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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ARTES CURSO DE DESIGN XODÓ WABI: MISTURANDO SERTÃO COM JAPÃO UM PROJETO DE DESIGN DE MODA ANA LUÍZA SILVA BEZERRA Natal, RN 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE … · como Moura (2008), Lipovetsky (1991), Bonsiepe (2015) e Denis (2000) para abordar temas como cultura, moda e design e,

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ARTES

CURSO DE DESIGN

XODÓ WABI: MISTURANDO SERTÃO COM JAPÃO

UM PROJETO DE DESIGN DE MODA

ANA LUÍZA SILVA BEZERRA

Natal, RN

2016

ANA LUÍZA SILVA BEZERRA

XODÓ WABI: MISTURANDO SERTÃO COM JAPÃO

UM PROJETO DE DESIGN DE MODA

Trabalho de Conclusão de Curso II, apresentado à

disciplina DGN0401, como requisito parcial para

obtenção do grau de bacharel em design pela

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Orientadora: Lívia Maia Brasil

Natal, RN

2016

XODÓ WABI: MISTURANDO SERTÃO COM JAPÃO

UM PROJETO DE DESIGN DE MODA

ANA LUÍZA SILVA BEZERRA

Trabalho de Conclusão de Curso II, apresentado à

disciplina DGN0401, como requisito parcial para

obtenção do grau de bacharel em design pela

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Banca Examinadora

____________________________________________________

Prof.a. Lívia Maia Brasil - Orientadora

Departamento de Artes - UFRN

____________________________________________________

Prof.a. MSc Lorena Gomes Torres de Oliveira - Examinadora

Departamento de Artes - UFRN

____________________________________________________

Prof.a. Esp. Suellen Silva de Albuquerque - Examinadora

UNIPÊ – PB

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer minha família pelo apoio e suporte incondicional,

principalmente à minha mãe, que se manteve ao meu lado durante as fases mais difíceis

desse processo. Agradeço a minha irmã que me guiou nos primeiros momentos e me

deu apoio quando eu precisei. Aos meus amigos, que me apoiaram e me ajudaram

durante todo o processo, me incentivando e me dando força. Por fim, agradeço a minha

orientadora, por todas as ideias, a paciência e o carinho que recebi enquanto me ajudou

nessa minha empreitada.

As minhas conquistas não seriam possíveis sem vocês ao me lado. E as minhas

vitórias não teriam o mesmo valor e significado. Obrigada.

“Fashion should be a form of escapism, and not a form

of imprisonment.” — Alexander McQuee

RESUMO

O presente trabalho se propõe a utilizar referenciais estéticos e culturais de duas

regiões do mundo, a região Nordeste do Brasil e o Japão, para a criação de produtos de

moda que consistem em peças de vestuário destinadas à mulheres de faixa etária entre

25 e 40 anos. Para a realização deste projeto buscou-se o referencial teórico de autores

como Moura (2008), Lipovetsky (1991), Bonsiepe (2015) e Denis (2000) para abordar

temas como cultura, moda e design e, também, realizou-se o levantamento de um

referencial estético a partir da pesquisa de elementos culturais, estéticos e simbólicos

destas regiões. Por fim, o processo de criação seguiu a metodologia proposta para o

cumprimento dos objetivos deste TCC, que se baseou no método de desdobramento em

3 etapas (MD3E), de Flávio Santos (2005). O resultado foi traduzido na criação de 10

looks que compõem a mini-coleção “Xodó Wabi", desenvolvida para este trabalho

acadêmico, que serão apresentados através de desenho estilístico e vistas técnicas.

Palavras Chaves: Nordeste; Japão; Design; Moda.

ABSTRACT

The present project proposes to use aesthetic and cultural references from two

regions of the world, the Northeast region of Brazil and Japan, for the creation of fashion

products consisting of garments for women between the ages of 25 and 40. In order to

carry out this project, we sought the theoretical reference of authors such as Moura

(2008), Lipovetsky (1991), Bonsiepe (2015) and Denis (2000) to address themes such as

culture, fashion and design. Survey of an aesthetic reference from the research of cultural,

aesthetic and symbolic elements of these regions. Finally, the creation process followed

the methodology proposed for the accomplishment of the objectives of this CBT, which

was based on Flávio Santos (2005) 3-step deployment method (MD3E). The result was

translated into the creation of 10 looks that make up the mini-collection "Xodó Wabi",

developed for this academic work, which will be presented through stylistic design and

technical views.

Keywords: Northeast Brazil; Japan; Design; Fashion.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – MD3E ........................................................................................................................................ 18

Figura 2 - Metodologia ............................................................................................................................... 19

Figura 3 - Representações indumentárias de movimentos sociais ........................................................... 24

Figura 4 – Miscigenação da moda ............................................................................................................ 25

Figura 5 - Nordeste .................................................................................................................................... 29

Figura 6 - Japão ......................................................................................................................................... 31

Figura 7 – Público consumidor de moda .................................................................................................... 32

Figura 8 – Painel do público-alvo ............................................................................................................... 33

Figura 9 - Moodboard 01: Paisagens do Japão ......................................................................................... 34

Figura 10 - Moodboard 02: Estereótipo japoneses .................................................................................... 35

Figura 11 - Moodboard 03: Paisagens do Nordeste .................................................................................. 36

Figura 12 - Moodboard 04: Estereótipo nordestinos .................................................................................. 37

Figura 13 - Tendências primavera verão 2017 ........................................................................................... 39

Figura 14 – Summer Bounty....................................................................................................................... 40

Figura 15 – Earth Angel ............................................................................................................................. 40

Figura 16 – Paradise Lost .......................................................................................................................... 41

Figura 17 – Nature Watch .......................................................................................................................... 41

Figura 18 – Couture Club ........................................................................................................................... 41

Figura 19 – Pantone primavera 2017 ......................................................................................................... 42

Figura 20 – Imagens de inspiração ........................................................................................................... 43

Figura 21 – Esboços iniciais ....................................................................................................................... 43

Figura 22 – Geração de alternativas 01 ..................................................................................................... 44

Figura 23 – Geração de alternativas 02 ..................................................................................................... 44

Figura 24 – Cartela de cores ...................................................................................................................... 45

Figura 25 – Desenho estilístico ................................................................................................................. 47

Figura 26 – Look 01 ................................................................................................................................... 48

Figura 27 – Look 02 ................................................................................................................................... 49

Figura 28 – Look 03 ................................................................................................................................... 50

Figura 29 – Look 04 ................................................................................................................................... 51

Figura 30 – Look 05 ................................................................................................................................... 52

Figura 31 – Look 06 ................................................................................................................................... 53

Figura 32 – Look 07 ................................................................................................................................... 54

Figura 33 – Look 08 ................................................................................................................................... 55

Figura 34 – Look 09 ................................................................................................................................... 56

Figura 35 – Look 10 ................................................................................................................................... 57

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11

1.1 JUSTIFICTIVA ..................................................................................................... 12

1.2 ESTRUTURA DO TCC ........................................................................................ 14

1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 15

1.3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................... 15

2 MÉTODOS DE PROJETO ......................................................................................... 15

2.1 DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS EM MODA ............................................. 15

2.2 MÉTODO DE DESDOBRAMENTO EM 3 ETAPAS (MD3E) ................................. 17

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO .................................................................... 19

4. REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 21

4.1 DESIGN DE MODA ............................................................................................. 22

4.2 BRASIL E NORDESTE BRASILEIRO ................................................................. 26

4.3 CONHECENDO O JAPÃO .................................................................................. 29

5. PÚBLICO ALVO ....................................................................................................... 32

6. REFERENCIAS PARA A COLEÇÃO ...................................................................... 33

7. PESQUISA DE TENDÊNCIA ................................................................................... 38

8. DESENVOLVIMENTO DAS PEÇAS ........................................................................ 42

8.1 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS ....................................................................... 42

8.2 CARTELA DE CORES ....................................................................................... 45

8.3 CATERLA DE TECIDOS ..................................................................................... 45

8.4 “XODÓ WABI”: DESENHO ESTILÍSTICO DA MINI-COLEÇÃO ....................... 46

8.4.1 APRESENTAÇÃO DO LOOKS CRIADOS ............................................... 48

8.5 VISTAS TÉCNICAS ............................................................................................ 58

9. CONSIERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 76

10. BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 77

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho se propõe a utilizar referenciais estéticos e culturais de duas

regiões do mundo, a região Nordeste do Brasil e o Japão, para a criação de produtos de

moda que consistem em peças de vestuário destinadas ao público feminino.

O mundo globalizado abriu novas portas para interação social dos povos da Terra,

nos dias atuais a moda se tornou uma grande forma de expressão cultural e pessoal que

comunicam uma identidade por meio do uso de adornos e vestimentas, que traduzem

modos de vida, comportamentos e preferências individuais. Ademais, sabe-se que além

disso, o sujeito é intimamente ligado a cultura do espaço ao qual pertence.

A Moda sempre foi uma forma de expressão que representa as características

culturais e estéticas das civilizações. Algumas culturas podem ser identificadas a partir

da forma como o povo se veste, ou por elementos característicos retratados na sua

indumentária, a vestimenta é uma tradução do comportamento dessas culturas, da sua

relação com o espaço, com o clima, com o modo de viver. Ao vermos uma roupa somos

capazes de identificar de qual período ela faz parte, em alguns casos, até mesmo de

onde se originou. A moda evoluiu com os anos e algumas formas de vestir marcaram

épocas na história da humanidade, com a globalização, culturas distintas passaram a ter

mais contato umas com as outras, mesmo sem interagirem diretamente, devido a fatores

geográficos, políticos ou econômicos.

Para desenvolver este trabalho, cujo principal objetivo é representar através da

moda, elementos estéticos encontrados na identidade cultural destas regiões, buscou-se

identificar características marcantes dessas identidades, elementos estético-formais ,

presentes, bem como pesquisar sobre costumes e história dessas regiões para se

familiarizar com a temática, com o objetivo de conseguir traduzir isso em conceitos,

formas, cores e etc, na criação de uma mini-coleção de moda capaz de retratar esses

resultados.

A Moda é capaz de manifestar conceitos valores e ideologias, se relaciona

diretamente com o campo da cultura material permitindo muitas interpretações

(CENTENO & CARVALHO, 2010). Numa sociedade, a moda age como uma via de dois

caminhos podendo ser influenciada ou influenciar. Ao mesmo tempo que uma sociedade

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dita a moda a moda também reafirma o comportamento dessa sociedade, porém essas

formas de interação estão sempre norteadas pelas culturas locais, uma moda pode não

fazer sucesso em uma cultura se esta vai contra alguns de seus princípios, costumes e

tradições.

A vestimenta, como parte da cultura de uma sociedade, de um espaço, deve ser

capaz de transmitir os valores dos mesmos (LIPOVETSKY, 1989). Os símbolos

construídos, a estética que constituem a imagem e o espaço, as tradições, os hábitos, o

modo de vida e o vestuário, são cultivados através de gerações e carregam consigo

grande força de impacto nas culturas. Essas tradições são em grande parte responsáveis

pelas manifestações culturais que geram uma indústria cultural, de artefatos que

traduzem a cultura, em especial a cultura popular.

Com isso em mente, propõe-se um projeto que faz uso do design, e dos métodos

de desenvolvimento de produtos, como ferramenta interpretativa de dois espaços/meios

/regiões, desenvolvendo um projeto de produto de moda/vestuário.

1.1 JUSTIFICATIVA

A relevância do trabalho se dá pela premissa de que no mundo globalizado as

culturas podem entrar em choque quando não apresentadas corretamente dentro de um

meio. Duas culturas quando em contato devem ser capazes de suportar o choque entre

elas e de dar sentido ao encontro, caso contrário a cultura que for mais forte irá se

sobrepor e amenizar os aspectos culturais da outra (RICOEUR, 1968). É dessa forma

que nascem os estereótipos, devido ao fato de que apenas uma fracção dessa nova

cultura permanece vívida, levando as pessoas a partirem para a generalização.

Na cultura a moda age como um sistema mutável que é delimitada pelos padrões

históricos e sociais de cada época, adaptando aos comportamentos e tendências da

sociedade em determinados períodos históricos. Os modelos culturais vêm influenciando

o comportamento das sociedades em relação aos seus hábitos [...] as roupas traduzem

a cultura na qual o sujeito está inserido, essa tradução se dá através do relacionamento

com símbolos (CENTENO & CARVALHO, 2010).

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No mundo moderno a moda é capaz de unir pessoas, ela ultrapassa barreiras e

fronteiras e consegue chegar nos mais diversos locais tornando possível que duas

pessoas em alguns lugares diferentes do mundo, que não se conheçam, tenha uma forma

de se vestir semelhante, pois elas só precisam de um ícone de inspiração em comum,

como um cantor, um artista ou até mesmo, um movimento. Para as autoras supracitadas

“[…] a moda por ser eficiente na articulação de diferentes contextos, promove e reafirma

tendências e comportamentos ao longo da história” é também uma “expressão da cultura

e da construção identitária de grupos sociais” (Idem).

A intenção deste trabalho é demonstrar que o design trabalha como ferramenta

interpretativa de visões e representações culturais. Mesmo que duas regiões sejam tão

distantes geograficamente e culturalmente, podemos pensar em maneiras de utilizar suas

referencias para construir algo inovador. Segundo Moraes (2010), o design é uma

ferramenta que auxilia na interpretação da nova realidade contemporânea e mutável do

mundo globalizado, ocorrendo uma contribuição para uma visão amplificada do mundo,

o design e a moda ajudam a desconstruir os estereótipos formados pela falta de

informação, e mostram que os signos e elementos representativos da cultura de um

determinado espaço, encontrados na vestimenta, no espaço urbano, na arquitetura, na

produção material desses lugares, podem se re-significar.

A autora desse projeto é uma nordestina, nascida no interior e encantada com

suas fortes raízes, também é fascinada pela cultura japonesa e suas peculiaridades e

tradições únicas. Devido a isso, surgiu a ideia de realizar um trabalho que pudesse

abranger essas duas paixões. O campo da moda no design, foi o meio escolhido para

realizar esse projeto por se tratar de uma área de grande interesse e que permite

trabalhar a criatividade e diferentes manifestações de linguagem. A principal motivação

é ressaltar as riquezas nordestinas unindo-a com a diversidade dos fortes elementos

estéticos da cultura japonesa, em um projeto onde ambas as regiões sejam identificadas.

14

1.2 ESTRUTURA DO TCC

O trabalho se apresenta em 3 partes principais: Problema, Desenvolvimento e

Realização. Abaixo se apresenta a estrutura que norteou o desenvolvimento das etapas

deste TCC.

A) Problema: Essa etapa consta a pré-concepção e o planejamento do trabalho.

Suas etapas consistem em uma pesquisa bibliográfica que consistiu no

levantamento do referencial teórico, da construção dos objetivos do trabalho e

na construção do pensamento metodológico e dos métodos projetuais a serem

utilizados no desenvolvimento do trabalho.

B) Desenvolvimento: Essa etapa é a da concepção. Onde ocorre a pesquisa de

tema e a delimitação conceitual, as análises das referências e tendências, a

construção dos moodboards que auxiliam no processo de criação, a geração

das alternativas do produto, a seleção, avaliação e adequação das peças do

produto.

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C) Realização: Etapa final correspondente a pós-concepção, é nessa etapa que

irá ocorrer a definição e o mapa da coleção, desenhos estilísticos do produto

final e as vistas técnicas de cada peça.

1.3 OBJETIVOS

Representar, através da moda, elementos estéticos encontrados na identidade

cultural, do Nordeste brasileiro e do Japão, com a criação de peças de vestuário para o

público feminino.

1.3.1 Objetivos Específicos

1. Fazer um levantamento das regiões escolhidas, a partir da pesquisa de

elementos culturais estéticos e simbólicos destas regiões;

2. Construir moodboards para auxiliar no processo de criação;

3. Identificar as tendências da moda contemporânea;

4. Elaborar conceitos que exprimam o tema da pesquisa.

2. MÉTODOS DE PROJETO

2. 1 Desenvolvimento de produtos em moda

A partir de um estudo, sobre o desenvolvimento de produtos, de Baxter (1998) e

Lobach (2001), e sobre o desenvolvimento de produtos de vestuário/moda, Montemezzo

(2003), aponta para uma organização do processo de desenvolvimento de produtos de

moda.

A autora propõe uma conduta projetual que parte do âmbito profissional do

designer na conjuntura do desenvolvimento de produtos, de moda/vestuário, para o

desenvolvimento de projetos de design de moda no âmbito acadêmico (2003),

destacando etapas fundamentais para o projeto em moda:

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No planejamento, primeira fase do processo, destacamos a coleta e análise de

informações, que norteiam as decisões tomadas no decorrer do processo, a partir dessas

informações o designer pode perceber oportunidades que podem se transformar em

problemas de design gerando ideias para futuros projetos; o direcionamento e

especificação do projeto; e a delimitação de um cronograma de atividades.

A segunda etapa, especificação do projeto, destacamos a delimitação do

problema de design quanto às metas técnicas, funcionais e estéticas do produto a ser

desenvolvido; a definição do dimensionamento da coleção; e a delimitação da coleção

no mix de produto onde se insere. A autora ressalta que nesta fase, e importante manter

o foco nas necessidades/desejos do consumidor, se atentar para influências sazonais de

moda e comportamento e que se conheça as possibilidades de materiais e tecnologias

(MONTEMEZZO, 2003).

Na próxima fase, delimitação conceitual, destacamos a importância de sintetizar

os referenciais práticos e estetico-simbolicos, princípios funcionais e de estilo, oriundos

da temática em que o produto se insere e também o conhecimento do universo do

público-alvo. De acordo com Montemezzo (ibid) nesta fase o designer transforma suas

referências em linguagem visual através de um conceito gerador, e destaca a importância

deste, para se manter a unidade de linguagem entre conceitos derivados que são

trabalhos em cada produto.

[…] Nesta etapa, princípios de estilo, podem ser sintetizados em referencias de linguagem visual, inseridas naquilo que e normalmente denominado como tema, o qual servira como fio condutor de integração e harmonia do conjunto de produtos que são lançados simultaneamente. Neste contexto, muitas vezes e empregada a elaboração de painéis de imagens que expressam estes referenciais estetico-simbolicos (2003, p.60).

A etapa de geração de alternativas marca o início da materialização dos

referenciais em produtos. Nesta fase o designer usa ferramentas para desenvolver suas

ideias e conceitos, o conceito gerador, delimitado na etapa anterior são transformados

em elementos competitivos para a configuração dos produtos, definição de materiais e

tecnologias. As melhores alternativas são escolhidas na etapa de avaliação e

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elaboração, seguindo critérios da especificação do projeto, descemos nesta etapa, a

capacidade de transpor o conceito estético-formal para o nível tridimensional, através da

criação de desenhos/fichas técnicas que norteiam a modelagem e posteriormente a

produção. O projeto entra em fase final de detalhamento, na fase de realização, nesta

etapa ocorrem as correções e adequações dos desenhos, modelagens, protótipos que

irão gerar as fichas técnicas definitivas e pecas-piloto, que no processo industrial

seguirão para a produção.

A autora resume essas etapas em 5 questões essenciais ao projeto de moda no

âmbito acadêmico: 1) Foco do projeto no usuário/consumidor; 2) decodificação de

tendências de moda e comportamento; 3) síntese de valores estetico-simbolicos

associados aos valores práticos; 4) transposição do conceito para a materialização do

produto; 5) visão panorâmica do processo (MONTEMEZZO, 2003).

Com esses procedimentos em mente, iremos traçar a metodologia para este

trabalho.

2.2 Método de desdobramento em 3 etapas (MD3E)

Buscando uma metodologia de característica menos linear e mais cíclica, que

permita um melhor trânsito entre as etapas do processo projetual, optou-se pelo Método

de Desdobramento em 3 Etapas (MD3E) que consiste em seguir três etapas básicas que

podem ser desdobradas em outras etapas de acordo com a necessidade do projetista

(SANTOS, 2005). O MD3E permite maior flexibilidade na hora de projetar, possibilitando

ao projetista desenvolver as etapas a serem seguidas no projeto.

As três etapas básicas são: pré-concepção, concepção e pós-concepção. Na

primeira ocorre o planejamento do projeto, identificação e do problema e definição dos

atributos do produto. A geração de conceitos e alternativas, seleção e adequação, e as

soluções criativas, ocorrem na etapa da concepção. Já na fase da pós-concepção

ocorrerão as especificações dos componentes ou sub-sistemas, do processo produtivo e

do mercado.

Essas são as etapas consideradas pelo autor como as fases iniciais do projeto,

como visto na figura 5, porém elas podem ser modificadas de acordo com a necessidade

18

que projeto exigir (SANTOS, 2005). Os desdobramentos que ocorrem após as etapas já

citadas são chamados de desdobramentos auxiliares e são determinados de acordo com

o que for conveniente ao projeto.

Por se tratar de uma metodologia não-linear e aberta, ela permite a interferência

no decorrer do processo, permitindo o acréscimo, retirada ou desdobramento das etapas,

a forma gráfica de representação é uma estrutura radial que pode ser ampliada na medida

em que as interferências vão ocorrendo. O método do MD3E quebra com a linearidade

fechada dos métodos tradicionais, usar método aberto permite uma flexibilidade maior

para combinar outras estruturas que tem enfoques distintos (Idem)

Figura 1 - MD3E

Fonte: Santos, 2005

19

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para atingir os objetivos deste trabalho e seguindo a proposta de desenvolvimento

de produtos em moda de Montemezzo (2003), foram realizadas adequações nas sessões

que estruturam as etapas do Método de Desdobramento em 3 Etapas (MD3E) proposto

por Santos e escolhido como metodologia base para esse TCC.

Figura 2 - Metodologia

Fonte: Autora. Baseado na metodologia de Santos

20

A estrutura acima é descrita e melhor visualizada no quadro abaixo:

Pré- concepção (TCC I)

Planejamento Cronograma;

Coleta de dados: pesquisa bibliográfica;

Identificação de oportunidade de projeto;

Direcionamento do projeto: definição dos objetivos;

Definição dos procedimentos metodológicos;

Definição do público-alvo/consumidor;

Concepção (TCC II)

Pesquisa Pesquisa de tema;

Construção de moodboards;

Levantamento de formas, cores, texturas, padrões;

Análises Análise das referências encontradas;

Análise de tendências;

Delimitação conceitual Trabalhar conceitos para a coleção;

Geração de alternativas Seleção, avaliação e adequação de alternativas

geradas a partir do conceito criado;

Pós-concepção (TCC II)

Especificações do projeto Definição do dimensionamento da coleção;

Desenho estilístico;

Criação do mapa da coleção;

21

Vistas técnicas: especificações da peça quanto ao

material e a produção;

Quadro 1 – Metodologia | Fonte: Autora, 2016

4. REFERENCIAL TEÓRICO

O design de produto é uma das atividades de produção da cultura material, que

constitui todas as práticas de produções humanas. Essas produções refutam o presente

a partir de experiências do passado, configuradas em artefatos que constroem a história

das sociedades (ARAGÃO & FORMIGA, 2010).

Segundo Denis (2000), a atividade do design se define na geração de projetos, no

sentido objetivo de planos, esboços ou modelos. O design tem como finalidade solucionar

impasses encontrados pelo homem em sua vivência diária, para Löbach (2001), o design

se inicia com o desenvolvimento de uma ideia, define-se na fase de projetação e tem

como meta a solução de problemas oriundos da necessidade humana. Esse pensamento

é completado por Moura, quando a autora considera o design como sendo “um processo

criativo e inovador, provedor de soluções para problemas de importância fundamental

para as esferas produtivas, tecnológicas, econômicas, sociais, ambientais e culturais”

(MOURA, 2008, p.71).

Sabemos hoje que o design vai além das atividades de criar objetos unindo a forma

e a função, ele norteia os mais diversos aspectos e diferentes áreas, consegue traduzir

a necessidade dos usuários, decifrar emoções e abrange o modo de ser e o bem estar

de cada indivíduo no mundo (COUTO, 2014), de acordo com Bonsiepe (2015), o conceito

original do design, de projetar, pode ser reinterpretado a partir de 7 pontos, sendo eles:

a orientação para o futuro; o fator inovação; a relação com o corpo e o espaço, referindo-

se principalmente à visão; a ação efetiva; a relação com a linguagem, referindo-se à

transcrição de ideias, valores e contextos; e a orientação para a interação entre usuário

e artefato, referindo-se a preocupação de integrar os artefatos à cultura, para torná-la

eficiente. Com isso o autor reflete sobre como o design atua na invenção de novas

práticas da vida cotidiana.

22

Por estar inserido em várias áreas de produção e pesquisa e em constante estado

de expansão o design busca inspiração em diversas áreas de conhecimento e também é

capaz de servir de inspiração. “O design fertiliza e se deixasse fertilizar por outras áreas

de conhecimento, constrói e reconstrói-se em um processo permanente de expansão de

seus limites, por exigências do contemporâneo (GRAGNATO, 2005, p.16).

Para Bomfim o design faz uso da cultura que o cerca para configurar objetos e

sistemas, mas também é capaz de criar cultura através de questionamentos sobre a

sociedade, para o autor, design “não é uma regra universal de configuração, mas uma

ação interpretativa, criadora, que permite diversas formas de expressão” (1999, p.152).

Pode-se dizer então, que o design age como ferramentas interpretativa de um meio e sua

cultura, para então fazer uso da criatividade, sendo capaz de se expressar das mais

variadas formas.

4.1 DESIGN DE MODA

[…] Nós usamos objetos para fazer declarações sobre nossa identidade, nossos objetivos e mesmo nossas fantasias. Através dessa tendência humana a atribuir significados aos objetos, aprendemos desde tenra idade que as coisas que usamos veiculam mensagens sobre quem somos e sobre quem buscamos ser. […] Através dos objetos fabricamos nossa auto-imagem, cultivamos e intensificamos relacionamentos. Os objetos guardam ainda o que no passado é vital para nós. […] Não apenas nos fazem retroceder no tempo como também tornam-se os tijolos que ligam o passado ao futuro. (WEINER, apud ARAGÃO & FORMIGA, 2010, p.18).

Uma das áreas de atuação do design é o campo da moda. O projeto em moda que

faz uso dos métodos e processos de criação e planejamento do design para desenvolver

seus produtos voltados para os usuários, é chamado Design de moda. Na moda a

criatividade é muito importante e deve estar presente na prática projetual desde a

concepção de ideias, na elaboração, até a produção, por meio de métodos de

planejamento e configuração (NICCHELLE & MOREIRA, 2011). O design de moda, é um

exemplo do uso de ferramentas projetuais para a construção de uma linguagem transcrita

em artefato que possui uma relação de representatividade e afeto com o usuário.

23

Na moda, assim como em outros segmentos da indústria, nenhum produto se configura sem um método de planejamento, onde o desenvolvimento de um projeto é constituído por um pensamento, pela concepção e pela produção, orientados ao cenário futuro, anunciando novos caminhos e possibilidades (MOURA, 2008, p.71).

A orientação para o futuro é uma prioridade para a moda, que busca entender,

comunicar-se e decifrar os desejos e vontades dos usuários, fazendo isso por meio da

apropriação do meio social e cultural em que seus usuários estão inseridos. A moda é

um meio de transmissão de mensagens e ideias, é modelo de expressão artística e

pessoal, é uma forma de comunicação com o mundo, por exemplo, quando um grupo que

faz parte de uma determinada cultura usa roupas pretas em um período de luto. Santos

corrobora com esse pensamento afirmando que “[…] a moda pode ser entendida como

um sistema de produção e de comunicação que introduz mudanças de comportamento e

de aparência, de acordo com a cultura e os ideais de uma época” (SANTOS, 2010, p.

205).

A moda é um processo de transformação incessante, e de tendência cíclica, das preferências dos membros de uma dada sociedade. Essa noção não se limita apenas à indumentária, ainda que seja o mais recorrente exemplo trabalhado. Na história da humanidade, o corpo foi recoberto de maneiras simultaneamente singulares e tribais de acordo com o tempo e o espaço, significando, quase sempre, os sentimentos da época (FREITAS, 2005, p.126).

Para Lipovetsky (1989), a moda é um fenômeno que abrange a linguagem, o modo

de agir, as preferências, as ideias, os artistas e as obras culturais. Nichelle (2011) diz

ainda que, “não se pode pensar na moda apenas em termos estéticos, mas sim, em um

movimento social que está inserido em uma série de fenômenos culturais” (NICCHELLE

& MOREIRA, 2011, p.2).

A moda surge em meados do século XV no início do renascimento europeu,

quando devido às mudanças culturais e comportamentais, diferentes estilos de roupas

começaram a ser produzidas visando as diferentes classes sociais. A burguesia passou

a copiar a nobreza gerando a necessidade de os costureiros criarem roupas, em

diferentes estilos, que a diferenciasse da nobreza (GRAGNATO, 2005). Com a revolução

24

industrial, o custo dos tecidos decresceu, e surgiram as primeiras máquinas de costura,

a partir daí a população das classes menos favorecidas passaram a ter acesso a roupas

de melhor qualidade.

Figura 3 – Representações de indumentárias de movimentos sociais

Fonte: Elaborado pelo autor

Marinho (2008) afirma que a vestimenta é parte integrante de qualquer organismo

social e da sua produção cultural, estando cultura e moda entrelaçadas, sendo uma a

representação da outra. Na moda contemporânea vemos isso claramente, quando o

projeto em moda não se estabelece mais na configuração das peças, mas no que elas

identificam e representam, definindo o que se acredita e o que se quer, buscando uma

identidade, conjunto de valores culturais pertencentes à pessoa (GRAGNATO, 2005).

A sociedade contemporânea usa a moda para se expressar, principalmente os

grupos mais jovens, essa sociedade é marcada pelo efêmero, é composta por uma

miscigenação de grupos e comportamentos, busca a afirmação do indivíduo perante a

sociedade (idem). O design de moda participa da construção dessa sociedade criando

universos simbólicos e artificiais por meio de uma linguagem que se manifesta em roupas

e acessórios que fazem parte da identidade dos grupos sociais.

25

Figura 4 – Miscigenação da Moda

Fonte: Elaborado pelo autor

A autonomia de compor sua aparência conforme suas ideologias e estilo de vida

é uma conquista do consumidor contemporâneo que, mesmo sem saber, está fazendo

moda, criando tendências (RUTHSCHILLING & CANDIA, 2006). Todas as classes sociais

utilizam a moda como linguagem simbólica que também representa o seu modo de vida,

a moda passa então a ser compreendida como fenômeno cultural e uma importante área

de produção de cultura material da sociedade contemporânea (CIDREIRA, 2010 e

MOURA, 2008).

Segundo Marinho (2008), o look, o visual, a aparência, se tornaram códigos

culturais e de pertencimento em todas as sociedades, sendo o elemento mais visível de

sua auto-expressão. A moda não se contenta mais em transformar tecidos em roupas,

ela cria objetos portadores de significados e busca inspiração nas mais diversas fontes,

(HATTA, SANTOS & COSTA, 2013). Pereira & Sousa (2010) afirmam ainda que a

aparência, sistema visual onde está inserido o produto de moda, é o conjunto simbólico

expresso pelo indivíduo, onde o mesmo comunica, a fim de gerar reconhecimento entre

pessoas com características e gostos em comum, de maneira fácil, sendo sutil, porém

exprimindo atitude.

26

O design e a moda representam os reflexos e referenciais da sociedade, usos e

costumes do cotidiano, fazendo parte da sua construção cultural (MOURA, 2012),

constituindo-se em signos materiais do seu universo simbólico.

4.2 BRASIL E NORDESTE BRASILEIRO

Para Centeno & Carvalho (2010), é evidente no Brasil a carga cultural impressa

na moda, através de um estilo colorido, descompromissado, que independe das

tendências. Para as autoras, isso é um reflexo dos atributos naturais, do folclore, da

culinária e principalmente do clima que alia à essas características, o uso de materiais

leves, silhuetas confortáveis, apropriadas tanto para as ações do cotidiano como também

para o lazer.

A composição da sociedade no Brasil, se deu a partir da mistura dos povos, a elite

europeia, os escravos africanos, os nativos indígenas, essa construção repercutiu na

arte, na música, na religiosidade, na culinária, nos costumes, na língua, na literatura, na

arquitetura, etc. Na história do Brasil, é possível perceber elementos formadores de

culturas distintas na construção de uma identidade tipicamente brasileira, reconhecida no

resto do mundo (CENTENO e CARVALHO, 2010).

O antropólogo Darcy Ribeiro em sua obra o Povo Brasileiro (RIBEIRO, 1995),

afirma que apesar do povo brasileiro ser um conjunto tão variado de matrizes formadoras,

não é um povo multiétnico, para o autor os brasileiros se comportam como uma só gente,

pertencente a uma mesma cultura, no entanto essa unidade não significa uniformidade,

além dos sotaques encontrados na língua, as regiões do Brasil se desenvolveram criando

modos de vidas diferentes, tradições diferentes, com representações culturais diferentes,

que refletem nos costumes e na vestimenta da população daquela região, os referenciais

simbólicos encontrados nas diferentes regiões do país dizem respeito às particularidades

daquele espaço e do povo que o habita e são encontrados na arquitetura, na música, na

literatura, nos movimentos artísticos. Para esse trabalho, concentramos a análise na

Região Nordeste.

27

O Nordeste do brasil é composto por nove estados, Alagoas, Bahia, Ceará,

Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. A região possui

características climáticas distintas, entre elas estão o semiárido no sertão do interior e o

tropical úmido na zona da mata no litoral, possui índices elevados de temperatura durante

todo ano, variando em torno de 20ºC a 30ªC. O Nordeste não possui as quatro estações

bem definidas, por isso é comum dizer que apresenta apenas duas estações, o verão

que corresponde ao período de estiagem e o inverno que corresponde ao período de

chuvas (ROCHA, 2011). Conhecida pelas secas que assolam a região, o Nordeste possui

uma vegetação característica, conforme descreve Ribeiro:

[…] a vegetação comum, porém, é pobre, formada de pastos naturais

ralos e secos e de arbustos enfezados que exprimem em seus troncos e ramos tortuosos, em seu enfolhamento maciço e duro, a pobreza das terras e a irregularidade do regime de chuvas. Nos cerrados e, sobretudo, nas caatingas, a vegetação alcança já uma plena adaptação à secura do clima, predominando as cactáceas, os espinhos e as xerófilas, organizadas para condensar a umidade atmosférica das madrugadas frescas e para conservar nas folhas fibrosas e nos tubérculos as águas da estação chuvosa (Ribeiro 1995, pg 339).

As atividades da pecuária e da agroindústria canavieira tiveram suma importância

na colonização do nordeste brasileiro pelos portugueses. Os engenhos de cana-de-

açúcar foram ocupando a região litorânea devido ao seu clima quente e úmido, que era

favorável a plantação da cana. Já a pecuária foi adentrando o interior do sertão nordestino

em busca de pasto para os rebanhos, que era sempre acompanhada pelos vaqueiros

(ROCHA, 2011). As vestes dos vaqueiros eram feitas de couro, devido a vegetação

espinhosa do sertão, era uma forma de proteção contra os galhos e espinhos.

Esse material, utilizado desde a expansão da criação de gado no sertão nordestino, fez o povo da região ser conhecido como a civilização do couro, tendo no vaqueiro a figura mais visível (OLIVEIRA, 2013, pg 132).

28

Devido às muitas características peculiares, encontradas no Nordeste,

principalmente no sertão, a cultura local foi se desenvolvendo a partir do dia a dia

simplório dos sertanejos, foi-se então desenvolvendo as formas de expressão.

Suas duas formas principais de expressão foram o cangaço e o fanatismo religioso, desencadeados ambos pelas condições de penúria que suporta o sertanejo, mas conformadas pelas singularidades do seu mundo cultural (RIBEIRO, 1995, pg 354).

O nordestino, que tanto sofria com a seca e com a escassez via na fé religiosa

uma forma de suporte e de amparo. Já o cangaço foi uma forma de rebelião, onde uma

violência justiceira era praticada por homens vestidos de vaqueiros, bem armados, que

andavam em bando e nunca permaneciam em um mesmo local por muito tempo.

A cultura do Nordeste possui várias formas de expressão, através de elementos

simbólicos que vão desde elementos do vestuário como o chapéu de cangaceiros até as

danças e costumes (PEREIRA E SOUSA, 2010). O Nordeste possui raízes fortes e uma

das formas de representação cultural é através do artesanato. A variedade de produtos

artesanais na região nordeste é imensa, entre eles podemos destacar algumas como as

redes tecidas, as rendas, os produtos de couro, a cerâmica, a madeira entre outros. Entre

outras formas de artesanatos temos a literatura de cordel, que “consiste na elaboração

de pequenos livros contendo histórias escritas em prosa ou verso, os assuntos são os

mais variados: desafios, histórias ligadas à religião, ritos ou cerimônias” (FRANCISCO). A

renda foi introduzida no Brasil pelos portugueses e ficou bastante popular no nordeste,

tornando-se peça fundamental na cultura nordestina e também na moda. Peças

produzidas pelas rendeiras do Nordeste, são um retrato da cultura antiga que é passada

de geração a geração (VASCONCELOS E BESSA).

Elementos como renda e couro fazem parte do dia a dia dos nordestinos e são

também elementos bastante utilizados no campo da moda. Podemos assim concluir que

a moda se inspira na arte a fim de agregar valor aos seus produtos, dando a eles um

caráter mais subjetivo agregando valor a peça final.

29

Figura 5 – Nordeste

Fonte: Elaborada pelo autor

4.3 CONHECENDO O JAPÃO

O Japão é um país insular que se localiza no extremo leste da Ásia, é composto

por quatro ilhas principais e outras milhares de ilhas menores, cujas quatro maiores são

Honshu, Hokkaido, Kyushu e Shikoku (BARBIERI,2008). O arquipélago japonês, na sua

maior parte, pertence à zona temperada e seu clima é caracterizado por quatro estações

bem definidas. “No Japão, o clima associa curiosamente um verão quase em toda parte

tropical, quente e pesado, e um inverno em que cai neve, mesmo no Sul” (DERRUAU,

1970). O Japão é um país pequeno, com um território de apenas 372.000 km2 e com

uma população estimada em 128 milhões de pessoas, mas está se tornando grande por

conta de suas tecnologias que estão avançando inacreditavelmente (CAMARGO, 2012).

O clima do Japão varia muito de um lugar para outro. No norte, os invernos são frios e com neve. A temperatura pode cair até –40ºC e os ventos frios vindos da Sibéria e da Mongólia frequentemente causam grandes nevascas. Os verões são moderados, com temperaturas que atingem 20ºC. As ilhas no sul do Japão, como Okinawa, são muito mais quentes, com temperaturas de, pelo menos, 30ºC no verão e, no inverno, com temperaturas que dificilmente ficam abaixo de 15ºC… As montanhas são

30

uma parte muito importante do Japão, cobrindo cerca de 70% do território...A montanha mais famosa do Japão é o monte Fuji, que tem 3.776 metros de altura, sendo a mais alta. Muitas das montanhas do Japão são vulcânicas e, desta forma, há muitas de suas áreas com fontes térmicas naturais (www.culturajaponesa.com.br).

A vegetação do Japão é constituída quase em sua totalidade de florestas, porém

os desmatamentos, as queimadas, as pastagens modificaram as florestas transformando

as florestas em extensões menores do que as originais. As outras vegetações que

compõem o cenário japonês são os prados, matagais de montanha e algumas zonas

pantanosas. (DERRUAU, 1970). A primavera é uma das estações mais apreciadas no

Japão e a sua chegada é marcada pelo florescimento das cerejeiras, flor símbolo do país.

Durante a primavera as previsões do tempo regularmente incluem as datas em que as

flores aparecerão nas diferentes partes do país (AKIOKA, 2009). A flor de cerejeira é a

flor símbolo do Japão, em japonês se chama Sakura, segundo diz uma lenda, Sakura

vem da princesa Knohama Sahuya Hime que caiu do céu nas proximidades do monte

Fuji, transformando-se numa bela flor. (CAMARGO, 2012)

Nihon ou Nippon é o nome do país em japonês, seu nome pode ser traduzido como

“terra do sol nascente” ou ainda “origem do sol”. Essa forte ligação que o país tem com o

Sol é representada em sua bandeira, apresentada na forma de um círculo vermelho sobre

um fundo branco (BARBIERI, 2008).

O Japão é um país rico em costumes e tradições, uma dessas tradições é o Shobo,

a arte da caligrafia japonesa. Traduzindo literalmente, “Sho” significa caligrafia ou escrita

e “Do” caminho, ou seja, “caminho da escrita” ou “caminho da caligrafia”. No século IX

surgiram os silabários “hiragana” e o “katakana” ambos derivados da extrema

simplificação dos caracteres da escrita chinesa. Há ainda um terceiro alfabeto japonês, o

“kanji” que são ideogramas antigos se desenvolveram a partir de formas que as coisas

eram retratadas, muitos desses kanji tiveram suas formas alteradas ao longo dos anos,

sabe-se que no dias atuais a escrita cotidiana utiliza aproximadamente dois mil kanji.

Como todo país o Japão também possui sua vestimenta típica, comumente

chamada de Kimono. O significado literal da palavra kimono em japonês é “coisa de

vestir”. Segundo Sato (2007) a expressão kimono é usada fora do japão e “designa

genericamente uma variada gama de peças e que no conjunto formam um visual

31

considerado típico ou tradicional japonês, mas também é sinônimo da peça principal. No

Japão, a peça principal que nós chamamos de kimono é chamada de kosode”. Durante

a era Meiji, após a retomada do contato com os ocidentais, o Japão passou a incorporar

lentamente os vestidos e ternos e outras modas ocidentais.

O governo determinou que todos os funcionários públicos, militares e civis, passassem a usar roupas ou uniformes à ocidental. Ao final da 1ª Guerra Mundial (1918), quase todos os homens já usavam ternos, camisas, calças e sapatos de couro. As mulheres adotaram mais lentamente os estilos ocidentais. No início apenas a aristocracia usava vestidos de gala, importados da Europa, usados em algumas ocasiões

formais […] A partir da 1ª Guerra Mundial, mulheres instruídas e com

profissões urbanas passaram a usar diariamente roupas ocidentais, mas só após a 2ª Guerra Mundial (1945) foi que o vestuário ocidental passou a ser a regra em todas as classes sociais, homens mulheres e crianças (SATO, 2007).

O país apresenta uma variedade de tradições, costumes e cultura que são únicos.

Entre as várias formos de cultura japonesa podemos citar algumas, como a cerimônia do

chá, origamis, samurais e suas espadas katanas, bonsais, templos e portais, as lanternas

tradicionais, a escrita, a vestimenta e até o comportamento dos japoneses são

características próprias da cultura do país.

Figura 6 – Japão

Fonte: Elaborada pelo autor

32

5. PÚBLICO ALVO

O público alvo deste projeto foi definido com base em três fatores principais, são

eles o gênero, a faixa etária e o comportamento. A definição do público ocorreu visando

fatores como educação, acesso à informação e cultura.

Um estudo realizado pelo SEBRAE trouxe dados estatísticos que justificam a

escolha do público alvo, pelos gráficos demonstrados na figura 7 podemos perceber que

o maior público de moda são mulheres entre 25 a 44 anos de idade, que corresponde a

63% do público consumidor de moda.

Figura 7 – Público consumidor de moda

Fonte:www.nuvemshop.com.br/blog/perfil-consumidor-moda-brasileiro/

Segundo o SEBRAE “a grande oferta de crédito, o aumento do poder aquisitivo do

trabalhador e do índice de formalização do trabalho são fatores que impulsionaram o

consumo de moda pela classe média brasileira”.

A coleção se destina a mulheres, inseridas na classe média, consumidoras de

produtos de moda, profissionalizadas ou que ainda estejam cursando o ensino superior,

numa faixa etária em torno dos 25 aos 40 anos de idade. Mulheres que apreciam e

possuem interesse por culturas e diversidade cultural, que gostam de viajar e de conhecer

o que há de novo e as tradições dos lugares ao viajar e que seguem as tendências da

moda e do design.

São consumidoras de mídias, como cinema e séries e também são apreciadoras

de livros. Mulheres modernas e versáteis, ativas, que sempre buscam algo para realizar,

33

integradas com o novo e a tecnologia, porém que apreciam e respeitam as tradições. São

mulheres inovadoras e de atitude, que costumam se colocar em primeiro lugar e tem

como objetivo de vida serem bem-sucedidas em suas profissões. Valorizam a família e

as amizades, mas que curtem seus momentos sozinha e sabem como se manter

entretidas.

Figura 8 - Painel do Público Alvo

Fonte: Autora

6. REFERENCIAS PARA A COLEÇÃO

Com base nos dados coletados no referencial teórico desse trabalho foram

elaborados pela autora quatro moodboards para auxiliar na pesquisa de tema essencial

ao processo criativo.

34

Figura 9 – Moodboard 01: Paisagens do Japão

Fonte: Autora

35

Figura 10 - Moodboard 02: Estereótipo japones

Fonte: Autora

36

Figura 11 - Moodboard 03: Paisagens do Nordeste

Fonte: Autora

37

Figura 12 - Moodboard 04: Estereótipo nordestino

Fonte: Autora

38

O moodboard 1 (Figura 9) apresenta paisagens japonesas, são paisagens

naturais, algumas com influência do homem no meio, porém que demostram equilíbrio

entre seus elementos. O segundo moodboards apresenta o conceito de cenários

japoneses (Figura 10) que representam uma parcela da forma de vida dos japoneses, um

pouco de suas tradições e cultura. As paisagens do sertão nordestino são representadas

no moodboard 3 (Figura 11) mostrando elementos que compõe a natureza e a

ambientação do sertão. O último moodboard, o número 4 (Figura 12) retrata um pouco

da cultura do sertanejo, sua cultura, artesanato, crenças e costumes. Os moodboard irão

servir como fonte de inspiração para o processo de desenvolvimento criativo do projeto.

7. PESQUISA DE TENDÊNCIAS

A pesquisa de tendências em moda faz parte do processo de criação de toda

coleção de moda, nas passarelas as tendências indicam o que estará nas vitrines das

lojas e o que será usado pelo público na próxima estação. Segundo Rosati1 tendência

caracterizasse por um conjunto de fatores sociais, culturais, temporais, espaciais e de

atividades política-ideológica-social-pessoal-econômica que definirão de certa forma o

que será usado na próxima temporada da moda (ano desconhecido). Entende-se dessa

forma que as tendências estão em constante evolução, sempre se reinventando e se

adaptando às mudanças do mundo e das pessoas.

“A pesquisa de tendência é informação estratégica para os processos criativos de

toda a cadeia produtiva de moda” (Sant’Anna e Barros, 2010). As pesquisas de

tendências assim como as tendências lançadas são geralmente destinadas a países do

hemisfério norte, cabendo aos países do hemisfério sul adaptarem essas tendências para

sua realidade, esses países assim o fazem de acordo com seus elementos culturais e

geográficos. Elementos que se originam das pesquisas, tais como cores, cortes,

1 ROSATI, Erisson. In: http://www.anhembi.br/html/ead01/moda_comunicacao/pdf/lu_06.pdf

39

modelagens e peças são apresentados e dentre ele alguns irão virar orientação para a

moda local pois estas serão as que irão se adequar melhor ao clima e a cultura local.

Para esse trabalho foi realizada pela autora uma pesquisa de tendência primavera

verão 2017. O site We Connect Fashion2 realiza parceria com as companhias de

pesquisas de tendências para trazer ao público as previsões das tendências de moda e

também as tendências mais vistas nas passarelas, com relação a conceitos, cores,

estampas e tecidos.

Segundo o site We Connected Fashion juntamente com o Fashino Snoops3 (Figura

13) as peças da parte superior apresentam um monte de novidade nesta temporada, com

estilos de off-the-shoulder4 que lideram a classificação. Outros destaques incluem

cropped tops5, estilo camponesa e camisa poeta. Vestidos e saias são movidos por

silhuetas midi6, enquanto formas maxi7 fazem um retorno e slip dress8 e saias com linha

A9 se destacam. Já com relação as peças da parte inferior o volume continua a

impulsionar o mercado com calças e shorts folgados e volumosos enquanto macacões

também são favoráveis.

Figura 13 – Tendências primavera verão 2017

Fonte: weconnectedfashion.com

2 https://www.weconnectfashion.com/ 3 http://www.fashionsnoops.com/ 4 Blusas que não cobrem os ombros 5 Blusas mais curtas que expõe a região do abdome 6 Traje feminino cujo comprimento fica entre o joelho e o tornozelo 7 Traje feminino cujo comprimento atinge o tornozelo 8 Vestido de alça fina no estilo de roupa de dormir 9 Estilo de vestido ou saia é justo no quadril e alarga gradualmente em direção a bainha.

40

Os sites supracitados facilitam a pesquisa de tendências, disponibilizando

moodboards que também foram usados como fontes de referências no processo de

criação. São eles: Summer Bounty, Earth Angel, Paradise Lost, Nature Watch e Couture

Club.

Summer Bounty (Figura 14) tem inspiração o tropical, o verão, frutas e folhagens,

a paleta de cores nos mostra cores fortes, porém não tão vibrantes, tecidos leves e

estampados. já o Earth Angel (Figura 15) nos mostra inspiração vinda dos desertos e

cânions, da geometria tribal e da arquitetura contemporânea, com cores em tons terrosos,

laranjas e azuis e com tecidos mais pesados.

Em Paradise Lost (Figura 16) temos referencial do tropical, com estampa de

folhagens e listras, e uma cartela de cores vívidas e vibrantes. No moodboard Nature

Watch (Figura 17) vemos um apelo ao ar livre, a camuflagem, com cores derivada de

uma ambiente florestal e pele de animais. E por último temos o Couture Club (Figura 18),

com cores em tons de rosa, salmão e damasco, motivos florais ressaltando a feminilidade

e a delicadeza, tecidos leves, que trazem elegância e sofisticação.

Figura 14 – Summer Bounty Figura 15 – Earth Angel

Fonte: weconnectedfashion.com Fonte: weconnectedfashion.com

41

Figura 16- Paradise Lost Figura 17 – Nature Watch

Fonte: weconnectedfashion.com Fonte: weconnectedfashion.com

Figura 18 – Couture Club

Fonte: weconnectedfashion.com

42

Para as tendências em cores temos ainda a paleta de cores da Pantone, segundo

a empresa, 10 cores (Figura 19) estarão em alta na primavera 2017 são elas: Niagara,

Primrose Yellow, Lapis Blue, Flame, Island Paradise, Pale Dogwood, Greenery, Pink

Yarrow, Kale e Hazelnut.

Figura 19 – Pantone Primavera 2017

Fonte: Pantone.com

8. DESENVOLVIMENTO DAS PEÇAS

Com base nas pesquisas realizadas, deu-se início ao processo de

desenvolvimentos das peças. A pesquisa de tema realizada através da construção de

moodboards e a pesquisa de tendências realizada em sites especializados, serviram

como base para o desenvolvimento do conceito e das peças, assim como para a escolha

das cores que compõem a cartela da coleção.

8.1 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS

A geração de alternativas foi realizada a partir do conceito gerado para a coleção,

que representa uma visão extraída a partir do levantamento de formas, cores, texturas e

padrões retirados da pesquisa de tema. O conceito chave para geração de alternativas

43

reúne elementos da natureza, formas, volumes e cores representantes da identidade

cultural das regiões estudadas (Figura 20).

Figura 20 – Imagens de inspiração

Fonte: Autora

Figura 21 – Esboços iniciais

Fonte: Autora

44

Figura 22 – geração de alternativas 01

Fonte: Autora

Figura 23 – geração de alternativas 02

Fonte: Autora

45

8.2 CARTELA DE CORES

A cartela de cores foi composta com as cores que surgiram nos moodboards

juntamente com algumas das cores apresentada pela Pantone como as cores da

primavera de 2017.

A cartela é composta por cores encontradas tanto no nordeste brasileiro quanto

no Japão. São cores em comum entre as duas regiões e remetem tanto a elementos da

natureza como ao homem e objetos por ele criado.

Figura 24 – Cartela de cores

Fonte: Autora

8.3 CARTELA DE TECIDOS

Os tecidos escolhidos foram determinados pelos moodboards, como a renda e o

couro. Também foi optado pela escolha de tecidos como o musseline e a organza para

trazer leveza e transparência. O crepe vogue foi a escolha para um tecido mais

maleável e versátil.

46

Quadro 2 – Cartela de tecidos | Fonte: Autora, 2016

8.4 “XODÓ WABI”: DESENHO ESTILÍSTICO DA MINI-COLEÇÃO

Foram desenvolvidos 10 looks para a coleção, com 18 peças no total. As peças

mesclam conceitos das duas regiões e trazem uma visão diferente da união entre o

Nordeste Brasileiro e o Japão. Mesmo não havendo uma forma de contato direta entre

Musseline

Toque de Seda

Composição:

100% Poliéster

Tafetá Forro

Composição:

100% Poliéster

Renda Bordada

Composição:

100% Poliéster

Couro Ecológico

Composição:

100% Poliéster

Crepe Vogue

Composição:

100% Poliéster

Organza Cristal

Composição:

100% Poliéster

47

as duas regiões as peças produzidas procuram encurtar a distância entre os dois locais

trazendo a cultura para a vestimenta de uma forma não literal.

Xodó Wabi foi o nome dado à coleção. Xodó é uma palavra de origem nordestina

que em como significado algo ou alguém que é muito querido e apreciado. Wabi é uma

palavra de origem japonesa que significa a qualidade de uma beleza rústica, contudo

refinada, solitário; um detalhe falho que cria um todo elegante. O intuito do nome é passar

uma apreciação pelo rustico e refinado, o bruto e o leve. Por isso os looks são compostos

de tecidos pesados e leves, gerando uma harmonia dentro da coleção.

Figura 25 - Desenho estilístico

Fonte: Autora

48

8.4.1 Apresentação dos looks criados

Look 01: O primeiro look é composto por uma blusa formada por camadas de

babados de musseline forrado com tafetá que sobrepõem camadas de renda, e a região

superior, dos ombros, é musseline sem forro. A saia de couro ecológico, possui forro de

tafetá e uma camada superior de couro ecológico que forma um padrão que representa

as construções em vime, muito encontradas na região nordeste, esse padrão é feito

através de recorte com acabamento a laser. A inspiração para o look são os trabalhos

em vime, o volume das roupas tradicionais japonesas como também as lanternas

japonesas. Quatro cores foram usadas neste look, abaixo encontram-se as referências

de tecidos10.

Figura 26 – Look 01 – cores, estampas e tecidos

Fonte: Autora

10 As cores dos tecidos aqui apresentados não são representações das cores finais do produto.

Musseline

Toque de Seda

Composição:

100% Poliéster

Tafetá Forro

Composição:

100% Poliéster

Renda Bordada

Composição:

100% Poliéster

Couro

Ecológico

Composição:

100% Poliéster

49

Look 02: O look 2 é composto por uma blusa de crepe vogue com dobras no

tecido e mangas de renda. A saia possui três camadas de tecido, duas com estampa

digital de flores de cerejeiras, a primeira camada de crepe vogue a segunda camada de

musseline e a terceira de organza. A ideia da saia é que ela transmita a sensação de

movimento do vento ao balançar as flores de cerejeiras.

O look foi inspirado nas flores de cerejeiras, na renda e nos trabalhos em origami.

Os tecidos utilizados são a Renda, Crepe Vogue, Musseline Seda e Organza Cristal.

Seis cores foram usadas neste look, abaixo encontram-se as referências de

tecidos11.

Figura 27 – Look 02 – cores, estampas e tecidos

Fonte: Autora

11 As cores dos tecidos aqui apresentados não são representações das cores finais do produto.

Musseline

Toque de Seda

Composição:

100% Poliéster

Organza Cristal

Composição:

100% Poliéster

Renda Bordada

Composição:

100% Poliéster

Crepe Vogue

Composição:

100% Poliéster

50

Look 03: O look 3 é composto por um vestido e uma peça de acompanhamento.

A peça de acompanhamento funciona como uma junção de cinto mais saia, com camadas

em caimento de Crepe Vogue para dar volume ao look, é uma peça que pode ser usada

para compor outros looks, seja por cima de saias, calças ou shorts. A estampa digital em

forma de bambu foi usada para compor a peça

O look foi inspirado nos quimonos japoneses. Os tecidos usados para o look foram

o Crepe Vogue, Musseline Seda e Organza Cristal.

Cinco cores foram usadas neste look, abaixo encontram-se as referências de

tecidos12.

Figura 28 – Look 03 – cores, estampas e tecidos

Fonte: Autora

12 As cores dos tecidos aqui apresentados não são representações das cores finais do produto.

Musseline

Toque de Seda

Composição:

100% Poliéster

Organza Cristal

Composição:

100% Poliéster

Crepe Vogue

Composição:

100% Poliéster

51

Look 04: O quarto look é um vestido estilo camisão com transparência e aplicação

de fuxicos. A inspiração para o look foi o artesanato nordestino. Os fuxicos são

elaborados no mesmo tecido do vestido e aplicados na área da cintura onde vão se

espalhando sobre o vestido.

O look é composto por uma única cor e o tecido utilizado para o vestido é o

Musseline Seda, abaixo encontram-se as referências de tecidos13.

Figura 29 – Look 04 - cores, estampas e tecidos

Fonte: Autora

13 As cores dos tecidos aqui apresentados não são representações das cores finais do produto.

Musseline

Toque de Seda

Composição:

100% Poliéster

52

Look 05: O quinto look é composto por uma camisa em tecido transparente com

os punhos de couro e a calça de couro trabalhado em trançado.

O look foi inspirado na paisagem da seca nordestina, do chão seco e rachado e

do céu azul límpido e sem nuvens. A transparência da blusa remete a leveza e

sensibilidade japonesa, o laço da camisa remete as amarrações dos kimonos. Os tecidos

usados para esse look foi o Couro Ecológico e o Musseline Seda. Duas cores compõe o

look, abaixo encontram-se as referências de tecidos14.

Figura 30 – Look 05 - cores, estampas e tecidos

Fonte: Autora

14 As cores dos tecidos aqui apresentados não são representações das cores finais do produto.

Musseline

Toque de Seda

Composição:

100% Poliéster

Tafetá Forro

Composição:

100% Poliéster

Couro

Ecológico

Composição:

100% Poliéster

53

Look 06: O sexto look é composto por três peças, uma blusa, uma saia e um cinto

de franjas. O cinto de franjas em couro preto é usado para dar um ar misterioso a peça

que está embaixo, uma vez que não está não fica é totalmente visível, a peça foi inspirada

nas roupas dos vaqueiros. A saia vermelha com uma estampa de bordado de dragão

inspirada nos templos japoneses. A blusa azul de mangas bufantes que remetem as

lanternas japonesas tem uma transparência na região dos ombros para dar uma leveza

ao look.

Os tecidos usados para esse look são Crepe Vogue, Organza e Couro. Quatro

cores compõe o look, abaixo encontram-se as referências de tecidos15.

Figura 31 – Look 06 - cores, estampas e tecidos

Fonte: Autor

15 As cores dos tecidos aqui apresentados não são representações das cores finais do produto.

Crepe Vogue

Composição:

100% Poliéster

Organza Cristal

Composição:

100% Poliéster

Couro

Ecológico

Composição:

100% Poliéster

54

Look 07: O look número sete é um macacão com sobreposição de tecidos. As

laterais em couro foram inspiradas nas vestimentas dos vaqueiros.

O Crepe Vogue usado junto com o Couro ecológico para criar uma sobreposição e dar

um efeito diferente a peça.

Uma única cor foi usada na composição desse look, abaixo encontram-se as

referências de tecidos16.

Figura 32 – Look 07 – cores, estampas e tecidos

Fonte: Autora

16 As cores dos tecidos aqui apresentados não são representações das cores finais do produto.

Crepe Vogue

Composição:

100% Poliéster

Couro

Ecológico

Composição:

100% Poliéster

55

Look 08: O oitavo look tem inspiração nas rendeiras e em seus trabalhos

manuais. Um vestido de renda branca com detalhes em couro ecológico. A abertura na

cintura foi uma forma de modernizar o look e não deixar a cintura não pesada, trazendo

dessa forma uma certa leveza para o look

A inspiração para o look são os trabalhos em vime, o volume das roupas

tradicionais japonesas como também as lanternas japonesas. O vestido de Renda possui

um forro de Tafetá e detalhes em Couro ecológico.

Três cores foram usadas neste look, abaixo encontram-se as referências de tecidos17.

Figura 33 – Look 08 – cores, estampas e tecidos

Fonte: Autora

17 As cores dos tecidos aqui apresentados não são representações das cores finais do produto.

Renda Bordada

Composição:

100% Poliéster

Tafetá Forro

Composição:

100% Poliéster

Couro

Ecológico

Composição:

100% Poliéster

56

Look 09: O look nove é composto por uma blusa e um short. O short de couro tem

elementos para remeter as vestimentas japonesas e os origamis. A blusa branca com

marcas verticais e um véu azul na região dos ombros retrata a arquitetura nordestinas

das torres de igrejas sob o fundo azul do céu.

Além do Couro ecológico usado no short a blusa é composta por dois tecidos o

Crepe Vogue e Organza Cristal.

Três cores foram usadas neste look, abaixo encontram-se as referências de

tecidos18.

Figura 34– Look 09 – cores, estampas e tecidos

Fonte: Autora

18 As cores dos tecidos aqui apresentados não são representações das cores finais do produto.

Crepe Vogue

Composição:

100% Poliéster

Organza Cristal

Composição:

100% Poliéster

Couro

Ecológico

Composição:

100% Poliéster

57

Look 10: O décimo look tem como inspiração a arquitetura japonês e a literatura

de cordel. A blusa de couro preto com babados do mesmo couro cortado a laser,

representando a renda e os detalhes dos desenhos de cordel. A calça de tecido vermelho

representa a os portais de templos japoneses.

Os tecidos usados parar esse look foram o Couro ecológico e o Crepe Vogue.

Duas cores foram usadas neste look, abaixo encontram-se as referências de tecidos19.

Figura 35 – Look 10 – cores, estampas e tecidos

Fonte: Autora

19 As cores dos tecidos aqui apresentados não são representações das cores finais do produto.

Crepe Vogue

Composição:

100% Poliéster

Couro

Ecológico

Composição:

100% Poliéster

58

8.5 VISTAS TÉCNICAS

Em relação a uma possível produção da coleção, foram desenvolvidas fichas

técnicas para auxiliar o desenvolvimento de cada peça.

VISTA TÉCNICA

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VISTA TÉCNICA

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VISTA TÉCNICA

61

VISTA TÉCNICA

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VISTA TÉCNICA

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VISTA TÉCNICA

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VISTA TÉCNICA

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VISTA TÉCNICA

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VISTA TÉCNICA

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VISTA TÉCNICA

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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho começou com uma ideia diferente e foi se desenvolvendo por

esse caminho. Devido à falta de tempo para realizar um projeto tão extenso a ideia teve

de ser simplificada. Uma decisão sensata a se tomar pois os objetivos permaneceram o

mesmo apenas o modo para atingi-los foi modificado, o que permitiu a realização do

projeto dentro do prazo estabelecido.

Acredita-se que os objetivos foram alcançados e que os resultados obtidos foram

bastante satisfatórios. Foi um projeto extenso, que foi realizado com afinco. Por se tratar

de um tema que desperta curiosidade e outro que faz parte do cotidiano foi-se capaz de

agregar uma nova visão sobre o assunto. Acredita-se que o tema desperta a curiosidade

das pessoas e abre as portas para que outros projetos na mesma linha sejam idealizados.

Dessa forma vê-se esse projeto como um abridor de portas onde novas áreas esperam

para serem exploradas e estudadas.

Espera-se que esse trabalho possua grande relevância e que possa servir de

referência e também de inspiração para outros trabalhos. A satisfação de finalizar esse

projeto é imensurável e mostrou um novo caminho a ser seguido, despertando a

curiosidade para outras áreas no campo da moda.

77

10. BIBLIOGRAFIA

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