas,

porém não houve condições favoráveis para o modelo, sendo o mesmo não significativo (p >

0,05) para todas as variáveis.

No quarto modelo, consideraram-se apenas as variáveis clínicas, cuja distribuição

de frequências em suas repostas foi favorável, ou seja, não houve predominâncias de apenas

uma resposta em detrimento às outras. O valor da estatística no Teste de Hosmer-Lemeshow

foi de 7,931, cujo p=0,339, mostrando-se que há indícios de que o modelo pode ser utilizado

para estimar a probabilidade de a mulher realizar a mamografia.

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51

Com relação à previsibilidade do modelo, detectou-se que o modelo conseguiu

acertar globalmente 60,8%, sendo 52% daquelas mulheres que realizaram a mamografia foi

classificado corretamente, e 70,2% de acerto naquelas mulheres que não realizaram.

No tocante às variáveis no modelo, detectou-se significância estatística em apenas

três, a saber: ‘Possui alguma doença crônica’, ‘Possui história de câncer na família’ e ‘Tem ou

já teve alguma alteração benigna na mama’. Com relação a seus coeficientes, b, todos foram

positivos, logo alguma dessas características aumenta a probabilidade de a mulher realizar a

mamografia. Observa-se grande efeito no OR da variável ‘Possui alguma doença crônica’ e

‘Já teve alguma alteração benigna na mama’, cujo OR foi de 2,305 e 3,257, respectivamente.

Para o quinto e último modelo, fez-se uso do método de seleção de variáveis.

Esses métodos são úteis, quando se dispõe de um grande conjunto de variáveis. A finalidade

dessas técnicas é identificar as variáveis que apresentam maior poder preditivo (CORRAR et

al., 2011). Usou-se do método interativo Backward, neste tipo de abordagem estima-se o

modelo utilizando todas as variáveis e depois são eliminadas aquelas que não contribuem

estatisticamente com o poder preditivo do modelo. Deste modo, três grupos de variáveis,

sociodemográfico, clínico e escores, compuseram conjuntamente o modelo inicial.

O valor da estatística no Teste de Hosmer-Lemeshow foi de 9,662, cujo p= 0,209,

mostrando-se que houve indícios de que o modelo pode ser utilizado para estimar a

probabilidade de a mulher realizar a mamografia.

A previsibilidade do modelo foi de 84,5% de acerto global, sendo 86,7% daquelas

mulheres que realizaram a mamografia foi classificado corretamente, e 82,1% de acerto

naquelas mulheres que não realizaram (TABELA 13).

Tabela 13 - Classificação entre o valor observado e o modelo previsto para o modelo final

Observado

Previsto

Se sim, realizou a

mamografia? Porcentagem

correta Não Sim

Se sim, realizou a

mamografia?

Não 64 14 82,1

Sim 12 78 86,7

Porcentagem global 84,5

Fonte: dados da pesquisa.

a. O valor de recorte é 0,5

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Tabela 14 - Parâmetros estimados para o modelo final

Variáveis b S.E. Wald g.l. p 𝒆𝒃 I.C. de 95% para 𝒆𝒃

Inferior Superior

Possui história de câncer na

família (Sim) 1,746 0,596 8,596 1 0,003 5,731 1,784 18,414

Realiza a mamografia a cada

dois anos (Sim) 1,390 0,651 4,562 1 0,033 4,014 1,121 14,372

Suscetibilidade 0,498 0,110 20,506 1 0,000 1,645 1,326 2,040

Benefício 1,252 1,767 0,502 1 0,478 3,498 0,110 111,585

Barreiras 0,854 0,152 31,637 1 0,000 2,350 1,745 3,165

Anos de estudo -0,277 0,104 7,048 1 0,008 0,758 0,618 0,930

Raça - ref: Branca 14,219 3 0,003

Raça(Negra) -2,994 0,919 10,625 1 0,001 0,050 0,008 0,303

Raça(Parda) -0,848 0,763 1,235 1 0,266 0,428 0,096 1,910

Raça(Amarela) -2,138 1,099 3,782 1 0,052 0,118 0,014 1,017

Constante -

11,925

17,73

9 0,452 1 0,501 0,000

Fonte: dados da pesquisa.

Na Tabela 14, apresenta-se o modelo final com os coeficientes significativos para

previsibilidade da escala. Nota-se que a variável ‘Possui história de câncer na família’ possuiu

o maior OR do modelo, sendo a presença de um familiar um fator positivo para a prática do

exame. A variável ‘Realiza a mamografia a cada dois anos’ foi o segundo maior OR, sendo a

prática bianual fator que aumenta em média quatro vezes mais a chance. Já a variável ‘Anos

de estudo’ contribuiu negativamente para predição do modelo, ou seja, quanto maior a

escolaridade da mulher, menor é a probabilidade de a mulher realizar a mamografia. Com

relação aos domínios, ‘Benefícios’ foi o único que não se mostrou significativo.

Em relação à variável ‘Raça’, nota-se que globalmente essa variável impacta no

modelo, porém sua interpretação é sempre com referência à categoria ‘Branca’. Por exemplo,

mulheres negras possuem probabilidade menor de realizar a mamografia do que as brancas,

coeficiente negativo de -2,994, as mulheres que se autodenominam pardas e amarelas não

influenciaram o poder preditivo. Com relação ao OR, mulheres negras tem 5% da chance da

mulher branca de realizar a mamografia. Mulheres que possuem histórico de câncer na família

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53

possuem quase seis vezes mais chances de realizarem a mamografia do que aquelas mulheres

que não possuem histórico na família.

Em relação à validade de critério, foi traçada a curva ROC para o escore total da

escala, em que se verificou a sensibilidade e a especificidade do instrumento, bem como se

identificou um ponto de corte nos escores. Essa análise foi procedida por meio de um gráfico

simples, que permitiu comparar os valores da sensibilidade e especificidade, para diferentes

pontos no gráfico. Existem vários métodos para calcular a área sob a curva, um dos mais

empregados é a estatística U de Wilcoxon-Mann-Whitney aqui utilizada. Para melhor

representação, utilizou-se da padronização teste-reteste, mediante fórmulas para

transformação da unidade dos escores da escala, sendo o escore total da escala variando de 0 a

10.

Primeiramente, analisou-se o desempenho desse escore, por meio da área sob a

curva (GRÁFICO 1). A área sob a curva é um resumo estatístico útil para determinação da

acurácia da escala. A Tabela 15 mostra que o valor calculado da curva foi de 0,847 (p <

0,001), portanto há evidência de que o escore total possui habilidade discriminatória em

verificar a realização da mamografia por parte da mulher.

Gráfico 1 - Curva ROC para o escore total da escala

Fonte: dados da pesquisa.

0

20

40

60

80

100

0 20 40 60 80 100

100 - Especificidade

Se

nsib

ilid

ad

e

Sensitivity: 68,0 Specificity: 87,2 Criterion: >5,7143

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54

Tabela 15 - Resultado pós teste da curva ROC

Área sob a curva 0,847

Erro Padrão 0,0274

IC de 95% para área 0,788 - 0,894

Estatística z 12,643

P <0,001

Índice de Younden 0,5523

Ponto de corte ótimo >5,7143

Sensibilidade do ponto ótimo 68

Especificidade do ponto ótimo 87,23

Fonte: dados da pesquisa.

Na Tabela 16, descrevem-se vários pontos de cortes com os respectivos valores de

sensibilidade e especificidade. Através do índice de Younden, que busca o valor mais distante

verticalmente da linha diagonal, encontrou-se o valor ótimo de 5,7143, cuja sensibilidade é de

68% e especificidade de 87,2%, portanto, mulheres que possuem escore total acima de 5,7143

tendem a realizar mamografia.

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Tabela 16 - Pontos de cortes da curva ROC e os respectivos valores de sensibilidade e

especificidade

Ponto de

corte Sensibilidade

IC de 95% para

Sens. Especificidade

IC de 95% para

Espec.

≥1,0714 100 96,4 - 100,0 0 0,0 - 3,8

>3,5714 100 96,4 - 100,0 21,28 13,5 - 30,9

>4,2857 96 90,1 - 98,9 46,81 36,4 - 57,4

>4,6429 95 88,7 - 98,4 52,13 41,6 - 62,5

>5 93 86,1 - 97,1 56,38 45,8 - 66,6

>5,3571 89 81,2 - 94,4 60,64 50,0 - 70,6

>5,7143 68 57,9 - 77,0 87,23 78,8 - 93,2

>6,0714 63 52,8 - 72,4 88,3 80,0 - 94,0

>6,4286 58 47,7 - 67,8 89,36 81,3 - 94,8

>6,7857 49 38,9 - 59,2 90,43 82,6 - 95,5

>7,1429 35 25,7 - 45,2 92,55 85,3 - 97,0

>7,5 27 18,6 - 36,8 92,55 85,3 - 97,0

>7,8571 25 16,9 - 34,7 96,81 91,0 - 99,3

>8,2143 23 15,2 - 32,5 96,81 91,0 - 99,3

>8,5714 16 9,4 - 24,7 100 96,2 - 100,0

>10 0 0,0 - 3,6 100 96,2 - 100,0

Fonte: dados da pesquisa. Conclusão

Na Tabela 17, observa-se o relacionamento cruzado entre o ponto de corte

estabelecido pelo escore total (>5,7143) e a variável realização da mamografia.

Tabela 17 - Comparativo entre o corte e a realização da mamografia

Escore total > 5,7143 Se sim, realizou a mamografia?

Total

Sim Não

Sim 68 12 80

Não 32 82 114

Total 100 94 194

Fonte: dados da pesquisa.

Continua

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56

Portanto, a curva mostrou que a escala tem a capacidade de distinguir os grupos

das mulheres que realizaram ou não a mamografia, e o ponto de corte ideal é 5,7143.

4.2.3 Propriedades psicométricas

4.2.3.1 Confiabilidade da escala

Ao criar uma escala múltipla, precisa-se obedecer a alguns critérios, um deles é a

confiabilidade. O Alfa de Cronbach e o CCIC foram aplicados com essa finalidade (HAIR et

al., 2009).

Analisaram-se os escores do CCIC obtidos para cada item da escala. O teste de

hipótese para essa análise considera na hipótese nula que não há correlação/concordância

entre os resultados (ou seja, o CCIC é igual a zero), na hipótese alternativa sinaliza que existe

concordância entre os respondentes (ou seja, o CCIC é diferente de zero).

O CCIC obtido ficou na faixa intermediária, visto que todos ficaram entre 0,606 e

0,80, com p < 0,001, ou seja, resultados significativos, portanto, diferente de zero. O CCIC

pode ser interpretado como um índice da força da correlação entre as respostas, cujo valor

máximo é 1.

Para o cálculo do alfa, considerou-se a última modelagem da análise fatorial (S1,

S2, S3, B2, B4, Ba1, Ba2, Ba5, Ba6) para cada fator criado. Assim, obtiveram-se os seguintes

valores de alfa: 0,809 para o fator 1, 0,524 para o fator 2, 0,496 para o fator 3 e 0,284 para o

fator 4. Com esses resultados, notou-se que o último fator obteve índice de confiabilidade

muito abaixo do nível de 0,60, considerado aceitável na literatura (recomenda-se acima de

0,70).

Diante dos resultados do Alfa de Cronbach, optou-se pela exclusão do fator 4 da

modelagem, por não acrescentar muita informação para o estudo e a retirada destes itens não

alteraria significativamente o valor do alfa.

Assim, , fez-se nova análise de fatores com as variáveis restantes, obtendo o

seguinte resultado da Tabela 18.

Para esse último modelo, o Teste de Bartlett (286,3; p < 0,001) foi significativo, o

MDA foi de 0,636, e com três fatores o total da variância explicada pelo modelo foi de

71,04% dos dados, números bastante expressivos em uma modelagem de AFE.

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57

Tabela 18 - Matriz de análise fatorial de componentes rotacionada por VARIMAX

As cargas fatoriais foram bem representativas, todas no nível ótimo utilizado na

literatura, valor acima de 0,70, portanto 50% da variância total da variável se explica pelo

fator a que pertence, bem como cada variável possuiu nível aceitável na comunalidade.

Porém, o alfa dos fatores 2 e 3 ficaram pouco abaixo do valor ideal.

Mesmo com alfa encontrado, considerou-se continuar com esse último modelo

como ideal, baseando-se em outros fatores e a pesquisadora buscou aplicar estratégias adiante,

visando validar esse modelo final da AFE.

4.2.4.2 Estabilidade da escala

Para verificar a estabilidade da escala, conduziu-se a fase do reteste com a

amostra de 206 mulheres no tempo 45 dias da pesquisa.

De acordo com a Tabela 19 e com auxílio visual da representação gráfica

(GRÁFICO 2), os escores aplicados em dois momentos distintos da pesquisa permaneceram

consistentes, tanto o teste de Pearson como o de Spearman afirmam que, estatisticamente, os

escores estão correlacionados positivamente, esse achado revela alta concordância entre os

valores e, consequentemente, alta estabilidade da escala.

Variáveis Fator*

Comunalidade Alfa de

Cronbach 1 2 3

S1 0,860 0,741

0,809 S2 0,840

0,724

S3 0,847 0,736

B2

0,853

0,736 0,524

B4 0,758 0,617

Ba1

0,858 0,763 0,496

Ba2 0,749 0,657

Fonte: dados da pesquisa.

Método de extração: Componente Principal

*Cargas fatoriais menores que 0,40 foram excluídas

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58

Tabela 19 - Correlações entre os escores no momento zero da pesquisa e após 45 dias

Correlações Pearson* Spearman*

Escore total vs Escore total após 45 dias 0,998 0,996

Suscetibilidade vs Suscetibilidade após 45 dias 0,997 0,986

Benefícios vs Benefícios após 45 dias 0,998 0,987

Barreiras vs Barreiras após 45 dias 0,998 0,986

Fonte: dados da pesquisa.

*Todos as correlações foram significativas ao nível de 5%, p-valor < 0,001

Gráfico 2 – Regressão linear dos escores do teste-reteste

Fonte: dados da pesquisa.

4.2.5 Validação da AFE

Considerando o valor do Alfa de Cronbach dos domínios ‘Benefícios’ e

‘Barreiras’ abaixo do ideal, buscou-se realizar análises que pudessem validar o modelo final

da AFE.

Na AFC para validar os resultados do modelo final da AFE, não se obtiveram

bons resultados de validação, pois a solução da AFC foi não admissível (variâncias

negativas).

No segundo método de validação de AFE, por meio da repartição aleatória em

duas amostras, os dados encontrados mostram que as duas matrizes são bastantes similares e

bem próxima à matriz modelo final da AFE (TABELA 18), tanto nas cargas fatoriais quanto

na comunalidade.

Na replicação da análise fatorial para os dados do tempo 45 dias da pesquisa,

notaram-se similaridades entre as cargas, mostrando que a estimação da carga fatorial foi

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59

robusta. Ainda na repartição aleatória desses dados, o primeiro grupo aleatório foi composto

por 24% da amostra, ou seja, apenas 51 observações, amostra considerada pequena para

aplicação de um estudo de análise fatorial. O segundo grupo foi composto pelo complementar,

76% dos dados, ou seja, 151 observações. Observaram-se, novamente, similaridades dos

resultados, reforçando-se que o modelo fatorial final é consistente para diversidade amostral.

E, por último, na correlação entre os itens da escala e a variável desfecho do

tempo 12 meses da pesquisa, observou-se a correlação pelo coeficiente ρ de Spearman.

Destacam-se os altos valores encontrados de correlação da variável desfecho com os itens Ba1

(,481) e Ba2 (,433), bem como houve forte correlação com os itens B1 (,294) e B2(,363).

Apesar de se observar o surgimento de correlação significativa com os itens Ba4, Ba5, Ba8 e

Ba9, os valores destes foram baixos. Os dados mostraram valores importantes para

confirmação, reforçando o modelo final da AFE.

Assim, confirma-se a aceitação do modelo final da AFE e do Alfa de Cronbach,

por meio dos quais encontraram-se três fatores latentes bem representativos. Em cada fator, as

variáveis possuíram correlação positiva, indicando que não há sentidos opostos na

interpretação da variável no fator. Logo, concluiu-se:

✓ A variável latente 1, ‘Suscetibilidade’, manteve-se intacta, não houve remoção

das variáveis, então, ‘Suscetibilidade’ pode ser representada pelas três variáveis

S1, S2 e S3.

✓ A variável latente 2, ‘Benefícios’, passou, por entre as quais apenas as

variáveis B2 e B4 são seus representantes.

✓ A variável latente 3 sinaliza o medo da mulher em fazer a mamografia, sendo

representada pelas variáveis Ba1 e Ba2.

Finalmente, como resultado de todas as etapas anteriormente descritas, obteve-se

como produto final a versão validada da CHBMS para uso no Brasil, composta por sete itens

distribuídos em três domínios (APÊNDICE H).

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60

5 DISCUSSÃO

Ao avaliar os estudos publicados que traduziram e adaptaram a CHBMS em

outros idiomas, contextos e culturas, percebeu-se que é a primeira vez que a escala será

disponibilizada na língua portuguesa. Turquia (SECGINLI; NAHCIVAN, 2004; YILMAZ;

SAYIN, 2014), Grécia (ANAGNOSTOPOULOS et al., 2012), Tailândia (KUMSUK; FLICK;

SCHNEIDER, 2012), Irã (HASHEMIAN et al., 2013), Espanha (ESTEVA et al., 2007;

MEDINA-SHEPHERD, KLEIER, 2010), Chile (HUAMAN et al., 2011), Malásia (PARSA et

al., 2008), Jordânia (MIKHAIL; PETRO-NUSTAS, 2001), África (CHAMPION; SKINNER;

MENON, 2005), Coreia (LEE; KIM; SONG, 2002), China (WU; YU, 2003), entre outros,

possuem a CHBMS traduzida e adaptada para uso em suas instituições de saúde e

investigações científicas.

Segundo a autora da escala, a CHBMS está oficialmente traduzida e validada em

mais de 15 países, porém não soube precisar exatamente quantos países tinham solicitado

permissão para tal e indicou que se realizasse busca na literatura para ter uma estimativa,

porém referiu ser a primeira vez que um país da língua portuguesa solicitou até aquele

momento.

Considerou-se relevante compreender o processo de validação, bem como a

utilização da escala em outras línguas e contextos, para que se pudesse estudar as propostas

para presente pesquisa, além da aplicabilidade após o processo de validação. De forma geral,

a CHBMS, em suas diversas versões, mostrou-se um instrumento confiável e válido, cuja

aplicação se deu em diversos âmbitos, com destaque na pesquisa e saúde pública dos locais

que disponibilizaram esse recurso (GÖZÜM et al., 2010; GUMUS; CAM; MALAK, 2010).

Enfatiza-se que não se teve como precisar quantos desses estudos levantados na

literatura foram provenientes de trabalhos acadêmicos, como dissertação ou tese, pois esses se

tratam de artigos científicos publicados e indexados em bases de dados sem identificação

sobre esse quesito. A própria autora não soube esclarecer esse dado. Porém, não se pode

inferir que é primeira vez que a escala está sendo utilizada para tal fim, uma vez que se

observou a presença de rigor científico na metodologia dos mesmos e de autores discentes de

programas de pós-graduação (HASHEMIAN et al., 2013; HUAMAN et al., 2011; KUMSUK;

FLICK; SCHNEIDER, 2012; MEDINA-SHEPHERD, KLEIER, 2010; PARSA et al., 2008;

SECGINLI; NAHCIVAN, 2004; WU; YU, 2003).

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61

Os resultados da validação de face mostram que apenas o domínio ‘Benefícios’

apresentou o coeficiente de Kappa abaixo do valor desejado, porém a manutenção dele na

escala foi importante para se proceder a mais análises. Contou-se com a participação de 40

mulheres do público-alvo para essa etapa. Alguns estudos também realizaram a validação de

face da CHBMS, porém a quantidade de participantes variou entre 4 e 30 mulheres e também

não houve modificações na escala nesse ponto da pesquisa (ANAGNOSTOPOULOS et al.,

2012; ESTEVA et al., 2007; HASHEMIAN et al., 2013; HUAMAN et al., 2011; KUMSUK;

FLICK; SCHNEIDER, 2012; MEDINA-SHEPHERD, KLEIER, 2010; PARSA et al., 2008;

YILMAZ; SAYIN, 2014).

Em relação à validação de conteúdo, analisada por uma comissão de 23 juízes, a

CHBMS traduzida e adaptada mostrou que o conteúdo foi considerado compreensivo,

associado à adesão à mamografia, categorizada em domínios e considerada relevante.

Não houve indicação ou sugestão de modificação nesse ponto da pesquisa, fato

que diverge com os achados de outros estudos de validação da CHBMS que, nessa fase da

pesquisa, tiveram sugestões de modificações, como no caso de Kumsuk, Flick e Schneider

(2012), com a adição de oito itens diretamente relacionados à cultura tailandesa, conforme

indicado pelo painel de 33 mulheres reunidas em três grupos, e também Hashemian et al.

(2013) que adicionaram sete itens na escala, com o final de quatro domínios após ser avaliado

por 13 experts e 45 mulheres, bem como Parsa et al. (2008) que adicionaram 19 itens,

resultando em mais três domínios na escala após avaliação por sete experts.

Outro destaque é a quantidade de pessoas que compuseram o comitê de avaliação

nessa fase do estudo, variando de 4 a 58 avaliadores (ANAGNOSTOPOULOS et al., 2012;

ESTEVA et al., 2007; HASHEMIAN et al., 2013; KUMSUK; FLICK; SCHNEIDER, 2012;

MEDINA-SHEPHERD, KLEIER, 2010; PARSA et al., 2008; YILMAZ; SAYIN, 2014).

Ponto de extrema relevância da validação da CHBMS para uso no Brasil foi a

validade de constructo, pois esta revelou dados que informaram a precisão das propriedades

de validade do instrumento. Como considerado instrumento consagrado na literatura, o

pesquisador deu iniciou à AFC para confirmar os dados da escala na realidade brasileira. Essa

decisão também foi tomada por outros pesquisadores que trabalharam com processo de

validação de outras escalas (LEÓN RAMÍREZ, 2015; SILVA, 2014), alguns dos estudos

levantados que validaram a CHBMS publicaram o processo de validação de constructo pela

AFC (ANAGNOSTOPOULOS et al., 2012; ESTEVA et al., 2007; HASHEMIAN et al.,

2013; HUAMAN et al., 2011). Porém, a AFC aqui apresentada não obteve dados para

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aceitação, o que levou a necessidade de produzir uma AFE tratando o instrumento como

novo.

Pela AFE, obteve-se um modelo final de quatro fatores com a escala total

possuindo nove itens. Yilmaz e Sayin (2014) também encontraram quatro fatores em sua

AFE, na validação da CHBMS, nomeando o novo domínio como “prejudices” (preconceitos),

pois identificaram que os cinco itens pertencentes a esse novo domínio tinham ligação com

atitudes preconceituosas que podem ser prejudiciais às mulheres em relação à adesão à

mamografia. Os dez itens que foram excluídos pertenciam, em maioria, ao domínio

‘Barreiras’ que teve sete itens excluídos, sendo o domínio ‘Benefícios’ modificado com a

exclusão de três itens, e o domínio ‘Suscetibilidade’ se manteve sem alterações.

O modelo final da AFE foi conduzido para análise da confiabilidade, em que se

apresentou a necessidade de excluir mais dois itens, o que eliminou o quarto fator e

finalizando a versão do modelo final com três fatores e sete itens (S1, S2, S3, B2, B4, Ba1,

Ba2). A maioria dos estudos que validaram a CHBMS também finalizou o processo com uma

escala com três fatores (ANAGNOSTOPOULOS et al., 2012; ESTEVA et al., 2007;

HUAMAN et al., 2011; MEDINA-SHEPHERD, KLEIER, 2010; MIKHAIL; PETRO-

NUSTAS, 2001; SECGINLI; NAHCIVAN, 2004; WU; YU, 2003).

Esta pesquisa apresentou uma matriz de correlação adequada com o modelo final

de outras versões da CHBMS, a qual expôs alguns valores inferiores aos encontrados por essa

pesquisa, como menor variância explicada ou cargas fatoriais mais baixas, porém aceitas

pelos pesquisadores (KUMSUK; FLICK; SCHNEIDER, 2012; MEDINA-SHEPHERD,

KLEIER, 2010; SECGINLI; NAHCIVAN, 2004; WU; YU, 2003).

Dado bastante explorado neste estudo foi o valor do alfa de Cronbach que gerou

questionamentos à pesquisadora e levou-a à análise adicional, para que se pudesse ter a

certeza de que se estava fazendo a escolha certa durante a análise dos dados, várias análises

subsequentes foram realizadas para confirmação da aceitação. A versão do modelo final da

AFE gerou uma escala com alfa abaixo do ideal preconizado pela literatura nos domínios

‘Barreiras’ e ‘Benefícios’ (PESTANA; GAGUEIRO, 2005).

Esteva et al. (2007) também se confrontaram com esse dado, tendo o alfa da

versão castelhana da CHBMS com valores mais baixos também sendo dos domínios

‘Barreiras’ e ‘Benefícios’, e os autores também realizaram a aceitação do modelo baseado em

outros fatores analisados, além de argumentar que não é razoável esperar um alto valor de alfa

se a medida incluir amplo aspecto de análise, o fato de que os domínios ‘Benefícios’ e

‘Barreiras’ possuem amplo espectro de itens com diversidade de conteúdo (daqueles

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relacionados aos aspectos de acesso, a outros baseados em medos) poderiam dificultar a

obtenção de um alfa adequado, o efeito de respostas completamente opostas de alguns itens

desses domínios também podem produzir falta de homogeneidade dessas dimensões

(MCDOWELL; NEWELL,1996).

Ainda corroborando com a decisão em manter o modelo final da AFE, segundo

algumas pesquisas, valores abaixo de 0,70 podem ser aceitos, uma vez que a matriz de

correlações dos itens se mostre satisfatória e também o instrumento investigado esteja

medindo aspectos menos abrangentes (SOUZA; ALEXANDRE; GUIRARDELLO, 2017;

STREINER, 2003). Ainda existe autor que considera equivocado o fato de se designar

estimativa ideal padrão para ser aplicada em todas as situações, pois dependendo da

homogeneidade do grupo em estudo, o valor ideal de alfa, provavelmente, será diferente

(STREINER, 2003). No caso dos dados aqui apresentados, trata-se de uma escala que avalia

apenas um aspecto, adesão à mamografia, porém esse aspecto está sendo mensurado por

diversos itens e conteúdo, e ainda se ressalta que o modelo final apresentou números bastante

expressivos na modelagem da AFE.

Os dados deste estudo ratificam a alta estabilidade da CHBMS. Outros

pesquisadores também aplicaram o teste-reteste para verificar a estabilidade da CHBMS em

suas versões da escala, com intervalo variando de 12 dias a duas semanas para o reteste, cujo

instrumento também se mostrou estável (KUMSUK; FLICK; SCHNEIDER, 2012; MEDINA-

SHEPHERD, KLEIER, 2010; YILMAZ; SAYIN, 2014).

O ponto de importância e bastante esperado para conclusão da validação da

CHBMS foi a validade de critério. A validação de critério ocorreu após 12 meses do primeiro

momento da aplicação da escala e mostrou-se favorável, indicando boa previsibilidade da

escala mediante os modelos traçados, destacando-se algumas variáveis que potencializaram o

acerto da escala em mensurar a probabilidade de prática do exame mamográfico pela mulher.

Alguns estudos que validaram a CHBMS, realizaram a validação de critério,

sendo também pelo contato do pesquisador com o entrevistado após um período que variou de

12 a 15 meses para constatação da prática ou não do exame, mostrando que a escala possui

boa previsibilidade e que a adição de variáveis explanatórias também auxiliam no poder de

predição dessa prática (CHAMPION; SKINNER; MENON, 2005; HUAMAN et al., 2011;

MIKHAIL; PETRO-NUSTAS, 2001).

Os fatores sociodemográficos: anos de estudo e raça, bem como os clínicos:

presença de doença crônica, história familiar de câncer e histórico de alteração benigna na

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mama e, ainda, prática bianual da mamografia, mostraram-se como potencializadores na

previsibilidade da escala através dos modelos gerados na regressão logística.

Anagnostopoulos et al. (2012) identificaram que os fatores sociodemográficos

aumentaram o efeito de previsibilidade da CHBMS, ainda Champion, Skinner e Menon

(2005) corroboram que raça, renda e recomendação médica prévia geram esse efeito, sendo

ainda a idade e educação igualmente identificada por mais outra pesquisa (ESTEVA et al.,

2007). A idade, o conhecimento acerca do câncer de mama, a mamografia prévia e o exame

Papanicolau prévio também foram identificados como potencializadores do poder de acerto da

predição da escala (HUAMAN et al., 2011).

Por fim, a sensibilidade e especificidade da escala foram identificadas e o ponto

de corte também. Ao analisar os estudos que validaram a CHBMS, não foi identificado o uso

da curva ROC, e nem a definição de um ponto de corte para as versões da escala. Porém,

outros estudos de validação de escala realizaram essa análise (LEÓN RAMIREZ, 2015;

SOARES, 2010). Esse tipo de análise é mais utilizado quando há validação de critério do tipo

concorrente, sendo a curva ROC recomendada como análise paralela à regressão logística, em

caso desse tipo de validação preditiva (BRAGA, 2000).

Considerou-se relevante a identificação de um ponto de corte para fim de

comparação com pesquisas futuras, tal como para aplicação clínica para fins de

implementação de estratégias e intervenções através do uso do instrumento. Os pontos de

corte definidos para um instrumento podem ter valores diferentes, pois poderão variar de

acordo com vários fatores e contextos envolvidos na pesquisa, porém sua identificação se faz

importante, na medida em que se podem considerar probabilidades reais na prática dos

cuidados ao grupo identificado como de risco para o desfecho medido pelo instrumento a

partir do ponto de corte identificado (DIAS; MARTINS; ARAUJO, 2014).

Os dados desta pesquisa foram rigorosamente trabalhados e levantados por meio

de testes estatísticos, conforme recomenda a literatura científica. Porém, apesar de se ter

reveladas a consistência e relevância da escala para avaliação da adesão à mamografia, este

estudo apresentou algumas limitações.

A pesquisa metodológica requer tempo para realização, principalmente devido ao

número de etapas a serem seguidas e ao intervalo para coleta no segundo e terceiro momento

da pesquisa. O tempo 45 dias da pesquisa foi alcançado por meio da entrevista pessoalmente

com as mulheres que compareceram à consulta de retorno para resultado do exame

Papanicolau, porém para as que não compareceram, foi procedida via ligação telefônica, essa

diferença pode afetar os dados coletados.

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Outro fato afetado pelo tempo foi a coleta de dados para verificação da prática ou

não da mamografia, que para atingir a amostra total do estudo. Conforme o protocolo

nacional, o período de intervalo deveria ser de dois anos entre o tempo zero da pesquisa e a

coleta dessa informação. Porém, somente foi possível dar o espaçamento de um ano e então

puderam ser incluídas nessa análise as mulheres que deveriam realizar a mamografia nesse

período, fato que não abrangeu a amostra total do estudo.

A amostra do presente estudo foi extraída de uma população local, com

características específicas e que possivelmente não representa a população brasileira como um

todo, por isso considera-se de extrema relevância a aplicação dessa escala em outras cidades e

estados do país para ratificar validade e confiabilidade independente da população-meta.

A escala apresenta cinco opções de respostas para cada item, porém observou-se

grande predominância de respostas nos extremos, ou seja, a maioria das entrevistadas sempre

escolhia a opção “concordo completamente” ou “discordo completamente”, o que influenciou

diretamente nas análises realizadas e, consequentemente, nos achados encontrados.

Esse dado também foi levantado em outras pesquisas e supõe-se que pode se dar

por múltiplos aspectos envolvidos, entre eles devido ao fato da não compreensão sobre a

diferença entre as cinco opções de respostas pelas respondentes, mesmo após explicação

fornecida na ocasião da aplicação da escala, ou ainda pela ênfase gerada ou intensidade da

resposta pela respondente ao entrevistador (DALMORO; VIEIRA, 2013).

Destarte, reafirma-se a importância da continuação desta investigação, na tentativa

de se criar mecanismos para transpor as limitações identificadas e obter evidências mais

consistentes da relevância da CHBMS para uso no Brasil.

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6 CONCLUSÃO

Ao considerar os objetivos propostos pelo estudo, conclui-se que a CHBMS,

originalmente criada em inglês, foi traduzida, adaptada e validada em uma amostra de 206

mulheres frequentadoras de uma UBS, da cidade de Fortaleza-CE, Brasil. O estudo foi

desenvolvido seguindo as recomendações preconizadas pela literatura cientifica nacional e

internacional.

A versão original, traduzida e adaptada, possui 19 itens, divididos em três

domínios, com cinco opções de respostas. Já a versão validada possui sete itens divididos

nesses três domínios.

➢ A AFC demonstrou resultados que sustentaram a necessidade de ajustes

nos constructos, bem como em seus itens. Em conseguinte, a AFE indicou

quatro fatores e o ajuste do modelo para nove itens.

➢ A avaliação da confiabilidade da escala indicou a exclusão de um fator da

escala com seus dois itens, mostrando, assim, melhor consistência interna

por meio do alfa de Cronbach, variando de 0,809 a 0,496, a qual foi

ratificada pelo CCIC que variou de 0,80 e 0,606, com p < 0,001,

confirmando a dimensionalidade da versão original da escala em relação

aos fatores.

➢ Os valores de correlação do teste-reteste, através da análise de correlações

de r de Pearson e o ρ de Spearman, entre os escores da escala se

mostraram significativos, mesmo ao se comparar domínio por domínio

como o escore geral.

➢ As análises de validação do resultado da AFE confirmaram e reforçaram o

modelo final aceito pelo pesquisador.

➢ Os resultados da regressão logística constataram que a escala tem alto

poder de previsibilidade, sendo escores mais elevados mostrados para

aquelas mulheres que realizaram a mamografia no período 12 meses da

pesquisa.

Frente ao exposto, a CHBMS se mostrou como instrumento confiável, válido,

estável e com excelente capacidade preditiva, capaz de avaliar a adesão da mulher brasileira

ao exame mamográfico. Sugere-se a utilização em outras culturas falantes da língua

portuguesa, a fim de buscar a padronização e uniformização de seu uso entre essas culturas.

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7 IMPLICAÇÕES DO ESTUDO

Após comprovação da validade da CHBMS para língua portuguesa, considera-se

que este estudo representa um avanço no conhecimento científico para o Brasil e países

falantes da língua portuguesa, a partir da disponibilização de um instrumento amplamente

utilizado e de interesse mundial, no subsídio de pesquisas relacionadas à temática para uso

nesse idioma.

Ainda, pondera-se contribuição internacional pela disponibilização de dados para

parâmetros e referências de pesquisas internacionais posteriores ou em andamento acerca da

temática adesão à mamografia/rastreamento mamográfico, ou ainda em pesquisas

metodologicamente similares, independentemente do idioma-alvo. Em última análise, os

achados possibilitam o reconhecimento de diferenças e semelhanças entre populações e

culturas através da avaliação da adesão de mulheres ao exame mamográfico, uma vez que a

utilização de um instrumento único, certamente oferecerá maior confiabilidade aos resultados

obtidos na mensuração dessa adesão por diversos países independentemente da cultura,

auxiliando, assim, na construção de um conhecimento amplo acerca desse tema ao redor do

mundo.

Para a prática, urge enfatizar que este estudo possibilita contribuir para melhoria

das práticas em saúde relacionadas ao rastreamento mamográfico, pois o fato de conhecer a

adesão das mulheres frente ao exame, poderá contribuir na construção de estratégias em

saúde, desenvolvimento de programas de saúde, treinamento específicos dos profissionais

relacionados, orientação na formação profissional na área e da educação continuada que

garante suporte assistencial qualificado e direcionado às necessidades da mulher. E, ainda, a

CHBMS mostrou capacidades preditivas que a torna ferramenta útil no levantamento

populacional das características das mulheres baseadas nessa prática que auxilia na orientação

de gestão de recursos humanos e financeiro dos serviços de saúde que estão diretamente

relacionados com essa prática. Desta forma, acredita-se que a escala é capaz de promover a

saúde da mulher, mas especificamente na detecção precoce do câncer de mama na população

brasileira.

Ressalta-se que o enfermeiro é um profissional diretamente relacionado ao

cuidado da saúde da mulher, atuando em diversas instâncias, seja na assistência direta, na

promoção da saúde ou ainda em cargos administrativos e gerenciais. Portanto, acredita-se que

a CHBMS, pelas razões mencionadas, poderá subsidiar as atividades de enfermagem, nas

distintas instâncias, influenciando diretamente na melhoria do trabalho desses profissionais.

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80

APÊNDICE A - INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DE FACE

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APÊNDICE B – INSTRUMENTO PARA CARACTERIZAÇÃO

SOCIODEMOGRÁFICA E CLÍNICA

Número da entrevistada: __________

Data da entrevista: ____/____/____

DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS E DADOS CLÍNICOS

DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS

1 - Nome: Endereço:

Telefone: 3- Estado Civil: (1) Solteiro (2) Casado/União Estável

(3) Viúvo (4) Separado/Divorciado 2 – Idade:

4 - Raça: (1) Branco (2) Negro (3) Pardo

(4) Amarelo (5)Indígena

5 – Escolaridade: _____Série____ (anos) 6- Renda familiar: ___________(em reais)

7- Profissão: (1) Empregada

(2) Desempregada

8- Religião: (1) Católico (2) Evangélico

(3) Espírita (4) Ateu

DADOS CLÍNICOS

10 – Possui alguma doença crônica: (1) Sim (2) Não

Se sim, qual? __________________________________________________________

11- Possui história de câncer na família: (1) Sim (2)Não

Se sim, é: (1) câncer de mama (2) câncer de ovário (3) outros_________________

12 – Possui história pessoal de câncer: (1) Sim (2)Não

Se sim, qual? __________________________________________________________

13 – Tem ou já teve alguma alteração benigna na mama: (1) Sim (2)Não

Se sim, qual(is)? ________________________________________________________

14 – Possui fator de risco para desenvolver o câncer de mama?

(1) Menarca precoce (2) Menopausa Tardia (3) Obesidade (4) TRH

(5) Nuliparidade (6) 1º Gestação após os 30 anos

15- Já fez mamografia alguma vez na vida? (1) Sim (2)Não

Se sim, quando foi a última vez? ___________________________________________

16- Qual motivo você associa a não realização da mamografia?

______________________________________________________________________

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APÊNDICE C – CONVITE PARA PARTICIPAÇÃO DOS JUÍZES (E-MAIL)

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APÊNDICE D – INSTRUMENTO PARA CARACTERIZAÇÃO DOS JUÍZES

VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO

1. IDENTIFICAÇÃO Especialista nº:

Local de Trabalho: ________________________________

Área de Atuação: ________________________________

Ocupação Atual:

1. Assistência ( )

2. Ensino( )

3. Pesquisa( )

4. Consultoria( )

2. QUALIFICAÇÃO

Formação/Graduação:________________________________ Ano: ________

Especialização 1: ___________________________________ Ano: ________

Especialização 2: ___________________________________ Ano: ________

Mestrado em: ______________________________________ Ano: ________

Doutorado em: ____________________________________ Ano: ________

Outros: _________________________________________ Ano: ________

3. EXPERIÊNCIA COM O CONTEÚDO EM QUESTÃO

Experiência com oncologia (anos): ___________________

Experiência anterior com validação de escalas:

1.Sim ( ) 2. Não ( )

( ) Experiência prática na área de Mamografia e/ou Rastreamento Mamográfico

e/ou Oncologia

( ) Participação em grupos de pesquisa que envolvam a temática Mamografia e/ou

Rastreamento Mamográfico e/ou Oncologia

( ) Autoria de trabalhos publicados em periódicos que abordem Mamografia e/ou

Rastreamento Mamográfico e/ou Oncologia

( ) Tese na temática Mamografia e/ou Rastreamento Mamográfico e/ou Oncologia

( ) Dissertação na temática Mamografia e/ou Rastreamento Mamográfico e/ou

Oncologia

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APÊNDICE E – INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DE CONTEÚDO

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO PELOS JUÍZES

Prezado(a) Juíz(a),

Para que possamos realizar a validação da Champion's Health Belief Model Scale para uso no Brasil,

solicitamos sua contribuição em atendimento aos objetivos da nossa pesquisa (Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido). Para tanto, será necessário que você analise cuidadosamente cada item da escala e

responda às perguntas referentes à clareza, pertinência e relevância desses itens, seguindo a seguinte

codificação:

QUESTÃO REFERENTE À CLAREZA:

1. O item está apresentado de forma clara, compreensiva, simples e inequívoca?

QUESTÃO REFERENTE À PERTINÊNCIA:

2. O item está associado à adesão ao exame mamográfico e não insinua atributo divergente?

QUESTÃO REFERENTE À RELEVÂNCIA:

3. A presença deste item na escala é relevante?

Para cada um dos itens da escala a serem avaliados, assinale uma opção relacionada a cada

questão e, caso considere necessário, utilize o espaço reservado ao lado de cada item para realizar

considerações. Ao final do instrumento, você poderá expor observações adicionais.

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Nº Itens da Escala Clareza

Este item está …

Pertinência

Este item está…

Relevância

Este item é…

Sugestões para

aprimorar o item

S1

É provável que terei

câncer de mama.

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

S2

Minhas chances de

ter câncer de mama

nos próximos anos

são grandes.

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

S3

Sinto que terei câncer

de mama em algum

momento da minha

vida

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

Relevante

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Nº Itens da Escala Clareza

Este item está …

Pertinência

Este item está…

Relevância

Este item é…

Sugestões para

aprimorar o item

mamografia ( )5- Irrelevante

B1

Se eu fizer uma

mamografia e nada

for encontrado, não

me preocupo tanto

com o câncer de

mama.

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

B2

Realizar a

mamografia me

ajudará a encontrar

mais cedo os tumores

na mama

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

B3 Se eu encontrar um

tumor através da

mamografia, meu

tratamento para o

câncer de mama pode

não ser tão ruim.

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

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87

Nº Itens da Escala Clareza

Este item está …

Pertinência

Este item está…

Relevância

Este item é…

Sugestões para

aprimorar o item

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

Relevante

( )5- Irrelevante

B4

Para mim, a

realização de uma

mamografia é a

melhor forma de

encontrar um tumor

muito pequeno.

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

B5

Fazer uma

mamografia

diminuirá as minhas

chances de morrer de

câncer de mama.

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

Ba1 Eu tenho medo de

fazer uma

mamografia porque

pode ser que eu

descubra que há algo

de errado.

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

relevante

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88

Nº Itens da Escala Clareza

Este item está …

Pertinência

Este item está…

Relevância

Este item é…

Sugestões para

aprimorar o item

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

Ba2

Eu tenho medo de

fazer uma

mamografia porque

não entendo o que

vai ser feito.

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

Ba3

Eu não sei o que

fazer para conseguir

realizar uma

mamografia.

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

Ba4

Realizar uma

mamografia é muito

vergonhoso.

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

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Nº Itens da Escala Clareza

Este item está …

Pertinência

Este item está…

Relevância

Este item é…

Sugestões para

aprimorar o item

( )5- Totalmente incompreensível ( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

relevante

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

Ba5

Realizar uma

mamografia leva

muito tempo.

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

Ba6

A mamografia é

muito dolorosa.

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

Ba7 As pessoas que

realizam a

mamografia são

grosseiras com as

mulheres.

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

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Nº Itens da Escala Clareza

Este item está …

Pertinência

Este item está…

Relevância

Este item é…

Sugestões para

aprimorar o item

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

Ba8

Fazer uma

mamografia me

expõe à radiação

desnecessária

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

Ba9

Não consigo me

lembrar de agendar

uma mamografia.

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

Ba10 Tenho outros

problemas mais

importantes do que

fazer uma

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

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Nº Itens da Escala Clareza

Este item está …

Pertinência

Este item está…

Relevância

Este item é…

Sugestões para

aprimorar o item

mamografia. ( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

( )3-

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

Ba11

Eu sou muito velha

para precisar fazer

mamografia de

rotina.

( )1- Totalmente claro e compreensível

( )2- Parcialmente claro e

compreensível

( )3- Pouco claro porém compreensível

( )4- Pouco claro e pouco

compreensível

( )5- Totalmente incompreensível

( )1- Totalmente associado à adesão à

mamografia

( )2- Está parcialmente associado à adesão à

mamografia

( )3- Está pouco associado à adesão à

mamografia

( )4- Está pouco associado à um tema

relacionado à adesão à mamografia

( )5- Está totalmente NÃO associado à adesão à

mamografia

( )1- Muito

relevante

( )2- Realmente

relevante

( )3-

Parcialmente

relevante

( )4- Pouco

Relevante

( )5- Irrelevante

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92

SUGESTÕES/CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS

Favor Especificar o(s) Item(s):

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

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APÊNDICE F – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (JUIZ)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

DOUTORADO EM ENFERMAGEM

Prezado(a) Senhor(a),

Estou lhe convidando para participar de um estudo que será desenvolvido sob minha responsabilidade. Neste

estudo pretendo realizar a validação da Champion's Health Belief Model Scale para a língua portuguesa do Brasil.

Caso você concorde, sua participação constará da etapa de validação de conteúdo, que consiste na verificação

dos critérios clareza, pertinência e relevância dos itens da escala para que a mesma possa ser utilizada no Brasil.

Dou-lhe a garantia de que as informações obtidas serão usadas apenas para fins acadêmicos e, também lhe

asseguro que a qualquer momento que desejar poderá ter acesso às informações sobre os procedimentos relacionados ao

estudo, inclusive para esclarecer qualquer dúvida que você possa ter. Informo-lhe que os dados do estudo serão codificados,

para que sua identidade não seja revelada durante a condução do estudo e nem quando o estudo for publicado em eventos ou

jornais científicos.

O risco de sua participação nesse estudo está relacionado a constrangimentos e recordações desagradáveis

provocadas pela leitura dos itens da escala. Gostaríamos de deixar claro que sua participação é voluntária e não será obrigada

a responder questões que não queira ou não se sinta à vontade, podendo recusar-se a responder.

A sua participação está isenta de despesas, bem como não receberás nenhum valor pela participação nesta

pesquisa, e que poderá recusar-se a participar ou retirar o seu consentimento, ou ainda descontinuar sua participação se assim

o preferir, sem penalização alguma ou sem prejuízo.

ATENÇÃO: Para informar qualquer questionamento durante a sua participação no estudo, dirija-se ao: Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Federal do Ceará (UFC)

Endereço: Rua Cel. Nunes de Melo, 1127 – Rodolfo Teófilo – Fortaleza CE

Telefone: (85) 3366.8344

Ou

Camila Brasil Moreira

Rua Alexandre Baraúna, n º 1115, Rodolfo Teófilo – Fortaleza CE

Telefone(s): (85) 9733-1580 ou (85) 3366.8029

Após ter sido devidamente esclarecido pela pesquisadora e entendido o que me foi explicado, concordo de

livre e espontânea vontade em participar da presente pesquisa. Eu declaro que li cuidadosamente este Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e que, após sua leitura tive oportunidade de fazer perguntas sobre o conteúdo do mesmo,

como também sobre a pesquisa e recebi explicações que responderam por completo minhas dúvidas. E declaro ainda estar

recebendo uma cópia assinada deste Termo.

Eu__________________________________________ __________________, ____/____/____ .

Local Data

_____________________________

Assinatura do Juíz(a)

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APÊNDICE G – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

DOUTORADO EM ENFERMAGEM

Prezada Participante,

Gostaríamos de convidá-la a participar como voluntária da pesquisa intitulada “Validação da Champion's Health

Belief Model Scale para uso no Brasil” que se refere a uma pesquisa desenvolvida por uma doutoranda em Enfermagem da

Universidade Federal do Ceará tendo orientação da professora e pesquisadora Dra Ana Fátima Carvalho Fernandes.

O objetivo deste estudo é verificar se uma escala de adesão ao exame mamográfico, utilizada em outros países,

ajudará os profissionais da saúde brasileiros a coordenar as atividades voltadas a esta temática.

Sua forma de participação nesta pesquisa é: responder o questionário sociodemográfico e aos itens da escala a ser

validada. Essas informações serão utilizadas unicamente para apresentação em congressos e publicação em revista científica

da área da saúde, garantindo-se sempre seu anonimato. Os dados coletados permanecerão em poder exclusivo dos

pesquisadores durante todo o decorrer da pesquisa e por um período de 5 anos, ao qual após serão destruídos.

Os resultados contribuirão para uma melhor adesão aos exames mamográficos e as pesquisadoras poderão prestar

uma assistência à saúde mamária adequada e de qualidade de acordo com suas necessidades. Contribuirão também para

aumentar o conhecimento científico sobre a temática, auxiliando outros pesquisadores da área.

O risco de sua participação nesse estudo está relacionado a constrangimentos e lembranças desagradáveis

provocadas pela entrevista. A senhora não será obrigada a responder questões que não queira ou não se sinta à vontade,

podendo recusar-se a responder. O entrevistador seguirá todos os princípios éticos como respeito à sua dignidade e não

maleficência.

Gostaríamos de deixar claro que sua participação é voluntária, a senhora não receberá nenhum valor pela

participação nesta pesquisa, e que poderá recusar-se a participar ou retirar o seu consentimento, ou ainda descontinuar sua

participação se assim o preferir, sem penalização alguma ou sem prejuízo ao seu cuidado.

Convidamos e garantimos que será mantido sigilo de sua identidade e de que serão oferecidos esclarecimentos

sempre que desejar com o pesquisador e/ou com o Comitê de Ética em Pesquisa, nos contatos e endereço abaixo

mencionados. A sua participação está isenta de despesas.

Este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido será elaborado em duas vias, sendo assinadas pela participante

da pesquisa e a pesquisadora responsável, assim como todas as páginas serão rubricadas por ambas as partes.

Desde já, agradecemos sua atenção e participação e colocamo-nos à disposição para maiores informações.

Você ficará com uma cópia deste Termo e em caso de dúvida(s) e outros esclarecimentos sobre esta pesquisa você

poderá entrar em contato com a pesquisadora Camila Brasil Moreira. Endereço: Rua Alexandre Baraúna, 1115, - Sala 09 -

Bairro: Rodolfo Teófilo _ Fortaleza – CE. Telefone: (85) 9733-1580 – email: [email protected], ou ainda com o

Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Federal do Ceará (UFC) pelo telefone: (85)

33668344.

Eu ____________________________________________________________(nome do participante e número do documento

de identidade), confirmo que Camila Brasil Moreira explicou-me os objetivos desta pesquisa, bem como a forma de

participação. As alternativas para minha participação foram discutidas. Eu li e compreendi este Termo de Consentimento,

portanto, eu concordo em dar meu consentimento para participar como voluntário desta pesquisa.

Fortaleza, _______de __________de 201__.

______________________________ ____________________________ (Assinatura

do sujeito da pesquisa) (Assinatura do sujeito da pesquisa)

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APÊNDICE H – VERSÃO FINAL DA CHBMS PARA USO NO BRASIL

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ANEXO A – A ESCALA ORIGINAL (CHAMPION, 1999)

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ANEXO B – REFERÊNCIAS ANALISADAS NA REVISÃO INTEGRATIVA NÃO

PUBLICADA “VALIDAÇÃO DA CHAMPION'S HEALTH BELIEF MODEL SCALE:

USO DA ESCALA AO REDOR DO MUNDO” (MOREIRA, 2016)

Nº Autores Título Ano de

publicação

Periódico

1 Wang et al. Survey of breast cancer mammography

screening behaviors in Eastern Taiwan based on

a health belief model

2014

Kaohsiung

Journal of

Medical Sciences

2 Kim J. e Kim O. Predictors of perceived barriers to

mammography in Korean women

2008 Asian Nursing

Research

3 Sharkawy, Hassan e

El-Sattar

Effect of nursing educational guidelines on

women’s awareness, health practices and beliefs

regarding prevention and early detection of breast and cervical cancer

2014

Life Science

Journal

4 Dang, Lee e Tran Knowledge, attitudes, and beliefs regarding

breast and cervical cancer screening among

Cambodian, Laotian, Thai, and Tongan women

2010

Journal of

Cancer

Education

5 Canbulat e Uzun Health beliefs and breast cancer screening

behaviors among female health workers in

Turkey

2008 European

Journal of

Oncology

Nursing

6 Secginli e Nahcivan Factors associated with breast cancer screening

behaviours in a sample of Turkish women: A

questionnaire survey

2006

International

Journal of

Nursing Studies

7 Taha et al. “Voices of Fear and Safety” Women’s

ambivalence towards breast cancer and breast

health: a qualitative study from Jordan

2012

BMC Women's

Health

8 Anagnostopoulos et

al.

Health beliefs and illness perceptions as related

to mammography uptake in randomly selected women in Greece

2012

Journal of

Clinical Psychology in

Medical Settings

9 Deavenport et al. Closing the gap in mammogram screening: an

experimental intervention among low-income

Hispanic women in community health clinics

2011

Health

Education &

Behavior

10 Jensen et al. Explicating perceived barriers to mammography

for the USCREEN project: concerns about

breast implants, faith violations, and perceived

recommendations.

2015

Breast Cancer

Research and

Treatment

11 Abuadas, Petro-

Nustas e Albikawi

Predictors of Participation in Prostate Cancer

Screening among Older Men in Jordan

2015

Asian Pacific

Journal of

Cancer

Prevention

12 Yusof, Chia e Hasni Awareness and prevalence of mammography

screening and its predictors--a cross sectional

study in a primary care clinic in Malaysia

2014

Asian Pacific

Journal of

Cancer Prevention

13 Leung, Wong e

Chan

Adapting Champion's Breast Cancer Fear Scale

to colorectal cancer: psychometric testing in a

sample of older Chinese adults

2014

European

Journal of

Oncology

Nursing

14 Ersin et al. Determining the health beliefs and breast cancer

fear levels of women regarding mammography.

2015 Turkish Journal

of Medical

Sciences

15 Kulakci et al. Effects of breast cancer fatalism on breast

cancer awareness among nursing students in

Turkey

2015 Asian Pacific

Journal of

Cancer

Prevention

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98

Nº Autores Título Ano de

publicação

Periódico

16 Shiryazdi et al. Health beliefs and breast cancer screening

behaviors among Iranian female health workers

2014 Asian Pacific

Journal of

Cancer

Prevention

17 Fouladi et al. Beliefs and behaviors of breast cancer screening

in women referring to health care centers in

northwest Iran according to the champion

health belief model scale

2013

Asian Pacific

Journal of

Cancer

Prevention

18 Erbil e Bölükbaş Beliefs, attitudes, and behavior of Turkish

women about breast cancer and breast self-

examination according to a Turkish version of the Champion Health Belief Model Scale

2012

Asian Pacific

Journal of

Cancer Prevention

19 Kharameh,

Foroozanfae

Zamanian

Psychometric properties of the Persian version

of Champion's Health Belief Model Scale for

colorectal cancer screening

2014

Asian Pacific

Journal of

Cancer

Prevention

20 Karadag, Iseri e

Etikan

Determining nursing student knowledge,

behavior and beliefs for breast cancer and

breast self-examination receiving courses with

two different approaches

2014

Asian Pacific

Journal of

Cancer

Prevention

21 Dundar, Ozyurt e

Erdurak

Sociodemographic determinants of

nonattendance in a population-based

mammography screening program in the city of

Manisa, Turkey

2012

The Scientific

World Journal

22 Nergiz-Eroglu e

Kilic

Knowledge, attitude and beliefs women

attending mammography units have regarding

breast cancer and early diagnosis

2011

Asian Pacific

Journal of

Cancer Prevention

23 Arevian,

Noureddine e

Abboud

Beliefs related to breast cancer and breast

cancer screening among Lebanese Armenian

women

2011

Health Care for

Women

International

24 Gürsoy et al. Attitudes and health beliefs associated with

breast cancer screening behaviors among

Turkish women

2011 Journal of

Transcultural

Nursing

25 Guvenc, Akyuz e

Açikel

Health Belief Model Scale for Cervical Cancer

and Pap Smear Test: psychometric testing

2011 Journal of

Advanced

Nursing

26 Zollinger et al. Effects of personal characteristics on African-

american women's beliefs about breast cancer

2010 American

Journal of

Health

Promotion

27 Avci e Kurt Health beliefs and mammography rates of

Turkish women living in rural areas

2008 Journal of

Nursing Scholarship

28 Noroozi e

Tahmasebi

Factors influencing breast cancer screening

behavior among Iranian women

2011 Asian Pacific

Journal of

Cancer

Prevention

29 Parsa e Kandiah Predictors of adherence to clinical breast

examination and mammography screening

among Malaysian women

2010 Asian Pacific

Journal of

Cancer

Prevention

30 Temel, Ardahan e

Sesli

Beliefs of Turkish female teaching staff

regarding mammography scanning

2010 Asian Pacific

Journal of

Cancer

Prevention

31 Ceber, Turk e

Ciceklioglu

The effects of an educational program on

knowledge of breast cancer, early detection

Journal of

Clinical Nursing

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Nº Autores Título Ano de

publicação

Periódico

practices and health beliefs of nurses and

midwives.

2010

32 Gumus, Cam e

Malak

Socio-demographic factors and the practice of

breast self examination and mammography by

Turkish women

2010 Asian Pacific

Journal of

Cancer

Prevention

33 Gözüm et al. Effectiveness of peer education for breast cancer

screening and health beliefs in eastern Turkey

2010 Cancer Nursing

34 Cam e Gümüs Breast cancer screening behavior in Turkish

women: relationships with health beliefs and

self-esteem, body perception and hopelessness

2009

Asian Pacific

Journal of

Cancer

Prevention

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ANEXO C – ESCALA TRADUZIDA E ADAPTADA (MOREIRA, 2016)

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ANEXO D – AUTORIZAÇÃO DA AUTORA DA ESCALA

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ANEXO E – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA